PALESTRANTE
HUMBERTO NETO DAS CHAGAS Arquiteto Msc. Artes
Fundação Casa de Rui Barbosa
Série Memória & Informação
ARQUITETURA SOLARENGA RURAL DE CAMPOS DOS
GOYTACAZES NO SÉC. XIX:
uma análise histórica e tipológica
RIO DE JANEIRO
JUNHO 2012
1. INTRODUÇÃO
1.1 Campos dos Goytacazes e a cana de açúcar
2. ARQUITETURA RURAL BRASILEIRA
3. A ARQUITETURA RURAL CAMPISTA NO SÉC. XIX
3.1 Fazenda Barra do Sul
3.2 Fazenda Santa Maria
3.3 Fazenda da Pedra
3.4 Fazenda Capivari
4. SOLAR DOS AYRISES
5. SOLAR DA BARONESA DO MURIAÉ
6. SOLAR DE SANTO ANTONIO
7. CONCLUSÃO
OBJETIVOS
• Fomentar a preservação do patrimônio histórico edificado na região de
Campos dos Goytacazes, de acordo com o que preconizam os
documentos internacionais de preservação e as legislações federal e
estadual pertinentes.
• Contribuir com o material cadastral necessário para uma preservação
mínima além de sistematizar a documentação da casa senhorial na região,
no século XIX.
• Colaborar com as autoridades competentes que venham a restaurar as
obras em questão e outras tombadas na região Norte Fluminense, assim
como com os estudiosos e amantes da arquitetura tradicional brasileira.
• Contribuir com a constituição de um modelo construtivo, histórico e
estilístico dos solares de engenhos de açúcar da região norte do estado do
Rio de Janeiro.
METODOLOGIA
• Foram pesquisados autores de obras sobre a arquitetura rural brasileira e
autores que descreveram a situação da planície goytacá.
• Foram pesquisados documentos primários como o Almanak Laemmert,
relatórios provinciais, jornais e iconografias da época, plantas, e relatos
de viajantes que descreveram situações vividas na região.
• As próprias edificações serviram de fontes, com levantamento dos dados
cadastrais que geraram plantas e elevações que contribuíram na
comparação das amostras.
1. INTRODUÇÃO
No campo as riquezas – gado bovino e cana de açúcar.
Pequenos e grandes engenhos.
Portugueses, Jesuítas e Beneditinos.
Muitos escravos e poucos profissionais qualificados.
Solar dos Ayrizes, Solar da Baronesa do Muriaé e Solar de Santo Antonio.
Mapa de Localização da Cidade de Campos dos Goytacazes - RJ
1.1 Campos dos Goytacazes e a cana de açúcar
Mapa de localização dos Solares e Fazendas pesquisadas
• Vila – 29 de maio de 1677 / Cidade 28 de março de 1835.
• Poucos engenhos grandes – Joaquim Vicente dos Reis.
• Usinas: 1877 a 1885 – 17.
• Engenho Central – Quiçamã/ Usina Barcelos.
• Visitas do Imperador.
• Solo de massapê – 1785 - 51 olarias.
• Índios Goytacazes.
• Pêro de Gois e Gil de Góis.
• Jesuítas e Sete Capitães.
• Salvador Correia - 1º Engenho.
