13, 14 e 15 de julho | 2011 | Uberlândia | MG
Anais do IV WORKSHOP
20 anos PPIPA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
IMUNOLOGIA E PARASITOLOGIA APLICADAS
Realização
Universidade Federal de Uberlândia
Instituto de Ciências Biomédicas
Programa de Pós-Graduação em Imunologia e Parasitologia Aplicadas
Reitor
Prof. Dr. Alfredo Júlio Fernandes Neto
Vice-Reitor
Prof. Dr. Darizon Alves de Andrade
Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação
Prof. Dr. Alcimar Barbosa Santana
Diretor de Pós-Graduação
Prof. Dr. Oswaldo Marçal Júnior
Diretor do Instituto de Ciências Biomédicas
Prof. Dr. Marco Aurélio Martins Rodrigues
Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Imunologia
e Parasitologia Aplicadas
Prof. Dr. José Roberto Mineo
Comissão organizadora
Coordenação
Profa. Dra. Eloisa Amália Ferro
Prof. Dr. Tiago Wilson Patriarca Mineo
Msc. Priscila Silva Franco
Msc. Henrique Tomaz Gonzaga
VEICULAÇÃO
VIRTUAL
www.imunoparasito.ufu.br
UFU Av. Pará 1720 - Campus Umuarama
CEP 38400-902- Uberlândia - MG
Telefone: (34) 3218-2111
PPIPA Av. Amazonas, s/nº - Bloco 4C - Campus Umuarama
Piso Superior - Sala 218
Telefax: (34) 3218-2333 - [email protected]
Anais do IV Workshop do
Programa de Pós-Graduação em Imunologia e Parasitologia Aplicadas
da Universidade Federal de Uberlândia
Breve histórico do Programa de Pós-Graduação e dos eventos científicos organizados
O Programa de Pós-graduação em Imunologia e Parasitologia Aplicadas (PPIPA) foi recomendado
pelo Grupo Técnico Consultivo da CAPES em 31 de outubro de 1991 (DAA/GTC/096/91), com início de suas
atividades em abril de 1992. Visa formar profissionais diferenciados que atuem nas áreas de Imunologia e
Parasitologia e áreas correlatas. O PPIPA desenvolve projetos científicos envolvendo imunologia básica,
biotecnologia, estudo da relação parasito-hospedeiro, aspectos moleculares de parasitos, vírus, fungos e
bactérias, imunodiagnóstico de doenças parasitárias e epidemiologia de infecções virais e bacterianas.
O I evento organizado pelo PPIPA foi realizado em 1994 intitulado “I Ciclo de Seminários em
Imunologia e Parasitologia Aplicadas”. Aconteceu no primeiro triênio de existência do Programa. Em 1996,
em outubro, o evento passou a ser um Workshop, considerado então a segunda edição. Foi publicado um
livro de anais com os trabalhos de pesquisa em andamento e concluídos nos laboratórios da Universidade.
Os trabalhos englobaram todas as linhas de pesquisa envolvendo os grandes grupos de interesse: vírus,
bactérias, protozoários, helmintos e artrópodes. Como bem definido pelo então Coordenador do PPIPA,
Prof. Dr. José R. Mineo “é de fundamental importância que compartilhemos as conquistas e refletirmos
sobre nossos acertos e desacertos, traçando os caminhos das ações que irão nortear o futuro. A interação
dos pesquisadores convidados a este evento com os discentes e docentes deste curso, certamente muito
contribuirá para que alcancemos este objetivo”. Já o III Workshop aconteceu no ano de 2002, de 4 a 6 de
dezembro, e comemorou os 10 anos do Programa. Os alunos egressos e ingressantes apresentaram seus
trabalhos de pesquisa ou projetos na forma de comunicação oral ou paineis. Na ocasião, mesas-redondas e
palestras abordaram tópicos em Microbiologia, avanços no conhecimento da Parasitologia, Morfologia e
modelos de estudos em Imunoparasitologia.
O presente IV Workshop objetiva proporcionar aos discentes desse Programa a oportunidade de
apresentar e discutir criticamente os dados referentes aos seus projetos de pesquisa e difundir o atual
estágio das atividades de pesquisa em Imunologia, Parasitologia e Microbiologia.
Além disso, o evento será uma oportunidade de reflexão e auto-análise das atividades
desenvolvidas durante estes 20 anos de existência do PPIPA e também comemorar a ascensão do nosso
conceito junto a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior decorrente da avaliação do
último triênio, onde passamos de nota 4 para nota 5.
A expectativa da Comissão Organizadora é que todos aproveitem a oportunidade para ampliação
dos limites do nosso fazer diário para que juntos continuemos a trilhar o caminho da excelência científica e
acadêmica.
SUMÁRIO
COMUNICAÇÃO ORAL
A FORMA RECOMBINANTE BASEADA NA PROTEÍNA P21 DE Trypanosoma cruzi INDUZ FAGOCITOSE
INESPECÍFICA PELA LIGAÇÃO AO RECEPTOR CXCR4 E SINALIZAÇÃO VIA PI-3 QUINASE
9
PAPEL DA PROTEÍNA SAG2A DE Toxoplasma gondii NA MODULAÇÃO DA RESPOSTA IMUNE
INFLAMATÓRIA DO HOSPEDEIRO
10
ANÁLISE CINÉTICA DA RESPOSTA IMUNE HUMORAL CONTRA A PROTEÍNA RECOMBINANTE SAG2A
EM PACIENTES COM TOXOPLASMOSE AGUDA 11
O EFEITO DO FATOR DE INIBIÇÃO DE MIGRAÇÃO DE MACRÓFAGOS (MIF) EM EXPLANTES DE
PLACENTA INFECTADOS POR T. gondii É DEPENDENTE DA IDADE GESTACIONAL 12
UMA NOVA PROPOSTA DE DETECÇÃO DA ESTRONGILOIDÍASE EXPERIMENTAL UTILIZANDO
AMOSTRAS DE LAVADO BRONCO ALVEOLAR 13
REATIVIDADE DE ANTICORPOS A FRAÇÕES ANTIGÊNICAS DE Strongyloides venezuelensis NO
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DA ESTRONGILOIDÍASE HUMANA
14
CARACTERIZAÇÃO IMUNOPROTEÔMICA DE ALÉRGENOS DE Dermatophagoides farinae COM
REATIVIDADE DIFERENCIAL DE ANTICORPOS IgE, IgG1 E IgG4 ENTRE PACIENTES ATÓPICOS E
INDIVÍDUOS NÃO ATÓPICOS
15
COLONIZAÇÃO MUCOSA DE OROFARINGE E O RISCO DE PNEUMONIA ASSOCIADA À VENTILAÇÃO
(PAV) POR Staphylococcus aureus EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA (UTI) DE UM HOSPITAL
UNIVERSITÁRIO BRASILEIRO
16
INFECÇÃO DE CORRENTE SANGUÍNEA DE NATUREZA ENDÊMICA E EPIDÊMICA CAUSADA POR
Pseudomonas aeruginosa DO FENÓTIPO METALO-Β-LACTAMASE (MBL) EM UM HOSPITAL
UNIVERSITÁRIO
17
RINOVÍRUS HUMANO EM INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS AGUDAS EM CRIANÇAS: CARACTERIZAÇÃO
MOLECULAR, DUPLA INFECÇÃO COM OUTROS VÍRUS RESPIRATÓRIOS E ASPECTOS CLÍNICOS 18
OOCISTOS DE Hepatozoon canis EM Rhipicephalus (Boophilus) microplus 19
TRANSFERÊNCIA, VIABILIDADE E COLONIZAÇÃO DE Campylobacter jejuni EM VITELO E EMBRIÕES DE
FRANGOS
20
PAINEL
FRAÇÕES HIDROFÓBICA E HIDROFÍLICA DE EXTRATOS TOTAIS SALINO E ALCALINO DE
Strongyloides venezuelensis NO IMUNODIAGNÓSTICO DA ESTRONGILOIDÍASE HUMANA 22
FRAÇÃO DETERGENTE DE ANTÍGENO HETERÓLOGO NA DETECÇÃO DE ANTICORPOS ANTI-
Strongyloides EM AMOSTRAS DE SALIVA E SORO HUMANAS 23
CINÉTICA DE DETECÇÃO DE IMUNOCOMPLEXOS E DE ANTICORPOS EM AMOSTRAS DE SORO DE
RATOS IMUNOSSUPRIMIDOS E EXPERIMENTALMENTE INFECTADOS POR Strongyloides
venezuelensis
24
O PROTOZOÁRIO Neospora caninum EVADE A RESPOSTA IMUNE DE HOSPEDEIROS MURINOS POR
MEIO DO RECEPTOR INATO DECTINA-1 25
AVALIAÇÃO DO PAPEL DE RECEPTORES TIPO NOD NA INFECÇÃO POR Neospora caninum 26
PADRONIZAÇÃO DE MODELO DE INFECÇÃO ORAL EM CAMUNDONGOS COM CISTOS DE Neospora
caninum OBTIDOS IN VITRO 27
DETECÇÃO DE ANTICORPOS ESPECÍFICOS ANTI-Neospora caninum IgG EM DIFERENTES GRUPOS DE
PACIENTES IMUNOCOMPROMETIDOS 28
PARTICIPAÇÃO DA PROTEÍNA ADAPTADORA AFAP1NA INVASÃO CELULAR POR Leishmania
amazonensis e Trypanosoma cruzi 29
ATIVIDADE ANTI- Leishmania E ALTERAÇÕES ULTRAESTRUTURAIS EM PROMASTIGOTAS DE
Leishmania (Leishmania) amazonensis TRATADAS COM UMA FOSFOLIPASE A2 ISOLADA DA
PEÇONHA DE Bothropoides pauloensis
30
ESTUDO DA SUSCETIBILIDADE DE AMASTIGOTAS EXTRACELULARES DAS CEPAS G E CL DE
Trypanosoma cruzi A COMPONENTES DO SISTEMA IMUNE INATO E ADAPTATIVO 31
TGF-β1 E IFN-γ REGULAM POSITIVAMENTE A EXPRESSÃO DE ICAM-1 E A ADESÃO DE Toxoplasma
gondii EM CÉLULAS TROFOBLÁSTICAS HUMANAS (LINHAGEM BEWO) 32
INFLUÊNCIA DAS CEPAS RH E ME49 DE Toxoplasma gondii NA INDUÇÃO DE APOPTOSE EM
CÉLULAS TROFOBLÁSTICAS (LINHAGEM BEWO) SUBMETIDAS AO TRATAMENTO COM CITOCINAS
PRÓ E ANTI-INFLAMATÓRIAS
33
EFEITO DE AZITROMICINA E ESPIRAMICINA NA INVASÃO, REPLICAÇÃO E PRODUÇÃO DE
CITOCINAS EM CÉLULAS BEWO INFECTADAS COM Toxoplasma gondii 34
CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DE ANTICORPOS POLICLONAIS IgY ANTI-Toxoplasma gondii 35
DETECÇÃO DE ANTICORPOS ESPECÍFICOS PARA Toxoplasma gondii EM DUAS ESPÉCIES DE JACARÉS
DA FAUNA BRASILEIRA (Melanosuchus niger e Caimam crocodilus) POR MEIO DE ENSAIOS
IMUNOENZIMATICOS (ELISA)
36
SELEÇÃO DE ANTICORPOS MONOCLONAIS CONTRA PROTEÍNAS DE Toxoplasma gondii VISANDO
NOVOS MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO, PROTOCOLOS VACINAIS E NOVAS ESTRATÉGIAS
TERAPÊUTICAS
37
CASO IMPORTADO DE MALÁRIA POR Plasmodium ovale EM UBERLÂNDIA-MG 38
IMPORTÂNCIA DO AMBIENTE, COLONIZAÇÃO NASAL E DAS MÃOS DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE
NA EPIDEMIOLOGIA DE PNEUMONIAS ASSOCIADAS À VENTILAÇÃO MECÂNICA (PAVS) POR
Staphylococcus aureus EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO BRASILEIRO
39
FATORES DE RISCO QUE INFLUENCIAM A SOBREVIDA DE PACIENTES COM INFECÇÕES POR
Acinetobacter baumannii MULTIRESISTENTES 40
DETECÇÃO DOS SOROTIPOS 1 E 2 DO VÍRUS DA DENGUE EM UBERLÂNDIA, MG, NO ANO DE 2011 41
ESPÉCIES DE Candida ISOLADAS A PARTIR DE HEMOCULTURA EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
DO TRIÂNGULO MINEIRO
42
EFEITO DA INDUÇÃO DA INFLAMAÇÃO POR CARRAGENINA NO RECRUTAMENTE PERITONEAL E
PRODUÇÃO MEDULAR DE LEUCÓCITOS 43
IMUNOLOGIA DO EXERCÍCIO E SAÚDE 44
PROJETO DE PESQUISA
INFECÇÃO POR Entamoeba histolytica E Entamoeba dispar EM PACIENTES PORTADORES DE
HIV/AIDS DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE UBERLÂNDIA (HC- UFU), MINAS GERAIS 46
ANÁLISE DA PRODUÇÃO DE CITOCINAS POR CÉLULAS TROFOBLÁSTICAS HUMANAS (LINHAGEM
BEWO) INFECTADAS POR DOIS ISOLADOS DE Toxoplasma gondii DE UBERLÂNDIA, MG, BRASIL 47
EFEITO DA DEPLEÇÃO DE CÉLULAS T REGULATÓRIAS EM CAMUNDONGOS C57BL/6 NO CONTROLE
DA RESPOSTA IMUNE INDUZIDA PELA INFECÇÃO POR Toxoplasma gondii 48
ETIOPATOGENIA DE INFECÇÕES DE CORRENTE SANGUÍNEA ASSOCIADA A CATETER VENOSO
CENTRAL E AVALIAÇÃO DE UM PACOTE DE MEDIDAS NA SUA PREVENÇÃO EM NEONATOS
CRÍTICOS
49
ESTUDO COMPARATIVO DA BIOLOGIA DE CARRAPATOS Amblyomma parvum (Aragão: 1908)
(Acari: Ixodidae) DE DUAS POPULAÇÕES DISTINTAS QUANDO ALIMENTADOS EM DIVERSAS
ESPÉCIES ANIMAIS E AVALIAÇÃO DE ISOLAMENTO REPRODUTIVO ENTRE ELES
50
AVALIAÇÃO DA REPOSTA IMUNE E A VIA DE SINALIZAÇÃO DESENCADEADA PELA TRANSFERÊNCIA
ADOTIVA DE CÉLULAS APRESENTADORAS DE ANTÍGENO ESTIMULADAS COM ANTÍGENO SOLÚVEL
DE Toxoplasma gondii E DE Neospora caninum
51
CARACTERIZAÇÃO ESTRUTURAL E FUNCIONAL DE PROTEÍNAS DE Toxoplasma gondii HOMÓLOGAS
A UMA METALOPROTEASE DE Bothrops moojeni 52
UTILIZAÇÃO DE PEPTÍDEOS NATIVOS DOS ANTÍGENOS P30 (SAG1), P22 (SAG2A) E P97 DE
Toxoplasma gondii EM IMUNOENSAIOS APLICADOS EM AMOSTRAS BIOLÓGICAS DE GESTANTES E
RECÉM-NASCIDOS COM DIAGNÓSTICO CLÍNICO PRESUNTIVO DE TOXOPLASMOSE RECENTE
53
CARACTERIZAÇÃO DE ANTÍGENOS DE Neospora caninum PARA PRODUÇÃO DE INSUMOS COM
VALOR DIAGNÓSTICO, PROFILAXIA E PROTEÇÃO NA NEOSPOROSE
54
FRACIONAMENTO DE ANTÍGENO HETERÓLOGO POR TÉCNICAS CROMATOGRÁFICAS NO
IMUNODIAGNÓSTICO DA NEUROCISTICERCOSE HUMANA 55
AVALIAÇÃO DE PEPTÍDEOS NO CONTROLE DA CISTICERCOSE 56
EPIDEMIOLOGIA DE PNEUMONIAS ASSOCIADAS À VENTILAÇÃO MECÂNICA POR Pseudomonas
aeruginosa RESISTENTE AO IMIPENEM EM PACIENTES INTERNADOS NA UNIDADE DE TERAPIA
INTENSIVA ADULTA MISTA DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO BRASILEIRO
57
EPIDEMIOLOGIA DE PAVS POR Acinetobacter baumannii RESISTENTE AO IMIPENEM EM PACIENTES
INTERNADOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA (UTI) DE ADULTOS, CLÍNICOCIRÚRGICA, DE UM
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO BRASILEIRO
58
PRESENÇA DE Streptococcus agalactiae E Escherichia coli NA MUCOSA VAGINAL/PERIANAL DE
GESTANTES E SUA CORRELAÇÃO COM SEPSE NEONATAL PRECOCE. 59
IMPACTO DA CONTAMINAÇÃO MICROBIANA DE FLUIDOS DE CORTE E FORMAÇÃO DE BIOFILME
PARA A INDÚSTRIA NACIONAL. 60
COMUNICAÇÃO
ORAL
9 Os resumos assinados nesta publicação são de inteira responsabilidade dos seus autores.
A FORMA RECOMBINANTE BASEADA NA PROTEÍNA P21 DE Trypanosoma cruzi INDUZ FAGOCITOSE
INESPECÍFICA PELA LIGAÇÃO AO RECEPTOR CXCR4 E SINALIZAÇÃO VIA PI-3 QUINASE
Adele A. Rodrigues1, Tatiana M. Clemente1, Rafael G. B. Gomes1, Paulo César F. Santos1, Marlus A. Santos1,
Fabrício C. Machado1, Diana Bahia2, Mário C. Cruz2, Eloísa A. V. Ferro1, Claudio V. Silva1
1. Universidade Federal de Uberlândia.
2. Universidade Federal de São Paulo.
e-mail: [email protected]
A proteína P21 de Trypanosoma cruzi foi há pouco tempo caracterizada e sua possível atuação no processo
de internalização do parasito na célula hospedeira foi analisada. Dar continuidade à caracterização
funcional da P21 de T. cruzi por meio do emprego de sua forma recombinante (P21-His6) é de grande
relevância, pois esta poderá futuramente figurar entre os potenciais alvos terapêuticos para o tratamento
da doença de Chagas. Para o estudo da atividade da forma recombinante da proteína P21, realizamos
ensaios de fagocitose in vitro, no qual macrófagos peritoneais de camundongos C57BL/6 foram incubados
com partículas de zimozan ou infectados com amastigotas extracelulares de T. cruzi, promastigotas de
Leishmania amazonensis e taquizoítas de Toxoplasma gondii, recebendo ou não tratamento com P21-His6.
Em seguida, os mesmos ensaios foram repetidos utilizando-se macrófagos de outro modelo animal Calomys
callosus. Também observamos a imunofluorescência de filamentos de actina em macrófagos tratados ou
não com P21-His6. Subsequentemente, testamos alguns inibidores de proteínas envolvidas em processos
de sinalização intracelular ou de receptores que poderiam indicar em qual via de sinalização relacionada
com a dinâmica do citoesqueleto de actina a P21-His6 está atuando. Os resultados demonstraram que a
P21-His6 aumentou a internalização das partículas de zimozan, bem como de todos os parasitos
supracitados. Além disso, macrófagos tratados com a proteína apresentaram aumento na polimerização de
actina cortical. Foi possível observar que a proteína P21-His6 pode se ligar ao receptor da quimiocina
CXCR4. Inibição de sinalização por PI3-quinase, AKT, MEK, MEK 1-2 e ERK inibiu a fagocitose de zimozan e
esta não foi restaurada pelo tratamento com a proteína recombinante. Conclui-se, portanto, que P21-His6
é capaz de induzir processo fagocítico inespecificamente devido à atuação da proteína no citoesqueleto de
actina cortical, por um processo de sinalização dependente da ligação ao receptor CXCR4, ativação de PI3-
quinase, e subsequentemente de AKT, MEK, MEK 1-2 e ERK. Apoio: CNPq, FAPEMIG.
Palavras-chave: P21, CXCR4, citoesqueleto de actina.
10 Os resumos assinados nesta publicação são de inteira responsabilidade dos seus autores.
PAPEL DA PROTEÍNA SAG2A DE Toxoplasma gondii NA MODULAÇÃO DA RESPOSTA IMUNE
INFLAMATÓRIA DO HOSPEDEIRO
Arlindo G. Macêdo Júnior1, Jair P. Cunha Junior1, Murilo V. Silva1, Fernanda M. Santiago1, Deise A. O. Silva1,
João S. Silva2, Carlos P. Pirovani3, José R. Mineo1, Tiago W. P. Mineo1
1. Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade Federal de Uberlândia, Minas Gerais, Brasil.
2. FMRP/Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil.
3. CBG/ Universidade Estadual de Santa Cruz, Bahia, Brasil.
e-mail: [email protected]
Toxoplasma gondii é conhecido por modular a resposta imune pró-inflamatória desencadeada por
agonistas de receptores tipo Toll e, neste contexto, tem sido amplamente utilizado como modelo de
imunomodulação da imunidade inata. O objetivo de nosso trabalho foi avaliar se T. gondii utiliza a proteína
SAG2A na modulação da resposta inflamatória por macrófagos no contato inicial parasito-hospedeiro.
Proteína recombinante SAG2A e SAG2A sem região C-Terminal e taquizoítos da cepa RH de T. gondii foram
utilizados em experimentos com macrófagos derivados de medula óssea. Estudos com inibidores de p38,
JNK e ERK1/2 foram realizados por inibição química anterior à estimulação celular. O ensaio de parasitismo
foi determinado por dosagem colorimétrica a partir da expressão estável de β-galactosidase em cepa tipo I.
