Maria de Nazaré Daniel Melo
Meriam de Jesus Ferreira Dias
Dificuldades de Aprendizagem na Leitura e na Escrita dos Alunos nas Séries Iniciais do Ensino Fundamental
UNAMA
BELÉM-PARÁ
2002
Maria de Nazaré Daniel Melo
Meriam de Jesus Ferreira Dias
Dificuldades de Aprendizagem na Leitura e na Escrita dos Alunos nas Séries Iniciais do Ensino Fundamental
UNAMA
BELÉM-PARÁ
2002
Maria de Nazaré Daniel Melo
Meriam de Jesus Ferreira Dias
Dificuldades de Aprendizagem na Leitura e na Escrita dos Alunos nas Séries Iniciais do
Ensino Fundamental
Trabalho de Conclusão de curso apresentado
ao curso de Pedagogia do centro de Ciências
Humanas e Educação da UNAMA, como
requisito para obtenção do grau de Pegagogia,
orientado pela professora Drª Cely Nunes.
UNAMA
BELÉM-PARÁ
2002
“Ler não é caminhar e nem voar sobre as
palavras. Ler é reescrever o que estamos
lendo, é perceber a conexão entre o texto e o
contexto e como vincula com o meu
contexto”
(Paulo Freire)
“Ler não é caminhar e nem voar sobre as
palavras. Ler é reescrever o que estamos
lendo, é perceber a conexão entre o texto e o
contexto e como vincula com o meu
contexto”
(Paulo Freire)
AGRADECIMENTOS
Agradeço em primeiro lugar á Deus, pelo
dom da vida que ele me deu, sua presença
constante em me viver, pela força, coragem
e determinação, pois sei que a minha vitória
foi ele quem deu.
Ás minhas filhas: Alessandra e Aline as
bênçãos que Deus me deu, a vocês amores
de minha vida, razão da minha luta, pela
compreensão dos momentos ausentes e
que as privei de minha companhia.
Ao meu querido esposo Portal, pelos
momentos difíceis, compreensão e carinho
que me fizeram crescer e acreditar cada vez
mais nos meus ideais.
Aos meus queridos pais: Carmélio e Rosa,
por ter-me feito à mulher que hoje sou. Aos
demais familiares, a minha irmã Marta, e aos
meus irmãos (Carlos Nazareno, João
Evangelista, Isaque, Josué, Salomão,
Marta).
E finalmente meus agradecimentos são
também a todos que diretamente ou
indiretamente contribuíram neste meu
caminhar, em particular a minha orientadora
Cely Nunes.
O meu carinhoso abraço a todos que
acreditaram em mim.
Maria de Nazaré Daniel Melo
Primeiramente a Deus inicio de tudo pela
existência força e determinação
Aos inesquecíveis pais: Maximiano “in
memória” e Ma Madalena pelas horas de
oração a Deus em meu favor.
Ao meu amado esposo Olímpio Dias pelos
momentos em que superou o cansaço e
diblou seu tempo para me acompanhar
nesta caminhada. Valeu companheiro, você
me ajudou a concretizar este sonho.
Aos meus queridos filhos: Geiza, Josué,
Dayton e Gizenda pelo apoio e paciência
que demonstraram, em decorrência de
minha ausência, você são a razão de minha
força e coragem nesta caminhar.
Aos meus genros Ielde, Isaac e noras
Warlyce e Adriana e netos Samuel, Rebeca ,
Kézia, Daniel, Danielle, Henrique que me
apoiaram e compreende-me durante o árduo
período desta trajetória e acreditaram em
minha capacidade estimulam a continuar
desta jornada.
Aos meus familiares, minha sogra
Raimunda, minha cunhada Lúcia meu irmão
Jonas e todos que, mesmo distante
incentivaram me meu potencial.
A Maria minha secretária particular que
pacientemente me espera todas as noites.
Meriam de Jesus
SUMÁRIO
I-Introdução
1.1- Tema em estudo -------------------------------------------------------------------------------1
1.2- Metodologia -------------------------------------------------------------------------------------3
Capitulo I--------------------------------------------------------------------------------------------------8
Concepção da leitura e da escrita e as dificuldades de aprendizagem–-----------------8
Capitulo II -----------------------------------------------------------------------------------------------15
Um olhar sobre a prática pedagógica, e alternativas de ensino---------------------------15
2.1-A Prática Pedagógica --------------------------------------------------------------------------15
2.2-Alternativa Metodológica para o processo de ensino ----------------------------------19
Capitulo III-----------------------------------------------------------------------------------------------23
A importância da contribuição da escola e da família no processo da leitura e da
escrita.----------------------------------------------------------------------------------------------------23
3.1-A importância de pais leitores ----------------------------------------------------------------25
3.2-A importância da leitura e escrita ------------------------------------------------------------27
Referencia Bibliográfica -----------------------------------------------------------------------------31
Anexos --------------------------------------------------------------------------------------------------32
Resumo
A pesquisa apresenta uma análise das dificuldades de aprendizagem na Leiturae Escrita dos alunos em séries iniciais do ensino fundamental. O estudo sepautou na abordagem qualitativa na realização das atividades, através daobservação e entrevista com professores e alunos da Escola MunicipalRepública de Portugal, que nos proporcionou compreender o processo deaprendizagem da leitura e escrita. Durante a pesquisa constatamos que asprincipais dificuldades que os alunos apresentam para ler e escrever, sãodecorrentes de vários fatores, porém enfatizamos os mais importantes como:falta de acompanhamento individual tanto da família como da escola. falta depaciência dos professores, recursos inadequados, bem como a responsabilidadeda família em manter as crianças na escola.Sendo assim, consideramos que opresente estudo trouxe-nos resposta satisfatória para nossos questionamentos arespeito das dificuldades enfrentadas pelos alunos no processo da leitura eescrita. Deste modo estamos estimuladas a avançar nossos estudos,contribuindo assim, não só para a nossa prática pedagógica, mas também paravocês leitores em virtude de algumas dúvidas a respeito desse conhecimento.
1INTRODUÇÃO
1.1 - O TEMA EM ESTUDO
A leitura se constitui como um dos avanços à busca do
conhecimento sistemático é aprofundado. Contudo, tem –se que em virtude de não se
desenvolver o hábito da leitura, encontra-se algumas dificuldades nesse contexto, o que
causa preocupações, pelo fato da leitura assumir um certo destaque no processo de
aprendizagem.
É através desta que o aluno desperta para interpretação dos fatos
e ainda sente-se estimulado para desenvolver a aprendizagem, posto que a leitura se
encarrega de amadurecer o intelecto.
Ao se fazer uma retrospectiva da história, encontra-se elementos
preponderantes que se associam ao fato do indivíduo desenvolver uma leitura que
transcende os livros, documentos ou registros e se insere no contexto vivido.
É bem verdade as dificuldades apresentadas pela aprendizagem
ganham uma outra conotação, a partir do momento em que identifica-se bloqueios
referentes a leitura, o que evidencia uma certa deficiência no desenvolvimento da
leitura como prática escolar.
Para Martin & marches, Apud Coll et (1995 p.24 ), os distúrbiosde aprendizagem .
Abrangem qualquer dificuldade observável peloaluno para acompanhar o ritmo deaprendizagem de seus colegas, da mesma faixaetária seja qual for o determinante desseatraso . Certamente, a população assim definida éde uma grande heterogeneidade, não sendosimples encontrar critério que a delimite maiorprecisão.
Portanto, tais dificuldades são presenciadas pelos educadores. O
aluno muitas vezes, não se dá conta, o que exige uma orientação e apoio, objetivando
inserir o aluno no contexto educacional, utilizando a aprendizagem em todas as suas
dimensões, o que se configura através de etapas.
2
A criança com dificuldade de aprendizagem é aquela que apresenta
bloqueios na aquisição do conhecimento, na audição, na fala, leitura, raciocínio ou
habilidades matemáticas. Estas desordens são intrínsecas ao sujeito, presumidamente,
devido a uma disfunção do sistema nervoso central, podendo ocorrer apenas por um
período na vida.
