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José Gabriel Navarro, especial para oestadão.com.br

23 Setembro 2011 | 21h16

'Israel não entendeu nossa mensagem de paz', diz embaixadorpalestino

SÃO PAULO - O embaixador palestino no Brasil, Ibrahim Alzeben, acredita que o primeiro-ministro de Israel,Benjamin Netanyahu, "não entendeu a mensagem" pronunciada pelo presidente da Autoridade Palestina (AP),Mahmoud Abbas, na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta sexta-feira, 23. Em seudiscurso, Abbas apresentou, entre outros itens, um pedido formal de reconhecimento do Estado palestinoperante a ONU.

"Ficaram muito claras não só a proposta de paz como a proposta do povo da Palestina de conquistar seusdireitos", disse Alzeben ao estadão.com.br. "Não perdemos a esperança de um processo de paz sério. Aposição de Israel, essa arrogância, não corresponde ao momento vivido internacionalmente. Esperamos que oConselho de Segurança da ONU acorde, porque este é o momento de acordar para criar a paz e dar a nossascrianças um futuro melhor. Não somos contra a negociação nem contra o diálogo", disse.

As resoluções do Conselho precisam de nove votos do grupo formado por 15 nações para serem aprovadas.Mas os Estados Unidos, um dos cinco membros permanentes com direito a veto, já anunciaram que devembarrar a medida. O primeiro-ministro israelense afirmou, também em discurso no evento da ONU, que o Estadopalestino deve se legitimar sem recorrer às Nações Unidas.

"Parece que ele não entendeu a mensagem. A criação do Estado palestino não é uma decisão que cabe a Israel.É uma vontade internacional. Israel e os EUA não são a vontade internacional. É como se o resto do mundo nãoexistisse", afirmou Alzeben. "O que depende de Israel e dos EUA é a questão territorial a ser negociada, asfuturas cooperações econômicas, que temos de negociar urgentemente, sem dúvida".

O embaixador também reclamou a importância das fronteiras existentes antes de 1967 - ou seja, incluindoJerusalém oriental e a Faixa de Gaza, territórios que Israel ocupou na Guerra dos Seis Dias, em junho daqueleano. "Temos que aguardar outros 44 anos para que Israel decida que sim (a favor da Palestina conforme asantigas fronteiras)? Definitivamente não dependemos disso, nem nossa independência depende de Israel. Opremiê também não entendeu que o povo de Israel precisa de paz. Ele não pode continuar levando seu povo amatar e morrer nos conflitos. Chega. É uma necessidade deles também", disse Alzeben.