Vicente Jr. Revisão. Quinhentismo A feição deles é serem pardos, maneira davermelhados, de bons...

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Vicente Jr.Vicente Jr.

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QuinhentismoQuinhentismo A feição deles é serem A feição deles é serem

pardos, maneira pardos, maneira d’avermelhados, de bons d’avermelhados, de bons rostos e bons narizes, rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus, bem feitos. Andam nus, sem nenhuma cobertura, sem nenhuma cobertura, nem estimam nenhuma nem estimam nenhuma cousa cobrir, nem cousa cobrir, nem mostrar suas vergonhas. mostrar suas vergonhas. E estão acerca disso com E estão acerca disso com tanta inocência como tanta inocência como têm em mostrar o rosto. têm em mostrar o rosto. (Pero Vaz de Caminha)(Pero Vaz de Caminha)

QUINHENTISTA é a literatura escrita no período cabralino que se divide QUINHENTISTA é a literatura escrita no período cabralino que se divide em: Informativa e Jesuítica. em: Informativa e Jesuítica.

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BarrocoBarrocoA vós correndo vou, braços sagrados,A vós correndo vou, braços sagrados,

Nessa cruz sacrossanta descobertosNessa cruz sacrossanta descobertos

Que, para receber-me, estais abertos,Que, para receber-me, estais abertos,

E, por não castigar-me, estais cravados.E, por não castigar-me, estais cravados.

  

A vós, divinos olhos, eclipsadosA vós, divinos olhos, eclipsados

De tanto sangue e lágrimas abertos,De tanto sangue e lágrimas abertos,

Pois, para perdoar-me, estais despertos,Pois, para perdoar-me, estais despertos,

E, por não condenar-me, estais fechados.E, por não condenar-me, estais fechados.

  

A vós, pregados pés, por não deixar-me,A vós, pregados pés, por não deixar-me,

A vós, sangue vertido, para ungir-me,A vós, sangue vertido, para ungir-me,

A vós, cabeça baixa, p'ra chamar-meA vós, cabeça baixa, p'ra chamar-me

  

A vós, lado patente, quero unir-me,A vós, lado patente, quero unir-me,

A vós, cravos preciosos, quero atar-me,A vós, cravos preciosos, quero atar-me,

Para ficar unido, atado e firme.Para ficar unido, atado e firme.

BARROCOBARROCO é o nome dado ao estilo artístico cristão que floresceu entre o final do é o nome dado ao estilo artístico cristão que floresceu entre o final do século XVI e prosperou em meados do século XVIII, inicialmente na Itália, deposi século XVI e prosperou em meados do século XVIII, inicialmente na Itália, deposi

Esapnha chegando ao Brasil na poesia de Gregório de Matos e nas obras de Esapnha chegando ao Brasil na poesia de Gregório de Matos e nas obras de Aleijadinho.Aleijadinho.

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ArcadismoArcadismoTorno a ver-vos, ó montes; o destino Torno a ver-vos, ó montes; o destino

Aqui me torna a pôr nestes outeiros, Aqui me torna a pôr nestes outeiros,

Onde um tempo os gabões deixei Onde um tempo os gabões deixei grosseiros grosseiros

Pelo traje da Corte, rico e fino. Pelo traje da Corte, rico e fino.

  

Aqui estou entre Almendro, entre Corino, Aqui estou entre Almendro, entre Corino,

Os meus fiéis, meus doces companheiros, Os meus fiéis, meus doces companheiros,

Vendo correr os míseros vaqueiros Vendo correr os míseros vaqueiros

Atrás de seu cansado desatino. Atrás de seu cansado desatino.

  

Se o bem desta choupana pode tanto, Se o bem desta choupana pode tanto,

Que chega a ter mais preço, e mais valia Que chega a ter mais preço, e mais valia

Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto, Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto,

  

Aqui descanse a louca fantasia, Aqui descanse a louca fantasia,

E o que até agora se tornava em pranto E o que até agora se tornava em pranto

Se converta em afetos de alegria. Se converta em afetos de alegria.

