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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PATOLOGIA ORAL LOURIVAL CONFESSOR DE OLIVEIRA NETO ROCHA ANÁLISE MORFOMÉTRICA DE ALTERAÇÕES CELULARES E NUCLEARES EM UMA SÉRIE DE LEUCOPLASIAS ORAIS E SUA ASSOCIAÇÃO COM O TABAGISMO NATAL/RN 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PATOLOGIA ORAL

LOURIVAL CONFESSOR DE OLIVEIRA NETO ROCHA

ANÁLISE MORFOMÉTRICA DE ALTERAÇÕES CELULARES E

NUCLEARES EM UMA SÉRIE DE LEUCOPLASIAS ORAIS E SUA

ASSOCIAÇÃO COM O TABAGISMO

NATAL/RN

2018

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Lourival Confessor de Oliveira Neto Rocha

ANÁLISE MORFOMÉTRICA DE ALTERAÇÕES CELULARES E NUCLEARES

EM UMA SÉRIE DE LEUCOPLASIAS ORAIS E SUA ASSOCIAÇÃO COM O

TABAGISMO

Trabalho apresentado no curso de

graduação de Odontologia da

Universidade Federal do Rio Grande do

Norte, como requisito para avaliação da

disciplina Trabalho de Conclusão de

Curso II.

Orientadora: Profa. Dra. Márcia Cristina

da Costa Miguel

NATAL/RN

2018

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Catalogação da publicação na fonte. UFRN / Departamento de Odontologia

Biblioteca Setorial “Prof. Alberto Moreira Campos”

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LOURIVAL CONFESSOR DE OLIVEIRA NETO ROCHA

ANÁLISE MORFOMÉTRICA DE ALTERAÇÕES CELULARES E NUCLEARES

EM UMA SÉRIE DE LEUCOPLASIAS ORAIS E SUA ASSOCIAÇÃO COM O

TABAGISMO

Trabalho apresentado no curso de

graduação de Odontologia da

Universidade Federal do Rio Grande do

Norte, como requisito para avaliação da

disciplina Trabalho de Conclusão de

Curso II.

Orientadora: Profa. Dra. Márcia Cristina

da Costa Miguel

BANCA EXAMINADORA

Profa. Dra. Márcia Cristina da Costa Miguel (orientadora)

UFRN

Profa. Dra. Lélia Maria Guedes Queiroz

UFRN

Profa. Dra. Patrícia Teixeira de Oliveira

UFRN

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DEDICATÓRIA

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“Não te mandei eu? Esforça-te, e tem bom ânimo; não temas, nem te espantes;

porque o Senhor teu Deus é contigo, por onde quer que andares.”

Josué 1:9

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AGRADECIMENTOS

A Deus seja toda Honra e Glória eternamente, pelo folego de vida e por

me dar a oportunidade de estar temporariamente como estrangeiro nessa

passagem terrena, chamada vida. Sem ele não estaria aqui. Sem o seu

consentimento eu não existiria.

A minha avó Idalina (in memoriam), por ter sido além de avó, mãe, pai,

irmã e amiga. Pelos dindins, pelos bolos, pelas trufas, pelos cachorros quentes

que a senhora vendia para poder cuidar de mim. Não consigo lembrar-me da

sua vida sem que meus olhos fiquem banhados por lágrimas de saudade e

gratidão. Minha alegria é saber que um dia estaremos juntos novamente!

A minha mãe, Luciene e ao meu Pa(i)dastro Januário, por todo amor,

esmero e zelo para que eu pudesse concluir meus estudos e me fazer vitorioso

na carreira acadêmica e também na vida. Pelo investimento em todas as áreas

e de todas as formas. Sem vocês nada disso teria acontecido.

Ao meu melhor amigo e companheiro de caminhada, Fernando. Ter

escolhido você para passar o resto da minha vida foi uma das melhores

decisões que tomei. Obrigado pela compreensão e companheirismo nos

momentos mais difíceis.

Aos meu tios Sebastião (Tião), Tia Nissinha, Tio Rogério, Tio Régio, Tia

Sônia e Tia Solange por acreditarem em mim e me ajudarem financeiramente

durante toda minha graduação. Essa vitória é de todos vocês. Anseio por poder

retribuir de alguma forma.

A professora Éricka Silveira por depositar em mim confiança, abrindo as

portas do saber e me iniciar nessa área tão complexa e, ao mesmo tempo,

bela, que é a patologia oral. Obrigado por todas os valiosos apontamentos que

tornaram esse trabalho possível.

A professora Márcia Miguel, por ter assumido a orientação desse

trabalho, quando na ausência de professora Éricka, por ocasião de seu pós-

doutorado. Obrigado por sua competência, compromisso, rigor técnico e

perspicácia em me guiar.

Ao doutorando Caio Barros, que se mostrou um verdadeiro Mestre

quando se trata em assessorar e ensinar. Obrigado pela paciência inesgotável

e por todas as vezes que me ajudou em todas as etapas desse processo. Seu

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futuro será fabuloso! A doutoranda Mara Luana, por ter participado da

elaboração do trabalho.

Aos meus amigos e colegas de graduação que tornaram a tão intensa

rotina de graduação mais suave e menos cruciante. A minha dupla, Maria

Fernanda, que se tornou uma grande amiga que levarei pelo resto da minha

vida.

Aos meus amados irmãos, Vinícius, Ana Luiza e July. Vocês são os

melhores que eu poderia ter. Ver o amadurecimento de vocês me fortalece e

me dá alegria em continuar.

A minha querida avó Rita, pelos conselhos e cuidado pra comigo. Sua

sabedoria não pode ser aprendida em livros, artigos ou periódicos.

Aos meus estimados irmãos, amigos e liderança da Comunidade Cidade

Refúgio Natal, Igreja da qual faço parte. Obrigado por torcerem e orarem por

mim. Por chorarem e se alegrarem comigo.

Ao meu Pai, Reginaldo, por todo apoio financeiro e auxílio em minha

necessidades terrenas. Por todas as palavras de ânimo.

Aos meus sogros Natalice e Maurício e aos meus cunhados Miguel e

Sara. Obrigado por toda provisão e solidariedade e por me adotarem na

família.

A todos aqueles que contribuíram direta e/ou indiretamente nessa

jornada. Que O SENHOR abençoe a cada um!

A UFRN, que me tornou uma profissional da tão aclamada ciência

odontológica. Ao CNPq pelo apoio financeiro.

