UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e...

57
1 UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS Gustavo dos Santos Teada Cassane Marcos Antonio Alves INFLUÊNCIA DA ESCOLA NO CONHECIMENTO DOS ALUNOS SOBRE AS POLÍTICAS DE ACESSO AO ENSINO SUPERIOR São Paulo 2011

Transcript of UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e...

Page 1: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que também nos acompanharam durante todo o curso, sempre

1

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

Gustavo dos Santos Teada Cassane

Marcos Antonio Alves

INFLUÊNCIA DA ESCOLA NO CONHECIMENTO DOS ALUNOS

SOBRE AS POLÍTICAS DE ACESSO AO ENSINO SUPERIOR

São Paulo

2011

Page 2: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que também nos acompanharam durante todo o curso, sempre

2

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

GUSTAVO DOS SANTOS TEADA CASSANE

MARCOS ANTONIO ALVES

INFLUÊNCIA DA ESCOLA NO CONHECIMENTO DOS ALUNOS

SOBRE AS POLÍTICAS DE ACESSO AO ENSINO SUPERIOR

Monografia apresentada ao Centro de Ciências

Biológicas e da Saúde da Universidade

Presbiteriana Mackenzie, como parte dos requisitos

exigidos para a conclusão do Curso de Ciências

Biológicas, modalidade Licenciatura.

Orientadora: Profª. Drª. Rosana dos Santos Jordão

São Paulo

2011

Page 3: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que também nos acompanharam durante todo o curso, sempre

3

“Dedico este trabalho a minha

mãe que mesmo não estando

mais presente, sempre me

incentivou, amparou e me fez

crescer”.

Page 4: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que também nos acompanharam durante todo o curso, sempre

4

"Sem um fim social o saber será

a maior das futilidades".

Gilberto Freyre

Page 5: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que também nos acompanharam durante todo o curso, sempre

5

AGRADECIMENTOS

Agradecemos ao centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade

Presbiteriana Mackenzie, e principalmente a professora Rosana dos Santos

Jordão, que nos orientou, com dedicação e confiança, e que esteve presente

durante todo o curso de licenciatura.

Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que

também nos acompanharam durante todo o curso, sempre com atenção e

dedicação. Aos participantes que contribuíram com a pesquisa, os professores,

coordenadores e alunos.

Aos meus amigos que estiveram todos os semestres juntos, enfrentando

todas as dificuldades sempre de maneira afetiva e alegre, e que com essa união

conseguimos chegar até aqui, em especial ao Erli Junior, Vinícius Lanzotti, Rafael

Troxa Greco, Camila Bandeira, Marianne Osório, Pamela Oliveira, Juliana Dias,

André Flor, Bruno Cabelo, Rafael Henrique e toda a galera do fundão que sempre

estiveram conosco.

E a nossos familiares que sempre nos apoiaram dando suporte para concluir

mais esta empreitada que chega ao fim.

Page 6: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que também nos acompanharam durante todo o curso, sempre

6

RESUMO

Este trabalho apresenta evidências produzidas a partir de uma pesquisa de campo

sobre os conhecimentos dos professores, coordenadores e alunos concluintes do

ensino médio em relação às possibilidades de acesso ao ensino superior. O

objetivo geral é identificar se os professores do ensino regular divulgam aos seus

alunos informações sobre as políticas públicas de acesso ao ensino superior. Para

tanto, foi realizado uma entrevista semiestruturada com professores da rede

pública e privada de ensino e um questionário direcionado aos alunos dessas

instituições. Os resultados apontam para uma grande quantidade de alunos que

desejam continuar os estudos e o desconhecimento por parte de alguns membros

da comunidade escolar sobre os programas. Concluindo assim que os docentes e

alunos das duas instituições conhecem os programas, mas que há necessidade de

maior organização da forma de divulgação desses programas no ambiente escolar

Palavras- chave: acesso ao ensino superior, ProUni, Fies, escola.

Page 7: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que também nos acompanharam durante todo o curso, sempre

7

ABSTRACT

This paper shows evidences produced from a field research about the knowledge of

teachers, coordinator and High School senior students about the possibilities of

access to higher education. The general aim is to identify if elementary teachers

divulge to their students pieces of information about public policy of access to

higher education. In order to achieve this, a semi structured interview was put into

practice with teachers from public and private schools and a questionnaire was

directed to the students of these schools. The results indicate a great number of

students that wants to continue their education and the want of knowledge of part of

members from school community about the programs. Thus, teachers and students

of both schools know the programs but there is necessity of better organization of

divulging these programs at school setting.

Keywords: access to higher education, ProUni, Fies, school.

Page 8: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que também nos acompanharam durante todo o curso, sempre

8

SUMÁRIO

1. Introdução.......................................................................................................... 09

2. Objetivos............................................................................................................ 10

3. Referencial Teórico........................................................................................... 10

4. Procedimentos Metodológicos........................................................................ 17

5. Análise dos Resultados.................................................................................... 23

5.1 Escola Pública................................................................................................. 23

5.2 Escola Particular............................................................................................. 29

5.3 Semelhanças e diferenças entre escola pública e particular..................... 35

6. Considerações Finais....................................................................................... 39

REFERÊNCIAS....................................................................................................... 41

Apêndice I – Entrevista com professores e coordenadores ............................ 43

Apêndice II – Carta de informação ao sujeito..................................................... 53

Apêndice III – Termo de consentimento livre e esclarecido............................. 54

Apêndice IV – Carta de informação à Instituição............................................... 55

Apêndice V – Termo de consentimento livre e esclarecido.............................. 56

Apêndice VI – Carta de informação aos pais ou responsáveis........................ 57

Page 9: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que também nos acompanharam durante todo o curso, sempre

9

1. Introdução

A educação, como mecanismo de transmissão de cultura de e possibilidade

de obtenção de novos conhecimentos, é algo fundamental para qualquer povo,

independente de sua localização, mas cada país tem suas particularidades a

respeito de como é inserida, organizada, distribuída e tratada pela população e por

seus governantes.

No Brasil, sabe-se que alunos advindos da rede pública constituem uma

minoria no ensino superior público. Dos estudantes de 18 a 24 anos de idade,

apenas 48,1% frequenta o ensino superior e do total dos estudantes,

aproximadamente 4,6 milhões estão alocados em instituições particulares,

enquanto a rede pública atende apenas 1,4 milhões. Aprofundando, observa-se

que mais de 50% dos estudantes tanto de instituições particulares quanto públicas

possuem rendimento mensal familiar elevado, demonstrando que a maioria no

ensino superior tem maior poder aquisitivo (IBGE, 2010).

Para minimizar esse problema, é necessário melhorar as políticas públicas

educacionais voltadas para o acesso ao ensino superior. Nesse sentido, é

importante uma análise sobre as condições históricas que levaram a educação a

sua atual situação. Uma vez implantada, é necessário observar se realmente tais

políticas estão atingindo seus objetivos.

Não basta existirem ações governamentais, é fundamental que as pessoas

as conheçam. Por essa razão, pretendemos com este trabalho averiguar como está

sendo feita a divulgação dos programas de acesso ao ensino superior para alunos

do ensino médio.

Page 10: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que também nos acompanharam durante todo o curso, sempre

10

2. Objetivos

Como já afirmamos anteriormente, este trabalho teve como objetivo geral

identificar se os professores do ensino regular divulgam aos seus alunos

informações sobre as políticas públicas de acesso ao ensino superior.

Para isso, procuramos identificar quais conhecimentos e opiniões os

professores e coordenadores possuem sobre tais políticas. Era nosso foco,

também, avaliar se há preocupação da escola e do professor em abordar esse

tema com os alunos. Além dos professores e coordenadores, averiguamos os

conhecimentos dos estudantes sobre suas possibilidades de acesso ao ensino

superior.

3. Referencial Teórico

A compreensão das razões que levaram às dificuldades da população ao

ingresso em instituições de ensino superior demanda uma retomada ao

desenvolvimento educacional e social, a partir do regime militar, estabelecido no

ano de 1964 a 1985 no território brasileiro.

Segundo Carvalho (2005), o contexto externo de Guerra Fria durante os

anos 60 colocou os países latino-americanos no alinhamento aos preceitos da

“Aliança para o Progresso”, cujo compromisso explícito era buscar o

desenvolvimento como medida de segurança nacional, frente à ameaça comunista.

Para a superação do subdesenvolvimento, não bastava o acúmulo de capital. Na

verdade, o capital físico e o capital financeiro deveriam ser combinados ao fator

humano escolarizado. Mas, a baixa escolarização da população impossibilitava a

formação de técnicos de nível médio e, principalmente, de profissionais de nível

superior, responsáveis pela adequação da tecnologia importada em benefício do

crescimento econômico nacional.

Portanto, o governo precisava adequar o ensino superior à demanda por

trabalho qualificado, para ampliar a população com grau superior de escolarização,

principalmente nas áreas técnicas e tecnológicas e, também, para atender à

demanda crescente do número de formados do ensino médio. A classe média era a

Page 11: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que também nos acompanharam durante todo o curso, sempre

11

aliada política do regime militar desde a consolidação do golpe e manifestações de

descontentamento por parte dessa camada social provocaram instabilidade e

oposição política (CARVALHO, 2005).

Segundo Guiraldelli (1994), o governo possuía nessa época um problema

entre o então Ensino Secundário e o Ensino Superior. Os poucos alunos que

conseguiam concluir o segundo grau profissionalizante utilizavam seus diplomas

não para ingressarem no mercado de trabalho, mas sim para inscreverem-se nos

vestibulares, criando pressão sobre as universidades. Com o objetivo de solucionar

esse problema, foi sancionada em 1971 a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) para a

Educação Nacional no. 5.692, que previa a extensão definitiva do ensino primário

obrigatório de 4 para 8 anos, gratuito em escolas públicas e, consequentemente, a

redução do ensino médio de 7 para 3 a 4 anos. Houve profissionalização do ensino

médio, garantindo a continuidade e o término dos estudos. Essa medida foi

interessante por dois motivos: além de desafogar a universidade, fortalecia o

mercado interno, pois mais jovens iniciavam sua vida profissional e passavam

também a consumir mais. Em suma, o ensino médio atuava como um filtro, que

eliminava boa parte do alunado que necessitasse ingressar rapidamente no

mercado de trabalho, isto é, os alunos provenientes das classes populares. Dessa

forma, assegurava a reprodução das classes, impossibilitando às massas criarem

seus próprios intelectuais, como sugerido pelo filósofo italiano Antonio Gramsci, em

sua obra “Cadernos do Cárcere” (RODRIGUES, 2010).

