Volpato & Barreto (2014). Elabore Projetos Competitivos_Capítulo 6 Trechos Selecionados
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7/24/2019 Volpato & Barreto (2014). Elabore Projetos Competitivos_Capítulo 6 Trechos Selecionados
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Por isso, ajuda a redação. Nossa proposta é baseada no processo de redação de artigo
científico de trás para frente, expressa em Magnusson (1996). No caso do projeto,
adaptamos para a sequência apresentada na figura 6.
Sequência para Redigir o Projeto
Figura 6. Sequência de itens a redigir durante a confecção do projeto de pesquisa. Essa sequência privilegia as
atividades teóricas; posteriormente as técnicas e de comunicação. Note que o objetivo do estudo é o direcionador de
toda a estruturação do projeto (...) [adaptado]
Pela sequência apresentada, primeiro orientamos para a redação da parte teórica do estudo.Lembre-se de que a ciência é teórica. Feito isso, complementamos com os detalhes técnicos da
pesquisa, seguido pelos apelos de divulgação (Resumo e Título) e, finalmente, por questões
técnicas.
2 – Redija o objetivo
As orientações necessárias para a redação de objetivos foram dadas no capítulo 4. Aqui apenas
enfatizamos que ele deve ser a primeira parte a ser escrita no projeto. Mesmo que ele apareça
dentro da Introdução, ou logo após, escreva-o primeiro para sua orientação. Na Introdução, no
momento certo, você o incluirá. Não apenas o escreva, mas tenha clareza absoluta sobre ele.
Ele será o diferencial de seu estudo. Se esse diferencial for o uso de alguma técnica específicapara coleta de dados, ou o uso de algum sujeito de pesquisa, isso deve estar claramente
expresso no objetivo.
Note que é natural e lógico que o objetivo apareça na Introdução do texto, como ocorre com os
artigos e outros textos de pesquisa já concluída. Apesar disso, no projeto é comum que se
solicite a inclusão do objetivo num item à parte. Isso não é, necessariamente, um erro. Trata-se
de tentar evidenciar essa parte central do projeto para facilidade do revisor. Muitos revisores
podem ler apenas o objetivo, pelo fato de o entenderem plenamente e já perceberam sua
relevância, sem necessidade das fundamentações (justificativas) que estão na Introdução.
1º) Objetivos 2º) Delineamento3º) Análise de
Dados4º) Sujeito
5º) Problemática 6º) Justificativas7º) Técnicas e
Montagem8º) Resumo
9º) Título 10) Complementos
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Quanto mais organizado for sua apresentação do objetivo, melhor para todos (o revisor e você).
Ligando essa exposição do objetivo com clareza às outras partes do projeto, ele só será negado
se a ideia original não for boa.
[...]
4 – Sequência de apresentação do projeto
A apresentação do projeto obedecer à sequência mais formal, mais costumeira no diálogo
científico. Assim, os itens indicados anteriormente na figura 6 para serem redigidos em 2º, 3º,
4º e 7º lugar devem, agora, ser apresentados em outra sequência (Fig. 7) que melhor mostrará
o formato do projeto ao costume dos revisores. Geralmente o mais geral do estudo é o sujeito
da pesquisa da pesquisa. Em seguida, a estratégia intelectual (Delineamento), pois sem
conhecer essa estratégia não sabemos como será feito o estudo. O terceiro item é bem técnico
e o quarto é a forma como você prevê analisar seus dados.
Sequência para Apresentação do Projeto
Figura 7. Sequência das partes de um projeto para encaminhamento à agência de fomento. De acordo com conceitos
da agência, detalhes dessa sequência podem mudar, bem como alguns subitens podem ser incluídos. Distinga
claramente a sequência de redação (Fig.6) desta sequência de montagem (apresentação) do projeto.
[...]
5 – Redija a Introdução
Agora que a essência de seu projeto está redigida, faça a Introdução. Ou seja, apresente para o
revisor qual será o seu projeto e porque pretende executá-lo. Isso envolve mostrar a
problemática que originou a pesquisa e a fundamentação que o levou a escolher seu(s)
objetivo(s).
No Brasil há algumas manias horríveis para se construir Introdução, infelizmente. Elas matam
qualquer aprendizado de redação científica e desnorteiam mesmo quem já é um pouco mais
experiente. Uma dessas manias trata da separação dos itens Introdução e Justificativa. Isso não
tem o menor sentido lógico num texto científico.
