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Rentabilidade obtida no passado não representa garantia de resultados futuros; fundos de investimento não são garantidos pelo administrador do fundo, gestor da carteira, por qualquer
mecanismo de seguro, ou ainda, pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC); ao investidor é recomendada a leitura cuidadosa do prospecto e do regulamento do fundo de investimento,
antes de efetuar qualquer decisão de investimento. A Verde Asset Management não se responsabiliza por erros de avaliação ou omissões. Os investidores têm de tomar suas próprias
decisões de investimento. Este fundo utiliza estratégias com derivativos como parte integrante de sua política de investimento. Tais estratégias, da forma como são adotadas, podem
resultar em perdas patrimoniais para seus quotistas, podendo inclusive acarretar perdas superiores ao capital aplicado e a consequente obrigação do
cotista de aportar recursos adicionais para cobrir o prejuízo do fundo. A liquidação financeira e a conversão dos pedidos de resgate deste fundo ocorrem
em data diversa do respectivo pedido. Para mais informações acerca das taxas de administração, cotização e público-alvo de cada um dos fundos, consulte
os prospectos e os regulamentos disponíveis no site verdeasset.com.br. Este material não pode ser copiado, reproduzido ou distribuído sem a prévia e
expressa concordância da Verde Asset Management.
VERDE AM GLOBAL ALPHA FIC FIM CP – IE Relatório de Gestão Dezembro de 2017
O fundo Verde AM Global Alpha FIC FIM CP - IE teve uma rentabilidade de
1,36% em dezembro e acumulou rentabilidade de 2,64% no ano. A estratégia
global teve um efeito positivo de 1,09% e o câmbio impactou positivamente
o resultado em 0,43% no período. Custos no mês acumularam um impacto
negativo de 0,16%.
Nessa carta de dezembro, em vez de focar nos desenvolvimentos recentes
dos mercados ou posições específicas vamos reproduzir um texto um pouco
mais longo e conceitual que publicamos recentemente sobre como as
mudanças tecnológicas estão mudando nossa forma de ver o mundo,
especialmente no que diz respeito a investimentos. Em janeiro voltaremos
com nosso outlook sobre mercados.
Desempenho Dezembro 2017 Acumulado 2017
Global Alpha 1,36% 2,64%
Libor 6M em BRL 0,70% 2,95%
Para mais informações relevantes à análise da rentabilidade deste Fundo - tais como taxa de administração,
taxa de performance, rentabilidade “mês a mês” ou PL médio, consulte o Resumo Gerencial ao final deste material.
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Relatório de gestão
Tecnologia e o Mundo dos Investimentos
Aqueles que seguem a trajetória da Verde já devem saber que algumas das
características mais marcantes que buscamos imprimir em nossa empresa
são o foco no longo prazo e a busca contínua por novas formas ou novos
prismas sob os quais podemos analisar o mundo.
O debate é constante, intenso e muitas vezes acalorado. Denota uma
preocupação enorme em não olhar o mundo de uma perspectiva estática,
monolítica, questionando todas as hipóteses de investimento o tempo todo.
Isso nos leva ao tema dessa carta: tecnologia e como/se devemos mudar
nossa forma de ver o mundo à luz dos desenvolvimentos tecnológicos
recentes (spoiler alert: SIM, DEVEMOS).
Um termo será recorrente: Disruption: a mudança abrupta de modelos de
negócio. Empresas que em alguns casos operavam há décadas sem ter sua
liderança questionada, subitamente se encontram vulneráveis, perdendo
mercado de forma acelerada.
Vamos tentar demostrar ao longo deste texto que a velocidade de mudança
tecnológica está aumentando com base no custo cadente de novas
tecnologias. Isso faz as tradicionais barreiras à entrada caírem
drasticamente, levando as empresas de resposta lenta a perder valor com
rapidez. Como diria o ex-CEO da GE Jack Welch: “If the change on the
outside is greater than the change on the inside the end is near”.
Essa “Disruption” ou mudança rápida significa que mesmo aqueles que
nunca investiram um centavo em ações de tecnologia possuem um risco
tecnológico relevante em seu portfólio, quer saibam, quer não. Não
reconhecer isso pode ter consequências graves.
