1
Busquem saber por vocs mesmos
que certas coisas so nocivas e erradas. E quando vocs fizerem isso,
Ento desistiro delas.
E quando souberem por si mesmos Que certas coisas so saudveis e boas,
Ento as aceitaro e seguiro.
Buda
2
O PROBLEMA NOSSO DE CADA DIA
os meus tempos de criana, eu gostava muito de his-
trias em quadrinhos e desenhos animados, de uma
forma nada atpica para aquela idade. Naquela poca,
eu pensava seriamente em ser desenhista e criava meus prprios personagens. Por isso, observava as histrias desenhadas e animadas
com outros olhos, olhos de quem queria aprender um pouco sobre
aquela arte. Durante essa observao cientfica, pude perceber uma tendncia entre os autores em criar personagens animais.
Os maiores exemplos vinham do grande Walt Disney e, pro-
vavelmente, foram fortes influncias para os demais que se seguiram.
Mas, para que esses personagens pudessem cativar os leitores ou
expectadores humanos, era preciso que houvesse uma empatia, uma
identificao com eles.
Duas caractersticas humanas bsicas muito utilizadas por es-
ses artistas eram bvias: a fala e o vesturio. Porm, no eram essen-
ciais. Pude observar, entre famosos personagens animais, alguns que
s pensavam ao invs de falar. Outros, que no precisavam nem se
vestir. Casos, tambm, como o de Tom & Jerry que (nos seus bons
tempos) no precisavam falar nem mesmo se vestir.
O que existia, ento, de to comum entre os personagens des-
se mundo de fantasia e a nossa realidade?
A resposta um ingrediente que no falta na vida de nenhum
de ns pobres seres humanos mortais.
Normalmente contra a nossa vontade, o ingrediente funda-
mental que est presente na receita de vida de todos ns : problema!
N
3 O PROBLEMA NOSSO DE CADA DIA
PROBLEMAS VENDO TROCO
FACILITO
TRATAR AQUI
No toa que esse ingrediente acaba sendo utilizado de
forma ilimitada por autores de vrias obras artsticas como escritores,
compositores, dramaturgos e poetas.
Sem problema no h uma histria a se contar, no h nem
mesmo uma Histria a se registrar. Inclusive as histrias com finais
felizes e as Histrias que trazem orgulho para o seu povo foram as-
sim construdas, graas s solues para os seus problemas. O que
seria dos nossos heris da fico ou do mundo real sem suas in-crveis capacidades de solucionar os pro-
blemas prprios e alheios?
Somos todos clientes desse pro-
duto inesgotvel chamado problema.
Temos problemas de diversos tama-
nhos, problemas reais e inventados,
problemas que evitamos e aqueles
pelos quais procuramos. Temos, ain-
da, problemas que passamos adiante
e aqueles que nos arranjam. Proble-
mas que os outros nos escondem e
problemas que criamos para nos
esconder. At a prpria palavra
problema traz para alguns um
pobrema de pronncia! A verdade que se respi-
ramos, temos problemas. E, da
mesma forma que ningum
reclama de ter que respirar,
tambm deveramos aprender a no ter reaes to extremas e pessi-
mistas diante dos problemas existentes em nossas vidas. __________________________________________________________________
Quem no deseja navegar at que todos os perigos tenham passado jamais deve se lanar ao mar.
Thomas Fuller
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Sabemos que respirar uma funo vital, entretanto, saber vi-
ver bem, apesar dos problemas, tambm fundamental. Se no for
assim, acabaremos, literalmente, sufocados.
A respirao nos parece mais fcil de executar, porque j vi-
emos de fbrica com essa capacidade. Porm, a arte de viver (com
4 FAA VOC MESMO SUA VIDA SER MELHOR
todos os problemas) deve ser aprendida, muitas vezes de maneira
rdua.
possvel que o principal fator limitante para esse aprendiza-
do seja... no querer aprender. Imagine uma criana que est matriculada na escola, est pre-
sente nas aulas de alfabetizao, mas se recusa aprender a ler e a es-
crever. Ela acha mais justo que no acontea nenhuma situao em
sua vida que a leitura e a escrita sejam necessrias.