ÁRCADE é a literatura do período Setecentista, marcada pelo bucolismo ÁRCADE é a literatura do período Setecentista, marcada pelo bucolismo e pela presença dos motivos neo-clássicos, como a mitologia grega.e pela presença dos motivos neo-clássicos, como a mitologia grega.

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RomantismoRomantismo1)“Minha terra tem palmeiras, 1)“Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá; Onde canta o Sabiá;

As aves, que aqui gorjeiam, As aves, que aqui gorjeiam,

Não gorjeiam como lá. Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas, Nosso céu tem mais estrelas,

Nossas várzeas têm mais flores,Nossas várzeas têm mais flores,

Nossos bosques têm mais vida,Nossos bosques têm mais vida,

Nossa vida mais amores”. (G. Dias)Nossa vida mais amores”. (G. Dias)

2)Pálida à luz da lâmpada sombria2)Pálida à luz da lâmpada sombria

Sobre um leito de flores reclinadaSobre um leito de flores reclinada

Era a virgem do mar na escuma fria. Era a virgem do mar na escuma fria. (A.Azevedo)(A.Azevedo)

3) Mas que bandeira é esta que3) Mas que bandeira é esta que

Imponente na gávea tripudia? (C. Alves)Imponente na gávea tripudia? (C. Alves)ROMÂNTICAS são a arte e a literatura do sentimentalismo, da ROMÂNTICAS são a arte e a literatura do sentimentalismo, da subjetividade, do passadismo e do nacionalismo. Apresenta 3 fases na subjetividade, do passadismo e do nacionalismo. Apresenta 3 fases na

Poesia. Poesia.

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Realismo/NaturalismoRealismo/Naturalismo

Eram cinco horas da manhã e o Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas. (...) Daí a pouco, e janelas alinhadas. (...) Daí a pouco, em volta das bicas era um zunzum em volta das bicas era um zunzum crescente; uma aglomeração crescente; uma aglomeração tumultuosa de machos e fêmeas. tumultuosa de machos e fêmeas. (Aluisio Azevedo)(Aluisio Azevedo)

Olhos de ressaca? Vá, de ressaca. É o Olhos de ressaca? Vá, de ressaca. É o que me dá idéia daquela feição nova. que me dá idéia daquela feição nova. Traziam não sei que fluido misterioso Traziam não sei que fluido misterioso e energético, uma força que arrastava e energético, uma força que arrastava para dentro, como uma vaga que se para dentro, como uma vaga que se retira da praia, nos dias de ressaca. retira da praia, nos dias de ressaca. (M. de Assis)(M. de Assis)

REALISTA e NATURALISTA são as literaturas que privilegiam a razão, o REALISTA e NATURALISTA são as literaturas que privilegiam a razão, o presente, o fato social, a miséria humana e a explicação científica desses presente, o fato social, a miséria humana e a explicação científica desses

fatos.fatos.

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ParnasianismoParnasianismo Longe do estéril turbilhão da rua,Longe do estéril turbilhão da rua,

Beneditino escreve! No aconchegoBeneditino escreve! No aconchegoDo claustro, na paciência e no Do claustro, na paciência e no sossego,sossego,Trabalha e teima, e lima , e sofre, e Trabalha e teima, e lima , e sofre, e sua!sua!

Mas que na forma se disfarce o Mas que na forma se disfarce o empregoempregoDo esforço: e trama viva se construaDo esforço: e trama viva se construaDe tal modo, que a imagem fique nuaDe tal modo, que a imagem fique nuaRica mas sóbria, como um templo Rica mas sóbria, como um templo gregogrego

Não se mostre na fábrica o suplicioNão se mostre na fábrica o suplicioDo mestre. E natural, o efeito agradeDo mestre. E natural, o efeito agradeSem lembrar os andaimes do edifício:Sem lembrar os andaimes do edifício:

Porque a Beleza, gêmea da VerdadePorque a Beleza, gêmea da VerdadeArte pura, inimiga do artifício,Arte pura, inimiga do artifício,É a força e a graça na simplicidade. É a força e a graça na simplicidade. (O.Bilac)(O.Bilac)

