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Eficácia de Thiamethoxam na forma de spike no controle de Aphis gossypii (Hemiptera: Aphididae) em mini-crisântemos (Dendranthema sp. -
ASTERACEAE) e Myzaphis rosarum (Hemiptera: Aphididae) em mini-rosas (Rosa chinensis - ROSACEAE)
Rio Claro - SP 2008
VALDIRENE DIAS MAEZUKA
Eficácia de Thiamethoxam na forma de spike no controle de Aphis gossypii (Hemiptera: Aphididae) em mini-crisântemos (Dendranthema sp. -
ASTERACEAE) e Myzaphis rosarum (Hemiptera: Aphididae) em mini-rosas (Rosa chinensis - ROSACEAE)
VALDIRENE DIAS MAEZUKA
Monografia apresentada ao Instituto de Biociências do Campus de Rio Claro, Universidade Estadual Paulista, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Entomologia Urbana.
Rio Claro - SP 2008
Orientador: Drª. ANA EUGÊNIA DE CARVALHO CAMPOS Co-Orientador: Pesq. Esp. FRANCISCO JOSÉ ZORZENON
Eficácia de Thiamethoxam na forma de spike no controle de Aphis gossypii (Hemiptera: Aphididae) em mini-crisântemos (Dendranthema sp. -
ASTERACEAE) e Myzaphis rosarum (Hemiptera: Aphididae) em mini-rosas (Rosa chinensis - ROSACEAE)
VALDIRENE DIAS MAEZUKA
Monografia apresentada ao Instituto de Biociências do Campus de Rio Claro, Universidade Estadual Paulista, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Entomologia Urbana.
Rio Claro - SP 2008
Comissão examinadora
______________________________________
______________________________________
______________________________________
Ao meu querido esposo e eterno companheiro
ALEXANDRE TSUMORI MAEZUKA
DEDICO
Aos meus pais MARIA TEREZA e BENEDITO (in memoriam)
e à minha irmã VALQUIRIA
OFEREÇO
AGRADECIMENTOS
Ao orientador e amigo Chico (Francisco Zorzenon) pelos ensinamentos, apoio e
amizade.
À Ana Eugênia C. Campos pela orientação, apoio, amizade e conhecimentos
transmitidos.
Aos professores Osmar Malaspina e Odair Bueno, pelos valiosos ensinamentos
durante o Curso de Especialização.
Ao José Aparecido Ribeiro da Rocha pelo auxilio técnico e amizade durante a
execução deste trabalho.
Ao Dr. Mário Eidi Sato do Instituto Biológico de Campinas pelo fornecimento dos
ácaros predadores.
A todos os amigos do Curso de Especialização em Entomologia Urbana da UNESP
de Rio Claro.
Ao Dr. Marcos R. Potenza pelas sugestões e auxilio na análise estatística.
Ao Renato Agnelo pela colaboração, apoio, sugestões e informações concedidas.
Ao Washington Ferreira da Syngenta, pelo incentivo e suporte.
A Nilceli Fernandes e Elisa Basso da Estação Experimental da Syngenta em
Holambra pelas informações e insetos cedidos para a criação e condução dos
experimentos.
A Syngenta Proteção de Cultivos pelo apoio financeiro para a realização dos
experimentos.
SUMÁRIO
Página RESUMO ........................................................................................................... 7
ABSTRACT........................................................................................................ 8
1. INTRODUÇÃO............................................................................................... 9
2. OBJETIVO...................................................................................................... 12
3. MATERIAIS E MÉTODOS.............................................................................. 12
3.1. Mini-rosas e mini-crisântemos .................................................................... 12
3.2. Ensaio com mini-crisântemos...................................................................... 13
3.2.1. Reinfestação com 60 Dias Após Tratamento............................................ 14
3.3. Ensaio com mini-rosas................................................................................. 14
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO....................................................................... 16
5. CONCLUSÃO................................................................................................... 31
6. REFERÊNCIAS................................................................................................. 32
Resumo Os pulgões Aphis gossypii (Hemiptera: Aphididae) e Myzaphis rosarum (Hemiptera:
Aphididae) estão entre as pragas de maior importância econômica em plantas
ornamentais. O objetivo deste trabalho foi verificar a eficiência e o efeito residual do
inseticida Thiamethoxam, em casa de vegetação, sob a apresentação spike
(liberação lenta) em mini-crisântemos e mini-rosas. Cada parcela foi constituída de 4
vasos com 5 repetições para cada planta ornamental. A infestação foi realizada de
forma artificial, utilizando-se Aphis gossypii para os mini-crisântemos e Myzaphis
rosarum para as mini-rosas. Foram avaliadas 2 doses da formulação spike 0,018 e
0,036 g i.a./L de substrato para mini-crisântemos e apenas a maior dose para mini-
rosas, o inseticida Actara 10 GR foi utilizado como padrão (0,018 g i.a./L de
substrato). Para mini-crisântemos, a dose de 0,018 g i.a./L de substrato ocasionou
uma mortalidade de 97% aos 28 dias após tratamento (DAT) e 100% de eficácia
para 60 DAT. A dose de 0,036 g i.a./L de substrato, apresentou 71,5% de eficiência
aos 14 DAT e manteve 100% de mortalidade para 28 e 60 DAT. O inseticida Actara
apresentou desempenho muito semelhante à maior dose testada da formulação
spike. Aos 60 DAT foi realizada uma reinfestação de Aphis gossypii, e a mortalidade
observada foi de ~55% aos 61 DAT para os 3 tratamentos e 100% aos 63 DAT
permanecendo assim até o final do experimento com 90 DAT quando a testemunha
apresentava infestação média de 100 pulgões/planta e visivelmente depauperada.