As pessoas, geralmente, no aprendem a lidar com os pro-
blemas, porque acham que no ser esse aprendizado que ir ditar a
sua felicidade. Acreditam que a diferena entre as pessoas felizes e as
no-felizes que as primeiras simplesmente no tm problemas.
Ah, tudo bem, v l, at podem ter, mas so pequenos e f-ceis de resolver!
O primeiro grande passo para conquistarmos o sentimento de
felicidade concordar que todos ns seres reais e da fico temos problemas. Afinal, se no fosse assim, por que o Pato Donald seria
to rabugento?
Dessa forma, no ficaremos aguardando que a vida se torne
livre de problemas para que possamos ser realmente felizes. Uma
vida sem problemas seria o desejo mais provvel de se transformar
em frustrao, pois seria inalcanvel.
Mas, esse passo est longe de ser o nico. Ele s nos garante,
na melhor das hipteses, que nos tornemos conformados diante dos
problemas. Afinal, se todos os temos, somos pessoas normais.
Alis, isso deve explicar um bocado o porqu de as pessoas
gostarem tanto de conversar sobre os prprios problemas.
Meu filho est impossvel! Essa minha dor nas costas est me matando! No dormi nada ontem! Meu marido roncou a noite toda! Ih, minha vida t cheia de pobrema! (essa a mal sabe que ainda tem mais um...)
Criando e comentando os prprios problemas, essas pessoas
acreditam que:
a) podem se tornar campes de audincia (afinal, as novelas
so criadas assim, quanto mais problema, melhor!),
b) podem se defender contra a inveja alheia (ningum sente
inveja de uma coitadinha) e
c) garantem um excelente nvel de normalidade.
5 O PROBLEMA NOSSO DE CADA DIA
A propsito, existem dois conselhos teis para que possamos
lidar com essas pessoas que tanto se identificam com os seus pr-
prios problemas.
Em primeiro lugar, no devemos tentar ter uma lista de pro-
blemas maior do que a lista dessas pessoas. Elas detestam concorrn-
cia e, ainda, podem achar que queremos ser pessoas mais normais do
que elas. Alm disso, se elas no nos pedirem ajuda explicitamente,
porque a ltima coisa que querem que ns lhes apresentemos uma
soluo. Portanto, no caia nessa tentao!
muito importante que essa compreenso alcanada de que a
vida repleta de problemas no nos coloque em uma posio de v-
tima. Essa compreenso deve nos ensinar a sermos eficazes na pre-
veno e na forma de lidar com os problemas. Entretanto, esses pas-
sos so duramente afetados pelo fator limitante da incredulidade.
Poucas pessoas acreditam que temos esse poder de ao em relao
aos problemas.
Podemos, sim, evitar o surgimento da maioria deles e soluci-
onar da melhor forma aqueles que insistam em aparecer. Podemos,
ainda, aceitar de maneira muito mais equilibrada e saudvel aqueles
que, verdadeiramente, no pudermos evitar ou achar uma soluo.
Mais uma vez, a tarefa de aprender a ser feliz, apesar dos
problemas, acreditar que isso possvel, pois praticamente tudo
que nos interessa de verdade est ao nosso alcance.
Alis, concentrar-se nos problemas que esto fora do nosso
alcance, acreditando ser esse um comportamento correto, desviar-
se totalmente daquele caminho adequado para se conquistar o senti-
mento de satisfao e felicidade. __________________________________________________________________
Sempre que achamos que o problema est l fora, este pensamento em si o problema.
Stephen R. Covey
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Mas, isso tudo to difcil! muito difcil! Louco ser aquele que disser que fcil. Para
comear, precisamos compreender que dificuldade no sinnimo
de impossibilidade. Desde que queiramos realizar alguma coisa, de-
vemos buscar essa possibilidade. Somente ns mesmos podemos
transformar certas conquistas pessoais em coisas impossveis de
6 FAA VOC MESMO SUA VIDA SER MELHOR
acontecer. Para isso, basta no movermos um dedo sequer para reali-
z-las. A, s nos restar o reconhecimento de que somos verdadeiros
profetas.
