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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO VEGETAL
LUCIANO RAMOS DE LIMA
AVALIAÇÃO DO USO DE RESÍDUOS AGROINDUSTRIAIS NO SOLO E NA
PRODUÇÃO DE HELICONIA PSITTACORUM (L.) X H. SPATHOCIRCINATA
(ARIST.) - VAR. GOLDEN TORCH
ILHÉUS – BAHIA
2013
LUCIANO RAMOS DE LIMA
AVALIAÇÃO DO USO DE RESÍDUOS AGROINDUSTRIAIS NO SOLO E NA
PRODUÇÃO DE HELICONIA PSITTACORUM (L.) X H. SPATHOCIRCINATA
(ARIST.) - VAR. GOLDEN TORCH
ILHÉUS – BAHIA
2013
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Produção Vegetal da Universidade
Estadual de Santa Cruz para obtenção do título de
mestre em Produção Vegetal.
Área de concentração: Produção Vegetal
Linha de Pesquisa: Solos e Nutrição de Plantas em
Ambiente Tropical Úmido.
ORIENTADOR: Prof. Dr. Arlicélio de Queiroz
Paiva
COORIENTADORES: Prof. Dr. José Olímpio Souza
Júnior
Prof. Dr. Eduardo Gross
DEDICATÓRIA
Ao meu querido e amado Pai Sebastião, o
meu tronco mais forte, que me apresentou
à agricultura, e à minha mãe Lucy, que
sempre me apoiou nesta caminhada,
vocês me ajudaram a chegar até aqui.
Dedico este trabalho a vocês.
AGRADECIMENTOS
À Deus, por estar sempre presente em minha vida e ter permitido transformar este
sonho em realidade, concedendo sabedoria e força;
À minha mãe Lucy e ao meu irmão Sebastião Filho, por tudo que representam na
minha vida.
A você Bia, por ter contribuído para o resultado deste nosso “filho”.
Ao meu orientador Arlicélio de Queiroz Paiva, pela dedicação, apoio, auxílio e acima
de tudo amizade consolidada no decorrer do trabalho.
Aos meus coorientadores José Olímpio de Souza Júnior e Eduardo Gross, pelo
apoio e orientações.
Aos professores Alex-Alan,Furtado de Almeida, Raildo Mota de Jesus pela ajuda
incondicional a finalização do trabalho.
Aos professores Luciano da Silva Souza (UFRB) e Norma Eliane Pereira (UESC)
pelas sugestões que contribuíram com a melhoria do presente estudo.
Ao amigo, irmão e mestre João Bosco Marcelino pelas horas de conversas e
ensinamentos na arte das ciências agrárias.
Aos colegas, amigos e irmãos: Flávia, Tayla, Leo, Guilherme, Leoberto, Nairane,
Patrícia, Priscila, Sertão, Marcelo, Carol, Tiago, Gil, Jose, Jaci, D. Jaci, Pablo,
Jeferson, Adeilma, Pedro, Alessandra, Milton, Luzia, Maísa, Fábio, Sheila, Peninha,
JAFA.
À UESC, pela oportunidade do mestrado e toda infraestrutura necessária, a todos os
funcionários que direta ou indiretamente contribuíram para o trabalho.
À CAPES, pela concessão da bolsa de estudo.
À CEPLAC, pelo apoio técnico.
Anjos existem, mas não têm asas, são pessoas enviadas por Deus que surgem em
nossas vidas sem percebermos e marcam para sempre nossos caminhos. Não
sabemos de onde vieram e nem para onde foram, às vezes esse encontro dura
muito pouco tempo, outras vezes dura uma vida.
Obrigado Senhor por ter colocado tantos anjos neste meu caminhar.
SUMÁRIO
RESUMO xii
ABSTRACT xiii
INTRODUÇÃO GERAL - AVALIAÇÃO DO USO DE RESÍDUOS
AGROINDUSTRIAIS NO SOLO E NA PRODUÇÃO DE
HELICONIA GOLDEN TORCH 10
1 REVISÃO DE LITERATURA 12
1.1.1 HELICÔNIA 12
1.1.2 RESÍDUOS AGROINDUSTRIAIS 13
1.1.3 POTÁSSIO 16
1.1.4 MICORRIZA 17
1.2 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 20
2 CAPÍTULO I - EFEITO DO USO DE RESÍDUOS
AGROINDUSTRIAIS EM ATRIBUTOS FÍSICOS E
MICROBIOLÓGICOS DO SOLO 24
2.1 INTRODUÇÃO 26
2.2 MATERIAL E MÉTODOS 28
1.2.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA EXPERIMENTAL 28
1.2.2 SOLO 28
2.2.3 RESÍDUOS AGROINDUSTRIAIS 29
2.2.4 ADUBAÇÃO E CONDUÇÃO DO EXPERIMENTO 31
2.2.5 ANÁLISES DOS SOLOS APÓS O EXPERIMENTO 32
2.2.6 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL 34
2.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 35
2.3.1 ANÁLISES FÍSICAS 35
2.3.2 COLONIZAÇÃO MICORRÍZICA 38
2.4 CONCLUSÕES 42
2.5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 43
3 CAPÍTULO II - EFEITO DO USO DE RESÍDUOS
AGROINDUSTRIAIS NA FERTILIDADE DO SOLO E NUTRIÇÃO
E CRESCIMENTO VEGETATIVO DE HELICONIA VAR. GOLDEN
TORCH
46
3.1 INTRODUÇÃO 48
3.2 MATERIAL E MÉTODO 50
3.2.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA EXPERIMENTAL 50
3.2.2 SOLO 50
3.2.3 RESÍDUOS AGROINDUSTRIAIS 51
3.2.4 PREPARO DAS MUDAS E DO SUBSTRATO 54
3.2.5 ADUBAÇÃO E CONDUÇÃO DO EXPERIMENTO 55
3.2.6 ANÁLISES QUÍMICAS DO SOLO E DAS PLANTAS 56
3.2.7 AVALIAÇÃO BIOMÉTRICA 56
3.2.8 ESTATÍSTICA 57
3.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 57
3.3.1 ANÁLISES QUÍMICAS DO SOLO 57
3.3.2 ANÁLISE NUTRICIONAL DAS PLANTAS 68
3.3.3 ANÁLISES BIOMÉTRICAS 81
3.4 CONCLUSÕES 86
3.5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 88
4 APÊNDICE 91
AVALIAÇÃO DO USO DE RESÍDUOS AGROINDUSTRIAIS NO SOLO
E NA PRODUÇÃO DE HELICONIA PSITTACORUM (L.) X H.
SPATHOCIRCINATA (ARIST.) - VAR. GOLDEN TORCH
RESUMO
Avaliou-se o uso de resíduos agroindustriais como fonte de potássio nos atributos físicos e microbiológicos do solo em experimento em casa de vegetação no Campus da UESC, em Ilhéus-BA, durante 167 dias após a aplicação dos tratamentos. Utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado, com 4 tratamentos + 1 e 5 doses, com 5 repetições. Os resíduos utilizados foram CZ = cinza da queima do tegumento de amêndoas de cacau, CL = composto de cinza da queima do tegumento de amêndoas de cacau + lodo da estação de resíduo da própria fábrica + tegumento da amêndoa de cacau, CO = composto de ovinos e resíduos de pupunha diferindo na forma de distribuição do fósforo no solo (RP=concentrado e PF=distribuído), com o mesmo teor de potássio total nas doses. Avaliaram-se a agregação, densidade do solo, porosidade, argila dispersa em água e colonização micorrízica, teor de nutrientes no solo e no limbo foliar e os diferentes atributos biométricos das plantas de helicônia. Os resultados indicam que o resíduo de pupunha com distribuição de fósforo em todo o solo melhorou a agregação, avaliada com base na distribuição de classes de agregados e índice de estabilidade de agregados em água; proporcionou maior colonização de micorrizas, demonstrando haver relação entre colonização de fungos micorrízicos e agregação do solo; o tratamento CZ diminuiu os teores de Al e aumentou o pH do solo, sendo também a melhor fonte de fósforo, cobre e manganês no solo e, juntamente como o tratamento CL, foram boas fontes de potássio e sódio no solo. O composto CL apresentou os maiores teores de potássio no limbo foliar e também contribuiu para os maiores valores de matéria seca total, área foliar, matéria seca da parte aérea, eficiência uso da água e incremento de altura de plantas de helicônia, indicando ser uma boa fonte de potássio para as plantas.
Palavras-chave: fontes de potássio, colonização micorrízica, atributos físicos, agregação.
EVALUATION OF THE USE OF GROUND AGRO-INDUSTRIAL
WASTE AND PRODUCTION OF HELICONIA PSITTACORUM ( L. ) X
H. SPATHOCIRCINATA ( ARIST. ) - VAR . GOLDEN TORCH
ABSTRACT
Agro-industrial residues have been evaluated as a source of potassium in the physical and microbiological soil in an experiment carried out in a greenhouse on the campus of UESC in Ilhéus, Bahia during 167 days after employment of treatment. We have used a completely randomized design with 4 treatments + 1 and 5 doses, with 5 repetitions. The residues were used CZ = ashes from the burnt integument of cocoa beans , CL = compound ashes of the burnt integument of cocoa beans + sludge from the waste collected from the plant facilities + tegument of cocoa beans, CO = sheep composite, palm-tree residues, differing in the way of distribution of phosphorus on the soil (PR = concentrated and PF = distributed) with the same amount of total potassium doses. We have evaluated the aggregation, bulk density, porosity, water dispersible clay and mycorrhizal colonization, nutrient content in the soil, on the leaf surface and on the different biometric attributes of heliconia plants. The results indicate that the pejibaye residue distributed across the phosphorus improved soil aggregation which had been evaluated based on the distribution of aggregate classes and the index and stability of aggregates in water showed higher mycorrhizal colonization , showing there is a relationship between mycorrhizal fungi colonization and soil aggregation, the CZ treatment decreased the content of Al and increased the pH of the soil, being also the best source of phosphorus, copper and manganese in the soil and along the processing CL, proved to be good sources of potassium and sodium in the soil. The compound CL showed the highest levels of potassium in the leaf blade and also contributed to the higher values of total dry matter, leaf area, shoot dry matter and water use efficiency of heliconia plants, indicating that it is a good source of potassium for the plants.
Keywords : sources of potassium , mycorrhizal colonization , physical attributes, aggregation.
10
AVALIAÇÃO DO USO DE RESÍDUOS AGROINDUSTRIAIS NO SOLO E NA
PRODUÇÃO DE HELICONIA PSITTACORUM (L.) X H. SPATHOCIRCINATA
(ARIST.) - VAR. GOLDEN TORCH
INTRODUÇÃO GERAL
No Brasil, a principal região produtora de cacau é a sul da Bahia, responsável
por 62,9% da produção nacional (IBGE, 2011). Essa região é considerada tradicional
no cultivo do cacaueiro (Theobroma cacao L.) no sistema cabruca (cacau cultivado
na mata raleada a sombra de árvores remanescentes da Mata Atlântica). A última
grande crise do cacau, ocorrida na década de 90, deveria ser uma crise apenas de
preço, como as que aconteceram nas décadas anteriores, mas a doença vassoura
de bruxa (Moniliophthora perniciosa) encontrou um clima propício para o seu
desenvolvimento (o clima quente e úmido) e expandiu-se, reduzindo a produção em
mais de 80% e provocando um índice de desemprego de 66% (COUTO et al., 2004).
A queda do preço do cacau no mercado internacional incentivou um novo ciclo de
exploração madeireira dos remanescentes florestais e das cabrucas, com a
conversão destas em áreas de pastos e cafezais, ficando clara a necessidade de
diversificação e verticalização sustentável da matriz econômica rural, sem a
supressão dos fragmentos florestais ou cabrucas com cacau. Segundo o IBGE
(2011), a safra brasileira de cacau foi de 248.524 t, a região de Ilhéus tem o maior
parque moageiro de cacau do Brasil, no processo industrial da amêndoa do cacau
10% é resíduo na forma de película ou 1% na forma de cinza da queima da película
da amêndoa do cacau, o que corresponde a 24.852 t ano-1 ou 2.485 t ano-1,
respectivamente, sem considerar o cacau que foi importado da África, que tem sido
em média 30.000 t ano-1 (CEPLAC, 2011).
Outra importante cultura no sul da Bahia é a pupunha. Em 2011 a produção
nacional de palmito cultivado foi de 103.419 t (IBGE, 2011), No município de
Uruçuca-BA está instalada a maior fábrica de envase de palmito de pupunha do
Brasil, responsável por 60% da produção nacional (REIS, 2011). No processo de
envase do palmito o rendimento é em média de 40%, o que corresponde a 62.051 t
ano-1 de resíduo. Devido ao grande volume de resíduos gerado pelo beneficiamento
11
do cacau e do palmito de pupunha, deve-se pensar no melhor uso destes produtos
para que não venham a ser um problema ambiental.
Uma alternativa é a introdução das flores tropicais, do gênero da Helicônia,
que é composto por mais de 350 espécies (SHEELA, 2008) nas cabrucas cultivadas
com uso dos resíduos agroindustriais produzidos na região sul da Bahia.
12
1. REVISÃO DE LITERATURA
1.1.1 Helicônia
O agronegócio de flores no Brasil tem ampliado sua área, mercado, qualidade
e ramificações nas regiões do país, com uma estimativa de aumento de produção de
124% entre 2001 e 2006, mantendo crescimento de 20% ao ano. O principal
mercado da floricultura brasileira é o interno, que em 2007 atingiu 1,3 bilhões de
dólares e, apesar de atender mais de 40 países, a exportação representou somente
0,22% do mercado internacional e 3% da produção nacional (BUAINAIN; BATALHA,
2007).
O setor de floricultura no Brasil vem se expandindo e se destacando como
uma nova alternativa de geração de emprego e renda no agronegócio nacional. A
diversidade e as características edafoclimáticas das regiões brasileiras favorecem a
produção de flores temperadas e tropicais. Das 200 espécies de flores mais
cultivadas no Brasil, 166 são consideradas tropicais (SEBRAE, 2003).
Dentre as flores tropicais, destacam-se as helicônias, que pertencem à família
Heliconiaceae e gênero Heliconia. O nome do gênero foi estabelecido por Lineaus,
em 1771, numa alusão ao Monte Helicon na Beócia, local onde vivia Apolo e as
Musas, segundo a mitologia Grega (CASTRO, 1995).
A família Heliconiaceae é parte da ordem Zingiberales, e é representada por
um único gênero, Heliconia, com mais de 350 variedades. As helicônias apresentam
perspectivas promissoras como flores de corte por possuírem características
fundamentais à comercialização tais como beleza, resistência ao transporte e
durabilidade após a colheita (SHEELA, 2008).
Entre as helicônias mais cultivadas no Brasil destaca-se a Heliconia
psittacorum (L.) x H. spathocircinata (Arist.) - variedade Golden Torch, híbrido natural
de pequeno porte apresentando inflorescência terminal, ereta e de hábito de
crescimento musóide. É cultivada em ambiente de meia sombra a pleno sol,
florescendo o ano inteiro e sua inflorescência possui de 4 a 8 brácteas de cor
amarelo alaranjado. A bráctea basal apresenta porção esverdeada, a ráquis e as
sépalas também são alaranjadas. (SHEELA, 2008).
A Heliconia Golden Torch se desenvolve melhor em solos férteis, bem
drenados e com alto teor de matéria orgânica, com pH próximo a 7,0, pois solos
ácidos afetam seu desenvolvimento, segundo Castro et al. (2007), em solos com
13
deficiência de macro nutrientes a qualidade e a durabilidade final das hastes florais é
afetada.
As helicônias são plantas exigentes em N, P, K, Mg, Fe, Mn e matéria
orgânica; entretanto, as pesquisas ainda são escassas em relação às demandas na
área de fertilidade do solo, apesar da adubação ser um dos fatores que mais
influenciam a produção das culturas, bem como sua qualidade e resistência a
doenças ( FERREIRA; OLIVEIRA, 2003; CASTRO et al., 2007; CERQUEIRA et al.,
2008).
1.1.2 Resíduos agroindustriais
O Sul da Bahia ainda é uma região tradicionalmente agrícola, apesar de
possuir o maior parque moageiro de amêndoa de cacau do Brasil. Toda atividade do
homem tem como consequência a produção de resíduos e a alteração do meio que
o cerca. Tem-se observado grande interesse no uso agronômico de uma ampla
variedade de resíduos industriais, ou de origem doméstica, com ênfase no
aproveitamento de sua fração orgânica (RODELLA; ALCARDE, 1994).
Resíduos agroindustriais incorporados diretamente ao solo podem causar
efeitos indesejáveis, como fitotoxicidade e imobilização do nitrogênio no solo. Na
maioria das vezes, esses resíduos podem ser transformados em insumos agrícolas,
sendo utilizados em áreas próximas das quais foram gerados, colocando à
disposição dos agricultores um condicionador de solo de alta qualidade e baixo
custo (FERNANDES; SILVA, 1997).
O solo é um substrato físico, químico e biológico complexo, sendo um
material heterogêneo, contendo fase sólida, líquida e gasosa que interagem com os
nutrientes minerais. As partículas inorgânicas da fase sólida fornecem vários
nutrientes, entre eles potássio, cálcio, magnésio e ferro. Associados à fase sólida
estão os compostos orgânicos constituídos de nitrogênio, fósforo e enxofre, dentre
outros elementos. A fase líquida do solo constitui a solução do solo, que contém íons
de minerais dissolvidos e serve com meio para o movimento desses íons até a
superfície da raiz. Gases com oxigênio, dióxido de carbono e nitrogênio estão
dissolvidos na solução do solo, mas nas raízes os gases são trocados
predominantemente pelos espaços de ar entre as partículas de solo (LOOMIS;
COONNOR, 1992).
14
A qualidade dos atributos físicos, químicos e biológicos propicia condições
adequadas para o crescimento e o desenvolvimento das plantas e para a
manutenção da diversidade de organismos que habitam o solo (DORAN; PARKIN,
1994). Existem diversas inter-relações entre os atributos físicos, químicos e
biológicos no solo que controlam os processos e os aspectos relacionados à sua
variação no tempo e no espaço. Assim, qualquer alteração no solo pode alterar
diretamente sua estrutura e sua atividade biológica e, consequentemente, sua
fertilidade, com reflexos nos agroecossistemas (BROOKES, 1995), podendo
promover prejuízos à sua qualidade e à produtividade das culturas. Diante disso, a
variação desses atributos, determinada pelo manejo e uso do solo, e sua avaliação
são importantes para o melhor manejo visando à sustentabilidade do sistema.
Os nutrientes minerais são elementos obtidos principalmente na forma de
íons inorgânicos do solo. Apesar desses nutrientes continuamente circularem por
todos os organismos, eles entram na biosfera predominantemente pelos sistemas
radiculares das plantas; as plantas de certa forma agem como mineradoras da
crosta terrestre (EPSTEIN, 1999). A grande área de superfície das raízes e a
capacidade das mesmas em absorver íons inorgânicos em baixas concentrações na
solução do solo fazem da absorção mineral pelas plantas um processo muito eficaz.
Após terem sido absorvidos pelas raízes, tais elementos são translocados para as
diversas partes da planta, onde são utilizados em numerosas funções biológicas.
Outros organismos, como fungos micorrízicos e bactérias fixadoras de nitrogênio,
geralmente participam com as raízes na obtenção de nutrientes.
A adição de resíduo orgânico no solo modifica a dinâmica de nutrientes, por
aumentar a atividade e a biomassa microbiana, que se tornam mais ativas por
períodos mais longos após a incorporação (CARDOSO et al., 1995).
A compostagem é uma alternativa viável de resíduo, permitindo o
coprocessamento de vários resíduos, originando produtos de boas características
agronômicas. Compostagem pode ser definida como um processo biológico, aeróbio
e controlado, por meio do qual se consegue humificação do material orgânico,
obtendo-se como produto final o composto orgânico. Durante esse processo
ocorrem duas fases distintas, sendo a primeira a degradação ativa e a segunda a
maturação (humificação) do material orgânico, ocasião em que é produzido o
composto orgânico propriamente dito. O período necessário para promover a
15
compostagem de resíduos orgânicos depende da relação C/N, do teor de nitrogênio
da matéria prima, das dimensões das partículas, da aeração da meda e do número e
frequência dos reviramentos (MATOS et al., 1998).