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SUMÁRIO

RESUMO.......................................................................................... 10

ABSTRACT...................................................................................... 11

1 INTRODUÇÃO................................................................................. 12

2 MATERIAIS E MÉTODOS............................................................... 13

3 RESULTADOS................................................................................. 15

4 DISCUSSÃO.................................................................................... 16

5 CONCLUSÕES................................................................................ 21

REFERENCIAS................................................................................ 22

APÊNDICES...................................................................................... 25

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ANÁLISE MORFOMÉTRICA DE ALTERAÇÕES CELULARES E

NUCLEARES EM UMA SÉRIE DE LEUCOPLASIAS ORAIS E SUA

ASSOCIAÇÃO COM O TABAGISMO.

Lourival Confessor de Oliveira Neto Rocha (LCON Rocha)1, Caio César da

Silva Barros (CCS Barros)2, Maria Luiza Diniz de Sousa Lopes (MLDS Lopes)2,

Lélia Batista de Souza (LB Souza)3, Márcia Cristina da Costa Miguel (MCC

Miguel)3, Éricka Janine Dantas da Silveira (EJD Silveira)3.

1Bolsista de iniciação científica PIBIC/CNPq, Universidade Federal do Rio

Grande do Norte, Natal, RN, Brasil.

2Estudante do Programa de Pós-graduação em Patologia Oral, Universidade

Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, Brasil.

4Professora do Programa de Pós-graduação em Patologia Oral, Universidade

Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, Brasil.

Corresponding author:

Éricka Janine Dantas da Silveira

Endereço: Av Senador Salgado Filho, 1787, Lagoa Nova, Natal-RN, Brazil

Code: 59056-000

Phone: 55-84-3215-4138 Email: [email protected].

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RESUMO

Introdução: As desordens potencialmente malignas (DPM) podem preceder o

carcinoma de células escamosas oral (CCEO), dentre as quais a leucoplasia

oral (LO) é a mais comum. Ao longo dos anos, foram propostos diversos

sistemas de classificação que objetivam mensurar o potencial de

transformação maligna das DPM, no entanto há acentuada dificuldade de

implementação dos mesmos. Dessa forma, é importante realizar a análise

morfométrica do tecido alterado, a fim de verificar parâmetros quantitativos que

possam servir como indicadores fidedignos para essa aferição. Objetivo: O

presente estudo se propõe a avaliar morfometricamente parâmetros celulares e

nucleares associados à leucoplasias orais em seus diferentes graus de

alteração morfológica, relacionando de forma quantitativa as alterações

citológicas com o tabagismo. Metodologia: Foram analisados 33 lâminas com

diagnóstico histopatológico de leucoplasia oral, em pacientes tabagistas (15),

não tabagistas (9) e ex-tabagistas (9). Os casos, corados em hematoxilina e

eosina, foram escaneados e analisados levando em consideração os

parâmetros morfométricos de área celular (AC) e nuclear (AN), diâmetro celular

(DC) e nuclear (DN), e a razão (proporção) núcleo-citoplasma (R/C). Os dados

clínicos e histopatológicos foram submetidos a uma análise descritiva e

aplicação dos testes estatísticos não paramétricos ANOVA e Man-Whitney.

Resultados: Nosse estudo, não foi verificada diferença estatística significativa

nos parâmetros morfométricos avaliados em pacientes tabagistas e ex

tabagistas em relação aos não tabagistas. Conclusão: A análise

citomorfométrica das células da mucosa oral com leucoplasias orais parece

não ser um bom parâmetro para ser usado como ferramenta diagnóstica na

detecção e possível aferição do potencial de malignização dessas lesões.

Palavras chave: Carcinoma de células escamosas. Leucoplasia Bucal.

Tabagismo.

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ABSTRACT

Introduction: Oral potentially malignant disorders (OPMD) may precede oral

squamous cell carcinoma (OSSC) which oral leukoplakia (OL) is the most

frequent. Over the years, several classification systems have been proposed to

measure the malignant transformation potential of the OPMD but there is a

marked difficulty in implementing them. Thus, it is important to perform the

morphometric analysis of the altered tissue in order to verify quantitative

parameters that can serve as reliable indicators for this admeasurement.

Objective: To evaluate morphometrically cellular and nuclear parameters

associated with OLs in their different degrees of morphological alteration,

quantitatively correlating cytological changes with smoking. Methodology:

Thirty-three cases diagnosed as OLs of smokers (15), non-smokers (9) and

former smokers (9) were analyzed. The hematoxylin and eosin-stained lamina

were scanned and analyzed taking into consideration the morphometric

parameters of cell (AC) and nuclear (AN) area, cell (DC) and nuclear (DN)

diameter, and nuclear-cytoplasm ratio (R/C). The clinical and histopathological

data were submitted to a descriptive analysis and application of non-parametric

statistical tests ANOVA and Man-Whitney. Results: In our study, no statistically

significant difference was observed in the morphometric parameters evaluated

in smokers and former smokers compared to non-smokers. Conclusion: The

morphometric analysis of oral mucosa cells with OL does not seem to be a

good parameter to be used as a diagnostic tool in the detection and possible

measurement of the malignant potential of these lesions.

Keywords: Carcinoma, Squamous Cell. Leukoplakia, Oral. Tobacco use

disorder.

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1 INTRODUÇÃO

Dentre as neoplasias que acometem a região de cabeça e pescoço, o

carcinoma de células escamosas oral (CCEO) representa a maioria dos

casos(1,2). Ele pode surgir a partir a partir de desordens potencialmente

malignas (DPM) ou a partir da mucosa oral normal. A OMS em 2017 refere as

seguintes DPM: leucoplasia, eritroplasia, queilite actinica, fibrose submucosa,

líquen plano oral, candidose hiperplásica e deficiência de ferro. Dentre essas, a

leucoplasia oral (LO), também chamada de leucoplasia bucal, é a mais comum

(3,4). O diagnóstico da LO se dá por meio da exclusão de outras lesões

clinicamente semelhantes, mas que não possuem potencial de transformação

maligna (5).

Microscopicamente, a maioria das leucoplasias orais exibe mudanças

histológicas celulares e arquiteturais, que vão classifica-la desde hiperceratose

até displasia epitelial severa, carcinoma in situ ou CCEO (6). A displasia epitelial

é uma importante alteração, sendo a sua severidade apontada, por alguns

autores, como um indicador da malignização, se tornando assim, um sinal

importante da progressão de um epitélio normal para uma DPM, e

consequentemente, um possível CCEO (3). Entretanto, não há um consenso da

eficácia na gradação das displasias, pois a sua classificação em graus é

subjetiva e de fraca reprodutibilidade (7).

