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Eixo: Eixo: Instituições Escolares
A INFLUÊNCIA POLÍTICA NO PROCESSO DE INSTITUCIONALIZAÇÃO
DAS ESCOLAS PÚBLICAS NO DISTRITO RURAL DE ITAIACOCA NO
PERÍODO DE 1950
Ronir de Fátima Gonçalves Rodrigues (UEPG)1
Vera Lúcia Martiniak (UEPG)2
Mirian Margarete Pereira da Cruz (UEPG) 3
Resumo: O objeto em foco neste artigo traz o recorte temporal da constituição da
República Velha e as suas demandas durante este período, articulando as mudanças no
contexto histórico, social, econômico e político da época, principalmente evidenciando
como estes pressupostos republicanos foram instaurados no país e que se desencadearam
na escolarização brasileira. Com o objetivo principal de contextualizar o processo de
Institucionalização das primeiras instituições escolares públicas na região Distrital de
Itaiacoca, situada na zona rural do munícipio de Ponta Grossa-PR. A pesquisa se
desenvolveu em um caráter bibliográfico e documental, realizada por meio do
levantamento e catalogação de fontes primárias e secundárias encontradas em acervos
públicos e particulares do Estado do Paraná, bem como jornais, revistas da época e
endereços eletrônicos disponíveis em banco de dados. A partir da coleta dos dados e dos
estudos aprofundados sobre os acontecimentos histórico-sociais marcantes,
possibilitando compreender o processo de institucionalização, reconhecendo os
determinantes que desencadearam este processo de ascensão na escolarização do
munícipio e mais especificamente na região de Itaiacoca. Por meio do materialismo
histórico-dialético, este que permite analisar a totalidade e seus determinantes,
compreendeu-se o papel que a escolarização teve como legitimadora da classe dominante,
fortalecendo aquela que ascendeu no domínio federativo e que disseminou por meio da
institucionalização das instituições escolares, uma proposta de educação para o trabalho,
para exercer o direito ao voto e reafirmar os princípios do nacionalismo baseado no
1 Ronir de Fátima Gonçalves Rodrigues, Universidade Estadual de Ponta Grossa, Paraná, Brasil.
[email protected] 2 Vera Lúcia Martiniak, Universidade Estadual de Ponta Grossa, Paraná, Brasil. [email protected] 3 Mirian Margarete Pereira da Cruz, Universidade Estadual de Ponta Grossa, Paraná, Brasil. [email protected]
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“civismo e patriotismo”, e que as influências políticas desde a Proclamação da República
até a década de 1950, caracterizaram a escolarização como o modo dominador de
propagar, instituir e disseminar seus pressupostos.
Palavras-chave: Instituições Escolares; Educação Rural; Reconstrução Histórica;
História Regional.
Introdução
O intuito deste texto é de contextualizar o processo de Institucionalização das
primeiras instituições escolares públicas na região Distrital de Itaiacoca, situada na zona
rural do munícipio de Ponta Grossa, no estado do Paraná. Este processo foi decorrente
das necessidades e mudanças econômicas, sociais, culturais e políticas do contexto da
década de 1950. O objetivo principal está pautado em compreender as transformações
históricas que influenciaram a escolarização na região de Itaiacoca (Distrito rural de Ponta
Grossa), cuja região foi formada por meio do processo de exploração, extração do minério
e da agricultura decorrentes do início do século XX.
Evidenciamos que precisamos conhecer a especificidade das instituições, pois
nenhuma instituição existe por si mesma, mas possui uma conexão com outras
“[...] instituições e fenômenos sociais, portanto a singularidade de uma instituição se
expressa nas relações que estas travam no âmbito de um determinado contexto histórico
[...]” (MARTINIAK, 2011, p. 22).
A pesquisa se desenvolveu em um caráter bibliográfico e documental, realizada
por meio do levantamento e catalogação de fontes primárias e secundárias encontradas
em acervos públicos e particulares do Estado do Paraná, bem como jornais, revistas da
época e endereços eletrônicos disponíveis em banco de dados. Para sistematizar a
pesquisa, no decorrer do texto os trechos extraídos destes documentos serão grafados em
itálicos e escritos conforme a redação do período histórico: “Itálico”- para as fontes
primárias. As citações de fontes primárias mantiveram a redação original, sem qualquer
atualização ortográfica. “Sem itálico”- para as fontes secundárias. (NASCIMENTO,
2009, p. 22).
Estando organizado a partir da coleta dos dados e dos estudos aprofundados
sobre os acontecimentos histórico-sociais marcantes, possibilitando compreender o
processo de institucionalização das primeiras instituições escolares públicas no Distrito
3
rural, reconhecendo os determinantes que desencadearam este processo de ascensão na
escolarização4 do munícipio e mais especificamente na região de Itaiacoca.
Levando em consideração o referencial teórico, materialismo histórico-dialético,
nossos estudos sobre a institucionalização das instituições escolares, considera a palavra
instituição como um espaço criado e organizado pelo homem para atender as necessidades
humanas e a amplitude social.
Esse termo tem-se aplicado na prática teórica dos educadores e em
especial na dos historiadores da educação, com o sentido próprio de
lugar social especializado na função educativa e também com o sentido
derivado de unidade e estabelecimento educacional. No sentido próprio,
trata-se de um lugar social dotado de permanência, ou estabilidade,
cercado de reconhecimento em sua missão, mantido por recursos
materiais e humanos delimitados, normatizados externamente e
internamente e, enfim, sustentado por valores, idéias e comportamentos
que, no seu conjunto, constituem a cultura institucional, no caso, a
cultura escolar. (CASTANHO, 2007, p.40).
Sabendo que as instituições foram organizadas e criadas pelo homem para
atender suas necessidades sociais, neste estudo, elencamos algumas destas articulações
que surgiram neste determinado contexto histórico, por isso, usamos a palavra
“reconstrução histórica das instituições escolares” que significam, conforme Saviani
(2007, p. 17), “[...] a reprodução, no plano do conhecimento, das condições efetivas em
que se deu a construção histórica da escola pública ou das instituições escolares”.
Com isso, elevaremos a discussão organizando em três momentos centrais que
discorrem sobre o contexto brasileiro no governo republicano do século XX, as demandas
políticas e sociais para a educação. No segundo momento, faz-se a reflexão das mudanças
ocorridas no cenário nacional e suas influências no estado do Paraná e nos Campos
Gerais, evidenciando seu processo de formação pelo movimento de tropeiros e suas
alianças políticas influenciadas pelo Estado de São Paulo e Minas Gerais e finalmente
apresentamos os fatores que influenciaram demasiadamente o processo de expansão das
escolas rurais na região, cuja preocupação intrinsecamente também estava pautada na
legitimação das representações políticas da época.