T vendo? Sabia que eu no ia conseguir mesmo. Existem vrios estilos de se viver, ou seja, vrias formas de
conduzir a vida ou de ser conduzido por ela. Vamos tentar visualizar isso. A partir de agora, somos um
barco, ou melhor, nosso corpo um barco e nossa mente ir conduzir
esse barco. Podemos escolher o modelo, no importa, pode ser uma
canoa furada ou um imponente e luxuoso Titanic (os dois, de prefe-
rncia, antes de afundarem).
Ns e o nosso barco mente e corpo, respectivamente so-mos colocados em guas correntes de um rio, a partir de nosso nas-
cimento. Nesse instante, a viagem pelo rio da vida comea.
Durante os primeiros momentos, tudo parece correr bem, afi-
nal, temos muita ajuda principalmente dos nossos pais pois so-mos apenas um beb. Mas, conforme o tempo vai passando, a ajuda
vai deixando de acontecer.
Inevitavelmente, a conduo desse barco chega a um ponto da
viagem que passa a ser de nossa total responsabilidade.
Comeamos a perceber o surgimento de diversas pedras, que
pareciam, antes, no existir. Essas pedras passam a ser verdadeiros
problemas em nossas vidas.
A primeira constatao de que no muito inteligente dei-
xar nosso barco flutuar sem controle. Essa falta de ao pode fazer
com que ele se choque contra essas pedras e ocasione avarias e des-
gastes, at mesmo, irreparveis. Isso sem falar na possibilidade de
virarem ou afundarem o nosso barco.
Diante disso, nos vemos na obrigao de aprender a nos des-
viarmos das pedras. Cada pedra desviada um problema resolvido.
timo! Mas, a vida rio abaixo passa a ter apenas como nico objeti-
vo, a sobrevivncia. Para sobreviver, precisamos nos desviar das pe-
dras de vrios tamanhos que surgem de todos os lados, ocupando
nossa mente e deteriorando o nosso barco.
Como no conseguimos enxergar outra forma de navegar, s
nos resta amaldioar as pedras e a sorte daquelas pessoas que tiveram
os seus barquinhos colocados em guas aparentemente mais calmas.
Essa situao descrita um retrato do que vemos acontecendo
na vida da maioria de ns. Vemos muitas pessoas se entregando a
7 O PROBLEMA NOSSO DE CADA DIA
uma navegao a esmo. No se importam por qual caminho esto
sendo levadas e o quanto seus barcos esto sendo destrudos ao se
chocarem contra as pedras da vida. Chega a um ponto em que o pr-
prio estado do barco o corpo passa a ser mais um ou, at mesmo, o maior problema em suas vidas.
Encontramos, tambm, aquelas pessoas que procuram desen-
volver a habilidade de navegar entre as pedras, se chocando com al-
gumas, s vezes violentamente, outras vezes nem tanto. Mas, vo
levando a vida, impulsionadas pelo instinto de sobrevivncia, e at
com certo grau de determinao. Dessa forma, podem chegar ao fim
do percurso, cheias de orgulho pelo que demonstraram diante dos
perigos e desafios que tiveram que enfrentar. Mas, no passaram de
solucionadores de problemas. No construram verdadeiramente
coisa alguma.
E quanto a ns? Como temos reagido diante das pedras que
cismam em se colocar em nosso caminho? Como est o nosso bar-co nesse momento da navegao? De qual das duas formas temos nos conduzido pelo rio da vida? Como um navegador passivo ou
como um navegador que se esquiva das pedras? Ser que existe uma terceira alternativa para essa navegao? A resposta a essa ltima
pergunta SIM! __________________________________________________________________
Os problemas so apenas oportunidades com roupas de trabalho. Henry John Kaiser
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Mas, como j vimos antes, nem o Pato Donald tem uma vida
desprovida de problemas, portanto, eliminar as pedras do caminho
no , definitivamente, a terceira alternativa.
Elas vo sempre existir.
Isso previso ou praga? So lies. Os problemas so os professores enviados por
Deus para nos ensinarem, um pouco, como viver em crescente evo-
luo. Mas, no por isso que precisamos sofrer. No por isso que
devemos viver em funo das pedras, at porque, a lio s vem
quando precisamos dela.
