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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA COLÉGIO POLITÉCNICO DA UFSM
CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GEOPROCESSAMENTO
Ingridy Murari
ATIVIDADES TÉCNICAS DESENVOLVIDAS NO PERÍODO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO
Santa Maria, RS 2016
Ingridy Murari
ATIVIDADES TÉCNICAS DESENVOLVIDAS NO PERÍODO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO
Relatório de Estágio apresentado ao Curso de Tecnologia em Geoprocessamento, do Colégio Politécnico, da Universidade Federal de Santa Maria, como requisito para obtenção do grau de Tecnóloga em Geoprocessamento.
Orientador: Prof. Dr. Valmir Viera
Santa Maria, RS 2016
Ingridy Murari
ATIVIDADES TÉCNICAS DESENVOLVIDAS NO PERÍODO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO
Relatório de Estágio apresentado ao Curso de Tecnologia em Geoprocessamento, do Colégio Politécnico, da Universidade Federal de Santa Maria, como requisito para obtenção do grau de Tecnóloga em Geoprocessamento.
Aprovado em 06 de julho de 2016:
Valmir Viera, Dr. (UFSM)
(Orientador)
Ana Caroline Paim Benedetti, Dra. (UFSM)
Alessandro Carvalho Miola, Dr. (UFSM)
Santa Maria, RS 2016
RESUMO
ATIVIDADES TÉCNICAS DESENVOLVIDAS NO PERÍODO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO
AUTOR: Ingridy Murari ORIENTADOR: Valmir Viera
O Estágio Supervisionado, realizado na empresa ENGEAMBIH Soluções em Engenharia e Meio Ambiente, loccalizada no município de Santa Maria-RS teve carga horária total de 300 horas, sendo requisito parcial para a formação no Curso de Tecnologia em Geoprocessamento do Colégio Politécnico da UFSM. Teve como objetivo participar e executar as demandas da empresa, relativos à área do Geoprocessamento, tendo como subsídio os conhecimentos obtidos no Curso. Durante o período de estágio foi possível participar de várias aulas práticas em campo, como, levantamento topográfico para Georreferenciamento de Imóvel Rural, levantamento topográfico planimétrico para locação e execução de obra, elaboração de mapas e plantas. Palavras-chave: Levantamento Topográfico. Georreferenciamento. Cartografia.
ABSTRACT
TECHNICAL ACTIVITIES CARRIED ON STAGE PERIOD SUPERVISED
AUTHOR: Ingridy Murari SUPERVISOR: Valmir Viera
The supervised training, held at the company ENGEAMBIH Solutions Engineering and Environment in Santa Maria-RS had total workload of 300 hours, including as a partial requirement for training in Tecnologia em Geoprocessamento do Colégio Politécnico da UFSM. We aimed to participate and execute the demands of the company, relating to the GIS area, joining with the knowledge gained in the course. During the probationary period it was possible to participate in various practical classes in the field, as topographic survey for Georeferencing Rural Property, topographical survey planimetric for hire and execution of works, preparation of maps and plans.
Keywords: Topographical. Georeferencing. Cartography.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Localização do Levantamento ................................................................ 15 Figura 2 – Estação Total Leica TPS400 .................................................................. 16 Figura 3 – Mapa de Localização ............................................................................. 17 Figura 4 – Mapa de Curvas de Nível ....................................................................... 18 Figura 5 – Mapa de Direção de Fluxo ..................................................................... 19 Figura 6 – Localização do Imóvel Rural .................................................................. 20 Figura 7 – GNSS S86T RTK ................................................................................... 22 Figura 8 – Instalação da Base RTK ......................................................................... 23
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 7 1.1 A EMPRESA ..................................................................................................... 7 1.2 OBJETIVO GERAL ........................................................................................... 8 1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................. 8
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................................. 9 2.1 LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO ................................................................. 9 2.2 LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO PLANIMÉTRICO ...................................... 9 2.3 GEORREFERENCIAMENTO DE IMÓVEL RURAL ........................................ 10 2.4 CARTOGRAFIA .............................................................................................. 11 2.4.1 Desenho Auxiliado por Computador ........................................................... 12 2.4.2 Mapa ............................................................................................................... 12 2.4.3 Planta ............................................................................................................. 13 2.4.4 Sistema de Informação Geográfica (SIG) .................................................... 13
3 APRESENTAÇÃO DAS ATIVIDADES TÉCNICAS DESENVOLVIDAS ........ 15 3.1 LEVANTAMENTO PLANIMÉTRICO COM A ESTAÇÃO TOTAL LEICA TPS
400 .................................................................................................................. 15 3.2 LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO COM RTK PARA A REALIZAÇÃO DO
GEORREFERENCIAMENTO .......................................................................... 19
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 24
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 25
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1 INTRODUÇÃO
O Tecnólogo em Geoprocessamento é um profissional importante para
realizar atividades na área ambiental e de engenharia, como é o caso da empresa
ENGEAMBIH, que oferece a oportunidade desses profissionais aplicar seus
conhecimentos de Geoprocessamento para planejamento urbano e rural, meio
ambiente, monitoramento ambiental, recursos naturais.