Mendonça (2000) também fala sobre as reformas no ensino superior nessa

época, que levaram a uma dualidade na população que usufruía as instituições de

ensino superior. O grande passo da reforma foi a institucionalização da carreira

docente, o que deu grande força para as universidades públicas, além do incentivo

à ampliação dessas instituições pelo governo. Mas, na época, com uma política de

racionalização econômica, essa expansão não foi suficiente para saciar a demanda

por vagas no ensino superior. O governo militar, então, incentivou a criação de

instituições de ensino privadas para poder aumentar a disponibilidade de vagas, o

que gerou a massificação das instituições de ensino superior. Tal medida provocou

a formação de um sistema dual, em que se tem um segmento liderado por escolas

públicas e outro por instituições particulares, que surgiram em grande número, mas

que não têm a mesma preocupação com a qualidade de ensino, já que seu foco é

o lucro.

Page 12: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que também nos acompanharam durante todo o curso, sempre

12

Essa grande expansão teve um momento vegetativo, isto é, com pouco

crescimento. De 1980 até 1995 o número de instituições de ensino superior passou

de 882 para 994, mostrando assim um aumento de 1,36%. Também houve

elevação do número de matrículas, na ordem de 1.65%. Esse aumento, no entanto,

pode ser considerado irrisório, quando comparado ao da década anterior (52,6%)

(MACEDO et al., 2005).

Em 1985, após a queda do Regime Militar, estabeleceram-se novas

discussões sobre ensino superior. A nova Constituição de 1988 determinou muitas

mudanças na educação, dentre elas, a autonomia para as universidades. Nessa

ocasião, chegou-se a criar a Comissão Nacional para a Reformulação da Educação

Superior, composta principalmente por professores universitários, mas que não

prosseguiu por questionamentos do movimento dos docentes universitários, que

contestavam a legitimidade desse grupo (MENDONÇA, 2000).

A partir de 1995, o Brasil vivenciou um novo período de aumento de

instituições e de vagas no ensino superior, impulsionado pela nova Lei de Diretrizes

e Bases da Educação Nacional de 1996, que diversificou os tipos de instituições de

ensino superior, dando origem a universidades especializadas, centros

universitários, dentre outras (MACEDO, 2005). Paralelamente ao aumento da rede

privada, observou-se uma queda de matrículas no setor público de 42% para

menos de 30%, no começo do século XXI (MACEDO, 2005).

Cunha (2003) atribui à LDB de 1996 a responsabilidade por esse fenômeno,

julgando-a omissa em relação ao processo seletivo obrigatório, isto é, o vestibular.

A ausência de regras claras sobre esse processo seletivo permitiu que uma vasta

gama de instituições particulares de ensino superior distorcesse esses mecanismos

de acesso, com o propósito de aumentar o número de “consumidores” da educação

superior, visando apenas o lucro e não a qualidade da educação.

Ainda sobre a expansão do setor privado, Barreyro (2008), em trabalho que

buscava mapear as características das instituições privadas de ensino superior,

mostrou que se elevou o acesso a esse nível de ensino de 1998 até 2008, mas

não ocorreu a democratização desse acesso, porque algumas desigualdades

sociais permanecem muito significativas. No quesito da renda familiar, por

exemplo, quase 50% da população do Brasil recebia até três salários mínimos,

essa parcela da população ocupava apenas 23% das vagas do ensino superior, ao

passo que a população brasileira que recebia mais de 10 salários mínimos (11% do

Page 13: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que também nos acompanharam durante todo o curso, sempre

13

total), ocupava 30% do total de vagas. Diante desse quadro o autor defende a

ampliação de vagas para aqueles que não podem pagar mensalidades, além da

implementação de políticas como o Programa Universidade para Todos (ProUni) e

o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies).

O Fies é destinado a financiar prioritariamente a graduação no Ensino

Superior de estudantes que não têm condições de arcar com os custos de sua

formação e estejam regularmente matriculados em instituições não gratuitas,

cadastradas no programa. Os cursos devem ter avaliação positiva nos processos

avaliativos conduzidos pelo Ministério da Educação (MEC). Após o atendimento

prioritário aos cursos de graduação, havendo disponibilidade de recursos e

autorização do Agente Operador do Programa, o Fundo Nacional de

Desenvolvimento da Educação - FNDE, o Fies também poderá financiar cursos de

mestrado, doutorado e cursos técnicos de nível médio. O prazo máximo de

utilização do financiamento é igual ao período remanescente para a conclusão do

curso pelo estudante, à época de seu ingresso no Fies, observada a duração

regular do curso estabelecida pela Instituição de Ensino Superior. A taxa de juros

para os contratos do FIES é de 3,4% a.a. (três inteiros e quatro décimos por cento

ao ano), capitalizada mensalmente, equivalente a 0,27901% ao mês (MEC/Fies,

2010).

Segundo o MEC/Fies (2010), atualmente são quase 500 mil estudantes

beneficiados e 1.459 instituições de Ensino Superior credenciadas, com 2.080

cadastrados e aplicação de recursos da ordem de R$ 4,6 bilhões. Para estudantes

matriculados em cursos que tenham obtido conceito inferior a três no Exame

Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE) é vedada a concessão do

financiamento do Fies.

Mas, de acordo com dados do MEC/ProUni B (2010), em 2003, apenas 9%

da população de 18 a 24 anos frequentava o ensino superior e o Fies não era

suficiente para aumentar esse coeficiente, em função do pequeno volume de

fundos disponíveis para o programa e, também, porque muitos desses jovens não

apresentavam os pré-requisitos para a concessão do financiamento. A fim de

aumentar a parcela da população inserida no Ensino Superior e

concomitantemente atender a pressões do setor privado com relação às vagas

ociosas nessa rede, o governo criou o Programa Universidade para Todos –

PROUNI.

Page 14: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que também nos acompanharam durante todo o curso, sempre

14

O ProUni foi criado pela MP n° 213/2004 e institucionalizado pela Lei n°

11.096, de 13 de janeiro de 2005. Esse programa tem como finalidade a concessão

de bolsas de estudo integrais para estudantes que tenham renda familiar de até um

salário mínimo e meio por pessoa, e bolsas parciais para alunos com renda de até

três salários mínimos por pessoa. As bolsas são destinadas a cursos de graduação

sequenciais, em instituições de ensino superior privado. Para conseguir o

benefício, o aluno deverá ter cursado o Ensino Médio na rede pública de educação

ou ter sido bolsista integral da rede privada. Além disso, o programa estabelece,

obrigatoriamente, que parte das bolsas deverá ser direcionada a ações afirmativas

aos portadores de deficiência, aos negros, indígenas e à formação de professores

de ensino básico da rede pública, a fim de melhorar a qualificação do magistério

(MEC/ProUni A, 2010). O MEC também concede bolsa de permanência de R$

300,00 para as despesas de transporte, alimentação e material didático aos

beneficiários que estudam em tempo integral.

Contudo, o projeto de lei do ProUni foi bastante modificado quando chegou

ao congresso, majoritariamente por influência das instituições privadas de ensino

superior e suas associações. As bolsas parciais de 50% são exemplos da

influência dessas organizações, pois não se encontravam no primeiro texto desse

projeto de lei (CATANI et al., 2006).

Vale destacar que as instituições de ensino que aderem ao programa são

isentas de alguns tributos. Os candidatos são selecionados por meio do Exame

Nacional do Ensino Médio (ENEM), caracterizando a seleção pelo mérito

acadêmico, sendo necessária a obtenção de uma nota mínima de 45 pontos,

estabelecida pelo Ministério da Educação, para a candidatura. Além disso,

caracterizando ainda mais a desfiguração do projeto de lei inicial, o artigo 3º

validou a seleção interna dentro das Instituições de Ensino superior (IES), após a

pré-seleção propiciada pelo ENEM (MEC/ProUni A, 2010).

Segundo o MEC, 75% das IES que aderiram ao ProUni são classificadas

como faculdades (faculdades, faculdades de tecnologia e faculdades integradas) e

8% como institutos superiores, centros universitários e universidades. Das

faculdades, as tecnológicas representam o maior percentual de adesão. No caso

dos centros universitários, 54% são participantes do programa. Já nas

universidades, a adesão é plena.

Page 15: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que também nos acompanharam durante todo o curso, sempre

15

Desde a criação do Programa, foram beneficiados 434.592 alunos, 69,8%

como bolsistas integrais. Em 2008 havia 3.094 pessoas com deficiência e 5.713

professores da escola básica pública sendo beneficiados pelo programa. Quanto à

modalidade de ensino, 398.974 dos bolsistas estavam matriculados em cursos

presenciais e 35.618 na modalidade de educação à distância (MEC/ProUni B,

2010).

O programa vem sofrendo algumas críticas. A primeira delas se refere à

baixa porcentagem de vagas oferecidas. Na época da formulação original da

proposta, 20% das vagas do setor privado seriam destinadas ao programa. No

entanto, na prática apenas 8,5% foram efetivadas, em decorrência das pressões

manifestadas pela rede particular de ensino (CATANI et al. , 2006).

O programa também recebeu críticas em relação à sua atuação social,

considerada uma ação assistencialista emergencial (SARAIVA, 2011). Outro

aspecto apontado pelos críticos é o de que, apesar de ter aumentado o acesso da

população carente ao ensino superior, o programa não as insere em nossa

sociedade estratificada, mascarando o real déficit na educação brasileira (CATANI

et al., 2006). Déficit esse que vem da escola básica pública onde não dá subsídios

a seus usuários, para que possam competir de forma igualitária com os

concorrentes das escolas particulares (AMARAL e OLIVEIRA, 2011), necessitando

assim de auxílio do governo.

Além dos aspectos já levantados, há o fato de que o programa ajuda o aluno

a ingressar no ensino superior, mas não dá suporte para que ele se mantenha no

curso. Além do custo da mensalidade, há também despesas com alimentação e

transporte, sem contar o tempo que ele deixa de ter para trabalhar (SARAIVA,

2011). Como já comentamos, procurando atender a essa demanda, o ProUni

passou a disponibilizar uma bolsa permanência no valor de R$ 300,00. No entanto,

esse valor destina-se apenas a estudantes de bolsa integral, que tenham carga

horária superior ou igual a seis horas diárias de aula. Além disso, esse benefício

depende da disponibilidade orçamentária e financeira do MEC (AMARAL e

OLIVEIRA, 2011).

Mas, o ponto principal de crítica ao ProUni diz respeito aos benefícios

financeiros concedidos às instituições privadas, por meio de isenção fiscal de

Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRFPJ), Contribuição Social sobre o Lucro

Líquido (CSLL), Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social

Page 16: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que também nos acompanharam durante todo o curso, sempre

16

(COFINS), Programa de Integração Social (PIS), dentre outros. Para Catani et al.