Para aproveitamento correto do composto orgânico no solo agrícola
recomenda-se uma compostagem completa até que o composto esteja estabilizado,
ou seja, que esse material orgânico tenha um pH acima de 6,5 e relação C/N abaixo
de 18 (SILVA et al., 2002).
O subsídio da matéria orgânica para a CTC do solo é significante e foi
estimado entre 56 e 82% da CTC de solos sob condições tropicais, o que favorece a
retenção de cátions e diminui as perdas por lixiviação. Nesses solos, o aumento da
CTC é resultado dos grupos carboxílicos, fenólicos, álcoois e metoxílicos,
localizados na periferia dos ácidos orgânicos presentes no húmus, que geram
cargas negativas dependentes do pH. Desse modo, a aplicação de resíduos
orgânicos terá efeitos benéficos na CTC do solo, dependendo da taxa de aplicação,
da reaplicação, do tipo de matéria orgânica contido no resíduo, da capacidade do
resíduo em elevar o pH do solo e dos teores de N e outros contaminantes (ABREU
JUNIOR et al., 2005).
Na agricultura, a necessidade ou não de adubação mineral complementar à
aplicação de resíduo orgânico terá relação com a exigência nutricional e nível de
produtividade da cultura, propriedades do solo, tipo e qualidade do material e etc.
(ABREU JUNIOR et al., 2005).
Garcia (2005) e Matsuoka et al. (2002) afirmam que a produção de cana com
adubação por matéria orgânica é viável, pois se conseguem produtividades
agrícolas similares às obtidas com adubação mineral. Ao aplicar um composto
juntamente com fertilizante nitrogenado, pode ocorrer efeito na disponibilidade de N
no solo, na nutrição e produção vegetal, sendo esses efeitos maiores quando
comparados com a aplicação das fontes isoladamente. Efeitos semelhantes sobre o
N do solo podem ser notados quando o lodo de esgoto é aplicado no cultivo de
cana-de-açúcar, eucalipto e milho, sendo capaz de suprir 100% da necessidade de
N (OLIVEIRA, 2000).
Dessa forma, a utilização de maneira economicamente viável e
ecologicamente correta dos resíduos orgânicos gerados nas agroindústrias é
16
importante para minimizar os riscos associados ao impacto ambiental e proporcionar
sustentabilidade no sistema de produção agrícola (RAYMENT, 2005).
1.1.3 Potássio
Ao lado do Nitrogênio, o Potássio é um dos elementos mais extraídos pelas
plantas, mas ao mesmo tempo difere do primeiro por não entrar na composição de
compostos específicos, não desempenhando função estrutural na planta, atuando
como um elemento catalisador de reações (ativador enzimático) (MALAVOLTA et al.,
1997).
O potássio atua no controle osmótico das células. Plantas deficientes em K
apresentam menor turgor da célula, pequena expansão celular, maior potencial
osmótico, abertura e fechamento dos estômatos de forma irregular (MALAVOLTA et
al., 1997). Outro efeito é que plantas bem nutridas são mais resistentes a secas e
geadas, em razão da maior retenção de água.
As plantas bem nutridas em potássio apresentam maior síntese de material
para a formação da parede celular. Frequentemente, as paredes são mais espessas
devido à maior deposição de celulose e compostos relativos, promovendo maior
estabilidade e um aumento da resistência das plantas ao acamamento e as
infestações de doenças e pragas (BERINGER; NOTHDURFT, 1985).
O potássio está envolvido na fotossíntese. Na carência de K verifica-se
redução na taxa fotossintética por unidade de área foliar e também maiores taxas de
respiração. A combinação desses fatores pode reduzir as reservas de carboidratos
da planta. Um suprimento inadequado de potássio também faz com que os
estômatos não se abram regularmente, podendo ocorrer menor assimilação de CO2
nos cloroplastos, diminuindo consequentemente a taxa fotossintética (PRETTY,
1982).
Plantas deficientes em potássio apresentam acúmulo de açúcares hexoses e
decréscimo de carboidratos de maior cadeia como amido e sacarose nas folhas
(HUBER; ARNY, 1985), como consequência da menor atividade da sintetase fosfato
sacarose.
O transporte da sacarose e dos fotossintetizados das folhas para os órgãos
de armazenamento é influenciado pelo potássio. Durante esse caminho, os produtos
assimilados passam por três sistemas: a) difusão no simplasto e espaço livre; b)
17
transporte ativo através da membrana citoplasmática para o floema; e c) fluxo
passivo pelos tubos crivosos. O potássio influencia os três processos, em particular
os dois últimos (MALAVOLTA; CROCOMO, 1982). Em relação ao último processo,
Marschner (1995) relata que a função do K é manter o pH alto nos tubos crivosos,
facilitando assim o transporte da sacarose. Portanto, um suprimento adequado de
potássio aumenta a síntese de carboidratos em razão da maior taxa fotossintética,
bem como, a eficiência de translocação desses compostos.
Resultados apresentados por Duiker; Beegle (2006) ressaltam que, em
sistemas com baixo aporte de resíduos orgânicos, a preferência de lixiviação é para
o K, em relação ao Ca e Mg, já que o mesmo fica mais livre em solução pela menor
força de adsorção nos sítios de troca do solo, consequência de sua menor valência
e maior constante de associação com ânions inorgânicos .
1.1.4 Micorriza
A presença e atividade dos microrganismos nos solos desempenham um
papel fundamental nos ciclos terrestres biogeoquímicos e as comunidades
microbianas são responsáveis por um grande número de funções nos solos
agrícolas (GARBEVA et al., 2004). Entre outros organismos do solo, fungos
micorrízicos arbusculares (FMA), como mutualistas onipresentes encontrados em
ambos os ecossistemas naturais e agrícolas, fornece uma relação direta entre o solo
e as raízes, e são conhecidos por sua capacidade de aumentar a disponibilidade dos
nutrientes minerais para as plantas, principalmente a absorção de fósforo, devido às
hifas extraradiciais que aumentam a área de absorção das raízes (SMITH; READ,
1997). Além disso, esses fungos do solo são bem conhecidos para promover o
crescimento das plantas (KLIRONOMOS, 2003) e estão envolvidos em vários
processos de ecossistemas importantes, incluindo a produtividade da planta, a
diversidade de plantas e a estrutura do solo (WILSON et al., 2009).
Considerando a importância da microfauna no funcionamento de
ecossistemas, há uma preocupação sobre a manutenção da diversidade microbiana
no solo em manejo de agroecossistemas sustentáveis. Como resultado, os efeitos
de sistemas de cultivo e diferentes resíduos de fertilização sobre os microrganismos
têm sido objeto de especial atenção (CRUZ et al., 2009; GOSLING et al., 2006).
18
Os fungos micorrízicos arbusculares (FMA) são simbiontes onipresentes nos
ecossistemas terrestres, colonizando a maioria das plantas (SMITH; READ, 1997).
FMA produz o ferro contendo glico-proteicas que é a glomalina (WRIGHT et al.,
1996), o qual se acumula nos solos em várias concentrações de mg por cm3 de solo
(RILLIG et al., 2000). Os sítios de glomalina respondem, mesmo no curto prazo, a
perturbações ambientais como elevadas concentrações atmosféricas de CO2, o
aquecimento e várias práticas de gestão agrícola (WRIGHT, 1999). A glomalina está
ligada ao armazenamento de carbono no solo, através do seu efeito sobre a
estabilização do solo agregado, e que apresenta também um potencial importante
nos sítios de C do solo (RILLIG et al., 2002).
Os fertilizantes orgânicos e inorgânicos são utilizados principalmente para
aumentar a disponibilidade de nutrientes e de produção das culturas. Alguns estudos
têm indicado que as mudanças no tipo ou quantidade de fertilizante a entrar no solo
pode afetar diretamente o solo, estrutura da comunidade de bactérias e fungos e da
função desempenhada pelos grupos de microrganismos diversos no solo (GE et al.,
2008; HE et al., 2008). No entanto, a influência direta e padrão de resposta do FMA
para tais alterações não foi bem compreendida, até agora. Estudo desenvolvido por
Oehl et al. (2004) revelou que a densidade de esporos e diversidade de FMA foram
significativamente maiores nos sistemas orgânicos do que nos sistemas
convencionais. Graham; Abbott (2000) demonstraram que a colonização das raízes
aumentou pelo uso repetido de adubo fosfatado. De acordo com Beauregard et al.
(2009), a comunidade de FMA não foi afetada pelo longo prazo após aplicação de P,
embora a diversidade de fungos e bactérias do solo tenha mudado significamente.
Aplicação pesada a longo prazo de nitrogênio mineral (N) sob condições de
campo mostrou a redução da colonização de raízes por FMA e da atividade
microbiana do solo (MADER et al., 2002), e a abundância de esporos de algumas
raças de FMA (OEHL et al., 2004). Curiosamente, um outro estudo indica que a
adubação nitrogenada do solo aumentou hifas dos FMA, os sítios de proteína
glomalina no solo (GRSP) estão relacionados com os macroagregados estáveis em
água (WILSON, 2009), como um material de proteína alcalina solúvel ligada ao FMA
(WRIGHT; UPADHYAYA, 1996), é um componente da parede das hifas (DRIVER et
al., 2005), que se acumula nos solos (RILLIG et al., 2002). Com base na boa
correlação entre GRSP e biovolume de esporos, foi sugerido que pode ser usada
19
como um parâmetro representativo bioquímico para a avaliação biológica de
fertilidade do solo em agricultura sustentável (BEDINI et al., 2007).
Embora as operações agrícolas representem perturbação intensiva para
agroecossistemas em geral, um estudo prévio de intensidades diferentes de
gerenciamento em cinco locais de campo agrícola sugerem que a diversidade de
FMA não é sempre baixo em solos aráveis, e a entrada de baixa agricultura
envolvendo a rotação de culturas é melhor para preservação da diversidade de FMA
(HIJRI et al., 2006). Estudos recentes têm fornecido algumas informações sobre a
estrutura e diversidade das comunidades de FMA em terra, e distinguiu uma ampla
gama de fatores bióticos e abióticos que influenciam a diversidade e comunidade de
FMA, tais como culturas, locais e estações do ano (TOLJANDER, 2008).
20
1.2 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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24
2. CAPÍTULO I - EFEITO DO USO DE RESÍDUOS AGROINDUSTRIAIS
EM ATRIBUTOS FÍSICOS E MICROBIOLÓGICOS DO SOLO
RESUMO
Avaliou-se o uso de resíduos agroindustriais como fonte de K nos atributos físicos e
microbiológicos do solo em experimento em casa de vegetação no Campus da
UESC, em Ilhéus-BA, durante 167 dias após a aplicação dos tratamentos. Utilizou-
se o delineamento inteiramente casualizado, com 4 tratamentos + 1 e 5 doses, com
5 repetições. Os resíduos utilizados foram CZ = cinza da queima do tegumento de
amêndoas de cacau, CL = composto de cinza da queima do tegumento de
amêndoas de cacau + lodo da estação de resíduo da própria fábrica + tegumento da
amêndoa de cacau, CO = composto de ovinos e resíduos de pupunha diferindo na
forma de distribuição do fósforo no solo (RP=concentrado e PF=distribuído), com o
mesmo teor de potássio total nas doses. Avaliaram-se a agregação, densidade do
solo, porosidade, argila dispersa em água e colonização micorrízica. Os resultados
indicaram que o resíduo de pupunha com distribuição de fósforo em todo o solo
melhorou a agregação, avaliada com base na distribuição de classes de agregados
e índice de estabilidade de agregados em água; proporcionou maior colonização de
micorrizas, demonstrando haver relação entre colonização de fungos micorrízicos e
agregação do solo.
Palavras-chave: colonização micorrízica, índice de estabilidade de agregados,
fósforo, cinza
25
2 . CHAPTER I - EFFECT OF THE USE OF AGRO-INDUSTRIAL
RESIDUES IN PHYSICAL AND MICROBIOLOGICAL ATTRIBUTES OF
THE SOIL
ABSTRACT
Agro-industrial residues have been used as a source of K in the physical and microbiological attributes of the soil in greenhouse experiment on the campus of UESC in Ilheus, Bahia, during 167 days after treatment application. We have used a completely randomized design with 4 treatments + 1 and 5 doses, with 5 repetitions. The residues used were CZ = ashes from the burnt integument of cocoa beans, CL = compound ashes from the burnt integument of cocoa beans + sludge from waste generated from plant facility + tegument of cocoa beans, CO = composite of sheep and pejibaye residues, the difference being in the way of distributing phosphorus in the soil (PR = concentrated and PF = distributed) with the same total amount of potassium doses. The aggregation, bulk density, porosity, water dispersible clay and mycorrhizal colonization were evaluated and the results indicated that the pejibaye residue distributed across the phosphorus improved soil aggregation based on the distribution of classes of aggregates and aggregate stability index in water showed higher mycorrhizal colonization, showing a relationship between colonization mycorrhizal fungi and soil aggregation. The CZ treatment reduced the AI contents and increased the Ph of the soil, being also the best source for phosphorus, copper and manganese in the soil and together with the CL treatment were good sources of potassium and sodium in the soil. The CL compound showed the highest levels of potassium in the leaf blade and also contributed to the higher values of total dry matter, leaf area, shoot dry matter and water use efficiency of heliconia plants, indicating that it is a good source of potassium for the plants.
Keywords : potassium sources, mycorrhizal colonization, physical attributes, aggregation.
26
INTRODUÇÃO As adições de compostos orgânicos no solo podem melhorar a sua estrutura
e diminuir a sua densidade, como também aumentar macro-agregação e a
estabilidade de agregados rizosférico (CAESAR-TONTHAT et al., 2002). As
propriedades do solo e as condições ambientais determinam o impacto do composto
na agregação (LEON-GONZALEZ et al., 2000).
Os agregados são partículas secundárias formadas pela combinação de
partículas minerais com substâncias orgânicas e inorgânicas. Agregação é mediada
por carbono orgânico no solo (COS), biota, ponte iônica, argila e carbonatos. O COS
atua como um agente de ligação e como um núcleo para a formação de agregados.
A biota e seus produtos orgânicos contribuem para o desenvolvimento da estrutura
do solo, o que por sua vez exerce um controle significativo sobre a dinâmica de
COS. O tempo de permanência e a taxa de decomposição do COS são fatores-
chave que influenciam a sua eficácia na agregação. Óxidos de metais cristalinos e
amorfos e hidróxidos são agregantes importantes em solos. Íons metálicos formam
pontes entre mineral e partículas de organo-minerais (KAY, 1998).
Existem vários mecanismos de agregação. Os agregados são formados em
etapas, com diferentes mecanismos de ligação dominantes em cada etapa
(TISDALL; OADES, 1982). A teoria hierárquica de agregação propõe que
microagregados se juntam para formar macroagregados e as ligações dentro de
microagregados são mais fortes que os laços entre microagregados (EDWARDS;
BREMNER, 1967). Microagregados (<250 µm) são formados a partir de moléculas
orgânicas (MO) ligadas à argila e cátions polivalentes (P), para formar partículas
compostas (argila-P-MO), que são unidas com outras partículas (argila-P-MO ) para
formar macroagregados (EDWARDS; BREMNER, 1967; TISDALL, 1996). Como
alternativa, podem formar-se macroagregados em torno da matéria orgânica
particulada (MOP). Como MOP é decomposta e exsudatos microbianos são
liberados, os macroagregados se tornam mais estáveis a relação C:N, diminui os
micro agregados em seu interior (PLANTE; MCGILL, 2002a).
Raízes e hifas formam uma rede com compostos orgânicos de liberação lenta
que atuam como cola para manter as partículas em conjunto. As partículas são
reorganizadas pelo enredamento, enquanto que os ciclos de umedecimento e
secagem ajudam a estabilizar os agregados. Microagregados bacterianos são
formados por colônias de bactérias e de seus exsudatos, originando uma cápsula
27
polissacarídica em torno do qual as partículas de argila são alinhadas e puxadas por
meio da contração promovida pela secagem. A argila forma um revestimento
protetor para a decomposição da colônia bacteriana do interior do COS, aumentado
sua estabilidade (SANTOS et al., 1997).
A estabilidade dos agregados é utilizada como um indicador da estrutura do
solo (SIX et al., 2000). A estabilidade dos agregados em longo prazo é geralmente
relacionada com a presença de carbono recalcitrante (CR). O declínio da estrutura
do solo é cada vez mais visto como uma forma de degradação do solo e está muitas
vezes relacionado ao uso e manejo do solo. A estrutura do solo influencia na
dinâmica de água, formação de crostas, erosão, reciclagem, disponibilidade e
difusão de nutrientes, penetração das raízes e na produtividade das culturas (CHAN
et al., 2003).
O manejo do solo para aumentar a agregação deve ter por objetivo aumentar
a produção de plantas primárias, aumentando a quantidade de entrada de C para o
solo, diminuindo as perturbações e diminuindo a taxa de perda de C por meio de
processos tais como a decomposição e erosão. A esse respeito, melhores práticas
de manejo incluem métodos de preparo, de manejo de resíduos, fertilidade do solo
e ciclagem de nutrientes.
Segundo Atsivor et al. (2001), a estrutura do solo afeta a disponibilidade de
água, absorção de nutrientes, lixiviação do solo e o abastecimento de água de
superfície através de sedimentação e contaminação química. É importante
desenvolver melhores práticas para o uso criterioso das alterações agrícolas, para
maximizar a sua eficácia, minimizando os impactos indesejados internos e externos.
O aporte de C ao solo melhora a estrutura do solo, podendo reduzir a taxa de
aumento da concentração de CO2 na atmosfera e o aquecimento global associado.
A melhoria da estrutura do solo aumenta a reciclagem de nutrientes, disponibilidade
de água e biodiversidade, reduzindo a erosão hídrica e eólica e melhorando a
qualidade da água de superfície e do solo (HAYNES; NAIDU, 1998; NEFF et al.,
2002; ATSIVOR et al., 2001). Com o aumento da população e da urbanização é
importante identificar métodos para aumentar a produção, mantendo a qualidade
ambiental.
28
O objetivo deste trabalho foi avaliar o uso de resíduos agroindustriais em
atributos físicos e microbiológicos de um Latossolo Amarelo coeso, 167 dias após a
sua aplicação.
2.2 MATERIAL E MÉTODOS
2.2.1 Caracterização da área experimental
O experimento foi conduzido no período de 05/07/12 a 18/12/12 (durante 167
dias), em casa de vegetação no campus da Universidade Estadual de Santa Cruz
(UESC), Rodovia Jorge Amado, km 16, Ilhéus, BA.
2.2.2 Solo
O solo utilizado no experimento foi coletado na Fazenda São Sebastião, no
Município de Ilhéus, BA, constituindo-se de um horizonte B de um Latossolo
Amarelo coeso (EMBRAPA, 2009). O solo foi seco ao ar e passado em peneira de
2,0 mm de abertura de malha (TFSA). Subamostras de TFSA foram retiradas para
caracterizar inicialmente os atributos físicos (Tabela 1) e químicos (Tabela 2).
Tabela 1 – Análises físicas do horizonte B de um Latossolo Amarelo coeso de Ilhéus, BA
AREIA SILTE ARGILA ADA* GF* Ds* Dp* Pt*
-------------------------- g kg-1 -------------------------- ----% ---- --------- kg dm-3 --------- - m3m-3 --
487,30 65,70 447,00 126,70 71,66 1,08 2,74 0,60
*ADA = argila dispersa em água; GF = grau de floculação; Ds = densidade dos solo; Dp = Densidade de partícula; Pt = porosidade total.
Tabela 2 – Análises químicas do horizonte B de um Latossolo Amarelo coeso de Ilhéus, BA
pH CaCl2
P MO H+Al Al K Ca Mg SB CTC B Cu Fe Mn Zn
mg dm
-3
g dm-
3 ---------------------- mmolc dm
-3 ---------------------- ------------ mg dm
-3 -----------
4,8 3,0 6,0 28,0 1,2 1,8 10,0 6,0 17,8 45,8 0,2 0,1 20,0 0,4 1,1
P, K, Ca e Mg (Resina) B (água quente) Cu, Fe, Mn e Zn (DTPA) Al (Cloreto de Potássio 1 mmolc dm
-3)
MO Walkley Black (Col.).
