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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO
GRANDE DO SUL – UNIJUI
FILIPE KLEIN RODRIGUES
CASA CONTÊINER: UMA PROPOSTA DE RESIDÊNCIA UNIFAMILIAR
SUSTENTÁVEL
Ijuí
2015
FILIPE KLEIN RODRIGUES
CASA CONTÊINER: UMA PROPOSTA DE RESIDÊNCIA UNIFAMILIAR
SUSTENTÁVEL
Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia
Civil apresentado como requisito parcial para
obtenção do título de Engenheiro Civil.
Orientador(a): Tarcísio Dorn de Oliveira
IJUÍ
2015
FILIPE KLEIN RODRIGUES
CASA CONTÊINER: UMA PROPOSTA DE RESIDÊNCIA
UNIFAMILIAR SUSTENTÁVEL
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do título de
ENGENHEIRO CIVIL e aprovado em sua forma final pelo professor orientador e pelo membro
da banca examinadora.
Ijuí, 09 de novembro de 2015
Prof. Tarcisio Dorn de Oliveira
Mestre pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)- Orientador
Prof. Lia Geovana Sala
Mestre em Arquitetura (UFSC)
Coordenador do Curso de Engenharia Civil/UNIJUÍ
BANCA EXAMINADORA
Tenille R. Piovesan
Mestre em Engenharia Civil e Ambiental (UFSM)
Dedico este trabalho a minha família que sempre
esteve ao meu lado sem medir esforços para ajudar em minha busca por esta conquista.
AGRADECIMENTOS
Aos meus familiares sempre presentes e incansáveis ajudando na busca de meus
objetivos;
Ao meu professor e orientador Tarcísio Dorn de Oliveira por ter aceitado meu convite
para orientação deste trabalho, acreditando nas minhas ideias e contribuindo de forma decisiva
para o andamento deste desafio;
Ao Engenheiro Civil Décio Alfredo Kersting que me permitiu estagiar durante 1 ano e
meio em seu escritório, contribuindo muito no complemento ao conhecimento teórico adquirido
na universidade;
A todos os professores que fizeram parte desta caminhada exercendo a mais nobre das
atitudes, Ensinar;
A minha namorada que acompanhou toda essa trajetória acadêmica, apoiando e
incentivando na busca pelo êxito.
―Visão sem ação não passa de sonho; ação sem visão é só
passatempo; visão com ação pode mudar o mundo‖.
Joel Baker
RESUMO
RODRIGUES, Filipe Klein. Casa Contêiner: Uma Proposta de Residência Unifamiliar
Sustentável. 2015. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Civil, Universidade
Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Ijuí. 2015.
Este trabalho busca apresentar o contexto da construção civil atual, relacionando-o aos níveis de
exigência ligados a questão da sustentabilidade baseados em uma proposta de casa contêiner para
o município de Ijuí descrevendo todo o processo construtivo de obras desta natureza dando
ênfase as adaptações necessárias para o uso de um contêiner na construção civil. Descrever
alternativas referentes ao processo construtivo, aos materiais existentes e detalhando aqueles
escolhidos para dar andamento ao projeto.
Palavras-chave: Térmico. Acústico. Construção. Reaproveitamento.
ABSTRACT
RODRIGUES, Filipe Klein. Casa Contêiner: Uma Proposta de Residência Unifamiliar
Sustentável. 2015. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Civil, Universidade
Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Ijuí. 2015.
This study aims to present the context of the current construction , relating it to the levels of
demand linked the question of sustainability based on a house proposal container for Ijuí
municipality describing the entire construction process of works of this nature with emphasis on
the necessary adaptations to the use of container in construction. Describe alternatives for the
construction process , existing materials and detailing those chosen to proceed with the project.
.
Keywords: Heat. Acoustic. Construction. Reuse.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Localização do município de Ijuí no Estado ...................................................... 18
Figura 2: Trem no Vietnã transportando recipientes Conex contendo rochas .................. 21
Figura 3: Contêiner tipo Dry ............................................................................................. 23
Figura 4: Contêiner tipo Reefer ......................................................................................... 24
Figura 5: Contêiner tipo Open Top ................................................................................... 25
Figura 6: Contêiner tipo Flat Rack .................................................................................... 26
Figura 7: Contêiner tipo Plataform .................................................................................... 27
Figura 8: Contêiner tipo Tank ........................................................................................... 27
Figura 9: Sistema de captação de águas pluviais ............................................................... 33
Figura 10: Exemplo de telhado verde ................................................................................ 34
Figura 11: Composição de um telhado verde .................................................................... 35
Figura 12: Casa contêiner com telhado verde ................................................................... 36
Figura 13: Identificação do contêiner na placa CSC ......................................................... 37
Figura 14: Número de identificação do contêiner exposto em sua estrutura..................... 38
Figura 15: Exemplos de contaminação e ataques químicos .............................................. 38
Figura 16: Ilustração do comportamento do calor durante o dia e a noite ........................ 39
Figura 17: Piso de cortiça .................................................................................................. 40
Figura 18: Argila expandida .............................................................................................. 40
Figura 19: Manta de Poliéster ............................................................................................ 41
Figura 20: Fibra cerâmica .................................................................................................. 41
Figura 21: Lã de rocha ....................................................................................................... 42
Figura 22: Lã de vidro ....................................................................................................... 43
Figura 23: Lã de pet - Isosoft............................................................................................. 43
Figura 24: Película para vidros .......................................................................................... 44
Figura 25: Vidros de proteção solar .................................................................................. 45
Figura 26: Corte de chapa com maçarico .......................................................................... 46
Figura 27: Corte a plasma .................................................................................................. 46
Figura 28: Longarinas laterais superior e inferior e poste ................................................. 47
Figura 29: Casa Contêiner apoiada apenas em suas extremidades .................................... 48
Figura 30: Concretagem sapatas isoladas sem ferragem para casa contêiner ................... 49
Figura 31: Tubulação em contêiner ................................................................................... 49
Figura 32: Fixação dos contêineres ................................................................................... 50
Figura 33: Esquema usual de uma parede de casa contêiner ............................................. 51
Figura 34: Container Loft .................................................................................................. 53
Figura 35: Planta baixa térreo Container Loft ................................................................... 54
Figura 36: Planta baixa superior Container Loft ............................................................... 55
Figura 37: Vista fachada Container Loft ........................................................................... 55
Figura 38: Acesso principal Container Loft ...................................................................... 56
Figura 39: Vista lateral Container Loft ............................................................................. 56
Figura 40: Fluxograma ...................................................................................................... 58
Figura 41: Casa Arquiteto Danilo Corbas ......................................................................... 59
Figura 42: Esquema planta baixa pavimento térreo .......................................................... 60
Figura 43: Esquema planta baixa pavimento superior ...................................................... 61
Figura 44: Fachada principal: ............................................................................................ 61
Figura 45: Vista dos fundos ............................................................................................... 62
Figura 46: Varanda com telhado verde pavimento superior ............................................. 62
Figura 47: Vista entrada residência ................................................................................... 63
Figura 48: Fluxograma ...................................................................................................... 64
Figura 49: Perspectiva interna da residência ..................................................................... 65
Figura 50: Planta baixa ...................................................................................................... 66
Figura 51: Esquema vista superior .................................................................................... 66
Figura 52: Vista dos fundos ............................................................................................... 67
Figura 53: Vista frontal ..................................................................................................... 67
Figura 54: Acabamento interno ......................................................................................... 68
Figura 55: Acabamento banheiro ...................................................................................... 68
Figura 56: Detalhe entrada de luz e saída esgoto .............................................................. 69
Figura 57: Fluxograma ...................................................................................................... 70
Figura 58: Delineamento da Pesquisa ............................................................................... 72
Figura 59: Painel Conceitual Sensorial ............................................................................. 74
Figura 60: Painel Conceitual de Repertório Arquitetônico ............................................... 75
Figura 61: Fluxograma ...................................................................................................... 77
Figura 62: Localização do município de Ijuí no Estado do RS ......................................... 77
Figura 63: Localização do quarteirão dentro do município de Ijuí ................................... 78
Figura 64: Quarteirão......................................................................................................... 78
Figura 65: Levantamento fotográfico do quarteirão em estudo ........................................ 79
Figura 66: Vista aérea do terreno ...................................................................................... 80
Figura 67: Levantamento Planimétrico ............................................................................. 81
Figura 68: Levantamento Altimétrico ............................................................................... 81
Figura 69: Terreno vista frontal 1 ...................................................................................... 82
Figura 70: Terreno vista frontal 2 ...................................................................................... 82
Figura 71: Zoneamento Pavimento Inferior ...................................................................... 83
Figura 72: Zoneamento Pavimento Superior ..................................................................... 83
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Programa de necessidades e Dimensionamento.............................................................57
Tabela 2: Organograma..................................................................................................................57
Tabela 3: Programa de necessidades e Dimensionamento.............................................................63
Tabela 4: Organograma..................................................................................................................64
Tabela 5: Programa de necessidades e Dimensionamento.............................................................69
Tabela 6: Organograma..................................................................................................................70
Tabela 7: Programa de necessidades e Dimensionamento.............................................................76
Tabela 8: Organograma..................................................................................................................76
LISTA DE SIGLAS
SINDUSCON MG Sindicato da Indústria da construção Civil de Minas Gerais
ISO International Standards Organization
ASA American Standards Association
CONEX Container Express Service
SENGE-MG Sindicato de Engenheiros no Estado de Minas Gerais
RCC Resíduo da Construção Civil
SINDUSCON SP Sindicato da Indústria da construção Civil de São Paulo
LI Licença de Importação
DI Documento de Importação
CSC Container Safety Convention
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 15
1.1 PROBLEMA ..................................................................................................... 15
1.2 OBJETIVOS ..................................................................................................... 16
1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 16
1.2.2 Objetivos específicos ....................................................................................... 16
1.3 JUSTIFICATIVA .............................................................................................. 16
1.4 DELIMITAÇÃO DO PROJETO ...................................................................... 17
2 REVISÃO DA LITERATURA ...................................................................... 18
2.1 HISTÓRICO ..................................................................................................... 18
2.1.1 Histórico do Município ................................................................................... 18
2.1.2 Histórico do Tema ........................................................................................... 20
2.1.2.1 Surgimento do Contêiner .................................................................................. 20
2.1.2.2 Tipos e características dos contêineres ............................................................ 21
2.2 REUTILIZAÇÃO DE CONTÊINERES NA CONSTRUÇÃO CIVIL ............ 28
2.2.1 Construção Sustentável .................................................................................. 28
2.2.1.1 Impactos Ambientais da Construção Civil ........................................................ 29
2.2.1.2 Reaproveitamento da Água das Chuvas ........................................................... 31
2.2.1.3 Telhado Verde ................................................................................................... 33
2.2.2 Processo Construtivo ...................................................................................... 36
2.2.2.1 Tratamento Térmico e Acústico ........................................................................ 39
2.2.2.2 Instalação das Esquadrias ................................................................................ 45
2.2.2.3 Fundação ........................................................................................................... 47
2.2.2.4 Instalação do Sistema Elétrico e Hidrossanitário ............................................ 49
2.2.2.5 Disposição e União entre Contêineres ............................................................. 50
2.2.2.6 Revestimentos .................................................................................................... 50
2.2.2.7 Ligação entre o Contêiner e Alvenaria Convencional ...................................... 51
2.2.2.8 Tempo e Custo da Obra .................................................................................... 52
2.3 LEGISLAÇÃO .................................................................................................. 52
2.3.1 Legislação Urbana, Federal e Específica ...................................................... 52
2.4 ANÁLISE DE MODELOS ............................................................................... 53
2.4.1 Análise de Modelo 01 – Container Loft ......................................................... 53
2.4.1.1 Apresentação do Projeto ................................................................................... 53
2.4.1.2 Programa de Necessidades e Dimensionamento .............................................. 57
2.4.1.3 Organograma e Fluxograma ............................................................................ 57
2.4.1.4 Análise arquitetônica ........................................................................................ 58
2.4.2 Análise de Modelo 02 – Casa Arquiteto Danilo Corbas .............................. 58
2.4.2.1 Apresentação do Projeto ................................................................................... 58
2.4.2.2 Programa de Necessidades e Dimensionamento .............................................. 63
2.4.2.3 Organograma e Fluxograma ............................................................................ 64
2.4.2.4 Análise Arquitetônica ........................................................................................ 64
2.4.3 Análise de Modelo 03 – Pequena Residência ................................................ 65
2.4.3.1 Apresentação do Projeto ................................................................................... 65
2.4.3.2 Programa de Necessidades e Dimensionamento .............................................. 69
2.4.3.3 Organograma e Fluxograma ............................................................................ 69
2.4.3.4 Análise Arquitetônica ........................................................................................ 70
3 METODOLOGIA ........................................................................................... 71
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA ........................................................... 71
3.2 CARACTERIZAÇÃO DA CLIENTELA ......................................................... 71
3.3 DELINEAMENTO ........................................................................................... 71
4 PROPOSTA ..................................................................................................... 73
4.1 CONCEITUAÇÃO ........................................................................................... 73
4.1.1 Painel Conceitual Sensorial ............................................................................ 74
4.1.2 Painel Conceitual de Repertório Arquitetônico ........................................... 74
4.2 PROGRAMA DE NECESSIDADES E PRÉ-DIMENSIONAMENTO ........... 75
4.3 ORGANOGRAMA ........................................................................................... 76
4.4 FLUXOGRAMA ............................................................................................... 76
4.5 TERRENO ........................................................................................................ 77
4.5.1 Localização do Terreno .................................................................................. 77
4.5.2 Análise do Entorno .......................................................................................... 79
4.5.3 Levantamento Planimétrico e Altimétrico .................................................... 80
4.5.4 Levantamento Fotográfico ............................................................................. 82
4.5.5 Zoneamento ..................................................................................................... 82
4.5.6 Detalhamento Técnico do Projeto .................................................................. 84
5 CONCLUSÃO ................................................................................................. 86
REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 88
APÊNDICE ……..............................................................................................................91
15
______________________________________________________________________________Casa Contêiner: Uma Proposta de Residência Unifamiliar Sustentável
1 INTRODUÇÃO
Nos últimos anos a construção civil tem estado em seu auge de produção e
desenvolvimento, muito impulsionada em função da facilidade de acesso ao crédito imobiliário
fomentado principalmente pelo governo federal através de programas como o PAC e o Minha
Casa Minha Vida. Segundo Romeiro (2014) estes representam uma grande mudança no cenário
da construção civil brasileira que passou por períodos de pouco investimento nas décadas de 80 e
90.