(2006) tais benefícios desviam recursos do setor público para o privado, quando

deveriam ser destinados a investimentos nas instituições públicas.

Vale lembrar que faltam ações de controle e fiscalização das instituições

participantes, não apenas no que se refere à sua qualidade de ensino, mas

também ao destino dado ao dinheiro da isenção fiscal, além da análise dos critérios

por elas utilizados para a seleção dos alunos bolsistas. Amaral e Oliveira (2011)

enfatizam que essa seleção não é clara, dando assim margem para várias

interpretações.

Catani et al. (2006) também abordam a falta de transparência em relação à

prestação de contas, às formas de utilização do dinheiro, à falta de definição de

critérios de seleção e à falta de dados atualizados pelo MEC sobre o total de

bolsas, tipos de instituições privadas que aderiram, etc., dados esses que seriam

úteis para se compor um perfil que ajudaria na análise da eficiência do programa.

Com todas essas críticas o ProUni acaba cumprindo parte do seu papel, que

é facilitar o acesso à educação superior de segmentos desfavorecidos sócio-

economicamente, conferindo assim melhor oportunidade para as pessoas que

usufruem de forma correta do programa. Atende, portanto a lógica de que a

educação está atrelada ao desenvolvimento e que, para a inserção no mundo

competitivo atual, é necessário o domínio de conhecimentos. A inserção desses

grupos nas universidades dá chance de igualdade para alcançar melhores

condições de vida (SARAIVA e NUNES, 2011).

Page 17: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que também nos acompanharam durante todo o curso, sempre

17

4. Procedimentos Metodológicos

A partir do objetivo de analisar a influência da escola no conhecimento dos

alunos sobre suas possibilidades de acesso ao Ensino Superior, optamos por

coletar dados com cerca de trinta alunos do 3º do Ensino Médio de um colégio

público e de outro particular, pois são alunos que estão prestes a decidir se irão ou

não ingressar em uma instituição de ensino superior e, também, com professores

que lecionam para esses alunos, bem como com os coordenadores das duas

escolas em que a pesquisa foi realizada.

Optamos por realizar a pesquisa em uma instituição de ensino particular,

porque, apesar de os alunos nem sempre preencherem os requisitos necessários

para participarem dos programas de acesso ao ensino superior disponibilizados

pelo Governo Federal, nessas escolas existe também alunos com bolsa integral e

com renda per capta que atende aos requisitos exigidos pelos programas. Portanto,

é relevante saber como a escola particular trabalha a divulgação das possibilidades

de acesso ao ensino superior.

Na escola pública, foram entrevistados três professores que lecionam as

disciplinas de Biologia, Química e Geografia, bem como o coordenador da escola.

Na escola particular foram entrevistados dois professores, o de Biologia e o de

Literatura e, assim como na escola pública, também o coordenador. A escolha de

entrevistar os coordenadores se deu em função à sua relevante participação na

organização do currículo a ser trabalhado. Os professores foram escolhidos, pois,

além de participarem da elaboração do currículo da escola, segundo declaração

dos mesmos, também são responsáveis pela elaboração do plano de aula e assim,

são os principais responsáveis em trabalhar com seus alunos durante as aulas,

suas possibilidades de acesso ao ensino superior.

A entrevista e o questionário foram submetidos, avaliados e aprovados pela

Comissão Interna de Ética em Pesquisa da Universidade Presbiteriana Mackenzie,

processo CIEP nº L011/01/11, para que pudessem ser aplicados de acordo com as

normas estabelecidas, levando-se em conta os cuidados referentes ao sigilo dos

participantes, a minimização de riscos para os mesmos e o esclarecimento de

todos os procedimentos. Antes de realizar a coleta dos dados foi apresentada uma

Page 18: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que também nos acompanharam durante todo o curso, sempre

18

carta de consentimento assinada pela escola, pelos entrevistados, pelos alunos

maiores de 18 anos e pelos pais dos estudantes com idade inferior a 18 anos.

Para coletar dados dos alunos, utilizamos como instrumento um questionário

com seis perguntas fechadas e apenas uma aberta. De acordo com Pádua (2008),

o questionário é um instrumento de coleta de dados que permite utilizar perguntas

fechadas para a quantificação dos resultados, facilitando a tabulação e, também,

utilizar questões abertas, as quais contem respostas pessoais e espontâneas, que

algumas vezes não foram previstas anteriormente, o que permite uma análise

qualitativa.

A seguir, apresentaremos as questões desse instrumento e nossas

justificativas para o uso de cada uma delas.

As questões 1 e 2 tinham como objetivo verificar se o aluno pretende

continuar seus estudos ou não e, caso opte por ingressar em uma instituição de

ensino superior, de que maneira pretende fazê-lo. A primeira questão merece uma

atenção especial, pois possibilita ao aluno justificar a opção escolhida, quais são

seus motivos, sendo a única questão aberta. As justificativas dos alunos foram

agrupadas em três categorias: a primeira chamada de “adquirir conhecimento”, que

engloba todas as idéias referentes à aquisição de conhecimento e ampliação de

cultura. A segunda, nomeada de “ascensão social”, abrange todas as respostas

que diretamente falam sobre ascensão econômica ou citam algo sobre dinheiro,

como por exemplo - “para ter um emprego bem remunerado”. E a terceira categoria

engloba respostas que não apresentaram ligação com as categorias anteriores,

podendo assim formar outra categoria, então foi denominada de “outros”.

1. O que você pretende fazer após concluir o ensino médio?

A. Continuar meus estudos ingressando no ensino superior

B. Iniciar curso técnico profissionalizante

C. Parar os estudos

D. Ainda não decidiu

E. Outras possibilidades

Justifique:_____________________________________________________

__________________________________________________________________

_________________________________________________________

Page 19: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que também nos acompanharam durante todo o curso, sempre

19

2. Como pretende ingressar no ensino superior?

A. Prestando vestibular para uma universidade pública

B. Prestando vestibular para uma universidade privada

C. Conseguir auxílio programas de acesso ao ensino superior disponibilizados

pelo governo federal para cursar uma universidade privada.

As questões 3 e 4 eram voltadas para a análise do conhecimento dos alunos

sobre os programas de acesso ao ensino superior disponibilizados pelo Governo

Federal e de que maneira tomaram ciência de sua existência:

3. Quais programas de acesso ao ensino superior abaixo relacionados

você conhece ou já ouviu falar?

A. Fies - Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior

B. ProUni - Programa Universidade para Todos.

C. Outros: Quais? ____________________________________________

D. Não conheço nenhum programa que favoreça o acesso ao ensino superior

4. Com relação à pergunta anterior, como você tomou conhecimento

desses programas?

A. Na escola, por meio de panfletos e/ou cartazes

B. Na escola, por meio de seus professores

C. Por meio de revistas e/ou de jornais

D. Por meio da televisão e/ou do rádio

E. Por meio de amigos

F. Por meio da internet

G. Por outros meios.

Quais? ________________________________________

As questões 5 e 6 visavam verificar o nível de escolaridade dos pais dos

alunos entrevistados, possibilitando relacionar por meio das respostas obtidas, a

intenção ou não de prosseguir com os estudos ao grau de instrução dos pais:

Page 20: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que também nos acompanharam durante todo o curso, sempre

20

5. Qual é o nível de escolaridade do seu pai?

A. Meu pai não estudou

B. Da 1ª à 4ª série do Ensino Fundamental (antigo primário)

C. Da 5ª à 8ª série do Ensino Fundamental (antigo ginásio)

D. Ensino Médio (antigo 2º grau)

E. Ensino Superior

F. Não sei

6. Qual é o nível de escolaridade da sua mãe?

A. Minha mãe não estudou

B. Da 1ª à 4ª série do Ensino Fundamental (antigo primário)

C. Da 5ª à 8ª série do Ensino Fundamental (antigo ginásio)

D. Ensino Médio (antigo 2º grau)

E. Ensino Superior

F. Não sei

Para a coleta de dados com os professores e o coordenador foi elaborado

um roteiro para uma entrevista semi-estruturada, pois de acordo com Lüdke e

André (2008), esse instrumento possibilita uma interação entre o entrevistado e

entrevistador, facilitando uma captação imediata e coerente da informação

desejada, permitindo correções, esclarecimentos e adaptações e, também, porque

possibilita flexibilidade. Assim, à medida que a ocorre a entrevista, as informações

podem surgir de maneira autêntica.

Para melhor organização das respostas foram criadas categorias em cada

questão de acordo com o objetivo da pergunta e as idéias do entrevistado e em

cada questão será explicado quais foram os critérios utilizados para isso.

A primeira questão buscava identificar quais conhecimentos o entrevistado

tinha sobre as possibilidades de acesso ao ensino superior e de que maneira esse

acesso pode ser realizado:

Page 21: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que também nos acompanharam durante todo o curso, sempre

21

1. O que você conhece sobre as possibilidades de acesso ao ensino

superior?

Para tabular esta questão nós consideramos quais são os meios de acesso

citados pelo entrevistado ao decorrer da resposta, surgindo assim as categorias:

Vestibular, ProUni e Vestibular, ProUni e ENEM.

As questões 2 e 3 tinham como objetivo verificar a percepção do

entrevistado a respeito da visão dos alunos sobre seu ingresso em uma instituição

de ensino superior, e suas expectativas em relação a esse ingresso.

2. Na sua opinião, como seus alunos veem a possibilidade de cursarem

o Ensino Superior?

Nesta questão, foram criadas quatro categorias por nível de interesse: a

categoria denominada “Grande Interesse” abrange respostas que colocam o aluno

ingressando com certeza no ensino superior, sem ao menos considerar a hipótese

de não acontecê-lo; a categoria “Médio Interesse” engloba respostas que dizem

que há uma diminuição do interesse por parte dos alunos de ingressar no ensino

superior, mas que essa possibilidade ainda é cogitada pelos estudantes; a

categoria “Pouco Interesse” apresenta respostas em que o entrevistado fala

claramente que poucas pessoas pensam em cursar o ensino superior e por último,

a categoria “Sem Interesse” engloba as respostas em que o entrevistado

novamente explicita que os alunos não têm interesse em cursar o nível superior.

3. Quais suas expectativas em relação ao ingresso de seus alunos do

ensino médio no ensino superior?

As categorias criadas para essa questão são antagônicas: a “Maioria entrará

no ensino superior” compreende as respostas que falam da capacidade dos alunos

de ingressarem em cursos de graduação. A categoria “Maioria não entrará no

ensino superior” aponta as respostas que indicam a baixa expectativa dos

entrevistados sobre esse ingresso.