2. Arquitetura Rural Brasileira
• Geraldo Gomes
• Luis Saia
• Vladimir Benincasa
• Viajantes
1. Plantas Baixas
2. Fachadas
Silva Telles
• Gilberto Freyre
“não foi nenhuma reprodução das casas portuguesas, mas uma expressão nova, correspondendo ao nosso ambiente físico e a uma fase surpreendente, inesperada, do imperialismo português: sua atividade agrária e sedentária nos trópicos; seu patriarcalismo rural e escravocrata.” ( 2006. p. 35 )
Plantas Baixas
Tipo 2- Dois módulos Tipo 1- Três módulos
Tipo 3- Alas posteriores interligadas Tipo 4- Simples Retângulos
Fachadas
Tipo 2 b – Escada única perpendicular à fachada Tipo 1- Sobrados com sequência de vãos sem escada
Tipo 3- Térrea com sequência de vãos na fachada
3. A Arquitetura Rural Campista no Século XIX
Solares
À frente e acima: Residência
Porão ou Térreo: Serviços
Engenho
Capela
Principais aspectos externos:
• Fachadas simétricas
• Esquadrias de linhas simples
• Poucos detalhes decorativos em madeira, pedra e ferro
• Telhados em telha capa e canal
• Principais aspectos internos:
• Térreo ou porão
Caiação, sem forro, pisos de terra batida ou tijoleira
• Pavimento Superior
Pintura artística, forro em madeira , piso em tábua corrida
Sistema construtivo:
• Estrutura de madeira e alvenaria de tijolo maciço ou adobe
3.1 Fazenda Barra do Sul
• Gado leiteiro, cana de açúcar, piscicultura
• Jesuítas
• Obras – 1939, 1965…
paredes removidas, pau a pique
• Elementos preservados
tijolos cerâmicos maciços
pisos, barrotes e forros de madeira
marcação simétrica da fachada
Telhado em madeira – telha capa e canal
escadas em gnaiss
Janelas e óculos
Mapa de localização
Fachada Frontal
2° Tipo – Sub tipo b
Pisos acima de porão alto, com
seqüências de vãos em cada piso e
única escada à frente, perpendicular à
fachada. Escala gráfica
0 1 2 5
Fachada Principal – 2010 Fachada Principal – foto 1939
Planta Baixa porão
2° Tipo
Retângulo frontal acrescido de apenas um corpo acoplado ao fundo perpendicularmente
Legenda:
1. Salão/ Sala
2. Quarto/ Alcova
3. Depósito/ Serviços
4. Circulação
5. Cozinha
6. Banheiro
7. Pátio
8. Função Desconhecida
9.Copa
10.Hall
11.Closet
12.Lavanderia
11
36
8
12
Muro á 15 metros
Mu
ro á
20
metr
os
Escala gráfica
0 1 2 5
7
Esta
nte
em
madeira
Planta Baixa pavimento habitável
Legenda:
1. Salão/ Sala
2. Quarto/ Alcova
3. Depósito/ Serviços
4. Circulação
5. Cozinha
6. Banheiro
7. Pátio
8. Função Desconhecida
9.Copa
10.Hall
11.Closet
12.Lavanderia
Área Construída = 849,66 m²
Escala gráfica
0 1 2 5
2 26
2 10 2
2
11621
4
21
6
3
9
5
4
7
Muro á 15 metros
Muro
á 2
0 m
etr
os
• Criação de gado, cana de açúcar
• Telhado com telhas cerâmicas tipo
capa e canal
• Esquadrias do tipo guilhotina
• Fachada “caiada” de branco
• Forro e pisos de madeira preservados
• Varandas frontal e lateral 1930/1950
• Varanda de fundos
• Alterações internas significativas
• Barroteamentos
• Sistema Construtivo
Mapa de Localização
3.2 Fazenda Santa Maria
Escala gráfica
0 1 2 5
Fachadas
Fachada principal
Fachadas Lateral Esquerda e Principal. 2010
Fachada Lateral Direita. 2010
2º Tipo – Sub tipo b
Pisos acima de porão alto, com sequências
de vãos em cada piso e única escada à
frente, perpendicular à fachada.
