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Universidade Estadual de Londrina CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ANÁLISE DO DESLOCAMENTO EM SIMULAÇÃO DE JOGO EM CAMPO REDUZIDO: EFEITO DA INSERÇÃO DE SPRINTS PROPOSITAIS Fabio Giuliano Caetano LONDRINA PARANÁ 2011

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Universidade

Estadual de Londrina

CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE

CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

ANÁLISE DO DESLOCAMENTO EM SIMULAÇÃO DE JOGO EM CAMPO REDUZIDO: EFEITO DA INSERÇÃO DE SPRINTS PROPOSITAIS

Fabio Giuliano Caetano

LONDRINA – PARANÁ

2011

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FABIO GIULIANO CAETANO

ANÁLISE DO DESLOCAMENTO EM SIMULAÇÃO DE

JOGO EM CAMPO REDUZIDO: EFEITO DA

INSERÇÃO DE SPRINTS PROPOSITAIS

Trabalho apresentado como requisito parcial para a Conclusão do Curso de Bacharelado em Educação Física do Centro de Educação Física e Esporte da Universidade Estadual de Londrina.

COMISSÃO EXAMINADORA

______________________________________

Prof. Dr. Fábio Yuzo Nakamura Universidade Estadual de Londrina

______________________________________ Prof. Dr. Nilo Massaru Okuno

Universidade Estadual de Londrina

Londrina, 02 de Dezembro de 2011

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DEDICATÓRIA

A meus pais, Lucia e Mauro, aos quais possuo gratidão eterna,

devido a tudo que fizeram por mim.

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AGRADECIMENTOS

A minha família que esteve sempre solícita a me ajudar quando necessário, em

especial minha mãe que sempre me incentivou e apoiou nas minhas decisões e meu

pai que passou os princípios que fizeram de mim a pessoa que sou hoje.

A minha namorada Carolina por toda confiança depositada em mim e incentivo que

provocaram uma mudança importante na minha vida.

A Isabel que esteve presente todos esses anos em casa prestando suporte

necessário para todos que vivem ali irem à busca das suas conquistas.

Ao Prof. Dr. Orientador Fábio Yuzo Nakamura, pelos ensinamentos e por possibilitar

a realização desse trabalho.

Ao Rafael P. Evangelista, por me auxiliar sempre que foi necessário e pelos

ensinamentos durante a realização desse trabalho.

Aos participantes do grupo GEAFIT e a todos que de alguma forma colaboraram

para realização desse trabalho.

Aos membros da banca, Prof. Dr. Victor Hugo Alves Okazaki e Prof. Dr. Nilo

Massaru Okuno que contribuíram de forma efetiva com as suas sugestões para

melhorar a qualidade desse trabalho.

Aos amigos e colegas da turma 100 e professores que colaboraram de alguma

forma para que fosse possível eu concluir essa etapa tão importante da minha vida.

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CAETANO, Fabio Giuliano. Análise do deslocamento em simulação de jogo em campo reduzido: efeito da inserção de sprints propositais. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Bacharelado em Educação Física. Centro de Educação Física e Esporte. Universidade Estadual de Londrina, 2011.

RESUMO

O jogo em campo reduzido (JCR) é um método de treinamento muito utilizado no

futebol, mas há dificuldade em quantificar sua intensidade, devido à existência de

diversas variáveis que podem influenciá-la. O objetivo do estudo foi comparar o

deslocamento encontrado em JCR tradicional e o jogo em campo reduzido

modificado (JCRmod), no qual foram inseridos sprints propositais durante o exercício.

A amostra foi constituída por 13 jogadores de futebol amador do sexo masculino,

com média de idade de 13,8 ± 0,44 anos, todos disputavam competições na

categoria sub-15 pela equipe Junior Team. O JCR tradicional e JCRmod foram

realizados em formato 3x3, com intervalo de no mínimo 24 h entre eles. Foram

registradas, distância total percorrida e distância percorrida em alta intensidade (>13

km/h) através de dispositivos Global Positioning System (GPS). Os resultados

encontrados para distância total percorrida foram maiores (P < 0,05) no JCRmod

(2041 ± 99 m), em comparação ao JCR tradicional (1794 ± 113 m). A distância

percorrida em alta intensidade também foi superior (P < 0,05) no JCRmod (417 ± 125

m) em relação a encontrada no JCR tradicional (265 ± 90 m). Essa diferença

encontrada foi atribuída a alteração na regra presente no modelo de JCRmod, devido

ao fato de que as demais variáveis que influenciam na intensidade permaneceram

constantes. Esses resultados indicam que inserir sprints propositais durante o JCR

promove um deslocamento superior em jogadores jovens de futebol e proporcionam

aos preparadores físicos um controle mais preciso durante a manipulação da

intensidade no JCR.

Palavras-chave: Alta intensidade; Futebol; Alteração na regra.

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CAETANO, Fabio Giuliano. Analysis of displacement during simulation of game on reduced field: effect of the insertion of purposeful sprints. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Bacharelado em Educação Física. Centro de Educação Física e Esporte. Universidade Estadual de Londrina, 2011.

ABSTRACT

The small-sided game (SSG) is a training method widely used in football, but there is

difficulty in quantifying its intensity, because there are many variables that can

influence it. The aim of this study was to compare the displacement found in

traditional SSG and small-sided game modified (SSGmod), in which were inserted

sprints during the activity. The sample consisted of 13 amateur soccer players the

male, mean age 13,8 ± 0.44 years, all competing in the U-15 team for the Junior

Team. The traditional SSG and SSGmod were performed in the 3x3 format, with an

interval of at least 24 h between them. Total distance traveled and distance traveled

at high intensity (> 13 km / h) were recorded through devices Global Positioning

(GPS). The results for total distance traveled was higher (P < 0,05) in SSGmod (2041

± 99 m), compared to traditional SSG (1794 ± 113 m). The distance traveled at high

intensity was also higher (P < 0,05) in SSGmod (417 ± 125 m) than that found in

traditional SSG (265 ± 90 m). This difference was attributed to the rule change in the

model SSGmod, due to the fact that the other variables that influence the intensity

remained constant. These results indicate that insert sprints purposeful during the

SSG promotes a higher displacement in young soccer players and to provide

coaches a better control over manipulation of intensity in the SSG.

Key Words: High intensity; Soccer; Rule changes.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Distância total percorrida durante o JCR e JCRmod..................... 21

Figura 2 - Distância percorrida em alta intensidade durante JCR e JCRmod 22

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LISTA DE SIGLAS, ABREVIAÇÕES E SÍMBOLOS

JCR - Jogo em campo reduzido............................................................ 01

GPS - Global Positioning Systems......................................................... 02

JCRmod - Jogo em campo reduzido modificado.......................................... 02

FC - Frequência cardíaca.................................................................... 05

[La] - Concentração de lactato.............................................................. 05

PSE - Percepção subjetiva de esforço................................................... 05

VO2 - Consumo de oxigênio.................................................................. 05

FCmáx - Frequência cardíaca máxima...................................................... 06

VO2máx - Consumo máximo de oxigênio.................................................... 08

LL - Limiar de lactato.......................................................................... 08

UA - Unidade arbitrária........................................................................ 10

JCRC - Jogo em campo reduzido contínuo.............................................. 12

JCRI - Jogo em campo reduzido intermitente......................................... 12

FCres - Frequência cardíaca de reserva.................................................. 14

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LISTA DE ANEXOS

Anexo 1 - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido............................ 33

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SUMÁRIO

DEDICATÓRIA........................................................................................... i

AGRADECIMENTOS................................................................................. ii

RESUMO................................................................................................... iii

ABSTRACT................................................................................................ iv