O Curso Superior de Tecnologia em Geoprocessamento passou a ser
ofertado a partir de 2009, tendo como objetivo geral formar um profissional de nível
superior comprometido com o desenvolvimento sócio/cultural e econômico do país.
Prepara o profissional para o mercado de trabalho e para a cidadania, através da
formação de competências técnicas e científicas, capacidade de relacionamento
humano, que o capacitem a trabalhar na área da Geomática, atendendo às
necessidades da sociedade e do processo produtivo.
O relatório abordará todas as atividades efetuadas durante o estágio
supervisionado, que foi realizado na empresa ENGEAMBIH - Soluções em
Engenharia e Meio Ambiente, teve início no dia 18 de março de 2016 a 18 de junho
de 2016, finalizando as 300 horas obrigatórias, contando com a supervisão do
Engenheiro Ambiental Rafael Zini Ouriques e orientação do Professor Valmir Viera.
O Estágio Curricular Supervisionado é uma experiência que o estudante
deverá cumprir, para consolidar os conhecimentos e desenvolver as habilidades
essenciais ao exercício profissional por função de integrar a teoria e a prática.
Como objetivo principal, tem-se o de aplicar os conhecimentos e conteúdos
práticos adquiridos no decorrer do curso.
Assim, como os objetivos específicos são os de desenvolver as habilidades,
adquirir outros conhecimentos, de diversas áreas em que o Geoprocessamento
abrange, a busca de experiência profissional para atender as demandas do mercado
de trabalho.
1.1 A EMPRESA
A ENGEAMBIH - Soluções em Engenharia e Meio Ambiente está localizada
na Avenida Rio Branco, número 391, sala 201, no Centro da cidade de Santa Maria-
RS. Há 4 anos no mercado sob a gerência de Francisco Monte Alverne de Sales
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Sampaio, realizando as suas atividades de Consultoria, Perícias e Auditorias,
Topografia e Geodésia, Licenciamento Ambiental, com diferentes profissionais
experientes nas suas respectivas áreas de atuação.
A empresa tem como objetivo principal desenvolver Serviços em Engenharia,
Desenvolvimento de Programas de Computadores, Teste e Análises Técnicas,
Serviços de Perícias Técnicas relacionadas à Segurança do Trabalho, atividades de
Consultoria em Gestão Empresarial, Obras de Urbanização, Serviços de Arquitetura,
Cadastro Ambiental Rural, Serviços de Topografia, Geodésia e Cartografia.
1.2 OBJETIVO GERAL
Participar e executar atividades técnicas demandadas pela empresa
ENGEAMBIH, e assim vivenciar a rotina de empresa atuante na área de
Geoprocessamento.
1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Os objetivos específicos do estágio foram:
Conhecer mais sobre levantamentos topográficos bem como assimilar os
valores que os levantamentos têm para projetos;
Compreender todas as etapas envolvidas de processamento dos dados
coletados;
Utilizar os conhecimentos em Cartografia para elaboração de mapas e
plantas, Topografia para os levantamentos à campo, de Geodésica para
cálculos.
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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A Revisão Bibliográfica foi construída no intuito de oferecer suporte ao
desenvolvimento do trabalho, citando os diversos referenciais teóricos sobre
levantamento topográfico, levantamento topográfico planimétrico,
georreferenciamento de imóvel rural e cartografia.
2.1 LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO
Topografia é uma ciência aplicada com o objetivo de representar em uma
planta ou carta, uma limitada porção da superfície terrestre, com acidentes naturais
e artificiais, com expressão do relevo, isso tudo sem levar em consideração a
curvatura da terra (DUARTE, 1988).