O diagnóstico e gradação de displasia epitelial oral é baseada na

combinação de mudanças arquiteturais e citológicas (8). A estratificação epitelial

irregular, perda da polaridade das células na camada basal, projeções epiteliais

bulbosas e em formato de gota, disceratose e formação de pérolas de ceratina

são algumas das principais alterações arquiteturais observadas na displasia (9).

Entretanto, a alteração individual das células epiteliais também se mostra como

um importante fator na determinação da displasia epitelial (10). Essas alterações

consistem da variação anormal no tamanho da célula e do núcleo, variação na

forma nuclear e celular, aumento da relação núcleo-citoplasma,

hipercromatismo nuclear e mitoses atípicas (9). Pesquisadores na área de

patologia bucal buscaram mensurar tais em medidas em certas lesões e/ou

enfermidades que acometem a cavidade oral, como CCEO e carcinoma

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verrucoso (CV). No tocante a leucoplasias orais, alguns autores como Smitha

et al. (2011)(11) e Gupta et al. (2016)(12), mediram morfometricamente LOs cujo

diagnóstico histopatológico foi de displasia epitelial leve, moderada ou severa,

buscando relação entre elas. Vinheta et al. (2015)(13) analisou, juntamente com

a LO, casos de CCEO e CV. Nivia et al (2015)(14) fez um estudo semelhante,

incluindo em sua amostra grupos de pacientes fumantes e não-fumantes com e

sem LO, indivíduos com mucosa oral sadia e usuários de tabaco

diagnosticados com CCEO, buscando encontrar as diferenças morfometricas

nas células de todos os grupos. De forma geral, tais autores encontraram em

suas pesquisas diferenças citomorfométricas significativas entre os grupos

citados.

Deste modo, a avaliação dos parâmetros celulares e nucleares

presentes nas LO, como diâmetro e área nuclear e celular, em seus diferentes

graus de alteração morfológica e a sua relação com o tabagismo, parece ser

um parâmetro interessante a ser pesquisado na busca de ferramentas que

auxiliem o diagnóstico precoce de lesões com potencial de transformação

maligna. O presente estudo se propôs a avaliar morfometricamente parâmetros

celulares e nucleares associados às leucoplasias orais em seus diferentes

graus de alteração morfológica, relacionando de forma quantitativa as

alterações citológicas com o tabagismo.

2 MATERIAIS E MÉTODOS

Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) Nº 2.414.350. A

presente pesquisa consiste em uma análise retrospectiva, descritiva e

comparativa das características morfométricas encontradas em 33 casos de

leucoplasia oral diagnosticados no Serviço de Anatomia Patológica da

Disciplina de Patologia Oral do Departamento de Odontologia da UFRN, com

diagnósticos histopatológicos de hipercetarose, displasias epiteliais leve,

moderada ou severa em uma série de casos de pacientes não fumantes,

fumantes e ex-fumantes, no período de janeiro de 2007 a dezembro de 2017. O

grupo controle foi composto por 10 pacientes sem lesão com potencial de

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transformação maligna, que tiveram como laudo histopatológico hiperplasia

fibro-epitelial. Foram incluídos na amostra os casos cujos prontuários

continham as informações necessárias para realização da pesquisa e aqueles

cujos espécimes apresentavam quantidade de material biológico suficiente

para análise morfológica. Foram excluídos da amostra pacientes portadores de

qualquer doença sistêmica de base que pudesse justificar o aparecimento de

lesões leucoplásicas, pacientes que não possuiam dados clínicos disponíveis o

suficiente para classifica-los nos grupos de não fumantes, fumantes e ex-

fumantes e casos que não possuíam quantidade suficiente de material

biológico para realização do estudo.

Os dados clínicos referentes ao gênero, idade, raça, hábitos dos

pacientes, localização das lesões, aspecto e presença de múltiplas lesões

foram obtidos através da análise de prontuários clínicos arquivados no serviço

de Diagnóstico Oral do Departamento de Odontologia da UFRN. Foram

incluídos na amostra, apenas casos de pacientes que apresentaram

diagnóstico clínico de leucoplasia oral, que não tenham sido submetidos a

nenhum tipo de tratamento prévio antes da obtenção do fragmento de biópsia

incisional para o diagnóstico. Os casos, que foram diagnosticados

histopatologicamente como hipercetarose ou displasias epiteliais leve,

moderada ou severa, foram divididos em três grupos distintos, a saber,

pacientes não fumantes (9), fumantes (15) e ex-fumantes (9).

Os espécimes teciduais dos casos selecionados, fixados em formol a

10% e incluídos em parafina, foram submetidos a cortes histológicos de 5 μm

de espessura, estendidos em lâminas de vidro e corados pela técnica

histoquímica da hematoxilina e eosina (HE).

A análise morfométrica realizada seguiu uma adaptação do método

proposto por Gupta et al. (2016)(12). As lâminas dos casos selecionados foram

escaneadas (Pannoramic MIDI, 1.15 SPI, 3D HISTECH®, Budapest, Hungary)

e então, com o auxílio do programa de visualização Pannoramic Viewer 1.15.2

(3DHISTECH®, Budapest, Hungary), em um aumento de 100x, foram eleitas e

fotografadas três áreas da camada parabasal e espinhosa, no qual as células

epiteliais se apresentem maiores, com seu contorno citoplasmático bem

definido e núcleo posicionado na região central da célula, assumindo assim,

que o plano do corte histológico passou no plano central da célula e do núcleo,

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representando aproximadamente o tamanho real da célula. A camada basal foi

excluída, pois as células presentes no terço inferior do epitélio muitas vezes

não apresentam contorno celular e nuclear bem definidos. Células identificadas

como não queratinócitos, células inflamatórias e células em processo de

degeneração não foram analisadas.

Posteriormente, as células foram analisadas citometricamente com o

auxílio do software IMAGE J® 1.8.0, o qual foi configurado para que 1 pixel

fosse equivalente a 6,034 µm (Figura 01). Em cada campo, foram selecionadas

as 10 maiores células, com contornos citoplasmáticos mais nítidos. Os

parâmetros morfométricos observados foram: a área celular (AC) e nuclear

(AN), diâmetro celular (DC) e nuclear (DN), e a proporção núcleo-citoplasma

(N/C) que consiste na razão entre a AN e a AC (AN:AC) (Figura 02).

