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Unidade Temaacutetica de Histoacuteria
O ENSINO APRENDIZAGEM E A MELHORIA DE QUALIDADE DO ENSINO DE HISTOacuteRIA NA ESCOLA
2011
GELZA MARIA GIULIANGELI BROGIATO
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 2
GELZA MARIA GIULIANGELI BROGIATO
UNIDADE TEMAacuteTICA DE HISTOacuteRIA
O ENSINO APRENDIZAGEM E A MELHORIA DE QUALIDADE DO ENSINO DE HISTOacuteRIA NA
ESCOLA
LONDRINA 2011
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 3
SUMAacuteRIO
DADOS DE IDENTIFICACcedilAtildeO 5
APRESENTACcedilAtildeO 7 ESTRATEacuteGIA DE ACcedilAtildeO 8
Conhecimento Preacutevio Construccedilatildeo do conhecimento histoacuterico 8
Sugestatildeo de atividades para o(a) aluno(a) 8
Construccedilatildeo da entrevista 10
Sugestatildeo de atividades para o(a) aluno(a) 10
Condutas a serem consideradas no trabalho de campo (antes e durante a entrevista) 10
No processamento e interpretaccedilatildeo 11
Fidelidade e zelo na transcriccedilatildeo na conferecircncia e na anaacutelise das entrevistas 11
Na representaccedilatildeo dos resultados agrave comunidade 11
Construccedilatildeo de Conceitos 13
Sugestatildeo de atividade para o(a) aluno(a) 13
Para refletir pesquisar e responder em seu caderno 14
Sugestatildeo de atividades para o(a) professor(a) 14
Comportamento reflexivo pela natildeo-discriminaccedilatildeo 16
Sugestatildeo de atividades para o(a) aluno(a) 16
Sugestatildeo de atividades para o(a) professor (a) 16
Negros e brancos na redaccedilatildeo de Maria Claudia 16
Refletindo sobre o texto 17
Sugestatildeo de atividades para o(a) aluno(a) 17
Formando crianccedilas livres de preconceitos 18
Sugestatildeo de atividades para o(a) professor(a) 18
Trabalhando com muacutesica 23
Sugestatildeo de atividades para o(a) aluno(a) 23
1-Fazer leitura da letra da muacutesica 23
2-Procurar no dicionaacuterio o significado das palavras 23
3-Ouvir a muacutesica de Caetano Veloso 23
4-Cantar a muacutesica 23
Sugestatildeo de atividades para o(a) professor(a) 23
1-Fazer anaacutelise da muacutesica junto com os alunos 23
2-Fazer comentaacuterios sobre a muacutesica 23
3- Escrever um texto coletivo com os alunos sobre o tema ldquoNavio Negreirordquo 23
O Navio Negreiro 24
Caetano Veloso 24
Trabalhando com poema 28
Terra roxa e outras terras- Revista de Estudos Literaacuterios 28
Sugestatildeo de atividades para o(a) professor(a) 30
Sugestatildeo de atividades para o(a) aluno(a) 31
Trabalhando com imagens 32
Sugestatildeo de atividades para o aluno 32
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 4
Sites das imagens 32
Trabalhando com viacutedeo 33
Trabalhando com entrevista 34
Histoacuteria Oral - Como fazer uma entrevista 34
Sugestatildeo de Roteiro para realizar a entrevista 37 A Fotografia na Construccedilatildeo do Material Didaacutetico 38 Trabalhando com Fotografias e Histoacuteria Local 39 Figura 1 39 Figura 2 40 Figura 3 41 Figura 4 42 Figura 5 43 Figura 6 43 Figura 7 44 Lembrete ao(a) professor(a) 44
Sugestatildeo de atividades para o Aluno 45 Sugestatildeo de atividades para o(a) professor(a) 45
Referecircncia Bibliograacutefica do Texto Explicativo 46
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 5
DADOS DE IDENTIFICACcedilAtildeO
Professora Gelza Maria Giuliangeli Brogiato
Aacuterea PDE Histoacuteria
NRE Londrina
Professora orientadora Profordf Drordf Maacutercia Elisa Teteacute Ramos
IES vinculada Universidade Estadual de Londrina
Tiacutetulo da pesquisa A cultura do afrodescendente e sua trajetoacuteria de vida
compartilhar as diferenccedilas na comunidade escolar pelas entrevistas
Tema Narrativas dos afrodescendentes moradores no bairro Novo Horizonte na
cidade de Rolacircndia
Conteuacutedo estruturante O estudo de temas baseados em alguns autores que
tratam de pesquisas relacionadas ao racismo silencioso e a emancipaccedilatildeo do
afrodescendente utilizando a metodologia da Histoacuteria Oral por meio de
entrevistas que possam dar noccedilotildees sobre a Histoacuteria Local Tambeacutem se orienta
tomando com referencial autores que consideram a possibilidade de construccedilatildeo
do conhecimento histoacuterico escolar atraveacutes do uso de fontes histoacutericas
transformando-as em material duplo fonte histoacuterica e fonte didaacutetica
Objetivo Geral
Pretende-se fazer com que o aluno realize entrevistas com afrodescendentes
moradores da comunidade em que a escola estaacute inserida no sentido de interagir
com o grupo compreendendo elementos culturais do mesmo construindo
identidade e alteridade
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 6
Objetivos especiacuteficos
Destacar a cultura dos povos africanos para a cultura brasileira e outras
Fazer o aluno ver-se partiacutecipe do processo histoacuterico atraveacutes do
conhecimento sobre diversidade cultural
Despertar o respeito ao outro e a diversidade eacutetnico-racial e religiosa
Compartilhar as diferenccedilas dentro do universo escolar e na comunidade
Desmistificar a imagem da passividade do africano lembrando dos
ldquomovimentos sociaisrdquo por este empreendidos
Proporcionar ao aluno subsiacutedios para entender os procedimentos do
historiador para a escrita da histoacuteria para que possa ele tambeacutem escrever
histoacuteria ou melhor produzir conhecimento histoacuterico
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 7
APRESENTACcedilAtildeO
Apoacutes a promulgaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo de 1988 o Brasil busca
efetivar a condiccedilatildeo de um Estado democraacutetico direito com ecircnfase na cidadania e
dignidade da pessoa humana portanto ainda existe uma realidade de posturas
como preconceito racismo e discriminaccedilatildeo aos afrodescendentes que
historicamente enfrentam dificuldades para o acesso e permanecircncia nas escolas
A escola eacute comprometida com a promoccedilatildeo do ser humano na sua
integridade com objetivo de formaccedilatildeo de valores haacutebitos e comportamentos que
respeitam as diferenccedilas e caracteriacutesticas proacuteprias de grupos e minorias
Ao avaliar os dados que apontam desigualdades entre brancos e
negros na educaccedilatildeo constatam-se as necessidades de poliacuteticas especiacuteficas que
revertam o quadro Os movimentos sociais impulsionaram o Estado a realizar
mudanccedilas legislativas reconhecendo o problema da disparidade branco-negro em
nossa sociedade e a necessidade de intervir de forma positiva Assim em
compromisso de eliminar as desigualdades sociais o Governo Federal sancionou
em marccedilo de 2003 a lei 1063903-MEC que altera a LDB (Lei Diretrizes e Base)
e estabelece as diretrizes curriculares para a implementaccedilatildeo da mesma Essa lei
instituiu a obrigatoriedade do Ensino de Histoacuteria da Aacutefrica e dos africanos no
curriacuteculo escolar do Ensino Fundamental e Meacutedio Essa decisatildeo resgata
historicamente a cultura do negro na construccedilatildeo e formaccedilatildeo da sociedade
brasileira
Nesse contexto percebe-se a necessidade de se desenvolver um
trabalho focalizando diretamente a conscientizaccedilatildeo dos alunos sobre a
importacircncia da cultura afrodescendente na localidade em que ele vive ou seja o
negro fazendo parte do processo histoacuterico-social e pelas entrevistas resgatar a
memoacuteria dessa comunidade e ver o que ela pensa sobre a escravidatildeo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 8
ESTRATEacuteGIA DE ACcedilAtildeO
Segundo Schmidt e Cainelli (2004 p62) para se ensinar histoacuteria
eacute necessaacuterio respeitar o conhecimento do aluno sua histoacuteria de vida esse
conhecimento pode ser considerado como marco inicial e assimilador dando
significado ao ensino de histoacuteria Partindo de suas representaccedilotildees o aluno seraacute
capaz de efetivar suas proacuteprias ideacuteias sobre os objetos e fenocircmenos do mundo
social Eacute graccedilas a essas representaccedilotildees que o aluno pode interrogar o discurso do
professor os documentosoperar a seleccedilatildeo entre os conteuacutedos julgados
pertinentes validaacute-los ou refutaacute-los
Conhecimento Preacutevio Construccedilatildeo do conhecimento histoacuterico
Sugestatildeo de atividades para o(a) aluno(a)
1) Fazer um levantamento sobre os acontecimentos de sua vida desde seu
nascimento ateacute hoje Para isso pergunte para sua matildee ou responsaacutevel anote e
traga para a sala de aula
11) Fazer a linha do tempo e registrar dados importantes de sua vida
___________________________________________________
1998 2002 2006 2010 2011
2) Escrever sua histoacuteria de vida
3) Debate sobre os trabalhos realizados (atividades 1-2)
4) Como vocecirc se sentiu ao escrever sua histoacuteria de vida
5) Vocecirc tambeacutem faz parte da histoacuteria Justifique
Ainda em Schmidt e Cainelli a Histoacuteria Oral eacute uma metodologia de
pesquisa que se baseia em fontes orais que registram experiecircncias vividas o
depoimento de um indiviacuteduo ou de vaacuterios indiviacuteduos de uma mesma comunidade
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 9
O pesquisador deve orientar a pesquisa para buscar referecircncias objetivas sobre o
tema pesquisado a entrevista eacute a estrateacutegia mais comum na coleta de dados
pode ser captada com gravaccedilatildeo ou transcriccedilatildeo escrita Eacute importante haver
controle sobre o universo de amostras e o tipo de entrevista em nosso caso
usaremos a entrevista aberta o conhecimento da atitude do entrevistador do
lugar onde se faz a entrevista e o trabalho de anaacutelise e reflexatildeo sobre os
resultados O trabalho com oralidade no trabalho de histoacuteria precisa-se considerar
que a reflexatildeo acompanhe todo o processo
Pode se trabalhar os depoimentos pessoais com base na escolha de temas comuns consultados em diferentes fontes procurando explorar os conteuacutedos sem desvinculaacute-las das categorias mais ampla das estruturas social econocircmica e poliacutetica Eacute importante evitar o que Dosse chamou de ldquohistoacuteria em migalhasrdquo (Schmidt Cainelli 2004 p 127)
Para que a histoacuteria oral se torne significativa seraacute necessaacuterio
planejar cuidadosamente o trabalho a ser desenvolvido definir objetivos verificar
os recursos disponiacuteveis selecionar as estrateacutegias adotadas como entrevistar
pessoas da comunidade em que estaacute inserida Focando um tema desejado no
caso o afrodescendente e o resgate de sua cultura hoje Ao entrevistar pessoa da
comunidade para resgatar sua trajetoacuteria de vida em um determinado local
ampliamos o conhecimento para aleacutem dessa comunidade
Com elemento constitutivo da transposiccedilatildeo didaacutetica do saber histoacuterico para o saber escolar a histoacuteria local pode ser vista como estrateacutegia pedagoacutegica Trata-se de uma forma de abordar a aprendizagem a construccedilatildeo e a apreensatildeo do conhecimento histoacuterico com proposiccedilotildees que podem ser articuladas em interesses do aluno suas aproximaccedilotildees cognitivas suas experiecircncias culturais e com a possibilidade de desenvolver atividades diretamente vinculadas agrave vida cotidiana Com estrateacutegia de aprendizagem a histoacuteria local pode garantir uma melhor apropriaccedilatildeo do conhecimento histoacuterico baseado em recortes selecionados do conteuacutedo os quais seratildeo integrados no conjunto do conhecimento (VAZQUEZ apud Schmidt Cainelli 2004p113)
Na coleta e tratamento de entrevistas a memoacuteria eacute de fundamental
importacircncia para os historiadores e para outros profissionais porque por meio dela
ldquolemosrdquo periacuteodos histoacutericos chegamos a determinados sujeitos sociais excluiacutedos
ou esquecidos da Histoacuteria A memoacuteria possui ldquolugaresrdquo que nos permitem lembrar
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 10
como museus muacutesicas literatura ldquocausosrdquo etc A memoacuteria pode ser individual ou
coletiva mas para evocar lembranccedilas eu preciso de memoacuteria do outro para
transformar a minha memoacuteria na ldquonossa memoacuteriardquo
Construccedilatildeo da entrevista
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Analisar os itens abaixo com muita atenccedilatildeo e comprometimento
2-Destacar esses itens em um cartaz para natildeo ser esquecidos
3-Formar grupos para a simulaccedilatildeo de uma entrevista dentro da sala de aula
4- Para se realizar a entrevista de campo seraacute necessaacuterio um entrevistador amp
aluno auxiliarequipe de transcriccedilatildeo aluno-transcritor aluno-conferente
professor-conferente
Condutas a serem consideradas no trabalho de campo (antes e durante a entrevista)
-Ao solicitar permissatildeo para realizar a entrevista comportar-se
corretamente e com boas maneiras
-Ter o maacuteximo respeito ao conversar com o entrevistado
-Ouvir o que outra pessoa considera importante dizer
-Manter o contato visual durante a entrevista manter o olhar e a
atenccedilatildeo dirigidos para o entrevistado
-Responder as perguntas que o entrevistado fizer sobre o
entrevistador e o projeto
-Explicar para o entrevistado como o seu depoimento eacute
importante e contribui para a memoacuteria da Histoacuteria da comunidade
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 11
-Atitude vocecirc estaacute tentando aprender um pouquinho ou fazer que
algueacutem lhe contem histoacuterias Lembre-se na entrevista eles que
tecircm os conhecimentos
-Respeitar os pedidos do entrevistado
No processamento e interpretaccedilatildeo
Fidelidade e zelo na transcriccedilatildeo na
conferecircncia e na anaacutelise das
entrevistas
Nem uma palavra do entrevistado
pode ser desprezada
Na representaccedilatildeo dos resultados agrave comunidade
Apresentar os resultados da pesquisa para a comunidade de forma
transparente respeitando as informaccedilotildees coletadas nas entrevistas
Dando enfoque a este trabalho atraveacutes de entrevistas e da
histoacuteria local deveraacute ser resgatado o tema de Ferreira (2002) quando ele fala
sobre ldquoO brasileiro o racismo silencioso e a emancipaccedilatildeo do afrodescendenterdquo
Nelson Rodrigues ldquoespecialistardquo em denunciar aquilo que se esconde por detraacutes
das aparecircncias aponta uma farsa da qual muitas vezes o brasileiro se orgulha
que o Brasil vive em uma ldquodemocracia racialrdquo
O preconceito contra o negro em funccedilatildeo de o mito que o nega
torna-se difiacutecil de ser compreendido e combatido Existe um tratamento cordial
levando a crer que a discriminaccedilatildeo etnoracial natildeo existe Mesmo tendo
consciecircncia disso poreacutem considera um problema do outro No Brasil o preconceito
natildeo eacute abertamente afirmado por isso se torna difiacutecil agrave elaboraccedilatildeo de leis que
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 12
favoreccedila a reversatildeo A ideologia eacute que no Brasil as diferenccedilas satildeo aceitas e
valorizadas um verdadeiro exemplo para outras naccedilotildees encobre o problema Em
funccedilatildeo disso satildeo negados para os negros as condiccedilotildees de viver melhor e exercer
a cidadania
Segundo Cavalleiro (2005) tais depoimentos revelam que nos
lares de famiacutelias negras e na escola a maneira mais silenciosa de se lidar com o
preconceito eacute o silecircncio O termo ldquomorenordquo era para se auto-referir as
caracteriacutesticas etnoraciais Parece politicamente chamar de moreno o
afrodescendente uma estrateacutegica simboacutelica de fuga da discriminaccedilatildeo Questotildees
que se tornam difiacuteceis de se lidar no Brasil Em torno do seacuteculo XIV o homem
ocidental lanccedilou-se no mundo das Grandes Navegaccedilotildees deparou-se com um
universo de diversidade Ele precisava-se organizar de maneira segura em sua
realidade atraveacutes de reflexotildees conseguiu controlar os acontecimentos Bauman
(1999) nos direciona a uma das chaves da compreensatildeo da construccedilatildeo da
subjetividade do homem moderno O processo de qualificar obsessotildees da
civilizaccedilatildeo ocidental constitui-se nos atos de incluir o semelhante num padratildeo
considerado correto excluindo o diferente Ordem e progresso condiccedilotildees que
legitimavam transformaccedilotildees do outro no mesmo Para o africano escravizado
tornar-se cristatildeo apagar sua histoacuteria atraveacutes de um processo de branqueamento
e aculturaccedilatildeo tornaacute-lo branco Essa ideacuteia foi defendida no iniacutecio do seacuteculo XX por
vaacuterios cientistas e intelectuais brasileiros que eram representantes das ldquoverdadesrdquo
estabelecidas Schwarcz (1998) e Consorte (1999) analisaram esse periacuteodo havia
justificativas consideradas cientificas que legitimavam o eurocentrismo [] Para
Larkin Nascimento (2000) apoiara-se em duas condiccedilotildees baacutesicas a imigraccedilatildeo em
massa subsidiada pelo Estado sob legislaccedilatildeo que excluiacutea raccedilas natildeo desejaacuteveis
e o cultivo do ideal do embranqueamento Apoacutes vaacuterias reflexotildees podem ser
apontados alguns itens que favoreceram o preconceito no Brasil A concepccedilatildeo
constitutiva do mundo ocidental que se desenvolveu na modernidade com uma
questatildeo de ordem desvalorizando ou eliminando o diferente O africano era visto
como mero objeto de uso Apoacutes a aboliccedilatildeo surge a inferioridade racial do negro
apoiada pela ciecircncia prevendo sua extinccedilatildeo na constituiccedilatildeo do povo brasileiro
Para Gilberto Freyre nos anos trinta o mesticcedilo passa a ser louvado como siacutembolo
de nossa identidade Primeiro a desvalorizaccedilatildeo depois a exaltaccedilatildeo surgindo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 13
assim o mito da ldquodemocracia racialrdquo aqui estaacute a construccedilatildeo do racismo silencioso
Uma visatildeo negativa do afrodescendente e um discurso contraacuterio tentando negaacute-la
(apud Ferreira 2002) Em funccedilatildeo da desvalorizaccedilatildeo da pessoa negra elas
tendem a introjetar a visatildeo dominante do mundo branco visto como superior Para
Pereira (1987 apud Ferreira 2002 p75) a escola eacute um lugar onde a crianccedila
alimenta subliminarmente a figura do negro ldquocaricaturalrdquo No plano de
relacionamentos a escola reproduz naquele microcosmo a mesma estrutura de
relaccedilatildeo que se daacute na sociedade brasileira como um todo Assim a escola em
lugar de reversatildeo do problema estimula o estereotipo soacutecias do negro e sua
submissatildeo aos valores do outro Estimulada a visatildeo de um mundo cultural
eurocentrico cria um processo pedagoacutegico que leva o afrodescendente inibir sua
capacidade de expor seu saber e sentir-se como cidadatildeo
Construccedilatildeo de Conceitos
Sugestatildeo de atividade para o (a) aluno (a)
1- Estudo dos termos existentes nos documentos incluiacutedos no projeto como
democracia racial preconceito discriminaccedilatildeo afrodescendente diversidade
etnoracial cotidiano moreno branqueamento eurocentrismo racismo silencioso
Atraveacutes de pesquisas orientadas pala professora
2-Promover um debate sobre os termos estudados na atividade 1
3-Atividade em dupla Apoacutes o debate entre professora e alunos produzir um
texto
4-Todos os textos seratildeo analisados pela professora e alunos
5- Apoacutes pesquisar conceitos para os termos da atividade (1) montar um painel
com resultados obtidos e expor para outras turmas na escola (atividade seraacute
realizada em grupo de quatro alunos)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 14
Para refletir pesquisar e responder em seu caderno
1-Escreva o que vocecirc entendeu por racismo preconceito e discriminaccedilatildeo
2-Existe discriminaccedilatildeo no Brasil Justifique
3-Vocecirc jaacute foi discriminado alguma vez Relate
4-Vocecirc jaacute presenciou situaccedilotildees de discriminaccedilatildeo na escola
5-Vocecirc jaacute discriminou alguma pessoa Justifique
6-Escreva algum tipo de discriminaccedilatildeo que existe na comunidade em que
vocecirc mora
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor
1-Decirc sugestotildees como a escola deve agir ao perceber a discriminaccedilatildeo entre
os educandos
2- Usar para pesquisas o link
wwwuelbrprojetosleoafropagespublicacoesphp
Essas leituras podem contribuir para o seu plano de aula
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 15
Segundo Helms (1985 apud Ferreira 2002 p78) pessoas
envolvidas agrave descriminaccedilatildeo natildeo se encaixam em nenhum grupo satildeo
desqualificadas por ser negro e desvalorizam-se como pessoa Mudanccedilas podem
ocorrer a partir de exposiccedilatildeo de eventos que envolvem informaccedilotildees nos aspectos
culturais como danccedilas festas muacutesicas estudos leituras filmes e outras que
possam usaacute-las com referecircncia pessoal No iniacutecio eacute um desafio para o sujeito
envolvido mas aos poucos vai superando quando descobre que seus valores e
sua visatildeo de mundo natildeo permitem mais dominaccedilatildeo A participaccedilatildeo em grupo de
militacircncia voltados para valores com objetivos culturais e poliacuteticos pode favorecer
a reconstruccedilatildeo pessoal dos interlocutores que vivem o problema realizando um
exerciacutecio de padrotildees negativos introjetados e analisando a histoacuteria omitida A
militacircncia pode transformar a vergonha de ser negro em orgulho de ser negro
onde ele passa a ter uma nova histoacuteria intensificando a luta que jaacute vem desde a
escravidatildeo Com a recuperaccedilatildeo das matrizes curriculares africanas a histoacuteria da
diaacutespora reivindicaccedilotildees poliacuteticas sociais o afrodescendente pode ser visto com
qualidades que o outro natildeo percebia e ao mesmo tempo os aspectos culturais
que tambeacutem o constituem Atraveacutes de trabalhos cuidadosamente estudados eacute
muito importante que a pessoa branca deixe de negar suas raiacutezes culturais
africanas e tambeacutem indiacutegenas assim como o negro brasileiro suas raiacutezes
culturais europeacuteias e tambeacutem indiacutegenas Portanto eacute neste objetivo que este
projeto de ensino de histoacuteria se insere no (re) pensar sobre a cultura
afrodescendente de modo a dar condiccedilotildees para o (a) aluno(a)enfrentar com
consciecircncia criacutetica os desafios de um cotidiano ainda pautado em representaccedilotildees
preconceituosas
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 16
Comportamento reflexivo pela natildeo-discriminaccedilatildeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Qual a importacircncia dos movimentos de militacircncia para os que se sentem
excluiacutedos da sociedade
2-Realizar pesquisas em outros autores para saber mais sobre os movimentos
de militacircncia dos afrodescendentes
3-Na sua opiniatildeo como superar a discriminaccedilatildeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1- Trabalhar ldquovaloresrdquo sempre que perceber discriminaccedilatildeo entre os educandos
2- Sempre que for possiacutevel trabalhar temas ou textos sobre diversidade que
podem ser vistos em todas as disciplinas
3- Orientar os educandos em sala de aula para que realizem atividades sobre
diversidade como analisar figuras fotos montar paineacuteis confecccedilotildees de cartazes
recorte e colagem de figuras produccedilatildeo de textos etc
Negros e brancos na redaccedilatildeo de Maria Claudia
No trecho a seguir o escritor Pedro Bandeira apresenta-nos a redaccedilatildeo escrita por
Maria Claudia Segundo ele quando escreveu Maria Claudia ainda natildeo tinha
nove anos Era uma crianccedila como tantas outras que ocupam as milhares salas de
aula do Brasil Vejamos como Maria Claudia vecirc a questatildeo das diferenccedilas entre o
branco e o negro
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 17
ldquoOs brancos satildeo muito diferentes dos negros Mas depende do branco e depende
do negro Na minha caixa de laacutepis de cor o branco natildeo serve para nada Soacute o
preto eacute que serve para desenhar Com o giz a gente desenha na lousa Com o
carvatildeo a gente desenha um bigode na cara do Paulinho para a festa de Satildeo
Joatildeo Nesse negoacutecio de muacutesica natildeo tem branco Soacute tem preto Todos os discos
que eu conheccedilo satildeo pretos Nunca vi um disco branco O papel eacute branco e eacute
igualzinho o papel preto chamado carbono que escreve embaixo tudo o que a
gente escreve em cima A noite eacute preta mas o dia natildeo eacute branco O dia eacute azul
Entatildeo o preto da noite eacute soacute da noite Natildeo eacute igual nem eacute diferente de nada O leite
eacute branco e o cafeacute eacute preto De cafeacute eu natildeo gosto Tambeacutem natildeo gosto de leite
quando ele estaacute branco Prefiro misturar com chocolate E aiacute o leite fica marrom
Marrom como a minha amiga Patriacutecia Outro dia me disseram que a Patriacutecia eacute
negra mas ela eacute marrom Eu estou com raiva dela porque ela tirou uma nota
melhor do que eu na prova de matemaacutetica Mas eu natildeo quero ser diferente dela
Vou estudar bastante Na proacutexima prova eu e ela vamos ficar iguaisrdquo
BANDEIRA Pedro A redaccedilatildeo da Maria Claudia in Grupo de trabalho para assuntos afro-
brasileiros Salve o 13 de maio Satildeo Paulo SE 1988 p7
Refletindo sobre o texto
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Analisar o texto e responder as questotildees abaixo
11 Na redaccedilatildeo de Maria Claudia o que satildeo mais importantes as coisas brancas
as coisas negras ou a mistura das coisas
12 ldquoO papel eacute branco e eacute igualzinho o papel preto chamado carbono que escreve
embaixo tudo o que a gente escreve em cimardquo Comparando a Histoacuteria com o
papel branco e o carbono seraacute que por detraacutes de toda a histoacuteria dos brancos natildeo
existe tambeacutem uma histoacuteria de negros Seraacute que a histoacuteria do negro eacute igual agrave do
branco
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 18
13 Pela redaccedilatildeo de Maria Claudia o negro eacute inferior ao branco Vocecirc concorda
com Maria Claudia
14 Como vocecirc se relaciona com seus amigos negros
Formando crianccedilas livres de preconceitos
Sugestatildeo de atividades para o(a) professor(a)
ATENCcedilAtildeO A PARTIR DESTE MOMENTO
TRANSCREVEMOS O TEXTO DE UM BLOG COM
ALGUMAS ADAPTACcedilOtildeES DE DIAGRAMACcedilAtildeO
Construir Notiacutecias por Moacir Pereira Juacutenior (httpserinteiroblogspotcomsearchlabelEducaC3A7C3A3o)
As crianccedilas natildeo satildeo naturalmente preconceituosas Elas aprendem a ser com os adultos Aproveite essa fase essencial da vida de todo ser humano que eacute a infacircncia e valorize sentimentos e valores positivos que esses pequenos e especiais seres trazem em sirdquo Educaccedilatildeo Infantil e dos 1ordm 2ordm e 3ordm anos do Ensino Fundamental Sugiro duas formas de iniciar o projeto uma para alunos que ainda natildeo dominam a escrita e outra para alunos com domiacutenio da escrita Realizando o projeto com crianccedilas da Educaccedilatildeo Infantil e dos 1ordm 2ordm e 3ordm anos do Ensino Fundamental pode-se comeccedilar a trabalhar o tema fazendo uma dinacircmica
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 19
1- Dinacircmica das flores leve flores de diferentes cores e formas para a classe e deixe que cada aluno escolha uma Depois pergunte o que chamou a atenccedilatildeo deles para escolher aquela flor Peccedila-lhes que percebam as diferentes cores o perfume a textura as diferentes formas Chame sua atenccedilatildeo para o fato de as flores serem diferentes e nem por isso menos belas e apreciadas Em seguida peccedila que olhem uns para os outros Assim como as flores cada um eacute diferente mas natildeo menos importante Muitas coisas variam cor e tipo de cabelo formato e cor dos olhos tamanho do nariz altura cor da pele etc
2- Dinacircmica das cores leve um aparelho de som para a classe e coloque uma muacutesica suave Espalhe vaacuterios laacutepis ou gizes de cera de vaacuterias cores sobre a mesa e peccedila para as crianccedilas escolherem a cor que mais lhes agrada Haveraacute cores iguais e cores diferentes Converse com elas sobre como seria o mundo se tudo fosse de uma soacute cor mdash azul por exemplo E se tudo fosse amarelo Ou vermelho Seraacute que elas comeriam uma banana azul Ou um morango cinza Sim Natildeo Por quecirc Pode-se debater se eacute bom haver cores diferentes e o porquecirc Depois peccedila que olhem uns para os outros Assim como as cores cada um eacute diferente Muitas coisas variam cor e tipo de cabelo formato e cor dos olhos tamanho do nariz altura cor da pele Pergunte que cor de laacutepis ou giz eacute mais parecido com a cor da pele de cada um (Caso algum aluno diga que sua cor eacute ldquofeiardquo procure fazecirc-lo se sentir valorizado Esse momento seraacute propiacutecio para melhorar a autoestima dessa crianccedila)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 20
Dinacircmicas para os Proacuteximos Anos do Ensino Fundamental Comeccedilando com jovens do 4ordm e 5ordm anos do Ensino Fundamental o projeto eacute basicamente trocar ideacuteias debater e discutir para se chegar a uma mudanccedila de atitude
1- Discutindo preconceito de gecircnerosexismo
2- Discutindo as diferenccedilas (porte de deficiecircncia obesidade etc)
3- Discutindo preconceito racial e eacutetnico
1- Discutindo preconceito de gecircnerosexismo Questione os alunos ldquoMenino brinca de bonecardquo Peccedila previamente aos alunos para trazerem de casa figuras de diversos profissionais Sente-se em roda com eles e analise as figuras Que profissotildees satildeo mais retratadas Essas profissotildees estatildeo mais ligadas a homens ou a mulheres Haacute profissotildees predominantemente masculinas ou femininas Por quecirc Faccedila cartazes com frases comumente ouvidas como por exemplo ldquoMenino natildeo chorardquo ldquoEsta brincadeira natildeo eacute para meninasrdquo ldquoMenino natildeo usa cor-de-rosardquo ldquoMenina eacute mais fraacutegil que meninordquo ldquoMenina natildeo senta de perna abertardquo ldquoMenino natildeo deve danccedilar baleacuterdquo etc Mostre os cartazes aos alunos e pergunte que outras frases eles jaacute ouviram Questione por que dizem que meninos e meninas natildeo podem fazer tais coisas Quem determinou isso Se possiacutevel traga gravuras que mostrem o contraacuterio do que estaacute escrito nos cartazes Peccedila que as crianccedilas levem histoacuterias em quadrinhos para a sala de aula (Turma da Mocircnica Walt Disney etc) Leia as histoacuterias com eles e chame sua atenccedilatildeo para o papel que eacute reservado agraves meninas (Satildeo sempre as fofoqueiras Satildeo choronas Satildeo consideradas fraacutegeis) E os meninos como satildeo retratados (ativos liacutederes espertos) Leia com eles alguns contos de fadas e analise o papel das mulheres (princesas esperando serem salvas cuja realizaccedilatildeo eacute casar e ser feliz para sempre) Peccedila-lhes que reescrevam um conto de fadas invertendo os papeacuteis masculinos e femininos Se possiacutevel dramatize o novo conto de fadas com a inversatildeo de papeacuteis
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 21
httpcaixinhadecoresblogspotcom200810meninos-e-bonecas-por-que-nohtml
2- Discutindo as diferenccedilas (porte de deficiecircncia obesidade etc) Alunos portadores de deficiecircncia (fiacutesica ou mental) alunos obesos de baixa estatura ou que usam oacuteculos enfim que possuem caracteriacutesticas fiacutesicas que chamam a atenccedilatildeo tambeacutem costumam sofrer algum tipo de discriminaccedilatildeo e comumente satildeo alvo de piadas e comentaacuterios geralmente ofensivos por parte dos colegas e de alguns adultos Veja abaixo algumas atividades para trabalhar esse tema bull Montar um mural com personalidades que apresentem caracteriacutesticas fiacutesicas que fogem aos padrotildees e questionar o conceito de feio e bonito bull Promover a leitura de livros que abordem agrave temaacutetica do preconceito bull Fazer dramatizaccedilatildeo dos livros lidos bull Organizar a turma em grupos e encarregar cada um de elaborar uma histoacuteria sobre uma crianccedila com uma caracteriacutestica fiacutesica ou mental especial Terminadas as histoacuterias organizaacute-las em um livro e se possiacutevel providenciar uma coacutepia para cada aluno bull Montar na sala de aula um mural onde a crianccedila possa desabafar Se durante o dia algueacutem disser algo que a ofenda ou magoe ela escreve o que aconteceu e quem foi o autor e deixa ali uma mensagem de desagravo para o ofensor Acompanhe o teor do que aparece escrito e converse com os conflitantes Esse tipo de atitude poderaacute ajudar caso vocecirc tenha alunos comumente alvo de discriminaccedilatildeo (seja por raccedila cor tamanho porte de alguma deficiecircncia etc)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 22
3- Discutindo preconceito racial e eacutetnico Peccedila que cada aluno monte a sua histoacuteria (e a da famiacutelia) falando do brinquedo preferido da comida de que mais gosta da famiacutelia etc Monte um livro com todas as histoacuterias dos alunos e pergunte ldquoComo seria o mundo se todos fossem iguaisrdquo Confecccedilatildeo de bonecos eacute raro encontrar no mercado bonecas negras orientais e indiacutegenas o que contribui para reforccedilar a exclusatildeo das crianccedilas desses grupos Se houver possibilidade envolva matildees pais parentes das crianccedilas e confeccionem juntos marionetes e bonecos que representem pessoas negras Evite estereoacutetipos (por exemplo negros sempre pobres ou sempre jogadores de futebol) Monte com as crianccedilas um teatrinho em que haja personagens brancas negras e amarelas em papeacuteis de igual valor (evite dar sempre os papeacuteis de destaque para alunos brancos) Monte um mural com os personagens preferidos das crianccedilas Verifique se haacute algum negro ou oriental Crie com os alunos personagens de diferentes etnias e envolva as crianccedilas na elaboraccedilatildeo de uma histoacuteria em quadrinhos (HQ) Aproveite o momento para trabalhar com a turma os diferentes povos que formaram a atual populaccedilatildeo brasileira Qual a ascendecircncia de cada um Divida a classe em grupos e encarregue cada um de pesquisar um povo e sua contribuiccedilatildeo para a formaccedilatildeo da cultura brasileira na liacutengua na alimentaccedilatildeo nos costumes etc Depois de estudar os diferentes povos que colonizaram o Brasil e contribuiacuteram para a formaccedilatildeo do povo brasileiro monte com as crianccedilas uma feira das naccedilotildees Cada grupo pode usar trajes tiacutepicos fazer performances cantar enfim o que a sua criatividade sugerir Se possiacutevel envolva toda a comunidade escolar nessa feira abrindo-a para a participaccedilatildeo dos pais in Construir Notiacutecias por Moacir Pereira Juacutenior (httpserinteiroblogspotcomsearchlabelEducaC3A7C3A3o)
ATENCcedilAtildeO A PARTIR DESTE MOMENTO NAtildeO
MAIS TRANSCREVEMOS O BLOG
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 23
Trabalhando com muacutesica
ldquoA muacutesica eacute uma forccedila geradora de vida uma energia que
envolve o nosso ser inteiro atuando de forma poderosa sobre
o nosso corpo mente e coraccedilatildeo Aleacutem de alegrar unir e
consagrar mensagens e valores disciplinar e socializar a
muacutesica forma o caraacuteter e favorece o desenvolvimento integral
da personalidade o equiliacutebrio emocional e socialrdquo (profordf
compositora e regente Miacuteria Therezinha Kolling)
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Fazer leitura da letra da muacutesica
2-Procurar no dicionaacuterio o significado das palavras
3-Ouvir a muacutesica de Caetano Veloso
4-Cantar a muacutesica
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1-Fazer anaacutelise da muacutesica junto com os alunos
2-Fazer comentaacuterios sobre a muacutesica
3- Escrever um texto coletivo com os alunos sobre o tema ldquoNavio Negreirordquo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 24
O Navio Negreiro
Caetano Veloso
Composiccedilatildeo Castro Alves
O Navio Negreiro
Estamos em pleno mar
Era um sonho dantesco o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho
Em sangue a se banhar
Tinir de ferros estalar do accediloite
Legiotildees de homens negros como a noite
Horrendos a danccedilar
Negras mulheres suspendendo agraves tetas
Magras crianccedilas cujas bocas pretas
Rega o sangue das matildees
Outras moccedilas mas nuas espantadas
No turbilhatildeo de espectros arrastados
Em acircnsia e maacutegoa vatildes
E ri-se a orquestra irocircnica estridente
E da ronda fantaacutestica a serpente
Faz doudas espirais
Se o velho arqueja se no chatildeo resvala
Ouvem-se gritos o chicote estala
E voam mais e mais
Presa dos elos de uma soacute cadeia
A multidatildeo faminta cambaleia
E chora e danccedila ali
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 25
Um de raiva delira outro enlouquece
Outro que de martiacuterios embrutece
Cantando geme e ri
No entanto o capitatildeo manda a manobra
E apoacutes fitando o ceacuteu que se desdobra
Tatildeo puro sobre o mar
Diz do fumo entre os densos nevoeiros
Vibrai rijo o chicote marinheiros
Fazei-os mais danccedilar
E ri-se a orquestra irocircnica estridente
E da ronda fantaacutestica a serpente
Faz doudas espirais
Qual num sonho dantesco as sombras voam
Gritos ais maldiccedilotildees preces ressoam
E ri-se Satanaz
Senhor Deus dos desgraccedilados
Dizei-me voacutes Senhor Deus
Se eacute loucura se eacute verdade
Tanto horror perante os ceacuteus
Oacute mar por que natildeo apagas
Coa esponja de tuas vagas
De teu manto este borratildeo
Astros noite tempestades
Rolai das imensidades
Varrei os mares tufatildeo
Quem satildeo estes desgraccedilados
Que natildeo encontram em voacutes
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fuacuteria do algoz
Quem satildeo Se a estrela se cala
Se a vaga agrave pressa resvala
Como um cuacutemplice fugaz
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 26
Perante a noite confusa
Dize-o tu severa musa
Musa libeacuterrima audaz
Satildeo os filhos do deserto
Onde a terra esposa a luz
Onde voa em campo aberto
A tribo dos homens nus
Satildeo os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidatildeo
Homens simples fortes bravos
Hoje miacuteseros escravos
Sem ar sem luz sem razatildeo
Satildeo mulheres desgraccediladas
Como Agar o foi tambeacutem
Que sedentas alquebradas
De longe bem longe vecircm
Trazendo com tiacutebios passos
Filhos e algemas nos braccedilos
Nalma laacutegrimas e fel
Como Agar sofrendo tanto
Que nem o leite do pranto
Tecircm que dar para Ismael
Laacute nas areias infindas
Das palmeiras no paiacutes
Nasceram crianccedilas lindas
Viveram moccedilas gentis
Passa um dia a caravana
Quando a virgem na cabana
Cisma das noites nos veacuteus
Adeus oacute choccedila do monte
Adeus palmeiras da fonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 27
Adeus amores adeus
Senhor Deus dos desgraccedilados
Dizei-me voacutes Senhor Deus
Se eu deliro ou se eacute verdade
Tanto horror perante os ceacuteus
Oacute mar por que natildeo apagas
Coa esponja de tuas vagas
De teu manto este borratildeo
Astros noite tempestades
Rolai das imensidades
Varrei os mares tufatildeo
E existe um povo que a bandeira empresta
Pra cobrir tanta infacircmia e cobardia
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria
Meu Deus meu Deus mas que bandeira eacute esta
Que impudente na gaacutevea tripudia
Silecircncio Musa chora chora tanto
Que o pavilhatildeo se lave no seu pranto
Auriverde pendatildeo de minha terra
Que a brisa do Brasil beija e balanccedila
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperanccedila
Tu que da liberdade apoacutes a guerra
Foste hasteado dos heroacuteis na lanccedila
Antes te houvessem roto na batalha
Que servires a um povo de mortalha
Fatalidade atroz que a mente esmaga
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu na vaga
Como um iacuteris no peacutelago profundo
Mas eacute infacircmia demais
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 28
Da eteacuterea plaga
Levantai-vos heroacuteis do Novo Mundo
Andrada arranca este pendatildeo dos ares
Colombo fecha a porta de teus mares
(endereccedilo do viacutedeo para assistir clip da muacutesica)
(httpwwwyoutubecomwatchv=1Osbp0IMYRM)
Trabalhando com poema
Terra roxa e outras terras- Revista de Estudos Literaacuterios
Ana Claudia Duarte Mendes (UEMSUEL)
A literatura do poema ldquoVozes de Mulheresrdquo de Conceiccedilatildeo Evaristo a partir de
uma perspectiva de construccedilatildeo da memoacuteria possibilita-nos observar a existecircncia
de uma literatura adjetivada afro-brasileira A poesia analisada estaacute inserida em
um contexto no qual o poeta assume o ponto de vista negro Ao narrar a trajetoacuteria
de mulheres negras preservada na memoacuteria coletiva revela a ancestralidade que
se projeta no presente e prepara o futuro
O poema pertence a um tempo e lugar histoacuterico no mesmo instante transcende
essa condiccedilatildeo supera-a ldquoO poema eacute tempo arquetiacutepico e por secirc-lo eacute tempo que
se encarna na experiecircncia concreta de um povo um grupo ou uma seitardquo (Paz
1972 54) A contradiccedilatildeo ndash essecircncia do poema- que ao se encarnar revela-se
histoacuterico ao mesmo tempo em que eacute presente a cada nova leitura atualiza-se e
se projeta enquanto futuro Ao poeta eacute impossiacutevel fugir da histoacuteria mesmo quando
compotildee algo completamente diverso desta pois suas palavras satildeo sociais e
histoacutericas A revelaccedilatildeo poeacutetica consagra a experiecircncia humana (Paz 1972 55)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 29
por ser a poesia imagem A palavra poeacutetica ao se compor enquanto imagem
conforma o isto e o aquilo no mesmo instante Diz o indiziacutevel
O poeta consagra sempre umas experiecircncias histoacutericas que pode ser pessoal
sociais ou ambas as coisas ao mesmo tempo Mas ao falar-nos de todos estes
sucessos sentimentos experiecircncias e pessoas o poeta nos fala de outra coisado
que estaacute fazendo diante de noacutes e em noacutes E mais ainda leva-nos a repetir a
recriar seu poema a nomear aquilo que nomeia e ao fazecirc-lo revela-nos o que
somos (Paz 1972 57)
Como o poema surge na construccedilatildeo a partir da memoacuteria nos atrevemos a
dialogar com a obra de Gizecirclda Melo do nascimento Feitio de viver memoacuterias de
descendentes de escravos de 2006 O livro registra e interpreta a narrativa de
mulheres negras fortes e determinadas a contarem suas trajetoacuterias memoacuterias
individuais e coletivas O olhar para o presente na esperanccedila do futuro sem
alijarem-se do passado ancestral Esta perspectiva nos permitiraacute iluminar o
poema siacutentese do vivido
Vozes-Mulheres de Conceiccedilatildeo Evaristo
A voz da minha bisavoacute ecoou
crianccedila
nos porotildees do navio
Ecoou lamentos
de uma infacircncia perdida
A voz de minha avoacute
ecoou obediecircncia
aos brancos-donos de tudo
A voz de minha matildee
ecoou baixinho revolta
no fundo das cozinhas alheias
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 30
debaixo das trouxas
roupagens sujas dos brancos
pelo caminho empoeirado
rumo agrave favela
A minha voz ainda
ecoa versos perplexos
com rimas de sangue
e
fome
A voz de minha filha
recolhe todas as nossas vozes
recolhe em si
as vozes mudas caladas
engasgadas nas gargantas
A voz de minha filha
recolhe em si
a fala e o ato
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1- Comente a partir do seu proacuteprio olhar o poema da referida autora O
comentaacuterio pode ser tanto teacutecnico (observacircncia da estrutura do poema) quanto
conteudiacutestico (como vocecirc avalia o poema a partir de suas impressotildees pessoais)(A
obra de Conceiccedilatildeo Evaristo eacute facilmente encontrada na Internet) Trabalhar com
os alunos outros poemas
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 31
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno(a)
1- Analisar o poema e reescrever em cada
verso seu significado
A voz de minha bisavoacute
A voz de minha avoacute
A voz de minha matildee
A minha voz
A voz da minha filha
2- Fazer comentaacuterios sobre o poema em sala
de aula professor (a) e alunos
3- Ilustrar o poema usando sua
criatividade
4-Com os desenhos prontos formar grupos
com trecircs alunos e criar uma histoacuteria em
quadrinhos sobre o que entendeu do poema
estudado
A escola e os educandos precisam se organizar para demonstrar a
importacircncia da pluralidade racial na sociedade A fim de contemplar discussotildees
sobre a diversidade racial discutir os problemas sociais Para possibilitar que os
educandos construam suas proacuteprias ideacuteias e entendimento sobre o outro que lhe eacute
diferente O preconceito no cotidiano escolar tem que ser combatido Eacute necessaacuterio
que todos digam natildeo ao preconceito racial Os agentes transformadores da
educaccedilatildeo precisam unir forccedilas para promover o respeito muacutetuo e a possibilidade
de conversar sobre diferenccedilas sem melindres e sem preconceitos Na educaccedilatildeo
infantil tempo dos primeiros passos da vida social da crianccedila eacute importante
possibilitar atitudes positivas estimular o contanto com a esteacutetica e pelo
imaginaacuterio afro e afrodescendente Trazer a verdadeira histoacuteria do negro africano
no Brasil para romper com as barreiras dos preconceitos (Perrucci 1999 p 7)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 32
httpwwwwebartigoscomarticles380941INCLUSAO-NO-TRIBUNAL-DE-JUSTICApagina1html
Trabalhando com imagens
Sugestatildeo de atividades para o aluno
1 Ver as figuras abaixo e responder as questotildees
2 Vocecirc acha que existe preconceito entre essas crianccedilas Justifique
3 A crianccedila jaacute nasce com preconceito Comente
4 Como a crianccedila adquire o preconceito
5 Vocecirc como adolescente jaacute sofreu preconceito Em que fase de sua vida
Comente
Sites das imagens
almazendemensagensblogspotcom uniblogcombr
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 33
agenciaaldensblogspotcom sociologiacienciaevidauolcombr
Trabalhando com viacutedeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1 Assistir o viacutedeo Analisar as imagens e o depoimento
2 Promover um debate sobre o viacutedeo junto com os alunos
Por uma infacircncia sem racismo ver
wwwyoutubecomwatchv=_aPYuKiKFMg
1 Assistir o viacutedeo Analisar os depoimentos reais das pessoas
2 Vocecirc concorda com esses depoimentos Justifique
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 34
Onde vocecirc guarda o seu racismo ver
httpwwwyoutubecomwatchv=ojg07xOt8CY
Trabalhando com entrevista
Histoacuteria Oral - Como fazer uma entrevista
A pesquisa histoacuterica natildeo se baseia apenas em documentos escritos ou imagens mas
tambeacutem na narraccedilatildeo de fatos por parte das pessoas que presenciaram ou que tecircm
maior conhecimento dos mesmos Neste caso outra ferramenta pode ser utilizada
pelo pesquisador para adquirir novas informaccedilotildees acerca do objeto de estudo
Trata-se da entrevista um recurso da Histoacuteria Oral
Na Histoacuteria Oral podem-se fazer duas divisotildees em se tratando de relatos segundo o
historiador Gwyn Prins Existe uma tradiccedilatildeo Oral - a qual representa um
testemunho oral transmitido de uma geraccedilatildeo para a seguinte ou as demais -
Existe tambeacutem uma Reminiscecircncia Pessoal Evidecircncia oral especiacutefica das
experiecircncias de vida do informante (Wikipedia 2007)
Segundo Olga Rodrigues de Moraes Von Simson do Centro de Memoacuteria da
Unicamp a Histoacuteria Oral possibilita que indiviacuteduos pertencentes a categorias
sociais geralmente excluiacutedas da histoacuteria oficial possam ser ouvidos - deixando
registradas para anaacutelises futuras sua proacutepria visatildeo de mundo e aquela do grupo
social ao qual pertencem Apesar de ser um meacutetodo praacutetico e cada vez mais usado
a entrevista apresenta algumas deficiecircncias mas que podem de certa forma serem
superadas o entrevistado pode ter uma falha de memoacuteria pode criar uma
trajetoacuteria artificial se autocelebrar fantasiar omitir ou mesmo mentir O que
poderia ser percebido como um problema acaba se transformando em um recurso
uma vez que o proacuteprio entrevistador no ato de produccedilatildeo da narrativa histoacuterica natildeo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 35
deixa de produzir uma versatildeo do que entendeu ter acontecido Mesmo quando o
pesquisador tenha certeza de que o entrevistado esteja mentido conscientemente
cabe a ele entrevistador tentar entender as razotildees da mentira ou seja quais os
motivos que estatildeo levando a pessoa a mentir podendo ser aplicado o mesmo no
caso da ilusatildeo biograacutefica quando o indiviacuteduo faz uma produccedilatildeo artificial de si
mesmo No caso de esquecimento para ajudar suprir essa falha podem-se usar os
chamados apoios de memoacuteria como fotografias objetos e outras coisas que
possam ajudar o entrevistado a se recordar melhor dos fatos em pesquisa (op
cit)
Se formos analisar a credibilidade dos recursos de pesquisa histoacuterica sejam
documentos ou oralidade iremos nos deparar sempre com a interpretaccedilatildeo ou a
criacutetica pessoal de quem o fez cabendo ao pesquisador saber aproveitar as
informaccedilotildees que lhe conveacutem e criar suas proacuteprias consideraccedilotildees nenhum
documento pode nos dizer mais do que aquilo que o autor pensava ndash o que ele
pensava que havia acontecido queria que os outros pensassem que ele pensava ou
mesmo apenas o que ele proacuteprio pensava pensar Nada disso significa alguma
coisa ateacute que o historiador trabalhe sobre esse material e decifre-o eacute o que
comenta Edward Hallet Carr citado no site Wikipedia
A entrevista possibilita um contato direto com o atorautor da Histoacuteria Esse
envolvimento pode resultar num trabalho dinacircmico abrangente e ateacute mais realista
trazendo assim o passado para o presente
Agora vejamos os passos baacutesicos para realizar uma boa entrevista
COMO FAZER UMA ENTREVISTA
1 Preparar antes da entrevista um roteiro com alguns dos assuntos
importantes a abordar Ao partir para a entrevista eacute fundamental saber
o que vamos perguntar
2 Conversar com o entrevistado sobre nossos objetivos e descobrir se
realmente deseja colaborar conosco Natildeo se obriga ningueacutem a ser
entrevistado
3 Escolher local e hora apropriados para que a entrevista se decirc sem
interrupccedilotildees Num ambiente ou momento onde entrevistado ou
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 36
entrevistador estejam com pressa torna-se impossiacutevel agrave realizaccedilatildeo da
entrevista
4 Em lugar de apenas anotar o que o entrevistado diz eacute melhor e mais
adequado se possiacutevel levar um gravador para ficar tudo registrado de
tal forma que natildeo se perca parte alguma daquilo que o entrevistado
disse
5 A entrevista natildeo deve ser interrogatoacuterio e sim diaacutelogo
6 O entrevistador deve respeitar as opiniotildees do entrevistado mesmo
quando natildeo concordar com elas
7 O entrevistador deve dar oportunidade para que o entrevistado fale
tudo o que desejar no tempo que quiser
8 Nunca fazer nova pergunta enquanto o entrevistado ainda natildeo tiver
terminado de expor seu pensamento em relaccedilatildeo agrave pergunta anterior
Natildeo interromper desnecessariamente a fala do outro
professor-josimarblogspotcom200908historia-oral
REFEREcircNCIAS
SIMSON Olga Rodrigues de Moraes Von O que eacute Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
wwwcentrodememoriaunicampbrlahoindexhtm Acesso em 23 mai 2007
WIKIPEDIA Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
httpptwikipediaorgwikiHistAtildesup3ria_OralsearchInputsearchInput Acesso
em 23 mai 2007
httpwwwfeunbbrpieComo20fazer20uma20entrevistahtm
Professor Josimar Pais de Almeida
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 37
Sugestatildeo de Roteiro para realizar a entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistador
Nome do entrevistador
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Onde trabalha
Data local da entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistado
Nome
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Questionamento
Onde trabalha
Grau de escolaridade
Religiatildeo que frequumlenta
Tempo que mora na cidade de Rolacircndia
De onde veio sua famiacutelia
Vocecirc gosta de morar aqui
Porque vieram morar aqui
Do que sente saudades
Como era essa cidade quando vocecirc chegou aqui
Como vocecirc considera essa cidade hoje
Fale como era o lazer quando vocecirc era adolescente Como eacute seu lazer hoje
Fale sobre o namoro de antigamente As pessoas tinham um lugar para ldquopaquerarrdquo
Qual era a principal alimentaccedilatildeo das pessoas
Havia violecircncia Como era
Como eram as escolas Usava-se uniforme
Como eram as roupas Onde as comprava ou quem as confeccionava
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 38
Como era a educaccedilatildeo dos filhos
Havia igrejas Frequentava alguma no passado E hoje
O que era cultivado nas lavouras
Muitas pessoas moravam na zona rural
Como eram as habitaccedilotildees
Vocecirc se sente discriminado
O que vocecirc acha da escravidatildeo na eacutepoca da colonizaccedilatildeo do Brasil
Hoje ainda existe escravidatildeo
A fotografia na construccedilatildeo do material didaacutetico
Paulo Freire na ldquopedagogia do oprimidordquo pregava a liberdade atraveacutes da educaccedilatildeo e para
isso educava a partir de estiacutemulos retirados do cotidiano dos alunos aumentando
gradativamente o inverso dos mesmos Os estiacutemulos servem portanto como forma de
despertar a criatividade e o intelecto dos alunos Levando-se em consideraccedilatildeo que a
percepccedilatildeo visual eacute a forma mais objetiva de interaccedilatildeo do homem com o meio que o cerca
os estiacutemulos visuais atendem perfeitamente aos objetivos da educaccedilatildeo Antes mesmo da
escrita as comunicaccedilotildees visuais valendo-se de percepccedilatildeo visual ajuda a escrever a histoacuteria
da humanidade Associando-se aos seus conhecimentos o homem absorve a imagem
processa-a e retira dela suas proacuteprias conclusotildees A imagem dinacircmica ou estaacutetica eacute
portanto uma forma contumaz na divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo quer seja ela educacional
cientifica ou cultural difundindo conhecimentos desenvolvendo ideacuteias e formando
opiniotildees Jaacute em 1888 George Eastman referindo-se agrave fotografia afirmava ldquouma imagem
vale mais que mil palavrasrdquo e desde entatildeo a imagem fotograacutefica estaacute cada vez mais
presente no processo ensino aprendizagem de forma cada vez mais interativa A fotografia
e a questatildeo ambiental estatildeo relacionadas desde sua descoberta em1826 No inicio o
objetivo da fotografia era fazer um registro fiel da natureza Nas suas atividades os
cientistas utilizam cada vez mais a fotografia como instrumentaccedilatildeo de pesquisa registro de
dados apoio didaacutetico e principalmente na divulgaccedilatildeo dos resultados cientiacuteficos
introduzindo o conceito da fotografia cientiacutefica A fotografia eacute uma forma objetiva de
suporte para o ensino e a pesquisa eacute uma forma objetiva de documentaccedilatildeo ela tem o poder
de capturar nuances que muitas vezes passam despercebidas ao olho nu e isso aumenta o
aspecto de observaccedilatildeo do pesquisador A fotografia cientiacutefica tem que retratar o real
aparente a imagem como um instrumento de uma memoacuteria documental da realidade
Muitas vezes diante da dificuldade de deslocamento os professores lanccedilam matildeo da
fotografia para exemplificar e fixar conceitos educacionais tirando-os do imaginaacuterio e
trazendo para suas aulas de forma mais concreta wwwabedorgbrcongresso2007tc552007125857PMpdf
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 39
Trabalhando com fotografias e Histoacuteria Local
FIGURA 1
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 40
FIGURA 2
httpjornalrolandianetblogspotcom201105familia-farina-fotografando-rolandiahtml
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 41
FIGURA 3
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
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FIGURA 4
httpwwwpanoramiocomphoto9865842
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FIGURAS 5 E 6
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 44
FIGURA 7
httpwwwgooglecombrimgresq=FOTOS+ESCOLA+PADRE+JOSE+HERIONS+ROLANDIA
LEMBRETE AO (Agrave) PROFESSOR (A) Nossa proposta significa trabalhar com FONTE DOCUMENTAL As respostas das entrevistas consistem tambeacutem em FONTES DOCUMENTIAS E como tal devem ser interpretadas em sala de aula Qualquer material como fotos muacutesicas poemas imagens etc devem ser tratadas como FONTES u seja pergunta-se a estas QUEM FEZ QUANDO ONDE PARA QUEM POR QUEcirc OQUE QUER COMUNICAR E todos estes materiais necessitam de referecircncia como qualquer texto livro reportagem etc
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 45
Sugestatildeo de atividades para o aluno
Analise as fotografias (1-2-3-4-5-6-7) o Vocecirc conhece esses lugares que estatildeo representados nas fotos o Qual lugar da foto estaacute localizado mais perto de sua casa o Quais fotos representam lugar de lazer o Vendo as fotos onde podemos fazer nossas reflexotildees o O que estaacute na foto que incomoda a comunidade o Vocecirc conhece algumas pessoas das fotos Escreva os nomes das mesmas o Com qual foto vocecirc mais se identificou Justifique sua resposta o Escreva uma frase para cada fotografia o Essas fotos fazem parte da Histoacuteria de Rolacircndia Faccedila comentaacuterios
Sugestatildeo de atividades para o professor
1-Trabalhe com fotografias o Peccedila para seu aluno trazer fotos antigas da famiacutelia da comunidade etc o Faccedila perguntas para obter respostas o Dar oportunidade para um debate sobre as fotos trazidas pelos alunos o Formar grupo com trecircs alunos para eles escreverem sobre as fotos o Colocar em cartazes os resultados obtidos natildeo esquecer de registrar a eacutepoca e
lugar em que foi tirada a foto o Expor na escola para que outros alunos possam ler e analisar os trabalhos
realizados
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 46
Referecircncia bibliograacutefica do texto explicativo
BAUMAN Z Modernidade e ambivalecircncia Rio de Janeiro Jorge Zahar 1999
CAVALLEIRO E S Do silecircncio do lar ao silecircncio escolar racismo preconceito e discriminaccedilatildeo na educaccedilatildeo infantil 4 ed Satildeo Paulo Contexto 2005
FERREIRA Ricardo Franklin O brasileiro o racismo silencioso e a identidade afro-descendente Psicologia e Sociedade Belo Horizonte v 14 n 1 p 69-86 janjun 2002
FIGUEIREDO Luis Claudio Mendonccedila Revisitando as psicologias da epistemologia agrave eacutetica das praacuteticas e discursos psicoloacutegicos 3 ed Petroacutepolis Vozes 2004
FREITAS Patriacutecia de Sobre a Lei 10639 o ensino de histoacuteria e a cultura afro-brasileira OPSIS Catalatildeo v 10 n 1 p15-28 janjun 2010
GONCcedilALVES Rita de Caacutessia LISBOATeresa Kleba Sobre o meacutetodo de Histoacuteria oral em sua modalidade trajetoacuteria de vida Revista Kataacutel Florianoacutepolis v 10 n especial p 83-92 2007
REIS Faacutetima A implementaccedilatildeo da Lei 1063903 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwwebartigoscomarticles39841A-Implementacao-Da-Lei-1063903pagina1htmlgt Acesso em 20 abr 2011
RODRIGUES N Os africanos no Brasil 5 ed Satildeo Paulo Nacional 1977
SCHMIDT Maria auxiliadora CAINELLI Marlene Ensinar histoacuteria Satildeo Paulo Scipione 2004
- Paacutegina em branco
-
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 2
GELZA MARIA GIULIANGELI BROGIATO
UNIDADE TEMAacuteTICA DE HISTOacuteRIA
O ENSINO APRENDIZAGEM E A MELHORIA DE QUALIDADE DO ENSINO DE HISTOacuteRIA NA
ESCOLA
LONDRINA 2011
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 3
SUMAacuteRIO
DADOS DE IDENTIFICACcedilAtildeO 5
APRESENTACcedilAtildeO 7 ESTRATEacuteGIA DE ACcedilAtildeO 8
Conhecimento Preacutevio Construccedilatildeo do conhecimento histoacuterico 8
Sugestatildeo de atividades para o(a) aluno(a) 8
Construccedilatildeo da entrevista 10
Sugestatildeo de atividades para o(a) aluno(a) 10
Condutas a serem consideradas no trabalho de campo (antes e durante a entrevista) 10
No processamento e interpretaccedilatildeo 11
Fidelidade e zelo na transcriccedilatildeo na conferecircncia e na anaacutelise das entrevistas 11
Na representaccedilatildeo dos resultados agrave comunidade 11
Construccedilatildeo de Conceitos 13
Sugestatildeo de atividade para o(a) aluno(a) 13
Para refletir pesquisar e responder em seu caderno 14
Sugestatildeo de atividades para o(a) professor(a) 14
Comportamento reflexivo pela natildeo-discriminaccedilatildeo 16
Sugestatildeo de atividades para o(a) aluno(a) 16
Sugestatildeo de atividades para o(a) professor (a) 16
Negros e brancos na redaccedilatildeo de Maria Claudia 16
Refletindo sobre o texto 17
Sugestatildeo de atividades para o(a) aluno(a) 17
Formando crianccedilas livres de preconceitos 18
Sugestatildeo de atividades para o(a) professor(a) 18
Trabalhando com muacutesica 23
Sugestatildeo de atividades para o(a) aluno(a) 23
1-Fazer leitura da letra da muacutesica 23
2-Procurar no dicionaacuterio o significado das palavras 23
3-Ouvir a muacutesica de Caetano Veloso 23
4-Cantar a muacutesica 23
Sugestatildeo de atividades para o(a) professor(a) 23
1-Fazer anaacutelise da muacutesica junto com os alunos 23
2-Fazer comentaacuterios sobre a muacutesica 23
3- Escrever um texto coletivo com os alunos sobre o tema ldquoNavio Negreirordquo 23
O Navio Negreiro 24
Caetano Veloso 24
Trabalhando com poema 28
Terra roxa e outras terras- Revista de Estudos Literaacuterios 28
Sugestatildeo de atividades para o(a) professor(a) 30
Sugestatildeo de atividades para o(a) aluno(a) 31
Trabalhando com imagens 32
Sugestatildeo de atividades para o aluno 32
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 4
Sites das imagens 32
Trabalhando com viacutedeo 33
Trabalhando com entrevista 34
Histoacuteria Oral - Como fazer uma entrevista 34
Sugestatildeo de Roteiro para realizar a entrevista 37 A Fotografia na Construccedilatildeo do Material Didaacutetico 38 Trabalhando com Fotografias e Histoacuteria Local 39 Figura 1 39 Figura 2 40 Figura 3 41 Figura 4 42 Figura 5 43 Figura 6 43 Figura 7 44 Lembrete ao(a) professor(a) 44
Sugestatildeo de atividades para o Aluno 45 Sugestatildeo de atividades para o(a) professor(a) 45
Referecircncia Bibliograacutefica do Texto Explicativo 46
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 5
DADOS DE IDENTIFICACcedilAtildeO
Professora Gelza Maria Giuliangeli Brogiato
Aacuterea PDE Histoacuteria
NRE Londrina
Professora orientadora Profordf Drordf Maacutercia Elisa Teteacute Ramos
IES vinculada Universidade Estadual de Londrina
Tiacutetulo da pesquisa A cultura do afrodescendente e sua trajetoacuteria de vida
compartilhar as diferenccedilas na comunidade escolar pelas entrevistas
Tema Narrativas dos afrodescendentes moradores no bairro Novo Horizonte na
cidade de Rolacircndia
Conteuacutedo estruturante O estudo de temas baseados em alguns autores que
tratam de pesquisas relacionadas ao racismo silencioso e a emancipaccedilatildeo do
afrodescendente utilizando a metodologia da Histoacuteria Oral por meio de
entrevistas que possam dar noccedilotildees sobre a Histoacuteria Local Tambeacutem se orienta
tomando com referencial autores que consideram a possibilidade de construccedilatildeo
do conhecimento histoacuterico escolar atraveacutes do uso de fontes histoacutericas
transformando-as em material duplo fonte histoacuterica e fonte didaacutetica
Objetivo Geral
Pretende-se fazer com que o aluno realize entrevistas com afrodescendentes
moradores da comunidade em que a escola estaacute inserida no sentido de interagir
com o grupo compreendendo elementos culturais do mesmo construindo
identidade e alteridade
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 6
Objetivos especiacuteficos
Destacar a cultura dos povos africanos para a cultura brasileira e outras
Fazer o aluno ver-se partiacutecipe do processo histoacuterico atraveacutes do
conhecimento sobre diversidade cultural
Despertar o respeito ao outro e a diversidade eacutetnico-racial e religiosa
Compartilhar as diferenccedilas dentro do universo escolar e na comunidade
Desmistificar a imagem da passividade do africano lembrando dos
ldquomovimentos sociaisrdquo por este empreendidos
Proporcionar ao aluno subsiacutedios para entender os procedimentos do
historiador para a escrita da histoacuteria para que possa ele tambeacutem escrever
histoacuteria ou melhor produzir conhecimento histoacuterico
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 7
APRESENTACcedilAtildeO
Apoacutes a promulgaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo de 1988 o Brasil busca
efetivar a condiccedilatildeo de um Estado democraacutetico direito com ecircnfase na cidadania e
dignidade da pessoa humana portanto ainda existe uma realidade de posturas
como preconceito racismo e discriminaccedilatildeo aos afrodescendentes que
historicamente enfrentam dificuldades para o acesso e permanecircncia nas escolas
A escola eacute comprometida com a promoccedilatildeo do ser humano na sua
integridade com objetivo de formaccedilatildeo de valores haacutebitos e comportamentos que
respeitam as diferenccedilas e caracteriacutesticas proacuteprias de grupos e minorias
Ao avaliar os dados que apontam desigualdades entre brancos e
negros na educaccedilatildeo constatam-se as necessidades de poliacuteticas especiacuteficas que
revertam o quadro Os movimentos sociais impulsionaram o Estado a realizar
mudanccedilas legislativas reconhecendo o problema da disparidade branco-negro em
nossa sociedade e a necessidade de intervir de forma positiva Assim em
compromisso de eliminar as desigualdades sociais o Governo Federal sancionou
em marccedilo de 2003 a lei 1063903-MEC que altera a LDB (Lei Diretrizes e Base)
e estabelece as diretrizes curriculares para a implementaccedilatildeo da mesma Essa lei
instituiu a obrigatoriedade do Ensino de Histoacuteria da Aacutefrica e dos africanos no
curriacuteculo escolar do Ensino Fundamental e Meacutedio Essa decisatildeo resgata
historicamente a cultura do negro na construccedilatildeo e formaccedilatildeo da sociedade
brasileira
Nesse contexto percebe-se a necessidade de se desenvolver um
trabalho focalizando diretamente a conscientizaccedilatildeo dos alunos sobre a
importacircncia da cultura afrodescendente na localidade em que ele vive ou seja o
negro fazendo parte do processo histoacuterico-social e pelas entrevistas resgatar a
memoacuteria dessa comunidade e ver o que ela pensa sobre a escravidatildeo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 8
ESTRATEacuteGIA DE ACcedilAtildeO
Segundo Schmidt e Cainelli (2004 p62) para se ensinar histoacuteria
eacute necessaacuterio respeitar o conhecimento do aluno sua histoacuteria de vida esse
conhecimento pode ser considerado como marco inicial e assimilador dando
significado ao ensino de histoacuteria Partindo de suas representaccedilotildees o aluno seraacute
capaz de efetivar suas proacuteprias ideacuteias sobre os objetos e fenocircmenos do mundo
social Eacute graccedilas a essas representaccedilotildees que o aluno pode interrogar o discurso do
professor os documentosoperar a seleccedilatildeo entre os conteuacutedos julgados
pertinentes validaacute-los ou refutaacute-los
Conhecimento Preacutevio Construccedilatildeo do conhecimento histoacuterico
Sugestatildeo de atividades para o(a) aluno(a)
1) Fazer um levantamento sobre os acontecimentos de sua vida desde seu
nascimento ateacute hoje Para isso pergunte para sua matildee ou responsaacutevel anote e
traga para a sala de aula
11) Fazer a linha do tempo e registrar dados importantes de sua vida
___________________________________________________
1998 2002 2006 2010 2011
2) Escrever sua histoacuteria de vida
3) Debate sobre os trabalhos realizados (atividades 1-2)
4) Como vocecirc se sentiu ao escrever sua histoacuteria de vida
5) Vocecirc tambeacutem faz parte da histoacuteria Justifique
Ainda em Schmidt e Cainelli a Histoacuteria Oral eacute uma metodologia de
pesquisa que se baseia em fontes orais que registram experiecircncias vividas o
depoimento de um indiviacuteduo ou de vaacuterios indiviacuteduos de uma mesma comunidade
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 9
O pesquisador deve orientar a pesquisa para buscar referecircncias objetivas sobre o
tema pesquisado a entrevista eacute a estrateacutegia mais comum na coleta de dados
pode ser captada com gravaccedilatildeo ou transcriccedilatildeo escrita Eacute importante haver
controle sobre o universo de amostras e o tipo de entrevista em nosso caso
usaremos a entrevista aberta o conhecimento da atitude do entrevistador do
lugar onde se faz a entrevista e o trabalho de anaacutelise e reflexatildeo sobre os
resultados O trabalho com oralidade no trabalho de histoacuteria precisa-se considerar
que a reflexatildeo acompanhe todo o processo
Pode se trabalhar os depoimentos pessoais com base na escolha de temas comuns consultados em diferentes fontes procurando explorar os conteuacutedos sem desvinculaacute-las das categorias mais ampla das estruturas social econocircmica e poliacutetica Eacute importante evitar o que Dosse chamou de ldquohistoacuteria em migalhasrdquo (Schmidt Cainelli 2004 p 127)
Para que a histoacuteria oral se torne significativa seraacute necessaacuterio
planejar cuidadosamente o trabalho a ser desenvolvido definir objetivos verificar
os recursos disponiacuteveis selecionar as estrateacutegias adotadas como entrevistar
pessoas da comunidade em que estaacute inserida Focando um tema desejado no
caso o afrodescendente e o resgate de sua cultura hoje Ao entrevistar pessoa da
comunidade para resgatar sua trajetoacuteria de vida em um determinado local
ampliamos o conhecimento para aleacutem dessa comunidade
Com elemento constitutivo da transposiccedilatildeo didaacutetica do saber histoacuterico para o saber escolar a histoacuteria local pode ser vista como estrateacutegia pedagoacutegica Trata-se de uma forma de abordar a aprendizagem a construccedilatildeo e a apreensatildeo do conhecimento histoacuterico com proposiccedilotildees que podem ser articuladas em interesses do aluno suas aproximaccedilotildees cognitivas suas experiecircncias culturais e com a possibilidade de desenvolver atividades diretamente vinculadas agrave vida cotidiana Com estrateacutegia de aprendizagem a histoacuteria local pode garantir uma melhor apropriaccedilatildeo do conhecimento histoacuterico baseado em recortes selecionados do conteuacutedo os quais seratildeo integrados no conjunto do conhecimento (VAZQUEZ apud Schmidt Cainelli 2004p113)
Na coleta e tratamento de entrevistas a memoacuteria eacute de fundamental
importacircncia para os historiadores e para outros profissionais porque por meio dela
ldquolemosrdquo periacuteodos histoacutericos chegamos a determinados sujeitos sociais excluiacutedos
ou esquecidos da Histoacuteria A memoacuteria possui ldquolugaresrdquo que nos permitem lembrar
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 10
como museus muacutesicas literatura ldquocausosrdquo etc A memoacuteria pode ser individual ou
coletiva mas para evocar lembranccedilas eu preciso de memoacuteria do outro para
transformar a minha memoacuteria na ldquonossa memoacuteriardquo
Construccedilatildeo da entrevista
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Analisar os itens abaixo com muita atenccedilatildeo e comprometimento
2-Destacar esses itens em um cartaz para natildeo ser esquecidos
3-Formar grupos para a simulaccedilatildeo de uma entrevista dentro da sala de aula
4- Para se realizar a entrevista de campo seraacute necessaacuterio um entrevistador amp
aluno auxiliarequipe de transcriccedilatildeo aluno-transcritor aluno-conferente
professor-conferente
Condutas a serem consideradas no trabalho de campo (antes e durante a entrevista)
-Ao solicitar permissatildeo para realizar a entrevista comportar-se
corretamente e com boas maneiras
-Ter o maacuteximo respeito ao conversar com o entrevistado
-Ouvir o que outra pessoa considera importante dizer
-Manter o contato visual durante a entrevista manter o olhar e a
atenccedilatildeo dirigidos para o entrevistado
-Responder as perguntas que o entrevistado fizer sobre o
entrevistador e o projeto
-Explicar para o entrevistado como o seu depoimento eacute
importante e contribui para a memoacuteria da Histoacuteria da comunidade
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 11
-Atitude vocecirc estaacute tentando aprender um pouquinho ou fazer que
algueacutem lhe contem histoacuterias Lembre-se na entrevista eles que
tecircm os conhecimentos
-Respeitar os pedidos do entrevistado
No processamento e interpretaccedilatildeo
Fidelidade e zelo na transcriccedilatildeo na
conferecircncia e na anaacutelise das
entrevistas
Nem uma palavra do entrevistado
pode ser desprezada
Na representaccedilatildeo dos resultados agrave comunidade
Apresentar os resultados da pesquisa para a comunidade de forma
transparente respeitando as informaccedilotildees coletadas nas entrevistas
Dando enfoque a este trabalho atraveacutes de entrevistas e da
histoacuteria local deveraacute ser resgatado o tema de Ferreira (2002) quando ele fala
sobre ldquoO brasileiro o racismo silencioso e a emancipaccedilatildeo do afrodescendenterdquo
Nelson Rodrigues ldquoespecialistardquo em denunciar aquilo que se esconde por detraacutes
das aparecircncias aponta uma farsa da qual muitas vezes o brasileiro se orgulha
que o Brasil vive em uma ldquodemocracia racialrdquo
O preconceito contra o negro em funccedilatildeo de o mito que o nega
torna-se difiacutecil de ser compreendido e combatido Existe um tratamento cordial
levando a crer que a discriminaccedilatildeo etnoracial natildeo existe Mesmo tendo
consciecircncia disso poreacutem considera um problema do outro No Brasil o preconceito
natildeo eacute abertamente afirmado por isso se torna difiacutecil agrave elaboraccedilatildeo de leis que
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 12
favoreccedila a reversatildeo A ideologia eacute que no Brasil as diferenccedilas satildeo aceitas e
valorizadas um verdadeiro exemplo para outras naccedilotildees encobre o problema Em
funccedilatildeo disso satildeo negados para os negros as condiccedilotildees de viver melhor e exercer
a cidadania
Segundo Cavalleiro (2005) tais depoimentos revelam que nos
lares de famiacutelias negras e na escola a maneira mais silenciosa de se lidar com o
preconceito eacute o silecircncio O termo ldquomorenordquo era para se auto-referir as
caracteriacutesticas etnoraciais Parece politicamente chamar de moreno o
afrodescendente uma estrateacutegica simboacutelica de fuga da discriminaccedilatildeo Questotildees
que se tornam difiacuteceis de se lidar no Brasil Em torno do seacuteculo XIV o homem
ocidental lanccedilou-se no mundo das Grandes Navegaccedilotildees deparou-se com um
universo de diversidade Ele precisava-se organizar de maneira segura em sua
realidade atraveacutes de reflexotildees conseguiu controlar os acontecimentos Bauman
(1999) nos direciona a uma das chaves da compreensatildeo da construccedilatildeo da
subjetividade do homem moderno O processo de qualificar obsessotildees da
civilizaccedilatildeo ocidental constitui-se nos atos de incluir o semelhante num padratildeo
considerado correto excluindo o diferente Ordem e progresso condiccedilotildees que
legitimavam transformaccedilotildees do outro no mesmo Para o africano escravizado
tornar-se cristatildeo apagar sua histoacuteria atraveacutes de um processo de branqueamento
e aculturaccedilatildeo tornaacute-lo branco Essa ideacuteia foi defendida no iniacutecio do seacuteculo XX por
vaacuterios cientistas e intelectuais brasileiros que eram representantes das ldquoverdadesrdquo
estabelecidas Schwarcz (1998) e Consorte (1999) analisaram esse periacuteodo havia
justificativas consideradas cientificas que legitimavam o eurocentrismo [] Para
Larkin Nascimento (2000) apoiara-se em duas condiccedilotildees baacutesicas a imigraccedilatildeo em
massa subsidiada pelo Estado sob legislaccedilatildeo que excluiacutea raccedilas natildeo desejaacuteveis
e o cultivo do ideal do embranqueamento Apoacutes vaacuterias reflexotildees podem ser
apontados alguns itens que favoreceram o preconceito no Brasil A concepccedilatildeo
constitutiva do mundo ocidental que se desenvolveu na modernidade com uma
questatildeo de ordem desvalorizando ou eliminando o diferente O africano era visto
como mero objeto de uso Apoacutes a aboliccedilatildeo surge a inferioridade racial do negro
apoiada pela ciecircncia prevendo sua extinccedilatildeo na constituiccedilatildeo do povo brasileiro
Para Gilberto Freyre nos anos trinta o mesticcedilo passa a ser louvado como siacutembolo
de nossa identidade Primeiro a desvalorizaccedilatildeo depois a exaltaccedilatildeo surgindo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 13
assim o mito da ldquodemocracia racialrdquo aqui estaacute a construccedilatildeo do racismo silencioso
Uma visatildeo negativa do afrodescendente e um discurso contraacuterio tentando negaacute-la
(apud Ferreira 2002) Em funccedilatildeo da desvalorizaccedilatildeo da pessoa negra elas
tendem a introjetar a visatildeo dominante do mundo branco visto como superior Para
Pereira (1987 apud Ferreira 2002 p75) a escola eacute um lugar onde a crianccedila
alimenta subliminarmente a figura do negro ldquocaricaturalrdquo No plano de
relacionamentos a escola reproduz naquele microcosmo a mesma estrutura de
relaccedilatildeo que se daacute na sociedade brasileira como um todo Assim a escola em
lugar de reversatildeo do problema estimula o estereotipo soacutecias do negro e sua
submissatildeo aos valores do outro Estimulada a visatildeo de um mundo cultural
eurocentrico cria um processo pedagoacutegico que leva o afrodescendente inibir sua
capacidade de expor seu saber e sentir-se como cidadatildeo
Construccedilatildeo de Conceitos
Sugestatildeo de atividade para o (a) aluno (a)
1- Estudo dos termos existentes nos documentos incluiacutedos no projeto como
democracia racial preconceito discriminaccedilatildeo afrodescendente diversidade
etnoracial cotidiano moreno branqueamento eurocentrismo racismo silencioso
Atraveacutes de pesquisas orientadas pala professora
2-Promover um debate sobre os termos estudados na atividade 1
3-Atividade em dupla Apoacutes o debate entre professora e alunos produzir um
texto
4-Todos os textos seratildeo analisados pela professora e alunos
5- Apoacutes pesquisar conceitos para os termos da atividade (1) montar um painel
com resultados obtidos e expor para outras turmas na escola (atividade seraacute
realizada em grupo de quatro alunos)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 14
Para refletir pesquisar e responder em seu caderno
1-Escreva o que vocecirc entendeu por racismo preconceito e discriminaccedilatildeo
2-Existe discriminaccedilatildeo no Brasil Justifique
3-Vocecirc jaacute foi discriminado alguma vez Relate
4-Vocecirc jaacute presenciou situaccedilotildees de discriminaccedilatildeo na escola
5-Vocecirc jaacute discriminou alguma pessoa Justifique
6-Escreva algum tipo de discriminaccedilatildeo que existe na comunidade em que
vocecirc mora
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor
1-Decirc sugestotildees como a escola deve agir ao perceber a discriminaccedilatildeo entre
os educandos
2- Usar para pesquisas o link
wwwuelbrprojetosleoafropagespublicacoesphp
Essas leituras podem contribuir para o seu plano de aula
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 15
Segundo Helms (1985 apud Ferreira 2002 p78) pessoas
envolvidas agrave descriminaccedilatildeo natildeo se encaixam em nenhum grupo satildeo
desqualificadas por ser negro e desvalorizam-se como pessoa Mudanccedilas podem
ocorrer a partir de exposiccedilatildeo de eventos que envolvem informaccedilotildees nos aspectos
culturais como danccedilas festas muacutesicas estudos leituras filmes e outras que
possam usaacute-las com referecircncia pessoal No iniacutecio eacute um desafio para o sujeito
envolvido mas aos poucos vai superando quando descobre que seus valores e
sua visatildeo de mundo natildeo permitem mais dominaccedilatildeo A participaccedilatildeo em grupo de
militacircncia voltados para valores com objetivos culturais e poliacuteticos pode favorecer
a reconstruccedilatildeo pessoal dos interlocutores que vivem o problema realizando um
exerciacutecio de padrotildees negativos introjetados e analisando a histoacuteria omitida A
militacircncia pode transformar a vergonha de ser negro em orgulho de ser negro
onde ele passa a ter uma nova histoacuteria intensificando a luta que jaacute vem desde a
escravidatildeo Com a recuperaccedilatildeo das matrizes curriculares africanas a histoacuteria da
diaacutespora reivindicaccedilotildees poliacuteticas sociais o afrodescendente pode ser visto com
qualidades que o outro natildeo percebia e ao mesmo tempo os aspectos culturais
que tambeacutem o constituem Atraveacutes de trabalhos cuidadosamente estudados eacute
muito importante que a pessoa branca deixe de negar suas raiacutezes culturais
africanas e tambeacutem indiacutegenas assim como o negro brasileiro suas raiacutezes
culturais europeacuteias e tambeacutem indiacutegenas Portanto eacute neste objetivo que este
projeto de ensino de histoacuteria se insere no (re) pensar sobre a cultura
afrodescendente de modo a dar condiccedilotildees para o (a) aluno(a)enfrentar com
consciecircncia criacutetica os desafios de um cotidiano ainda pautado em representaccedilotildees
preconceituosas
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 16
Comportamento reflexivo pela natildeo-discriminaccedilatildeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Qual a importacircncia dos movimentos de militacircncia para os que se sentem
excluiacutedos da sociedade
2-Realizar pesquisas em outros autores para saber mais sobre os movimentos
de militacircncia dos afrodescendentes
3-Na sua opiniatildeo como superar a discriminaccedilatildeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1- Trabalhar ldquovaloresrdquo sempre que perceber discriminaccedilatildeo entre os educandos
2- Sempre que for possiacutevel trabalhar temas ou textos sobre diversidade que
podem ser vistos em todas as disciplinas
3- Orientar os educandos em sala de aula para que realizem atividades sobre
diversidade como analisar figuras fotos montar paineacuteis confecccedilotildees de cartazes
recorte e colagem de figuras produccedilatildeo de textos etc
Negros e brancos na redaccedilatildeo de Maria Claudia
No trecho a seguir o escritor Pedro Bandeira apresenta-nos a redaccedilatildeo escrita por
Maria Claudia Segundo ele quando escreveu Maria Claudia ainda natildeo tinha
nove anos Era uma crianccedila como tantas outras que ocupam as milhares salas de
aula do Brasil Vejamos como Maria Claudia vecirc a questatildeo das diferenccedilas entre o
branco e o negro
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 17
ldquoOs brancos satildeo muito diferentes dos negros Mas depende do branco e depende
do negro Na minha caixa de laacutepis de cor o branco natildeo serve para nada Soacute o
preto eacute que serve para desenhar Com o giz a gente desenha na lousa Com o
carvatildeo a gente desenha um bigode na cara do Paulinho para a festa de Satildeo
Joatildeo Nesse negoacutecio de muacutesica natildeo tem branco Soacute tem preto Todos os discos
que eu conheccedilo satildeo pretos Nunca vi um disco branco O papel eacute branco e eacute
igualzinho o papel preto chamado carbono que escreve embaixo tudo o que a
gente escreve em cima A noite eacute preta mas o dia natildeo eacute branco O dia eacute azul
Entatildeo o preto da noite eacute soacute da noite Natildeo eacute igual nem eacute diferente de nada O leite
eacute branco e o cafeacute eacute preto De cafeacute eu natildeo gosto Tambeacutem natildeo gosto de leite
quando ele estaacute branco Prefiro misturar com chocolate E aiacute o leite fica marrom
Marrom como a minha amiga Patriacutecia Outro dia me disseram que a Patriacutecia eacute
negra mas ela eacute marrom Eu estou com raiva dela porque ela tirou uma nota
melhor do que eu na prova de matemaacutetica Mas eu natildeo quero ser diferente dela
Vou estudar bastante Na proacutexima prova eu e ela vamos ficar iguaisrdquo
BANDEIRA Pedro A redaccedilatildeo da Maria Claudia in Grupo de trabalho para assuntos afro-
brasileiros Salve o 13 de maio Satildeo Paulo SE 1988 p7
Refletindo sobre o texto
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Analisar o texto e responder as questotildees abaixo
11 Na redaccedilatildeo de Maria Claudia o que satildeo mais importantes as coisas brancas
as coisas negras ou a mistura das coisas
12 ldquoO papel eacute branco e eacute igualzinho o papel preto chamado carbono que escreve
embaixo tudo o que a gente escreve em cimardquo Comparando a Histoacuteria com o
papel branco e o carbono seraacute que por detraacutes de toda a histoacuteria dos brancos natildeo
existe tambeacutem uma histoacuteria de negros Seraacute que a histoacuteria do negro eacute igual agrave do
branco
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 18
13 Pela redaccedilatildeo de Maria Claudia o negro eacute inferior ao branco Vocecirc concorda
com Maria Claudia
14 Como vocecirc se relaciona com seus amigos negros
Formando crianccedilas livres de preconceitos
Sugestatildeo de atividades para o(a) professor(a)
ATENCcedilAtildeO A PARTIR DESTE MOMENTO
TRANSCREVEMOS O TEXTO DE UM BLOG COM
ALGUMAS ADAPTACcedilOtildeES DE DIAGRAMACcedilAtildeO
Construir Notiacutecias por Moacir Pereira Juacutenior (httpserinteiroblogspotcomsearchlabelEducaC3A7C3A3o)
As crianccedilas natildeo satildeo naturalmente preconceituosas Elas aprendem a ser com os adultos Aproveite essa fase essencial da vida de todo ser humano que eacute a infacircncia e valorize sentimentos e valores positivos que esses pequenos e especiais seres trazem em sirdquo Educaccedilatildeo Infantil e dos 1ordm 2ordm e 3ordm anos do Ensino Fundamental Sugiro duas formas de iniciar o projeto uma para alunos que ainda natildeo dominam a escrita e outra para alunos com domiacutenio da escrita Realizando o projeto com crianccedilas da Educaccedilatildeo Infantil e dos 1ordm 2ordm e 3ordm anos do Ensino Fundamental pode-se comeccedilar a trabalhar o tema fazendo uma dinacircmica
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 19
1- Dinacircmica das flores leve flores de diferentes cores e formas para a classe e deixe que cada aluno escolha uma Depois pergunte o que chamou a atenccedilatildeo deles para escolher aquela flor Peccedila-lhes que percebam as diferentes cores o perfume a textura as diferentes formas Chame sua atenccedilatildeo para o fato de as flores serem diferentes e nem por isso menos belas e apreciadas Em seguida peccedila que olhem uns para os outros Assim como as flores cada um eacute diferente mas natildeo menos importante Muitas coisas variam cor e tipo de cabelo formato e cor dos olhos tamanho do nariz altura cor da pele etc
2- Dinacircmica das cores leve um aparelho de som para a classe e coloque uma muacutesica suave Espalhe vaacuterios laacutepis ou gizes de cera de vaacuterias cores sobre a mesa e peccedila para as crianccedilas escolherem a cor que mais lhes agrada Haveraacute cores iguais e cores diferentes Converse com elas sobre como seria o mundo se tudo fosse de uma soacute cor mdash azul por exemplo E se tudo fosse amarelo Ou vermelho Seraacute que elas comeriam uma banana azul Ou um morango cinza Sim Natildeo Por quecirc Pode-se debater se eacute bom haver cores diferentes e o porquecirc Depois peccedila que olhem uns para os outros Assim como as cores cada um eacute diferente Muitas coisas variam cor e tipo de cabelo formato e cor dos olhos tamanho do nariz altura cor da pele Pergunte que cor de laacutepis ou giz eacute mais parecido com a cor da pele de cada um (Caso algum aluno diga que sua cor eacute ldquofeiardquo procure fazecirc-lo se sentir valorizado Esse momento seraacute propiacutecio para melhorar a autoestima dessa crianccedila)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 20
Dinacircmicas para os Proacuteximos Anos do Ensino Fundamental Comeccedilando com jovens do 4ordm e 5ordm anos do Ensino Fundamental o projeto eacute basicamente trocar ideacuteias debater e discutir para se chegar a uma mudanccedila de atitude
1- Discutindo preconceito de gecircnerosexismo
2- Discutindo as diferenccedilas (porte de deficiecircncia obesidade etc)
3- Discutindo preconceito racial e eacutetnico
1- Discutindo preconceito de gecircnerosexismo Questione os alunos ldquoMenino brinca de bonecardquo Peccedila previamente aos alunos para trazerem de casa figuras de diversos profissionais Sente-se em roda com eles e analise as figuras Que profissotildees satildeo mais retratadas Essas profissotildees estatildeo mais ligadas a homens ou a mulheres Haacute profissotildees predominantemente masculinas ou femininas Por quecirc Faccedila cartazes com frases comumente ouvidas como por exemplo ldquoMenino natildeo chorardquo ldquoEsta brincadeira natildeo eacute para meninasrdquo ldquoMenino natildeo usa cor-de-rosardquo ldquoMenina eacute mais fraacutegil que meninordquo ldquoMenina natildeo senta de perna abertardquo ldquoMenino natildeo deve danccedilar baleacuterdquo etc Mostre os cartazes aos alunos e pergunte que outras frases eles jaacute ouviram Questione por que dizem que meninos e meninas natildeo podem fazer tais coisas Quem determinou isso Se possiacutevel traga gravuras que mostrem o contraacuterio do que estaacute escrito nos cartazes Peccedila que as crianccedilas levem histoacuterias em quadrinhos para a sala de aula (Turma da Mocircnica Walt Disney etc) Leia as histoacuterias com eles e chame sua atenccedilatildeo para o papel que eacute reservado agraves meninas (Satildeo sempre as fofoqueiras Satildeo choronas Satildeo consideradas fraacutegeis) E os meninos como satildeo retratados (ativos liacutederes espertos) Leia com eles alguns contos de fadas e analise o papel das mulheres (princesas esperando serem salvas cuja realizaccedilatildeo eacute casar e ser feliz para sempre) Peccedila-lhes que reescrevam um conto de fadas invertendo os papeacuteis masculinos e femininos Se possiacutevel dramatize o novo conto de fadas com a inversatildeo de papeacuteis
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 21
httpcaixinhadecoresblogspotcom200810meninos-e-bonecas-por-que-nohtml
2- Discutindo as diferenccedilas (porte de deficiecircncia obesidade etc) Alunos portadores de deficiecircncia (fiacutesica ou mental) alunos obesos de baixa estatura ou que usam oacuteculos enfim que possuem caracteriacutesticas fiacutesicas que chamam a atenccedilatildeo tambeacutem costumam sofrer algum tipo de discriminaccedilatildeo e comumente satildeo alvo de piadas e comentaacuterios geralmente ofensivos por parte dos colegas e de alguns adultos Veja abaixo algumas atividades para trabalhar esse tema bull Montar um mural com personalidades que apresentem caracteriacutesticas fiacutesicas que fogem aos padrotildees e questionar o conceito de feio e bonito bull Promover a leitura de livros que abordem agrave temaacutetica do preconceito bull Fazer dramatizaccedilatildeo dos livros lidos bull Organizar a turma em grupos e encarregar cada um de elaborar uma histoacuteria sobre uma crianccedila com uma caracteriacutestica fiacutesica ou mental especial Terminadas as histoacuterias organizaacute-las em um livro e se possiacutevel providenciar uma coacutepia para cada aluno bull Montar na sala de aula um mural onde a crianccedila possa desabafar Se durante o dia algueacutem disser algo que a ofenda ou magoe ela escreve o que aconteceu e quem foi o autor e deixa ali uma mensagem de desagravo para o ofensor Acompanhe o teor do que aparece escrito e converse com os conflitantes Esse tipo de atitude poderaacute ajudar caso vocecirc tenha alunos comumente alvo de discriminaccedilatildeo (seja por raccedila cor tamanho porte de alguma deficiecircncia etc)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 22
3- Discutindo preconceito racial e eacutetnico Peccedila que cada aluno monte a sua histoacuteria (e a da famiacutelia) falando do brinquedo preferido da comida de que mais gosta da famiacutelia etc Monte um livro com todas as histoacuterias dos alunos e pergunte ldquoComo seria o mundo se todos fossem iguaisrdquo Confecccedilatildeo de bonecos eacute raro encontrar no mercado bonecas negras orientais e indiacutegenas o que contribui para reforccedilar a exclusatildeo das crianccedilas desses grupos Se houver possibilidade envolva matildees pais parentes das crianccedilas e confeccionem juntos marionetes e bonecos que representem pessoas negras Evite estereoacutetipos (por exemplo negros sempre pobres ou sempre jogadores de futebol) Monte com as crianccedilas um teatrinho em que haja personagens brancas negras e amarelas em papeacuteis de igual valor (evite dar sempre os papeacuteis de destaque para alunos brancos) Monte um mural com os personagens preferidos das crianccedilas Verifique se haacute algum negro ou oriental Crie com os alunos personagens de diferentes etnias e envolva as crianccedilas na elaboraccedilatildeo de uma histoacuteria em quadrinhos (HQ) Aproveite o momento para trabalhar com a turma os diferentes povos que formaram a atual populaccedilatildeo brasileira Qual a ascendecircncia de cada um Divida a classe em grupos e encarregue cada um de pesquisar um povo e sua contribuiccedilatildeo para a formaccedilatildeo da cultura brasileira na liacutengua na alimentaccedilatildeo nos costumes etc Depois de estudar os diferentes povos que colonizaram o Brasil e contribuiacuteram para a formaccedilatildeo do povo brasileiro monte com as crianccedilas uma feira das naccedilotildees Cada grupo pode usar trajes tiacutepicos fazer performances cantar enfim o que a sua criatividade sugerir Se possiacutevel envolva toda a comunidade escolar nessa feira abrindo-a para a participaccedilatildeo dos pais in Construir Notiacutecias por Moacir Pereira Juacutenior (httpserinteiroblogspotcomsearchlabelEducaC3A7C3A3o)
ATENCcedilAtildeO A PARTIR DESTE MOMENTO NAtildeO
MAIS TRANSCREVEMOS O BLOG
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 23
Trabalhando com muacutesica
ldquoA muacutesica eacute uma forccedila geradora de vida uma energia que
envolve o nosso ser inteiro atuando de forma poderosa sobre
o nosso corpo mente e coraccedilatildeo Aleacutem de alegrar unir e
consagrar mensagens e valores disciplinar e socializar a
muacutesica forma o caraacuteter e favorece o desenvolvimento integral
da personalidade o equiliacutebrio emocional e socialrdquo (profordf
compositora e regente Miacuteria Therezinha Kolling)
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Fazer leitura da letra da muacutesica
2-Procurar no dicionaacuterio o significado das palavras
3-Ouvir a muacutesica de Caetano Veloso
4-Cantar a muacutesica
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1-Fazer anaacutelise da muacutesica junto com os alunos
2-Fazer comentaacuterios sobre a muacutesica
3- Escrever um texto coletivo com os alunos sobre o tema ldquoNavio Negreirordquo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 24
O Navio Negreiro
Caetano Veloso
Composiccedilatildeo Castro Alves
O Navio Negreiro
Estamos em pleno mar
Era um sonho dantesco o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho
Em sangue a se banhar
Tinir de ferros estalar do accediloite
Legiotildees de homens negros como a noite
Horrendos a danccedilar
Negras mulheres suspendendo agraves tetas
Magras crianccedilas cujas bocas pretas
Rega o sangue das matildees
Outras moccedilas mas nuas espantadas
No turbilhatildeo de espectros arrastados
Em acircnsia e maacutegoa vatildes
E ri-se a orquestra irocircnica estridente
E da ronda fantaacutestica a serpente
Faz doudas espirais
Se o velho arqueja se no chatildeo resvala
Ouvem-se gritos o chicote estala
E voam mais e mais
Presa dos elos de uma soacute cadeia
A multidatildeo faminta cambaleia
E chora e danccedila ali
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 25
Um de raiva delira outro enlouquece
Outro que de martiacuterios embrutece
Cantando geme e ri
No entanto o capitatildeo manda a manobra
E apoacutes fitando o ceacuteu que se desdobra
Tatildeo puro sobre o mar
Diz do fumo entre os densos nevoeiros
Vibrai rijo o chicote marinheiros
Fazei-os mais danccedilar
E ri-se a orquestra irocircnica estridente
E da ronda fantaacutestica a serpente
Faz doudas espirais
Qual num sonho dantesco as sombras voam
Gritos ais maldiccedilotildees preces ressoam
E ri-se Satanaz
Senhor Deus dos desgraccedilados
Dizei-me voacutes Senhor Deus
Se eacute loucura se eacute verdade
Tanto horror perante os ceacuteus
Oacute mar por que natildeo apagas
Coa esponja de tuas vagas
De teu manto este borratildeo
Astros noite tempestades
Rolai das imensidades
Varrei os mares tufatildeo
Quem satildeo estes desgraccedilados
Que natildeo encontram em voacutes
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fuacuteria do algoz
Quem satildeo Se a estrela se cala
Se a vaga agrave pressa resvala
Como um cuacutemplice fugaz
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 26
Perante a noite confusa
Dize-o tu severa musa
Musa libeacuterrima audaz
Satildeo os filhos do deserto
Onde a terra esposa a luz
Onde voa em campo aberto
A tribo dos homens nus
Satildeo os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidatildeo
Homens simples fortes bravos
Hoje miacuteseros escravos
Sem ar sem luz sem razatildeo
Satildeo mulheres desgraccediladas
Como Agar o foi tambeacutem
Que sedentas alquebradas
De longe bem longe vecircm
Trazendo com tiacutebios passos
Filhos e algemas nos braccedilos
Nalma laacutegrimas e fel
Como Agar sofrendo tanto
Que nem o leite do pranto
Tecircm que dar para Ismael
Laacute nas areias infindas
Das palmeiras no paiacutes
Nasceram crianccedilas lindas
Viveram moccedilas gentis
Passa um dia a caravana
Quando a virgem na cabana
Cisma das noites nos veacuteus
Adeus oacute choccedila do monte
Adeus palmeiras da fonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 27
Adeus amores adeus
Senhor Deus dos desgraccedilados
Dizei-me voacutes Senhor Deus
Se eu deliro ou se eacute verdade
Tanto horror perante os ceacuteus
Oacute mar por que natildeo apagas
Coa esponja de tuas vagas
De teu manto este borratildeo
Astros noite tempestades
Rolai das imensidades
Varrei os mares tufatildeo
E existe um povo que a bandeira empresta
Pra cobrir tanta infacircmia e cobardia
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria
Meu Deus meu Deus mas que bandeira eacute esta
Que impudente na gaacutevea tripudia
Silecircncio Musa chora chora tanto
Que o pavilhatildeo se lave no seu pranto
Auriverde pendatildeo de minha terra
Que a brisa do Brasil beija e balanccedila
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperanccedila
Tu que da liberdade apoacutes a guerra
Foste hasteado dos heroacuteis na lanccedila
Antes te houvessem roto na batalha
Que servires a um povo de mortalha
Fatalidade atroz que a mente esmaga
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu na vaga
Como um iacuteris no peacutelago profundo
Mas eacute infacircmia demais
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 28
Da eteacuterea plaga
Levantai-vos heroacuteis do Novo Mundo
Andrada arranca este pendatildeo dos ares
Colombo fecha a porta de teus mares
(endereccedilo do viacutedeo para assistir clip da muacutesica)
(httpwwwyoutubecomwatchv=1Osbp0IMYRM)
Trabalhando com poema
Terra roxa e outras terras- Revista de Estudos Literaacuterios
Ana Claudia Duarte Mendes (UEMSUEL)
A literatura do poema ldquoVozes de Mulheresrdquo de Conceiccedilatildeo Evaristo a partir de
uma perspectiva de construccedilatildeo da memoacuteria possibilita-nos observar a existecircncia
de uma literatura adjetivada afro-brasileira A poesia analisada estaacute inserida em
um contexto no qual o poeta assume o ponto de vista negro Ao narrar a trajetoacuteria
de mulheres negras preservada na memoacuteria coletiva revela a ancestralidade que
se projeta no presente e prepara o futuro
O poema pertence a um tempo e lugar histoacuterico no mesmo instante transcende
essa condiccedilatildeo supera-a ldquoO poema eacute tempo arquetiacutepico e por secirc-lo eacute tempo que
se encarna na experiecircncia concreta de um povo um grupo ou uma seitardquo (Paz
1972 54) A contradiccedilatildeo ndash essecircncia do poema- que ao se encarnar revela-se
histoacuterico ao mesmo tempo em que eacute presente a cada nova leitura atualiza-se e
se projeta enquanto futuro Ao poeta eacute impossiacutevel fugir da histoacuteria mesmo quando
compotildee algo completamente diverso desta pois suas palavras satildeo sociais e
histoacutericas A revelaccedilatildeo poeacutetica consagra a experiecircncia humana (Paz 1972 55)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 29
por ser a poesia imagem A palavra poeacutetica ao se compor enquanto imagem
conforma o isto e o aquilo no mesmo instante Diz o indiziacutevel
O poeta consagra sempre umas experiecircncias histoacutericas que pode ser pessoal
sociais ou ambas as coisas ao mesmo tempo Mas ao falar-nos de todos estes
sucessos sentimentos experiecircncias e pessoas o poeta nos fala de outra coisado
que estaacute fazendo diante de noacutes e em noacutes E mais ainda leva-nos a repetir a
recriar seu poema a nomear aquilo que nomeia e ao fazecirc-lo revela-nos o que
somos (Paz 1972 57)
Como o poema surge na construccedilatildeo a partir da memoacuteria nos atrevemos a
dialogar com a obra de Gizecirclda Melo do nascimento Feitio de viver memoacuterias de
descendentes de escravos de 2006 O livro registra e interpreta a narrativa de
mulheres negras fortes e determinadas a contarem suas trajetoacuterias memoacuterias
individuais e coletivas O olhar para o presente na esperanccedila do futuro sem
alijarem-se do passado ancestral Esta perspectiva nos permitiraacute iluminar o
poema siacutentese do vivido
Vozes-Mulheres de Conceiccedilatildeo Evaristo
A voz da minha bisavoacute ecoou
crianccedila
nos porotildees do navio
Ecoou lamentos
de uma infacircncia perdida
A voz de minha avoacute
ecoou obediecircncia
aos brancos-donos de tudo
A voz de minha matildee
ecoou baixinho revolta
no fundo das cozinhas alheias
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 30
debaixo das trouxas
roupagens sujas dos brancos
pelo caminho empoeirado
rumo agrave favela
A minha voz ainda
ecoa versos perplexos
com rimas de sangue
e
fome
A voz de minha filha
recolhe todas as nossas vozes
recolhe em si
as vozes mudas caladas
engasgadas nas gargantas
A voz de minha filha
recolhe em si
a fala e o ato
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1- Comente a partir do seu proacuteprio olhar o poema da referida autora O
comentaacuterio pode ser tanto teacutecnico (observacircncia da estrutura do poema) quanto
conteudiacutestico (como vocecirc avalia o poema a partir de suas impressotildees pessoais)(A
obra de Conceiccedilatildeo Evaristo eacute facilmente encontrada na Internet) Trabalhar com
os alunos outros poemas
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 31
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno(a)
1- Analisar o poema e reescrever em cada
verso seu significado
A voz de minha bisavoacute
A voz de minha avoacute
A voz de minha matildee
A minha voz
A voz da minha filha
2- Fazer comentaacuterios sobre o poema em sala
de aula professor (a) e alunos
3- Ilustrar o poema usando sua
criatividade
4-Com os desenhos prontos formar grupos
com trecircs alunos e criar uma histoacuteria em
quadrinhos sobre o que entendeu do poema
estudado
A escola e os educandos precisam se organizar para demonstrar a
importacircncia da pluralidade racial na sociedade A fim de contemplar discussotildees
sobre a diversidade racial discutir os problemas sociais Para possibilitar que os
educandos construam suas proacuteprias ideacuteias e entendimento sobre o outro que lhe eacute
diferente O preconceito no cotidiano escolar tem que ser combatido Eacute necessaacuterio
que todos digam natildeo ao preconceito racial Os agentes transformadores da
educaccedilatildeo precisam unir forccedilas para promover o respeito muacutetuo e a possibilidade
de conversar sobre diferenccedilas sem melindres e sem preconceitos Na educaccedilatildeo
infantil tempo dos primeiros passos da vida social da crianccedila eacute importante
possibilitar atitudes positivas estimular o contanto com a esteacutetica e pelo
imaginaacuterio afro e afrodescendente Trazer a verdadeira histoacuteria do negro africano
no Brasil para romper com as barreiras dos preconceitos (Perrucci 1999 p 7)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 32
httpwwwwebartigoscomarticles380941INCLUSAO-NO-TRIBUNAL-DE-JUSTICApagina1html
Trabalhando com imagens
Sugestatildeo de atividades para o aluno
1 Ver as figuras abaixo e responder as questotildees
2 Vocecirc acha que existe preconceito entre essas crianccedilas Justifique
3 A crianccedila jaacute nasce com preconceito Comente
4 Como a crianccedila adquire o preconceito
5 Vocecirc como adolescente jaacute sofreu preconceito Em que fase de sua vida
Comente
Sites das imagens
almazendemensagensblogspotcom uniblogcombr
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 33
agenciaaldensblogspotcom sociologiacienciaevidauolcombr
Trabalhando com viacutedeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1 Assistir o viacutedeo Analisar as imagens e o depoimento
2 Promover um debate sobre o viacutedeo junto com os alunos
Por uma infacircncia sem racismo ver
wwwyoutubecomwatchv=_aPYuKiKFMg
1 Assistir o viacutedeo Analisar os depoimentos reais das pessoas
2 Vocecirc concorda com esses depoimentos Justifique
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 34
Onde vocecirc guarda o seu racismo ver
httpwwwyoutubecomwatchv=ojg07xOt8CY
Trabalhando com entrevista
Histoacuteria Oral - Como fazer uma entrevista
A pesquisa histoacuterica natildeo se baseia apenas em documentos escritos ou imagens mas
tambeacutem na narraccedilatildeo de fatos por parte das pessoas que presenciaram ou que tecircm
maior conhecimento dos mesmos Neste caso outra ferramenta pode ser utilizada
pelo pesquisador para adquirir novas informaccedilotildees acerca do objeto de estudo
Trata-se da entrevista um recurso da Histoacuteria Oral
Na Histoacuteria Oral podem-se fazer duas divisotildees em se tratando de relatos segundo o
historiador Gwyn Prins Existe uma tradiccedilatildeo Oral - a qual representa um
testemunho oral transmitido de uma geraccedilatildeo para a seguinte ou as demais -
Existe tambeacutem uma Reminiscecircncia Pessoal Evidecircncia oral especiacutefica das
experiecircncias de vida do informante (Wikipedia 2007)
Segundo Olga Rodrigues de Moraes Von Simson do Centro de Memoacuteria da
Unicamp a Histoacuteria Oral possibilita que indiviacuteduos pertencentes a categorias
sociais geralmente excluiacutedas da histoacuteria oficial possam ser ouvidos - deixando
registradas para anaacutelises futuras sua proacutepria visatildeo de mundo e aquela do grupo
social ao qual pertencem Apesar de ser um meacutetodo praacutetico e cada vez mais usado
a entrevista apresenta algumas deficiecircncias mas que podem de certa forma serem
superadas o entrevistado pode ter uma falha de memoacuteria pode criar uma
trajetoacuteria artificial se autocelebrar fantasiar omitir ou mesmo mentir O que
poderia ser percebido como um problema acaba se transformando em um recurso
uma vez que o proacuteprio entrevistador no ato de produccedilatildeo da narrativa histoacuterica natildeo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 35
deixa de produzir uma versatildeo do que entendeu ter acontecido Mesmo quando o
pesquisador tenha certeza de que o entrevistado esteja mentido conscientemente
cabe a ele entrevistador tentar entender as razotildees da mentira ou seja quais os
motivos que estatildeo levando a pessoa a mentir podendo ser aplicado o mesmo no
caso da ilusatildeo biograacutefica quando o indiviacuteduo faz uma produccedilatildeo artificial de si
mesmo No caso de esquecimento para ajudar suprir essa falha podem-se usar os
chamados apoios de memoacuteria como fotografias objetos e outras coisas que
possam ajudar o entrevistado a se recordar melhor dos fatos em pesquisa (op
cit)
Se formos analisar a credibilidade dos recursos de pesquisa histoacuterica sejam
documentos ou oralidade iremos nos deparar sempre com a interpretaccedilatildeo ou a
criacutetica pessoal de quem o fez cabendo ao pesquisador saber aproveitar as
informaccedilotildees que lhe conveacutem e criar suas proacuteprias consideraccedilotildees nenhum
documento pode nos dizer mais do que aquilo que o autor pensava ndash o que ele
pensava que havia acontecido queria que os outros pensassem que ele pensava ou
mesmo apenas o que ele proacuteprio pensava pensar Nada disso significa alguma
coisa ateacute que o historiador trabalhe sobre esse material e decifre-o eacute o que
comenta Edward Hallet Carr citado no site Wikipedia
A entrevista possibilita um contato direto com o atorautor da Histoacuteria Esse
envolvimento pode resultar num trabalho dinacircmico abrangente e ateacute mais realista
trazendo assim o passado para o presente
Agora vejamos os passos baacutesicos para realizar uma boa entrevista
COMO FAZER UMA ENTREVISTA
1 Preparar antes da entrevista um roteiro com alguns dos assuntos
importantes a abordar Ao partir para a entrevista eacute fundamental saber
o que vamos perguntar
2 Conversar com o entrevistado sobre nossos objetivos e descobrir se
realmente deseja colaborar conosco Natildeo se obriga ningueacutem a ser
entrevistado
3 Escolher local e hora apropriados para que a entrevista se decirc sem
interrupccedilotildees Num ambiente ou momento onde entrevistado ou
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 36
entrevistador estejam com pressa torna-se impossiacutevel agrave realizaccedilatildeo da
entrevista
4 Em lugar de apenas anotar o que o entrevistado diz eacute melhor e mais
adequado se possiacutevel levar um gravador para ficar tudo registrado de
tal forma que natildeo se perca parte alguma daquilo que o entrevistado
disse
5 A entrevista natildeo deve ser interrogatoacuterio e sim diaacutelogo
6 O entrevistador deve respeitar as opiniotildees do entrevistado mesmo
quando natildeo concordar com elas