Tem por finalidade gerar contorno, dimensão e posição relativa de uma
porção limitada da superfície terrestre, do fundo dos mares ou do interior de minas
desconsiderando a curvatura resultante da esfericidade da Terra. Compete ainda à
Topografia, a locação, no terreno, de projetos, elaborados de Engenharia
(DOMINGUES, 1979).
De acordo com a NBR 13133 da ABNT (1994, p. 3), define Levantamento
Topográfico como um conjunto de métodos e processos que, através de medições
de ângulos horizontais e verticais, de distâncias horizontais, verticais e inclinadas,
com instrumento adequado à exatidão pretendida, primordialmente, implanta e
materializa pontos de apoio no terreno, determinando suas coordenadas
topográficas. A estes pontos se relacionam os pontos de detalhes visando à sua
exata representação planimétrica numa escala predeterminada e à sua
representação altimétrica por intermédio de curvas de nível, com equidistâncias
também predeterminada e/ou pontos cotados.
2.2 LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO PLANIMÉTRICO
Conforme a NBR 13133 da ABNT (1994, p. 3), é o levantamento dos limites e
confrontações de uma propriedade, pela determinação de seu perímetro, incluindo,
quando houver, o alinhamento da via, ou logradouro com o qual faça frente, bem
como a sua orientação e a sua amarração a pontos materializados no terreno de
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uma rede de referência cadastral, ou, no caso de seu, inexistência, a pontos
notáveis e estáveis nas duas imediações. Quando este levantamento se destinar à
identificação dominial do imóvel, são necessários outros elementos
complementares, tais como: perícia técnico-judicial, memorial descritivo, etc.
Segundo o IBGE (1998), dentre os levantamentos planimétricos clássicos,
temos em destaque os:
a) Triangulação: obtenção de figuras geométricas a partir de triângulos
formados através da medição dos ângulos subtendidos por cada vértice. Os pontos
de triangulação são denominados vértices de triangulação (VVTT). É o mais antigo e
utilizado processo de levantamento planimétrico.
b) Trilateração: método semelhante à triangulação e, como aquele, baseia-se
em propriedades geométricas a partir de triângulos superpostos, sendo que o
levantamento será efetuado através da medição dos lados.
c) Poligonação: é um encadeamento de distâncias e ângulos medidos, entre
os pontos adjacentes formando linhas poligonais ou polígonos. Partindo de uma
linha formada por dois pontos conhecidos, determinam-se novos pontos, até chegar
a uma linha de pontos conhecidos.
A Planialtimetria é a soma da Planimetria com a Altimetria, que identifica o
desnível entre cada ponto do solo, gerando as curvas de nível. Este estudo leva em
consideração, além do plano horizontal, o vertical, fatiando a superfície em diversos
níveis conforme o ponto de referência que pode ser arbitrário (RN) ou um Datum
(Modelo Matemático Teórico de Representação da Superfície), conhecido com base
no nível do mar.
2.3 GEORREFERENCIAMENTO DE IMÓVEL RURAL
Consiste na obrigatoriedade da descrição do imóvel rural, em seus limites,
características e confrontações, através de memorial descritivo firmado por
profissional habilitado, com a devida ART (Anotação de Responsabilidade Técnica),
contendo as coordenadas dos vértices definidores dos limites dos imóveis rurais,
georreferenciadas ao Sistema Geodésico Brasileiro e com precisão posicional a ser
fixada pelo INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) (Art. 176, §
4º, da Lei 6.015/75, com redação dada pela Lei 10.267/01).
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A regra serve para todos os proprietários de imóvel rural, obrigadas a prestar
a declaração para o Certificado do Cadastro de Imóveis Rurais (CCIR), junto ao
INCRA, observados os prazos do Art. 10 do Decreto nº 4.449/02:
a) Dos usufrutuários e dos nu-proprietários;
b) Dos posseiros
c) Dos enfiteutas e dos foreiros.
