Vigilância - rl.art.br · Vigilância Por Wilhelmus à Brakel (1635-1711) Traduzido, Adaptado e...
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Vigilância
Por Wilhelmus à Brakel (1635-1711)
Traduzido, Adaptado e
Editado por Silvio Dutra
Out/2019
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A474 à Brakel, Wilhelmus (1635-1711) Vigilância / Wilhelmus à Brakel, Tradução e adaptação Silvio Dutra Alves –
Rio de Janeiro, 2019. 38p.; 14,8 x21cm 1. Teologia. 2. Vida Cristã. 3. Fé. 4. Graça. I. Título. CDD 252
3
Assim como o jejum se une à oração, a
vigilância também se une a ela “Vigiai e orai”
(Mt 26:41); “Orando sempre com toda oração e
súplica no Espírito, e vigiando com toda
perseverança” (Ef 6:18); “Sede, pois, sóbrios e
vigiai a oração” (1 Pedro 4: 7). Devemos,
portanto, também levar a sério esse dever – um
dever que o Senhor Jesus nos ordenou tão
solenemente a cumprir. “E o que eu digo a
vocês, digo a todos, vigiai” (Marcos
13:37); “Portanto, vigiai, porque não sabeis em
que dia vem o vosso Senhor.” (Mt 24:42).
Há uma vigilância espiritual e uma vigilância
física. Ambas são dever de um cristão e devemos
portanto, falar de ambas.
Vigilância Espiritual Definida
A vigilância espiritual consiste em vigiar nossa
alma de maneira cuidadosa e cautelosa, para
que nenhum mal possa acontecer com ela. A
vida espiritual é um tesouro precioso e desejável
para o crente, superando em muito o mundo
inteiro e tudo que está nele. Ele tem muitos
inimigos à sua espera para destruí-lo; eles o
odeiam. Um cristão é, portanto, diligente em
preservar esta vida. “Guarda teu coração com
toda diligência” (Pv 4:23). O crente conhece o
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valor dessa vida, conhece seus inimigos e suas
atividades, ama essa vida, deseja preservá-la e
aumentá-la, cuida para que não seja ferido e,
portanto, é cauteloso e sempre alerta quando há
perigo aproximando-se de outro lugar. Se ele
tomar conhecimento de algo, ele está alerta e
fica pronto com as armas na mão para afastar o
inimigo, atacando todos aqueles que se
aproximam demais.
A vigilância espiritual é exercida com vários
objetivos em vista. Antes de tudo, refere-se
às influências espirituais do Espírito Santo,
como luz, conforto e força - pelo qual a vida
espiritual da alma é fortalecida. Um cristão ora
por isso, e durante a oração, bem como
imediatamente depois, espera para ver se o
Senhor lhe concederá algo para que ele possa
recebê-lo imediatamente e selá-lo dentro de seu
coração. “De manhã, SENHOR, ouves a minha
voz; de manhã te apresento a minha oração e
fico esperando.” (Sl 5: 3); “Feliz o homem que me
dá ouvidos, velando dia a dia às minhas portas,
esperando às ombreiras da minha entrada.” (Pv
8:34); “Eu, porém, olharei para o SENHOR e
esperarei no Deus da minha salvação; o meu
Deus me ouvirá.” (Miq 7: 7).
Em segundo lugar, a vigilância diz respeito
a tudo o que resulta da alma, como
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pensamentos, palavras e ações, para que a alma
seja ferida por qualquer pecado. Em vez disso,
haverá um esforço para que toda a nossa
conduta esteja de acordo com a vontade de
Deus, pelo qual a vida espiritual aumenta em
força. “Mas vigie em todas as coisas” (2 Tim 4:
5). Um cristão luta por isso: “Disse comigo
mesmo: guardarei os meus caminhos, para não
pecar com a língua; porei mordaça à minha
boca, enquanto estiver na minha presença o
ímpio.” (Sl 39: 1); "Escolhi o caminho da
fidelidade e decidi-me pelos teus juízos...
Considero os meus caminhos e volto os meus
passos para os teus testemunhos.” (Sl 119: 30,
59). Como o cristão está consciente de sua
impotência, ele clama a Deus por ajuda. "Põe
guarda, SENHOR, à minha boca; vigia a porta
dos meus lábios.”(Sl 141: 3); “As palavras dos
meus lábios e o meditar do meu coração sejam
agradáveis na tua presença, SENHOR, rocha
minha e redentor meu!” (Sl 19:14). O crente
guarda seu coração da inveja, e já que ele sabe
que há armadilhas por toda parte, ele prossegue
com muito cuidado. Ele é vigilante em todas as
suas ações e pondera o caminho de seus pés (Pv
4:26). Repetidas vezes ele procura conselho e
pergunta: “Senhor, o que queres que eu faça?”
(Atos 9: 6). Ele olha se o caminho diante dele é
seguro e cada vez que pousa os pés com cautela,
para que não pise em uma armadilha. Ele anda,
6
por assim dizer, na ponta dos pés. Isso pode ser
verificado a partir da palavra akribos: “Vede
prudentemente como andais,” (Ef 5:15). Então,
quando ele acha que tudo é bom, ele prossegue
com coragem. "Contra os pastores se acendeu a
minha ira, e castigarei os bodes-guias; mas o
SENHOR dos Exércitos tomará a seu cuidado o
rebanho, a casa de Judá, e fará desta o seu cavalo
de glória na batalha. De Judá sairá a pedra
angular; dele, a estaca da tenda; dele, o arco de
guerra; dele sairão todos os chefes juntos. E
serão como valentes que, na batalha, pisam aos
pés os seus inimigos na lama das ruas; pelejarão,
porque o SENHOR está com eles, e
envergonharão os que andam montados em
cavalos.” (Zc 10: 3-5).
