ARTHUR MENDONÇA FORMIGHIERI
LEVANTAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO E AMBIENTAL DA
ÁREA DE INFLUÊNCIA DO IGARAPÉ SANTA ROSA PARA
IMPLANTAÇÃO DE PROJETOS DE RECUPERAÇÃO DE MATA
CILIAR
RIO BRANCO
2013
ARTHUR MENDONÇA FORMIGHIERI
LEVANTAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO E AMBIENTAL DA
ÁREA DE INFLUÊNCIA DO IGARAPÉ SANTA ROSA PARA
IMPLANTAÇÃO DE PROJETOS DE RECUPERAÇÃO DE MATA
CILIAR
Monografia apresentada ao Curso de Engenharia Florestal, Centro de Ciências Biológicas e da Natureza, Universidade Federal do Acre, como parte das exigências para a obtenção do título de Engenheiro Florestal.
Orientador: Me. Hudson Veras Co-orientador: Dr. Ecio Rodrigues
RIO BRANCO
2013
À minha família:
Saul, Edna e Thaísa
Pela função de alicerce que os mesmos
exercem na minha vida.
Dedico
AGRADECIMENTOS
A Deus, por me proporcionar a saúde, a sabedoria e a dedicação
necessária para que fosse possível a elaboração desta pesquisa.
Aos meus pais, Edna Teixeira de Mendonça Formighieri e Saul Túlio
Formighieri, pelo eterno apoio, respeito e compreensão.
A minha namorada Thaísa de Oliveira Costa pelo grande apoio e
imensurável incentivo.
Ao meu orientador, Me. Hudson Veras pela amizade, compreensão,
paciência, conhecimentos e oportunidades concedidas.
Ao meu co-orientador Dr. Ecio Rodrigues, por sua excelente orientação
e pela grande motivação passada durante todo esse período.
Aos meus grandes amigos Antônio Siqueira e Silva Neto, Isaura, Jaércio
e Nelson Leite Lunier Júnior pela amizade construída ao longo do curso, pela
lealdade e companheirismo, com a dedicação de sempre ajudarmos um ao
outro.
Aos meus colegas de curso de Engenharia Florestal por compartilharem
o conhecimento durante toda essa trajetória.
A todos os professores do Curso de Engenharia Florestal da UFAC.
Enfim, a todos aqueles, que mesmo não citados, contribuíram de forma positiva
durante esta etapa de minha vida.
“Troque suas folhas, mas não perca suas raízes...
“Mude suas opiniões, mas não perca seus princípios.”
(Autor Desconhecido)
RESUMO
Localizada no sudeste do Estado do Acre, o Município de Xapuri tem
importância relevante para o entendimento da história do Estado Acreano e
também no estudo da rede hidrográfica que compõem o mesmo. Como
aumento preocupante na supressão da mata ciliar, a Administração Pública
está cada vez mais atenta à necessidade de preservação dos recursos
naturais. Nesse contexto, a fim de garantir qualidade de vida das populações
atuais e futuras, elaborou-se um levantamento sócio-econômico ambiental na
área de influência do Igarapé Santa Rosa, cujo percurso, da nascente até a foz,
se limita ao município de Xapuri. Esse levantamento leva em consideração as
características atuais do processo de ocupação e tem a finalidade de fornecer
subsídios á elaboração de projetos de recuperação florestal, para a
implantação e manutenção em 15 hectares de mata ciliar, do Igarapé Santa
Rosa. O estudo envolveu trabalho de campo em toda a extensão do corpo
d’água, determinação do curso assumido pelo manancial e também para
localização das residências foram utilizadas imagens do Google Earth e
imagens do satélite LANDSAT 5. Durante as observações de campo, foram
tomadas fotografias digitais das residências dos moradores, assim como de
alguns trechos críticos do igarapé e alguns impactos visíveis resultantes da
ocupação antrópica. A primeira etapa compreendeu a realização de entrevista
direta, com todos os moradores residentes na mata ciliar do igarapé Santa
Rosa, para orientar a entrevista foi utilizado um formulário. Os dados coletados
nos formulários foram transformados em planilha do EXCEL a qual se
confeccionou um gráfico do tipo pizza Interpretação e análise dos dados.
Finalmente, a partir das informações geradas no levantamento socioeconômico
e ambiental do Igarapé Santa Rosa foi considerado crucial a definição dos
trechos críticos no manancial e elaboração de projetos de recuperação florestal
imediato para cada um dos trechos críticos selecionados, além da manutenção
nos três primeiros anos.
Palavras-chaves: Mata Ciliar, Levantamento sócio-econômico, recursos
hídricos.
ABSTRACT
Located in the southeast of Acre, the Municipality of Xapuri has importance for
understanding the history of the State Acriano and also in the study of the
hydrographic network comprising the same. With the alarming increase in
removal of riparian vegetation, public administration is increasingly aware of the
need to preserve natural resources. In this context, in order to ensure quality of
life for current and future populations, elaborated a socio-economic survey in
the area of environmental influence Stream Santa Rosa, whose path from the
source to the mouth, is limited to the city of Xapuri. This survey takes into
account the characteristics of the current occupation process and aims to
provide subsidies will draw up forest restoration projects for the implementation
and maintenance of 30 acres of riparian forest, Stream Santa Rosa. The study
involved fieldwork across the length of the water body, determining the course
taken by the wealth and also for location of residences, images from Google
Earth and satellite images LANDSAT 5. During field observations, digital photos
were taken of residents ' homes, as well as some critical stretches of the creek
and some visible impacts resulting from human occupation. The first stage of
conducting direct interviews with all residents living in the riparian zone of the
Santa Rosa creek, to guide the interview was used a form. With data collected
on the forms were transformed into EXCEL spreadsheet which is concocted
one pie chart interpretation and analysis of data. Finally, from the information
generated in the socioeconomic survey and environmental Stream Santa Rosa
was considered crucial to the definition of critical sections in the source and
preparation of forest restoration projects immediately for each of the selected
critical sections, in addition to maintaining the first three years.
Keywords: Riparian Forest, Survey socio-economic resources.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Mapa de Localização do Igarapé Santa Rosa, Xapuri, Acre. ........... 23
Figura 2 - Georeferenciamento do curso do igarapé Santa Rosa da nascente à
foz pelo sistema Google Earth, 2012 ............................................................... 27
Figura 3 - Crachá usado pelo entrevistador no levantamento socioeconômico
do igarapé Santa Rosa, Xapuri, Cheia de 2012 ............................................... 33
Figura 4 - Tipo de localidade das pessoas residentes no Igarapé Santa Rosa,
Xapuri, Acre em 2012. ...................................................................................... 39
Figura 5 - O que acham do lugar em que residem. Igarapé Santa Rosa, Xapuri,
Acre em 2012. .................................................................................................. 40
Figura 6 - Mudariam para outro local. Igarapé Santa Rosa, Xapuri, Acre em
2012 ................................................................................................................. 42
Figura 7 - Qual o tipo de imóvel. Igarapé Santa Rosa, Xapuri, Acre em 2012 . 43
Figura 8 - Como o imóvel foi adquirido ............................................................. 44
Figura 9 - Há quanto tempo residem no local................................................... 45
Figura 10 - Quantas pessoas residem no imóvel ............................................. 46
Figura 11 - De onde vieram .............................................................................. 47
Figura 12 - Qual a fonte de renda .................................................................... 48
Figura 13 - Qual a renda mensal ...................................................................... 48
Figura 14 - Se recebem algum auxílio do governo ........................................... 49
Figura 15 - Qual o tipo de benefício que recebem do governo ........................ 50
Figura 16 - Qual o tipo de iluminação nas residencias ..................................... 50
Figura 17 - Qual o tipo de construção .............................................................. 51
Figura 18 - Qual o tipo de cobertura do imóvel ................................................ 52
Figura 19 - Como é o acesso a propriedade .................................................... 53
Figura 20 - Qual o estado de conservação da via de acesso a propriedade .... 53
Figura 21 - Qual o meio de transporte mais utilizado ....................................... 54
Figura 22 - Quais seus meios de comunicação................................................ 55
Figura 23 - O que planta .................................................................................. 56
Figura 24 - Qual o tipo de produção ................................................................. 56
Figura 25 - Se realizam queima ...................................................................... 57
Figura 26 - Qual o destino da produção ........................................................... 58
Figura 27 - Se realiza alguma atividade extrativista ......................................... 58
Figura 28 - Qual o destino da sua produção extrativista .................................. 59
Figura 29 - Se cria animais............................................................................... 59
Figura 30 - Quais animais criam ....................................................................... 60
Figura 31 - Qual o destino da criação .............................................................. 60
Figura 32 - Como é feito o abastecimento de água .......................................... 61
Figura 33 - Qual o destino do esgoto ............................................................... 62
Figura 34 - Qual o destino do lixo ..................................................................... 63
Figura 35 - Quais as fontes de água existentes na propriedade ...................... 63
Figura 36 - Se existe fonte de água próximo ao imóvel ................................... 64
Figura 37 - Se utiliza água do igarapé .............................................................. 64
Figura 38 - Se existe problema de escassez de água ...................................... 65
Figura 39 - Se existe problema de alagação .................................................... 65
Figura 40 - Se há problemas ambientais na comunidade ................................ 66
Figura 41 - Se existe erosão ou solo exposto na área ..................................... 67
Figura 42 - Se existe área de vegetação na propriedade ................................. 68
Figura 43 - Se acha importante a presença da mata ciliar ............................... 68
Figura 44 - Se concorda com o reflorestamento da mata ciliar ........................ 69
Figura 45 - Se colaborariam com a recuperação da mata ciliar ....................... 70
Figura 46 - De que forma poderiam colaborar .................................................. 70
Figura 47 - Se aceitariam participar de uma associação .................................. 71
Figura 48 - Que tipo de incentivo governamental deveria ser oferecido aos
residentes ......................................................................................................... 72
LISTA DE ABREVIATURAS
Conama – Conselho Nacional do Meio Ambiente
Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
UFAC – Universidade Federal do Acre
UNESP – Universidade Estadual Paulista Julho de Mesquita Filho
LISTA DE SIGLAS
APP – Área de Preservação Permanente
ETEP – Espaço Territorial Especialmente Protegido
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
INSS – Instituto Nacional de Seguro Social
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 11
2 OBJETIVOS ....................................... ........................................................... 14
2.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................. 14
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................... 14
3 REVISÃO DE LITERATURA ........................... ............................................. 15
3.1 CARACTERIZAÇÃO GERAL DA ÁREA DE ESTUDO ........................... 15
3.2 LEVANTAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO E AMBIENTAL ...................... 16
3.3 MATA CILIAR.......................................................................................... 17
3.4 ÁREAS PERTUBADAS OU DEGRADADAS .......................................... 18
3.5 RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS – RAD ............................ 18
3.5.1 Métodos de recuperação de áreas degradadas ............................... 20
3.5.1.1 Regeneração natural ......................................................................... 20
3.5.1.2Plantio direto ...................................................................................... 21
3.5.1.3 Implantação de espécies arbóreas ................................................... 21
4 MATERIAL E MÉTODOS .............................. ............................................... 22
4.1 DESCRIÇÃO DA ÁREA .......................................................................... 22
4.2 MATERIAL E EQUIPAMENTO USADO NO TRABALHO DE CAMPO ... 23
4.3 DESCRIÇÃO DO MÉTODO .................................................................... 24
4.3.1 Georreferenciamento do Igarapé Santa Rosa .................................. 25
4.3.2 Formulário para entrevista dos moradores ....................................... 28
4.3.2.1 Teste dos formulários ........................................................................ 30
4.3.3 Censo e amostragem da população ................................................. 31
4.3.3.1 Intensidade amostral nos trechos ..................................................... 32
4.3.4 Diário de campo para realização das entrevistas ................................. 32
4.3.5 Processamento dos dados obtidos por meio das entrevistas .............. 35
5 RESULTADOS ...................................... ........................................................ 38
5.1 PERFIL SOCIAL E ECONÔMICO DA POPULAÇÃO RESIDENTE NA
ÁREA DE INFLUÊNCIA DO IGARAPÉ SANTA ROSA ................................. 38
6 CONCLUSÃO ....................................... ........................................................ 73
7 RECOMENDAÇÕES ..................................................................................... 75
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 77
ANEXOS .......................................................................................................... 84
11
1 INTRODUÇÃO
A proteção do meio ambiente é assunto em constante discussão no
momento. Os recursos hídricos têm sido gradativamente reconhecidos como
recursos escassos em escala mundial (PEREIRA 2009). É fato que o
desmatamento e a urbanização desordenada têm degradado severamente os
cursos d’água, principalmente a partir das alterações das matas ciliares,
ocasionando consequências que interferem diretamente sobre o volume e
qualidade da água disponível no Brasil. Merecendo destaque a destruição da
vegetação existente nas margens e entorno das nascentes e dos cursos de
água promovida por razões e objetivos diversos.
Entende-se por vegetação ciliar ou ripária, aquela que margeia as
nascentes e os cursos de água. Além destas, Martins (2007) cita entre as
denominações comumente usadas em diferentes regiões do Brasil, floresta
ripária, florestas ribeirinhas, matas de galeria, floresta ripícola, e floresta
beiradeira. Definindo mais tecnicamente esta vegetação, o autor denomina
como mata ciliar aquela vegetação remanescente nas margens dos cursos de
água em uma região originalmente ocupada por mata e, como mata de galeria
aquela vegetação mesofílica que margeia os cursos de água onde a vegetação
natural original não era mata contínua.