Adoção de Novas Tecnologias – A Curva S
Ao observarmos a adoção de novas tecnologias ao longo da história, vemos
um padrão recorrente. Ainda que, como veremos adiante, a velocidade varie
bastante, o formato das curvas segue um padrão particular, aquilo que
costumamos chamar de “curva em S”.
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Em sua fase inicial, os arcabouços teóricos e práticos ainda não estão
totalmente estabelecidos: estamos aprendendo a lidar com uma nova
tecnologia e, em geral, seus custos ainda são elevados. Dessa forma, os
desenvolvimentos iniciais parecem mais lentos, o que leva muitos a
descartar tal tecnologia por considerá-la modismo ou desprovida de senso
econômico. Existe ainda a resistência natural à mudança.
Superados os primeiros percalços, entramos numa fase onde o aprendizado
se acelera e os ganhos em termos de custo ficam mais evidentes. Após o
entusiasmo inicial, mesmo em face de evidências irrefutáveis de progresso,
muitos ainda se mostram reticentes. A adoção se mantém em ritmo
acelerado apesar do ceticismo.
No fim, a tecnologia atinge a maturidade. Com níveis avançados de
penetração, torna-se dominante e começa a sofrer retornos decrescentes
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de escala1. Dado seu nível avançado de disseminação, as taxas de
crescimento se retraem de forma pronunciada.
Do ponto de vista de investimento, o padrão da curva em S cria uma série
de desafios importantes. Um dos principais diz respeito à nossa forma de
pensar ou de encarar o mundo. Nosso cérebro é evolutivamente programado
para lidar com fenômenos lineares. Assim, ao projetar eventos no futuro, é
bastante natural simplesmente que extrapolemos linearmente as tendências
recentes. Isso nos leva a supor que, na primeira fase de uma tecnologia,
estamos lidando com algo de evolução gradual e ficamos frustrados com a
lentidão de seu avanço. Quase que por definição, ignoramos o ponto de
inflexão onde as taxas de crescimento decolam e, portanto, somos
surpreendidos uma vez mais. Passamos a acreditar no novo paradigma
representado pela nova tecnologia e nos deixamos levar pela euforia.
Quando a tecnologia atinge a maturidade, temos outro ponto de inflexão
(no qual a maioria dos investidores novamente erra). Ao atingir a
maturidade, as taxas de penetração elevadas levam a uma desaceleração
natural do crescimento.
Um exemplo recente é a evolução da energia solar. Para aqueles que se
lembram, vivemos uma euforia nos anos 90 com o surgimento de novas
tecnologias. Naquele momento, o custo de geração ainda era elevado se
comparado com as alternativas, e não existia forma economicamente viável
de armazenamento. Consequentemente, houve consenso em descartar essa
modalidade de geração como inviável e que passássemos quase uma década
sem tocar no assunto.
Fonte: SolarCity, Tesla, U.S. Energy Information Administration, staff reports The Washington Post
1 Apesar disso não ser necessariamente uma regra ou de poder acontecer bem depois.
‣
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Fonte: BCG
Agora, considerando os desenvolvimentos recentes tanto no custo de
geração como em armazenagem, podemos dizer que a energia solar será
uma parte importante e crescente da matriz energética global nas próximas
décadas.
A velocidade de mudança está aumentando?
Uma questão interessante a analisar, uma vez aceita a curva S como
referencial válido para analisar o desenvolvimento de novas tecnologias, é
se podemos observar algum padrão na velocidade de adoção de novas
tecnologias.
Neste aspecto, a evidência recente parece clara. Estamos adotando novas
tecnologias com rapidez cada vez maior. Quando listamos várias
tecnologias recentes e sua disseminação, é possível perceber que as curvas
mais recentes são nitidamente mais inclinadas.
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Fonte: BlackRock
Outra forma de ilustrar o mesmo ponto é ver quanto tempo levou para certa
tecnologia atingir o nível de 50 milhões de usuários.
Fonte: BCG / “Angry Birds” e seus personagens são marcas registradas da Rovio Entertainment Ltd.
A conclusão é semelhante. Podemos ver que, para o telefone, o tempo
necessário para atingir tal marca foi de 75 anos, ao passo que, para o
iPhone, a mesma marca foi atingida em apenas um ano.