Em contrapartida ao cenário econômico positivo da construção civil temos o ônus deste
setor, que também cresce proporcionalmente ao seu desenvolvimento, que é o impacto ambiental
resultante da enorme geração de resíduos, uma vez que representam algo em torno de 25% do
total de resíduos gerados pela indústria brasileira (MENDES, 2013).
Embora venham progredindo os estudos e práticas de reciclagem e reaproveitamento de
materiais refletindo a conscientização das pessoas e, principalmente, em razão das obrigações
legais que começam a remodelar a indústria da construção civil, ainda é muito baixo o percentual
de reciclagem de resíduos, índice que não chega nem a 5% dos 65 milhões de toneladas gerados
por ano pelo setor (CAPELLO, 2006).
1.1 PROBLEMA
Uma prática que vem ganhando espaço no cenário nacional e internacional é a utilização
de contêineres marítimos na construção civil, seja como depósito de materiais, alojamentos ou
qualquer outra instalação provisória em canteiros de obras e até mesmo como a residência
propriamente dita. Segundo Balceiro e Ida (2011) cidades de contêiner oferecem uma solução
alternativa para fornecimento de espaço tradicional. São ideais para escritório e espaço de
trabalho e habitação.
O reaproveitamento de contêineres marítimos na construção civil nos remete a muitos
questionamentos, uma vez que não é um material criado para tal uso, trata-se de uma ―caixa‖
retangular metálica com dimensões padronizadas internacionalmente, normalmente construída
em aço, podendo ainda ser de alumínio ou fibra criado para facilitar o transporte multimodal
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Filipe Klein Rodrigues ([email protected]). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí. DCEENG/UNIJUÍ,
2015
(RODRIGUES, 2007). Dentre estes questionamentos temos todas as adaptações necessárias para
transformar um contêiner em moradia e a maior dúvida referente ao assunto é quanto ao âmbito
térmico (GIANESINI; KIELING, 2014).
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo Geral
Apresentar uma proposta arquitetônica viável e sustentável utilizando contêineres
marítimos para residência unifamiliar inserida no município de Ijuí.
1.2.2 Objetivos específicos
Constatar as possíveis questões burocráticas envolvendo o uso de um contêiner como
moradia;
Levantar as alternativas existentes para o tratamento térmico e acústico;
Analisar as formas existentes para realizar a união entre dois ou mais contêineres;
Verificar a maneira mais prática para instalação do sistema hidráulico e elétrico;
Comparar alternativas de recortes no contêiner para colocação das aberturas e no que elas
implicam;
Desenvolver uma forma de utilização de telhado verde.
Verificar todas as possibilidades de revestimentos e acabamentos aplicáveis em uma casa
contêiner;
Projetar uma residência confortável e sustentável;
1.3 JUSTIFICATIVA
Tendo em vista que o termo sustentabilidade vem sendo introduzido de forma cada vez
mais comum em todos os setores, sejam eles de produção, comércio, serviços e até mesmo nas
práticas diárias das pessoas, mas principalmente vêm sendo debatido no âmbito da construção
civil no que se refere a Construção Sustentável visto que este setor é responsável por grande parte
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______________________________________________________________________________Casa Contêiner: Uma Proposta de Residência Unifamiliar Sustentável
da emissão de Carbono e de gases do efeito estufa na atmosfera é que sente-se a necessidade de
projetar e pensar com respeito ao meio ambiente.
Práticas sustentáveis como o aproveitamento de contêineres marítimos na construção civil
são necessárias neste cenário atual, além de dar um destino ecologicamente correto aos
contêineres cria-se um novo conceito de arquitetura urbana, o aspecto industrial do metal aliado
ao concreto, alvenarias, madeiras cria um jogo de cores e estilos muito interessantes.
O desafio de se construir utilizando contêineres marítimos e todas as possibilidades
arquitetônicas que eles permitem é que tornam esse ―jogo‖ interessante. A possibilidade de uma
obra residencial, por exemplo, com um baixo custo em comparação a uma construção
convencional é o grande motivador deste tipo de projeto.
1.4 DELIMITAÇÃO DO PROJETO
O projeto caracteriza-se por uma obra residencial unifamiliar de iniciativa
privada/particular, podendo atender a uma família composta pelo casal e até dois filhos em
virtude do espaço projetado.
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Filipe Klein Rodrigues ([email protected]). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí. DCEENG/UNIJUÍ,
2015
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 HISTÓRICO
2.1.1 Histórico do Município
Situado na região Noroeste do Rio Grande do Sul (Figura 1), o município de Ijuí fica a
395 km da capital do Estado, Porto Alegre, está a uma altitude de 328 m acima do nível do mar.
Sua população é de 82.833 habitantes segundo dados do IBGE de 2015, sendo a terceira cidade
mais populosa dentre os 216 municípios da região Noroeste/Missões (IBGE, 2015).
Figura 1: Localização do município de Ijuí no Estado
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Iju%C3%AD
A Colônia de Ijuhy foi fundada em 19 de outubro de 1890, este nome na língua Guarany
significa ―Rio das águas divinas‖, e recebeu imigrantes de várias nacionalidades, o que
caracteriza hoje o município como Terra das Culturas Diversificadas. É também conhecida como
cidade universitária, Colmeia do Trabalho, Terra das Fontes de Água Mineral e Portal das
Missões.
A formação administrativa do município de Ijuí se deu da seguinte forma:
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______________________________________________________________________________Casa Contêiner: Uma Proposta de Residência Unifamiliar Sustentável
Em 19/10/1890 é criada a Colônia de Ijuhy.
Elevada à categoria de município em 21/01/1912, instalado em 11/02/1912.
Por Ato Municipal nº 1, de 12/02/1912, são criados os distritos de General Firmino de
Paula e Doutor Pestana.
Por Ato Municipal nº 411, de 11/02/1925, é criado o Distrito de Doutor Aragão Bozano.
Pelo Decreto Estadual nº 7199, de 31/03/1938, o Distrito de General Firmino de Paula
passou a denominarse simplesmente General Firmino e permanece no Município de Ijuí.
Pelo mesmo Decreto, o Distrito de Doutor Aragão Bozano passou a denominarse Doutor
Bozano e figurou como zona do Distrito de Ijuí, pertencente ao Município de Ijuí.
Pelo decreto Estadual nº 7842, de 30/06/1939, baixado em virtude de autorização contida
no DecretoLei Federal nº 3107, de 31/05/1939, o Distrito de General Firmino passou a
denominarse Ajuricaba.
Pela Lei Municipal nº 374, de 05/01/1956, foi restabelecido o Distrito de Doutor Bozano
e criado os distritos de Coronel Barros e Ramada.
Pela Lei Municipal nº 419, de 22/12/1956, foi criado o Distrito de Barro Preto.
Pela Lei Municipal nº 840, de 30/04/1964, foi criado o Distrito de Mauá.
Pela Lei Municipal nº 849, de 21/07/1964, foi criado o Distrito de Chorão.
Pela Lei Municipal nº 850, de 21/01/1964, foi criado o Distrito de Salto.
Pela Lei Municipal nº 865, de 04/11/1964, foi criado o Distrito de Linha 8 Leste.
Pelo Decreto Executivo nº 19, de 02/01/1965, foi alterada a denominação do Distrito
Linha 8 Leste para Distrito Floresta.
Pela Lei Estadual nº 5030, de 17/09/1965, foi desmembrado do Município de Ijuí o
Distrito de Doutor Pestana, para formar o novo município com a denominação de Augusto
Pestana.
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Filipe Klein Rodrigues ([email protected]). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí. DCEENG/UNIJUÍ,
2015
Pela Lei Estadual nº 5085, de 08/11/1965, foi desmembrado do Município de Ijuí os
distritos de Ajuricaba, Ramada e Barro Preto, para formar o novo município com a denominação
de Ajuricaba.
Pela Lei Municipal nº 1.979, de 02/03/1984, foi criado o Distrito de Santo Antônio.
Pela Lei Municipal nº 2.044, de 27/09/1984, foi criado o distrito de Alto da União.
Pela Lei Municipal nº 2.149, de 19/06/1986, foi criado o Distrito de Santa Lúcia.
Pela Lei Municipal nº 2.150, de 20/06/1986, foi criado o Distrito de Santana.
Pela Lei Municipal nº 2.160, de 30/10/1986, foi criado o Distrito de Barreiro.
Pela Lei Municipal nº 2.194, de 16/06/1987, foi criado o Distrito de Itaí.
Pela Lei Estadual nº 9.575, de 20/03/1992, foi desmembrado do Município de Ijuí o
Distrito de Coronel Barros para formar o novo município de mesmo nome.
Pela Lei Estadual nº 10742, de 16/04/1996, foi desmembrado do Município de Ijuí o
Distrito de Doutor Bozano, para formar o novo município com a denominação de Bozano. Os
distritos de Salto e Santa Lúcia são anexados ao município de Bozano.
O Município de Ijuí é constituído atualmente de 9 distritos: Ijuí, Mauá, Chorão, Floresta,
Santo Antônio, Alto da União, Barreiro, Santana e Itaí.
2.1.2 Histórico do tema
2.1.2.1 Surgimento do Contêiner
No início da navegação marítima todas as mercadorias eram transportadas em tonéis, por
ser a forma mais prática encontrada na época devido a dificuldade de embarque e desembarque
destas mercadorias (SANTOS, 1980). Com o passar do tempo e o desenvolvimento industrial as
mercadorias manufaturadas foram ganhando as mais diversas formas e tamanhos dificultando seu
transporte por meio destes tonéis e a necessidade das embalagens serem padronizadas
internacionalmente foram ganhando força. Porém somente em 1950 é que as nações
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______________________________________________________________________________Casa Contêiner: Uma Proposta de Residência Unifamiliar Sustentável
conscientizaram-se com a questão da padronização e começaram a ditar as normas para tal, mas
apenas concordavam num aspecto, que esta embalagem deveria ser metálica (SANTOS, 1980).
