INSTITUTO SUPERIOR DE ENGENHARIA DO PORTO
INSTITUTO POLITÉCNICO DO PORTO
ENGENHARIA CIVIL
LEONARDO CASTANHO BARBOSA – 1150158
LUCAS AMARAL LISBOA – 1150211
RENATO RAMALHO FREGONEZI – 1150195
TRABALHO PRÁTICO Nº 2: ANALISE DAS LIGAÇÕES DE PARQUES DE
ESTACIONAMENTO COM ESTRUTURA EM BETÃO PRÉ-FABRICADO
PRÉ-FABRICAÇÕES E LIGAÇÕES ESTRUTURAIS
ENGENHEIRO: JOSÉ CARLOS DE ALMEIDA GOUVEIA LELLO
Porto
2015
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.............................................................................................................................2
2. PARQUE DE ESTACIONAMENTO DA TRINDADE............................................................3
2.1. Elementos estruturais............................................................................................................3
2.1.1. Lajes Pré-fabricadas Maciças de Betão............................................................................3
2.1.2. Vigas e Pilares Pré-fabricadas de Aço.............................................................................4
2.2. Ligações estruturais...............................................................................................................6
2.2.1. Pilar-Pilar, Pilar-Viga e Viga-Viga: Ligação Parafusada.................................................6
2.2.2. Viga-Laje e Viga-Painel: Ligação Mista..........................................................................8
2.2.3. Laje-Laje: Ligação por barras..........................................................................................9
3. ESTACIONAMENTO DA PRAÇA DOS POVEIROS...........................................................11
3.1. Elementos estruturais..........................................................................................................12
3.1.1. Lajes Pré-fabricadas “Duplo T” de Betão dos Pavimentos Inferiores...........................12
3.1.2. Lajes Pré-fabricadas Nervuradas com Vigas em “I” de Betão do pavimento Superior.13
3.1.3. Vigas e Pilares Pré-fabricadas de Betão.........................................................................13
3.2. Ligações estruturais de betão.............................................................................................15
3.2.1. Pilar-Pilar:......................................................................................................................15
3.2.2. Pilar-Viga:......................................................................................................................16
3.2.3. Viga-Viga: Ligação com continuidade por juntas em dentes e barras...........................17
3.2.4. Viga-Laje:......................................................................................................................18
3.2.5. Laje-Laje: Ligação in situ de lajes “Duplo-T”...............................................................19
4. ESTACIONAMENTO DO IKEA.............................................................................................20
4.1. Elementos estruturais..........................................................................................................20
4.1.1. Laje alveolar...................................................................................................................20
4.2. Ligações estruturais de betão.............................................................................................20
4.2.1. Pilar-pilar: ligação por ligadores a varões......................................................................20
4.2.2. Viga-viga: Ligação sobre o pilar....................................................................................22
4.2.3. Viga-pilar: Ligação por consola curta de betão.............................................................22
4.2.4. Viga-laje: lajes alveolares através de amarração, em paralelo com a laje.....................23
4.2.5. Laje-laje: lajes alveolares...............................................................................................24
5. CONCLUSÃO.............................................................................................................................25
1
6. BIBLIOGRAFIA........................................................................................................................26
1. INTRODUÇÃO
Ao analisarmos uma estrutura de betão pré-moldada, devemos destacar o estudo de suas
ligações, isso porque o conhecimento do comportamento do sistema estrutural está diretamente
relacionado ao conhecimento do comportamento de suas ligações. O estudo do comportamento
estrutural possui uma grande importância para o desenvolvimento dos sistemas construtivos de betão
pré-moldado. A presença das ligações é que diferencia basicamente uma estrutura de betão pré-
moldado de uma estrutura convencional. Desta forma, o desempenho de um sistema estrutural está
diretamente relacionado com o desempenho de suas ligações.
As ligações entre os elementos pré-moldados, em geral, não se comportam da forma
usualmente considerada na análise estrutural, onde são idealizadas de maneira a permitir ou impedir
completamente os deslocamentos relativos entre os elementos. De fato, em maior ou menor grau,
estas ligações apresentam uma certa deformação quando solicitadas. Como consequência, a
distribuição dos esforços solicitantes na estrutura pode se afastar, em maior ou menor grau, da obtida
sem considerar este efeito. As ligações que apresentam este comportamento recebem na literatura
técnica a denominação de ligações semi-rígidas.
