Xvii Mostra de Pos-graduacao Em Letras
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2013 6 e 8 de novembro
Universidade Presbiteriana Mackenzie Centro de Comunicação e Letras Programa de Pós-Graduação em Letras
XVII MOSTRA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS
LÍNGUA E LITERATURA: LETRAS EM DEBATE
Programação e Caderno de Resumos
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CORPO DIRETIVO DA UPM Chanceler: Rev. Dr. Davi Charles Gomes Reitor: Prof. Dr. Benedito Guimarães Aguiar Neto Vice-Reitor: Prof. Dr. Marcel Mendes Decano de Pesquisa e Pós-Graduação: Prof. Dr. Moisés Ari Zilber Coordenadora Geral da Pós-Graduação: Profa. Dra. Angélica Tanus Benatti Alvim Diretor do Centro de Comunicação e Letras: Prof. Dr. Alexandre Huady Torres Guimarães Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Letras: Profa. Dra. Ana Lucia Trevisan Comissão Organizadora da Mostra Profª. Drª. Glória Carneiro do Amaral Profª. Drª. Marlise Vaz Bridi Profª. Drª. Neusa Maria O. B. Bastos Profª. Drª. Regina Pires de Brito Profª. Drª. Vera Lúcia Harabagi Hanna Comissão Científica da Mostra Prof. Dr. Alexandre Huady T. Guimarães Profª. Drª. Ana Lúcia Trevisan Profª. Drª. Aurora Gedra Ruiz Alvarez Profª. Drª. Diana Luz Pessoa de Barros Profª. Drª. Elaine Cristina P. Santos Profª. Drª. Elisa Guimarães Profª. Drª Glória Carneiro do Amaral Profª. Drª. Helena Bonito Couto Pereira Prof. Dr. José Gaston Hilgert Prof. Dr. João Cesário Leonel Ferreira Profª. Drª. Lílian Lopondo Profª. Drª. Maria Helena de Moura Neves Profª. Drª. Maria Lúcia Marcondes Carvalho.Vasconcelos Profª. Drª. Maria Luíza Guarnieri Atik Profª. Drª. Marisa Philbert Lajolo Profª. Drª. Marlise Vaz Bridi Profª. Drª. Neusa Maria O. B. Bastos Profª. Drª. Regina Pires de Brito Prof. Dr. Ronaldo de Oliveira Batista Profª. Drª. Vera Lúcia Harabagi Hanna SECRETARIA Ana Carla Ferreira da Silva Caroline Fernanda B. Queiroz Renata Bruschi APOIO ACADÊMICO Denise Miranda Karen Stephanie Melo
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XVII MOSTRA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS
O presente Caderno de Resumos possibilita a divulgação dos trabalhos
selecionados para participar da XVII Mostra de Pós-Graduação em
Letras, evento anual, tradicionalmente realizado pelo Programa de Pós-
Graduação em Letras, do Centro de Comunicação e Letras da
Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Em torno do temário Língua e Literatura: Letras em Debate, este
espaço se abre aos pós-graduandos em Letras (e áreas afins), de todas
as instituições de ensino superior, interessados na divulgação de suas
pesquisas, procurando estimular discussões relativas aos estudos
linguísticos e literários e abordar aspectos ligados ao ensino de línguas
e literaturas.
Além de cerca de 30 sessões de comunicação oral, com a participação
de mais de 120 mestrandos e doutorandos de diversas IES do Brasil, a
edição deste ano da Mostra de Pós-Graduação em Letras traz, como
convidadas, Kelcilene Grácia Rodrigues, da Universidade Federal de Mato
Grosso do Sul, e Regina Célia Pagliuchi da Silveira, da Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo.
Além da premiação do tradicional Concurso de Redação voltado à
educação básica, coordenado por Elisa Guimarães, o evento deste ano
abarca, ainda, o lançamento de obras de três docentes do nosso
Programa de Pós-Graduação em Letras – Marlise Bridi, Regina Pires de
Brito e Ronaldo Batista – e também do livro de Luís Pessôa, doutorado
pelo nosso Programa, cujo trabalho recebeu Menção Honrosa Capes –
2011, que integra a Coleção Saberes em Tese, da Editora Mackenzie.
Que este encontro possa ser instigante e produtivo para todos!
Comissão Organizadora
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PROGRAMAÇÃO
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XVII MOSTRA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS
PROGRAMAÇÃO
6 de novembro, quarta-feira Manhã
9h-10h20 – Comunicações orais
Local: salas de aula – Edifício João Calvino
10h30 – Conferência
A metáfora na poética de Manoel de Barros
Profa. Dra. Kelcilene Grácia Rodrigues (UFMS) Local: Auditório do Edifício João Calvino
Tarde
14h30- 15h50 – Comunicações orais
16h – 17h20 - Comunicações orais
Local: salas de aula – Edifício João Calvino
17h30 – Centro Histórico e Cultural Mackenzie (Prédio 1)
Coquetel – lançamento de livros
Língua e identidade no espaço da lusofonia:
aspectos de Timor-Leste e Moçambique (Editora Terracota),
de Regina Pires de Brito
A sugestão metafórica na obra de José Cardoso Pires
(Vermelho Universitário), de Marlise Bridi
Introdução à Historiografia da linguística (Cortez Editora),
de Ronaldo Oliveira Batista
Narrativas da segurança no discurso publicitário: um estudo semiótico
(Editora Mackenzie), de Luís Pessôa
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8 de novembro, sexta-feira Manhã
9h-10h20 – Comunicações orais
Local: salas de aula – Edifício João Calvino
10h30 – Conferência
Língua, Cultura e Ensino de Português para Estrangeiros:
implícitos culturais e expressões lingüísticas
Profa. Dra. Regina Célia Pagliuchi da Silveira (PUC-SP)
Local: Auditório do Edifício João Calvino
Tarde
14h30- 15h50 – Comunicações orais
Local: salas de aula – Edifício João Calvino
16h – Cerimônia de Premiação
XIII Concurso de Redação
Vinícius de Moraes nas Letras Brasileiras
(Coordenação Profa. Dra. Elisa Guimarães)
Local: Auditório do Edifício João Calvino
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Programação detalhada 06 de novembro – manhã
9h Sala 22
HISTORIOGRAFIA
LINGUÍSTICA
1. ANÁLISE DO BREVE COMPENDIO DE GRAMMATICA
PORTUGUEZA, DE FREI CANECA Adriana de Souza Ramacciotti (PUC-SP) 2 . CONTRIBUIÇÕES PORTUGUESAS ÀS PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS BRASILEIRAS: A FORMAÇÃO DO
PROFESSOR DE LÍNGUA PORTUGUESA EM FOCO (PARTE I) Ivelaine de Jesus Rodrigues (PUC-SP) e Laura Lúcia de Oliveira Santos (PUC-SP) 3. CONTRIBUIÇÕES PORTUGUESAS ÀS PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS BRASILEIRAS: A FORMAÇÃO DO
PROFESSOR DE LÍNGUA PORTUGUESA EM FOCO (PARTE II) Nelci Vieira de Lima (IP-PUC-SP) 4. SINTAXE DA LÍNGUA PORTUGUESA NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XIX: A FUNÇÃO DO ADVÉRBIO EM UMA PERSPECTIVA HISTORIOGRÁFICA Wemylla de Jesus Almeida (PUC/SP)
9h Sala 24
ESTUDOS
DISCURSIVOS E
CULTURAIS
1. LITERATURA E CONSUMO: CENOGRAFIA E ETHOS EM
WEB-MANCHETES Anderson Ferreira (PUC/SP) 2. O MENINO: A INTERDISCURSIVIDADE E O PROCESSO
DISCURSIVO NO TEXTO DE CHICO ANYSIO Caio Vinícius Catalano (UPM) 3.O PROCESSO DE ACULTURAÇÃO NO ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA Elen Del Sole (UPM) 4. CONSIDERAÇÕES SOBRE O USO DE GENERALIZAÇÕES NO DISCURSO POLÍTICO BRASILEIRO Rodrigo Vilalba Caniza (UPM)
9h Sala 28
LITERATURA E
OUTRAS
LINGUAGENS
1. AS RELAÇÕES ENTRE LITERATURA E ARQUITETURA NO
ROMANCE CRÔNICA DA CASA ASSASSINADA, DE LÚCIO
CARDOSO CLÉBER LUÍS DUNGUE (PUC/SP) 2. A ADAPTAÇÃO PARA O CINEMA DA PEÇA BEIJO NO
ASFALTO, DE NELSON RODRIGUES DANIEL DE THOMAZ (UPM) 3.A MANIPULAÇÃO DE LOLITA NO ROMANCE DE VLADMIR
NABOKOVE NOS FILMES DE STANLEY KUBRICK E ADRIAN
LYNE Fernanda Cristina Araújo Batista (UPM) 4. DRAMATURGIA E DRAMATURGO EM PROCESSOS COLABORATIVOS DE ESCRITA TEATRAL Jorge Wilson da Conceição (UPM)
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9h Sala 45
LEITURA E ESCRITA
1. PROGRAMA UNIVERSIDADE NA MELHORIA DA ESCRITA
E DA LEITURA (UNIMEL): PERSPECTIVAS GRAMATICAIS Aila Maria Leite Figueiredo (UNICSUL) 2.ANÁLISE DAS DIFICULDADES DE LEITURA E ESCRITA
Damares Souza Silva (PUC-SP) 3.O ENSINO DA COERÊNCIA TEXTUAL POR MEIO DO
MICROBLOG TWITTER Tharsila Dantas Prates (PUC/SP) 4. A LEITURA E O PRAZER Victor Hugo da Silva Vasconcellos (PUC-SP)
9h Sala 47
FORMAÇÃO
DOCENTE E
SALA DE AULA
1.O DESENVOLVIMENTO DA LITERACIA MULTIMODAL DE ESTUDANTES: CONTRIBUIÇÕES DE UMA SEQUÊNCIA DE ATIVIDADES ENVOLVENDO MÚLTIPLAS LINGUAGENS Nilma Alves Pedrosa (PUC-SP/CAPES) 2. A DIALOGICIDADE FREIREANA NO ENSINO DE LÍNGUA INGLESA Priscila Reigada (UPM) 3. CARÊNCIAS NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LÍNGUA INGLESA EM FACE DO ENSINO PARA CRIANÇAS DE 6 A 10 ANOS: UMA AMOSTRAGEM DO PROBLEMA Thais Marchezoni da Silva (UPM) 4. AS REDES SOCIAIS COMO FÓRUM DE ACOMPANHAMENTO DOS ESTÁGIOS CURRICULARES SUPERVISIONADOS: UMA FERRAMENTA MIDIÁTICA NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DOCENTE Valéria Bussola Martins (UPM)
10h30 – Conferência - Auditório João Calvino
06 de novembro - TARDE
14h Sala 24
ESTUDOS DA
LUSOFONIA E DE
IDENTIDADE
1.A HISTÓRIA DA INDEPENDÊNCIA CABO-VERDIANA RELATADA EM MÚSICA Ludmila Jones Arruda (UPM) 2.KANIMAMBO, MOÇAMBIQUE! TERRA DE FONES LUSOS E COSMOVISÃO BANTU Nancy A. Arakaki (PUC/SP) 3. OS SENTIDOS DO OLHAR SOBRE A IDENTIDADE: DIEGO RIVERA E OCTAVIO PAZ Mariana Calvo Mozer Manzieri (UPM)
9
14h Sala 25
ESTUDOS
DISCURSIVOS E
CULTURAIS
1. “PORTUNHOL”: ALIADO OU INIMIGO NAS DIFERENTES INTERAÇÕES SOCIAIS? Ana Katy Lazare Gabriel (Faculdade de Educação - USP) 2. TERMINOLOGIA: UM ESTUDO DO VOCABULÁRIO DO CAMPO DA MEDICINA Andrea Sampaio Volpe (PUC-SP) 3. A NOÇÃO DE AUTOR NOS ARTIGOS DE OPINIÃO DE CLAUDIO DE MOURA CASTRO Carlos Alberto Baptista (PUC-SP) 4.MÍDIA E CULTURA: A INTRODUÇÃO DE VOCÁBULOS JAPONESES NO DICIONÁRIO PORTUGUÊS-BRASILEIRO Fred Izumi Utsunomiya (UPM)
14h Sala 28
DISCURSO
LITERÁRIO E SUAS
VOZES
1.A CONSTITUIÇÃO DO ETHOS FEMININO DA PERSONAGEM MARIA MOURA, DE RACHEL DE QUEIROZ Caroline Batista Fantini de Novais (PUC-SP) 2.ESPAÇO SOCIAL E LUGAR: CINZAS DO NORTE, DE MILTON HATOUM, E NADIE NADA NUNCA, DE JUAN JOSE SAER Cristhiano Motta Aguiar (UPM) 3. INTERTEXTUALIDADE NO CONTO “O TEXTO TATUADO”, DE SÉRGIO SANT’ANNA Giovana dos Santos Lopes (UPM) e Raul Ignacio Valdibia Arriagada (UPM) 4. ROMANCE MEMORIALISTA E AUTOBIOGRAFIA EM JOSÉ LINS DO REGO Karin Bakke de Araújo (UPM)
14h
Sala 43
DISCURSOS
MIDIÁTICO E
PUBLICITÁRIO
1. CENÁRIOS URBANOS, ATORES PERIFÉRICOS E NARRATIVAS MIDIÁTICAS André Ribeiro Passos de Arruda (UPM) 2. O MUNDO ATUAL E A SALA DE AULA Anne Cristina Barbosa Peres (UPM)
3.RECURSOS RETÓRICOS NA LINGUAGEM DO COMERCIAL DE TV Ester AnholetoPirolo (UPM) 4. DISCURSO EM IMAGENS DE MULHER NA PUBLICIDADE: DO PRETO E BRANCO AO COLORIDO Evelise Raquel Morari (UNICENTRO)
14h Sala 47
FANTÁSTICO E
MARAVILHOSO NA
LITERATURA
1. MARCAS DO FANTÁSTICO EM MACHADO DE ASSIS: UMA LEITURA DO CONTO “O ESPELHO: ESBOÇO DE UMA NOVA TEORIA DA ALMA HUMANA” Edner Morelli (UPM) 2.A TRANSIÇÃO ENTRE O UNIVERSO REAL E O MARAVILHOSO EM ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS Gisele Gomes Maia (UPM) 3.A PRESENÇA DO FANTÁSTICO NA LITERATURA CONTEMPORÂNEA: UMA ANÁLISE DO CONTO O COLECIONADOR DE SOMBRAS, DE JOÃO BATISTA MELO Jônatas Amorim Henriques (UPM) 4.O REALISMO FANTÁSTICO EM A CAUSA SECRETA, DE MACHADO DE ASSIS Karin Juliana de Meira Grava Simioni (UPM)
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06 de novembro - TARDE
15h45 Sala 16
FORMAÇÃO
DOCENTE E
SALA DE AULA
1. A FILOSOFIA EXISTENCIALISTA EM PAULO FREIRE NO TRABALHO COM A LEITURA EM SALA DE AULA Aline Alves (UPM) 2. A EDUCAÇÃO NOS COLÉGIOS CONFESSIONAIS FEMININOS NO FINAL DO SÉCULO XIX E PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX Ana Paula Sapaterra (PUC-SP)
3. O MUNDO ATUAL E A SALA DE AULA Anne Cristina Barbosa Peres (UPM) 4. DESPERTANDO O PENSAMENTO CRÍTICO COM O USO DE CURTAS-METRAGENS ANIMADOS EM SALA DE AULA Erica de Moura (UPM)
15h45
Sala 24
TEXTO E
LINGUAGEM
1. O DISCURSO DE BRAULIO TAVARES EM SEU TEXTO PUBLICADO NA ORELHA DA PEDRA DO REINO DE ARIANO SUASSUNA Cristiane BachiegaYamamura (UNICSUL) 2. TROPICALIZAÇÃO E ARGUMENTAÇÃO NA DIVULGAÇÃO DAS NOVAS SOLUÇÕES DE TECNOLOGIA: AS PREMISSAS IDEOLÓGICAS EM FOCO José Luiz Marques (UNICSUL) 3. HIPERTEXTO – COGNIÇÃO POR MEIO DO CONTEXTO E DA INTERAÇÃO Luciene Oliveira Costa dos Santos (PUC-SP) 4.REESCREVER SIM, COPIAR NÃO. Regianne Cruz Alkmim Dias (UPM)
15h45 Sala 25
DISCURSOS
MIDIÁTICO E
PUBLICITÁRIO
1. A CONSTRUÇÃO DO SENTIDO NA PROPAGANDA DO TURISMO BRASILEIRO VEICULADA PELA EMBRATUR – NOS PRIMEIROS ANOS DO PROJETO AQUARELA - SOB A ÓTICA DA TEORIA DA ENUNCIAÇÃO Giselda Fernanda Pereira (UPM) 2. ARGUMENTOS RETÓRICOS E ESTRATÉGIAS LINGUÍSTICAS NA CONSTRUÇÃO DO ETHOS DO ANUNCIANTE NA PROPAGANDA INSTITUCIONAL: UMA QUESTÃO DE LEITURA Mônica Mendes e Silva Rocha (UPM) 3.O DISCURSO ANTIMARXISTA EM MAFALDA Mariana Fogaça Calviño (UPM) 4.A METÁFORA CONCEITUAL NA PROPAGANDA Noslen Nascimento Pinheiro (PUC/SP)
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15h45 Sala 28
PRODUÇÃO DE
SENTIDO
1. A CONSTRUÇÃO DE SENTIDO E SUBJETIVAÇÃO DA
LINGUAGEM NO PROJETO ICONOGRÁFICO DE “MATO
GROSSO DO SUL – ESTADO DO PANTANAL” ANAILTON DE
SOUZA GAMA (DINTER UPM/UFMS – UEMS) 2. A CONSTRUÇÃO DO SENTIDO NUMA PERSPECTIVA
RETÓRICA Roberto Clemente dos Santos (UPM) 3.O PAPEL DA CENOGRAFIA NA CONSTRUÇÃO DO
ETHOS: UM ESTUDO DOS DISCURSOS DOS
PROFESSORES Jeanny Meiry Sombra Silva (UPM) 4.RETÓRICA, ARGUMENTAÇÃO E EFEITOS DE SENTIDO
EM PROPAGANDAS INSTITUCIONAIS DA ÁREA DA
SAÚDE Sueli Aparecida Cerqueira Marciel (UNICSUL)
15h45 Sala 39
DISCURSO
JORNALÍSTICO
1. VERDADE E CONEXÃO: O ATUAL JORNALISMO
IMPRESSO SOB O OLHAR DA SEMIÓTICA FRANCESA
Adalberto Bastos Neto (UPM) 2. PERSONAGENS EM REPORTAGENS: UM ESTUDO DO
TEXTO “O CASO BENSADON”, DE MARCOS FAERMAN
André Cioli Taborda Santoro (UPM) 3. O ETHOS EM REVISTAS INSTITUCIONAIS Déspina Maria Iliadis Nogueira (UPM) 4.ILUSÕES PERDIDAS E O JORNALISMO DE BALZAC
Francisco Redondo Periago (UPM)
15h45 Sala 43
LITERATURA E
OUTRAS
LINGUAGENS
1. FANFICS: O ROMANCE ONLINE Nicolle Lemos (UPM) 2. AGONIA E ÊXTASE: UMA LEITURA DA TRANSPOSIÇÃO PARA A FOTOGRAFIA E PARA O CINEMA DA OBRA LITERÁRIA LAVOURA ARCAICA Sandra Hahn (DINTER UPM-UFMS) 3. O MERCADO EDITORIAL E A PRODUÇÃO LITERÁRIA Sheila Darcy Antonio Rodrigues (UPM) 4. SEMIÓTICA DAS PAIXÕES: A INVEJA Renata Valente Ferreira Vilela (UPM)
15h45 Sala 47
IDENTIDADE E
CULTURA
1.A IDENTIDADE CULTURAL ESPANHOLA A LUZ DOS DICHOS Y REFRANES NA OBRA DON QUIJOTE DE LA MANCHA Iromar Maria Vilela (DINTER UPM-UFMS) 2.A ALTERIDADE NA (RE)CONSTRUÇÃO DA SUBJETIVIDADE NO DISCURSO DO ADOLESCENTE EM CONFLITO COM A LEI Ivan Almeida Rozário Júnior (PUC-SP) 3.A PERTENÇA IDENTITÁRIA NA CONCEPÇÃO DA LINGUAGEM Leila Maria Mansini Fiamoncine (UPM) e Maíra Bastos dos Santos (Mestre pela UPM)
17h30 – Centro Histórico e Cultural Mackenzie
(Prédio 1)
Coquetel - lançamento de livros
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08 de novembro - MANHÃ
9h Sala 24
FORMAÇÃO
DOCENTE E SALA DE AULA
1. O ENSINO MÉDIO E OS ÓCULOS SOCIAIS: ESTRATÉGIAS SEMIÓTICAS EM SALA Fábio Irineu Fernandes Pereira (UPM) 2.AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA: REVISANDO OS TEXTOS ESCRITOS DE ALUNOS DOS TERCEIROS ANOS DO ENSINO MÉDIO A PARTIR DE INDICADORES Hamilton Fernandes de Souza (PUC-SP) 3.GÊNEROS DISCURSIVOS NAS PRÁTICAS ESCOLARES: A TRANSPOSIÇÃO DIDÁTICA EM DEBATE Hélio Rodrigues Júnior (PUC/SP) 4. ENTRANDO NA TOCA DO COELHO: ALICE, O PAÍS DAS MARAVILHAS E O MUNDO ATRAVÉS DO ESPELHO NA EDUCAÇÃO Higor Branco Gonçalves (UPM)
9h Sala 27
ESTUDOS
DISCURSIVOS E
CULTURAIS
1. CONTEXTO FRONTEIRIÇO: ESPAÇO “ENTRE LÍNGUAS” Ione Vier Dalinghaus (DINTER UFMS/UPM) 2. SIGNIFICAÇÃO E TEMA: A “PRIMAVERA ÁRABE” Karen Dantas de Lima (UNICSUL) 3.UM PERCURSO DA IDEIA DE LIBERDADE NO BRASIL E NOS EUA PELA AD E PELOS ESTUDOS CULTURAIS: UM DIÁLOGO POSSÍVEL Regina Paula Ambrogi Avelar (UPM) 4. A VARIAÇÃO DA LINGUAGEM: O CASO DE BELA VISTA-MS Ana Ribeiro (DINTER UPM-UFMS)
9h Sala 28
DISCURSO
LITERÁRIO E SUAS
VOZES
1. O TEXTO TATUADO: UM ESTUDO SOBRE A LINGUAGEM Judith Tonioli Arantes (UPM) 2. O MITO DA CRIAÇÃO DO MUNDO NA LITERATURA DE FICÇÃO CIENTÍFICA: UM ESTUDO DO CONTO THE LAST QUESTION, DE ISAAC ASIMOV Karen Stephanie Melo (UPM) 3.DIALOGISMO EM “NUNCA APOSTE SUA CABEÇA COM O DIABO – CONTO MORAL” Maria da Luz Alves Pereira (UPM) 4. DOIS NARRADORES E UMA NARRATIVA: UMA LEITURA DO DUPLO EM UM SOPRO DE VIDA, DE CLARICE LISPECTOR Maria Eloísa de Souza Ivan (UPM/Uni-FACEF)
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9h Sala 29
ESTUDOS DE
ORALIDADE
1. EXPRESSIVIDADE DA FALA: O DESVELAR DAS EMOÇÕES NA CONSTRUÇÃO DO ATO TEATRAL A PARTIR DA ANÁLISE FONÉTICO-ACÚSTICO Isaías Santos (PUC-SP) 2.MARCAS DE ORALIDADE EM PRODUÇÕES NARRATIVAS DE ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL Patricia Klein Gomes (UNICSUL) 3. A METAENUNCIAÇÃO COMO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DE SENTIDOS E DE COMPREENSÃO NA INTERAÇÃO FALADA Sílvia Fernanda Souza Dalla Costa (UPM) 4. A CONSTRUÇÃO COGNITIVA DA INTERAÇÃO VERBAL: UMA
ANÁLISE DAS ORAÇÕES ADVERBIAIS CAUSAIS E CONCESSIVAS André Vinicius Lopes Coneglian (UPM)
9h Sala 43
DISCURSO
RELIGIOSO
1. O PERIÓDICO IMPRENSA EVANGÉLICA DO ANO DE
1872 NO PANORAMA DA FORMAÇÃO DA LITERATURA
INFANTO-JUVENIL BRASILEIRA Amaya Obata Mouriño de Almeida Prado (DINTER UPM - UFMS) 2. DOIS MOMENTOS NA HISTÓRIA RECENTE DA LEITURA
BÍBLICA: A BÍBLIA COMO LITERATURA A PARTIR DE
ERIC AUERBACH E ROBERT ALTER Anderson de Oliveira Lima (UPM) 3.ANÁLISE SEMIÓTICA DA NARRATIVA BÍBLICA “A
PARÁBOLA DOS TALENTOS” Fernando Luis Cazarotto Berlezzi (UPM) 4.LUTA PELO SIGNIFICADO: A IMAGEM DA ARENA EM
BAKHTIN Francikley Vito (UPM)
9h Sala 48
OUTRAS
LINGUAGENS
1.DJANGO E A OUTRA HISTÓRIA AMERICANA: A FORMAÇÃO DO MITO OCIDENTAL E O DRAMA DO NEGRO Douglas Sáppia (UPM) 2.A CATÁBASE NOS JOGOS ELETRÔNICOS: A JORNADA DO HERÓI DIGITAL Edmundo Gomes Junior (UPM) 3. A PONTE ENTRE SAMBA CANÇÃO, POP E ROCK CLÁSSICO NUMA INTERPRETAÇÃO DE CAETANO VELOSO Felipe Pupo Pereira Protta (UPM) 4. DIÁLOGOS ENTRE JOHN E ELIZABETH PROCTOR: ALGUMAS SINALIZAÇÕES DA CONSTRUÇÃO DA AUTOCONSCIÊNCIA DO HERÓI EM THE CRUCIBLE Glauco Corrêa da Cruz BacicFratric (UPM) 5. O RELACIONAMENTO CONJUGAL EM A MULHER SEM PECADO, DE NELSON RODRIGUES Rafael de Oliveira Reis (UPM)
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10h30 – Conferência - Auditório João Calvino
08 de novembro - TARDE
14h30 Sala 24
FORMAÇÃO DOCENTE E
SALA DE AULA
1.A ANÁLISE DO DISCURSO EM PESQUISA Humberto Luiz Dias (UPM) 2.METODOLOGIA DE LÍNGUA PORTUGUESA PARA PEDAGOGOS: concepções sobre o ensino de leitura e escrita Laísa Gabriela Larcher Crês (PUC-SP) 3.DISCURSO E PRÁTICA DOCENTE: A APROXIMAÇÃO NECESSÁRIA Luci Fumiko Matsu Chaves (UPM) 4.EDUCAÇÃO E LEITURA DIALÓGICAS: RESSONÂNCIAS DO PENSAMENTO DE PAULO FREIRE E DE M. BAKHTIN Maria de Fátima Xavier da Anunciação de Almeida (UESM-UPM)
14h30 Sala 27
DISCURSO
JORNALÍSTICO
1. “ENTRE ASPAS”: UMA ANÁLISE DAS FUNÇÕES METAENUNCIATIVAS DAS ASPAS EM EDITORIAIS DOS JORNAIS AGORA SÃO PAULO E FOLHA DE S. PAULO Marcelo Fleuri de Barros (UPM) 2. CRÔNICA JORNALÍSTICA: O GÊNERO JORNALÍSTICO POR EXCELÊNCIA Milton Gabriel Junior (PUC/SP) 3.HUMOR POLÍTICO NO GÊNERO DISCURSIVO: A CHARGE JORNALÍSTICA Rodrigo Leite da Silva (PUC-SP e UNINOVE) 4. REFLEXÕES ACERCA DOS ESTUDOS REALIZADOS SOBRE TEXTO E DISCURSO: O EFEITO DE SENTIDO PROVOCADO PELA CHARGE Tânia Regina Exposito Ferreira (UPM)
14h30 Sala 28
OUTRAS
LINGUAGENS
1. BRANCA DE NEVE TRANSMÍDIA: LITERATURA, CINEMA, JOGOS E PRODUTOS DÉBORA CIBELE DE BENEDETTO E SILVA (UPM) 2. DO LIVRO À TELEVISÃO: O PERCURSO DE MEMORIAL DE MARIA MOURA. Lídia Carla Holanda Alcântara (UPM) 3. A VIOLÊNCIA EM A COR PÚRPURA: SUA REPRESENTAÇÃO EM LIVRO E FILME Luciana Duenha Dimitrov (UPM) 4. A TRANSFORMAÇÃO DA HISTÓRIA SOB A ASCENSÃO DA MÍDIA DIGITAL: CHAPEUZINHO VERMELHO EM DUAS GERAÇÕES Thiago Pereira da Costa
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14h30 Sala 29
DISCURSO
LITERÁRIO E SUAS
VOZES
1. DIÁLOGOS CONTEMPORÂNEOS: IDENTIFICAÇÃO, ESTRANHAMENTO E A IMAGEM DO PROFESSOR EM “TRAPO” DE CRISTOVÃO TEZZA Leni Soares Vieira Fernandes (UPM) 2. CAOS URBANO E CONTEMPORANEIDADE NOS CONTOS DE MARCELINO FREIRE Márcia Moreira Pereira (UPM) 3. AS MARCAS DO INSÓLITO NA NARRATIVA DE JOSÉ J. VEIGA. Marleide Santana Paes (UPM) 4.ENTRE BORGES E LEMINSKI: AS NARRATIVAS LABIRÍNTICAS EM METAFORMOSE E EL JARDÍN DE SENDEROS QUE SE BIRFURCAN Rodrigo de Freitas Faqueri (UPM)
14h30 Sala 39
DISCURSO RELIGIOSO
1. RELEITURAS DO TEXTO BÍBLICO DE II SAMUEL 12. 15-18, 24-25 NAS ARTES PLÁSTICAS DE REMBRANDT E WILLEM DROST Lemuel de Faria Diniz (DINTER UPM-UFMS) 2. AS CATEGORIAS DE CENAS DA ENUNCIAÇÃO E HIPERENUNCIADOR NO DISCURSO RELIGIOSO DE FREI ANTONIO DAS CHAGAS Ricardo Celestino (PUC-SP) 3.O CONHECIMENTO RELIGIOSO E A PESQUISA ACADÊMICANA ÁREA DA LINGUÍSTICA APLICADA Thiago de Melo Curci (UNITAU) 4.DIALOGISMO E INTERTEXTUALIDADE EM NOVAS CARTAS PORTUGUESAS: LEITURA E POSICIONAMENTOS DIANTE DA CARTA MAGNIFICAT Thiele Aparecida Nascimento Piotto (UPM)
14h30 Sala 43
DISCURSO
PEDAGÓGICO
1. EDUCAÇÃO PROBLEMATIZADORA: UMA POSSIBILIDADE Maria Inês Francisca Ciríaco (UPM) 2. GÊNEROS TEXTUAIS E LIVRO DIDÁTICO: EM BUSCA DE UMA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA Viviane Nery Lacerda (UPM)
3. A CORREÇÃO TEXTUAL-INTERATIVA NO ENSINO DA PRODUÇÃO DE GÊNEROS TEXTUAIS Paulo da Silva Lima (UPM)
4. UM ESTUDO SOBRE A PERSONAGEM DONA BENTA, DA OBRA INFANTIL DE MONTEIRO LOBATO, COMO MEDIADORA DE LEITURA Patrícia Aparecida Beraldo Romano (UPM)
16
14h30 Sala 48
ESTUDOS GRAMATICAIS
1. UM ESTUDO DESCRITIVO-ANALÍTICO DA GRAMÁTICA METÓDICA DA LÍNGUA PORTUGUESA DE NAPOLEÃO MENDES DE ALMEIDA Juliana Borges de Medeiros (PUC-SP) 2. A GRAMÁTICA REFLEXIVA: A PEDAGOGIA LÉXICO-GRAMATICAL NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO LINGUÍSTICA Silvia Cristina Miranda (PUC-SP) 3. AS ANÁFORAS INDIRETAS NA FORMAÇÃO DA REDE REFERENCIAL: UMA ANÁLISE EM SEQUÊNCIAS TEXTUAIS DE ROMANCES BRASILEIROS Luciana Ribeiro de Souza (UPM/FAPESP) 4. A EXPLICITAÇÃO DO SUJEITO EU NO PORTUGUÊS BRASILEIRO INFORMAL Felipe Goulart (UPM)
16h – Auditório João Calvino –
Premiação XIII Concurso de Redação
Vinícius de Moraes nas Letras brasileiras
Coordenação: Profa. Dra. Elisa Guimarães
17h - Coquetel de encerramento
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RESUMOS
Os resumos aqui reproduzidos são de responsabilidade de seus autores.
