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UNIVERSIDADE DE BRASLIA
FACULDADE DE CINCIAS DA SADE
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM
PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM ENFERMAGEM
ON DA SILVA APOLINRIO
AS ONDAS REVITALIZADORAS DA CRIATIVIDADE NO ENSINO
SUPERIOR DE ENFERMAGEM - ESTUDO COMPARATIVO E
MULTIFATORIAL DO PERFIL CRIATIVO DOS ATORES
EDUCACIONAIS
BRASLIA
2015
-
UNIVERSIDADE DE BRASLIA
FACULDADE DE CINCIAS DA SADE
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM
PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM ENFERMAGEM
ON DA SILVA APOLINRIO
AS ONDAS REVITALIZADORAS DA CRIATIVIDADE NO ENSINO
SUPERIOR DE ENFERMAGEM - ESTUDO COMPARATIVO E
MULTIFATORIAL DO PERFIL CRIATIVO DOS ATORES
EDUCACIONAIS
Tese apresentada como requisito
parcial para a obteno do Ttulo
de Doutor em Enfermagem pelo
Programa de Ps-Graduao em
Enfermagem da Universidade de
Braslia.
rea de Concentrao: Poltica,
Prticas e Cuidado em Sade e
Enfermagem.
Linha de Pesquisa: Gesto da
Ateno a Sade e Organizao
dos Servios em Sade.
Orientador: Prof. Dr. Elioenai Dornelles Alves
Coorientadora: Prof. Dr. Maria Cristina Soares Rodrigues
BRASLIA
2015
-
ON DA SILVA APOLINRIO
AS ONDAS REVITALIZADORAS DA CRIATIVIDADE NO ENSINO
SUPERIOR DE ENFERMAGEM - ESTUDO COMPARATIVO E
MULTIFATORIAL DO PERFIL CRIATIVO DOS ATORES
EDUCACIONAIS
Tese apresentada como requisito parcial
para a obteno do ttulo de Doutor em
Enfermagem pelo Programa de Ps-
Graduao em Enfermagem da
Universidade de Braslia.
Aprovado em 30 de maro de 2015
BANCA EXAMINADORA
______________________________________________________
Prof. Dr. Elioenai Dornelles Alves Universidade de Braslia/UnB
Presidente
______________________________________________________
Prof. Dr. Moema da Silva Borges Universidade de Braslia/UnB
Membro
__________________________________________________________________________
Prof. Dr. Nbia Maria Almeida Figueiredo Escola de Enfermagem Alfredo Pinto/Unirio
Membro
_______________________________________________________________
Prof. Dr. Antnio Villar Marques de S Universidade de Braslia/UnB
Membro
_____________________________________________________________________
Prof. Dr. Otlia Maria Alves da Nbrega Alberto Dantas Universidade de Braslia/UnB
Membro
_______________________________________________________________
Prof. Dr. Paula Eliane Diniz dos Reis Universidade de Braslia/UnB
Suplente
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minha famlia- enfermagem que:
Cuida continuamente: pela manh, tarde, noite;
Cuida em todas as estaes do ano: vero, inverno, outono e primavera;
Cuida de bebs, crianas, adolescentes, jovens, adultos e idosos;
Cuida antes da concepo, e da vida intrauterina at o ps-mortem;
Cuida sem discriminar: sexo, raa, idade, convico poltica, escolaridade;
Cuida de pessoas, famlias e comunidades;
Cuida nos cenrios diversos de ateno sade: hospitais, ruas, escolas...;
Cuida usando emoes e sentimentos: choro, risos, toques, olhares...;
Cuida na dor e na alegria, fazendo a arte sensvel, do amor e da flor;
Cuida sem parar, de forma dinmica, nas ondas revitalizadoras do cuidado.
Dedico aos meus irmos e minha gente da enfermagem.
Aos atores da grandiosa arte a arte do cuidar minha homenagem e
dedicatria.
Sempre!
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AGRADECIMENTOS
Gratido foi a palavra geradora e inspiradora para escrever esta mensagem.
Gratido ao Grande Poeta meu Deus que a fonte inspiradora do cuidado que pesquiso,
escrevo e realizo dentro das ondas revitalizadoras da criatividade.
Gratido minha famlia, o bero da minha existncia, origem que me possibilitou
desenvolver os recursos prvios para o meu potencial criativo em prol da arte da enfermagem.
Lembranas do meu pai, que no final de 2014 recebeu o meu ltimo abrao. O trmino desta
Tese foi realizado em momento de luto, saudade, dor da separao e reflexo sobre o cuidado.
Gratido sem fim minha famlia, lugar da minha vivncia e experincias ao meu esposo
Maurcio Apolinrio e ao meu lindo filho de cachos de ouro Ncolas Augusto, o Anjinho
Minho... que me ajudaram sobremaneira alcanar esta conquista de doutoramento. Quantas
vezes eu queria silncio para trabalhar na Tese, mas o meu filho queria assistir o Chapolin
Colorado e, como este personagem eu me perguntava: E agora quem poder me defender?
Gratido ao meu esposo pelas incontveis revises gramaticais realizadas no trabalho.
Gratido pela vivncia, convivncia e troca de saberes oriundos da minha trajetria estudantil
da educao bsica ao doutorado junto aos meus pares e professores, em processo de
ensinar-aprender contnuo, significativo e em ondas revitalizadoras.
Gratido hoje e sempre aos professores e colegas do Programa de Ps-Graduao em
Enfermagem/PPGEnf-UnB pela experincia relacional e aprendizagem mtua, na roda da
dialogicidade plural.
Gratido especial ao amigo e incentivador. Refiro-me ao Professor Doutor Elioenai Dornelles
Alves, exemplo de mestre e educador singular que tem contribudo notadamente em prol de
avanos educacionais e pesquisa cincia da enfermagem.
Gratido especial tambm a amiga-professora Dr. Maria Cristina Soares Rodrigues, docente
valiosa e que engrandece a profisso do cuidar, pela seriedade e compromisso no exerccio
profissional.
Gratido aos Professores Doutores, partcipes das Bancas de Qualificao e de Defesa da Tese
contribuindo cincia do cuidar, por meio da criatividade e ludicidade no ensino superior.
Gratido aos Cenrios de Pesquisa pela autorizao e a possibilidade de operacionalizar a
importante fase de coleta de dados, em prol da inteireza do trabalho delineado.
Gratido aos participantes da pesquisa que compuseram os quatro grupos distintos, pela
grande contribuio cincia e temtica, possibilitando identificar o perfil criativo dos
atores educacionais dos Cenrios de Pesquisa selecionados.
Gratido aos funcionrios do Programa de Ps-Graduao em Enfermagem/PPGEnf-UnB,
Programa de Graduao em Enfermagem/PGEnf/UnB e do Centro Universitrio-UDF que se
colocaram disposio para atender as minhas constantes solicitaes referentes pesquisa.
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Gratido aos espaos e canais cientficos que esto abertos para eu desenvolver os estudos e
os projetos de pesquisa na temtica de criatividade e ludicidade, quais sejam os Grupos de
Pesquisa cadastrados no CNPq: Criatividade, Ensino, Pensamento e Personalidade Criativos,
Processos criativos, Promoo da Sade e Ldico; e Aprendizagem Ldica: Pesquisas e
Intervenes em Educao e Desporto.
mais que agradecimento porque so muitas as pessoas partcipes comigo na realizao deste
trabalho em prol do conhecimento esttico da enfermagem.
Gratido um bem valioso que guardarei de todas as pessoas e parceiros que caminharam
comigo neste processo de doutoramento.
gratido porque todas estas palavras no ficaro apenas nesta folha pr-textual, mas ficaro
guardadas em local especial e significativo, no lcus que emergem a arte do cuidar e, rima
com gratido: o corao.
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AGRADECIMENTO POTICO AO ORIENTADOR
PoesiAHA!
1 Ao enfermeiro-criativo
Autora: On Silva
Para: Prof. Dr. Elioenai Dornelles Alves2
Analisando a enfermagem e o cientifismo
Surgiu entre um seleto grupo de atores
Algum que pretendia romper o tecnicismo
De modo inovador, dizendo sobre cuidado e flores
Estimulando a reflexo do povo enfermeiro
A metfora potica a este docente: jardineiro.
E ele comeou a semear a inovao
Mostrando outro olhar na profisso
Investindo no campo da docncia
Um novo estilo de aprendncia:
Divulgando sade e sua promoo
Falando do ser e da sua essncia.
Cuidar em sade, no apenas a prtica
A justificativa dele sempre muito enftica
Nas suas falas o enfoque interdisciplinar
Para romper o paradigma hospitalar.
O cuidado humano para ele vivo
Usa tecnologia leve, a sensibilidade,
Quem enfermeiro sujeito ativo
Planta inovao no campo da enfermagem.
E muitos so os trabalhos de sua autoria
Cuidado humano traduzido em inovao
Seu potencial trouxe enfermagem: alegria
Pelos girassis plantados nos campos da profisso.
Poesiaha!
sua vida e experincia:
Ele tem
Criatividade na docncia
Ele pro-
Move aprendncia
Ele
Jardineiro por excelncia
Dr. Elioenai
Criativo na essncia!
1 AHA! Termo usado pelo terico Csikszentmihalyi para referir ao momento mgico da inspirao criativa.
---------------------------------------------------------------------------------- 2 Este poema dedicado ao Dr. Elioenai Dornelles Alves uma forma de agradecer e reconhecer o trabalho desenvolvido pelo
mesmo que estimulou a mim e a tantos outros a semear e promover aes criativas no cuidado de enfermagem.
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AGRADECIMENTO POTICO COORIENTADORA
Autora: On Silva
Para: Prof Dr Maria Cristina Soares Rodrigues
Eu poderia homenage-la em prosa
Mas em verso foi a minha inspirao
Sou poetisa que se revitaliza nas ondas
Nestas fontes que originam a emoo.
Agradeo-lhe pelos momentos de saber
Construindo um referencial esttico
Porque a enfermagem uma linda arte
No pode se reduzir ao fazer tcnico.
Nos encontros de saber partilhados
De arte, de criao e re(criao),
O objeto do estudo foi nosso foco
Em prol da cincia em construo.
Delineamos todo o estado da arte
Em prol da arte da enfermagem
Desde o prlogo introduo
E dos objetivos at a concluso.