29
2.2.3 Resíduos agroindustriais
Foram utilizados quatro tipos de resíduos:
cinza oriunda da queima do tegumento de amêndoas de cacau (CZ), obtida
de uma fábrica de processamento de amêndoas de cacau da Zona Industrial
de Ilhéus, BA;
composto da mistura de cinza oriunda da queima do tegumento de amêndoas
de cacau + lodo da estação de tratamento da própria fábrica + tegumento da
amêndoa de cacau (CL), obtido já na forma de composto de uma fábrica de
processamento de amêndoas de cacau da Zona Industrial de Ilhéus, BA;
composto de ovinos (CO) produzido na Fazenda São Sebastião, Ilhéus, BA,
utilizando esterco fresco de ovinos e capim humidícola que foram dispostos
em camadas na proporção de 20 cm de esterco e 5 cm de capim;
resíduo do beneficiamento de palmito (RP), proveniente de uma fábrica de
beneficiamento de palmito de pupunha no Município de Uruçuca, BA.
Como a adubação fosfatada foi localizada nos 20% superior do solo dentro
dos vasos, e a análise microbiológica foi analisada no terço médio dos vasos, optou-
se por fazer um quinto tratamento, utilizando resíduo de pupunha com distribuição
da mesma dose de fósforo dos tratamentos anteriores, distribuído em todo o volume
de solo (PF), nas mesmas doses, correção da acidez e nutrientes do tratamento RP
(resíduo de pupunha). Com isso, poderia evitar a inibição do crescimento de
microorganismos em função do baixo teor de fósforo na camada do terço médio.
Para a definição das doses, os resíduos foram analisados quimicamente
(Tabela 3).
30
Tabela 3 – Teores de nutrientes solúveis, disponíveis e totais dos resíduos agroindustriais provenientes da região de Ilhéus, BA
Resíduo MO pH N
(Nitrato+Amônio)
P K Ca Mg S Fe B Cu Mn Zn
Teor solúvel (1)
-----
------------------------------------------------------------------- mg L-1 ------------------------------------------------------------------------ CZ* ----- 10,9 117,9 26,1 6276,2 20,3 8,5 273,5 0,2 4,0 0,04 < 0,01 <
0,01 CL* ----- 10,1 205,7 99,5 14184,8 70,1 103,4 634,0 36,8 16,4 7,9 0,7 1,3 CO* ----- 9,5 116,6 32,1 724,8 10,6 10,3 104,9 1,0 0,9 0,1 0,0 0,1 RP* ----- 7,9 45,5 14,0 125,7 10,6 5,3 36,9 2,1 0,1 0,0 0,1 0,1
Teor disponível (2) g kg-1
mg dm-3 ------------ mmolc dm-3 ---------- --------------------------- mg dm-1 --------------------------
CZ 13,0 10,3 ------- 1080,0 13,2 3,0 45.0 544,0 4,0 5,7 13,3 10,2 21,2 CL 9,0 10,4 ------- 1464,0 13,2 94,0 30.0 1038.0 135,0
000 0 17,9 28,7 9,7
CO 8,0 9,3 ------- 1432,0 13,2 75,0 56.0 306.0 30.0 0 2,1 8,9 15,2 RP 7,0 7,3 ------- 588,0 13,2 < 1,0 44.0 90.0 78,0 0 2,4 40,6 14,5
Teor total (3) g kg-1
---------------------------------------------- g kg-1 --------------------------------------------- ----------------- mg Kg-1 -------------
---- CZ 31,0 11,0 3,4 44,9 35,5 68,5 67,5 1,1 11,3 264,9 447 1316,4 403,1 CL 317,0 9,8 74,5 22,6 57,0 38,0 26,1 3,5 8,1 191,7 162,2 497,7 172,6 CO 221,0 9,4 49,8 4,8 13,6 21,2 8,9 2,2 4,5 25,3 24,0 136,3 79,1 RP 689,0 5,9 38,2 4,2 4,6 11,5 2,6 4,4 7,2 4,0 33,6,0 217,3 165,1
(1) Teor solúvel: extrato de H2O 1:1,5 v/v (Sonneveld et al., 1974); pH (H2O). (2) Teor disponível: P, K, Ca e Mg (Resina); B (água quente); Cu, Fe, Mn e Zn (DTPA); Al (Cloreto de Potássio 1 mmolc dm
-3); pH (CaCl2 0,01 mol L
-1); MO Walkley-Black (Embrapa 2011). (3) Teor total: P, K, Ca, Mg, S, B, Cu, Fe, Zn:
Extração nítrico-perclórico e determinação: ICP-OES, N- Kjeldahl, C org: Walkley-Black; pH (SMP) (Embrapa 2011). *
CZ = cinza da queima do tegumento de amêndoas de cacau;
CL = composto cinza da queima do tegumento de amêndoas de cacau + lodo da estação de resíduo da própria fábrica + tegumento de
amêndoas de cacau; CO = composto de ovinos; RP = resíduo do beneficiamento do palmito.
31
Como o K foi o nutriente mais abundante nos compostos agroindustriais, ele
serviu de base de cálculo para definir a quantidade de cada composto a ser utilizada
no experimento. Utilizou-se como 100% a dose máxima de 200 mg dm-3 K2O; 75% =
150 mg dm-3 de K2O; 50% = 100 mg dm-3 de K2O, 25% = 50 mg dm-3 de K2O e 0%
correspondeu a dose zero (testemunha), conforme tabela 4.
Tabela 4 – Doses de resíduos agroindustriais aplicados em função do teor de K encontrado em cada resíduo
RESÍDUO
DOSES
0% 25% 50% 75% 100%
t ha-1
CZ 0 2,54 5,09 7,63 10,17
CL 0 1,58 3,15 4,73 6,30
CO 0 6,12 12,23 18,35 24,46
RP 0 19,58 39,15 58,73 78,30 CZ = cinza da queima do tegumento de amêndoas de cacau; CL = composto cinza da queima do tegumento de amêndoas de cacau + lodo da estação de resíduo da própria fábrica + tegumento de amêndoas de cacau; CO = composto de ovinos; RP = resíduo do beneficiamento do palmito.
2.2.4 Adubação e condução do experimento
Foram utilizados vasos plásticos, sem dreno, com capacidade para 12 dm3,
contendo 9 dm3 de solo + resíduos agroindustriais com acidez e fertilidade
previamente corrigidas.
Como o presente capítulo integra um estudo mais abrangente que inclui a
avaliação da fertilidade do solo, a nutrição e o crescimento vegetativo de plantas de
Heliconia, variedade Golden Torch (capítulo II dessa dissertação), entende-se a
necessidade de descrever aqui a correção da acidez e da fertilidade do solo
realizadas no estudo.
A correção da acidez foi feita pelo método da saturação por bases, que foi
elevada para 60%, sendo o calcário peneirado em peneira com malha de 0,3 mm
(ABNT Nº 50) para imediata neutralização da acidez.
Antes do plantio, aplicou-se 75 mg dm-3 de P2O5 e 35 mg dm3 de N, na forma
de fosfato monoamônico, que foi misturado em 20% do solo, que ficou localizado na
parte superior do vaso nos quatro tratamentos. Aplicou-se também, em 100% do
solo, 0,2 mg dm3 de B; 1,0 mg dm3 de Cu; 5,0 mg dm3 de Mn; 4,0 mg dm3 de Zn e
32
0,1 de Mo, nas formas de H3B03 PA; CuSO4.5H2O PA; MnCl2.4H2O PA; ZnSO4.7H2O
PA e (NH4)6Mo7O24.4H2O PA, respectivamente.
A cada 15 dias fez-se uma adubação nitrogenada, usando 0,5 g de N, na
forma de uréia, por vaso. A partir da terceira aplicação passou a usar 1,0 g de N por
vaso. Para a aplicação das doses citadas, a uréia foi diluída em 6,5 L de água de
chuva e aplicou-se 50 mL da solução por vaso contendo 9 dm3 de solo,.com base na
análise química do solo.
O conteúdo de água do solo foi elevado a 80% da capacidade de campo, com
base na curva característica de água do solo. Estabeleceu-se o turno de rega a cada
dois dias e a irrigação foi feita de forma manual com água da chuva, com o auxílio
de uma proveta volumétrica. O controle de água foi feito com base na umidade
gravimétrica.
Os vasos foram colocados no piso da casa de vegetação, com 40 cm de
distância entre os vasos.
2.2.5 Análises dos solos após o experimento
Análises físicas
Para a realização das análises físicas, o solo foi coletado no terço médio dos
vasos.
A análise granulométrica foi realizada pelo método do hidrômetro de
Bouyoucos, utilizando-se 50 g de TFSA e 25 ml de NaOH 1 mol L-1 para a dispersão
química, com agitação em coqueteleira durante 15 minutos, a 12.000 rpm, conforme
Embrapa (2011).
Para a argila dispersa em água foi utilizada 50 g de TFSA e 125 ml de água,
conforme Embrapa (2011), empregando-se o hidrômetro de Bouyoucos.
A densidade do solo (Ds) foi analisada através do método da proveta, de
acordo com Embrapa (2011).
O método do álcool etílico foi empregado para análise da densidade de
partículas (Dp), conforme Embrapa (2011).
A porosidade total (Pt) foi calculada pela seguinte fórmula:
Pt (m3 m-3) = (Dp - Ds)/Dp
33
Para a análise de agregados, as amostras de solos passaram por peneira
com abertura de malha de 4,76 mm para análise, com três repetições (EMBRAPA,
2011).
Na distribuição de classes de agregados (DCA) foi utilizada a agitação em
água da amostra de material dos solos em um conjunto de peneiras que permite
separar as frações de 4,76 a 2,00 mm; 2,00 a 1,00 mm; 1,00 a 0,50 mm; 0,50 a 0,25
mm e menor que 0,25 mm (EMBRAPA, 2011). O cálculo foi efetuado usando a
seguinte fórmula:
DCA (%) = 100 x (peso do agregado seco a 105 0C/ peso da amostra seca a
105 oC).
DCA < 0,25 mm (%) = 100 - soma das classes de agregados (4,76 a 0,25
mm).
O índice de estabilidade de agregados em água (IEA) foi calculado usando
seguinte fórmula:
IEA (%) = 100 x (% total de agregados > 0,5 mm -% total de areia > 0,5
mm)/% total de agregados > 0,5 mm.
O diâmetro médio ponderado de agregados (DMP) foi calculado pela seguinte
fórmula (YOUKER; MCGUINNESS, 1957):
DMP = (C x P),
sendo:
C = centro das classes de agregados (mm);
P = proporção do peso de cada fração de agregados em relação ao total da
amostra.
O carbono orgânico foi determinado pelo método Walkley–Black (EMBRAPA,
2011).
Colonização micorrízica
Baseado em informações da literatura e na experiência de membros da
equipe sobre a inibição do crescimento de micorrizas em solos com baixo teor de
fósforo (teor de P no solo utilizado = 3 mg dm-3); na decisão de analisar as micorrizas
no terço médio dos vasos; e admitindo-se que o crescimento das micorrizas seria
influenciado pelo teor de fósforo no solo, independente do tipo de resíduo, optou-se
por fazer a análise de micorrizas apenas nos tratamentos com resíduos de pupunha
34
(RP e PF), que se diferenciaram na forma da aplicação do fósforo: concentrado nos
20% superiores do vaso (RP) e distribuído por todo o vaso (PF).
A estimativa da porcentagem de colonização micorrízica foi realizada em
triplicata, a partir de amostras aleatórias das raízes de helicônia que foram
clarificadas e coradas de acordo com o método de Phillips e Hayman (1970)
modificado. Durante a coleta as raízes mais finas foram selecionadas e
armazenadas em álcool 50%, depois foram lavadas em água corrente e clareadas,
primeiro com a remoção do protoplasma utilizando solução de KOH 10% em banho-
maria a aproximadamente 60 °C durante 30 min, lavadas com água em abundância,
e depois o clareamento foi finalizado com peróxido de hidrogênio a 10% por 20 min.
em temperatura ambiente. Em seguida as raízes foram lavadas com água destilada
e coradas com corante acidófilo à base de tinta de caneta preta e ácido acético a 5%
e armazenadas em lactoglicerol na proporção 1 : 1 : 1 (v/v/v) de ácido láctico,
glicerina e água, até a observação.
A estimativa da colonização foi obtida pelo método de placa riscada
modificado (GIOVANNETTI; MOSSE, 1980) sendo as estruturas micorízicas
observadas em estereomicroscópio no aumento de 40 X. Os dados, obtidos em
porcentagem, foram transformados para arco seno da raiz quadrada para assegurar
a homogeneidade das variâncias e então submetidos à ANOVA, seguida de
regressão utilizando o programa Statistica 6.0.
2.2.6 Delineamento experimental
O delineamento experimental utilizado foi o de blocos inteiramente
casualizados, em esquema fatorial 4 x 5 + 1 (4 resíduos, com 5 doses, o resíduo de
pupunha teve duas formas de aplicação de fósforo, a primeira forma a dose de P foi
concentrado em 20% do volume de solo do vaso (RP) e a segunda a dose mesma
dose de P foi aplicado em todo volume de solo (PF), em todos os outros resíduos o
P foi distribuído em 20% do solo), totalizando 25 tratamentos. Foram utilizadas cinco
repetições por tratamento, foi feito rodízio quinzenal dos vasos dentro dos blocos e
mensal em entre blocos para evitar efeito de casa de vegetação (luminosidade,
efeito de borda).
Fez-se análise estatística de variância (ANOVA), sendo as doses submetidas
à análise de regressão, com os coeficientes testados até 10% de probabilidade de
35
erro, pelo teste F e para análises dos resíduos agroindustriais foi usado teste de
Tukey a 5% de significância.
2.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
2.3.1 Análises físicas
Como não foram observadas diferenças estatísticas significativas nos
atributos argila dispersa em água, densidade do solo e porosidade total, entre as
doses dos diferentes resíduos, nem entre resíduos, optou-se por colocar os
resultados desses atributos no apêndice da presente dissertação.
A tabela 5 mostra a análise da distribuição de classe de agregados (DCA), o
índice de estabilidade de agregados em água (IEA) e o diâmetro médio ponderado
de agregados (DMP) de amostras de solos, 167 dias após a aplicação dos resíduos
CZ, CL, CO, RP e PF.
A distribuição de classes de agregados está dividida em cinco classes de
tamanho de agregados estáveis em água. Pontualmente, os maiores valores de
DCA de maior tamanho (superiores a 1,00 mm) foram de 31,4% e 31,52%,
encontrados na dose de 25% do resíduo CZ e dose de 50% do resíduo de CO,
respectivamente.
Considerando o conjunto das doses, observa-se que, de modo geral, o
tratamento com o resíduo de pupunha com distribuição do fósforo em todo o vaso
(PF) apresentou maior percentual de agregados de maiores tamanhos (superiores a
1,00 mm), como também menor percentual de agregados menores que 0,5 mm de
diâmetro. Como esse tratamento se diferencia do tratamento RP apenas pela forma
de aplicação do fósforo (distribuído nos 20% superiores do vaso), acredita-se que
esse fato pode ser atribuído à maior colonização por micorrizas, que está
relacionada com o teor de fósforo do solo (MELLONI et al., 2000), como também ao
maior aporte de matéria orgânica no solo, proporcionado pelos tratamentos com
resídos de pupunha (CANELLAS, 2000; MARINE, 2002; ABREU JUNIOR et al.,
2003).Deve-se salientar que a dose máxima desse resíduo equivaleu à adição de
78,3 t ha-1, contra 10,17 t ha-1 da cinza da queima do tegumento de amêndoas de
cacau; 6,3 t ha-1 da cinza da queima do tegumento de amêndoas de cacau + lodo da
estação de resíduo da própria fábrica + tegumento de amêndoas de cacau e 24,46 t
ha-1 do composto de ovinos.
36
Não foram observadas diferenças estatísticas significativas entre as doses de
nenhum dos tratamentos para IEA e DMP (Tabela 5).
Tabela 5 – Avaliação de agregados de amostras de um horizonte coeso de um Latossolo Amarelo, 167 dias após a aplicação de resíduos agroindustriais em Ilhéus, BA
TRAT. DOSE
(%)
Distribuição de Classe de Agregados (mm)
IEA DMP 4,76-2,00 2,00-1,00 1,00-0,50 0,50-0,25 < 0,25
--------------------------------- % --------------------------------- % Mm
CZ
0 9,63 10,97 17,56 25,97 35,88 68,22a
0,65a
25 14,99 16,41 19,92 28,50 20,17 81,00a
0,99a
50 8,64 8,66 14,95 32,27 35,47 69,58a
0,75a
75 9,72 12,23 22,20 27,10 28,75 77,92a
0,79a
100 11,21 12,05 16,30 33,32 27,13 70,69a
0,83a
CL
0 9,63 10,97 17,56 25,97 35,88 68,22a
0,65a
25 10,53 11,21 14,61 22,80 40,85 66,89a
0,74a
50 9,63 7,12 15,98 29,52 37,75 66,16a
0,82a
75 14,64 12,85 17,02 25,02 30,47 75,23a
0,94a
100 13,78 11,65 17,27 29,64 27,66 73,88a
1,01a
CO
0 9,63 10,97 17,56 25,97 35,88 68,22a
0,65a
25 10,21 10,47 25,21 26,43 27,67 76,04a
0,81a
50 20,03 11,49 14,16 28,60 25,72 76,86a
1,07a
75 14,19 9,80 18,41 23,36 34,25 82,03a
1,14a
100 7,60 13,35 17,31 30,91 30,83 75,23a
1,02a
RP
0 9,63 10,97 17,56 25,97 35,88 68,22a
0,65a
25 11,07 10,36 17,50 25,77 35,30 76,94a
0,89a
50 9,02 10,28 24,26 26,26 30,18 76,44a
0,78a
75 14,39 14,22 23,95 25,20 22,24 78,31a
0,99a
100 10,93 12,81 19,94 27,84 28,48 76,12a
0,93a
PF
0 9,63 10,97 17,56 25,97 35,88 68,22a
0,65a
25 14,20 16,18 33,70 21,17 14,76 86,20a
1,01a
50 8,34 12,68 34,92 25,30 18,76 84,16a
0,91a
75 10,71 13,78 35,94 21,63 17,93 82,47a
0,94a
100 15,64 14,88 28,91 24,47 16,11 82,53a
0,99a
CZ = cinza da queima do tegumento de amêndoas de cacau; CL = composto cinza da queima do
tegumento de amêndoas de cacau + lodo da estação de resíduo da própria fábrica + tegumento de
amêndoas de cacau; CO = composto de ovinos; RP = resíduo do beneficiamento do palmito, com a
dose de fósforo em 20% do volume de solo do vaso; PF = resíduo do beneficiamento do palmito, com
a dose de fósforo em 100% do volume de solo do vaso; IEA = índice de estabilidade de agregados;
DMP = diâmetro médio ponderado. Médias com mesma letra minúscula na coluna não diferem entre
si pelo modelo de regressão, nível a 5% de probabilidade erro.
Entre os tratamentos, houve diferença estatística significativa para o IEA
apenas entre os tratamentos PF e CL. Os demais tratamentos não apresentaram
efeito significativo (tabela 6). A quantidade de aplicação desses resíduos foram bem
distintas. A dose máxima do PF (resíduo de pupunha) equivale a adição de 78,3 t ha-
1, contra 10,17 t ha-1 do CL (composto cinza da queima do tegumento de amêndoas
37
de cacau). Essa maior quantidade de resíduo de pupunha (tratamentos PF e RP)
resultou em maior teor de matéria orgânica no solo, conforme pode ser observado
na tabela 6. Esses dois tratamentos foram estatísticamente superiores no teor de
matéria orgânica do solo em relação ao tratamento CL. Outro aspecto importante,
além da matéria orgânica, é que a distribuição do fósforo no tratamento PF ocorreu
em todo o vaso, enquanto que no tratamento CL, esse nutriente ficou concentrado
nos 20% do volume superior, resultando, possivelmente, em menor micorrização do
solo. Portanto, acredita-se que a superioridade do tratamento PF em relação ao CL,
no que diz respeito ao IEA, seja em função do maior aporte de matéria orgânica ao
solo, aliado à maior atividade micorrízica.
