A obstrução da via aérea é uma emergência absoluta e se não for reconhecida e resolvida pode levar à morte em minutos. hoje pretendemos dar-lhe a conhecer os tipos de obstrução que podem ocorrer e as formas de actuar para ajudar a vítima.
BSTRUÇÃO DA VIA AÉREA POR CORPO ESTRANHO
obstrução da via aérea por corpo estranho ocorre habitualmente durante as refeições, quando se tentam engolir pedaços de comida grandes e mal mastigados. Os doentes idosos com problemas em engolir estão também em risco e por isso devem ser aconselhados a comer de forma cuidadosa. A obstrução da via aérea, sobretudo quando ocorre num local público, é frequentemente confundida com um ataque cardíaco.
OBSTRUÇÃO DA VIA AÉREA
OBSTRUÇÃO LIGEIRA
Na obstrução ligeira o ar ainda consegue passar e a vítima começa por tossir, ainda consegue falar e pode fazer algum ruído ao respirar. Nestes casos, não deve interferir, deve apenas encorajar a vítima a tossir. Deve vigiar se a obstrução é ou não resolvida e se a tosse continua a ser eficaz. Se a tosse deixar de ser eficaz, e se a vítima começar a sentir mais dificuldade respiratória e a ficar arroxeada, é sinal de que a situação se está a agravar.
Obstrução grave
Na obstrução grave não existe passagem de ar na via aérea. A vítima não consegue falar, tossir ou respirar, nem emite qualquer ruído respiratório. Poderá demonstrar grande aflição e agarrar o pescoço com as duas mãos. É necessário actuar de imediato; se a obstrução não for resolvida, a vítima poderá ficar inconsciente e morrer. Nestes casos, deve começar por tentar a desobstrução com a aplicação de pancadas nas costas (interescapulares) e, no caso de insucesso, tentar compressões abdominais (Manobra de Heimlich).
Assegurar a potência das vias aéreas e manter a oxigenação e a ventilação de suporte, quando necessária, são etapas cruciais na redução da lesão
cerebral.
O trauma pode comprometer a capacidade do sistema respiratório fornecer oxigênio e eliminar dióxido de carbono das seguintes formas:
Hipoventilação:Lesão cerebral traumática:Obstrução das vias aéreas;Diminuição da expansão pulmonar;Hipoxemia: pode ser decorrente da diminuição da difusão de oxigênio através da membrana alveolocapilar.
HIPÓXIA:Diminuição do fluxo sanguíneo p/ os alvéolos;
incapacidade do ar chegar aos capilares;diminuição do fluxo sanguíneo p/ os tecidos
Corpo estranhos; Trauma direto sobre vias aéreas; Relaxamento da língua, levando a oclusão
da hipofaringe; Queimaduras em vias aéreas
Desobstrução manual das vias aéreas: remoção manual / aspiração;
Manobras manuais:1. Hiperextensão do pescoço para pacientes
clínicos;2. Tração da mandíbula no trauma;3. Elevação do mento no trauma;
Instruções para o alívio da obstrução das vias aéreas por corpo estranho – manobra de heimlich
-Fazer a seguinte pergunta: você está engasgado? se a vítima sinalizar afirmativamente, a ajuda será necessária.- Intervir diante sinais de obstrução grave:
1. Oxigenação inadequada;2. Aumento da dificuldade p/ respirar;3. Tosse silenciosa;4. Cianose ou incapacidade p/ falar ou respirar.
Desobstrução em lactente:- Aplicar até 05 palmadas no dorso do lactente;- Aplicar 05 compressões torácicas como na rcp.
“repetir até que o corpo estranho seja expelido ou a vítima fique inconsciente”.
ASPIRAÇÃO: INCAPACIDADE DA VÍTIMA ELIMINAR O ACÚMULO DE SECREÇÕES, VÔMITO, SANGUE, OU CORPOS ESTRANHOS DA TRAQUÉIA.