Conversamos sobre os tericos
Sobre conceitos e fundamentos
Partilhamos as coisas da vida
Como saber, estes momentos.
Refletimos sobre o ensino
Da nossa profisso do cuidar
Nesta temtica ns discutimos
Sobre o aprender e o ensinar.
Como a aprendizagem mtua
Contigo aprendi neste caminho
Nesta Tese que ns construmos:
Registro minha gratido e carinho.
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Na escola dos cata-ventos tem muita ao, cores, movimentos...
O professor facilita o processo e entra plenamente na construo de cata-ventos. Ele ensina e
aprende de forma ldica onde encontrar as melhores fontes do saber.
O estudante tambm tem um lugar importante na construo de cata-ventos: ele aprende
brincando e divertindo encontra as melhores fontes do saber. On Silva A Poetisa do Cuidar
(Epgrafe extrada do poema A pedagogia dos cata-ventos e as ondas revitalizadoras da criatividade)
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RESUMO
OSA (Silva, On). As ondas revitalizadoras da criatividade no ensino superior de
Enfermagem - estudo comparativo e multifatorial do perfil criativo dos atores
educacionais. 2015. 296. Tese (Doutorado) Departamento de Enfermagem, Faculdade de
Cincias da Sade, Universidade de Braslia, Braslia, 2015.
Introduo Investigaes relacionadas cultura dos cuidados precisam colocar a
criatividade no temrio cientfico. Na cincia da enfermagem existem poucos estudos na
temtica devido nfase investigativa clnico-tecnicista. Objetivo geral Caracterizar a
fisionomia expressivo-criativa na formao de enfermeiros em dois Cursos de Graduao do
Distrito Federal-Brasil, sendo um pblico e outro particular, e a relao com a produo do
cuidado integral, mediada por Teorias da criatividade e do Ser Humano Unitrio. Mtodo
Estudo exploratrio, descritivo e analtico, de natureza quali-quantitativa. Definiu-se a
questo norteadora: na opinio de professores e alunos, em que extenso o Curso de
Graduao em Enfermagem favorece o desenvolvimento e a expresso da criatividade dos
atores educacionais, considerando o enfoque multifatorial: atuao docente, nvel de
criatividade e barreiras? Referente ao enquadramento conceitual, baseou-se na Cincia do Ser
Humano Unitrio, Teoria Geral para o Desenvolvimento da Produtividade Criativa em
Jovens, Teoria Sistmica da Criatividade. O perodo de coleta de dados ocorreu de agosto de
2013 a maio de 2014. Os cenrios da pesquisa foram representados por dois Cursos de
Graduao de Enfermagem, um particular (Cenrio 1) e outro pblico (Cenrio 2), localizados
em Braslia-DF. Participaram do estudo 277 pessoas: Cenrio 1, Grupo Alegrar (A) com 18
docentes e Grupo Brincar (B) com 136 estudantes; Cenrio 2, Grupo Colorir (C) com oito
docentes e Grupo Divertir (D) com 115 estudantes. Coletaram-se os dados utilizando
Cadernos de Pesquisa especficos: Grupo A (azul), Grupo B (verde), Grupo C (amarelo),
Grupo D (lils). Utilizaram-se os instrumentos de pesquisa: Questionrio de Avaliao de
Procedimentos Docentes, Escala de Avaliao do Nvel de Criatividade e Inventrio de
Barreiras Criatividade Pessoal, Quadro de caractersticas criativas, trs perguntas abertas e
dados complementares. Realizaram-se anlises estatsticas aos dados quantitativos de
frequncia absoluta e percentual, mdia, desvio padro, teste t de Student, Anlise de
Varincia; anlise temtica de contedo e o NVivo aos dados qualitativos. Resultados
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relativo ao Questionrio de Avaliao de Procedimentos Docentes, a amostra geral docente
concordou que o prprio desempenho favorece o desenvolvimento da criatividade; porm, a
amostra discente duvidou ou discordou (p-valor=0,00). Relativo Escala de Avaliao do
Nvel de Criatividade, no constatou diferena significativa entre as amostras docentes e
discentes (p-valor=0,17), da percepo de nvel de criativo, considerando autoavaliao,
avaliao professores-alunos e avaliao interpares. As caractersticas do perfil criativo
amostral destacadas foram curiosidade, espontaneidade, coragem e persistncia. Resultados
do Inventrio de Barreiras Criatividade Pessoal sobre os aspectos que afetam a criatividade
foram significativos s amostras: Fator 1(Inibio/Timidez), Fator 3(Represso Social), Fator
4 (Falta de Motivao), excetuando o Fator 2 (Falta de Tempo/Oportunidade). As trs
perguntas abertas, submetidas anlise temtica de contedo, resultaram em Quadros
Matriciais, Categorias, Unidades Temticas e Unidades de Registro. Utilizou-se o software
NVivo para sistematizar o resultado final, com ilustrao de Cata-ventos de Palavras mais
frequentes. Concluso: a criatividade elemento da essncia humana importante no contexto
educativo. O ensino de enfermagem pode promover a expresso criativa docente-discente
emergindo caractersticas da complexidade como o pensamento independente, divergente,
flexvel, intuio, outras, desenvolvendo potencialidades necessrias ao cuidado inovador e
criativo.
Descritores: Enfermagem; Educao Superior; Criatividade; Pesquisa em Enfermagem;
Teoria de enfermagem.
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ABSTRACT
OSA (Silva, On). The revitalizing waves of creativity in higher education of nursing
comparative and multifactorial study of the creative profile of educational actors. 2015.
296. Thesis (Doctorate) Nursing Department, Faculty of Health Sciences, University of
Braslia, Braslia, 2015.
Introduction Investigations related to the caring culture need to put the creativity in the
scientific agenda. In the science of nursing, there are few studies on the theme due to clinical-
technical investigative emphasis. General objective Characterize the creative-expressive
physiognomy nursing formation in two undergraduate courses of the Federal District-Brazil,
being one private and the other public, and the relation with the production of integral care,
mediated by theories of creativity and Unitary Human Being. Method - Exploratory study,
descriptive and analytical, quali-quantitative in nature. It was defined the guiding question: in
the opinion of teachers and students in what extent the nursing undergraduate program
encourages the development and expression of creativity of educational actors, considering
the multifactorial approach: teaching performance level of creativity and barriers? Concerning
the conceptual framework was based on the science of the Unitary Human Being, General
Theory for the Development of Creative Productivity in Young People, Systemic Theory of
Creativity. The data collection period occurred from August 2013 to May 2014. The search
scenarios were represented by two Nursing Undergraduate Programs, one private (Scenario 1)
and the other public (Scenario 2), located in Braslia- Federal District. 277 people participated
in the study: Scenario 1, Alegrar Group (A) with 18 teachers and Brincar Group (B) with 136
students; Scenario 2, Colorir Group (C) with 8 teachers and Divertir Group (D) with 115
students. Specific Research Notebooks were used to collect data: Group A (blue), Group B
(green), Group C (yellow), Group D (lilac). Research tools were used: Survey Assessment of
Faculty Procedures, Scale Evaluation of Creativity Level and Inventory Barriers to Personal
Creativity, Table of creative features, three open questions and additional data. Statistical
analyzes of quantitative data of absolute frequency and percentages were performed, average,
standard deviation, Students t test, Variance Analysis; thematic analysis of content and the
NVivo qualitative data. Results Related to the Survey Assessment of Faculty Procedures,
the faculty general sample agreed that the performance itself favors the development of
creativity, however the student sample doubted or disagreed (p-value=0,00). Related to the
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Scale Evaluation of Creativity Level no significant difference between the facultys and
students samples was verified (p-value=0,17), from the perception of creative level,
considering self-evaluation, teacher-student evaluation and peer evaluation. The
characteristics of creative sampling profile highlighted were curiosity, spontaneity, courage
and persistence. Results from Inventory Barriers to Personal Creativity about the aspects that
affect the creativity were significant samples: Factor 2 (Inhibition/Shyness), Factor 3 (Social
Repression), Factor 4 (Lack of Motivation), except the Factor 2 (Lack of Time/Opportunity).
The three open questions submitted to thematic content analysis, resulted in Matrix Frames,
Categories, Thematic Units and Registration Units. The software NVivo was used to
systemize the final result, with the illustration of the most frequent Words Pinwheel.
Conclusion: creativity is the element of the human essence important in educational context.
Nursing education can promote creative expression teacher-student aiming to emerge
characteristics of complexity independent thinking, divergent and flexible, intuition, others
developing the necessary capabilities to the innovative and creative caring.
Descriptors: Nursing; Education Higher; Creativity; Nursing Research; Nursing Theory.
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RESUMEN
OSA (Silva, On). Las olas revitalizadoras de la creatividad en la educacin superior de
Enfermera - estudio comparativo y multifactorial del perfil creativo de los actores
educacionales. 2015. 296. Tesis (Doctorado) Departamento de Enfermera, Facultad de
Ciencias de la Salud, Universidad de Brasilia, Brasilia, 2015.