Esses resultados estão de acordo com as informações existentes quanto ao
fato de a estabilidade dos agregados estar associada ao aporte de C via produção
de matéria seca das culturas e, ou compostos com alto teores de MO (BLAIR et al.,
2005), bem como à maior atividade biológica do solo (BRONICK; LAL, 2005).
Tabela 6 – Teste de Tukey para valores médios do índice de estabilidade de agregados (IEA), diâmetro médio ponderado (DMP) e matéria orgânica do solo (MO) em amostras de um horizonte coeso de um Latossolo Amarelo, 167 dias após a aplicação de resíduos agroindustriais em Ilhéus, BA
Variável Resíduos
CL CO CZ PF RP
IEA 69,19 ± 14,54b 74,52 ± 12,36
ab 72,02 ± 15,72
ab 80,07 ± 9,08
a 74,84 ± 11,66
ab
DMP 0,83 ± 0,37a 0,93 ± 0,35
a 0,80 ± 0,27
a 0,90 ± 0,19
a 0,87 ± 0,24
a
MO 1,23 ± 0,21b 1,45 ± 0,32
ab 1,37 ± 0,18
ab 1,60 ± 0,37
a 1,57 ± 0,34
a
Médias com mesma letra minúscula na linha não diferem entre si pelo Teste de Tukey, a 5% de significância CZ = cinza da queima do tegumento de amêndoas de cacau; CL = composto cinza da queima do tegumento de amêndoas de cacau + lodo da estação de resíduo da própria fábrica + tegumento de amêndoas de cacau; CO = composto de ovinos; RP = resíduo do beneficiamento do palmito, com a dose de fósforo em 20% do volume de solo do vaso; PF = resíduo do beneficiamento do palmito, com a dose de fósforo em 100% do volume de solo do vaso.
Os dados relacionadas à distribuição dos agregados do solo podem ser
sintetizadas por meio do cálculo do DMP, que permite comparar os resíduos quanto
à organização da estrutura do solo. Embora o tratamento CO, de modo geral, tenha
apresentado maior DMP em relação aos demais tratamentos, não se pode atribuir
superioridade em relação aos demais porque não houve diferença estatística
significativa entre os tratamantos.
38
2.3.2 Colonização micorrízica
O solo para análise quantitativa de micorríza foi coletado nos tratamentos com
resíduo de pupunha (RP e PF) no terço médio do vaso. O grau de colonização
micorrízica das plantas de Heliconia Golden Torch apresentou diferenças
significativas (P<0,05) para as doses crescentes do resíduo de pupunha
adicionados ao solo e entre os tratamentos RP (resíduo do beneficiamento do
palmito, com a dose de fósforo em 20% do volume de solo do vaso) e o PF (resíduo
do beneficiamento do palmito, com a dose de fósforo em 100% do volume de solo
do vaso), conforme pode ser observado na Tabela 7, que contém o resumo da
análise de regressão múltipla. Os dados obtidos para o grau de colonização
micorrízica apresentaram um comportamento quadrático (ver equações na Tabela 8)
conforme as doses dos resíduos que foram adicionados ao solo de cultivo das
Heliconias Golden Torch (Figura 1).
Na dose 0% dos resíduos RP e PF, o grau de colonização por fungos
micorrízicos foi de 8% e 28%, respectivamente, e na dose de 50%, o grau de
colonização chegou a 32% e 70%, respectivamente.
Tabela 7 – Resumo da regressão múltipla para a colonização micorrízica em raízes de Heliconia Golden Torch, cultivadas em vasos, RP (P localizado) e PF (P distribuído)
r2 múltiplo r
2ajustado Soma dos quadrados GL Quadrado médio F P
RP 0,940322 0,934639 139,851 21 6,65955 165,4454 0
PF 0,856027 0,842315 1466,605 21 69,83834 62,4304 0
Na tabela 8 estão apresentadas as equações da análise de regressão múltipla
para a colonização micorrízica em raízes de Heliconia Golden Torch, cultivadas em
vasos e submetida a doses crescentes de composto de resíduo da pupunha (RP) e
resíduo de pupunha + 100% P-fósforo (PF), com 167 dias após o plantio.
Tabela 8 – Equações de regressão múltipla para a colonização micorrízica em raízes de Heliconia Golden Torch, cultivados em vasos, submetidas a doses crescentes de RP e PF, com 167 dias após o plantio
Resíduo Equação
RP y = 8,03 + 0,98x - 0,009x2; R2 = 0,94
PF y = 26,71 + 1,86x - 0,018x2; R2 = 0,86
39
A figura 1 mostra o grau de colonização micorrízica em raízes de Heliconia
Golden Torch cultivadas em vasos e submetidas a doses crescentes de composto
RP (P localizado) e PF (P distribuido), com 167 após o plantio.
Considerando-se a estimativa de colonização máxima, verificou-se que são
necessárias aplicações de 42,6 t ha-1 para RP e 40,48 t ha-1 para PF.
O comportamento da figura 1 confirma o efeito do maior grau de colonização
micorrízica em condições de dose de fósforo abaixo da ótima para o crescimento
vegetal, confirmado por Nogueira; Cardoso (2000); Melloni et al. (2000).
A percentagem de colonização nem sempre é uma característica segura para
definir o efeito que o endófito causa no crescimento de sua planta hospedeira. Em
algumas plantas, taxas tão baixas como 5% já foram suficientes para um bom
desenvolvimento (KARANIKA et al., 2008). A colonização micorrízica pode ser
afetada por inúmeros fatores como: a espécie vegetal, a idade da planta, densidade
de raízes e dos propágulos de FMA no solo, pH, concentração de nutrientes no solo,
especialmente alta disponibilidade de P, manejo do solo, entre outros
(MCGONIGLE, 2001). Segundo Balota et al. (2010); Moreira-Souza; Cardoso,
(2002), em situações de alta disponibilidade de nutrientes, especialmente de P, as
plantas tendem a diminuir a colonização, como aconteceu no presente trabalho,
(Figura 1).
Vários estudos têm evidenciado o efeito benéfico proporcionado pelos FMA
em culturas como cafeeiro, mandioca e citros (SAGGIN JUNIOR; SIQUEIRA, 1996;
BALOTA et al. 1997; NOGUEIRA; CARDOSO, 2006). De modo geral, as plantas
frutíferas têm grande potencial para inoculação de FMA por possuirem sistema
radicular pouco ramificado e poucos pêlos radiculares. Nestas condições, o aumento
na absorção de nutrientes proporcionado pela micorriza é de fundamental
importância, podendo ser responsável pela absorção de 80% do P nas plantas
(MARSCHNER; DELL, 1994).
40
0 25 50 75 100
Dose de composto de pupunha (g dm-3)
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Colo
niz
ação m
icorríz
ica (%
)
P localizado = 8,03+0,98x-0,009x2, r2 = 0,94, p = 0,00001
P distribuído = 26,71+1,86x-0,018x2, r2 = 0,86 p = 0,00001
Figura 1 – Colonização micorrízica em raízes de heliconia Golden Torch, cultivadas em vasos, submetidasa doses crescentes de compostos RP (P localizado) e RP (P distribuído), com 167 dias após o plantio.
Esse comportamento de resposta devido às crescentes doses de P já havia
sido observado anteriormente em plantas micorrizadas (SAGGIN JÚNIOR;
SIQUEIRA, 1996; ROCHA et al., 2006), evidenciando o grande benefício
proporcionado pelos FMA nas menores doses de P, ocorrendo, porém, diminuição
com o aumento da disponibilidade do nutriente no solo.
O aumento na capacidade das plantas em absorver o P pode ser atribuído à
capacidade dos fungos de aumentar, em mais de cem vezes, a área de exploração
do solo pela grande produção de hifas extrarradiculares com maior eficiência na
absorção de nutrientes comparada às raízes, uma vez que plantas micorrizadas têm
acesso às mesmas formas de P disponíveis às plantas não micorrizadas (BOLAN,
1991).
A diminuição na colonização micorrízica devido ao aumento da adição de P é
considerada normal, podendo, em muitos casos, ser relacionada também com o
estado nutricional das plantas. Plantas bem nutridas teriam mecanismos para reduzir
o desenvolvimento ou a atividade de FMA nas raízes, objetivando reduzir o custo
energético que a manutenção do fungo representa para a planta (SMITH; READ,
1997). Espécies de FMA que mantêm altos níveis de colonização radicular mesmo
sob condições de altos níveis de P no solo poderiam, em determinadas condições,
41
tornar-se parasitas, devido à grande demanda por carboidratos da planta
(MOREIRA; SIQUEIRA, 2002).
A figura 2 mostra a morfologia das raízes de Heliconia Golden Torch
cultivadas em vasos, submetidas a doses crescentes de composto RP (P localizado)
e PF (P distribuído), com 167 dias após o plantio.
Morfologicamente as micorrizas de Heliconia Golden Torch presentaram
semelhança aos da série Arun as quais predominantemente ocorre na maioria das
angiospermas herbáceas (SMITH; SMITH, 1997). Nesse tipo micorrízico, os
arbúsculos, os quais são as estruturas onde ocorre a troca de nutrientes entre o
fungo e a planta (SMITH; READ, 1997), apresentam-se bem desenvolvidos.
Vesículas intracelulares, que são características da subordem Glomineae (MORTON
et al., 1996) também foram frequentemente observadas. Nessas vesículas ocorre o
armazenamento de lipídios, fonte de reserva para desenvolvimento do fungo
micorrízico.
Figura 2 – Morfologia das raízes de Heliconia Golden Torch, cultivadas em vasos, submetidas a doses crescentes dos resíduos RP (P localizado) e PF (P distribuído), com 167 dias após o plantio. A – vista geral de uma raiz não micorrizada; B – Vista geral de uma raiz micorrizada; C – detalhe de esporo (seta) e hifas intracelulares (ponta de seta); D – detalhe de vesículas (setas); E – detalhe de arbúsculos (setas) no interior das células corticais; F – seguimento de raiz com colonização micorrízica e hifa extraradicial.
F D E
A B C
42
2.4 CONCLUSÕES
O resíduo de pupunha com distribuição de fósforo em todo o solo melhorou a
agregação, avaliada com base na distribuição de classes de agregados e índice de
estabilidade de agregados em água.
Dentre os resíduos de pupunha, o tratamento com distribuição uniforme do
fósforo por todo o solo proporcionou maior colonização de micorrizas.
O aumento da dose do resíduo de pupunha a partir da dose de 50% diminuiu
a colonização micorrízica. Houve uma relação entre crescimento de fungos
micorrízicos e agregação do solo.
43
2.5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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3.CAPÍTULO II - EFEITO DO USO DE RESÍDUOS AGROINDUSTRIAIS NA FERTILIDADE DO SOLO E NUTRIÇÃO E CRESCIMENTO VEGETATIVO DE HELICONIA VAR. GOLDEN TORCH
RESUMO
Com o objetivo de avaliar o efeito do uso de resíduos agroindustriais como fonte de K nos atributos químicos do solo, na nutrição e no cultivo de Heliconia var. Golden Torch e, conduziu-se experimento em casa de vegetação no Campus da UESC, em Ilhéus-BA. O delineamento foi o inteiramente casualizado, com 4 tratamentos + 1 e 5 doses, com 5 repetições. Os resíduos utilizados foram CZ = cinza da queima do tegumento de amêndoas de cacau, CL = composto cinza da queima do tegumento de amêndoas de cacau + lodo da estação de resíduo da própria fábrica + tegumento da amêndoa de cacau, CO = composto de ovinos e dois resíduos de pupunha (RP e PF), com o mesmo teor de potássio total nas doses. Avaliaram-se o teor de nutrientes no solo e no limbo foliar e os diferentes atributos biométricos das plantas de helicônia. Os resultados indicam que o tratamento CZ diminuiu os teores de Al e aumentou o pH do solo, sendo também a melhor fonte de fósforo, cobre e manganês no solo e, juntamente como o tratamento CL, foram boas fontes de potássio e sódio no solo. O composto CL apresentou os maiores teores de potássio no limbo foliar e também contribuiu para os maiores valores de matéria seca total, área foliar, matéria seca da parte aérea e eficiência uso da água de plantas de helicônia, indicando ser uma boa fonte de potássio para as plantas.
Palavras-chave: potássio, fósforo, cinza, lodo de esgoto, resíduo de pupunha
47
3. CHAPTER II. EVALUATING THE EFFECT OF THE USE OF AGRO-INDUSTRIAL RESIDUES IN SOIL FERTILITY, NUTRITION AND GROWTH OF VEGETATIVE HELICONIA VAR . GOLDEN TORCH
ABSTRACT
Aiming at evaluating the effect of the use of agro-industrial residues as a source of K in chemical properties of the soil, nutrition and cultivation Heliconia var . Golden Torch, an experiment was conducted in a greenhouse on the campus of UESC in Ilheus, Bahia. The experimental design was completely randomized with four treatments + 1 and 5 doses, with 5 repetitions . The residues were used CZ = ashes of the burnt integument of cocoa beans, CL = compound ashes of the burnt husk of the cocoa beans + sludge from waste from plant facility itself + tegument of cocoa beans, CO = composite sheep and two residues of peach palm ( RP and FP ), with the same amount of potassium in full doses. The nutrient content in the soil and on the leaf surface and the different biometric attributes of heliconia plants were evaluated. The results indicate that the CZ treatment decreased the content of Al and increased pH of the soil being also the best source of phosphorus, copper and manganese in the soil and along the processing CL are good sources of potassium and sodium in the soil. The compound CL showed the highest levels of potassium in the leaf blade and also contributed to the higher values of total dry matter, leaf area, shoot dry matter and water use efficiency of heliconia plants, indicating that it is a good source of potassium for the plants .
Keywords : potassium, phosphorus, ash, sewage sludge, pejibaye residue.
48
3.1 INTRODUÇÃO O potássio (K) não faz parte de nenhum composto orgânico e não
desempenha função estrutural na planta; porém, esse macronutriente atua na
ativação de aproximadamente 50 enzimas, destacando-se as sintetases,
oxiredutases, transferases, quinases e aldolases (MALAVOLTA et al., 1997), e está
ainda envolvido na síntese de proteínas. Plantas com baixos teores de K acumulam
compostos de baixo peso molecular como aminoácidos, amidas, aminas e nitratos
(MALAVOLTA, 2006).
O K atua no controle osmótico das células. Plantas deficientes em K
apresentam menor turgor da célula, pequena expansão celular, maior potencial
osmótico e abertura e fechamento dos estômatos de forma irregular (MALAVOLTA
et al., 1997). Outro efeito atribuído ao K é que as plantas bem nutridas são mais
resistentes às secas e as geadas, em razão da maior retenção de água.
O K está envolvido também nos mecanismos de defesa das plantas a pragas
e a doenças. As plantas bem nutridas em K apresentam redução na incidência,
severidade e danos causados por insetos e fungos. A explicação seria que altas
concentrações de K nos tecidos favorecem a síntese e o acúmulo de compostos
fenólicos, os quais atuam como inibidores de insetos e de fungos (PERRENOUD,
1990). Outra explicação seria que plantas deficientes apresentam tecidos menos
enrijecidos, como consequência da menor espessura da cutícula e da parede
celular, menor formação de tecidos esclerenquimatosos, menor lignificação e
suberização (PERRENOUD, 1990). Além disso, na deficiência de K ocorre menor
síntese de compostos de alto peso molecular (proteína, amido e celulose),
favorecendo o acúmulo de compostos de baixo peso molecular (açúcares solúveis,
aminoácidos e N solúvel), como resultado do aumento da atividade de enzimas
decompositoras (amilase, sacarase, glucosidase e protease). O acúmulo desses
compostos altera o equilíbrio osmótico das células e sua concentração é aumentada
nos exsudados liberados pelas plantas, favorecendo o desenvolvimento de pragas e
de doenças.
As plantas bem nutridas em K apresentam maior síntese de material para a
formação da parede celular. Frequentemente, as paredes são mais espessas devido
à maior deposição de celulose e de compostos relativos, promovendo maior
estabilidade e aumento da resistência das plantas ao acamamento e às infestações
de doenças e pragas (BERINGER; NOTHDURFT, 1985).
49
A carência de K provoca redução na taxa fotossintética por unidade de área
foliar e também maiores taxas de respiração. A combinação desses fatores pode
reduzir as reservas de carboidratos da planta (PRETTY, 1982). Um suprimento
inadequado de K também faz com que os estômatos não se abram regularmente,
podendo ocorrer menor assimilação de CO2 nos cloroplastos, diminuindo,
consequentemente, a taxa fotossintética.
O K atua no metabolismo e no transporte de carboidratos (MARSCHNER,
1995; MALAVOLTA et al., 1997). Normalmente, plantas deficientes em K
apresentam acúmulo de açúcares hexoses e decréscimo de carboidratos de maior
cadeia como amido e sacarose nas folhas (HUBER, 1985), como consequência da
menor atividade da sintetase fosfato sacarose. Segundo Marschner (1995), existe
relação inversa entre a concentração de potássio e o conteúdo de açúcares nos
tecidos. O K assume papel importante no transporte da sacarose e dos
fotossintetizados das folhas para os órgãos de armazenamento; durante esse
caminho, os produtos assimilados passam por três sistemas: a) difusão no simplasto
e no espaço livre; b) transporte ativo através da membrana citoplasmática para o
floema; e c) fluxo passivo pelos tubos crivosos. O K influencia os três processos, em
particular os dois últimos (MALAVOLTA; CROCOMO, 1982).
Resultados apresentados por Franchini et al. (2003) permitem constatar que,
sob sistemas com alto aporte de resíduos orgânicos, os cátions polivalentes (Ca, Mg
e Al) são preferencialmente lixiviados no perfil do solo, em relação aos monovalentes
(K). Esta preferência na lixiviação poderia ser explicada pela carga negativa dos
complexos orgânicos formados entre os ânions orgânicos dos extratos de plantas e
os cátions polivalentes. Nesse caso, grande quantidade de K, provida pela
decomposição dos resíduos orgânicos, estaria ligada aos sítios de troca do solo e
satisfaria as cargas geradas pelo aumento de pH, favorecendo a formação e
manutenção de complexos entre os compostos orgânicos e Ca e Mg, o que poderia
aumentar a lixiviação dos mesmos (FRANCHINI et al., 2003). No entanto, é
importante ressaltar que, em sistemas com baixo aporte de resíduos orgânicos, a
preferência de lixiviação é para o K, em relação ao Ca e Mg, por ficar o K mais livre
em solução pela menor força de adsorção nos sítios de troca do solo, consequência
de sua menor valência e maior constante de associação com ânions inorgânicos
(DUIKER; BEEGLE, 2006; FRANCHINI et al., 2003).
50
A reutilização de resíduos é de grande interesse pois, além de dar destino aos
mesmos, torna-os úteis, já que sua aplicação no solo interfere nos atributos
químicos, aumentando a disponibilidade de nutrientes às plantas. Esses compostos
contêm nutrientes, tais como N, P, K, Ca, Mg, B, Cu etc., que são elementos
fundamentais para o desenvolvimento dos vegetais (FRANCO et al., 2010)
O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de resíduos agroindustriais na
fertilidade do solo e na nutrição e crescimento vegetativo de Heliconia var. Golden
Torch.
3.2 MATERIAL E MÉTODOS
3.2.1 Caracterização da área experimental
O experimento foi conduzido no período de 05/07/12 a 18/12/12 (durante 167
dias), em casa de vegetação no campus da Universidade Estadual de Santa Cruz
(UESC), Rodovia Jorge Amado, km 16, Ilhéus, BA.
3.2.2 Solo
O solo utilizado no experimento foi coletado na Fazenda São Sebastião (14°
54’ 3,59” S; 39° 07’ 2,3” W), no Município de Ilhéus, BA, constituindo-se de um
horizonte B de um Latossolo Amarelo coeso (EMBRAPA, 2009). O solo foi seco ao
ar e passado em peneira de 2,0 mm de abertura de malha (TFSA). Subamostras de
TFSA foram retiradas para caracterizar inicialmente os atributos físicos (Tabela 1) e
químicos (Tabela 2).