A questão 4 visava identificar como a instituição de ensino em que a

pesquisa foi realizada transmite a seus alunos as possibilidades de acesso ao

ensino superior e, também, a opinião do entrevistado sobre a relevância desse

trabalho para seus alunos e para a escola.

Page 22: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que também nos acompanharam durante todo o curso, sempre

22

4. A escola possui atividades ou programas voltados para a divulgação

de meios de ingresso dos alunos ao ensino superior? Como você acha que a

divulgação das formas de acesso ao ensino superior poderiam ser feitas na

escola?

A categorização das respostas levou em conta se a escola possuía algum

tipo de atividade, a maneira de divulgação citada pelo entrevistado e sua temática,

surgindo assim três categorias: “Projeto com Foco no Vestibular”, em que os

entrevistados apontaram que eram realizadas várias atividades, mas sempre dando

enfoque no vestibular; “Panfletos e Divulgação Verbal sobre Vestibular, ProUni e

ENEM”, mostrando a forma de divulgação explícita pelo entrevistado e quais eram

os temas abordados por eles; “Não Possui Mas é Necessário”, agrupava as

respostas que indicavam ausência de ações específicas e reconhecimento da

necessidade de divulgação.

As questões 5, 6 e 7 visavam verificar o que o entrevistado conhecia sobre

os programas de acesso ao ensino superior do Governo Federal, sua a relevância

e como são divulgados no ambiente escolar:

5. O que você conhece sobre programas de acesso ao ensino superior

disponibilizados pelo Governo Federal? Sobre que programas já ouviu falar?

As categorias para essa pergunta foram criadas de acordo com o(s)

programa(s) citado(s) pelo entrevistado ao decorrer de sua resposta, surgindo:

Cotas, ProUni, ENEM, Fies, sendo agrupados de acordo como foram citados.

6. Qual a sua opinião sobre esses programas?

Como para esta pergunta as respostas foram semelhantes, foi criada apenas

uma categoria: “São bons, mas devem ser melhorados”.

7. Você já fez alguma atividade para divulgar a seus alunos as

possibilidades de acesso ao ensino superior?

Na categorização para essa questão aparece um único tópico: “Divulgação

durante as aulas”, porque todos disseram a mesma coisa quanto à maneira com

que tentam instruir os alunos sobre as possibilidades existentes.

Page 23: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que também nos acompanharam durante todo o curso, sempre

23

5. Análise dos Resultados

Como frisado, o objetivo geral deste trabalho era identificar os

conhecimentos que alunos e professores do ensino médio possuem sobre as

possibilidades de acesso ao ensino superior e, nesse contexto, identificar de que

maneira tomaram conhecimento dessas possibilidades.

Optamos por analisar inicialmente os dados de cada escola com o intuito de

relacionarmos características individuais de cada uma, para posteriormente

compará-las quanto suas semelhanças e diferenças.

5.1 Escola Pública

Ao analisarmos os resultados obtidos durante a pesquisa, verificamos na

figura 1 que entre os alunos da escola pública, 61% pretendem ingressar no ensino

superior assim que concluírem o ensino médio, 27% pretendem iniciar curso

técnico profissionalizante, 9% ainda não decidiram o que pretendem fazer e 3%

responderam outras alternativas, como não fazer nada, ou seja, observa-se que a

grande maioria 88% tem intenção de continuar os estudos e, desses, 61%

pretendem ingressar no ensino superior. Destacamos que esses dados são

importantes, na medida em que não são percebidos pelos professores e

coordenador, pois em suas respostas, ao serem questionados durante a entrevista

sobre as expectativas de seus alunos em relação ao ingresso no ensino superior

(questão 2 da entrevista), disseram que os alunos têm pouco ou nenhum interesse

em ingressar no ensino superior, que a maioria não entrará no ensino superior,

conforme os trechos a seguir: “infelizmente poucos alunos entrarão no ensino

superior, pois não têm interesse”; “as expectativas não são boas, poucos alunos

farão curso superior, pois como já disse, eles não vinculam o curso superior a

melhores condições de vida”. Esses dados mostram que os entrevistados não têm

a real percepção das vontades de seus alunos, o que dificulta o gerenciamento de

prática docente e o oferecimento de ajuda aos alunos para alcançarem seus

objetivos.

Page 24: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que também nos acompanharam durante todo o curso, sempre

24

Isso fica evidente na questão três da entrevista. As respostas obtidas

demonstram a falta de expectativas positivas dos professores quanto à entrada dos

alunos no ensino superior: “È difícil ter expectativas, pois não são interessados... A

maioria deles pretende concluir o ensino médio e ir em busca do primeiro emprego”

(professor de Biologia); “As expectativas não são boas.. poucos alunos farão curso

superior, pois como já falei, eles não vinculam o curso superior a melhores

condições de vida” (professor de Química). Como não percebem a vontade de seus

alunos de prosseguirem seus estudos, é provável que os professores não

direcionem suas aulas a fim de prepará-los para essa tarefa.

Fig. 1 – Opções fornecidas pelos alunos da escola pública sobre pretensões de atividades ao término do Ensino Médio.

Apesar desse conflito inicial de ideias entre professores e alunos na escola

pública, os educadores afirmam trabalhar com algumas possibilidades de acesso

ao ensino superior.

Observamos que, quando perguntado se eles conhecem as possibilidades

de acesso ao ensino superior, a resposta foi a mesma para todos: que conhecem o

vestibular e o ProUni, apontando essas duas maneiras como reais possibilidades.

Mas ao confrontarmos essas respostas com a pergunta mais específica sobre o

61%

27%

0%

9% 3%

INTENÇÕES DOS ALUNOS APÓS A CONCLUSÃO DO ENSINO MÉDIO

Ingressar no ensino superior

Iniciar curso técnicoprofissionalizante

Parar os estudos

Ainda não decidiu

Outras possibilidades

Page 25: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que também nos acompanharam durante todo o curso, sempre

25

que eles conhecem a respeito dos programas disponibilizados pelo Governo

Federal, foram citados ProUni, ENEM, Fies e Cotas. Portanto, o único programa

que aparece nas respostas para as duas questões, sendo aparentemente aquele

julgado mais relevante para o acesso ao ensino superior, é o ProUni.

O ProUni aparece também como o mais conhecido pelos alunos da escola

pública. Quando questionados sobre os programas de acesso ao ensino superior, o

ProUni apareceu em 70% das respostas, tendo uma diferença de 43% para o

segundo mais conhecido - Fies – que aparece nas respostas de 27% dos alunos

conforme Fig. 2.

Fig. 2 – Distribuição da frequência de conhecimento dos programas de acesso ao ensino superior promovidos pelo governo federal, em alunos da escola pública.

Os professores afirmaram unanimemente que realizam algum tipo de

atividade de divulgação sobre as possibilidades de acesso ao ensino superior em

suas aulas, o que pode explicar a baixa porcentagem de alunos que não conhece

nenhum programa. A fala do professor de química exemplifica essa questão:

“durante as aulas esse assunto é discutido e os programas são explicados para os

alunos”.

Por outro lado, quando questionados sobre que atividades a escola oferece

para a divulgação dos meios de ingresso ao ensino superior, os professores da

27%

70%

0% 3%

CONHECIMENTO DOS ALUNOS SOBRE OS PROGRAMAS DE ACESSO AO ENSINO SUPERIOR

Fies

ProUni

Outros

Não conheço nenhumprograma

Page 26: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que também nos acompanharam durante todo o curso, sempre

26

escola pública se contradizem, pois o professor de Biologia disse que a escola

possuia panfletos explicativos e o professor de Química e o Coordenador

responderam que a escola não possuía panfletos explicativos, mas ambos

concordaram sobre a relevância da divulgação desses programas. Podemos

interpretar essa contradição como desinteresse do professor de Química e

Coordenados no pelo ambiente escolar, pois na verdade, a escola possui panfletos

de divulgação, o que pôde ser constatado durante a realização da pesquisa.

A importância da divulgação por parte dos professores, durante as aulas, e

da escola, por meio de panfletos, para o conhecimento dos alunos sobre esses

programas é notória. Ao analisarmos o resultado percentual das respostas dos

alunos quando perguntados sobre onde tomaram conhecimento acerca dos

programas (Fig. 3), 51 % dos alunos responderam que foi na escola, sendo o

principal agente divulgador os professores, seguidos pelos planfetos e cartazes.

Fig. 3 – Distribuição da freqüência dos principais meios de divulgação dos programas de acesso ao

ensino superior para alunos da escola pública.

Quando questionados sobre sua opinião a respeito desses programas,

constatamos que os professores e o coordenador julgam importante trabalhar esse

21%

30% 15%

15%

13% 6%

0%

COMO TOMARAM CIÊNCIA DOS PROGRAMAS

Na escola, por meio de panfletose/ou cartazes

Na escola, por meio de seusprofessores

Por meio de revistas e/ou dejornais

Por meio da televisão e/ou dorádio

Por meio de amigos

Por meio da internet

Por outros meios.

Page 27: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que também nos acompanharam durante todo o curso, sempre

27

assunto, pois todos responderam que os programas são bons, com a ressalva de

que apresentam falhas e devem ser melhorados.

Os dados apresentados na Fig. 4 nos mostram que 48% dos alunos da

escola pública que tem a intenção de ingressar no ensino superior pretendem

recorrer aos programas de auxílio disponibilizados pelo Governo Federal. Sendo

assim, quase metade dos alunos pretendem utilizar algum desses programas, o

que confirma que realmente obtiveram informações sobre eles, o que aumenta

suas possibilidades de ingressarem no ensino superior.

.

Fig. 4 – Distribuição da frequência dos meios pelos quais os alunos da escola pública pretendem

ingressar no ensino superior.

Também levamos em consideração a escolaridade dos pais em relação à

escolha de ingressar ou não em instituições de ensino superior e observamos,

conforme figuras 5 e 6, que a quantidade de pais e mães que cursaram o ensino

superior não passa de 20% e a quantidade de alunos que pretendem cursa-lo,

conforme figura 1, é de 61%. Talvez o fato dos pais não terem frequentado o

ensino superior faça com que eles incentivem seus filhos, para que tenham a

chance de ter uma vida melhor, mas esta é apenas uma hipótese que precisaria

ser estudada mais profundamente e com base em dados mais qualitativos para

poder ser confirmada.

26%

26%

48%

COMO PRETENDEM INGRESSAR NO ENSINO SUPERIOR

Prestando vestibular parauma universidade pública

Prestando vestibular parauma universidade privada

Auxílio dos programas deacesso ao ensino doGoverno Federal

Page 28: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que também nos acompanharam durante todo o curso, sempre

28

Fig. 5 – Distribuição da frequência de escolaridade das mães dos alunos da escola pública.