O georreferenciamento é obrigatório apenas para os casos de:
a) Transferência (ex.: compra e venda, doação, dação em pagamento,
sucessão – inventários e arrolamentos, etc.);
b) Desmembramento (ex.: desmembramento puro);
c) Remembramento;
d) Parcelamento (ex.: divisão)
Se caso, o proprietário do imóvel rural implicar em não georreferenciar, após
os prazos do art. 10 do Decreto 4.449/02, prevalece o § 4º do art. 176, da Lei
4.947/66, modificada pela Lei 10.267/01, que assim dispõe: “no impedimento da
efetivação do registro, em qualquer situação de transferência do imóvel rural”.
2.4 CARTOGRAFIA
A Cartografia apresenta-se como o conjunto de estudos e operações
científicas, técnicas e artísticas que, tendo por base os resultados de observações
diretas ou da analise de documentação, se voltam para a elaboração de mapas,
cartas e outras formas de expressão ou representação de objetos, elementos,
fenômenos e ambientes físicos e socioeconômicos, bem como a sua utilização
(IBGE, 1998).
O processo cartográfico, partindo da coleta de dados, envolve estudo, análise,
composição e representação de observações, de fatos, fenômenos, e dados
pertinentes a diversos campos científicos associados à superfície terrestre e
produzem como: Globo, Atlas, Mapas, Cartas e Plantas (ACI, 1966).
O produto cartográfico é de grande importância, pois é o primeiro material a
ser usado antes que outras ferramentas possam ser postas em pratica. Serve de
base para:
a) Localização e Orientação Espacial;
b) Obtenção de Informação Georreferenciada;
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c) Modelagem Digital de Terreno e Ortoretificação;
d) Mapeamento Temático;
e) Projetos Aplicados e Integrados por SIGs.
2.4.1 Desenho Auxiliado por Computador
Com o desenvolvimento da informática surgiu uma nova modalidade de
mapeamento, através da utilização de computadores, o que, de uma certa forma,
viria a revolucionar a cartografia tradicional. Devido a este novo panorama, após a
década de 60 e principalmente na década de 70, surgiu o CAD (Computer Aided
Design), que nada mais é do que um sistema voltado para a transformação do mapa
analógico par o meio digital, transformando uma base cartográfica impressa em
papel, em uma base cartográfica magnética (KORTE, 1994).
O CAD pode ser entendido como sistemas de desenho auxiliado por
computador, que apesar de não serem softwares específicos para a cartografia, é
basicamente o principal meio de conversão analógico/digital de mapas. Os sistemas
de mapeamento assistido por computador (CAM) partem da tecnologia CAD,
diferenciando destes no fato de os dados neste sistema serem organizados em
níveis (layer), possuindo ainda a capacidade de georreferenciar os elementos da
realidade física (KORTE, 1994).
2.4.2 Mapa
Mapa é a representação no plano, normalmente em escala pequena, dos
aspectos geográficos, naturais, culturais e artificiais de uma área tomada na
superfície de uma figura planetária, delimitada por elementos físicos, político-
administrativos, destinada aos mais variados usos, temáticos, culturais e ilustrativos.
Um conceito ou abstração da realidade geográfica. Ferramenta para
apresentação da informação geográfica nas modalidades visual, digital e táctil
(KORTE, 1994).
Segunda Korte (1994), além do significado dos símbolos utilizados (legenda),
os principais elementos que devemos levar em conta na interpretação de um mapa
são:
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a) A orientação indicada;
b) A escala em que está construído.
2.4.3 Planta
Representação cartográfica, geralmente escala grande, destinada a fornecer
informações muito detalhadas, visando, por exemplo, ao cadastro urbano, a certos
fins econômico-sociais, militares, etc. (KORTE, 1994).
A Planta é uma carta regular representando uma superfície de extensão
suficientemente restrita para que sua curvatura possa ser desprezada e que, por
isso, a escala possa ser considerada como constante. Escalas 1:10.000 ou maiores
(KORTE, 1994).
2.4.4 Sistema de Informação Geográfica (SIG)
Câmara et al., (2005) diz que SIG correspondem às ferramentas
computacionais de Geoprocessamento, que permitem a realização de “análises
complexas, ao integrar dados de diversas fontes e ao criar bancos de dados
georreferenciados”.
Para Aronoff (1989), os SIGs, projetados para a entrada, o gerenciamento
(armazenamento e recuperação), a análise e a saída de dados, devem ser utilizados
em estudos nos quais a localização geográfica seja uma questão fundamental na
análise, apresentando, assim, potencial para serem utilizados nas mais diversas
aplicações.
