ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA
SMS Vitória / UFES
Professor Marcello Dalla e Professor Bjorn Plasier
Avisos finais
[email protected]@yahoo.com.brBjorn: [email protected]
BLOGBLOGhttp://mfces.blogspot.com.br
FONEFONEMarcello 31372410 ou
92987475
50º Congresso da AMES
Atividades organizadas pela Associação Capixaba de Medicina de Família e Comunidade (ACMFC)
• 30/09/10 -Curso pré-congresso-Introdução à abordagem familiar.
• 01/10/10 – Apresentações especiais (relato de experiências)
• 02/10/10 – IV Jornada da ACMFC (Mesas redondas saúde mental e processo de trabalho em APS/ESF)
• Acesse o site www.ames.org.br
AULA
SAÚDE DA FAMÍLIA.
OBJETIVOS
• Entender o processo de trabalho em sistemas de saúde baseados na APS .
• Compreender o papel do profissional de saúde na APS/ESF.
Atividade
• Vamos nos dividir em 6 grupos com no máximo 5 pessoas.
• Cada grupo receberá uma questão sobre saúde.• As questões serão as mesmas para 2 grupos.
Um PRÓ e o outro CONTRA. • O grupo deve debater por 15 minutos• As conclusões serão apresentadas e defendidas
num debate por um dos componentes do grupo PRÓ e um dos componentes do grupo CONTRA.
QUESTÕES
• OS MÉDICOS NÃO GOSTAM DE TRABALHAR NA APS/ESF.
• A POPULAÇÃO NÃO TEM CULTURA PARA SABER O QUE É IMPORTANTE PARA SUA SAÚDE.
• SAI MAIS BARATO PRODUZIR UMA VACINA CONTRA DENGUE QUE MUDAR O ESTILO DE VIDA.
• PELO FATO DAS AÇÕES DA ESF SEREM PREVENTIVAS NÃO PRECISA DA ATUAÇÃO DO MÉDICO.
• NA APS/ESF POR ABORDAREM PROBLEMAS MAIS SIMPLES NÃO É PRECISO PROFISSIONAIS ESPECIALIZADOS.
• SERIA MELHOR QUE AS EQUIPES DE ESF TIVESSEM UM PEDIATRA, UM CLÍNICO, UM GINECOLOGISTA E UM CIRURGIÃO GERAL.
Outras questões...
Como conhecer a realidade de saúde da população?
Como um serviço pode tornar-se adequado às necessidades
dessa população?
O meu conhecimento e de cada pessoa da equipe está adequado às necessidades apresentadas
pela população?
Pedagogia da problematização
Para responder cada pergunta deveríamos ser metódicos.
Não precisamos inventar, há um que é bem apropriado para o nosso contexto (APS/ESF)...
“Há conhecimentos aos quais só se pode ter acesso se estamos
profundamente envolvidos.”
Eymard Mourão Vasconcelos,1999
Algumas histórias
Do desejo de prescrever formas de viver ao aprendizado junto com a
população.
“Por que vocês PEDEM para ser enganados pelos serviços de
saúde ?”
Da percepção que é mais fácil culpar alguém que reagir à
situações adversas...
“Criamos a cooperativa para ter um trabalho e não para ficar
ricos.”
Das crianças desnutridas à geração de renda.
“Para nós tanto faz estar vivo como estar morto.”
Do alto do saber à perplexidade diante da morte.
“Puxa vida Doutor, até você me dá porrada ?”
Das portas fechadas ao sorriso aberto.
“Deixa aí doutor, AMANHÃ o agente da dengue passa.”
Da pia entupida ao aflorar das mágoas eternas.
APS em outros países...
Espírito Santo <-> Holanda
• 46.078 km²• 3.352.024 habitantes• Vitória capital• Pico da Bandeira
– 2892 metros
• 41.528 km²• 16.372.715 habitantes• Amsterdã capital• Vaalserberg
– 323 metros
História APS Holanda
• Desde o início do século passado:– Médico de Família (MFC) é o elo na Atenção
Primária de Saúde (APS)
• Antes 1940 (segunda guerra): – Médicos de Família aprenderam a disciplinas
de especialistas– Usaram ciencias básicas (anatomia/biologia)
e práticas (psicologia e sociologia)
História MFC Holanda
• 1956– Fundação da Associação de Medicina de
Família Holandesa (NHG)• Desejo de melhorar o nível científico da APS• Na pratica da APS, viram doenças totalmente
diferentes do que no hospital
História MFC Holanda
• 1959 Conceitos MFC (Conferência de Woudschoten)
• Assumir a responsabilidade por uma assistência contínua, integral e pessoal para o indivíduo e para a família
• MFC situada num contexto social e não só científico• Paciente no seu próprio contexto único e observado
na sua própria história– OBS: Ao contrário das especialistas : mais focadas em aspectos
biológicos, orgão-específico e relacionado com a faixa etária do homem.
