Revista Brasileira de Geografia Fsica 01 (2012) 87-100
Costa, H. C.; Marcuzzo, F. F. N.; Ferreira, O. M.; Andrade, L. R. 87
ISSN:1984-2295
Revista Brasileira de Geografia Fsica
Homepage: www.ufpe.br/rbgfe
Espacializao e Sazonalidade da Precipitao Pluviomtrica do Estado de
Gois e Distrito Federal
Helen Camargos Costa1, Francisco Fernando Noronha Marcuzzo2, Osmar Mendes Ferreira3, Lucas Reinehr Andrade4
1Engenheira Ambiental - Consultoria Ambiental. PUC-GO - Pontifcia Universidade Catlica de Gois. 1 Avenida, 1069 - Setor Leste Universitrio - 74605-020 - Goinia/GO. E-mail: [email protected] 2Pesquisador em Geocincias. CPRM/SGB - Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais / Servio Geolgico do Brasil. Rua Banco da Provncia, 105 - Santa Teresa - 90840-030 - Porto Alegre/RS. E-mail: [email protected] 3Professor. PUC-GO. 1 Avenida, 1069 - Setor Leste Universitrio - 74605-020 - Goinia/GO. E-mail: [email protected] 4Engenheiro da Computao. UFG / EEEC - Universidade Federal de Gois / Escola de Engenharia Eltrica e da Computao. Av. Universitria, 1488 - Quadra 86 - Bloco A - 3 piso - Setor Leste Universitrio - 74605-010 - Goinia/GO. E-mail: [email protected]
Artigo recebido em 21/01/2012 e aceito em 18/02/2012
R E S U M O A importncia do estudo da precipitao pluviomtrica por meio de sries histricas de grande valor para entender sua distribuio espacial e sazonal. Desta forma, o objetivo deste trabalho apresentar um estudo da sazonalidade, distribuio espacial total e mensal da precipitao pluviomtrica do Estado de Gois e do Distrito Federal. Os dados da srie histrica de 1974 a 2008, com um total de 107 estaes pluviomtricas, resultando em 35 anos de dados da ANA (Agncia Nacional das guas). Como resultados so apresentados mapas com a distribuio espacial e temporal, total e sazonal das chuvas. Concluiu-se que o regime de chuvas para o Estado de Gois e Distrito Federal anlogo durante os anos, com algumas variaes no nordeste do Estado de Gois advinda da massa de ar atlntica continental. Neste estudo verificou-se que, no perodo classificado como mido, nos meses de outubro a abril, o valor acumulado de precipitao atinge 2.300 mm na regio norte de Gois. O intervalo entre os meses de maio e setembro, que correspondem ao perodo seco, o valor acumulado de precipitao pluviomtrica fica entre 100 a 400 mm para Gois.
Palavras-chave: Chuva, interpolao matemtica, pluviometria.
Seasonality and Spatial Distribution of Rainfall in the State of Gois and
Federal District
A B S T R A C T
The importance of studying through time series is of great value to understand their spatial distribution and seasonal. The objective of this paper is to present a study of seasonality, spatial distribution and total monthly rainfall in the state of Gois and Distrito Federal. The data formed the historical series from 1974 to 2008, with a total of 107 rainfall stations, resulting in 35 years of data. Results are presented as maps with the spatial and temporal distribution, and total seasonal rainfall for the state of Gois and Distrito Federal is similar over the years, with some variations in the northeastern state of Gois coming from the Atlantic Continental air mass. In this study it was found that months from October to April, the levels of precipitation reaches 2300mm in northern Gois. The interval between the months of May and September, corresponding to the dry period the rainfall rates are between 100 a 400mm for Gois.
Key-words: Rain, mathematical interpolation, pluviometric.
1. Introduo
O estudo hidrolgico da variao
temporal da precipitao pluviomtrica de
grande valor para qualificar os efeitos
* E-mail para correspondncia: [email protected] (Costa, H. C.).
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ocasionados em reas urbanas e agrcolas, pois
so inmeros os interesses da sociedade e da
engenharia nos recursos hdricos. Ocorre uma
ligao entre fenmenos climticos,
escoamento superficial e projetos agrcolas e
urbanos, onde o desafio no simplesmente
quantificar e qualificar o evento hidrolgico,
mas principalmente verificar a capacidade de
prever a ocorrncia de eventos extremos e suas
consequncias de forma mais fiel possvel.