Ainda Aronoff (1989), as múltiplas operações apresentadas por um SIG
podem ser classificadas em três grupos, de acordo com o fim a que se destinam:
a) Gerenciamento de banco de dados geográficos: armazenamento,
integração e recuperação de dados georreferenciados de diferentes
fontes, formatos e temas dispostos em um único banco de dados.
b) Análises espaciais: a partir de um banco de dados geográficos, são
efetuados combinações e cruzamentos de dados por meio de operações
geométricas e topológicas cujo resultado é a geração de novos dados.
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c) Produção Cartográfica: entrada, conversão e edição de dados, bem como
de acabamento visando à apresentação final por forma impressa ou meio
digital.
Existem muitos softwares que desempenham tarefas específicas para dados
geográficos, dentre eles o AutoCAD, que facilita a elaboração de projetos de
engenharia e arquitetura, ainda apresenta recursos para apresentação com
comandos sofisticados de edição gráfica, exibição e impressão.
Os dados geográficos descrevem os objetos do mundo real, com base na
localização geográfica – posição em relação a um sistema de coordenadas; nos
relacionamentos espaciais ou topológicos – relações espaciais entre objetos; e em
atributos temáticos – propriedades medidas ou observadas dos objetos (BARBOSA,
1997).
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3 APRESENTAÇÃO DAS ATIVIDADES TÉCNICAS DESENVOLVIDAS
As atividades realizadas no período de estágio supervisionado se dividem em
práticas de levantamentos de dados a campo e rotinas de processamento de dados
no escritório da empresa. Dentre elas estão: Levantamento Planimétrico com a
Estação Total Leica TPS 400; Levantamento Topográfico com RTK para a
realização do Georreferenciamento.
3.1 LEVANTAMENTO PLANIMÉTRICO COM A ESTAÇÃO TOTAL LEICA TPS 400
A execução deste levantamento planimétrico foi com o aparelho Estação Total
Leica TPS 400. Levantamento feito no bairro Camobi em Santa Maria-RS, nas
coordenadas geográficas de latitude 29º 42’ 32.75’’ S e longitude 53º 43’ 6.17’’ O, no
Clube Sociedade Recreativa Bela Vista. Como mostra na Figura 1.
Figura 1 – Localização do Levantamento
Fonte: Bing Maps.
A Estação Total Leica TPS400 Series apresenta a vantagem de ser de
simples operação e display de fácil entendimento. Além de ser um equipamento de
alta qualidade, desenvolvido para Levantamentos Topográficos em geral, facilitando
os trabalhos.
É um aparelho adequado para a execução de Levantamentos Topográficos
destinados principalmente a engenharia civil e para trabalhos de implantação de
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obras, devido a sua facilidade de operação. Conforme o fabricante, sua precisão é
de 5 milímetros + 2 partes por milhão (ppm). Como ilustra a Figura 2.
Figura 2 – Estação Total Leica TPS400
Fonte: Leica – GeoSystems.
Para a execução deste levantamento foram coletados 350 pontos internos e
externos ao clube. Em prática no escritório os pontos foram processados no
software Posição da Manfra, o software faz as correções e conversões de dados.
Depois de processar os pontos foi utilizado o AutoCAD para desenhar os limites,
confrontações, arruamento, etc., como mostrado pela Figura 3.
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Figura 3 – Mapa de Localização
Fonte: Autor.
Este levantamento tem como objetivo, criar redes de drenagem dentro da
quadra de futebol para uma via coletora, que destine a água pluvial, fazendo com
que está água se desloque para uma caixa coletora que ficará alocada do lado
externo ao clube, assim, tendo um destino para as redes das vias.
Através do software Posição, a partir dos dados obtidos do levantamento à
campo, foram determinadas as curvas de nível, sendo possível verificar a
configuração topográfica da área em estudo. As curvas de nível foram geradas com
os pontos coletados, assim determinando as curvas mestras de 10 em 10 metros e
curvas auxiliares de 0,5 a 0,5 metros.
Definição para Curvas de Nível e Direção de Fluxo:
a) Curvas de Nível: para a planimetria, é a representação por uma planta de
uma área (projeção horizontal) que permite uma visão imaginária geral da
sinuosidade do terreno. Além disso, são linhas que ligam pontos, na superfície do
terreno, que tem a mesma cota (mesma altitude). Na Figura 4 abaixo a elaboração
do mapa de curvas de nível do levantamento.