As concentrações de IL-12, TNF-α e IL-10 foram mensuradas por kits ELISA comerciais e a produção de
Óxido Nítrico estimada a partir da concentração de nitrito pelo método de Griess em sobrenadantes
obtidos de culturas de macrófagos estimulados. Nossos estudos demonstraram que a imunomodulação
induzida pelo parasita é independente da invasão do parasito vivo. O pré-tratamento das células com
rSAG2A induziu inibição da produção de nitrito, IL-12 e TNF-α, associado com aumento de Il-10. O bloqueio
da proteína de superfície SAG2A por monoclonal específico reverteu a supressão de células ativadas e a
inibição da proliferação parasitaria. Análises adicionais indicaram que a modulação imune inata induzida
através da SAG2A depende da presença da região C-terminal da proteína. A inibição química de MAP
quinase impediu a supressão de fatores pró-inflamatórios induzidos pela proteína, tão bem como reduziu a
proliferação parasitária. Assim, a presença de SAG2A em T. gondii é capaz de modular as respostas imune
inatas e contribuir para mecanismos de evasão do parasita frente a resposta efetora induzida pelo
hospedeiro. Apoio: UFU, CNPq, FAPESP, FAPEMIG.
Palavras-chave: Toxoplasma gondii, SAG2A, imunomodulação, imunidade inata.
11 Os resumos assinados nesta publicação são de inteira responsabilidade dos seus autores.
ANÁLISE CINÉTICA DA RESPOSTA IMUNE HUMORAL CONTRA A PROTEÍNA RECOMBINANTE SAG2A EM
PACIENTES COM TOXOPLASMOSE AGUDA
Silas S. Santana1, Deise A. O. Silva1, Letícia D. Vaz1, Carlos P. Pirovani2, José R. Mineo1, Jair P. Cunha Junior1
1. Laboratório de Imunoparasitologia,Instituto de Ciências Biomédicas,Universidade Federal de Uberlândia,Uberlândia,MG, Brasil
2. Laboratório de Genética e Biologia Molecular, Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus,
BA, Brasil.
e-mail: [email protected]
Múltiplas proteínas recombinantes de Toxoplasma gondii têm sido utilizadas em estudos envolvendo o
diagnóstico sorológico da infecção por este parasito, principalmente com o intuito de identificar potenciais
alvos capazes de diferenciar as fases aguda e crônica da toxoplasmose. O objetivo do trabalho foi avaliar a
cinética dos anticorpos IgM, IgA ,IgG e subclasses (IgG1 e IgG3) através de imunoensaios realizados em
amostras sequenciais de soros humanos, provenientes de pacientes com toxoplasmose aguda, frente ao
antígeno recombinante SAG2A e ao antígeno solúvel de Toxoplasma gondii (STAg). A cinética dos níveis de
anticorpos foi avaliada com a metodologia de ELISA (indireto ou captura) utilizando a proteína
recombinante SAG2A ou STAg em amostras de soros sequenciais divididos trimestralmente. A avidez do
anticorpo IgG1 foi analisada por meio de metodologia de slot-blot avidez. Adicionalmente, a razão entre as
subclasses IgG3 e IgG1 (IgG3:IgG1) para SAG2A foi determinada em cada momento do estudo. Esta razão
foi analisada quanto ao grau de associação com os níveis de anticorpos IgM e IgA específicos para STAg e
aos índices avidez de IgG1 específicos para SAG2A. Foi observado a presença de níveis decrescentes de IgM
e IgA para ambos os antígenos utilizados, enquanto que para o isotipo IgG o perfil cinético demonstrou
níveis crescentes para ambas as preparações antigênicas. A razão entre IgG3:IgG1 obtida na fase inicial foi
significantemente maior para SAG2A em comparação com STAg, com comportamento decrescente para
SAG2A e crescente para STAg .Em relação aos índices de avidez para IgG1, foi observado que amostras de
soros de uma fase inicial apresentaram baixa avidez média de anticorpos IgG1 dirigidos para SAG2A,
enquanto que as mesmas amostras demonstraram avidez média intermediária de IgG1 quando STAg foi
utilizado como antígeno. Já em uma fase mais tardia, a avidez média observada foi alta para STAg e
intermediária com SAG2A. Diferentes percentagens de associações entre a razão IgG3/IgG1 e níveis de
IgM e IgA específicos para STAg ou índices de avidez de IgG1 para SAG2A foram encontrados a depender do
tempo de infecção. Tomados em conjunto, os dados deste estudo indicam que a determinação de
subclasses de IgG específicos para proteína SAG2A e a determinação da razão IgG3/IgG1 podem constituir
parâmetros adicionais de imunodiagnóstico para utilização na diferenciação das fases da infecção humana
por T. gondii, especialmente em situações de indicação de infecção precoce.
Palavras-chave: Toxoplasma gondii, toxoplasmose, diagnóstico sorológico.
12 Os resumos assinados nesta publicação são de inteira responsabilidade dos seus autores.
O EFEITO DO FATOR DE INIBIÇÃO DE MIGRAÇÃO DE MACRÓFAGOS (MIF) EM EXPLANTES DE PLACENTA
INFECTADOS POR T. gondii É DEPENDENTE DA IDADE GESTACIONAL
Angelica O. Gomes1, Deise A. O. Silva1, Neide M. Silva1, Bellisa F. Barbosa1, Priscila S. Franco1, Mariana B.
Angeloni1, Marise L. Fermino2, Maria C. Roque-Barreiro2, Maria C. Santos3, Claúdio V. Silva1, Tiago W. P.
Mineo1, José R. Mineo1, Eloisa A. V. Ferro1
1. Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade Federal de Uberlândia.
2. Departamento de Ginecologia e Obstetrícia, Universidade Federal de Uberlândia.
3. Departamento de Biologia Celular e Molecular e Bioagentes Patogênicos, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade
de São Paulo.
e-mail: [email protected]
O fator de inibição de migração de macrófagos (MIF) é uma citocina chave durante a gestação e que
apresenta propriedades inflamatórias e atua na defesa contra diversos patógenos. O objetivo deste
trabalho foi investigar os efeitos de MIF em explantes de placentas de primeiro e terceiro trimestre de
gestação quando infectados com a cepa RH de Toxoplasma gondii. Explantes placentários foram tratados
com MIF, IL-12, IFNγ, TGF-β ou IL-10 seguidos pela infecção com taquizoítas da cepa RH de T. gondii. Os
sobrenadantes do cultivo de explantes foram avaliados quanto a produção de MIF e TGF-β. Os explantes
foram processados para a análise morfológica, imunohistoquímica e PCR em tempo real. Além disso, os
explantes foram tratados com triptofano ou com o inibidor da indoleamina 2,3 dioxigenase (IDO), e/ou com
citocinas (MIF ou IFN-γ). A seguir os explantes foram infectados e novamente estimulados. O parasitismo
foi quantificado pela atividade da beta galactasidase em ensaio colorimétrico. Observou-se um significante
aumento na liberação de MIF em explantes de primeiro trimestre infectados com T. gondii em comparação
com os controles (não infectados). Este fenômeno não foi observado em explantes de terceiro trimestre. O
parasitismo tecidual foi mais elevado em explantes de terceiro trimestre em comparação com explantes de
primeiro trimestre. Além disso, o conteúdo de DNA de T. gondii foi mais baixo em explantes placentários
tratados com MIF em comparação com explantes não tratados. Entretanto, em explantes de terceiro
trimestre o conteúdo de DNA de T. gondii foi reduzido somente na concentração mais alta desta citocina.
Observou-se por ensaios de imunohistoquímica e PCR Real Time que explantes placentários de primeiro
trimestre apresenta uma expressão do receptor de MIF (CD74) mais elevada se comparados com explantes
de terceiro trimestre. O efeito de MIF em reduzir o parasitismo na placenta parece estar relacionado com a
atividade da IDO uma vez que o aumento de parasitismo observado na presença do inibidor da IDO foi
revertido quando o tratamento com o inibidor foi seguido do tratamento com MIF. Em conclusão, MIF foi
regulado positivamente e demonstrou ser importante para o controle da infecção por T. gondii em
explantes de primeiro trimestre. O controle da infecção dependente de MIF parece estar relacionado com a
atividade da IDO. A ausência da regulação positiva de MIF em explantes de terceiro trimestre infectados
por T. gondii pode estar envolvido com a maior suscetibilidade à infecção nesta idade gestacional.
Palavras-chave: MIF, T. gondii, explantes placentários.
13 Os resumos assinados nesta publicação são de inteira responsabilidade dos seus autores.
UMA NOVA PROPOSTA DE DETECÇÃO DA ESTRONGILOIDÍASE EXPERIMENTAL UTILIZANDO AMOSTRAS
DE LAVADO BRONCO ALVEOLAR
Ana Lúcia R. Gonçalves1, Cláudio V. da Silva1, Marlene T. Ueta2, Julia M. Costa-Cruz1
1. Universidade Federal de Uberlândia, ICBIM.
2. Universidade Estadual de Campinas, Laboratório de Parasitologia.
e-mail: [email protected]; [email protected]
Os conhecimentos a respeito dos mecanismos que o parasito do gênero Strongyloides utiliza para evadir da
resposta imune do hospedeiro são ainda insipientes. Tendo como modelo experimental o roedor Rattus
norvegicus, o hospedeiro natural de Strongyloides venezuelensis, acredita-se que a padronização de novas
reações imunológicas para detecção de antígeno, anticorpo e imunocomplexo representa potencial
perspectiva para diagnóstico da infecção humana. Este estudo teve por objetivo avaliar a cinética de
detecção de antígeno, anticorpo e imunocomplexo em amostras de lavado bronco alveolar (LBA) de ratos
imunossuprimidos ou não e experimentalmente infectados por S. venezuelensis. Para a extração do LBA,
ratos Wistar imunossuprimidos (grupo I) ou não (grupo II) e experimentalmente infectados com S.
venezuelensis foram previamente anestesiados para a abertura da cavidade toráxica e exposição da
traquéia e sacrificados nos dias 2, 5, 8, 13 e 21 após a infecção (p.i). Foram utilizados 6 animais por dia de
cada grupo experimental. Para detectar antígeno, o ensaio imunoenzimático foi realizado utilizando gama-
globulina anti-S. venezuelensis produzida em coellhos e conjugado anti-L3 marcado com peroxidase , para
detectar anticorpos utilizou-se extrato alcalino de larvas filarióides e IgG anti-rato marcado com peroxidase
e na detecção de imunocomplexo, utilizou-se anti-IgG de S. venezuelensis produzida em coelho e IgG anti-
rato marcada com peroxidase. A análise estatística foi realizada por ANOVA, seguida pelo teste de Tukey.
Foram considerados estatisticamente significantes os dados que apresentaram p<0,05. A detecção de
antígeno foi observada em toda a cinética em ambos grupos, com diferença estatística entre os ratos do
grupo II no dia 2 p.i e os demais em todos os pontos da cinética (p<0,001). A detecção de anticorpo foi mais
expressiva nos ratos do grupo I nos dias 5 e 8 p.i, com índices de reatividade mais elevados. A presença de
imunocomplexo circulante pode ser observada em ratos dos grupos I e II em toda a cinética, com índices de
reatividade mais elevados entre os animais do grupo II, do dia 5 ao 21 p.i (p<0,05). A associação entre a
detecção de antígeno e de imunocomplexo em lavado bronco alveolar representa uma ferramenta
diagnóstica precoce na estrongiloidíase. Apoio: CAPES, CNPq, FAPEMIG.
Palavras-chave: estrongiloidíase, lavado bronco alveolar, imunossupressão.
14 Os resumos assinados nesta publicação são de inteira responsabilidade dos seus autores.
REATIVIDADE DE ANTICORPOS A FRAÇÕES ANTIGÊNICAS DE Strongyloides venezuelensis NO
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DA ESTRONGILOIDÍASE HUMANA
Henrique T. Gonzaga1, Jair P. Cunha-Junior2, Deise A. O. Silva2, Marlene T. Ueta3, Julia M. Costa-Cruz1
1. Laboratório de Diagnóstico de Parasitoses, Universidade Federal de Uberlândia.
2. Laboratório de Imunoparasitologia, Universidade Federal de Uberlândia.
3. Laboratório de Helmintologia, Universidade Estadual de Campinas.
e-mail: [email protected]; [email protected]
Strongyloides stercoralis, nematódeo parasita intestinal, é um dos responsáveis pelas helmintíases
negligenciadas em humanos. A detecção precoce previne o desenvolvimento das síndromes clínicas de
hiperinfecção e disseminação. Na procura por marcadores de resposta imune na estrongiloidíase, as
propriedades antigênicas de componentes glicosilados de Strongyloides e o desempenho da avidez de
anticorpos IgG foram testados em imunoensaios. Considerando a importância do imunodiagnóstico da
estrongiloidíase e a capacidade de ligação a carboidratos das lectinas, como concanavalina-A (Con-A),
foram testados o extrato salino total de larvas filarioides de S. venezuelensis (ES) e suas frações obtidas em
coluna com Con-A: não ligante (FNL Con-A) e ligante Con-A (FL Con-A) na detecção de imunoglobulinas (IgG
e IgA). A determinação de avidez de IgG foi realizada para detectar pacientes com estrongiloidíase e
caracterizar origens de discrepância entre sorologia e coproparasitologia. Sensibilidade (Se), especificidade
(Es), area under curve (AUC), likelihood ratio (LR) e coeficientes de correlação foram calculados; a análise
estatística foi realizada pelos testes de Mann Whitney e exato de Fisher. FNL Con-A mostrou os melhores
parâmetros diagnósticos para detecção de IgG (Se 95,0%, Es 92,5%, AUC 0,99, LR 12,7) e alta correlação (r
= 0,700) com o ES. As frações não demonstraram claramente utilidade na detecção de IgA. Índice avidez
(IA) foi calculado para cada amostra de soro considerando: (a) IA de triagem (diluição 1:160) e (b) IA médio
a diferentes diluições. Para diferenciar os grupos nos IA de triagem e médio foi estabelecido limiar de 75%
(p < 0,001). O immunoblot avidez auxiliou na análise de casos discrepantes no ELISA e foi útil como
ferramenta complementar na identificação de antígenos responsáveis pela maturação da afinidade.
Concluiu-se que FNL Con-A demonstrou conter fonte importante de peptídeos específicos eficientes na
detecção de IgG no imunodiagnóstico da estrongiloidíase; e o ensaio de avidez de IgG distinguiu infecção
ativa por S. stercoralis com eliminação de larvas dos casos suspeitos ou falso positivos. Apoio: UFU, CNPq,
FAPEMIG.
Palavras-chave: avidez, glicoproteínas, sorodiagnóstico.
15 Os resumos assinados nesta publicação são de inteira responsabilidade dos seus autores.
CARACTERIZAÇÃO IMUNOPROTEÔMICA DE ALÉRGENOS DE Dermatophagoides farinae COM
REATIVIDADE DIFERENCIAL DE ANTICORPOS IgE, IgG1 E IgG4 ENTRE PACIENTES ATÓPICOS E INDIVÍDUOS
NÃO ATÓPICOS
Leandro H. Ynoue1, Juliana S. Miranda1, Karine C. Almeida1, Jair P. Cunha-Junior2, Carlos P. Pirovani3, Deise
A. O. Silva1,2, Ernesto A. Taketomi1
1. Laboratório de Alergia e Imunologia Clínica, Universidade Federal de Uberlândia.
2. Laboratório de Imunoparasitologia, Universidade Federal de Uberlândia.
3. Laboratório de Proteômica, Universidade Estadual de Santa Cruz.
e-mail: [email protected]; [email protected]
Dermatophagoides farinae (Df) é considerado um dos principais ácaros da poeira domiciliar e uma
importante fonte de alérgenos respiratórios no mundo todo. Alguns alérgenos de Df aparecem na forma
de isoalérgenos que apresentam mudanças na sequência de aminoácidos ou glicosilação, que pode causar
diferenças na sensibilização alergênica. Assim, o objetivo foi investigar a reatividade dos anticorpos IgE,
IgG1 e IgG4 às isoformas antigênicas de Df em pacientes atópicos e indivíduos não atópicos, com potencial
aplicação para diagnóstico de alergia e para imunoterapia alérgeno específica. Indivíduos atópicos (n=60) e
não atópicos (n=30) foram selecionados com base no histórico clínico de alergia respiratória e teste
cutâneo de puntura (TCP) positivo a alérgenos de Df. O soro dos indivíduos do estudo foram analisados por
ELISA para quantificação dos níveis de IgE, IgG1 e IgG4 aos alérgenos de Df. O extrato total de Df foi
separado por eletroforese uni- (1-D) e bi- (2-D) dimensionais e subsequentemente analisados por
imunoblot 1-D e 2D para avaliação do perfil de IgE, IgG1 e IgG4 que reconheceram os componentes do
extrato alergênico de Df no soro dos indivíduos atópicos e não atópicos. Resultados: Os níveis de IgE, IgG1 e
IgG4 específicos a Df bem como as frequências no perfil de reatividade 1-D foram usados para selecionar os
soros utilizados na analise imunoproteômica. O perfil de reatividade de IgE, IgG1 e IgG4 no imunoblot 2-D
mostrou interessantes padrões de reconhecimento e alguns spots puderam ser relacionados a alérgenos
hipotéticos conhecidos. Componentes que foram reconhecidos somente por IgE e por IgE/IgG4 no grupo
atópico migraram exclusivamente abaixo de 37 kDa enquanto que a ligação somente para IgG1 migrou
apenas acima desse limiar. A análise imunoproteômica tanto no grupo atópico quanto no não atópico
mostrou um grande número de componentes antigênicos e a maioria deles pôde ser relacionada à
alérgenos hipotéticos conhecidos. Além disso, a imunorreatividade dessas proteínas pode ser útil para o
sorodiagnóstico e abre oportunidades para o desenvolvimento de imunoterapia personalizada para
pacientes com doenças alérgicas.
Palavras-chave: Dermatophagoides farinae, alérgenos, imunoproteômica.
16 Os resumos assinados nesta publicação são de inteira responsabilidade dos seus autores.
COLONIZAÇÃO MUCOSA DE OROFARINGE E O RISCO DE PNEUMONIA ASSOCIADA À VENTILAÇÃO (PAV)
POR Staphylococcus aureus EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA (UTI) DE UM HOSPITAL
UNIVERSITÁRIO BRASILEIRO
Michel R. Moreira, Paulo P. Gontijo Filho
Laboratório de Microbiologia, Universidade Federal de Uberlândia.
e-mail: [email protected]
Pacientes colonizados são o principal reservatório de S. aureus em UTIs além de representarem um risco de
infecções subsequentes. A PAV é uma infecção grave, mais freqüente em países com recursos limitados
como o Brasil e há poucos estudos sobre seus aspectos epidemiológicos. O presente estudo objetivou
avaliar a colonização da mucosa de orofaringe (OF) de pacientes sob ventilação mecânica (VM) e o risco de
PAVs por S. aureus susceptível ou resistente à oxacilina, assim como a sua relação com o consumo das
principais classes de antibióticos e outros fatores de risco. O Hospital de Clínicas da Universidade Federal de
Uberlândia (UFU) possui uma UTI mista de adultos com 15 leitos. O estudo foi de coorte, prospectivo, no
período de 05/2009 a 08/2010. As culturas das secreções de orofaringe foram feitas em agar manitol
salgado na admissão do paciente e a cada 2 dias até a confirmação da colonização. As PAVs foram definidas
com base em critérios clínicos, radiológicos e contagem microbiológica ≥ 106UFC/ml no aspirado traqueal.
O consumo de antimicrobianos foi avaliado por meio da dose diária definida por 1000 pacientes-dia (pd)
para os antibióticos: vancomicina, carbapenêmicos e cefalosporinas de amplo espectro. Trabalho aprovado
pelo comitê de ética em pesquisas da UFU. Foram incluídos 346 pacientes sob VM com uma freqüência de
colonização de orofaringe de 36,4%%, correspondendo a 63,5% e 36,5% de ORSA e OSSA, respectivamente.
O S. aureus representou 13,6% das etiologias das PAVs detectadas. O risco de adoecimento por esse
microrganismo foi significativo (P ≤ 0,05), independente se a foi por ORSA ou OSSA. O tempo médio para
colonização foi de 5,8 dias para o fenótipo resistente e de 5,0 para o susceptível à oxacilina. A utilização de
antibióticos foi alta, particularmente para cefalosporinas de amplo espectro. A elevada densidade de uso
de glicopeptídeos foi relacionada com a recuperação de ORSA e a colonização por este fenótipo foi
diferente estatisticamente daquela por OSSA por análise multivariada para: idade > 60 anos, terapia
antibiótica prévia e uso de carbapenêmicos. Verificou-se uma relação significativa entre a colonização da
mucosa de OF e o risco de PAV por ORSA e OSSA e do uso de glicopeptídeos apenas com os pacientes com
ORSA. Idade > 60 anos, terapia antibiótica prévia e uso de carbapenêmicos também foram fatores de risco
para colonização pelo ORSA.
Palavras-chave: PAVs, Staphylococcus aureus, colonização de orofaringe.
