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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
Gustavo dos Santos Teada Cassane
Marcos Antonio Alves
INFLUÊNCIA DA ESCOLA NO CONHECIMENTO DOS ALUNOS
SOBRE AS POLÍTICAS DE ACESSO AO ENSINO SUPERIOR
São Paulo
2011
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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
GUSTAVO DOS SANTOS TEADA CASSANE
MARCOS ANTONIO ALVES
INFLUÊNCIA DA ESCOLA NO CONHECIMENTO DOS ALUNOS
SOBRE AS POLÍTICAS DE ACESSO AO ENSINO SUPERIOR
Monografia apresentada ao Centro de Ciências
Biológicas e da Saúde da Universidade
Presbiteriana Mackenzie, como parte dos requisitos
exigidos para a conclusão do Curso de Ciências
Biológicas, modalidade Licenciatura.
Orientadora: Profª. Drª. Rosana dos Santos Jordão
São Paulo
2011
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“Dedico este trabalho a minha
mãe que mesmo não estando
mais presente, sempre me
incentivou, amparou e me fez
crescer”.
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"Sem um fim social o saber será
a maior das futilidades".
Gilberto Freyre
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AGRADECIMENTOS
Agradecemos ao centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade
Presbiteriana Mackenzie, e principalmente a professora Rosana dos Santos
Jordão, que nos orientou, com dedicação e confiança, e que esteve presente
durante todo o curso de licenciatura.
Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que
também nos acompanharam durante todo o curso, sempre com atenção e
dedicação. Aos participantes que contribuíram com a pesquisa, os professores,
coordenadores e alunos.
Aos meus amigos que estiveram todos os semestres juntos, enfrentando
todas as dificuldades sempre de maneira afetiva e alegre, e que com essa união
conseguimos chegar até aqui, em especial ao Erli Junior, Vinícius Lanzotti, Rafael
Troxa Greco, Camila Bandeira, Marianne Osório, Pamela Oliveira, Juliana Dias,
André Flor, Bruno Cabelo, Rafael Henrique e toda a galera do fundão que sempre
estiveram conosco.
E a nossos familiares que sempre nos apoiaram dando suporte para concluir
mais esta empreitada que chega ao fim.
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RESUMO
Este trabalho apresenta evidências produzidas a partir de uma pesquisa de campo
sobre os conhecimentos dos professores, coordenadores e alunos concluintes do
ensino médio em relação às possibilidades de acesso ao ensino superior. O
objetivo geral é identificar se os professores do ensino regular divulgam aos seus
alunos informações sobre as políticas públicas de acesso ao ensino superior. Para
tanto, foi realizado uma entrevista semiestruturada com professores da rede
pública e privada de ensino e um questionário direcionado aos alunos dessas
instituições. Os resultados apontam para uma grande quantidade de alunos que
desejam continuar os estudos e o desconhecimento por parte de alguns membros
da comunidade escolar sobre os programas. Concluindo assim que os docentes e
alunos das duas instituições conhecem os programas, mas que há necessidade de
maior organização da forma de divulgação desses programas no ambiente escolar
Palavras- chave: acesso ao ensino superior, ProUni, Fies, escola.
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ABSTRACT
This paper shows evidences produced from a field research about the knowledge of
teachers, coordinator and High School senior students about the possibilities of
access to higher education. The general aim is to identify if elementary teachers
divulge to their students pieces of information about public policy of access to
higher education. In order to achieve this, a semi structured interview was put into
practice with teachers from public and private schools and a questionnaire was
directed to the students of these schools. The results indicate a great number of
students that wants to continue their education and the want of knowledge of part of
members from school community about the programs. Thus, teachers and students
of both schools know the programs but there is necessity of better organization of
divulging these programs at school setting.
Keywords: access to higher education, ProUni, Fies, school.
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SUMÁRIO
1. Introdução.......................................................................................................... 09
2. Objetivos............................................................................................................ 10
3. Referencial Teórico........................................................................................... 10
4. Procedimentos Metodológicos........................................................................ 17
5. Análise dos Resultados.................................................................................... 23
5.1 Escola Pública................................................................................................. 23
5.2 Escola Particular............................................................................................. 29
5.3 Semelhanças e diferenças entre escola pública e particular..................... 35
6. Considerações Finais....................................................................................... 39
REFERÊNCIAS....................................................................................................... 41
Apêndice I – Entrevista com professores e coordenadores ............................ 43
Apêndice II – Carta de informação ao sujeito..................................................... 53
Apêndice III – Termo de consentimento livre e esclarecido............................. 54
Apêndice IV – Carta de informação à Instituição............................................... 55
Apêndice V – Termo de consentimento livre e esclarecido.............................. 56
Apêndice VI – Carta de informação aos pais ou responsáveis........................ 57
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1. Introdução
A educação, como mecanismo de transmissão de cultura de e possibilidade
de obtenção de novos conhecimentos, é algo fundamental para qualquer povo,
independente de sua localização, mas cada país tem suas particularidades a
respeito de como é inserida, organizada, distribuída e tratada pela população e por
seus governantes.
No Brasil, sabe-se que alunos advindos da rede pública constituem uma
minoria no ensino superior público. Dos estudantes de 18 a 24 anos de idade,
apenas 48,1% frequenta o ensino superior e do total dos estudantes,
aproximadamente 4,6 milhões estão alocados em instituições particulares,
enquanto a rede pública atende apenas 1,4 milhões. Aprofundando, observa-se
que mais de 50% dos estudantes tanto de instituições particulares quanto públicas
possuem rendimento mensal familiar elevado, demonstrando que a maioria no
ensino superior tem maior poder aquisitivo (IBGE, 2010).
Para minimizar esse problema, é necessário melhorar as políticas públicas
educacionais voltadas para o acesso ao ensino superior. Nesse sentido, é
importante uma análise sobre as condições históricas que levaram a educação a
sua atual situação. Uma vez implantada, é necessário observar se realmente tais
políticas estão atingindo seus objetivos.
Não basta existirem ações governamentais, é fundamental que as pessoas
as conheçam. Por essa razão, pretendemos com este trabalho averiguar como está
sendo feita a divulgação dos programas de acesso ao ensino superior para alunos
do ensino médio.
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2. Objetivos
Como já afirmamos anteriormente, este trabalho teve como objetivo geral
identificar se os professores do ensino regular divulgam aos seus alunos
informações sobre as políticas públicas de acesso ao ensino superior.
Para isso, procuramos identificar quais conhecimentos e opiniões os
professores e coordenadores possuem sobre tais políticas. Era nosso foco,
também, avaliar se há preocupação da escola e do professor em abordar esse
tema com os alunos. Além dos professores e coordenadores, averiguamos os
conhecimentos dos estudantes sobre suas possibilidades de acesso ao ensino
superior.
3. Referencial Teórico
A compreensão das razões que levaram às dificuldades da população ao
ingresso em instituições de ensino superior demanda uma retomada ao
desenvolvimento educacional e social, a partir do regime militar, estabelecido no
ano de 1964 a 1985 no território brasileiro.
Segundo Carvalho (2005), o contexto externo de Guerra Fria durante os
anos 60 colocou os países latino-americanos no alinhamento aos preceitos da
“Aliança para o Progresso”, cujo compromisso explícito era buscar o
desenvolvimento como medida de segurança nacional, frente à ameaça comunista.
Para a superação do subdesenvolvimento, não bastava o acúmulo de capital. Na
verdade, o capital físico e o capital financeiro deveriam ser combinados ao fator
humano escolarizado. Mas, a baixa escolarização da população impossibilitava a
formação de técnicos de nível médio e, principalmente, de profissionais de nível
superior, responsáveis pela adequação da tecnologia importada em benefício do
crescimento econômico nacional.
Portanto, o governo precisava adequar o ensino superior à demanda por
trabalho qualificado, para ampliar a população com grau superior de escolarização,
principalmente nas áreas técnicas e tecnológicas e, também, para atender à
demanda crescente do número de formados do ensino médio. A classe média era a
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aliada política do regime militar desde a consolidação do golpe e manifestações de
descontentamento por parte dessa camada social provocaram instabilidade e
oposição política (CARVALHO, 2005).
Segundo Guiraldelli (1994), o governo possuía nessa época um problema
entre o então Ensino Secundário e o Ensino Superior. Os poucos alunos que
conseguiam concluir o segundo grau profissionalizante utilizavam seus diplomas
não para ingressarem no mercado de trabalho, mas sim para inscreverem-se nos
vestibulares, criando pressão sobre as universidades. Com o objetivo de solucionar
esse problema, foi sancionada em 1971 a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) para a
Educação Nacional no. 5.692, que previa a extensão definitiva do ensino primário
obrigatório de 4 para 8 anos, gratuito em escolas públicas e, consequentemente, a
redução do ensino médio de 7 para 3 a 4 anos. Houve profissionalização do ensino
médio, garantindo a continuidade e o término dos estudos. Essa medida foi
interessante por dois motivos: além de desafogar a universidade, fortalecia o
mercado interno, pois mais jovens iniciavam sua vida profissional e passavam
também a consumir mais. Em suma, o ensino médio atuava como um filtro, que
eliminava boa parte do alunado que necessitasse ingressar rapidamente no
mercado de trabalho, isto é, os alunos provenientes das classes populares. Dessa
forma, assegurava a reprodução das classes, impossibilitando às massas criarem
seus próprios intelectuais, como sugerido pelo filósofo italiano Antonio Gramsci, em
sua obra “Cadernos do Cárcere” (RODRIGUES, 2010).