As ligações são áreas de comportamento complexo, onde ocorrem concentrações de tensões,
assim, é preciso ter um cuidado em especial na hora de projeta-la e estuda-la. Alguns especialistas
afirmam que a dificuldade em seu projeto e em sua execução, é o que tem impedido os pré-moldados
de superar os métodos construtivos convencionais.
Nesse trabalho analisaremos as ligações de estruturas pré-fabricadas de três parques de
estacionamento: Trindade (estrutura mista), Praça dos Poveiros (betão pré-fabricado), IKEA (betão
pré-fabricado).
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2. PARQUE DE ESTACIONAMENTO DA TRINDADE
Rua da Trindade, 4000, Porto.
O Parque de Estacionamento da Trindade fica localizado em uma região central da cidade do
Porto em frente à estação de Metro Trindade, a principal da cidade. O estacionamento pertence ao
quarteirão correspondente as Ruas da Trindade, Rua do Bonjardim, Rua de Fernandes Tomás e Rua
Alferes Malheiro.
A estrutura do estacionamento foi toda construída por materiais pré-fabricados, parte em
betão (lajes e painéis) e parte em estrutura metálicas (vigas e pilares).
2.1. Elementos estruturais
2.1.1. Lajes Pré-fabricadas Maciças de Betão
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As lajes pré-fabricadas maciças apresentam muitos benefícios no geral, como a facilidade em
vencer vãos, simplificação do canteiro de obras, acabamento liso e menor vulnerabilidade a fissuras e
trincas. Podem ser apoiadas em vigas ou podem ser apoiadas diretamente nos pilares, podem ser
protendidas ou não.
São as mais comuns, apoiadas em vigas. Podem ser armadas em telas soldadas ou aço solto.
São geralmente utilizadas em vãos e projetos menores, como em reformas residenciais. As lajes que
se apoiam diretamente nos pilares são mais utilizadas em grandes vãos, reduzindo a quantidade de
vigas, que podem até ser eliminadas. São armadas com barras de aço solto ou telas soldadas.
2.1.2. Vigas e Pilares Pré-fabricadas de Aço
Vigas
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Pilares
As estruturas de aço, neste caso as vigas e os pilares, têm ganhado cada vez mais força no
mercado da construção civil, principalmente em obras de infraestrutura, por inúmeros motivos, como
a fácil execução, baixo peso próprio, grande resistência, maior limpeza na obra, alivio das fundações,
flexibilidade, qualidade e segurança na obra, entre outros. Sua agilidade na montagem também é um
fator muito importante para o planejamento e para minimizar os atrasos de entrega de obra.
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2.2. Ligações estruturais
2.2.1. Pilar-Pilar, Pilar-Viga e Viga-Viga: Ligação Parafusada
Pilar-Pilar
Viga-Pilar6
Viga-Viga
As ligações parafusadas podem ser aplicadas de duas formas distintas, ou seja, os parafusos
pré-tensionados ou com aperto simples. Quando os parafusos são aplicados com aperto simples,
durante todo o carregamento acabam por se encontrar sujeitos a esforços de tração e a esforços de
corte o que pode obrigar ao seu sobredimensionamento. Quando são pré-tensionados, há optimização
da ligação, pois os parafusos deixam de estar ao corte durante o carregamento até que a forças de
corte ultrapassem a força de atrito. Os parafusos pré-tensionados exercem uma força de compressão
entre as chapas que são unidas por estes, essa força dará lugar a uma elevada resistência por atrito
entre as chapas, que vai permitir a transmissão de carga entre as peças unidas.
Como critérios de projeto, uma ligação metálica deve ser projetada tendo em vista os
seguintes aspectos: 1) apresentar resistência igual ou superior às solicitações; 2) trata-se de uma
condição de resistência, aplicável ao dimensionamento de qualquer elemento estrutural; 3) apresentar
uma resistência igual ou superior a pelo menos 50% da capacidade da barra, isso é devido uma
condição de compatibilidade, ou seja, propiciar que a resistência da emenda não seja muito inferior à
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capacidade da barra, independentemente do valor das solicitações; 4) apresentar concepção tal que as
concentrações de tensões sejam amenizadas e ainda apresentar facilidades de execução, evitando-se
por exemplo, instalação de parafusos em locais de difícil acesso.
