I CURSO DE CONDUTAS MÉDICAS NAS INTERCORRÊNCIAS EM PACIENTES INTERNADOS
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA
CREMEC/Conselho Regional de Medicina do Ceará
Câmara Técnica de Medicina IntensivaCâmara Técnica de Medicina de Urgência e
Emergência
FORTALEZA(CE) ABRIL A OUTUBRO DE 2012
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CONDUTAS MÉDICAS NO
PACIENTE COM FEBRE
Dra. Rafaela Elizabeth Bayas Queiroz
Especialização em Emergências MédicasEspecialização em Cardiologia
INTRODUÇÃO
Conceito
Febre é uma elevação controlada da temperatura corporal em resposta a alteração ou regulagem do set-point hipotalâmico
Infectious Disease Society of American T. oral ≥ 38,3°C T. axilar >37,8°C
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FISIOPATOLOGIA
1.Proteínas estimulam o hipotálamo(set-point) ativando os mecanismos geradores de calor:
tremores, piloereção e vasocontrição cutânea, sensação de frio e procura por ambiente aquecido e roupas abrigadas (ascensão da febre)
acarretando taquicardia, palidez cutânea e elevação da pressão arterial sistêmica.
1.Após atingir a novo set-point o hipotálamo aciona os mecanismos de dissipação de calor:
vasodilatação e sudorese, ação cortical voluntária (afastar-se de local quente, busca de locais frios, abano, bebidas frias e roupas leves)
Am J Med. 1993 Nov;95(5):505-12
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Febre só está presente quando os mecanismos de geração, manutenção e dissipação de calor estão normofuncionantes e responsivos as ordens do hipotálamo
Lembrar que idosos e neonatos, pacientes com azotemia, imunocomprometidos e insuficiência cardíaca descompensada podem não fazer febre
Propedêutica na Emergência. Febre, 2006. Ateneu. 27-40
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OBSERVAÇÕES
EPIDEMIOLOGIA
Sinal presente em inúmeras síndromes
1/3 dos pacientes internados apresentam febre durante a hospitalização
90% dos pacientes com sepse apresentam febre
Hiperpirexia (Temp.> 41,5°C ) dificilmente é de causa infecciosa
Irwin e Rippe. Terapia intensiva. 6 ed. 2010(450-457)
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ANAMNESEQual a temperatura?
Febre há quantos dias?
Padrão temporal característico para a febre?
Quais são as outras queixas?
Viagem recente? epidemiologia?
Nosocomial? Comunitária?
Uso de medicações? devices? procedimento cirúrgico?
Suspeita de imunossupressão?
Há suspeita de hipertermia? Exposição sol / exercício?
Presença de rash?
*EXAME FÍSICO COMPLETO
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QUADRO CLÍNICO
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Sinais de
gravidade
Hipotensão
Insuficiência
respiratória
Confusão mental
Choque
Possível
neutropenia
Emergências clínicas. 2011.Manole.(162)
SISTEMA COMPROMETIDO CAUSAS INFECCIOSAS CAUSAS NÃO INFECCIOSAS
SISTEMA NERVOSO CENTRAL MENINGITE, ENCEFALITE, ABSCESSO SIND. FOSSA POSTERIOR,CONVULSÃO, INFARTO CEREBRAL, HEMORRAGIA, AVC
CARDIOVASCULAR ENDOCARDITE, PERICARDITE, ABSCESSO PERIVALVAR, OSTEOMELITE ESTERNAL
* ACESSO CENTRAL, MARCA-PASSO
IAM,SIND. BALÃO INTRA-AORTICO, SIND. POS-PERICARDIECTOMIA
PULMONAR/RESPIRATÓRIO PNEUMONIA, MEDIASTINITE, TRAQUEOBRONQUITE, EMPIEMA,SINUSITE, ABSCESSOS
* DRENOS/TUBOS
TEP, SARA, ATELECTASIA, BOOP, CARCINOMA BRONCOGÊNICO, PNEUMONITES
GASTROINTESTINAL ABSCESSO INTRA-ABDOMINAL, COLANGITE, COLECISTITE, HEPATITE VIRAL, PERITONITE, DIARREA
* DRENOS/TUBOS
PANCREATITE, COLECISTITE ACALCULOSA, ISQUEMIA INTESTINAL, MELENA, CIRROSE, COLITE ISQUEMICA, SIND. INTESTINO IRRITAVEL, DÇA INFLAMATÓRIA INTESTINAL
TRATO GENITURINARIO UROSEPSE, CISTITE, PIELONEFRITE, DIPA
* DRENOS/SONDAS
TROMBOSE DE ARTERIA RENAL
PELE/PARTES MOLES ÚLCERA DE PRESSÃO, CELULITE,
*ACESSOS, CURATIVOS
QUEIMADURAS, DREMATOMIOSITE, MIOSITE,
EXTREMIDADES/MEMBROS OSTEOMELITE, ARTRITE
*FIXADORES/FRATURAS
GOTA, A. REUMATOIDE, TROMBOFLEBITES/FLEBITES, TVP
OUTROS ------ INSUFICIÊNCIA ADRENAL,, NEOPLASIA, DELIRIUM TREMENS, FEBRE POR DROGAS, EMBULIA GOSDUROSA, POS-OPERATÓRIO, APÓS HEMOTRANSFUSÕES
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DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