Mendonça (2000) também fala sobre as reformas no ensino superior nessa
época, que levaram a uma dualidade na população que usufruía as instituições de
ensino superior. O grande passo da reforma foi a institucionalização da carreira
docente, o que deu grande força para as universidades públicas, além do incentivo
à ampliação dessas instituições pelo governo. Mas, na época, com uma política de
racionalização econômica, essa expansão não foi suficiente para saciar a demanda
por vagas no ensino superior. O governo militar, então, incentivou a criação de
instituições de ensino privadas para poder aumentar a disponibilidade de vagas, o
que gerou a massificação das instituições de ensino superior. Tal medida provocou
a formação de um sistema dual, em que se tem um segmento liderado por escolas
públicas e outro por instituições particulares, que surgiram em grande número, mas
que não têm a mesma preocupação com a qualidade de ensino, já que seu foco é
o lucro.
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Essa grande expansão teve um momento vegetativo, isto é, com pouco
crescimento. De 1980 até 1995 o número de instituições de ensino superior passou
de 882 para 994, mostrando assim um aumento de 1,36%. Também houve
elevação do número de matrículas, na ordem de 1.65%. Esse aumento, no entanto,
pode ser considerado irrisório, quando comparado ao da década anterior (52,6%)
(MACEDO et al., 2005).
Em 1985, após a queda do Regime Militar, estabeleceram-se novas
discussões sobre ensino superior. A nova Constituição de 1988 determinou muitas
mudanças na educação, dentre elas, a autonomia para as universidades. Nessa
ocasião, chegou-se a criar a Comissão Nacional para a Reformulação da Educação
Superior, composta principalmente por professores universitários, mas que não
prosseguiu por questionamentos do movimento dos docentes universitários, que
contestavam a legitimidade desse grupo (MENDONÇA, 2000).
A partir de 1995, o Brasil vivenciou um novo período de aumento de
instituições e de vagas no ensino superior, impulsionado pela nova Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional de 1996, que diversificou os tipos de instituições de
ensino superior, dando origem a universidades especializadas, centros
universitários, dentre outras (MACEDO, 2005). Paralelamente ao aumento da rede
privada, observou-se uma queda de matrículas no setor público de 42% para
menos de 30%, no começo do século XXI (MACEDO, 2005).
Cunha (2003) atribui à LDB de 1996 a responsabilidade por esse fenômeno,
julgando-a omissa em relação ao processo seletivo obrigatório, isto é, o vestibular.
A ausência de regras claras sobre esse processo seletivo permitiu que uma vasta
gama de instituições particulares de ensino superior distorcesse esses mecanismos
de acesso, com o propósito de aumentar o número de “consumidores” da educação
superior, visando apenas o lucro e não a qualidade da educação.
Ainda sobre a expansão do setor privado, Barreyro (2008), em trabalho que
buscava mapear as características das instituições privadas de ensino superior,
mostrou que se elevou o acesso a esse nível de ensino de 1998 até 2008, mas
não ocorreu a democratização desse acesso, porque algumas desigualdades
sociais permanecem muito significativas. No quesito da renda familiar, por
exemplo, quase 50% da população do Brasil recebia até três salários mínimos,
essa parcela da população ocupava apenas 23% das vagas do ensino superior, ao
passo que a população brasileira que recebia mais de 10 salários mínimos (11% do
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total), ocupava 30% do total de vagas. Diante desse quadro o autor defende a
ampliação de vagas para aqueles que não podem pagar mensalidades, além da
implementação de políticas como o Programa Universidade para Todos (ProUni) e
o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies).
O Fies é destinado a financiar prioritariamente a graduação no Ensino
Superior de estudantes que não têm condições de arcar com os custos de sua
formação e estejam regularmente matriculados em instituições não gratuitas,
cadastradas no programa. Os cursos devem ter avaliação positiva nos processos
avaliativos conduzidos pelo Ministério da Educação (MEC). Após o atendimento
prioritário aos cursos de graduação, havendo disponibilidade de recursos e
autorização do Agente Operador do Programa, o Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação - FNDE, o Fies também poderá financiar cursos de
mestrado, doutorado e cursos técnicos de nível médio. O prazo máximo de
utilização do financiamento é igual ao período remanescente para a conclusão do
curso pelo estudante, à época de seu ingresso no Fies, observada a duração
regular do curso estabelecida pela Instituição de Ensino Superior. A taxa de juros
para os contratos do FIES é de 3,4% a.a. (três inteiros e quatro décimos por cento
ao ano), capitalizada mensalmente, equivalente a 0,27901% ao mês (MEC/Fies,
2010).
Segundo o MEC/Fies (2010), atualmente são quase 500 mil estudantes
beneficiados e 1.459 instituições de Ensino Superior credenciadas, com 2.080
cadastrados e aplicação de recursos da ordem de R$ 4,6 bilhões. Para estudantes
matriculados em cursos que tenham obtido conceito inferior a três no Exame
Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE) é vedada a concessão do
financiamento do Fies.
Mas, de acordo com dados do MEC/ProUni B (2010), em 2003, apenas 9%
da população de 18 a 24 anos frequentava o ensino superior e o Fies não era
suficiente para aumentar esse coeficiente, em função do pequeno volume de
fundos disponíveis para o programa e, também, porque muitos desses jovens não
apresentavam os pré-requisitos para a concessão do financiamento. A fim de
aumentar a parcela da população inserida no Ensino Superior e
concomitantemente atender a pressões do setor privado com relação às vagas
ociosas nessa rede, o governo criou o Programa Universidade para Todos –
PROUNI.
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O ProUni foi criado pela MP n° 213/2004 e institucionalizado pela Lei n°
11.096, de 13 de janeiro de 2005. Esse programa tem como finalidade a concessão
de bolsas de estudo integrais para estudantes que tenham renda familiar de até um
salário mínimo e meio por pessoa, e bolsas parciais para alunos com renda de até
três salários mínimos por pessoa. As bolsas são destinadas a cursos de graduação
sequenciais, em instituições de ensino superior privado. Para conseguir o
benefício, o aluno deverá ter cursado o Ensino Médio na rede pública de educação
ou ter sido bolsista integral da rede privada. Além disso, o programa estabelece,
obrigatoriamente, que parte das bolsas deverá ser direcionada a ações afirmativas
aos portadores de deficiência, aos negros, indígenas e à formação de professores
de ensino básico da rede pública, a fim de melhorar a qualificação do magistério
(MEC/ProUni A, 2010). O MEC também concede bolsa de permanência de R$
300,00 para as despesas de transporte, alimentação e material didático aos
beneficiários que estudam em tempo integral.
Contudo, o projeto de lei do ProUni foi bastante modificado quando chegou
ao congresso, majoritariamente por influência das instituições privadas de ensino
superior e suas associações. As bolsas parciais de 50% são exemplos da
influência dessas organizações, pois não se encontravam no primeiro texto desse
projeto de lei (CATANI et al., 2006).
Vale destacar que as instituições de ensino que aderem ao programa são
isentas de alguns tributos. Os candidatos são selecionados por meio do Exame
Nacional do Ensino Médio (ENEM), caracterizando a seleção pelo mérito
acadêmico, sendo necessária a obtenção de uma nota mínima de 45 pontos,
estabelecida pelo Ministério da Educação, para a candidatura. Além disso,
caracterizando ainda mais a desfiguração do projeto de lei inicial, o artigo 3º
validou a seleção interna dentro das Instituições de Ensino superior (IES), após a
pré-seleção propiciada pelo ENEM (MEC/ProUni A, 2010).
Segundo o MEC, 75% das IES que aderiram ao ProUni são classificadas
como faculdades (faculdades, faculdades de tecnologia e faculdades integradas) e
8% como institutos superiores, centros universitários e universidades. Das
faculdades, as tecnológicas representam o maior percentual de adesão. No caso
dos centros universitários, 54% são participantes do programa. Já nas
universidades, a adesão é plena.
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Desde a criação do Programa, foram beneficiados 434.592 alunos, 69,8%
como bolsistas integrais. Em 2008 havia 3.094 pessoas com deficiência e 5.713
professores da escola básica pública sendo beneficiados pelo programa. Quanto à
modalidade de ensino, 398.974 dos bolsistas estavam matriculados em cursos
presenciais e 35.618 na modalidade de educação à distância (MEC/ProUni B,
2010).
O programa vem sofrendo algumas críticas. A primeira delas se refere à
baixa porcentagem de vagas oferecidas. Na época da formulação original da
proposta, 20% das vagas do setor privado seriam destinadas ao programa. No
entanto, na prática apenas 8,5% foram efetivadas, em decorrência das pressões
manifestadas pela rede particular de ensino (CATANI et al. , 2006).
O programa também recebeu críticas em relação à sua atuação social,
considerada uma ação assistencialista emergencial (SARAIVA, 2011). Outro
aspecto apontado pelos críticos é o de que, apesar de ter aumentado o acesso da
população carente ao ensino superior, o programa não as insere em nossa
sociedade estratificada, mascarando o real déficit na educação brasileira (CATANI
et al., 2006). Déficit esse que vem da escola básica pública onde não dá subsídios
a seus usuários, para que possam competir de forma igualitária com os
concorrentes das escolas particulares (AMARAL e OLIVEIRA, 2011), necessitando
assim de auxílio do governo.
Além dos aspectos já levantados, há o fato de que o programa ajuda o aluno
a ingressar no ensino superior, mas não dá suporte para que ele se mantenha no
curso. Além do custo da mensalidade, há também despesas com alimentação e
transporte, sem contar o tempo que ele deixa de ter para trabalhar (SARAIVA,
2011). Como já comentamos, procurando atender a essa demanda, o ProUni
passou a disponibilizar uma bolsa permanência no valor de R$ 300,00. No entanto,
esse valor destina-se apenas a estudantes de bolsa integral, que tenham carga
horária superior ou igual a seis horas diárias de aula. Além disso, esse benefício
depende da disponibilidade orçamentária e financeira do MEC (AMARAL e
OLIVEIRA, 2011).
Mas, o ponto principal de crítica ao ProUni diz respeito aos benefícios
financeiros concedidos às instituições privadas, por meio de isenção fiscal de
Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRFPJ), Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido (CSLL), Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social
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(COFINS), Programa de Integração Social (PIS), dentre outros. Para Catani et al.