Fig. 6 – Distribuição da frequência de escolaridade dos pais de alunos da escola pública.

3%

20%

27% 27%

20%

3%

NÍVEL DE ESCOLARIDADE DAS MÃES

Minha mãe não estudou

Da 1ª à 4ª série doEnsino Fundamental

Da 5ª à 8ª série doEnsino Fundamental

Ensino Médio

Ensino Superior

Não sei

3%

23%

27%

30%

10% 7%

NÍVEL DE ESCOLARIDADE DOS PAIS

Meu pai não estudou

Da 1ª à 4ª série do EnsinoFundamental

Da 5ª à 8ª série do EnsinoFundamental

Ensino Médio

Ensino Superior

Não sei

Page 29: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que também nos acompanharam durante todo o curso, sempre

29

Ao analisarmos a justificativa dos alunos sobre o desejo de continuarem

seus estudos verificamos, conforme Fig. 7, que 63% deles buscam um diploma

universitário, acreditando em uma ascensão econômica, portanto, relacionando o

ensino superior a uma melhoria financeira.

Fig. 7 – Distribuição da frequência de alunos da escola pública segundo as justificativas para o

ingresso no ensino.

5.2 Escola Particular

Após analisarmos os dados coletados na escola particular, observamos que

100% dos alunos que participaram da pesquisa manifestaram pretensão de

continuar os estudos e seus professores estão cientes disso, pois quando

questionados sobre como seus alunos veem a possibilidade de cursarem o ensino

superior, ambos responderam que eles têm grande interesse, com exceção do

professor de Biologia que respondeu que o interesse é médio. Todos apresentaram

expectativas de que seus alunos possam ingressar no ensino superior.

Ao ser perguntado aos professores quais possibilidades de acesso ao

ensino superior eles têm conhecimento, obtivemos três respostas: vestibular,

63%

21%

16%

JUSTIFICATIVA PARA O INGRESSO NO ENSINO SUPERIOR

Ascensãoeconômica

Adquirirconhecimento

Outros

Page 30: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que também nos acompanharam durante todo o curso, sempre

30

ProUni e ENEM. A resposta vestibular e ProUni aparece na resposta de dois

professores. Pode-se dizer que são os mais conhecidos dentre os três

entrevistados e que ao especificarmos a pergunta para programas de acesso ao

ensino superior disponibilizados pelo Governo Federal aparecem o ProUni e

ENEM, Fies e Cotas, e novamente o ProUni é o que se destaca por aparecer em

todas as respostas, sendo assim, o mais conhecido dentre eles.

Com os alunos ocorre o mesmo, o ProUni tem presença marcante nas

respostas. Quando questionados sobre quais programas de acesso ao ensino

superior conheciam, 63% responderam conhecer o ProUni.

Fig. 8 – Distribuição da frequência de conhecimento dos programas de acesso ao ensino superior

promovidos pelo governo federal, em alunos da escola particular.

Nota-se, também, uma porcentagem de quase 10% dos alunos que não

conhecia nenhum programa e um dos motivos para esse desconhecimento pode

ser sua forma de divulgação na escola. Ao questionarmos os professores e o

coordenador sobre a existência de atividades de divulgação das possibilidades de

acesso ao ensino superior no colégio, todos citaram um projeto que, na verdade,

tem o objetivo de orientação sobre os vestibulares e não a apresentação dos

programas do Governo Federal.

26%

63%

3%

8%

CONHECIMENTO DOS ALUNOS SOBRE OS PROGRAMAS DE ACESSO AO ENSINO SUPERIOR

Fies

ProUni

Outros

Não conheço nenhumprograma

Page 31: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que também nos acompanharam durante todo o curso, sempre

31

Isso fica evidente na fala do coordenador ao responder a questão 7 da

entrevista: “como o colégio atinge uma Classe C em ascensão, B e A, falar de

ProUni e cotas é vago e na minha opinião eu não chegaria a lugar nenhum.” E

também na fala do professor de Biologia ao responder a questão 4: “Não

trabalhamos com o ProUni porque na escola particular o aluno não pode participar

do ProUni, é só para aluno oriundo de escolas públicas”. Mas ambos esquecem

que a escola possui bolsistas que atendem às exigências para pleitear o benefício,

ou seja, alunos de instituições particulares podem participar do ProUni desde que

sejam bolsistas integrais (MEC/ProUni A, 2010). Esses alunos também podem

pleitear o Fies, pois este programa é destinado a alunos que não têm condições de

arcar com os custos de sua formação e esteja regularmente matriculado em uma

instituição não gratuita, podendo ser utilizado por qualquer aluno (MEC/Fies, 2010).

Mas os programas não são deixados de lado. De acordo com as entrevistas,

quando questionados sobre a divulgação de possibilidades de acesso ao ensino

superior, todos informaram que estes são discutidos durante as aulas, em sala.

Sabe-se que o conhecimento dos alunos sobre suas possibilidades de

acesso ao ensino superior vem principalmente da escola. Os resultados obtidos na

questão 4 do questionário direcionado aos alunos, mostra que 45% dos alunos

adquiriram a informação no ambiente escolar, sendo que 29% afirmaram que foi

através do professor e 16%, por cartazes e panfletos, mostrando a importância da

escola nessa divulgação.

Fig. 9 – Distribuição da freqüência dos principais meios de divulgação dos programas de acesso ao

ensino superior para alunos da escola particular.

16%

29%

3%

26%

13% 13%

0%

COMO TOMARAM CIÊNCIA DOS PROGRAMAS

Na escola, por meio depanfletos e/ou cartazesNa escola, por meio de seusprofessoresPor meio de revistas e/ou dejornaisPor meio da televisão e/ou dorádioPor meio de amigos

Por meio da internet

Por outros meios.

Page 32: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que também nos acompanharam durante todo o curso, sempre

32

Apesar de conhecerem alguns programas, nenhum dos alunos disse que

pretende recorrer a esse auxílio para ingressar em uma instituição de ensino

superior, o que pode ser verificado na figura 10, isso porque, para recorrer ao

ProUni por exemplo, é necessário ser primeiramente estudante de escola pública

ou possuir bolsa integral em escolas particulares, o que já elimina muitos alunos

por já cursarem o ensino médio em uma escola particular.

Nota-se que 61% dos alunos da escola particular pretendem ingressar em

uma instituição de ensino superior privada e somente 39% em instituições públicas,

o que pode ser explicado pelo fato de que diversas instituições de ensino superior

particulares apresentaram grande crescimento durante os anos e que foram

beneficiados por todo o processo de modificação da estrutura educacional do Brasil

(MENDONÇA, 2000; MACEDO, 2005), facilitando o ingresso desses alunos.

A professora de Literatura da escola particular ao responder a questão 1,

comenta que os alunos preferem ingressar em uma universidade particular

localizada perto de casa, isso demonstra o fator da comodidade influenciando na

alta frequência de alunos que optam por uma instituição privada. Semelhante às

palavras dessa professora, o professor de Biologia diz que seus alunos são

desinteressados e pretendem ingressar em uma instituição de ensino particular e

se possível próximo de casa: “Antigamente (anos 70) o interesse pelo ensino superior

era maior para ter ascensão social, mas hoje o aluno observa que nem sempre o formado

no ensino superior consegue exercer sua profissão, que é necessário algo a mais e muitos

ainda estão acomodados com a situação financeira da família. Os que querem continuar os

estudos não buscam grandes faculdades (Fuvest, Unicamp) qualquer uma está bom,

melhor se for perto de casa” (professor de Biologia).

Page 33: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que também nos acompanharam durante todo o curso, sempre

33

Fig. 10 – Distribuição da frequência dos meios pelos quais os alunos da escola particular pretendem

ingressar no ensino superior.

Talvez a elevada porcentagem de alunos que pretendem ingressar em

instituições privadas (61%) decorra também pelo fato desses alunos não se

sentirem preparados para concorrer a uma vaga nas instituições públicas de ensino

superior e devido às facilidades para o ingresso, preferirem uma instituição privada.

Segundo Cunha (2003), falhas em relação ao processo seletivo obrigatório nas

instituições privadas permite que uma vasta gama dessas instituições distorça seus

mecanismos de acesso com o propósito de aumentar o número de “consumidores”,

visando apenas o lucro e não a qualidade da educação, e dai as facilidades de

acesso ao ensino superior nas instituições privadas.

Ao relacionar o grau de escolaridade dos pais desses alunos com sua

pretensão em continuar seus estudos, observa-se que 73% dos pais e 84% mães

desse grupo cursaram o ensino superior (figs.11 e 12) e a porcentagem de alunos

que pretende ingressar no ensino superior é de 100%, mostrando que o número de

alunos que quer dar continuidade a vida a acadêmica é maior do que a

porcentagem de pais que possuem ensino superior. Esses números mostram que

provavelmente esses alunos são incentivados por seus pais que possuem em sua

maioria (73%) nível superior, além da escola que frequentam, que segundo

respostas de todos os entrevistados obtidas na questão 4 da entrevista, possui seu

39%

61%

0%

COMO PRETENDEM INGRESSAR NO ENSINO SUPERIOR

Prestando vestibular parauma universidade pública

Prestando vestibular parauma universidade privada

Auxílio dos programas deacesso ao ensino superiordo Governo Federal

Page 34: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que também nos acompanharam durante todo o curso, sempre

34

foco no ingresso dos alunos no ensino superior: “Na escola existe o projeto

vestibular, que apresenta as faculdades, quando tem vestibular, perspectiva de

carreira, visitas às faculdades (USP, Unip), simulados” (professor de Biologia).

Fig. 11 – Distribuição da frequência de escolaridade dos pais dos alunos da escola particular.

Fig. 12 – Distribuição da frequência de escolaridade das mães dos alunos da rede pública.

0% 0%

8%

84%

8%

NÍVEL DE ESCOLARIDADE DAS MÃES

Minha mãe não estudou

Da 1ª à 4ª série doEnsino Fundamental

Da 5ª à 8ª série doEnsino Fundamental

Ensino Médio

Ensino Superior

Não sei

0%

19%

73%

8%

NÍVEL DE ESCOLARIDADE DOS PAIS

Meu pai não estudou

Da 1ª à 4ª série do EnsinoFundamental

Da 5ª à 8ª série do EnsinoFundamental

Ensino Médio

Ensino Superior

Não sei

Page 35: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que também nos acompanharam durante todo o curso, sempre

35

Fig. 13 – Distribuição da frequência de alunos da rede pública segundo as justificativas para o

ingresso no ensino superior.

