INFECES DO TRATO
URINRIO RODRIGO CSAR BERBEL
As infeces urinrias esto entre as doenas infecciosas mais freqentes, particularmente em crianas, adultos jovens e mulheres sexualmente ativasSo apenas menos freqentes que as infeces do trato respiratrioNo meio hospitalar so as mais freqentes entre as infeces nosocomiais INTRODUO E DEFINIES
INTRODUO E DEFINIESTodos os indivduos so suscetveis a ITUContudo a prevalncia dessas infeces difere de acordo com : idade sexo e certos fatores predisponentes
INTRODUO E DEFINIES Mulheres tm mais ITU que os homens Uretra mais curta Meato uretral prximo ao nus Fator - relao sexual
INTRODUO E DEFINIES
Como a urina estril, existem fatores
que facilitam a contaminao do trato
urinrio, tais como: INTRODUO E DEFINIES
obstruo urinria: prstata aumentada, estenose de uretra, defeitos congnitos e outros
corpos estranhos: sondas, clculos , introduo de objetos na uretra (crianas)
doenas neurolgicas: traumatismo de coluna, bexiga neurognica do diabtico
fstulas gnito-urinrias e do trato digestivo, colostomizados e constipados
doenas sexualmente transmissveis e infeces ginecolgicas
INTRODUO E DEFINIES
MECANISMOS DE DEFESA pH baixo Elevada concentrao de uria Alta concentrao de cidos orgnicos Secreo prosttica Produo de IgA Efeito mecnico da mico Mucosa do TU - citocinas, mecanismos antiaderncia
INTRODUO E DEFINIES
FATORES PREDISPONENTESObstruoClculosRefluxo vsico-ureteralAnomalias congnitas ou neurolgicasDiabetes mellitusInstrumentao urolgica
INTRODUO E DEFINIES PatogneseAs trs possibilidades de um microrganismo alcanaro trato urinrio e causar infeco so :
Via ascendenteVia hematognicaVia linftica
INTRODUO E DEFINIES
O microrganismo poder atingir atravs da uretra, a bexiga, ureter e o rim
Esta via a mais freqente, principalmente em mulheres (pela menor extenso da uretra ) e em pacientes submetidos instrumentao do trato urinrioVia ascendente
INTRODUO E DEFINIESVia hematognicaOcorre devido a intensa vascularizao do rim podendo o mesmo ser comprometido em qualquer infeco sistmica a via de eleio para ITUs por alguns microrganismos como Staphylococcus aureus, Mycobacterium tuberculosis a principal via em neonatos
INTRODUO E DEFINIESVia linfticaA via linftica rara embora haja a possibilidade de microrganismos alcanarem o rim pelas conexeslinfticas entre os intestinos e o rim
AGENTES ETIOLGICOS MICROFLORA RESIDENTE DA URETRA
Staphylococcus - coagulase negativa, exceto S. saprophyticusStreptococcus - viridans e no hemolticosLactobacilosCorynebacterium spp.Cocos anaerbiosPropionibacterium spp.Bastonetes Gram negativos anaerbiosMycobacterium spp. - comensaisMicoplasma spp. - comensais
AGENTES ETIOLGICOS INFECES COMUNITRIAS
Escherichia coliKlebsiella spp.Proteus spp.Enterobacter spp.Pseudomonas spp.Staphylococcus saprophyticusEnterococcus spp.
AGENTES ETIOLGICOS INFECES HOSPITALARES
Escherichia coliKlebsiella spp.Proteus mirabilisStaphylococcus spp.Pseudomonas aeruginosaEnterococcus spp.