Escala gráfica
0 1 2 5
66
2
2
2
1 1
1
1
6
6
4
6
3
3
8
3
7
10
Área acrescida
Legenda
Planta Baixa porão alto Planta Baixa pavimento habitável
4º Tipo - Retângulo único
Legenda:
1. Salão/ Sala
2. Quarto/ Alcova
3. Depósito/ Serviços
4. Circulação
5. Cozinha
6. Banheiro
7. Pátio
8. Função Desconhecida
9.Copa
10. Sauna
Área construída = 779,02m²
6
6
6 6
9
2
2
2
2
5
1
1
6
4
4
6
4
7
1
Escala gráfica
0 1 2 5Área acrescida
Legenda
• Cana de açúcar, gado bovino, frutas
• São Fidélis – limite de trechos do Vale do
Paraíba
• Barão de Azeredo Coutinho recebe D. Pedro II
• Obras de reforma
• Telhas cerâmicas tipo capa e canal
• Esquadrias do tipo guilhotina
• Barrotes 0,20X0,23m
• Forros – saia e blusa – iluminação natural
• Assoalho
• Tijolos cerâmicos maciços
• Comunicação cozinha, aquecimento de água
• Ala posterior direita – piso e lajes de concreto
armado
• Espessura paredes
Mapa de Localização
3.3 Fazenda da Pedra
Planta Baixa pavimento habitável Planta Baixa porão
Legenda:
1. Salão/ Sala
2. Quarto/ Alcova
3. Depósito/ Serviços
4. Circulação
5. Espaço Religioso
6. Cozinha
7. Banheiro
8. Pátio interno
9. Varanda
10. Copa
11. Adega
12. Lavanderia
1
1
1
1
42
45
7
7
4
2
1
75
6
3
2
6
109
2
7
2
7
4
4 7
2
1
9
2
2
2
12
Escala gráfica
0 1 2 5
8
± 0,00
Muro á 11 metros
Desce p/ adega
Iluminação zenital
Ilu
min
açã
o z
en
ital
Pergolado
Área acrescida
Legenda
11
11
- 2,00
Escala gráfica
0 1 2 5
2° Tipo – retângulo frontal acrescido de corpo único
Área construída =771,93 m²
3º Tipo
Edificação térrea com seqüência de vãos
Fachada Principal
Escala gráfica
0 1 2 5
Fachada Principal. 2010
• Fachada assimétrica
• Alpendre com escada única
• Telhado e esquadrias mantêm o aspecto oitocentista.
• Cana de açúcar, criação de gado bovino
• Inventário Caminhos do Açúcar – INEPAC
Primeira sede 1749, demolida para a
construção de outra 1817
• Permanência de parte existente e acréscimo
do pavimento superior
• Obras modernas
• Ladrilho hidráulico
• Telhas tipo capa e canal
• Assoalhos e forros de madeira
• Esquadrias tipo guilhotina Mapa de Localização
3.4 Fazenda Capivari
Fachadas
Fachada frontal
Escala gráfica
0 1 2 5 Fachadas frontal e lateral direita. 2010.
1º Tipo
Sobrado com sequência de vãos sem escada externa
• Após reforma, linhas inspiradas no estilo missões espanholas
• Ambiência
• Gênese bandeirista
Legenda:
1. Salão/ Sala
2. Quarto/ Alcova
3. Depósito/ Serviços
4. Circulação
5. Espaço Religioso
6. Cozinha
7. Banheiro
8. Varanda
9. Copa
10. Hall
11. Pátio
12. Anexo
Planta Baixa pavimento térreo
8
10
1 11
5
7 7
1 1
3 7
1
4
Escala gráfica
0 1 2 5
6
1
4
129
11
Área acrescida
4º Tipo - Retângulo único
Planta Baixa pavimento superior
Legenda:
1. Salão/ Sala
2. Quarto/ Alcova
3. Depósito/ Serviços
4. Circulação
5. Espaço Religioso
6. Cozinha
7. Banheiro
8. Varanda
9. Copa
10. Hall
11. Pátio
12. Anexo
Área construída = 715,54 m²
7
7 7
77
222
2
2
1
4
8
Escala gráfica
0 1 2 5
11
Vista Aérea
BR 356
São João da Barra 30 km
Centro Campos 7 km
Solar
RIO PARAÍBA DO SUL
4. Solar dos Ayrizes
• Criação de gado, e plantio de cana-de-açúcar
• Localização às margens do rio
• Usinas de açúcar na região
• Construído por Claúdio do Couto e Souza
• Data estimada: virada do primeiro para segundo quartel do século XIX
• Autoria de projeto desconhecida
• Engenho demolido
4.1 Histórico da edificação
Vista do Solar dos Ayrizes a partir da BR 356. 2004.