7 O entrevistador deve dar oportunidade para que o entrevistado fale
tudo o que desejar no tempo que quiser
8 Nunca fazer nova pergunta enquanto o entrevistado ainda natildeo tiver
terminado de expor seu pensamento em relaccedilatildeo agrave pergunta anterior
Natildeo interromper desnecessariamente a fala do outro
professor-josimarblogspotcom200908historia-oral
REFEREcircNCIAS
SIMSON Olga Rodrigues de Moraes Von O que eacute Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
wwwcentrodememoriaunicampbrlahoindexhtm Acesso em 23 mai 2007
WIKIPEDIA Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
httpptwikipediaorgwikiHistAtildesup3ria_OralsearchInputsearchInput Acesso
em 23 mai 2007
httpwwwfeunbbrpieComo20fazer20uma20entrevistahtm
Professor Josimar Pais de Almeida
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 37
Sugestatildeo de Roteiro para realizar a entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistador
Nome do entrevistador
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Onde trabalha
Data local da entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistado
Nome
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Questionamento
Onde trabalha
Grau de escolaridade
Religiatildeo que frequumlenta
Tempo que mora na cidade de Rolacircndia
De onde veio sua famiacutelia
Vocecirc gosta de morar aqui
Porque vieram morar aqui
Do que sente saudades
Como era essa cidade quando vocecirc chegou aqui
Como vocecirc considera essa cidade hoje
Fale como era o lazer quando vocecirc era adolescente Como eacute seu lazer hoje
Fale sobre o namoro de antigamente As pessoas tinham um lugar para ldquopaquerarrdquo
Qual era a principal alimentaccedilatildeo das pessoas
Havia violecircncia Como era
Como eram as escolas Usava-se uniforme
Como eram as roupas Onde as comprava ou quem as confeccionava
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 38
Como era a educaccedilatildeo dos filhos
Havia igrejas Frequentava alguma no passado E hoje
O que era cultivado nas lavouras
Muitas pessoas moravam na zona rural
Como eram as habitaccedilotildees
Vocecirc se sente discriminado
O que vocecirc acha da escravidatildeo na eacutepoca da colonizaccedilatildeo do Brasil
Hoje ainda existe escravidatildeo
A fotografia na construccedilatildeo do material didaacutetico
Paulo Freire na ldquopedagogia do oprimidordquo pregava a liberdade atraveacutes da educaccedilatildeo e para
isso educava a partir de estiacutemulos retirados do cotidiano dos alunos aumentando
gradativamente o inverso dos mesmos Os estiacutemulos servem portanto como forma de
despertar a criatividade e o intelecto dos alunos Levando-se em consideraccedilatildeo que a
percepccedilatildeo visual eacute a forma mais objetiva de interaccedilatildeo do homem com o meio que o cerca
os estiacutemulos visuais atendem perfeitamente aos objetivos da educaccedilatildeo Antes mesmo da
escrita as comunicaccedilotildees visuais valendo-se de percepccedilatildeo visual ajuda a escrever a histoacuteria
da humanidade Associando-se aos seus conhecimentos o homem absorve a imagem
processa-a e retira dela suas proacuteprias conclusotildees A imagem dinacircmica ou estaacutetica eacute
portanto uma forma contumaz na divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo quer seja ela educacional
cientifica ou cultural difundindo conhecimentos desenvolvendo ideacuteias e formando
opiniotildees Jaacute em 1888 George Eastman referindo-se agrave fotografia afirmava ldquouma imagem
vale mais que mil palavrasrdquo e desde entatildeo a imagem fotograacutefica estaacute cada vez mais
presente no processo ensino aprendizagem de forma cada vez mais interativa A fotografia
e a questatildeo ambiental estatildeo relacionadas desde sua descoberta em1826 No inicio o
objetivo da fotografia era fazer um registro fiel da natureza Nas suas atividades os
cientistas utilizam cada vez mais a fotografia como instrumentaccedilatildeo de pesquisa registro de
dados apoio didaacutetico e principalmente na divulgaccedilatildeo dos resultados cientiacuteficos
introduzindo o conceito da fotografia cientiacutefica A fotografia eacute uma forma objetiva de
suporte para o ensino e a pesquisa eacute uma forma objetiva de documentaccedilatildeo ela tem o poder
de capturar nuances que muitas vezes passam despercebidas ao olho nu e isso aumenta o
aspecto de observaccedilatildeo do pesquisador A fotografia cientiacutefica tem que retratar o real
aparente a imagem como um instrumento de uma memoacuteria documental da realidade
Muitas vezes diante da dificuldade de deslocamento os professores lanccedilam matildeo da
fotografia para exemplificar e fixar conceitos educacionais tirando-os do imaginaacuterio e
trazendo para suas aulas de forma mais concreta wwwabedorgbrcongresso2007tc552007125857PMpdf
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 39
Trabalhando com fotografias e Histoacuteria Local
FIGURA 1
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 40
FIGURA 2
httpjornalrolandianetblogspotcom201105familia-farina-fotografando-rolandiahtml
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 41
FIGURA 3
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
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FIGURA 4
httpwwwpanoramiocomphoto9865842
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FIGURAS 5 E 6
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 44
FIGURA 7
httpwwwgooglecombrimgresq=FOTOS+ESCOLA+PADRE+JOSE+HERIONS+ROLANDIA
LEMBRETE AO (Agrave) PROFESSOR (A) Nossa proposta significa trabalhar com FONTE DOCUMENTAL As respostas das entrevistas consistem tambeacutem em FONTES DOCUMENTIAS E como tal devem ser interpretadas em sala de aula Qualquer material como fotos muacutesicas poemas imagens etc devem ser tratadas como FONTES u seja pergunta-se a estas QUEM FEZ QUANDO ONDE PARA QUEM POR QUEcirc OQUE QUER COMUNICAR E todos estes materiais necessitam de referecircncia como qualquer texto livro reportagem etc
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 45
Sugestatildeo de atividades para o aluno
Analise as fotografias (1-2-3-4-5-6-7) o Vocecirc conhece esses lugares que estatildeo representados nas fotos o Qual lugar da foto estaacute localizado mais perto de sua casa o Quais fotos representam lugar de lazer o Vendo as fotos onde podemos fazer nossas reflexotildees o O que estaacute na foto que incomoda a comunidade o Vocecirc conhece algumas pessoas das fotos Escreva os nomes das mesmas o Com qual foto vocecirc mais se identificou Justifique sua resposta o Escreva uma frase para cada fotografia o Essas fotos fazem parte da Histoacuteria de Rolacircndia Faccedila comentaacuterios
Sugestatildeo de atividades para o professor
1-Trabalhe com fotografias o Peccedila para seu aluno trazer fotos antigas da famiacutelia da comunidade etc o Faccedila perguntas para obter respostas o Dar oportunidade para um debate sobre as fotos trazidas pelos alunos o Formar grupo com trecircs alunos para eles escreverem sobre as fotos o Colocar em cartazes os resultados obtidos natildeo esquecer de registrar a eacutepoca e
lugar em que foi tirada a foto o Expor na escola para que outros alunos possam ler e analisar os trabalhos
realizados
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 46
Referecircncia bibliograacutefica do texto explicativo
BAUMAN Z Modernidade e ambivalecircncia Rio de Janeiro Jorge Zahar 1999
CAVALLEIRO E S Do silecircncio do lar ao silecircncio escolar racismo preconceito e discriminaccedilatildeo na educaccedilatildeo infantil 4 ed Satildeo Paulo Contexto 2005
FERREIRA Ricardo Franklin O brasileiro o racismo silencioso e a identidade afro-descendente Psicologia e Sociedade Belo Horizonte v 14 n 1 p 69-86 janjun 2002
FIGUEIREDO Luis Claudio Mendonccedila Revisitando as psicologias da epistemologia agrave eacutetica das praacuteticas e discursos psicoloacutegicos 3 ed Petroacutepolis Vozes 2004
FREITAS Patriacutecia de Sobre a Lei 10639 o ensino de histoacuteria e a cultura afro-brasileira OPSIS Catalatildeo v 10 n 1 p15-28 janjun 2010
GONCcedilALVES Rita de Caacutessia LISBOATeresa Kleba Sobre o meacutetodo de Histoacuteria oral em sua modalidade trajetoacuteria de vida Revista Kataacutel Florianoacutepolis v 10 n especial p 83-92 2007
REIS Faacutetima A implementaccedilatildeo da Lei 1063903 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwwebartigoscomarticles39841A-Implementacao-Da-Lei-1063903pagina1htmlgt Acesso em 20 abr 2011
RODRIGUES N Os africanos no Brasil 5 ed Satildeo Paulo Nacional 1977
SCHMIDT Maria auxiliadora CAINELLI Marlene Ensinar histoacuteria Satildeo Paulo Scipione 2004
- Paacutegina em branco
-
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 3
SUMAacuteRIO
DADOS DE IDENTIFICACcedilAtildeO 5
APRESENTACcedilAtildeO 7 ESTRATEacuteGIA DE ACcedilAtildeO 8
Conhecimento Preacutevio Construccedilatildeo do conhecimento histoacuterico 8
Sugestatildeo de atividades para o(a) aluno(a) 8
Construccedilatildeo da entrevista 10
Sugestatildeo de atividades para o(a) aluno(a) 10
Condutas a serem consideradas no trabalho de campo (antes e durante a entrevista) 10
No processamento e interpretaccedilatildeo 11
Fidelidade e zelo na transcriccedilatildeo na conferecircncia e na anaacutelise das entrevistas 11
Na representaccedilatildeo dos resultados agrave comunidade 11
Construccedilatildeo de Conceitos 13
Sugestatildeo de atividade para o(a) aluno(a) 13
Para refletir pesquisar e responder em seu caderno 14
Sugestatildeo de atividades para o(a) professor(a) 14
Comportamento reflexivo pela natildeo-discriminaccedilatildeo 16
Sugestatildeo de atividades para o(a) aluno(a) 16
Sugestatildeo de atividades para o(a) professor (a) 16
Negros e brancos na redaccedilatildeo de Maria Claudia 16
Refletindo sobre o texto 17
Sugestatildeo de atividades para o(a) aluno(a) 17
Formando crianccedilas livres de preconceitos 18
Sugestatildeo de atividades para o(a) professor(a) 18
Trabalhando com muacutesica 23
Sugestatildeo de atividades para o(a) aluno(a) 23
1-Fazer leitura da letra da muacutesica 23
2-Procurar no dicionaacuterio o significado das palavras 23
3-Ouvir a muacutesica de Caetano Veloso 23
4-Cantar a muacutesica 23
Sugestatildeo de atividades para o(a) professor(a) 23
1-Fazer anaacutelise da muacutesica junto com os alunos 23
2-Fazer comentaacuterios sobre a muacutesica 23
3- Escrever um texto coletivo com os alunos sobre o tema ldquoNavio Negreirordquo 23
O Navio Negreiro 24
Caetano Veloso 24
Trabalhando com poema 28
Terra roxa e outras terras- Revista de Estudos Literaacuterios 28
Sugestatildeo de atividades para o(a) professor(a) 30
Sugestatildeo de atividades para o(a) aluno(a) 31
Trabalhando com imagens 32
Sugestatildeo de atividades para o aluno 32
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 4
Sites das imagens 32
Trabalhando com viacutedeo 33
Trabalhando com entrevista 34
Histoacuteria Oral - Como fazer uma entrevista 34
Sugestatildeo de Roteiro para realizar a entrevista 37 A Fotografia na Construccedilatildeo do Material Didaacutetico 38 Trabalhando com Fotografias e Histoacuteria Local 39 Figura 1 39 Figura 2 40 Figura 3 41 Figura 4 42 Figura 5 43 Figura 6 43 Figura 7 44 Lembrete ao(a) professor(a) 44
Sugestatildeo de atividades para o Aluno 45 Sugestatildeo de atividades para o(a) professor(a) 45
Referecircncia Bibliograacutefica do Texto Explicativo 46
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 5
DADOS DE IDENTIFICACcedilAtildeO
Professora Gelza Maria Giuliangeli Brogiato
Aacuterea PDE Histoacuteria
NRE Londrina
Professora orientadora Profordf Drordf Maacutercia Elisa Teteacute Ramos
IES vinculada Universidade Estadual de Londrina
Tiacutetulo da pesquisa A cultura do afrodescendente e sua trajetoacuteria de vida
compartilhar as diferenccedilas na comunidade escolar pelas entrevistas
Tema Narrativas dos afrodescendentes moradores no bairro Novo Horizonte na
cidade de Rolacircndia
Conteuacutedo estruturante O estudo de temas baseados em alguns autores que
tratam de pesquisas relacionadas ao racismo silencioso e a emancipaccedilatildeo do
afrodescendente utilizando a metodologia da Histoacuteria Oral por meio de
entrevistas que possam dar noccedilotildees sobre a Histoacuteria Local Tambeacutem se orienta
tomando com referencial autores que consideram a possibilidade de construccedilatildeo
do conhecimento histoacuterico escolar atraveacutes do uso de fontes histoacutericas
transformando-as em material duplo fonte histoacuterica e fonte didaacutetica
Objetivo Geral
Pretende-se fazer com que o aluno realize entrevistas com afrodescendentes
moradores da comunidade em que a escola estaacute inserida no sentido de interagir
com o grupo compreendendo elementos culturais do mesmo construindo
identidade e alteridade
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 6
Objetivos especiacuteficos
Destacar a cultura dos povos africanos para a cultura brasileira e outras
Fazer o aluno ver-se partiacutecipe do processo histoacuterico atraveacutes do
conhecimento sobre diversidade cultural
Despertar o respeito ao outro e a diversidade eacutetnico-racial e religiosa
Compartilhar as diferenccedilas dentro do universo escolar e na comunidade
Desmistificar a imagem da passividade do africano lembrando dos
ldquomovimentos sociaisrdquo por este empreendidos
Proporcionar ao aluno subsiacutedios para entender os procedimentos do
historiador para a escrita da histoacuteria para que possa ele tambeacutem escrever
histoacuteria ou melhor produzir conhecimento histoacuterico
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 7
APRESENTACcedilAtildeO
Apoacutes a promulgaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo de 1988 o Brasil busca
efetivar a condiccedilatildeo de um Estado democraacutetico direito com ecircnfase na cidadania e
dignidade da pessoa humana portanto ainda existe uma realidade de posturas
como preconceito racismo e discriminaccedilatildeo aos afrodescendentes que
historicamente enfrentam dificuldades para o acesso e permanecircncia nas escolas
A escola eacute comprometida com a promoccedilatildeo do ser humano na sua
integridade com objetivo de formaccedilatildeo de valores haacutebitos e comportamentos que
respeitam as diferenccedilas e caracteriacutesticas proacuteprias de grupos e minorias
Ao avaliar os dados que apontam desigualdades entre brancos e
negros na educaccedilatildeo constatam-se as necessidades de poliacuteticas especiacuteficas que
revertam o quadro Os movimentos sociais impulsionaram o Estado a realizar
mudanccedilas legislativas reconhecendo o problema da disparidade branco-negro em
nossa sociedade e a necessidade de intervir de forma positiva Assim em
compromisso de eliminar as desigualdades sociais o Governo Federal sancionou
em marccedilo de 2003 a lei 1063903-MEC que altera a LDB (Lei Diretrizes e Base)
e estabelece as diretrizes curriculares para a implementaccedilatildeo da mesma Essa lei
instituiu a obrigatoriedade do Ensino de Histoacuteria da Aacutefrica e dos africanos no
curriacuteculo escolar do Ensino Fundamental e Meacutedio Essa decisatildeo resgata
historicamente a cultura do negro na construccedilatildeo e formaccedilatildeo da sociedade
brasileira
Nesse contexto percebe-se a necessidade de se desenvolver um
trabalho focalizando diretamente a conscientizaccedilatildeo dos alunos sobre a
importacircncia da cultura afrodescendente na localidade em que ele vive ou seja o
negro fazendo parte do processo histoacuterico-social e pelas entrevistas resgatar a
memoacuteria dessa comunidade e ver o que ela pensa sobre a escravidatildeo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 8
ESTRATEacuteGIA DE ACcedilAtildeO
Segundo Schmidt e Cainelli (2004 p62) para se ensinar histoacuteria
eacute necessaacuterio respeitar o conhecimento do aluno sua histoacuteria de vida esse
conhecimento pode ser considerado como marco inicial e assimilador dando
significado ao ensino de histoacuteria Partindo de suas representaccedilotildees o aluno seraacute
capaz de efetivar suas proacuteprias ideacuteias sobre os objetos e fenocircmenos do mundo
social Eacute graccedilas a essas representaccedilotildees que o aluno pode interrogar o discurso do
professor os documentosoperar a seleccedilatildeo entre os conteuacutedos julgados
pertinentes validaacute-los ou refutaacute-los
Conhecimento Preacutevio Construccedilatildeo do conhecimento histoacuterico
Sugestatildeo de atividades para o(a) aluno(a)
1) Fazer um levantamento sobre os acontecimentos de sua vida desde seu
nascimento ateacute hoje Para isso pergunte para sua matildee ou responsaacutevel anote e
traga para a sala de aula
11) Fazer a linha do tempo e registrar dados importantes de sua vida
___________________________________________________
1998 2002 2006 2010 2011
2) Escrever sua histoacuteria de vida
3) Debate sobre os trabalhos realizados (atividades 1-2)
4) Como vocecirc se sentiu ao escrever sua histoacuteria de vida
5) Vocecirc tambeacutem faz parte da histoacuteria Justifique
Ainda em Schmidt e Cainelli a Histoacuteria Oral eacute uma metodologia de
pesquisa que se baseia em fontes orais que registram experiecircncias vividas o
depoimento de um indiviacuteduo ou de vaacuterios indiviacuteduos de uma mesma comunidade
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 9
O pesquisador deve orientar a pesquisa para buscar referecircncias objetivas sobre o
tema pesquisado a entrevista eacute a estrateacutegia mais comum na coleta de dados
pode ser captada com gravaccedilatildeo ou transcriccedilatildeo escrita Eacute importante haver
controle sobre o universo de amostras e o tipo de entrevista em nosso caso
usaremos a entrevista aberta o conhecimento da atitude do entrevistador do
lugar onde se faz a entrevista e o trabalho de anaacutelise e reflexatildeo sobre os
resultados O trabalho com oralidade no trabalho de histoacuteria precisa-se considerar
que a reflexatildeo acompanhe todo o processo
Pode se trabalhar os depoimentos pessoais com base na escolha de temas comuns consultados em diferentes fontes procurando explorar os conteuacutedos sem desvinculaacute-las das categorias mais ampla das estruturas social econocircmica e poliacutetica Eacute importante evitar o que Dosse chamou de ldquohistoacuteria em migalhasrdquo (Schmidt Cainelli 2004 p 127)
Para que a histoacuteria oral se torne significativa seraacute necessaacuterio
planejar cuidadosamente o trabalho a ser desenvolvido definir objetivos verificar
os recursos disponiacuteveis selecionar as estrateacutegias adotadas como entrevistar
pessoas da comunidade em que estaacute inserida Focando um tema desejado no
caso o afrodescendente e o resgate de sua cultura hoje Ao entrevistar pessoa da
comunidade para resgatar sua trajetoacuteria de vida em um determinado local
ampliamos o conhecimento para aleacutem dessa comunidade
Com elemento constitutivo da transposiccedilatildeo didaacutetica do saber histoacuterico para o saber escolar a histoacuteria local pode ser vista como estrateacutegia pedagoacutegica Trata-se de uma forma de abordar a aprendizagem a construccedilatildeo e a apreensatildeo do conhecimento histoacuterico com proposiccedilotildees que podem ser articuladas em interesses do aluno suas aproximaccedilotildees cognitivas suas experiecircncias culturais e com a possibilidade de desenvolver atividades diretamente vinculadas agrave vida cotidiana Com estrateacutegia de aprendizagem a histoacuteria local pode garantir uma melhor apropriaccedilatildeo do conhecimento histoacuterico baseado em recortes selecionados do conteuacutedo os quais seratildeo integrados no conjunto do conhecimento (VAZQUEZ apud Schmidt Cainelli 2004p113)
Na coleta e tratamento de entrevistas a memoacuteria eacute de fundamental
importacircncia para os historiadores e para outros profissionais porque por meio dela
ldquolemosrdquo periacuteodos histoacutericos chegamos a determinados sujeitos sociais excluiacutedos
ou esquecidos da Histoacuteria A memoacuteria possui ldquolugaresrdquo que nos permitem lembrar
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 10
como museus muacutesicas literatura ldquocausosrdquo etc A memoacuteria pode ser individual ou
coletiva mas para evocar lembranccedilas eu preciso de memoacuteria do outro para
transformar a minha memoacuteria na ldquonossa memoacuteriardquo
Construccedilatildeo da entrevista
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Analisar os itens abaixo com muita atenccedilatildeo e comprometimento
2-Destacar esses itens em um cartaz para natildeo ser esquecidos
3-Formar grupos para a simulaccedilatildeo de uma entrevista dentro da sala de aula
4- Para se realizar a entrevista de campo seraacute necessaacuterio um entrevistador amp
aluno auxiliarequipe de transcriccedilatildeo aluno-transcritor aluno-conferente
professor-conferente
Condutas a serem consideradas no trabalho de campo (antes e durante a entrevista)
-Ao solicitar permissatildeo para realizar a entrevista comportar-se
corretamente e com boas maneiras
-Ter o maacuteximo respeito ao conversar com o entrevistado
-Ouvir o que outra pessoa considera importante dizer
-Manter o contato visual durante a entrevista manter o olhar e a
atenccedilatildeo dirigidos para o entrevistado
-Responder as perguntas que o entrevistado fizer sobre o
entrevistador e o projeto
-Explicar para o entrevistado como o seu depoimento eacute
importante e contribui para a memoacuteria da Histoacuteria da comunidade
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 11
-Atitude vocecirc estaacute tentando aprender um pouquinho ou fazer que
algueacutem lhe contem histoacuterias Lembre-se na entrevista eles que
tecircm os conhecimentos
-Respeitar os pedidos do entrevistado
No processamento e interpretaccedilatildeo
Fidelidade e zelo na transcriccedilatildeo na
conferecircncia e na anaacutelise das
entrevistas
Nem uma palavra do entrevistado
pode ser desprezada
Na representaccedilatildeo dos resultados agrave comunidade
Apresentar os resultados da pesquisa para a comunidade de forma
transparente respeitando as informaccedilotildees coletadas nas entrevistas
Dando enfoque a este trabalho atraveacutes de entrevistas e da
histoacuteria local deveraacute ser resgatado o tema de Ferreira (2002) quando ele fala
sobre ldquoO brasileiro o racismo silencioso e a emancipaccedilatildeo do afrodescendenterdquo
Nelson Rodrigues ldquoespecialistardquo em denunciar aquilo que se esconde por detraacutes
das aparecircncias aponta uma farsa da qual muitas vezes o brasileiro se orgulha
que o Brasil vive em uma ldquodemocracia racialrdquo
O preconceito contra o negro em funccedilatildeo de o mito que o nega
torna-se difiacutecil de ser compreendido e combatido Existe um tratamento cordial
levando a crer que a discriminaccedilatildeo etnoracial natildeo existe Mesmo tendo
consciecircncia disso poreacutem considera um problema do outro No Brasil o preconceito
natildeo eacute abertamente afirmado por isso se torna difiacutecil agrave elaboraccedilatildeo de leis que
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 12
favoreccedila a reversatildeo A ideologia eacute que no Brasil as diferenccedilas satildeo aceitas e
valorizadas um verdadeiro exemplo para outras naccedilotildees encobre o problema Em
funccedilatildeo disso satildeo negados para os negros as condiccedilotildees de viver melhor e exercer
a cidadania
Segundo Cavalleiro (2005) tais depoimentos revelam que nos
lares de famiacutelias negras e na escola a maneira mais silenciosa de se lidar com o
preconceito eacute o silecircncio O termo ldquomorenordquo era para se auto-referir as
caracteriacutesticas etnoraciais Parece politicamente chamar de moreno o
afrodescendente uma estrateacutegica simboacutelica de fuga da discriminaccedilatildeo Questotildees
que se tornam difiacuteceis de se lidar no Brasil Em torno do seacuteculo XIV o homem
ocidental lanccedilou-se no mundo das Grandes Navegaccedilotildees deparou-se com um
universo de diversidade Ele precisava-se organizar de maneira segura em sua
realidade atraveacutes de reflexotildees conseguiu controlar os acontecimentos Bauman
(1999) nos direciona a uma das chaves da compreensatildeo da construccedilatildeo da
subjetividade do homem moderno O processo de qualificar obsessotildees da
civilizaccedilatildeo ocidental constitui-se nos atos de incluir o semelhante num padratildeo
considerado correto excluindo o diferente Ordem e progresso condiccedilotildees que
legitimavam transformaccedilotildees do outro no mesmo Para o africano escravizado
tornar-se cristatildeo apagar sua histoacuteria atraveacutes de um processo de branqueamento
e aculturaccedilatildeo tornaacute-lo branco Essa ideacuteia foi defendida no iniacutecio do seacuteculo XX por
vaacuterios cientistas e intelectuais brasileiros que eram representantes das ldquoverdadesrdquo
estabelecidas Schwarcz (1998) e Consorte (1999) analisaram esse periacuteodo havia
justificativas consideradas cientificas que legitimavam o eurocentrismo [] Para
Larkin Nascimento (2000) apoiara-se em duas condiccedilotildees baacutesicas a imigraccedilatildeo em
massa subsidiada pelo Estado sob legislaccedilatildeo que excluiacutea raccedilas natildeo desejaacuteveis
e o cultivo do ideal do embranqueamento Apoacutes vaacuterias reflexotildees podem ser
apontados alguns itens que favoreceram o preconceito no Brasil A concepccedilatildeo
constitutiva do mundo ocidental que se desenvolveu na modernidade com uma
questatildeo de ordem desvalorizando ou eliminando o diferente O africano era visto
como mero objeto de uso Apoacutes a aboliccedilatildeo surge a inferioridade racial do negro
apoiada pela ciecircncia prevendo sua extinccedilatildeo na constituiccedilatildeo do povo brasileiro
Para Gilberto Freyre nos anos trinta o mesticcedilo passa a ser louvado como siacutembolo
de nossa identidade Primeiro a desvalorizaccedilatildeo depois a exaltaccedilatildeo surgindo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 13
assim o mito da ldquodemocracia racialrdquo aqui estaacute a construccedilatildeo do racismo silencioso
Uma visatildeo negativa do afrodescendente e um discurso contraacuterio tentando negaacute-la
(apud Ferreira 2002) Em funccedilatildeo da desvalorizaccedilatildeo da pessoa negra elas
tendem a introjetar a visatildeo dominante do mundo branco visto como superior Para
Pereira (1987 apud Ferreira 2002 p75) a escola eacute um lugar onde a crianccedila
alimenta subliminarmente a figura do negro ldquocaricaturalrdquo No plano de
relacionamentos a escola reproduz naquele microcosmo a mesma estrutura de
relaccedilatildeo que se daacute na sociedade brasileira como um todo Assim a escola em
lugar de reversatildeo do problema estimula o estereotipo soacutecias do negro e sua
submissatildeo aos valores do outro Estimulada a visatildeo de um mundo cultural
eurocentrico cria um processo pedagoacutegico que leva o afrodescendente inibir sua
capacidade de expor seu saber e sentir-se como cidadatildeo
Construccedilatildeo de Conceitos
Sugestatildeo de atividade para o (a) aluno (a)
1- Estudo dos termos existentes nos documentos incluiacutedos no projeto como
democracia racial preconceito discriminaccedilatildeo afrodescendente diversidade
etnoracial cotidiano moreno branqueamento eurocentrismo racismo silencioso
Atraveacutes de pesquisas orientadas pala professora
2-Promover um debate sobre os termos estudados na atividade 1
3-Atividade em dupla Apoacutes o debate entre professora e alunos produzir um
texto
4-Todos os textos seratildeo analisados pela professora e alunos
5- Apoacutes pesquisar conceitos para os termos da atividade (1) montar um painel
com resultados obtidos e expor para outras turmas na escola (atividade seraacute
realizada em grupo de quatro alunos)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 14
Para refletir pesquisar e responder em seu caderno
1-Escreva o que vocecirc entendeu por racismo preconceito e discriminaccedilatildeo
2-Existe discriminaccedilatildeo no Brasil Justifique
3-Vocecirc jaacute foi discriminado alguma vez Relate
4-Vocecirc jaacute presenciou situaccedilotildees de discriminaccedilatildeo na escola
5-Vocecirc jaacute discriminou alguma pessoa Justifique
6-Escreva algum tipo de discriminaccedilatildeo que existe na comunidade em que
vocecirc mora
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor
1-Decirc sugestotildees como a escola deve agir ao perceber a discriminaccedilatildeo entre
os educandos
2- Usar para pesquisas o link
wwwuelbrprojetosleoafropagespublicacoesphp
Essas leituras podem contribuir para o seu plano de aula
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 15
Segundo Helms (1985 apud Ferreira 2002 p78) pessoas
envolvidas agrave descriminaccedilatildeo natildeo se encaixam em nenhum grupo satildeo
desqualificadas por ser negro e desvalorizam-se como pessoa Mudanccedilas podem
ocorrer a partir de exposiccedilatildeo de eventos que envolvem informaccedilotildees nos aspectos
culturais como danccedilas festas muacutesicas estudos leituras filmes e outras que
possam usaacute-las com referecircncia pessoal No iniacutecio eacute um desafio para o sujeito
envolvido mas aos poucos vai superando quando descobre que seus valores e
sua visatildeo de mundo natildeo permitem mais dominaccedilatildeo A participaccedilatildeo em grupo de
militacircncia voltados para valores com objetivos culturais e poliacuteticos pode favorecer
a reconstruccedilatildeo pessoal dos interlocutores que vivem o problema realizando um
exerciacutecio de padrotildees negativos introjetados e analisando a histoacuteria omitida A
militacircncia pode transformar a vergonha de ser negro em orgulho de ser negro
onde ele passa a ter uma nova histoacuteria intensificando a luta que jaacute vem desde a
escravidatildeo Com a recuperaccedilatildeo das matrizes curriculares africanas a histoacuteria da
diaacutespora reivindicaccedilotildees poliacuteticas sociais o afrodescendente pode ser visto com
qualidades que o outro natildeo percebia e ao mesmo tempo os aspectos culturais
que tambeacutem o constituem Atraveacutes de trabalhos cuidadosamente estudados eacute
muito importante que a pessoa branca deixe de negar suas raiacutezes culturais
africanas e tambeacutem indiacutegenas assim como o negro brasileiro suas raiacutezes
culturais europeacuteias e tambeacutem indiacutegenas Portanto eacute neste objetivo que este
projeto de ensino de histoacuteria se insere no (re) pensar sobre a cultura
afrodescendente de modo a dar condiccedilotildees para o (a) aluno(a)enfrentar com
consciecircncia criacutetica os desafios de um cotidiano ainda pautado em representaccedilotildees
preconceituosas
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 16
Comportamento reflexivo pela natildeo-discriminaccedilatildeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Qual a importacircncia dos movimentos de militacircncia para os que se sentem
excluiacutedos da sociedade
2-Realizar pesquisas em outros autores para saber mais sobre os movimentos
de militacircncia dos afrodescendentes
3-Na sua opiniatildeo como superar a discriminaccedilatildeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1- Trabalhar ldquovaloresrdquo sempre que perceber discriminaccedilatildeo entre os educandos
2- Sempre que for possiacutevel trabalhar temas ou textos sobre diversidade que
podem ser vistos em todas as disciplinas
3- Orientar os educandos em sala de aula para que realizem atividades sobre
diversidade como analisar figuras fotos montar paineacuteis confecccedilotildees de cartazes
recorte e colagem de figuras produccedilatildeo de textos etc
Negros e brancos na redaccedilatildeo de Maria Claudia
No trecho a seguir o escritor Pedro Bandeira apresenta-nos a redaccedilatildeo escrita por
Maria Claudia Segundo ele quando escreveu Maria Claudia ainda natildeo tinha
nove anos Era uma crianccedila como tantas outras que ocupam as milhares salas de
aula do Brasil Vejamos como Maria Claudia vecirc a questatildeo das diferenccedilas entre o
branco e o negro
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 17
ldquoOs brancos satildeo muito diferentes dos negros Mas depende do branco e depende
do negro Na minha caixa de laacutepis de cor o branco natildeo serve para nada Soacute o
preto eacute que serve para desenhar Com o giz a gente desenha na lousa Com o
carvatildeo a gente desenha um bigode na cara do Paulinho para a festa de Satildeo
Joatildeo Nesse negoacutecio de muacutesica natildeo tem branco Soacute tem preto Todos os discos
que eu conheccedilo satildeo pretos Nunca vi um disco branco O papel eacute branco e eacute
igualzinho o papel preto chamado carbono que escreve embaixo tudo o que a
gente escreve em cima A noite eacute preta mas o dia natildeo eacute branco O dia eacute azul
Entatildeo o preto da noite eacute soacute da noite Natildeo eacute igual nem eacute diferente de nada O leite
eacute branco e o cafeacute eacute preto De cafeacute eu natildeo gosto Tambeacutem natildeo gosto de leite
quando ele estaacute branco Prefiro misturar com chocolate E aiacute o leite fica marrom
Marrom como a minha amiga Patriacutecia Outro dia me disseram que a Patriacutecia eacute
negra mas ela eacute marrom Eu estou com raiva dela porque ela tirou uma nota
melhor do que eu na prova de matemaacutetica Mas eu natildeo quero ser diferente dela
Vou estudar bastante Na proacutexima prova eu e ela vamos ficar iguaisrdquo
BANDEIRA Pedro A redaccedilatildeo da Maria Claudia in Grupo de trabalho para assuntos afro-
brasileiros Salve o 13 de maio Satildeo Paulo SE 1988 p7
Refletindo sobre o texto
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Analisar o texto e responder as questotildees abaixo
11 Na redaccedilatildeo de Maria Claudia o que satildeo mais importantes as coisas brancas
as coisas negras ou a mistura das coisas
12 ldquoO papel eacute branco e eacute igualzinho o papel preto chamado carbono que escreve
embaixo tudo o que a gente escreve em cimardquo Comparando a Histoacuteria com o
papel branco e o carbono seraacute que por detraacutes de toda a histoacuteria dos brancos natildeo
existe tambeacutem uma histoacuteria de negros Seraacute que a histoacuteria do negro eacute igual agrave do
branco
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 18
13 Pela redaccedilatildeo de Maria Claudia o negro eacute inferior ao branco Vocecirc concorda
com Maria Claudia
14 Como vocecirc se relaciona com seus amigos negros
Formando crianccedilas livres de preconceitos
Sugestatildeo de atividades para o(a) professor(a)
ATENCcedilAtildeO A PARTIR DESTE MOMENTO
TRANSCREVEMOS O TEXTO DE UM BLOG COM
ALGUMAS ADAPTACcedilOtildeES DE DIAGRAMACcedilAtildeO
Construir Notiacutecias por Moacir Pereira Juacutenior (httpserinteiroblogspotcomsearchlabelEducaC3A7C3A3o)
As crianccedilas natildeo satildeo naturalmente preconceituosas Elas aprendem a ser com os adultos Aproveite essa fase essencial da vida de todo ser humano que eacute a infacircncia e valorize sentimentos e valores positivos que esses pequenos e especiais seres trazem em sirdquo Educaccedilatildeo Infantil e dos 1ordm 2ordm e 3ordm anos do Ensino Fundamental Sugiro duas formas de iniciar o projeto uma para alunos que ainda natildeo dominam a escrita e outra para alunos com domiacutenio da escrita Realizando o projeto com crianccedilas da Educaccedilatildeo Infantil e dos 1ordm 2ordm e 3ordm anos do Ensino Fundamental pode-se comeccedilar a trabalhar o tema fazendo uma dinacircmica
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 19
1- Dinacircmica das flores leve flores de diferentes cores e formas para a classe e deixe que cada aluno escolha uma Depois pergunte o que chamou a atenccedilatildeo deles para escolher aquela flor Peccedila-lhes que percebam as diferentes cores o perfume a textura as diferentes formas Chame sua atenccedilatildeo para o fato de as flores serem diferentes e nem por isso menos belas e apreciadas Em seguida peccedila que olhem uns para os outros Assim como as flores cada um eacute diferente mas natildeo menos importante Muitas coisas variam cor e tipo de cabelo formato e cor dos olhos tamanho do nariz altura cor da pele etc
2- Dinacircmica das cores leve um aparelho de som para a classe e coloque uma muacutesica suave Espalhe vaacuterios laacutepis ou gizes de cera de vaacuterias cores sobre a mesa e peccedila para as crianccedilas escolherem a cor que mais lhes agrada Haveraacute cores iguais e cores diferentes Converse com elas sobre como seria o mundo se tudo fosse de uma soacute cor mdash azul por exemplo E se tudo fosse amarelo Ou vermelho Seraacute que elas comeriam uma banana azul Ou um morango cinza Sim Natildeo Por quecirc Pode-se debater se eacute bom haver cores diferentes e o porquecirc Depois peccedila que olhem uns para os outros Assim como as cores cada um eacute diferente Muitas coisas variam cor e tipo de cabelo formato e cor dos olhos tamanho do nariz altura cor da pele Pergunte que cor de laacutepis ou giz eacute mais parecido com a cor da pele de cada um (Caso algum aluno diga que sua cor eacute ldquofeiardquo procure fazecirc-lo se sentir valorizado Esse momento seraacute propiacutecio para melhorar a autoestima dessa crianccedila)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 20
Dinacircmicas para os Proacuteximos Anos do Ensino Fundamental Comeccedilando com jovens do 4ordm e 5ordm anos do Ensino Fundamental o projeto eacute basicamente trocar ideacuteias debater e discutir para se chegar a uma mudanccedila de atitude
1- Discutindo preconceito de gecircnerosexismo
2- Discutindo as diferenccedilas (porte de deficiecircncia obesidade etc)
3- Discutindo preconceito racial e eacutetnico
1- Discutindo preconceito de gecircnerosexismo Questione os alunos ldquoMenino brinca de bonecardquo Peccedila previamente aos alunos para trazerem de casa figuras de diversos profissionais Sente-se em roda com eles e analise as figuras Que profissotildees satildeo mais retratadas Essas profissotildees estatildeo mais ligadas a homens ou a mulheres Haacute profissotildees predominantemente masculinas ou femininas Por quecirc Faccedila cartazes com frases comumente ouvidas como por exemplo ldquoMenino natildeo chorardquo ldquoEsta brincadeira natildeo eacute para meninasrdquo ldquoMenino natildeo usa cor-de-rosardquo ldquoMenina eacute mais fraacutegil que meninordquo ldquoMenina natildeo senta de perna abertardquo ldquoMenino natildeo deve danccedilar baleacuterdquo etc Mostre os cartazes aos alunos e pergunte que outras frases eles jaacute ouviram Questione por que dizem que meninos e meninas natildeo podem fazer tais coisas Quem determinou isso Se possiacutevel traga gravuras que mostrem o contraacuterio do que estaacute escrito nos cartazes Peccedila que as crianccedilas levem histoacuterias em quadrinhos para a sala de aula (Turma da Mocircnica Walt Disney etc) Leia as histoacuterias com eles e chame sua atenccedilatildeo para o papel que eacute reservado agraves meninas (Satildeo sempre as fofoqueiras Satildeo choronas Satildeo consideradas fraacutegeis) E os meninos como satildeo retratados (ativos liacutederes espertos) Leia com eles alguns contos de fadas e analise o papel das mulheres (princesas esperando serem salvas cuja realizaccedilatildeo eacute casar e ser feliz para sempre) Peccedila-lhes que reescrevam um conto de fadas invertendo os papeacuteis masculinos e femininos Se possiacutevel dramatize o novo conto de fadas com a inversatildeo de papeacuteis
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 21
httpcaixinhadecoresblogspotcom200810meninos-e-bonecas-por-que-nohtml
2- Discutindo as diferenccedilas (porte de deficiecircncia obesidade etc) Alunos portadores de deficiecircncia (fiacutesica ou mental) alunos obesos de baixa estatura ou que usam oacuteculos enfim que possuem caracteriacutesticas fiacutesicas que chamam a atenccedilatildeo tambeacutem costumam sofrer algum tipo de discriminaccedilatildeo e comumente satildeo alvo de piadas e comentaacuterios geralmente ofensivos por parte dos colegas e de alguns adultos Veja abaixo algumas atividades para trabalhar esse tema bull Montar um mural com personalidades que apresentem caracteriacutesticas fiacutesicas que fogem aos padrotildees e questionar o conceito de feio e bonito bull Promover a leitura de livros que abordem agrave temaacutetica do preconceito bull Fazer dramatizaccedilatildeo dos livros lidos bull Organizar a turma em grupos e encarregar cada um de elaborar uma histoacuteria sobre uma crianccedila com uma caracteriacutestica fiacutesica ou mental especial Terminadas as histoacuterias organizaacute-las em um livro e se possiacutevel providenciar uma coacutepia para cada aluno bull Montar na sala de aula um mural onde a crianccedila possa desabafar Se durante o dia algueacutem disser algo que a ofenda ou magoe ela escreve o que aconteceu e quem foi o autor e deixa ali uma mensagem de desagravo para o ofensor Acompanhe o teor do que aparece escrito e converse com os conflitantes Esse tipo de atitude poderaacute ajudar caso vocecirc tenha alunos comumente alvo de discriminaccedilatildeo (seja por raccedila cor tamanho porte de alguma deficiecircncia etc)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 22
3- Discutindo preconceito racial e eacutetnico Peccedila que cada aluno monte a sua histoacuteria (e a da famiacutelia) falando do brinquedo preferido da comida de que mais gosta da famiacutelia etc Monte um livro com todas as histoacuterias dos alunos e pergunte ldquoComo seria o mundo se todos fossem iguaisrdquo Confecccedilatildeo de bonecos eacute raro encontrar no mercado bonecas negras orientais e indiacutegenas o que contribui para reforccedilar a exclusatildeo das crianccedilas desses grupos Se houver possibilidade envolva matildees pais parentes das crianccedilas e confeccionem juntos marionetes e bonecos que representem pessoas negras Evite estereoacutetipos (por exemplo negros sempre pobres ou sempre jogadores de futebol) Monte com as crianccedilas um teatrinho em que haja personagens brancas negras e amarelas em papeacuteis de igual valor (evite dar sempre os papeacuteis de destaque para alunos brancos) Monte um mural com os personagens preferidos das crianccedilas Verifique se haacute algum negro ou oriental Crie com os alunos personagens de diferentes etnias e envolva as crianccedilas na elaboraccedilatildeo de uma histoacuteria em quadrinhos (HQ) Aproveite o momento para trabalhar com a turma os diferentes povos que formaram a atual populaccedilatildeo brasileira Qual a ascendecircncia de cada um Divida a classe em grupos e encarregue cada um de pesquisar um povo e sua contribuiccedilatildeo para a formaccedilatildeo da cultura brasileira na liacutengua na alimentaccedilatildeo nos costumes etc Depois de estudar os diferentes povos que colonizaram o Brasil e contribuiacuteram para a formaccedilatildeo do povo brasileiro monte com as crianccedilas uma feira das naccedilotildees Cada grupo pode usar trajes tiacutepicos fazer performances cantar enfim o que a sua criatividade sugerir Se possiacutevel envolva toda a comunidade escolar nessa feira abrindo-a para a participaccedilatildeo dos pais in Construir Notiacutecias por Moacir Pereira Juacutenior (httpserinteiroblogspotcomsearchlabelEducaC3A7C3A3o)
ATENCcedilAtildeO A PARTIR DESTE MOMENTO NAtildeO
MAIS TRANSCREVEMOS O BLOG
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 23
Trabalhando com muacutesica
ldquoA muacutesica eacute uma forccedila geradora de vida uma energia que
envolve o nosso ser inteiro atuando de forma poderosa sobre
o nosso corpo mente e coraccedilatildeo Aleacutem de alegrar unir e
consagrar mensagens e valores disciplinar e socializar a
muacutesica forma o caraacuteter e favorece o desenvolvimento integral
da personalidade o equiliacutebrio emocional e socialrdquo (profordf
compositora e regente Miacuteria Therezinha Kolling)
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Fazer leitura da letra da muacutesica
2-Procurar no dicionaacuterio o significado das palavras
3-Ouvir a muacutesica de Caetano Veloso
4-Cantar a muacutesica
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1-Fazer anaacutelise da muacutesica junto com os alunos
2-Fazer comentaacuterios sobre a muacutesica
3- Escrever um texto coletivo com os alunos sobre o tema ldquoNavio Negreirordquo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 24
O Navio Negreiro
Caetano Veloso
Composiccedilatildeo Castro Alves
O Navio Negreiro
Estamos em pleno mar
Era um sonho dantesco o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho
Em sangue a se banhar
Tinir de ferros estalar do accediloite
Legiotildees de homens negros como a noite
Horrendos a danccedilar
Negras mulheres suspendendo agraves tetas
Magras crianccedilas cujas bocas pretas
Rega o sangue das matildees
Outras moccedilas mas nuas espantadas
No turbilhatildeo de espectros arrastados
Em acircnsia e maacutegoa vatildes
E ri-se a orquestra irocircnica estridente
E da ronda fantaacutestica a serpente
Faz doudas espirais
Se o velho arqueja se no chatildeo resvala
Ouvem-se gritos o chicote estala
E voam mais e mais
Presa dos elos de uma soacute cadeia
A multidatildeo faminta cambaleia
E chora e danccedila ali
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 25
Um de raiva delira outro enlouquece
Outro que de martiacuterios embrutece
Cantando geme e ri
No entanto o capitatildeo manda a manobra
E apoacutes fitando o ceacuteu que se desdobra
Tatildeo puro sobre o mar
Diz do fumo entre os densos nevoeiros
Vibrai rijo o chicote marinheiros
Fazei-os mais danccedilar
E ri-se a orquestra irocircnica estridente
E da ronda fantaacutestica a serpente
Faz doudas espirais
Qual num sonho dantesco as sombras voam
Gritos ais maldiccedilotildees preces ressoam
E ri-se Satanaz
Senhor Deus dos desgraccedilados
Dizei-me voacutes Senhor Deus
Se eacute loucura se eacute verdade
Tanto horror perante os ceacuteus
Oacute mar por que natildeo apagas
Coa esponja de tuas vagas
De teu manto este borratildeo
Astros noite tempestades
Rolai das imensidades
Varrei os mares tufatildeo
Quem satildeo estes desgraccedilados
Que natildeo encontram em voacutes
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fuacuteria do algoz
Quem satildeo Se a estrela se cala
Se a vaga agrave pressa resvala
Como um cuacutemplice fugaz
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 26
Perante a noite confusa
Dize-o tu severa musa
Musa libeacuterrima audaz
Satildeo os filhos do deserto
Onde a terra esposa a luz
Onde voa em campo aberto
A tribo dos homens nus
Satildeo os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidatildeo
Homens simples fortes bravos
Hoje miacuteseros escravos
Sem ar sem luz sem razatildeo
Satildeo mulheres desgraccediladas
Como Agar o foi tambeacutem
Que sedentas alquebradas
De longe bem longe vecircm
Trazendo com tiacutebios passos
Filhos e algemas nos braccedilos
Nalma laacutegrimas e fel
Como Agar sofrendo tanto
Que nem o leite do pranto
Tecircm que dar para Ismael
Laacute nas areias infindas
Das palmeiras no paiacutes
Nasceram crianccedilas lindas
Viveram moccedilas gentis
Passa um dia a caravana
Quando a virgem na cabana
Cisma das noites nos veacuteus
Adeus oacute choccedila do monte
Adeus palmeiras da fonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 27
Adeus amores adeus
Senhor Deus dos desgraccedilados
Dizei-me voacutes Senhor Deus
Se eu deliro ou se eacute verdade
Tanto horror perante os ceacuteus
Oacute mar por que natildeo apagas
Coa esponja de tuas vagas
De teu manto este borratildeo
Astros noite tempestades
Rolai das imensidades
Varrei os mares tufatildeo
E existe um povo que a bandeira empresta
Pra cobrir tanta infacircmia e cobardia
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria
Meu Deus meu Deus mas que bandeira eacute esta
Que impudente na gaacutevea tripudia
Silecircncio Musa chora chora tanto
Que o pavilhatildeo se lave no seu pranto
Auriverde pendatildeo de minha terra
Que a brisa do Brasil beija e balanccedila
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperanccedila
Tu que da liberdade apoacutes a guerra
Foste hasteado dos heroacuteis na lanccedila
Antes te houvessem roto na batalha
Que servires a um povo de mortalha
Fatalidade atroz que a mente esmaga
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu na vaga
Como um iacuteris no peacutelago profundo
Mas eacute infacircmia demais
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 28
Da eteacuterea plaga
Levantai-vos heroacuteis do Novo Mundo
Andrada arranca este pendatildeo dos ares
Colombo fecha a porta de teus mares
(endereccedilo do viacutedeo para assistir clip da muacutesica)
(httpwwwyoutubecomwatchv=1Osbp0IMYRM)
Trabalhando com poema
Terra roxa e outras terras- Revista de Estudos Literaacuterios
Ana Claudia Duarte Mendes (UEMSUEL)
A literatura do poema ldquoVozes de Mulheresrdquo de Conceiccedilatildeo Evaristo a partir de
uma perspectiva de construccedilatildeo da memoacuteria possibilita-nos observar a existecircncia
de uma literatura adjetivada afro-brasileira A poesia analisada estaacute inserida em
um contexto no qual o poeta assume o ponto de vista negro Ao narrar a trajetoacuteria
de mulheres negras preservada na memoacuteria coletiva revela a ancestralidade que
se projeta no presente e prepara o futuro
O poema pertence a um tempo e lugar histoacuterico no mesmo instante transcende
essa condiccedilatildeo supera-a ldquoO poema eacute tempo arquetiacutepico e por secirc-lo eacute tempo que
se encarna na experiecircncia concreta de um povo um grupo ou uma seitardquo (Paz
1972 54) A contradiccedilatildeo ndash essecircncia do poema- que ao se encarnar revela-se
histoacuterico ao mesmo tempo em que eacute presente a cada nova leitura atualiza-se e
se projeta enquanto futuro Ao poeta eacute impossiacutevel fugir da histoacuteria mesmo quando
compotildee algo completamente diverso desta pois suas palavras satildeo sociais e
histoacutericas A revelaccedilatildeo poeacutetica consagra a experiecircncia humana (Paz 1972 55)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 29
por ser a poesia imagem A palavra poeacutetica ao se compor enquanto imagem
conforma o isto e o aquilo no mesmo instante Diz o indiziacutevel
O poeta consagra sempre umas experiecircncias histoacutericas que pode ser pessoal
sociais ou ambas as coisas ao mesmo tempo Mas ao falar-nos de todos estes
sucessos sentimentos experiecircncias e pessoas o poeta nos fala de outra coisado
que estaacute fazendo diante de noacutes e em noacutes E mais ainda leva-nos a repetir a
recriar seu poema a nomear aquilo que nomeia e ao fazecirc-lo revela-nos o que
somos (Paz 1972 57)
Como o poema surge na construccedilatildeo a partir da memoacuteria nos atrevemos a
dialogar com a obra de Gizecirclda Melo do nascimento Feitio de viver memoacuterias de
descendentes de escravos de 2006 O livro registra e interpreta a narrativa de
mulheres negras fortes e determinadas a contarem suas trajetoacuterias memoacuterias
individuais e coletivas O olhar para o presente na esperanccedila do futuro sem
alijarem-se do passado ancestral Esta perspectiva nos permitiraacute iluminar o
poema siacutentese do vivido
Vozes-Mulheres de Conceiccedilatildeo Evaristo
A voz da minha bisavoacute ecoou
crianccedila
nos porotildees do navio
Ecoou lamentos
de uma infacircncia perdida
A voz de minha avoacute
ecoou obediecircncia
aos brancos-donos de tudo
A voz de minha matildee
ecoou baixinho revolta
no fundo das cozinhas alheias
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 30
debaixo das trouxas
roupagens sujas dos brancos
pelo caminho empoeirado
rumo agrave favela
A minha voz ainda
ecoa versos perplexos
com rimas de sangue
e
fome
A voz de minha filha
recolhe todas as nossas vozes
recolhe em si
as vozes mudas caladas
engasgadas nas gargantas
A voz de minha filha
recolhe em si
a fala e o ato
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1- Comente a partir do seu proacuteprio olhar o poema da referida autora O
comentaacuterio pode ser tanto teacutecnico (observacircncia da estrutura do poema) quanto
conteudiacutestico (como vocecirc avalia o poema a partir de suas impressotildees pessoais)(A
obra de Conceiccedilatildeo Evaristo eacute facilmente encontrada na Internet) Trabalhar com
os alunos outros poemas
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 31
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno(a)
1- Analisar o poema e reescrever em cada
verso seu significado
A voz de minha bisavoacute
A voz de minha avoacute
A voz de minha matildee
A minha voz
A voz da minha filha
2- Fazer comentaacuterios sobre o poema em sala
de aula professor (a) e alunos
3- Ilustrar o poema usando sua
criatividade
4-Com os desenhos prontos formar grupos
com trecircs alunos e criar uma histoacuteria em
quadrinhos sobre o que entendeu do poema
estudado
A escola e os educandos precisam se organizar para demonstrar a
importacircncia da pluralidade racial na sociedade A fim de contemplar discussotildees
sobre a diversidade racial discutir os problemas sociais Para possibilitar que os
educandos construam suas proacuteprias ideacuteias e entendimento sobre o outro que lhe eacute
diferente O preconceito no cotidiano escolar tem que ser combatido Eacute necessaacuterio
que todos digam natildeo ao preconceito racial Os agentes transformadores da
educaccedilatildeo precisam unir forccedilas para promover o respeito muacutetuo e a possibilidade
de conversar sobre diferenccedilas sem melindres e sem preconceitos Na educaccedilatildeo
infantil tempo dos primeiros passos da vida social da crianccedila eacute importante
possibilitar atitudes positivas estimular o contanto com a esteacutetica e pelo
imaginaacuterio afro e afrodescendente Trazer a verdadeira histoacuteria do negro africano
no Brasil para romper com as barreiras dos preconceitos (Perrucci 1999 p 7)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 32
httpwwwwebartigoscomarticles380941INCLUSAO-NO-TRIBUNAL-DE-JUSTICApagina1html
Trabalhando com imagens
Sugestatildeo de atividades para o aluno
1 Ver as figuras abaixo e responder as questotildees
2 Vocecirc acha que existe preconceito entre essas crianccedilas Justifique
3 A crianccedila jaacute nasce com preconceito Comente
4 Como a crianccedila adquire o preconceito
5 Vocecirc como adolescente jaacute sofreu preconceito Em que fase de sua vida
Comente
Sites das imagens
almazendemensagensblogspotcom uniblogcombr
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 33
agenciaaldensblogspotcom sociologiacienciaevidauolcombr
Trabalhando com viacutedeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1 Assistir o viacutedeo Analisar as imagens e o depoimento
2 Promover um debate sobre o viacutedeo junto com os alunos
Por uma infacircncia sem racismo ver
wwwyoutubecomwatchv=_aPYuKiKFMg
1 Assistir o viacutedeo Analisar os depoimentos reais das pessoas
2 Vocecirc concorda com esses depoimentos Justifique
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 34
Onde vocecirc guarda o seu racismo ver
httpwwwyoutubecomwatchv=ojg07xOt8CY
Trabalhando com entrevista
Histoacuteria Oral - Como fazer uma entrevista
A pesquisa histoacuterica natildeo se baseia apenas em documentos escritos ou imagens mas
tambeacutem na narraccedilatildeo de fatos por parte das pessoas que presenciaram ou que tecircm
maior conhecimento dos mesmos Neste caso outra ferramenta pode ser utilizada
pelo pesquisador para adquirir novas informaccedilotildees acerca do objeto de estudo
Trata-se da entrevista um recurso da Histoacuteria Oral
Na Histoacuteria Oral podem-se fazer duas divisotildees em se tratando de relatos segundo o
historiador Gwyn Prins Existe uma tradiccedilatildeo Oral - a qual representa um
testemunho oral transmitido de uma geraccedilatildeo para a seguinte ou as demais -
Existe tambeacutem uma Reminiscecircncia Pessoal Evidecircncia oral especiacutefica das
experiecircncias de vida do informante (Wikipedia 2007)
Segundo Olga Rodrigues de Moraes Von Simson do Centro de Memoacuteria da
Unicamp a Histoacuteria Oral possibilita que indiviacuteduos pertencentes a categorias
sociais geralmente excluiacutedas da histoacuteria oficial possam ser ouvidos - deixando
registradas para anaacutelises futuras sua proacutepria visatildeo de mundo e aquela do grupo
social ao qual pertencem Apesar de ser um meacutetodo praacutetico e cada vez mais usado
a entrevista apresenta algumas deficiecircncias mas que podem de certa forma serem
superadas o entrevistado pode ter uma falha de memoacuteria pode criar uma
trajetoacuteria artificial se autocelebrar fantasiar omitir ou mesmo mentir O que
poderia ser percebido como um problema acaba se transformando em um recurso
uma vez que o proacuteprio entrevistador no ato de produccedilatildeo da narrativa histoacuterica natildeo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 35
deixa de produzir uma versatildeo do que entendeu ter acontecido Mesmo quando o
pesquisador tenha certeza de que o entrevistado esteja mentido conscientemente
cabe a ele entrevistador tentar entender as razotildees da mentira ou seja quais os
motivos que estatildeo levando a pessoa a mentir podendo ser aplicado o mesmo no
caso da ilusatildeo biograacutefica quando o indiviacuteduo faz uma produccedilatildeo artificial de si
mesmo No caso de esquecimento para ajudar suprir essa falha podem-se usar os
chamados apoios de memoacuteria como fotografias objetos e outras coisas que
possam ajudar o entrevistado a se recordar melhor dos fatos em pesquisa (op
cit)
Se formos analisar a credibilidade dos recursos de pesquisa histoacuterica sejam
documentos ou oralidade iremos nos deparar sempre com a interpretaccedilatildeo ou a
criacutetica pessoal de quem o fez cabendo ao pesquisador saber aproveitar as
informaccedilotildees que lhe conveacutem e criar suas proacuteprias consideraccedilotildees nenhum
documento pode nos dizer mais do que aquilo que o autor pensava ndash o que ele
pensava que havia acontecido queria que os outros pensassem que ele pensava ou
mesmo apenas o que ele proacuteprio pensava pensar Nada disso significa alguma
coisa ateacute que o historiador trabalhe sobre esse material e decifre-o eacute o que
comenta Edward Hallet Carr citado no site Wikipedia
A entrevista possibilita um contato direto com o atorautor da Histoacuteria Esse
envolvimento pode resultar num trabalho dinacircmico abrangente e ateacute mais realista
trazendo assim o passado para o presente
Agora vejamos os passos baacutesicos para realizar uma boa entrevista
COMO FAZER UMA ENTREVISTA
1 Preparar antes da entrevista um roteiro com alguns dos assuntos
importantes a abordar Ao partir para a entrevista eacute fundamental saber
o que vamos perguntar
2 Conversar com o entrevistado sobre nossos objetivos e descobrir se
realmente deseja colaborar conosco Natildeo se obriga ningueacutem a ser
entrevistado
3 Escolher local e hora apropriados para que a entrevista se decirc sem
interrupccedilotildees Num ambiente ou momento onde entrevistado ou
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 36
entrevistador estejam com pressa torna-se impossiacutevel agrave realizaccedilatildeo da
entrevista
4 Em lugar de apenas anotar o que o entrevistado diz eacute melhor e mais
adequado se possiacutevel levar um gravador para ficar tudo registrado de
tal forma que natildeo se perca parte alguma daquilo que o entrevistado
disse
5 A entrevista natildeo deve ser interrogatoacuterio e sim diaacutelogo
6 O entrevistador deve respeitar as opiniotildees do entrevistado mesmo
quando natildeo concordar com elas
7 O entrevistador deve dar oportunidade para que o entrevistado fale
tudo o que desejar no tempo que quiser
8 Nunca fazer nova pergunta enquanto o entrevistado ainda natildeo tiver
terminado de expor seu pensamento em relaccedilatildeo agrave pergunta anterior
Natildeo interromper desnecessariamente a fala do outro
professor-josimarblogspotcom200908historia-oral
REFEREcircNCIAS
SIMSON Olga Rodrigues de Moraes Von O que eacute Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
wwwcentrodememoriaunicampbrlahoindexhtm Acesso em 23 mai 2007
WIKIPEDIA Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
httpptwikipediaorgwikiHistAtildesup3ria_OralsearchInputsearchInput Acesso
em 23 mai 2007
httpwwwfeunbbrpieComo20fazer20uma20entrevistahtm
Professor Josimar Pais de Almeida
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 37
Sugestatildeo de Roteiro para realizar a entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistador
Nome do entrevistador
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Onde trabalha
Data local da entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistado
Nome
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Questionamento
Onde trabalha
Grau de escolaridade
Religiatildeo que frequumlenta
Tempo que mora na cidade de Rolacircndia
De onde veio sua famiacutelia
Vocecirc gosta de morar aqui
Porque vieram morar aqui
Do que sente saudades
Como era essa cidade quando vocecirc chegou aqui
Como vocecirc considera essa cidade hoje
Fale como era o lazer quando vocecirc era adolescente Como eacute seu lazer hoje
Fale sobre o namoro de antigamente As pessoas tinham um lugar para ldquopaquerarrdquo
Qual era a principal alimentaccedilatildeo das pessoas
Havia violecircncia Como era
Como eram as escolas Usava-se uniforme
Como eram as roupas Onde as comprava ou quem as confeccionava
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 38
Como era a educaccedilatildeo dos filhos
Havia igrejas Frequentava alguma no passado E hoje
O que era cultivado nas lavouras
Muitas pessoas moravam na zona rural
Como eram as habitaccedilotildees
Vocecirc se sente discriminado
O que vocecirc acha da escravidatildeo na eacutepoca da colonizaccedilatildeo do Brasil
Hoje ainda existe escravidatildeo
A fotografia na construccedilatildeo do material didaacutetico
Paulo Freire na ldquopedagogia do oprimidordquo pregava a liberdade atraveacutes da educaccedilatildeo e para
isso educava a partir de estiacutemulos retirados do cotidiano dos alunos aumentando
gradativamente o inverso dos mesmos Os estiacutemulos servem portanto como forma de
despertar a criatividade e o intelecto dos alunos Levando-se em consideraccedilatildeo que a
percepccedilatildeo visual eacute a forma mais objetiva de interaccedilatildeo do homem com o meio que o cerca
os estiacutemulos visuais atendem perfeitamente aos objetivos da educaccedilatildeo Antes mesmo da
escrita as comunicaccedilotildees visuais valendo-se de percepccedilatildeo visual ajuda a escrever a histoacuteria
da humanidade Associando-se aos seus conhecimentos o homem absorve a imagem
processa-a e retira dela suas proacuteprias conclusotildees A imagem dinacircmica ou estaacutetica eacute
portanto uma forma contumaz na divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo quer seja ela educacional
cientifica ou cultural difundindo conhecimentos desenvolvendo ideacuteias e formando
opiniotildees Jaacute em 1888 George Eastman referindo-se agrave fotografia afirmava ldquouma imagem
vale mais que mil palavrasrdquo e desde entatildeo a imagem fotograacutefica estaacute cada vez mais
presente no processo ensino aprendizagem de forma cada vez mais interativa A fotografia
e a questatildeo ambiental estatildeo relacionadas desde sua descoberta em1826 No inicio o
objetivo da fotografia era fazer um registro fiel da natureza Nas suas atividades os
cientistas utilizam cada vez mais a fotografia como instrumentaccedilatildeo de pesquisa registro de
dados apoio didaacutetico e principalmente na divulgaccedilatildeo dos resultados cientiacuteficos
introduzindo o conceito da fotografia cientiacutefica A fotografia eacute uma forma objetiva de
suporte para o ensino e a pesquisa eacute uma forma objetiva de documentaccedilatildeo ela tem o poder
de capturar nuances que muitas vezes passam despercebidas ao olho nu e isso aumenta o
aspecto de observaccedilatildeo do pesquisador A fotografia cientiacutefica tem que retratar o real
aparente a imagem como um instrumento de uma memoacuteria documental da realidade
Muitas vezes diante da dificuldade de deslocamento os professores lanccedilam matildeo da
fotografia para exemplificar e fixar conceitos educacionais tirando-os do imaginaacuterio e
trazendo para suas aulas de forma mais concreta wwwabedorgbrcongresso2007tc552007125857PMpdf
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 39
Trabalhando com fotografias e Histoacuteria Local
FIGURA 1
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 40
FIGURA 2
httpjornalrolandianetblogspotcom201105familia-farina-fotografando-rolandiahtml
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 41
FIGURA 3
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
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FIGURA 4
httpwwwpanoramiocomphoto9865842
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FIGURAS 5 E 6
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 44
FIGURA 7
httpwwwgooglecombrimgresq=FOTOS+ESCOLA+PADRE+JOSE+HERIONS+ROLANDIA
LEMBRETE AO (Agrave) PROFESSOR (A) Nossa proposta significa trabalhar com FONTE DOCUMENTAL As respostas das entrevistas consistem tambeacutem em FONTES DOCUMENTIAS E como tal devem ser interpretadas em sala de aula Qualquer material como fotos muacutesicas poemas imagens etc devem ser tratadas como FONTES u seja pergunta-se a estas QUEM FEZ QUANDO ONDE PARA QUEM POR QUEcirc OQUE QUER COMUNICAR E todos estes materiais necessitam de referecircncia como qualquer texto livro reportagem etc
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 45
Sugestatildeo de atividades para o aluno
Analise as fotografias (1-2-3-4-5-6-7) o Vocecirc conhece esses lugares que estatildeo representados nas fotos o Qual lugar da foto estaacute localizado mais perto de sua casa o Quais fotos representam lugar de lazer o Vendo as fotos onde podemos fazer nossas reflexotildees o O que estaacute na foto que incomoda a comunidade o Vocecirc conhece algumas pessoas das fotos Escreva os nomes das mesmas o Com qual foto vocecirc mais se identificou Justifique sua resposta o Escreva uma frase para cada fotografia o Essas fotos fazem parte da Histoacuteria de Rolacircndia Faccedila comentaacuterios
Sugestatildeo de atividades para o professor
1-Trabalhe com fotografias o Peccedila para seu aluno trazer fotos antigas da famiacutelia da comunidade etc o Faccedila perguntas para obter respostas o Dar oportunidade para um debate sobre as fotos trazidas pelos alunos o Formar grupo com trecircs alunos para eles escreverem sobre as fotos o Colocar em cartazes os resultados obtidos natildeo esquecer de registrar a eacutepoca e
lugar em que foi tirada a foto o Expor na escola para que outros alunos possam ler e analisar os trabalhos
realizados
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 46
Referecircncia bibliograacutefica do texto explicativo
BAUMAN Z Modernidade e ambivalecircncia Rio de Janeiro Jorge Zahar 1999
CAVALLEIRO E S Do silecircncio do lar ao silecircncio escolar racismo preconceito e discriminaccedilatildeo na educaccedilatildeo infantil 4 ed Satildeo Paulo Contexto 2005
FERREIRA Ricardo Franklin O brasileiro o racismo silencioso e a identidade afro-descendente Psicologia e Sociedade Belo Horizonte v 14 n 1 p 69-86 janjun 2002
FIGUEIREDO Luis Claudio Mendonccedila Revisitando as psicologias da epistemologia agrave eacutetica das praacuteticas e discursos psicoloacutegicos 3 ed Petroacutepolis Vozes 2004
FREITAS Patriacutecia de Sobre a Lei 10639 o ensino de histoacuteria e a cultura afro-brasileira OPSIS Catalatildeo v 10 n 1 p15-28 janjun 2010
GONCcedilALVES Rita de Caacutessia LISBOATeresa Kleba Sobre o meacutetodo de Histoacuteria oral em sua modalidade trajetoacuteria de vida Revista Kataacutel Florianoacutepolis v 10 n especial p 83-92 2007
REIS Faacutetima A implementaccedilatildeo da Lei 1063903 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwwebartigoscomarticles39841A-Implementacao-Da-Lei-1063903pagina1htmlgt Acesso em 20 abr 2011
RODRIGUES N Os africanos no Brasil 5 ed Satildeo Paulo Nacional 1977
SCHMIDT Maria auxiliadora CAINELLI Marlene Ensinar histoacuteria Satildeo Paulo Scipione 2004
- Paacutegina em branco
-
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 4
Sites das imagens 32
Trabalhando com viacutedeo 33
Trabalhando com entrevista 34
Histoacuteria Oral - Como fazer uma entrevista 34
Sugestatildeo de Roteiro para realizar a entrevista 37 A Fotografia na Construccedilatildeo do Material Didaacutetico 38 Trabalhando com Fotografias e Histoacuteria Local 39 Figura 1 39 Figura 2 40 Figura 3 41 Figura 4 42 Figura 5 43 Figura 6 43 Figura 7 44 Lembrete ao(a) professor(a) 44
Sugestatildeo de atividades para o Aluno 45 Sugestatildeo de atividades para o(a) professor(a) 45
Referecircncia Bibliograacutefica do Texto Explicativo 46
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 5
DADOS DE IDENTIFICACcedilAtildeO
Professora Gelza Maria Giuliangeli Brogiato
Aacuterea PDE Histoacuteria
NRE Londrina
Professora orientadora Profordf Drordf Maacutercia Elisa Teteacute Ramos
IES vinculada Universidade Estadual de Londrina
Tiacutetulo da pesquisa A cultura do afrodescendente e sua trajetoacuteria de vida
compartilhar as diferenccedilas na comunidade escolar pelas entrevistas
Tema Narrativas dos afrodescendentes moradores no bairro Novo Horizonte na
cidade de Rolacircndia
Conteuacutedo estruturante O estudo de temas baseados em alguns autores que
tratam de pesquisas relacionadas ao racismo silencioso e a emancipaccedilatildeo do
afrodescendente utilizando a metodologia da Histoacuteria Oral por meio de
entrevistas que possam dar noccedilotildees sobre a Histoacuteria Local Tambeacutem se orienta
tomando com referencial autores que consideram a possibilidade de construccedilatildeo
do conhecimento histoacuterico escolar atraveacutes do uso de fontes histoacutericas
transformando-as em material duplo fonte histoacuterica e fonte didaacutetica
Objetivo Geral
Pretende-se fazer com que o aluno realize entrevistas com afrodescendentes
moradores da comunidade em que a escola estaacute inserida no sentido de interagir
com o grupo compreendendo elementos culturais do mesmo construindo
identidade e alteridade
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 6
Objetivos especiacuteficos
Destacar a cultura dos povos africanos para a cultura brasileira e outras
Fazer o aluno ver-se partiacutecipe do processo histoacuterico atraveacutes do
conhecimento sobre diversidade cultural
Despertar o respeito ao outro e a diversidade eacutetnico-racial e religiosa
Compartilhar as diferenccedilas dentro do universo escolar e na comunidade
Desmistificar a imagem da passividade do africano lembrando dos
ldquomovimentos sociaisrdquo por este empreendidos
Proporcionar ao aluno subsiacutedios para entender os procedimentos do
historiador para a escrita da histoacuteria para que possa ele tambeacutem escrever
histoacuteria ou melhor produzir conhecimento histoacuterico
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 7
APRESENTACcedilAtildeO
Apoacutes a promulgaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo de 1988 o Brasil busca
efetivar a condiccedilatildeo de um Estado democraacutetico direito com ecircnfase na cidadania e
dignidade da pessoa humana portanto ainda existe uma realidade de posturas
como preconceito racismo e discriminaccedilatildeo aos afrodescendentes que
historicamente enfrentam dificuldades para o acesso e permanecircncia nas escolas
A escola eacute comprometida com a promoccedilatildeo do ser humano na sua
integridade com objetivo de formaccedilatildeo de valores haacutebitos e comportamentos que
respeitam as diferenccedilas e caracteriacutesticas proacuteprias de grupos e minorias
Ao avaliar os dados que apontam desigualdades entre brancos e
negros na educaccedilatildeo constatam-se as necessidades de poliacuteticas especiacuteficas que
revertam o quadro Os movimentos sociais impulsionaram o Estado a realizar
mudanccedilas legislativas reconhecendo o problema da disparidade branco-negro em
nossa sociedade e a necessidade de intervir de forma positiva Assim em
compromisso de eliminar as desigualdades sociais o Governo Federal sancionou
em marccedilo de 2003 a lei 1063903-MEC que altera a LDB (Lei Diretrizes e Base)
e estabelece as diretrizes curriculares para a implementaccedilatildeo da mesma Essa lei
instituiu a obrigatoriedade do Ensino de Histoacuteria da Aacutefrica e dos africanos no
curriacuteculo escolar do Ensino Fundamental e Meacutedio Essa decisatildeo resgata
historicamente a cultura do negro na construccedilatildeo e formaccedilatildeo da sociedade
brasileira
Nesse contexto percebe-se a necessidade de se desenvolver um
trabalho focalizando diretamente a conscientizaccedilatildeo dos alunos sobre a
importacircncia da cultura afrodescendente na localidade em que ele vive ou seja o
negro fazendo parte do processo histoacuterico-social e pelas entrevistas resgatar a
memoacuteria dessa comunidade e ver o que ela pensa sobre a escravidatildeo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 8
ESTRATEacuteGIA DE ACcedilAtildeO
Segundo Schmidt e Cainelli (2004 p62) para se ensinar histoacuteria
eacute necessaacuterio respeitar o conhecimento do aluno sua histoacuteria de vida esse
conhecimento pode ser considerado como marco inicial e assimilador dando
significado ao ensino de histoacuteria Partindo de suas representaccedilotildees o aluno seraacute
capaz de efetivar suas proacuteprias ideacuteias sobre os objetos e fenocircmenos do mundo
social Eacute graccedilas a essas representaccedilotildees que o aluno pode interrogar o discurso do
professor os documentosoperar a seleccedilatildeo entre os conteuacutedos julgados
pertinentes validaacute-los ou refutaacute-los
Conhecimento Preacutevio Construccedilatildeo do conhecimento histoacuterico
Sugestatildeo de atividades para o(a) aluno(a)
1) Fazer um levantamento sobre os acontecimentos de sua vida desde seu
nascimento ateacute hoje Para isso pergunte para sua matildee ou responsaacutevel anote e
traga para a sala de aula
11) Fazer a linha do tempo e registrar dados importantes de sua vida
___________________________________________________
1998 2002 2006 2010 2011
2) Escrever sua histoacuteria de vida
3) Debate sobre os trabalhos realizados (atividades 1-2)
4) Como vocecirc se sentiu ao escrever sua histoacuteria de vida
5) Vocecirc tambeacutem faz parte da histoacuteria Justifique
Ainda em Schmidt e Cainelli a Histoacuteria Oral eacute uma metodologia de
pesquisa que se baseia em fontes orais que registram experiecircncias vividas o
depoimento de um indiviacuteduo ou de vaacuterios indiviacuteduos de uma mesma comunidade
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 9
O pesquisador deve orientar a pesquisa para buscar referecircncias objetivas sobre o
tema pesquisado a entrevista eacute a estrateacutegia mais comum na coleta de dados
pode ser captada com gravaccedilatildeo ou transcriccedilatildeo escrita Eacute importante haver
controle sobre o universo de amostras e o tipo de entrevista em nosso caso
usaremos a entrevista aberta o conhecimento da atitude do entrevistador do
lugar onde se faz a entrevista e o trabalho de anaacutelise e reflexatildeo sobre os
resultados O trabalho com oralidade no trabalho de histoacuteria precisa-se considerar
que a reflexatildeo acompanhe todo o processo
Pode se trabalhar os depoimentos pessoais com base na escolha de temas comuns consultados em diferentes fontes procurando explorar os conteuacutedos sem desvinculaacute-las das categorias mais ampla das estruturas social econocircmica e poliacutetica Eacute importante evitar o que Dosse chamou de ldquohistoacuteria em migalhasrdquo (Schmidt Cainelli 2004 p 127)
Para que a histoacuteria oral se torne significativa seraacute necessaacuterio
planejar cuidadosamente o trabalho a ser desenvolvido definir objetivos verificar
os recursos disponiacuteveis selecionar as estrateacutegias adotadas como entrevistar
pessoas da comunidade em que estaacute inserida Focando um tema desejado no
caso o afrodescendente e o resgate de sua cultura hoje Ao entrevistar pessoa da
comunidade para resgatar sua trajetoacuteria de vida em um determinado local
ampliamos o conhecimento para aleacutem dessa comunidade
Com elemento constitutivo da transposiccedilatildeo didaacutetica do saber histoacuterico para o saber escolar a histoacuteria local pode ser vista como estrateacutegia pedagoacutegica Trata-se de uma forma de abordar a aprendizagem a construccedilatildeo e a apreensatildeo do conhecimento histoacuterico com proposiccedilotildees que podem ser articuladas em interesses do aluno suas aproximaccedilotildees cognitivas suas experiecircncias culturais e com a possibilidade de desenvolver atividades diretamente vinculadas agrave vida cotidiana Com estrateacutegia de aprendizagem a histoacuteria local pode garantir uma melhor apropriaccedilatildeo do conhecimento histoacuterico baseado em recortes selecionados do conteuacutedo os quais seratildeo integrados no conjunto do conhecimento (VAZQUEZ apud Schmidt Cainelli 2004p113)
Na coleta e tratamento de entrevistas a memoacuteria eacute de fundamental
importacircncia para os historiadores e para outros profissionais porque por meio dela
ldquolemosrdquo periacuteodos histoacutericos chegamos a determinados sujeitos sociais excluiacutedos
ou esquecidos da Histoacuteria A memoacuteria possui ldquolugaresrdquo que nos permitem lembrar
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 10
como museus muacutesicas literatura ldquocausosrdquo etc A memoacuteria pode ser individual ou
coletiva mas para evocar lembranccedilas eu preciso de memoacuteria do outro para
transformar a minha memoacuteria na ldquonossa memoacuteriardquo
Construccedilatildeo da entrevista
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Analisar os itens abaixo com muita atenccedilatildeo e comprometimento
2-Destacar esses itens em um cartaz para natildeo ser esquecidos
3-Formar grupos para a simulaccedilatildeo de uma entrevista dentro da sala de aula
4- Para se realizar a entrevista de campo seraacute necessaacuterio um entrevistador amp
aluno auxiliarequipe de transcriccedilatildeo aluno-transcritor aluno-conferente
professor-conferente
Condutas a serem consideradas no trabalho de campo (antes e durante a entrevista)
-Ao solicitar permissatildeo para realizar a entrevista comportar-se
corretamente e com boas maneiras
-Ter o maacuteximo respeito ao conversar com o entrevistado
-Ouvir o que outra pessoa considera importante dizer
-Manter o contato visual durante a entrevista manter o olhar e a
atenccedilatildeo dirigidos para o entrevistado
-Responder as perguntas que o entrevistado fizer sobre o
entrevistador e o projeto
-Explicar para o entrevistado como o seu depoimento eacute
importante e contribui para a memoacuteria da Histoacuteria da comunidade
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 11
-Atitude vocecirc estaacute tentando aprender um pouquinho ou fazer que
algueacutem lhe contem histoacuterias Lembre-se na entrevista eles que
tecircm os conhecimentos
-Respeitar os pedidos do entrevistado
No processamento e interpretaccedilatildeo
Fidelidade e zelo na transcriccedilatildeo na
conferecircncia e na anaacutelise das
entrevistas
Nem uma palavra do entrevistado
pode ser desprezada
Na representaccedilatildeo dos resultados agrave comunidade
Apresentar os resultados da pesquisa para a comunidade de forma
transparente respeitando as informaccedilotildees coletadas nas entrevistas
Dando enfoque a este trabalho atraveacutes de entrevistas e da
histoacuteria local deveraacute ser resgatado o tema de Ferreira (2002) quando ele fala
sobre ldquoO brasileiro o racismo silencioso e a emancipaccedilatildeo do afrodescendenterdquo
Nelson Rodrigues ldquoespecialistardquo em denunciar aquilo que se esconde por detraacutes
das aparecircncias aponta uma farsa da qual muitas vezes o brasileiro se orgulha
que o Brasil vive em uma ldquodemocracia racialrdquo
O preconceito contra o negro em funccedilatildeo de o mito que o nega
torna-se difiacutecil de ser compreendido e combatido Existe um tratamento cordial
levando a crer que a discriminaccedilatildeo etnoracial natildeo existe Mesmo tendo
consciecircncia disso poreacutem considera um problema do outro No Brasil o preconceito
natildeo eacute abertamente afirmado por isso se torna difiacutecil agrave elaboraccedilatildeo de leis que
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 12
favoreccedila a reversatildeo A ideologia eacute que no Brasil as diferenccedilas satildeo aceitas e
valorizadas um verdadeiro exemplo para outras naccedilotildees encobre o problema Em
funccedilatildeo disso satildeo negados para os negros as condiccedilotildees de viver melhor e exercer
a cidadania
Segundo Cavalleiro (2005) tais depoimentos revelam que nos
lares de famiacutelias negras e na escola a maneira mais silenciosa de se lidar com o
preconceito eacute o silecircncio O termo ldquomorenordquo era para se auto-referir as
caracteriacutesticas etnoraciais Parece politicamente chamar de moreno o
afrodescendente uma estrateacutegica simboacutelica de fuga da discriminaccedilatildeo Questotildees
que se tornam difiacuteceis de se lidar no Brasil Em torno do seacuteculo XIV o homem
ocidental lanccedilou-se no mundo das Grandes Navegaccedilotildees deparou-se com um
universo de diversidade Ele precisava-se organizar de maneira segura em sua
realidade atraveacutes de reflexotildees conseguiu controlar os acontecimentos Bauman
(1999) nos direciona a uma das chaves da compreensatildeo da construccedilatildeo da
subjetividade do homem moderno O processo de qualificar obsessotildees da
civilizaccedilatildeo ocidental constitui-se nos atos de incluir o semelhante num padratildeo
considerado correto excluindo o diferente Ordem e progresso condiccedilotildees que
legitimavam transformaccedilotildees do outro no mesmo Para o africano escravizado
tornar-se cristatildeo apagar sua histoacuteria atraveacutes de um processo de branqueamento
e aculturaccedilatildeo tornaacute-lo branco Essa ideacuteia foi defendida no iniacutecio do seacuteculo XX por
vaacuterios cientistas e intelectuais brasileiros que eram representantes das ldquoverdadesrdquo
estabelecidas Schwarcz (1998) e Consorte (1999) analisaram esse periacuteodo havia
justificativas consideradas cientificas que legitimavam o eurocentrismo [] Para
Larkin Nascimento (2000) apoiara-se em duas condiccedilotildees baacutesicas a imigraccedilatildeo em
massa subsidiada pelo Estado sob legislaccedilatildeo que excluiacutea raccedilas natildeo desejaacuteveis
e o cultivo do ideal do embranqueamento Apoacutes vaacuterias reflexotildees podem ser
apontados alguns itens que favoreceram o preconceito no Brasil A concepccedilatildeo
constitutiva do mundo ocidental que se desenvolveu na modernidade com uma
questatildeo de ordem desvalorizando ou eliminando o diferente O africano era visto
como mero objeto de uso Apoacutes a aboliccedilatildeo surge a inferioridade racial do negro
apoiada pela ciecircncia prevendo sua extinccedilatildeo na constituiccedilatildeo do povo brasileiro
Para Gilberto Freyre nos anos trinta o mesticcedilo passa a ser louvado como siacutembolo
de nossa identidade Primeiro a desvalorizaccedilatildeo depois a exaltaccedilatildeo surgindo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 13
assim o mito da ldquodemocracia racialrdquo aqui estaacute a construccedilatildeo do racismo silencioso
Uma visatildeo negativa do afrodescendente e um discurso contraacuterio tentando negaacute-la
(apud Ferreira 2002) Em funccedilatildeo da desvalorizaccedilatildeo da pessoa negra elas
tendem a introjetar a visatildeo dominante do mundo branco visto como superior Para
Pereira (1987 apud Ferreira 2002 p75) a escola eacute um lugar onde a crianccedila
alimenta subliminarmente a figura do negro ldquocaricaturalrdquo No plano de
relacionamentos a escola reproduz naquele microcosmo a mesma estrutura de
relaccedilatildeo que se daacute na sociedade brasileira como um todo Assim a escola em
lugar de reversatildeo do problema estimula o estereotipo soacutecias do negro e sua
submissatildeo aos valores do outro Estimulada a visatildeo de um mundo cultural
eurocentrico cria um processo pedagoacutegico que leva o afrodescendente inibir sua
capacidade de expor seu saber e sentir-se como cidadatildeo
Construccedilatildeo de Conceitos
Sugestatildeo de atividade para o (a) aluno (a)
1- Estudo dos termos existentes nos documentos incluiacutedos no projeto como
democracia racial preconceito discriminaccedilatildeo afrodescendente diversidade
etnoracial cotidiano moreno branqueamento eurocentrismo racismo silencioso
Atraveacutes de pesquisas orientadas pala professora
2-Promover um debate sobre os termos estudados na atividade 1
3-Atividade em dupla Apoacutes o debate entre professora e alunos produzir um
texto
4-Todos os textos seratildeo analisados pela professora e alunos
5- Apoacutes pesquisar conceitos para os termos da atividade (1) montar um painel
com resultados obtidos e expor para outras turmas na escola (atividade seraacute
realizada em grupo de quatro alunos)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 14
Para refletir pesquisar e responder em seu caderno
1-Escreva o que vocecirc entendeu por racismo preconceito e discriminaccedilatildeo
2-Existe discriminaccedilatildeo no Brasil Justifique
3-Vocecirc jaacute foi discriminado alguma vez Relate
4-Vocecirc jaacute presenciou situaccedilotildees de discriminaccedilatildeo na escola
5-Vocecirc jaacute discriminou alguma pessoa Justifique
6-Escreva algum tipo de discriminaccedilatildeo que existe na comunidade em que
vocecirc mora
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor
1-Decirc sugestotildees como a escola deve agir ao perceber a discriminaccedilatildeo entre
os educandos
2- Usar para pesquisas o link
wwwuelbrprojetosleoafropagespublicacoesphp
Essas leituras podem contribuir para o seu plano de aula
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 15
Segundo Helms (1985 apud Ferreira 2002 p78) pessoas
envolvidas agrave descriminaccedilatildeo natildeo se encaixam em nenhum grupo satildeo
desqualificadas por ser negro e desvalorizam-se como pessoa Mudanccedilas podem
ocorrer a partir de exposiccedilatildeo de eventos que envolvem informaccedilotildees nos aspectos
culturais como danccedilas festas muacutesicas estudos leituras filmes e outras que
possam usaacute-las com referecircncia pessoal No iniacutecio eacute um desafio para o sujeito
envolvido mas aos poucos vai superando quando descobre que seus valores e
sua visatildeo de mundo natildeo permitem mais dominaccedilatildeo A participaccedilatildeo em grupo de
militacircncia voltados para valores com objetivos culturais e poliacuteticos pode favorecer
a reconstruccedilatildeo pessoal dos interlocutores que vivem o problema realizando um
exerciacutecio de padrotildees negativos introjetados e analisando a histoacuteria omitida A
militacircncia pode transformar a vergonha de ser negro em orgulho de ser negro
onde ele passa a ter uma nova histoacuteria intensificando a luta que jaacute vem desde a
escravidatildeo Com a recuperaccedilatildeo das matrizes curriculares africanas a histoacuteria da
diaacutespora reivindicaccedilotildees poliacuteticas sociais o afrodescendente pode ser visto com
qualidades que o outro natildeo percebia e ao mesmo tempo os aspectos culturais
que tambeacutem o constituem Atraveacutes de trabalhos cuidadosamente estudados eacute
muito importante que a pessoa branca deixe de negar suas raiacutezes culturais
africanas e tambeacutem indiacutegenas assim como o negro brasileiro suas raiacutezes
culturais europeacuteias e tambeacutem indiacutegenas Portanto eacute neste objetivo que este
projeto de ensino de histoacuteria se insere no (re) pensar sobre a cultura
afrodescendente de modo a dar condiccedilotildees para o (a) aluno(a)enfrentar com
consciecircncia criacutetica os desafios de um cotidiano ainda pautado em representaccedilotildees
preconceituosas
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 16
Comportamento reflexivo pela natildeo-discriminaccedilatildeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Qual a importacircncia dos movimentos de militacircncia para os que se sentem
excluiacutedos da sociedade
2-Realizar pesquisas em outros autores para saber mais sobre os movimentos
de militacircncia dos afrodescendentes
3-Na sua opiniatildeo como superar a discriminaccedilatildeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1- Trabalhar ldquovaloresrdquo sempre que perceber discriminaccedilatildeo entre os educandos
2- Sempre que for possiacutevel trabalhar temas ou textos sobre diversidade que
podem ser vistos em todas as disciplinas
3- Orientar os educandos em sala de aula para que realizem atividades sobre
diversidade como analisar figuras fotos montar paineacuteis confecccedilotildees de cartazes
recorte e colagem de figuras produccedilatildeo de textos etc
Negros e brancos na redaccedilatildeo de Maria Claudia
No trecho a seguir o escritor Pedro Bandeira apresenta-nos a redaccedilatildeo escrita por
Maria Claudia Segundo ele quando escreveu Maria Claudia ainda natildeo tinha
nove anos Era uma crianccedila como tantas outras que ocupam as milhares salas de
aula do Brasil Vejamos como Maria Claudia vecirc a questatildeo das diferenccedilas entre o
branco e o negro
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 17
ldquoOs brancos satildeo muito diferentes dos negros Mas depende do branco e depende
do negro Na minha caixa de laacutepis de cor o branco natildeo serve para nada Soacute o
preto eacute que serve para desenhar Com o giz a gente desenha na lousa Com o
carvatildeo a gente desenha um bigode na cara do Paulinho para a festa de Satildeo
Joatildeo Nesse negoacutecio de muacutesica natildeo tem branco Soacute tem preto Todos os discos
que eu conheccedilo satildeo pretos Nunca vi um disco branco O papel eacute branco e eacute
igualzinho o papel preto chamado carbono que escreve embaixo tudo o que a
gente escreve em cima A noite eacute preta mas o dia natildeo eacute branco O dia eacute azul
Entatildeo o preto da noite eacute soacute da noite Natildeo eacute igual nem eacute diferente de nada O leite
eacute branco e o cafeacute eacute preto De cafeacute eu natildeo gosto Tambeacutem natildeo gosto de leite
quando ele estaacute branco Prefiro misturar com chocolate E aiacute o leite fica marrom
Marrom como a minha amiga Patriacutecia Outro dia me disseram que a Patriacutecia eacute
negra mas ela eacute marrom Eu estou com raiva dela porque ela tirou uma nota
melhor do que eu na prova de matemaacutetica Mas eu natildeo quero ser diferente dela
Vou estudar bastante Na proacutexima prova eu e ela vamos ficar iguaisrdquo
BANDEIRA Pedro A redaccedilatildeo da Maria Claudia in Grupo de trabalho para assuntos afro-
brasileiros Salve o 13 de maio Satildeo Paulo SE 1988 p7
Refletindo sobre o texto
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Analisar o texto e responder as questotildees abaixo
11 Na redaccedilatildeo de Maria Claudia o que satildeo mais importantes as coisas brancas
as coisas negras ou a mistura das coisas
12 ldquoO papel eacute branco e eacute igualzinho o papel preto chamado carbono que escreve
embaixo tudo o que a gente escreve em cimardquo Comparando a Histoacuteria com o
papel branco e o carbono seraacute que por detraacutes de toda a histoacuteria dos brancos natildeo
existe tambeacutem uma histoacuteria de negros Seraacute que a histoacuteria do negro eacute igual agrave do
branco
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 18
13 Pela redaccedilatildeo de Maria Claudia o negro eacute inferior ao branco Vocecirc concorda
com Maria Claudia
14 Como vocecirc se relaciona com seus amigos negros
Formando crianccedilas livres de preconceitos
Sugestatildeo de atividades para o(a) professor(a)
ATENCcedilAtildeO A PARTIR DESTE MOMENTO
TRANSCREVEMOS O TEXTO DE UM BLOG COM
ALGUMAS ADAPTACcedilOtildeES DE DIAGRAMACcedilAtildeO
Construir Notiacutecias por Moacir Pereira Juacutenior (httpserinteiroblogspotcomsearchlabelEducaC3A7C3A3o)
As crianccedilas natildeo satildeo naturalmente preconceituosas Elas aprendem a ser com os adultos Aproveite essa fase essencial da vida de todo ser humano que eacute a infacircncia e valorize sentimentos e valores positivos que esses pequenos e especiais seres trazem em sirdquo Educaccedilatildeo Infantil e dos 1ordm 2ordm e 3ordm anos do Ensino Fundamental Sugiro duas formas de iniciar o projeto uma para alunos que ainda natildeo dominam a escrita e outra para alunos com domiacutenio da escrita Realizando o projeto com crianccedilas da Educaccedilatildeo Infantil e dos 1ordm 2ordm e 3ordm anos do Ensino Fundamental pode-se comeccedilar a trabalhar o tema fazendo uma dinacircmica
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 19
1- Dinacircmica das flores leve flores de diferentes cores e formas para a classe e deixe que cada aluno escolha uma Depois pergunte o que chamou a atenccedilatildeo deles para escolher aquela flor Peccedila-lhes que percebam as diferentes cores o perfume a textura as diferentes formas Chame sua atenccedilatildeo para o fato de as flores serem diferentes e nem por isso menos belas e apreciadas Em seguida peccedila que olhem uns para os outros Assim como as flores cada um eacute diferente mas natildeo menos importante Muitas coisas variam cor e tipo de cabelo formato e cor dos olhos tamanho do nariz altura cor da pele etc
2- Dinacircmica das cores leve um aparelho de som para a classe e coloque uma muacutesica suave Espalhe vaacuterios laacutepis ou gizes de cera de vaacuterias cores sobre a mesa e peccedila para as crianccedilas escolherem a cor que mais lhes agrada Haveraacute cores iguais e cores diferentes Converse com elas sobre como seria o mundo se tudo fosse de uma soacute cor mdash azul por exemplo E se tudo fosse amarelo Ou vermelho Seraacute que elas comeriam uma banana azul Ou um morango cinza Sim Natildeo Por quecirc Pode-se debater se eacute bom haver cores diferentes e o porquecirc Depois peccedila que olhem uns para os outros Assim como as cores cada um eacute diferente Muitas coisas variam cor e tipo de cabelo formato e cor dos olhos tamanho do nariz altura cor da pele Pergunte que cor de laacutepis ou giz eacute mais parecido com a cor da pele de cada um (Caso algum aluno diga que sua cor eacute ldquofeiardquo procure fazecirc-lo se sentir valorizado Esse momento seraacute propiacutecio para melhorar a autoestima dessa crianccedila)
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Dinacircmicas para os Proacuteximos Anos do Ensino Fundamental Comeccedilando com jovens do 4ordm e 5ordm anos do Ensino Fundamental o projeto eacute basicamente trocar ideacuteias debater e discutir para se chegar a uma mudanccedila de atitude
1- Discutindo preconceito de gecircnerosexismo
2- Discutindo as diferenccedilas (porte de deficiecircncia obesidade etc)
3- Discutindo preconceito racial e eacutetnico
1- Discutindo preconceito de gecircnerosexismo Questione os alunos ldquoMenino brinca de bonecardquo Peccedila previamente aos alunos para trazerem de casa figuras de diversos profissionais Sente-se em roda com eles e analise as figuras Que profissotildees satildeo mais retratadas Essas profissotildees estatildeo mais ligadas a homens ou a mulheres Haacute profissotildees predominantemente masculinas ou femininas Por quecirc Faccedila cartazes com frases comumente ouvidas como por exemplo ldquoMenino natildeo chorardquo ldquoEsta brincadeira natildeo eacute para meninasrdquo ldquoMenino natildeo usa cor-de-rosardquo ldquoMenina eacute mais fraacutegil que meninordquo ldquoMenina natildeo senta de perna abertardquo ldquoMenino natildeo deve danccedilar baleacuterdquo etc Mostre os cartazes aos alunos e pergunte que outras frases eles jaacute ouviram Questione por que dizem que meninos e meninas natildeo podem fazer tais coisas Quem determinou isso Se possiacutevel traga gravuras que mostrem o contraacuterio do que estaacute escrito nos cartazes Peccedila que as crianccedilas levem histoacuterias em quadrinhos para a sala de aula (Turma da Mocircnica Walt Disney etc) Leia as histoacuterias com eles e chame sua atenccedilatildeo para o papel que eacute reservado agraves meninas (Satildeo sempre as fofoqueiras Satildeo choronas Satildeo consideradas fraacutegeis) E os meninos como satildeo retratados (ativos liacutederes espertos) Leia com eles alguns contos de fadas e analise o papel das mulheres (princesas esperando serem salvas cuja realizaccedilatildeo eacute casar e ser feliz para sempre) Peccedila-lhes que reescrevam um conto de fadas invertendo os papeacuteis masculinos e femininos Se possiacutevel dramatize o novo conto de fadas com a inversatildeo de papeacuteis
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 21
httpcaixinhadecoresblogspotcom200810meninos-e-bonecas-por-que-nohtml
2- Discutindo as diferenccedilas (porte de deficiecircncia obesidade etc) Alunos portadores de deficiecircncia (fiacutesica ou mental) alunos obesos de baixa estatura ou que usam oacuteculos enfim que possuem caracteriacutesticas fiacutesicas que chamam a atenccedilatildeo tambeacutem costumam sofrer algum tipo de discriminaccedilatildeo e comumente satildeo alvo de piadas e comentaacuterios geralmente ofensivos por parte dos colegas e de alguns adultos Veja abaixo algumas atividades para trabalhar esse tema bull Montar um mural com personalidades que apresentem caracteriacutesticas fiacutesicas que fogem aos padrotildees e questionar o conceito de feio e bonito bull Promover a leitura de livros que abordem agrave temaacutetica do preconceito bull Fazer dramatizaccedilatildeo dos livros lidos bull Organizar a turma em grupos e encarregar cada um de elaborar uma histoacuteria sobre uma crianccedila com uma caracteriacutestica fiacutesica ou mental especial Terminadas as histoacuterias organizaacute-las em um livro e se possiacutevel providenciar uma coacutepia para cada aluno bull Montar na sala de aula um mural onde a crianccedila possa desabafar Se durante o dia algueacutem disser algo que a ofenda ou magoe ela escreve o que aconteceu e quem foi o autor e deixa ali uma mensagem de desagravo para o ofensor Acompanhe o teor do que aparece escrito e converse com os conflitantes Esse tipo de atitude poderaacute ajudar caso vocecirc tenha alunos comumente alvo de discriminaccedilatildeo (seja por raccedila cor tamanho porte de alguma deficiecircncia etc)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 22
3- Discutindo preconceito racial e eacutetnico Peccedila que cada aluno monte a sua histoacuteria (e a da famiacutelia) falando do brinquedo preferido da comida de que mais gosta da famiacutelia etc Monte um livro com todas as histoacuterias dos alunos e pergunte ldquoComo seria o mundo se todos fossem iguaisrdquo Confecccedilatildeo de bonecos eacute raro encontrar no mercado bonecas negras orientais e indiacutegenas o que contribui para reforccedilar a exclusatildeo das crianccedilas desses grupos Se houver possibilidade envolva matildees pais parentes das crianccedilas e confeccionem juntos marionetes e bonecos que representem pessoas negras Evite estereoacutetipos (por exemplo negros sempre pobres ou sempre jogadores de futebol) Monte com as crianccedilas um teatrinho em que haja personagens brancas negras e amarelas em papeacuteis de igual valor (evite dar sempre os papeacuteis de destaque para alunos brancos) Monte um mural com os personagens preferidos das crianccedilas Verifique se haacute algum negro ou oriental Crie com os alunos personagens de diferentes etnias e envolva as crianccedilas na elaboraccedilatildeo de uma histoacuteria em quadrinhos (HQ) Aproveite o momento para trabalhar com a turma os diferentes povos que formaram a atual populaccedilatildeo brasileira Qual a ascendecircncia de cada um Divida a classe em grupos e encarregue cada um de pesquisar um povo e sua contribuiccedilatildeo para a formaccedilatildeo da cultura brasileira na liacutengua na alimentaccedilatildeo nos costumes etc Depois de estudar os diferentes povos que colonizaram o Brasil e contribuiacuteram para a formaccedilatildeo do povo brasileiro monte com as crianccedilas uma feira das naccedilotildees Cada grupo pode usar trajes tiacutepicos fazer performances cantar enfim o que a sua criatividade sugerir Se possiacutevel envolva toda a comunidade escolar nessa feira abrindo-a para a participaccedilatildeo dos pais in Construir Notiacutecias por Moacir Pereira Juacutenior (httpserinteiroblogspotcomsearchlabelEducaC3A7C3A3o)
ATENCcedilAtildeO A PARTIR DESTE MOMENTO NAtildeO
MAIS TRANSCREVEMOS O BLOG
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 23
Trabalhando com muacutesica
ldquoA muacutesica eacute uma forccedila geradora de vida uma energia que
envolve o nosso ser inteiro atuando de forma poderosa sobre
o nosso corpo mente e coraccedilatildeo Aleacutem de alegrar unir e
consagrar mensagens e valores disciplinar e socializar a
muacutesica forma o caraacuteter e favorece o desenvolvimento integral
da personalidade o equiliacutebrio emocional e socialrdquo (profordf
compositora e regente Miacuteria Therezinha Kolling)
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Fazer leitura da letra da muacutesica
2-Procurar no dicionaacuterio o significado das palavras
3-Ouvir a muacutesica de Caetano Veloso
4-Cantar a muacutesica
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1-Fazer anaacutelise da muacutesica junto com os alunos
2-Fazer comentaacuterios sobre a muacutesica
3- Escrever um texto coletivo com os alunos sobre o tema ldquoNavio Negreirordquo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 24
O Navio Negreiro
Caetano Veloso
Composiccedilatildeo Castro Alves
O Navio Negreiro
Estamos em pleno mar
Era um sonho dantesco o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho
Em sangue a se banhar
Tinir de ferros estalar do accediloite
Legiotildees de homens negros como a noite
Horrendos a danccedilar
Negras mulheres suspendendo agraves tetas
Magras crianccedilas cujas bocas pretas
Rega o sangue das matildees
Outras moccedilas mas nuas espantadas
No turbilhatildeo de espectros arrastados
Em acircnsia e maacutegoa vatildes
E ri-se a orquestra irocircnica estridente
E da ronda fantaacutestica a serpente
Faz doudas espirais
Se o velho arqueja se no chatildeo resvala
Ouvem-se gritos o chicote estala
E voam mais e mais
Presa dos elos de uma soacute cadeia
A multidatildeo faminta cambaleia
E chora e danccedila ali
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 25
Um de raiva delira outro enlouquece
Outro que de martiacuterios embrutece
Cantando geme e ri
No entanto o capitatildeo manda a manobra
E apoacutes fitando o ceacuteu que se desdobra
Tatildeo puro sobre o mar
Diz do fumo entre os densos nevoeiros
Vibrai rijo o chicote marinheiros
Fazei-os mais danccedilar
E ri-se a orquestra irocircnica estridente
E da ronda fantaacutestica a serpente
Faz doudas espirais
Qual num sonho dantesco as sombras voam
Gritos ais maldiccedilotildees preces ressoam
E ri-se Satanaz
Senhor Deus dos desgraccedilados
Dizei-me voacutes Senhor Deus
Se eacute loucura se eacute verdade
Tanto horror perante os ceacuteus
Oacute mar por que natildeo apagas
Coa esponja de tuas vagas
De teu manto este borratildeo
Astros noite tempestades
Rolai das imensidades
Varrei os mares tufatildeo
Quem satildeo estes desgraccedilados
Que natildeo encontram em voacutes
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fuacuteria do algoz
Quem satildeo Se a estrela se cala
Se a vaga agrave pressa resvala
Como um cuacutemplice fugaz
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 26
Perante a noite confusa
Dize-o tu severa musa
Musa libeacuterrima audaz
Satildeo os filhos do deserto
Onde a terra esposa a luz
Onde voa em campo aberto
A tribo dos homens nus
Satildeo os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidatildeo
Homens simples fortes bravos
Hoje miacuteseros escravos
Sem ar sem luz sem razatildeo
Satildeo mulheres desgraccediladas
Como Agar o foi tambeacutem
Que sedentas alquebradas
De longe bem longe vecircm
Trazendo com tiacutebios passos
Filhos e algemas nos braccedilos
Nalma laacutegrimas e fel
Como Agar sofrendo tanto
Que nem o leite do pranto
Tecircm que dar para Ismael
Laacute nas areias infindas
Das palmeiras no paiacutes
Nasceram crianccedilas lindas
Viveram moccedilas gentis
Passa um dia a caravana
Quando a virgem na cabana
Cisma das noites nos veacuteus
Adeus oacute choccedila do monte
Adeus palmeiras da fonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 27
Adeus amores adeus
Senhor Deus dos desgraccedilados
Dizei-me voacutes Senhor Deus
Se eu deliro ou se eacute verdade
Tanto horror perante os ceacuteus
Oacute mar por que natildeo apagas
Coa esponja de tuas vagas
De teu manto este borratildeo
Astros noite tempestades
Rolai das imensidades
Varrei os mares tufatildeo
E existe um povo que a bandeira empresta
Pra cobrir tanta infacircmia e cobardia
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria
Meu Deus meu Deus mas que bandeira eacute esta
Que impudente na gaacutevea tripudia
Silecircncio Musa chora chora tanto
Que o pavilhatildeo se lave no seu pranto
Auriverde pendatildeo de minha terra
Que a brisa do Brasil beija e balanccedila
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperanccedila
Tu que da liberdade apoacutes a guerra
Foste hasteado dos heroacuteis na lanccedila
Antes te houvessem roto na batalha
Que servires a um povo de mortalha
Fatalidade atroz que a mente esmaga
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu na vaga
Como um iacuteris no peacutelago profundo
Mas eacute infacircmia demais
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 28
Da eteacuterea plaga
Levantai-vos heroacuteis do Novo Mundo
Andrada arranca este pendatildeo dos ares
Colombo fecha a porta de teus mares
(endereccedilo do viacutedeo para assistir clip da muacutesica)
(httpwwwyoutubecomwatchv=1Osbp0IMYRM)
Trabalhando com poema
Terra roxa e outras terras- Revista de Estudos Literaacuterios
Ana Claudia Duarte Mendes (UEMSUEL)
A literatura do poema ldquoVozes de Mulheresrdquo de Conceiccedilatildeo Evaristo a partir de
uma perspectiva de construccedilatildeo da memoacuteria possibilita-nos observar a existecircncia
de uma literatura adjetivada afro-brasileira A poesia analisada estaacute inserida em
um contexto no qual o poeta assume o ponto de vista negro Ao narrar a trajetoacuteria
de mulheres negras preservada na memoacuteria coletiva revela a ancestralidade que
se projeta no presente e prepara o futuro
O poema pertence a um tempo e lugar histoacuterico no mesmo instante transcende
essa condiccedilatildeo supera-a ldquoO poema eacute tempo arquetiacutepico e por secirc-lo eacute tempo que
se encarna na experiecircncia concreta de um povo um grupo ou uma seitardquo (Paz
1972 54) A contradiccedilatildeo ndash essecircncia do poema- que ao se encarnar revela-se
histoacuterico ao mesmo tempo em que eacute presente a cada nova leitura atualiza-se e
se projeta enquanto futuro Ao poeta eacute impossiacutevel fugir da histoacuteria mesmo quando
compotildee algo completamente diverso desta pois suas palavras satildeo sociais e
histoacutericas A revelaccedilatildeo poeacutetica consagra a experiecircncia humana (Paz 1972 55)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 29
por ser a poesia imagem A palavra poeacutetica ao se compor enquanto imagem
conforma o isto e o aquilo no mesmo instante Diz o indiziacutevel
O poeta consagra sempre umas experiecircncias histoacutericas que pode ser pessoal
sociais ou ambas as coisas ao mesmo tempo Mas ao falar-nos de todos estes
sucessos sentimentos experiecircncias e pessoas o poeta nos fala de outra coisado
que estaacute fazendo diante de noacutes e em noacutes E mais ainda leva-nos a repetir a
recriar seu poema a nomear aquilo que nomeia e ao fazecirc-lo revela-nos o que
somos (Paz 1972 57)
Como o poema surge na construccedilatildeo a partir da memoacuteria nos atrevemos a
dialogar com a obra de Gizecirclda Melo do nascimento Feitio de viver memoacuterias de
descendentes de escravos de 2006 O livro registra e interpreta a narrativa de
mulheres negras fortes e determinadas a contarem suas trajetoacuterias memoacuterias
individuais e coletivas O olhar para o presente na esperanccedila do futuro sem
alijarem-se do passado ancestral Esta perspectiva nos permitiraacute iluminar o
poema siacutentese do vivido
Vozes-Mulheres de Conceiccedilatildeo Evaristo
A voz da minha bisavoacute ecoou
crianccedila
nos porotildees do navio
Ecoou lamentos
de uma infacircncia perdida
A voz de minha avoacute
ecoou obediecircncia
aos brancos-donos de tudo
A voz de minha matildee
ecoou baixinho revolta
no fundo das cozinhas alheias
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 30
debaixo das trouxas
roupagens sujas dos brancos
pelo caminho empoeirado
rumo agrave favela
A minha voz ainda
ecoa versos perplexos
com rimas de sangue
e
fome
A voz de minha filha
recolhe todas as nossas vozes
recolhe em si
as vozes mudas caladas
engasgadas nas gargantas
A voz de minha filha
recolhe em si
a fala e o ato
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1- Comente a partir do seu proacuteprio olhar o poema da referida autora O
comentaacuterio pode ser tanto teacutecnico (observacircncia da estrutura do poema) quanto
conteudiacutestico (como vocecirc avalia o poema a partir de suas impressotildees pessoais)(A
obra de Conceiccedilatildeo Evaristo eacute facilmente encontrada na Internet) Trabalhar com
os alunos outros poemas
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 31
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno(a)
1- Analisar o poema e reescrever em cada
verso seu significado
A voz de minha bisavoacute
A voz de minha avoacute
A voz de minha matildee
A minha voz
A voz da minha filha
2- Fazer comentaacuterios sobre o poema em sala
de aula professor (a) e alunos
3- Ilustrar o poema usando sua
criatividade
4-Com os desenhos prontos formar grupos
com trecircs alunos e criar uma histoacuteria em
quadrinhos sobre o que entendeu do poema
estudado
A escola e os educandos precisam se organizar para demonstrar a
importacircncia da pluralidade racial na sociedade A fim de contemplar discussotildees
sobre a diversidade racial discutir os problemas sociais Para possibilitar que os
educandos construam suas proacuteprias ideacuteias e entendimento sobre o outro que lhe eacute
diferente O preconceito no cotidiano escolar tem que ser combatido Eacute necessaacuterio
que todos digam natildeo ao preconceito racial Os agentes transformadores da
educaccedilatildeo precisam unir forccedilas para promover o respeito muacutetuo e a possibilidade
de conversar sobre diferenccedilas sem melindres e sem preconceitos Na educaccedilatildeo
infantil tempo dos primeiros passos da vida social da crianccedila eacute importante
possibilitar atitudes positivas estimular o contanto com a esteacutetica e pelo