PARNASIANA é a literatura da ARTE PELA ARTE, a valorização da forma PARNASIANA é a literatura da ARTE PELA ARTE, a valorização da forma em detrimento do conteúdo, a supremacia do soneto e o retorno ao em detrimento do conteúdo, a supremacia do soneto e o retorno ao

gosto clássico de fazer poesia. Destacam-se Bilac, A.Oliveira, R. Correia gosto clássico de fazer poesia. Destacam-se Bilac, A.Oliveira, R. Correia e F. Júlia.e F. Júlia.

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SimbolismoSimbolismoAh! plangentes violões dormentes, mornos,Ah! plangentes violões dormentes, mornos,

Soluços ao luar, choros ao vento..Soluços ao luar, choros ao vento..

Tristes perfis, os mais vagos contornos,Tristes perfis, os mais vagos contornos,

Bocas murmurejantes de lamento.Bocas murmurejantes de lamento.

Noites de além, remotas, que eu recordo,Noites de além, remotas, que eu recordo,

Noites da solidão, noites remotasNoites da solidão, noites remotas

Que nos azuis da Fantasia bordo,Que nos azuis da Fantasia bordo,

Vou constelando de visões ignotas.Vou constelando de visões ignotas.

Sutis palpitações a luz da lua,Sutis palpitações a luz da lua,

Anseio dos momentos mais saudosos,Anseio dos momentos mais saudosos,

Quando lá choram na deserta ruaQuando lá choram na deserta rua

As cordas vivas dos violões chorosos.As cordas vivas dos violões chorosos.

Quando os sons dos violões vão soluçando,Quando os sons dos violões vão soluçando,

Quando os sons dos violões nas cordas gemem,Quando os sons dos violões nas cordas gemem,

E vão dilacerando e deliciando,E vão dilacerando e deliciando,

Rasgando as almas que nas sombras tremem.Rasgando as almas que nas sombras tremem.

(Cruz e Sousa)(Cruz e Sousa)

SIMBOLISTA é a literatura que valoriza a palavra, o sensorialismo e o SIMBOLISTA é a literatura que valoriza a palavra, o sensorialismo e o mundo onirico decadente do final do século XIX. Nomes: Cruz e Sousa e mundo onirico decadente do final do século XIX. Nomes: Cruz e Sousa e

A. De Guimaraens.A. De Guimaraens.

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Pré-modernismoPré-modernismoO sertanejo é antes de tudo um forteO sertanejo é antes de tudo um forte

PSICOLOGIA DE UM VENCIDOPSICOLOGIA DE UM VENCIDO

Eu, filho do carbono e do amoníaco,Eu, filho do carbono e do amoníaco,

Monstro de escuridão e rutilância,Monstro de escuridão e rutilância,

Sofro, desde a epigênesis da infância,Sofro, desde a epigênesis da infância,

A influência má dos signos do zodíaco.A influência má dos signos do zodíaco.

Profundissimamente hipocondríaco,Profundissimamente hipocondríaco,

Este ambiente me causa repugnância…Este ambiente me causa repugnância…

Sobe-me à boca uma ânsia análoga à Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia.ânsia.

Que se escapa da boca de um cardíaco. Que se escapa da boca de um cardíaco.

Augusto dos AnjosAugusto dos AnjosNão é uma ESCOLA literária, apenas um período de transição entre a Não é uma ESCOLA literária, apenas um período de transição entre a

literatura oitocentista e a literatura MODERNISTA. Destaques: Euclides literatura oitocentista e a literatura MODERNISTA. Destaques: Euclides da Cunha, Lima Barreto, A. Anjos, G. Aranha e Monteiro Lobato.da Cunha, Lima Barreto, A. Anjos, G. Aranha e Monteiro Lobato.