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VERDADE E CONEXÃO: O ATUAL JORNALISMO IMPRESSO SOB O
OLHAR DA SEMIÓTICA FRANCESA
Adalberto Bastos Neto (UPM)
Orientador: Prof. Dr. José Gaston Hilgert
O discurso jornalístico não pode ser entendido como uma mera transmissão de
informações, um fazer-saber, pois é, antes de tudo, um ato discursivo, um
contrato fiduciário estabelecido com base num fazer-crer. Na enunciação do
jornal, a significação, com seus efeitos de verdade e realidade, é formada,
discursivamente, na tensão entre enunciador e enunciatário. Logo, a eficácia
persuasiva do jornal está profundamente ligada à maneira como os co-
enunciadores percebem o mundo. Antes de o discurso entrar em ato, uma
carga afetiva modaliza o sujeito da enunciação e, depois, se espalha e se
imprime por todas as etapas da geração do sentido. À luz dos pressupostos
teóricos da semiótica francesa, interessa-nos, como objetivo geral neste
trabalho, investigar como se dá esse processo de percepção do mundo do
sujeito da enunciação anterior às escolhas enunciativas, depreendendo, assim,
o modo de presença da enunciação jornalística.A história do jornalismo é
marcada pelos avanços da tecnologia. Muitas foram as mudanças no modo de
presença da enunciação jornalística provocadas pelo surgimento de novos
meios de comunicação, como o rádio, a televisão e, agora, a internet. Sites de
divulgação de documentos sigilosos como o Wikileaks, redes sociais, como o
Twitter e o Facebook, têm trazido, cada vez com mais intensidade, novas
formas de se pensar e de se fazer jornalismo. Existe hoje uma reconfiguração
do discurso jornalístico impresso, com base nos recursos da internet. Numa
forma de hibridação, os atuais suportes midiáticos implicam em novas formas
de manifestação e de presença. Com base nessas considerações,
pretendemos, como objetivo específico, investigar nas edições impressas dos
jornais Folha de S. Paulo e Estado de S. Paulo, a existência de características
discursivas provenientes dos discursos da internet e, assim, mostrar, sob uma
19
perspectiva diacrônica, algumas das mudanças discursivas que reconfiguram o
modo de presença desses dois jornais.
ANÁLISE DO BREVE COMPENDIO DE GRAMMATICA PORTUGUEZA,
DE FREI CANECA
Adriana de Souza Ramacciotti (PUC-SP)
Orientadora: Profa. Dra. Dieli Palma Vesaro
Este trabalho tem por objetivo o estudo do Breve Compendio de
GrammaticaPortugueza, de Frei Joaquim do Amor Divino Rabello e Caneca,
escrito na primeira metade do século XIX. Esta pesquisa não tem intenção de
analisar exaustivamente a obra, mas sim suscitar reflexão sobre seu valor na
gramatização do Brasil. Frei Caneca foi um ativista político, envolvido na
Revolução Pernambucana, em 1817, e na Confederação do Equador, em
1825. Em consequência disso, foi preso e condenado à morte. Durante a prisão
em Salvador, escreveu o Breve Compendio de GrammaticaPortugueza, com
fins pedagógicos, em uma linguagem simples para facilitar o aprendizado dos
alunos. Esta pesquisabaseia-se teoricamente na História das Ideias
Linguísticas e está dividida em: 1) contextualização sócio-histórica do Brasil na
primeira metade do século XIX; 2) educação no Brasil, na primeira metade do
século XIX; 3) importância de Frei Caneca; 3) análise da obra. Procuramos
utilizar, como metodologia, a definição fenomenológica do objeto, sua
neutralidade epistemológica e o historicismo moderado (Cf. Auroux, 1992, p.
13-4). Frei Caneca apoia-se na GrammaticaPhilosophica da LinguaPortugueza,
de Jerónimo Soares Barbosa, seguindo a linha da Gramática Geral e Filosófica.
Apesar de não mostrar inovações conceituais em relação às gramáticas
anteriores, o Breve Compendio de GrammaticaPortugueza é a primeira
gramática pedagógica brasileira. Nela, Frei Caneca valoriza a gramática
reflexiva e intui a questão das variações linguísticas, defendidas hoje no ensino
da gramática.
20
PROGRAMA UNIVERSIDADE NA MELHORIA DA ESCRITA E DA LEITURA
(UNIMEL): PERSPECTIVAS GRAMATICAIS
Aila Maria Leite Figueiredo (UNICSUL)
Orientadora: Profa. Dra. Ana Lucia Tinoco Cabral
O presente trabalho tem como finalidade propor uma reflexão sobre as
perspectivas gramaticais presentes nas produções textuais dos alunos que
estão inseridos no Programa de Extensão Universidade na Melhoria da Escrita
e da Leitura (UNIMEL), que busca desenvolver a competência textual nos
alunos, isto é, contribuir para que eles sejam capazes de reconhecer no texto
elementos gramaticais que funcionam como sinalizadores da construção de
sentido, possibilitando com que reflitam sobre o funcionamento da língua. Essa
reflexão será fundamentada na Análise Textual do Discurso (Adam, 2008); e o
corpus são as produções textuais dos alunos cujas análises buscarão verificar
as perspectivas gramaticais presentes nas produções textuais e nas propostas.
A apresentação será dividida em duas partes: na primeira, será apresentado o
Programa Unimel e, na segunda, serão apresentadas as perspectivas
gramaticais presentes nas produções textuais dos alunos, identificadas a partir
das análises, que se fundamentarão em autores que trabalham com Linguística
de Texto, como: Adam(2008), Koch (2009), Marcuschi (2003), Bechara (2000),
Cunha (1985), Travaglia (2003), entre outros.
21
A FILOSOFIA EXISTENCIALISTA EM PAULO FREIRE NO TRABALHO COM
A LEITURA EM SALA DE AULA
Aline Alves (UPM)
Orientadora: Profa. Dra. Glória Carneiro do Amaral
Uma das questões que permeiam as discussões acerca do trabalho do
professor em sala de aula no concernente à prática da leitura relaciona-se ao
modo como essa prática é desenvolvida. De um modo geral, o que é proposto
para que o aluno leia e como essa leitura é orientada estão vinculados às
exigências dos vestibulares, que contemplam, em sua maioria, apenas autores
consagrados pelos cânones. Nesse sentido, a partir de uma análise acerca da
proposta educacional de Paulo Freire, influenciada pelo existencialismo de
Jean-Paul Sartre, aliada às teorias sobre o processo do ato da leitura de Jean
Foucambert, pretende-se promover uma reflexão sobre esta prática no que
tange o papel do professor. A filosofia existencialista preconiza a existência em
detrimento da essência, ou seja, sob essa vertente, um indivíduo existe, em
primeira instância, para então se definir, no decorrer dessa existência. Assim,
esse pensamento perpassa a tese de Freire, que considera o educando um
sujeito em constante formação. Além disso, para o educador a leitura do
mundo precede a leitura da palavra, por essa razão se faz essencial considerar
as experiências existenciais do indivíduo, a fim de que o conteúdo lido produza
sentido para ele. Simultaneamente, Jean Foucambert assume a leitura como
um ato que ativa questionamentos próprios e exteriores e, por isso, leva o
leitor, neste caso aluno, a conhecimentos novos, respostas aos
questionamentos acionados. Deste modo, unir as acepções dos dois autores
pode contribuir para uma reconsideração quanto aos conteúdos propostos para
a leitura em sala de aula, repensando temáticas associadas à realidade que
circunda o educando, preparando-o não apenas para provas de caráter
eliminatório, mas especialmente para a vida, tomando como princípio que a
leitura é instrumento de reflexão, intervenção e transformação do mundo.
22
O PERIÓDICO IMPRENSA EVANGÉLICA DO ANO DE 1872 NO
PANORAMA DA FORMAÇÃO DA LITERATURA INFANTO-JUVENIL
BRASILEIRA
AmayaObataMouriño de Almeida Prado (DINTER UPM - UFMS)
Orientadora: Profa. Dra. Marisa Philbert Lajolo
Um importante conjunto de textos do sistema literário protestante no Brasil é o
periódico Imprensa Evangelica, publicado entre 1864 e 1892. Na maioria dos
números nota-se a presença de narrativas curtas que, ao tematizarem
situações de contato de crianças com a doutrina evangélica, revelam
preocupação com a divulgação do protestantismo também entre os jovens. Os
números do ano de 1872, objeto da presente análise, contêm o conjunto mais
antigo de textos destinados à infância nesse periódico, nos quais é possível
identificar e elencar narrativas protagonizadas por personagens infantis que,
por este motivo, poderiam ter sido objeto de interesse de pequenos leitores à
época de sua publicação, ainda que o jornal Imprensa Evangelica não seja
exclusiva e especificamente dirigido à infância. A proposta que aqui se articula
pretende estabelecer aproximações comparativas entre as narrativas infantis
do jornal e os textos que estudiosos e pesquisadores renomados apresentaram
como fundadores do gênero. Partindo da indicação destes últimos, discute-se o
lugar dos periódicos na formação da Literatura Infanto-juvenil brasileira, para
então descrever de maneira sucinta as narrativas encontradas no corpus
selecionado. Por último analisa-se com maior atenção um texto intitulado “O
heroísmo no século VIII” levando-se em consideração, como fundamentação
teórica, o conceito de sistema literário, tal como proposto por Antonio Candido
desde 1955, no artigo “O escritor e o público” e desenvolvido em obras
posteriores, entre elas Formação da Literatura Brasileira, de 1959. As dezoito
narrativas observadas têm estrutura e configurações estéticas semelhantes
àquelas que vão constituir os primeiros livros destinados à infância brasileira no
cenário da formação de nossa Literatura Infanto-juvenil.
23
A CONSTRUÇÃO DE SENTIDO E SUBJETIVAÇÃO DA LINGUAGEM NO
PROJETO ICONOGRÁFICO DE “MATO GROSSO DO SUL – ESTADO DO
PANTANAL”
Anailton de Souza Gama (DINTER UPM/UFMS – UEMS)
Orientadora: Profa. Dra. Diana Luz Pessoa de Barros
Esta pesquisa de cunho bibliográfico tem como objetivo estabelecer, de
maneira prática, o percurso de uma teoria de texto: a Semiótica Narrativa e
Discursiva, elaborada por Algirdas Julian Greimas, aplicando-a na análise da
iconografia representativa sul-mato-grossense, buscando estabelecer uma
construção de sentidos para os signos implantados no Estado de Mato Grosso
do Sul a partir do Governo Popular de Zeca do PT, em 1998, relacionando
esses signos ao processo de construção identitária sul-mato-grossense.
Convém assinalar que o fazer da semiótica é aspectualizadoimperfectivamente,
o que significa que não constitui uma teoria pronta e acabada, mas um projeto
e, por isso, está a todo momento repensando-se, modificando-se, refazendo-
se, corrigindo-se. Tomando como referência Barros (1990, 2003), Chevalier
&Gheerbrant (2000), Lopes (1995) e Fiorin (2002), analisamos na iconografia
representativa sul-mato-grossense, através de algumas pistas de análise,
possíveis levantamentos de campos lexicais e semânticos, da coerência
narrativa e do percurso gerativo de sentido todo o processo narrativo/discursivo
e figurativo da construção dos actantes e suas ações. Verifica-se que a
iconografia representativa nos remete a comportamentos, verdades,
realidades, ideologias, enfim, aspectos que nos evidenciam modalizações
desses sujeitos de estado no que tange ao ser e fazer que constituem a
complexidade enunciativa, mesmo parcialmente observada, do objeto em
questão.
24
“PORTUNHOL”: ALIADO OU INIMIGO NAS DIFERENTES
INTERAÇÕES SOCIAIS?
Ana Katy Lazare Gabriel (Faculdade de Educação - USP)
Orientador: Prof. Dr. Vojislav AleksandarJovanovic
Esta comunicação visa verificar a função da linguagem nas diferentes
interações sociais entre a população boliviana e a população paulista e, em
especial verificar como tais interações ocorrem em contexto escolar. Tal
pesquisa está baseada nos postulados de Bourdieu (1986) e da Silva (2009)
sobre o uso da linguagem e a comunicação eficaz do português utilizado pela
comunidade boliviana que é influenciado por fatores dominantes, dentre eles, o
poder do MERCOSUL, as implicações sociais da dependência econômica
industrial em oficinas de vestuário e El Sistema. Pelo viés da linguística, esta
comunicação tem base teórica na linguística textual e nos estudos sobre o
ensino/aprendizagem de português para estrangeiros conforme postulado de
Silveira (1998) sobre o uso da abordagem comunicativa com enfoque
intercultural como elemento facilitador que pode ser utilizado para solucionar
entraves culturais e ideológicos presentes em língua. Se por um prisma o uso
do “Portunhol” preocupa os professores de português como língua estrangeira,
por outro reflete positivamente na preservação da identidade cultural boliviana
e em sua interação social, fator que pode ser utilizado no ensino de português
como língua estrangeira. Certamente o ensino de português como língua
estrangeira não está dissociado do ensino de cultura, uma vez que a língua é
um código social de uma comunidade que implica visões culturais e
ideológicas. Assim, no entendimento de Silveira (1998) o aprendiz adquirirá a
língua alvo no momento em que experienciar, compreender e interagir com as
formas de pensamento e conduta cultural dos falantes da nova língua. Para
esta comunicação fora utilizada a metodologia etnográfica de base qualitativa
que envolveu sessões colaborativas e entrevistas semiestruturadas com
bolivianos que frequentam o CAMI (Centro de Apoio ao Migrante). Os
resultados parciais demonstraram que a comunicação intercultural contribui
como elemento facilitador em situações de entraves culturais e normativos
presentes nas diferentes interações sociais.
25
A EDUCAÇÃO NOS COLÉGIOS CONFESSIONAIS FEMININOS NO FINAL
DO SÉCULO XIX E PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX
Ana Paula Sapaterra (PUC-SP)
Orientadora: Profa. Dra. Leonor Lopes Fávero
Este trabalho tem por objetivo analisar a educação nos Colégios Confessionais
Femininos que se instalaram no Brasil, em especial o Colégio Nossa Senhora
de Sion, em São Paulo, considerado um modelo ideal de educação, disciplina e
glamour para as meninas pertencentes a ricas famílias da sociedade paulista.
Desse modo, fez-se um levantamento histórico, cultural e social do final do
século XIX e primeira metade do século XX, com o objetivo de entender como
se portava a mulher nesse período, que função tinha na sociedade, e por que a
escolha de Instituições Católicas pela elite paulista para o ensino de suas
filhas, futuras damas da sociedade. Para tal, optou-se pela escolha da História
das Ideias Linguísticas (Auroux, Fávero, Molina) como vertente teórica para
subsidiar este trabalho.
26
A VARIAÇÃO DA LINGUAGEM: O CASO DE BELA VISTA/MS
Ana Ribeiro (DINTER-UPM; UFMS)
Orientador: Profa. Dra. Maria Helena de Moura Neves
A realização desta pesquisa teve como objetivo um estudo sociolinguístico
do município de Bela Vista/MS, com base no falar de seus moradores e,
sendo assim, detectar as variações linguísticas e extralinguísticas
provenientes das influências da língua espanhola, por se tratar de uma
região de fronteira com o Paraguai. Entende-se que a variação linguística faz
parte da história das línguas e que estes fenômenos variacionistas estão
diretamente relacionados a fatores diversos, como origem geográfica, idade,
sexo e escolaridade do falante, dentre outros fatores. Os dados que
compuseram o corpus do presente trabalho foram coletados por meio de
entrevistas com base no questionário do Atlas linguístico de Mato Grosso do
Sul, gravadas "in loco", com duração aproximada de quarenta minutos.
Foram entrevistados 16 informantes cuja escolaridade não ultrapassava o
quarto ano do ensino fundamental. A interpretação dos dados comprovou
que Bela Vistas/Brasil não sofre influências significativas do espanhol falado
no Paraguai no que tange à variação linguística neste município. Desse
modo, este trabalho é apenas um ponto de partida para que futuras
pesquisas sociolinguísticas deem continuidade a estudos mais detalhados
sobre a realidade linguística desta e de outras regiões de fronteira.
27
DOIS MOMENTOS NA HISTÓRIA RECENTE DA LEITURA BÍBLICA:
A BÍBLIA COMO LITERATURA A PARTIR DE
ERIC AUERBACH E ROBERT ALTER
Anderson de Oliveira Lima (UPM)
Orientador: Prof. Dr. João Cesário Leonel
Apresentamos dois momentos decisivos na história recente da leitura bíblica,
que foram as publicações de duas obras importantes que abordaram os textos
bíblicos a partir de uma perspectiva literária. A primeira dessas obras foi
Mimesis de Eric Auerbach, e a outra A Arte da Narrativa Bíblica de Robert
Alter. Examinaremos algumas das principais contribuições dos dois autores e
destacaremos a dependência que há entre eles, para daí enumerar os
principais pressupostos que definem a prática de leitura que diz ler a Bíblia
como literatura.
28
LITERATURA E CONSUMO: CENOGRAFIA E ETHOS EM WEB-
MANCHETES
Anderson Ferreira (PUC/SP)
Orientador: Prof. Dr. Jarbas Vargas Nascimento
Ao desempenhar uma função mercadológica, a literatura de massa precisa,
além de um conteúdo que satisfaça ao consumidor final, de uma Indústria
Cultural alinhada às diversas redes de comunicação e informação. Na
contramão dessa lógica, encontra-se a literatura pensada como patrimônio
cultural, cuja valorização perpassa pelos aspectos éticos, estéticos e de
linguagem e que, embora precise de uma rede de comunicação e
informação para circular, não advém dela. Destacamos, como exemplo, o
livro Toda Poesia do poeta, tradutor e professor Paulo Leminski. O livro
supracitado esteve na lista dos mais vendidos no mês de março de 2013 nas
redes da Livraria Cultura, deixando para trás best-sellers consagrados nesse
período. Dito isso, nosso estudo visa a analisar a construção da cenografia e
da constituição do ethos discursivo em web-manchetes acerca da vendagem
do livro de Leminski. Objetiva-se verificar os efeitos de sentido possíveis nos
enunciados selecionados e identificar as marcas de subjetividade nas
amostras escolhidas. Para tanto, separamos seis web-manchetes retiradas
de pesquisa na web no site de busca Google, considerando que elas
noticiam um “acontecimento extraordinário”, a saber: o fato de um livro de
poesia de um poeta morto há 20 anos ter superado em vendas um best-
seller que vendeu mais de 40 milhões de livros em todo mundo. Nosso
estudo fundamenta-se na Análise do Discurso de linha francesa,
particularmente, nas propostas feitas por Dominique Maingueneau atinente à
cenografia e ao ethos discursivo. Notamos em nossas análises que o
enunciador, por meio da cenografia, apresenta uma batalha entre o poeta e
a literatura de mercado, já que o confronto se dá no campo do consumo, o
ethos do enunciador é constituído como aquele que valoriza a literatura em
detrimento à mercadoria representada pelo best-seller.
29
PERSONAGENS EM REPORTAGENS: UM ESTUDO DO TEXTO “O CASO
BENSADON”, DE MARCOS FAERMAN
André Cioli Taborda Santoro (UPM)
Orientadora: Profa. Dra. Marisa Philbert Lajolo
O objetivo deste trabalho é apresentar e discutir os conceitos necessários para
a compreensão de um processo diretamente relacionado à aproximação entre
o discurso jornalístico e o discurso literário: a construção de personagens.
Como hipótese principal, propomos que o uso de personagens se apresenta
como uma estratégia fundamental na elaboração de discursos jornalísticos
aprofundados, como a grande reportagem. O objeto de análise é a reportagem
policial “O Caso Bensadon”, de Marcos Faerman, publicada no Jornal da Tarde
em 10 de abril de 1971. A metodologia de análise se fundamenta em linhas
conceituais complementares. Em um primeiro plano, recorremos ao campo da
literatura. Autores como AntonioCandido (1970), Beth Brait (2006) e Oswald
Ducrot / Tzvetan Todorov (1991) foram usados para compor uma base
conceitual relativa à utilização de personagens nas obras literárias e em outras
formas de expressão. No campo jornalístico, utilizamos as considerações de
Carlos Rogé Ferreira (2003), que se dedicou a uma investigação sobre a
função social e comunicativa da reportagem e do livro-reportagem, a obra de
Edvaldo Pereira Lima (2004), que tem estudos sobre os mecanismos de
produção e as possibilidades de classificação desse tipo de obra, e os
conceitos de Sergio Vilas Boas (2003) sobre perfis, biografias e personagens
reais em narrativas jornalísticas. Os resultados preliminares da pesquisa
indicam que o uso de personagens na narrativa jornalística, especialmente na
produção da reportagem e do livro-reportagem (suporte ao qual nos dedicamos
de forma mais abrangente em outra parte da pesquisa), não se restringe a uma
estratégia de refinamento estético do texto, mas amplia o caráter informativo
desse tipo de discurso.
30
CENÁRIOS URBANOS, ATORES PERIFÉRICOS E NARRATIVAS
MIDIÁTICAS
André Ribeiro Passos de Arruda (UPM)
Orientador: Prof. Dr. Alexandre Huady Torres Guimarães
Esta pesquisa de mestrado, em andamento, buscará estabelecer uma reflexão
em torno das produções midiáticas dos jovens das periferias de São Paulo.
Aquelas cujos suportes são as mídias contemporâneas que conjugam as
produções em texto, imagem e som, “cruzando” linguagens na produção da
mensagem. Analisar-se-á os enunciados apresentados nas falas dos sujeitos
que constroem as narrativas estudadas, a partir dos conceitos de Dialogismo
(interatividade constitutiva – Maingueneau,2002), enunciação, discurso e
ideologia, tendo como base o referencial teórico da análise do discurso de linha
francesa e da teoria bakhtiniana. Os sujeitos assumem posições com relação
aos seus interlocutores diretos e aos seus co-enunciadores – “fenômeno da
modalização” (MAINGUENEAU,2002). Os enunciados construídos convocam
outros sujeitos a posicionarem-se. Ao mesmo tempo que estes enunciados
estabelecem uma relação dialógica com outros enunciados externos a
“situação enunciativa” apresentada (Fiorin,2008). A partir da análise das
narrativas audiovisuais, procurar-se-á verificar como transparecem nos
discursos, diferentes formações discursivas. Quais formações sociais estariam
presentes nas vozes dos sujeitos. E se estas constituiriam fonte importante na
construção das identidades dos adeptos das práticas discursivas estudadas.
Na proposta bakhtiniana, ideologia pode ser pensada a partir do “signo
ideológico” visto como reflexo da realidade (Bakhtin/Volochínov,2010). Beth
Brait evoca o conceito bakhtiniano de “movimento” ao explicar o que esta
proposto na discussão do circulo de Bakhtin sobre ideologia, ao estabelecer
que a “ideologia oficial” (dominante) e a “ideologia do cotidiano” (múltipla):
“...formam um contexto ideológico completo, único...” (Brait:2010). As fontes
documentais estudadas até o momento são curta-metragens, em vídeo digital,
elaborados por jovens participantes de projetos sócio-culturais de organizações
do terceiro setor (ONG´s predominantemente) que trabalham com a linguagem
31
do audiovisual, tendo como proposta o trabalho em vídeo como: forma de
inclusão social, como construção de memória, exercício da cidadania - ao
abordar temáticas específicas – e/ou a profissionalização (ou semi-
profissionalização) em cinema e tv.
32
A CONSTRUÇÃO COGNITIVA DA INTERAÇÃO VERBAL: UMA ANÁLISE
DAS ORAÇÕES ADVERBIAIS CAUSAIS E CONCESSIVAS
André Vinicius Lopes Coneglian (UPM)
Orientadora: Profa. Dra. Maria Helena de Moura Neves
A interação verbal é estruturada por normas e convenções socioculturalmente
estabelecidas, em que, estão presentes o falante e o ouvinte, com suas
respectivas informações pragmáticas e intenções comunicativas, como já
explicou Dik (1997). A essa estruturação funcional, corresponde a construção
cognitiva da interação verbal formalizada na Base Comunicativa (Basic
Communicative Space Network, BCSN), uma especificação da teoria dos
espaços mentais, proposta em Sanders et al (2009). No modelo da BCSN,
parte-se do pressuposto de que na interação os espaços correspondentes à
interação falante-ouvinte (ato de fala), à inter-relação dos processos de
arrazoamento do falante (epistêmico) e à formalização do evento
conceptualizado (conteúdo) estão disponíveis “gratuitamente”. O conjunto
formado por esses três espaços corresponde à noção de ancoragem
enunciativa, já o conjunto dos dois primeiros espaços, ao centro dêitico de
comunicação, por esse motivo a BCSN apresenta-se como um modelo que
explica a construção subjetiva do significado na linguagem. Neste trabalho,
apresenta-se uma análise das orações adverbiais causais e concessivas do
português brasileiro em uso circunscrita nesse modelo cognitivo da interação
verbal. Como amostra de análise, escolheram-se as orações adverbiais
causais introduzidas por já que e as orações adverbiais concessivas
introduzidas por se bem que. Objetiva-se mostrar que, nas orações adverbiais
causais, o item juntivojá que é descritivo no objeto de conceptualização,
portanto, subjetivo; na orações adverbiais, o item juntivose bem que é
argumentativo no sujeito de conceptualização, portanto, intersubjetivo. Por fim,
discute-se a validade do modelo proposto pela BCSN para o tratamento das
orações causais e das orações concessivas, argumentando que principalmente
para as orações concessivas, nas quais existe uma inconsistência entre as
expectativas do ouvinte e a construção do evento por parte do falante, o caráter
subjetivo da BCSN não é o suficiente para explicar a construção do significado
no enunciado concessivo.
33
TERMINOLOGIA: UM ESTUDO DO VOCABULÁRIO DO CAMPO DA
MEDICINA
Andrea Sampaio Volpe (PUC-SP)
Orientadora: Profa. Dra. Jeni Silva Turazza
Essa pesquisa situa-se no campo da Lexicografia e está delimitada a estudos
que tematizam a Terminologia: um campo de estudos que se ocupa dos
chamados vocabulários de especificidades - aqueles que qualificam o
vocabulário geral das línguas humanas. O objeto dessa investigação está
delimitado à terminologia e incide sobre o vocabulário do campo da medicina:
aquele que qualifica ou tipifica o (s) modo(s) de denominar para dizer
conhecimentos de mundos próprios dessa área científica ou tecnológica.
Segundo Moirand (1993, o terminólogo, ao contrário do lexicógrafo, precisa
considerar que o vocabulário por ele investigado tem por referência um léxico e
uma sintaxe específica; razão por que o objetivo geral da pesquisa está voltado
para a compreensão dos processos que possibilitam identificar o grau de
especificidade dessa modalidade de uso. Tem-se por pressuposto que o
desconhecimento da abrangência terminológica desse campo do saber
inviabiliza a negociação desses significados das palavras usadas nas
interações entre o médico e a maior parte dos seus pacientes. Um dos
objetivos específicos da pesquisa está voltado para a seleção de um corpus
que, analisado pelo ponto de vista da etimologia, possibilitará ao pesquisador
identificar os modelos de composição desse vocabulário, pelo resgate das
raízes e radicais do vocabulário greco-latino, por um lado. Por outro lado,
busca-se descrever os termos medicinais mais frequentes em português de
modo a permitir associações entre seus significados, no espaço ocupado pelos
discursosinscritos nas fronteiras da comunicação entre os cientistas, os
tecnólogos e o público que dele faz ou precisa aprender a fazer uso. A esse
objetivo segue-se à organização desse vocabulário por campos semânticos,
considerados os graus de equivalência com a construção de campos
discursivos propriamente ditos, para situar os graus de popularização desse
vocabulário.
34
O MUNDO ATUAL E A SALA DE AULA
Anne Cristina Barbosa Peres (UPM)
Orientador: Prof. Dr. Alexandre Huady Torres Guimarães
Ao longo da história, o homem criou diversos meios para aprimorar o convívio e
a comunicação. Se olharmos para trás, observaremos que muitos
instrumentos, que, foram considerados extraordinários são vistos como
instrumentos comuns – televisão, telefone, rádio - presentes no cotidiano de
qualquer sociedade.Buscar novas estratégias que possam ajudar os alunos a
estudar, pesquisar e ler é função do professor. O computador empregado como
um recurso educacional, com a finalidade de incluir e acrescentar informações
no ensino pode ser um grande aliado no processo ensino-
aprendizagem.Estamosdiante de uma sociedade em transformação, antes
tínhamos uma sociedade automatizada e fomos modificando-nos, ao longo do
século XX e início do século XXI, para uma sociedade tecnológica, assim como
a sociedade apresentada por Gil Vicente, no Auto da Barca do Inferno, também
sofria grandes transformações e apresentava grandes descobertas e
conquistas. O intuito da leitura e da reescrita dessa obra vicentina é despertar e
motivar o adolescente para ler o cânone literário e identificar os valores
permanentes no ser humano.Passam eras, passam civilizações, passam
gerações, no entanto, eles continuam os mesmos, são como alguns textos
literários: atemporais. Diante desse novo mundo, a introdução das TICs na
educação deve ir além da visão limitada somente aos benefícios técnicos e à
conexão com a internet. Essa introdução deve evidenciar uma preocupação do
ponto de vista pedagógico, ou seja, deve desafiar o aluno a criticar,
problematizar, questionar, a fim de que ele construa seu próprio conhecimento.
Como fundamentação teórica temos os PCNEMs, Setzer, Ferrete, Moran,
Costa, Soares e Lima e, por fim, Paulo Freire.
35
A LINGUAGEM INVISÍVEL DA TIPOGRAFIA NA CONSTRUÇÃO DE
SENTIDO EM CAMPANHAS PUBLICITÁRIAS ALL TYPE
Brunelly Lopes da Silva (UPM)
Orientador: Prof. Dr. Alexandre Huady Torres Guimarães
O signo linguístico, ou seja, a representação gráfica da palavra atrelada a
sua acepção de matéria ou elemento circunscrito no mundo natural precede
sua própria representação sonora. Sabe-se que a imagem foi a unidade de
maior representatividade na comunidade primitiva e, com o advento das
tecnologias digitais, seu desenvolvimento tem ocorrido de maneira gradativa,
de maneira igualmente proporcional ao seu intenso reconhecimento para a
sociedade atual, todavia, o que carece a muitos, sobretudo àqueles menos
comprometidos com o aspecto visual, é o “saber ver”, isto é, a competência
por detrás do ato de depreender o substrato simbólico da imagem e o quid
de sua abstração, em detrimento do simples olhar, por vezes desprovido de
interpretação. O objeto de análise da pesquisa em questão é a função atual
da Tipografia no contexto da linguagem visual como elemento-chave na
construção de sentido e, portanto, pilar de sustentação da verbo-visualidade.
A forma da palavra, aliás, geralmente está atrelada à estética visual quando,
na realidade, ela contribui para a construção de sentido tanto quanto o
próprio conteúdo textual. O que se propõe, então, é a percepção do
elemento gráfico como um signo que transpõe a psicologia da Gestalt e, por
conseguinte, traz consigo, em seu interior, diversas vozes que dialogam
entre si e com o contexto sócio-históricointerdiscursivamente. Há muitas
fontes tipográficas que fazem parte da história e representam essa relação
em sua forma. A questão por detrás da proposta em questão, em suma, é o
“saber ver”, ou seja, uma a nova percepção visual. Para tanto, cabe a esta
pesquisa abarcar a existência de efeitos de sentido na combinação entre
texto e imagem, por meio do ingresso no arcabouço da análise do discurso
de linha francesa, possibilitando um viés dialógico a partir da análise de
companhas publicitárias all type, isto é, essencialmente tipográficas.