(2006) tais benefícios desviam recursos do setor público para o privado, quando
deveriam ser destinados a investimentos nas instituições públicas.
Vale lembrar que faltam ações de controle e fiscalização das instituições
participantes, não apenas no que se refere à sua qualidade de ensino, mas
também ao destino dado ao dinheiro da isenção fiscal, além da análise dos critérios
por elas utilizados para a seleção dos alunos bolsistas. Amaral e Oliveira (2011)
enfatizam que essa seleção não é clara, dando assim margem para várias
interpretações.
Catani et al. (2006) também abordam a falta de transparência em relação à
prestação de contas, às formas de utilização do dinheiro, à falta de definição de
critérios de seleção e à falta de dados atualizados pelo MEC sobre o total de
bolsas, tipos de instituições privadas que aderiram, etc., dados esses que seriam
úteis para se compor um perfil que ajudaria na análise da eficiência do programa.
Com todas essas críticas o ProUni acaba cumprindo parte do seu papel, que
é facilitar o acesso à educação superior de segmentos desfavorecidos sócio-
economicamente, conferindo assim melhor oportunidade para as pessoas que
usufruem de forma correta do programa. Atende, portanto a lógica de que a
educação está atrelada ao desenvolvimento e que, para a inserção no mundo
competitivo atual, é necessário o domínio de conhecimentos. A inserção desses
grupos nas universidades dá chance de igualdade para alcançar melhores
condições de vida (SARAIVA e NUNES, 2011).
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4. Procedimentos Metodológicos
A partir do objetivo de analisar a influência da escola no conhecimento dos
alunos sobre suas possibilidades de acesso ao Ensino Superior, optamos por
coletar dados com cerca de trinta alunos do 3º do Ensino Médio de um colégio
público e de outro particular, pois são alunos que estão prestes a decidir se irão ou
não ingressar em uma instituição de ensino superior e, também, com professores
que lecionam para esses alunos, bem como com os coordenadores das duas
escolas em que a pesquisa foi realizada.
Optamos por realizar a pesquisa em uma instituição de ensino particular,
porque, apesar de os alunos nem sempre preencherem os requisitos necessários
para participarem dos programas de acesso ao ensino superior disponibilizados
pelo Governo Federal, nessas escolas existe também alunos com bolsa integral e
com renda per capta que atende aos requisitos exigidos pelos programas. Portanto,
é relevante saber como a escola particular trabalha a divulgação das possibilidades
de acesso ao ensino superior.
Na escola pública, foram entrevistados três professores que lecionam as
disciplinas de Biologia, Química e Geografia, bem como o coordenador da escola.
Na escola particular foram entrevistados dois professores, o de Biologia e o de
Literatura e, assim como na escola pública, também o coordenador. A escolha de
entrevistar os coordenadores se deu em função à sua relevante participação na
organização do currículo a ser trabalhado. Os professores foram escolhidos, pois,
além de participarem da elaboração do currículo da escola, segundo declaração
dos mesmos, também são responsáveis pela elaboração do plano de aula e assim,
são os principais responsáveis em trabalhar com seus alunos durante as aulas,
suas possibilidades de acesso ao ensino superior.
A entrevista e o questionário foram submetidos, avaliados e aprovados pela
Comissão Interna de Ética em Pesquisa da Universidade Presbiteriana Mackenzie,
processo CIEP nº L011/01/11, para que pudessem ser aplicados de acordo com as
normas estabelecidas, levando-se em conta os cuidados referentes ao sigilo dos
participantes, a minimização de riscos para os mesmos e o esclarecimento de
todos os procedimentos. Antes de realizar a coleta dos dados foi apresentada uma
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carta de consentimento assinada pela escola, pelos entrevistados, pelos alunos
maiores de 18 anos e pelos pais dos estudantes com idade inferior a 18 anos.
Para coletar dados dos alunos, utilizamos como instrumento um questionário
com seis perguntas fechadas e apenas uma aberta. De acordo com Pádua (2008),
o questionário é um instrumento de coleta de dados que permite utilizar perguntas
fechadas para a quantificação dos resultados, facilitando a tabulação e, também,
utilizar questões abertas, as quais contem respostas pessoais e espontâneas, que
algumas vezes não foram previstas anteriormente, o que permite uma análise
qualitativa.
A seguir, apresentaremos as questões desse instrumento e nossas
justificativas para o uso de cada uma delas.
As questões 1 e 2 tinham como objetivo verificar se o aluno pretende
continuar seus estudos ou não e, caso opte por ingressar em uma instituição de
ensino superior, de que maneira pretende fazê-lo. A primeira questão merece uma
atenção especial, pois possibilita ao aluno justificar a opção escolhida, quais são
seus motivos, sendo a única questão aberta. As justificativas dos alunos foram
agrupadas em três categorias: a primeira chamada de “adquirir conhecimento”, que
engloba todas as idéias referentes à aquisição de conhecimento e ampliação de
cultura. A segunda, nomeada de “ascensão social”, abrange todas as respostas
que diretamente falam sobre ascensão econômica ou citam algo sobre dinheiro,
como por exemplo - “para ter um emprego bem remunerado”. E a terceira categoria
engloba respostas que não apresentaram ligação com as categorias anteriores,
podendo assim formar outra categoria, então foi denominada de “outros”.
1. O que você pretende fazer após concluir o ensino médio?
A. Continuar meus estudos ingressando no ensino superior
B. Iniciar curso técnico profissionalizante
C. Parar os estudos
D. Ainda não decidiu
E. Outras possibilidades
Justifique:_____________________________________________________
__________________________________________________________________
_________________________________________________________
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2. Como pretende ingressar no ensino superior?
A. Prestando vestibular para uma universidade pública
B. Prestando vestibular para uma universidade privada
C. Conseguir auxílio programas de acesso ao ensino superior disponibilizados
pelo governo federal para cursar uma universidade privada.
As questões 3 e 4 eram voltadas para a análise do conhecimento dos alunos
sobre os programas de acesso ao ensino superior disponibilizados pelo Governo
Federal e de que maneira tomaram ciência de sua existência:
3. Quais programas de acesso ao ensino superior abaixo relacionados
você conhece ou já ouviu falar?
A. Fies - Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior
B. ProUni - Programa Universidade para Todos.
C. Outros: Quais? ____________________________________________
D. Não conheço nenhum programa que favoreça o acesso ao ensino superior
4. Com relação à pergunta anterior, como você tomou conhecimento
desses programas?
A. Na escola, por meio de panfletos e/ou cartazes
B. Na escola, por meio de seus professores
C. Por meio de revistas e/ou de jornais
D. Por meio da televisão e/ou do rádio
E. Por meio de amigos
F. Por meio da internet
G. Por outros meios.
Quais? ________________________________________
As questões 5 e 6 visavam verificar o nível de escolaridade dos pais dos
alunos entrevistados, possibilitando relacionar por meio das respostas obtidas, a
intenção ou não de prosseguir com os estudos ao grau de instrução dos pais:
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5. Qual é o nível de escolaridade do seu pai?
A. Meu pai não estudou
B. Da 1ª à 4ª série do Ensino Fundamental (antigo primário)
C. Da 5ª à 8ª série do Ensino Fundamental (antigo ginásio)
D. Ensino Médio (antigo 2º grau)
E. Ensino Superior
F. Não sei
6. Qual é o nível de escolaridade da sua mãe?
A. Minha mãe não estudou
B. Da 1ª à 4ª série do Ensino Fundamental (antigo primário)
C. Da 5ª à 8ª série do Ensino Fundamental (antigo ginásio)
D. Ensino Médio (antigo 2º grau)
E. Ensino Superior
F. Não sei
Para a coleta de dados com os professores e o coordenador foi elaborado
um roteiro para uma entrevista semi-estruturada, pois de acordo com Lüdke e
André (2008), esse instrumento possibilita uma interação entre o entrevistado e
entrevistador, facilitando uma captação imediata e coerente da informação
desejada, permitindo correções, esclarecimentos e adaptações e, também, porque
possibilita flexibilidade. Assim, à medida que a ocorre a entrevista, as informações
podem surgir de maneira autêntica.
Para melhor organização das respostas foram criadas categorias em cada
questão de acordo com o objetivo da pergunta e as idéias do entrevistado e em
cada questão será explicado quais foram os critérios utilizados para isso.
A primeira questão buscava identificar quais conhecimentos o entrevistado
tinha sobre as possibilidades de acesso ao ensino superior e de que maneira esse
acesso pode ser realizado:
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1. O que você conhece sobre as possibilidades de acesso ao ensino
superior?
Para tabular esta questão nós consideramos quais são os meios de acesso
citados pelo entrevistado ao decorrer da resposta, surgindo assim as categorias:
Vestibular, ProUni e Vestibular, ProUni e ENEM.
As questões 2 e 3 tinham como objetivo verificar a percepção do
entrevistado a respeito da visão dos alunos sobre seu ingresso em uma instituição
de ensino superior, e suas expectativas em relação a esse ingresso.
2. Na sua opinião, como seus alunos veem a possibilidade de cursarem
o Ensino Superior?
Nesta questão, foram criadas quatro categorias por nível de interesse: a
categoria denominada “Grande Interesse” abrange respostas que colocam o aluno
ingressando com certeza no ensino superior, sem ao menos considerar a hipótese
de não acontecê-lo; a categoria “Médio Interesse” engloba respostas que dizem
que há uma diminuição do interesse por parte dos alunos de ingressar no ensino
superior, mas que essa possibilidade ainda é cogitada pelos estudantes; a
categoria “Pouco Interesse” apresenta respostas em que o entrevistado fala
claramente que poucas pessoas pensam em cursar o ensino superior e por último,
a categoria “Sem Interesse” engloba as respostas em que o entrevistado
novamente explicita que os alunos não têm interesse em cursar o nível superior.