Segundo Santos (1980) os países envolvidos opunham-se em duas propostas de
padronização, na Europa a International Standards Organization (ISO) e nos Estados Unidos a
American Standards Association (ASA). Em 1950 o exército americano criou sua embalagem
chamada de Conex (Figura 2), ou Container Express Service, com as medidas de 6x6x8 pés.
Figura 2: Trem no Vietnã transportando recipientes Conex contendo rochas
Fonte: O Transporte Marítimo Internacional (SANTOS, 1980)
Em 1955 o americano Malcom McLean criou a Sea Land Service adquirindo 37 navios
preparados para o transporte de sua embalagem com dimensões de 35x8x8 ¹/² pés, que passou a
ser chamada então de container. A partir dai o mundo passou então a sentir a necessidade de
padronizar também estas medidas destes containers, o que só ocorreu por volta de 1968 quando
todos os países passaram a adotar as especificações e dimensões da ISO (SANTOS, 1980).
2.1.2.2 Tipos e características dos contêineres
Segundo Gianesini e Kieling (2014) contêiner pode ser definido como uma estrutura de
aço desenvolvida para o transporte intermodal de mercadorias, além de ser resistente e de fácil
transporte por navios e veículos pesados.
As normas internacionais são bastante rígidas quanto ao uso dos contêineres para o
transporte marítimo e, portanto, seu uso esta limitado a aproximadamente dez anos e logo após
estes materiais são descartados pelas empresas de transporte (MILANEZE et al., 2012). A grande
oferta deste material, uma vez que é considerado um resíduo após seu descarte, e seu grande
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Filipe Klein Rodrigues ([email protected]). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí. DCEENG/UNIJUÍ,
2015
potencial no que diz respeito a sua estrutura vem despertando cada vez mais o interesse de
profissionais da área de construção civil pelo seu reaproveitamento.
Seguem abaixo os tipos existentes de contêineres e suas especificações (SANTOS, 1980):
Dry Box (Figura 3):
Comprimento: 20’ pés
Dimensões externas CxLxA (m): 6,058x2,438x2,591
Dimensões internas CxLxA (m): 5,900x2,352x2,395
Capacidade:
Peso (t): 21,6
Volume (m³): 33,2
Dry Box (Figura 3):
Comprimento: 40’ pés
Dimensões externas CxLxA (m): 12,192x2,438x2,591
Dimensões internas CxLxA (m): 12,022x2,352x2,395
Capacidade:
Peso (t): 26,5
Volume (m³): 67,7
Dry/High Cube (Figura 3):
Comprimento: 40’ pés
Dimensões externas CxLxA (m): 12,192x2,438x2,896
Dimensões internas CxLxA (m): 12,022x2,352x2,696
Capacidade:
Peso (t): 26,3
Volume (m³): 76,2
23
______________________________________________________________________________Casa Contêiner: Uma Proposta de Residência Unifamiliar Sustentável
Figura 3: Contêiner tipo Dry
Fonte: https://universodalogistica.wordpress.com/2010/05/18/tipos-de-containers/
Reefer (Figura 4):
Comprimento: 20’ pés
Dimensões externas CxLxA (m): 6,058x2,438x2,591
Dimensões internas CxLxA (m): 5,498x2,270x2,267
Capacidade:
Peso (t): 25,4
Volume (m³): 28,3
Reefer (Figura 4):
Comprimento: 40’ pés
Dimensões externas CxLxA (m): 12,192x2,438x2,591
Dimensões internas CxLxA (m): 11,151x2,225x2,169
Capacidade:
Peso (t): 26,0
Volume (m³): 55,0
24
_____________________________________________________________________________________________
Filipe Klein Rodrigues ([email protected]). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí. DCEENG/UNIJUÍ,
2015
Figura 4: Contêiner tipo Reefer
Fonte: https://universodalogistica.wordpress.com/2010/05/18/tipos-de-containers/
Open Top (Figura 5):
Comprimento: 20’ pés
Dimensões externas CxLxA (m): 6,058x2,438x2,591
Dimensões internas CxLxA (m): 5,900x2,352x2,395
Capacidade:
Peso (t): 21,6
Volume (m³): 33,2
Open Top (Figura 5):
Comprimento: 40’ pés
Dimensões externas CxLxA (m): 12,192x2,438x2,591
Dimensões internas CxLxA (m): 12,022x2,352x2,395
Capacidade:
Peso (t): 26,5
Volume (m³): 67,7
25
______________________________________________________________________________Casa Contêiner: Uma Proposta de Residência Unifamiliar Sustentável
Figura 5: Contêiner tipo Open Top
Fonte: https://universodalogistica.wordpress.com/2010/05/18/tipos-de-containers/
Flat Rack (Figura 6):
Comprimento: 20’ pés
Dimensões externas CxLxA (m): 6,058x2,438x2,591
Dimensões internas CxLxA (m): 5,798x2,408x2,336
Capacidade:
Peso (t): 21,6
Volume (m³): 33,2
Flat Rack (Figura 6):
Comprimento: 40’ pés
Dimensões externas CxLxA (m): 12,192x2,438x2,591
Dimensões internas CxLxA (m): 12,092x2,404x2,002
Capacidade:
Peso (t): 26,5
Volume (m³): 67,7
26
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Filipe Klein Rodrigues ([email protected]). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí. DCEENG/UNIJUÍ,
2015
Figura 6: Contêiner tipo Flat Rack
Fonte: https://universodalogistica.wordpress.com/2010/05/18/tipos-de-containers/
Plataform (Figura 7):
Comprimento: 20’ pés
Dimensões externas CxLxA (m): 6,058x2,438
Dimensões internas CxLxA (m): 6,020x2,413
Capacidade:
Peso (t): 21,6
Volume (m³): 33,2
Plataform (Figura 7):
Comprimento: 40’ pés
Dimensões externas CxLxA (m): 12,192x2,438
Dimensões internas CxLxA (m): 12,150x2,290
Capacidade:
Peso (t): 26,5
Volume (m³): 67,7
27
______________________________________________________________________________Casa Contêiner: Uma Proposta de Residência Unifamiliar Sustentável
Figura 7: Contêiner tipo Plataform
Fonte: https://universodalogistica.wordpress.com/2010/05/18/tipos-de-containers/
Tank (Figura 8):
Comprimento: 20’ pés
Dimensões externas CxLxA (m): 6,058x2,438
Dimensões internas CxLxA (m): -----
Capacidade:
Peso (t): 19
Volume (L): 23.000
Figura 8: Contêiner tipo Tank
Fonte: https://universodalogistica.wordpress.com/2010/05/18/tipos-de-containers/
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Filipe Klein Rodrigues ([email protected]). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí. DCEENG/UNIJUÍ,
2015
2.2 REUTILIZAÇÃO DE CONTÊINERES NA CONSTRUÇÃO CIVIL
O uso de contêiner na construção civil vem crescendo cada vez mais, foram introduzidos
primeiramente como alternativas no canteiro de obras, seja como depósito de materiais, banheiros
para os empregados e até mesmo como alojamentos temporários a estes funcionários. Segundo
Balceiro e Ida (2011) a transformação de contêineres velhos e antigos em projetos de habitação
está em alta em países Europeus. A utilização varia de luxuosas casas até casas com o intuito de
habitação de baixo custo.
Dentre as vantagens da construção de uma casa utilizando contêineres marítimos pode-se
citar a diminuição do impacto ambiental gerado pelo entulho, economia de recursos naturais
durante a obra, economia nos custos totais da obra, menor geração de resíduos, modularidade,
adaptabilidade, versatilidade, possibilidade de empilhamento, possibilidade de associação de
outros materiais, possibilidade de associação de tecnologias sustentáveis, menor custo na compra
do contêiner das cidades portuárias, meios de transporte até o local de implantação (ROMANO;
DE PARIS; NEUENFELDT JUNIOR, 2014).
Por outro lado temos algumas desvantagens do uso de contêineres na construção civil, tais
como a possibilidade de contaminação com pesticidas, possibilidade de contaminação com
produtos químicos, grande gasto em combustível para transporte de longas distâncias,
condutibilidade térmica do contêiner, custos consideráveis para adaptação (ROMANO; DE
PARIS; NEUENFELDT JUNIOR, 2014).
2.2.1 Construção Sustentável
A ideia de reaproveitamento de contêineres marítimos como habitação tem perfil
extremamente sustentável, uma vez que o contêiner tem vida útil de aproximadamente 10 anos e
após esse período passa a ser um material descartável e de custo inviável para as grandes
transportadoras manterem armazenados ocupando espaço útil e prejudicando a produtividade
(GIANESINI; KIELING, 2014).
Em seu sentido denotativo sustentabilidade é a capacidade de se sustentar, de se manter,
mas a grande questão da atualidade esta ligada ao conceito de desenvolvimento sustentável, que
busca a melhoria de algo ou alguém sem prejudicar outro recurso ou gerações futuras. Para
29
______________________________________________________________________________Casa Contêiner: Uma Proposta de Residência Unifamiliar Sustentável
Mikhailova (2004) o desenvolvimento sustentável procura a melhoria da qualidade de vida de
todos os habitantes do mundo sem aumentar o uso de recursos naturais além da capacidade da
Terra.
Como já foi mencionada anteriormente, a construção de uma casa utilizando um contêiner
marítimo por si só já representa uma prática sustentável, mas vai muito mais além, nos permite
aplicar diversas outras técnicas conciliando Engenharia e sustentabilidade (SENGE-MG, 2012).
2.2.1.1 Impactos Ambientais da Construção Civil
A indústria da construção civil é sem dúvida o setor que gera a maior quantidade de
resíduos de toda a sociedade, responsável por cerca de 50% a 70% da massa de resíduos sólidos
urbanos (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2002).
Os Resíduos da Construção Civil (RCC) no Brasil representam dois grandes problemas,
um deles decorrente da disposição irregular destes resíduos impactando na questão estética,
ambiental e de saúde pública, e outro que sobrecarrega os sistemas de limpeza municipais (IPEA,
2012).
Os RCC são vistos como resíduos de baixa periculosidade, tornando-se preocupantes a
medida que se observa o grande volume gerado. Entretanto, em meio a estes resíduos também são
encontrados materiais orgânicos, produtos perigosos e embalagens diversas que podem acumular
água e favorecer a proliferação de insetos e de outros vetores de doenças (KARPINSK et al.,
2009 apud IPEA, 2012).
Conforme resolução do Conama nº 307/2002 (CONAMA, 2002 apud SINDUSCON-SP,
2012) define RCC como sendo os resíduos gerados nas construções, reformas, reparos e
demolições de obras de construção civil e também os resultantes da preparação e da escavação de
terrenos, tais como tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas,
colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico,
vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica, etc., chamados entulhos de obras, caliça ou metralha.
Segundo o Sindicato da Indústria da Construção civil de São Paulo (SINDUSCON-SP,
2012) os principais riscos e danos ambientais provocados pelos RCC são: Derramamento de
resíduos nas vias públicas causa inundações, poluições e obstruções de tráfego de veículos e
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Filipe Klein Rodrigues ([email protected]). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí. DCEENG/UNIJUÍ,
2015
pedestres; Não proteção das cargas de resíduos transportadas causa poluição do ar por
particulados e sujeira nas vias públicas. Descarte em áreas não licenciadas causa multiplicação de
vetores de doenças e comprometimento da paisagem, do tráfego de pedestres e veículos e do
sistema de drenagem; grandes impactos sociais e à saúde humana; Não identificação do potencial
de valorização dos resíduos causa impossibilidade de reutilização ou reciclagem e o aumento na
exploração de recursos naturais.