LISTA DE FIGURAS.................................................................................. v

LISTA DE SIGLAS, ABREVIAÇÕES E SÍMBOLOS.................................. vi

LISTA DE ANEXOS................................................................................... vii

1 INTRODUÇÃO........................................................................................... 01

1.1 Problema.................................................................................................... 01

1.2 Justificativa................................................................................................. 02

1.3 Objetivos.................................................................................................... 03

1.3.1 Objetivos Gerais......................................................................................... 03

1.3.2 Objetivos Específicos................................................................................. 04

1.4 Hipóteses de pesquisa............................................................................... 04

2 REVISÃO DE LITERATURA...................................................................... 05

2.1 Futebol....................................................................................................... 05

2.1.1 Demanda fisiológica do futebol.................................................................. 05

2.1.2 Análise do deslocamento durante o jogo................................................... 06

2.2 Treinamento no futebol.............................................................................. 08

2.3 Jogo em campo reduzido........................................................................... 09

2.3.1 Área do campo........................................................................................... 11

2.3.2 Número de jogador.................................................................................... 11

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2.3.3 Regime de treinamento.............................................................................. 12

2.3.4 Incentivo técnico........................................................................................ 13

2.3.5 Goleiro........................................................................................................ 13

2.3.6 Modificação na regra.................................................................................. 14

2.4 Deslocamento durante o jogo em campo reduzido................................... 16

3 MÉTODOS................................................................................................. 18

3.1 Caracterização do estudo.......................................................................... 18

3.2 População e amostra................................................................................. 18

3.3 Local.......................................................................................................... 18

3.4 Instrumentos/Equipamentos e Tarefas...................................................... 18

3.5 Procedimentos experimentais.................................................................... 19

3.5.1 Jogo em campo reduzido........................................................................... 19

3.5.7 Análise de deslocamento........................................................................... 19

3.6 Variáveis de estudo................................................................................... 20

3.7 Análise estatística...................................................................................... 20

4 RESULTADOS........................................................................................... 21

5 DISCUSSÃO.............................................................................................. 23

6 CONCLUSÃO............................................................................................ 26

7 REFERÊNCIAS.......................................................................................... 27

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Problema

No futebol, o desempenho dos atletas durante o jogo pode ser influenciado por

diversos fatores (MALLO e NAVARRO, 2008), como o condicionamento aeróbio

(MOONEY et al., 2011), as habilidades técnicas e a proficiência tática (KÖKLÜ et al.,

2011). O Jogo em campo reduzido (JCR) é um método utilizado como uma

ferramenta de treinamento físico para preparação de atletas de todas as idades e

níveis (HILL-HAAS et al., 2009c), esse treinamento permite desenvolver

condicionamento aeróbio específico, habilidades técnicas e táticas dos jogadores de

futebol (RAMPININI et al., 2007). O treinamento específico com JCR parece ser um

melhor método para preparação dos jogadores de futebol por simular as situações

de jogo, porém ainda é menos utilizado do que os treinamentos tradicionais,

provavelmente pela dificuldade de controlar a intensidade do exercício nesses

treinos (LITTLE, 2009).

O treinamento de JCR possui diversas variáveis que podem ser controladas

pelos técnicos, tais como a área do campo, o número de jogadores envolvidos no

treino, o tipo de treinamento, uso ou não de incentivo técnico, presença ou ausência

de goleiro e outras modificações nas regras (KÖKLÜ et al., 2011). Essas

modificações geralmente são realizadas pelos treinadores, com objetivo de

manipular a intensidade do treinamento, podendo aumentá-la ou diminuí-la, tanto em

relação às respostas fisiológicas quanto no deslocamento (HILL-HAAS et al., 2009b).

As respostas fisiológicas geradas a partir da utilização de JCR são semelhantes às

encontradas em partidas convencionais de futebol, isso sugere que a intensidade do

exercício durante o treinamento e a partida é equivalente (OWEN et al., 2011;

KÖKLÜ et al., 2011; HILL-HAAS et al., 2009b).

Informações em relação à intensidade dos treinamentos ou jogos de futebol

são fornecidas também pelas respostas de deslocamento (HILL-HAAS et al., 2009b),

essas análises de deslocamento tem sido realizadas extensivamente no futebol,

através de análises de vídeo principalmente (MOHR et al., 2003; MOHR et al., 2008;

KRUSTRUP et al., 2005; CASTELLANO et al., 2011; BRADLEY et al., 2009;

DELLAL et al., 2010). No entanto, também já tem sido analisado através de Sistema

de Posicionamento Global (GPS) (TOWNSHEND, WORRINGHAM e STEWART,

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2007). O deslocamento encontrado no JCR parece simular o de partidas

convencionais de futebol (HILL-HAAS et al., 2011), porém os resultados não são

conclusivos, pois existe informação sugerindo que os JCR não simulam as

atividades em alta intensidade que são constituídas por corridas de alta intensidade

e/ou de intensidade muito alta, ação chamada de sprint, as quais são muito

importantes nos jogos de futebol de alto nível (GABBET e MULVEY, 2008). As

atividades em alta intensidade encontrados em jogos convencionais de futebol que

parecem não ser reproduzidas no JCR podem ser alcançadas através de alterações

artificiais nas regras, como inserir sprints propositais durante o jogo (HILL-HAAS et

al., 2010), o que do ponto de vista prático seria muito interessante, por simular de

maneira mais precisa os padrões de atividade dos jogos.

O objetivo desse estudo foi analisar o deslocamento encontrado no JCR e jogo

em campo reduzido modificado (JCRmod), no qual foram inseridos sprints propositais

durante o jogo, e verificar se as ações de alta intensidade aumentam devido a essa

modificação artificial na regra. Informações consistentes sobre o deslocamento

encontrado no JCR e efeitos de alterações nas regras promovem subsídios para

escolha adequada do formato de JCR maximizando os benefícios desse método de

treinamento para preparação de atletas de futebol.

1.2 Justificativa

O condicionamento aeróbio possui grande relação com número de

participações em jogadas e o sucesso em uma partida de futebol (MOONEY et al.,

2011). Köklü et al. (2011) sugerem que o desempenho durante jogo de futebol

depende de habilidades técnicas e proficiência tática, além do condicionamento

aeróbio.

Um método de treinamento específico com JCR vem se tornando muito popular

e utilizado por treinadores na preparação de jogadores de futebol em todos os níveis

e idades (HILL-HAAS et al., 2009c). Impellizzeri et al. (2005) demonstraram que para

promover o condicionamento aeróbio, esse treinamento é tão efetivo quanto os

treinamentos tradicionais. Além disso, o JCR é um método de treinamento que

permite desenvolver habilidades técnicas e proficiência tática em conjunto com

condicionamento aeróbio (JEFFREYS, 2004). Por simular as situações que ocorrem

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durante uma partida de futebol o JCR é considerado um modelo de treinamento

superior em comparação aos métodos tradicionais de treinamento, nos quais são

realizadas corridas sem bola, mas ainda segue sendo menos utilizado devido à

dificuldade de controlar a intensidade durante esse treinamento (LITTLE, 2009).

Gabbet e Mulvey (2008) demonstraram que o JCR não reproduz a alta intensidade e

ações de sprints repetidos encontrados nos jogos de futebol de alto nível. Hill-Haas

et al. (2010) sugerem que alterações artificiais nas regras, como inserir sprints

propositais durante o jogo, provocam deslocamentos maiores. De acordo com Bravo

et al. (2008) as ações de sprints são de grande importância dentro de uma partida

de futebol, há também grande relação entre a capacidade de realizar sprints e a

distância total percorrida em corrida de alta intensidade e número de sprints

realizados em um jogo de futebol. Sendo assim, a capacidade de realizar sprints

deve ser incluída no treinamento físico. Um modelo de JCRmod, no qual são inseridos

sprints propositais durante o jogo faz com que o treinamento promova

deslocamentos maiores, sendo mais similares aos encontrados em jogos de futebol

de alto nível e dispensa a realização de um treinamento em separado para

desenvolver a capacidade de realizar sprints.