Terceiro, a pessoa que está espiritualmente
vigilante também fica de olho em tudo o que
entra na alma , de modo que nenhum inimigo
vai invadir para prejudicar sua vida
espiritual. Ele conhece seus inimigos - o diabo, o
mundo e sua carne - e conhece a maldade em
sua incansável atividade. Ele está em guarda por
esse mesmo motivo, e assim “fecha as portas e
as janelas.” “Fiz uma aliança com os meus
olhos” (Jó 31: 1); "O que anda em justiça e fala o
que é reto; o que despreza o ganho de opressão;
o que, com um gesto de mãos, recusa aceitar
suborno; o que tapa os ouvidos, para não ouvir
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falar de homicídios, e fecha os olhos, para não
ver o mal." (Isaías 33:15). Em concordância com a
exortação do apóstolo, ele está em guarda
contra o diabo. “Sede sóbrios e vigilantes. O
diabo, vosso adversário, anda em derredor,
como leão que ruge procurando alguém para
devorar; resisti-lhe firmes na fé, certos de que
sofrimentos iguais aos vossos estão-se
cumprindo na vossa irmandade espalhada pelo
mundo.” (1 Pedro 5: 8,9). O cristão está em
guarda contra mundo quando o aborda com
lisonjas, ameaças ou perseguições,
conquistando tudo isso pela fé (1 João 5: 4). Ele
está em guarda contra sua carne, combatendo a
corrupção e o pecado que tão facilmente o
acomete. O apóstolo exorta-o a fazê-lo:
“Amados, exorto-vos, como peregrinos e
forasteiros que sois, a vos absterdes das paixões
carnais, que fazem guerra contra a alma.” (1
Pedro 2:11).
Os Crentes Exortados a Ser Vigilantes
Portanto, cristão, desperte seu desejo de estar
vigilante e trabalhe com a coragem de um
homem. " Sede vigilantes, permanecei firmes na
fé, portai-vos varonilmente, fortalecei-vos.” (1
Cor 16. 13).
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(1) Por natureza, estamos muito
sonolentos. Nossa vida espiritual é fraca, tem
pouco vigor e corrupção interna prontamente
confundirá nossa compreensão. Portanto,
dormiremos muito prontamente como a noiva:
“Eu dormia, mas o meu coração velava”
(Cânticos 5: 2). Essa também foi a experiência
das virgens sábias: “E, tardando o noivo, foram
todas tomadas de sono e adormeceram.”
(Mateus 25: 5).
(2) Os inimigos são vigilantes e incansáveis na
execução de seus ataques. Eles nunca perdem a
oportunidade de roubar-nos uma vantagem; e
se não estivermos vigilantes, eles terão a
vantagem.
(3) Quão escandaloso é se somos agredidos pelo
inimigo devido à nossa letargia! Se formos
feridos enquanto empunhamos a espada, essas
feridas curarão em breve. Se, no entanto, nos
permitirmos ser vencidos devido à letargia,
devemos entrar na presença do Senhor com
vergonha, pois estamos sem desculpa.
(4) As feridas infligidas pelo inimigo são muito
graves; suas flechas são venenosas e penetram
profundamente. Se o bálsamo de Gileade,
administrado pelo Grande Médico, não curasse
essas feridas, elas seriam a causa da morte.
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Eles roubariam seu precioso tesouro - a vida
espiritual - e todos os seus valiosos ornamentos
espirituais. "Abençoado é aquele que vigia e
guarda as suas vestes, para não andar nu, e
verem a sua vergonha” (Ap 16:15).
(5) Quando estamos vigilantes, no entanto, não
precisamos temer o inimigo. Quanto mais
honra e louvor serão então desfrutados na
presença do Senhor Jesus, que coroará o
vencedor com glória! “Quem tem ouvidos, ouça
o que o Espírito diz às igrejas: Ao vencedor, dar-
lhe-ei que se alimente da árvore da vida que se
encontra no paraíso de Deus.” (Ap 2: 7); “Quem
tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas:
Ao vencedor, dar-lhe-ei que se alimente da
árvore da vida que se encontra no paraíso de
Deus.” (Ap 2:11); “A quem vencer, concederei
sentar-se comigo no meu trono” (Ap
3:21). Portanto, vigie!
Orientação para a vigilância
Se você, portanto, deseja ser espiritualmente
vigilante, use esses meios que você também usa
para permanecer fisicamente alerta.
(1) Quem participa excessivamente de comida e
bebida não pode estar alerta. Portanto, quem
deseja estar alerta será moderado e sóbrio. Isso
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também é verdade aqui: “Acautelai-vos por vós
mesmos, para que nunca vos suceda que o vosso
coração fique sobrecarregado com as
consequências da orgia, da embriaguez e das
preocupações deste mundo, e para que aquele
dia não venha sobre vós repentinamente, como
um laço. Pois há de sobrevir a todos os que vivem
sobre a face de toda a terra. Vigiai, pois, a todo
tempo, orando, para que possais escapar de
todas estas coisas que têm de suceder e estar em
pé na presença do Filho do Homem.” (Lucas 21:
34-36).