Reconhecendo a importância de se discutir acerca das dificuldades
de aprendizagem referentes a leitura e a escrita objetiva-se através deste, apresentar
alguns direcionamentos significativos voltados ao estímulo, da capacidade do aluno
desenvolver a prática da leitura e escrita um dos pontos preponderantes ao caminho
da aprendizagem, até porque o aluno encontra-se inserido no contexto que exige
uma interpretação sistemática advinda do hábito de ler e escrever.
Por se apresentar como uma barreira no processo, a leitura se
difunde através de textos, que fogem um pouco da capacidade do aluno, posto que
são cansativo, desatualizados e apresentam muitas vezes uma linguagem complexa, o
que dificulta seu acesso á leitura e suas manifestações.
Neste contexto, compreendendo a necessidade de se desenvolver
a leitura como uma das etapas do processo educativo enfatizando-se os aspectos
principais norteadores da pesquisa voltada ao enfrentamento dessa problemática e
seu redimensionamento, no contexto pedagógico.
O dia a dia apresentado pelos alunos que ingressam nas séries
iniciais, mostra-se preocupante, considerando que a cada momento, o educador
encontra-se diante de alguns obstáculos, principalmente quando se refere à leitura e
suas interpretações.
Essa dificuldade embora comuns, se difunde em outras, como
interpretação de textos, ditado,cópia e etc..., o que numa linguagem atual se reporta às
técnicas de redação.
Entende-se que cada aluno apresenta sua dificuldade, alguns tem
bloqueios para escrever, expressar suas emoções, falar etc. Nesse contexto, o
professor precisa estar atento a essas dificuldades, a fim de criar mecanismo para
seu enfrentamento, reconhecendo que na fase inicial, a criança absorve o que lhe é
repassado e incorpora valores que no decorrer da vida escolar, se contemporizam
com outros, podendo gerar conflito ou dificuldades.
3Com base nessas situações problema, nos perguntamos:
• Quais os principais aspectos que interferem no processo de aprendizagem da
leitura e na escrita nos alunos nas séries iniciais do ensino fundamental?
• Quais as dificuldades vivenciadas pelos alunos no processo de aprendizagem da
leitura e escrita?
• Que alternativas metodológicas podem ser indicadas para o enfrentamento das
dificuldades de aprendizagem na leitura e escrita nas séries iniciais do ensino
fundamental?
Neste sentido elegemos os seguintes objetivos:
Geral:
- Analisar as dificuldades de aprendizagem na leitura e escrita dos alunos nas séries
iniciais do ensino fundamental.
Específicos:
- Detectar os principais aspectos que interferem no processo de aprendizagem na
leitura dos alunos que estão nas séries iniciais da ensino fundamental.
- Discutir as dificuldades vivenciadas pelos alunos no processo de aprendizagem na
leitura e escrita.
- Referenciar a pesquisa como alvo de discussão e debate ,a fim de criar
alternativas para o enfrentamento da problemática apresentada.
Apontar alternativas metodológicas para o enfrentamento das dificuldades da leitura
e escrita dos alunos nas séries iniciais do ensino fundamental.
1-2 Metodologia
4
O presente trabalho desenvolveu-se por meio da pesquisa
qualitativa, considerando que esta abordagem proporciona resultados significativos na
área educacional, no sentido de oportunizar ao pesquisador uma visão mais ampla no
cotidiano escolar, além de produzir conhecimentos e contribuir para a transformação
da realidade estudada. Assim, LUDKE & ANDRÉ (1986, p.11 ), postulam.A pesquisa qualitativa tem o ambiente naturalcomo sua fonte direta de dados e o pesquisadorcomo seu principal instrumento (...)A pesquisaqualitativa supõe o contato do pesquisador com oambiente e a situação que está sendo investigada,via de regra através do trabalho intensivo decampo.
O campo onde foi desenvolvida o estudo é uma escola Municipal,
localizada no Bairro da Marambaia na periferia. O estudo objetiva analisar as
dificuldades de aprendizagem na leitura e escrita dos alunos nas séries iniciais do
ensino fundamental. Coletamos informações sobre o assunto.
No que diz respeito aos instrumentos utilizamos a observação e a
entrevista. Quanto as entrevistas foram gravadas e registradas, os depoimentos dos
sujeitos da pesquisa, que foram 04 professores e 04 alunos da séries iniciais do
ensino fundamental.
No primeiro momento, o estudo se desenvolveu a partir de técnica
de observação participante, vez que esta ocupa um lugar privilegiado na pesquisa
educacional, permitindo descobrir através do contato direto do observador com o objeto
estudado, suas particularidades pois o confronto da realidade é possível compreender
o quadro.
Isto, porque a experiência direta com aquilo que se quer observar é
sem dúvida o melhor termômetro de verificação de um determinado assunto. Bem
como, recorrer a conhecimentos e experiências pessoais como auxiliar no processo de
compreensão e interpretação do que está estudando.
Na medida que o observador acompanha no local as experiências
dos alunos, pode tentar compreender a sua visão de mundo, ou seja, o significado que
eles atribuem à realidade que os envolve e às suas ações. A observação
participante é muito útil para se descobrir aspectos novos de um problema.
5
Segundo LUDKE & ANDRÉ ( 1986, p.30).
Os focos de observação nas abordagensqualitativa de pesquisa são determinadabasicamente pelos propósitos específicos doestudo, que por sua vez derivam de um quadroteórico geral, traçado pelo pesquisador. Comesses propósitos em mente, o observador inicia acoleta de dados buscando sempre manter umaperspectiva de totalidade, sem se desviardemasiado de seus focos de interesse. Para isso, é particularmente útil que ele oriente a suaobservação em torno de alguns aspectos, demodo que ele nem termine com um amontoadode informações irrelevantes nem deixe de obtercertos dados que vão possibilitar uma análisemais completa do problema.
No segundo momento utilizamos a entrevista, já que esta é
favorável a construção de conhecimentos na pesquisa educacional, e nesse olhar é
importante desenvolver as considerações que se apresentam na vida do sujeito,
despontando assim, possibilidades de efetivação do conhecimento esperado pelo
pesquisador. Na entrevista, a relação que se cria é de interação, porque ela
essencialmente lida com pessoas. A entrevista semi-estruturada é mais livre e mais
flexível. É um instrumento convenientemente utilizado para se obter informações de
professores, alunos e outros. Tendo como objetivo obter informações que possam ser
utilizados exclusivamente para os fins da pesquisa. Segundo LUDKE & ANDRE
( 1996, p. 37 ). A entrevista gravada tem a vantagem deregistrar todas as expressões oraisimediatamente, deixando o entrevistador livrepara prestar atenção ao entrevistador.
Assim as vantagens que a pesquisa qualitativa oferece no âmbito da
educação permite conhecer a realidade numa dimensão que o fator humano se
apresenta na escola.
A coleta de dados foi significativa para o desenvolvimento deste
trabalho, quando através desta obtivemos respostas para nossas dúvidas e
questionamentos acerca das dificuldades de aprendizagem da leitura e da escrita
nos alunos em fase iniciais, e que futuramente, servirão como base para estudos
futuro e conseqüentemente aprimoramento de nossa prática como educadores.
6 6
7
A escola, local de nossa pesquisa, pertence a rede Municipal de
Ensino. Foi escolhida mediante a sua localização estar próxima a nossa residência,
e que a grande maioria de alunos são crianças pertencentes a classe menos
favorecida
A escola encontra-se construída numa área arborizada, murada,
bem conservada, salas iluminadas e ventiladas, contendo: 15 salas de aula, 01-sala
de leitura, 01- sala de professores, 01- sala de técnica, 01- sala da direção,01- sala
para trabalhos burocráticos da escola, 01- sala de laboratório, 01- sala de
informática, 01- área de lazer, 01- quadra de esporte, 01- auditório, 01- copa para
lanche dos alunos, 03- depósitos, 14 banheiros.