Introduccin Investigaciones relacionadas a la cultura de los cuidados necesitan colocar la
creatividad en el temario cientfico. En la ciencia de la enfermera hay pocos estudios en la
temtica debido a la nfasis investigativa clnico-tecnicista. Objetivo general Caracterizar la
fisonoma expresivo-creativa en la formacin de enfermeros en dos Cursos de Graduacin del
Distrito Federal, siendo uno pblico y otro particular, y la relacin con la produccin del
cuidado integral, mediada por Teoras de la Creatividad y del Ser Humano Unitario. Mtodo
Estudio exploratorio, descriptivo y analtico, de naturaleza cuali-cuantitativa. Fue definida
la cuestin norteadora: en la opinin de profesores y alumnos, en qu extensin el Curso de
Graduacin en Enfermera favorece el desarrollo y la expresin de la creatividad de los
actores educacionales, considerando el enfoque multifactorial: actuacin docente, nivel de
creatividad y barreras? Referente al encuadramiento conceptual fue basado en la Ciencia del
Ser Humano Unitario, Teora General para el Desarrollo de la Productividad Creativa en
Jvenes, Teora Sistmica de la Creatividad. El periodo de colecta de datos ocurri de agosto
de 2013 a mayo de 2014. Los escenarios de la investigacin fueron representados por dos
Cursos de Graduacin de Enfermera, uno particular (Escenario 1) y otro pblico (Escenario
2), ubicados en Brasilia-DF. Participaron del estudio 277 personas: Escenario 1, Grupo
Alegrar (A) con 18 docentes y Grupo Jugar (B) con 136 estudiantes; Escenario 2, Grupo
Colorir (C) con 8 docentes y Grupo Divertir (D) con 115 estudiantes. Fueron colectados los
datos utilizando Cuadernos de Investigacin especficos: Grupo A (azul), Grupo B (verde),
Grupo C (amarillo), Grupo D (lila). Fueron utilizados los instrumentos de investigacin:
Cuestionario de Evaluacin de Procedimientos Docentes, Escala de Evaluacin del Nivel de
Creatividad e Inventario de Barreras a la Creatividad Personal, Cuadro de caractersticas
creativas, tres preguntas abiertas y datos complementares. Fueron realizadas anlisis
estadsticas a los datos cuantitativos de frecuencia absoluta y porcentual, media, desviacin
estndar, teste t de Student, Anlisis de varianza; anlisis temtica de contenido y el NVivo a
los datos cualitativos. Resultados relativo al Cuestionario de Evaluacin de Procedimientos
Docentes, la muestra general docente concord que el propio desempeo favorece el
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desarrollo de la creatividad; sin embargo la muestra discente dud o discord (p-valor=0,00).
Relativo a la Escala de Evaluacin del Nivel de Creatividad no constat diferencia
significativa entre las muestras docentes y discentes (p-valor=0,17), de la percepcin de nivel
de creativo, considerando autoevaluacin, evaluacin profesores-alumnos y evaluacin por
pares. Las caractersticas del perfil creativo muestral destacadas fueron curiosidad,
espontaneidad, coraje y persistencia. Resultados del Inventario de Barreras a la Creatividad
Personal sobre aspectos que afectan la creatividad fueron significativos a las muestras: Factor
1(Inhibicin/Timidez), Factor 3(Represin Social), Factor 4(Falta de Motivacin),
exceptuando el Factor 2 (Falta de Tiempo/Oportunidad). Las tres preguntas abiertas,
sometidas a anlisis temtico de contenido, resultaron en Cuadros Matriciales, Categoras,
Unidades Temticas y Unidades de Registro. Fue utilizado el software NVivo para
sistematizar el resultado final, con ilustracin de Cata-vientos de Palabras ms frecuentes.
Conclusin: la creatividad es elemento de la esencia humana importante en el contexto
educativo. La enseanza de enfermera puede promover la expresin creativa docente-
discente visando emerger caractersticas de la complexidad - pensamiento independiente,
divergente y flexible, intuicin, otras - desarrollando potencialidades necesarias al cuidado
innovador y creativo.
Descriptores: Enfermera; Educacin Superior; Creatividad; Investigacin en Enfermera;
Teora de Enfermera.
-
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Dramatizao Sade Pblica e Polticas Pblicas de Sade ........................ 30
Figura 2 Pea Teatral: Tum-Tr. Tema: Sistema nico de Sade ............................. 31
Figura 3 Pea Teatral: Ah! Se todos fossem iguais a voc. Tema: Histria dos 70
anos da Aben ................................................................................................ 32
Figura 4 Cenas referentes ao romance Miri, uma Enfermeira Bambamb ............... 34
Figura 5 Cenas do Espao Criatividade, 63 CBEn, Alagoas-Macei, 2011 ............ 35
Figura 6 Cenas referentes ao livro Histrias da Enfermagem no Universo do
Cordel ........................................................................................................... 36
Figura 7 Prmios Cepen 2012 e 2013, Associao Brasileira de Enfermagem-Seo
DF ................................................................................................................. 36
Figura 8 Comenda Gonalves Dias e Posse ALANEG .............................................. 37
Figura 9 A autora e sua colcha de memrias criativas ............................................... 39
Figura 10 Representao esquemtica da Cincia do Ser Humano Unitrio, Rogers,
1970 .............................................................................................................. 53
Figura 11 Representao esquemtica da Teoria na Perspectiva de Sistemas da
Criatividade, Csikszentmihalyi, 1996 .......................................................... 54
Figura 12 Representao esquemtica da Teoria Geral para o Desenvolvimento da
Produtividade Criativa em Jovens, Renzulli, 1992 ...................................... 55
Figura 13 Representao do Cata-Vento para ilustrar os Cenrios, Grupos de Pesquisa
e as cores ...................................................................................................... 74
Figura 14 Cadernos de pesquisa contendo os instrumentos referentes ao Cenrio de
Pesquisa 1 e os Grupos (A- Alegrar e B- Brincar) ...................................... 75
Figura 15 Cadernos de pesquisa contendo os instrumentos referentes ao Cenrio de
Pesquisa 2 e os Grupos (C- Colorir e D- Divertir) ...................................... 75
Figura 16 Distribuio da frequncia percentual da avaliao de procedimentos
docentes Grupo Alegrar-A, do Curso de Graduao em Enfermagem,
Braslia-DF, 2014 ......................................................................................... 87
Figura 17 Distribuio da frequncia percentual da avaliao de procedimentos
docentes Grupo Brincar-B, do Curso de Graduao em Enfermagem,
Braslia, DF, 2014 ........................................................................................ 88
Figura 18 Distribuio da frequncia percentual da avaliao de procedimentos
docentes Grupo Colorir-C, do Curso de Graduao em Enfermagem,
Braslia, DF, 2014 ........................................................................................ 89
Figura 19 Distribuio da frequncia percentual da avaliao de procedimentos
docentes Grupo Divertir-D, do Curso de Graduao em Enfermagem,
Braslia, DF, 2014 ........................................................................................ 90
Figura 20 Distribuio das mdias calculadas para todos os itens do Questionrio de
Avaliao de Procedimentos Docentes, referentes aos Grupos A, B, C e D,
Braslia, DF, 2014 ....................................................................................... 91
-
Figura 21 Lista de caractersticas do perfil criativo para os Grupos A, B, C e D dos
Cursos de Graduao em Enfermagem ....................................................... 96
Figura 22 Caractersticas do perfil criativo, segundo os respondentes dos Grupos A, B,
C e D, dos Cursos de Graduao em Enfermagem, Braslia, DF, Brasil,
2014 ............................................................................................................ 98
Figura 23 Mdias do Fator 1- Inibio/Timidez, segundo os respondentes dos Grupos
A, B, C e D, dos Cursos de Graduao em Enfermagem, Braslia,
DF, Brasil, 2014 ........................................................................................ 100
Figura 24 Mdias do Fator 2- Falta de Tempo/Oportunidade, segundo os respondentes
dos Grupos A, B, C e D, dos Cursos de Graduao em Enfermagem,
Braslia, DF, Brasil, 2014 .......................................................................... 100
Figura 25 Mdias do Fator 3- Represso Social, segundo os respondentes dos Grupos
A, B, C e D, dos Cursos de Graduao em Enfermagem, Braslia, DF,
Brasil, 2014 ................................................................................................ 101
Figura 26 Mdias do Fator 4- Falta de Motivao, segundo os respondentes dos
Grupos A, B, C e D, dos Cursos de Graduao em Enfermagem, Braslia,
DF, Brasil, 2014 ......................................................................................... 102
Figura 27 Total geral das Unidades Temticas e Unidades de Registro, extradas do
material de anlise dos Grupos A, B, C e D, Cursos de Graduao em
Enfermagem, Braslia, DF, Brasil, 2014 .................................................... 104
Figura 28 Cata-ventos das Palavras frequentes nas Unidades de Registro, relativas
pergunta O que criatividade na sua opinio?, segundo as respostas dos
Grupos A, B, C e D, Cursos de Graduao em Enfermagem, Braslia, DF,
Brasil, 2014 ............................................................................................... 105
Figura 29 Cata-ventos das Palavras frequentes nas Unidades de Registro, relativas
pergunta O Currculo terico e prtico do seu curso de enfermagem tem
contemplado o desenvolvimento e expresso da criatividade?, segundo as
respostas dos Grupos A, B, C e D, Cursos de Graduao em Enfermagem,
Braslia, DF, Brasil, 2014 .......................................................................... 106
Figura 30 Cata-ventos das Palavras frequentes nas Unidades de Registro referente
pergunta A sua atuao como professor do Curso de Graduao em
Enfermagem desta Faculdade favorece a expresso e o desenvolvimento da
criatividade dos alunos? segundo as respostas dos Grupos A, B, C e D,
Cursos de Graduao em Enfermagem, Braslia, DF, Brasil, 2014 ........... 107
-
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Resultado da estratificao inicial referente s amostras docentes e discentes
dos Cenrios de Pesquisa 1 e 2, Cursos de Graduao em Enfermagem,
Braslia, DF, 2014 ........................................................................................ 71
Tabela 2 Resultado da estratificao final referente s amostras docentes e discentes
dos Cenrios de Pesquisa 1 e 2, Cursos de Graduao em Enfermagem,
Braslia, DF, 2014 ....................................................................................... 72
Tabela 3 Distribuio dos Grupos A, B, C, D dos Cursos de Graduao em
Enfermagem, segundo as variveis sexo, estado civil e faixa etria. Braslia,
DF, Brasil, 2014 .......................................................................................... 85
Tabela 4 Frequncia absoluta e percentual, referente 1 pergunta da Escala de
Avaliao do Nvel de Criatividade, segundo os respondentes dos Grupos A,
B, C, D dos Cursos de Graduao em Enfermagem, Braslia, DF, Brasil,
2014 ............................................................................................................. 93
Tabela 5 Frequncia absoluta e percentual, referente 2 pergunta da Escala de
