Sumário
1. Introdução..................................................................................................2
2. Madeira Laminada Colada (MLC).............................................................3
2.1. Vantagens da MLC................................................................................4
2.2. Desvantagens........................................................................................5
3. Exemplos de aplicação..............................................................................6
3.1 Ponte Leonardo da Vinci - Noruega....................................................6
3.2 Complexo Oval - Canadá....................................................................7
4. Conclusão..................................................................................................9
5. Referências Bibliográficas.......................................................................10
1. Introdução
O uso da madeira na construção civil vem sendo um assunto cada vez mais
discutido. A madeira possuem muitas propriedades que podem ser muito útil na
construção civil, pois possui baixo consumo de energia para seu
processamento, bom isolamento térmico e acústico, além de ser um material
fácil de ser trabalhado. Outra vantagem é a possibilidade de produção
sustentável nas florestas nativas e plantadas e nas modernas técnicas
silviculturais empregadas no reflorestamento.
O elemento madeira esta sujeito a problemas na sua estrutura isto porque é um
elemento vivo produzido pela natureza e usado quase no seu estado natural
diferentes de outros elementos que quando ligados a outros em processos
controlados dão origem a um produto onde todas as etapas de sua concepção
são analisadas e corrigidas. Com o elemento madeira isto fica restrito pelos
fatores envolvidos, mas se invés de usarmos toda a madeira de uma única
arvore, ficando limitado às partes problemáticas, nós utilizássemos só a parte
de qualidade e com as características desejadas tirando o máximo proveito do
elemento. Pois é nesse principio o de escolher a classificação física e
mecânica prévia que serão utilizadas que se baseia a madeira laminada colada
(MLA), que por reunir as melhores características do elemento madeira possui
a grande capacidade de vencer grandes vãos e constituir grandes elementos
estruturais. O grande problema nesse tipo de elemento é a forma de unir uma
peça a outra podendo se encontra emendas dos tipos topo, bisel e denteada
sendo a ultima forma utilizada em larga escala em processos industriais, pois a
um menor desperdício de material, pois o processo é feito de forma mecânica.
Assim como este tipo de elemento possui muitas vantagens como a peça não
precisar de tratamento depois de executada, pois a sua superfície tem um
aspecto muito atraente aos olhos depois de pronta, também possui
desvantagens como o alto custo, no Brasil este custo esta vinculado
principalmente ao agente ligante das lâminas.
2. Madeira Laminada Colada (MLC)
A madeira laminada colada é formada por tábuas de madeira, com espessura
de 0,5 mm, superpostas, com seus veios cruzados. A madeira laminada colada
é similar aos compensados, mas a diferença entre elas é a facilidade da
produção industrial da madeira laminada colada. Do ponto de vista técnico, a
cola tem a função de aglomerante entre as lâminas, ou seja, realizar uma
ligação mecânica próxima a ligação natural existente entre as fibras do material
natural. Quimicamente, os grupos de oxidrilas livres das cadeias de celulose da
madeira se unem por pontes de hidrogênio com os grupos de oxidrilas livres da
cola, exatamente como acontece na união entre as cadeias de celulose da
madeira, onde as oxidrilas livres de cadeias de celulose adjacentes se unem
diretamente umas às outras por pontes de hidrogênio, ou através de moléculas
d'água no caso da madeira estar com um determinado teor de umidade.
As madeiras laminadas coladas possuem características de melhor qualidade
do que a madeira maciça pela possibilidade de escolher com antecedência as
seções mais favoráveis para compor o elemento.
Os processos de fabricação são:
Colagem – As lâminas recebem colas e são colocadas em camadas
intercaladas de faixas longitudinais e transversais. As faixas transversais são
fixadas uma às outras com fina adesiva. Reunindo de dois a dois, os conjuntos
são posicionados nas fôrmas das vigas e pilares e recebem, novamente, a
aplicação de cola.
Prensagem – Após colocadas na fôrmas, as camadas são mergulhadas em
cola e levadas à duas prensas com capacidade de 90 toneladas dispostas em
série, onde são pressionadas.
Acabamento – As peças apresentam excesso de cola na superfície da etapa da
prensagem. A máquina de aplanamento retira o excesso da cola e desbasta a
superfície rugosa, deixando a peça lisa.