3. Quais suas expectativas em relação ao ingresso de seus alunos do
ensino médio no ensino superior?
As categorias criadas para essa questão são antagônicas: a “Maioria entrará
no ensino superior” compreende as respostas que falam da capacidade dos alunos
de ingressarem em cursos de graduação. A categoria “Maioria não entrará no
ensino superior” aponta as respostas que indicam a baixa expectativa dos
entrevistados sobre esse ingresso.
A questão 4 visava identificar como a instituição de ensino em que a
pesquisa foi realizada transmite a seus alunos as possibilidades de acesso ao
ensino superior e, também, a opinião do entrevistado sobre a relevância desse
trabalho para seus alunos e para a escola.
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4. A escola possui atividades ou programas voltados para a divulgação
de meios de ingresso dos alunos ao ensino superior? Como você acha que a
divulgação das formas de acesso ao ensino superior poderiam ser feitas na
escola?
A categorização das respostas levou em conta se a escola possuía algum
tipo de atividade, a maneira de divulgação citada pelo entrevistado e sua temática,
surgindo assim três categorias: “Projeto com Foco no Vestibular”, em que os
entrevistados apontaram que eram realizadas várias atividades, mas sempre dando
enfoque no vestibular; “Panfletos e Divulgação Verbal sobre Vestibular, ProUni e
ENEM”, mostrando a forma de divulgação explícita pelo entrevistado e quais eram
os temas abordados por eles; “Não Possui Mas é Necessário”, agrupava as
respostas que indicavam ausência de ações específicas e reconhecimento da
necessidade de divulgação.
As questões 5, 6 e 7 visavam verificar o que o entrevistado conhecia sobre
os programas de acesso ao ensino superior do Governo Federal, sua a relevância
e como são divulgados no ambiente escolar:
5. O que você conhece sobre programas de acesso ao ensino superior
disponibilizados pelo Governo Federal? Sobre que programas já ouviu falar?
As categorias para essa pergunta foram criadas de acordo com o(s)
programa(s) citado(s) pelo entrevistado ao decorrer de sua resposta, surgindo:
Cotas, ProUni, ENEM, Fies, sendo agrupados de acordo como foram citados.
6. Qual a sua opinião sobre esses programas?
Como para esta pergunta as respostas foram semelhantes, foi criada apenas
uma categoria: “São bons, mas devem ser melhorados”.
7. Você já fez alguma atividade para divulgar a seus alunos as
possibilidades de acesso ao ensino superior?
Na categorização para essa questão aparece um único tópico: “Divulgação
durante as aulas”, porque todos disseram a mesma coisa quanto à maneira com
que tentam instruir os alunos sobre as possibilidades existentes.
23
5. Análise dos Resultados
Como frisado, o objetivo geral deste trabalho era identificar os
conhecimentos que alunos e professores do ensino médio possuem sobre as
possibilidades de acesso ao ensino superior e, nesse contexto, identificar de que
maneira tomaram conhecimento dessas possibilidades.
Optamos por analisar inicialmente os dados de cada escola com o intuito de
relacionarmos características individuais de cada uma, para posteriormente
compará-las quanto suas semelhanças e diferenças.
5.1 Escola Pública
Ao analisarmos os resultados obtidos durante a pesquisa, verificamos na
figura 1 que entre os alunos da escola pública, 61% pretendem ingressar no ensino
superior assim que concluírem o ensino médio, 27% pretendem iniciar curso
técnico profissionalizante, 9% ainda não decidiram o que pretendem fazer e 3%
responderam outras alternativas, como não fazer nada, ou seja, observa-se que a
grande maioria 88% tem intenção de continuar os estudos e, desses, 61%
pretendem ingressar no ensino superior. Destacamos que esses dados são
importantes, na medida em que não são percebidos pelos professores e
coordenador, pois em suas respostas, ao serem questionados durante a entrevista
sobre as expectativas de seus alunos em relação ao ingresso no ensino superior
(questão 2 da entrevista), disseram que os alunos têm pouco ou nenhum interesse
em ingressar no ensino superior, que a maioria não entrará no ensino superior,
conforme os trechos a seguir: “infelizmente poucos alunos entrarão no ensino
superior, pois não têm interesse”; “as expectativas não são boas, poucos alunos
farão curso superior, pois como já disse, eles não vinculam o curso superior a
melhores condições de vida”. Esses dados mostram que os entrevistados não têm
a real percepção das vontades de seus alunos, o que dificulta o gerenciamento de
prática docente e o oferecimento de ajuda aos alunos para alcançarem seus
objetivos.
24
Isso fica evidente na questão três da entrevista. As respostas obtidas
demonstram a falta de expectativas positivas dos professores quanto à entrada dos
alunos no ensino superior: “È difícil ter expectativas, pois não são interessados... A
maioria deles pretende concluir o ensino médio e ir em busca do primeiro emprego”
(professor de Biologia); “As expectativas não são boas.. poucos alunos farão curso
superior, pois como já falei, eles não vinculam o curso superior a melhores
condições de vida” (professor de Química). Como não percebem a vontade de seus
alunos de prosseguirem seus estudos, é provável que os professores não
direcionem suas aulas a fim de prepará-los para essa tarefa.
Fig. 1 – Opções fornecidas pelos alunos da escola pública sobre pretensões de atividades ao término do Ensino Médio.
Apesar desse conflito inicial de ideias entre professores e alunos na escola
pública, os educadores afirmam trabalhar com algumas possibilidades de acesso
ao ensino superior.
Observamos que, quando perguntado se eles conhecem as possibilidades
de acesso ao ensino superior, a resposta foi a mesma para todos: que conhecem o
vestibular e o ProUni, apontando essas duas maneiras como reais possibilidades.
Mas ao confrontarmos essas respostas com a pergunta mais específica sobre o
61%
27%
0%
9% 3%
INTENÇÕES DOS ALUNOS APÓS A CONCLUSÃO DO ENSINO MÉDIO
Ingressar no ensino superior
Iniciar curso técnicoprofissionalizante
Parar os estudos
Ainda não decidiu
Outras possibilidades
25
que eles conhecem a respeito dos programas disponibilizados pelo Governo
Federal, foram citados ProUni, ENEM, Fies e Cotas. Portanto, o único programa
que aparece nas respostas para as duas questões, sendo aparentemente aquele
julgado mais relevante para o acesso ao ensino superior, é o ProUni.
O ProUni aparece também como o mais conhecido pelos alunos da escola
pública. Quando questionados sobre os programas de acesso ao ensino superior, o
ProUni apareceu em 70% das respostas, tendo uma diferença de 43% para o
segundo mais conhecido - Fies – que aparece nas respostas de 27% dos alunos
conforme Fig. 2.
Fig. 2 – Distribuição da frequência de conhecimento dos programas de acesso ao ensino superior promovidos pelo governo federal, em alunos da escola pública.
Os professores afirmaram unanimemente que realizam algum tipo de
atividade de divulgação sobre as possibilidades de acesso ao ensino superior em
suas aulas, o que pode explicar a baixa porcentagem de alunos que não conhece
nenhum programa. A fala do professor de química exemplifica essa questão:
“durante as aulas esse assunto é discutido e os programas são explicados para os
alunos”.
Por outro lado, quando questionados sobre que atividades a escola oferece
para a divulgação dos meios de ingresso ao ensino superior, os professores da
27%
70%
0% 3%
CONHECIMENTO DOS ALUNOS SOBRE OS PROGRAMAS DE ACESSO AO ENSINO SUPERIOR
Fies
ProUni
Outros
Não conheço nenhumprograma
26
escola pública se contradizem, pois o professor de Biologia disse que a escola
possuia panfletos explicativos e o professor de Química e o Coordenador
responderam que a escola não possuía panfletos explicativos, mas ambos
concordaram sobre a relevância da divulgação desses programas. Podemos
interpretar essa contradição como desinteresse do professor de Química e
Coordenados no pelo ambiente escolar, pois na verdade, a escola possui panfletos
de divulgação, o que pôde ser constatado durante a realização da pesquisa.
A importância da divulgação por parte dos professores, durante as aulas, e
da escola, por meio de panfletos, para o conhecimento dos alunos sobre esses
programas é notória. Ao analisarmos o resultado percentual das respostas dos
alunos quando perguntados sobre onde tomaram conhecimento acerca dos
programas (Fig. 3), 51 % dos alunos responderam que foi na escola, sendo o
principal agente divulgador os professores, seguidos pelos planfetos e cartazes.
Fig. 3 – Distribuição da freqüência dos principais meios de divulgação dos programas de acesso ao
ensino superior para alunos da escola pública.
Quando questionados sobre sua opinião a respeito desses programas,
constatamos que os professores e o coordenador julgam importante trabalhar esse
21%
30% 15%
15%
13% 6%
0%
COMO TOMARAM CIÊNCIA DOS PROGRAMAS
Na escola, por meio de panfletose/ou cartazes
Na escola, por meio de seusprofessores
Por meio de revistas e/ou dejornais
Por meio da televisão e/ou dorádio
Por meio de amigos
Por meio da internet
Por outros meios.
27
assunto, pois todos responderam que os programas são bons, com a ressalva de
que apresentam falhas e devem ser melhorados.
Os dados apresentados na Fig. 4 nos mostram que 48% dos alunos da
escola pública que tem a intenção de ingressar no ensino superior pretendem
recorrer aos programas de auxílio disponibilizados pelo Governo Federal. Sendo
assim, quase metade dos alunos pretendem utilizar algum desses programas, o
que confirma que realmente obtiveram informações sobre eles, o que aumenta
suas possibilidades de ingressarem no ensino superior.
.
Fig. 4 – Distribuição da frequência dos meios pelos quais os alunos da escola pública pretendem
ingressar no ensino superior.