Tabela 1 – Análises físicas do horizonte B de um Latossolo Amarelo coeso de Ilhéus, BA
AREIA SILTE ARGILA ADA GF Ds Dp Pt
-------------------------- g kg-1 -------------------------- ----% ---- --------- kg dm-3 --------- - m3m-3 --
487,30 65,70 447,00 126,70 71,66 1,08 2,74 0,60
ADA = argila dispersa em água; GF = grau de floculação; Ds = densidade dos solo; Dp = Densidade de partícula; Pt = porosidade total.
51
Tabela 2 – Análises químicas do horizonte B de um Latossolo Amarelo coeso de Ilhéus, BA
pH
CaCl2
P MO H+Al Al K Ca Mg SB CTC B Cu Fe Mn Zn
mg dm-3
g kg-1
------------------ mmolc dm-3
------------------ --------- mg dm-3
-----------
4,8 3,0 6,0 28,0 1,2 1,8 10,0 6,0 17,8 45,8 0,2 0,1 20,0 0,4 1,1
P, K, Ca e Mg (Resina) B (água quente) Cu, Fe, Mn e Zn (DTPA) Al (Cloreto de Potássio 1 mol L
-1)
MO Walkley-Black.
3.2.3 Resíduos agroindustriais
Foram utilizados quatro tipos de resíduos:
CZ = cinza oriunda da queima do tegumento de amêndoas de cacau, obtida
de uma fábrica de processamento de amêndoas de cacau da Zona Industrial
de Ilhéus, BA;
CL = composto da mistura de cinza oriunda da queima do tegumento de
amêndoas de cacau + lodo da estação de tratamento da própria fábrica +
tegumento de amêndoas de cacau, obtido já na forma de composto de uma
fábrica de processamento de amêndoas de cacau da Zona Industrial de
Ilhéus, BA;
CO = composto de ovinos produzido na fazenda São Sebastião, Ilhéus, BA,
utilizando esterco fresco de ovinos e capim humidícola que foram dispostos
em camadas na proporção de 20 cm de esterco e 5 cm de capim;
RP = resíduo do beneficiamento de pupunha, proveniente de uma fábrica de
beneficiamento de palmito de pupunha no município de Uruçuca, BA.
Adotou-se um quinto tratamento (PF) com utilização de resíduo do
beneficiamento de pupunha, nas mesmas doses do tratamento RP (resíduo de
pupunha) e condições de correção da acidez e nutrientes, diferindo apenas na forma
de aplicação de fósforo que no tratamento RP foi feita de forma localizada nos 20%
superior do solo dentro dos vasos, enquanto no tratamento PF a distribuição do
fósforo foi feita em todo o solo.
Para a definição das doses os resíduos foram analisados quimicamente
(Tabela 3).
Adotou-se o K como nutriente referência, que serviu como base de cálculo
para definir a quantidade de cada composto a ser utilizado no experimento. Utilizou-
52
se como 100% a dose máxima de 200 mg dm-3 K; 75% = 150 mg dm-3 de K; 50% =
100 mg dm-3 de K, 25% = 50 mg dm-3 de K e 0% correspondeu a dose zero
(testemunha) conforme tabela 4. É importante ressaltar que o teor de 71 - 120 mg
dm-3 de K no solo é considerado como bom (ALVAREZ V. et al., 1999); por essa
razão, a dose de 50% (100 mg dm-3 de K) será utilizada como referência.
53
Tabela 3 – Teores de nutrientes solúveis, disponíveis e totais dos resíduos agroindustriais provenientes da região de Ilhéus, BA
Resíduo MO pH N
(Nitrato+Amônio)
P K Ca Mg S Fe B Cu Mn Zn
Teor solúvel (1)
------------------------------------------------------------------- mg L-1 ------------------------------------------------------------------------ CZ ----- 10,9 117,9 26,1 6276,2 20,3 8,5 273,5 0,2 4,0 0,0 < 0,0 <
0,01 CL ----- 10,1 205,7 99,5 14184,8 70,1 103,4 634 36,8 16,4 7,9 0,7 1,3 CO ----- 9,5 116,6 32,1 724,8 10,6 10,3 104,9 1,0 0,9 0,1 0,0 0,1 RP ----- 7,9 45,5 14,0 125,7 10,6 5,3 36,9 2,1 0,1 0,05 0,1 0,1
Teor disponível (2) g kg-1
mg dm-3 ------------ mmolc dm-3 ---------- --------------------------- mg dm-1 --------------------------
CZ 13,0 10,3 ------- 1080,0 13,2 3,0 45,0 544,0 4,0 5,7 13,3 10,2 21,2 CL 9,0 10,4 ------- 1464,0 13,2 94,0 30,0 1038,0 135,0
00000000
0 17,9 28,7 9,7 CO 8,0 9,3 ------- 1432,0 13,2 75,0 56,0 306,0 30,0 0 2,1 8,9 15,2 RP 7,0 7,3 ------- 588,0 13,2 < 1,0 44,0 90,0 78,0 0 2,4 40,6 14,5
Teor total (3) g kg-1
---------------------------------------------- g kg-1 --------------------------------------------- ----------------- mg Kg-1 -------------
---- CZ 31,0 11,0 3,4 44,9 35,5 68,5 67,5 1,1 11,3 264,9 447 1316,4 403,1 CL 317,0 9,8 74,5 22,6 57,0 38,0 26,1 3,5 8,1 191,7 162,2 497,7 172,6 CO 221,0 9,4 49,8 4,8 13,6 21,2 8,9 2,2 4,5 25,3 24,0 136,3 79,1 RP 689,0 5,9 38,2 4,2 4,6 11,5 2,6 4,4 7,2 4,0 33,6 217,3 165,1
(1) Teor solúvel: extrato de H2O 1:1,5 v/v (Sonneveld et al., 1974); pH (H2O). (2) Teor disponível: P, K, Ca e Mg (Resina); B (água quente); Cu, Fe, Mn e Zn (DTPA); Al (Cloreto de Potássio 1 mmolc dm
-3); pH (CaCl2 0,01 mol L
-1); MO Walkley-Black (Embrapa 2011). (3) Teor total: P, K, Ca, Mg, S, B, Cu, Fe, Zn:
Extração nítrico-perclórico e determinação: ICP-OES, N- Kjeldahl, C org: Walkley-Black; pH (SMP) (Embrapa 2011). *
CZ = composto cinza da queima do tegumento da amêndoa de cacau;
CL = composto cinza da queima do tegumento da amêndoa de cacau + lodo da estação de resíduo da própria fábrica +
tegumento da amêndoa de cacau; CO = composto de ovinos; RP = resíduo do beneficiamento do palmito.
54
Tabela 4 – Doses de resíduos agroindustriais aplicados em função do teor de K encontrado em cada resíduo
Resíduo
DOSES
0% 25% 50% 75% 100%
t ha-1
CZ 0 2,54 5,09 7,63 10,17
CL 0 1,58 3,15 4,73 6,30
CO 0 6,12 12,23 18,35 24,46
RP 0 19,58 39,15 58,73 78,30 CZ = cinza da queima do tegumento de amêndoas de cacau; CL = composto cinza da queima do tegumento de amêndoas de cacau + lodo da estação de resíduo da própria fábrica + tegumento de amêndoas de cacau; CO = composto de ovinos; RP = resíduo do beneficiamento do palmito.
3.2.4 Preparo das mudas e do substrato
Foram utilizadas mudas de Heliconia var. Golden Torch, resultante do
cruzamento de Heliconia psittacorum L. x H. spathocircinata Aristeguita, coletadas
na Fazenda São Bento (S 14°54’43,03” e W 39°07’59,33”), Município de Ilhéus, BA.
As mudas tiveram suas raízes cortadas para estimular a emissão de novas
raízes e foram selecionadas por tamanho; em seguida foram submetidas a uma
tríplice lavagem: a 1ª lavagem com água corrente, abundantemente, para se retirar o
solo e fertilizantes aderidos; a 2ª lavagem com água contendo 1% de solução de
hipoclorito de sódio por 3 minutos para desinfestação, segundo recomendação de
Chagas (2003), e a 3ª lavagem foi água deionizada.
Inicialmente, as mudas foram colocadas para crescer em substrato, composto
por areia, lavada em água corrente e abundante por 30 minutos, e pó de serra, que
foi submetido a uma tríplice lavagem com água comum com intervalo de 24 h, sendo
armazenados em seguida. A mistura foi composta por duas partes de areia e uma
de pó de serra e colocada em sacos de polipropileno com capacidade de 1,5 dm³.
Os rizomas, acompanhados por segmento do pseudocaule, com altura de 15 cm,
foram cultivados durante 60 dias no substrato. Após esse período foram
transplantados para vasos plásticos, sem dreno, com capacidade para 12 dm3,
contendo 9 dm3 de solo + resíduos agroindustriais com acidez e fertilidade
previamente corrigidas. Plantou-se um rizoma por vaso, sendo coberto por uma
camada 3 cm de brita lavada, a fim de reduzir a evaporação da superfície do
substrato (Figura 1).
55
Figura 1 – Mudas de Helicônia psittacorum x H. spathocircinata var. Golden Torch antes da
implantação do experimento (A), depois da implantação do experimento (B).
3.2.5 Adubação e condução do experimento
A correção da acidez foi feita pelo método da saturação por bases, que foi
elevada para 60%, sendo o calcário peneirado em peneira com malha de 0,3 mm
(ABNT Nº 50) para imediata neutralização da acidez.
Antes do plantio, aplicadou-se 75 mg dm-3 de P e 35 mg dm3 de N, na forma
de fosfato monoamônico, que foi misturado em 20% do solo, que ficou localizado na
parte superior do vaso nos quatro tratamentos. Aplicou-se também, em 100% do
solo, 0,2 mg dm3 de B; 1,0 mg dm3 de Cu; 5,0 mg dm3 de Mn; 4,0 mg dm3 de Zn e
0,1 de Mo, nas forma de H3B03 PA; CuSO4.5H2O PA; MnCl2.4H2O PA; ZnSO4.7H2O
PA e (NH4)6Mo7O24.4H2O PA, respectivamente.
A cada 15 dias fez-se uma adubação nitrogenada, usando 0,5 g de N na
forma de uréia, por vaso. A partir da terceira aplicação passou a usar 1,0 g de N por
vaso. Para a aplicação das doses citadas, a uréia foi diluída em 6,5 L de água de
chuva e aplicou-se 50 mL da solução por vaso contendo 9 dm3 de solo.
O conteúdo de água do solo foi elevado a 80% da capacidade de campo, com
base na curva característica de água do solo. Estabeleceu-se o turno de rega a cada
dois dias e a irrigação foi feita de forma manual com água da chuva, com o auxílio
de uma proveta volumétrica. O controle de água foi feito com base na umidade
gravimétrica.
Os vasos foram colocados no piso da casa de vegetação, com 40 cm de
distância entre eles.
56
3.2.6 Análises químicas do solo e das plantas
Para a análise química do solo, coletaram-se amostras de solo por unidade
experimental, nos 20% do solo localizados na parte superior dos vasos, onde foi
concentrada a adubação fosfatada.
A determinação de pH CaCl2 0,01 mol L-1 foi realizada empregando-se a
relação solo/solução de 1:2,5 (EMBRAPA, 2011).
O carbono orgânico foi determinado pelo método Walkley–Black (EMBRAPA,
2011).
Os íons Ca+2 e Mg+2 foram extraídos com KCl 1 mol L-1 e dosados por
espectrofotometria de absorção atômica; Al+3 extraído com KCl 1 mol L-1 e H+Al
extraídos com acetato de cálcio 0,5 mol L-1 a pH 7, sendo ambos determinados por
titulação com NaOH 0,025 mol L-1; K+, Na+, P e os micronutrientes catiônicos (Cu,
Fe, Mn, Zn) foram extraídos pelo Mehlich-1 e assim dosados: K por fotômetro de
chama; P por espectrometria visível, por redução do fosfomolibidato pelo ácido
ascórbico; e os micronutrientes catiônicos por espectrofotometria de absorção
atômica (EMBRAPA, 2011).
Os limbos foliares de cada planta foram coletados e acondicionados em sacos
de papel. Em seguida, foram limpas com pano úmido com água deionizada e secos
em estufa de circulação forçada de ar, à 60ºC por 48 h, depois pesadas, trituradas
em moinho de facas e armazenadas em tubos coletores para posterior digestão.
Para a digestão utilizou-se 0,2 g da amostra do limbo foliar já processada
(moída). Adicionou-se ao material moído 4 mL de ácido nítrico e 3 mL de peróxido
de hidrogênio dentro de capela de exaustão. Levou-se o material para o bloco
digestor com temperatura inicial de 50 °C por 30 minutos, e temperatura final de 120
°C por 90 minutos. As amostras foram avolumadas em tubos falcon para 14 mL e
posteriormente procederam-se as leituras de macro (Mg, K, Ca, P) e micronutrientes
(S, Mn, Fe, Cu, Zn e Ni) no aparelho ICP OES (EMBRAPA, 2009).
3.2.7 Avaliação biométrica
A avaliação biométrica das plantas foi feita aos trinta dias após o transplantio
e no final do experimento (167 dias após o transplantio), para que fosse calculado o
incremento dos dados biométricos das plantas. Foram analisados: altura do
pseudocaule, medido com auxílio de uma régua milimetrada entre o solo até a base
57
da última folha expandida; diâmetro do pseudocaule, medido a uma altura de 5 cm
do solo, com paquímetro digital e número de perfilhos, estabelecido por contagem
na touceira. A área foliar foi medida no final do experimento com auxílio de um
medidor de área foliar.
Após o término do experimento as plantas foram colhidas e divididas em parte
aérea (pseudocaule, limbo foliar, perfilhos e hastes florais) e subterrânea (rizoma e
raízes), para obtenção da matéria seca. A matéria seca de cada componente da
planta foi determinada mediante secamento em estufa com circulação forçada de ar,
a 65 ºC por um período de 72 h.
3.2.8 Estatística
O delineamento experimental utilizado foi o de blocos inteiramente
casualizados, em esquema fatorial 4 x 5 + 1 (4 resíduos, com 5 doses, o resíduo de
pupunha teve duas formas de aplicação de fósforo, a primeira forma a dose de P foi
concentrado em 20% do volume de solo do vaso (RP) e a segunda a dose mesma
dose de P foi aplicado em todo volume de solo (PF), todos os outros resíduos o P foi
distribuído em 20% do solo), totalizando 25 tratamentos. Foram utilizadas cinco
repetições por tratamento, foi feito rodízio quinzenal dos vasos dentro dos blocos e
mensal em entre blocos para evitar efeito de casa de vegetação (luminosidade,
efeito de borda).
Fez-se análise estatística de variância (ANOVA), sendo as doses submetidas
a análise de regressão, com os coeficientes testados até 10% de probabilidade de
erro, pelo teste F; para análises dos resíduos agroindustriais foi usado teste de
Tukey a 5% de significância.
3.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.3.1 Análises químicas do solo
Para as variáveis Al e pH (Tabela 5 e Figuras 2 e 3, respectivamente),
observa-se que o tratamento CZ mostrou-se mais eficiente para atuar na diminuição
dos teores de Al e no aumento do pH do solo. O menor valor de Al ocorreu na dose
50%, com média de 0,15 mmolc dm-3, cuja acidez é classificada como nível bom. A
partir dessa dose ocorreu ligeiro aumento no teor de Al do solo, chegando ao valor
médio de 0,3 mmolc dm-3 na dose 100%, continuando na mesma classificação de
58
acidez (ALVAREZ V. et al., 1999). Na dose de 50%, o pH foi de 5,26 (média acidez,
ideal para a maioria das culturas) e continuou aumentando até a dose máxima
(100%), onde atingiu média de 6,46, considerado como acidez muito baixa (RAIJ et
al., 1997). Observou-se o efeito corretivo do tratamento CZ aplicado em solo ácido,
que pode ser devido à maior mineralização da matéria orgânica e produção
subsequente de íons OH-, além do fornecimento de cátions básicos como o K+, Ca2+
e Mg2+ e do alto valor do pH 11,0 (DUTRA; MENEZES; PRIMO, 2013).
Krob et al. (2011), utilizando composto de lixo urbano em um Argissolo
Vermelho, observaram aumento do pH e sugeriram aplicações anuais de composto
de lixo urbano de até 80 t ha-1, que podem ser consideradas como adequadas para
melhorar ou manter as propriedades químicas do solo.
O cálculo para adição dos resíduos adicionados ao solo foi baseado nos
teores totais de K e a análise do teor desse elemento no solo foi com base na sua
disponibilidade. Por essa razão, observou-se que os tratamentos PF e CL se
destacaram em relação aos demais, com aumento do K disponível no solo à medida
que foram aumentando as doses (Tabela 5 e Figura 4). Na dose de 50%, observou-
se que os teores médios de K disponível foram de 0,36 e 0,61 mmolc dm-3
respectivamente, que são considerados como nível baixo e médio. Os valores
atingiram a média de 0,39 e 0,68 mmolc dm-3 na dose de 100%, continuando na
mesma classificação para fins de fertilidade do solo (ALVAREZ V. et al., 1999).
No que se refere ao P no solo, o tratamento CZ foi o único que se destacou
em relação aos demais (Tabela 5 e Figura 5). Na dose de 50% observou um valor
médio de 45,74 mg dm-3, chegando a 89,39 mg dm-3, na dose 100%. Esses valores
são classificados como médio e bom, respectivamente, com base no teor de argila
do solo em estudo que é de 447,0 g kg-1 (ALVAREZ V. et al., 1999). Uma das
principais características que influem na disponibilidade de P é a matéria orgânica, a
qual interage com os óxidos de Al e Fe resultando em redução dos sítios de fixação,
por causa do recobrimento da superfície desses óxidos por moléculas de ácidos
húmicos, acético e málico, ou pela formação de compostos na solução do solo
(NOVAIS et al., 2007).
Apenas os tratamentos CL e PF apresentaram diferença estatística em
relação aos demais tratamentos no que diz respeito aos teores de Na no solo
(Tabela 5 e Figura 6). Ocorreu aumento nos teores de sódio à medida que se
59
aumentou as doses, atingindo os teores médios de 7,46 e 8,41 mmolc dm-3 (CL e
CZ, respectivamente) na dose de 50% e 15,57 e 9,13 mmolc dm-3 (CL e PF,
respectivamente) na dose de 100%. Os efeitos nocivos do Na começam a partir de
7% pela classificação dos solos quanto à sodicidade em função da percentagem de
sódio trocável (SÁ et al., 2013), que restringe o crescimento da maioria das plantas
cultivadas, promovendo a dispersão e lixiviação de colóides no perfil do solo, o
comprometimento da estrutura do solo e a diminuição da infiltração de água e
drenagem (CARMONA; ANGHINONI; WEBER, 2011).
Para o Cu no solo (Tabela 5 e Figura 7), o CZ foi o único tratamento que
contribuiu para o aumento do teor desse micronutriente no solo. Observaram-se
teores médios de 1,7 e 2,43 mg dm-3, nas doses de 50% e 100%, respectivamente.
Esse valores são classificados por Alvarez V. et al. (1999) como bom e alto,
respectivamente.