(2) Quem deseja ser vigilante busca a
companhia daqueles que são vigilantes com
ele. Devemos fazer o mesmo no reino espiritual:
“Melhor é serem dois do que um, porque têm
melhor paga do seu trabalho. Porque se caírem,
um levanta o companheiro; ai, porém, do que
estiver só; pois, caindo, não haverá quem o
levante.” (Ec 4: 9,10).
(3) Quem deseja ficar vigilante solicitará que
alguém o desperte, se necessário. Isso também
é verdade aqui. Desde que o Senhor é capaz de
nos despertar e nos manter vigilantes,
solicitaremos a Ele em oração para fazê-lo. O
Senhor responderá a este pedido e nos
despertará: “O SENHOR Deus me deu língua de
eruditos, para que eu saiba dizer boa palavra ao
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cansado. Ele me desperta todas as manhãs,
desperta-me o ouvido para que eu ouça como os
eruditos.” (Is 50: 4).
(4) Aquele que deseja ficar atento, acionará seu
despertador, que o despertará no momento
apropriado. Este "Despertador" é o temor de
Deus. "O temor do Senhor é uma fonte de vida"
(Pv 14:27).
(5) Quem deseja ser vigilante não se deita fácil e
preguiçosamente; ao contrário, ele se manterá
ocupado. Tal também é verdade aqui, pois se nos
mantivermos ocupados com a leitura da Palavra
de Deus, oração, louvor e engajamento na obra
do Senhor com prazer, então, mesmo que
tenhamos pouca força, seremos
espiritualmente vigilantes.
"42 Portanto, vigiai, porque não sabeis em que
dia vem o vosso Senhor.
43 Mas considerai isto: se o pai de família
soubesse a que hora viria o ladrão, vigiaria e não
deixaria que fosse arrombada a sua casa.
44 Por isso, ficai também vós apercebidos;
porque, à hora em que não cuidais, o Filho do
Homem virá.
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45 Quem é, pois, o servo fiel e prudente, a quem
o Senhor confiou os seus conservos para dar-
lhes o sustento a seu tempo?
46 Bem-aventurado aquele servo a quem seu
Senhor, quando vier, achar fazendo assim.” (Mt
24: 42-46).
Vigilância Física
A vigilância física consiste em privar-se do
descanso em um momento designado para o
sono. Como Deus ordenou que a vida do homem
fosse preservada por meio de comida e bebida,
assim também por meio do sono - que é o
orvalho refrescante da natureza e, por assim
dizer, umedecedor do cérebro, refrescando-
o. Se passarmos muito tempo dormindo, iremos
alimentar nossos vícios, enfraquecer nosso
corpo, e será a causa de numerosos males e
enfermidades. Se dormirmos muito pouco, o
corpo ficará fraco e seremos impróprios para o
trabalho. Assim, ambos - muito ou pouco sono -
farão com que mente seja monótona e
letárgica. O metabolismo do corpo não é o
mesmo em todos os homens; um precisa dormir
mais que o outro. Assim, quem realiza trabalho
pesado precisa de mais sono do que quem leva
uma vida tranquila e sedentária. Toda pessoa
piedosa deve conhecer a si mesma a esse
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respeito, para que não prejudique seu corpo de
qualquer maneira e assim cometeria pecado. A
vigília às vezes pode ser resultado de doença,
tormento mental, ansiedade, ou um intenso
desejo de cometer pecados como jogar ou
dançar, ou a reflexão mental sobre coisas que
alguém realmente desejaria, e sobre o qual
construiria castelos no céu. Às vezes precisamos
ficar acordados, seja porque somos compelidos
a isso por nossa vocação ou porque estamos
determinados a concluir uma quantidade
definida de trabalho - fazendo isso em nosso
chamado manualmente ou por meio de
estudo. Não estamos discutindo essa vigilância
aqui, mas sim uma vigilância de natureza
religiosa.
Vigilância física por razões religiosas
Estar vigilante por razões religiosas é um
exercício religioso especial em que nos
privamos do sono durante a noite inteira ou
parte dela. Esse tempo é então usado
inteiramente com o objetivo de nos
envolvermos em oração, leitura, e meditação - a
fim de crucificar a carne com suas
concupiscências e crescer espiritualmente.
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Tudo o que dissemos em nossa exposição ao
jejum também se aplica à nossa explicação
sobre a vigilância.
Um é a privação de comida e o outro, do sono. É
um exercício religioso , pois o objetivo é buscar
a Deus dessa maneira. O tempo não é gasto em
ficar quieto e inativo, mas consiste em atividade
espiritual.
É um exercício especial e, portanto, não
devemos nos envolver com muita frequência,
nem torná-lo uma atividade diária, pois isso
seria prejudicial para o corpo, que logo se
tornaria impróprio para qualquer coisa.
Consiste, antes de tudo, em privar-se do sono . O
tempo envolvido - ou seja, quando, quanto
tempo, se é a noite inteira ou algum tempo
durante a noite - é inteiramente uma questão de
escolha pessoal.
Pode ser no início da noite, pela manhã, ou entre
estas, uma que surge do sono e se deita
novamente algum tempo depois. Nós devemos
então nos privamos do sono; e se ficarmos com
sono, devemos lutar contra isso - fazendo isso
com meios como levantar-se e caminhar ou
colocar algo azedo ou amargo na boca; bem
como pelo uso de meios espirituais: oração,
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clamando pelo Espírito e luta contra nossa
apatia. Isto não é para sugerir que a privação do
sono em si é de natureza religiosa, mas apenas
pertence ao modo desse exercício religioso.