Na área administrativa é composta de:01- agente administrativo, 01-
diretor, 01- vice-diretor, já o corpo técnico conta com: 03- supervisores
educacionais, 02- orientadores educacionais.O corpo docente: 64 professores. Ainda
conta com 01- secretaria, 03- auxiliares de secretaria, 01- bibliotecária, e outros,
como porteiros, merendeiras, que não foram citados as quantidades.
Nesta escola estão matriculados 1.620 alunos, funcionando nos
quatros turnos, sendo que os turnos da manhã e intermediário atendem a
educação infantil e o ensino fundamental e a tarde só o ensino fundamental, e a
noite a educação para jovens e adultos. Os três primeiro turnos, é trabalhado a
organização da Escola Cabana em ciclos de formação de alunos.
A escola cabana recebeu este nome em homenagem ao movimento
Cabano que, sem dúvida foi um movimento de maior resistência do povo paraense.
As injustiças sociais, foram as maiores virtudes para a explosão da exclusão social
que reinava no século XIX. O movimento agregou diferentes segmentos da
sociedade paraense: os negros, índios, pequenos proprietários de terra e outros
que alimentavam o sonho de liberdade e cidadania contra o desrespeito que
imperava em nosso estado pelo imperalismo europeu .
Como já citamos esta escola organiza a educação em ciclos de
formação de alunos, que vem romper com lógica fragmentada do processo escolar e
flexibilizar os tempos de aprender – ensinar – desenvolver, possibilitando ao professor
7
uma formação global humanizadora, socializadora e facilitadora da construção de sua
auto – estima e identidade cultural, considerando – se em sua estratégia para garantir
a educação escolar como direito de todos.
Através da pesquisa qualitativa obtivemos informações acerca do tema do
nosso Trabalho de Conclusão de Curso. Dificuldades da Aprendizagem de Leitura e da
escrita dos alunos nas séries iniciais do Ensino Fundamental.
Para efeito das respostas vamos denominar os professores de P e os alunos
de A.
Mediante isto organizamos o nosso estudo em capítulos que são.
I – Concepção de Leitura e escrita e Dificuldades de aprendizagem
II – Um Olhar sobre a Prática Pedagógica e alternativa metodologia de ensino.
III – Contribuição da Escola e da Família no Processo de ensino e aprendizagem
8
Capitulo I
CONCEPÇÃO DE LEITURA E ESCRITA, E DIFICULDADE DA APRENDIZAGEM
Baseado nas respostas dos professores e alunos faremos uma
análise com as informações obtidas com o intuito de darmos consistência ao nosso
trabalho
P1 A leitura e a escrita é um processo que osujeito começa a desenvolver desde criança,emcontato co diversos tipos de textos.Esse processose desenvolve a partir da construçãointelectual,ou seja,a criança vai construindo a suarepresentação de acordo com suashipóteses,com o que pode ou não ser lido
P2 Entendimento que o ser humano tem arespeito da vida,uma leitura do mundo para tirarsuas conclusões
P3 É o processo que a criança desenvolve desdeos primeiros contatos com livros, revistas jornaise prossegue até ter o domínio da leitura e daescrita.
P4 A leitura e escrita são as primeirassignificações que a criança necessita paraconhecer e dar significado a coisas eobjetos.Pois através da leitura e da escrita elase insere no mundo em que vive passando aconhecê-lo melhor.
Ao observamos as falas dos professores, analisamos a concepção
que cada um tem a respeito da leitura e escrita. A professora 1 relata que a leitura e a
escrita são processos que a criança passa em contato com diversos tipos de texto.
Esse processo se desenvolve a partir da
dimensão intelectual, e vai construindo suas hipóteses com o que pode ou não ser
lido. A professora P 2, diz que a leitura e a escrita é entendimento que o ser humano
tem a respeito da vida para tirar suas conclusões, e a professora P 4, fala da leitura e
a escrita como as primeiras significações que a criança necessita para conhecer e dar
9
significado as coisa e objetos, pois é através da leitura e da escrita que ela vai se
inserir no mundo para conhecê – lo melhor .
Concordamos com as definições dada pelo professores
entrevistados .Segundo FREIRE ( l989 ), A leitura do mundo precede a leitura da
palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da
leitura daquele. Linguagem e realidade se prendem dinamicamente. A compreensão do
texto a ser alcançado por sua leitura crítica implica percepção das relações entre o
texto e o contexto.
Freire também destaca a importância da primeira experiência
existencial, a leitura do mundo, do pequeno mundo, na compreensão do ato de ler o
mundo particular que move a criança. De fato, a primeira leitura que a criança aprende
a fazer é a das relações familiares, onde lê é uma gratificação, a promessa e a ameaça.
A leitura é atribuído um valor positivo absoluto, como detentora de benefício óbvios e
indiscutíveis ao indivíduo e à sociedade. Uma forma de lazer e de prazer, de aquisição
de conhecimento e de enriquecimento cultural, de ampliação das condições de convívio
social e de interação .
Entendemos que a aprendizagem da leitura e escrita se inicia
desde o nascimento com a imitação de sons articulados, até a fase adulta, em que há
um verdadeiro aperfeiçoamento técnico. A linguagem oral e escrita revela-se
imprescindível ao processo de comunicação. Trata-se de uma questão que deve ser
especialmente trabalhada na fase infantil, durante seu processo de construção de
conhecimento A1
Aprender mais,para saber o que está escrito noslivros,conhecer coisas novas,que para nós que somos pequenos, ainda não conhecemospara,isso,é preciso saber ler e escrever,parapoder ficar por dentro de tudo o que esta aonosso redor.Porque hoje em dia quem não sabeler e escrever está ferrado,não tem nada para elevai ser um Zé ninguém
A2
Aprender mais,para saber o que está escrito noslivros,conhecer coisas novas,que para nós quesomos pequenos, ainda não conhecemos 10
para,isso,é preciso saber ler e escrever,parapoder ficar por dentro de tudo o que esta aonosso redor.Porque hoje em dia quem não sabeler e escrever está ferrado,não tem nada para elevai ser um Zé ninguém
A 3É saber o que existe na minha cabeça,vou lendotudo o que eu vejo,vou sabendo o que estáescrito,nos livros nas revistas,nas placas queencontro nas ruas,onde eu vou passando,osônibus nas ruas da cidade,e também eu vouescrevendo tudo o que eu leio.A 4Para mim ler e escrever é conhecer as palavras.Agente primeiro conhece as letras e depois juntaelas nas palavras
Ao analisarmos o quadro de respostas dos alunos,
entrevistados, observamos que o aluno A1,respondeu que ler e escreve é conhecer
coisas novas, é ficar por dentro de tudo que esta ao seu redor. Fala da importância
deste ato de ler e escrever para não ser um “ Zé ninguém “. O aluno A 2 comenta
que, escrever é entender o que está dentro da sua cabeça, é saber o que estar a sua
volta no seu cotidiano. O aluno P 3 diz que ler e escrever é estar preparado para
seguir os estudos, o aluno que não souber ler e escrever terá muitas dificuldades,
passará muita vergonha, não poderá locomover-se na cidade, andar de um lugar
para o outro, não saberá ler as placas dos ônibus e ficará mais difícil a vida. O
aluno P 4 responde que ler e escrever é conhecer primeiro letras para depois formar
palavras. Observamos que os alunos entrevistados possuem uma visão coerente sobre
o que é e escrever, mas vejamos o que MORAIS ( 1995, p.20 ), fala sobre a leitura e a
escrita.A leitura envolve primeiramente a identificaçãodos símbolos impressos letras , palavras e orelacionamento deste símbolos com os sons queela representam . No inicio do processo a criançatem que diferenciar visualmente cada letraimpressa e , perceber que cada símbolo gráficotem um correspondente sonoro . Este processoinicial da leitura , que envolve a discriminação
visual dos símbolos impressos e a associaçãoentre PALAVRA IMPRESA E SOM , é chamado
11
de codificação e é essencial , para que a criançaaprenda a ler
No que se refere à escrita , pode-se afimar que, este ato é o inverso
leitura . Se a leitura se estabelece uma relação entre PALAVRA IMPRESA – SOM --
SIGNIFICADO, na escrita a relação estabelecida é entre SOM – SIGNIFICADO
PALAVRA IMPRESA (que é o que se escreve ) afirma MORAIS, (1995, p.21 )
Verificando este quadro com as resposta dos alunos entendemos
que a aprendizagem da leitura e da escrita é de grande importância para a vida do
aluno, para que este adquira conhecimentos posteriores mais significativos. Cabe à
escola propiciar um ambiente alfabetizador que favorece esse processo. É na
alfabetização que a criança adquire a base para aprender a ler e escrever .