Avaliao do Nvel de Criatividade, segundo os respondentes dos Grupos A,
B, C, D dos Cursos de Graduao em Enfermagem, Braslia, DF, Brasil,
2014 .............................................................................................................. 94
Tabela 6 Frequncia absoluta e percentual, referente 3 pergunta da Escala de
Avaliao do Nvel de Criatividade, segundo os respondentes dos Grupos A,
B, C e D, dos Cursos de Graduao em Enfermagem, Braslia, DF, Brasil,
2014 .............................................................................................................. 95
Tabela 7 Frequncia absoluta e percentual, referente s caractersticas do perfil
criativo, segundo os respondentes dos Grupos A, B, C e D, dos Cursos de
Graduao em Enfermagem, Braslia, DF, Brasil, 2014 ............................. 97
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LISTA DE ILUSTRAES CRIADAS PARA A TESE
Caderno Azul referente ao Grupo A (Alegrar) docentes do Cenrio
de Pesquisa 1
Caderno Verde referente ao Grupo B (Brincar) discentes do
Cenrio de Pesquisa 1
Caderno Amarelo referente ao Grupo C (Colorir) docentes do
Cenrio de Pesquisa 2
Caderno Lils referente ao Grupo D (Divertir) discentes do Cenrio
de Pesquisa 2
Cata-vento representando as ondas revitalizadoras no processo
ensino-aprendizagem
Cata-vento azul representando o Grupo Alegrar (A) professores do
Cenrio de Pesquisa 1
Cata-vento verde representando o Grupo Brincar (B) estudantes do
Cenrio de Pesquisa 1
Cata-vento amarelo representando o Grupo Colorir (C) professores
do Cenrio de Pesquisa 2
Cata-vento lils representando o Grupo Divertir (D) estudantes do
Cenrio de Pesquisa 2
Logomarca cata-vento criada pela autora simbolizando as ondas
criativas
-
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS Aids Acquired Immunodeficiency Syndrome (em ingls)
Sndrome da Imunodeficincia Adquirida (em portugus)
ABEn Associao Brasileira de Enfermagem
ABRADHENF Academia Brasileira de Histria da Enfermagem
ALANEG Academia de Letras e Artes do Nordeste Goiano
CBEn Congresso Brasileiro de Enfermagem
Ce Cear
CEPEn Centro de Estudos e Pesquisas em Enfermagem
CSHU Cincia do Ser Humano Unitrio
DCN/ENF Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduao em
Enfermagem
DF Distrito Federal
DP Desvio Padro
DST Doenas Sexualmente Transmissveis
EEAP Escola de Enfermagem Alfredo Pinto
ENEM Exame Nacional do Ensino Mdio
ESCS Escola Superior de Cincias da Sade
FAC Fundo de Apoio Cultura
FEPECS Fundao de Ensino e Pesquisa em Cincias da Sade
Fiocruz Fundao Oswaldo Cruz
GDF Governo do Distrito Federal
HIV/VIH HIV (Human Immunodeficiency Virus - sigla em ingls)
VIH(Vrus da Imunodeficincia Humana - sigla em portugus)
MuNEAN Museu Nacional de Enfermagem Anna Nery
NVivo Software para Anlise de Dados Qualitativos
OMS Organizao Mundial da Sade
OPAS Organizao Panamericana da Sade
PPP Projeto Poltico Pedaggico
PAS/UnB Programa de Avaliao Seriada
PUC-GO Pontifcia Universidade Catlica - Gois
QDA Qualitative Data Analysis
RA Regio Administrativa
RN Rio Grande do Norte
RS Rio Grande do Sul
SENADEn Seminrio Nacional de Diretrizes para a Educao em
Enfermagem
SP So Paulo
SPSS Statistical Package for the Social Sciences for Windows
SUS Sistema nico de Sade
TA Termo de Assentimento para alunos menores de idade
Teste t Teste t de Student para anlise de significncia entre as mdias
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
UCG Universidade Catlica de Gois
UnB Universidade de Braslia
UnBTV Canal Universitrio de Braslia
UNIRIO Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
UR Unidade de Registro
UT Unidade Temtica
-
SUMRIO
PRLOGO ............................................................................................................................. 25
1 INTRODUO/ REVISO DA LITERATURA ............................................................ 41
1.1 AH! CRIATIVIDADE: FONTE DE PRAZER, FELICIDADE, LUDICIDADE E
SADE MENTAL ................................................................................................................ 41
1.2 A PERSONALIDADE CRIATIVA, O PENSAMENTO CRIATIVO E AS
DIMENSES DA COMPLEXIDADE ................................................................................ 42
1.3 A IMPORTNCIA DO CONTEXTO SOCIAL PARA O DESENVOLVIMENTO DA
CRIATIVIDADE ................................................................................................................. 43
1.3.1 Barreiras oriundas do contexto sociocultural que inibem a expresso criativa 43
1.4 A ESCOLA: AMBIENTE DE DESENVOLVIMENTO E BLOQUEIO DA
CRIATIVIDADE .................................................................................................................. 45
1.5 DESENVOLVIMENTO E ESTMULO CRIATIVIDADE NO CONTEXTO
UNIVERSITRIO ................................................................................................................ 46
1.6 A CRIATIVIDADE NO ENSINO SUPERIOR DE ENFERMAGEM E A PRODUO
DO CUIDADO INTEGRAL ................................................................................................. 48
1.6.1 Desenvolvimento de pesquisas e estudos sobre criatividade no ensino de
enfermagem .................................................................................................................... 48
1.6.2 Criatividade na reconfigurao de saberes nos processos de formao de
enfermagem .................................................................................................................... 50
1.7 REFERENCIAL TERICO SOBRE A CRIATIVIDADE NO PROCESSO ENSINO
APRENDIZAGEM ............................................................................................................... 52
1.7.1 A Cincia do Ser Humano Unitrio (CSHU ....................................................... 52
1.7.2 A Teoria na Perspectiva de Sistemas ou Teoria Sistmica da Criatividade .... 53
1.7.3 A Teoria Geral para o Desenvolvimento da Produtividade Criativa em Jovens 54 1.7.4 A Teoria da Complexidade ou Pensamento da Complexidade ......................... 55
2 OBJETO DE ESTUDO ...................................................................................................... 57
2.1 TEMA .............................................................................................................................. 57
2.2 DELIMITAO DO TEMA .......................................................................................... 57
2.3 PROBLEMA ................................................................................................................... 57
2.4 OBJETIVO GERAL ....................................................................................................... 64
2.5 OBJETIVOS ESPECFICOS .......................................................................................... 64
-
3 MTODO ............................................................................................................................. 66
3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA .............................................................................. 66
3.2 DELIMITAO DO UNIVERSO ................................................................................. 67
3.2.1 Contexto da Pesquisa ............................................................................................ 67
a) Critrios para a seleo das instituies .............................................................. 67
b) Cenrio de Pesquisa 1 Curso Superior de Enfermagem Pblico ..................... 68
c) Cenrio de Pesquisa 2 Curso Superior de Enfermagem particular .................. 69
3.2.2 Os participantes da pesquisa ............................................................................... 70
a) Clculo e definio das amostras docentes e discentes ...................................... 70
b) Critrios para incluso dos participantes da pesquisa ......................................... 72
c) Critrios para excluso dos participantes da pesquisa ........................................ 72
3.3 INSTRUMENTOS ......................................................................................................... 74
3.4 ANLISE DOS DADOS ............................................................................................... 77
3.5 TICA NA PESQUISA ................................................................................................. 81
4 RESULTADOS .................................................................................................................... 84
5 DISCUSSO ...................................................................................................................... 110
6 CONCLUSES .................................................................................................................. 128
REFERNCIAS ................................................................................................................... 134
APNDICES ......................................................................................................................... 154
ANEXOS ............................................................................................................................... 289
-
APNDICES
APNDICE A Caderno de Pesquisa Azul referente ao Grupo A (Alegrar) .................... 155
APNDICE B Caderno de Pesquisa Verde referente ao Grupo B (Brincar) ..................... 164
APNDICE C Caderno de Pesquisa Amarelo referente ao Grupo C (Colorir) ................. 174
APNDICE D Caderno de Pesquisa Lils referente ao Grupo D (Divertir) ...................... 184
APNDICE E TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO - destinado aos docentes ........................................................................................................................... 194
APNDICE F TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO - destinado
aos estudantes ......................................................................................................................... 196
APNDICE G TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO - destinado
aos responsveis/representantes legais dos estudantes menores de idade .............................. 198
APNDICE H TERMO DE ASSENTIMENTO - destinado aos estudantes menores de
idade ...................................................................................................................................... 200
APNDICE I Quadro matricial Categorias, temas e extratos das respostas do Grupo
Alegrar(A), Curso de Graduao em Enfermagem, referente pergunta O que criatividade
na sua opinio?, Braslia, DF, Brasil, 2014 .......................................................................... 202
APNDICE J Quadro matricial Categorias, temas e extratos das respostas do Grupo Alegrar(A), Curso de Graduao em Enfermagem, referente pergunta O Currculo terico e
prtico do seu curso de enfermagem tem contemplado o desenvolvimento e expresso da
criatividade?, Braslia, DF, Brasil, 2014 .............................................................................. 204
APNDICE K Quadro matricial Categorias, temas e extratos das respostas do Grupo
Alegrar(A), Curso de Graduao em Enfermagem, referente pergunta A sua atuao como
professor do Curso de Graduao em Enfermagem desta Faculdade favorece a expresso e o
desenvolvimento da criatividade dos alunos?, Braslia, DF, Brasil, 2014............................ 205
APNDICE L Quadro matricial Categorias, temas e extratos das respostas do Grupo Brincar(B), Curso de Graduao em Enfermagem, referente pergunta O que criatividade