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Modernismo -1922Modernismo -1922 PRONOMINAISPRONOMINAIS

Dê-me um cigarro Dê-me um cigarro

Diz a gramática Diz a gramática

Do professor e do aluno Do professor e do aluno

E do mulato sabido E do mulato sabido

Mas o bom negro e o bom branco Mas o bom negro e o bom branco

da Nação Brasileira da Nação Brasileira

Dizem todos os dias Dizem todos os dias

Deixa disso camarada Deixa disso camarada

Me dá um cigarro Me dá um cigarro

Oswald de AndradeOswald de Andrade

Marcado pela SAM, representa o rompimento com a arte e a literartura Marcado pela SAM, representa o rompimento com a arte e a literartura de cunho tradicional, ou seja, a negação do que é VELHO em nome de de cunho tradicional, ou seja, a negação do que é VELHO em nome de

tudo que for NOVO.tudo que for NOVO.

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Modernismo de 1922Modernismo de 1922

MacunaímaMacunaíma Acabou-se a história e morreu a Acabou-se a história e morreu a

vitória. Não havia mais ninguém lá. vitória. Não havia mais ninguém lá. Dera tangolomângolo na tribo Dera tangolomângolo na tribo Tapanhumas e os filhos dela se Tapanhumas e os filhos dela se acabaram de um em um. Não acabaram de um em um. Não havia mais ninguém lá. Aqueles havia mais ninguém lá. Aqueles lugares, aqueles campos, furos lugares, aqueles campos, furos puxadouros arrastadouros meios-puxadouros arrastadouros meios-barrancos, aqueles matos barrancos, aqueles matos misteriosos, tudo era solidão do misteriosos, tudo era solidão do deserto... Um silêncio imenso deserto... Um silêncio imenso dormia à beira do rio Uraricoera. dormia à beira do rio Uraricoera. Nenhum conhecido sobre a terra Nenhum conhecido sobre a terra não sabia nem falar da tribo nem não sabia nem falar da tribo nem contar aqueles casos tão contar aqueles casos tão pançudos. Quem podia saber do pançudos. Quem podia saber do Herói? Herói?

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Modernismo-1930 (1)Modernismo-1930 (1) Vivia longe dos homens, só se dava Vivia longe dos homens, só se dava

bem com animais. Os seus pés duros bem com animais. Os seus pés duros quebravam espinhos e não sentiam a quebravam espinhos e não sentiam a quentura da terra. Montado quentura da terra. Montado confundia-se com o cavalo, grudava-confundia-se com o cavalo, grudava-se a ele. E falava uma linguagem se a ele. E falava uma linguagem cantada, monossilábica e gutural, que cantada, monossilábica e gutural, que o companheiro entendia. A pé, não se o companheiro entendia. A pé, não se agüentava bem. Pendia para um lado, agüentava bem. Pendia para um lado, para o outro lado, cambaio, torto e para o outro lado, cambaio, torto e feio. Às vezes, utilizava nas relações feio. Às vezes, utilizava nas relações com as pessoas a mesma língua com com as pessoas a mesma língua com que se dirigia aos brutos – que se dirigia aos brutos – exclamações, onomatopéias. Na exclamações, onomatopéias. Na verdade falava pouco. Admira as verdade falava pouco. Admira as palavras compridas e difíceis da gente palavras compridas e difíceis da gente da cidade, tentava reproduzir algumas da cidade, tentava reproduzir algumas em vão, mas sabia que elas eram em vão, mas sabia que elas eram inúteis e talvez perigosas.inúteis e talvez perigosas. (Graciliano (Graciliano Ramos)Ramos)

Segunda fase do Modernismo, voltada para o romance de seca, o Segunda fase do Modernismo, voltada para o romance de seca, o romance social nordestino. romance social nordestino.

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Modernismo – 1930 (3)Modernismo – 1930 (3)1) No meio do caminho1) No meio do caminho

tinha uma pedra no meio do caminhotinha uma pedra no meio do caminho

no meio do caminho tinha uma pedrano meio do caminho tinha uma pedra

tinha uma pedra no meio do caminhotinha uma pedra no meio do caminho

2) Procura da Poesia2) Procura da Poesia

““Não faças versos sobre Não faças versos sobre acontecimentos.acontecimentos.