Nas mini-rosas, aos 7 DAT os 2 tratamentos apresentavam eficácia semelhante (em
torno de 97,5%) e aos 14 DAT 100% de controle dos pulgões. Esse valor se
manteve até o final do experimento aos 28 DAT.
Palavras-chave: Plantas ornamentais. Aphis gossypii. Myzaphis rosarum.
Thiamethoxam. Pulgão.
Abstract The Aphid Aphis gossypii (Hemiptera: Aphididae) and Myzaphis rosarum (Hemiptera:
Aphididae) are between the plagues of highest economic importance in ornamental
plants. This work had the objective of verifying the efficiency and residual effect of
the insecticide thiamethoxam, in vegetation house, under the spike presentation
(slow release) on mini chrysanthemums and mini roses. Each portion was
constituted of 4 pots with 5 repetitions for each ornamental plant. The infestation
was carried out in an artificial way, using Aphis gossypii for mini chrysanthemums
and Myzaphis rosarum for mini roses. Two doses of the spike formulation of 0.018
and 0.036 g i.a./L of substrate were evaluated for mini chrysanthemums, and only
the highest one was evaluated for mini roses. The insecticide Actara 10 GR was
used as standard (0.018 g i.a./L of substrate). For mini chrysanthemums, the dose of
0.018 g i.a./L of substrate caused a mortality of 97% 28 days after treatment (DAT)
and 100% of efficacy for 60 DAT. The dose of 0.036 g i.a./L of substrate presented
71.5% of efficiency at 14 DAT and maintained 100% of mortality for 28 and 60 DAT.
The insecticide Actara presented performance very similar to the highest dose
tested of the spike formulation. At 60 DAT, an infestation of Aphis gossypii was
carried out and the mortality noticed was ≈55% at 61 DAT for the three treatments
and 100% at 63 DAT, remaining like this until the end of the experiment with 90 DAT
when the witness presented average infestation of 100 Aphid /plant and was visibly
weakened. In mini roses at 7 DAT, the two treatments presented similar efficacy
(around 97.5%) and at 14 DAT 100% of plant lice control. This value was the same
until the end of the experiment with roses (28 DAT).
Key words: Ornamental plants. Aphis gossypii. Myzaphis rosarum. Thiamethoxam.
Aphid
1. Introdução Para Mello Filho (1986), planta ornamental é qualquer planta que possa
despertar o senso estético peculiar ao ser humano por meio de características
inerentes a cada planta, tais como colorido, volume, porte e a textura.
Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (2007), o
mercado mundial de flores e plantas ornamentais é avaliado em 75 bilhões de euros,
enquanto que o mercado interno movimenta em torno de 750 a 800 milhões de
dólares por ano. No Brasil, o consumo per capita (4,70 dólares) é muito baixo
quando comparado com o consumo da Suíça (US$ 170,00) e da Argentina (US$
25,00), mas com a perspectiva de que o consumo potencial seja pelo menos o dobro
do atual. Quanto ao faturamento, as flores envasadas representam 50% da
movimentação da cadeia, com grande destaque para rosas e crisântemos.
As roseiras são plantas de grande valor econômico e paisagístico, tendo
como um dos principais problemas fitossanitários, os pulgões. Dentre eles
destacam-se Macrosiphum rosae, Aphis gossypii (FREITAS; LÓPEZ, 1996) e
Myzaphis rosarum (IMENES; BERGMANN; TAKEMATSU, 2003).
A rosa é a planta de jardim mais popular do mundo e uma das mais antigas
cultivadas entre as ornamentais. Originária do Oriente acredita-se que tenha surgido
há cerca de 35 milhões de anos (CORREA, 1926).
Rosa chinensis (Jacq.) (ROSACEAE), popularmente conhecida como mini-
rosa, é uma planta de pequeno porte, cuja forma adulta mede cerca de 20-30 cm de
altura, sendo adequada para vasos, jardineiras e canteiros (LORENZI; SOUZA,
2001). É uma planta propagada vegetativamente (estacas), o que favorece a
disseminação de pragas (IMENES; BERGMANN; TAKEMATSU, 2003)
O crisântemo é um dos principais produtos comercializados na área de
floricultura graças a grande diversidade de formas e cores e à sua alta durabilidade
(BERGMANN; IMENES; TAKEMATSU, 1996).