na sua opinio?, Braslia, DF, Brasil, 2014 .......................................................................... 207
APNDICE M Quadro matricial Categorias, temas e extratos das respostas do Grupo
Brincar(B), Cenrio 1- Curso de Graduao em Enfermagem, referente pergunta O
Currculo terico e prtico do seu curso de enfermagem tem contemplado o desenvolvimento
e expresso da criatividade?, Braslia, DF, Brasil, 2014 ..................................................... 212
APNDICE N Quadro Matricial Categorias, temas e extratos das respostas do Grupo
Brincar(B),Cenrio 1-Curso de Graduao em Enfermagem, referente pergunta A atuao
dos professores do Curso de Graduao em Enfermagem desta Faculdade favorece o
desenvolvimento e a expresso da criatividade dos alunos?, Braslia, DF, Brasil, 2014 ..... 219
APNDICE O Quadro matricial Categorias, temas e extratos das respostas do Grupo
Colorir(C), Cenrio 2- Curso de Graduao em Enfermagem, referente pergunta O que
criatividade na sua opinio?, Braslia, DF, Brasil, 2014...................................................... 226
APNDICE P Quadro matricial Categorias, temas e extratos das respostas do Grupo Colorir (C), Cenrio 2- Curso de Graduao em Enfermagem, referente pergunta "O
-
Currculo terico e prtico do seu curso de enfermagem tem contemplado o desenvolvimento
e expresso da criatividade?, Braslia, DF, Brasil, 2014 ...................................................... 227
APNDICE Q Quadro matricial Categorias, temas e extratos das respostas do Grupo Colorir (C), Cenrio 2- Curso de Graduao em Enfermagem, referente pergunta A sua
atuao como professor do Curso de Graduao em Enfermagem desta Faculdade favorece a
expresso e o desenvolvimento da criatividade dos alunos?, Braslia, DF, Brasil, 2014 ..... 228
APNDICE R Quadro matricial Categorias, temas e extratos das respostas do Grupo
Divertir (D), Cenrio 2- Curso de Graduao em Enfermagem, referente pergunta O que
Criatividade na sua opinio?, Braslia, DF, Brasil, 2014 ..................................................... 229
APNDICE S Quadro matricial Categorias, temas e extratos das respostas do Grupo
Divertir (D), Cenrio 2- Curso de Graduao em Enfermagem, referente pergunta O
Currculo terico e prtico do seu curso de enfermagem tem contemplado o desenvolvimento
e expresso da criatividade?, Braslia, DF, Brasil, 2014 ..................................................... 234
APNDICE T Quadro Matricial Categorias, temas e extratos das respostas do Grupo
Divertir (D),Cenrio 2-Curso de Graduao em Enfermagem, referente pergunta A atuao
dos professores do Curso de Graduao em Enfermagem desta Faculdade favorece o
desenvolvimento e a expresso da criatividade dos alunos?,Braslia,DF, Brasil,2014 ........ 239
APNDICE U Frequncia numrica e percentual do Fator 1- Inibio/Timidez, segundo os
respondentes dos Grupos A, B, C e D, dos Cursos de Graduao em Enfermagem, Braslia,
DF, Brasil, 2014 ..................................................................................................................... 244
APNDICE V Frequncia numrica e percentual do Fator 2- Falta de
Tempo/Oportunidade, segundo os respondentes dos Grupos A, B, C e D, dos Cursos de
Graduao em Enfermagem, Braslia, DF, Brasil, 2014 ........................................................ 245
APNDICE W Frequncia numrica e percentual do Fator 3- Represso Social, segundo os respondentes dos Grupos A, B, C e D, dos Cursos de Graduao em Enfermagem, Braslia,
DF, Brasil, 2014 ..................................................................................................................... 246
APNDICE X Frequncia numrica e percentual do Fator 4 Falta de Motivao, segundo
os respondentes dos Grupos A, B, C e D, dos Cursos de Graduao em Enfermagem, Braslia,
DF, Brasil, 2014 ..................................................................................................................... 247
APNDICE Y Artigo Liricidad y toque de arte para la produccin del conocimiento esttico de enfermera una reflexin potica inspirada en la Teora de la Complejidad,
publicado na Revista Cultura de los Cuidados ....................................................................... 248
APNDICE Z Artigo Creativity in higher education of nursing from the theoretical
concepts to the pedagogical effects, publicado na Revista Cultura de los Cuidados ............. 264
APNDICE AA Artigo Modelo Criativo dos Cata-Ventos referencial para estudo da
criatividade no ensino de enfermagem submetido publicao ............................................ 273
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ANEXOS
ANEXO A Parecer Consubstanciado do Comit de tica em Pesquisa ............................. 291
ANEXO B Quadro de Dados Cadastrais, Curso de Graduao em Enfermagem, Instituio
Pblica, Cenrio de Pesquisa 1 ............................................................................................... 293
ANEXO C Matriz Curricular do Curso de Graduao em Enfermagem, Instituio Pblica,
Cenrio de Pesquisa 1 ............................................................................................................. 294
ANEXO D Quadro de Dados Cadastrais, Curso de Graduao em Enfermagem, Instituio
Particular, Cenrio de Pesquisa 2 ........................................................................................... 295
ANEXO E Matriz Curricular do Curso de Graduao em Enfermagem, Instituio Privada,
Cenrio de Pesquisa 2 ............................................................................................................. 296
-
PRLOGO
On Silva... se desvela apaixonada, motivada e (in)satisfeita com a criao educativa em
enfermagem. Ora ela fala em homenagem, ora em denncia. Mas tambm se lembra das suas
experincias bem vividas, comprometidas com a profisso que cuida e conforta o ser
humano: a enfermagem
(ALVES, 2012)1
1 Esta citao parte integrante do texto escrito pelo Dr. Elioenai Dornelles Alves que consta na capa do livro Histrias da Enfermagem no
Universo de Cordel, de autoria de On Silva, 2012.
-
25
PRLOGO
A enfermagem nas ondas da criatividade e ludicidade: relato de experincia2
Foi em momento potico-refletivo e ldico que este trabalho se originou. Fui inspirada
por um lindo e mgico cata-vento colorido que me encantou e reencantou, conduzindo-me em
ondas revitalizadoras. Assim iniciou a minha trajetria profissional pr-enfermagem criativa.
Este prlogo apresenta um relato de experincia da minha trajetria profissional e
como pesquisadora da temtica criatividade e ludicidade na rea de enfermagem. O relato foi
apresentado como trabalho cientfico em Lisboa-Portugal e encontra-se, parcialmente,
publicado como captulo de livro(1-2)
.
O percurso histrico da enfermagem mostra avanos importantes graas s
personalidades que atuaram em prol da profisso, em distintos pontos geogrficos do mundo
assim como em diversas reas de atuao. Neste caminho, os percursores contriburam para a
enfermagem traar a sua histria utilizando as mais variadas estratgias, tecnologias e
abordagens no que se refere promoo, preveno, reabilitao e recuperao da sade.
A rea do saber enfermagem tem realizado aes cuidativas que solicitam
desenvolvimento de competncias, habilidades e atitudes criativas, multidisciplinares e
ldicas do profissional de enfermagem, contribuindo sobremaneira na produo do
conhecimento esttico cincia ainda em processo de construo.
No delineamento de narrar a presente experincia que apresenta uma memria do meu
exerccio profissional, foi definido como objetivo: relatar a produo de saber esttico
desenvolvido pela autora que utiliza recursos e expresses criativas e ldicas, no exerccio
profissional na rea de Enfermagem, desde a dcada de 1980.
Quanto aos aspectos metodolgicos deste relato, importante destacar que foi utilizado
como fonte de referncia o meu acervo pessoal material de enfermagem, arte e literatura
visto que tenho produzido conhecimento esttico h mais de duas dcadas. Foram materiais
de pesquisa: fotos, projetos, artigos, reportagens que narram a histria da enfermagem de
2 Este trabalho foi apresentado no I Simpsio Internacional de Histria da Enfermagem ocorrido em Lisboa, Portugal, em
maio de 2013. Tambm encontra-se publicado como captulo, no livro Ludicidade e suas interfaces. 1 ed. Braslia-DF:
Editora Liber Livro Ltda; 2013. p. 17-38.
-
26
forma criativa. Posteriormente, consegui realizar uma categorizao das estratgias criativas
desenvolvidas, sendo encontradas: duas peas teatrais; um romance; trs artigos; um livro de
cordel; uma exposio fotogrfica; uma dissertao; trs pardias e lbuns fotogrficos.
Quanto ao referencial terico, tenho fundamentado o meu trabalho ldico-criativo
naquelas teorias que permitem discutir esta cientificidade artstica da enfermagem: a Cincia
do Ser Humano Unitrio, de autoria de Martha Rogers(3)
; a Teoria da Complexidade, de Edgar
Morin(4)
; e a Teoria na Perspectiva de Sistemas da Criatividade, de Mihaly
Csikszentmihalyi(5)
.
Relato inicial: a descoberta da criatividade na minha prpria histria de vida
Vasculhando as minhas memrias, deparei com a minha histria tal qual uma colcha
de retalhos feita com diversas cores, tamanhos e formatos de tecidos correspondendo s fases,
pocas e datas que esto no meu enredo vitae, em construo, inacabado...
E totalmente envolvida no movimento das ondas revitalizadoras percebi que, de modo
atraente, fui sendo conduzida s minhas reminiscncias: minha histria. Encontrei-me em
cada retrospectiva, em cada volta e em cada caminhar adiante, observando que fios, os mais
diferentes, foram utilizados para costurar e juntar os tecidos que permitiram a composio
integral da minha histria, at a presente data. Passado e presente diante de mim. Minha vida.
Na tessitura do meu viver, utilizei vrios novelos de fios de acordo com as vivncias,
experincias, andanas, insight, construes, desvelamentos, proposies, gestao de ideias e
de filho. Ou seja, a criatividade sempre esteve dentro de mim, no meu self e tambm ao meu
lado, como potencial de energia imensa, emergindo continuamente inclusive para o
desenvolvimento do cuidado de enfermagem.
Quanto formao acadmica, sou egressa do Curso de Graduao em Enfermagem,
da Universidade Catlica de Gois (hoje, PUC-Gois). Ingressei como aluna, no ano de 1982,
final do perodo da ditadura militar. Eu apresentava uma caracterstica similar ao novo mundo
poltico que se iniciava aps a ditadura: guerreira. Esta caracterstica inerente fisionomia
das pessoas criativas. Busquei, internamente, os fios de espessura mais fortes, inatos ao meu
esprito guerreiro, capazes de superar diversos problemas. Utilizei potencialidades e talentos
para cursar o ensino superior to sonhado. Transcendi vrios percalos na trajetria
acadmica, impulsionada pelas caractersticas inerentes ao meu self criativo. As
-
27
caractersticas inerentes pessoa criativa emergiram de mim: persistncia, autoconfiana,
autoestima, determinao, intuio e coragem(6)
.
Em contraposio, observava que a construo do saber, muitas vezes ficava restrita s
literaturas indicadas nas referncias dos contedos programticos referenciais geralmente
norte-americanos, portanto, desvinculados da realidade brasileira, o que dificultava muitas
vezes a concretizao da prtica descrita nas fontes consultadas. No meu tempo livre que
era nfimo dedicava-me leitura de vrias bibliografias, tanto do campo do saber da
enfermagem, quanto de outras reas.