E quanto ao extremo direito do gráfico? Aqueles com filhos novos devem
reconhecer o “Angry Birds”. A questão não está em ressaltar o quão
“peculiar2” uma nova tecnologia pode ser. Queremos apenas ilustrar um
2 Alguns dirão: ”Inútil”, outros a definirão como destruidora de produtividade – sem
julgamento de valor aqui.
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ponto muito relevante para investimento: em 35 dias uma empresa
relativamente desconhecida na Finlândia (Rovio Enteirtainment) foi capaz de
construir uma marca de consumo de âmbito global que atingiu 50 milhões
de usuários. Além disso, deu origem a um filme de US$ 350 milhões em
bilheteria e uma série de produtos de consumo.
Vale parar um minuto para digerir essa informação. Para nós investidores
isso implica numa mudança drástica no padrão de criação de riqueza.
Apenas a título de comparação: imagine-se o investimento necessário para
uma empresa de marcas globais como a Nestlé ou o Coca-Cola atingir 50
milhões de consumidores? Quantas fábricas, quanta distribuição,
propaganda, etc…
Mudança no Padrão de Criação de Riqueza?
Isso nos leva a um pequeno desvio para desenvolver melhor o ponto
anterior. Estamos observando uma mudança na forma como criamos a
riqueza e como o mercado a remunera.
Fonte: NYSE
A tabela acima mostra os integrantes originais da primeira lista composta
por Charles Dow em maio de 1896. Uma coisa salta aos olhos: todas são
empresas intensivas em capital. O processo de criação de riqueza na virada
do século XX era ligado à acumulação de ativos fixos: fábricas, ferrovias,
minas, etc.
Lembramos alguns dos grandes líderes empresariais daquela época e sua
fonte de riqueza:
‣ Cornelius Vanderbuilt – Ferrovias
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‣ John D. Rockefeller – Petróleo
‣ Andrew Carnegie – Siderurgia
Para não cair na tentação de achar que tudo o que vivemos é novo, e de que
viajamos por “mares nunca dantes navegados”, existem semelhanças
importantes entre o momento atual e a virada do século XIX/início do século
XX. Aquele período também foi marcado por mudanças drásticas nos
negócios e pelo surgimento de tecnologias “disruptivas”. A ferrovia foi uma
revolução no transporte de bens/pessoas que permitiu a integração e a
criação de novos mercados. Em uma fase inicial, o petróleo, mudou o padrão
de iluminação das cidades e, algum tempo depois, o advento do motor a
combustão revolucionou os transportes. A siderurgia moderna permitiu à
construção civil um padrão de desenvolvimento antes impensado e
modificou fundamentalmente a organização de centros urbanos.
No entanto, o exame dos maiores valores de mercado da atualidade deixa
claro que o mercado hoje remunera muito mais empresas de “capital
intelectual”. Nenhuma das cinco maiores empresas na classificação da S&P
atual possui muitos ativos fixos3.
O economista Paul Romer4 definiu a questão com perspicácia. Segundo ele,
o processo de criação de valor divide-se em duas partes:
‣ Criação de novas instruções e fórmulas (conhecimento);
‣ Execução dessas instruções.
Parece claro que o mercado remunera a primeira em detrimento da segunda.
Custos cadentes de Tecnologia
Retornando à afirmação de que estamos adotando novas tecnologias com
rapidez cada vez maior, uma pergunta pode ser feita: Por que a aceleração?
A resposta parece estar em uma razão econômica simples: os custos estão
caindo a taxas mais drásticas do que os padrões históricos.
3 Apesar de podermos dizer que a Amazon, com seus centros de distribuição, logística e a
aquisição da Whole Foods, ainda possui ativos fixos relevantes.
4 https://paulromer.net/economic-growth/
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Fonte: “New Economy” — The Economist
Podemos ver que duas tecnologias disruptivas anteriores, o motor a vapor e
a ferrovia, apresentaram quedas de custo relativamente pequenas ao longo
do tempo se comparadas com a telefonia ou, mais recentemente, com custo
por unidade de processamento.
Essa queda acelerada, neste caso baseada nos preceitos da Lei de Moore5,
facilita sua adoção e disseminação. Possibilita, inclusive, a criação de uma
nova categoria em tecnologia, a chamada “Internet of Things (IoT)”. Dado o
custo decrescente de sensores, parece ser razoável esperar que uma série
de bens e equipamentos venha a ser conectada em uma grande “rede” no
futuro.