As informações a respeito do JCR, como se seu deslocamento simula

realmente o encontrado nas partidas convencionais de futebol e os efeitos de

modificações artificiais nas regras inseridas em JCR não são conclusivas. Sendo

assim, são necessárias investigações a respeito do deslocamento encontrado no

JCR e a diferença encontrada quando realizado o JCRmod, produzindo

conhecimentos que possibilitam aos preparadores físicos realizarem intervenções

mais adequadas na preparação de atletas no futebol.

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo geral

Comparar o deslocamento dos atletas no JCR tradicional com o encontrado em

JCRmod., que contém a alteração artificial na regra, no qual foram inseridos sprints

propositais durante o exercício.

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1.3.2 Objetivos específicos

Verificar a diferença na distância total percorrida e distância percorrida em alta

intensidade realizadas pelos atletas no JCR tradicional e JCRmod.

1.4 Hipóteses de pesquisa

H1 – A distância total percorrida no JCRmod é superior ao JCR tradicional.

H2 – O JCRmod possui distância percorrida em alta intensidade maior do que o

JCR tradicional.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Futebol

O futebol é um esporte muito popular, com muitos fãs, diversas organizações e

grandes estruturas por todo o mundo. Devido sua popularidade o futebol movimenta

muito dinheiro, por esse motivo a busca por recursos que possibilitem melhorar o

desempenho dos atletas é frequente. Isso faz com que o interesse de muitos

pesquisadores por esse esporte seja cada vez maior (REILLY, 1996).

O jogo de futebol é realizado com duas equipes com 11 jogadores em cada,

sendo 10 jogadores de linha e 1 goleiro, que desempenham diferentes funções de

acordo com a sua posição. A área do campo é de formato retangular e pode ter 90 x

45 m até 120 x 90 m, a duração dos jogos são 90 min divididos em dois tempos de

45 min mais os acréscimos (FIFA, 2010).

Esse esporte possui características particulares, ocorrendo mudanças

constantes na intensidade e atividade tornando mais difícil definir o esforço físico

requisitado. Rienzi et al. (2000) apresentaram resultados no qual foram encontradas

mudanças de atividade a cada 4 s, também demonstraram que a maior parte das

ações no jogo, ocorre em baixa intensidade e ações de alta intensidade são de curta

duração e ocorrem com baixa frequência. Gabbett e Mulvey (2008) encontraram

resultados semelhantes em partidas internacionais de futebol feminino, 92,5% dos

jogos foram realizadas atividades de baixa intensidade. Essas evidências são bem

aceitas por outros pesquisadores e há um consenso entre eles ao caracterizar o

perfil da atividade do futebol como intermitente e que o metabolismo aeróbio é

predominante durante o jogo (DRUST; REILLY; CABLE, 2000; REILLY, 2005;

WISBEY et al., 2009)

2.1.1 Demanda fisiológica do futebol

A intensidade do jogo é medida de forma confiável através das respostas

fisiológicas, com medidas de frequência cardíaca (FC) devido sua relação individual

com consumo de oxigênio (VO2), sendo a mesma, validada com a utilização de

testes em laboratório (REILLY, 2005). Impellizzeri, Rampinini e Marcora (2005)

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sugerem que a percepção subjetiva de esforço (PSE) seja uma reposta válida para

demonstrar a intensidade em exercícios intermitentes, possuindo uma relação

significante com a FC e VO2. Também demonstram que as concentrações de lactato

sanguíneo ([La]) se mostram uma medida confiável e com significante correlação

com VO2 para quantificar a carga de treinamento interna individual.

Durante o jogo os atletas mantêm em média uma intensidade que corresponde

de 80 a 90% da frequência cardíaca máxima (FCmáx) (HOFF et al., 2002). A respeito

da [La] são sugeridos níveis de 15,9 a 16,9 mmol.L-1 durante uma partida

(KRUSTRUP et al., 2006).

A medida de FC não é uma variável sensível, devido a alguns fatores que

influenciam na intensidade do exercício, como condições climáticas e outros

problemas dentro das partidas de futebol, caracterizada como atividades com

movimentos estocásticos (IMPELLIZZERI et al., 2004). Coutts et al. (2009)

demonstraram que quando associada a resposta de [La] e FC, o coeficiente de

explicação para aumento da PSE da sessão é maior do que, quando analisadas

essas respostas de forma isolada.

2.1.2 Análise do deslocamento durante o jogo

Recentemente medidas de deslocamento dos jogadores de futebol vêm sendo

utilizadas juntamente com medidas fisiológicas de intensidade em JCR. Essas

medidas demonstram o perfil de atividade através do deslocamento que o atleta

realiza durante o treinamento ou uma partida (CARLING et al., 2008). Análises de

deslocamentos têm sido realizadas extensivamente no futebol, através de análises

de vídeo principalmente (BRADLEY et al., 2010; CASTELLANO et al., 2011; DELLAL

et al., 2010; KRUSTRUP et al., 2005; MOHR et al. 2003; MOHR et al., 2008). No

entanto, já tem sido realizadas análises através de dispositivos com a tecnologia

GPS que realiza medidas de velocidade e posição dos indivíduos durante atividades

que envolvam deslocamento (TOWNSHEND; WORRINGHAM; STEWART, 2007),

inclusive testes de campo e partidas convencionais de futebol (CASTAGNA et al.,

2010). Hill-Haas et al. (2009b) sugerem que os dispositivos GPS comercialmente

disponíveis ou também chamados não diferencial fornecem um método prático para

realizar medidas de deslocamento em partidas de futebol ou em seus vários tipos de

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treinamento. Townshend, Worringham e Stewart (2007) demonstraram que o

dispositivo GPS não diferencial pode fornecer medidas altamente precisas de

deslocamento e velocidade.

Em relação aos deslocamentos durante os jogos de futebol, foi demonstrado

que em média a distância total percorrida pelos atletas em uma partida da liga

australiana de futebol é de 12 km, no qual 5% dessa distância são percorridos em

corridas de alta intensidade ou sprint e 65% caminhando ou trotando (WISBEY et al.,

2009). Vigne et al. (2010) encontraram em partidas da elite do futebol italiano

aproximadamente a distância total percorrida de 10,9 km por partida, com 38,9%

sendo percorrida caminhando, 29,5% trotando, 13,3% correndo abaixo do limiar

anaeróbio, 8,4% e 9% correndo acima do limiar anaeróbio e em sprint,

respectivamente. Recentemente Weston, Drust e Gregson (2011) mostraram que o

jogador da liga inglesa de futebol percorre em média por partida a distância total de

10,8 km, sendo 0,7 km em corrida de alta velocidade e 0,15 km sprint.

Brewer et al. (2010) sugerem que o deslocamento pode variar de acordo com

os níveis de competição, posição dos jogadores e nível de fadiga. Outro fator que

deve ser levado em conta e que também pode causar diferenças de valores entre os

estudos de deslocamento é o fato de não haver um critério padrão para classificar as

atividades que ocorrem durante o jogo. No estudo realizado por Wisbey et al. (2009)

foi considerado caminhar ou correr ações que ocorrem em velocidade menor que 8

km/h, corrida de alta intensidade ou sprint quando a velocidade for maior que 18

km/h. Vigne et al. (2010) adotaram critérios que classificam caminhar como ações

que ocorrem em velocidade menor que 5 km/h, correr 5 a 13 km/h, corrida abaixo do

limiar anaeróbio 13 a 16 km/h, corrida acima do limiar anaeróbio 16 a 19 km/h, sprint

maior que 19 km/h. Weston, Drust e Gregson (2011) classificaram corrida de alta

velocidade ações de velocidade maior que 19,8 km/h, sprint quando a velocidade é

maior que 25,2 km/h. Essa divergência nos critérios para classificar o deslocamento,

pode afetar os resultados de deslocamento e acaba impossibilitando a comparação

entre estudos.

Mooney et al. (2011) demonstraram grande relação entre o condicionamento

aeróbio, com o número de participações em jogadas e sucesso na partida, sugerindo

que um melhor condicionamento aeróbio promove número maior de participações

durante o jogo e possui grande importância para um melhor desempenho na partida.