Para melhor identificação e direcionar as disposições finais os RCC foram classificados
da seguinte forma (CONAMA, 2002 apud SINDUSCON-SP, 2012):
Classe A: Resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como: a) de
construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infraestrutura,
inclusive solos provenientes de terraplanagem; b) de construção, demolição, reformas e reparos
de edificações, tais como componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento
etc.), argamassa e concreto; c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas
em concreto (blocos, tubos, meios-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras. Destinação:
reutilização ou reciclagem com uso na forma de agregados, além da disposição final em aterros
licenciados.
Classe B: Resíduos recicláveis para outras destinações, tais como plásticos, papel,
papelão, metais, vidros, madeiras e gesso. Destinação: reutilização, reciclagem ou
armazenamento temporário.
Classe C: Resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações
economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou recuperação, como por exemplo, a lã
de vidro. Destinação: conforme norma técnica específica.
Classe D: Resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como tintas,
solventes, óleos, vernizes e outros ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde oriundos de
demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros, bem
como telhas e demais objetos e materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos à
saúde. Destinação: conforme norma técnica específica.
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Entretanto, o objeto em pesquisa (contêiner) não se classifica em nenhuma destas
categorias, haja visto que não se trata de um material oriundo da construção civil, mas sim
proveniente do setor de transportes intermodal e reaproveitado na indústria da construção civil.
Segundo Silva Filho (2005 apud IPEA, 2012) a composição média dos materiais de RCC
é de 63% argamassa, 29% concreto e blocos, 7% outros e 1% orgânicos. Portanto, o uso do
contêiner como alternativa a construção civil pode representar uma redução de aproximadamente
92% da geração de RCC, pois pode eliminar totalmente o uso de argamassas, concretos e blocos
durante a obra.
2.2.1.2 Reaproveitamento da Água das Chuvas
Simplesmente o bem mais precioso da natureza, a água é o recurso natural em escassez
mais preocupante para a humanidade. Cerca de 2/3 da superfície da terra são banhadas pelos
oceanos. O volume total de água no planeta estima-se em torno de 1,35 milhões de quilômetros
cúbicos sendo que 97,5% são de água salgada encontradas nos mares e oceanos e apenas 2,5%
representam o volume de água doce. Não bastasse essa pequena proporção de água doce, boa
parte desta encontra-se em regiões de difícil acesso como aquíferos e geleiras e somente 0,007%
da água doce está em regiões de fácil acesso como lagos, rios e atmosfera (UNIAGUA, 2006
apud WEIERBACHER, 2008).
O índice mais relevante com relação ao consumo de água nas áreas urbanas é o consumo
diário per capita expresso em litros por habitante por dia (L/Hab.dia). Segundo Senge (2012) o
consumo médio per capita é de 150 litros/pessoa.dia.
Como forma de combater o desperdício de água tratada, temos a coleta da água das
chuvas que pode ser utilizada na descarga de vasos sanitários, em máquinas de lavar roupa, usos
em jardins internos e externos, lavagem de calçadas e automóveis, podendo chegar a uma
economia de até 50% do consumo de uma casa (KEELER, 2010). A escassez, a perda da
qualidade dos mananciais pela crescente poluição, associadas a serviços de abastecimento
públicos ineficientes, são fatores que têm despertado diversos setores da sociedade para a
necessidade da conservação da água.
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Filipe Klein Rodrigues ([email protected]). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí. DCEENG/UNIJUÍ,
2015
Além disso, May (2004 apud WEIERBACHER, 2008) cita outros aspectos positivos
quanto ao aproveitamento da água pluvial, redução do consumo de água potável diminuindo os
custos de água fornecida pelas companhias de abastecimento e minimizar riscos de enchentes e
preservar o meio ambiente reduzindo a escassez de recursos hídricos.
Segundo Senge (2012) para se projetar um sistema de coleta e reaproveitamento da água
das chuvas é necessário calcular o potencial de armazenamento de água pluvial de um telhado
através da seguinte fórmula:
Q = A x Ip x P x Ds
Onde: Q = quantidade de água armazenada
A = área de coleta (telhado comprimento x largura)
Ip = índice pluviométrico local
P = potencial do telhado (usual = 0,88 por condições de absorção e outras)
Ds = descarte (usual = 0,90, pois descartamos as primeiras águas)
Segundo Acquasave (2008 apud WEIERBACHER, 2008) ―um sistema de captação de
águas pluviais é composto de 4 componentes básicos: captação da água, filtragem,
armazenamento e distribuição‖ conforme pode ser visto da figura 9. A captação da água da chuva
é feita através de telhados, lajes de cobertura e varandas.
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Figura 9: Sistema de captação de águas pluviais
Fonte: ACQUASAVE (2008 apud WEIERBACHER, 2008)
2.2.1.3 Telhado Verde
A definição para telhado verde nada mais é do que um sistema construtivo para coberturas
de edificações de qualquer finalidade (residenciais, comerciais, industriais, etc.) utilizando algum
tipo de vegetação, seja grama ou plantas e pode ser aplicado sobre lajes ou sobre telhados
convencionais proporcionando um maior conforto térmico e acústico nos ambientes internos
(Figura 10). A principal função de um telhado verde é aumentar as áreas verdes no meio urbano
melhorando o meio ambiente e reduzindo as ilhas de calor (SILVA, 2011).
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Filipe Klein Rodrigues ([email protected]). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí. DCEENG/UNIJUÍ,
2015
Figura 10: Exemplo de telhado verde
Fonte: http://casa.abril.com.br/materia/telhado-verde-guz-wilkinson
A redução de calor na superfície de uma laje, por exemplo, quando instalado um telhado
verde pode chegar a 15°C influenciando no conforto térmico do ambiente interno e se utilizado
em larga escala poderia reduzir de 1°C a 2°C a temperatura em grandes cidades
(SPANGENBERG, 2004 apud SILVA 2011).
Segundo Baldessar (2012), dentro os benefícios de um telhado verde podemos citar:
Retenção de água de chuva, melhoria da qualidade da água, redução da Ilha-de-calor urbano,
qualidade do ar e fluxos de ar, conservação de energia, habitat, estética e recuperação do espaço
de zoneamento, custos, benefícios econômicos e durabilidade.
A instalação de um telhado verde demanda uma estrutura específica na cobertura da obra.
Se a cobertura for uma laje ou assemelhado, há a necessidade de sua completa
impermeabilização, se for feito sobre telhas cerâmicas é preciso retirá-las e colocar placas de
compensado que vão servir como a base para a cobertura vegetal (SILVA, 2011).
Segundo Baldessar (2012) um telhado verde é composto, geralmente, por seis camadas,
conforme pode ser visto na figura 11, dispostas da seguinte forma:
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Figura 11: Composição de um telhado verde
Fonte: BALDESSAR (2012)
Camada 01: pavimento do telhado, isolamento e impermeabilização – Consiste da
estrutura que irá sustentar todo o sistema podendo ser a própria laje ou placas de compensado
fixadas sobre a estrutura do telhado. Impermeabilização imprescindível para evitar qualquer tipo
de infiltração ou retenção de água promovendo patologias na edificação. O principal material
utilizado para impermeabilização é a manta asfáltica.
Camada 02: proteção e camada de armazenamento - Camada alternativa; ela pode ser
em formas de plástico, em formato de copos, com reentrâncias na superfície superior para captar
ou reter água. Função de manter úmido o substrato.
Camada 03: camada de drenagem – Camada com função de recolher o excesso de água
que não foi absorvido pela vegetação e pelo substrato e direcionar para o sistema de águas
pluviais. Podem ser de material sintético ou material mineral granulado com grande
permeabilidade.
Camada 04: camada anti-raiz e filtro permeável – Consiste em um geotêxtil com
função de separar a camada inferior de substrato e a camada de drenagem.
Camada 05: camada de substrato – Faz as vezes do solo à vegetação para o telhado
verde, em geral não são usados meios de cultura com texturas finas, macia e de terra para não
ficar lamacento ou pegajoso quando estiver molhado. São sugeridos usar partículas de
granulometria maior que as areias, silte e argilas que compõem o solo tendo um aspecto arenoso.
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Filipe Klein Rodrigues ([email protected]). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí. DCEENG/UNIJUÍ,
2015
Camada 06: vegetação - A vegetação a ser usada em um telhado verde pode ser
classificada como extensiva ou intensiva, onde a primeira é definida por exigir baixa manutenção
e a segunda possui um grau de complexidade maior exigindo maiores cuidados de instalação e
manutenção. Os tipos de plantas mais adequadas são as nativas (plantas próprias da região,
acostumadas ao clima típico do local) principalmente em locais com condições de seca. Porém
plantas exóticas, que se encontram adaptadas ao meio, também podem ser usadas. As mais
utilizadas são as suculentas, aquelas que contém bastante água em seus tecidos, caso das plantas
da família Seduns, que tem por características folhas parecidas com pequenos gomos macios.
A aplicação de telhado verde em casa contêiner é bastante comum, ainda que não
tenhamos tantas casas deste tipo no país, a sua grande maioria conta com este tipo de cobertura.
O formato do contêiner e a necessidade de um tratamento termo acústico favorecem a utilização
deste sistema de cobertura em uma casa contêiner (Figura 12).
Figura 12: Casa contêiner com telhado verde
Fonte: https://bemarquitetura.files.wordpress.com/2012/06/r4-house-image.jpg
2.2.2 Processo Construtivo
A partir do momento que se opta pelo uso de contêineres marítimos, em substituição aos
sistemas construtivos tradicionais, devem ser tomados alguns cuidados, pois são inúmeros os
fatores que podem prejudicar todo o projeto inclusive tornando-o inviável.
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______________________________________________________________________________Casa Contêiner: Uma Proposta de Residência Unifamiliar Sustentável
Segundo Castilho e Ikegami (2015) é muito importante ter conhecimento sobre a
procedência do contêiner, ele deve estar nacionalizado para que se possa promover
transformações em sua estrutura, condição obrigatória uma vez que está sendo alterada suas
características originais. Quando adquirido um contêiner é de extrema importância exigir os
documentos referentes aos impostos de nacionalização, pagos no ato da compra. São 2 os
documentos existentes, Licença de importação (LI) e Documento de Importação (DI), em ambos
consta o número de registro do contêiner que deverá ser confrontado com a placa de identificação
CSC (Container Safety Convention), conforme figuras 13 e 14, que é equivalente a uma placa de
um veículo, indispensável para seu uso no transporte internacional.
Figura 13: Identificação do contêiner na placa CSC
Fonte: http://minhacasacontainer.com/2015/04/30/como-escolher-um-container-para-sua-casa/
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Filipe Klein Rodrigues ([email protected]). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí. DCEENG/UNIJUÍ,
2015
Figura 14: Número de identificação do contêiner exposto em sua estrutura
Fonte: http://minhacasacontainer.com/2015/04/30/como-escolher-um-container-para-sua-casa/
Outro fator importantíssimo que deve ser observado é quanto ao perigo de contaminação
radioativa e biológica (Figura 15), não há como identificar o que foi transportado neste contêiner
durante seu uso no transporte internacional, mas podem ser feitos laudos assegurando que não há
riscos a saúde dos futuros moradores. Este laudo é feito por um técnico com conhecimentos nos
critérios internacionais de inspeção de contêineres marítimos, o mais abrangente e detalhado
deles é o Institute of International Container Lessors (IICL) (CASTILHO; IKEGAMI, 2015).
Figura 15: Exemplos de contaminação e ataques químicos
Fonte: http://minhacasacontainer.com/2015/04/30/como-escolher-um-container-para-sua-casa/
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2.2.2.1 Tratamento Térmico e Acústico
Para muitos o grande desafio na construção de uma casa contêiner é o tratamento térmico
e acústico, pois o aço, material que é feito o contêiner, é um ótimo condutor de calor e péssimo
isolante acústico. A escolha por um telhado verde já citado no item 2.2.1.3 é uma excelente
alternativa para auxiliar na questão térmica e acústica.
Segundo Domingos (2014) o conforto térmico pode ser definido pela sensação de bem
estar, relacionada à temperatura ambiente e umidade. Isto envolve equilibrar o calor produzido
pelo corpo com o calor perdido para o meio ambiente circundante. E complementa que conforto
acústico existe quando o ambiente proporciona boa inteligibilidade da fala (ou clareza musical) e
ausência de sons indesejáveis no ambiente, criando uma sensação de paz e bem-estar.