36
O MENINO: A INTERDISCURSIVIDADE E O PROCESSO DISCURSIVO NO
TEXTO DE CHICO ANYSIO
Caio Vinícius Catalano (UPM)
Orientadora: Profa. Dra. Neusa Maria Oliveira Barbosa Bastos
Dentro do universo literário, muitos são os textos que conseguem despertar o
entusiasmo pela leitura, fazendo com que o leitor tenha algum prazer pela
organização das palavras, frases e orações ali apresentadas. Mesmo textos
curtos, compostos de poucos períodos e sem elaborações sintáticas mais
sofisticadas, conseguem transmitir ao interlocutor uma gama de sensações,
legitimadas pela tessitura textual. Um dos questionamentos mais pertinentes
nessa relação diz respeito a descoberta dos atrativos textuais. Qual a fórmula
da qual o enunciador faz uso para deixar seu espaço discursivo tão convidativo
e interessante? Como se engendram todos os recursos discursivos dentro
desses enunciados? Este trabalho tem como objetivo a análise do texto O
menino, do humorista Chico Anysio, procurando elucidar como a
interdiscursividade tem papel fundamental no processo discursivo do
enunciador na formação de seu enunciado. Buscou-se verificar como a
articulação e relação de discursos contraditórios, presentes na formação
discursiva, complementam-se e completam-se para gerar o sentido maior do
texto, estabelecendo uma relação fundamental, ilustrativa de dialogismo. Outro
ponto importante a ser verificado foram as estratégias discursivas utilizadas
pelo sujeito enunciador, que através de articulações e organizações
gramaticais conseguiu deixar o seu espaço enunciativo mais atrativo para o
enunciatário, conquistando a adesão através da dualidade de discursos, ao
mesmo tempo em que aumenta a carga semântica de seu texto, objetivando
um maior entendimento e compreensão do enunciado. O embasamento
teórico são os pressupostos da Análise do Discurso de linha francesa de
Dominique Maingueneau referentes ao interdiscurso e os estudos de Mikhail
Bakhtin acerca do dialogismo, fenômeno constitutivo do discurso, assim como
alguns conceitos que compõem esse processo, como plurivalência e
mobilidade do signo.
37
A NOÇÃO DE AUTOR NOS ARTIGOS DE OPINIÃO DE CLAUDIO DE
MOURA CASTRO
Carlos Alberto Baptista (PUC-SP)
Orientador: Prof. Dr. Jarbas Vargas Nascimento
O presente trabalho visa a estudar a noção de autor nos artigos de opinião de
Claudio de Moura Castro. O economista publica, mensalmente, na Revista Veja
e seus textos geralmente abordam assuntos relacionados à educação. Esses
artigos são, com frequência, recebidos com críticas severas, principalmente, de
educadores, pois consideram que a opinião do autor se baseia apenas em
dados estatísticos, desvinculada da prática pedagógico-educacional.Na
interação discursiva entre produção e recepção desses textos, cria-se uma
imagem polêmica de autor. Por causa da vinculação de seu estatuto de autor a
uma instituição discursiva específica - da economia - e também pela sua
condição de autor de um gênero de discurso, configura-se uma autoria
específica. Nessa ótica, pretendemos examinar como opera a noção de autor
no artigo de opinião de Claudio de moura Castro e como o gênero de discurso
e as instituições das quais essa interação discursiva participa interagem nessa
operação. Para tanto, a pesquisa fundamenta-se no estudo sobre a função-
autor de Foucault (1997) e nas pesquisas de Rodrigues (2001) e Alves Filho
(2005;2006) sobre autoria e gêneros do discurso. Nosso enfoque é enunciativo-
discursivo, recorrendo aos pressupostos teórico-metodológicos da Análise do
Discurso de linha francesa, que possibilitam um abordagem interdisciplinar,
articulando texto às condições sócio-históricas de produção do discurso. As
condições sócio-discursivas em que se inserem o artigo de opinião permitem
que se edifique uma autoria híbrida, afetada pelo caráter sócio-profissional do
autor. Assumir a posição de autor articulista implica na valorização da fala,
emergindo o ethos da credibilidade e autoridade.
38
A CONSTITUIÇÃO DO ETHOS FEMININO DA PERSONAGEM MARIA
MOURA, DE RACHEL DE QUEIROZ
Caroline Batista Fantini de Novais (PUC-SP)
Orientador: Prof. Dr. Luiz Antonio Ferreira
Nossa história revela como as mulheres foram tratadas de maneira
diferenciada e inferior aos homens. A imagem feminina hoje é investigada a
partir de marcas persuasivas seculares, que não estão necessariamente
explícitas, mas se revelam implicitamente na construção argumentativa. Na
conquista da emancipação feminina, há exemplos de mulheres como Maria
Moura, uma das personagens mais intrigantes de Rachel de Queiroz que,
através de uma construção discursiva baseada no universo patriarcal,
transpassa sua condição de “sinhazinha”, assumindo uma postura de mulher
que luta pelos seus ideais. A partir do exposto, questiona-se: como, no plano
discursivo, a influência masculina contribuiu para a constituição do ethos
feminino da personagem? Analisar, na perspectiva da Retórica, a constituição
do ethos da personagem Maria Moura, através das estratégias retóricas
responsáveis pela eficácia do discurso e de sua potencialidade persuasiva.
Analisaremos Amossy em Imagens de si no discurso (2005), para justificar a
afirmação: “quanto mais o homem aprimora a sua capacidade de lidar com a
linguagem maior será a sua condição de transfigurar a posição de ‘ser natural’
para ‘ser social’”. Para fundamentar as bases da ciência retórica, lançaremos
mão da obra de Aristóteles, bem como Retóricas de ontem e hoje (2004), de
Lineide Mosca, para justificar como a Retórica implicou em controvérsias,
discussões e como consequência, de novas opiniões. A pesquisa será
descritiva-quantitativa. A seleção de material – o romance, além do gosto
pessoal, contém elementos discursivos para que possamos compreender a
estrutura do ethos feminino. Passos: uma leitura geral, referente ao plano
discursivo, para que possamos analisar o ethos e o espaço onde ocorre a
prática discursiva. Descreveremos sobre a construção do ethos configurada no
romance. Em seguida, abordaremos a metodológica e, por fim, destacaremos
possíveis estudos que a análise retórica proporciona.
39
AS RELAÇÕES ENTRE LITERATURA E ARQUITETURA NO ROMANCE
CRÔNICA DA CASA ASSASSINADA, DE LÚCIO CARDOSO
Cléber Luís Dungue (PUC/SP)
Orientadora: Profa. Dra. Maria Aparecida Junqueira
Em Crônica da casa assassinada, de Lúcio Cardoso, é possível demarcar um
projeto literário que dialoga com a arquitetura, que se pauta por um certo
percurso também feito pelo arquiteto. A vocação arquitetônica do texto é
reforçada já na folha de rosto do livro, na qual se encontra a planta da casa e a
localização de outros espaços importantes da narrativa. O signo “casa”, que
aparece no título, remete o olhar do leitor para uma estranheza:
antropomorficamente, ela é o ser cujo assassinato (com efeito, a sua
destruição) será recuperado, remontado ou recontado por meio de gêneros
textuais diversos (cartas, diários, confissões, depoimentos) e a partir da
percepção de personagens que se alternam como voz de enunciação: André,
Nina, Valdo, Betty, Ana, Timóteo, Padre Justino, o médico, o coronel e o
farmacêutico. Em certa medida, a destruição da casa, pode ser vista como
resultante dos descaminhos do desejo, mas também da fragilidade da sua
estrutura. Cardoso dizia que por meio desse livro pretendia derrubar a casa
mineira, com seu conservadorismo decadente, que resguarda preconceitos,
hipocrisias e a excessiva preocupação com as aparências. Assim pensando
nas especificidades literárias de cada espaço da casa, nosso estudo orienta-se
pelas seguintes interrogações: é possível pensar em uma poética do espaço a
partir da observação dos planos internos e externos da casa? De que modo os
espaços dizem dos personagens? Como a degradação da casa dos Meneses e
do corpo da protagonista Nina dialogam com a perspectiva arquitetônica? De
que modo se dá a passagem da arquitetura da casa para a arquitetura do
texto? Nesse sentido, visando a relações de suplementaridade entre a
arquitetura e o texto literário, vamos observar, entre outras coisas, como se
realizam as aproximações e distanciamentos entre o espaço arquitetônico e o
narrativo. Para tanto, serão importantes os estudos de Gaston Bachelard, Le
40
Coubusier e Evaldo Coutinho sobre o espaço da casa. Os textos desses
autores trazem importante contribuição para se entender a sintonia entre a
planta da casa dos Meneses e o projeto literário de Cardoso. Já o texto de
Escrever, de Marguerite Duras, nos ajuda a pensar a casa como um topos
literário que aproxima a escrita do processo de construção arquitetural.
41
ESPAÇO SOCIAL E LUGAR: CINZAS DO NORTE, DE MILTON HATOUM, E
NADIE NADA NUNCA, DE JUAN JOSE SAER
Cristhiano Motta Aguiar (UPM)
Orientadora: Profa. Dra. Helena Bonito Couto Pereira
Este trabalho, fruto de pesquisa de doutorado em andamento, propõe uma
leitura comparada dos romances Cinzas do Norte, do brasileiro Milton Hatoum,
e Nadie Nada Nunca, do argentino Juan Jose Saer. O eixo estruturador do
debate será realizado a partir das ideias de espaço e lugar. No caso do escritor
amazonense, sua obra pode ser lida como um projeto ficcional que procurará, a
cada romance, refletir a respeito da formação de uma espacialidade construída
a partir de tensões sociais, econômicas e ecológicas. Neste sentido, as
formulações de Henri Lefebvre e Edward Soja a respeito do espaço social
serão importantes nesta dicussão. Acompanhar a formação de um espaço
social oriundo de uma modernização conservadora, sustentamos, conecta a
obra de Hatoum a certas preocupações do Romance de 30, principalmente na
sua vertente muitas vezes chamada de Regionalista. Se, contudo, a obra de
Hatoum é regionalista, será uma questão que abordaremos com cautela. Por
outro lado, encontraremos na obra de Juan Jose Saer uma tentativa de
“desproduzir” o espaço social. Assim como Cinzas do Norte não se reduz ao
“nacional” ou ao “social”, a “desprodução” do espaço social em Nadie Nada
Nuncanunca deixará de levar em conta um contexto social e político. No caso
de Saer, interessa ao seu narrador, como bem diz Beatriz Sarlo, “narrar a
percepção”. Nesta atenção fenomenológica ao espaço presente na obra de
Saer, sustentamos que existe uma crítica às noções tradicionais (e por vezes
autoritárias) de Lugar, Nação e Região. Logo, no tocante às discussões a
respeito do Lugar, as ideias de Marc Augé sobre Lugarese Não lugares serão
uma das bases teóricas da discussão proposta.
42
O DISCURSO DE BRAULIO TAVARES EM SEU TEXTO PUBLICADO NA
ORELHA DA PEDRA DO REINO DE ARIANO SUASSUNA
Cristiane Bachiega Yamamura (UNICSUL)
Orientadora: Profa. Dra. Guaraciaba Micheletti
Sob a perspectiva dos estudos estilísticos, a presente comunicação analisa o
texto de Braulio Tavares, publicado na orelha do livro Romance d’a Pedra do
Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta (2012), de Ariano Suassuna. Para
tanto, optamos por tratá-lo como resenha, uma vez que sua linguagem – de
ordem rebuscada e formal – revela a voz de um enunciador pesquisador e
estudioso deste romancista nordestino. Subsidiar-nos-emos da “Estilística da
Palavra” e da “Estilística da Enunciação” propostas por Nilce Sant’Anna Martins
(2003), a fim de identificarmos o estilo do resenhista, considerando seu
posicionamento frente à obra de Suassuna, conforme a constituição de um
ethos discursivo que se favorece de escolhas lexicais, cujos adjetivos se
destacam nessa construção. Desse modo, consideraremos, também, os
estudos de Émile Benveniste (1988) e Dominique Maingueneau (2005).
Observando a intenção do enunciador ao apresentar o Romance, o trabalho
será organizado em duas partes. Na primeira, far-se-ão algumas considerações
teóricas gerais sobre as teorias que fundamentarão a análise de modo a
favorecer a compreensão da discursividade articulada ao gênero.
Destacaremos as avaliações/julgamentos do enunciador, conforme nos são
reveladas à medida que se utiliza de uma grandiloquência para descrever a
obra e marcar sua opinião. Na segunda parte, apresentar-se-á a análise do
discurso de Braulio Tavares, evidenciando as marcas de intencionalidade
reveladas pela construção de um ethos identificado como sendo conhecedor
daquele escritor e que, consequentemente, enaltece o Romance. E é esse
ethos especialista e capaz de julgar (avaliar e apreciar) o Romance, que gera
credibilidade ao seu coenunciador.
43
ANÁLISE DAS DIFICULDADES DE LEITURAE ESCRITA
Damares Souza Silva (PUC-SP)
Orientadora:Profa. Dra. Melania Moroz
O presente estudo teve como objetivo avaliar o repertório de leitura de 40
alunos que freqüentam a 3 série do Ensino Fundamental de uma escola pública
estadual e que, segundo seus professores, apresentam desempenho
insatisfatório, identificando-se os tipos de dificuldades existentes.
Adicionalmente, avaliaram-se dois repertórios relativos à escrita: o de cópia e o
de construção de palavras ditadas. Os dados foram coletados com a aplicação
do Instrumento de Avaliação de Leitura - Repertório Inicial (IAL-I), com o auxílio
do Software Mestre. Apoiando-se no paradigma de equivalência de estímulos,
o IAL-I avalia o desempenho dos alunos, a partir de relações entre três
modalidades de estímulos: Som (A), imagem/figura(B), Texto (C). Além de
avaliar a leitura, o IAL-I avalia dois repertórios relacionados à escrita: a cópia e
a construção de palavras ditadas. Os dados coletados pelo referido instrumento
mostraram que os participantes identificaram, de modo satisfatório, as letras do
alfabeto e os itens da relação (CC) (palavra escrita- palavra escrita). Um nível
de baixo desempenho foi apresentado quando os alunos foram submetidos às
tarefas da relação (BC) (figura- palavra escrita), (CB) (palavra escrita - figura),
(AC) (palavra ditada - palavra escrita); foi constatado um índice de maior
dificuldade quando os itens de tais relações apresentavam palavras com
sílabas complexas. Quanto aos erros observados, verificou-se que alguns
participantes confundiam as letras b, p, e d e também as letras m e n. Os
participantes invertem o uso do s e do z, em palavras com sonorização
semelhante; há também troca de letras nas palavras compostas por /s/, /ss/, /ç/
e por /r/, /rr/. Foi constatado que há interferência do aspecto fonológico das
palavras e que há o desconhecimento dos alunos sobre as regras ortográficas
que envolvem o uso das referidas letras, na leitura e na escrita.
44
A ADAPTAÇÃO PARA O CINEMA DA PEÇA
BEIJO NO ASFALTO, DE NELSON RODRIGUES
Daniel De Thomaz (UPM)
Orientadora: Profa. Dra. Neusa Maria Oliveira Barbosa Bastos
A questão das adaptações das obras literárias para o cinema é objeto de
pesquisa no meio dos estudos literários. Diversos autores, entre eles o norte-
americano Robert Stam, procuram identificar em suas análises aspectos que
identifiquem a permanência ou não da estrutura original da obra nessa
decodificação de uma linguagem para outra. Muitas vezes, a essência é
mantida, mas aspectos de cada obra tais como aqueles que sofreram
deslocamentos de tempo e espaço ou apropriação ideológica, são alterados de
forma significativa, constituindo assim, senão uma co-autoria, uma nova obra,
independente e original nascida dessa relação dialógica entre livro e filme. O
presente estudo se propõe a identificar essas características na adaptação da
peça teatral de Nelson Rodrigues, “O Beijo no Asfalto”, de 1961, para o filme,
de mesmo nome, dirigido por Bruno Barreto e produzido vinte anos depois da
criação da peça, em 1981. A partir da análise fílmicada produção
cinematográfica brasileira nos anos 80, o pesquisador Ismail Xavier em seu
livro “O Olhar e a Cena” (Cosac &Nayf, 2003), aponta com precisão
características marcantes do período que cunhou como “segunda onda de
adaptações”, ocorrido entre os anos 1978 e 1983. Além da forte influência da
televisão no chamado “cinemão”, patrocinado pelas verbas públicas da
Embrafilme, o autor discute outros vieses que sofreram significativas
transformações na adaptação de Barreto. Entre eles, o naturalismo, presente
na gênese da chamada “tragédia carioca”, termo atribuído pelo crítico Sábato
Magaldi à produção rodriguiana a partir do final dos anos 50, e a rentabilização
do erotismo, esta completamente ausente na obra original e na maior parte da
produção teatral do autor.
45
BRANCA DE NEVE TRANSMÍDIA:
LITERATURA, CINEMA, JOGOS E PRODUTOS
Débora Cibele de Benedetto e Silva (UPM)
Orientador: Prof. Dr. Alexandre Huady Torres Guimarães
Aproximadamente cem anos após sua primeira publicação em Contos de
Fadas para Crianças e Adultos, de Jacob e Wilhelm Grimm, o conto Branca de
Neve ganha, em 1937, uma versão fílmica produzida pelos estúdios Disney;
trata-se da animação Branca de Neve e os Sete Anões, a primeira animação
de longa-metragem da história do cinema.
O enorme sucesso de Branca de Neve e os Sete Anões confere a essa versão
o caráter de uma das versões definitivas do conto original registrado pelos
Irmãos Grimm. Além disso, a versão Disney acaba por influenciar inúmeras
produções posteriores a ela. A partir de seu filme, a empresa Disney lança
extensões da história em diferentes mídias, como atrações em parques
temáticos e uma linha de produtos diversos. Tal prática reflete a mentalidade
transmidiática que caracteriza a empresa e que é destacada e justificada em
sua declaração de missão: “usando um portfólio de marcas para diferenciar
nosso conteúdo [...] nós almejamos desenvolver o entretenimento e os
produtos mais criativos e rentáveis do mundo”. Por transmídia, entende-se o
transmitir de mensagens, temas ou histórias através de diferentes plataformas
de mídia que se complementam, cada uma com igual importância. Com Branca
de Neve e os Sete Anões, uma nova maneira de interação com o os contos de
fadas é inaugurada: suas extensões transmidiáticas proporcionam ao público
maior poder de interação com as personagens e com o universo da narrativa e,
além disso, podem ocasionar um aumento de nichos de consumidores da
história. Um estudo acadêmico sobre os filmes e extensões transmidiáticas
produzidos pela Disney pode nos levar a compreender de que maneira o
público, de modo geral, relaciona-se com os contos na atualidade. Para tanto, o
presente trabalho propõe um diálogo entre literatura, cinema e comunicação, e
apresenta um percurso analítico que parte da análise literária do conto dos
Grimm, avança para reflexões acerca da versão fílmica produzida pelo estúdio
Disney e, finalmente, debruça-se sobre algumas das extensões transmidiáticas
de Branca de Neve e os Sete Anões.
46
O ETHOS EM REVISTAS INSTITUCIONAIS
Déspina Maria Iliadis Nogueira (UPM)
Orientadora: Profa. Dra. Regina Pires de Brito
A proposta deste estudo é analisar a construção do Ethos na comunicação
institucional do Mackenzie, presente em dois textos da Revista Mackenzie, os
quais abordam as comemorações de aniversário da Universidade Presbiteriana
Mackenzie em dois momentos: os 50 anos e os 60 anos de fundação da
Universidade. A escolha por esses dois momentos obedeceu aos seguintes
critérios: 1. a importância das datas comemorativas para a Universidade,
resultando em ampla cobertura jornalística; 2. presença do Ethos Discursivo na
comunicação institucional, espelhado nas diretrizes da missão, visão e valores
de uma instituição presbiteriana – o Instituto Presbiteriano Mackenzie,
fortemente presente na linguagem da revista, mesmo considerando o período
de 10 anos existente entre um evento e outro. Esta análise pretende responder
à seguinte questão: De que maneira a cobertura feita nas comemorações dos
50 e 60 anos da Universidade Presbiteriana Mackenzie pela Revista Mackenzie
foi instrumento revelador do Ethos? Para isso, procuramos demonstrar, por
meio da análise de elementos linguísticos e extralinguísticos, o
estabelecimento de traços característicos do “Ethos” e verificar que a
linguagem institucional da Revista Mackenzie é perpassada por um discurso
único, identificado nos textos expostos e que corroboram com a imagem que a
Instituição apresenta. Os referenciais teóricos que norteiam este trabalho têm
por base a Análise do Discurso Francesa, especialmente a proposta de
Maingueneau.
47
DJANGO E A OUTRA HISTÓRIA AMERICANA:
A FORMAÇÃO DO MITO OCIDENTAL E O DRAMA DO NEGRO
Douglas Sáppia (UPM)
Orientadora: Profa. Dra. Lílian Lopondo
Desde a estreia em 1992, com o título “Cães de Aluguel”, Quentin Tarantino
mostrou-se ao público na qualidade de crítico do juízo estético no tratamento
da narrativa fílmica, no âmbito da crise de criatividade da Indústria da Cultura.
Dois anos mais tarde, surge sua obra-prima, “PulpFiction”, a render-lhe o ícone
de cineasta de filmes de violência, cujas cenas de sangue são forma de
expressão. Não obstante, reside em “DjangoUnchained” (2013), o aspecto que
o distingue dos demais roteiros originais do diretor (já experimentado em
“InglouriousBastards”, 2009): mistura entre realidade histórica e ficção, isto é,
uma História alternativa da sociedade ocidental. Assim, investiga-se o
fundamento histórico desta última produção cinematográfica em razão de fugir
à lógica narratológica de grande parte dos filmes de Tarantino. Nesse sentido,
observa-se que, em tese, o roteiro de Django traz uma trama que retrata o
conflito étnico que desencadeou a guerra civil americana, no concernente à
busca pela liberdade, a segregação e as conseqüências socioeconômicas das
discussões abolicionistas, ao passo que ridiculariza organizações racistas com
ironia e violência inerentes à linguagem do Cinema. À medida que o enredo se
desdobra, o protagonista se constitui como um mito de libertação americano,
ameaçando os senhores de propriedades rurais do sul estadosunidense com
frases de efeito: “expect me likeyouexpect Jesus to come back”. Esta análise
se baseia na economia crítica acerca da relação entre Cinema e Indústria, sob
a ótica dos escritos de Anatol Rosenfeld. Django se configura, portanto, como
uma paródia da formação brutal da consciência norte-americana, que à época
já era considerada nação de progresso, o que se dá em vista de um forte
componente contextual juntamente a aproximação do fato aos elementos
oriundos do universo discursivo numa perspectiva historiográfica, pautada na
interpretação das respectivas mentalidades.
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A CATÁBASE NOS JOGOS ELETRÔNICOS:
A JORNADA DO HERÓI DIGITAL
Edmundo Gomes Junior (UPM)
Orientadora: Profa. Dra. Helena Bonito Couto Pereira
Esta comunicação tem como objetivo apresentar uma análise das estruturas
narrativas dos jogos GodofWar,Castlevania e Dante’s Inferno, no que concerne
à manifestação da catábase, conceito magistralmente trabalhado por R. M.
Rosado Fernandes no volume XLV da revista HVMANITAS (1993), inspirado
na obra de Xenofonte. Ao trabalhar os mitos em aulas de Literatura foi possível
notar que a maioria dos alunos, sobretudo os meninos, eram familiarizados
com alguns heróis e personagens mitológicas graças a esses jogos. Foi
detectado, porém, que em sua maioria há alteração dos mitos ou do conceito
original do protagonista da obra que inspirou o jogo, como no Inferno de Dante,
por exemplo, onde o poeta é transformado num cavaleiro das cruzadas. Tais
mudanças trazem o questionamento se o jogo, mesmo como assumidamente
entretenimento de massa, serve como objeto estético de análise e como
instrumento de acesso ao texto original. O universo digital ainda é uma
incógnita aos círculos acadêmicos, sobretudo em termos epistemológicos,
porém sua indústria mobiliza bilhões, tornando-se nos últimos anos a indústria
de entretenimento mais lucrativa. A análise da estrutura narrativa dos jogos
eletrônicos demonstra, porém, que mesmo sob a forma mais moderna de
contar uma estória, os heróis dos videogames ainda seguem a estrutura da
jornada do herói, descrita por Joseph Campbell em O poder do mito e o
sistema de objetos modais identificados por A. J. Greimas. Dentre os jogos
analisados, podemos notar que a catábase, isto é, a descida ao mundo inferior,
torna-se um ponto fundamental da narrativa lúdica, seja para a obtenção do
objeto modal, ou para o precedente da anábase, em que o herói sai do inferno
fortalecido.
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MARCAS DO FANTÁSTICO EM MACHADO DE ASSIS: UMA LEITURA DO
CONTO “O ESPELHO:
ESBOÇO DE UMA NOVA TEORIA DA ALMA HUMANA”
Edner Morelli (UPM)
Orientadora: Profa. Dra. Glória Carneiro do Amaral
Este trabalho possui o intento de realizar uma leitura do conto O espelho
(1882) de Machado de Assis, pautando-se em alguns dispositivos teóricos da
literatura fantástica. Para isso, apresentaremos, sumariamente, o ponto de
partida histórico do gênero, assim como algumas marcas estruturais desse tipo
de narrativa, apoiando-se, basicamente, nos estudos de Todorov (1975). Em
seguida, exporemos nossa aproximação analítica entre o texto machadiano e a
teoria proposta. Convém ressaltar brevemente que o método científico deste
trabalho apoia-se na articulação bibliográfica entre a teoria do gênero fantástico
e a análise literária do conto machadiano. Quando pensamos na obra de
Machado de Assis, surge certo estranhamento ao estabelecer relações de sua
produção com a categoria do fantástico, por razões óbvias e já sabidas:
Machado de Assis representa, dentro de uma tradição literária brasileira, o
escritor realista por excelência. Porém, se nos atentarmos para algumas de
suas narrativas, percebemos ligações com o gênero em destaque. É lícito
ressaltar que essa aproximação pretendida aqui não se faz de maneira
verticalizada, no entanto, marcas da literatura fantástica fazem-se presentes
em algumas narrativas machadianas. Só para ficarmos com alguns exemplos,
podemos trazer à baila o romance Memórias Póstumas de Brás Cubas, os
contos A Igreja do Diabo, Entre Santos etc. Nossa problematização pretendida
é justamente perceber em que medida o conto O espelho insere-se em
dispositivos próprios da literatura fantástica? De acordo com a articulação
realizada aqui entre a teoria apresentada e a leitura crítica realizada, fizeram-se
evidentes algumas marcas estruturais, ei-las: o elemento da hesitação entre o
leitor e o objeto narrado tão caro às narrativas fantásticas, assim como a
categoria do narrador em primeira pessoa, conferindo ao discurso narrado a
confiabilidade e autoridade verossímeis necessárias do gênero, são alguns
elementos encontrados em nossa leitura. Além do mais, o conto em questão
projeta-se em multiplicações especulares dos elementos da narrativa (tempo,
50
espaço e personagem), sendo que a fragmentação totalizante do conto
corrobora para o núcleo sobrenatural da trama, outra marca da literatura
fantástica.
51
O PROCESSO DE ACULTURAÇÃO NO ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA
Elen Del Sole (UPM)
Orientadora: Profa. Dra. Vera Lucia Harabagi Hanna
No ensino de língua estrangeira, além da capacidade cognitiva e da aptidão, é
relevante que o aluno desenvolva “um desejo de identificar-se com os
membros da cultura estudada” (Acton e Felix in Valdes, 1990). Esse movimento
em direção à identificação com os membros da nova cultura propicia uma
orientação integrativa e é considerado como de grande valia na motivação e no
progresso do aluno na aprendizagem da língua estrangeira. Guiora (1990)
denominou “limiar da aculturação” (“acculturation threshold”) o processo pelo
qual o estudante de língua estrangeira atravessa a fim de adquirir significados
cognitivos e sociais para que a aquisição da língua incorpore a cultura
estudada de forma efetiva. Ao longo desse processo de aculturação, há a
criação do que se pode chamar de uma “nova identidade”. Sob essa
perspectiva, no decorrer do processo de aculturação no ensino de uma língua
estrangeira e ao estabelecer uma identificação com a língua de chegada, a
aprendizagem tem maiores chances de ser bem-sucedida. A nova persona que
o aluno desenvolve seria a expressão mesma da aculturação em seus
primeiros estágios de sucesso. O objetivo desta pesquisa em curso é o de
registrar a ocorrência dessa “nova identidade” no processo de aculturação. A
finalidade é a de analisar como habilidades interculturais podem ser
desenvolvidas ao longo do processo de aculturação em ambiente de ensino. O
método utilizado é o da observação direta de aulas para adultos brasileiros em
cursos de ensino de inglês que fazem uso de material intercultural. A
observação versa sobre como comportamentos relacionados ao etnocentrismo
e ao descentralismo refletem-se no discurso e na competência comunicativa do
aluno.
52
DESPERTANDO O PENSAMENTO CRÍTICO COM O USO DE CURTAS-
METRAGENS ANIMADOS EM SALA DE AULA
Erica de Moura (UPM)
Orientadora: Profa. Dra. Vera LúciaHarabagi Hanna
Esta pesquisa procura ressaltar a potencialidade do trabalho com o curta-
metragem animado na escola. Analisa a relevância para os alunos de focarem
a atenção também nos aspectos culturais da língua-alvo e não apenas na
estrutura da mesma. Esclarece a importância dos alunos voltarem sempre o
olhar para a sua própria cultura quando forem expostos a uma cultura
estrangeira. Estabelece uma relação entre cultura e ideologia e entre material
autêntico e pensamento crítico. Explora a potencialidade do trabalho com o
material autêntico em aula, fazendo uso da riqueza dos filmes como exemplo.
Contrasta o uso de longa e curta-metragem na escola e a utilização do filme
liveaction com a animação. Procura despertar o pensamento crítico dos alunos
com propostas de atividades baseadas em desenhos animados com alto valor
cultural. Apresenta diversas formas de introduzir o curta-metragem animado em
sala de aula, focando na aula de inglês como língua estrangeira. Utiliza como
base teórica os textos de MCLAUGHLIN & DEVOOGD (2004), dos estudos
sobre pensamento crítico; MORAN (2001), dos estudos culturais; MODRO
(2008), dos estudos sobre cinema; ALENCAR (1978), dos estudos do curta-
metragem; HERDEG (1976), dos estudos da animação; utiliza os curtas
animados Oxygen (2009) e Work (2010), como exemplos didáticos.Conclui que
o uso do curta-metragem não substitui necessariamente o do longa-metragem,
mas que o curta pode contribuir muito para a reflexão dos alunos. Além disso,
conclui que o uso da animação não exclui o filme liveaction da escola;
entretanto o primeiro pode enriquecer a aula quando for analisado mais
profundamente.
53
RECURSOS RETÓRICOS NA LINGUAGEM DO COMERCIAL DE TV
Ester AnholetoPirolo (UPM)
Orientadora: Profa. Dra. Aurora Gedra Ruiz Alvarez
O presente trabalho tem como objetivo verificar como o uso de diferentes
linguagens contribui para evidenciar a tese que os anúncios publicitários
defendem. Para isso, analisaremos as estratégias de persuasão de um anúncio
publicitário em vídeo do Shopping Pátio Higienópolis, um dos centros de
comércio mais sofisticados da capital de São Paulo, que circulou na mídia
televisiva. A partir de um alicerce teórico fundamentado em estudiosos do
discurso, da retórica e das linguagens publicitária e fílmica, propomo-nos a
examinar, além da linguagem verbal, as propriedades verbo-audio-
performático-visuais, ou seja, a mise-en-scène, as falas, a performance dos
atores, a escolha da música, dentre outras formas de expressão empregadas
para a persuasão do espectador. Escolhemos um anúncio veiculado na TV,
pois textos como esse provocam um grande impacto na opinião e no
comportamento do público. A partir da análise, podemos depreender que os
recursos retóricos dos textos dessa natureza não são apenas aqueles
inerentes a qualquer linguagem; aqui, são indispensáveis, pois funcionam
como ferramenta de persuasão. Verificamos ainda o quanto esse tipo de
discurso é autoritário e o quanto confirma as estereotipias já postas na
sociedade. Além disso, a didaticidade proposta pela TV facilita o entendimento
dos valores propagados nos comportamentos e no modo de ver o mundo dos
espectadores. Por essas escolhas, a porta está aberta para que se perpetuem
valores coletivos já cristalizados, pois se esses valores coincidem com os
desejos do público-alvo, certamente o texto chegará a seu principal objetivo: o
de aumentar as vendas dos anunciantes.