17 Os resumos assinados nesta publicação são de inteira responsabilidade dos seus autores.
INFECÇÕES DE CORRENTE SANGUÍNEA DE NATUREZA ENDÊMICA E EPIDÊMICA CAUSADAS POR
Pseudomonas aeruginosa Do FENÓTIPO METALO-β-LACTAMASE EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
Raquel C. C. Dantas, Melina L. Ferreira, Ana Paula A. Moreira, Deivid W. F. Batistão, Paulo P. Gontijo Filho,
Rosineide M. Ribas
Laboratório de Microbiologia, Universidade Federal de Uberlândia.
e-mail: [email protected]
Pseudomonas aeruginosa (PA) produtora de metalo-β-lactamase (MBL) tornou-se uma causa importante de
infecções em hospitais de grande porte, assim como, um problema terapêutico significativo. O objetivo
deste estudo foi avaliar a incidência de PA resistente produtora de MBL em amostras de sangue e de ponta
de cateter, considerando também as relações temporal e espacial entre os pacientes. Vigilância laboratorial
de infecções hospitalares por PA foi realizada no laboratório de Microbiologia do Hospital de Clínicas da
UFU, no período de maio/09 a dezembro/10. As amostras associadas a infecções de corrente sanguínea e
ponta de cateter foram recuperadas e o teste de sinergismo de duplo disco utilizando-se como quelantes:
ácido 2-marcaptopropiônico e ácido-etil-diaminotetracético foi realizada para caracterização do fenótipo
MBL. O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFU. Durante o período de estudo,
foram detectados 72 pacientes com 86 episódios de sepse por PA, com a maioria das amostras (59,3%)
resistentes à ceftazidima e ou imipenem, com 45% das mesmas produtoras de MBL. As frequências de
resistência também foram altas ao aztreonam (56,5%), cefepime (69,5%), fluorquinolonas (69,5%) e
gentamicina (52,2%) e, não foi observada resistência a polimixina. As relações temporal e espacial entre os
pacientes com infecções por estes microrganismos evidenciaram a ocorrência de clusters na Unidade de
Terapia Intensiva (UTI), Clínicas Médicas e Cirúrgicas. A taxa de incidência de PA por 1000 pacientes-dia foi
alta, 1,71, com uma maior incidência na UTI. A taxa de incidência de infecções de corrente sanguínea por
PA no Hospital foi alta, (1,71/ 1000 pacientes-dia), na sua maioria por amostras resistentes ao imipenem e
multiresistentes, com aproximadamente metade do fenótipo MBL, com evidência de transmissão
horizontal, sobretudo na UTI.
Palavras-chave: Pseudomonas aeruginosa, sepse, MBL.
18 Os resumos assinados nesta publicação são de inteira responsabilidade dos seus autores.
RINOVÍRUS HUMANO EM INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS AGUDAS EM CRIANÇAS EM UBERLÂNDIA, MG:
CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR, DUPLA INFECÇÃO COM OUTROS VÍRUS RESPIRATÓRIOS E ASPECTOS
CLÍNICOS
Lourenço F. Costa1, Thelma F. M. S. Oliveira1, Guilherme R. O. Freitas1, Edigar H. Dias1, Juliana H. Chávez1,
Carlos Ueira2, Nayhanne T. Paula1, Divina A. O. Queiróz1, Jonny Yokosawa1
1. Laboratório de Virologia, Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade Federal de Uberlândia.
2. Laboratório de Genética, Instituto de Genética e Bioquímica, Universidade Federal de Uberlândia.
e-mail: [email protected]
Os rinovírus humanos (HRV) são uma das principais causas de resfriados comuns em indivíduos de todas as
idades. Porém, principalmente em crianças, esses agentes têm sido associados com infecções respiratórias
graves envolvendo o trato respiratório inferior. São conhecidos mais de 100 sorotipos dos HRV divididos em
três espécies, denominados HRV-A, HRV-B e HRV-C, sendo esta última recentemente caracterizada em
decorrência das análises filogenéticas envolvendo regiões genômicas que traduzem o capsídeo viral. Em
decorrência de sua importância clínica e epidemiológica, e de sua complexa relação epidemiológico-
molecular, o presente estudo tem como objetivos investigar, através da RT-PCR, a presença do HRV em
amostras coletadas de crianças de 0-5 anos de idade com doença respiratória aguda, caracterizar
molecularmente os HRV detectados e avaliar se há associação entre as espécies de HRV encontradas ou a
presença de outro vírus respiratório com o grau de gravidade clínica. De um total de 426 amostras de
secreção de nasofaringe disponíveis para serem investigadas, até o momento foram testadas 310 para
presença dos HRV e 34,5% (107/310) foram positivas. Dessas 107 amostras, outro vírus respiratório foi
detectado, até o momento, em 40 (37,4%), demonstrando a co-infecção, e distribuídos na seguinte
proporção: 45% (18/40) vírus respiratório sincicial, 10% (4/40) vírus influenza A, 22,5% (9/40) vírus
parainfluenza, 20% (8/40) adenovírus e um caso (2,5%) de metapneumovírus humano. Somente os HRV
foram detectados em 21% (29/107) dos casos investigados até o momento para os outros vírus
respiratórios. Relacionado aos sintomas clínicos, os casos de pneumonia e bronquiolite, em co-infecções
com os HRV, responderam por 37,5% (15/40), enquanto que em infecções somente pelos HRV, esses
sintomas responderam por 48,0% (14/29) dos casos. Os resultados obtidos até o momento indicam alta
incidência de doenças respiratórias agudas nas quais os HRV foram detectados, decorrendo inclusive em
sintomas envolvendo o trato respiratório inferior, mesmo quando a infecção é causada somente pelos HRV.
Além disso, em casos de co-infecção, outros vírus respiratórios são frequentemente detectados. A
caracterização em espécies dos HRV detectados será realizada através de sequenciamento do ácido
nucleico viral. Tanto a presença de co-infecção quanto a espécie do HRV detectada serão analisadas quanto
a associação com casos de doença respiratória grave.
Palavras-chave: rhinovírus humano, co-infecção, doença respiratória.
19 Os resumos assinados nesta publicação são de inteira responsabilidade dos seus autores.
OOCISTOS DE Hepatozoon canis EM Rhipicephalus (Boophilus) microplus
Renata L. Miranda1, Jacqueline R. Castro1, Maria Marlene M. Olegário1, Osnat Eyal2, Dalit Talmi-Frank2,
Márcia C. Cury1, Gad Baneth2
1. Laboratório de Parasitologia, Universidade Federal de Uberlândia.
2. School of Veterinary Medicine, Hebrew University, P.O. Box 12, Rehovot 76100, Israel.
email: [email protected]
Hepatozoonose canina é uma doença transmitida por carrapatos causada por protozoários do gênero
Hepatozoon. Várias espécies de carrapatos têm sido implicadas como vetores potenciais. Assim, extensos
estudos são necessários para determinar o ciclo endêmico 'natural' deste parasita. A fim de determinar a
prevalência de Hepatozoon sp. e possíveis carrapatos vetores para hepatozoonose no município de
Uberlândia, Minas Gerais, Brasil, cães da zona rural foram examinados para carrapatos. Uma fêmea semi-
ingurgitada de R. (Boophilus) microplus foi coletada de um cão naturalmente infectado por Hepatozoon sp.
Oito oocistos esporulados foram encontrados em esfregaço da hemolinfa do carrapato. A sequencia de
DNA do carrapato foi 100% idêntica ao H. canis número de acesso no GenBank AY150067.2 e a sequencia
do cão foi de 98% idêntica ao H. canis de mesmo número de adesão no GenBank. A sequencia do H. canis
do carrapato deste estudo foi depositada no GenBank com o número de adesão HQ605710. Análises
filogenéticas usando três diferentes algoritmos foram semelhantes e mostraram que as sequencias obtidas
do cão infectado e do carrapato estão associadas com H. canis do Brasil, Itália e Turquia, e diferiam do
Hepatozoon americanum e H. felis. A presença de oocistos maduros de H. canis na hemocele do R.
(Boophilus) microplus é sugestivo que esta espécie de carrapato pode ser um vetor de H. canis. Não existem
relatos na literatura sobre a presença de oocistos de Hepatozoon sp. em R. (Boophilus) microplus. Nossos
resultados sugerem que R. (Boophilus) microplus pode desempenhar um papel na transmissão do H. canis
para cães, no entanto, a extensão desse papel na manutenção natural de H. canis deve ser cuidadosamente
avaliada, dado que os cães não são hospedeiros comuns para este carrapato. Obviamente, extensos
estudos são necessários para determinar o ciclo endêmico 'natural' deste parasita, visto que a
hepatozoonose canina no Brasil é ainda uma questão controversa. Apoio: FAPEMIG.
Palavras-chave: hepatozoonose, vetor, Rhipicephalus (Boophilus) microplus
20 Os resumos assinados nesta publicação são de inteira responsabilidade dos seus autores.
TRANSFERÊNCIA, VIABILIDADE E COLONIZAÇÃO DE Campylobacter jejuni EM VITELO E EMBRIÕES DE
FRANGOS
Belchiolina B. Fonseca1,2, Daise A. Rossi1, Roberta T. Melo1, Eliane P. Mendonça1, Carlos U. Vieira3, Marcelo
A. Levenhagen2, Isabela L. Santos1, Marcelo E. Beletti2
1. Laboratório de Biotecnologia Animal Aplicada, Universidade Federal de Uberlândia - LABIO- UFU.
2. Centro de Microscopia Eletrônica, Universidade Federal de Uberlândia.
3. Laboratório de Genética, Universidade Federal de Uberlândia.
e-mail: [email protected]
Campylobacteriose é uma das principais zoonoses de origem alimentar sendo a carne de aves e seus
subprodutos as principais fontes de infecção. Apesar da alta incidência de Campylobacter jejuni em aves,
nesses animais o microrganismo é considerado comensal. Esse estudo teve como objetivos: verificar a
possibilidade de C. jejuni penetrar e colonizar vitelo de ovos de aves SPF (specific-pathogen-free) e ovos de
reprodutoras pesadas; avaliar a viabilidade desse microrganismo durante o processo embrionário e seus
efeitos para os embriões; avaliar os efeitos da bactéria em explantes intestinais de embriões de aves SPF.
Para estudo foram utilizadas as técnicas de cultura em placa, PCR em tempo real, microscopia Eletrônica de
Transmissão e RAPD (Random Amplified Polymorphic DNA). Foi detectada a passagem de C. jejuni em 10%
dos ovos de reprodutoras pesadas e 20% de ovos SPF demonstrando a habilidade da bactéria atravessar os
poros dos ovos e contaminar os vitelos após três horas de contato com o patógeno. Estes resultados
mostram que há risco de contaminação em condições de produção industrial, pois após a ovoposição, há
contato de material orgânico como fezes e sangue no exterior dos ovos. Em 80% dos ovos embrionados,
analisados, C. jejuni sobreviveu durante os 21 dias de incubação levando a uma alta mortalidade
embrionária precoce. Além disso, C. jejuni aumentou o tamanho dos enterócitos de explantes intestinais de
embriões. O estudo indica que além da capacidade de C. jejuni penetrar pelos poros das cascas dos ovos ela
pode ser um agente patogênico para embriões se comportando não meramente como um microrganismo
comensal.
Palavras-chave: explantes intestinais, viabilidade, mortalidade embrionária.
PAINEL
22 Os resumos assinados nesta publicação são de inteira responsabilidade dos seus autores.
FRAÇÕES HIDROFÓBICA E HIDROFÍLICA DE EXTRATOS TOTAIS SALINO E ALCALINO DE Strongyloides
venezuelensis NO IMUNODIAGNÓSTICO DA ESTRONGILOIDÍASE HUMANA
Nágilla D. Feliciano1, Henrique T. Gonzaga1, Maria R. F. Gonçalves-Pires1, Ana L. R. Gonçalves1, Rosângela M.
Rodrigues1, Marlene T. Ueta2, Julia M. Costa-Cruz1
1. Laboratório de Parasitologia, Universidade Federal de Uberlândia (UFU/MG).
2. Departamento de Parasitologia, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP/SP).
e-mail: [email protected]; [email protected]
A estrongiloidíase humana é uma parasitose intestinal de grande importância mundial, geralmente é
autolimitada e de baixa morbidade em indivíduos imunocompetentes, mas agrava-se nos
imunocomprometidos. Testes diagnósticos utilizando antígenos purificados têm mostrado maior
confiabilidade no estudo da estrongiloidíase humana, pois apresentam sensibilidade e especificidade
superiores aos antígenos de extratos totais. Este estudo teve como objetivo avaliar e comparar pela
primeira vez os extratos totais salino (ES) e alcalino (EA) de Strongyloides venezuelensis com suas
respectivas frações hidrofóbica (ESD e EAD) e hidrofílica (ESA e EAA) no imunodiagnóstico desta parasitose.
As frações antigênicas foram obtidas a partir dos extratos totais por fracionamento com Triton X-114 e
testadas em amostras de soro para detecção de IgG por ELISA e immunoblotting (IB). Foram analisadas 120
amostras de soro: 40 pacientes com estrongiloidíase, 40 pacientes com outras parasitoses intestinais e 40
indivíduos saudáveis, todos foram submetidos a exames parasitológicos de fezes pelos métodos de
Baermann e Lutz. Utilizou-se o teste Mann-Whitney e Kruskal-Wallis para análise estatística (p < 0,05). Para
cada preparação antigênica a sensibilidade, especificidade e eficiência do diagnóstico no teste ELISA foram
90%, 90% e 90% (ES); 95%, 95% e 95% (ESD); 90%, 90% e 90% (ESA) e 92,5%, 93,8% e 93,3% (EA); 87,5%,
88,8% e 78,3% (EAD) e 77,5%, 78,8% e 78,3% (EAA) respectivamente e no IB foram 95%, 92,5% e 93,3%
(ES); 95%, 96,3% e 95,8% (ESD); 82,5%, 97,5% e 92,5% (ESA); 90%, 95% e 93,3% (EA); 92,5%, 95% e 94,2%
(EAD) e 45%, 100% e 81,7% (EAA) respectivamente. No IB cada extrato demonstrou um perfil diferente de
componentes antigênicos imunodominantes com variações entre as bandas de peso molecular aparente de
126-90, 90, 55, 45-41, 45-33, 33 e 28 kDa. A fração hidrofóbica obtida do extrato salino total de S.
venezuelensis mostrou maior eficiência de diagnóstico para o ELISA e IB e pode ser utilizada como antígeno
heterólogo alternativo no imunodiagnóstico da estrongiloidíase humana. Apoio: CAPES, CNPq, FAPEMIG.
Palavras-chave: estrongiloidíase, imunodiagnóstico, antígenos.
23 Os resumos assinados nesta publicação são de inteira responsabilidade dos seus autores.
FRAÇÃO DETERGENTE DE ANTÍGENO HETERÓLOGO NA DETECÇÃO DE ANTICORPOS ANTI- Strongyloides
EM AMOSTRAS DE SALIVA E SORO HUMANAS
Vanessa S. Ribeiro1, Nágilla D. Feliciano1, Henrique T. Gonzaga1, Maria R. F. Gonçalves-Pires1, Idessania N.
Costa1, Marlene T. Ueta2, Julia M. Costa-Cruz1
1. Laboratório de Diagnóstico de Parasitoses, Universidade Federal de Uberlândia.
2. Laboratório de Parasitologia, Universidade de Campinas.
e-mail: [email protected]; [email protected]
A estrongiloidíase é uma doença frequentemente assintomática, porém, no quadro agudo pode causar
sintomas abdominais. Na forma crônica da doença os sintomas podem ser graves ou leves, dependendo da
intensidade da infecção, sendo as formas mais graves encontradas em pacientes imunocomprometidos. O
diagnóstico definitivo da doença, normalmente, é realizado pelo encontro de larvas nas fezes. Entretanto,
na maioria dos casos a detecção é dificultada pela eliminação pequena e irregular de larvas nas fezes.
Atualmente os ensaios de detecção de anticorpos, utilizando antígenos heterólogos fracionados têm
demonstrado alta aplicabilidade no diagnóstico mostrando resultados satisfatórios. O objetivo deste estudo
foi comparar o extrato salino total (ES) de Strongyloides venezuelensis e sua fração detergente (D) na
detecção de IgA e IgG anti – Strongyloides stercoralis em amostras pareadas de saliva e soro humanas. A
fração detergente (hidrofóbica) foi obtida a partir do extrato total (S. venezuelensis) por fracionamento
com o detergente não iônico Triton X-114. Os extratos foram avaliados pelo teste ELISA em amostras de
saliva e soro, sendo: 25 de pacientes com estrongiloidíase confirmada clínica e laboratorialmente, pela
presença de larvas nas fezes (Grupo 1), 25 de pacientes com outras parasitoses intestinais (Grupo 2) e 20
de indivíduos saudáveis (Grupo 3). Foi calculada a sensibilidade, especificidade e eficiência do diagnóstico
para a detecção de IgA e IgG. Os dados de eficiência diagnóstica (acurácia) do ES para detecção de IgA e
IgG, na saliva e soro foram respectivamente: 78,6% e 77,1% para IgA e 72,9% e 68,6% para IgG. Quando se
utilizou a fração D observou-se os seguintes valores: 84,3% e 84,3% para IgA e 88,6 e 85,7%,
respectivamente. A fração detergente mostrou maior eficiência de diagnóstico no teste ELISA para
detecção de IgA e IgG tanto em amostras de saliva quanto de soro. Os bons resultados obtidos fazem desta
fração potencialmente aplicável, tanto no diagnóstico da estrongiloidíase quanto em estudos
soroepidemiológicos ou de triagem. Apoio: FAPEMIG.
Palavras-chave: estrongiloidíase, sorodiagnóstico, antígenos heterólogos.
24 Os resumos assinados nesta publicação são de inteira responsabilidade dos seus autores.
CINÉTICA DE DETECÇÃO DE IMUNOCOMPLEXOS E DE ANTICORPOS EM AMOSTRAS DE SORO DE RATOS
IMUNOSSUPRIMIDOS E EXPERIMENTALMENTE INFECTADOS POR Strongyloides venezuelensis
Ana Lúcia R. Gonçalves1, Cláudio V. Silva1, Marlene T. Ueta2, Julia M. Costa-Cruz1
1. Universidade Federal de Uberlândia, ICBIM.
2. Universidade Estadual de Campinas, Laboratório de Parasitologia.
e-mail: [email protected]; [email protected]
O parasito Strongyloides venezuelensis tem sido utilizado em modelo experimental de roedores, para o
estudo da estrongiloidíase humana. Uma variedade de métodos imunológicos de detecção de anticorpos
vem sendo investigada, na perspectiva de que sejam mais sensíveis que o exame parasitológico; no
entanto, não são utilizáveis para diferenciação entre a infecção crônica e a infecção ativa. Este estudo teve
por objetivo detectar imunocomplexos e anticorpos em amostras de soro de ratos imunossuprimidos ou
não e infectados por S. venezuelensis. As amostras de sangue foram colhidas de ratos Wistar
imunossuprimidos (grupo I) ou não (grupo II) e experimentalmente infectados com S. venezuelensis nos
dias 5, 8, 13 e 21 após a infecção (p.i) e centrifugadas para a obtenção do soro. Foram utilizados 6 animais
por dia de cada grupo experimental. Para a detecção de imunocomplexo foi realizado ELISA utilizando anti-
IgG de S. venezuelensis produzida em coelho e IgG anti-rato marcada com peroxidase e para detectar
anticorpos utilizou-se extratos alcalinos de larvas filarióides e IgG anti-rato marcada com peroxidase. A
análise estatística foi realizada por ANOVA, seguida pelo teste de Tukey. Foram considerados
estatisticamente significantes os dados que apresentaram p<0,05. A detecção de imunocomplexo no grupo
I foi observada durante toda a cinética e no grupo II, foi significativamente reduzida no dia 21 p.i (p<0,05).
Os resultados revelaram que IgG total para L3 de S. venezuelensis foi preferencialmente detectada durante
os primeiros 13 dias p.i no grupo II enquanto que no grupo I foi observada a detecção em toda a cinética. A
detecção de imunocomplexo é uma alternativa para o diagnóstico precoce da estrongiloidíase em
indivíduos imunossuprimidos. Apoio: CAPES, CNPq , FAPEMIG.
Palavras-chave: imunocomplexo, imunossupressão, estrongiloidíase.
25 Os resumos assinados nesta publicação são de inteira responsabilidade dos seus autores.
O PROTOZOÁRIO Neospora caninum EVADE A RESPOSTA IMUNE DE HOSPEDEIROS MURINOS POR MEIO
DO RECEPTOR INATO DECTINA-1
Murilo V. Silva, Arlindo G. M. Júnior, Fernanda M. Santiago, Pollyanna C. A. Vieira, Flávia B. Ferreira, Deise
A. O. Silva, José R. Mineo, Tiago W. P. Mineo
Laboratório de Imunoparasitologia, Universidade Federal de Uberlândia.
e-mail: [email protected]; [email protected]
O protozoário Neospora caninum está associado a abortos bovinos desde a década de 90. Apesar de não
haverem estudos que indicam as perdas globais ou nacionais, trabalhos isolados estimam que o custo da
neosporose possa ser grandioso. Em paralelo, estudos recentes demonstram que as células imunes inatas
dos hospedeiros reconhecem antígenos de N. caninum por meio de receptores de reconhecimento padrão.
Neste sentido, este trabalho objetivou avaliar o papel do receptor inato Dectina-1 durante a infecção por
este protozoário. Para isso, foram utilizados camundongos da linhagem C57BL/6 e macrófagos derivados de
medula óssea dos mesmos. Macrófagos foram pré-tratados ou não com Laminarina (inibidor competitivo
de Dectina-1) e, posteriormente, incubados com taquizoítos viáveis de N. caninum por 24 horas, para
análise da produção de citocinas em sobrenadante de cultura. Camundongos C57BL/6 foram tratados com
Laminarina (1mg/animal/dia) por 7 dias e infectados com N. caninum no quarto dia de tratamento. Para
análise de parasitismo celular e da produção de ROS e NO em células do peritôneo durante a fase aguda da
infecção, os animais foram eutanasiados no terceiro dia pós-infecção. Para determinação do parasitismo e
inflamação cerebral de fase crônica, perfil de imunoglobulinas, e sobrevida, os animais foram observados
por 30 dias. Ficou demonstrado que Dectina-1 reconhece N. caninum, e participa da modulação da resposta
imune por este parasito, uma vez que a produção das citocinas pró-inflamatórias (IL-12 e IL-6) foi
significativamente aumentada quando macrófagos foram pré-tratados com Laminarina. Adicionalmente,
foi verificado que animais tratados com Laminarina apresentaram maior produção de ROS e menor
percentual de células peritoneais infectadas no terceiro dia pós-infecção. Estes animais também
apresentaram, no trigésimo dia pós-infecção, parasitismo e inflamação cerebral menor que o grupo não
tratado, além de uma menor produção de IgG1 e maior sobrevida. Assim, os resultados indicam que
Dectina-1 participa do mecanismo de evasão do parasito frente o sistema imune do hospedeiro, podendo
ser um possível alvo para o desenvolvimento de medidas profiláticas e terapêuticas contra esta infecção.