Segundo Cruciane et al. (2001), em
estudo de modelos de distribuio temporal de
chuvas intensas em Piracicaba, So Paulo,
observou que no Brasil raros, tem sido os
trabalhos de caracterizao das chuvas
intensas, ao passo que no exterior esse tipo de
estudo tem sido muito comum. Ainda segundo
ele, conhecer o modelo de distribuio
temporal de chuvas intensas de uma localidade
torna mais realista a previso hidrolgica para
projetos em reas rurais e urbanas, permitindo
a caracterizao e a qualificao com maior
preciso do escoamento superficial.
Em estudos de precipitao
pluviomtrica, para uma determinada regio
necessrio o conhecimento sobre as chuvas da
regio, que podem ser observadas atravs de
sries histricas que so dados coletados
diariamente utilizando estao pluviomtrica
previamente instalada. A qualidade dos
resultados esperados nas estimativas est
intrinsecamente ligada disponibilidade de
dados de precipitao e a qualidade destes, bem
como sua distribuio espacial.
Em estudo para identificar mudanas
climticas regionais, Haylock et al. (2006)
fizeram uma anlise da precipitao sobre a
Amrica do Sul e observaram uma tendncia de
aumento do total anual de chuva. O estudo
realizado por Santos e Brito (2007), utilizando
ndices de extremos climticos e
correlacionando-os com as anomalias de
temperatura da superfcie do mar (TSM),
tambm mostra tendncia de aumento da
precipitao total anual nos estados da Paraba
e Rio Grande do Norte.
Mello et al. (2008), em estudo de
continuidade espacial de chuvas intensas no
estado de Minas Gerais, relatou que um dos
principais ramos de pesquisa em hidrologia e
climatologia consiste na aplicao do
geoprocessamento, por meio da anlise de
tcnicas para uma melhor interpolao espacial
da chuva intensa gerando mapas com boa
aplicabilidade aos projetos.
Reis et al. (2005), em estudo de
espacializao de dados de precipitao e
avaliao de interpoladores para projetos de
drenagem agrcola no estado de Gois e
Distrito Federal, constatou que a
disponibilidade de informaes sobre
precipitao para a regio Centro-Oeste do
Brasil ainda mostra-se bem deficiente, sendo a
pequena quantidade de estudos e a malha
restrita de estaes pluviomtricas as principais
causas. Segundo ele, isso tem levado a
utilizao de informaes sobre precipitaes
de forma inadequada, adotando-se valores a
sentimento ou utilizando informaes de outras
regies ou mesmo Estados, fazendo com que os
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valores adotados sejam, muitas vezes,
discrepantes daqueles que realmente ocorrem
na regio de interesse.
O objetivo deste estudo analisar a
sazonalidade, distribuio espacial total e
mensal da precipitao pluviomtrica no
Estado de Gois e Distrito Federal, com sries
histricas de 1974 a 2008, utilizando 107
estaes pluviomtricas.
2. Material e Mtodos
2.1 Caracterizao da vegetao, clima e dos
mecanismos de formao de chuvas no Estado
de Gois e Distrito Federal
O Estado de Gois, localizado na regio
Centro-Oeste do pas (Figura 1), ocupa uma
rea de 340.086 km. o stimo estado do pas
em extenso territorial, limita-se ao norte com
o estado do Tocantins, ao sul com Minas
Gerais e Mato Grosso do Sul, a leste com a
Bahia e Minas Gerais e a oeste com Mato
Grosso e possui uma totalidade 249 municpios
instalados (SEPIN, 2005). O Distrito Federal
est localizado na regio Centro-Oeste,
ocupando o centro do Brasil e o centro-leste do
Estado de Gois (Figura 1). Sua rea de
5.789,16 km, equivalendo a 0,06% da
superfcie do pas, apresentando como limites
naturais o rio Descoberto, a oeste e o rio Preto.
Ao norte e ao sul, limitado por linhas retas,
que definem o quadriltero correspondente
sua rea. Limita-se a leste com o municpio de
Cabeceira Grande, pertencente ao estado de
Minas Gerais, municpios do estado de Gois
(CODEPLAN, 2006).
Figura 1. Localizao do estado e das
mesorregies de Gois e o Distrito Federal.