4 Escolarização: o motor da História- aqui se encontra a crença resultante daquele entusiasmo e otimismo,
a forma mais acabada com que se procura responder os desafios propostos pelas transformações sociais que
ocorrem a partir do segundo decênio deste século. (NAGLE, 1974, p. 100).
4
Contexto histórico do Brasil no início do século XX
As mudanças presentes na estrutura política, social e econômica do século XIX,
foram impulsionando o início do século XX permeando neste contexto mundial a
industrialização, os avanços científicos, a perspectiva da sociedade em participar do
processo político e também a formação constitucional do Estado Republicano brasileiro,
por meio da Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, toda esta
movimentação política se desencadeou devido às transformações:
[...] as repercussões da Guerra do Paraguai na sociedade nacional, nos
planos econômicos, políticos e social; o aparecimento do “exército
deliberante” no quadro da política nacional; a aceleração deliberada da
cafeicultura, tornando-se o setor dominante da economia brasileira; os
surtos iniciais de produção artesanal e fabril; o abolicionismo e a
abolição; a imigração europeia, desdobrada nas colônias do Brasil
Meridional e na política de “braços para a lavoura” cafeeira do Oeste
Paulista; o movimento republicano e a queda da Monarquia, pala ação
conjugada de civis e militares. (IANNI, 1972, p.7).
As movimentações econômicas também seguiam o contexto de ascensão
brasileira, baseado em um sistema de produção bastante precário e subdesenvolvido, os
meios de produção continuaram favorecendo a minoria da sociedade, os coronéis que
eram conhecidos como barões do café5, ou seja, a elite agrária do país vigente na época
estava envolvida em todo este processo de constitucionalização do poder republicano.
Esta forma de organização política prevaleceu por vários tempos ficando ainda
denominada de “política café-com-leite” e dentre seus principais representantes temos6:
o paulista Prudente de Moraes (1894 a 1898), o paulista Campos Sales (1898 a 1902), o
paulista Rodrigues Alves (1902-1906), o mineiro Afonso Pena (1906 a 1909), o mineiro
Wenceslau Brás (1914-1918), o mineiro Delfim Moreira (1918-1919) e o mineiro Arthur
Bernardes (1922- 1926), de fato este movimento político conhecido popularmente como
República Velha, dissimulou a democracia brasileira nos seus primeiros 30 anos. Desta
forma, a governança presidencial permaneceu na “[...] alternância entre presidentes
mineiros e paulistas, depois de Campos Sales, só foi interrompida por razões
5 Política dos governadores ou também conhecida como política café-com-leite. 6 Síntese organizada pela autora, com base em: Macedo (2013).
5
excepcionais: com os presidentes Hermes da Fonseca e Epitácio Pessoa”. (NAGLE, 1974,
p. 296).
E posteriormente no ano de 1930, o gaúcho Getúlio Vargas assumiu a
presidência republicana tirando a oligarquia paulista e mineira do domínio federal
marcando historicamente o ato como Revolução de 1930. Vale ressaltar, que a escolha
destes representantes políticos culminava na escolha de governantes, que ora, era eleito
um representante de Minas Gerais, e outrem eleição era eleito outro representante de São
Paulo, reconhecido mundialmente por ser o maior exportador de café, pois eram escolhas
que visavam fortalecer o crescimento da economia dos seus Estados e estes deliberavam
em prol de seus interesses.
O processo de trabalho agrário-exportador para urbano-industrial e o modo de
produção capitalista eram impulsionados pelas condições econômicas favoráveis e a
representação política fortalecida, a força de trabalho escrava era gradativamente
substituída pelo trabalho assalariado, após a libertação do trabalho escravo em 1888. Tal
fato ocorreu pelo incentivo da mão de obra imigrante, logo no início do século XX, sendo
notória, a escassez de mão de obra para outras atividades, considerada “nova” no processo
de industrialização.
A implantação das estradas de ferro foi importante não apenas porque
permitiu o escoamento mais rápido e custos bem menores do café,
nosso principal produto de exportação. Na verdade, as ferrovias
constituíram-se na base de um processo de urbanização e
industrialização. Com efeito, em torno de cada estação desenvolvia-se
um núcleo urbano e constituíam-se oficinas de manutenção que
absorviam mão de obra imigrante para as tarefas mecânicas de
manutenção, reparo e substituição de peças das locomotivas e vagões,
emergindo o gérmen de atividades industriais. (SAVIANI, 2013, p.
188).
Reconhecidas na história, as imigrações europeias também fomentaram a
movimentação social interna no país, não sendo apenas imigratória como também
migratória, ou seja, os moradores da zona rural iam para as cidades, para outros estados,
de tal modo que, estrangeiros adentravam e percorreu todo o território nacional, estas
ações auxiliam também há alavancar o processo de escolarização em todo o Brasil.
[...] a expansão da cafeicultura de exportação na região sudeste do país,
conjugada com a substituição, de início tímido, do braço escravo pelo
trabalho livre dos imigrantes, determinou importantes mudanças na
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sociedade, com inequívocas repercussões na esfera educacional. Entre
elas a expansão da escolarização. O maior motor dessa expansão foi à
privatização do ensino ou, em linguagem da época, o “ensino livre”. A
classe dominante agrário-exportadora, no âmbito das províncias, dava
passos maiores do que o Estado imperial. (CASTANHO, 2007, p.45).
Mesmo considerando que no século XIX, já existiam decretos e leis que
apoiavam a educação na Colônia, a discussão para o processo de escolarização, começou
a acontecer com a inserção da classe trabalhadora no processo produtivo. Assim sendo, a
educação escolar no período republicano era vista como a salvação do país, no entanto, a
grande maioria da população continuava analfabeta,
[...] existiam 14 milhões de habitantes e 250.000 alunos em nossas
escolas primárias, devendo ser considerada desprezível a cifra relativa
aos demais níveis de ensino: um aluno para cada 56 habitantes. Trinta
anos depois já contávamos com cerca de um milhão de alunos para uma
população de cerca de 30 milhões: um aluno para cada 30 habitantes.
Completamos um século de República com uma população dez vezes
maior (cerca de 150 milhões de habitantes) e com um sistema
educacional quase 120 vezes mais amplo (cerca de milhões de alunos
nos três níveis de ensino), ou seja, com um em cada cinco habitantes.
(PAIVA, 1990, p. 7).