Segundo alguns estudiosos a aquisição da escrita e leitura é algo
mais complexo do que um simples processo mecânico de memorização e treino.
Cócco e Hailer (1996.p.7) , elucidam que :Aprender a ler e escrever é apropriar-se docódigo lingüístico , torna-se um usuário da leiturae da escrita .
Sabemos que a leitura e a escrita é de fundamental importância para
o aluno e a partir desse processo que esses alunos poderão criar seu próprio
conhecimento e ter noção do mundo que vive, podendo contribuir durante o seu
crescimento para mudança significativa.
Dificuldade de aprendizagem da leitura e da escrita Quando indagamos a respeito das dificuldades encontradas na
leitura e na escrita os alunos responderam da seguinte maneira:
Eu já tive muitas dificuldades na leitura mais doque na escrita, pois eu sabia escrever tudo, masnão sabia ler o que estava escrito, e passei pormuita vergonha quando a professora mandava euler. Sabia que todos os meus colegas iam rir demim, sempre eu dava uma desculpa para não ler,mas a minha professora sempre me pegava paraler, e eu ficava gaguejando até ela mandar euparar e me mandava sentar. (A1)
12
Tenho muita dificuldade na leitura, pois eu passeide ciclo sem saber ler, fui para outra cidade , fui
rebaixado para a primeira série, porque não sabia
ler o que escrevia. Passei um ano na primeirasérie porque não sabia ler. Isso nunca vouesquecer, pois acho que a minha professora doCB1 deveria ter visto essa falha antes de terterminado o ciclo. A minha maior dificuldade estána troca de letras, e também nas palavrasgrandes. Elas soam difíceis para eu ler, eu voulendo muito devagar, também as vezes esqueçoas sílabas quando estou lendo. (A2)
Agora já não tenho tanta dificuldade, mas noinício já tive, mas a minha mãe e meu pai meajudaram bastante. Eu não aprendi a ler eescrever na escola, eu aprendi a ler e escrever naminha casa com os meus pais. Quando comeceia estudar minha mãe pegava o trabalho quelevava da escola e fazia tudo de novo, meexplicava o que não sabia, assim fui aprendendo.(A3)
Observa-se nas palavras dos alunos que o ambiente produzido na
sala de aula, em diversos momentos, revela-se inibidor da aprendizagem, pois o medo
de errar, a crítica recebida dos colegas e outras maneiras de manifestação existentes,
como os gracejos contribuem para a ausência da liberdade de expressão. Em muitos
casos, o professor ao assumir a autoridade em sala de aula de maneira negativa,
amplia o bloqueio do aluno em relação a aquisição da leitura e escrita.
Entende-se que numa fase inicial as competências da leitura e
escrita são os conteúdos básicos da aprendizagem, numa fase posterior constituem o
suporte e técnicas a dominar, para que se atinja o restante desempenho escolar.
As competências da leitura e escrita são consideradas como
objetos fundamentais de qualquer sistema educativo. A escolaridade elementar, a
leitura e a escrita constituem aprendizagem de base e funcionam como uma mola
propulsora para todas as aprendizagens escolares e elevar a auto-estima do aluno.
Segundo o Nacional Joint Committee of Leaming Disabilities.
(MORAES, Antonio M. P.)
A leitura oral é marcada por omissões, distorções e substituições
de palavras, com respostas lentas e vacilantes e com comprometimento do texto lido. A
perturbação na leitura interfere, significativamente no rendimento escolar. Esses
transtornos tem sido chamado de dislexia.
13
Pode-se definir dislexia como sendo uma dificuldade duradoura da
aprendizagem da leitura e aquisição do seu mecanismos em crianças inteligentes,
escolarizadas sem qualquer perturbação sensorial e psíquica já existente. (FONSECA,
1999)
As dificuldades de leitura e escrita, em geral, e da dislexia, em
particular, vem suscitando desde há muito tempo o interesse de psicólogos, professores
e outros profissionais interessados na investigação dos fatores implicados no sucesso
e/ou insucesso educativo.
Pensa-se que o ambiente em que se processa a construção da
leitura e escrita deve favorecer a criança a expressar seu pensar de acordo com o
entendimento que ela tem das informações que lhe são apresentadas. Nesse caso
é relevante a escola promover um ambiente que favoreça a construção da leitura e
escrita numa perspectiva favorável a respeito das diferenças de aprendizado que a
criança apresenta e o professor é peça fundamental nesse processo.
Já que os professores são importante neste processo, vejamos
agora o que eles fazem quando percebem em sua turma alunos com dificuldades na
leitura e na escrita P1-
Procuro realizar atividades que trabalhe tantocom os que já sabem ler e escrever,bem como osoutros.As vezes desenvolvo duas metodologiaspara atender a todos,mesmo sabendo que é maistrabalhoso,pois na turma há 29 alunos. P2Há diferença entre alunos que vivem no meio deleitores,pais que gostam de ler,tem hábitos deleitura,é claro que essas crianças que convivemcom esses pais vão desenvolver a leitura com
clareza ,e a escrita com mais facilidade.Pesquisoessa questão e trabalho na sala de aula,osalunos precisam saber o que é ler e o que éescrever, e por que estão na escola.Buscandosempre a contextualização,pois a nossa vida éum contexto,o conhecimento é
contextualizado.Procuro fazer um trabalho deconquista para que tenham confiança em mim,aísim eu começo a fazer o trabalho que já citei. P3Como já comentei,faço um trabalho paralelo comos professores das salas de ambiente, e com oPPA.Até os alunos com dificuldades na leitura ena escrita superem tais dificuldades.
14
A atenção individualizada é necessária, ás vezesprocuro conhecer os pais para saber se podem auxiliar,então essa dupla ação é tomada, visandoa superação do problema.
Ao analisarmos as respostas observamos que o P 1, utiliza duas
metodologias para atender, tanto os que já sabem ler, como os que ainda não.
Enquanto o P 2 faz uma sondagem para saber os que vivem no meio de pais leitores,
para depois sim fazer o seu trabalho. Já o P 3, diz que faz um trabalho paralelo com os
professores das salas de ambiente, com a finalidade de vencer as dificuldades dos
alunos. Enquanto o P4, trabalha com os alunos dando uma atenção individual,
procurando conhecer a família para desenvolver um trabalho de dupla ação, visando
a superação dos problemas de leitura e de escrita. Mas o que chamou-nos a atenção
foi saber que existe uma certa preocupação dos professores em pesquisar a família
dos alunos para saber se existe um ambiente favorável para o processo de
aprendizagem. Isto fica claro no depoimento do P 2 e P 4.
É relevante considerar o ambiente que a criança vive, pois quando
ele é alfabetizador, melhores oportunidades se expressam para o êxito escolar do
aluno, visto que o ambiente familiar contribui significativamente para o
desenvolvimento da leitura e escrita, ressaltando em melhoria qualitativa no processo
de aprendizagem da criança. Nesse caso considera-se como fator articulador na
aquisição do processo de alfabetização o domínio e o desenvolvimento de escrita.
15
CAPITULO II
UM OLHAR SOBRE A PRÁTICA PEDAGÓGICO E ALTERNATIVASMETODOLOGICAS PARA O ENSINO.