Nas ligações entre pilares nos edifícios de altura elevada, é comum a adoção de pilares com
altura variável, uma vez que há significativa variação na intensidade dos esforços, portanto torna-se
inevitável a existência de emendas. Nas ligações parafusadas com chapa de topo, como mostrada,
são soldadas chapas às extremidades dos perfis. Essas ligações podem ser rotuladas ou engastadas,
dependendo da disposição dos conectores.
Nas ligações entre vigas parafusadas são mais empregadas nas conexões de campo e podem
ser executadas com chapas ou perfis auxiliares. Estas ligações devem estar localizadas de preferência
em seções pouco solicitadas, entretanto, as emendas de campo ficam, muitas vezes, determinadas por
condições de transporte e montagem. Os esforços ou as tensões são determinados nos elementos
planos da seção do perfil (almas e mesas) com base nos esforços solicitantes da seção teórica de
ligação. Nesse caso, os parafusos das mesas e das almas devem ser verificados, além da verificação
do esmagamento dos furos, rasgamento entre furos e rasgamento entre furos e bordas de todos os
elementos envolvidos.
2.2.2. Viga-Laje e Viga-Painel: Ligação Mista
Viga-Laje8
Viga-Painel
Ligações mistas são aquelas nas quais a laje de betão participa da transmissão de momento
fletor de uma viga mista para um pilar ou para outra viga mista no vão adjacente. Essas ligações têm
três componentes principais: laje de betão, conectores de cisalhamento e a ligação metálica. Com
esse tipo de ligação pode-se reduzir o peso das vigas com um pequeno aumento de custo das ligações
em si, devido à maior quantidade de materiais nelas utilizados.
As ligações mistas podem ser classificadas, segundo a rigidez ou ligações rígidas e semi-
rígidas, e, também em função da resistência, em ligações totalmente resistentes e parcialmente
resistentes. Para que ocorra a interação entre a viga de aço e a faixa da laje de betão é necessário, na
maior parte dos casos, que estas sejam unidas por elementos apropriados denominados conectores de
cisalhamento. Os conectores realizam a ligação entre o elemento de aço e a laje de betão. Sua função
é absorver os esforços de cisalhamento entre a laje de betão e a viga metálica e, assim, impedir o
deslocamento horizontal entre esses elementos e possibilitar que os mesmos trabalhem juntos.
2.2.3. Laje-Laje: Ligação por barras
A ligação entre elementos de laje sempre busca três itens principais, são eles: Evitar a
movimentação diferencial, mobilizar o comportamento conjunto entre os elementos de laje
adjacente e fazer com que a laje trabalhe de forma integral.
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As lajes que possuem uma ligação através de barras necessitam que as barras sejam colocadas
nas bordas dos elementos e estes devem ser protegido com argamassa ou betão colocado nos
encaixes, ou realizando um capeamento contínuo com betão de espessura não inferior a 4,0
centímetros, como é ilustra abaixo.
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3. ESTACIONAMENTO DA PRAÇA DOS POVEIROS
Praça dos Poveiros, 4000-393, Porto.
O Estacionamento da Praça dos Poveiros fica localizado em uma das regiões mais
importantes da Cidade do Porto, fica bem próximo da Biblioteca Pública Municipal do Porto. O
Estacionamento possui 3 pavimentos todos eles construído por elementos estruturais pré-fabricados
de Betão. Nos dois primeiros pavimentos as lajes são feitas do tipo “Duplo T” ou “Pi” pré-frabricada
de betão e no pavimento da cobertura a laje é composta por vigas em “I” também pré-fabricada de
betão. As ligações estruturais analisadas (Pilar-Pilar, Pilar-Viga, Viga-Pilar, Viga-Laje e Pilar-
Painel) no estacionamento variam em dois tipos, pré-fabricadas de betão e betona in situ.
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3.1. Elementos estruturais
3.1.1. Lajes Pré-fabricadas “Duplo T” de Betão dos Pavimentos Inferiores
As lajes “duplo T” são feitas por pequenas vigas de betão que contam com uma armadura
superior no formato de treliça. Por serem manipuladas facilmente tem a vantagem de diminuir a mão
de obra.
Esse tipo de laje possui excelente resistência e por isso são muito usadas em grandes obras e
infraestruturas, como pontes, estações de metrô, estacionamentos, etc.