imaginaacuterio afro e afrodescendente Trazer a verdadeira histoacuteria do negro africano
no Brasil para romper com as barreiras dos preconceitos (Perrucci 1999 p 7)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 32
httpwwwwebartigoscomarticles380941INCLUSAO-NO-TRIBUNAL-DE-JUSTICApagina1html
Trabalhando com imagens
Sugestatildeo de atividades para o aluno
1 Ver as figuras abaixo e responder as questotildees
2 Vocecirc acha que existe preconceito entre essas crianccedilas Justifique
3 A crianccedila jaacute nasce com preconceito Comente
4 Como a crianccedila adquire o preconceito
5 Vocecirc como adolescente jaacute sofreu preconceito Em que fase de sua vida
Comente
Sites das imagens
almazendemensagensblogspotcom uniblogcombr
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 33
agenciaaldensblogspotcom sociologiacienciaevidauolcombr
Trabalhando com viacutedeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1 Assistir o viacutedeo Analisar as imagens e o depoimento
2 Promover um debate sobre o viacutedeo junto com os alunos
Por uma infacircncia sem racismo ver
wwwyoutubecomwatchv=_aPYuKiKFMg
1 Assistir o viacutedeo Analisar os depoimentos reais das pessoas
2 Vocecirc concorda com esses depoimentos Justifique
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 34
Onde vocecirc guarda o seu racismo ver
httpwwwyoutubecomwatchv=ojg07xOt8CY
Trabalhando com entrevista
Histoacuteria Oral - Como fazer uma entrevista
A pesquisa histoacuterica natildeo se baseia apenas em documentos escritos ou imagens mas
tambeacutem na narraccedilatildeo de fatos por parte das pessoas que presenciaram ou que tecircm
maior conhecimento dos mesmos Neste caso outra ferramenta pode ser utilizada
pelo pesquisador para adquirir novas informaccedilotildees acerca do objeto de estudo
Trata-se da entrevista um recurso da Histoacuteria Oral
Na Histoacuteria Oral podem-se fazer duas divisotildees em se tratando de relatos segundo o
historiador Gwyn Prins Existe uma tradiccedilatildeo Oral - a qual representa um
testemunho oral transmitido de uma geraccedilatildeo para a seguinte ou as demais -
Existe tambeacutem uma Reminiscecircncia Pessoal Evidecircncia oral especiacutefica das
experiecircncias de vida do informante (Wikipedia 2007)
Segundo Olga Rodrigues de Moraes Von Simson do Centro de Memoacuteria da
Unicamp a Histoacuteria Oral possibilita que indiviacuteduos pertencentes a categorias
sociais geralmente excluiacutedas da histoacuteria oficial possam ser ouvidos - deixando
registradas para anaacutelises futuras sua proacutepria visatildeo de mundo e aquela do grupo
social ao qual pertencem Apesar de ser um meacutetodo praacutetico e cada vez mais usado
a entrevista apresenta algumas deficiecircncias mas que podem de certa forma serem
superadas o entrevistado pode ter uma falha de memoacuteria pode criar uma
trajetoacuteria artificial se autocelebrar fantasiar omitir ou mesmo mentir O que
poderia ser percebido como um problema acaba se transformando em um recurso
uma vez que o proacuteprio entrevistador no ato de produccedilatildeo da narrativa histoacuterica natildeo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 35
deixa de produzir uma versatildeo do que entendeu ter acontecido Mesmo quando o
pesquisador tenha certeza de que o entrevistado esteja mentido conscientemente
cabe a ele entrevistador tentar entender as razotildees da mentira ou seja quais os
motivos que estatildeo levando a pessoa a mentir podendo ser aplicado o mesmo no
caso da ilusatildeo biograacutefica quando o indiviacuteduo faz uma produccedilatildeo artificial de si
mesmo No caso de esquecimento para ajudar suprir essa falha podem-se usar os
chamados apoios de memoacuteria como fotografias objetos e outras coisas que
possam ajudar o entrevistado a se recordar melhor dos fatos em pesquisa (op
cit)
Se formos analisar a credibilidade dos recursos de pesquisa histoacuterica sejam
documentos ou oralidade iremos nos deparar sempre com a interpretaccedilatildeo ou a
criacutetica pessoal de quem o fez cabendo ao pesquisador saber aproveitar as
informaccedilotildees que lhe conveacutem e criar suas proacuteprias consideraccedilotildees nenhum
documento pode nos dizer mais do que aquilo que o autor pensava ndash o que ele
pensava que havia acontecido queria que os outros pensassem que ele pensava ou
mesmo apenas o que ele proacuteprio pensava pensar Nada disso significa alguma
coisa ateacute que o historiador trabalhe sobre esse material e decifre-o eacute o que
comenta Edward Hallet Carr citado no site Wikipedia
A entrevista possibilita um contato direto com o atorautor da Histoacuteria Esse
envolvimento pode resultar num trabalho dinacircmico abrangente e ateacute mais realista
trazendo assim o passado para o presente
Agora vejamos os passos baacutesicos para realizar uma boa entrevista
COMO FAZER UMA ENTREVISTA
1 Preparar antes da entrevista um roteiro com alguns dos assuntos
importantes a abordar Ao partir para a entrevista eacute fundamental saber
o que vamos perguntar
2 Conversar com o entrevistado sobre nossos objetivos e descobrir se
realmente deseja colaborar conosco Natildeo se obriga ningueacutem a ser
entrevistado
3 Escolher local e hora apropriados para que a entrevista se decirc sem
interrupccedilotildees Num ambiente ou momento onde entrevistado ou
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 36
entrevistador estejam com pressa torna-se impossiacutevel agrave realizaccedilatildeo da
entrevista
4 Em lugar de apenas anotar o que o entrevistado diz eacute melhor e mais
adequado se possiacutevel levar um gravador para ficar tudo registrado de
tal forma que natildeo se perca parte alguma daquilo que o entrevistado
disse
5 A entrevista natildeo deve ser interrogatoacuterio e sim diaacutelogo
6 O entrevistador deve respeitar as opiniotildees do entrevistado mesmo
quando natildeo concordar com elas
7 O entrevistador deve dar oportunidade para que o entrevistado fale
tudo o que desejar no tempo que quiser
8 Nunca fazer nova pergunta enquanto o entrevistado ainda natildeo tiver
terminado de expor seu pensamento em relaccedilatildeo agrave pergunta anterior
Natildeo interromper desnecessariamente a fala do outro
professor-josimarblogspotcom200908historia-oral
REFEREcircNCIAS
SIMSON Olga Rodrigues de Moraes Von O que eacute Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
wwwcentrodememoriaunicampbrlahoindexhtm Acesso em 23 mai 2007
WIKIPEDIA Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
httpptwikipediaorgwikiHistAtildesup3ria_OralsearchInputsearchInput Acesso
em 23 mai 2007
httpwwwfeunbbrpieComo20fazer20uma20entrevistahtm
Professor Josimar Pais de Almeida
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 37
Sugestatildeo de Roteiro para realizar a entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistador
Nome do entrevistador
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Onde trabalha
Data local da entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistado
Nome
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Questionamento
Onde trabalha
Grau de escolaridade
Religiatildeo que frequumlenta
Tempo que mora na cidade de Rolacircndia
De onde veio sua famiacutelia
Vocecirc gosta de morar aqui
Porque vieram morar aqui
Do que sente saudades
Como era essa cidade quando vocecirc chegou aqui
Como vocecirc considera essa cidade hoje
Fale como era o lazer quando vocecirc era adolescente Como eacute seu lazer hoje
Fale sobre o namoro de antigamente As pessoas tinham um lugar para ldquopaquerarrdquo
Qual era a principal alimentaccedilatildeo das pessoas
Havia violecircncia Como era
Como eram as escolas Usava-se uniforme
Como eram as roupas Onde as comprava ou quem as confeccionava
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 38
Como era a educaccedilatildeo dos filhos
Havia igrejas Frequentava alguma no passado E hoje
O que era cultivado nas lavouras
Muitas pessoas moravam na zona rural
Como eram as habitaccedilotildees
Vocecirc se sente discriminado
O que vocecirc acha da escravidatildeo na eacutepoca da colonizaccedilatildeo do Brasil
Hoje ainda existe escravidatildeo
A fotografia na construccedilatildeo do material didaacutetico
Paulo Freire na ldquopedagogia do oprimidordquo pregava a liberdade atraveacutes da educaccedilatildeo e para
isso educava a partir de estiacutemulos retirados do cotidiano dos alunos aumentando
gradativamente o inverso dos mesmos Os estiacutemulos servem portanto como forma de
despertar a criatividade e o intelecto dos alunos Levando-se em consideraccedilatildeo que a
percepccedilatildeo visual eacute a forma mais objetiva de interaccedilatildeo do homem com o meio que o cerca
os estiacutemulos visuais atendem perfeitamente aos objetivos da educaccedilatildeo Antes mesmo da
escrita as comunicaccedilotildees visuais valendo-se de percepccedilatildeo visual ajuda a escrever a histoacuteria
da humanidade Associando-se aos seus conhecimentos o homem absorve a imagem
processa-a e retira dela suas proacuteprias conclusotildees A imagem dinacircmica ou estaacutetica eacute
portanto uma forma contumaz na divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo quer seja ela educacional
cientifica ou cultural difundindo conhecimentos desenvolvendo ideacuteias e formando
opiniotildees Jaacute em 1888 George Eastman referindo-se agrave fotografia afirmava ldquouma imagem
vale mais que mil palavrasrdquo e desde entatildeo a imagem fotograacutefica estaacute cada vez mais
presente no processo ensino aprendizagem de forma cada vez mais interativa A fotografia
e a questatildeo ambiental estatildeo relacionadas desde sua descoberta em1826 No inicio o
objetivo da fotografia era fazer um registro fiel da natureza Nas suas atividades os
cientistas utilizam cada vez mais a fotografia como instrumentaccedilatildeo de pesquisa registro de
dados apoio didaacutetico e principalmente na divulgaccedilatildeo dos resultados cientiacuteficos
introduzindo o conceito da fotografia cientiacutefica A fotografia eacute uma forma objetiva de
suporte para o ensino e a pesquisa eacute uma forma objetiva de documentaccedilatildeo ela tem o poder
de capturar nuances que muitas vezes passam despercebidas ao olho nu e isso aumenta o
aspecto de observaccedilatildeo do pesquisador A fotografia cientiacutefica tem que retratar o real
aparente a imagem como um instrumento de uma memoacuteria documental da realidade
Muitas vezes diante da dificuldade de deslocamento os professores lanccedilam matildeo da
fotografia para exemplificar e fixar conceitos educacionais tirando-os do imaginaacuterio e
trazendo para suas aulas de forma mais concreta wwwabedorgbrcongresso2007tc552007125857PMpdf
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 39
Trabalhando com fotografias e Histoacuteria Local
FIGURA 1
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 40
FIGURA 2
httpjornalrolandianetblogspotcom201105familia-farina-fotografando-rolandiahtml
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 41
FIGURA 3
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 42
FIGURA 4
httpwwwpanoramiocomphoto9865842
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 43
FIGURAS 5 E 6
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 44
FIGURA 7
httpwwwgooglecombrimgresq=FOTOS+ESCOLA+PADRE+JOSE+HERIONS+ROLANDIA
LEMBRETE AO (Agrave) PROFESSOR (A) Nossa proposta significa trabalhar com FONTE DOCUMENTAL As respostas das entrevistas consistem tambeacutem em FONTES DOCUMENTIAS E como tal devem ser interpretadas em sala de aula Qualquer material como fotos muacutesicas poemas imagens etc devem ser tratadas como FONTES u seja pergunta-se a estas QUEM FEZ QUANDO ONDE PARA QUEM POR QUEcirc OQUE QUER COMUNICAR E todos estes materiais necessitam de referecircncia como qualquer texto livro reportagem etc
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 45
Sugestatildeo de atividades para o aluno
Analise as fotografias (1-2-3-4-5-6-7) o Vocecirc conhece esses lugares que estatildeo representados nas fotos o Qual lugar da foto estaacute localizado mais perto de sua casa o Quais fotos representam lugar de lazer o Vendo as fotos onde podemos fazer nossas reflexotildees o O que estaacute na foto que incomoda a comunidade o Vocecirc conhece algumas pessoas das fotos Escreva os nomes das mesmas o Com qual foto vocecirc mais se identificou Justifique sua resposta o Escreva uma frase para cada fotografia o Essas fotos fazem parte da Histoacuteria de Rolacircndia Faccedila comentaacuterios
Sugestatildeo de atividades para o professor
1-Trabalhe com fotografias o Peccedila para seu aluno trazer fotos antigas da famiacutelia da comunidade etc o Faccedila perguntas para obter respostas o Dar oportunidade para um debate sobre as fotos trazidas pelos alunos o Formar grupo com trecircs alunos para eles escreverem sobre as fotos o Colocar em cartazes os resultados obtidos natildeo esquecer de registrar a eacutepoca e
lugar em que foi tirada a foto o Expor na escola para que outros alunos possam ler e analisar os trabalhos
realizados
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 46
Referecircncia bibliograacutefica do texto explicativo
BAUMAN Z Modernidade e ambivalecircncia Rio de Janeiro Jorge Zahar 1999
CAVALLEIRO E S Do silecircncio do lar ao silecircncio escolar racismo preconceito e discriminaccedilatildeo na educaccedilatildeo infantil 4 ed Satildeo Paulo Contexto 2005
FERREIRA Ricardo Franklin O brasileiro o racismo silencioso e a identidade afro-descendente Psicologia e Sociedade Belo Horizonte v 14 n 1 p 69-86 janjun 2002
FIGUEIREDO Luis Claudio Mendonccedila Revisitando as psicologias da epistemologia agrave eacutetica das praacuteticas e discursos psicoloacutegicos 3 ed Petroacutepolis Vozes 2004
FREITAS Patriacutecia de Sobre a Lei 10639 o ensino de histoacuteria e a cultura afro-brasileira OPSIS Catalatildeo v 10 n 1 p15-28 janjun 2010
GONCcedilALVES Rita de Caacutessia LISBOATeresa Kleba Sobre o meacutetodo de Histoacuteria oral em sua modalidade trajetoacuteria de vida Revista Kataacutel Florianoacutepolis v 10 n especial p 83-92 2007
REIS Faacutetima A implementaccedilatildeo da Lei 1063903 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwwebartigoscomarticles39841A-Implementacao-Da-Lei-1063903pagina1htmlgt Acesso em 20 abr 2011
RODRIGUES N Os africanos no Brasil 5 ed Satildeo Paulo Nacional 1977
SCHMIDT Maria auxiliadora CAINELLI Marlene Ensinar histoacuteria Satildeo Paulo Scipione 2004
- Paacutegina em branco
-
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 5
DADOS DE IDENTIFICACcedilAtildeO
Professora Gelza Maria Giuliangeli Brogiato
Aacuterea PDE Histoacuteria
NRE Londrina
Professora orientadora Profordf Drordf Maacutercia Elisa Teteacute Ramos
IES vinculada Universidade Estadual de Londrina
Tiacutetulo da pesquisa A cultura do afrodescendente e sua trajetoacuteria de vida
compartilhar as diferenccedilas na comunidade escolar pelas entrevistas
Tema Narrativas dos afrodescendentes moradores no bairro Novo Horizonte na
cidade de Rolacircndia
Conteuacutedo estruturante O estudo de temas baseados em alguns autores que
tratam de pesquisas relacionadas ao racismo silencioso e a emancipaccedilatildeo do
afrodescendente utilizando a metodologia da Histoacuteria Oral por meio de
entrevistas que possam dar noccedilotildees sobre a Histoacuteria Local Tambeacutem se orienta
tomando com referencial autores que consideram a possibilidade de construccedilatildeo
do conhecimento histoacuterico escolar atraveacutes do uso de fontes histoacutericas
transformando-as em material duplo fonte histoacuterica e fonte didaacutetica
Objetivo Geral
Pretende-se fazer com que o aluno realize entrevistas com afrodescendentes
moradores da comunidade em que a escola estaacute inserida no sentido de interagir
com o grupo compreendendo elementos culturais do mesmo construindo
identidade e alteridade
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 6
Objetivos especiacuteficos
Destacar a cultura dos povos africanos para a cultura brasileira e outras
Fazer o aluno ver-se partiacutecipe do processo histoacuterico atraveacutes do
conhecimento sobre diversidade cultural
Despertar o respeito ao outro e a diversidade eacutetnico-racial e religiosa
Compartilhar as diferenccedilas dentro do universo escolar e na comunidade
Desmistificar a imagem da passividade do africano lembrando dos
ldquomovimentos sociaisrdquo por este empreendidos
Proporcionar ao aluno subsiacutedios para entender os procedimentos do
historiador para a escrita da histoacuteria para que possa ele tambeacutem escrever
histoacuteria ou melhor produzir conhecimento histoacuterico
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 7
APRESENTACcedilAtildeO
Apoacutes a promulgaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo de 1988 o Brasil busca
efetivar a condiccedilatildeo de um Estado democraacutetico direito com ecircnfase na cidadania e
dignidade da pessoa humana portanto ainda existe uma realidade de posturas
como preconceito racismo e discriminaccedilatildeo aos afrodescendentes que
historicamente enfrentam dificuldades para o acesso e permanecircncia nas escolas
A escola eacute comprometida com a promoccedilatildeo do ser humano na sua
integridade com objetivo de formaccedilatildeo de valores haacutebitos e comportamentos que
respeitam as diferenccedilas e caracteriacutesticas proacuteprias de grupos e minorias
Ao avaliar os dados que apontam desigualdades entre brancos e
negros na educaccedilatildeo constatam-se as necessidades de poliacuteticas especiacuteficas que
revertam o quadro Os movimentos sociais impulsionaram o Estado a realizar
mudanccedilas legislativas reconhecendo o problema da disparidade branco-negro em
nossa sociedade e a necessidade de intervir de forma positiva Assim em
compromisso de eliminar as desigualdades sociais o Governo Federal sancionou
em marccedilo de 2003 a lei 1063903-MEC que altera a LDB (Lei Diretrizes e Base)
e estabelece as diretrizes curriculares para a implementaccedilatildeo da mesma Essa lei
instituiu a obrigatoriedade do Ensino de Histoacuteria da Aacutefrica e dos africanos no
curriacuteculo escolar do Ensino Fundamental e Meacutedio Essa decisatildeo resgata
historicamente a cultura do negro na construccedilatildeo e formaccedilatildeo da sociedade
brasileira
Nesse contexto percebe-se a necessidade de se desenvolver um
trabalho focalizando diretamente a conscientizaccedilatildeo dos alunos sobre a
importacircncia da cultura afrodescendente na localidade em que ele vive ou seja o
negro fazendo parte do processo histoacuterico-social e pelas entrevistas resgatar a
memoacuteria dessa comunidade e ver o que ela pensa sobre a escravidatildeo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 8
ESTRATEacuteGIA DE ACcedilAtildeO
Segundo Schmidt e Cainelli (2004 p62) para se ensinar histoacuteria
eacute necessaacuterio respeitar o conhecimento do aluno sua histoacuteria de vida esse
conhecimento pode ser considerado como marco inicial e assimilador dando
significado ao ensino de histoacuteria Partindo de suas representaccedilotildees o aluno seraacute
capaz de efetivar suas proacuteprias ideacuteias sobre os objetos e fenocircmenos do mundo
social Eacute graccedilas a essas representaccedilotildees que o aluno pode interrogar o discurso do
professor os documentosoperar a seleccedilatildeo entre os conteuacutedos julgados
pertinentes validaacute-los ou refutaacute-los
Conhecimento Preacutevio Construccedilatildeo do conhecimento histoacuterico
Sugestatildeo de atividades para o(a) aluno(a)
1) Fazer um levantamento sobre os acontecimentos de sua vida desde seu
nascimento ateacute hoje Para isso pergunte para sua matildee ou responsaacutevel anote e
traga para a sala de aula
11) Fazer a linha do tempo e registrar dados importantes de sua vida
___________________________________________________
1998 2002 2006 2010 2011
2) Escrever sua histoacuteria de vida
3) Debate sobre os trabalhos realizados (atividades 1-2)
4) Como vocecirc se sentiu ao escrever sua histoacuteria de vida
5) Vocecirc tambeacutem faz parte da histoacuteria Justifique
Ainda em Schmidt e Cainelli a Histoacuteria Oral eacute uma metodologia de
pesquisa que se baseia em fontes orais que registram experiecircncias vividas o
depoimento de um indiviacuteduo ou de vaacuterios indiviacuteduos de uma mesma comunidade
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 9
O pesquisador deve orientar a pesquisa para buscar referecircncias objetivas sobre o
tema pesquisado a entrevista eacute a estrateacutegia mais comum na coleta de dados
pode ser captada com gravaccedilatildeo ou transcriccedilatildeo escrita Eacute importante haver
controle sobre o universo de amostras e o tipo de entrevista em nosso caso
usaremos a entrevista aberta o conhecimento da atitude do entrevistador do
lugar onde se faz a entrevista e o trabalho de anaacutelise e reflexatildeo sobre os
resultados O trabalho com oralidade no trabalho de histoacuteria precisa-se considerar
que a reflexatildeo acompanhe todo o processo
Pode se trabalhar os depoimentos pessoais com base na escolha de temas comuns consultados em diferentes fontes procurando explorar os conteuacutedos sem desvinculaacute-las das categorias mais ampla das estruturas social econocircmica e poliacutetica Eacute importante evitar o que Dosse chamou de ldquohistoacuteria em migalhasrdquo (Schmidt Cainelli 2004 p 127)
Para que a histoacuteria oral se torne significativa seraacute necessaacuterio
planejar cuidadosamente o trabalho a ser desenvolvido definir objetivos verificar
os recursos disponiacuteveis selecionar as estrateacutegias adotadas como entrevistar
pessoas da comunidade em que estaacute inserida Focando um tema desejado no
caso o afrodescendente e o resgate de sua cultura hoje Ao entrevistar pessoa da
comunidade para resgatar sua trajetoacuteria de vida em um determinado local
ampliamos o conhecimento para aleacutem dessa comunidade
Com elemento constitutivo da transposiccedilatildeo didaacutetica do saber histoacuterico para o saber escolar a histoacuteria local pode ser vista como estrateacutegia pedagoacutegica Trata-se de uma forma de abordar a aprendizagem a construccedilatildeo e a apreensatildeo do conhecimento histoacuterico com proposiccedilotildees que podem ser articuladas em interesses do aluno suas aproximaccedilotildees cognitivas suas experiecircncias culturais e com a possibilidade de desenvolver atividades diretamente vinculadas agrave vida cotidiana Com estrateacutegia de aprendizagem a histoacuteria local pode garantir uma melhor apropriaccedilatildeo do conhecimento histoacuterico baseado em recortes selecionados do conteuacutedo os quais seratildeo integrados no conjunto do conhecimento (VAZQUEZ apud Schmidt Cainelli 2004p113)
Na coleta e tratamento de entrevistas a memoacuteria eacute de fundamental
importacircncia para os historiadores e para outros profissionais porque por meio dela
ldquolemosrdquo periacuteodos histoacutericos chegamos a determinados sujeitos sociais excluiacutedos
ou esquecidos da Histoacuteria A memoacuteria possui ldquolugaresrdquo que nos permitem lembrar
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 10
como museus muacutesicas literatura ldquocausosrdquo etc A memoacuteria pode ser individual ou
coletiva mas para evocar lembranccedilas eu preciso de memoacuteria do outro para
transformar a minha memoacuteria na ldquonossa memoacuteriardquo
Construccedilatildeo da entrevista
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Analisar os itens abaixo com muita atenccedilatildeo e comprometimento
2-Destacar esses itens em um cartaz para natildeo ser esquecidos
3-Formar grupos para a simulaccedilatildeo de uma entrevista dentro da sala de aula
4- Para se realizar a entrevista de campo seraacute necessaacuterio um entrevistador amp
aluno auxiliarequipe de transcriccedilatildeo aluno-transcritor aluno-conferente
professor-conferente
Condutas a serem consideradas no trabalho de campo (antes e durante a entrevista)
-Ao solicitar permissatildeo para realizar a entrevista comportar-se
corretamente e com boas maneiras
-Ter o maacuteximo respeito ao conversar com o entrevistado
-Ouvir o que outra pessoa considera importante dizer
-Manter o contato visual durante a entrevista manter o olhar e a
atenccedilatildeo dirigidos para o entrevistado
-Responder as perguntas que o entrevistado fizer sobre o
entrevistador e o projeto
-Explicar para o entrevistado como o seu depoimento eacute
importante e contribui para a memoacuteria da Histoacuteria da comunidade
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 11
-Atitude vocecirc estaacute tentando aprender um pouquinho ou fazer que
algueacutem lhe contem histoacuterias Lembre-se na entrevista eles que
tecircm os conhecimentos
-Respeitar os pedidos do entrevistado
No processamento e interpretaccedilatildeo
Fidelidade e zelo na transcriccedilatildeo na
conferecircncia e na anaacutelise das
entrevistas
Nem uma palavra do entrevistado
pode ser desprezada
Na representaccedilatildeo dos resultados agrave comunidade
Apresentar os resultados da pesquisa para a comunidade de forma
transparente respeitando as informaccedilotildees coletadas nas entrevistas
Dando enfoque a este trabalho atraveacutes de entrevistas e da
histoacuteria local deveraacute ser resgatado o tema de Ferreira (2002) quando ele fala
sobre ldquoO brasileiro o racismo silencioso e a emancipaccedilatildeo do afrodescendenterdquo
Nelson Rodrigues ldquoespecialistardquo em denunciar aquilo que se esconde por detraacutes
das aparecircncias aponta uma farsa da qual muitas vezes o brasileiro se orgulha
que o Brasil vive em uma ldquodemocracia racialrdquo
O preconceito contra o negro em funccedilatildeo de o mito que o nega
torna-se difiacutecil de ser compreendido e combatido Existe um tratamento cordial
levando a crer que a discriminaccedilatildeo etnoracial natildeo existe Mesmo tendo
consciecircncia disso poreacutem considera um problema do outro No Brasil o preconceito
natildeo eacute abertamente afirmado por isso se torna difiacutecil agrave elaboraccedilatildeo de leis que
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 12
favoreccedila a reversatildeo A ideologia eacute que no Brasil as diferenccedilas satildeo aceitas e
valorizadas um verdadeiro exemplo para outras naccedilotildees encobre o problema Em
funccedilatildeo disso satildeo negados para os negros as condiccedilotildees de viver melhor e exercer
a cidadania
Segundo Cavalleiro (2005) tais depoimentos revelam que nos
lares de famiacutelias negras e na escola a maneira mais silenciosa de se lidar com o
preconceito eacute o silecircncio O termo ldquomorenordquo era para se auto-referir as
caracteriacutesticas etnoraciais Parece politicamente chamar de moreno o
afrodescendente uma estrateacutegica simboacutelica de fuga da discriminaccedilatildeo Questotildees
que se tornam difiacuteceis de se lidar no Brasil Em torno do seacuteculo XIV o homem
ocidental lanccedilou-se no mundo das Grandes Navegaccedilotildees deparou-se com um
universo de diversidade Ele precisava-se organizar de maneira segura em sua
realidade atraveacutes de reflexotildees conseguiu controlar os acontecimentos Bauman
(1999) nos direciona a uma das chaves da compreensatildeo da construccedilatildeo da
subjetividade do homem moderno O processo de qualificar obsessotildees da
civilizaccedilatildeo ocidental constitui-se nos atos de incluir o semelhante num padratildeo
considerado correto excluindo o diferente Ordem e progresso condiccedilotildees que
legitimavam transformaccedilotildees do outro no mesmo Para o africano escravizado
tornar-se cristatildeo apagar sua histoacuteria atraveacutes de um processo de branqueamento
e aculturaccedilatildeo tornaacute-lo branco Essa ideacuteia foi defendida no iniacutecio do seacuteculo XX por
vaacuterios cientistas e intelectuais brasileiros que eram representantes das ldquoverdadesrdquo
estabelecidas Schwarcz (1998) e Consorte (1999) analisaram esse periacuteodo havia
justificativas consideradas cientificas que legitimavam o eurocentrismo [] Para
Larkin Nascimento (2000) apoiara-se em duas condiccedilotildees baacutesicas a imigraccedilatildeo em
massa subsidiada pelo Estado sob legislaccedilatildeo que excluiacutea raccedilas natildeo desejaacuteveis
e o cultivo do ideal do embranqueamento Apoacutes vaacuterias reflexotildees podem ser
apontados alguns itens que favoreceram o preconceito no Brasil A concepccedilatildeo
constitutiva do mundo ocidental que se desenvolveu na modernidade com uma
questatildeo de ordem desvalorizando ou eliminando o diferente O africano era visto
como mero objeto de uso Apoacutes a aboliccedilatildeo surge a inferioridade racial do negro
apoiada pela ciecircncia prevendo sua extinccedilatildeo na constituiccedilatildeo do povo brasileiro
Para Gilberto Freyre nos anos trinta o mesticcedilo passa a ser louvado como siacutembolo
de nossa identidade Primeiro a desvalorizaccedilatildeo depois a exaltaccedilatildeo surgindo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 13
assim o mito da ldquodemocracia racialrdquo aqui estaacute a construccedilatildeo do racismo silencioso
Uma visatildeo negativa do afrodescendente e um discurso contraacuterio tentando negaacute-la
(apud Ferreira 2002) Em funccedilatildeo da desvalorizaccedilatildeo da pessoa negra elas
tendem a introjetar a visatildeo dominante do mundo branco visto como superior Para
Pereira (1987 apud Ferreira 2002 p75) a escola eacute um lugar onde a crianccedila
alimenta subliminarmente a figura do negro ldquocaricaturalrdquo No plano de
relacionamentos a escola reproduz naquele microcosmo a mesma estrutura de
relaccedilatildeo que se daacute na sociedade brasileira como um todo Assim a escola em
lugar de reversatildeo do problema estimula o estereotipo soacutecias do negro e sua
submissatildeo aos valores do outro Estimulada a visatildeo de um mundo cultural
eurocentrico cria um processo pedagoacutegico que leva o afrodescendente inibir sua
capacidade de expor seu saber e sentir-se como cidadatildeo
Construccedilatildeo de Conceitos
Sugestatildeo de atividade para o (a) aluno (a)
1- Estudo dos termos existentes nos documentos incluiacutedos no projeto como
democracia racial preconceito discriminaccedilatildeo afrodescendente diversidade
etnoracial cotidiano moreno branqueamento eurocentrismo racismo silencioso
Atraveacutes de pesquisas orientadas pala professora
2-Promover um debate sobre os termos estudados na atividade 1
3-Atividade em dupla Apoacutes o debate entre professora e alunos produzir um
texto
4-Todos os textos seratildeo analisados pela professora e alunos
5- Apoacutes pesquisar conceitos para os termos da atividade (1) montar um painel
com resultados obtidos e expor para outras turmas na escola (atividade seraacute
realizada em grupo de quatro alunos)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 14
Para refletir pesquisar e responder em seu caderno
1-Escreva o que vocecirc entendeu por racismo preconceito e discriminaccedilatildeo
2-Existe discriminaccedilatildeo no Brasil Justifique
3-Vocecirc jaacute foi discriminado alguma vez Relate
4-Vocecirc jaacute presenciou situaccedilotildees de discriminaccedilatildeo na escola
5-Vocecirc jaacute discriminou alguma pessoa Justifique
6-Escreva algum tipo de discriminaccedilatildeo que existe na comunidade em que
vocecirc mora
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor
1-Decirc sugestotildees como a escola deve agir ao perceber a discriminaccedilatildeo entre
os educandos
2- Usar para pesquisas o link
wwwuelbrprojetosleoafropagespublicacoesphp
Essas leituras podem contribuir para o seu plano de aula
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 15
Segundo Helms (1985 apud Ferreira 2002 p78) pessoas
envolvidas agrave descriminaccedilatildeo natildeo se encaixam em nenhum grupo satildeo
desqualificadas por ser negro e desvalorizam-se como pessoa Mudanccedilas podem
ocorrer a partir de exposiccedilatildeo de eventos que envolvem informaccedilotildees nos aspectos
culturais como danccedilas festas muacutesicas estudos leituras filmes e outras que
possam usaacute-las com referecircncia pessoal No iniacutecio eacute um desafio para o sujeito
envolvido mas aos poucos vai superando quando descobre que seus valores e
sua visatildeo de mundo natildeo permitem mais dominaccedilatildeo A participaccedilatildeo em grupo de
militacircncia voltados para valores com objetivos culturais e poliacuteticos pode favorecer
a reconstruccedilatildeo pessoal dos interlocutores que vivem o problema realizando um
exerciacutecio de padrotildees negativos introjetados e analisando a histoacuteria omitida A
militacircncia pode transformar a vergonha de ser negro em orgulho de ser negro
onde ele passa a ter uma nova histoacuteria intensificando a luta que jaacute vem desde a
escravidatildeo Com a recuperaccedilatildeo das matrizes curriculares africanas a histoacuteria da
diaacutespora reivindicaccedilotildees poliacuteticas sociais o afrodescendente pode ser visto com
qualidades que o outro natildeo percebia e ao mesmo tempo os aspectos culturais
que tambeacutem o constituem Atraveacutes de trabalhos cuidadosamente estudados eacute
muito importante que a pessoa branca deixe de negar suas raiacutezes culturais
africanas e tambeacutem indiacutegenas assim como o negro brasileiro suas raiacutezes
culturais europeacuteias e tambeacutem indiacutegenas Portanto eacute neste objetivo que este
projeto de ensino de histoacuteria se insere no (re) pensar sobre a cultura
afrodescendente de modo a dar condiccedilotildees para o (a) aluno(a)enfrentar com
consciecircncia criacutetica os desafios de um cotidiano ainda pautado em representaccedilotildees
preconceituosas
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 16
Comportamento reflexivo pela natildeo-discriminaccedilatildeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Qual a importacircncia dos movimentos de militacircncia para os que se sentem
excluiacutedos da sociedade
2-Realizar pesquisas em outros autores para saber mais sobre os movimentos
de militacircncia dos afrodescendentes
3-Na sua opiniatildeo como superar a discriminaccedilatildeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1- Trabalhar ldquovaloresrdquo sempre que perceber discriminaccedilatildeo entre os educandos
2- Sempre que for possiacutevel trabalhar temas ou textos sobre diversidade que
podem ser vistos em todas as disciplinas
3- Orientar os educandos em sala de aula para que realizem atividades sobre
diversidade como analisar figuras fotos montar paineacuteis confecccedilotildees de cartazes
recorte e colagem de figuras produccedilatildeo de textos etc
Negros e brancos na redaccedilatildeo de Maria Claudia
No trecho a seguir o escritor Pedro Bandeira apresenta-nos a redaccedilatildeo escrita por
Maria Claudia Segundo ele quando escreveu Maria Claudia ainda natildeo tinha
nove anos Era uma crianccedila como tantas outras que ocupam as milhares salas de
aula do Brasil Vejamos como Maria Claudia vecirc a questatildeo das diferenccedilas entre o
branco e o negro
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 17
ldquoOs brancos satildeo muito diferentes dos negros Mas depende do branco e depende
do negro Na minha caixa de laacutepis de cor o branco natildeo serve para nada Soacute o
preto eacute que serve para desenhar Com o giz a gente desenha na lousa Com o
carvatildeo a gente desenha um bigode na cara do Paulinho para a festa de Satildeo
Joatildeo Nesse negoacutecio de muacutesica natildeo tem branco Soacute tem preto Todos os discos
que eu conheccedilo satildeo pretos Nunca vi um disco branco O papel eacute branco e eacute
igualzinho o papel preto chamado carbono que escreve embaixo tudo o que a
gente escreve em cima A noite eacute preta mas o dia natildeo eacute branco O dia eacute azul
Entatildeo o preto da noite eacute soacute da noite Natildeo eacute igual nem eacute diferente de nada O leite
eacute branco e o cafeacute eacute preto De cafeacute eu natildeo gosto Tambeacutem natildeo gosto de leite
quando ele estaacute branco Prefiro misturar com chocolate E aiacute o leite fica marrom
Marrom como a minha amiga Patriacutecia Outro dia me disseram que a Patriacutecia eacute
negra mas ela eacute marrom Eu estou com raiva dela porque ela tirou uma nota
melhor do que eu na prova de matemaacutetica Mas eu natildeo quero ser diferente dela
Vou estudar bastante Na proacutexima prova eu e ela vamos ficar iguaisrdquo
BANDEIRA Pedro A redaccedilatildeo da Maria Claudia in Grupo de trabalho para assuntos afro-
brasileiros Salve o 13 de maio Satildeo Paulo SE 1988 p7
Refletindo sobre o texto
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Analisar o texto e responder as questotildees abaixo
11 Na redaccedilatildeo de Maria Claudia o que satildeo mais importantes as coisas brancas
as coisas negras ou a mistura das coisas
12 ldquoO papel eacute branco e eacute igualzinho o papel preto chamado carbono que escreve
embaixo tudo o que a gente escreve em cimardquo Comparando a Histoacuteria com o
papel branco e o carbono seraacute que por detraacutes de toda a histoacuteria dos brancos natildeo
existe tambeacutem uma histoacuteria de negros Seraacute que a histoacuteria do negro eacute igual agrave do
branco
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 18
13 Pela redaccedilatildeo de Maria Claudia o negro eacute inferior ao branco Vocecirc concorda
com Maria Claudia
14 Como vocecirc se relaciona com seus amigos negros
Formando crianccedilas livres de preconceitos
Sugestatildeo de atividades para o(a) professor(a)
ATENCcedilAtildeO A PARTIR DESTE MOMENTO
TRANSCREVEMOS O TEXTO DE UM BLOG COM
ALGUMAS ADAPTACcedilOtildeES DE DIAGRAMACcedilAtildeO
Construir Notiacutecias por Moacir Pereira Juacutenior (httpserinteiroblogspotcomsearchlabelEducaC3A7C3A3o)
As crianccedilas natildeo satildeo naturalmente preconceituosas Elas aprendem a ser com os adultos Aproveite essa fase essencial da vida de todo ser humano que eacute a infacircncia e valorize sentimentos e valores positivos que esses pequenos e especiais seres trazem em sirdquo Educaccedilatildeo Infantil e dos 1ordm 2ordm e 3ordm anos do Ensino Fundamental Sugiro duas formas de iniciar o projeto uma para alunos que ainda natildeo dominam a escrita e outra para alunos com domiacutenio da escrita Realizando o projeto com crianccedilas da Educaccedilatildeo Infantil e dos 1ordm 2ordm e 3ordm anos do Ensino Fundamental pode-se comeccedilar a trabalhar o tema fazendo uma dinacircmica
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 19
1- Dinacircmica das flores leve flores de diferentes cores e formas para a classe e deixe que cada aluno escolha uma Depois pergunte o que chamou a atenccedilatildeo deles para escolher aquela flor Peccedila-lhes que percebam as diferentes cores o perfume a textura as diferentes formas Chame sua atenccedilatildeo para o fato de as flores serem diferentes e nem por isso menos belas e apreciadas Em seguida peccedila que olhem uns para os outros Assim como as flores cada um eacute diferente mas natildeo menos importante Muitas coisas variam cor e tipo de cabelo formato e cor dos olhos tamanho do nariz altura cor da pele etc
2- Dinacircmica das cores leve um aparelho de som para a classe e coloque uma muacutesica suave Espalhe vaacuterios laacutepis ou gizes de cera de vaacuterias cores sobre a mesa e peccedila para as crianccedilas escolherem a cor que mais lhes agrada Haveraacute cores iguais e cores diferentes Converse com elas sobre como seria o mundo se tudo fosse de uma soacute cor mdash azul por exemplo E se tudo fosse amarelo Ou vermelho Seraacute que elas comeriam uma banana azul Ou um morango cinza Sim Natildeo Por quecirc Pode-se debater se eacute bom haver cores diferentes e o porquecirc Depois peccedila que olhem uns para os outros Assim como as cores cada um eacute diferente Muitas coisas variam cor e tipo de cabelo formato e cor dos olhos tamanho do nariz altura cor da pele Pergunte que cor de laacutepis ou giz eacute mais parecido com a cor da pele de cada um (Caso algum aluno diga que sua cor eacute ldquofeiardquo procure fazecirc-lo se sentir valorizado Esse momento seraacute propiacutecio para melhorar a autoestima dessa crianccedila)
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Dinacircmicas para os Proacuteximos Anos do Ensino Fundamental Comeccedilando com jovens do 4ordm e 5ordm anos do Ensino Fundamental o projeto eacute basicamente trocar ideacuteias debater e discutir para se chegar a uma mudanccedila de atitude
1- Discutindo preconceito de gecircnerosexismo
2- Discutindo as diferenccedilas (porte de deficiecircncia obesidade etc)
3- Discutindo preconceito racial e eacutetnico
1- Discutindo preconceito de gecircnerosexismo Questione os alunos ldquoMenino brinca de bonecardquo Peccedila previamente aos alunos para trazerem de casa figuras de diversos profissionais Sente-se em roda com eles e analise as figuras Que profissotildees satildeo mais retratadas Essas profissotildees estatildeo mais ligadas a homens ou a mulheres Haacute profissotildees predominantemente masculinas ou femininas Por quecirc Faccedila cartazes com frases comumente ouvidas como por exemplo ldquoMenino natildeo chorardquo ldquoEsta brincadeira natildeo eacute para meninasrdquo ldquoMenino natildeo usa cor-de-rosardquo ldquoMenina eacute mais fraacutegil que meninordquo ldquoMenina natildeo senta de perna abertardquo ldquoMenino natildeo deve danccedilar baleacuterdquo etc Mostre os cartazes aos alunos e pergunte que outras frases eles jaacute ouviram Questione por que dizem que meninos e meninas natildeo podem fazer tais coisas Quem determinou isso Se possiacutevel traga gravuras que mostrem o contraacuterio do que estaacute escrito nos cartazes Peccedila que as crianccedilas levem histoacuterias em quadrinhos para a sala de aula (Turma da Mocircnica Walt Disney etc) Leia as histoacuterias com eles e chame sua atenccedilatildeo para o papel que eacute reservado agraves meninas (Satildeo sempre as fofoqueiras Satildeo choronas Satildeo consideradas fraacutegeis) E os meninos como satildeo retratados (ativos liacutederes espertos) Leia com eles alguns contos de fadas e analise o papel das mulheres (princesas esperando serem salvas cuja realizaccedilatildeo eacute casar e ser feliz para sempre) Peccedila-lhes que reescrevam um conto de fadas invertendo os papeacuteis masculinos e femininos Se possiacutevel dramatize o novo conto de fadas com a inversatildeo de papeacuteis
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httpcaixinhadecoresblogspotcom200810meninos-e-bonecas-por-que-nohtml
2- Discutindo as diferenccedilas (porte de deficiecircncia obesidade etc) Alunos portadores de deficiecircncia (fiacutesica ou mental) alunos obesos de baixa estatura ou que usam oacuteculos enfim que possuem caracteriacutesticas fiacutesicas que chamam a atenccedilatildeo tambeacutem costumam sofrer algum tipo de discriminaccedilatildeo e comumente satildeo alvo de piadas e comentaacuterios geralmente ofensivos por parte dos colegas e de alguns adultos Veja abaixo algumas atividades para trabalhar esse tema bull Montar um mural com personalidades que apresentem caracteriacutesticas fiacutesicas que fogem aos padrotildees e questionar o conceito de feio e bonito bull Promover a leitura de livros que abordem agrave temaacutetica do preconceito bull Fazer dramatizaccedilatildeo dos livros lidos bull Organizar a turma em grupos e encarregar cada um de elaborar uma histoacuteria sobre uma crianccedila com uma caracteriacutestica fiacutesica ou mental especial Terminadas as histoacuterias organizaacute-las em um livro e se possiacutevel providenciar uma coacutepia para cada aluno bull Montar na sala de aula um mural onde a crianccedila possa desabafar Se durante o dia algueacutem disser algo que a ofenda ou magoe ela escreve o que aconteceu e quem foi o autor e deixa ali uma mensagem de desagravo para o ofensor Acompanhe o teor do que aparece escrito e converse com os conflitantes Esse tipo de atitude poderaacute ajudar caso vocecirc tenha alunos comumente alvo de discriminaccedilatildeo (seja por raccedila cor tamanho porte de alguma deficiecircncia etc)
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3- Discutindo preconceito racial e eacutetnico Peccedila que cada aluno monte a sua histoacuteria (e a da famiacutelia) falando do brinquedo preferido da comida de que mais gosta da famiacutelia etc Monte um livro com todas as histoacuterias dos alunos e pergunte ldquoComo seria o mundo se todos fossem iguaisrdquo Confecccedilatildeo de bonecos eacute raro encontrar no mercado bonecas negras orientais e indiacutegenas o que contribui para reforccedilar a exclusatildeo das crianccedilas desses grupos Se houver possibilidade envolva matildees pais parentes das crianccedilas e confeccionem juntos marionetes e bonecos que representem pessoas negras Evite estereoacutetipos (por exemplo negros sempre pobres ou sempre jogadores de futebol) Monte com as crianccedilas um teatrinho em que haja personagens brancas negras e amarelas em papeacuteis de igual valor (evite dar sempre os papeacuteis de destaque para alunos brancos) Monte um mural com os personagens preferidos das crianccedilas Verifique se haacute algum negro ou oriental Crie com os alunos personagens de diferentes etnias e envolva as crianccedilas na elaboraccedilatildeo de uma histoacuteria em quadrinhos (HQ) Aproveite o momento para trabalhar com a turma os diferentes povos que formaram a atual populaccedilatildeo brasileira Qual a ascendecircncia de cada um Divida a classe em grupos e encarregue cada um de pesquisar um povo e sua contribuiccedilatildeo para a formaccedilatildeo da cultura brasileira na liacutengua na alimentaccedilatildeo nos costumes etc Depois de estudar os diferentes povos que colonizaram o Brasil e contribuiacuteram para a formaccedilatildeo do povo brasileiro monte com as crianccedilas uma feira das naccedilotildees Cada grupo pode usar trajes tiacutepicos fazer performances cantar enfim o que a sua criatividade sugerir Se possiacutevel envolva toda a comunidade escolar nessa feira abrindo-a para a participaccedilatildeo dos pais in Construir Notiacutecias por Moacir Pereira Juacutenior (httpserinteiroblogspotcomsearchlabelEducaC3A7C3A3o)
ATENCcedilAtildeO A PARTIR DESTE MOMENTO NAtildeO
MAIS TRANSCREVEMOS O BLOG
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Trabalhando com muacutesica
ldquoA muacutesica eacute uma forccedila geradora de vida uma energia que
envolve o nosso ser inteiro atuando de forma poderosa sobre
o nosso corpo mente e coraccedilatildeo Aleacutem de alegrar unir e
consagrar mensagens e valores disciplinar e socializar a
muacutesica forma o caraacuteter e favorece o desenvolvimento integral
da personalidade o equiliacutebrio emocional e socialrdquo (profordf
compositora e regente Miacuteria Therezinha Kolling)
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Fazer leitura da letra da muacutesica
2-Procurar no dicionaacuterio o significado das palavras
3-Ouvir a muacutesica de Caetano Veloso
4-Cantar a muacutesica
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1-Fazer anaacutelise da muacutesica junto com os alunos
2-Fazer comentaacuterios sobre a muacutesica
3- Escrever um texto coletivo com os alunos sobre o tema ldquoNavio Negreirordquo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 24
O Navio Negreiro
Caetano Veloso
Composiccedilatildeo Castro Alves
O Navio Negreiro
Estamos em pleno mar
Era um sonho dantesco o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho
Em sangue a se banhar
Tinir de ferros estalar do accediloite
Legiotildees de homens negros como a noite
Horrendos a danccedilar
Negras mulheres suspendendo agraves tetas
Magras crianccedilas cujas bocas pretas
Rega o sangue das matildees
Outras moccedilas mas nuas espantadas
No turbilhatildeo de espectros arrastados
Em acircnsia e maacutegoa vatildes
E ri-se a orquestra irocircnica estridente
E da ronda fantaacutestica a serpente
Faz doudas espirais
Se o velho arqueja se no chatildeo resvala
Ouvem-se gritos o chicote estala
E voam mais e mais
Presa dos elos de uma soacute cadeia
A multidatildeo faminta cambaleia
E chora e danccedila ali
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 25
Um de raiva delira outro enlouquece
Outro que de martiacuterios embrutece
Cantando geme e ri
No entanto o capitatildeo manda a manobra
E apoacutes fitando o ceacuteu que se desdobra
Tatildeo puro sobre o mar
Diz do fumo entre os densos nevoeiros
Vibrai rijo o chicote marinheiros
Fazei-os mais danccedilar
E ri-se a orquestra irocircnica estridente
E da ronda fantaacutestica a serpente
Faz doudas espirais
Qual num sonho dantesco as sombras voam
Gritos ais maldiccedilotildees preces ressoam
E ri-se Satanaz
Senhor Deus dos desgraccedilados
Dizei-me voacutes Senhor Deus
Se eacute loucura se eacute verdade
Tanto horror perante os ceacuteus
Oacute mar por que natildeo apagas
Coa esponja de tuas vagas
De teu manto este borratildeo
Astros noite tempestades
Rolai das imensidades
Varrei os mares tufatildeo
Quem satildeo estes desgraccedilados
Que natildeo encontram em voacutes
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fuacuteria do algoz
Quem satildeo Se a estrela se cala
Se a vaga agrave pressa resvala
Como um cuacutemplice fugaz
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 26
Perante a noite confusa
Dize-o tu severa musa
Musa libeacuterrima audaz
Satildeo os filhos do deserto
Onde a terra esposa a luz
Onde voa em campo aberto
A tribo dos homens nus
Satildeo os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidatildeo
Homens simples fortes bravos
Hoje miacuteseros escravos
Sem ar sem luz sem razatildeo
Satildeo mulheres desgraccediladas
Como Agar o foi tambeacutem
Que sedentas alquebradas
De longe bem longe vecircm
Trazendo com tiacutebios passos
Filhos e algemas nos braccedilos
Nalma laacutegrimas e fel
Como Agar sofrendo tanto
Que nem o leite do pranto
Tecircm que dar para Ismael
Laacute nas areias infindas
Das palmeiras no paiacutes
Nasceram crianccedilas lindas
Viveram moccedilas gentis
Passa um dia a caravana
Quando a virgem na cabana
Cisma das noites nos veacuteus
Adeus oacute choccedila do monte
Adeus palmeiras da fonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 27
Adeus amores adeus
Senhor Deus dos desgraccedilados
Dizei-me voacutes Senhor Deus
Se eu deliro ou se eacute verdade
Tanto horror perante os ceacuteus
Oacute mar por que natildeo apagas
Coa esponja de tuas vagas
De teu manto este borratildeo
Astros noite tempestades
Rolai das imensidades
Varrei os mares tufatildeo
E existe um povo que a bandeira empresta
Pra cobrir tanta infacircmia e cobardia
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria
Meu Deus meu Deus mas que bandeira eacute esta
Que impudente na gaacutevea tripudia
Silecircncio Musa chora chora tanto
Que o pavilhatildeo se lave no seu pranto
Auriverde pendatildeo de minha terra
Que a brisa do Brasil beija e balanccedila
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperanccedila
Tu que da liberdade apoacutes a guerra
Foste hasteado dos heroacuteis na lanccedila
Antes te houvessem roto na batalha
Que servires a um povo de mortalha
Fatalidade atroz que a mente esmaga
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu na vaga
Como um iacuteris no peacutelago profundo
Mas eacute infacircmia demais
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 28
Da eteacuterea plaga
Levantai-vos heroacuteis do Novo Mundo
Andrada arranca este pendatildeo dos ares
Colombo fecha a porta de teus mares
(endereccedilo do viacutedeo para assistir clip da muacutesica)
(httpwwwyoutubecomwatchv=1Osbp0IMYRM)
Trabalhando com poema
Terra roxa e outras terras- Revista de Estudos Literaacuterios
Ana Claudia Duarte Mendes (UEMSUEL)
A literatura do poema ldquoVozes de Mulheresrdquo de Conceiccedilatildeo Evaristo a partir de
uma perspectiva de construccedilatildeo da memoacuteria possibilita-nos observar a existecircncia
de uma literatura adjetivada afro-brasileira A poesia analisada estaacute inserida em
um contexto no qual o poeta assume o ponto de vista negro Ao narrar a trajetoacuteria
de mulheres negras preservada na memoacuteria coletiva revela a ancestralidade que
se projeta no presente e prepara o futuro
O poema pertence a um tempo e lugar histoacuterico no mesmo instante transcende
essa condiccedilatildeo supera-a ldquoO poema eacute tempo arquetiacutepico e por secirc-lo eacute tempo que
se encarna na experiecircncia concreta de um povo um grupo ou uma seitardquo (Paz
1972 54) A contradiccedilatildeo ndash essecircncia do poema- que ao se encarnar revela-se
histoacuterico ao mesmo tempo em que eacute presente a cada nova leitura atualiza-se e
se projeta enquanto futuro Ao poeta eacute impossiacutevel fugir da histoacuteria mesmo quando
compotildee algo completamente diverso desta pois suas palavras satildeo sociais e
histoacutericas A revelaccedilatildeo poeacutetica consagra a experiecircncia humana (Paz 1972 55)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 29
por ser a poesia imagem A palavra poeacutetica ao se compor enquanto imagem
conforma o isto e o aquilo no mesmo instante Diz o indiziacutevel
O poeta consagra sempre umas experiecircncias histoacutericas que pode ser pessoal
sociais ou ambas as coisas ao mesmo tempo Mas ao falar-nos de todos estes
sucessos sentimentos experiecircncias e pessoas o poeta nos fala de outra coisado
que estaacute fazendo diante de noacutes e em noacutes E mais ainda leva-nos a repetir a
recriar seu poema a nomear aquilo que nomeia e ao fazecirc-lo revela-nos o que
somos (Paz 1972 57)
Como o poema surge na construccedilatildeo a partir da memoacuteria nos atrevemos a
dialogar com a obra de Gizecirclda Melo do nascimento Feitio de viver memoacuterias de
descendentes de escravos de 2006 O livro registra e interpreta a narrativa de
mulheres negras fortes e determinadas a contarem suas trajetoacuterias memoacuterias
individuais e coletivas O olhar para o presente na esperanccedila do futuro sem
alijarem-se do passado ancestral Esta perspectiva nos permitiraacute iluminar o
poema siacutentese do vivido
Vozes-Mulheres de Conceiccedilatildeo Evaristo
A voz da minha bisavoacute ecoou
crianccedila
nos porotildees do navio
Ecoou lamentos
de uma infacircncia perdida
A voz de minha avoacute
ecoou obediecircncia
aos brancos-donos de tudo
A voz de minha matildee
ecoou baixinho revolta
no fundo das cozinhas alheias
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 30
debaixo das trouxas
roupagens sujas dos brancos
pelo caminho empoeirado
rumo agrave favela
A minha voz ainda
ecoa versos perplexos
com rimas de sangue
e
fome
A voz de minha filha
recolhe todas as nossas vozes
recolhe em si
as vozes mudas caladas
engasgadas nas gargantas
A voz de minha filha
recolhe em si
a fala e o ato
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1- Comente a partir do seu proacuteprio olhar o poema da referida autora O
comentaacuterio pode ser tanto teacutecnico (observacircncia da estrutura do poema) quanto
conteudiacutestico (como vocecirc avalia o poema a partir de suas impressotildees pessoais)(A
obra de Conceiccedilatildeo Evaristo eacute facilmente encontrada na Internet) Trabalhar com
os alunos outros poemas
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 31
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno(a)
1- Analisar o poema e reescrever em cada
verso seu significado
A voz de minha bisavoacute
A voz de minha avoacute
A voz de minha matildee
A minha voz
A voz da minha filha
2- Fazer comentaacuterios sobre o poema em sala
de aula professor (a) e alunos
3- Ilustrar o poema usando sua
criatividade
4-Com os desenhos prontos formar grupos
com trecircs alunos e criar uma histoacuteria em
quadrinhos sobre o que entendeu do poema
estudado
A escola e os educandos precisam se organizar para demonstrar a
importacircncia da pluralidade racial na sociedade A fim de contemplar discussotildees
sobre a diversidade racial discutir os problemas sociais Para possibilitar que os
educandos construam suas proacuteprias ideacuteias e entendimento sobre o outro que lhe eacute
diferente O preconceito no cotidiano escolar tem que ser combatido Eacute necessaacuterio
que todos digam natildeo ao preconceito racial Os agentes transformadores da
educaccedilatildeo precisam unir forccedilas para promover o respeito muacutetuo e a possibilidade
de conversar sobre diferenccedilas sem melindres e sem preconceitos Na educaccedilatildeo
infantil tempo dos primeiros passos da vida social da crianccedila eacute importante
possibilitar atitudes positivas estimular o contanto com a esteacutetica e pelo
imaginaacuterio afro e afrodescendente Trazer a verdadeira histoacuteria do negro africano
no Brasil para romper com as barreiras dos preconceitos (Perrucci 1999 p 7)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 32
httpwwwwebartigoscomarticles380941INCLUSAO-NO-TRIBUNAL-DE-JUSTICApagina1html
Trabalhando com imagens
Sugestatildeo de atividades para o aluno
1 Ver as figuras abaixo e responder as questotildees
2 Vocecirc acha que existe preconceito entre essas crianccedilas Justifique
3 A crianccedila jaacute nasce com preconceito Comente
4 Como a crianccedila adquire o preconceito
5 Vocecirc como adolescente jaacute sofreu preconceito Em que fase de sua vida
Comente
Sites das imagens
almazendemensagensblogspotcom uniblogcombr
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 33
agenciaaldensblogspotcom sociologiacienciaevidauolcombr
Trabalhando com viacutedeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1 Assistir o viacutedeo Analisar as imagens e o depoimento
2 Promover um debate sobre o viacutedeo junto com os alunos
Por uma infacircncia sem racismo ver
wwwyoutubecomwatchv=_aPYuKiKFMg
1 Assistir o viacutedeo Analisar os depoimentos reais das pessoas
2 Vocecirc concorda com esses depoimentos Justifique
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 34
Onde vocecirc guarda o seu racismo ver
httpwwwyoutubecomwatchv=ojg07xOt8CY
Trabalhando com entrevista
Histoacuteria Oral - Como fazer uma entrevista
A pesquisa histoacuterica natildeo se baseia apenas em documentos escritos ou imagens mas
tambeacutem na narraccedilatildeo de fatos por parte das pessoas que presenciaram ou que tecircm
maior conhecimento dos mesmos Neste caso outra ferramenta pode ser utilizada
pelo pesquisador para adquirir novas informaccedilotildees acerca do objeto de estudo
Trata-se da entrevista um recurso da Histoacuteria Oral
Na Histoacuteria Oral podem-se fazer duas divisotildees em se tratando de relatos segundo o
historiador Gwyn Prins Existe uma tradiccedilatildeo Oral - a qual representa um
testemunho oral transmitido de uma geraccedilatildeo para a seguinte ou as demais -
Existe tambeacutem uma Reminiscecircncia Pessoal Evidecircncia oral especiacutefica das
experiecircncias de vida do informante (Wikipedia 2007)
Segundo Olga Rodrigues de Moraes Von Simson do Centro de Memoacuteria da
Unicamp a Histoacuteria Oral possibilita que indiviacuteduos pertencentes a categorias
sociais geralmente excluiacutedas da histoacuteria oficial possam ser ouvidos - deixando
registradas para anaacutelises futuras sua proacutepria visatildeo de mundo e aquela do grupo
social ao qual pertencem Apesar de ser um meacutetodo praacutetico e cada vez mais usado
a entrevista apresenta algumas deficiecircncias mas que podem de certa forma serem
superadas o entrevistado pode ter uma falha de memoacuteria pode criar uma
trajetoacuteria artificial se autocelebrar fantasiar omitir ou mesmo mentir O que
poderia ser percebido como um problema acaba se transformando em um recurso
uma vez que o proacuteprio entrevistador no ato de produccedilatildeo da narrativa histoacuterica natildeo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 35
deixa de produzir uma versatildeo do que entendeu ter acontecido Mesmo quando o
pesquisador tenha certeza de que o entrevistado esteja mentido conscientemente
cabe a ele entrevistador tentar entender as razotildees da mentira ou seja quais os
motivos que estatildeo levando a pessoa a mentir podendo ser aplicado o mesmo no
caso da ilusatildeo biograacutefica quando o indiviacuteduo faz uma produccedilatildeo artificial de si
mesmo No caso de esquecimento para ajudar suprir essa falha podem-se usar os
chamados apoios de memoacuteria como fotografias objetos e outras coisas que
possam ajudar o entrevistado a se recordar melhor dos fatos em pesquisa (op
cit)
Se formos analisar a credibilidade dos recursos de pesquisa histoacuterica sejam
documentos ou oralidade iremos nos deparar sempre com a interpretaccedilatildeo ou a
criacutetica pessoal de quem o fez cabendo ao pesquisador saber aproveitar as
informaccedilotildees que lhe conveacutem e criar suas proacuteprias consideraccedilotildees nenhum
documento pode nos dizer mais do que aquilo que o autor pensava ndash o que ele
pensava que havia acontecido queria que os outros pensassem que ele pensava ou
mesmo apenas o que ele proacuteprio pensava pensar Nada disso significa alguma
coisa ateacute que o historiador trabalhe sobre esse material e decifre-o eacute o que
comenta Edward Hallet Carr citado no site Wikipedia
A entrevista possibilita um contato direto com o atorautor da Histoacuteria Esse
envolvimento pode resultar num trabalho dinacircmico abrangente e ateacute mais realista
trazendo assim o passado para o presente
Agora vejamos os passos baacutesicos para realizar uma boa entrevista
COMO FAZER UMA ENTREVISTA
1 Preparar antes da entrevista um roteiro com alguns dos assuntos
importantes a abordar Ao partir para a entrevista eacute fundamental saber
o que vamos perguntar
2 Conversar com o entrevistado sobre nossos objetivos e descobrir se
realmente deseja colaborar conosco Natildeo se obriga ningueacutem a ser
entrevistado
3 Escolher local e hora apropriados para que a entrevista se decirc sem
interrupccedilotildees Num ambiente ou momento onde entrevistado ou
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 36
entrevistador estejam com pressa torna-se impossiacutevel agrave realizaccedilatildeo da
entrevista
4 Em lugar de apenas anotar o que o entrevistado diz eacute melhor e mais
adequado se possiacutevel levar um gravador para ficar tudo registrado de
tal forma que natildeo se perca parte alguma daquilo que o entrevistado
disse
5 A entrevista natildeo deve ser interrogatoacuterio e sim diaacutelogo
6 O entrevistador deve respeitar as opiniotildees do entrevistado mesmo
quando natildeo concordar com elas
7 O entrevistador deve dar oportunidade para que o entrevistado fale
tudo o que desejar no tempo que quiser
8 Nunca fazer nova pergunta enquanto o entrevistado ainda natildeo tiver
terminado de expor seu pensamento em relaccedilatildeo agrave pergunta anterior
Natildeo interromper desnecessariamente a fala do outro
professor-josimarblogspotcom200908historia-oral
REFEREcircNCIAS
SIMSON Olga Rodrigues de Moraes Von O que eacute Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
wwwcentrodememoriaunicampbrlahoindexhtm Acesso em 23 mai 2007
WIKIPEDIA Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
httpptwikipediaorgwikiHistAtildesup3ria_OralsearchInputsearchInput Acesso
em 23 mai 2007
httpwwwfeunbbrpieComo20fazer20uma20entrevistahtm
Professor Josimar Pais de Almeida
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 37
Sugestatildeo de Roteiro para realizar a entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistador
Nome do entrevistador
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Onde trabalha
Data local da entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistado
Nome
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Questionamento
Onde trabalha
Grau de escolaridade
Religiatildeo que frequumlenta
Tempo que mora na cidade de Rolacircndia
De onde veio sua famiacutelia
Vocecirc gosta de morar aqui
Porque vieram morar aqui
Do que sente saudades
Como era essa cidade quando vocecirc chegou aqui
Como vocecirc considera essa cidade hoje
Fale como era o lazer quando vocecirc era adolescente Como eacute seu lazer hoje
Fale sobre o namoro de antigamente As pessoas tinham um lugar para ldquopaquerarrdquo
Qual era a principal alimentaccedilatildeo das pessoas
Havia violecircncia Como era
Como eram as escolas Usava-se uniforme
Como eram as roupas Onde as comprava ou quem as confeccionava
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 38
Como era a educaccedilatildeo dos filhos
Havia igrejas Frequentava alguma no passado E hoje
O que era cultivado nas lavouras
Muitas pessoas moravam na zona rural
Como eram as habitaccedilotildees
Vocecirc se sente discriminado
O que vocecirc acha da escravidatildeo na eacutepoca da colonizaccedilatildeo do Brasil
Hoje ainda existe escravidatildeo
A fotografia na construccedilatildeo do material didaacutetico
Paulo Freire na ldquopedagogia do oprimidordquo pregava a liberdade atraveacutes da educaccedilatildeo e para
isso educava a partir de estiacutemulos retirados do cotidiano dos alunos aumentando
gradativamente o inverso dos mesmos Os estiacutemulos servem portanto como forma de
despertar a criatividade e o intelecto dos alunos Levando-se em consideraccedilatildeo que a
percepccedilatildeo visual eacute a forma mais objetiva de interaccedilatildeo do homem com o meio que o cerca
os estiacutemulos visuais atendem perfeitamente aos objetivos da educaccedilatildeo Antes mesmo da
escrita as comunicaccedilotildees visuais valendo-se de percepccedilatildeo visual ajuda a escrever a histoacuteria
da humanidade Associando-se aos seus conhecimentos o homem absorve a imagem
processa-a e retira dela suas proacuteprias conclusotildees A imagem dinacircmica ou estaacutetica eacute
portanto uma forma contumaz na divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo quer seja ela educacional
cientifica ou cultural difundindo conhecimentos desenvolvendo ideacuteias e formando
opiniotildees Jaacute em 1888 George Eastman referindo-se agrave fotografia afirmava ldquouma imagem
vale mais que mil palavrasrdquo e desde entatildeo a imagem fotograacutefica estaacute cada vez mais
presente no processo ensino aprendizagem de forma cada vez mais interativa A fotografia
e a questatildeo ambiental estatildeo relacionadas desde sua descoberta em1826 No inicio o
objetivo da fotografia era fazer um registro fiel da natureza Nas suas atividades os
cientistas utilizam cada vez mais a fotografia como instrumentaccedilatildeo de pesquisa registro de
dados apoio didaacutetico e principalmente na divulgaccedilatildeo dos resultados cientiacuteficos
introduzindo o conceito da fotografia cientiacutefica A fotografia eacute uma forma objetiva de
suporte para o ensino e a pesquisa eacute uma forma objetiva de documentaccedilatildeo ela tem o poder
de capturar nuances que muitas vezes passam despercebidas ao olho nu e isso aumenta o
aspecto de observaccedilatildeo do pesquisador A fotografia cientiacutefica tem que retratar o real
aparente a imagem como um instrumento de uma memoacuteria documental da realidade
Muitas vezes diante da dificuldade de deslocamento os professores lanccedilam matildeo da
fotografia para exemplificar e fixar conceitos educacionais tirando-os do imaginaacuterio e
trazendo para suas aulas de forma mais concreta wwwabedorgbrcongresso2007tc552007125857PMpdf
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 39
Trabalhando com fotografias e Histoacuteria Local
FIGURA 1
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 40
FIGURA 2
httpjornalrolandianetblogspotcom201105familia-farina-fotografando-rolandiahtml
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 41
FIGURA 3
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 42
FIGURA 4
httpwwwpanoramiocomphoto9865842
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 43
FIGURAS 5 E 6
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 44
FIGURA 7
httpwwwgooglecombrimgresq=FOTOS+ESCOLA+PADRE+JOSE+HERIONS+ROLANDIA
LEMBRETE AO (Agrave) PROFESSOR (A) Nossa proposta significa trabalhar com FONTE DOCUMENTAL As respostas das entrevistas consistem tambeacutem em FONTES DOCUMENTIAS E como tal devem ser interpretadas em sala de aula Qualquer material como fotos muacutesicas poemas imagens etc devem ser tratadas como FONTES u seja pergunta-se a estas QUEM FEZ QUANDO ONDE PARA QUEM POR QUEcirc OQUE QUER COMUNICAR E todos estes materiais necessitam de referecircncia como qualquer texto livro reportagem etc
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 45
Sugestatildeo de atividades para o aluno
Analise as fotografias (1-2-3-4-5-6-7) o Vocecirc conhece esses lugares que estatildeo representados nas fotos o Qual lugar da foto estaacute localizado mais perto de sua casa o Quais fotos representam lugar de lazer o Vendo as fotos onde podemos fazer nossas reflexotildees o O que estaacute na foto que incomoda a comunidade o Vocecirc conhece algumas pessoas das fotos Escreva os nomes das mesmas o Com qual foto vocecirc mais se identificou Justifique sua resposta o Escreva uma frase para cada fotografia o Essas fotos fazem parte da Histoacuteria de Rolacircndia Faccedila comentaacuterios
Sugestatildeo de atividades para o professor
1-Trabalhe com fotografias o Peccedila para seu aluno trazer fotos antigas da famiacutelia da comunidade etc o Faccedila perguntas para obter respostas o Dar oportunidade para um debate sobre as fotos trazidas pelos alunos o Formar grupo com trecircs alunos para eles escreverem sobre as fotos o Colocar em cartazes os resultados obtidos natildeo esquecer de registrar a eacutepoca e
lugar em que foi tirada a foto o Expor na escola para que outros alunos possam ler e analisar os trabalhos
realizados
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 46
Referecircncia bibliograacutefica do texto explicativo
BAUMAN Z Modernidade e ambivalecircncia Rio de Janeiro Jorge Zahar 1999
CAVALLEIRO E S Do silecircncio do lar ao silecircncio escolar racismo preconceito e discriminaccedilatildeo na educaccedilatildeo infantil 4 ed Satildeo Paulo Contexto 2005
FERREIRA Ricardo Franklin O brasileiro o racismo silencioso e a identidade afro-descendente Psicologia e Sociedade Belo Horizonte v 14 n 1 p 69-86 janjun 2002
FIGUEIREDO Luis Claudio Mendonccedila Revisitando as psicologias da epistemologia agrave eacutetica das praacuteticas e discursos psicoloacutegicos 3 ed Petroacutepolis Vozes 2004
FREITAS Patriacutecia de Sobre a Lei 10639 o ensino de histoacuteria e a cultura afro-brasileira OPSIS Catalatildeo v 10 n 1 p15-28 janjun 2010
GONCcedilALVES Rita de Caacutessia LISBOATeresa Kleba Sobre o meacutetodo de Histoacuteria oral em sua modalidade trajetoacuteria de vida Revista Kataacutel Florianoacutepolis v 10 n especial p 83-92 2007
REIS Faacutetima A implementaccedilatildeo da Lei 1063903 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwwebartigoscomarticles39841A-Implementacao-Da-Lei-1063903pagina1htmlgt Acesso em 20 abr 2011
RODRIGUES N Os africanos no Brasil 5 ed Satildeo Paulo Nacional 1977
SCHMIDT Maria auxiliadora CAINELLI Marlene Ensinar histoacuteria Satildeo Paulo Scipione 2004
- Paacutegina em branco
-
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 6
Objetivos especiacuteficos
Destacar a cultura dos povos africanos para a cultura brasileira e outras
Fazer o aluno ver-se partiacutecipe do processo histoacuterico atraveacutes do
conhecimento sobre diversidade cultural
Despertar o respeito ao outro e a diversidade eacutetnico-racial e religiosa
Compartilhar as diferenccedilas dentro do universo escolar e na comunidade
Desmistificar a imagem da passividade do africano lembrando dos
ldquomovimentos sociaisrdquo por este empreendidos
Proporcionar ao aluno subsiacutedios para entender os procedimentos do
historiador para a escrita da histoacuteria para que possa ele tambeacutem escrever
histoacuteria ou melhor produzir conhecimento histoacuterico
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 7
APRESENTACcedilAtildeO
Apoacutes a promulgaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo de 1988 o Brasil busca
efetivar a condiccedilatildeo de um Estado democraacutetico direito com ecircnfase na cidadania e
dignidade da pessoa humana portanto ainda existe uma realidade de posturas
como preconceito racismo e discriminaccedilatildeo aos afrodescendentes que
historicamente enfrentam dificuldades para o acesso e permanecircncia nas escolas
A escola eacute comprometida com a promoccedilatildeo do ser humano na sua
integridade com objetivo de formaccedilatildeo de valores haacutebitos e comportamentos que
respeitam as diferenccedilas e caracteriacutesticas proacuteprias de grupos e minorias
Ao avaliar os dados que apontam desigualdades entre brancos e
negros na educaccedilatildeo constatam-se as necessidades de poliacuteticas especiacuteficas que
revertam o quadro Os movimentos sociais impulsionaram o Estado a realizar
mudanccedilas legislativas reconhecendo o problema da disparidade branco-negro em
nossa sociedade e a necessidade de intervir de forma positiva Assim em
compromisso de eliminar as desigualdades sociais o Governo Federal sancionou
em marccedilo de 2003 a lei 1063903-MEC que altera a LDB (Lei Diretrizes e Base)
e estabelece as diretrizes curriculares para a implementaccedilatildeo da mesma Essa lei
instituiu a obrigatoriedade do Ensino de Histoacuteria da Aacutefrica e dos africanos no
curriacuteculo escolar do Ensino Fundamental e Meacutedio Essa decisatildeo resgata
historicamente a cultura do negro na construccedilatildeo e formaccedilatildeo da sociedade
brasileira
Nesse contexto percebe-se a necessidade de se desenvolver um
trabalho focalizando diretamente a conscientizaccedilatildeo dos alunos sobre a
importacircncia da cultura afrodescendente na localidade em que ele vive ou seja o
negro fazendo parte do processo histoacuterico-social e pelas entrevistas resgatar a
memoacuteria dessa comunidade e ver o que ela pensa sobre a escravidatildeo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 8
ESTRATEacuteGIA DE ACcedilAtildeO
Segundo Schmidt e Cainelli (2004 p62) para se ensinar histoacuteria
eacute necessaacuterio respeitar o conhecimento do aluno sua histoacuteria de vida esse
conhecimento pode ser considerado como marco inicial e assimilador dando
significado ao ensino de histoacuteria Partindo de suas representaccedilotildees o aluno seraacute
capaz de efetivar suas proacuteprias ideacuteias sobre os objetos e fenocircmenos do mundo
social Eacute graccedilas a essas representaccedilotildees que o aluno pode interrogar o discurso do
professor os documentosoperar a seleccedilatildeo entre os conteuacutedos julgados
pertinentes validaacute-los ou refutaacute-los
Conhecimento Preacutevio Construccedilatildeo do conhecimento histoacuterico
Sugestatildeo de atividades para o(a) aluno(a)
1) Fazer um levantamento sobre os acontecimentos de sua vida desde seu
nascimento ateacute hoje Para isso pergunte para sua matildee ou responsaacutevel anote e
traga para a sala de aula
11) Fazer a linha do tempo e registrar dados importantes de sua vida
___________________________________________________
1998 2002 2006 2010 2011
2) Escrever sua histoacuteria de vida
3) Debate sobre os trabalhos realizados (atividades 1-2)
4) Como vocecirc se sentiu ao escrever sua histoacuteria de vida
5) Vocecirc tambeacutem faz parte da histoacuteria Justifique
Ainda em Schmidt e Cainelli a Histoacuteria Oral eacute uma metodologia de
pesquisa que se baseia em fontes orais que registram experiecircncias vividas o
depoimento de um indiviacuteduo ou de vaacuterios indiviacuteduos de uma mesma comunidade
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 9
O pesquisador deve orientar a pesquisa para buscar referecircncias objetivas sobre o
tema pesquisado a entrevista eacute a estrateacutegia mais comum na coleta de dados
pode ser captada com gravaccedilatildeo ou transcriccedilatildeo escrita Eacute importante haver
controle sobre o universo de amostras e o tipo de entrevista em nosso caso
usaremos a entrevista aberta o conhecimento da atitude do entrevistador do
lugar onde se faz a entrevista e o trabalho de anaacutelise e reflexatildeo sobre os
resultados O trabalho com oralidade no trabalho de histoacuteria precisa-se considerar
que a reflexatildeo acompanhe todo o processo
Pode se trabalhar os depoimentos pessoais com base na escolha de temas comuns consultados em diferentes fontes procurando explorar os conteuacutedos sem desvinculaacute-las das categorias mais ampla das estruturas social econocircmica e poliacutetica Eacute importante evitar o que Dosse chamou de ldquohistoacuteria em migalhasrdquo (Schmidt Cainelli 2004 p 127)
Para que a histoacuteria oral se torne significativa seraacute necessaacuterio
planejar cuidadosamente o trabalho a ser desenvolvido definir objetivos verificar
os recursos disponiacuteveis selecionar as estrateacutegias adotadas como entrevistar
pessoas da comunidade em que estaacute inserida Focando um tema desejado no
caso o afrodescendente e o resgate de sua cultura hoje Ao entrevistar pessoa da
comunidade para resgatar sua trajetoacuteria de vida em um determinado local
ampliamos o conhecimento para aleacutem dessa comunidade
Com elemento constitutivo da transposiccedilatildeo didaacutetica do saber histoacuterico para o saber escolar a histoacuteria local pode ser vista como estrateacutegia pedagoacutegica Trata-se de uma forma de abordar a aprendizagem a construccedilatildeo e a apreensatildeo do conhecimento histoacuterico com proposiccedilotildees que podem ser articuladas em interesses do aluno suas aproximaccedilotildees cognitivas suas experiecircncias culturais e com a possibilidade de desenvolver atividades diretamente vinculadas agrave vida cotidiana Com estrateacutegia de aprendizagem a histoacuteria local pode garantir uma melhor apropriaccedilatildeo do conhecimento histoacuterico baseado em recortes selecionados do conteuacutedo os quais seratildeo integrados no conjunto do conhecimento (VAZQUEZ apud Schmidt Cainelli 2004p113)
Na coleta e tratamento de entrevistas a memoacuteria eacute de fundamental
importacircncia para os historiadores e para outros profissionais porque por meio dela
ldquolemosrdquo periacuteodos histoacutericos chegamos a determinados sujeitos sociais excluiacutedos
ou esquecidos da Histoacuteria A memoacuteria possui ldquolugaresrdquo que nos permitem lembrar
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 10
como museus muacutesicas literatura ldquocausosrdquo etc A memoacuteria pode ser individual ou
coletiva mas para evocar lembranccedilas eu preciso de memoacuteria do outro para
transformar a minha memoacuteria na ldquonossa memoacuteriardquo
Construccedilatildeo da entrevista
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Analisar os itens abaixo com muita atenccedilatildeo e comprometimento
2-Destacar esses itens em um cartaz para natildeo ser esquecidos
3-Formar grupos para a simulaccedilatildeo de uma entrevista dentro da sala de aula
4- Para se realizar a entrevista de campo seraacute necessaacuterio um entrevistador amp
aluno auxiliarequipe de transcriccedilatildeo aluno-transcritor aluno-conferente
professor-conferente
Condutas a serem consideradas no trabalho de campo (antes e durante a entrevista)
-Ao solicitar permissatildeo para realizar a entrevista comportar-se
corretamente e com boas maneiras
-Ter o maacuteximo respeito ao conversar com o entrevistado
-Ouvir o que outra pessoa considera importante dizer
-Manter o contato visual durante a entrevista manter o olhar e a
atenccedilatildeo dirigidos para o entrevistado
-Responder as perguntas que o entrevistado fizer sobre o
entrevistador e o projeto
-Explicar para o entrevistado como o seu depoimento eacute
importante e contribui para a memoacuteria da Histoacuteria da comunidade
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 11
-Atitude vocecirc estaacute tentando aprender um pouquinho ou fazer que
algueacutem lhe contem histoacuterias Lembre-se na entrevista eles que
tecircm os conhecimentos
-Respeitar os pedidos do entrevistado
No processamento e interpretaccedilatildeo
Fidelidade e zelo na transcriccedilatildeo na
conferecircncia e na anaacutelise das
entrevistas
Nem uma palavra do entrevistado
pode ser desprezada
Na representaccedilatildeo dos resultados agrave comunidade
Apresentar os resultados da pesquisa para a comunidade de forma
transparente respeitando as informaccedilotildees coletadas nas entrevistas
Dando enfoque a este trabalho atraveacutes de entrevistas e da
histoacuteria local deveraacute ser resgatado o tema de Ferreira (2002) quando ele fala
sobre ldquoO brasileiro o racismo silencioso e a emancipaccedilatildeo do afrodescendenterdquo
Nelson Rodrigues ldquoespecialistardquo em denunciar aquilo que se esconde por detraacutes
das aparecircncias aponta uma farsa da qual muitas vezes o brasileiro se orgulha
que o Brasil vive em uma ldquodemocracia racialrdquo
O preconceito contra o negro em funccedilatildeo de o mito que o nega
torna-se difiacutecil de ser compreendido e combatido Existe um tratamento cordial
levando a crer que a discriminaccedilatildeo etnoracial natildeo existe Mesmo tendo
consciecircncia disso poreacutem considera um problema do outro No Brasil o preconceito
natildeo eacute abertamente afirmado por isso se torna difiacutecil agrave elaboraccedilatildeo de leis que
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 12
favoreccedila a reversatildeo A ideologia eacute que no Brasil as diferenccedilas satildeo aceitas e
valorizadas um verdadeiro exemplo para outras naccedilotildees encobre o problema Em
funccedilatildeo disso satildeo negados para os negros as condiccedilotildees de viver melhor e exercer
a cidadania
Segundo Cavalleiro (2005) tais depoimentos revelam que nos
lares de famiacutelias negras e na escola a maneira mais silenciosa de se lidar com o
preconceito eacute o silecircncio O termo ldquomorenordquo era para se auto-referir as
caracteriacutesticas etnoraciais Parece politicamente chamar de moreno o
afrodescendente uma estrateacutegica simboacutelica de fuga da discriminaccedilatildeo Questotildees
que se tornam difiacuteceis de se lidar no Brasil Em torno do seacuteculo XIV o homem
ocidental lanccedilou-se no mundo das Grandes Navegaccedilotildees deparou-se com um
universo de diversidade Ele precisava-se organizar de maneira segura em sua
realidade atraveacutes de reflexotildees conseguiu controlar os acontecimentos Bauman
(1999) nos direciona a uma das chaves da compreensatildeo da construccedilatildeo da
subjetividade do homem moderno O processo de qualificar obsessotildees da
civilizaccedilatildeo ocidental constitui-se nos atos de incluir o semelhante num padratildeo
considerado correto excluindo o diferente Ordem e progresso condiccedilotildees que
legitimavam transformaccedilotildees do outro no mesmo Para o africano escravizado
tornar-se cristatildeo apagar sua histoacuteria atraveacutes de um processo de branqueamento
e aculturaccedilatildeo tornaacute-lo branco Essa ideacuteia foi defendida no iniacutecio do seacuteculo XX por
vaacuterios cientistas e intelectuais brasileiros que eram representantes das ldquoverdadesrdquo
estabelecidas Schwarcz (1998) e Consorte (1999) analisaram esse periacuteodo havia
justificativas consideradas cientificas que legitimavam o eurocentrismo [] Para
Larkin Nascimento (2000) apoiara-se em duas condiccedilotildees baacutesicas a imigraccedilatildeo em
massa subsidiada pelo Estado sob legislaccedilatildeo que excluiacutea raccedilas natildeo desejaacuteveis
e o cultivo do ideal do embranqueamento Apoacutes vaacuterias reflexotildees podem ser
apontados alguns itens que favoreceram o preconceito no Brasil A concepccedilatildeo
constitutiva do mundo ocidental que se desenvolveu na modernidade com uma
questatildeo de ordem desvalorizando ou eliminando o diferente O africano era visto
como mero objeto de uso Apoacutes a aboliccedilatildeo surge a inferioridade racial do negro
apoiada pela ciecircncia prevendo sua extinccedilatildeo na constituiccedilatildeo do povo brasileiro
Para Gilberto Freyre nos anos trinta o mesticcedilo passa a ser louvado como siacutembolo
de nossa identidade Primeiro a desvalorizaccedilatildeo depois a exaltaccedilatildeo surgindo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 13
assim o mito da ldquodemocracia racialrdquo aqui estaacute a construccedilatildeo do racismo silencioso
Uma visatildeo negativa do afrodescendente e um discurso contraacuterio tentando negaacute-la
(apud Ferreira 2002) Em funccedilatildeo da desvalorizaccedilatildeo da pessoa negra elas
tendem a introjetar a visatildeo dominante do mundo branco visto como superior Para
Pereira (1987 apud Ferreira 2002 p75) a escola eacute um lugar onde a crianccedila
alimenta subliminarmente a figura do negro ldquocaricaturalrdquo No plano de
relacionamentos a escola reproduz naquele microcosmo a mesma estrutura de
relaccedilatildeo que se daacute na sociedade brasileira como um todo Assim a escola em
lugar de reversatildeo do problema estimula o estereotipo soacutecias do negro e sua
submissatildeo aos valores do outro Estimulada a visatildeo de um mundo cultural
eurocentrico cria um processo pedagoacutegico que leva o afrodescendente inibir sua
capacidade de expor seu saber e sentir-se como cidadatildeo
Construccedilatildeo de Conceitos
Sugestatildeo de atividade para o (a) aluno (a)
1- Estudo dos termos existentes nos documentos incluiacutedos no projeto como
democracia racial preconceito discriminaccedilatildeo afrodescendente diversidade
etnoracial cotidiano moreno branqueamento eurocentrismo racismo silencioso
Atraveacutes de pesquisas orientadas pala professora
2-Promover um debate sobre os termos estudados na atividade 1
3-Atividade em dupla Apoacutes o debate entre professora e alunos produzir um
texto
4-Todos os textos seratildeo analisados pela professora e alunos
5- Apoacutes pesquisar conceitos para os termos da atividade (1) montar um painel
com resultados obtidos e expor para outras turmas na escola (atividade seraacute
realizada em grupo de quatro alunos)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 14
Para refletir pesquisar e responder em seu caderno
1-Escreva o que vocecirc entendeu por racismo preconceito e discriminaccedilatildeo
2-Existe discriminaccedilatildeo no Brasil Justifique
3-Vocecirc jaacute foi discriminado alguma vez Relate
4-Vocecirc jaacute presenciou situaccedilotildees de discriminaccedilatildeo na escola
5-Vocecirc jaacute discriminou alguma pessoa Justifique
6-Escreva algum tipo de discriminaccedilatildeo que existe na comunidade em que
vocecirc mora
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor
1-Decirc sugestotildees como a escola deve agir ao perceber a discriminaccedilatildeo entre
os educandos
2- Usar para pesquisas o link
wwwuelbrprojetosleoafropagespublicacoesphp
Essas leituras podem contribuir para o seu plano de aula
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 15
Segundo Helms (1985 apud Ferreira 2002 p78) pessoas
envolvidas agrave descriminaccedilatildeo natildeo se encaixam em nenhum grupo satildeo
desqualificadas por ser negro e desvalorizam-se como pessoa Mudanccedilas podem
ocorrer a partir de exposiccedilatildeo de eventos que envolvem informaccedilotildees nos aspectos
culturais como danccedilas festas muacutesicas estudos leituras filmes e outras que
possam usaacute-las com referecircncia pessoal No iniacutecio eacute um desafio para o sujeito
envolvido mas aos poucos vai superando quando descobre que seus valores e
sua visatildeo de mundo natildeo permitem mais dominaccedilatildeo A participaccedilatildeo em grupo de
militacircncia voltados para valores com objetivos culturais e poliacuteticos pode favorecer
a reconstruccedilatildeo pessoal dos interlocutores que vivem o problema realizando um
exerciacutecio de padrotildees negativos introjetados e analisando a histoacuteria omitida A
militacircncia pode transformar a vergonha de ser negro em orgulho de ser negro
onde ele passa a ter uma nova histoacuteria intensificando a luta que jaacute vem desde a
escravidatildeo Com a recuperaccedilatildeo das matrizes curriculares africanas a histoacuteria da
diaacutespora reivindicaccedilotildees poliacuteticas sociais o afrodescendente pode ser visto com
qualidades que o outro natildeo percebia e ao mesmo tempo os aspectos culturais
que tambeacutem o constituem Atraveacutes de trabalhos cuidadosamente estudados eacute
muito importante que a pessoa branca deixe de negar suas raiacutezes culturais
africanas e tambeacutem indiacutegenas assim como o negro brasileiro suas raiacutezes
culturais europeacuteias e tambeacutem indiacutegenas Portanto eacute neste objetivo que este
projeto de ensino de histoacuteria se insere no (re) pensar sobre a cultura
afrodescendente de modo a dar condiccedilotildees para o (a) aluno(a)enfrentar com
consciecircncia criacutetica os desafios de um cotidiano ainda pautado em representaccedilotildees
preconceituosas
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 16
Comportamento reflexivo pela natildeo-discriminaccedilatildeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Qual a importacircncia dos movimentos de militacircncia para os que se sentem
excluiacutedos da sociedade
2-Realizar pesquisas em outros autores para saber mais sobre os movimentos
de militacircncia dos afrodescendentes
3-Na sua opiniatildeo como superar a discriminaccedilatildeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1- Trabalhar ldquovaloresrdquo sempre que perceber discriminaccedilatildeo entre os educandos
2- Sempre que for possiacutevel trabalhar temas ou textos sobre diversidade que
podem ser vistos em todas as disciplinas
3- Orientar os educandos em sala de aula para que realizem atividades sobre
diversidade como analisar figuras fotos montar paineacuteis confecccedilotildees de cartazes
recorte e colagem de figuras produccedilatildeo de textos etc
Negros e brancos na redaccedilatildeo de Maria Claudia
No trecho a seguir o escritor Pedro Bandeira apresenta-nos a redaccedilatildeo escrita por
Maria Claudia Segundo ele quando escreveu Maria Claudia ainda natildeo tinha
nove anos Era uma crianccedila como tantas outras que ocupam as milhares salas de
aula do Brasil Vejamos como Maria Claudia vecirc a questatildeo das diferenccedilas entre o
branco e o negro
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 17
ldquoOs brancos satildeo muito diferentes dos negros Mas depende do branco e depende
do negro Na minha caixa de laacutepis de cor o branco natildeo serve para nada Soacute o
preto eacute que serve para desenhar Com o giz a gente desenha na lousa Com o
carvatildeo a gente desenha um bigode na cara do Paulinho para a festa de Satildeo
Joatildeo Nesse negoacutecio de muacutesica natildeo tem branco Soacute tem preto Todos os discos
que eu conheccedilo satildeo pretos Nunca vi um disco branco O papel eacute branco e eacute
igualzinho o papel preto chamado carbono que escreve embaixo tudo o que a
gente escreve em cima A noite eacute preta mas o dia natildeo eacute branco O dia eacute azul
Entatildeo o preto da noite eacute soacute da noite Natildeo eacute igual nem eacute diferente de nada O leite
eacute branco e o cafeacute eacute preto De cafeacute eu natildeo gosto Tambeacutem natildeo gosto de leite
quando ele estaacute branco Prefiro misturar com chocolate E aiacute o leite fica marrom
Marrom como a minha amiga Patriacutecia Outro dia me disseram que a Patriacutecia eacute
negra mas ela eacute marrom Eu estou com raiva dela porque ela tirou uma nota
melhor do que eu na prova de matemaacutetica Mas eu natildeo quero ser diferente dela
Vou estudar bastante Na proacutexima prova eu e ela vamos ficar iguaisrdquo
BANDEIRA Pedro A redaccedilatildeo da Maria Claudia in Grupo de trabalho para assuntos afro-
brasileiros Salve o 13 de maio Satildeo Paulo SE 1988 p7
Refletindo sobre o texto
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Analisar o texto e responder as questotildees abaixo
11 Na redaccedilatildeo de Maria Claudia o que satildeo mais importantes as coisas brancas
as coisas negras ou a mistura das coisas
12 ldquoO papel eacute branco e eacute igualzinho o papel preto chamado carbono que escreve
embaixo tudo o que a gente escreve em cimardquo Comparando a Histoacuteria com o
papel branco e o carbono seraacute que por detraacutes de toda a histoacuteria dos brancos natildeo
existe tambeacutem uma histoacuteria de negros Seraacute que a histoacuteria do negro eacute igual agrave do
branco
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 18
13 Pela redaccedilatildeo de Maria Claudia o negro eacute inferior ao branco Vocecirc concorda
com Maria Claudia
14 Como vocecirc se relaciona com seus amigos negros
Formando crianccedilas livres de preconceitos
Sugestatildeo de atividades para o(a) professor(a)
ATENCcedilAtildeO A PARTIR DESTE MOMENTO
TRANSCREVEMOS O TEXTO DE UM BLOG COM
ALGUMAS ADAPTACcedilOtildeES DE DIAGRAMACcedilAtildeO
Construir Notiacutecias por Moacir Pereira Juacutenior (httpserinteiroblogspotcomsearchlabelEducaC3A7C3A3o)
As crianccedilas natildeo satildeo naturalmente preconceituosas Elas aprendem a ser com os adultos Aproveite essa fase essencial da vida de todo ser humano que eacute a infacircncia e valorize sentimentos e valores positivos que esses pequenos e especiais seres trazem em sirdquo Educaccedilatildeo Infantil e dos 1ordm 2ordm e 3ordm anos do Ensino Fundamental Sugiro duas formas de iniciar o projeto uma para alunos que ainda natildeo dominam a escrita e outra para alunos com domiacutenio da escrita Realizando o projeto com crianccedilas da Educaccedilatildeo Infantil e dos 1ordm 2ordm e 3ordm anos do Ensino Fundamental pode-se comeccedilar a trabalhar o tema fazendo uma dinacircmica
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 19
1- Dinacircmica das flores leve flores de diferentes cores e formas para a classe e deixe que cada aluno escolha uma Depois pergunte o que chamou a atenccedilatildeo deles para escolher aquela flor Peccedila-lhes que percebam as diferentes cores o perfume a textura as diferentes formas Chame sua atenccedilatildeo para o fato de as flores serem diferentes e nem por isso menos belas e apreciadas Em seguida peccedila que olhem uns para os outros Assim como as flores cada um eacute diferente mas natildeo menos importante Muitas coisas variam cor e tipo de cabelo formato e cor dos olhos tamanho do nariz altura cor da pele etc
2- Dinacircmica das cores leve um aparelho de som para a classe e coloque uma muacutesica suave Espalhe vaacuterios laacutepis ou gizes de cera de vaacuterias cores sobre a mesa e peccedila para as crianccedilas escolherem a cor que mais lhes agrada Haveraacute cores iguais e cores diferentes Converse com elas sobre como seria o mundo se tudo fosse de uma soacute cor mdash azul por exemplo E se tudo fosse amarelo Ou vermelho Seraacute que elas comeriam uma banana azul Ou um morango cinza Sim Natildeo Por quecirc Pode-se debater se eacute bom haver cores diferentes e o porquecirc Depois peccedila que olhem uns para os outros Assim como as cores cada um eacute diferente Muitas coisas variam cor e tipo de cabelo formato e cor dos olhos tamanho do nariz altura cor da pele Pergunte que cor de laacutepis ou giz eacute mais parecido com a cor da pele de cada um (Caso algum aluno diga que sua cor eacute ldquofeiardquo procure fazecirc-lo se sentir valorizado Esse momento seraacute propiacutecio para melhorar a autoestima dessa crianccedila)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 20
Dinacircmicas para os Proacuteximos Anos do Ensino Fundamental Comeccedilando com jovens do 4ordm e 5ordm anos do Ensino Fundamental o projeto eacute basicamente trocar ideacuteias debater e discutir para se chegar a uma mudanccedila de atitude
1- Discutindo preconceito de gecircnerosexismo
2- Discutindo as diferenccedilas (porte de deficiecircncia obesidade etc)
3- Discutindo preconceito racial e eacutetnico
1- Discutindo preconceito de gecircnerosexismo Questione os alunos ldquoMenino brinca de bonecardquo Peccedila previamente aos alunos para trazerem de casa figuras de diversos profissionais Sente-se em roda com eles e analise as figuras Que profissotildees satildeo mais retratadas Essas profissotildees estatildeo mais ligadas a homens ou a mulheres Haacute profissotildees predominantemente masculinas ou femininas Por quecirc Faccedila cartazes com frases comumente ouvidas como por exemplo ldquoMenino natildeo chorardquo ldquoEsta brincadeira natildeo eacute para meninasrdquo ldquoMenino natildeo usa cor-de-rosardquo ldquoMenina eacute mais fraacutegil que meninordquo ldquoMenina natildeo senta de perna abertardquo ldquoMenino natildeo deve danccedilar baleacuterdquo etc Mostre os cartazes aos alunos e pergunte que outras frases eles jaacute ouviram Questione por que dizem que meninos e meninas natildeo podem fazer tais coisas Quem determinou isso Se possiacutevel traga gravuras que mostrem o contraacuterio do que estaacute escrito nos cartazes Peccedila que as crianccedilas levem histoacuterias em quadrinhos para a sala de aula (Turma da Mocircnica Walt Disney etc) Leia as histoacuterias com eles e chame sua atenccedilatildeo para o papel que eacute reservado agraves meninas (Satildeo sempre as fofoqueiras Satildeo choronas Satildeo consideradas fraacutegeis) E os meninos como satildeo retratados (ativos liacutederes espertos) Leia com eles alguns contos de fadas e analise o papel das mulheres (princesas esperando serem salvas cuja realizaccedilatildeo eacute casar e ser feliz para sempre) Peccedila-lhes que reescrevam um conto de fadas invertendo os papeacuteis masculinos e femininos Se possiacutevel dramatize o novo conto de fadas com a inversatildeo de papeacuteis
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 21
httpcaixinhadecoresblogspotcom200810meninos-e-bonecas-por-que-nohtml
2- Discutindo as diferenccedilas (porte de deficiecircncia obesidade etc) Alunos portadores de deficiecircncia (fiacutesica ou mental) alunos obesos de baixa estatura ou que usam oacuteculos enfim que possuem caracteriacutesticas fiacutesicas que chamam a atenccedilatildeo tambeacutem costumam sofrer algum tipo de discriminaccedilatildeo e comumente satildeo alvo de piadas e comentaacuterios geralmente ofensivos por parte dos colegas e de alguns adultos Veja abaixo algumas atividades para trabalhar esse tema bull Montar um mural com personalidades que apresentem caracteriacutesticas fiacutesicas que fogem aos padrotildees e questionar o conceito de feio e bonito bull Promover a leitura de livros que abordem agrave temaacutetica do preconceito bull Fazer dramatizaccedilatildeo dos livros lidos bull Organizar a turma em grupos e encarregar cada um de elaborar uma histoacuteria sobre uma crianccedila com uma caracteriacutestica fiacutesica ou mental especial Terminadas as histoacuterias organizaacute-las em um livro e se possiacutevel providenciar uma coacutepia para cada aluno bull Montar na sala de aula um mural onde a crianccedila possa desabafar Se durante o dia algueacutem disser algo que a ofenda ou magoe ela escreve o que aconteceu e quem foi o autor e deixa ali uma mensagem de desagravo para o ofensor Acompanhe o teor do que aparece escrito e converse com os conflitantes Esse tipo de atitude poderaacute ajudar caso vocecirc tenha alunos comumente alvo de discriminaccedilatildeo (seja por raccedila cor tamanho porte de alguma deficiecircncia etc)
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3- Discutindo preconceito racial e eacutetnico Peccedila que cada aluno monte a sua histoacuteria (e a da famiacutelia) falando do brinquedo preferido da comida de que mais gosta da famiacutelia etc Monte um livro com todas as histoacuterias dos alunos e pergunte ldquoComo seria o mundo se todos fossem iguaisrdquo Confecccedilatildeo de bonecos eacute raro encontrar no mercado bonecas negras orientais e indiacutegenas o que contribui para reforccedilar a exclusatildeo das crianccedilas desses grupos Se houver possibilidade envolva matildees pais parentes das crianccedilas e confeccionem juntos marionetes e bonecos que representem pessoas negras Evite estereoacutetipos (por exemplo negros sempre pobres ou sempre jogadores de futebol) Monte com as crianccedilas um teatrinho em que haja personagens brancas negras e amarelas em papeacuteis de igual valor (evite dar sempre os papeacuteis de destaque para alunos brancos) Monte um mural com os personagens preferidos das crianccedilas Verifique se haacute algum negro ou oriental Crie com os alunos personagens de diferentes etnias e envolva as crianccedilas na elaboraccedilatildeo de uma histoacuteria em quadrinhos (HQ) Aproveite o momento para trabalhar com a turma os diferentes povos que formaram a atual populaccedilatildeo brasileira Qual a ascendecircncia de cada um Divida a classe em grupos e encarregue cada um de pesquisar um povo e sua contribuiccedilatildeo para a formaccedilatildeo da cultura brasileira na liacutengua na alimentaccedilatildeo nos costumes etc Depois de estudar os diferentes povos que colonizaram o Brasil e contribuiacuteram para a formaccedilatildeo do povo brasileiro monte com as crianccedilas uma feira das naccedilotildees Cada grupo pode usar trajes tiacutepicos fazer performances cantar enfim o que a sua criatividade sugerir Se possiacutevel envolva toda a comunidade escolar nessa feira abrindo-a para a participaccedilatildeo dos pais in Construir Notiacutecias por Moacir Pereira Juacutenior (httpserinteiroblogspotcomsearchlabelEducaC3A7C3A3o)
ATENCcedilAtildeO A PARTIR DESTE MOMENTO NAtildeO
MAIS TRANSCREVEMOS O BLOG
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 23
Trabalhando com muacutesica
ldquoA muacutesica eacute uma forccedila geradora de vida uma energia que
envolve o nosso ser inteiro atuando de forma poderosa sobre
o nosso corpo mente e coraccedilatildeo Aleacutem de alegrar unir e
consagrar mensagens e valores disciplinar e socializar a
muacutesica forma o caraacuteter e favorece o desenvolvimento integral
da personalidade o equiliacutebrio emocional e socialrdquo (profordf
compositora e regente Miacuteria Therezinha Kolling)
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Fazer leitura da letra da muacutesica
2-Procurar no dicionaacuterio o significado das palavras
3-Ouvir a muacutesica de Caetano Veloso
4-Cantar a muacutesica
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1-Fazer anaacutelise da muacutesica junto com os alunos
2-Fazer comentaacuterios sobre a muacutesica
3- Escrever um texto coletivo com os alunos sobre o tema ldquoNavio Negreirordquo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 24
O Navio Negreiro
Caetano Veloso
Composiccedilatildeo Castro Alves
O Navio Negreiro
Estamos em pleno mar
Era um sonho dantesco o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho
Em sangue a se banhar
Tinir de ferros estalar do accediloite
Legiotildees de homens negros como a noite
Horrendos a danccedilar
Negras mulheres suspendendo agraves tetas
Magras crianccedilas cujas bocas pretas
Rega o sangue das matildees
Outras moccedilas mas nuas espantadas
No turbilhatildeo de espectros arrastados
Em acircnsia e maacutegoa vatildes
E ri-se a orquestra irocircnica estridente
E da ronda fantaacutestica a serpente
Faz doudas espirais
Se o velho arqueja se no chatildeo resvala
Ouvem-se gritos o chicote estala
E voam mais e mais
Presa dos elos de uma soacute cadeia
A multidatildeo faminta cambaleia
E chora e danccedila ali
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 25
Um de raiva delira outro enlouquece
Outro que de martiacuterios embrutece
Cantando geme e ri
No entanto o capitatildeo manda a manobra
E apoacutes fitando o ceacuteu que se desdobra
Tatildeo puro sobre o mar
Diz do fumo entre os densos nevoeiros
Vibrai rijo o chicote marinheiros
Fazei-os mais danccedilar
E ri-se a orquestra irocircnica estridente
E da ronda fantaacutestica a serpente
Faz doudas espirais
Qual num sonho dantesco as sombras voam
Gritos ais maldiccedilotildees preces ressoam
E ri-se Satanaz
Senhor Deus dos desgraccedilados
Dizei-me voacutes Senhor Deus
Se eacute loucura se eacute verdade
Tanto horror perante os ceacuteus
Oacute mar por que natildeo apagas
Coa esponja de tuas vagas
De teu manto este borratildeo
Astros noite tempestades
Rolai das imensidades
Varrei os mares tufatildeo
Quem satildeo estes desgraccedilados
Que natildeo encontram em voacutes
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fuacuteria do algoz
Quem satildeo Se a estrela se cala
Se a vaga agrave pressa resvala
Como um cuacutemplice fugaz
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 26
Perante a noite confusa
Dize-o tu severa musa
Musa libeacuterrima audaz
Satildeo os filhos do deserto
Onde a terra esposa a luz
Onde voa em campo aberto
A tribo dos homens nus
Satildeo os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidatildeo
Homens simples fortes bravos
Hoje miacuteseros escravos
Sem ar sem luz sem razatildeo
Satildeo mulheres desgraccediladas
Como Agar o foi tambeacutem
Que sedentas alquebradas
De longe bem longe vecircm
Trazendo com tiacutebios passos
Filhos e algemas nos braccedilos
Nalma laacutegrimas e fel
Como Agar sofrendo tanto
Que nem o leite do pranto
Tecircm que dar para Ismael
Laacute nas areias infindas
Das palmeiras no paiacutes
Nasceram crianccedilas lindas
Viveram moccedilas gentis
Passa um dia a caravana
Quando a virgem na cabana
Cisma das noites nos veacuteus
Adeus oacute choccedila do monte
Adeus palmeiras da fonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 27
Adeus amores adeus
Senhor Deus dos desgraccedilados
Dizei-me voacutes Senhor Deus
Se eu deliro ou se eacute verdade
Tanto horror perante os ceacuteus
Oacute mar por que natildeo apagas
Coa esponja de tuas vagas
De teu manto este borratildeo
Astros noite tempestades
Rolai das imensidades
Varrei os mares tufatildeo
E existe um povo que a bandeira empresta
Pra cobrir tanta infacircmia e cobardia
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria
Meu Deus meu Deus mas que bandeira eacute esta
Que impudente na gaacutevea tripudia
Silecircncio Musa chora chora tanto
Que o pavilhatildeo se lave no seu pranto
Auriverde pendatildeo de minha terra
Que a brisa do Brasil beija e balanccedila
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperanccedila
Tu que da liberdade apoacutes a guerra
Foste hasteado dos heroacuteis na lanccedila
Antes te houvessem roto na batalha
Que servires a um povo de mortalha
Fatalidade atroz que a mente esmaga
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu na vaga
Como um iacuteris no peacutelago profundo
Mas eacute infacircmia demais
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 28
Da eteacuterea plaga
Levantai-vos heroacuteis do Novo Mundo
Andrada arranca este pendatildeo dos ares
Colombo fecha a porta de teus mares
(endereccedilo do viacutedeo para assistir clip da muacutesica)
(httpwwwyoutubecomwatchv=1Osbp0IMYRM)
Trabalhando com poema
Terra roxa e outras terras- Revista de Estudos Literaacuterios
Ana Claudia Duarte Mendes (UEMSUEL)
A literatura do poema ldquoVozes de Mulheresrdquo de Conceiccedilatildeo Evaristo a partir de
uma perspectiva de construccedilatildeo da memoacuteria possibilita-nos observar a existecircncia
de uma literatura adjetivada afro-brasileira A poesia analisada estaacute inserida em
um contexto no qual o poeta assume o ponto de vista negro Ao narrar a trajetoacuteria
de mulheres negras preservada na memoacuteria coletiva revela a ancestralidade que
se projeta no presente e prepara o futuro
O poema pertence a um tempo e lugar histoacuterico no mesmo instante transcende
essa condiccedilatildeo supera-a ldquoO poema eacute tempo arquetiacutepico e por secirc-lo eacute tempo que
se encarna na experiecircncia concreta de um povo um grupo ou uma seitardquo (Paz
1972 54) A contradiccedilatildeo ndash essecircncia do poema- que ao se encarnar revela-se
histoacuterico ao mesmo tempo em que eacute presente a cada nova leitura atualiza-se e
se projeta enquanto futuro Ao poeta eacute impossiacutevel fugir da histoacuteria mesmo quando
compotildee algo completamente diverso desta pois suas palavras satildeo sociais e
histoacutericas A revelaccedilatildeo poeacutetica consagra a experiecircncia humana (Paz 1972 55)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 29
por ser a poesia imagem A palavra poeacutetica ao se compor enquanto imagem
conforma o isto e o aquilo no mesmo instante Diz o indiziacutevel
O poeta consagra sempre umas experiecircncias histoacutericas que pode ser pessoal
sociais ou ambas as coisas ao mesmo tempo Mas ao falar-nos de todos estes
sucessos sentimentos experiecircncias e pessoas o poeta nos fala de outra coisado
que estaacute fazendo diante de noacutes e em noacutes E mais ainda leva-nos a repetir a
recriar seu poema a nomear aquilo que nomeia e ao fazecirc-lo revela-nos o que
somos (Paz 1972 57)
Como o poema surge na construccedilatildeo a partir da memoacuteria nos atrevemos a
dialogar com a obra de Gizecirclda Melo do nascimento Feitio de viver memoacuterias de
descendentes de escravos de 2006 O livro registra e interpreta a narrativa de
mulheres negras fortes e determinadas a contarem suas trajetoacuterias memoacuterias
individuais e coletivas O olhar para o presente na esperanccedila do futuro sem
alijarem-se do passado ancestral Esta perspectiva nos permitiraacute iluminar o
poema siacutentese do vivido
Vozes-Mulheres de Conceiccedilatildeo Evaristo
A voz da minha bisavoacute ecoou
crianccedila
nos porotildees do navio
Ecoou lamentos
de uma infacircncia perdida
A voz de minha avoacute
ecoou obediecircncia
aos brancos-donos de tudo
A voz de minha matildee
ecoou baixinho revolta
no fundo das cozinhas alheias
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 30
debaixo das trouxas
roupagens sujas dos brancos
pelo caminho empoeirado
rumo agrave favela
A minha voz ainda
ecoa versos perplexos
com rimas de sangue
e
fome
A voz de minha filha
recolhe todas as nossas vozes
recolhe em si
as vozes mudas caladas
engasgadas nas gargantas
A voz de minha filha
recolhe em si
a fala e o ato
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1- Comente a partir do seu proacuteprio olhar o poema da referida autora O
comentaacuterio pode ser tanto teacutecnico (observacircncia da estrutura do poema) quanto
conteudiacutestico (como vocecirc avalia o poema a partir de suas impressotildees pessoais)(A
obra de Conceiccedilatildeo Evaristo eacute facilmente encontrada na Internet) Trabalhar com
os alunos outros poemas
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 31
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno(a)
1- Analisar o poema e reescrever em cada
verso seu significado
A voz de minha bisavoacute
A voz de minha avoacute
A voz de minha matildee
A minha voz
A voz da minha filha
2- Fazer comentaacuterios sobre o poema em sala
de aula professor (a) e alunos
3- Ilustrar o poema usando sua
criatividade
