#06
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edito
rial
8 | contemporaneu #06
O trabalho do arquiteto envolve diversas áreas do conhecimento e os mais variados objetos de atuação. Nesta edição #6, por exemplo, temos dois exemplos de linhas de atuação prioritariamente diferentes.
A postura quanto ao meio ambiente: por um lado, a arquitetura a serviço da natureza, preocupada com a inserção de baixo impacto ambiental. O que se vê no projeto urbano chinês é um esforço em defesa do ambiente. Em contraposição, a arquitetura que se protege do mesmo ambiente, das forças naturais muitas vezes catastróficas, e de previsão incerta. É o exemplo da casa à prova de inundações na costa oeste dos Estados Unidos. Esta, uma arquitetura que protege da natureza.Não chegam ao antagonismo, já que, a princípio, toda arquitetura serve de abrigo às intempéries.
Na mesma linha de raciocínio, vemos em relação a bens patrimoniais: o arquiteto que promove uma intervenção em área histórica, inserindo o novo, um edifício comercial, a serviço do cliente. E o que atua para a proteção do patrimônio, na criação de um museu que abrigue um sítio arqueológico. Com objetivos iniciais essencialmente diferentes, ambos podem chegar a resultados semelhantes: melhoria do local de interven-ção, valorização do entorno, maior zelo das pessoas que irão freqüentar os novos espaços e consequentemente, proteção ao patrimônio.
Veremos também o arquiteto-fotógrafo e o arquiteto-cliente, produzindo grandes obras. Um com olhar e as lentes para o passado; o outro cau-teloso com o futuro, em sua casa desmontável.
Equipe Contemporaneu
contemporaneu #06 | 9
Editor Chefe: Gabriel VespucciDiretora de Arte: Francis Graeff
Fotógrafos desta edição: Adam Mørk, Boris Cvjetanovic, Bruce Damonte, David Franck, Juan Pablo Maza, Masao Nishi-
kawa, Mateus Sá, Paul Czitrom, Shannon McGrath, Toshihiro Sobajima
Agradecimento: Andreas Davidsen, Bráulio Vinícius Ferreira, Bruno Lima,
Elina Tenho, Felipe Tanos, Josip Sabolić, Lucrecia Sodo, Lula Marcondes, Mark
Cashman, Matthew Peek, Megumi Hosaka, Pernille Dam Jensen, Vinicius
Libardoni, Wilko Hoffmann
Ano 01Edição #06
Capa: Insidehouse & Outsidehouse Arquiteto: Takeshi Hosaka Architects
Para dúvidas, sugestões, críticas, entre em contato com a Contempo-raneu - arquitetura contemporânea pelo email:[email protected]
10 | contemporaneu #06
Yes Is More: An Archicomic on Architectural EvolutionBjarke Ingels - Evergreen
Disposto em forma de história em quadrinhos, o livro é um catálogo-manifesto-pop que expressa o processo criativo do BIG em 35 de suas obras ao redor do mundo, percorridas desde a prancheta até a construção concluída.
The Green House: New Directions in Sustain-able ArchitectureAlanna Stang, Christopher Hawthorne - Princeton Architectural Press
O livro aborda 29 projetos contemporâneos com soluções criativas que abordam a sustentabilidade em centros urba-nos, subúrbios, desertos em diversos países.
Architecture Materials: ConcreteAngelika Taschen - Taschen
Utilizado tanto em construções quanto em interiores, o concreto é o material mais utilizado em arquitetura. Com grande quantidade de fotos e desenhos técnicos, esta publicação apresenta 25 pro-jetos selecionados pela historiadora da arte Angelika Taschen.
Digital Fabrications: Architectural and Material Techniques (Architecture Briefs)Lisa Iwamoto - Princeton Architectural Press
Com passo a passo de obras criadas digitalmente, o livro des-mistifica e explica 5 técnicas de produção digital em projetos de Hitoshi Abe, SPAN, Office dA, Howeler Yoon, entre outros.
contemporaneu #06 | 11
estante
Agen
da
12 | contemporaneu #06
Mundo
Tens 2011 - IV Simposio Latinoamericano de Tensoestructuras06 a 08/04/2011Montevidéu – Uruguai
World of Concrete18 a 21/01/2011Las Vegas – Estados Unidos
Trienal de Arquitectura de Lisboa14/10/2010 a 16/01/2011Lisboa – Portugal
BrasilFórum EcoTech02 e 03/12/2010São Paulo – São Paulo
Panorama da Arquitetura Uruguaiaaté 07/12/2010Brasília – Distrito Federal
As construções de Brasíliaaté 30/01/2011São Paulo – São Paulo
IV Congresso Estadual de Arquitetos - SP25 e 26/02/2011Bertioga – São Paulo
100 Años de Enseñanza en Arquitectura05 a 07/07/2011Lima – Peru
9º Seminário Docomomo Brasil19 a 22/04/2011Brasília – Distrito Federal
Conc
urso
s
contemporaneu #06 | 13
Arquitetos
Arquitetos e Estudantes
Jump the Gap International Design Contest by Roca 2010-2011Inscrições até 31/01/2011Envio do material até 29/04/2011
2011 Skyscraper Competition Inscrições até 11/01/2011Envio do material até 18/01/2011
Living City Design Competition Inscrições até 1/02/2011
Estudantes
Trimo Urban Crash 2011Inscrições até 31/01/2011
Lofts BoutiqueInscrições até 30/12/2010Envio do material até 15/01/2011
OISTAT Theatre Architecture Competition 2011Inscrições até 11/03/2011
d3 Housing Tomorrow 2011Inscrições até 10/01/2011Envio do material até 20/01/2011
9th Iahh International Student Design Competition 2011Inscrições até 25/01/2011
Concurso Internacional de Ideias - Setores Centrais do Plano Piloto de Brasília – Rumo ao CentenárioInscrições até 18/03/2011Envio do material até 03/04/2011
Concurso Porto Olímpico Inscrições até 27/12/2010
14 | contemporaneu #06
Divulgue um evento ou concurso: envie e-mail para [email protected]
Brasil
Fórum EcoTech02 e 03/12/2010São Paulo – São Paulo
As construções de Brasíliaaté 30/01/2011São Paulo – São Paulo
Panorama da Arquitetura Uruguaiaaté 07/12/2010Brasília – Distrito Federal
IV Congresso Estadual de Arquitetos - SP25 e 26/02/2011Bertioga – São Paulo
9º Seminário Docomomo Brasil19 a 22/04/2011Brasília – Distrito Federal
Mundo