54
DISCURSO EM IMAGENS DE MULHER NA PUBLICIDADE:
DO PRETO E BRANCO AO COLORIDO
Evelise Raquel Morari (UNICENTRO)
Orientadora: Profa. Dra. Denise G. Witzel
Nosso olhar e atenção sobre esse corpus estarão voltados para o discurso.
Para isso, apoiar-nos-emos nos pressupostos teórico-metodológicos da Análise
do Discurso, fundada por Michel Pêcheux, na França. Particularmente,
mobilizaremos um conceito basilar desse campo teórico, qual seja, a memória
discursiva. Nessa perspectiva teórica, o discurso é entendido como algo que
possui existência no social; é marcado histórica e ideologicamente. Trata-se,
portanto, de uma perspectiva que possibilita analisar o discurso, tomando-o
diferentemente da língua, do texto ou mesmo da fala, mas tendo em conta que
ele necessita de elementos linguísticos ou não linguísticos para ter uma
existência material. Diante disso, toma-se como objeto de análise duas peças
publicitárias, uma veiculada na década de 1960 e outra, mais recente,
veiculada em 2011, para investigar modos de subjetivação da mulher em
diferentes épocas. Um discurso que traz as vozes da tradição sobre o papel da
mulher como coadjuvante na história do mundo, de um ser conhecido como
“segundo-sexo”, “segunda categoria”. E outro discurso que subjetiva a mulher
como “dona de si”, protagonista de sua história, de grandes feitos. Notamos
nas duas peças, a repetição e a afirmação, que são determinantes na
publicidade. Notamos também nas peças publicitárias, que sempre são
mostradas moças jovens e bonitas para que as consumidoras sintam-se
‘enfeitiçadas’ pelo produto anunciado e passem a consumi-lo, para que assim
consigam ser/ter o que lhes é apresentado. Para finalizar, concluímos que
mesmo atualmente, os lugares que cabem a cada um estão bem definidos.
Observando o intervalo de produção entre uma peça e outra, encontramos
diferenças, porém, encontramos acontecimentos que se entrecruzam com os
discursos passados.
55
O ENSINO MÉDIO E OS ÓCULOS SOCIAIS:
ESTRATÉGIAS SEMIÓTICAS EM SALA
Fábio Irineu Fernandes Pereira (UPM)
Orientadora: Profa. Dra. Neusa Maria Oliveira Barbosa Bastos
Um dos mais acalorados debates da atualidade, no que tange à formação
secundarista, são os desafios do professor de língua portuguesa para
despertar seus educandos, principalmente os de Ensino Médio, para a
necessidade do aprofundamento na leitura, verbal e não-verbal, frente a um
sistema midiático cada vez mais profissional e manipulador. Como elevar os
alunos a um outro patamar, unindo o conteúdo tradicional às novas tendências,
haja vista que é preciso, ainda, prepará-los para os vestibulares, cada vez mais
exigentes e multifacetados? A presente comunicação visa a compartilhar uma
das estratégias utilizadas neste ano, com alunos do 3° Ano E.M., do Colégio
Rumo, baseada na análise imagética do discurso midiático de massa. Para
tanto, analisar-se-á uma capa da revista veja, publicada à véspera do segundo
turno da eleição presidencial de 2002, tendo como arcabouço teórico a Teoria
da Análise do Discurso, tomando como sustentáculo, em especial, os óculos
sociais(Blikstein) e a formação social (Pêcheux), além das formações
discursivas(Foucault), ferramentas indispensáveis para a percepção dos
elementos verbais e não-verbais materializados no corpus. A experiência
revelou imensa facilidade dos discentes para captar os mais diversos signos e
associá-los à ideologia contida no discurso. Ao término da análise, percebeu-se
que os alunos foram capazes de identificar os traços discursivos que
compunham a capa, desconstruindo o discurso da revista, experiência essa
que se revelou satisfatória ao extremo.
56
A EXPLICITAÇÃO DO SUJEITO EU NO PORTUGUÊS BRASILEIRO
INFORMAL
Felipe Goulart (UPM)
Orientadora: Profa. Dra. Maria Helena de Moura Neves
Sendo o português uma língua cujo paradigma conjugacional traz desinências
específicas para cada pessoa verbal, também com formas distintas para o
singular e o plural, seria de esperar que fosse canônico nesse idioma o
apagamento do sujeito pronominal. Esse hábito não parece, no entanto, ser
consagrado no português brasileiro, variante em que o preenchimento do
sujeito pode ocorrer mesmo quando, à primeira vista, não se verifica a
presença de qualquer circunstância que torne tal explicitação funcionalmente
necessária – sobretudo na oralidade informal. Limitando-se à 1ª pessoa do
singular, este trabalho busca identificar e descrever os fatores condicionadores
da escolha entre preencher o sujeito eu na superfície textual ou omiti-lo. Parte-
se sem hipóteses pré-formuladas a respeito de tais condicionadores: o corpus
será analisado em função de diversos fatores com o intuito de encontrar algum
determinantena escolha entre sujeito preenchido e sujeito zero. Reserva-se,
ainda, como possível veredito final, a classificação da variação como livre, caso
nenhuma circunstância demonstre condicionar consistentemente a escolha em
questão. Embora a base teórica seja primariamente funcional (com espaço
especial para o conceito de foco), também serão de auxílio conceitos
sociolinguísticos, como a variação diafásica e a monitoração. Na busca por um
material de análise que refletisse a realidade da linguagem em sua forma mais
espontânea, não marcada por autocensura ou preocupação com a forma,
recorre-se a um gênero novo como corpus: os videologs. Trata-se,
prototipicamente, de vídeos caseiros publicados na internet em que um falante
discorre sobre assuntos variados, com apresentação estética limitada a
edições simples. É certo que nenhum material pode oferecer a mesma
ausência de monitoração que se verifica em uma gravação de falantes que não
sabem estar sendo gravados, mas este trabalho considera que a atmosfera dos
videologs é suficientemente informal para que a análise possa ser feita de
forma satisfatória.
57
A PONTE ENTRE SAMBA CANÇÃO, POP E ROCK CLÁSSICO NUMA
INTERPRETAÇÃO DE CAETANO VELOSO
Felipe Pupo Pereira Protta (UPM)
Orientadora: Profa. Dra. Marlise Vaz Bridi
Classificar o artista (autor e intérprete) Caetano Veloso e sua obra como plurais
não é novidade. Caetano vem há mais de quatro décadas transitando por
diversos gêneros musicais e estilos, nacionais e internacionais, o que só
pontua esse caráter camaleônico. Ao unir trechos de canções representativas
do samba de carnaval brasileiro, do pop americano e do rock clássico inglês
numa mesma faixa, devido à temática comum a elas (independente de tudo
que as possa separar, em termos de gênero, estilo, tempo, espaço e idioma)
num potpourri interpretado de um jeitinho brasileiro mundialmente
reverenciado: o banquinho e o violão, Caetano Veloso, beirando o improvável,
acaba por enriquecer seu repertório, sua obra e a cultura brasileira como um
todo, rompendo padrões estabelecidos e questionando os limites de uma arte
nacional. Proceder-se-á a uma análise linguístico-discursiva da canção em
questão, baseada na teoria da literatura e na análise do discurso.
58
A MANIPULAÇÃO DE LOLITA NO ROMANCE DE VLADIMIR NABOKOV E
NOS FILMES DE STANLEY KUBRICK E ADRIAN LYNE
Fernanda Cristina Araújo Batista (UPM)
Orientadora: Profa. Dra. Maria Luiza Guarnieri Atik
Este trabalho é um recorte de nossa dissertação de mestrado e seu objetivo é
analisar um trecho do romance Lolita (1955), de Vladimir Nabokov, e de duas
adaptações fílmicas dessa obra, a de Stanley Kubrick, de 1962, e a de Adrian
Lyne, de 1997. O trecho estudado corresponde à manipulação que tanto Lolita
quanto Humbert realizam um sobre o outro quando ela é convidada a participar
da peça teatral “Caçadores Encantados”, a ser encenada na escola em que
estuda. A escolha do corpus deve-se à polêmica que surge na relação entre as
três obras no que diz respeito à organização da narrativa, que foi alterada
devido à diferente recepção e interpretação da obra literária ao longo das
décadas de existência e, também, em razão da transposição da narrativa
literária para a mídia cinematográfica em diferentes épocas, quando os
cineastas contavam com diferentes recursos e níveis de censura. No início da
década de 1960, quando Stanley Kubrick adaptou o romance, Humbert era
visto como um criminoso cruel e pérfido; então, o diretor não se atreveu repetir
em imagens o que Nabokov havia criado em palavras por receio de não
conseguir lançar o filme. Já em meados da década de 1990, quando Adrian
Lyne realizou o seu Lolita, a censura era mais branda e o diretor decidiu sugerir
e mostrar mais que Kubrick. Dessa forma, os efeitos de sentido gerados em
cada um dos filmes diferem tanto entre si quanto com relação aos criados pelo
romance e são essas diferenças que buscamos analisar baseando-nos na
teoria desenvolvida por Robert Stam acerca da adaptação cinematográfica, a
qual defende que cada adaptação, por consistir numa nova obra, pode
reinterpretar o texto original de maneira livre, sem ter a obrigação de ser servil
a ele.
59
ANÁLISE SEMIÓTICA DA NARRATIVA BÍBLICA
“A PARÁBOLA DOS TALENTOS”
Fernando Luis Cazarotto Berlezzi (UPM)
Orientador: Prof. Dr. João Cesário Leonel
O presente trabalho pretende demonstrar a teoria do significado proposta pelo
linguista lituano Algirdas JulienGreimas, que considera o trabalho de
construção do sentido como um percurso gerativo, que vai do mais simples e
abstrato ao mais complexo e concreto, em que cada um dos três níveis de
profundidade é passível de descrições autônomas. Para exemplificar a teoria
semiótica greimasiana, escolheu-se o texto bíblico descrito no Evangelho de
Mateus, denominado “A parábola dos talentos”. Parábolas são consideradas
narrativas figurativas e foram utilizadas constantemente por Jesus Cristo
durante seu ministério. A palavra portuguesa "parábola", vem diretamente do
grego "parabolé", um vocábulo composto que significa "pôr ao lado de", com o
sentido de "comparar", a fim de servir especificamente como uma ilustração de
alguma verdade ou ensino. Uma parábola é uma forma de discurso para
ilustrar uma lição que se deseja ensinar. Usando uma definição bem
conhecida, poderíamos dizer que uma parábola é “uma história terrena com um
significado celestial”, pois usa elementos conhecidos para explicar algo
desconhecido. Originalmente, a parábola era uma narrativa curta, usando
detalhes da vida cotidiana para ilustrar noções morais, sendo um eficaz recurso
pedagógico porque exprimia as coisas em termos compreensíveis e facilitavam
a sua recordação. Desta forma independente do tempo e da época poderiam
ser compreendidas por seus ouvintes ou leitores. A parábola dos talentos,
escolhida para esta análise trata–se de uma narrativa curta, mas rica – com
uma estrutura narrativa bem desenvolvida, que possibilita examinar, ainda que
sucintamente, os componentes sintáxico e semântico de cada um destes três
níveis: nível fundamental, nível narrativo e nível discursivo.Serão explicitados
os mecanismos implícitos de estruturação e de interpretação de texto.
60
LUTA PELO SIGNIFICADO: A IMAGEM DA ARENA EM BAKHTIN
Francikley Vito (UPM)
Orientadora: Profa. Dra. Marlise Vaz Bridi
As reflexões que serão apresentadas neste trabalho têm como intuito principal
fazer uma breve, e ainda embrionária, exposição com respeito ao uso que o
pensador russo Mikhail Bakhtin faz da imagem da arena em seus escritos e
sua importância na construção do significado dos vários discursos; usa-se para
isso uma narrativa contida em um dos documentos cristãos do Novo
Testamento, o Evangelho de Lucas.
61
ILUSÕES PERDIDAS E O JORNALISMO DE BALZAC
Francisco Redondo Periago (UPM)
Orientadora: Profa. Dra. Marlise Vaz Bridi
O romancista francês Honoré de Balzac destacou em sua obra “Ilusões
Perdidas” o submundo da competitividade entre os periódicos e jornalistas
parisiense no século XIX. O autor aponta circunstâncias de juízo crítico sobre o
poder exercido pela imprensa que, por meio de atitudes antiéticas, buscava
influenciar a população contra adversários e políticos que não condiziam com a
visão editorial de determinado jornal. Balzac evidencia o jogo de interesses por
meio de articulações que favoreciam a troca de favores e o tráfico de influência.
Alguns jornalistas utilizavam a chantagem e a corrupção em benefício próprio,
principalmente em busca de fama e dinheiro. O romance de Balzac fornece
mostra uma realidade vivenciada pela na imprensa contemporânea, percebe-se
que suas críticas à imprensa parisiense do século XIX, ilustram a realidade
apresentada por vários periódicos atuais que não escondem os interesses
políticos e econômicos dentro da linha editorial que defendem. O objetivo do
trabalho foi detectar e analisar alguns casos jornalísticos da imprensa atual que
estejam dentro do perfil apresentado por Balzac em sua obra “Ilusões
Perdidas”. Assim, verificou-se a contemporaneidade do romance com a
realidade da imprensa de nossos dias. Foram realizadas coletas de dados em
determinadas edições da Revista Veja e do jornal o Estado de S. Paulo.
Também foram realizadas pesquisas bibliográficas na área de jornalismo como
suporte para argumentação. Um dos fundamentos para o exercício do
Jornalismo nos dias atuais é a imparcialidade que se destaca como elemento
ético e moral para a publicação de uma determinada notícia. A imparcialidade
está explicita em diversos manuais de redação e estilo de diversos meios de
comunicação. Também é citada como elemento crucial no código de ética do
jornalista. Com base nessa teoria, o artigo bases que puderam colaborar com
as perturbações que desiludiram Balzac da atividade jornalística.
62
MÍDIA E CULTURA: A INTRODUÇÃO DE VOCÁBULOS JAPONESES NO
DICIONÁRIO PORTUGUÊS-BRASILEIRO
Fred Izumi Utsunomiya (UPM)
Orientadora: Profa. Dra. Diana Luz Pessoa de Barros
A língua portuguesa, como qualquer outra língua em contato com outras
culturas, é um ente em constante transformação, sendo ela própria, fruto da
interatividade com outros idiomas que a originaram sobre uma base do latim
vulgar. Esse fenômeno de transformação linguística – que levou centenas de
anos – ainda se encontra em constante desenvolvimento e, em sua vertente
brasileira, pode-se afirmar que, além das interações sociais entre falantes, o
contato das pessoas com os meios de comunicação de massa – a mídia –
acelera e intensifica esse processo. A partir desse panorama, este texto
discutirá o papel da mídia das últimas décadas na incorporação de palavras de
origem japonesa baseado num argumento de interação cultural-midiática
desses termos. A língua, a cultura e a mídia estão intrinsecamente
relacionadas, e a língua, por ser um componente cultural também em constante
transformação, sofre influência direta dos meios de comunicação e das novas
Tecnologias de Informação e Comunicação. Produtos culturais, como jornais,
revistas e programas de TV,assim como filmes, revistas de histórias em
quadrinhos, games e sites da Internet tornam-se veículos de divulgação
cultural, tão ou mais intensos que os contatos sociais pessoais previstos nas
relações de trocas linguísticas. O maior contingente de imigrantes japoneses e
de seus descendentes localiza-se no Brasil. Essa presença é fundamental para
a divulgação da cultura e vocabulário entre os brasileiros, mas é insuficiente
para a sua assimilação em nível nacional, devido à distribuição irregular dos
nikkeis no país. A presença de produtos culturais na mídia é uma das
explicações da disseminação de muitos dessas palavras japonesas que já
fazem parte do vocabulário português-brasileiro. Foram identificadas mais de
cem palavras de origem japonesa que já constam no dicionário português do
Brasil.
63
INTERTEXTUALIDADE NO CONTO “O TEXTO TATUADO”,
DE SÉRGIO SANT’ANNA
Giovana dos Santos Lopes (UPM)
Raul Ignacio Valdibia Arriagada (UPM)
Orientadores: Profa. Dra. Lílian Lopondo
Profa. Dra. Helena Bonito Couto Pereira
A obra de Sérgio Sant’Anna tem sido classificada como notória e de grande
referência aos temas urbanos. O estilo experimental do autor é apresentado
por meio de narrativas de caráter subversivo, embora mude constantemente
seus temas. Amor, morte, erotismo, fé, arte são temas já apresentados em
suas narrativas, geralmente contos. Neste trabalho, é analisado o conto “O
texto tatuado”, publicado pela primeira vez na Revista Granta, nº 04 (2009), sob
o viés da abordagem contemporânea, com o objetivo de construir um diálogo
crítico acerca dos elementos como o espaço e o não lugar, assim como o
estranhamento e a identificação das personagens, e a intertextualidade com o
cinema, de modo específico, o diálogo construído com o filme “O livro de
cabeceira”, de Peter Greenaway (1996). As personagens do conto são
envolvidas sob um forte erotismo, ao mesmo tempo em que são identificadas
pela descrição dos lugares e das relações que obtêm por meio destes; da
mesma forma que tal erotismo confere o intertexto com o cinema de
Greenaway. Para tanto, serão utilizados os arcabouços teóricos de Augé,
Calvino, Merten e Duralde como finalidade de construir uma análise de cunho
crítico e contemporâneo, conforme as características da obra de Sant’Anna.
64
A CONSTRUÇÃO DO SENTIDO NA PROPAGANDA DO TURISMO
BRASILEIRO VEICULADA PELA EMBRATUR – NOS PRIMEIROS ANOS DO
PROJETO AQUARELA - SOB A ÓTICA DA TEORIA DA ENUNCIAÇÃO
Giselda Fernanda Pereira (UPM)
Orientadora: Profa. Dra. Regina Pires de Brito
Este trabalho tem por finalidade analisar a construção de sentido em duas
propagandas veiculadas pelo Instituto Brasileiro de Turismo (EMBRATUR),
durante os primeiros anos de implantação do Plano Aquarela – uma nova
estratégia de marketing turístico criada pelo consultor espanhol Joseph Chias,
cujo objetivo é promover o Brasil no cenário internacional com uma nova marca
para o país e uma matriz gerencial de ações. A nova imagem busca, nessas
primeiras propagandas, convencer os brasileiros de que a futura participação
do país como sede para a Copa Mundial de Futebol e para as Olimpíadas é um
negócio “imperdível”. Após descrever as mudanças históricas nas campanhas
da EMBRATUR, apresentaremos os principais resultados do plano de
marketing espanhol, criação da “Marca Brasil” – no passado, com uma logotipia
não uniforme, evidenciada pela descontinuidade –, e a partir das propagandas,
verificaremos como a língua é mobilizada à luz das teorias de Émile Benveniste
para construir uma apresentação do Brasil. Desejamos partir da hipótese de
que as marcas que denunciam a subjetividade na linguagem possibilitam
analisar a relação e a interação entre o enunciador e o enunciatário. O que a
ótica da Teoria da Enunciação nos mostrará é que o texto, como objeto de
análise, revela como o locutor coloca a língua em ação; e através da análise da
apropriação da língua pelo locutor, é possível explicitar os mecanismos da
língua e seu funcionamento, identificar o sentido ou, melhor dizendo, a
produção de sentido. Assim, vamos verificar como a linguagem foi articulada
para a produção de sentidos e quais mecanismos possibilitaram essa
produção, e quais sentidos podemos apreender.
65
A TRANSIÇÃO ENTRE O UNIVERSO REAL E O MARAVILHOSO
EM ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS
Gisele Gomes Maia (UPM)
Orientadora: Profa. Dra. Marisa Philbert Lajolo
O objetivo deste trabalho é analisar a obra Alice no País das Maravilhas, de
Lewis Carroll, na perspectiva da transição entre dois universos presentes na
obra: o “real” e o “onírico”, bem como os elementos maravilhosos e fantásticos
que perpassam ambos. A alternância entre esses universos é marcada pela
queda de Alice na toca do coelho, no entanto, aspectos reais e maravilhosos se
misturam nos dois espaços, como sugerimos por meio de constituintes do texto
como a linguagem e, também, elementos paratextuais, como a ilustração.
66
DIÁLOGOS ENTRE JOHN E ELIZABETH PROCTOR: ALGUMAS
SINALIZAÇÕES DA CONSTRUÇÃO DA AUTOCONSCIÊNCIA DO HERÓI
EM THE CRUCIBLE
Glauco Corrêa da Cruz BacicFratric
Orientadora: Lílian Lopondo
O objetivo de nosso trabalho é analisar os diálogos finais entre as personagens
John Proctor e Elizabeth Proctor, presentes no quarto e último ato da tragédia
“The Crucible”, a qual encena o processo de histeria coletiva, vivenciado na
cidade norte-americana de Salem, no estado de Massachusetts, que culminou
com um processo de caça à bruxaria, do qual John Proctor foi vítima,
condenado à morte por enforcamento, após ter se negado a confessar um
pacto com forças demoníacas, na segunda metade do século XVII. A tragédia
em questão foi composta no ano de 1953 e dirigida pelo dramaturgo norte-
americano Arthur Miller. Com base na teoria do filósofo da linguagem, Mikhail
Bakhtin, sobre como personagens podem tomar consciência de seus mundos a
partir da interação com o outro, que se dá por meio da palavra, visaremos, a
partir da análise pormenorizada desses diálogos, identificar o processo de
construção da autoconsciência de John Proctor, personagem protagonista da
encenação, visando a descrever seu posicionamento filosófico diante do outro
que, nesse contexto específico, é representado pela figura de Elizabeth
Proctor.
67
AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA: REVISANDO OS TEXTOS ESCRITOS DE
ALUNOS DOS TERCEIROS ANOS DO ENSINO MÉDIO A PARTIR DE
INDICADORES.
Hamilton Fernandes de Souza (PUC-SP)
Orientadora: Profa. Dra. Jeni Silva Turazza
Este ensaio apresenta uma proposta pedagógica para a revisão de textos
escritos por alunos dos terceiros anos do Ensino Médio. No primeiro dia de
aula, o professor solicitou um tema para produção: “Qual é a expectativa para o
curso de Língua Portuguesa, neste ano letivo? A partir de uma ficha de
avaliação, elaborada pelo professor, contendo os seguintes itens: tema,
pontuação, concordância, regência, ortografia, acentuação, paragrafação,
organização, caligrafia, coesão e coerência em que o professor codifica:
plenamente satisfatório (PS), satisfatório (S), insatisfatório (I) e N.A. (não
alfabetizado) os textos foram analisados. Partindo do Currículo de Língua
Portuguesa do Estado de São Paulo (2011), Competências e Habilidades para
o Enem, Schneuwly e Dolz (2010), Bakhtin (2010), Marcuschi (2001), Bunzen
et.al. (2006) fizemos este projeto junto à E.E. Professor Miguel Reale, em
Diadema, quatro terceiros anos, com duração de 40 horas, visando à
organização do texto escrito, bem como a importância da revisão. A seguir,
entregou os textos produzidos, digitados, obedecendo à forma pela qual eles
foram escritos. Distribuiu-os pela sala e solicitou que lessem e fizessem a
revisão do texto em dupla, observando sempre que a ideia fosse mantida. O
professor pediu para que os alunos apresentassem sugestões para reescrita e
socializassem com o grupo. Houve o momento de organização e
sistematização das ideias apresentadas, por parte do professor, pesquisa em
gramáticas, dicionários, livros didáticos, internet do celular para
complementação do trabalho. A partir deste trabalho, os alunos começaram
aobservar a importância de um plano de escrita, tema título, rascunho, leitura
compartilhada, revisão do texto e reescrita.
68
GÊNEROS DISCURSIVOS NAS PRÁTICAS ESCOLARES: A
TRANSPOSIÇÃO DIDÁTICA EM DEBATE
Hélio Rodrigues Júnior (PUC/SP)
Orientadora: Profa. Dra. Neusa Maria Oliveira Barbosa Bastos
Este artigo situa-se numa concepção socioconstrutivista interacional e
fundamenta-se no conceito de gênero discursivo de Bakhtin (2003) e na
organização da prática pedagógica com projetos de produção de gêneros
discursivos, desenvolvida por Dolz (2004) e Schneuwly (2004), na interface da
transposição didática. O trabalho com tipos de texto ainda é perpetuado,
mesmo não sendo essa a orientação dos PCN (1998), levando-nos a
considerar o ensino de gêneros discursivos como um possível caminho para a
formação da competência comunicativa no aluno e, ademais, percebemos a
dificuldade dos professores em fazer a transposição didática, da teoria à prática
em sala de aula. As observações mencionadas evocam o seguinte
questionamento: como transpor a proposta dos PCN quanto à produção escrita
do aluno, na última série do Ensino Fundamental? Nessa perspectiva,
delineamos os nossos objetivos: (i) investigar como está sendo feita a
transposição didática da proposta dos PCN para a produção escrita em aulas
de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental; (ii) propor situações de
produção de textos às luzes dos gêneros discursivos, a partir de sequências
didáticas; (iii) analisar o desenvolvimento da competência comunicativa escrita
do anulo numa abordagem de ensino de língua materna por gêneros
discursivos. O corpus formou-se a partir da pesquisa de campo realizada numa
escola estadual do Estado de São Paulo, mais precisamente na Baixada
Santista, com aulas de um grupo de dez professores de Língua Portuguesa,
bem como, de redações de alunos ao longo do percurso do último ano de
escolaridade do Ensino Fundamental (8 série/9 ano). Chegamos à conclusão
de que as sequências didáticas são ferramentas muito ricas para o ensino de
Língua Portuguesa e, utilizando-as adequadamente, é possível desenvolver um
trabalho de ensino à luz da transposição didática.
69
ENTRANDO NA TOCA DO COELHO: ALICE, O PAÍS DAS MARAVILHAS E
O MUNDO ATRAVÉS DO ESPELHO NA EDUCAÇÃO
Higor Branco Gonçalves (UPM)
Orientador: Prof. Dr. Ronaldo de Oliveira Batista
O trabalho visa analisar literariamente alguns dos símbolos existentes nos
livros Alice no País das Maravilhas (1865) e Alice Através do Espelho (1871),
escritos por Lewis Carroll, pseudônimo de Charles LutwidgeDodgson (1832-
1898), e apresentar uma proposta didática acerca do estudo dessas obras,
focando especificamente na docência de aulas de Língua Portuguesa para
alunos do 9º ano (8ª série) do Ensino Fundamental. Ao longo da apresentação,
serão expostas, brevemente, algumas informações sobre o contexto sócio-
histórico da escritura das narrativas carrollianas, a saber, a era vitoriana
inglesa, além de dados biográficos e psicológicos do escritor, uma vez que,
neste caso em especial, o entendimento da vida e do ethos de Carroll é de
fundamental importância para um maior aprofundamento da leitura das Alices.
Após essa contextualização inicial, os dois livros em questão terão algumas de
suas partes-chave sucintamente analisadas à luz da Teoria da Literatura, da
Psicologia, da Neurologia, da História e do Esoterismo a fim de que se possa
ter uma ideia do quão plurissignificativos e ricos esses textos são. Por fim, será
apresentado um plano de trabalho cuja premissa diferencial é a produção de
histórias em quadrinhos e que objetiva a introdução dos alunos de 9º ano aos
estudos literários de maneira que lhes sejam estimulados o gosto e o prazer
pela leitura, haja vista que as Alices, além de obras de grande qualidade
estética, são até hoje ótimas fontes de entretenimento para todas as faixas
etárias.
70
A ANÁLISE DO DISCURSO EM PESQUISA
Humberto Luiz Dias (UPM)
Orientadora: Profa. Dra. Marlise Vaz Bridi
A análise do discurso como elemento fundamental de várias áreas profissionais
leva aos seus interessados não apenas a uma pesquisa contemplativa como
também a uma necessidade de evidenciar elementos, apresentar proposições,
levantar hipóteses e investigar o que já foi publicado e seguido por muitos
indivíduos. Seja na área linguistica, nas ramificações da oratória, nas diferentes
mídias que aplicam a expansão das vertentes lançadas, a análise do discurso
se faz presente por uma questão que urge definições, contextualizações e
também novos olhares que possam acrescentar ao processo de evolução
humana nesse âmbito que envolve a existência. A análise do discurso ocorre
diante do momento em que enunciador e enunciatário estabelecem uma
comunicação que nem sempre é apenas escrita e envolve a fala, os recursos
visuais a partir de uma denominação textual. Pode-se intitular texto tudo aquilo
que se refere a uma unidade de sentido, logo, encontra-se texto em um
editorial, nos ambientes de mídia, na televisão, nos jornais, nos gráficos, nas
figuras e fotos, desenhos e várias outras situações.Este artigo possui a
finalidade de abordar a análise do discurso sob os teóricos que apresentaram
definições e diretrizes a respeito do tema e apresentar a relevância das
pesquisas que se aplicam a muitos caminhos previstos e não previstos para a
leitura, escrita, conversação e suas aplicabilidades nas formas e meios de
comunicação.
71
CONTEXTO FRONTEIRIÇO: ESPAÇO “ENTRE LÍNGUAS”
Ione VierDalinghaus (DINTER UFMS/UPM)
Orientador: Prof. Dr. José Gaston Hilgert
Em espaços fronteiriços as línguas em contato constroem diferentes formas de
dizer. Essa condição “entre línguas” (STURZA, 2010) está sempre permeada
de questões políticas, históricas e culturais. Em meio a este rico campo de
pesquisas, revelam-se conflitos e preconceitos linguísticos e é nas fronteiras
secas que se encontram as condições ainda mais propícias para que uma
língua ocupe o lugar de enunciação da outra. Isto ficou evidente na nossa
pesquisa de Mestrado concluída em 2009, em cujo estudo buscou-se saber
como acontece o ensino do português em uma escola pública que atende mais
de noventa por cento de alunos brasiguaios. Pretende-se, nesta nova etapa de
estudos do doutorado, dar continuidade à pesquisa em contextos fronteiriços,
porém com um enfoque diferente: a interpretação da materialidade linguístico-
enunciativa com vistas à análise da conversação. O suporte teórico está em
Benveniste (1989); Marchuschi (2001); Fiorin (1996); Barros (2006), Hilgert
(2002), além de outros autores. O projeto se encontra ainda em fase
embrionária e o corpus a ser analisado será composto por transcrições de
programas de rádios (espanhol hispano-americano) e de transcrições
originadas da Espanha (espanhol peninsular). Objetiva-se identificar as
relações linguísticas e culturais nos espaços selecionados para a pesquisa;
verificar como estas relações se constroem em meio a tanta diversidade e
analisar as diferentes maneiras de dizer na fronteira, comparando as formas de
cortesia e descortesia de falantes do espanhol peninsular e hispano-americano.
A pesquisa incluirá também o levantamento de estudos já realizados nas
fronteiras Brasil/Paraguai e Brasil/Bolívia. Ressalta-se a relevância deste
trabalho especialmente pela escassez de estudos deste gênero em contextos
fronteiriços.