Seguindo essa premissa as organizações de trabalho, o desenvolvimento social e
as alianças políticas, foram destacadas para enfatizar a necessidade da escolarização
brasileira. O estado articula este processo para enraizar seu poder, organizando um
sistema educacional levando em consideração a formação para o trabalho, para a
modernização na indústria e na manufatura, além de ser um fator preponderante para a
participação civil na política, estes discursos se tornaram as expectativas para a
população.
O processo de escolarização brasileira aliados aos preceitos republicanos
Como forma de participação social e política na nova sociedade em ascensão, o
início do século XX era de grandes influencias na educação, mesmo que o sistema
educacional tenha tido várias tentativas de organização durante sua colonização, com o
7
modelo educacional advindo dos jesuítas. O desenvolvimento da educação brasileira foi
permeado por incertezas e alterações, desde a expulsão dos jesuítas, as sucessivas
reformas legais.
No decorrer do século XIX, esse processo conheceu grande aceleração
para, no seu final, desabrochar, embora com mais brilho e positividade
no discurso dos intelectuais e nas proclamações de textos legais do que
propriamente nas realizações práticas. (CASTANHO, 2007, p. 43).
O discurso que o autor profere, evidenciava claramente o poderio dos
representantes burgueses como a nova classe em ascensão ao sistema capitalista. Esse
novo modelo político e social também incutiria inúmeros confrontos ideológicos entre o
estado e a sociedade
Essa “nova” ordem social que surgia com a República despontou
juntamente com a expansão da industrialização, passando a exigir o
ensino das primeiras letras para os trabalhadores das indústrias que se
instalavam. (NASCIMENTO, 2008 p. 91).
Diante desta nova organização social brasileira, política democrática, o Estado
precisava disseminar sua ideologia e se legitimar enquanto autoridade, procurando
estabelecer mecanismos para envolver a população nos novos ideais que foram
proclamados a partir da república. Neste contexto, a principal preocupação era
relacionada à quantidade de eleitores, ou seja, era essencial alfabetizar a população para
exercer seus direitos políticos.
O que interessa é a disseminação da escola primária, nível essencial do
sistema escolar, que proporciona a aquisição dos direitos políticos. [...]
A importância da escolarização, nesse contexto, é derivada de
necessidades políticas; devido a isso, e não a outros argumentos
quaisquer que sejam a escolarização ganha prestígio. (NAGLE, 1974,
p. 102).
Reconhecendo tal fato, era nítida a necessidade de escolarizar a grande parcela
da sociedade, visto que a grande quantidade de analfabetos. Como lamenta Nagle (1974),
“[...] pesava sobre a Nação uma quota de 80% de analfabetos - conforme os cálculos da
época- transformaram o analfabetismo na grande vergonha do século”. A situação de
exclusão dos direitos civis e políticos forem mudando, pois o “[...] direito ao voto, antes
limitado pela renda, passa a sê-lo pela instrução, ficando os analfabetos excluídos do
8
processo eleitoral”. (HAIDAR; TANURI, 1999, p. 76). Outra forma de seleção
correspondia para maiores de 21 anos de idade e apenas para o sexo masculino. Estas
limitações foram sendo modificadas após as décadas de 1940 e 1950, quando surgiram
novos programas de educação de jovens e adultos (EJA) 7.
Atentando para o princípio cronológico da institucionalização da educação
pública no país, no decênio da época (em 1920), a preocupação era de integrar o
patriotismo ao currículo, por meio do ensino cívico, com disciplinas que valorizavam a
língua pátria, havendo repressão às escolas fundadas por imigrantes que ensinavam na
língua materna.
Mesmo seguindo preceitos democráticos, ou seja, escolhendo seu representante
político a sociedade brasileira continuava a ser conduzida pela classe dominante. Ela
continuou no poder por meio dos grandes proprietários de terras, que saíram do campo e
passaram a viver nas cidades, empregaram industrialização nas lavouras e se
transformaram em comerciantes, ampliando seus estabelecimentos com a força de
trabalho barata seja dos trabalhadores do campo como da cidade.
De um lado, com a passagem do sistema agrário-comercial para o
sistema urbano-industrial, que se vai processando no tempo; de outro,
rompem-se os alicerces da sociedade estamental e se estruturam as
bases de uma sociedade de classes. (NAGLE, 1974, p. 97).
Essas mudanças sociais e econômicas ficaram explícitas após o golpe de 1930,
reconhecido como um grande marco no país, logo após a queda do regime denominado
de política café-com-leite entrou em vigência o governo de Getúlio Vargas que, por meio
desta movimentação política, repercutiu no avanço da industrialização, na urbanização e
migração agindo diretamente nas zonas urbanas e rurais. Neste período “[...] a população
urbana elevou-se de 10% em 1921 para 31, 24% em 1940, 36, 16% em 1950, atingindo
45, 8% em 1960.”(HAIDAR; TANURI, 1999, p. 86).
7 Campanha de Educação de Adolescentes e Adultos (CEAA), que prevaleceu em 1947-1952, sob a
governança de Eurico Gaspar Dutra, visto que, ainda neste momento histórico, nem toda a população
brasileira exercia sua cidadania por meio do voto, sendo incentivada pela Organização das Nações Unidas
para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e por demais programas governamentais à posteriori.
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Com toda esta movimentação de emigração da zona rural para a zona urbana,
houve uma grande disparidade na ordem social, surgindo à necessidade da educação
assumir a responsabilidade de fortalecer o capitalismo, o progresso e moral da sociedade,
sendo confirmado com o grande número de matrículas nas instituições escolares,
principalmente para o ensino primário que “[...] entre 1933 a 1960, as matriculas
aumentaram de 253,85% [...]”. (HAIDAR; TANURI 1999, p. 87).
Várias reformas surgiram para dar veracidade à revolução federalista, assim
Francisco de Campos, primeiro ministro a assumir o Ministério da Educação e Saúde
Pública, por meio do decreto nº 19.890, de 18/04/31, reformulou do ensino secundário, o
Colégio D. Pedro II passou para o âmbito federal e com relação aos ensinos técnicos
somente o comercial foi objeto de reforma pelo Decreto n° 20. 158, de 30/06/1931. Suas
ações representaram avanços, devido organizar o currículo deixando seriado e com
frequência obrigatória “Coube à mencionada reforma o mérito de estabelecer o currículo
seriado, a freqüência obrigatória, a divisão do curso em dois ciclos e ampliação para sete
anos”. (HAIDAR; TANURI, 1999, p. 88).
Com a expansão da oferta do ensino, devido à procura para a escolarização,
foram organizados os conteúdos escolares, destinados os primeiros cinco anos para a
“educação geral básica” (HAIDAR; TANURI, 1999, p. 79). Este currículo era baseado
no “civismo e patriotismo”, sendo a forma de propagar e instituir a instrução pública,
gratuita e estatal, disseminando estes ideais também aos filhos de estrangeiros, buscando
preparar a mão-de-obra e cultivar a subordinação à legislação vigente.