2.1- A PRÁTICA PEDAGÓGICA
A prática pedagógica centra-se em um caráter contextualizador e
histórico. A teoria está em consonância com o cotidiano, num constante processo de
discussão e reflexão crítica. A aprendizagem, nesta ótica, torna-se plena de
significados.
O compromisso do professor comprometido com a desmistificação
das relações sociais torna-se premente a partir do momento em que o professor deve
não só ter clareza teórica, mas entender a sala de aula como espaço que permita,
favoreça e estimule a presença, a discussão, a pesquisa, o debate e o enfrentamento
de tudo que se constitui o ser, a existência, as evoluções, o dinamismo e a força do
mundo, do homem, dos grupos humanos, da sociedade humana, existindo numa
realidade localizada geográfica e temporalmente, participando de um processo histórico
em movimento.
Mas para isso é preciso que o professor esteja consciente que:
... ensinar já não significa transferir pacotessucateados, nem mesmo significa meramenterepassar o saber. Seu conteúdo correto é motivaro processo emancipatório com base em saber
crítico, criativo, atualizado, competente. Trata-se,não de cercear, temer, controlar a competênciade quem aprende, mas de abri-lhe a chance nadimensão maior possível. Não interessa odiscípulo mas o novo mestre. Entre o professor eo aluno não se estabelece apenas hierarquizaçãoverticalizada, que divide papéis pela forma doautoritarismo, mas sobretudo confronto dialético.Este alimenta-se da realidade histórica formadapor entidades concretas que se relacionam demodo autônomo, como sujeitos sociais plenos.( Demo, 1993 p. 153 ).
16
Segundo Queluz, ( 1999, p.26 ), A realidade das escolas, mostra o
contrário, não é assim que o trabalho do professor se dá na escola. O professor ainda
está arraigado ao modelo de sua formação e poucos percebem que muitos dos
problemas que surgem na sala de aula e na escola, estão em função da própria ação
docente diante do conhecimento. Todas as dificuldades que se apresenta no trabalho
docente com os alunos, como: desinteresse da família, repetência, condições
econômica precária e procura-se atribuir a responsabilidade a causas externas. Esses
condicionamentos são influentes, é preciso ser levado em conta para que seja feito
alguma coisa para entender tais dificuldades.
É preciso trabalhar com o professor, há necessidade de construção
de uma nova competência pedagógica, de aperfeiçoamento de recursos humanos, de
capacitação em serviço. Nas palavras de Pereira ( 1992, p. 23 ), educação em serviço,
entendendo-se por : Todas as atividades nas quais os profissionais seenvolvam quando estão em serviço e que sãoestruturados para contribuir para a melhoria doseu desempenho. (....)... É uma atividade que possui objetivos definidose está comprometida com mudanças emindivíduos ou sistemas organizacionais. Isto é alcançado através de mudanças naspessoas e não em regras, estruturas. Funções ou ambientes físico ( embora tudo issopossa estar relacionado a essas mudanças ) elevado a efeito através de seu aperfeiçoamentocontinuo.
Nessa visão é possível entendermos que uma nova competência
pedagógica se origina na própria prática, no debruçar-se sobre ela, no movimento
dialético ação-relexão-ação, buscar-se escapar da dicotomia entre teoria e prática,
evitando a simples justaposição ou associação que encaminharia para uma atividade
apenas funcional, operativo.
De acordo com QUELUZ, ( 1999, p. 28 ), tanto a teoria quanto a
prática têm papel assegurado nesse processo, porque as teorias são como mapas que
ajuda a viajar em busca da realidade sem a qual não se faz sem história. Na verdade
busca-se a construção de uma prática pedagógica que seja reflexiva, crítica, e criativa.
Para isso é preciso considerar que o planejamento de programas de formação em
17
serviço exige a definição do professor e a respectiva competência dele exigida, da
abordagens de currículo mais moderno dos conhecimentos exigidos atualmente e
interesses de profissionais envolvidos É importante a participação direta dos
profissionais na elaboração reelaboração do saber e do acelerado desenvolvimento
tecnológico por que passa a sociedade. A melhor maneira de construir a competência
pedagógica é possuir a instrumentação para viver, conviver com as mudanças nos
contextos educacional e social. Para que o educador esteja atento para segurança,
insegurança, certeza, incerteza, equilíbrio, desequilíbrio na construção do novo.
Para QUELUZ, ( 1999, p. 28, 29 ), é necessário que haja uma
trabalho coletivo que propicie, a partir do diálogo com a atividade na construção,
reconstrução do conhecimento, o confronto entre pontos de vista diferenciados e a
partir daí uma nova competência, tanto profissional quanto da escola.
Entendemos que esse profissional reflexivo em sua prática
pedagógica deve ser sensível a apreensão de possibilidades alternativas: deve ter
consciência de que é passível de erros, esteja sempre se questionando sobre o seu
saber, o seu fazer e o seu saber fazer em sala de aula, indo além das atividades
imediatistas tendo em mente o tipo de homem que se quer formar. Além do mais, o
professor reflexivo tem de ponderar sobre os resultados inesperados de sua ação, uma
vez que, dada a complexidade da prática pedagógica, os imprevistos estão sempre
mesclando os resultados previstos, para a ação. Ao considerar os resultados do seu
trabalho, não só perguntar-se se os objetivos propostos foram atingidos, mas se está
satisfeito com os resultados alcançados.
Compreendemos que é esse o profissional que, realmente, efetivará
uma prática pedagógica reflexiva no âmbito escolar. É a busca constante de dados da
realidade em que o professor esta inserido, isto é, os dados da prática, do saber da
experiência, sem perder os vínculos com a realidade social global, para, pela ação-
reflexão, compreendê-la e modificá-la, tendo em vista os fins educativos estabelecidos
coletivamente no projeto político pedagógico da escola.
1 18
A prática pedagógica reflexiva no âmbitoescolar,é a busca constante de dados darealidade em que o professor está inserido- isto é,os dados da prática, do saber da experiência-sem perder os vínculos com a realidade socialglobal, para, pela ação-reflexão-ação,compreendê-la e modificá-la, tendo em vista osfins educacionais estabelecidos coletivamente no projeto político pedagógico da escola. ( Ribas etal, 4995, p. 9 ).
Diante desta análise, vejamos o que os educadores entrevistados
responderam a pergunta: Como é desenvolvida a sua prática pedagógica para alcançar
os objetivos educacionais? P1- Procuro estabelecer minha prática semprebuscando alcançar os objetivos da escola, não sóno discurso ou na teoria, mas também na prática,respeitando os alunos, bem como os outroscolegas de trabalho.
P2- Faço atividades diversificada não deixando oaluno só lá atrás, não pensando só noconteúdo,mas fazendo um trabalho paralelo comos alunos que tem dificuldades na leitura e naescrita, não gosto de encher o quadro deconteúdo, eu dou o básico o necessário, paraeles superarem tais dificuldades.
P3- Procuro desenvolver a prática sempre com oobjetivo de superar as dificuldades dos alunos,buscando alcançar os objetivos propostos pelaescola.
P4- A prática pedagógica é desenvolvida deacordo com a situação que a turma manifesta.Quando os alunos conseguem acompanhar oconteúdo de ensino, ela é desenvolvida deacordo com o planejamento pedagógico daescola, ao contrario são feitas adaptação.
Ao analisarmos as respostas dos professores, p 1, p 2 e p 4,
verificamos a preocupação dos educadores em desenvolver uma prática docente
buscando alcançar os objetivos proposto no projeto pedagógico.
Verificamos também no depoimento do p 2, uma prática voltada para
os alunos com dificuldades na aprendizagem.
19
Podemos observar que existe boa vontade dos professores em
desenvolver sua prática a fim de atender às necessidades dos alunos, sempre com o
cuidado em alcançar os objetos educacionais.