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3.1.2. Lajes Pré-fabricadas Nervuradas com Vigas em “I” de Betão do pavimento Superior
Popularmente chamadas de “caixão perdido”, são formadas por um sistema que associa vigas
e lajes. Formas plásticas, de isopor ou betão celular podem ser usadas como enchimento. Suas
nervuras longitudinais e transversais aproveitam a altura das vigas para preencher grandes lacunas e
são armadas com telas soldadas.
3.1.3. Vigas e Pilares Pré-fabricadas de Betão
Vigas
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Pilares
A necessidade de obter ritmos de construção cada vez mais elevados, sem prejuízo das
condições de segurança e qualidade, leva à procura de novas soluções construtivas, onde a pré-
fabricação desempenha um papel preponderante. Os elementos pré-fabricados surgiram como
alternativas às soluções betonadas in situ, trazendo vantagens na redução dos tempos de execução e
mão-de-obra, e no aligeiramento estrutural. A pré-fabricação é uma técnica e método de construção
em que estes elementos são totais ou parcialmente executados em fábrica, segundo métodos
industriais de fabrico em série.
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3.2. Ligações estruturais de betão
3.2.1. Pilar-Pilar:
O comportamento estrutural da ligação pilar-pilar é basicamente o mesmo que da ligação
fundação-pilar. Estando normalmente solicitada à flexão, deve-se garantir a transferência de um
binário, através de um contato perfeito entre as partes comprimidas do material e a continuidade das
armaduras nas partes tracionadas.
Na ligação pilar-pilar do Estacionamento dos Poveiros provavelmente foi do tipo soldada,
nesta ligação, durante a montagem, o pilar superior apoia-se no inferior através de saliência existente
na seção transversal. Deve-se verificar essa pressão de contato entre os pilares, pois ela,
eventualmente, pode ser fator condicionante.
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3.2.2. Pilar-Viga:
Neste caso, possivelmente, a ligação pilar-viga foi feita com betonagem in situ até porque não
possui consolo. Este tipo é muito comum onde existe mais de uma viga apoiando-se no mesmo pilar.
O apoio da viga sobre o pilar pode ser feito através de algum elemento metálico, p.ex. chapas,
cantoneiras, etc. Na sua utilização mais simples, as chapas e cantoneiras trabalham como
enrijecedores de borda dos elementos pré-fabricados e também como placas de apoio substituindo as
camadas de argamassa.
As placas de apoio são normalmente soldadas à armadura dos elementos pré-moldados, ou
ligadas ao betão, através de grapas ou parafusos ancorados. Os dispositivos metálicos podem
também ser empregados como consolos para apoio das vigas. As verificações das ligações devem
estar adequadas a (s) norma (s) correspondentes, deve ser verificado, a deformação por compressão,
deformação por cisalhamento, segurança ao deslizamento, o não levantamento da borda menos
carregada, tensão de cisalhamento, resistência das chapas de aço.
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3.2.3. Viga-Viga: Ligação com continuidade por juntas em dentes e barras
As ligações viga-viga, devem ser ligações monolíticas, fazendo com que dois elementos
independentes se tornem num único elemento. Pela análise visual e fotográfica achamos que essa
ligação com continuidade do tipo “por juntas em dentes e barras”. Esta ligação possui um dente
superior na viga receptora e um dente inferior na viga emissora, quando apoiada uma na outra e feita
a amarração das barras conforme o projeto temos uma ligação viga-viga onde os esforços solicitados
são transmitidos monoliticamente entre as vigas.
Pormenor do encaixe entre os dentes e a amarração
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3.2.4. Viga-Laje:
A ligação viga-laje tem ocorrência frequente nos sistemas pré-fabricados convencionais. Nas
edificações que são executadas com lajes “duplo T” podem receber uma capa de betão superior,
constituído uma estrutura composta (elemento estrutural de betão pré-moldado + capa de betão
moldado “in loco”), depois do endurecimento do betão. A capa de betão, quando presente, traz
algumas vantagens à estrutura e à ligação viga-laje como aumento da capacidade portante das lajes,
possibilita a utilização da laje como painel-diafragma, facilita a obtenção de continuidade estrutural
da laje e facilita o detalhamento da ligação, possibilitando a obtenção simples do engastamento da
laje à viga.