72
A IDENTIDADE CULTURAL ESPANHOLA A LUZ DOS DICHOS Y
REFRANES NA OBRA DON QUIJOTE DE LA MANCHA
Iromar Maria Vilela (UFMS/UPM)
Orientadora: Profa. Dra. Regina Pires de Brito
A proposta deste trabalho se baseia na análise dos dichos y refranespresentes
na obra Don Quijote de la Mancha e a consequente verificação dos aportes à
cultura e à identidade Hispânica. De acordo com Cevasco (2003), existem
várias maneiras de abordar as relações mais evidentes entre estudos culturais
e literários e pensar os estudos de cultura como extensão do campo dos
estudos literários. Segundo J. Leyva (2004), refranes y dichos são: “Anónimos,
ya que ignoramos su autoria y origen; populares, puesademás de proceder de
lasabiduríacomúndelpueblohayconocimiento general de ellos; tradicionales, por
haberse transmitido degeneraciónengeneración desde elnacimiento de
lalenguacastellana; universales, al trascendersudifusión por encima de
fronteras y países, losrefranesconstituyen um tesoro vivo (...) joyas de nuestro
acervo cultural.” O provérbio é uma asserção sobre a maneira como funcionam
as coisas, sobre como funciona o mundo, dizendo o que é verdadeiro. O
enunciador apoia-se nele para introduzir uma situação particular em um quadro
geral preestabelecido, delegando ao co-enunciador a tarefa de determinar a
relação existente entre os dois. (Maingueneau,2002) Assim, o provérbio “A
cada puercolellegasu San Martín”, “Su San Martín se lellegará, como a cada
puerco”, assegura Don Quijote, isso porque nas proximidades do dia do Santo
acontece a matança caseira dos porcos, forma tradicional de abastecer a
despensa para o inverno que se aproxima. A enunciação proverbial é
fundamentalmente polifônica; o enunciador apresenta sua enunciação como
uma retomada de enumeráveis enunciações anteriores, as de todos os
locutores que já proferiram aquele provérbio. (Maigueneau, 2002). Este
trabalho faz parte da proposta de estudo de doutorado em fase inicial.
73
EXPRESSIVIDADE DA FALA: O DESVELAR DAS EMOÇÕES NA
CONSTRUÇÃO DO ATO TEATRAL A PARTIR DA
ANÁLISE FONÉTICO-ACÚSTICO
Isaías Santos (PUC-SP)
Orientadora: Profa. Dra. Sandra Madureira
O presente trabalho investiga questões de expressividade da fala com apoio
em análise de natureza fonético-acústica, ou seja, possui caráter
interdisciplinar, e aborda áreas como literatura, filosofia, linguística e fonética
do português brasileiro. Como objeto de pesquisa, temos a locução do poema
“Caso do vestido” de Carlos Drummond de Andrade por um ator profissional, o
qual realizou uma leitura dramática da narrativa relatada no poema,
interpretando as emoções dos personagens que nela estavam envolvidos. A
análise fonético-acústica compreendeu a extração de medidas de frequência
fundamental em Hz (f0 mínimo, máximo e extensão), a duração de unidades
VVs e de pausas em milissegundos (ms). Para compreender as estratégias
prosódicas usadas pelo ator profissional, recorremos também a bibliografia e
entrevistas dadas pelo mesmo às mídias e a pesquisadores e jornalistas, assim
constatamos que o conhecimento profundo dos sentidos do poema, como a
exata expressão na tarefa de leitura dramática eram estratégias para a boa
performance do ator profissional, sendo essa boa performance justamente
aquela que impacta o público. Para a conceituação das emoções, levou-se em
conta a descrição proposta por Spinoza (2009), no livro terceiro de sua Ética
(“demonstrada à maneira dos geômetras”). Os resultados indicaram extensão
de f0 diminuída na expressão de humilhação, f0 elevado na expressão de
escárnio e variações de taxa de elocução em relação às emoções identificadas
no poema. As pausas serviram a variadas funções, entre elas, funções
discursivas e expressivas. Desse modo, compreende-se que os estudos das
emoções e da prosódia podem cooperar para o sucesso de profissionais como
atores, professores, locutores e entre outros.
74
A ALTERIDADE NA (RE)CONSTRUÇÃO DA SUBJETIVIDADE NO
DISCURSO DO ADOLESCENTE EM CONFLITO COM A LEI
Ivan Almeida Rozário Júnior (PUC-SP)
Orientador: Prof. Dr. Dino PRETI
A pesquisa desenvolvida – e defendida em 2012, no Curso de Mestrado em
Linguística, do Programa de Pós-Graduação em Linguística, vinculado ao
Centro de Ciências Humanas e Naturais, da Universidade Federal do Espírito
Santo, é fruto de um processo dialógico, envolvendo personagens e fatores
significativos, portanto, motivadores, como, por exemplo: a atuação na área da
Educação há doze anos, em escolas da periferia da Grande Vitória, além da
constante interação com adolescentes em alto grau de vulnerabilidade social.
O percurso da pesquisa buscou compreender, por meio do pensamento do
Círculode Bakhtin, a alteridade que se revela no enunciado do adolescente em
conflito com a lei, partindo da perspectiva dialógica e da relação de alteridade
constituída, no processo de intervenção socioeducativa, culminando na
reflexão de um processo de exotopia. Nesse percurso de análise interpretativa
– traçado por algumas categorias bakhtinianas, tais como: dialogismo, estilo,
apreciação valorativa, vozes alheias, subjetividade/alteridade, exotopia,
responsabilidade/responsividade – da produção textual autobiográfica,
denominada “escrita de si”, pode-se dizer que a relação de alteridade é capaz
de provocar no adolescente uma postura axiológica, que o conduz à retomada
de sua própria consciência, reconhecendo-se como sujeito constituído nas/das
relações dialógicas, possibilitando-lhe ressignificar-se como sujeito
responsável/responsivo.
75
CONTRIBUIÇÕES PORTUGUESAS ÀS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
BRASILEIRAS: A FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LÍNGUA
PORTUGUESA EM FOCO (PARTE I)
Ivelaine de Jesus Rodrigues (PUC-SP)
Orientadora: Profa. Dra. Leonor Lopes Fávero
Laura Lúcia de Oliveira Santos (PUC-SP)
Orientador: Prof. Dr. Luiz Antonio Ferreira
Neste artigo, objetivamos, sob uma perspectiva histórica, refletir sobre os
caminhos da formação do professor de língua portuguesa, como língua
materna, no Brasil e em Portugal. Dessa forma, pretendemos comparar os dois
quadros de formação docente, a fim de responder ao seguinte questionamento:
Em que medida as práticas pedagógicas e a formação do professor em
Portugal podem contribuir, e até mesmo servir como modelo, para o
aperfeiçoamento das práticas pedagógicas e para a formação do professor
brasileiro? Podemos, então, afirmar que a prática pedagógica portuguesa, no
tocante à formação inicial para a docência, traz-nos como nova perspectiva a
questão da autoavaliação, como prática reflexiva e crítica, capaz de dar bases
ao professor para um melhor desempenho profissional. Sendo assim,
procedemos à seguinte divisão didática deste artigo: a introdução, nomeada
Considerações Iniciais; tópico 1. A formação do professor brasileiro na
perspectiva histórica, no qual sintetizamos os caminhos da formação docente
em nosso país desde o período colonial até os nossos dias; tópico 2.
Realidades pedagógicas de além-mar: a formação do professor em Portugal,
como no tópico anterior, neste, traçamos uma breve síntese do percurso
histórico da formação do professor em Portugal; Considerações finais, na qual
apresentamos as possíveis contribuições portuguesas às nossas práticas
pedagógicas e ressaltamos que as realidades são distantes, as aproximações
possíveis, mas a interlocução é necessária. Após a análise, concluímos que
apenas a observação não altera a prática docente, pois a mudança decorre da
sua autoavaliação. Ao refletir sobre sua atuação - mediante a observação feita
pelos colegas - o profissional poderá ajustar suas estratégias e seu modo de
76
conduzir a aula. Dessa forma, é fundamental afirmar que o trabalho de
observação somente será produtivo se o professor observado aceitar as
intervenções como críticas construtivas à sua prática, contribuindo, assim,
positivamente para sua formação.
77
O PAPEL DA CENOGRAFIA NA CONSTRUÇÃO DO ETHOS: UM ESTUDO
DOS DISCURSOS DOS PROFESSORES
JeannyMeiry Sombra Silva (UPM)
Orientadoras: Profa. Dra. Rosemeire Leão S. Faccina
Profa. Dra. Diana Luz Pessoa de Barros
A competência retórica do professor é muito importante no cotidiano escolar,
não só o que diz ou o que faz influenciam o seu discurso, mas também a
maneira de dizer e fazer (comportamento). Essa preocupação com o discurso e
com o comportamento com a finalidade de persuadir o ouvinte é designada,
conforme Maingueneau (2008, p. 16) pelo termo ethos: “o ethos, por natureza,
é um comportamento que, como tal, articula verbal e não verbal, provocando
nos destinatários efeitos multi-sensoriais”. Amossy (2005, p. 10) afirma que “os
antigos designavam pelo termo ethos a construção de uma imagem destinada
a garantir o sucesso no empreendimento oratório”. Em seguida, complementa
que “participando da eficácia da palavra, a imagem quer causar impacto e
suscitar adesão”. Este trabalho é um recorte de nossa pesquisa de mestrado,
que tem como objetivo geral analisar o ethos que emana dos discursos dos
professores em situações de comunicação em sala de aula. Para esse recorte
analisamos as respostas transcritas dos professores referentes a duas
perguntas: “você considera que sua atuação em sala de aula estimula
comportamentos positivos e desejáveis dos alunos? Justifique” e “Em sua
opinião, o que considera um aluno indisciplinado?”. Para apreensão do ethos
utilizamos como categoria de análise a cenografia. De acordo com
Maingueneau (2008, p. 115), cenografia refere-se a uma “encenação” ou
representação da situação de encenação do enunciado, isto é, uma cena
construída pelo discurso. Assim, observamos as coordenadas discursivas
(dêixis) dos textos produzidos pelos professores, analisando, paralelamente,
por meio de algumas marcas linguísticas, o conteúdo ideológico presentes em
seus discursos.
78
A PRESENÇA DO FANTÁSTICO NA LITERATURA CONTEMPORÂNEA:
UMA ANÁLISE DO CONTO O COLECIONADOR DE SOMBRAS,
DE JOÃO BATISTA MELO
Jônatas Amorim Henriques (UPM)
Orientadora: Profa. Dra. Aurora Gedra Ruiz Alvarez
O escritor mineiro João Batista Melo é conhecido pela crítica como um dos
autores mais inventivos da literatura brasileira contemporânea. Apontado como
um dos integrantes da chamada Geração 90, sua obra apresenta fortes
influências do realismo mágico e da literatura fantástica. Seus livros já
receberam prêmios importantesno país e sua criação literária é reconhecida
pelo cuidadoso trato com a palavra – que se mostra sempre na busca da
concisão mais expressiva. No conto O colecionador de sombras (2008),
encontramos a narrativa de uma personagem que, em meio ao caos urbano e a
inevitável ruína de sua família se depara com a repentina e violenta morte de
sua mãe no trânsito da cidade. Durante estes acontecimentos, a personagem é
guiada por um estranho homem que irá desvendar o destino das sombras
daqueles que tiveram o mesmo fim. O texto faz parte de seu livro homônimo
que apresenta doze contos sobre temas recorrentes da literatura
contemporânea, como a vida urbana, a tensão social, aviolência e o
individualismo da cidade grande. Diante desse contexto literário, o presente
trabalho tem como objetivo analisar os elementos insólitos constitutivos do
conto de João Batista Melo a partir da teoria literária desenvolvida por Tvezan
Todorov a respeito do fantástico e do estranho, além de apontar para o
conceito de não-lugar a partir da antropologia da supermodernidade proposta
por Marc Augé. A análise do tema, do estilo, do espaço e do foco narrativo
servirá de base para investigar como se constitui o fantástico na narrativa de
Melo, que efeitos de sentido ele produz nas categorias sob exame e que
possibilidades de interpretação esse fenômeno gera no conto.
79
DRAMATURGIA E DRAMATURGO EM PROCESSOS COLABORATIVOS DE
ESCRITA TEATRAL
Jorge Wilson da Conceição (UPM)
Orientadora: Profa. Dra. Glória Carneiro do Amaral
Sob o título Dramaturgia Contemporânea: um olhar sobre a construção do texto
em processos colaborativos, esta pesquisa de Doutorado, desenvolvida no
Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Presbiteriana
Mackenzie, junto à linha de pesquisa Literatura e suas relações com outras
linguagens, busca investigar a dramaturgia elaborada em processos
colaborativos na Cidade de São Paulo e analisar o papel do dramaturgo nas
produções teatrais. Qual é o papel do dramaturgo dentro do processo? Como
ele próprio se vê? Como se dá a criação do texto? E no que diz respeito a
incorporação, apropriação ou reelaboração de sugestões dos outros criadores
das cenas (atores, diretores, cenógrafo, iluminador, figurinista, etc.)? Como é o
processo de aceitação dessas interferências do grupo ou da direção, como
corte de cena, por exemplo? Como se dá a recepção das propostas de texto
levadas para a sala de ensaio por parte dos atores e da direção? É a essas, e
outras questões que forem surgindo no percurso, que buscaremos responder
nesse estudo, que está em fase inicial de desenvolvimento. Através de um
estudo histórico, buscaremos entender: o papel do texto no teatro e a trajetória
que culmina no contemporâneo; o teatro contemporâneo; o conceito de
processo colaborativo e seu percurso histórico em produções brasileiras. Além
disso, vamos analisar práticas de artistas e grupos que trabalham de forma
colaborativa. Para completar, buscaremos ouvir as vozes de dramaturgos e
diretores teatrais por meio de entrevistas. Este estudo busca contribuir com a
dramaturgia contemporânea, artistas e grupos de teatro da Cidade de São
Paulo, bem como pesquisas nos campos da Literatura e do Teatro.
80
TROPICALIZAÇÃO E ARGUMENTAÇÃO NA DIVULGAÇÃO DAS NOVAS
SOLUÇÕES DE TECNOLOGIA: AS PREMISSAS IDEOLÓGICAS EM FOCO
José Luiz Marques (UNICSUL)
Orientadora: Profa. Dra. Ana Lúcia Tinoco Cabral
As empresas de tecnologia que desejam vender produtos no mercado
brasileiro precisam realizar uma adaptação (mercadológica e financeira)
desses produtos encontrar soluções para lançá-los no mercado, a isso as
empresas chamam de tropicalização. Esses lançamentos são acompanhados
de materiais promocionais, para atingir o consumidor local. Buscamos
investigar se essa tropicalização também ocorre nos discursos dos folders de
divulgação de tecnologias de ponta. Para tanto, investigamos o como esses
processos de comunicação estão considerando os contextos sociais, seus
reflexos ideológicos. Partimos da análise dos discursos contidos folders (papel)
que anunciam tecnologias de ponta distribuídos por três empresas da área, a
saber, uma norte-americana, uma latino-americana e uma brasileira. O corpus
foi selecionado em um dos maiores eventos de tecnologia da informação
realizado no Brasil, o CIAB FEBRABAN 2013 (feira de tecnologia bancária).
Com base nos fundamentos postulados por Van Dijk (2006), entre outros, as
análises partem do contexto social em que os gênero folder se insere,
exploram as ideologias e os valores retóricos utilizados (Preleman, 2004), no
processo argumentativo (Miller, 2012), procurando verificar como esses textos
funcionam do ponto de vista argumentativo (Cabral, 2010). As análises
permitem apontar as implicações de se anunciar em um suporte papel, as mais
modernas soluções tecnológicas, para um público alvo, que nasceu com a
“world wide web” e as soluções tecnológicas que acompanharam sua
criação.Observamos na tropicalização desses discursos, entre outras,
traduções pura e simples para a língua portuguesa, considerando a língua
apenas como instrumento, com a intenção de introduzir conceitos tecnológicos
e uma quase total desconsideração contexto sociocultural envolvido na
produção do texto, notamos também a forte presença institucional, o jogo de
dominação, alianças, submissões e resistências contidas nesses discursos.
81
O TEXTO TATUADO: UM ESTUDO SOBRE A LINGUAGEM
Judith Tonioli Arantes (UPM)
Orientadora: Profa. Dra. Ana Lúcia Trevisan
Em sua obra Seis propostas para o próximo milênio, Ítalo Calvino discorre
sobre alguns aspectos das narrativas que ele acredita, e justifica por meio de
textos, serem importantes nas narrativas do próximo milênio. Esta obra, escrita
no século XX, propõe, entre outros aspectos, a “Rapidez”, segundo esta
proposta, uma narrativa contém elementos que unem suas diversas partes,
elementos que conduzem o fio da narrativa e que se dão no nível da palavra
escrita e das ideias de um texto. Tal aspecto pode ser verificado no conto “O
texto tatuado”, de Sérgio Sant’Anna, escritor contemporâneo. Este conto,
publicado originalmente pela Revista Granta em sua 4ª edição em Outubro de
2009, carrega em si certo tom que equilibra-se entre o estético e o erótico. A
linguagem utilizada na escritura do conto pode ser considerada tanto como
ambígua quanto como contendo dois paralelos que são importantes para a
análise do conto: “alto/baixo” e “oculto/revelado”. E, nesta forma como a
linguagem é utilizada ao longo do conto, torna-se possível verificar a proposta
“Rapidez” de Calvino na obra citada. Para que se dê tal análise, a primeira
versão do conto, publicada pela Revista Granta será utilizada. Contudo, é
necessário que se aborde brevemente a segunda versão, publicada em 2011
na obra O livro de Praga: narrativas de amor e arte, de autoria de Sérgio
Sant’Anna de forma a verificar também nesta versão a proposta de Calvino.
82
UM ESTUDO DESCRITIVO-ANALÍTICO DA GRAMÁTICA METÓDICA DA
LÍNGUA PORTUGUESA DE NAPOLEÃO MENDES DE ALMEIDA
Juliana Borges de MEDEIROS (PUC-SP)
Orientadora: Profa. Dra. Leonor Lopes Fávero
Esta pesquisa tem por objeto de estudo a Gramática Metódica da Língua
Portuguesa, de Napoleão Mendes de Almeida, tematizada nos movimentos
contextuais de produção dessa obra. Apesar de ser criticado pelo seu purismo,
em relação às normas gramaticais e ortográficas, Napoleão ainda é
considerado um dos gramáticos mais representativos da Língua Portuguesa,
no século XX. O objetivo principal desta pesquisa visa buscar respostas para a
postura conservadora e nacionalista do autor, acompanhado de seu desejo de
preservação da gramática tradicional. Especificamente: 1) descrever o
momento político, social, econômico e cultural do período de maior produção
do autor; 2) examinar a Gramática. A relevância desta pesquisa é justificada
pela postura arraigada do autor às teorias conservadoras, mantendo-se
resistente às inovações teóricas de seu tempo. Esta investigação está
alicerçada nos pressupostos teóricos da História das Ideias Linguísticas,
disciplina que analisa o modo como o saber linguístico é interpretado e
desenvolvido no curso do tempo. Quanto aos objetivos, os resultados obtidos
indicaram que, na referida obra, o momento histórico e político brasileiro
influenciou na postura conservadora e nacionalista do autor. O procedimento
metodológico adotado é o teórico-descritivo e dedutivo. Para tanto, foram
seguidos os seguintes passos: levantamento e análise do suporte teórico a ser
estudado; seleção e constituição do corpus de análise; e, análise do corpus, de
acordo com os objetivos específicos. Não obstante, podemos concluir que esta
pesquisa precisa ter continuidade, pois a investigação realizada foi centrada
apenas em uma das obras de Napoleão Mendes de Almeida.
83
SIGNIFICAÇÃO E TEMA: A “PRIMAVERA ÁRABE”
Karen Dantas de Lima (UNICSUL)
Orientador: Prof. Dr. Carlos Augusto B. Andrade
Sob a perspectiva da Análise dialógica do discurso, à luz do princípio
bakhtiniano, segundo o qual há uma inter-relação entre significação e tema
(BAKHTIN, 2012), cotejaremos na expressão “primavera árabe” o seu processo
evolutivo social. Para abordarmos o problema de significação na linguagem,
depreendemos a palavra, como postulado pelo Círculo, enquanto signo
ideológico portador de significado instituído no dinamismo dialógico. Por meio
da enunciação o signo em sua disposição de mobilidade específica, em
determinada esfera do cotidiano, numa situação discursiva única e irrepetível,
reflete uma realidade concreta expondo o índice de valor inerente a
comunicação e destaca dentre todas as possibilidades de caráter semântico e
polissêmico da palavra, aquela que a tornará um tema. Assim, um tema é a
capacidade de significar a palavra, a forma linguística em signo ideológico, num
contexto sócio-histórico que considera todos os elementos exteriores da
enunciação e a orientação apreciativa. Mostraremos, então, na organização da
expressão “primavera árabe” os elementos linguísticos que a compõem, como
tais palavras possuem significação genérica e reiterável, como o nível da infra-
estrutura reverbera na modificação da expressão como fenômeno ideológico,
em seu contexto sócio-histórico, apoiado na estabilidade do signo e dá conta
de sua evolução social na superestrutura. Discutiremos que os elementos de
todos os níveis imbricados convergem para um entendimento acerca do
fenômeno sócio-histórico que representa, conforme propõe os estudos
bakhtinianos, não dissociando forma linguística, signo ideológico, condições de
interação e organização do corpo social quando da enunciação na qual o tema
se realiza. Este estudo está inserido no Grupo de Pesquisa Teorias e Práticas
Discursivas e Textuais, na linha Discurso, Gênero e Memória do Mestrado em
Linguística da Universidade Cruzeiro do Sul.
84
O MITO DA CRIAÇÃO DO MUNDO NA LITERATURA DE FICÇÃO
CIENTÍFICA: UM ESTUDO DO CONTO THE LAST QUESTION,
DE ISAAC ASIMOV
Karen Stephanie Melo (UPM)
Orientadora: Profa. Dra. Maria Luiza Atik
A ficção científica é o gênero que trata da relação do homem com a ciência e
tenta, muitas vezes, prever o futuro da humanidade e do mundo. Um tema
comum a esse tipo de literatura é a influência do computador e da inteligência
artificial no cotidiano e na vida dos homens. Essa questão foi explorada de
forma bastante peculiar pelo autor Isaac Asimov, pois seus textos,
diferentemente de muitos outros escritos, aproximadamente, no mesmo
período, como Do androidsdreamofelectricsheep? (1968), de Philip K. Dick e
2001, Space Odissey(1968), de Arthur C. Clarke, trata a influência das
máquinas como algo positivo e benéfico para os seres humanos. Na opinião de
Asimov, TheLastQuestion(1956) é o melhor conto já escrito por ele, relatando
mais de trezentos milhões de anos na história. O texto mostra a dependência
do homem em um supercomputador, que é capaz de responder qualquer
questão que lhe seja proposta, exceto uma: como impedir o fim da humanidade
e do mundo. Assim, o autor mostra uma vagarosa extinção do homem que,
apesar de toda capacidade e meios tecnológicos disponíveis, percebe não ser
capaz de evitar o fim da própria existência. Do mesmo modo, observa-se uma
progressivo esforço do computador por um auto aprimoramento e pela busca
da perfeição.O presente trabalho propõe um estudo do conto de Isaac
Asimov, procurando analisar em que medida a narrativa estabelece um diálogo
com o relato bíblico da criação do mundo, evidenciando, assim, a visão
materialista e o viés científico que esse processo adquire no gênero.
85
ROMANCE MEMORIALISTA E AUTOBIOGRAFIA EM JOSÉ LINS DO REGO
Karin Bakke de Araújo (UPM)
Orientadora: Profa. Dra. Aurora Gedra Ruiz Alvarez
Pela oportunidade privilegiada de contar com um romance ficcional de cunho
memorialista e com um texto confessadamente autobiográfico, ambos
contendo uma trama que se passa na mesma época e no mesmo local,
contemplando a primeira infância de um menino de engenho paraibano até a
sua ida para a escola como aluno interno no início do século XX, analisamos as
diferenças entre o que o autor considerou como memória autobiográfica, em
Meus verdes anos, e o que ele se permitiu acrescentar ou modificar na obra
ficcional memorialista, Menino de Engenho. Com base em conceitos
desenvolvidos por Antonio Candido e Mikhail Bakhtin, escolhemos dois
episódios narrados nas obras em pauta, cotejando suas diferenças
significativas, para concluir que, na obra ficcional, que tem como protagonista o
menino Carlos de Melo, a ação é cuidadosamente estruturada, notando-se uma
priorização dramática. Na obra autobiográfica, ao contrário, os acontecimentos
são representados em cenas livremente anunciadas, sem preocupação com
seu papel dramático ou com a continuidade da ação. Essa distinção de
procedimentos estéticos se comprova na análise dos textos que apresentamos
trazendo a solução da construção textual da morte comovente e dramática da
mãe e da valentia do menino Carlos de Melo, que minimiza o poder e a força
do chefe dos cangaceiros na obra ficcional, o que não acontece no texto
autobiográfico: a mãe tem uma morte natural e o menino fica impressionado
com o poder e a força do cangaceiro Antônio Silvino.
86
O REALISMO FANTÁSTICO EM A CAUSA SECRETA,
DE MACHADO DE ASSIS
Karin Juliana de Meira Grava Simioni (UPM)
Orientador: Profa. Dra. Aurora Gedra Ruiz
Machado de Assis, renomado autor do Realismo brasileiro, destacou-se não
somente por suas obras já tão exaustivamente lidas e estudadas por leitores no
Brasil e ao redor do mundo (porém, não menos querido e admirado), como
também pela publicação no segmento do Realismo Fantástico, o que já viria a
ser uma tendência de autores contemporâneos a ele, como Edgar Allan Poe. O
objetivo deste trabalho é oferecer um convite para a reflexão sobre o que pode
ser verificado na leitura e estudo de A Causa Secreta: o fato de ser um conto
tipicamente realista e que se aprofunda no âmbito do Fantástico, o qual,
segundo Todorov, demonstra as transformações, enfatizando as perversões
nos personagens, mais ainda, expõe ações na narrativa que o leitor, em um
primeiro momento, não consegue explicar, interagir, entender, sente
estranheza, desconforto, ocorrendo algumas “coincidências”, indo para a
vertente do Estranho Puro, acontecimentos que poderiam ser facilmente
explicados pelas leis da razão, porém assumem um caráter insólito. Sigmund
Freud será mencionado devido a sua contribuição sobre o conceito de
“unheimlich” – “(...) o fator essencial na origem do sentimento da estranheza à
incerteza intelectual; de maneira que o estranho seria sempre algo que não
sabe como abordar”. Estes e outros assuntos relacionados serão esmiuçados,
lembrando que a obra não apresenta nada de sobrenatural. Tudo se explica
racionalmente, no plano da matéria. O que realmente ocorre são fatos que
provocam medo, horror, repugnância, o que não deixa de ser uma provocação
para a reflexão, objetivo primeiro de toda obra realista.
87
METODOLOGIA DE LÍNGUA PORTUGUESA PARA PEDAGOGOS:
CONCEPÇÕES SOBRE O ENSINO DE LEITURA E ESCRITA
Laísa Gabriela Larcher Crês (PUC-SP)
Orientadora: Profa. Dra. Vanda Maria Elias
O presente trabalho apresenta uma reflexão a respeito da formação do
Pedagogo para o ensino de Língua Portuguesa nas séries iniciais da
escolarização. Será apresentada uma discussão a respeito da identidade do
curso de Pedagogia, o qual tem como objetivo, além de preparar o profissional
para lidar com o desenvolvimento do sujeito de forma global, inserir o aluno no
campo teórico dos conteúdos de ensino. Mesmo sabendo que a qualidade de
sua formação para lidar com os fatores psicossociais serão indispensáveis para
a garantir um processo de aprendizagem eficaz, também é importante destacar
que estes profissionais serão nossos primeiros professores de língua materna,
e a forma como foram apresentados no curso de graduação aos objetos de
ensino desta disciplina poderá influenciar na qualidade da competência leitora
e escritora de nossos alunos. Por meio de uma investigação sobre os principais
objetos de ensino das Metodologias de Língua Portuguesa dos cursos de
Pedagogia de quatro grandes universidades paulistas, serão apresentados
alguns princípios teóricos que permeiam as ementas destas disciplinas, os
quais certamente condicionarão a prática dos professores formados nestas
instituições a respeito do ensino de língua materna. Para isto, serão utilizadas,
sobretudo, as premissas de estudo de Cagliari (2002) sobre alfabetização e
linguística, Baldi (2010) sobre leitura e escrita nas séries iniciais e de Koch
eElias (2012) a respeito de ler, escrever e compreender. Além disso, será
apresentada uma comparação do que os PCN de Língua Portuguesa propõem
como objeto de ensino para o Ensino Fundamental I, e se estas universidades
contemplam o que é proposto neste documento.
88
A PERTENÇA IDENTITÁRIA NA CONCEPÇÃO DA LINGUAGEM
Leila Maria MansiniFiamoncine (UPM)
Maíra Bastos dos Santos (Mestre pela UPM)
Orientadora: Profa. Dra. Regina Pires de Brito
Refletir sobre o conceito de Lusofonia e a Identidade linguística de jovens
estudantes do ensino médio no Brasil, de escolas e classes sociais diferentes,
a partir da exibição do documentário Língua – Vidas em Português. Como
suporte teórico os estudos de Stuart Hall (2006) que traz sujeitos da
contemporaneidade em um processo de fragmentação.
89
RELEITURAS DO TEXTO BÍBLICO DE II SAMUEL 12. 15-18, 24-25 NAS
ARTES PLÁSTICAS DE REMBRANDT E WILLEM DROST
Lemuel de Faria Diniz (UPM)
Orientador: Prof. Dr. João Cesário Leonel Ferreira
Este trabalho pretende discutir as relações transmidiais verificadas na
transposição do texto bíblico de II Samuel 12. 15-18, 24-25 e as telas
Betsabéia no banho e Betsabé recebe a carta de Davi, respectivamente, de
Rembrandt e Willem Drost. A partir da análise do texto bíblico supracitado,
objetiva-se conhecer o processo de transposição do texto sagrado para a
pintura, valendo-se de uma metodologia comparativa. Dentro desse contexto
vigente, há que se considerar que, segundo Irina Rajewskyi (2005, p. 56),
teórica da Intermidialidade, a transposição midiática é o processo “genético” de
converter um texto composto em uma mídia em outra mídia, conforme as
possibilidades materiais e as convenções vigentes dessa nova mídia. Assim, o
texto “original” [um texto literário, um filme, etc.] é a “fonte” do novo texto [texto-
alvo] na outra mídia. Nestes termos, observa-se que, no âmbito desta análise,
o texto literário-bíblico é a “fonte” midiática para a criação das telas dos
pintores, ambos holandeses. Dentre os resultados obtidos, têm-se a
constatação de que em ambos os quadros a narratividade presente fica
implícita no repertório de leitura de cada espectador, que precisa considerar
que a carta que tanto Rembrandt como Willem Drost colocam na mão de Bate-
Seba não é descrita no texto veterotestamentário, embora sua existência talvez
possa ser subentendida quando se lê que Davi enviou os mensageiros dele
para levar a bela mulher ao palácio. Hipóteses à parte, o que interessa nesse
ponto é que o engenhoso artifício do pintor contém uma condensação narrativa
que se assemelha à técnica bíblica de sumarizar determinados acontecimentos
com o objetivo de acentuar um sentido específico.
90
DIÁLOGOS CONTEMPORÂNEOS: IDENTIFICAÇÃO, ESTRANHAMENTO E
A IMAGEM DO PROFESSOR EM “TRAPO” DE CRISTOVÃO TEZZA
Leni Soares Vieira Fernandes (UPM)
Orientador: Prof. Dr. João Cesário Leonel Ferreira
O objetivo do trabalho é analisar a imagem do professor na obra “Trapo” de
CristovãoTezza: a razão pela escolha desse papel social como identidade do
protagonista e como essa identidade é construída. Considerando,
principalmente, o discurso do protagonista, um professor aposentado,
observamos sua transformação nessa metaficção: sua vida muda
drasticamente quando Trapo, um rebelde adolescente poeta se suicida.