Por último analisamos quais os motivos para os alunos optarem por cursar o

ensino superior que mostra na figura 13 que 90% desses alunos apontaram a

ascensão econômica como motivo principal e apenas 5% responderam que

pretendem ingressar no ensino superior para adquirir mais conhecimento,

mostrando assim a idéia que vigora entre estes alunos sobre o aprimoramento

educacional e melhoria da situação financeira futura.

5.3 Semelhanças e diferenças entre Escola Pública e Particular

Ao compararmos a intenção dos alunos em ingressarem no ensino superior

vemos que na escola pública 61% dos alunos pretendem ingressar no ensino

superior enquanto na escola particular esse número é de 100%. Talvez essa

diferença de 39% esteja relacionada à freqüências de pais que possuem ensino

superior, 15% nos pais de alunos da escola pública e 79% para os da escola

particular (Figs. 14 e 15). Também podemos relacionar a intenção de acesso ao

ensino superior após conclusão do ensino médio às respostas obtidas nas

entrevistas, pois quando questionados sobre as expectativas de seus alunos

ingressarem no ensino superior, os professores e coordenador da escola pública

90%

5% 5%

JUSTIFICATIVA PARA O INGRESSO NO ENSINO SUPERIOR

Ascensãoeconômica

Adquirirconhecimento

Outros

Page 36: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que também nos acompanharam durante todo o curso, sempre

36

responderam que não tem expectativas e esse parecer, pode estar relacionado

diretamente à preparação desses para tal, afetando diretamente suas pretensões

de acesso ao ensino superior. Quando a mesma pergunta é feita aos professores e

coordenador da escola particular, todos são unânimes em afirmar que todos

entrarão no ensino superior, o que condiz com a frequência de 100% de

pretensões de acesso ao ensino superior. Além do incentivo da escola, podemos

relacionar esse interesse ao grau de escolaridade dos pais que consta de 79%.

Fig. 14 – Distribuição da frequência de escolaridade dos pais e mães dos alunos da escola pública.

3%

22%

27% 28%

15% 5%

NÍVEL DE ESCOLARIDADE DOS PAIS NA REDE PÚBLICA

Minha mãe nãoestudou

Da 1ª à 4ª série doEnsino Fundamental

Da 5ª à 8ª série doEnsino Fundamental

Ensino Médio

Ensino Superior

Não sei

Page 37: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que também nos acompanharam durante todo o curso, sempre

37

Fig. 15 – Distribuição da frequência de escolaridade dos pais e mães dos alunos da escola particular.

Ao compararmos o conhecimento dos alunos sobre os programas de acesso

ao ensino superior vemos que as freqüências são muito parecidas: no caso do

ProUni, 70% dos alunos da escola pública e 63% da particular conhecem o

programa e no caso do Fies, 27% e 26% respectivamente, mostrando que ambas

escolas possuem divulgação desses programas como mostrado nas figuras 2 e 8.

Notamos também analisando as figuras 7 e 13 que os alunos das duas

escolas são motivados a ingressar no ensino superior principalmente para

obterem uma ascensão econômica, o que é defendido por Saraiva e Nunes

(2011) que a educação está atrelada ao desenvolvimento e que para se inserir no

mundo competitivo atual é necessário o domínio do conhecimento.

Em relação aos docentes percebemos em ambos os colégios todos

concordam que os programas são bons, mas devem ser melhorados em diversos

aspectos. Essa opinião aparece claramente no depoimento da professora de

literatura da escola particular quando fala que os programas são bons porque os

alunos conseguem entrar nas universidades. O professor de Biologia da escola

pública também classifica positivamente os programas ao dizer: “esses

programas permitem o acesso ao ensino superior daqueles que não poderiam

0%

13%

79%

8%

NÍVEL DE ESCOLARIDADE DOS PAIS NA REDE PARTICULAR

Meu pai não estudou

Da 1ª à 4ª série do EnsinoFundamental

Da 5ª à 8ª série do EnsinoFundamental

Ensino Médio

Ensino Superior

Não sei

Page 38: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que também nos acompanharam durante todo o curso, sempre

38

custeá-los. Na mesma escola o coordenador enfatiza a facilidade de acesso dos

estudantes carentes ao ensino superior proporcionado pelos programas, afinal ele

acaba cumprindo um dos seus papeis que é fazer com que pessoas que antes

não poderiam cursar o ensino superior agora possam.

Mas observamos algumas críticas, uma delas feita pelo coordenador da

escola pública ao dizer: “Não sei se o correto é você ajudar no final do processo,

Em minha opinião o governo com possibilidade de auxilio de outros setores tem de

oferecer uma educação de qualidade no inicio da educação básica, ai não

precisaria inventar programas, porque todos teriam as mesmas condições”. Amaral

e Oliveira, 2011 tratam da situação exposta pelo professor quando dizem que a

educação básica pública tem um grande problema, pois não da subsídios para que

seus alunos possam competir de forma igualitária com os concorrentes das escolas

particulares, na verdade os programas acabam mascarando os déficits

educacionais, porque não possibilitam a real inserção da população carente na

sociedade.

Essa situação também é colocada pelo professor de química da escola

pública ao enfatiza que deveriam existir programas para ajudar os alunos durante

sua permanência no ensino superior, e realmente os programas não dão suporte

para que os alunos se mantenham no curso, porque além do custo das

mensalidades, há também despesas com alimentação e transporte (SARAIVA e

NUNES, 2011). Para atender esta demanda o Governo Federal disponibiliza bolsas

auxilio no valor de R$300,00 (MEC/PROUNI A, 2010), mas este tipo de bolsa

destina-se apenas a estudantes que possuem bolsa integral, com carga horária

superior ou igual a seis horas diárias de aula, além disso, esse benefício depende

da disponibilidade orçamentária e financeira do MEC (AMARAL e OLIVEIRA, 2011)

o que torna a obtenção desse beneficio algo difícil de ser alcançado, situação que

também foi citada pela professora de Literatura da escola particular quando diz que

existem muitas burocracias dos programas que acabam atrapalhando os alunos.

Page 39: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que também nos acompanharam durante todo o curso, sempre

39

6. Considerações finais

A partir do objetivo proposto de analisar os conhecimentos que os alunos

concluintes do ensino médio possuem sobre suas possibilidades de acesso ao

ensino superior foram analisadas as perguntas do questionário aplicado para estes

e alguns trechos relevantes das entrevistas, relacionando ambos resultados para

chegar em dados que pudessem atender as hipóteses inicialmente propostas .

Vale ressaltar que os resultados apresentados não podem ser

generalizados, pois dizem respeito a dados coletados em apenas duas escolas,

sendo necessária uma amostragem maior e em diferentes localidades para ser

extrapolados para outros contextos.

Nossa expectativa era encontrar na escola publica uma grande quantidade

de alunos que conhecessem os programas, por ser uma política voltada

principalmente para eles, em contraponto na escola particular acreditávamos que o

conhecimento seria bem menor, porque a grande maioria, se não sua totalidade,

não se adéquam aos requisitos para participar dos programas.

Mas ao analisarmos os resultados percebemos que mais da metade dos

alunos da escola pública pretendem cursar o ensino superior, apesar de seus

professores não enxergarem isso, resultado que nos surpreendeu, pois a hipótese

mais aceita inicialmente, com base em observações realizadas durante estágios

obrigatórios realizados na mesma escola (observações essas que nos levaram a

começar este trabalho) era de que a grande maioria dos alunos não apresentaria

interesse em ingressar no ensino superior. Na escola particular, como previsto

inicialmente, e confirmado com os resultados obtidos, todos tem intenção de

ingressarem no ensino superior.

Outra surpresa se deu ao analisarmos os dados referentes aos

conhecimentos dos alunos da escola particular sobre o ProUni e o Fies. Esses

programas do Governo Federal destinam-se a outra classe social, excetuando os

alunos com bolsa integral, ou seja, devido à renda familiar os alunos da escola

particular não atendem aos requisitos necessários para pleitear as bolsas

disponibilizadas por esses programas e mesmo assim a grande maioria dos alunos

conhece ou já ouviu falar deles.

Page 40: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que também nos acompanharam durante todo o curso, sempre

40

O ProUni é o programa mais conhecido entre professores e alunos, seguido

pelo Fies. Parece que esse conhecimento está vinculado à maneira com que a

escola trabalha esses assuntos, pois constatamos que foi nesse ambiente que a

maioria teve contato com as informações sobre esses programas. O professor foi o

principal agente divulgador das possibilidades de acesso à graduação, discutindo

sobre esse assunto em sala de aula. Vimos que eles acreditam na relevância dos

programas, mas julgam necessário serem discutidos e melhorados.

Os dados não nos permite afirmar a existência de uma relação direta entre o

nível de escolaridade dos pais e a intenção de ingressar no ensino superior, mas

notamos que em ambas escolas a porcentagem de alunos interessados é maior

que a freqüências de pais com nível superior.

O grande motivo para que os alunos queiram ingressar no ensino superior é

a possibilidade de ascensão econômica.

Para dar continuidade e melhorar o trabalho seria necessária uma pesquisa

em mais escolas, aumentando assim o número de alunos e docentes que

participarão da coleta de dados, podendo ter assim uma amostra maior e

resultados mais conclusivos. E também investigar mais profundamente qual o

conhecimento dos docentes e alunos em relação aos requisitos que devem ser

contemplados para a participação nos programas, não simplesmente se conhecem

ou ouviram falar e sim sua funcionalidade.

Page 41: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que também nos acompanharam durante todo o curso, sempre

41

6. Referências

AMARAL, D. P.; OLIVEIRA, F. B. O ProUni e a conclusão do ensino superior:

questões introdutórias sobre os egressos do programa na zona oeste do Rio de

Janeiro. Revista Ensaio: avaliação de políticas públicas, Educação, Rio de

Janeiro, v. 19, n. 70, p. 21-42, jan./mar. 2011.

BARREYRO, G. B. Mapa do Ensino Superior Privado. Ministério da educação e

Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira,

Brasília, 2008.

CARVALHO, C.H.A. Política de ensino superior e renúncia fiscal: da reforma

universitária de 1968 ao PROUNI. In: REUNIÃO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO

NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM EDUCAÇÃO, 28, 2005,

ANPED, Caxambu, 2005.

CATANIA, A. M.; HEY, A. P.; GILIOLI,R. S. P. PROUNI: democratização do acesso

às Instituições de Ensino Superior? Revista Educar, Editora UFPR, Curitiba, n. 28,

p. 125-140, 2006.

CUNHA, L. A.. O ENSINO SUPERIOR NO OCTÊNIO FHC. Revista Educação &

Sociedade, Campinas, vol. 24, n. 82, p. 37-61, abril 2003.