Se no aprendemos com a primeira pedra, ns temos que pas-
sar por diversas pedras idnticas para que um dia, talvez, o aprendi-
zado acontea. A sabedoria consiste em aprender a lio logo com a
8 FAA VOC MESMO SUA VIDA SER MELHOR
primeira pedra, e utilizar esse aprendizado para conseguir evitar ou-
tras pedras que possam vir pelo caminho.
Como, ento, navegar de uma forma mais tranquila e feliz
sem remover as pedras? E ainda, poder escolher conscientemente por
onde ir e onde se quer chegar?
A terceira alternativa
para essa navegao acredi-
tarmos que ns prprios somos
a nascente de gua que alimen-
ta o rio da vida. Nossa sabedo-
ria, autoconfiana e determina-
o representam essas guas.
Quanto mais essas qualidades
estiverem presentes em ns,
maior ser o poder de aumen-
tar o nvel dessas guas sobre
as quais estamos navegando.
Dessa forma, poderemos fazer com que o maior nmero de pedras
esteja submerso. As pedras nossos problemas continuaro l, porm, no tero mais como nos afetar.
O nosso papel, a partir do bom uso desse poder, ser viver em
busca de novas conquistas com plena satisfao e felicidade.
No temos que conquistar uma vida perfeita para sermos feli-
zes, mas precisamos criar uma atmosfera de felicidade para sentir-
mos prazer durante o processo de busca da perfeio.
E por que buscar a perfeio? S Deus perfeito! Exatamente por isso. Buscarmos a perfeio em ns mesmos
como tentar chegar ao horizonte. Quanto mais tentamos nos apro-
ximar do horizonte, mais ele se afasta de ns. Deus a nica perfei-
o que devemos buscar, atravs do nico caminho que chega a Ele:
a evoluo do prprio Ser. A tentativa de ser perfeito em si mesmo
uma forma insensata de querer ser melhor do que os outros. o des-
vio do verdadeiro caminho em direo perfeio de Deus. __________________________________________________________________
A misso da vida humana mover-se em direo perfeio, em direo a Deus.
Prabhat Rainjan Sarkar
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9 O PROBLEMA NOSSO DE CADA DIA
Percebemos que levar a vida de uma maneira qualquer, sem
nem sequer tentarmos ser melhores, um desperdcio para si, uma
ingratido a Deus e uma forma de trapacear os outros.
Puxa, mas eu fico quietinho no meu canto. De que forma es-tou trapaceando?
Quando ficamos o tempo todo quietinhos no nosso canto.
O mundo um lugar visivelmente inacabado. Como escreveu
Wallace D. Wattles, preciso aprender a enxergar o mundo como produto da evoluo e ainda em desenvolvimento, e no como obra
acabada, portanto ns somos os operrios dessa construo. Cada um de ns tem funes, papis e deveres nessa obra, pa-
ra que haja evoluo. Se no sabemos quais so eles, pelos menos j
identificamos o primeiro dever: descobrir quais so nossas funes,
papis e os outros deveres, alm desse.
O que no podemos viver sem nos doarmos, sem dar ne-
nhuma contribuio para melhorar o mundo em que vivemos. No
muito bonito nos comportarmos como se fssemos aqueles operrios
que s vivem na aba dos colegas que realmente do duro. Dizemos,
na gria, que so os morcegos, talvez porque estejam sempre voan-do ou sugando o sangue alheio.
Devemos procurar ter uma vida que verdadeiramente valha a
pena. No podemos ser um cidado morcego. Mesmo que no nos consideremos capazes de fazer coisas grandiosas, devemos ser gran-
des o suficiente para fazermos a nossa parte! Vamos dar o nosso m-
ximo!
Podemos comear essa jornada, descobrindo que os proble-
mas aparecem com mais frequncia e com maiores tamanhos, quan-
do a desordem se estabelece.