Os dados clínicos e histopatológicos e de acompanhamento foram

tabulados no programa Microsoft Excel® 2010 (Microsoft Corporation, USA) e

posteriormente exportados para o software SPSS for Windows (Statistical

Package for Social Sciences; IBM, USA), versão 20.0., no qual foram

submetidos a uma análise descritiva e aplicação dos testes estatísticos não

paramétricos ANOVA e Man-Whitney. Para avaliação da associação das

variáveis independentes utilizou-se o teste Qui-quadrado (p < 0,05).

3 RESULTADOS

Perfil da amostra

O perfil clinicopatológico dos pacientes encontra-se descrito na Tabela 1.

Dentre as 33 leucoplasias estudadas, a maioria (n=18; 54.5%) ocorreu em

indivíduos do sexo feminino. A idade média observada foi de 56.58 com desvio

padrão de 15.48, sendo que 17 pacientes (51.5%) apresentavam uma idade

até 56 anos. Com relação à cor da pele, houve predominância de pacientes

feodermas (n=16; 48.5%). Rebordo alveolar (n=8; 24.2%) e mucosa interna do

lábio (n=8; 24.2%) foram às localizações mais acometidas, seguidas da língua

(n=7; 21.2%). Quinze pacientes (45.5%) eram fumantes, enquanto 9 (27.3%)

eram ex-fumantes e 9 (27.3%) não-fumantes. A maioria dos pacientes não

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consumia bebidas alcoólicas (n=29; 84.8%). No que diz respeito ao aspecto

clínico das lesões, 30 (90.9%) casos exibiam aspecto homogêneo e a presença

de lesões múltiplas foi observada em 13 casos (39.4%). A maioria dos casos

(n=16; 48.5%) foi classificada como lesões sem displasia epitelial. O grupo de

mucosa oral normal foi composto apenas por pacientes não-fumantes,

totalizando 10 casos, com diagnóstico histológico de hiperplasia fibro-epitelial.

Resultados morfométricos

A comparação dos parâmetros morfométricos estudados com relação à

variável tabagismo revelou que os valores foram similares entre pacientes

fumantes, não-fumantes e ex-fumantes (Tabela 2). A Tabela 3 detalha os

valores dos parâmetros morfométricos estudados comparados entre os

espécimes de mucosa oral normal e leucoplasias orais, sendo observada

ausência de significância estatística em todos os parâmetros analisados. No

que diz respeito à gradação histopatológica das leucoplasias orais, também

foram observados valores similares para todos os parâmetros morfométricos

estudados (Tabela 4).

4 DISCUSSÃO

O CCEO pode surgir a partir da mucosa oral normal ou a partir de

alterações prévias na mesma, denominadas de desordens potencialmente

malignas. Essas lesões clinicamente evidenciam mudanças pré-malignas na

mucosa oral e por isso fornecem a possibilidade para detecção e medidas

preventivas (15,16).

As desordens potencialmente malignas (DPM) são condições que

surgem antes do estabelecimento do CCEO e são definidas como tecidos

morfologicamente alterados nos quais o câncer pode ocorrer mais facilmente

do que na contra parte do tecido normal (4, 17). Dentre as DPM cita-se:

leucoplasia, eritroplasia, queilite actinica, fibrose submucosa, líquen plano oral,

cândida hiperplásica e deficiência de ferro (4,18). As leucoplasias orais (LO) são

as DPM mais comuns (2). Conforme Sangle et al (2016)(16), o diagnóstico

precoce de DPM e do CO pode melhorar a sobrevivência e mortalidade dos

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pacientes. As LO são descritas como lesões brancas não removíveis a

raspagem, e seu diagnóstico é realizado por meio da exclusão de outras lesões

clinicamente semelhantes, mas que não possuem potencial de malignidade

como o leucoedema, morsicatio buccarum e a ceratose friccional (5,19).

Em nosso estudo foram analisados 33 casos de leucoplasia oral (LO). A

maioria (n=18; 54.5%) ocorreu em indivíduos do sexo feminino, achado

semelhante aos encontrados por Liu et al (2010)(20) e Maia et al (2016)(21). A

literatura aponta uma certa predileção pelo sexo masculino (5, 22), todavia a

nossa amostra foi composta majoritariamente por mulheres, que nos últimos

anos tem sido cada vez mais acometidas em decorrência de adoção de hábitos

considerados, no passado, como sendo estritamente masculinos, tais como

fumar e beber. A idade média observada foi de 56.58 com desvio padrão de

15.48, sendo que 17 pacientes (51.5%) apresentavam uma idade até 56 anos,

o que corrobora com a literatura que aponta a LO como sendo mais comum em

indivíduos acima de 40 anos, por volta da meia-idade ou entre as quinta e

sétima décadas de vida(5, 21, 22). Com relação à cor da pele, houve

predominância de pacientes feodermas (n=16; 48.5%), confrontando os

achados dos estudos de Silverman et al (1984)(23), Feller et al (1991)(24) e Maia

et al (2016)(21), em que 97%, 86% e 44,4% dos pacientes eram leucodermas,

respectivamente. A maior prevalência de feodermas nesse estudo pode ocorrer

em decorrência da variação étnica e cultural regional.

Com relação à localização, os hábitos e lugar de origem também

parecem influenciar no local de acometimento das lesões. Em nosso estudo o

rebordo alveolar (n=8; 24.2%) e mucosa interna do lábio (n=8; 24.2%) foram às

localizações mais frequentes, seguidas da língua (n=7; 21.2%). Nossos

achados corroboram, em parte, com os achados de Maia et al (2016)(21) que

apontaram o rebordo alveolar, junto com mucosa jugal, como os locais mais

acometidos. Todavia, em nosso estudo, lesões em mucosa jugal, se deram em

apenas 4 (12.1%) pacientes, confrontando os achados de Liu et al (2010)(20),

cujos sítios mais acometidos foram língua (51.4%) e mucosa jugal (32.6%).

A etiologia da LO é considerada multifatorial, mas o uso do tabaco é

considerado o fator mais envolvido, sendo uma lesão muito mais comum entre

fumantes do que entre não fumantes. O tabaco também é o fator de risco mais

fortemente relacionado a LO (2, 5, 9, 22, 25, 26). De nossa amostra, quinze pacientes

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(45.5%) eram fumantes, nove (27.3%) eram ex-fumantes e nove (27.3%) não-

fumantes. O montante total somando fumantes e ex-fumantes corresponde a

72,8% dos casos. A vasta maioria dos pacientes não consumia bebidas

alcoólicas, (n=29; 84.8%), que junto com o cigarro também é apontado como

um fator de risco mais relacionado ao surgimento das LOs (2, 5, 22). No que diz

respeito ao aspecto clínico das lesões, 30 (90; 9%) casos exibiam aspecto

homogêneo e a presença de lesões múltiplas foi observada em 13 casos (39;

4%). As lesões não homogêneas são comumente associadas a um maior risco

de transformação maligna se comparadas às homogêneas (2, 19, 27).