GUIRALDELLI Jr., Paulo. História da Educação. 2 ed. São Paulo: Cortez, 1994.

IBGE. Educação. In: IBGE. Síntese de indicadores sociais: Uma análise das

condições de vida da população brasileira. Rio de Janeiro. Editora Estudos &

Pesquisas. 2010.

LÜDKE, M. E ANDRÉ, M.E.D.A. Métodos de coleta de dados: observação,

entrevista e análise documental. In: LUDKE, M. E ANDRE, M.E.D.A. Pesquisa em

educação: abordagens qualitativas. São Paulo. EPU. Temas básicos de

educação e ensino. 2008. p 25 – 44.

Page 42: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que também nos acompanharam durante todo o curso, sempre

42

MACEDO, A. R.; TREVISAN, L. M. V.; TREVISAN, P.; MACEDO, C. S. Educação

Superior no Século XXI e a Reforma Universitária Brasileira. Revista Ensaio:

avaliação de políticas públicas. Educação, Rio de Janeiro, v.13, n.47, p. 127-

148, abr./jun. 2005.

MEC/ProUni A. Sistema do ProUni – O programa. Disponível em:

http://portal.mec.gov.br/prouni/ Acessado em: 10 out. 2010

MEC/ProUni B. Sistema do ProUni – Dados e Estatísticas. Disponível em:

http://portal.mec.gov.br/prouni/ Acessado em: 10 out. 2010

MEC/Fies. Sistema do Fies - Legislação. Disponível em:

http://portal.mec.gov.br/fies/ Acessado em: 10 out. 2010.

MENDONÇA, A. W. P. C. A universidade no Brasil. Revista Brasileira de

Educação, n.14, Mai/Jun/Jul/Ago, 2000.

PÁDUA, E.M.M. O processo de pesquisa. In: PÁDUA, E.M.M. Metodologia de

Pesquisa (abordagem teórico- prática). São Paulo. Papirus Editora, 2008. p 52 –

77.

RODRIGUES, L. Financiamento vira tormenta na vida de estudantes pobres.

Revista Caros amigos, Maio, 2010.

SARAIVA, L. A. S.; NUNES, A. S. A efetividade de programas sociais de acesso à

educação superior: o caso do ProUni. Revista de Administração Pública, Rio de

Janeiro, v.45, n. 4, p 941-64, jul./ago. 2011.

Page 43: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que também nos acompanharam durante todo o curso, sempre

43

APÊNDICE I

Entrevista com professores e coordenadores:

Professores da Escola Particular Professores da Escola Pública

(A) Professor de literatura

(B) Professor de Biologia

(C) Coordenador

(1) Professor de Biologia

(2) Professor de Química

(3) Coordenador

Questão 1

O que você conhece sobre as possibilidades de acesso ao ensino superior?

Entrevistado Resumo Categoria

A O aluno da escola particular ele vai para

uma escola particular perto de casa. Vestibular

B

Não é fácil o acesso, porque o número de

vagas é muito menor do que o de

interessados, mas melhorou com o ProUni.

Ainda existem muitas faculdades de

qualidade questionável e o MEC tem

melhorado sua fiscalização; apesar de tudo

o ProUni é uma boa sacada para a

população mais pobre poder fazer o ensino

superior.

ProUni e

Vestibular

C

Bom eu conheço os programas do governo

para as classes menos favorecidas, toda a

população pode cursar uma universidade.

O ProUni, o ENEM (da certificado de

ProUni e

ENEM

Page 44: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que também nos acompanharam durante todo o curso, sempre

44

ensino médio para quem atinge uma

determinada pontuação, dando

possibilidade de continuar sua educação).

1

Existem diversos meios de se ingressar em

uma faculdade, vestibular nas

universidades públicas, ProUni através do

ENEM em faculdades particulares, mas o

problema é o desinteresse dos alunos.

ProUni e

Vestibular

2

Atualmente o acesso ao ensino superior é

muito mais fácil no sentido de várias

possibilidades de acesso que os governos

Estadual e Federal oferecem, como o

ProUni que permite que jovens de baixa

renda, que é o nosso caso, possam cursar

o ensino superior, considerando que as

faculdades particulares oferecem muito

mais vagas, e também os vestibulares para

acessar universidades públicas.

ProUni e

Vestibular

3

Hoje em dia o acesso ao Ensino Superior é

bem mais democrático, o número de

faculdades e universidades é bem maior,

principalmente devido a quantidade de

vagas oferecidas pelas instituições

privadas, sendo mais acessível aos

estudantes. Temos também o ensino a

distância, que é hoje é uma realidade no

nosso país, sem contar nos programas de

bolsas como ProUni e Fies que possibilitam

que estudantes pobres, como os daqui,

possa, ingressar em uma universidade.

ProUni e

Vestibular

Page 45: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que também nos acompanharam durante todo o curso, sempre

45

Questão 2

Na sua opinião, como seus alunos veem a possibilidade de cursarem o Ensino

Superior?

Entrevistado Resumo Categoria

A

Eles são imaturos para escolher qual

profissão vão cursar então acabam

entrando em uma universidade e muitas

vezes mudam de curso.

Grande Interesse

B

Antigamente (anos 70) o interesse pelo

ensino superior era maior para ter ascensão

social, mas hoje o aluno observa que nem

sempre o formado no ensino superior

consegue exercer sua profissão, que é

necessário algo a mais e muitos ainda estão

acomodados com a situação financeira da

família. Os que querem continuar os

estudos não buscam grandes faculdades

(Fuvest, Unicamp) qualquer uma está bom,

melhor se for perto de casa. Então existe

menos interesse dos alunos no ensino

superior

Médio Interesse

C

Cada ano que passa o aluno sente-se mais

seguro em prestar o vestibular, está mais

envolvido.

Mas os alunos buscam priorizar as

faculdades da região.

Grande Interesse

1

Alguns alunos até veem possibilidades de

acesso ao ensino superior, mas tem pouco

interesse... Para eles o ensino superior não

Pouco interesse

Page 46: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que também nos acompanharam durante todo o curso, sempre

46

tem importância

2

Os alunos não pensam em fazer curso

superior... não conseguem vincular

escolaridade com ascensão econômica…

qualificação com melhor possibilidade de

emprego.

Sem interesse

3

A maior parte dos alunos não demonstra

interesse… parece que se dão por

satisfeitos em concluir o ensino médio.

Sem interesse

Questão 3

Quais suas expectativas em relação ao ingresso de seus alunos do ensino

médio no ensino superior?

Entrevistado Resumo Categoria

A

Agente orienta, fala e depois deixa o aluno

decidir e a maioria deles vai prestar os

vestibulares e tem condições de passar.

Maioria entrará no

ensino superior

B

Os alunos têm condições de entrar, se bem

que muitos não estão muito interessados

nisso. Quase todos vão ingressar numa

faculdade, agora eu não tenho muita

expectativa de muitos entrarem nas

universidades públicas concorridas.

Maioria entrará no

ensino superior

C Minhas expectativas são as maiores

possíveis.

Maioria entrará no

ensino superior

È difícil ter expectativas, pois não são

interessados... A maioria deles pretende Maioria não

entrará no ensino

Page 47: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que também nos acompanharam durante todo o curso, sempre

47

1 concluir o ensino médio e ir em busca do

primeiro emprego.

superior

2

As expectativas não são boas.. poucos

alunos farão curso superior, pois como já

falei, eles não vinculam o curso superior a

melhores condições de vida.

Maioria não

entrará no ensino

superior

3

Infelizmente poucos alunos ingressarão no

ensino superior, pois não tem interesse

Maioria não

entrará no ensino

superior

Questão 4

A escola possui atividades ou programas voltados para a divulgação de meios

de ingresso dos alunos ao ensino superior? (Se sim, conte detalhes)

Como você acha que a divulgação das formas de acesso ao ensino superior

poderiam ser feitas na escola? (Se não houver)

Entrevistado Resumo Categoria

A

Temos o projeto vestibular que trabalha

com a questão de entrada na universidade,

orientação.

Projeto com Foco

no Vestibular

B

Na escola existe o projeto vestibular, que

apresenta as faculdades, quando tem

vestibular, perspectiva de carreira, visitas

às faculdades (USP, Unip), orientações

sobre o ENEM, etc. Não trabalhamos com

o ProUni porque na escola particular o

aluno não pode participar do ProUni, é só

para aluno oriundo de escolas públicas.

Projeto com Foco

no Vestibular

Page 48: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que também nos acompanharam durante todo o curso, sempre

48

C

A escola possui um departamento que

chama projeto vestibular e nele nós

mostramos as possibilidades de carreira,

colocar em contato com os profissionais

(fórum de profissões), orientação

vocacional.

Preparamos o aluno para os vestibulares e

ENEM (quais faculdades aceitam) e

falamos sobre o ProUni mas na nossa

classe social nem tem como fazer essa

opção, mas eles sabem o que é, e também

sabem do FIES.

Projeto com Foco

no Vestibular

1

A escola possui panfletos sobre os

vestibulares nos murais, a direção avisa

sobre os vestibulares, sobre o ENEM,

ProUni.

Panfletos

Divulgação Verbal

2

A escola não possui panfletos que

divulgam os principais vestibulares, sobre o

ProUni, ENEM.

Acho de estrema importância a divulgação

que poderia ser feita através de panfletos,

mostras, palestras de experiência

profissional, etc.

Não Possui

Mas é necessário

3

A escola não possui atividades ou

programas de divulgação sobre os meios

de acesso ao ensino superior, quando isso

acontece é de forma voluntária e

espontânea de cada professor.

Penso que a escola deveria organizar

Não Possui

Mas é necessário

Page 49: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que também nos acompanharam durante todo o curso, sempre

49

trabalhos no sentido de informar e motivar

seus alunos: cartazes, panfletos, testes

vocacionais, visitas programadas das

faculdades.

Questão 5

O que você conhece sobre programas de acesso ao ensino superior

disponibilizados pelo Governo Federal? Sobre que programas já ouviu falar?

Entrevistado Resumo Categoria

A ProUni ProUni

B

O mais importante é o ProUni e agora o

ENEM que as faculdades públicas estão

utilizando no processo seletivo

ProUni e ENEM

C

Eu conheço sobre a cota para o aluno negro,

ProUni, FIES.

Cotas, ProUni e

Fies

1 ProUni e ENEM, Fies,cotas.

ProUni e ENEM,

Fies,Cotas.

2 ProUni e ENEM, Fies, sistema de cotas.

ProUni e ENEM,

Fies,Cotas.