De acordo com o novo código florestal LEI Nº 12.651, DE 25 DE MAIO
DE 2012 Art. 3º entende-se por Área de Preservação Permanente - APP: área
protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de
preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a
biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e
assegurar o bem-estar das populações humanas.
Com o uso e ocupação do solo em áreas próximas aos igarapés, a
extração mineral, a exploração florestal, o acelerado crescimento da zona
urbana, a falta de saneamento básico e a destinação final dos resíduos, estes
são os principais fatores degradativos e geradores de ambientes insalubres e
com baixa qualidade de vida, que acarretam uma série de consequências ao
meio natural como a supressão e degradação das áreas verdes e de
12
preservação permanente, além de ocasionarem a escassez de água, que
resulta em crises de abastecimentos das áreas urbanas.
É incontestável a importância desses fatores e suas devidas
consequências, que se configura, diante do comportamento recente na bacia
hidrográfica do Acre. Pensando nisso o governo estadual, em prioridade de
política pública, busca investir na recuperação florestal da mata ciliar dos
afluentes do Rio Acre, resgatando assim o equilíbrio hidrológico do rio e
minimizando as constantes deturbações de secas e alagações anuais
(RODRIGUES et al. 2013).
O levantamento socioeconômico é uma importante ferramenta de
análise para a elaboração de planos e projetos em diversas áreas. Consiste na
captação de dados relativos à dinâmica social, envolvendo os laços de
relacionamentos entre os integrantes da área de estudo. A principal função de
um diagnóstico é identificar os pontos de conflitos e as potencialidades na área
em estudo. Essas informações servirão de base para a formulação de ações
correspondentes e adequadas a cada local e situação.
Estes dados de origem empírica ou científica demonstram a importância
da adoção de medidas urgentes que visem à contenção do processo de
degradação, a recuperação das áreas degradadas e a preservação das áreas
ainda não degradadas com o objetivo de preservar as fontes naturais de água
e a biodiversidade. Segundo Santos et al. (2008), muitas propriedades estão
localizadas em áreas de solos pobres e com alto risco de degradação, e os
proprietários não tem condições financeiras para implementar um processo de
recuperação da mata ciliar.
A capacidade de recuperação de uma mata perturbada por ação
antrópica ou por fenômenos naturais é chamada de resiliência. A área que
perdeu sua resiliência é chamada de degradada. De acordo com o nível de
dano verificado, podem ser adotadas diferentes ações para a recuperação das
matas ciliares. Em áreas com baixos níveis de perturbação podem ser
adotadas medidas simples, utilizando espécies nativas de ocorrência comum
na área. Quando o nível de perturbação é elevado, este processo torna-se de
difícil execução, devendo então ser adotadas práticas de recuperação, que
muitas vezes exigem a recuperação da fertilidade do solo e uso de espécies
diferentes das originais existentes na área.
13
O sucesso na implantação de projetos de recuperação de matas ciliares,
entretanto depende acima de tudo de atividades de conscientização da
comunidade, onde cada cidadão tome consciência de seu papel no processo e
da importância de ações integradas pelos diferentes setores da sociedade.
De acordo com o exposto, o objetivo do presente estudo foi fornecer
subsídios através do levantamento sócio-econômico e ambiental para a
elaboração de projetos de recuperação florestal, para a implantação e
manutenção em 15 hectares de mata ciliar, do Igarapé Santa Rosa, cujo
percurso, da nascente até a foz, se limita ao município de Xapuri.
14
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
O objetivo do presente estudo foi fornecer subsídios através do
levantamento sócio-econômico e ambiental para a elaboração de projetos de
recuperação florestal, para a implantação e manutenção em 15 hectares de
mata ciliar, do Igarapé Santa Rosa, cujo percurso, da nascente até a foz, se
limita ao município de Xapuri.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
� Identificar o uso comunitário atual proeminente na área de influencia do
Igarapé Santa Rosa;
� Diagnosticar a destinação de resíduos sólidos e líquidos, oriundos de
residências e de instalações comerciais, que usam o Igarapé Santa
Rosa como via de escoamento;
� Identificar as implicações das instalações residenciais e comerciais
sobre a mata ciliar;
� Determinar o perfil socioeconômico da população residente na mata
ciliar e área de influencia do Igarapé Santa Rosa;
� Identificar a demanda populacional por saneamento básico na área de
influência do Igarapé Santa Rosa;
� Investigar as causas da dinâmica socioeconômica que interferem no
equilíbrio hidrológico do Igarapé Santa Rosa; e
15
� Propor modelagem de projetos de recuperação florestal da mata ciliar,
condizente com a realidade socioeconômica ali existente.
3 REVISÃO DE LITERATURA
3.1 CARACTERIZAÇÃO GERAL DA ÁREA DE ESTUDO
O município de Xapuri possui uma população de 14.314 habitantes, dos
quais 7.366 encontram-se na zona urbana (51,5%) e 6.948 na zona rural do
município (48,5%). De 1996 com 12.716 habitantes para 2007, Xapuri
apresentou a menor taxa de crescimento na região (12,5%). Apresenta uma
área total de 5.347 Km², densidade demográfica de 2,7 hab./Km² e um IDH de
0,669 (IBGE, 2007; ACRE, 2006a; PNUD, 2000).
Segundo a FUNASA (ACRE, 2006) a população ribeirinha de Xapuri
soma 6.008 pessoas vivendo em 52 localidades dispersas ao longo dos rios
Acre e Xapuri, sendo 3.020 habitantes nas margens no rio Acre e 2.988 no rio
Xapuri.
O município também possui uma ligação com a capital por via fluvial,
através do rio Acre que faz a ligação com os demais municípios do território do
Alto Acre, utilizando pequenas embarcações. A sede do município também
está situada às margens do rio Acre e em sua confluência com o rio Xapuri, o
primeiro constitui historicamente a principal via de acesso e escoamento de
produtos extraídos da floresta nesta região (ACRE, 2000).
Este rio representa uma importante via de transporte de mercadorias
para populações ribeirinhas, apesar de a região contar com vias de acesso em
boas condições ao longo de todo o ano. O principal afluente do rio Acre na
parte alta da bacia é o rio Xapuri, com uma área física estimada em 5.948 Km²,
que representa a principal via de acesso da cidade para os seringais nativos,
vilas, fazendas, colônias, colocações e povoados (ACRE, 2006a).
O regime hídrico desta bacia se alterna em períodos de cheias e de
vazantes, originando, assim, o ciclo que regula e mantém a vida vegetal e
16
animal, mantendo conseqüentemente as oportunidades de subsistência, tanto
através da caça como da pesca. Após a vazante dos rios, o solo fica mais fértil
e a bacia se torna mais abundante em alimentos silvestres e também agrícolas,
enquanto que, nas cheias, há uma relativa escassez de alimentos e uma
dispersão da fauna aquática (ACRE, 2000).
3.2 LEVANTAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO E AMBIENTAL
Os levantamentos socioeconômicos e ambientais são uma importante
ferramenta de análise para a elaboração de planos e projetos em diversas
áreas. O primeiro consiste na captação de dados relativos à dinâmica social,
envolvendo os laços de relacionamentos entre os integrantes da área de
estudo. A principal função de um levantamento é identificar os pontos de
conflitos e as potencialidades na área em estudo. Essas informações servirão
de base para a formulação de ações correspondentes e adequadas a cada
local e situação. A elaboração de uma proposta de levantamento sócio-
econômico de uma região deve levar em conta as características atuais do
processo de ocupação e as tendências de expansão internas e externas que
irão consolidá-lo ou alterá-lo ao longo de um determinado tempo (MENDONÇA,
1998).
Segunda a mesma autora, o levantamento ambiental deve ter por
objetivo identificar os problemas do meio ambiente provocados pelo processo
de ocupação antrópico, os principais agentes responsáveis e seus planos de
expansão e as instâncias do setor público que deverão ou já estão exercendo
alguma forma de controle e correção desses problemas, com programas
específicos ou ações de caráter legal (programas de saneamento básico,
legislação municipal, processos judiciais, levantamentos e estudos
principalmente os elaborados para Planos Diretores Municipais).
17
3.3 MATA CILIAR
As matas ciliares, ripárias ou de galeria, normalmente com flora
influenciada pela formação vegetal circundante (CATHARINO, 1989), são as
que têm recebido maior atenção dos pesquisadores, quer pela sua importância
ecológica na manutenção da biodiversidade ou de corredores biológicos, quer
pela sua importância na manutenção da qualidade hidrológica dos mananciais
(BARBOSA, 1999), sendo necessário, no entanto, considerar a região
ecológica em que elas se localizam (cerrado ou floresta) (DURIGAN &
NOGUEIRA, 1990; DURIGAN et al., 2001), o que pode facilitar a forma de
recuperação.
A vegetação ciliar é considerada parte integrante da rede de drenagem
de uma bacia hidrográfica, e segundo Lima (1989) desempenha uma função
hidrológica: estabilizando as ribanceiras pelo emaranhado radicular;
controlando o ciclo de nutrientes, como tampão e filtro, tanto no nível de
escoamento superficial como na absorção do escoamento subsuperficial
impedindo o carreamento de sedimentos, mantendo a qualidade das águas;
proporcionando cobertura e alimentação para peixes e outros seres aquáticos;
e interceptando a radiação solar, contribuindo para a estabilização térmica de
pequenos cursos.
Apesar da existência de legislação preservacionista específica, esta,
sofre ações antrópicas intensas, como a retirada indiscriminada de madeira,
implantação de pequenos e grandes empreendimentos ou culturas agrícolas
desordenadas. Apesar de sua abrangente área de distribuição, a mata ciliar
reveste uma superfície proporcionalmente pequena, evidenciando sua
fragilidade diante do avanço da fronteira agrícola. Derrubadas, incêndios,
represamento e assoreamento dos cursos d’água, vêm contribuindo para a
destruição dessas áreas, a despeito de todos os dispositivos legais que as
protegem (PEREIRA e LEITE, 1996).
As florestas ciliares desempenham um grande papel como agente
protetor de margens, diminuindo na erosão e no assoreamento dos cursos
d’água (MANTOVANI et al. 1989), regulando o fluxo de água superficial,
subsuperficial e os sedimentos (REICHARDT 1989).
18
3.4 ÁREAS PERTUBADAS OU DEGRADADAS
As ações antrópicas podem levar um ecossistema a um estado de
perturbação. A área pode sofrer certo distúrbio e manter, ainda, a possibilidade
de regenerar-se naturalmente ou estabilizar-se em outra condição, também
dinamicamente estável. Neste caso fala-se em área perturbada. Quando o
distúrbio é pequeno, a intervenção para recuperação pode consistir apenas em
iniciar o processo de sucessão.
Todos os ecossistemas estão sujeitos a distúrbios naturais ou antrópicos
que promovem mudanças em maior ou menor grau. O processo de sucessão é
ao mesmo tempo contínuo e mundialmente distribuído e ocorre em taxa
variável em todas as áreas que são temporariamente perturbadas. Pode iniciar-
se em habitats recém formados (sucessão primária) ou em habitats já formados
e perturbados (sucessão secundária). O tempo necessário para uma sucessão
ocorrer de um habitat perturbado até uma comunidade clímax varia com a
natureza do clima e a qualidade inicial do solo (TOWNSEND et al., 2006;
ODUM, 1997; MARGALEF, 1974).
Áreas degradadas são aquelas que não mais possuem a capacidade de
repor as perdas de matéria orgânica do solo, nutrientes, biomassa, estoque de
propágulos etc. (BROWN; LUGO, 1994). Os ecossistemas terrestres
degradados são aqueles que tiveram a cobertura vegetal e a fauna destruídas,
perda da camada fértil do solo, alteração na qualidade e vazão do sistema
hídrico (MINTER/IBAMA, 1990) por ações como intervenções de mineração,
efeitos de processos erosivos acentuados, movimentação de máquinas
pesadas, terraplanagem, construção civil e deposição de lixo, entre outras.
3.5 RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS – RAD
O processo de restauração de áreas degradadas implica em um
conjunto de ações idealizadas e executadas por especialistas das diferentes
áreas do conhecimento, visando proporcionar o restabelecimento de condições
19
de equilíbrio e sustentabilidade, existentes nos sistemas naturais (DIAS;
GRIFFITH, 1998 e BARBOSA 2003). Existem hoje diversos modelos possíveis
de serem utilizados no repovoamento vegetal, pelo plantio de espécies
arbóreas de ocorrência em ecossistemas naturais, procurando recuperar
algumas funções ecológicas das florestas, bem como a recuperação dos solos
(PINAY et al., 1990; JOLY et al., 1995; RODRIGUES e GANDOLFI, 1996;
BARBOSA, 2000; coord., 2002).