AGENTES ETIOLGICOSA infeco via ascendente a mais comumBactria mais frequente Escherichia coli (80 a 90%)Proteus mirabilis (comum nos rapazes)Pseudomonas aeruginosa (indicam anormalidade )95% das reinfeco de IU so por uma nova bactria
AGENTES ETIOLGICOSOutros2 % E. coli 80 %Klebsiella spp. 15 % P. mirabilis 3 %
INFECO DO TRATO URINRIO CISTITE
PIELONEFRITE AGUDA
CISTITE11% das mulheres / ano Uma das maiores causas de consultas / ano, em todo mundo, entre mulheres de 18 a 75 anos Causa mais comum de ITU na Unidades de EmergnciaAfeta principalmente mulheres jovensSintomas muito intensosRpida evoluo
CISTITE CONCEITOInfeco bacteriana aguda da bexigaFlora semelhante de outras ITU Escherichia coli Proteus spp. Enterobacter Klebsiella pneumoniae Pseudomonas aeruginosa Staphylococcus saprophyticus
CISTITE QUADRO CLNICO
Disria / polaciria / nictria Sensao de esvaziamento incompletoHematriaUrgncia miccionalDesconforto suprapbico Dor plvica
INFECO URINRIASintomatologia - crianas
Quando o rim atingido, o paciente
apresenta, alm dos sintomas anteriores,
calafrios, febre e dor lombar, podendo, algumas
vezes, ocorrer clicas abdominais, nuseas e
vmitos
PIELONEFRITE AGUDA
200.000 hospitalizaes / ano nos EUA
Mortalidade de 10 a 20% / internados
Incidncia : 5 Mulheres para 1 Homem
1 a 2% das gestantes
PIELONEFRITE AGUDA CONCEITO
Invaso microbiana do parnquima e pelve renal levando a sintomatologia caracterstica
PIELONEFRITE AGUDA QUADRO CLINICO
Dor lombar Febre e calafriosPolaciria / disriaNuseas e vmitosGiordano +
IMPORTNCIA CLNICA
ITU na gestao aumenta os riscos Feto Gestante Gestao
Streptococcus agalactiae
INFECO URINRIA NA GESTAO
EVOLUO
Prematuridade
Mortalidade fetal
Baixo peso
Crescimento retardado da placenta bito INFECO URINRIA NA GESTAO
PROCESSAMENTO E INTERPRETAO DE UROCULTURASMATERIAL CLNICO - COLETA
PROCESSAMENTO E INTERPRETAO DE UROCULTURAS
De preferncia , colher a primeira urina da manh em frasco estril de tampa com rosca e de boca larga. Outras amostras tambm podem ser obtidas desde que o paciente retenha a urina por pelo menos 2 a 4 horas antes de realizar o exame
Amostra de urina de jato mdio - a amostra mais comum submetida para cultura.Deve ser realizada higiene prvia da regio genital.Desprezar o primeiro jato de urina.Colher o jato mdio em frasco estril apropriado MATERIAL CLNICO COLETA
Amostra de urina de qualquer jato - a amostra obtida de crianas com o auxlio de coletores plsticos. Fazer a higiene da regio genital e colocar o coletor de forma assptica. Trocar o coletor a cada 30 minutos a 1 hora, repetindo a higiene. fundamental evitar contaminao fecalPROCESSAMENTO E INTERPRETAO DE UROCULTURAS
PROCESSAMENTO E INTERPRETAO DE UROCULTURAS
Urina de paciente com sonda : pinar a cnula do coletor. Realizar desinfeco da cnula com lcool a 70% . Com uma seringa e agulha puncionar a cnula e retirar at 10 mL de urina. Colocar a amostra em frasco estril e enviar ao Laboratrio
Urina colhida por puno supra - pbica : a amostra colhida diretamente por puno vesical. Este procedimento pouco utilizado mas evita problemas de contaminao, quando a amostra colhida pelos mtodos tradicionais
MATERIAL CLNICO COLETA
PROCESSAMENTO E INTERPRETAO DE UROCULTURAS
MATERIAL CLNICO COLETA Puno supra - pbica
PROCESSAMENTO E INTERPRETAO DE UROCULTURAS
PROCEDIMENTOS INAPROPRIADOS No realizar culturas de urina de:Sondas de espera
Amostras de sedimento urinrio
Cultura para anaerbios se a amostra no foi colhida adequadamente (puno supra - pbica)