Incorporando conceitos teóricos sobre identidade na pós modernidade de
Stuart Hall e sobre a função social do educador de acordo com Paulo Freire,
estudamos as duas vozes narrativas de perspectivas diferentes que se
mesclam, concatenando a narrativa sobre a vida do professor Manuel com
cartas, poemas e bilhetes escritos por Trapo. Analisamos a relevante
reconstrução da identidade de Manuel a partir do momento em que olha para
dentro de si mesmo e, também presta atenção na impressão que causa às
pessoas a sua volta. A interação pessoal ou através da coletânea de escritos
que lhe caem nas mãos, com pessoas diferentes pela faixa etária, cultura,
formação e personalidade, abala sua existência e Manuel vê-se impulsionado a
reformular seus conceitos e adotar uma postura mais aberta a pessoas,
atividades e comportamentos novos. É exatamente este aspecto que é visto
por Hall como uma característica do homem contemporâneo: não temos uma
identidade essencial ou permanente. O professor conscientiza-se de que viveu
até aquele momento apenas de acordo com o que os outros esperavam dele,
sem desfrutar da convivência com os alunos, por exemplo, para aprender
também e que apenas passou conhecimentos adiante, e não realmente
ensinou seus alunos. Faltou a Manuel, o que Paulo Freire chama de reflexão
crítica, não apenas sobre sua prática docente, mas também sobre sua vida. O
professor compreende que sua identidade pode ser ampliada e que tem a
possibilidade de optar por novas formas de viver.
91
DO LIVRO À TELEVISÃO: O PERCURSO DE
MEMORIAL DE MARIA MOURA.
Lídia Carla Holanda Alcântara (UPM)
Orientadora: Profa. Dra. Maria Luiza Guarnieri Atik
O presente trabalho tem como objetivo estudar a transposição do romance de
Rachel de Queiroz, intitulado Memorial de Maria Moura, publicado em 1992,
para a minissérie televisiva da Rede Globo de mesmo título, a qual foi ao ar em
1994. Para a realização desta pesquisa, serão utilizados teóricos que falaram
sobre a transposição de obras da literatura para as telas da televisão (e do
cinema), como Ana Balogh, Randal Johnson, Tânia Pellegrini e Ismail Xavier.
Além disso, pela obra em questão ser uma minissérie, será traçado um
pequeno percurso sobre as minisséries no Brasil, bem como um breve estudo
sobre as adaptações feitas para esse gênero de programa televisivo, visto que
“dentro da tradição das minisséries brasileiras, que é posterior a das novelas,
mas também está bem sedimentada, a adaptação tem sido uma das
estratégias mais frequentes” (BALOGH, 2002, p. 130). Será, também,
abordada a questão da fidelidade, o quão importante é (ou se é, de fato,
importante) a obra transposta ser igual ou muito semelhante à obra escrita,
levando em conta que, como afirmou Johnson (2003, p. 42), “a insistência na
‘fidelidade’ [...] ignora diferenças essenciais entre os dois meios”. Como, afinal,
transpor para as telas algo tão subjetivo e poético como a literatura? Como
fazer isso sem, de fato, perder a poeticidade, a essência de uma obra? Será
que é possível? Como fazer a aproximação entre esses dois meios? Essas são
algumas das perguntas que servirão de base e nortearão este trabalho, o qual
estudará como as palavras se traduzem para a pequena tela, como acontece
“a passagem de um texto caracterizado por uma substância de expressão
homogênea – a palavra – para um texto no qual convivem substâncias de
expressão heterogêneas [...]” (BALOGH, 2004, p. 48).
92
DISCURSO E PRÁTICA DOCENTE: A APROXIMAÇÃO NECESSÁRIA
Luci FumikoMatsu Chaves (UPM)
Orientadora: Profa. Dra. Maria Lucia Marcondes Carvalho Vasconcelos
Este trabalho é parte da experiência desta educadora e apresenta resultados
parciais de uma pesquisa com professores de uma Instituição Privada do
Ensino Superior do Distrito Federal. Propostas de reformas educacionais na
última década do Séc. XX apontam mudanças para atender às demandas de
uma nova sociedade. Os reflexos advindos dessa circunstância atingem a
aprendizagem podendo ocorrer fragilização, inconstância e ineficácia desta
prática pedagógica. O cenário educacional carece de políticas educacionais
que sustentem a necessidade da formação inicial e continuada, bem como a
adaptação a um novo modelo de educação que atenda às exigências da pós-
modernidade. Daí, esta pesquisa busca refletir sobre a Condição docente:
discurso e prática do professor do Ensino Superior – a aproximação necessária
-, serão discutidos aspectos relacionados à importância da interação do
discurso do docente do ensino superior com sua prática pedagógica. A base
teórica sobre prática pedagógica e discurso está fundamentada em Freire
(1976, 1977, 1987, 1992, 2005) e em Fairclough (2008). Que repercussões
dialógicas são evidenciadas na prática pedagógica dos professores
pesquisados? OBJETIVOS: Refletir sobre a Condição docente: discurso e
prática do professor do Ensino Superior – a aproximação necessária -, serão
discutidos aspectos relacionados à importância da interação do discurso do
docente do ensino superior com sua prática pedagógica. É um estudo de
natureza qualitativa, que prevê como técnicas de pesquisa: análise
documental, questionários com questões fechadas e/ou abertas para os
sujeitos que a compõe somam 16 professores de uma Instituição do Ensino
Superior Privado de Brasília/DF (oferta os cursos de licenciaturas e
bacharelados nas áreas das ciências humanas, exatas e biológicas, e pertence
à rede de ensino superior privado do Distrito Federal), e 32 alunos, sendo dois
de cada um destes professores pesquisados. A pesquisa encontra-se na fase
de análise documental, iniciando, também, a análise dos dados coletados até o
momento. Esta análise preliminar e parcial trata do documento oficial da
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Avaliação Institucional, as variáveis selecionadas foram as relacionadas a
situações da prática pedagógica. Os resultados parciais apontam para a
necessidade da interação entre discurso e prática docente.
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A VIOLÊNCIA EM A COR PÚRPURA: SUA REPRESENTAÇÃO
EM LIVRO E FILME
Luciana DuenhaDimitrov
Orientador Dra. Helena Bonito Couto Pereira
Ao se considerar a assertiva de Marco Abel (2007) em que este atenta para o
fato de que é a própria obra de arte que propicia um contexto que nos permite
entender adequadamente uma dada situação histórica, a inaceitável mutilação
feminina relatada porNettie em A cor púrpura (Walker, 1982 – Spielberg, 1985)
se torna, ironicamente, aceitável. Vivendo na África há décadas, em uma das
cartas que escreve a Celie, Nettie, pesarosamente, revela à irmã a
incapacidade dos missionários em ter “(...) ajudado a parar (...) a marcação ou
corte tribal nas faces das jovens mulheres [Olinka]” (WALKER, 1982, p.177).
Os trechos desta e de outras cartas em que a mutilação e suas consequências
são descritas trazem à tona imagens violentas que acabam por se tornar
positivas, ao se considerar o quão precisamente refletem o mundo que
representam, assim como o contexto dentro do qual a dada violência ocorre
(ABEL, 2007, p.xii). No entanto, os estudos sobre a adaptação cinematográfica
revelam, entre outras questões, que “a imagem tem (...) seus próprios códigos
de interação com o espectador, diversos daqueles que a palavra escrita
estabelece com o seu leitor” (PELLEGRINI, 2003, p.16). Outra questão
evidenciada no estudo de adaptações é que ao passo que a obra literária
significa, a obra fílmica expressa (JOHNSON,1982, p.15). Ora, torna-se, então,
evidente que a violência sofrida pelas mulheres daquela tribo africana descrita
no romance de Alice Walker é (re)apresentada de maneira distinta no filme de
Steven Spielberg. Tomando como base essa violência, o objetivo desse breve
estudo consiste, assim, em estabelecer algumas das confluências e das
divergências existentes entre tal representação na obra literária e na obra
fílmica.
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AS ANÁFORAS INDIRETAS NA FORMAÇÃO DA REDE REFERENCIAL:
UMA ANÁLISE EM SEQUÊNCIAS TEXTUAIS DE ROMANCES
BRASILEIROS
Luciana Ribeiro de Souza (UPM/FAPESP)
Orientadora: Profa. Dra. Maria Helena de Moura Neves
A rede referencial de um enunciado é constituída por elementos fóricos
(sintagmas, pronomes, zero) que uma vez introduzidos no texto podem ou não
serem retomados. A retomada de um elemento fórico por outro do texto pode
ocorrer de forma explícita ou implícita. No primeiro caso, configura-se uma
anáfora direta (quando um elemento do texto mantém uma relação estrita com
outro(s) elemento(s) do texto), enquanto, no segundo caso, institui-se uma
anáfora indireta, que se caracteriza “pelo fato de não existir no cotexto um
antecedente explícito, mas, sim, um elemento de relação que se pode
denominar de âncora e que é decisivo para a interpretação” (KOCH; ELIAS,
2012: 128). A anáfora indireta é uma estratégia endofórica de ativação de
referentes novos e não uma reativação de referentes já conhecidos, o que
constitui um processo de referenciação implícita (MARCUSCHI, 2001). Partindo
desses pressupostos, este trabalho tem por objetivo verificar como são
instituídas as anáforas indiretas no estabelecimento da rede referencial de
diferentes sequências textuais (descritiva e dissertativa) de romances
brasileiros. A busca inclui uma interpretação sobre a contribuição desse
processo remissivo para manter a continuidade e o sentido do enunciado.
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HIPERTEXTO – COGNIÇÃO POR MEIO DO CONTEXTO E DA INTERAÇÃO
Luciene Oliveira Costa dos Santos (PUC-SP)
Orientadora: Profa. Dra. Vanda Maria Elias da Silva
Diante da evolução tecnológica em vigor, este trabalho parte do interesse em
entender como se dá a articulação entre hipertexto, contexto e interação. A
base teórica utilizada é fundamentada em obras de Bakthin (1997); Charlot
(2000); Hanks (2008); Marcuschi (2004); Marquesi, Cabral, Elias e Villela
(2010); Lévy(1995); Van Dijk (1992). Dessa forma, esta comunicação expõe
uma breve reflexão sobre as novas lógicas que regem a linguagem a partir da
utilização do hipertexto, o qual se apresenta fundamentalmente baseado na
interação. Além disso, ela discute o quanto o contexto influencia essa escrita
virtual, seja na produção, seja na recepção. Isso confirma a pertinência
temática que este estudo traz. Na interação por meio da escrita em ambiente
virtual são estabelecidas estratégias comunicativas voltadas tanto para
reprodução cultural como também para renovação. Diferente do que se tinha
como ambiente de escrita em momentos anteriores, o meio virtual implica, no
hipertexto, a compreensão de novo modo de escrita, de novas práticas, de
novos processos de construção de conhecimento. Estruturado sobre relações,
sobre conexões, como já foi dito, o hipertexto existe num processo de
interlocução, de diálogo, que se estabelece entre o sujeito e o texto. Estudo
bibliográfico de caráter ensaístico, este trabalho não pretende esgotar o tema,
mas sim direcionar um aprofundamento de pesquisa e uma ampliação do
debate apresentado. Enfim, neste resumo, a breve análise é um ponto de
partida para a compreensão de três aspectos fundamentais: de que maneira o
texto digital demanda novas práticas e novas estruturas de linguagem, como
se dá a influência do contexto sobre o hipertexto e, dentre esses dois últimos
elementos, em que nível de importância está a interação.
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A HISTÓRIA DA INDEPENDÊNCIA CABO-VERDIANA
RELATADA EM MÚSICA
Ludmila Jones Arruda (UPM)
Orientadora: Profa. Dra. Regina Pires de Brito
Inserido nos estudos de Lusofonia, o presente trabalho pretende analisar
alguns aspectos históricos presentes na música de intervenção Cabo- Verdiana
compostas entre 1935-1975, período em que compreende o Estado Novo em
Portugal. O retrospecto da colonização portuguesa e as condições impostas às
colônias nesse período resultaram na luta dos povos africanos pela
independência. Com o objetivo de reafirmar a sua identidade, Cabo Verde,
revela em suas produções culturais e literárias valores que mais o caracterizam
– tais como a mestiçagem e a questão linguística – elevando o que é africano e
o que de fato faz parte da vida do cabo-verdiano. É importante salientar, que
muitas dessas canções de protesto só chegaram ao conhecimento do público
após a Revolução dos Cravos, ocorrida em abril de 1974, devido à
censuraimposta pelo governo salazarista. Ainda nesse período, na última fase
da colonização portuguesa, por razões várias, como a fome, a seca e a falta de
trabalho, o povo cabo-verdiano foi obrigado a emigrar em busca de melhores
condições de vida. Com base nas pesquisas de António Carreira (1984), e nos
estudos de Gabriel Fernandes (2002; 2006) e Leila Hernandez (2002),
pretende-se discutir os principais motivos e os destinos procurados pelos ilhéus
nessa fase, para que se possa, a partir dos conceitos de identidade e os
aspectos históricos vividos no país, compreender a letra e o tema das canções
de intervenção contidas no CD “Música de Intervenção Cabo-Verdiana”,
lançado em 1999. Ressalta-se que a música de Cabo Verde é mundialmente
conhecida tornando-se um dos aspectos culturais mais valorizados do país.
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“ENTRE ASPAS”: UMA ANÁLISE DAS FUNÇÕES METAENUNCIATIVAS
DAS ASPAS EM EDITORIAIS DOS JORNAIS AGORA SÃO PAULO E
FOLHA DE S. PAULO
Marcelo Fleuri de Barros (UPM)
Orientador: Prof. Dr. José Gaston Hilgert
A linguagem é constitutivamente heterogênea, podendo essa heterogeneidade
se mostrar ou não no fio dos discursos. São variadas as formas de ela se
mostrar, destacando-se, entre elas, o uso das aspas. Trata-se de um recurso
aparentemente corriqueiro e simples, mas suas funções na construção dos
sentidos dos textos são complexas e nem sempre fáceis de identificar por parte
dos leitores. Na comunicação que faremos, tendo como base a dissertação de
Mestrado que estamos concluindo, pretendemos identificar alguns desses
usos, particularmente do ponto de vista de suas funções. Faremos essa
identificação em editoriais de jornais, especificamente em editoriais da Folha de
S. Paulo e do jornal Agora São Paulo. Para nosso estudo constituímos um
corpus de editoriais que, nos dois jornais, no mesmo dia, tratassem do mesmo
tema. A escolha dos dois jornais se deveu ao fato de um e outro se destinarem
a leitores com características distintas, isto é, em princípio, com competências
leitoras diferentes. Ora, essa diferença determina que os jornais construam
seus textos com características distintas para um e outro público leitor, seja no
que respeita à escolha dos recursos lexicais, seja no que se refere às
estratégias sintáticas e outras. Diante disso, sabendo que a compreensão e a
interpretação metaenunciativa das aspas é de responsabilidade e competência
do leitor, partimos da hipótese de que também é distinto o emprego das aspas
em um e outro jornal. Detectar as diferenças desse emprego em editoriais
desses jornais, na perspectiva da competência interpretativa de seus leitores, é
o grande objetivo de nossa dissertação. Em nossa comunicação queremos
expor alguns aspectos de nosso trabalho.
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CAOS URBANO E CONTEMPORANEIDADE NOS CONTOS DE
MARCELINO FREIRE
Márcia Moreira Pereira (UPM)
Orientadora: Profa. Dra. Helena Bonito Couto Pereira
A literatura brasileira contemporânea apresenta perspectivas diversas,
possibilita abordagens distintas, dialoga com variados modos de
representação. Se o percurso dessa literatura for estabelecido em tempo
cronológico, por exemplo, ela se torna ainda mais multifacetada; nota-se essa
questão em momentos históricos pelos quais passamos da década de 1950
para cá. Em termos de definição da literatura brasileira contemporânea, há,
contudo, um elemento que parte da crítica define como uma espécie de
catalisador das obras e autores que a compõem: a representação do espaço
urbano. Passamos, de algumas décadas para cá, por grandes transformações,
muitas delas ligadas à cidade grande, como a vinda do homem do campo para
capital, as inquietações e perturbações dos indivíduos que vivem nesses
grandes centros e o hibridismo presente neles. Desse modo, nota-se que o
espaço urbano representado na literatura contemporânea já não é mais o local
ameno e estático de outros tempos (PELLEGRINI, 2008), local muitas vezes
representado como mero pano de fundo em literaturas anteriores; o espaço
agora é a cidade grande com todas suas distorções e com heterogeneidade. A
proposta dessa comunicação é analisar alguns contos de um dos nome de
expressão dessa tendência literária: Marcelino Freire. Pretendemos, nesse
sentido, analisar os contos "Da paz" (de Rasif - Mar que arrebenta, 2008) e
"Crime" (de Amar é crime, 2010), privilegiando questões diversas como
urbanidade, identidade, violência, opressão, transgressão e oralidade, sob a
perspectiva, de um lado, da teoria dos estudos culturais (PRYSTHON, 2003;
BONNICI, 2005) e, de outro, da pós-modernidade (PELLEGRINI, 2008; AUGÉ,
1994; HALL, 2003; SANTOS, 2000). Enfatizaremos aspectos próprios da
realidade urbana, não apenas como tema das narrativas analisadas, mas como
elementos que configuram tanto sua estrutura ficcional (personagens, tempo,
espaço etc.) quanto sua escritura literária (PELLEGRINI, 2008;
SCHOLLHAMMER, 2009; PINTO, 2012; GOMES, 2000).
100
DIALOGISMO EM “NUNCA APOSTE SUA CABEÇA COM O DIABO –
CONTO MORAL”
Maria da Luz Alves Pereira (UPM)
Orientadora: Profa. Dra. Lílian Lopondo
O presente trabalho propõe fazer uma análise do conto “Nunca aposte sua
cabeça com o diabo — conto moral”, de Edgar Allan Poe (1809-1849), a fim de
observar e descrever a sua relação dialógica com o gênero
fábula.Essecontonarra a história de um sujeito que aposta a cabeça com o
diabo e acaba perdendo a aposta. O narrador homodiegético, que tem
destaque como personagem secundária estreitamente solidária à central, é
amigo da personagem protagonista, o Sr. TobbyDammit, um homem de “bom-
humor”, que tem muitos vícios. O pior deles é ser afeito às apostas, prática que
o leva à morte. Ao atribuir ao título a moral, o enunciador convida o
enunciatário para adentrar um recinto tão aplaudido e conhecido. A expressão
explicativa — conto moral — vem a ser um convite ao enunciatário a respeito
do gênero fábula, e o que está grafado levanta a questão se se poderia ser
uma narrativa tradicional ou não. Com versatilidade, o que o enunciatário
pretende enunciar constitui, portanto, outro modo narrativo, que poderia ter sido
conferido às fábulas tradicionais. Partindo da verificação das inversões, dos
acréscimos, das supressões, dos deslocamentos e da cosmovisão do texto
matriz, pretende-se chegar à identificação das relações dialógicas entre o texto
de Poe e o gênero fábula. Elegemos como referencial teórico os estudos de
Mikhail Bakhtin, em Marxismo e Filosofia da linguagem (1988) e Estética da
criação verbal (2010). Este trabalho justifica-se por ser parte integrante da
minha tese e porque pretende contribuir para a compreensão do dialogismo em
Poe.
101
EDUCAÇÃO E LEITURA DIALÓGICAS: RESSONÂNCIAS DO PENSAMENTO DE PAULO FREIRE E DE M. BAKHTIN
Maria de Fátima Xavier da Anunciação de Almeida (UPM)
Orientadora: Profa. Dra. Maria Lucia Marcondes Carvalho Vasconcelos
Neste trabalho, realizamos uma reflexão teórica para pensarmos nas
ressonâncias trazidas pelas teorias de educação e de leitura que fossem bases
à prática educativa do/a professor/a de português. Apropriamo-nos dos
referenciais de educação de Paulo Freire e do pensamento filosófico-linguístico
de M. Bakhtin e de pensadores de seu Círculo linguístico, uma vez que o/a
professor/a de português, no continuum de sua formação, necessita de se
apropriar de teorias de educação e de leitura para fundamentar a sua prática
docente. Assim, saberá o que ensinar, para que e por que ensinar leitura(s) na
escola. O trabalho pedagógico do/a professor/a de língua materna com a
leitura na escola, prescinde de teorias de leitura e de educação para
fundamentar a prática docente. Isso significa dizer que em toda prática
educativa há um posicionamento político, pois não existe prática educativa
neutra, apolítica. (FREIRE, 2001) Demonstramos a nossa tese apresentando
os fundamentos de educação de Freire e de leitura (linguagem) de Bakhtin. A
dialogicidade, para Freire (2013) é a essência da educação como prática da
liberdade, da educação problematizadora. Desse modo, o diálogo é um
fenômeno humano, que se configura na palavra, sendo essa um meio para que
o realize. Já M. Bakhtin teoriza a leitura como compreensão responsiva, por
isso, ativa, do tema da enunciação, ou seja, no ato de ler –
compreender/construir sentidos - o leitor necessita compreender os sentidos
completos, únicos da enunciação dentro do contexto de sua produção. As
ressonâncias das teorias de educação em Paulo Freire e de leitura (linguagem)
em Bakhtin, que podem fundamentar a prática educativa do/a professor/a de
português, ao trabalhar a leitura na escola, mostram-nos concepção de
diálogos distintos, entretanto, são fundamentos teóricos que tratam o homem
como sujeito ativo e crítico diante do conhecimento e da produção de sentidos.
102
DOIS NARRADORES E UMA NARRATIVA: UMA LEITURA DO DUPLO EM
UM SOPRO DE VIDA, DE CLARICE LISPECTOR
Maria Eloísa de Souza Ivan (UPM/Uni-FACEF)
Orientadora: Profa. Dra. Maria Luíza Guarnieri Atik
Iniciado em 1974, o livro póstumo Um sopro de vida (pulsações), de Clarice
Lispector, vem a público em 1978. Escrito “em agonia” (Borelli, 1981), a obra
retoma a densidade introspectiva que caracteriza a escrita clariceana, repete o
paradoxo existencial vida e morte tão recorrente em sua obra, revela-se como
obra de princípio e fim, uno e múltiplo, enfim, nos guia por vários caminhos
conhecidos, ou não. Assim, neste projeto, retomamos aspectos os quais não
foram explorados na nossa pesquisa de mestrado por não fazerem parte dos
objetivos daquele trabalho, mas que foram percebidos como relevantes para um
estudo posterior. Dentre eles, podemos citar a manifestação do duplo como
elemento estruturante da narrativaUm sopro de vida (pulsações),1978, escolhida
como corpus desta pesquisa. A temática do duplo sempre esteve presente na
cultura ocidental, variando de acordo com o momento histórico. Renovado na
modernidade, o mito do duplo também revela o homem estilhaçado, tendo
como uma de suas possíveis representações a cisão do Eu em um “ego” e um
“alter ego”. Desse modo, orientando-nos pelas reflexões de Rank, Clément
Rosset, Bravo, entre outros, a pesquisa que aqui se apresenta propõe, como
questionamento, investigar de que modo a imagem do duplo se materializa
como um elemento estruturante da narrativa clariceana, mais especificamente
em Um sopro de vida, e em que medida esse recurso discursivo se manifesta
no contraponto Autor-narrador/Ângela Pralini, seu duplo, investigando também
como esse narrador se manifesta nas oscilações de pessoa, na ampliação da
função de narrar, nas escolhas vocabulares, no viés adotado: quem é o duplo
de quem?
103
EDUCAÇÃO PROBLEMATIZADORA: UMA POSSIBILIDADE
Maria Inês Francisca Ciríaco (UPM)
Orientadora: Profa. Dra. Regina Pires de Brito
O objetivo deste trabalho é refletir sobre questões que permeiam o pensamento
do educador e filósofo Paulo Freire acerca da proposta de uma prática
educativa problematizadora. Pensar sobre educação num momento em que a
sociedade vive imersa em um sistema capitalista, midiático e manipulador,
dominado por forte aparelho ideológico com base na alienação e controle,
fortalecendo as diferenças e a desigualdade entre os indivíduos, fruto da
ambição humana, não é algo simples, de maneira que, discutir a educação
brasileira é pensar em liberdade, inclusão social, valores humanos, reflexão e
criticidade, formando cidadãos conscientes de seus papéis na transformação
da sociedade, não somente através de habilidades técnicas, mas também da
solidariedade, responsabilidade e criatividade. Dessa forma, para melhor
compreendermos esta situação tomaremos como suporte teórico alguns
conceitos propostos pelo autor, na perspectiva da construção de uma
educação que vá além da dita “bancária”, e que permita mesmo numa
sociedade marcada pelo capitalismo exacerbado, excludente e dominador,
estabelecer relações dialógicas que proporcionem uma educação
verdadeiramente libertária, desenvolvendo nos indivíduos a capacidade de
reflexão crítica sobre si mesmos e sobre o mundo, a fim de se transformarem
assim como a realidade que os cercam.
104
OS SENTIDOS DO OLHAR SOBRE A IDENTIDADE:
DIEGO RIVERA E OCTAVIO PAZ
Mariana Calvo Mozer Manzieri
Camilla Cafuoco Moreno (UPM)
Orientadora: Profa. Dra. Gloria Carneiro do Amaral
O presente trabalho desenvolve o diálogo existente entre textos de naturezas
distintas, ou seja, estuda o dialogismo existente na literatura e na pintura mural.
Para tanto, utiliza-se, como corpus de análise, um capítulo que compõe o
livro El laberinto de lasoledad, de Octavio Paz, intitulado “De laindependencia a
larevolución”, em que o autor propõe uma reflexão sobre a constituição da
formação identitária e ideológica do ser mexicano do século XX.
Como corpus de análise imagética estão presentes dois murais de Diego
Rivera, intitulados The marriageoftheartistic expression. Of the North and South
of the continent e La lluvia. A base teórica utilizada para o desenvolvimento do
trabalho compreende autores que discutem questões políticas, identitárias e
ensaísticas, tais como Krauze, Fuentes e Vasconcellos, e autores que discutem
a questão dialógica e intertextual, como Bakthin, Ferrara, Kristeva e Barros.
Para embasar a análise imagética, recorreu-se às considerações de Gomes
Filho, Dondis, Arnhei e, Manguel.
105
O DISCURSO ANTIMARXISTA EM MAFALDA
Mariana Fogaça Calviño (UPM)
Orientadora: Profa. Dra. Ana Lúcia Trevisan Pelegrino
O trabalho analisa o discurso antimarxista em uma das tirinhas da personagem
Mafalda, do autor argentino Quino. Por meio de pensamentos de Bakhtin e
Volochínov, a proposta apresenta como a personagem é influenciada pela
ordem sócio-política vigente e como repudia a teoria reacionária de Karl Marx,
dialogando com questões históricas e sociais. Os quadrinhos de Mafalda
retratam as suas indagações: ela questiona o efeito estufa, a política nacional,
os acordos internacionais, o capitalismo, mas também o socialismo, enfim,
indagar é o que ela faz de melhor. E um destes temas construídos sutilmente
em Mafalda é o que será chamado de “Elemento Reacionário” – que seria uma
das ideias defendidas por Marx – mas a personagem o critica, enaltecendo o
“Elemento Revolucionário”. Se todo signo é ideológico, todo discurso também o
é. E o objeto de estudo deste trabalho está preenchido com uma ideologia
antimarxista e antirreacionária, que refuta o Elemento Revolucionário. É
importante destacar que a palavra Revolução é trabalhada desde a época de
Aristóteles, mas o Elemento Reacionário é algo advindo do Socialismo
Reacionário de Marx. E para comprovar o dialogismo no discurso de Mafalda,
são apresentadas respostas às indagações sobre “Como a personagem foi
influenciada a pensar de maneira revolucionária?”, “Por que ela critica o
modelo reacionário?” e “Qual a influência de Marx no seu discurso?”.
106
AS MARCAS DO INSÓLITO NA NARRATIVA DE JOSÉ J. VEIGA.
Marleide Santana Paes (UPM)
Orientadora:Profa. Dra. Glória Carneiro do Amaral
A proposta do projeto de pesquisa é a compreensão literária com vertentes
narrativas sob as bases do insólito, visando perscrutar os avatares do
argumento “supra-real” na produção literária contemporânea, bem como o
efeito estético que estas obras podem ter sob o leitor. Desde século XIX até a
contemporaneidade muitas foram as teorias desenvolvidas acerca da Literatura
Fantástica, não obstante, por mais discussões que o campo da teoria literária
tenha promovido a respeito do referido tema, ainda existem muitas arestas
propensas a longos embates sobre os limites de tal gênero cujo argumento
narrativo transita sobre as bases do insólito. A obra literária escolhida neste
trabalho para ser analisados os marcadores do fantástico na ficção literária é
Torvelinho Dia e Noite (1985) do autor Goiano José J. Veiga.Pretende-
seaveriguar os princípios que regem o insólito na literatura contemporânea a
partir da presença de elementos fantástico e /ou maravilhoso, mas que dialoga
com as diversificadas construções de identidades que podem ser reveladoras
do caráter do homem contemporâneo, confuso, perante uma sociedade
efetivamente fragmentada que tem como referencial um mundo prosaico em
cujo insólito é concomitantemente operante.
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CRÔNICA JORNALÍSTICA: O GÊNERO JORNALÍSTICO POR EXCELÊNCIA
Milton Gabriel Junior (PUC/SP)
Orientadora: Profa. Dra. Regina Célia Pagliuchi da Silveira
Esta comunicação está situada na área da Análise Crítica do Discurso,
Linguística Textual-Discursiva e da sócio-retórica e tem por objetivo analisar as
sequências textuais nos textos denominados colunas, a fim de verificar se
pertencem ao gênero crônica; além de investigar e apresentar como as
crônicas jornalísticas se organizam no plano textual-discursivo verificando se
esses textos se tipificaram em um novo conjunto de gêneros. Tem –se por
pressupostos inter-relacionar os postulados de Bazerman (2009), os esquemas
textuais-discursivos de Adam (2010) e as categorias analíticas Discurso,
Sociedade e Cognição da Análise Crítica do Discurso, van Dijk (1990, 1997,
2012). Focaliza-se no material utilizado, colunas dos jornais paulistanos.O
método adotado para análise é o teórico-analítico. Justifica-se a análise, uma
vez que os estudos realizados sobre as crônicas nacionais apenas trataram de
sua organização textual ou da materialidade linguística “guiada” pela situação
de enunciação, não há um estudo que inter-relacione a linguística textual e a
linguística do discurso buscando apresentar a construção textual-discursiva das
crônicas jornalísticas, apresentando assim a composição do plano descritivo da
estrutura composicional, das tipologias, das sequências típicas e assim
compreender os aspectos da materialidade linguística, o que levou a re-
categorização do gênero crônica. Os resultados obtidos indicam que a crônica
está em mutação, agindo e interagindo no meio social ao criar realidades ou
fatos sociais.As crônicas jornalísticas constituem ações sociais construídas
pela linguagem, uma vez que cria um sistema de valores e significações
através do texto produzido.Ao analisar as ações sociais, conseguimos verificar
os mecanismos de textualização delimitando o interdiscurso, o intertexto e o
gênero, constatando que a crônica possui função e lugar social específico, com
valor recorrente, ao criar um sistema de valores e significações construídas na
sua organização textual-discursiva.
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ARGUMENTOS RETÓRICOS E ESTRATÉGIAS LINGUÍSTICAS NA
CONSTRUÇÃO DO ETHOSDO ANUNCIANTE NA PROPAGANDA
INSTITUCIONAL: UMA QUESTÃO DE LEITURA
Mônica Mendes e Silva Rocha (UNICSUL)
Orientadora: Profa. Dra. Ana Lucia Tinoco Cabral
O presente estudo situa-se na linha de pesquisa Texto, Discurso e Ensino:
processos de leitura de produção do texto escrito e falado, e tem como tema
Argumentos Retórico e Estratégias Linguísticas na Construção do ethos do
Anunciante na Propaganda Institucional, tendo em vista a leitura na escola.