Trienal de Arquitectura de Lisboa14/10/2010 a 16/01/2011Lisboa – Portugal
World of Concrete18 a 21/01/2011Las Vegas – Estados Unidos
agenda
contemporaneu #06 | 15
Estudantes
9th Iahh International Student Design Competition 2011Inscrições até 25/01/2011
Trimo Urban Crash 2011Inscrições até 31/01/2011
Arquitetos
Concurso Porto Olímpico Inscrições até 27/12/2010
Arquitetos e Estudantes
Lofts BoutiqueInscrições até 30/12/2010Envio do material até 15/01/2011
d3 Housing Tomorrow 2011Inscrições até 10/01/2011Envio do material até 20/01/2011
2011 Skyscraper Competition Inscrições até 11/01/2011Envio do material até 18/01/2011
Jump the Gap International Design Contest by Roca 2010-2011Inscrições até 31/01/2011Envio do material até 29/04/2011
Living City Design Competition Inscrições até 1/02/2011
concursos
Takeshi Hosaka ArchitectsFotos: Masao Nishikawa e Toshihiro Sobajima
18 | contemporaneu #06
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Takeshi Hosaka Architects
O arquiteto japonês Takeshi Hosaka tem uma obra sólida e premiada. Com seu escritório em Yokohama, realizou trabalhos explorando temas dos mais variados dentro da arquite-tura. Junto da nova leva de arquite-tos japoneses, Hosaka se esforça para transformar pequenos terrenos, alguns dentro de uma densa malha urbana sufocante, em construções que respiram. Tradicionais caracte-rísticas orientais como a pureza ou mesmo o branco, a relação peculiar com a natureza, as dimensões redu-zidas dos cômodos e as linhas retas seguem acompanhando os projetos deste arquiteto nascido em 1975. O design simples e sóbrio sem se li-gar a uma estética precisa, valoriza a relação entre corpo e experiência
da arquitetura, sem ilusionismo tec-nológico ou retórico. Aqui selecionamos 4 residências construídas nos últimos cinco anos e que entre semelhanças e diferen-ças, comunicam-se com questões relativas à luz, à privacidade, ao aproveitamento dos espaços e às condições atmosféricas. Lidar com as mudanças no tempo parece, na maioria dos casos, uma imposição, uma obrigação sensorial. Enquanto a Love House é um retiro espiritual, a Garden House é uma fusão entre dentro e fora. Enquanto a Inside-House & OutsideHouse é o palco sobre o qual os moradores são intér-pretes de uma performance viva de sua própria rotina, a Acrylic House é a própria protagonista.
contemporaneu #06 | 21
Takeshi Hosaka Architects
Love House [Yokohama, 2005]
contemporaneu #06 | 23
O arquiteto evoca a Gênesis do Velho Testamento ao justificar suas esco-lhas para esta casa de 9 metros de profundidade por incríveis 2,70 me-tros de largura. São considerados os elementos primitivos da natureza, criados por Deus em 6 dias, para compor o programa interno de uma “casa do amor” para um casal em Yokohama: luz e trevas, chamados de dia e noite. Céu, terra e água. Árvores e frutos. Sol, estrelas e lua. Animais. Homem e mulher. É uma caixa, com um corte curvo no teto, por onde passam e penetram o sol e a lua, a água, o luar, os insetos, os pássaros. A curva no teto é seguida pela curva da escada que leva à varanda, à sala e à cozinha. Quarto e banheiro estão embaixo. Uma árvore frutífera, um coelho e um casal completam o con-junto estruturado em madeira. Sem janelas, somente a porta e um bura-co. As mudanças do tempo, a obser-vação e a reflexão são o grande atra-tivo. Uma síntese da Criação, vista da varanda superior, alimentada pela não existência da luz elétrica ou da televisão. Apenas velas, opcionais.
Takeshi Hosaka Architects
24 | contemporaneu #06
Corte Longitudinal
contemporaneu #06 | 25
Takeshi Hosaka Architects
Planta Baixa Pavimento Térreo, Primeiro Pavimento e Cobertura
contemporaneu #06 | 27
Takeshi Hosaka Architects
Acrylic House [Yamanashi, 2006]
Uma obra de arte. Vista de cima, são três retângulos, um inscrito no outro, não concêntricos. Vista de frente são três faixas brancas, flutu-ando levemente uma sobre a outra. A “transparência tanto quanto possível” buscada, consiste na proximidade da natureza [8 saídas ou entradas para o ar puro], garantia de privacidade e transparência total do material. O acrílico é mais transparente do que o vidro, sem juntas, são chapas do-bradas vindas de fábrica; a maior limitada em tamanho para passar em um túnel quando transportada para o local. 20 milímetros que separam o exterior bucólico da vida familiar.
contemporaneu #06 | 31
Takeshi Hosaka Architects
Garden House [Yokohama, 2007]
Uma casa em que se sente ao ar livre. Total integração entre exterior e interior. Todos os ambientes são voltados para o pátio interno, graças à transparência e movimentação dos fechamentos, à leveza do guarda-corpo e à ocupação de duas faces inteiras do terreno triangular. Estru-tura de madeira e concreto armado. Dimensões, materiais, mobiliário e usos semelhantes, dentro e fora, re-forçam ainda mais a falta de ruptura entre os espaços.
32 | contemporaneu #06
34 | contemporaneu #06
Planta Baixa Pavimento Térreo
contemporaneu #06 | 35
Takeshi Hosaka Architects
Planta Baixa Cobertura
contemporaneu #06 | 37
Takeshi Hosaka Architects
Insidehouse & Outsidehouse [Tóquio, 2009]
contemporaneu #06 | 39
Takeshi Hosaka Architects
Duas unidades independentes de dois andares em estrutura de ma-deira. Um movimento fluido entre interno e externo. E também entre interno aberto e interno fechado. Janelas desencontradas, paredes desalinhadas e ambientes abertos só acessados por escadas nem tão acessíveis. Acessadas ou escaladas. Conexão direta entre os dois blocos quase física, mas visual, sonora e ol-fativa. Linhas retas, espaços exíguos, brancos e interior e exterior. Como não poderia deixar de ser.