A Emancipação Política do estado do Paraná8 e a colonização dos Campos Gerais9
A emancipação política do Paraná ocorreu em 1853, mesmo ano da construção
da estrada da Graciosa e da ferrovia no litoral, indiscutivelmente esta atitude de
desvincular-se da província de São Paulo, trouxe alguns marcos na história regional.
Como no caso, houve participações na Guerra do Contestado (1912-1916), que consistiu
8 Em 17 de novembro de 1889, o Paraná deixou de ser uma Província e passou a ser um dos Estados membro
dos Estados Unidos do Brasil, iniciando assim o período republicano. (CAMARGO, 2006, p. 21). 9 Entende-se por Campos Gerais uma estreita e alongada faixa de terras no segundo planalto paranaense,
formada por campos e entremeadas de pequenos bosques de matas que se estende de Jaguariaíva até a
margem direita do rio Negro, passando pela Lapa. (WACHOWICZ, 2010, p. 95).
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na disputa do Paraná com Santa Catarina, este “[...] conflito superou a duração e o
numero de mortes da Guerra de Canudos (Bahia) e a conhecida como Cerco da Lapa
(1894), durante a revolução federalista (1893- 1895)”. (Jornal do Povo, 2011).
Esses confrontos estavam associados à expansão territorial e econômica dos
estados federalistas, deste modo, muitos representantes formavam alianças para manter-
se no poder.
No período republicano, a elite campeira foi obrigada a aceitar alianças
com famílias importantes de outras regiões do estado para manter-se no
poder. A procedência dos principais dirigentes do estado no período
(1889-1964) evidencia o afirmado: Vicente Machado era curitibano,
Francisco Xavier da Silva de Castro, Affonso Camargo de Guarapuava,
Caetano Munhoz da Rocha de Antonina, Manoel Ribas de Ponta
Grossa, Moisés Lupion de Jaguariaíva, Bento Munhoz da Rocha Neto
de Paranaguá e Ney Braga da Lapa. (WACHOWICZ, 2010, p. 329).
Estes representantes políticos eram nomes de destaques dos principais
municípios em ascensão econômica durante a implantação do sistema democrático.
Somente no século XIX, mais especificamente em 19 de dezembro de 1853, foi que o
Paraná se emancipou politicamente da província de São Paulo, visto que, o interesse
estava atrelado à expansão da comercialização da erva-mate, da madeira, ou seja, matéria-
prima em destaque na região e por isso foi tão necessário ter representantes políticos para
alavancar a comercialização e juntamente a expansão do território.
Percebe-se que a reestruturação econômica do país após o declínio cafeeiro, em
1929, se modificou, e para isso os estados como São Paulo, Minas gerais, Rio de Janeiro,
Paraná e também demais estados e municípios, passaram a investir na pecuária e na
agricultura, sendo demonstrado pelo enriquecimento no setor econômico, e logo se
apresentou como forte influência a industrialização e mecanização do campo, passando a
ganhar papel de destaque nacional,
[...] considerável aumento da pecuária, em que se compreende tanto o
gado vacum de corte, como o leiteiro – êste último concentrado,
sobretudo no leste de São Paulo, oeste do Rio de Janeiro e sul de Minas
Gerais. Êsse crescimento da pecuária se explica essencialmente pelo
aumento do consumo de carne, do leite e seus derivados, nos grandes
centros urbanos do centro leste, em particular São Paulo e Rio de
Janeiro (Guanabara). Entre 1940 e 1967, as pastagens aumentaram de
quase 35 milhões de hectares, e o rebanho bovino mais que dobrou.
(PRADO JUNIOR, 1970, p. 337).
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Cabe ainda, ressalvar que esta mudança econômica, social e cultural transformou
também a zona rural, sendo articulado com o crescimento da lavoura, da criação de gado
e da maquinização da lavoura. Podendo relacionar o aumento das propriedades rurais a
partir da década de 1950, percebendo ainda o avanço na tecnologia sendo articulado ao
fato de diminuir as áreas de pastagens e desenvolver um salto quantitativo na criação de
bovinos. Este aprimoramento na comercialização rural é perceptível até a atualidade,
estando ainda evidenciados na elite financeira agrária do país, alguns destes permanecem
dispostos nas carreiras políticas formando a aristocracia agrária do estado.
Em sua conclusão acerca da “Política Paranaense no século XIX”, Wetsphalen
(1996) faz uma retomada histórica desde o século XVI, com a abertura dos Portos de
Paranaguá e da construção da estrada de ferro, fato este que alavancou as principais
comarcas de Paranaguá e Curitiba e estas passaram por todos os movimentos do o Estado
enquanto conclui que:
Durante todo o século XIX, e mesmo com o advento da República, nada
mudou estruturalmente na vida política paranaense. Continuava a classe
senhoral, dona da terra, por meio das oligarquias locais, fundadas nos
laços de parentescos e compadrio, que substituíam, a conduzir sozinha,
o jogo político pela disputa de poder. (WETSPHALEN, 1996, p. 63).
De um modo bem amplo, é nítido que as oligarquias continuaram no poder e a
educação escolar era vista apenas como uma formação para o trabalho, pois foram
pautadas na industrialização, não existindo a preocupação com qualidade educacional e
nem mesmo com o processo do êxodo rural, desta forma as pequenas propriedades rurais
que foram conquistadas por meio do trabalho colonizador das primeiras famílias que se
instalaram no estado, formam vendidas e ampliadas para as oligarquias locais.
Historicamente o processo de colonização dos Campos Gerais deu-se em meados
do século XVII, originário das expedições mandadas pela Coroa Portuguesa, estimuladas
pela migração e enriquecimento, aos colonizadores “[...] novas terras eram oferecidas
como prêmio aos voluntários, o que favorecia o aumento de seu patrimônio de forma
rápida e mediante pequenos riscos”. (NASCIMENTO, 2009, p. 25).
Os Campos Gerais passaram a ser alvo de interesse após o século XVII, as
primeiras fazendas formavam-se devido ao tropeirismo, que tinham por principal objetivo
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a comercialização dos muares10 e do gado bovino, esses animais eram usados na
agricultura das fazendas de Minas Gerais, justamente pela dificuldade de inserção da
maquinaria, devido às inclinações do solo, estes animais eram os responsáveis pelo
trabalho das lavouras mineiras e da escoação do açúcar no estado, substituindo a força do
trabalho escravo e indígena.