Justificamos a escolha do tema com base na constatação das dificuldades
enfrentadas por alunos do ensino básico diante da leitura de textos
argumentativos e nas recomendações dos Parâmetros Curriculares Nacionais
em Língua Portuguesa, que destacam a importância da formação de um leitor
critico. O trabalho objetiva buscar elementos que possam contribuir para a
formação do leitor crítico, especificamente, para leitura de textos
argumentativos. Para tanto, apresenta o levantamento e análise de argumentos
retóricos e de estratégias linguísticas que concorrem para a construção do
ethos do anunciante em um corpus de propagandas institucionais. O trabalho
fundamenta-se na Linguística Textual (Koch 2002, Vilela 1999, Marcuschi); na
Nova Retórica (Perelman&Olbrechts-Tyteca 2002, Reboul 2004, Abreu 2006),
considerando uma visão discursiva (Bakhtin 2003, Maingueneau 2004, Amossy
2005) e enunciativa da linguagem (Kerbrat-Orecchioni 1997). A pesquisa
possibilita verificar, em corpus composto de quatro propagandas institucionais,
argumentos retóricos baseados na estrutura do real, articuladores textuais e
estratégias de modalização, explorando como esses elementos concorrem
para a construção do ethos do anunciante. Considerando a amplitude do tema
o trabalho abre novas perspectivas para o ensino da leitura e para novas
pesquisas na área.
109
KANIMAMBO, MOÇAMBIQUE! TERRA DE FONES LUSOS
E COSMOVISÃO BANTU
Nancy A. Arakaki (PUC/SP)
Orientadora: Profa. Dra. Neusa Maria Oliveira Barbosa Bastos
Unindo-nos à corrente lusófona daqueles que acreditam que a Língua
Portuguesa não é de ninguém, é de todos aqueles que amam expressar-se
nessa língua também em espaços bantófonos, elaboramos uma breve reflexão
sobre o Português Moçambicano (PM): uma variedade do Português que
floresceu em Moçambique enriquecido pelo substrato bantu. Para atender
nosso objetivo, escolhemos a obra “Léxico de usos de Armando Jorge Lopes
(AJL)” e procuramos realizar uma análise crítica à luz dos pressupostos
metodológicos da Historiografia Linguística (Koerner, 1996). Sendo assim,
traçamos o “clima de opinião” do período em que AJL produz sua obra - final do
século XX – considerando a viabilidade de estudo historiográfico do tempo
presente porque sustentado pelo rigor metodológico e teórico (Bastos & Palma,
2008) da Sociolinguística (Preti, 2003, Elia, 1987) cujos parâmetros serviram à
arquitetura da mesma. Buscamos extrair da referida obra traços distintivos que
contrastam a variedade PM das variedades PE (Português Europeu) e PB
(Português Brasileiro). Cientes de que justapor todas as variedades da Língua
Portuguesa equivale à simples apresentação de um conjunto heteróclito (Elia,
1987) que em nada contribui para a distinção do PM historicamente constituído,
optamos por distinguir no léxico o complexo fenômeno linguístico de
moçambicanidade – fones lusos e cosmovisão bantu - que distingue essa
variedade (PM) das demais.
110
CONTRIBUIÇÕES PORTUGUESAS ÀS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
BRASILEIRAS: A FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LÍNGUA
PORTUGUESA EM FOCO (PARTE II)
Nelci Vieira de Lima (IP-PUC-SP)
Orientadora: Profa. Dra. Neusa Maria Barbosa Bastos
Objetivamos, sob uma perspectiva histórica, refletir sobre os caminhos da
formação do professor de língua portuguesa, como língua materna, no Brasil e
em Portugal. Dessa forma, pretendemos comparar os dois quadros de
formação docente, a fim de responder ao seguinte questionamento: Em que
medida as práticas pedagógicas e a formação do professor em Portugal podem
contribuir, e até mesmo servir como modelo, para o aperfeiçoamento das
práticas pedagógicas e para a formação do professor brasileiro? Podemos,
então, afirmar que a prática pedagógica portuguesa, no tocante à formação
inicial para a docência, traz-nos como nova perspectiva a questão da
autoavaliação, como prática reflexiva e crítica, capaz de dar bases ao professor
para um melhor desempenho profissional. Sendo assim, procedemos à
seguinte divisão didática deste artigo: a introdução, nomeada Considerações
Iniciais; tópico 1. A formação do professor brasileiro na perspectiva histórica, no
qual sintetizamos os caminhos da formação docente em nosso país desde o
período colonial até os nossos dias; tópico 2. Realidades pedagógicas de além-
mar: a formação do professor em Portugal, como no tópico anterior, neste,
traçamos uma breve síntese do percurso histórico da formação do professor
em Portugal; Considerações finais, na qual apresentamos as possíveis
contribuições portuguesas às nossas práticas pedagógicas e ressaltamos que
as realidades são distantes, as aproximações possíveis, mas a interlocução é
necessária. Após a análise, concluímos que apenas a observação não altera a
prática docente, pois a mudança decorre da sua autoavaliação. Ao refletir
sobre sua atuação - mediante a observação feita pelos colegas - o profissional
poderá ajustar suas estratégias e seu modo de conduzir a aula. Dessa forma, é
fundamental afirmar que o trabalho de observação somente será produtivo se o
professor observado aceitar as intervenções como críticas construtivas à sua
prática, contribuindo, assim, positivamente para sua formação.
111
FANFICS: O ROMANCE ONLINE
Nicolle Lemos (UPM) Orientadora: Profa. Dra. Ana Lúcia Trevisan
Seja pelo viés da leitura, seja pelo viés da autoria, há uma ferramenta poderosa
usada pelo ser humano para romper paradigmas e saciar o imaginário: a
ficção. Dentro da esfera ficcional, múltiplas possibilidades narrativas se
revelam. E dentre elas, emergem as fanfics. Produções literárias comuns entre
os adolescentes, redigidas e divulgadas por eles, as fanficsse caracterizam
pelo amplo espírito criativo, frequentemente baseado no desejo do autor de dar
continuidade a obras já existentes (seriados televisivos, filmes, livros) ou de
“romancear” a vida de uma figura a quem admira (um grupo musical, um artista
ou até mesmo um personagem). Por se tratar de um desejo compartilhado com
muitos dos leitores, a relação estabelecida entre eles e os autores revela uma
identificação e uma ausência de hierarquia incomuns nas conexões clássicas
vistas entre autor, leitor e texto. A organização editorial e os recursos literários
utilizados na concepção e publicação das histórias, sempre feitas na internet,
em sites voltados exclusivamente para interessados em fanfics, também
constituem um fenômeno que merece olhar atento. O estudo proposto tem
como intuito, portanto, a apresentação e análise de uma fanfic, bem como de
seu contexto estrutural e alcance, avaliando a perspectiva que orienta este tipo
de produção textual e a reciprocidade do público. Finalmente, é pertinente aqui
também a discussão do valor estético de tais produções e o espaço que
ocupam no universo literário contemporâneo. Visto que o reconhecimento
editorial e a publicação destes textos se tornam cada vez mais intensos, é
importante olhar tais produções sob a perspectiva de critérios tidos como
legitimadores no âmbito literário.
112
O DESENVOLVIMENTO DA LITERACIA MULTIMODAL DE
ESTUDANTES:CONTRIBUIÇÕES DE UMA SEQUÊNCIA DE ATIVIDADES
ENVOLVENDO MÚLTIPLAS LINGUAGENS
Nilma Alves Pedrosa (PUC-SP/CAPES)
Orientadora: Profa. Dra. Jeni Silva Turazza
Este estudo é parte integrante de uma pesquisa de Mestrado em andamento e
tem por objetivo descrever a aplicação de uma sequencia de atividades (SA)
voltada para a promoção do desenvolvimento literácico multimodal (LM) de
estudantes. A literacia é um constructo social, mediado pela linguagem e
indissociável de práticas culturais e linguísticas (Barton, 2007). Particularizamos nossa
discussão na LM conforme Pereira (2008), Love (2004) e Vasudevan (2006) por
esta envolver diversos instrumentos semióticos na construção do conhecimento
possibilitando articular rede de significados. Neste contexto, entendemos que a
LM integra uma multiplicidade de textos e discursos, solicitando diferentes
modos de representação além da escrita. Nesse contexto, organizamos a SA
distribuídas em 16 horas, aplicadas a uma turma do 9º ano de uma Escola
Municipal de São Paulo. A SA é composta por atividades de estudo de texto e
discurso, leitura eescultura de papel de personagens literários envolvendo a
obra Auto da barca do inferno. Em sua organização fomos guiados pela
questão: Quais as contribuições de atividades envolvendo a leitura de
literatura; modelagem de personagens feitos de material reciclado utilizando as
técnicas de papiercollèe, papiermachê e biscuit; e produção de textos orais e
escritos para o desenvolvimento da LM de estudantes? Os dados foram
coletados a partir de filmagens da aplicação da SA e dos trabalhos produzidos
pelos alunos: textos escritos e esculturas de papel das personagens. Os
resultados sinalizaram que o acesso dos estudantes às múltiplas linguagens
propostas na SA gerou soluções lúdicas e recreativas paralelas ao mundo do
livro, que foram impactantes na motivação dos estudantes e em sua
colaboração mutua, e podem potencializar a competência literária, as
criatividades e imaginações dos estudantes na ampliação e reelaboração de
seus conhecimentos existentes. Por fim, acreditamos que estudos como estes
podem contribuir para o desenvolvimento da LM dos estudantes.
113
A METÁFORA CONCEITUAL NA PROPAGANDA
Noslen Nascimento Pinheiro (PUC/SP)
Orientador: Prof. Dr. João Hilton Sayeg de Siqueira
Este trabalho propõe uma análise de caráter reflexivo de um dos recursos de
que a propaganda dispõe para cumprir seu propósito comunicativo: a metáfora
conceitual. Procuraremos demonstrar a metáfora conceitual como recurso
persuasivo, bem como um recurso de aproximação entre locutor e interlocutor.
O discurso publicitário é bastante vulnerável às questões de inter-relações
textuais, pois o receptor não apreende apenas o que é exposto no texto. A
depreensão e assimilação do discurso são processadas além, por meio de
outros textos que estabelecem a construção do sentido. Assim, ao selecionar
os termos que constroem a mensagem, o redator visa à imagem gerada a partir
do léxico escolhido, visto que ele instiga o caráter imaginativo e sensorial do
leitor, e este possui seu próprio repertório linguístico, seu conhecimento de
mundo, sua vivência e suas competências associativas. Nessa esfera, ao
considerarmos a arquitetura da mensagem também no ambiente da recepção,
a partir da participação do leitor e de seu repertório cultural, é plausível
asseverar que o público é coautor do texto. Nesse contexto, a teoria da
metáfora conceitual formulada por George Lakoff e Mark L. Johnson em 1970
propõe que nossas construções metafóricas são licenciadas e motivadas pela
nossa cultura. Para esses linguistas, as metáforas são representações mentais
que refletem o modo de ver o mundo. Assim sendo, como nas expressões
linguísticas, os mapeamentos metafóricos também são possíveis nos textos
publicitários, pois a linguagem cotidiana deixa transparecer metáforas que
estruturam e desvendam certos textos propagandísticos. A persuasão passa a
ser vista aqui, então, a partir da perspectiva do uso da metáfora não apenas
como adorno, mas como um recurso de aproximação ao público-alvo e, a partir
daí, uma estratégia para cumprir o intento da propaganda. Para comprovar
estes pressupostos, serão exibidos e analisados os títulos de anúncios
publicitários veiculados em revistas de grande circulação, nos quais a metáfora
é o cerne da formulação do texto.
114
UM ESTUDO SOBRE A PERSONAGEM DONA BENTA, DA OBRA INFANTIL
DE MONTEIRO LOBATO, COMO MEDIADORA DE LEITURA
Patrícia Aparecida Beraldo Romano (UPM)
Orientadora: Profa. Dra. Marisa Philbert Lajolo
Dona Benta é personagem constante na obra infantil de Monteiro Lobato como
a avó-leitora-contadora de histórias preocupada com a visão crítica que seus
netos deverão ter das leituras que ela faz ou das histórias que lhes conta e que
lhes despertam, num primeiro momento, o gosto por viver, cada vez mais,
dentro do mundo da imaginação proporcionado por esses textos. Há em dona
Benta uma visão de mundo e de educação libertadora, para ficarmos com uma
expressão de Paulo Freire. Em tempos cada vez mais preocupados com o que
leem e como leem as crianças e os jovens, a avó Benta seria uma
personagem-modelo de mediadora de leitura, nomenclatura tão em moda
atualmente, em especial, nos programas de leitura do governo federal? Esse
trabalho pretende trazer para discussão questões que possam aproximar dona
Benta das possíveis mediadoras de leitura desejadas pelas escolas da
educação básica. Os livros distribuídos pelos programas de governo agora
chegam aos colégios, mas como os professores têm lidado com esses textos
em sala de aula? As obras chegam até os alunos, são lidas e discutidas? Há
leitura desses textos pelos professores-mediadores? Há preocupação com a
formação leitora dos alunos? Para falarmos sobre essas questões, nos
pautaremos nas discussões de Zilberman (2009), Paiva (2012), Compagnon
(2010), Yunes (2003), dentre outros teóricos, além de adentrarmos em textos
infantis da saga lobatina nos quais a figura da avó-mediadora se faz presente.
115
MARCAS DE ORALIDADE EM PRODUÇÕES NARRATIVAS DE ALUNOS
DO ENSINO FUNDAMENTAL
Patricia Klein Gomes (UNICSUL)
Orientadora:Profa. Dra. Ana Lucia Cabral Tinoco
Vinculado à linha de pesquisa Texto discurso e ensino: processos de leitura e
produção de texto escrito e falado e ao grupo de pesquisa Teorias e práticas
discursivas e textuais, o presente trabalho tem por objetivo a apresentação de
pesquisa em desenvolvimento cujo escopo é a utilização de marcas de
oralidade na produção textual de alunos do Ensino Fundamental,
especialmente os organizadores temporais e marcadores espaciais em textos
narrativos. Estabelecemos como pergunta de pesquisa: quais estratégias para
produção textual podem diminuir o uso de marcas de oralidade na produção
textual de alunos do Ensino Fundamental. Nosso objetivo centra-se, por
conseguinte, na busca de estratégias para diminuir o emprego de marcas de
oralidade em textos escritos produzidos por alunos das séries iniciais no
Fundamental, área em que atuamos. Considerando tal objetivo o corpus de
análise constitui-se de textos narrativos produzidos por alunos das séries
inicias do Ensino Fundamental. Acreditamos que a pesquisa possa contribuir
para o desenvolvimento da competência escritora no Ensino Fundamental, fase
por nós entendida como base para o desenvolvimento da proficiência em
produção de texto. Apoiar-nos-emos nos estudos de Marchuschi (2008), sobre
oralidade e escrita; Sparano et al (2012), Koch (2004) Marquesi e Cabral
(2008) para as questões de texto e escrita. Estudos realizados por Ferreiro e
Siro (2010) sobre educação também contribuirão para fundamentar nossas
análises. Ao considerarmos a escrita um ato social, que será aprendida por
meio de interações e “modelos” estabelecidos pelos usuários da língua,
consideramos relevante nos aproximar dos estudos de Vygostsky , para quem
o desenvolvimento do sujeito tem início nas interações sociais, o sujeito é
mesmo “ um resultado das formas de relação” (Vygotsky, 1991, p.119). Diante
dos tantos desafios a serem superados pelas crianças no desenvolvimento de
sua proficiência escritora, consideramos relevante um trabalho que possibilite
analisar quais marcas de oralidade se evidenciam em produções de textos
116
narrativos, apontando possíveis estratégias que possam ser utilizadas em
atividades pré textuais.
117
A CORREÇÃO TEXTUAL-INTERATIVA NO ENSINO DA PRODUÇÃO DE
GÊNEROS TEXTUAIS
Paulo da Silva Lima (UPM)
Orientadora: Profa. Dra. Elisa Guimarães Pinto
O ensino da língua portuguesa tem servido de base para muitas pesquisas
relacionadas ao processo de produção textual na escola. Isso tem acontecido,
principalmente, porque a grande maioria dos estudantes que conclui a
educação básica apresenta muitas dificuldades para produzir textos coesos e
coerentes. Por isso, neste trabalho pretendemos demonstrar que é possível o
uso de estratégias de ensino capazes de levar o aluno a se tornar proficiente
na produção de textos. Assim, contrariando a proposta de correção que já se
convencionou na escola pública, sendo o papel do professor apenas emitir
notas ao texto do aluno, sem haver uma troca de informações capaz de levar o
estudante a aperfeiçoar sua escrita, propomos a correção textual-interativa, por
meio de sequências didáticas. Em nossa proposta esse tipo de correção deve
ser feito com base em uma lista de constatação/controle. Pretendemos ainda, a
partir de uma revisão interativa, preencher algumas lacunas deixadas por
outras maneiras de intervenção nos textos escolares. Com essa atividade,
acreditamos que o professor tem reais possibilidades de atuar interativamente
por meio da escrita com seu aluno. Assim, propomos uma intervenção no
ensino de dois gêneros escritos (resenha e dissertação escolar), buscando
desenvolver verdadeiras práticas de linguagem na sala de aula em uma escola
pública do Ensino Médio na cidade de Marabá-PA. Para isso, nos embasamos
teoricamente em Marcuschi (2001), Signorini (2006), Gonçalves &Bazarim
(2009), Nascimento (2009), Ruiz (2010), Dolz&Schneuwly (2010), entre outros.
Até o momento já desenvolvemos duas sequências didáticas com os gêneros
referidos e estamos analisando as capacidades de linguagem presentes nos 30
textos que fazem parte do corpus. Os resultados parciais demonstram que a
correção textual-interativa, via lista de constatações, proporcionou aos alunos
uma produção de texto mais adequada em relação às situações de linguagem
propostas.
118
A DIALOGICIDADE FREIREANA NO ENSINO DE LÍNGUA INGLESA
Priscila Reigada
Orientadora: Profa. Dra. Vera Lúcia Harabagi Hanna
O presente trabalho tem por finalidade apresentar um olhar freireano para o
ensino de língua inglesa como segunda língua, levando em consideração o
conhecimento prévio e a experiência do aluno mediatizados pelo diálogo.
Parece que o ensino de língua inglesa em nosso país é abordado de maneira
similar ao ensino de língua portuguesa, nossa língua mãe. Soa dissonante tão
fato, uma vez que referidos alunos são falantes nativos de português e
possuem uma bagagem cultural, vocabular e social inúmeras vezes maior do
que a bagagem concernente à língua inglesa. É necessário haver uma
aproximação do aluno perante a língua ministrada, de acordo com Paulo Freire
há uma maneira efetiva de tal aproximação ocorrer: o diálogo oriundo de uma
investigação temática.Todo discente deve sentir-se um sujeito problematizador.
Para que isso aconteça, o educador deve estimular o pensamento crítico do
educando, não fazendo dele apenas um objeto de depósito de conhecimento, a
educação bancária deve dar lugar à educação libertadora. Por esta razão, o
desenvolvimento discente fica comprometido caso o professor de língua
inglesa passe listas de verbos, de vocabulário e explique a gramática sem
contextualizar com a realidade do aluno. O que se é pretendido com esse
breve estudo é mostrar aos docentes de língua inglesa que sua disciplina deve
ser mediatizada pelo diálogo entre educador-educando de maneira que os
temas tratados em aula refiram-se à realidade dos educandos, transformando,
assim, os alunos em sujeitos problematizadores competentes em língua
inglesa. O que tentará ser mostrado é que com um pouco de fé, amor,
esperança, humildade e confiança um docente pode instaurar um diálogo
honesto com seus discentes e fazer com que eles alcem voos maiores do que
apenas completar espaços em branco ou responder a perguntas de múltipla
escolha.
119
O RELACIONAMENTO CONJUGAL EM A MULHER SEM PECADO,
DE NELSON RODRIGUES
Rafael de Oliveira Reis (UPM)
Orientadora: Profa. Dra. Marlise Vaz Bridi
A presente pesquisa cujo título é “O relacionamento conjugal em A mulher sem
pecado, de Nelson Rodrigues” propõe, sob a base da Teoria da Paródia, uma
análise de como os discursos e as ações do casal direcionam-se para a
destruição do relacionamento conjugal. A análise de A mulher sem pecado será
realizada com intuito de investigar de que modo o relacionamento conjugal é
parodiado, destacando as ações e os diálogos entre Olegário e Lídia,
personagens da peça teatral, e as ações e diálogos entre os casais de
personagens de romances românticos que servirão como elementos
parodiados. Para a análise, focaliza-se o olhar nos diálogos e acontecimentos
dos romances, A moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo e Amor de
perdição, de Camilo Castelo Branco, que são parodiados por Nelson
Rodrigues, a partir do panorama social em que foi escrita a peça. O drama é
um gênero do discursivo literário que em sua construção estética requer uma
segmentação quanto ao que está sendo contado, são levados em
consideração os atos, os cenários, os diálogos, tudo o que envolve o
espetáculo. Na peça teatral o texto que é elaborado carece da retórica como
parte integrante do processo de comunicação, a fim de que, o objetivo de
convencer e conceder significados ao texto seja alcançado através das
particularidades do discurso dramático. De acordo com Pallottini (2006), um
texto dramático diferencia-se pelo conteúdo que se pretende exprimir. Tal
conteúdo é objetivado a partir de ideias, sensações, emoções, lembranças,
observações, que emanam do ser humano frente a suas relações, esse texto
não visa somente o entretenimento, possui também a finalidade de tornar o
espectador um ser que seja apto para compreender com maior perspicácia o
que os significados representam e instigá-lo a refletir e agir mediante as
questões sociais que vive.
120
REESCREVER SIM, COPIAR NÃO.
Regianne Cruz Alkmim Dias (UPM)
Orientadora: Profa. Dra. Elisa Guimarães Pinto
A pesquisa visa investigar o papel do professor na correção dos textos dos
alunos, por acreditar que as correções podem modificar o texto do aluno.
Intenciona-se perceber em que medida as “correções” feitas pelo professor
influem na constituição e no sentido final dos textos dos alunos. Será feita
pesquisa em duas escolas; uma da rede pública e outra da rede privada, os
textos produzidos pelos alunos de ambas serão analisados, bem como
questionários aplicados aos professores de língua portuguesa das referidas
escolas. Com a prática da reescrita, os alunos perceberão as diferenças entre
o texto anterior e o reescrito, além de favorecer a prática do raciocínio,
elaboração e reelaboração e reestruturação de trechos, e a sanar os erros que
por ventura o aluno tem o hábito de cometer. Como fundamentação teórica,
inicialmente serão utilizados obras que versem sobre reescrita dos seguintes
autores: Bakhtin (1997), Figueiredo (1994) e os PCNs.
121
UM PERCURSO DA IDEIA DE LIBERDADE NO BRASIL E NOS EUA PELA
AD E PELOS ESTUDOS CULTURAIS: UM DIÁLOGO POSSÍVEL
Regina Paula Ambrogi Avelar (UPM)
Orientadora: Profa. Dra. Vera Lúcia Harabagi Hanna
Por tratar-se de um estudo histórico, este trabalho aborda as implicações
transculturais referentes à liberdade como um tema sócioculturalmente
marcado na identidade de um povo. Analisamos a posição do sujeito
(ethosdiscursivo) e os papeis assumidos por ele considerando-se a
bivocalidade locutor/alocutário na dialogização do discurso dos seguintes
discursos: o discurso de George Washington (1789); o discurso de D. Pedro I
de 1823; o discurso de Franklin D. Roosevelt “As quatro liberdades” de 1941, e
o discurso de Getúlio Vargas de 1943, entitulado “As comemorações da
Independência Nacional e entrada do Brasil na guerra”; sempre buscando a
voz da liberdade no processo de apagamento de vozes que naturalmente
intervêm no discurso. A 1ª etapa dessa pesquisa consistiu em um breve
levantamento de conceitos da Análise do Discurso (AD) referentes às noções
de discurso e discurso político, seus elementos constitutivos, suas
coordenadas espaço-temporais, além de um panorama da noção de ethos
discursivo – da noção aristotélica à perspectiva dos estudos culturais – com o
intuito de analisarmos os ethe construídos nos discursos analisados, para
tentarmos desvelar a voz de liberdade que eles vinculavam. A 2ª etapa trouxe
conceitos sobre transculturalidade, interculturalidade e multiculturalidade pela
perspectiva dos Estudos Culturais para que traçássemos um paralelo entre as
ideias de liberdade para os povos norte-americano e brasileiro. Dentre as
etapas em andamento atualmente, destacamos o levantamento de estudos
focados no diálogo entre a AD e os Estudos Culturais já que embasam nossas
análises. Desejamos, também, observar se os efeitos de sentido suscitados
pelo emprego do termo liberdade nos discursos permitem ou não relações com
autores contemporâneos para aventarmos o percurso de um possível legado
histórico da ideia de liberdade para esses povos. Finalmente, será elaborado
um capítulo de contextualização histórica dos discursos proferidos para que os
elementos extratextuais não sejam excluídos das análises.
122
SEMIÓTICA DAS PAIXÕES: A INVEJA
Renata Valente Ferreira Vilela (UPM)
Orientadora: Profa. Dra. Diana Luz Pessoa de Barros
O trabalho em questão procura verificar, através da análise de duas letras de
músicas da atualidade, de que forma a Semiótica das Paixões reconhece o
objeto textual como uma máscara sob a qual devem ser encontradas as leis
que determinam o discurso, através da inveja, entendendo que a Semiótica nos
permite interpretar os discursos dos diferentes textos, sejam eles verbais ou
não verbais. Será apresentado o percurso de geração de significação nos
níveis narrativo e discursivo das músicas “Zoião”, do rapper Emicida e
“Invejoso”, de Arnaldo Antunes. Este estudo foi apresentado à disciplina
Análise do Discurso, que compõe a grade de disciplinas do Programa de Pós-
Graduação em Letras - Stricto Sensu - e mostrará, por meio da teoria
estudada, o tipo de contrato estabelecido pelos sujeitos analisados, como os
termos enunciativos são representados nas canções e as principais diferenças
e semelhanças de análise nos textos selecionados. Em termos gerais, tal teoria
tem o texto como foco de estudo e o considera como objeto de significação e
de comunicação, examinando sua expressão, conteúdo e contexto de
produção. No plano do conteúdo, é analisado por meio de um percurso gerativo
de significação, em que se estuda o texto do plano mais abstrato (nível
fundamental) ao mais concreto (nível discursivo). No estudo, serão
apresentados os caminhos da ação, da manipulação e da sanção, instaurados
pelos sujeitos envolvidos nas narrativas.A análise está pautada na teoria
semiótica de linha francesa desenvolvida por Algirdas JulienGreimas e aqui no
Brasil, apresentada por vários semioticistas como Diana Luz Pessoa de Barros,
José Luiz Fiorin e Luiz Tatit.
123
AS CATEGORIAS DE CENAS DA ENUNCIAÇÃO E HIPERENUNCIADOR NO
DISCURSO RELIGIOSO DE FREI ANTONIO DAS CHAGAS
Ricardo Celestino (PUC-SP)
Orientador: Prof. Dr. Jarbas Vargas Nascimento
Em contribuição aos estudos enunciativo-discursivos propostos pela Análise do
Discurso de linha francesa, de Dominique Maingueneau, temos a proposta de
analisar o discurso religioso ``Carta Espiritual IV``, composto na segunda
metade do século XVII, no período do Barroco Português, por Frei Antonio das
Chagas, com os objetivos de examinar as categorias de cenas da enunciação e
hiperenunciador, de modo que compreendamos como elas legitimam o gênero
carta espiritual como discurso doutrinário religioso e espiritual. Identificamos
que carta espiritual é um importante gênero de doutrinação religiosa do século
XVII e que se trata Chagas de um grande cultista do barroco seiscentista
português, mas que tanto obra quanto autor foram pouco estudados nas
ciências da linguagem, na perspectiva enunciativo-discursiva. Temos como
ponto de partida a reflexão de que na enunciaçãohá a emergência de uma
categoria que encena o que é dito e define os papéis dos enunciadores, bem
como o contrato estabelecido pelo gênero no espaço enunciativo.
Denominamos tal categoria de cenas da enunciação, constituídas, segundo
Maingueneau, por uma tríade composta por cena englobante, cena genérica e
cenografia. Na cenografia, identificamos a categoria de hiperenunciador, que
emerge de um discurso particitado que autoriza um SUJEITO-UNIVERSAL
constituído na prática social seiscentista a legitimar e homologar os enunciados
institucionalizados do campo discursivo religioso como orientações doutrinárias
religiosas e espirituais inquestionáveis tanto pelo enunciador quanto pelo co-
enunciador. Os enunciados particitados da Carta IV são consolidados e
compreendidos a partir da memória discursiva em comum dos envolvidos na
enunciação, que corroboram com os mesmos posicionamentos institucionais.
Contribuem comoespaço discursivo em nossa pesquisa a literatura barroca, a
religiosidade e a espiritualidade seiscentistas e as condições sócio-políticas de
Portugal do século XVII.
124
A CONSTRUÇÃO DO SENTIDO NUMA PERSPECTIVA RETÓRICA
Roberto Clemente dos Santos (UPM)
Orientadora: Profa. Dra. Neusa Maria Oliveira Barbosa Bastos
Ao tomar por objeto de análise a retórica, observar-se que muitas vezes o
termo é utilizado superficialmente.Existem duas linhas distintas da retórica que
devem ser compreendidas. Uma que se alicerça em uma visão da persuasão
como a ornamentação da palavra que seria a arte de bem falar e escrever, que
tinha como maiores representantes os sofistas que se preocupavam em
mostrar como vencer um debate com a análise de ornamentações linguísticas,
independentemente de qualquer coisa, a palavra é utilizada para vencer não se
preocupando com o lado moral. Segundo Reboul (2004, p.10) “a finalidade
dessa retórica não é encontrar o verdadeiro, mas dominar através da palavra;
ela não está devotada ao saber, mas sim ao poder.” E a segunda, oriunda de
Aristóteles que redefiniu a função da retórica ao colocar em cena a importância
de se reconhecer o auditório e sua crença definindo-a como um instrumento de
persuasão. A persuasão está ligada à sedução. Através da persuasão, o
orador reforça os seus argumentos despertando emoções, de modo a criar
uma adesão emotiva às suas teses. Pondera-se que há uma articulação entre
o textual, no campo organizacional e o discurso, campo ideológico, pois o
discurso se materializa na relação social por meio da língua e não está livre
das considerações históricas, pois considera o sujeito como um ser situado em
um local determinado, com um conhecimento prévio que é próprio de sua
formação, no decorrer da vida. Brandão (2004) pontua que a articulação dos
processos ideológicos e dos fenômenos linguísticos é o discurso.
Considerando essa citação, pode-se elencar os procedimentos textuais na
construção e na confirmação de recursos retóricos como possíveis estratégias
discursivas que organizam a linha de raciocínio do orador como adjetivações,
alternância entre pessoas e os sintagmas adverbiais, por funcionarem como
modalizadores argumentativos.
125
ENTRE BORGES E LEMINSKI: AS NARRATIVAS LABIRÍNTICAS EM
METAFORMOSE E EL JARDÍN DE SENDEROS QUE SE BIRFURCAN
Rodrigo de Freitas Faqueri (UPM)
Orientadora: Profa. Dra. Elaine Cristina Prado dos Santos
Contrária aos critérios de estudo estabelecidos por outras ciências, a Literatura
é o processo imaginário que tece e rege as regras de análise. Bastazin (2006:
37) afirma que “o trabalho com a palavra origina ideias que, entretecidas, criam
o objeto poético”. Desse modo, ao entretecerem-se e entrecruzarem-se, as
palavras adquirem novos sentidos e formas, metamorfoseando-se com a
tessitura do texto na diversidade do mundo, dos povos, das culturas.
Componentes desses percursos traçados pela Literatura e mecanismos
propulsores desse processo progressivo são os mitos e suas sucessivas
reatualizações. Prova disso é a constante presença deles nos textos literários
antigos ou contemporâneos. Sendo assim, de dois textos contemporâneos é
que esta pesquisa se vale, buscando evidenciar por meio de quais mecanismos
é feita a reatualização mítica e como eles adquirem essa característica de
transformação contínua, que é a metamorfose. Assim, estudam-se as
reatualizações míticas existentes nos corpora Metaformose: uma viagem pelo
imaginário grego (1994), de Paulo Leminski e El jardín de senderos que se
bifurcan(2005 [1941]), de Jorge Luis Borges, que serão relacionadas
dialogicamente entre si. Ambos os autores trabalham o mito do labirinto em
suas obras, não somente a narrativa mítica, mas também a própria estrutura
labiríntica que fornece aos textos um elo maior com a significação do mito.