No Estado de Gois nascem os rios
formadores de trs das doze bacias
hidrogrficas do pas (Figura 2), so elas: Bacia
Tocantins/Araguaia, Bacia do So Francisco,
Bacia do Paran As principais bacias do
Distrito Federal so: So Bartolomeu, Preto,
Descoberto e Maranho, que drenam cerca de
95% do territrio, alimentando as grandes
bacias dos rios Paran, Tocantins e So
Francisco (Figura 2). As outras bacias
existentes no Distrito Federal so Corumb e
So Marcos.
A vegetao de Gois est intimamente
ligada aos cursos dgua que oferecem a
delimitao entre as matas ciliares ou de galeria
e os grandes espaos cobertos por cerrados, que
atingem 60% do territrio goiano (Figura 2).
Remanescente ao sul do estado existe a
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ocorrncia de aproximadamente 3,29% de mata
atlntica, calculado neste trabalho utilizando
ferramentas de SIG.
Figura 2. Localizao das Regies
Hidrogrficas no estado de Gois e Distrito
Federal
O Distrito Federal est situado em uma
das reas mais elevadas da regio Centro-Oeste
(Figura 3), o Planalto Central, correspondendo
ao que restou dos aplainamentos da regio.
Estes aplainamentos caracterizam a forma de
relevo mais frequente nesta rea, as chapadas.
O Estado de Gois e o Distrito Federal
possuem um clima tropical com duas estaes
perodo mido (outubro a abril) e perodo seco
(maio a setembro). As massas de ar que so
pores individualizadas e se deslocam pela
diferena de presso e temperatura, e esto
associados ao sistema de baixa e alta presso
receptora de ventos e com grande instabilidade
atmosfrica, caracterizada por grande
nebulosidade e precipitao elevada. Em Gois
e no Distrito Federal as massas de ar
dominantes so; massa de ar equatorial
continental e massa de ar tropical continental.
2.2 Dados utilizados no estudo
Os dados de precipitao pluviomtrica
utilizados para compor a srie histrica de 1974
a 2008 com a qual foi trabalhada foram obtidos
no sistema da ANA (Agncia Nacional das
guas) e logo aps analisados e posteriormente
consistidos, totalizando 107 estaes
pluviomtricas (Figura 3), distribudas pelo
Estado de Gois e Distrito Federal com 35 anos
de dados.
Figura 3. Estaes pluviomtricas, altitudes e
regies hidrogrficas no estado de Gois e
Distrito Federal.
2.3 Processamento dos dados
Os dados obtidos no sistema hidroweb
(Hidroweb, 2010) da ANA (Agncia Nacional
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das guas) foram submetidos a verificao das
necessidades de correo e provveis
inconsistncias. Foram constatadas 249 falhas
mensais nos dados de 107 estaes com 35
anos e, em seguida, as falhas foram
preenchidas.
Para o preenchimento das lacunas de
dados (que foram poucas) foi usado o mtodo
de regresso linear, quando havia falha nica
em todos os meses de todos os anos da srie
histrica. Este mtodo traa uma curva linear
para o ms com a falha e preenche substituindo
os parmetros.
Para os demais meses, com maior
nmero falha nos dados, foi utilizado, o
mtodo de ponderao, entre os valores das
estaes vizinhas, conforme a equao a seguir;
(1) (1)
em quem, Pai - precipitao a ser
corrigida/preenchida de uma estao
pluviomtrica em um intervalo de tempo i,
mm; MPaspi mdia histrica, para o intervalo
de tempo i a ser preenchido, da estao
pluviomtrica com falha, mm; Miaevie mdia
histrica, para o mesmo intervalo de tempo i,
de uma estao pluviomtrica mais prxima
(e), sem falha nos dados (de trs estaes
pluviomtricas "vizinhas" a serem utilizadas no
preenchimento da falha), mm; Pevie
precipitao na estao pluviomtrica vizinha
(e) mais prxima da estao com falha, para o
mesmo intervalo de tempo i a ser preenchido,
mm.
Com a srie histrica consistida, foram
calculadas as mdia mensais das 107 estaes,
como tambm as mdias para o perodo mido
que ocorre de outubro a abril, mdia para o
perodo seco com ocorrncia de maio a
setembro e mdia total da precipitao.
Dados revisados e consistidos foram
exportados para ferramenta GIS que possibilita
criar, visualizar, pesquisar, editar, compor e
publicar mapas, resultando em uma shape de
pontos de localizao das estaes e mapas de
distribuio de chuva e localizao da rea
estudada (Figura 3). Para espacializar os dados
de chuva foi utilizada a ferramenta de
interpolao matemtica denominada TOPO
TO RASTER, conforme estudo descrito por
Marcuzzo et al. (2011).