Trata-se de um híbrido complexo, resultante do cruzamento entre várias
espécies nativas da China e do Japão. Comercialmente, a propagação é feita
através de estacas apicais (STRINGHETA et al., 2004).
Dendranthema sp. (Ramat.) Kitam. (ASTERACEAE) popularmente conhecido
como crisântemo, possui inúmeras variedades no colorido e forma das flores, sendo
atualmente a flor mais comercializada no país (LORENZI; SOUZA, 2001).
Os pulgões estão entre as pragas mais importantes na cultura do crisântemo,
merecendo destaque as espécies A. gossypii e M. persicae (Aphididae)
(BERGMANN et al., 1996; STRINGHETA et al., 2004)
Pulgões ou Afídeos (Hemiptera) são importantes pragas em cultivos de
plantas ornamentais (CAMPOS-FARINHA, 2006). A sucção da seiva vegetal
ocasiona o encarquilhamento das folhas e deformação dos brotos, reduzindo
severamente o desenvolvimento da planta. Os pulgões excretam um líquido
açucarado (honeydew), atrativo para formigas, estabelecendo-se uma relação
simbiótica onde as últimas oferecem proteção contra os inimigos naturais do pulgão,
favorecendo sua permanência no ambiente. A deposição do honeydew nas folhas
favorece o desenvolvimento da “fumagina” (Capnodium sp.), que recobre a folha e
dificulta a respiração e a fotossíntese da planta debilitando-a ainda mais (GALLO et
al., 1998; IMENES; BERGMANN; TAKEMATSU, 2003). Os pulgões podem ainda
transmitir para a planta doenças causadas por fungos e bactérias (IMENES;
BERGMANN, 1997).
São insetos de antenas longas, corpo mole e em forma de pêra com dois
cornículos ou sifúnculos na parte posterior do abdome. Eles são gregários e a
reprodução ocorre por partenogênese telítoca em países tropicais (BORROR;
DELONG, 1988).
Existem várias espécies de pulgões importantes em plantas ornamentais
como Cerataphis lataniae, M. persicae e A. gossypii (IMENES; BERGMANN, 1997).
A. gossypii Glover (Hemiptera: Aphididae) tem ampla distribuição geográfica
podendo ser encontrado em todos os continentes ocasionando danos nas mais
diversas espécies vegetais, tais como algodoeiro, cajueiro e plantas ornamentais
(IMENES; BERGMAN, 1997; GALLO et al., 1998).
São pulgões de coloração variável do amarelo-claro ao verde-escuro e são
preferencialmente encontrados na parte inferior das folhas e nos brotos jovens,
sugando a seiva. Eles possuem alta capacidade reprodutiva, sendo que em regiões
tropicais a reprodução ocorre por partenogênese telítoca originando apenas fêmeas.
Existem formas aladas e ápteras, constituídas primordialmente de fêmeas que
originarão ninfas. Inicialmente os indivíduos são ápteros, mas à medida que a
população começa a crescer e a comprometer a disponibilidade de alimentos,
surgem as formas aladas, que voam para outras áreas a fim de fundar novas
colônias (GALLO et. al., 1998).
O pulgão Mysaphis rosaceae (=Capitophorus rosarum) (Hemiptera: Aphididae)
é popularmente conhecido como pulgão-verde da roseira e possui coloração verde
clara e mede aproximadamente de 1,5 a 2,0 mm de comprimento (IMENES et al.,
2003).
O produto ACTARA (Thiamethoxam WG) possui eficácia conhecida diante do
pulgão A. gossypii na cultura do algodoeiro (FERNANDES-BUZZERIO et.al., 2005;
SIQUERI, 2007).
Thiamethoxam é um inseticida do grupo químico Neonicotinóide e age por
contato e ingestão. Possui ação sistêmica. A molécula mimetiza a acetilcolina e
compete pelos receptores nicotinérgicos na membrana pós-sináptica. A transmissão
do impulso nervoso fica interrompida e o inseto deixa de realizar funções vitais como
a alimentação (FERNANDES-BUZZERIO et al., 2005).
A formulação spike é aplicada diretamente no substrato da planta. O
ingrediente ativo é liberado e absorvido pelas raízes sendo então translocado dentro
da planta até as folhas onde os insetos sugam e se alimentam. Esta formulação
confere liberação lenta (slow release) e contínua do ingrediente ativo, tornando-o
disponível por semanas (FERREIRA, 2007).
2. Objetivos Tendo em vista o aumento da produção de plantas ornamentais e o impacto
dos danos causados por pulgões, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a
eficácia de Thiamethoxam na forma de spike no controle de A. gossypii (Hemiptera:
Aphididae) e M. rosarum (Hemiptera: Aphididae) em mini-crisântemos e mini-rosas,
respectivamente.
3. Material e Métodos A formulação utilizada no presente trabalho está sendo chamada de spike
(Figura 1), mas esse nome pode não ser definitivo.
Figura 1- Thiamethoxam sob a forma de spike.