Borges e Leminski não se prendem somente em uma tentativa de reatualizar o
mito de Teseu e do Minotauro, mas vão além quando incorporam à maneira de
produzir seus textos a estrutura narrativa labiríntica, dando novos caminhos e
aberturas para o enredo criado. Dessa maneira, a pesquisa foi elaborada por
meio de pressupostos teóricos cujos alicerces estão estabelecidos nas ideias
sobre o dialogismo e a intertextualidade, sobre os estudos de mito e da
reatualização mítica e teorias sobre as estruturas narrativas, em que estão
fundamentados conceitos de hipotexto e hipertexto.
126
HUMOR POLÍTICO NO GÊNERODISCURSIVO: A CHARGE JORNALÍSTICA
Rodrigo Leite da Silva (PUC-SP e UNINOVE)
Orientadora: Profa. Dra. Regina Célia P. da Silveira
A presente pesquisa tem como escopo o estudo do humor na construção
textual da charge jornalística, com vistas a analisar em que sentido este gênero
conduz seus leitores a uma atitude leitora marcada pela reflexão das
representações sociais vigentes por intermédio da crítica da política nacional,
tendo a notícia como ponto de partida para sua constituição. Tem-se por
problematização verificar se a organização textual do humor presente neste
gênero contribui para construir a opinião de seus leitores. Assim, os objetivos
delimitam-se em: identificar as características que contribuem para organização
textual do gênero charge, no que se refere à presença do humor, como crítica
social da política brasileira; analisar a presença do humor no gênero charge,
como transmissão de valores ideológicos, na apresentação de novas crenças,
acerca do cotidiano político do povo brasileiro. A metodologia utilizada foi a
teórico-analítica delimitada pela utilização das categorias contexto,
intertextualidade e inversão. Os resultados obtidos demonstram que a
construção textual do humor risível, no gênero discursivo charge jornalística, se
dá pela interlocução das categorias delimitadas pelo contexto, pela
intertextualidade e pela inversão, simultaneamente, organizando as opiniões
que devem ser adotadas pelos seus interlocutores, acerca do que veiculam
sobre a situação da política nacional, pois organizam um cenário atrativo,
marcado pela mescla entre os elementos pictóricos e verbais, suavizados pelo
risível.
127
CONSIDERAÇÕES SOBRE O USO DE GENERALIZAÇÕES NO DISCURSO
POLÍTICO BRASILEIRO
Rodrigo Vilalba Caniza (UPM)
Orientadora: Profa. Dra. Neusa Maria Oliveira Barbosa Bastos
Existe uma importante questão no cerne teórico em que se imbricam as
realidades social, discursiva e política: o uso das generalizações. Em
comunicação, o problema da generalização inicia quando se procura definir
algo, pois definir implica numa limitação. Algumas definições são fundamentais
para atuação no campo político, mas incorrem em generalizações definidoras
fixas que, no mutável panorama ideológico atual, frente à variedade de
interesses a serem representados, bem como diante da alternância de alianças
e enfrentamentos, acabam necessariamente gerando contradições,
posteriormente apagadas do enunciado para não comprometer a imagem de
coerência do representante. Assim, torna-se impossível ignorar o caráter
essencialmente estratégico do uso das generalizações como promotoras do
apagamento distintivo de uma identidade que, de outro modo, se instalaria no
texto, tornando a contradição explícita e contribuindo com a formação de uma
imagem pública incoerente. Compreender quais são os efeitos do uso de
generalizações no discurso político brasileiro ajuda a entender o modo como se
constitui o campo político e como esse se relaciona com as instâncias sociais
que deve representar. O objetivo deste artigo é observar o modo como a
generalização é estrategicamente utilizada em alguns enunciados produzidos
por representantes público brasileiros. Como corpus, são considerados
depoimentos de parlamentares e autoridades públicas comentando eventos
como o julgamento do “mensalão” e os protestos que ganharam as ruas de
várias capitais brasileiras em junho último. Esses depoimentos foram extraídos
de periódicos como “Folha de S. Paulo” e “O Estado de S. Paulo”. Os
resultados permitem apontar que, nesses depoimentos, a generalização se
instala já nas instâncias essenciais do enunciado, provocando uma oposição
simplificadora que determina o papel do falante (autoridade) e o papel de um
outro sempre mais ou menos indefinido (” manifestante” ou “adversário”).
128
Para fundamentação teórica deste artigo, foram utilizados trabalhos de
Maingueneau, Charaudeau, Guimarães, Araújo e Fiorin.
129
AGONIA E ÊXTASE: UMA LEITURA DA TRANSPOSIÇÃO PARA A
FOTOGRAFIA E PARA O CINEMA DA OBRA LITERÁRIA
LAVOURA ARCAICA
Sandra Hahn (DINTER UPM-UFMS)
Orientadora: Profa. Dra. Maria Luiza Guarnieri Atik
Os estudos sobre a intermidialidade lançaram uma nova luz sobre as obras
literárias que foram transpostas para a mídia do cinema ou para outras mídias
como a fotografia. O objetivo do estudo que desenvolvi busca fazer uma leitura
nessa perspectiva. A obra literária de Raduan Nassar, Lavoura Arcaica, levada
de um sistema midiático para outro, traz para os Estudos Literários uma
reflexão inovadora. O enfoque em uma cena do filme e o trabalho ensaio
fotográfico do livro: Fotografias de um filme, de Walter Carvalho, abriu uma
nova percepção da obra de arte. A estratégia estética presentes no filme e na
fotografia vem comprovar que há uma fonte inesgotável de leituras possíveis
da obra de arte. O embasamento teórico vem dessa nova área, os estudos
sobre a interarte do teórico de ClausClüver e Irina Rajeviski.
130
O MERCADO EDITORIAL E A PRODUÇÃO LITERÁRIA
Sheila Darcy Antonio Rodrigues (UPM)
Orientador: Prof. Dr. Alexandre Huady Torres Guimarães
Um texto literário pode ser reconhecido como uma obra de valor artístico, que
representa os anseios e questionamentos relativos às grandes questões
universais da humanidade e, como forma de arte, a literatura tem o poder de
proporcionar ao leitor, uma série de novas experiências, que o levam a
vivenciar distintas realidades e acontecimentos, sem a necessidade do
experimento físico destas situações. Porém, quando do advento da criação da
imprensa de tipos móveis por Johannes Gutemberg, em 1455, instalou-se no
Ocidente uma nova tecnologia que permitiu a criação em maior quantidade e
com maior rapidez de impressos que podiam ser divulgados, e também ser
comercializados, e, a partir de então, intensificaram-se os interesses nas
relações transacionais/comerciais envolvendo materiais impressos por esse
novo método, nascendo, assim, o que se hoje denomina de mercado editorial.
Este mercado, como qualquer outro mercado comercial, está em constante
busca de novos produtos para atender a demanda de seus consumidores, de
modo que, sempre existem novidades para serem absorvidas pelo público
leitor, fato que, muitas vezes, gera a necessidade de se produzir um
determinado material, para se responder a uma demanda do referido mercado.
Por meio dessas observações, torna-se interessante a observação da relação
entre o mercado editorial e a produção literária, a fim de que se possa
compreender de que modo ela afeta a produção literária. Para que se possa
atingir o objetivo proposto é observado um referencial teórico relacionado tanto
à área de Administração de Empresas, baseado nos autores Philip Kotler,
Geraldo Duarte e Regis Mackenna, quanto ao próprio mercado editorial
literário, que se valerá dos autores Steven Roger Fischer e Laurence Hallewell.
131
A GRAMÁTICA REFLEXIVA: A PEDAGOGIA LÉXICO-GRAMATICAL NA
PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO LINGUÍSTICA
Silvia Cristina Miranda (PUC-SP)
Orientadora: Profa. Dra. DieliVesaro Palma
Ensinar língua materna ao próprio falante parece uma questão muito simples,
mas na prática não é assim. Se antes, o professor de língua era, na verdade,
um professor de gramática, hoje, depois de tantas teorias linguísticas, ensinar
gramática se transformou no seu maior desafio. Na perspectiva da Educação
Linguística, a formação do professor deve abarcar além da pedagogia do oral,
da leitura e da escrita, a pedagogia léxico-gramatical que inclui o ensino da
metalinguagem por meio de atividades reflexivas sobre os recursos da língua.
Considerando esses aspectos, o tema deste artigo é a gramática reflexiva. Esta
pode ser compreendida como a reflexão sobre os recursos linguísticos que
explicitam tanto a estrutura quanto o funcionamento da língua. No ensino
escolar, prevê atividades que levam o aprendente a reconhecer, identificar e
escolher os recursos linguísticos para colocá-los em uso tanto na modalidade
oral quanto na escrita. Nesse sentido, é representada por atividades
focalizadas nos efeitos de sentido que este ou aquele elemento linguístico
possa produzir em determinada situação comunicativa.
132
A METAENUNCIAÇÃO COMO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DE
SENTIDOS E DE COMPREENSÃO NA INTERAÇÃO FALADA
Sílvia Fernanda Souza Dalla Costa (UPM)
Orientador: Prof. Dr. José Gaston Hilgert
As operações metaenunciativas são procedimentos linguístico-discursivos nos
quais o falante se reporta ao dizer em si e não ao dito, apresentando um
movimento de autorreflexividade no ato de enunciação. Este trabalho
apresenta o recorte de uma pesquisa situada no âmbito dos estudos da
enunciação e investiga as estratégias utilizadas na interação falada para que
ocorra a compreensão, buscando alcançar os sentidos almejados pelo falante
que enuncia. O objeto de estudo deste trabalho são os procedimentos de
metaenunciação, isto é, as atividades linguístico-discursivas realizadas no ato
da enunciação, nas quais o falante se reporta ao seu próprio dizer ou ao dizer
de seu interlocutor, nas interações faladas. Particularmente, na abordagem
destes procedimentos, interessa a perspectiva em que constituem estratégias
de produção de sentido e, ao mesmo tempo, recursos da construção da
compreensão. O objetivo é analisar estratégias de metadiscursividade, de
natureza metaenunciativa, na construção de textos falados. Como corpus,
utilizaram-se dois inquéritos D2 (diálogo entre dois informantes), do Projeto
NURC/RS. Como procedimentos, realizou-se audição e leitura dos inquéritos
selecionados e, após análise, deles extraíram-se as ocorrências de
metaenunciados; na sequência, analisaram-se alguns excertos discutidos a
partir das categorias das diferentes atividades metaenunciativas encontradas
no corpus, à luz da teoria de Authier-Revuz (1998; 2004), as não-coincidências
do dizer. Faz-se ainda a discussão dos efeitos de sentido produzidos por tais
expressões, à luz dos conceitos de enunciação, metadiscursividade e
metaenunciação. Observou-se nas ocorrências que o falante assume dupla
função na enunciação: ao mesmo tempo em que enuncia, permanece atento a
seu dizer, realiza observações sobre este dizer na medida em que julga que
suas construções podem causar problemas de compreensão. Ou seja, a
metaenunciatividade no texto falado em geral atua como atividade profilática na
133
resolução de problemas de compreensão e no monitoramento dos sentidos e
da compreensão por parte dos interlocutores.
134
RETÓRICA, ARGUMENTAÇÃO E EFEITOS DE SENTIDO EM
PROPAGANDAS INSTITUCIONAIS DA ÁREA DA SAÚDE.
Sueli Aparecida Cerqueira Marciel (UNICSUL)
Orientadora: Profa. Dra. Ana Lúcia Tinoco Cabral
A Propaganda Institucional não visa persuadir explicitamente o público
alvo.Está relacionada com a responsabilidade social de uma organização
perante seu público, pautando-se por temas relativos ao bem estar dos
diversos públicos com os quais se relaciona, demonstrando uma preocupação
com o contingente humano do qual depende e pelo qual deseja ser lembrada.
O presente trabalho tem por objetivo apresentar um estudo analítico de
propagandas institucionais veiculadas em revistas de grande circulação. Nosso
corpus constitui-se de propagandas institucionais da área da saúde. Para as
análises fundamentamo-nos nos estudos de Retórica. Meyer (2007); Perelman
(1993); Breton (2003); Abreu (2003), cujos postulados enriquecem nossas
análises, que focalizarão a construção do ethos das empresas anunciantes, as
escolhaslinguísticas das propagandas e os efeitos de sentido perante o
auditório (público alvo). As análises permitem observar que as empresas da
área da saúde apelam para diferentes lugares retóricos na construção de seu
ethos. Para este trabalho selecionamos uma institucional de um plano de
saúde do hospital Albert Einstein no qual a manipulação e o entendimento de
que o orador e o auditório têm, interpondo-se entre si, somente a linguagem, e
que a forma como essa linguagem é utilizada pelo orador é que moldará a
resposta do auditório de acordo com a admissão das teses propostas por esse
orador, considerando-se que a imagem desse orador (anunciante) é peça
fundamental no quebra cabeça da argumentação, sua idoneidade,
respeitabilidade, deve ser capaz de convencer sem questionamentos. Ao
mesmo tempo a linguagem observada nas propagandas institucionais de nosso
corpus advém de escolhas linguísticas conscientes, que nos revelam
elementos importantes de compreensão da utilização desse instrumental
argumentativo.
135
REFLEXÕES ACERCA DOS ESTUDOS REALIZADOS SOBRE TEXTO E
DISCURSO: O EFEITO DE SENTIDO PROVOCADO PELA CHARGE
Tânia Regina Exposito Ferreira (UPM)
Orientadora:Profa. Dra. Elisa Guimarães Pinto
A partir de estudos realizados sobre texto e discurso: fundamentos teóricos,
diferentes perspectivas, desenvolvimentos atuais e situação no Brasil,
pretende-se analisar a charge veiculada no site do Correio do Estado no dia
19/10/2012 sob o título “Nos bastidores do STF”, no qual se observam os dois
ministros do Supremo Tribunal Federal numa conversa informal sobre um
possível adultério. O referido enunciado associado à fisionomia dos
enunciadores provoca certo humor, e isto ocorre porque implícito está o
julgamento do “mensalão”,que ficou assim conhecido e popularizado como
esquema de compra de votos de parlamentares, deflagrado no primeiro
mandato do governo de Luís Inácio Lula da Silva (PT – Partido dos
Trabalhadores) de 2003 a 2006. Os dois ministros assumem posturas
diferentes no julgamento dos envolvidos no mensalão, e a charge reforça a
atitude de um deles quanto sua postura no julgamento dos envolvidos no
mensalão, o que provoca o efeito de humor no charge, a qual será analisada
sob o ponto de vista da enunciação no desenvolvimento do trabalho.
136
CARÊNCIAS NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LÍNGUA INGLESA EM
FACE DO ENSINO PARA CRIANÇAS DE 6 A 10 ANOS: UMA
AMOSTRAGEM DO PROBLEMA
Thais Marchezoni da Silva (UPM)
Orientadora: Profa. Dra. Vera Lúcia Harabagi Hanna
O presente trabalho visa à análise da formação do profissional de Letras
atuante como professor(a) de inglês para crianças entre 6 e 10 anos de idade.
Num primeiro momento da pesquisa, examinamos textos legais, estudos de
teóricos e pesquisadores que sustentaram nosso julgamento de que há
peculiaridades em relação ao processo de ensino-aprendizagem da faixa etária
em questão. Apegados a essa constatação, preocupamo-nos, num segundo
momento, em expor como acontece esse processo quanto à língua inglesa.
Para que houvesse essa exposição, julgamos importante relacionar as teorias
de aquisição de língua materna e língua estrangeira, o que propiciou nossa
aproximação da abordagem sociointeracionista, que objetiva maximizar a
aprendizagem da língua-alvo, uma vez que esta proporcionará uma maior
utilização do idioma no cotidiano do aluno. Com o processo de interação em
foco durante as aulas, verificamos a importância que possui a formação do
profissional que lecionará o idioma a essas crianças, cujo papel será mediar o
processo de ensino e aprendizagem. A fim de conhecer e analisar a
experiência docente de professores de inglês, que lecionam para crianças,
aplicamos um questionário que consta de perguntas relacionadas: à formação,
ao material didático, às aulas, à criança como aprendiz, dentre outras. Com
base nas informações obtidas apresentamos algumas considerações que,
esperamos, contribuam para conscientizar os órgãos responsáveis e
professores de inglês a respeito de possíveis implicações no ensino do idioma
para crianças devido às carências na formação deste profissional.
Fundamentamo-nos em documentos legais que regem a Educação Básica
Nacional e em teóricos como Brown (2007), Venturi (2008), Moreira (1997),
dentre outros.
137
O ENSINO DA COERÊNCIA TEXTUAL POR MEIO
DO MICROBLOG TWITTER
Tharsila Dantas Prates (PUC/SP)
Orientadora: Profa. Dra. Sueli Cristina Marquesi
O Twitter é um microblog (www.twitter.com) que permite comentários de até
140 caracteres, com a possibilidade de adicionar links, vídeos e imagens
diversas. Criado em 2006, ele permite que o usuário siga os perfis que quiser e
também que seja seguido. Com mais de 30 milhões de contas no Brasil, o
microblog pode ser uma ferramenta para o ensino da coerência textual em sala
de aula. Mas como manter a coerência textual em enunciados curtos – os
chamados tweets? Neste trabalho, as regras e fatores para a coerência textual
de Charolles (1978), Beaugrande&Dressler (1981), Beaugrande (1997) e Koch
&Travaglia (2011; 2012) são exemplificados com os comentários publicados
por Dilma Rousseff e José Serra durante a última eleição presidencial, na
semana que antecedeu o primeiro e o segundo turnos, em 2010. Os dois
candidatos possuíam perfis ativos no microblog. Pensando na utilização da
ferramenta em sala de aula, o professor poderá estimular os seus alunos a
escreverem com coerência, observando certos fatores, como os linguísticos
(fatores de coesão), os pragmáticos (fatores contextualizadores e
perspectivos), o conhecimento de mundo, o conhecimento partilhado entre
produtor e receptor do texto, as inferências, a informatividade, a focalização, a
consistência e relevância, a intertextualidade, entre outros. Essas são
características presentes em textos coerentes e que também podem ser
observadas – como veremos nos comentários de Dilma e Serra – em
enunciados curtos, de até 140 caracteres. Com a possibilidade de “tuitar”,
“retuitar” e replicar os comentários de outros perfis, o professor pode aliar a
familiaridade dos estudantes com esses recursos digitais à produção textual
em sala de aula.
138
O CONHECIMENTO RELIGIOSO E A PESQUISA ACADÊMICA
NA ÁREA DA LINGUÍSTICA APLICADA
Thiago de Melo Curci (Unitau)
Orientadora: Profa. Dra. Miriam Bauab Puzzo
Os trabalhos acadêmicos são orientados, quanto à sua metodologia e
formatação, por manuais de metodologia do trabalho científico, que, por sua
vez são fundamentados em normas de formatação e concepções filosóficas
modernas. O conhecimento teológico é descartado por estes manuais quando
se trata de sua validade em trabalhos acadêmicos. Esta posturaignora as
parcerias e contribuições existentes no passado e no presente entre o
conhecimento teológico, religioso, e o conhecimento acadêmico, científico. O
objetivo central desse estudo é mostrar como o conhecimento religioso deve
ser levado em consideração para solucionar problemas não resolvidos pelas
ciências humanas, especialmente nas ciências da linguística aplicada.
Exemplifica-se este fato em casos como o estudo das dimensões que
envolvem a leitura e a escrita pela abordagem do Interacionismo
Sociodiscursivo, por levarem em considerações aspectos culturais e afetivos na
aprendizagem. A análise é realizada a partir da metodologia usada por Bakhtin,
analisando teorias aparentemente antagônicas, apresentando suas falhas,
retomando suas teses coerentes e exemplificando a nova possibilidade de
enxergá-las. Nesta pesquisa isso é feito levantando os equívocos nos
pressupostos dos manuais metodológicos, levantando os pressupostos
teológicos relevantes que são ignorados (especificamente antropologia
filosófica cristã), e apontando situações em que o conhecimento teológico se
faz pertinente a questões relevantes no estudo da língua, literatura e
aprendizagem. Para a análise foram selecionados quatro manuais
metodológicos; a concepção limitada sobre aprendizagem e moral apresentada
por Piaget relacionando cognição, afetividade e moral na aprendizagem; o
aspecto religioso na aprendizagem para a ISD; aspectos religiosos levados em
consideração por Bakhtin em análises literárias; e o conhecimento religioso
baseado nas concepções da antropologia filosófica cristã. Os resultados
mostram ser possível e, até mesmo necessário, reconhecer no conhecimento
139
teológico, neste caso na antropologia filosófica cristã, uma possibilidade de
elucidação sobre questões levantadas pelos estudos da língua, literatura e
aprendizagem.
140
A TRANSFORMAÇÃO DA HISTÓRIA SOB A ASCENSÃO DA MÍDIA
DIGITAL: CHAPEUZINHO VERMELHO EM DUAS GERAÇÕES
Thiago Pereira da Costa
Orientador: Profa Dra. Marisa Philbert Lajolo
O presente trabalho tem por tema as mudanças na leitura em suporte digital.
Nosso objetivo é analisar duas obras, em livro impresso e em livro digital, a fim
de observar as implicações dos diferentes suportes na leitura e interação do
leitor com a obra. Para tanto, valemo-nos de teorias provenientes de estudos
de áreas diversas, porém adequadas a um estudo interdisciplinar.
Primeiramente, faremos uma breve retomada mostrando pontos relevantes na
história do livro (cf. Chartier, 1998, 2002, 2009, 2010), depois nos deteremos
nas especificidade do suporte digital, baseando-nos em contribuições da
comunicação (cf. Levy, 1996, 2010; Santaella, 2004, 2011) e, por fim, a relação
entre o leitor e obra será apoiada em postulações de Cândido sobre o sistema
literário.A obra escolhida é Chapeuzinho Vermelho que será analisada, como
afirmado, em duas edições, uma impressa e outra digital para iPad. Podemos
observar que há complexas relações entre os dois tipos de obra e seus
públicos, dentre as quais podemos citar a interação e participação
naconstrução do caminho da estória, a difusão e distribuição das obras, as
implicações da diagramação (design) na leitura e popularização da obra. Dessa
forma, questões culturais são pontuadas, interligando os aspectos linguísticos,
literários, históricos e comunicativos do trabalho proposto. O caminho escolhido
aponta para a importância que a codificação digital passa a representar para os
textos fictícios, na era dos textos eletrônicos e interativos. É exatamente aí que
a literatura ganha mais emoção e hesitação entre o real e o imaginário, criando
um forte impacto em seu público.
141
DIALOGISMO E INTERTEXTUALIDADE EM NOVAS CARTAS
PORTUGUESAS:LEITURA E POSICIONAMENTOS
DIANTE DA CARTA MAGNIFICAT
Thiele Aparecida Nascimento Piotto (UPM)
Orientadora:Profa.Dra. Elaine Cristina Prado dos Santos
A pesquisa tenciona abordar o diálogo existente entre a carta Magnificat,
presente na obra Novas Cartas Portuguesas (1972), de Maria Isabel Barreno,
Maria Tereza Horta e Maria Velho da Costa, e o texto bíblico conhecido pelo
mesmo nome. A obra permeia o contexto social de Portugal, que vivia um
regime repressivo e ditatorial, de guerras e de uma sociedade pautada pelos
moldes patriarcais. Com base nas teorias do Dialogismo e Intertextualidade, é
possível analisar com quais recursos as autoras da carta logram estabelecer o
diálogo em questão. Faz-se interessante realizar tal análise, pois elas se
utilizam da Bíblia em um país oficial e majoritariamente cristão para dar voz às
mulheres condicionadas a dadas determinações sociais. Além de destacar a
participação feminina na sociedade, a mesma narrativa envolve diversas
críticas ao contexto histórico e social de Portugal, como a repressão e “fuga”
que o casamento representava, por condicionar a mulher a uma resignação
forçada e proporcionar ao homem uma oportunidade de privação dos deveres
militares, necessários a uma nação em guerra. A simples menção ao texto
bíblico, que o nome proporciona, já se fazimpactante para a sociedade
portuguesa, tradicionalmente católica, no entanto, a proposta de um novo
Magnificat atinge mais incisivamente a rígida tradição da religião (católica) em
Portugal. Além disso, a obra como um todo se baseia em outro diálogo
intertextual, nesse caso, com as Cartas Portuguesas, de Mariana Alcoforado,
que se tornou uma figura de grande valor simbólico por ser uma freira que
escrevia cartas apaixonadas. Trata-se da manifestação do sentimento
impetuoso da mulher cuja sociedade lhe exige um comportamento de
subserviência, discrição e devoção. Com base em textos de Bakhtin,
Volochinov, Fiorin e das próprias autoras, a pesquisa abordará, por meio das
ferramentas do Dialogismo, a elaborada estrutura narrativa e o alcance da
obra.
142
AS REDES SOCIAIS COMO FÓRUM DE ACOMPANHAMENTO DOS
ESTÁGIOS CURRICULARES SUPERVISIONADOS: UMA FERRAMENTA
MIDIÁTICA NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DOCENTE
Valéria Bussola Martins (UPM)
Orientadora: Profa. Dra. Maria Lucia Marcondes Carvalho Vasconcelos
Ao longo da Licenciatura em Letras, o futuro docente de Língua Portuguesa
cumpre o Estágio Curricular Supervisionado. O Conselho Nacional de
Educação, por meio da Resolução CNE/CP no 1/2002, estabeleceu que esse
estágio deve se realizar em escola de Educação Básica; que um regime de
colaboração entre os sistemas de ensino deve ocorrer e que todo o processo
deve ser avaliado conjuntamente pela escola formadora e pela escola na qual
se concretiza o estágio. Entretanto, além do parco diálogo entre as instituições
envolvidas, constata-se que poucos alunos têm grandes motivações para
redigir os relatórios de estágios que acabam por se constituir em instrumentos
inócuos, frequentemente lidos apenas pelos docentes das disciplinas
vinculadas aos estágios. É a partir dessa constatação que surgiu a ideia de
utilizar o Facebook como fórum de discussão das experiências vivenciadas
pelos estagiários, enriquecendo, assim, esse processo atualmente desgastado.
Além do relato quase que em tempo real das ocorrências escolares, os futuros
educadores puderam criar coletivamente sugestões de práticas pedagógicas
mais motivadoras e eficazes. Para contemplar o presente problema, que
objetiva investigar qual é o papel do Estágio Curricular Supervisionado na
formação dos professores de Língua Portuguesa e qual é a eficácia dos
relatórios de estágio, toma-se como corpus de análise relatórios impressos de
estágio de instituições de Ensino Superior da cidade de São Paulo e os
comentários postados diariamente, pelos estagiários, no Facebook. Utiliza-se
como referencial teórico o pensamento de Freire; Masetto; Sacristán; Demo e
Kirkpatrick. Por fim, considera-se a necessidade de se repensar a formação
dos docentes de Língua Portuguesa e a forma de execução do Estágio
Curricular Supervisionado.
143
A LEITURA E O PRAZER
Victor Hugo da Silva Vasconcellos (PUC-SP)
Orientador: Profa. Dra. Valeuska França Cury Martins
A leitura é um ato cognitivo complexo que envolve as capacidades do ser
humano como: memória, imaginação, relação entre o conhecimento de mundo
e o novo conhecimento. Como o prazer poderia ajudar nessa atividade
complexa? A leitura, antes de tudo, deve ser uma atividade lúdica. Uma leitura
sem prazer pode prejudicar o desempenho de compreensão? As propostas do
estudo são explicitar de que forma o prazer participa do ato da leitura e de que
maneira contribui para uma leitura proficiente. Desse modo, a proposta
metodológica de trabalho será teórica. Partir-se-á de elementos teóricos para
fundamentar o prazer na leitura a partir dos conceitos da psicanálise. As
emoções possuem papel importante na cognição. A psicologia tem
demonstrado resultados nessa relação. O desejo e a vontade impulsionam a
busca pelo conhecimento, pela leitura (objetivo desta pesquisa) sem medir
esforços para saciar essa vontade. Assim, os canais cognitivos se focam e o
prazer possibilita a interação entre agente e atividade, leitor e texto. Com o
prazer, a preocupação não existe, permitindo a possibilidade de ampliação do
"campo de visão" do cérebro sobre o objeto, facilitando a cognição. Os
sentimentos funcionam como um motor que impulsiona a ação, visão esta
desenvolvida nas mais notáveis teorias sobre sentimentos e emoções na
psicologia. Assim, os canais cognitivos se abrem em busca de alinhar a
realidade com o verossímil e ter as sensações de prazer pelas imagens que o
texto traz, como também se mobilizar para a construção do sentido do texto. O
prazer auxilia na construção do conhecimento e concretiza-se pela efetivação
daquele.
144
GÊNEROS TEXTUAIS E LIVRO DIDÁTICO:
EM BUSCA DE UMA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA
Viviane Nery Lacerda (UPM)
Orientadora: Profa. Dra. Regina Pires de Brito
O presente trabalho tem como propósito mostrar como os gêneros textuais
podem ser utilizados como instrumentos para uma aprendizagem significativa,
uma vez que para se alcançar um resultado eficaz no processo de ensino e
aprendizagem é necessário que desenvolva não só de forma a dar conta de um
conteúdo, mas também que o faça de modo criativo e significativo. Com base
nos fundamentos da Educação Linguística, este trabalho propõe-se a analisar a
presença dos gêneros textuais em uma coleção didática. Observou-se neste
estudo, quea partir dos gêneros textuais atividades contextualizadas e
significativas são apresentadas para que a compreensão, interpretação,
produção textual e estudo da língua sejam efetuados; além disso, notou-se que
as atividades propostas se relacionam com o conteúdo do capítulo, no qual
estão inseridas, contribuindo para o desenvolvimento das habilidades e
competências esperadas para as séries em questão. Do ponto de vista teórico,
este estudo fundamenta-se na obra de estudiosos como: Bechara (2009),
Travaglia (2003; 2006), Marcuschi (2005, 2008), Costa (2005), Dolz, Noverraz
e Schneuwly (2010).
145
SINTAXE DA LÍNGUA PORTUGUESA NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO
XIX: A FUNÇÃO DO ADVÉRBIO EM UMA PERSPECTIVA
HISTORIOGRÁFICA
Wemylla de Jesus Almeida (PUC/SP)
Orientadora: Profa. Dra. Neusa Maria Oliveira Barbosa Bastos
Esta pesquisa reflete sobre o processo de ensino da sintaxe da Língua
Portuguesa, em especial, da Função do Advérbio, no Brasil, na segunda
metade do século XIX. Buscamos traçar o percurso historiográfico no ensino,
tomando como corpus a obra de estudo Syntaxe e construcção da Lingua
Portugueza, de Thomaz da Silva Brandão (1888). Nessa perspectiva,
embasamos nosso estudo em Historiografia Linguística (HL), especificamente,
com Köener (1996), partindo dos seus três princípios: o princípio da
contextualização que trata do clima de opinião, ou espírito da época, de tal
modo que aborda os aspectos intelectuais, socioeconômicos, políticos e
culturais. Além disso, o princípio da imanência que busca estabelecer um
conhecimento total tanto histórico quanto crítico, se necessário filológico, do
texto em apreciação e, por fim, o princípio de adequação faz aproximações
modernas do vocabulário técnico do trabalho em estudo. Assim sendo, para a
adequação, utilizamos a obra de estudo Novas lições de análise sintática, de
Adriano da Gama Kury (1984), a fim de contribuir ao enriquecimento do ensino
de Língua Portuguesa no Ensino Fundamental. Assim sendo, a Historiografia
Linguística torna-se fundamental ao estudo da Língua Portuguesa, uma vez
que serve como base às informações gramaticais que temos hoje, por isso, a
HL não pode ser desprezada aos pesquisadores da própria língua. Para tanto,
enfocando a organização das partes das obras de estudos gramaticais, no que
tange ao tema linguístico função do advérbio, procedemos à seleção,
ordenação, reconstrução e à interpretação do corpus. Ressalta-se que a
presente pesquisa encontra-se em seu estágio inicial.