Com relação ao teor de matéria orgânica do solo, observa-se que apenas o
tratamento CL não se apresentou como fonte de matéria orgânica do solo (Tabela 5
e Figura 8). Os tratamentos com resíduos de pupunha (PF e RP) se destacaram
pelo fato de terem adicionado maior quantidade de resíduo, dentre os tratamentos
aplicados (equivalente a 78,3 t ha-1). Na dose de 50% observou-se que o teor médio
de matéria orgânica foi de 17,0 g kg-1 para o PF e 16,2 g kg-1 para o RP. Na dose de
100% os teores de matéria orgânica foram de 19,3 e 19,0 g kg-1. De qualquer modo,
isso não revela que as doses do resíduo de pupunha tenham sido eficientes no
60
Tabela 5 – Teste de média para atributos químicos do solo, 167 dias após a aplicação de resíduos agroindustriais em Ilhéus, BA (continua)
Dose Variável Tratamento
CL CO CZ PF RP
0
Al (mmolc dm-3
) 3,94 ± 0,94a 2,95 ± 0,94
a 3,44 ± 0,94
a 5,66 ± 2,90
a 4,18 ± 1,70
a
pH (CaCl2) 4,36 ± 0,16a 4,33 ± 0,16
a 4,15 ± 0,17
a 4,23 ± 0,31
a 4,12 ± 0,25
a
K (mmolc dm-3
) 0,12 ± 0,06a 0,12 ± 0,06
a 0,10 ± 0,03
a 0,08 ± 0,07
a 0,16 ± 0,07
a
P (mg dm-3
) 9,09 ± 0,94a 8,73 ± 2,17
a 9,70 ± 2,60
a 10,39 ± 1,59
a 10,08 ± 2,39
a
Na (mmolc dm-3
) 2,16 ± 1,31a 2,69 ± 1,31
a 2,16 ± 0,68
a 1,98 ± 1,43
a 3,59 ± 1,59
a
Cu (mg dm-3
) 1,04 ± 0,21a 0,95 ± 0,16
a 1,08 ± 0,17
a 0,95 ± 0,16
a 1,33 ± 0,22
a
Mn (mg dm-3
) 2,90 ± 0,40a 2,78 ± 0,81
a 3,58 ± 1,15
a 2,64 ± 0,65
a 2,78 ± 0,77
a
MO (g kg-1
) 11,1 ± 0,24a 8,06 ± 0,16
a 10,08 ± 0,16
a 8,09 ± 0,00
a 9,02 ± 0,12
a
Fe (mg dm-3
) 226,88 ± 79,19a 163,57 ± 68,56
a 179,88 ± 72,10
a 256,78 ± 108,41
a 199,86 ± 94,03
a
Zn (mg dm-3
) 5,94 ± 0,36a 5,66 ± 1,23
a 6,49 ± 2,40
a 5,84 ± 0,37
a 5,59 ± 1,16
a
25
Al (mmolc dm-3
) 2,51 ± 1,28ab
2,90 ± 0,82ab
0,79 ± 0,61b 4,28 ± 1,65
a 4,18 ± 1,27
a
pH (CaCl2) 4,34 ± 0,13b
4,35 ± 0,12b 4,78 ± 0,20
a 4,26 ± 0,17
b 4,33 ± 0,16
b
K (mmolc dm-3
) 0,44 ± 0,20a 0,43 ± 0,17
a 0,41 ± 0,34
a 0,25 ± 0,08
a 0,55 ± 0,48
a
P (mg dm-3
) 5,48 ± 4,15a 2,47 ± 1,94
a 8,35 ± 5,08
a 14,28 ± 2,28
ab 27,95 ± 19,28
b
Na (mmolc dm-3
) 5,79 ± 4,51a 9,99 ± 3,83
a 9,56 ± 7,84
a 5,7 ± 1,71
a 12,53 ± 11,01
a
Cu (mg dm-3
) 1,01 ± 0,41a 0,85 ± 0,13
a 1,12 ± 0,53
a 0,85 ± 0,29
a 0,99 ± 0,10
a
Mn (mg dm-3
) 4,83 ± 0,59b 4,62 ± 0,50
b 6,37 ± 0,70
a 4,53 ± 0,80
b 4,73 ± 0,69
b
MO (g kg-1
) 13,4 ± 0,14a 13,7 ± 0,21
a 13,9 ± 0,09
a 15,7 ± 0,07
a 15,5 ± 0,06
a
Fe (mg dm-3
) 249,66 ± 88,65a 197,51 ± 26,57
a 219,92 ± 38,15
a 195,1 ± 42,26
a 168,53 ± 22,81
a
Zn (mg dm-3
) 4,74 ± 0,34a 4,61 ± 0,35
a 4,66 ± 0,39
a 4,48 ± 0,61
a 5,09 ± 0,24
a
50
Al (mmolc dm-3
) 1,53 ± 0,82b 1,92 ± 0,44
b 0,15 ± 0,33
c 4,28 ± 0,88
a 3,89 ± 0,82
a
pH (CaCl2) 4,62 ± 0,11b 4,48 ± 0,19
b 5,26 ± 0,17
a 4,20 ± 0,09
b 4,20 ± 0,06
b
K (mmolc dm-3
) 0,61 ± 0,37a 0,15 ± 0,05
a 0,57 ± 0,39
a 0,36 ± 0,18
a 0,69 ± 0,48
a
P (mg dm-3
) 6,45 ± 3,91b 4,99 ± 3,31
b 45,74 ± 12,61
a 16,29 ± 0,97
b 5,07 ± 2,71
b
Na (mmolc dm-3
) 7,46± 8,47a 3,41 ± 1,13
a 12,99 ± 8,87
a 8,41 ± 4,26
a 15,85 ± 11,04
a
Cu (mg dm-3
) 1,07 ± 0,17b 1,09 ± 0,13
b 1,7 ± 0,40
a 1,05 ± 0,17
b 0,71 ± 0,11
b
Mn (mg dm-3
) 5,52 ± 0,55b 5,92 ± 0,90
b 10,14 ± 0,96
a 5,19 ± 0,75
b 4,94 ± 0,58
b
MO (g kg-1
) 11,9 ± 0,19b 16,2 ± 0,11
a 14,7 ± 0,07
a 17,0 ± 0,14
a 16,2 ± 0,11
a
Fe (mg dm-3
) 186,74 ± 21,37a 201,02 ± 35,78
a 185,24 ± 28,95
a 204,55 ± 52,19
a 191,98 ± 28,76
a
Zn (mg dm-3
) 4,48 ± 0,18b 5,03 ± 0,65
ab 5,57 ± 0,72
ab 5,93 ± 1,04
a 4,56 ± 0,28
b
61
Tabela 5 – Teste de média para atributos químicos do solo, 167 dias após a aplicação de resíduos agroindustriais em Ilhéus, BA (conclusão)
Dose Variável Tratamento
CL CO CZ PF RP
Al (mmolc dm-3
) 1,92 ± 0,82b 1,33 ± 0,54
ab 0,05 ± 0,03
c 4,28 ± 1,49
a 4,48 ± 0,82
a
pH (CaCl2) 4,41 ± 0,33ab
4,61 ± 0,09b 6,12 ± 0,17
a 4,27 ± 0,18
ab 4,22 ± 0,10
c
K (mmolc dm-3
) 0,62 ± 0,24a 0,28 ± 0,11
a 0,62 ± 0,30
a 0,3 ± 0,10
a 0,43 ± 0,21
a
75
P (mg dm-3
) 7,65 ± 3,22b 7,43 ± 1,85
b 71,69 ± 15,35
a 17,26 ± 3,06
b 25,18 ± 33,84
b
Na (mmolc dm-3
) 9,13 ± 5,52a 6,55 ± 2,61
a 14,28 ± 6,96
a 6,84 ± 2,23
a 9,84 ± 4,83
a
Cu (mg dm-3
) 1,17 ± 0,09b 1,15 ± 0,25
b 1,77 ± 0,25
a 1,16 ± 0,12
b 0,74 ± 0,10
c
Mn (mg dm-3
) 6,53 ± 0,61b 7,14 ± 0,65
b 10,27 ± 1,55
a 4,77 ± 0,29
c 4,84 ± 0,54
c
MO (g dm-3
) 11,7 ± 0,24b 16,0 ± 0,07
a 14,4 ± 0,11
ab 17,5 ± 0,24
a 17,0 ± 0,11
a
Fe (mg dm-3
) 203,91 ± 11,07a 221,7 ± 27,21
a 183,72 ± 20,74
a 191,64 ± 45,49
a 181,28 ± 34,55
a
Zn (mg dm-3
) 5,17 ± 0,43a 5,68 ± 0,20
a 5,40 ± 0,87
a 5,23 ± 0,91
a 5,16 ± 0,49
a
100
Al (mmolc dm-3
) 0,98 ± 1,01b 1,53 ± 1,76
b 0,3 ± 0,19
b 5,07 ± 1,65
a 3,89 ± 1,08
ab
pH (CaCl2) 4,77 ± 0,23b 4,93 ± 0,19
b 6,46 ± 0,02
a 4,23 ± 0,24
c 4,20 ± 0,16
c
K (mmolc dm-3
) 0,68 ± 0,27a 0,56 ± 0,39
a 1,06 ± 0,45
a 0,39 ± 0,12
a 0,58 ± 0,54
a
P (mg dm-3
) 9,20 ± 2,67ab
6,91 ± 2,82c 89,39 ± 11,23
a 20,09 ± 4,43
b 6,91 ± 8,54
c
Na (mmolc dm-3
) 15,57 ± 6,13a 12,92 ± 8,98
a 24,33 ± 10,37
a 9,13 ± 2,63
a 13,35 ± 12,49
a
Cu (mg dm-3
) 0,98 ± 0,14b 1,00 ± 0,20
b 2,43 ± 0,64
a 1,12 ± 0,24
b 0,86 ± 0,14
b
Mn (mg dm-3
) 6,24 ± 0,84ab
7,53 ± 1,01b 12,69 ± 1,26
a 4,72 ± 0,72
c 5,19 ± 1,19
c
MO (g kg-1
) 12,9 ± 0,21c 17,0 ± 0,07
ab 14,2 ± 0,16
bc 19,3 ± 0,11
a 19,0 ± 0,16
a
Fe (mg dm-3
) 182,01 ± 69,41a 217,46 ± 33,11
a 208,88 ± 7,61
a 199,39 ± 37,29
a 219,65 ± 65,07
a
Zn (mg dm-3
) 4,75 ± 0,59a 5,39 ± 0,67
a 5,65 ± 0,29
a 4,55 ± 1,10
a 5,09 ± 0,49
a
Médias com mesma letra minúscula na linha não diferem entre si pelo teste de Tukey, de 5% de significância.
CZ = cinza da queima do tegumento de amêndoas de cacau; CL = composto cinza da queima do tegumento de amêndoas de cacau + lodo da estação de resíduo da própria fábrica + tegumento da amêndoa de cacau; CO = composto de ovinos; RP = resíduo do beneficiamento do palmito, com a dose de fósforo em 20% do volume de solo do vaso; PF = resíduo do beneficiamento do palmito, com a dose de fósforo em 100% do volume de solo do vaso.
62
fornecimento de matéria orgânica ao solo, uma vez que os teores são classificados
como baixo por Alvarez V. et al. (1999).
Fe e Zn não apresentaram diferença, indicando que os compostos não são fontes
desses micronutrientes (Tabela 5).
Figura 2– Análise de regressão para o alumínio no solo, 167 dias após a adição de resíduos agroindustriais, CZ = cinza da queima do tegumento de amêndoas de cacau;
CL = composto cinza da
queima do tegumento de amêndoas de cacau + lodo da estação de resíduo da própria fábrica + tegumento da amêndoa de cacau; CO = composto de ovinos; PF = resíduo do beneficiamento do palmito, com a dose de fósforo em 100% do volume de solo do vaso, em Ilhéus, BA. y** = ŷ (modelo estimado) p ≤ 0,01(**).
63
Figura 3 – Análise de regressão para o pH no solo, 167 dias após a adição de resíduos agroindustriais, CZ = cinza da queima do tegumento de amêndoas de cacau; CO = composto de ovinos, em Ilhéus, BA. y** = ŷ (modelo estimado). p ≤ 0,01(**).
Figura 4 – Análise de regressão para o potássio no solo, 167 dias após a adição de resíduos agroindustriais, CZ = cinza da queima do tegumento de amêndoas de cacau;
PF = resíduo do
beneficiamento do palmito, com a dose de fósforo em 100% do volume de solo do vaso, em Ilhéus, BA. y** = ŷ (modelo estimado). p ≤ 0,05 (*) e p ≤ 0,01(**).
64
Figura 5 – Análise de regressão para o fósforo no solo, 167 dias após a adição de resíduos
agroindustriais, CZ = cinza da queima do tegumento de amêndoas de cacau, em Ilhéus, BA. y** = ŷ
(modelo estimado). p ≤ 0,01(**).
Figura 6 – Análise de regressão para o sódio no solo, 167 dias após a adição de resíduos agroindustriais, CZ = cinza da queima do tegumento de amêndoas de cacau;
PF = resíduo do
beneficiamento do palmito, com a dose de fósforo em 100% do volume de solo do vaso, em Ilhéus, BA. y** = ŷ (modelo estimado). p ≤ 0,05 (*) e p ≤ 0,01(**).
65
Figura 7 – Análise de regressão para o cobre no solo, 167 dias após a adição de resíduos agroindustriais, CZ = cinza da queima do tegumento de amêndoas de cacau;
RP = resíduo do
beneficiamento do palmito, com a dose de fósforo em 20% do volume de solo do vaso, em Ilhéus, BA. y** = ŷ (modelo estimado). p ≤ 0,01(**).
Figura 8 - Análise de regressão para matéria orgânica no solo, 167 dias após a adição de resíduos agroindustriais, CZ = cinza da queima do tegumento de amêndoas de cacau; CO = composto de ovinos; RP = resíduo do beneficiamento do palmito, com a dose de fósforo em 20% do volume de solo do vaso; PF = resíduo do beneficiamento do palmito, com a dose de fósforo em 100% do volume de solo do vaso; RP = resíduo do beneficiamento do palmito, com a dose de fósforo em 20% do volume de solo do vaso, em Ilhéus, BA. y** = ŷ (modelo estimado). p ≤ 0,01(**).
66
3.3.2 Análise nutricional das plantas
Como não existem teores nutricionais de referência para a planta de
helicônia, serão utilizados teores gerais para outros vegetais para efeito de
comparação.
Os teores dos micronutrientes Fe e Ni nas folhas (limbo foliar) das helicônias
não foram significativamente diferentes em nenhuma dose de nenhum tratamento
ficando evidente que os resíduos não são fonte desses micronutrientes (Tabela 6).
O tratamento CL se destacou em relação aos demais, com relação aos teores
de K no limbo foliar (Tabela 6 e Figura 10). Observou-se um incremento nos teores
médios desse macronutriente com o aumento das doses, atingindo valores de 20,01
g kg-1 na dose de 50% e 24,31 g kg-1 na dose de 100%, demonstrando que o
composto tem elevado teor de potássio disponível (Tabela 3). Esse elemento é
muito móvel na planta, se deslocando dos tecidos mais velhos para os mais novos.
A faixa de K para um ótimo crescimento das plantas situa-se de 20 – 50 g kg-1
(MEUREE, 2006). Considerando essa faixa, a partir da dose de 50% do tratamento
CL os teores de K encontrados nas folhas de helicônia podem atender a exigência
nutricional da planta. Viana et al. (2007), ao estudar o efeito dos níveis de
potássiona cultura do meloeiro afirmaram que aplicações elevadas de potássio no
solo tendem a aumentar peso e tamanho dos frutos, aumentando a produtividade.,
concluiu que o teor de potássio no solo tem relação positiva com o teor foliar desse
macronutriente, sendo a produtividade beneficiada em função dessa relação.
Lazcano; Gómez-Brandón; Dominguez (2008) estudaram o efeito de duas fontes de
matéria orgânica (esterco bovino e esterco de galinha) nos teores adequados de K
na matéria seca foliar da soja e concluíram que o aumento da matéria seca ocorreu
em função dos teores desse elemento contido nos estercos aplicados.
Apesar de não aumentar os teores de P no solo, o tratamento CZ
proporcionou maior incremento na planta (Tabela 6 e Figuras 5 e 10). Observou-se
que na dose de 50% o teor médio de 1,46 g kg-1, havendo um decréscimo com o
aumento da dose, atingindo 1,20 g kg-1 na dose de 100%. Esse comportamento
pode ser devido ao aumento do pH do solo em função da adição do resíduo CZ
(Figura 3), atingindo valores de 6,46 que, de acordo com Santos; Kaminskii (2008),
favorece a precipitação de P na forma de fosfato de cálcio. Para Reis et al., (2013), a
maior disponibilidade de fósforo encontra-se na faixa de pH de 6,0 a 6,5.Com
67
relação aos teores médios de cálcio, notou-se que o tratamento CO foi o único que
proporcionou aumento desse macronutriente nas folhas de helicônia, indicando que
não ocorreu competição do Ca com o K e que o composto CO é uma boa fonte
desse nutriente (Tabela 3). Nas doses de 50% e 100%, os teores de Ca foram,
respectivamente, 9,67 g kg-1 e 8,26 g kg-1 (Tabela 6 e Figura 11). Esses valores
encontram-se acima do considerado como adequado (6 g kg-1), com base na análise
de tecidos de planta de bananeira (BORGES; CALDAS, 2004). Com relação aos
tratamentos CZ e CL, observou-se que ocorreu diminuição nos teores médios de Ca
com o aumento das doses. Possivelmente, isso tenha ocorrido em função do maior
incremento de matéria seca total proporcionado por esses dois compostos em
relação ao CO (Figura 17), o que contribuiu para a diluição dos teores de cálcio nas
folhas da helicônia, além da possível competição como a absorção de potássio. De
acordo com Sousa et al. (2007), os teores de Ca, Mg e K nos tecidos foliares são
influenciados pela disponibilidade e pelo equilíbrio estabelecido entre os mesmos no
solo.
De modo geral, os teores médios de magnésio nas folhas de helicônia
diminuíram com o aumento das doses. Os valores mais elevados foram observados
no tratamento CO, com 5,80 e 4,17 mg dm-3 na doses de 50 e 100%,
respectivamente (Tabela 6 e Figura 12). Essa diminuição pode ser explicada pelo
efeito de diluição do nutriente, promovido pelo aumento da matéria seca total em
função da adição dos compostos (Figura 17), como também pela competição do Mg
com o K e, ou Ca, conforme ressalta Da Silva et al. (2012), em que altos teores de
cálcio e magnésio no solo geraram inibição competitiva com o potássio. Schmidt et
al. (2010) observaram, no milho, que ocorreu redução na concentração de cálcio da
parte aérea, com o aumento da aplicação de magnésio, assim como a elevação de
magnésio e redução de fósforo, enquanto o potássio manteve-se constante.
Para a variável enxofre (Figura 13), observou-se redução dos teores do
nutriente na folha no tratamento RP. Na dose de 50% o valor encontrado para esse
composto foi de 2,96 mg kg-1.