Do inglês, a palavra spike pode ser traduzida como ‘estaca’, ‘prego’, ou ainda
‘porco-espinho’ entre outras.
Essa formulação já é comercializada na Europa no mercado de jardinagem
amadora, mas é uma inovação no Brasil nesse setor.
A aplicação é feita diretamente no substrato (vaso ou canteiro) próximo da
planta a ser tratada.
3.1. Mini-rosas e mini-crisântemos Foram utilizadas plantas envasadas de mini-rosas (Rosa chinensis -
ROSACEAE) cultivar Parade provenientes do “Sitio Van der Heidjen” e mini-
crisântemos (Dendranthema sp. - ASTERACEAE) cultivar Cherry honey oriundos do
“Sitio Floreada”, ambos em Holambra – São Paulo, e mantidas na casa de
vegetação do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Sanidade Vegetal, Instituto
Biológico em São Paulo, SP. O experimento foi realizado no período de setembro de
2007 a março de 2008.
As plantas foram mantidas em estufas separadas e não climatizadas com
Umidade Relativa do Ar (UR) de 60% ± 20% e Temperatura de 25 oC ± 4oC.
A presença do ácaro rajado (Tetranychus urticae Koch – ACARI:
Tetranychidae) é bastante comum em plantas ornamentais mantidas em estufas e
para o seu controle, foi realizada a liberação de ácaros predadores (Neoseiulus
californicus McGregor – ACARI: Phytoseiidae) provenientes do Instituto Biológico em
Campinas/SP, uma vez que este método é inócuo à população de pulgões (SATO,
2007; POLETTI, 2008).
A infestação dos pulgões foi realizada artificialmente com o auxilio de um
pincel onde eram colocados 10 pulgões por planta. Procedeu-se a contagem diária
do número pulgões nas folhas, hastes e botões florais das plantas, até atingir o
número mínimo de 20 pulgões/planta para o início do experimento
(aproximadamente 12 dias).
3.2. Ensaio com Mini-crisântemos Nos mini-crisântemos foi realizada infestação artificial do pulgão A. gossypii
Glover (Hemiptera: Aphididae) por ser o principal pulgão de crisântemos
(BERGMANN, E. C. et. al., 1996).
Os pulgões foram cedidos pela Estação Experimental da empresa Syngenta
Proteção de Cultivos e para aclimatação, foram mantidos na casa de vegetação do
Instituto Biológico em plantas de algodão livres de qualquer aplicação com
pesticidas até o momento da infestação nas mudas de mini-crisântemo.
O ensaio foi realizado utilizando-se 3 (três) tratamentos mais a testemunha
(Tabela 1), com 5 (cinco) repetições. Cada parcela experimental foi constituída por 4
(quatro) vasos, totalizando 80 vasos.
Tabela 1 – Relação dos tratamentos com seus respectivos nomes comuns,
formulação, dosagens e concentrações a serem utilizados nos ensaios de pulgões
em mini-crisântemo.
Nome Comum Formulação Dose Concentração
g i.a./L vaso
Thiamethoxam 1,2% Spike ½ spike
(1,5 g de produto comercial) 0,018 g i.a.
Thiamethoxam 1,2% Spike 1 spike
(3 g de produto comercial) 0,036 g i.a.
Thiamethoxam 1%
(Actara 10 GR) Granulado 1,8 g de produto comercial 0,018 g i.a.
O inseticida Actara 10 GR (Thiamethoxam 1%) foi utilizado como padrão para
comparação com a apresentação spike.
Os produtos foram colocados em sulcos próximos à planta (aproximadamente
5 cm de profundidade) e cobertos com o próprio substrato do vaso. Em seguida,
todos os vasos receberam 50 mL de água, inclusive o grupo controle. A
padronização da quantidade de água nos vasos foi mantida até o final do
experimento.
As avaliações foram feitas com 0 (prévia), 1, 3, 7, 14, 28 e 60 DAT dias após
o tratamento (DAT) e a eficiência foi observada através da contagem do número de
todos os pulgões vivos nas folhas, hastes e botões florais das mudas.
Os dados obtidos foram transformados em (raiz quadrada de x+0,5) e
submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey a
5% de probabilidade. A eficiência foi calculada pela fórmula de Henderson & Tilton
(NAKANO et. al., 1981).
3.2.1. Reinfestação com 60 Dias Após Tratamento Para avaliar o efeito residual dos produtos nas plantas, os mini-crisântemos
receberam nova infestação de pulgões A. gossypii aos 60 DAT.
A infestação foi realizada artificialmente com o auxilio de um pincel onde eram
colocados 20 pulgões por planta. Os pulgões tinham a mesma origem dos pulgões
utilizados no início do tratamento e igualmente estavam aclimatados, mas desta vez
em mini-crisântemos também livres de aplicação de inseticidas.