O programa interpola os dados de
elevao em uma grade regular, de modo
iterativo, gerando grades sucessivamente
menores, minimizando a soma de uma
penalizao de rugosidade (roughness penalty)
e a soma dos quadrados dos resduos
(diferenas das elevaes medidas e calculadas
pela funo). Cada elevao em um
determinado local dada por:
( , )i i i i iz f x y w= + (2)
em que, f(x,y) a funo de interpolao,
definida por uma funo B-spline, cada wi
uma constante positiva que representa o erro de
discretizao do ponto i e cada i uma
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amostra de uma varivel aleatria de mdia
zero e desvio padro igual a um.
Assumindo que cada ponto est
localizado aleatoriamente dentro da clula do
modelo, a constante wi definida por:
/ 12i iw hs= (3) (3) (3)
em que, h o espaamento da grade; si a
medida de inclinao da clula da grade
associada com o ponto (xi,yi). A funo f(x,y)
ento estimada resolvendo uma aproximao
na grade regular via mtodo das diferenas
finitas que minimiza a somatria. A constante
wi varia com cada iterao, em uma
caracterstica adaptativa local (local adaptei
fature), j que a cada iterao do programa um
novo valor de inclinao (si) disponibilizado
para cada clula da grade conforme o mtodo
iterativo avana.
Segundo Marcuzzo et al. (2011) o
programa utiliza o mtodo multi-grid simples
para minimizar a equao em resolues cada
vez melhores, comeando de uma grade inicial
larga at uma grade que tenha resoluo
definida pelo usurio, respeitando restries
que garantem uma estrutura de drenagem
conectada.
3. Resultados e Discusso
3.1 Histograma da distribuio mensal das
chuvas no Estado de Gois e no Distrito
Federal
A classificao dos dados histricos
(1974 a 2008) entre perodo seco e perodo
mido foi realizada a partir do estudo do
climatologista Gaussen e Bagnouls (1953) que
considera o ms seco quando o mesmo
apresenta uma precipitao, em mm de chuva,
menor que duas vezes o valor da temperatura
mdia, em C (P < 2T C). Portanto, o ms
mido ser aquele em que a precipitao, em
mm, for maior do que duas vezes o valor da
temperatura mdia, em C (P> 2TC). Tomando
como base este estudo, obtivemos que para o
Estado de Gois e para o Distrito Federal
(Figura 4), o perodo seco abrange quatro
meses do ano (maio a setembro) e o perodo
mido os outros oito meses do ano (outubro a
abril).
Figura 4. Perodo seco e perodo mido em
GO e DF (mdia da srie histrica de 1974 a
2008).
3.2 Precipitao pluviomtrica para o perodo
seco e perodo mido
Os meses de outubro a abril so
classificados como perodo mido, sofre
influncias da massa de ar equatorial
continental advinda da Amaznia, que
apresenta ndices de precipitao mxima de
2.300 mm na regio norte (Figura 5).
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Figura 5. Mdia total da precipitao
pluviomtrica do perodo mido.
Figura 6. Mdia total da precipitao
pluviomtrica do perodo seco.
A precipitao mnima, registrada no
Estado de Gois e Distrito Federal foi de 1000
mm, com maior ocorrncia no norte de Gois.
O intervalo entre os meses de maio e setembro
correspondem ao perodo seco, que
influenciado pela massa de ar tropical
continental que apesar de ser mida, com o
avano para o continente perde essa umidade
na regio sul, sudoeste e nordeste do pas ate
chegar ao estado de Gois e Distrito Federal,
principalmente pelas chuvas orogrficas
restando somente as temperaturas altas, alm
de empurrar a massa de ar equatorial
continental para o norte a medida que avana
para o centro do pas (Figura 6). Os ndices de
precipitao para esses meses ficam entre 100 a
400 mm para a mdia do perodo.
3.3 Anlise da precipitao pluviomtrica do
Estado de Gois e Distrito Federal
O ms de janeiro (Figura 7) possui um
intervalo de precipitao pluviomtrica mnima
de 200 mm no nordeste do Estado de Gois,
com algumas ocorrncias no centro sul do
mesmo e mxima de 450 mm na regio
noroeste e sudoeste, resultado da massa de ar
equatorial continental que atua no estado de
Gois. No Distrito Federal, a precipitao
pluviomtrica registra ndices de precipitao
pluviomtrica mxima entre 300 mm e mnima
de 200 mm (Figura 7).