Nosso carro pode estar conectado à nossa cafeteira (ou ao Starbucks mais
próximo), de modo que tenhamos a bebida pronta exatamente no momento
que voltamos do trabalho, e isto a um custo de execução irrisório.
Custos de Transação (Coase) e barreira à entrada
O ponto anterior (custo de execução) nos remete a uma parte importante da
análise. Nesse sentido, fazemos referência ao trabalho do prêmio Nobel de
economia, Ronald Coase. Em um paper em 19376 ele faz uma pergunta
simples, mas extremamente relevante: Por que criamos empresas? A
resposta é que empresas são uma forma eficiente encontrada pelo sistema
capitalista de minimizar os custos de transação (adquirir uma informação,
executar uma tarefa, etc.). Essa é uma forma interessante de pensar o
5 Com base na observação de Gordon Moore de que o número de transistores em um
circuito integrado dobra aproximadamente a cada 2 anos.
6 The Nature of the Firm – R.H. Coase – Economica, New Series, Vol.4, No.16 (Nov 1937).
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impacto de novas tecnologias. Elas diminuem o custo de transação e, por
consequência, a barreira à entrada de uma ampla gama de setores.
Negócios antes considerados estáveis passam repentinamente a sofrer
aumentos significativos de competição. Basta pensar no que o Uber está
fazendo com os taxis e o Airbnb, com os hotéis. Outro exemplo é o mercado
de publicidade onde Google e Facebook vem deslocando as agências
tradicionais e se apropriam de um volume cada vez maior das receitas do
setor. Esses setores, antes considerados muito estáveis por décadas, hoje
passam por questionamentos sérios.
Essa é uma das mensagens mais importantes dessa carta: Devemos pensar
na tecnologia como um grande destruidor de barreiras.
Uma Mudança na Forma de Ver Investimentos?
Aceitar a afirmação anterior como verdadeira nos leva a rever a forma de
pensar alguns investimentos.
Não significa que ajustaremos os princípios teóricos da nossa forma de
pensar investimentos, mas sim que devemos sujeitar essa prática a ajustes
importantes. Uma das formas mais tradicionais de value investing defende
a ideia de que devemos procurar negócios com barreiras à entrada
relevantes. Por causa dessas barreiras à entrada, esses negócios possuem
retornos acima do custo de capital, sendo acionista por um horizonte longo
de tempo a “mágica” do retorno composto funciona e multiplica nosso
capital investido. Warren Buffett é um dos mais famosos proponentes desse
conceito.
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Fonte: CSFB
Do ponto de vista da teoria de finanças, o tempo durante o qual o retorno
sobre o capital empregado fica acima do custo de capital é definido
como: Competitive Advantage Period (CAP). A duração e a intensidade desse
excesso de retorno dependem das barreiras à entrada. Normalmente, forças
de mercado (competição) ou mesmo o crescimento e maturidade do negócio
levam a uma convergência entre retorno e custo de capital.
7
O ponto relevante neste aspecto consiste em pensar bem sobre a natureza
e solidez daquilo que você considera barreira à entrada, pois ela pode se
provar mais efêmera do que você pensa.
7 O market share da Gillette tinha caído para 54% em 2016.
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Só para ficar claro: negócios são afetados por “disruption” de formas
desiguais. Algumas indústrias deixarão de existir por completo e outras
serão menos afetadas.
A “arte” na seleção de ações estará em identificar em que medida os
negócios em que investimos serão impactados, e se isso já se reflete de
alguma forma no valuation das empresas.
Bens Digitais
Outra questão interessante que se coloca é que a produção de bens e
serviços digitais/intelectuais possui algumas particularidades quando
comparada à chamada economia tradicional.
A “função de produção” de um bem intelectual é significativamente diferente
daquela de um bem normal. No mundo de bens físicos, temos uma
necessidade de investimento maior em ativos fixos. Em geral, a curva de
produção é ascendente (a partir de certo ponto, precisamos de mais
fábricas, etc.). Já para um bem “digital”, temos baixa necessidade de
investimento em ativos físicos8 e, além disso, podemos reproduzi-lo
essencialmente a custo zero.