A vigilância deve ser acompanhada de
exercícios espirituais.
Em segundo lugar, consiste em buscar a
Deus por meio da oração, leitura, meditação ou
reflexão. Nós não somos então apenas vigilantes
porque temos tempo para isso, mas para buscar
o semblante de Deus com um coração terno –
uma ternura gerada pela vigilância e luta
espiritual. É uma oração vigilante e uma
vigilância constante; que se estimulam
mutuamente. Esta não é uma obrigação que
recai sobre todos os homens, pois pode haver
inaptidão, ou pode ser que, devido ao trabalho
duro durante o dia ou às circunstâncias atuais,
eles precisem de força. Aqueles que são
solteiros, têm uma família piedosa ou um
parceiro piedoso podem fazer isso mais
rapidamente. A outros, no entanto, causaria
problemas por isso e provocaria mais coisas que
não são edificantes em suas casas do que aquilo
que os edificaria durante esse
período. Ocasionalmente, esses podem se
engajar nisso enquanto ficam na cama. Eles são
então acordados em toda a quietude, sem que
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ninguém perceba que silenciosamente envia
suas orações secretas em direção a Deus. Tanto
quanto possível que nossa vigilância seja tal que
ninguém tenha consciência disso. Por meio de
vigilância e oração, o corpo (que gera muitas
oportunidades para o pecado e nos estimula a
pecar) é subjugado e tornado mais útil.
Vigilância comandada e exemplificada
(1) O Senhor Jesus ordena que seus discípulos
sejam vigilantes desta maneira: “Vigiai e orai,
para que não entreis em tentação” (Mt 26:41).
(2) O Senhor Jesus nos deixou um exemplo disso:
“Tendo-se levantado alta madrugada, saiu, foi
para um lugar deserto e ali orava.” (Marcos
1:35); “Naqueles dias, retirou-se para o monte, a
fim de orar, e passou a noite orando a Deus.”
(Lucas 6:12).
(3) Essa tem sido a prática dos santos. Jacó ficou
sozinho a noite inteira para orar (Gênesis 32:24;
Os 12: 5). Davi testificou de si mesmo: “Levanto-
me à meia-noite para te dar graças, por causa
dos teus retos juízos.” (Sl 119: 62); “Contudo, o
SENHOR, durante o dia, me concede a sua
misericórdia, e à noite comigo está o seu
cântico, uma oração ao Deus da minha vida.” (Sl
42: 8); "Antecipo-me ao alvorecer do dia e clamo;
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na tua palavra, espero confiante. Os meus olhos
antecipam-se às vigílias noturnas, para que eu
medite nas tuas palavras.” (Sl 119: 147,148). Asafe
fez o mesmo: "No dia da minha angústia,
procuro o Senhor; erguem-se as minhas mãos
durante a noite e não se cansam; a minha alma
recusa consolar-se." (Sl 77: 2). A noiva procurou
em sua cama à noite, e se levantou durante a
noite para procurar seu precioso Jesus (Cânticos
3: 1,2; 5: 5).
Os cristãos da igreja do primeiro século se
esforçaram para fazer o mesmo. Gradualmente,
no entanto, isso mudou para uma superstição,
assim como ainda têm vigílias supersticiosas, às
quais atribuem grande santidade e as
consideram como sendo muito meritório. isso
foi também muito mais comum durante o
tempo inicial da Reforma. Se você deseja ler
uma descrição mais abrangente descrição
disso, você deve ler De Trappen des
Geestelijken Levens (Os Passos da Vida
Espiritual), por meu pai falecido, Theodore à
Brakel.
Por tudo isso, observamos que seriedade e zelo
esses homens santos tinham; se tivéssemos
mais zelo, teríamos os imitado mais. No entanto,
infelizmente! Falta de sinceridade e zelo nestes
dias que são nulos de zelo, e portanto, por que
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estou falando aqui de dias específicos de jejum e
vigilância noturna? Contudo, o Senhor ainda
pode deixar que este meio não seja totalmente
esquecido. Que alguém ainda possa ser
despertado por isso - ou pelo menos convencido
de sua falta de zelo, sendo muito apressado em
seus exercícios matinais e noturnos. Que ele
esteja convencido de quão distante, ele está de
uma estrutura que o levaria a se levantar à noite
ou que o levaria a separar uma parte do começo
ou do fim da noite, com o propósito de se
envolver em oração vigilante.
Nota do Tradutor:
O Evangelho que nos Leva a Obter a Salvação
Estamos inserindo esta nota em forma de
apêndice em nossas últimas publicações, uma
vez que temos sido impelidos a explicar em
termos simples e diretos o que seja de fato o
evangelho, na forma em que nos é apresentado
nas Escrituras, já que há muita pregação e
ensino de caráter legalista que não é de modo
algum o evangelho de nosso Senhor Jesus
Cristo.
Há também uma grande ignorância relativa ao
que seja a aliança da graça por meio da qual
somos salvos, e que consiste no coração do
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evangelho, e então a descrevemos em termos
bem simples, de forma que possa ser
adequadamente entendida.
Há somente um evangelho pelo qual podemos
ser verdadeiramente salvos. Ele se encontra
revelado na Bíblia, e especialmente nas páginas
do Novo Testamento. Mas, por interpretações
incorretas é possível até mesmo transformá-lo
em um meio de perdição e não de salvação,
conforme tem ocorrido especialmente em
nossos dias, em que as verdades fundamentais
do evangelho de Jesus Cristo têm sido
adulteradas ou omitidas.
