FACULDADE DE CARIACICA
THAÍS MANOEL TEIXEIRA
O TERMÔMETRO DE KANITZ VERSUS ANÁLISE DE LIQUIDEZ TRADICIONAL:
Um estudo de caso na empresa Roda Bem Comércio e Serviços Ltda.
CARIACICA 2012
THAÍS MANOEL TEIXEIRA
O TERMÔMETRO DE KANITZ VERSUS ANÁLISE DE LIQUIDEZ TRADICIONAL:
Um estudo de caso na empresa Roda Bem Comércio e Serviços Ltda.
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Ciências Contábeis da Faculdade de Cariacica, como parte dos requisitos para obtenção do grau de Bacharel em Ciências Contábeis. Orientador: Prof. Carlos Manoel Moraes.
CARIACICA 2012
Dados Internacionais de Catalogação-na-publicação (CIP) Biblioteca da Faculdade de Cariacica
T266t TEIXEIRA, Thaís Manoel O termômetro de Kanitz versus análise de liquidez tradicional: um estudo de caso na empresa Roda Bem Comércio e Serviços Ltda / Thaís Manoel Teixeira. – 2012.
54 f.; 30 cm Orientador: Prof. Carlos Manoel S. Moraes.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Ciências Contábeis da Faculdade de Cariacica, como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.
1. Balanço Financeiro - Administração financeira. 2. Análise de
Liquidez. 3. Insolvência. I. MORAES, Carlos Manoel S. II. Faculdade de Cariacica. III. Título.
CDD 658.15076
THAÍS MANOEL TEIXEIRA
O TERMÔMETRO DE KANITZ VERSUS ANÁLISE DE LIQUIDEZ
TRADICIONAL: Um estudo de caso na empresa Roda Bem
Comércio e Serviços Ltda.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Ciências Contábeis da
Faculdade de Cariacica como parte dos requisitos para obtenção do grau de
Bacharel em Ciências Contábeis.
Aprovado em 07 de Dezembro de 2012.
COMISSÃO EXAMINADORA
__________________________________________ Prof. Carlos Manoel Moraes
Orientador Faculdade de Cariacica
__________________________________________ Prof. Wanderson Leão Borges Aleixo
Faculdade de Cariacica Banca 1
__________________________________________ Prof. Me. Magda Sacht Kumm
Faculdade de Cariacica Banca 2
Dedico esse trabalho ao meu esposo
Fabrício Augusto da Cunha, que me
ajudou e incentivou na realização do
sonho da formação acadêmica,
acreditando que eu pudesse aprender
ciências contábeis, quando decidi na
escolha deste curso. Foi amigo,
conselheiro e professor, me apoiando dia
a dia. Agradeço pelas ideias e sabedoria
a mim repassadas, ajudando-me na
vivência acadêmica e na realização deste
trabalho. Sinto-me grata e orgulhosa por
tê-lo sempre ao meu lado.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Jesus Cristo, pois sem Ele, não sou nada, porém, com Ele, sou tudo.
Ao meu esposo Fabrício Augusto da Cunha que acreditou em mim, me ajudando dia
a dia.
Á minha avó Lêda Seidel Teixeira que, com base em sua experiência empírica,
ensinou-me como era a vida.
À minha Tia Lucia Helena Teixeira, que me ajudou em um momento difícil, sendo
amiga e solidária.
Ao Professor Carlos Manoel Moraes, por quem fui orientada, pela confiança em mim
depositada, pelas ideias que tornaram possível a realização deste trabalho.
Assim como aos meus amigos e familiares, que foram pacientes e compreensivos
em minha ausência.
E a todos os professores e amigos, que me ensinaram e ajudaram, de forma direta
ou indireta, nesta longa caminhada em busca da graduação.
Obrigada a todos que fazem parte da minha história.
Satisfeita, olho para trás e lembro-me de tudo que vivi nesta jornada acadêmica, que em tão pouco tempo pareceu-me uma vida. Nela percebi que viver não é saber, e que este não ocupa espaço. Aprendi que ganhar às vezes é perder, como perdi horas de sono e de lazer. Mas valeu a pena, e faria tudo outra vez!
(Thaís Manoel Teixeira) “O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que elas acontecem.”
(Fernando Pessoa)
RESUMO
TEIXEIRA, Thaís Manoel. O TERMÔMETRO DE KANITZ VERSUS ANÁLISE DE
LIQUIDEZ TRADICIONAL: um estudo de caso na empresa Roda Bem Comércio e
Serviços Ltda. 2012. 54 páginas. Trabalho de Conclusão de Curso de Ciências
Contábeis – Faculdade de Cariacica – UNIEST, Cariacica, 2012.
De acordo com informações geradas pelo SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às
Micro e Pequenas Empresas (2005), o mercado empresarial tem crescido
consideravelmente, e está aquecido por empresas de pequeno e médio porte.
Porém, com essa evolução, a insolvência também tem tomado uma parcela
considerável do mercado. Por esse motivo, muitos empreendedores buscam meios
para prever uma possível insolvência antes de entrarem em crise. Este estudo
acadêmico visa identificar qual indicador entre os índices de liquidez tradicionais e o
Modelo de Kanitz, mostraria com maior eficiência a solvência ou a insolvência da
empresa Roda Bem Comércio e Serviços Ltda. (nome fictício), dos anos
compreendidos entre 2008 e 2011. Para se atingir o objetivo principal, utilizou-se
pesquisa bibliográfica, documental e foi realizado um estudo de caso nesta empresa,
utilizando informações obtidas em demonstrações contábeis. Essa empresa vinha
progredindo até o momento em que entrou em um negócio de alto risco, perdendo
consideravelmente a liquidez financeira, por não conseguir cumprir seus prazos de
pagamento. Com as análises obtidas pelos indicadores, pode-se concluir que os
índices de liquidez tradicionais foram mais eficientes para determinar a insolvência
dessa empresa, já que a mesma apresenta um quadro de baixa liquidez sendo
determinado pelo patrimônio líquido e lucro líquido negativos, fazendo com que o
resultado do termômetro de Kanitz afirmasse que a empresa está solvente. Este
resultado se deu pelo emprego da regra matemática, pois quando há dois valores
negativos na multiplicação ou na divisão, o resultado será positivo, tornando o
termômetro de Kanitz ineficaz especificamente para o quadro da empresa objeto
desse estudo.
Palavras-chave: Termômetro de Kanitz, Índices de Liquidez Tradicional,
Demonstrações Contábeis.
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Balanço Patrimonial
Quadro 2: Balanço Patrimonial Alterado Pelas Leis 11.638/07 e 11.941/09
Quadro 3: Demonstração do Resultado do Exercício
Quadro 4: Situação Financeira Positiva
Quadro 5: Situação Financeira Nula
Quadro 6: Situação Financeira Negativa
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Fator de Insolvência
Figura 2: Termômetro de Kanitz
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Balanço Patrimonial
Tabela 2: Demonstração do Resultado do Exercício
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1: Progressão dos Índices de Liquidez Tradicionais
Gráfico 2: Progressão do Modelo de Kanitz
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................. 14 1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO ......................................................................................14 1.2. PROBLEMA DE PESQUISA...............................................................................17 1.3. OBJETIVOS .......................................................................................................17 1.3.1. Objetivo Geral ................................................................................................17 1.3.2. Objetivos Específicos ...................................................................................17 1.4. METODOLOGIA.................................................................................................18 1.5. JUSTIFICATIVA .................................................................................................19 1.6. DELIMITAÇÃO DA PESQUISA ..........................................................................20 2. REFERENCIAL TEÓRICO............................................................... 21 2.1. CONTABILIDADE...............................................................................................21 2.2. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS .....................................................................22 2.2.1. Balanço Patrimonial ......................................................................................23 2.2.1.1. Ativo .............................................................................................................23 2.2.1.2. Passivo.........................................................................................................24 2.2.1.3. Patrimônio Líquido........................................................................................24 2.2.1.4. Alterações Impostas pelas Leis 11.638/2007 e 11.941/2009 .......................24 2.2.2. Demonstração do Resultado do Exercício..................................................26 2.3. SITUAÇÃO FINANCEIRA...................................................................................26 2.4. ÍNDICES DE LIQUIDEZ TRADICIONAL .............................................................28 2.4.1. Liquidez Corrente (LC)..................................................................................29 2.4.2. Liquidez Seca (LS).........................................................................................29 2.4.3. Liquidez Imediata (LI)....................................................................................29 2.4.4. Liquidez Geral (LG) .......................................................................................30 2.5. ÍNDICE DE ENDIVIDAMENTO ...........................................................................30 2.5.1. Grau de Endividamento (GE)........................................................................30 2.6. RETORNO SOBRE CAPITAL PRÓPRIO ...........................................................30 2.6.1. Retorno sobre Patrimônio Líquido (RPL) ....................................................30 2.7. O TERMÔMETRO DE KANITZ...........................................................................31 3. ESTUDO DE CASO ......................................................................... 34 3.1. BALANÇO PATRIMONIAL .................................................................................35 3.2. DEMOSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCICIO ........................................36 3.3. ANÁLISE DOS ÍNDICES DE LIQUIDEZ TRADICIONAIS ...................................37 3.3.1. Liquidez Corrente ..........................................................................................37 3.3.2. Liquidez Seca ................................................................................................37 3.3.3. Liquidez Imediata ..........................................................................................38 3.3.4. Liquidez Geral................................................................................................38 3.3.5. Grau de Endividamento ................................................................................39 3.3.6. Rentabilidade do Patrimônio Líquido ..........................................................40 3.3.7. Análise Geral .................................................................................................40 3.4. ANÁLISE DO TERMÔMETRO DE KANITZ ........................................................41 3.4.1. Identificação do Fator de Insolvência em 2008 ..........................................42 3.4.2. Identificação do Fator de Insolvência em 2009 ..........................................43 3.4.3. Identificação do Fator de Insolvência em 2010 ..........................................44 3.4.4. Identificação do Fator de Insolvência em 2011 ..........................................45 3.4.5. Análise Geral .................................................................................................46 3.5. ANÁLISE COMPARATIVA..................................................................................46
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................. 49 5. REFERÊNCIAS................................................................................ 52
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1. INTRODUÇÃO
1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO
Ao longo dos anos estudiosos buscam alternativas, por meio de estudos rigorosos
fundamentados em ramificações matemáticas e estatísticas, que possibilitem
obtenção de informações para o campo gerencial a fim de elevar os conceitos para
direção de um negócio, permitindo, assim, uma boa gestão.