O que percebemos nesses relatos é a preocupação com aquilo que
se poderia chamar de redimensionamento do conhecimento, pelo menos daquele
conhecimento definido, programado para a escola e que supostamente deveria ser
transmitido pelo professor de maneira tal que o aluno dominasse.
Esse projeto histórico construído cotidiano traduz-se para o professor
num projeto pedagógico. O mencionado projeto implícito, presente em sua consciência,
deve ser o guia as ações dos profissionais da educação.
A prática pedagógica reflexiva o professor deve refletir sobre o seu
próprio trabalho e as condições sociais em que o seu exercício profissional está
situado.
Entendemos que a prática pedagógica hoje tem de ser mais do que a
transmissão de conteúdos sistematizados do saber. Com certeza deve incluir a
aquisição de hábitos e habilidades e a formação de uma atitude correta frente ao
próprio conhecimento, vez que, o aluno deverá ser capaz de amplia-lo e de
reconstruí-lo, quando necessário, além de aplicá-lo em situações própria do seu
contexto de vida.
Portanto, é fundamental que o educador enfrente o desafio de
compreender os tempos novos para abarcar os anseios das novas gerações auscultar
os rumos do futuro.
2.2 Alternativa metodológica para o processo da leitura e da escrita
Os alunos ao serem indagados como a escola poderia trabalhar
para melhorar o aprendizado da leitura e escrita, expressa-se da seguinte maneira:É necessário que sejam disponibilizados maioresrecursos materiais que favorecem a reproduçãode materiais disponibilizando nossa leitura eescrita. Observa-se a falta de recursos como
20
mais maquinas para tirar xerox de nossostrabalhos, mais computadores, livros diferentes e que esses livros não fossem de difícilleitura e compreensão, e com mais espaço para agente escrever neles. Mais televisão e umaantena parabólica que funcionasse, pois a quetemos aqui na escola nunca funciona. (A1)
Os professores deveriam ter mais atenção comos alunos que não sabem ler e escrever, maislivros para trabalharmos, mais computadores,mais televisores e principalmente televisão. (A2)
Deve-se estabelecer um programa que venhamelhorar a qualidade do professor, pois em alguns
momentos ele não sabe o que fazer. Também
é necessário mais recurso, como livros revistas eoutros materiais que facilitam o trabalho da escola,passeios pela cidade, para a gente conhecermelhor nossa cidade e depois a gente, escreviatudo o que tinha visto nos passeios. Também maiscomputadores, pois os que tem são muito pouconão dá nem para a metade da turma, quando sesta trabalhando no computador e começa adescobrir alguma coisa, o nosso tempo já acabou,e aí é só na semana que vem. (A3)
Eu não sei, isso é com a professora, mas o que eugosto mesmo é de brincar aqui na escola, corrercom os meus colegas, mas a professora às vezesnão deixa. (A4)
Entende-se que os recursos para o ensino da leitura e escrita e as
metodologias de ensino devam ser objetos de amplas reflexões nas escolas, no sentido
de possibilitar a elaboração de um processo educativo favorável a aquisição da leitura
e escrita em níveis qualitativos, voltados ao aprendizado do aluno. Quando os
professores desenvolvem pesquisas no sentido de conhecer em melhores proporções
as alternativas que favoreçam o aprendizado infantil, é possível desenvolver
oportunidades de acesso à leitura em melhores condições dos alunos.
A desvalorização do mundo infantil é caracterizada no momento que
a professora inibe a manifestação da brincadeira, do jogo, da interação da criança com
outras e nesse caso impede-se o desenvolvimento do dialogo entre as crianças. Assim,
o quadro apresentado na escola, em diversos momentos, é marcado pela repressão e
inibição do processo educativo voltado a emancipação dos sujeitos por isso é
necessário se estabelecer na escola condições que facilitem o trabalho pedagógico
21
através de recursos favoráveis a melhoria do ensino. Em muitas situações os materiais
estão disponíveis mas o professor não sabe como usá-los, em outros casos, estão
danificados, merecendo de manutenção. O trabalho conjunto entre a administração e o
quadro técnico pode ser favorável à melhoria da qualidade do ensino na perspectiva
metodológica apresentada.
Antes de analisarmos o quadro, vejamos a metodologia usada
pelos professores entrevistado.
P1Livros, revistas,televisão,vídeo,jogos,computador.
P2Trabalho com textos, conforme o nível da turma,pois cada texto trabalha vários assuntos, ainterdisciplinaridade.
P3
Uso diversos tipos de jogos, ditado específico etambém é feito um trabalho de 45 min. ou maisnas aulas de ambiente que: sala de leitura, salade recurso, e ainda é feito o PPA (Programapedagógico de apoio), justamente para essesalunos com dificuldades na leitura e na escrita etambém outras dificuldades.P4Posso dizer que uso o método tradicional,trabalho primeiro as famílias das letras, depoisvou ampliando conforme eles vão sedesenvolvendo.Até mesmo porque outrosmétodos são difíceis de serem aplicados aqui naescola
Verificamos neste quadro que as P1, P 2 trabalham de formadiversificada no processo de aquisição da leitura e escrita, utilizando, livros, revistastelevisão, isto, conforme o nível da turma, enquanto a P 3 além de usar essesinstrumentos utiliza também as salas ambientais para atender as dificuldadesapresentada no processo de leitura e de escrita. Porém a P 4 trabalha com as famílias,utiliza a cartilha. A partir da análise deste quadro, constatamos que, tanto a P 1 comoa P2 e P 3 utilizam os princípios da teoria construtivista com seus alunos. Enquanto aP 4 utiliza o método tradicional. Pesamos que os recursos utilizados pelos professores precisam serobjeto de grande reflexão para que haja um avanço na aprendizagem na leitura eescrita. Para pensar essas questão se faz necessário refletir que a realidade não setransforma unicamente porque os conteúdos de um programa assim pretendem e
22
dispõem, o resultado não é automático, necessita de alguns procedimentos ou, emfunção dos que se organizam. Essa transformação da realidade, esperado no processo educativo,depende do método. Uma metodologia que apresente tarefas, obstáculos e conjunturasque exijam transformações e respostas criativas. Sendo assim, o caminho a seguir nos leva a um método de“aprender fazendo”, como uma proposta pedagógica capaz de desenvolver processoseducativos de análises. Entendemos que o aprender fazendo supõe experimentarvivencialmente situações de aprendizagem nas quais os objetivos sejam
suficientemente operacionais para que sejam traduzidos em atividades eacontecimentos que mediante procedimentos e técnicas adequadas, desencadeiam umprocesso de ser avaliado experimental e cientificamente. Portanto, acreditamos que baseado numa metodologia ativa, omodelo e o processo metodológico garantem permanentemente a consecução dosobjetivos explicito, numa função educativa desenhada nessa metodologia, quenecessariamente participa quem dirige, quem aprende, quem ensina.