Em uma partida são requisitados vários movimentos como, por exemplo, chute,

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saltos, controle de bola sob pressão e tomada de decisões. Isso faz com que o

desempenho dos atletas envolva além do condicionamento aeróbio, a habilidade

técnica e proficiência tática (KÖKLÜ et al., 2011).

2.2 Treinamento no futebol

A preparação física de uma equipe de futebol ocorre realizando um trabalho

que desenvolva as capacidades individuais de cada jogador (REILLY, 2005). As

formas mais utilizadas para desenvolver a aptidão aeróbia dos atletas são o

treinamento aeróbio contínuo ou intermitente, nesses treinamentos são realizadas

corridas sem bola, esse tipo de treino possui um controle preciso da intensidade por

meio da distância percorrida, repetições, duração do esforço e período de

recuperação ou monitoramento da FC (LITTLE; WILLIAMS, 2006).

Helgerud et al. (2001) demonstraram que o treinamento aeróbio com corrida

intervalada (4 x 4 min de corrida a 90 a 95% FCmáx e 3 min de recuperação ativa a

60 a 70% FCmáx entre as pausas) 2 vezes por semana durante 8 semanas na pré-

temporada provoca aumento de 10,8% no consumo máximo de oxigênio (VO2máx),

21,6% na velocidade de corrida no limiar de lactato (LL), 15,9% do VO2 no LL e 6,7%

na economia de corrida. Impellizzeri et al. (2006) utilizando o mesmo protocolo

durante a pré-temporada e início da temporada competitiva, demonstraram que o

VO2máx aumentou em média 8,3%, 8,9% na velocidade no LL, 12,9% do VO2 no LL

e 2,8 na economia de corrida. Este modelo de treinamento se mostrou eficiente em

melhorar o condicionamento físico de atletas de futebol, tanto na pré-temporada

(HELGERUD et al., 2001), na associação da pré-temporada com a temporada

(IMPELLIZZERI et al., 2006), quanto durante a temporada competitiva (FERRARI

BRAVO et al., 2008).

Adicionalmente ao treinamento intervalado, foi demonstrado que o protocolo de

treinamento baseado no teste RSA que avalia a capacidade de realizar sprints

repetidos é tão eficiente quanto o treinamento aeróbio intermitente. O protocolo

realizado consistiu de 3 séries de 6 sprints máximos de 40 m ida e volta com

recuperação passiva de 20 s entre os sprints e 4 min entre as séries, nas primeiras 3

semanas eram realizados os sprints com uma mudança de direção de 180º a cada

10 m e nas 4 últimas semanas essa mudança de direção passou a ser realizada a

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cada 20 m, esse treinamento foi realizado 2 vezes por semana durante 7 semanas e

foram obtidos resultados de melhora no condicionamento aeróbio. O treinamento de

sprints repetidos mostrou um aumento na resistência específica do futebol

significativamente maior que a corrida intermitente. Ao contrário do esperado não

foram encontradas melhoras na habilidade de salto vertical. O volume de treino do

protocolo de sprints repetidos foi de 10 min e a distância de 720 m, comparado com

o protocolo de corrida intervalada que é de 25 min e 4000 m foi sugerido que o

treinamento baseado no teste RSA é uma alternativa válida para o treino aeróbio de

corrida intervalada, tendo em vista que a eficiência do treino se mostrou igual em um

menor volume de treino (FERRARI BRAVO et al., 2008).

Little e Williams (2006) sugerem que os fatores que mais influenciam o

desempenho do atleta dentro de uma partida são o condicionamento aeróbio e

habilidade técnica. Utilizando o treinamento aeróbio tradicional (treinamento com

corrida intermitente e/ou contínuo) para desenvolver as capacidades físicas se tem a

necessidade da realização de um treinamento isolado para desenvolver as

habilidades técnicas, isso faz com que o tempo destinado as sessões de treinamento

aumente significantemente, o que do ponto de vista do futebol moderno, no qual o

calendário competitivo é muito grande, além da alta quantidade de jogos durante

esses campeonatos, faz com que seja inviável esse alto volume de treinamento.

Dessa forma, um protocolo de treinamento que envolve tanto capacidade física

quanto habilidades técnicas e táticas pode ser muito interessante devido à redução

significativa no volume total de treino.

2.3 Jogo em campo reduzido

O JCR é realizado em áreas menores que o jogo tradicional de futebol, também

envolve menor número de jogadores. Esses jogos modificados consistem em um

método de treinamento muito popular, que tem sido utilizado com jogadores de

todas as idades e níveis, para desenvolver o condicionamento aeróbio específico

para o futebol, além de habilidades técnicas e táticas para um melhor desempenho

nesse esporte (HILL-HAAS et al., 2009c).

O treinamento com JCR faz com que os atletas desempenhem ações em uma

intensidade média de 90% da FCmáx (OWEN et al., 2011), respostas muito

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semelhantes aquelas encontradas em jogos oficiais de futebol. Em relação às

respostas de [La] durante esse protocolo de treino são encontrados valores de 7,2 a

9,4 mmol.L-1 (KÖKLÜ et al., 2011). Hill-Haas et al. (2009a) quantificaram a carga

interna de treinamento com o método PSE da sessão em JCR através da escala de

borg CR-10 e encontraram resultados de aproximadamente 250 UA.

Por simular situações reais de uma partida, contemplando os movimentos

exigidos do jogo, tomadas de decisões, envolvimento com a bola e a presença de

adversários, sugere-se que em um jogo de futebol oficial o desempenho de um

atleta que teve sua preparação realizada com esse método específico (JCR) seja

melhor do que o desempenho de atletas que realizaram treinamentos genéricos

(treinamento intervalado), por haver uma transferência do treinamento para a partida

(LITTLE, 2009)

Segundo Impellizzeri et al. (2005) os jogadores se sentem mais motivados para

realizar o treinamento aeróbio de alta intensidade quando o mesmo é feito utilizando

o JCR, também mostraram que esse treinamento específico é tão efetivo quanto o

treinamento genérico para promover melhoras em atletas, tanto na aptidão física e

no desempenho dentro de uma partida.

Em comparação ao treinamento genérico realizado com corrida contínua ou

intermitente que melhora o condicionamento aeróbio do atleta, um treinamento

específico no qual se desenvolve além da aptidão física, habilidades bases da

modalidade, parece uma abordagem mais apropriada na preparação dos atletas

(JEFFREYS, 2004).

Impellizzeri et al. (2005) não encontraram diferenças significativas entre o

treinamento específico e genérico, apesar de ser sugerido um desempenho melhor

quando é realizada a preparação com o método específico, por esse tipo de

treinamento simular a realidade de um jogo de futebol. Uma razão para não terem

encontrado uma superioridade do treinamento com JCR, foi que eles avaliaram

somente medidas de deslocamento e respostas fisiológicas que contemplam o

condicionamento físico, mas o desempenho do atleta dentro de uma partida

depende também de habilidades técnicas e táticas.

O treinamento genérico ainda segue sendo mais utilizado pelos treinadores,

mesmo após as superioridades demonstradas a respeito desse método específico

utilizando o JCR e isso ocorre devido à dificuldade que há em controlar a carga de

treinamento nesse modelo de treino (LITTLE, 2009).

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O JCR possui diversas variáveis que podem ser manipuladas pelos treinadores

alterando a estrutura do jogo, com objetivo de modificar a intensidade do

treinamento, por exemplo, a área do campo, número de jogadores, regime de

treinamento, uso ou não de incentivo técnico, presença ou não de goleiros e

modificações nas regras. Essas variáveis influenciam diretamente na intensidade do

exercício durante o jogo, alterando assim a carga da sessão de treinamento.

Segundo Hill-Haas et al. (2009b), Jeffreys (2004), Köklü et al. (2011) e Rampinini et

al. (2007) a manipulação das variáveis do JCR pode produzir alterações nas

respostas fisiológicas e de deslocamento.