Apesar de o contêiner ser uma estrutura pesada, possui pouca espessura de matéria
separando o ambiente interno do externo. Isso provoca um ganho excessivo de calor durante o dia
e a perda muito rápida durante a noite ou em dias nublados conforme ilustrado na figura 16
(GARRIDO, 2011 apud DOMINGOS, 2014).
Figura 16: Ilustração do comportamento do calor durante o dia e a noite
Fonte: GARRIDO (2011 APUD DOMINGOS, 2014)
Existem muitas alternativas para o tratamento térmico/acústico no mercado, a seguir serão
apresentados algumas soluções:
- Piso de Cortiça: As folhas de cortiça utilizam as propriedades naturais da cortiça com o
melhor proveito se tornando populares como materiais isolantes (Figura 17). A cortiça oferece
um desempenho de isolamento superior e tem ampla aplicação em diversos aspectos da indústria
da construção. São utilizadas como isolamento de revestimento externo e podem ser integradas
tanto em sistemas de parede como em sistemas de telhado. Os pisos de cortiça abafam o som ao
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Filipe Klein Rodrigues ([email protected]). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí. DCEENG/UNIJUÍ,
2015
invés de amplificarem o som como fazem os pisos de madeira (GARRIDO, 2011 apud
DOMINGOS, 2014).
Figura 17: Piso de cortiça
Fonte: http://www.aecweb.com.br/cont/m/rev/manta-natural-de-cortica-reduz-com-eficiencia-ruido-de-impacto-
entre-pavimentos_3686_0_1
- Argila Expandida: Trata-se de um agregado graúdo leve e com formato arredondado,
pode ser utilizada na cobertura de contêineres por possuir micro porosidade fechada
possibilitando uma elevada capacidade de isolamento termo acústico (Figura 18). Sua aplicação é
feita espalhando o material sobre a cobertura formando uma camada de 5 a 10 cm. A argila
expandida possui ainda outras propriedades interessantes, é um material de alta resistência,
apresenta inércia química, possui estabilidade dimensional e resistência ao fogo (GARRIDO,
2011 apud DOMINGOS, 2014).
Figura 18: Argila expandida
Fonte: http:www.minasit.com.br
- Manta de Fibra de Poliéster: Com espessura média de 8mm trata-se de um composto
de fibras recicladas fabricadas a partir de garrafas PET (Figura 19), atuando principalmente como
isolamento acústico de superfícies. Pode ser aplicada entre a chapa do contêiner e o piso, garante
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alta eficiência na absorção das vibrações produzidas pelo ruído de impacto em pisos por ser
altamente resiliente/elástica. Atende ao mais alto nível de desempenho das especificações da
NBR 15575-3 com isolamento L'nT,w 49 dB (GARRIDO, 2011 apud DOMINGOS, 2014).
Figura 19: Manta de Poliéster
Fonte: www.ecosilenzio.com.br/
- Fibra Cerâmica: Fabricada a partir da eletrofusão da alumina com sílica trata-se de um
produto muito leve e isento de amianto, podem ser encontrados em forma de flocos, mantas,
painéis, módulos, placas, tecidos, cordas e coatings (Figura 20). Podem ser usadas em diversos
locais de difícil acesso. Apresenta boa resistência a tração, corrosão, não sofre ataques químicos e
apresenta baixa condutibilidade térmica e baixíssimo armazenamento de calor (GARRIDO, 2011
apud DOMINGOS, 2014).
Figura 20: Fibra cerâmica
Fonte: http://www.hemeisolantes.com.br/fibra-ceramica-manta/fibra-ceramica-sem-revestimento.html
42
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Filipe Klein Rodrigues ([email protected]). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí. DCEENG/UNIJUÍ,
2015
- Lã de Rocha: Pode ser encontrada em forma de placa ou manta e é produzida a partir de
fibras minerais de rochas vulcânicas, rochas basálticas especiais e outros minerais (Figura 21).
Este material além de não reter água, pois possui estrutura não capilar, as alterações perante
eventuais condensações são nulas. Material inócuo, incombustível e perene e possui excelentes
níveis de isolamento térmico e acústico (GARRIDO, 2011 apud DOMINGOS, 2014).
Figura 21: Lã de rocha
Fonte: http://www.isar.com.br/produtos/isolamento-termico/la-de-rocha/mantas-mit/
- Lã de Vidro: Sem dúvida o melhor isolante térmico e acústico devido seu ótimo
coeficiente de absorção acústica e baixa condutibilidade térmica (Figura 22). Muito usado na
construção civil em coberturas, forros, telhas metálicas, divisórias, paredes, dutos de ar
condicionado, equipamentos industriais, tanques, tubulações, estufas e aquecedores, dentre
outras. A lã de vidro está disponível em vários formatos: feltro, manta, painel, calha, flocos e
forro. Também pode ser fornecida com algumas opções de revestimento: lã de vidro ensacada, lã
de vidro com véu, lã de vidro com papel kraft aluminizado, entre outros (GARRIDO, 2011 apud
DOMINGOS, 2014).
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Figura 22: Lã de vidro
Fonte: http://www.refratil.com.br/produto/la-de-vidro
- Lã de Pet – Isosoft: Fabricado a partir da reciclagem de garrafas pet, a lã de pet é uma
excelente opção ao tratamento térmico e acústico aliando alto índice de conforto e
sustentabilidade. Vem substituindo o uso de lã de rocha e lã de vidro e contribuindo para a
construção de obras ecologicamente corretas (Figura 23). Fabricado em diversas densidades e
dimensões, a lã de pet cria uma barreira à passagem de calor, quando utilizado em coberturas e
fachadas melhoram o conforto térmico e reduzem o consumo de energia com os condicionadores
de ar (GARRIDO, 2011 apud DOMINGOS, 2014).
Figura 23: Lã de pet - Isosoft
Fonte: http://ecoeficientes.com.br/guia-de-empresas/isosoft-isolante-termoacustico/
- Tinta Isolante Térmica: Serve principalmente para atenuar o calor, a tinta isolante
térmica é um revestimento elastomérico à base de água que incorpora em sua formulação
polímeros acrílicos combinados com microesferas de cerâmica. Essa tinta é utilizada para a
impermeabilização de lajes, telhados, caixas d'água, paredes, galpões, depósitos etc. O poder de
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2015
isolamento térmico das microesferas de cerâmica proporciona excelente desempenho ao produto,
pois diminui o calor causado pela incidência da radiação solar e reduz em até 65% o calor
absorvido pelas chapas metálicas e telhados. Elimina as goteiras com o tratamento dos parafusos
de fixação e eventuais trincas; Prolonga a vida útil das chapas metálicas, formando uma barreira,
não permitindo o contato com o ar atmosférico; Isolante Térmico: reflete até 60% da radiação
solar. Impermeabilizante :revestimento elastomérico que acompanha a movimentação das chapas
metálicas formando uma camada monolítica de emborrachamento; Isolante Acústico: reduz o
barulho da chuva em até 60%. 100% Acrílico: composto com polímeros acrílicos especiais, não
trinca, não descasca e não envelhece; Resistente aos raios UV:100% acrílico, não contém
plásticos que envelhecem, permanecendo flexível durante todo o tempo; Pode ser lavada sem
alterações de suas propriedades (GARRIDO, 2011 apud DOMINGOS, 2014).
- Películas para Vidros – 3M Prestige: Película transparente com nanotecnologia não
metalizada criando refletividade inferior à do vidro deixando mais transparente e protegido do
calor (Figura 24). Rejeição de luz infravermelha que produz calor em até 97% e 99,9% dos raios
UV (GARRIDO, 2011 apud DOMINGOS, 2014).
Figura 24: Película para vidros
Fonte: http://abr-casa.com.br/blog/residencia-sustentavel/category/pelicula-para-vidros/
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- Vidros de Proteção Solar: Vidros especiais de proteção solar podem reduzir de 30 a
70% a entrada de calor, mantendo a temperatura mais agradável conforme figura 25. O vidro de
proteção solar recebe esta característica já na linha de produção e, por isso, tem alta resistência e
não trata-se apenas de uma película aplicada após a instalação do vidro (GARRIDO, 2011 apud
DOMINGOS, 2014).
Figura 25: Vidros de proteção solar
Fonte: http://www.vidroshabitat.com.br/site/ProtecaoSolar
2.2.2.2 Instalação das Esquadrias
Para Miranda (2014) esquadria é um elemento de vedação vertical utilizado no
fechamento de aberturas (vãos), com a função de controle de passagem de agentes como a
umidade, poeira, insetos, calor, visão, chuva, vento, intrusos, etc.
A instalação das esquadrias em um contêiner requer um cuidado muito grande e mão de
obra qualificada. Com projeto arquitetônico em mãos, devem ser marcados os locais de recorte
das chapas nos contêineres e conferidos certificando-se que foram corretamente marcados para
que depois possam ser recortadas as chapas para futura instalação das esquadrias. Após cortada a
chapa, não há como voltar atrás e uma solda mal feita para tentar consertar um corte errado, pode
gerar eletrólise, ficar porosa, prejudicando a estética e facilitando o surgimento de corrosões e
infiltrações (CASTILHO; IKEGAMI; KOCHANOWSKI, 2015).
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2015
Em geral, os cortes em contêiner são feitos com lixadeiras e maçaricos (Figura 26), mas
existem métodos mais eficazes, claro que isso também deve elevar o custo do serviço, utilizando
máquinas de corte a plasma (Figura 27) (CASTILHO; IKEGAMI; KOCHANOWSKI, 2015).
Figura 26: Corte de chapa com maçarico
Fonte: Castilho, Ikegami e Kochanowski (2015)
Figura 27: Corte a plasma
Fonte: Castilho, Ikegami e Kochanowski (2015)
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Segundo Castilho, Ikegami e Kochanowski (2015), quanto mais cortes, mais serviços e
materiais serão necessários. Muitos cortes enfraquecem a estrutura do container e com isso será
necessário instalar reforços para reestruturação, consequentemente, os custos aumentam.
Além da quantidade de cortes, existem locais que não devem ser alterados ou cortados
que são as estruturas principais do contêiner, longarinas laterais superiores e inferiores e postes
identificados na figura 28 a seguir (CASTILHO; IKEGAMI; KOCHANOWSKI, 2015):
Figura 28: Longarinas laterais superior e inferior e poste
Fonte: Castilho, Ikegami e Kochanowski (2015)
Cortes no piso, geralmente feitos para acesso de escadas também devem ser moderados
para não enfraquecer a sua estrutura principal.
Após todos esses cuidados, basta que sejam instaladas as esquadrias seguindo os mesmos
procedimentos para uma obra convencional.
2.2.2.3 Fundação
Para Barros (2011) ―fundações são elementos estruturais destinados a transmitir ao
terreno as cargas da estrutura. Devem ter resistência adequada para suportar as tensões causadas
pelos esforços solicitantes‖.
Os tipos de fundações podem ser classificadas de duas formas, diretas ou indiretas, sendo
que as fundações diretas são aquelas que transferem as cargas para camadas de solo capazes de
suportá-las sem deformar-se exageradamente e fundações indiretas são aquelas que transferem as
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cargas por efeito de atrito lateral do elemento com o solo e por efeito de ponta. As fundações
indiretas são todas profundas, devido às dimensões das peças estruturais (BARROS, 2011).
Em geral as fundações usadas em obras com contêiner são sempre diretas, claro que
devem ser observadas todas as características do terreno, mas sua estrutura que já é
autossustentável permite e favorece a uma fundação mais simplificada, é comum vermos casas de
contêineres apenas apoiadas em suas quatro extremidades em pequenos blocos retangulares de
concreto conforme figura 29 (XAVIER, 2015).
Figura 29: Casa Contêiner apoiada apenas em suas extremidades
Fonte: http://evolutionempresas.com.br/noticias/casa-container#prettyPhoto[pp_gal]/5/
Para Almeida (2011) uma casa contêiner pode ser apoiada apenas em suas extremidades,
observadas as características do terreno, sobre sapatas isoladas sem ferragens, trabalhando
basicamente o esforço de compressão conforme podemos observar na figura 30 durante a
concretagem da sapata.