Um produto digital pode ser definido como aquilo que os economistas
chamam de bem “não-exaustivo”, isto é, o software que eu consumo é
exatamente o mesmo que qualquer outra pessoa consome; já um tênis ou
um refrigerante têm propriedade exclusiva. Além disso, bens digitais
algumas vezes possuem aquilo que chamamos de efeitos positivos de rede9.
Isso significa que, quanto mais ele for difundido ou mais o utilizarmos,
melhor ele fica. Podemos pensar no Waze como um bom exemplo, pois sua
precisão aumenta proporcionalmente ao aumento do número de usuários.
Juntando algumas das características anteriores, o que temos observado é
que o mundo da tecnologia tem criado grandes concentrações de mercado
ou monopólios “naturais”. Facebook, Google e Microsoft são alguns bons
exemplos.
8 Quem visita a nova sede da Apple ou da Google pode discordar um pouco desse ponto.
9 Para quem quiser ler mais sobre o tema, sugerimos: “Standardization, Compatibility and
Innovation” – Rand Journal of Economics 16 – Joe Farrell e Garth Saloner; ou “Network
Externalities, Competition and Compatibility” – American Economic Review 75 – Michael
Katz and Carl Shapiro.
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Fonte: Verde AM
Por serem oligopólios, esses negócios desfrutam de um nível elevado de
rentabilidade. O que não sabemos é a duração dessa rentabilidade elevada.
A história nos mostra que a liderança no setor de tecnologia não é perene.
Os principais nomes de 30 anos atrás estão hoje relegados a papéis
relativamente secundários. Podemos pensar na IBM e Dell, entre outras.
Mesmo no mercado de smartphone, onde a liderança da Apple é
considerada “inquestionável”, os líderes do passado rapidamente deixaram
de ter relevância, bastando lembrar a Nokia ou a Motorola. O maior risco
percebido no setor, contudo, é sua instabilidade. Novas tecnologias surgem
rapidamente, tornando obsoleta a posição do player dominante. Já ficou
mítica a figura do programador em uma garagem no Vale do Silício como
uma grande ameaça mesmo àqueles que pareciam líderes inquestionáveis.
Microsoft, Google e Facebook, todas surgiram dessa forma. Assim, se elas
fizeram isso com os líderes, alguém eventualmente fará o mesmo com essas
empresas. Além de possível, esse é certamente um dos maiores riscos do
setor. No entanto, temos que fazer uma observação: essas empresas têm
consciência dessa possibilidade. O Google hoje tem uma área inteira
de venture capital, com mais de 600 pessoas que cuidam somente de
investimento em novas tecnologias. Ademais, a enorme geração de caixa
dessas empresas no momento permite que elas eventualmente comprem
qualquer tecnologia que venha a ser percebida como potencial ameaça.
Basta fazer uma oferta irrecusável para o programador de garagem.
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Fonte: McKinsey
A aquisição do WhatsApp segue exatamente essa lógica e padrão. A
tecnologia surgiu como um substituto ao SMS, valendo-se do fato de que as
empresas telefônicas cobravam por unidade de SMS, mas as mensagens de
WhatsApp trafegavam pela rede de dados, que normalmente tinha um custo
fixo para o usuário. O Facebook pagou cerca de US$ 19 bilhões por uma
empresa que, naquele momento, mal tinha definido um modelo de geração
de receita. O que valia tanto dinheiro então? A resposta: 450 milhões de
usuários10, um processamento de mensagens 50% maior que a rede global
de SMS e a perspectiva de que essa densidade de usuários11 pudesse ser
eventualmente utilizada para comprometer a posição de liderança do
Facebook. Então é possível que essa rentabilidade elevada permaneça por
mais tempo do que suspeitamos, a menos que nos deparemos com o que
nos parece realisticamente ser um dos maiores riscos para o setor: a
regulação.