Apesar dos avanços obtidos nos últimos anos, os modelos de
recuperação gerados ainda estão limitados ao âmbito da ciência e da situação
a ser recuperada, com aplicabilidade restringida, muitas vezes, pelos altos
custos de implantação e manutenção, sendo necessário maior envolvimento da
pesquisa científica no desenvolvimento de tecnologias cada vez mais baratas e
acessíveis (KAGEYAMA & GANDARA, 1994; KAGEYAMA, 2003; BARBOSA et
al., 2003)
A redução da cobertura vegetal, a fragmentação e o isolamento de
paisagens, além de promover a perda da biodiversidade e de suas funções,
são resultados, principalmente, da degradação ambiental ocasionada por
intervenções antrópicas. Assim, a necessidade de reverter o quadro atual da
degradação ambiental gera o desafio de se “recuperar” áreas desmatadas ou
degradadas, tendo-se como preocupação ações para o restabelecimento das
funções e da estrutura dos ecossistemas respeitando a diversidade de
espécies, a sucessão ecológica e a representatividade genética entre
populações (RODRIGUES & GANDOLFI, 1996; BARBOSA, 2000a).
A recuperação da área visa a “restituição de um ecossistema ou de uma
população silvestre degradada a uma condição não degradada, que pode ser
diferente de sua condição original” como é definida pela Lei Federal 9985/2000,
que criou o SNUC (Sistema Nacional de Unidades de Conservação). Trata-se
de retornar às condições de funcionamento, pois objetiva recuperar a estrutura
(composição em espécies e complexidade) e as funções ecológicas (ciclagem
de nutrientes e biomassa) do ecossistema.
20
O conhecimento sobre as formações florestais nativas em todos os seus
aspectos, a reconstituição de interações e da dinâmica dos ecossistemas, a fim
de garantir a perpetuação e evolução de reflorestamentos no espaço e no
tempo, torna-se fundamental na tentativa de recuperar áreas degradadas
(PALMER et al., 1997; RODRIGUES & GANDOLFI, 2000; BARBOSA &
MARTINS, 2003).
3.5.1Métodos de recuperação de áreas degradadas
Genericamente pode-se indicar as seguintes intervenções: condução da
regeneração natural, plantio direto e a implantação de espécies arbustivo-
arbóreas nativas regionais. RODRIGUES e GANDOLFI (2001) sugerem em
alguns casos, quando possível, a transferência de propágulos alóctones
(serrapilheira e banco de sementes) e implantação de consórcios de espécies
com uso de mudas e sementes.
3.5.1.1 Regeneração natural
Quando a área apresenta pequeno grau de perturbação, onde se
observa a presença dos processos ecológicos (banco de sementes, de
plântulas, rebrota, chuva de sementes), a regeneração natural é a estratégia
indicada, uma vez que há possibilidade de auto-recuperação. As ações de
intervenção consistem em isolar a área dos fatores perturbadores com a
construção de cercas e aceiros (RODRIGUES, 2002).
21
3.5.1.2Plantio direto
O plantio direto ou semeadura direta pode ser empregado para áreas de
difícil acesso ou áreas montanhosas, embora, não se restrinja a estes casos.
ENGEL et al. (2002) observaram que, embora o desempenho não seja
satisfatório, o baixo custo justifica esta alternativa econômica para a
recuperação florestal.
3.5.1.3 Implantação de espécies arbóreas
A implantação de espécies arbóreas é um procedimento que permite
pular as etapas iniciais da sucessão natural, onde surgem primeiramente
espécies herbáceas e gramíneas que enriquecem o solo com matéria orgânica
e alterando suas características e assim permitindo o aparecimento de
indivíduos arbustivo-arbóreos. Na implantação florestal esta etapa inicial é
eliminada, plantando-se mudas de espécies arbóreas e arbustivas, num solo
previamente corrigido e preparado. No plantio heterogêneo com espécies
nativas regionais a implantação dos espécimes arbustivo-arbóreos pode
ocorrer de forma simultânea, possibilitando a acomodação tanto de espécies
pioneiras, quanto de não-pioneiras.
22
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 DESCRIÇÃO DA ÁREA
A área de estudo está localizada às margens do Igarapé Santa Rosa
situado na cidade de Xapuri que possui as seguintes coordenadas geográficas:
10º39’06 de latitude sul e 68º30’16 de longitude oeste de Greenwich. A altitude
média da cidade é de 163 m e o bioma dominante é a floresta tropical aberta,
com sub-grupos diferenciados: floresta tropical aberta com bambu, floresta
tropical aberta com palmeiras e floresta tropical aberta com cipó. Em menor
proporção ocorrem formações de floresta tropical densa. Segundo a
classificação de Köppen o Estado do Acre apresenta clima do tipo equatorial
quente e úmido, com duas estações bem definidas: seca e chuvosa. As médias
anuais pluviométricas variam de 1.773,2 mm a 1.877 mm. Segundo dados do
ZEE-AC (ACRE, 2000) a temperatura média anual apresenta-se em torno de
24,5 °C e a temperatura máxima fica em torno de 32 °C.
23
Figura 1 - Mapa de Localização do Igarapé Santa Rosa, Xapuri, Acre.
Fonte: Associação Andiroba
4.2 MATERIAL E EQUIPAMENTO USADO NO TRABALHO DE CAMPO
� Veículo para transporte da equipe de pesquisadores
� Combustível
� GPS’S, para georreferenciamento das residências
� Dois computadores do tipo laptop
� Kit primeiros socorros
� Oito pranchetas de papelão
� Lápis
� Caneta
� Capa de chuva
� Câmera fotográfica
� Dois mapas de localização e de ação antrópica
24
Para melhor detalhamento da metodologia abaixo são discutidas,
pormenorizadamente, cada passo adotado pela equipe de pesquisadores.
4.3 DESCRIÇÃO DO MÉTODO
O estudo envolveu trabalho de campo em toda a extensão do Igarapé
Santa Rosa, no que se convencionou chamar de área de influência do igarapé.
Para auxiliar na definição dessa área de influencia e determinação do curso
assumido pelo igarapé e também para localização das residências foram
utilizadas imagens do Google Earth e imagens do satélite LANDSAT 5.
Durante as observações de campo, foram tomadas fotografias digitais
das residências dos moradores, assim como de alguns trechos críticos do
igarapé e alguns impactos visíveis resultantes da ocupação antrópica.
Posteriormente, todos os pontos de observação, de medição e das entrevistas,
foram georreferenciados para melhor identificação e caracterização. Constatou-
se uma expressiva maior concentração de moradores, no trecho do igarapé
compreendido pelo perímetro urbano da cidade, locais onde se fez a maioria
das entrevistas.
Em síntese, o procedimento metodológico incluiu a realização de três
etapas distintas, a saber:
• Realização de entrevista direta e censitária:
A primeira etapa compreendeu a realização de entrevista direta, com todos
os moradores residentes na mata ciliar do igarapé Santa Rosa. Para orientar a
entrevista foi utilizado um formulário, que se encontra no anexo I, que
possibilitou a identificação do perfil socioeconômico da comunidade. Os locais
onde foram realizadas as entrevistas foram previamente definidos em reunião
de planejamento, que contou com a participação de toda equipe de
pesquisadores, de forma a obter um diagnóstico da realidade vivenciada em
todo percurso assumido pelo Igarapé Santa Rosa na margem esquerda e
direita. E para melhor representatividade dos dados coletados dividiu-se o
25
curso do igarapé em três trechos distintos: área sob influencia da nascente,
percurso entre a nascente e foz e área sob influencia da foz do igarapé.
• Processamento dos dados:
Os dados coletados nos formulários foram transformados em planilha do
EXCEL de acordo com cada pergunta realizada, para a qual se confeccionou
um gráfico do tipo pizza, afim de facilitar futura interpretação.
• Interpretação e análise dos dados:
Finalmente, a terceira etapa, envolveu um minucioso procedimento de
analise das respostas dos entrevistados, procurando estabelecer um vínculo
entre essas respostas e a recuperação florestal da mata ciliar.
4.3.1 Georreferenciamento do Igarapé Santa Rosa
Com apoio da unidade de geoprocessamento, UCEGEO, vinculada a
fundação de tecnologia do estado do Acre, FUNTAC, que gentilmente
participou do trabalho com a disponibilização de seu banco de dados, foi
possível a elaboração dos mapas de localização e de ação antrópica na área
de influencia do Igarapé Santa Rosa.
Com base em imagem de satélite LANDSAT, de 2010, os técnicos da
UCEGEO preparam um mosaico com 05 imagens que cobriam todo percurso
do igarapé as imagens cobriram um total de aproximadamente 06 quilômetros.
No primeiro mapa, abaixo delimitando em vermelho, estabeleceu-se
uma área de influencia do igarapé, com 02 quilômetros de largura de cada uma
das margens, além de apresentar a mancha urbana em amarelo.
Já a figura 2, apresenta a hidrografia e área antrópica sobreposta à
imagem de satélite de 2010, contendo a dimensão do desmatamento e da
antropização presente em toda área de influencia do Igarapé Santa Rosa.
Esse mapa assume importância particular, pois permite observar a
tendência de expansão da área antrópica em direção ao leito do igarapé, bem
26
com a amplitude dessa tendência. É fácil observar o comprometimento
expressivo da mata ciliar que se resumiu a algumas pequeníssimas porções
distribuídas de forma desproporcional durante o curso do igarapé.
Nota-se ainda, que tanto a região antropizada quanto as poucas moitas
de mata ciliar remanescentes, se apresentam no decorrer do curso do igarapé,
sem que haja qualquer tipo de planejamento ou intervenção pública, isto é,
existência ou ausência de mata ciliar depende unicamente da intervenção de
atores privados, que, por incrível que pareça, possuem baixa capacidade
financeira de investimentos.
De posse desses dois mapas, obteve-se informação crucial acerca da
ação antrópica e sobre o remanescente de área verde ainda existente no
perímetro delimitado pela área de influencia do Igarapé Santa Rosa, o que
possibilitou realizar todo planejamento da intensidade amostral e dos pontos
residenciais onde seriam realizadas as entrevistas, fatores de fundamental
importância para a realização do levantamento socioeconômico.
Foi com base nas informações oriundas do mapeamento que se
identificou as áreas em adiantado estágio de degradação, onde seriam
realizadas de maneira mais concentrada as entrevistas com foco em uma
possível demanda pela recuperação dessas áreas.
Outro recurso empregado para identificação dos trechos do igarapé a
serem pesquisados e definição de sua intensidade amostral, foram as imagens
retiradas do sistema conhecido como Google Earth, que também usa o satélite
LANDSAT 5, com data de imagiamento de 30 de junho de 2010.
Para acessar o sistema foi preciso fazer uma varredura de campo ao
longo do igarapé, a fim de coletar e georreferenciar pontos amostrais
considerados de relevância para o estudo. Foram coletando uma série de
pontos, cujas marcações no sistema produziram a imagem abaixo.
Essa imagem foi utilizada na identificação das áreas onde o questionário
foi aplicado, pois este recurso nos permitiu uma maior precisão dos acessos
destes locais.
27
A partir do mosaico elaborado com base nos pontos de
georreferenciamento coletados pela equipe ao longo do trajeto percorrido pelo
Igarapé Santa Rosa, foi possível apresentar uma visão condensada do
caminho do igarapé de sua nascente até a foz, no encontro com o rio Acre.
Figura 2 - Georreferenciamento do curso do igarapé Santa Rosa da nascente à foz pelo sistema Google Earth, 2012.
28
4.3.2 Formulário para entrevista dos moradores
Para a obtenção de informações acerca da realidade social e econômica
vivenciada pela população residente na área de influência do Igarapé Santa
Rosa, foi elaborado um formulário específico, adaptado a partir do formulário
usado no levantamento sócio-econômico para elaboração de projetos de
restauração, fruto de contrato celebrado entre a Andiroba e a Sema em 2008.
O formulário foi elaborado por uma equipe multidisciplinar de
pesquisadores envolvida no projeto, composta por Engenheiro Florestal,
Agrônomo, Extensionista, Engenheiro Civil e Sociólogo. Uma série de reuniões
da equipe foi realizada na sede da associação Andiroba onde foram discutidas
as melhores formas de abordar a população para melhoria da confiança na
informação a ser coletada. Assim foram necessárias algumas alterações para
que este formulário se adequasse com o trabalho proposto.
Um total de 50 perguntas está inserido no formulário, de forma a permitir
uma análise criteriosa em cinco temas considerados prioritários pela equipe,
quais sejam:
• Localização e característica da moradia
Nesse bloco de perguntas a equipe esperava analisar as características
principais das moradias, bem como a condição de urbanização na qual estava
inserida. Essas informações são importantes na medida em que podem
subsidiar futuras negociações para transferência das comunidades para outras
localidades.
• Uso do solo
Tendo em vista que uma porção do igarapé ainda corre em zona rural e
que mesmo em zona urbana existem atividades praticadas ao longo da
margem com características de produção agropecuária, a equipe de
pesquisadores considerou importante determinar a intensidade de uso
29
agropecuário presente na mata ciliar do igarapé, bem como a dependência da
comunidade para com esse tipo de atividade.
• Renda e condições de vida
No intuito de analisar a dinâmica econômica na qual a população
residente está inserida, a entrevista incluiu um conjunto de questões
relacionadas à renda obtida em cada residência, bem como em que as
condições econômicas e sociais as pessoas estão submetidas. A ocupação
laboral de cada morador também contribuiu para se estabelecer parâmetros
que subsidiem o envolvimento de trabalhadores locais em projetos de
recuperação florestal da mata ciliar, da mesma forma que serviu de orientação
para outro tipo de intervenção pública.