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Figura 30: Concretagem sapatas isoladas sem ferragem para casa contêiner
Fonte: http://projetocasacontainer.ad7comunicacao.com.br/tag/fundacao/
2.2.2.4 Instalação do Sistema Elétrico e Hidrossanitário
O sistema elétrico e hidrossanitário seguem os mesmos padrões de obras convencionais,
basicamente serão instalados antes de inserir a camada de isolamento interno do contêiner. São
parecidos aos processos construtivos do tipo frame pela semelhança das paredes e divisórias.
Segundo Souza (2013) nos vãos entre a chapa de aço do contêiner e a camada de
revestimento criam-se vãos para a passagem dos eletrodutos e canos do sistema hidrossanitário
conforme podemos observar na figura 31.
Figura 31: Tubulação em contêiner
Fonte: http://www.assisnews.com.br/editoriais/blogs-e-colunas/pergunte-ao-arquiteto/2013/11/casa-de-container-
uma-solucao-construtiva.html
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2.2.2.5 Disposição e União entre Contêineres
Segundo Domingos (2014), ainda que suas dimensões possam limitar seu layout interno,
modularmente, em conjunto, os contêineres permitem infinitos arranjos espaciais que resolvem
este problema.
Conforme relata Xavier (2015) em seu blog, quando os contêineres chegam ao seu
destino, eles são colocados um a um sobre a fundação com o auxilio, geralmente, de um
guindaste ou munk. Depois de perfeitamente encaixados são soldados para não haver risco de
deslizamento. Muito embora isso não ocorrerá, já que os contêineres são bem pesados e
projetados para transporte de grandes cargas, sendo apenas necessário serem fixados nos cantos
para estarem seguros, da mesma forma que ocorre em um navio.
Em geral, a união entre os contêineres é feita através de soldagem in loco e sua fixação na
base (fundação), opcional, feita da mesma maneira que é feita nos navios e caminhões, através de
pinos encaixados nas extremidades do contêiner (Figura 32).
Figura 32: Fixação dos contêineres
Fonte: Domingos (2014)
De acordo com Kotnik (2010 apud DE CAMARGO 2014), existem duas maneiras através
das quais as construções em container podem ser estruturadas, projetadas, dependendo da posição
e relação entre as unidades. Os módulos podem ser empilhados uns junto aos outros, sem
nenhuma separação; ou podem ser combinados com espaçamento entre eles.
2.2.2.6 Revestimentos
A estrutura do contêiner exige que seja instalado algum tipo de revestimento em seu
interior dando o acabamento desejado a obra, cobrindo o material utilizado para o isolamento
51
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térmico e acústico e as tubulações do sistema elétrico e hidráulico. A ―parede‖ da residência em
contêiner será uma espécie de sanduiche, formado pela chapa de aço, pelo isolante
térmico/acústico, pelas tubulações elétricas e hidrossanitárias e pelo revestimento escolhido
conforme podemos observar no esquema da figura 33.
Figura 33: Esquema usual de uma parede de casa contêiner
Fonte: Gianesini e Kieling (2014)
Existem diversos materiais capazes de suprir esta necessidade, abaixo seguem alguns
deles:
- Gesso acartonado;
- Placas de compensado;
- Placas OSB;
- Placas cimentícias;
- Chapas de MDF.
Sobre estes revestimentos há ainda a possibilidade de dar o acabamento final desejado,
seja um revestimento argamassado, seja com cerâmica ou porcelanato, papel de parede, etc.
2.2.2.7 Ligação entre o Contêiner e Alvenaria Convencional
A ligação entre a estrutura metálica de uma edificação e a alvenaria de vedação pode ser
do tipo vinculada quando a estrutura e a alvenaria devem trabalhar unidas com mesmo tipo de
esforço, deformação ou desvinculada quando essa solicitação for diferente para cada elemento
(GONZALEZ, 2003).
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Porém para o caso de ligações entre a alvenaria e a parede do contêiner não se costuma
usar a alvenaria como vedação, mas sim como um elemento complementar dentro de um projeto
residencial ou comercial, onde precisa apenas que haja a união e vedação nestas faces de ligação.
Portanto qualquer uma das soluções de ligação será válida, seja utilizando ―ferro cabelo‖ ou tela
soldada galvanizada, casos de ligação vinculada ou 2 cantoneiras metálicas paralelas soldadas ao
contêiner usada nos casos de ligação desvinculada (GONZALEZ, 2003).
2.2.2.8 Tempo e Custo da Obra
Com relação ao tempo de execução de uma obra em contêineres, pode-se afirmar que é
muito mais rápida do que de uma obra convencional, porém com relação ao custo há algumas
divergências entre os autores.
Para Ferraro (2015) os custos de obra deste sistema são similares aos de uma construção
convencional, porém com algumas vantagens: por se tratar de uma ―caixa pronta‖, a arquitetura
modular a partir de containers representa uma obra muito mais rápida. Ela afirma ainda que, a
economia que uma obra neste sistema pode gerar vem, portanto, do tempo reduzido desta
construção: uma obra finalizada em menos tempo retorna mais rápido o seu investimento.
Segundo Kronenburg (2007 apud DE CAMARGO, 2014), as principais vantagens de
construções comerciais e/ou institucionais pré-fabricadas são a flexibilidade e baixo custo.
Para Domingos (2014), a principal vantagem é a econômica, visto que há uma diferença
de aproximadamente 35% no custo total da residência, desde a fundação da casa até o
revestimento externo.
2.3 LEGISLAÇÃO
2.3.1 Legislação Urbana, Federal e Específica
No Código de Obras vigente no município de Ijuí não constam artigos específicos sobre
execução de obras utilizando contêineres marítimos. Por se tratar de uma obra residencial
unifamiliar não se aplicam as especificações técnicas de Segurança e Acessibilidade conforme
constam nas normas ABNT NBR 9050 e NBR 9077.
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A única exigência, especificamente, para uma obra com contêiner é que este ―material‖
deve conter a LI e a DI conforme já mencionado no item 2.2.2.
2.4 ANÁLISE DE MODELOS
2.4.1 Análise de Modelo 01 – Container Loft
2.4.1.1 Apresentação do Projeto
Dados do Projeto:
Local: CasaCor Santa Catarina – Florianópolis – SC
Data: 2010 (projeto desenvolvido exclusivo para a feira)
Área Construída: 47m²
Profissionais responsáveis: Arquiteta Lívia Ferraro e Arquiteto Lair Schweig
O Container Loft foi desenvolvido para a mostra CasaCor Santa Catarina 2010 que ocorre
anualmente em Florianópolis-SC, composto por dois contêineres do tipo Refeer de 20’ pés
entrecruzados foi montada uma residência concebida para um casal (Figura 34). O loft contém
sala de estar, cozinha, banheiro e lavanderia no pavimento térreo e um quarto e varanda no
pavimento superior. A proposta foi, além do uso de contêineres marítimos, projetada em uma
arquitetura de baixo impacto, com reutilização de materiais e respeito ao meio ambiente.
Figura 34: Container Loft
Fonte: http://www.ferrarohabitat.com/galeria.php#prettyPhoto
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O projeto conta com madeira de reflorestamento, rodapés 95% reciclados de poliestireno,
piso de pvc com base de borracha (pneu reciclado), pintura térmica à base d’água, iluminação
externa em leds, painéis fotovoltaicos que são responsáveis por 50% da geração de energia,
mosaico que aproveita os restos de porcelanato e os próprios containers que são reutilizados e
reciclados. Sobre o pergolado da lavanderia e do dormitório é que foram instalados painéis
fotovoltaicos, uma arquitetura que une forma e função.
A lavanderia fica embutida nas portas originais do Container Loft e tem acesso por fora.
Por uma abertura no banheiro, o morador joga a roupa suja diretamente no cesto na lavanderia.
Nela, pode-se secar as roupas à sombra (com um varal na parede) ou ao sol, com um varal na
porta. Durante à noite, com as portas fechadas, duas janelas garantem a ventilação deste
ambiente.
As figuras 35 e 36 representam esquematicamente as plantas baixas do pavimento térreo e
pavimento superior, respectivamente. Na sequência, as figuras 37, 38 e 39 apresentam algumas
vistas da casa.
Figura 35: Planta baixa térreo Container Loft
Fonte: http://www.ferrarohabitat.com/galeria.php#prettyPhoto
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Figura 36: Planta baixa superior Container Loft
Fonte: http://www.ferrarohabitat.com/galeria.php#prettyPhoto
Figura 37: Vista fachada Container Loft
Fonte: http://www.ferrarohabitat.com/galeria.php#prettyPhoto
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Figura 38: Acesso principal Container Loft
Fonte: http://www.ferrarohabitat.com/galeria.php#prettyPhoto
Figura 39: Vista lateral Container Loft
Fonte: http://www.ferrarohabitat.com/galeria.php#prettyPhoto
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2.4.1.2 Programa de Necessidades e Dimensionamento
A obra Container Loft foi desenvolvida, conforme já mencionado no item 2.4.1.1, para
acomodar um casal e é composta de sala de estar, cozinha, banheiro, lavanderia, um quarto,
varanda além de um deck no acesso da casa e seu dimensionamento segue conforme apresentado
na tabela 01.
Tabela 01: Programa de necessidades e Dimensionamento
SETOR PROGRAMA DE
NECESSIDADES DIMENSIONAMENTO
Área Social Sala Estar 5,51 m²
Deck 6,31 m²
Área de Serviços Cozinha 4,08 m²
Lavanderia 1,15 m²
Área Íntima
Banheiro 2,47 m²
Dormitório 9,18 m²
Varanda 8,41 m²
Circulação Escadas 4,03 m² Fonte: Autoria própria
2.4.1.3 Organograma e Fluxograma
Na tabela 02 está exposto o organograma desta obra dividido nos seguintes setores: área
social, área de serviços, área íntima e circulação. Mais abaixo (Figura 40) pode-se verificar a
interligação entre os ambientes da casa por meio de um fluxograma.
Tabela 02: Organograma
Área Social Área de Serviços Área Íntima Circulação
Sala Estar Cozinha Banheiro Escadas
Deck Lavanderia Dormitório
Varanda Fonte: Autoria própria
58
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Figura 40: Fluxograma
Fonte: Autoria própria
2.4.1.4 Análise arquitetônica
O Container Loft foi desenvolvido sobre princípios sustentáveis, tendo nestes, explícitos,
seus pontos positivos aliados ao aconchego e requinte de uma residência pequena mas projetada
sob medida. Pode-se apontar como ponto negativo o fato de o acesso a lavanderia ser apenas
externo, o que torna desfavorável em dias de chuva, por exemplo.
Os aspectos a serem destacados desta análise ficam por conta da utilização de um deck no
acesso a casa, bem como a mistura da madeira ao metal do contêiner. Bem como a utilização de
uma grande abertura em vidro temperado.
2.4.2 Análise de Modelo 02 – Casa Arquiteto Danilo Corbas
2.4.2.1 Apresentação do Projeto
Dados do Projeto:
Local: Cotia - SP
Data: 2012
59
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Área Construída: 196 m²
Profissionais responsáveis: Arquiteto Danilo Corbas
A casa projetada a partir de 4 contêineres marítimos de 40’ pés, sendo dois deles
compondo o pavimento térreo e outros dois compondo o pavimento superior. Os contêineres do
pavimento superior foram apoiados perpendicularmente sobre os de baixo conforme podemos
observar na figura 41. Este espaço ―criado‖ sob os contêineres é a grande jogada deste projeto
para criar uma área relativamente grande com um custo muito baixo, já que dispensa qualquer
gasto com cobertura.
Figura 41: Casa Arquiteto Danilo Corbas
Fonte: http://containerbox.com.br/site/tag/danilo-corbas/
Esta residência apresenta sala de estar, sala de jantar, cozinha gourmet, escritório, três
quartos, três banheiros, área de serviço, escada e varandas, sendo que a área da escada é a única
que não foi construída dentro dos contêineres e sim a partir da tecnologia steel frame. O propósito
principal deste projeto era evitar a utilização de areia, cimento, tijolo, água e ferro eliminando
assim a geração de resíduos comumente abundantes nas obras (DOMINGOS, 2014).