2.3.1 Área do campo

De acordo com Rampinini et al. (2007) aumentando a área do campo se eleva

as respostas de FC, PSE e [La], esse estudo demonstra uma resposta isolada do

efeito da alteração na área do campo, pois foram comparados três tamanhos de

áreas diferentes, pequena, a média sendo 20% maior que a pequena e a grande

sendo 20% maior que a média. Foram mantidas constantes as variáveis como

número de jogadores, o uso de incentivo técnico e tipo de exercício que também

poderiam afetar as respostas fisiológicas comprometendo a análise da influência da

alteração na área do campo sobre a FC, PSE e [La], Na área de campo pequena os

valores obtidos para respostas fisiológicas de FC, [La] e PSE, respectivamente,

foram 87% da FCmáx, 4.6 mmol.L-1 e 6,7 UA na escala de Borg CR-10, na área

média as respostas foram 87,8% da FCmáx, 4,9 mmol.L-1 e 7,1 UA para FC, [La] e

PSE, respectivamente e na área grande a resposta de FC foi 88% da FCmáx, para

[La] 5,1 mmol.L-1 e PSE foi 7,2 UA.

2.3.2 Número de jogador

A respeito da manipulação de número de jogadores, Köklü et al. (2011)

encontraram valores menores para FC e maiores para [La] no formato 2x2 em

comparação com 4x4, com área de campo 12x24 e 24x36, respectivamente. Em

contrapartida, Hill-Haas et al. (2009b) usaram uma área relativa por jogador

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constante, o que permite uma análise melhor da influência da mudança no número

de jogadores e mostrou resultados maiores nas respostas de FC, [La] e PSE para o

formato 2x2 jogado em área de 28x21comparado ao 4x4 em área de 40x30. As

diferenças nos resultados encontrados entre os estudos podem ser pelo fato da área

relativa por jogador não ter sido mantida no estudo de Köklü et al. (2011). Os

resultados encontrados por Hill-Haas et al. (2009b) do formato 2x2 para FC, [La] e

PSE, respectivamente, foram 89% FCmáx, 6,7 mmol.L-1 e 113,1 UA na escala de

Borg 6-20, para o formato 4x4 os resultados foram 85% da FCmáx, 4,7 mmol.L-1 e

12,2 UA, no formato 6x6 as respostas obtidas foram 83% da FCmáx, 4,1 mmol.L-1 e

10,5 UA.

Hill-Haas et al. (2009b) também analisaram o deslocamento e o resultado

para distância total percorrida para o formato 2x2 foi 2514 m, distância percorrida de

0 a 6,9 km/h foi de 1176 m e o número de sprint foi 7, no formato 4x4 a distância

total percorrida, distância total percorrida de 0 a 6,9 km/h e o número de sprints

dados, respectivamente, foram 2650 m, 1128 m e 8, para o formato 6x6 as respostas

foram 2590 m, 1142 m e 8 para distância total percorrida, distância total percorrida

de 0 a 6,9 km/h e número de sprints, respectivamente.

Hill-Haas e colaboradores (2009b) sugerem que o formato 4x4 simula melhor

o deslocamento de uma partida e que 6x6 produziu respostas fisiológicas abaixo das

encontradas em partidas tradicionais de futebol.

2.3.3 Regime de treinamento

A manipulação do tipo de treinamento pode provocar respostas fisiológicas

diferentes, o regime de treinamento contínuo provoca respostas maiores de FC e

PSE em comparação ao regime de treinamento intermitente (HILL-HAAS et al.,

2009c). Nesse estudo eles utilizaram para o regime contínuo um jogo com duração

de 24 min sem intervalo de recuperação e para o intermitente foram realizados 4

séries de 6 min para duração de cada jogo com intervalo de repouso passivo de 1,5

min entre eles, comparando os dois tipos de treinamento em formatos de jogos 2x2,

4x4 e 6x6. Os resultados encontrados para FC, [La] e PSE, respectivamente, foram

87% FCmáx para jogo de campo reduzido contínuo (JCRC) e 84% FCmáx no jogo de

campo reduzido intervalado (JCRI), para [La] no JCRC foi 5,5 mmol.L-1 e 4,8 mmol.L-1

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para o JCRI e para PSE no JCRC foi 12,3 UA e no JCRI 11,6 UA, os autores

sugerem que as respostas fisiológicas são maiores no regime contínuo devido o

treinamento intermitente possuir intervalos de recuperação.

Hill-Haas et al. (2009c) também analisaram o deslocamento nos dois tipos de

treinamento e encontraram resultados maiores para o JCRI comparado ao JCRC, os

resultados para distância total percorrida, distância total percorrida a velocidade

maior que 18 km/h e número de sprint, respectivamente, foram 2621 m no

intermitente e 2596 m para o contínuo, 67 m no JCRI e 53 m para o JCRC, 8 no JCRI

e 6 para o JCRC, o deslocamento ser maior no regime intermitente é explicado pelo

período de repouso que há durante o treinamento, isso permite a recuperação dos

atletas possibilitando que eles realizem mais ações, inclusive as atividades em alta

intensidade.

2.3.4 Incentivo técnico

O uso de incentivo técnico consistente, ou seja, cobranças e motivação dos

jogadores realizados de forma verbal pelos treinadores durante o JCR proporcionam

respostas elevadas de FC, PSE e [La] em comparação com as respostas obtidas em

um JCR no qual não ocorre o incentivo técnico (RAMPININI et al., 2007). Nesse

estudo os autores fizeram uma comparação do treinamento com incentivo técnico e

sem incentivo técnico, essa comparação foi feita em diversos tamanhos de campo e

número de jogadores, os resultados obtidos para FC, [La] e PSE, respectivamente,

foram 88,7% da FCmáx, 5,5 mmol.L-1 e 7,7 UA na escala de Borg CR-10 para os

jogos com incentivo técnico, no treinamento sem incentivo técnico foram

encontrados 86,5% da FCmáx, 4,2 mmol.L-1 e 6,3 UA.

2.3.5 Goleiro

Mallo e Navarro (2008) realizaram a comparação do JCR com a presença de

goleiro e sem a presença de goleiro, mantendo a área do campo, duração do jogo e

regime de treinamento igual para os três modelos de jogos realizados, no primeiro

não teve a presença de goleiro e os jogadores tinham o objetivo de manter a posse

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de bola o máximo possível, no segundo também sem a presença de goleiro havia

dois jogadores do lado de fora do campo a quem as equipes poderiam passar a bola

e também com objetivo de manter a posse de bola o máximo possível, no terceiro

jogo havia a presença de goleiros e prevaleciam as regras tradicionais do futebol, os

resultados obtidos para FC foram 91% da FCmáx na primeira situação, 91% da FCmáx

na segunda situação e 86% da FCmáx para terceira situação, o que sugere que o

JCR com presença de goleiro é menos intenso do que quando realizado sem a

presença de goleiro.

Mallo e Navarro (2008) também analisaram se há diferenças no deslocamento

em relação à presença ou não de goleiros, os resultados para distância total

percorrida para primeira, segunda e terceira situação, respectivamente, foram 747

m, 749 m e 638 m, também encontraram resultados que indicam que na terceira

situação os jogadores realizaram menos corridas de alta intensidade e sprints,

sugerindo que o deslocamento é menor quando há goleiros nos JCR. A possível

razão para que o JCR com a presença de goleiro seja menos intenso, seria que os

jogadores se organizam mais defensivamente com objetivo de proteger o seu gol da

equipe adversária.

Dellal et al. (2008) compararam a resposta de FC utilizando goleiro e não

utilizando goleiro, no formato 8x8 e encontraram resultados de 80,3% da frequência

cardíaca de reserva (FCres) no jogo com a presença do goleiro e 71,7% da FCres

quando não havia presença de goleiro, contrariando o que foi sugerido

anteriormente por Mallo e Navarro (2008), uma possível explicação para esses

resultados foi que Dellal et al. (2008) realizaram o JCR com a presença de goleiro

em 2 séries com duração de 10 min e repouso passivo de 5 min entre as séries, no

JCR sem a presença de goleiro foram realizadas 4 séries com duração de 4 min e

repouso passivo de 3 min entre as séries, essa diferença no número e duração das

séries, encontrada entre o JCR com goleiro e JCR sem a presença de goleiro

provavelmente pode provocar resultados distintos em relação a respostas

fisiológicas, portanto, os resultados de Dellal et al. (2008) não fornecem informações

que demonstrem de forma isolada o efeito da presença ou não de goleiros sobre a

intensidade do JCR.