Também levamos em consideração a escolaridade dos pais em relação à
escolha de ingressar ou não em instituições de ensino superior e observamos,
conforme figuras 5 e 6, que a quantidade de pais e mães que cursaram o ensino
superior não passa de 20% e a quantidade de alunos que pretendem cursa-lo,
conforme figura 1, é de 61%. Talvez o fato dos pais não terem frequentado o
ensino superior faça com que eles incentivem seus filhos, para que tenham a
chance de ter uma vida melhor, mas esta é apenas uma hipótese que precisaria
ser estudada mais profundamente e com base em dados mais qualitativos para
poder ser confirmada.
26%
26%
48%
COMO PRETENDEM INGRESSAR NO ENSINO SUPERIOR
Prestando vestibular parauma universidade pública
Prestando vestibular parauma universidade privada
Auxílio dos programas deacesso ao ensino doGoverno Federal
28
Fig. 5 – Distribuição da frequência de escolaridade das mães dos alunos da escola pública.
Fig. 6 – Distribuição da frequência de escolaridade dos pais de alunos da escola pública.
3%
20%
27% 27%
20%
3%
NÍVEL DE ESCOLARIDADE DAS MÃES
Minha mãe não estudou
Da 1ª à 4ª série doEnsino Fundamental
Da 5ª à 8ª série doEnsino Fundamental
Ensino Médio
Ensino Superior
Não sei
3%
23%
27%
30%
10% 7%
NÍVEL DE ESCOLARIDADE DOS PAIS
Meu pai não estudou
Da 1ª à 4ª série do EnsinoFundamental
Da 5ª à 8ª série do EnsinoFundamental
Ensino Médio
Ensino Superior
Não sei
29
Ao analisarmos a justificativa dos alunos sobre o desejo de continuarem
seus estudos verificamos, conforme Fig. 7, que 63% deles buscam um diploma
universitário, acreditando em uma ascensão econômica, portanto, relacionando o
ensino superior a uma melhoria financeira.
Fig. 7 – Distribuição da frequência de alunos da escola pública segundo as justificativas para o
ingresso no ensino.
5.2 Escola Particular
Após analisarmos os dados coletados na escola particular, observamos que
100% dos alunos que participaram da pesquisa manifestaram pretensão de
continuar os estudos e seus professores estão cientes disso, pois quando
questionados sobre como seus alunos veem a possibilidade de cursarem o ensino
superior, ambos responderam que eles têm grande interesse, com exceção do
professor de Biologia que respondeu que o interesse é médio. Todos apresentaram
expectativas de que seus alunos possam ingressar no ensino superior.
Ao ser perguntado aos professores quais possibilidades de acesso ao
ensino superior eles têm conhecimento, obtivemos três respostas: vestibular,
63%
21%
16%
JUSTIFICATIVA PARA O INGRESSO NO ENSINO SUPERIOR
Ascensãoeconômica
Adquirirconhecimento
Outros
30
ProUni e ENEM. A resposta vestibular e ProUni aparece na resposta de dois
professores. Pode-se dizer que são os mais conhecidos dentre os três
entrevistados e que ao especificarmos a pergunta para programas de acesso ao
ensino superior disponibilizados pelo Governo Federal aparecem o ProUni e
ENEM, Fies e Cotas, e novamente o ProUni é o que se destaca por aparecer em
todas as respostas, sendo assim, o mais conhecido dentre eles.
Com os alunos ocorre o mesmo, o ProUni tem presença marcante nas
respostas. Quando questionados sobre quais programas de acesso ao ensino
superior conheciam, 63% responderam conhecer o ProUni.
Fig. 8 – Distribuição da frequência de conhecimento dos programas de acesso ao ensino superior
promovidos pelo governo federal, em alunos da escola particular.
Nota-se, também, uma porcentagem de quase 10% dos alunos que não
conhecia nenhum programa e um dos motivos para esse desconhecimento pode
ser sua forma de divulgação na escola. Ao questionarmos os professores e o
coordenador sobre a existência de atividades de divulgação das possibilidades de
acesso ao ensino superior no colégio, todos citaram um projeto que, na verdade,
tem o objetivo de orientação sobre os vestibulares e não a apresentação dos
programas do Governo Federal.
26%
63%
3%
8%
CONHECIMENTO DOS ALUNOS SOBRE OS PROGRAMAS DE ACESSO AO ENSINO SUPERIOR
Fies
ProUni
Outros
Não conheço nenhumprograma
31
Isso fica evidente na fala do coordenador ao responder a questão 7 da
entrevista: “como o colégio atinge uma Classe C em ascensão, B e A, falar de
ProUni e cotas é vago e na minha opinião eu não chegaria a lugar nenhum.” E
também na fala do professor de Biologia ao responder a questão 4: “Não
trabalhamos com o ProUni porque na escola particular o aluno não pode participar
do ProUni, é só para aluno oriundo de escolas públicas”. Mas ambos esquecem
que a escola possui bolsistas que atendem às exigências para pleitear o benefício,
ou seja, alunos de instituições particulares podem participar do ProUni desde que
sejam bolsistas integrais (MEC/ProUni A, 2010). Esses alunos também podem
pleitear o Fies, pois este programa é destinado a alunos que não têm condições de
arcar com os custos de sua formação e esteja regularmente matriculado em uma
instituição não gratuita, podendo ser utilizado por qualquer aluno (MEC/Fies, 2010).
Mas os programas não são deixados de lado. De acordo com as entrevistas,
quando questionados sobre a divulgação de possibilidades de acesso ao ensino
superior, todos informaram que estes são discutidos durante as aulas, em sala.
Sabe-se que o conhecimento dos alunos sobre suas possibilidades de
acesso ao ensino superior vem principalmente da escola. Os resultados obtidos na
questão 4 do questionário direcionado aos alunos, mostra que 45% dos alunos
adquiriram a informação no ambiente escolar, sendo que 29% afirmaram que foi
através do professor e 16%, por cartazes e panfletos, mostrando a importância da
escola nessa divulgação.
Fig. 9 – Distribuição da freqüência dos principais meios de divulgação dos programas de acesso ao
ensino superior para alunos da escola particular.
16%
29%
3%
26%
13% 13%
0%
COMO TOMARAM CIÊNCIA DOS PROGRAMAS
Na escola, por meio depanfletos e/ou cartazesNa escola, por meio de seusprofessoresPor meio de revistas e/ou dejornaisPor meio da televisão e/ou dorádioPor meio de amigos
Por meio da internet
Por outros meios.
32
Apesar de conhecerem alguns programas, nenhum dos alunos disse que
pretende recorrer a esse auxílio para ingressar em uma instituição de ensino
superior, o que pode ser verificado na figura 10, isso porque, para recorrer ao
ProUni por exemplo, é necessário ser primeiramente estudante de escola pública
ou possuir bolsa integral em escolas particulares, o que já elimina muitos alunos
por já cursarem o ensino médio em uma escola particular.
Nota-se que 61% dos alunos da escola particular pretendem ingressar em
uma instituição de ensino superior privada e somente 39% em instituições públicas,
o que pode ser explicado pelo fato de que diversas instituições de ensino superior
particulares apresentaram grande crescimento durante os anos e que foram
beneficiados por todo o processo de modificação da estrutura educacional do Brasil
(MENDONÇA, 2000; MACEDO, 2005), facilitando o ingresso desses alunos.
A professora de Literatura da escola particular ao responder a questão 1,
comenta que os alunos preferem ingressar em uma universidade particular
localizada perto de casa, isso demonstra o fator da comodidade influenciando na
alta frequência de alunos que optam por uma instituição privada. Semelhante às
palavras dessa professora, o professor de Biologia diz que seus alunos são
desinteressados e pretendem ingressar em uma instituição de ensino particular e
se possível próximo de casa: “Antigamente (anos 70) o interesse pelo ensino superior
era maior para ter ascensão social, mas hoje o aluno observa que nem sempre o formado
no ensino superior consegue exercer sua profissão, que é necessário algo a mais e muitos
ainda estão acomodados com a situação financeira da família. Os que querem continuar os
estudos não buscam grandes faculdades (Fuvest, Unicamp) qualquer uma está bom,
melhor se for perto de casa” (professor de Biologia).
33
Fig. 10 – Distribuição da frequência dos meios pelos quais os alunos da escola particular pretendem
ingressar no ensino superior.
Talvez a elevada porcentagem de alunos que pretendem ingressar em
instituições privadas (61%) decorra também pelo fato desses alunos não se
sentirem preparados para concorrer a uma vaga nas instituições públicas de ensino
superior e devido às facilidades para o ingresso, preferirem uma instituição privada.
Segundo Cunha (2003), falhas em relação ao processo seletivo obrigatório nas
instituições privadas permite que uma vasta gama dessas instituições distorça seus
mecanismos de acesso com o propósito de aumentar o número de “consumidores”,
visando apenas o lucro e não a qualidade da educação, e dai as facilidades de
acesso ao ensino superior nas instituições privadas.
Ao relacionar o grau de escolaridade dos pais desses alunos com sua
pretensão em continuar seus estudos, observa-se que 73% dos pais e 84% mães
desse grupo cursaram o ensino superior (figs.11 e 12) e a porcentagem de alunos
que pretende ingressar no ensino superior é de 100%, mostrando que o número de
alunos que quer dar continuidade a vida a acadêmica é maior do que a
porcentagem de pais que possuem ensino superior. Esses números mostram que
provavelmente esses alunos são incentivados por seus pais que possuem em sua
maioria (73%) nível superior, além da escola que frequentam, que segundo
respostas de todos os entrevistados obtidas na questão 4 da entrevista, possui seu
39%
61%
0%
COMO PRETENDEM INGRESSAR NO ENSINO SUPERIOR
Prestando vestibular parauma universidade pública
Prestando vestibular parauma universidade privada
Auxílio dos programas deacesso ao ensino superiordo Governo Federal
34
foco no ingresso dos alunos no ensino superior: “Na escola existe o projeto
vestibular, que apresenta as faculdades, quando tem vestibular, perspectiva de
carreira, visitas às faculdades (USP, Unip), simulados” (professor de Biologia).