• Implicações ambientais relacionadas ao Igarapé
Dimensionar a intensidade da relação existente entre a comunidade e o
igarapé também foi priorizado no levantamento socioeconômico. A idéia é que
a partir das informações acerca dos impactos ambientais causados no igarapé
devido a essa relação, será possível planejar um variado conjunto de
intervenções de caráter emergencial, de médio e longo prazo. O que a
comunidade recebe do igarapé, na forma de atendimento de sua demanda,
sobretudo por água, mas também como lazer e via de transporte, e o que a
comunidade devolve ao igarapé, foi o que se pretendeu revelar com esse grupo
de perguntas.
• Perspectivas para restauração da mata ciliar
Finalmente, o último grupo de questões levadas aos entrevistados, fazia
uma síntese de toda a entrevista e buscou atender a demanda por informação
diretamente relacionada com os projetos de recuperação florestal da mata
ciliar. Com essas perguntas se pode aferir a disposição da comunidade em se
envolver na execução de atividades relacionadas com a implantação de
projetos de recuperação florestal.
30
4.3.2.1 Teste dos formulários
Para averiguar se o formulário elaborado era satisfatório para ser usado
em comunidades ribeirinhas do Igarapé Santa Rosa, a equipe de
pesquisadores realizou uma pré-entrevista por meio de uma visita preliminar
em alguns locais estratégicos, onde foram realizadas um total de 10 entrevistas
testes.
Vários itens do formulário tiveram que ser adaptados para aquela
realidade. O nível de exigência para com a comunidade, em especial com
relação às questões consideradas sensíveis como as que tratam de emprego e
renda, tiveram que ser revistas para não causar constrangimentos e
comprometer a qualidade da informação obtida.
Dessa forma o resultado final foi à elaboração de um formulário
considerado enxuto, com um total de seis páginas, com 50 perguntas divididas
em cinco grupos de acordo com a demanda por informação, conforme descrito
no item anterior.
As partes finais do formulário continham perguntas que visavam
identificar os membros da comunidade que se mostravam favoráveis as
atividades de manutenção das áreas próximas ao Igarapé Santa Rosa, para
uma possível parceria do sema com estes moradores.
Também se optou por incluir questões relacionadas à possibilidade e
disposição comunitária para criação de uma associação de amigos do igarapé
Santa Rosa, atividade que vem sendo realizada com sucesso na região
sudeste do país e que poderia ser testada no igarapé.
31
4.3.3 Censo e amostragem da população
O estudo é censitário, ou seja, toda população residente foi entrevistada
muito embora um ou outro morador não participasse da entrevista, pois não se
encontrava no momento.
Todavia, para que os pesos da densidade populacional pudessem ser
distribuídos de igual forma, ou seja, para que a opinião dos que vivem no
trecho do igarapé que corta a zona urbana, altamente povoada, e a opinião dos
moradores que vivem no trecho presente em zona rural, com menor densidade
demográfica, pudessem ter o mesmo valor estatístico, foi preciso estabelecer
um sistema de amostragem que levasse em consideração cada realidade.
A amostragem populacional dos residentes da área de influência Igarapé
Santa Rosa foi realizada atendendo a princípios básicos de distribuição
estatística para que não houvesse um resultado tendencioso, devido uma
concentração de opiniões provenientes de apenas um local ou de regiões muito
próximas entre si, ou das que tivessem elevada densidade demográfica.
Dessa forma, a equipe de pesquisadores optou por dividir os seis
quilômetros (6 km) de extensão do Igarapé Santa Rosa, em trechos de 02 km
cada da seguinte maneira:
TRECHO 1 – da nascente até os primeiros 02 quilômetros de igarapé em linha
reta, com predominância da zona rural;
TRECHO 2 – a partir dos 02 quilômetros iniciais até os 02 quilômetros
seguintes, com predominância de uma zona de transição rural/urbana, onde a
densidade populacional começa a se elevar de maneira abrupta;
TRECHO 3 – últimos 2 quilômetros do percurso até a foz no rio acre, com
elevadíssima densidade demográfica.
Os resultados obtidos demonstraram que a distribuição amostral nesses
3 trechos foi mais que oportuna uma vez que existe uma distância considerável
32
entre a realidade vivenciada pelos moradores no trecho que corta a zona rural
e o da zona urbana.
Realidades diversas que devem orientar a concepção de intervenção
pública igualmente diversa para que tenha sucesso. Não considerar essas três
realidades distintas poderá significar o fracasso da intervenção e, o pior, o
fracasso dos projetos de recuperação florestal da mata ciliar.
4.3.3.1Intensidade amostral nos trechos
A quantidade de entrevistas realizadas nos três trechos foi diferente,
pois a quantidade de moradores dessas regiões também eram distintas.
O numero de entrevistas realizadas na região da nascente, trecho 1, foi
menor se comparado com as regiões do curso médio, trecho 2, e foz, trecho 3,
isso se deve principalmente porque a nascente do Igarapé Santa Rosa localiza-
se, como dito, na zona rural do município de Xapuri, já o restante do igarapé
esta localizado totalmente na zona urbana.
Importante esclarecer que o procedimento metodológico exigiu que as
entrevistas fossem realizadas sempre em ambas as margens do igarapé,
quando haviam residências dos dois lados.
4.3.4 Diário de campo para realização das entrevist as
O trabalho de campo teve início no dia 19 de fevereiro de 2012, com
uma visita preliminar, realizada pela equipe de pesquisadores, com a presença
do coordenador da pesquisa, Dr. Jairo Salin da UNESP, e o responsável
técnico Domingos Ramos, nos bairros localizados na extensão de todo o
Igarapé Santa Rosa, para reconhecimento dos locais onde seriam realizadas
as entrevistas.
Assim no dia 18 de março teve inicio as realizações das entrevistas nos
bairro Braga Sobrinho e Centro. Cada residência, onde ocorreram as
entrevistas, foi georreferenciada
igarapé.
Contudo, diante do estudo censitário, foram realizadas um total de 43
entrevistas, ou seja, 43 famílias abordadas na área de influência do Igarapé
Santa Rosa. Importante esclarecer que o
que as entrevistas fossem realizadas sempre em ambas as margens do
igarapé, quando haviam residências dos dois lados
porque a nascente do Igarapé Santa Rosa
do município de Xapuri
totalmente na zona urbana.
O entrevistador responsável pela abordagem dos moradores para a
entrevista, era identificado com o crachá, comprovando
equipe de pesquisadores e que se tratava de um estudo oficial realizado sob a
responsabilidade da SEMA
Figura 3 - Crachá usado pelo entrevistador no levantamento socioeconômico do igarapé Santa Rosa, Xapuri, Cheia de 2012
rreferenciada para um melhor mapeamento do curso do
Contudo, diante do estudo censitário, foram realizadas um total de 43
entrevistas, ou seja, 43 famílias abordadas na área de influência do Igarapé
Importante esclarecer que o procedimento metodológico exigiu
entrevistas fossem realizadas sempre em ambas as margens do
igarapé, quando haviam residências dos dois lados.Isso se deve princ
porque a nascente do Igarapé Santa Rosa localiza-se, como dito, na zona rural
Xapuri, já o restante do igarapé esta localizado quase
totalmente na zona urbana.
O entrevistador responsável pela abordagem dos moradores para a
entrevista, era identificado com o crachá, comprovando que ele fazia parte da
equipe de pesquisadores e que se tratava de um estudo oficial realizado sob a
EMA, como pode ser observado na figura abaixo.
Crachá usado pelo entrevistador no levantamento socioeconômico do igarapé Santa Rosa, Xapuri, Cheia de 2012
33
or mapeamento do curso do
Contudo, diante do estudo censitário, foram realizadas um total de 43
entrevistas, ou seja, 43 famílias abordadas na área de influência do Igarapé
procedimento metodológico exigiu
entrevistas fossem realizadas sempre em ambas as margens do
sso se deve principalmente
se, como dito, na zona rural
, já o restante do igarapé esta localizado quase
O entrevistador responsável pela abordagem dos moradores para a
que ele fazia parte da
equipe de pesquisadores e que se tratava de um estudo oficial realizado sob a
, como pode ser observado na figura abaixo.
Crachá usado pelo entrevistador no levantamento socioeconômico
34
As famílias eram abordadas sempre em suas residências e nunca nas
imediações ou em outros locais. Os entrevistadores foram orientados pelos
coordenadores do estudo a evitar o “suba” para que as condições internas das
habitações não contaminassem a entrevista.
O “suba” é tradicional, sobretudo em áreas rurais. Ao receber um
visitante o morador, tendo em vista que sua casa é construída sobre uma
palafita de em média 1,5 metros, o morador costuma, com a tradicional
hospitalidade, dizer “suba”, como se dissesse entre.
Permanecer do lado de fora da residência, enquanto o morador senta na
escada ou se posiciona na janela, faz com que o morador não se intimide para
responder, fique seguro em sua casa enquanto que o entrevistador, por sua
vez, guarda certa distância para fazer a entrevista com impessoalidade e não
mantém contato com a realidade interior da residência, o que pode sensibilizar
o entrevistador e, o mais grave, contaminar a entrevista com percepções do
entrevistador e não as respostas do entrevistado.
No primeiro contato com o morador o entrevistador se apresentava e
esclarecia do que se tratava o projeto, bem como quais os objetivos da
secretaria estadual de meio ambiente, para realização desse tipo de trabalho,
deixando claro que o resultado final seria um igarapé menos poluído e com
equilíbrio hidrológico recuperado.
Com uma linguagem bastante simples o entrevistador realizava as
apresentações e o esclarecimento sobre o intuito do estudo, para que ficasse
claro para o morador que o objetivo da pesquisa era o igarapé.
Cada entrevista teve uma duração média de 25 minutos entre as
apresentações e as despedidas. No geral todas as questões eram respondidas
com certa facilidade e rapidez pelo morador, que por sua vez, se sentia segura
nas respostas.
Houve uma pequena dificuldade por parte dos entrevistados em opinar
sobre o tópico relacionado à manutenção contínua da mata ciliar e o significado
da sua restauração, uma vez que o tema exige certo grau de informação
adicional, que era realizado pelo entrevistador. No mais, o restante do
formulário foi de simples compreensão, facilitando assim as respostas, o que
forneceu uma segurança ideal na informação obtida.
35
A equipe de pesquisadores responsável pela realização das entrevistas
junto aos moradores não tem dúvida de que as informações obtidas possuem
elevada credibilidade e, o melhor, refletem a realidade vivenciada pelos
moradores.
4.3.5 Processamento dos dados obtidos por meio das entrevistas
Para facilitar a análise das respostas que os moradores deram nas
entrevistas, aos moradores da área de influencia do Igarapé Santa Rosa, os
dados obtidos em campo foram processados em sistema computacional
concebido especificamente para esse estudo.
Para o processamento dos dados referentes ao levantamento sócio-
econômico, todas as informações obtidas tiveram que ser digitadas e
organizadas em uma planilha do software “Microsoft Excel 2007”. Cada
formulário foi digitado, de preferência, pelo próprio entrevistador que coletou as
informações, para que se evitassem dúvidas com relação à escrita e com
relação a algum indicador presente no formulário.
Após a digitação do formulário na planilha, outro membro da equipe,
diferente daquele que digitou os dados presentes no formulário, se
responsabilizava pela checagem de cada resposta para aferição da digitação.
Um terceiro e último passo ainda era dado para formatação da planilha
envolvendo a checagem específica dos números digitados. A denominada
checagem numérica é de fundamental importância tendo em vista a existência
de um conjunto elevado de questões que envolvem formação das classes de
tamanho, do tipo, nível de renda, área plantada, quantidade produzida e assim
por diante.
Uma aprovação final da planilha foi realizada pelo coordenador da
pesquisa que realizou o que os pesquisadores chamam de teste de coerência,
na qual perguntas que se negam ou se afirmam entre si são analisadas no
somatório da planilha para que os dados, por si só, não se invalidem.
Por exemplo, se 90% dos entrevistados afiram não produzirem nada
esse percentual precisa ser confirmado em todas as respostas relacionadas à
36
produção. Dessa maneira os 90% que não produzem, também não venderam
nada e não ganharam renda alguma com a produção agropecuária.
O teste de coerência é uma metodologia importante para medir a
consistência das informações fornecidas pelas entrevistas para que a
segurança na informação seja cada vez maior, afinal, os pesquisadores
precisam se cercar de toda cautela possível, uma vez que a referência principal
do estudo encontra-se na palavra do morador. Uma palavra que pode e é
influenciada por um conjunto de reações e valores que cada um possui.
Concluído o processo de digitação e de formatação da planilha, com
aprovação do coordenador da pesquisa, procedeu-se ao planejamento do
processamento dos dados. A equipe se debruçou sobre o conjunto de variáveis
que poderiam ser cruzadas e de que forma esse cruzamento deveria ser
apresentado no relatório final do estudo.
A equipe assumiu dois procedimentos metodológicos padrão para
processar os cruzamentos e apresentar os gráficos no relatório final. Primeiro
que cada cruzamento seria realizado na forma de participação relativa, sempre
totalizando 100% e com as participações presentes no interior do próprio
quesito.