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Figura 4 – Mapa de Curvas de Nível
Fonte: Autor.
b) Direção de Fluxo: refere-se às relações hidrológicas entre pontos
diferentes dentro de uma bacia hidrográfica. Neste sentido, Rennó et AL. (2008),
enfatizam que a sequência para as direções de fluxo é expressa pelas variáveis
topológicas indispensáveis para que uma drenagem funcional possa existir, havendo
a necessidade de um elemento principal do canal que represente um ponto de
convergência, que significa que deve ter dois ou mais caminhos de fluxos
convergentes (curvatura horizontal). Também o perfil do canal deve ser côncavo,
com potencial menor para mudar de elevação do que a média dos elementos
localizados para cima dele (curvatura vertical).
Tem-se a direção de fluxo de água superficial, em toda a área em que foi
realizado o levantamento para melhor representar e visualizar o escoamento da
água. Este mapa (Figura 5) foi elaborado com base nos dados obtidos do
levantamento planitaltimétrico. Podendo averiguar a direção de fluxo de água na
superfície, observa-se que as setas convergem para a parte mais baixa da área em
questão, fazendo com que haja um acumulo de água superficial.
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Figura 5 – Mapa de Direção de Fluxo
Fonte: Autor.
3.2 LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO COM RTK PARA A REALIZAÇÃO DO
GEORREFERENCIAMENTO
Um levantamento topográfico é um conjunto de operações com a finalidade
de determinar a posição com maior exatidão de pontos na superfície terrestre e as
medidas precisas da área de interesse. A partir do levantamento, faz-se o mapa, que
é uma representação gráfica de uma superfície plana, contendo todos os
detalhamentos físicos, naturais e artificiais da área.
O Georreferenciamento consiste na obrigatoriedade da descrição do imóvel
rural, em seus limites, características e confrontações, através de memorial
descritivo assinado pro profissional habilitado, com a devida ART (Anotação de
Responsabilidade Técnica), contendo as coordenadas dos vértices definidores dos
limites dos imóveis rurais georreferenciados ao Sistema Geodésico Brasileiro e com
precisão posicional fixada pelo INCRA.
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A elaboração dos serviços de Georreferenciamento de Imóvel Rural para fins
de Certificação junto ao INCRA (Instituto Nacional Colonização e Reforma Agrária),
segundo a Lei 10.267/01. E serviço de elaboração de Cadastro Ambiental Rural
(CAR), para o imóvel denominado Chácara, localizado em Estrada Zimmermann, em
Três Barras (Arroio Grande), nas seguintes coordenadas geográficas de latitude
29º36’37.43’’ S e longitude 53º42’23.94’’O. Com área de 15 hectares.
Foi analisada a Situação dos Registros (Matrícula, Certidão, Transcrição,
etc.); Identificação dos dados confrontantes do imóvel; Determinação das
coordenadas geodésicas dos vértices limítrofes usando um conjunto de receptores
de dupla frequência pelo método de posicionamento RTK (Real Time Knematic);
Processamento, em escritório, das informações coletadas a campo no software
Posição da Manfra, ainda, a elaboração da planta baixa no software AutoCAD. A
Figura 6 ilustra a localização do imóvel.
Figura 6 – Localização do Imóvel Rural
Fonte: Google Earth.
O RTK (Real Time Knematic) é o posicionamento baseado em código, porque
o receptor é correlacionado com ela e utiliza códigos pseudo randômicos
transmitidos por 4 ou mais satélites para determinar as distâncias entre eles. A partir
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destes limites conhecidos e sabendo a posição dos satélites, o receptor por
determinar sua posição com uma precisão de alguns metros.
Rovers determinam sua posição utilizando algoritmos que incorporam
resolução ambígua e correção diferencial. Assim como o GNSS, a precisão do
posicionamento atingido pelo rover depende, dentre outras coisas, de sua distância
da estação base (conhecida como “baseline”) e da precisão das correções
diferenciais. Correções são tão precisas quanto à posição conhecida da estação
base e a qualidade do sinal dos satélites observados pela estação base. A seleção
do lugar para a base é importante para minimizar influências do meio, como
interferências e obstáculos, de igual maneira também são importantes a qualidade
da estação base, dos receptores rover e das antenas.