As avaliações foram feitas com 0 (prévia), 1, 3 e 30 DAT. Os dados obtidos
foram transformados em (raiz quadrada de x+0,5) e submetidos a análise de
variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. A
eficiência foi calculada pela fórmula de Henderson & Tilton (NAKANO et. al., 1981).
3.3. Ensaio com Mini-rosas Nas mini-rosas foi realizada infestação artificial do pulgão M. rosaceae
(Hemiptera: Aphidadae) por ser um dos principais pulgões da roseira (IMENES et.
al.,1995).
Os afídeos foram coletados de roseiras dos jardins do Instituto Biológico em
São Paulo e para aclimatação, foram transferidos para roseiras livres de qualquer
aplicação de pesticidas e mantidos na estufa até o momento da infestação nas mini-
rosas.
O ensaio foi realizado utilizando-se 2 (dois) tratamentos mais a testemunha
(Tabela 2), com 5 (cinco) repetições. Cada parcela experimental foi constituída por 4
(quatro) vasos, totalizando 60 vasos.
Tabela 2 – Relação dos tratamentos com seus respectivos nomes comuns,
formulação, dosagens e concentrações a serem utilizados nos ensaios de pulgões
em mini-rosas.
Nome
Comum/Comercial Formulação Dose
Concentração
g i.a./L vaso
Thiamethoxam 1,2% Spike 1 spike
(3 g de produto comercial) 0,036 g i.a.
Thiamethoxam 1%
(Actara 10 GR) Granulado 1,8 g de produto comercial 0,018 g i.a.
O inseticida Actara 10 GR (Thiamethoxam 1%) foi utilizado como padrão para
comparação com a apresentação spike.
Os produtos foram colocados em sulcos próximos à planta (aproximadamente
5 cm de profundidade) e cobertos com o próprio substrato do vaso. Em seguida,
todos os vasos receberam 20 mL de água, inclusive o grupo controle. A
padronização da quantidade de água nos vasos foi mantida até o final do
experimento.
As avaliações foram realizadas com 0 (prévia), 1, 3, 7, 14, 21 e 28 dias após
o tratamento (DAT) e a eficiência foi observada através da contagem do número de
todos os pulgões vivos nas folhas, hastes e botões florais das mudas.
Os dados obtidos foram transformados em (raiz quadrada de x + 0,5) e
submetidos a análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey a
5% de probabilidade. A eficiência foi calculada pela fórmula de Henderson & Tilton
(NAKANO et. al., 1981).
4. Resultados e Discussão O uso de produtos químicos em residências deve ser seguro, eficaz e a
tecnologia deve estar voltada para formulações seguras e de modo a evitar erros de
dosagens.
A formulação spike é uma tecnologia nova no Brasil e tem como conveniência
a liberação lenta e continua do ingrediente ativo; dispensa o uso de equipamentos
para pulverização; minimiza a possibilidade de erro de dosagens e diminui o contato
do produto com o consumidor. O produto tem Thiamethoxam como ingrediente ativo,
um inseticida Neonicotinóide.
Thiamethoxam age no sistema nervoso dos insetos, mimetizando a
acetilcolina com quem compete pelos receptores nicotinérgicos na membrana pós-
sináptica. A transmissão do impulso nervoso fica interrompida e o inseto deixa de
realizar funções vitais como a alimentação. A Figura 2 ilustra a ação de
Thiamethoxam sobre pulgões.
Figura 2 - Ilustração do efeito de Thiamethoxam sobre o pulgão Myzus persicaei. (Fonte:
Syngenta Crop Protection)
Após a aplicação do spike no substrato do vaso, o produto é absorvido pelas
raízes e translocado para o restante da planta contaminando os insetos durante a
sucção de seiva (FERREIRA, 2007). Por se tratar de uma tecnologia nova, ainda
não há estudos publicados com o spike.
A Tabela 3 apresenta o número de pulgões por vaso de mini-crisântemo.
Durante a alimentação, pulgões saudáveis ficam
quase imóveis sobre a folha, com o corpo próximo à
superfície foliar e suas antenas apontando para trás
após a ingestão de thiamethoxam, os
pulgões retiram o estilete e interrompem a
alimentação de forma definitiva
as pernas ficam esticadas e as antenas apontam
para frente
os insetos não introduzem mais o estilete na planta
Tabela 3 - Número de pulgões por planta (médias originais) Aphis gossypii em mini-
crisântemos.
Avaliações
Número de pulgões por planta Tratamentos
Prévia1
1 DAT2 3 DAT 7 DAT 14 DAT 28 DAT 60 DAT
½ spike 21 30 a3 27 a b 69 a b 108 a 1 b 0
1 spike 21 31 a 23 b 48 b 24 b 0 b 0
Actara 26 32 a 36 a 39 b 38 b 1 b 0
Testemunha 24 29 a 34 a 85 a 109 a 54,0 a 100
1. Leitura antes do tratamento
2. DAT – Dias após tratamento
3. Médias com letras iguais nas linhas não diferem pelo teste de Tukey a 5%.
A Tabela 4 apresenta a eficácia obtida nos tratamentos com ½ e 1 spike
quando comparados com Actara no controle de Aphis gossypii em mini-crisântemos.