Mapa das terras do Cel. Joaquim Vicente dos Reis, 1809.
• Coronel Joaquim Vicente dos Reis
• Fazenda do Colégio
• Diversos engenhos e casas
• Cap. Paulo Francisco da Costa Viana
“A antiga morada do Capitão Paulo Francisco
da Costa Viana era localizada mais perto do
rio.”
LAMEGO, A.F. M. (1943, Vol. 5, p. 503 – 504)
Iconografia de época
Fachadas lateral esquerda e principal.S.d.
Fachadas principal e lateral direita. S.d.
• Linha férrea e “estação” de trem
• Palmeiras imperiais
• Pintura com fundo mais escuro
• Á direita, fora da foto, Rio Paraíba.
• Acréscimo já demolido
• Notável descontinuidade entre o
corpo principal e a ala direita
Iconografia de época
• Biblioteca e Pinacoteca
• No pavimento habitável Riqueza de
detalhes.
Coleção de quadros. S.d.
Vista da varanda de fundos não mais existente. S.d.
• Varanda para observação do engenho –
provavelmente à direita, fora da foto.
• Instalações hidro sanitárias.
• Umbrais de portas ainda existentes
• Sala reservada para a seleção de rochas.
4.2 Sistema construtivo
Porão Alto
• Paredes mestras em tijolo maciço – 0,60m.
• Paredes internas tijolo maciço ou adobe.
• Paredes internas e de fundos 0,20 m
• Colunas em tijolos maciços 0,60 X 0,60 m.
Pavimento Habitável
• Paredes externas do corpo principal, alas direita e
esquerda 0,20 m.
• Parede lateral externa da ala esquerda e parede
frontal = 0,60 m.
• Tijolos cerâmicos 0,10 X 0,17 X 0,37 m.
• Esteios de apoio às linhas de tesoura fundos
seções 0,20 X 0,20 m .
• Ala direita paredes 0,10 m.
• Não foi notada alvenaria de pedra, cantaria e taipa
de pilão
• Somente um registro de pau a pique Tijolos contemporâneos – ala direita. 2002.
Janela balcão sobre capela. 2002.
Pisos
• Porão alto - terra batida – Cheias do Rio
• Pavimento habitável - piso em assoalho 0,25 m.
• Ladrilho hidráulico.
Cobertura
• Telha capa e canal .
• Estrutura formada por tesouras com pernas,
linha base, pendural e diagonais.
• Obra 2004
• Forros em tábuas de peroba encaixe macho
e fêmea 0,25 m – um ambiente em gamela
Esquadrias - madeira
• Conjunto mais presente é composto de
vidro veneziana e bambinela interna -
inserção posterior.
• Balcão com visão do altar.
Pintura em afresco parede lateral da escada social. 2002.
Pintura
• Fachada frontal - caiação não pigmentada.
• Cimalhas, cunhais e lesenas no mesmo tom.
• Pavimento habitável várias camadas de pinturas, inclusive artísticas.
• Porão alto, não há pintura pigmentada com exceção da capela.
Capela com pinturas artísticas. 2002.
4.3 Tipologia da planta – porão alto
Legenda:
1. Salão/ Sala
2. Quarto/ Alcova
3. Quarto /Alcova - Uso externo
4. Depósito/ Serviços
5. Circulação
6. Espaço Religioso
7. Cozinha
8. Banheiro
9. Pátio
10. Função Desconhecida
• Alas direita e esquerda, objetos de intervenções – padrão construtivo distinto do corpo principal.