Cabe salientar que, conforme esclarece Brasil e Brasil (1996), a contabilidade define
vários formatos de demonstrativos com os registros consolidados da empresa, nos
quais se relatam as origens e aplicações de recursos, permitindo, então, conhecer a
capacidade financeira da empresa.
De acordo com Crepaldi (2008, p. 5), “Contabilidade Gerencial é o ramo da
Contabilidade que tem por objetivo fornecer instrumentos aos administradores de
empresas que os auxiliem em suas funções gerenciais”. Sendo assim, com o auxilio
da contabilidade gerencial e da análise das demonstrações contábeis, os gestores,
tais como contadores, administradores ou interessados na avaliação da lucratividade
dos negócios, podem se beneficiar dos recursos disponibilizados, pois a
contabilidade fornece aos usuários uma visão geral da empresa, tornando possível
traçar estratégias para aumentar os saldos e negócios. No entanto, é fundamental
utilizar-se de técnicas seguras para evitar interpretações errôneas ou incompletas.
A análise das demonstrações contábeis, através da utilização de índices de balanço,
de acordo com Marion (2009), é um instrumento indispensável para a tomada de
decisões, pois fornece uma visão ampla da situação econômica e financeira da
empresa, avaliando os aspectos operacionais, econômicos, patrimoniais e
financeiros, detectando pontos fortes e pontos fracos do processo operacional e
financeiro da empresa.
Este estudo aborda duas ferramentas contábeis utilizadas para gerenciar a situação
financeira das empresas, os índices de liquidez tradicionais e o Termômetro de
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Kanitz, modelo desenvolvido pelo professor Stephen Charles Kanitz destinado à
prevenção de falências.
O termômetro como ferramenta matemática de caráter estatístico, poderia refletir a
situação financeira da empresa, determinando a tendência de uma empresa falir ou
não.
Os indicadores financeiros poderiam identificar ou prevenir de forma fácil a realidade
financeira das empresas. Para tanto, é necessário verificar quais indicadores serão
mais específicos para mensurar uma potencial insolvência.
Tendo em vista que a solvência está relacionada à liquidez, e esta se relaciona
diretamente com a capacidade que uma empresa tem de quitar suas obrigações, é a
insolvência a consequência da falta de capacidade que uma empresa tem para
quitar suas obrigações. Dessa forma, a insolvência tem no inadimplemento o seu
primeiro efeito, ou até mesmo um sintoma.
Fama e Grava (2000) salientam que um dos primeiros sintomas da insolvência seria
o inadimplemento, pois a baixa liquidez poderia ser um sintoma de insolvência
futura. No entanto, uma empresa pode apresentar uma crise de liquidez e ainda ter
seus ativos superiores às suas obrigações, sendo necessária apenas uma
realocação em seus prazos de pagamento.
O fato é que, na maioria das vezes, as medidas cabíveis geralmente são adotadas
pelos gestores ao se depararem com uma situação de insolvência. Nesse momento
as modificações já não são suficientes para evitar uma possível falência. Isto se dá
pela carência de informações que a contabilidade tradicional tem, pois refletem
apenas dados passados, menos eficazes para a tomada de decisões.
Para que as empresas possam sobreviver em um mercado altamente competitivo, é
necessário obter maior retorno financeiro. Para que isso ocorra, as informações
contábeis devem remeter-nos a informações financeiras mais atuais, projetando os
resultados financeiros para o futuro, permitindo que o gestor tenha tempo para
planejar as mudanças necessárias para que a empresa volte a ter saúde financeira.
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Portanto, percebe-se a necessidade de os gestores estarem atentos à liquidez e à
solidez da empresa, pois a falência de uma empresa pode ser evitada se os fatores
que a levaram à insolvência forem identificados em tempo hábil, para que decisões
possam ser tomadas, permitindo que as falhas sejam retificadas e a capacidade
financeira volte a ser sólida.
A empresa, que é objeto deste estudo de caso, teve sua razão social modificada
para preservar seu anonimato, e é representada pelo nome empresarial de Roda
Bem Comércio e Serviços Ltda. sendo um exemplo de empresa de pequeno e médio
porte que não utiliza a Contabilidade Gerencial como ferramenta de análise para
tomada de decisões, tão pouco, tem acesso a auditores internos, ou até, em muitos
casos, profissionais para os auxiliarem num adequado planejamento tributário.
Muitas destas empresas são formadas por empreendedores sem formação
adequada e que desconhecem a importância da utilização das informações
contábeis para analisar os dados e planejar o rumo financeiro da empresa. Desta
forma, esses gestores enfrentam dificuldades para administrar empresas que
crescem, e não acompanham sua situação patrimonial e financeira.
Tais empresas precisam de ferramentas que as auxiliem para que não entrem em
descontinuidade por não ter informações contábeis que as ajudem nos
planejamentos necessários para alavancar a receita e o lucro da entidade.
Por este motivo, esta pesquisa dará ênfase à necessidade de ferramentas como
instrumentos de apoio que mostrem se o rumo financeiro que a empresa está
trilhando está sendo eficaz ou se está levando-a a insolvência.
No capitulo 01 será definida a metodologia utilizada para atingir o objetivo deste
estudo de caso, evidenciando a relevância desta pesquisa.
No capitulo 02 será abordado o referencial teórico que é a base para a realização da
pesquisa, pois dará legitimidade às afirmações que serão feitas, e o conhecimento
de todo o assunto explorado.
17
Já no capitulo 03, será apresentado o estudo de caso, em conjunto com as análises
de cada método utilizado e a análise comparativa, identificando qual método será
mais eficiente para saber se esta empresa está solvente ou insolvente.
E, por fim, será apresentada a análise conclusiva deste estudo, como resposta ao
problema de pesquisa proposto, defendendo os índices de liquidez tradicionais como
ferramenta mais eficiente para identificar a capacidade de solvência da empresa
Roda Bem Comércio e Serviços Ltda.
1.2. PROBLEMA DE PESQUISA
Com base na argumentação exposta, comparando-se os índices de liquidez
tradicionais com o modelo de Kanitz, chegou-se a seguinte questão de pesquisa:
qual indicador mostraria com maior eficiência a solvência ou insolvência da
empresa Roda Bem Comércio e Serviços Ltda. dos anos de 2008, 2009, 2010 e
2011?
1.3. OBJETIVOS
A seguir serão apresentados os objetivos que auxiliarão na apresentação da
resposta ao problema de pesquisa proposto, e, consequentemente, na produção do
relatório de pesquisa.
1.3.1. Objetivo Geral
Verificar qual método de análise mostra com mais eficiência a solvência ou
insolvência da empresa Roda Bem Comércio e Serviços Ltda. dos anos de 2008 a
2011.
1.3.2. Objetivos Específicos
• Analise da situação financeira da empresa utilizando o método de Kanitz;
• Analise da situação financeira da empresa utilizando os índices de liquidez
tradicionais;
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• Comparar o método de Kanitz com os índices de liquidez tradicionais,
relacionando e refletindo sobre a eficiência dos indicadores.
1.4. METODOLOGIA
De acordo com Martins (2005, p.80), “a metodologia estabelece as atividades que
serão praticadas para a aquisição de dados com os quais se desenvolverão os
raciocínios que resultarão em cada parte do trabalho final”.
A metodologia utilizada para alcançar o objetivo da pesquisa, pode ser classificada
sob dois enfoques, segundo Vergara (2005): “quanto aos fins e quanto aos meios”.
Quanto aos fins, o presente estudo classifica-se como metodológica e aplicada, e
quanto aos meios, enquadra-se como: descritiva, bibliográfica, estudo de caso e
qualitativa.
Em conformidade com Andrade (2002), a pesquisa descritiva observa, registra,
analisa e classifica os fatos sem a interferência e a manipulação do pesquisador.
Fraga (2009) afirma que a pesquisa bibliográfica é desenvolvida através de uma
pesquisa organizada em material acessível ao público, isto é, publicado em livros,
revistas, jornais e redes eletrônicas, sendo estes o conjunto de conhecimentos
humanos reunidos nas obras que conduzem o leitor a determinado assunto
proporcionando a produção, a coleção, o armazenamento, a reprodução, a utilização
e a comunicação das informações coletadas para a realização da pesquisa. “Ela
constitui o ato de ler, selecionar, fichar, organizar e arquivar tópicos de interesse
para a pesquisa em pauta.” (ARANTES, 1971, p. 28)
De acordo com Gil (1999), o estudo de caso permite um estudo amplo e detalhado
de um ou poucos objetos. Neste sentido, a base para esta pesquisa será um estudo
de caso, que se dará através de demonstrações financeiras da empresa Roda Bem
Comércio e Serviços Ltda.