Com 1 dia após o tratamento (DAT), observou-se que a dose de 1 spike
ocasionou uma mortalidade média de 1,7% . Com as doses de ½ spike e Actara,
houve controle negativo, -16,4% e -6,7% respectivamente. Segundo Henderson e
Tilton, o controle negativo refere-se a um aumento da população em estudo, em
relação ao encontrado na testemunha (NUNES et. al., 1999). A ausência de
mortalidade expressiva em todos os tratamentos em após 24 horas já era esperada
visto que os produtos utilizados são de aplicação no substrato e que dependem da
translocação radicular e ação sistêmica.
Aos 3 DAT, 1 e ½ spike promoveram uma redução de 12,3% e 10,3%
respectivamente, enquanto que Actara ocasionou uma mortalidade de 2,2%.
Com 7 DAT, verificou-se que o melhor resultado foi obtido com o tratamento
de Actara (60,5%) seguido de 1 spike (37,5%) e ½ spike (12,3%). A causa provável
da mortalidade causada por Actara em relação aos tratamentos com spike, é a
diferença de formulação onde Actara (grânulos) disponibilizou o ingrediente ativo
mais rapidamente.
Aos 14 DAT, observou-se um aumento significativo da população de pulgões
nas plantas que receberam ½ spike e novamente um controle negativo foi observado
(-13%). Já as plantas tratadas com 1 spike e Actara apresentaram mortalidade muito
semelhante (~72%) sendo que a dose testada de Actara corresponde a dose de ½
spike, possivelmente isso deve à formulação granulada de Actara.
Após 28 DAT, Actara e ½ spike apresentaram eficiência em torno de 97,3% e
1 spike, 100% de mortalidade. Estes resultados demonstram que a dose de ½ spike
tem uma ação um pouco mais demorada o que o faz necessitar de um tempo maior
para ocasionar uma mortalidade considerável e semelhante a dos demais
tratamentos.
Tabela 4 - Porcentagem de mortalidade média dos tratamentos realizados com
Thiamethoxam, aos 1, 3, 7, 14 e 28 dias após tratamento em mini-crisântemos.
Porcentagem de mortalidade média1 Tratamentos
1 DAT2 3 DAT 7 DAT 14 DAT 28 DAT
½ spike - 16,4% 10,2% 12,2% - 13,0% 97,7%
1 spike 1,7% 12,2% 37,5% 71,5% 100%
Actara - 6,7% 2,1% 60,5% 72,5% 97,0%
Testemunha - - - - -
1. Eficiência calculada pela formula de Henderson & Tilton.
2. DAT – Dias após tratamento
A Figura 3 apresenta a comparação da mortalidade de Aphis gossypii entre
os tratamentos ao longo do tempo.
Eficácia comparada em mini-crisântemos
-20
0
20
40
60
80
100
1 3 7 14 28 60
Dias após tratamento
Mor
talid
ade
(%)
1/2 Spike 1 Spike Actara
Figura 3 - Comparação da mortalidade de Aphis gossypii entre os tratamentos ao longo do
tempo.
Com 60 DAT, apenas os vasos do grupo controle apresentavam pulgões e
apenas nesses vasos foi observada a presença de formigas da espécie
Monomorium floricola (Jerdon.) nos vasos do grupo controle (Figura 4). A associação
entre formigas e pulgões é bastante comum, visto que as formigas são atraídas pela
substância açucarada (honeydew) excretada pelos pulgões (IMENES; BERGMANN;
TAKEMATSU, 2003).
Figura 4 - Associação entre formigas da espécie Monomorium floricola Jerdon, 1851 e o
pulgão Aphis gossypii (Glover).
Na avaliação de 60 DAT foi realizada uma reinfestação de A. gossypii nos
mini-crisântemos para avaliar o efeito preventivo, ou seja, verificar se pulgões que
entrassem em contato com planta morreria.
A Tabela 5 apresenta os valores obtidos na reinfestação de pulgões em mini-
crisântemos.
Presença de formigas
Tabela 5 - Porcentagem de mortalidade média dos tratamentos realizados com
Thiamethoxam, aos 60, 61, 63 e 90 dias após tratamento em mini-crisântemos.
Porcentagem de mortalidade média1
Tratamentos 60 DAT2
(reinfestação)61 DAT 63 DAT 90 DAT
½ spike - 54,0% 100% 100%
1 spike - 56,6% 100% 100%
Actara - 55,5% 100% 100%
Testemunha - - - -
1. Eficiência calculada pela fórmula de Henderson & Tilton.
2. DAT – Dias após tratamento
Com 24 horas após a reinfestação, aproximadamente 55% dos pulgões
estavam mortos em todos os tratamentos (1/2 spike, 1 spike e Actara). Em 72 horas,
as plantas estavam novamente livres de pulgões permanecendo assim até o término
do experimento com 90 DAT.