10 Número Estimado de usuários do WhatsApp na época da aquisição.
11 Efeito de rede novamente.
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Regulação
O setor de tecnologia conseguiu, durante um longo, tempo passar
relativamente despercebido, ou voar “abaixo do radar”, no que diz respeito
a riscos regulatórios e práticas anticompetitivas. Verdade que a União
Europeia multou o Google em 2,4 bilhões de euros12, mas esse valor,
quando comparado à geração de caixa ou valor de mercado da empresa,
não passa de uma “multa de trânsito”. Com seus líderes visionários e
carismáticos, produtos inovadores e bem avaliados pelo consumidor, o setor
era percebido com simpatia e pouco ou nada se falava de risco regulatório.
Aos poucos, fomos nos dando conta do enorme controle que algumas
dessas empresas possuem sobre um dos produtos mais valiosos
atualmente: a informação. Algumas das plataformas de tecnologia podem
ser utilizadas para a disseminação de informações imprecisas ou forjadas
(basta ver toda a discussão sobre o impacto de fake news no Facebook sobre
a eleição americana) ou mesmo de forma a dirigir nossa atenção e
influenciar nosso padrão de consumo.
Esse controle sobre a informação terá consequências econômicas
relevantes, como veremos a seguir, e será uma surpresa se não viermos a
discutir, como sociedade, a dimensão do poder de mercado de algumas
dessas empresas.
Em suma, parece provável que, em algum momento no futuro, essas
empresas enfrentem um ambiente regulatório mais hostil.
Tecnologia versus Marcas
Voltando à questão das barreiras à entrada e a possível “disruption” causada
pela tecnologia em outros setores, devemos olhar com cuidado a questão
das marcas.
Uma boa marca sempre foi considerada uma barreira à entrada difícil de ser
superada por competidores. Empresas historicamente investiram uma
quantidade grande de recursos na tentativa de gerar um reconhecimento
positivo de seu nome/produto (s). Nike, Coca-Cola e Apple são alguns
exemplos de empresas que possuem um valor de marca elevado. Todas
empregaram com sucesso uma quantidade enorme de recursos de forma a
associar atributos positivos a seus produtos e, com isso, obter melhores
preços e margens. O problema é que a tecnologia também está mudando a
forma como nos relacionamos com os produtos de consumo. No passado,
a busca por detergente, leite ou um tênis inexoravelmente passava por uma
ida a uma loja, onde éramos fisicamente apresentados aos produtos
disponíveis e fazíamos a nossa escolha. Os atributos de um produto já nos
12 Está sendo questionado pela empresa na justiça.
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haviam sido previamente definidos em um comercial de televisão, anúncio
de revista, jornal, etc…
Fonte: amazon.com
Hoje, cada vez menos assistimos à televisão aberta (e comerciais) e cada vez
mais procuramos produtos online. Esse é um ponto importante: quem
determina o resultado de uma busca por produto na internet não somos
nós, mas sim os algoritmos de busca do Google, Amazon, etc. Assim sendo,
eles têm uma influência grande sobre nossas escolhas. “Likes” no Facebook
passam a ser mais importantes para determinar a opinião da nova geração
(Millenials) sobre um produto do que todos os gastos em propaganda na
TV.
Mas qual o alcance real de um negócio como a Amazon? Será que realmente
estamos falando de algo com a densidade e tamanho para influenciar o
agregado das escolhas do consumidor?
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Fonte: L2 Inc.
Isso é fácil de medir, atualmente dos domicílios norte-americanos 44%
possuem uma arma, 49% possuem uma linha de telefone fixa e 52%
possuem Amazon Prime. Ou seja, a Amazon já atinge mais da metade dos
consumidores. Além disso, com a aquisição do Whole Foods ela estará
fisicamente a menos de 3 milhas de 1/3 dos consumidores com renda acima
de US$ 100 mil/ano.
Essa mudança no nosso padrão de buscar informação (e produtos) junto
com o ganho de massa crítica do varejo on-line já está tendo impactos
importantes sobre padrões de consumo. A imagem abaixo deveria assustar
aqueles negócios que dependem exclusivamente de marca.
Fonte: YouGov & Time Inc.
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O percentual de consumidores que consegue identificar uma marca favorita
em várias categorias de produto já apresenta uma queda expressiva, se
comparado ao ano de 2008. Além disso, mais de 1/3 das vendas da Amazon
é representado por produtos que ela própria recomenda.
13
Parece claro que o relacionamento consumidor <=> marca está sofrendo
uma mudança importante. Essa mudança parece ocorrer pela redução do
reconhecimento e, logo, do valor percebido das marcas.