A maioria dos casos (n=16; 48.5%) foi classificada como lesões sem

displasia epitelial, tendo como laudo histopatológico hiperceratose. O acúmulo

de alterações genéticas e epigenéticas, causadas pela exposição aos fatores

de risco, pode promover a malignização da mucosa oral, resultando em uma

série de alterações clínicas e histológicas bem definidas (28). Dentre essas

alterações histológicas, a hiperceratose consiste no espessamento da camada

superficial de ceratina, podendo ou não estar associada à hiperplasia, porém

com preservação da estratificação (9, 25, 28).

A displasia é descrita como uma perturbação arquitetônica do epitélio

acompanhada por atipia citológica. Convencionalmente, a displasia é dividida

em graus, que vão de leve a severa (28). No quadro de displasia leve as

perturbações arquiteturais estão limitadas ao terço inferior do tecido epitelial,

nas camadas basal e parabasal, acompanhado de atipia celular. Na displasia

moderada essas perturbações se restringem ao terço médio e o grau de atipia

é variável. Na displasia severa mais de dois terços do epitélio apresentam

perturbações arquiteturais associadas a atipia (9, 25).

De forma geral, as perturbações arquiteturais mais frequentes consistem

em quadros de estratificação epitelial irregular, perda da polaridade das células

na camada basal, projeções epiteliais bulbosas e em formato de gota,

disceratose e formação de pérolas de ceratina. A atipia, por sua vez, é

manifesta quando na presença de alterações celulares individuais, como a

variação anormal no tamanho da célula e do núcleo, variação na forma nuclear

e celular, aumento da relação núcleo-citoplasma, hipercromatismo nuclear e

mitoses atípicas (9).

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19

Para alguns autores a análise dessas alterações morfológicas é de

fundamental importância para aferição do potencial de transformação maligna

da LO, visto que em lesões que apresentam maior grau de displasia essa

transformação acontece com mais frequência. A avaliação histopatológica da

displasia epitelial oral (DEO) tem sido considerada por alguns autores como o

"padrão-ouro" para a predição da transformação maligna das lesões orais

potencialmente malignas, incluindo as LO (2, 11).

De acordo com Gadiwan et al (2014)(29) as características nucleares

refletem o potencial biológico das células e a sua morfometria configura-se

como uma ferramenta útil para diferenciar os graus de displasia. Embora

existam alguns parâmetros morfológicos que auxiliam no diagnóstico

histopatológico das LO, devido a subjetividade inter e intra observador,

nenhuma delas ainda é ideal para predizer a evolução clínica dessas lesões,

de maneira que a citomorfometria tem sido utilizada em algumas pesquisas e é

capaz de quantificar os parâmetros nucleares e celulares, e, assim, fornecer

uma base objetiva e concreta para classificação do potencial de malignização

das LO (11, 25).

Gupta et al (2016)(12) afirmam que o aumento das áreas nuclear e celular

nas células basais na leucoplasia oral indica que esses tecidos são mais

propensos a transformação maligna; e que, dessa forma, sua medida pode

fornecer um meio objetivo para avaliar o epitélio displasia e predizer sua

potencial malignidade.

Em nosso estudo, embora tenha ocorrido aumento discreto da média da

área celular de células com LO em relação a células da MON, não houve

diferença estatística entre os grupos de fumante, não fumante e ex fumante.

Também não foi verificada diferença significativa em relação área nuclear

(AN), diâmetro celular (DC), diâmetro nuclear (DN) e relação núcleo-citoplasma

(N/C).

Vinheeta et al (2015)(25) realizou um estudo morfométrico semelhante ao

nosso, utilizando análise de imagem por software computacional, no qual

avaliaou as diferenças celulares entre pacientes com Leucoplasia oral (LO),

carcinoma verrucoso (CV) e carcinoma de células escamosas oral (CCEO) em

relação a mucosa oral normal (MON) e concluíram que parâmetros como

diâmetro nuclear e celular, e área nuclear e celular aumentaram nos casos de

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20

LO, CV e CCEO em relação a mucosa oral normal. O mesmo não foi verificado

em nossos resultados.

Smitha et al (2011)(11) realizaram um estudo morfométrico por meio de

análise de imagem com software computacional, em que avaliaram AC, NA,

RNC e perímetro nuclear e celular, área nuclear em células da camada basal

de laminas com diagnóstico clínico de LO. Todos os parâmetros mostraram-se

aumentados em relação a MON, diferentemente dos achados de nosso estudo.

Em estudo semelhante realizado por Gupta et al (2016)(12), foram avaliados

área celular (AC), área nuclear (AN) e a razão (proporção) núcleo-citoplasma

(N/C) em células da camada basal de MON, LO e CCEO. Os autores

verificaram aumento da AC em LOs em relação à mucosa oral normal.

Nivia et al (2015)(14) realizou um estudo morfométrico utilizando citologia

esfoliativa (papanicolau) em células de LO, CCEO e MON. Foram avaliadas

alterações citomorfométricas das células da mucosa bucal em indivíduos

normais (Grupo I), usuários de tabaco sem lesão (Grupo II), usuários de tabaco

com LO (Grupo III) e usuários de tabaco com CCEO (Grupo IV), usando um

sistema de análise de imagens semi-automatizado. A medida da AN (em μm2)

nos quatro grupos foi crescente, com o menor valor no grupo I e o maior no

grupo IV. A AC também se mostrou aumentada nos grupos II, III e IV em

relação ao grupo I. Em outro estudo semelhante conduzido por Khot et al

(2015)(30), em que também se utilizou citologia esfoliativa, os autores

analisaram células de indivíduos não fumantes, mastigadores de tabaco e

fumantes. Esse estudo apontou aumento da AC e AN em células da mucosa

bucal de fumantes em relação a células de indivíduos não fumantes. Esses

resultados diferem do presente estudo onde não foi verificada diferença, porém

deve-se ressaltar que esses últimos autores utilizaram citologia esfoliativa, o

que pode explicar, em parte, a diferença em relação a presente pesquisa.