Não há criação nem morte perante aNão há criação nem morte perante a

poesia.poesia.

Diante dela, a vida é um sol estático,Diante dela, a vida é um sol estático,

não aquece nem ilumina”.não aquece nem ilumina”.

Ou se tem chuva e não se tem solOu se tem chuva e não se tem solou se tem sol e não se tem chuva!ou se tem sol e não se tem chuva!

Ou se calça a luva e não se põe o anel,Ou se calça a luva e não se põe o anel,ou se põe o anel e não se calça a luva!ou se põe o anel e não se calça a luva!

Quem sobe nos ares não fica no chão,Quem sobe nos ares não fica no chão,quem fica no chão não sobe nos ares.quem fica no chão não sobe nos ares.

É uma grande pena que não se possa estarÉ uma grande pena que não se possa estarao mesmo tempo nos dois lugares!ao mesmo tempo nos dois lugares!

Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,ou compro o doce e gasto o dinheiro.ou compro o doce e gasto o dinheiro.

Ou isto ou aquilo, ou isto ou aquilo...Ou isto ou aquilo, ou isto ou aquilo...e vivo escolhendo o dia inteiro!e vivo escolhendo o dia inteiro!

Não sei se brinque, não sei se estudo,Não sei se brinque, não sei se estudo,se saio correndo ou fico tranquilo.se saio correndo ou fico tranquilo.

Mas não consegui entender aindaMas não consegui entender aindaqual é melhor: se é isto ou aquilo.qual é melhor: se é isto ou aquilo.

POESIA de cunho social, mas também existencialista. Drummond, Vinicius POESIA de cunho social, mas também existencialista. Drummond, Vinicius de Moraes e Cecília Meireles são os grandes nomes. de Moraes e Cecília Meireles são os grandes nomes.

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Modernismo 1930 (4)Modernismo 1930 (4) Ora, se deu que chegou Ora, se deu que chegou

(isso já faz muito tempo) (isso já faz muito tempo) no bangüê dum meu avô no bangüê dum meu avô uma negra bonitinha, uma negra bonitinha, chamada negra Fulô.chamada negra Fulô.

Essa negra Fulô!Essa negra Fulô!Essa negra Fulô!Essa negra Fulô!

Ó Fulô! Ó Fulô!Ó Fulô! Ó Fulô!Cadê meu lenço de rendas, Cadê meu lenço de rendas, Cadê meu cinto, meu broche, Cadê meu cinto, meu broche, Cadê o meu terço de ouro Cadê o meu terço de ouro que teu Sinhô me mandou? que teu Sinhô me mandou? Ah! foi você que roubou! Ah! foi você que roubou! Ah! foi você que roubou!Ah! foi você que roubou!

Essa negra Fulô!Essa negra Fulô!Essa negra Fulô!Essa negra Fulô!

O Sinhô foi açoitar O Sinhô foi açoitar sozinho a negra Fulô. sozinho a negra Fulô. A negra tirou a saia A negra tirou a saia e tirou o cabeção, e tirou o cabeção, de dentro dêle pulou de dentro dêle pulou nuinha a negra Fulô.nuinha a negra Fulô.

levar couro do feitor. levar couro do feitor. A negra tirou a roupa, A negra tirou a roupa, O Sinhô disse: Fulô! O Sinhô disse: Fulô! (A vista se escureceu (A vista se escureceu que nem a negra Fulô).que nem a negra Fulô).

Essa negra Fulô!Essa negra Fulô!Essa negra Fulô!Essa negra Fulô!

A poesia retoma valores clássicos como o soneto, e parece tocada pela A poesia retoma valores clássicos como o soneto, e parece tocada pela religiosidade, como se vê nos textos de Jorge de Lima, Murilo Mendes e religiosidade, como se vê nos textos de Jorge de Lima, Murilo Mendes e

Mário Quintana. Mário Quintana.