4-Com os desenhos prontos formar grupos
com trecircs alunos e criar uma histoacuteria em
quadrinhos sobre o que entendeu do poema
estudado
A escola e os educandos precisam se organizar para demonstrar a
importacircncia da pluralidade racial na sociedade A fim de contemplar discussotildees
sobre a diversidade racial discutir os problemas sociais Para possibilitar que os
educandos construam suas proacuteprias ideacuteias e entendimento sobre o outro que lhe eacute
diferente O preconceito no cotidiano escolar tem que ser combatido Eacute necessaacuterio
que todos digam natildeo ao preconceito racial Os agentes transformadores da
educaccedilatildeo precisam unir forccedilas para promover o respeito muacutetuo e a possibilidade
de conversar sobre diferenccedilas sem melindres e sem preconceitos Na educaccedilatildeo
infantil tempo dos primeiros passos da vida social da crianccedila eacute importante
possibilitar atitudes positivas estimular o contanto com a esteacutetica e pelo
imaginaacuterio afro e afrodescendente Trazer a verdadeira histoacuteria do negro africano
no Brasil para romper com as barreiras dos preconceitos (Perrucci 1999 p 7)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 32
httpwwwwebartigoscomarticles380941INCLUSAO-NO-TRIBUNAL-DE-JUSTICApagina1html
Trabalhando com imagens
Sugestatildeo de atividades para o aluno
1 Ver as figuras abaixo e responder as questotildees
2 Vocecirc acha que existe preconceito entre essas crianccedilas Justifique
3 A crianccedila jaacute nasce com preconceito Comente
4 Como a crianccedila adquire o preconceito
5 Vocecirc como adolescente jaacute sofreu preconceito Em que fase de sua vida
Comente
Sites das imagens
almazendemensagensblogspotcom uniblogcombr
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 33
agenciaaldensblogspotcom sociologiacienciaevidauolcombr
Trabalhando com viacutedeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1 Assistir o viacutedeo Analisar as imagens e o depoimento
2 Promover um debate sobre o viacutedeo junto com os alunos
Por uma infacircncia sem racismo ver
wwwyoutubecomwatchv=_aPYuKiKFMg
1 Assistir o viacutedeo Analisar os depoimentos reais das pessoas
2 Vocecirc concorda com esses depoimentos Justifique
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 34
Onde vocecirc guarda o seu racismo ver
httpwwwyoutubecomwatchv=ojg07xOt8CY
Trabalhando com entrevista
Histoacuteria Oral - Como fazer uma entrevista
A pesquisa histoacuterica natildeo se baseia apenas em documentos escritos ou imagens mas
tambeacutem na narraccedilatildeo de fatos por parte das pessoas que presenciaram ou que tecircm
maior conhecimento dos mesmos Neste caso outra ferramenta pode ser utilizada
pelo pesquisador para adquirir novas informaccedilotildees acerca do objeto de estudo
Trata-se da entrevista um recurso da Histoacuteria Oral
Na Histoacuteria Oral podem-se fazer duas divisotildees em se tratando de relatos segundo o
historiador Gwyn Prins Existe uma tradiccedilatildeo Oral - a qual representa um
testemunho oral transmitido de uma geraccedilatildeo para a seguinte ou as demais -
Existe tambeacutem uma Reminiscecircncia Pessoal Evidecircncia oral especiacutefica das
experiecircncias de vida do informante (Wikipedia 2007)
Segundo Olga Rodrigues de Moraes Von Simson do Centro de Memoacuteria da
Unicamp a Histoacuteria Oral possibilita que indiviacuteduos pertencentes a categorias
sociais geralmente excluiacutedas da histoacuteria oficial possam ser ouvidos - deixando
registradas para anaacutelises futuras sua proacutepria visatildeo de mundo e aquela do grupo
social ao qual pertencem Apesar de ser um meacutetodo praacutetico e cada vez mais usado
a entrevista apresenta algumas deficiecircncias mas que podem de certa forma serem
superadas o entrevistado pode ter uma falha de memoacuteria pode criar uma
trajetoacuteria artificial se autocelebrar fantasiar omitir ou mesmo mentir O que
poderia ser percebido como um problema acaba se transformando em um recurso
uma vez que o proacuteprio entrevistador no ato de produccedilatildeo da narrativa histoacuterica natildeo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 35
deixa de produzir uma versatildeo do que entendeu ter acontecido Mesmo quando o
pesquisador tenha certeza de que o entrevistado esteja mentido conscientemente
cabe a ele entrevistador tentar entender as razotildees da mentira ou seja quais os
motivos que estatildeo levando a pessoa a mentir podendo ser aplicado o mesmo no
caso da ilusatildeo biograacutefica quando o indiviacuteduo faz uma produccedilatildeo artificial de si
mesmo No caso de esquecimento para ajudar suprir essa falha podem-se usar os
chamados apoios de memoacuteria como fotografias objetos e outras coisas que
possam ajudar o entrevistado a se recordar melhor dos fatos em pesquisa (op
cit)
Se formos analisar a credibilidade dos recursos de pesquisa histoacuterica sejam
documentos ou oralidade iremos nos deparar sempre com a interpretaccedilatildeo ou a
criacutetica pessoal de quem o fez cabendo ao pesquisador saber aproveitar as
informaccedilotildees que lhe conveacutem e criar suas proacuteprias consideraccedilotildees nenhum
documento pode nos dizer mais do que aquilo que o autor pensava ndash o que ele
pensava que havia acontecido queria que os outros pensassem que ele pensava ou
mesmo apenas o que ele proacuteprio pensava pensar Nada disso significa alguma
coisa ateacute que o historiador trabalhe sobre esse material e decifre-o eacute o que
comenta Edward Hallet Carr citado no site Wikipedia
A entrevista possibilita um contato direto com o atorautor da Histoacuteria Esse
envolvimento pode resultar num trabalho dinacircmico abrangente e ateacute mais realista
trazendo assim o passado para o presente
Agora vejamos os passos baacutesicos para realizar uma boa entrevista
COMO FAZER UMA ENTREVISTA
1 Preparar antes da entrevista um roteiro com alguns dos assuntos
importantes a abordar Ao partir para a entrevista eacute fundamental saber
o que vamos perguntar
2 Conversar com o entrevistado sobre nossos objetivos e descobrir se
realmente deseja colaborar conosco Natildeo se obriga ningueacutem a ser
entrevistado
3 Escolher local e hora apropriados para que a entrevista se decirc sem
interrupccedilotildees Num ambiente ou momento onde entrevistado ou
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 36
entrevistador estejam com pressa torna-se impossiacutevel agrave realizaccedilatildeo da
entrevista
4 Em lugar de apenas anotar o que o entrevistado diz eacute melhor e mais
adequado se possiacutevel levar um gravador para ficar tudo registrado de
tal forma que natildeo se perca parte alguma daquilo que o entrevistado
disse
5 A entrevista natildeo deve ser interrogatoacuterio e sim diaacutelogo
6 O entrevistador deve respeitar as opiniotildees do entrevistado mesmo
quando natildeo concordar com elas
7 O entrevistador deve dar oportunidade para que o entrevistado fale
tudo o que desejar no tempo que quiser
8 Nunca fazer nova pergunta enquanto o entrevistado ainda natildeo tiver
terminado de expor seu pensamento em relaccedilatildeo agrave pergunta anterior
Natildeo interromper desnecessariamente a fala do outro
professor-josimarblogspotcom200908historia-oral
REFEREcircNCIAS
SIMSON Olga Rodrigues de Moraes Von O que eacute Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
wwwcentrodememoriaunicampbrlahoindexhtm Acesso em 23 mai 2007
WIKIPEDIA Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
httpptwikipediaorgwikiHistAtildesup3ria_OralsearchInputsearchInput Acesso
em 23 mai 2007
httpwwwfeunbbrpieComo20fazer20uma20entrevistahtm
Professor Josimar Pais de Almeida
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 37
Sugestatildeo de Roteiro para realizar a entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistador
Nome do entrevistador
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Onde trabalha
Data local da entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistado
Nome
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Questionamento
Onde trabalha
Grau de escolaridade
Religiatildeo que frequumlenta
Tempo que mora na cidade de Rolacircndia
De onde veio sua famiacutelia
Vocecirc gosta de morar aqui
Porque vieram morar aqui
Do que sente saudades
Como era essa cidade quando vocecirc chegou aqui
Como vocecirc considera essa cidade hoje
Fale como era o lazer quando vocecirc era adolescente Como eacute seu lazer hoje
Fale sobre o namoro de antigamente As pessoas tinham um lugar para ldquopaquerarrdquo
Qual era a principal alimentaccedilatildeo das pessoas
Havia violecircncia Como era
Como eram as escolas Usava-se uniforme
Como eram as roupas Onde as comprava ou quem as confeccionava
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 38
Como era a educaccedilatildeo dos filhos
Havia igrejas Frequentava alguma no passado E hoje
O que era cultivado nas lavouras
Muitas pessoas moravam na zona rural
Como eram as habitaccedilotildees
Vocecirc se sente discriminado
O que vocecirc acha da escravidatildeo na eacutepoca da colonizaccedilatildeo do Brasil
Hoje ainda existe escravidatildeo
A fotografia na construccedilatildeo do material didaacutetico
Paulo Freire na ldquopedagogia do oprimidordquo pregava a liberdade atraveacutes da educaccedilatildeo e para
isso educava a partir de estiacutemulos retirados do cotidiano dos alunos aumentando
gradativamente o inverso dos mesmos Os estiacutemulos servem portanto como forma de
despertar a criatividade e o intelecto dos alunos Levando-se em consideraccedilatildeo que a
percepccedilatildeo visual eacute a forma mais objetiva de interaccedilatildeo do homem com o meio que o cerca
os estiacutemulos visuais atendem perfeitamente aos objetivos da educaccedilatildeo Antes mesmo da
escrita as comunicaccedilotildees visuais valendo-se de percepccedilatildeo visual ajuda a escrever a histoacuteria
da humanidade Associando-se aos seus conhecimentos o homem absorve a imagem
processa-a e retira dela suas proacuteprias conclusotildees A imagem dinacircmica ou estaacutetica eacute
portanto uma forma contumaz na divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo quer seja ela educacional
cientifica ou cultural difundindo conhecimentos desenvolvendo ideacuteias e formando
opiniotildees Jaacute em 1888 George Eastman referindo-se agrave fotografia afirmava ldquouma imagem
vale mais que mil palavrasrdquo e desde entatildeo a imagem fotograacutefica estaacute cada vez mais
presente no processo ensino aprendizagem de forma cada vez mais interativa A fotografia
e a questatildeo ambiental estatildeo relacionadas desde sua descoberta em1826 No inicio o
objetivo da fotografia era fazer um registro fiel da natureza Nas suas atividades os
cientistas utilizam cada vez mais a fotografia como instrumentaccedilatildeo de pesquisa registro de
dados apoio didaacutetico e principalmente na divulgaccedilatildeo dos resultados cientiacuteficos
introduzindo o conceito da fotografia cientiacutefica A fotografia eacute uma forma objetiva de
suporte para o ensino e a pesquisa eacute uma forma objetiva de documentaccedilatildeo ela tem o poder
de capturar nuances que muitas vezes passam despercebidas ao olho nu e isso aumenta o
aspecto de observaccedilatildeo do pesquisador A fotografia cientiacutefica tem que retratar o real
aparente a imagem como um instrumento de uma memoacuteria documental da realidade
Muitas vezes diante da dificuldade de deslocamento os professores lanccedilam matildeo da
fotografia para exemplificar e fixar conceitos educacionais tirando-os do imaginaacuterio e
trazendo para suas aulas de forma mais concreta wwwabedorgbrcongresso2007tc552007125857PMpdf
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 39
Trabalhando com fotografias e Histoacuteria Local
FIGURA 1
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 40
FIGURA 2
httpjornalrolandianetblogspotcom201105familia-farina-fotografando-rolandiahtml
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 41
FIGURA 3
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 42
FIGURA 4
httpwwwpanoramiocomphoto9865842
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 43
FIGURAS 5 E 6
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 44
FIGURA 7
httpwwwgooglecombrimgresq=FOTOS+ESCOLA+PADRE+JOSE+HERIONS+ROLANDIA
LEMBRETE AO (Agrave) PROFESSOR (A) Nossa proposta significa trabalhar com FONTE DOCUMENTAL As respostas das entrevistas consistem tambeacutem em FONTES DOCUMENTIAS E como tal devem ser interpretadas em sala de aula Qualquer material como fotos muacutesicas poemas imagens etc devem ser tratadas como FONTES u seja pergunta-se a estas QUEM FEZ QUANDO ONDE PARA QUEM POR QUEcirc OQUE QUER COMUNICAR E todos estes materiais necessitam de referecircncia como qualquer texto livro reportagem etc
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 45
Sugestatildeo de atividades para o aluno
Analise as fotografias (1-2-3-4-5-6-7) o Vocecirc conhece esses lugares que estatildeo representados nas fotos o Qual lugar da foto estaacute localizado mais perto de sua casa o Quais fotos representam lugar de lazer o Vendo as fotos onde podemos fazer nossas reflexotildees o O que estaacute na foto que incomoda a comunidade o Vocecirc conhece algumas pessoas das fotos Escreva os nomes das mesmas o Com qual foto vocecirc mais se identificou Justifique sua resposta o Escreva uma frase para cada fotografia o Essas fotos fazem parte da Histoacuteria de Rolacircndia Faccedila comentaacuterios
Sugestatildeo de atividades para o professor
1-Trabalhe com fotografias o Peccedila para seu aluno trazer fotos antigas da famiacutelia da comunidade etc o Faccedila perguntas para obter respostas o Dar oportunidade para um debate sobre as fotos trazidas pelos alunos o Formar grupo com trecircs alunos para eles escreverem sobre as fotos o Colocar em cartazes os resultados obtidos natildeo esquecer de registrar a eacutepoca e
lugar em que foi tirada a foto o Expor na escola para que outros alunos possam ler e analisar os trabalhos
realizados
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 46
Referecircncia bibliograacutefica do texto explicativo
BAUMAN Z Modernidade e ambivalecircncia Rio de Janeiro Jorge Zahar 1999
CAVALLEIRO E S Do silecircncio do lar ao silecircncio escolar racismo preconceito e discriminaccedilatildeo na educaccedilatildeo infantil 4 ed Satildeo Paulo Contexto 2005
FERREIRA Ricardo Franklin O brasileiro o racismo silencioso e a identidade afro-descendente Psicologia e Sociedade Belo Horizonte v 14 n 1 p 69-86 janjun 2002
FIGUEIREDO Luis Claudio Mendonccedila Revisitando as psicologias da epistemologia agrave eacutetica das praacuteticas e discursos psicoloacutegicos 3 ed Petroacutepolis Vozes 2004
FREITAS Patriacutecia de Sobre a Lei 10639 o ensino de histoacuteria e a cultura afro-brasileira OPSIS Catalatildeo v 10 n 1 p15-28 janjun 2010
GONCcedilALVES Rita de Caacutessia LISBOATeresa Kleba Sobre o meacutetodo de Histoacuteria oral em sua modalidade trajetoacuteria de vida Revista Kataacutel Florianoacutepolis v 10 n especial p 83-92 2007
REIS Faacutetima A implementaccedilatildeo da Lei 1063903 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwwebartigoscomarticles39841A-Implementacao-Da-Lei-1063903pagina1htmlgt Acesso em 20 abr 2011
RODRIGUES N Os africanos no Brasil 5 ed Satildeo Paulo Nacional 1977
SCHMIDT Maria auxiliadora CAINELLI Marlene Ensinar histoacuteria Satildeo Paulo Scipione 2004
- Paacutegina em branco
-
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 7
APRESENTACcedilAtildeO
Apoacutes a promulgaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo de 1988 o Brasil busca
efetivar a condiccedilatildeo de um Estado democraacutetico direito com ecircnfase na cidadania e
dignidade da pessoa humana portanto ainda existe uma realidade de posturas
como preconceito racismo e discriminaccedilatildeo aos afrodescendentes que
historicamente enfrentam dificuldades para o acesso e permanecircncia nas escolas
A escola eacute comprometida com a promoccedilatildeo do ser humano na sua
integridade com objetivo de formaccedilatildeo de valores haacutebitos e comportamentos que
respeitam as diferenccedilas e caracteriacutesticas proacuteprias de grupos e minorias
Ao avaliar os dados que apontam desigualdades entre brancos e
negros na educaccedilatildeo constatam-se as necessidades de poliacuteticas especiacuteficas que
revertam o quadro Os movimentos sociais impulsionaram o Estado a realizar
mudanccedilas legislativas reconhecendo o problema da disparidade branco-negro em
nossa sociedade e a necessidade de intervir de forma positiva Assim em
compromisso de eliminar as desigualdades sociais o Governo Federal sancionou
em marccedilo de 2003 a lei 1063903-MEC que altera a LDB (Lei Diretrizes e Base)
e estabelece as diretrizes curriculares para a implementaccedilatildeo da mesma Essa lei
instituiu a obrigatoriedade do Ensino de Histoacuteria da Aacutefrica e dos africanos no
curriacuteculo escolar do Ensino Fundamental e Meacutedio Essa decisatildeo resgata
historicamente a cultura do negro na construccedilatildeo e formaccedilatildeo da sociedade
brasileira
Nesse contexto percebe-se a necessidade de se desenvolver um
trabalho focalizando diretamente a conscientizaccedilatildeo dos alunos sobre a
importacircncia da cultura afrodescendente na localidade em que ele vive ou seja o
negro fazendo parte do processo histoacuterico-social e pelas entrevistas resgatar a
memoacuteria dessa comunidade e ver o que ela pensa sobre a escravidatildeo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 8
ESTRATEacuteGIA DE ACcedilAtildeO
Segundo Schmidt e Cainelli (2004 p62) para se ensinar histoacuteria
eacute necessaacuterio respeitar o conhecimento do aluno sua histoacuteria de vida esse
conhecimento pode ser considerado como marco inicial e assimilador dando
significado ao ensino de histoacuteria Partindo de suas representaccedilotildees o aluno seraacute
capaz de efetivar suas proacuteprias ideacuteias sobre os objetos e fenocircmenos do mundo
social Eacute graccedilas a essas representaccedilotildees que o aluno pode interrogar o discurso do
professor os documentosoperar a seleccedilatildeo entre os conteuacutedos julgados
pertinentes validaacute-los ou refutaacute-los
Conhecimento Preacutevio Construccedilatildeo do conhecimento histoacuterico
Sugestatildeo de atividades para o(a) aluno(a)
1) Fazer um levantamento sobre os acontecimentos de sua vida desde seu
nascimento ateacute hoje Para isso pergunte para sua matildee ou responsaacutevel anote e
traga para a sala de aula
11) Fazer a linha do tempo e registrar dados importantes de sua vida
___________________________________________________
1998 2002 2006 2010 2011
2) Escrever sua histoacuteria de vida
3) Debate sobre os trabalhos realizados (atividades 1-2)
4) Como vocecirc se sentiu ao escrever sua histoacuteria de vida
5) Vocecirc tambeacutem faz parte da histoacuteria Justifique
Ainda em Schmidt e Cainelli a Histoacuteria Oral eacute uma metodologia de
pesquisa que se baseia em fontes orais que registram experiecircncias vividas o
depoimento de um indiviacuteduo ou de vaacuterios indiviacuteduos de uma mesma comunidade
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 9
O pesquisador deve orientar a pesquisa para buscar referecircncias objetivas sobre o
tema pesquisado a entrevista eacute a estrateacutegia mais comum na coleta de dados
pode ser captada com gravaccedilatildeo ou transcriccedilatildeo escrita Eacute importante haver
controle sobre o universo de amostras e o tipo de entrevista em nosso caso
usaremos a entrevista aberta o conhecimento da atitude do entrevistador do
lugar onde se faz a entrevista e o trabalho de anaacutelise e reflexatildeo sobre os
resultados O trabalho com oralidade no trabalho de histoacuteria precisa-se considerar
que a reflexatildeo acompanhe todo o processo
Pode se trabalhar os depoimentos pessoais com base na escolha de temas comuns consultados em diferentes fontes procurando explorar os conteuacutedos sem desvinculaacute-las das categorias mais ampla das estruturas social econocircmica e poliacutetica Eacute importante evitar o que Dosse chamou de ldquohistoacuteria em migalhasrdquo (Schmidt Cainelli 2004 p 127)
Para que a histoacuteria oral se torne significativa seraacute necessaacuterio
planejar cuidadosamente o trabalho a ser desenvolvido definir objetivos verificar
os recursos disponiacuteveis selecionar as estrateacutegias adotadas como entrevistar
pessoas da comunidade em que estaacute inserida Focando um tema desejado no
caso o afrodescendente e o resgate de sua cultura hoje Ao entrevistar pessoa da
comunidade para resgatar sua trajetoacuteria de vida em um determinado local
ampliamos o conhecimento para aleacutem dessa comunidade
Com elemento constitutivo da transposiccedilatildeo didaacutetica do saber histoacuterico para o saber escolar a histoacuteria local pode ser vista como estrateacutegia pedagoacutegica Trata-se de uma forma de abordar a aprendizagem a construccedilatildeo e a apreensatildeo do conhecimento histoacuterico com proposiccedilotildees que podem ser articuladas em interesses do aluno suas aproximaccedilotildees cognitivas suas experiecircncias culturais e com a possibilidade de desenvolver atividades diretamente vinculadas agrave vida cotidiana Com estrateacutegia de aprendizagem a histoacuteria local pode garantir uma melhor apropriaccedilatildeo do conhecimento histoacuterico baseado em recortes selecionados do conteuacutedo os quais seratildeo integrados no conjunto do conhecimento (VAZQUEZ apud Schmidt Cainelli 2004p113)
Na coleta e tratamento de entrevistas a memoacuteria eacute de fundamental
importacircncia para os historiadores e para outros profissionais porque por meio dela
ldquolemosrdquo periacuteodos histoacutericos chegamos a determinados sujeitos sociais excluiacutedos
ou esquecidos da Histoacuteria A memoacuteria possui ldquolugaresrdquo que nos permitem lembrar
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 10
como museus muacutesicas literatura ldquocausosrdquo etc A memoacuteria pode ser individual ou
coletiva mas para evocar lembranccedilas eu preciso de memoacuteria do outro para
transformar a minha memoacuteria na ldquonossa memoacuteriardquo
Construccedilatildeo da entrevista
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Analisar os itens abaixo com muita atenccedilatildeo e comprometimento
2-Destacar esses itens em um cartaz para natildeo ser esquecidos
3-Formar grupos para a simulaccedilatildeo de uma entrevista dentro da sala de aula
4- Para se realizar a entrevista de campo seraacute necessaacuterio um entrevistador amp
aluno auxiliarequipe de transcriccedilatildeo aluno-transcritor aluno-conferente
professor-conferente
Condutas a serem consideradas no trabalho de campo (antes e durante a entrevista)
-Ao solicitar permissatildeo para realizar a entrevista comportar-se
corretamente e com boas maneiras
-Ter o maacuteximo respeito ao conversar com o entrevistado
-Ouvir o que outra pessoa considera importante dizer
-Manter o contato visual durante a entrevista manter o olhar e a
atenccedilatildeo dirigidos para o entrevistado
-Responder as perguntas que o entrevistado fizer sobre o
entrevistador e o projeto
-Explicar para o entrevistado como o seu depoimento eacute
importante e contribui para a memoacuteria da Histoacuteria da comunidade
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 11
-Atitude vocecirc estaacute tentando aprender um pouquinho ou fazer que
algueacutem lhe contem histoacuterias Lembre-se na entrevista eles que
tecircm os conhecimentos
-Respeitar os pedidos do entrevistado
No processamento e interpretaccedilatildeo
Fidelidade e zelo na transcriccedilatildeo na
conferecircncia e na anaacutelise das
entrevistas
Nem uma palavra do entrevistado
pode ser desprezada
Na representaccedilatildeo dos resultados agrave comunidade
Apresentar os resultados da pesquisa para a comunidade de forma
transparente respeitando as informaccedilotildees coletadas nas entrevistas
Dando enfoque a este trabalho atraveacutes de entrevistas e da
histoacuteria local deveraacute ser resgatado o tema de Ferreira (2002) quando ele fala
sobre ldquoO brasileiro o racismo silencioso e a emancipaccedilatildeo do afrodescendenterdquo
Nelson Rodrigues ldquoespecialistardquo em denunciar aquilo que se esconde por detraacutes
das aparecircncias aponta uma farsa da qual muitas vezes o brasileiro se orgulha
que o Brasil vive em uma ldquodemocracia racialrdquo
O preconceito contra o negro em funccedilatildeo de o mito que o nega
torna-se difiacutecil de ser compreendido e combatido Existe um tratamento cordial
levando a crer que a discriminaccedilatildeo etnoracial natildeo existe Mesmo tendo
consciecircncia disso poreacutem considera um problema do outro No Brasil o preconceito
natildeo eacute abertamente afirmado por isso se torna difiacutecil agrave elaboraccedilatildeo de leis que
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 12
favoreccedila a reversatildeo A ideologia eacute que no Brasil as diferenccedilas satildeo aceitas e
valorizadas um verdadeiro exemplo para outras naccedilotildees encobre o problema Em
funccedilatildeo disso satildeo negados para os negros as condiccedilotildees de viver melhor e exercer
a cidadania
Segundo Cavalleiro (2005) tais depoimentos revelam que nos
lares de famiacutelias negras e na escola a maneira mais silenciosa de se lidar com o
preconceito eacute o silecircncio O termo ldquomorenordquo era para se auto-referir as
caracteriacutesticas etnoraciais Parece politicamente chamar de moreno o
afrodescendente uma estrateacutegica simboacutelica de fuga da discriminaccedilatildeo Questotildees
que se tornam difiacuteceis de se lidar no Brasil Em torno do seacuteculo XIV o homem
ocidental lanccedilou-se no mundo das Grandes Navegaccedilotildees deparou-se com um
universo de diversidade Ele precisava-se organizar de maneira segura em sua
realidade atraveacutes de reflexotildees conseguiu controlar os acontecimentos Bauman
(1999) nos direciona a uma das chaves da compreensatildeo da construccedilatildeo da
subjetividade do homem moderno O processo de qualificar obsessotildees da
civilizaccedilatildeo ocidental constitui-se nos atos de incluir o semelhante num padratildeo
considerado correto excluindo o diferente Ordem e progresso condiccedilotildees que
legitimavam transformaccedilotildees do outro no mesmo Para o africano escravizado
tornar-se cristatildeo apagar sua histoacuteria atraveacutes de um processo de branqueamento
e aculturaccedilatildeo tornaacute-lo branco Essa ideacuteia foi defendida no iniacutecio do seacuteculo XX por
vaacuterios cientistas e intelectuais brasileiros que eram representantes das ldquoverdadesrdquo
estabelecidas Schwarcz (1998) e Consorte (1999) analisaram esse periacuteodo havia
justificativas consideradas cientificas que legitimavam o eurocentrismo [] Para
Larkin Nascimento (2000) apoiara-se em duas condiccedilotildees baacutesicas a imigraccedilatildeo em
massa subsidiada pelo Estado sob legislaccedilatildeo que excluiacutea raccedilas natildeo desejaacuteveis
e o cultivo do ideal do embranqueamento Apoacutes vaacuterias reflexotildees podem ser
apontados alguns itens que favoreceram o preconceito no Brasil A concepccedilatildeo
constitutiva do mundo ocidental que se desenvolveu na modernidade com uma
questatildeo de ordem desvalorizando ou eliminando o diferente O africano era visto
como mero objeto de uso Apoacutes a aboliccedilatildeo surge a inferioridade racial do negro
apoiada pela ciecircncia prevendo sua extinccedilatildeo na constituiccedilatildeo do povo brasileiro
Para Gilberto Freyre nos anos trinta o mesticcedilo passa a ser louvado como siacutembolo
de nossa identidade Primeiro a desvalorizaccedilatildeo depois a exaltaccedilatildeo surgindo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 13
assim o mito da ldquodemocracia racialrdquo aqui estaacute a construccedilatildeo do racismo silencioso
Uma visatildeo negativa do afrodescendente e um discurso contraacuterio tentando negaacute-la
(apud Ferreira 2002) Em funccedilatildeo da desvalorizaccedilatildeo da pessoa negra elas
tendem a introjetar a visatildeo dominante do mundo branco visto como superior Para
Pereira (1987 apud Ferreira 2002 p75) a escola eacute um lugar onde a crianccedila
alimenta subliminarmente a figura do negro ldquocaricaturalrdquo No plano de
relacionamentos a escola reproduz naquele microcosmo a mesma estrutura de
relaccedilatildeo que se daacute na sociedade brasileira como um todo Assim a escola em
lugar de reversatildeo do problema estimula o estereotipo soacutecias do negro e sua
submissatildeo aos valores do outro Estimulada a visatildeo de um mundo cultural
eurocentrico cria um processo pedagoacutegico que leva o afrodescendente inibir sua
capacidade de expor seu saber e sentir-se como cidadatildeo
Construccedilatildeo de Conceitos
Sugestatildeo de atividade para o (a) aluno (a)
1- Estudo dos termos existentes nos documentos incluiacutedos no projeto como
democracia racial preconceito discriminaccedilatildeo afrodescendente diversidade
etnoracial cotidiano moreno branqueamento eurocentrismo racismo silencioso
Atraveacutes de pesquisas orientadas pala professora
2-Promover um debate sobre os termos estudados na atividade 1
3-Atividade em dupla Apoacutes o debate entre professora e alunos produzir um
texto
4-Todos os textos seratildeo analisados pela professora e alunos
5- Apoacutes pesquisar conceitos para os termos da atividade (1) montar um painel
com resultados obtidos e expor para outras turmas na escola (atividade seraacute
realizada em grupo de quatro alunos)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 14
Para refletir pesquisar e responder em seu caderno
1-Escreva o que vocecirc entendeu por racismo preconceito e discriminaccedilatildeo
2-Existe discriminaccedilatildeo no Brasil Justifique
3-Vocecirc jaacute foi discriminado alguma vez Relate
4-Vocecirc jaacute presenciou situaccedilotildees de discriminaccedilatildeo na escola
5-Vocecirc jaacute discriminou alguma pessoa Justifique
6-Escreva algum tipo de discriminaccedilatildeo que existe na comunidade em que
vocecirc mora
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor
1-Decirc sugestotildees como a escola deve agir ao perceber a discriminaccedilatildeo entre
os educandos
2- Usar para pesquisas o link
wwwuelbrprojetosleoafropagespublicacoesphp
Essas leituras podem contribuir para o seu plano de aula
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 15
Segundo Helms (1985 apud Ferreira 2002 p78) pessoas
envolvidas agrave descriminaccedilatildeo natildeo se encaixam em nenhum grupo satildeo
desqualificadas por ser negro e desvalorizam-se como pessoa Mudanccedilas podem
ocorrer a partir de exposiccedilatildeo de eventos que envolvem informaccedilotildees nos aspectos
culturais como danccedilas festas muacutesicas estudos leituras filmes e outras que
possam usaacute-las com referecircncia pessoal No iniacutecio eacute um desafio para o sujeito
envolvido mas aos poucos vai superando quando descobre que seus valores e
sua visatildeo de mundo natildeo permitem mais dominaccedilatildeo A participaccedilatildeo em grupo de
militacircncia voltados para valores com objetivos culturais e poliacuteticos pode favorecer
a reconstruccedilatildeo pessoal dos interlocutores que vivem o problema realizando um
exerciacutecio de padrotildees negativos introjetados e analisando a histoacuteria omitida A
militacircncia pode transformar a vergonha de ser negro em orgulho de ser negro
onde ele passa a ter uma nova histoacuteria intensificando a luta que jaacute vem desde a
escravidatildeo Com a recuperaccedilatildeo das matrizes curriculares africanas a histoacuteria da
diaacutespora reivindicaccedilotildees poliacuteticas sociais o afrodescendente pode ser visto com
qualidades que o outro natildeo percebia e ao mesmo tempo os aspectos culturais
que tambeacutem o constituem Atraveacutes de trabalhos cuidadosamente estudados eacute
muito importante que a pessoa branca deixe de negar suas raiacutezes culturais
africanas e tambeacutem indiacutegenas assim como o negro brasileiro suas raiacutezes
culturais europeacuteias e tambeacutem indiacutegenas Portanto eacute neste objetivo que este
projeto de ensino de histoacuteria se insere no (re) pensar sobre a cultura
afrodescendente de modo a dar condiccedilotildees para o (a) aluno(a)enfrentar com
consciecircncia criacutetica os desafios de um cotidiano ainda pautado em representaccedilotildees
preconceituosas
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 16
Comportamento reflexivo pela natildeo-discriminaccedilatildeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Qual a importacircncia dos movimentos de militacircncia para os que se sentem
excluiacutedos da sociedade
2-Realizar pesquisas em outros autores para saber mais sobre os movimentos
de militacircncia dos afrodescendentes
3-Na sua opiniatildeo como superar a discriminaccedilatildeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1- Trabalhar ldquovaloresrdquo sempre que perceber discriminaccedilatildeo entre os educandos
2- Sempre que for possiacutevel trabalhar temas ou textos sobre diversidade que
podem ser vistos em todas as disciplinas
3- Orientar os educandos em sala de aula para que realizem atividades sobre
diversidade como analisar figuras fotos montar paineacuteis confecccedilotildees de cartazes
recorte e colagem de figuras produccedilatildeo de textos etc
Negros e brancos na redaccedilatildeo de Maria Claudia
No trecho a seguir o escritor Pedro Bandeira apresenta-nos a redaccedilatildeo escrita por
Maria Claudia Segundo ele quando escreveu Maria Claudia ainda natildeo tinha
nove anos Era uma crianccedila como tantas outras que ocupam as milhares salas de
aula do Brasil Vejamos como Maria Claudia vecirc a questatildeo das diferenccedilas entre o
branco e o negro
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 17
ldquoOs brancos satildeo muito diferentes dos negros Mas depende do branco e depende
do negro Na minha caixa de laacutepis de cor o branco natildeo serve para nada Soacute o
preto eacute que serve para desenhar Com o giz a gente desenha na lousa Com o
carvatildeo a gente desenha um bigode na cara do Paulinho para a festa de Satildeo
Joatildeo Nesse negoacutecio de muacutesica natildeo tem branco Soacute tem preto Todos os discos
que eu conheccedilo satildeo pretos Nunca vi um disco branco O papel eacute branco e eacute
igualzinho o papel preto chamado carbono que escreve embaixo tudo o que a
gente escreve em cima A noite eacute preta mas o dia natildeo eacute branco O dia eacute azul
Entatildeo o preto da noite eacute soacute da noite Natildeo eacute igual nem eacute diferente de nada O leite
eacute branco e o cafeacute eacute preto De cafeacute eu natildeo gosto Tambeacutem natildeo gosto de leite
quando ele estaacute branco Prefiro misturar com chocolate E aiacute o leite fica marrom
Marrom como a minha amiga Patriacutecia Outro dia me disseram que a Patriacutecia eacute
negra mas ela eacute marrom Eu estou com raiva dela porque ela tirou uma nota
melhor do que eu na prova de matemaacutetica Mas eu natildeo quero ser diferente dela
Vou estudar bastante Na proacutexima prova eu e ela vamos ficar iguaisrdquo
BANDEIRA Pedro A redaccedilatildeo da Maria Claudia in Grupo de trabalho para assuntos afro-
brasileiros Salve o 13 de maio Satildeo Paulo SE 1988 p7
Refletindo sobre o texto
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Analisar o texto e responder as questotildees abaixo
11 Na redaccedilatildeo de Maria Claudia o que satildeo mais importantes as coisas brancas
as coisas negras ou a mistura das coisas
12 ldquoO papel eacute branco e eacute igualzinho o papel preto chamado carbono que escreve
embaixo tudo o que a gente escreve em cimardquo Comparando a Histoacuteria com o
papel branco e o carbono seraacute que por detraacutes de toda a histoacuteria dos brancos natildeo
existe tambeacutem uma histoacuteria de negros Seraacute que a histoacuteria do negro eacute igual agrave do
branco
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 18
13 Pela redaccedilatildeo de Maria Claudia o negro eacute inferior ao branco Vocecirc concorda
com Maria Claudia
14 Como vocecirc se relaciona com seus amigos negros
Formando crianccedilas livres de preconceitos
Sugestatildeo de atividades para o(a) professor(a)
ATENCcedilAtildeO A PARTIR DESTE MOMENTO
TRANSCREVEMOS O TEXTO DE UM BLOG COM
ALGUMAS ADAPTACcedilOtildeES DE DIAGRAMACcedilAtildeO
Construir Notiacutecias por Moacir Pereira Juacutenior (httpserinteiroblogspotcomsearchlabelEducaC3A7C3A3o)
As crianccedilas natildeo satildeo naturalmente preconceituosas Elas aprendem a ser com os adultos Aproveite essa fase essencial da vida de todo ser humano que eacute a infacircncia e valorize sentimentos e valores positivos que esses pequenos e especiais seres trazem em sirdquo Educaccedilatildeo Infantil e dos 1ordm 2ordm e 3ordm anos do Ensino Fundamental Sugiro duas formas de iniciar o projeto uma para alunos que ainda natildeo dominam a escrita e outra para alunos com domiacutenio da escrita Realizando o projeto com crianccedilas da Educaccedilatildeo Infantil e dos 1ordm 2ordm e 3ordm anos do Ensino Fundamental pode-se comeccedilar a trabalhar o tema fazendo uma dinacircmica
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 19
1- Dinacircmica das flores leve flores de diferentes cores e formas para a classe e deixe que cada aluno escolha uma Depois pergunte o que chamou a atenccedilatildeo deles para escolher aquela flor Peccedila-lhes que percebam as diferentes cores o perfume a textura as diferentes formas Chame sua atenccedilatildeo para o fato de as flores serem diferentes e nem por isso menos belas e apreciadas Em seguida peccedila que olhem uns para os outros Assim como as flores cada um eacute diferente mas natildeo menos importante Muitas coisas variam cor e tipo de cabelo formato e cor dos olhos tamanho do nariz altura cor da pele etc
2- Dinacircmica das cores leve um aparelho de som para a classe e coloque uma muacutesica suave Espalhe vaacuterios laacutepis ou gizes de cera de vaacuterias cores sobre a mesa e peccedila para as crianccedilas escolherem a cor que mais lhes agrada Haveraacute cores iguais e cores diferentes Converse com elas sobre como seria o mundo se tudo fosse de uma soacute cor mdash azul por exemplo E se tudo fosse amarelo Ou vermelho Seraacute que elas comeriam uma banana azul Ou um morango cinza Sim Natildeo Por quecirc Pode-se debater se eacute bom haver cores diferentes e o porquecirc Depois peccedila que olhem uns para os outros Assim como as cores cada um eacute diferente Muitas coisas variam cor e tipo de cabelo formato e cor dos olhos tamanho do nariz altura cor da pele Pergunte que cor de laacutepis ou giz eacute mais parecido com a cor da pele de cada um (Caso algum aluno diga que sua cor eacute ldquofeiardquo procure fazecirc-lo se sentir valorizado Esse momento seraacute propiacutecio para melhorar a autoestima dessa crianccedila)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 20
Dinacircmicas para os Proacuteximos Anos do Ensino Fundamental Comeccedilando com jovens do 4ordm e 5ordm anos do Ensino Fundamental o projeto eacute basicamente trocar ideacuteias debater e discutir para se chegar a uma mudanccedila de atitude
1- Discutindo preconceito de gecircnerosexismo
2- Discutindo as diferenccedilas (porte de deficiecircncia obesidade etc)
3- Discutindo preconceito racial e eacutetnico
1- Discutindo preconceito de gecircnerosexismo Questione os alunos ldquoMenino brinca de bonecardquo Peccedila previamente aos alunos para trazerem de casa figuras de diversos profissionais Sente-se em roda com eles e analise as figuras Que profissotildees satildeo mais retratadas Essas profissotildees estatildeo mais ligadas a homens ou a mulheres Haacute profissotildees predominantemente masculinas ou femininas Por quecirc Faccedila cartazes com frases comumente ouvidas como por exemplo ldquoMenino natildeo chorardquo ldquoEsta brincadeira natildeo eacute para meninasrdquo ldquoMenino natildeo usa cor-de-rosardquo ldquoMenina eacute mais fraacutegil que meninordquo ldquoMenina natildeo senta de perna abertardquo ldquoMenino natildeo deve danccedilar baleacuterdquo etc Mostre os cartazes aos alunos e pergunte que outras frases eles jaacute ouviram Questione por que dizem que meninos e meninas natildeo podem fazer tais coisas Quem determinou isso Se possiacutevel traga gravuras que mostrem o contraacuterio do que estaacute escrito nos cartazes Peccedila que as crianccedilas levem histoacuterias em quadrinhos para a sala de aula (Turma da Mocircnica Walt Disney etc) Leia as histoacuterias com eles e chame sua atenccedilatildeo para o papel que eacute reservado agraves meninas (Satildeo sempre as fofoqueiras Satildeo choronas Satildeo consideradas fraacutegeis) E os meninos como satildeo retratados (ativos liacutederes espertos) Leia com eles alguns contos de fadas e analise o papel das mulheres (princesas esperando serem salvas cuja realizaccedilatildeo eacute casar e ser feliz para sempre) Peccedila-lhes que reescrevam um conto de fadas invertendo os papeacuteis masculinos e femininos Se possiacutevel dramatize o novo conto de fadas com a inversatildeo de papeacuteis
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 21
httpcaixinhadecoresblogspotcom200810meninos-e-bonecas-por-que-nohtml
2- Discutindo as diferenccedilas (porte de deficiecircncia obesidade etc) Alunos portadores de deficiecircncia (fiacutesica ou mental) alunos obesos de baixa estatura ou que usam oacuteculos enfim que possuem caracteriacutesticas fiacutesicas que chamam a atenccedilatildeo tambeacutem costumam sofrer algum tipo de discriminaccedilatildeo e comumente satildeo alvo de piadas e comentaacuterios geralmente ofensivos por parte dos colegas e de alguns adultos Veja abaixo algumas atividades para trabalhar esse tema bull Montar um mural com personalidades que apresentem caracteriacutesticas fiacutesicas que fogem aos padrotildees e questionar o conceito de feio e bonito bull Promover a leitura de livros que abordem agrave temaacutetica do preconceito bull Fazer dramatizaccedilatildeo dos livros lidos bull Organizar a turma em grupos e encarregar cada um de elaborar uma histoacuteria sobre uma crianccedila com uma caracteriacutestica fiacutesica ou mental especial Terminadas as histoacuterias organizaacute-las em um livro e se possiacutevel providenciar uma coacutepia para cada aluno bull Montar na sala de aula um mural onde a crianccedila possa desabafar Se durante o dia algueacutem disser algo que a ofenda ou magoe ela escreve o que aconteceu e quem foi o autor e deixa ali uma mensagem de desagravo para o ofensor Acompanhe o teor do que aparece escrito e converse com os conflitantes Esse tipo de atitude poderaacute ajudar caso vocecirc tenha alunos comumente alvo de discriminaccedilatildeo (seja por raccedila cor tamanho porte de alguma deficiecircncia etc)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 22
3- Discutindo preconceito racial e eacutetnico Peccedila que cada aluno monte a sua histoacuteria (e a da famiacutelia) falando do brinquedo preferido da comida de que mais gosta da famiacutelia etc Monte um livro com todas as histoacuterias dos alunos e pergunte ldquoComo seria o mundo se todos fossem iguaisrdquo Confecccedilatildeo de bonecos eacute raro encontrar no mercado bonecas negras orientais e indiacutegenas o que contribui para reforccedilar a exclusatildeo das crianccedilas desses grupos Se houver possibilidade envolva matildees pais parentes das crianccedilas e confeccionem juntos marionetes e bonecos que representem pessoas negras Evite estereoacutetipos (por exemplo negros sempre pobres ou sempre jogadores de futebol) Monte com as crianccedilas um teatrinho em que haja personagens brancas negras e amarelas em papeacuteis de igual valor (evite dar sempre os papeacuteis de destaque para alunos brancos) Monte um mural com os personagens preferidos das crianccedilas Verifique se haacute algum negro ou oriental Crie com os alunos personagens de diferentes etnias e envolva as crianccedilas na elaboraccedilatildeo de uma histoacuteria em quadrinhos (HQ) Aproveite o momento para trabalhar com a turma os diferentes povos que formaram a atual populaccedilatildeo brasileira Qual a ascendecircncia de cada um Divida a classe em grupos e encarregue cada um de pesquisar um povo e sua contribuiccedilatildeo para a formaccedilatildeo da cultura brasileira na liacutengua na alimentaccedilatildeo nos costumes etc Depois de estudar os diferentes povos que colonizaram o Brasil e contribuiacuteram para a formaccedilatildeo do povo brasileiro monte com as crianccedilas uma feira das naccedilotildees Cada grupo pode usar trajes tiacutepicos fazer performances cantar enfim o que a sua criatividade sugerir Se possiacutevel envolva toda a comunidade escolar nessa feira abrindo-a para a participaccedilatildeo dos pais in Construir Notiacutecias por Moacir Pereira Juacutenior (httpserinteiroblogspotcomsearchlabelEducaC3A7C3A3o)
ATENCcedilAtildeO A PARTIR DESTE MOMENTO NAtildeO
MAIS TRANSCREVEMOS O BLOG
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 23
Trabalhando com muacutesica
ldquoA muacutesica eacute uma forccedila geradora de vida uma energia que
envolve o nosso ser inteiro atuando de forma poderosa sobre
o nosso corpo mente e coraccedilatildeo Aleacutem de alegrar unir e
consagrar mensagens e valores disciplinar e socializar a
muacutesica forma o caraacuteter e favorece o desenvolvimento integral
da personalidade o equiliacutebrio emocional e socialrdquo (profordf
compositora e regente Miacuteria Therezinha Kolling)
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Fazer leitura da letra da muacutesica
2-Procurar no dicionaacuterio o significado das palavras
3-Ouvir a muacutesica de Caetano Veloso
4-Cantar a muacutesica
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1-Fazer anaacutelise da muacutesica junto com os alunos
2-Fazer comentaacuterios sobre a muacutesica
3- Escrever um texto coletivo com os alunos sobre o tema ldquoNavio Negreirordquo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 24
O Navio Negreiro
Caetano Veloso
Composiccedilatildeo Castro Alves
O Navio Negreiro
Estamos em pleno mar
Era um sonho dantesco o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho
Em sangue a se banhar
Tinir de ferros estalar do accediloite
Legiotildees de homens negros como a noite
Horrendos a danccedilar
Negras mulheres suspendendo agraves tetas
Magras crianccedilas cujas bocas pretas
Rega o sangue das matildees
Outras moccedilas mas nuas espantadas
No turbilhatildeo de espectros arrastados
Em acircnsia e maacutegoa vatildes
E ri-se a orquestra irocircnica estridente
E da ronda fantaacutestica a serpente
Faz doudas espirais
Se o velho arqueja se no chatildeo resvala
Ouvem-se gritos o chicote estala
E voam mais e mais
Presa dos elos de uma soacute cadeia
A multidatildeo faminta cambaleia
E chora e danccedila ali
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 25
Um de raiva delira outro enlouquece
Outro que de martiacuterios embrutece
Cantando geme e ri
No entanto o capitatildeo manda a manobra
E apoacutes fitando o ceacuteu que se desdobra
Tatildeo puro sobre o mar
Diz do fumo entre os densos nevoeiros
Vibrai rijo o chicote marinheiros
Fazei-os mais danccedilar
E ri-se a orquestra irocircnica estridente
E da ronda fantaacutestica a serpente
Faz doudas espirais
Qual num sonho dantesco as sombras voam
Gritos ais maldiccedilotildees preces ressoam
E ri-se Satanaz
Senhor Deus dos desgraccedilados
Dizei-me voacutes Senhor Deus
Se eacute loucura se eacute verdade
Tanto horror perante os ceacuteus
Oacute mar por que natildeo apagas
Coa esponja de tuas vagas
De teu manto este borratildeo
Astros noite tempestades
Rolai das imensidades
Varrei os mares tufatildeo
Quem satildeo estes desgraccedilados
Que natildeo encontram em voacutes
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fuacuteria do algoz
Quem satildeo Se a estrela se cala
Se a vaga agrave pressa resvala
Como um cuacutemplice fugaz
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 26
Perante a noite confusa
Dize-o tu severa musa
Musa libeacuterrima audaz
Satildeo os filhos do deserto
Onde a terra esposa a luz
Onde voa em campo aberto
A tribo dos homens nus
Satildeo os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidatildeo
Homens simples fortes bravos
Hoje miacuteseros escravos
Sem ar sem luz sem razatildeo
Satildeo mulheres desgraccediladas
Como Agar o foi tambeacutem
Que sedentas alquebradas
De longe bem longe vecircm
Trazendo com tiacutebios passos
Filhos e algemas nos braccedilos
Nalma laacutegrimas e fel
Como Agar sofrendo tanto
Que nem o leite do pranto
Tecircm que dar para Ismael
Laacute nas areias infindas
Das palmeiras no paiacutes
Nasceram crianccedilas lindas
Viveram moccedilas gentis
Passa um dia a caravana
Quando a virgem na cabana
Cisma das noites nos veacuteus
Adeus oacute choccedila do monte
Adeus palmeiras da fonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 27
Adeus amores adeus
Senhor Deus dos desgraccedilados
Dizei-me voacutes Senhor Deus
Se eu deliro ou se eacute verdade
Tanto horror perante os ceacuteus
Oacute mar por que natildeo apagas
Coa esponja de tuas vagas
De teu manto este borratildeo
Astros noite tempestades
Rolai das imensidades
Varrei os mares tufatildeo
E existe um povo que a bandeira empresta
Pra cobrir tanta infacircmia e cobardia
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria
Meu Deus meu Deus mas que bandeira eacute esta
Que impudente na gaacutevea tripudia
Silecircncio Musa chora chora tanto
Que o pavilhatildeo se lave no seu pranto
Auriverde pendatildeo de minha terra
Que a brisa do Brasil beija e balanccedila
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperanccedila
Tu que da liberdade apoacutes a guerra
Foste hasteado dos heroacuteis na lanccedila
Antes te houvessem roto na batalha
Que servires a um povo de mortalha
Fatalidade atroz que a mente esmaga
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu na vaga
Como um iacuteris no peacutelago profundo
Mas eacute infacircmia demais
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 28
Da eteacuterea plaga
Levantai-vos heroacuteis do Novo Mundo
Andrada arranca este pendatildeo dos ares
Colombo fecha a porta de teus mares
(endereccedilo do viacutedeo para assistir clip da muacutesica)
(httpwwwyoutubecomwatchv=1Osbp0IMYRM)
Trabalhando com poema
Terra roxa e outras terras- Revista de Estudos Literaacuterios
Ana Claudia Duarte Mendes (UEMSUEL)
A literatura do poema ldquoVozes de Mulheresrdquo de Conceiccedilatildeo Evaristo a partir de
uma perspectiva de construccedilatildeo da memoacuteria possibilita-nos observar a existecircncia
de uma literatura adjetivada afro-brasileira A poesia analisada estaacute inserida em
um contexto no qual o poeta assume o ponto de vista negro Ao narrar a trajetoacuteria
de mulheres negras preservada na memoacuteria coletiva revela a ancestralidade que
se projeta no presente e prepara o futuro
O poema pertence a um tempo e lugar histoacuterico no mesmo instante transcende
essa condiccedilatildeo supera-a ldquoO poema eacute tempo arquetiacutepico e por secirc-lo eacute tempo que
se encarna na experiecircncia concreta de um povo um grupo ou uma seitardquo (Paz
1972 54) A contradiccedilatildeo ndash essecircncia do poema- que ao se encarnar revela-se
histoacuterico ao mesmo tempo em que eacute presente a cada nova leitura atualiza-se e
se projeta enquanto futuro Ao poeta eacute impossiacutevel fugir da histoacuteria mesmo quando
compotildee algo completamente diverso desta pois suas palavras satildeo sociais e
histoacutericas A revelaccedilatildeo poeacutetica consagra a experiecircncia humana (Paz 1972 55)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 29
por ser a poesia imagem A palavra poeacutetica ao se compor enquanto imagem
conforma o isto e o aquilo no mesmo instante Diz o indiziacutevel
O poeta consagra sempre umas experiecircncias histoacutericas que pode ser pessoal
sociais ou ambas as coisas ao mesmo tempo Mas ao falar-nos de todos estes
sucessos sentimentos experiecircncias e pessoas o poeta nos fala de outra coisado
que estaacute fazendo diante de noacutes e em noacutes E mais ainda leva-nos a repetir a
recriar seu poema a nomear aquilo que nomeia e ao fazecirc-lo revela-nos o que
somos (Paz 1972 57)
Como o poema surge na construccedilatildeo a partir da memoacuteria nos atrevemos a
dialogar com a obra de Gizecirclda Melo do nascimento Feitio de viver memoacuterias de
descendentes de escravos de 2006 O livro registra e interpreta a narrativa de
mulheres negras fortes e determinadas a contarem suas trajetoacuterias memoacuterias
individuais e coletivas O olhar para o presente na esperanccedila do futuro sem
alijarem-se do passado ancestral Esta perspectiva nos permitiraacute iluminar o
poema siacutentese do vivido
Vozes-Mulheres de Conceiccedilatildeo Evaristo
A voz da minha bisavoacute ecoou
crianccedila
nos porotildees do navio
Ecoou lamentos
de uma infacircncia perdida
A voz de minha avoacute
ecoou obediecircncia
aos brancos-donos de tudo
A voz de minha matildee
ecoou baixinho revolta
no fundo das cozinhas alheias
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 30
debaixo das trouxas
roupagens sujas dos brancos
pelo caminho empoeirado
rumo agrave favela
A minha voz ainda
ecoa versos perplexos
com rimas de sangue
e
fome
A voz de minha filha
recolhe todas as nossas vozes
recolhe em si
as vozes mudas caladas
engasgadas nas gargantas
A voz de minha filha
recolhe em si
a fala e o ato
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1- Comente a partir do seu proacuteprio olhar o poema da referida autora O
comentaacuterio pode ser tanto teacutecnico (observacircncia da estrutura do poema) quanto
conteudiacutestico (como vocecirc avalia o poema a partir de suas impressotildees pessoais)(A
obra de Conceiccedilatildeo Evaristo eacute facilmente encontrada na Internet) Trabalhar com
os alunos outros poemas
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 31
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno(a)
1- Analisar o poema e reescrever em cada
verso seu significado
A voz de minha bisavoacute
A voz de minha avoacute
A voz de minha matildee
A minha voz
A voz da minha filha
2- Fazer comentaacuterios sobre o poema em sala
de aula professor (a) e alunos
3- Ilustrar o poema usando sua
criatividade
4-Com os desenhos prontos formar grupos
com trecircs alunos e criar uma histoacuteria em
quadrinhos sobre o que entendeu do poema
estudado
A escola e os educandos precisam se organizar para demonstrar a
importacircncia da pluralidade racial na sociedade A fim de contemplar discussotildees
sobre a diversidade racial discutir os problemas sociais Para possibilitar que os
educandos construam suas proacuteprias ideacuteias e entendimento sobre o outro que lhe eacute
diferente O preconceito no cotidiano escolar tem que ser combatido Eacute necessaacuterio
que todos digam natildeo ao preconceito racial Os agentes transformadores da
educaccedilatildeo precisam unir forccedilas para promover o respeito muacutetuo e a possibilidade
de conversar sobre diferenccedilas sem melindres e sem preconceitos Na educaccedilatildeo
infantil tempo dos primeiros passos da vida social da crianccedila eacute importante
possibilitar atitudes positivas estimular o contanto com a esteacutetica e pelo
imaginaacuterio afro e afrodescendente Trazer a verdadeira histoacuteria do negro africano
no Brasil para romper com as barreiras dos preconceitos (Perrucci 1999 p 7)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 32
httpwwwwebartigoscomarticles380941INCLUSAO-NO-TRIBUNAL-DE-JUSTICApagina1html
Trabalhando com imagens
Sugestatildeo de atividades para o aluno
1 Ver as figuras abaixo e responder as questotildees
2 Vocecirc acha que existe preconceito entre essas crianccedilas Justifique
3 A crianccedila jaacute nasce com preconceito Comente
4 Como a crianccedila adquire o preconceito
5 Vocecirc como adolescente jaacute sofreu preconceito Em que fase de sua vida
Comente
Sites das imagens
almazendemensagensblogspotcom uniblogcombr
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 33
agenciaaldensblogspotcom sociologiacienciaevidauolcombr
Trabalhando com viacutedeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1 Assistir o viacutedeo Analisar as imagens e o depoimento
2 Promover um debate sobre o viacutedeo junto com os alunos
Por uma infacircncia sem racismo ver
wwwyoutubecomwatchv=_aPYuKiKFMg
1 Assistir o viacutedeo Analisar os depoimentos reais das pessoas
2 Vocecirc concorda com esses depoimentos Justifique
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 34
Onde vocecirc guarda o seu racismo ver
httpwwwyoutubecomwatchv=ojg07xOt8CY
Trabalhando com entrevista
Histoacuteria Oral - Como fazer uma entrevista
A pesquisa histoacuterica natildeo se baseia apenas em documentos escritos ou imagens mas
tambeacutem na narraccedilatildeo de fatos por parte das pessoas que presenciaram ou que tecircm
maior conhecimento dos mesmos Neste caso outra ferramenta pode ser utilizada
pelo pesquisador para adquirir novas informaccedilotildees acerca do objeto de estudo
Trata-se da entrevista um recurso da Histoacuteria Oral
Na Histoacuteria Oral podem-se fazer duas divisotildees em se tratando de relatos segundo o
historiador Gwyn Prins Existe uma tradiccedilatildeo Oral - a qual representa um
testemunho oral transmitido de uma geraccedilatildeo para a seguinte ou as demais -
Existe tambeacutem uma Reminiscecircncia Pessoal Evidecircncia oral especiacutefica das
experiecircncias de vida do informante (Wikipedia 2007)
Segundo Olga Rodrigues de Moraes Von Simson do Centro de Memoacuteria da
Unicamp a Histoacuteria Oral possibilita que indiviacuteduos pertencentes a categorias
sociais geralmente excluiacutedas da histoacuteria oficial possam ser ouvidos - deixando
registradas para anaacutelises futuras sua proacutepria visatildeo de mundo e aquela do grupo
social ao qual pertencem Apesar de ser um meacutetodo praacutetico e cada vez mais usado
a entrevista apresenta algumas deficiecircncias mas que podem de certa forma serem
superadas o entrevistado pode ter uma falha de memoacuteria pode criar uma
trajetoacuteria artificial se autocelebrar fantasiar omitir ou mesmo mentir O que
poderia ser percebido como um problema acaba se transformando em um recurso
uma vez que o proacuteprio entrevistador no ato de produccedilatildeo da narrativa histoacuterica natildeo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 35
deixa de produzir uma versatildeo do que entendeu ter acontecido Mesmo quando o
pesquisador tenha certeza de que o entrevistado esteja mentido conscientemente
cabe a ele entrevistador tentar entender as razotildees da mentira ou seja quais os
motivos que estatildeo levando a pessoa a mentir podendo ser aplicado o mesmo no
caso da ilusatildeo biograacutefica quando o indiviacuteduo faz uma produccedilatildeo artificial de si
mesmo No caso de esquecimento para ajudar suprir essa falha podem-se usar os
chamados apoios de memoacuteria como fotografias objetos e outras coisas que
possam ajudar o entrevistado a se recordar melhor dos fatos em pesquisa (op
cit)
Se formos analisar a credibilidade dos recursos de pesquisa histoacuterica sejam
documentos ou oralidade iremos nos deparar sempre com a interpretaccedilatildeo ou a
criacutetica pessoal de quem o fez cabendo ao pesquisador saber aproveitar as
informaccedilotildees que lhe conveacutem e criar suas proacuteprias consideraccedilotildees nenhum
documento pode nos dizer mais do que aquilo que o autor pensava ndash o que ele
pensava que havia acontecido queria que os outros pensassem que ele pensava ou
mesmo apenas o que ele proacuteprio pensava pensar Nada disso significa alguma
coisa ateacute que o historiador trabalhe sobre esse material e decifre-o eacute o que
comenta Edward Hallet Carr citado no site Wikipedia
A entrevista possibilita um contato direto com o atorautor da Histoacuteria Esse
envolvimento pode resultar num trabalho dinacircmico abrangente e ateacute mais realista
trazendo assim o passado para o presente
Agora vejamos os passos baacutesicos para realizar uma boa entrevista
COMO FAZER UMA ENTREVISTA
1 Preparar antes da entrevista um roteiro com alguns dos assuntos
importantes a abordar Ao partir para a entrevista eacute fundamental saber
o que vamos perguntar
2 Conversar com o entrevistado sobre nossos objetivos e descobrir se
realmente deseja colaborar conosco Natildeo se obriga ningueacutem a ser
entrevistado
3 Escolher local e hora apropriados para que a entrevista se decirc sem
interrupccedilotildees Num ambiente ou momento onde entrevistado ou
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 36
entrevistador estejam com pressa torna-se impossiacutevel agrave realizaccedilatildeo da
entrevista
4 Em lugar de apenas anotar o que o entrevistado diz eacute melhor e mais
adequado se possiacutevel levar um gravador para ficar tudo registrado de
tal forma que natildeo se perca parte alguma daquilo que o entrevistado
disse
5 A entrevista natildeo deve ser interrogatoacuterio e sim diaacutelogo
6 O entrevistador deve respeitar as opiniotildees do entrevistado mesmo
quando natildeo concordar com elas
7 O entrevistador deve dar oportunidade para que o entrevistado fale
tudo o que desejar no tempo que quiser
8 Nunca fazer nova pergunta enquanto o entrevistado ainda natildeo tiver
terminado de expor seu pensamento em relaccedilatildeo agrave pergunta anterior
Natildeo interromper desnecessariamente a fala do outro
professor-josimarblogspotcom200908historia-oral
REFEREcircNCIAS
SIMSON Olga Rodrigues de Moraes Von O que eacute Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
wwwcentrodememoriaunicampbrlahoindexhtm Acesso em 23 mai 2007
WIKIPEDIA Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
httpptwikipediaorgwikiHistAtildesup3ria_OralsearchInputsearchInput Acesso
em 23 mai 2007
httpwwwfeunbbrpieComo20fazer20uma20entrevistahtm
Professor Josimar Pais de Almeida
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 37
Sugestatildeo de Roteiro para realizar a entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistador
Nome do entrevistador
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Onde trabalha
Data local da entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistado
Nome
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Questionamento
Onde trabalha
Grau de escolaridade
Religiatildeo que frequumlenta
Tempo que mora na cidade de Rolacircndia
De onde veio sua famiacutelia
Vocecirc gosta de morar aqui
Porque vieram morar aqui
Do que sente saudades
Como era essa cidade quando vocecirc chegou aqui
Como vocecirc considera essa cidade hoje
Fale como era o lazer quando vocecirc era adolescente Como eacute seu lazer hoje
Fale sobre o namoro de antigamente As pessoas tinham um lugar para ldquopaquerarrdquo
Qual era a principal alimentaccedilatildeo das pessoas
Havia violecircncia Como era
Como eram as escolas Usava-se uniforme
Como eram as roupas Onde as comprava ou quem as confeccionava
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 38
Como era a educaccedilatildeo dos filhos
Havia igrejas Frequentava alguma no passado E hoje
O que era cultivado nas lavouras
Muitas pessoas moravam na zona rural
Como eram as habitaccedilotildees
Vocecirc se sente discriminado
O que vocecirc acha da escravidatildeo na eacutepoca da colonizaccedilatildeo do Brasil
Hoje ainda existe escravidatildeo
A fotografia na construccedilatildeo do material didaacutetico
Paulo Freire na ldquopedagogia do oprimidordquo pregava a liberdade atraveacutes da educaccedilatildeo e para
isso educava a partir de estiacutemulos retirados do cotidiano dos alunos aumentando
gradativamente o inverso dos mesmos Os estiacutemulos servem portanto como forma de
despertar a criatividade e o intelecto dos alunos Levando-se em consideraccedilatildeo que a
percepccedilatildeo visual eacute a forma mais objetiva de interaccedilatildeo do homem com o meio que o cerca
os estiacutemulos visuais atendem perfeitamente aos objetivos da educaccedilatildeo Antes mesmo da
escrita as comunicaccedilotildees visuais valendo-se de percepccedilatildeo visual ajuda a escrever a histoacuteria
da humanidade Associando-se aos seus conhecimentos o homem absorve a imagem
processa-a e retira dela suas proacuteprias conclusotildees A imagem dinacircmica ou estaacutetica eacute
portanto uma forma contumaz na divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo quer seja ela educacional
cientifica ou cultural difundindo conhecimentos desenvolvendo ideacuteias e formando
opiniotildees Jaacute em 1888 George Eastman referindo-se agrave fotografia afirmava ldquouma imagem
vale mais que mil palavrasrdquo e desde entatildeo a imagem fotograacutefica estaacute cada vez mais
presente no processo ensino aprendizagem de forma cada vez mais interativa A fotografia
e a questatildeo ambiental estatildeo relacionadas desde sua descoberta em1826 No inicio o
objetivo da fotografia era fazer um registro fiel da natureza Nas suas atividades os
cientistas utilizam cada vez mais a fotografia como instrumentaccedilatildeo de pesquisa registro de
dados apoio didaacutetico e principalmente na divulgaccedilatildeo dos resultados cientiacuteficos
introduzindo o conceito da fotografia cientiacutefica A fotografia eacute uma forma objetiva de
suporte para o ensino e a pesquisa eacute uma forma objetiva de documentaccedilatildeo ela tem o poder
de capturar nuances que muitas vezes passam despercebidas ao olho nu e isso aumenta o
aspecto de observaccedilatildeo do pesquisador A fotografia cientiacutefica tem que retratar o real
aparente a imagem como um instrumento de uma memoacuteria documental da realidade
Muitas vezes diante da dificuldade de deslocamento os professores lanccedilam matildeo da
fotografia para exemplificar e fixar conceitos educacionais tirando-os do imaginaacuterio e
trazendo para suas aulas de forma mais concreta wwwabedorgbrcongresso2007tc552007125857PMpdf
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 39
Trabalhando com fotografias e Histoacuteria Local
FIGURA 1
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 40
FIGURA 2
httpjornalrolandianetblogspotcom201105familia-farina-fotografando-rolandiahtml
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 41
FIGURA 3
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 42
FIGURA 4
httpwwwpanoramiocomphoto9865842
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 43
FIGURAS 5 E 6
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 44
FIGURA 7
httpwwwgooglecombrimgresq=FOTOS+ESCOLA+PADRE+JOSE+HERIONS+ROLANDIA
LEMBRETE AO (Agrave) PROFESSOR (A) Nossa proposta significa trabalhar com FONTE DOCUMENTAL As respostas das entrevistas consistem tambeacutem em FONTES DOCUMENTIAS E como tal devem ser interpretadas em sala de aula Qualquer material como fotos muacutesicas poemas imagens etc devem ser tratadas como FONTES u seja pergunta-se a estas QUEM FEZ QUANDO ONDE PARA QUEM POR QUEcirc OQUE QUER COMUNICAR E todos estes materiais necessitam de referecircncia como qualquer texto livro reportagem etc
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 45
Sugestatildeo de atividades para o aluno
Analise as fotografias (1-2-3-4-5-6-7) o Vocecirc conhece esses lugares que estatildeo representados nas fotos o Qual lugar da foto estaacute localizado mais perto de sua casa o Quais fotos representam lugar de lazer o Vendo as fotos onde podemos fazer nossas reflexotildees o O que estaacute na foto que incomoda a comunidade o Vocecirc conhece algumas pessoas das fotos Escreva os nomes das mesmas o Com qual foto vocecirc mais se identificou Justifique sua resposta o Escreva uma frase para cada fotografia o Essas fotos fazem parte da Histoacuteria de Rolacircndia Faccedila comentaacuterios
Sugestatildeo de atividades para o professor
1-Trabalhe com fotografias o Peccedila para seu aluno trazer fotos antigas da famiacutelia da comunidade etc o Faccedila perguntas para obter respostas o Dar oportunidade para um debate sobre as fotos trazidas pelos alunos o Formar grupo com trecircs alunos para eles escreverem sobre as fotos o Colocar em cartazes os resultados obtidos natildeo esquecer de registrar a eacutepoca e
lugar em que foi tirada a foto o Expor na escola para que outros alunos possam ler e analisar os trabalhos
realizados
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 46
Referecircncia bibliograacutefica do texto explicativo
BAUMAN Z Modernidade e ambivalecircncia Rio de Janeiro Jorge Zahar 1999
CAVALLEIRO E S Do silecircncio do lar ao silecircncio escolar racismo preconceito e discriminaccedilatildeo na educaccedilatildeo infantil 4 ed Satildeo Paulo Contexto 2005
FERREIRA Ricardo Franklin O brasileiro o racismo silencioso e a identidade afro-descendente Psicologia e Sociedade Belo Horizonte v 14 n 1 p 69-86 janjun 2002
FIGUEIREDO Luis Claudio Mendonccedila Revisitando as psicologias da epistemologia agrave eacutetica das praacuteticas e discursos psicoloacutegicos 3 ed Petroacutepolis Vozes 2004
FREITAS Patriacutecia de Sobre a Lei 10639 o ensino de histoacuteria e a cultura afro-brasileira OPSIS Catalatildeo v 10 n 1 p15-28 janjun 2010
GONCcedilALVES Rita de Caacutessia LISBOATeresa Kleba Sobre o meacutetodo de Histoacuteria oral em sua modalidade trajetoacuteria de vida Revista Kataacutel Florianoacutepolis v 10 n especial p 83-92 2007
REIS Faacutetima A implementaccedilatildeo da Lei 1063903 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwwebartigoscomarticles39841A-Implementacao-Da-Lei-1063903pagina1htmlgt Acesso em 20 abr 2011
RODRIGUES N Os africanos no Brasil 5 ed Satildeo Paulo Nacional 1977
SCHMIDT Maria auxiliadora CAINELLI Marlene Ensinar histoacuteria Satildeo Paulo Scipione 2004
- Paacutegina em branco
-
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 8
ESTRATEacuteGIA DE ACcedilAtildeO
Segundo Schmidt e Cainelli (2004 p62) para se ensinar histoacuteria
eacute necessaacuterio respeitar o conhecimento do aluno sua histoacuteria de vida esse
conhecimento pode ser considerado como marco inicial e assimilador dando
significado ao ensino de histoacuteria Partindo de suas representaccedilotildees o aluno seraacute
capaz de efetivar suas proacuteprias ideacuteias sobre os objetos e fenocircmenos do mundo
social Eacute graccedilas a essas representaccedilotildees que o aluno pode interrogar o discurso do
professor os documentosoperar a seleccedilatildeo entre os conteuacutedos julgados
pertinentes validaacute-los ou refutaacute-los
Conhecimento Preacutevio Construccedilatildeo do conhecimento histoacuterico
Sugestatildeo de atividades para o(a) aluno(a)
1) Fazer um levantamento sobre os acontecimentos de sua vida desde seu
nascimento ateacute hoje Para isso pergunte para sua matildee ou responsaacutevel anote e
traga para a sala de aula
11) Fazer a linha do tempo e registrar dados importantes de sua vida
___________________________________________________
1998 2002 2006 2010 2011
2) Escrever sua histoacuteria de vida
3) Debate sobre os trabalhos realizados (atividades 1-2)
4) Como vocecirc se sentiu ao escrever sua histoacuteria de vida
5) Vocecirc tambeacutem faz parte da histoacuteria Justifique
Ainda em Schmidt e Cainelli a Histoacuteria Oral eacute uma metodologia de
pesquisa que se baseia em fontes orais que registram experiecircncias vividas o
depoimento de um indiviacuteduo ou de vaacuterios indiviacuteduos de uma mesma comunidade
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 9
O pesquisador deve orientar a pesquisa para buscar referecircncias objetivas sobre o
tema pesquisado a entrevista eacute a estrateacutegia mais comum na coleta de dados
pode ser captada com gravaccedilatildeo ou transcriccedilatildeo escrita Eacute importante haver
controle sobre o universo de amostras e o tipo de entrevista em nosso caso
usaremos a entrevista aberta o conhecimento da atitude do entrevistador do
lugar onde se faz a entrevista e o trabalho de anaacutelise e reflexatildeo sobre os
resultados O trabalho com oralidade no trabalho de histoacuteria precisa-se considerar
que a reflexatildeo acompanhe todo o processo
Pode se trabalhar os depoimentos pessoais com base na escolha de temas comuns consultados em diferentes fontes procurando explorar os conteuacutedos sem desvinculaacute-las das categorias mais ampla das estruturas social econocircmica e poliacutetica Eacute importante evitar o que Dosse chamou de ldquohistoacuteria em migalhasrdquo (Schmidt Cainelli 2004 p 127)
Para que a histoacuteria oral se torne significativa seraacute necessaacuterio
planejar cuidadosamente o trabalho a ser desenvolvido definir objetivos verificar
os recursos disponiacuteveis selecionar as estrateacutegias adotadas como entrevistar
pessoas da comunidade em que estaacute inserida Focando um tema desejado no
caso o afrodescendente e o resgate de sua cultura hoje Ao entrevistar pessoa da
comunidade para resgatar sua trajetoacuteria de vida em um determinado local
ampliamos o conhecimento para aleacutem dessa comunidade
Com elemento constitutivo da transposiccedilatildeo didaacutetica do saber histoacuterico para o saber escolar a histoacuteria local pode ser vista como estrateacutegia pedagoacutegica Trata-se de uma forma de abordar a aprendizagem a construccedilatildeo e a apreensatildeo do conhecimento histoacuterico com proposiccedilotildees que podem ser articuladas em interesses do aluno suas aproximaccedilotildees cognitivas suas experiecircncias culturais e com a possibilidade de desenvolver atividades diretamente vinculadas agrave vida cotidiana Com estrateacutegia de aprendizagem a histoacuteria local pode garantir uma melhor apropriaccedilatildeo do conhecimento histoacuterico baseado em recortes selecionados do conteuacutedo os quais seratildeo integrados no conjunto do conhecimento (VAZQUEZ apud Schmidt Cainelli 2004p113)
Na coleta e tratamento de entrevistas a memoacuteria eacute de fundamental
importacircncia para os historiadores e para outros profissionais porque por meio dela
ldquolemosrdquo periacuteodos histoacutericos chegamos a determinados sujeitos sociais excluiacutedos
ou esquecidos da Histoacuteria A memoacuteria possui ldquolugaresrdquo que nos permitem lembrar
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 10
como museus muacutesicas literatura ldquocausosrdquo etc A memoacuteria pode ser individual ou
coletiva mas para evocar lembranccedilas eu preciso de memoacuteria do outro para
transformar a minha memoacuteria na ldquonossa memoacuteriardquo
Construccedilatildeo da entrevista
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Analisar os itens abaixo com muita atenccedilatildeo e comprometimento
2-Destacar esses itens em um cartaz para natildeo ser esquecidos
3-Formar grupos para a simulaccedilatildeo de uma entrevista dentro da sala de aula
4- Para se realizar a entrevista de campo seraacute necessaacuterio um entrevistador amp
aluno auxiliarequipe de transcriccedilatildeo aluno-transcritor aluno-conferente
professor-conferente
Condutas a serem consideradas no trabalho de campo (antes e durante a entrevista)
-Ao solicitar permissatildeo para realizar a entrevista comportar-se
corretamente e com boas maneiras
-Ter o maacuteximo respeito ao conversar com o entrevistado
-Ouvir o que outra pessoa considera importante dizer
-Manter o contato visual durante a entrevista manter o olhar e a
atenccedilatildeo dirigidos para o entrevistado
-Responder as perguntas que o entrevistado fizer sobre o
entrevistador e o projeto
-Explicar para o entrevistado como o seu depoimento eacute
importante e contribui para a memoacuteria da Histoacuteria da comunidade
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 11
-Atitude vocecirc estaacute tentando aprender um pouquinho ou fazer que
algueacutem lhe contem histoacuterias Lembre-se na entrevista eles que
tecircm os conhecimentos
-Respeitar os pedidos do entrevistado
No processamento e interpretaccedilatildeo
Fidelidade e zelo na transcriccedilatildeo na
conferecircncia e na anaacutelise das
entrevistas
Nem uma palavra do entrevistado
pode ser desprezada
Na representaccedilatildeo dos resultados agrave comunidade
Apresentar os resultados da pesquisa para a comunidade de forma
transparente respeitando as informaccedilotildees coletadas nas entrevistas
Dando enfoque a este trabalho atraveacutes de entrevistas e da
histoacuteria local deveraacute ser resgatado o tema de Ferreira (2002) quando ele fala
sobre ldquoO brasileiro o racismo silencioso e a emancipaccedilatildeo do afrodescendenterdquo
Nelson Rodrigues ldquoespecialistardquo em denunciar aquilo que se esconde por detraacutes
das aparecircncias aponta uma farsa da qual muitas vezes o brasileiro se orgulha
que o Brasil vive em uma ldquodemocracia racialrdquo
O preconceito contra o negro em funccedilatildeo de o mito que o nega
torna-se difiacutecil de ser compreendido e combatido Existe um tratamento cordial
levando a crer que a discriminaccedilatildeo etnoracial natildeo existe Mesmo tendo
consciecircncia disso poreacutem considera um problema do outro No Brasil o preconceito
natildeo eacute abertamente afirmado por isso se torna difiacutecil agrave elaboraccedilatildeo de leis que
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 12
favoreccedila a reversatildeo A ideologia eacute que no Brasil as diferenccedilas satildeo aceitas e
valorizadas um verdadeiro exemplo para outras naccedilotildees encobre o problema Em
funccedilatildeo disso satildeo negados para os negros as condiccedilotildees de viver melhor e exercer
a cidadania
Segundo Cavalleiro (2005) tais depoimentos revelam que nos
lares de famiacutelias negras e na escola a maneira mais silenciosa de se lidar com o
preconceito eacute o silecircncio O termo ldquomorenordquo era para se auto-referir as
caracteriacutesticas etnoraciais Parece politicamente chamar de moreno o
afrodescendente uma estrateacutegica simboacutelica de fuga da discriminaccedilatildeo Questotildees
que se tornam difiacuteceis de se lidar no Brasil Em torno do seacuteculo XIV o homem
ocidental lanccedilou-se no mundo das Grandes Navegaccedilotildees deparou-se com um
universo de diversidade Ele precisava-se organizar de maneira segura em sua
realidade atraveacutes de reflexotildees conseguiu controlar os acontecimentos Bauman
(1999) nos direciona a uma das chaves da compreensatildeo da construccedilatildeo da
subjetividade do homem moderno O processo de qualificar obsessotildees da
civilizaccedilatildeo ocidental constitui-se nos atos de incluir o semelhante num padratildeo
considerado correto excluindo o diferente Ordem e progresso condiccedilotildees que
legitimavam transformaccedilotildees do outro no mesmo Para o africano escravizado
tornar-se cristatildeo apagar sua histoacuteria atraveacutes de um processo de branqueamento
e aculturaccedilatildeo tornaacute-lo branco Essa ideacuteia foi defendida no iniacutecio do seacuteculo XX por
vaacuterios cientistas e intelectuais brasileiros que eram representantes das ldquoverdadesrdquo
estabelecidas Schwarcz (1998) e Consorte (1999) analisaram esse periacuteodo havia
justificativas consideradas cientificas que legitimavam o eurocentrismo [] Para
Larkin Nascimento (2000) apoiara-se em duas condiccedilotildees baacutesicas a imigraccedilatildeo em
massa subsidiada pelo Estado sob legislaccedilatildeo que excluiacutea raccedilas natildeo desejaacuteveis
e o cultivo do ideal do embranqueamento Apoacutes vaacuterias reflexotildees podem ser
apontados alguns itens que favoreceram o preconceito no Brasil A concepccedilatildeo
constitutiva do mundo ocidental que se desenvolveu na modernidade com uma
questatildeo de ordem desvalorizando ou eliminando o diferente O africano era visto
como mero objeto de uso Apoacutes a aboliccedilatildeo surge a inferioridade racial do negro
apoiada pela ciecircncia prevendo sua extinccedilatildeo na constituiccedilatildeo do povo brasileiro
Para Gilberto Freyre nos anos trinta o mesticcedilo passa a ser louvado como siacutembolo
de nossa identidade Primeiro a desvalorizaccedilatildeo depois a exaltaccedilatildeo surgindo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 13
assim o mito da ldquodemocracia racialrdquo aqui estaacute a construccedilatildeo do racismo silencioso
Uma visatildeo negativa do afrodescendente e um discurso contraacuterio tentando negaacute-la
(apud Ferreira 2002) Em funccedilatildeo da desvalorizaccedilatildeo da pessoa negra elas
tendem a introjetar a visatildeo dominante do mundo branco visto como superior Para
Pereira (1987 apud Ferreira 2002 p75) a escola eacute um lugar onde a crianccedila
alimenta subliminarmente a figura do negro ldquocaricaturalrdquo No plano de
relacionamentos a escola reproduz naquele microcosmo a mesma estrutura de
relaccedilatildeo que se daacute na sociedade brasileira como um todo Assim a escola em
lugar de reversatildeo do problema estimula o estereotipo soacutecias do negro e sua
submissatildeo aos valores do outro Estimulada a visatildeo de um mundo cultural
eurocentrico cria um processo pedagoacutegico que leva o afrodescendente inibir sua
capacidade de expor seu saber e sentir-se como cidadatildeo
Construccedilatildeo de Conceitos
Sugestatildeo de atividade para o (a) aluno (a)
1- Estudo dos termos existentes nos documentos incluiacutedos no projeto como
democracia racial preconceito discriminaccedilatildeo afrodescendente diversidade
etnoracial cotidiano moreno branqueamento eurocentrismo racismo silencioso
Atraveacutes de pesquisas orientadas pala professora
2-Promover um debate sobre os termos estudados na atividade 1
3-Atividade em dupla Apoacutes o debate entre professora e alunos produzir um
texto
4-Todos os textos seratildeo analisados pela professora e alunos
5- Apoacutes pesquisar conceitos para os termos da atividade (1) montar um painel
com resultados obtidos e expor para outras turmas na escola (atividade seraacute
realizada em grupo de quatro alunos)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 14
Para refletir pesquisar e responder em seu caderno
1-Escreva o que vocecirc entendeu por racismo preconceito e discriminaccedilatildeo
2-Existe discriminaccedilatildeo no Brasil Justifique
3-Vocecirc jaacute foi discriminado alguma vez Relate
4-Vocecirc jaacute presenciou situaccedilotildees de discriminaccedilatildeo na escola
5-Vocecirc jaacute discriminou alguma pessoa Justifique
6-Escreva algum tipo de discriminaccedilatildeo que existe na comunidade em que
vocecirc mora
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor
1-Decirc sugestotildees como a escola deve agir ao perceber a discriminaccedilatildeo entre
os educandos
2- Usar para pesquisas o link
wwwuelbrprojetosleoafropagespublicacoesphp
Essas leituras podem contribuir para o seu plano de aula
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 15
Segundo Helms (1985 apud Ferreira 2002 p78) pessoas
envolvidas agrave descriminaccedilatildeo natildeo se encaixam em nenhum grupo satildeo
desqualificadas por ser negro e desvalorizam-se como pessoa Mudanccedilas podem
ocorrer a partir de exposiccedilatildeo de eventos que envolvem informaccedilotildees nos aspectos
culturais como danccedilas festas muacutesicas estudos leituras filmes e outras que
possam usaacute-las com referecircncia pessoal No iniacutecio eacute um desafio para o sujeito
envolvido mas aos poucos vai superando quando descobre que seus valores e
sua visatildeo de mundo natildeo permitem mais dominaccedilatildeo A participaccedilatildeo em grupo de
militacircncia voltados para valores com objetivos culturais e poliacuteticos pode favorecer
a reconstruccedilatildeo pessoal dos interlocutores que vivem o problema realizando um
exerciacutecio de padrotildees negativos introjetados e analisando a histoacuteria omitida A
militacircncia pode transformar a vergonha de ser negro em orgulho de ser negro
onde ele passa a ter uma nova histoacuteria intensificando a luta que jaacute vem desde a
escravidatildeo Com a recuperaccedilatildeo das matrizes curriculares africanas a histoacuteria da
diaacutespora reivindicaccedilotildees poliacuteticas sociais o afrodescendente pode ser visto com
qualidades que o outro natildeo percebia e ao mesmo tempo os aspectos culturais
que tambeacutem o constituem Atraveacutes de trabalhos cuidadosamente estudados eacute
muito importante que a pessoa branca deixe de negar suas raiacutezes culturais
africanas e tambeacutem indiacutegenas assim como o negro brasileiro suas raiacutezes
culturais europeacuteias e tambeacutem indiacutegenas Portanto eacute neste objetivo que este
projeto de ensino de histoacuteria se insere no (re) pensar sobre a cultura
afrodescendente de modo a dar condiccedilotildees para o (a) aluno(a)enfrentar com
consciecircncia criacutetica os desafios de um cotidiano ainda pautado em representaccedilotildees
preconceituosas
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 16
Comportamento reflexivo pela natildeo-discriminaccedilatildeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Qual a importacircncia dos movimentos de militacircncia para os que se sentem
excluiacutedos da sociedade
2-Realizar pesquisas em outros autores para saber mais sobre os movimentos
de militacircncia dos afrodescendentes
3-Na sua opiniatildeo como superar a discriminaccedilatildeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1- Trabalhar ldquovaloresrdquo sempre que perceber discriminaccedilatildeo entre os educandos
2- Sempre que for possiacutevel trabalhar temas ou textos sobre diversidade que
podem ser vistos em todas as disciplinas
3- Orientar os educandos em sala de aula para que realizem atividades sobre
diversidade como analisar figuras fotos montar paineacuteis confecccedilotildees de cartazes
recorte e colagem de figuras produccedilatildeo de textos etc
Negros e brancos na redaccedilatildeo de Maria Claudia
No trecho a seguir o escritor Pedro Bandeira apresenta-nos a redaccedilatildeo escrita por
Maria Claudia Segundo ele quando escreveu Maria Claudia ainda natildeo tinha
nove anos Era uma crianccedila como tantas outras que ocupam as milhares salas de
aula do Brasil Vejamos como Maria Claudia vecirc a questatildeo das diferenccedilas entre o
branco e o negro
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 17
ldquoOs brancos satildeo muito diferentes dos negros Mas depende do branco e depende
do negro Na minha caixa de laacutepis de cor o branco natildeo serve para nada Soacute o
preto eacute que serve para desenhar Com o giz a gente desenha na lousa Com o
carvatildeo a gente desenha um bigode na cara do Paulinho para a festa de Satildeo
Joatildeo Nesse negoacutecio de muacutesica natildeo tem branco Soacute tem preto Todos os discos
que eu conheccedilo satildeo pretos Nunca vi um disco branco O papel eacute branco e eacute
igualzinho o papel preto chamado carbono que escreve embaixo tudo o que a
gente escreve em cima A noite eacute preta mas o dia natildeo eacute branco O dia eacute azul
Entatildeo o preto da noite eacute soacute da noite Natildeo eacute igual nem eacute diferente de nada O leite
eacute branco e o cafeacute eacute preto De cafeacute eu natildeo gosto Tambeacutem natildeo gosto de leite
quando ele estaacute branco Prefiro misturar com chocolate E aiacute o leite fica marrom
Marrom como a minha amiga Patriacutecia Outro dia me disseram que a Patriacutecia eacute
negra mas ela eacute marrom Eu estou com raiva dela porque ela tirou uma nota
melhor do que eu na prova de matemaacutetica Mas eu natildeo quero ser diferente dela
Vou estudar bastante Na proacutexima prova eu e ela vamos ficar iguaisrdquo
BANDEIRA Pedro A redaccedilatildeo da Maria Claudia in Grupo de trabalho para assuntos afro-
brasileiros Salve o 13 de maio Satildeo Paulo SE 1988 p7
Refletindo sobre o texto
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Analisar o texto e responder as questotildees abaixo
11 Na redaccedilatildeo de Maria Claudia o que satildeo mais importantes as coisas brancas
as coisas negras ou a mistura das coisas
12 ldquoO papel eacute branco e eacute igualzinho o papel preto chamado carbono que escreve
embaixo tudo o que a gente escreve em cimardquo Comparando a Histoacuteria com o
papel branco e o carbono seraacute que por detraacutes de toda a histoacuteria dos brancos natildeo
existe tambeacutem uma histoacuteria de negros Seraacute que a histoacuteria do negro eacute igual agrave do
branco
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 18
13 Pela redaccedilatildeo de Maria Claudia o negro eacute inferior ao branco Vocecirc concorda
com Maria Claudia
14 Como vocecirc se relaciona com seus amigos negros
Formando crianccedilas livres de preconceitos
Sugestatildeo de atividades para o(a) professor(a)
ATENCcedilAtildeO A PARTIR DESTE MOMENTO
TRANSCREVEMOS O TEXTO DE UM BLOG COM
ALGUMAS ADAPTACcedilOtildeES DE DIAGRAMACcedilAtildeO
Construir Notiacutecias por Moacir Pereira Juacutenior (httpserinteiroblogspotcomsearchlabelEducaC3A7C3A3o)
As crianccedilas natildeo satildeo naturalmente preconceituosas Elas aprendem a ser com os adultos Aproveite essa fase essencial da vida de todo ser humano que eacute a infacircncia e valorize sentimentos e valores positivos que esses pequenos e especiais seres trazem em sirdquo Educaccedilatildeo Infantil e dos 1ordm 2ordm e 3ordm anos do Ensino Fundamental Sugiro duas formas de iniciar o projeto uma para alunos que ainda natildeo dominam a escrita e outra para alunos com domiacutenio da escrita Realizando o projeto com crianccedilas da Educaccedilatildeo Infantil e dos 1ordm 2ordm e 3ordm anos do Ensino Fundamental pode-se comeccedilar a trabalhar o tema fazendo uma dinacircmica
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 19
1- Dinacircmica das flores leve flores de diferentes cores e formas para a classe e deixe que cada aluno escolha uma Depois pergunte o que chamou a atenccedilatildeo deles para escolher aquela flor Peccedila-lhes que percebam as diferentes cores o perfume a textura as diferentes formas Chame sua atenccedilatildeo para o fato de as flores serem diferentes e nem por isso menos belas e apreciadas Em seguida peccedila que olhem uns para os outros Assim como as flores cada um eacute diferente mas natildeo menos importante Muitas coisas variam cor e tipo de cabelo formato e cor dos olhos tamanho do nariz altura cor da pele etc
2- Dinacircmica das cores leve um aparelho de som para a classe e coloque uma muacutesica suave Espalhe vaacuterios laacutepis ou gizes de cera de vaacuterias cores sobre a mesa e peccedila para as crianccedilas escolherem a cor que mais lhes agrada Haveraacute cores iguais e cores diferentes Converse com elas sobre como seria o mundo se tudo fosse de uma soacute cor mdash azul por exemplo E se tudo fosse amarelo Ou vermelho Seraacute que elas comeriam uma banana azul Ou um morango cinza Sim Natildeo Por quecirc Pode-se debater se eacute bom haver cores diferentes e o porquecirc Depois peccedila que olhem uns para os outros Assim como as cores cada um eacute diferente Muitas coisas variam cor e tipo de cabelo formato e cor dos olhos tamanho do nariz altura cor da pele Pergunte que cor de laacutepis ou giz eacute mais parecido com a cor da pele de cada um (Caso algum aluno diga que sua cor eacute ldquofeiardquo procure fazecirc-lo se sentir valorizado Esse momento seraacute propiacutecio para melhorar a autoestima dessa crianccedila)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 20
Dinacircmicas para os Proacuteximos Anos do Ensino Fundamental Comeccedilando com jovens do 4ordm e 5ordm anos do Ensino Fundamental o projeto eacute basicamente trocar ideacuteias debater e discutir para se chegar a uma mudanccedila de atitude
1- Discutindo preconceito de gecircnerosexismo
2- Discutindo as diferenccedilas (porte de deficiecircncia obesidade etc)
3- Discutindo preconceito racial e eacutetnico
1- Discutindo preconceito de gecircnerosexismo Questione os alunos ldquoMenino brinca de bonecardquo Peccedila previamente aos alunos para trazerem de casa figuras de diversos profissionais Sente-se em roda com eles e analise as figuras Que profissotildees satildeo mais retratadas Essas profissotildees estatildeo mais ligadas a homens ou a mulheres Haacute profissotildees predominantemente masculinas ou femininas Por quecirc Faccedila cartazes com frases comumente ouvidas como por exemplo ldquoMenino natildeo chorardquo ldquoEsta brincadeira natildeo eacute para meninasrdquo ldquoMenino natildeo usa cor-de-rosardquo ldquoMenina eacute mais fraacutegil que meninordquo ldquoMenina natildeo senta de perna abertardquo ldquoMenino natildeo deve danccedilar baleacuterdquo etc Mostre os cartazes aos alunos e pergunte que outras frases eles jaacute ouviram Questione por que dizem que meninos e meninas natildeo podem fazer tais coisas Quem determinou isso Se possiacutevel traga gravuras que mostrem o contraacuterio do que estaacute escrito nos cartazes Peccedila que as crianccedilas levem histoacuterias em quadrinhos para a sala de aula (Turma da Mocircnica Walt Disney etc) Leia as histoacuterias com eles e chame sua atenccedilatildeo para o papel que eacute reservado agraves meninas (Satildeo sempre as fofoqueiras Satildeo choronas Satildeo consideradas fraacutegeis) E os meninos como satildeo retratados (ativos liacutederes espertos) Leia com eles alguns contos de fadas e analise o papel das mulheres (princesas esperando serem salvas cuja realizaccedilatildeo eacute casar e ser feliz para sempre) Peccedila-lhes que reescrevam um conto de fadas invertendo os papeacuteis masculinos e femininos Se possiacutevel dramatize o novo conto de fadas com a inversatildeo de papeacuteis
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 21
httpcaixinhadecoresblogspotcom200810meninos-e-bonecas-por-que-nohtml
2- Discutindo as diferenccedilas (porte de deficiecircncia obesidade etc) Alunos portadores de deficiecircncia (fiacutesica ou mental) alunos obesos de baixa estatura ou que usam oacuteculos enfim que possuem caracteriacutesticas fiacutesicas que chamam a atenccedilatildeo tambeacutem costumam sofrer algum tipo de discriminaccedilatildeo e comumente satildeo alvo de piadas e comentaacuterios geralmente ofensivos por parte dos colegas e de alguns adultos Veja abaixo algumas atividades para trabalhar esse tema bull Montar um mural com personalidades que apresentem caracteriacutesticas fiacutesicas que fogem aos padrotildees e questionar o conceito de feio e bonito bull Promover a leitura de livros que abordem agrave temaacutetica do preconceito bull Fazer dramatizaccedilatildeo dos livros lidos bull Organizar a turma em grupos e encarregar cada um de elaborar uma histoacuteria sobre uma crianccedila com uma caracteriacutestica fiacutesica ou mental especial Terminadas as histoacuterias organizaacute-las em um livro e se possiacutevel providenciar uma coacutepia para cada aluno bull Montar na sala de aula um mural onde a crianccedila possa desabafar Se durante o dia algueacutem disser algo que a ofenda ou magoe ela escreve o que aconteceu e quem foi o autor e deixa ali uma mensagem de desagravo para o ofensor Acompanhe o teor do que aparece escrito e converse com os conflitantes Esse tipo de atitude poderaacute ajudar caso vocecirc tenha alunos comumente alvo de discriminaccedilatildeo (seja por raccedila cor tamanho porte de alguma deficiecircncia etc)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 22
3- Discutindo preconceito racial e eacutetnico Peccedila que cada aluno monte a sua histoacuteria (e a da famiacutelia) falando do brinquedo preferido da comida de que mais gosta da famiacutelia etc Monte um livro com todas as histoacuterias dos alunos e pergunte ldquoComo seria o mundo se todos fossem iguaisrdquo Confecccedilatildeo de bonecos eacute raro encontrar no mercado bonecas negras orientais e indiacutegenas o que contribui para reforccedilar a exclusatildeo das crianccedilas desses grupos Se houver possibilidade envolva matildees pais parentes das crianccedilas e confeccionem juntos marionetes e bonecos que representem pessoas negras Evite estereoacutetipos (por exemplo negros sempre pobres ou sempre jogadores de futebol) Monte com as crianccedilas um teatrinho em que haja personagens brancas negras e amarelas em papeacuteis de igual valor (evite dar sempre os papeacuteis de destaque para alunos brancos) Monte um mural com os personagens preferidos das crianccedilas Verifique se haacute algum negro ou oriental Crie com os alunos personagens de diferentes etnias e envolva as crianccedilas na elaboraccedilatildeo de uma histoacuteria em quadrinhos (HQ) Aproveite o momento para trabalhar com a turma os diferentes povos que formaram a atual populaccedilatildeo brasileira Qual a ascendecircncia de cada um Divida a classe em grupos e encarregue cada um de pesquisar um povo e sua contribuiccedilatildeo para a formaccedilatildeo da cultura brasileira na liacutengua na alimentaccedilatildeo nos costumes etc Depois de estudar os diferentes povos que colonizaram o Brasil e contribuiacuteram para a formaccedilatildeo do povo brasileiro monte com as crianccedilas uma feira das naccedilotildees Cada grupo pode usar trajes tiacutepicos fazer performances cantar enfim o que a sua criatividade sugerir Se possiacutevel envolva toda a comunidade escolar nessa feira abrindo-a para a participaccedilatildeo dos pais in Construir Notiacutecias por Moacir Pereira Juacutenior (httpserinteiroblogspotcomsearchlabelEducaC3A7C3A3o)
ATENCcedilAtildeO A PARTIR DESTE MOMENTO NAtildeO
MAIS TRANSCREVEMOS O BLOG
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 23
Trabalhando com muacutesica
ldquoA muacutesica eacute uma forccedila geradora de vida uma energia que
envolve o nosso ser inteiro atuando de forma poderosa sobre
o nosso corpo mente e coraccedilatildeo Aleacutem de alegrar unir e
consagrar mensagens e valores disciplinar e socializar a
muacutesica forma o caraacuteter e favorece o desenvolvimento integral
da personalidade o equiliacutebrio emocional e socialrdquo (profordf
compositora e regente Miacuteria Therezinha Kolling)
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Fazer leitura da letra da muacutesica
2-Procurar no dicionaacuterio o significado das palavras
3-Ouvir a muacutesica de Caetano Veloso
4-Cantar a muacutesica
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1-Fazer anaacutelise da muacutesica junto com os alunos
2-Fazer comentaacuterios sobre a muacutesica
3- Escrever um texto coletivo com os alunos sobre o tema ldquoNavio Negreirordquo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 24
O Navio Negreiro
Caetano Veloso
Composiccedilatildeo Castro Alves
O Navio Negreiro
Estamos em pleno mar
Era um sonho dantesco o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho
Em sangue a se banhar
Tinir de ferros estalar do accediloite
Legiotildees de homens negros como a noite
Horrendos a danccedilar
Negras mulheres suspendendo agraves tetas
Magras crianccedilas cujas bocas pretas
Rega o sangue das matildees
Outras moccedilas mas nuas espantadas
No turbilhatildeo de espectros arrastados
Em acircnsia e maacutegoa vatildes
E ri-se a orquestra irocircnica estridente
E da ronda fantaacutestica a serpente
Faz doudas espirais
Se o velho arqueja se no chatildeo resvala
Ouvem-se gritos o chicote estala
E voam mais e mais
Presa dos elos de uma soacute cadeia
A multidatildeo faminta cambaleia
E chora e danccedila ali
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 25
Um de raiva delira outro enlouquece
Outro que de martiacuterios embrutece
Cantando geme e ri
No entanto o capitatildeo manda a manobra
E apoacutes fitando o ceacuteu que se desdobra
Tatildeo puro sobre o mar
Diz do fumo entre os densos nevoeiros
Vibrai rijo o chicote marinheiros
Fazei-os mais danccedilar
E ri-se a orquestra irocircnica estridente
E da ronda fantaacutestica a serpente
Faz doudas espirais
Qual num sonho dantesco as sombras voam
Gritos ais maldiccedilotildees preces ressoam
E ri-se Satanaz
Senhor Deus dos desgraccedilados
Dizei-me voacutes Senhor Deus
Se eacute loucura se eacute verdade
Tanto horror perante os ceacuteus
Oacute mar por que natildeo apagas
Coa esponja de tuas vagas
De teu manto este borratildeo
Astros noite tempestades
Rolai das imensidades
Varrei os mares tufatildeo
Quem satildeo estes desgraccedilados
Que natildeo encontram em voacutes
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fuacuteria do algoz
Quem satildeo Se a estrela se cala
Se a vaga agrave pressa resvala
Como um cuacutemplice fugaz
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 26
Perante a noite confusa
Dize-o tu severa musa
Musa libeacuterrima audaz
Satildeo os filhos do deserto
Onde a terra esposa a luz
Onde voa em campo aberto
A tribo dos homens nus
Satildeo os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidatildeo
Homens simples fortes bravos
Hoje miacuteseros escravos
Sem ar sem luz sem razatildeo
Satildeo mulheres desgraccediladas
Como Agar o foi tambeacutem
Que sedentas alquebradas
De longe bem longe vecircm
Trazendo com tiacutebios passos
Filhos e algemas nos braccedilos
Nalma laacutegrimas e fel
Como Agar sofrendo tanto
Que nem o leite do pranto
Tecircm que dar para Ismael
Laacute nas areias infindas
Das palmeiras no paiacutes
Nasceram crianccedilas lindas
Viveram moccedilas gentis
Passa um dia a caravana
Quando a virgem na cabana
Cisma das noites nos veacuteus
Adeus oacute choccedila do monte
Adeus palmeiras da fonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 27
Adeus amores adeus
Senhor Deus dos desgraccedilados
Dizei-me voacutes Senhor Deus
Se eu deliro ou se eacute verdade
Tanto horror perante os ceacuteus
Oacute mar por que natildeo apagas
Coa esponja de tuas vagas
De teu manto este borratildeo
Astros noite tempestades
Rolai das imensidades
Varrei os mares tufatildeo
E existe um povo que a bandeira empresta
Pra cobrir tanta infacircmia e cobardia
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria
Meu Deus meu Deus mas que bandeira eacute esta
Que impudente na gaacutevea tripudia
Silecircncio Musa chora chora tanto
Que o pavilhatildeo se lave no seu pranto
Auriverde pendatildeo de minha terra
Que a brisa do Brasil beija e balanccedila
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperanccedila
Tu que da liberdade apoacutes a guerra
Foste hasteado dos heroacuteis na lanccedila
Antes te houvessem roto na batalha
Que servires a um povo de mortalha
Fatalidade atroz que a mente esmaga
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu na vaga
Como um iacuteris no peacutelago profundo
Mas eacute infacircmia demais
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 28
Da eteacuterea plaga
Levantai-vos heroacuteis do Novo Mundo
Andrada arranca este pendatildeo dos ares
Colombo fecha a porta de teus mares
(endereccedilo do viacutedeo para assistir clip da muacutesica)
(httpwwwyoutubecomwatchv=1Osbp0IMYRM)
Trabalhando com poema
Terra roxa e outras terras- Revista de Estudos Literaacuterios
Ana Claudia Duarte Mendes (UEMSUEL)
A literatura do poema ldquoVozes de Mulheresrdquo de Conceiccedilatildeo Evaristo a partir de
uma perspectiva de construccedilatildeo da memoacuteria possibilita-nos observar a existecircncia
de uma literatura adjetivada afro-brasileira A poesia analisada estaacute inserida em
um contexto no qual o poeta assume o ponto de vista negro Ao narrar a trajetoacuteria
de mulheres negras preservada na memoacuteria coletiva revela a ancestralidade que
se projeta no presente e prepara o futuro
O poema pertence a um tempo e lugar histoacuterico no mesmo instante transcende
essa condiccedilatildeo supera-a ldquoO poema eacute tempo arquetiacutepico e por secirc-lo eacute tempo que
se encarna na experiecircncia concreta de um povo um grupo ou uma seitardquo (Paz
1972 54) A contradiccedilatildeo ndash essecircncia do poema- que ao se encarnar revela-se
histoacuterico ao mesmo tempo em que eacute presente a cada nova leitura atualiza-se e
se projeta enquanto futuro Ao poeta eacute impossiacutevel fugir da histoacuteria mesmo quando
compotildee algo completamente diverso desta pois suas palavras satildeo sociais e
histoacutericas A revelaccedilatildeo poeacutetica consagra a experiecircncia humana (Paz 1972 55)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 29
por ser a poesia imagem A palavra poeacutetica ao se compor enquanto imagem
conforma o isto e o aquilo no mesmo instante Diz o indiziacutevel
O poeta consagra sempre umas experiecircncias histoacutericas que pode ser pessoal
sociais ou ambas as coisas ao mesmo tempo Mas ao falar-nos de todos estes
sucessos sentimentos experiecircncias e pessoas o poeta nos fala de outra coisado
que estaacute fazendo diante de noacutes e em noacutes E mais ainda leva-nos a repetir a
recriar seu poema a nomear aquilo que nomeia e ao fazecirc-lo revela-nos o que
somos (Paz 1972 57)
Como o poema surge na construccedilatildeo a partir da memoacuteria nos atrevemos a
dialogar com a obra de Gizecirclda Melo do nascimento Feitio de viver memoacuterias de
descendentes de escravos de 2006 O livro registra e interpreta a narrativa de
mulheres negras fortes e determinadas a contarem suas trajetoacuterias memoacuterias
individuais e coletivas O olhar para o presente na esperanccedila do futuro sem
alijarem-se do passado ancestral Esta perspectiva nos permitiraacute iluminar o
poema siacutentese do vivido
Vozes-Mulheres de Conceiccedilatildeo Evaristo
A voz da minha bisavoacute ecoou
crianccedila
nos porotildees do navio
Ecoou lamentos
de uma infacircncia perdida
A voz de minha avoacute
ecoou obediecircncia
aos brancos-donos de tudo
A voz de minha matildee
ecoou baixinho revolta
no fundo das cozinhas alheias
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 30
debaixo das trouxas
roupagens sujas dos brancos
pelo caminho empoeirado
rumo agrave favela
A minha voz ainda
ecoa versos perplexos
com rimas de sangue
e
fome
A voz de minha filha
recolhe todas as nossas vozes
recolhe em si
as vozes mudas caladas
engasgadas nas gargantas
A voz de minha filha
recolhe em si
a fala e o ato
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1- Comente a partir do seu proacuteprio olhar o poema da referida autora O
comentaacuterio pode ser tanto teacutecnico (observacircncia da estrutura do poema) quanto
conteudiacutestico (como vocecirc avalia o poema a partir de suas impressotildees pessoais)(A
obra de Conceiccedilatildeo Evaristo eacute facilmente encontrada na Internet) Trabalhar com
os alunos outros poemas
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 31
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno(a)
1- Analisar o poema e reescrever em cada
verso seu significado
A voz de minha bisavoacute
A voz de minha avoacute
A voz de minha matildee
A minha voz
A voz da minha filha
2- Fazer comentaacuterios sobre o poema em sala
de aula professor (a) e alunos
3- Ilustrar o poema usando sua
criatividade
4-Com os desenhos prontos formar grupos
com trecircs alunos e criar uma histoacuteria em
quadrinhos sobre o que entendeu do poema
estudado
A escola e os educandos precisam se organizar para demonstrar a
importacircncia da pluralidade racial na sociedade A fim de contemplar discussotildees
sobre a diversidade racial discutir os problemas sociais Para possibilitar que os
educandos construam suas proacuteprias ideacuteias e entendimento sobre o outro que lhe eacute
diferente O preconceito no cotidiano escolar tem que ser combatido Eacute necessaacuterio
que todos digam natildeo ao preconceito racial Os agentes transformadores da
educaccedilatildeo precisam unir forccedilas para promover o respeito muacutetuo e a possibilidade
de conversar sobre diferenccedilas sem melindres e sem preconceitos Na educaccedilatildeo
infantil tempo dos primeiros passos da vida social da crianccedila eacute importante
possibilitar atitudes positivas estimular o contanto com a esteacutetica e pelo
imaginaacuterio afro e afrodescendente Trazer a verdadeira histoacuteria do negro africano
no Brasil para romper com as barreiras dos preconceitos (Perrucci 1999 p 7)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 32
httpwwwwebartigoscomarticles380941INCLUSAO-NO-TRIBUNAL-DE-JUSTICApagina1html
Trabalhando com imagens
Sugestatildeo de atividades para o aluno
1 Ver as figuras abaixo e responder as questotildees
2 Vocecirc acha que existe preconceito entre essas crianccedilas Justifique
3 A crianccedila jaacute nasce com preconceito Comente
4 Como a crianccedila adquire o preconceito
5 Vocecirc como adolescente jaacute sofreu preconceito Em que fase de sua vida
Comente
Sites das imagens
almazendemensagensblogspotcom uniblogcombr
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 33
agenciaaldensblogspotcom sociologiacienciaevidauolcombr
Trabalhando com viacutedeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1 Assistir o viacutedeo Analisar as imagens e o depoimento
2 Promover um debate sobre o viacutedeo junto com os alunos
Por uma infacircncia sem racismo ver
wwwyoutubecomwatchv=_aPYuKiKFMg
1 Assistir o viacutedeo Analisar os depoimentos reais das pessoas
2 Vocecirc concorda com esses depoimentos Justifique
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 34
Onde vocecirc guarda o seu racismo ver
httpwwwyoutubecomwatchv=ojg07xOt8CY
Trabalhando com entrevista
Histoacuteria Oral - Como fazer uma entrevista
A pesquisa histoacuterica natildeo se baseia apenas em documentos escritos ou imagens mas
tambeacutem na narraccedilatildeo de fatos por parte das pessoas que presenciaram ou que tecircm
maior conhecimento dos mesmos Neste caso outra ferramenta pode ser utilizada
pelo pesquisador para adquirir novas informaccedilotildees acerca do objeto de estudo
Trata-se da entrevista um recurso da Histoacuteria Oral
Na Histoacuteria Oral podem-se fazer duas divisotildees em se tratando de relatos segundo o
historiador Gwyn Prins Existe uma tradiccedilatildeo Oral - a qual representa um
testemunho oral transmitido de uma geraccedilatildeo para a seguinte ou as demais -
Existe tambeacutem uma Reminiscecircncia Pessoal Evidecircncia oral especiacutefica das
experiecircncias de vida do informante (Wikipedia 2007)
Segundo Olga Rodrigues de Moraes Von Simson do Centro de Memoacuteria da
Unicamp a Histoacuteria Oral possibilita que indiviacuteduos pertencentes a categorias
sociais geralmente excluiacutedas da histoacuteria oficial possam ser ouvidos - deixando
registradas para anaacutelises futuras sua proacutepria visatildeo de mundo e aquela do grupo
social ao qual pertencem Apesar de ser um meacutetodo praacutetico e cada vez mais usado
a entrevista apresenta algumas deficiecircncias mas que podem de certa forma serem
superadas o entrevistado pode ter uma falha de memoacuteria pode criar uma
trajetoacuteria artificial se autocelebrar fantasiar omitir ou mesmo mentir O que