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Gil (1999, p. 99) define população como “[...] um conjunto definido de elementos que
possuem determinadas características”.
Segundo Goode e Hatt (1979) a amostra é a menor representação de determinado
fenômeno que permite uma análise sem que suas características sejam perdidas.
Sendo assim, para este trabalho, a população será composta pelas empresas que
atuam no segmento de reforma de pneumáticos, e a amostra será representada pela
empresa Roda Bem Comércio e Serviços Ltda.
Ressalta-se que neste estudo será utilizada a forma quantitativa, pois serão
extraídas informações financeiras através de demonstrativos contábeis e
representados através de índices. Conforme definição de Richardson (1999) para
enfoque qualitativo:
Caracteriza-se pelo emprego de quantificação tanto nas modalidades de coletas de informações, quanto no tratamento delas por meio de técnicas estatísticas, desde as mais simples, como percentual, média, desvio padrão, às mais complexas, como coeficiente de correlação, análise de regressão etc. (RICHARDSON 1999, p. 80)
Cabe salientar que neste estudo serão utilizados demonstrativos contábeis da
Empresa Roda Bem Comércio e Serviços Ltda., a fim se servirem como base de
dados para avaliação da eficiência na utilização do termômetro de Kanitz e dos
índices de liquidez tradicionais, visando identificar em tempo hábil uma possível
insolvência, conforme justificado no item seguinte.
1.5. JUSTIFICATIVA
A mortalidade empresarial tem se tornado um problema entre as pequenas e as
médias empresas. Essa realidade pode ser mudada se os empreendedores
utilizarem ferramentas disponíveis na própria contabilidade, como os índices de
liquidez tradicionais e o termômetro de Kanitz, que são ferramentas fidedignas na
busca por coeficientes para revelar a realidade financeira de uma entidade, e, assim,
possibilitar tomada de decisão, auxiliando nos processos financeiros, e evitando uma
possível situação de insolvência.
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Neste sentido, esta pesquisa torna-se viável, pois visa analisar a saúde financeira de
uma empresa de reforma de pneumáticos e revenda de peças para veículos,
avaliando os dados por ela disponibilizados, contribuindo para a formação
acadêmica, experiência dentro da profissão e para a própria empresa objeto desse
estudo, gerando análise reflexiva sobre a suficiência ou não das ferramentas
analisadas.
1.6. DELIMITAÇÃO DA PESQUISA
A delimitação da pesquisa mostra ao leitor qual assunto será abordado, descartando
outro assunto que também seja semelhante, ou seja, explicará o que ficará dentro
da pesquisa e o que não fará parte da pesquisa. “A Partir da Delimitação, o
investigador poderá dar enfoque necessário ao que realmente lhe interessa”.
(Nunes, 2000, p. 8)
Dessa forma, esta pesquisa está delimitada no estudo de caso da empresa Roda
Bem Comércio e Serviços Ltda., uma média empresa do setor de recauchutagem,
que atua nesse mercado com os seguintes objetivos sociais: reforma de
pneumáticos usados, serviços de alinhamento e balanceamento de veículos
automotores, serviços de borracharia, revenda de peças e acessórios novos e
usados para veículos.
Importante destacar que a pesquisa é focada e permeia as informações contábeis e
financeiras da empresa dos exercícios de 2008, 2009, 2010 e 2011, dos quais serão
coletados os dados para análise e interpretação, por meio dos índices de liquidez
tradicionais e do modelo de Kanitz, sendo desconsiderados outros métodos que
permitam o alcance das mesmas informações gerenciais de análise de
demonstrações, ainda que sejam relevantes para a identificação do fator de
insolvência desta entidade.
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2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1. CONTABILIDADE
De Acordo com Franco (1997), a Contabilidade é a ciência que estuda e controla o
patrimônio, evidenciando suas variações, estabelecendo normas para a
interpretação das análises e auditagem, tendo como objetivo a representação
gráfica, servindo como instrumento básico para tomada de decisões.
Por sua vez, Marion (1998), define contabilidade como o instrumento que fornece o
máximo de informações úteis para a tomada de decisões dentro e fora da empresa.
Já na visão de Hoss et al. (2006), apud Sottili e Maboni (2009), a contabilidade
surgiu da necessidade humana de controlar suas riquezas, ou seja, de saber sobre o
seu patrimônio. Desse modo, conhecer a real situação patrimonial de uma entidade
é essencial para evitar que futuramente a empresa possa entrar em
descontinuidade.
Na concepção de Parada (2004), apud Rezende, Souza, Barbosa e Vasconcelos
(2011), os usuários, são pessoas físicas ou jurídicas que se utilizam da contabilidade
buscando respostas nos instrumentos contábeis, pois se interessam pela situação
da empresa. Muitos desses usuários acreditam que a riqueza de uma empresa é
medida apenas por seus bens e direitos, no entanto, suas obrigações também
compõem este quadro, e essa realidade será demonstrada através dos relatórios
fornecidos pela contabilidade.
Greco et al. (2009) esclarecem que a contabilidade tem como essência, tanto da
doutrina como da teoria contábil, os princípios, convenções e normas de
contabilidade. Estes permitem a padronização e interpretação das demonstrações
contábeis.
As informações Contábeis deverão ser desenvolvidas conforme as Normas
Brasileiras de Contabilidade (NBC), que estão presentes na resolução do Conselho
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Federal de Contabilidade nº. 1.282/2010, que dispõe sobre os princípios da
contabilidade. Em conformidade, Franco (1997), evidencia que, “os princípios
contábeis servem de parâmetros para o registro de fatos e elaboração das
demonstrações contábeis”.
Entre esses princípios contábeis, cabe destacar o Princípio Contábil da
Continuidade, no qual a Resolução do Conselho Federal de Contabilidade nº.
1.282/2010 estabelece, no art. 5º, que “a continuidade ou não da entidade, bem
como sua vida definida ou provável, devem ser consideradas quando da
classificação e avaliação das mutações patrimoniais, quantitativas e qualitativas”.
2.2. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
As demonstrações contábeis são relatórios extraídos da contabilidade após o
registro de todos os fatos contábeis ocorridos nas entidades em um determinado
período ou no final do exercício social, que conforme a Lei 6.404/1976, art. 175,
parágrafo único, terá duração de um ano, podendo esta ser diversificada em casos
específicos de constituição ou modificação estatutária.
De acordo com Greco et. al. (2009), os dispositivos legais das demonstrações
contábeis são normatizados, primeiramente, pela lei nº 6.404 de 15/12/1976,
alterada pelas leis nº 11.638 de 28/12/2007 e lei nº 11.941 de 27/05/2009, sendo
estas objetivando a convergência da contabilidade brasileira à contabilidade
internacional. Eles salientam, baseados no art. 176, que ao fim de cada exercício
social as entidades deverão apresentar, obrigatoriamente, as demonstrações
contábeis contendo o conjunto das informações verídicas e claras do patrimônio da
empresa, assim como as mutações ocorridas no exercício.
Conforme disponibilizado no site do CFC – Conselho Federal de Contabilidade
(www.cfc.org.br), foi considerando a mobilização internacional à padronização das
normas contábeis que, em 7 outubro de 2005 divulgou-se a Resolução CFC n°
1.055/05, criando então o Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC, que tem
por objetivo:
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[...] o estudo, o preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações dessa natureza, para permitir a emissão de normas pela entidade reguladora brasileira, visando à centralização e uniformização do seu processo de produção, levando sempre em conta a convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais. (RESOLUÇÃO CFC N° 1.055/05, Art. 3°)
Dessa forma, as normas contábeis são interpretadas e orientadas pelo Comitê de
Pronunciamentos Contábeis (CPC), que tende emitir pareceres técnicos acerca de
procedimentos contábeis visando à internacionalização das demonstrações
contábeis.
2.2.1. Balanço Patrimonial
Na visão de Marion (1998) o Balanço Patrimonial evidencia a situação patrimonial da
empresa. Esta mensuração é dada através da análise comparativa entre o ativo e o
passivo que, de uma forma mais ampla, formam o conjunto de Bens, Direitos e
Obrigações da empresa, configurando o curto prazo e o longo prazo do Balanço
Patrimonial.
O Balanço Patrimonial é representado de acordo com o quadro a seguir:
BENS
DIREITOS
OBRIGAÇÕES
Quadro 1: Balanço Patrimonial Fonte: Iudícibus et al (1998, p.31)
2.2.1.1. Ativo
No Ativo Circulante são classificados os bens e os direitos das empresas,
conhecidos como disponibilidades. Estes são realizáveis até o término do exercício
seguinte, dentre eles as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte.
24
O Ativo não circulante relaciona os investimentos, assim como atividades que não
correspondem ao negócio usual da empresa: vendas, empréstimos e adiantamentos
a coligadas ou controladas à longo prazo, isto é, no exercício subseqüente ao
exercício social.
2.2.1.2. Passivo
O Passivo Circulante é composto de obrigações vencíveis até o final do exercício
seguinte, sendo esta obrigação de qualquer natureza financeira.
O Exigível a longo prazo são as obrigações que têm seus vencimentos superiores
ao ciclo operacional, ou seja, ao exercício social.