Amostras de urina colhidas h mais de 2 horas sem refrigerao ou uso de preservativos
PROCESSAMENTO E INTERPRETAO DE UROCULTURASCONSERVAO E TRANSPORTE DAS AMOSTRAS
Transportar ao Laboratrio o mais rpido possvel
Fazer a semeadura dentro de 2 horas ou refrigerar
Amostras refrigeradas permanecem com a populao microbiana estvel por at 24 horas
PROCEDIMENTOS DE TRIAGEM LEUCOCITRIA
Leucocitria pode ser uma indicao de infeco urinria , sugerindo portanto a presena de microrganismos patgenos
na urina Outras vezes leucocitria pode indicar presena de uma
infeco, mas microrganismos no so detectados nos meios
de cultura habituais Leucocitria pode tambm estar associada a outras situaes clnicas como vaginites , uretrites etc
PROCEDIMENTOS DE TRIAGEM CAUSAS DE LEUCOCITRIA ESTRIL
Tuberculose do trato urinrioInfeces por ClamdiasCalculoseGlomerulonefrites proliferativasFebreNefrites tbulo - intersticiaisProcessos inflamatrios para- vesicaisAnaerbios
PROCEDIMENTOS DE TRIAGEM MICROSCOPIA GRAM Homogeinizar bem a amostra - No centrifugar
Retirar 10 uL da urina e colocar em uma lmina , sem espalhar
Deixar secar ao ar
Fixar no calor antes de corar
Reportar o nmero de microrganismos observados por campo de imerso
PROCEDIMENTOS DE TRIAGEM MICROSCOPIA - GRAM
A presena de um ou mais microrganismos por campo correlaciona com contagem > 10 5 UFC/ mL
A presena de muitas clulas epiteliais e mais de um tipo de microrganismo sugere contaminao da amostra
PROCEDIMENTOS DE TRIAGEM MICROSCOPIA - GRAM
Vantagens - mtodo rpido mtodo econmico
Desvantagens - sensibilidade muito baixa contagens < 10 4 UFC/ mL no so detectadas
PROCEDIMENTOS DE TRIAGEM INDICADORES INDIRETOS
Teste de Nitrato Redutase ( Greiss)
Enterobactrias reduzem nitrato a nitrito
Limite de deteco - 104 UFC / mL
Falso negativo em cocos Gram positivos
Falso negativo em BGN - NF (Pseudomonas)
PROCEDIMENTOS DE TRIAGEM INDICADORES INDIRETOS
Teste de Leuccito Estearase Testes simples
Rpidos
Baixa sensibilidade
Equivale a 5-10 leuccitos / campo (40x)
PROCEDIMENTOS DE TRIAGEM INDICADORES INDIRETOS
Testes combinados Nitrato Redutase x Leuccito Estearase
A sensibilidade do teste combinado consideravelmente maior que cada um
deles em separado
CULTURA QUANTITATIVA USO DA ALA CALIBRADA
Homogeneizar a urina sem centrifugarImergir a ala calibrada de 0,001 mL ou 0,01 mL na urina de forma verticalSemear em placa de gar sangue / EMB / CLED / Mac ConkeyInculo inicialEstrias
CULTURA QUANTITATIVA
Incubar em estufa a 35 o C por 24 a 48 horas
INTERPRETAO:
Crescimento com ala de 0,001 mL ou 1 uL ( 1: 1000)
1 colnia = 1000 ou 10 3 UFC / mL
Crescimento com ala de 0,01 ou 10 uL ( 1: 100)
1 colnia = 100 ou 10 2 UFC / mL
CULTURA QUANTITATIVA
Mais utilizada
Fcil execuo
LMINO CULTURAS
ESQUEMA INDICATIVO DA DENSIDADE BACTERIANA (p/mL) 103 104 105 106 107Cled MacConkey
LMINO CULTURAS
LMINO CULTURAS
Permitem diagnstico de ITU por Escherichia coli em um curto espao de tempo e assegura uma economia de mais ou menos 70 % no custo do exame
Alguns cocos Gram positivos como o Streptococcus agalactiae so de crescimento mais lento ou podem mesmo no crescer no lmino cultivo
COMO REPORTAR UM RESULTADOPara a interpretao de uma urocultura , algumas informaes so consideradas muito importantes:Paciente apresenta sintomas de infeco urinaria ?Leucocitria ?Idade ?Sexo ?Gestao ?Tipo de coleta - jato mdio (mico espontnea) ? coletor plstico ? puno supra - pbica ?Uso prvio de antibiticos ?