• Capela Pé-direito duplo.
• Porão – serviços.
6
4
4
5
3
3
12
6
4
5
28
4
11
+ 7.30m
9
Escala gráfica
0 1 2 5
RIO PARAÍBA DO SUL = APROX. 100m
B
A
C A
C
B
RIO
BR 356
Cerca
4ºTipo – corpo retangular único
Planta Baixa pavimento habitável
Legenda:
1. Salão/ Sala
2. Quarto/ Alcova
3. Quarto /Alcova - Uso externo
4. Depósito/ Serviços
5. Circulação
6. Espaço Religioso
7. Cozinha
8. Banheiro
9. Pátio
10. Função Desconhecida
Área total construída = 1220m²
Escala gráfica
0 1 2 5
2
2
2
2
1122
22
1
1
4
6
5
5
4
7 8
610
5
8
9
RIO
BR 356
B
A
C A
C
B
Cerca
RIO PARAÍBA DO SUL = APROX. 100m
+ 7.30m
Pavimento habitável – dormitórios, salas, cozinha, banheiro.
Traçado de linhas simples
Fachada Principal
1º Tipo – sobrados com sequência de vãos sem escada
Escala gráfica
0 1 2 5
• Simetria
• Marcação forte
• Inspirações neoclássicas
• Poucos elementos decorativos
Fachada Principal
Fachada Principal. 2008.
Fachada Principal. 2012.
Vista Aérea 5 . Solar da Baronesa do Muriaé
Rio Muriaé
BR 356
Solar
Campos 13 km
Itaperuna 90 km
Construção
contemporânea
5.1 Histórico da edificação
• Fazenda São Francisco - antigo
engenho de açúcar
• Manoel Pinto Neto da Cruz, o Barão
do Muriaé
• D. Raquel Francisca de Castro
Netto da Cruz, a Baronesa
• Hospeda Dom Pedro II
• Conglomerado com 500 escravos
• 1966 enchente seguida de saques e
invasões
• 1974 Tombado pelo IPHAN
• 1974/75 doação à ABL
• Obras 1977/78 e outras
• 1978 Projeto da Biblioteca
Fachada frontal – Rio Muriaé. 2010
Fachada posterior – BR 356. 2012
Fachada posterior – BR 356. 2008
Vista da escada de acesso em grande destruição.1977. Fachada posterior presença de porta – BR 356. 1977.
Iconografia de época
• 1993 abandono/ paralisação das obras da biblioteca
• Reforma com inserção e retirada de porta.
• 2008- Projeto de restauração.
• 2011/2012- Restauração do telhado.
Alvenaria/ estrutura de madeira
• Tijolos maciços 0,10x0,17x0,37m
• Paredes estruturais mestras - uma vez
0,75 m – 1° pavimento
0,60 m – Sobrado
• Paredes internas - meia vez - 0,15 a 0,20m
esteios de madeira de 0,075 X 0,075m
cada 2 a 3 m.
• Umbrais de portas e janelas
0,17 x 0,17 a 0,20 x 0,20m – Sobrado
• Barrotes de piso substituídos 0,20 X 0,20m
• Argamassas substituídas – Reforma
5.2 Sistema Construtivo
Esteio embutido na parede. 2008.
Telhado
• Telhas tipo capa e canal irregulares
• Beirais externos sem calhas
• 08 águas com cimalhas argamassadas
• Tesouras com perna, linha base, pendural e diagonais
Forro treliçado da antiga cozinha. 2008.
Beiral pátio interno. 2008.
Forros
Grande parte intervenção
Sobrado
• Todos os ambientes forrados.