Essa movimentação migratória caracterizada pelo transporte de animais passou
a ser um fator de desenvolvimento socioeconômico, político e cultural na região, sendo
responsável pela expansão populacional, como na formação de vários lugarejos e
posteriormente cidades como: “Jaguariaíva, Piraí do Sul, Castro, Ponta Grossa,
Palmeiras, Lago, Rio Negro e Lapa”. (MARTINS, 1969, p. 95-96). Entre estas típicas
paradas os tropeiros também faziam a tramitação de mensagens e cartas que levavam as
notícias de um lugar ao outro, bem como mensagens.
O tropeiro desempenhava por conta própria o trabalho do correio, numa
época em que o mesmo era praticamente inexistente no interior; era o
homem que trazia as notícias dos últimos acontecimentos aos vilarejos
por onde passava; era também o portador de bilhetes, recados e o
intermediário de muitos negócios. (WACHOWICZ, 2010, p. 128).
Vale lembrar que os tropeiros eram homens que possuíam capitais (na época era
baseado na cabeça de gado ou muar, sendo caracterizado pelo valor de troca, ou de
acúmulo). Eles viajavam fazendo transações comerciais, que certamente modificaram e
formaram a organização social das novas comunidades, como pode ser observado na rota
terrestre do caminho de Viamão, como ficou conhecido o percurso de Sorocaba até
Vacarias no rio Grande do Sul.
A instrução pública no Paraná e nos Campos Gerais
A educação escolar pública sofria com o descaso das organizações políticas, as
instituições escolares criadas para atender a demanda educacional durante o império
forjaram um ensino público e gratuito, funcionando em prédios que na grande maioria
eram em igrejas, conventos, seminários e em escolas particulares.
10 O burro era o animal mais utilizado para o transporte, devido sua resistência para suportar longas
caminhadas e carregar peso. (WACHOWICZ, 2010, p. 129).
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D’ahi as escolas primarias, chamadas complementares ou do 2º gráu,
segundo a linguagem admitida em algumas provincias do paiz.
Não sendo possível creal-as em todos os pontos d’esta província, sejão
ellas estabelecidas ao menos na sede de todos os municípios.
Nas parochias e demais pontos conservem-se as escolas elementares
ou dê 1º gráo. (PARANÁ, 1888-b, p. 38).
Com relação às dificuldades apresentadas pela estrutura física da escola, não
existia um local adequado para os alunos sentarem, as salas de aula eram pouco
ventiladas, a escola não possuía lugar para recreação, mesmo sendo um discurso liberal,
a expansão de ensino elementar durante os primeiros anos da República não foi suficiente
para toda a população.
As ideias liberais educacionais proclamados pelos republicanos, com
seu projeto de criação de escolas para dar instrução ao povo, eram o de
expandir o ensino elementar, o que na realidade não se efetivou, pois o
aumento do número de escolas era extremamente irrisório para atender
a grande massa da população. (PADILHA, 2010, p. 86).
Ao consagrar e divulgar o grupo escolar, o governo manteve algumas escolas
isoladas, cujo seu funcionamento dava-se em um local improvisado, geralmente cedido
pela igreja, por dono das fazendas ou então pelo próprio professor. “Esses mesmos eram
responsáveis pelo ensino dos alunos até o ensino primário, muitas vezes, não raro, a
maioria era leigos”. (NASCIMENTO, 2009), ou seja, não havia recebido nenhum tipo de
formação inicial para exercer o magistério.
Uma grande melhoria em questão de organização pedagógica foi demonstrada
com a criação dos grupos escolares, demonstrando a exuberância e a necessidade de
mudanças na educação,
A organização administrativa e pedagógica dos grupos escolares
contemplava tempos e espaços, a ampliação das disciplinas curriculares
e a redefinição dos lugares onde as escolas públicas seriam construídas.
Os prédios dos grupos escolares no Brasil foram construídos contrários
ao espaço físico ocupado pelas casas escolas, pois se apresentavam
como espaços modernos e arrojados, poderiam ser considerados como
repartições públicas [...] (PADILHA, 2010, p. 89).
Já existia o ensino superior para a elite com a criação do Colégio D. Pedro II,
essa era a escola modelo da época, no entanto a classe trabalhadora não frequentava as
escolas primárias e a secundária tendo poucas expectativas ao ensino superior.
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O desequilíbrio na educação escolar pública era clarividente, sendo que durante
o período colonial, existia apenas no estado de São Paulo um grupo escolar e somente
após 10 anos foi instituído no estado do Paraná o grupo escolar paranaense, mais
especificamente em 1903, na cidade de Curitiba, sendo nomeado como Grupo Escolar
Dr. Xavier da Silva, em homenagem ao primeiro governador do Estado.
Instaurado para contrapor as dificuldades existentes nas escolas primárias com a
fragilidade de material pedagógico, mobiliário, infraestrutura física e preparo
profissional, o intuito dos grupos escolares era conseguir disseminar a instrução primária
pública gratuita e laica a população brasileira, iniciando nas grandes capitais como São
Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, sua localização e estrutura física eram propositais.
Certamente os grupos escolares obedeceram aos novos horizontes
políticos postos na República, que demarcaram novas relações entre os
sujeitos envolvidos em tais escolas, particularmente aqui o professor, o
aluno, o inspetor, o diretor, e com uma arquitetura que se veio
expressando diferenciadamente, fugindo do padrão comumente
presente nas escolas de então. (ARAUJO, 2007, p. 98).
Como forma de melhoria na organização escolar, apareceu a figura do diretor,
sendo o responsável por manter, controlar e resolver as questões burocráticas do sistema
de ensino daquela instituição, vários decretos também normatizaram o currículo escolar,
as etapas do ensino oferecido, bem como instruíram a formação docente necessária para
exercer o cargo.
Para manter o bom funcionamento escolar eram nomeados os inspetores de
ensino, esses eram representantes políticos do estado e não recebiam pelo trabalho
prestado, no entanto sua função admitia-se certo prestígio social, no Estado do Paraná, o
inspetor trabalhava com a parte administrativa e também com a formação de professores.
O cargo de inspetor geral da educação não se transformou na década de
20 em diretoria geral da educação, como ocorreu nas demais reformas
estaduais, mas permaneceu com a dupla função administrativa e
técnico-pedagógica (MIGUEL, 1997, p. 29).
As escolas de imigrantes localizadas na zona rural eram mantidas pela
comunidade local e, as dos núcleos urbanos por organizações religiosas. Demonstrando
que as diferenças religiosas também influenciaram na difusão das escolas tanto dos
imigrantes como os nativos, “[...] as famílias erguiam uma cruz e logo ao lado construíam
15
uma escola.” (WACHOVICZ, 2010). Na maioria das vezes, o professor era o pastor ou
outra autoridade religiosa, demonstrando os resquícios herdados do ensino jesuítico e a
convicção da ideologia em atribuir ao professor à figura de sacerdote.