Tudo isto nos levou a tomar a iniciativa de
apresentar a seguir, de forma resumida, em que
consiste de fato o evangelho da nossa salvação.
Em primeiro lugar, antes de tudo, é preciso
entender que somos salvos exclusivamente
com base na aliança de graça que foi feita entre
Deus Pai e Deus Filho, antes mesmo da criação
do mundo, para que nas diversas gerações de
pessoas que seriam trazidas por eles à existência
sobre a Terra, houvesse um chamado invisível,
sobrenatural, espiritual, para serem perdoadas
de seus pecados, justificadas, regeneradas
(novo nascimento espiritual), santificadas e
glorificadas. E o autor destas operações
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transformadoras seria o Espírito Santo, a
terceira pessoa da trindade divina.
Estes que seriam chamados à conversão, o
seriam pelo meio de atração que seria feita por
Deus Pai, trazendo-os a Deus Filho, de modo que
pela simples fé em Jesus Cristo, pudessem
receber a graça necessária que os redimiria e os
transportaria das trevas para a luz, do poder de
Satanás para o de Deus, e que lhes transformaria
em filhos amados e aceitos por Deus.
Como estes que foram redimidos se
encontravam debaixo de uma sentença de
maldição e condenação eternas, em razão de
terem transgredido a lei de Deus, com os seus
pecados, para que fossem redimidos seria
necessário que houvesse uma quitação da dívida
deles para com a justiça divina, cuja sentença
sobre eles era a de morte física e espiritual
eternas.
Havia a necessidade de um sacrifício, de alguém
idôneo que pudesse se colocar no lugar do
homem, trazendo sobre si os seus pecados e
culpa, e morrendo com o derramamento do Seu
sangue, porque a lei determina que não pode
haver expiação sem que haja um sacrifício
sangrento substitutivo.
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Importava também que este Substituto de
pecadores, assumisse a responsabilidade de
cobrir tudo o que fosse necessário em relação à
dívida de pecados deles, não apenas a anterior à
sua conversão, como a que seria contraída
também no presente e no futuro, durante a sua
jornada terrena.
Este Substituto deveria ser perfeito, sem
pecado, eterno, infinito, porque a ofensa do
pecador é eterna e infinita. Então deveria ser
alguém divino para realizar tal obra.
Jesus, sendo Deus, se apresentou na aliança da
graça feita com o Pai, para ser este Salvador,
Fiador, Garantia, Sacrifício, Sacerdote, para
realizar a obra de redenção.
O homem é fraco, dado a se desviar, mas a sua
chamada é para uma santificação e perfeição
eternas. Como poderia responder por si mesmo
para garantir a eternidade da segurança da
salvação?
Havia necessidade que Jesus assumisse ao lado
da natureza divina que sempre possuiu, a
natureza humana, e para tanto ele foi gerado
pelo Espírito Santo no ventre de Maria.
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Ele deveria ter um corpo para ser oferecido em
sacrifício. O sangue da nossa redenção deveria
ser o de alguém que fosse humano, mas
também divino, de modo que se pode até
mesmo dizer que fomos redimidos pelo sangue
do próprio Deus.
Este é o fundamento da nossa salvação. A morte
de Jesus em nosso lugar, de modo a nos abrir o
caminho para a vida eterna e o céu.
Para que nunca nos esquecêssemos desta
grande e importante verdade do evangelho de
que Jesus se tornou da parte de Deus para nós, o
nosso tudo, e que sem Ele nada somos ou
podemos fazer para agradar a Deus, Jesus fixou
a Ceia que deve ser regularmente observada
pelos crentes, para que se lembrem de que o Seu
corpo foi rasgado, assim como o pão que
partimos na Ceia, e o Seu sangue foi derramado
em profusão, conforme representado pelo
vinho, para que tenhamos vida eterna por meio
de nos alimentarmos dEle. Por isso somos
ordenados a comer o pão, que representa o
corpo de Jesus, que é verdadeiro alimento para
o nosso espírito, e a beber o sangue de Jesus, que
é verdadeira bebida para nos refrigerar e
manter a Sua vida em nós.
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Quando Ele disse que é o caminho e a verdade e
a vida. Que a porta que conduz à vida eterna é
estreita, e que o caminho é apertado. Tudo isto
se aplica ao fato de que não há outra verdade,
outro caminho, outra vida, senão a que existe
somente por meio da fé nEle. A porta é estreita
porque não admite uma entrada para vários
caminhos e atalhos, que sendo diferentes dEle,
conduzem à perdição. É estreito e apertado para
que nunca nos desviemos dEle, o autor e
consumador da nossa salvação.
Então o plano de salvação, na aliança de graça
que foi feita, nada exige do homem, além da fé,
pois tudo o que tiver que ser feito nele para ser
transformado e firmado na graça, será realizado
pelo autor da sua salvação, a saber, Jesus Cristo.
Tanto é assim, que para que tenhamos a plena
convicção desta verdade, mesmo depois de
sermos justificados, regenerados e santificados,
percebemos, enquanto neste mundo, que há em
nós resquícios do pecado, que são o resultado do
que se chama de pecado residente, que ainda
subsiste no velho homem, que apesar de ter sido
crucificado juntamente com Cristo, ainda
permanece em condições de operar em nós, ao
lado da nova natureza espiritual e santa que
recebemos na conversão.