2.2.1.3. Patrimônio Líquido
O Patrimônio Líquido é formado pelo capital investido pelos sócios na abertura da
empresa, assim como toda integralização de capital, e as reservas oriundas do lucro
acumulado dos exercícios anteriores da entidade.
2.2.1.4. Alterações Impostas pelas Leis 11.638/2007 e 11.941/2009
A contabilidade brasileira foi impactada com as alterações realizadas primeiramente
pela lei 11.638 em 2007 e depois pela lei 11.941 em 2009. As alterações impostas
pela lei 11.638/2007 vieram harmonizar as demonstrações contábeis no Brasil com o
IASB - International Accounting Standard Board. Desta forma, a contabilidade
brasileira fica harmonizada com o mundo, padronizando as demonstrações
contábeis tornando possível a compreensão das demonstrações em todo o mundo,
ou seja, a linguagem contábil será uma só em todos os lugares, trazendo mais
segurança e transparência às informações contábeis.
O quadro a seguir demonstra as alterações ocorridas no Balanço Patrimonial, regido
pela Lei 6.404/1976, que sofreu alterações tanto pela Lei 11.638/2007, quanto pela
Lei 11.941/2009:
25
ANTES ANTES DEPOIS
Balanço Patrimonial De Acordo com a Lei 6.404/76
Balanço Patrimonial De Acordo com a Lei 6.404/76
após Lei 11.638/07
Balanço Patrimonial De Acordo com a Lei 6.404/76 e
Lei 11.638/07 após Lei 11.941/09
Ativo Ativo Circulante Ativo Realizável à Longo Prazo Ativo Permanente Investimentos Imobilizado Diferido Passivo Passivo Circulante Passivo Exigível à Longo Prazo Resultados de Exercícios Futuros Patrimônio Líquido Capital Social Reservas de Capital Reservas de Reavaliação Reservas de Lucros Lucros ou Prejuízos Acumulados
Ativo Ativo Circulante Ativo Realizável à Longo Prazo Ativo Permanente Investimentos Imobilizado Intangível Diferido Passivo Passivo Circulante Passivo Exigível à Longo Prazo Resultados de Exercícios Futuros Patrimônio Líquido Capital Social Reservas de Capital Ajustes de Avaliação Patrimonial Reservas de Lucros Ações em Tesouraria Prejuízos Acumulados
Ativo Ativo Circulante Ativo Não Circulante Realizável à Longo Prazo Investimentos Imobilizado Intangível Passivo Passivo Circulante Passivo Não Circulante Exigível à Longo Prazo Patrimônio Líquido Capital Social Reservas de Capital Ajustes de Avaliação Patrimonial Reservas de Lucros Ações em Tesouraria Prejuízos Acumulados
Quadro 2: Balanço Patrimonial Alterado Pelas Leis 11.638/07 e 11.941/09 Fonte: REVISTA CONTÁBIL E EMPRESARIAL Autor: SÉRGIO BISPO DE OLIVEIRA (2010)
26
2.2.2. Demonstração do Resultado do Exercício
A DRE, Demonstração do Resultado do Exercício, é a simplificação das operações
realizadas na empresa. Nesta demonstração são expostas as receitas, os custos e
as despesas de uma forma vertical, por meio do qual se demonstrará o resultado
obtido pela empresa, ou seja, se a empresa obteve lucro ou prejuízo, sendo
organizada da seguinte forma:
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
Receita das Vendas (-) IPI Faturado Receita da Prestação de Serviços RECEITA OPERACIONAL BRUTA (-) Devolução de vendas (-) Abatimentos sobre Vendas (-) Descontos Comerciais (Incondicionais) (-) Impostos sobre Vendas RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA (-) Custos dos Produtos Vendidos (-) Custos das Mercadorias Vendidas (-) Custos dos Serviços Prestados LUCRO (PREJUÍZO) OPERACIONAL BRUTO (-) Despesas com Vendas (-) Despesas Financeiras (+) Receitas Financeiras (-) Despesas Administrativas (-) Outras Despesas Operacionais (+) Outras Receitas Operacionais LUCRO (PREJUÍZO) OPERACIONAL LÍQUIDO (+) ou (-) Ganhos ou Perdas de Capital RESULTADO DO EXERCÍCIO ANTES DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL (-) Contribuição Social sobre o Lucro RESULTADO DO EXERCÍO ANTES DO IR (-) Provisão para Imposto de Renda RESULTADO DO EXERCÍCIO APÓS IR (-) Participações sobre o Lucro LUCRO (PREJUÍZO) LÍQUIDO DO EXERCÍCIO Quadro 3: Demonstração do Resultado do Exercício Fonte: GRECO et. al. (2009, p. 113)
2.3. SITUAÇÃO FINANCEIRA
Em conformidade com Braga (2003), no ativo são evidenciados todos os recursos
disponíveis da empresa, assim como os investimentos realizados, já no passivo
estão evidenciadas as origens de recursos, que podem ser de capital próprio ou
também de terceiros.
27
Desta forma, pode-se definir que o ativo é igual ao passivo mais Patrimônio Líquido
(PL), que, na definição de Braga (2003), resulta na situação líquida da empresa,
definindo, assim, a força financeira para manter-se e gerar lucro.
Conforme salienta Braga (2003), a empresa só poderá quitar todas as suas
obrigações junto a terceiros se o resultado comparativo entre o ativo circulante e o
passivo circulante resultasse em bens e direitos maiores que as obrigações. Nesse
sentido, a situação financeira seria positiva, pois o ativo seria maior que o passivo.
PASSIVO
ATIVO
PL
Quadro 4: Situação Financeira Positiva Fonte: Iudícibus et al (1998, p.31)
A situação financeira da empresa é nula quando a mensuração do ativo for igual a
do passivo, deste modo os bens e direitos da empresa seriam iguais às suas
obrigações, e a empresa não teria lucro.
ATIVO PASSIVO
Quadro 5: Situação Financeira Nula Fonte: Iudícibus et al (1998, p.31)
Dentro desse contexto, pode-se concluir que, conforme Braga (2003), a empresa
também poderá apresentar uma situação líquida negativa, haja vista que o ativo
circulante não teve disponibilidades suficientes para quitar as obrigações da
empresa. Nesta situação o ativo circulante é menor que o passivo circulante,
28
acarretando um possível prejuízo.
ATIVO
PASSIVO A
DESCOBERTO
PASSIVO
Quadro 6: Situação Financeira Negativa Fonte: Iudícibus et al (1998, p.31)
De acordo com Ribeiro (2004), o retorno líquido financeiro de uma empresa é a
capacidade que uma determinada empresa tem para saldar as obrigações, e a
capacidade econômica é o retorno de lucro que os investidores realizam através do
Capital aplicado em uma determinada empresa.
2.4. ÍNDICES DE LIQUIDEZ TRADICIONAL
Um dos principais instrumentos utilizados pelos contadores para avaliar a situação
financeira das empresas e a sua continuidade são os índices de liquidez tradicionais.
Brigham e Houston (1999) definiram que os índices de liquidez evidenciam
quocientes entre os ativos circulantes e os passivos circulantes.
Estes índices fornecem quocientes através de informações quantitativas retiradas
dos demonstrativos contábeis, sendo definidos por Marion (2007, p. 83) da seguinte
forma, “os Índices de Liquidez são utilizados para avaliar a capacidade de
pagamento, isto é, constituem uma apreciação sobre se a empresa tem capacidade
para saldar seus compromissos”.
Conforme discriminado por Silva (2007), os índices de liquidez mostram a
capacidade da empresa de quitar suas obrigações em curto prazo, demonstrando o
relacionamento entre as contas do Balanço Patrimonial.
29
2.4.1. Liquidez Corrente (LC)
Na opinião de Braga (2003), este quociente é determinado pelas disponibilidades
que a empresa tem para pagar suas dívidas em curto prazo, este índice não pode
ser inferior a 1,00. Seguindo tal princípio, poderíamos dizer que, quanto maior o
índice, melhor seria a situação financeira da empresa.
Ativo Circulante LC =
Passivo Circulante
2.4.2. Liquidez Seca (LS)
O índice de liquidez seca, na visão de Braga (2003), é a mensuração cautelosa da
força financeira da empresa sem a utilização da venda de seus estoques para quitar
suas dívidas.
Cabe salientar a visão de Marion (2010), o índice de liquidez seca “é um índice
bastante conservador para que possamos apreciar a situação financeira da
empresa”, afirmando que, “o banqueiro gosta muito desse índice, porque elimina os
estoques. O estoque é o item mais manipulável no balanço”.
Ativo Circulante - Estoques LS =
Passivo Circulante
2.4.3. Liquidez Imediata (LI)
De acordo com Silva (2007), o índice de liquidez imediata considera as contas de
caixa, saldo de banco e as aplicações financeiras, demonstrando o quanto de
dinheiro a empresa tem de imediato para honrar compromissos de curto prazo,
sendo imprescindível que este índice seja o menor possível, tornando-o contrário
aos demais índices, que serão convenientes quando forem mais elevados, o que
não seria interessante para o índice de liquidez imediata, pois se este índice estiver
elevado, os recursos do disponível estariam ociosos.
30
Disponibilidades LI =
Passivo Circulante
2.4.4. Liquidez Geral (LG)
Para Braga (2003), o índice de liquidez geral é a capacidade financeira de uma
determinada empresa em saldar todas as suas obrigações junto a terceiros, tanto no
curto quanto no longo prazo. No entanto, para que este índice esteja com
capacidade financeira adequada, é necessário que esteja acima de 1,00.
Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo LG =
Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo
2.5. ÍNDICE DE ENDIVIDAMENTO
2.5.1. Grau de Endividamento (GE)
Conforme Braga (2003), “esses quocientes servem para indicar o grau de utilização
dos capitais obtidos pela empresa”, ainda salienta, “praticamente, o uso de um deles
elimina a necessidade de se recorrer ao outro”.
Passivo Circulante + Passivo Exigível a Longo Prazo GE =
Ativo Total
2.6. RETORNO SOBRE CAPITAL PRÓPRIO
2.6.1. Retorno sobre Patrimônio Líquido (RPL)
Conforme Ribeiro (2004), o retorno sobre Patrimônio Líquido é o “poder de ganho
dos proprietários”, ainda salienta, “mostrando o quanto a empresa ganhou de lucro
líquido para cada real de Capital Próprio investido”.
31
Lucro Líquido do Exercício RPL =
Patrimônio Líquido
2.7. O TERMÔMETRO DE KANITZ
O termômetro de Kanitz foi desenvolvido pelo Professor Stephen Charles Kanitz
através de uma análise discriminante, criando uma escala com base em índices
compostos de liquidez elaborando um instrumento para prever o grau de
possibilidade de falência das empresas. Para tanto, foram analisadas
aproximadamente 5.000 demonstrações contábeis de empresas brasileiras. (Kanitz,
1978, apud Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE,
2005).
Em suma o termômetro de Kanitz é uma das ferramentas utilizadas para medir a
capacidade de falência de uma entidade, assim como os índices de liquidez citados
anteriormente, cabendo a percepção do analista o método que contêm melhor
informação sobre uma potencial insolvência.
De acordo com Braga (2003, p. 172), “o professor (e contador) Stephen Charles
Kanitz desenvolveu um modelo de análise para determinar previamente, com
satisfatória margem de segurança, o grau de insolvência das empresas”, criando
uma espécie de termômetro financeiro.
Segundo Marion (1998), o Prof. Stephen C. Kanitz utilizou índices financeiros
através de método estatístico, criando um termômetro com a função de medir a
capacidade financeira de empresas falidas, resultando em um método que prevê
falência das empresas.
No estudo, Kanitz (1978), apud Callado (2003), analisou em torno de 5.000
demonstrações contábeis, apurando sua amostra para 21 empresas falidas entre
1972 e 1974, as quais foram escolhidas aleatoriamente.
32
Na concepção de Braga (2003), o termômetro de Kanitz é desdobrado em duas
partes. Na primeira parte, encontra-se o Fator de Insolvência da empresa a ser
analisada, “decorrente de uma ponderação estatística de cinco índices”.
Kassai e Kassai (1998), apud Andrade (2004), ressaltam que “os coeficientes
atribuídos a cada indicador são resultado do tratamento estatístico dado pelo autor e
não foram revelados em seu artigo”.
Portanto até o momento não foi identificada a fórmula utilizada pelo professor Kanitz
para identificar o fator de insolvência da empresa na primeira parte, sendo afirmado
também por Marion (1998), “a fórmula do Fator de Insolvência, não tendo sido
explicado pelo referido professor como se chegou a ela, é a seguinte”:
Lucro Líquido LL X1 =
Patrimônio Líquido =
PL x 0,05
AC + RLP X2 = Liquidez Geral =
PC + ELP x 1,65
AC – E X3 = Liquidez Seca =
PC x 3,55
AC X4 = Liquidez Corrente =
PC x 1,06
Exigível Total CT
X5 = Patrimônio Líquido
= PL
x 0,33
Fator de Insolvência = X1 + X2 + X3 – X4 – X5
Figura 1: Fator de Insolvência Fonte: Marion (1998, p. 476)
Em conformidade com Braga (2003), “na segunda parte após a aplicação dos
índices, é analisado em qual intervalo enquadra-se o Fator de Insolvência no
termômetro de Kanitz, de acordo com as três seguintes configurações”:
Área de solvência – enquadram-se nessa área as empresas que apresentam fator
de insolvência maior que zero, sendo aquelas com menores riscos de quebra. A
probabilidade de insolvência diminui à medida que o fator de insolvência se eleva.
Área de penumbra – empresas que apresentam fator de insolvência entre zero e –3,
33
encontram-se em uma situação perigosa, e merecem atenção especial.
Área de insolvência – as empresas que apresentam fator menor que –3, são as que
têm maiores probabilidades de falência, sendo que as possibilidades aumentam à
medida que o fator diminui.
Figura 2: Termômetro De Kanitz Autor: Fallman (2003) O termômetro de Kanitz determina a saúde financeira de uma empresa através da
conjunção de índices. “Empresas com índice acima de 3,5 estão bem. Empresas
com índice abaixo de -1 estão mal – superam somente 2,0% das empresas e
poderão falir se a situação piorar. A média brasileira é de 3,5”, (BRAGA 2003 p.
172).
34
3. ESTUDO DE CASO
A empresa, objeto deste estudo de caso, teve sua razão social alterada para
preservar o anonimato da organização. Neste sentido, adotou-se o nome
empresarial fictício de Roda Bem Comércio e Serviços Ltda., que representará,
assim, aquela organização, que é tributada pelo regime de lucro real, e tem por
objetos sociais: a reforma de pneumáticos usados, serviços de alinhamento e
balanceamento de veículos automotores, serviços de borracharia, comércio de
peças e acessórios novos e usados para veículos, assim como, motocicletas e
motonetas.
Sua missão é ser uma organização, que, ao prestar serviços, busque ser referencial
no setor de recauchutagem de pneus, contribuindo para o bem estar e segurança,
tanto dos clientes internos, como externos, e da comunidade em seu entorno, bem
como, do meio ambiente.
Iniciou suas atividades com uma oficina de estrutura pequena, controlada pelo
gestor e mais um borracheiro. Ao longo do tempo esta simples oficina cresceu e foi
para outra localidade. Nesta oportunidade, sua estrutura física era de 250m²,
contando com instalações maiores e melhores para atender aos clientes.
Em seguida foram adquiridas as primeiras máquinas para recauchutagem de pneus,
fazendo com que esta oficina também ficasse com pouco espaço físico para a nova
demanda promovida pelo investimento. Com isso o empreendedor observou a
necessidade de aumentar a estrutura física da empresa para atender ainda melhor
aos clientes. Assim a empresa foi transferida para outra localidade e, desta vez, a
empresa ganhou uma estrutura física de 3500m² de área construída, e 6000m² de
área livre.
É notório que este gestor tem espírito empreendedor, pois conseguiu transformar
uma pequena oficina em um parque industrial. Porém, com o crescimento da
empresa, e falta de conhecimento e controle financeiro, este empreendedor assumiu
um investimento de alto risco para esta entidade.
35
Para expandir as atividades desenvolvidas, o gestor começou a comprar matérias-
primas, agregando um centro de custo de produção na atividade fim da empresa. Ao
comprar matéria-prima, pagava em quatro vezes, e vendia sua produção para
receber em dez vezes. Dessa forma, a empresa não conseguia quitar as obrigações
com os fornecedores no prazo, criando uma “bola de neve”, pois seu passivo
aumentou, e o ativo não aumentava proporcionalmente, cabendo-lhe contrair
empréstimos cada vez maiores, e pagar juros na mesma proporção.
Pode-se dizer que com uma simples realocação na quantidade de parcelas de
pagamento e de recebimento, o gestor teria a rentabilidade que almejava. No
entanto, o que conseguiu foi o inverso, apenas baixou a liquidez da empresa.
Esse empreendedor necessitava das informações contábeis para conseguir
visualizar o que estava acontecendo com esta empresa, pois antes ele lidava com
certa quantia monetária, e agora a quantia havia triplicado. E, pensando estar com
folga financeira, desconhecia o tamanho das despesas que esta nova fase de
desenvolvimento trazia para essa empresa.
3.1. BALANÇO PATRIMONIAL
Período: Janeiro a Dezembro de 2011 2010 2009 2008
A T I V O 1.299.860,27 1.090.533,59 1.480.987,39 1.386.032,06
CIRCULANTE 653.728,88 612.076,46 940.275,74 845.054,20
DISPONIVEL (40.754,36) 41,44 52.316,48 256,795.08
CLIENTES 95.364,02 217.904,33 157.760,70 235.334,12
ESTOQUES 566.794,13 358.902,71 539.510,86 330.740,31
CRÉDITOS DIVERSOS 29.454,83 23.787,68 183.539,20 19.183,55
DESPESAS DO EXERCÍCIO SEGUINTE 2.870,26 11.440,30 7.148,50 3.001,14
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 0,00 52.997,15 41.935,75 53.765,47
CONSÓRCIOS 0,00 52.997,15 41.935,75 53.765,47
NÃO CIRCULANTE 646.131,39 425.459,98 498.775,90 487.212,39
INVESTIMENTOS 405,00 405,00 405,00 405,00
IMOBILIZADO 645.726,39 425.054,98 498.370,90 486.807,39
P A S S I V O 1.299.860,27 1.090.533,59 1.480.987,39 1.386.032,06
CIRCULANTE 1.811.180,20 1.612.027,13 1.697.023,92 877.970,86
FORNECEDORES 650.726,38 504.866,55 294.111,52 491.436,38
OBRIGAÇÕES TRABALHISTAS 28.925,63 17.011,45 10.915,85 5.746,16
OBRIGAÇÕES SOCIAIS 22.104,76 25.431,54 9.572,82 16.065,03
OBRIGAÇOES FISCAIS 4.993,22 8.158,11 4.423,05 16.646,72
EMPRÉSTIMOS / FINANCIAMENTOS 1.093.603,26 1.043.616,48 1.365.674,46 337.385,78
OUTRAS OBRIGAÇÕES 10.826,95 12.943,00 12.326,22 10.690,79
PATRIMÔNIO LÍQUIDO (511.319,93) (521.493,54) (216.036.53) 508.061,20
CAPITAL 50.000,00 50.000,00 50.000,00 50.000,00
LUCROS / PREJUÍZOS (561.319,93) (571.493,54) (266.036,53) 458.061,20
Tabela 1: Balanço Patrimonial Fonte: Empresa Roda Bem Comércio e Serviços Ltda.