História MFC Holanda
• 1974: Primeira residência de Medicina de Família – Começo de pesquisas cientificas na área de
APS -> Primeira diretriz de medicina de família 1985
História de MFC Holanda
• Anos 70: influência ciências do comportamento– Saber comunicar e reconhecer
comportamentos característicos de um indivíduo/ uma família
• Anos 80: grande influência da epidemiologia– Codificação de problemas (ClAP) invés de
classificação em diagnósticos (CID-10)
Médico de Família
• Generalista (Domínio):• Conhecimento sobre todas as queixas, problemas e
perguntas sobre saúde e doença que pacientes individuais apresentam
• Maioria das queixas e doenças o MFC oferece um spectro completo da medicina (também prevenção e acompanhamento) -> 95 % das queixas resolvidas no APS
• Reconhecimento e sinalização de quadros mais específicos e raros -> encaminhar ao especialista (5%)
l
Médico de Família• Contextual:
– Doenças não vistas isoladas, mas vistas em relações mútuas e colocadas na vida do paciente com próprias idéias culturais, pessoais e existenciais dentro do seu próprio sistema social
– Sistema social:• Contexto relacionado ao paciente:
– Ambiente de trablaho e moradia– Posição social
• Contexto social:– O todo de normas, valores e regras sociais
O sistema da saúde logística
AtençãoPrimária Médico da Família
Paciente
Psicólogo
(24 Horas)
AssistenteSocial
Atendimentoem Domicílio
Enfermeira de Diabetes/DPOC Asma/Doenças cardiovasculares
Fonoaudiólogo
FisioterapiaErgoterapia
Hospital / Especialistas
Farmácia
AtençãoSecundária
8%
Formação MFC
• Todas 8 faculdades de medicina têm Residência de Medicina de família– Duração 3 anos
• Alunos na Faculdade de Medicina conhecem a APS:– Nos primeiros 3 anos mensalmente
acompanhar num PSF– No internato de MFC de 10 semanas
Discussão
• O médico de família deve ser o elo na APS no Espírito Santo também?
• No PSF é importante a presença de especialistas?
• Espirito Santo deve ter uma Residência de Medicina de Família?
• Espirito Santo deveria ter mais trabalho científica na APS?
DESAFIOS
Metas do milênio1. Erradicar a pobreza extrema e a fome.2. Atingir o ensino básico universal 3. Promover a igualdade entre os sexos e a
autonomia das mulheres 4. Reduzir a mortalidade infantil 5. Melhorar a saúde materna 6. Combater o HIV/AIDS, a malária e outras
doenças 7. Garantir a sustentabilidade ambiental 8. Estabelecer uma parceria mundial para o
desenvolvimento
No contexto mundial, os principais processos de mudança que tendem a
influenciar o futuro do Espírito Santo no horizonte 2006-2025, são os seguintes:
• Demografia global;• Pressões antrópicas provenientes dos países
emergentes;• Redução dos bolsões de pobreza (Ásia) e crescimento
das desigualdades;• Intensificação da globalização;• Emergência e convergência das novas tecnologias;• Deslocamento do eixo da economia mundial para o
Pacífico;• Conflitos localizados e restritos regionalmente;
Três dessas ondas de mudança merecem ser consideradas pelas implicações que trazem para o Estado do Espírito Santo.
• A população do mundo está crescendo e envelhecendo;
• Aumento da demanda mundial por alimentos
• A ascensão de países emergentes que têm elevado potencial de ocupar um lugar de liderança no mundo.
Condicionantes Nacionais São treze os condicionantes nacionais que influenciarão o futuro do ES nas próximas duas décadas.