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3.2.5. Laje-Laje: Ligação in situ de lajes “Duplo-T”
É muito comum nas ligações entre lajes do tipo “duplo-T” seja feita in situ. O primeiro passo
é uma soldagem, ou amarração, provisória nas junções entre duas lajes, posteriormente, é locação de
uma armadura e para finalizar terá que ser feita uma betonagem de espessura, definida pelo
projetista, conforme as suas devidas solicitações. O esquema da figura a seguir mostra cada etapa
desse tipo de ligação.
4. ESTACIONAMENTO DO IKEA
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Avenida Óscar Lopes, Leça da Palmeira,4450-745, Matosinhos
O estacionamento do IKEA fica localizado em Matosinhos, ao lado do IKEA e do Mar
shopping. O estacionamento possui 4 pavimentos, a estrutura é totalmente feita de elementos pré-
fabricados em betão. Composto por lajes alveolares, vigas I e pilares pré-fabricados. As ligações
estruturais analisadas serão Viga-Viga, Pilar-Viga, Viga-Laje, Pilar-Pilar e Laje-Laje.
4.1. Elementos estruturais
4.1.1. Laje alveolar
A laje alveolar é um elemento estrutural autoportante, fabricado com betão de alta resistência,
aço pré-esforçado e uma secção vazada, mas que garante uma boa resistência aos esforços
transversais, tendo um comportamento térmico eficaz.
4.2. Ligações estruturais de betão
4.2.1. Pilar-pilar: ligação por ligadores a varões
A maioria dos projetistas de estruturas de betão pré-fabricado preferem distribuir o nível das
ligações do pilar, para evitar a formação de um "plano de fraqueza". A escolha da ligação é muitas
vezes ditada mais por considerações de montagem local do que pela resistência estrutural. É muito
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importante que a estabilidade temporária de uma estrutura não seja colocada em risco através de uma
ligação que dependa fortemente de atrito, calços ou outras ações físicas. A capacidade de compressão
da ligação é igual à dos pilares a ligar, confinada ao betão aplicado in situ na junta.
Na ligação pilar-pilar do Estacionamento do IKEA provavelmente foi utilizado ligação por
ligadores a varões, pela figura a seguir podemos entender como funciona essa ligação, onde usa-se
ligadores para ligar os varões e depois é feito a betonagem in situ do nó, onde pretende-se criar uma
ligação monolítica entre pilar-pilar transformando estes elementos num elemento único.
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4.2.2. Viga-viga: Ligação sobre o pilar
Normalmente as ligações viga-viga sobre o pilar são executadas para resistir a momentos
negativos. As solidarização das armaduras salientes das vigas podem ser feitas por transpasse ou
soldagem e elas devem resistir à totalidade de momentos negativos. Nestes casos, é sempre feita uma
betonagem posterior com graute ou argamassa não retrátil de alta resistência. O comportamento final
da ligação é o de uma estrutura monolítica. É necessário a verificação das condições de apoio das
vigas sobre os pilares limitando-se as tensões de contato e calculando-se as armaduras de reforço dos
pilares e das vigas. As barras da armadura da viga são ancoradas na região sobre o pilar, este detalhe,
de execução simples e barata, exige, contudo, espaço suficiente para que se desenvolva a ancoragem
das barras.
4.2.3. Viga-pilar: Ligação por consola curta de betão
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Este tipo de ligação resiste ao engaste das peças por uma parte do momento fletor. Para isso,
colocam-se dois pinos de ligação, criando um binário de forças resistentes. Deve-se priorizar a
especificação do pino através da capacidade de suporte a tração. Assim, as ligações resistentes ao
momento deverão possuir pinos em cordoalhas, todos ancorados.
Utiliza-se aparelhos como o neoprene de 1 cm de espessura para o apoio das peças e
deslocamento das mesmas. Para evitar o tombamento das vigas, são utilizados pinos de aço. A
ligação por consola curta de betão armado tem execução bastante simples. Os equipamentos de
içamento e montagem são liberados logo após o encaixe da viga sobre a consola.
A ruina dessa ligação pode ocorrer por cisalhamento (na face do pilar), por escoamento da
armardura ou por esmagamento do betão na biela comprimida.
4.2.4. Viga-laje: lajes alveolares através de amarração, em paralelo com a laje.
A ligação laje-viga permite que a viga receba cargas provenientes da laje em toda a sua
extensão, tratando-se de uma carga distribuída que será absorvida pela viga. Deste modo é necessário
que este elemento suporte as cargas a que se encontra solicitado.
A ligação entre lajes e vigas pré-fabricadas depende não só do processo construtivo destes
elementos como também da continuidade estrutural desejada na viga de apoio.