poderia ser percebido como um problema acaba se transformando em um recurso
uma vez que o proacuteprio entrevistador no ato de produccedilatildeo da narrativa histoacuterica natildeo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 35
deixa de produzir uma versatildeo do que entendeu ter acontecido Mesmo quando o
pesquisador tenha certeza de que o entrevistado esteja mentido conscientemente
cabe a ele entrevistador tentar entender as razotildees da mentira ou seja quais os
motivos que estatildeo levando a pessoa a mentir podendo ser aplicado o mesmo no
caso da ilusatildeo biograacutefica quando o indiviacuteduo faz uma produccedilatildeo artificial de si
mesmo No caso de esquecimento para ajudar suprir essa falha podem-se usar os
chamados apoios de memoacuteria como fotografias objetos e outras coisas que
possam ajudar o entrevistado a se recordar melhor dos fatos em pesquisa (op
cit)
Se formos analisar a credibilidade dos recursos de pesquisa histoacuterica sejam
documentos ou oralidade iremos nos deparar sempre com a interpretaccedilatildeo ou a
criacutetica pessoal de quem o fez cabendo ao pesquisador saber aproveitar as
informaccedilotildees que lhe conveacutem e criar suas proacuteprias consideraccedilotildees nenhum
documento pode nos dizer mais do que aquilo que o autor pensava ndash o que ele
pensava que havia acontecido queria que os outros pensassem que ele pensava ou
mesmo apenas o que ele proacuteprio pensava pensar Nada disso significa alguma
coisa ateacute que o historiador trabalhe sobre esse material e decifre-o eacute o que
comenta Edward Hallet Carr citado no site Wikipedia
A entrevista possibilita um contato direto com o atorautor da Histoacuteria Esse
envolvimento pode resultar num trabalho dinacircmico abrangente e ateacute mais realista
trazendo assim o passado para o presente
Agora vejamos os passos baacutesicos para realizar uma boa entrevista
COMO FAZER UMA ENTREVISTA
1 Preparar antes da entrevista um roteiro com alguns dos assuntos
importantes a abordar Ao partir para a entrevista eacute fundamental saber
o que vamos perguntar
2 Conversar com o entrevistado sobre nossos objetivos e descobrir se
realmente deseja colaborar conosco Natildeo se obriga ningueacutem a ser
entrevistado
3 Escolher local e hora apropriados para que a entrevista se decirc sem
interrupccedilotildees Num ambiente ou momento onde entrevistado ou
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 36
entrevistador estejam com pressa torna-se impossiacutevel agrave realizaccedilatildeo da
entrevista
4 Em lugar de apenas anotar o que o entrevistado diz eacute melhor e mais
adequado se possiacutevel levar um gravador para ficar tudo registrado de
tal forma que natildeo se perca parte alguma daquilo que o entrevistado
disse
5 A entrevista natildeo deve ser interrogatoacuterio e sim diaacutelogo
6 O entrevistador deve respeitar as opiniotildees do entrevistado mesmo
quando natildeo concordar com elas
7 O entrevistador deve dar oportunidade para que o entrevistado fale
tudo o que desejar no tempo que quiser
8 Nunca fazer nova pergunta enquanto o entrevistado ainda natildeo tiver
terminado de expor seu pensamento em relaccedilatildeo agrave pergunta anterior
Natildeo interromper desnecessariamente a fala do outro
professor-josimarblogspotcom200908historia-oral
REFEREcircNCIAS
SIMSON Olga Rodrigues de Moraes Von O que eacute Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
wwwcentrodememoriaunicampbrlahoindexhtm Acesso em 23 mai 2007
WIKIPEDIA Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
httpptwikipediaorgwikiHistAtildesup3ria_OralsearchInputsearchInput Acesso
em 23 mai 2007
httpwwwfeunbbrpieComo20fazer20uma20entrevistahtm
Professor Josimar Pais de Almeida
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 37
Sugestatildeo de Roteiro para realizar a entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistador
Nome do entrevistador
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Onde trabalha
Data local da entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistado
Nome
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Questionamento
Onde trabalha
Grau de escolaridade
Religiatildeo que frequumlenta
Tempo que mora na cidade de Rolacircndia
De onde veio sua famiacutelia
Vocecirc gosta de morar aqui
Porque vieram morar aqui
Do que sente saudades
Como era essa cidade quando vocecirc chegou aqui
Como vocecirc considera essa cidade hoje
Fale como era o lazer quando vocecirc era adolescente Como eacute seu lazer hoje
Fale sobre o namoro de antigamente As pessoas tinham um lugar para ldquopaquerarrdquo
Qual era a principal alimentaccedilatildeo das pessoas
Havia violecircncia Como era
Como eram as escolas Usava-se uniforme
Como eram as roupas Onde as comprava ou quem as confeccionava
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 38
Como era a educaccedilatildeo dos filhos
Havia igrejas Frequentava alguma no passado E hoje
O que era cultivado nas lavouras
Muitas pessoas moravam na zona rural
Como eram as habitaccedilotildees
Vocecirc se sente discriminado
O que vocecirc acha da escravidatildeo na eacutepoca da colonizaccedilatildeo do Brasil
Hoje ainda existe escravidatildeo
A fotografia na construccedilatildeo do material didaacutetico
Paulo Freire na ldquopedagogia do oprimidordquo pregava a liberdade atraveacutes da educaccedilatildeo e para
isso educava a partir de estiacutemulos retirados do cotidiano dos alunos aumentando
gradativamente o inverso dos mesmos Os estiacutemulos servem portanto como forma de
despertar a criatividade e o intelecto dos alunos Levando-se em consideraccedilatildeo que a
percepccedilatildeo visual eacute a forma mais objetiva de interaccedilatildeo do homem com o meio que o cerca
os estiacutemulos visuais atendem perfeitamente aos objetivos da educaccedilatildeo Antes mesmo da
escrita as comunicaccedilotildees visuais valendo-se de percepccedilatildeo visual ajuda a escrever a histoacuteria
da humanidade Associando-se aos seus conhecimentos o homem absorve a imagem
processa-a e retira dela suas proacuteprias conclusotildees A imagem dinacircmica ou estaacutetica eacute
portanto uma forma contumaz na divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo quer seja ela educacional
cientifica ou cultural difundindo conhecimentos desenvolvendo ideacuteias e formando
opiniotildees Jaacute em 1888 George Eastman referindo-se agrave fotografia afirmava ldquouma imagem
vale mais que mil palavrasrdquo e desde entatildeo a imagem fotograacutefica estaacute cada vez mais
presente no processo ensino aprendizagem de forma cada vez mais interativa A fotografia
e a questatildeo ambiental estatildeo relacionadas desde sua descoberta em1826 No inicio o
objetivo da fotografia era fazer um registro fiel da natureza Nas suas atividades os
cientistas utilizam cada vez mais a fotografia como instrumentaccedilatildeo de pesquisa registro de
dados apoio didaacutetico e principalmente na divulgaccedilatildeo dos resultados cientiacuteficos
introduzindo o conceito da fotografia cientiacutefica A fotografia eacute uma forma objetiva de
suporte para o ensino e a pesquisa eacute uma forma objetiva de documentaccedilatildeo ela tem o poder
de capturar nuances que muitas vezes passam despercebidas ao olho nu e isso aumenta o
aspecto de observaccedilatildeo do pesquisador A fotografia cientiacutefica tem que retratar o real
aparente a imagem como um instrumento de uma memoacuteria documental da realidade
Muitas vezes diante da dificuldade de deslocamento os professores lanccedilam matildeo da
fotografia para exemplificar e fixar conceitos educacionais tirando-os do imaginaacuterio e
trazendo para suas aulas de forma mais concreta wwwabedorgbrcongresso2007tc552007125857PMpdf
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 39
Trabalhando com fotografias e Histoacuteria Local
FIGURA 1
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
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FIGURA 2
httpjornalrolandianetblogspotcom201105familia-farina-fotografando-rolandiahtml
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FIGURA 3
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
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FIGURA 4
httpwwwpanoramiocomphoto9865842
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FIGURAS 5 E 6
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 44
FIGURA 7
httpwwwgooglecombrimgresq=FOTOS+ESCOLA+PADRE+JOSE+HERIONS+ROLANDIA
LEMBRETE AO (Agrave) PROFESSOR (A) Nossa proposta significa trabalhar com FONTE DOCUMENTAL As respostas das entrevistas consistem tambeacutem em FONTES DOCUMENTIAS E como tal devem ser interpretadas em sala de aula Qualquer material como fotos muacutesicas poemas imagens etc devem ser tratadas como FONTES u seja pergunta-se a estas QUEM FEZ QUANDO ONDE PARA QUEM POR QUEcirc OQUE QUER COMUNICAR E todos estes materiais necessitam de referecircncia como qualquer texto livro reportagem etc
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 45
Sugestatildeo de atividades para o aluno
Analise as fotografias (1-2-3-4-5-6-7) o Vocecirc conhece esses lugares que estatildeo representados nas fotos o Qual lugar da foto estaacute localizado mais perto de sua casa o Quais fotos representam lugar de lazer o Vendo as fotos onde podemos fazer nossas reflexotildees o O que estaacute na foto que incomoda a comunidade o Vocecirc conhece algumas pessoas das fotos Escreva os nomes das mesmas o Com qual foto vocecirc mais se identificou Justifique sua resposta o Escreva uma frase para cada fotografia o Essas fotos fazem parte da Histoacuteria de Rolacircndia Faccedila comentaacuterios
Sugestatildeo de atividades para o professor
1-Trabalhe com fotografias o Peccedila para seu aluno trazer fotos antigas da famiacutelia da comunidade etc o Faccedila perguntas para obter respostas o Dar oportunidade para um debate sobre as fotos trazidas pelos alunos o Formar grupo com trecircs alunos para eles escreverem sobre as fotos o Colocar em cartazes os resultados obtidos natildeo esquecer de registrar a eacutepoca e
lugar em que foi tirada a foto o Expor na escola para que outros alunos possam ler e analisar os trabalhos
realizados
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 46
Referecircncia bibliograacutefica do texto explicativo
BAUMAN Z Modernidade e ambivalecircncia Rio de Janeiro Jorge Zahar 1999
CAVALLEIRO E S Do silecircncio do lar ao silecircncio escolar racismo preconceito e discriminaccedilatildeo na educaccedilatildeo infantil 4 ed Satildeo Paulo Contexto 2005
FERREIRA Ricardo Franklin O brasileiro o racismo silencioso e a identidade afro-descendente Psicologia e Sociedade Belo Horizonte v 14 n 1 p 69-86 janjun 2002
FIGUEIREDO Luis Claudio Mendonccedila Revisitando as psicologias da epistemologia agrave eacutetica das praacuteticas e discursos psicoloacutegicos 3 ed Petroacutepolis Vozes 2004
FREITAS Patriacutecia de Sobre a Lei 10639 o ensino de histoacuteria e a cultura afro-brasileira OPSIS Catalatildeo v 10 n 1 p15-28 janjun 2010
GONCcedilALVES Rita de Caacutessia LISBOATeresa Kleba Sobre o meacutetodo de Histoacuteria oral em sua modalidade trajetoacuteria de vida Revista Kataacutel Florianoacutepolis v 10 n especial p 83-92 2007
REIS Faacutetima A implementaccedilatildeo da Lei 1063903 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwwebartigoscomarticles39841A-Implementacao-Da-Lei-1063903pagina1htmlgt Acesso em 20 abr 2011
RODRIGUES N Os africanos no Brasil 5 ed Satildeo Paulo Nacional 1977
SCHMIDT Maria auxiliadora CAINELLI Marlene Ensinar histoacuteria Satildeo Paulo Scipione 2004
- Paacutegina em branco
-
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 9
O pesquisador deve orientar a pesquisa para buscar referecircncias objetivas sobre o
tema pesquisado a entrevista eacute a estrateacutegia mais comum na coleta de dados
pode ser captada com gravaccedilatildeo ou transcriccedilatildeo escrita Eacute importante haver
controle sobre o universo de amostras e o tipo de entrevista em nosso caso
usaremos a entrevista aberta o conhecimento da atitude do entrevistador do
lugar onde se faz a entrevista e o trabalho de anaacutelise e reflexatildeo sobre os
resultados O trabalho com oralidade no trabalho de histoacuteria precisa-se considerar
que a reflexatildeo acompanhe todo o processo
Pode se trabalhar os depoimentos pessoais com base na escolha de temas comuns consultados em diferentes fontes procurando explorar os conteuacutedos sem desvinculaacute-las das categorias mais ampla das estruturas social econocircmica e poliacutetica Eacute importante evitar o que Dosse chamou de ldquohistoacuteria em migalhasrdquo (Schmidt Cainelli 2004 p 127)
Para que a histoacuteria oral se torne significativa seraacute necessaacuterio
planejar cuidadosamente o trabalho a ser desenvolvido definir objetivos verificar
os recursos disponiacuteveis selecionar as estrateacutegias adotadas como entrevistar
pessoas da comunidade em que estaacute inserida Focando um tema desejado no
caso o afrodescendente e o resgate de sua cultura hoje Ao entrevistar pessoa da
comunidade para resgatar sua trajetoacuteria de vida em um determinado local
ampliamos o conhecimento para aleacutem dessa comunidade
Com elemento constitutivo da transposiccedilatildeo didaacutetica do saber histoacuterico para o saber escolar a histoacuteria local pode ser vista como estrateacutegia pedagoacutegica Trata-se de uma forma de abordar a aprendizagem a construccedilatildeo e a apreensatildeo do conhecimento histoacuterico com proposiccedilotildees que podem ser articuladas em interesses do aluno suas aproximaccedilotildees cognitivas suas experiecircncias culturais e com a possibilidade de desenvolver atividades diretamente vinculadas agrave vida cotidiana Com estrateacutegia de aprendizagem a histoacuteria local pode garantir uma melhor apropriaccedilatildeo do conhecimento histoacuterico baseado em recortes selecionados do conteuacutedo os quais seratildeo integrados no conjunto do conhecimento (VAZQUEZ apud Schmidt Cainelli 2004p113)
Na coleta e tratamento de entrevistas a memoacuteria eacute de fundamental
importacircncia para os historiadores e para outros profissionais porque por meio dela
ldquolemosrdquo periacuteodos histoacutericos chegamos a determinados sujeitos sociais excluiacutedos
ou esquecidos da Histoacuteria A memoacuteria possui ldquolugaresrdquo que nos permitem lembrar
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 10
como museus muacutesicas literatura ldquocausosrdquo etc A memoacuteria pode ser individual ou
coletiva mas para evocar lembranccedilas eu preciso de memoacuteria do outro para
transformar a minha memoacuteria na ldquonossa memoacuteriardquo
Construccedilatildeo da entrevista
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Analisar os itens abaixo com muita atenccedilatildeo e comprometimento
2-Destacar esses itens em um cartaz para natildeo ser esquecidos
3-Formar grupos para a simulaccedilatildeo de uma entrevista dentro da sala de aula
4- Para se realizar a entrevista de campo seraacute necessaacuterio um entrevistador amp
aluno auxiliarequipe de transcriccedilatildeo aluno-transcritor aluno-conferente
professor-conferente
Condutas a serem consideradas no trabalho de campo (antes e durante a entrevista)
-Ao solicitar permissatildeo para realizar a entrevista comportar-se
corretamente e com boas maneiras
-Ter o maacuteximo respeito ao conversar com o entrevistado
-Ouvir o que outra pessoa considera importante dizer
-Manter o contato visual durante a entrevista manter o olhar e a
atenccedilatildeo dirigidos para o entrevistado
-Responder as perguntas que o entrevistado fizer sobre o
entrevistador e o projeto
-Explicar para o entrevistado como o seu depoimento eacute
importante e contribui para a memoacuteria da Histoacuteria da comunidade
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 11
-Atitude vocecirc estaacute tentando aprender um pouquinho ou fazer que
algueacutem lhe contem histoacuterias Lembre-se na entrevista eles que
tecircm os conhecimentos
-Respeitar os pedidos do entrevistado
No processamento e interpretaccedilatildeo
Fidelidade e zelo na transcriccedilatildeo na
conferecircncia e na anaacutelise das
entrevistas
Nem uma palavra do entrevistado
pode ser desprezada
Na representaccedilatildeo dos resultados agrave comunidade
Apresentar os resultados da pesquisa para a comunidade de forma
transparente respeitando as informaccedilotildees coletadas nas entrevistas
Dando enfoque a este trabalho atraveacutes de entrevistas e da
histoacuteria local deveraacute ser resgatado o tema de Ferreira (2002) quando ele fala
sobre ldquoO brasileiro o racismo silencioso e a emancipaccedilatildeo do afrodescendenterdquo
Nelson Rodrigues ldquoespecialistardquo em denunciar aquilo que se esconde por detraacutes
das aparecircncias aponta uma farsa da qual muitas vezes o brasileiro se orgulha
que o Brasil vive em uma ldquodemocracia racialrdquo
O preconceito contra o negro em funccedilatildeo de o mito que o nega
torna-se difiacutecil de ser compreendido e combatido Existe um tratamento cordial
levando a crer que a discriminaccedilatildeo etnoracial natildeo existe Mesmo tendo
consciecircncia disso poreacutem considera um problema do outro No Brasil o preconceito
natildeo eacute abertamente afirmado por isso se torna difiacutecil agrave elaboraccedilatildeo de leis que
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 12
favoreccedila a reversatildeo A ideologia eacute que no Brasil as diferenccedilas satildeo aceitas e
valorizadas um verdadeiro exemplo para outras naccedilotildees encobre o problema Em
funccedilatildeo disso satildeo negados para os negros as condiccedilotildees de viver melhor e exercer
a cidadania
Segundo Cavalleiro (2005) tais depoimentos revelam que nos
lares de famiacutelias negras e na escola a maneira mais silenciosa de se lidar com o
preconceito eacute o silecircncio O termo ldquomorenordquo era para se auto-referir as
caracteriacutesticas etnoraciais Parece politicamente chamar de moreno o
afrodescendente uma estrateacutegica simboacutelica de fuga da discriminaccedilatildeo Questotildees
que se tornam difiacuteceis de se lidar no Brasil Em torno do seacuteculo XIV o homem
ocidental lanccedilou-se no mundo das Grandes Navegaccedilotildees deparou-se com um
universo de diversidade Ele precisava-se organizar de maneira segura em sua
realidade atraveacutes de reflexotildees conseguiu controlar os acontecimentos Bauman
(1999) nos direciona a uma das chaves da compreensatildeo da construccedilatildeo da
subjetividade do homem moderno O processo de qualificar obsessotildees da
civilizaccedilatildeo ocidental constitui-se nos atos de incluir o semelhante num padratildeo
considerado correto excluindo o diferente Ordem e progresso condiccedilotildees que
legitimavam transformaccedilotildees do outro no mesmo Para o africano escravizado
tornar-se cristatildeo apagar sua histoacuteria atraveacutes de um processo de branqueamento
e aculturaccedilatildeo tornaacute-lo branco Essa ideacuteia foi defendida no iniacutecio do seacuteculo XX por
vaacuterios cientistas e intelectuais brasileiros que eram representantes das ldquoverdadesrdquo
estabelecidas Schwarcz (1998) e Consorte (1999) analisaram esse periacuteodo havia
justificativas consideradas cientificas que legitimavam o eurocentrismo [] Para
Larkin Nascimento (2000) apoiara-se em duas condiccedilotildees baacutesicas a imigraccedilatildeo em
massa subsidiada pelo Estado sob legislaccedilatildeo que excluiacutea raccedilas natildeo desejaacuteveis
e o cultivo do ideal do embranqueamento Apoacutes vaacuterias reflexotildees podem ser
apontados alguns itens que favoreceram o preconceito no Brasil A concepccedilatildeo
constitutiva do mundo ocidental que se desenvolveu na modernidade com uma
questatildeo de ordem desvalorizando ou eliminando o diferente O africano era visto
como mero objeto de uso Apoacutes a aboliccedilatildeo surge a inferioridade racial do negro
apoiada pela ciecircncia prevendo sua extinccedilatildeo na constituiccedilatildeo do povo brasileiro
Para Gilberto Freyre nos anos trinta o mesticcedilo passa a ser louvado como siacutembolo
de nossa identidade Primeiro a desvalorizaccedilatildeo depois a exaltaccedilatildeo surgindo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 13
assim o mito da ldquodemocracia racialrdquo aqui estaacute a construccedilatildeo do racismo silencioso
Uma visatildeo negativa do afrodescendente e um discurso contraacuterio tentando negaacute-la
(apud Ferreira 2002) Em funccedilatildeo da desvalorizaccedilatildeo da pessoa negra elas
tendem a introjetar a visatildeo dominante do mundo branco visto como superior Para
Pereira (1987 apud Ferreira 2002 p75) a escola eacute um lugar onde a crianccedila
alimenta subliminarmente a figura do negro ldquocaricaturalrdquo No plano de
relacionamentos a escola reproduz naquele microcosmo a mesma estrutura de
relaccedilatildeo que se daacute na sociedade brasileira como um todo Assim a escola em
lugar de reversatildeo do problema estimula o estereotipo soacutecias do negro e sua
submissatildeo aos valores do outro Estimulada a visatildeo de um mundo cultural
eurocentrico cria um processo pedagoacutegico que leva o afrodescendente inibir sua
capacidade de expor seu saber e sentir-se como cidadatildeo
Construccedilatildeo de Conceitos
Sugestatildeo de atividade para o (a) aluno (a)
1- Estudo dos termos existentes nos documentos incluiacutedos no projeto como
democracia racial preconceito discriminaccedilatildeo afrodescendente diversidade
etnoracial cotidiano moreno branqueamento eurocentrismo racismo silencioso
Atraveacutes de pesquisas orientadas pala professora
2-Promover um debate sobre os termos estudados na atividade 1
3-Atividade em dupla Apoacutes o debate entre professora e alunos produzir um
texto
4-Todos os textos seratildeo analisados pela professora e alunos
5- Apoacutes pesquisar conceitos para os termos da atividade (1) montar um painel
com resultados obtidos e expor para outras turmas na escola (atividade seraacute
realizada em grupo de quatro alunos)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 14
Para refletir pesquisar e responder em seu caderno
1-Escreva o que vocecirc entendeu por racismo preconceito e discriminaccedilatildeo
2-Existe discriminaccedilatildeo no Brasil Justifique
3-Vocecirc jaacute foi discriminado alguma vez Relate
4-Vocecirc jaacute presenciou situaccedilotildees de discriminaccedilatildeo na escola
5-Vocecirc jaacute discriminou alguma pessoa Justifique
6-Escreva algum tipo de discriminaccedilatildeo que existe na comunidade em que
vocecirc mora
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor
1-Decirc sugestotildees como a escola deve agir ao perceber a discriminaccedilatildeo entre
os educandos
2- Usar para pesquisas o link
wwwuelbrprojetosleoafropagespublicacoesphp
Essas leituras podem contribuir para o seu plano de aula
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 15
Segundo Helms (1985 apud Ferreira 2002 p78) pessoas
envolvidas agrave descriminaccedilatildeo natildeo se encaixam em nenhum grupo satildeo
desqualificadas por ser negro e desvalorizam-se como pessoa Mudanccedilas podem
ocorrer a partir de exposiccedilatildeo de eventos que envolvem informaccedilotildees nos aspectos
culturais como danccedilas festas muacutesicas estudos leituras filmes e outras que
possam usaacute-las com referecircncia pessoal No iniacutecio eacute um desafio para o sujeito
envolvido mas aos poucos vai superando quando descobre que seus valores e
sua visatildeo de mundo natildeo permitem mais dominaccedilatildeo A participaccedilatildeo em grupo de
militacircncia voltados para valores com objetivos culturais e poliacuteticos pode favorecer
a reconstruccedilatildeo pessoal dos interlocutores que vivem o problema realizando um
exerciacutecio de padrotildees negativos introjetados e analisando a histoacuteria omitida A
militacircncia pode transformar a vergonha de ser negro em orgulho de ser negro
onde ele passa a ter uma nova histoacuteria intensificando a luta que jaacute vem desde a
escravidatildeo Com a recuperaccedilatildeo das matrizes curriculares africanas a histoacuteria da
diaacutespora reivindicaccedilotildees poliacuteticas sociais o afrodescendente pode ser visto com
qualidades que o outro natildeo percebia e ao mesmo tempo os aspectos culturais
que tambeacutem o constituem Atraveacutes de trabalhos cuidadosamente estudados eacute
muito importante que a pessoa branca deixe de negar suas raiacutezes culturais
africanas e tambeacutem indiacutegenas assim como o negro brasileiro suas raiacutezes
culturais europeacuteias e tambeacutem indiacutegenas Portanto eacute neste objetivo que este
projeto de ensino de histoacuteria se insere no (re) pensar sobre a cultura
afrodescendente de modo a dar condiccedilotildees para o (a) aluno(a)enfrentar com
consciecircncia criacutetica os desafios de um cotidiano ainda pautado em representaccedilotildees
preconceituosas
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Comportamento reflexivo pela natildeo-discriminaccedilatildeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Qual a importacircncia dos movimentos de militacircncia para os que se sentem
excluiacutedos da sociedade
2-Realizar pesquisas em outros autores para saber mais sobre os movimentos
de militacircncia dos afrodescendentes
3-Na sua opiniatildeo como superar a discriminaccedilatildeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1- Trabalhar ldquovaloresrdquo sempre que perceber discriminaccedilatildeo entre os educandos
2- Sempre que for possiacutevel trabalhar temas ou textos sobre diversidade que
podem ser vistos em todas as disciplinas
3- Orientar os educandos em sala de aula para que realizem atividades sobre
diversidade como analisar figuras fotos montar paineacuteis confecccedilotildees de cartazes
recorte e colagem de figuras produccedilatildeo de textos etc
Negros e brancos na redaccedilatildeo de Maria Claudia
No trecho a seguir o escritor Pedro Bandeira apresenta-nos a redaccedilatildeo escrita por
Maria Claudia Segundo ele quando escreveu Maria Claudia ainda natildeo tinha
nove anos Era uma crianccedila como tantas outras que ocupam as milhares salas de
aula do Brasil Vejamos como Maria Claudia vecirc a questatildeo das diferenccedilas entre o
branco e o negro
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ldquoOs brancos satildeo muito diferentes dos negros Mas depende do branco e depende
do negro Na minha caixa de laacutepis de cor o branco natildeo serve para nada Soacute o
preto eacute que serve para desenhar Com o giz a gente desenha na lousa Com o
carvatildeo a gente desenha um bigode na cara do Paulinho para a festa de Satildeo
Joatildeo Nesse negoacutecio de muacutesica natildeo tem branco Soacute tem preto Todos os discos
que eu conheccedilo satildeo pretos Nunca vi um disco branco O papel eacute branco e eacute
igualzinho o papel preto chamado carbono que escreve embaixo tudo o que a
gente escreve em cima A noite eacute preta mas o dia natildeo eacute branco O dia eacute azul
Entatildeo o preto da noite eacute soacute da noite Natildeo eacute igual nem eacute diferente de nada O leite
eacute branco e o cafeacute eacute preto De cafeacute eu natildeo gosto Tambeacutem natildeo gosto de leite
quando ele estaacute branco Prefiro misturar com chocolate E aiacute o leite fica marrom
Marrom como a minha amiga Patriacutecia Outro dia me disseram que a Patriacutecia eacute
negra mas ela eacute marrom Eu estou com raiva dela porque ela tirou uma nota
melhor do que eu na prova de matemaacutetica Mas eu natildeo quero ser diferente dela
Vou estudar bastante Na proacutexima prova eu e ela vamos ficar iguaisrdquo
BANDEIRA Pedro A redaccedilatildeo da Maria Claudia in Grupo de trabalho para assuntos afro-
brasileiros Salve o 13 de maio Satildeo Paulo SE 1988 p7
Refletindo sobre o texto
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Analisar o texto e responder as questotildees abaixo
11 Na redaccedilatildeo de Maria Claudia o que satildeo mais importantes as coisas brancas
as coisas negras ou a mistura das coisas
12 ldquoO papel eacute branco e eacute igualzinho o papel preto chamado carbono que escreve
embaixo tudo o que a gente escreve em cimardquo Comparando a Histoacuteria com o
papel branco e o carbono seraacute que por detraacutes de toda a histoacuteria dos brancos natildeo
existe tambeacutem uma histoacuteria de negros Seraacute que a histoacuteria do negro eacute igual agrave do
branco
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 18
13 Pela redaccedilatildeo de Maria Claudia o negro eacute inferior ao branco Vocecirc concorda
com Maria Claudia
14 Como vocecirc se relaciona com seus amigos negros
Formando crianccedilas livres de preconceitos
Sugestatildeo de atividades para o(a) professor(a)
ATENCcedilAtildeO A PARTIR DESTE MOMENTO
TRANSCREVEMOS O TEXTO DE UM BLOG COM
ALGUMAS ADAPTACcedilOtildeES DE DIAGRAMACcedilAtildeO
Construir Notiacutecias por Moacir Pereira Juacutenior (httpserinteiroblogspotcomsearchlabelEducaC3A7C3A3o)
As crianccedilas natildeo satildeo naturalmente preconceituosas Elas aprendem a ser com os adultos Aproveite essa fase essencial da vida de todo ser humano que eacute a infacircncia e valorize sentimentos e valores positivos que esses pequenos e especiais seres trazem em sirdquo Educaccedilatildeo Infantil e dos 1ordm 2ordm e 3ordm anos do Ensino Fundamental Sugiro duas formas de iniciar o projeto uma para alunos que ainda natildeo dominam a escrita e outra para alunos com domiacutenio da escrita Realizando o projeto com crianccedilas da Educaccedilatildeo Infantil e dos 1ordm 2ordm e 3ordm anos do Ensino Fundamental pode-se comeccedilar a trabalhar o tema fazendo uma dinacircmica
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1- Dinacircmica das flores leve flores de diferentes cores e formas para a classe e deixe que cada aluno escolha uma Depois pergunte o que chamou a atenccedilatildeo deles para escolher aquela flor Peccedila-lhes que percebam as diferentes cores o perfume a textura as diferentes formas Chame sua atenccedilatildeo para o fato de as flores serem diferentes e nem por isso menos belas e apreciadas Em seguida peccedila que olhem uns para os outros Assim como as flores cada um eacute diferente mas natildeo menos importante Muitas coisas variam cor e tipo de cabelo formato e cor dos olhos tamanho do nariz altura cor da pele etc
2- Dinacircmica das cores leve um aparelho de som para a classe e coloque uma muacutesica suave Espalhe vaacuterios laacutepis ou gizes de cera de vaacuterias cores sobre a mesa e peccedila para as crianccedilas escolherem a cor que mais lhes agrada Haveraacute cores iguais e cores diferentes Converse com elas sobre como seria o mundo se tudo fosse de uma soacute cor mdash azul por exemplo E se tudo fosse amarelo Ou vermelho Seraacute que elas comeriam uma banana azul Ou um morango cinza Sim Natildeo Por quecirc Pode-se debater se eacute bom haver cores diferentes e o porquecirc Depois peccedila que olhem uns para os outros Assim como as cores cada um eacute diferente Muitas coisas variam cor e tipo de cabelo formato e cor dos olhos tamanho do nariz altura cor da pele Pergunte que cor de laacutepis ou giz eacute mais parecido com a cor da pele de cada um (Caso algum aluno diga que sua cor eacute ldquofeiardquo procure fazecirc-lo se sentir valorizado Esse momento seraacute propiacutecio para melhorar a autoestima dessa crianccedila)
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Dinacircmicas para os Proacuteximos Anos do Ensino Fundamental Comeccedilando com jovens do 4ordm e 5ordm anos do Ensino Fundamental o projeto eacute basicamente trocar ideacuteias debater e discutir para se chegar a uma mudanccedila de atitude
1- Discutindo preconceito de gecircnerosexismo
2- Discutindo as diferenccedilas (porte de deficiecircncia obesidade etc)
3- Discutindo preconceito racial e eacutetnico
1- Discutindo preconceito de gecircnerosexismo Questione os alunos ldquoMenino brinca de bonecardquo Peccedila previamente aos alunos para trazerem de casa figuras de diversos profissionais Sente-se em roda com eles e analise as figuras Que profissotildees satildeo mais retratadas Essas profissotildees estatildeo mais ligadas a homens ou a mulheres Haacute profissotildees predominantemente masculinas ou femininas Por quecirc Faccedila cartazes com frases comumente ouvidas como por exemplo ldquoMenino natildeo chorardquo ldquoEsta brincadeira natildeo eacute para meninasrdquo ldquoMenino natildeo usa cor-de-rosardquo ldquoMenina eacute mais fraacutegil que meninordquo ldquoMenina natildeo senta de perna abertardquo ldquoMenino natildeo deve danccedilar baleacuterdquo etc Mostre os cartazes aos alunos e pergunte que outras frases eles jaacute ouviram Questione por que dizem que meninos e meninas natildeo podem fazer tais coisas Quem determinou isso Se possiacutevel traga gravuras que mostrem o contraacuterio do que estaacute escrito nos cartazes Peccedila que as crianccedilas levem histoacuterias em quadrinhos para a sala de aula (Turma da Mocircnica Walt Disney etc) Leia as histoacuterias com eles e chame sua atenccedilatildeo para o papel que eacute reservado agraves meninas (Satildeo sempre as fofoqueiras Satildeo choronas Satildeo consideradas fraacutegeis) E os meninos como satildeo retratados (ativos liacutederes espertos) Leia com eles alguns contos de fadas e analise o papel das mulheres (princesas esperando serem salvas cuja realizaccedilatildeo eacute casar e ser feliz para sempre) Peccedila-lhes que reescrevam um conto de fadas invertendo os papeacuteis masculinos e femininos Se possiacutevel dramatize o novo conto de fadas com a inversatildeo de papeacuteis
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httpcaixinhadecoresblogspotcom200810meninos-e-bonecas-por-que-nohtml
2- Discutindo as diferenccedilas (porte de deficiecircncia obesidade etc) Alunos portadores de deficiecircncia (fiacutesica ou mental) alunos obesos de baixa estatura ou que usam oacuteculos enfim que possuem caracteriacutesticas fiacutesicas que chamam a atenccedilatildeo tambeacutem costumam sofrer algum tipo de discriminaccedilatildeo e comumente satildeo alvo de piadas e comentaacuterios geralmente ofensivos por parte dos colegas e de alguns adultos Veja abaixo algumas atividades para trabalhar esse tema bull Montar um mural com personalidades que apresentem caracteriacutesticas fiacutesicas que fogem aos padrotildees e questionar o conceito de feio e bonito bull Promover a leitura de livros que abordem agrave temaacutetica do preconceito bull Fazer dramatizaccedilatildeo dos livros lidos bull Organizar a turma em grupos e encarregar cada um de elaborar uma histoacuteria sobre uma crianccedila com uma caracteriacutestica fiacutesica ou mental especial Terminadas as histoacuterias organizaacute-las em um livro e se possiacutevel providenciar uma coacutepia para cada aluno bull Montar na sala de aula um mural onde a crianccedila possa desabafar Se durante o dia algueacutem disser algo que a ofenda ou magoe ela escreve o que aconteceu e quem foi o autor e deixa ali uma mensagem de desagravo para o ofensor Acompanhe o teor do que aparece escrito e converse com os conflitantes Esse tipo de atitude poderaacute ajudar caso vocecirc tenha alunos comumente alvo de discriminaccedilatildeo (seja por raccedila cor tamanho porte de alguma deficiecircncia etc)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 22
3- Discutindo preconceito racial e eacutetnico Peccedila que cada aluno monte a sua histoacuteria (e a da famiacutelia) falando do brinquedo preferido da comida de que mais gosta da famiacutelia etc Monte um livro com todas as histoacuterias dos alunos e pergunte ldquoComo seria o mundo se todos fossem iguaisrdquo Confecccedilatildeo de bonecos eacute raro encontrar no mercado bonecas negras orientais e indiacutegenas o que contribui para reforccedilar a exclusatildeo das crianccedilas desses grupos Se houver possibilidade envolva matildees pais parentes das crianccedilas e confeccionem juntos marionetes e bonecos que representem pessoas negras Evite estereoacutetipos (por exemplo negros sempre pobres ou sempre jogadores de futebol) Monte com as crianccedilas um teatrinho em que haja personagens brancas negras e amarelas em papeacuteis de igual valor (evite dar sempre os papeacuteis de destaque para alunos brancos) Monte um mural com os personagens preferidos das crianccedilas Verifique se haacute algum negro ou oriental Crie com os alunos personagens de diferentes etnias e envolva as crianccedilas na elaboraccedilatildeo de uma histoacuteria em quadrinhos (HQ) Aproveite o momento para trabalhar com a turma os diferentes povos que formaram a atual populaccedilatildeo brasileira Qual a ascendecircncia de cada um Divida a classe em grupos e encarregue cada um de pesquisar um povo e sua contribuiccedilatildeo para a formaccedilatildeo da cultura brasileira na liacutengua na alimentaccedilatildeo nos costumes etc Depois de estudar os diferentes povos que colonizaram o Brasil e contribuiacuteram para a formaccedilatildeo do povo brasileiro monte com as crianccedilas uma feira das naccedilotildees Cada grupo pode usar trajes tiacutepicos fazer performances cantar enfim o que a sua criatividade sugerir Se possiacutevel envolva toda a comunidade escolar nessa feira abrindo-a para a participaccedilatildeo dos pais in Construir Notiacutecias por Moacir Pereira Juacutenior (httpserinteiroblogspotcomsearchlabelEducaC3A7C3A3o)
ATENCcedilAtildeO A PARTIR DESTE MOMENTO NAtildeO
MAIS TRANSCREVEMOS O BLOG
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 23
Trabalhando com muacutesica
ldquoA muacutesica eacute uma forccedila geradora de vida uma energia que
envolve o nosso ser inteiro atuando de forma poderosa sobre
o nosso corpo mente e coraccedilatildeo Aleacutem de alegrar unir e
consagrar mensagens e valores disciplinar e socializar a
muacutesica forma o caraacuteter e favorece o desenvolvimento integral
da personalidade o equiliacutebrio emocional e socialrdquo (profordf
compositora e regente Miacuteria Therezinha Kolling)
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Fazer leitura da letra da muacutesica
2-Procurar no dicionaacuterio o significado das palavras
3-Ouvir a muacutesica de Caetano Veloso
4-Cantar a muacutesica
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1-Fazer anaacutelise da muacutesica junto com os alunos
2-Fazer comentaacuterios sobre a muacutesica
3- Escrever um texto coletivo com os alunos sobre o tema ldquoNavio Negreirordquo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 24
O Navio Negreiro
Caetano Veloso
Composiccedilatildeo Castro Alves
O Navio Negreiro
Estamos em pleno mar
Era um sonho dantesco o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho
Em sangue a se banhar
Tinir de ferros estalar do accediloite
Legiotildees de homens negros como a noite
Horrendos a danccedilar
Negras mulheres suspendendo agraves tetas
Magras crianccedilas cujas bocas pretas
Rega o sangue das matildees
Outras moccedilas mas nuas espantadas
No turbilhatildeo de espectros arrastados
Em acircnsia e maacutegoa vatildes
E ri-se a orquestra irocircnica estridente
E da ronda fantaacutestica a serpente
Faz doudas espirais
Se o velho arqueja se no chatildeo resvala
Ouvem-se gritos o chicote estala
E voam mais e mais
Presa dos elos de uma soacute cadeia
A multidatildeo faminta cambaleia
E chora e danccedila ali
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 25
Um de raiva delira outro enlouquece
Outro que de martiacuterios embrutece
Cantando geme e ri
No entanto o capitatildeo manda a manobra
E apoacutes fitando o ceacuteu que se desdobra
Tatildeo puro sobre o mar
Diz do fumo entre os densos nevoeiros
Vibrai rijo o chicote marinheiros
Fazei-os mais danccedilar
E ri-se a orquestra irocircnica estridente
E da ronda fantaacutestica a serpente
Faz doudas espirais
Qual num sonho dantesco as sombras voam
Gritos ais maldiccedilotildees preces ressoam
E ri-se Satanaz
Senhor Deus dos desgraccedilados
Dizei-me voacutes Senhor Deus
Se eacute loucura se eacute verdade
Tanto horror perante os ceacuteus
Oacute mar por que natildeo apagas
Coa esponja de tuas vagas
De teu manto este borratildeo
Astros noite tempestades
Rolai das imensidades
Varrei os mares tufatildeo
Quem satildeo estes desgraccedilados
Que natildeo encontram em voacutes
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fuacuteria do algoz
Quem satildeo Se a estrela se cala
Se a vaga agrave pressa resvala
Como um cuacutemplice fugaz
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 26
Perante a noite confusa
Dize-o tu severa musa
Musa libeacuterrima audaz
Satildeo os filhos do deserto
Onde a terra esposa a luz
Onde voa em campo aberto
A tribo dos homens nus
Satildeo os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidatildeo
Homens simples fortes bravos
Hoje miacuteseros escravos
Sem ar sem luz sem razatildeo
Satildeo mulheres desgraccediladas
Como Agar o foi tambeacutem
Que sedentas alquebradas
De longe bem longe vecircm
Trazendo com tiacutebios passos
Filhos e algemas nos braccedilos
Nalma laacutegrimas e fel
Como Agar sofrendo tanto
Que nem o leite do pranto
Tecircm que dar para Ismael
Laacute nas areias infindas
Das palmeiras no paiacutes
Nasceram crianccedilas lindas
Viveram moccedilas gentis
Passa um dia a caravana
Quando a virgem na cabana
Cisma das noites nos veacuteus
Adeus oacute choccedila do monte
Adeus palmeiras da fonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 27
Adeus amores adeus
Senhor Deus dos desgraccedilados
Dizei-me voacutes Senhor Deus
Se eu deliro ou se eacute verdade
Tanto horror perante os ceacuteus
Oacute mar por que natildeo apagas
Coa esponja de tuas vagas
De teu manto este borratildeo
Astros noite tempestades
Rolai das imensidades
Varrei os mares tufatildeo
E existe um povo que a bandeira empresta
Pra cobrir tanta infacircmia e cobardia
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria
Meu Deus meu Deus mas que bandeira eacute esta
Que impudente na gaacutevea tripudia
Silecircncio Musa chora chora tanto
Que o pavilhatildeo se lave no seu pranto
Auriverde pendatildeo de minha terra
Que a brisa do Brasil beija e balanccedila
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperanccedila
Tu que da liberdade apoacutes a guerra
Foste hasteado dos heroacuteis na lanccedila
Antes te houvessem roto na batalha
Que servires a um povo de mortalha
Fatalidade atroz que a mente esmaga
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu na vaga
Como um iacuteris no peacutelago profundo
Mas eacute infacircmia demais
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 28
Da eteacuterea plaga
Levantai-vos heroacuteis do Novo Mundo
Andrada arranca este pendatildeo dos ares
Colombo fecha a porta de teus mares
(endereccedilo do viacutedeo para assistir clip da muacutesica)
(httpwwwyoutubecomwatchv=1Osbp0IMYRM)
Trabalhando com poema
Terra roxa e outras terras- Revista de Estudos Literaacuterios
Ana Claudia Duarte Mendes (UEMSUEL)
A literatura do poema ldquoVozes de Mulheresrdquo de Conceiccedilatildeo Evaristo a partir de
uma perspectiva de construccedilatildeo da memoacuteria possibilita-nos observar a existecircncia
de uma literatura adjetivada afro-brasileira A poesia analisada estaacute inserida em
um contexto no qual o poeta assume o ponto de vista negro Ao narrar a trajetoacuteria
de mulheres negras preservada na memoacuteria coletiva revela a ancestralidade que
se projeta no presente e prepara o futuro
O poema pertence a um tempo e lugar histoacuterico no mesmo instante transcende
essa condiccedilatildeo supera-a ldquoO poema eacute tempo arquetiacutepico e por secirc-lo eacute tempo que
se encarna na experiecircncia concreta de um povo um grupo ou uma seitardquo (Paz
1972 54) A contradiccedilatildeo ndash essecircncia do poema- que ao se encarnar revela-se
histoacuterico ao mesmo tempo em que eacute presente a cada nova leitura atualiza-se e
se projeta enquanto futuro Ao poeta eacute impossiacutevel fugir da histoacuteria mesmo quando
compotildee algo completamente diverso desta pois suas palavras satildeo sociais e
histoacutericas A revelaccedilatildeo poeacutetica consagra a experiecircncia humana (Paz 1972 55)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 29
por ser a poesia imagem A palavra poeacutetica ao se compor enquanto imagem
conforma o isto e o aquilo no mesmo instante Diz o indiziacutevel
O poeta consagra sempre umas experiecircncias histoacutericas que pode ser pessoal
sociais ou ambas as coisas ao mesmo tempo Mas ao falar-nos de todos estes
sucessos sentimentos experiecircncias e pessoas o poeta nos fala de outra coisado
que estaacute fazendo diante de noacutes e em noacutes E mais ainda leva-nos a repetir a
recriar seu poema a nomear aquilo que nomeia e ao fazecirc-lo revela-nos o que
somos (Paz 1972 57)
Como o poema surge na construccedilatildeo a partir da memoacuteria nos atrevemos a
dialogar com a obra de Gizecirclda Melo do nascimento Feitio de viver memoacuterias de
descendentes de escravos de 2006 O livro registra e interpreta a narrativa de
mulheres negras fortes e determinadas a contarem suas trajetoacuterias memoacuterias
individuais e coletivas O olhar para o presente na esperanccedila do futuro sem
alijarem-se do passado ancestral Esta perspectiva nos permitiraacute iluminar o
poema siacutentese do vivido
Vozes-Mulheres de Conceiccedilatildeo Evaristo
A voz da minha bisavoacute ecoou
crianccedila
nos porotildees do navio
Ecoou lamentos
de uma infacircncia perdida
A voz de minha avoacute
ecoou obediecircncia
aos brancos-donos de tudo
A voz de minha matildee
ecoou baixinho revolta
no fundo das cozinhas alheias
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 30
debaixo das trouxas
roupagens sujas dos brancos
pelo caminho empoeirado
rumo agrave favela
A minha voz ainda
ecoa versos perplexos
com rimas de sangue
e
fome
A voz de minha filha
recolhe todas as nossas vozes
recolhe em si
as vozes mudas caladas
engasgadas nas gargantas
A voz de minha filha
recolhe em si
a fala e o ato
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1- Comente a partir do seu proacuteprio olhar o poema da referida autora O
comentaacuterio pode ser tanto teacutecnico (observacircncia da estrutura do poema) quanto
conteudiacutestico (como vocecirc avalia o poema a partir de suas impressotildees pessoais)(A
obra de Conceiccedilatildeo Evaristo eacute facilmente encontrada na Internet) Trabalhar com
os alunos outros poemas
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 31
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno(a)
1- Analisar o poema e reescrever em cada
verso seu significado
A voz de minha bisavoacute
A voz de minha avoacute
A voz de minha matildee
A minha voz
A voz da minha filha
2- Fazer comentaacuterios sobre o poema em sala
de aula professor (a) e alunos
3- Ilustrar o poema usando sua
criatividade
4-Com os desenhos prontos formar grupos
com trecircs alunos e criar uma histoacuteria em
quadrinhos sobre o que entendeu do poema
estudado
A escola e os educandos precisam se organizar para demonstrar a
importacircncia da pluralidade racial na sociedade A fim de contemplar discussotildees
sobre a diversidade racial discutir os problemas sociais Para possibilitar que os
educandos construam suas proacuteprias ideacuteias e entendimento sobre o outro que lhe eacute
diferente O preconceito no cotidiano escolar tem que ser combatido Eacute necessaacuterio
que todos digam natildeo ao preconceito racial Os agentes transformadores da
educaccedilatildeo precisam unir forccedilas para promover o respeito muacutetuo e a possibilidade
de conversar sobre diferenccedilas sem melindres e sem preconceitos Na educaccedilatildeo
infantil tempo dos primeiros passos da vida social da crianccedila eacute importante
possibilitar atitudes positivas estimular o contanto com a esteacutetica e pelo
imaginaacuterio afro e afrodescendente Trazer a verdadeira histoacuteria do negro africano
no Brasil para romper com as barreiras dos preconceitos (Perrucci 1999 p 7)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 32
httpwwwwebartigoscomarticles380941INCLUSAO-NO-TRIBUNAL-DE-JUSTICApagina1html
Trabalhando com imagens
Sugestatildeo de atividades para o aluno
1 Ver as figuras abaixo e responder as questotildees
2 Vocecirc acha que existe preconceito entre essas crianccedilas Justifique
3 A crianccedila jaacute nasce com preconceito Comente
4 Como a crianccedila adquire o preconceito
5 Vocecirc como adolescente jaacute sofreu preconceito Em que fase de sua vida
Comente
Sites das imagens
almazendemensagensblogspotcom uniblogcombr
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 33
agenciaaldensblogspotcom sociologiacienciaevidauolcombr
Trabalhando com viacutedeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1 Assistir o viacutedeo Analisar as imagens e o depoimento
2 Promover um debate sobre o viacutedeo junto com os alunos
Por uma infacircncia sem racismo ver
wwwyoutubecomwatchv=_aPYuKiKFMg
1 Assistir o viacutedeo Analisar os depoimentos reais das pessoas
2 Vocecirc concorda com esses depoimentos Justifique
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 34
Onde vocecirc guarda o seu racismo ver
httpwwwyoutubecomwatchv=ojg07xOt8CY
Trabalhando com entrevista
Histoacuteria Oral - Como fazer uma entrevista
A pesquisa histoacuterica natildeo se baseia apenas em documentos escritos ou imagens mas
tambeacutem na narraccedilatildeo de fatos por parte das pessoas que presenciaram ou que tecircm
maior conhecimento dos mesmos Neste caso outra ferramenta pode ser utilizada
pelo pesquisador para adquirir novas informaccedilotildees acerca do objeto de estudo
Trata-se da entrevista um recurso da Histoacuteria Oral
Na Histoacuteria Oral podem-se fazer duas divisotildees em se tratando de relatos segundo o
historiador Gwyn Prins Existe uma tradiccedilatildeo Oral - a qual representa um
testemunho oral transmitido de uma geraccedilatildeo para a seguinte ou as demais -
Existe tambeacutem uma Reminiscecircncia Pessoal Evidecircncia oral especiacutefica das
experiecircncias de vida do informante (Wikipedia 2007)
Segundo Olga Rodrigues de Moraes Von Simson do Centro de Memoacuteria da
Unicamp a Histoacuteria Oral possibilita que indiviacuteduos pertencentes a categorias
sociais geralmente excluiacutedas da histoacuteria oficial possam ser ouvidos - deixando
registradas para anaacutelises futuras sua proacutepria visatildeo de mundo e aquela do grupo
social ao qual pertencem Apesar de ser um meacutetodo praacutetico e cada vez mais usado
a entrevista apresenta algumas deficiecircncias mas que podem de certa forma serem
superadas o entrevistado pode ter uma falha de memoacuteria pode criar uma
trajetoacuteria artificial se autocelebrar fantasiar omitir ou mesmo mentir O que
poderia ser percebido como um problema acaba se transformando em um recurso
uma vez que o proacuteprio entrevistador no ato de produccedilatildeo da narrativa histoacuterica natildeo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 35
deixa de produzir uma versatildeo do que entendeu ter acontecido Mesmo quando o
pesquisador tenha certeza de que o entrevistado esteja mentido conscientemente
cabe a ele entrevistador tentar entender as razotildees da mentira ou seja quais os
motivos que estatildeo levando a pessoa a mentir podendo ser aplicado o mesmo no
caso da ilusatildeo biograacutefica quando o indiviacuteduo faz uma produccedilatildeo artificial de si
mesmo No caso de esquecimento para ajudar suprir essa falha podem-se usar os
chamados apoios de memoacuteria como fotografias objetos e outras coisas que
possam ajudar o entrevistado a se recordar melhor dos fatos em pesquisa (op
cit)
Se formos analisar a credibilidade dos recursos de pesquisa histoacuterica sejam
documentos ou oralidade iremos nos deparar sempre com a interpretaccedilatildeo ou a
criacutetica pessoal de quem o fez cabendo ao pesquisador saber aproveitar as
informaccedilotildees que lhe conveacutem e criar suas proacuteprias consideraccedilotildees nenhum
documento pode nos dizer mais do que aquilo que o autor pensava ndash o que ele
pensava que havia acontecido queria que os outros pensassem que ele pensava ou
mesmo apenas o que ele proacuteprio pensava pensar Nada disso significa alguma
coisa ateacute que o historiador trabalhe sobre esse material e decifre-o eacute o que
comenta Edward Hallet Carr citado no site Wikipedia
A entrevista possibilita um contato direto com o atorautor da Histoacuteria Esse
envolvimento pode resultar num trabalho dinacircmico abrangente e ateacute mais realista
trazendo assim o passado para o presente
Agora vejamos os passos baacutesicos para realizar uma boa entrevista
COMO FAZER UMA ENTREVISTA
1 Preparar antes da entrevista um roteiro com alguns dos assuntos
importantes a abordar Ao partir para a entrevista eacute fundamental saber
o que vamos perguntar
2 Conversar com o entrevistado sobre nossos objetivos e descobrir se
realmente deseja colaborar conosco Natildeo se obriga ningueacutem a ser
entrevistado
3 Escolher local e hora apropriados para que a entrevista se decirc sem
interrupccedilotildees Num ambiente ou momento onde entrevistado ou
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 36
entrevistador estejam com pressa torna-se impossiacutevel agrave realizaccedilatildeo da
entrevista
4 Em lugar de apenas anotar o que o entrevistado diz eacute melhor e mais
adequado se possiacutevel levar um gravador para ficar tudo registrado de
tal forma que natildeo se perca parte alguma daquilo que o entrevistado
disse
5 A entrevista natildeo deve ser interrogatoacuterio e sim diaacutelogo
6 O entrevistador deve respeitar as opiniotildees do entrevistado mesmo
quando natildeo concordar com elas
7 O entrevistador deve dar oportunidade para que o entrevistado fale
tudo o que desejar no tempo que quiser
8 Nunca fazer nova pergunta enquanto o entrevistado ainda natildeo tiver
terminado de expor seu pensamento em relaccedilatildeo agrave pergunta anterior
Natildeo interromper desnecessariamente a fala do outro
professor-josimarblogspotcom200908historia-oral
REFEREcircNCIAS
SIMSON Olga Rodrigues de Moraes Von O que eacute Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
wwwcentrodememoriaunicampbrlahoindexhtm Acesso em 23 mai 2007
WIKIPEDIA Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
httpptwikipediaorgwikiHistAtildesup3ria_OralsearchInputsearchInput Acesso
em 23 mai 2007
httpwwwfeunbbrpieComo20fazer20uma20entrevistahtm
Professor Josimar Pais de Almeida
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 37
Sugestatildeo de Roteiro para realizar a entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistador
Nome do entrevistador
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Onde trabalha
Data local da entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistado
Nome
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Questionamento
Onde trabalha
Grau de escolaridade
Religiatildeo que frequumlenta
Tempo que mora na cidade de Rolacircndia
De onde veio sua famiacutelia
Vocecirc gosta de morar aqui
Porque vieram morar aqui
Do que sente saudades
Como era essa cidade quando vocecirc chegou aqui
Como vocecirc considera essa cidade hoje
Fale como era o lazer quando vocecirc era adolescente Como eacute seu lazer hoje
Fale sobre o namoro de antigamente As pessoas tinham um lugar para ldquopaquerarrdquo
Qual era a principal alimentaccedilatildeo das pessoas
Havia violecircncia Como era
Como eram as escolas Usava-se uniforme
Como eram as roupas Onde as comprava ou quem as confeccionava
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 38
Como era a educaccedilatildeo dos filhos
Havia igrejas Frequentava alguma no passado E hoje
O que era cultivado nas lavouras
Muitas pessoas moravam na zona rural
Como eram as habitaccedilotildees
Vocecirc se sente discriminado
O que vocecirc acha da escravidatildeo na eacutepoca da colonizaccedilatildeo do Brasil
Hoje ainda existe escravidatildeo
A fotografia na construccedilatildeo do material didaacutetico
Paulo Freire na ldquopedagogia do oprimidordquo pregava a liberdade atraveacutes da educaccedilatildeo e para
isso educava a partir de estiacutemulos retirados do cotidiano dos alunos aumentando
gradativamente o inverso dos mesmos Os estiacutemulos servem portanto como forma de
despertar a criatividade e o intelecto dos alunos Levando-se em consideraccedilatildeo que a
percepccedilatildeo visual eacute a forma mais objetiva de interaccedilatildeo do homem com o meio que o cerca
os estiacutemulos visuais atendem perfeitamente aos objetivos da educaccedilatildeo Antes mesmo da
escrita as comunicaccedilotildees visuais valendo-se de percepccedilatildeo visual ajuda a escrever a histoacuteria
da humanidade Associando-se aos seus conhecimentos o homem absorve a imagem
processa-a e retira dela suas proacuteprias conclusotildees A imagem dinacircmica ou estaacutetica eacute
portanto uma forma contumaz na divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo quer seja ela educacional
cientifica ou cultural difundindo conhecimentos desenvolvendo ideacuteias e formando
opiniotildees Jaacute em 1888 George Eastman referindo-se agrave fotografia afirmava ldquouma imagem
vale mais que mil palavrasrdquo e desde entatildeo a imagem fotograacutefica estaacute cada vez mais
presente no processo ensino aprendizagem de forma cada vez mais interativa A fotografia
e a questatildeo ambiental estatildeo relacionadas desde sua descoberta em1826 No inicio o
objetivo da fotografia era fazer um registro fiel da natureza Nas suas atividades os
cientistas utilizam cada vez mais a fotografia como instrumentaccedilatildeo de pesquisa registro de
dados apoio didaacutetico e principalmente na divulgaccedilatildeo dos resultados cientiacuteficos
introduzindo o conceito da fotografia cientiacutefica A fotografia eacute uma forma objetiva de
suporte para o ensino e a pesquisa eacute uma forma objetiva de documentaccedilatildeo ela tem o poder
de capturar nuances que muitas vezes passam despercebidas ao olho nu e isso aumenta o
aspecto de observaccedilatildeo do pesquisador A fotografia cientiacutefica tem que retratar o real
aparente a imagem como um instrumento de uma memoacuteria documental da realidade
Muitas vezes diante da dificuldade de deslocamento os professores lanccedilam matildeo da
fotografia para exemplificar e fixar conceitos educacionais tirando-os do imaginaacuterio e
trazendo para suas aulas de forma mais concreta wwwabedorgbrcongresso2007tc552007125857PMpdf
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 39
Trabalhando com fotografias e Histoacuteria Local
FIGURA 1
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 40
FIGURA 2
httpjornalrolandianetblogspotcom201105familia-farina-fotografando-rolandiahtml
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 41
FIGURA 3
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 42
FIGURA 4
httpwwwpanoramiocomphoto9865842
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 43
FIGURAS 5 E 6
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 44
FIGURA 7
httpwwwgooglecombrimgresq=FOTOS+ESCOLA+PADRE+JOSE+HERIONS+ROLANDIA
LEMBRETE AO (Agrave) PROFESSOR (A) Nossa proposta significa trabalhar com FONTE DOCUMENTAL As respostas das entrevistas consistem tambeacutem em FONTES DOCUMENTIAS E como tal devem ser interpretadas em sala de aula Qualquer material como fotos muacutesicas poemas imagens etc devem ser tratadas como FONTES u seja pergunta-se a estas QUEM FEZ QUANDO ONDE PARA QUEM POR QUEcirc OQUE QUER COMUNICAR E todos estes materiais necessitam de referecircncia como qualquer texto livro reportagem etc
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 45
Sugestatildeo de atividades para o aluno
Analise as fotografias (1-2-3-4-5-6-7) o Vocecirc conhece esses lugares que estatildeo representados nas fotos o Qual lugar da foto estaacute localizado mais perto de sua casa o Quais fotos representam lugar de lazer o Vendo as fotos onde podemos fazer nossas reflexotildees o O que estaacute na foto que incomoda a comunidade o Vocecirc conhece algumas pessoas das fotos Escreva os nomes das mesmas o Com qual foto vocecirc mais se identificou Justifique sua resposta o Escreva uma frase para cada fotografia o Essas fotos fazem parte da Histoacuteria de Rolacircndia Faccedila comentaacuterios
Sugestatildeo de atividades para o professor
1-Trabalhe com fotografias o Peccedila para seu aluno trazer fotos antigas da famiacutelia da comunidade etc o Faccedila perguntas para obter respostas o Dar oportunidade para um debate sobre as fotos trazidas pelos alunos o Formar grupo com trecircs alunos para eles escreverem sobre as fotos o Colocar em cartazes os resultados obtidos natildeo esquecer de registrar a eacutepoca e
lugar em que foi tirada a foto o Expor na escola para que outros alunos possam ler e analisar os trabalhos
realizados
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 46
Referecircncia bibliograacutefica do texto explicativo
BAUMAN Z Modernidade e ambivalecircncia Rio de Janeiro Jorge Zahar 1999
CAVALLEIRO E S Do silecircncio do lar ao silecircncio escolar racismo preconceito e discriminaccedilatildeo na educaccedilatildeo infantil 4 ed Satildeo Paulo Contexto 2005
FERREIRA Ricardo Franklin O brasileiro o racismo silencioso e a identidade afro-descendente Psicologia e Sociedade Belo Horizonte v 14 n 1 p 69-86 janjun 2002
FIGUEIREDO Luis Claudio Mendonccedila Revisitando as psicologias da epistemologia agrave eacutetica das praacuteticas e discursos psicoloacutegicos 3 ed Petroacutepolis Vozes 2004
FREITAS Patriacutecia de Sobre a Lei 10639 o ensino de histoacuteria e a cultura afro-brasileira OPSIS Catalatildeo v 10 n 1 p15-28 janjun 2010
GONCcedilALVES Rita de Caacutessia LISBOATeresa Kleba Sobre o meacutetodo de Histoacuteria oral em sua modalidade trajetoacuteria de vida Revista Kataacutel Florianoacutepolis v 10 n especial p 83-92 2007
REIS Faacutetima A implementaccedilatildeo da Lei 1063903 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwwebartigoscomarticles39841A-Implementacao-Da-Lei-1063903pagina1htmlgt Acesso em 20 abr 2011
RODRIGUES N Os africanos no Brasil 5 ed Satildeo Paulo Nacional 1977
SCHMIDT Maria auxiliadora CAINELLI Marlene Ensinar histoacuteria Satildeo Paulo Scipione 2004
- Paacutegina em branco
-
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 10
como museus muacutesicas literatura ldquocausosrdquo etc A memoacuteria pode ser individual ou
coletiva mas para evocar lembranccedilas eu preciso de memoacuteria do outro para
transformar a minha memoacuteria na ldquonossa memoacuteriardquo
Construccedilatildeo da entrevista
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Analisar os itens abaixo com muita atenccedilatildeo e comprometimento
2-Destacar esses itens em um cartaz para natildeo ser esquecidos
3-Formar grupos para a simulaccedilatildeo de uma entrevista dentro da sala de aula
4- Para se realizar a entrevista de campo seraacute necessaacuterio um entrevistador amp
aluno auxiliarequipe de transcriccedilatildeo aluno-transcritor aluno-conferente
professor-conferente
Condutas a serem consideradas no trabalho de campo (antes e durante a entrevista)
-Ao solicitar permissatildeo para realizar a entrevista comportar-se
corretamente e com boas maneiras
-Ter o maacuteximo respeito ao conversar com o entrevistado
-Ouvir o que outra pessoa considera importante dizer
-Manter o contato visual durante a entrevista manter o olhar e a
atenccedilatildeo dirigidos para o entrevistado
-Responder as perguntas que o entrevistado fizer sobre o
entrevistador e o projeto
-Explicar para o entrevistado como o seu depoimento eacute
importante e contribui para a memoacuteria da Histoacuteria da comunidade
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 11
-Atitude vocecirc estaacute tentando aprender um pouquinho ou fazer que
algueacutem lhe contem histoacuterias Lembre-se na entrevista eles que
tecircm os conhecimentos
-Respeitar os pedidos do entrevistado
No processamento e interpretaccedilatildeo
Fidelidade e zelo na transcriccedilatildeo na
conferecircncia e na anaacutelise das
entrevistas
Nem uma palavra do entrevistado
pode ser desprezada
Na representaccedilatildeo dos resultados agrave comunidade
Apresentar os resultados da pesquisa para a comunidade de forma
transparente respeitando as informaccedilotildees coletadas nas entrevistas
Dando enfoque a este trabalho atraveacutes de entrevistas e da
histoacuteria local deveraacute ser resgatado o tema de Ferreira (2002) quando ele fala
sobre ldquoO brasileiro o racismo silencioso e a emancipaccedilatildeo do afrodescendenterdquo
Nelson Rodrigues ldquoespecialistardquo em denunciar aquilo que se esconde por detraacutes
das aparecircncias aponta uma farsa da qual muitas vezes o brasileiro se orgulha
que o Brasil vive em uma ldquodemocracia racialrdquo
O preconceito contra o negro em funccedilatildeo de o mito que o nega
torna-se difiacutecil de ser compreendido e combatido Existe um tratamento cordial
levando a crer que a discriminaccedilatildeo etnoracial natildeo existe Mesmo tendo
consciecircncia disso poreacutem considera um problema do outro No Brasil o preconceito
natildeo eacute abertamente afirmado por isso se torna difiacutecil agrave elaboraccedilatildeo de leis que
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 12
favoreccedila a reversatildeo A ideologia eacute que no Brasil as diferenccedilas satildeo aceitas e
valorizadas um verdadeiro exemplo para outras naccedilotildees encobre o problema Em
funccedilatildeo disso satildeo negados para os negros as condiccedilotildees de viver melhor e exercer
a cidadania
Segundo Cavalleiro (2005) tais depoimentos revelam que nos
lares de famiacutelias negras e na escola a maneira mais silenciosa de se lidar com o
preconceito eacute o silecircncio O termo ldquomorenordquo era para se auto-referir as
caracteriacutesticas etnoraciais Parece politicamente chamar de moreno o
afrodescendente uma estrateacutegica simboacutelica de fuga da discriminaccedilatildeo Questotildees
que se tornam difiacuteceis de se lidar no Brasil Em torno do seacuteculo XIV o homem
ocidental lanccedilou-se no mundo das Grandes Navegaccedilotildees deparou-se com um
universo de diversidade Ele precisava-se organizar de maneira segura em sua
realidade atraveacutes de reflexotildees conseguiu controlar os acontecimentos Bauman
(1999) nos direciona a uma das chaves da compreensatildeo da construccedilatildeo da
subjetividade do homem moderno O processo de qualificar obsessotildees da
civilizaccedilatildeo ocidental constitui-se nos atos de incluir o semelhante num padratildeo
considerado correto excluindo o diferente Ordem e progresso condiccedilotildees que
legitimavam transformaccedilotildees do outro no mesmo Para o africano escravizado
tornar-se cristatildeo apagar sua histoacuteria atraveacutes de um processo de branqueamento
e aculturaccedilatildeo tornaacute-lo branco Essa ideacuteia foi defendida no iniacutecio do seacuteculo XX por
vaacuterios cientistas e intelectuais brasileiros que eram representantes das ldquoverdadesrdquo
estabelecidas Schwarcz (1998) e Consorte (1999) analisaram esse periacuteodo havia
justificativas consideradas cientificas que legitimavam o eurocentrismo [] Para
Larkin Nascimento (2000) apoiara-se em duas condiccedilotildees baacutesicas a imigraccedilatildeo em
massa subsidiada pelo Estado sob legislaccedilatildeo que excluiacutea raccedilas natildeo desejaacuteveis
e o cultivo do ideal do embranqueamento Apoacutes vaacuterias reflexotildees podem ser
apontados alguns itens que favoreceram o preconceito no Brasil A concepccedilatildeo
constitutiva do mundo ocidental que se desenvolveu na modernidade com uma
questatildeo de ordem desvalorizando ou eliminando o diferente O africano era visto
como mero objeto de uso Apoacutes a aboliccedilatildeo surge a inferioridade racial do negro
apoiada pela ciecircncia prevendo sua extinccedilatildeo na constituiccedilatildeo do povo brasileiro
Para Gilberto Freyre nos anos trinta o mesticcedilo passa a ser louvado como siacutembolo
de nossa identidade Primeiro a desvalorizaccedilatildeo depois a exaltaccedilatildeo surgindo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 13
assim o mito da ldquodemocracia racialrdquo aqui estaacute a construccedilatildeo do racismo silencioso
Uma visatildeo negativa do afrodescendente e um discurso contraacuterio tentando negaacute-la
(apud Ferreira 2002) Em funccedilatildeo da desvalorizaccedilatildeo da pessoa negra elas
tendem a introjetar a visatildeo dominante do mundo branco visto como superior Para
Pereira (1987 apud Ferreira 2002 p75) a escola eacute um lugar onde a crianccedila
alimenta subliminarmente a figura do negro ldquocaricaturalrdquo No plano de
relacionamentos a escola reproduz naquele microcosmo a mesma estrutura de
relaccedilatildeo que se daacute na sociedade brasileira como um todo Assim a escola em
lugar de reversatildeo do problema estimula o estereotipo soacutecias do negro e sua
submissatildeo aos valores do outro Estimulada a visatildeo de um mundo cultural
eurocentrico cria um processo pedagoacutegico que leva o afrodescendente inibir sua
capacidade de expor seu saber e sentir-se como cidadatildeo
Construccedilatildeo de Conceitos
Sugestatildeo de atividade para o (a) aluno (a)
1- Estudo dos termos existentes nos documentos incluiacutedos no projeto como
democracia racial preconceito discriminaccedilatildeo afrodescendente diversidade
etnoracial cotidiano moreno branqueamento eurocentrismo racismo silencioso
Atraveacutes de pesquisas orientadas pala professora
2-Promover um debate sobre os termos estudados na atividade 1
3-Atividade em dupla Apoacutes o debate entre professora e alunos produzir um
texto
4-Todos os textos seratildeo analisados pela professora e alunos
5- Apoacutes pesquisar conceitos para os termos da atividade (1) montar um painel
com resultados obtidos e expor para outras turmas na escola (atividade seraacute
realizada em grupo de quatro alunos)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 14
Para refletir pesquisar e responder em seu caderno
1-Escreva o que vocecirc entendeu por racismo preconceito e discriminaccedilatildeo
2-Existe discriminaccedilatildeo no Brasil Justifique
3-Vocecirc jaacute foi discriminado alguma vez Relate
4-Vocecirc jaacute presenciou situaccedilotildees de discriminaccedilatildeo na escola
5-Vocecirc jaacute discriminou alguma pessoa Justifique
6-Escreva algum tipo de discriminaccedilatildeo que existe na comunidade em que
vocecirc mora
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor
1-Decirc sugestotildees como a escola deve agir ao perceber a discriminaccedilatildeo entre
os educandos
2- Usar para pesquisas o link
wwwuelbrprojetosleoafropagespublicacoesphp
Essas leituras podem contribuir para o seu plano de aula
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 15
Segundo Helms (1985 apud Ferreira 2002 p78) pessoas
envolvidas agrave descriminaccedilatildeo natildeo se encaixam em nenhum grupo satildeo
desqualificadas por ser negro e desvalorizam-se como pessoa Mudanccedilas podem
ocorrer a partir de exposiccedilatildeo de eventos que envolvem informaccedilotildees nos aspectos
culturais como danccedilas festas muacutesicas estudos leituras filmes e outras que
possam usaacute-las com referecircncia pessoal No iniacutecio eacute um desafio para o sujeito
envolvido mas aos poucos vai superando quando descobre que seus valores e
sua visatildeo de mundo natildeo permitem mais dominaccedilatildeo A participaccedilatildeo em grupo de
militacircncia voltados para valores com objetivos culturais e poliacuteticos pode favorecer
a reconstruccedilatildeo pessoal dos interlocutores que vivem o problema realizando um
exerciacutecio de padrotildees negativos introjetados e analisando a histoacuteria omitida A
militacircncia pode transformar a vergonha de ser negro em orgulho de ser negro
onde ele passa a ter uma nova histoacuteria intensificando a luta que jaacute vem desde a
escravidatildeo Com a recuperaccedilatildeo das matrizes curriculares africanas a histoacuteria da
diaacutespora reivindicaccedilotildees poliacuteticas sociais o afrodescendente pode ser visto com
qualidades que o outro natildeo percebia e ao mesmo tempo os aspectos culturais
que tambeacutem o constituem Atraveacutes de trabalhos cuidadosamente estudados eacute
muito importante que a pessoa branca deixe de negar suas raiacutezes culturais
africanas e tambeacutem indiacutegenas assim como o negro brasileiro suas raiacutezes
culturais europeacuteias e tambeacutem indiacutegenas Portanto eacute neste objetivo que este
projeto de ensino de histoacuteria se insere no (re) pensar sobre a cultura
afrodescendente de modo a dar condiccedilotildees para o (a) aluno(a)enfrentar com
consciecircncia criacutetica os desafios de um cotidiano ainda pautado em representaccedilotildees
preconceituosas
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 16
Comportamento reflexivo pela natildeo-discriminaccedilatildeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Qual a importacircncia dos movimentos de militacircncia para os que se sentem
excluiacutedos da sociedade
2-Realizar pesquisas em outros autores para saber mais sobre os movimentos
de militacircncia dos afrodescendentes
3-Na sua opiniatildeo como superar a discriminaccedilatildeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1- Trabalhar ldquovaloresrdquo sempre que perceber discriminaccedilatildeo entre os educandos
2- Sempre que for possiacutevel trabalhar temas ou textos sobre diversidade que
podem ser vistos em todas as disciplinas
3- Orientar os educandos em sala de aula para que realizem atividades sobre
diversidade como analisar figuras fotos montar paineacuteis confecccedilotildees de cartazes
recorte e colagem de figuras produccedilatildeo de textos etc
Negros e brancos na redaccedilatildeo de Maria Claudia
No trecho a seguir o escritor Pedro Bandeira apresenta-nos a redaccedilatildeo escrita por
Maria Claudia Segundo ele quando escreveu Maria Claudia ainda natildeo tinha
nove anos Era uma crianccedila como tantas outras que ocupam as milhares salas de
aula do Brasil Vejamos como Maria Claudia vecirc a questatildeo das diferenccedilas entre o
branco e o negro
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 17
ldquoOs brancos satildeo muito diferentes dos negros Mas depende do branco e depende
do negro Na minha caixa de laacutepis de cor o branco natildeo serve para nada Soacute o
preto eacute que serve para desenhar Com o giz a gente desenha na lousa Com o
carvatildeo a gente desenha um bigode na cara do Paulinho para a festa de Satildeo
Joatildeo Nesse negoacutecio de muacutesica natildeo tem branco Soacute tem preto Todos os discos
que eu conheccedilo satildeo pretos Nunca vi um disco branco O papel eacute branco e eacute
igualzinho o papel preto chamado carbono que escreve embaixo tudo o que a
gente escreve em cima A noite eacute preta mas o dia natildeo eacute branco O dia eacute azul
Entatildeo o preto da noite eacute soacute da noite Natildeo eacute igual nem eacute diferente de nada O leite
eacute branco e o cafeacute eacute preto De cafeacute eu natildeo gosto Tambeacutem natildeo gosto de leite
quando ele estaacute branco Prefiro misturar com chocolate E aiacute o leite fica marrom
Marrom como a minha amiga Patriacutecia Outro dia me disseram que a Patriacutecia eacute
negra mas ela eacute marrom Eu estou com raiva dela porque ela tirou uma nota
melhor do que eu na prova de matemaacutetica Mas eu natildeo quero ser diferente dela
Vou estudar bastante Na proacutexima prova eu e ela vamos ficar iguaisrdquo
BANDEIRA Pedro A redaccedilatildeo da Maria Claudia in Grupo de trabalho para assuntos afro-
brasileiros Salve o 13 de maio Satildeo Paulo SE 1988 p7
Refletindo sobre o texto
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Analisar o texto e responder as questotildees abaixo
11 Na redaccedilatildeo de Maria Claudia o que satildeo mais importantes as coisas brancas
as coisas negras ou a mistura das coisas
12 ldquoO papel eacute branco e eacute igualzinho o papel preto chamado carbono que escreve
embaixo tudo o que a gente escreve em cimardquo Comparando a Histoacuteria com o
papel branco e o carbono seraacute que por detraacutes de toda a histoacuteria dos brancos natildeo
existe tambeacutem uma histoacuteria de negros Seraacute que a histoacuteria do negro eacute igual agrave do
branco
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 18
13 Pela redaccedilatildeo de Maria Claudia o negro eacute inferior ao branco Vocecirc concorda
com Maria Claudia
14 Como vocecirc se relaciona com seus amigos negros
Formando crianccedilas livres de preconceitos
Sugestatildeo de atividades para o(a) professor(a)
ATENCcedilAtildeO A PARTIR DESTE MOMENTO
TRANSCREVEMOS O TEXTO DE UM BLOG COM
ALGUMAS ADAPTACcedilOtildeES DE DIAGRAMACcedilAtildeO
Construir Notiacutecias por Moacir Pereira Juacutenior (httpserinteiroblogspotcomsearchlabelEducaC3A7C3A3o)
As crianccedilas natildeo satildeo naturalmente preconceituosas Elas aprendem a ser com os adultos Aproveite essa fase essencial da vida de todo ser humano que eacute a infacircncia e valorize sentimentos e valores positivos que esses pequenos e especiais seres trazem em sirdquo Educaccedilatildeo Infantil e dos 1ordm 2ordm e 3ordm anos do Ensino Fundamental Sugiro duas formas de iniciar o projeto uma para alunos que ainda natildeo dominam a escrita e outra para alunos com domiacutenio da escrita Realizando o projeto com crianccedilas da Educaccedilatildeo Infantil e dos 1ordm 2ordm e 3ordm anos do Ensino Fundamental pode-se comeccedilar a trabalhar o tema fazendo uma dinacircmica
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 19
1- Dinacircmica das flores leve flores de diferentes cores e formas para a classe e deixe que cada aluno escolha uma Depois pergunte o que chamou a atenccedilatildeo deles para escolher aquela flor Peccedila-lhes que percebam as diferentes cores o perfume a textura as diferentes formas Chame sua atenccedilatildeo para o fato de as flores serem diferentes e nem por isso menos belas e apreciadas Em seguida peccedila que olhem uns para os outros Assim como as flores cada um eacute diferente mas natildeo menos importante Muitas coisas variam cor e tipo de cabelo formato e cor dos olhos tamanho do nariz altura cor da pele etc
2- Dinacircmica das cores leve um aparelho de som para a classe e coloque uma muacutesica suave Espalhe vaacuterios laacutepis ou gizes de cera de vaacuterias cores sobre a mesa e peccedila para as crianccedilas escolherem a cor que mais lhes agrada Haveraacute cores iguais e cores diferentes Converse com elas sobre como seria o mundo se tudo fosse de uma soacute cor mdash azul por exemplo E se tudo fosse amarelo Ou vermelho Seraacute que elas comeriam uma banana azul Ou um morango cinza Sim Natildeo Por quecirc Pode-se debater se eacute bom haver cores diferentes e o porquecirc Depois peccedila que olhem uns para os outros Assim como as cores cada um eacute diferente Muitas coisas variam cor e tipo de cabelo formato e cor dos olhos tamanho do nariz altura cor da pele Pergunte que cor de laacutepis ou giz eacute mais parecido com a cor da pele de cada um (Caso algum aluno diga que sua cor eacute ldquofeiardquo procure fazecirc-lo se sentir valorizado Esse momento seraacute propiacutecio para melhorar a autoestima dessa crianccedila)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 20
Dinacircmicas para os Proacuteximos Anos do Ensino Fundamental Comeccedilando com jovens do 4ordm e 5ordm anos do Ensino Fundamental o projeto eacute basicamente trocar ideacuteias debater e discutir para se chegar a uma mudanccedila de atitude
1- Discutindo preconceito de gecircnerosexismo
2- Discutindo as diferenccedilas (porte de deficiecircncia obesidade etc)
3- Discutindo preconceito racial e eacutetnico
1- Discutindo preconceito de gecircnerosexismo Questione os alunos ldquoMenino brinca de bonecardquo Peccedila previamente aos alunos para trazerem de casa figuras de diversos profissionais Sente-se em roda com eles e analise as figuras Que profissotildees satildeo mais retratadas Essas profissotildees estatildeo mais ligadas a homens ou a mulheres Haacute profissotildees predominantemente masculinas ou femininas Por quecirc Faccedila cartazes com frases comumente ouvidas como por exemplo ldquoMenino natildeo chorardquo ldquoEsta brincadeira natildeo eacute para meninasrdquo ldquoMenino natildeo usa cor-de-rosardquo ldquoMenina eacute mais fraacutegil que meninordquo ldquoMenina natildeo senta de perna abertardquo ldquoMenino natildeo deve danccedilar baleacuterdquo etc Mostre os cartazes aos alunos e pergunte que outras frases eles jaacute ouviram Questione por que dizem que meninos e meninas natildeo podem fazer tais coisas Quem determinou isso Se possiacutevel traga gravuras que mostrem o contraacuterio do que estaacute escrito nos cartazes Peccedila que as crianccedilas levem histoacuterias em quadrinhos para a sala de aula (Turma da Mocircnica Walt Disney etc) Leia as histoacuterias com eles e chame sua atenccedilatildeo para o papel que eacute reservado agraves meninas (Satildeo sempre as fofoqueiras Satildeo choronas Satildeo consideradas fraacutegeis) E os meninos como satildeo retratados (ativos liacutederes espertos) Leia com eles alguns contos de fadas e analise o papel das mulheres (princesas esperando serem salvas cuja realizaccedilatildeo eacute casar e ser feliz para sempre) Peccedila-lhes que reescrevam um conto de fadas invertendo os papeacuteis masculinos e femininos Se possiacutevel dramatize o novo conto de fadas com a inversatildeo de papeacuteis
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 21
httpcaixinhadecoresblogspotcom200810meninos-e-bonecas-por-que-nohtml
2- Discutindo as diferenccedilas (porte de deficiecircncia obesidade etc) Alunos portadores de deficiecircncia (fiacutesica ou mental) alunos obesos de baixa estatura ou que usam oacuteculos enfim que possuem caracteriacutesticas fiacutesicas que chamam a atenccedilatildeo tambeacutem costumam sofrer algum tipo de discriminaccedilatildeo e comumente satildeo alvo de piadas e comentaacuterios geralmente ofensivos por parte dos colegas e de alguns adultos Veja abaixo algumas atividades para trabalhar esse tema bull Montar um mural com personalidades que apresentem caracteriacutesticas fiacutesicas que fogem aos padrotildees e questionar o conceito de feio e bonito bull Promover a leitura de livros que abordem agrave temaacutetica do preconceito bull Fazer dramatizaccedilatildeo dos livros lidos bull Organizar a turma em grupos e encarregar cada um de elaborar uma histoacuteria sobre uma crianccedila com uma caracteriacutestica fiacutesica ou mental especial Terminadas as histoacuterias organizaacute-las em um livro e se possiacutevel providenciar uma coacutepia para cada aluno bull Montar na sala de aula um mural onde a crianccedila possa desabafar Se durante o dia algueacutem disser algo que a ofenda ou magoe ela escreve o que aconteceu e quem foi o autor e deixa ali uma mensagem de desagravo para o ofensor Acompanhe o teor do que aparece escrito e converse com os conflitantes Esse tipo de atitude poderaacute ajudar caso vocecirc tenha alunos comumente alvo de discriminaccedilatildeo (seja por raccedila cor tamanho porte de alguma deficiecircncia etc)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 22
3- Discutindo preconceito racial e eacutetnico Peccedila que cada aluno monte a sua histoacuteria (e a da famiacutelia) falando do brinquedo preferido da comida de que mais gosta da famiacutelia etc Monte um livro com todas as histoacuterias dos alunos e pergunte ldquoComo seria o mundo se todos fossem iguaisrdquo Confecccedilatildeo de bonecos eacute raro encontrar no mercado bonecas negras orientais e indiacutegenas o que contribui para reforccedilar a exclusatildeo das crianccedilas desses grupos Se houver possibilidade envolva matildees pais parentes das crianccedilas e confeccionem juntos marionetes e bonecos que representem pessoas negras Evite estereoacutetipos (por exemplo negros sempre pobres ou sempre jogadores de futebol) Monte com as crianccedilas um teatrinho em que haja personagens brancas negras e amarelas em papeacuteis de igual valor (evite dar sempre os papeacuteis de destaque para alunos brancos) Monte um mural com os personagens preferidos das crianccedilas Verifique se haacute algum negro ou oriental Crie com os alunos personagens de diferentes etnias e envolva as crianccedilas na elaboraccedilatildeo de uma histoacuteria em quadrinhos (HQ) Aproveite o momento para trabalhar com a turma os diferentes povos que formaram a atual populaccedilatildeo brasileira Qual a ascendecircncia de cada um Divida a classe em grupos e encarregue cada um de pesquisar um povo e sua contribuiccedilatildeo para a formaccedilatildeo da cultura brasileira na liacutengua na alimentaccedilatildeo nos costumes etc Depois de estudar os diferentes povos que colonizaram o Brasil e contribuiacuteram para a formaccedilatildeo do povo brasileiro monte com as crianccedilas uma feira das naccedilotildees Cada grupo pode usar trajes tiacutepicos fazer performances cantar enfim o que a sua criatividade sugerir Se possiacutevel envolva toda a comunidade escolar nessa feira abrindo-a para a participaccedilatildeo dos pais in Construir Notiacutecias por Moacir Pereira Juacutenior (httpserinteiroblogspotcomsearchlabelEducaC3A7C3A3o)
ATENCcedilAtildeO A PARTIR DESTE MOMENTO NAtildeO
MAIS TRANSCREVEMOS O BLOG
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 23
Trabalhando com muacutesica
ldquoA muacutesica eacute uma forccedila geradora de vida uma energia que
envolve o nosso ser inteiro atuando de forma poderosa sobre
o nosso corpo mente e coraccedilatildeo Aleacutem de alegrar unir e
consagrar mensagens e valores disciplinar e socializar a
muacutesica forma o caraacuteter e favorece o desenvolvimento integral
da personalidade o equiliacutebrio emocional e socialrdquo (profordf
compositora e regente Miacuteria Therezinha Kolling)
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Fazer leitura da letra da muacutesica
2-Procurar no dicionaacuterio o significado das palavras
3-Ouvir a muacutesica de Caetano Veloso
4-Cantar a muacutesica
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1-Fazer anaacutelise da muacutesica junto com os alunos
2-Fazer comentaacuterios sobre a muacutesica
3- Escrever um texto coletivo com os alunos sobre o tema ldquoNavio Negreirordquo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 24
O Navio Negreiro
Caetano Veloso
Composiccedilatildeo Castro Alves
O Navio Negreiro
Estamos em pleno mar
Era um sonho dantesco o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho
Em sangue a se banhar
Tinir de ferros estalar do accediloite
Legiotildees de homens negros como a noite
Horrendos a danccedilar
Negras mulheres suspendendo agraves tetas
Magras crianccedilas cujas bocas pretas
Rega o sangue das matildees
Outras moccedilas mas nuas espantadas
No turbilhatildeo de espectros arrastados
Em acircnsia e maacutegoa vatildes
E ri-se a orquestra irocircnica estridente
E da ronda fantaacutestica a serpente
Faz doudas espirais
Se o velho arqueja se no chatildeo resvala
Ouvem-se gritos o chicote estala
E voam mais e mais
Presa dos elos de uma soacute cadeia
A multidatildeo faminta cambaleia
E chora e danccedila ali
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 25
Um de raiva delira outro enlouquece
Outro que de martiacuterios embrutece
Cantando geme e ri
No entanto o capitatildeo manda a manobra
E apoacutes fitando o ceacuteu que se desdobra
Tatildeo puro sobre o mar
Diz do fumo entre os densos nevoeiros
Vibrai rijo o chicote marinheiros
Fazei-os mais danccedilar
E ri-se a orquestra irocircnica estridente
E da ronda fantaacutestica a serpente
Faz doudas espirais
Qual num sonho dantesco as sombras voam
Gritos ais maldiccedilotildees preces ressoam
E ri-se Satanaz
Senhor Deus dos desgraccedilados
Dizei-me voacutes Senhor Deus
Se eacute loucura se eacute verdade
Tanto horror perante os ceacuteus
Oacute mar por que natildeo apagas
Coa esponja de tuas vagas
De teu manto este borratildeo
Astros noite tempestades
Rolai das imensidades
Varrei os mares tufatildeo
Quem satildeo estes desgraccedilados
Que natildeo encontram em voacutes
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fuacuteria do algoz
Quem satildeo Se a estrela se cala
Se a vaga agrave pressa resvala
Como um cuacutemplice fugaz
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 26
Perante a noite confusa
Dize-o tu severa musa
Musa libeacuterrima audaz
Satildeo os filhos do deserto
Onde a terra esposa a luz
Onde voa em campo aberto
A tribo dos homens nus
Satildeo os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidatildeo
Homens simples fortes bravos
Hoje miacuteseros escravos
Sem ar sem luz sem razatildeo
Satildeo mulheres desgraccediladas
Como Agar o foi tambeacutem
Que sedentas alquebradas
De longe bem longe vecircm
Trazendo com tiacutebios passos
Filhos e algemas nos braccedilos
Nalma laacutegrimas e fel
Como Agar sofrendo tanto
Que nem o leite do pranto
Tecircm que dar para Ismael
Laacute nas areias infindas
Das palmeiras no paiacutes
Nasceram crianccedilas lindas
Viveram moccedilas gentis
Passa um dia a caravana
Quando a virgem na cabana
Cisma das noites nos veacuteus
Adeus oacute choccedila do monte
Adeus palmeiras da fonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 27
Adeus amores adeus
Senhor Deus dos desgraccedilados
Dizei-me voacutes Senhor Deus
Se eu deliro ou se eacute verdade
Tanto horror perante os ceacuteus
Oacute mar por que natildeo apagas
Coa esponja de tuas vagas
De teu manto este borratildeo
Astros noite tempestades
Rolai das imensidades
Varrei os mares tufatildeo
E existe um povo que a bandeira empresta
Pra cobrir tanta infacircmia e cobardia
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria
Meu Deus meu Deus mas que bandeira eacute esta
Que impudente na gaacutevea tripudia
Silecircncio Musa chora chora tanto
Que o pavilhatildeo se lave no seu pranto
Auriverde pendatildeo de minha terra
Que a brisa do Brasil beija e balanccedila
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperanccedila
Tu que da liberdade apoacutes a guerra
Foste hasteado dos heroacuteis na lanccedila
Antes te houvessem roto na batalha
Que servires a um povo de mortalha
Fatalidade atroz que a mente esmaga
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu na vaga
Como um iacuteris no peacutelago profundo
Mas eacute infacircmia demais
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 28
Da eteacuterea plaga
Levantai-vos heroacuteis do Novo Mundo
Andrada arranca este pendatildeo dos ares
Colombo fecha a porta de teus mares
(endereccedilo do viacutedeo para assistir clip da muacutesica)
(httpwwwyoutubecomwatchv=1Osbp0IMYRM)
Trabalhando com poema
Terra roxa e outras terras- Revista de Estudos Literaacuterios
Ana Claudia Duarte Mendes (UEMSUEL)
A literatura do poema ldquoVozes de Mulheresrdquo de Conceiccedilatildeo Evaristo a partir de
uma perspectiva de construccedilatildeo da memoacuteria possibilita-nos observar a existecircncia
de uma literatura adjetivada afro-brasileira A poesia analisada estaacute inserida em
um contexto no qual o poeta assume o ponto de vista negro Ao narrar a trajetoacuteria
de mulheres negras preservada na memoacuteria coletiva revela a ancestralidade que
se projeta no presente e prepara o futuro
O poema pertence a um tempo e lugar histoacuterico no mesmo instante transcende
essa condiccedilatildeo supera-a ldquoO poema eacute tempo arquetiacutepico e por secirc-lo eacute tempo que
se encarna na experiecircncia concreta de um povo um grupo ou uma seitardquo (Paz
1972 54) A contradiccedilatildeo ndash essecircncia do poema- que ao se encarnar revela-se
histoacuterico ao mesmo tempo em que eacute presente a cada nova leitura atualiza-se e
se projeta enquanto futuro Ao poeta eacute impossiacutevel fugir da histoacuteria mesmo quando
compotildee algo completamente diverso desta pois suas palavras satildeo sociais e
histoacutericas A revelaccedilatildeo poeacutetica consagra a experiecircncia humana (Paz 1972 55)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 29
por ser a poesia imagem A palavra poeacutetica ao se compor enquanto imagem
conforma o isto e o aquilo no mesmo instante Diz o indiziacutevel
O poeta consagra sempre umas experiecircncias histoacutericas que pode ser pessoal
sociais ou ambas as coisas ao mesmo tempo Mas ao falar-nos de todos estes
sucessos sentimentos experiecircncias e pessoas o poeta nos fala de outra coisado
que estaacute fazendo diante de noacutes e em noacutes E mais ainda leva-nos a repetir a
recriar seu poema a nomear aquilo que nomeia e ao fazecirc-lo revela-nos o que
somos (Paz 1972 57)
Como o poema surge na construccedilatildeo a partir da memoacuteria nos atrevemos a
dialogar com a obra de Gizecirclda Melo do nascimento Feitio de viver memoacuterias de
descendentes de escravos de 2006 O livro registra e interpreta a narrativa de
mulheres negras fortes e determinadas a contarem suas trajetoacuterias memoacuterias
individuais e coletivas O olhar para o presente na esperanccedila do futuro sem
alijarem-se do passado ancestral Esta perspectiva nos permitiraacute iluminar o
poema siacutentese do vivido
Vozes-Mulheres de Conceiccedilatildeo Evaristo
A voz da minha bisavoacute ecoou
crianccedila
nos porotildees do navio
Ecoou lamentos
de uma infacircncia perdida
A voz de minha avoacute
ecoou obediecircncia
aos brancos-donos de tudo
A voz de minha matildee
ecoou baixinho revolta
no fundo das cozinhas alheias
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 30
debaixo das trouxas
roupagens sujas dos brancos
pelo caminho empoeirado
rumo agrave favela
A minha voz ainda
ecoa versos perplexos
com rimas de sangue
e
fome
A voz de minha filha
recolhe todas as nossas vozes
recolhe em si
as vozes mudas caladas
engasgadas nas gargantas
A voz de minha filha
recolhe em si
a fala e o ato
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1- Comente a partir do seu proacuteprio olhar o poema da referida autora O
comentaacuterio pode ser tanto teacutecnico (observacircncia da estrutura do poema) quanto
conteudiacutestico (como vocecirc avalia o poema a partir de suas impressotildees pessoais)(A
obra de Conceiccedilatildeo Evaristo eacute facilmente encontrada na Internet) Trabalhar com
os alunos outros poemas
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 31
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno(a)
1- Analisar o poema e reescrever em cada
verso seu significado
A voz de minha bisavoacute
A voz de minha avoacute
A voz de minha matildee
A minha voz
A voz da minha filha
2- Fazer comentaacuterios sobre o poema em sala
de aula professor (a) e alunos
3- Ilustrar o poema usando sua
criatividade
4-Com os desenhos prontos formar grupos
com trecircs alunos e criar uma histoacuteria em
quadrinhos sobre o que entendeu do poema
estudado
A escola e os educandos precisam se organizar para demonstrar a
importacircncia da pluralidade racial na sociedade A fim de contemplar discussotildees
sobre a diversidade racial discutir os problemas sociais Para possibilitar que os
educandos construam suas proacuteprias ideacuteias e entendimento sobre o outro que lhe eacute
diferente O preconceito no cotidiano escolar tem que ser combatido Eacute necessaacuterio
que todos digam natildeo ao preconceito racial Os agentes transformadores da
educaccedilatildeo precisam unir forccedilas para promover o respeito muacutetuo e a possibilidade
de conversar sobre diferenccedilas sem melindres e sem preconceitos Na educaccedilatildeo
infantil tempo dos primeiros passos da vida social da crianccedila eacute importante
possibilitar atitudes positivas estimular o contanto com a esteacutetica e pelo
imaginaacuterio afro e afrodescendente Trazer a verdadeira histoacuteria do negro africano
no Brasil para romper com as barreiras dos preconceitos (Perrucci 1999 p 7)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 32
httpwwwwebartigoscomarticles380941INCLUSAO-NO-TRIBUNAL-DE-JUSTICApagina1html
Trabalhando com imagens
Sugestatildeo de atividades para o aluno
1 Ver as figuras abaixo e responder as questotildees
2 Vocecirc acha que existe preconceito entre essas crianccedilas Justifique
3 A crianccedila jaacute nasce com preconceito Comente
4 Como a crianccedila adquire o preconceito
5 Vocecirc como adolescente jaacute sofreu preconceito Em que fase de sua vida
Comente
Sites das imagens
almazendemensagensblogspotcom uniblogcombr
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 33
agenciaaldensblogspotcom sociologiacienciaevidauolcombr
Trabalhando com viacutedeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1 Assistir o viacutedeo Analisar as imagens e o depoimento
2 Promover um debate sobre o viacutedeo junto com os alunos
Por uma infacircncia sem racismo ver
wwwyoutubecomwatchv=_aPYuKiKFMg
1 Assistir o viacutedeo Analisar os depoimentos reais das pessoas
2 Vocecirc concorda com esses depoimentos Justifique
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 34
Onde vocecirc guarda o seu racismo ver
httpwwwyoutubecomwatchv=ojg07xOt8CY
Trabalhando com entrevista
Histoacuteria Oral - Como fazer uma entrevista
A pesquisa histoacuterica natildeo se baseia apenas em documentos escritos ou imagens mas
tambeacutem na narraccedilatildeo de fatos por parte das pessoas que presenciaram ou que tecircm
maior conhecimento dos mesmos Neste caso outra ferramenta pode ser utilizada
pelo pesquisador para adquirir novas informaccedilotildees acerca do objeto de estudo
Trata-se da entrevista um recurso da Histoacuteria Oral
Na Histoacuteria Oral podem-se fazer duas divisotildees em se tratando de relatos segundo o
historiador Gwyn Prins Existe uma tradiccedilatildeo Oral - a qual representa um
testemunho oral transmitido de uma geraccedilatildeo para a seguinte ou as demais -
Existe tambeacutem uma Reminiscecircncia Pessoal Evidecircncia oral especiacutefica das
experiecircncias de vida do informante (Wikipedia 2007)
Segundo Olga Rodrigues de Moraes Von Simson do Centro de Memoacuteria da
Unicamp a Histoacuteria Oral possibilita que indiviacuteduos pertencentes a categorias
sociais geralmente excluiacutedas da histoacuteria oficial possam ser ouvidos - deixando
registradas para anaacutelises futuras sua proacutepria visatildeo de mundo e aquela do grupo
social ao qual pertencem Apesar de ser um meacutetodo praacutetico e cada vez mais usado
a entrevista apresenta algumas deficiecircncias mas que podem de certa forma serem
superadas o entrevistado pode ter uma falha de memoacuteria pode criar uma
trajetoacuteria artificial se autocelebrar fantasiar omitir ou mesmo mentir O que
poderia ser percebido como um problema acaba se transformando em um recurso
uma vez que o proacuteprio entrevistador no ato de produccedilatildeo da narrativa histoacuterica natildeo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 35
deixa de produzir uma versatildeo do que entendeu ter acontecido Mesmo quando o
pesquisador tenha certeza de que o entrevistado esteja mentido conscientemente
cabe a ele entrevistador tentar entender as razotildees da mentira ou seja quais os
motivos que estatildeo levando a pessoa a mentir podendo ser aplicado o mesmo no
caso da ilusatildeo biograacutefica quando o indiviacuteduo faz uma produccedilatildeo artificial de si
mesmo No caso de esquecimento para ajudar suprir essa falha podem-se usar os
chamados apoios de memoacuteria como fotografias objetos e outras coisas que
possam ajudar o entrevistado a se recordar melhor dos fatos em pesquisa (op
cit)
Se formos analisar a credibilidade dos recursos de pesquisa histoacuterica sejam
documentos ou oralidade iremos nos deparar sempre com a interpretaccedilatildeo ou a
criacutetica pessoal de quem o fez cabendo ao pesquisador saber aproveitar as
informaccedilotildees que lhe conveacutem e criar suas proacuteprias consideraccedilotildees nenhum
documento pode nos dizer mais do que aquilo que o autor pensava ndash o que ele
pensava que havia acontecido queria que os outros pensassem que ele pensava ou
mesmo apenas o que ele proacuteprio pensava pensar Nada disso significa alguma
coisa ateacute que o historiador trabalhe sobre esse material e decifre-o eacute o que
comenta Edward Hallet Carr citado no site Wikipedia
A entrevista possibilita um contato direto com o atorautor da Histoacuteria Esse
envolvimento pode resultar num trabalho dinacircmico abrangente e ateacute mais realista
trazendo assim o passado para o presente
Agora vejamos os passos baacutesicos para realizar uma boa entrevista
COMO FAZER UMA ENTREVISTA
1 Preparar antes da entrevista um roteiro com alguns dos assuntos
importantes a abordar Ao partir para a entrevista eacute fundamental saber
o que vamos perguntar
2 Conversar com o entrevistado sobre nossos objetivos e descobrir se
realmente deseja colaborar conosco Natildeo se obriga ningueacutem a ser
entrevistado
3 Escolher local e hora apropriados para que a entrevista se decirc sem
interrupccedilotildees Num ambiente ou momento onde entrevistado ou
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 36
entrevistador estejam com pressa torna-se impossiacutevel agrave realizaccedilatildeo da
entrevista
4 Em lugar de apenas anotar o que o entrevistado diz eacute melhor e mais
adequado se possiacutevel levar um gravador para ficar tudo registrado de
tal forma que natildeo se perca parte alguma daquilo que o entrevistado
disse
5 A entrevista natildeo deve ser interrogatoacuterio e sim diaacutelogo
6 O entrevistador deve respeitar as opiniotildees do entrevistado mesmo
quando natildeo concordar com elas
7 O entrevistador deve dar oportunidade para que o entrevistado fale
tudo o que desejar no tempo que quiser
8 Nunca fazer nova pergunta enquanto o entrevistado ainda natildeo tiver
terminado de expor seu pensamento em relaccedilatildeo agrave pergunta anterior
Natildeo interromper desnecessariamente a fala do outro
professor-josimarblogspotcom200908historia-oral
REFEREcircNCIAS
SIMSON Olga Rodrigues de Moraes Von O que eacute Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
wwwcentrodememoriaunicampbrlahoindexhtm Acesso em 23 mai 2007
WIKIPEDIA Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
httpptwikipediaorgwikiHistAtildesup3ria_OralsearchInputsearchInput Acesso
em 23 mai 2007
httpwwwfeunbbrpieComo20fazer20uma20entrevistahtm
Professor Josimar Pais de Almeida
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 37
Sugestatildeo de Roteiro para realizar a entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistador
Nome do entrevistador
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Onde trabalha
Data local da entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistado
Nome
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Questionamento
Onde trabalha
Grau de escolaridade
Religiatildeo que frequumlenta
Tempo que mora na cidade de Rolacircndia
De onde veio sua famiacutelia
Vocecirc gosta de morar aqui
Porque vieram morar aqui
Do que sente saudades
Como era essa cidade quando vocecirc chegou aqui
Como vocecirc considera essa cidade hoje
Fale como era o lazer quando vocecirc era adolescente Como eacute seu lazer hoje
Fale sobre o namoro de antigamente As pessoas tinham um lugar para ldquopaquerarrdquo
Qual era a principal alimentaccedilatildeo das pessoas
Havia violecircncia Como era
Como eram as escolas Usava-se uniforme
Como eram as roupas Onde as comprava ou quem as confeccionava
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 38
Como era a educaccedilatildeo dos filhos
Havia igrejas Frequentava alguma no passado E hoje
O que era cultivado nas lavouras
Muitas pessoas moravam na zona rural
Como eram as habitaccedilotildees
Vocecirc se sente discriminado
O que vocecirc acha da escravidatildeo na eacutepoca da colonizaccedilatildeo do Brasil
Hoje ainda existe escravidatildeo
A fotografia na construccedilatildeo do material didaacutetico
Paulo Freire na ldquopedagogia do oprimidordquo pregava a liberdade atraveacutes da educaccedilatildeo e para
isso educava a partir de estiacutemulos retirados do cotidiano dos alunos aumentando
gradativamente o inverso dos mesmos Os estiacutemulos servem portanto como forma de
despertar a criatividade e o intelecto dos alunos Levando-se em consideraccedilatildeo que a
percepccedilatildeo visual eacute a forma mais objetiva de interaccedilatildeo do homem com o meio que o cerca
os estiacutemulos visuais atendem perfeitamente aos objetivos da educaccedilatildeo Antes mesmo da
escrita as comunicaccedilotildees visuais valendo-se de percepccedilatildeo visual ajuda a escrever a histoacuteria
da humanidade Associando-se aos seus conhecimentos o homem absorve a imagem
processa-a e retira dela suas proacuteprias conclusotildees A imagem dinacircmica ou estaacutetica eacute
portanto uma forma contumaz na divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo quer seja ela educacional
cientifica ou cultural difundindo conhecimentos desenvolvendo ideacuteias e formando
opiniotildees Jaacute em 1888 George Eastman referindo-se agrave fotografia afirmava ldquouma imagem
vale mais que mil palavrasrdquo e desde entatildeo a imagem fotograacutefica estaacute cada vez mais
presente no processo ensino aprendizagem de forma cada vez mais interativa A fotografia
e a questatildeo ambiental estatildeo relacionadas desde sua descoberta em1826 No inicio o
objetivo da fotografia era fazer um registro fiel da natureza Nas suas atividades os
cientistas utilizam cada vez mais a fotografia como instrumentaccedilatildeo de pesquisa registro de
dados apoio didaacutetico e principalmente na divulgaccedilatildeo dos resultados cientiacuteficos
introduzindo o conceito da fotografia cientiacutefica A fotografia eacute uma forma objetiva de
suporte para o ensino e a pesquisa eacute uma forma objetiva de documentaccedilatildeo ela tem o poder
de capturar nuances que muitas vezes passam despercebidas ao olho nu e isso aumenta o
aspecto de observaccedilatildeo do pesquisador A fotografia cientiacutefica tem que retratar o real
aparente a imagem como um instrumento de uma memoacuteria documental da realidade
Muitas vezes diante da dificuldade de deslocamento os professores lanccedilam matildeo da
fotografia para exemplificar e fixar conceitos educacionais tirando-os do imaginaacuterio e
trazendo para suas aulas de forma mais concreta wwwabedorgbrcongresso2007tc552007125857PMpdf
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 39
Trabalhando com fotografias e Histoacuteria Local
FIGURA 1
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 40
FIGURA 2
httpjornalrolandianetblogspotcom201105familia-farina-fotografando-rolandiahtml
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 41
FIGURA 3
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 42
FIGURA 4
httpwwwpanoramiocomphoto9865842
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 43
FIGURAS 5 E 6
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 44
FIGURA 7
httpwwwgooglecombrimgresq=FOTOS+ESCOLA+PADRE+JOSE+HERIONS+ROLANDIA
LEMBRETE AO (Agrave) PROFESSOR (A) Nossa proposta significa trabalhar com FONTE DOCUMENTAL As respostas das entrevistas consistem tambeacutem em FONTES DOCUMENTIAS E como tal devem ser interpretadas em sala de aula Qualquer material como fotos muacutesicas poemas imagens etc devem ser tratadas como FONTES u seja pergunta-se a estas QUEM FEZ QUANDO ONDE PARA QUEM POR QUEcirc OQUE QUER COMUNICAR E todos estes materiais necessitam de referecircncia como qualquer texto livro reportagem etc
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 45
Sugestatildeo de atividades para o aluno
Analise as fotografias (1-2-3-4-5-6-7) o Vocecirc conhece esses lugares que estatildeo representados nas fotos o Qual lugar da foto estaacute localizado mais perto de sua casa o Quais fotos representam lugar de lazer o Vendo as fotos onde podemos fazer nossas reflexotildees o O que estaacute na foto que incomoda a comunidade o Vocecirc conhece algumas pessoas das fotos Escreva os nomes das mesmas o Com qual foto vocecirc mais se identificou Justifique sua resposta o Escreva uma frase para cada fotografia o Essas fotos fazem parte da Histoacuteria de Rolacircndia Faccedila comentaacuterios
Sugestatildeo de atividades para o professor
1-Trabalhe com fotografias o Peccedila para seu aluno trazer fotos antigas da famiacutelia da comunidade etc o Faccedila perguntas para obter respostas o Dar oportunidade para um debate sobre as fotos trazidas pelos alunos o Formar grupo com trecircs alunos para eles escreverem sobre as fotos o Colocar em cartazes os resultados obtidos natildeo esquecer de registrar a eacutepoca e
lugar em que foi tirada a foto o Expor na escola para que outros alunos possam ler e analisar os trabalhos
realizados
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 46
Referecircncia bibliograacutefica do texto explicativo
BAUMAN Z Modernidade e ambivalecircncia Rio de Janeiro Jorge Zahar 1999
CAVALLEIRO E S Do silecircncio do lar ao silecircncio escolar racismo preconceito e discriminaccedilatildeo na educaccedilatildeo infantil 4 ed Satildeo Paulo Contexto 2005
FERREIRA Ricardo Franklin O brasileiro o racismo silencioso e a identidade afro-descendente Psicologia e Sociedade Belo Horizonte v 14 n 1 p 69-86 janjun 2002
FIGUEIREDO Luis Claudio Mendonccedila Revisitando as psicologias da epistemologia agrave eacutetica das praacuteticas e discursos psicoloacutegicos 3 ed Petroacutepolis Vozes 2004
FREITAS Patriacutecia de Sobre a Lei 10639 o ensino de histoacuteria e a cultura afro-brasileira OPSIS Catalatildeo v 10 n 1 p15-28 janjun 2010
GONCcedilALVES Rita de Caacutessia LISBOATeresa Kleba Sobre o meacutetodo de Histoacuteria oral em sua modalidade trajetoacuteria de vida Revista Kataacutel Florianoacutepolis v 10 n especial p 83-92 2007
REIS Faacutetima A implementaccedilatildeo da Lei 1063903 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwwebartigoscomarticles39841A-Implementacao-Da-Lei-1063903pagina1htmlgt Acesso em 20 abr 2011
RODRIGUES N Os africanos no Brasil 5 ed Satildeo Paulo Nacional 1977
SCHMIDT Maria auxiliadora CAINELLI Marlene Ensinar histoacuteria Satildeo Paulo Scipione 2004
- Paacutegina em branco
-
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 11
-Atitude vocecirc estaacute tentando aprender um pouquinho ou fazer que
algueacutem lhe contem histoacuterias Lembre-se na entrevista eles que
tecircm os conhecimentos
-Respeitar os pedidos do entrevistado
No processamento e interpretaccedilatildeo
Fidelidade e zelo na transcriccedilatildeo na
conferecircncia e na anaacutelise das
entrevistas
Nem uma palavra do entrevistado
pode ser desprezada