40 | contemporaneu #06
Planta Baixa Pavimento Térreo
Planta Baixa Primeiro Pavimento
contemporaneu #06 | 41
Takeshi Hosaka Architects
Planta Baixa Cobertura
Corte Longitudinal
Tian Yi TownSchmidt Hammer Lassen Architects
Fotos: Adam Mørk
urbano
Em 2007 a cidade chinesa de Wuxi foi destaque nas manchetes interna-cionais devido a um problema que enfrentava: a enorme quantidade de algas azuis no Lago Taihu, principal fornecedor de água para a cidade. A população passou por diversas dificul-dades por conta da falta de água po-tável e para higienização.Com mais de 5 milhões de habitan-tes, segundo contagem do ano 2000, Wuxi se mantém em processo de
crescimento residencial e industrial, expandindo os limites urbanos. Hoje, porém, com grande preocupação am-biental.O novo empreendimento da Sunshine 100, empresa do ramo imobiliário, apresenta técnicas de baixo impacto ambiental, elaboradas a partir de um concurso para o qual escritórios foram convidados para desenvolverem um novo bairro na cidade.
contemporaneu #06 | 47
Tian Yi Town
urbano
Vencedores do concurso, os arquite-tos dinamarqueses do SHL junta-mente com o também dinamarquês PK3 Landscape Architects e os en-genheiros do WSP FLACK, projetaram um complexo de edifícios residenciais e comerciais, equipamentos de lazer, saúde, cultura e educação. Nada me-nos do que o necessário para receber os 15 mil novos moradores.Dispostos em 780.000 m2, as 9 mil novas residências ocupam uma antiga porção de terras alagadiças em meio à zona industrial e estão organizadas
de maneira que os moradores pos-sam atingir todos os equipamentos, prédios comerciais, serviços e mora-dias em poucos minutos a pé ou por meio de ciclovia. A pretensão, assim, é diminuir a utilização de automóveis e melhorar a qualidade de vida.O desenho, não convencional para um empreendimento imobiliário, acabou sendo um dos maiores atrativos. Os blocos alinhados no eixo leste-oeste e com alturas diferentes, proporcionam uma maior incidência solar nos edifí-cios e nas áreas de lazer. Isso possibi-lita também a criação de terraços in-dependentes para os apartamentos de cobertura e o posicionamento de pai-néis fotovoltaicos nas mesmas. Com o formato em ziguezague dos blocos e sua posição adequada, cria-se uma barreira para o vento noroeste, pre-dominante no inverno, protegendo as áreas de lazer. Por outro lado, possi-bilita a passagem do proveniente de leste, predominante no verão.Rodeado por rios, o novo bairro será abastecido por suas águas, passando por um sistema de tratamento de água por vegetação [conhecido como “wetland construído”], proporcionan-do, juntamente com o extenso plantio de árvores, áreas gramadas e cór-regos entre os blocos, temperaturas amenas no verão e baixo impacto no microclima urbano.
Tian Yi Town
Bráulio Vinícius Ferreiraarquiteto, professor, fotógrafo, blogueiro
GOIÂNIA VERaCIDADE
PARALELAS
PONTA A PONTA
PONTO DE FUGA CELESTE
REVERSA
LUZ E SOMBRA
CONCORDÂNCIA
VISTA LATERAL
envie projetos, projetos de estudantes, desenhos, artigos, fotografias para a
Contemporaneu.
projetos
Casa à prova de inundaçõesStudio Peek Ancona
Stinson Beach, EUAFotos: Bruce Damonte
74 | contemporaneu #06
90 m2
Segundo estudos realizados na Uni-versidade do Sul da Califórnia, esta região já recebeu cerca de 20 tsuna-mis nos últimos dois séculos. Além disso, o mapa de inundações pro-venientes de tsunamis, provocados pelo movimento de placas tectônicas ou massas de água, prevê risco em toda a costa.Preocupado com o futuro da pacata praia californiana, o proprietário en-comendou ao escritório com base em São Francisco, uma casa de fim-de-semana para casal com uma filha e que fosse à prova de inundações provocadas por tsunamis, chuvas e aumento do nível do mar. Tudo isto em um pequeno terreno compar-
tilhado com uma casa de praia da década de 40.Com a intenção de preservar o edifício preexistente e seguindo as diretrizes para este tipo de arquite-tura, o escritório construiu ali o pro-tótipo desenvolvido de construção à prova de inundações.As diretrizes projetuais para este modelo de construção determinava a altura mínima de 3,65 m para o pavimento térreo e limitava o se-gundo pavimento a 42 m2 construí-dos. O escritório utilizou dessa área, 32m2 na construção de decks em balanço. O principal deles contém a escada, fazendo o acesso dos níveis inferior / superior.
Casa à prova de inundações
90 m2
contemporaneu #06 | 77
A casa antiga contém as funções sociais da residência, como sala de jantar, estar e cozinha. Já a nova construção abriga, no pavimento tér-reo, um espaço livre que pode ser tanto área de lazer quanto garagem. O fechamento deste pavimento é feito com placas de madeira móveis, que podem ser levantadas em caso de inundação para permitir a circu-lação da água e servem de platafor-mas de acesso.
Casa à prova de inundações
Casa à prova de inundações
Literalmente ancorada, a construção possui 8 pilares sobre fundações es-tilo radier, leve para flutuar sobre o solo, mas pesada o suficiente para segurar a construção contra o im-pacto das ondas.A ventilação natural é feita através das aberturas nas quatro fachadas, sendo desnecessários equipamentos de ventilação nos dias quentes. As ripas de madeira da escada que fe-cham o deck em balanço, permitem a circulação do ar e barra parcial-mente a incidência solar.