Fig. 11 – Distribuição da frequência de escolaridade dos pais dos alunos da escola particular.
Fig. 12 – Distribuição da frequência de escolaridade das mães dos alunos da rede pública.
0% 0%
8%
84%
8%
NÍVEL DE ESCOLARIDADE DAS MÃES
Minha mãe não estudou
Da 1ª à 4ª série doEnsino Fundamental
Da 5ª à 8ª série doEnsino Fundamental
Ensino Médio
Ensino Superior
Não sei
0%
19%
73%
8%
NÍVEL DE ESCOLARIDADE DOS PAIS
Meu pai não estudou
Da 1ª à 4ª série do EnsinoFundamental
Da 5ª à 8ª série do EnsinoFundamental
Ensino Médio
Ensino Superior
Não sei
35
Fig. 13 – Distribuição da frequência de alunos da rede pública segundo as justificativas para o
ingresso no ensino superior.
Por último analisamos quais os motivos para os alunos optarem por cursar o
ensino superior que mostra na figura 13 que 90% desses alunos apontaram a
ascensão econômica como motivo principal e apenas 5% responderam que
pretendem ingressar no ensino superior para adquirir mais conhecimento,
mostrando assim a idéia que vigora entre estes alunos sobre o aprimoramento
educacional e melhoria da situação financeira futura.
5.3 Semelhanças e diferenças entre Escola Pública e Particular
Ao compararmos a intenção dos alunos em ingressarem no ensino superior
vemos que na escola pública 61% dos alunos pretendem ingressar no ensino
superior enquanto na escola particular esse número é de 100%. Talvez essa
diferença de 39% esteja relacionada à freqüências de pais que possuem ensino
superior, 15% nos pais de alunos da escola pública e 79% para os da escola
particular (Figs. 14 e 15). Também podemos relacionar a intenção de acesso ao
ensino superior após conclusão do ensino médio às respostas obtidas nas
entrevistas, pois quando questionados sobre as expectativas de seus alunos
ingressarem no ensino superior, os professores e coordenador da escola pública
90%
5% 5%
JUSTIFICATIVA PARA O INGRESSO NO ENSINO SUPERIOR
Ascensãoeconômica
Adquirirconhecimento
Outros
36
responderam que não tem expectativas e esse parecer, pode estar relacionado
diretamente à preparação desses para tal, afetando diretamente suas pretensões
de acesso ao ensino superior. Quando a mesma pergunta é feita aos professores e
coordenador da escola particular, todos são unânimes em afirmar que todos
entrarão no ensino superior, o que condiz com a frequência de 100% de
pretensões de acesso ao ensino superior. Além do incentivo da escola, podemos
relacionar esse interesse ao grau de escolaridade dos pais que consta de 79%.
Fig. 14 – Distribuição da frequência de escolaridade dos pais e mães dos alunos da escola pública.
3%
22%
27% 28%
15% 5%
NÍVEL DE ESCOLARIDADE DOS PAIS NA REDE PÚBLICA
Minha mãe nãoestudou
Da 1ª à 4ª série doEnsino Fundamental
Da 5ª à 8ª série doEnsino Fundamental
Ensino Médio
Ensino Superior
Não sei
37
Fig. 15 – Distribuição da frequência de escolaridade dos pais e mães dos alunos da escola particular.
Ao compararmos o conhecimento dos alunos sobre os programas de acesso
ao ensino superior vemos que as freqüências são muito parecidas: no caso do
ProUni, 70% dos alunos da escola pública e 63% da particular conhecem o
programa e no caso do Fies, 27% e 26% respectivamente, mostrando que ambas
escolas possuem divulgação desses programas como mostrado nas figuras 2 e 8.
Notamos também analisando as figuras 7 e 13 que os alunos das duas
escolas são motivados a ingressar no ensino superior principalmente para
obterem uma ascensão econômica, o que é defendido por Saraiva e Nunes
(2011) que a educação está atrelada ao desenvolvimento e que para se inserir no
mundo competitivo atual é necessário o domínio do conhecimento.
Em relação aos docentes percebemos em ambos os colégios todos
concordam que os programas são bons, mas devem ser melhorados em diversos
aspectos. Essa opinião aparece claramente no depoimento da professora de
literatura da escola particular quando fala que os programas são bons porque os
alunos conseguem entrar nas universidades. O professor de Biologia da escola
pública também classifica positivamente os programas ao dizer: “esses
programas permitem o acesso ao ensino superior daqueles que não poderiam
0%
13%
79%
8%
NÍVEL DE ESCOLARIDADE DOS PAIS NA REDE PARTICULAR
Meu pai não estudou
Da 1ª à 4ª série do EnsinoFundamental
Da 5ª à 8ª série do EnsinoFundamental
Ensino Médio
Ensino Superior
Não sei
38
custeá-los. Na mesma escola o coordenador enfatiza a facilidade de acesso dos
estudantes carentes ao ensino superior proporcionado pelos programas, afinal ele
acaba cumprindo um dos seus papeis que é fazer com que pessoas que antes
não poderiam cursar o ensino superior agora possam.
Mas observamos algumas críticas, uma delas feita pelo coordenador da
escola pública ao dizer: “Não sei se o correto é você ajudar no final do processo,
Em minha opinião o governo com possibilidade de auxilio de outros setores tem de
oferecer uma educação de qualidade no inicio da educação básica, ai não
precisaria inventar programas, porque todos teriam as mesmas condições”. Amaral
e Oliveira, 2011 tratam da situação exposta pelo professor quando dizem que a
educação básica pública tem um grande problema, pois não da subsídios para que
seus alunos possam competir de forma igualitária com os concorrentes das escolas
particulares, na verdade os programas acabam mascarando os déficits
educacionais, porque não possibilitam a real inserção da população carente na
sociedade.
Essa situação também é colocada pelo professor de química da escola
pública ao enfatiza que deveriam existir programas para ajudar os alunos durante
sua permanência no ensino superior, e realmente os programas não dão suporte
para que os alunos se mantenham no curso, porque além do custo das
mensalidades, há também despesas com alimentação e transporte (SARAIVA e
NUNES, 2011). Para atender esta demanda o Governo Federal disponibiliza bolsas
auxilio no valor de R$300,00 (MEC/PROUNI A, 2010), mas este tipo de bolsa
destina-se apenas a estudantes que possuem bolsa integral, com carga horária
superior ou igual a seis horas diárias de aula, além disso, esse benefício depende
da disponibilidade orçamentária e financeira do MEC (AMARAL e OLIVEIRA, 2011)
o que torna a obtenção desse beneficio algo difícil de ser alcançado, situação que
também foi citada pela professora de Literatura da escola particular quando diz que
existem muitas burocracias dos programas que acabam atrapalhando os alunos.
39
6. Considerações finais
A partir do objetivo proposto de analisar os conhecimentos que os alunos
concluintes do ensino médio possuem sobre suas possibilidades de acesso ao
ensino superior foram analisadas as perguntas do questionário aplicado para estes
e alguns trechos relevantes das entrevistas, relacionando ambos resultados para
chegar em dados que pudessem atender as hipóteses inicialmente propostas .
Vale ressaltar que os resultados apresentados não podem ser
generalizados, pois dizem respeito a dados coletados em apenas duas escolas,
sendo necessária uma amostragem maior e em diferentes localidades para ser
extrapolados para outros contextos.
Nossa expectativa era encontrar na escola publica uma grande quantidade
de alunos que conhecessem os programas, por ser uma política voltada
principalmente para eles, em contraponto na escola particular acreditávamos que o
conhecimento seria bem menor, porque a grande maioria, se não sua totalidade,
não se adéquam aos requisitos para participar dos programas.
Mas ao analisarmos os resultados percebemos que mais da metade dos
alunos da escola pública pretendem cursar o ensino superior, apesar de seus
professores não enxergarem isso, resultado que nos surpreendeu, pois a hipótese
mais aceita inicialmente, com base em observações realizadas durante estágios
obrigatórios realizados na mesma escola (observações essas que nos levaram a
começar este trabalho) era de que a grande maioria dos alunos não apresentaria
interesse em ingressar no ensino superior. Na escola particular, como previsto
inicialmente, e confirmado com os resultados obtidos, todos tem intenção de
ingressarem no ensino superior.
Outra surpresa se deu ao analisarmos os dados referentes aos
conhecimentos dos alunos da escola particular sobre o ProUni e o Fies. Esses
programas do Governo Federal destinam-se a outra classe social, excetuando os
alunos com bolsa integral, ou seja, devido à renda familiar os alunos da escola
particular não atendem aos requisitos necessários para pleitear as bolsas
disponibilizadas por esses programas e mesmo assim a grande maioria dos alunos
conhece ou já ouviu falar deles.
40
O ProUni é o programa mais conhecido entre professores e alunos, seguido
pelo Fies. Parece que esse conhecimento está vinculado à maneira com que a
escola trabalha esses assuntos, pois constatamos que foi nesse ambiente que a
maioria teve contato com as informações sobre esses programas. O professor foi o
principal agente divulgador das possibilidades de acesso à graduação, discutindo
sobre esse assunto em sala de aula. Vimos que eles acreditam na relevância dos
programas, mas julgam necessário serem discutidos e melhorados.
Os dados não nos permite afirmar a existência de uma relação direta entre o
nível de escolaridade dos pais e a intenção de ingressar no ensino superior, mas
notamos que em ambas escolas a porcentagem de alunos interessados é maior
que a freqüências de pais com nível superior.
O grande motivo para que os alunos queiram ingressar no ensino superior é
a possibilidade de ascensão econômica.
Para dar continuidade e melhorar o trabalho seria necessária uma pesquisa
em mais escolas, aumentando assim o número de alunos e docentes que
participarão da coleta de dados, podendo ter assim uma amostra maior e
resultados mais conclusivos. E também investigar mais profundamente qual o
conhecimento dos docentes e alunos em relação aos requisitos que devem ser
contemplados para a participação nos programas, não simplesmente se conhecem
ou ouviram falar e sim sua funcionalidade.