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Qual é a razão disso, senão a de que o Senhor
pretende nos ensinar a enxergar que a nossa
salvação é inteiramente por graça e mediante a
fé? Que é Ele somente que nos garante a vida
eterna e o céu. Se não fosse assim, não
poderíamos ser salvos e recebidos por Deus
porque sabemos que ainda que salvos, o pecado
ainda opera em nossas vidas de diversas formas.
Isto pode ser visto claramente em várias
passagens bíblicas e especialmente no texto de
Romanos 7.
À luz desta verdade, percebemos que mesmo as
enfermidades que atuam em nossos corpos
físicos, e outras em nossa alma, são o resultado
da imperfeição em que ainda nos encontramos
aqui embaixo, pois Deus poderia dar saúde
perfeita a todos os crentes, sem qualquer
doença, até o dia da morte deles, mas Ele não o
faz para que aprendamos que a nossa salvação
está inteiramente colocada sobre a
responsabilidade de Jesus, que é aquele que
responde por nós perante Ele, para nos manter
seguros na plena garantia da salvação que
obtivemos mediante a fé, conforme o próprio
Deus havia determinado justificar-nos somente
por fé, do mesmo modo como fizera com Abraão
e com muitos outros mesmo nos dias do Velho
Testamento.
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Nenhum crente deve portanto julgar-se sem fé
porque não consegue vencer determinadas
fraquezas ou pecados, porque enquanto se
esforça para ser curado deles, e ainda que não o
consiga neste mundo, não perderá a sua
condição de filho amado de Deus, que pode usar
tudo isto em forma de repreensão e disciplina,
mas que jamais deixará ou abandonará a
qualquer que tenha recebido por filho, por
causa da aliança que fez com Jesus e na qual se
interpôs com um juramento que jamais a
anularia por causa de nossas imperfeições e
transgressões.
Um crente verdadeiro odeia o pecado e ama a
Jesus, mas sempre lamentará que não o ame
tanto quanto deveria, e por não ter o mesmo
caráter e virtudes que há em Cristo. Mas de uma
coisa ele pode ter certeza: não foi por mérito,
virtude ou boas obras que lhes foram exigidos a
apresentar a Deus que ele foi salvo, mas
simplesmente por meio do arrependimento e
da fé nAquele que tudo fez e tem feito que é
necessário para a segurança eterna da sua
salvação.
É possível que alguém leia tudo o que foi dito
nestes sete últimos parágrafos e não tenha
percebido a grande verdade central relativa ao
evangelho, que está sendo comentada neles, e
26
que foi citada de forma resumida no primeiro
deles, a saber:
“Então o plano de salvação, na aliança de graça
que foi feita, nada exige do homem, além da fé,
pois tudo o que tiver que ser feito nele para ser
transformado e firmado na graça, será realizado
pelo autor da sua salvação, a saber, Jesus Cristo.”
Nós temos na Palavra de Deus a confirmação
desta verdade, que tudo é de fato devido à graça
de Jesus, na nossa salvação, e que esta graça é
suficiente para nos garantir uma salvação
eterna, em razão do pacto feito entre Deus Pai e
Deus Filho, que nos escolheram para esta
salvação segura e eterna, antes mesmo da
fundação do mundo, no qual Jesus e Sua obra
são a causa dessa segurança eterna, pois é nEle
que somos aceitos por Deus, nos termos da
aliança firmada, em que o Pai e o Filho são os
agentes da aliança, e os crentes apenas os
beneficiários.
O pacto foi feito unilateralmente pelo Pai e o
Filho, sem a consulta da vontade dos
beneficiários, uma vez que eles nem sequer
ainda existiam, e quando aderem agora pela fé
aos termos da aliança, eles são convocados a
fazê-lo voluntariamente e para o principal
propósito de serem salvos para serem
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santificados e glorificados, sendo instruídos
pelo evangelho que tudo o que era necessário
para a sua salvação foi perfeitamente
consumado pelo Fiador deles, nosso Senhor
Jesus Cristo.
Então, preste atenção neste ponto muito
importante, de que tanto é assim, que não é pelo
fato de os crentes continuarem sujeitos ao
pecado, mesmo depois de convertidos, que eles
correm o risco de perderem a salvação deles,
uma vez que a aliança não foi feita diretamente
com eles, e consistindo na obediência perfeita
deles a toda a vontade de Deus, mas foi feita com
Jesus Cristo, para não somente expiar a culpa
deles, como para garantir o aperfeiçoamento
deles na santidade e na justiça, ainda que isto
venha a ser somente completado integralmente
no por vir, quando adentrarem a glória celestial.
A salvação é por graça porque alguém pagou
inteiramente o preço devido para que fôssemos
salvos – nosso Senhor Jesus Cristo.
E para que soubéssemos disso, Jesus não nos foi
dado somente como Sacrifício e Sacerdote, mas
também como Profeta e Rei.
Ele não somente é quem nos anuncia o
evangelho pelo poder do Espírito Santo, e quem
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tudo revelou acerca dele nas páginas da Bíblia,
para que não errássemos o alvo por causa da
incredulidade, que sendo o oposto da fé, é a
única coisa que pode nos afastar da
possibilidade da salvação.
Em sua obra como Rei, Jesus governa os nossos
corações, e nos submete à Sua vontade de forma
voluntária e amorosa, capacitando-nos, pelo
Seu próprio poder, a viver de modo agradável a
Deus.