Segundo o professor do Departamento de Engenhearia Civil do Centro
Tecnológico da UFSC, Carlos Alberto Szus, as indústrias fazem um trabalho de
classificação das tábuas por faixa de resistência antes das montagens das
vigas e pilares. As tábuas de maiores resistências são colocadas na parte
externa, aumentando a qualidade das peças.
Figura 1 - Esquema do processo de fabricação de elementos de MLC
Fonte: New Wood Architecture (2005)
2.1. Vantagens da MLC
A qualidade da peça é garantida, pois são eliminados os defeitos encontrados
nas madeiras maciças, como os nós e rachaduras, além de não precisar de
acabamento, pois possui um bom efeito estético.
A madeira laminada colada em estrutura pode ser empregado exposto ao meio
corrosivo, pois possuem grandes inércias químicas. O material pode ser
utilizado em áreas com risco de incêndio, pois quando a parte periférica da
estrutura queima criando uma camada de carvão que serve de barreira para a
penetração do oxigênio no miolo da peça e consequentemente a propagação
vai diminuindo até cessar. O núcleo da estrutura não é queimado, assim a peça
é capaz de resistir mecanicamente por muito tempo.
A MLC é caracterizada por grande capacidade de carga, e baixo peso próprio ,
o que permite as estruturas vencer grandes vãos. O que causa economia na
fundação. A madeira que compõe a madeira laminada tem em média uma
densidade de 450 kg/m³. Isto traz vantagens na, também, na hora do
transporte, manuseamento e montagem.
Não necessitam de junta de dilatação quando utilizadas em coberturas, pois a
madeira não se dilata com elevação de temperatura, elas produzem pequena
contração devido a perda de umidade, mas no sentido radial e tangencial. No
sentido longitudinal, as variações são desprezíveis.
2.2. Desvantagens
Um dos problemas para a inserção da MLC no mercado brasileiro é o valor das
peças. O valor de uma pela de madeira laminada colada é maior do que o valor
de uma Madeira de Lei. Isto faz com que exista dificuldade na abertura de
empresas do ramo. Um dos elementos que encarecem a peça laminada e
colada é o adesivo utilizado na mesma. O gasto com a colagem dessas peças
chegam a representar 40% do custo total de sua fabricação. Alguns autores
dizem que as ligações das colas são superestimadas devido a observações de
que a ruptura do material, quando submetidos a grandes esforços, raramente
ocorre na junta de cola. Baseado nestes dados, conclui-se que a resistência da
cola é maior que a resistência natural da madeira, ou seja, maior que a
necessária. Há estudos para diluição da cola com água sem diminuir a
resistência dos elementos sem perder resistência, fazendo com que o custo
total da peça abaixe. Seguindo preços portugueses de vigas e pilares de
madeira laminada colada trabalhada em oficina e com custos de um
carpinteiro, um ajudante de carpinteiro, meios auxiliares, custos indiretos e
primeira manutenção aos 10 anos após a aplicação, se obtém o custo de
aproximadamente R$2900,00 por m³. No Brasil, o custo pode chegar a
R$4000,00 por m³, já no Chile que não, está muito longe do Brasil, esse valor
fica em torno de R$1400,00 por m³ e no Canadá e EUA gira em torno de
R$1900,00 por m³.
Outro fator que dificulta a utilização da madeira laminada colada é, em alguns
casos, a elevada dimensão das peças, o que se faz necessário um estudo
preciso do transporte das mesmas. O encaixe das peças também são
dificultadas pelas dimensões das mesmas, devendo ter mão de obra altamente
qualificada para o manuseio das mesmas.
Dimensionamento da madeira no Brasil
No Brasil não existe uma norma específica para o dimensionamento de viga de
MLC na utilização estrutural, mas possui algumas recomendações na NBR
7190. A caracterização da madeira laminada utilizada nos projetos estruturais
deve ser feita a partir de corpos de prova extraída das peças estruturais
fabricadas e realizar ensaios de cisalhamento da lâmina de cola, tração da
lâmina de cola e resistência das emendas dentadas e biseladas.
Para se realizar os ensaios, as peças não devem ser formadas por lâminas
com espessura superior a 30 mm e coladas com adesivo sob pressão, em
processo industrial adequado que solidarize permanentemente o sistema.
3. Exemplos de aplicação
Dentro do conceito da madeira laminada colada (glulam) existem várias obras
que combinam estética impecável e grande resistência a esforços estruturais.