• Transições na demografia nacional;• Universalização das telecomunicações;• Amadurecimento político da sociedade;• Aumento da relevância da questão ambiental;• Pobreza, desigualdade e violência urbana;• Restrições impostas pela inércia na melhoria da
qualidade dos serviços públicos e superação das deficiências regulatórias;
• Degradação da infra-estrutura;
Condicionantes Nacionais São treze os condicionantes nacionais que influenciarão o futuro do ES nas próximas duas décadas.
• Degradação da infra-estrutura;• Disparidades no desenvolvimento econômico e
social dos estados fronteiriços ao Espírito Santo;• Reconfiguração econômica e espacial;• Abertura e relação com a economia mundial;• Expansão dos serviços de educação e do
sistema de Ciência & Tecnologia e Inovação;• Construção de um novo espaço público;• Consolidação da estabilidade monetária e da
responsabilidade fiscal como valores sociais.
Principais fatores de risco (OMS, 2002)
• Bebidas alcoólicas• Excesso de peso• Pressão alta• Fumo• Colesterol alto• Sexo sem proteção• Exposição ao chumbo• Baixo consumo de frutas , verduras e legumes• Saneamento básico deficiente• Sedentarismo
EDUCAÇÃO
PLANO DIRETOR DA APS
Contempla 4 projetos:
1. Fortalecimento e expansão da APS;2. Qualificação Profissional por meio da
implantação das diretrizes clínicas;3. Organização da gestão da APS;4. Plano de M&A da APS.
RESULTADOS
Informe Dawson , ( Inglaterra 1920).
Antes de mais nada saber que a APS não é tão nova assim...
E quando bem estruturada a população usa e fica satisfeita...
Fonte: Green LA, et al. The ecology of medical care revisited. N Engl J Med 2001; 344(26): 2021-2025
A ecologia da saúde
Onde está nosso público alvo ?
EVIDÊNCIAS DA APS ( BRASIL E NO MUNDO)
• Melhora acesso e Integralidade na atenção;• Associada a baixa incidência de câncer de
colo uterino;• Redução das taxas de mortalidade por esse
tipo de neoplasia A APS;• Reduz as taxas de internacoes hospitalares;• CMI cai 1% com aumento de 10% de leitos
hospitalares, 2% com aumento de 10% de saneamento básico e 4% com 10% de aumento de cobertura de PSF;
EVIDÊNCIAS DA APS ( BRASIL E NO MUNDO)
• Associada com 2.5% de redução do CMI e com redução de 3.2% de recém nascidos de baixo peso;
• Reduz o numero de procuras "desnecessarias e inapropiadas" por setores de emergencia.
• Aumenta permanência no emprego (homens adultos), escolaridade (mulheres) e anos na escola (crianças);
• No Brasil internações por condições sensíveis à atenção primária caíram em torno de 15,8%;
• Evitou-se 126.000 internações hospitalares (1999-2002), gerando economia de 63 milhões de dólares (valor médio de R$ 941,00);
APS no Espírito Santo (2002-2008)
• Aumento em 40% da cobertura da ESF entre 2002 e 2008;
• Representou queda de 11% no CMI;
• Evitou-se 536 mortes de crianças com menos de uma ano;
• Aumento da cobertura vacinal; de pré-natal e aleitamento materno exclusivo;
APS no Espírito Santo (2002-2008)
• Redução: Hospitalizações por pneumonia 22%, desnutrição 77%, Hospitalização por desidratação 49%, evitou-se um gasto de aproximadamente R$ 14 milhões (2002 e 2008).
• Deixou-se de internar (2002 a 2008), 1.118 homens (40-59 a), gerando economia estimada de R$ 1.050.000,00;
• Mortes indefinidas em crianças caíram 64%, ou seja, 167 famílias puderam saber a causa da morte para prevenção;
• Em adultos a queda foi de 70%, ou 7.751 famílias, que puderam saber o que tinha causado a morte de seus entes;
“As boas respostas só funcionam quando aqueles que
têm os problemas também têm dinheiro...”
Bill Gates
No dia em que sua fundação destinou 50 milhões de dólares para o combate a malária que mata 10 milhões de pessoas no mundo por ano, dessas, 700 mil
são crianças.
“Doutor, o tempo que o senhor levou para me explicar por que não pode
me atender, já tinha me consultado e eu já tava longe.”
Da defesa do SUS à defesa das pessoas.
Top Related