1º) Título 2º) Resumo 3º) Introdução
4º) Material e
Métodos5º) Sujeito
6º)
Delineamento
7º)
ProcedimentosEspecíficos
8º) Análise dosDados 9º) Cronograma
10) Referências Financeiro
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Introdução de projeto de pesquisa, em qualquer lugar do mundo, é o texto onde você explica as
razões sobre o que fará no projeto. Razões, a menos que estejamos delirando, é justificativa. E
lembramos que fazemos ciência para responder a perguntas que ainda não foram solucionadas.
Usamos o método científico para isso. Assim, a justificativa está inexoravelmente ligada a
problemática que originou a pesquisa.
Considere a Introdução como um argumento lógico. Isso significa que toda a informação
apresentada deverá ser necessária para fundamentar sua conclusão que, no ambiente da
Introdução, é o seu objetivo. Partindo da lógica estrutural do seu objetivo (visto no capítulo 4),
fica fácil identificar os elementos que terá que validar para o objetivo proposto.
Para apresentar essa argumentação, seja simples. Tente imaginar quais são as informações que
lhe dão razão para propor o que se propõe. Elas serão suas premissas e o argumento deverá
desembocar nas suas conclusões. Para construir esse texto, você deverá ser criativo e lógico.
Lembre-se de que tem que convencer o revisor de que vale a pena investir no seu sonho, mesmo
que o revisor não tenha os dados na mão. Projeto é isso, é sonho... e tem que convencer alguém
a pagar para você realizar seu sonho. Você só conseguirá ser perfeitamente convincente se tiver,antes de tudo, convencido a si próprio de que esse sonho vale a pena.
Tente expor oralmente sua argumentação. Faça papel de advogado do diabo, questionando a
você mesmo sobre essa argumentação. Não passe por cima do que tiver dúvida; enfrente! Sua
ideia deverá estar bem clara para que você consiga escrever o texto com clareza e coerência
lógica. Esqueça as regrinhas que possivelmente aprendeu nos corredores da ciência equivocada
(...) Você sabe discutir e defender ideias... apenas aplique isso. Nada tem que fazer parte de sua
Introdução se não atender essa regra do argumento lógico.
[...]
Outra mania que temos aqui no Brasil é a de inclusão de uma parte resumindo as principais
referências da área; um discurso que mostra o que já foi feito, a tal Revisão da Literatura. Isso
só mostra conhecimento da área, erudição. Lógico que podemos fazer um apanhado das
principais publicações da área, mas sempre no sentido de fundamentação da problemática do
estudo e/ou do objetivo do projeto. A ideia não deve ser de que aquelas informações poderão
ser úteis para o revisor, pois nem sempre eles a lerão. Você não tem que mostrar erudição ao
revisor, mas fundamentos científicos que validem e deem sentido à sua proposta. Lógico que
você deve ter feito uma revisão da literatura, mas não precisa nos contar tudo o que leu... guarde
com você e use-a! Muitos orientadores e revisores insistem nesse tópico, o que só agrava a
situação da comunicação científica em nosso país.
Escrever um breve texto contendo os principais andamentos dentro da temática do estudo
poderá ser necessário se, e somente se, esse andamento for elemento importante na
fundamentação do estudo. Pode, por exemplo, mostrar o Estado da Arte para indicar até onde
a ciência chegou e qual será seu caminho a partir daí. Não precisa escrever um resumo da
literatura para dizer que isso nunca foi testado, porque se o revisor quiser discordar, deverá
mostrar estudos que já tenham feito o que você propõe.
Em outras áreas tem ainda o tal ‘Referencial Teórico’. Vejamos a lógica disso. Toda pesquisa tem
algum referencial teórico, logicamente (...) como lidar com o Referencial Teórico? Se você tem
alguma teoria maior, que usará como base para realizar seu trabalho, pode dizer isso, mas na
Introdução. Não é um tópico do estudo, muito menos do projeto. Tudo isso se coaduna com afundamentação do seu objetivo dentro da Introdução (...)
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[...]
Nossa sugestão é que você procure embasar sua proposta e também explicar porque ela parte
de determinado referencial teórico (apenas se a controvérsia em sua área exigir tal opção). Para
um bom projeto, justifique fortemente (mesmo que resumidamente) suas opções. Esse será o
início de sua justificativa, que pode vir logo após apresentar o problema que resolveu investigar,mas não precisa dividir em tópicos, pois a Introdução é um tópico que deve ter todos os
parágrafos interligados logicamente, de forma a defender seus objetivos.”