• Salão nobre – gamela
Primeiro pavimento
• Somente os que se encontram alinhados com a capela
Pisos
• Tijoleira – 1° pavimento
• Gnaisse - bordas, embasamento, degraus, calçada circundante e pátio interno
• Granito levigado – entrada fundos
• Assoalho de madeira – sobrado – poucas peças originais
• Banheiros com cerâmicas
Esquadrias
• Uso predominante da madeira
• Exceção para os óculos em ferro
• Portas, janelas e ferragens não originais
• Janela falsa para composição da fachada.
Piso em tijoleira. 2008.
Pisos em pedras diversas e esquadrias com inserções. 2008.
Legenda:
1. Salão/ Sala
2. Quarto/ Alcova
3. Quarto /Alcova - Uso externo
4. Depósito/ Serviços
5. Circulação
6. Espaço Religioso
7. Cozinha
8. Banheiro
9. Pátio interno
10. Função Desconhecida
11. Varanda
5.3 Tipologia da planta – 1 º pavimento
63
5 536
4
49
4 4
11
2
4
88
5
4
4
C
D
A
A
B
B
C
D
Muro de arrimo
BR 356 = APROX. 300M
+ 15
+ 13
+14
+14.5
+ 12.5
+ 12
Muro
RIO MURIAÉ = APROX. 9,00m
Escala gráfica
0 1 2 5
Planta Baixa atual
Construção contemporânea aprox. 60m
3º Tipo – alas posteriores interligadas
• Em declive.
• 33 x 33m.
• Pátio interno 6,5 x 9,5m.
• Capela.
• Demais ambientes pouco definidos.
• Serviços e atividades externas.
Legenda:
1. Salão/ Sala
2. Quarto/ Alcova
3. Quarto /Alcova - Uso externo
4. Depósito/ Serviços
5. Circulação
6. Espaço Religioso
7. Cozinha
8. Banheiro
9. Pátio interno
10. Função Desconhecida
11. Varanda
• Quartos, salas, salões nobres,
cozinha e circulações.
• Planta de 1976.
• Balcão para assistir às missas.
1
1
7
2
2
5
55
2
2
62
5
10
11
2
2
8
8
8
8
1
10
6
2 2 2
1
1
A
A
B
B
C
D
C
D
Muro de arrimo
+ 15
+ 12
+ 13
+14
+14.5
+ 12.5
Muro
RIO MURIAÉ = APROX. 9.00m
Escala gráfica
0 1 2 5
Planta Baixa atual
Construção contemporânea aprox. 60m
BR 356 = APROX. 300M
2º Pavimento - Sobrado
Área total construída = 2034 m²
Fachadas
1º Tipo – Sobrados com sequência de
vãos sem escada externa
Fachada frontal – Rio Muriaé
Fachada posterior – BR 356
Escala gráfica
0 1 2 5
Escala gráfica
0 1 2 5
Elementos neoclássicos
Presentes
• Simetria
• Marcação dos vãos e cunhais
Ausentes
• Frontão triangular
• Platibandas à frente do telhado
• Colunas clássicas
6 . Solar Santo Antônio
Solar
Farol de São Thomé 43 km
Centro Campos 3 km
Dormitórios
Vista Aérea
Adm./Lav.
• Construído em ambiente rural, na 1ª metade do século XIX, hoje inserido na
malha urbana de Campos dos Goytacazes.
• Proprietário e provável construtor Joaquim Pinto Neto dos Reis, o Barão de
Carapebus.
• Recebeu D. Pedro II em 1847.
• Tombado pelo IPHAN em 1946.
• Principais atividades após 1940 - abrigo de idosos.
• Interditado e escorado desde 2003.
6.1 Histórico da edificação
Fachada frontal. 2007.
Detalhe Fachada frontal. 2012.
Fachada frontal. 2012.
• Dias atuais o abrigo se dá de
forma pouco adequada.
• Alas erigidas em 1960/1970, com
estrutura se apoiando no bem
tombado.
• Obras na década de 30 e século
XXI e sua utilização.