O resultado de toda aquela dedicao era evidente no processo acadmico: resolvi
estudar alm das referncias bibliogrficas indicadas e comparar os contedos entre literaturas
distintas. Aprendi a buscar, interagir e compartilhar o saber com outras reas do
conhecimento, incluindo a literatura e as artes cnicas, por exemplo.
A despeito da vivncia acadmica e formao tecnicista, eu refletia sobre a
importncia do saber saboroso que contm alegria, espontaneidade e fluncia criativa no
processo ensino-aprendizagem. Foi assim que eu comeava a entender, de forma ampliada, o
processo ensino-aprendizagem, na perspectiva freiriana(7-9)
. Busquei e estudei com alegria
algumas referncias complementares que me fizeram visualizar alm dos contedos prontos e
massificados dentro das diversas gavetas que muitas vezes asfixia o saber curricular. E fui
inspirada a escrever e publicar o meu primeiro livro ... Mas a alegria vem pela manh(10)
.
Comecei a desvelar que, alm do saber engavetado, hermtico e fragmentado, havia
outros caminhos que poderiam auxiliar na construo do saber profissional. Tambm debaixo
das imensas sombras dos Flamboyants, ora na Rua 70, ora na Avenida Paranaba l, eu
chorava, ensaiava os primeiros passos de produo cientfica, escrevia poemas e refletia,
lendo e relendo o artigo A enfermagem no ontem, no hoje e no amanh(11)
. As intempries
tentavam me desestabilizar, mas as seguintes palavras fortaleciam sobremaneira o meu self:
Discutir as tendncias da prtica de enfermagem nas prximas dcadas (...) H quem diga
que intil fazer alguma coisa porque a estrutura muito forte. Devo dizer tambm que
intil no fazer nada(11:47)
.
Em julho de 1987, sentei-me pela ltima vez sombra dos flamboyants goianienses.
Conclu o Curso de Graduao em Enfermagem. Ao receber o diploma de graduao,
-
28
considerei-o parte importante da minha colcha de retalhos vitae e uma onda revitalizadora
criativa. Paralelamente, fui aprovada em concurso pblico em Braslia-Distrito Federal.
Relatando a fase da histria da arte da enfermagem: a criatividade e as flores de ip
Outro pedao de mim, neste memorial, refere-se ainda ao ano de 1987 que, sem
dvida, um marco histrico na minha vida. A despeito de ser recm-formada, eu j
planejava um futuro distinto na profisso de enfermagem. Futuro este relacionado ao meu self
criativo.
Definitivamente o ano de 1987 me presenteou com algumas inesquecveis conquistas
pessoais, literrias e cientficas, que sero descritas, resumidamente, adiante. Em junho,
aconteceu a publicao do segundo livro da minha autoria intitulado de O Sol da Justia(12)
.
Em julho, relembro os dias marcantes dos eventos de concluso do Curso de Graduao em
Enfermagem. Nos meses de agosto e setembro participei de processo seletivo em Braslia-
Distrito Federal, sendo aprovada em concurso pblico para exercer a enfermagem, logo aps a
formatura. Quando chegou novembro, apresentei o meu primeiro trabalho cientfico no
XXXIX Congresso Brasileiro de Enfermagem, em Salvador-Bahia(13)
resultados que esto
ligados pelo fio do investimento constante na seara do conhecimento, em especial do saber
esttico.
No final de 1987, desembarquei em Braslia-Distrito Federal, carregando um projeto
de trajetria profissional: atuar com profissionalismo, tica, e tambm desenvolver a profisso
de enfermagem de forma criativa no Distrito Federal(6)
. Era um sonho e resolvi que queria ser
uma enfermeira com atuao relacionada viso integral. E dentro desta viso estava a
possibilidade de atuar de forma criativa e ldica em prol da sade humana.
No Distrito Federal, dedicava-me s leituras de pesquisas, atualizao e relatos de
experincia publicados em vrios peridicos. Procurei as sombras de flamboyants, haja vista o
clima seco da capital federal. Mas, qual! As rvores do planalto central que encantaram os
meus olhos poticos foram os ips roxos e os amarelos. Foi assim que os ips brasilienses me
encantaram e tornaram-se cenrios e elementos estimuladores para o desenvolvimento do meu
potencial criativo(6)
e, auxiliaram-me nas narrativas da histria da enfermagem, de forma
criativa.
-
29
Na vivncia profissional, muitas vezes fiquei decepcionada com a falta de espao para
discutir os temas atuais e pesquisas do campo-saber da enfermagem. Infelizmente, encontrei
enfermeiros que desconheciam a enfermagem como cincia-arte, ao ponto de os mesmos
considerarem a experincia como elemento suficiente no exerccio profissional.
Triste sina da enfermagem: dissociar teoria e prtica, assistncia e pesquisa, e no
compreender a enfermagem como cincia e arte. Tal descompasso vem sendo denunciado, h
muito tempo, por estudiosos da educao em enfermagem(14-19)
e outros.
Relatando algumas experincias de cuidado de enfermagem expressivo-criativas
Chegou o tempo de fundamentar e buscar mais conhecimento esttico visando
desenvolver a arte da enfermagem. Aproximei-me da entidade que historicamente tem
contribudo para o desenvolvimento da profisso: a Associao Brasileira de Enfermagem
(ABEn). Esta instituio luta pelo desenvolvimento tcnico, cientfico, cultural e poltico da
profisso. Era incio da dcada de 1990.
Ainda no incio da dcada de 1990, dentro do projeto de exercer a profisso de forma
inovadora, criativa e interdisciplinar como possibilidade de incrementar o saber esttico ,
eu iniciei o curso de Especializao em Sade Pblica, na Universidade de Braslia (UnB).
Este curso foi um amlgama que reforou a minha deciso profissional de trilhar na
diretriz inerente ao meu self: sentia a criatividade emergir de tal forma, que a mesma foi
canalizada para debater, analisar, protestar e at dramatizar as questes sociais que interferem
diretamente na sade da populao.
O novo conhecimento formava uma camada especial na sustentao do alicerce do
processo de construo do conhecimento esttico em enfermagem. Ajudou-me a decidir
definitivamente pela trajetria no campo da arte da enfermagem.
-
30
Figura 1: Dramatizao Sade Pblica e Polticas Pblicas de Sade
Fonte: Arquivo da autora.
Alguns profissionais questionaram-me sobre aqueles novos rumos que eu passara a
trilhar interrogaes prprias daqueles que so norteados pelo modelo tecnicista. Foi um
tempo de catarse profissional, quando enfim entendi o significado-mor do exerccio
interdisciplinar. Comecei ento a estudar mais amide os arrazoados da Cincia do Ser
Humano Unitrio(3)
e da Teoria Sistmica da Criatividade(5)
.
Foi catarse e encontro com a minha essncia e segui confiante nas ondas
revitalizadoras da criatividade inata.
Dediquei-me, assim, a acompanhar a onda revitalizadora que emergia dentro de mim,
e doravante passei a canalizar as minhas aes cuidativas aliadas de alguma forma ao saber
esttico. Nas memrias vm algumas lembranas da fonte revitalizadora e inspirativa,
principalmente a interrelao com um grupo de escritores do Distrito Federal sendo uma
rica experincia que me ajudou no desenvolvimento do campo esttico, da reflexo, da
imaginao e criatividade, tendo reflexos na produo de poemas e peas teatrais que
retratavam a realidade social e as suas interferncias na rea da sade(20-21)
.
Dentre os muitos poemas, conseguia relacionar o dilogo entre as reas da sade,
literatura, cultura. Dentre os poemas que escrevi no perodo, citam-se os seguintes: Tragdia
(sobre desnutrio infantil), Sagazes Serpentes (falta de recursos financeiros para a sade) e
Tum-Tr, que foram publicados em Antologia de Poetas Brasilienses(20)
e retratam a falncia
do sistema de sade.
-
31
Posteriormente, em 1996, trabalhei o poema Tum-Tr, que passou por uma releitura,
sendo transformado em pea teatral e encenado por alunos do Curso de Graduao em
Enfermagem, da Universidade de Braslia (UnB), em espaos pblicos como a Rodoviria do
Plano Piloto e a Praa dos Trs Poderes; bem como em Encontro de Estudantes, realizado em
Goinia-Gois e no Congresso Brasileiro de Enfermagem, realizado em So Paulo-SP(22)
.
Figura 2: Pea Teatral: Tum-Tr. Tema: Sistema nico de Sade
Fonte: Arquivo da autora.
As ondas revitalizadoras da criatividade inspirando narrativas da histria da
enfermagem
No perodo compreendido entre 1996 e 1998, comecei a desenvolver mais amide
projetos na rea de criatividade e ludicidade sustentados por fundamentao terico-
metodolgica.
Na mesma ocasio, ocupava o cargo de Diretora do Cepen3-ABEn-DF. Ademais, na
oportunidade, fui convidada para escrever, dirigir e apresentar uma pea teatral sobre os 70
anos da ABEn. No princpio, achei difcil concretizar o projeto, haja vista a tarefa homrica
de transformar a histria registrada em livros e artigos para a linguagem teatral.
Mas, movida pelo potencial criativo e ldico a fora que libera a energia diante dos
desafios e problemas a minha resposta foi sim. Aceitei o desafio. Foram noites adentro,
lendo e relendo a histria da ABEn nas mais distintas referncias. Paralelamente, eu era
estudante de graduao em Artes Cnicas, na Faculdade de Artes Dulcina de Morais, o que
permitiu dialogar tambm com as fundamentaes da dramaturgia.
3 CEPEN- Centro de Estudos e Pesquisas em Enfermagem.
-
32
A pea teatral foi intitulada Se todos fossem iguais a voc aos 70 anos(23)
, sendo
apresentada no Teatro Dulcina, em Braslia-DF no ms de agosto de 1996 e no Teatro
Anhembi-So Paulo no ms de outubro de 1996 , durante o 48 Congresso Brasileiro de
Enfermagem. O elenco teatral foi composto por discentes e docentes do Curso de Graduao
em Enfermagem (UnB).
Figura 3: Pea Teatral: Ah! Se todos fossem iguais a voc. Tema: Histria dos 70 anos da Aben
Fonte: Arquivo da autora.