Palavras-chave: Neospora caninum, dectina-1, macrófagos.
26 Os resumos assinados nesta publicação são de inteira responsabilidade dos seus autores.
AVALIAÇÃO DO PAPEL DE RECEPTORES TIPO NOD NA INFECÇÃO POR Neospora caninum
Marcela D. Ferreira1, Denise M. Fonseca2, Djalma S. Lima Júnior2, Angelica O. Gomes1, Arlindo G. Macêdo
Júnior1, Caroline M. Mota1, Murilo V. Silva1, Dario S. Zamboni2, João S. Silva2, José R. Mineo1, Tiago W. P.
Mineo1
1. Laboratório de Imunoparasitologia. Universidade Federal de Uberlândia.
2. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. Universidade de São Paulo.
e-mail: [email protected]
Neospora caninum é um parasito pertencente ao filo Apicomplexa que foi descrito pela primeira vez como
a causa de encefalomielites em cães sorologicamente negativos para T. gondii. A infecção por este
protozoário é a principal causa identificável de falência reprodutiva em gado em todo o mundo, causando
perdas econômicas consideráveis. Receptores tipo Nod (NLRs) pertencem a uma família de proteínas
especializadas que apresentam papel crucial na regulação da resposta imune inata do hospedeiro.
Entretanto, o papel desses receptores na detecção de parasitos intracelulares ainda não está bem definido.
Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é investigar o papel dos receptores tipo Nod na resposta do
hospedeiro frente à infecção por N. caninum. Com essa finalidade, nós infectamos camundongos Nod1-/-,
Nod2-/- e Rip2-/-, bem como animais C57BL/6 selvagens, com taquizoítos de N. caninum e avaliamos o
parasitismo, a migração de células inflamatórias e o perfil de citocinas produzido. Durante a fase aguda, os
camundongos Nod2-/- demonstraram maior susceptibilidade frente à infecção pelo parasito, apresentando
elevada carga parasitária no exsudato peritoneal e no tecido pulmonar. A migração de células inflamatórias
foi prejudicada em ambos os compartimentos e Nod2-/- apresentaram diminuição da migração de células
dendríticas, bem como de linfócitos T e B na cavidade peritoneal. Infiltrados de células mononucleares
também se mostraram significativamente reduzidos ou ausentes nos pulmões de camundongos Nod2-/-
quando comparados com camundongos selvagens. Paralelamente, observou-se que células dendríticas e
macrófagos apresentaram baixa expressão de moléculas do MHCII em camundongos Nod2-/-, fato que está
associado com a diminuição na produção de IFN-γ em sobrenadantes de cultura de esplenócitos
previamente estimulados e em homogenatos de cérebros e pulmões desses animais, de forma
independente de IL-10. Corroborando com os resultados obtidos, a proporção de anticorpos IgG2a/IgG1
específicos para o parasito, após 40 dias de infecção, mostrou-se também alterada em camundongos Nod2-
/-, indicando que a indução de resposta TH1 nesses animais parece ter sido prejudicada nesses animais. Foi
escrito previamente por nosso grupo, que TLR2 é importante na indução de uma resposta TH1 apropriada
frente à infecção por este protozoário e, baseado nos resultados obtidos nesse trabalho, sugerimos que
Nod2-/- tem papel complementar na indução de resposta TH1 durante a fase inicial da resposta imune do
hospedeiro ao N. caninum.
Palavras- chave: Neospora caninum, resposta imune inata, receptores tipo-Nod.
27 Os resumos assinados nesta publicação são de inteira responsabilidade dos seus autores.
PADRONIZAÇÃO DE MODELO DE INFECÇÃO ORAL EM CAMUNDONGOS COM CISTOS DE Neospora
caninum OBTIDOS IN VITRO
Pollyanna C. A. Vieira, Murilo V. Silva, Arlindo G. M. Júnior, Flávia B. Ferreira, Fernanda M. Santiago, Deise
A. O. Silva, José R. Mineo, Tiago W. P. Mineo
Laboratório de Imunoparasitologia, Universidade Federal de Uberlândia.
e-mail: [email protected]; [email protected]
O protozoário Neospora caninum foi descrito no final dos anos 80 como responsável por doenças
neuromusculares em cães e, desde a década de 90, está associado também a abortos bovinos. Trabalhos
isolados estimam que o custo da neosporose seja grandioso, visto que animais soropositivos para N.
caninum podem ser encontrados na maioria dos rebanhos, independente do clima e da região geográfica.
Assim, o estabelecimento de um modelo experimental adequado faz-se necessário para a melhoria das
condições de pesquisa, uma vez que não existe um modelo de infecção que mimetize as condições naturais
de contato entre o patógeno e o hospedeiro. Neste sentido, este trabalho objetivou padronizar ensaios de
infecção de camundongos C57BL/6 por via oral, com o uso de cistos obtidos in vitro. Para isso, os ensaios
foram realizados em sistema de cultura de células, utilizando células HeLa infectadas com taquizoítos
viáveis de N. caninum, cultivados com nitroprussiato de sódio (SNP) por 7 dias. Posteriormente, realizou-se
marcações com DBA (lectin Dolichos biflorus agglutinin) e IgY anti-Neospora caninum, para identificação
dos cistos devido à marcação da parede destes. Os cistos obtidos foram separados por Dextran (30%),
contados e administrados por via oral a um grupo de camundongos e, como controle, foram administrados
taquizoítos livres de N. caninum a outro grupo de animais. Adicionalmente, foram analisadas a curva de
sobrevida, e dados de morbidade destes animais por um período de 30 dias, além da cinética da produção
de IgGtotal nos dias 10, 20 e 30 pós-infecção. Durante o período observado, verificamos que não houve
diferenças significativas em relação à mortalidade, peso e condição de escore corporal entre os grupos.
Entretanto, verificamos que houve soroconversão dos camundongos infectados com os cistos derivados de
cultura celular, com maior produção de IgG específicas no 20° dia pós-infecção. Assim, os resultados
indicam que os cistos obtidos in vitro são viáveis e resistem ao pH e às condições do trato gástrico dos
animais, podendo ser utilizados como modelo de infecção.
Palavras-chave: Neospora caninum, cistos, infecção oral.
28 Os resumos assinados nesta publicação são de inteira responsabilidade dos seus autores.
DETECÇÃO DE ANTICORPOS ESPECÍFICOS ANTI-Neospora caninum IgG EM DIFERENTES GRUPOS DE
PACIENTES IMUNOCOMPROMETIDOS
Fernanda M. Santiago, Janaína Lobato, Dâmaso P. Ribeiro, Caroline M. Motta, Tiago W. P. Mineo, Deise A.
O. Silva, José R. Mineo
Laboratório de Imunoparasitologia, Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal de Uberlândia.
e-mail: [email protected]
Neospora caninum é um parasita intracelular descrito primeiramente em cães com distúrbios neurológicos,
sendo atualmente considerado como o grande responsável na causam de aborto em bovinos. N. caninum
está intimamente relacionado com Toxoplasma gondii, devido às similaridades ultraestruturais e genéticos.
Estudos sorológicos têm demonstrado a presença de anticorpos contra N. caninum em soros humanos,
particularmente em pacientes soropositivos para o HIV, indicando a susceptibilidade a este parasita. Este
trabalho teve como objetivo investigar a presença de anticorpos IgG para N. caninum e T. gondii em
diferentes grupos de pacientes imunocomprometidos e doadores de sangue saudáveis, e para estabelecer
o grau de reatividade cruzada entre os parasitas. Cinco grupos de pacientes, num total de 319 amostras de
soro, foram analisados, como segue: HIV (HIV-soropositivos, n = 56), T (pacientes transplantados, n = 60), N
(pacientes com neoplasia, n = 87), H (pacientes em hemodiálise, n = 52) e BD (doadores de sangue, n = 64).
Anticorpos IgG para N. caninum (Nc) e T. gondii (Tg) foram detectados por imunoensaios enzimáticos
(ELISA). Amostras Nc-soropositivas foram testadas pelo immunoblotting e o grau de reatividade cruzada
analisado por ELISA inibição. Os resultados pelo ELISA mostraram que a soropositividade para Nc foi
significativamente maior em pacientes HIV (43%) em relação ao grupo BD (21%) e outros grupos de
imunocomprometidos (15-17%). A soropositividade para ambos Tg e Nc foi maior em pacientes HIV (36%)
em relação a demais grupos (12-19%), enquanto a soropositividade apenas para Nc não demonstrou
diferença significativa entre pacientes HIV (7%) e outros grupos (1 -3%). Quanto à soropositividade para Tg
foi significativamente maior nos grupos de T, N e H (73-77%) quando comparados com os pacientes HIV e
BD (55-61%). Para o ELISA-inibição foram observados que soros dos grupos T, N e BD apresentaram maior
inibição (66-100%) após o tratamento prévio com o antígeno solúvel de Tg quando comparado com soros
de pacientes HIV e H (45-50% de inibição). Portanto a presença de anticorpos IgG para N. caninum foi
predominantemente detectado em pacientes HIV e mostrou positividade concomitante alta para T. gondii.
Além disso, a reatividade cruzada com T. gondii foi observada principalmente nos grupos T, N e BD,
enquanto os pacientes HIV ou H mantiveram soropositividade para N. caninum depois de inibição com os
parasitas intimamente relacionados. Outros grupos de pacientes imunocomprometidos não mostraram
diferença na suscetibilidade à N. caninum em relação a pacientes saudáveis. Apoio: FAPEMIG, CNPq, CAPES.
Palavras-chave: Neospora caninum, Toxoplasma gondii, pacientes imunocomprometidos.
29 Os resumos assinados nesta publicação são de inteira responsabilidade dos seus autores.
PARTICIPAÇÃO DA PROTEÍNA ADAPTADORA AFAP1 NA INVASÃO CELULAR POR Leishmania amazonensis E
Trypanosoma cruzi
Fabrício C. Machado, Cláudio V. da Silva
Laboratório de Tripanossomatídeos, Universidade Federal de Uberlândia.
e-mail: [email protected]
AFAP1 é uma proteína adaptadora pertencente à família AFAP (actin-filament associated protein). É
característica dessa família a presença de diversos domínios (Ex.: SH3, SH2, PH, bZip e ABP) que permitem
interações específicas com outras proteínas. Nesse contexto, já foi demonstrado forte afinidade da AFAP1
por filamentos de actina e pelo c-Src (responsáveis, respectivamente, pelo arranjo, desarranjo e
remodelagem do citoesqueleto de actina além da promoção de mudanças na aderência e nas habilidades
invasivas da célula). A partir desse conhecimento, podemos assumir que a AFAP1 pode estar presente no
processo de invasão de parasitas como a Leishmania amazonensis e o Trypanosoma cruzi. Portanto, com o
objetivo de verificar o papel dessa proteína durante o tráfego intracelular desses parasitas, macrófagos
peritoneais e células HeLa foram submetidas à invasão por L. amazonensis e T. cruzi e marcados com
anticorpos para a AFAP1, cedidos gentilmente pelo Dr. Youngjin Cho (The Commonwealth Medical College,
Scranton, EUA). Para a cinética de invasão de L. amazonensis, macrófagos foram obtidos por lavagem
peritoneal de camundongos C57BL/6 feita três dias após injeção de 1mL de tioglicolato 3%. Em placas de 24
poços, 2x105 macrófagos ou 1x105 de células HeLa, foram plaqueados e tiveram um período de 18 horas
para aderirem antes de serem incubados com 4x106 de L. amazonensis ou T. cruzi, respectivamente. Após
15 minutos de incubação, os poços foram lavados duas vezes com PBS e mantidos em DMEM enriquecido
com 10% Soro Fetal Bovino. Tempos de invasão de 15min, 30min, 1h, 3h, 6h e 12h foram fixados com
formaldeído 4% e mantidos em PGN (PBS + gelatina + azida) para posterior análise. As lamínulas foram
incubadas com o anticorpo para AFAP1 (diluído 1:50 em PGN + 0,1% de saponina), se seguindo de três
lavagens em PBS e uma nova incubação com o anticorpo secundário (1:100), DAPI (1:500) e faloidina-TRITC
(1:1000). Por fim as lâminas foram preparadas e analisadas no Microscópio Confocal do Laboratório de
Microscopia da Universidade Federal de Uberlândia. Nossos resultados demonstraram que a proteína
AFAP1 está presente no sítio de entrada da L. amazonensis e do T. cruzi, e que existe uma co-localização
com actina nos tempos inicias da invasão. Esses resultados são inéditos na literatura científica e indicam
que a AFAP1 é um dos membros envolvidos na invasão celular por parasitas da família Trypanosomatidae.
Apoio: CAPES, CNPq, FAPEMIG.
Palavras-chave: tráfego intracelular, Trypanosomatidae, actina.
30 Os resumos assinados nesta publicação são de inteira responsabilidade dos seus autores.
ATIVIDADE ANTI- Leishmania E ALTERAÇÕES ULTRAESTRUTURAIS EM PROMASTIGOTAS DE Leishmania
(Leishmania) amazonensis TRATADAS COM UMA FOSFOLIPASE A2 ISOLADA DA PEÇONHA DE
Bothropoides pauloensis
Débora C. O. Nunes1, Maria A. Souza2, Eloísa A. V. Ferro3, Veridiana M. Rodrigues1, Kelly A. G. Yoneyama1
1. Laboratório Química de Proteínas e Produtos Naturais, Universidade Federal de Uberlândia.
2. Departamento de Patologia, Universidade Federal de Uberlândia.
3. Departamento de Morfologia, Universidade Federal de Uberlândia.
e-mail: [email protected]
A leishmaniose é um grupo de doenças causadas por protozoários do gênero Leishmania. O tratamento
disponível atualmente para esta doença apresenta alta toxicidade, elevado custo, resistência do parasito,
além de dificuldades de cura. Assim, o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas da leishmaniose
torna-se indispensável e, neste sentido, as peçonhas de serpente aparecem como uma importante fonte
natural de biomoléculas farmacologicamente ativas. O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos de uma
fosfolipase A2 (BnSP-7), cataliticamente inativa, da peçonha de Bothropoides pauloensis, sobre formas
promastigota de L. (Leishmania) amazonensis. Para isso nós realizamos teste de viabilidade celular por
MTT, no qual 1×106 parasitos/mL, cultivados em meio Schneider com 10% de SFB, penicilina (100UI/mL) e
estreptomicina (100µg/mL), foram incubados com diferentes concentrações de toxina (200 - 1,56μg/mL de
BnSP-7 dissolvida em DMSO) por 72h. Posteriormente, solução de MTT (5mg/mL) foi adicionada à placa,
procedeu-se a incubação, a dissolução dos grânulos de Formazan e a absorbância foi medida a 595nm. Para
a curva de crescimento, 1×107 parasitos/mL foram tratados com BnSP-7 (200-25μg/mL) e a densidade
celular para cada concentração foi determinada por contagem diariamente até 96h de tratamento. Os
estudos morfológicos foram desenvolvidos com parasitos tratados por 72h com BnSP-7 (200μg/mL). Para a
microscopia óptica, parasitos foram fixados com formaldeído 2% em PBS e corados com kit Panótico
Rápido. Para a microscopia eletrônica, parasitos foram fixados em solução de glutaraldeído 2.5% em PBS,
lavados em solução de tetróxido de ósmio e ferrocianeto de potássio, desidratados em soluções de acetona
e embebidos em resina. Cortes ultrafinos foram corados com acetato de uranila e chumbo. BnSP-7
apresentou atividade leishmanicida, causando inibição da proliferação celular e das desidrogenases
mitocondriais do parasito, como determinado pelo teste MTT. Em 72h de tratamento, BnSP-7 inibiu
aproximadamente 60-70% da proliferação do parasito nas concentrações de 200-50μg/mL da toxina, sendo
que a inibição ocorreu de forma dose-dependente. Estudos ultraestruturais revelaram inchaço
mitocondrial, alteração nuclear, vacuolização, presença de acidocalcisomas, aspecto multiflagelar e efeito
de blebbing na membrana plasmática. Análises preliminares por SDS-PAGE mostraram que a toxina parece
alterar o perfil proteico do parasito. Tais dados sugerem que BnSP-7 ou peptídeos derivados desta toxina
poderiam ser usados como moldes para o desenho de novas drogas que contribuam para a terapêutica da
leishmaniose.
Palavras-chave: Bothropoides neuwiedi, fosfolipase A2 básica, Leishmania (Leishmania) amazonensis.
31 Os resumos assinados nesta publicação são de inteira responsabilidade dos seus autores.
ESTUDO DA SUSCETIBILIDADE DE AMASTIGOTAS EXTRACELULARES DAS CEPAS G E CL DE Trypanosoma
cruzi A COMPONENTES DO SISTEMA IMUNE INATO E ADAPTATIVO
Adele A. Rodrigues1, Ana Flávia O. Notário1, Jasson S. S. Saosa2, Flávia A. Martins1, Grace Kelly da Silva3, João
S. Silva3, Eloisa A. V. Ferro1 e Claudio V. Silva1
1. Universidade Federal de Uberlândia.
2. Universidad Autónoma de Bucaramanga.
3. Universidade de São Paulo.
e-mail: [email protected]; [email protected]
Trypanosoma cruzi é o agente etiológico da doença de Chagas. Devido à ampla diversidade genética
existente em T. cruzi, a espécie foi dividida em seis discretas unidades de tipagem (DTU), denominadas T.
cruzi I a VI. A cepa G pertence ao grupo T. cruzi I e a CL a T. cruzi VI. Formas amastigotas extracelulares (AE)
são consideradas importantes na manutenção do ciclo no hospedeiro vertebrado. Estudos quanto à
diferença de infectividade e caracterização da suscetibilidade imunológica de parasitos pertencentes aos
diferentes grupos mostram-se relevantes para que terapias baseadas na resposta imunológica sejam
eficientes para todos os grupos filogeneticamente distintos. O objetivo deste trabalho foi comparar a
infecção in vitro e in vivo por amastigotas extracelulares das cepas G e CL. Para isto, foram realizadas
experimentações in vitro e in vivo. Nos experimentos in vitro foi observado maior infectividade e
multiplicação de AE da cepa G do que de CL. Contudo, AE da cepa G mostraram-se mais suscetíveis, tanto a
atuação de macrófagos inflamatórios, em experimentos ex vivo, quanto daqueles diferenciados e
estimulados com IFN-γ in vitro. Dentre os camundongos C57/BL6 e Calomys callosus infectados com a cepa
G, somente C. callosus apresentou parasitemia sub-patente e os nocautes para IL-12 e IFN-γ apresentaram
parasitemia patente e alta mortalidade. Todos os animais, tanto os C57/BL selvagens e nocautes, quanto C.
callosus, infectados com a cepa CL apresentaram parasitemia, contudo os nocautes para TNF-α, iNOS, Myd-
88 e IL-12 apresentaram maior parasitemia e mortalidade em relação aos selvagens. Em experimentos
onde camundongos foram imunossuprimidos foi observada elevada parasitemia para a cepa CL e para a G.
Conclui-se, portanto, que AE da cepa G provavelmente não apresentam parasitemia in vivo devido a sua
maior suscetibilidade a atuação de macrófagos ativados com IFN-γ. Apoio: FAPEMIG, UFU.
Palavras-chave: amastigotas extracelulares, IFN-γ, Trypanosoma cruzi.
32 Os resumos assinados nesta publicação são de inteira responsabilidade dos seus autores.
TGF-β1 E IFN-γ REGULAM POSITIVAMENTE A EXPRESSÃO DE ICAM-1 E A ADESÃO DE Toxoplasma gondii
EM CÉLULAS TROFOBLÁSTICAS HUMANAS (LINHAGEM BEWO)
Bellisa de F. Barbosa1, Janice B. L. Maria1, Angelica O. Gomes1, Mariana B. Angeloni1, Marise L. Fermino2,
Maria C. Roque-Barreira2, Neide M. Silva3, Deise A. O. Silva4, José R. Mineo4, Eloisa A. V. Ferro1
1. Laboratório de Imunofisiologia da Reprodução, Universidade Federal de Uberlândia.
2. Laboratório de Biologia Celular e Molecular e Bioagentes Patogênicos, Universidade de São Paulo.
3. Laboratório de Imunopatologia, Universidade Federal de Uberlândia.
4. Laboratório de Imunoparasitologia, Universidade Federal de Uberlândia.
e-mail: [email protected]
Toxoplasma gondii é um parasito intracelular obrigatório capaz de infectar uma variedade de células do
hospedeiro, incluindo o trofoblasto humano, favorecendo a infecção de tecidos placentários. Estudos
prévios demonstraram o envolvimento das citocinas IL-10, TGF-β1 e IFN-γ na maior susceptibilidade de
células trofoblásticas humanas (linhagem BeWo) à infecção por T. gondii. Adicionalmente, outros estudos
verificaram que T. gondii adere-se à membrana plasmática das células hospedeiras por intermédio da
molécula de adesão intercelular tipo 1 (ICAM-1). Assim, o presente trabalho se propôs a verificar o papel de
T. gondii, IL-10, TGF-β1 e IFN-γ na expressão de ICAM-1 em células trofoblásticas BeWo, bem como analisar
o papel de ICAM-1 na adesão de T. gondii a estas células sob influência dessas citocinas. Células epiteliais
uterinas humanas (linhagem HeLa) foram utilizadas como padrão de controle dos experimentos. Células
BeWo e HeLa foram infectadas ou não pela cepa RH de T. gondii e tratadas ou não com as formas
recombinantes das citocinas IL-10, TGF-β1 e IFN-γ. As células foram analisadas quanto ao índice de infecção
(% de células infectadas por 200 células examinadas) e expressão de ICAM-1 por imuno-histoquímica,
Western blotting e PCR em tempo real. Os sobrenadantes foram submetidos a ELISA para dosagem de TNF-
α. Posteriormente, ambas as células foram tratadas nas condições que regularam alta expressão de ICAM-1
e a adesão de T. gondii à membrana plasmática das células foi quantificada na presença e ausência de
bloqueio para ICAM-1 por anticorpo específico neutralizante. No que se refere a células BeWo, TGF-β1 e
IFN-γ aumentaram significativamente o índice de infecção, a expressão de ICAM-1, a produção de TNF-α, o
número de células ICAM-1+ com parasitos aderidos à membrana e o total de parasitos aderidos à
membrana dentro de células ICAM-1+. Por outro lado, TGF-β1 e IFN-γ reduziram a expressão de ICAM-1, a
produção de TNF-α e controlaram o índice de infecção em células HeLa. Esses resultados permitiram
concluir que TGF-β1 e IFN-γ são importantes citocinas na regulação da expressão de ICAM-1 em células
trofoblásticas BeWo, promovendo maior adesão de T. gondii a estas células e, consequentemente,
favorecendo a infecção. Portanto, o presente trabalho contribuiu para entender as estratégias usadas por
T. gondii para aderir e invadir em células trofoblásticas humanas, esclarecendo os mecanismos da
transmissão vertical da toxoplasmose. Apoio: CNPq, FAPEMIG, CAPES.