COMO REPORTAR UM RESULTADO
Independente do tipo de coleta , o resultado deve ser sempre quantitativo Indicar nmero de UFC/ mL
O ideal liberar o resultado da contagem de leuccitos e a presena ou no de microrganismos
No deixar de informar o mtodo utilizado na coleta
Em caso de dvidas na interpretao , sugerir repetio do exame
COMO REPORTAR UM RESULTADO
Bactrias comensais so diferenciadas de patgenos pela cultura quantitativa da urina
Originalmente contagem de 10 5 ou mais UFC / mL foi considerado indicativo de infeco
COMO REPORTAR UM RESULTADO Kass, E H. 1956. Asynptomatic infections of the urinary tract. Trans. Assoc. Am. Physicians 69 : 56 -63
< 10.000 UFC/ mL = contaminao
10.000 a 90.000 UFC/ mL = suspeita de infeco
> 100.000 UFC/ mL = indcios de infeco
COMO REPORTAR UM RESULTADO
Stamm, W. E. Measurement of piuria and its relation to bacteriuria. Am. J. Med. , ( Suppl. 1B ) : 53 - 58, 1983
1/3 das mulheres com sndrome clnica de disria,frequncia, urgncia e piria e que melhoram com o uso de antibiticos, apresentam contagens entre 102 a 104 UFC/ mL
COMO REPORTAR UM RESULTADOComparao de contagem de UFC para ITU baixa por coliformes
Pesquisador Urina Sensibilidade% Especificidade% Valor preditivo% + - Stamm ( l983 ) 102coliformes / mL 95 85 88 94 Kass ( 1956 ) 105
coliformes / mL 51 99 98 65
De acordo com a tcnica de coleta consideramos os seguintes
valores de bacteriria significativo:
Tcnica de coletaBacteriria significativa (UFC/mL)
Saco coletor 100.000Saco coletor 100.000
Cateterizaao vesical 10.000
Puno supra pbica 1.000 ( ? )
CRITRIOS PARA CLASSIFICAO DE ITU- CLNICA E LABORATRIO
CRITRIOS
CATEGORIA
CLNICOS
LABORATORIAIS
ITU aguda, no complicada, mulheres
Disria, urgncia, polaciria, dor supra- pbica sem febre, sem dor lombar
( 10 leuccitos/mm3
( 103 UFC/ mL
Urina- MEJM
Pielonefrite aguda, no complicada
Febre, calafrios, dor lombar
Excluso de outros diagnsticos sem histria de anormalidades urolgicas
( 10 leuccitos/mm3
( 104 UFC/ mL
Urina- MEJM
ITU complicada e ITU em homens
Combinao de sintomas listados acima
Associao com outros fatores- catter, uremia
( 10 leuccitos/mm3
( 105 UFC/ mL
Urina- MEJM
Bacteriria assintomtica
Ausncia de sintomas
( 10 leuccitos/mm3
( 105 UFC/ mL
Urina- MEJM (duas amostras)
OBRIGADO
*