Construído em steel frame e ma-teriais encontrados na região, o protótipo pode ser reproduzido em diversos países de forma rápida e econômica, constituindo uma alter-nativa às residências convencionais em regiões com risco de inundações.
contemporaneu #06 | 81
Casa à prova de inundações
84 | contemporaneu #06
90 m2
Implantação
contemporaneu #06 | 85
Casa à prova de inundações
Planta Baixa Primeiro Pavimento
Planta Baixa Pavimento Térreo
Casa MixcoacPRODUCTORA e FRENTE arquitectura
Cidade do México, MéxicoFotos: Paul Czitrom e Juan Pablo Maza
88 | contemporaneu #06
92 m2
A rua que abriga exemplos de ar-quiteturas das diversas décadas do século passado esconde, por trás de uma singela fachada branca com esquadrias amarelas, a recém termi-nada Casa Mixcoac. Construída sobre o terreno de uma antiga residência, os arquitetos optaram por manter a fachada original conversando com o entorno.Um projeto aparentemente tímido. Atravessando o portão que um dia foi marrom, porém, depara-se com um jogo impressionante de ilusão de ótica provocado unicamente pelo pro-jeto.No pavimento térreo, metade dos poucos mais de 100 m2 do terreno é ocupada por um bloco rasgado em uma das laterais do teto para a entra-da de iluminação. Contém a sala de jantar e estar, cozinha, uma suíte e um escritório - este último localizado na parte frontal, utilizando a antiga janela para a rua como sua abertura. No nível superior, um polígono irregu-lar que rotaciona até cobrir parte do jardim. O restante do terreno é ocu-pado por um jardim, mas não um jardim qualquer. Analisando os de-senhos e fotos, percebe-se que, apa-rentemente, o terreno possui muito mais que 17 metros de profundidade.
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Casa Mixcoac
A impressão de maior comprimento do jardim é causada por diversos fa-tores combinados que enganam nos-so olhar. O jardim é inclinado, sendo elevado 75 centímetros nos fundos do terreno. Contribuindo para este aspecto, a laje do bloco do pavimento térreo segue um ponto de fuga força-do. Assim como a esquadria da jane-la, que acompanha a distorção e se estende por toda a parede voltada à área gramada. A modulação do vidro, por fim, diminui progressivamente à medida em que a janela se afasta do observador. Está completa a ilusão.Somente são visíveis a antiga fachada e duas pequenas janelas do bloco su-perior, sem que se imagine que este se abre para nordeste, ficando prote-gido dos olhares de terceiros. Neste pavimento, que tanto preza pela indi-vidualidade, está apenas o quarto do casal e um banheiro, que empresta suas aberturas para a rua.
92 | contemporaneu #06
92 m2
Término da Obra: 2006Área construída: 92 m2
Projeto: PRODUCTORA e FRENTE/Juan Pablo MazaColaboradores: David Ortega, Gabriela Mo-rales, Verónica Espinosa, Jair CalderónEng. Estrutural: Oscar Trejo
contemporaneu #06 | 93
Casa Mixcoac
Planta Baixa Pavimento Térreo Primeiro Pavimento Cobertura
Corte Longitudinal Corte Transversal
Residência no DerbyO Norte
Recife, BrasilFotos: Mateus Sá
Residência no Derby
A Residência no Derby é resultado de duas etapas.No ano de 2003, foi concluído o pro-jeto da casa desmontável com dois blocos e sistema estrutural misto. Al-venaria e concreto nas áreas molhadas e sistema pré-moldado de madeira nas áreas de convívio. Quatro meses foram necessários para construir cada um destes blocos.Cinco anos depois, foi finalizada a re-forma com acréscimo de área: adição de um novo pavimento com mais dois quartos e uma torre anexa de banheiro e caixa d’água, em estrutura de con-creto.
contemporaneu #06 | 99
Residência no Derby
Com aparência de uma casa na árvore, a residência, na verdade, está entre as árvores. O projeto, vencedor da pre-miação anual do IAB/PE na categoria “residência familiar”, é de autoria do O Norte – Oficina de Criação. Mais do que um escritório convencional de arquite-tura, é uma agência multidisciplinar dirigida pelos arquitetos Bruno Lima, Lula Marcondes e Chico Rocha, além de Lucia Duncan, que conta com uma formação abrangente: é formada em Estudos de desenvolvimento econômi-co, social e político e tem mestrado em cinema. A criação do grupo transita pelas áreas de artes visuais, design, vídeo, eventos e, claro, arquitetura. A sede é localizada no Recife, precisa-mente onde já funcionou um dia a Revista do Norte, primeiro periódico de arte e cultura do norte-nordeste. A construção da sede do escritório, foi, além do primeiro projeto do grupo, importante por batizar a oficina em homenagem à antiga publicação.A casa foi projetada para ser a mora-dia de um dos arquitetos d’O Norte, Bruno Lima. Por estar em uma área de franca verticalização da capital pernambucana, a ideia foi fazer uma casa desmontável, baseada em peças pré-fabricadas, tendo em vista uma fu-tura negociação do terreno. Assim, a casa poderia ser transferida para outro endereço. Usando apenas cinco dife-rentes seções de madeira, o material
100 | contemporaneu #06
150 m2
Término da Obra: 2003Reforma: 2008Área construída: 150 m2
Área do Terreno: 350 m2
está presente na estrutura, nos brises, no assoalho e nos fechamentos.Organizada em 3 blocos, a edificação gera espaços confortáveis e tem um aspecto visual muito interessante. O bloco que faz a divisa com o terreno vizinho é todo de concreto e alvenaria e concentra área de serviço, banhei-ros e cozinha. Encostado à sua frente, está o corpo estruturado em madeira [6 pilares sustentam as áreas sociais e íntimas] com fundação de concreto. Este bloco é suspenso do chão, cri-ando, portanto, garagem e varanda no térreo, e abriga salas, área de estudo e quartos nos andares superiores. No centro dele, no pavimento térreo, há um corredor por onde se dá o acesso à casa e o eixo de circulação vertical. Este corredor é delimitado por cobogós cerâmicos, que permitem fluidez visual e de ar. O terceiro bloco, somente fi-nalizado em 2008, é a torre com o banheiro e caixa d’água. O banheiro é acessado pelo novo pavimento su-perior através de uma passarela a 6 metros do solo, ficando na exata altura das copas das árvores do terreno, anti-gamente uma fazenda.Uma arquitetura talvez provisória pelas circunstâncias, mas permanente pela qualidade.