O terreno praticamente não foi alterado, tendo apenas pequenos cortes e aterros em
sistema de compensação e durou apenas um dia o serviço de terraplanagem. A fundação desta
obra foi feita apenas com sapatas isolada nas extremidades dos contêineres e sob as colunas de
reforço, colocadas para aguentar os contêineres superiores. O peso total da obra foi calculado em
torno de 18t, não sendo necessário colocar ferragem nas sapatas (DOMINGOS, 2014).
60
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O tratamento termo acústico foi feito por meio de lã de pet com fechamento em Drywall e
o teto recebeu telhas térmicas juntamente com lã mineral basáltica. Outras práticas sustentáveis
aplicadas na execução desta obra refere-se ao reuso das águas pluviais, ventilação cruzada nos
ambientes, telhado verde, iluminação de LED.
As figuras 42 e 43 representam esquematicamente os pavimentos térreo e superior,
respectivamente. Na sequência são apresentadas 4 imagens com diferentes ângulos de visão da
casa (FIGURAS 44, 45, 46 E 47)
Figura 42: Esquema planta baixa pavimento térreo
Fonte: DOMINGOS (2014)
61
______________________________________________________________________________Casa Contêiner: Uma Proposta de Residência Unifamiliar Sustentável
Figura 43: Esquema planta baixa pavimento superior
Fonte: DOMINGOS (2014)
Figura 44: Fachada principal
:
Fonte: http://revistacasaeconstrucao.uol.com.br/escc/Edicoes/74/imprime235642.asp
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Figura 45: Vista dos fundos
Fonte: http://revistacasaeconstrucao.uol.com.br/escc/Edicoes/74/imprime235642.asp
Figura 46: Varanda com telhado verde pavimento superior
Fonte: http://revistacasaeconstrucao.uol.com.br/escc/Edicoes/74/imprime235642.asp
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Figura 47: Vista entrada residência
Fonte: http://revistacasaeconstrucao.uol.com.br/escc/Edicoes/74/imprime235642.asp
2.4.2.2 Programa de Necessidades e Dimensionamento
A casa do arquiteto Danilo Corbas foi projetada com 3 dormitórios, sendo 2 suítes, um
lavabo, sala de estar, sala de jantar, cozinha, lavanderia, escritório, escadas e varandas. Comporta,
portanto, 4 pessoas sendo um casal e dois filhos. Os cômodos e seus respectivos
dimensionamentos seguem conforme tabela 03.
Tabela 03: Programa de Necessidades e Dimensionamento
SETOR PROGRAMA DE
NECESSIDADES DIMENSIONAMENTO
Área Social Sala Estar 31,7
Sala de Jantar 17,85
Área de Serviços
Cozinha 11,37
Lavanderia 6,2
Escritório 12,05
Área Íntima
Banheiros 11,8
Dormitórios 56,4
Varandas 23,3
Circulação Escadas 10,4 Fonte: Autoria própria
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2.4.2.3 Organograma e Fluxograma
Na tabela 04 está exposto o organograma desta obra dividido nos seguintes setores: área
social, área de serviços, área íntima e circulação. Na figura 48 pode-se verificar a interligação
entre os ambientes da casa por meio de um fluxograma.
Tabela 04: Organograma
Área Social Área de
Serviços Área Íntima Circulação
Sala Estar Cozinha Banheiros Escadas
Sala de Jantar Lavanderia Dormitórios
Escritório Varandas Fonte: Autoria própria
Figura 48: Fluxograma
Fonte: Autoria própria
2.4.2.4 Análise Arquitetônica
O projeto desenvolvido pelo arquiteto Danilo Corbas além de sustentável tem um estilo
descolado misturando cores e confortável. A iluminação toda em LED juntamente com o
aproveitamento de luz natural devido uma boa quantia e dimensões das aberturas em vidro
temperado favorecem ao baixo consumo de energia. Ventilação cruzada também é um ponto
positivo utilizado neste projeto.
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Os pontos a serem destacados nesta obra ficam por conta da sobreposição perpendicular
dos contêineres criando um espaço útil embaixo e a escada externa aos contêineres, pois assim
evita recortes no assoalho ou no teto de um ou mais contêineres já que este serviço é bastante
complexo e exige mão de obra bastante experiente.
2.4.3 Análise de Modelo 03 – Pequena Residência
2.4.3.1 Apresentação do Projeto
Dados do Projeto:
Local: Indefinido
Data: Início em 29/01/2014 – Término em 15/02/2014
Área: 29,74 m²
Profissional Responsável: Desenvolvido pela empresa Repartainer Reparos e
Comércio de Container Ltda
Esta pequena casa foi projetada a partir de um único contêiner de 40´ pés do tipo Dry
High Cube, conforme a necessidade do cliente a empresa Repartainer otimizou os espaços
internos sem deixar de lado sua funcionalidade conforme pode-se observar na figura 49.
Figura 49: Perspectiva interna da residência
Fonte: http://repartainer.blogspot.com.br/2014/02/casa-conteiner-projeto-desenvolvido.html
A residência apresenta dois quartos, banheiro e sala, cozinha e lavanderia conjugadas.
Ainda que seja uma casa bastante pequena, comporta 4 pessoas, já que em um dos quartos esta
previsto uma cama de casal e no outro uma beliche. Uma obra pequena, porém funcional, faz-se
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2015
lembrar de uma característica muito particular das casas feitas a partir de contêineres que é a
possibilidade de transportar a casa de um local para outro, ainda mais sendo em uma única
―embalagem‖.
O tratamento térmico e acústico foi feito em manta de alumínio e lã de vidro, o
revestimento das paredes das áreas úmidas com tapume e MDF para as demais. Revestimento do
piso com manta emborrachada.
As figuras 50 e 51 ilustram esquematicamente a planta baixa e uma vista superior da casa
em contêiner, respectivamente.
Figura 50: Planta baixa
Fonte: http://repartainer.blogspot.com.br/2014/02/casa-conteiner-projeto-desenvolvido.html
Figura 51: Esquema vista superior
Fonte: http://repartainer.blogspot.com.br/2014/02/casa-conteiner-projeto-desenvolvido.html
Na sequência, são expostas a vista dos fundos (FIGURA 52) e vista frontal (FIGURA 53)
da residência.
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Figura 52: Vista dos fundos
Fonte: http://repartainer.blogspot.com.br/2014/02/casa-conteiner-projeto-desenvolvido.html
Figura 53: Vista frontal
Fonte: http://repartainer.blogspot.com.br/2014/02/casa-conteiner-projeto-desenvolvido.html
O acabamento interno de uma casa em contêiner é feito da mesma forma que em uma
obra convencional conforme pode-se observar nas figuras 54 e 55. Já na figura 56 é apresentada a
saída de esgoto bem como a entrada de energia em um contêiner.
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Figura 54: Acabamento interno
Fonte: http://repartainer.blogspot.com.br/2014/02/casa-conteiner-projeto-desenvolvido.html
Figura 55: Acabamento banheiro
Fonte: http://repartainer.blogspot.com.br/2014/02/casa-conteiner-projeto-desenvolvido.html
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Figura 56: Detalhe entrada de luz e saída esgoto
Fonte: http://repartainer.blogspot.com.br/2014/02/casa-conteiner-projeto-desenvolvido.html
2.4.3.2 Programa de Necessidades e Dimensionamento
O projeto executado pela empresa Repartainer apresenta sala, cozinha e lavanderia
conjugadas, com uma pequena circulação com acesso a um dos quartos e ao banheiro e outro
quarto com acesso pela sala. O dimensionamento desses ambientes pode-se observar pela tabela
05 abaixo.
Tabela 05: Programa de Necessidades e Dimensionamento
SETOR PROGRAMA DE
NECESSIDADES DIMENSIONAMENTO
Área Social/Área de
Serviços
Sala Estar
10,2 m² Cozinha
Lavanderia
Área Íntima Banheiro 2,5 m²
Dormitórios 12,66 m²
Circulação Corredor 1,5 m² Fonte: Autoria própria
2.4.3.3 Organograma e Fluxograma
Na tabela 06 está exposto o organograma desta obra dividido nos seguintes setores: área
social, área de serviços e área íntima. Na figura 57 pode-se verificar a interligação entre os
ambientes da casa por meio de um fluxograma.
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Tabela 06: Organograma
Área Social Área de
Serviços Área Íntima Circulação
Sala Estar Cozinha Banheiro Escadas
Lavanderia Dormitórios Fonte: Autoria própria
Figura 57: Fluxograma
Fonte: Autoria própria
2.4.3.4 Análise Arquitetônica
Um projeto bastante simples que alia funcionalidade e praticidade, sem grande conforto.
Trata-se de uma casa com mínimo de investimento necessário para atender a solicitação do
cliente, apenas tratamento térmico e acústico sem muito compromisso com as práticas
sustentáveis.
A característica a ser destacada desta obra fica por conta da mobilidade a que esta sujeita
uma casa contêiner, caso o proprietário queira ou precise se mudar para outra cidade, por
exemplo, ele só tem que arrumar outro terreno e contratar um serviço de munk e um caminhão
próprio de transporte de contêineres.
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3 METODOLOGIA
Segundo Moresi (2003), a metodologia é a forma de selecionar técnicas, forma de avaliar
alternativas para a ação.
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA
Caracterizada por uma revisão bibliográfica, a elaboração do projeto se dará a partir de
pesquisas em artigos publicados em eventos, revistas científicas, dissertações, teses, pesquisas na
internet em sites relacionados ao tema, análise de modelos de projetos já executados, etc.
A partir de uma proposta de casa contêiner serão descritas todas as atividades necessárias
para sua execução baseadas no conceito de construção sustentável, escolhendo os materiais a
serem empregados.
3.2 CARACTERIZAÇÃO DA CLIENTELA
A proposta de residência unifamiliar pode atender a uma família composta por um casal e
até dois filhos devido ao espaço projetado.
3.3 DELINEAMENTO
A figura 58 demonstra os passos a serem seguidos na elaboração do trabalho.
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Figura 58: Delineamento da Pesquisa
Fonte: Autoria própria
A sequência demonstrada na figura 58 indica a ordem a ser seguida para elaboração deste
trabalho, iniciando com a pesquisa bibliográfica, apresentando todas as etapas da obra e o
processo construtivo, cada detalhe relevante para execução de um protótipo de obra utilizando
contêineres marítimos, seguindo com a análise de 3 modelos de projetos existentes e elaborando a
conceituação da proposta, programa de necessidades, pré-dimensionamento, organograma e
fluxograma, apresentação do terreno e seu entorno, desenvolvida a proposta arquitetônica e
finalizando o projeto no seu todo.
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4 PROPOSTA
4.1 CONCEITUAÇÃO
O desenvolvimento de um projeto residencial unifamiliar não tem limitações com relação
as suas formas e cores, o uso da criatividade para compor seus traços é o que torna o projeto
inédito. Seguindo essa linha de raciocínio aliada ao comprometimento com a sustentabilidade,
compromisso com o meio ambiente, é que surge a proposta de uma casa utilizando contêineres
marítimos.
As formas retangulares dos contêineres lembram muito o estilo de casas com platibanda,
muito usado hoje em dia. A aparência do metal dá um ar de inovação aos projetos residenciais
fugindo do convencional.
O projeto foi pensado para que comtemplasse aspectos rústicos aliados aos traços
modernos das casas com platibanda, usando o metal dos contêineres, madeira e alvenaria com
tijolos de demolição. Outros aspectos presentes na proposta são o conforto, ambientes bem
iluminados, jogo de cores, harmonia entre os ambientes e espaços relativamente amplos levando
em conta as dimensões dos contêineres.