Palavras-chave: Toxoplasma gondii, ICAM-1, trofoblasto.
33 Os resumos assinados nesta publicação são de inteira responsabilidade dos seus autores.
INFLUÊNCIA DAS CEPAS RH E ME49 DE Toxoplasma gondii NA INDUÇÃO DE APOPTOSE EM CÉLULAS
TROFOBLÁSTICAS (LINHAGEM BEWO) SUBMETIDAS AO TRATAMENTO COM CITOCINAS PRÓ E ANTI-
INFLAMATÓRIAS
Mariana B. Angeloni1, Andressa S. Castro1, Neide M. Silva1, Angelica O. Gomes1, Deise A. O. Silva1, José R.
Mineo2, Eloisa A. V. Ferro1
1. Laboratório de Histologia e Embriologia, Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade Federal de Uberlândia.
2. Laboratório de Imunoparasitologia. Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade Federal de Uberlândia.
e-mail: [email protected]
A transmissão transplacentária causa uma das formas mais graves de infecção pelo protozoário Toxoplasma
gondii. A habilidade do parasito de sobreviver no interior da célula hospedeira depende da capacidade do
mesmo em manipular diversas vias intracelulares, entre elas a apoptose. T. gondii é capaz de bloquear a
apoptose da célula hospedeira através da interação com vias de sinalização anti-apoptótica da célula.
Entretanto, a desregulação na incidência de apoptose, durante a gestação, está associada com alterações
na morfologia e nos processos fisiológicos da placenta. O objetivo desse trabalho foi analisar o índice de
apoptose em células trofoblásticas (linhagem BeWo) infectadas com a cepa de alta virulência RH e de baixa
virulência ME49, de T. gondii. Além de analisar a interferência de citocinas pró e anti-inflamatórias na
ocorrência da apoptose nessas células. Dessa forma, células BeWo infectadas com as cepas RH ou ME49
foram tratadas com citocinas pró e anti-inflamatórias e analisadas quanto ao índice de apoptose. Além
disso, os sobrenadantes da cultura de células, após a infecção com as cepas, foram analisados por ELISA
para determinar a produção de citocinas. Células BeWo infectadas com a cepa RH apresentaram índice de
apoptose menor do que o observado nos controles, enquanto que, células infectadas com a cepa ME49
apresentaram índices maiores do que o observado nos controles e em células infectadas com a cepa RH,
nos três tempos de infecção analisados (2, 8 e 24 horas). Células infectadas com a cepa RH são capazes de
bloquear a apoptose mesmo após o tratamento com citocinas pró-inflamatórias como IFN-γ e IL-12, mas
não quando tratadas com TNF-α. O tratamento com citocinas anti-inflamatórias como TGF-β e IL-10
promoveram diminuição no índice de apoptose de células infectadas com a cepa ME49. O tratamento com
MIF diminuiu o índice de apoptose das células infectadas com as duas cepas. A análise da produção de
citocinas de células não submetidas aos tratamentos demonstrou que a capacidade das cepas de T. gondii
inibirem ou induzirem a apoptose pode estar associado ao perfil de citocinas secretadas. Esses resultados
indicam que as cepas RH e ME49 apresentam mecanismos opostos na interferência do processo de
apoptose em células trofoblásticas (BeWo). Essas diferenças podem estar associadas com o perfil de
citocinas secretadas e podem atuar como estratégias de evasão que o parasito utiliza para sobreviver no
interior das células hospedeiras. Apoio: UFU, ICBIM, CNPq, FAPEMIG.
Palavras-chave: trofoblasto, T. gondii e apoptose.
34 Os resumos assinados nesta publicação são de inteira responsabilidade dos seus autores.
EFEITO DE AZITROMICINA E ESPIRAMICINA NA INVASÃO, REPLICAÇÃO E PRODUÇÃO DE CITOCINAS EM CÉLULAS BEWO INFECTADAS COM Toxoplasma gondii
Priscila S. Franco1, Angelica O. Gomes1, Bellisa F. Barbosa1, Mariana B. Angeloni1, Neide M. Silva2, Andréa T. Carvalho3, Olindo A. Martins-Filho3, Deise A. O. Silva4, José R. Mineo4, Eloisa A. V. Ferro1
1. Laboratório de Imunofisiologia da Reprodução. Universidade Federal de Uberlândia.
2. Laboratório de Imunopatologia . Universidade Federal de Uberlândia.
3. Laboratório de Doença de Chagas, Centro de Pesquisas René Rachou, FIOCRUZ, Universidade Federal de Minas Gerais.
4. Laboratório de Imunoparasitologia. Universidade Federal de Uberlândia.
e-mail: [email protected]
Toxoplasma gondii é um parasito intracelular obrigatório capaz de infectar uma variedade de hospedeiros,
causando infecções graves em indivíduos imunocomprometidos e em mulheres gestantes. Os antibióticos
macrolídeos, azitromicina e espiramicina, têm efeitos no controle da toxoplasmose, além de possuírem
propriedades anti-inflamatórias influenciando na resposta imune, principalmente em infecções
parasitárias. As células trofoblásticas da linhagem BeWo são utilizadas como modelo experimental na
infecção por T. gondii. Nesse sentido, esse estudo teve como objetivos, determinar a influência de
azitromicina e espiramicina no índice de infecção e proliferação de T. gondii em células BeWo, bem como
avaliar a produção de citocinas em células tratadas com azitromicina ou espiramicina e/ou infectadas por
T. gondii. Para isso, as células foram infectadas com taquizoítas da cepa RH de T. gondii, na proporção de 3
parasitos por célula. Em seguida, as células foram tratadas com as concentrações de 50, 100, 200 e 400
μg/mL de azitromicina ou espiramicina. Como controle, os mesmos procedimentos foram realizados,
porém na ausência dos tratamentos. As lamínulas contendo as células foram lavadas em PBS, fixadas em
formol 10% e coradas com azul de toluidina. As lamínulas foram analisadas sob microscópio de luz e as
células foram quantificadas quanto à porcentagem de células infectadas a cada 200 células examinadas
(índice de infecção) e quanto ao número total de parasitos intracelulares a cada 200 células infectadas
examinadas (replicação intracelular do parasito). Além disso, sobrenadantes foram coletados e a produção
de citocinas foi mensurada pelo teste ELISA, para o fator de inibição de migração de macrófagos (MIF) e por
citometria de fluxo para as citocinas do perfil Th1/Th2. O tratamento com as drogas diminuiu o parasitismo,
bem como a replicação intracelular de T. gondii nas células BeWo. A infecção por T. gondii promoveu
aumento na produção do fator de inibição da migração de macrófagos (MIF) e essa produção foi maior em
células infectadas e tratadas com azitromicina. Células BeWo infectadas e tratadas com as drogas
apresentaram maior produção de citocinas anti-inflamatórias IL-10 e IL-4. Em conclusão, o presente estudo
demonstrou que o tratamento de células BeWo com azitromicina ou espiramicina foi capaz de controlar a
infecção e replicação de T. gondii. Além disso, o tratamento com essas drogas induziu uma resposta anti-
inflamatória e alta produção de MIF, que são importantes fatores para o estabelecimento e manutenção da
gestação. Apoio: FAPEMIG, CNPq.
Palavras-chave: Toxoplasma gondii, macrolídeos, células BeWo.
35 Os resumos assinados nesta publicação são de inteira responsabilidade dos seus autores.
CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DE ANTICORPOS POLICLONAIS IgY ANTI-Toxoplasma gondii
Álvaro Ferreira Júnior, Fernanda M. Santiago, Hercílio H. Filho, Murilo V. Silva, Matheus S. Faria, Deise A. O.
Silva, Jair P. Cunha Junior, José R. Mineo, Tiago W. P. Mineo
Laboratório de Imunoparasitologia, Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade Federal de Uberlândia.
e-mail: [email protected]
Toxoplasma gondii é um parasita intracelular, cosmopolita e que infecta diversas espécies animais,
incluindo o homem. Sequelas neurológicas, oculares e abortos são associados à toxoplasmose. Vários
estudos avaliam a relação parasito-hospedeiro, e em muitos destes experimentos são utilizados anticorpos
específicos obtidos de camundongos ou coelhos. A obtenção destas imunoglobulinas implica na sangria do
animal, além disso, são recuperadas quantidades pequenas de um único animal. Anticorpos policlonais IgY,
purificados da gema do ovo de galinhas imunizadas, são utilizados em estudos com rotavírus,
Staphylococcus aureus, Plasmodium falciparum, Eimeria acervulina e tumores. As galinhas transferem seus
anticorpos séricos para a gema do ovo (aproximadamente 15 mL de gema/ovo), com isso se dispensa
sangria do animal. Os protocolos de purificação são simples, de baixo custo e com elevada taxa de
recuperação dos anticorpos (aproximadamente 4 mg/mL de gema). Objetivo: Avaliar anticorpos IgY
policlonais anti-T. gondii como ferramentas em protocolos relacionados a T. gondii. Material e métodos:
Galinhas foram imunizadas com antígeno solúvel de taquizoitos (STAg). A purificação das IgY a partir da
gema dos ovos seguiu protocolos já estabelecidos. A cinética de produção, maturação de afinidade e perfil
de reconhecimento de antígenos de T. gondii foram avaliados por meio de ELISA e Western blotting. Para a
avaliação funcional das IgY foram padronizados ensaios de imunohistoquímica, inibição de invasão in vitro e
imunoblotting bidimensional. Resultados: Foram recuperados, em média, 4 mg de IgY policlonal/mL de
gema, apresentando maturação precoce de avidez (1° booster), pico de produção no 42° dia após a
imunização primária e com reconhecimento de proteínas com diferentes pesos moleculares, sendo p30 a
primeira ser detectada (21° dia). No ensaio de imunohistoquímica utilizando cortes de cérebro de
camundongos infectados, cistos teciduais T. gondii foram nitidamente detectados por IgY.
Interessantemente, a incubação prévia de taquizoítos com IgY anti-STAg inibiu, parcialmente e de forma
dose-dependente, a invasão de células HeLa. Anticorpos IgY específicos reconhecem proteínas antigênicas
dentro de ampla faixa de ponto isoelétrico e peso molecular, sendo promissora para estudos de
proteômica. Conclusão: os resultados obtidos são encorajadores pois demonstram que os anticorpos IgY
policlonais anti-STAg são ferramentas complementares interessantes para estudos de proteômica de T.
gondii e da relação parasito-hospedeiro. Apoio: UFU, ICBIM, CNPq, FAPEMIG.
Palavras-chave: Toxoplasma gondii, IgY, anticorpos.
36 Os resumos assinados nesta publicação são de inteira responsabilidade dos seus autores.
DETECÇÃO DE ANTICORPOS ESPECÍFICOS PARA Toxoplasma gondii EM DUAS ESPÉCIES DE JACARÉS DA
FAUNA BRASILEIRA (Melanosuchus niger E Caimam crocodilus) POR MEIO DE ENSAIOS
IMUNOENZIMÁTICOS (ELISA)
Flávia B. Ferreira1, Álvaro Ferreira Júnior1, Fernanda M. Santiago1, Arlindo G. Macêdo-Júnior1, Pollyanna C.
A. Vieira1, Murilo V. Silva1, Deise A. O. Silva1, José R. Mineo1, André L. Q. Santos2, Tiago W. P. Mineo1
1. Laboratório de Imunoparasitologia, Universidade Federal de Uberlândia.
2. Laboratório de Pesquisa em Animais Silvestres, Universidade Federal de Uberlândia.
e-mail: [email protected]
Toxoplasma gondii é um protozoário intracelular do filo Apicomplexa causador da Toxoplasmose. Esta
doença acomete grande variedade de hospedeiros sendo uma infecção de distribuição mundial. T. gondii
possui como hospedeiro definitivo os felídeos, principalmente o gato doméstico (Felis catus), e vários
outros animais como hospedeiros intermediários. Na medicina de animais selvagens os exames sorológicos
podem ser considerados como bioindicadores da qualidade ambiental, uma vez que a saúde do meio
ambiente influencia na biologia e ecologia dos organismos que vivem nele. Com isso este trabalho tem por
objetivo a realização de ensaios utilizando conjugados heterólogos para a detecção de anticorpos
específicos para T. gondii em amostras de soros de duas espécies de jacarés da fauna brasileira, o jacaré
Açu (Melanosuchus niger) e o Caimam crocodilus, conhecida popularmente por jacaré Tinga. Foram obtidas
104 amostras de soros de jacarés coletadas em varias regiões do país a partir do Laboratório de Pesquisa
em Animais Silvestres (LAPAS). Para a detecção de anticorpos IgY realizou-se o teste ELISA indireto. Para a
execução do ensaio sorológico foram necessários a realização de uma série de diluições das amostras e
conjugado para gerar um protocolo direcionado a sorologia em répteis. A diluição dos soros e conjugado
foram escolhidas após análise comparando-se as densidades ópticas (Dos) para uma melhor visualização do
ensaio. Por não haver conjugados específicos para a detecção de anticorpos nestes animais foi utilizado
anticorpos anti-IgY de galinha (Gallus gallus domesticus) conjugado a peroxidase visto a homologia entre a
IgY destes dois animais. Os títulos das amostras foi estabelecido na diluição de 1:20 e o conjugado foi de
1:2000. Do total de amostras analisadas, 49 (47,11%) foram supostamente soropositivas para T. gondii.
Estas amostras foram consideradas positivas por meio da determinação do índice ELISA (IE). Sendo
considerados positivos IE>1,2 e excluindo-se a reatividade positiva para valores próximos de EI=1,0. Para
melhores resultados será necessário a elaboração de reagentes específicos para a detecção de anticorpos
contra T. gondii nestes animais. Apesar de ter encontrado animais soropositivos, estudos ainda devem ser
realizados para a confirmação de infecção de repteis com T. gondii visto a ausência na literatura de relatos
de infecção de animais desse grupo. Apoio: FAPEMIG, UFU, ICBIM.
Palavras-chave: Toxoplasma gondii, jacarés, sorologia.
37 Os resumos assinados nesta publicação são de inteira responsabilidade dos seus autores.
SELEÇÃO DE ANTICORPOS MONOCLONAIS CONTRA PROTEÍNAS DE Toxoplasma gondii VISANDO NOVOS
MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO, PROTOCOLOS VACINAIS E NOVAS ESTRATÉGIAS TERAPÊUTICAS
Luciana M. Bastos, Fernanda M. Santiago, Arlindo G. Macêdo Júnior, Tiago W. P. Mineo, José Roberto
Mineo
Laboratório de Imunoparasitologia, Universidade Federal de Uberlândia.
e-mail: [email protected]
A toxoplasmose é uma doença infecciosa, congênita ou adquirida, causada por um protozoário do filo
Apicomplexa, subclasse coccídeo, denominado Toxoplasma gondii (T. gondii). A infecção é principalmente
adquirida pela ingestão de alimentos e água contaminados com oocistos eliminados nas fezes dos gatos ou
pela ingestão de carne crua ou mal cozida contendo cistos teciduais ou verticalmente por transmissão
placentária de taquizoítos. A caracterização imunoquímica de anticorpos monoclonais contra proteínas de
T. gondii pode ser valiosa para descoberta de epítopos que induzem a resposta imune durante a infecção
podendo levar ao desenvolvimento de novos imunoensaios que determinem os perfis sorológicos na
toxoplasmose. O objetivo do presente trabalho foi selecionar anticorpos monoclonais dirigidos contra
componentes de superfície e citosólicos de Toxoplasma gondii de importância na interação com as células
hospedeiras e na indução da resposta imune inata e adaptativa, com a finalidade de identificar novas
proteínas parasitárias, com o enfoque no desenvolvimento de novos métodos de diagnóstico, protocolos
vacinais e novas estratégias terapêuticas. A produção de um anticorpo monoclonal consiste de quatro
passos: imunização do animal, geralmente camundongos, obtenção de células B do baço de animais
imunizados, fusão das células esplênicas com células de mieloma para obtenção do hibridoma e seleção da
célula que produz o anticorpo monoclonal desejado. Foi selecionada célula produtora de anticorpo
denominada C3 C5, a qual produz o anticorpo monoclonal contra proteína de T. gondii de peso aproximado
de 45 kDa, conforme observações por técnica de Western Blotting. O anticorpo monoclonal produzido por
essa célula foi purificado em coluna de Proteína G-Sepharose e teve a purificação confirmada por
eletroforese em gel de poliacrilamida. Ensaios de invasão e proliferação com o parasita T. gondii marcado
com β-galactosidase (T. gondii 2F1) foram realizados, nos quais os parasitos foram tratados com diferentes
concentrações do anticorpo purificado. Foi observado que as concentrações de mAb C3C5 100 μg/mL, 50
μg/mL, 25 μg/mL e 12,50 μg/mL inibem a proliferação de T. gondii comparadas ao tratamento com IgG
irrelevante nas mesmas concentrações. Reação de imunofluorescência indireta foi realizada para
imunolocalização da proteína marcada por anticorpo monoclonal C3C5 frente a formas taquizoítas da cepa
RH de T. gondii. Foi possível supor que o anticorpo monoclonal C3C5 atua contra uma proteína
provavelmente de superfície de T. gondii, tendo visto que a marcação por imunofluorescência concentrou-
se na membrana do taquizoíta de T. gondii tanto na condição de permeabilização da membrana com
Triton-X quanto na ausência de permeabilização. Apoio: UFU, ICBIM, FAPEMIG, FAU.
Palavras-chave: Toxoplasma gondii, anticorpo monoclonal, hibridoma.
38 Os resumos assinados nesta publicação são de inteira responsabilidade dos seus autores.
CASO IMPORTADO DE MALÁRIA POR Plasmodium ovale EM UBERLÂNDIA-MG
Jean E. Limongi1, 2, Iris S. Lopes1, Alcides A. Silva1, Daniela C. Costa3, Luzia H. Carvalho3, Marcelo S. Ferreira2
1. Centro de Controle de Zoonoses de Uberlândia, Uberlândia, MG.
2. Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, MG.
3. Centro de Pesquisas René Rachou, Fundação Oswaldo Cruz, Belo Horizonte-MG.
e-mail: [email protected]
Cinco plasmódios causam malária humana. Plasmodium vivax e P. falciparum são os mais prevalentes e
também mais associados à morbi-mortalidade dos casos. P. malariae e P. ovale são relativamente raros. O
quinto parasito P. knowlesi, recentemente descrito, é responsável por um grande número de
hospitalizações por malária na Ásia. O P. ovale é um parasito endêmico do continente africano.
Esporadicamente casos importados ocorrem em outras áreas. A baixa prevalência, associada à dificuldade
de distingui-lo de P. vivax, leva a negligência deste tipo de malária, que frequentemente não é
diagnosticada. O grande fluxo de trabalhadores brasileiros para o continente africano nos últimos anos tem
aumentado o número de casos importados de P. ovale no Brasil. A confirmação desses casos por métodos
moleculares ainda não foi realizada no Brasil. O objetivo do trabalho foi diagnosticar laboratorialmente um
caso de malária importada por P. ovale de forma morfológica e molecular. Foi realizada a investigação de
um caso de malária de um homem de 36 de anos, com histórico de viagem para Angola há dois anos. Foram
realizados os exames de gota espessa, Nested-PCR e PCR em tempo real. No exame de gota espessa foram
observadas formas características de P. ovale com parasitemia equivalente a 425 parasitas por mm3 de
sangue. Este resultado foi confirmado pelas técnicas moleculares de Nested-PCR e PCR em tempo real. A
baixa parasitemia observada é característica das infecções por P. ovale, que infectam preferencialmente
reticulócitos. A doença por P. ovale deve ser incluída no diagnóstico diferencial de pacientes oriundos do
continente africano. Devido à ocorrência frequente de casos de P. ovale com longo período de incubação, a
investigação do histórico de viagens do paciente deve ser minuciosa. O PCR utilizado como ferramenta
diagnóstica auxilia sobremaneira na confirmação de casos de infecções relativamente raras, como as
infecções por P. ovale.
Palavras-chave: Plasmodium ovale, caso importado, PCR.