Na ligação viga-laje do Estacionamento do IKEA provavelmente foi utilizado ligação de lajes
alveolares através de amarração, em paralelo com a laje. Segue exemplo na figura a seguir.
A superfície de contacto entre a pré-laje, a pré-viga e o betão complementar deve ser o mais
rugosa possível, de modo a garantir uma melhor ligação entre os elementos. Os estribos salientes da
pré-viga destinam-se não só a resistir ao esforço transverso, mas também a garantir a resistência ao
corte na junta entre a viga pré-fabricada e o betão complementar. A utilização de cachorros para
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apoiar as pré-lajes durante a fase construtiva e assim evitar o uso de escoramentos é opcional,
devendo-se optar pela solução considerada mais económica e esteticamente enquadrada.
4.2.5. Laje-laje: lajes alveolares
Na execução destas ligações as lajes alveolares são dispostas lado a lado, ficando os bordos
laterais inferiores encostados e um espaço vazio acima destes, formando uma concavidade, que é
preenchida in situ com betão, solidarizando o conjunto. O seu funcionamento é comparável ao de
uma laje monolítica com armadura resistente unidirecional. As diferentes alturas dos elementos e a
execução de uma camada complementar de betão armado in situ sobre as mesmas, permitem atingir
maiores resistências mantendo a capacidade autoportante, isto é, dispensa qualquer tipo de
escoramento para a execução dos pavimentos.
Consegue-se com esta solução garantir qualidade na execução, permite a aplicação em vãos
de grandes dimensões, com flechas baixas apesar da esbelteza. Sendo de fácil e rápida montagem em
obra, com rendimentos elevados, uma vez que a utilização de cofragens e de escoramentos é muito
reduzida, e há uma menor utilização de armaduras complementares em obra. O seu acabamento
inferior dispensa qualquer outro tipo de acabamento, tal como reboco ou tetos falsos.
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5. CONCLUSÃO
Através de diversas pesquisas em sites, revistas e trabalhos referentes as estruturas e ligações
pré-fabricadas, e também podendo ver no local as estruturas desses estacionamentos podemos
concluir a importância que as estruturas pré-fabricas estão ganhando no mercado da engenharia civil.
Com um certo planejamento e organização este tipo de construção torna-se muito rentável, tanto ao
prazo de obra quanto pelo orçamento da mesma, assim atraindo o interesse de todos.
Podemos concluir também que esse tipo de estrutura seja de enorme eficiência e interesse em
projetos de obras temporárias, como o caso do Parque de Estacionamento da Trindade que o projeto
inicial era de 3 anos após a sua montagem, e um caso mais recente e de bastante visibilidade que foi
a instalação de arquibancadas provisórias feitas inteiramente em estruturas pré-fabricadas em
estádios da copa do mundo realizada no Brasil em 2014. Assim seja de grande interesse, durante um
certo tempo, a montagem de uma determinada estrutura que poderá ser desmontada e montada em
outro local.
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6. BIBLIOGRAFIA
https://www.bimbon.com.br/aprenda/guia-completo-de-lajes-tudo-sobre-lajes-macicas-pre-
fabricadas-e-mistas/
http://www.sitengenharia.com.br/metalicasvantagens.htm
http://ferenge.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=52&Itemid=48
http://www.sitengenharia.com.br/metalicasvantagens.htm
http://web.set.eesc.usp.br/static/data/producao/1997ME_VitorCesarValenciani.pdf
http://repositorio.ipv.pt/bitstream/10400.19/1106/1/Estudo%20do%20comportamento%20de
%20uma%20liga%C3%A7%C3%A3o%20Viga-Pilar.pdf
http://www.pos.dees.ufmg.br/docs/Projetoandressa.pdf
http://www.set.eesc.usp.br/cadernos/nova_versao/pdf/cee36_1.pdf
http://web.set.eesc.usp.br/static/data/producao/1993DO_AdrianoWagnerBallarin.pdf
www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/.../2002DO_AnamariaMMiotto.pdf
http://lyceumonline.usf.edu.br/salavirtual/documentos/1054.pdf
recipp.ipp.pt/bitstream/10400.../DM_AntonioMagalhaes_2013_MEC.pdf
https://fenix.tecnico.ulisboa.pt/downloadFile/.../dissertacao.pdf
Slides de aula
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