Uma característica muito importante presente no projeto é a sustentabilidade, pois a
reutilização do próprio contêiner já tem relação com a reciclagem, visto que é um material
obsoleto após sua vida útil como ―embalagem‖ do transporte intermodal. A opção por um telhado
verde para dar conforto térmico e acústico também deixa o visual mais enfeitado e bonito. A
utilização de tijolos de demolição também contribui para a reciclagem de materiais. A grande
redução de materiais necessários para construção de uma residência em contêiner é outra
característica marcante, reduzindo a geração de resíduos em uma obra de construção civil.
A concepção do projeto foi feita respeitando e separando as áreas social, de serviço e
íntima. A sobreposição de dois contêineres de 20´ pés em um de 40´ pés cria uma área útil sob
estes 2 contêineres menores, aumentando a área total da obra. A opção pela escada externa aos
contêineres se deu basicamente pelo fato de que os recortes do teto e do piso dos contêineres são
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os mais complicados, exigindo muita qualidade e precisão na execução e devido a falta de mão de
obra experiente nesse tipo de obra em nossa região poderia dificultar ainda mais a sua execução.
4.1.1 Painel Conceitual Sensorial
Segue abaixo (Figura 59) Painel Conceitual explicitando aspectos do projeto.
Figura 59: Painel Conceitual Sensorial
Fonte: Autoria própria
No painel estão representados alguns conceitos do projeto, a rede no canto superior
esquerdo refere-se ao conforto que se busca neste projeto, seja ele com relação a questão térmica
e acústica ou mesmo ao conforto propriamente dito da residência. A imagem central na parte de
cima representa a sustentabilidade, o respeito ao meio ambiente aplicado neste projeto. No canto
superior direito temos uma imagem demonstrando o campo, o estilo bucólico que dá origem ao
termo rústico. A variedade de cores aplicadas nesta proposta esta apresentada na imagem inferior
esquerda do painel. A harmonia desejada entre os ambientes fica exposta na imagem central
inferior. E finalizando o painel, no canto inferior direito caracterizamos a proposta pela
luminosidade desejada nos ambientes.
4.1.2 Painel Conceitual de Repertório Arquitetônico
O Painel de Repertório Arquitetônico apresenta por meio de imagens, projetos com
características aplicadas à proposta em questão conforme figura 60.
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Figura 60: Painel Conceitual de Repertório Arquitetônico
Fonte: Autoria própria
Na figura 60, estão apresentadas da esquerda para a direita e de cima para baixo algumas
imagens explicitando conceitos aplicados na proposta arquitetônica deste projeto de residência, o
conforto térmico de um telhado verde aliado a outros tratamentos termo acústicos foram
aproveitados nessa proposta. O estilo rústico foi projetado nas alvenarias da escada e sala de estar
através da escolha de tijolos de demolição para sua construção. Harmonia foi aplicada na
distribuição dos ambientes, zoneamento do projeto, mantendo uma boa disposição entre os
espaços. Formas e volumes foi a escolha no estilo moderno da obra lembrando as casas com uso
de platibandas, formas retangulares que lembram o desenho dos contêineres. A luminosidade foi
aplicada em toda sala de estar, pois se optou pelo uso de vidro temperado em todo lado leste e
sul. A combinação de cores foi outro aspecto aplicado neste projeto, a cor avermelhada do tijolo
de demolição, o verde dos contêineres e o amarelo aplicado nos detalhes metálicos das aberturas
formam, basicamente, a composição de cores da Casa Contêiner.
4.2 PROGRAMA DE NECESSIDADES E PRÉ-DIMENSIONAMENTO
O desenvolvimento do projeto residencial definiu três áreas distintas: área social, área de
serviço e área íntima. A tabela 07 apresenta o programa de necessidades desta residência e seu
pré-dimensionamento.
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Tabela 07: Programa de Necessidades e Pré-dimensionamento
SETOR PROGRAMA DE
NECESSIDADES
PRÉ-
DIMENSIONAMENTO
Área Social
Sala Estar 20,62 m²
Banheiro 4,48 m²
Escada 4,26 m²
Terraço
19,87 m² (Não soma na
metragem total da obra)
Área de Serviços Cozinha 17,12 m²
Lavanderia 4,65 m²
Área Íntima
Banheiro 4,12 m²
Dormitórios 20,92 m²
Circulação 1,00 m² Fonte: Autoria própria
4.3 ORGANOGRAMA
A seguir, na tabela 08, esta exposto o organograma relativo ao projeto apresentando a
distribuição das peças dentro de seus respectivos setores.
Tabela 08: Organograma
Área Social Área de Serviços Área Íntima
Sala Estar Cozinha Banheiro
Banheiro Lavanderia Dormitórios
Escada
Circulação
Terraço
Fonte: Autoria própria
4.4 FLUXOGRAMA
Fluxograma é a representação gráfica da interligação entre os cômodos da casa. Segue
abaixo, figura 61, fluxograma referente ao projeto de casa contêiner.
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Figura 61: Fluxograma
Fonte: Autoria própria
4.5 TERRENO
4.5.1 Localização do Terreno
O terreno para o qual será desenvolvido o projeto residencial localiza-se no município de
Ijuí no Noroeste do Rio Grande do Sul conforme figura 62.
Figura 62: Localização do município de Ijuí no Estado do RS
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Iju%C3%AD
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Dentro do perímetro urbano, o terreno esta situado no bairro Lulu Ilgenfritz em zona
residencial. A figura 63 identifica a posição do quarteirão dentro da cidade de Ijuí.
Figura 63: Localização do quarteirão dentro do município de Ijuí
Fonte: http://www.ijui.rs.gov.br/paginapref/downloads/mapas
O terreno fica na rua Três Passos, formando quarteirão com as ruas Júlio Lange,
Crissiumal e Av.Porto Alegre conforme podemos observar na figura 64. Localizado próximo as
dependências do Sesi, sede esportiva, no bairro Lulu Ilgenfritz em Zona Residencial.
Figura 64: Quarteirão
Fonte: Autoria Própria
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4.5.2 Análise do Entorno
A partir de um levantamento fotográfico, é possível visualizar as testadas do quarteirão
em estudo conforme segue esquema abaixo (Figura 65).
Figura 65: Levantamento fotográfico do quarteirão em estudo
Fonte: Autoria Própria
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Na sequência pode-se observar o entorno do terreno por meio de uma imagem aérea
(Figura 66).
Figura 66: Vista aérea do terreno
Fonte: Autoria Própria
A partir destas duas imagens pode-se observar que trata-se de um local bastante
arborizado, até mesmo por se tratar de uma região não tão central na cidade. Apenas na Avenida
Porto Alegre é que possui menos árvores já que existem vários pontos comerciais nesta quadra.
4.5.3 Levantamento Planimétrico e Altimétrico
A seguir são expostos os levantamentos Planimétrico e Altimétrico do terreno em estudo
(Figuras 67 e 68). O terreno possui formato retangular com 21 metros de largura por 55 metros de
comprimento, pode-se observar que é um terreno plano, com pequenos desníveis.
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Figura 67: Levantamento Planimétrico
Fonte: Autoria Própria
Figura 68: Levantamento Altimétrico
Fonte: Autoria Própria
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4.5.4 Levantamento Fotográfico
As figuras 69 e 70 mostram o terreno no qual esta sendo projetada a casa contêiner.
Figura 69: Terreno vista frontal 1
Fonte: Autoria Própria
Figura 70: Terreno vista frontal 2
Fonte: Autoria Própria
4.5.5 Zoneamento
Zoneamento consiste na identificação dos setores que compõem o projeto. Nesta proposta
de Casa Contêiner existem três setores distintos: Social, Serviço e Íntimo (Figuras 71 e 72).
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Figura 71: Zoneamento Pavimento Inferior
Fonte: Autoria Própria
Figura 72: Zoneamento Pavimento Superior
Fonte: Autoria Própria
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4.5.6 Detalhamento Técnico do Projeto
A execução desta obra exige que se façam as escolhas dos materiais empregados bem
como alguns detalhes de cada etapa da obra tal qual são apresentados nos memoriais descritivos
dos projetos. Segue abaixo um simples detalhamento destas escolhas para o projeto em estudo.
Fundação: Sapatas isoladas nas extremidades do contêiner de 40’ pés e viga baldrame na
área de alvenaria.
Alicerce: Tijolos maciços inteiros.
Concreto Armado: Serão concretadas as sapatas, viga baldrame e vigas.
Alvenarias: Na sala e escada será de tijolo maciço de demolição, já as divisórias dentro
dos contêineres serão em gesso acartonado.
Cobertura: Alongada com uma chapa metálica nas extremidades dos contêineres com 15
cm na cobertura do pavimento inferior e 20 cm na cobertura do pavimento superior, com
execução de telhado verde. Drenagem coletando águas pluviais e direcionando para uma cisterna
subterrânea que alimenta sanitários e pontos de água de jardim através de uma bomba hidráulica.
Forro: Gesso no interior dos contêineres e na escada. Na sala de estar é o próprio
contêiner que está sobreposto a ela.
Aberturas: Na sala de estar são todas de vidro temperado com os marcos e detalhes em
madeira. As janelas nos contêineres são todas metálicas com um prolongamento de 30 cm no
lado externo. Portas das divisórias todas de madeira.
Revestimento: Azulejo em todo o banheiro, cozinha e lavanderia. Nos dormitórios será
com papel de parede. Na escada tijolo maciço aparente.
Pavimentação: Sala de estar, escadas, circulação e dormitórios terão piso laminado. Nos
banheiros, cozinha e lavanderia serão de porcelanato.
Isolamento Termo acústico: Será executado com uma camada de pelo menos 4 cm com lã
de pet e fechamento com placas OSB.
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Iluminação: Toda feita em LED.
Recortes nos Contêineres: Todo executado com corte plasma e mão de obra especializada.
Reforço nas arestas com cantoneiras que servem de apoio à fixação das janelas e portas.
Pintura: Tinta isolante térmica.
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5 CONCLUSÃO
O desenvolvimento deste projeto se deu por meio de pesquisas bibliográficas e análises de
modelos existentes, extraindo as informações pertinentes e necessárias para elaboração de uma
proposta de residência unifamiliar sustentável utilizando contêineres marítimos.
A opção por um projeto deste tipo, que foge ao convencional, tendo como princípios as
questões ambientais corrobora com os apelos mundiais atuais, que solicitam práticas sustentáveis
e principalmente por uma redução drástica na geração de resíduos. A expressiva redução na
geração de RCCs, podendo chegar até a 92%, é sem dúvida o grande ponto positivo em uma Casa
Contêiner.
As soluções arquitetônicas possíveis são no mínimo interessantes e com um pouco de
criatividade pode-se criar verdadeiras casas obras de arte. Causam enorme impacto a primeira
vista, mas também chamam atenção pela sua beleza.
Primeira indagação das pessoas em geral se refere a questão térmica e acústica, mas
existem diversas maneiras possíveis de atingir grande conforto termo acústico neste tipo de
residência como foi apresentado neste trabalho, como por exemplo o revestimento interno das
paredes metálicas com lã de pet.
Para quem pretende executar uma obra dessas, a grande dificuldade fica por conta da
compra do contêiner, conhecer sua procedência e seu real estado de conservação. Além de
necessitar de uma mão de obra experiente e qualificada, mas nem sempre disponível.
Ainda deve levar algum tempo para que esse tipo de obra se torne prática comum pelas
cidades do País, mas com certeza vem em uma crescente muito boa e a necessidade por
construções alternativas vem impulsionando os projetos com contêineres.
Com relação a proposta apresentada nesse trabalho, optou-se por um estilo rústico
mesclado ao metal do contêiner e o uso de alguns detalhes em madeira, mostrando que não há
limites para combinar diferentes materiais. O isolamento térmico ficou por conta da aplicação da
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lã de pet e fechamento com placas OSB e a execução de telhado verde, certamente atingindo um
bom nível de redução na transferência de calor.
Enfim, é possível concluir que projetar e executar uma Casa Contêiner exige um maior
detalhamento e cuidado nas escolhas dos materiais, mão de obra especializada, criatividade para
resolver possíveis problemas específicos deste tipo de obra que foge do convencional e tira todos
de sua zona de conforto, mas que desafia o retrógrado processo construtivo atual e impulsiona um
maior compromisso com o meio ambiente.
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