Esses resultados evidenciam que os produtos avaliados apresentam efeito
residual de pelo menos 90 DAT, conferindo também um efeito protetor para novas
infestações.
Isso se deve provavelmente ao fato de que no momento da reinfestação a
planta já estaria com o ingrediente ativo circulando na planta e consequentemente
disponível para contaminação do inseto, enquanto que na infestação inicial, foi
necessário um tempo inicial para absorção e translocação na planta.
A comparação da eficácia entre os tratamentos pode ser visualizada na
Figura 5.
Eficácia comparada em mini-crisântemos (reinfestação)
0
20
40
60
80
100
60 61 63 90
Dias após tratamento
Mor
talid
ade
(%)
1/2 Spike 1 Spike Actara
Figura 5 - Comparação da mortalidade de Aphis gossypii entre os tratamentos na
reinfestação.
Durante as avaliações da atividade inseticida de spike sobre os pulgões,
observou-se que os mini-crisântemos que receberam Thiamethoxam apresentavam
um vigor superior às plantas do grupo controle.
De modo geral, as plantas apresentavam melhores condições gerais que as
não tratadas, com mais folhas e estas estavam com coloração verde mais intensa
conforme a Figura 6.
Figura 6 – Vigor causado por 1 spike em mini-crisântemos em comparação com a
testemunha aos 90 DAT.
A dose de 1 spike ocasionou plantas mais bonitas que os demais tratamentos
e não foi observada diferença significativa entre Actara e ½ spike que foram testadas
na mesma dose (Figuras 7 e 8) .
Figura 7 - Comparação do vigor ocasionado por ½ e 1 spike em mini-crisântemos aos 90
DAT.
Testemunha 1 spike
½ spike 1 spike
Figura 8 - Comparação do vigor causado por Actara e 1 spike aos 90 DAT
A Figura 9 apresenta a comparação do vigor causado nos tratamentos em
comparação com a testemunha.
Actara 1 spike
Figura 9 – Comparação do vigor causado por Thiamethoxam em relação à testemunha. Da esquerda para a direita: A. Testemunha; B.
Tratamento com Actara; C. Tratamento com ½ spike e; D. Tratamento com 1 spike.
A B C D
Embora o ensaio com mini-crisântemos tenha sido finalizado aos 90 DAT, o
vigor foi observado até 120 DAT conforme a Figura 10.
Figura 10 – Vigor causado por 1 spike quando comparado à testemunha (120 DAT).
Essa diferença pode ser atribuída em parte ao controle dos pulgões e em
parte à atividade Bioativadora já conhecida de Thiamethoxam. Segundo Castro &
Pereira (2007), Bioativadores são substancias orgânicas capazes de atuar em
fatores de transcrição da planta e na expressão gênica, em proteínas de membrana
alterando o transporte iônico e em enzimas metabólicas capazes de afetar o
metabolismo secundário, de modo a melhorar a nutrição mineral, produzir
precursores de hormônios vegetais, levando a síntese hormonal e a resposta da
planta a nutrientes e hormônios, em resumo, Thiamethoxam tem a capacidade de
induzir alterações fisiológicas nas plantas.
Esses resultados precisam ser melhor estudados em plantas ornamentais e
podem ser de grande valia no mercado de flores uma vez que pode contribuir para
um incremento na beleza e na durabilidade das plantas.
A ação bioativadora de Thiamethoxam vem sendo muito estudada na
agricultura e é melhor explorada no livro “Thiamethoxam: uma revolução na
agricultura Brasileira”.
1 spike Testemunha
Nas mini-rosas foi observado na avaliação prévia, infestação uniforme com o
pulgão M. rosaceae (Tabela 6).
Tabela 6 - Número de pulgões por planta (médias originais) Myzaphis rosaceae em
mini-rosas.
Avaliações
Número de pulgões por planta Tratamentos
Prévia1 1 DAT2 3 DAT 7 DAT 14 DAT 21 DAT 28 DAT
1 spike 20 19 a3 10 b 1 b 0 0 0
Actara 20 18 a 8 b 0 c 0 0 0
Testemunha 20 19 a 23 a 26 a 27 28 26
1. Leitura antes do tratamento
2. DAT – Dias após tratamento
3. Médias com letras iguais nas linhas não diferem pelo teste de Tukey a 5%.
A eficácia de spike e Actara em pulgões M. rosaceae em mini-rosas pode ser
observada na Tabela 7.
Com 1 DAT, não foi observada diferença significativa entre os tratamentos
com spike e Actara (~3,2%).
Aos 3 DAT Actara apresentou eficácia ligeiramente superior ao spike, 54% e
66% respectivamente. Vale ressaltar que a dose testada de Actara corresponde à
metade da dose de spike, isso pode ser explicado possivelmente a uma maior
disponibilidade do ingrediente ativo na formulação de Actara (GR) em relação ao
spike.
Com 7 DAT os 2 tratamentos apresentavam eficácia semelhante (em torno de
97,5%) e aos 14 DAT 100% de controle dos pulgões M. rosaceae em mini-rosas.