No Brasil ainda é raro observarmos obras executadas neste material tão
versátil, apesar dos inúmeros benefícios que a madeira oferece nossos atuais
profissionais do campo da engenharia civil ainda tem um pouco de preconceito.
Mas ao darmos uma pequena volta ao mundo podemos encontrar ótimos
trabalhos que mostram a incrível capacidade construtiva da estrutura de
madeira laminada colada.
3.1Ponte Leonardo da Vinci - Noruega
Logo abaixo podemos ver a figura de uma belíssima estrutura em glulam: a
ponte Leonardo da Vinci situada na Noruega. Esta ponte executada em
madeira laminada colada possui incríveis 234 metros de vão livre e 40 metros
de altura. Teria sido totalmente surpreendente se tivesse sido executada na
época em que foi desenhada no século 16, onde o maior vão livre em ponte era
de apenas 37,5 metros. O desenho inicial do projeto concebido pelo próprio da
Vinci apareceu na década de 90 foi quando o artista norueguês Vebjorn Sand o
viu em exibição. O artista então inspirado pelas formas tornou o sonho de da
Vinci em realidade. Para que pudesse obter a forma e a plasticidade desejada
o material mais indicado foi o glulam.
Figura 2 – Ponte Leonardo da Vinci
Fonte:http://ansamed.info/ansamed/en/news/sections/generalnews/
2012/10/23/Turkey-Bridge-Leonardo-Vinci-the-Golden-Horn_7677256.html
3.2Complexo Oval - Canadá
Podemos tomar como segundo exemplo outra grande estrutura executada em
glulam: o complexo Richmond Oval de patinação situada nos Canadá.
Projetado pelo escritório de Vancouver, British Columbia, do Design Cannon,
uma estrutura com um incrível vão livre de 100 metros e 60 metros de altura. O
telhado é apoiado sobre 15 vigas de madeira laminada colada espaçadas
aproximadamente 14,5 metros entre si.
Figura 3 – Complexo Richmond Oval de patinação
Fonte:http://madeiraestrutural.wordpress.com/2009/07/22/richmond-olimpic-
oval-vancouver/
Figura 4 – Complexo Richmond Oval de patinação
Fonte: http://estadios.wordpress.com/2009/10/page/4/
4. Conclusão
A utilização da Madeira laminada colada na estrutura dos empreendimentos
podem trazer grandes vantagens, pois são materiais que resistem bem a
incêndios, não são afetados pela corrosão, bom acabamento e possui
propriedades superiores que as peças de madeira maciça, pois pode se
realizar uma seleção de lâminas, descartando as lâminas com mais defeitos ou
usar nas regiões mais próximas a linha neutra. Porém, na hora de se utilizar
este material deve se estudar o transporte das peças, pois quando são
utilizadas peças de grandes dimensões pode dificultar o transporte e manuseio
da mesma.
Um dos fatores que dificultam o emprego do MLC no Brasil é o seu custo
elevado em relação aos outros tipos de madeira e a pouca utilização nas
construções, isto dificulta a abertura de indústrias neste ramo.
Em conclusão, a madeiras laminada colada são ótimos materiais estruturais,
pois podem vencer grandes vãos, possui bom acabamento e são resistentes ao
fogo e à corrosão, mas não são muito empregados no Brasil. Para que a
construção civil brasileira utilize com mais frequência este tipo de material,
deve se quebrar o preconceito que se tem em volta das madeiras e informar os
clientes das vantagens que pode se ter com este tipo de estrutura. Com o
aumento da utilização das madeiras, automaticamente haverá mais interesse
na abertura de indústrias e pesquisas no ramo, o que pode acarretar em
diminuição dos custos deste tipo de edificação.
5. Referências Bibliográficas
CUNHA, Alexsandro Bayestorff; MATOS, Jorge Luis Monteiro. RIGIDEZ E RESISTÊNCIA DE VIGAS ESTRUTURAIS DE MADEIRA LAMINADA COLADAE COM PERFIL I COMPOSTAS POR DIFERENTES ADESIVOS. Santa Maria,
Junho 2010
REVISTA DA MADEIRA. MLC – A madeira laminada colada. Edição nº 124,
Julho 2010
TECHNE. Estrutura de madeira laminada colada. Disponível em:
<http://www.revistatechne.com.br/engenharia-civil/120/artigo45090-1.asp>.
Acesso em: 01/04/2013
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