A partir do momento em que comearmos a organizar nossa
vida, passamos a entend-la mais facilmente. Com isso, criaremos as
condies necessrias para mudar nossas atitudes e, dessa forma,
transformamos nossa vida em uma estrada repleta de belas e felizes
conquistas. S assim, essa estrada poder nos conduzir em direo
perfeio, em direo a Deus.
importante acreditar que sempre possvel melhorar.
Muitos j perderam as esperanas se que um dia as tive-ram de serem pessoas melhores e de viverem com mais qualidade. Por outro lado, vemos tambm pessoas que se sentem ofendidas
quando algum diz a elas que precisam melhorar. Por qu? Existe
10 FAA VOC MESMO SUA VIDA SER MELHOR
uma resistncia quanto a isso, como se s precisassem melhorar
aquelas pessoas que esto pssimas em algum aspecto.
A melhora deve ser uma busca constante. Sempre podemos
melhorar. Seja do nvel 1 para o 2, ou do 9 para o 10.
Se concordamos com isso, podemos caminhar juntos, a partir
de agora, em busca dessa evoluo. A proposta dessa caminhada no
nos levar perfeio, nem nos transformar nos nicos seres huma-
nos isentos de problemas, at porque, se chegssemos a conseguir
isso, mais cedo ou mais tarde, fatalmente, arranjaramos um novo
problema. __________________________________________________________________
Nada permanente nesse mundo cruel. Nem mesmo os nossos problemas. Charles Chaplin
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Nossos ideais devem ser outros. Objetivamos alcanar uma
vida totalmente preenchida com o que realmente tem importncia
para ns.
O que te-
mos a fazer, ento,
melhorar o nico
aspecto que pode
ser melhorado de-
liberadamente, pois
o nico que est
ao nosso alcance.
A boa notcia que
esse aspecto exerce
enorme influncia
em tudo aquilo de
bom que acontece
em nossas vidas. Ns mesmos somos esse aspecto influenciador!
Ento, est ao meu alcance determinar tudo que acontece em minha vida? Que timo!
isso a! Mas, devemos estar bem atentos a esse poder, pois
nossa influncia pode ser tanto positiva, quanto negativa. Nosso
comportamento o que mais determina nossas experincias. No se
trata somente dos comportamentos fsicos, ou seja, aqueles que po-
demos ver, mas, principalmente, os comportamentos mentais.
11 O PROBLEMA NOSSO DE CADA DIA
Apesar de nossas aes serem um reflexo daquilo que vai
nossa mente, as inaes tambm refletem nossos pensamentos. E,
frequentemente, a falta de atitude pode apresentar as piores conse-
quncias.
s vezes, nos sentimos impotentes, porque achamos que es-
tamos lotados de problemas. Mas, nem tudo configura um problema.
So apenas coisas para resolver ou fazer, simples assim. A garoa
pode molhar, mas no tempestade. Compreendido isso, j tiramos
uma grande carga dos nossos ombros e uma grande carga de energia
negativa das nossas vidas. Essa energia negativa, alm de desneces-
sria, bloqueia o fluxo de energia positiva aquela fora que nos impulsiona para frente e para cima quando estamos em busca das
nossas conquistas mais importantes.
Por essa razo, nossa caminhada comear rumo a um lugar
onde muitos problemas so criados ou engrandecidos: a nossa mente.
Ela a principal responsvel pela qualidade que nossa vida
pode alcanar. A nossa mente a primeira coisa que precisa ser mu-
dada, e a partir dela, todo o resto muda. Agindo diretamente nessa
fonte, podemos abrir as cortinas que bloqueiam a nossa viso e, as-
sim, melhorarmos nossa capacidade de ao.
12
NOSSA CABEA, NOSSO GUIA
vida do ser humano chegou a um ponto de complexi-
dade que no d mais para viver de forma to simpli-
ficada. muito bonito o discurso de se viver uma
vida simples, sem grandes complicaes, mas, na verdade, que isso
est cada vez mais difcil de se tornar possvel.
Se for do nosso interesse, podemos fugir do lugar em que es-
tamos agora e construir uma casa na rvore para viver no meio do
mato. Podemos levar uma vida quase to simples quanto de um
animal selvagem, porm, a mudana de atmosfera no eliminar nos-
sos problemas. Eles podero ser modificados, mas no eliminados.