23CAPITULO III
A CONTRIBUIÇÃO DA ESCOLA E DA FAMÍLIA NO PROCESSO DO APRENDIZADODA LEITURA E ESCRITA
Vygotsky evidencia essa função da escola para o desenvolvimento
do individuo através do ensino aprendizagem, demonstrando que é em seu interior, que
serão substanciados os saberes cotidianos em saberes científicos, sendo que aqueles
correspondem aos saberes construídos no âmbito extra-escolar e estes referem-se aos
saberes construídos no interior das escolas, o saber sistematizado, bem elaborado o
saber socialmente “aceitável”, que sofrem modificações no âmbito escola e
posteriormente se tornam instrumentos de interação e mudança social. REGO (1994)
confirma essa inter-relação de saberes ao afirmar que:
Ao interagir com esses conhecimentos, o serhumano se transforma: aprende a ler e escrever,
obter o domínio de formas complexas decálculos, construir significados a partir dasinformações descontextualizadas, ampliar seusconhecimentos, lidar com conceitoshierarquicamente relacionados são atividadesextremamente importantes e complexas, quepossibilitam novas formas de pensamento, deinserção e atuação em seu meio. Isso quer dizerque as atividades desenvolvidas e os conceitosaprendidos na escola (que Vygotsky chama decientifico) introduzem novos modos de operaçãointelectual: abstrações e generalizações maisamplas acerca da realidade (que por sua veztransformam os modos de utilização dalinguagem).o conseqüência, na medida em que acriança expande seus conhecimentos, modificasua relação cognitiva com o mundo (...) (p. 104)
As crianças ao serem indagadas a respeito do papel que a escola
representa no processo de desenvolvimento da leitura e escrita responderam da
seguinte maneira: A escola muito tem me ajudado, não só ler eescrever, mas também a ser bom cidadão, e terboas maneiras e ser educado e preparado para avida lá fora que é muito difícil para todo mundo,principalmente para aqueles que não sabem ler eescrever. (A1)
24
Sim, ajuda, mas pouco se não tiver alguém quelhe ajude em casa vai ser difícil, pois a sala deaula tem muitos alunos e não dá para aprofessora atender a todos, sempre fica alguémprejudicado. (A2)
Ajuda a conhecer as letras do alfabeto, os nomesdos animais, tudo o que a gente quer saber parapassar de ano, mas nem tudo, tem muitas coisasque a gente não consegue aprender na escola,se não tiver uma mãe legal que lhe ajude emcasa aí fica difícil. (A3)
Eu acho que sim, porque quando cheguei aquinão sabia muita coisa. Agora já conheço muitaspalavras. (A4)
Percebe-se nas falas das crianças que apesar da escola
representar um aspecto importante no seu aprendizado, na maioria dos casos ela não é
o único local em que ela aprende. Assim, eles revelam que a escola apresenta limites
que não consegue atender na localidade o processo educativo humano.
Porém os alunos ressaltam o quanto a presença do adulto, do outro,
é relevante na apreensão do conhecimento. Nessa perspectiva REGO (1998) aponta
que o desenvolvimento do aprendizado do aluno incide na participação do adulto, seja
ele o professor, os pais, ou outros adultos que convivem com os alunos.
Diante desses aspectos revelados, a criança constrói seus
conhecimentos numa relação dialética com o mundo em que vive. Assim não é apenas
a escola que contribui nesse aprendizado, mas é uma somatóriade atividades que a
criança vivência permitindo apropriar-se do conhecimento. Portanto, a escola assume
papel destacado no processo educativo através da elaboração do conhecimento
sistematizado que favorece o desenvolvimento do aluno, diante da sociedade. É a partir
do domínio da leitura e escrita que o homem constrói a sua sobrevivência. Segundo
MARTINS (2000) a escola ao possibilitar o aprendizado da leitura e da escrita auxilia o
homem a integrar-se na vida social, de modo que a sua função na sociedade capitalista
é instrumentalizar o homem para seu papel social.
No pensamento expresso por NUNES (1992) é na escola que se
revelam em muitos casos problemas relacionados aos distúrbios da leitura e da escrita
e quando diagnosticado a tempo é possível ser corrigido, de modo que alguns.
25
educadores ao refletir sobre o papel da escola no processo de aquisição da leitura e da
escrita apontam para a necessidade de elevar a qualidade dos recursos humanos para
atender os alunos.
Entende-se que a escola através do acompanhamento sistemático
do aprendizado dos alunos é possível desenvolver um trabalho qualitativo, capaz de
elevar o nível de apreensão da leitura e escrita. Assim o papel que a escola representa
na vida da criança é importante no sentido de oportunizar o acesso ao conhecimento
em bases sistematizadas, visto que em nossa sociedade letrada é observado o valor
dado a aquisição da leitura e escrita de modo que o contexto escolar é o espaço
favorável a apreensão do conhecimento.
Enfim, é necessário a escola proporcionar condições a criança se
apropriar da leitura e escrita em dimensões favoráveis ao seu aprendizado qualitativo,
pois o momento que se revela como fator importante o domínio dessas dimensões na
vida humana é possível a escola cumprir seu papel em elevadas proporções, visando o
desenvolvimento do homem na sociedade que vive.
3.1- A importância de pais leitores
A participação dos pais junto aos filhos é a primeira associação
possível entre o mundo da família e o da escola para que a criança inicie sua
escolarização, é aquela entre a socialização primária e socialização secundária. Nas
palavras de Benzer & Luckmann (1973, p. 175), “a socialização primaria é a primeira
socialização que o individuo apresenta na infância, e em virtude da qual torna-se
membro da sociedade. A socialização secundária é qualquer processo subseqüente
que induz um individuo já socializado em novos setores do mundo objetivo de sua
sociedade”.
O mundo interiorizado na socializaçãoprimária torna-se muito mais firmementeentrincheirado na consciência do que osmembros interiorizados nas sociedadessecundárias Benzer & Luckmann (1973, p.180)
26
Ao serem indagados a respeito da presença do hábito da leitura em
domicilio, as crianças responderam da seguinte forma:
Meu pai gosta de ler revistas, já a minha mãegosta de ler livros, revistas. Ela voltou a estudar esó vive com livros na mão lendo e tambémescrevendo. (A1)
Só a minha mãe, pois ela estuda, mas não temmuito tempo para me ajudar nas lições de casa,sem falar que não tem paciência para ensinar.(A2)
Na minha casa ninguém gosta de ler, a minhamãe acha difícil ler, pois as letras são muitopequenas, e tem muitas palavras difícil que elanão sabe. (A3)
Observa-se que o contexto familiar dos alunos
pertencentes às classes menos favorecidas, os níveis de aprendizado da família em
alguns momentos impedem-nas de progredir na leitura e escrita, pois a leitura e escrita
são apropriadas pelos alunos também no convívio com outras pessoas.
Nesse caso, o ambiente sócio-familiar de acordo com o pensamento
expresso por BOURDIE (1999) impede que o capital cultural seja favorável a ascensão
das crianças das classes menos favorecidas a terem êxito na escola.
O ambiente familiar representa um papel importante no
desenvolvimento do ser humano, especialmente na formação de atitudes e hábitos.
Segundo RÊGO (1998) a imitação desempenha aspecto relevante na formação da
personalidade da criança e o contato com o adulto possibilita o aprendizado em
dimensões significativas. Visto que vivemos numa sociedade letrada, onde se revela a
valorização da leitura e essa competência na criança pode ser aprendida no ambiente
familiar quando os pais são bons leitores.
Na perspectiva apresentada por Vigotsky a respeito da influência
sócio-cultural, no processo de desenvolvimento humano, destaca-se a interação
criança-adulto, no sentido de possibilitar avanços do aprendizado contextualizado à
realidade vivenciada, e nesse leque de interações a leitura e escrita pode ser
incentivada nas relações familiares.
27
Entende-se que os processos de aquisição de leitura e escrita em
diversos casos não são exclusividade da deficiência apresentada pela escola, pois o
ambiente familiar expresso por muitas crianças não oferece condições de elevar seu
aprendizado.
Portanto, torna-se necessário estudos e análises sobre a
aquisição de leitura e escrita pela escola dos fatores que impedem o desenvolvimento
da criança neste processo construtivo da leitura e escrita, estabelecendo propostas
pedagógicas favoráveis a elevação do nível qualitativo de aprendizagem da criança,
juntamente com a participação da família. Expressar níveis de domínio de leitura e
escrita podem ser favoráveis para o desenvolvimento da criança, o que certamente
poderá mudar a realidade de suas vidas.
3.2-A importância da leitura e escrita
A leitura é condição para a plena participação no mundo
da cultura escrita: através dela podemos entrelaçar significados, entrar em outros
mundos, podemos atribuir sentidos, nos distanciar dos fatos e com uma postura crítica
questionar a realidade, não correndo o risco de perder a cidadania da comunidade
letrada.
Ler e escrever, porém no sentido restrito, ou seja,apenas o ensino do código da língua escrita paraaquisição das habilidades de ler e escrever. Nãose cogita a qualidade nem a profundidade daleitura muito menos o papel do futuro cidadãoatuando positivamente na sociedade. (MAROTE,1996, p. 49).