Outro fator de discriminação presente na educação brasileira estava relacionado
ao gênero feminino, elas não recebiam conhecimento científico tendo o currículo
diferenciado. A figura da mulher contrapõe-se diferentemente de lugar e de tempo, a
mulher na zona urbana é vista como companheira e responsável pela educação de sua
prole, sendo que a mulher das classes populares que necessitassem trabalhar para
contribuir no sustento da família deveria escolher profissões como cozinheira, lavadeiras,
doceiras, sempre vinculadas a afazeres domésticos, podendo ainda em sua mocidade optar
em seguir a religiosidade ou o magistério.
Sempre em consonância com as demandas socioeconômicas criadas a
partir das diferentes conjunturas de nosso país, o curso já foi símbolo
de distinção social, formação permitida socialmente para moças que
buscavam trabalho fora do lar, bem como preparação rápida e de baixo
custo da força de trabalho para atender ao mercado, entre outros papéis.
(VIEIRA; MARTINIAK, 2011, p. 10).
Na zona rural ou mais no interior dos municípios, a mulher também era
subordinada ao homem, seguindo um modelo patriarcal, como os preceitos capitalistas,
porém independentemente da classe social, ela também era considerada responsável pelo
sustento da família, trabalhando diretamente na lavoura ou administrando os bens
herdados, normalmente sua função estava atrelado ao serviço leve, mas ao mesmo tempo
incessante como na colheita e no plantio.
No século XIX, a sociedade avança permitindo a frequência de meninas e moças
nas instituições escolares públicas, porém havia horários, disciplinas e locais separados
para recreação. As diferenças eram tantas que para funcionar uma escola promíscua
(mista) era necessário terem mais meninos que meninas matriculadas.
O processo de transformação do papel da mulher, no final do Império e
início da República, aconteceu e forma lenta e quase imperceptível nos
Campos Gerais, situação que não se diferenciava do restante do país.
(NASCIMENTO, 2008, p. 106).
Percebe-se então que, as diferenciações de gêneros estavam presentes na
instituição escolar desde a entrada e a saída, o currículo, o pátio, os professores, as
16
matriculas e a frequência, relacionadas com a distinção das escolas de primeira e segunda
ordem a partir dos sexos.
Para garantir a legitimação dos preceitos republicanos, aprimorar a força de
trabalho e incutir os ideais nacionalistas na população brasileira, bem como, uma
domesticação ao sistema fabril, deu-se a criação dos primeiros grupos escolares
brasileiros,
[...] surgidos das leis de 1893, nos estados de São Paulo e Rio de
Janeiro, criados para atender em um só local de quatro a dez públicas
isoladas, os grupos escolares substituíram o caráter multisseriado de
aulas da casa-escola. (PADILHA, 2010, p. 40).
Os grupos escolares foram implantados primeiramente nos estados mais
desenvolvidos economicamente como São Paulo e Rio de Janeiro, a estratégia de unificar
as casas-escolas, estando explicito na forma de organização dos mesmos. Os grupos
escolares também ficaram conhecidos como primeiras letras, visto que era por meio deles,
que o aluno iniciaria o seu processo de escolarização, eram “[...] classes
isoladas ou avulsas e unidocentes. Ou seja, uma escola era uma classe regida por um
professor, que ministrava o ensino elementar a um grupo de alunos em níveis ou estágios
diferentes de aprendizagem.” (SAVIANI, 2013, p.172), esta organização escolar
permaneceu nestes moldes até o final do século XX, principalmente nas regiões rurais
como no caso do distrito de Itaiacoca, no município de Ponta Grossa.
A institucionalização das primeiras Instituições Escolares no Distrito de
Itaiacoca
Itaiacoca foi decretada pela “Lei nº 203, de 3 de janeiro da Câmara Municipal
de Ponta Grossa, [...] creado o districto judiciário de Itaiacoca e installado em 10 de
maio”. (RELATÓRIO DE GOVERNO, 1909, p. 42). No entanto suas origens aparecem
desde a ocupação dos Campos Gerais
O mesmo José de Góis e Morais requereu, também, a sesmaria do rio
Verde, entre Pitangui e Itaiacoca. Com o tempo, por herança e compra,
ele se torna o único proprietário das terras sítas nos campos de Ponta
Grossa.
Em agosto de 1727, José de Góis e Morais doou a sesmaria de
Itaiacoca então chamada Pitangui, à Companhia de Jesus, e em
novembro do mesmo ano, a Rio Verde aos padres da Ordem de São
17
Bento, os quais aproveitaram as terras doadas com fazendas de criação
de gado. (Jornal Indústria e Comercio 19/09/1989).
Existem duas versões para a etimologia do seu nome ITAIACOCA: vem do
guarani, das palavras: TAYA (caladium, taiá) que é uma planta com raízes profundas
parecidas com a planta cará e COG (roça), TAYACOG, “roça de taiá”. (SESC; UEPG,
1981, p.11), sendo justificado o acréscimo da vogal /i/, “por mania dos brasileiros
anteporem um /i/ as palavras indígenas”. Outros, no entanto, alguns acreditam Itaiacoca
ser denominando: “ITA= (pedra), e COCA= (grande), sustentando a lenda da Pedra
Grande, ou ainda, “gruta de pedras”. (LANGE, 1998, p. 320).
Formada populacionalmente pelo movimento dos tropeiros e das missões
jesuíticas, razão esta que é reconhecida pelos seus pontos turísticos como: Buraco do
Padre, Furnas do Passo do Pupo ou Furnas Gêmeas como também é conhecida, Pedra
Grande e Cachoeira da Mariquinha.
Sua população foi formada por mestiços, caboclos, imigrantes que se instalaram
na região norte do Distrito como: Anta Moura, Antunes, Biscaia, Pocinhos, Ribas, Lagoa
dos Pintos, Campinas, Ferreiras, Menezes, Três Barras, Prudentes, Princesa do Ribeirão
e Ribeirão da Cruz, entre outros. (HOLZMANN, 1975, p. 85).
Sua formação arqueológica está associada à região de arenitos e de “furnas” que
ocorrem principalmente na região de Vila Velha, dentro do atual Parque Estadual e se
estende a região do Passo do Pupo, a nordeste no Distrito de Itaiacoca, assim como ilustra
o mapa do município de Ponta Grossa de 1953, da página 57. “Devido às características
do relevo, muito acidentado, a área é de difícil penetração, com densa vegetação natural”.