Puxa vida, esses mosquitos esto me comendo vivo! Onde que a tomada dessa floresta para eu ligar o repelente eltrico?
Os problemas e seus efeitos em ns devem ser resolvidos
primariamente em um nvel mental, no ambiental. Quando isso
alcanado, ou seja, quando resolvemos o principal problema que o
nosso pensar, percebemos que a mudana de ambiente torna-se secundria, no uma condio para o bem-estar e a felicidade.
claro que o ambiente ajuda bastante a tornar nossa mente
mais equilibrada e saudvel. Porm, em nenhuma hiptese, podemos
dizer que isso uma regra. Vemos casos em que o oposto acontece.
Num ambiente favorvel ao bem-estar, o criminoso se forma, mas,
num ambiente totalmente imprprio, um santo surge. Coisas esquisi-
tas do ser humano produzidas por sua mente.
Para alguns, pode parecer mais fcil mudarmos o ambiente.
Em uma ao radical, fazemos nossas malas e pronto! Mas, quando
chegamos ao nosso destino e comeamos a desfazer as malas, perce-
A
13 NOSSA CABEA, NOSSO GUIA
bemos que o nosso estilo de pensamento veio escondido entre as meias e cuecas, impedindo que a verdadeira mudana acontecesse.
A mesma coisa ocorre com aquela pessoa que est cansada de
viver com excesso de peso e parte para uma ao radical de emagre-
cimento, fazendo uso de medicamentos. Durante uma fase inicial,
pode parecer que a interveno me-
dicamentosa a soluo para todos
os seus problemas. At que se per-
cebe que o principal problema, o
causador daquele estado fsico, que
parecia ter ficado para trs, no foi
resolvido. No houve nenhuma mu-
dana na maneira de pensar; ela
continua a mesma. Por isso, suas
aes, tambm, permanecem as
mesmas e, dessa forma, o excesso
de peso volta ainda pior do que an-
tes.
A nica maneira de evitar
esse e outros problemas uma s:
mudar a forma de pensar. __________________________________________________________________
Nossa vida o que nossos pensamentos fazem dela. Marco Aurlio Antonino
__________________________________________________________________
Focar no ambiente como focar nos sintomas de uma doena.
Nossa ateno deve ser direcionada para a causa, e, frequentemente,
ns somos a causa.
Nossas escolhas so a causa de praticamente tudo que nos
acontece. E mesmo quando no temos a menor influncia nos acon-
tecimentos, ainda assim, podemos escolher como reagir diante deles.
Portanto, a vida simples no pode ser escolhida como uma
forma de fugir de um pensamento complexo.
Se realmente temos uma forma simples de pensar e queremos
uma vida que combine com a nossa cabea, tudo bem, vamos bus-c-la. Porm, muitas vezes o desejar mais necessrio. Primeiro, por ser uma caracterstica inerente ao ser humano, segundo, porque a
evoluo na vida nos exige adaptaes, desde a simples sobrevivn-
cia, at o mais alto grau de realizao e felicidade.
14 FAA VOC MESMO SUA VIDA SER MELHOR
O que vemos, atualmente, um nvel de exigncia to grande,
que faz sucumbir quem se encontra mentalmente menos preparado
para as mudanas da vida.
Vamos imaginar que somos obrigados a entrar num jogo do
qual at hoje ningum saiu com vida (no melhor estilo do filme Mad
Max). O que ns faramos? claro que o mais sensato seria nos pre-
pararmos da melhor forma possvel. Mas, digamos que at mesmo os
mais bem preparados tambm nunca saram com vida. O que ns
faramos? Ainda assim, nos prepararamos para que a participao no
jogo fosse louvvel, apesar do fim inevitvel? Ou nos renderamos
ficando merc do destino e da sorte? O que ns faramos? Bem,
no tem mais jeito, ns j estamos nesse jogo. o jogo da vida. Da
sua, da minha, da nossa vida. Nossa responsabilidade como jogar
esse jogo e em que nvel jogar esse jogo.