No 49 Congresso Brasileiro de Enfermagem, realizado em Belo Horizonte-Minas
Gerais, em 1997, apresentei novo projeto literrio-cnico A Quadradinha de Gude ,
fundamentado na criatividade, cuja temtica a preveno a drogas(24)
. O projeto literrio-
cnico A Quadradinha de Gude foi amplamente desenvolvido em vrios espaos: escolas,
praas, igrejas, hospitais, eventos, parques de diverso, tanto no Distrito Federal quanto em
outros estados da Federao, com o objetivo de abordar a preveno a drogas. A histria do
livro A Quadradinha de Gude em linguagem infanto-juvenil tem sido trabalhada em espao
escolar at os dias atuais com integrao disciplinar, envolvendo educadores, pais e
familiares, e tambm profissionais de sade e outras reas do saber.
No 50 Congresso Brasileiro de Enfermagem (1998), realizado em Salvador-Bahia, fui
convidada para ministrar o curso Tcnicas de Teatro para Profissionais de Sade, com o
objetivo de desenvolver as habilidades expressivas e cnicas dos participantes inscritos(25)
o
grupo era composto de docentes e discentes de cursos de graduao em enfermagem
brasileiros.
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Aprofundando o saber esttico da enfermagem: estudo sobre criatividade
No perodo entre 1998 e 2001, a minha dedicao profissional foi voltada ao estudo
aprofundado da criatividade no cuidado de enfermagem, especialmente da Cincia do Ser
Humano Unitrio(3)
e da Teoria Sistmica(5)
. Na ocasio, estava cursando Mestrado em
Educao na Universidade Catlica de Braslia. Envolvi-me com a criatividade e a ludicidade
visando absorver as teorias e estudos sobre o tema. Na produo da dissertao, defendida
para obter o ttulo de Mestre em Educao, foi destacado o problema do modelo educacional e
exerccio tecnicista que tem acompanhado a profisso de enfermagem e a criatividade como
elemento revitalizador do cuidado sade humana(26-27)
.
Enquanto construa o saber esttico da enfermagem, percebi que o nvel de reflexo
sobre a enfermagem criativa expandia dentro da minha essncia ldico-criativa, mediada pelo
movimento espiral inerente ao conhecimento. Porm, pude notar que, nos peridicos da
enfermagem, o tema criatividade era pouco semeado este fato funcionou como uma
motivao pessoal para continuar trabalhando com a temtica, em prol da produo cientfica
sobre criatividade, na seara da enfermagem.
O clmax das leituras foram artigos, relatrios, legislaes e outras referncias sobre os
novos rumos educacionais da enfermagem brasileira, para superar o modelo tecnicista desde o
campo da formao como forma de revitalizao do cuidado, de forma integral, em todas as
reas de ateno sade.
A criatividade e a ludicidade revitalizadas pela maternidade e diversos projetos criativos
Quando enfim o sculo XXI chegou, senti que a criatividade aumentava ainda mais na
minha vida. O novo tempo acrescentou muitos estmulos ao meu potencial criador e ldico,
sendo agora revitalizado pelas ondas da maternidade. Foi uma fase importante de
desenvolvimento de autocuidado e cuidado de outro ser o meu lindo filho , que chegou
revitalizando-me e criando, internamente, mais ondas criativas e ldicas.
Em 2004, coordenei o projeto intitulado Multicena, no qual participaram vrios grupos
de teatro do Distrito Federal, para apresentao de espetculos cnicos referentes temtica
de preveno a drogas, Doenas Sexualmente Transmissveis (DST) e Aids.
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Na mesma ocasio, pensando em estratgias criativas e inovadoras para a profisso de
enfermagem, comecei a escrever um romance sobre a enfermagem. O objetivo foi relatar a
experincia desafiadora de pesquisar, escrever, publicar e circular a histria da enfermagem
revitalizada pela literatura romanceada. Utilizei o processo criativo e complexo, construindo o
material de ressignificao esttico-romanceada.
Como resultado, foi produzido o romance intitulado Miri, uma enfermeira
bambamb(28)
, que foi pr-selecionado em concurso de romance; posteriormente, obteve
apoio da ABEn no centenrio de Florence Nightingale. Esta obra est publicada e j foi
lanada e apresentada em vrios estados do Brasil, em Portugal e em diversos eventos.
Tambm utilizada como referncia em alguns Cursos de Enfermagem(28-29)
.
Figura 4: Cenas referentes ao romance Miri, uma Enfermeira Bambamb
Fonte: Arquivo da autora.
Em 2010, idealizei e coordenei o Projeto Cuidarte com o objetivo de estimular a
criatividade e a ludicidade aos docentes e discentes do Curso de Graduao em Enfermagem e
profissionais de sade dos cenrios de prtica, visando a produo do cuidado integral. O
Projeto Cuidarte ocorreu na modalidade de extenso. Quanto ao cenrio, foi desenvolvido no
mbito da Escola Superior de Cincias da Sade/ESCS/Fepecs/GDF, sendo contemplados
estudantes e docentes da mesma(30)
. O relato de experincia do Projeto Cuidarte foi
apresentado em 2012, no VII Congresso IberoAmericano de Docncia Universitria (CIDU),
na cidade de Porto (Portugal), evento de suma importncia que debateu o tema geral Ensino
Superior Inovao e Qualidade na Docncia(31)
.
Em 2011, participei e fui aprovada no processo seletivo para vaga de doutorado, no
Programa de Ps-graduao em Enfermagem, da Universidade de Braslia (PPGEnf-UnB),
apresentando anteprojeto relacionado criatividade no ensino superior de enfermagem(32)
.
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Neste mesmo ano, encarei, com alegria e prazer, o desafio de propor, planejar e
coordenar o Espao Criatividade que objetivou desenvolver habilidades de comunicao,
expressivas, cnicas, ldicas e criativas visando aes de promoo sade com arte e a
produo do cuidado integral, aos participantes do 63 CBEn. O Espao Criatividade
funcionou no decorrer do 63 CBEn, expondo trabalhos criativos relacionados ao cuidar com
arte, consultoria de projetos e mini oficinas previamente programadas(33)
.
Figura 5 Cenas do Espao Criatividade, 63 CBEn, Alagoas-Macei, 2011
Fonte: Arquivo da autora.
Paralelamente, desenvolvia uma pesquisa indita em prol do saber esttico da rea de
enfermagem. Desde o ano de 2009, pesquisava uma nova linguagem para ressignificar a
histria da enfermagem: a literatura de cordel. Esta pesquisa demandou quatro anos de
trabalho complexo: leitura e releitura de 85 referncias distintas; acesso a 40 sites de internet,
aprendizagem da escrita do cordel mediada por um consultor de cordel; trabalho junto a uma
artista plstica para composio do perfil dos personagens para fins das ilustraes.
Ao final, produzi o livro intitulado Histrias da enfermagem no universo de cordel(34),
contendo quatro captulos, 28 cordis, 65 ilustraes, homenageando diversas personalidades
da enfermagem do passado e da atualidade. Primeiro, esta obra foi lanada em 2012, no 64
Congresso Brasileiro de Enfermagem, ocorrido em Porto Alegre-RS; no Distrito Federal, em
cidades do estado de Gois e em Lisboa-Portugal. Posteriormente, foi publicada a 2 edio
do referido livro com apoio do Fundo de Apoio Cultura, Secretaria de Cultura do Distrito
Federal, Governo do Distrito Federal (FAC/ SECULT/GDF)(35)
.
A obra de cordel tem sido referncia em disciplinas de Cursos de Graduao em
Enfermagem. Alguns veculos de comunicao rdio, TV, revistas cientficas, jornais e
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mdias da rede social tm divulgado o livro de cordel, destacando o ineditismo, a
criatividade do mesmo(36-43)
. Vale ressaltar a premiao concedida ao referido livro com
recorde homologado pelo RankBrasil, como 1 livro sobre histrias da enfermagem utilizando
a literatura de cordel(44)
. Tambm esta publicao foi agraciada com outras premiaes, no
ano de 2014, com Meno Honrosa no 1 Simpsio de Histria da Enfermagem do Museu
Nacional de Enfermagem Anna Nery (MuNEAN) e 3 Colquio da Academia Brasileira de
Histria da Enfermagem (ABRADHENF) e no Concurso Poetizar o Mundo com Poesias(45-46)
.
Figura 6 Cenas referentes ao livro Histrias da Enfermagem no Universo do Cordel
Fonte: Arquivo da autora.
Por dois anos consecutivos 2012 e 2013 fui classificada ao apresentar trabalhos
cientficos no Prmio Cepen, organizado pela Associao Brasileira de Enfermagem-Seo
DF. Em 2012, o trabalho vencedor do 2 lugar foi Liricidade e toque de arte para a produo
do conhecimento esttico de enfermagem uma reflexo potica inspirada na Teoria da
Complexidade. Em 2013, fui agraciada com o 1 lugar, referente ao trabalho No espelho da
biotica crtica: a imagem refletida das vulnerabilidades das pessoas que vivem-convivem
com HIV/Aids. Estes trabalhos foram publicados, posteriormente, contribuindo para produo
do saber esttico de enfermagem(47-48)
.
Figura 7 Prmios Cepen 2012 e 2013, Associao Brasileira de Enfermagem-Seo DF
Fonte: Arquivo da autora.
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Recentemente, tambm fui laureada com a medalha e diploma concedidos pelo
Instituto Histrico e Geogrfico do Maranho, pela participao no Projeto 1000 poemas
sobre Gonalves Dias sou autora de cinco poemas e um trabalho cientfico sobre o poeta
homenageado(49)
. Fui empossada como acadmica efetiva da Academia de Letras e Artes do
Nordeste Goiano (ALANEG), ocupando a Cadeira n 25, cuja patronesse a escritora Regina
Lacerda(50)
.
Figura 8 Comenda Gonalves Dias e Posse ALANEG
Fonte: Arquivo da autora.