39 Os resumos assinados nesta publicação são de inteira responsabilidade dos seus autores.
IMPORTÂNCIA DO AMBIENTE, COLONIZAÇÃO NASAL E DAS MÃOS DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE NA
EPIDEMIOLOGIA DE PNEUMONIAS ASSOCIADAS À VENTILAÇÃO MECÂNICA (PAVS) POR Staphylococcus
aureus EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO BRASILEIRO
Lilian A. Rocha, Michel R. Moreira, Paulo P. Gontijo Filho
Laboratório de Microbiologia, Universidade Federal de Uberlândia.
e-mail: [email protected]
O Staphylococcus aureus é um dos patógenos hospitalares mais importantes e a colonização da mucosa
nasal com este microrganismo frequentemente precede o desenvolvimento de infecções. As mãos dos
profissionais de saúde representam a principal via de transmissão no ambiente hospitalar, o qual
representa reservatório secundário para o S. aureus. Objetivos: Analisar a epidemiologia de PAVs por S.
aureus sensível (OSSA) ou resistente (ORSA) à oxacilina em pacientes internados na Unidade de Terapia
Intensiva de Adultos (UTI) do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU).
Material e métodos: Foi realizado um estudo de coorte prospectivo na UTI de adultos do HC-UFU, entre
setembro de 2008 a agosto de 2010. Os pacientes foram investigados quanto à colonização nasal com uso
de swab de vigilância no momento da admissão e a cada dois dias até confirmação da colonização. As PAVs
foram definidas com base em critérios clínico, radiológico e contagem microbiológica ≥106UFC/ml no
aspirado traqueal. Foi realizada coleta na mão dominante dos profissionais de saúde através da pressão de
dedos e palma em placa contendo agar manitol salgado. Foi realizada coleta em superfícies ambientais
passíveis de contaminação das mãos dos profissionais de saúde, bem como do ar, com uso de swab e
exposição de placas, respectivamente. Os dados obtidos foram submetidos à análise estatística uni e
multivariada. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFU. Resultados: A frequência de
colonização nasal pelo S. aureus foi de 22,5%, com predomínio de amostras sensíveis à oxacilina (70,8%). O
risco de PAV foi significativo (P≤0,05) nos pacientes ventilados colonizados pelo S. aureus tanto naqueles
por ORSA quanto por OSSA. Houve correlação entre o número de pacientes com PAV e aqueles colonizados
(r=0,576; P=0,003). Os pacientes com ORSA diferiram significativamente daqueles com OSSA para os
seguintes fatores de risco: diagnóstico de admissão clínico (P=0,007), tempo de colonização ≥7 dias
(P=0,001), uso de traqueostomia (P=0,005) e de carbapenêmicos (P=0,01), permanecendo
independentemente associado quando da análise multivariada o uso de traqueostomia (P=0,01). Cerca de
8% dos profissionais analisados tinham nas mãos a presença do S. aureus. O patógeno foi encontrado em
10,7% das superfícies coletadas e igual freqüência foi detectada para o ar. Conclusão: A colonização nasal
do paciente por S. aureus, ORSA e OSSA representou um fator de risco na evolução para PAV por estes
microrganismos. O único fator de risco associado independentemente com a colonização por ORSA foi o
uso de traqueostomia.
Palavras-chave: Staphylococcus aureus, pneumonia associada à ventilação, epidemiologia.
40 Os resumos assinados nesta publicação são de inteira responsabilidade dos seus autores.
FATORES DE RISCO QUE INFLUENCIAM A SOBREVIDA DE PACIENTES COM INFECÇÕES POR Acinetobacter
baumannii MULTIRESISTENTES
Mariana L. P. Rocha, Paulo P. Gontijo Filho, Geraldo B. Melo
Laboratório de Microbiologia, Universidade Federal de Uberlândia.
A incidência de amostras de Acinetobacter baumannii multiresistentes está aumentando e as opções
terapêuticas tornam-se escassas para esses microrganismos. Entretanto existem controvérsias a respeito
da mortalidade atribuída aos microrganismos multiresistentes. Objetivou-se avaliar os fatores de risco
relacionados com infecções por A. baumannii multiresistentes, bem como identificar o prognóstico dessas
infecções. Um estudo prospectivo observacional foi conduzido no Laboratório de Microbiologia do Hospital
de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia de setembro de 2009 a junho de 2010. Foram incluídos
no trabalho todos os pacientes que tiveram infecção por A. baumannii. Acinetoabacter baumannii
multiresistente foi definido pela resistência a três ou mais classes diferentes de antimicrobianos. Os dados
clínicos e demográficos foram coletados retrospectivamente nos prontuários. Foram identificados 40
pacientes com infecções por A. baumannii, sendo 16 com amostras multiresistentes. 28 pacientes do sexo
masculino, 14 apresentaram infecção por A. baumannii multiresistente. As seguintes co-morbidades:
diabetes mellitus, cardiopatia, nefropatia, neoplasia, HIV e DPOC não foram significativamente
consideradas fatores de risco para infecção. Em relação aos procedimentos invasivos: CVC, dreno, VM,
nutrição parenteral, traqueostomia e colostomia também não foram significantes para infecção pelo
microrganismo multiresistente. Em relação ao fator prognóstico para mortalidade, doença renal foi
considerado significante. Concluiu-se que as infecções por A. baumannii MDR não foram associadas com os
fatores de risco avaliados, porém pacientes com doença renal apresentaram fator de risco para
mortalidade hospitalar neste estudo.
Palavras-chave: Acinetobacter baumannii, multiresistência, fatores de risco.
41 Os resumos assinados nesta publicação são de inteira responsabilidade dos seus autores.
DETECÇÃO DOS SOROTIPOS 1 E 2 DO VÍRUS DA DENGUE EM UBERLÂNDIA, MG, NO ANO DE 2011
Guilherme R. O. Freitas, Heber L. S. Barros, Juliana H. Chávez, Divina A. O. Queiróz, Jonny Yokosawa
Laboratório de Virologia, Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade Federal de Uberlândia, MG.
e-mail: [email protected]
Desde a detecção do vírus da dengue sorotipo 4 (DENV-4) no estado de Roraima em julho de 2010, os
Sistemas de Vigilância Epidemiológica intensificaram seus esforços na identificação dos sorotipos
circulantes da dengue nas diversas regiões do país. Atualmente, no Brasil são detectados os quatro
sorotipos virais (DENV-1 a -4), situação apontada como um importante fator de risco para ocorrência das
formas graves da doença e que pode estar relacionada com o aumento de sua transmissão. O presente
estudo tem como objetivo identificar os sorotipos dos vírus da dengue circulantes em Uberlândia, MG. Em
fevereiro e março de 2011 foram coletadas amostras sanguíneas de 10 pacientes atendidos na Unidade de
Atendimento Integrado Dr. Domingos P. Ulho, com suspeita de dengue e que se apresentaram até o quarto
dia de início dos sintomas. As amostras foram inoculadas em cultura de células C6/36 (Aedes albopictus) e
submetidas à técnica de multiplex RT-PCR para a detecção e identificação do sorotipo viral. Todos os casos
foram considerados de dengue clássico. Dentre as amostras testadas, três foram positivas pela multiplex
RT-PCR, sendo duas identificadas como o sorotipo DENV-1 e uma DENV-2. Porém, o diagnóstico sorológico,
realizado através de MAC-ELISA, com amostras coletadas entre o sexto e o décimo dia do aparecimento dos
sintomas, mostrou resultado positivo para um desses casos, negativo para outro e não foi realizada a coleta
do terceiro. Das duas amostras testadas por ambos os métodos, houve concordância dos resultados em
apenas uma delas. Porém, como o número de amostras analisadas foi pequeno, não foi possível realizar
cálculos estatísticos e assim determinar a significância desses resultados. Apesar disso, os resultados
indicam a circulação de pelo menos dois sorotipos virais da dengue em Uberlândia nos meses de fevereiro
e março de 2011. Segundo a Secretaria de Vigilância em Saúde do Brasil, desde 2009, DENV-1 tem sido o
sorotipo mais frequentemente detectado na maioria das regiões, seguido por DENV-2. Para resultados mais
significativos, pretende-se continuar a coleta de amostras sanguíneas para a detecção e identificação do
sorotipo viral e, futuramente realizar o sequenciamento genético. Através deste trabalho, poder-se-ão
estabelecer os sorotipos do vírus da dengue em circulação na região, a origem desses vírus e o possível
envolvimento de determinado sorotipo com a ocorrência de formas graves da doença. Apoio: CNPq.
Palavras chaves: vírus da dengue, sorotipos, multiplex RT-PCR.
42 Os resumos assinados nesta publicação são de inteira responsabilidade dos seus autores.
ESPÉCIES DE Candida ISOLADAS A PARTIR DE HEMOCULTURA EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DO
TRIÂNGULO MINEIRO
Ralciane P. Menezes1, Lorraine C. R. Silva2, Lucivânia D. S. Malvino³, Tomaz A. Moreira³, Walquíria M. Sá³,
Denise V. D. Brito1, Paulo P. Gontijo Filho1, Deisy V. Resende2, Mário P. A. Penatti2, Reginaldo S. Pedroso2
1. Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade Federal de Uberlândia.
2. Escola Técnica de Saúde, Universidade Federal de Uberlândia.
3. Laboratório de Análises Clínicas do HCU-UFU, Universidade Federal de Uberlândia.
e-mail: [email protected]
Algumas espécies de leveduras do gênero Candida são comensais humanos, porém podem desencadear
quadros de infecção quando alguns fatores de risco estão presentes, como o uso prolongado de
antibióticos de amplo espectro e imunossupressão. No passado, a espécie mais frequente em isolamentos
clínicos era de C. albicans, mas nas últimas décadas esse quadro se inverteu, fazendo com que espécies
não-albicans predominem na maioria dos hospitais, tanto no Brasil quanto em outros países. Objetivo.
Verificar a frequência de espécies de Candida isoladas a partir de amostras de sangue de pacientes
internados em um hospital universitário. Todas as amostras de hemocultura positivas para fungos
leveduriformes, no período de julho a dezembro de 2010, foram processadas no Setor de Micologia do
Laboratório de Análises Clínicas do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia. A pesquisa
obteve parecer favorável do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Uberlândia. A
identificação dos isolados foi realizada pela metodologia clássica, utilização de ágar cromogênico e
assimilação de fontes de carbono e nitrogênio. Vinte e oito hemoculturas foram positivas para Candida sp.,
distribuídas da seguinte forma: 9 (32,1%) de C. albicans, 8 (28,6%) de C. tropicalis, 6 (21,4%) de C.
parapsilosis, 3 (10,7%) de C. glabrata e 2 (7,2%) de C. krusei. Conclusão. Concluímos que no período do
estudo, predominou o isolamento de espécies de Candida não-albicans (67,9%) em amostras de sangue,
reforçando a importância da identificação das espécies dos isolados, especialmente para a escolha de uma
alternativa terapêutica. Apoio: CNPq, Diren/Prograd/UFU.
Palavras-chave: microbiologia, micologia laboratorial, Candida sp.
43 Os resumos assinados nesta publicação são de inteira responsabilidade dos seus autores.
EFEITO DA INDUÇÃO DA INFLAMAÇÃO POR CARRAGENINA NO RECRUTAMENTE PERITONEAL E
PRODUÇÃO MEDULAR DE LEUCÓCITOS
Renata A. Cunha1, Gabriel A. S. Silva1, Natany G. Reis1, Jhony R. Oliveira1, Francielle F. Oliveira1, Marcelo H.
Napimoga1,2, Maria T. C. Laguna-Abreu1
1. Laboratório de Biopatologia e Biologia Molecular, Universidade de Uberaba.
2. Laboratório de Imunologia e Biologia Molecular, Instituto e Centro de Pesquisas São Leopoldo Mandic.
e-mail: [email protected]
A inflamação, ou seja, a resposta do organismo a um patógeno, ativa mediadores que levam a quimiotaxia
de neutrófilos ao local. A carragenina é um potente indutor de inflamação. Quando administrada intra-
peritonealmente induz, resposta inflamatória neste local. Assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar a
resposta inflamatória causada por carragenina no recrutamento peritoneal e na produção medular de
leucócitos. Para isso, ratos Wistar machos pesando 200g, provenientes do Biotério Central da Universidade
de Uberaba (UNIUBE),foram ambientalizados no Biotério do Campus Aeroporto da UNIUBE. Após uma
semana, um grupo experimental foi decaptado (grupo intacto; n=5) e o outro foi induzido a inflamação por
carragenina intraperitoneal (500µg/animal; n=5) e os animais foram decaptados após 4 horas. Após a
decaptação foi realizada a lavagem peritoneal (PBS/EDTA) e a retirada do fêmur para a obtenção do lavado
de medula óssea (solução salina). A contagem total (câmara de neubauer) e diferencial (citospin e
coloração com Panótico) de células foi realizada. Para a análise estatística foi utilizado o teste t e o nível de
significância adotado foi de p<0,05. Os resultados estão expressos como a média±erro padrão da média e
representam o número de células x106/cavidade. Observou-se no lavado peritoneal contagem total (CT)
20,25±1,7 e 33,65±4,0, antes e após indução da inflamação por carragenina, respectivamente (p=0,016). Na
contagem diferencial foi observado resultado de células mononucleares de 14,3±0,39 e 8,35±1,7 (p=0,008)
e de polimorfonucleares de 10,7±0,39 e 16,55±1,72 (p=0,007) para os grupos antes e após inflamação. Na
contagem de células no lavado medular foi observado diminuição após indução de carragenina (p=0,007)
observando os valores de 100,9±8,9 e 50,45±8,6 para o grupo intacto e com indução de inflamação,
respectivamente. O modelo de inflamação por carragenina mostrou leucocitose no lavado peritoneal
devido principalmente ao aumento de células polimorfonucleares. A mobilização das células da medula
óssea foi observada, uma vez que houve a diminuição dessas no lavado medular. A medula óssea parece
não compensar a utilização das células de defesa uma vez que estas células migram para o lavado
peritoneal. Apoio: UNIUBE/PIBIC-JUNIOR.
Palavras-chave: inflamação, recrutamento peritoneal, leucócitos.
44 Os resumos assinados nesta publicação são de inteira responsabilidade dos seus autores.
IMUNOLOGIA DO EXERCÍCIO E SAÚDE
Miguel J. S. Bortolini1, Ismair T. Reis2, Alcimar B. Soares3, Nilson P. Silva4, José R. Mineo1
1. Laboratório de Imunoparasitologia, Universidade Federal de Uberlândia.
2. Instituto de Genética e Bioquímica, Universidade Federal de Uberlândia.
3.Laboratório de Enzimologia, Universidade Federal de Uberlândia.
4. Laboratório de Engenharia Biomédica, Universidade Federal de Uberlândia.
e-mail: [email protected]
A Imunologia do Exercício é um ramo da Imunologia que se iniciou na década de 1980, a partir da avaliação
da resposta imune de atletas de alto rendimento. Atualmente tem se destacado no campo da saúde,
devido à sua importância no controle e combate de patógenos, na prevenção e terapia da depressão e de
várias doenças, tais como, obesidade, diversos tipos de câncer, diabetes mellitus do tipo 2. A inatividade
física gera com frequência a obesidade, estes fatores estão relacionados a um maior risco na incidência de
outras doenças. Além disso, contribuem para a aceleração do envelhecimento patológico, como principal
consequência a desregulação do sistema imunológico causando inflamação crônica. Tem sido descrito na
literatura estudos relacionando o sistema imune ao exercício físico de forma aguda e crônica, sendo a
maior parte deles objetivando determinar os seguintes parâmetros: (a) marcadores relativos à diminuição
dos fatores de riscos e de doenças relacionadas à inatividade e aumento da longevidade; (b) marcadores
imunológicos de inflamação; e (c) a relação imunopatofisiológica com a intervenção através de exercícios
físicos regulares em prevenção e terapêutica. No que diz respeito às pesquisas com marcadores
imunológicos em atletas de alto rendimento, com posterior aplicação na população em geral, tem se
evidenciado as que tratam do aparecimento da “janela imunológica” pós-exercício e diminuição do volume
de treinamento relacionado tanto as infecções do trato respiratório superior quanto a isquemia
gastrointestinal, em vários tipos de ambientes. Nos achados sobre estes marcadores imunológicos, na
resposta imune inata e na adaptativa, destacam-se a regulação da expressão de MHC-II, as alterações de
proteínas do complemento, os níveis de IL-6, IL-8, IL-15, TNF-α, variações quantitativas de monócitos e a
função de macrófagos. O exercício físico regular, além de trazer a seus praticantes inúmeros benefícios,
tem sido entendido como um fator econômico positivo, ao proporcionar redução dos gastos com fármacos,
consultas, internações, e até uma melhor responsividade a vacinas. Seu custo-benefício está sendo
pesquisado até no tratamento do câncer durante a quimioterapia. Assim, é possível afirmar que este é um
momento em que novos paradigmas serão reformulados em função de novas informações advindas da
indução da resposta imune dos organismos submetidos ao exercício físico regular, as quais poderão ser
aplicadas na prevenção e terapêutica de diversas doenças, promovendo estados fisiológicos harmônicos e
visando uma melhoria da saúde física e mental, possibilitando assim uma melhor qualidade de vida a um
menor custo e com maior efetividade.
Palavras-chave: marcadores imunológicos, qualidade de vida, exercício físico regular.
PROJETO DE
PESQUISA
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PROJETO DE PESQUISA
INFECÇÃO POR Entamoeba histolytica E Entamoeba dispar EM PACIENTES PORTADORES DE
HIV/AIDS DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE UBERLÂNDIA (HC- UFU), MINAS GERAIS
Marcella G. Coelho1, Iliana C. B. Milian1, Fernanda C. Oliveira1, Rhyquelle R. Neris1, Aércio S. Borges2,
Fernanda M. Santiago3, Michelle A. R. de Freitas1
1. Laboratório de Parasitologia, Universidade Federal de Uberlândia.
2. Moléstias Infecciosas, Hospital de Clínicas de Uberlândia, Universidade Federal de Uberlândia.
3. Laboratório de Imunoparasitologia, Universidade Federal de Uberlândia.
e-mail: [email protected]; [email protected]
Entamoeba histolytica é o agente etiológico da amebíase hepática e da colite amebiana, sendo causadora
de infecções humanas em escala global, constituindo problema de saúde pública. A patogenia varia de
portadores assintomáticos em que o parasito vive como comensal no intestino, a portadores sintomáticos
com alterações intestinais e infecção extraintestinal. A prevalência e incidência desta parasitose é
desconhecida devido E. histolytica ser morfologicamente indistinguível de E. dispar em exame
microscópico, sendo este responsável pela forma clínica de colite não disentérica, considerando-se assim, o
complexo E. histolytica/E. dispar. Estudos sobre a amebíase em pacientes imunocomprometidos,
principalmente em indivíduos portadores da imunodeficiência humana (AIDS) são de suma importância,
pois estes indivíduos são mais vulneráveis às infecções secundárias, com grande prevalência de infecções
gastrointestinais que ocasionam em diarreia crônica de difícil tratamento, podendo levar o indivíduo a
debilidade e em casos mais graves à morte. Estudos da relação E. histolytica/ E. dispar em pacientes HIV
positivos são escassos e divergentes, principalmente pela complexa sintomatologia. Uberlândia encontra-se
em terceiro lugar de Minas Gerais em número de portadores da AIDS, diante destes dados verificamos a
importância e necessidade do presente estudo para que indivíduos portadores do vírus HIV possam levar
uma vida normal, livre desta parasitose. O objetivo deste trabalho é determinar a prevalência e investigar
as manifestações clínicas e os fatores de risco associados à infecção por E. histolytica/ E. dispar em
pacientes HIV+ de Uberlândia. Serão analisadas amostras de 470 pacientes HIV+, independente do sexo e
idade, que procurarem atendimento à saúde no setor de Moléstias Infecciosas ou no Ambulatório, do
Hospital das Clínicas de Uberlândia (HCUFU), no período de julho de 2011 a julho de 2012. Os pacientes
assinarão um termo de consentimento livre e esclarecido concordando em participar do estudo,
posteriormente responderão ao questionário socioepidemiológico,e serão coletadas três amostras fecais e
cinco mililitros de amostra de sangue periférico. As amostras fecais serão processadas pela técnica de
Faust, e quando positivos os cistos de Entamoeba serão purificados, extraído o DNA e realizada
diferenciação molecular entre as espécies E. histolytica/ E. dispar pela técnica de PCR. Com as amostras
sorológicas será realizado o ensaio imunoenzimático (ELISA) para a determinação dos níveis de anticorpos
IgG anti-E. histolytica. Considerando o impacto da amebíase em indivíduos HIV+, procuramos entender a
real prevalência e os aspectos epidemiológicos dessa doença na região, possibilitando a melhor qualidade
de vida a estes pacientes.
Palavras-chave: amebíase, Entamoeba histolytica/Entamoeba dispar, HIV/AIDS.