102 | contemporaneu #06
150 m2
Planta Baixa Pavimento Térreo Planta Baixa Primeiro Pavimento
Corte Transversal Corte Longitudinal
contemporaneu #06 | 103
Residência no Derby
Planta Baixa Primeiro Pavimento Planta Baixa Segundo Pavimento
Fachada Noroeste
Casa MallatMCK ArchitectsBellevue Hill, AustráliaFotos: Shannon McGrath
250 m2
Terreno em leve aclive, funções pri-vativas nas pontas e comuns no cen-tro, com pé-direito alto e conectando diretamente sala, cozinha, lareira e piscina. Assim é o esquema bási-co desta residência localizada em Bellevue Hill, uma região arborizada e residencial no subúrbio, a sudeste de Sydney, Austrália.O projeto é do MCK Architects, que
soube respeitar e explorar os anseios dos então futuros moradores: um casal com três crianças. A vitalidade do espaço comum remete à juven-tude de um dos proprietários. Criado no Líbano, quis reavivar aquela at-mosfera de haver um “coração da casa”, amplo e central, onde todos se unem para o estar, o lazer e as refeições, em família.
108 | contemporaneu #06
250 m2
Outro exemplo da simbiose entre profissional e cliente é a cor escolhi-da para o volume do quarto de hós-pedes. Enquanto o arquiteto decidia pelo marrom, o casal sugeriu cores vivas exibindo um livro com obras do mexicano Luis Barragán [1902-1988]. Foram atendidos e o volume, logo na entrada, passou a rosa.Com aproximadamente 280 metros quadrados, a casa tem um programa generoso e a disposição dos cômo-dos foi assim definida: três quartos para os três filhos nos fundos da casa, a meio nível acima do térreo. Quase sobre eles, um quarto de brin-car + sala de TV. No outro extremo, a parte frontal, estão a suíte para hóspedes e a suíte principal. Acima desta última, um escritório e uma varanda sobre a piscina. Um corre-dor aberto por sobre a sala, e aces-sado por trás da lareira, faz a ligação entre os ambientes superiores.Discreto e com soluções pouco com-
plexas, a casa consegue chamar a atenção pelos detalhes e pelo êxito no exercício de orientar ambientes e acessos, aglutinar ou separar es-paços e combinar de forma simples cores e texturas. O quintal gramado é livre para as crianças brincarem. A piscina fica ao norte para ser contem-plada com muita insolação durante todo o dia. O corredor de acesso aos quartos se abre dos dois lados, com portas de correr, criando ventilação cruzada e integrando os ambientes ao exterior nas faces norte e sul.Na fachada principal, o rosa à la Bar-ragán coexiste com a permeabilidade visual de uma trama de madeira, muros baixos de tijolos e jardim. Por dentro, o tijolo convive com a ma-deira do teto e o cinza do piso, da lareira e da bancada da cozinha. A casa que é, por vezes térrea e por vezes assobradada é coberta por um plano único que se contrapõe ao piso de diferentes níveis.
contemporaneu #06 | 109
Casa Mallat
contemporaneu #06 | 111
Casa Mallat
Casa Mallat
114 | contemporaneu #06
250 m2
Planta Baixa Pavimento Térreo
Planta Baixa Primeiro Pavimento
contemporaneu #06 | 115
Casa Mallat
Fachada Leste
Corte Longitudinal
Corte Longitudinal
Museu de Arqueologia de Naronaradionica arhitektureVid, CroáciaFotos: Boris Cvjetanovic
118 | contemporaneu #06
1200 m2
As construções em pedra que circun-dam o museu revelam um pouco da história da pequena Vid, com seus pou-co mais de 800 habitantes. Descoberta como sítio arqueológico no século XIX, a cidade croata se localiza próxima à fronteira da Bósnia e Herzegovina.Inicialmente um porto grego para o mar Adriático, Narona, como era chamada a cidade, foi fundada em 4 a.C. Tornou-se, após as invasões, uma importante
colônia romana com aproximadamente 17 mil habitantes e importantes cons-truções, tais como forum, termas, tem-plos e teatro.Desocupada desde o século 4 d.C, a ci-dade começou a se desenvolver nova-mente apenas no século XVII, quando grande parte das construções romanas já estava em ruínas ou soterradas pela mudança natural do curso do rio.
contemporaneu #06 | 119
Museu de Arqueologia de Narona
Nos anos de 1995 e 1996, durante es-cavações, foi descoberto um templo dedicado ao imperador romano Augus-tus, com diversas estátuas feitas em mármore grego. O governo decidiu não só preservar as estátuas encontradas, mas também as ruínas do templo, com a construção do Museu de Arqueologia de Narona.O projeto ficou a cargo do escritório croata Radionica Arhitekture, com sede em Zagreb. Foram 3 anos de projeto para chegar a uma forma que valorizasse o interior, protegendo o patrimônio encontrado no local, com um programa de necessidades muse-ológico e que respeitasse o entorno sem danificar as áreas contíguas - já que apenas 5% das escavações foram feitas na cidade.A construção de seus 1.200 m2 foi feita em apenas um ano, contando com es-trutura metálica e fechamentos [latera-is e posterior] em alvenaria. A fachada frontal conta com um conjunto de esca-das feitas em concreto armado que dão acesso aos terraços. Estes servem de espaços de contemplação à área que um dia foi cenário do Império Romano.A entrada do museu é feita por um pavimento semi-enterrado, único pavimento a conter a fachada frontal de vidro exposta. Os outros possuem placas em ângulo servindo como brises protegendo a incidência solar provinda
122 | contemporaneu #06
1200 m2
do sul. Outra forma de acesso é por uma escada / arquibancada localizada na porção sudeste do terreno, que, no projeto original, daria em um café. A existência de diversos estabelecimen-tos do mesmo tipo nas proximidades e a necessidade de haver um auditório nas dependências do museu, porém, levaram a uma mudança programática.