Esse valor se manteve até o final do experimento com mini-rosas aos 28 DAT.
As mini-rosas são geralmente suscetíveis ao ataque de inúmeras pragas e
doenças, e durante o experimento as plantas foram acometidas pelo fungo Oídio
(Oidium leucoconium Desm.) o que inviabilizou a continuidade do ensaio, uma vez
que a infestação era crescente e não se podia realizar a aplicação de produtos
químicos a fim de preservar os pulgões.
Tabela 7 - Porcentagem de mortalidade média dos tratamentos realizados com
Thiamethoxam, aos 1, 3, 7, 14, 21 e 28 dias após tratamento em mini-rosas.
Porcentagem de mortalidade média1
Tratamentos
1 DAT2 3 DAT 7 DAT 14 DAT 21 DAT 28 DAT
1 spike 3,2% 54,0% 96,0% 100% 100% 100%
Actara 3,3% 66,3% 99,0% 100% 100% 100%
Testemunha - - - - - -
1. Eficiência calculada pela fórmula de Henderson & Tilton.
2. DAT – Dias após tratamento
A comparação da eficácia entre os tratamentos em mini-rosas pode ser
visualizado na Figura 11.
Eficácia comparada em mini-rosas
0
20
40
60
80
100
1 3 7 14 21 28
Dias após tratamento
Mor
talid
ade
(%)
1 Spike Actara
Figura 11 - Eficácia de spike e Actara em mini-rosas.
Observou-se diferença significativa na velocidade do controle entre as duas
plantas testadas em ambos os tratamentos (1 spike e Actara).
A Figura 12 apresenta a comparação da mortalidade em mini-rosas e mini-
crisântemos tratados com 1 spike e a Figura 13 as plantas tratadas com Actara.
Eficiência de 1 spike em mini-crisântemos e mini-roas
0
20
40
60
80
100
1 3 7 14 28Dias após tratamento
Mor
talid
ade
(%)
mini-crisântemos mini-rosas
Figura 12 - Comparação da dose de 1 spike em mini-crisântemos e mini-rosas.
Eficiência de Actara em mini-crisântemos e mini-rosas
-200
2040
6080
100
1 3 7 14 28Dias após tratamento
Mor
talid
ade
(%)
mini-crisântemos mini-rosas
Figura 13 - Comparação da dose de Actara em mini-crisântemos e mini-rosas.
Com 7 DAT, as mini-rosas apresentavam uma redução de aproximadamente
97,5% para as duas doses. Já os mini-crisântemos precisaram de 28 DAT para uma
redução média de 98,5%.
Uma possível explicação para essa diferença de velocidade no controle dos
pulgões seja a diferença de espécies de pulgões e plantas, e o estágio das plantas.
Os mini-crisântemos estavam em plena floração durante o ensaio, enquanto
que as mini-rosas tinham acabado de perder seus botões florais.
O pulgão A. gossypii é encontrado frequentemente nos brotos, folhas, hastes
e flores em plantas de crisântemos (BERGMANN et al., 1996), entretanto, durante o
ensaio eles permaneceram exclusivamente nos botões florais o que pode ter
influenciado um controle mais lento em relação às mini-rosas que não possuíam
botões florais (Figura 14).
Figura 14 - Localização dos pulgões nas plantas. A. Myzaphis rosaceae nas folhas de mini-rosas. B. Aphis gossypii nos capítulos de mini-crisântemos.
Os resultados evidenciam que possivelmente se a planta estiver em plena
floração e os pulgões estiverem concentrados neste local, o controle pode ser um
pouco mais demorado como foi observado no presente estudo.
A B
5. Conclusão
Nas condições no presente estudo, pode-se concluir que:
Os inseticidas Spike e Actara são eficientes no controle de A. gossypii em
mini-crisântemos e M. rosaceae em mini-rosas quando aplicados no
substrato da planta;
Os tratamentos proporcionaram efeito curativo e preventivo por até 90 DAT
em mini-crisântemos (tempo de duração do ensaio);
Os tratamentos proporcionaram efeito curativo e preventivo por 28 DAT em
mini-rosas (tempo de duração do ensaio);
A dose ideal para o controle de pulgões é de 1 spike (3 g produto comercial)
por litro de substrato;
A eficiência de 1 spike (0,036 g i.a./L de substrato) é semelhante à metade
da quantidade de ingrediente ativo mas na formulação GR (0,018 g i.a./L de
substrato);
Plantas com pulgões concentrados nos botões florais tendem a necessitar
de um tempo maior para o inicio do controle enquanto que plantas sem
floração tendem a ter um controle mais rápido dos insetos;
As plantas tratadas com Thiamethoxam apresentaram melhores condições
gerais que as não tratadas evidenciando o vigor proporcionado pelo
ingrediente ativo na seguinte ordem: 1 spike > ½ spike = Actara
6. Referências BERGMANN, E. C; IMENES, S. D. L.; TAKEMATSU, A. P. Pragas. São Paulo:
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