Na representaccedilatildeo dos resultados agrave comunidade
Apresentar os resultados da pesquisa para a comunidade de forma
transparente respeitando as informaccedilotildees coletadas nas entrevistas
Dando enfoque a este trabalho atraveacutes de entrevistas e da
histoacuteria local deveraacute ser resgatado o tema de Ferreira (2002) quando ele fala
sobre ldquoO brasileiro o racismo silencioso e a emancipaccedilatildeo do afrodescendenterdquo
Nelson Rodrigues ldquoespecialistardquo em denunciar aquilo que se esconde por detraacutes
das aparecircncias aponta uma farsa da qual muitas vezes o brasileiro se orgulha
que o Brasil vive em uma ldquodemocracia racialrdquo
O preconceito contra o negro em funccedilatildeo de o mito que o nega
torna-se difiacutecil de ser compreendido e combatido Existe um tratamento cordial
levando a crer que a discriminaccedilatildeo etnoracial natildeo existe Mesmo tendo
consciecircncia disso poreacutem considera um problema do outro No Brasil o preconceito
natildeo eacute abertamente afirmado por isso se torna difiacutecil agrave elaboraccedilatildeo de leis que
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 12
favoreccedila a reversatildeo A ideologia eacute que no Brasil as diferenccedilas satildeo aceitas e
valorizadas um verdadeiro exemplo para outras naccedilotildees encobre o problema Em
funccedilatildeo disso satildeo negados para os negros as condiccedilotildees de viver melhor e exercer
a cidadania
Segundo Cavalleiro (2005) tais depoimentos revelam que nos
lares de famiacutelias negras e na escola a maneira mais silenciosa de se lidar com o
preconceito eacute o silecircncio O termo ldquomorenordquo era para se auto-referir as
caracteriacutesticas etnoraciais Parece politicamente chamar de moreno o
afrodescendente uma estrateacutegica simboacutelica de fuga da discriminaccedilatildeo Questotildees
que se tornam difiacuteceis de se lidar no Brasil Em torno do seacuteculo XIV o homem
ocidental lanccedilou-se no mundo das Grandes Navegaccedilotildees deparou-se com um
universo de diversidade Ele precisava-se organizar de maneira segura em sua
realidade atraveacutes de reflexotildees conseguiu controlar os acontecimentos Bauman
(1999) nos direciona a uma das chaves da compreensatildeo da construccedilatildeo da
subjetividade do homem moderno O processo de qualificar obsessotildees da
civilizaccedilatildeo ocidental constitui-se nos atos de incluir o semelhante num padratildeo
considerado correto excluindo o diferente Ordem e progresso condiccedilotildees que
legitimavam transformaccedilotildees do outro no mesmo Para o africano escravizado
tornar-se cristatildeo apagar sua histoacuteria atraveacutes de um processo de branqueamento
e aculturaccedilatildeo tornaacute-lo branco Essa ideacuteia foi defendida no iniacutecio do seacuteculo XX por
vaacuterios cientistas e intelectuais brasileiros que eram representantes das ldquoverdadesrdquo
estabelecidas Schwarcz (1998) e Consorte (1999) analisaram esse periacuteodo havia
justificativas consideradas cientificas que legitimavam o eurocentrismo [] Para
Larkin Nascimento (2000) apoiara-se em duas condiccedilotildees baacutesicas a imigraccedilatildeo em
massa subsidiada pelo Estado sob legislaccedilatildeo que excluiacutea raccedilas natildeo desejaacuteveis
e o cultivo do ideal do embranqueamento Apoacutes vaacuterias reflexotildees podem ser
apontados alguns itens que favoreceram o preconceito no Brasil A concepccedilatildeo
constitutiva do mundo ocidental que se desenvolveu na modernidade com uma
questatildeo de ordem desvalorizando ou eliminando o diferente O africano era visto
como mero objeto de uso Apoacutes a aboliccedilatildeo surge a inferioridade racial do negro
apoiada pela ciecircncia prevendo sua extinccedilatildeo na constituiccedilatildeo do povo brasileiro
Para Gilberto Freyre nos anos trinta o mesticcedilo passa a ser louvado como siacutembolo
de nossa identidade Primeiro a desvalorizaccedilatildeo depois a exaltaccedilatildeo surgindo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 13
assim o mito da ldquodemocracia racialrdquo aqui estaacute a construccedilatildeo do racismo silencioso
Uma visatildeo negativa do afrodescendente e um discurso contraacuterio tentando negaacute-la
(apud Ferreira 2002) Em funccedilatildeo da desvalorizaccedilatildeo da pessoa negra elas
tendem a introjetar a visatildeo dominante do mundo branco visto como superior Para
Pereira (1987 apud Ferreira 2002 p75) a escola eacute um lugar onde a crianccedila
alimenta subliminarmente a figura do negro ldquocaricaturalrdquo No plano de
relacionamentos a escola reproduz naquele microcosmo a mesma estrutura de
relaccedilatildeo que se daacute na sociedade brasileira como um todo Assim a escola em
lugar de reversatildeo do problema estimula o estereotipo soacutecias do negro e sua
submissatildeo aos valores do outro Estimulada a visatildeo de um mundo cultural
eurocentrico cria um processo pedagoacutegico que leva o afrodescendente inibir sua
capacidade de expor seu saber e sentir-se como cidadatildeo
Construccedilatildeo de Conceitos
Sugestatildeo de atividade para o (a) aluno (a)
1- Estudo dos termos existentes nos documentos incluiacutedos no projeto como
democracia racial preconceito discriminaccedilatildeo afrodescendente diversidade
etnoracial cotidiano moreno branqueamento eurocentrismo racismo silencioso
Atraveacutes de pesquisas orientadas pala professora
2-Promover um debate sobre os termos estudados na atividade 1
3-Atividade em dupla Apoacutes o debate entre professora e alunos produzir um
texto
4-Todos os textos seratildeo analisados pela professora e alunos
5- Apoacutes pesquisar conceitos para os termos da atividade (1) montar um painel
com resultados obtidos e expor para outras turmas na escola (atividade seraacute
realizada em grupo de quatro alunos)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 14
Para refletir pesquisar e responder em seu caderno
1-Escreva o que vocecirc entendeu por racismo preconceito e discriminaccedilatildeo
2-Existe discriminaccedilatildeo no Brasil Justifique
3-Vocecirc jaacute foi discriminado alguma vez Relate
4-Vocecirc jaacute presenciou situaccedilotildees de discriminaccedilatildeo na escola
5-Vocecirc jaacute discriminou alguma pessoa Justifique
6-Escreva algum tipo de discriminaccedilatildeo que existe na comunidade em que
vocecirc mora
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor
1-Decirc sugestotildees como a escola deve agir ao perceber a discriminaccedilatildeo entre
os educandos
2- Usar para pesquisas o link
wwwuelbrprojetosleoafropagespublicacoesphp
Essas leituras podem contribuir para o seu plano de aula
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 15
Segundo Helms (1985 apud Ferreira 2002 p78) pessoas
envolvidas agrave descriminaccedilatildeo natildeo se encaixam em nenhum grupo satildeo
desqualificadas por ser negro e desvalorizam-se como pessoa Mudanccedilas podem
ocorrer a partir de exposiccedilatildeo de eventos que envolvem informaccedilotildees nos aspectos
culturais como danccedilas festas muacutesicas estudos leituras filmes e outras que
possam usaacute-las com referecircncia pessoal No iniacutecio eacute um desafio para o sujeito
envolvido mas aos poucos vai superando quando descobre que seus valores e
sua visatildeo de mundo natildeo permitem mais dominaccedilatildeo A participaccedilatildeo em grupo de
militacircncia voltados para valores com objetivos culturais e poliacuteticos pode favorecer
a reconstruccedilatildeo pessoal dos interlocutores que vivem o problema realizando um
exerciacutecio de padrotildees negativos introjetados e analisando a histoacuteria omitida A
militacircncia pode transformar a vergonha de ser negro em orgulho de ser negro
onde ele passa a ter uma nova histoacuteria intensificando a luta que jaacute vem desde a
escravidatildeo Com a recuperaccedilatildeo das matrizes curriculares africanas a histoacuteria da
diaacutespora reivindicaccedilotildees poliacuteticas sociais o afrodescendente pode ser visto com
qualidades que o outro natildeo percebia e ao mesmo tempo os aspectos culturais
que tambeacutem o constituem Atraveacutes de trabalhos cuidadosamente estudados eacute
muito importante que a pessoa branca deixe de negar suas raiacutezes culturais
africanas e tambeacutem indiacutegenas assim como o negro brasileiro suas raiacutezes
culturais europeacuteias e tambeacutem indiacutegenas Portanto eacute neste objetivo que este
projeto de ensino de histoacuteria se insere no (re) pensar sobre a cultura
afrodescendente de modo a dar condiccedilotildees para o (a) aluno(a)enfrentar com
consciecircncia criacutetica os desafios de um cotidiano ainda pautado em representaccedilotildees
preconceituosas
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 16
Comportamento reflexivo pela natildeo-discriminaccedilatildeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Qual a importacircncia dos movimentos de militacircncia para os que se sentem
excluiacutedos da sociedade
2-Realizar pesquisas em outros autores para saber mais sobre os movimentos
de militacircncia dos afrodescendentes
3-Na sua opiniatildeo como superar a discriminaccedilatildeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1- Trabalhar ldquovaloresrdquo sempre que perceber discriminaccedilatildeo entre os educandos
2- Sempre que for possiacutevel trabalhar temas ou textos sobre diversidade que
podem ser vistos em todas as disciplinas
3- Orientar os educandos em sala de aula para que realizem atividades sobre
diversidade como analisar figuras fotos montar paineacuteis confecccedilotildees de cartazes
recorte e colagem de figuras produccedilatildeo de textos etc
Negros e brancos na redaccedilatildeo de Maria Claudia
No trecho a seguir o escritor Pedro Bandeira apresenta-nos a redaccedilatildeo escrita por
Maria Claudia Segundo ele quando escreveu Maria Claudia ainda natildeo tinha
nove anos Era uma crianccedila como tantas outras que ocupam as milhares salas de
aula do Brasil Vejamos como Maria Claudia vecirc a questatildeo das diferenccedilas entre o
branco e o negro
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 17
ldquoOs brancos satildeo muito diferentes dos negros Mas depende do branco e depende
do negro Na minha caixa de laacutepis de cor o branco natildeo serve para nada Soacute o
preto eacute que serve para desenhar Com o giz a gente desenha na lousa Com o
carvatildeo a gente desenha um bigode na cara do Paulinho para a festa de Satildeo
Joatildeo Nesse negoacutecio de muacutesica natildeo tem branco Soacute tem preto Todos os discos
que eu conheccedilo satildeo pretos Nunca vi um disco branco O papel eacute branco e eacute
igualzinho o papel preto chamado carbono que escreve embaixo tudo o que a
gente escreve em cima A noite eacute preta mas o dia natildeo eacute branco O dia eacute azul
Entatildeo o preto da noite eacute soacute da noite Natildeo eacute igual nem eacute diferente de nada O leite
eacute branco e o cafeacute eacute preto De cafeacute eu natildeo gosto Tambeacutem natildeo gosto de leite
quando ele estaacute branco Prefiro misturar com chocolate E aiacute o leite fica marrom
Marrom como a minha amiga Patriacutecia Outro dia me disseram que a Patriacutecia eacute
negra mas ela eacute marrom Eu estou com raiva dela porque ela tirou uma nota
melhor do que eu na prova de matemaacutetica Mas eu natildeo quero ser diferente dela
Vou estudar bastante Na proacutexima prova eu e ela vamos ficar iguaisrdquo
BANDEIRA Pedro A redaccedilatildeo da Maria Claudia in Grupo de trabalho para assuntos afro-
brasileiros Salve o 13 de maio Satildeo Paulo SE 1988 p7
Refletindo sobre o texto
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Analisar o texto e responder as questotildees abaixo
11 Na redaccedilatildeo de Maria Claudia o que satildeo mais importantes as coisas brancas
as coisas negras ou a mistura das coisas
12 ldquoO papel eacute branco e eacute igualzinho o papel preto chamado carbono que escreve
embaixo tudo o que a gente escreve em cimardquo Comparando a Histoacuteria com o
papel branco e o carbono seraacute que por detraacutes de toda a histoacuteria dos brancos natildeo
existe tambeacutem uma histoacuteria de negros Seraacute que a histoacuteria do negro eacute igual agrave do
branco
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 18
13 Pela redaccedilatildeo de Maria Claudia o negro eacute inferior ao branco Vocecirc concorda
com Maria Claudia
14 Como vocecirc se relaciona com seus amigos negros
Formando crianccedilas livres de preconceitos
Sugestatildeo de atividades para o(a) professor(a)
ATENCcedilAtildeO A PARTIR DESTE MOMENTO
TRANSCREVEMOS O TEXTO DE UM BLOG COM
ALGUMAS ADAPTACcedilOtildeES DE DIAGRAMACcedilAtildeO
Construir Notiacutecias por Moacir Pereira Juacutenior (httpserinteiroblogspotcomsearchlabelEducaC3A7C3A3o)
As crianccedilas natildeo satildeo naturalmente preconceituosas Elas aprendem a ser com os adultos Aproveite essa fase essencial da vida de todo ser humano que eacute a infacircncia e valorize sentimentos e valores positivos que esses pequenos e especiais seres trazem em sirdquo Educaccedilatildeo Infantil e dos 1ordm 2ordm e 3ordm anos do Ensino Fundamental Sugiro duas formas de iniciar o projeto uma para alunos que ainda natildeo dominam a escrita e outra para alunos com domiacutenio da escrita Realizando o projeto com crianccedilas da Educaccedilatildeo Infantil e dos 1ordm 2ordm e 3ordm anos do Ensino Fundamental pode-se comeccedilar a trabalhar o tema fazendo uma dinacircmica
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 19
1- Dinacircmica das flores leve flores de diferentes cores e formas para a classe e deixe que cada aluno escolha uma Depois pergunte o que chamou a atenccedilatildeo deles para escolher aquela flor Peccedila-lhes que percebam as diferentes cores o perfume a textura as diferentes formas Chame sua atenccedilatildeo para o fato de as flores serem diferentes e nem por isso menos belas e apreciadas Em seguida peccedila que olhem uns para os outros Assim como as flores cada um eacute diferente mas natildeo menos importante Muitas coisas variam cor e tipo de cabelo formato e cor dos olhos tamanho do nariz altura cor da pele etc
2- Dinacircmica das cores leve um aparelho de som para a classe e coloque uma muacutesica suave Espalhe vaacuterios laacutepis ou gizes de cera de vaacuterias cores sobre a mesa e peccedila para as crianccedilas escolherem a cor que mais lhes agrada Haveraacute cores iguais e cores diferentes Converse com elas sobre como seria o mundo se tudo fosse de uma soacute cor mdash azul por exemplo E se tudo fosse amarelo Ou vermelho Seraacute que elas comeriam uma banana azul Ou um morango cinza Sim Natildeo Por quecirc Pode-se debater se eacute bom haver cores diferentes e o porquecirc Depois peccedila que olhem uns para os outros Assim como as cores cada um eacute diferente Muitas coisas variam cor e tipo de cabelo formato e cor dos olhos tamanho do nariz altura cor da pele Pergunte que cor de laacutepis ou giz eacute mais parecido com a cor da pele de cada um (Caso algum aluno diga que sua cor eacute ldquofeiardquo procure fazecirc-lo se sentir valorizado Esse momento seraacute propiacutecio para melhorar a autoestima dessa crianccedila)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 20
Dinacircmicas para os Proacuteximos Anos do Ensino Fundamental Comeccedilando com jovens do 4ordm e 5ordm anos do Ensino Fundamental o projeto eacute basicamente trocar ideacuteias debater e discutir para se chegar a uma mudanccedila de atitude
1- Discutindo preconceito de gecircnerosexismo
2- Discutindo as diferenccedilas (porte de deficiecircncia obesidade etc)
3- Discutindo preconceito racial e eacutetnico
1- Discutindo preconceito de gecircnerosexismo Questione os alunos ldquoMenino brinca de bonecardquo Peccedila previamente aos alunos para trazerem de casa figuras de diversos profissionais Sente-se em roda com eles e analise as figuras Que profissotildees satildeo mais retratadas Essas profissotildees estatildeo mais ligadas a homens ou a mulheres Haacute profissotildees predominantemente masculinas ou femininas Por quecirc Faccedila cartazes com frases comumente ouvidas como por exemplo ldquoMenino natildeo chorardquo ldquoEsta brincadeira natildeo eacute para meninasrdquo ldquoMenino natildeo usa cor-de-rosardquo ldquoMenina eacute mais fraacutegil que meninordquo ldquoMenina natildeo senta de perna abertardquo ldquoMenino natildeo deve danccedilar baleacuterdquo etc Mostre os cartazes aos alunos e pergunte que outras frases eles jaacute ouviram Questione por que dizem que meninos e meninas natildeo podem fazer tais coisas Quem determinou isso Se possiacutevel traga gravuras que mostrem o contraacuterio do que estaacute escrito nos cartazes Peccedila que as crianccedilas levem histoacuterias em quadrinhos para a sala de aula (Turma da Mocircnica Walt Disney etc) Leia as histoacuterias com eles e chame sua atenccedilatildeo para o papel que eacute reservado agraves meninas (Satildeo sempre as fofoqueiras Satildeo choronas Satildeo consideradas fraacutegeis) E os meninos como satildeo retratados (ativos liacutederes espertos) Leia com eles alguns contos de fadas e analise o papel das mulheres (princesas esperando serem salvas cuja realizaccedilatildeo eacute casar e ser feliz para sempre) Peccedila-lhes que reescrevam um conto de fadas invertendo os papeacuteis masculinos e femininos Se possiacutevel dramatize o novo conto de fadas com a inversatildeo de papeacuteis
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 21
httpcaixinhadecoresblogspotcom200810meninos-e-bonecas-por-que-nohtml
2- Discutindo as diferenccedilas (porte de deficiecircncia obesidade etc) Alunos portadores de deficiecircncia (fiacutesica ou mental) alunos obesos de baixa estatura ou que usam oacuteculos enfim que possuem caracteriacutesticas fiacutesicas que chamam a atenccedilatildeo tambeacutem costumam sofrer algum tipo de discriminaccedilatildeo e comumente satildeo alvo de piadas e comentaacuterios geralmente ofensivos por parte dos colegas e de alguns adultos Veja abaixo algumas atividades para trabalhar esse tema bull Montar um mural com personalidades que apresentem caracteriacutesticas fiacutesicas que fogem aos padrotildees e questionar o conceito de feio e bonito bull Promover a leitura de livros que abordem agrave temaacutetica do preconceito bull Fazer dramatizaccedilatildeo dos livros lidos bull Organizar a turma em grupos e encarregar cada um de elaborar uma histoacuteria sobre uma crianccedila com uma caracteriacutestica fiacutesica ou mental especial Terminadas as histoacuterias organizaacute-las em um livro e se possiacutevel providenciar uma coacutepia para cada aluno bull Montar na sala de aula um mural onde a crianccedila possa desabafar Se durante o dia algueacutem disser algo que a ofenda ou magoe ela escreve o que aconteceu e quem foi o autor e deixa ali uma mensagem de desagravo para o ofensor Acompanhe o teor do que aparece escrito e converse com os conflitantes Esse tipo de atitude poderaacute ajudar caso vocecirc tenha alunos comumente alvo de discriminaccedilatildeo (seja por raccedila cor tamanho porte de alguma deficiecircncia etc)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 22
3- Discutindo preconceito racial e eacutetnico Peccedila que cada aluno monte a sua histoacuteria (e a da famiacutelia) falando do brinquedo preferido da comida de que mais gosta da famiacutelia etc Monte um livro com todas as histoacuterias dos alunos e pergunte ldquoComo seria o mundo se todos fossem iguaisrdquo Confecccedilatildeo de bonecos eacute raro encontrar no mercado bonecas negras orientais e indiacutegenas o que contribui para reforccedilar a exclusatildeo das crianccedilas desses grupos Se houver possibilidade envolva matildees pais parentes das crianccedilas e confeccionem juntos marionetes e bonecos que representem pessoas negras Evite estereoacutetipos (por exemplo negros sempre pobres ou sempre jogadores de futebol) Monte com as crianccedilas um teatrinho em que haja personagens brancas negras e amarelas em papeacuteis de igual valor (evite dar sempre os papeacuteis de destaque para alunos brancos) Monte um mural com os personagens preferidos das crianccedilas Verifique se haacute algum negro ou oriental Crie com os alunos personagens de diferentes etnias e envolva as crianccedilas na elaboraccedilatildeo de uma histoacuteria em quadrinhos (HQ) Aproveite o momento para trabalhar com a turma os diferentes povos que formaram a atual populaccedilatildeo brasileira Qual a ascendecircncia de cada um Divida a classe em grupos e encarregue cada um de pesquisar um povo e sua contribuiccedilatildeo para a formaccedilatildeo da cultura brasileira na liacutengua na alimentaccedilatildeo nos costumes etc Depois de estudar os diferentes povos que colonizaram o Brasil e contribuiacuteram para a formaccedilatildeo do povo brasileiro monte com as crianccedilas uma feira das naccedilotildees Cada grupo pode usar trajes tiacutepicos fazer performances cantar enfim o que a sua criatividade sugerir Se possiacutevel envolva toda a comunidade escolar nessa feira abrindo-a para a participaccedilatildeo dos pais in Construir Notiacutecias por Moacir Pereira Juacutenior (httpserinteiroblogspotcomsearchlabelEducaC3A7C3A3o)
ATENCcedilAtildeO A PARTIR DESTE MOMENTO NAtildeO
MAIS TRANSCREVEMOS O BLOG
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 23
Trabalhando com muacutesica
ldquoA muacutesica eacute uma forccedila geradora de vida uma energia que
envolve o nosso ser inteiro atuando de forma poderosa sobre
o nosso corpo mente e coraccedilatildeo Aleacutem de alegrar unir e
consagrar mensagens e valores disciplinar e socializar a
muacutesica forma o caraacuteter e favorece o desenvolvimento integral
da personalidade o equiliacutebrio emocional e socialrdquo (profordf
compositora e regente Miacuteria Therezinha Kolling)
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Fazer leitura da letra da muacutesica
2-Procurar no dicionaacuterio o significado das palavras
3-Ouvir a muacutesica de Caetano Veloso
4-Cantar a muacutesica
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1-Fazer anaacutelise da muacutesica junto com os alunos
2-Fazer comentaacuterios sobre a muacutesica
3- Escrever um texto coletivo com os alunos sobre o tema ldquoNavio Negreirordquo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 24
O Navio Negreiro
Caetano Veloso
Composiccedilatildeo Castro Alves
O Navio Negreiro
Estamos em pleno mar
Era um sonho dantesco o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho
Em sangue a se banhar
Tinir de ferros estalar do accediloite
Legiotildees de homens negros como a noite
Horrendos a danccedilar
Negras mulheres suspendendo agraves tetas
Magras crianccedilas cujas bocas pretas
Rega o sangue das matildees
Outras moccedilas mas nuas espantadas
No turbilhatildeo de espectros arrastados
Em acircnsia e maacutegoa vatildes
E ri-se a orquestra irocircnica estridente
E da ronda fantaacutestica a serpente
Faz doudas espirais
Se o velho arqueja se no chatildeo resvala
Ouvem-se gritos o chicote estala
E voam mais e mais
Presa dos elos de uma soacute cadeia
A multidatildeo faminta cambaleia
E chora e danccedila ali
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 25
Um de raiva delira outro enlouquece
Outro que de martiacuterios embrutece
Cantando geme e ri
No entanto o capitatildeo manda a manobra
E apoacutes fitando o ceacuteu que se desdobra
Tatildeo puro sobre o mar
Diz do fumo entre os densos nevoeiros
Vibrai rijo o chicote marinheiros
Fazei-os mais danccedilar
E ri-se a orquestra irocircnica estridente
E da ronda fantaacutestica a serpente
Faz doudas espirais
Qual num sonho dantesco as sombras voam
Gritos ais maldiccedilotildees preces ressoam
E ri-se Satanaz
Senhor Deus dos desgraccedilados
Dizei-me voacutes Senhor Deus
Se eacute loucura se eacute verdade
Tanto horror perante os ceacuteus
Oacute mar por que natildeo apagas
Coa esponja de tuas vagas
De teu manto este borratildeo
Astros noite tempestades
Rolai das imensidades
Varrei os mares tufatildeo
Quem satildeo estes desgraccedilados
Que natildeo encontram em voacutes
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fuacuteria do algoz
Quem satildeo Se a estrela se cala
Se a vaga agrave pressa resvala
Como um cuacutemplice fugaz
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 26
Perante a noite confusa
Dize-o tu severa musa
Musa libeacuterrima audaz
Satildeo os filhos do deserto
Onde a terra esposa a luz
Onde voa em campo aberto
A tribo dos homens nus
Satildeo os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidatildeo
Homens simples fortes bravos
Hoje miacuteseros escravos
Sem ar sem luz sem razatildeo
Satildeo mulheres desgraccediladas
Como Agar o foi tambeacutem
Que sedentas alquebradas
De longe bem longe vecircm
Trazendo com tiacutebios passos
Filhos e algemas nos braccedilos
Nalma laacutegrimas e fel
Como Agar sofrendo tanto
Que nem o leite do pranto
Tecircm que dar para Ismael
Laacute nas areias infindas
Das palmeiras no paiacutes
Nasceram crianccedilas lindas
Viveram moccedilas gentis
Passa um dia a caravana
Quando a virgem na cabana
Cisma das noites nos veacuteus
Adeus oacute choccedila do monte
Adeus palmeiras da fonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 27
Adeus amores adeus
Senhor Deus dos desgraccedilados
Dizei-me voacutes Senhor Deus
Se eu deliro ou se eacute verdade
Tanto horror perante os ceacuteus
Oacute mar por que natildeo apagas
Coa esponja de tuas vagas
De teu manto este borratildeo
Astros noite tempestades
Rolai das imensidades
Varrei os mares tufatildeo
E existe um povo que a bandeira empresta
Pra cobrir tanta infacircmia e cobardia
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria
Meu Deus meu Deus mas que bandeira eacute esta
Que impudente na gaacutevea tripudia
Silecircncio Musa chora chora tanto
Que o pavilhatildeo se lave no seu pranto
Auriverde pendatildeo de minha terra
Que a brisa do Brasil beija e balanccedila
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperanccedila
Tu que da liberdade apoacutes a guerra
Foste hasteado dos heroacuteis na lanccedila
Antes te houvessem roto na batalha
Que servires a um povo de mortalha
Fatalidade atroz que a mente esmaga
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu na vaga
Como um iacuteris no peacutelago profundo
Mas eacute infacircmia demais
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 28
Da eteacuterea plaga
Levantai-vos heroacuteis do Novo Mundo
Andrada arranca este pendatildeo dos ares
Colombo fecha a porta de teus mares
(endereccedilo do viacutedeo para assistir clip da muacutesica)
(httpwwwyoutubecomwatchv=1Osbp0IMYRM)
Trabalhando com poema
Terra roxa e outras terras- Revista de Estudos Literaacuterios
Ana Claudia Duarte Mendes (UEMSUEL)
A literatura do poema ldquoVozes de Mulheresrdquo de Conceiccedilatildeo Evaristo a partir de
uma perspectiva de construccedilatildeo da memoacuteria possibilita-nos observar a existecircncia
de uma literatura adjetivada afro-brasileira A poesia analisada estaacute inserida em
um contexto no qual o poeta assume o ponto de vista negro Ao narrar a trajetoacuteria
de mulheres negras preservada na memoacuteria coletiva revela a ancestralidade que
se projeta no presente e prepara o futuro
O poema pertence a um tempo e lugar histoacuterico no mesmo instante transcende
essa condiccedilatildeo supera-a ldquoO poema eacute tempo arquetiacutepico e por secirc-lo eacute tempo que
se encarna na experiecircncia concreta de um povo um grupo ou uma seitardquo (Paz
1972 54) A contradiccedilatildeo ndash essecircncia do poema- que ao se encarnar revela-se
histoacuterico ao mesmo tempo em que eacute presente a cada nova leitura atualiza-se e
se projeta enquanto futuro Ao poeta eacute impossiacutevel fugir da histoacuteria mesmo quando
compotildee algo completamente diverso desta pois suas palavras satildeo sociais e
histoacutericas A revelaccedilatildeo poeacutetica consagra a experiecircncia humana (Paz 1972 55)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 29
por ser a poesia imagem A palavra poeacutetica ao se compor enquanto imagem
conforma o isto e o aquilo no mesmo instante Diz o indiziacutevel
O poeta consagra sempre umas experiecircncias histoacutericas que pode ser pessoal
sociais ou ambas as coisas ao mesmo tempo Mas ao falar-nos de todos estes
sucessos sentimentos experiecircncias e pessoas o poeta nos fala de outra coisado
que estaacute fazendo diante de noacutes e em noacutes E mais ainda leva-nos a repetir a
recriar seu poema a nomear aquilo que nomeia e ao fazecirc-lo revela-nos o que
somos (Paz 1972 57)
Como o poema surge na construccedilatildeo a partir da memoacuteria nos atrevemos a
dialogar com a obra de Gizecirclda Melo do nascimento Feitio de viver memoacuterias de
descendentes de escravos de 2006 O livro registra e interpreta a narrativa de
mulheres negras fortes e determinadas a contarem suas trajetoacuterias memoacuterias
individuais e coletivas O olhar para o presente na esperanccedila do futuro sem
alijarem-se do passado ancestral Esta perspectiva nos permitiraacute iluminar o
poema siacutentese do vivido
Vozes-Mulheres de Conceiccedilatildeo Evaristo
A voz da minha bisavoacute ecoou
crianccedila
nos porotildees do navio
Ecoou lamentos
de uma infacircncia perdida
A voz de minha avoacute
ecoou obediecircncia
aos brancos-donos de tudo
A voz de minha matildee
ecoou baixinho revolta
no fundo das cozinhas alheias
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 30
debaixo das trouxas
roupagens sujas dos brancos
pelo caminho empoeirado
rumo agrave favela
A minha voz ainda
ecoa versos perplexos
com rimas de sangue
e
fome
A voz de minha filha
recolhe todas as nossas vozes
recolhe em si
as vozes mudas caladas
engasgadas nas gargantas
A voz de minha filha
recolhe em si
a fala e o ato
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1- Comente a partir do seu proacuteprio olhar o poema da referida autora O
comentaacuterio pode ser tanto teacutecnico (observacircncia da estrutura do poema) quanto
conteudiacutestico (como vocecirc avalia o poema a partir de suas impressotildees pessoais)(A
obra de Conceiccedilatildeo Evaristo eacute facilmente encontrada na Internet) Trabalhar com
os alunos outros poemas
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 31
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno(a)
1- Analisar o poema e reescrever em cada
verso seu significado
A voz de minha bisavoacute
A voz de minha avoacute
A voz de minha matildee
A minha voz
A voz da minha filha
2- Fazer comentaacuterios sobre o poema em sala
de aula professor (a) e alunos
3- Ilustrar o poema usando sua
criatividade
4-Com os desenhos prontos formar grupos
com trecircs alunos e criar uma histoacuteria em
quadrinhos sobre o que entendeu do poema
estudado
A escola e os educandos precisam se organizar para demonstrar a
importacircncia da pluralidade racial na sociedade A fim de contemplar discussotildees
sobre a diversidade racial discutir os problemas sociais Para possibilitar que os
educandos construam suas proacuteprias ideacuteias e entendimento sobre o outro que lhe eacute
diferente O preconceito no cotidiano escolar tem que ser combatido Eacute necessaacuterio
que todos digam natildeo ao preconceito racial Os agentes transformadores da
educaccedilatildeo precisam unir forccedilas para promover o respeito muacutetuo e a possibilidade
de conversar sobre diferenccedilas sem melindres e sem preconceitos Na educaccedilatildeo
infantil tempo dos primeiros passos da vida social da crianccedila eacute importante
possibilitar atitudes positivas estimular o contanto com a esteacutetica e pelo
imaginaacuterio afro e afrodescendente Trazer a verdadeira histoacuteria do negro africano
no Brasil para romper com as barreiras dos preconceitos (Perrucci 1999 p 7)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 32
httpwwwwebartigoscomarticles380941INCLUSAO-NO-TRIBUNAL-DE-JUSTICApagina1html
Trabalhando com imagens
Sugestatildeo de atividades para o aluno
1 Ver as figuras abaixo e responder as questotildees
2 Vocecirc acha que existe preconceito entre essas crianccedilas Justifique
3 A crianccedila jaacute nasce com preconceito Comente
4 Como a crianccedila adquire o preconceito
5 Vocecirc como adolescente jaacute sofreu preconceito Em que fase de sua vida
Comente
Sites das imagens
almazendemensagensblogspotcom uniblogcombr
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 33
agenciaaldensblogspotcom sociologiacienciaevidauolcombr
Trabalhando com viacutedeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1 Assistir o viacutedeo Analisar as imagens e o depoimento
2 Promover um debate sobre o viacutedeo junto com os alunos
Por uma infacircncia sem racismo ver
wwwyoutubecomwatchv=_aPYuKiKFMg
1 Assistir o viacutedeo Analisar os depoimentos reais das pessoas
2 Vocecirc concorda com esses depoimentos Justifique
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 34
Onde vocecirc guarda o seu racismo ver
httpwwwyoutubecomwatchv=ojg07xOt8CY
Trabalhando com entrevista
Histoacuteria Oral - Como fazer uma entrevista
A pesquisa histoacuterica natildeo se baseia apenas em documentos escritos ou imagens mas
tambeacutem na narraccedilatildeo de fatos por parte das pessoas que presenciaram ou que tecircm
maior conhecimento dos mesmos Neste caso outra ferramenta pode ser utilizada
pelo pesquisador para adquirir novas informaccedilotildees acerca do objeto de estudo
Trata-se da entrevista um recurso da Histoacuteria Oral
Na Histoacuteria Oral podem-se fazer duas divisotildees em se tratando de relatos segundo o
historiador Gwyn Prins Existe uma tradiccedilatildeo Oral - a qual representa um
testemunho oral transmitido de uma geraccedilatildeo para a seguinte ou as demais -
Existe tambeacutem uma Reminiscecircncia Pessoal Evidecircncia oral especiacutefica das
experiecircncias de vida do informante (Wikipedia 2007)
Segundo Olga Rodrigues de Moraes Von Simson do Centro de Memoacuteria da
Unicamp a Histoacuteria Oral possibilita que indiviacuteduos pertencentes a categorias
sociais geralmente excluiacutedas da histoacuteria oficial possam ser ouvidos - deixando
registradas para anaacutelises futuras sua proacutepria visatildeo de mundo e aquela do grupo
social ao qual pertencem Apesar de ser um meacutetodo praacutetico e cada vez mais usado
a entrevista apresenta algumas deficiecircncias mas que podem de certa forma serem
superadas o entrevistado pode ter uma falha de memoacuteria pode criar uma
trajetoacuteria artificial se autocelebrar fantasiar omitir ou mesmo mentir O que
poderia ser percebido como um problema acaba se transformando em um recurso
uma vez que o proacuteprio entrevistador no ato de produccedilatildeo da narrativa histoacuterica natildeo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 35
deixa de produzir uma versatildeo do que entendeu ter acontecido Mesmo quando o
pesquisador tenha certeza de que o entrevistado esteja mentido conscientemente
cabe a ele entrevistador tentar entender as razotildees da mentira ou seja quais os
motivos que estatildeo levando a pessoa a mentir podendo ser aplicado o mesmo no
caso da ilusatildeo biograacutefica quando o indiviacuteduo faz uma produccedilatildeo artificial de si
mesmo No caso de esquecimento para ajudar suprir essa falha podem-se usar os
chamados apoios de memoacuteria como fotografias objetos e outras coisas que
possam ajudar o entrevistado a se recordar melhor dos fatos em pesquisa (op
cit)
Se formos analisar a credibilidade dos recursos de pesquisa histoacuterica sejam
documentos ou oralidade iremos nos deparar sempre com a interpretaccedilatildeo ou a
criacutetica pessoal de quem o fez cabendo ao pesquisador saber aproveitar as
informaccedilotildees que lhe conveacutem e criar suas proacuteprias consideraccedilotildees nenhum
documento pode nos dizer mais do que aquilo que o autor pensava ndash o que ele
pensava que havia acontecido queria que os outros pensassem que ele pensava ou
mesmo apenas o que ele proacuteprio pensava pensar Nada disso significa alguma
coisa ateacute que o historiador trabalhe sobre esse material e decifre-o eacute o que
comenta Edward Hallet Carr citado no site Wikipedia
A entrevista possibilita um contato direto com o atorautor da Histoacuteria Esse
envolvimento pode resultar num trabalho dinacircmico abrangente e ateacute mais realista
trazendo assim o passado para o presente
Agora vejamos os passos baacutesicos para realizar uma boa entrevista
COMO FAZER UMA ENTREVISTA
1 Preparar antes da entrevista um roteiro com alguns dos assuntos
importantes a abordar Ao partir para a entrevista eacute fundamental saber
o que vamos perguntar
2 Conversar com o entrevistado sobre nossos objetivos e descobrir se
realmente deseja colaborar conosco Natildeo se obriga ningueacutem a ser
entrevistado
3 Escolher local e hora apropriados para que a entrevista se decirc sem
interrupccedilotildees Num ambiente ou momento onde entrevistado ou
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 36
entrevistador estejam com pressa torna-se impossiacutevel agrave realizaccedilatildeo da
entrevista
4 Em lugar de apenas anotar o que o entrevistado diz eacute melhor e mais
adequado se possiacutevel levar um gravador para ficar tudo registrado de
tal forma que natildeo se perca parte alguma daquilo que o entrevistado
disse
5 A entrevista natildeo deve ser interrogatoacuterio e sim diaacutelogo
6 O entrevistador deve respeitar as opiniotildees do entrevistado mesmo
quando natildeo concordar com elas
7 O entrevistador deve dar oportunidade para que o entrevistado fale
tudo o que desejar no tempo que quiser
8 Nunca fazer nova pergunta enquanto o entrevistado ainda natildeo tiver
terminado de expor seu pensamento em relaccedilatildeo agrave pergunta anterior
Natildeo interromper desnecessariamente a fala do outro
professor-josimarblogspotcom200908historia-oral
REFEREcircNCIAS
SIMSON Olga Rodrigues de Moraes Von O que eacute Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
wwwcentrodememoriaunicampbrlahoindexhtm Acesso em 23 mai 2007
WIKIPEDIA Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
httpptwikipediaorgwikiHistAtildesup3ria_OralsearchInputsearchInput Acesso
em 23 mai 2007
httpwwwfeunbbrpieComo20fazer20uma20entrevistahtm
Professor Josimar Pais de Almeida
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 37
Sugestatildeo de Roteiro para realizar a entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistador
Nome do entrevistador
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Onde trabalha
Data local da entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistado
Nome
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Questionamento
Onde trabalha
Grau de escolaridade
Religiatildeo que frequumlenta
Tempo que mora na cidade de Rolacircndia
De onde veio sua famiacutelia
Vocecirc gosta de morar aqui
Porque vieram morar aqui
Do que sente saudades
Como era essa cidade quando vocecirc chegou aqui
Como vocecirc considera essa cidade hoje
Fale como era o lazer quando vocecirc era adolescente Como eacute seu lazer hoje
Fale sobre o namoro de antigamente As pessoas tinham um lugar para ldquopaquerarrdquo
Qual era a principal alimentaccedilatildeo das pessoas
Havia violecircncia Como era
Como eram as escolas Usava-se uniforme
Como eram as roupas Onde as comprava ou quem as confeccionava
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 38
Como era a educaccedilatildeo dos filhos
Havia igrejas Frequentava alguma no passado E hoje
O que era cultivado nas lavouras
Muitas pessoas moravam na zona rural
Como eram as habitaccedilotildees
Vocecirc se sente discriminado
O que vocecirc acha da escravidatildeo na eacutepoca da colonizaccedilatildeo do Brasil
Hoje ainda existe escravidatildeo
A fotografia na construccedilatildeo do material didaacutetico
Paulo Freire na ldquopedagogia do oprimidordquo pregava a liberdade atraveacutes da educaccedilatildeo e para
isso educava a partir de estiacutemulos retirados do cotidiano dos alunos aumentando
gradativamente o inverso dos mesmos Os estiacutemulos servem portanto como forma de
despertar a criatividade e o intelecto dos alunos Levando-se em consideraccedilatildeo que a
percepccedilatildeo visual eacute a forma mais objetiva de interaccedilatildeo do homem com o meio que o cerca
os estiacutemulos visuais atendem perfeitamente aos objetivos da educaccedilatildeo Antes mesmo da
escrita as comunicaccedilotildees visuais valendo-se de percepccedilatildeo visual ajuda a escrever a histoacuteria
da humanidade Associando-se aos seus conhecimentos o homem absorve a imagem
processa-a e retira dela suas proacuteprias conclusotildees A imagem dinacircmica ou estaacutetica eacute
portanto uma forma contumaz na divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo quer seja ela educacional
cientifica ou cultural difundindo conhecimentos desenvolvendo ideacuteias e formando
opiniotildees Jaacute em 1888 George Eastman referindo-se agrave fotografia afirmava ldquouma imagem
vale mais que mil palavrasrdquo e desde entatildeo a imagem fotograacutefica estaacute cada vez mais
presente no processo ensino aprendizagem de forma cada vez mais interativa A fotografia
e a questatildeo ambiental estatildeo relacionadas desde sua descoberta em1826 No inicio o
objetivo da fotografia era fazer um registro fiel da natureza Nas suas atividades os
cientistas utilizam cada vez mais a fotografia como instrumentaccedilatildeo de pesquisa registro de
dados apoio didaacutetico e principalmente na divulgaccedilatildeo dos resultados cientiacuteficos
introduzindo o conceito da fotografia cientiacutefica A fotografia eacute uma forma objetiva de
suporte para o ensino e a pesquisa eacute uma forma objetiva de documentaccedilatildeo ela tem o poder
de capturar nuances que muitas vezes passam despercebidas ao olho nu e isso aumenta o
aspecto de observaccedilatildeo do pesquisador A fotografia cientiacutefica tem que retratar o real
aparente a imagem como um instrumento de uma memoacuteria documental da realidade
Muitas vezes diante da dificuldade de deslocamento os professores lanccedilam matildeo da
fotografia para exemplificar e fixar conceitos educacionais tirando-os do imaginaacuterio e
trazendo para suas aulas de forma mais concreta wwwabedorgbrcongresso2007tc552007125857PMpdf
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 39
Trabalhando com fotografias e Histoacuteria Local
FIGURA 1
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 40
FIGURA 2
httpjornalrolandianetblogspotcom201105familia-farina-fotografando-rolandiahtml
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 41
FIGURA 3
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 42
FIGURA 4
httpwwwpanoramiocomphoto9865842
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 43
FIGURAS 5 E 6
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 44
FIGURA 7
httpwwwgooglecombrimgresq=FOTOS+ESCOLA+PADRE+JOSE+HERIONS+ROLANDIA
LEMBRETE AO (Agrave) PROFESSOR (A) Nossa proposta significa trabalhar com FONTE DOCUMENTAL As respostas das entrevistas consistem tambeacutem em FONTES DOCUMENTIAS E como tal devem ser interpretadas em sala de aula Qualquer material como fotos muacutesicas poemas imagens etc devem ser tratadas como FONTES u seja pergunta-se a estas QUEM FEZ QUANDO ONDE PARA QUEM POR QUEcirc OQUE QUER COMUNICAR E todos estes materiais necessitam de referecircncia como qualquer texto livro reportagem etc
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 45
Sugestatildeo de atividades para o aluno
Analise as fotografias (1-2-3-4-5-6-7) o Vocecirc conhece esses lugares que estatildeo representados nas fotos o Qual lugar da foto estaacute localizado mais perto de sua casa o Quais fotos representam lugar de lazer o Vendo as fotos onde podemos fazer nossas reflexotildees o O que estaacute na foto que incomoda a comunidade o Vocecirc conhece algumas pessoas das fotos Escreva os nomes das mesmas o Com qual foto vocecirc mais se identificou Justifique sua resposta o Escreva uma frase para cada fotografia o Essas fotos fazem parte da Histoacuteria de Rolacircndia Faccedila comentaacuterios
Sugestatildeo de atividades para o professor
1-Trabalhe com fotografias o Peccedila para seu aluno trazer fotos antigas da famiacutelia da comunidade etc o Faccedila perguntas para obter respostas o Dar oportunidade para um debate sobre as fotos trazidas pelos alunos o Formar grupo com trecircs alunos para eles escreverem sobre as fotos o Colocar em cartazes os resultados obtidos natildeo esquecer de registrar a eacutepoca e
lugar em que foi tirada a foto o Expor na escola para que outros alunos possam ler e analisar os trabalhos
realizados
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 46
Referecircncia bibliograacutefica do texto explicativo
BAUMAN Z Modernidade e ambivalecircncia Rio de Janeiro Jorge Zahar 1999
CAVALLEIRO E S Do silecircncio do lar ao silecircncio escolar racismo preconceito e discriminaccedilatildeo na educaccedilatildeo infantil 4 ed Satildeo Paulo Contexto 2005
FERREIRA Ricardo Franklin O brasileiro o racismo silencioso e a identidade afro-descendente Psicologia e Sociedade Belo Horizonte v 14 n 1 p 69-86 janjun 2002
FIGUEIREDO Luis Claudio Mendonccedila Revisitando as psicologias da epistemologia agrave eacutetica das praacuteticas e discursos psicoloacutegicos 3 ed Petroacutepolis Vozes 2004
FREITAS Patriacutecia de Sobre a Lei 10639 o ensino de histoacuteria e a cultura afro-brasileira OPSIS Catalatildeo v 10 n 1 p15-28 janjun 2010
GONCcedilALVES Rita de Caacutessia LISBOATeresa Kleba Sobre o meacutetodo de Histoacuteria oral em sua modalidade trajetoacuteria de vida Revista Kataacutel Florianoacutepolis v 10 n especial p 83-92 2007
REIS Faacutetima A implementaccedilatildeo da Lei 1063903 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwwebartigoscomarticles39841A-Implementacao-Da-Lei-1063903pagina1htmlgt Acesso em 20 abr 2011
RODRIGUES N Os africanos no Brasil 5 ed Satildeo Paulo Nacional 1977
SCHMIDT Maria auxiliadora CAINELLI Marlene Ensinar histoacuteria Satildeo Paulo Scipione 2004
- Paacutegina em branco
-
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 12
favoreccedila a reversatildeo A ideologia eacute que no Brasil as diferenccedilas satildeo aceitas e
valorizadas um verdadeiro exemplo para outras naccedilotildees encobre o problema Em
funccedilatildeo disso satildeo negados para os negros as condiccedilotildees de viver melhor e exercer
a cidadania
Segundo Cavalleiro (2005) tais depoimentos revelam que nos
lares de famiacutelias negras e na escola a maneira mais silenciosa de se lidar com o
preconceito eacute o silecircncio O termo ldquomorenordquo era para se auto-referir as
caracteriacutesticas etnoraciais Parece politicamente chamar de moreno o
afrodescendente uma estrateacutegica simboacutelica de fuga da discriminaccedilatildeo Questotildees
que se tornam difiacuteceis de se lidar no Brasil Em torno do seacuteculo XIV o homem
ocidental lanccedilou-se no mundo das Grandes Navegaccedilotildees deparou-se com um
universo de diversidade Ele precisava-se organizar de maneira segura em sua
realidade atraveacutes de reflexotildees conseguiu controlar os acontecimentos Bauman
(1999) nos direciona a uma das chaves da compreensatildeo da construccedilatildeo da
subjetividade do homem moderno O processo de qualificar obsessotildees da
civilizaccedilatildeo ocidental constitui-se nos atos de incluir o semelhante num padratildeo
considerado correto excluindo o diferente Ordem e progresso condiccedilotildees que
legitimavam transformaccedilotildees do outro no mesmo Para o africano escravizado
tornar-se cristatildeo apagar sua histoacuteria atraveacutes de um processo de branqueamento
e aculturaccedilatildeo tornaacute-lo branco Essa ideacuteia foi defendida no iniacutecio do seacuteculo XX por
vaacuterios cientistas e intelectuais brasileiros que eram representantes das ldquoverdadesrdquo
estabelecidas Schwarcz (1998) e Consorte (1999) analisaram esse periacuteodo havia
justificativas consideradas cientificas que legitimavam o eurocentrismo [] Para
Larkin Nascimento (2000) apoiara-se em duas condiccedilotildees baacutesicas a imigraccedilatildeo em
massa subsidiada pelo Estado sob legislaccedilatildeo que excluiacutea raccedilas natildeo desejaacuteveis
e o cultivo do ideal do embranqueamento Apoacutes vaacuterias reflexotildees podem ser
apontados alguns itens que favoreceram o preconceito no Brasil A concepccedilatildeo
constitutiva do mundo ocidental que se desenvolveu na modernidade com uma
questatildeo de ordem desvalorizando ou eliminando o diferente O africano era visto
como mero objeto de uso Apoacutes a aboliccedilatildeo surge a inferioridade racial do negro
apoiada pela ciecircncia prevendo sua extinccedilatildeo na constituiccedilatildeo do povo brasileiro
Para Gilberto Freyre nos anos trinta o mesticcedilo passa a ser louvado como siacutembolo
de nossa identidade Primeiro a desvalorizaccedilatildeo depois a exaltaccedilatildeo surgindo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 13
assim o mito da ldquodemocracia racialrdquo aqui estaacute a construccedilatildeo do racismo silencioso
Uma visatildeo negativa do afrodescendente e um discurso contraacuterio tentando negaacute-la
(apud Ferreira 2002) Em funccedilatildeo da desvalorizaccedilatildeo da pessoa negra elas
tendem a introjetar a visatildeo dominante do mundo branco visto como superior Para
Pereira (1987 apud Ferreira 2002 p75) a escola eacute um lugar onde a crianccedila
alimenta subliminarmente a figura do negro ldquocaricaturalrdquo No plano de
relacionamentos a escola reproduz naquele microcosmo a mesma estrutura de
relaccedilatildeo que se daacute na sociedade brasileira como um todo Assim a escola em
lugar de reversatildeo do problema estimula o estereotipo soacutecias do negro e sua
submissatildeo aos valores do outro Estimulada a visatildeo de um mundo cultural
eurocentrico cria um processo pedagoacutegico que leva o afrodescendente inibir sua
capacidade de expor seu saber e sentir-se como cidadatildeo
Construccedilatildeo de Conceitos
Sugestatildeo de atividade para o (a) aluno (a)
1- Estudo dos termos existentes nos documentos incluiacutedos no projeto como
democracia racial preconceito discriminaccedilatildeo afrodescendente diversidade
etnoracial cotidiano moreno branqueamento eurocentrismo racismo silencioso
Atraveacutes de pesquisas orientadas pala professora
2-Promover um debate sobre os termos estudados na atividade 1
3-Atividade em dupla Apoacutes o debate entre professora e alunos produzir um
texto
4-Todos os textos seratildeo analisados pela professora e alunos
5- Apoacutes pesquisar conceitos para os termos da atividade (1) montar um painel
com resultados obtidos e expor para outras turmas na escola (atividade seraacute
realizada em grupo de quatro alunos)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 14
Para refletir pesquisar e responder em seu caderno
1-Escreva o que vocecirc entendeu por racismo preconceito e discriminaccedilatildeo
2-Existe discriminaccedilatildeo no Brasil Justifique
3-Vocecirc jaacute foi discriminado alguma vez Relate
4-Vocecirc jaacute presenciou situaccedilotildees de discriminaccedilatildeo na escola
5-Vocecirc jaacute discriminou alguma pessoa Justifique
6-Escreva algum tipo de discriminaccedilatildeo que existe na comunidade em que
vocecirc mora
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor
1-Decirc sugestotildees como a escola deve agir ao perceber a discriminaccedilatildeo entre
os educandos
2- Usar para pesquisas o link
wwwuelbrprojetosleoafropagespublicacoesphp
Essas leituras podem contribuir para o seu plano de aula
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 15
Segundo Helms (1985 apud Ferreira 2002 p78) pessoas
envolvidas agrave descriminaccedilatildeo natildeo se encaixam em nenhum grupo satildeo
desqualificadas por ser negro e desvalorizam-se como pessoa Mudanccedilas podem
ocorrer a partir de exposiccedilatildeo de eventos que envolvem informaccedilotildees nos aspectos
culturais como danccedilas festas muacutesicas estudos leituras filmes e outras que
possam usaacute-las com referecircncia pessoal No iniacutecio eacute um desafio para o sujeito
envolvido mas aos poucos vai superando quando descobre que seus valores e
sua visatildeo de mundo natildeo permitem mais dominaccedilatildeo A participaccedilatildeo em grupo de
militacircncia voltados para valores com objetivos culturais e poliacuteticos pode favorecer
a reconstruccedilatildeo pessoal dos interlocutores que vivem o problema realizando um
exerciacutecio de padrotildees negativos introjetados e analisando a histoacuteria omitida A
militacircncia pode transformar a vergonha de ser negro em orgulho de ser negro
onde ele passa a ter uma nova histoacuteria intensificando a luta que jaacute vem desde a
escravidatildeo Com a recuperaccedilatildeo das matrizes curriculares africanas a histoacuteria da
diaacutespora reivindicaccedilotildees poliacuteticas sociais o afrodescendente pode ser visto com
qualidades que o outro natildeo percebia e ao mesmo tempo os aspectos culturais
que tambeacutem o constituem Atraveacutes de trabalhos cuidadosamente estudados eacute
muito importante que a pessoa branca deixe de negar suas raiacutezes culturais
africanas e tambeacutem indiacutegenas assim como o negro brasileiro suas raiacutezes
culturais europeacuteias e tambeacutem indiacutegenas Portanto eacute neste objetivo que este
projeto de ensino de histoacuteria se insere no (re) pensar sobre a cultura
afrodescendente de modo a dar condiccedilotildees para o (a) aluno(a)enfrentar com
consciecircncia criacutetica os desafios de um cotidiano ainda pautado em representaccedilotildees
preconceituosas
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 16
Comportamento reflexivo pela natildeo-discriminaccedilatildeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Qual a importacircncia dos movimentos de militacircncia para os que se sentem
excluiacutedos da sociedade
2-Realizar pesquisas em outros autores para saber mais sobre os movimentos
de militacircncia dos afrodescendentes
3-Na sua opiniatildeo como superar a discriminaccedilatildeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1- Trabalhar ldquovaloresrdquo sempre que perceber discriminaccedilatildeo entre os educandos
2- Sempre que for possiacutevel trabalhar temas ou textos sobre diversidade que
podem ser vistos em todas as disciplinas
3- Orientar os educandos em sala de aula para que realizem atividades sobre
diversidade como analisar figuras fotos montar paineacuteis confecccedilotildees de cartazes
recorte e colagem de figuras produccedilatildeo de textos etc
Negros e brancos na redaccedilatildeo de Maria Claudia
No trecho a seguir o escritor Pedro Bandeira apresenta-nos a redaccedilatildeo escrita por
Maria Claudia Segundo ele quando escreveu Maria Claudia ainda natildeo tinha
nove anos Era uma crianccedila como tantas outras que ocupam as milhares salas de
aula do Brasil Vejamos como Maria Claudia vecirc a questatildeo das diferenccedilas entre o
branco e o negro
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 17
ldquoOs brancos satildeo muito diferentes dos negros Mas depende do branco e depende
do negro Na minha caixa de laacutepis de cor o branco natildeo serve para nada Soacute o
preto eacute que serve para desenhar Com o giz a gente desenha na lousa Com o
carvatildeo a gente desenha um bigode na cara do Paulinho para a festa de Satildeo
Joatildeo Nesse negoacutecio de muacutesica natildeo tem branco Soacute tem preto Todos os discos
que eu conheccedilo satildeo pretos Nunca vi um disco branco O papel eacute branco e eacute
igualzinho o papel preto chamado carbono que escreve embaixo tudo o que a
gente escreve em cima A noite eacute preta mas o dia natildeo eacute branco O dia eacute azul
Entatildeo o preto da noite eacute soacute da noite Natildeo eacute igual nem eacute diferente de nada O leite
eacute branco e o cafeacute eacute preto De cafeacute eu natildeo gosto Tambeacutem natildeo gosto de leite
quando ele estaacute branco Prefiro misturar com chocolate E aiacute o leite fica marrom
Marrom como a minha amiga Patriacutecia Outro dia me disseram que a Patriacutecia eacute
negra mas ela eacute marrom Eu estou com raiva dela porque ela tirou uma nota
melhor do que eu na prova de matemaacutetica Mas eu natildeo quero ser diferente dela
Vou estudar bastante Na proacutexima prova eu e ela vamos ficar iguaisrdquo
BANDEIRA Pedro A redaccedilatildeo da Maria Claudia in Grupo de trabalho para assuntos afro-
brasileiros Salve o 13 de maio Satildeo Paulo SE 1988 p7
Refletindo sobre o texto
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Analisar o texto e responder as questotildees abaixo
11 Na redaccedilatildeo de Maria Claudia o que satildeo mais importantes as coisas brancas
as coisas negras ou a mistura das coisas
12 ldquoO papel eacute branco e eacute igualzinho o papel preto chamado carbono que escreve
embaixo tudo o que a gente escreve em cimardquo Comparando a Histoacuteria com o
papel branco e o carbono seraacute que por detraacutes de toda a histoacuteria dos brancos natildeo
existe tambeacutem uma histoacuteria de negros Seraacute que a histoacuteria do negro eacute igual agrave do
branco
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 18
13 Pela redaccedilatildeo de Maria Claudia o negro eacute inferior ao branco Vocecirc concorda
com Maria Claudia
14 Como vocecirc se relaciona com seus amigos negros
Formando crianccedilas livres de preconceitos
Sugestatildeo de atividades para o(a) professor(a)
ATENCcedilAtildeO A PARTIR DESTE MOMENTO
TRANSCREVEMOS O TEXTO DE UM BLOG COM
ALGUMAS ADAPTACcedilOtildeES DE DIAGRAMACcedilAtildeO
Construir Notiacutecias por Moacir Pereira Juacutenior (httpserinteiroblogspotcomsearchlabelEducaC3A7C3A3o)
As crianccedilas natildeo satildeo naturalmente preconceituosas Elas aprendem a ser com os adultos Aproveite essa fase essencial da vida de todo ser humano que eacute a infacircncia e valorize sentimentos e valores positivos que esses pequenos e especiais seres trazem em sirdquo Educaccedilatildeo Infantil e dos 1ordm 2ordm e 3ordm anos do Ensino Fundamental Sugiro duas formas de iniciar o projeto uma para alunos que ainda natildeo dominam a escrita e outra para alunos com domiacutenio da escrita Realizando o projeto com crianccedilas da Educaccedilatildeo Infantil e dos 1ordm 2ordm e 3ordm anos do Ensino Fundamental pode-se comeccedilar a trabalhar o tema fazendo uma dinacircmica
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 19
1- Dinacircmica das flores leve flores de diferentes cores e formas para a classe e deixe que cada aluno escolha uma Depois pergunte o que chamou a atenccedilatildeo deles para escolher aquela flor Peccedila-lhes que percebam as diferentes cores o perfume a textura as diferentes formas Chame sua atenccedilatildeo para o fato de as flores serem diferentes e nem por isso menos belas e apreciadas Em seguida peccedila que olhem uns para os outros Assim como as flores cada um eacute diferente mas natildeo menos importante Muitas coisas variam cor e tipo de cabelo formato e cor dos olhos tamanho do nariz altura cor da pele etc
2- Dinacircmica das cores leve um aparelho de som para a classe e coloque uma muacutesica suave Espalhe vaacuterios laacutepis ou gizes de cera de vaacuterias cores sobre a mesa e peccedila para as crianccedilas escolherem a cor que mais lhes agrada Haveraacute cores iguais e cores diferentes Converse com elas sobre como seria o mundo se tudo fosse de uma soacute cor mdash azul por exemplo E se tudo fosse amarelo Ou vermelho Seraacute que elas comeriam uma banana azul Ou um morango cinza Sim Natildeo Por quecirc Pode-se debater se eacute bom haver cores diferentes e o porquecirc Depois peccedila que olhem uns para os outros Assim como as cores cada um eacute diferente Muitas coisas variam cor e tipo de cabelo formato e cor dos olhos tamanho do nariz altura cor da pele Pergunte que cor de laacutepis ou giz eacute mais parecido com a cor da pele de cada um (Caso algum aluno diga que sua cor eacute ldquofeiardquo procure fazecirc-lo se sentir valorizado Esse momento seraacute propiacutecio para melhorar a autoestima dessa crianccedila)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 20
Dinacircmicas para os Proacuteximos Anos do Ensino Fundamental Comeccedilando com jovens do 4ordm e 5ordm anos do Ensino Fundamental o projeto eacute basicamente trocar ideacuteias debater e discutir para se chegar a uma mudanccedila de atitude
1- Discutindo preconceito de gecircnerosexismo
2- Discutindo as diferenccedilas (porte de deficiecircncia obesidade etc)
3- Discutindo preconceito racial e eacutetnico
1- Discutindo preconceito de gecircnerosexismo Questione os alunos ldquoMenino brinca de bonecardquo Peccedila previamente aos alunos para trazerem de casa figuras de diversos profissionais Sente-se em roda com eles e analise as figuras Que profissotildees satildeo mais retratadas Essas profissotildees estatildeo mais ligadas a homens ou a mulheres Haacute profissotildees predominantemente masculinas ou femininas Por quecirc Faccedila cartazes com frases comumente ouvidas como por exemplo ldquoMenino natildeo chorardquo ldquoEsta brincadeira natildeo eacute para meninasrdquo ldquoMenino natildeo usa cor-de-rosardquo ldquoMenina eacute mais fraacutegil que meninordquo ldquoMenina natildeo senta de perna abertardquo ldquoMenino natildeo deve danccedilar baleacuterdquo etc Mostre os cartazes aos alunos e pergunte que outras frases eles jaacute ouviram Questione por que dizem que meninos e meninas natildeo podem fazer tais coisas Quem determinou isso Se possiacutevel traga gravuras que mostrem o contraacuterio do que estaacute escrito nos cartazes Peccedila que as crianccedilas levem histoacuterias em quadrinhos para a sala de aula (Turma da Mocircnica Walt Disney etc) Leia as histoacuterias com eles e chame sua atenccedilatildeo para o papel que eacute reservado agraves meninas (Satildeo sempre as fofoqueiras Satildeo choronas Satildeo consideradas fraacutegeis) E os meninos como satildeo retratados (ativos liacutederes espertos) Leia com eles alguns contos de fadas e analise o papel das mulheres (princesas esperando serem salvas cuja realizaccedilatildeo eacute casar e ser feliz para sempre) Peccedila-lhes que reescrevam um conto de fadas invertendo os papeacuteis masculinos e femininos Se possiacutevel dramatize o novo conto de fadas com a inversatildeo de papeacuteis
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 21
httpcaixinhadecoresblogspotcom200810meninos-e-bonecas-por-que-nohtml
2- Discutindo as diferenccedilas (porte de deficiecircncia obesidade etc) Alunos portadores de deficiecircncia (fiacutesica ou mental) alunos obesos de baixa estatura ou que usam oacuteculos enfim que possuem caracteriacutesticas fiacutesicas que chamam a atenccedilatildeo tambeacutem costumam sofrer algum tipo de discriminaccedilatildeo e comumente satildeo alvo de piadas e comentaacuterios geralmente ofensivos por parte dos colegas e de alguns adultos Veja abaixo algumas atividades para trabalhar esse tema bull Montar um mural com personalidades que apresentem caracteriacutesticas fiacutesicas que fogem aos padrotildees e questionar o conceito de feio e bonito bull Promover a leitura de livros que abordem agrave temaacutetica do preconceito bull Fazer dramatizaccedilatildeo dos livros lidos bull Organizar a turma em grupos e encarregar cada um de elaborar uma histoacuteria sobre uma crianccedila com uma caracteriacutestica fiacutesica ou mental especial Terminadas as histoacuterias organizaacute-las em um livro e se possiacutevel providenciar uma coacutepia para cada aluno bull Montar na sala de aula um mural onde a crianccedila possa desabafar Se durante o dia algueacutem disser algo que a ofenda ou magoe ela escreve o que aconteceu e quem foi o autor e deixa ali uma mensagem de desagravo para o ofensor Acompanhe o teor do que aparece escrito e converse com os conflitantes Esse tipo de atitude poderaacute ajudar caso vocecirc tenha alunos comumente alvo de discriminaccedilatildeo (seja por raccedila cor tamanho porte de alguma deficiecircncia etc)
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3- Discutindo preconceito racial e eacutetnico Peccedila que cada aluno monte a sua histoacuteria (e a da famiacutelia) falando do brinquedo preferido da comida de que mais gosta da famiacutelia etc Monte um livro com todas as histoacuterias dos alunos e pergunte ldquoComo seria o mundo se todos fossem iguaisrdquo Confecccedilatildeo de bonecos eacute raro encontrar no mercado bonecas negras orientais e indiacutegenas o que contribui para reforccedilar a exclusatildeo das crianccedilas desses grupos Se houver possibilidade envolva matildees pais parentes das crianccedilas e confeccionem juntos marionetes e bonecos que representem pessoas negras Evite estereoacutetipos (por exemplo negros sempre pobres ou sempre jogadores de futebol) Monte com as crianccedilas um teatrinho em que haja personagens brancas negras e amarelas em papeacuteis de igual valor (evite dar sempre os papeacuteis de destaque para alunos brancos) Monte um mural com os personagens preferidos das crianccedilas Verifique se haacute algum negro ou oriental Crie com os alunos personagens de diferentes etnias e envolva as crianccedilas na elaboraccedilatildeo de uma histoacuteria em quadrinhos (HQ) Aproveite o momento para trabalhar com a turma os diferentes povos que formaram a atual populaccedilatildeo brasileira Qual a ascendecircncia de cada um Divida a classe em grupos e encarregue cada um de pesquisar um povo e sua contribuiccedilatildeo para a formaccedilatildeo da cultura brasileira na liacutengua na alimentaccedilatildeo nos costumes etc Depois de estudar os diferentes povos que colonizaram o Brasil e contribuiacuteram para a formaccedilatildeo do povo brasileiro monte com as crianccedilas uma feira das naccedilotildees Cada grupo pode usar trajes tiacutepicos fazer performances cantar enfim o que a sua criatividade sugerir Se possiacutevel envolva toda a comunidade escolar nessa feira abrindo-a para a participaccedilatildeo dos pais in Construir Notiacutecias por Moacir Pereira Juacutenior (httpserinteiroblogspotcomsearchlabelEducaC3A7C3A3o)
ATENCcedilAtildeO A PARTIR DESTE MOMENTO NAtildeO
MAIS TRANSCREVEMOS O BLOG
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 23
Trabalhando com muacutesica
ldquoA muacutesica eacute uma forccedila geradora de vida uma energia que
envolve o nosso ser inteiro atuando de forma poderosa sobre
o nosso corpo mente e coraccedilatildeo Aleacutem de alegrar unir e
consagrar mensagens e valores disciplinar e socializar a
muacutesica forma o caraacuteter e favorece o desenvolvimento integral
da personalidade o equiliacutebrio emocional e socialrdquo (profordf
compositora e regente Miacuteria Therezinha Kolling)
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Fazer leitura da letra da muacutesica
2-Procurar no dicionaacuterio o significado das palavras
3-Ouvir a muacutesica de Caetano Veloso
4-Cantar a muacutesica
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1-Fazer anaacutelise da muacutesica junto com os alunos
2-Fazer comentaacuterios sobre a muacutesica
3- Escrever um texto coletivo com os alunos sobre o tema ldquoNavio Negreirordquo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 24
O Navio Negreiro
Caetano Veloso
Composiccedilatildeo Castro Alves
O Navio Negreiro
Estamos em pleno mar
Era um sonho dantesco o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho
Em sangue a se banhar
Tinir de ferros estalar do accediloite
Legiotildees de homens negros como a noite
Horrendos a danccedilar
Negras mulheres suspendendo agraves tetas
Magras crianccedilas cujas bocas pretas
Rega o sangue das matildees
Outras moccedilas mas nuas espantadas
No turbilhatildeo de espectros arrastados
Em acircnsia e maacutegoa vatildes
E ri-se a orquestra irocircnica estridente
E da ronda fantaacutestica a serpente
Faz doudas espirais
Se o velho arqueja se no chatildeo resvala
Ouvem-se gritos o chicote estala
E voam mais e mais
Presa dos elos de uma soacute cadeia
A multidatildeo faminta cambaleia
E chora e danccedila ali
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 25
Um de raiva delira outro enlouquece
Outro que de martiacuterios embrutece
Cantando geme e ri
No entanto o capitatildeo manda a manobra
E apoacutes fitando o ceacuteu que se desdobra
Tatildeo puro sobre o mar
Diz do fumo entre os densos nevoeiros
Vibrai rijo o chicote marinheiros
Fazei-os mais danccedilar
E ri-se a orquestra irocircnica estridente
E da ronda fantaacutestica a serpente
Faz doudas espirais
Qual num sonho dantesco as sombras voam
Gritos ais maldiccedilotildees preces ressoam
E ri-se Satanaz
Senhor Deus dos desgraccedilados
Dizei-me voacutes Senhor Deus
Se eacute loucura se eacute verdade
Tanto horror perante os ceacuteus
Oacute mar por que natildeo apagas
Coa esponja de tuas vagas
De teu manto este borratildeo
Astros noite tempestades
Rolai das imensidades
Varrei os mares tufatildeo
Quem satildeo estes desgraccedilados
Que natildeo encontram em voacutes
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fuacuteria do algoz
Quem satildeo Se a estrela se cala
Se a vaga agrave pressa resvala
Como um cuacutemplice fugaz
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 26
Perante a noite confusa
Dize-o tu severa musa
Musa libeacuterrima audaz
Satildeo os filhos do deserto
Onde a terra esposa a luz
Onde voa em campo aberto
A tribo dos homens nus
Satildeo os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidatildeo
Homens simples fortes bravos
Hoje miacuteseros escravos
Sem ar sem luz sem razatildeo
Satildeo mulheres desgraccediladas
Como Agar o foi tambeacutem
Que sedentas alquebradas
De longe bem longe vecircm
Trazendo com tiacutebios passos
Filhos e algemas nos braccedilos
Nalma laacutegrimas e fel
Como Agar sofrendo tanto
Que nem o leite do pranto
Tecircm que dar para Ismael
Laacute nas areias infindas
Das palmeiras no paiacutes
Nasceram crianccedilas lindas
Viveram moccedilas gentis
Passa um dia a caravana
Quando a virgem na cabana
Cisma das noites nos veacuteus
Adeus oacute choccedila do monte
Adeus palmeiras da fonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 27
Adeus amores adeus
Senhor Deus dos desgraccedilados
Dizei-me voacutes Senhor Deus
Se eu deliro ou se eacute verdade
Tanto horror perante os ceacuteus
Oacute mar por que natildeo apagas
Coa esponja de tuas vagas
De teu manto este borratildeo
Astros noite tempestades
Rolai das imensidades
Varrei os mares tufatildeo
E existe um povo que a bandeira empresta
Pra cobrir tanta infacircmia e cobardia
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria
Meu Deus meu Deus mas que bandeira eacute esta
Que impudente na gaacutevea tripudia
Silecircncio Musa chora chora tanto
Que o pavilhatildeo se lave no seu pranto
Auriverde pendatildeo de minha terra
Que a brisa do Brasil beija e balanccedila
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperanccedila
Tu que da liberdade apoacutes a guerra
Foste hasteado dos heroacuteis na lanccedila
Antes te houvessem roto na batalha
Que servires a um povo de mortalha
Fatalidade atroz que a mente esmaga
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu na vaga
Como um iacuteris no peacutelago profundo
Mas eacute infacircmia demais
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 28
Da eteacuterea plaga
Levantai-vos heroacuteis do Novo Mundo
Andrada arranca este pendatildeo dos ares
Colombo fecha a porta de teus mares
(endereccedilo do viacutedeo para assistir clip da muacutesica)
(httpwwwyoutubecomwatchv=1Osbp0IMYRM)
Trabalhando com poema
Terra roxa e outras terras- Revista de Estudos Literaacuterios
Ana Claudia Duarte Mendes (UEMSUEL)
A literatura do poema ldquoVozes de Mulheresrdquo de Conceiccedilatildeo Evaristo a partir de
uma perspectiva de construccedilatildeo da memoacuteria possibilita-nos observar a existecircncia
de uma literatura adjetivada afro-brasileira A poesia analisada estaacute inserida em
um contexto no qual o poeta assume o ponto de vista negro Ao narrar a trajetoacuteria
de mulheres negras preservada na memoacuteria coletiva revela a ancestralidade que
se projeta no presente e prepara o futuro
O poema pertence a um tempo e lugar histoacuterico no mesmo instante transcende
essa condiccedilatildeo supera-a ldquoO poema eacute tempo arquetiacutepico e por secirc-lo eacute tempo que
se encarna na experiecircncia concreta de um povo um grupo ou uma seitardquo (Paz
1972 54) A contradiccedilatildeo ndash essecircncia do poema- que ao se encarnar revela-se
histoacuterico ao mesmo tempo em que eacute presente a cada nova leitura atualiza-se e
se projeta enquanto futuro Ao poeta eacute impossiacutevel fugir da histoacuteria mesmo quando
compotildee algo completamente diverso desta pois suas palavras satildeo sociais e
histoacutericas A revelaccedilatildeo poeacutetica consagra a experiecircncia humana (Paz 1972 55)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 29
por ser a poesia imagem A palavra poeacutetica ao se compor enquanto imagem
conforma o isto e o aquilo no mesmo instante Diz o indiziacutevel
O poeta consagra sempre umas experiecircncias histoacutericas que pode ser pessoal
sociais ou ambas as coisas ao mesmo tempo Mas ao falar-nos de todos estes
sucessos sentimentos experiecircncias e pessoas o poeta nos fala de outra coisado
que estaacute fazendo diante de noacutes e em noacutes E mais ainda leva-nos a repetir a
recriar seu poema a nomear aquilo que nomeia e ao fazecirc-lo revela-nos o que
somos (Paz 1972 57)
Como o poema surge na construccedilatildeo a partir da memoacuteria nos atrevemos a
dialogar com a obra de Gizecirclda Melo do nascimento Feitio de viver memoacuterias de
descendentes de escravos de 2006 O livro registra e interpreta a narrativa de
mulheres negras fortes e determinadas a contarem suas trajetoacuterias memoacuterias
individuais e coletivas O olhar para o presente na esperanccedila do futuro sem
alijarem-se do passado ancestral Esta perspectiva nos permitiraacute iluminar o
poema siacutentese do vivido
Vozes-Mulheres de Conceiccedilatildeo Evaristo
A voz da minha bisavoacute ecoou
crianccedila
nos porotildees do navio
Ecoou lamentos
de uma infacircncia perdida
A voz de minha avoacute
ecoou obediecircncia
aos brancos-donos de tudo
A voz de minha matildee
ecoou baixinho revolta
no fundo das cozinhas alheias
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 30
debaixo das trouxas
roupagens sujas dos brancos
pelo caminho empoeirado
rumo agrave favela
A minha voz ainda
ecoa versos perplexos
com rimas de sangue
e
fome
A voz de minha filha
recolhe todas as nossas vozes
recolhe em si
as vozes mudas caladas
engasgadas nas gargantas
A voz de minha filha
recolhe em si
a fala e o ato
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1- Comente a partir do seu proacuteprio olhar o poema da referida autora O
comentaacuterio pode ser tanto teacutecnico (observacircncia da estrutura do poema) quanto
conteudiacutestico (como vocecirc avalia o poema a partir de suas impressotildees pessoais)(A
obra de Conceiccedilatildeo Evaristo eacute facilmente encontrada na Internet) Trabalhar com
os alunos outros poemas
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 31
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno(a)
1- Analisar o poema e reescrever em cada
verso seu significado
A voz de minha bisavoacute
A voz de minha avoacute
A voz de minha matildee
A minha voz
A voz da minha filha
2- Fazer comentaacuterios sobre o poema em sala
de aula professor (a) e alunos
3- Ilustrar o poema usando sua
criatividade
4-Com os desenhos prontos formar grupos
com trecircs alunos e criar uma histoacuteria em
quadrinhos sobre o que entendeu do poema
estudado
A escola e os educandos precisam se organizar para demonstrar a
importacircncia da pluralidade racial na sociedade A fim de contemplar discussotildees
sobre a diversidade racial discutir os problemas sociais Para possibilitar que os
educandos construam suas proacuteprias ideacuteias e entendimento sobre o outro que lhe eacute
diferente O preconceito no cotidiano escolar tem que ser combatido Eacute necessaacuterio
que todos digam natildeo ao preconceito racial Os agentes transformadores da
educaccedilatildeo precisam unir forccedilas para promover o respeito muacutetuo e a possibilidade
de conversar sobre diferenccedilas sem melindres e sem preconceitos Na educaccedilatildeo
infantil tempo dos primeiros passos da vida social da crianccedila eacute importante
possibilitar atitudes positivas estimular o contanto com a esteacutetica e pelo
imaginaacuterio afro e afrodescendente Trazer a verdadeira histoacuteria do negro africano
no Brasil para romper com as barreiras dos preconceitos (Perrucci 1999 p 7)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 32
httpwwwwebartigoscomarticles380941INCLUSAO-NO-TRIBUNAL-DE-JUSTICApagina1html
Trabalhando com imagens
Sugestatildeo de atividades para o aluno
1 Ver as figuras abaixo e responder as questotildees
2 Vocecirc acha que existe preconceito entre essas crianccedilas Justifique
3 A crianccedila jaacute nasce com preconceito Comente
4 Como a crianccedila adquire o preconceito
5 Vocecirc como adolescente jaacute sofreu preconceito Em que fase de sua vida
Comente
Sites das imagens
almazendemensagensblogspotcom uniblogcombr
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 33
agenciaaldensblogspotcom sociologiacienciaevidauolcombr
Trabalhando com viacutedeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1 Assistir o viacutedeo Analisar as imagens e o depoimento
2 Promover um debate sobre o viacutedeo junto com os alunos
Por uma infacircncia sem racismo ver
wwwyoutubecomwatchv=_aPYuKiKFMg
1 Assistir o viacutedeo Analisar os depoimentos reais das pessoas
2 Vocecirc concorda com esses depoimentos Justifique
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 34
Onde vocecirc guarda o seu racismo ver
httpwwwyoutubecomwatchv=ojg07xOt8CY
Trabalhando com entrevista
Histoacuteria Oral - Como fazer uma entrevista
A pesquisa histoacuterica natildeo se baseia apenas em documentos escritos ou imagens mas
tambeacutem na narraccedilatildeo de fatos por parte das pessoas que presenciaram ou que tecircm
maior conhecimento dos mesmos Neste caso outra ferramenta pode ser utilizada
pelo pesquisador para adquirir novas informaccedilotildees acerca do objeto de estudo
Trata-se da entrevista um recurso da Histoacuteria Oral
Na Histoacuteria Oral podem-se fazer duas divisotildees em se tratando de relatos segundo o
historiador Gwyn Prins Existe uma tradiccedilatildeo Oral - a qual representa um
testemunho oral transmitido de uma geraccedilatildeo para a seguinte ou as demais -
Existe tambeacutem uma Reminiscecircncia Pessoal Evidecircncia oral especiacutefica das
experiecircncias de vida do informante (Wikipedia 2007)
Segundo Olga Rodrigues de Moraes Von Simson do Centro de Memoacuteria da
Unicamp a Histoacuteria Oral possibilita que indiviacuteduos pertencentes a categorias
sociais geralmente excluiacutedas da histoacuteria oficial possam ser ouvidos - deixando
registradas para anaacutelises futuras sua proacutepria visatildeo de mundo e aquela do grupo
social ao qual pertencem Apesar de ser um meacutetodo praacutetico e cada vez mais usado
a entrevista apresenta algumas deficiecircncias mas que podem de certa forma serem
superadas o entrevistado pode ter uma falha de memoacuteria pode criar uma
trajetoacuteria artificial se autocelebrar fantasiar omitir ou mesmo mentir O que
poderia ser percebido como um problema acaba se transformando em um recurso
uma vez que o proacuteprio entrevistador no ato de produccedilatildeo da narrativa histoacuterica natildeo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 35
deixa de produzir uma versatildeo do que entendeu ter acontecido Mesmo quando o
pesquisador tenha certeza de que o entrevistado esteja mentido conscientemente
cabe a ele entrevistador tentar entender as razotildees da mentira ou seja quais os
motivos que estatildeo levando a pessoa a mentir podendo ser aplicado o mesmo no
caso da ilusatildeo biograacutefica quando o indiviacuteduo faz uma produccedilatildeo artificial de si
mesmo No caso de esquecimento para ajudar suprir essa falha podem-se usar os
chamados apoios de memoacuteria como fotografias objetos e outras coisas que
possam ajudar o entrevistado a se recordar melhor dos fatos em pesquisa (op
cit)
Se formos analisar a credibilidade dos recursos de pesquisa histoacuterica sejam
documentos ou oralidade iremos nos deparar sempre com a interpretaccedilatildeo ou a
criacutetica pessoal de quem o fez cabendo ao pesquisador saber aproveitar as
informaccedilotildees que lhe conveacutem e criar suas proacuteprias consideraccedilotildees nenhum
documento pode nos dizer mais do que aquilo que o autor pensava ndash o que ele
pensava que havia acontecido queria que os outros pensassem que ele pensava ou
mesmo apenas o que ele proacuteprio pensava pensar Nada disso significa alguma
coisa ateacute que o historiador trabalhe sobre esse material e decifre-o eacute o que
comenta Edward Hallet Carr citado no site Wikipedia
A entrevista possibilita um contato direto com o atorautor da Histoacuteria Esse
envolvimento pode resultar num trabalho dinacircmico abrangente e ateacute mais realista
trazendo assim o passado para o presente
Agora vejamos os passos baacutesicos para realizar uma boa entrevista
COMO FAZER UMA ENTREVISTA
1 Preparar antes da entrevista um roteiro com alguns dos assuntos
importantes a abordar Ao partir para a entrevista eacute fundamental saber
o que vamos perguntar
2 Conversar com o entrevistado sobre nossos objetivos e descobrir se
realmente deseja colaborar conosco Natildeo se obriga ningueacutem a ser
entrevistado
3 Escolher local e hora apropriados para que a entrevista se decirc sem
interrupccedilotildees Num ambiente ou momento onde entrevistado ou
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 36
entrevistador estejam com pressa torna-se impossiacutevel agrave realizaccedilatildeo da
entrevista
4 Em lugar de apenas anotar o que o entrevistado diz eacute melhor e mais
adequado se possiacutevel levar um gravador para ficar tudo registrado de
tal forma que natildeo se perca parte alguma daquilo que o entrevistado
disse
5 A entrevista natildeo deve ser interrogatoacuterio e sim diaacutelogo
6 O entrevistador deve respeitar as opiniotildees do entrevistado mesmo
quando natildeo concordar com elas
7 O entrevistador deve dar oportunidade para que o entrevistado fale
tudo o que desejar no tempo que quiser
8 Nunca fazer nova pergunta enquanto o entrevistado ainda natildeo tiver
terminado de expor seu pensamento em relaccedilatildeo agrave pergunta anterior
Natildeo interromper desnecessariamente a fala do outro
professor-josimarblogspotcom200908historia-oral
REFEREcircNCIAS
SIMSON Olga Rodrigues de Moraes Von O que eacute Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
wwwcentrodememoriaunicampbrlahoindexhtm Acesso em 23 mai 2007
WIKIPEDIA Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
httpptwikipediaorgwikiHistAtildesup3ria_OralsearchInputsearchInput Acesso
em 23 mai 2007
httpwwwfeunbbrpieComo20fazer20uma20entrevistahtm
Professor Josimar Pais de Almeida
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 37
Sugestatildeo de Roteiro para realizar a entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistador
Nome do entrevistador
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Onde trabalha
Data local da entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistado
Nome
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Questionamento
Onde trabalha
Grau de escolaridade
Religiatildeo que frequumlenta
Tempo que mora na cidade de Rolacircndia
De onde veio sua famiacutelia
Vocecirc gosta de morar aqui
Porque vieram morar aqui
Do que sente saudades
Como era essa cidade quando vocecirc chegou aqui
Como vocecirc considera essa cidade hoje
Fale como era o lazer quando vocecirc era adolescente Como eacute seu lazer hoje
Fale sobre o namoro de antigamente As pessoas tinham um lugar para ldquopaquerarrdquo
Qual era a principal alimentaccedilatildeo das pessoas
Havia violecircncia Como era
Como eram as escolas Usava-se uniforme
Como eram as roupas Onde as comprava ou quem as confeccionava
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 38
Como era a educaccedilatildeo dos filhos
Havia igrejas Frequentava alguma no passado E hoje
O que era cultivado nas lavouras
Muitas pessoas moravam na zona rural
Como eram as habitaccedilotildees
Vocecirc se sente discriminado
O que vocecirc acha da escravidatildeo na eacutepoca da colonizaccedilatildeo do Brasil
Hoje ainda existe escravidatildeo
A fotografia na construccedilatildeo do material didaacutetico
Paulo Freire na ldquopedagogia do oprimidordquo pregava a liberdade atraveacutes da educaccedilatildeo e para
isso educava a partir de estiacutemulos retirados do cotidiano dos alunos aumentando
gradativamente o inverso dos mesmos Os estiacutemulos servem portanto como forma de
despertar a criatividade e o intelecto dos alunos Levando-se em consideraccedilatildeo que a
percepccedilatildeo visual eacute a forma mais objetiva de interaccedilatildeo do homem com o meio que o cerca
os estiacutemulos visuais atendem perfeitamente aos objetivos da educaccedilatildeo Antes mesmo da
escrita as comunicaccedilotildees visuais valendo-se de percepccedilatildeo visual ajuda a escrever a histoacuteria
da humanidade Associando-se aos seus conhecimentos o homem absorve a imagem
processa-a e retira dela suas proacuteprias conclusotildees A imagem dinacircmica ou estaacutetica eacute
portanto uma forma contumaz na divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo quer seja ela educacional
cientifica ou cultural difundindo conhecimentos desenvolvendo ideacuteias e formando
opiniotildees Jaacute em 1888 George Eastman referindo-se agrave fotografia afirmava ldquouma imagem
vale mais que mil palavrasrdquo e desde entatildeo a imagem fotograacutefica estaacute cada vez mais
presente no processo ensino aprendizagem de forma cada vez mais interativa A fotografia
e a questatildeo ambiental estatildeo relacionadas desde sua descoberta em1826 No inicio o
objetivo da fotografia era fazer um registro fiel da natureza Nas suas atividades os
cientistas utilizam cada vez mais a fotografia como instrumentaccedilatildeo de pesquisa registro de
dados apoio didaacutetico e principalmente na divulgaccedilatildeo dos resultados cientiacuteficos
introduzindo o conceito da fotografia cientiacutefica A fotografia eacute uma forma objetiva de
suporte para o ensino e a pesquisa eacute uma forma objetiva de documentaccedilatildeo ela tem o poder
de capturar nuances que muitas vezes passam despercebidas ao olho nu e isso aumenta o
aspecto de observaccedilatildeo do pesquisador A fotografia cientiacutefica tem que retratar o real
aparente a imagem como um instrumento de uma memoacuteria documental da realidade
Muitas vezes diante da dificuldade de deslocamento os professores lanccedilam matildeo da
fotografia para exemplificar e fixar conceitos educacionais tirando-os do imaginaacuterio e
trazendo para suas aulas de forma mais concreta wwwabedorgbrcongresso2007tc552007125857PMpdf
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 39
Trabalhando com fotografias e Histoacuteria Local
FIGURA 1
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 40
FIGURA 2
httpjornalrolandianetblogspotcom201105familia-farina-fotografando-rolandiahtml
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 41
FIGURA 3
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 42
FIGURA 4
httpwwwpanoramiocomphoto9865842
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 43
FIGURAS 5 E 6
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 44
FIGURA 7
httpwwwgooglecombrimgresq=FOTOS+ESCOLA+PADRE+JOSE+HERIONS+ROLANDIA
LEMBRETE AO (Agrave) PROFESSOR (A) Nossa proposta significa trabalhar com FONTE DOCUMENTAL As respostas das entrevistas consistem tambeacutem em FONTES DOCUMENTIAS E como tal devem ser interpretadas em sala de aula Qualquer material como fotos muacutesicas poemas imagens etc devem ser tratadas como FONTES u seja pergunta-se a estas QUEM FEZ QUANDO ONDE PARA QUEM POR QUEcirc OQUE QUER COMUNICAR E todos estes materiais necessitam de referecircncia como qualquer texto livro reportagem etc
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 45
Sugestatildeo de atividades para o aluno
Analise as fotografias (1-2-3-4-5-6-7) o Vocecirc conhece esses lugares que estatildeo representados nas fotos o Qual lugar da foto estaacute localizado mais perto de sua casa o Quais fotos representam lugar de lazer o Vendo as fotos onde podemos fazer nossas reflexotildees o O que estaacute na foto que incomoda a comunidade o Vocecirc conhece algumas pessoas das fotos Escreva os nomes das mesmas o Com qual foto vocecirc mais se identificou Justifique sua resposta o Escreva uma frase para cada fotografia o Essas fotos fazem parte da Histoacuteria de Rolacircndia Faccedila comentaacuterios
Sugestatildeo de atividades para o professor
1-Trabalhe com fotografias o Peccedila para seu aluno trazer fotos antigas da famiacutelia da comunidade etc o Faccedila perguntas para obter respostas o Dar oportunidade para um debate sobre as fotos trazidas pelos alunos o Formar grupo com trecircs alunos para eles escreverem sobre as fotos o Colocar em cartazes os resultados obtidos natildeo esquecer de registrar a eacutepoca e
lugar em que foi tirada a foto o Expor na escola para que outros alunos possam ler e analisar os trabalhos
realizados
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 46
Referecircncia bibliograacutefica do texto explicativo
BAUMAN Z Modernidade e ambivalecircncia Rio de Janeiro Jorge Zahar 1999
CAVALLEIRO E S Do silecircncio do lar ao silecircncio escolar racismo preconceito e discriminaccedilatildeo na educaccedilatildeo infantil 4 ed Satildeo Paulo Contexto 2005
FERREIRA Ricardo Franklin O brasileiro o racismo silencioso e a identidade afro-descendente Psicologia e Sociedade Belo Horizonte v 14 n 1 p 69-86 janjun 2002
FIGUEIREDO Luis Claudio Mendonccedila Revisitando as psicologias da epistemologia agrave eacutetica das praacuteticas e discursos psicoloacutegicos 3 ed Petroacutepolis Vozes 2004
FREITAS Patriacutecia de Sobre a Lei 10639 o ensino de histoacuteria e a cultura afro-brasileira OPSIS Catalatildeo v 10 n 1 p15-28 janjun 2010
GONCcedilALVES Rita de Caacutessia LISBOATeresa Kleba Sobre o meacutetodo de Histoacuteria oral em sua modalidade trajetoacuteria de vida Revista Kataacutel Florianoacutepolis v 10 n especial p 83-92 2007
REIS Faacutetima A implementaccedilatildeo da Lei 1063903 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwwebartigoscomarticles39841A-Implementacao-Da-Lei-1063903pagina1htmlgt Acesso em 20 abr 2011
RODRIGUES N Os africanos no Brasil 5 ed Satildeo Paulo Nacional 1977
SCHMIDT Maria auxiliadora CAINELLI Marlene Ensinar histoacuteria Satildeo Paulo Scipione 2004
- Paacutegina em branco
-
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 13
assim o mito da ldquodemocracia racialrdquo aqui estaacute a construccedilatildeo do racismo silencioso
Uma visatildeo negativa do afrodescendente e um discurso contraacuterio tentando negaacute-la
(apud Ferreira 2002) Em funccedilatildeo da desvalorizaccedilatildeo da pessoa negra elas
tendem a introjetar a visatildeo dominante do mundo branco visto como superior Para
Pereira (1987 apud Ferreira 2002 p75) a escola eacute um lugar onde a crianccedila
alimenta subliminarmente a figura do negro ldquocaricaturalrdquo No plano de
relacionamentos a escola reproduz naquele microcosmo a mesma estrutura de
relaccedilatildeo que se daacute na sociedade brasileira como um todo Assim a escola em
lugar de reversatildeo do problema estimula o estereotipo soacutecias do negro e sua
submissatildeo aos valores do outro Estimulada a visatildeo de um mundo cultural
eurocentrico cria um processo pedagoacutegico que leva o afrodescendente inibir sua
capacidade de expor seu saber e sentir-se como cidadatildeo
Construccedilatildeo de Conceitos
Sugestatildeo de atividade para o (a) aluno (a)
1- Estudo dos termos existentes nos documentos incluiacutedos no projeto como
democracia racial preconceito discriminaccedilatildeo afrodescendente diversidade
etnoracial cotidiano moreno branqueamento eurocentrismo racismo silencioso
Atraveacutes de pesquisas orientadas pala professora
2-Promover um debate sobre os termos estudados na atividade 1
3-Atividade em dupla Apoacutes o debate entre professora e alunos produzir um
texto
4-Todos os textos seratildeo analisados pela professora e alunos
5- Apoacutes pesquisar conceitos para os termos da atividade (1) montar um painel
com resultados obtidos e expor para outras turmas na escola (atividade seraacute
realizada em grupo de quatro alunos)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 14
Para refletir pesquisar e responder em seu caderno
1-Escreva o que vocecirc entendeu por racismo preconceito e discriminaccedilatildeo
2-Existe discriminaccedilatildeo no Brasil Justifique
3-Vocecirc jaacute foi discriminado alguma vez Relate
4-Vocecirc jaacute presenciou situaccedilotildees de discriminaccedilatildeo na escola
5-Vocecirc jaacute discriminou alguma pessoa Justifique
6-Escreva algum tipo de discriminaccedilatildeo que existe na comunidade em que
vocecirc mora
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor
1-Decirc sugestotildees como a escola deve agir ao perceber a discriminaccedilatildeo entre
os educandos
2- Usar para pesquisas o link
wwwuelbrprojetosleoafropagespublicacoesphp
Essas leituras podem contribuir para o seu plano de aula
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 15
Segundo Helms (1985 apud Ferreira 2002 p78) pessoas
envolvidas agrave descriminaccedilatildeo natildeo se encaixam em nenhum grupo satildeo
desqualificadas por ser negro e desvalorizam-se como pessoa Mudanccedilas podem
ocorrer a partir de exposiccedilatildeo de eventos que envolvem informaccedilotildees nos aspectos
culturais como danccedilas festas muacutesicas estudos leituras filmes e outras que
possam usaacute-las com referecircncia pessoal No iniacutecio eacute um desafio para o sujeito
envolvido mas aos poucos vai superando quando descobre que seus valores e
sua visatildeo de mundo natildeo permitem mais dominaccedilatildeo A participaccedilatildeo em grupo de
militacircncia voltados para valores com objetivos culturais e poliacuteticos pode favorecer
a reconstruccedilatildeo pessoal dos interlocutores que vivem o problema realizando um
exerciacutecio de padrotildees negativos introjetados e analisando a histoacuteria omitida A
militacircncia pode transformar a vergonha de ser negro em orgulho de ser negro
onde ele passa a ter uma nova histoacuteria intensificando a luta que jaacute vem desde a
escravidatildeo Com a recuperaccedilatildeo das matrizes curriculares africanas a histoacuteria da
diaacutespora reivindicaccedilotildees poliacuteticas sociais o afrodescendente pode ser visto com
qualidades que o outro natildeo percebia e ao mesmo tempo os aspectos culturais
que tambeacutem o constituem Atraveacutes de trabalhos cuidadosamente estudados eacute
muito importante que a pessoa branca deixe de negar suas raiacutezes culturais
africanas e tambeacutem indiacutegenas assim como o negro brasileiro suas raiacutezes
culturais europeacuteias e tambeacutem indiacutegenas Portanto eacute neste objetivo que este
projeto de ensino de histoacuteria se insere no (re) pensar sobre a cultura
afrodescendente de modo a dar condiccedilotildees para o (a) aluno(a)enfrentar com
consciecircncia criacutetica os desafios de um cotidiano ainda pautado em representaccedilotildees
preconceituosas
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 16
Comportamento reflexivo pela natildeo-discriminaccedilatildeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Qual a importacircncia dos movimentos de militacircncia para os que se sentem
excluiacutedos da sociedade
2-Realizar pesquisas em outros autores para saber mais sobre os movimentos
de militacircncia dos afrodescendentes
3-Na sua opiniatildeo como superar a discriminaccedilatildeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1- Trabalhar ldquovaloresrdquo sempre que perceber discriminaccedilatildeo entre os educandos
2- Sempre que for possiacutevel trabalhar temas ou textos sobre diversidade que
podem ser vistos em todas as disciplinas
3- Orientar os educandos em sala de aula para que realizem atividades sobre
diversidade como analisar figuras fotos montar paineacuteis confecccedilotildees de cartazes
recorte e colagem de figuras produccedilatildeo de textos etc
Negros e brancos na redaccedilatildeo de Maria Claudia
No trecho a seguir o escritor Pedro Bandeira apresenta-nos a redaccedilatildeo escrita por
Maria Claudia Segundo ele quando escreveu Maria Claudia ainda natildeo tinha
nove anos Era uma crianccedila como tantas outras que ocupam as milhares salas de
aula do Brasil Vejamos como Maria Claudia vecirc a questatildeo das diferenccedilas entre o
branco e o negro
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 17
ldquoOs brancos satildeo muito diferentes dos negros Mas depende do branco e depende
do negro Na minha caixa de laacutepis de cor o branco natildeo serve para nada Soacute o
preto eacute que serve para desenhar Com o giz a gente desenha na lousa Com o
carvatildeo a gente desenha um bigode na cara do Paulinho para a festa de Satildeo
Joatildeo Nesse negoacutecio de muacutesica natildeo tem branco Soacute tem preto Todos os discos
que eu conheccedilo satildeo pretos Nunca vi um disco branco O papel eacute branco e eacute
igualzinho o papel preto chamado carbono que escreve embaixo tudo o que a
gente escreve em cima A noite eacute preta mas o dia natildeo eacute branco O dia eacute azul
Entatildeo o preto da noite eacute soacute da noite Natildeo eacute igual nem eacute diferente de nada O leite
eacute branco e o cafeacute eacute preto De cafeacute eu natildeo gosto Tambeacutem natildeo gosto de leite
quando ele estaacute branco Prefiro misturar com chocolate E aiacute o leite fica marrom
Marrom como a minha amiga Patriacutecia Outro dia me disseram que a Patriacutecia eacute
negra mas ela eacute marrom Eu estou com raiva dela porque ela tirou uma nota
melhor do que eu na prova de matemaacutetica Mas eu natildeo quero ser diferente dela
Vou estudar bastante Na proacutexima prova eu e ela vamos ficar iguaisrdquo
BANDEIRA Pedro A redaccedilatildeo da Maria Claudia in Grupo de trabalho para assuntos afro-
brasileiros Salve o 13 de maio Satildeo Paulo SE 1988 p7
Refletindo sobre o texto
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Analisar o texto e responder as questotildees abaixo
11 Na redaccedilatildeo de Maria Claudia o que satildeo mais importantes as coisas brancas
as coisas negras ou a mistura das coisas
12 ldquoO papel eacute branco e eacute igualzinho o papel preto chamado carbono que escreve
embaixo tudo o que a gente escreve em cimardquo Comparando a Histoacuteria com o
papel branco e o carbono seraacute que por detraacutes de toda a histoacuteria dos brancos natildeo
existe tambeacutem uma histoacuteria de negros Seraacute que a histoacuteria do negro eacute igual agrave do
branco
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 18
13 Pela redaccedilatildeo de Maria Claudia o negro eacute inferior ao branco Vocecirc concorda
com Maria Claudia
14 Como vocecirc se relaciona com seus amigos negros
Formando crianccedilas livres de preconceitos
Sugestatildeo de atividades para o(a) professor(a)
ATENCcedilAtildeO A PARTIR DESTE MOMENTO
TRANSCREVEMOS O TEXTO DE UM BLOG COM
ALGUMAS ADAPTACcedilOtildeES DE DIAGRAMACcedilAtildeO
Construir Notiacutecias por Moacir Pereira Juacutenior (httpserinteiroblogspotcomsearchlabelEducaC3A7C3A3o)
As crianccedilas natildeo satildeo naturalmente preconceituosas Elas aprendem a ser com os adultos Aproveite essa fase essencial da vida de todo ser humano que eacute a infacircncia e valorize sentimentos e valores positivos que esses pequenos e especiais seres trazem em sirdquo Educaccedilatildeo Infantil e dos 1ordm 2ordm e 3ordm anos do Ensino Fundamental Sugiro duas formas de iniciar o projeto uma para alunos que ainda natildeo dominam a escrita e outra para alunos com domiacutenio da escrita Realizando o projeto com crianccedilas da Educaccedilatildeo Infantil e dos 1ordm 2ordm e 3ordm anos do Ensino Fundamental pode-se comeccedilar a trabalhar o tema fazendo uma dinacircmica
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 19
1- Dinacircmica das flores leve flores de diferentes cores e formas para a classe e deixe que cada aluno escolha uma Depois pergunte o que chamou a atenccedilatildeo deles para escolher aquela flor Peccedila-lhes que percebam as diferentes cores o perfume a textura as diferentes formas Chame sua atenccedilatildeo para o fato de as flores serem diferentes e nem por isso menos belas e apreciadas Em seguida peccedila que olhem uns para os outros Assim como as flores cada um eacute diferente mas natildeo menos importante Muitas coisas variam cor e tipo de cabelo formato e cor dos olhos tamanho do nariz altura cor da pele etc
2- Dinacircmica das cores leve um aparelho de som para a classe e coloque uma muacutesica suave Espalhe vaacuterios laacutepis ou gizes de cera de vaacuterias cores sobre a mesa e peccedila para as crianccedilas escolherem a cor que mais lhes agrada Haveraacute cores iguais e cores diferentes Converse com elas sobre como seria o mundo se tudo fosse de uma soacute cor mdash azul por exemplo E se tudo fosse amarelo Ou vermelho Seraacute que elas comeriam uma banana azul Ou um morango cinza Sim Natildeo Por quecirc Pode-se debater se eacute bom haver cores diferentes e o porquecirc Depois peccedila que olhem uns para os outros Assim como as cores cada um eacute diferente Muitas coisas variam cor e tipo de cabelo formato e cor dos olhos tamanho do nariz altura cor da pele Pergunte que cor de laacutepis ou giz eacute mais parecido com a cor da pele de cada um (Caso algum aluno diga que sua cor eacute ldquofeiardquo procure fazecirc-lo se sentir valorizado Esse momento seraacute propiacutecio para melhorar a autoestima dessa crianccedila)
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Dinacircmicas para os Proacuteximos Anos do Ensino Fundamental Comeccedilando com jovens do 4ordm e 5ordm anos do Ensino Fundamental o projeto eacute basicamente trocar ideacuteias debater e discutir para se chegar a uma mudanccedila de atitude
1- Discutindo preconceito de gecircnerosexismo
2- Discutindo as diferenccedilas (porte de deficiecircncia obesidade etc)
3- Discutindo preconceito racial e eacutetnico
1- Discutindo preconceito de gecircnerosexismo Questione os alunos ldquoMenino brinca de bonecardquo Peccedila previamente aos alunos para trazerem de casa figuras de diversos profissionais Sente-se em roda com eles e analise as figuras Que profissotildees satildeo mais retratadas Essas profissotildees estatildeo mais ligadas a homens ou a mulheres Haacute profissotildees predominantemente masculinas ou femininas Por quecirc Faccedila cartazes com frases comumente ouvidas como por exemplo ldquoMenino natildeo chorardquo ldquoEsta brincadeira natildeo eacute para meninasrdquo ldquoMenino natildeo usa cor-de-rosardquo ldquoMenina eacute mais fraacutegil que meninordquo ldquoMenina natildeo senta de perna abertardquo ldquoMenino natildeo deve danccedilar baleacuterdquo etc Mostre os cartazes aos alunos e pergunte que outras frases eles jaacute ouviram Questione por que dizem que meninos e meninas natildeo podem fazer tais coisas Quem determinou isso Se possiacutevel traga gravuras que mostrem o contraacuterio do que estaacute escrito nos cartazes Peccedila que as crianccedilas levem histoacuterias em quadrinhos para a sala de aula (Turma da Mocircnica Walt Disney etc) Leia as histoacuterias com eles e chame sua atenccedilatildeo para o papel que eacute reservado agraves meninas (Satildeo sempre as fofoqueiras Satildeo choronas Satildeo consideradas fraacutegeis) E os meninos como satildeo retratados (ativos liacutederes espertos) Leia com eles alguns contos de fadas e analise o papel das mulheres (princesas esperando serem salvas cuja realizaccedilatildeo eacute casar e ser feliz para sempre) Peccedila-lhes que reescrevam um conto de fadas invertendo os papeacuteis masculinos e femininos Se possiacutevel dramatize o novo conto de fadas com a inversatildeo de papeacuteis
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httpcaixinhadecoresblogspotcom200810meninos-e-bonecas-por-que-nohtml
2- Discutindo as diferenccedilas (porte de deficiecircncia obesidade etc) Alunos portadores de deficiecircncia (fiacutesica ou mental) alunos obesos de baixa estatura ou que usam oacuteculos enfim que possuem caracteriacutesticas fiacutesicas que chamam a atenccedilatildeo tambeacutem costumam sofrer algum tipo de discriminaccedilatildeo e comumente satildeo alvo de piadas e comentaacuterios geralmente ofensivos por parte dos colegas e de alguns adultos Veja abaixo algumas atividades para trabalhar esse tema bull Montar um mural com personalidades que apresentem caracteriacutesticas fiacutesicas que fogem aos padrotildees e questionar o conceito de feio e bonito bull Promover a leitura de livros que abordem agrave temaacutetica do preconceito bull Fazer dramatizaccedilatildeo dos livros lidos bull Organizar a turma em grupos e encarregar cada um de elaborar uma histoacuteria sobre uma crianccedila com uma caracteriacutestica fiacutesica ou mental especial Terminadas as histoacuterias organizaacute-las em um livro e se possiacutevel providenciar uma coacutepia para cada aluno bull Montar na sala de aula um mural onde a crianccedila possa desabafar Se durante o dia algueacutem disser algo que a ofenda ou magoe ela escreve o que aconteceu e quem foi o autor e deixa ali uma mensagem de desagravo para o ofensor Acompanhe o teor do que aparece escrito e converse com os conflitantes Esse tipo de atitude poderaacute ajudar caso vocecirc tenha alunos comumente alvo de discriminaccedilatildeo (seja por raccedila cor tamanho porte de alguma deficiecircncia etc)
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3- Discutindo preconceito racial e eacutetnico Peccedila que cada aluno monte a sua histoacuteria (e a da famiacutelia) falando do brinquedo preferido da comida de que mais gosta da famiacutelia etc Monte um livro com todas as histoacuterias dos alunos e pergunte ldquoComo seria o mundo se todos fossem iguaisrdquo Confecccedilatildeo de bonecos eacute raro encontrar no mercado bonecas negras orientais e indiacutegenas o que contribui para reforccedilar a exclusatildeo das crianccedilas desses grupos Se houver possibilidade envolva matildees pais parentes das crianccedilas e confeccionem juntos marionetes e bonecos que representem pessoas negras Evite estereoacutetipos (por exemplo negros sempre pobres ou sempre jogadores de futebol) Monte com as crianccedilas um teatrinho em que haja personagens brancas negras e amarelas em papeacuteis de igual valor (evite dar sempre os papeacuteis de destaque para alunos brancos) Monte um mural com os personagens preferidos das crianccedilas Verifique se haacute algum negro ou oriental Crie com os alunos personagens de diferentes etnias e envolva as crianccedilas na elaboraccedilatildeo de uma histoacuteria em quadrinhos (HQ) Aproveite o momento para trabalhar com a turma os diferentes povos que formaram a atual populaccedilatildeo brasileira Qual a ascendecircncia de cada um Divida a classe em grupos e encarregue cada um de pesquisar um povo e sua contribuiccedilatildeo para a formaccedilatildeo da cultura brasileira na liacutengua na alimentaccedilatildeo nos costumes etc Depois de estudar os diferentes povos que colonizaram o Brasil e contribuiacuteram para a formaccedilatildeo do povo brasileiro monte com as crianccedilas uma feira das naccedilotildees Cada grupo pode usar trajes tiacutepicos fazer performances cantar enfim o que a sua criatividade sugerir Se possiacutevel envolva toda a comunidade escolar nessa feira abrindo-a para a participaccedilatildeo dos pais in Construir Notiacutecias por Moacir Pereira Juacutenior (httpserinteiroblogspotcomsearchlabelEducaC3A7C3A3o)
ATENCcedilAtildeO A PARTIR DESTE MOMENTO NAtildeO
MAIS TRANSCREVEMOS O BLOG
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 23
Trabalhando com muacutesica
ldquoA muacutesica eacute uma forccedila geradora de vida uma energia que
envolve o nosso ser inteiro atuando de forma poderosa sobre
o nosso corpo mente e coraccedilatildeo Aleacutem de alegrar unir e
consagrar mensagens e valores disciplinar e socializar a
muacutesica forma o caraacuteter e favorece o desenvolvimento integral
da personalidade o equiliacutebrio emocional e socialrdquo (profordf
compositora e regente Miacuteria Therezinha Kolling)
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Fazer leitura da letra da muacutesica
2-Procurar no dicionaacuterio o significado das palavras
3-Ouvir a muacutesica de Caetano Veloso
4-Cantar a muacutesica
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1-Fazer anaacutelise da muacutesica junto com os alunos
2-Fazer comentaacuterios sobre a muacutesica
3- Escrever um texto coletivo com os alunos sobre o tema ldquoNavio Negreirordquo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 24
O Navio Negreiro
Caetano Veloso
Composiccedilatildeo Castro Alves
O Navio Negreiro
Estamos em pleno mar
Era um sonho dantesco o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho
Em sangue a se banhar
Tinir de ferros estalar do accediloite
Legiotildees de homens negros como a noite
Horrendos a danccedilar
Negras mulheres suspendendo agraves tetas
Magras crianccedilas cujas bocas pretas
Rega o sangue das matildees
Outras moccedilas mas nuas espantadas
No turbilhatildeo de espectros arrastados
Em acircnsia e maacutegoa vatildes
E ri-se a orquestra irocircnica estridente
E da ronda fantaacutestica a serpente
Faz doudas espirais
Se o velho arqueja se no chatildeo resvala
Ouvem-se gritos o chicote estala
E voam mais e mais
Presa dos elos de uma soacute cadeia
A multidatildeo faminta cambaleia
E chora e danccedila ali
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 25
Um de raiva delira outro enlouquece
Outro que de martiacuterios embrutece
Cantando geme e ri
No entanto o capitatildeo manda a manobra
E apoacutes fitando o ceacuteu que se desdobra
Tatildeo puro sobre o mar
Diz do fumo entre os densos nevoeiros
Vibrai rijo o chicote marinheiros
Fazei-os mais danccedilar
E ri-se a orquestra irocircnica estridente
E da ronda fantaacutestica a serpente
Faz doudas espirais