O mercado foi rápido em quantificar o risco Amazon sobre as empresas do
varejo tradicional. O que a análise acima sugere é que se deve considerar o
risco em uma gama muito mais ampla de setores.
Uma forma tradicional de montar um negócio de consumo nos EUA era
desenvolver um produto, gastar US$ 200 milhões em marketing (TV ou
impresso) para conseguir convencer o consumidor sobre os atributos de seu
produto e, depois, cobrar um preço que gerava uma margem operacional de
30%. Não custa recordar uma das frases famosas do fundador da Amazon,
Jeff Bezos: “Sua margem é a minha oportunidade”. Isso não significa que
todas as marcas serão impactadas igualmente, nem que, em um futuro
próximo, só consumiremos produtos “Amazon”. Contudo, do ponto de vista
de investimento, é prudente e necessário um esforço adicional para
determinar o real valor de uma marca e a verdadeira vantagem comparativa
de um negócio.
Conclusões
Esperamos ter demostrado como estamos levando a sério o impacto de
novas tecnologias na nossa forma de investir. O questionamento de nossas
premissas de investimento é constante. Queremos somente ressaltar uma
vez mais as mensagens principais:
1. A velocidade de mudança está aumentando e traz consigo uma
mudança no padrão de criação de riqueza;
2. A tecnologia é uma grande destruidora de barreiras à entrada;
13 Não por acaso, pertence à Berkshire Hathaway, de Warren Buffett.
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3. Pense muito bem sobre o que considera barreiras à entrada em cada
setor;
4. Muitos modelos de negócio são passíveis de ser – e eventualmente
serão – “disrupted”. A pergunta é se o serão por si mesmo ou por
terceiros;
5. Você tem risco tecnológico em seu portfólio, quer saiba quer não;
6. Do ponto de vista de investimento, evitar os perdedores é tão ou
mais importante do que identificar os ganhadores (e certamente
mais fácil).
Resumo Gerencial
Público-alvo
Características Performance
Data de início Retorno anualizado
Aplicação mínima Desvio padrão anualizado *
Saldo mínimo Índice de sharpe *
Movimentação mínima Rentabilidade em 12 meses
Cota Número de meses positivos
Cota de aplicação * Número de meses negativos
Cota de resgate * Número de meses acima de 100% do Libor 6M em BRL
Liquidação de resgate * Número de meses abaixo de 100% do Libor 6M em BRL
Taxa de saída antecipada Maior rentabilidade mensal
Taxa de administração *** Menor rentabilidade mensal
Taxa de performance Patrimônio líquido R$
Patrimônio médio em 12 meses R$
Aberto para novas aplicações
Classificação ANBIMA:
Admite Alavancagem:
Gestor:
Administrador:
Volatilidade anualizada (Desvio padrão - média 40 dias)
Calculado até 29/dez/2017
2015
7,67
6,839,81 11,78
0,18
-1,65 1,69
-3,46 11,95 2,680,61
2014 -0,81 1,63 0,23
-5,61 6,33
0,43 5,46
R$ 500.000,00
10,56% 9,78%
15,05% 15,55%
-0,10 -0,14
Acum. Fdo.Acum Libor
6M BRLOut Nov Dez Ano
Libor 6M
BRL
VERDE AM GLOBAL ALPHA FIC FI MULT - IE x Libor 6M BRL
* Calculado desde sua constituição até 29/dez/2017
Não há
Não há. Verificar a taxa do fundo investido no regulamento.
Não há. Verificar a taxa do fundo investido no regulamento.
R$ 100.000,00 2,64%
32
17
2,95%
31
18
-
0,19 2,28 0,69 51,63
1,15
14,25
71,96
0,18
14,38
73,43
- 0,18
50,51
12,96
1,15
-
12,30%
-11,57%
26
23
-2,53
Ago
14,17
Abr
11,95%
-12,47%
Rentabilidades (%)*
16.555.402,57
8.913.393,49
2,81
Mai Jun Jul SetJan Fev Mar
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Multiestratégia global que atua nos mercados de ações, renda fixa e
moedas internacionais. Também pode utilizar estratégias de hedges
globais e operações táticas. O produto é local, denominado em Reais e
aplica a expertise em gestão de ativos internacionais desenvolvida in
house desde 2002.