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1200 m2
Projeto: 2001-2004Término da Obra: 2008
Área construída: 1200 m2
Arquitetura: radionica arhitekture / Goran RakoEquipe de projeto: Mario Beusan, Blanka
Gutschy, Goran Rako, Nenad RavnicEng. Estrutural: Branko Galic
O museu, hoje, acomoda cerca de 900 peças [incluindo 17 estátuas] encon-tradas na cidade, fruto de sucessivas escavações nos últimos dois séculos, e estão dispostas em vitrines de vidro, sob o piso ora em vidro, ora em grades de aço, e na praça formada pelo recuo da construção.
Museu de Arqueologia de Narona
Planta BaixaCorte Longitudinal
S11J. MAYER H. ArchitectsHamburgo, AlemanhaFotos: David Franck
3654 m2
É em meio ao centro histórico de Hamburgo, Alemanha, que o arquite-to alemão J. Mayer H. desenvolve o projeto Steckelhörn 11. Com 45 anos de idade e apenas 14 de escritório, é o recém vencedor do prêmio Audi Urban Future Award e já está na lista dos “starchitects”. Provavelmente o único alemão a ocupar esta posição. Não é para menos, há 7 anos rece-beu o prêmio de arquiteto emer-gente no Mies Van der Rohe Award.
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S11
Seus projetos são conhecidos mun-dialmente, a exemplo da residência dupli.Casa e a Stadt.Haus e as for-mas utilizadas são, tão somente, reflexo de um pensamento livre e interdisciplinar que caminha lado a lado com a arquitetura digital.O projeto é desenvolvido sobre o terreno de um antigo edifício em ruínas, de 960 m2. Suas limitações são nítidas se visto de cima: a maior testada frontal tem 26,4 metros con-tra 1,9 metro da posterior. Lateral-mente, para acompanhar os pátios internos dos edifícios, possui reen-trâncias com janelas, aumentando a iluminação natural e ventilação nos pavimentos.Próximo ao Hafen City, o edifício ex-clusivamente comercial tem, em sua fachada, proeminências abauladas em alumínio, onde estão as janelas, rasgadas pelo revestimento cerâmi-co. Sua altura conversa diretamente com os edifícios vizinhos e os recuos provocados nos últimos pavimentos formam sacadas na fachada princi-pal.
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3654 m2
A quase ausência de quinas retas é uma característica da obra atual do arquiteto alemão e está amplamente presente neste projeto. As escadas, fachadas externas e até mesmo o encontro do pilar com a laje são fei-tos desta forma, fluida e continua.
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Projeto: 2007-2009Término da Obra: Outubro de 2009Área construída: 3654 m2
Área do terreno: 960 m2
No de pavimentos: 8Altura do edifício: 32,5 m
Arquitetura: J. MAYER H. ArchitectsSupervisão da obra: Imhotep, Donachie e Blomeyer com Dirk ReinischEng. Estrutural: WTMMaquete: Werk5
3654 m2
Com a pretensão de ser um ponto de referência para o centro histórico, é construído em concreto armado e possui no total 10 pavimentos, sendo o estacionamento no sub-solo. No térreo, entrada do edifício. Nos demais andares, o prédio possui amplas salas comerciais com planta livre. O último pavimento é ampla-mente iluminado por meio de clara-boias e portas dos terraços.
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3654 m2
Planta Baixa Pavimento Térreo
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S11
Planta Baixa Pavimento Tipo
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3654 m2
Planta Baixa Ático
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S11
Corte Longitudinal
Banco de Middelfart3XN ArkitekterMiddelfart, DinamarcaFotos: Adam Mørk
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Banco de Middelfart
Middelfart é uma cidade portuária na costa do extremo noroeste da ilha de Fyn [ou Fiônia], uma das maiores ilhas dinamarquesas. O nome da ci-dade tem uma interessante explica-ção. No passado, três eram os pon-tos por onde embarcações náuticas realizavam a travessia do estreito de Lillebælt, rumo à península da Jut-lândia. Ao norte, a cidade de Stribs; ao sul, Føns. Entre as duas, é onde hoje está Middelfart, cujo significado é “passagem central”. A cidade, de menos de 50 mil habitantes, possui localização estratégica. Por ali passa a linha de trem que liga a Jutlândia à Capital e é o meio do caminho en-tre as quatro principais cidades do país: Copenhague, Odense, Aarhus e Aalborg, distribuídas entre duas grandes ilhas e a área continental. A Dinamarca possui mais de 400 ilhas, sendo 83 habitadas.83 também é o número de clara-boias triangulares da nova sede do Banco de Middelfart. O projeto é do 3XN Arkitekter, escritório fundado em 1986 pelos arquitetos Herfortth Kim Nielsen, Lars Frank Nielsen [só-cio até 2002] e Hans Peter Svendler Nielsen [sócio somente até 1992], conhecido inicialmente como ”3 x Nielsen”.
Com este projeto, os arquitetos do 3XN conseguiram um resultado compatível às aspirações da insti-tuição financeira que os contratou: que proporcionasse um novo espaço público para os cidadãos locais, um bom ambiente para os emprega-dos e que representasse um ícone arquitetônico dentro desta área de marinas e em processo de transfor-mação.O terreno, com vista para o canal, é quase vizinho à KulturØen [Ilha da Cultutra], um complexo na bor-da d’água, de autoria do SHL e que combina biblioteca, cinema, centro de informações turísticas e restau-rante panorâmico. Nesta bela área à beira do mar é possível avistar, além do continente dinamarquês, as duas pontes responsáveis pela alcunha ”cidade das pontes”, como é conhecida a cidade. À esquerda, uma ponte treliçada por onde passa a linha férrea, e à direita, a ponte pênsil com a autoestrada.Além do aspecto contemporâneo do novo banco, a edificação promove um respeitoso diálogo com os edifí-cios vizinhos, ao segui-los em rela-ção a escala e altura e ao diminuir à medida em que se aproxima do espaço público.