Isto é, não haveria confecção de cruzamentos entre questões presentes
ou distribuídas nos 5 grupos de questões presentes no formulário. Embora
esse cruzamento que pudesse envolver nível de renda com disposição para
entrar na associação de amigos do Igarapé Santa Rosa, por exemplo, apesar
de muito estimulante, levaria o estudo para uma esfera acadêmica que se
pretendia evitar.
Com relação à apresentação dos resultados os pesquisadores
consideraram que os gráficos do tipo pizza, mesmo sendo desconsiderados
pela academia, eram os que mais facilitariam a compreensão das análises
considerando que o público que manusearia o estudo se constitui de agentes
públicos que precisam tomar decisões e não de acadêmicos que costumam ter
mais tempo para pensar.
Esses gráficos forneceram informações quantitativas e qualitativas,
acerca da realidade dos residentes da área de influência Igarapé Santa Rosa
com as informações descritas nos respectivos rodapés de cada gráfico.
37
Finalmente concluiu o procedimento metodológico a elaboração do
relatório final que procurou analisar isoladamente cada gráfico apresentado. A
rigor, cada pergunta e resposta dada pelo entrevistado geraram uma linha na
planilha de processamento, que por sua vez, permitiu a confecção de um
gráfico de pizza, cuja informação foi analisada no texto apresentado depois de
cada gráfico.
38
5 RESULTADOS
5.1 PERFIL SOCIAL E ECONÔMICO DA POPULAÇÃO RESIDENTE NA
ÁREA DE INFLUÊNCIA DO IGARAPÉ SANTA ROSA
Com intuito de facilitar a compreensão, e também a leitura, estão
apresentados a seguir, o resultado do levantamento socioeconômico realizado
junto a população que habita a área de influencia do Igarapé Santa Rosa.
Como descrito na metodologia, para cada pergunta inserida no
formulário de entrevista, a equipe analisou em separado, por meio da
formulação de uma planilha de Excel e produziu um gráfico denominado de
gráfico de pizza, para cada uma das questões.
Ao final, o conjunto de gráficos fornece uma idéia clara das interações
sociais e econômicas que a comunidade ali residente mantém com o Igarapé
Santa Rosa, com destaque para o seguinte:
• Identificação do perfil socioeconômico das comunidades que estão
localizadas nas áreas de mata ciliar e seu entorno do Igarapé Santa
Rosa;
• Compreensão da utilização dos igarapés por parte das comunidades;
• Identificação de políticas públicas para as comunidades que estão
inseridas no contexto do levantamento; e
• Identificação da real situação em que se encontram ás áreas de mata
ciliar do Igarapé Santa Rosa.
Os gráficos, independente da ordem em foram elaborados e na forma
em que surgem as perguntas no formulário, estão distribuídos em 4 grandes
grupos relacionados a:
39
1. Localização e característica da moradia;
2. Uso do solo;
3. Renda e condições de vida;
4. Implicações ambientais relacionadas ao igarapé; e
5. Perspectivas para restauração da mata ciliar.
1. LOCALIZAÇÃO E CARACTERÍSTICAS DA MORADIA
A maioria dos residentes ao longo da mata ciliar e área de influencia do
Igarapé Santa Rosa, aproximadamente 98%,se localizam em área definida pelo
plano diretor de Xapuri como perímetro urbano, sendo que o restante, 02% do
total, residem área classificada como zona rural.
Há uma diferença fiscal importante com relação a essa classificação.
Ocorre que residências localizadas em áreas consideradas rural, pagam
2%
98%
TIPO DE LOCALIDADE
RURAL
URBANA
Figura 4 - Tipo de localidade das pessoas residentes no Igarapé Santa Rosa, Xapuri, Acre em 2012.
40
anualmente o Imposto Territorial Rural, ITR, tributo recolhido pelo governo
federal, que, no geral, é cobrado com certa parcimônia anual em relação à
inadimplência.
Ou seja, pagar ou não pagar o ITR não se configura em uma obrigação
cidadã que traz transtornos claros ao município, uma vez que sua relação fiscal
se dá com o governo federal, muito embora sua cidadania concretiza-se no
município.
Como o próprio gráfico comprova a ocupação nas margens do Igarapé
Santa Rosa se concentra na zona urbana, sendo que essa ocupação, em que
pese estar em zona considerada urbana encontra-se em área dita “não
edificante” o que significa dizer que a autoridade municipal não permite a
construção de casas ali, apesar de cobrar IPTU.
Aparentemente as residências são instaladas sem qualquer tipo de
ordem. De maneira desordenada e na maioria das vezes ocupadas por uma
população de baixa renda, não há urbanização nem serviços planejados de
infraestrutura.
Não é difícil supor que atividades que deveriam ser realizadas de acordo
com uma política pública pré-definida, quando concretizadas de forma não
planejadas, geram impactos sociais, econômicos e ambientais, o que se
observa em quase toda a extensão da área de influencia, considerada urbana,
da mata ciliar no Igarapé Santa Rosa.
49%
30%
21%
O QUE ACHA DO LUGAR?
BOM
REGULAR
RUIM
Figura 5 - O que acham do lugar em que residem. Igarapé Santa Rosa, Xapuri, Acre em 2012.
41
A maioria dos residentes no entorno, ou área de influencia, do Igarapé
Santa Rosa, aproximadamente 49%, afirmam que o local em que vivem é bom,
sendo que o restante, 30%, alegam que o local é regular, e 21% que o local é
ruim.
Um fato que se deve levar em consideração é que a porcentagem dos
moradores que afirmam que o local é ruim coincide com as moradias
localizadas em áreas sem infraestrutura. São áreas muito próximas ao leito do
igarapé, e que por isso, são diretamente afetadas pelas consequências da
poluição do mesmo.
Essa informação é importante, pois abre um amplo espaço para
intervenção da política pública. Uma vez que os moradores consideram, na
maioria, os locais onde residem muito ruins, chegando até a concluir pela
impossibilidade de viver no local, sua transferência para locais urbanizados
parece ser facilitada pelo entendimento mútuo. Identificar essas famílias e
instituir um programa de remoção pode ser um passo importante para redução
da antropização intensa na mata ciliar do Igarapé Santa Rosa.
No entanto existem ainda os que mesmo por falta de estrutura se
incomodam mais com problemas diversos do bairro do que com os problemas
gerados pelo igarapé. E ainda há os que mesmo em condições precárias gostam
do local em que moram. Mas, a boa notícia, é que essas famílias não são a
maioria.
42
A maioria dos residentes na área de influencia do Igarapé Santa Rosa,
aproximadamente 70%, afirmam um contundente sim. Desde que houvesse
oportunidade, se mudariam para outro local, sendo que o restante,
aproximadamente 30%, afirmaram que não, que permaneceriam no lugar em
vivem, mesmo sob condições de infraestrutura precária e sujeitos às cheias
anuais e alagações periódicas.
Percebe-se que os habitantes que consideram positivo se mudarem para
outros lugares são os que possuem habitações precárias, que, por sua vez,
estão localizadas em condições de ausência de urbanização e de saneamento.
A combinação de casas se desmanchando com ausência total de
urbanização acontece nas proximidades do leito do igarapé e muitas vezes
dentro do próprio leito.
Entender essa circunstância é essencial para encontrar uma solução
para o problema da ocupação irregular que se arrasta no tempo e parece para
muitos insolúvel. Ocorre que a maioria das pessoas concorda em se mudar e
são exatamente essas pessoas que se encontram em situação mais precária e
nas áreas mais próximas ao igarapé, às vezes dentro dele.
Ou seja, são essas famílias, as que concordam em sair, que deveriam,
em uma intervenção pública voltada para restauração da mata ciliar do igarapé,
serem as primeiras a mudar para casas populares em áreas já urbanizadas
como as do programa “minha casa, minha vida”.
30%
70%
MUDARIA PARA OUTRO LUGAR?
NÃO
SIM
Figura 6 - Mudariam para outro local. Igarapé Santa Rosa, Xapuri, Acre em 2012
43
Essa conjugação de interesses, onde de um lado as famílias querem se
mudar e de outro são as que deveriam ser retiradas em uma primeira
intervenção, facilita, sem dúvida, a intervenção pública.
A maioria dos imóveis dos residentes na área de influencia do Igarapé
Santa Rosa, aproximadamente 93%, pertencem aos seus atuais moradores.
Sendo que o restante, aproximadamente 07%, são alugados.
Nota-se que muito embora seja ainda pequeno, na faixa dos 7%, há um
mercado imobiliário se consolidando em áreas de risco. Essa taxa de aluguéis
sugere que os proprietários, também residentes na mesma área de risco,
conseguiram acumular capital para adquirir outras moradias na mesma área de
risco. Algo preocupante e que na medida em que se consolida funciona como
um freio para intervenção pública.
7%
93%
TIPO DE IMOVÉL?
ALUGADO
PRÓPRIO
Figura 7 - Qual o tipo de imóvel. Igarapé Santa Rosa, Xapuri, Acre em 2012
44
A maioria dos residentes na área de influencia do Igarapé Santa Rosa,
aproximadamente 79%, afirmam que o imóvel foi comprado. Sendo o restante
07% que o local foi doado, 09% conseguiram o imóvel por herança e 02%
afirmam reconhecem que a área é onde vivem é invasão.
Provavelmente não deve haver nenhum tipo de escritura imobiliária que
confirme a compra do imóvel ou mesmo sua propriedade. Quando os
entrevistados afirmam terem comprado o imóvel, isso quer dizer que possuem
algum tipo de contrato de compra e venda dito “de gaveta”, que embora não
tenham validade fiscal, podem ser reconhecido para fins de indenização.
Além disso, nota-se que muitos dos locais onde os residentes afirmam
que compraram, tudo indica tratar-se de área invadida, uma vez que as
condições de urbanização são precárias, e há falta de infraestrutura.
E possível que se trate de uma segunda ou terceira geração de
moradores pós- invasão. Ou seja, embora a área tenha sido invadida há alguns
anos, o mercado de compra e venda se consolidou mesmo não acontecendo à
urbanização.
3%
79%
7%
9%
2%
COMO ADQUIRIU O IMOVÉL?
ALUGADO
COMPRADO
DOADO
HERANÇA
OUTROS
Figura 8 - Como o imóvel foi adquirido
45
De qualquer maneira o elevado índice de propriedades irregulares pode
servir como motivador para uma ação pública mais eficiente no sentido de
desabitar a área.
Na sua maioria 51% das moradias, ou das pessoas que vivem ali, estão
lá há menos de 05 anos, o que fornece, por um lado, uma oportunidade para a
intervenção pública no que se refere à retirada das habitações, mas por outro
lado, gera preocupação no sentido de que a procura pela área é intensa.
Ou seja, não adiantará um esforço para transferência das famílias para
outros bairros sem que haja um esforço igualmente intenso no sentido de
proteger a área de novas invasões. O que, seguramente, irá acontecer.
Os dados afirmam que a maioria dos residentes na área de influencia do
Igarapé Santa Rosa, aproximadamente 19%, se encontram no local a menos
de 05 a 10 anos, o que pode ser considerado muito recente e, o mais grave,
após a última alagação de que se tem notícia.
19%
16%
2%7%5%
51%
HÁ QUANTO TEMPO RESIDE NO LOCAL?
DE 05 A 10 ANOS
MAIS DE 10 A 20 ANOS
MAIS DE 10 ANOS
MAIS DE 20 ANOS A MENOS DE 40 ANOS
MAIS DE 40 ANOS
MENOS DE 05 ANOS
Figura 9 - Há quanto tempo residem no local
46
Cabe ressaltar que uma boa parcela dos residentes a menos de 05
anos, afirmaram que residem no local apenas somente há alguns meses, e
alegam estar à procura de um lugar melhor para viver, o que facilitaria uma
intervenção pública mais eficiente.
A maioria das residências na área de influencia do Igarapé Santa Rosa,
aproximadamente 49%, possuem menos de 03 a 04 moradores. Sendo que
nos demais domicílios, 28% moram menos de 01 a 02 pessoas, e 16% das
residências menos de 05 a 06 pessoas, em 07% das famílias residem de 07 a
08 pessoas.
A idéia inicial de que a maioria das habitações funcionam como cortiços,
com um número excessivo de pessoas vivendo em condições de salubridade
ruim e com pouca privacidade e muita libertinagem, não se confirma com os
dados obtidos. Na grande maioria das vezes, a quantidade de moradores está
dentro dos padrões observados na área urbana.
28%
49%
16%
7%
QUANTAS PESSOAS RESIDEM NO IMÓVEL?
DE 01 A 02
DE 03 A 04
DE 05 A 06
DE 07 A 08
Figura 10 - Quantas pessoas residem no imóvel
47
Embora os residentes, em sua totalidade, sejam de origem acreana,
aproximadamente 93%, são do próprio município de Xapuri. Sendo o restante,
07% vieram de outros municípios do estado do Acre.
2 RENDA E CONDIÇÕES DE VIDA
7%
93%
DE ONDE VEIO?
DE FORA DO MUNICÍPIO
DO PRÓPRIO MUNICÍPIO
Figura 11 - De onde vieram
48
Quase a metade dos residentes na área de influência do Igarapé Santa
Rosa, aproximadamente 56%, possuem segurança financeira ou porque são
assalariados com carteira de trabalho assinada ou são aposentados
beneficiários do INSS.