Nossos achados não foram os mesmos aos de outros estudos com

metodologia semelhante, talvez por que mais da metade de nossos casos

tenha como diagnóstico histopatológico a hiperceratose, compreendendo um

total de 16 casos. Microscopicamente a hiperceratose traz como maior

mudança tecidual o espessamento da camada de ceratina na camada córnea,

não possuindo de forma contundente características teciduais de displasia e

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21

atipia. Tivemos 06 casos de DEL e 06 de DEM, e apenas 02 casos de DES,

conforme mostra a Tabela 01.

Embora, provavelmente pelo exposto no paragrafo anterior, nossos

achados não tenham apresentado diferenças significativas, alguns autores

apontam para a evidencia de que o tabaco atua sobre as células da mucosa

bucal, provocando aumento da área celular e nuclear em relação às células de

indivíduos não fumantes. Aumento esse que pode estar relacionado aos

possíveis mecanismos carcinogênicos relacionados a esse tão massivo fator

de risco, que tem sido fortemente relacionado a algumas desordens

potencialmente malignas, dentre as quais a leucoplasia oral é a principal.

5 CONCLUSÕES

Os resultados do presente estudo sugerem que nesta amostra o

tabagismo e a leucoplasia oral não produzem alterações citomorfométricas

definidas. Assim, a análise citomorfométrica das células da mucosa oral com

leucoplasia oral talvez não possa ser usada como uma ferramenta diagnóstica

eficaz na detecção e possível aferição do potencial de malignização dessas

lesões. No entanto, são necessários mais estudos, com amostras mais amplas,

que possam trazer mais informações sobre esse assunto.

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25

APÊNDICES

APÊNDICE I- FIGURAS E TABELAS

Figura 01. Captura da tela do programa IMAGE J®, utilizado em nosso trabalho, com caso de displasia epitelial

leve. Ao centro, janela de configurações programadoras da imagem.

Figura 02. Medidas analisadas pelo IMAGE J® em célula da camada espinhosa do caso demonstrado na figura

anterior. A – área celular, B- área nuclear, C- diâmetro celular, D – diâmetro nuclear.

A B C D

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26

Tabela 1. Perfil clinicopatológico dos pacientes com leucoplasia oral.

Variáveis n %

Sexo

Masculino 15 45.5

Feminino 18 54.5

Faixa etária

< 56 anos 17 51.5

> 56 anos 16 48.5

Raça

Leucoderma 9 27.3

Feoderma 16 48.5

Melanoderma 5 15.2

Não informada 3 9.1

Tabagismo

Fumante

Não-fumante

Ex-fumante

Etilismo

Etilista

Não-etilista

15

9

9

5

28

45.5

27.3

27.3

15.2

84.8

Localização da lesão

Língua

Mucosa jugal

Rebordo alveolar

Palato duro

Palato mole

7

4

8

3

1

21.2

12.1

24.2

9.1

3.0

Mucosa interna do lábio

Trígono retromolar

8

2

24.2

6.1

Aspecto clínico

Homogêneo 30

90.9

Não-homogêneo 3 9.1

Lesões múltiplas

Sim

Não

13

20

39.4

60.6

Gradação histológica (OMS)

Sem displasia

Displasia epitelial leve

Displasia epitelial moderada

16

6

6

48.5

18.2

27.3

Displasia epitelial severa 2 6.1

TOTAL 33 100%

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27

Tabela 2. Média e desvio padrão dos valores de cada parâmetro morfométrico de acordo com a variável tabagismo.

Tabagismo (n) Área celular Área nuclear Relação núcleo/citoplasma Diâmetro celular Diâmetro nuclear

Média+DP Mediana p Média+DP Mediana p Média+DP Mediana p Média+DP Mediana p Média+DP Mediana p

Fumante (15) 253.14+18.06 258.80 0.819 66.92+3.61 66.70 0.796 0.27+0.01 0.26 0.936 21.53+0.92 21.90 0.922 9.96+0.31 10.10 0.244

Não-fumante (9) 236.86+8.35 236.20 64.22+2.11 67.60 0.27+0.01 0.27 21.13+0.54 21.00 9.52+0.19 9.50

Ex-fumante (9) 248.58+21.99 244.10 65.17+3.94 67.90 0.27+0.01 0.27 21.79+1.42 20.90 9.97+0.41 10.00

DP, Desvio padrão.

Teste não-paramétrico de Kruskal-Wallis

Tabela 3. Média e desvio padrão dos valores de cada parâmetro morfométrico comparados entre leucoplasias orais e mucosa oral normal. Tecido

analisado

(n)

Área celular Área nuclear Relação núcleo/citoplasma Diâmetro celular Diâmetro nuclear

Média+DP Mediana p Média+DP Mediana p Média+DP Mediana p Média+DP Mediana p Média+DP Mediana p

Leucoplasia

oral (33)

246.63+60.50 241.20 0.921 65.04+12.00 66.70 0.681 0.27+0.04 0.26 0.600 21.31+3.40 21.00 0.600 9.79+1.11 9.70 0.788

Mucosa oral

normal (10)

239.6+36.74 241.75 66.43+9.6 68.35 0.27+0.03 0.27 21.74+2.5 21.25 9.69+0.93 9.70

DP, Desvio padrão.

Teste não-paramétrico de Mann-Whitney

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Tabela 4. Média e desvio padrão dos valores de cada parâmetro morfométrico de acordo com o diagnóstico histopatológico das leucoplasias orais.

Diagnóstico

histopatológico (n)

Área celular Área nuclear Relação núcleo/citoplasma Diâmetro celular Diâmetro nuclear

Média+DP Mediana p Média+DP Mediana p Média+DP Mediana p Média+DP Mediana p Média+DP Mediana p

Hiperceratose/DEL

(22)

254.63+62.95 258.70 0.276 65.26+11.54 65.25 0.954 0.26+0.03 0.26 0.359 21.82+3.41 22.15 0.152 9.86+0.97 9.75 0.516

DEM/DES (11) 230.62+54.48 228.00 64.60+16.45 67.60 0.29+0.05 0.29 20.29+3.30 20.30 9.65+1.40 9.50

DP, Desvio padrão; DEL, displasia epitelial leve; DEM, displasia epitelial moderada; DES, displasia epitelial severa.