(HOLZMANN, 1975, p. 98).
Sua economia era primeiramente extrativa, baseada na criação de animais e no
plantio direto da lavoura para garantir a subsistência. Existindo ainda, outra forma de
organização social, vinculada ao uso em comum para criação e plantio conhecido como
faxinal11. Essa organização social perdurou durante muitos anos em varias localidades do
11 O “Sistema Faxinal” é encontrado desde o começo do século XVIII, no âmbito da Floresta de Araucária,
na região Centro-Sul do Paraná. Trata-se de pequenos povoados rurais com atividades silvo-pastoril em
áreas comuns, além de uma policultura de subsistência. As áreas de criar e de plantar são separadas através
de valos e cercas. O Sistema foi implantado inicialmente no contexto cultural dos caboclos, tendo sido
também absorvido por imigrantes. (SAHR, 2005, p. 42).
18
distrito, no entanto, devido às mudanças econômicas capitalistas que visa produzir mais
lucro, este sistema é ineficiente, porém ainda encontrado na localidade de Sete Saltos de
Baixo, conforme projeto de extensão de Sahr (2005).
A economia extrativa esteve presente desde o desbravamento das terras
imperiais nos Campos Gerais, mesmo em quantidade inferior das fontes de Minas Gerais,
nesta região também houve a procura por metais, sendo ainda objeto de pesquisa para
outros metais e minerais.
Embora muitos desconheçam, é a região de Itaiacoca, a antiga Três
Rios, a mais rica da região. Alguns afirmavam que o talco extraído das
Minas dos Menezes, é o verdadeiro ouro branco: o petróleo de Ponta
Grossa. As jazidas da Itaiacoca Mineração Indústria e Comercio, estão
divididas em oito minas. Destas, apenas três estão sendo exploradas.
Segundo os técnicos, é um filão que vai produzir os mais variados tipos
de talco, pelo menos por uns duzentos anos. O suficiente para serem
formadas pelo menos, umas quatro gerações.
[...] Hoje, para dar mais impulso às suas atividades, existem quatro
ligações que dão acesso às minas de Itaiacoca, sem a necessidade de
passar por Ponta Grossa. Seus 312 alqueires de minas permitem que as
cidades de Castro, Palmeira, Campo Largo e Cerro Azul, sejam ligadas,
diretamente a Itaiacoca por estradas particulares.
Há muito tempo a família Menezes explora minas de talco. A primeira
mina descoberta no Paraná, a mina São José, aconteceu em 1917.
(HOLZMANN, 1975, p.100-101).
As atividades mineradoras na região ascenderam o povoamento, a economia e
os setores políticos do distrito, visto que induziram a ligação entre diversas fazendas e
outros municípios, a criação de muitos empregos e a migração para as minas de talco12
formando núcleos de trabalhadores nas proximidades das minas. Conforme mapa do
município de Ponta Grossa, em 1953 pode-se perceber a expansão da localidade
denominada de Mina de Talco, bem como, a distribuição de grande quantidade de
instituições escolares nas suas redondezas.
12 Talco- “Em Itaiacoca, o minério não metálico mais importante é o TALCO. O brilho normalmente é
nacarado a gorduroso, dando sensação untuosa ao tato. O talco (nome derivado do árabe talk) é um
mineral secundário, formado pela alteração de silicatos de magnésio como a olivina, piroxênio e anfibólio
e pode ser encontrado nas rochas ígneas ou como em Itaiacoca, em rochas metamórficas. O talco tem grande
aplicação no mundo moderno: inseticidas, cerâmica, refratários, tintas, perfumarias, papel, sabão, indústrias
têxtil, plásticos, isolantes elétricos, lubrificantes, etc.” (HOLZMANN, 1975, p.99).
19
MAPA 1- Mapa do Município de Ponta Grossa – 1953
Fonte: Departamento de Geografia, Terras e Colonização, 1953.
Obs.: Elaborado pela autora, (RODRIGUES, 2014, p. 56), demarcando as escolas de Itaiacoca que
funcionaram em 1950.
Pode-se perceber que existiram mais escolas na região próximas das minas de
talco, somando existiram 9 escolas públicas, diferente das demais localidades que as
escolas eram distantes uma das outras. Também como demonstra figura abaixo, a
atividade extrativa carecia de vários homens para o trabalho, deste modo, a localidade
aumentou significativamente durante a exploração de minérios.
Do mesmo modo que a atividade extrativa de minérios buscou expandir e
valorizar sua produção, o setor político vigente era fortalecido por contar com
representantes no poder público como descrito por Chama (1988), e nos relatórios de
governo de 1924. Aparecendo desde 1909, segundo relatórios de governo a eleição de
juízes distritais, ocorrendo logo após o decreto de criação do Distrito, também é possível
perceber conforme relatório que foi necessário adiar a data das eleições, ficando para o
próximo mês, porém o documento anuncia que houve a eleição, no entanto, não divulga
como e quem ganhou.
Dia para eleição
- Por decreto de 18 de janeiro foi marcado o dia 28 de Fevereiro
vindouro, para proceder-se as eleições de Juizes Districtaes dos
districtos de Mandirituba e Itayacoca.
20
-Por decreto de 12 de Fevereiro foi adiada, para o dia 21 de Março
próximo vindouro, as eleições de Juizes Districtaes de Mandirituba e
Itayacoca, ficando sem effeito os decretos de 18 de Janeiro ultimo, que
marcavam o dia 28 do mez corrente para as referidas eleições. Eleições
-Em data de 21 de Março procedeu-se ás eleições de Juizes Districtaes
nos Districtos de Mandirituba e Itayacoca. (PARANÁ, 1909, p. 33).
A partir das eleições de 1917, após vencer para Prefeito o Doutor Abraham
Glasser, que além de terem vereadores, suplentes e juízes distritais de Ponta Grossa,
houve ainda a escolha de seis juízes distritais para o Distrito de Itaiacoca. Mais adiante
em dezembro de 1920, no mandato do Prefeito Brasílio Ribas foram escolhidos para
juízes distritais em Itaiacoca, sete homens, e entre eles estava a “indicação de Ambrósio
Meira, sob o nº 63 para o Distrito de Itayacóca, Município de Ponta Grossa” (PARANÁ,
1924, p, 112).
Quadro 1 – Juízes distritais eleitos em 1920 Ponta Grossa Itaiacoca
Hygino de Oliveira Ayres José Teixeira Alves
Mario Carvalho Guimarães Joaquim Carneiro Ribas
João Hoffmann João Manoel dos Santos Filho
Custódio Borges de Almeida Ambrósio Alves Meira
Alfredo Pedro Ribas Estefano Durski
Arthur Guimarães Vilela Francisco Custódio dos Santos
Joanino Sabatela Marcolino Antunes Penteado
Fonte: Elaborado pela autora (RODRIGUES, 2014, p. 56), com base em CHAMA, 1988, p. 70 - 71.