41
6. Referências
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CATANIA, A. M.; HEY, A. P.; GILIOLI,R. S. P. PROUNI: democratização do acesso
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GUIRALDELLI Jr., Paulo. História da Educação. 2 ed. São Paulo: Cortez, 1994.
IBGE. Educação. In: IBGE. Síntese de indicadores sociais: Uma análise das
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LÜDKE, M. E ANDRÉ, M.E.D.A. Métodos de coleta de dados: observação,
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educação: abordagens qualitativas. São Paulo. EPU. Temas básicos de
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42
MACEDO, A. R.; TREVISAN, L. M. V.; TREVISAN, P.; MACEDO, C. S. Educação
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MEC/ProUni A. Sistema do ProUni – O programa. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/prouni/ Acessado em: 10 out. 2010
MEC/ProUni B. Sistema do ProUni – Dados e Estatísticas. Disponível em:
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MEC/Fies. Sistema do Fies - Legislação. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/fies/ Acessado em: 10 out. 2010.
MENDONÇA, A. W. P. C. A universidade no Brasil. Revista Brasileira de
Educação, n.14, Mai/Jun/Jul/Ago, 2000.
PÁDUA, E.M.M. O processo de pesquisa. In: PÁDUA, E.M.M. Metodologia de
Pesquisa (abordagem teórico- prática). São Paulo. Papirus Editora, 2008. p 52 –
77.
RODRIGUES, L. Financiamento vira tormenta na vida de estudantes pobres.
Revista Caros amigos, Maio, 2010.
SARAIVA, L. A. S.; NUNES, A. S. A efetividade de programas sociais de acesso à
educação superior: o caso do ProUni. Revista de Administração Pública, Rio de
Janeiro, v.45, n. 4, p 941-64, jul./ago. 2011.
43
APÊNDICE I
Entrevista com professores e coordenadores:
Professores da Escola Particular Professores da Escola Pública
(A) Professor de literatura
(B) Professor de Biologia
(C) Coordenador
(1) Professor de Biologia
(2) Professor de Química
(3) Coordenador
Questão 1
O que você conhece sobre as possibilidades de acesso ao ensino superior?
Entrevistado Resumo Categoria
A O aluno da escola particular ele vai para
uma escola particular perto de casa. Vestibular
B
Não é fácil o acesso, porque o número de
vagas é muito menor do que o de
interessados, mas melhorou com o ProUni.
Ainda existem muitas faculdades de
qualidade questionável e o MEC tem
melhorado sua fiscalização; apesar de tudo
o ProUni é uma boa sacada para a
população mais pobre poder fazer o ensino
superior.
ProUni e
Vestibular
C
Bom eu conheço os programas do governo
para as classes menos favorecidas, toda a
população pode cursar uma universidade.
O ProUni, o ENEM (da certificado de
ProUni e
ENEM
44
ensino médio para quem atinge uma
determinada pontuação, dando
possibilidade de continuar sua educação).
1
Existem diversos meios de se ingressar em
uma faculdade, vestibular nas
universidades públicas, ProUni através do
ENEM em faculdades particulares, mas o
problema é o desinteresse dos alunos.
ProUni e
Vestibular
2
Atualmente o acesso ao ensino superior é
muito mais fácil no sentido de várias
possibilidades de acesso que os governos
Estadual e Federal oferecem, como o
ProUni que permite que jovens de baixa
renda, que é o nosso caso, possam cursar
o ensino superior, considerando que as
faculdades particulares oferecem muito
mais vagas, e também os vestibulares para
acessar universidades públicas.
ProUni e
Vestibular
3
Hoje em dia o acesso ao Ensino Superior é
bem mais democrático, o número de
faculdades e universidades é bem maior,
principalmente devido a quantidade de
vagas oferecidas pelas instituições
privadas, sendo mais acessível aos
estudantes. Temos também o ensino a
distância, que é hoje é uma realidade no
nosso país, sem contar nos programas de
bolsas como ProUni e Fies que possibilitam
que estudantes pobres, como os daqui,
possa, ingressar em uma universidade.
ProUni e
Vestibular
45
Questão 2
Na sua opinião, como seus alunos veem a possibilidade de cursarem o Ensino
Superior?
Entrevistado Resumo Categoria
A
Eles são imaturos para escolher qual
profissão vão cursar então acabam
entrando em uma universidade e muitas
vezes mudam de curso.
Grande Interesse
B
Antigamente (anos 70) o interesse pelo
ensino superior era maior para ter ascensão
social, mas hoje o aluno observa que nem
sempre o formado no ensino superior
consegue exercer sua profissão, que é
necessário algo a mais e muitos ainda estão
acomodados com a situação financeira da
família. Os que querem continuar os
estudos não buscam grandes faculdades
(Fuvest, Unicamp) qualquer uma está bom,
melhor se for perto de casa. Então existe
menos interesse dos alunos no ensino
superior
Médio Interesse
C
Cada ano que passa o aluno sente-se mais
seguro em prestar o vestibular, está mais
envolvido.
Mas os alunos buscam priorizar as
faculdades da região.
Grande Interesse
1
Alguns alunos até veem possibilidades de
acesso ao ensino superior, mas tem pouco
interesse... Para eles o ensino superior não
Pouco interesse
46
tem importância
2
Os alunos não pensam em fazer curso
superior... não conseguem vincular
escolaridade com ascensão econômica…
qualificação com melhor possibilidade de
emprego.
Sem interesse
3
A maior parte dos alunos não demonstra
interesse… parece que se dão por
satisfeitos em concluir o ensino médio.
Sem interesse
Questão 3
Quais suas expectativas em relação ao ingresso de seus alunos do ensino
médio no ensino superior?
Entrevistado Resumo Categoria
A
Agente orienta, fala e depois deixa o aluno
decidir e a maioria deles vai prestar os
vestibulares e tem condições de passar.
Maioria entrará no
ensino superior
B
Os alunos têm condições de entrar, se bem
que muitos não estão muito interessados
nisso. Quase todos vão ingressar numa
faculdade, agora eu não tenho muita
expectativa de muitos entrarem nas
universidades públicas concorridas.
Maioria entrará no
ensino superior
C Minhas expectativas são as maiores
possíveis.
Maioria entrará no
ensino superior
È difícil ter expectativas, pois não são
interessados... A maioria deles pretende Maioria não
entrará no ensino
47
1 concluir o ensino médio e ir em busca do
primeiro emprego.
superior
2
As expectativas não são boas.. poucos
alunos farão curso superior, pois como já
falei, eles não vinculam o curso superior a
melhores condições de vida.
Maioria não
entrará no ensino
superior
3
Infelizmente poucos alunos ingressarão no
ensino superior, pois não tem interesse
Maioria não
entrará no ensino
superior
Questão 4
A escola possui atividades ou programas voltados para a divulgação de meios
de ingresso dos alunos ao ensino superior? (Se sim, conte detalhes)
Como você acha que a divulgação das formas de acesso ao ensino superior
poderiam ser feitas na escola? (Se não houver)
Entrevistado Resumo Categoria
A
Temos o projeto vestibular que trabalha
com a questão de entrada na universidade,
orientação.
Projeto com Foco
no Vestibular
B
Na escola existe o projeto vestibular, que
apresenta as faculdades, quando tem
vestibular, perspectiva de carreira, visitas
às faculdades (USP, Unip), orientações
sobre o ENEM, etc. Não trabalhamos com
o ProUni porque na escola particular o
aluno não pode participar do ProUni, é só
para aluno oriundo de escolas públicas.
Projeto com Foco
no Vestibular
48
C
A escola possui um departamento que
chama projeto vestibular e nele nós
mostramos as possibilidades de carreira,
colocar em contato com os profissionais
(fórum de profissões), orientação
vocacional.
Preparamos o aluno para os vestibulares e
ENEM (quais faculdades aceitam) e
falamos sobre o ProUni mas na nossa
classe social nem tem como fazer essa
opção, mas eles sabem o que é, e também
sabem do FIES.
Projeto com Foco
no Vestibular
1
A escola possui panfletos sobre os
vestibulares nos murais, a direção avisa
sobre os vestibulares, sobre o ENEM,
ProUni.
Panfletos
Divulgação Verbal
2
A escola não possui panfletos que
divulgam os principais vestibulares, sobre o
ProUni, ENEM.
Acho de estrema importância a divulgação
que poderia ser feita através de panfletos,
mostras, palestras de experiência
profissional, etc.
Não Possui
Mas é necessário
3
A escola não possui atividades ou
programas de divulgação sobre os meios
de acesso ao ensino superior, quando isso
acontece é de forma voluntária e
espontânea de cada professor.
Penso que a escola deveria organizar
Não Possui
Mas é necessário
49
trabalhos no sentido de informar e motivar
seus alunos: cartazes, panfletos, testes
vocacionais, visitas programadas das
faculdades.
Questão 5
O que você conhece sobre programas de acesso ao ensino superior
disponibilizados pelo Governo Federal? Sobre que programas já ouviu falar?
Entrevistado Resumo Categoria
A ProUni ProUni
B
O mais importante é o ProUni e agora o
ENEM que as faculdades públicas estão
utilizando no processo seletivo
ProUni e ENEM
C
Eu conheço sobre a cota para o aluno negro,
ProUni, FIES.
Cotas, ProUni e
Fies
1 ProUni e ENEM, Fies,cotas.
ProUni e ENEM,
Fies,Cotas.
2 ProUni e ENEM, Fies, sistema de cotas.
ProUni e ENEM,
Fies,Cotas.
3 ProUni e Fies
ProUni e Fies
Questão 6
Qual a sua opinião sobre esses programas?