Em fevereiro (Figura 8) a precipitao
pluviomtrica registrou mxima de 400 mm na
regio norte e mnima de 150 mm
concentrando esta baixa pluviosidade no
extremo nordeste. No Distrito Federal em
fevereiro a precipitao pluviomtrica registra
mxima de 250 mm em uma pequena poro
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ao sudeste do Distrito Federal e mnima de 150
mm no restante do territrio.
Figura 7. Mdia mensal da precipitao
pluviomtrica do ms de janeiro.
Figura 8. Mdia mensal da precipitao
pluviomtrica do ms de fevereiro.
A Figura 9, precipitao pluviomtrica
do ms de maro, registrou mxima de 375 mm
para srie histrica de 35 anos (1974 a 2008)
concentrando estas chuvas em no nordeste do
estado de Gois.
Figura 9. Mdia Mensal da Precipitao
Pluviomtrica do ms de maro.
No Distrito Federal a precipitao
mxima e de 275 mm no sudeste e a mnima
de 200 mm no note. A massa de ar equatorial
continental no ms de maro continua atuando
sobre o estado de Gois e Distrito Federal
originaria da Amaznia a qual mida em
razo da presena dos rios caudalosos e da
intensa transpirao da massa vegetal da
amaznica, o que provoca chuvas abundantes e
quase dirias, principalmente no vero e no
outono.
O ms de abril (Figura 10) registrou
para o estado de Gois e Distrito uma mdia da
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pluviosidade de 100 a125 mm . Maio (Figura
11), incio do perodo seco, para a srie
histrica de 1974 a 2008, registrou uma
ocorrncia da precipitao pluviomtrica com
mxima de 55 mm no sudoeste do estado de
Gois e mnima de 5 mm principalmente na
regio nordeste. Em todo o territrio do
Distrito Federal para o ms de maio tem-se um
intervalo da precipitao pluviomtrica de 15 a
20 mm.
Figura 10. Mdia mensal da precipitao
pluviomtrica do ms de abril.
A Figura 12, representando a
precipitao pluviomtrica no ms de junho na
srie histrica de 35 anos, apresenta ndices de
precipitao mxima no sul do estado de Gois
com ndice de pluviosidade de 25 mm, onde a
maior parte do estado de Gois e Distrito
Federal registram um intervalo entre 5 a 10 mm
de pluviosidade sendo a massa de ar atuante a
tropical continental, deixando evidente o
perodo seco.
Figura 11. Mdia mensal da precipitao
pluviomtrica do ms de maio.
Figura 12. Mdia mensal da precipitao
pluviomtrica do ms de junho.
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O ms de julho (Figura 13) registrou
precipitao mxima de 15 mm na regio
sudoeste do estado de Gois, onde sofre a
influncia massa tropical continental que atua
na faixa litornea do Nordeste ao Sul do pas.
Figura 13. Mdia mensal da precipitao
pluviomtrica do ms de julho.
Quente e mida, provoca as chuvas
frontais de inverno na regio nordeste a partir
de seu encontro com massas polar atlntica e as
chuvas de relevo no litoral sul e sudoeste a
partir do choque com a serra do mar restando
para o centro-oeste do pas apenas a
temperaturas elevadas. O Distrito federal no
mesmo ms registra um intervalo na
precipitao pluviomtrica de 5 a 10 mm.
A precipitao pluviomtrica em agosto
(Figura 14) registra mxima de 30 mm para o
sudoeste do estado de Gois e para o Distrito
Federal restando o intervalo de pluviosidade
de 20 a 25 mm. Para o restante do estado de
Gois, no ms de agosto o ndice de
pluviosidade registrado foi de 5 mm na regio
nordeste e 15 mm para a regio central.
Figura 14. Mdia mensal da precipitao
pluviomtrica do ms de agosto.
Setembro (Figura 15) o ms de
transio, do perodo seco para o perodo
mido com mxima de precipitao
pluviomtrica 275 mm em ponto isolado no
sul do estado de Gois, nas regies central e
norte a pluviosidade registrada foi de 75 mm.
Para o Distrito Federal o ndice de precipitao
registrado tambm foi de 75 mm.