3 ProUni e Fies

ProUni e Fies

Questão 6

Qual a sua opinião sobre esses programas?

Entrevistado Resumo Categoria

Page 50: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que também nos acompanharam durante todo o curso, sempre

50

A

O ProUni é bom porque os alunos acabam

entrando, mas é complicado devido a toda a

burocracia, como a demora na saída das

notas do ENEM até a liberação para o aluno

ingressar na escola demora muito, muitas

vezes prejudicando esse aluno.

São bons, mas

devem ser

melhorados.

B

Há sempre aquela tentativa de aperfeiçoar e

isso poderia ser feito se fossem deixadas de

lado as disputas políticas. Ajudaria a obrigar

as escolas a terem um corpo docente e

estrutura melhor, aumentando a fiscalização

das universidades.

Estão aparecendo novas faculdades públicas

e é isso o que deve acontecer, apesar de o

ProUni ser bom devem ser criadas novas

instituições de ensino superior públicas.

São bons, mas

devem ser

melhorados.

C

São condições dadas a alunos com menos

possibilidades, porque a educação pública

deixa a desejar, pois as condições dadas são

complicadas.

Não sei se o correto é você ajudar no final do

processo, em minha opinião o governo com

possibilidade de auxilio de outros setores é de

oferecer uma educação de qualidade no inicio

da educação básica, ai não precisaria

inventar programas, porque todos teriam as

mesmas condições.

É necessário pensar se só esses programas

são suficientes.

São bons, mas

devem ser

melhorados.

Acho que esses programas são ótimos,

Page 51: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que também nos acompanharam durante todo o curso, sempre

51

1

permitindo o acesso ao ensino superior

daqueles que não poderiam, a não ser

através de vestibular em uma universidade

pública, o que não é o caso, pois os alunos

daqui são muito despreparados. Mas o

governo deveria divulgar melhor esses

programas.

São bons, mas

devem ser

melhorados.

2

Acho extremamente interessantes e

importantes, pois possibilitam o ingresso

daqueles que não tem meios de se manter,

mas além desses programas deveriam existir

programas para ajudar os alunos durante sua

permanência no ensino superior. Sou contra o

sistema de cotas, acho uma completa

descriminação, pois perante a constituição

somos todos iguais.

São bons, mas

devem ser

melhorados.

3

Tenho uma avaliação positiva sobre esses

programas, pois tem facilitado bastante o

acesso de estudantes carentes ao ensino

superior. Para se ter uma idéia do alcance do

ProUni, o governo federal está próximo de

oferecer 1 milhão de bolsas. Mas o governo

só peca em não fazer uma divulgação

adequada para o programa.

São bons, mas

devem ser

melhorados.

Questão 7

Você já fez alguma atividade para divulgar a seus alunos as possibilidades de

acesso ao ensino superior? (Se sim contar detalhes).

Entrevistado Resumo Categoria

Page 52: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que também nos acompanharam durante todo o curso, sempre

52

A Nós discutimos sobre as faculdades, quais

são mais fáceis, suas características

Divulgação

durante as aulas

B

Eu já expliquei do ProUni para eles, mas para

eles não serve, então agente da ênfase na

orientação da escolha da carreira, para que

eles tenham contato com estudantes do

curso que ele deseja.

Divulgação

durante as aulas

C

Como o colégio atinge uma Classe C em

ascensão, B e A, falar de ProUni e cotas é

vago e na minha opinião eu não chegaria a

lugar nenhum.

Nós trabalhamos mais o vestibular e o

ENEM.

Divulgação

durante as aulas

1

Sim. Dou aula de apoio curricular, sabe,

programa didático, e essas aulas são um

meio de fazer a divulgação desses

programas, dos vestibulares.

Divulgação

durante as aulas

2

Converso com os alunos durante as aulas, e

foi durante essas conversas que percebi que

são poucos os interessados em ingressar no

ensino superior

Divulgação

durante as aulas

3

Sim. Montamos um grupo de estudos com

alguns alunos do 3º ano, aqueles que se

interessaram, e durante esses encontros

discutimos sobre os vestibulares e os

programas do governo federal.

Divulgação

durante as aulas

Page 53: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que também nos acompanharam durante todo o curso, sempre

53

APÊNDICE II

CARTA DE INFORMAÇÃO AO SUJEITO

Esta pesquisa tem como intuito analisar que conhecimentos os alunos do ensino médio

possuem sobre as possibilidades de acesso ao ensino superior. Pretende-se, também,

identificar que conhecimentos os professores possuem sobre essa possibilidade de

acesso. Para tanto, realizaremos um questionário com os alunos cursando a disciplina de

Biologia, e uma entrevista semiestruturada com os professores. Assim, solicitamos sua

autorização para a realização dos procedimentos previstos. O contato interpessoal e a

realização dos procedimentos oferecem riscos físicos e/ou psicológicos mínimos aos

participantes. As pessoas não serão obrigadas a participar da pesquisa, podendo desistir a

qualquer momento. Em eventual situação de desconforto para responder as questões, os

participantes poderão cessar sua colaboração sem consequências negativas. Todos os

assuntos abordados serão utilizados sem a identificação dos participantes e instituições

envolvidas. Quaisquer dúvidas que existirem agora ou a qualquer momento poderá ser

esclarecidas, bastando entrar em contato pelo telefone abaixo mencionado. Ressaltamos

que se trata de pesquisa com finalidade acadêmica, referida à TCC, que os resultados da

mesma serão divulgados em trabalho acadêmico e publicação, obedecendo ao sigilo,

sendo alterados quaisquer dados que possibilitem a identificação de participantes,

instituições ou locais que permitam identificação. De acordo com estes termos, favor

assinar abaixo. Uma cópia deste documento ficará com o participante da pesquisa e outra

com o(s) pesquisador (es).

Obrigado.

..........................................................

Rosana dos Santos Jordão

.......................................................... ..........................................................

Gustavo S. T. Cassane Marcos Antonio Alves

Telefone para contato: 011- 2893-6395

Page 54: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que também nos acompanharam durante todo o curso, sempre

54

APÊNDICE III

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Pelo presente instrumento que atende às exigências legais, o(a) senhor (a)

____________________________________, representante da instituição, após a leitura

da Carta de Informação à Instituição, ciente dos procedimentos propostos, não restando

quaisquer dúvidas a respeito do lido e do explicado, firma seu CONSENTIMENTO LIVRE E

ESCLARECIDO de concordância quanto à realização da pesquisa.

Autorizo a entrevista gravada □ sim □ não

Fica claro que a instituição, através de seu representante legal, pode, a qualquer momento,

retirar seu CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO e deixar de participar do estudo

alvo da pesquisa e fica ciente que todo trabalho realizado torna-se informação confidencial,

guardada por força do sigilo profissional.

São Paulo,....... de ..............................de..................

_________________________________________

Assinatura do sujeito

Page 55: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que também nos acompanharam durante todo o curso, sempre

55

APÊNDICE IV

CARTA DE INFORMAÇÃO À INSTITUIÇÃO

Esta pesquisa tem como intuito analisar que conhecimentos os alunos do ensino médio

possuem sobre as possibilidades de acesso ao ensino superior. Pretende-se, também,

identificar que conhecimentos os professores possuem sobre essa possibilidade de

acesso. Para tanto, realizaremos um questionário com alunos do 3º ano do Ensino Médio e

cinco entrevistas semiestruturadas gravadas com os professores com cinco professores

que lecionam para os alunos do 3º ano do Ensino Médio na escola onde a pesquisa será

realizada. Para tal solicitamos a autorização desta instituição para a triagem de

colaboradores, e para a aplicação de nossos instrumentos de coleta de dados; o material e

o contato interpessoal oferecerão riscos mínimos aos colaboradores e à instituição. As

pessoas não serão obrigadas a participar da pesquisa, podendo desistir a qualquer

momento.

Todos os assuntos abordados serão utilizados sem a identificação dos colaboradores e

instituições envolvidas. Quaisquer dúvidas que existirem agora ou a qualquer momento

serão esclarecidas, bastando entrar em contato pelo telefone abaixo mencionado. De

acordo com estes termos, favor assinar abaixo. Uma cópia deste documento ficará com a

instituição e outra com os pesquisadores.

Obrigado.

..........................................................

Rosana dos Santos Jordão

.......................................................... ..........................................................

Gustavo S. T. Cassane Marcos Antonio Alves

Telefone para contato: 011- 28936395

Page 56: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que também nos acompanharam durante todo o curso, sempre

56

APÊNDICE V

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Pelo presente instrumento que atende às exigências legais, o(a) senhor (a)

____________________________________, representante da instituição, após a leitura

da Carta de Informação à Instituição, ciente dos procedimentos propostos, não restando

quaisquer dúvidas a respeito do lido e do explicado, firma seu CONSENTIMENTO LIVRE E

ESCLARECIDO de concordância quanto à realização da pesquisa. Fica claro que a

instituição, através de seu representante legal, pode, a qualquer momento, retirar seu

CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO e deixar de participar do estudo alvo da

pesquisa e fica ciente que todo trabalho realizado torna-se informação confidencial,

guardada por força do sigilo profissional.

São Paulo,....... de ..............................de..................

_________________________________________

Assinatura do representante da instituição

Page 57: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE … · Aos professores Magda Medhat Pechliye e Adriano Monteiro de Castro, que também nos acompanharam durante todo o curso, sempre

57

APÊNDICE VI

CARTA DE INFORMAÇÃO AOS PAIS OU RESPONSÁVEIS

Esta pesquisa tem como intuito analisar que conhecimentos os alunos do ensino médio

possuem sobre as possibilidades de acesso ao ensino superior. Para tanto, realizaremos

um questionário com os alunos do 3º ano do Ensino Médio. Assim, solicitamos sua

autorização para a realização dos procedimentos previstos. O contato interpessoal e a

realização dos procedimentos não oferecem riscos físicos. Os alunos não serão obrigados

a participar da pesquisa, podendo desistir a qualquer momento. Em eventual situação de

desconforto para responder as questões, os participantes poderão cessar sua colaboração

sem consequências negativas. Todos os assuntos abordados serão utilizados sem a

identificação dos participantes e da escola. Ressaltamos que se trata de uma pesquisa

para elaboração de monografia de conclusão de curso e que os resultados da mesma

serão divulgados em trabalho acadêmico e publicação, obedecendo ao sigilo, sendo

alterados quaisquer dados que possibilitem a identificação de participantes, instituições ou

locais que permitam identificação. De acordo com estes termos, caso haja consentimento

para a realização do questionário favor assinar abaixo.

Obrigado.

São Paulo,... de ..............................de..................

Assinatura do representante legal

________________________________________