Por outro lado um total de 14% vivem na informalidade. O restante, 09%,
alegam ser autônomos, e 09% estão desempregados atualmente. Os 12% que
correspondem a outros, não se encaixaram em nenhuma das alternativas
acima, são donas de casas ou fazem os chamados “bicos” para ajudar na
despesa doméstica.
30%
9%
9%14%
26%
12%
FONTE DE RENDA DA FAMÍLIA?
APOSENTADORIA
AUTONOMO
DESEMPREGADO
EMPREGO INFORMAL(SEM CARTEIRA ASSINADA)
EMPREGO(COM CARTEIRA ASSINADA)
OUTROS
49%
37%
9%
3%
2%RENDA MENSAL?
DE 0 A 01 SALÁRIO MÍNIMO
MAIS DE 01 A 02 SALÁRIOS MÍNIMOS
MAIS DE 02 A 03 SALÁRIOS MÍNIMOS
MAIS DE 03 A 04 SALÁRIOS MÍNIMOS
MAIS DE 4 SALARIOS MINIMOS
Figura 12 - Qual a fonte de renda
Figura 13 - Qual a renda mensal
49
A maioria dos residentes na área de influencia do Igarapé Santa
Rosa, aproximadamente 49%, afirmam que não ter renda alguma ou receber
menos de 01 salário mínimo. Já o restante, 37% afirmam que recebem até 02
salários mínimos, 09% recebem de dois a três salários mínimos, outros 03%
recebem de 03 a 04 salários mínimos, 02% recebem mais de 04 salários
mínimos.
Uma expressiva parcela das famílias não depende de qualquer tipo de
auxilio público, quer seja como bolsa família quer seja como algum outro tipo
de apoio estatal. A maioria dos residentes, 74%, afirmaram não receber
nenhum auxílio do governo, enquanto que, 26%, afirmaram, por ocasião da
entrevista, que recebiam um auxílio mensalmente.
Essa informação contraria uma série de afirmações comuns a respeito
dessa população que está sujeita a alagações e outras vicissitudes. Acredita-
se, no geral, que se trata de beneficiários das ações do governo que dependem
dos programas sociais para sua sobrevivência. Não é bem assim.
Promover o acesso aos programas sociais, uma vez que se trata de
famílias que precisam do benefício, mas que, provavelmente, encontram
entraves para acesso, pode funcionar como motivador para negociar sua
transferência para outras áreas habitacionais.
74%
26%
RECEBE ALGUM AUXÍLIO DO GOVERNO?
NÃO
SIM
Figura 14 - Se recebem algum auxílio do governo
50
Dos moradores que recebem auxílio de programas sociais públicos, 19%
recebem o auxílio do bolsa família e 02% recebem outros tipos de auxílios que
não se enquadravam nas alternativas citadas.
Segundo o instituto brasileiro de geografia e estatística – IBGE, em Rio
Branco, cerca de 21.605 famílias são contempladas. Ainda assim, mais de 14
mil, mesmo se enquadrando no perfil de beneficiários, não recebem o auxílio
do governo federal, devido a um conjunto de razões, onde a dificuldade de
acesso surge como a principal delas.
2% 2%
19%
75%
2%
QUAL BENEFÍCIO RECEBE?
APOSENTADORIA
BOLSA ESCOLA
BOLSA FAMÍLIA
NÃO RECEBE
OUTROS
100%
QUAL O TIPO DE ILUMINAÇÃO ?
ENERGIA ELÉTRICA
Figura 15 - Qual o tipo de benefício que recebem do governo
Figura 16 - Qual o tipo de iluminação nas residências
51
A totalidade das habitações localizadas na área de influencia do Igarapé
Santa Rosa, 100%, tem acesso à energia elétrica, tantos os residentes na zona
urbana quanto os que residem na zona rural.
É importante salientar que a área considerada como zona rural,
corresponde à região da nascente do Igarapé Santa Rosa, onde não há
concentração de moradores.
O emprego da matéria-prima madeira é comum nesse tipo de
habitação. Geralmente se trata de madeira usada várias vezes em outras
residências e, quando novas, de madeira branca usada em caxotaria de
concreto e que são encontradas em depósitos de resíduos da construção civil.
A maioria das residências, 49%, são construídas em madeira. Do
restante, 39% são construídas em madeira e possuem partes em alvenaria e
12% são construídas em alvenaria.
A maioria das casas em madeiras se encontravam nas regiões mais
carentes e quase sempre o seu estado de conservação eram precárias.
12%
49%
39%
TIPO DE CONSTRUÇÃO?
ALVENARIA
MADEIRA
MISTO
Figura 17 - Qual o tipo de construção
52
O emprego de telha à base de amianto, também chamadas de
fibrocimento, está em vias de ser proibido pelo conselho nacional de meio
ambiente, o CONAMA, devido a evidencia científica de que essa matéria-prima
causa um tipo de câncer chamado de ABESTO, no entanto, a grande maioria
das residências, 95%, quase que a totalidade são recobertas por telhas de
amianto. Outros 05% dos domicílios são cobertos com telhas de alumínios.
Apesar da proibição da legislação ambiental, a cobertura com telhas de
amianto, estas estão entre as mais utilizadas principalmente na cobertura de
construções rurais e moradias populares, isto se deve, principalmente, ao baixo
custo justamente por apresentarem como diferencial a possibilidade de vencer
grandes vãos sem o uso de apoios intermediários, sendo leves e resistentes e
podendo ser apoiadas em estruturas de madeira, metálicas ou de concreto.
5%
95%
TIPO DE COBERTURA?
ALUMÍNIO
FIBRO-CIMENTO
Figura 18 - Qual o tipo de cobertura do imóvel
53
A maioria do acesso aos domicílios que se encontram no entorno da
extensão do Igarapé Santa Rosa, aproximadamente 98%, são ruas. O restante,
aproximadamente 02% o acesso era por ramal. No entanto vale considerar que
a maioria das ruas não eram asfaltadas e algumas estavam em condições
precárias.
A maioria dos residentes entorno da extensão do Igarapé Santa Rosa,
aproximadamente 35%, afirmam que o estado de conservação da via é regular,
sendo que o restante, 33% afirmam que o estado de conservação é ruim, e
32% afirmam que o estado de conservação é bom.
2%
98%
ACESSO A PROPRIEDADE
RAMAL
RUA
32%
35%
33%
ESTADO DE CONSERVAÇÃO DA VIA
BOM
REGULAR
RUIM
Figura 19 - Como é o acesso a propriedade
Figura 20 - Qual o estado de conservação da via de acesso a propriedade
54
Como foi dito anteriormente, a maioria das ruas não eram asfaltadas, ou
não tinham pavimentação alguma ou eram pavimentadas de tijolos.
Como a urbanização é precária nessas áreas o transporte de
passageiros por ônibus também não acontece. A maioria dos residentes do
entorno do Igarapé Santa Rosa, aproximadamente 44%, afirmaram que o seu
meio de transporte era a bicicleta, e 35% afirmaram que se deslocavam a pé.
Sendo o restante dos 21%, 14% utilizam motos, 05% utilizam automóveis e
02% carro com tração animal.
O gráfico mostra as características típicas de cidades do interior, por
serem consideravelmente pequenas o principal meio de locomoção dos seus
moradores ou é a bicicleta ou a pé.
35%
5%
44%
2% 14%
MEIO DE TRANSPORTE
A PÉ
AUTOMÓVEL
BICICLETA
CARRO COM TRAÇÃO ANIMAL
MOTO
Figura 21 - Qual o meio de transporte mais utilizado
55
A televisão está presente em 42% dos domicílios, um número bem
inferior à média estadual de 98%. Um total de 32% possui telefone, telefone
rádio, uma minoria dos entrevistados tem acesso à internet em suas
residências.
A maioria dos residentes entorno da extensão do Igarapé Santa Rosa,
aproximadamente 35%, possuem telefone, televisão e rádio. 25% afirmaram
que possuíam somente telefone e televisão e o restante dos 40%, 12%
possuem telefone, televisão, rádio e internet, outros 12% possuem somente
televisão, 07% possuem telefone, televisão e internet, 02% possuem apenas
telefone, outros 02% possuem telefone e rádio, e 05% afirmam possuir apenas
televisão e rádio.
2% 2%
25%
7%
35%
12%
12%
5%
MEIO DE COMUNICAÇÃO
TELEFONE
TELEFONE E RÁDIO
TELEFONE E TELEVISÃO
TELEFONE, TELEVISÃO E INTERNET
TELEFONE, TELEVISÃO E RÁDIO
TELEFONE, TELEVISÃO, INTERNET E RÁDIOTELEVISÃO
TELEVISÃO E RÁDIO
Figura 22 - Quais seus meios de comunicação
56
3 Uso do solo
A maioria dos residentes entorno da extensão do Igarapé Santa Rosa,
aproximadamente 65%, não plantam nenhum tipo de cultura, e 30% afirmam
que em suas áreas possuem frutíferas. O restante dos 5%, 3 % plantam
frutíferas e hortaliças, e 02% outro tipo de cultura.
Por conta das entrevistas em sua maioria terem sido realizadas no
perímetro urbano, os entrevistados não possuíam plantações em suas áreas,
no máximo algumas frutíferas e hortaliças, mas somente para o próprio
consumo e não para fins comerciais.
30%
3%65%
2%
O QUE PLANTAR?
FRUTÍFERAS
FRUTÍFERAS E HORTALIÇAS
NADA
OUTROS
35%
65%
TIPO DE PRODUÇÃO
MANUAL
NÃO PLANTA
Figura 23 - O que planta
Figura 24 - Qual o tipo de produção
57
A maioria dos residentes entorno da extensão do Igarapé Santa Rosa,
aproximadamente 65%, não plantam nenhum tipo de cultura, e os que
possuem plantações de algo, aproximadamente 35%,afirmam que a produção
é manual.
Como o gráfico anterior mostra, não há a existência de plantações para
fins comerciais, portanto não haveria a necessidade de produção mecanizada.
São apenas plantações de subsistência, pequenas cultivares.
Figura 25 - Se realizam queima
Apesar de a prática de queimada ser corriqueira em áreas rurais, com a
pressão exercida pelos órgãos de controle para regularizar ou licenciar a
queimada tem feito com que essa prática se reduza a cada ano.
Por se tratar, em sua maior parte, de um perímetro urbano e não terem
plantações para fins comerciais, logo não necessitam realizar, assim 100% dos
moradores responderam que não realizam queimadas em suas áreas.
100%
REALIZA QUEIMA
NÃO QUEIMA
58
A maioria dos residentes entorno da extensão do Igarapé Santa Rosa,
aproximadamente 70%, não plantam nenhuma cultura em suas áreas, e os
30% que afirmaram plantar algo era para consumo próprio e não
comercialização.
70%
30%
DESTINO DA PRODUÇÃO
NÃO PLANTA
SUBSISTÊNCIA
100%
REALIZA ATIVIDADE EXTRATIVISTA OU FLORESTAL?
NÃO
Figura 26 - Qual o destino da produção
Figura 27 - Se realiza alguma atividade extrativista
59
Em todas as questões relacionadas à prática de atividades extrativistas,
a totalidade dos entrevistados, 100%, afirmaram não realizar nenhuma
atividade extrativista, já que a maioria das entrevistas foram realizadas na zona
urbana esse resultado já era esperado.
Figura 29 - Se cria animais
A maioria dos residentes do entorno da extensão do Igarapé Santa
Rosa, aproximadamente 77%, afirmaram que não criavam animais, sendo o
86%
14%
CRIA ANIMAIS?
NÃO
SIM
100%
QUAL O DESTINO DA SUA PRODUÇÃO EXTRATIVISTA?
NÃO REALIZA
Figura 28 - Qual o destino da sua produção extrativista
60
restante 23% afirmam que sim, criam algum tipo de animal na sua área. No
entanto, criam para fins de subsistência e não para a comercialização.
Figura 30 - Quais animais criam
A maioria dos entrevistados 79% não cria nenhum tipo de animal, apenas 19%
criam aves e 02% criam gado, aves e eqüinos.
Figura 31 - Qual o destino da criação
19%
2%
79%
QUAIS ANIMAIS CRIA?
AVES
GADO,AVES,EQUINOS
NÃO CRIA
79%
21%
QUAL O DESTINO DA CRIAÇÃO DE ANIMAIS?
NÃO CRIA
SUBSISTÊNCIA
61
No total de 21% dos entrevistados fazem criação de animais para a
subsistência, e 79% não possuem nenhuma criação animal.
4 Implicações ambientais relacionadas ao igarapé
Figura 32 - Como é feito o abastecimento de água
A maioria dos residentes na área de influência do Igarapé Santa Rosa,
aproximadamente 91%, possuem abastecimento em rede pública de água,
enquanto 07% possuem poço escavado para o abastecimento.
Os demais 02% corresponde a respostas que não se enquadram nas
alternativas citadas.
2%
7%
91%
ABASTECIMENTO DE ÁGUA?