Quando indagamos qual a importância da leitura e escrita, as
crianças expressaram o seguinte depoimento:
A leitura e a escrita são importantes, pois sólendo e escrevendo podemos descobrir as coisasque não conhecemos, lendo e escrevendo, nósvamos conhecer as histórias dos livros, dasrevistas, alguém que sabe ler e escrever vaipoder ser alguém na vida, vai ser mais fácil
28
vencer e ser um bom trabalhador e cumpridor deseus deveres. (A1)
Claro que pe importante porque quem não sabeler e escrever não poderá ter bons empregos,será um sujeito pião, um carregador, ou umajudante de pedreiro. (A2)
É muito importante para meus estudos, euescrevo e leio tudo o que vejo, e tenho vontade,isso foca bem mais fácil para a minha vida. (A3)
Eu não sei, tenho que aprender a ler porque aprofessora na escola e a minha mãe brigamcomigo. Se eu não me interesso por ler eescrever vou puxar carroça. (A4)
Percebe-se nas falas das crianças a busca de compreensão do
mundo através da apropriação da leitura e escrita. Nesse contexto revela-se que a
valorização do saber se efetiva no momento que é possível ascender socialmente.
Também a aquisição da leitura e escrita é vista como possibilidades de mudanças da
realidade social que as crianças vivenciam, tornando-se importante fator de mudança
social.
Então, a importância da aquisição da leitura e escrita desponta como
meio articulador às classes menos favorecidas de romperem com as restrições que lhes
são impostas, e assim possibilitam idealizar transformações em suas vidas. Nesse caso
o aprendizado é visto como o meio de superação das dificuldades que os segmentos
menos favorecidos se encontram na sociedade desigual.
De acordo com o pensamento expresso por FREIRE (2001), a
leitura é importante no sentido de oferecer ao homem a compreensão do mundo e
através dessa relação é possível a descoberta da realidade sobre a vida. Observa-se
que na infância que a leitura expressa um mundo particular da criança e ela dá
significadas as coisas que lhe cercam. No momento que o homem aprende as coisas
que se expressam em seu mundo, revela-se no seu processo de alfabetização uma
tarefa criadora e nessa perspectiva revela-se:A leitura do mundo precede sempre a leitura dapalavra... a leitura do mundo e a leitura dapalavra está dominantemente juntos. O mundo daleitura e da escrita se dá a partir de palavras etemas significativos. (p. 28)
29
Entende-se que a leitura e a escrita oferecem meios necessários ao
homem se comunicar e compreender o mundo, oferecendo a oportunidade de
transformar suas relações. De acordo com MARTINS (1999) o ato de ler é usualmente
relacionado com a escrita e nesse respeito é possível de se efetivar diversas formas de
leitura, tais como ter o olhar de alguém, ler o tempo, ler o espaço, e assim a
importância da leitura e escrita se destaca como importante fator a ser considerado no
desenvolvimento humano, e então o conceito de leitura está geralmente restrito a
decifração da escrita, sua aprendizagem.
Entende-se que a leitura e a escrita são indispensáveis ao processo
do desenvolvimento humano, especialmente no momento que o conhecimento se
expressa como fator fundamental para mudanças na vida social. Também é expresso
no mundo contemporâneo a leitura e escrita serem revelados de forma diversificadas,
nesse caso na escola as variedades devem ser incentivadas.
Enfim, a escola deve priorizar no contexto de sua atuação o
aprendizado da leitura e escrita, o aluno, de acordo com a realidade que vivencia, e
essa reflexão pode ser benéfica no sentido de elevar o nível sócio-cultural dos sujeitos
na sociedade.
30
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Consideramos que a pesquisa realizada na Escola Municipal, trouxe-
nos resultados significativos acerca das dificuldades encontradas pelos alunos no
processo da leitura e da escrita. A experiência obtida com o trabalho foi relevante em
todos os aspectos educacionais.
Os conhecimentos adquiridos serviram-nos como suporte para a
prática pedagógica.
No entanto acreditamos que para acontecer o avanço na prática da
leitura e da escrita é preciso que os professores sejam comprometidos com a
desmistificação das relações sociais, tenham clareza teórica e estimule a presença, a
discussão, a pesquisa, o debate e enfrentamento de tudo que se constrói o ser. Alem
do mais, que esse profissional seja reflexivo em sua prática pedagógica, deve ser
sensível a apreensão de possibilidades alternativas, deve ter consciência que é
passível de erros, esteja sempre se questionando no seu fazer em sala de aula, indo
além das atividades imediatistas, tendo em mente o tipo de homem que quer formar.
Compreendemos que o processo de leitura e escrita inicia muito
antes da criança entrar em contato com o mundo adulto, recebendo estímulo para
depois chegar a escrita convencional.
32Anexo 1
Questionário Para Professores
Caro professor ( a )Solicito a sua colaboração no sentido de responder s questões abaixo, de formasincera, pois os dados servirão de apoio para efetivação do nosso projeto de pesquisa.
Grata Maria de Nazaré Daniel Melo Meriam de Jesus
1- Dados Gerais:
Idade ______
Quantos anos atua como professor (a)? _______
Qual sua formação?___________
2- Questões Específicas
a) Como você exerce sua práxis, a fim de alcançar os objetivos educacionais da
escola?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
b)Que metodologia você utiliza para garantir às crianças clareza e segurança no
seu aprendizado?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________c) O que você faz, quando descobre em sua turma uma criança com dificuldade a
leitura.
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 33
d) Quais os recursos que você utiliza para trabalhar com essa criança?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________e) Você faz um trabalho individualizado ou coletivo já que essa criança tem dificuldade
na leitura?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
f) Quais as dificuldade vivenciadas pelas crianças no processo de aprendizagem
referente a leitura ?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
34
Anexo 2
QUESTIONÁRIOS DESTINADOS AOS ALUNOS
1) Para você o que é ler e escrever? Comente.
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2) Você tem dificuldades na leitura e na escrita? Porque?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3) A leitura e a escrita são importantes para você?Porque?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
4) Como você acha que a escola deveria trabalhar para melhorar o trabalho da
leitura e da escrita?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
5)Você acha que a escola esta lhe ajudando no desenvolvimento da sua leitura e da
escrita?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
6)Quem tem hábito de ler em sua casa?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
31
REFÊNCIAIS BIBLIOGRÁFICAS
FERREIRO, Emília.Com todas as letras 9 .ed . São Paulo : Cortez :1992
_________Os Processos de leitura e Escrita.Porto Alegre :Artes Médicas, 1987
_________ Psicogênese da língua Escrita. 4 ed. Porto Alegre: Artes médicas, 1991 NUNES, Terezinha [ ex al ] .Dificuldade na Aprendizagens . Cortez Editora
_________Dificuldade na aprendizagem da leitura. Teoria e pratica. .2° edição. São Paulo: 1997.
REGO, Teresa Cristina .Uma Perspectiva Histórica. Cultural da Educação . 10° ed. São Paulo :Editora Vozes, 1999.
MORAIS Antonio Manuel Paplona.Uma Abordagem Psicopedagógica. 7. ed. São Paulo:
Edicon, 1996.
QUELUZ, Ana G. A pré-escola centrada na criança. São Paulo: Pioneira. 1972.
GADOTTI, Moacir.Uma só Escola para todos.caminho do escolar: Petrópolis, Rj:Vozes,
1990
LUDKE, Menge e André, Marli.Pesquisa em Educação: Abordagens educativas:São
Paulo: Epu,1986.
Bamberger, Richardo.Como Incentivar o Hábito de leitura.São Paulo: Ática, 1991.
PANDU, Pandiá.Dicionário da língua Portuguesa. Rj: Renovada, 1981.
CÓCCO, Maria Fernandes e HAILER, Marcos Antônio.Didática da Alfabetização.São
Paulo: FTD, 1996.
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