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5000 m2
O telhado é especialmente projetado para emoldurar uma visão desimpe-dida da orla ao mesmo tempo em que protege o interior da luz solar direta, uma feliz ação coordenada entre design e funcionalidade. Sob a estrutura de madeira que sustenta a cobertura, um grande espaço mul-tifuncional. Estão ali uma pequena livraria, um café, um agente imobi-liário e os caixas, todos dispostos em volta de um saguão central, acessado por uma praça. As estações de trabalho do banco estão localizadas em três platôs in-ternos, interligados por escadarias
largas, que por vezes são como arquibancadas. Estas e mais o sa-guão central, incentivam a interação -seja em reuniões informais, seja em momentos de descontração- das pessoas que trabalham ou visi-tam o edifício. A forma triangular é onipresente sem ser maçante. Está na cobertura, na praça, na estrutura em “V”, na decoração e no piso de granito do térreo, onde estão crava-dos seis ”caleidoscópios” - uma arte-instalação feita sob encomenda, de autoria do renomado artista Olafur Eliasson.
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Banco de Middelfart
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5000 m2
Planta Baixa Pavimento Térreo
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Banco de Middelfart
Planta Baixa Primeiro Pavimento
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5000 m2
Planta Baixa Segundo Pavimento
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Banco de Middelfart
Planta Baixa Terceiro Pavimento
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5000 m2
Corte Transversal
Corte Longitudinal
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Banco de Middelfart
projetos de estudantes
projetos de estudantes
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Nome: Vinicius Libardoniemail: [email protected]: Florianópolis, SC
Disciplina: Proyectos 8 - Unidad VicensPeríodo: Intercâmbio da Universidade Federal de Santa CatarinaInstituição de ensino: Escuela Tecnica Superior de Arquitectura de Madrid - Universidad Politecnica de MadridProfessores: Ignacio Vicens e José Antonio Ramos
Biblioteca Digital
O que seria uma biblioteca digital senão um espaço de leitura, quando já não é necessário o tradicional es-paço físico de armazenamento?Mas uma continuidade desta nova tipologia, que aparece como uma resposta ao livro digital, dependerá mais de uma mudança cultural do que do próprio desenvolvimento tec-nológico.Um edifício introvertido que se trans-forma em um espaço de instros-pecção, um espaço de leitura por excelência. Concebido desta forma por dois motivos principais: o mate-rial deveria ser unicamente concreto e o espaço, exclusivamente para lei-
tura e reflexão. A limitação imposta pelo material logo se transforma em uma virtude quando associada com o programa do edifício. Um edifício produto da relação espaço-forma.O edifício comunica sua essência desde seu exterior: fechado e vazio. O movimento produzido pelo desa-linhamento dos planos das fachadas é nada mais do que o resultado das aberturas não convencionais que buscam incorporar a luz de diferen-tes maneiras ao interior do edifício. A luz como elemento de configuração dos espaços interiores e da forma exterior.
projetos de estudantes
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projetos de estudantes
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Vinicius Libardoni
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projetos de estudantes
Fachada Sul
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Vinicius Libardoni
Implantação
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projetos de estudantes
Corte Transversal Corte Longitudinal
Planta Baixa Subsolo Planta Baixa Primeiro Pavimento Planta Baixa Segundo Pavimento
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Vinicius Libardoni
Planta Baixa Pavimento Térreo
Planta Baixa Segundo Pavimento Planta Baixa Terceiro Pavimento Planta Baixa Quarto Pavimento
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Nome: Felipe Tanos e Daniel P. dos Santosemail: [email protected]: Paulínia, SP
Disciplina: Projeto ArquitetônicoPeríodo: 8o
Instituição de ensino: Universi-dade Paulista - UNIP (Campinas)Professora: Maria Cláudia Oliveira
Equipamento Sócio Educativo Cultural
Aberto e comunicativo, acessível e dinâmico, foram as palavras conce-bidas como partido do projeto “Equi-pamento Sócio Educativo Cultural”.A área de intervenção está situada na Av. da Saudade entre a Rua Álvaro Ri-beiro e a Rua Jorge Harrat, Campinas-SP.Frente à praça das águas, o projeto tem características de extensão da mesma, por meio de um recuo de 15 metros para a elaboração do espaço aberto para a esquina.O corpo principal e suspenso da edi-ficação produz uma área de convívio aberta para a praça, sendo esta posta em forma de lâmina à extensão do ter-
reno e oferece centralidade de todos os equipamentos em seu meio, de fácil acesso e comunicação. Proposto como biblioteca, o corpo principal eleva-se, evitando o nível de poluição sonora e articula-se com vista para praça.Recuado 7 m do fundo da área, pro-jeta-se uma área verde, fornecendo maior privacidade para as casas pre-sentes.Projetado de maneira integrada, o eq-uipamento sócio educativo cultural, di-vide-se em dois pavimentos, que como um todo, uni-se a área proposta, com possibilidade de espaços de convívio externo e interno, de maneira aces-
projetos de estudantes
Felipe Tanos e Daniel P. dos Santos
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sível, onde todos os principais acessos contém rampas e sanitários adaptados.Tendo como acesso principal, a entra-da pela praça seca (seguindo a mesma característica da praça das águas), situada na esquina da Av. da Saudade com a Rua Álvaro Ribeiro, tem como objetivo criar um espaço de convívio externo, onde a escada presente ganha papel de bancos voltados para
a esquina. Definido como espaço aberto e co-ber-to pelo volume superior, situa-se a área de convívio/expositivo, entre o bloco que contém o telecentro, sanitários e apoio, seguindo a Rua Álvaro Ribeiro, e a sala de múltiplo uso, ao lado da Rua Jorge Harrat, com o intuito de junção, integração e comunicação dos espaços.
Felipe Tanos e Daniel P. dos Santos
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Em seu pavimento superior, localiza-se a biblioteca junto à administração e sanitários, acessados por meio de uma rampa. Os sanitários dos pavimentos térreo e superior estão ali-nhados à caixa d’água gerando maior aproveita-mento de maneira racional. A biblioteca divide-se em espaço de lei-tura (externo/interno), sala de controle junto à entrada e acervo em sua cen-tralidade. O bloco levemente aberto em ângulo possibilita a vista da praça em frente. Brises fixos foram postos em sua fachada frontal e no entorno de seu corpo, controlando a entrado de sol tanto na área de convívio quanto na biblioteca. Em sua lateral painéis de madeira móveis, junto à porta de cor-rer para a varanda, tem como papel o controle manual do sol. Como forma de ventilação, foram projetados rasgos contra as portas de correr, fornecendo ventilação cruzada em todo o ambi-ente.Seguindo pela Rua Jorge Harrat, onde encontramos o maior desnível do ter-reno, são propostos taludes de ma-neira irregular, contida por muros de arrimos, o que possibilita formas diver-sificadas de bancos no mesmo, dando frente para praça interna de deck de madeira legalizada.Recuado 7 m do fundo da área, encon-
projetos de estudantes
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tra-se a área verde, que contribui para maior privacidade das casas presentes, este tem características de separação e proporciona o aumento de arborização para a edificação. Sua estrutura simplificada, conta com três pilotis junto à uma parede estru-tural, que são travadas por duas vigas invertidas, elevando o corpo principal (biblioteca).