Escoramento lateral e construção anexa ao fundo. 2007.
• Bloqueio visual “interno” e “externo”.
• Os dois lados da inserção na malha
urbana.
• Pináculos, esquadrias e lesenas.
Vista frontal do Solar Santo Antônio. s/d.
Estrutura de madeira
• Composta por esteios, madres, frechais, barroteamento de pisos e tetos.
Alvenaria de tijolos maciços
• Porão alto:
paredes mestras laterais, fundos = 0,70m.
Parede frontal = 0,80m.
Paredes internas = 0,20m.
• Pátio interno com colunas de 0,60mX0,60m.
• Pavimento superior:
paredes mestras = 0,25m
parede frontal = 0,80m, recuos = 0,25m paredes internas 0,19m.
• Nos dois pavimentos paredes = 0,15m
• Paredes banheiros - 0,13m até 0,30m.
6.2 Sistema Construtivo
Alvenaria e estrutura de madeira. 2007.
FRECHAL
ESTEIO ESTEIO
PEITORIL
VERGA
MADRE
PISO PORÃO ALTO
UMBRAL
ASSOALHO
BARROTE DE PISO
Detalhe esquemático da estrutura de madeira. 2010.
• Esteios de madeira seção 0,20m X
0,20m.
• Desde o piso do porão alto até o
frechal.
Alvenaria e estrutura de madeira. 2009.
Cantaria
Em maior número
Esquadrias em madeira
• Arco abatido.
• Janela - tipo
guilhotinas em vidro externamente
guilhotinas em veneziana
duas folhas almofadadas de abrir,
internamente.
• Portas – balcão
duas folhas de abrir com almofadas e
vidro, encimadas por painel fixo.
Detalhe porta – balcão pátio interno. 2007.
Detalhe escada frontal. 2007.
Telhado
• Estrutura original formada por tesouras de madeira formando triângulos com pernas e linha base, pendural, diagonais.
• Telhas do tipo capa e bica em barro vermelho.
• Oito águas.
Forro
• Saia e blusa, macho e fêmea e gamela.
• Capela é forrada com estuque.
• Diversas interferências.
Pisos
• Pavimento habitável, assoalhos de madeira 0,50 m.
• Porão alto nenhum piso original.
• Cimentados.
Forro de estuque da capela com reparos. 2007.
6.3 Tipologia da planta – porão alto
Legenda:
1. Salão/ Sala
2. Quarto/ Alcova
3. Quarto /Alcova - Uso externo
4. Depósito/ Serviços
5. Circulação
6. Espaço Religioso
7. Cozinha
8. Banheiro
9. Pátio interno
10. Função Desconhecida
11. Varanda
• 35,00 m x 35,50m.
• Pátio interno – 9,30 x 9,60m.
• Adequações “distribuídas”.
• Vigas e pilares de concreto armado.
Escala gráfica
0 1 2 5
6
8
8
88
8
8
88
5
55
8 8
4
7
22
2
1
1
6
4
4
8
994
9
5
55
5
+ 8,00m
11
BB
3º tipo – alas posteriores se
interligam formando pátio interno
Legenda:
1. Salão/ Sala
2. Quarto/ Alcova
3. Quarto /Alcova - Uso externo
4. Depósito/ Serviços
5. Circulação
6. Espaço Religioso
7. Cozinha
8. Banheiro
9. Pátio interno
10. Função Desconhecida
11. Varanda
Área total construída = 2.692 m²
Pavimento superior
Escala gráfica
0 1 2 5
6
1
6
9
8
8
8
8
8
8
888
9 9
5
5
5
1
52
7 2
1
2
22
22 2 2
1
2
11
6
+ 8,00m
BB
• Adequações “isoladas”, mantiveram
o aspecto oitocentista do bem
tombado.
• Porta para ala anexa.
Escala gráfica
0 1 2 5
Fachada Frontal
2° Tipo – Sub tipo b
Pisos acima de porão alto, com
seqüências de vãos em cada piso e
única escada à frente, perpendicular à
fachada.