Longe de ser uma concluso porque as ondas revitalizadoras da criatividade so
contnuas na minha trajetria de enfermeira , ressalto as experincias mais recentes
vivenciadas como facilitadora de oficinas de produo literria de cordel Projeto da
Fundao Oswaldo Cruz (Fiocruz), Seminrio Nacional de Diretrizes para a Educao em
Enfermagem (Senaden) e Cursos de Enfermagem(51-52)
; de oficina teatral para profissionais de
sade, na Mostra da Ateno Bsica(53)
; e gravao de vdeos sobre criatividade e ludicidade,
pelo Canal Universitrio de Braslia-UnBTV(54-56)
. Para desenvolver os estudos e os projetos
de pesquisa na temtica de criatividade e ludicidade, participo dos seguintes Grupos de
Pesquisa cadastrados no CNPq: Criatividade, Ensino, Pensamento e Personalidade Criativos,
Processos criativos, Promoo da Sade e Ldico; e Aprendizagem Ldica: Pesquisas e
Intervenes em Educao e Desporto.
Consideraes no movimento das ondas revitalizadoras
Por fim, este captulo apresenta uma narrativa histrica de alguns momentos de meus
25 anos de exerccio profissional e como pesquisadora. Nesta trajetria ldico-criativa
profissional, venho apresentando as mais diversas estratgias relacionadas temtica
criatividade e ao cuidado integral para a sade humana: palestras, cursos, oficinas, peas
teatrais, pardias, livros criativos, projetos e outras estratgias e linguagens artsticas.
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Na trajetria profissional, conforme o portflio de vida que estou construdo, tenho
vivenciado a arte da enfermagem, criando e recriando nas ondas revitalizadoras da
criatividade. Neste caminhar, quero registrar o sabor saboroso que a experincia da
aprendizagem ldico-criativa tem significado na minha vida. Na experincia tambm descobri
pessoas com grande potencial criativo o que me leva a acreditar sempre que toda pessoa
um ser criativo, e que a criatividade como potencial humano pode de fato revitalizar o
cuidado de enfermagem, conforme estudos e vrios relatos de experincia.
Depois de mais de dois decnios de exerccio profissional, no curso do Doutorado, o
tema de estudo no poderia ser outro a criatividade , pois as pesquisas referentes ao saber
esttico da enfermagem ainda so escassas, e este recurso humano a criatividade um
bem e um potencial que pode muito ajudar na promoo da sade, no cuidado e conforto aos
usurios, famlias e comunidades.
E como ser integral, unitria, indivisvel, que cria, recria, revitaliza-se e revitaliza o
cuidado, jamais voltaria atrs para escolher outra forma de desenvolver o cuidado, a no ser
atuando dentro das ondas revitalizadoras da criatividade. De igual modo, veio-me o insight de
que neste fluxo energtico e esttico a felicidade profissional um bem legtimo enquanto
ser-enfermeira. Esta felicidade profissional a encontrei tambm desenvolvendo pesquisas
relacionadas s temticas que envolvem o saber esttico da enfermagem.
Continuarei sendo guiada pelas ondas revitalizadoras, como profissional e
pesquisadora. Tenho algumas outras produes criativas como pesquisadora, visando narrar a
histria da enfermagem, e so estratgias desafiadoras dentro do contexto histrico tecnicista
hegemnico. Ou seja, a minha experincia ainda continuar sendo movimentada pelo fluxo
revitalizador ldico-criativo para narrar histria da enfermagem em vrios enfoques
permitindo assim a democratizao histrica, para profissionais e demais atores sociais, pois
as linguagens estticas despertam interesse humano.
Partilhei um pouco da minha experincia que vivenciei e vivencio desenvolvendo a
arte da enfermagem nesta importante obra que destaca a aprendizagem ldica e as suas
interfaces, pois estas memrias, de alguma forma, podem contribuir na contao histrica da
enfermagem que realizei de forma criativa. Ademais, este captulo pode fomentar o
desenvolvimento cientfico, produzir conhecimento e contribuir na divulgao da profisso,
dentro da viso e da natureza esttico-histrica.
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Compartilhar esta experincia tambm uma responsabilidade pessoal como
profissional e pesquisadora de envolver mais como o estado da arte; naquelas ondas onde
contm o ineditismo, inovao e a criatividade.
Na minha histria certamente ainda surgiro outros captulos, para completar este
desafio cientfico-ldico e vitae: produzir saber criativo para narrar a histria da enfermagem,
definida como cincia-arte. Percebi na elaborao deste captulo que muita energia
revitalizadora j fluiu na minha vida criativa. Momentos nicos. Mergulhos inesquecveis no
mar da criatividade em busca de resultados positivos.
Nesta trajetria como enfermeira da cincia-arte, hoje postulo o ttulo de doutora, mas
o meu codinome sempre ser A Poetisa do Cuidar.
Figura 9 A autora e sua colcha de memrias criativas
Fonte: Arquivo da autora
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CAPTULO I
INTRODUO
O movimento dos cata-ventos ensina a cincia e o caminho a percorrer no processo:
aprender-ensinar-ensinar-aprender.
Ensina a cincia ldica da aprendizagem: alegrar-brincar-construir-divertir. Aprender! On Silva A Poetisa do Cuidar
(Epgrafe extrada do poema A pedagogia dos cata-ventos e as ondas revitalizadoras da criatividade)
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CAPTULO I
INTRODUO
1 REVISO DA LITERATURA
1.1 AH! CRIATIVIDADE: FONTE DE PRAZER, FELICIDADE, LUDICIDADE E SADE
MENTAL
A criatividade um fenmeno que vem sendo pesquisado amide. Historicamente, a
criatividade no estava no temrio cientfico, nem no plano curricular. Estava merc
cientfica e sendo tratada como uma utopia. Mas, hoje, alm ser referencial terico
constructo validado na rea cientfica , tem sido no aspecto pessoal uma fonte de prazer,
felicidade, sade mental e aprendizagem.
A criatividade capaz de reencantar a vida da pessoa, famlia e ambiente
contribuindo sobremaneira na educao. Estudiosos contemporneos, precursores da
inovao, renovao e transformao do modelo educacional dos ltimos anos , aliados a
outros que consideram a educao como uma apaixonante tarefa de formar seres humanos ,
discutem e analisam a criatividade na perspectiva de resgatar elementos da essncia vital, tais
como a felicidade, a ludicidade e, por conseguinte, a sade mental(5,57-59)
.
Estes postulados j apresentam resultados sobre a criatividade como uma fonte
energtica que conduz a pessoa ao eficiente diante dos conflitos e tenses dirias.
Tericos tm se juntado, em unssono, defendendo que o comportamento criativo uma fonte
de prazer, porque permite a pessoa realizar as suas potencialidades criativas e ldicas.
A espcie humana no sobrevive sem o realce criativo(5)
ao publicar esta mxima, o
autor tambm, paralelamente, fez uma abordagem sobre a busca da felicidade e a interessante
experincia flow: estado de conscincia e concentrao mxima que torna o indivduo
completamente absorvido pela atividade que realiza. Ao sentir a experincia do fluir, o
indivduo resgata a sua essncia vital e envolvido por um sentimento genuno de felicidade.
Seguindo nesta diretriz, o autor realizou um estudo rico em detalhes sobre pessoas que
experimentaram flow(5)
. So 91 histrias de pessoas criativas contemporneas, autores de
realizaes importantes, em plena atividade e acima de 60 anos. A partir das experincias dos
entrevistados, constatou-se que a criatividade fascinante, quem se envolve com ela sente-a
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vida afora, pois ela proporciona um excitante modelo vital. Os entrevistados surpreenderam o
autor, a ponto dele indagar: qual o divertimento? Alguns descreveram as condies que
tornavam suas vidas importantes e significativas, reportando s atividades que os deixavam
completamente absorvidos, a ponto de produzir neles a experincia agradvel: flow.
Como cultivar flow e tornar a vida realada pela criatividade e felicidade? essencial
as pessoas criativas manterem a simplicidade de modo que a criatividade permanea viosa e
estimulante at os 90 anos de idade ou mais, conforme demonstraram os entrevistados.
1.2 A PERSONALIDADE CRIATIVA, O PENSAMENTO CRIATIVO E AS DIMENSES
DA COMPLEXIDADE
Pesquisas sobre a personalidade e o pensamento criativo tm sido de interesse de
alguns estudiosos na temtica. Quanto s caractersticas criativas, dentre os mais destacados
constam os estudos pioneiros(60-61)
que destacaram a flexibilidade cognitiva, persistncia e
dedicao ao trabalho, pensamento independente, abertura s experincias, ambiguidade e
aos interesses no convencionais. Outro referencial importante(62)
com diversos profissionais
inclusive mulheres mais criativas identificou caractersticas como intuio,
espontaneidade, tolerncia desordem e complexidade, abertura aos impulsos e s fantasias,
dotados de alto grau energtico. O mesmo autor destacou ainda traos inerentes aos escritores
e artistas, a saber: fantasia, originalidade, experincias msticas e inusitadas.
Sobre os aspectos influenciadores do pensamento criativo, existe uma concepo
histrica sobre o pensar divergente e as suas particularidades: fluncia, flexibilidade,
originalidade, elaborao, redefinio e sensibilidade aos problemas e outros detalhes
associados s habilidades criativas como temperamento, interesses e atitudes(63-64)
. Outra
investigao(65)
apresentou dados referentes criatividade; descobrindo no perfil criativo de
crianas: ideias divergentes e inusitadas, humor e fantasia, preferncia pela aprendizagem
independente, busca de objetivo, divergncia das normas vigentes quanto ao prprio gnero.
Dos estudos posteriores, no que tange personalidade criativa, destacam-se trs
definies da concepo sistmica(5)
: a pessoa brilhante sendo aquela que expressa
pensamentos inusitados e estimulantes; a personalidade criativa referindo-se s pessoas de
percepo tranquila e cheias de insight; e pessoas criativas as que mudaram a cultura com
realizaes notveis, como Leonardo da Vinci, Tomas Edison, Picasso, Einstein. Tal
concepo define a criatividade resultante de relaes sistmicas com trs fatores: o domnio,
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que so as regras simblicas e procedimentos; a rea, em que h deciso se a nova ideia ser
includa no domnio e a pessoa. A criatividade surge quando a pessoa usa os smbolos de um
domnio (msica, engenharia e outras) e a sua ideia reconhecida pela rea. A criatividade a
interao tridica domnio, rea e pessoa e fruto da oportunidade, perseverana, estar no
lugar e na hora certa. O autor complementa que existem traos fac