Teste não-paramétrico de Mann-Whitney

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APENCIDE II – PARECER CONSUBSTANCIADO DO COMITÊ DE ÉTICA E

PESQUISA

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APENCIDE III - NORMAS DO JORNAL BRASILEIRO DE MEDICINA E

PATOLOGIA LABORATORIAL

O Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial ( JBPML), continuação

do Jornal Brasileiro de Patologia, de periodicidade bimestral (fevereiro, abril,

junho, agosto, outubro e dezembro), é o órgão oficial da Sociedade Brasileira

de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML), da Sociedade Brasileira

de Patologia (SBP) e da Sociedade Brasileira de Citopatologia (SBC). É indexado

no Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), no

Periodica e no Chemical Abstracts e é integrante da base de dados Scientific

Electronic Library Online (SciELO). Destina-se à publicação de trabalhos

científicos que contribuam para o desenvolvimento da área de Medicina

Laboratorial e aceita as seguintes categorias: artigos originais, de revisão, de

atualização, experimentais, relatos de caso, comunicações breves e cartas aos

editores. Os trabalhos podem ser submetidos nos idiomas português, inglês ou

espanhol, mas o texto completo será publicado apenas em inglês, com resumo

em português ou espanhol.

ANÁLISE DOS TRABALHOS

O manuscrito recebido será enviado para, pelo menos, dois avaliadores

independentes, pares científicos, de renome e com conhecimento específico na

área contemplada pelo artigo. Após análise pelos avaliadores, o editor-chefe do

JBPML entrará em contato com o autor principal comunicando os passos a

serem seguidos na aceitação do trabalho para publicação ou sua eventual

rejeição.

ÉTICA

Estudos realizados com seres humanos, incluindo órgãos e/ou tecidos

isoladamente, bem como prontuários clínicos ou resultados de exames clínicos,

deverão estar de acordo com a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de

Saúde. Quando pertinente, o trabalho deverá ter aprovação do comitê de ética

da instituição onde foi realizada a pesquisa, em consonância com a Declaração

de Helsinki, atualizada em 2008.

Nos trabalhos experimentais envolvendo animais, devem ser respeitados os

princípios éticos de experimentação animal do Colégio Brasileiro de

Experimentação Animal (COBEA) e as normas estabelecidas no Guide for Care

and Use of Laboratory Animals (Institute of Laboratory Animal Resources,

Commission on Life Sciences, National Research Council, Washington,

D.C., atualizada em 2011). As drogas e substâncias químicas eventualmente

utilizadas na realização do trabalho devem ser identificadas com precisão. Não

devem ser utilizados nomes ou iniciais do paciente nem informados nomes

comerciais, de empresas e/ou registros de hospitais.

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RESPONSABILIDADE DA AUTORIA E CONFLITO DE INTERESSES

De acordo com as diretrizes elaboradas pelo International Committee of Medical

Journal Editors (ICMJE), atualizada em 2013, a autoria deve ser validada para:

a) concepção e projeto do trabalho ou aquisição, análise e interpretação dos

dados; b) redação inicial do artigo ou revisão crítica do seu conteúdo; c)

aprovação final da versão para publicação; d) responsabilidade para todos os

aspectos do trabalho, garantindo que questões relacionadas à acurácia ou

integridade de qualquer parte do trabalho sejam adequadamente investigadas e

analisadas. Todos os autores listados no artigo devem preencher os quatro

critérios de validação de autoria para serem designados como tal. Os

participantes do trabalho que não preencherem os quatro critérios devem ser

incluídos na secção de Agradecimentos (Acknowledgements). O autor principal

deve especificar a contribuição de cada um nas diferentes etapas do estudo.

Do mesmo modo, o autor principal deve declarar ou negar a existência de

possíveis conflitos de interesse. Caso exista algum conflito, ele deve ser

especificado como nota no final do artigo.

RESUMOS E UNITERMOS

Independentemente do idioma no qual o trabalho foi escrito, devem constar

dois resumos: um em português (Resumo) e outro em inglês (Abstract). Os

resumos devem identificar os objetivos, os procedimentos e as conclusões do

trabalho (máximo de 250 palavras para artigos originais, artigos de revisão e

artigos de atualização; e máximo de 100 palavras para relatos de caso e

comunicações breves). Caso o trabalho tenha sido escrito em espanhol, deverá

haver um resumo também nesse idioma.

Os unitermos, palavras que representam o assunto tratado no trabalho, devem

ser em número de três a seis, utilizando o vocabulário controlado Descritores

em Ciências da Saúde (DeCS) da BIREME, acrescidos de outros termos, quando

necessário. Devem ser apresentados em português e inglês. Caso o trabalho

tenha sido escrito em espanhol, deverá haver descritores também nesse

idioma.

AGRADECIMENTOS

Devem ser breves, diretos e dirigidos apenas à pessoa ou à instituição que

contribuiu substancialmente para a elaboração do trabalho. Devem ser incluídos

após as conclusões e antes das referências bibliográficas.

ESTRUTURA DO TEXTO

Artigos originais

São contribuições destinadas a divulgar resultados de pesquisa original que

possam ser replicados. Os artigos podem conter até 4 mil palavras. A sua

estrutura formal deve seguir o esquema de apresentação do texto para esse

tipo de artigo: Introdução, Objetivos, Material e Método, Resultados, Discussão,

Conclusões e Referências Bibliográficas.

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O uso de subtítulos é recomendado, particularmente na Discussão. Implicações

clínicas e limitações do estudo devem ser claramente apontadas. Sugere-se o

detalhamento do tópico Material e Método. Para esses artigos, exige-se a

apresentação de resumos estruturados em português e inglês, com cabeçalhos

obedecendo à apresentação formal do artigo: Introdução, Objetivos, Material e

Método, Resultados, Discussão, Conclusões e Referências. O Abstract (resumo

em inglês) deve ser precedido pelo título em inglês. As referências

bibliográficas devem aparecer no final do texto, obedecendo às normas

especificadas a seguir

Comunicações breves

São relatos curtos que devem apresentar: 1) dados de estudos preliminares

com achados sugestivos que garantam uma investigação mais definitiva; 2)

estudos de replicação; e 3) estudos negativos de tópicos importantes. Esses

artigos devem ter até 1.500 palavras, incluir resumo não estruturado e, no

máximo, uma tabela ou figura, além das referências bibliográficas.

Artigos de revisão

Serão aceitos apenas mediante convite.

Avaliações críticas sistematizadas da literatura sobre determinado assunto,

devem incluir conclusões e ter até 5 mil palavras. A organização do texto, com

exceção de Introdução, Discussão e Conclusão, fica a critério do autor. Para

esses artigos, exige-se um resumo estruturado no idioma do texto e outro em

inglês. Uma lista extensa de referências bibliográficas deve aparecer no final do

texto.