68
Tabela 6 – Teste de média para atributos químicos das folhas de helicônia, 167 dias após a aplicação de resíduos agroindustriais em Ilhéus, BA
(continua)
Dose Variável Tratamento
CL CO CZ PF RP
0
K (g kg-1
) 6,44 ± 1,68a 6,87 ± 0,75
a 7,52 ± 0,87
a 7,15 ± 0,76
a 6,01 ± 0,45
a
P (g kg-1
) 1,10 ± 0,20a 1,08 ± 0,28
a 11,55 ± 0,09
a 1,18 ± 0,12
a 1,06 ± 0,16
a
Ca (g kg-1
) 8,76 ± 0,52ab
7,89 ± 0,48a 9,83 ± 0,52
b 8,79 ± 1,08ab 8,61 ± 1,2
ab
Mg (g kg-1
) 7,48 ± 1,12a 6,28 ± 0,60
a 5,85 ± 0,96
a 6,64 ± 1,00
a 6,67 ± 1,73
a
S (g kg-1
) 3,38 ± 0,21a 3,35 ± 0,34
a 3,40 ± 0,32
a 3,53 ± 0,20
a 3,45 ± 0,30
a
Mn (mg kg-1
) 586,25 ± 84,26a 550,00 ± 128,86
a 430,33 ± 151,49
a 552,75 ± 89,96
a 564,25 ± 47,84
a
Cu (mg kg-1
) 7,22 ± 1,40a 7,01 ± 1,64
a 6,40 ± 0,32
a 7,37 ± 0,92
a 7,05 ± 0,74
a
Zn (mg kg-1
) 27,98 ± 5,68a 28,23 ± 5,48
a 25,50 ± 5,79
a 27,41 ± 6,44
a 25,97 ± 4,16
a
Fe (mg kg-1
) 82,89 ± 10,19a 85,36 ± 9,49
a 84,76 ± 10,32
a 92,58 ± 3,75
a 84,61 ± 7,90
a
Ni (mg kg-1
) 0,30 ± 0,11a 0,43 ± 0,08
a 0,41 ± 0,07
a 0,42 ± 0,14
a 0,50 ± 0,21
a
25
K (g kg-1
) 15,94 ± 1,17a 11,91 ± 1,94
b 11,69 ± 1,80
b 11,43 ± 1,56
b 10,18 ± 1,90
b
P (g kg-1
) 0,93 ± 0,14ab
1,05 ± 0,14ab
1,30 ± 0,12a 1,31 ± 0,16
a 0,88 ± 0,15
b
Ca (g kg-1
) 7,01 ± 0,94a 8,20 ± 0,87
a 8,06 ± 1,11
a 8,23 ± 1,16
a 7,70 ± 1,68
a
Mg (g kg-1
) 3,37 ± 0,48b 4,03 ± 0,40
ab 4,75 ± 0,87
a 4,27 ± 0,69
ab 3,68 ± 0,64
ab
S (g kg-1
) 3,26 ± 0,17a 3,14 ± 0,14
a 3,15 ± 0,34
a 3,18 ± 0,24
a 2,98 ± 0,19
a
Mn (mg kg-1
) 207,80 ± 20,04ab
236,00 ± 44,41ab
182,20 ± 31,35b 279,40 ± 58,81
a 239,40 ± 65,55
ab
Cu (mg kg-1
) 5,95 ± 0,42a 6,48 ± 0,50
a 6,04 ± 0,59
a 5,74 ± 0,49
a 6,04 ± 0,67
a
Zn (mg kg-1
) 18,94 ± 1,61a 19,27 ± 2,19
a 16,93 ± 1,46
a 20,00 ± 0,97
a 19,37 ± 1,62
a
Fe (mg kg-1
) 75,16 ± 8,25a 78,22 ± 5,47
a 71,20 ± 11,21
a 78,72 ± 6,41
a 75,52 ± 12,12
a
Ni (mg kg-1
) 0,52 ± 0,15a 0,63 ± 0,09
a 0,70 ± 0,25
a 0,44 ± 0,07
a 0,61 ± 0,16
a
50
K (g kg-1
) 20,01 ± 2,03a 9,40 ± 1,93
c 14,96 ± 1,56
b 12,15 ± 13,08
bc 11,41 ± 1,54
c
P (g kg-1
) 1,18 ± 0,10b 1,11 ± 0,13
b 1,46 ± 0,16
a 1,21 ± 0,11
bc 093 ± 0,15
c
Ca (g kg-1
) 6,90 ± 1,37c 9,67 ± 0,77
a 7,57 ± 0,65
bc 8,82 ± 0,90
ab 7,91 ± 0,99
bc
Mg (g kg-1
) 3,22 ± 0,41c 5,80 ± 3,59
a 4,18 ± 0,79
bc 4,40 ± 0,29
a 3,67 ± 0,52
bc
S (g kg-1
) 3,45 ± 0,27a
3,27 ± 0,38a 3,26 ± 0,28
a 3,25 ± 0,21
a 2,96 ± 0,14
a
Mn (mg kg-1
) 190,00 ± 30,58b 266,20 ± 28,42
bc 128,20 ± 16,57
c 312,20 ± 37,57
a 245,80 ± 41,36
ab
Cu (mg kg-1
) 5,57 ± 0,27a 6,37 ± 0,91
a 5,60 ± 0,60
a 5,85 ± 0,57
a 5,82 ± 0,22
a
Zn (mg kg-1
) 19,41 ± 1,35ab
18,81 ± 1,94ab
16,41 ± 2,06b 21,48 ± 1,12
a 18,95 ± 3,84
ab
Fe (mg kg-1
) 79,59 ± 9,82a 80,61 ± 9,24
a 71,76 ± 4,86
a 79,23 ± 7,01
a 70,47 ± 7,06
a
Ni (mg kg-1
) 0,47 ± 0,16a 0,65 ± 0,25
a 0,52 ± 0,08
a 0,45 ± 0,13
a 0,57 ± 0,25
a
69
Tabela 6 – Teste de média para atributos químicos das folhas de helicônia, 167 dias após a aplicação de resíduos agroindustriais em Ilhéus, BA
(conclusão)
75
K (g kg-1) 21,49 ± 1,79a 11,04 ± 1,23
c 17,38 ± 2,71
b 13,05 ± 1,37
c 11,076 ± 1,72
c
P (g kg-1) 1,23 ± 0,82ab
11,07 ± 0,46a 1,40 ± 0,15
b 1,22 ± 0,21
ab 1,02 ± 0,09
b
Ca (g kg-1) 5,95 ± 0,47c 9,87 ± 0,45
a 7,46 ± 0,67
b 8,18 ± 1,37
b 8,48 ± 0,57
ab
Mg (g kg-1) 2,75 ± 0,16c 4,85 ± 0,27
a 3,70 ± 0,46
b 3,77 ± 0,53
b 3,77 ± 0,20
b
S (g kg-1) 3,25 ± 0,11a 3,05 ± 0,21
a 3,39 ± 0,24
a 3,19 ± 0,35
a 3,05 ± 0,12
a
Mn (mg kg-1) 187,20 ± 28,71ab
196,80 ± 20,49b 116,80 ± 30,14
c 339,40 ± 62,12
a 273,60 ± 36,36
a
Cu (mg kg-1) 5,57 ± 0,40a 5,21 ± 0,49
a 5,57 ± 0,53
a 5,59 ± 0,41
a 6,08 ± 0,52
a
Zn (mg kg-1) 20,29 ± 2,50ab
17,65 ± 2,63b 16,24 ± 0,98
b 22,83 ± 2,96
a 20,04 ± 2,46
ab
Fe (mg kg-1) 73,68 ± 11,15a 74,30 ± 3,29
a 72,39 ± 11,79
a 83,22 ± 2,34
a 78,52 ± 5,13
a
Ni (mg kg-1) 0,41 ± 0,09a 0,57 ± 0,05
a 0,57 ± 0,16
a 0,41 ± 0,16
a 0,65 ± 0,16
a
100
K (g kg-1) 24,31 ± 2,16a
13,30 ± 1,55b 11,16 ± 0,82
b 12,90 ± 0,92
b 11,94 ± 1,96
b
P (g kg-1) 1,30 ± 0,10a 1,30 ± 0,10
a 1,21 ± 0,06
a 1,17 ± 0,08
ab 1,01 ± 0,09
b
Ca (g kg-1) 6,48 ± 0,76b 8,26 ± 0,95
ab 8,47 ± 0,81
a 8,85 ± 0,90
a 7,97 ± 1,17
ab
Mg (g kg-1) 2,76 ± 0,49b 4,17 ± 0,28
a 4,14 ± 0,34
a 3,95 ± 0,41
a 3,60 ± 0,54
ab
S (g kg-1) 3,54 ± 0,30a 3,30 ± 0,24
ab 3,28 ± 0,03
ab 3,10 ± 0,18
b 2,99 ± 0,06
b
Mn (mg kg-1) 175,80 ± 15,79b 188,20 ± 30,51
b 264,33 ± 55,47
bc 365,00 ± 72,74
a 309,00 ± 46,28
ab
Cu (mg kg-1) 5,30 ± 0,64ab
5,33 ± 0,29ab
6,28 ± 0,49a 5,15 ± 0,38
b 6,23 ± 0,70
a
Zn (mg kg-1) 20,18 ± 2,41bc
18,40 ± 2,01bc
17,18 ± 1,82c 21,91 ± 1,85
ab 22,95 ± 2,38
a
Fe (mg kg-1) 74,78 ± 6,68a 81,90 ± 7,65
a 82,46 ± 2,77
a 80,12 ± 7,47
a 73,15 ± 4,22
a
Ni (mg kg-1) 0,52 ± 0,15a 0,52 ± 0,17
a 0,60 ± 0,18
a 0,44 ± 0,05
a 0,57 ± 0,29
a
Médias com mesma letra minúscula na linha não diferem entre si pelo teste de Tukey, de 5% de significância.
CZ = cinza da queima do tegumento de amêndoas de cacau; CL = composto cinza da queima do tegumento de amêndoas de cacau + lodo da estação de resíduo da própria fábrica + tegumento de amêndoas de cacau; CO = composto de ovinos; RP = resíduo do beneficiamento do palmito, com a dose de fósforo em 20% do volume de solo do vaso; PF = resíduo do beneficiamento do palmito, com a dose de fósforo em 100% do volume de solo do vaso.
70
Na dose de 100% o teor de S para o RP foi de 2,99 mg kg-1. Essa redução
ocorre por causa do efeito de diluição, com menos íons distribuídos por área ou
peso do tecido vegetal. De acordo com Martinez et al., (1999) os valores
encontrados na análise foliar no tratamento citado é considerado insuficiente (< 0,20
dag kg-1).
Os teores médios dos micronutrientes manganês, cobre e zinco diminuíram
com o aumento das doses dos resíduos (Tabela 6 e Figuras 14, 15 e 16). Esse
comportamento é explicado pelo aumento do pH do solo (Figura 3), o que, conforme
ressalta Borgo et al. (2013), diminui a disponibilidade desses micronutrientes no
solo. Outro aspecto importante que pode ter contribuído para a diminuição dos
teores desses micronutrientes é o efeito de diluição desses íons nas folhas em
função do aumento da massa seca total (Figura 17).
Figura 10 - Análise de regressão para potássio no limbo foliar, 167 dias após a adição de resíduos agroindustriais, CZ = cinza da queima do tegumento de amêndoas de cacau;
CL = composto cinza da
queima do tegumento de amêndoas de cacau + lodo da estação de resíduo da própria fábrica + tegumento da amêndoa de cacau; CO = composto de ovinos; RP = resíduo do beneficiamento do palmito, com a dose de fósforo em 20% do volume de solo do vaso; PF = resíduo do beneficiamento do palmito, com a dose de fósforo em 100% do volume de solo do vaso, em Ilhéus, BA. y** = ŷ (modelo estimado). p ≤ 0,01(**).
71
.
Figura 11 - Análise de regressão para fósforo no limbo foliar, 167 dias após a adição de resíduos
agroindustriais, CZ = cinza da queima do tegumento de amêndoas de cacau, em Ilhéus, BA. y** = ŷ
(modelo estimado). p ≤ 0,05 (*) e p ≤ 0,01(**).
Figura 12 - Análise de regressão para cálcio no limbo foliar, 167 dias após a adição de resíduos agroindustriais, CZ = cinza da queima do tegumento de amêndoas de cacau;
CL = composto cinza da
queima do tegumento de amêndoas de cacau + lodo da estação de resíduo da própria fábrica + tegumento da amêndoa de cacau; CO = composto de ovinos, em Ilhéus, BA. y** = ŷ (modelo estimado). p ≤ 0,05 (*) e p ≤ 0,01(**).
72
Figura 13 - Análise de regressão para magnésio no limbo foliar, 167 dias após a adição de resíduos
agroindustriais, CZ = cinza da queima do tegumento de amêndoas de cacau; CL = composto cinza da
queima do tegumento de amêndoas de cacau + lodo da estação de resíduo da própria fábrica +
tegumento da amêndoa de cacau; RP = resíduo do beneficiamento do palmito, com a dose de fósforo
em 20% do volume de solo do vaso; PF = resíduo do beneficiamento do palmito, com a dose de
fósforo em 100% do volume de solo do vaso,em Ilhéus, BA. y** = ŷ (modelo estimado). p ≤ 0,05 (*) e
p ≤ 0,01(**).
Figura 14 - Análise de regressão para enxofre no limbo foliar, 167 dias após a adição de resíduos agroindustriais, RP = resíduo do beneficiamento do palmito, com a dose de fósforo em 20% do volume de solo do vaso, em Ilhéus, BA. y** = ŷ (modelo estimado). p ≤ 0,01(**).
73
Figura 15 - Análise de regressão para manganês no limbo foliar, 167 dias após a adição de resíduos agroindustriais, CZ = cinza da queima do tegumento de amêndoas de cacau;
CL = composto cinza da
queima do tegumento de amêndoas de cacau + lodo da estação de resíduo da própria fábrica + tegumento da amêndoa de cacau; CO = composto de ovinos; RP = resíduo do beneficiamento do palmito, com a dose de fósforo em 20% do volume de solo do vaso; PF = resíduo do beneficiamento do palmito, com a dose de fósforo em 100% do volume de solo do vaso, em Ilhéus, BA. y** = ŷ (modelo estimado). p ≤ 0,01(**).
Figura 16 - Análise de regressão para cobre no limbo foliar, 167 dias após a adição de resíduos agroindustriais, CL = composto cinza da queima do tegumento de amêndoas de cacau + lodo da estação de resíduo da própria fábrica + tegumento da amêndoa de cacau; CO = composto de ovinos; RP = resíduo do beneficiamento do palmito, com a dose de fósforo em 20% do volume de solo do vaso; PF = resíduo do beneficiamento do palmito, com a dose de fósforo em 100% do volume de solo do vaso, em Ilhéus, BA. y** = ŷ (modelo estimado). p ≤ 0,05 (*) e p ≤ 0,01(**).
74
Figura 17 - Análise de regressão para zinco no limbo foliar, 167 dias após a adição de resíduos agroindustriais, CZ = cinza da queima do tegumento de amêndoas de cacau;
CL = composto cinza da
queima do tegumento de amêndoas de cacau + lodo da estação de resíduo da própria fábrica + tegumento da amêndoa de cacau; CO = composto de ovinos; RP = resíduo do beneficiamento do palmito, com a dose de fósforo em 20% do volume de solo do vaso, em Ilhéus, BA. y** = ŷ (modelo estimado). p ≤ 0,01(**).
3.3.3 Análises biométricas
Como a colheita do experimento ocorreu antes do tempo necessário para que
as plantas emitissem a sua completa inflorescência, optou-se por avaliar apenas as
variáveis: massa seca total (MST), área foliar (AF), massa seca da parte aérea
(MSPA), eficiência do uso da água (EUA) e incremento da altura de planta (IAP),
como indicadoras do potencial produtivo das plantas de helicônia. Dentre as
variáveis, acredita-se que a massa seca total tenha a melhor relação com a
produção de flores.
Para a matéria seca total o tratamento CL foi o único que apresentou
diferença estatística (Figura 17), produzindo, em média, 137,94 g na dose de 50% e
139,37 g na dose de 100%. O teor de potássio nesse mesmo tratamento aumentou
na folha (Figura 9), mesmo com o aumento da produção de MST (Figura 17),
demonstrando ser uma boa fonte de K.
75
O composto CL também se destacou em relação aos demais na área foliar da
helicônia (Figura 18), sendo que nas doses de 50 e 100% a AF foi praticamente a
mesma, com 4.973 e 4.972 cm2, respectivamente.
No que diz respeito à massa seca da parte aérea (limbo foliar + pecíolo +
pseudocaule + inflorescência), observa-se que o composto CL (Figura 19) teve um
comportamento semelhante ao apresentado por esse mesmo tratamento com
relação à MST (Figura 17). Na dose de 50% a MSPA foi de 46,64 g, enquanto que
na dose de 100% esse valor chegou a 48,50 g. Nota-se que há uma boa relação
entre MST, AF e MSPA. O comportamento dessas três variáveis provavelmente está
relacionado ao elevado teor de K solúvel presente no composto CL (Tabela 3), que
resultou em maiores teores no solo e no limbo foliar.
Com relação ao incremento de altura (Figura 21), os destaques foram os
compostos CL e CZ, com incremento médio de 34,8 cm na dose de 50% para ambos
os compostos e 56,6 cm também para ambos os compostos na dose de 100%.
Na eficiência do uso da água (Figura 20), mais uma vez observou-se que o
melhor resultado foi apresentado pelo composto CL, com 2,89 g L-1 na dose de 50%
e 2,92 g L-1 na dose de 100%. Acredita-se que essa eficiência seja devida aos
elevados teores de potássio no limbo foliar, uma vez que, segundo Malavolta (2006),
o K regula a abertura e o fechamento dos estômatos, que regularizam o processo de
assimilação de carbono e perda de água, afetando a turgescência e a expansão
foliar, propiciando melhor aproveitamento da energia solar. De acordo com
Marschener (1995), as plantas têm necessidade de manter o teor de potássio
elevado no citoplasma das células, para garantir a atividade enzimática, pois ele não
apresenta alta afinidade com compostos orgânicos e para manter a neutralização de
ânions e do pH em níveis adequados para o funcionamento.
76
Figura 17 - Análise de regressão para matéria seca total de helicônia Golden Torch, 167 dias após a adição de resíduos agroindustriais, CL = composto cinza da queima do tegumento de amêndoas de cacau + lodo da estação de resíduo da própria fábrica + tegumento da amêndoa de cacau, em Ilhéus, BA. y** = ŷ (modelo estimado). p ≤ 0,01(**).
Figura 18 – Análise de regressão para área foliar de helicônia Golden Torch, 167 dias após a adição de resíduos agroindustriais,
CL = composto cinza da queima do tegumento de amêndoas de cacau +
lodo da estação de resíduo da própria fábrica + tegumento da amêndoa de cacau, em Ilhéus, BA. y** = ŷ (modelo estimado). p ≤ 0,01(**).
77
Figura 19 – Análise de regressão para massa seca da parte aérea da helicônia Golden Torch, 167 dias após a adição de resíduos agroindustriais, CL = composto cinza da queima do tegumento de amêndoas de cacau + lodo da estação de resíduo da própria fábrica + tegumento da amêndoa de cacau, em Ilhéus, BA. y** = ŷ (modelo estimado). p ≤ 0,01(**).
Figura 20 – Análise de regressão para eficiência do uso da água da helicônia Golden Torch, 167 dias após a adição de resíduos agroindustriais, CL = composto cinza da queima do tegumento de amêndoas de cacau + lodo da estação de resíduo da própria fábrica + tegumento da amêndoa de cacau, em Ilhéus, BA. y** = ŷ (modelo estimado). p ≤ 0,01(**).
78
3.4 CONCLUSÕES
Tratamento CZ (queima do tegumento de amêndoas de cacau) foi eficiente
para atuar na diminuição dos teores de Al e aumentar o pH do solo, foi a melhor
fonte de fósforo, cobre e manganês no solo e, juntamente como o tratamento CL,
foram boas fontes de potássio e sódio no solo.
O resíduo de pupunha (tratamentos RP e PF) não foi uma boa fonte de
matéria orgânica para o solo.
Os maiores teores de potássio no limbo foliar foram proporcionados pela
adição do composto CL (composto cinza da queima do tegumento de amêndoas de
cacau + lodo da estação de resíduo da própria fábrica + tegumento de amêndoas de
cacau) que também contribuiu para os maiores valores de matéria seca total, área
foliar, matéria seca da parte aérea e eficiência uso da água de plantas de helicônia,
indicando ser uma boa fonte de potássio.
O tratamento CO (composto de ovinos) apresentou os maiores teores de
cálcio e magnésio no limbo foliar, demonstrado ser uma boa fonte desses
macronutriente para as plantas.