36
3.2. DEMOSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCICIO
Período: Janeiro a Dezembro de 2011 2010 2009 2008
RECEITA BRUTA OPERACIONAL 3.880.978,46 4.964.855,28 2.871.648,58 2.520.831,91
VENDAS DE PRODUTOS 28.686,40 226.975,07 0,00 0,00
VEMDAS DE MERCADORIAS 1.689.350,98 3.169.219,05 1.756.338,99 975.709,41
VENDAS DE SERVIÇOS 2.162.941,08 1.568.661,16 1.115.309,59 1.545.122,50
DEDUÇÕES S/ RECEITA (279.284,53) (322.922,48) (329.852,53) (405.108,29)
VENDAS CANCELADAS (4.470,40) (21.736,10) (16.028,28) (1.158,00)
ICMS (4.721,52) (70.146,94) (113.632,56) (148.494,94)
COFINS (166.201,66) (150.555,01) (136.996,78) (175.184,17)
PIS (36.083,27) (32.686,28) (29.742,74) (38.033,45)
ISS (67.807,68) (47.798,15) (33.452,17) (42.237,73)
RECEITA LÍQUIDA OPERACIONAL 3.601.693,93 4.641.932,80 2.541.796,05 2.115.723,62
CUSTO DAS VENDAS (2.216.291,09) (3.460.606,85) (2.955.735,18) (1.646.936,63)
DOS PRODUTOS VENDIDOS (211.480,63) (554.600,51) 0,00 0,00
DAS MERCADORIAS VENDIDAS (1.221.034,91) (2.282.595,31) (1.888.825,04) (1.225.766,07)
DOS SERVIÇOS VENDIDOS (783.775,55) (623.411,03) (1.066.910,14) (421.170,56)
RESULTADO BRUTO 1.385.402,84 1.181.325,95 (413.939,13) 468.786,99
DESPESAS / RECEITAS OPERACIONAIS (1.175.685,79) (1.0507.49,77) (139.714,29) (341.274,24)
RESULTADO OPERACIONAL 209.717,05 130.576,18 (553.653,42) 127.512,75
DESPESAS / RECEITAS FINANCEIRAS (465.013,19) (395.460,73) (169.724,93) (118.205,00)
DESPESAS FINANCEIRAS (470.838,25) (414.577,63) (196.626,20) (119.945,23)
RECEITAS FINANCEIRAS 5.825,06 19.116,90 26.901,27 1.740,23
OUTRAS RECEITAS / DESPESAS 34.328,04 (30.954,68) (719,38) (1.142,66)
DESPESAS NÃO OPERACIONAIS (1.261,22) (30.954,68) (719,38) (1.142,66)
RECEITAS NÃO OPERACIONAIS 35.589,26 0,00 0,00 0,00
RESULTADO ANTES DAS PROVISÕES (220.968,10) (295.839,23) (724.097,73) 8.165,09
PROVISÃO P/ CONTRIBUIÇÃO SOCIAL (716,78) (3.606,67) 0,00 (5.423,39)
PROVISÃO P/ IMPOSTO DE RENDA (1.194,63) (6.011,11) 0,00 (9.039,00)
R E S U L T A D O L Í Q U I D O (222.879,51) (305.457,01) (724.097,73) (6.297,30)
Tabela 2: Demonstração do Resultado do Exercício Fonte: Empresa Roda Bem Comércio e Serviços Ltda.
37
3.3. ANÁLISE DOS ÍNDICES DE LIQUIDEZ TRADICIONAIS
3.3.1. Liquidez Corrente
2008 2009
845.054,20 940.275,74 LC =
877.970,86 0,96
LC =
1.697.023,92 0,55
No período analisado, a empresa possuía 96%, 55%, 38% e 36%, respectivamente,
de disponibilidades conversíveis em moeda para cada R$ 100,00 de dívida. A
empresa baixou o percentual consideravelmente, necessitado de extrema atenção,
pois não há recursos para cobrir suas obrigações de curto prazo.
3.3.2. Liquidez Seca
2008 2009
514.313,89 400.764,88 LS =
877.970,86 0,59
LS =
1.697.023,92 0,24
Conforme a análise, a empresa apresentou os seguintes percentuais: 59%, 24%,
16% e 5% para cada R$ 100,00 de dívidas. Pode-se concluir que, a partir de 2008,
excluindo-se o valor do estoque da parcela de recursos disponíveis, a empresa não
teria recursos para quitar suas obrigações de curto prazo, e passaria por situação
difícil, caso as vendas caíssem drasticamente.
2010 2011
612.076,46 653.728,88 LC =
1.612.027,13 0,38
LC =
1.811.180,20 0,36
2010 2011
253.173,75 86.934,75 LS =
1.612.027,13 0,16
LS =
1.811.180,20 0,05
38
Embora o índice de liquidez seca baixo não seja sintoma de situação financeira
apertada, revela que praticamente todos os recursos do ativo circulante estão
investidos em estoques, comprometendo o capital de giro da organização.
3.3.3. Liquidez Imediata
2008 2009
256.795,08 52.316,48 LI =
877.970,86 0,29
LI =
1.697.023,92 0,03
Este índice não é muito significativo, pois não leva em consideração os direitos a
receber, e inclui obrigações que vencem nas datas mais variadas possíveis. No
entanto, este quociente é a comparação entre o disponível e o passivo circulante,
indicando o percentual das obrigações que a empresa pode liquidar imediatamente.
E, no caso desta empresa, está muito baixo, chegado a zerar em 2010 e passando a
ser negativo em 2011, revelando estar credora junto aos bancos. Desta forma, a
situação está muito ruim se analisarmos apenas este índice, sendo necessário
compará-lo com outros para uma análise mais concreta.
3.3.4. Liquidez Geral
2008 2009
898.819,67 982.211,49 LG =
877970,86 1,02
LG =
1.697.023,92 0,58
2010 2011
41,44 - 40.754,36 LI =
1.612.027,13 0,00
LI =
1.811.180,20 - 0,02
2010 2011
665.073,61 653.728,88 LG =
1.612.027,13 0,41
LG =
1.811.180,20 0,36
39
A interpretação dos índices de liquidez geral dos anos analisados é a seguinte: para
cada R$ 1,00 de dívida de curto e longo prazo, há R$ 1,02, R$ 0,58, R$ 0,41 e R$
0,36, respectivamente, para quitar a totalidade de suas obrigações.
Como os demais, o índice de liquidez geral não deve ser analisado isoladamente.
No entanto, quanto menor estiver este índice, pior será para a empresa. Dessa
forma, o indicador analisado mostra que o exercício de 2008 foi o último a mostrar
um indicador acima de R$ 1,00, e a partir de 2009 esteve abaixo de R$ 0,60, caindo
sistematicamente ano após ano, indicando que a empresa não está conseguindo
quitar com folga suas obrigações, tanto de curto, quanto de longo prazos,
acarretando um significativo prejuízo para a empresa, pois está se mantendo com
capital de terceiros.
3.3.5. Grau de Endividamento
2008 2009
877.970,86 1.697.023,92 GE =
1.386.032,06 0,63
GE =
1.529.414,48 1,11
Conforme demonstrado, a empresa está dependente de recursos de terceiros para
se manter. Essa realidade é nitidamente evidenciada pelo índice de endividamento,
pois está consistente e acentuadamente maior que R$ 1,00, e quanto maior for este
índice pior é para a empresa, pois resulta em menor índice de liquidez, trazendo
risco financeiro.
Desta forma, pode-se dizer que a empresa obteve para cada R$ 100,00 de capital
próprio, R$ 63,00 de capital de terceiros em 2008, R$ 111,00 de capital de terceiros
em 2009, R$ 142,00 de capital de terceiros em 2010 e R$ 139,00 de capital de
terceiros em 2011, revelando um endividamento ascendente, e uma situação
financeira ruim, sendo um típico sintoma de empresas que estão caminhando para a
falência.
2010 2011
1.612.027,13 1.811.180,20 GE =
1.137.006,64 1,42
GE =
1.299.860,27 1,39
40
3.3.6. Rentabilidade do Patrimônio Líquido
2008 2009
- 6.297,30 - 724.097,73 RPL =
508061,20 - 0,01
RPL =
- 216.036,53 3,35
O índice de Rentabilidade do Patrimônio Líquido expressa quanto uma empresa
obteve de retorno para cada R$ 1,00 de Capital Próprio investido. Nesse sentido,
verificou-se que não houve retorno sobre o Patrimônio Líquido nos anos analisados,
pois, contrariamente ao desejado, o patrimônio da organização diminuiu em escala,
não proporcionando aos sócios o retorno pelo investimento realizado.