O efeito da utilização ou não de goleiro sob a manipulação da intensidade em

JCR, ainda é uma questão inconclusiva.

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2.3.6 Modificação na regra

Mallo e Navarro (2008) utilizaram uma modificação artificial na regra em JCR

e analisaram o efeito sobre as respostas de FC e de deslocamento, realizaram na

situação 1, um jogo no formato 3x3, com área de 33x20 m, duração de 5 min e

objetivo de manter a posse de bola o máximo possível, na situação 2 todas essas

variáveis foram mantidas e uma alteração na regra foi adicionada, a presença de

dois jogadores do lado de fora do campo a quem as equipes poderiam passar a

bola, não foram encontradas diferenças significativas para respostas de FC e de

deslocamento. Na primeira e segunda situação foram encontrados resultados para

FC de 91% da FCmáx, a distância total percorrida na situação 1 foi 747 m e na

situação 2 foi 749 m.

Hill-Haas et al. (2010) analisaram os efeitos nas respostas fisiológicas

causados por alterações artificiais nas regras durante o JCR, foram realizadas

comparações em vários formatos, mantendo a duração do jogo, área relativa por

jogador e o campo foi divido em 3 zonas de tamanhos iguais, na situação 1 estava

valendo a regra de impedimento na zona de ataque sendo que em 1/3 do campo os

jogadores não poderiam lançar a bola de uma zona do campo para a outra. Na

situação 2 eram mantidas as variáveis da situação 1 e adicionada à condição que

todos os jogadores da equipe que está atacando devem estar à frente de duas

zonas para o gol ser válido. Para a situação 3 foram mantidas as condições

anteriores e adicionada a regra que 2 jogadores neutros fiquem nas laterais do

campo, um em cada lateral, podendo se mover para frente e para trás, porém não

podiam entrar no campo, a equipe que está atacando tem que passar a bola para

um desses jogadores antes que seja permitido o chute a gol, a bola pode ser

passada a eles na zona defensiva também, é permitido apenas um toque por

jogador. Na situação 4 todas as regras das outras situações são mantidas e outra é

adicionada, um jogador de cada equipe tem que completar 4 repetições de sprints

até a linha de fundo ou lateral do campo a um intervalo de 90 s para os formatos 3x4

ou 3x3 + coringa ou 3 repetições a um intervalo de 80 s para os formatos 5x6 e 5x5

+ coringa. As respostas de FC, [La] e PSE, respectivamente, foram 82% da FCmáx,

2,6 mmol.L-1 e 15,7 UA na escala de borg 6-20 para situação 1, na situação 2 foram

84% da FCmáx, 2,8 mmol.L-1 e 15,5 UA, para situação 3 foram encontradas respostas

de 81,2% da FCmáx, 2,3 mmol.L-1 e 14,8 UA, situação 4 os resultados obtidos foram

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82,5% da FCmáx, 2,6 mmol.L-1 e 15 UA. Com esses resultados encontrados é

sugerido que a situação 2 é mais intensa que a 3, ou seja, a modificação adicionada

na situação 3 torna o jogo menos intenso. Uma possível explicação seria que os

jogadores neutros que se encontram na lateral do campo, se deslocam e recebem a

bola livre de marcação o que facilita o avanço em direção ao gol da equipe

adversária.

Hill-Haas et al. (2010) analisaram também os efeitos sobre o deslocamento,

os resultados encontrados na situação 1 foram 2464 m e 537 m, para distância total

percorrida e distância total percorrida a velocidade maior que 13 km/h,

respectivamente, na situação 2 foram 2502 m e 519 m para situação 3 os resultados

são 2523 m e 484 m, para situação 4 os valores obtidos foram 2672 m e 748 m. A

diferença encontrada na situação 4, sugere que a regra presente apenas nessa

situação provoque um deslocamento maior para o JCR. Provavelmente isso ocorre

devido aos sprints propositais inseridos durante o jogo nessa situação.

A influência isolada de cada uma das alterações nas regras sobre as

respostas fisiológicas e o deslocamento nesse estudo de Hill-Haas et al. (2010) não

fica muito claro, pois não foram realizadas comparações de jogos sem alterações

nas regras e o JCR com uma única modificação, foram realizadas comparações

entre jogos no qual todos possuem alterações artificiais nas regras, a diferença entre

os jogos seria que em cada situação era adicionada uma modificação, isso permite

concluir que uma combinação de alterações na regra em comparação a outra,

provoca diferentes respostas fisiológicas e de deslocamento.

2.4 Deslocamento durante Jogo em campo reduzido

Um dos principais benefícios do método de treinamento específico para futebol

utilizando JCR seria que esse modelo reproduzisse os deslocamentos encontrados

em partidas competitivas de futebol (HILL-HAAS et al., 2011). Gabbett e Mulvey

(2008) analisaram o deslocamento em treinamentos com JCR de atletas da elite do

futebol feminino, com formatos 3x3 e 5x5, realizaram comparações com os

deslocamentos encontrados em partidas amadoras de equipes constituídas por

jovens do sexo masculino, partidas da liga nacional feminina australiana e partidas

internacionais também femininas, foram comparadas as distâncias percorridas em

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diferentes velocidades e ação de sprints repetidos, essa ação de sprints repetidos foi

definida como no mínimo 3 sprints realizados com intervalo menor do que 21 s entre

eles.

Os resultados demonstraram que no JCR a proporção da distância percorrida

caminhando não foi estatisticamente significante entre as partidas, a proporção da

distância percorrida trotando foi maior no JCR, a proporção da distância percorrida

correndo de forma acentuada também foi semelhante entre o JCR e os jogos dos 3

níveis de competição, para distância percorrida em sprint também não houve

diferença na proporção encontrada no JCR e as partidas, mas em relação à sprints

repetidos houve diferença entre a partida de competição internacional e os JCR,

essa ação de sprint repetido ocorreu em proporção maior durante o jogo da liga

feminina internacional e pareceu raro durante o treino. Isso sugere que o JCR simula

todos os deslocamentos de partidas de diferentes níveis de competição, mas não

simula a alta intensidade de jogos de competição internacional no qual ações de

sprints repetidos ocorrem em maior proporção do que durante os JCR (GABBET e

MULVEY, 2008).

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3 MÉTODOS

3.1 Caracterização do estudo

Esse estudo foi constituído por uma pesquisa com delineamento transversal,

sendo utilizada uma análise descritiva comparativa de natureza aplicada.

3.2 População e amostra

A população foi jogadores de futebol jovens da categoria sub-15 da cidade de

Londrina. A amostra foi constituída por 13 jogadores de futebol do sexo masculino

com idade de 13,8 ± 0,44 anos, massa corporal de 55,9 ± 7,31 kg, estatura de 1,57 ±

0,07 m, todos integrantes da categoria sub-15 da equipe Junior Team. Os

procedimentos do estudo foram descritos por escrito e verbalmente para os atletas,

e após esclarecimento por escrito dos procedimentos, os responsáveis e os atletas

assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido permitindo que os

atletas participem do estudo. O estudo foi submetido à apreciação e foi aprovado

pelo Comitê de Ética em Pesquisa envolvendo seres humanos da Universidade

Estadual de Londrina.

3.3 Local

O estudo foi realizado na cidade de Londrina, estado do Paraná e os

procedimentos de coleta de dados foram realizados na Universidade Estadual de

Londrina.

3.4 Instrumentos/Equipamentos e Tarefas

Para as análises dos deslocamentos foram utilizados dispositivos GPS da

marca GPSSports®, modelo SPI Pro X com frequência de amostragem de 15 Hz.