79
3.5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA
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82
4. APÊNDICE
Tabela 9 – Análise da densidade do solo (Ds), densidade de partícula (Dp) e
porosidade total (Pt) dos resíduos agroindustriais
TRAT DOSE ARGILA AREIA SILTE ADA Ds Dp Pt
% ------------ g kg
-1
------------
---- kg dm-3
--- m3
m-3
CZ
0 44,00 49,31 6,69 20,0a
1,09a
2,79a
0,37a
25 41,60 52,07 6,33 0,0a
1,03a
2,79a
0,36a
50 40,80 49,70 9,50 0,0a
1,05a
2,70a
0,37a
75 39,60 52,43 7,97 5,0a
1,04a
2,67a
0,37a
100 39,20 51,48 9,32 6,7a
0,65a
2,74a
0,22a
CL
0 45,00 49,30 5,70 13,3a 1,13a
2,62
0,38a
25 40,00 51,06 8,94 0,0a 1,56a
2,71a
0,56a
50 42,40 51,87 5,73 0,0a
1,15a
2,74a
0,41a
75 40,40 52,46 7,14 8,0a
1,08a
2,63a
0,37a
100 40,00 51,98 8,02 0,0a
1,06a 2,70
a 0,37
a
CO
0 46,50 45,11 8,40 13,0a
1,04a
2,70a
0,36a
25 40,40 53,69 5,91 0,0a
1,03a
2,63a
0,35a
50 38,00 53,43 8,57 0,0a
1,08a
2,60a
0,38a
75 38,00 53,53 8,47 0,0a
1,09a
2,70a
0,35a
100 40,80 52,59 6,61 0,0a
1,05a
2,62a
0,36a
RP
0 46,67 48,25 5,09 13,3a
1,06a
2,86a
0,34a
25 40,00 52,89 7,11 13,3a
1,08a
2,62a
0,34a
50 41,20 50,01 8,79 0,0a
1,05a
2,67a
0,34a
75 39,60 53,36 7,04 0,0a
1,09a
2,52a
0,37a
100 40,80 52,56 6,64 0,0a
1,03a
2,60a
0,36a
PF
0 41,33 51,71 6,95 13,3a
1,10a
2,70a
0,33a
25 42,00 51,02 6,98 13,3a
1,05a
2,79a
0,34a
50 42,40 51,21 6,39 20,0a
1,03a
2,70a
0,35a
75 40,00 53,31 6,69 20,0a
1,06a
2,67a
0,36a
100 40,00 52,08 7,92 6,7a
1,00a
2,67a
0,35a
Médias com mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey, de 5%de significância. CZ = cinza da queima do tegumento de amêndoas de cacau; CL = composto cinza da queima do tegumento de amêndoas de cacau + lodo da estação de resíduo da própria fábrica + tegumento da amêndoa de cacau; CO = composto de ovinos; RP = resíduo do beneficiamento do palmito, com a dose de fósforo em 20% do volume de solo do vaso; PF = resíduo do beneficiamento do palmito, com a dose de fósforo em 100% do volume de solo do vaso. ADA= argila dispersa em água; Ds=densidade dos solo; Dp=Densidade de partícula; Pt=porosidade total.
83
Tabela 10 – Equações do modelo de análise de regressão, para atributos químicos do solo cultivado com Helicônia Golden Torch, 167 dias após a aplicação de resíduos agroindustriais em Ilhéus, BA
Elemento químico Resíduo Equação
Al CL y = 3,478 - 0,026x; R2 = 0,8251
CZ y = 3,2557 - 0,1005x + 0,0007x2; R2 = 0,9631
pH CO y = 4,2345 - 0,0059x; R2 = 0,63
CZ y = 4,1462 - 0,0245x; R2 = 0,95
K CL y = 0,2468 - 0,0049x; R2 = 0,34
PF y = 0,1509 - 0,0026x; R2 = 0,36
P PF y =– 1,4225 + 0,8922x; R2 = 0,8802
Na CZ y = 5,6500 - 0,1155x; R2 = 0,34
PF y = 3,5041 - 0,0594x; R2 = 0,37
Cu CZ y = 0,95 - 0,0134x; R2 = 0,9149
RP y = 1,3397 - 0,00188x + 0,0001x2; R2 = 0,9872
MO
CO y = 0,106 - 0,048x; R2 = 0,5866
PF y = 8,8997 + 0,2388x – 0,0014x2; R2 = 0,9212
CZ y = 10,402 - 0,1394x - 0,001x2; R2 = 0,9328
RP y = 6,404 +0,1445x – 0,0009x2; R2 = 0,9236
CZ = cinza da queima do tegumento de amêndoas de cacau; CL = composto cinza da queima do tegumento de amêndoas de cacau + lodo da estação de resíduo da própria fábrica + tegumento da amêndoa de cacau; CO = composto de ovinos; RP = resíduo do beneficiamento do palmito, com a dose de fósforo em 20% do volume de solo do vaso; PF = resíduo do beneficiamento do palmito, com a dose de fósforo em 100% do volume de solo do vaso.
84
Tabela 11 – Equações do Modelo de Análise de Regressão para análise de nutrientes nas folhas de helicônia, 167 dias após aplicação de resíduos agroindustriais em Ilhéus, BA
Elemento químico Resíduo Equação
K
CL y = 7,1014 + 0,3474x – 0,0018x2; R2 = 0,9762
CO y = 8,106 + 0,048x; R2 = 0,5866
CZ y = 6,858 + 0,2991x - 0,0025x2; R2 = 0,8797
PF y = 7,472 + 0,1517x - 0,001x2; R2 = 0,9593
RP y = 6,404 + 0,1445x - 0,0009x2; R2 = 0,9236
P CZ y = 1124,73 – 11,26x; R2 = 0,44
Ca CL y = 8660 - 64,47x + 0,42x2; R2 = 0,51
CO y = 7490 + 70,70x - 0,60x2; R2 = 0,45
CZ y = 9772 - 80,39x + 0,67x2; R2 = 0,55
Mg
CL y = 7,0595 – 0,1308x + 0,0009x2; R2 = 0,9024
CO y = 8,106 – 0,048x; R2 = 0,5866
CZ y = 5,8709 – 0,0541x + 0,0004x2; R2 = 0,9861
PF y = 6,402 – 0,0731x + 0,0005x2; R2 = 0,8859
RP y = 6,404 + 0,1445x + 0,0009x2; R2 = 0,9236
S RP y = 3272 - 13,52x + 0,10x2; R2 = 0,41
Mn
CL y = 535,78 - 11,62x + 0,08x2; R2 = 0,81
CO y = 505,07 - 8,62x + 0,06x2; R2 = 0,71
CZ y = 418,90 - 10,97x + 0,09x2; R2 = 0,77
PF y = 509.87 - 7,77x + 0,07x2; R2 = 0,52
RP y = 519,78 - 10,11x + 0,08x2; R2 = 0,71
Cu
CL y = 7,106 - 0,0441x +0,0003; R2 = 0,9419
CO y = 8,106 + 0,048x; R2 = 0,5866
PF y = 7,1451 - 0,0413x +0,0002; R2 = 0,8436
CZ y = 6,4843 - 0,032x + 0,0003x2; R2 =0,8839
RP y = 6,404 - 0,1445x - 0,0009x2; R2 = 0,9236
Zn
CL y = 26,5706 - 0,2570x + 0,0020x2; R2 = 0,45
CO y = 27,2263 - 0,2930x + 0,0020x2; R2 = 0,59
CZ y = 24,2870 - 0,2807x + 0,0022x2; R2 = 0,58
RP y = 25,3576 - 0,2525x + 0,0023x2; R2 = 046 CZ = cinza da queima do tegumento de amêndoas de cacau; CL = composto cinza da queima do tegumento de amêndoas de cacau + lodo da estação de resíduo da própria fábrica + tegumento da amêndoa de cacau; CO = composto de ovinos; RP = resíduo do beneficiamento do palmito, com a dose de fósforo em 20% do volume de solo do vaso; PF = resíduo do beneficiamento do palmito, com a dose de fósforo em 100% do volume de solo do vaso.
85
Tabela 12 – Equações do Modelo de Análise de Regressão para análise biométricas de helicônia, 167 dias após aplicação de resíduos agroindustriais em Ilhéus, BA
Resíduo Atributos Equação
CL
MST y = 111,6778 - 0,3469x; R2 = 0,40
AF y = 2894 + 59,05x + 0,39x2; R2 0,65
MSPA y = 34,1826 + 0,3206x + 0,0017x2; R2 0,64
EUA y = 2,3445 - 0,0073x; R2 0,40 CL = composto cinza da queima do tegumento de amêndoas de cacau + lodo da estação de resíduo da própria fábrica + tegumento da amêndoa de cacau* Aérea Foliar (AF); Massa Seca da Parte Aérea (MSPA); Massa Seca Total (MST) e Eficiência do Uso da Água (EUA).
Tabela 13 – Resumo da Análise de Variância, média geral e coeficiente de variação (CV) para macronutrientes estimados pela análise foliar de Helicônia Golden Torch cultivada com cinco resíduos agroindustriais sob cinco doses em um experimento fatorial no delineamento inteiramente casualizado (Ilhéus-BA, 2013)
Fontes de Variação
GL2
Quadrado Médio4
Ca K Mg P S
g kg-1
RA1 4 12303137** 243638677** 4708881** 377917** 294319**
Doses 4 2463304*x 232263757** 29935058** 58511*x 241237**
Interação 16 2722113** 27152700** 1779046** 48141** 62689ns
Erro 92a 922279xxxx 2663615xx 411022xx 19042xx 57858xx
Média Geral 8111 12742 4373 1157 3237
CV(%) 11,84 12,81 14,66 11,93 7,43 1RA: Resíduos Agroindustriais;
2GL: Graus de Liberdade;
3Níveis de significância pelo teste F: (
ns) =
não significativo, (*) = p ≤ 0,05 e (**) = p ≤ 0,01; aGL com 8 observações perdidas.
Tabela 14 – Resumo da Análise de Variância, média geral e coeficiente de variação (CV) para micronutrientes estimados pela análise foliar de Helicônia Golden Torch cultivada com cinco resíduos agroindustriais sob cinco doses em um experimento fatorial no delineamento inteiramente casualizado (Ilhéus-BA, 2013)
Fontes de Variação GL2
Quadrado Médio3
Cu Fe Mn Ni Zn
mg kg-1
RA1 4 0,502ns 204,00* 84130** 0,12523** 65.82**
Doses 4 7,196*x 364,70** 373955** 0,07492*x 236.18**
Interação 16 0,653ns 51,00ns 9141ns 0,0142ns 6.61ns
Erro 92a 0,435xx 63,40xx 3077... 0,0259xx.. 8.52xx
Média Geral 5,98 78,17 284,50 0,52 20,66
CV(%) 11,02 10,19 19,50 30,99 14,13 1RA: Resíduos Agroindustriais;
2GL: Graus de Liberdade;
3Níveis de significância pelo teste F: (
ns) =
não significativo, (*) = p ≤ 0,05 e (**) = p ≤ 0,01; aGL com 8 observações perdidas.
86
Tabela 15 – Resumo da Análise de Variância, média geral e coeficiente de variação (CV) para variáveis da física do solo estimadas no cultivo de Helicônia Golden Torch com cinco resíduos agroindustriais sob cinco doses em um experimento fatorial no delineamento inteiramente casualizado (Ilhéus-BA, 2013)
Fontes de Variação
Diâmetro Médio Ponderado (mm)
Grau de Floculação (%)
Índice de Estabilidade de Agregados (%)
GL2 QM3 GL1 QM4 GL1 QM4
RA1 4 0,0520ns 4 259ns 4 371ns
Doses 4 0,3040** 4 905** 4 931**
Interação 16 0,0376ns 16 241ns 16 58ns
Erro 77a 0,0832xx 52b 164xx 85c 150xx
Média Geral 0,87 95,67 74,13
CV(%) 33,33 13,37 16,54 1RA: Resíduos Agroindustriais;
2GL: Graus de Liberdade;
3QM: Quadrado Médio com níveis de
significância pelo teste F: (ns
) = não significativo, (*) = p ≤ 0,05 e (**) = p ≤ 0,01. aGL com 23
observações perdidas; bGL com 48 observações perdidas;
cGL com 15 observações perdidas.
Tabela 16 – Resumo da Análise de Variância, média geral e coeficiente de variação (CV) para variáveis biométricas de Helicônia Golden Torch cultivada com cinco resíduos agroindustriais sob cinco doses em um experimento fatorial no delineamento inteiramente casualizado (Ilhéus-BA, 2013)
Fonte de Variação
GL2
Área Foliar (cm2)
Incremento em Altura
(cm)
Incremento em Diâmetro (mm)
GL2
Altura de Haste (cm)
QM3 QM3 QM3
QM3
RA1 4 1282238*x 191ns 7,45ns 4 164,71ns
Doses 4 6751081** 320ns 7,08ns 4 13,58ns
Interação 16 594887ns 188ns 7,94ns 14 85,18ns
Erro 95a 491220xx 132 xx 8,73 xx 57b 164,9 xx
Média Geral 4112 40,00 7,83
60,74
CV(%) 17,04 28,77 37,75
21,14 1RA: Resíduos Agroindustriais;
2GL: Graus de Liberdade;
3QM: Quadrado Médio com níveis de
significância pelo teste F: (ns
) = não significativo, (*) = p ≤ 0,05 e (**) = p ≤ 0,01; aGL com 5
observações perdidas; bGL com 45 observações perdidas.
87
Tabela 17 – Resumo da Análise de Variância, média geral e coeficiente de variação (CV) para variáveis biométricas de Helicônia Golden Torch cultivada com cinco resíduos agroindustriais sob cinco doses em um experimento fatorial no delineamento inteiramente casualizado (Ilhéus-BA, 2013)
Fontes de Variação GL2
Quadrado Médio3
Massa Seca Eficiência do Uso da Água Aérea Raiz Total
g L g-1
RA1 4 109,29*x 59,28ns 419ns 0,1832ns
Doses 4 283,56** 41,66ns 1290*x 0,5684*x
Interação 16 20,27ns 77,91ns 231ns 0,1012ns
Erro 95a 34,92xx 106,98xx 391xx 0,1720xx
Média Geral 41,61 42,19 125,40 2,63
CV(%) 14,20 24,52 15,77 15,76 1RA: Resíduos Agroindustriais;
2 GL: Graus de Liberdade;
3Níveis de significância pelo teste F: (
ns) =
não significativo, (*) = p ≤ 0,05 e (**) = p ≤ 0,01; aGL com 5 observações perdidas.
Tabela 18 – Resumo da Análise de Variância, média geral e coeficiente de variação (CV) para nutrientes do solo estimados no cultivo de Helicônia Golden Torch com cinco resíduos agroindustriais sob cinco doses em um experimento fatorial no delineamento inteiramente casualizado (Ilhéus-BA, 2013)
Fonte de Variação
GL2
K Cu Fe Mn Zn
GL2
P
mmolc dm-3 mg dm-3 mg dm-3
QM3 QM3 QM3 QM3 QM3 QM3
RA1 4 0,2805** 1,2826** 1253ns 52,19ns 0,8590ns 4 4143**
Doses 4 0,6957** 0,2258** 836ns 58,24ns 4,2820** 4 1089**
Interação 16 0,0731ns 0,2835** 2877ns 5,38ns 0,7210ns 16 1055**
Erro 91a 0,0757xx 0,0586xx 2726xx 0,66xx 0,6120xx 90b 92xx
Média Geral 0,42 1,10 201,40 5,60 5,19
16,43
CV(%) 65,93 22,85 25,92 14,51 15,07
58,38 1RA: Resíduos Agroindustriais;
2GL: Graus de Liberdade;
3QM: Quadrado Médio com níveis de
significância pelo teste F: (ns
) = não significativo, (*) = p ≤ 0,05 e (**) = p ≤ 0,01; aGL com 5
observações perdidas; bGL com 45 observações perdidas.
88
Tabela 19 – Resumo da Análise de Variância, média geral e coeficiente de variação (CV) para variáveis da química do solo estimadas no cultivo de Helicônia Golden Torch com cinco resíduos agroindustriais sob cinco doses em um experimento fatorial no delineamento inteiramente casualizado (Ilhéus-BA, 2013)
Fonte de Variação GL2 Al Na
pH GL2 MOS
mmolc dm-3 g kg-1
RA1 4 53,17** 147** 3,8130** 4 0,5401**
Doses 4 10,41** 369** 1,1740** 4 1,4670**
Interação 16 2,10ns 39ns 0,6170** 16 0,1132**
Erro 91a 1,40xx 40xx 0,0330xx 94b 0,0221xx
Média Geral 2,84 9,61 4,54
1,44
CV(%) 41,66 65,83 4,00
10,32 1RA: Resíduos Agroindustriais;
2GL: Graus de Liberdade;
3QM: Quadrado Médio com níveis de significância pelo
teste F: (ns
) = nível de significância; (*) = p ≤ 0,05 e (**) = p ≤ 0,01; aGL com 9 observações perdidas;
bGL com 6
observações perdidas.
89
Tabela 20 – Avaliação média biométrica de plantas de helicônia submetidas a diferentes doses de compostos agroindustriais em
Ilhéus, BA
Trat AF Alt. da Haste Inc. Alt. Inc. Diam. MSPA MSPR MST EUA cm² -------------- cm -------------- mm ----------------------- g ----------------------- g L
-1
CZ
Dose n=5 n=5 n=5 n=5 n=5 n=5 n=5 n=5 0% 3319 a 66,25 a 33,5 b 8,29 a 35,01 a 40,73 a 110,75 a 2,32 a
25% 4210 a 63,38 a 42,8 ab 8,11 a 42,07 a 43,47 a 127,62 a 2,68 a 50% 3451 a 62,4 a 34,8 b 9,78 a 45,08 a 41,2 a 131,35 a 2,76 a 75% 4522 a 65,75 a 45,2 ab 8,72 a 45,05 a 40,39 a 130,48 a 2,74 a 100% 4538 a 56,5 a 56,6 a 6,48 a 45,23 a 44,81 a 122,68 a 2,84 a
CL
0% 2955 c 60 a 33,5 b 7,76 a 34,93 c 36,69 a 106,55 b 1,79 b 25% 3941 bc 57,6 a 42,8 ab 8,54 a 39,66 bc 39,24 a 118,55 ab 2,49 ab 50% 4973 ab 62,67 a 34,8 b 6,75 a 46,64 ab 44,65 a 137,94 a 2,89 a 75% 5151 a 56,76 a 45,2 ab 9,88 a 48,85 a 43,99 a 141,69 a 2,98 a 100% 4972 ab 70 a 56,6 a 9,18 a 48,5 a 42,37 a 139,37 a 2,92 a
CO
0% 3111 a
33,5 b 6 a 33,73 b 44,32 a 111,79 a 2,35 a 25% 3735 a 67 a 42,8 ab 9,05 a 38,2 ab 40,32 a 116,71 a 2,45 a 50% 3966 a 60,0 a 34,8 b 7,98 a 41,39 ab 52,4 a 135,17 a 2,84 a 75% 4336 a 67,75 a 45,2 ab 7,37 a 40,64 ab 44,32 a 125,59 a 2,63 a 100% 4381 a 64,5 a 56,6 a 8,63 a 44,07 a 42,87 a 131,02 a 2,75 a
RP
0% 2989 b 33,5 b 3,88 a 33,55 a 37,38 a 104,47 a 1,75 a 25% 4054 ab 57,5 a 42,8 ab 8,42 a 39,52 a 43,29 a 122,33 a 2,57 a 50% 4058 ab 64,33 a 34,8 b 7,8 a 41,06 a 38,64 a 120,76 a 2,54 a 75% 3871 ab 56,25 a 45,2 ab 7,98 a 38,9 a 42,21 a 110,26 a 2,52 a 100% 4344 a 58,37 a 56,6 a 7,23 a 40,68 a 42,04 a 123,39 a 2,59 a
PF
0% 3167 b 58 a 33,5 b 8,37 a 31,98 b 50,41 a 131,09 a 2,2 a 25% 4522 a 54,67 a 42,8 ab 6,53 a 41,81 a 38,65 a 122,28 a 2,57 a 50% 4430 a 52,67 a 34,8 b 6,26 a 42,12 a 44,96 a 129,21 a 2,71 a 75% 4467 a 66 a 45,2 ab 7,8 a 47,7 a 39,29 a 126,18 a 2,65 a 100% 4330 a 53 a 56,6 a 7,89 a 43,67 a 35,71 a 123,04 a 2,58 a
mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si pelo teste de regressão, a nível de 5% de probabilidade de erro *(MSPA) - Matéria Seca Parte Aérea; (MSPR) - Matéria Seca Parte da Raiz; (MST) - Matéria Seca Total; (EUA) - Eficiência do Uso da Água Médias com. CZ = cinza da queima do tegumento da amêndoa de cacau; CL = composto cinza da queima do tegumento da amêndoa de cacau + lodo da estação de resíduo da própria fábrica + tegumento da amêndoa de cacau; CO = composto de ovinos; RP = resíduo do beneficiamento do palmito, com a dose de fósforo em 20% do volume de solo do vaso; PF = resíduo do beneficiamento do palmito, com a dose de fósforo em 100% do volume de solo do vaso.