Importante esclarecer que, ao contrário do que se esperava, os índices de 2009 a
2011, que deveriam ser negativos, revelando a ausência de rentabilidade, tornaram-
se positivos com a aplicação da regra matemática, já que numerador e denominador
negativos resultam em resultado positivo. Desta forma, este índice não demonstrou
corretamente a realidade da empresa analisada, sendo inviável a utilização do
mesmo para uma análise financeira.
3.3.7. Análise Geral
Os índices de liquidez tradicionais possuem características e particularidades
diferentes, fornecendo informações variadas sobre a situação financeira de uma
empresa, não devendo ser analisados isoladamente, para que não sejam
interpretados de forma errônea.
Para a análise, foram utilizados os índices de liquidez tradicionais, uma das
ferramentas da contabilidade gerencial para tomadas de decisão, tomando como
base os dados extraídos das demonstrações econômico-financeiras da empresa
Roda Bem Comércio e Serviços Ltda., dos períodos compreendidos entre 2008 a
2011.
2010 2011
- 305.457,01 - 222.879,51 RPL =
- 521.493,54 0,59
RPL =
- 511.319,93 0,44
41
Os índices foram devidamente analisados, concluindo-se que em nenhum dos
períodos analisados a empresa conseguiu quitar suas obrigações de curto e longo
prazos, fazendo com que recorresse ao capital de terceiros para arcar com suas
obrigações, acarretando ausência de retorno sobre o capital próprio no decorrer dos
exercícios sociais, o que pode ser visualizado no gráfico 1.
Gráfico 1: Progressão dos Índices de Liquidez Tradicionais
0,05
0,360,38
0,55
0,96
0,16
0,24
0,59
-0,020
0,03
0,29
0,360,41
0,58
1,02
1,391,42
1,11
0,63
-0,2
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
1,6
2008 2009 2010 2011
LC
LS
LI
LG
GE
Importante salientar que, de acordo com os dados analisados, a empresa tem
caminhado a passos largos para a insolvência, pois a baixa liquidez é um dos
primeiros sintomas de que a empresa não está bem financeiramente. E, como seus
quocientes de liquidez têm decaído significativamente no decorrer dos períodos
analisados, a empresa poderá ter seu patrimônio corroído, podendo levá-la ao
fracasso da falência.
3.4. ANÁLISE DO TERMÔMETRO DE KANITZ
Para a análise do modelo de Kanitz, foi obtido o fator de insolvência a partir das
informações extraídas das demonstrações contábeis da empresa estudada, que
determinou a tendência desta empresa falir ou não.
Cabe salientar que Kanitz não explicou como chegou à formula de cálculo, dizendo
tratar-se de um ferramental estatístico, e ainda criou uma escala chamada de
Termômetro de Insolvência, que será utilizada para indicar qual a situação financeira
42
da empresa, podendo ser classificadas como: solvência, se a empresa apresentar
valor positivo acima de zero; penumbra, se o valor estiver negativo entre 0 e -3; e
insolvente, caso a empresa apresente valor negativo abaixo de -3.
3.4.1. Identificação do Fator de Insolvência em 2008
LUCRO LÍQUIDO X1 =
PATRIMONIO LÍQUIDO = -0,01
ATIVO CIRCULANTE + REALIZÁVEL A LONGO PRAZO X2 =
PASSIVO + EXIGÍVEL A LONGO PRAZO = 1,02
ATIVO CIRCULANTE - ESTOQUES X3 =
PASSIVO CIRCULANTE = 0,59
ATIVO CIRCULANTE X4 =
PASSIVO CIRCULANTE = 0,96
PASSIVO CIRCULANTE + EXIGÍVEL A LONGO PRAZO X5 =
PATRIMONIO LÍQUIDO = 1,73
F.I. = 0,05 . (X1) + 1,65 . (X2) + 3,55 . (X3) – 1,06 . (X4) – 0,33 . (X5)
F.I. = 0,05 . (- 0,01) + 1,65 . (1,69) + 3,55 . (0,59) – 1,06 . (0,96) – 0,33 . (1,73)
F.I. = -0,00 + 1,69 + 2,08 - 1,02 - 0,57 = 2,18
Em 2008, o Modelo de Kanitz indicou que a empresa apresenta fator de insolvência
2,18, enquadrando-se como solvente no termômetro.
43
3.4.2. Identificação do Fator de Insolvência em 2009
LUCRO LÍQUIDO X1 =
PATRIMONIO LÍQUIDO = 3,35
ATIVO CIRCULANTE + REALIZÁVEL A LONGO PRAZO X2 =
PASSIVO + EXIGÍVEL A LONGO PRAZO = 0,58
ATIVO CIRCULANTE - ESTOQUES X3 =
PASSIVO CIRCULANTE = 0,24
ATIVO CIRCULANTE X4 =
PASSIVO CIRCULANTE = 0,55
PASSIVO CIRCULANTE + EXIGÍVEL A LONGO PRAZO X5 =
PATRIMONIO LÍQUIDO = -7,86
F.I. = 0,05 . (X1) + 1,65 . (X2) + 3,55 . (X3) – 1,06 . (X4) – 0,33 . (X5)
F.I. = 0,05 . (3,35) + 1,65 . (0,58) + 3,55 . (0,24) – 1,06 . (0,55) – 0,33 . (- 7,86)
F.I. = 0,17 + 0,95 + 0,84 – 0,59 – (- 2,59)
F.I. = 0,17 + 0,95 + 0,85 – 0,59 + 2,59 = 3,97
Em 2008, o Modelo de Kanitz indicou que a empresa apresenta fator de insolvência
3,97, enquadrando-se como solvente.
44
3.4.3. Identificação do Fator de Insolvência em 2010
LUCRO LÍQUIDO X1 =
PATRIMONIO LÍQUIDO = 0,59
ATIVO CIRCULANTE + REALIZÁVEL A LONGO PRAZO X2 =
PASSIVO + EXIGÍVEL A LONGO PRAZO = 0,41
ATIVO CIRCULANTE - ESTOQUES X3 =
PASSIVO CIRCULANTE = 0,16
ATIVO CIRCULANTE X4 =
PASSIVO CIRCULANTE = 0,38
PASSIVO CIRCULANTE + EXIGÍVEL A LONGO PRAZO X5 =
PATRIMONIO LÍQUIDO = -2,18
F.I. = 0,05 . (X1) + 1,65 . (X2) + 3,55 . (X3) – 1,06 . (X4) – 0,33 . (X5)
F.I. = 0,05 . (0,59) + 1,65 . (0,41) + 3,55 . (0,16) – 1,06 . (0,38) – 0,33 . (-2,18)
F.I. = 0,03 + 0,68 + 0,56 – 0,40 – (- 0,72)
F.I. = 0,03 + 0,68 + 0,56 – 0,40 + 0,72 = 1,59
Em 2010, o Modelo de Kanitz indicou que a empresa está solvente, revelando fator
de insolvência 1,59, resultado positivo. Porém, aproximou-se da classificação de
penumbra, pois baixou na escala, aproximando-se de zero.
45
3.4.4. Identificação do Fator de Insolvência em 2011
LUCRO LÍQUIDO X1 =
PATRIMONIO LÍQUIDO = 0,44
ATIVO CIRCULANTE + REALIZÁVEL A LONGO PRAZO X2 =
PASSIVO + EXIGÍVEL A LONGO PRAZO = 0,36
ATIVO CIRCULANTE - ESTOQUES X3 =
PASSIVO CIRCULANTE = 0,05
ATIVO CIRCULANTE X4 =
PASSIVO CIRCULANTE = 0,36
PASSIVO CIRCULANTE + EXIGÍVEL A LONGO PRAZO X5 =
PATRIMONIO LÍQUIDO = -2,54
F.I. = 0,05 . (X1) + 1,65 . (X2) + 3,55 . (X3) – 1,06 . (X4) – 0,33 . (X5)
F.I. = 0,05 . (0,44) + 1,65 . (0,36) + 3,55 . (0,05) – 1,06 . (0,36) – 0,33 . (-2,54)
F.I. = 0,02 + 0,60 + 0,17 – 0,38 – (- 0,84)
F.I. = 0,02 + 0,60 + 0,17 – 0,38 + 0,84 = 1,25
Em 2011, o Modelo de Kanitz indicou que a empresa continua solvente, indicando
um fator de insolvência 1,25, resultado ainda positivo. Entretanto, se comparado aos
exercícios anteriores, este resultado mostra que a empresa baixou ainda mais sua
liquidez, necessitando de atenção para não prosseguir no rumo em que está.
46
3.4.5. Análise Geral
O Termômetro de Insolvência mostra que a Empresa Roda Bem Comércio e
Serviços Ltda. está solvente, apresentando uma ligeira baixa de liquidez nos anos
de 2010 e 2011, conforme o gráfico 2, necessitando de atenção para que este
resultado não chegue a ser menor que zero.
2,18
3,97
1,58
1,25
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
2008 2009 2010 2011
Gráfico 2: Progressão do Modelo de Kanitz
Fator de Insolvência
3.5. ANÁLISE COMPARATIVA
Na busca por alternativas para a tomada de decisões e estratégias que possam
ajudar a empresa na obtenção de ativos, foram desenvolvidos alguns modelos que,
com o auxilio de outras técnicas de análise, tornam-se instrumentos valiosos que
permitem conhecer a situação econômico-financeira das empresas.