Ausentes
• Frontão triangular
• Platibandas à frente do telhado
• Colunas clássicas
Elementos neoclássicos
Presentes
• Simetria
• Marcação dos vãos e cunhais
Conclusão
• Colonização portuguesa com poucos relatos de imigrantes estrangeiros, contou
com a presença de beneditinos e jesuítas. Tais fatores aliados aos demais
dados pesquisados indicam uma gênese tipológica dos solares campistas
baseada na arquitetura portuguesa.
• Diferentemente do que ocorria em Portugal nos Séculos XVIII e XIX, onde havia
a participação de arquitetos na construção de seus Solares, não identificamos a
participação destes profissionais na elaboração dos projetos, ou construtores
que tivessem executado tais obras.
• Os Solares pesquisados, sofreram influência do que se construíra na segunda
metade do Século XVIII em Portugal. Pouco se assemelham com as construções
nortenhas, que se apresentam com um maior requinte, em decorrência do
abundante uso da pedra. A arquitetura campista teve um uso discreto da pedra, e
generoso uso da terra, mais assemelhado à região centro sul portuguesa.
• Ainda que estes objetos de estudo tratem de remanescentes de casas sedes de
engenhos de açúcar, não foram encontrados o “quadrilátero” ou qualquer outra
forma onde estivessem a senzala, o engenho e demais construções necessárias
ao bom funcionamento do complexo.
• Os três Solares tombados pelo IPHAN (Ayrizes, Baronesa do Muriaé e Santo
Antonio) sofreram danos que trouxeram a perda irreversível de alguns
elementos de suas constituições originais.
• Nas construções pesquisadas tem-se a predominância do sistema
construtivo com utilização de estrutura de madeira, entremeadas com
alvenaria de tijolo maciço ou adobe. As edificações em dois pavimentos, em
geral têm paredes mais espessas no pavimento inferior, em função do
sistema se encontrar apoiado nestas alvenarias. Este conjunto é sobreposto
por estrutura de madeira em tesouras com telhas tipo capa e canal.
• Quanto às tipologias das plantas não se pode afirmar que tenha havido
alguma predominância nos exemplares desta pesquisa. O Solar da Baronesa
do Muriaé e o Solar de Santo Antonio apresentam plantas com pátios
internos. No Solar dos Ayrizes entendemos que sua planta inicial tenha sido
em corpo retangular único com pavimento habitável sobre porão alto.
• Pode-se dizer que a tipologia dos Solares rurais campistas no século XIX se faz
em corpo retangular em pavimento único ou sobre porão alto, com seqüência de
janelas e porta ao centro, ambas com vergas retas e pintadas, podendo ser
dotadas de cunhais e lesenas argamassadas. Esta tipificação é encimada por
telhado de quatro águas com tesouras de madeira cobertas por telhas tipo capa
e canal. Internamente tem-se piso em tábua corrida apoiado sobre
barroteamento de madeira, sendo o forro de madeira tipo saia e blusa, contando
com pelo menos um ambiente com forro em gamela. Todo o conjunto é dotado
de influências neoclássicas, tais como simetria, marcação com os cunhais e
lesenas arrematados em sua parte superior por capitéis pouco rebuscados e
cimalhas arrematando o encontro do telhado com a parede. Porém, estes não
apresentam platibandas e frontões triangulares, não sendo, portanto possível
conceituar estas construções como neoclássicas, mas sim sob influências
neoclássicas, entendendo que o conjunto apresentado é uma arquitetura mais
vernacular do que erudita, portanto sem um estilo mais definido.
Humberto Neto das Chagas
Arquiteto Msc. Artes
Rua Ipiranga 152, Centro- Campos dos Goytacazes- RJ
Tel.: (22) 2724 2511 / 9981 3950
(21) 9366 3664
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