O ms de outubro (Figura 16), incio do
perodo mido, registrou precipitao
pluviomtrica quase que na totalidade do
estado de Gois e no Distrito Federal de 175
mm, salvo uma pequena poro no sudoeste e
no centro em direo ao norte do estado de
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Gois que houve ocorrncia de pluviosidade na
ordem de 200 mm.
Figura 15. Mdia Mensal da Precipitao
Pluviomtrica do ms de setembro.
Figura 16. Mdia mensal da precipitao
pluviomtrica do ms de outubro.
Novembro (Figura 17) registrou ndice
de precipitao no centro ao norte do estado de
Gois de 225 mm. O Distrito Federal em quase
sua totalidade registrou ndice de pluviosidade
de 225 mm. O estado de Gois na regio sul
registrou ndice de precipitao de 200 mm
com uma pequena ocorrncia de 375 mm no
extremo sul do estado.
Figura 17. Mdia mensal da precipitao
pluviomtrica do ms de novembro.
O ms de dezembro (Figura 18) mostra
alta nos ndices de precipitao pluviomtrica
onde a mnima para o estado de Gois e
Distrito Federal registrada e de 200 mm com
ocorrncias a nordeste, sudoeste e algumas
reas no centro do estado.
A mxima registrada na pluviosidade
para o mesmo ms dezembro em Gois de
450 mm. O restante do estado de Gois
registrou um intervalo de pluviosidade entre
300 e 375 mm.
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Figura 18. Mdia mensal da precipitao
pluviomtrica do ms de dezembro.
3.4 Anlise da mdia anual total da
precipitao pluviomtrica de GO e DF
O Estado Gois possui uma mdia total
anual de precipitao pluviomtrica mxima de
2400 mm em alguns pontos do estado (Figura
19), registrando a maior parte do territrio com
chuvas entre 1200 e 1800 mm e a nordeste, na
regio dos municpios de Posse, So Domingos
entre outros, com uma precipitao
pluviomtrica mdia para a srie de 35 anos de
900 a 1200 mm.
Podemos observar ainda no mapa de
precipitao pluviomtrica mdia anual total
que, a maior parte das chuvas ao longo dos
anos se concentram-se na regio noroeste do
Estado de Gois pela influncia da massa de ar
equatorial continental advinda da Amaznia
que a principal responsvel pelas chuvas no
Estado de Gois e no Distrito Federal no
perodo mido.
O Distrito Federal para a regio sul
(Figura 19) concentra os maiores ndices de
precipitao mdia anual com ndices para essa
regio de 1500 a 1800 mm. O restante do
territrio do Distrito Federal registra ndice de
precipitao pluviomtrica de 1200 a 1500 mm.
Figura 19. Mdia Anual da precipitao
pluviomtrica para GO e DF.
4. Concluses
Com o objetivo de averiguar a
sazonalidade da precipitao mdia,
identificou-se que apesar do Estado de Gois se
encontrar com uma pequena variao da
fisiografia e com seu territrio quase todo
tomado pelo Bioma Cerrado, o regime de
chuvas anlogo durante os anos com algumas
variaes no nordeste do Estado de Gois
advinda da massa de ar tropical continental que
perde umidade chegando ao estado
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principalmente pelas chuvas orogrficas.
Apesar da diferena na fisiografia do
Distrito Federal quando comparado com o
Estado de Gois, a precipitao pluviomtrica
equivalente tendo as mesmas caractersticas
pluviomtricas que o Estado de Gois.
O ano mais chuvoso para a mdia
histrica de 1974 a 2008 foi em 1983, cujo
valor foi de 1932,8 mm. A menor mdia
histrica nos 35 anos estudados foi de 1162,2
mm, no ano de 1990. J a maior variao de
precipitao anual para a soma total, ocorreu
do ano de 1983 (1932,8 mm) para o ano de
1984 (1258,6 mm), acarretando uma variao
negativa de precipitao da ordem de 34,8%.
A mdia histrica de precipitao, para
as 107 estaes pluviomtricas estudas e
distribudas no estado de Gois e no Distrito
Federal, foi de 1529 mm.
A reduo na ordem de 6,58% da
precipitao pluviomtrica pode ser creditada a
vrios fatores, entre eles a urbanizao
desenfreada, impermeabilizao dos solos,
extino da cobertura vegetal entre outros.
5. Agradecimentos
Os autores agradecem a CPRM/SGB
(Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais
/ Servio Geolgico do Brasil - Empresa
Pblica de Pesquisa do Ministrio de Minas e
Energia) pelo fomento.
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