Agora, nada disso é possível sem que haja
arrependimento. Ainda que não seja ele a causa
da nossa salvação, pois, como temos visto esta
causa é o amor, a misericórdia e a graça de Deus,
manifestados em Jesus em nosso favor, todavia,
o arrependimento é necessário, porque toda
esta salvação é para uma vida santa, uma vida
que lute contra o pecado, e que busque se
revestir do caráter e virtudes de Jesus.
Então, não há salvação pela fé onde o coração
permanece apegado ao pecado, e sem
manifestar qualquer desejo de viver de modo
santo para a glória de Deus.
Desde que haja arrependimento não há
qualquer impossibilidade para que Deus nos
salve, nem mesmo os grosseiros pecados da
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geração atual, que corre desenfreadamente à
busca de prazeres terrenos, e completamente
avessa aos valores eternos e celestiais.
Ainda que possa parecer um paradoxo, haveria
até mais facilidade para Deus salvar a estes que
vivem na iniquidade porque a vida deles no
pecado é flagrante, e pouco se importam em
demonstrar por um viver hipócrita, que são
pessoas justas e puras, pois não estão
interessados em demonstrar a justiça própria
do fariseu da parábola de Jesus, para que através
de sua falsa religiosidade, e autoengano,
pudessem alcançar algum favor da parte de
Deus.
Assim, quando algum deles recebe a revelação
da luz que há em Jesus, e das grandes trevas que
dominam seu coração, o trabalho de
convencimento do Espírito Santo é facilitado, e
eles lamentam por seus pecados e fogem para
Jesus para obterem a luz da salvação. E ele os
receberá, e a nenhum deles lançará fora,
conforme a Sua promessa, porque o ajuste feito
para a sua salvação exige somente o
arrependimento e a fé, para a recepção da graça
que os salvará.
Deus mesmo é quem provê todos os meios
necessários para que permaneçamos firmes na
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graça que nos salvou, de maneira que jamais
venhamos a nos separar dele definitivamente.
Ele nos fez coparticipantes da Sua natureza
divina, no novo nascimento operado pelo
Espírito Santo, de modo que uma vez que uma
natureza é atingida, ela jamais pode ser desfeita.
Nós viveremos pela nova criatura, ainda que a
velha venha a se dissolver totalmente, assim
como está ordenado que tudo o que herdamos
de Adão e com o pecado deverá passar, pois tudo
é feito novo em Jesus, em quem temos recebido
este nosso novo ser que se inclina em amor para
Deus e para todas as coisas de Deus.
Ainda que haja o pecado residente no crente, ele
se encontra destronado, pois quem reina agora
é a graça de Jesus em seu coração, e não mais o
pecado. Ainda que algum pecado o vença isto
será temporariamente, do mesmo modo que
uma doença que se instala no corpo é expulsa
dele pelas defesas naturais ou por algum
medicamento potente. O sangue de Jesus é o
remédio pelo qual somos sarados de todas as
nossas enfermidades. E ainda que alguma delas
prevaleça neste mundo ela será totalmente
extinta quando partirmos para a glória, onde
tudo será perfeito.
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Temos este penhor da perfeição futura da
salvação dado a nós pela habitação do Espírito
Santo, que testifica juntamente com o nosso
espírito que somos agora filhos de Deus, não
apenas por ato declarativo desta condição, mas
de fato e de verdade pelo novo nascimento
espiritual que nos foi dado por meio da nossa fé
em Jesus.
Toda esta vida que temos agora é obtida por
meio da fé no Filho de Deus que nos amou e se
entregou por nós, para que vivamos por meio da
Sua própria vida. Ele é o criador e o sustentador
de toda a criação, inclusive desta nova criação
que está realizando desde o princípio, por meio
da geração de novas criaturas espirituais para
Deus por meio da fé nEle.
Ele pode fazê-lo porque é espírito vivificante, ou
seja, pode fazer com que nova vida espiritual
seja gerada em quem Ele assim o quiser. Ele sabe
perfeitamente quais são aqueles que atenderão
ao chamado da salvação, e é a estes que Ele se
revela em espírito para que creiam nEle, e assim
sejam salvos.
Bem-aventurados portanto são:
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Os humildes de espírito que reconhecem que
nada possuem em si mesmos para agradarem a
Deus.
Os mansos que se submetem à vontade de Deus
e que se dispõem a cumprir os Seus
mandamentos.
Os que choram por causa de seus pecados e todo
o pecado que há no mundo, que é uma rebelião
contra o Criador.
Os misericordiosos, porque dão por si mesmos o
testemunho de que todos necessitam da
misericórdia de Deus para serem perdoados.
Os pacificadores, e não propriamente pacifistas
que costumam anular a verdade em prol da paz
mundial, mas os que anunciam pela palavra e
suas próprias vidas que há paz de reconciliação
com Deus somente por meio da fé em Jesus.
Os que têm fome e sede de justiça, da justiça do
reino de Deus que não é comida, nem bebida,
mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo.
Os que são perseguidos por causa do evangelho,
porque sendo odiados sem causa, perseveram
em dar testemunho do Nome e da Palavra de
Jesus Cristo.