47 Os resumos assinados nesta publicação são de inteira responsabilidade dos seus autores.
PROJETO DE PESQUISA
ANÁLISE DA PRODUÇÃO DE CITOCINAS POR CÉLULAS TROFOBLÁSTICAS HUMANAS (LINHAGEM BEWO)
INFECTADAS POR DOIS ISOLADOS DE Toxoplasma gondii DE UBERLÂNDIA, MG, BRASIL
Mayara Ribeiro, Janice B. L. Maria, Priscila S. Franco, Eloisa A. V. Ferro
Laboratório de Histologia e Embriologia, Universidade Federal de Uberlândia.
e-mail: [email protected]
Toxoplasma gondii é um protozoário parasito intracelular obrigatório que provoca a toxoplasmose, doença
que acomete aproximadamente um terço da população mundial. Dentre as formas graves da doença está a
toxoplasmose congênita, quando há passagem transplacentária das formas taquizoítas de T. gondii. As
células trofoblásticas da linhagem BeWo são utilizadas como modelo experimental na infecção por T. gondii
em estudos relacionados à transmissão vertical deste parasito. T. gondii possui três tipos de linhagens
clonais (I, II e III) que são semelhantes geneticamente e estão presentes principalmente na Europa e
América do Norte. Estudos demonstram que além dessas cepas já definidas, existem uma grande variedade
de cepas que não pertencem a nenhum desses genótipos na América do Sul. Essas cepas são denominadas
recombinantes ou exóticas. Na cidade de Uberlândia, MG, foram obtidos dois isolados a partir do coração
de aves. Esses isolados foram denominados Udi1-CH05 e Udi2-CH05. Assim, o objetivo desse trabalho é
avaliar comparativamente o comportamento das células BeWo frente à infecção por esses dois isolados e o
efeito das drogas azitromicina ou da associação sulfadiazina-pirimetamina-ácido folínico na produção de
citocinas em células trofoblásticas infectadas. Para isso, células BeWo serão mantidas em placas de 24
poços, na concentração de 5x104 células por poço em um volume final de 200 μL, em estufa a 37 °C e 5 %
CO2. Após 24 horas as células serão infectadas na proporção de 5 parasitos por célula por 3 horas e depois
tratadas com azitromicina ou com a associação sulfadiazina-pirimetamina-ácido folínico. Os sobrenadantes
posteriormente serão submetidos ao ensaio de citometria de fluxo para determinar as citocinas de perfil
Th1 e Th2 produzidas. Além disso, a produção de MIF será determinada pela ensaio imunoenzimático ELISA
e reação de imunohistoquímica para demonstrar a presença dessa citocina nas células. Espera-se com esse
trabalho que o tratamento com essas drogas induzam uma reposta anti-inflamatória, proporcionando o
sucesso gestacional.
Palavras-chave: Toxoplasma gondii, células BeWo, citocinas.
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PROJETO DE PESQUISA
EFEITO DA DEPLEÇÃO DE CÉLULAS T REGULATÓRIAS EM CAMUNDONGOS C57BL/6 NO CONTROLE DA
RESPOSTA IMUNE INDUZIDA PELA INFECÇÃO POR Toxoplasma gondii
Frederico R. C. Costa1, Caroline M. Mota1, Fernanda M. Santiago1, Marcela D. Ferreira1, Deise A. O. Silva1,
João S. Silva2, Tiago W. P. Mineo1, José R. Mineo1
1. Laboratório de Imunoparasitologia, Universidade Federal de Uberlândia.
2. Laboratório de Imunoparasitologia, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP.
e-mail: [email protected]
O presente projeto busca investigar a participação dos fatores de virulência do parasito Toxoplasma gondii
e os fatores de resistência dos hospedeiros infectados no curso da infecção. A toxoplasmose é uma
zoonose de prevalência cosmopolita, que acomete aproximadamente um terço da população mundial e é
ocasionada pelo parasito Toxoplasma gondii. É sabido que lesões teciduais relevantes na fase aguda e na
fase crônica da doença podem ser resultantes de uma intensa resposta do sistema imune do
hospedeiro. Com o advento de novas ferramentas moleculares que permitiram investigar a participação
das células T regulatórias em diversos fenômenos imunobiológicos, as possibilidades para um melhor
entendimento sobre a interação T. gondii e seus hospedeiros aumentaram expressivamente. A partir do
momento em que a simples dicotomia Th1/Th2 se tornou insuficiente para explicar os processos que
envolvem tanto infecções como processos autoimunes, paralelamente às novas evidências da participação
de outras subpopulações celulares como células T (Th17, Treg), novas perspectivas estão sendo
investigadas no sentido de levar a uma melhor compreensão tanto da imunidade adaptativa como da inata,
podendo gerar novas formas de intervenção, visando o tratamento e a prevenção de conseqüências
imunopatogênicas. O presente projeto irá estudar a influência do receptor de células T com função
regulatória GITR (glucocorticoid-induced tumor necrosis fator) nos mecanismos de imuno-regulação
induzidos pela infecção experimental de camundongos C57BL/6 por parasitos da cepa ME-49 de T. gondii.
Primeiramente, foi injetada uma dose única de 500ug/ml um dia antes da infecção experimental. Trinta
dias depois, os camundongos foram sacrificados. O cérebro foi coletado para a avaliação do parasitismo na
fase crônica; o baço foi coletado para a cultura de esplenócitos que depois foram estimulados ou não com
anti-GITR para posterior dosagem de citocinas (IFN-γ e IL-10) por ELISA; e o soro foi coletado nos dias 10, 20
e 30 após a infecção para a dosagem de anticorpos. Houve uma diminuição significante no parasitismo no
cérebro na fase crônica da doença. Além disso, foi observado um aumento significante da concentração de
IFN-γ no baço, enquanto que a concentração de IL-10 manteve-se inalterada. Não houve diferenças
significantes na dosagem de anticorpos (IgG total, IgG1 e IgG2a). Novos testes como curva de mortalidade,
dosagem de citocinas e anticorpos na fase aguda da doença, dentre outros, são necessários a fim de
melhor caracterizar a imuno-modulação feita pela molécula GITR.
Palavras-chave: Toxoplasma gondii, células T regulatórias, GITR.
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PROJETO DE PESQUISA
ETIOPATOGENIA DE INFECÇÕES DE CORRENTE SANGUÍNEA ASSOCIADA A CATETER VENOSO CENTRAL
E AVALIAÇÃO DE UM PACOTE DE MEDIDAS NA SUA PREVENÇÃO EM NEONATOS CRÍTICOS
Daiane S. Resende1, Denise Von Dolinger de Brito1, Jane E. Urzêdo2, Vânia O. S. Abdallah2, Paulo P.
Gontijo-Filho1
1. Laboratório de Microbiologia, Universidade Federal de Uberlândia.
2. Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia.
e-mail: [email protected]
As infecções de corrente sanguínea (ICSs) são responsáveis por taxas significativas de morbidade em
Unidades de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) resultando em hospitalização prolongada e aumento nos
custos hospitalares. O Cateter Venoso Central (CVC) está entre um dos recursos mais importantes utilizados
no atendimento de excelência ao neonato crítico, entretanto o uso destes dispositivos também está
associado a um risco considerável de aquisição das infecções de corrente sanguínea. O estudo da
patogênese dessas infecções é essencial para a elaboração de estratégias específicas com impacto na
redução de taxas das mesmas. Assim, o objetivo do presente estudo é avaliar o impacto de um pacote de
medidas dirigido aos cuidados e manutenção do CVC, na redução das ICS-AC, bem como a patogênese
destas infecções, em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal do Hospital de Clínicas da Universidade
Federal de Uberlândia. A pesquisa constará de um estudo experimental prospectivo para avaliação da
adesão dos profissionais de saúde da unidade quanto aos cuidados designados no bundle dirigido aos
cuidados e manutenção do CVC, e coorte prospectiva para busca de pacientes em uso de CVC com e sem
infecções de corrente sanguínea associada ao CVC. O estudo será dividido em três etapas: período pré-
intervenção (março/2011 a dezembro/2011), período de intervenção (janeiro/2012 e fevereiro/2012) e
período pós-intervenção (março/2012 a dezembro/2012). Será realizada vigilância pelo sistema NHSN para
avaliação da ocorrência de ICS-AC em neonatos críticos, no período de março de 2011 a dezembro de 2012,
em busca de infecções e para definição de indicadores epidemiológicos das infecções de corrente
sanguínea de origem hospitalar. Serão realizados também, inquéritos observacionais de adesão aos
cuidados com o CVC propostos no pacote de medidas pelos profissionais de saúde da UTIN nos períodos
pré e pós-intervenção. Após realização da intervenção, as taxas dos períodos pré e pós-intervenção serão
comparadas. Para o estudo da patogênese, serão coletadas amostras da narina, da pele no sítio de inserção
do CVC, do canhão, da ponta do cateter e da mucosa intestinal dos pacientes com ICS-AC por
Staphylococcus epidermidis, e a similaridade clonal das amostras encontradas nestes sítios será realizada
através da técnica de gel de eletroforese em campo pulsátil (PFGE). Apoio: CAPES, UFU.
Palavras-chave: infecção de corrente sanguínea, neonatos, patogênese, cateter venoso central.
50 Os resumos assinados nesta publicação são de inteira responsabilidade dos seus autores.
PROJETO DE PESQUISA
ESTUDO COMPARATIVO DA BIOLOGIA DE CARRAPATOS Amblyomma parvum (Aragão: 1908) (Acari:
Ixodidae) DE DUAS POPULAÇÕES DISTINTAS QUANDO ALIMENTADOS EM DIVERSAS ESPÉCIES ANIMAIS E
AVALIAÇÃO DE ISOLAMENTO REPRODUTIVO ENTRE ELES
Monize Gerardi1, Maria M. M. Olegário1, Santiago Nava2, Matias P. J. Szabó1
1. Laboratório de Ixodologia, Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, Minas Gerais,
Brasil
2. Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária, Estação Experimental Agropecuária Rafaela, Rafaela, Santa Fé, Argentina
email: [email protected]
Carrapatos são os principais vetores de bioagentes patogênicos para os animais e só perdem para os
mosquitos no caso dos seres humanos. Recentemente houve um aumento no interesse por carrapatos de
animais selvagens motivada pela percepção de que podem fazer parte do ciclo de doenças infecciosas
variadas, incluindo zoonoses. O carrapato Amblyomma parvum é um alvo de pesquisa importante, pois seu
ciclo de vida ainda não está esclarecido; foi encontrado parasitando diversos animais selvagens e
domésticos e pode fixar-se em seres humanos. Além disso, isolou-se deste artrópode uma riquétsia de
patogenicidade ainda desconhecida. Em uma comparação genética de amostras desta espécie de carrapato
oriundas da Argentina e Brasil, observou-se haver diferenças consideráveis. Estas diferenças podem
implicar em divergências na capacidade vetorial e de preferência por hospedeiros. Recentemente, em um
trabalho preliminar, comparou-se a biologia de A. parvum do Brasil e Argentina em infestações
experimentais de coelhos; diferenças no desempenho alimentar dos carrapatos de origens diversas foram
relatadas, e ainda, observações iniciais indicaram a fertilidade dos carrapatos híbridos, contrastando com a
diferença genética anteriormente constatada. Pelas razões expostas, o presente trabalho pretende
comparar o desempenho biológico de populações de carrapato A. parvum da Argentina com daqueles do
Brasil quando alimentados em diversos hospedeiros domésticos, e ainda, verificar de forma irrefutável a
fertilidade ou não dos híbridos destes carrapatos. A comprovação da fertilidade quebraria um paradigma
sobre dissimilaridade mínima do gene mitocondrial 16S para a distinção de espécies. Para tal, carrapatos
adultos puros e aqueles obtidos do cruzamento de exemplares das duas populações serão alimentados
sobre o mesmo hospedeiro (coelho) em seis repetições e os parâmetros reprodutivos serão comparados.
Fêmeas sozinhas serão utilizadas simultaneamente como um controle da possibilidade de partenogênese.
Sendo assim, o isolamento reprodutivo de carrapatos A. parvum das linhagens brasileira e argentina será
confirmado ou refutado. Posteriormente, serão avaliados todos os parâmetros biológicos e comparados
entre as duas populações quando alimentados em diversas espécies de hospedeiros, como coelho, cão,
bovinos e preás. Assim, pode-se verificar se as duas populações deverão ser tratadas como espécies
distintas ou apenas subpopulações com características peculiares. Estas constatações terão implicações na
lida com a epidemiologia de agentes transmitidos e potencial difusão do parasito no meio rural e
doméstico. Apoio: CNPq.
Palavras-chave: Amblyomma parvum, Argentina, Brasil.
51 Os resumos assinados nesta publicação são de inteira responsabilidade dos seus autores.
PROJETO DE PESQUISA
AVALIAÇÃO DA REPOSTA IMUNE E A VIA DE SINALIZAÇÃO DESENCADEADA PELA TRANSFERÊNCIA
ADOTIVA DE CÉLULAS APRESENTADORAS DE ANTÍGENO ESTIMULADAS COM ANTÍGENO SOLÚVEL DE
Toxoplasma gondii E DE Neospora caninum
Caroline M. Mota, Marcela D. Ferreira, Fernanda M. Santiago, Tiago W. P. Mineo, José R. Mineo
Laboratório de Imunoparasitologia, Universidade Federal de Uberlândia.
e-mail: [email protected]
Toxoplasma gondii e Neospora caninum são parasitos intracelulares obrigatórios pertencentes ao filo
Apicomplexa de distribuição mundial. Toxoplasmose é causada pelo T. gondii e afeta a maioria das espécies
de animais de sangue quente, tendo como hospedeiro definitivo os felídeos. A infecção por T. gondii
geralmente é assintomática em indivíduos imunocompetentes, mas pode causar abortos ou infecções
congênitas em indivíduos imunocompetentes e graves conseqüências em indivíduos imunocomprometidos.
N. caninum é o causador da neosporose, sendo os canídeos seus hospedeiros definitivos e ovinos, caprinos,
bovinos e animais silvestres os seus hospedeiros intermediários. A neosporose é considerada uma
importante causa de aborto em bovinos em todo o mundo, causando prejuízos no setor pecuário. Visto o
impacto que essas parasitoses geram na sociedade, ampliar o conhecimento da resposta imune
desencadeada por esses parasitos e as cascatas de sinalizações ativadas pode facilitar a identificação de
uma vacina para controlar essas doenças. Isto requer considerável conhecimento da biologia do parasita,
interação parasito-hospedeiro, diferentes estágios do ciclo de vida, antígenos críticos para a sobrevivência
do parasito no hospedeiro e uma compreensão dos componentes importantes da imunidade protetora e
como eles são induzidos. Assim, vacinas baseadas na indução da resposta imune celular protetora têm
emergido como potenciais ferramentas. O presente estudo tem como objetivo avaliar se macrófagos e
células dendríticas derivados da medula óssea estimulados com antígeno de solúvel de N. caninum (NLA) e
T. gondii (STAg) são capazes de induzir resposta imune celular protetora aos parasitos e determinar o papel
do fator de transcrição NF-KB na indução de uma resposta imune adaptativa. Para isso serão realizados
experimentos visando a diferenciação das células da medula óssea em macrófago (BMDMs) ou em células
dendríticas (BMDCs) e tratá-las com NLA ou STAg, para se avaliar a resposta imune in vitro e in vivo por
meio da análise da proliferação celular e por dosagem de citocinas; determinar as vias de sinalização do
fator de transcrição NF-KB na indução de uma resposta imune adaptativa por meio da detecção das
citocinas, das moléculas co-estimuladoras e do complexo principal de histocompatibilidade e avaliar o
efeito protetor da transferência adotiva de BMDMs e BMDCs contra o desafio letal com N. caninum e T.
gondii por meio da determinação dos escores de morbidade, porcentagem de sobreviventes e carga
parasitária.
Palavras- chave: Neospora caninum, Toxoplasma gondii, resposta imune, vacina.
52 Os resumos assinados nesta publicação são de inteira responsabilidade dos seus autores.
PROJETO DE PESQUISA
CARACTERIZAÇÃO ESTRUTURAL E FUNCIONAL DE PROTEÍNAS DE Toxoplasma gondii HOMÓLOGAS A UMA
METALOPROTEASE DE Bothrops moojeni
Maraisa C. Silva1,2, Fernanda M. Santiago1, Arlindo G. Macedo Júnior 1, Jair P. Cunha Junior 1, Fábio
de Oliveira2, José R. Mineo1
1. Laboratório de Imunoparasitologia, Instituto de Ciências Biomédicas (ICBIM), Universidade Federal de Uberlândia.
2. Laboratório de Biologia Celular e Molecular, Instituto de Ciências Biomédicas (ICBIM) e Instituto Nacional de Ciência e
Tecnologia em Nanobiofarmacêutica (N-Biofar). Universidade Federal de Uberlândia.
e-mail: [email protected]
Toxoplasma gondii é um protozoário parasito intracelular que afeta um terço da população mundial. A
maioria dos seres humanos positivos apresenta uma infecção assintomática, com somente uma minoria da
população adulta imunocompetente e crianças demonstram sintomas clínicos não específicos, por
exemplo, a linfodenopatia. No entanto, em indivíduos imunocomprometidos, a toxoplasmose pode levar a
manifestações clinicas como desenvolvimento de abscessos cerebrais e encefalites. A combinação de
sulfatiazida e pirimetamina é o tratamento de primeira escolha da maioria das apresentações clínicas de
toxoplasmose. Terapias em uso atualmente são limitadas pela resistência, toxicidade ao hospedeiro e
efeitos adversos, como alergias na pele e supressão da medula óssea. Durante toda sua história, a medicina
utilizou substâncias químicas derivadas de plantas, animais e microorganismos para tratar doenças
humanas. Estudos recentes relatam que as peçonhas brutas das serpentes de Bothrops moojeni, Crotalus
durissus terrificus, C. durissus cascavella e C. durissus collilineatus e a enzima LLAO (L-aminoácido oxidase)
demoninada BpirLAAO-I, isolada da peçonha de B. pirajai mostraram uma eficiente atividade anti-
Leishmania. Toxinas obtidas das secreções de algumas espécies de anfíbios também se mostraram efetivas
contra agentes etiológicos da doença de Chagas, leishmaniose visceral e toxoplasmose. Neste contexto, o
presente projeto tem por objetivo caracterizar estrutural e funcionalmente proteínas em taquizoítas de T.
gondii com homologia a metaloprotease BmooMPAα-I, isolada da peçonha bruta de serpente B. moojeni,
contribuindo para um melhor entendimento do mecanismo de ação das proteases de T. gondii envolvidas
tanto no processo de invasão como de saída do parasito da célula hospedeira para infectar células
circunvizinhas. Isso, permitirá a elaboração de uma estratégia que possa interferir não apenas na replicação
intracelular, mas também em outras etapas fundamentais do ciclo lítico desse parasito, como a infecção de
novas células hospedeiras.
Palavras- chave: Bothrops moojeni, Toxoplasma gondii, metaloprotease
53 Os resumos assinados nesta publicação são de inteira responsabilidade dos seus autores.
PROJETO DE PESQUISA
UTILIZAÇÃO DE PEPTÍDEOS NATIVOS DOS ANTÍGENOS P30 (SAG1), P22 (SAG2A) E P97 DE Toxoplasma
gondii EM IMUNOENSAIOS APLICADOS EM AMOSTRAS BIOLÓGICAS DE GESTANTES E RECÉM-NASCIDOS
COM DIAGNÓSTICO CLÍNICO PRESUNTIVO DE TOXOPLASMOSE RECENTE
Fernando R. Carvalho, Jair P. Cunha Junior, Tiago W. P. Mineo, Deise A. O. Silva, José R. Mineo
Laboratório de Imunoparasitologia, Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade Federal de Uberlândia.
e-mail: [email protected]; [email protected]
A toxoplasmose, doença causada pelo protozoário apicomplexa Toxoplasma gondii, tem importância
médica de destaque na gravidez devido ao risco de infecção fetal. Dentre os grupos de indivíduos em que o
diagnóstico desta infecção é mais crítico, estão mulheres grávidas que adquirem a infecção primária
durante a gestação e fetos e recém-nascidos que adquirem a infecção congênita. Porém, a situação mais
desafiadora é determinar se uma mulher grávida adquiriu a infecção antes ou durante a gestação, uma vez
que há grande número de resultados falso-positivos e falso-negativos obtidos a partir dos testes
sorológicos empregados na detecção de anticorpos específicos em amostras de soro de pacientes,
principalmente com relação à detecção de anticorpos IgM e IgA anti-T. gondii, dificultando o
estabelecimento do diagnóstico da infecção primária e infecção congênita. Sendo assim, este projeto
objetiva investigar a aplicabilidade de novos marcadores moleculares na determinação das fases da
toxoplasmose adquirida e congênita na espécie humana, em especial peptídeos nativos obtidos a partir de
moléculas expressas no parasita. Para isso, antígeno solúvel de taquizoítas de T. gondii (STAg) será
fracionado por precipitação com concentrações crescentes de sulfato de amônia [(NH4)2SO4], e as frações
obtidas serão submetidas à separação eletroforética uni- e bidimensional (SDS-PAGE 1D e 2D) e
posteriormente serão incubadas com os anticorpos monoclonais (mAbs) A3A4 (anti-p30/SAG1), A4D12
(anti-p22/SAG2A) e 1B8 (anti-p97), os quais serão obtidos a partir da coleta do sobrenadante de cultura dos
hibridomas secretores de cada anticorpo específico e purificados em resina de imunoafinidade de Proteína
G-sepharose. A obtenção de peptídeos nativos será feita a partir de modificação do método descrito por
REICHMANN e colaboradores (2001), em que frações do STAg reconhecidas pelos mAbs A3A4, A4D12 e 1B8
serão eluídas e submetidas à digestão por tripsina. A seguir, os peptídeos presentes em cada fração serão
separados por HPLC de fase reversa e cada fração obtida será analisada por espectrometria de massa. Para
padronização de ensaios imunoenzimáticos (ELISA) usando peptídeos nativos de T. gondii reconhecidos
pelos mAbs A3A4, A4D12 e 1B8, serão utilizadas amostras de referência de soros e líquido
cefalorraquidiano do Banco de Amostras Biológicas do Laboratório de Imunoparasitologia (UFU),
previamente divididas em quatro grupos, de acordo com o perfil sorológico da infecção determinado por
meio de ensaios sorológicos convencionais. Os imunoensaios a serem padronizados com os peptídeos
nativos e as amostras de soros e líquido cefalorraquidiano serão específicos para a detecção de anticorpos
IgG (IgG total, IgG1 e IgG2), IgM, IgA e IgE anti-T. gondii, além da avidez de IgG. Tais imunoensaios
padronizados serão validados com um painel de amostras pareadas de soros de gestantes e recém-
nascidos, com diagnóstico clínico presuntivo de toxoplasmose recente. Apoio: ICBIM/UFU, CAPES, CNPq,
FAPEMIG.