OUTROS
POÇO ESCAVADO(CACIMBA)
REDE PÚBLICA
62
Figura 33 - Qual o destino do esgoto
A maioria dos residentes do entorno da extensão do Igarapé Santa Rosa,
aproximadamente 79%, afirmam que o destino do esgoto é o igarapé ou o rio,
sendo o restante dos 21%, 16% afirmam ter fossa séptica, 03% outro tipo de
instalação sanitária e 02% afirmam ter vala.
Vale ressaltar que quase a totalidade das entrevistas foram realizadas na
zona urbana, sendo assim, é preocupante essa falta de saneamento básico.
Segundo o Documento Síntese Zoneamento Ecológico-Econômico do Acre,
somente 17,04% dos domicílios de Xapuri tem atendimento aos serviços de
esgotamento sanitário. Esse percentual é até regular considerando que em
alguns municípios praticamente 100% dos domicílios não estão ligados a rede
geral e nem dispõem de fossa séptica.
16%
79%
3% 2%
DESTINO DO ESGOTO
FOSSA SÉPTICA
IGARAPÉ/RIO
OUTROS
VALA
63
Figura 34 - Qual o destino do lixo
A maioria dos residentes do entorno da extensão do Igarapé Santa
Rosa, aproximadamente 93%, afirmam que o lixo é coletado, no entanto o
restante dos 7%, 2% afirmou que queimam o lixo e 2% que jogam no igarapé
ou rio.
Segundo o ZEE, o percentual da população que possui o serviço de
coleta de lixo domiciliar no município de Xapuri é de 52,55%, uma taxa de
atendimento considerada. No entanto, a maioria dos entrevistados que
afirmaram ter o lixo coletado também informaram que deixam o lixo nas ruas
principais, já que o acesso a rua das suas casas é precário.
Figura 35 - Quais as fontes de água existentes na propriedade
93%
2%
5%
DESTINO DO LIXO
COLETADO
NO IGARAPÉ/RIO
QUEIMADO
2%
42%
56%
QUAIS AS FONTES DE ÁGUA EXISTENTE NA SUA PROPRIEDADE?
AÇUDE
NÃO POSSUI
RIO E/OU IGARAPÉ
64
A maioria dos entrevistados 56% possuem rio ou igarapé em suas
propriedades, 42% não possui nenhum fonte de água em sua propriedade.
Figura 36 - Se existe fonte de água próximo ao imóvel
No total de 91% dos entrevistados possuem rio e/ou igarapé a menos de
30 m de distância de suas residências.
Figura 37 - Se utiliza água do igarapé
Nenhuns dos entrevistados utilizam a água do igarapé para alguma
atividade. As razões apontadas dizem respeito ao nível de poluição das águas,
considerado elevado pelos próprios moradores.
9%
91%
FONTE DE ÁGUA PRÓXIMO AO IMÓVEL?
RIO A MAIS DE 30 E MENOS DE 50 METROS DE DISTÂNCIA
RIO E/OU IGARAPÉ COM OU A MENOS DE 30 M DE DISTÂNCIA
100%
USA A ÁGUA DO IGARAPÉ PARA ALGUMA COISA?
NADA
65
Figura 38 - Se existe problema de escassez de água
A maioria dos entrevistados 84% afirmaram que não há problema com
escassez de água em alguma época do ano, uma minoria 16% afirmaram que
sofrem com a falta de água.
Figura 39 - Se existe problema de alagação
A maioria dos entrevistados disseram que a alagação afeta a região
onde moram, e apenas 23% não sofrem com este problema. Um dos principais
problemas enfrentados pelos moradores das encostas do Igarapé Santa Rosa
84%
16%
EXISTE PROBLEMA DE ESCASSEZ DE ÁGUA?
NÃO
SIM
23%
77%
PROBLEMAS COM ALAGAÇÃO?
NÃO
SIM
66
é o que eles definem como alagação. Na verdade há uma confusão conceitual
corriqueira entre cheias e alagação que a população não costuma entender.
Assumindo que cheias são as que ocorrem todos os anos quando a
vazão do igarapé chega ao seu ponto médio superior e que alagação é quando
a vazão ultrapassa a cota de transbordamento, o que a população residente
afirma ser problema de alagação na verdade é de cheia.
Acontece que como as residências encontram-se próximas demais do
leito do igarapé as cheias anuais dificultam o acesso às residências e, em
alguns casos, obriga o morador a ir para outra localidade.
As cheias que ocorrem principalmente no mês de fevereiro devido aos
elevados índices de precipitação comuns na Amazônia.
Figura 40 - Se há problemas ambientais na comunidade
A maioria dos entrevistados 44% afirmaram que o problema que atinge a sua
comunidade e a alagação, 21% disseram que a poluição das águas é bastante
comum na região.
Destinação do lixo no próprio igarapé, poluição do igarapé e ocorrência
de cheias/alagação são apontados como os três principais problemas
ambientais para a comunidade residente nas margens do Igarapé Santa Rosa.
44%
3%
16%3%
2%
9%
21%
2%
PROBLEMAS DE MEIO AMBIENTE NA COMUNIDADE?
ALAGAÇÃO
DESMATAMENTO
DESTINAÇÃO INADEQUADA DO LIXO
FALTA DE ÁGUA TRATADA
INCIDENCIAS DE DOENÇAS
OUTROS
POLUIÇÃO DAS ÁGUAS
QUEIMADAS
67
É simples observar que se trata de um círculo vicioso no qual o próprio
morador se vê às voltas com problemas ambientais cujas causas parecem ser
sua própria atitude. É o lixo jogado no igarapé que polui as águas e contribui
para alagar, ou seja, parece sem solução.
Pelo fato de os entrevistados residirem a uma distancia pequena das
margens do igarapé, quando perguntado a respeito dos problemas ambientais
que atingem a comunidade nota-se que não somente um fator é tido como
problema ambiental,mas sim um conjunto de fatores que acabam acarretando
um dos principais problemas ambientais que é a poluição do igarapé.
Figura 41 - Se existe erosão ou solo exposto na área
A maioria dos entrevistados 86% não tem problemas com a erosão em
sua propriedade.
5 Perspectivas para restauração da Mata Ciliar
86%
14%
EXISTE EROSÃO OU SOLO EXPOSTO?
NÃO
SIM
68
Figura 42 - Se existe área de vegetação na propriedade
Somente em 2% das residências localizadas na mata ciliar do Igarapé
Santa Rosa existe presença de uma capoeira em lento processo de
regeneração que os moradores denominam de mata. Fazer com que essa
pequena porção se alastre e acelere seu processo de regeneração natural
deve ser prioridade para os projetos de restauração a serem elaborados.
Em relação a vegetação existente na propriedade dos entrevistados,
vemos que em 82% destas não existe vegetação, e nas 16% que existe
vegetação, esta se apresenta em arvores isoladas, que provavelmente foram
plantadas por algum residente para colheita de frutas de várias espécies.
Figura 43 - Se acha importante a presença da mata ciliar
16%2%
82%
EXISTE ÁREA DE VEGETAÇÃO NA PROPRIEDADE?
ARVORES ISOLADAS
MATA
NÃO EXISTE
2%
98%
ACHA IMPORTANTE A MATA CILIAR NO IGARAPÉ?
NÃO
SIM
69
Mesmo sem entender exatamente o que é mata ciliar, quando
esclarecido pelos entrevistadores que se tratava da vegetação que auxilia na
manutenção do equilíbrio hidrológico do igarapé, o que pode significar
minimizar a ocorrência de cheias/alagação, os residentes, 98%, concordam
com a importância da mata ciliar.
Todavia para 2% os argumentos a favor da mata ciliar não possuem
cabimento e a mata atrapalha mais que ajuda. Esse tipo de postura pode ser
modificado com campanhas de extensão florestal voltadas para a
conscientização com relação ao papel da mata ciliar para o igarapé.
Figura 44 - Se concorda com o reflorestamento da mata ciliar
Os indicadores mostram prefeita sintonia com o gráfico anterior que
tratou da importância da mata ciliar. Para os 05% dos moradores que não
acreditam no efeito positivo da mata ciliar sobre a vazão do igarapé, também
não há necessidade de seu reflorestamento ou restauração. Por outro lado,
95% defendem a recuperação da mata ciliar.
5%
95%
CONCORDA COM REFLORESTAMENTO DA MATA CILIAR?
NÃO
SIM
70
Figura 45 - Se colaborariam com a recuperação da mata ciliar
Dos que acham importante a recuperação da mata ciliar quase a
totalidade, 95%, estão dispostos, inclusive, a trabalhar em projetos de
recuperação florestal.
Reforçando as informações dos gráficos anteriores, este mostra a
disponibilidade dos moradores em relação à recuperação da mata ciliar.
Figura 46 - De que forma poderiam colaborar
Dos entrevistados, 51% ajudariam plantando árvores, 35% estariam
dispostos a serem agentes orientadores em suas comunidades. Uma vez que a
5%
95%
COLABORARIA COM A RECUPERAÇÃO DO IGARAPÉ?
NÃO
SIM
35%
5%9%
51%
DE QUE FORMA AJUDARIA?
AGENTE ORIENTADOR
NÃO AJUDARIA
PARTICIPAR EM PROGRAMA DE FORMAÇÃO
PLANTANDO ÁRVORES
71
maioria dos residentes são pessoas com pouca formação laboral, o plantio de
árvores aparece como atividade que mais estariam dispostos a colaborar para
restaurar a mata ciliar.
Por sorte está no plantio das árvores onde se encontra a maior demanda
para a efetivação de projetos de restauração da mata ciliar.
Um pequeno e providencial teste desse potencial colaborador dos
residentes poderia ser realizado por da distribuição de mudas de espécies de
maior IVI- mata ciliar nas residências para que os moradores realizassem seu
plantio.
Figura 47 - Se aceitariam participar de uma associação
Os moradores também se motivam com a perspectiva de criação de
uma associação civil voltada para cuidar do Igarapé Santa Rosa. Algo como
uma associação de amigos do Igarapé Santa Rosa seria bem vindo, para 91%
dos moradores, que topariam trabalhar para sua viabilidade.
A idéia de se criar uma organização da sociedade civil, do tipo
associação de amigos dos igarapés, tem sido colocada em prática, com
sucesso, em regiões do sudeste do país.
Embora nessas regiões a população possua maior nível de renda, de
escolaridade e de informação. Experimentar o potencial desse tipo de iniciativa
em Rio Branco poderia ser um objetivo imediato para intervenção pública
municipal, tendo em vista que os dados corroboram a disposição dos
moradores.
9%
91%
ACEITARIA PARTICIPAR DE UMA ASSOCIAÇÃO DE MORADORES?
NÃO
SIM
72
Figura 48 - Que tipo de incentivo governamental deveria ser oferecido aos residentes
Apesar de se tratar de comunidades com nível de renda inferior,
somente 26% apela para o incentivo público em dinheiro para atuar na
restauração da mata ciliar do Igarapé Santa Rosa.
A maioria, 37%, acredita que a formação e a informação, definidos na
pergunta como capacitação técnica, seria suficiente para que eles entrassem
em projetos de recuperação florestal da mata ciliar.
Um número ainda expressivo de moradores, por sua vez, aposta na
realização do plantio de mudas de árvores de espécies nativas da mata ciliar
como único incentivo público para essa restauração.
37%
26%2%
35%
QUE TIPO DE INCENTIVO DEVERIA SER DADO PELO GOVERNO?
CAPACITAÇÃO TÉCNICA
INCENTIVO FINANCEIRO
OUTROS
PLANTIO DE CULTURAS NATIVAS
73
6 CONCLUSÃO
O estudo realizado revela que maioria dos entrevistados utilizam-se das
áreas que margeiam o Igarapé Santa Rosa, apenas como moradia, embora
ainda que pequeno, há um mercado imobiliário nessas áreas de risco.Uma
minoria utiliza o solo para plantação de algum tipo de cultura ou criação de
animais, para subsistência, não possuindo qualquer caráter comercial. Nenhum
dos entrevistados utiliza a água do igarapé para alguma atividade, por razões
apontadas ao nível de poluição das águas.
De acordo com os gráficos analisados notou-se que a destinação
incorreta do lixo e do esgoto doméstico realizada diretamente no leito do
igarapé são os principais poluidores e consequentemente causadores de
cheias e alagações, resultando em um dos piores problemas ambientais, que é
a poluição do mesmo. Gerando um grave problema relacionado ao
saneamento básico na comunidade em questão. Levando em consideração
que quase a totalidade das entrevistas foram realizadas na zona urbana, onde
se concentra a maioria dos entrevistados, mostra a total ineficiência e o
descaso político junto ao saneamento básico dos moradores de Xapuri.
Foi constatado, diante da análise dos resultados, que a ocupação das
zonas de APP nas margens do Igarapé Santa Rosa ocorreu de maneira
desordenada desprovida de urbanização, infraestrutura e saneamento básico.
Mesmo consideradas áreas urbanas, estas se classificam como áreas não
edificantes. Este processo resultou na retirada da vegetação, que auxilia na
manutenção do equilíbrio hidrológico do igarapé, o que pode diretamente
influenciar na ocorrência de alagações, pelo aumento da vazão d’água
decorrente das precipitações e uma futura escassez de água, tanto pela
poluição do recurso, quanto da disponibilidade em função da retirada dessa
vegetação.