Qual num sonho dantesco as sombras voam
Gritos ais maldiccedilotildees preces ressoam
E ri-se Satanaz
Senhor Deus dos desgraccedilados
Dizei-me voacutes Senhor Deus
Se eacute loucura se eacute verdade
Tanto horror perante os ceacuteus
Oacute mar por que natildeo apagas
Coa esponja de tuas vagas
De teu manto este borratildeo
Astros noite tempestades
Rolai das imensidades
Varrei os mares tufatildeo
Quem satildeo estes desgraccedilados
Que natildeo encontram em voacutes
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fuacuteria do algoz
Quem satildeo Se a estrela se cala
Se a vaga agrave pressa resvala
Como um cuacutemplice fugaz
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Perante a noite confusa
Dize-o tu severa musa
Musa libeacuterrima audaz
Satildeo os filhos do deserto
Onde a terra esposa a luz
Onde voa em campo aberto
A tribo dos homens nus
Satildeo os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidatildeo
Homens simples fortes bravos
Hoje miacuteseros escravos
Sem ar sem luz sem razatildeo
Satildeo mulheres desgraccediladas
Como Agar o foi tambeacutem
Que sedentas alquebradas
De longe bem longe vecircm
Trazendo com tiacutebios passos
Filhos e algemas nos braccedilos
Nalma laacutegrimas e fel
Como Agar sofrendo tanto
Que nem o leite do pranto
Tecircm que dar para Ismael
Laacute nas areias infindas
Das palmeiras no paiacutes
Nasceram crianccedilas lindas
Viveram moccedilas gentis
Passa um dia a caravana
Quando a virgem na cabana
Cisma das noites nos veacuteus
Adeus oacute choccedila do monte
Adeus palmeiras da fonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 27
Adeus amores adeus
Senhor Deus dos desgraccedilados
Dizei-me voacutes Senhor Deus
Se eu deliro ou se eacute verdade
Tanto horror perante os ceacuteus
Oacute mar por que natildeo apagas
Coa esponja de tuas vagas
De teu manto este borratildeo
Astros noite tempestades
Rolai das imensidades
Varrei os mares tufatildeo
E existe um povo que a bandeira empresta
Pra cobrir tanta infacircmia e cobardia
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria
Meu Deus meu Deus mas que bandeira eacute esta
Que impudente na gaacutevea tripudia
Silecircncio Musa chora chora tanto
Que o pavilhatildeo se lave no seu pranto
Auriverde pendatildeo de minha terra
Que a brisa do Brasil beija e balanccedila
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperanccedila
Tu que da liberdade apoacutes a guerra
Foste hasteado dos heroacuteis na lanccedila
Antes te houvessem roto na batalha
Que servires a um povo de mortalha
Fatalidade atroz que a mente esmaga
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu na vaga
Como um iacuteris no peacutelago profundo
Mas eacute infacircmia demais
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 28
Da eteacuterea plaga
Levantai-vos heroacuteis do Novo Mundo
Andrada arranca este pendatildeo dos ares
Colombo fecha a porta de teus mares
(endereccedilo do viacutedeo para assistir clip da muacutesica)
(httpwwwyoutubecomwatchv=1Osbp0IMYRM)
Trabalhando com poema
Terra roxa e outras terras- Revista de Estudos Literaacuterios
Ana Claudia Duarte Mendes (UEMSUEL)
A literatura do poema ldquoVozes de Mulheresrdquo de Conceiccedilatildeo Evaristo a partir de
uma perspectiva de construccedilatildeo da memoacuteria possibilita-nos observar a existecircncia
de uma literatura adjetivada afro-brasileira A poesia analisada estaacute inserida em
um contexto no qual o poeta assume o ponto de vista negro Ao narrar a trajetoacuteria
de mulheres negras preservada na memoacuteria coletiva revela a ancestralidade que
se projeta no presente e prepara o futuro
O poema pertence a um tempo e lugar histoacuterico no mesmo instante transcende
essa condiccedilatildeo supera-a ldquoO poema eacute tempo arquetiacutepico e por secirc-lo eacute tempo que
se encarna na experiecircncia concreta de um povo um grupo ou uma seitardquo (Paz
1972 54) A contradiccedilatildeo ndash essecircncia do poema- que ao se encarnar revela-se
histoacuterico ao mesmo tempo em que eacute presente a cada nova leitura atualiza-se e
se projeta enquanto futuro Ao poeta eacute impossiacutevel fugir da histoacuteria mesmo quando
compotildee algo completamente diverso desta pois suas palavras satildeo sociais e
histoacutericas A revelaccedilatildeo poeacutetica consagra a experiecircncia humana (Paz 1972 55)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 29
por ser a poesia imagem A palavra poeacutetica ao se compor enquanto imagem
conforma o isto e o aquilo no mesmo instante Diz o indiziacutevel
O poeta consagra sempre umas experiecircncias histoacutericas que pode ser pessoal
sociais ou ambas as coisas ao mesmo tempo Mas ao falar-nos de todos estes
sucessos sentimentos experiecircncias e pessoas o poeta nos fala de outra coisado
que estaacute fazendo diante de noacutes e em noacutes E mais ainda leva-nos a repetir a
recriar seu poema a nomear aquilo que nomeia e ao fazecirc-lo revela-nos o que
somos (Paz 1972 57)
Como o poema surge na construccedilatildeo a partir da memoacuteria nos atrevemos a
dialogar com a obra de Gizecirclda Melo do nascimento Feitio de viver memoacuterias de
descendentes de escravos de 2006 O livro registra e interpreta a narrativa de
mulheres negras fortes e determinadas a contarem suas trajetoacuterias memoacuterias
individuais e coletivas O olhar para o presente na esperanccedila do futuro sem
alijarem-se do passado ancestral Esta perspectiva nos permitiraacute iluminar o
poema siacutentese do vivido
Vozes-Mulheres de Conceiccedilatildeo Evaristo
A voz da minha bisavoacute ecoou
crianccedila
nos porotildees do navio
Ecoou lamentos
de uma infacircncia perdida
A voz de minha avoacute
ecoou obediecircncia
aos brancos-donos de tudo
A voz de minha matildee
ecoou baixinho revolta
no fundo das cozinhas alheias
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 30
debaixo das trouxas
roupagens sujas dos brancos
pelo caminho empoeirado
rumo agrave favela
A minha voz ainda
ecoa versos perplexos
com rimas de sangue
e
fome
A voz de minha filha
recolhe todas as nossas vozes
recolhe em si
as vozes mudas caladas
engasgadas nas gargantas
A voz de minha filha
recolhe em si
a fala e o ato
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1- Comente a partir do seu proacuteprio olhar o poema da referida autora O
comentaacuterio pode ser tanto teacutecnico (observacircncia da estrutura do poema) quanto
conteudiacutestico (como vocecirc avalia o poema a partir de suas impressotildees pessoais)(A
obra de Conceiccedilatildeo Evaristo eacute facilmente encontrada na Internet) Trabalhar com
os alunos outros poemas
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 31
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno(a)
1- Analisar o poema e reescrever em cada
verso seu significado
A voz de minha bisavoacute
A voz de minha avoacute
A voz de minha matildee
A minha voz
A voz da minha filha
2- Fazer comentaacuterios sobre o poema em sala
de aula professor (a) e alunos
3- Ilustrar o poema usando sua
criatividade
4-Com os desenhos prontos formar grupos
com trecircs alunos e criar uma histoacuteria em
quadrinhos sobre o que entendeu do poema
estudado
A escola e os educandos precisam se organizar para demonstrar a
importacircncia da pluralidade racial na sociedade A fim de contemplar discussotildees
sobre a diversidade racial discutir os problemas sociais Para possibilitar que os
educandos construam suas proacuteprias ideacuteias e entendimento sobre o outro que lhe eacute
diferente O preconceito no cotidiano escolar tem que ser combatido Eacute necessaacuterio
que todos digam natildeo ao preconceito racial Os agentes transformadores da
educaccedilatildeo precisam unir forccedilas para promover o respeito muacutetuo e a possibilidade
de conversar sobre diferenccedilas sem melindres e sem preconceitos Na educaccedilatildeo
infantil tempo dos primeiros passos da vida social da crianccedila eacute importante
possibilitar atitudes positivas estimular o contanto com a esteacutetica e pelo
imaginaacuterio afro e afrodescendente Trazer a verdadeira histoacuteria do negro africano
no Brasil para romper com as barreiras dos preconceitos (Perrucci 1999 p 7)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 32
httpwwwwebartigoscomarticles380941INCLUSAO-NO-TRIBUNAL-DE-JUSTICApagina1html
Trabalhando com imagens
Sugestatildeo de atividades para o aluno
1 Ver as figuras abaixo e responder as questotildees
2 Vocecirc acha que existe preconceito entre essas crianccedilas Justifique
3 A crianccedila jaacute nasce com preconceito Comente
4 Como a crianccedila adquire o preconceito
5 Vocecirc como adolescente jaacute sofreu preconceito Em que fase de sua vida
Comente
Sites das imagens
almazendemensagensblogspotcom uniblogcombr
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 33
agenciaaldensblogspotcom sociologiacienciaevidauolcombr
Trabalhando com viacutedeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1 Assistir o viacutedeo Analisar as imagens e o depoimento
2 Promover um debate sobre o viacutedeo junto com os alunos
Por uma infacircncia sem racismo ver
wwwyoutubecomwatchv=_aPYuKiKFMg
1 Assistir o viacutedeo Analisar os depoimentos reais das pessoas
2 Vocecirc concorda com esses depoimentos Justifique
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 34
Onde vocecirc guarda o seu racismo ver
httpwwwyoutubecomwatchv=ojg07xOt8CY
Trabalhando com entrevista
Histoacuteria Oral - Como fazer uma entrevista
A pesquisa histoacuterica natildeo se baseia apenas em documentos escritos ou imagens mas
tambeacutem na narraccedilatildeo de fatos por parte das pessoas que presenciaram ou que tecircm
maior conhecimento dos mesmos Neste caso outra ferramenta pode ser utilizada
pelo pesquisador para adquirir novas informaccedilotildees acerca do objeto de estudo
Trata-se da entrevista um recurso da Histoacuteria Oral
Na Histoacuteria Oral podem-se fazer duas divisotildees em se tratando de relatos segundo o
historiador Gwyn Prins Existe uma tradiccedilatildeo Oral - a qual representa um
testemunho oral transmitido de uma geraccedilatildeo para a seguinte ou as demais -
Existe tambeacutem uma Reminiscecircncia Pessoal Evidecircncia oral especiacutefica das
experiecircncias de vida do informante (Wikipedia 2007)
Segundo Olga Rodrigues de Moraes Von Simson do Centro de Memoacuteria da
Unicamp a Histoacuteria Oral possibilita que indiviacuteduos pertencentes a categorias
sociais geralmente excluiacutedas da histoacuteria oficial possam ser ouvidos - deixando
registradas para anaacutelises futuras sua proacutepria visatildeo de mundo e aquela do grupo
social ao qual pertencem Apesar de ser um meacutetodo praacutetico e cada vez mais usado
a entrevista apresenta algumas deficiecircncias mas que podem de certa forma serem
superadas o entrevistado pode ter uma falha de memoacuteria pode criar uma
trajetoacuteria artificial se autocelebrar fantasiar omitir ou mesmo mentir O que
poderia ser percebido como um problema acaba se transformando em um recurso
uma vez que o proacuteprio entrevistador no ato de produccedilatildeo da narrativa histoacuterica natildeo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 35
deixa de produzir uma versatildeo do que entendeu ter acontecido Mesmo quando o
pesquisador tenha certeza de que o entrevistado esteja mentido conscientemente
cabe a ele entrevistador tentar entender as razotildees da mentira ou seja quais os
motivos que estatildeo levando a pessoa a mentir podendo ser aplicado o mesmo no
caso da ilusatildeo biograacutefica quando o indiviacuteduo faz uma produccedilatildeo artificial de si
mesmo No caso de esquecimento para ajudar suprir essa falha podem-se usar os
chamados apoios de memoacuteria como fotografias objetos e outras coisas que
possam ajudar o entrevistado a se recordar melhor dos fatos em pesquisa (op
cit)
Se formos analisar a credibilidade dos recursos de pesquisa histoacuterica sejam
documentos ou oralidade iremos nos deparar sempre com a interpretaccedilatildeo ou a
criacutetica pessoal de quem o fez cabendo ao pesquisador saber aproveitar as
informaccedilotildees que lhe conveacutem e criar suas proacuteprias consideraccedilotildees nenhum
documento pode nos dizer mais do que aquilo que o autor pensava ndash o que ele
pensava que havia acontecido queria que os outros pensassem que ele pensava ou
mesmo apenas o que ele proacuteprio pensava pensar Nada disso significa alguma
coisa ateacute que o historiador trabalhe sobre esse material e decifre-o eacute o que
comenta Edward Hallet Carr citado no site Wikipedia
A entrevista possibilita um contato direto com o atorautor da Histoacuteria Esse
envolvimento pode resultar num trabalho dinacircmico abrangente e ateacute mais realista
trazendo assim o passado para o presente
Agora vejamos os passos baacutesicos para realizar uma boa entrevista
COMO FAZER UMA ENTREVISTA
1 Preparar antes da entrevista um roteiro com alguns dos assuntos
importantes a abordar Ao partir para a entrevista eacute fundamental saber
o que vamos perguntar
2 Conversar com o entrevistado sobre nossos objetivos e descobrir se
realmente deseja colaborar conosco Natildeo se obriga ningueacutem a ser
entrevistado
3 Escolher local e hora apropriados para que a entrevista se decirc sem
interrupccedilotildees Num ambiente ou momento onde entrevistado ou
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 36
entrevistador estejam com pressa torna-se impossiacutevel agrave realizaccedilatildeo da
entrevista
4 Em lugar de apenas anotar o que o entrevistado diz eacute melhor e mais
adequado se possiacutevel levar um gravador para ficar tudo registrado de
tal forma que natildeo se perca parte alguma daquilo que o entrevistado
disse
5 A entrevista natildeo deve ser interrogatoacuterio e sim diaacutelogo
6 O entrevistador deve respeitar as opiniotildees do entrevistado mesmo
quando natildeo concordar com elas
7 O entrevistador deve dar oportunidade para que o entrevistado fale
tudo o que desejar no tempo que quiser
8 Nunca fazer nova pergunta enquanto o entrevistado ainda natildeo tiver
terminado de expor seu pensamento em relaccedilatildeo agrave pergunta anterior
Natildeo interromper desnecessariamente a fala do outro
professor-josimarblogspotcom200908historia-oral
REFEREcircNCIAS
SIMSON Olga Rodrigues de Moraes Von O que eacute Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
wwwcentrodememoriaunicampbrlahoindexhtm Acesso em 23 mai 2007
WIKIPEDIA Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
httpptwikipediaorgwikiHistAtildesup3ria_OralsearchInputsearchInput Acesso
em 23 mai 2007
httpwwwfeunbbrpieComo20fazer20uma20entrevistahtm
Professor Josimar Pais de Almeida
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Sugestatildeo de Roteiro para realizar a entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistador
Nome do entrevistador
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Onde trabalha
Data local da entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistado
Nome
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Questionamento
Onde trabalha
Grau de escolaridade
Religiatildeo que frequumlenta
Tempo que mora na cidade de Rolacircndia
De onde veio sua famiacutelia
Vocecirc gosta de morar aqui
Porque vieram morar aqui
Do que sente saudades
Como era essa cidade quando vocecirc chegou aqui
Como vocecirc considera essa cidade hoje
Fale como era o lazer quando vocecirc era adolescente Como eacute seu lazer hoje
Fale sobre o namoro de antigamente As pessoas tinham um lugar para ldquopaquerarrdquo
Qual era a principal alimentaccedilatildeo das pessoas
Havia violecircncia Como era
Como eram as escolas Usava-se uniforme
Como eram as roupas Onde as comprava ou quem as confeccionava
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Como era a educaccedilatildeo dos filhos
Havia igrejas Frequentava alguma no passado E hoje
O que era cultivado nas lavouras
Muitas pessoas moravam na zona rural
Como eram as habitaccedilotildees
Vocecirc se sente discriminado
O que vocecirc acha da escravidatildeo na eacutepoca da colonizaccedilatildeo do Brasil
Hoje ainda existe escravidatildeo
A fotografia na construccedilatildeo do material didaacutetico
Paulo Freire na ldquopedagogia do oprimidordquo pregava a liberdade atraveacutes da educaccedilatildeo e para
isso educava a partir de estiacutemulos retirados do cotidiano dos alunos aumentando
gradativamente o inverso dos mesmos Os estiacutemulos servem portanto como forma de
despertar a criatividade e o intelecto dos alunos Levando-se em consideraccedilatildeo que a
percepccedilatildeo visual eacute a forma mais objetiva de interaccedilatildeo do homem com o meio que o cerca
os estiacutemulos visuais atendem perfeitamente aos objetivos da educaccedilatildeo Antes mesmo da
escrita as comunicaccedilotildees visuais valendo-se de percepccedilatildeo visual ajuda a escrever a histoacuteria
da humanidade Associando-se aos seus conhecimentos o homem absorve a imagem
processa-a e retira dela suas proacuteprias conclusotildees A imagem dinacircmica ou estaacutetica eacute
portanto uma forma contumaz na divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo quer seja ela educacional
cientifica ou cultural difundindo conhecimentos desenvolvendo ideacuteias e formando
opiniotildees Jaacute em 1888 George Eastman referindo-se agrave fotografia afirmava ldquouma imagem
vale mais que mil palavrasrdquo e desde entatildeo a imagem fotograacutefica estaacute cada vez mais
presente no processo ensino aprendizagem de forma cada vez mais interativa A fotografia
e a questatildeo ambiental estatildeo relacionadas desde sua descoberta em1826 No inicio o
objetivo da fotografia era fazer um registro fiel da natureza Nas suas atividades os
cientistas utilizam cada vez mais a fotografia como instrumentaccedilatildeo de pesquisa registro de
dados apoio didaacutetico e principalmente na divulgaccedilatildeo dos resultados cientiacuteficos
introduzindo o conceito da fotografia cientiacutefica A fotografia eacute uma forma objetiva de
suporte para o ensino e a pesquisa eacute uma forma objetiva de documentaccedilatildeo ela tem o poder
de capturar nuances que muitas vezes passam despercebidas ao olho nu e isso aumenta o
aspecto de observaccedilatildeo do pesquisador A fotografia cientiacutefica tem que retratar o real
aparente a imagem como um instrumento de uma memoacuteria documental da realidade
Muitas vezes diante da dificuldade de deslocamento os professores lanccedilam matildeo da
fotografia para exemplificar e fixar conceitos educacionais tirando-os do imaginaacuterio e
trazendo para suas aulas de forma mais concreta wwwabedorgbrcongresso2007tc552007125857PMpdf
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 39
Trabalhando com fotografias e Histoacuteria Local
FIGURA 1
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 40
FIGURA 2
httpjornalrolandianetblogspotcom201105familia-farina-fotografando-rolandiahtml
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 41
FIGURA 3
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 42
FIGURA 4
httpwwwpanoramiocomphoto9865842
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 43
FIGURAS 5 E 6
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 44
FIGURA 7
httpwwwgooglecombrimgresq=FOTOS+ESCOLA+PADRE+JOSE+HERIONS+ROLANDIA
LEMBRETE AO (Agrave) PROFESSOR (A) Nossa proposta significa trabalhar com FONTE DOCUMENTAL As respostas das entrevistas consistem tambeacutem em FONTES DOCUMENTIAS E como tal devem ser interpretadas em sala de aula Qualquer material como fotos muacutesicas poemas imagens etc devem ser tratadas como FONTES u seja pergunta-se a estas QUEM FEZ QUANDO ONDE PARA QUEM POR QUEcirc OQUE QUER COMUNICAR E todos estes materiais necessitam de referecircncia como qualquer texto livro reportagem etc
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 45
Sugestatildeo de atividades para o aluno
Analise as fotografias (1-2-3-4-5-6-7) o Vocecirc conhece esses lugares que estatildeo representados nas fotos o Qual lugar da foto estaacute localizado mais perto de sua casa o Quais fotos representam lugar de lazer o Vendo as fotos onde podemos fazer nossas reflexotildees o O que estaacute na foto que incomoda a comunidade o Vocecirc conhece algumas pessoas das fotos Escreva os nomes das mesmas o Com qual foto vocecirc mais se identificou Justifique sua resposta o Escreva uma frase para cada fotografia o Essas fotos fazem parte da Histoacuteria de Rolacircndia Faccedila comentaacuterios
Sugestatildeo de atividades para o professor
1-Trabalhe com fotografias o Peccedila para seu aluno trazer fotos antigas da famiacutelia da comunidade etc o Faccedila perguntas para obter respostas o Dar oportunidade para um debate sobre as fotos trazidas pelos alunos o Formar grupo com trecircs alunos para eles escreverem sobre as fotos o Colocar em cartazes os resultados obtidos natildeo esquecer de registrar a eacutepoca e
lugar em que foi tirada a foto o Expor na escola para que outros alunos possam ler e analisar os trabalhos
realizados
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 46
Referecircncia bibliograacutefica do texto explicativo
BAUMAN Z Modernidade e ambivalecircncia Rio de Janeiro Jorge Zahar 1999
CAVALLEIRO E S Do silecircncio do lar ao silecircncio escolar racismo preconceito e discriminaccedilatildeo na educaccedilatildeo infantil 4 ed Satildeo Paulo Contexto 2005
FERREIRA Ricardo Franklin O brasileiro o racismo silencioso e a identidade afro-descendente Psicologia e Sociedade Belo Horizonte v 14 n 1 p 69-86 janjun 2002
FIGUEIREDO Luis Claudio Mendonccedila Revisitando as psicologias da epistemologia agrave eacutetica das praacuteticas e discursos psicoloacutegicos 3 ed Petroacutepolis Vozes 2004
FREITAS Patriacutecia de Sobre a Lei 10639 o ensino de histoacuteria e a cultura afro-brasileira OPSIS Catalatildeo v 10 n 1 p15-28 janjun 2010
GONCcedilALVES Rita de Caacutessia LISBOATeresa Kleba Sobre o meacutetodo de Histoacuteria oral em sua modalidade trajetoacuteria de vida Revista Kataacutel Florianoacutepolis v 10 n especial p 83-92 2007
REIS Faacutetima A implementaccedilatildeo da Lei 1063903 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwwebartigoscomarticles39841A-Implementacao-Da-Lei-1063903pagina1htmlgt Acesso em 20 abr 2011
RODRIGUES N Os africanos no Brasil 5 ed Satildeo Paulo Nacional 1977
SCHMIDT Maria auxiliadora CAINELLI Marlene Ensinar histoacuteria Satildeo Paulo Scipione 2004
- Paacutegina em branco
-
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 14
Para refletir pesquisar e responder em seu caderno
1-Escreva o que vocecirc entendeu por racismo preconceito e discriminaccedilatildeo
2-Existe discriminaccedilatildeo no Brasil Justifique
3-Vocecirc jaacute foi discriminado alguma vez Relate
4-Vocecirc jaacute presenciou situaccedilotildees de discriminaccedilatildeo na escola
5-Vocecirc jaacute discriminou alguma pessoa Justifique
6-Escreva algum tipo de discriminaccedilatildeo que existe na comunidade em que
vocecirc mora
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor
1-Decirc sugestotildees como a escola deve agir ao perceber a discriminaccedilatildeo entre
os educandos
2- Usar para pesquisas o link
wwwuelbrprojetosleoafropagespublicacoesphp
Essas leituras podem contribuir para o seu plano de aula
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 15
Segundo Helms (1985 apud Ferreira 2002 p78) pessoas
envolvidas agrave descriminaccedilatildeo natildeo se encaixam em nenhum grupo satildeo
desqualificadas por ser negro e desvalorizam-se como pessoa Mudanccedilas podem
ocorrer a partir de exposiccedilatildeo de eventos que envolvem informaccedilotildees nos aspectos
culturais como danccedilas festas muacutesicas estudos leituras filmes e outras que
possam usaacute-las com referecircncia pessoal No iniacutecio eacute um desafio para o sujeito
envolvido mas aos poucos vai superando quando descobre que seus valores e
sua visatildeo de mundo natildeo permitem mais dominaccedilatildeo A participaccedilatildeo em grupo de
militacircncia voltados para valores com objetivos culturais e poliacuteticos pode favorecer
a reconstruccedilatildeo pessoal dos interlocutores que vivem o problema realizando um
exerciacutecio de padrotildees negativos introjetados e analisando a histoacuteria omitida A
militacircncia pode transformar a vergonha de ser negro em orgulho de ser negro
onde ele passa a ter uma nova histoacuteria intensificando a luta que jaacute vem desde a
escravidatildeo Com a recuperaccedilatildeo das matrizes curriculares africanas a histoacuteria da
diaacutespora reivindicaccedilotildees poliacuteticas sociais o afrodescendente pode ser visto com
qualidades que o outro natildeo percebia e ao mesmo tempo os aspectos culturais
que tambeacutem o constituem Atraveacutes de trabalhos cuidadosamente estudados eacute
muito importante que a pessoa branca deixe de negar suas raiacutezes culturais
africanas e tambeacutem indiacutegenas assim como o negro brasileiro suas raiacutezes
culturais europeacuteias e tambeacutem indiacutegenas Portanto eacute neste objetivo que este
projeto de ensino de histoacuteria se insere no (re) pensar sobre a cultura
afrodescendente de modo a dar condiccedilotildees para o (a) aluno(a)enfrentar com
consciecircncia criacutetica os desafios de um cotidiano ainda pautado em representaccedilotildees
preconceituosas
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 16
Comportamento reflexivo pela natildeo-discriminaccedilatildeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Qual a importacircncia dos movimentos de militacircncia para os que se sentem
excluiacutedos da sociedade
2-Realizar pesquisas em outros autores para saber mais sobre os movimentos
de militacircncia dos afrodescendentes
3-Na sua opiniatildeo como superar a discriminaccedilatildeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1- Trabalhar ldquovaloresrdquo sempre que perceber discriminaccedilatildeo entre os educandos
2- Sempre que for possiacutevel trabalhar temas ou textos sobre diversidade que
podem ser vistos em todas as disciplinas
3- Orientar os educandos em sala de aula para que realizem atividades sobre
diversidade como analisar figuras fotos montar paineacuteis confecccedilotildees de cartazes
recorte e colagem de figuras produccedilatildeo de textos etc
Negros e brancos na redaccedilatildeo de Maria Claudia
No trecho a seguir o escritor Pedro Bandeira apresenta-nos a redaccedilatildeo escrita por
Maria Claudia Segundo ele quando escreveu Maria Claudia ainda natildeo tinha
nove anos Era uma crianccedila como tantas outras que ocupam as milhares salas de
aula do Brasil Vejamos como Maria Claudia vecirc a questatildeo das diferenccedilas entre o
branco e o negro
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 17
ldquoOs brancos satildeo muito diferentes dos negros Mas depende do branco e depende
do negro Na minha caixa de laacutepis de cor o branco natildeo serve para nada Soacute o
preto eacute que serve para desenhar Com o giz a gente desenha na lousa Com o
carvatildeo a gente desenha um bigode na cara do Paulinho para a festa de Satildeo
Joatildeo Nesse negoacutecio de muacutesica natildeo tem branco Soacute tem preto Todos os discos
que eu conheccedilo satildeo pretos Nunca vi um disco branco O papel eacute branco e eacute
igualzinho o papel preto chamado carbono que escreve embaixo tudo o que a
gente escreve em cima A noite eacute preta mas o dia natildeo eacute branco O dia eacute azul
Entatildeo o preto da noite eacute soacute da noite Natildeo eacute igual nem eacute diferente de nada O leite
eacute branco e o cafeacute eacute preto De cafeacute eu natildeo gosto Tambeacutem natildeo gosto de leite
quando ele estaacute branco Prefiro misturar com chocolate E aiacute o leite fica marrom
Marrom como a minha amiga Patriacutecia Outro dia me disseram que a Patriacutecia eacute
negra mas ela eacute marrom Eu estou com raiva dela porque ela tirou uma nota
melhor do que eu na prova de matemaacutetica Mas eu natildeo quero ser diferente dela
Vou estudar bastante Na proacutexima prova eu e ela vamos ficar iguaisrdquo
BANDEIRA Pedro A redaccedilatildeo da Maria Claudia in Grupo de trabalho para assuntos afro-
brasileiros Salve o 13 de maio Satildeo Paulo SE 1988 p7
Refletindo sobre o texto
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Analisar o texto e responder as questotildees abaixo
11 Na redaccedilatildeo de Maria Claudia o que satildeo mais importantes as coisas brancas
as coisas negras ou a mistura das coisas
12 ldquoO papel eacute branco e eacute igualzinho o papel preto chamado carbono que escreve
embaixo tudo o que a gente escreve em cimardquo Comparando a Histoacuteria com o
papel branco e o carbono seraacute que por detraacutes de toda a histoacuteria dos brancos natildeo
existe tambeacutem uma histoacuteria de negros Seraacute que a histoacuteria do negro eacute igual agrave do
branco
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 18
13 Pela redaccedilatildeo de Maria Claudia o negro eacute inferior ao branco Vocecirc concorda
com Maria Claudia
14 Como vocecirc se relaciona com seus amigos negros
Formando crianccedilas livres de preconceitos
Sugestatildeo de atividades para o(a) professor(a)
ATENCcedilAtildeO A PARTIR DESTE MOMENTO
TRANSCREVEMOS O TEXTO DE UM BLOG COM
ALGUMAS ADAPTACcedilOtildeES DE DIAGRAMACcedilAtildeO
Construir Notiacutecias por Moacir Pereira Juacutenior (httpserinteiroblogspotcomsearchlabelEducaC3A7C3A3o)
As crianccedilas natildeo satildeo naturalmente preconceituosas Elas aprendem a ser com os adultos Aproveite essa fase essencial da vida de todo ser humano que eacute a infacircncia e valorize sentimentos e valores positivos que esses pequenos e especiais seres trazem em sirdquo Educaccedilatildeo Infantil e dos 1ordm 2ordm e 3ordm anos do Ensino Fundamental Sugiro duas formas de iniciar o projeto uma para alunos que ainda natildeo dominam a escrita e outra para alunos com domiacutenio da escrita Realizando o projeto com crianccedilas da Educaccedilatildeo Infantil e dos 1ordm 2ordm e 3ordm anos do Ensino Fundamental pode-se comeccedilar a trabalhar o tema fazendo uma dinacircmica
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1- Dinacircmica das flores leve flores de diferentes cores e formas para a classe e deixe que cada aluno escolha uma Depois pergunte o que chamou a atenccedilatildeo deles para escolher aquela flor Peccedila-lhes que percebam as diferentes cores o perfume a textura as diferentes formas Chame sua atenccedilatildeo para o fato de as flores serem diferentes e nem por isso menos belas e apreciadas Em seguida peccedila que olhem uns para os outros Assim como as flores cada um eacute diferente mas natildeo menos importante Muitas coisas variam cor e tipo de cabelo formato e cor dos olhos tamanho do nariz altura cor da pele etc
2- Dinacircmica das cores leve um aparelho de som para a classe e coloque uma muacutesica suave Espalhe vaacuterios laacutepis ou gizes de cera de vaacuterias cores sobre a mesa e peccedila para as crianccedilas escolherem a cor que mais lhes agrada Haveraacute cores iguais e cores diferentes Converse com elas sobre como seria o mundo se tudo fosse de uma soacute cor mdash azul por exemplo E se tudo fosse amarelo Ou vermelho Seraacute que elas comeriam uma banana azul Ou um morango cinza Sim Natildeo Por quecirc Pode-se debater se eacute bom haver cores diferentes e o porquecirc Depois peccedila que olhem uns para os outros Assim como as cores cada um eacute diferente Muitas coisas variam cor e tipo de cabelo formato e cor dos olhos tamanho do nariz altura cor da pele Pergunte que cor de laacutepis ou giz eacute mais parecido com a cor da pele de cada um (Caso algum aluno diga que sua cor eacute ldquofeiardquo procure fazecirc-lo se sentir valorizado Esse momento seraacute propiacutecio para melhorar a autoestima dessa crianccedila)
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Dinacircmicas para os Proacuteximos Anos do Ensino Fundamental Comeccedilando com jovens do 4ordm e 5ordm anos do Ensino Fundamental o projeto eacute basicamente trocar ideacuteias debater e discutir para se chegar a uma mudanccedila de atitude
1- Discutindo preconceito de gecircnerosexismo
2- Discutindo as diferenccedilas (porte de deficiecircncia obesidade etc)
3- Discutindo preconceito racial e eacutetnico
1- Discutindo preconceito de gecircnerosexismo Questione os alunos ldquoMenino brinca de bonecardquo Peccedila previamente aos alunos para trazerem de casa figuras de diversos profissionais Sente-se em roda com eles e analise as figuras Que profissotildees satildeo mais retratadas Essas profissotildees estatildeo mais ligadas a homens ou a mulheres Haacute profissotildees predominantemente masculinas ou femininas Por quecirc Faccedila cartazes com frases comumente ouvidas como por exemplo ldquoMenino natildeo chorardquo ldquoEsta brincadeira natildeo eacute para meninasrdquo ldquoMenino natildeo usa cor-de-rosardquo ldquoMenina eacute mais fraacutegil que meninordquo ldquoMenina natildeo senta de perna abertardquo ldquoMenino natildeo deve danccedilar baleacuterdquo etc Mostre os cartazes aos alunos e pergunte que outras frases eles jaacute ouviram Questione por que dizem que meninos e meninas natildeo podem fazer tais coisas Quem determinou isso Se possiacutevel traga gravuras que mostrem o contraacuterio do que estaacute escrito nos cartazes Peccedila que as crianccedilas levem histoacuterias em quadrinhos para a sala de aula (Turma da Mocircnica Walt Disney etc) Leia as histoacuterias com eles e chame sua atenccedilatildeo para o papel que eacute reservado agraves meninas (Satildeo sempre as fofoqueiras Satildeo choronas Satildeo consideradas fraacutegeis) E os meninos como satildeo retratados (ativos liacutederes espertos) Leia com eles alguns contos de fadas e analise o papel das mulheres (princesas esperando serem salvas cuja realizaccedilatildeo eacute casar e ser feliz para sempre) Peccedila-lhes que reescrevam um conto de fadas invertendo os papeacuteis masculinos e femininos Se possiacutevel dramatize o novo conto de fadas com a inversatildeo de papeacuteis
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httpcaixinhadecoresblogspotcom200810meninos-e-bonecas-por-que-nohtml
2- Discutindo as diferenccedilas (porte de deficiecircncia obesidade etc) Alunos portadores de deficiecircncia (fiacutesica ou mental) alunos obesos de baixa estatura ou que usam oacuteculos enfim que possuem caracteriacutesticas fiacutesicas que chamam a atenccedilatildeo tambeacutem costumam sofrer algum tipo de discriminaccedilatildeo e comumente satildeo alvo de piadas e comentaacuterios geralmente ofensivos por parte dos colegas e de alguns adultos Veja abaixo algumas atividades para trabalhar esse tema bull Montar um mural com personalidades que apresentem caracteriacutesticas fiacutesicas que fogem aos padrotildees e questionar o conceito de feio e bonito bull Promover a leitura de livros que abordem agrave temaacutetica do preconceito bull Fazer dramatizaccedilatildeo dos livros lidos bull Organizar a turma em grupos e encarregar cada um de elaborar uma histoacuteria sobre uma crianccedila com uma caracteriacutestica fiacutesica ou mental especial Terminadas as histoacuterias organizaacute-las em um livro e se possiacutevel providenciar uma coacutepia para cada aluno bull Montar na sala de aula um mural onde a crianccedila possa desabafar Se durante o dia algueacutem disser algo que a ofenda ou magoe ela escreve o que aconteceu e quem foi o autor e deixa ali uma mensagem de desagravo para o ofensor Acompanhe o teor do que aparece escrito e converse com os conflitantes Esse tipo de atitude poderaacute ajudar caso vocecirc tenha alunos comumente alvo de discriminaccedilatildeo (seja por raccedila cor tamanho porte de alguma deficiecircncia etc)
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3- Discutindo preconceito racial e eacutetnico Peccedila que cada aluno monte a sua histoacuteria (e a da famiacutelia) falando do brinquedo preferido da comida de que mais gosta da famiacutelia etc Monte um livro com todas as histoacuterias dos alunos e pergunte ldquoComo seria o mundo se todos fossem iguaisrdquo Confecccedilatildeo de bonecos eacute raro encontrar no mercado bonecas negras orientais e indiacutegenas o que contribui para reforccedilar a exclusatildeo das crianccedilas desses grupos Se houver possibilidade envolva matildees pais parentes das crianccedilas e confeccionem juntos marionetes e bonecos que representem pessoas negras Evite estereoacutetipos (por exemplo negros sempre pobres ou sempre jogadores de futebol) Monte com as crianccedilas um teatrinho em que haja personagens brancas negras e amarelas em papeacuteis de igual valor (evite dar sempre os papeacuteis de destaque para alunos brancos) Monte um mural com os personagens preferidos das crianccedilas Verifique se haacute algum negro ou oriental Crie com os alunos personagens de diferentes etnias e envolva as crianccedilas na elaboraccedilatildeo de uma histoacuteria em quadrinhos (HQ) Aproveite o momento para trabalhar com a turma os diferentes povos que formaram a atual populaccedilatildeo brasileira Qual a ascendecircncia de cada um Divida a classe em grupos e encarregue cada um de pesquisar um povo e sua contribuiccedilatildeo para a formaccedilatildeo da cultura brasileira na liacutengua na alimentaccedilatildeo nos costumes etc Depois de estudar os diferentes povos que colonizaram o Brasil e contribuiacuteram para a formaccedilatildeo do povo brasileiro monte com as crianccedilas uma feira das naccedilotildees Cada grupo pode usar trajes tiacutepicos fazer performances cantar enfim o que a sua criatividade sugerir Se possiacutevel envolva toda a comunidade escolar nessa feira abrindo-a para a participaccedilatildeo dos pais in Construir Notiacutecias por Moacir Pereira Juacutenior (httpserinteiroblogspotcomsearchlabelEducaC3A7C3A3o)
ATENCcedilAtildeO A PARTIR DESTE MOMENTO NAtildeO
MAIS TRANSCREVEMOS O BLOG
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Trabalhando com muacutesica
ldquoA muacutesica eacute uma forccedila geradora de vida uma energia que
envolve o nosso ser inteiro atuando de forma poderosa sobre
o nosso corpo mente e coraccedilatildeo Aleacutem de alegrar unir e
consagrar mensagens e valores disciplinar e socializar a
muacutesica forma o caraacuteter e favorece o desenvolvimento integral
da personalidade o equiliacutebrio emocional e socialrdquo (profordf
compositora e regente Miacuteria Therezinha Kolling)
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Fazer leitura da letra da muacutesica
2-Procurar no dicionaacuterio o significado das palavras
3-Ouvir a muacutesica de Caetano Veloso
4-Cantar a muacutesica
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1-Fazer anaacutelise da muacutesica junto com os alunos
2-Fazer comentaacuterios sobre a muacutesica
3- Escrever um texto coletivo com os alunos sobre o tema ldquoNavio Negreirordquo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 24
O Navio Negreiro
Caetano Veloso
Composiccedilatildeo Castro Alves
O Navio Negreiro
Estamos em pleno mar
Era um sonho dantesco o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho
Em sangue a se banhar
Tinir de ferros estalar do accediloite
Legiotildees de homens negros como a noite
Horrendos a danccedilar
Negras mulheres suspendendo agraves tetas
Magras crianccedilas cujas bocas pretas
Rega o sangue das matildees
Outras moccedilas mas nuas espantadas
No turbilhatildeo de espectros arrastados
Em acircnsia e maacutegoa vatildes
E ri-se a orquestra irocircnica estridente
E da ronda fantaacutestica a serpente
Faz doudas espirais
Se o velho arqueja se no chatildeo resvala
Ouvem-se gritos o chicote estala
E voam mais e mais
Presa dos elos de uma soacute cadeia
A multidatildeo faminta cambaleia
E chora e danccedila ali
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 25
Um de raiva delira outro enlouquece
Outro que de martiacuterios embrutece
Cantando geme e ri
No entanto o capitatildeo manda a manobra
E apoacutes fitando o ceacuteu que se desdobra
Tatildeo puro sobre o mar
Diz do fumo entre os densos nevoeiros
Vibrai rijo o chicote marinheiros
Fazei-os mais danccedilar
E ri-se a orquestra irocircnica estridente
E da ronda fantaacutestica a serpente
Faz doudas espirais
Qual num sonho dantesco as sombras voam
Gritos ais maldiccedilotildees preces ressoam
E ri-se Satanaz
Senhor Deus dos desgraccedilados
Dizei-me voacutes Senhor Deus
Se eacute loucura se eacute verdade
Tanto horror perante os ceacuteus
Oacute mar por que natildeo apagas
Coa esponja de tuas vagas
De teu manto este borratildeo
Astros noite tempestades
Rolai das imensidades
Varrei os mares tufatildeo
Quem satildeo estes desgraccedilados
Que natildeo encontram em voacutes
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fuacuteria do algoz
Quem satildeo Se a estrela se cala
Se a vaga agrave pressa resvala
Como um cuacutemplice fugaz
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 26
Perante a noite confusa
Dize-o tu severa musa
Musa libeacuterrima audaz
Satildeo os filhos do deserto
Onde a terra esposa a luz
Onde voa em campo aberto
A tribo dos homens nus
Satildeo os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidatildeo
Homens simples fortes bravos
Hoje miacuteseros escravos
Sem ar sem luz sem razatildeo
Satildeo mulheres desgraccediladas
Como Agar o foi tambeacutem
Que sedentas alquebradas
De longe bem longe vecircm
Trazendo com tiacutebios passos
Filhos e algemas nos braccedilos
Nalma laacutegrimas e fel
Como Agar sofrendo tanto
Que nem o leite do pranto
Tecircm que dar para Ismael
Laacute nas areias infindas
Das palmeiras no paiacutes
Nasceram crianccedilas lindas
Viveram moccedilas gentis
Passa um dia a caravana
Quando a virgem na cabana
Cisma das noites nos veacuteus
Adeus oacute choccedila do monte
Adeus palmeiras da fonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 27
Adeus amores adeus
Senhor Deus dos desgraccedilados
Dizei-me voacutes Senhor Deus
Se eu deliro ou se eacute verdade
Tanto horror perante os ceacuteus
Oacute mar por que natildeo apagas
Coa esponja de tuas vagas
De teu manto este borratildeo
Astros noite tempestades
Rolai das imensidades
Varrei os mares tufatildeo
E existe um povo que a bandeira empresta
Pra cobrir tanta infacircmia e cobardia
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria
Meu Deus meu Deus mas que bandeira eacute esta
Que impudente na gaacutevea tripudia
Silecircncio Musa chora chora tanto
Que o pavilhatildeo se lave no seu pranto
Auriverde pendatildeo de minha terra
Que a brisa do Brasil beija e balanccedila
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperanccedila
Tu que da liberdade apoacutes a guerra
Foste hasteado dos heroacuteis na lanccedila
Antes te houvessem roto na batalha
Que servires a um povo de mortalha
Fatalidade atroz que a mente esmaga
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu na vaga
Como um iacuteris no peacutelago profundo
Mas eacute infacircmia demais
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 28
Da eteacuterea plaga
Levantai-vos heroacuteis do Novo Mundo
Andrada arranca este pendatildeo dos ares
Colombo fecha a porta de teus mares
(endereccedilo do viacutedeo para assistir clip da muacutesica)
(httpwwwyoutubecomwatchv=1Osbp0IMYRM)
Trabalhando com poema
Terra roxa e outras terras- Revista de Estudos Literaacuterios
Ana Claudia Duarte Mendes (UEMSUEL)
A literatura do poema ldquoVozes de Mulheresrdquo de Conceiccedilatildeo Evaristo a partir de
uma perspectiva de construccedilatildeo da memoacuteria possibilita-nos observar a existecircncia
de uma literatura adjetivada afro-brasileira A poesia analisada estaacute inserida em
um contexto no qual o poeta assume o ponto de vista negro Ao narrar a trajetoacuteria
de mulheres negras preservada na memoacuteria coletiva revela a ancestralidade que
se projeta no presente e prepara o futuro
O poema pertence a um tempo e lugar histoacuterico no mesmo instante transcende
essa condiccedilatildeo supera-a ldquoO poema eacute tempo arquetiacutepico e por secirc-lo eacute tempo que
se encarna na experiecircncia concreta de um povo um grupo ou uma seitardquo (Paz
1972 54) A contradiccedilatildeo ndash essecircncia do poema- que ao se encarnar revela-se
histoacuterico ao mesmo tempo em que eacute presente a cada nova leitura atualiza-se e
se projeta enquanto futuro Ao poeta eacute impossiacutevel fugir da histoacuteria mesmo quando
compotildee algo completamente diverso desta pois suas palavras satildeo sociais e
histoacutericas A revelaccedilatildeo poeacutetica consagra a experiecircncia humana (Paz 1972 55)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 29
por ser a poesia imagem A palavra poeacutetica ao se compor enquanto imagem
conforma o isto e o aquilo no mesmo instante Diz o indiziacutevel
O poeta consagra sempre umas experiecircncias histoacutericas que pode ser pessoal
sociais ou ambas as coisas ao mesmo tempo Mas ao falar-nos de todos estes
sucessos sentimentos experiecircncias e pessoas o poeta nos fala de outra coisado
que estaacute fazendo diante de noacutes e em noacutes E mais ainda leva-nos a repetir a
recriar seu poema a nomear aquilo que nomeia e ao fazecirc-lo revela-nos o que
somos (Paz 1972 57)
Como o poema surge na construccedilatildeo a partir da memoacuteria nos atrevemos a
dialogar com a obra de Gizecirclda Melo do nascimento Feitio de viver memoacuterias de
descendentes de escravos de 2006 O livro registra e interpreta a narrativa de
mulheres negras fortes e determinadas a contarem suas trajetoacuterias memoacuterias
individuais e coletivas O olhar para o presente na esperanccedila do futuro sem
alijarem-se do passado ancestral Esta perspectiva nos permitiraacute iluminar o
poema siacutentese do vivido
Vozes-Mulheres de Conceiccedilatildeo Evaristo
A voz da minha bisavoacute ecoou
crianccedila
nos porotildees do navio
Ecoou lamentos
de uma infacircncia perdida
A voz de minha avoacute
ecoou obediecircncia
aos brancos-donos de tudo
A voz de minha matildee
ecoou baixinho revolta
no fundo das cozinhas alheias
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 30
debaixo das trouxas
roupagens sujas dos brancos
pelo caminho empoeirado
rumo agrave favela
A minha voz ainda
ecoa versos perplexos
com rimas de sangue
e
fome
A voz de minha filha
recolhe todas as nossas vozes
recolhe em si
as vozes mudas caladas
engasgadas nas gargantas
A voz de minha filha
recolhe em si
a fala e o ato
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1- Comente a partir do seu proacuteprio olhar o poema da referida autora O
comentaacuterio pode ser tanto teacutecnico (observacircncia da estrutura do poema) quanto
conteudiacutestico (como vocecirc avalia o poema a partir de suas impressotildees pessoais)(A
obra de Conceiccedilatildeo Evaristo eacute facilmente encontrada na Internet) Trabalhar com
os alunos outros poemas
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 31
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno(a)
1- Analisar o poema e reescrever em cada
verso seu significado
A voz de minha bisavoacute
A voz de minha avoacute
A voz de minha matildee
A minha voz
A voz da minha filha
2- Fazer comentaacuterios sobre o poema em sala
de aula professor (a) e alunos
3- Ilustrar o poema usando sua
criatividade
4-Com os desenhos prontos formar grupos
com trecircs alunos e criar uma histoacuteria em
quadrinhos sobre o que entendeu do poema
estudado
A escola e os educandos precisam se organizar para demonstrar a
importacircncia da pluralidade racial na sociedade A fim de contemplar discussotildees
sobre a diversidade racial discutir os problemas sociais Para possibilitar que os
educandos construam suas proacuteprias ideacuteias e entendimento sobre o outro que lhe eacute
diferente O preconceito no cotidiano escolar tem que ser combatido Eacute necessaacuterio
que todos digam natildeo ao preconceito racial Os agentes transformadores da
educaccedilatildeo precisam unir forccedilas para promover o respeito muacutetuo e a possibilidade
de conversar sobre diferenccedilas sem melindres e sem preconceitos Na educaccedilatildeo
infantil tempo dos primeiros passos da vida social da crianccedila eacute importante
possibilitar atitudes positivas estimular o contanto com a esteacutetica e pelo
imaginaacuterio afro e afrodescendente Trazer a verdadeira histoacuteria do negro africano
no Brasil para romper com as barreiras dos preconceitos (Perrucci 1999 p 7)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 32
httpwwwwebartigoscomarticles380941INCLUSAO-NO-TRIBUNAL-DE-JUSTICApagina1html
Trabalhando com imagens
Sugestatildeo de atividades para o aluno
1 Ver as figuras abaixo e responder as questotildees
2 Vocecirc acha que existe preconceito entre essas crianccedilas Justifique
3 A crianccedila jaacute nasce com preconceito Comente
4 Como a crianccedila adquire o preconceito
5 Vocecirc como adolescente jaacute sofreu preconceito Em que fase de sua vida
Comente
Sites das imagens
almazendemensagensblogspotcom uniblogcombr
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 33
agenciaaldensblogspotcom sociologiacienciaevidauolcombr
Trabalhando com viacutedeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1 Assistir o viacutedeo Analisar as imagens e o depoimento
2 Promover um debate sobre o viacutedeo junto com os alunos
Por uma infacircncia sem racismo ver
wwwyoutubecomwatchv=_aPYuKiKFMg
1 Assistir o viacutedeo Analisar os depoimentos reais das pessoas
2 Vocecirc concorda com esses depoimentos Justifique
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 34
Onde vocecirc guarda o seu racismo ver
httpwwwyoutubecomwatchv=ojg07xOt8CY
Trabalhando com entrevista
Histoacuteria Oral - Como fazer uma entrevista
A pesquisa histoacuterica natildeo se baseia apenas em documentos escritos ou imagens mas
tambeacutem na narraccedilatildeo de fatos por parte das pessoas que presenciaram ou que tecircm
maior conhecimento dos mesmos Neste caso outra ferramenta pode ser utilizada
pelo pesquisador para adquirir novas informaccedilotildees acerca do objeto de estudo
Trata-se da entrevista um recurso da Histoacuteria Oral
Na Histoacuteria Oral podem-se fazer duas divisotildees em se tratando de relatos segundo o
historiador Gwyn Prins Existe uma tradiccedilatildeo Oral - a qual representa um
testemunho oral transmitido de uma geraccedilatildeo para a seguinte ou as demais -
Existe tambeacutem uma Reminiscecircncia Pessoal Evidecircncia oral especiacutefica das
experiecircncias de vida do informante (Wikipedia 2007)
Segundo Olga Rodrigues de Moraes Von Simson do Centro de Memoacuteria da
Unicamp a Histoacuteria Oral possibilita que indiviacuteduos pertencentes a categorias
sociais geralmente excluiacutedas da histoacuteria oficial possam ser ouvidos - deixando
registradas para anaacutelises futuras sua proacutepria visatildeo de mundo e aquela do grupo
social ao qual pertencem Apesar de ser um meacutetodo praacutetico e cada vez mais usado
a entrevista apresenta algumas deficiecircncias mas que podem de certa forma serem
superadas o entrevistado pode ter uma falha de memoacuteria pode criar uma
trajetoacuteria artificial se autocelebrar fantasiar omitir ou mesmo mentir O que
poderia ser percebido como um problema acaba se transformando em um recurso
uma vez que o proacuteprio entrevistador no ato de produccedilatildeo da narrativa histoacuterica natildeo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 35
deixa de produzir uma versatildeo do que entendeu ter acontecido Mesmo quando o
pesquisador tenha certeza de que o entrevistado esteja mentido conscientemente
cabe a ele entrevistador tentar entender as razotildees da mentira ou seja quais os
motivos que estatildeo levando a pessoa a mentir podendo ser aplicado o mesmo no
caso da ilusatildeo biograacutefica quando o indiviacuteduo faz uma produccedilatildeo artificial de si
mesmo No caso de esquecimento para ajudar suprir essa falha podem-se usar os
chamados apoios de memoacuteria como fotografias objetos e outras coisas que
possam ajudar o entrevistado a se recordar melhor dos fatos em pesquisa (op
cit)
Se formos analisar a credibilidade dos recursos de pesquisa histoacuterica sejam
documentos ou oralidade iremos nos deparar sempre com a interpretaccedilatildeo ou a
criacutetica pessoal de quem o fez cabendo ao pesquisador saber aproveitar as
informaccedilotildees que lhe conveacutem e criar suas proacuteprias consideraccedilotildees nenhum
documento pode nos dizer mais do que aquilo que o autor pensava ndash o que ele
pensava que havia acontecido queria que os outros pensassem que ele pensava ou
mesmo apenas o que ele proacuteprio pensava pensar Nada disso significa alguma
coisa ateacute que o historiador trabalhe sobre esse material e decifre-o eacute o que
comenta Edward Hallet Carr citado no site Wikipedia
A entrevista possibilita um contato direto com o atorautor da Histoacuteria Esse
envolvimento pode resultar num trabalho dinacircmico abrangente e ateacute mais realista
trazendo assim o passado para o presente
Agora vejamos os passos baacutesicos para realizar uma boa entrevista
COMO FAZER UMA ENTREVISTA
1 Preparar antes da entrevista um roteiro com alguns dos assuntos
importantes a abordar Ao partir para a entrevista eacute fundamental saber
o que vamos perguntar
2 Conversar com o entrevistado sobre nossos objetivos e descobrir se
realmente deseja colaborar conosco Natildeo se obriga ningueacutem a ser
entrevistado
3 Escolher local e hora apropriados para que a entrevista se decirc sem
interrupccedilotildees Num ambiente ou momento onde entrevistado ou
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 36
entrevistador estejam com pressa torna-se impossiacutevel agrave realizaccedilatildeo da
entrevista
4 Em lugar de apenas anotar o que o entrevistado diz eacute melhor e mais
adequado se possiacutevel levar um gravador para ficar tudo registrado de
tal forma que natildeo se perca parte alguma daquilo que o entrevistado
disse
5 A entrevista natildeo deve ser interrogatoacuterio e sim diaacutelogo
6 O entrevistador deve respeitar as opiniotildees do entrevistado mesmo
quando natildeo concordar com elas
7 O entrevistador deve dar oportunidade para que o entrevistado fale
tudo o que desejar no tempo que quiser
8 Nunca fazer nova pergunta enquanto o entrevistado ainda natildeo tiver
terminado de expor seu pensamento em relaccedilatildeo agrave pergunta anterior
Natildeo interromper desnecessariamente a fala do outro
professor-josimarblogspotcom200908historia-oral
REFEREcircNCIAS
SIMSON Olga Rodrigues de Moraes Von O que eacute Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
wwwcentrodememoriaunicampbrlahoindexhtm Acesso em 23 mai 2007
WIKIPEDIA Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
httpptwikipediaorgwikiHistAtildesup3ria_OralsearchInputsearchInput Acesso
em 23 mai 2007
httpwwwfeunbbrpieComo20fazer20uma20entrevistahtm
Professor Josimar Pais de Almeida
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 37
Sugestatildeo de Roteiro para realizar a entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistador
Nome do entrevistador
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Onde trabalha
Data local da entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistado
Nome
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Questionamento
Onde trabalha
Grau de escolaridade
Religiatildeo que frequumlenta
Tempo que mora na cidade de Rolacircndia
De onde veio sua famiacutelia
Vocecirc gosta de morar aqui
Porque vieram morar aqui
Do que sente saudades
Como era essa cidade quando vocecirc chegou aqui
Como vocecirc considera essa cidade hoje
Fale como era o lazer quando vocecirc era adolescente Como eacute seu lazer hoje
Fale sobre o namoro de antigamente As pessoas tinham um lugar para ldquopaquerarrdquo
Qual era a principal alimentaccedilatildeo das pessoas
Havia violecircncia Como era
Como eram as escolas Usava-se uniforme
Como eram as roupas Onde as comprava ou quem as confeccionava
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 38
Como era a educaccedilatildeo dos filhos
Havia igrejas Frequentava alguma no passado E hoje
O que era cultivado nas lavouras
Muitas pessoas moravam na zona rural
Como eram as habitaccedilotildees
Vocecirc se sente discriminado
O que vocecirc acha da escravidatildeo na eacutepoca da colonizaccedilatildeo do Brasil
Hoje ainda existe escravidatildeo
A fotografia na construccedilatildeo do material didaacutetico
Paulo Freire na ldquopedagogia do oprimidordquo pregava a liberdade atraveacutes da educaccedilatildeo e para
isso educava a partir de estiacutemulos retirados do cotidiano dos alunos aumentando
gradativamente o inverso dos mesmos Os estiacutemulos servem portanto como forma de
despertar a criatividade e o intelecto dos alunos Levando-se em consideraccedilatildeo que a
percepccedilatildeo visual eacute a forma mais objetiva de interaccedilatildeo do homem com o meio que o cerca
os estiacutemulos visuais atendem perfeitamente aos objetivos da educaccedilatildeo Antes mesmo da
escrita as comunicaccedilotildees visuais valendo-se de percepccedilatildeo visual ajuda a escrever a histoacuteria
da humanidade Associando-se aos seus conhecimentos o homem absorve a imagem
processa-a e retira dela suas proacuteprias conclusotildees A imagem dinacircmica ou estaacutetica eacute
portanto uma forma contumaz na divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo quer seja ela educacional
cientifica ou cultural difundindo conhecimentos desenvolvendo ideacuteias e formando
opiniotildees Jaacute em 1888 George Eastman referindo-se agrave fotografia afirmava ldquouma imagem
vale mais que mil palavrasrdquo e desde entatildeo a imagem fotograacutefica estaacute cada vez mais
presente no processo ensino aprendizagem de forma cada vez mais interativa A fotografia
e a questatildeo ambiental estatildeo relacionadas desde sua descoberta em1826 No inicio o
objetivo da fotografia era fazer um registro fiel da natureza Nas suas atividades os
cientistas utilizam cada vez mais a fotografia como instrumentaccedilatildeo de pesquisa registro de
dados apoio didaacutetico e principalmente na divulgaccedilatildeo dos resultados cientiacuteficos
introduzindo o conceito da fotografia cientiacutefica A fotografia eacute uma forma objetiva de
suporte para o ensino e a pesquisa eacute uma forma objetiva de documentaccedilatildeo ela tem o poder
de capturar nuances que muitas vezes passam despercebidas ao olho nu e isso aumenta o
aspecto de observaccedilatildeo do pesquisador A fotografia cientiacutefica tem que retratar o real
aparente a imagem como um instrumento de uma memoacuteria documental da realidade
Muitas vezes diante da dificuldade de deslocamento os professores lanccedilam matildeo da
fotografia para exemplificar e fixar conceitos educacionais tirando-os do imaginaacuterio e
trazendo para suas aulas de forma mais concreta wwwabedorgbrcongresso2007tc552007125857PMpdf
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 39
Trabalhando com fotografias e Histoacuteria Local
FIGURA 1
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 40
FIGURA 2
httpjornalrolandianetblogspotcom201105familia-farina-fotografando-rolandiahtml
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 41
FIGURA 3
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 42
FIGURA 4
httpwwwpanoramiocomphoto9865842
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 43
FIGURAS 5 E 6
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 44
FIGURA 7
httpwwwgooglecombrimgresq=FOTOS+ESCOLA+PADRE+JOSE+HERIONS+ROLANDIA
LEMBRETE AO (Agrave) PROFESSOR (A) Nossa proposta significa trabalhar com FONTE DOCUMENTAL As respostas das entrevistas consistem tambeacutem em FONTES DOCUMENTIAS E como tal devem ser interpretadas em sala de aula Qualquer material como fotos muacutesicas poemas imagens etc devem ser tratadas como FONTES u seja pergunta-se a estas QUEM FEZ QUANDO ONDE PARA QUEM POR QUEcirc OQUE QUER COMUNICAR E todos estes materiais necessitam de referecircncia como qualquer texto livro reportagem etc
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 45
Sugestatildeo de atividades para o aluno
Analise as fotografias (1-2-3-4-5-6-7) o Vocecirc conhece esses lugares que estatildeo representados nas fotos o Qual lugar da foto estaacute localizado mais perto de sua casa o Quais fotos representam lugar de lazer o Vendo as fotos onde podemos fazer nossas reflexotildees o O que estaacute na foto que incomoda a comunidade o Vocecirc conhece algumas pessoas das fotos Escreva os nomes das mesmas o Com qual foto vocecirc mais se identificou Justifique sua resposta o Escreva uma frase para cada fotografia o Essas fotos fazem parte da Histoacuteria de Rolacircndia Faccedila comentaacuterios
Sugestatildeo de atividades para o professor
1-Trabalhe com fotografias o Peccedila para seu aluno trazer fotos antigas da famiacutelia da comunidade etc o Faccedila perguntas para obter respostas o Dar oportunidade para um debate sobre as fotos trazidas pelos alunos o Formar grupo com trecircs alunos para eles escreverem sobre as fotos o Colocar em cartazes os resultados obtidos natildeo esquecer de registrar a eacutepoca e
lugar em que foi tirada a foto o Expor na escola para que outros alunos possam ler e analisar os trabalhos
realizados
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 46
Referecircncia bibliograacutefica do texto explicativo
BAUMAN Z Modernidade e ambivalecircncia Rio de Janeiro Jorge Zahar 1999
CAVALLEIRO E S Do silecircncio do lar ao silecircncio escolar racismo preconceito e discriminaccedilatildeo na educaccedilatildeo infantil 4 ed Satildeo Paulo Contexto 2005
FERREIRA Ricardo Franklin O brasileiro o racismo silencioso e a identidade afro-descendente Psicologia e Sociedade Belo Horizonte v 14 n 1 p 69-86 janjun 2002
FIGUEIREDO Luis Claudio Mendonccedila Revisitando as psicologias da epistemologia agrave eacutetica das praacuteticas e discursos psicoloacutegicos 3 ed Petroacutepolis Vozes 2004
FREITAS Patriacutecia de Sobre a Lei 10639 o ensino de histoacuteria e a cultura afro-brasileira OPSIS Catalatildeo v 10 n 1 p15-28 janjun 2010
GONCcedilALVES Rita de Caacutessia LISBOATeresa Kleba Sobre o meacutetodo de Histoacuteria oral em sua modalidade trajetoacuteria de vida Revista Kataacutel Florianoacutepolis v 10 n especial p 83-92 2007
REIS Faacutetima A implementaccedilatildeo da Lei 1063903 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwwebartigoscomarticles39841A-Implementacao-Da-Lei-1063903pagina1htmlgt Acesso em 20 abr 2011
RODRIGUES N Os africanos no Brasil 5 ed Satildeo Paulo Nacional 1977
SCHMIDT Maria auxiliadora CAINELLI Marlene Ensinar histoacuteria Satildeo Paulo Scipione 2004
- Paacutegina em branco
-
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 15
Segundo Helms (1985 apud Ferreira 2002 p78) pessoas
envolvidas agrave descriminaccedilatildeo natildeo se encaixam em nenhum grupo satildeo
desqualificadas por ser negro e desvalorizam-se como pessoa Mudanccedilas podem
ocorrer a partir de exposiccedilatildeo de eventos que envolvem informaccedilotildees nos aspectos
culturais como danccedilas festas muacutesicas estudos leituras filmes e outras que
possam usaacute-las com referecircncia pessoal No iniacutecio eacute um desafio para o sujeito
envolvido mas aos poucos vai superando quando descobre que seus valores e
sua visatildeo de mundo natildeo permitem mais dominaccedilatildeo A participaccedilatildeo em grupo de
militacircncia voltados para valores com objetivos culturais e poliacuteticos pode favorecer
a reconstruccedilatildeo pessoal dos interlocutores que vivem o problema realizando um
exerciacutecio de padrotildees negativos introjetados e analisando a histoacuteria omitida A
militacircncia pode transformar a vergonha de ser negro em orgulho de ser negro
onde ele passa a ter uma nova histoacuteria intensificando a luta que jaacute vem desde a
escravidatildeo Com a recuperaccedilatildeo das matrizes curriculares africanas a histoacuteria da
diaacutespora reivindicaccedilotildees poliacuteticas sociais o afrodescendente pode ser visto com
qualidades que o outro natildeo percebia e ao mesmo tempo os aspectos culturais
que tambeacutem o constituem Atraveacutes de trabalhos cuidadosamente estudados eacute
muito importante que a pessoa branca deixe de negar suas raiacutezes culturais
africanas e tambeacutem indiacutegenas assim como o negro brasileiro suas raiacutezes
culturais europeacuteias e tambeacutem indiacutegenas Portanto eacute neste objetivo que este
projeto de ensino de histoacuteria se insere no (re) pensar sobre a cultura
afrodescendente de modo a dar condiccedilotildees para o (a) aluno(a)enfrentar com
consciecircncia criacutetica os desafios de um cotidiano ainda pautado em representaccedilotildees
preconceituosas
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 16
Comportamento reflexivo pela natildeo-discriminaccedilatildeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Qual a importacircncia dos movimentos de militacircncia para os que se sentem
excluiacutedos da sociedade
2-Realizar pesquisas em outros autores para saber mais sobre os movimentos
de militacircncia dos afrodescendentes
3-Na sua opiniatildeo como superar a discriminaccedilatildeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1- Trabalhar ldquovaloresrdquo sempre que perceber discriminaccedilatildeo entre os educandos
2- Sempre que for possiacutevel trabalhar temas ou textos sobre diversidade que
podem ser vistos em todas as disciplinas
3- Orientar os educandos em sala de aula para que realizem atividades sobre
diversidade como analisar figuras fotos montar paineacuteis confecccedilotildees de cartazes
recorte e colagem de figuras produccedilatildeo de textos etc
Negros e brancos na redaccedilatildeo de Maria Claudia
No trecho a seguir o escritor Pedro Bandeira apresenta-nos a redaccedilatildeo escrita por
Maria Claudia Segundo ele quando escreveu Maria Claudia ainda natildeo tinha
nove anos Era uma crianccedila como tantas outras que ocupam as milhares salas de
aula do Brasil Vejamos como Maria Claudia vecirc a questatildeo das diferenccedilas entre o
branco e o negro
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 17
ldquoOs brancos satildeo muito diferentes dos negros Mas depende do branco e depende
do negro Na minha caixa de laacutepis de cor o branco natildeo serve para nada Soacute o
preto eacute que serve para desenhar Com o giz a gente desenha na lousa Com o
carvatildeo a gente desenha um bigode na cara do Paulinho para a festa de Satildeo
Joatildeo Nesse negoacutecio de muacutesica natildeo tem branco Soacute tem preto Todos os discos
que eu conheccedilo satildeo pretos Nunca vi um disco branco O papel eacute branco e eacute
igualzinho o papel preto chamado carbono que escreve embaixo tudo o que a
gente escreve em cima A noite eacute preta mas o dia natildeo eacute branco O dia eacute azul
Entatildeo o preto da noite eacute soacute da noite Natildeo eacute igual nem eacute diferente de nada O leite
eacute branco e o cafeacute eacute preto De cafeacute eu natildeo gosto Tambeacutem natildeo gosto de leite
quando ele estaacute branco Prefiro misturar com chocolate E aiacute o leite fica marrom
Marrom como a minha amiga Patriacutecia Outro dia me disseram que a Patriacutecia eacute
negra mas ela eacute marrom Eu estou com raiva dela porque ela tirou uma nota
melhor do que eu na prova de matemaacutetica Mas eu natildeo quero ser diferente dela
Vou estudar bastante Na proacutexima prova eu e ela vamos ficar iguaisrdquo
BANDEIRA Pedro A redaccedilatildeo da Maria Claudia in Grupo de trabalho para assuntos afro-
brasileiros Salve o 13 de maio Satildeo Paulo SE 1988 p7
Refletindo sobre o texto
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Analisar o texto e responder as questotildees abaixo
11 Na redaccedilatildeo de Maria Claudia o que satildeo mais importantes as coisas brancas
as coisas negras ou a mistura das coisas
12 ldquoO papel eacute branco e eacute igualzinho o papel preto chamado carbono que escreve
embaixo tudo o que a gente escreve em cimardquo Comparando a Histoacuteria com o
papel branco e o carbono seraacute que por detraacutes de toda a histoacuteria dos brancos natildeo
existe tambeacutem uma histoacuteria de negros Seraacute que a histoacuteria do negro eacute igual agrave do
branco
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 18
13 Pela redaccedilatildeo de Maria Claudia o negro eacute inferior ao branco Vocecirc concorda
com Maria Claudia
14 Como vocecirc se relaciona com seus amigos negros
Formando crianccedilas livres de preconceitos
Sugestatildeo de atividades para o(a) professor(a)
ATENCcedilAtildeO A PARTIR DESTE MOMENTO
TRANSCREVEMOS O TEXTO DE UM BLOG COM
ALGUMAS ADAPTACcedilOtildeES DE DIAGRAMACcedilAtildeO
Construir Notiacutecias por Moacir Pereira Juacutenior (httpserinteiroblogspotcomsearchlabelEducaC3A7C3A3o)
As crianccedilas natildeo satildeo naturalmente preconceituosas Elas aprendem a ser com os adultos Aproveite essa fase essencial da vida de todo ser humano que eacute a infacircncia e valorize sentimentos e valores positivos que esses pequenos e especiais seres trazem em sirdquo Educaccedilatildeo Infantil e dos 1ordm 2ordm e 3ordm anos do Ensino Fundamental Sugiro duas formas de iniciar o projeto uma para alunos que ainda natildeo dominam a escrita e outra para alunos com domiacutenio da escrita Realizando o projeto com crianccedilas da Educaccedilatildeo Infantil e dos 1ordm 2ordm e 3ordm anos do Ensino Fundamental pode-se comeccedilar a trabalhar o tema fazendo uma dinacircmica
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 19
1- Dinacircmica das flores leve flores de diferentes cores e formas para a classe e deixe que cada aluno escolha uma Depois pergunte o que chamou a atenccedilatildeo deles para escolher aquela flor Peccedila-lhes que percebam as diferentes cores o perfume a textura as diferentes formas Chame sua atenccedilatildeo para o fato de as flores serem diferentes e nem por isso menos belas e apreciadas Em seguida peccedila que olhem uns para os outros Assim como as flores cada um eacute diferente mas natildeo menos importante Muitas coisas variam cor e tipo de cabelo formato e cor dos olhos tamanho do nariz altura cor da pele etc
2- Dinacircmica das cores leve um aparelho de som para a classe e coloque uma muacutesica suave Espalhe vaacuterios laacutepis ou gizes de cera de vaacuterias cores sobre a mesa e peccedila para as crianccedilas escolherem a cor que mais lhes agrada Haveraacute cores iguais e cores diferentes Converse com elas sobre como seria o mundo se tudo fosse de uma soacute cor mdash azul por exemplo E se tudo fosse amarelo Ou vermelho Seraacute que elas comeriam uma banana azul Ou um morango cinza Sim Natildeo Por quecirc Pode-se debater se eacute bom haver cores diferentes e o porquecirc Depois peccedila que olhem uns para os outros Assim como as cores cada um eacute diferente Muitas coisas variam cor e tipo de cabelo formato e cor dos olhos tamanho do nariz altura cor da pele Pergunte que cor de laacutepis ou giz eacute mais parecido com a cor da pele de cada um (Caso algum aluno diga que sua cor eacute ldquofeiardquo procure fazecirc-lo se sentir valorizado Esse momento seraacute propiacutecio para melhorar a autoestima dessa crianccedila)
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Dinacircmicas para os Proacuteximos Anos do Ensino Fundamental Comeccedilando com jovens do 4ordm e 5ordm anos do Ensino Fundamental o projeto eacute basicamente trocar ideacuteias debater e discutir para se chegar a uma mudanccedila de atitude
1- Discutindo preconceito de gecircnerosexismo
2- Discutindo as diferenccedilas (porte de deficiecircncia obesidade etc)
3- Discutindo preconceito racial e eacutetnico
1- Discutindo preconceito de gecircnerosexismo Questione os alunos ldquoMenino brinca de bonecardquo Peccedila previamente aos alunos para trazerem de casa figuras de diversos profissionais Sente-se em roda com eles e analise as figuras Que profissotildees satildeo mais retratadas Essas profissotildees estatildeo mais ligadas a homens ou a mulheres Haacute profissotildees predominantemente masculinas ou femininas Por quecirc Faccedila cartazes com frases comumente ouvidas como por exemplo ldquoMenino natildeo chorardquo ldquoEsta brincadeira natildeo eacute para meninasrdquo ldquoMenino natildeo usa cor-de-rosardquo ldquoMenina eacute mais fraacutegil que meninordquo ldquoMenina natildeo senta de perna abertardquo ldquoMenino natildeo deve danccedilar baleacuterdquo etc Mostre os cartazes aos alunos e pergunte que outras frases eles jaacute ouviram Questione por que dizem que meninos e meninas natildeo podem fazer tais coisas Quem determinou isso Se possiacutevel traga gravuras que mostrem o contraacuterio do que estaacute escrito nos cartazes Peccedila que as crianccedilas levem histoacuterias em quadrinhos para a sala de aula (Turma da Mocircnica Walt Disney etc) Leia as histoacuterias com eles e chame sua atenccedilatildeo para o papel que eacute reservado agraves meninas (Satildeo sempre as fofoqueiras Satildeo choronas Satildeo consideradas fraacutegeis) E os meninos como satildeo retratados (ativos liacutederes espertos) Leia com eles alguns contos de fadas e analise o papel das mulheres (princesas esperando serem salvas cuja realizaccedilatildeo eacute casar e ser feliz para sempre) Peccedila-lhes que reescrevam um conto de fadas invertendo os papeacuteis masculinos e femininos Se possiacutevel dramatize o novo conto de fadas com a inversatildeo de papeacuteis
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httpcaixinhadecoresblogspotcom200810meninos-e-bonecas-por-que-nohtml
2- Discutindo as diferenccedilas (porte de deficiecircncia obesidade etc) Alunos portadores de deficiecircncia (fiacutesica ou mental) alunos obesos de baixa estatura ou que usam oacuteculos enfim que possuem caracteriacutesticas fiacutesicas que chamam a atenccedilatildeo tambeacutem costumam sofrer algum tipo de discriminaccedilatildeo e comumente satildeo alvo de piadas e comentaacuterios geralmente ofensivos por parte dos colegas e de alguns adultos Veja abaixo algumas atividades para trabalhar esse tema bull Montar um mural com personalidades que apresentem caracteriacutesticas fiacutesicas que fogem aos padrotildees e questionar o conceito de feio e bonito bull Promover a leitura de livros que abordem agrave temaacutetica do preconceito bull Fazer dramatizaccedilatildeo dos livros lidos bull Organizar a turma em grupos e encarregar cada um de elaborar uma histoacuteria sobre uma crianccedila com uma caracteriacutestica fiacutesica ou mental especial Terminadas as histoacuterias organizaacute-las em um livro e se possiacutevel providenciar uma coacutepia para cada aluno bull Montar na sala de aula um mural onde a crianccedila possa desabafar Se durante o dia algueacutem disser algo que a ofenda ou magoe ela escreve o que aconteceu e quem foi o autor e deixa ali uma mensagem de desagravo para o ofensor Acompanhe o teor do que aparece escrito e converse com os conflitantes Esse tipo de atitude poderaacute ajudar caso vocecirc tenha alunos comumente alvo de discriminaccedilatildeo (seja por raccedila cor tamanho porte de alguma deficiecircncia etc)
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3- Discutindo preconceito racial e eacutetnico Peccedila que cada aluno monte a sua histoacuteria (e a da famiacutelia) falando do brinquedo preferido da comida de que mais gosta da famiacutelia etc Monte um livro com todas as histoacuterias dos alunos e pergunte ldquoComo seria o mundo se todos fossem iguaisrdquo Confecccedilatildeo de bonecos eacute raro encontrar no mercado bonecas negras orientais e indiacutegenas o que contribui para reforccedilar a exclusatildeo das crianccedilas desses grupos Se houver possibilidade envolva matildees pais parentes das crianccedilas e confeccionem juntos marionetes e bonecos que representem pessoas negras Evite estereoacutetipos (por exemplo negros sempre pobres ou sempre jogadores de futebol) Monte com as crianccedilas um teatrinho em que haja personagens brancas negras e amarelas em papeacuteis de igual valor (evite dar sempre os papeacuteis de destaque para alunos brancos) Monte um mural com os personagens preferidos das crianccedilas Verifique se haacute algum negro ou oriental Crie com os alunos personagens de diferentes etnias e envolva as crianccedilas na elaboraccedilatildeo de uma histoacuteria em quadrinhos (HQ) Aproveite o momento para trabalhar com a turma os diferentes povos que formaram a atual populaccedilatildeo brasileira Qual a ascendecircncia de cada um Divida a classe em grupos e encarregue cada um de pesquisar um povo e sua contribuiccedilatildeo para a formaccedilatildeo da cultura brasileira na liacutengua na alimentaccedilatildeo nos costumes etc Depois de estudar os diferentes povos que colonizaram o Brasil e contribuiacuteram para a formaccedilatildeo do povo brasileiro monte com as crianccedilas uma feira das naccedilotildees Cada grupo pode usar trajes tiacutepicos fazer performances cantar enfim o que a sua criatividade sugerir Se possiacutevel envolva toda a comunidade escolar nessa feira abrindo-a para a participaccedilatildeo dos pais in Construir Notiacutecias por Moacir Pereira Juacutenior (httpserinteiroblogspotcomsearchlabelEducaC3A7C3A3o)
ATENCcedilAtildeO A PARTIR DESTE MOMENTO NAtildeO
MAIS TRANSCREVEMOS O BLOG
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 23
Trabalhando com muacutesica
ldquoA muacutesica eacute uma forccedila geradora de vida uma energia que
envolve o nosso ser inteiro atuando de forma poderosa sobre
o nosso corpo mente e coraccedilatildeo Aleacutem de alegrar unir e
consagrar mensagens e valores disciplinar e socializar a
muacutesica forma o caraacuteter e favorece o desenvolvimento integral
da personalidade o equiliacutebrio emocional e socialrdquo (profordf
compositora e regente Miacuteria Therezinha Kolling)
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Fazer leitura da letra da muacutesica
2-Procurar no dicionaacuterio o significado das palavras
3-Ouvir a muacutesica de Caetano Veloso
4-Cantar a muacutesica
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1-Fazer anaacutelise da muacutesica junto com os alunos
2-Fazer comentaacuterios sobre a muacutesica
3- Escrever um texto coletivo com os alunos sobre o tema ldquoNavio Negreirordquo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 24
O Navio Negreiro
Caetano Veloso
Composiccedilatildeo Castro Alves
O Navio Negreiro
Estamos em pleno mar
Era um sonho dantesco o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho
Em sangue a se banhar
Tinir de ferros estalar do accediloite
Legiotildees de homens negros como a noite
Horrendos a danccedilar
Negras mulheres suspendendo agraves tetas
Magras crianccedilas cujas bocas pretas
Rega o sangue das matildees
Outras moccedilas mas nuas espantadas
No turbilhatildeo de espectros arrastados
Em acircnsia e maacutegoa vatildes
E ri-se a orquestra irocircnica estridente
E da ronda fantaacutestica a serpente
Faz doudas espirais
Se o velho arqueja se no chatildeo resvala
Ouvem-se gritos o chicote estala
E voam mais e mais
Presa dos elos de uma soacute cadeia
A multidatildeo faminta cambaleia
E chora e danccedila ali
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 25
Um de raiva delira outro enlouquece
Outro que de martiacuterios embrutece
Cantando geme e ri
No entanto o capitatildeo manda a manobra
E apoacutes fitando o ceacuteu que se desdobra
Tatildeo puro sobre o mar
Diz do fumo entre os densos nevoeiros
Vibrai rijo o chicote marinheiros
Fazei-os mais danccedilar
E ri-se a orquestra irocircnica estridente
E da ronda fantaacutestica a serpente
Faz doudas espirais
Qual num sonho dantesco as sombras voam
Gritos ais maldiccedilotildees preces ressoam
E ri-se Satanaz
Senhor Deus dos desgraccedilados
Dizei-me voacutes Senhor Deus
Se eacute loucura se eacute verdade
Tanto horror perante os ceacuteus
Oacute mar por que natildeo apagas
Coa esponja de tuas vagas
De teu manto este borratildeo
Astros noite tempestades
Rolai das imensidades
Varrei os mares tufatildeo
Quem satildeo estes desgraccedilados
Que natildeo encontram em voacutes
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fuacuteria do algoz
Quem satildeo Se a estrela se cala
Se a vaga agrave pressa resvala
Como um cuacutemplice fugaz
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 26
Perante a noite confusa
Dize-o tu severa musa
Musa libeacuterrima audaz
Satildeo os filhos do deserto
Onde a terra esposa a luz
Onde voa em campo aberto
A tribo dos homens nus
Satildeo os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidatildeo
Homens simples fortes bravos
Hoje miacuteseros escravos
Sem ar sem luz sem razatildeo
Satildeo mulheres desgraccediladas
Como Agar o foi tambeacutem
Que sedentas alquebradas
De longe bem longe vecircm
Trazendo com tiacutebios passos
Filhos e algemas nos braccedilos
Nalma laacutegrimas e fel
Como Agar sofrendo tanto
Que nem o leite do pranto
Tecircm que dar para Ismael
Laacute nas areias infindas
Das palmeiras no paiacutes
Nasceram crianccedilas lindas
Viveram moccedilas gentis
Passa um dia a caravana
Quando a virgem na cabana
Cisma das noites nos veacuteus
Adeus oacute choccedila do monte
Adeus palmeiras da fonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 27
Adeus amores adeus
Senhor Deus dos desgraccedilados
Dizei-me voacutes Senhor Deus
Se eu deliro ou se eacute verdade
Tanto horror perante os ceacuteus
Oacute mar por que natildeo apagas
Coa esponja de tuas vagas
De teu manto este borratildeo
Astros noite tempestades
Rolai das imensidades
Varrei os mares tufatildeo
E existe um povo que a bandeira empresta
Pra cobrir tanta infacircmia e cobardia
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria
Meu Deus meu Deus mas que bandeira eacute esta
Que impudente na gaacutevea tripudia
Silecircncio Musa chora chora tanto
Que o pavilhatildeo se lave no seu pranto
Auriverde pendatildeo de minha terra
Que a brisa do Brasil beija e balanccedila
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperanccedila
Tu que da liberdade apoacutes a guerra
Foste hasteado dos heroacuteis na lanccedila
Antes te houvessem roto na batalha
Que servires a um povo de mortalha
Fatalidade atroz que a mente esmaga
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu na vaga
Como um iacuteris no peacutelago profundo
Mas eacute infacircmia demais
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 28
Da eteacuterea plaga
Levantai-vos heroacuteis do Novo Mundo
Andrada arranca este pendatildeo dos ares
Colombo fecha a porta de teus mares
(endereccedilo do viacutedeo para assistir clip da muacutesica)
(httpwwwyoutubecomwatchv=1Osbp0IMYRM)
Trabalhando com poema
Terra roxa e outras terras- Revista de Estudos Literaacuterios
Ana Claudia Duarte Mendes (UEMSUEL)
A literatura do poema ldquoVozes de Mulheresrdquo de Conceiccedilatildeo Evaristo a partir de
uma perspectiva de construccedilatildeo da memoacuteria possibilita-nos observar a existecircncia
de uma literatura adjetivada afro-brasileira A poesia analisada estaacute inserida em
um contexto no qual o poeta assume o ponto de vista negro Ao narrar a trajetoacuteria
de mulheres negras preservada na memoacuteria coletiva revela a ancestralidade que
se projeta no presente e prepara o futuro
O poema pertence a um tempo e lugar histoacuterico no mesmo instante transcende
essa condiccedilatildeo supera-a ldquoO poema eacute tempo arquetiacutepico e por secirc-lo eacute tempo que
se encarna na experiecircncia concreta de um povo um grupo ou uma seitardquo (Paz
1972 54) A contradiccedilatildeo ndash essecircncia do poema- que ao se encarnar revela-se
histoacuterico ao mesmo tempo em que eacute presente a cada nova leitura atualiza-se e
se projeta enquanto futuro Ao poeta eacute impossiacutevel fugir da histoacuteria mesmo quando
compotildee algo completamente diverso desta pois suas palavras satildeo sociais e
histoacutericas A revelaccedilatildeo poeacutetica consagra a experiecircncia humana (Paz 1972 55)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 29
por ser a poesia imagem A palavra poeacutetica ao se compor enquanto imagem
conforma o isto e o aquilo no mesmo instante Diz o indiziacutevel
O poeta consagra sempre umas experiecircncias histoacutericas que pode ser pessoal
sociais ou ambas as coisas ao mesmo tempo Mas ao falar-nos de todos estes
sucessos sentimentos experiecircncias e pessoas o poeta nos fala de outra coisado
que estaacute fazendo diante de noacutes e em noacutes E mais ainda leva-nos a repetir a
recriar seu poema a nomear aquilo que nomeia e ao fazecirc-lo revela-nos o que
somos (Paz 1972 57)
Como o poema surge na construccedilatildeo a partir da memoacuteria nos atrevemos a
dialogar com a obra de Gizecirclda Melo do nascimento Feitio de viver memoacuterias de
descendentes de escravos de 2006 O livro registra e interpreta a narrativa de
mulheres negras fortes e determinadas a contarem suas trajetoacuterias memoacuterias
individuais e coletivas O olhar para o presente na esperanccedila do futuro sem
alijarem-se do passado ancestral Esta perspectiva nos permitiraacute iluminar o
poema siacutentese do vivido
Vozes-Mulheres de Conceiccedilatildeo Evaristo
A voz da minha bisavoacute ecoou
crianccedila
nos porotildees do navio
Ecoou lamentos
de uma infacircncia perdida
A voz de minha avoacute
ecoou obediecircncia
aos brancos-donos de tudo
A voz de minha matildee
ecoou baixinho revolta
no fundo das cozinhas alheias
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 30
debaixo das trouxas
roupagens sujas dos brancos
pelo caminho empoeirado
rumo agrave favela
A minha voz ainda
ecoa versos perplexos
com rimas de sangue
e
fome
A voz de minha filha
recolhe todas as nossas vozes
recolhe em si
as vozes mudas caladas
engasgadas nas gargantas
A voz de minha filha
recolhe em si
a fala e o ato
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1- Comente a partir do seu proacuteprio olhar o poema da referida autora O
comentaacuterio pode ser tanto teacutecnico (observacircncia da estrutura do poema) quanto
conteudiacutestico (como vocecirc avalia o poema a partir de suas impressotildees pessoais)(A
obra de Conceiccedilatildeo Evaristo eacute facilmente encontrada na Internet) Trabalhar com
os alunos outros poemas
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 31
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno(a)
1- Analisar o poema e reescrever em cada
verso seu significado
A voz de minha bisavoacute
A voz de minha avoacute
A voz de minha matildee
A minha voz
A voz da minha filha
2- Fazer comentaacuterios sobre o poema em sala
de aula professor (a) e alunos
3- Ilustrar o poema usando sua
criatividade
4-Com os desenhos prontos formar grupos
com trecircs alunos e criar uma histoacuteria em
quadrinhos sobre o que entendeu do poema
estudado
A escola e os educandos precisam se organizar para demonstrar a
importacircncia da pluralidade racial na sociedade A fim de contemplar discussotildees
sobre a diversidade racial discutir os problemas sociais Para possibilitar que os
educandos construam suas proacuteprias ideacuteias e entendimento sobre o outro que lhe eacute
diferente O preconceito no cotidiano escolar tem que ser combatido Eacute necessaacuterio
que todos digam natildeo ao preconceito racial Os agentes transformadores da
educaccedilatildeo precisam unir forccedilas para promover o respeito muacutetuo e a possibilidade
de conversar sobre diferenccedilas sem melindres e sem preconceitos Na educaccedilatildeo
infantil tempo dos primeiros passos da vida social da crianccedila eacute importante
possibilitar atitudes positivas estimular o contanto com a esteacutetica e pelo
imaginaacuterio afro e afrodescendente Trazer a verdadeira histoacuteria do negro africano
no Brasil para romper com as barreiras dos preconceitos (Perrucci 1999 p 7)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 32
httpwwwwebartigoscomarticles380941INCLUSAO-NO-TRIBUNAL-DE-JUSTICApagina1html
Trabalhando com imagens
Sugestatildeo de atividades para o aluno
1 Ver as figuras abaixo e responder as questotildees
2 Vocecirc acha que existe preconceito entre essas crianccedilas Justifique
3 A crianccedila jaacute nasce com preconceito Comente
4 Como a crianccedila adquire o preconceito
5 Vocecirc como adolescente jaacute sofreu preconceito Em que fase de sua vida
Comente
Sites das imagens
almazendemensagensblogspotcom uniblogcombr
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 33
agenciaaldensblogspotcom sociologiacienciaevidauolcombr
Trabalhando com viacutedeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1 Assistir o viacutedeo Analisar as imagens e o depoimento
2 Promover um debate sobre o viacutedeo junto com os alunos
Por uma infacircncia sem racismo ver
wwwyoutubecomwatchv=_aPYuKiKFMg
1 Assistir o viacutedeo Analisar os depoimentos reais das pessoas
2 Vocecirc concorda com esses depoimentos Justifique
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 34
Onde vocecirc guarda o seu racismo ver
httpwwwyoutubecomwatchv=ojg07xOt8CY
Trabalhando com entrevista
Histoacuteria Oral - Como fazer uma entrevista
A pesquisa histoacuterica natildeo se baseia apenas em documentos escritos ou imagens mas
tambeacutem na narraccedilatildeo de fatos por parte das pessoas que presenciaram ou que tecircm
maior conhecimento dos mesmos Neste caso outra ferramenta pode ser utilizada
pelo pesquisador para adquirir novas informaccedilotildees acerca do objeto de estudo
Trata-se da entrevista um recurso da Histoacuteria Oral
Na Histoacuteria Oral podem-se fazer duas divisotildees em se tratando de relatos segundo o
historiador Gwyn Prins Existe uma tradiccedilatildeo Oral - a qual representa um
testemunho oral transmitido de uma geraccedilatildeo para a seguinte ou as demais -
Existe tambeacutem uma Reminiscecircncia Pessoal Evidecircncia oral especiacutefica das
experiecircncias de vida do informante (Wikipedia 2007)
Segundo Olga Rodrigues de Moraes Von Simson do Centro de Memoacuteria da
Unicamp a Histoacuteria Oral possibilita que indiviacuteduos pertencentes a categorias
sociais geralmente excluiacutedas da histoacuteria oficial possam ser ouvidos - deixando
registradas para anaacutelises futuras sua proacutepria visatildeo de mundo e aquela do grupo
social ao qual pertencem Apesar de ser um meacutetodo praacutetico e cada vez mais usado
a entrevista apresenta algumas deficiecircncias mas que podem de certa forma serem
superadas o entrevistado pode ter uma falha de memoacuteria pode criar uma
trajetoacuteria artificial se autocelebrar fantasiar omitir ou mesmo mentir O que
poderia ser percebido como um problema acaba se transformando em um recurso
uma vez que o proacuteprio entrevistador no ato de produccedilatildeo da narrativa histoacuterica natildeo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 35
deixa de produzir uma versatildeo do que entendeu ter acontecido Mesmo quando o
pesquisador tenha certeza de que o entrevistado esteja mentido conscientemente
cabe a ele entrevistador tentar entender as razotildees da mentira ou seja quais os
motivos que estatildeo levando a pessoa a mentir podendo ser aplicado o mesmo no
caso da ilusatildeo biograacutefica quando o indiviacuteduo faz uma produccedilatildeo artificial de si
mesmo No caso de esquecimento para ajudar suprir essa falha podem-se usar os
chamados apoios de memoacuteria como fotografias objetos e outras coisas que
possam ajudar o entrevistado a se recordar melhor dos fatos em pesquisa (op
cit)
Se formos analisar a credibilidade dos recursos de pesquisa histoacuterica sejam
documentos ou oralidade iremos nos deparar sempre com a interpretaccedilatildeo ou a
criacutetica pessoal de quem o fez cabendo ao pesquisador saber aproveitar as
informaccedilotildees que lhe conveacutem e criar suas proacuteprias consideraccedilotildees nenhum
documento pode nos dizer mais do que aquilo que o autor pensava ndash o que ele
pensava que havia acontecido queria que os outros pensassem que ele pensava ou
mesmo apenas o que ele proacuteprio pensava pensar Nada disso significa alguma
coisa ateacute que o historiador trabalhe sobre esse material e decifre-o eacute o que
comenta Edward Hallet Carr citado no site Wikipedia
A entrevista possibilita um contato direto com o atorautor da Histoacuteria Esse
envolvimento pode resultar num trabalho dinacircmico abrangente e ateacute mais realista
trazendo assim o passado para o presente
Agora vejamos os passos baacutesicos para realizar uma boa entrevista
COMO FAZER UMA ENTREVISTA
1 Preparar antes da entrevista um roteiro com alguns dos assuntos
importantes a abordar Ao partir para a entrevista eacute fundamental saber
o que vamos perguntar
2 Conversar com o entrevistado sobre nossos objetivos e descobrir se
realmente deseja colaborar conosco Natildeo se obriga ningueacutem a ser
entrevistado
3 Escolher local e hora apropriados para que a entrevista se decirc sem
interrupccedilotildees Num ambiente ou momento onde entrevistado ou
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 36
entrevistador estejam com pressa torna-se impossiacutevel agrave realizaccedilatildeo da
entrevista
4 Em lugar de apenas anotar o que o entrevistado diz eacute melhor e mais
adequado se possiacutevel levar um gravador para ficar tudo registrado de
tal forma que natildeo se perca parte alguma daquilo que o entrevistado
disse
5 A entrevista natildeo deve ser interrogatoacuterio e sim diaacutelogo
6 O entrevistador deve respeitar as opiniotildees do entrevistado mesmo
quando natildeo concordar com elas
7 O entrevistador deve dar oportunidade para que o entrevistado fale
tudo o que desejar no tempo que quiser
8 Nunca fazer nova pergunta enquanto o entrevistado ainda natildeo tiver
terminado de expor seu pensamento em relaccedilatildeo agrave pergunta anterior
Natildeo interromper desnecessariamente a fala do outro
professor-josimarblogspotcom200908historia-oral
REFEREcircNCIAS
SIMSON Olga Rodrigues de Moraes Von O que eacute Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
wwwcentrodememoriaunicampbrlahoindexhtm Acesso em 23 mai 2007
WIKIPEDIA Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
httpptwikipediaorgwikiHistAtildesup3ria_OralsearchInputsearchInput Acesso
em 23 mai 2007
httpwwwfeunbbrpieComo20fazer20uma20entrevistahtm
Professor Josimar Pais de Almeida
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 37
Sugestatildeo de Roteiro para realizar a entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistador
Nome do entrevistador
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Onde trabalha
Data local da entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistado
Nome
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Questionamento
Onde trabalha
Grau de escolaridade
Religiatildeo que frequumlenta
Tempo que mora na cidade de Rolacircndia
De onde veio sua famiacutelia
Vocecirc gosta de morar aqui
Porque vieram morar aqui
Do que sente saudades
Como era essa cidade quando vocecirc chegou aqui
Como vocecirc considera essa cidade hoje
Fale como era o lazer quando vocecirc era adolescente Como eacute seu lazer hoje
Fale sobre o namoro de antigamente As pessoas tinham um lugar para ldquopaquerarrdquo
Qual era a principal alimentaccedilatildeo das pessoas
Havia violecircncia Como era
Como eram as escolas Usava-se uniforme
Como eram as roupas Onde as comprava ou quem as confeccionava
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 38
Como era a educaccedilatildeo dos filhos
Havia igrejas Frequentava alguma no passado E hoje
O que era cultivado nas lavouras
Muitas pessoas moravam na zona rural
Como eram as habitaccedilotildees
Vocecirc se sente discriminado
O que vocecirc acha da escravidatildeo na eacutepoca da colonizaccedilatildeo do Brasil
Hoje ainda existe escravidatildeo
A fotografia na construccedilatildeo do material didaacutetico
Paulo Freire na ldquopedagogia do oprimidordquo pregava a liberdade atraveacutes da educaccedilatildeo e para
isso educava a partir de estiacutemulos retirados do cotidiano dos alunos aumentando
gradativamente o inverso dos mesmos Os estiacutemulos servem portanto como forma de
despertar a criatividade e o intelecto dos alunos Levando-se em consideraccedilatildeo que a
percepccedilatildeo visual eacute a forma mais objetiva de interaccedilatildeo do homem com o meio que o cerca
os estiacutemulos visuais atendem perfeitamente aos objetivos da educaccedilatildeo Antes mesmo da
escrita as comunicaccedilotildees visuais valendo-se de percepccedilatildeo visual ajuda a escrever a histoacuteria
da humanidade Associando-se aos seus conhecimentos o homem absorve a imagem
processa-a e retira dela suas proacuteprias conclusotildees A imagem dinacircmica ou estaacutetica eacute
portanto uma forma contumaz na divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo quer seja ela educacional
cientifica ou cultural difundindo conhecimentos desenvolvendo ideacuteias e formando
opiniotildees Jaacute em 1888 George Eastman referindo-se agrave fotografia afirmava ldquouma imagem
vale mais que mil palavrasrdquo e desde entatildeo a imagem fotograacutefica estaacute cada vez mais
presente no processo ensino aprendizagem de forma cada vez mais interativa A fotografia
e a questatildeo ambiental estatildeo relacionadas desde sua descoberta em1826 No inicio o
objetivo da fotografia era fazer um registro fiel da natureza Nas suas atividades os
cientistas utilizam cada vez mais a fotografia como instrumentaccedilatildeo de pesquisa registro de
dados apoio didaacutetico e principalmente na divulgaccedilatildeo dos resultados cientiacuteficos
introduzindo o conceito da fotografia cientiacutefica A fotografia eacute uma forma objetiva de
suporte para o ensino e a pesquisa eacute uma forma objetiva de documentaccedilatildeo ela tem o poder
de capturar nuances que muitas vezes passam despercebidas ao olho nu e isso aumenta o
aspecto de observaccedilatildeo do pesquisador A fotografia cientiacutefica tem que retratar o real
aparente a imagem como um instrumento de uma memoacuteria documental da realidade
Muitas vezes diante da dificuldade de deslocamento os professores lanccedilam matildeo da
fotografia para exemplificar e fixar conceitos educacionais tirando-os do imaginaacuterio e
trazendo para suas aulas de forma mais concreta wwwabedorgbrcongresso2007tc552007125857PMpdf
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 39
Trabalhando com fotografias e Histoacuteria Local
FIGURA 1
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 40
FIGURA 2
httpjornalrolandianetblogspotcom201105familia-farina-fotografando-rolandiahtml
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 41
FIGURA 3
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 42
FIGURA 4
httpwwwpanoramiocomphoto9865842
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 43
FIGURAS 5 E 6
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 44
FIGURA 7
httpwwwgooglecombrimgresq=FOTOS+ESCOLA+PADRE+JOSE+HERIONS+ROLANDIA
LEMBRETE AO (Agrave) PROFESSOR (A) Nossa proposta significa trabalhar com FONTE DOCUMENTAL As respostas das entrevistas consistem tambeacutem em FONTES DOCUMENTIAS E como tal devem ser interpretadas em sala de aula Qualquer material como fotos muacutesicas poemas imagens etc devem ser tratadas como FONTES u seja pergunta-se a estas QUEM FEZ QUANDO ONDE PARA QUEM POR QUEcirc OQUE QUER COMUNICAR E todos estes materiais necessitam de referecircncia como qualquer texto livro reportagem etc
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 45
Sugestatildeo de atividades para o aluno
Analise as fotografias (1-2-3-4-5-6-7) o Vocecirc conhece esses lugares que estatildeo representados nas fotos o Qual lugar da foto estaacute localizado mais perto de sua casa o Quais fotos representam lugar de lazer o Vendo as fotos onde podemos fazer nossas reflexotildees o O que estaacute na foto que incomoda a comunidade o Vocecirc conhece algumas pessoas das fotos Escreva os nomes das mesmas o Com qual foto vocecirc mais se identificou Justifique sua resposta o Escreva uma frase para cada fotografia o Essas fotos fazem parte da Histoacuteria de Rolacircndia Faccedila comentaacuterios
Sugestatildeo de atividades para o professor
1-Trabalhe com fotografias o Peccedila para seu aluno trazer fotos antigas da famiacutelia da comunidade etc o Faccedila perguntas para obter respostas o Dar oportunidade para um debate sobre as fotos trazidas pelos alunos o Formar grupo com trecircs alunos para eles escreverem sobre as fotos o Colocar em cartazes os resultados obtidos natildeo esquecer de registrar a eacutepoca e
lugar em que foi tirada a foto o Expor na escola para que outros alunos possam ler e analisar os trabalhos
realizados
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 46
Referecircncia bibliograacutefica do texto explicativo
BAUMAN Z Modernidade e ambivalecircncia Rio de Janeiro Jorge Zahar 1999
CAVALLEIRO E S Do silecircncio do lar ao silecircncio escolar racismo preconceito e discriminaccedilatildeo na educaccedilatildeo infantil 4 ed Satildeo Paulo Contexto 2005
FERREIRA Ricardo Franklin O brasileiro o racismo silencioso e a identidade afro-descendente Psicologia e Sociedade Belo Horizonte v 14 n 1 p 69-86 janjun 2002
FIGUEIREDO Luis Claudio Mendonccedila Revisitando as psicologias da epistemologia agrave eacutetica das praacuteticas e discursos psicoloacutegicos 3 ed Petroacutepolis Vozes 2004
FREITAS Patriacutecia de Sobre a Lei 10639 o ensino de histoacuteria e a cultura afro-brasileira OPSIS Catalatildeo v 10 n 1 p15-28 janjun 2010
GONCcedilALVES Rita de Caacutessia LISBOATeresa Kleba Sobre o meacutetodo de Histoacuteria oral em sua modalidade trajetoacuteria de vida Revista Kataacutel Florianoacutepolis v 10 n especial p 83-92 2007
REIS Faacutetima A implementaccedilatildeo da Lei 1063903 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwwebartigoscomarticles39841A-Implementacao-Da-Lei-1063903pagina1htmlgt Acesso em 20 abr 2011
RODRIGUES N Os africanos no Brasil 5 ed Satildeo Paulo Nacional 1977
SCHMIDT Maria auxiliadora CAINELLI Marlene Ensinar histoacuteria Satildeo Paulo Scipione 2004
- Paacutegina em branco
-
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 16
Comportamento reflexivo pela natildeo-discriminaccedilatildeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Qual a importacircncia dos movimentos de militacircncia para os que se sentem
excluiacutedos da sociedade
2-Realizar pesquisas em outros autores para saber mais sobre os movimentos
de militacircncia dos afrodescendentes
3-Na sua opiniatildeo como superar a discriminaccedilatildeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1- Trabalhar ldquovaloresrdquo sempre que perceber discriminaccedilatildeo entre os educandos
2- Sempre que for possiacutevel trabalhar temas ou textos sobre diversidade que
podem ser vistos em todas as disciplinas
3- Orientar os educandos em sala de aula para que realizem atividades sobre
diversidade como analisar figuras fotos montar paineacuteis confecccedilotildees de cartazes
recorte e colagem de figuras produccedilatildeo de textos etc
Negros e brancos na redaccedilatildeo de Maria Claudia
No trecho a seguir o escritor Pedro Bandeira apresenta-nos a redaccedilatildeo escrita por
Maria Claudia Segundo ele quando escreveu Maria Claudia ainda natildeo tinha
nove anos Era uma crianccedila como tantas outras que ocupam as milhares salas de
aula do Brasil Vejamos como Maria Claudia vecirc a questatildeo das diferenccedilas entre o
branco e o negro
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 17
ldquoOs brancos satildeo muito diferentes dos negros Mas depende do branco e depende
do negro Na minha caixa de laacutepis de cor o branco natildeo serve para nada Soacute o
preto eacute que serve para desenhar Com o giz a gente desenha na lousa Com o
carvatildeo a gente desenha um bigode na cara do Paulinho para a festa de Satildeo
Joatildeo Nesse negoacutecio de muacutesica natildeo tem branco Soacute tem preto Todos os discos
que eu conheccedilo satildeo pretos Nunca vi um disco branco O papel eacute branco e eacute
igualzinho o papel preto chamado carbono que escreve embaixo tudo o que a
gente escreve em cima A noite eacute preta mas o dia natildeo eacute branco O dia eacute azul
Entatildeo o preto da noite eacute soacute da noite Natildeo eacute igual nem eacute diferente de nada O leite
eacute branco e o cafeacute eacute preto De cafeacute eu natildeo gosto Tambeacutem natildeo gosto de leite
quando ele estaacute branco Prefiro misturar com chocolate E aiacute o leite fica marrom
Marrom como a minha amiga Patriacutecia Outro dia me disseram que a Patriacutecia eacute
negra mas ela eacute marrom Eu estou com raiva dela porque ela tirou uma nota
melhor do que eu na prova de matemaacutetica Mas eu natildeo quero ser diferente dela
Vou estudar bastante Na proacutexima prova eu e ela vamos ficar iguaisrdquo
BANDEIRA Pedro A redaccedilatildeo da Maria Claudia in Grupo de trabalho para assuntos afro-
brasileiros Salve o 13 de maio Satildeo Paulo SE 1988 p7
Refletindo sobre o texto
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Analisar o texto e responder as questotildees abaixo
11 Na redaccedilatildeo de Maria Claudia o que satildeo mais importantes as coisas brancas
as coisas negras ou a mistura das coisas
12 ldquoO papel eacute branco e eacute igualzinho o papel preto chamado carbono que escreve
embaixo tudo o que a gente escreve em cimardquo Comparando a Histoacuteria com o
papel branco e o carbono seraacute que por detraacutes de toda a histoacuteria dos brancos natildeo
existe tambeacutem uma histoacuteria de negros Seraacute que a histoacuteria do negro eacute igual agrave do
branco
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 18
13 Pela redaccedilatildeo de Maria Claudia o negro eacute inferior ao branco Vocecirc concorda
com Maria Claudia
14 Como vocecirc se relaciona com seus amigos negros
Formando crianccedilas livres de preconceitos
Sugestatildeo de atividades para o(a) professor(a)
ATENCcedilAtildeO A PARTIR DESTE MOMENTO
TRANSCREVEMOS O TEXTO DE UM BLOG COM
ALGUMAS ADAPTACcedilOtildeES DE DIAGRAMACcedilAtildeO
Construir Notiacutecias por Moacir Pereira Juacutenior (httpserinteiroblogspotcomsearchlabelEducaC3A7C3A3o)
As crianccedilas natildeo satildeo naturalmente preconceituosas Elas aprendem a ser com os adultos Aproveite essa fase essencial da vida de todo ser humano que eacute a infacircncia e valorize sentimentos e valores positivos que esses pequenos e especiais seres trazem em sirdquo Educaccedilatildeo Infantil e dos 1ordm 2ordm e 3ordm anos do Ensino Fundamental Sugiro duas formas de iniciar o projeto uma para alunos que ainda natildeo dominam a escrita e outra para alunos com domiacutenio da escrita Realizando o projeto com crianccedilas da Educaccedilatildeo Infantil e dos 1ordm 2ordm e 3ordm anos do Ensino Fundamental pode-se comeccedilar a trabalhar o tema fazendo uma dinacircmica
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 19
1- Dinacircmica das flores leve flores de diferentes cores e formas para a classe e deixe que cada aluno escolha uma Depois pergunte o que chamou a atenccedilatildeo deles para escolher aquela flor Peccedila-lhes que percebam as diferentes cores o perfume a textura as diferentes formas Chame sua atenccedilatildeo para o fato de as flores serem diferentes e nem por isso menos belas e apreciadas Em seguida peccedila que olhem uns para os outros Assim como as flores cada um eacute diferente mas natildeo menos importante Muitas coisas variam cor e tipo de cabelo formato e cor dos olhos tamanho do nariz altura cor da pele etc
2- Dinacircmica das cores leve um aparelho de som para a classe e coloque uma muacutesica suave Espalhe vaacuterios laacutepis ou gizes de cera de vaacuterias cores sobre a mesa e peccedila para as crianccedilas escolherem a cor que mais lhes agrada Haveraacute cores iguais e cores diferentes Converse com elas sobre como seria o mundo se tudo fosse de uma soacute cor mdash azul por exemplo E se tudo fosse amarelo Ou vermelho Seraacute que elas comeriam uma banana azul Ou um morango cinza Sim Natildeo Por quecirc Pode-se debater se eacute bom haver cores diferentes e o porquecirc Depois peccedila que olhem uns para os outros Assim como as cores cada um eacute diferente Muitas coisas variam cor e tipo de cabelo formato e cor dos olhos tamanho do nariz altura cor da pele Pergunte que cor de laacutepis ou giz eacute mais parecido com a cor da pele de cada um (Caso algum aluno diga que sua cor eacute ldquofeiardquo procure fazecirc-lo se sentir valorizado Esse momento seraacute propiacutecio para melhorar a autoestima dessa crianccedila)
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Dinacircmicas para os Proacuteximos Anos do Ensino Fundamental Comeccedilando com jovens do 4ordm e 5ordm anos do Ensino Fundamental o projeto eacute basicamente trocar ideacuteias debater e discutir para se chegar a uma mudanccedila de atitude
1- Discutindo preconceito de gecircnerosexismo
2- Discutindo as diferenccedilas (porte de deficiecircncia obesidade etc)
3- Discutindo preconceito racial e eacutetnico
1- Discutindo preconceito de gecircnerosexismo Questione os alunos ldquoMenino brinca de bonecardquo Peccedila previamente aos alunos para trazerem de casa figuras de diversos profissionais Sente-se em roda com eles e analise as figuras Que profissotildees satildeo mais retratadas Essas profissotildees estatildeo mais ligadas a homens ou a mulheres Haacute profissotildees predominantemente masculinas ou femininas Por quecirc Faccedila cartazes com frases comumente ouvidas como por exemplo ldquoMenino natildeo chorardquo ldquoEsta brincadeira natildeo eacute para meninasrdquo ldquoMenino natildeo usa cor-de-rosardquo ldquoMenina eacute mais fraacutegil que meninordquo ldquoMenina natildeo senta de perna abertardquo ldquoMenino natildeo deve danccedilar baleacuterdquo etc Mostre os cartazes aos alunos e pergunte que outras frases eles jaacute ouviram Questione por que dizem que meninos e meninas natildeo podem fazer tais coisas Quem determinou isso Se possiacutevel traga gravuras que mostrem o contraacuterio do que estaacute escrito nos cartazes Peccedila que as crianccedilas levem histoacuterias em quadrinhos para a sala de aula (Turma da Mocircnica Walt Disney etc) Leia as histoacuterias com eles e chame sua atenccedilatildeo para o papel que eacute reservado agraves meninas (Satildeo sempre as fofoqueiras Satildeo choronas Satildeo consideradas fraacutegeis) E os meninos como satildeo retratados (ativos liacutederes espertos) Leia com eles alguns contos de fadas e analise o papel das mulheres (princesas esperando serem salvas cuja realizaccedilatildeo eacute casar e ser feliz para sempre) Peccedila-lhes que reescrevam um conto de fadas invertendo os papeacuteis masculinos e femininos Se possiacutevel dramatize o novo conto de fadas com a inversatildeo de papeacuteis