Estes dados quantitativos revelam a importância que a região de Itaiacoca estava
assumindo, visto que foram eleitos o mesmo número de juízes distritais para a zona
urbana como para a zona rural, nota-se que em dezembro de 1920, ocorreu um
recenseamento na cidade de Ponta Grossa, onde é perceptível a influência de Itaiacoca,
tendo como resultado:
2.496 casas
12.256 habitantes
Nos distritos de Itaiacoca e Uvaia havia:
546 casas
15.621 moradores
Sendo:
6.886 do sexo masculino
8.736 do sexo feminino
6.980 eram maiores de 18 anos
8.641 eram maiores de idade. (CHAMA 1988, p. 68, grifos do autor).
21
Apresentado estes índices aliados à representação política, induzido pelo
econômico e social, estes que auxiliaram no desenvolvimento dos núcleos rurais de
Itaiacoca, pois conforme mapa municipal de 1953 existia: “Passo do Pupo, Cerrado,
Mato Queimado, Eleutério, Lavrinha, Carandá, Sete Saltos de Cima, Sete Saltos,
Carazinho, Conceição, Limas, Barra Preta, Três Barras, Prudentes, Lagoa dos Pintos,
Ferreiras, Campinas, Biscaia, Anta Moura, Serra, Antunes, Barra Grande e Burros de
Água.” (Ponta Grossa e o Distrito de Itaiacoca, s/d). Contudo ainda existiam pequenos
vilarejos que não foram mencionados, e vários outros em controvérsia, que logo após a
década de 1960, deixaram de existir.
Entende-se os motivos da preocupação em ampliação da escolarização na zona
rural no município de Ponta Grossa, demonstrando a existência de apenas 11 colônias
urbanizadas e um tocante de 24 núcleos rurais em Itaiacoca e mais 8 núcleos em Uvaia,
outra região distrital. Esse fato denota sobre a ruralidade paranaense de 69%, o qual foi
defendido por Balhana, Machado e Westphalen (1969) que apresentou a distribuição da
população do Paraná, sendo que no ano de 1940, um percentual de 75, 5% da população
estava na zona rural, restando 24, 5% na zona urbana, frente a esta questão a criação das
instituições escolares era uma forma de validar o estado republicano para toda a
população eleitoral dos municípios.
Criação das instituições escolares no distrito rural de Itaiacoca
As primeiras escolas públicas isoladas foram criadas posteriormente as escolas
públicas na zona urbana e após a existência dos monumentais grupos escolares nas
grandes capitais do país, mesmo com todas as mudanças no cenário político, econômico
e social que aceleraram este processo, tais como: as legislações nacionais, o aumento
populacional dos povoados, a representação política que também impulsionou a formação
das instituições escolares no século XX. Ainda seguindo estas alterações é notório que a
escolarização não seguiu de forma contínua e abrangente, mesmo sendo imperioso
disseminar a educação para que o sujeito tornasse um “[...] homem ativo (que tivesse
22
superado sua indolência), disciplinado, com hábitos higiênicos, obediente”. (MIGUEL,
1997, p. 42).
Ainda permeou por muito tempo na zona rural às Casas Escolas, essas foram os
primeiros espaços educacionais formais de ensino, tratava-se de um espaço cedido para o
professor ministrar as suas aulas, isso ocorria geralmente na residência das professoras
ou ainda, na propriedade privada de algum benfeitor13, sendo geralmente, um fazendeiro.
O requisito necessário para a escolha da Casa Escolar condizia na existência de uma sala
ampla para ministrar as aulas, com janelas grandes para ventilação, bancos e mesas para
acomodar os alunos e o professor, os materiais a serem utilizados, bem como, a
preparação das aulas eram de inteira responsabilidade do professor e ainda era
preponderante oferecer ao professor um quarto separado dos demais cômodos, visto que,
ele iria residir no local e fazer parte daquela comunidade.
Atentando para o princípio da educação de massa foram construídas as escolas
isoladas que eram financiadas pela administração estadual ou municipal, de forma a
garantir baixo custo. Esta característica estava associada ao fato do professor residir na
própria escola, desta forma não era necessário investir em transporte tanto ao professor e
nem tampouco aos alunos das localidades próximas, demonstrando novamente, que os
interesses eram dissimular a oferta de ensino para a população, baseando-se em um
discurso que não levavam em consideração o crescimento populacional, as condições de
estruturas físicas e materiais para toda a população, indiferente da localização geográfica
estando na zona rural ou urbana, bem como, a institucionalização das instituições
escolares foi usado como forma de disseminar o poder da classe dominante sob a classe
trabalhadora, reforçando seus pressupostos ideológicos por meio da escolarização.
Considerações finais
Considerando o contexto histórico, que desencadearam as mudanças políticas,
sociais e econômicas durante o século XIX e XX, foi fundamental reconstruir
historicamente a trajetória das instituições escolares públicas na região rural de Itaiacoca,
13 Benfeitor- o que praticava o bem para a comunidade, nesta época eram os donos das maiores propriedades
rurais, geralmente tinham vários filhos em idades próximas e quando alcançavam a idade escolar, por volta
de 8 anos eles contratavam um professor para ensinar seus primogênitos e também ofereciam o serviço à
alguns vizinhos.
23
objetivando levantar, catalogar e preservar as fontes que tratam deste assunto, ficando
delimitado a excludência e o descaso com a população rural. Compreender os fatores
determinantes que influenciaram e continuam influenciando o desenvolvimento do
sistema educacional ao longo deste século XXI, elucidando que a estrutura sociopolítica
durante esses séculos forjou uma educação igualitária. Na zona rural a proposta curricular
seguia a mesma da zona urbana e não levavam em consideração suas singularidades
sociais, culturais, religiosas, formas de organizar de trabalho e de se relacionar com a
natureza, mistificando ser um local de atraso, de carência e de rusticidade. Por meio deste
artigo, foi possível salientar as dificuldades na sistematização da institucionalização das
instituições escolares na zona rural, visto que recebia poucos investimentos e não existia
uma preocupação com a qualidade de ensino, não existindo a preocupação com a estrutura
física, material e pessoal, emergindo problemas como alto índice de reprovação e
abandono escolar, não proporcionando subsídios para sua efetivação. Com isso, fica
evidenciado que a preocupação primordial dos governantes era de criar as escolas
públicas para fortalecer sua aliança com a população.
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