Entrevistado Resumo Categoria
50
A
O ProUni é bom porque os alunos acabam
entrando, mas é complicado devido a toda a
burocracia, como a demora na saída das
notas do ENEM até a liberação para o aluno
ingressar na escola demora muito, muitas
vezes prejudicando esse aluno.
São bons, mas
devem ser
melhorados.
B
Há sempre aquela tentativa de aperfeiçoar e
isso poderia ser feito se fossem deixadas de
lado as disputas políticas. Ajudaria a obrigar
as escolas a terem um corpo docente e
estrutura melhor, aumentando a fiscalização
das universidades.
Estão aparecendo novas faculdades públicas
e é isso o que deve acontecer, apesar de o
ProUni ser bom devem ser criadas novas
instituições de ensino superior públicas.
São bons, mas
devem ser
melhorados.
C
São condições dadas a alunos com menos
possibilidades, porque a educação pública
deixa a desejar, pois as condições dadas são
complicadas.
Não sei se o correto é você ajudar no final do
processo, em minha opinião o governo com
possibilidade de auxilio de outros setores é de
oferecer uma educação de qualidade no inicio
da educação básica, ai não precisaria
inventar programas, porque todos teriam as
mesmas condições.
É necessário pensar se só esses programas
são suficientes.
São bons, mas
devem ser
melhorados.
Acho que esses programas são ótimos,
51
1
permitindo o acesso ao ensino superior
daqueles que não poderiam, a não ser
através de vestibular em uma universidade
pública, o que não é o caso, pois os alunos
daqui são muito despreparados. Mas o
governo deveria divulgar melhor esses
programas.
São bons, mas
devem ser
melhorados.
2
Acho extremamente interessantes e
importantes, pois possibilitam o ingresso
daqueles que não tem meios de se manter,
mas além desses programas deveriam existir
programas para ajudar os alunos durante sua
permanência no ensino superior. Sou contra o
sistema de cotas, acho uma completa
descriminação, pois perante a constituição
somos todos iguais.
São bons, mas
devem ser
melhorados.
3
Tenho uma avaliação positiva sobre esses
programas, pois tem facilitado bastante o
acesso de estudantes carentes ao ensino
superior. Para se ter uma idéia do alcance do
ProUni, o governo federal está próximo de
oferecer 1 milhão de bolsas. Mas o governo
só peca em não fazer uma divulgação
adequada para o programa.
São bons, mas
devem ser
melhorados.
Questão 7
Você já fez alguma atividade para divulgar a seus alunos as possibilidades de
acesso ao ensino superior? (Se sim contar detalhes).
Entrevistado Resumo Categoria
52
A Nós discutimos sobre as faculdades, quais
são mais fáceis, suas características
Divulgação
durante as aulas
B
Eu já expliquei do ProUni para eles, mas para
eles não serve, então agente da ênfase na
orientação da escolha da carreira, para que
eles tenham contato com estudantes do
curso que ele deseja.
Divulgação
durante as aulas
C
Como o colégio atinge uma Classe C em
ascensão, B e A, falar de ProUni e cotas é
vago e na minha opinião eu não chegaria a
lugar nenhum.
Nós trabalhamos mais o vestibular e o
ENEM.
Divulgação
durante as aulas
1
Sim. Dou aula de apoio curricular, sabe,
programa didático, e essas aulas são um
meio de fazer a divulgação desses
programas, dos vestibulares.
Divulgação
durante as aulas
2
Converso com os alunos durante as aulas, e
foi durante essas conversas que percebi que
são poucos os interessados em ingressar no
ensino superior
Divulgação
durante as aulas
3
Sim. Montamos um grupo de estudos com
alguns alunos do 3º ano, aqueles que se
interessaram, e durante esses encontros
discutimos sobre os vestibulares e os
programas do governo federal.
Divulgação
durante as aulas
53
APÊNDICE II
CARTA DE INFORMAÇÃO AO SUJEITO
Esta pesquisa tem como intuito analisar que conhecimentos os alunos do ensino médio
possuem sobre as possibilidades de acesso ao ensino superior. Pretende-se, também,
identificar que conhecimentos os professores possuem sobre essa possibilidade de
acesso. Para tanto, realizaremos um questionário com os alunos cursando a disciplina de
Biologia, e uma entrevista semiestruturada com os professores. Assim, solicitamos sua
autorização para a realização dos procedimentos previstos. O contato interpessoal e a
realização dos procedimentos oferecem riscos físicos e/ou psicológicos mínimos aos
participantes. As pessoas não serão obrigadas a participar da pesquisa, podendo desistir a
qualquer momento. Em eventual situação de desconforto para responder as questões, os
participantes poderão cessar sua colaboração sem consequências negativas. Todos os
assuntos abordados serão utilizados sem a identificação dos participantes e instituições
envolvidas. Quaisquer dúvidas que existirem agora ou a qualquer momento poderá ser
esclarecidas, bastando entrar em contato pelo telefone abaixo mencionado. Ressaltamos
que se trata de pesquisa com finalidade acadêmica, referida à TCC, que os resultados da
mesma serão divulgados em trabalho acadêmico e publicação, obedecendo ao sigilo,
sendo alterados quaisquer dados que possibilitem a identificação de participantes,
instituições ou locais que permitam identificação. De acordo com estes termos, favor
assinar abaixo. Uma cópia deste documento ficará com o participante da pesquisa e outra
com o(s) pesquisador (es).
Obrigado.
..........................................................
Rosana dos Santos Jordão
.......................................................... ..........................................................
Gustavo S. T. Cassane Marcos Antonio Alves
Telefone para contato: 011- 2893-6395
54
APÊNDICE III
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Pelo presente instrumento que atende às exigências legais, o(a) senhor (a)
____________________________________, representante da instituição, após a leitura
da Carta de Informação à Instituição, ciente dos procedimentos propostos, não restando
quaisquer dúvidas a respeito do lido e do explicado, firma seu CONSENTIMENTO LIVRE E
ESCLARECIDO de concordância quanto à realização da pesquisa.
Autorizo a entrevista gravada □ sim □ não
Fica claro que a instituição, através de seu representante legal, pode, a qualquer momento,
retirar seu CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO e deixar de participar do estudo
alvo da pesquisa e fica ciente que todo trabalho realizado torna-se informação confidencial,
guardada por força do sigilo profissional.
São Paulo,....... de ..............................de..................
_________________________________________
Assinatura do sujeito
55
APÊNDICE IV
CARTA DE INFORMAÇÃO À INSTITUIÇÃO
Esta pesquisa tem como intuito analisar que conhecimentos os alunos do ensino médio
possuem sobre as possibilidades de acesso ao ensino superior. Pretende-se, também,
identificar que conhecimentos os professores possuem sobre essa possibilidade de
acesso. Para tanto, realizaremos um questionário com alunos do 3º ano do Ensino Médio e
cinco entrevistas semiestruturadas gravadas com os professores com cinco professores
que lecionam para os alunos do 3º ano do Ensino Médio na escola onde a pesquisa será
realizada. Para tal solicitamos a autorização desta instituição para a triagem de
colaboradores, e para a aplicação de nossos instrumentos de coleta de dados; o material e
o contato interpessoal oferecerão riscos mínimos aos colaboradores e à instituição. As
pessoas não serão obrigadas a participar da pesquisa, podendo desistir a qualquer
momento.
Todos os assuntos abordados serão utilizados sem a identificação dos colaboradores e
instituições envolvidas. Quaisquer dúvidas que existirem agora ou a qualquer momento
serão esclarecidas, bastando entrar em contato pelo telefone abaixo mencionado. De
acordo com estes termos, favor assinar abaixo. Uma cópia deste documento ficará com a
instituição e outra com os pesquisadores.
Obrigado.
..........................................................
Rosana dos Santos Jordão
.......................................................... ..........................................................
Gustavo S. T. Cassane Marcos Antonio Alves
Telefone para contato: 011- 28936395
56
APÊNDICE V
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Pelo presente instrumento que atende às exigências legais, o(a) senhor (a)
____________________________________, representante da instituição, após a leitura
da Carta de Informação à Instituição, ciente dos procedimentos propostos, não restando
quaisquer dúvidas a respeito do lido e do explicado, firma seu CONSENTIMENTO LIVRE E
ESCLARECIDO de concordância quanto à realização da pesquisa. Fica claro que a
instituição, através de seu representante legal, pode, a qualquer momento, retirar seu
CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO e deixar de participar do estudo alvo da
pesquisa e fica ciente que todo trabalho realizado torna-se informação confidencial,
guardada por força do sigilo profissional.
São Paulo,....... de ..............................de..................
_________________________________________
Assinatura do representante da instituição
57
APÊNDICE VI
CARTA DE INFORMAÇÃO AOS PAIS OU RESPONSÁVEIS
Esta pesquisa tem como intuito analisar que conhecimentos os alunos do ensino médio
possuem sobre as possibilidades de acesso ao ensino superior. Para tanto, realizaremos
um questionário com os alunos do 3º ano do Ensino Médio. Assim, solicitamos sua
autorização para a realização dos procedimentos previstos. O contato interpessoal e a
realização dos procedimentos não oferecem riscos físicos. Os alunos não serão obrigados
a participar da pesquisa, podendo desistir a qualquer momento. Em eventual situação de
desconforto para responder as questões, os participantes poderão cessar sua colaboração
sem consequências negativas. Todos os assuntos abordados serão utilizados sem a
identificação dos participantes e da escola. Ressaltamos que se trata de uma pesquisa
para elaboração de monografia de conclusão de curso e que os resultados da mesma
serão divulgados em trabalho acadêmico e publicação, obedecendo ao sigilo, sendo
alterados quaisquer dados que possibilitem a identificação de participantes, instituições ou
locais que permitam identificação. De acordo com estes termos, caso haja consentimento
para a realização do questionário favor assinar abaixo.
Obrigado.
São Paulo,... de ..............................de..................
Assinatura do representante legal
________________________________________