Pode-se afirmar que o conjunto de gráficos fornecem informações
sociais, econômicas e ambientais satisfatórias sobre a comunidade residente
na área de influência do Igarapé Santa Rosa, definindo a população residente
de origem acreana, em geral, como uma comunidade de baixa renda, em
alguns casos até mesmo vivendo em condições precárias. Quando realizam
74
alguma criação de animais ou plantações são para fins de subsistência e não
para a comercialização. Outros possuem segurança financeira ou porque são
assalariados com carteira de trabalho assinada ou são aposentados
beneficiários do INSS.
Segundo o Documento Síntese Zoneamento Ecológico-Econômico do
Acre, somente 17,04% dos domicílios de Xapuri tem atendimento aos serviços
de esgotamento sanitário. Os locais aonde foram realizadas as entrevistas, são
residências muito próximas ao igarapé e muitas vezes dentro do próprio leito,
de acordo com resultado analisado aproximadamente 79%, afirmam que o
destino do esgoto é o igarapé ou o rio, sendo o restante dos 21%, 16% afirmam
ter fossa séptica, 03% outro tipo de instalação sanitária e 02% afirmam ter vala
séptica,sendo assim é preocupante essa falta de saneamento básico.
Os dados demonstram que a posição geográfica do Igarapé Santa Rosa,
juntamente com o aumento da população urbana, repercutindo diretamente no
crescimento da cidade em direção aos cursos d’água. Essa expansão foi
promovida, basicamente, por pessoas de baixa renda e para de fins de
moradia, em função das atividades econômicas desenvolvidas no município
Xapuri, como a fábrica de preservativos e de tacos em madeira para assoalhos.
O desmatamento para a instalação de pecuária extensiva também é, sem
dúvida, um grave problema das bacias hidrográficas, pois provoca
assoreamento, o que torna ainda mais difíceis a navegação e o tratamento de
água para abastecimento urbano.
Portanto, depois de identificados os pontos de degradação, deve-se
levar em consideração os tipos mais viáveis de recuperação dessas áreas. Os
modelos mais adequados e indicados a restauração são: condução da
regeneração natural, plantio direto e a implantação de espécies arbustivo-
arbóreas nativas regionais. Onde existe presença de uma capoeira em lento
processo de regeneração que os moradores denominam de mata. Fazer com
que essa pequena porção se alastre e acelere seu processo de regeneração
natural. A implantação de arvores, por algum residente para colheita de frutas
de várias espécies, também é uma técnica de reflorestamento ou restauração.
Por fim, 95% defendem a recuperação da mata ciliar, o plantio direto de
árvores aparece como atividade que mais estariam dispostos a colaborar para
restaurar a mata ciliar.
75
7 RECOMENDAÇÕES
A partir das informações geradas no levantamento socioeconômico do
Igarapé Santa Rosa a equipe de pesquisadores considera crucial a definição, a
partir de discussão entre os técnicos da Andiroba e SEMA, dos seguintes
próximos passos:
1 Definição dos trechos críticos no Igarapé Santa
Rosa para recuperação florestal imediata;
2 Elaboração de projetos de recuperação florestal
para cada um dos trechos críticos selecionados;
3 Implantação dos projetos de recuperação florestal e
manutenção nos 2 primeiros anos.
• Definição dos trechos críticos
Para definir quais os trechos deverão passar por restauração imediata,
uma vez que estão críticos, tendo em vista seu adiantado estágio de
degradação, a equipe de pesquisadores considera dois pontos fundamentais.
Primeiro e mais importante que os trechos sejam definidos a partir de
reunião, de técnicos, conjunta entre a SEMA e a equipe de pesquisadores da
Andiroba, para que os trechos selecionados, reflitam a opinião da maioria dos
técnicos e não desse ou daquele grupo.
Segundo, que a definição dos trechos críticos, sejam realizadas com o
maior rigor técnico possível, a fim de resguardar o objetivo principal de todo
esse trabalho que é o de fazer com que o Igarapé Santa Rosa inicie um
processo seguro de recuperação de suas características naturais em especial
no que se refere ao equilíbrio hidrológico.
Por rigor técnico a equipe entende que cada trecho crítico selecionado
deverá estar amarrado em alguns critérios de seleção que em seu conjunto
promovam o sucesso da restauração.
76
Muito embora fuja ao escopo do trabalho contratado pela a Andiroba,
mas no intuito de orientar as discussões sobre a seleção dos trechos críticos, a
equipe elaborou um conjunto de cinco critérios de seleção de trechos críticos
que espera poder discutir melhor no momento da seleção.
1 Quanto mais próximo da nascente o trecho crítico
estiver localizado, melhor;
2 Se o trecho incluir os dois lados da margem do
igarapé, melhor;
3 Quanto menor a densidade demográfica na região
do trecho crítico, melhor;
4 Se a localização do trecho crítico possibilitar a
contratação de trabalhadores locais para realização
das ações de recuperação florestal, melhor; e
5 Quanto maior as garantias institucionais para
manutenção dos plantios de restauração a
localização do trecho crítico promover, melhor.
No parte do Igarapé instituída na área urbana torna-se difícil, por vários
motivos, a utilização da metodologia descrita nesse trabalho. Nessa área a
solução pode ser a urbanização, similar ao que foi realizado no Canal da
Maternidade.
77
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ANEXOS
FORMULÁRIO USADO NO LEVANTAMENTO SOCIOECONOMICO; 1. DADOS DE CONTROLE E IDENTIFICAÇÃODA FAMÍLIA 1.01. Data da Pesquisa: 1.02. Localização (Igarapé/Rio) : 1.03. Município: 1.04. Nome do Entrevistador: 1.05. Coordenada Geográfica: 1.06. Nome do Entrevistado: 1.07. Identificação do domicílio. 1.08. Tipo de Localidade:
� 1. Rural 2. Urbana1.09. O que você acha do lugar onde mora ?
� 1. Bom � 2. regular � 3. Ruim 1.10. Se você tivesse oportunidade de mudar para outro lu gar você aceitaria ?
� 1.Sim � 2. Não.
1.11. O imóvel é : Próprio Alugado 1.12. Como adquiriu o imóvel?
� 1. Comprado � 2. Doado � 3. Invasão
� 4. Herança � 5.Outros:________________
1.13. Quanto tempo reside no imóvel? � 1. Menos de 05 anos � 2. De 05 a 10 anos � 3. Mais de 10 a 20 anos
� 4. Mais de 20 a menos de 40 anos
� 5. Mais de 40 anos 1.14. Quantas pessoas residem no imóvel? � 1. De 01 a 02 � 2. De 03 a 04
� 3. De 05 a 06 � 4. De 07 a 08
� 5. Mais de 08
1.15. De Onde veio? Do próprio município Se Fora do Município, de onde ? _____________________________
De fora do município
W
S
2
2. FONTE DE RENDA 2.01. Qual a fonte de renda da família?
� 1. Emprego (com carteira assinada)
� 2. Desempregado � 3. Emprego informal (sem
carteira assinada)
� 4. Aposentadoria � 5. Autônomo � 6. Agropecuária � 7.Outros________________
2.02. Qual a renda familiar mensal?
� 1. De 0 a 01 salário mínimo
� 2. Mais 01 a 02 salários mínimos
� 3. Mais 02 a 03 salários mínimos
� 4. Mais de 03 a 04 salários mínimos
� 5. Mais de 04 salários mínimos
2.03. A família recebe algum auxílio do Governo Federal, Estadual ou Municipal? � 1. Sim � 2. Não 2.04. Se sim, qual? � 1.1. Bolsa Moradia. � 1.2. Bolsa Família� 1.3. Vale Gás � 1.4. Bolsa Escola
� 1.5. Outros. _________________
3. HABITAÇÃO 3.01. Tipo de iluminação: 1. Energia elétrica 2. Lampião
3. Vela 4. Gerador
5. Placa solar 6 . Lamparina
3.02. Tipo de moradia: identificar a habitação a) Tipo de material empregado na construção: Madeira Alvenaria Misto b) Tipo de cobertura: Palha
Alumínio Telha cerâmica
fibrocimento
4. SERVIÇOS PÚBLICOS 4.01. O abastecimento de água no imóvel é feito ?
� 1. Rede pública. � 2. Poço escavado
(cacimba). � 3. Açude.
� 4. Águas superficiais (rios, lagos, igarapés, nascente).
� 5. Outros.
4.02. Qual o destino do esgoto ?
3
� 1. Rede pública
� 2. Privada
� 3. Fossa séptica
� 4. Vala
� 5. Igarapé/Rio � 6. Outro
4.03. Qual o destino do lixo ?
� 1. Coletado � 2. Queimado � 3. Enterrado
� 4. Céu aberto � 5. No igarapé/
Rio
� 6. No mato � 7. Outros
5. ACESSIBILIDADE 5.01.Tipo de acesso à propriedade: Estrada Rua
Rodovia Ramal
Igarapé
5.02. Estado de conservação da via: Ótimo Bom Ruim Regular 5.03. Meio de Transporte: Carro com tração animal
Moto Automóvel
A pé
Bicicleta 5.04. Quanto ao tipo de transporte: Próprio Público Alugado 5.05. Se público ,quanto à qualidade do transporte: Ótimo Bom Regular Ruim 5.06. Quanto à freqüência Diariamente Semanalment
e Mensalmente Anualmente
5.07. Qual o Meio de Comunicação:Telefone Televisão Internet Rádio
6. PRODUÇÃO 6.01. O que você planta na sua área ? Produto
� 1. Arroz � 2. Feijão � 3. Milho � 4. Café
� 5. Banana � 6. Mandioca � 7. Frutíferas � 8. Hortaliças
� 9. Outros � 10. Nada
6.02. A produção é : Manual Mecanizada 6.03. realiza queima na propriedade :
4
� 1. Área de pastagem para restauração
� 2. Abrir área de roçado � 3. Abrir área de pastagens
� 4. Outros � 5. Não queima
6.04. Qual é o principal destino da sua produção agrícola ?
� 1.Subsistência
� 2.Comercialização
� 3. Troca
6.05. Pratica alguma atividade extrativista ou florestal ?
� 1. Sim � 2. Não Se sim, qual (quais)?
� 1.1. Não Madeireiro � 1.2. Madeireiro
� 1.3. Não Madeireiro e Madeireiro
6.06. Qual é o principal destino dos produtos extrativist as ou florestais ?
� 1.Subsistência
� 2.Comercialização
� 3. Troca
6.07. Cria animais ? � 1. Sim � 2. Não
Se sim, quais ? Criação
� 1.1. Gado � 1.2. Ovinos � 1.3. Aves
� 1.4. Caprino � 1.5. Suínos � 1.6. Peixes
� 1.7. Equinos
6.08. Qual é o principal destino da sua produção animal ? � 1.Subsistênci
a � 2.Comercializa
ção � 3. Troca
7.MEIO AMBIENTE 7.01. Quais as fontes e/ou cursos de água que existem na sua área ?
� 1.Rio e/ou Igarapé � 2. Açude � 3. Nascentes ou olho de
água
� 4. Cacimba � 5. Outros
7.02. Existe próximo ao imóvel
� 1. Rio e/ou igarapé com ou a menos de 30 m de distância.
� 2. Vertente (nascentes) e/ou olhos d’água a menos de 50 m.
� 3. Rio a mais de 30 e menos de 50 metros de distância.
� 4. Não. � 5. Não sei.
5
7.03. O (a) Sr (a) usa a água do Igarapé e/ou Rio para:
� 1. Beber � 2. Tomar
banho
� 3. Lavar � 4. Cozinhar � 5. Pescar
� 6. Outros � 7. Nada
7.04. Existe problema de escassez de água em alguma época do ano? � 1. Sim � 2. Não
7.05. Existe problema com alagação na propriedade ? � 1. Sim � 2. Não
7.06. Quais os principais problemas do meio ambiente qu e existe na sua área ou comunidade ?
� 1. Poluição das águas � 2. Desmatamento � 3. Queimadas � 4. Destinação inadequada
do lixo
� 5. Alagação � 6. Falta de água tratada � 7. Incidências de doenças � 8. Outras
7.07. Existe erosão ou solo exposto (aquele sem vegetação ) no imóvel ?
� 1. Sim � 2. Não7.08. Existe alguma ÁREA DE VEGETAÇÃO NATURAL na sua propriedade ?
� 1. Árvores isoladas � 2. Mata � 3. Campo/capoeira
� 4. Sistema agroflorestal � 5. Outros � 6. Não existe
7.09. Você acha que é importante a presença de mata cil iar para a preservação dos igarapés?
� 1. Sim � 2. Não7.10. O (a) Sr (a) concorda que todas as áreas ciliares desprovidas de vegetação devem ser reflorestadas?
� Sim � 2. Não
8.0. IDENTIFICAÇÃO PARA POSSÍVEIS GESTORES
8.01. Esta disposto em colaborar na conservação do Igar apé: Sim Não 8.02. Deque forma você poderia ajudar na conservação do I garapé:Participar em programa de formação Plantando árvores
Agente orientador Outros
8.03. Aceitaria Participar de uma associação de moradores em regiões de nascente ? Sim Não
0
8.04.Qual o tipo de incentivo governamental seria mais a dequado para a preservação do Igarapé: Incentivo Financeiro Capacitação Técnica Plantio de Culturas Nativas