Também foram utilizados coletes nos quais foram fixados os dispositivos GPS.

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3.5 Procedimentos experimentais

Esse estudo foi derivado de um projeto maior em que outras variáveis e

procedimentos aqui não descritos também foram realizados.

Para verificar o efeito de uma alteração artificial na regra sobre o

deslocamento em JCR, foram realizados um JCR tradicional e um JCR contendo

uma alteração artificial da regra, no qual foram inseridos sprints propositais durante o

JCR, todos foram realizados no início da sessão de treinamento depois de uma

sessão de aquecimento padronizada de 20 min contendo corridas leves,

acelerações e alongamentos, os JCR tiveram intervalo de 24 h entre eles.

3.5.1 Jogo em campo reduzido

Foram realizados 2 modelos de JCR, o JCR tradicional foi realizado no

formato de jogo, 3x3 com área de campo 30x20 m, com área relativa por jogador em

aproximadamente 100 m2, foi utilizado mini gol de 1,5 m de comprimento demarcado

com cones, sem a presença de goleiro. O regime de treinamento foi intermitente,

com 4 séries e duração de 4 min e recuperação passiva de 3 min. Foram utilizados

incentivos técnicos durante os JCR, ou seja, a todo momento eram realizadas de

forma verbal cobranças e motivações aos atletas. Haverá a disposição bolas

reservas para que seja realizada a reposição imediatamente quando a bola sair de

campo. O JCR modificado foi realizado da mesma forma que o JCR tradicional e foi

adicionada uma alteração artificial na regra, a qual fazia com que os atletas

realizassem 4 sprints por série distribuídos em tempos aleatoriamente por forma de

sorteio durante os 4 min de jogo nas 4 séries, nesses tempos era soado um apito e

os atletas largavam a bola imediatamente e realizavam um sprint até a lateral mais

distante do campo, o intervalo entre os sprints foi no mínimo de 20 s.

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3.5.2 Análise de deslocamento

O deslocamento dos jogadores foi analisado através do uso de dispositivos

GPS da marca GPSSports®, modelo SPI Pro X com frequência de amostragem de

15 Hz. Antes do início do treinamento os atletas colocavam coletes nos quais são

fixados os dispositivos GPS. Os dados foram digitalizados através do software Team

AMS. A partir dos dados coletados com os dispositivos GPS, foram determinados os

deslocamentos durante os JCR, esses padrões foram distância total percorrida,

sendo esta fragmentada em diferentes intensidades de exercício de acordo com o

método proposto por Castagna et al. (2010), classificando como corrida de alta

intensidade (13,1-18 km/h), sprint (maior que 18,1 km/h). Sendo assim, fornecendo

além da distância total percorrida, também a distância total percorrida em faixas de

velocidade, das quais foram utilizadas corrida de alta intensidade e sprint que

caracterizam atividades de alta intensidade.

3.6 Variáveis de estudo

A variável independente do estudo foi a modificação artificial na regra durante

o JCR. As variáveis dependentes do estudo foram a distância total percorrida e

distância total percorrida em alta intensidade.

3.7 Análise estatística

Para verificar a distribuição dos dados foi utilizado o teste de normalidade

Shapiro-Wilk, os dados apresentaram distribuição normal, a estatística paramétrica

utilizada foi teste t de student pareado, para comparar os dois modelos, JCR

tradicional e JCRmod. A significância adotada foi de 5% e o pacote estatístico

utilizado foi o SPSS, versão 17.0 for Windows.

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4 RESULTADOS

Os resultados apresentaram diferença significante entre o JCR tradicional e

JCRmod para distância total percorrida e volume de atividades em alta intensidade.

Os atletas percorreram uma distância total significativamente maior (P < 0,05)

no JCRmod (2041 ± 99,42 m) em comparação ao JCR tradicional (1794 ± 113,10 m)

(Figura 1).

Figura 1. Distância total percorrida durante o JCR e JCRmod. Os dados são

apresentados em Média + DP.

* = Diferença significante entre os modelos de JCR.

Os jogadores realizaram um volume significativamente maior (P < 0,05) de

atividades em alta intensidade durante o JCRmod (417 ± 125,56 m) em relação ao

volume encontrado durante o JCR tradicional (265 ± 90,28 m) (Figura 2).

*

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Figura 2. Distância percorrida em alta intensidade durante o JCR e JCRmod. Os

dados são apresentados em Média + DP.

* = Diferença significante entre os modelos de JCR.

*

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5 DISCUSSÃO

O objetivo do presente estudo foi investigar o deslocamento de jogadores

adolescentes de futebol em dois modelos JCR diferentes, o JCR tradicional e

JCRmod, no qual foram inseridos intencionalmente sprints durante as séries dos JCR,

porém, mantendo as demais variáveis constantes para os dois modelos, como, área

do campo de 30x20 m, número de jogadores em 3x3, a ausência de goleiros, o

regime de treinamento intermitente com 4 séries em duração de 4 min, o período de

recuperação entre as séries foi de 3 min e a utilização de encorajamento verbal

durante todo o jogo. Os resultados encontrados no estudo demonstraram que a

inclusão intencional dos sprints durante o JCRmod ocasionou em um aumento

estatisticamente significante na distância total percorrida e na distância percorrida

em alta intensidade pelos atletas durante o JCRmod.

A distância total percorrida e a distância total percorrida em alta intensidade

durante o JCR tradicional, apresentaram valores muito próximos aos encontrados

por Dellal et al. (2011). Em contrapartida, os resultados encontrados no nosso

estudo se mostraram inferiores aos relatados por Hill-Haas et al. (2008b) para as

duas variáveis, em todos os formatos de JCR realizados por eles, que foram 2x2,

4x4 e 6x6. No entanto, existem diversas diferenças entre os dois estudos, as quais

podem explicar as diferenças encontradas entre os estudos. No presente estudo foi

utilizada uma área relativa por jogador de 100 m² e no estudo de Hill-Haas et al.

(2008b) foi utilizada uma área relativa por jogador de 150 m², ou seja, uma área de

campo expressivamente maior. Essa diferença na área do campo pode em parte

explicar a maior distância percorrida pelos atletas no estudo de Hill-Haas et al.

(2008b), visto que o tamanho do campo é considerado um dos fatores que pode ser

manipulado para aumentar a intensidade dos JCR (RAMPININI et al., 2007). Porém,

no estudo de Rampinini et al. (2007), eles não analisaram o deslocamento, foram

analisadas somente variáveis relacionadas a intensidade dos JCR, por isso, a

dificuldade em afirmar que o tamanho do campo que influenciou na diferença entre o

presente estudo e o estudo conduzido por Hill-Haas et al. (2008b). Outra diferença

entre os estudos foi o regime de treinamento utilizado. No estudo de Hill-Haas et al.

(2008b) o JCR foi realizado em regime treinamento contínuo e no presente estudo

foi utilizado o regime de treinamento intermitente, no qual de acordo com Hill-Haas et

al. (2009c) produz deslocamento superior ao regime de treinamento contínuo. A

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diferença entre os dois estudos em relação ao número de jogadores não produz

subsídios para explicar a discrepância nos resultados encontrados, devido ao fato

que o estudo de Hill-Haas et al. (2008b) possui diversos modelos de JCR com

número de jogadores superior e inferior ao do presente estudo e ambos tiveram

valores para distância total percorrida e distância percorrida em alta intensidade

superiores.

Outro fator que pode explicar as diferenças encontradas entre os estudos

pode ser a idade dos atletas; os atletas do presente estudo têm uma média de idade

de 13,8 ± 0,44 anos, e disputam competições amadoras pela categoria sub-15, já no

estudo de Hill-Haas et al. (2008b) a amostra foi constituída por sujeitos com idade

média de 16,3 ± 0,6 anos que eram membros de uma equipe amadora e competiam

na categoria sub-19, portanto, é possível que esses atletas apresentem um nível de

condicionamento físico superior aos atletas do presente estudo, e dessa forma,

conseguem percorrer uma maior distância total e em alta intensidade em relação aos

atletas do presente estudo.