A melhor estratgia para esse jogo da vida , certamente, to-
mar a iniciativa. Ficar aguardando que a vida no nos traga muitas
dificuldades, ficar torcendo por um jogo tranquilo, para que no te-
nhamos que sofrer tanto, definitivamente, no muito eficaz e tam-
pouco seguro. __________________________________________________________________
O verdadeiro risco no fazer nada. Denis Waitley
__________________________________________________________________
Assumindo a responsabilidade pela iniciativa da jogada, tambm aumentamos nossas chances de ter controle sobre o jogo,
afinal, ns estaremos determinando o desenrolar das nossas vidas.
A primeira providncia para adquirirmos esse controle nos
organizarmos. Entretanto, no primeiro momento, difcil pensar que
seja possvel chegarmos a um nvel de organizao que transforme
nossas vidas, quando certas coisas cismam em acontecer.
Nunca acho uma caneta que funcione perto do telefone!
Droga! O gs acabou de novo em pleno domingo!
No consigo encontrar o pote e a tampa ao mesmo tempo de jeito nenhum. Ou acho um ou outro!
No precisamos nos preocupar. A organizao normalmente
se torna difcil porque queremos aparar as goteiras muitas vezes com vasilhas furadas , ao invs de consertarmos o telhado.
15 NOSSA CABEA, NOSSO GUIA
Ao contrrio do que pensamos, as coisas nunca saem do nos-
so controle. Na verdade, elas nunca estiveram sob nosso controle! S
podemos controlar a ns mesmos; o resto consequncia. Enquanto
isso no acontece, nada mais poder ser controlado por ns. Pelo
menos, no de forma
eficaz que nos traga
a satisfao desejada.
Vamos procu-
rar consertar nosso
telhado para que as
goteiras cessem. Du-
rante um temporal,
algumas gotas ainda
podero entrar pelas
frestas das janelas, mas
ser fcil enxugar ou,
at mesmo, elas podem
evaporar-se rapidamen-
te, e nem notaremos que
o cho foi realmente
molhado.
mentalmente muito mais saudvel cuidar do que impor-
tante, antes que se torne urgente. Quando no fazemos, preventiva-
mente, aquilo que realmente importa, as urgncias se instalam. E
quando nos ocupamos, repetidamente, com aquilo que urgente,
temos menos tempo e disposio para nos dedicarmos ao que im-
portante. um ciclo vicioso que se forma, deixando-nos com a im-
presso de uma realidade no muito agradvel.
A falta de organizao muitas vezes nos cega de tal forma,
que nos impede de identificar aes que so importantes, e que, por
isso, merecem nossa ateno prioritria. Essas aes devem aconte-
cer antes de os eventos urgentes invadirem nossas vidas, porque eles,
sim, so os cavalos bravos a serem domados.
A organizao fundamental no exatamente aquela que se
refere ao ambiente em que vivemos. Contudo, ter um ambiente agra-
dvel nossa volta (seja no lar, no trabalho ou nos locais em que
vamos em busca de produtos ou servios) faz com que nos sintamos
muito bem, assim como aumenta nossa chance de ter uma vida me-
lhor.
16 FAA VOC MESMO SUA VIDA SER MELHOR
Porm, nada disso ser muito til se a nossa cabea estiver
uma baguna. mais provvel que a nossa baguna interna influen-
cie na baguna externa muito mais do que o inverso. Dessa forma,
podemos crer que fazendo uma boa arrumao interna, o nosso mun-
do do lado de fora sinta os efeitos, e comece a entrar nos eixos. E aquela baguna sobre a qual eu no tenho o menor con-
trole, como o quarto do meu filho de 15 anos? O controle est diretamente ligado influncia que qualquer
situao exerce sobre ns.
No caso do quarto bagunado de um adolescente, por exem-
plo, ns temos mais controle do que imaginamos. Mesmo que seja
necessria uma equipe de buscas para encontr-lo, l dentro, e cha-
m-lo para jantar, a situao pode ser modificada ou, pelo menos,
aceita de forma a no exercer uma grande influncia mental negativa
em ns.