ROLAMENTO A 90°: LATERALIZAR A VÍTIMA COM CONTROLE MANUAL DE COLUNA CERVICAL P/ REMOÇÃO DE SECREÇÕES VOLUMOSAS.OBSERVAÇÕES:
1. UTILIZAR SONDA DE ASPIRAÇÃO RÍGIDA P/ OROFARINGE;
2. Utilizar sonda flexível e longa p/ aspirar tubo traqueal;
3. Aspiração prolongada pode levar a hipoxemia, que leva à bradicardia, taquicardia, arritmia cardíaca, irritação da mucosa.
4. Considerar pré-oxigenação p/ prevenir hipoxemia.
Acessórios básicos: manutenção contínua da vias aéreas.
1. Cânula orofaríngea: indicações:- pacientes incapazes de manter vias aéreas
pérveas;- prevenir que um paciente entubado morda o
tubo;
Contra-indicações:- Pacientes conscientes ou semi conscientes.tamanho apropriado se estende do canto da boca até
o lóbulo da orelha.
2. Cânula nasofaríngea:indicações:
- Cacientes incapazes de manter vias aéreas pérveas;
Tamanho apropriado se estende da ponta do nariz até o lóbulo da orelha.realizar rotação da cânula para facilitar inserção, não force a cânula.
3. Cânulas de duplo lúmen (combitubo):indicações:
- Pacientes traumatizados inconscientes, que Perderam reflexo de vômito, apnéia ou bradpnéia;
- Pmpossibilidade de ventilar vítima com máscara facial.
- Intubação sem sucesso.contra-indicações:
- Reflexo de vômito presente;- Doença esofagiana conhecida;- Ingestão recente de sustâncias cáusticas;- Suspeita de obstrução por corpo estranho.
4. Intubação traqueal:INDICAÇÕES:- pacientes incapazes de proteger a via aérea;- pacientes que necessitam altas concentrações de oxigênio;- pacientes que necessitam de ventilação assistida (contusão pulmonar, tórax instável, edema agudo de pulmão).
Contra-indicações:- Falta treinamento- Falta de indicação
método: Intubação orotraqueal: está indicada em
Apnéia. Intubação nasotraqueal: apnéia, trauma na
porção média da face é uma contra-indicação.
Intubação farmacologicamente assistida:- Intubação usando sedativos ou narcóticos: Objetiva relaxar o paciente suficiente p/ permitir intubação. ex: diazepan, midazolan, fentanil ou morfina.- Intubação de sequência rápida usando curares: objetiva paralisia completa dos múculos, causa apnéia. ex: succinilcolina , vecurônio e pancurônio.
Verificação do posicionamento do tubo:- Visão direta da passagem do tubo pelas cordas vocais;- Ausência de sons epigástrico;- Presença de murmúrio vesicular bilateralmente;- Visão da elevação e descida do tórax durante a ventilação;- Embaçamento no tubo traqueal.
Recursos complementares:- Detector esofagiano;- Detector colorimétrico de dióxido de carbono;- Monitor de dióxido de carbono no ar expirado;- Oxímetro de pulso.
A confirmação do posicionamento deve ser realizada cada vez que o paciente é movido ou reposicionado.
Fixação do tubo traqueal:- Anotar a profundidade de inserção do tubo com relação aos dentes incisivos.
5. Máscara laríngea:
indicações:- Impossibilidade de intubação traqueal e utilização de máscara.
Contra-indicações:- Profissionais não treinados.
“Não fornece proteção contra broncoaspiração”.
6. Cricotireoidostomia cirúrgica:consiste na realização de uma abertura na membrana cricotireoídea
indicações:- Trauma facial extenso impossibilitando uso de ambú;- incapacidade de controlar vias aéreas com manobras menos invasivas;
- Hemorragia traqueobrônquica persistente;Contra-indicações:- Possibilidade de intubação;- Pacientes c/ lesões/ doenças laringotraqueais;- Treinamento insuficiente.