Felipe Tanos e Daniel P. dos Santos
Visando a possibilidade de implantação em demais terrenos (compactando-se ou alongando-se tanto na vertical quanto na horizontal), com conceito de centralidade dos equipamentos (co-municação), condiciona-se mais de um acesso à edificação de caráter público.
Implantação
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projetos de estudantes
Planta Baixa Pavimento Térreo
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Felipe Tanos e Daniel P. dos Santos
Planta Baixa Primeiro Pavimento
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projetos de estudantes
Corte Transversal
Corte Longitudinal
Fachada Noroeste
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Felipe Tanos e Daniel P. dos Santos
projeto de concurso
projeto de concurso
Arkkitehtitoimisto K2S OyEspoo, Finlândia
Orkidea
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Orkidea
A tendência do aumento no número de idosos em países como a Finlândia traz a necessidade de reconsiderar os tratamentos feitos para tal faixa etária. Repensar hospitais como espaços de promoção de saúde e não apenas como cura de doenças é um dos preceitos que a prefeitura de Espoo, Finlândia, utilizou ao lançar o concurso de projetos para a construção de um novo centro de Puo-larmetsä. O foco seria essencialmente os idosos e também a população local, em diversas faixas etárias.
Ocupado em pequena parcela por um pequeno hospital da década de 70, o terreno fica em meio a uma floresta de pinheiros e próxima a áreas de de-senvolvimento recente. Por se tratar de uma região predominantemente resi-dencial, o novo hospital teria que não apenas servir para atender aos pacien-tes, mas também criar uma relação de convívio com a comunidade.Com um programa de necessidades complexo, o escritório finlandês K2S criou um edifício de 56.000 m2 com for-mas livres, aproximando-se de pétalas, o que inspirou seu nome: “Orkidea”.
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concurso
e o prédio de moradia com 5 pavimen-tos. Todos unidos a mais um bloco de 2 pavimentos, com jardim interno e res-taurante. Esta ligação permite o rápido deslocamento dentro do complexo, que possui as áreas sociais e moradias longe da área de tratamento de pacientes.Os blocos localizados ao sul do existente possuem no seu pavimento térreo áreas de convívio, academia, cinema, espaços integrados com a natureza, consultórios e, nos demais pavimentos, leitos para tratamentos dos idosos.
Os arquitetos optaram por construir o novo edifício na parte sul do terreno, in-tegrando o bloco antigo, acrescentando 2 pavimentos como moradia para ido-sos e permitindo que as adjacências fossem ocupadas por área residencial. É também no edifício existente que es-tão previstos loja, creche, auditório, en-fermaria e área de saúde bucal, todos no térreo, e a administração no primeiro pavimento.O conjunto de edifícios é caracterizado por 5 blocos com 3 pavimentos cada um
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Orkidea
A utilização do subsolo foi devido à necessidade de entradas isoladas para carga e descarga, usuários do hospital e ambulâncias. É neste pavimento que estão as duas primeiras, além de labo-ratórios, apoio, vestiários, arquivos, al-moxarifado, farmácia e túnel de acesso à capela.Os grandes jardins internos dispostos nos blocos, além de permitirem grande contato com a natureza, são respon-sáveis pela entrada de iluminação na-tural, crucial à qualidade do ambiente para os que ali moram, trabalham ou estão internados. Como no inverno a luz do dia é de aproximadamente sete horas diárias, tenta-se aproveitá-la ao máximo com fachadas de vidro em to-dos os sentidos, sendo que nas áreas voltadas a sul, estas possuem mar-quises para proteção da incidência solar direta.A área de residência possui 107 aparta-mentos conectados por grandes corre-dores que criam áreas de convívio como foyers funcionais que apresentam di-versos tipos de recreação e reabilitação. Todas as circulações, vias de acesso, consultórios, quartos de tratamento e residencial serão acessíveis a portado-res de necessidades especiais.O projeto foi vencedor de um concurso de arquitetura em duas etapas, com-petindo com outros 41 projetos de di-versos países. A previsão de inaugura-ção é 2014.
Implantação
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Orkidea
Planta Baixa Subsolo
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concurso
novembro 2010 | contemporaneu | 191
Orkidea
Planta Baixa Pavimento Térreo
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Orkidea
Planta Baixa Primeiro Pavimento
contemporaneu #06 | 195
Orkidea
Planta Baixa Segundo Pavimento
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Orkidea
Planta Baixa Quarto e Quinto Pavimento
edições anteriores
#05Arkitektfirmaet C. F. MøllerVaajakoskiCasa Bistrica - I/O architectsCasa Deslizante - dRMMCasa Mirante do Horto - Flavio Castro20th Street Office - Belzberg ArchitectsAmpliação do Centro Willem Felsoord - Möhn + Bouman ArchitektenTRT 18a Região - Corsi Hirano Arquitetos
#04Estudio Borrachia ArquitectosHafencityCasa Viguet - NDC ArquitecturaCasa Kilian - GassCasa Dobrada - X ArchitektenResidência Hof - Studio GrandaAmpliação do Museu Sacro de Adeje - Fernando MenisHet 4th Gymnasiunm - HVDN
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3LHDMPreis SupermercadosCityLife - MilãoCasa JD - BAK ArquitectosEmbaixada Estoniana em Vilnius - 3+1 Architects46 Habitações Sociais - ACXTUniversidade Østfold em Halden - Reiulf Ramstad Architects
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Contemporaneu.
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