A rede RTK baseia-se na utilização de várias estações permanentes
espaçadas. Dependendo da aplicação, dados de posicionamento das estações
permanentes são regularmente comunicados uma estação de processamento
central. Na demanda de terminais de usuário RTK, que transmitem sua localização
aproximada para a estação central, estação central calcula e transmite informações
de correção ou a posição corrigida para o terminal do usuário RTK. A vantagem
dessa abordagem é uma redução global no numero de estações de base RTK
necessários.
Quanto ao South GNSS S86-T RTK utilizado no levantamento topográfico
para georreferenciar a área, assegura aos seus usuários facilidade na operação do
equipamento. O rádio UHF incorporado na base elimina a necessidade de rádio
externo e bateria externa. O equipamento é capaz de rastrear sinais dos sistemas
GPS (Global Position System) e GLONASS fornecendo um alto nível de qualidade e
precisão. Receptor de duas frequências, L1 e L2. Os posicionamentos que realiza
são cinemático, com precisão horizontal de ±10mm + 1 ppm (partes por milhão) e
precisão vertical ±15mm. Ainda levantamentos estático e rápido estático com
precisão horizontal de ±3mm + 0.5mm e vertical de ±5mm + 0.5ppm. Na Figura 7
uma imagem ilustrativa do aparelho.
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Figura 7 – GNSS S86T RTK
Fonte: Google.
Para proceder o levantamento, primeiramente, foi localizado um ponto para
instalar a base (Figura 8) e, após ser instalada, com o auxílio de croqui de
orientação, marcamos pontos nos limites e analisamos a área.
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Figura 8 – Instalação da Base RTK
Fonte: Autor.
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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estágio supervisionado foi de grande importância para a formação
profissional, além de poder aplicar os conhecimentos obtidos durante o Curso de
Tecnologia em Geoprocessamento, ao decorrer do estágio tive a oportunidade de
um aprendizado muito valioso na empresa.
Para a execução das atividades a campo, durante a coleta de dados
georreferenciados, foram encontradas diversas dificuldades, devido à inexperiência
no manuseio de equipamentos topográficos. Contudo, tais dificuldades foram
superadas com o auxílio da equipe, a qual proporcionou suporte para a realização
adequada das tarefas.
Ao finalizar a descrição das atividades técnicas desenvolvidas durante o
período de estágio, é necessário esclarecer que estes trabalhos ainda não foram
concluídos. A exemplo, o levantamento planialtimétrico realizado no Clube
Recreativo Bela Vista foi concluído apenas quanto ao levantamento de dados à
campo, e atualmente está na fase de elaboração do laudo técnico.
Quanto ao georreferenciamento com utilização do receptor RTK, o mesmo
ainda encontra-se em fase de coleta de dados à campo, devido às dificuldades em
captação do sinal recíproco entre o receptor base e o receptor rover, em função de
obstáculos presentes na área de estudo, não sendo ainda possível efetuar a
medição de todo o limite do imóvel rural.
Os conhecimentos que se obtiveram durante o curso foram eficazes para o
processamento e aplicação dos dados, planejamento, tratamento dos dados
espaciais, elaboração de mapas e plantas no AutoCAD, entre outras necessidades e
demandas apresentadas por parte da empresa.
Portanto, estagiar nesta empresa, proporcionou aplicar parte dos
conhecimentos adquiridos durante o Curso, bem como ampliá-los, sendo
fundamental para a formação acadêmica, além de aprimorar minha capacidade de
trabalho em equipe, tão importante para o ingresso no mercado de trabalho na área
de Geoprocessamento.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 13133: execução de levantamento topográfico. Rio de Janeiro, p. 3, 1994.
BRASIL. Lei nº 10.267, de 27 de agosto de 2001. Regulamento Altera dispositivos das Leis nos 4.947, de 6 de abril de 1966, 5.868, de 12 de dezembro de 1972, 6.015, de 31 de dezembro de 1973, 6.739, de 5 de dezembro de 1979, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e dá outras providencias. Diário Oficial da União.Brasília, 2001.
DUARTE, P. A. Cartografia Básica. Florianópolis: UFSC, 1988, 182p.
ELMTOPOGRAFIA. ELM Topografia. Disponível em: http://elmtopografia.com.br/ Servicos_Planialtim%C3%A9trico.html. Acesso em: maio 2016.
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