Por meio de procedimentos estatísticos, estes modelos têm o objetivo de identificar
o estado de solvência ou de insolvência de uma empresa, tendo como base a
utilização de índices de liquidez que medem a capacidade de uma empresa quitar
suas obrigações financeiras na data de seu vencimento.
Este estudo de caso utilizou como um dos métodos válidos para a tomada de
decisões o termômetro de Kanitz. Este método mostrou que a empresa está
47
totalmente solvente, não necessitando de recursos de terceiros para implementar os
negócios.
Segundo Ferreira (2010), a análise dos índices de liquidez tradicionais é o método
mais usado pelos analistas, tornando-se peça fundamental para quem quer controlar
a situação financeira de uma empresa. Porém, estes índices mostram como a
empresa está atualmente, tomando por base fatos passados, ou seja, depois do
término do exercício, ficando a critério do analista julgar o desempenho da empresa
para manter-se no rumo em que está.
É de suma importância tanto a escolha, como a interpretação correta destes índices,
para que não sejam utilizados indevidamente, podendo haver casos em que um
determinado índice esteja bom para a empresa e outro esteja ruim. Dessa forma, é
necessário determinar os índices corretos e interpretá-los em conjunto, para dar
mais embasamento ao resultado.
Neste estudo de caso, os índices de liquidez tradicionais mostraram que a empresa
está insolvente, determinando uma situação financeira ruim. Caso a empresa entre
em descontinuidade, não conseguiria quitar suas obrigações, pois o passivo está
maior que o ativo. Dessa forma, a empresa está dependendo de capital de terceiros
para conseguir manter-se.
Diante do objetivo geral da pesquisa, avaliar qual método utilizado seria mais
eficiente, para determinar com maior grau de certeza, e em tempo hábil, se a
empresa está solvente ou insolvente, observou-se que a utilização do modelo de
previsão de insolvência, desenvolvido pelo professor Stephen C. Kanitz, não foi
eficiente para avaliar a capacidade de solvência ou de insolvência desta empresa,
pois não determinou com segurança a realidade financeira da mesma. Pois a
empresa apresenta Patrimônio Líquido negativo e Lucro Líquido negativo, o que
alterou o resultado do Modelo de Kanitz pela divergência imperativa da regra
matemática no jogo de sinais, por meio do qual dois sinais iguais tornam o resultado
positivo.
48
Embora seja um método válido e reconhecido por analistas, por projetar a situação
financeira da empresa para o futuro, deixou a desejar no resultado obtido, pois a
empresa apresenta resultado negativo, e não está financeiramente bem como
mostra o resultado deste método, concluindo-se que os índices de liquidez
tradicionais são o método mais eficiente para a empresa objeto de estudo desta
pesquisa.
49
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A insolvência é um drama com a qual as empresas têm se deparado, pois ela pode
surgir de uma dificuldade que a empresa enfrenta em algum momento, e quanto
antes for detectada, maiores são as chances de recuperação.
Mas qual o caminho a ser seguido, para que o administrador encontre respostas e
diminua a probabilidade de falir?
Muitos empreendedores se perguntam como prever uma falência. Talvez, não seja
possível identificar uma insolvência com 100% de certeza. Porém, existem métodos
que ajudam na identificação do fator insolvência com um razoável grau de
segurança, mostrando a real situação financeira em que a empresa se encontra.
De acordo com o estudo realizado na empresa Roda Bem Comércio e Serviços
Ltda., foi demonstrado que a referida empresa de pequeno a médio porte, não têm
acompanhamento gerencial da real situação financeira em que vive. Fazendo-se
comum, entre, empresas de vários setores de atividades, que não utilizam as
informações contábeis como instrumento de análise para saber se a empresa está
solvente, insolvente ou caminhando para uma possível insolvência.
Esta pesquisa procurou responder ao seguinte problema: qual indicador mostraria
com maior eficiência a solvência ou insolvência da empresa Roda Bem
Comércio e Serviços Ltda. dos anos de 2008, 2009, 2010 e 2011?
Neste intuito, o objetivo desta pesquisa foi analisar as demonstrações contábeis
destes períodos, comparando os dois métodos de análise, tais como, os índices de
liquidez tradicionais versus termômetro de Kanitz.
Com a análise dos índices de liquidez tradicionais, esta empresa apresentou em
2008 uma solvência caminhando para uma possível insolvência. Ela conseguiria
quitar suas obrigações de curto prazo, pois estava com folga, mesmo apresentando
prejuízo no final do exercício. Porém nos anos de 2009, 2010 e 2011, esta empresa
50
baixou ainda mais os índices de liquidez tradicionais, o que pode ser interpretado
como um sintoma de que a empresa tem passado dificuldades para quitar suas
obrigações e caminhando para a insolvência.
Cabe Salientar que a empresa está quitando suas obrigações com capital de
terceiros. Desta forma, a empresa não provém de recursos próprios para pagar suas
dívidas.
Para a análise do termômetro de Kanitz, foram utilizadas as informações obtidas das
demonstrações contábeis dos anos de 2008 a 2011, e aplicada a formula com a
análise discriminante criada por Kanitz, e através da utilização deste modelo, o
resultado é que a Empresa Roda Bem Comércio e Serviços Ltda. está totalmente
solvente.
De acordo com Kanitz, a empresa que apresentar um fator de insolvência positivo,
tem menor possibilidade de vir a falir, e essa possibilidade diminuirá à medida que o
fator positivo for maior. Ao contrário, quanto menor for o fator negativo maior será a
chance de a empresa falir.
Entretanto, a empresa Roda Bem Comércio e Serviços Ltda. não está com situação
financeira estável, pois a empresa está quitando suas obrigações com capital de
terceiros, sem retorno sobre capital próprio, e foi visto que a formula matemática
distorceu o resultado deste método, pois de acordo com a regra matemática, ao
multiplicarmos ou dividirmos dois números com sinais diferentes, o resultado é um
número negativo, e ainda, quando os sinais forem iguais o resultado é positivo.
Ao utilizar a fórmula no método de insolvência de Kanitz, com as informações
obtidas das Demonstrações Contábeis da empresa, foi verificado que por causa da
regra matemática o resultado não foi relevante, dadas circunstâncias em que a
empresa apresenta Resultado Líquido negativo e Patrimônio Líquido negativo. Logo,
na teoria financeira, o valor seria negativo, porém, com a regra matemática, na
prática, o resultado é um valor positivo, mascarando a realidade financeira da
empresa.
51
Conclui-se, então, que o método de insolvência, criado pelo Professor Stephen C.
Kanitz, não é um método eficiente para mostrar a capacidade de solvência ou de
insolvência da Empresa Roda Bem Comércio e Serviço Ltda. para o período
estudado. Desta forma, serão recomendados os índices de liquidez tradicionais
como recurso mais eficiente para a análise, pois demonstrou com mais eficiência o
grau de insolvência desta empresa.
Para a realização de estudos futuros, sugere-se aplicação de outros métodos de
análise nesta empresa, como a análise vertical e horizontal para as demonstrações
contábeis, e o modelo dinâmico de Fleuriet, como alternativa de análise financeira
de capital de giro, a fim de oferecer alternativas de verificação de insolvência,
detectando as possíveis vantagens e desvantagens na utilização dos mesmos.
52
5. REFERÊNCIAS ANDRADE, Maria Margarida. Introdução à metodologia do trabalho científico: elaboração de trabalhos na graduação. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2001. ARANTES, Ferraz. Pesquisa bibliográfica nas ciências biomédicas. Revista da Faculdade de odontologia – USP, São Paulo, n.XIII, 1971. Disponível em: <http://pt.scribd.com/doc/94469049/90/Referencias> Acessado em: 16 abr. 2012-06-27. BRAGA, Hugo Rocha. Demonstrações Contábeis: Estrutura, Análise e Interpretação. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003. BRASIL, Haroldo Vinagre; BRASIL, Haroldo Guimarães. Gestão financeira das empresas: um modelo dinâmico. 2. ed. Rio de Janeiro : Qualitymark, 1993. BRASIL, Lei nº 6.404, de 15 de dezembro 1976. Institui a Lei das Sociedades Anônimas. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/LEIS/L6404consol.htm>. Acesso em: 11 dez. 2012. BRASIL, Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007. Altera e revoga dispositivos da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da Lei no 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e estende às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de demonstrações financeiras. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm>. Acesso em: 11 dez. 2012. BRASIL, Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007. Altera a legislação tributária federal relativa ao parcelamento ordinário de débitos tributários; concede remissão nos casos em que especifica; institui regime tributário de transição, e dá outras providências. Disponível em: <http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/leis/2009/lei11941.htm>. Acesso em: 11 dez. 2012. BRIGHAM, E. F.; HOUSTON, J. F. Fundamentos da moderna administração financeira. Rio de Janeiro: Campus, 1999. http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2005/001055 CALLADO, Aldo Leonardo Cunha. Estudo sobre insolvência entre empresas paraibanas: uma aplicação do termômetro de Kanitz. SEBRAE – Biblioteca On Line, Ceará, 7 jan. 2005. Disponível em: <http://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/bds.nsf/5948CE90F6F62A0F83256F820047D529/$File/NT000A2F32.pdf>. Acesso em: 22 abr. 2012. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE (Brasil). Resolução nº 1055, de 7 de outubro de 2005. Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC. Disponível em: <http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2005/001055>. Acesso em: 11 dez. 2012.
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