Relatos de caso

São trabalhos de observações clinicolaboratoriais originais, acompanhados de

análise e discussão. Devem conter até 1.500 palavras. A estrutura deve

apresentar, no mínimo, os seguintes tópicos: Introdução, Relato(s) dos(s)

caso(s) e Discussão. Incluir um resumo não estruturado no idioma do texto e

outro em inglês.

Cartas aos editores

Inclui cartas que visam a discutir artigos recentes publicados na revista ou a

relatar pesquisas originais ou achados científicos significativos. Cartas breves,

com no máximo 500 palavras (incluindo referências, sem tabelas ou figuras),

serão consideradas se estiver explícita a frase “para publicação”.

REFERÊNCIAS

As referências bibliográficas devem aparecer no final do artigo, e ser

numeradas sucessivamente pela ordem em que são mencionadas pela primeira

vez no texto. Devem seguir as normas do Estilo Vancouver. Os títulos dos

periódicos deverão ser referidos na forma abreviada de acordo com o Index

Medicus (List of Journals Indexed in Index Medicus). Se a lista de referências

não seguir a norma adotada, os trabalhos serão imediatamente rejeitados, sem

revisão de conteúdo.

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Os autores devem certificar-se de que as referências citadas no texto constam

da lista de referências com datas exatas e nomes de autores corretamente

grafados. A exatidão das referências bibliográficas é de responsabilidade dos

autores. Comunicações pessoais, trabalhos inéditos ou em andamento poderão

ser citados, quando absolutamente necessários, mas não devem ser incluídos

na lista de referências bibliográficas; apenas mencionados no texto ou em nota

de rodapé. A lista de referências deve seguir o estilo dos exemplos abaixo.

Exemplos: Artigos de periódicos (um só autor)

Fry PH. O significado da anemia falciforme no contexto da ‘política racial’ do governo brasileiro 1995-2004. Hist Cienc Saude Manguinhos. 2005; 12: 347-70. PubMed PMID: 16353330.

Artigos de periódicos (até seis autores) Barbosa AJA, Queiroz DM, Mendes EN, Rocha GA, Lima GF Jr, Oliveira CA. Immunocytochemical identification of Campylobacter pylori in gastritis and

correlation with culture. Arch Pathol Lab Med. 1988 May; 112(5): 523-5. PubMed PMID: 3282485.

Artigos de periódicos (mais de seis autores)

Rocha GA, Queiroz DM, Mendes EN, et al. Indirect immunofluorescence determination of the frequency of anti-H. pylori antibodies in Brazilian blood donors. Braz J Med Biol Res. 1992; 25(7): 683-9. PubMed PMID: 1342599.

Artigo de periódico on-line Polgreen PM, Diekema DJ, Vandeberg J, et al. Risk factors for groin wound infection after femoral artery catheterization: a case-control study. Infect

Control Hosp Epidemiol [Internet]. 2006 Jan; 27(1): 34-7. Disponível em: http://www.journals.uchicago.edu/ICHE/journal/issues/ v27n1/2004069/2004069.web.pdf.

Livros no todo (dois autores) Eyre HJ, Lange DP. Informed decisions: the complete book of cancer diagnosis,

treatment, and recovery. 2nd ed. Atlanta: American Cancer Society; 2002. Capítulos ou parte de livro editado por outro autor

Mendeenhall WM. Treatment of head and neck cancer. In: DeVita VT Jr,

Lawrence TS, Rosenberg SA , editors. Cancer: principles and practice of oncology. 9th ed. Philadelphia, PA: Lippincott Williams & Wilkins; 2011. p. 729-80.

Parte de livro em meio eletrônico São Paulo (Estado). Secretaria do Meio Ambiente. Tratados e organizações ambientais em matéria de meio ambiente. In: São Paulo (Estado). Entendendo

o meio ambiente. São Paulo; 1999. v. 1. Disponível em: http://www.bdt.org/sma/entendendo/atual/htm.

Evento em meio eletrônico

Christensen S, Oppacher F. An analysis of Koza's computational effort statistic for genetic programming. In: Foster JA, Lutton E, Miller J, Ryan C, Tettamanzi AG, editores. Genetic programming. EuroGP 2002: Proceedings of the 5th

European Conference on Genetic Programming; 2002 Apr 3-5; Kinsdale, Ireland. Berlin: Springer; 2002. p. 182-91.

Tese ou dissertação

Silva MAL. Estudo da identificação de haplótipos e a relação com as manifestações clínicas em pacientes com doença falciforme. 2008. [dissertação]. Programa de pós-graduação em Ciências Médicas, Universidade

Federal do Rio Grande do Sul; 2008.

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Citações no texto Devem ser identificadas por algarismos arábicos (números-índice). Podem

também ser acrescentados o nome do autor e o ano. As referências com mais de um autor devem conter o sobrenome do autor seguido da expressão et al., como, por exemplo, Higashi et al.

Tabelas e figuras

As tabelas deverão ser numeradas consecutivamente com algarismos arábicos

e encabeçadas por seu título, recomendando-se a não repetição dos mesmos

dados em gráficos. Na montagem das tabelas, seguir as normas de

apresentação tabular estabelecidas pelo Conselho Nacional de Estatística e

publicadas pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE,

1993).

As ilustrações (gráficos, fotografias, desenhos etc.) deverão ser numeradas

consecutivamente com algarismos arábicos e citadas como figuras. Devem ser

suficientemente claras para permitir sua produção. Os gráficos deverão vir

preparados em programa processador de gráficos. Deverão ser indicados os

locais aproximados no texto onde as ilustrações serão intercaladas como

figuras.

O GNPapers aceita a importação de tabelas, imagens e gráficos em arquivo

eletrônico nos seguintes formatos: jpg, gif, psd, tif e png, e com resolução de

no mínimo 300 dpi.

O direito à privacidade do paciente não deve ser infringido. Imagens que

eventualmente permitam a identificação pessoal somente poderão ser utilizadas

com consentimento por escrito do paciente ou responsável, quando da

submissão do manuscrito

Abreviações e nomes de medicamentos

As abreviações devem ser indicadas no texto no momento de sua primeira

utilização. Empregar o nome genérico de medicamentos e indicar a fonte de

componentes não disponíveis para prescrição.

As unidades de medida, inclusive suas abreviaturas, devem ser expressas no

sistema métrico decimal e, quando o autor assim o desejar, também no

Sistema Internacional (SI) entre parênteses.

Contato com a secretaria do JBPML

Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial

Tel.: +55 (21) 3077-1400

e-mail: [email protected]