Palavras-chave: toxoplasmose congênita, sorodiagnóstico, peptídeos nativos.
54 Os resumos assinados nesta publicação são de inteira responsabilidade dos seus autores.
PROJETO DE PESQUISA
CARACTERIZAÇÃO DE ANTÍGENOS DE Neospora caninum PARA PRODUÇÃO DE INSUMOS COM VALOR
DIAGNÓSTICO, PROFILAXIA E PROTEÇÃO NA NEOSPOROSE
Arlindo G. Macêdo Júnior1, Jair P. Cunha Junior1, Fernanda M. Santiago1, Murilo V. Silva1, Pollyanna C. A.
Vieira1, Marcela D. Ferreira1, Flávia B. Ferreira1, Deise A. O. Silva1, Carlos P. Pirovani2, José R. Mineo1, Tiago
W. P. Mineo1
1. Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade Federal de Uberlândia, Minas Gerais, Brasil.
2. CBG/Universidade Estadual de Santa Cruz, Bahia, Brasil.
e-mail: [email protected]
Neospora caninum é um protozoário intracelular obrigatório, do filo Apicomplexa, estreitamente
relacionado a Toxoplasma gondii. Descrito no final dos anos 80 como responsável por doenças
neuromusculares em filhotes caninos infectados de forma transplacentária, foi relacionado a abortos
bovinos na década de 90. Desde então, este parasito tem despertado interesse de pesquisadores ao redor
do mundo por sua capacidade de induzir perdas reprodutivas. A julgar pelo fato que o Brasil possui o maior
rebanho bovino comercial do mundo, considera-se que o impacto desta parasitose sobre a cadeia de
produção de carne e leite nacionais apresente importante magnitude. Vários tipos de vacinas contra N.
caninum utilizando parasitos vivos, irradiados ou lisados e proteínas recombinantes têm sido avaliadas.
Entretanto, a proteção conferida é, na maioria das vezes, parcial e dependente dos adjuvantes utilizados. O
diagnóstico laboratorial da neosporose é classicamente realizado por meio do teste de imunoflourescência
indireto que, apesar de ser utilizado como um teste de referência apresenta limitações como fato de ser
um ensaio que depende da interpretação subjetiva do observador. Atualmente encontra-se um número
considerável de testes sorológicos que têm sido desenvolvidos para a detecção de anticorpos específicos
para N. caninum. No entanto, estes ainda carecem de padronização adequada nos critérios utilizados na
interpretação dos resultados que possuem limitações através de limiares de reatividade extremamente
variáveis em diferentes estudos soroepidemiológicos e clínicos. O presente projeto tem como objetivo
geral a produção de insumos moleculares a serem utilizados em métodos laboratoriais para identificação
de N. caninum em amostras animais bem como para utilização destes como ferramentas em medidas de
profilaxia e controle da infecção vertical na neosporose. Dessa forma, pretendemos produzir e selecionar
hibridomas secretores de anticorpos monoclonais reativos contra epítopos imunodominantes de antígenos
de N. caninum, bem como a identificação e caracterização dos alvos antigênicos reconhecidos. A partir dos
alvos antigênicos selecionados pelos anticorpos monoclonais será realizada a purificação de proteínas
nativas e produção de antígenos recombinantes seguido de avaliação sobre os seus potenciais como
insumos para monitoramento da neosporose em hospedeiros intermediários e definitivos. Apoio: UFU,
CNPq, FAPESP, FAPEMIG.
Palavras-chave: Neospora caninum, neosporose, diagnóstico, profilaxia.
55 Os resumos assinados nesta publicação são de inteira responsabilidade dos seus autores.
PROJETO DE PESQUISA
FRACIONAMENTO DE ANTÍGENO HETERÓLOGO POR TÉCNICAS CROMATOGRÁFICAS NO
IMUNODIAGNÓSTICO DA NEUROCISTICERCOSE HUMANA
Daniela S. Nunes¹, Vanessa S. Ribeiro¹, Jair P. Cunha Junior², Maria do Rosário F. G. Pires¹, Julia Maria Costa-
Cruz¹
1. Laboratório de Diagnóstico de Parasitoses, Universidade Federal de Uberlândia.
2. Laboratório de Imunologia, Universidade Federal de Uberlândia.
e-mail: [email protected]; [email protected]
O complexo Teníase-Cisticercose está presente principalmente nos países em desenvolvimento, sendo
influenciado por fatores demográficos, culturais e políticos, e em países desenvolvidos com alta taxa de
imigração de áreas endêmicas. Em humanos, a forma metacestódea de Taenia solium pode se instalar
praticamente em todos os órgãos do corpo, sendo o SNC a localização mais importante, causando a forma
mais grave e frequente, a neurocisticercose (NC). Diante da necessidade de utilização de antígenos
alternativos para o diagnóstico da NC em testes sensíveis e específicos, a utilização de proteínas antigênicas
purificadas consiste em uma importante ferramenta para que o diagnóstico da NC seja realizado mesmo na
ausência do antígeno homólogo. O projeto tem como objetivo realizar o fracionamento de antígeno
heterólogo por técnicas cromatográficas no imunodiagnóstico da NC. Serão analisadas 120 amostras de
soro de pacientes, divididos em três grupos. Grupo 1 (n=40): pacientes com diagnóstico definitivo para NC.
Grupo 2 (n=40): pacientes com outras parasitoses. Grupo 3 (n=40): pacientes saudáveis. Serão realizadas
técnicas cromatográficas de gel filtração e fase reserva, a partir do extrato salino total de metacestódeos de
Taenia saginata. Os testes enzyme linked immunosorbent assay (ELISA) e Westen Blotting (WB), serão
realizados para detecção de IgG anti-metacestódeos de T. solium nas amostras de soro. As variáveis serão
analisadas com os testes específicos, paramétricos ou não paramétricos, segundo a distribuição dos dados.
As diferenças estatisticamente significantes serão consideradas quando p < 0,05. A análise comparativa
entre as frações antigênicas e entre os grupos no ELISA e na freqüência de reconhecimento das bandas no
WB será realizada no programa BioEstatic versão 2.0, utilizando o teste de diferença entre duas
proporções. Serão calculadas: sensibilidade, especificidade e eficiência de diagnóstico. Os resultados do
presente projeto possibilitarão a obtenção de antígenos alternativos, através das técnicas cromatográficas
de gel filtração e fase reversa no imunodiagnóstico da NC. Apoio: CAPES, UFU.
Palavras-chave: fracionamento, imunodiagnóstico, neurocisticercose.
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PROJETO DE PESQUISA
AVALIAÇÃO DE PEPTÍDEOS NO CONTROLE DA CISTICERCOSE
Marianna N. Manhani1,2, Cristiane Q. Tilelli2, Luiz Ricardo Goulart1, Julia M. Costa-Cruz1
1. Universidade Federal de Uberlândia.
2. Universidade Federal de São João Del Rei.
e-mail: [email protected]; [email protected]
Neurocisticercose humana (NC) é a parasitose mais freqüente do SNC, causada pela instalação de
metacestódeos de Taenia solium no sistema nervoso central. Para estabelecer o diagnóstico de NC é
necessário avaliar corretamente sintomas clínicos, testes de neuroimagem e de imunodiagnósticos, e os
dados epidemiológicos. A forma metacestódea pode persistir no hospedeiro humano por longos períodos
permanecendo assintomática. Em contraste a resposta inflamatória ao redor do metacestódeo degenerado
pode principiar os sintomas, caracterizados por encefalite, hipertensão intracranial aguda, hidrocefalia e
ataques epiléticos. A frequência da NC varia de 0,2% a 52,0% mundialmente. No Brasil, a soroprevalência
da NC pode variar de 29,4 – 64%, com média de 7,04%. Devido às dificuldades de tratamento da NC, busca-
se a implantação de medidas de controle, como a vacinação. Várias vacinas foram testadas com proteção
promissora contra cisticercose. O resultado mais promissor foi o da vacina anti-cisticercose S3Pvac,
composta por três peptídeos selecionados por phage display. O objetivo desse trabalho é avaliar a resposta
imunológica induzida após inoculação de peptídeos selecionados pela técnica de phage display contra
anticorpos anti-metacestódeos de T. solium, expressos em fagos e sintéticos, em camundongos BALB/c
infectados experimentalmente com Taenia crassiceps. O mimetopo Cc48 expresso em bacteriófago M13,
previamente selecionados por phage display contra anticorpos IgY anti-metacestódeos de T. solium, será
reamplificado em cultura de Escherichia coli e sintetizado por empresa especializada. Fêmeas de
camundongos Balb/c de 3 a 5 semanas de idade serão divididos em 4 grupos, com 40 animais cada: G1)
animais infectados e imunizados com peptídeo expresso em fagos; G2) animais infectados e imunizados
com peptídeo sintético; G3) animais infectados e não imunizados; G4) animais não infectados e não
imunizados. A imunização será por inoculação intra-dérmica com peptídeo diluído em salina (2 μg) ou
somente salina, em volume final de 200 μl, com reforços nos pontos 7, 23, 38 e 53 dias após infecção (dpi).
Para determinação da carga parasitária, dez dias após a primeira imunização os animais serão desafiados
com dez cisticercos de T. crassiceps e será realizada a medida da circunferência abdominal e contagem de
cisticercos em dez animais em pontos determinados (15, 30, 45 e 60 dpi). Amostras de sangue serão
coletadas por meio de punção venosa retro-orbital, após anestesia, antes e após cada imunização para
detecção de anticorpos totais (IgG, IgG1, IgG2a, IgM, IgA e IgE), citocinas (IFN-gama, IL-4), e contagem total
e diferenciada de células sanguíneas.
Palavras-chave: neurocisticercose, peptídeos, vacinação.
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PROJETO DE PESQUISA
EPIDEMIOLOGIA DE PNEUMONIAS ASSOCIADAS À VENTILAÇÃO MECÂNICA POR Pseudomonas aeruginosa
RESISTENTE AO IMIPENEM EM PACIENTES INTERNADOS NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTA
MISTA DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO BRASILEIRO
Everton R. Silva, Paulo P. Gontijo Filho
Laboratório de Microbiologia, Universidade Federal de Uberlândia.
e-mail: [email protected]
Introdução: Pneumonia Associada à Ventilação (PAV) é a infecção hospitalar mais frequente nas Unidades
de Terapia Intensiva (UTI) de Adultos e está relacionada com maior morbidade e mortalidade e aumento
dos custos. Pseudomonas aeruginosa é o principal agente desta infecção, usualmente multirresistente aos
antimicrobianos, o que dificulta antibioticoterapia e leva a uma terapêutica inadequada, resultando numa
mortalidade elevada, além de maior pressão seletiva na Unidade Hospitalar. Objetivo: Analisar as
epidemiologias clássica e molecular de PAV por P. aeruginosa susceptível/resistente aos carbapenêmicos e
sua relação com o uso destes antimicrobianos em pacientes internados numa UTI de Adultos. Material e
Métodos: O estudo será realizado na UTI de Adultos do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de
Uberlândia (HC-UFU). Será realizado um estudo de coorte prospectivo, incluindo os pacientes com PAV por
P. aeruginosa internados na UTI, entre julho/2011 a julho/2012. As PAVs serão definidas por critérios
clínicos, radiológicos, laboratoriais (leucocitose > 11.000 leucócitos/mL) e microbiológicos (contagem ≥ 106
UFC/mL de aspirado traqueal). Os pacientes com PAV serão detectados por vigilância ativa na Unidade e
uma ficha individual será preenchida com dados demográficos, fatores de risco e evolução clínica. O projeto
será submetido ao Comitê de Ética da UFU. A coleta do aspirado traqueal será realizada pelos profissionais
da Unidade e será encaminhado para o setor de Microbiologia do Laboratório de Análises Clínicas do HC-
UFU. A identificação do microrganismo quando de cultura positiva será feita por testes fenotípicos clássicos
e o perfil de susceptibilidade das amostras será determinado pelos métodos de disco difusão e diluição em
gel (MIC) de acordo com a metodologia do “Clinical and Laboratory Standards Institute” (CLSI, 2009).
Adicionalmente, o uso dos antibióticos, cefalosporinas de amplo espectro e carbapenêmicos, serão
avaliados pela Dose Diária Definida de antimicrobianos por 1000/pacientes-dia (DDD/1000 pacientes-dia).
Além disso, os seguintes indicadores epidemiológicos serão definidos: índice de incidência de PAVs em
geral e positivas para P. aeruginosa (freqüência/1000 dias de ventilação mecânica) e de utilização de
ventilação mecânica na UTI. A seguir, serão realizados testes para detecção dos fenótipos de resistência
(AmpC, ESBL, MBL). As amostras com resistência aos carbapenêmicos com e sem definição do fenótipo
MBL terão o perfil genotípico (SPM, IMP e VIM) avaliado pela técnica de PCR utilizando primers descritos na
literatura. A similaridade clonal será testada pela técnica de eletroforese em campo pulsado (PFGE) para
definição de uma prevalência clonal/policlonal na Unidade. Apoio: CAPES, CNPq.
Palavras-chave: PAV, Pseudomonas aeruginosa, carbapenêmicos.
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PROJETO DE PESQUISA
EPIDEMIOLOGIA DE PAVS POR Acinetobacter baumannii RESISTENTE AO IMIPENEM EM PACIENTES
INTERNADOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA (UTI) DE ADULTOS, CLÍNICOCIRÚRGICA, DE UM
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO BRASILEIRO
Sabrina Royer, Paulo P. Gontijo Filho
Laboratório de Microbiologia, Universidade Federal de Uberlândia.
e-mail: [email protected]
Acinetobacter baumannii é um dos principais agentes de pneumonias associadas à ventilação mecânica
(PAVs) em pacientes internados em unidades críticas nos hospitais brasileiros, resultando em mortalidade e
custos elevados. A importância crescente deste microrganismo decorre de sua resistência intrínseca à
maioria dos antibióticos e germicidas, e viabilidade prolongada em superfícies secas, passíveis de contato
das mãos dos profissionais de saúde, tornando o ambiente um reservatório secundário. O presente projeto
objetiva realizar um estudo epidemiológico clássico e molecular de PAVs causadas por Acinetobacter
baumanii susceptível/resistente aos carbapenêmicos na UTI de Adultos do Hospital de Clínicas da
Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU). Será realizado um estudo de coorte prospectivo incluindo
pacientes com diagnóstico de PAV por Acinetobacter baumannii, internados no período de julho de 2011 a
julho de 2012. Ao mesmo tempo, será coletado material do ambiente, em superfícies próximas de
pacientes com PAV, definida por critérios clínicos, radiológicos, laboratoriais (leucocitose > 11.000
leucócitos/mL) e microbiológicos (contagem ≥ 106 UFC/mL de aspirado traqueal). Os pacientes com PAV
serão detectados por vigilância ativa na unidade e uma ficha individual será preenchida com os dados
demográficos, clínicos, epidemiológicos e com a evolução clínica do paciente. O projeto será submetido ao
Comitê de Ética da UFU. O aspirado traqueal será processado no Laboratório de Microbiologia do
ICBIM/UFU nos meios: Agar MacConkey, Agar Pseudomonas, Agar Sangue e/ou Agar Manitol Salgado, e as
colônias suspeitas identificadas através de métodos fenotípicos clássicos. Os seguintes indicadores
epidemiológicos de infecções hospitalares serão definidos: taxas de pacientes em uso de prótese
ventilatória (frequência/1000 dias de ventilação mecânica), densidade de uso de prótese ventilatória,
escore de gravidade “ASIS”. A susceptibilidade das amostras será determinada pelos métodos de disco
difusão e diluição em gel (MIC) de acordo com a metodologia do “Clinical and Laboratory Standards
Institute” (CLSI, 2009), e quando da resistência aos carbapenêmicos serão caracterizadas como do fenótipo
produtor de carbapenemases pelo teste de Hodge e neutralização com EDTA. A identificação dos genótipos
de enzimas da classe D (OXA-23) e B (metalo-β-lactamases) será feita pela técnica de PCR utilizando-se os
primers descritos na literatura. O perfil de similaridade clonal será realizado pela técnica de eletroforese em
campo pulsado (PFGE) para avaliação de clones prevalentes em espécimes clínicos e no ambiente. Apoio:
CAPES, CNPq.
Palavras-chave: PAV, Acinetobacter baumannii, ambiente.
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PROJETO DE PESQUISA
PRESENÇA DE Streptococcus agalactiae E Escherichia coli NA MUCOSA VAGINAL/PERIANAL DE GESTANTES
E SUA CORRELAÇÃO COM SEPSE NEONATAL PRECOCE
Nayara G. Barbosa, Paulo P. Gontijo Filho, Denise V. D. Brito
Laboratório de Microbiologia, Universidade Federal de Uberlândia.
e-mail: [email protected]
A sepse neonatal precoce refere à infecção cuja evidência diagnóstica (clínica/laboratorial/microbiológica)
ocorreu nas primeiras 48 horas de vida, associados a fatores de risco maternos para infecção. A
transmissão tem como premissa a colonização do trato geniturinário por microrganismos potencialmente
patogênicos, os principais agentes são o Streptococcus agalactiae e Escherichia coli, cujos reservatórios
primários são o trato gastrintestinal; a infecção se dá no momento do parto ou a partir da exposição fetal
em casos de rotura prematura de membranas pré-termo (RPM-PT). O presente projeto tem como objetivo
avaliar a colonização vaginal e perianal em gestantes >35 semanas por S. agalactiae e Escherichia coli,
correlação com sepse precoce nos respectivos recém-nascidos, fatores de risco para colonização e sepse,
uso profilático/terapêutico de antibióticos pela mãe e sua adequação/inadequação em relação à etiologia e
perfil de resistência dos microorganismos isolados, bem como a vigilância destas infecções na Unidade de
Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU).
Serão coletados espécimes clínicos a partir de swabs, provenientes de mucosa vaginal e perianal de
gestantes atendidas nos Serviços de Ginecologia e Obstetrícia do HC-UFU no período de Jan/2011 à
Dez/2011, uma ficha individual será preenchida com dados demográficos socioeconômicos, reprodutivos,
clínico-obstétricos, bem como dados dos respectivos neonatos, somente serão incluídas no estudo aquelas
que aceitarem e permitirem a participação de seus filhos mediante assinatura do Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido. As amostras Streptococcus agalactiae serão identificadas através da análise das
características morfo-tinturiais, catalase, teste de CAMP e aglutinação em látex; enquanto que as de
Escherichia coli serão identificadas por série bioquímica clássica, o teste de resistência através da técnica de
difusão em Agar. A vigilância será realizada na UTIN a partir do sistema NHSN, a sepse precoce será
definida por critérios clínicos, laboratoriais e microbiológicos, de acordo com os critérios do CDC. Os
resultados esperados fornecerão material para retro-alimentação dos profissionais na unidade, no intuito
de promover benefícios para a população atendida.
Palavras-chave: colonização materna, sepse neonatal precoce, S. agalactiae
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PROJETO DE PESQUISA
IMPACTO DA CONTAMINAÇÃO MICROBIANA DE FLUIDOS DE CORTE E FORMAÇÃO DE BIOFILME PARA A
INDÚSTRIA NACIONAL
Marcília B. A. Finzi, Geraldo B. Melo, Álisson R. Machado
Laboratório de Microbiologia, Universidade Federal de Uberlândia.
e-mail: [email protected]
Fluidos de corte (FC) são amplamente utilizados na indústria mecânica durante os processos de usinagem
de peças metálicas (torneamento, mandrilamento, furação, rosqueamento, entre outros), com o objetivo
de obter refrigeração e lubrificação na interface peça/cavaco-ferramenta, aumentar a vida útil da
ferramenta, banhar a peça e remover o cavaco gerado, proteger a ferramenta, a peça e a máquina-
ferramenta de corrosão, reduzir o atrito e melhorar o acabamento geral da peça. Geralmente, as
propriedades físicas e químicas dos FC são modificadas durante o seu uso, armazenamento por longos
períodos, ou sob ação de microrganismos, ocasionando também mudança nos riscos oferecidos aos
ambientes, de trabalho e naturais. A análise microbiológica com destaque para os biofilmes formados nos
equipamentos justifica-se pelo fato do comum reaproveitamento do fluido durante vários meses. Outros
problemas decorrentes desta contaminação microbiológica do FC são o seu descarte prematuro e de peças
em contato e problemas relacionados à saúde ocupacional dos trabalhadores expostos aos microrganismos
nele contido e seus produtos (antígenos e toxinas), culminando esta exposição em dermatites e infecções
respiratórias. Foi proposto neste estudo determinar o impacto da contaminação bacteriana nos FC quanto
aos principais agentes contaminantes e consequências desta contaminação para o fluido amplamente
utilizado na indústria, analisando-os quanto aos tipos (integrais e a base de água), concentrações (3%, 7% e
10% ou outra que for utilizada pela indústria parceira). Tendo em vista a necessidade de melhor
compreensão da fonte desta contaminação, o estudo considerará diversos fatores (água, biofilme da
máquina ou colonização do operador). Este estudo terá como metodologia a coleta de amostras de fluidos
de corte, de superfícies da máquina-ferramenta em contato com o fluido, da água, mangueira e dos
trabalhadores envolvidos na sua operação (mãos e narina). As amostras coletadas no Laboratório de ensino
e pesquisa em Usinagem e na indústria parceira local são analisadas no laboratório de microbiologia
ICBIM/UFU para detecção do agente etiológico envolvido (métodos microbiológicos clássicos e PCR para
identificação de genes responsáveis pela adesão intercelular). Para detecção da presença de biofilme
também será utilizado o microscópio eletrônico de varredura para análise de fragmentos da mangueira por
onde o fluido circula na máquina.
Palavras-chave: biofilme, microrganismos, indústria mecânica.
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