Quando eu era adolescente, minha me costumava dizer que
no ligava para a baguna existente da porta do meu quarto para den-
tro, mas deixava claro que no admitiria que a baguna comeasse a
vazar por baixo da porta. Eu confesso que aproveitava essa liber-dade apenas esporadicamente. A baguna, em pouco tempo, come-ava a me incomodar e, ento, eu tratava logo de arrumar. At hoje,
sei valorizar muito um ambiente limpo e arrumado.
Pode parecer trabalhosa e assustadora a tarefa de organizar a
nossa vida a partir de uma organizao interna, mas acredite, uma
mudana que vale a pena alm de ser bem mais fcil do que arru-mar quarto de adolescente sem a ajuda da Defesa Civil. __________________________________________________________________
Devemos ser a mudana que queremos ver no mundo. Mohandas Karamchand Gandhi
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Essa organizao interna nos dar condies mais favorveis
para identificarmos com clareza aquilo que, realmente, queremos na
vida. Alis, essa a nica hora til de se pensar naquilo que no se
quer na vida; a hora que queremos visualizar uma vida melhor, fa-
zendo uso do contraste. Vamos entender melhor?
Se no queremos ser uma pessoa solitria, provvel que
queiramos ter bons relacionamentos. Se no queremos ser uma pes-
soa doente, claro que queremos ser saudveis. E assim por diante.
17 NOSSA CABEA, NOSSO GUIA
Mas, lembre-se! Depois que identificamos, atravs desses
contrastes, como queremos que seja a nossa vida, vamos nos focar
exclusivamente naquilo que queremos, excluindo da nossa mente
todos os no queros, combinado? Chegou a hora, ento, de iniciarmos o processo de organiza-
o das idias atravs do contraste.
Se voc responder no para as perguntas a seguir, timo! Podemos seguir juntos adiante na leitura, pois assim como eu, voc
tambm quer uma vida cada vez melhor!
1 Pergunta: Voc quer uma vida sem significado, que gere
um sentimento em voc de ser totalmente dispensvel?
( ) No ( ) Sim
2 Pergunta: Voc quer passar a vida sendo obrigado a fazer
o que no deseja e sem fazer o que realmente proporciona prazer?
( ) No ( ) Sim
3 Pergunta: Voc quer viver no piloto automtico, sem mo-
tivos para fazer nada de diferente, desanimado e estagnado?
( ) No ( ) Sim
4 Pergunta: Voc quer uma vida desorganizada, sem dar
conta de realizar suas tarefas mais necessrias?
( ) No ( ) Sim
5 Pergunta: Voc quer que sua vida se torne cheia de vazios,
sem que voc saiba como e com que preench-los?
( ) No ( ) Sim
6 Pergunta: Voc quer ver seu tempo escorrendo pelos de-
dos, sendo preenchido principalmente com o que tem menos impor-
tncia?
( ) No ( ) Sim
7 Pergunta: Voc quer ser bombardeado por limitaes fsi-
cas e doenas de diversos tipos e nveis?
( ) No ( ) Sim
18 FAA VOC MESMO SUA VIDA SER MELHOR
Apesar de essas situaes descritas serem a viso do inferno,
muitas pessoas levam a vida respondendo sim para diversas per-guntas como essas. S que no percebem.
O perverso sim se faz presente atravs de nossas aes e, frequentemente, atravs de nossa apatia, de nossos medos e de nossas
limitaes inventadas. Muitas limitaes existentes somente dentro da nossa cabea so criadas com um nvel de criatividade que dei-xaria qualquer autor de novelas morrendo de inveja.
A soluo para transformarmos radicalmente nossas vidas pa-
ra melhor, comea simplesmente mudando a resposta.
Temos que responder no a essas perguntas com toda a for-a do nosso corao. A, por contraste, vamos construir aquela vida
que tanto queremos e merecemos. Uma vida com mxima qualidade.
Cada uma dessas sete perguntas, quando invertidas e trans-
formadas em afirmaes positivas, nos proporcionar uma qualidade
especfica da vida. disso que precisamos para viver melhor!
Precisamos carimbar nossa vida com sete Selos de Quali-dade que tero o poder de nos guiar para a conquista dessa vida me-
recida.
Pegue seu carimbo e vamos juntos!
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