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DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
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1- Causas de febre
febre no paciente vindo da comunidadefebre no paciente imunocomprometidofebre no paciente internadofebre no paciente que se apresenta com rashfebre em viajantesfebre por drogas
2 - Causas de Hipertermia
Heat StrokeHipertermia MalignaSíndrome Neuroléptica MalignaOutras: síndrome serotoninérgica, endocrinopatia, afecção no SNC
3- Causas de febre de Origem Indeterminada
InfecçõesNeoplasiasColagenoses www.medicinanet.com.br
EXAMES COMPLEMENTARES
Gerais
• Hemograma completo, • Radiografia de tórax• Urina 1 e urinocultura• Hemocultura
*Solicitar exames de acordo com a suspeita diagnóstica
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SISTEMA COMPROMETIDO Exames
SISTEMA NERVOSO CENTRAL Liquor, cultura, biopsia
CARDIOVASCULAR Ecocardiograma, ECG, tropanina, CKMB-massa
PULMONAR/RESPIRATÓRIO Cultura do aspirado traqueal, cultura para BAAR, swab nasal, biopsia, estudo de liquido pleural
GASTROINTESTINAL Coprocultura, pesquisa de leucocitos nas fezes, ultrassonografia, tomografia, endoscopia, estudo do liquido ascitico, toque retal
TRATO GENITURINARIO Urina 1, urinocultura, ultrassonografia, tomografia, toque vaginal
PELE/PARTES MOLES RX, cultura de material , biopsia, ultrassonografia, tomografia
EXTREMIDADES/MEMBROS Usg-doppler,
Outros (neoplasia/inflamatória) VHS, PCR, FAN. Marcadores e anticorpos direcionados.
EXAMES COMPLEMENTARES
CONDUTA TERAPÊUTICA
Princípios gerais
Tratar a causa primária
Em caso de infecção iniciar antibioticoterapia empírica precoce
Antitérmicos é apenas um sintomático, NÃO TRATA A CAUSA
Uso de antitérmicos mandatório em paciente neurológico e cardiopata ( após 37 °C cada 1 °C eleva o consumo de O2 em 13%)
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Medicações Observações
Diprona: IM/IV – 1 a 2,5g/dose até 4 x/dia
•dose máxima preconizada: 3g/dia (apresentação 500mg/ml);
VO – 500 a 1000mg/dose até 4 x/dia •apresentação gotas: 500mg/ml = 20 gotas ou comprimidos de 500mg• Não se encontra citado seu uso na literatura médica (norte-americana em especial)
Paracetamol:VO – de 500 a 1000mg/dose até 4 x/dia
•Hepatotoxicidade em doses elevadas > 4g/dia
Ácido acetil-salicílico (AAS) :VO – 325 a 650mg/dose até de 4/4horas
Cetoprofeno !50mg,IV, 8/8h
• Contra-indicado em casos de suspeita de dengue e história de hipersensibilidade;
•Cautela em pacientes com história de sangramento por úlcera péptica, outros sangramentos e trombocitopenia.
•Cautela em usar com pacientes com a função renal alterada e coronarianos
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CONDUTA TERAPÊUTICA
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Meios físicos Observações
Métodos Físicos Externos•Evaporação: ventiladores, retirar roupas, manter corpo úmido
• Troca: bolsas de gelo no pescoço, virilhas e axilas, imersão em água, cobertor térmico
Método de escolha – fácil, leva em conta aspectos fisiológicos Podem causar vasoconstrição piorando troca, bolsas podem ser incômodas no paciente consciente, imersão dificulta monitorização
Métodos Físicos Internos•Fluídos resfriados IV, por lavagem gástrica ou lavagem peritoneal
Hemodiálise, Circulação Extra-corpórea (Em casos especiais e selecionados)
Cuidado: intoxicação por excesso de água livre, lavagem peritoneal não deve ser realizada em gestantes ou pacientes com antecedente de cirurgia abdominal
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CONDUTA TERAPÊUTICA
Emergências clínicas. 2011.Manole.(162)
Prescrição
1) Dieta
2) Dipirona (500mg/ml) 2:18ml, IV, 6/6h se dor e /ou Tax > 37,8 °C e/ou
3) Paracetamol 750mg, VO/SNG, 6/6h se dor e /ou Tax > 37,8 °C e/ou
4) Meios físicos
5) Sinais vitais em 4/4h
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MODELO PRESCRICIONAL
OBRIGADA!!!!
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DÚVIDAS E SUGESTÕ[email protected]
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