Multimercados Investimento no Exterior
Sim
Verde Asset Management S.A
Credit Suisse Hedging-Griffo Corretora De Valores S.A.
0,05 -1,16
** D+0
** D+3
Fechamento
D+1
* Serão considerados dias úteis, em conjunto, na Capital do Estado de São Paulo, da Cidade de NovaYork, NY,EUA e em Bermudas.
** O cotista que desejar efetuar resgate de suas cotas deverá efetuar pedido de resgate na sede ou dependências da
Administradora, com antecedência mínima de 15 (quinze) dias do encerramento de cada mês calendário. O valor da cota utilizado
para o resgate deve ser aquele apurado no fechamento do último dia útil de cada mês calendário. *** A taxa de administração
máxima paga pelo Fundo, englobando a taxa de administração acima e as taxas de administração pagas pelo Fundo nos fundos
que poderá eventualmente investir será de 2,00% a.a.
2013
29/dez/2017
A descrição acima não pode ser considerada como objetivo do Fundo. Todas as informações legais estão disponíveis no
regulamento, lâmina ou prospecto, disponíveis no site verdeasset.com.br
O FUNDO tem como público alvo exclusivamente investidores profissionais que
buscam a valorização de suas cotas através da aplicação no fundo de
investimento VERDE AM GLOBAL ALPHA FUNDO DE INVESTIMENTO EM COTAS
DE FUNDOS DE INVESTIMENTO MULTIMERCADO CRÉDITO PRIVADO -
INVESTIMENTO NO EXTERIOR, inscrito no CNPJ sob o n.º 18.679.873/0001-38.
Libor 6M BRLFundo
29/nov/2013
R$ 500.000,00
-0,15 -1,97 7,74 -1,65 -15,50 -17,43 46,54 41,98
2017 -4,06 -1,15 0,36
2016 -2,78 -2,34 -7,64 -3,50 6,57 -12,47 2,77 0,42
* A rentabilidade divulgada não é líquida de impostos. Rentabilidade obtida no passado não representa garantia de resultados futuros. Fundos de Investimento não são garantidos pelo administrador do fundo, gestor da carteira, de qualquer mecanismo de seguro, ou ainda,
do fundo garantidor de crédito (FGC). Para obter informações sobre o uso de derivativos, conversão de cotas, objetivo e público alvo, consulte o prospecto e o regulamento do fundo. Para avaliação da performance de um fundo de investimento, é recomendável a análise de,
no mínimo, 12 (doze) meses. As estratégias de investimento do fundo podem resultar em significativas perdas patrimoniais para seus cotistas. Verifique se este fundo está autorizado a realizar aplicações em ativos financeiros no exterior. Para fundos que perseguem a
manutenção de uma carteira de longo prazo, não há garantia de que o fundo terá o tratamento tributário para fundos de longo prazo. Verifique se a liquidação financeira e conversão dos pedidos de resgate deste fundo ocorrem
em data diversa do respectivo pedido. A partir de 02/05/2008, todos os fundos de investimento que utilizam ativos de renda variável em suas carteiras deixam de apurar sua rentabilidade com base na cotação média das ações
e passam a fazê-lo com base na cotação de fechamento destes ativos. Desta forma comparações de rentabilidade destes fundos com índices de ações devem utilizar, para períodos anteriores a 02/05/2008, a cotação média
destes índices e, para períodos posteriores a esta data, a cotação de fechamento. Antes de investir, consulte a lâmina, o formulário de informações complementares e/ou o regulamento do fundo, conforme o caso. A Verde não
comercializa e nem distribui cotas de fundos ou qualquer outro ativo financeiro. Este material não pode ser copiado, reproduzido ou distribuído, total ou parcialmente, sem a expressa concordância da Verde.
www.verdeasset.com.br.
Supervisão e Fiscalização: Comissão de Valores Mobiliários - CVM. Serviço de Atendimento ao Cidadão: www.cvm.gov.br.
2,64 2,95 50,41 46,171,61 1,11 2,87 -5,09 0,40 1,36 3,35 0,84 1,36
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VERDE AM GLOBAL ALPHA FIC FIM CP - IE Libor 6M BRL