Quézia Cardoso de Souza nasceu em
24/11/1971, na cidade de Santo André estado de
São Paulo, filha de Osvaldo Cardoso e Deolinda
Cardoso, comerciantes. Morou em Santo André
até os 7 anos de idade, e depois mudou-se para
uma cidadezinha do interior de nome
Paranapiacaba. Lá ela viveu com seus familiares
momentos marcantes. Não tinha energia elétrica
mas tinha cachoeira, um gramado bem grande, e
muitas brincadeiras como: subir em árvores,
brincar de casinha, tomar banho de cachoeira e
correr no gramado.
Quem escolheu o seu nome foi um tio que
achava muito bonito. Quézia é o nome de uma das
filhas de Jó, personagem Bíblico.
Quando criança não gostava de seu nome,
primeiro porque não sabia de ninguém que tivesse
esse nome e porque as pessoas não sabiam
pronunciar corretamente. Sempre erravam outrocavam, mas com o tempo ela passou a gostar.
Quando criança aconteceu um
fato muito engraçado e sério. A sua
mãe sempre comprava farinha
láctea para comerem com leite.
Então, Quézia bem quietinha subiu na cadeira, pegou a lata de
farinha láctea, abriu com dificuldade e colocou uma colherada na
boca.
A sua mãe percebeu sua travessura mas não falou nada, só
ficou cantando uma musiquinha do comercial da farinha láctea.
Nesse momento Quézia começou a rir com a boca cheia e...
Aconteceu, a farinha endureceu em
sua boca, ela engasgou e foi uma correria
só, de seus familiares.
Iniciou seus estudos aos 7 anos de idade, naquela época já entrava direto
na 1ª série, até tinha Pré-escola, mas onde ela morava era longe.
Ela começou seus estudos em Santo André – São Paulo, onde nasceu,
mas como a família mudou-se para uma cidadezinha do interior foi estudar na
escola rural. Lá era muito diferente , tinha apenas uma professora e as quatro
séries juntas na mesma sala. Nessa época Quézia estava na 1ª série.
A professora era muito brava, todos
tinham medo dela, inclusive Quézia.
Recreio era tudo de bom, bem diferente
dos de hoje, merenda feita na escola, e o
cheirinho ia até as salas de aula, e era muito
gostoso. Não tinha brigas, corriam bastante
porque o espaço era enorme. O respeito entre
todos era grande.
Quézia morava em Santana do Parnaíba, foi uma época de muitas
lembranças boas, tinha várias amigas, brincavam bastante na rua de taco,
brincadeira que não esquece. Ouvia música, não era e nem é muito fã de esportes,
tinha até medo da bola quando brincavam de queimada. Devia ser porque na época
as aulas de Educação Física era no período contrário de estudo, como ela morava
distante da escola não tinha como vir duas vezes ao dia.
Ela começou trabalhar aos quinze anos quando mudou-se com a
sua família para Indaiatuba. Na época as opções de emprego eram
poucas , existiam apenas algumas fábricas. Quézia foi trabalhar numa
fábrica de guarda-chuva “Fábrica Mazoni”, era muito cansativo, fazia
bolhas nas mãos, saia toda suja, mas ficou trabalhando por três anos.
Com seu primeiro salário, ela comprou roupas, e realizou seu
sonho de comprar um relógio que trocava de pulseiras de cada cor.
Ela foi com seu pai e sua irmã em Campinas para comprar porque
aqui em Indaiatuba não tinha tantas lojas, como hoje.
A professora Quézia é casada há 16 anos com Joelson, tem uma
família pequena, ela, esposo e uma filha, a Júlia.
É muito feliz com sua família, nas horas vagas gostam bastante de passear,
viajar, ir ao cinema, teatro. É uma família tranquila.
Um fato curioso e engraçado que aconteceu, foi quando ela casou e foi
morar em outro bairro, é que as meninas da rua iam chamá-la para brincar achando
que era a filha da dona da casa, só porque ela é baixinha.
Sempre foi muito esforçada, trabalha desde a adolescência, fez magistério
com muita dificuldade, mas com apoio da família tudo foi mais fácil.
Trabalhou em escritório, Escola Particular com Maternal, fez Faculdade de
Educação Artística, fez Concurso Municipal, atuou na EMEI e na Educação
Fundamental Regular.
Mas como sempre gostou de Arte, prestou concurso e optou por dar aulas
de Educação Artística.
Hoje, Quézia é professora de Arte em algumas Escolas Municipais,
confecciona peças lindas de artesanato, vive feliz com suas escolhas pessoais e
profissionais e tem uma grande amiga que é a sua filha.
Só não gosta de injustiças, acredita em dias melhores para essa geração do
futuro e deixa uma mensagem:
“ Todos somos capazes e quando temos que tomar alguma decisão que
estamos em dúvida é só pedir sabedoria para Deus.”
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