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Vemos assim que ser salvo pela graça não
significa: de qualquer modo, de maneira
descuidada, sem qualquer valor ou preço
envolvido na salvação. Jesus pagou um preço
altíssimo e de valor inestimável para que
pudéssemos ser redimidos. Os termos da
aliança por meio da qual somos salvos são todos
bem ordenados e planejados para que a salvação
seja segura e efetiva. Há poderes sobrenaturais,
celestiais, espirituais envolvidos em todo o
processo da salvação.
É de uma preciosidade tão grande este plano e
aliança que eles devem ser eficazes mesmo
quando não há naqueles que são salvos um
conhecimento adequado de todas estas
verdades, pois está determinado que aquele que
crê no seu coração e confessar com os lábios que
Jesus é o Senhor e Salvador, é tudo quanto que é
necessário para um pecador ser transformado
em santo e recebido como filho adotivo por
Deus.
O crescimento na graça e no conhecimento de
Jesus são necessários para o nosso
aperfeiçoamento espiritual em progresso da
nossa santificação, mas não para a nossa
justificação e regeneração (novo nascimento)
que são instantâneos e recebidos
simultaneamente no dia mesmo em que nos
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convertemos a Cristo. Quando fomos a Ele como
nos encontrávamos na ocasião, totalmente
perdidos e mortos em transgressões e pecados.
E fomos recebidos porque a palavra da
promessa da aliança é que todo aquele que crê
será salvo, e nada mais é acrescentado a ela
como condição para a salvação.
É assim porque foi este o ajuste que foi feito
entre o Pai e o Filho na aliança que fizeram entre
si para que fôssemos salvos por graça e
mediante a fé.
Jesus é pedra de esquina eleita e preciosa, que o
Pai escolheu para ser o autor e o consumador da
nossa salvação. Ele foi eleito para a aliança da
graça, e nós somos eleitos para recebermos os
benefícios desta aliança por meio da fé nAquele
a quem foram feitas as promessas de ter um
povo exclusivamente Seu, zeloso de boas obras.
Então quando somos chamados de eleitos na
Bíblia, isto não significa que Deus fez uma
aliança exclusiva e diretamente com cada um
daqueles que creem, uma vez que uma aliança
com Deus para a vida eterna demanda uma
perfeita justiça e perfeita obediência a Ele, sem
qualquer falha, e de nós mesmos, jamais
seríamos competentes para atender a tal
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exigência, de modo que a aliança poderia ter
sido feita somente com Jesus.
Somos aceitos pelo Pai porque estamos em
Jesus, e assim é por causa do Filho Unigênito que
somos também recebidos. Jamais poderíamos
fazê-lo diretamente sem ter a Jesus como nossa
Cabeça, nosso Sumo Sacerdote e Sacrifício. Isto
é tipificado claramente na Lei, em que nenhum
ofertante ou oferta seriam aceitos por Deus sem
serem apresentados pelo sacerdote escolhido
por Deus para tal propósito. Nenhum outro
Sumo Sacerdote foi designado pelo Pai para que
pudéssemos receber uma redenção e
aproximação eternas, senão somente nosso
Senhor Jesus Cristo, aquele que Ele escolheu
para este ofício.
Mas uma vez que nos tornamos filhos de Deus
por meio da fé em Jesus Cristo, importa
permanecermos nEle por um viver e andar em
santificação, no Espírito.
É pelo desconhecimento desta verdade que
muitos crentes caminham de forma
desordenada, uma vez que tendo aprendido que
a aliança da graça foi feita entre Deus Pai e Deus
Filho, e que são salvos exclusivamente por meio
da fé, que então não importa como vivam uma
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vez que já se encontram salvos das
consequências mortais do pecado.
Ainda que isto seja verdadeiro no tocante à
segurança eterna da salvação em razão da
justificação, é apenas uma das faces da moeda
da salvação, que nos trazendo justificação e
regeneração instantaneamente pela graça,
mediante a fé, no momento mesmo da nossa
conversão inicial, todavia, possui uma outra
face que é a relativa ao propósito da nossa
justificação e regeneração, a saber, para sermos
santificados pelo Espírito Santo, mediante
implantação da Palavra em nosso caráter. Isto
tem a ver com a mortificação diária do pecado, e
o despojamento do velho homem, por um andar
no Espírito, pois de outra forma, não é possível
que Deus seja glorificado através de nós e por
nós. Não há vida cristã vitoriosa sem
santificação, uma vez que Cristo nos foi dado
para o propósito mesmo de se vencer o pecado,
por meio de um viver santificado.
Esta santificação foi também incluída na aliança
da graça feita entre o Pai e o Filho, antes da
fundação do mundo, e para isto somos também
inteiramente dependentes de Jesus e da
manifestação da sua vida em nós, porque Ele se
tornou para nós da parte de Deus a nossa justiça,
redenção, sabedoria e santificação (I Coríntios
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1.30). De modo que a obra iniciada na nossa
conversão será completada por Deus para o seu
aperfeiçoamento final até a nossa chegada à
glória celestial.
“Estou plenamente certo de que aquele que
começou boa obra em vós há de completá-la até
ao Dia de Cristo Jesus.” (Filipenses 1.6).
“O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e
o vosso espírito, alma e corpo sejam
conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda
de nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é o que vos
chama, o qual também o fará.” (I
Tessalonicenses 5.23,24).
“Assim, pois, amados meus, como sempre
obedecestes, não só na minha presença, porém,
muito mais agora, na minha ausência,
desenvolvei a vossa salvação com temor e
tremor; porque Deus é quem efetua em vós
tanto o querer como o realizar, segundo a sua
boa vontade.” (Filipenses 2.12,13).