Essa constatação pode ser inferida pelos achados de Brewer et al. (2010).

Nesse estudo os autores encontraram diferenças no deslocamento de atletas de

diferentes níveis de competição, sendo maiores os valores de distância total

percorrida e esforços de alta intensidade realizados pelos atletas em competições de

níveis superiores.

Outro estudo realizado por Hill-Haas et al. (2009a) utilizou uma modificação

artificial na regra semelhante a usada no presente estudo, que foi inserir sprints

propositais durante o exercício de JCR, e novamente os resultados encontrados

foram superiores para distância total percorrida e distância percorrida em alta

intensidade. Entretanto, a comparação dos resultados entre os dois estudos é difícil

de ser realizada e as informações obtidas a respeito dessa modificação na regra não

são conclusivas, devido ao fato de que no trabalho de Hill-Haas et al. (2009a), eles

utilizaram várias alterações nas regras, além da inserção dos sprints propositais.

Além disso, no estudo os autores modificaram os modelos de JCR acrescentando

regras durante os jogos e não as modificando, o que torna difícil isolar os fatores que

poderiam afetar o deslocamento durante os JCR. Já o nosso estudo utilizou apenas

uma modificação na regra com a intenção de isolar um fator, pois, segundo Hill-Haas

et al. (2011) para promover o efeito real de uma variável do JCR, as demais

variáveis devem permanecer constantes. Portanto, ao que tudo indica pode-se dizer

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que as diferenças encontradas entre os modelos de JCR no presente estudo são

realmente causadas pela modificação artificial na regra utilizada.

Há possíveis limitações no estudo realizado, como realização de apenas o

formato 3x3 nos modelos de JCR tradicional e JCRmod, o que impossibilita identificar

se o efeito da alteração na regra utilizada se comporta da mesma forma em diversos

formatos de JCR. Outro fator limitante foi que o estudo só quantificou o

deslocamento, então não é possível conhecer o efeito da modificação na regra

utilizada sobre as variáveis fisiológicas, as quais poderiam fornecer informações

sobre a intensidade durante o JCR em relação à carga interna individual dos

sujeitos.

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6 CONCLUSÃO

Em conclusão, através dos resultados obtidos foi confirmada a hipótese

levantada a respeito da distância total percorrida, sendo superior no JCRmod em

comparação ao JCR tradicional. Outra hipótese levantada foi em relação a distância

percorrida em alta intensidade, também sendo confirmada através dos resultados

encontrados que relataram uma distância maior percorrida em alta intensidade

durante o JCRmod quando confrontado com o JCR tradicional. Os resultados

encontrados demonstraram que a modificação na regra utilizada, ou seja, inserir

sprints propositais durante o exercício de JCR promove aumento na distância total

percorrida e eleva o volume de atividades de alta intensidade durante o JCR

realizado com atletas jovens de futebol. Os resultados do presente estudo

promovem subsídios consistentes para chegar a uma conclusão em relação ao

efeito da modificação artificial na regra utilizada no JCRmod, sobre o deslocamento

durante o JCR, o que proporciona aos preparadores físicos um controle melhor

durante a manipulação da intensidade no JCR e permite uma escolha mais

adequada do modelo de JCR a ser utilizado, promovendo uma otimização dos

resultados durante a preparação física de atletas de futebol. Novos estudos devem

investigar além das medidas de deslocamento, medidas de variáveis fisiológicas que

permitem avaliar a carga interna individual durante o treinamento, também analisar o

efeito de outras modificações nas regras durante o JCR e realizar comparação do

deslocamento encontrado em JCR com o de partidas convencionais de futebol,

permitindo avaliar se o que é encontrando em partidas convencionais é simulado de

formal integral pelo JCR.

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ANEXOS

MODELO

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Titulo da pesquisa:

“Padrões de movimentos e respostas fisiológicas em diferentes formatos de

jogos com campo reduzido”

Prezado(a) Senhor(a):

Gostaríamos de convidá-lo (a) a participar da pesquisa “Padrões de movimentos e

respostas fisiológicas em diferentes formatos de jogos com campo reduzido”,

realizada na “Universidade Estadual de Londrina – Londrina - PR”. O objetivo da

pesquisa é “se uma modificação em sua regra modificará a intensidade dos jogos e

se essa modificação resultará em um incremento na quantidade de sprints repetidos

durante os jogos com campo reduzido (JCR) e nas respostas fisiológicas ao

esforço”. A sua participação é muito importante e ela se dará da seguinte forma: 1)

Realização de três testes físicos (teste incremental em pista, teste para capacidade

em realizar sprints repetidos (RSA) e um teste intermitente para avaliar o

desempenho específico no futebol (Yo-Yo Intermittent Recovery Test Level 1 – Yo-

Yo IRT1); 2) Realização de JCR em diferentes modelos e formatos (menos que 11

jogadores por equipe, e em campo menor do que o oficial) e; 3) Realização de jogos

de futebol convencionais (11 contra 11). Antes e após os testes e os JCR serão

coletados 25 µL de sangue do lóbulo da orelha para quantificar a concentração de

lactato sanguíneo [La]. Todos os procedimentos de JCR e jogo de futebol

convencional serão gravados por meio de câmeras, para posterior análise dos

padrões de movimento pelo investigador principal. No entanto, nenhuma imagem

será divulgada, e a gravação será utilizada exclusivamente para determinar os

padrões de movimento durante os JCR e durante os jogos convencionais. Após esse

procedimento, as gravações serão eliminadas para garantir o anonimato dos

participantes. Gostaríamos de esclarecer que sua participação é totalmente

voluntária, podendo você: recusar-se a participar, ou mesmo desistir a qualquer

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34

momento sem que isto acarrete qualquer ônus ou prejuízo à sua pessoa.

Informamos ainda que as informações serão utilizadas somente para os fins desta

pesquisa e serão tratadas com o mais absoluto sigilo e confidencialidade, de modo a

preservar a sua identidade.

Os benefícios esperados consistem no levantamento de informações sobre as

respostas fisiológicas a diferentes formatos de jogos com campo reduzido, em

comparação com jogos convencionais, para estabelecer sua utilidade como método

específico de preparação física, em concomitância com o aprimoramento técnico-

tático. Os riscos para os atletas em relação à participação no estudo são mínimos.

Devido aos testes físicos serem máximos, isso pode gerar algum desconforto, como

dores musculares imediatas ou tardias. Fica evidente pelo presente termo que

submeteremos aos testes e aos jogos somente os atletas que apresentarem exame

médico atestando condições para realização dos esforços de teste e de treinamento.

Informamos que o senhor não pagará nem será remunerado por sua participação.

Garantimos, no entanto, que todas as despesas decorrentes da pesquisa serão

ressarcidas, quando devidas e decorrentes especificamente de sua participação na

pesquisa.

Caso você tenha dúvidas ou necessite de maiores esclarecimentos pode nos contatar (Fábio Yuzo

Nakamura, Rua Maria de Lourdes Cardoso de Lima, 162, Residencial Vale do Arvoredo, CEP

86047-590, fones: 43 3342-3975 ou 43 9123-7856 e e-mail: [email protected]), ou

procurar o Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da Universidade Estadual de

Londrina, na Avenida Robert Kock, nº 60, ou no telefone 33712490. Este termo deverá ser preenchido

em duas vias de igual teor, sendo uma delas, devidamente preenchida e assinada entregue a você.

Londrina, 8 de Julho de 2011.

Pesquisador Responsável

RG: __________________________

_____________________________________, tendo sido devidamente esclarecido

sobre os procedimentos da pesquisa, concordo em participar voluntariamente da

pesquisa descrita acima.

Assinatura (ou impressão dactiloscópica):____________________________

Assinatura do pai ou responsável (ou impressão dactiloscópica):_________ Data:___________________