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httpcaixinhadecoresblogspotcom200810meninos-e-bonecas-por-que-nohtml
2- Discutindo as diferenccedilas (porte de deficiecircncia obesidade etc) Alunos portadores de deficiecircncia (fiacutesica ou mental) alunos obesos de baixa estatura ou que usam oacuteculos enfim que possuem caracteriacutesticas fiacutesicas que chamam a atenccedilatildeo tambeacutem costumam sofrer algum tipo de discriminaccedilatildeo e comumente satildeo alvo de piadas e comentaacuterios geralmente ofensivos por parte dos colegas e de alguns adultos Veja abaixo algumas atividades para trabalhar esse tema bull Montar um mural com personalidades que apresentem caracteriacutesticas fiacutesicas que fogem aos padrotildees e questionar o conceito de feio e bonito bull Promover a leitura de livros que abordem agrave temaacutetica do preconceito bull Fazer dramatizaccedilatildeo dos livros lidos bull Organizar a turma em grupos e encarregar cada um de elaborar uma histoacuteria sobre uma crianccedila com uma caracteriacutestica fiacutesica ou mental especial Terminadas as histoacuterias organizaacute-las em um livro e se possiacutevel providenciar uma coacutepia para cada aluno bull Montar na sala de aula um mural onde a crianccedila possa desabafar Se durante o dia algueacutem disser algo que a ofenda ou magoe ela escreve o que aconteceu e quem foi o autor e deixa ali uma mensagem de desagravo para o ofensor Acompanhe o teor do que aparece escrito e converse com os conflitantes Esse tipo de atitude poderaacute ajudar caso vocecirc tenha alunos comumente alvo de discriminaccedilatildeo (seja por raccedila cor tamanho porte de alguma deficiecircncia etc)
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3- Discutindo preconceito racial e eacutetnico Peccedila que cada aluno monte a sua histoacuteria (e a da famiacutelia) falando do brinquedo preferido da comida de que mais gosta da famiacutelia etc Monte um livro com todas as histoacuterias dos alunos e pergunte ldquoComo seria o mundo se todos fossem iguaisrdquo Confecccedilatildeo de bonecos eacute raro encontrar no mercado bonecas negras orientais e indiacutegenas o que contribui para reforccedilar a exclusatildeo das crianccedilas desses grupos Se houver possibilidade envolva matildees pais parentes das crianccedilas e confeccionem juntos marionetes e bonecos que representem pessoas negras Evite estereoacutetipos (por exemplo negros sempre pobres ou sempre jogadores de futebol) Monte com as crianccedilas um teatrinho em que haja personagens brancas negras e amarelas em papeacuteis de igual valor (evite dar sempre os papeacuteis de destaque para alunos brancos) Monte um mural com os personagens preferidos das crianccedilas Verifique se haacute algum negro ou oriental Crie com os alunos personagens de diferentes etnias e envolva as crianccedilas na elaboraccedilatildeo de uma histoacuteria em quadrinhos (HQ) Aproveite o momento para trabalhar com a turma os diferentes povos que formaram a atual populaccedilatildeo brasileira Qual a ascendecircncia de cada um Divida a classe em grupos e encarregue cada um de pesquisar um povo e sua contribuiccedilatildeo para a formaccedilatildeo da cultura brasileira na liacutengua na alimentaccedilatildeo nos costumes etc Depois de estudar os diferentes povos que colonizaram o Brasil e contribuiacuteram para a formaccedilatildeo do povo brasileiro monte com as crianccedilas uma feira das naccedilotildees Cada grupo pode usar trajes tiacutepicos fazer performances cantar enfim o que a sua criatividade sugerir Se possiacutevel envolva toda a comunidade escolar nessa feira abrindo-a para a participaccedilatildeo dos pais in Construir Notiacutecias por Moacir Pereira Juacutenior (httpserinteiroblogspotcomsearchlabelEducaC3A7C3A3o)
ATENCcedilAtildeO A PARTIR DESTE MOMENTO NAtildeO
MAIS TRANSCREVEMOS O BLOG
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 23
Trabalhando com muacutesica
ldquoA muacutesica eacute uma forccedila geradora de vida uma energia que
envolve o nosso ser inteiro atuando de forma poderosa sobre
o nosso corpo mente e coraccedilatildeo Aleacutem de alegrar unir e
consagrar mensagens e valores disciplinar e socializar a
muacutesica forma o caraacuteter e favorece o desenvolvimento integral
da personalidade o equiliacutebrio emocional e socialrdquo (profordf
compositora e regente Miacuteria Therezinha Kolling)
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Fazer leitura da letra da muacutesica
2-Procurar no dicionaacuterio o significado das palavras
3-Ouvir a muacutesica de Caetano Veloso
4-Cantar a muacutesica
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1-Fazer anaacutelise da muacutesica junto com os alunos
2-Fazer comentaacuterios sobre a muacutesica
3- Escrever um texto coletivo com os alunos sobre o tema ldquoNavio Negreirordquo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 24
O Navio Negreiro
Caetano Veloso
Composiccedilatildeo Castro Alves
O Navio Negreiro
Estamos em pleno mar
Era um sonho dantesco o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho
Em sangue a se banhar
Tinir de ferros estalar do accediloite
Legiotildees de homens negros como a noite
Horrendos a danccedilar
Negras mulheres suspendendo agraves tetas
Magras crianccedilas cujas bocas pretas
Rega o sangue das matildees
Outras moccedilas mas nuas espantadas
No turbilhatildeo de espectros arrastados
Em acircnsia e maacutegoa vatildes
E ri-se a orquestra irocircnica estridente
E da ronda fantaacutestica a serpente
Faz doudas espirais
Se o velho arqueja se no chatildeo resvala
Ouvem-se gritos o chicote estala
E voam mais e mais
Presa dos elos de uma soacute cadeia
A multidatildeo faminta cambaleia
E chora e danccedila ali
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 25
Um de raiva delira outro enlouquece
Outro que de martiacuterios embrutece
Cantando geme e ri
No entanto o capitatildeo manda a manobra
E apoacutes fitando o ceacuteu que se desdobra
Tatildeo puro sobre o mar
Diz do fumo entre os densos nevoeiros
Vibrai rijo o chicote marinheiros
Fazei-os mais danccedilar
E ri-se a orquestra irocircnica estridente
E da ronda fantaacutestica a serpente
Faz doudas espirais
Qual num sonho dantesco as sombras voam
Gritos ais maldiccedilotildees preces ressoam
E ri-se Satanaz
Senhor Deus dos desgraccedilados
Dizei-me voacutes Senhor Deus
Se eacute loucura se eacute verdade
Tanto horror perante os ceacuteus
Oacute mar por que natildeo apagas
Coa esponja de tuas vagas
De teu manto este borratildeo
Astros noite tempestades
Rolai das imensidades
Varrei os mares tufatildeo
Quem satildeo estes desgraccedilados
Que natildeo encontram em voacutes
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fuacuteria do algoz
Quem satildeo Se a estrela se cala
Se a vaga agrave pressa resvala
Como um cuacutemplice fugaz
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Perante a noite confusa
Dize-o tu severa musa
Musa libeacuterrima audaz
Satildeo os filhos do deserto
Onde a terra esposa a luz
Onde voa em campo aberto
A tribo dos homens nus
Satildeo os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidatildeo
Homens simples fortes bravos
Hoje miacuteseros escravos
Sem ar sem luz sem razatildeo
Satildeo mulheres desgraccediladas
Como Agar o foi tambeacutem
Que sedentas alquebradas
De longe bem longe vecircm
Trazendo com tiacutebios passos
Filhos e algemas nos braccedilos
Nalma laacutegrimas e fel
Como Agar sofrendo tanto
Que nem o leite do pranto
Tecircm que dar para Ismael
Laacute nas areias infindas
Das palmeiras no paiacutes
Nasceram crianccedilas lindas
Viveram moccedilas gentis
Passa um dia a caravana
Quando a virgem na cabana
Cisma das noites nos veacuteus
Adeus oacute choccedila do monte
Adeus palmeiras da fonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 27
Adeus amores adeus
Senhor Deus dos desgraccedilados
Dizei-me voacutes Senhor Deus
Se eu deliro ou se eacute verdade
Tanto horror perante os ceacuteus
Oacute mar por que natildeo apagas
Coa esponja de tuas vagas
De teu manto este borratildeo
Astros noite tempestades
Rolai das imensidades
Varrei os mares tufatildeo
E existe um povo que a bandeira empresta
Pra cobrir tanta infacircmia e cobardia
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria
Meu Deus meu Deus mas que bandeira eacute esta
Que impudente na gaacutevea tripudia
Silecircncio Musa chora chora tanto
Que o pavilhatildeo se lave no seu pranto
Auriverde pendatildeo de minha terra
Que a brisa do Brasil beija e balanccedila
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperanccedila
Tu que da liberdade apoacutes a guerra
Foste hasteado dos heroacuteis na lanccedila
Antes te houvessem roto na batalha
Que servires a um povo de mortalha
Fatalidade atroz que a mente esmaga
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu na vaga
Como um iacuteris no peacutelago profundo
Mas eacute infacircmia demais
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 28
Da eteacuterea plaga
Levantai-vos heroacuteis do Novo Mundo
Andrada arranca este pendatildeo dos ares
Colombo fecha a porta de teus mares
(endereccedilo do viacutedeo para assistir clip da muacutesica)
(httpwwwyoutubecomwatchv=1Osbp0IMYRM)
Trabalhando com poema
Terra roxa e outras terras- Revista de Estudos Literaacuterios
Ana Claudia Duarte Mendes (UEMSUEL)
A literatura do poema ldquoVozes de Mulheresrdquo de Conceiccedilatildeo Evaristo a partir de
uma perspectiva de construccedilatildeo da memoacuteria possibilita-nos observar a existecircncia
de uma literatura adjetivada afro-brasileira A poesia analisada estaacute inserida em
um contexto no qual o poeta assume o ponto de vista negro Ao narrar a trajetoacuteria
de mulheres negras preservada na memoacuteria coletiva revela a ancestralidade que
se projeta no presente e prepara o futuro
O poema pertence a um tempo e lugar histoacuterico no mesmo instante transcende
essa condiccedilatildeo supera-a ldquoO poema eacute tempo arquetiacutepico e por secirc-lo eacute tempo que
se encarna na experiecircncia concreta de um povo um grupo ou uma seitardquo (Paz
1972 54) A contradiccedilatildeo ndash essecircncia do poema- que ao se encarnar revela-se
histoacuterico ao mesmo tempo em que eacute presente a cada nova leitura atualiza-se e
se projeta enquanto futuro Ao poeta eacute impossiacutevel fugir da histoacuteria mesmo quando
compotildee algo completamente diverso desta pois suas palavras satildeo sociais e
histoacutericas A revelaccedilatildeo poeacutetica consagra a experiecircncia humana (Paz 1972 55)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 29
por ser a poesia imagem A palavra poeacutetica ao se compor enquanto imagem
conforma o isto e o aquilo no mesmo instante Diz o indiziacutevel
O poeta consagra sempre umas experiecircncias histoacutericas que pode ser pessoal
sociais ou ambas as coisas ao mesmo tempo Mas ao falar-nos de todos estes
sucessos sentimentos experiecircncias e pessoas o poeta nos fala de outra coisado
que estaacute fazendo diante de noacutes e em noacutes E mais ainda leva-nos a repetir a
recriar seu poema a nomear aquilo que nomeia e ao fazecirc-lo revela-nos o que
somos (Paz 1972 57)
Como o poema surge na construccedilatildeo a partir da memoacuteria nos atrevemos a
dialogar com a obra de Gizecirclda Melo do nascimento Feitio de viver memoacuterias de
descendentes de escravos de 2006 O livro registra e interpreta a narrativa de
mulheres negras fortes e determinadas a contarem suas trajetoacuterias memoacuterias
individuais e coletivas O olhar para o presente na esperanccedila do futuro sem
alijarem-se do passado ancestral Esta perspectiva nos permitiraacute iluminar o
poema siacutentese do vivido
Vozes-Mulheres de Conceiccedilatildeo Evaristo
A voz da minha bisavoacute ecoou
crianccedila
nos porotildees do navio
Ecoou lamentos
de uma infacircncia perdida
A voz de minha avoacute
ecoou obediecircncia
aos brancos-donos de tudo
A voz de minha matildee
ecoou baixinho revolta
no fundo das cozinhas alheias
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 30
debaixo das trouxas
roupagens sujas dos brancos
pelo caminho empoeirado
rumo agrave favela
A minha voz ainda
ecoa versos perplexos
com rimas de sangue
e
fome
A voz de minha filha
recolhe todas as nossas vozes
recolhe em si
as vozes mudas caladas
engasgadas nas gargantas
A voz de minha filha
recolhe em si
a fala e o ato
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1- Comente a partir do seu proacuteprio olhar o poema da referida autora O
comentaacuterio pode ser tanto teacutecnico (observacircncia da estrutura do poema) quanto
conteudiacutestico (como vocecirc avalia o poema a partir de suas impressotildees pessoais)(A
obra de Conceiccedilatildeo Evaristo eacute facilmente encontrada na Internet) Trabalhar com
os alunos outros poemas
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 31
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno(a)
1- Analisar o poema e reescrever em cada
verso seu significado
A voz de minha bisavoacute
A voz de minha avoacute
A voz de minha matildee
A minha voz
A voz da minha filha
2- Fazer comentaacuterios sobre o poema em sala
de aula professor (a) e alunos
3- Ilustrar o poema usando sua
criatividade
4-Com os desenhos prontos formar grupos
com trecircs alunos e criar uma histoacuteria em
quadrinhos sobre o que entendeu do poema
estudado
A escola e os educandos precisam se organizar para demonstrar a
importacircncia da pluralidade racial na sociedade A fim de contemplar discussotildees
sobre a diversidade racial discutir os problemas sociais Para possibilitar que os
educandos construam suas proacuteprias ideacuteias e entendimento sobre o outro que lhe eacute
diferente O preconceito no cotidiano escolar tem que ser combatido Eacute necessaacuterio
que todos digam natildeo ao preconceito racial Os agentes transformadores da
educaccedilatildeo precisam unir forccedilas para promover o respeito muacutetuo e a possibilidade
de conversar sobre diferenccedilas sem melindres e sem preconceitos Na educaccedilatildeo
infantil tempo dos primeiros passos da vida social da crianccedila eacute importante
possibilitar atitudes positivas estimular o contanto com a esteacutetica e pelo
imaginaacuterio afro e afrodescendente Trazer a verdadeira histoacuteria do negro africano
no Brasil para romper com as barreiras dos preconceitos (Perrucci 1999 p 7)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 32
httpwwwwebartigoscomarticles380941INCLUSAO-NO-TRIBUNAL-DE-JUSTICApagina1html
Trabalhando com imagens
Sugestatildeo de atividades para o aluno
1 Ver as figuras abaixo e responder as questotildees
2 Vocecirc acha que existe preconceito entre essas crianccedilas Justifique
3 A crianccedila jaacute nasce com preconceito Comente
4 Como a crianccedila adquire o preconceito
5 Vocecirc como adolescente jaacute sofreu preconceito Em que fase de sua vida
Comente
Sites das imagens
almazendemensagensblogspotcom uniblogcombr
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 33
agenciaaldensblogspotcom sociologiacienciaevidauolcombr
Trabalhando com viacutedeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1 Assistir o viacutedeo Analisar as imagens e o depoimento
2 Promover um debate sobre o viacutedeo junto com os alunos
Por uma infacircncia sem racismo ver
wwwyoutubecomwatchv=_aPYuKiKFMg
1 Assistir o viacutedeo Analisar os depoimentos reais das pessoas
2 Vocecirc concorda com esses depoimentos Justifique
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 34
Onde vocecirc guarda o seu racismo ver
httpwwwyoutubecomwatchv=ojg07xOt8CY
Trabalhando com entrevista
Histoacuteria Oral - Como fazer uma entrevista
A pesquisa histoacuterica natildeo se baseia apenas em documentos escritos ou imagens mas
tambeacutem na narraccedilatildeo de fatos por parte das pessoas que presenciaram ou que tecircm
maior conhecimento dos mesmos Neste caso outra ferramenta pode ser utilizada
pelo pesquisador para adquirir novas informaccedilotildees acerca do objeto de estudo
Trata-se da entrevista um recurso da Histoacuteria Oral
Na Histoacuteria Oral podem-se fazer duas divisotildees em se tratando de relatos segundo o
historiador Gwyn Prins Existe uma tradiccedilatildeo Oral - a qual representa um
testemunho oral transmitido de uma geraccedilatildeo para a seguinte ou as demais -
Existe tambeacutem uma Reminiscecircncia Pessoal Evidecircncia oral especiacutefica das
experiecircncias de vida do informante (Wikipedia 2007)
Segundo Olga Rodrigues de Moraes Von Simson do Centro de Memoacuteria da
Unicamp a Histoacuteria Oral possibilita que indiviacuteduos pertencentes a categorias
sociais geralmente excluiacutedas da histoacuteria oficial possam ser ouvidos - deixando
registradas para anaacutelises futuras sua proacutepria visatildeo de mundo e aquela do grupo
social ao qual pertencem Apesar de ser um meacutetodo praacutetico e cada vez mais usado
a entrevista apresenta algumas deficiecircncias mas que podem de certa forma serem
superadas o entrevistado pode ter uma falha de memoacuteria pode criar uma
trajetoacuteria artificial se autocelebrar fantasiar omitir ou mesmo mentir O que
poderia ser percebido como um problema acaba se transformando em um recurso
uma vez que o proacuteprio entrevistador no ato de produccedilatildeo da narrativa histoacuterica natildeo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 35
deixa de produzir uma versatildeo do que entendeu ter acontecido Mesmo quando o
pesquisador tenha certeza de que o entrevistado esteja mentido conscientemente
cabe a ele entrevistador tentar entender as razotildees da mentira ou seja quais os
motivos que estatildeo levando a pessoa a mentir podendo ser aplicado o mesmo no
caso da ilusatildeo biograacutefica quando o indiviacuteduo faz uma produccedilatildeo artificial de si
mesmo No caso de esquecimento para ajudar suprir essa falha podem-se usar os
chamados apoios de memoacuteria como fotografias objetos e outras coisas que
possam ajudar o entrevistado a se recordar melhor dos fatos em pesquisa (op
cit)
Se formos analisar a credibilidade dos recursos de pesquisa histoacuterica sejam
documentos ou oralidade iremos nos deparar sempre com a interpretaccedilatildeo ou a
criacutetica pessoal de quem o fez cabendo ao pesquisador saber aproveitar as
informaccedilotildees que lhe conveacutem e criar suas proacuteprias consideraccedilotildees nenhum
documento pode nos dizer mais do que aquilo que o autor pensava ndash o que ele
pensava que havia acontecido queria que os outros pensassem que ele pensava ou
mesmo apenas o que ele proacuteprio pensava pensar Nada disso significa alguma
coisa ateacute que o historiador trabalhe sobre esse material e decifre-o eacute o que
comenta Edward Hallet Carr citado no site Wikipedia
A entrevista possibilita um contato direto com o atorautor da Histoacuteria Esse
envolvimento pode resultar num trabalho dinacircmico abrangente e ateacute mais realista
trazendo assim o passado para o presente
Agora vejamos os passos baacutesicos para realizar uma boa entrevista
COMO FAZER UMA ENTREVISTA
1 Preparar antes da entrevista um roteiro com alguns dos assuntos
importantes a abordar Ao partir para a entrevista eacute fundamental saber
o que vamos perguntar
2 Conversar com o entrevistado sobre nossos objetivos e descobrir se
realmente deseja colaborar conosco Natildeo se obriga ningueacutem a ser
entrevistado
3 Escolher local e hora apropriados para que a entrevista se decirc sem
interrupccedilotildees Num ambiente ou momento onde entrevistado ou
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 36
entrevistador estejam com pressa torna-se impossiacutevel agrave realizaccedilatildeo da
entrevista
4 Em lugar de apenas anotar o que o entrevistado diz eacute melhor e mais
adequado se possiacutevel levar um gravador para ficar tudo registrado de
tal forma que natildeo se perca parte alguma daquilo que o entrevistado
disse
5 A entrevista natildeo deve ser interrogatoacuterio e sim diaacutelogo
6 O entrevistador deve respeitar as opiniotildees do entrevistado mesmo
quando natildeo concordar com elas
7 O entrevistador deve dar oportunidade para que o entrevistado fale
tudo o que desejar no tempo que quiser
8 Nunca fazer nova pergunta enquanto o entrevistado ainda natildeo tiver
terminado de expor seu pensamento em relaccedilatildeo agrave pergunta anterior
Natildeo interromper desnecessariamente a fala do outro
professor-josimarblogspotcom200908historia-oral
REFEREcircNCIAS
SIMSON Olga Rodrigues de Moraes Von O que eacute Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
wwwcentrodememoriaunicampbrlahoindexhtm Acesso em 23 mai 2007
WIKIPEDIA Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
httpptwikipediaorgwikiHistAtildesup3ria_OralsearchInputsearchInput Acesso
em 23 mai 2007
httpwwwfeunbbrpieComo20fazer20uma20entrevistahtm
Professor Josimar Pais de Almeida
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Sugestatildeo de Roteiro para realizar a entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistador
Nome do entrevistador
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Onde trabalha
Data local da entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistado
Nome
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Questionamento
Onde trabalha
Grau de escolaridade
Religiatildeo que frequumlenta
Tempo que mora na cidade de Rolacircndia
De onde veio sua famiacutelia
Vocecirc gosta de morar aqui
Porque vieram morar aqui
Do que sente saudades
Como era essa cidade quando vocecirc chegou aqui
Como vocecirc considera essa cidade hoje
Fale como era o lazer quando vocecirc era adolescente Como eacute seu lazer hoje
Fale sobre o namoro de antigamente As pessoas tinham um lugar para ldquopaquerarrdquo
Qual era a principal alimentaccedilatildeo das pessoas
Havia violecircncia Como era
Como eram as escolas Usava-se uniforme
Como eram as roupas Onde as comprava ou quem as confeccionava
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Como era a educaccedilatildeo dos filhos
Havia igrejas Frequentava alguma no passado E hoje
O que era cultivado nas lavouras
Muitas pessoas moravam na zona rural
Como eram as habitaccedilotildees
Vocecirc se sente discriminado
O que vocecirc acha da escravidatildeo na eacutepoca da colonizaccedilatildeo do Brasil
Hoje ainda existe escravidatildeo
A fotografia na construccedilatildeo do material didaacutetico
Paulo Freire na ldquopedagogia do oprimidordquo pregava a liberdade atraveacutes da educaccedilatildeo e para
isso educava a partir de estiacutemulos retirados do cotidiano dos alunos aumentando
gradativamente o inverso dos mesmos Os estiacutemulos servem portanto como forma de
despertar a criatividade e o intelecto dos alunos Levando-se em consideraccedilatildeo que a
percepccedilatildeo visual eacute a forma mais objetiva de interaccedilatildeo do homem com o meio que o cerca
os estiacutemulos visuais atendem perfeitamente aos objetivos da educaccedilatildeo Antes mesmo da
escrita as comunicaccedilotildees visuais valendo-se de percepccedilatildeo visual ajuda a escrever a histoacuteria
da humanidade Associando-se aos seus conhecimentos o homem absorve a imagem
processa-a e retira dela suas proacuteprias conclusotildees A imagem dinacircmica ou estaacutetica eacute
portanto uma forma contumaz na divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo quer seja ela educacional
cientifica ou cultural difundindo conhecimentos desenvolvendo ideacuteias e formando
opiniotildees Jaacute em 1888 George Eastman referindo-se agrave fotografia afirmava ldquouma imagem
vale mais que mil palavrasrdquo e desde entatildeo a imagem fotograacutefica estaacute cada vez mais
presente no processo ensino aprendizagem de forma cada vez mais interativa A fotografia
e a questatildeo ambiental estatildeo relacionadas desde sua descoberta em1826 No inicio o
objetivo da fotografia era fazer um registro fiel da natureza Nas suas atividades os
cientistas utilizam cada vez mais a fotografia como instrumentaccedilatildeo de pesquisa registro de
dados apoio didaacutetico e principalmente na divulgaccedilatildeo dos resultados cientiacuteficos
introduzindo o conceito da fotografia cientiacutefica A fotografia eacute uma forma objetiva de
suporte para o ensino e a pesquisa eacute uma forma objetiva de documentaccedilatildeo ela tem o poder
de capturar nuances que muitas vezes passam despercebidas ao olho nu e isso aumenta o
aspecto de observaccedilatildeo do pesquisador A fotografia cientiacutefica tem que retratar o real
aparente a imagem como um instrumento de uma memoacuteria documental da realidade
Muitas vezes diante da dificuldade de deslocamento os professores lanccedilam matildeo da
fotografia para exemplificar e fixar conceitos educacionais tirando-os do imaginaacuterio e
trazendo para suas aulas de forma mais concreta wwwabedorgbrcongresso2007tc552007125857PMpdf
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 39
Trabalhando com fotografias e Histoacuteria Local
FIGURA 1
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 40
FIGURA 2
httpjornalrolandianetblogspotcom201105familia-farina-fotografando-rolandiahtml
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 41
FIGURA 3
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 42
FIGURA 4
httpwwwpanoramiocomphoto9865842
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 43
FIGURAS 5 E 6
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 44
FIGURA 7
httpwwwgooglecombrimgresq=FOTOS+ESCOLA+PADRE+JOSE+HERIONS+ROLANDIA
LEMBRETE AO (Agrave) PROFESSOR (A) Nossa proposta significa trabalhar com FONTE DOCUMENTAL As respostas das entrevistas consistem tambeacutem em FONTES DOCUMENTIAS E como tal devem ser interpretadas em sala de aula Qualquer material como fotos muacutesicas poemas imagens etc devem ser tratadas como FONTES u seja pergunta-se a estas QUEM FEZ QUANDO ONDE PARA QUEM POR QUEcirc OQUE QUER COMUNICAR E todos estes materiais necessitam de referecircncia como qualquer texto livro reportagem etc
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 45
Sugestatildeo de atividades para o aluno
Analise as fotografias (1-2-3-4-5-6-7) o Vocecirc conhece esses lugares que estatildeo representados nas fotos o Qual lugar da foto estaacute localizado mais perto de sua casa o Quais fotos representam lugar de lazer o Vendo as fotos onde podemos fazer nossas reflexotildees o O que estaacute na foto que incomoda a comunidade o Vocecirc conhece algumas pessoas das fotos Escreva os nomes das mesmas o Com qual foto vocecirc mais se identificou Justifique sua resposta o Escreva uma frase para cada fotografia o Essas fotos fazem parte da Histoacuteria de Rolacircndia Faccedila comentaacuterios
Sugestatildeo de atividades para o professor
1-Trabalhe com fotografias o Peccedila para seu aluno trazer fotos antigas da famiacutelia da comunidade etc o Faccedila perguntas para obter respostas o Dar oportunidade para um debate sobre as fotos trazidas pelos alunos o Formar grupo com trecircs alunos para eles escreverem sobre as fotos o Colocar em cartazes os resultados obtidos natildeo esquecer de registrar a eacutepoca e
lugar em que foi tirada a foto o Expor na escola para que outros alunos possam ler e analisar os trabalhos
realizados
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 46
Referecircncia bibliograacutefica do texto explicativo
BAUMAN Z Modernidade e ambivalecircncia Rio de Janeiro Jorge Zahar 1999
CAVALLEIRO E S Do silecircncio do lar ao silecircncio escolar racismo preconceito e discriminaccedilatildeo na educaccedilatildeo infantil 4 ed Satildeo Paulo Contexto 2005
FERREIRA Ricardo Franklin O brasileiro o racismo silencioso e a identidade afro-descendente Psicologia e Sociedade Belo Horizonte v 14 n 1 p 69-86 janjun 2002
FIGUEIREDO Luis Claudio Mendonccedila Revisitando as psicologias da epistemologia agrave eacutetica das praacuteticas e discursos psicoloacutegicos 3 ed Petroacutepolis Vozes 2004
FREITAS Patriacutecia de Sobre a Lei 10639 o ensino de histoacuteria e a cultura afro-brasileira OPSIS Catalatildeo v 10 n 1 p15-28 janjun 2010
GONCcedilALVES Rita de Caacutessia LISBOATeresa Kleba Sobre o meacutetodo de Histoacuteria oral em sua modalidade trajetoacuteria de vida Revista Kataacutel Florianoacutepolis v 10 n especial p 83-92 2007
REIS Faacutetima A implementaccedilatildeo da Lei 1063903 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwwebartigoscomarticles39841A-Implementacao-Da-Lei-1063903pagina1htmlgt Acesso em 20 abr 2011
RODRIGUES N Os africanos no Brasil 5 ed Satildeo Paulo Nacional 1977
SCHMIDT Maria auxiliadora CAINELLI Marlene Ensinar histoacuteria Satildeo Paulo Scipione 2004
- Paacutegina em branco
-
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 17
ldquoOs brancos satildeo muito diferentes dos negros Mas depende do branco e depende
do negro Na minha caixa de laacutepis de cor o branco natildeo serve para nada Soacute o
preto eacute que serve para desenhar Com o giz a gente desenha na lousa Com o
carvatildeo a gente desenha um bigode na cara do Paulinho para a festa de Satildeo
Joatildeo Nesse negoacutecio de muacutesica natildeo tem branco Soacute tem preto Todos os discos
que eu conheccedilo satildeo pretos Nunca vi um disco branco O papel eacute branco e eacute
igualzinho o papel preto chamado carbono que escreve embaixo tudo o que a
gente escreve em cima A noite eacute preta mas o dia natildeo eacute branco O dia eacute azul
Entatildeo o preto da noite eacute soacute da noite Natildeo eacute igual nem eacute diferente de nada O leite
eacute branco e o cafeacute eacute preto De cafeacute eu natildeo gosto Tambeacutem natildeo gosto de leite
quando ele estaacute branco Prefiro misturar com chocolate E aiacute o leite fica marrom
Marrom como a minha amiga Patriacutecia Outro dia me disseram que a Patriacutecia eacute
negra mas ela eacute marrom Eu estou com raiva dela porque ela tirou uma nota
melhor do que eu na prova de matemaacutetica Mas eu natildeo quero ser diferente dela
Vou estudar bastante Na proacutexima prova eu e ela vamos ficar iguaisrdquo
BANDEIRA Pedro A redaccedilatildeo da Maria Claudia in Grupo de trabalho para assuntos afro-
brasileiros Salve o 13 de maio Satildeo Paulo SE 1988 p7
Refletindo sobre o texto
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Analisar o texto e responder as questotildees abaixo
11 Na redaccedilatildeo de Maria Claudia o que satildeo mais importantes as coisas brancas
as coisas negras ou a mistura das coisas
12 ldquoO papel eacute branco e eacute igualzinho o papel preto chamado carbono que escreve
embaixo tudo o que a gente escreve em cimardquo Comparando a Histoacuteria com o
papel branco e o carbono seraacute que por detraacutes de toda a histoacuteria dos brancos natildeo
existe tambeacutem uma histoacuteria de negros Seraacute que a histoacuteria do negro eacute igual agrave do
branco
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13 Pela redaccedilatildeo de Maria Claudia o negro eacute inferior ao branco Vocecirc concorda
com Maria Claudia
14 Como vocecirc se relaciona com seus amigos negros
Formando crianccedilas livres de preconceitos
Sugestatildeo de atividades para o(a) professor(a)
ATENCcedilAtildeO A PARTIR DESTE MOMENTO
TRANSCREVEMOS O TEXTO DE UM BLOG COM
ALGUMAS ADAPTACcedilOtildeES DE DIAGRAMACcedilAtildeO
Construir Notiacutecias por Moacir Pereira Juacutenior (httpserinteiroblogspotcomsearchlabelEducaC3A7C3A3o)
As crianccedilas natildeo satildeo naturalmente preconceituosas Elas aprendem a ser com os adultos Aproveite essa fase essencial da vida de todo ser humano que eacute a infacircncia e valorize sentimentos e valores positivos que esses pequenos e especiais seres trazem em sirdquo Educaccedilatildeo Infantil e dos 1ordm 2ordm e 3ordm anos do Ensino Fundamental Sugiro duas formas de iniciar o projeto uma para alunos que ainda natildeo dominam a escrita e outra para alunos com domiacutenio da escrita Realizando o projeto com crianccedilas da Educaccedilatildeo Infantil e dos 1ordm 2ordm e 3ordm anos do Ensino Fundamental pode-se comeccedilar a trabalhar o tema fazendo uma dinacircmica
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1- Dinacircmica das flores leve flores de diferentes cores e formas para a classe e deixe que cada aluno escolha uma Depois pergunte o que chamou a atenccedilatildeo deles para escolher aquela flor Peccedila-lhes que percebam as diferentes cores o perfume a textura as diferentes formas Chame sua atenccedilatildeo para o fato de as flores serem diferentes e nem por isso menos belas e apreciadas Em seguida peccedila que olhem uns para os outros Assim como as flores cada um eacute diferente mas natildeo menos importante Muitas coisas variam cor e tipo de cabelo formato e cor dos olhos tamanho do nariz altura cor da pele etc
2- Dinacircmica das cores leve um aparelho de som para a classe e coloque uma muacutesica suave Espalhe vaacuterios laacutepis ou gizes de cera de vaacuterias cores sobre a mesa e peccedila para as crianccedilas escolherem a cor que mais lhes agrada Haveraacute cores iguais e cores diferentes Converse com elas sobre como seria o mundo se tudo fosse de uma soacute cor mdash azul por exemplo E se tudo fosse amarelo Ou vermelho Seraacute que elas comeriam uma banana azul Ou um morango cinza Sim Natildeo Por quecirc Pode-se debater se eacute bom haver cores diferentes e o porquecirc Depois peccedila que olhem uns para os outros Assim como as cores cada um eacute diferente Muitas coisas variam cor e tipo de cabelo formato e cor dos olhos tamanho do nariz altura cor da pele Pergunte que cor de laacutepis ou giz eacute mais parecido com a cor da pele de cada um (Caso algum aluno diga que sua cor eacute ldquofeiardquo procure fazecirc-lo se sentir valorizado Esse momento seraacute propiacutecio para melhorar a autoestima dessa crianccedila)
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Dinacircmicas para os Proacuteximos Anos do Ensino Fundamental Comeccedilando com jovens do 4ordm e 5ordm anos do Ensino Fundamental o projeto eacute basicamente trocar ideacuteias debater e discutir para se chegar a uma mudanccedila de atitude
1- Discutindo preconceito de gecircnerosexismo
2- Discutindo as diferenccedilas (porte de deficiecircncia obesidade etc)
3- Discutindo preconceito racial e eacutetnico
1- Discutindo preconceito de gecircnerosexismo Questione os alunos ldquoMenino brinca de bonecardquo Peccedila previamente aos alunos para trazerem de casa figuras de diversos profissionais Sente-se em roda com eles e analise as figuras Que profissotildees satildeo mais retratadas Essas profissotildees estatildeo mais ligadas a homens ou a mulheres Haacute profissotildees predominantemente masculinas ou femininas Por quecirc Faccedila cartazes com frases comumente ouvidas como por exemplo ldquoMenino natildeo chorardquo ldquoEsta brincadeira natildeo eacute para meninasrdquo ldquoMenino natildeo usa cor-de-rosardquo ldquoMenina eacute mais fraacutegil que meninordquo ldquoMenina natildeo senta de perna abertardquo ldquoMenino natildeo deve danccedilar baleacuterdquo etc Mostre os cartazes aos alunos e pergunte que outras frases eles jaacute ouviram Questione por que dizem que meninos e meninas natildeo podem fazer tais coisas Quem determinou isso Se possiacutevel traga gravuras que mostrem o contraacuterio do que estaacute escrito nos cartazes Peccedila que as crianccedilas levem histoacuterias em quadrinhos para a sala de aula (Turma da Mocircnica Walt Disney etc) Leia as histoacuterias com eles e chame sua atenccedilatildeo para o papel que eacute reservado agraves meninas (Satildeo sempre as fofoqueiras Satildeo choronas Satildeo consideradas fraacutegeis) E os meninos como satildeo retratados (ativos liacutederes espertos) Leia com eles alguns contos de fadas e analise o papel das mulheres (princesas esperando serem salvas cuja realizaccedilatildeo eacute casar e ser feliz para sempre) Peccedila-lhes que reescrevam um conto de fadas invertendo os papeacuteis masculinos e femininos Se possiacutevel dramatize o novo conto de fadas com a inversatildeo de papeacuteis
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httpcaixinhadecoresblogspotcom200810meninos-e-bonecas-por-que-nohtml
2- Discutindo as diferenccedilas (porte de deficiecircncia obesidade etc) Alunos portadores de deficiecircncia (fiacutesica ou mental) alunos obesos de baixa estatura ou que usam oacuteculos enfim que possuem caracteriacutesticas fiacutesicas que chamam a atenccedilatildeo tambeacutem costumam sofrer algum tipo de discriminaccedilatildeo e comumente satildeo alvo de piadas e comentaacuterios geralmente ofensivos por parte dos colegas e de alguns adultos Veja abaixo algumas atividades para trabalhar esse tema bull Montar um mural com personalidades que apresentem caracteriacutesticas fiacutesicas que fogem aos padrotildees e questionar o conceito de feio e bonito bull Promover a leitura de livros que abordem agrave temaacutetica do preconceito bull Fazer dramatizaccedilatildeo dos livros lidos bull Organizar a turma em grupos e encarregar cada um de elaborar uma histoacuteria sobre uma crianccedila com uma caracteriacutestica fiacutesica ou mental especial Terminadas as histoacuterias organizaacute-las em um livro e se possiacutevel providenciar uma coacutepia para cada aluno bull Montar na sala de aula um mural onde a crianccedila possa desabafar Se durante o dia algueacutem disser algo que a ofenda ou magoe ela escreve o que aconteceu e quem foi o autor e deixa ali uma mensagem de desagravo para o ofensor Acompanhe o teor do que aparece escrito e converse com os conflitantes Esse tipo de atitude poderaacute ajudar caso vocecirc tenha alunos comumente alvo de discriminaccedilatildeo (seja por raccedila cor tamanho porte de alguma deficiecircncia etc)
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3- Discutindo preconceito racial e eacutetnico Peccedila que cada aluno monte a sua histoacuteria (e a da famiacutelia) falando do brinquedo preferido da comida de que mais gosta da famiacutelia etc Monte um livro com todas as histoacuterias dos alunos e pergunte ldquoComo seria o mundo se todos fossem iguaisrdquo Confecccedilatildeo de bonecos eacute raro encontrar no mercado bonecas negras orientais e indiacutegenas o que contribui para reforccedilar a exclusatildeo das crianccedilas desses grupos Se houver possibilidade envolva matildees pais parentes das crianccedilas e confeccionem juntos marionetes e bonecos que representem pessoas negras Evite estereoacutetipos (por exemplo negros sempre pobres ou sempre jogadores de futebol) Monte com as crianccedilas um teatrinho em que haja personagens brancas negras e amarelas em papeacuteis de igual valor (evite dar sempre os papeacuteis de destaque para alunos brancos) Monte um mural com os personagens preferidos das crianccedilas Verifique se haacute algum negro ou oriental Crie com os alunos personagens de diferentes etnias e envolva as crianccedilas na elaboraccedilatildeo de uma histoacuteria em quadrinhos (HQ) Aproveite o momento para trabalhar com a turma os diferentes povos que formaram a atual populaccedilatildeo brasileira Qual a ascendecircncia de cada um Divida a classe em grupos e encarregue cada um de pesquisar um povo e sua contribuiccedilatildeo para a formaccedilatildeo da cultura brasileira na liacutengua na alimentaccedilatildeo nos costumes etc Depois de estudar os diferentes povos que colonizaram o Brasil e contribuiacuteram para a formaccedilatildeo do povo brasileiro monte com as crianccedilas uma feira das naccedilotildees Cada grupo pode usar trajes tiacutepicos fazer performances cantar enfim o que a sua criatividade sugerir Se possiacutevel envolva toda a comunidade escolar nessa feira abrindo-a para a participaccedilatildeo dos pais in Construir Notiacutecias por Moacir Pereira Juacutenior (httpserinteiroblogspotcomsearchlabelEducaC3A7C3A3o)
ATENCcedilAtildeO A PARTIR DESTE MOMENTO NAtildeO
MAIS TRANSCREVEMOS O BLOG
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Trabalhando com muacutesica
ldquoA muacutesica eacute uma forccedila geradora de vida uma energia que
envolve o nosso ser inteiro atuando de forma poderosa sobre
o nosso corpo mente e coraccedilatildeo Aleacutem de alegrar unir e
consagrar mensagens e valores disciplinar e socializar a
muacutesica forma o caraacuteter e favorece o desenvolvimento integral
da personalidade o equiliacutebrio emocional e socialrdquo (profordf
compositora e regente Miacuteria Therezinha Kolling)
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Fazer leitura da letra da muacutesica
2-Procurar no dicionaacuterio o significado das palavras
3-Ouvir a muacutesica de Caetano Veloso
4-Cantar a muacutesica
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1-Fazer anaacutelise da muacutesica junto com os alunos
2-Fazer comentaacuterios sobre a muacutesica
3- Escrever um texto coletivo com os alunos sobre o tema ldquoNavio Negreirordquo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 24
O Navio Negreiro
Caetano Veloso
Composiccedilatildeo Castro Alves
O Navio Negreiro
Estamos em pleno mar
Era um sonho dantesco o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho
Em sangue a se banhar
Tinir de ferros estalar do accediloite
Legiotildees de homens negros como a noite
Horrendos a danccedilar
Negras mulheres suspendendo agraves tetas
Magras crianccedilas cujas bocas pretas
Rega o sangue das matildees
Outras moccedilas mas nuas espantadas
No turbilhatildeo de espectros arrastados
Em acircnsia e maacutegoa vatildes
E ri-se a orquestra irocircnica estridente
E da ronda fantaacutestica a serpente
Faz doudas espirais
Se o velho arqueja se no chatildeo resvala
Ouvem-se gritos o chicote estala
E voam mais e mais
Presa dos elos de uma soacute cadeia
A multidatildeo faminta cambaleia
E chora e danccedila ali
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 25
Um de raiva delira outro enlouquece
Outro que de martiacuterios embrutece
Cantando geme e ri
No entanto o capitatildeo manda a manobra
E apoacutes fitando o ceacuteu que se desdobra
Tatildeo puro sobre o mar
Diz do fumo entre os densos nevoeiros
Vibrai rijo o chicote marinheiros
Fazei-os mais danccedilar
E ri-se a orquestra irocircnica estridente
E da ronda fantaacutestica a serpente
Faz doudas espirais
Qual num sonho dantesco as sombras voam
Gritos ais maldiccedilotildees preces ressoam
E ri-se Satanaz
Senhor Deus dos desgraccedilados
Dizei-me voacutes Senhor Deus
Se eacute loucura se eacute verdade
Tanto horror perante os ceacuteus
Oacute mar por que natildeo apagas
Coa esponja de tuas vagas
De teu manto este borratildeo
Astros noite tempestades
Rolai das imensidades
Varrei os mares tufatildeo
Quem satildeo estes desgraccedilados
Que natildeo encontram em voacutes
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fuacuteria do algoz
Quem satildeo Se a estrela se cala
Se a vaga agrave pressa resvala
Como um cuacutemplice fugaz
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 26
Perante a noite confusa
Dize-o tu severa musa
Musa libeacuterrima audaz
Satildeo os filhos do deserto
Onde a terra esposa a luz
Onde voa em campo aberto
A tribo dos homens nus
Satildeo os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidatildeo
Homens simples fortes bravos
Hoje miacuteseros escravos
Sem ar sem luz sem razatildeo
Satildeo mulheres desgraccediladas
Como Agar o foi tambeacutem
Que sedentas alquebradas
De longe bem longe vecircm
Trazendo com tiacutebios passos
Filhos e algemas nos braccedilos
Nalma laacutegrimas e fel
Como Agar sofrendo tanto
Que nem o leite do pranto
Tecircm que dar para Ismael
Laacute nas areias infindas
Das palmeiras no paiacutes
Nasceram crianccedilas lindas
Viveram moccedilas gentis
Passa um dia a caravana
Quando a virgem na cabana
Cisma das noites nos veacuteus
Adeus oacute choccedila do monte
Adeus palmeiras da fonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 27
Adeus amores adeus
Senhor Deus dos desgraccedilados
Dizei-me voacutes Senhor Deus
Se eu deliro ou se eacute verdade
Tanto horror perante os ceacuteus
Oacute mar por que natildeo apagas
Coa esponja de tuas vagas
De teu manto este borratildeo
Astros noite tempestades
Rolai das imensidades
Varrei os mares tufatildeo
E existe um povo que a bandeira empresta
Pra cobrir tanta infacircmia e cobardia
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria
Meu Deus meu Deus mas que bandeira eacute esta
Que impudente na gaacutevea tripudia
Silecircncio Musa chora chora tanto
Que o pavilhatildeo se lave no seu pranto
Auriverde pendatildeo de minha terra
Que a brisa do Brasil beija e balanccedila
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperanccedila
Tu que da liberdade apoacutes a guerra
Foste hasteado dos heroacuteis na lanccedila
Antes te houvessem roto na batalha
Que servires a um povo de mortalha
Fatalidade atroz que a mente esmaga
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu na vaga
Como um iacuteris no peacutelago profundo
Mas eacute infacircmia demais
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Da eteacuterea plaga
Levantai-vos heroacuteis do Novo Mundo
Andrada arranca este pendatildeo dos ares
Colombo fecha a porta de teus mares
(endereccedilo do viacutedeo para assistir clip da muacutesica)
(httpwwwyoutubecomwatchv=1Osbp0IMYRM)
Trabalhando com poema
Terra roxa e outras terras- Revista de Estudos Literaacuterios
Ana Claudia Duarte Mendes (UEMSUEL)
A literatura do poema ldquoVozes de Mulheresrdquo de Conceiccedilatildeo Evaristo a partir de
uma perspectiva de construccedilatildeo da memoacuteria possibilita-nos observar a existecircncia
de uma literatura adjetivada afro-brasileira A poesia analisada estaacute inserida em
um contexto no qual o poeta assume o ponto de vista negro Ao narrar a trajetoacuteria
de mulheres negras preservada na memoacuteria coletiva revela a ancestralidade que
se projeta no presente e prepara o futuro
O poema pertence a um tempo e lugar histoacuterico no mesmo instante transcende
essa condiccedilatildeo supera-a ldquoO poema eacute tempo arquetiacutepico e por secirc-lo eacute tempo que
se encarna na experiecircncia concreta de um povo um grupo ou uma seitardquo (Paz
1972 54) A contradiccedilatildeo ndash essecircncia do poema- que ao se encarnar revela-se
histoacuterico ao mesmo tempo em que eacute presente a cada nova leitura atualiza-se e
se projeta enquanto futuro Ao poeta eacute impossiacutevel fugir da histoacuteria mesmo quando
compotildee algo completamente diverso desta pois suas palavras satildeo sociais e
histoacutericas A revelaccedilatildeo poeacutetica consagra a experiecircncia humana (Paz 1972 55)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 29
por ser a poesia imagem A palavra poeacutetica ao se compor enquanto imagem
conforma o isto e o aquilo no mesmo instante Diz o indiziacutevel
O poeta consagra sempre umas experiecircncias histoacutericas que pode ser pessoal
sociais ou ambas as coisas ao mesmo tempo Mas ao falar-nos de todos estes
sucessos sentimentos experiecircncias e pessoas o poeta nos fala de outra coisado
que estaacute fazendo diante de noacutes e em noacutes E mais ainda leva-nos a repetir a
recriar seu poema a nomear aquilo que nomeia e ao fazecirc-lo revela-nos o que
somos (Paz 1972 57)
Como o poema surge na construccedilatildeo a partir da memoacuteria nos atrevemos a
dialogar com a obra de Gizecirclda Melo do nascimento Feitio de viver memoacuterias de
descendentes de escravos de 2006 O livro registra e interpreta a narrativa de
mulheres negras fortes e determinadas a contarem suas trajetoacuterias memoacuterias
individuais e coletivas O olhar para o presente na esperanccedila do futuro sem
alijarem-se do passado ancestral Esta perspectiva nos permitiraacute iluminar o
poema siacutentese do vivido
Vozes-Mulheres de Conceiccedilatildeo Evaristo
A voz da minha bisavoacute ecoou
crianccedila
nos porotildees do navio
Ecoou lamentos
de uma infacircncia perdida
A voz de minha avoacute
ecoou obediecircncia
aos brancos-donos de tudo
A voz de minha matildee
ecoou baixinho revolta
no fundo das cozinhas alheias
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 30
debaixo das trouxas
roupagens sujas dos brancos
pelo caminho empoeirado
rumo agrave favela
A minha voz ainda
ecoa versos perplexos
com rimas de sangue
e
fome
A voz de minha filha
recolhe todas as nossas vozes
recolhe em si
as vozes mudas caladas
engasgadas nas gargantas
A voz de minha filha
recolhe em si
a fala e o ato
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1- Comente a partir do seu proacuteprio olhar o poema da referida autora O
comentaacuterio pode ser tanto teacutecnico (observacircncia da estrutura do poema) quanto
conteudiacutestico (como vocecirc avalia o poema a partir de suas impressotildees pessoais)(A
obra de Conceiccedilatildeo Evaristo eacute facilmente encontrada na Internet) Trabalhar com
os alunos outros poemas
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 31
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno(a)
1- Analisar o poema e reescrever em cada
verso seu significado
A voz de minha bisavoacute
A voz de minha avoacute
A voz de minha matildee
A minha voz
A voz da minha filha
2- Fazer comentaacuterios sobre o poema em sala
de aula professor (a) e alunos
3- Ilustrar o poema usando sua
criatividade
4-Com os desenhos prontos formar grupos
com trecircs alunos e criar uma histoacuteria em
quadrinhos sobre o que entendeu do poema
estudado
A escola e os educandos precisam se organizar para demonstrar a
importacircncia da pluralidade racial na sociedade A fim de contemplar discussotildees
sobre a diversidade racial discutir os problemas sociais Para possibilitar que os
educandos construam suas proacuteprias ideacuteias e entendimento sobre o outro que lhe eacute
diferente O preconceito no cotidiano escolar tem que ser combatido Eacute necessaacuterio
que todos digam natildeo ao preconceito racial Os agentes transformadores da
educaccedilatildeo precisam unir forccedilas para promover o respeito muacutetuo e a possibilidade
de conversar sobre diferenccedilas sem melindres e sem preconceitos Na educaccedilatildeo
infantil tempo dos primeiros passos da vida social da crianccedila eacute importante
possibilitar atitudes positivas estimular o contanto com a esteacutetica e pelo
imaginaacuterio afro e afrodescendente Trazer a verdadeira histoacuteria do negro africano
no Brasil para romper com as barreiras dos preconceitos (Perrucci 1999 p 7)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 32
httpwwwwebartigoscomarticles380941INCLUSAO-NO-TRIBUNAL-DE-JUSTICApagina1html
Trabalhando com imagens
Sugestatildeo de atividades para o aluno
1 Ver as figuras abaixo e responder as questotildees
2 Vocecirc acha que existe preconceito entre essas crianccedilas Justifique
3 A crianccedila jaacute nasce com preconceito Comente
4 Como a crianccedila adquire o preconceito
5 Vocecirc como adolescente jaacute sofreu preconceito Em que fase de sua vida
Comente
Sites das imagens
almazendemensagensblogspotcom uniblogcombr
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 33
agenciaaldensblogspotcom sociologiacienciaevidauolcombr
Trabalhando com viacutedeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1 Assistir o viacutedeo Analisar as imagens e o depoimento
2 Promover um debate sobre o viacutedeo junto com os alunos
Por uma infacircncia sem racismo ver
wwwyoutubecomwatchv=_aPYuKiKFMg
1 Assistir o viacutedeo Analisar os depoimentos reais das pessoas
2 Vocecirc concorda com esses depoimentos Justifique
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 34
Onde vocecirc guarda o seu racismo ver
httpwwwyoutubecomwatchv=ojg07xOt8CY
Trabalhando com entrevista
Histoacuteria Oral - Como fazer uma entrevista
A pesquisa histoacuterica natildeo se baseia apenas em documentos escritos ou imagens mas
tambeacutem na narraccedilatildeo de fatos por parte das pessoas que presenciaram ou que tecircm
maior conhecimento dos mesmos Neste caso outra ferramenta pode ser utilizada
pelo pesquisador para adquirir novas informaccedilotildees acerca do objeto de estudo
Trata-se da entrevista um recurso da Histoacuteria Oral
Na Histoacuteria Oral podem-se fazer duas divisotildees em se tratando de relatos segundo o
historiador Gwyn Prins Existe uma tradiccedilatildeo Oral - a qual representa um
testemunho oral transmitido de uma geraccedilatildeo para a seguinte ou as demais -
Existe tambeacutem uma Reminiscecircncia Pessoal Evidecircncia oral especiacutefica das
experiecircncias de vida do informante (Wikipedia 2007)
Segundo Olga Rodrigues de Moraes Von Simson do Centro de Memoacuteria da
Unicamp a Histoacuteria Oral possibilita que indiviacuteduos pertencentes a categorias
sociais geralmente excluiacutedas da histoacuteria oficial possam ser ouvidos - deixando
registradas para anaacutelises futuras sua proacutepria visatildeo de mundo e aquela do grupo
social ao qual pertencem Apesar de ser um meacutetodo praacutetico e cada vez mais usado
a entrevista apresenta algumas deficiecircncias mas que podem de certa forma serem
superadas o entrevistado pode ter uma falha de memoacuteria pode criar uma
trajetoacuteria artificial se autocelebrar fantasiar omitir ou mesmo mentir O que
poderia ser percebido como um problema acaba se transformando em um recurso
uma vez que o proacuteprio entrevistador no ato de produccedilatildeo da narrativa histoacuterica natildeo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 35
deixa de produzir uma versatildeo do que entendeu ter acontecido Mesmo quando o
pesquisador tenha certeza de que o entrevistado esteja mentido conscientemente
cabe a ele entrevistador tentar entender as razotildees da mentira ou seja quais os
motivos que estatildeo levando a pessoa a mentir podendo ser aplicado o mesmo no
caso da ilusatildeo biograacutefica quando o indiviacuteduo faz uma produccedilatildeo artificial de si
mesmo No caso de esquecimento para ajudar suprir essa falha podem-se usar os
chamados apoios de memoacuteria como fotografias objetos e outras coisas que
possam ajudar o entrevistado a se recordar melhor dos fatos em pesquisa (op
cit)
Se formos analisar a credibilidade dos recursos de pesquisa histoacuterica sejam
documentos ou oralidade iremos nos deparar sempre com a interpretaccedilatildeo ou a
criacutetica pessoal de quem o fez cabendo ao pesquisador saber aproveitar as
informaccedilotildees que lhe conveacutem e criar suas proacuteprias consideraccedilotildees nenhum
documento pode nos dizer mais do que aquilo que o autor pensava ndash o que ele
pensava que havia acontecido queria que os outros pensassem que ele pensava ou
mesmo apenas o que ele proacuteprio pensava pensar Nada disso significa alguma
coisa ateacute que o historiador trabalhe sobre esse material e decifre-o eacute o que
comenta Edward Hallet Carr citado no site Wikipedia
A entrevista possibilita um contato direto com o atorautor da Histoacuteria Esse
envolvimento pode resultar num trabalho dinacircmico abrangente e ateacute mais realista
trazendo assim o passado para o presente
Agora vejamos os passos baacutesicos para realizar uma boa entrevista
COMO FAZER UMA ENTREVISTA
1 Preparar antes da entrevista um roteiro com alguns dos assuntos
importantes a abordar Ao partir para a entrevista eacute fundamental saber
o que vamos perguntar
2 Conversar com o entrevistado sobre nossos objetivos e descobrir se
realmente deseja colaborar conosco Natildeo se obriga ningueacutem a ser
entrevistado
3 Escolher local e hora apropriados para que a entrevista se decirc sem
interrupccedilotildees Num ambiente ou momento onde entrevistado ou
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 36
entrevistador estejam com pressa torna-se impossiacutevel agrave realizaccedilatildeo da
entrevista
4 Em lugar de apenas anotar o que o entrevistado diz eacute melhor e mais
adequado se possiacutevel levar um gravador para ficar tudo registrado de
tal forma que natildeo se perca parte alguma daquilo que o entrevistado
disse
5 A entrevista natildeo deve ser interrogatoacuterio e sim diaacutelogo
6 O entrevistador deve respeitar as opiniotildees do entrevistado mesmo
quando natildeo concordar com elas
7 O entrevistador deve dar oportunidade para que o entrevistado fale
tudo o que desejar no tempo que quiser
8 Nunca fazer nova pergunta enquanto o entrevistado ainda natildeo tiver
terminado de expor seu pensamento em relaccedilatildeo agrave pergunta anterior
Natildeo interromper desnecessariamente a fala do outro
professor-josimarblogspotcom200908historia-oral
REFEREcircNCIAS
SIMSON Olga Rodrigues de Moraes Von O que eacute Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
wwwcentrodememoriaunicampbrlahoindexhtm Acesso em 23 mai 2007
WIKIPEDIA Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
httpptwikipediaorgwikiHistAtildesup3ria_OralsearchInputsearchInput Acesso
em 23 mai 2007
httpwwwfeunbbrpieComo20fazer20uma20entrevistahtm
Professor Josimar Pais de Almeida
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 37
Sugestatildeo de Roteiro para realizar a entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistador
Nome do entrevistador
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Onde trabalha
Data local da entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistado
Nome
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Questionamento
Onde trabalha
Grau de escolaridade
Religiatildeo que frequumlenta
Tempo que mora na cidade de Rolacircndia
De onde veio sua famiacutelia
Vocecirc gosta de morar aqui
Porque vieram morar aqui
Do que sente saudades
Como era essa cidade quando vocecirc chegou aqui
Como vocecirc considera essa cidade hoje
Fale como era o lazer quando vocecirc era adolescente Como eacute seu lazer hoje
Fale sobre o namoro de antigamente As pessoas tinham um lugar para ldquopaquerarrdquo
Qual era a principal alimentaccedilatildeo das pessoas
Havia violecircncia Como era
Como eram as escolas Usava-se uniforme
Como eram as roupas Onde as comprava ou quem as confeccionava
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 38
Como era a educaccedilatildeo dos filhos
Havia igrejas Frequentava alguma no passado E hoje
O que era cultivado nas lavouras
Muitas pessoas moravam na zona rural
Como eram as habitaccedilotildees
Vocecirc se sente discriminado
O que vocecirc acha da escravidatildeo na eacutepoca da colonizaccedilatildeo do Brasil
Hoje ainda existe escravidatildeo
A fotografia na construccedilatildeo do material didaacutetico
Paulo Freire na ldquopedagogia do oprimidordquo pregava a liberdade atraveacutes da educaccedilatildeo e para
isso educava a partir de estiacutemulos retirados do cotidiano dos alunos aumentando
gradativamente o inverso dos mesmos Os estiacutemulos servem portanto como forma de
despertar a criatividade e o intelecto dos alunos Levando-se em consideraccedilatildeo que a
percepccedilatildeo visual eacute a forma mais objetiva de interaccedilatildeo do homem com o meio que o cerca
os estiacutemulos visuais atendem perfeitamente aos objetivos da educaccedilatildeo Antes mesmo da
escrita as comunicaccedilotildees visuais valendo-se de percepccedilatildeo visual ajuda a escrever a histoacuteria
da humanidade Associando-se aos seus conhecimentos o homem absorve a imagem
processa-a e retira dela suas proacuteprias conclusotildees A imagem dinacircmica ou estaacutetica eacute
portanto uma forma contumaz na divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo quer seja ela educacional
cientifica ou cultural difundindo conhecimentos desenvolvendo ideacuteias e formando
opiniotildees Jaacute em 1888 George Eastman referindo-se agrave fotografia afirmava ldquouma imagem
vale mais que mil palavrasrdquo e desde entatildeo a imagem fotograacutefica estaacute cada vez mais
presente no processo ensino aprendizagem de forma cada vez mais interativa A fotografia
e a questatildeo ambiental estatildeo relacionadas desde sua descoberta em1826 No inicio o
objetivo da fotografia era fazer um registro fiel da natureza Nas suas atividades os
cientistas utilizam cada vez mais a fotografia como instrumentaccedilatildeo de pesquisa registro de
dados apoio didaacutetico e principalmente na divulgaccedilatildeo dos resultados cientiacuteficos
introduzindo o conceito da fotografia cientiacutefica A fotografia eacute uma forma objetiva de
suporte para o ensino e a pesquisa eacute uma forma objetiva de documentaccedilatildeo ela tem o poder
de capturar nuances que muitas vezes passam despercebidas ao olho nu e isso aumenta o
aspecto de observaccedilatildeo do pesquisador A fotografia cientiacutefica tem que retratar o real
aparente a imagem como um instrumento de uma memoacuteria documental da realidade
Muitas vezes diante da dificuldade de deslocamento os professores lanccedilam matildeo da
fotografia para exemplificar e fixar conceitos educacionais tirando-os do imaginaacuterio e
trazendo para suas aulas de forma mais concreta wwwabedorgbrcongresso2007tc552007125857PMpdf
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 39
Trabalhando com fotografias e Histoacuteria Local
FIGURA 1
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 40
FIGURA 2
httpjornalrolandianetblogspotcom201105familia-farina-fotografando-rolandiahtml
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 41
FIGURA 3
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 42
FIGURA 4
httpwwwpanoramiocomphoto9865842
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 43
FIGURAS 5 E 6
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 44
FIGURA 7
httpwwwgooglecombrimgresq=FOTOS+ESCOLA+PADRE+JOSE+HERIONS+ROLANDIA
LEMBRETE AO (Agrave) PROFESSOR (A) Nossa proposta significa trabalhar com FONTE DOCUMENTAL As respostas das entrevistas consistem tambeacutem em FONTES DOCUMENTIAS E como tal devem ser interpretadas em sala de aula Qualquer material como fotos muacutesicas poemas imagens etc devem ser tratadas como FONTES u seja pergunta-se a estas QUEM FEZ QUANDO ONDE PARA QUEM POR QUEcirc OQUE QUER COMUNICAR E todos estes materiais necessitam de referecircncia como qualquer texto livro reportagem etc
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 45
Sugestatildeo de atividades para o aluno
Analise as fotografias (1-2-3-4-5-6-7) o Vocecirc conhece esses lugares que estatildeo representados nas fotos o Qual lugar da foto estaacute localizado mais perto de sua casa o Quais fotos representam lugar de lazer o Vendo as fotos onde podemos fazer nossas reflexotildees o O que estaacute na foto que incomoda a comunidade o Vocecirc conhece algumas pessoas das fotos Escreva os nomes das mesmas o Com qual foto vocecirc mais se identificou Justifique sua resposta o Escreva uma frase para cada fotografia o Essas fotos fazem parte da Histoacuteria de Rolacircndia Faccedila comentaacuterios
Sugestatildeo de atividades para o professor
1-Trabalhe com fotografias o Peccedila para seu aluno trazer fotos antigas da famiacutelia da comunidade etc o Faccedila perguntas para obter respostas o Dar oportunidade para um debate sobre as fotos trazidas pelos alunos o Formar grupo com trecircs alunos para eles escreverem sobre as fotos o Colocar em cartazes os resultados obtidos natildeo esquecer de registrar a eacutepoca e
lugar em que foi tirada a foto o Expor na escola para que outros alunos possam ler e analisar os trabalhos
realizados
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 46
Referecircncia bibliograacutefica do texto explicativo
BAUMAN Z Modernidade e ambivalecircncia Rio de Janeiro Jorge Zahar 1999
CAVALLEIRO E S Do silecircncio do lar ao silecircncio escolar racismo preconceito e discriminaccedilatildeo na educaccedilatildeo infantil 4 ed Satildeo Paulo Contexto 2005
FERREIRA Ricardo Franklin O brasileiro o racismo silencioso e a identidade afro-descendente Psicologia e Sociedade Belo Horizonte v 14 n 1 p 69-86 janjun 2002
FIGUEIREDO Luis Claudio Mendonccedila Revisitando as psicologias da epistemologia agrave eacutetica das praacuteticas e discursos psicoloacutegicos 3 ed Petroacutepolis Vozes 2004
FREITAS Patriacutecia de Sobre a Lei 10639 o ensino de histoacuteria e a cultura afro-brasileira OPSIS Catalatildeo v 10 n 1 p15-28 janjun 2010
GONCcedilALVES Rita de Caacutessia LISBOATeresa Kleba Sobre o meacutetodo de Histoacuteria oral em sua modalidade trajetoacuteria de vida Revista Kataacutel Florianoacutepolis v 10 n especial p 83-92 2007
REIS Faacutetima A implementaccedilatildeo da Lei 1063903 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwwebartigoscomarticles39841A-Implementacao-Da-Lei-1063903pagina1htmlgt Acesso em 20 abr 2011
RODRIGUES N Os africanos no Brasil 5 ed Satildeo Paulo Nacional 1977
SCHMIDT Maria auxiliadora CAINELLI Marlene Ensinar histoacuteria Satildeo Paulo Scipione 2004
- Paacutegina em branco
-
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 18
13 Pela redaccedilatildeo de Maria Claudia o negro eacute inferior ao branco Vocecirc concorda
com Maria Claudia
14 Como vocecirc se relaciona com seus amigos negros
Formando crianccedilas livres de preconceitos
Sugestatildeo de atividades para o(a) professor(a)
ATENCcedilAtildeO A PARTIR DESTE MOMENTO
TRANSCREVEMOS O TEXTO DE UM BLOG COM
ALGUMAS ADAPTACcedilOtildeES DE DIAGRAMACcedilAtildeO
Construir Notiacutecias por Moacir Pereira Juacutenior (httpserinteiroblogspotcomsearchlabelEducaC3A7C3A3o)
As crianccedilas natildeo satildeo naturalmente preconceituosas Elas aprendem a ser com os adultos Aproveite essa fase essencial da vida de todo ser humano que eacute a infacircncia e valorize sentimentos e valores positivos que esses pequenos e especiais seres trazem em sirdquo Educaccedilatildeo Infantil e dos 1ordm 2ordm e 3ordm anos do Ensino Fundamental Sugiro duas formas de iniciar o projeto uma para alunos que ainda natildeo dominam a escrita e outra para alunos com domiacutenio da escrita Realizando o projeto com crianccedilas da Educaccedilatildeo Infantil e dos 1ordm 2ordm e 3ordm anos do Ensino Fundamental pode-se comeccedilar a trabalhar o tema fazendo uma dinacircmica
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 19
1- Dinacircmica das flores leve flores de diferentes cores e formas para a classe e deixe que cada aluno escolha uma Depois pergunte o que chamou a atenccedilatildeo deles para escolher aquela flor Peccedila-lhes que percebam as diferentes cores o perfume a textura as diferentes formas Chame sua atenccedilatildeo para o fato de as flores serem diferentes e nem por isso menos belas e apreciadas Em seguida peccedila que olhem uns para os outros Assim como as flores cada um eacute diferente mas natildeo menos importante Muitas coisas variam cor e tipo de cabelo formato e cor dos olhos tamanho do nariz altura cor da pele etc
2- Dinacircmica das cores leve um aparelho de som para a classe e coloque uma muacutesica suave Espalhe vaacuterios laacutepis ou gizes de cera de vaacuterias cores sobre a mesa e peccedila para as crianccedilas escolherem a cor que mais lhes agrada Haveraacute cores iguais e cores diferentes Converse com elas sobre como seria o mundo se tudo fosse de uma soacute cor mdash azul por exemplo E se tudo fosse amarelo Ou vermelho Seraacute que elas comeriam uma banana azul Ou um morango cinza Sim Natildeo Por quecirc Pode-se debater se eacute bom haver cores diferentes e o porquecirc Depois peccedila que olhem uns para os outros Assim como as cores cada um eacute diferente Muitas coisas variam cor e tipo de cabelo formato e cor dos olhos tamanho do nariz altura cor da pele Pergunte que cor de laacutepis ou giz eacute mais parecido com a cor da pele de cada um (Caso algum aluno diga que sua cor eacute ldquofeiardquo procure fazecirc-lo se sentir valorizado Esse momento seraacute propiacutecio para melhorar a autoestima dessa crianccedila)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 20
Dinacircmicas para os Proacuteximos Anos do Ensino Fundamental Comeccedilando com jovens do 4ordm e 5ordm anos do Ensino Fundamental o projeto eacute basicamente trocar ideacuteias debater e discutir para se chegar a uma mudanccedila de atitude
1- Discutindo preconceito de gecircnerosexismo
2- Discutindo as diferenccedilas (porte de deficiecircncia obesidade etc)
3- Discutindo preconceito racial e eacutetnico
1- Discutindo preconceito de gecircnerosexismo Questione os alunos ldquoMenino brinca de bonecardquo Peccedila previamente aos alunos para trazerem de casa figuras de diversos profissionais Sente-se em roda com eles e analise as figuras Que profissotildees satildeo mais retratadas Essas profissotildees estatildeo mais ligadas a homens ou a mulheres Haacute profissotildees predominantemente masculinas ou femininas Por quecirc Faccedila cartazes com frases comumente ouvidas como por exemplo ldquoMenino natildeo chorardquo ldquoEsta brincadeira natildeo eacute para meninasrdquo ldquoMenino natildeo usa cor-de-rosardquo ldquoMenina eacute mais fraacutegil que meninordquo ldquoMenina natildeo senta de perna abertardquo ldquoMenino natildeo deve danccedilar baleacuterdquo etc Mostre os cartazes aos alunos e pergunte que outras frases eles jaacute ouviram Questione por que dizem que meninos e meninas natildeo podem fazer tais coisas Quem determinou isso Se possiacutevel traga gravuras que mostrem o contraacuterio do que estaacute escrito nos cartazes Peccedila que as crianccedilas levem histoacuterias em quadrinhos para a sala de aula (Turma da Mocircnica Walt Disney etc) Leia as histoacuterias com eles e chame sua atenccedilatildeo para o papel que eacute reservado agraves meninas (Satildeo sempre as fofoqueiras Satildeo choronas Satildeo consideradas fraacutegeis) E os meninos como satildeo retratados (ativos liacutederes espertos) Leia com eles alguns contos de fadas e analise o papel das mulheres (princesas esperando serem salvas cuja realizaccedilatildeo eacute casar e ser feliz para sempre) Peccedila-lhes que reescrevam um conto de fadas invertendo os papeacuteis masculinos e femininos Se possiacutevel dramatize o novo conto de fadas com a inversatildeo de papeacuteis
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httpcaixinhadecoresblogspotcom200810meninos-e-bonecas-por-que-nohtml
2- Discutindo as diferenccedilas (porte de deficiecircncia obesidade etc) Alunos portadores de deficiecircncia (fiacutesica ou mental) alunos obesos de baixa estatura ou que usam oacuteculos enfim que possuem caracteriacutesticas fiacutesicas que chamam a atenccedilatildeo tambeacutem costumam sofrer algum tipo de discriminaccedilatildeo e comumente satildeo alvo de piadas e comentaacuterios geralmente ofensivos por parte dos colegas e de alguns adultos Veja abaixo algumas atividades para trabalhar esse tema bull Montar um mural com personalidades que apresentem caracteriacutesticas fiacutesicas que fogem aos padrotildees e questionar o conceito de feio e bonito bull Promover a leitura de livros que abordem agrave temaacutetica do preconceito bull Fazer dramatizaccedilatildeo dos livros lidos bull Organizar a turma em grupos e encarregar cada um de elaborar uma histoacuteria sobre uma crianccedila com uma caracteriacutestica fiacutesica ou mental especial Terminadas as histoacuterias organizaacute-las em um livro e se possiacutevel providenciar uma coacutepia para cada aluno bull Montar na sala de aula um mural onde a crianccedila possa desabafar Se durante o dia algueacutem disser algo que a ofenda ou magoe ela escreve o que aconteceu e quem foi o autor e deixa ali uma mensagem de desagravo para o ofensor Acompanhe o teor do que aparece escrito e converse com os conflitantes Esse tipo de atitude poderaacute ajudar caso vocecirc tenha alunos comumente alvo de discriminaccedilatildeo (seja por raccedila cor tamanho porte de alguma deficiecircncia etc)
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3- Discutindo preconceito racial e eacutetnico Peccedila que cada aluno monte a sua histoacuteria (e a da famiacutelia) falando do brinquedo preferido da comida de que mais gosta da famiacutelia etc Monte um livro com todas as histoacuterias dos alunos e pergunte ldquoComo seria o mundo se todos fossem iguaisrdquo Confecccedilatildeo de bonecos eacute raro encontrar no mercado bonecas negras orientais e indiacutegenas o que contribui para reforccedilar a exclusatildeo das crianccedilas desses grupos Se houver possibilidade envolva matildees pais parentes das crianccedilas e confeccionem juntos marionetes e bonecos que representem pessoas negras Evite estereoacutetipos (por exemplo negros sempre pobres ou sempre jogadores de futebol) Monte com as crianccedilas um teatrinho em que haja personagens brancas negras e amarelas em papeacuteis de igual valor (evite dar sempre os papeacuteis de destaque para alunos brancos) Monte um mural com os personagens preferidos das crianccedilas Verifique se haacute algum negro ou oriental Crie com os alunos personagens de diferentes etnias e envolva as crianccedilas na elaboraccedilatildeo de uma histoacuteria em quadrinhos (HQ) Aproveite o momento para trabalhar com a turma os diferentes povos que formaram a atual populaccedilatildeo brasileira Qual a ascendecircncia de cada um Divida a classe em grupos e encarregue cada um de pesquisar um povo e sua contribuiccedilatildeo para a formaccedilatildeo da cultura brasileira na liacutengua na alimentaccedilatildeo nos costumes etc Depois de estudar os diferentes povos que colonizaram o Brasil e contribuiacuteram para a formaccedilatildeo do povo brasileiro monte com as crianccedilas uma feira das naccedilotildees Cada grupo pode usar trajes tiacutepicos fazer performances cantar enfim o que a sua criatividade sugerir Se possiacutevel envolva toda a comunidade escolar nessa feira abrindo-a para a participaccedilatildeo dos pais in Construir Notiacutecias por Moacir Pereira Juacutenior (httpserinteiroblogspotcomsearchlabelEducaC3A7C3A3o)
ATENCcedilAtildeO A PARTIR DESTE MOMENTO NAtildeO
MAIS TRANSCREVEMOS O BLOG
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Trabalhando com muacutesica
ldquoA muacutesica eacute uma forccedila geradora de vida uma energia que
envolve o nosso ser inteiro atuando de forma poderosa sobre
o nosso corpo mente e coraccedilatildeo Aleacutem de alegrar unir e
consagrar mensagens e valores disciplinar e socializar a
muacutesica forma o caraacuteter e favorece o desenvolvimento integral
da personalidade o equiliacutebrio emocional e socialrdquo (profordf
compositora e regente Miacuteria Therezinha Kolling)
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Fazer leitura da letra da muacutesica
2-Procurar no dicionaacuterio o significado das palavras
3-Ouvir a muacutesica de Caetano Veloso
4-Cantar a muacutesica
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1-Fazer anaacutelise da muacutesica junto com os alunos
2-Fazer comentaacuterios sobre a muacutesica
3- Escrever um texto coletivo com os alunos sobre o tema ldquoNavio Negreirordquo
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O Navio Negreiro
Caetano Veloso
Composiccedilatildeo Castro Alves
O Navio Negreiro
Estamos em pleno mar
Era um sonho dantesco o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho
Em sangue a se banhar
Tinir de ferros estalar do accediloite
Legiotildees de homens negros como a noite
Horrendos a danccedilar
Negras mulheres suspendendo agraves tetas
Magras crianccedilas cujas bocas pretas
Rega o sangue das matildees
Outras moccedilas mas nuas espantadas
No turbilhatildeo de espectros arrastados
Em acircnsia e maacutegoa vatildes
E ri-se a orquestra irocircnica estridente
E da ronda fantaacutestica a serpente
Faz doudas espirais
Se o velho arqueja se no chatildeo resvala
Ouvem-se gritos o chicote estala
E voam mais e mais
Presa dos elos de uma soacute cadeia
A multidatildeo faminta cambaleia
E chora e danccedila ali
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 25
Um de raiva delira outro enlouquece
Outro que de martiacuterios embrutece
Cantando geme e ri
No entanto o capitatildeo manda a manobra
E apoacutes fitando o ceacuteu que se desdobra
Tatildeo puro sobre o mar
Diz do fumo entre os densos nevoeiros
Vibrai rijo o chicote marinheiros
Fazei-os mais danccedilar
E ri-se a orquestra irocircnica estridente
E da ronda fantaacutestica a serpente
Faz doudas espirais
Qual num sonho dantesco as sombras voam
Gritos ais maldiccedilotildees preces ressoam
E ri-se Satanaz
Senhor Deus dos desgraccedilados
Dizei-me voacutes Senhor Deus
Se eacute loucura se eacute verdade
Tanto horror perante os ceacuteus
Oacute mar por que natildeo apagas
Coa esponja de tuas vagas
De teu manto este borratildeo
Astros noite tempestades
Rolai das imensidades
Varrei os mares tufatildeo
Quem satildeo estes desgraccedilados
Que natildeo encontram em voacutes
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fuacuteria do algoz
Quem satildeo Se a estrela se cala
Se a vaga agrave pressa resvala
Como um cuacutemplice fugaz
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 26
Perante a noite confusa
Dize-o tu severa musa
Musa libeacuterrima audaz
Satildeo os filhos do deserto
Onde a terra esposa a luz
Onde voa em campo aberto
A tribo dos homens nus
Satildeo os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidatildeo
Homens simples fortes bravos
Hoje miacuteseros escravos
Sem ar sem luz sem razatildeo
Satildeo mulheres desgraccediladas
Como Agar o foi tambeacutem
Que sedentas alquebradas
De longe bem longe vecircm
Trazendo com tiacutebios passos
Filhos e algemas nos braccedilos
Nalma laacutegrimas e fel
Como Agar sofrendo tanto
Que nem o leite do pranto
Tecircm que dar para Ismael
Laacute nas areias infindas
Das palmeiras no paiacutes
Nasceram crianccedilas lindas
Viveram moccedilas gentis
Passa um dia a caravana
Quando a virgem na cabana
Cisma das noites nos veacuteus
Adeus oacute choccedila do monte
Adeus palmeiras da fonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 27
Adeus amores adeus
Senhor Deus dos desgraccedilados
Dizei-me voacutes Senhor Deus
Se eu deliro ou se eacute verdade
Tanto horror perante os ceacuteus
Oacute mar por que natildeo apagas
Coa esponja de tuas vagas
De teu manto este borratildeo
Astros noite tempestades
Rolai das imensidades
Varrei os mares tufatildeo
E existe um povo que a bandeira empresta
Pra cobrir tanta infacircmia e cobardia
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria
Meu Deus meu Deus mas que bandeira eacute esta
Que impudente na gaacutevea tripudia
Silecircncio Musa chora chora tanto
Que o pavilhatildeo se lave no seu pranto
Auriverde pendatildeo de minha terra
Que a brisa do Brasil beija e balanccedila
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperanccedila
Tu que da liberdade apoacutes a guerra
Foste hasteado dos heroacuteis na lanccedila
Antes te houvessem roto na batalha
Que servires a um povo de mortalha
Fatalidade atroz que a mente esmaga
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu na vaga
Como um iacuteris no peacutelago profundo
Mas eacute infacircmia demais
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 28
Da eteacuterea plaga
Levantai-vos heroacuteis do Novo Mundo
Andrada arranca este pendatildeo dos ares
Colombo fecha a porta de teus mares
(endereccedilo do viacutedeo para assistir clip da muacutesica)
(httpwwwyoutubecomwatchv=1Osbp0IMYRM)
Trabalhando com poema
Terra roxa e outras terras- Revista de Estudos Literaacuterios
Ana Claudia Duarte Mendes (UEMSUEL)
A literatura do poema ldquoVozes de Mulheresrdquo de Conceiccedilatildeo Evaristo a partir de
uma perspectiva de construccedilatildeo da memoacuteria possibilita-nos observar a existecircncia
de uma literatura adjetivada afro-brasileira A poesia analisada estaacute inserida em
um contexto no qual o poeta assume o ponto de vista negro Ao narrar a trajetoacuteria
de mulheres negras preservada na memoacuteria coletiva revela a ancestralidade que
se projeta no presente e prepara o futuro
O poema pertence a um tempo e lugar histoacuterico no mesmo instante transcende
essa condiccedilatildeo supera-a ldquoO poema eacute tempo arquetiacutepico e por secirc-lo eacute tempo que
se encarna na experiecircncia concreta de um povo um grupo ou uma seitardquo (Paz
1972 54) A contradiccedilatildeo ndash essecircncia do poema- que ao se encarnar revela-se
histoacuterico ao mesmo tempo em que eacute presente a cada nova leitura atualiza-se e
se projeta enquanto futuro Ao poeta eacute impossiacutevel fugir da histoacuteria mesmo quando
compotildee algo completamente diverso desta pois suas palavras satildeo sociais e
histoacutericas A revelaccedilatildeo poeacutetica consagra a experiecircncia humana (Paz 1972 55)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 29
por ser a poesia imagem A palavra poeacutetica ao se compor enquanto imagem
conforma o isto e o aquilo no mesmo instante Diz o indiziacutevel
O poeta consagra sempre umas experiecircncias histoacutericas que pode ser pessoal
sociais ou ambas as coisas ao mesmo tempo Mas ao falar-nos de todos estes
sucessos sentimentos experiecircncias e pessoas o poeta nos fala de outra coisado
que estaacute fazendo diante de noacutes e em noacutes E mais ainda leva-nos a repetir a
recriar seu poema a nomear aquilo que nomeia e ao fazecirc-lo revela-nos o que
somos (Paz 1972 57)
Como o poema surge na construccedilatildeo a partir da memoacuteria nos atrevemos a
dialogar com a obra de Gizecirclda Melo do nascimento Feitio de viver memoacuterias de
descendentes de escravos de 2006 O livro registra e interpreta a narrativa de
mulheres negras fortes e determinadas a contarem suas trajetoacuterias memoacuterias
individuais e coletivas O olhar para o presente na esperanccedila do futuro sem
alijarem-se do passado ancestral Esta perspectiva nos permitiraacute iluminar o
poema siacutentese do vivido
Vozes-Mulheres de Conceiccedilatildeo Evaristo
A voz da minha bisavoacute ecoou
crianccedila
nos porotildees do navio
Ecoou lamentos
de uma infacircncia perdida
A voz de minha avoacute
ecoou obediecircncia
aos brancos-donos de tudo
A voz de minha matildee
ecoou baixinho revolta
no fundo das cozinhas alheias
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 30
debaixo das trouxas
roupagens sujas dos brancos
pelo caminho empoeirado
rumo agrave favela
A minha voz ainda
ecoa versos perplexos
com rimas de sangue
e
fome
A voz de minha filha
recolhe todas as nossas vozes
recolhe em si
as vozes mudas caladas
engasgadas nas gargantas
A voz de minha filha
recolhe em si
a fala e o ato
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1- Comente a partir do seu proacuteprio olhar o poema da referida autora O
comentaacuterio pode ser tanto teacutecnico (observacircncia da estrutura do poema) quanto
conteudiacutestico (como vocecirc avalia o poema a partir de suas impressotildees pessoais)(A
obra de Conceiccedilatildeo Evaristo eacute facilmente encontrada na Internet) Trabalhar com
os alunos outros poemas
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 31
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno(a)
1- Analisar o poema e reescrever em cada
verso seu significado
A voz de minha bisavoacute
A voz de minha avoacute
A voz de minha matildee
A minha voz
A voz da minha filha
2- Fazer comentaacuterios sobre o poema em sala
de aula professor (a) e alunos
3- Ilustrar o poema usando sua
criatividade
4-Com os desenhos prontos formar grupos
com trecircs alunos e criar uma histoacuteria em
quadrinhos sobre o que entendeu do poema
estudado
A escola e os educandos precisam se organizar para demonstrar a
importacircncia da pluralidade racial na sociedade A fim de contemplar discussotildees
sobre a diversidade racial discutir os problemas sociais Para possibilitar que os
educandos construam suas proacuteprias ideacuteias e entendimento sobre o outro que lhe eacute
diferente O preconceito no cotidiano escolar tem que ser combatido Eacute necessaacuterio
que todos digam natildeo ao preconceito racial Os agentes transformadores da
educaccedilatildeo precisam unir forccedilas para promover o respeito muacutetuo e a possibilidade
de conversar sobre diferenccedilas sem melindres e sem preconceitos Na educaccedilatildeo
infantil tempo dos primeiros passos da vida social da crianccedila eacute importante
possibilitar atitudes positivas estimular o contanto com a esteacutetica e pelo
imaginaacuterio afro e afrodescendente Trazer a verdadeira histoacuteria do negro africano
no Brasil para romper com as barreiras dos preconceitos (Perrucci 1999 p 7)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 32
httpwwwwebartigoscomarticles380941INCLUSAO-NO-TRIBUNAL-DE-JUSTICApagina1html
Trabalhando com imagens
Sugestatildeo de atividades para o aluno
1 Ver as figuras abaixo e responder as questotildees
2 Vocecirc acha que existe preconceito entre essas crianccedilas Justifique
3 A crianccedila jaacute nasce com preconceito Comente
4 Como a crianccedila adquire o preconceito
5 Vocecirc como adolescente jaacute sofreu preconceito Em que fase de sua vida
Comente
Sites das imagens
almazendemensagensblogspotcom uniblogcombr
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 33
agenciaaldensblogspotcom sociologiacienciaevidauolcombr
Trabalhando com viacutedeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1 Assistir o viacutedeo Analisar as imagens e o depoimento
2 Promover um debate sobre o viacutedeo junto com os alunos
Por uma infacircncia sem racismo ver
wwwyoutubecomwatchv=_aPYuKiKFMg
1 Assistir o viacutedeo Analisar os depoimentos reais das pessoas
2 Vocecirc concorda com esses depoimentos Justifique
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 34
Onde vocecirc guarda o seu racismo ver
httpwwwyoutubecomwatchv=ojg07xOt8CY
Trabalhando com entrevista
Histoacuteria Oral - Como fazer uma entrevista
A pesquisa histoacuterica natildeo se baseia apenas em documentos escritos ou imagens mas
tambeacutem na narraccedilatildeo de fatos por parte das pessoas que presenciaram ou que tecircm
maior conhecimento dos mesmos Neste caso outra ferramenta pode ser utilizada
pelo pesquisador para adquirir novas informaccedilotildees acerca do objeto de estudo
Trata-se da entrevista um recurso da Histoacuteria Oral
Na Histoacuteria Oral podem-se fazer duas divisotildees em se tratando de relatos segundo o
historiador Gwyn Prins Existe uma tradiccedilatildeo Oral - a qual representa um
testemunho oral transmitido de uma geraccedilatildeo para a seguinte ou as demais -
Existe tambeacutem uma Reminiscecircncia Pessoal Evidecircncia oral especiacutefica das
experiecircncias de vida do informante (Wikipedia 2007)
Segundo Olga Rodrigues de Moraes Von Simson do Centro de Memoacuteria da
Unicamp a Histoacuteria Oral possibilita que indiviacuteduos pertencentes a categorias
sociais geralmente excluiacutedas da histoacuteria oficial possam ser ouvidos - deixando
registradas para anaacutelises futuras sua proacutepria visatildeo de mundo e aquela do grupo
social ao qual pertencem Apesar de ser um meacutetodo praacutetico e cada vez mais usado
a entrevista apresenta algumas deficiecircncias mas que podem de certa forma serem
superadas o entrevistado pode ter uma falha de memoacuteria pode criar uma
trajetoacuteria artificial se autocelebrar fantasiar omitir ou mesmo mentir O que
poderia ser percebido como um problema acaba se transformando em um recurso
uma vez que o proacuteprio entrevistador no ato de produccedilatildeo da narrativa histoacuterica natildeo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 35
deixa de produzir uma versatildeo do que entendeu ter acontecido Mesmo quando o
pesquisador tenha certeza de que o entrevistado esteja mentido conscientemente
cabe a ele entrevistador tentar entender as razotildees da mentira ou seja quais os
motivos que estatildeo levando a pessoa a mentir podendo ser aplicado o mesmo no
caso da ilusatildeo biograacutefica quando o indiviacuteduo faz uma produccedilatildeo artificial de si
mesmo No caso de esquecimento para ajudar suprir essa falha podem-se usar os
chamados apoios de memoacuteria como fotografias objetos e outras coisas que
possam ajudar o entrevistado a se recordar melhor dos fatos em pesquisa (op
cit)
Se formos analisar a credibilidade dos recursos de pesquisa histoacuterica sejam
documentos ou oralidade iremos nos deparar sempre com a interpretaccedilatildeo ou a
criacutetica pessoal de quem o fez cabendo ao pesquisador saber aproveitar as
informaccedilotildees que lhe conveacutem e criar suas proacuteprias consideraccedilotildees nenhum
documento pode nos dizer mais do que aquilo que o autor pensava ndash o que ele
pensava que havia acontecido queria que os outros pensassem que ele pensava ou
mesmo apenas o que ele proacuteprio pensava pensar Nada disso significa alguma
coisa ateacute que o historiador trabalhe sobre esse material e decifre-o eacute o que
comenta Edward Hallet Carr citado no site Wikipedia
A entrevista possibilita um contato direto com o atorautor da Histoacuteria Esse
envolvimento pode resultar num trabalho dinacircmico abrangente e ateacute mais realista
trazendo assim o passado para o presente
Agora vejamos os passos baacutesicos para realizar uma boa entrevista
COMO FAZER UMA ENTREVISTA
1 Preparar antes da entrevista um roteiro com alguns dos assuntos
importantes a abordar Ao partir para a entrevista eacute fundamental saber
o que vamos perguntar
2 Conversar com o entrevistado sobre nossos objetivos e descobrir se
realmente deseja colaborar conosco Natildeo se obriga ningueacutem a ser
entrevistado
3 Escolher local e hora apropriados para que a entrevista se decirc sem
interrupccedilotildees Num ambiente ou momento onde entrevistado ou
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 36
entrevistador estejam com pressa torna-se impossiacutevel agrave realizaccedilatildeo da
entrevista
4 Em lugar de apenas anotar o que o entrevistado diz eacute melhor e mais
adequado se possiacutevel levar um gravador para ficar tudo registrado de
tal forma que natildeo se perca parte alguma daquilo que o entrevistado
disse
5 A entrevista natildeo deve ser interrogatoacuterio e sim diaacutelogo
6 O entrevistador deve respeitar as opiniotildees do entrevistado mesmo
quando natildeo concordar com elas
7 O entrevistador deve dar oportunidade para que o entrevistado fale
tudo o que desejar no tempo que quiser
8 Nunca fazer nova pergunta enquanto o entrevistado ainda natildeo tiver
terminado de expor seu pensamento em relaccedilatildeo agrave pergunta anterior
Natildeo interromper desnecessariamente a fala do outro
professor-josimarblogspotcom200908historia-oral
REFEREcircNCIAS
SIMSON Olga Rodrigues de Moraes Von O que eacute Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
wwwcentrodememoriaunicampbrlahoindexhtm Acesso em 23 mai 2007
WIKIPEDIA Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
httpptwikipediaorgwikiHistAtildesup3ria_OralsearchInputsearchInput Acesso
em 23 mai 2007
httpwwwfeunbbrpieComo20fazer20uma20entrevistahtm
Professor Josimar Pais de Almeida
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 37
Sugestatildeo de Roteiro para realizar a entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistador
Nome do entrevistador
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Onde trabalha
Data local da entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistado
Nome
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Questionamento
Onde trabalha
Grau de escolaridade
Religiatildeo que frequumlenta
Tempo que mora na cidade de Rolacircndia
De onde veio sua famiacutelia
Vocecirc gosta de morar aqui
Porque vieram morar aqui
Do que sente saudades
Como era essa cidade quando vocecirc chegou aqui
Como vocecirc considera essa cidade hoje
Fale como era o lazer quando vocecirc era adolescente Como eacute seu lazer hoje
Fale sobre o namoro de antigamente As pessoas tinham um lugar para ldquopaquerarrdquo
Qual era a principal alimentaccedilatildeo das pessoas
Havia violecircncia Como era
Como eram as escolas Usava-se uniforme
Como eram as roupas Onde as comprava ou quem as confeccionava
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 38
Como era a educaccedilatildeo dos filhos
Havia igrejas Frequentava alguma no passado E hoje
O que era cultivado nas lavouras
Muitas pessoas moravam na zona rural
Como eram as habitaccedilotildees
Vocecirc se sente discriminado
O que vocecirc acha da escravidatildeo na eacutepoca da colonizaccedilatildeo do Brasil
Hoje ainda existe escravidatildeo
A fotografia na construccedilatildeo do material didaacutetico
Paulo Freire na ldquopedagogia do oprimidordquo pregava a liberdade atraveacutes da educaccedilatildeo e para
isso educava a partir de estiacutemulos retirados do cotidiano dos alunos aumentando
gradativamente o inverso dos mesmos Os estiacutemulos servem portanto como forma de
despertar a criatividade e o intelecto dos alunos Levando-se em consideraccedilatildeo que a
percepccedilatildeo visual eacute a forma mais objetiva de interaccedilatildeo do homem com o meio que o cerca
os estiacutemulos visuais atendem perfeitamente aos objetivos da educaccedilatildeo Antes mesmo da
escrita as comunicaccedilotildees visuais valendo-se de percepccedilatildeo visual ajuda a escrever a histoacuteria
da humanidade Associando-se aos seus conhecimentos o homem absorve a imagem
processa-a e retira dela suas proacuteprias conclusotildees A imagem dinacircmica ou estaacutetica eacute
portanto uma forma contumaz na divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo quer seja ela educacional
cientifica ou cultural difundindo conhecimentos desenvolvendo ideacuteias e formando
opiniotildees Jaacute em 1888 George Eastman referindo-se agrave fotografia afirmava ldquouma imagem
vale mais que mil palavrasrdquo e desde entatildeo a imagem fotograacutefica estaacute cada vez mais
presente no processo ensino aprendizagem de forma cada vez mais interativa A fotografia
e a questatildeo ambiental estatildeo relacionadas desde sua descoberta em1826 No inicio o
objetivo da fotografia era fazer um registro fiel da natureza Nas suas atividades os
cientistas utilizam cada vez mais a fotografia como instrumentaccedilatildeo de pesquisa registro de
dados apoio didaacutetico e principalmente na divulgaccedilatildeo dos resultados cientiacuteficos
introduzindo o conceito da fotografia cientiacutefica A fotografia eacute uma forma objetiva de
suporte para o ensino e a pesquisa eacute uma forma objetiva de documentaccedilatildeo ela tem o poder
de capturar nuances que muitas vezes passam despercebidas ao olho nu e isso aumenta o
aspecto de observaccedilatildeo do pesquisador A fotografia cientiacutefica tem que retratar o real
aparente a imagem como um instrumento de uma memoacuteria documental da realidade
Muitas vezes diante da dificuldade de deslocamento os professores lanccedilam matildeo da
fotografia para exemplificar e fixar conceitos educacionais tirando-os do imaginaacuterio e
trazendo para suas aulas de forma mais concreta wwwabedorgbrcongresso2007tc552007125857PMpdf
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 39
Trabalhando com fotografias e Histoacuteria Local
FIGURA 1
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 40
FIGURA 2
httpjornalrolandianetblogspotcom201105familia-farina-fotografando-rolandiahtml
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 41
FIGURA 3
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 42
FIGURA 4
httpwwwpanoramiocomphoto9865842
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 43
FIGURAS 5 E 6
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 44
FIGURA 7
httpwwwgooglecombrimgresq=FOTOS+ESCOLA+PADRE+JOSE+HERIONS+ROLANDIA
LEMBRETE AO (Agrave) PROFESSOR (A) Nossa proposta significa trabalhar com FONTE DOCUMENTAL As respostas das entrevistas consistem tambeacutem em FONTES DOCUMENTIAS E como tal devem ser interpretadas em sala de aula Qualquer material como fotos muacutesicas poemas imagens etc devem ser tratadas como FONTES u seja pergunta-se a estas QUEM FEZ QUANDO ONDE PARA QUEM POR QUEcirc OQUE QUER COMUNICAR E todos estes materiais necessitam de referecircncia como qualquer texto livro reportagem etc
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 45
Sugestatildeo de atividades para o aluno
Analise as fotografias (1-2-3-4-5-6-7) o Vocecirc conhece esses lugares que estatildeo representados nas fotos o Qual lugar da foto estaacute localizado mais perto de sua casa o Quais fotos representam lugar de lazer o Vendo as fotos onde podemos fazer nossas reflexotildees o O que estaacute na foto que incomoda a comunidade o Vocecirc conhece algumas pessoas das fotos Escreva os nomes das mesmas o Com qual foto vocecirc mais se identificou Justifique sua resposta o Escreva uma frase para cada fotografia o Essas fotos fazem parte da Histoacuteria de Rolacircndia Faccedila comentaacuterios
Sugestatildeo de atividades para o professor
1-Trabalhe com fotografias o Peccedila para seu aluno trazer fotos antigas da famiacutelia da comunidade etc o Faccedila perguntas para obter respostas o Dar oportunidade para um debate sobre as fotos trazidas pelos alunos o Formar grupo com trecircs alunos para eles escreverem sobre as fotos o Colocar em cartazes os resultados obtidos natildeo esquecer de registrar a eacutepoca e
lugar em que foi tirada a foto o Expor na escola para que outros alunos possam ler e analisar os trabalhos
realizados
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 46
Referecircncia bibliograacutefica do texto explicativo
BAUMAN Z Modernidade e ambivalecircncia Rio de Janeiro Jorge Zahar 1999
CAVALLEIRO E S Do silecircncio do lar ao silecircncio escolar racismo preconceito e discriminaccedilatildeo na educaccedilatildeo infantil 4 ed Satildeo Paulo Contexto 2005
FERREIRA Ricardo Franklin O brasileiro o racismo silencioso e a identidade afro-descendente Psicologia e Sociedade Belo Horizonte v 14 n 1 p 69-86 janjun 2002
FIGUEIREDO Luis Claudio Mendonccedila Revisitando as psicologias da epistemologia agrave eacutetica das praacuteticas e discursos psicoloacutegicos 3 ed Petroacutepolis Vozes 2004
FREITAS Patriacutecia de Sobre a Lei 10639 o ensino de histoacuteria e a cultura afro-brasileira OPSIS Catalatildeo v 10 n 1 p15-28 janjun 2010
GONCcedilALVES Rita de Caacutessia LISBOATeresa Kleba Sobre o meacutetodo de Histoacuteria oral em sua modalidade trajetoacuteria de vida Revista Kataacutel Florianoacutepolis v 10 n especial p 83-92 2007
REIS Faacutetima A implementaccedilatildeo da Lei 1063903 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwwebartigoscomarticles39841A-Implementacao-Da-Lei-1063903pagina1htmlgt Acesso em 20 abr 2011
RODRIGUES N Os africanos no Brasil 5 ed Satildeo Paulo Nacional 1977
SCHMIDT Maria auxiliadora CAINELLI Marlene Ensinar histoacuteria Satildeo Paulo Scipione 2004
- Paacutegina em branco
-
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 19
1- Dinacircmica das flores leve flores de diferentes cores e formas para a classe e deixe que cada aluno escolha uma Depois pergunte o que chamou a atenccedilatildeo deles para escolher aquela flor Peccedila-lhes que percebam as diferentes cores o perfume a textura as diferentes formas Chame sua atenccedilatildeo para o fato de as flores serem diferentes e nem por isso menos belas e apreciadas Em seguida peccedila que olhem uns para os outros Assim como as flores cada um eacute diferente mas natildeo menos importante Muitas coisas variam cor e tipo de cabelo formato e cor dos olhos tamanho do nariz altura cor da pele etc
2- Dinacircmica das cores leve um aparelho de som para a classe e coloque uma muacutesica suave Espalhe vaacuterios laacutepis ou gizes de cera de vaacuterias cores sobre a mesa e peccedila para as crianccedilas escolherem a cor que mais lhes agrada Haveraacute cores iguais e cores diferentes Converse com elas sobre como seria o mundo se tudo fosse de uma soacute cor mdash azul por exemplo E se tudo fosse amarelo Ou vermelho Seraacute que elas comeriam uma banana azul Ou um morango cinza Sim Natildeo Por quecirc Pode-se debater se eacute bom haver cores diferentes e o porquecirc Depois peccedila que olhem uns para os outros Assim como as cores cada um eacute diferente Muitas coisas variam cor e tipo de cabelo formato e cor dos olhos tamanho do nariz altura cor da pele Pergunte que cor de laacutepis ou giz eacute mais parecido com a cor da pele de cada um (Caso algum aluno diga que sua cor eacute ldquofeiardquo procure fazecirc-lo se sentir valorizado Esse momento seraacute propiacutecio para melhorar a autoestima dessa crianccedila)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 20
Dinacircmicas para os Proacuteximos Anos do Ensino Fundamental Comeccedilando com jovens do 4ordm e 5ordm anos do Ensino Fundamental o projeto eacute basicamente trocar ideacuteias debater e discutir para se chegar a uma mudanccedila de atitude
1- Discutindo preconceito de gecircnerosexismo
2- Discutindo as diferenccedilas (porte de deficiecircncia obesidade etc)
3- Discutindo preconceito racial e eacutetnico
1- Discutindo preconceito de gecircnerosexismo Questione os alunos ldquoMenino brinca de bonecardquo Peccedila previamente aos alunos para trazerem de casa figuras de diversos profissionais Sente-se em roda com eles e analise as figuras Que profissotildees satildeo mais retratadas Essas profissotildees estatildeo mais ligadas a homens ou a mulheres Haacute profissotildees predominantemente masculinas ou femininas Por quecirc Faccedila cartazes com frases comumente ouvidas como por exemplo ldquoMenino natildeo chorardquo ldquoEsta brincadeira natildeo eacute para meninasrdquo ldquoMenino natildeo usa cor-de-rosardquo ldquoMenina eacute mais fraacutegil que meninordquo ldquoMenina natildeo senta de perna abertardquo ldquoMenino natildeo deve danccedilar baleacuterdquo etc Mostre os cartazes aos alunos e pergunte que outras frases eles jaacute ouviram Questione por que dizem que meninos e meninas natildeo podem fazer tais coisas Quem determinou isso Se possiacutevel traga gravuras que mostrem o contraacuterio do que estaacute escrito nos cartazes Peccedila que as crianccedilas levem histoacuterias em quadrinhos para a sala de aula (Turma da Mocircnica Walt Disney etc) Leia as histoacuterias com eles e chame sua atenccedilatildeo para o papel que eacute reservado agraves meninas (Satildeo sempre as fofoqueiras Satildeo choronas Satildeo consideradas fraacutegeis) E os meninos como satildeo retratados (ativos liacutederes espertos) Leia com eles alguns contos de fadas e analise o papel das mulheres (princesas esperando serem salvas cuja realizaccedilatildeo eacute casar e ser feliz para sempre) Peccedila-lhes que reescrevam um conto de fadas invertendo os papeacuteis masculinos e femininos Se possiacutevel dramatize o novo conto de fadas com a inversatildeo de papeacuteis
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 21
httpcaixinhadecoresblogspotcom200810meninos-e-bonecas-por-que-nohtml
2- Discutindo as diferenccedilas (porte de deficiecircncia obesidade etc) Alunos portadores de deficiecircncia (fiacutesica ou mental) alunos obesos de baixa estatura ou que usam oacuteculos enfim que possuem caracteriacutesticas fiacutesicas que chamam a atenccedilatildeo tambeacutem costumam sofrer algum tipo de discriminaccedilatildeo e comumente satildeo alvo de piadas e comentaacuterios geralmente ofensivos por parte dos colegas e de alguns adultos Veja abaixo algumas atividades para trabalhar esse tema bull Montar um mural com personalidades que apresentem caracteriacutesticas fiacutesicas que fogem aos padrotildees e questionar o conceito de feio e bonito bull Promover a leitura de livros que abordem agrave temaacutetica do preconceito bull Fazer dramatizaccedilatildeo dos livros lidos bull Organizar a turma em grupos e encarregar cada um de elaborar uma histoacuteria sobre uma crianccedila com uma caracteriacutestica fiacutesica ou mental especial Terminadas as histoacuterias organizaacute-las em um livro e se possiacutevel providenciar uma coacutepia para cada aluno bull Montar na sala de aula um mural onde a crianccedila possa desabafar Se durante o dia algueacutem disser algo que a ofenda ou magoe ela escreve o que aconteceu e quem foi o autor e deixa ali uma mensagem de desagravo para o ofensor Acompanhe o teor do que aparece escrito e converse com os conflitantes Esse tipo de atitude poderaacute ajudar caso vocecirc tenha alunos comumente alvo de discriminaccedilatildeo (seja por raccedila cor tamanho porte de alguma deficiecircncia etc)
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3- Discutindo preconceito racial e eacutetnico Peccedila que cada aluno monte a sua histoacuteria (e a da famiacutelia) falando do brinquedo preferido da comida de que mais gosta da famiacutelia etc Monte um livro com todas as histoacuterias dos alunos e pergunte ldquoComo seria o mundo se todos fossem iguaisrdquo Confecccedilatildeo de bonecos eacute raro encontrar no mercado bonecas negras orientais e indiacutegenas o que contribui para reforccedilar a exclusatildeo das crianccedilas desses grupos Se houver possibilidade envolva matildees pais parentes das crianccedilas e confeccionem juntos marionetes e bonecos que representem pessoas negras Evite estereoacutetipos (por exemplo negros sempre pobres ou sempre jogadores de futebol) Monte com as crianccedilas um teatrinho em que haja personagens brancas negras e amarelas em papeacuteis de igual valor (evite dar sempre os papeacuteis de destaque para alunos brancos) Monte um mural com os personagens preferidos das crianccedilas Verifique se haacute algum negro ou oriental Crie com os alunos personagens de diferentes etnias e envolva as crianccedilas na elaboraccedilatildeo de uma histoacuteria em quadrinhos (HQ) Aproveite o momento para trabalhar com a turma os diferentes povos que formaram a atual populaccedilatildeo brasileira Qual a ascendecircncia de cada um Divida a classe em grupos e encarregue cada um de pesquisar um povo e sua contribuiccedilatildeo para a formaccedilatildeo da cultura brasileira na liacutengua na alimentaccedilatildeo nos costumes etc Depois de estudar os diferentes povos que colonizaram o Brasil e contribuiacuteram para a formaccedilatildeo do povo brasileiro monte com as crianccedilas uma feira das naccedilotildees Cada grupo pode usar trajes tiacutepicos fazer performances cantar enfim o que a sua criatividade sugerir Se possiacutevel envolva toda a comunidade escolar nessa feira abrindo-a para a participaccedilatildeo dos pais in Construir Notiacutecias por Moacir Pereira Juacutenior (httpserinteiroblogspotcomsearchlabelEducaC3A7C3A3o)
ATENCcedilAtildeO A PARTIR DESTE MOMENTO NAtildeO
MAIS TRANSCREVEMOS O BLOG
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 23
Trabalhando com muacutesica
ldquoA muacutesica eacute uma forccedila geradora de vida uma energia que
envolve o nosso ser inteiro atuando de forma poderosa sobre
o nosso corpo mente e coraccedilatildeo Aleacutem de alegrar unir e
consagrar mensagens e valores disciplinar e socializar a
muacutesica forma o caraacuteter e favorece o desenvolvimento integral
da personalidade o equiliacutebrio emocional e socialrdquo (profordf
compositora e regente Miacuteria Therezinha Kolling)
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Fazer leitura da letra da muacutesica
2-Procurar no dicionaacuterio o significado das palavras
3-Ouvir a muacutesica de Caetano Veloso
4-Cantar a muacutesica
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1-Fazer anaacutelise da muacutesica junto com os alunos
2-Fazer comentaacuterios sobre a muacutesica
3- Escrever um texto coletivo com os alunos sobre o tema ldquoNavio Negreirordquo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 24
O Navio Negreiro
Caetano Veloso
Composiccedilatildeo Castro Alves
O Navio Negreiro
Estamos em pleno mar
Era um sonho dantesco o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho
Em sangue a se banhar
Tinir de ferros estalar do accediloite
Legiotildees de homens negros como a noite
Horrendos a danccedilar
Negras mulheres suspendendo agraves tetas
Magras crianccedilas cujas bocas pretas
Rega o sangue das matildees
Outras moccedilas mas nuas espantadas
No turbilhatildeo de espectros arrastados
Em acircnsia e maacutegoa vatildes
E ri-se a orquestra irocircnica estridente
E da ronda fantaacutestica a serpente
Faz doudas espirais
Se o velho arqueja se no chatildeo resvala
Ouvem-se gritos o chicote estala
E voam mais e mais
Presa dos elos de uma soacute cadeia
A multidatildeo faminta cambaleia
E chora e danccedila ali
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 25
Um de raiva delira outro enlouquece
Outro que de martiacuterios embrutece
Cantando geme e ri
No entanto o capitatildeo manda a manobra
E apoacutes fitando o ceacuteu que se desdobra
Tatildeo puro sobre o mar
Diz do fumo entre os densos nevoeiros
Vibrai rijo o chicote marinheiros
Fazei-os mais danccedilar
E ri-se a orquestra irocircnica estridente
E da ronda fantaacutestica a serpente
Faz doudas espirais
Qual num sonho dantesco as sombras voam
Gritos ais maldiccedilotildees preces ressoam
E ri-se Satanaz
Senhor Deus dos desgraccedilados
Dizei-me voacutes Senhor Deus
Se eacute loucura se eacute verdade
Tanto horror perante os ceacuteus
Oacute mar por que natildeo apagas
Coa esponja de tuas vagas
De teu manto este borratildeo
Astros noite tempestades
Rolai das imensidades
Varrei os mares tufatildeo
Quem satildeo estes desgraccedilados
Que natildeo encontram em voacutes
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fuacuteria do algoz
Quem satildeo Se a estrela se cala
Se a vaga agrave pressa resvala
Como um cuacutemplice fugaz
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 26
Perante a noite confusa
Dize-o tu severa musa
Musa libeacuterrima audaz
Satildeo os filhos do deserto
Onde a terra esposa a luz
Onde voa em campo aberto
A tribo dos homens nus
Satildeo os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidatildeo
Homens simples fortes bravos
Hoje miacuteseros escravos
Sem ar sem luz sem razatildeo
Satildeo mulheres desgraccediladas
Como Agar o foi tambeacutem
Que sedentas alquebradas
De longe bem longe vecircm
Trazendo com tiacutebios passos
Filhos e algemas nos braccedilos
Nalma laacutegrimas e fel
Como Agar sofrendo tanto
Que nem o leite do pranto
Tecircm que dar para Ismael
Laacute nas areias infindas
Das palmeiras no paiacutes
Nasceram crianccedilas lindas
Viveram moccedilas gentis
Passa um dia a caravana
Quando a virgem na cabana
Cisma das noites nos veacuteus
Adeus oacute choccedila do monte
Adeus palmeiras da fonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 27
Adeus amores adeus
Senhor Deus dos desgraccedilados
Dizei-me voacutes Senhor Deus
Se eu deliro ou se eacute verdade
Tanto horror perante os ceacuteus
Oacute mar por que natildeo apagas
Coa esponja de tuas vagas
De teu manto este borratildeo
Astros noite tempestades
Rolai das imensidades
Varrei os mares tufatildeo
E existe um povo que a bandeira empresta
Pra cobrir tanta infacircmia e cobardia
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria
Meu Deus meu Deus mas que bandeira eacute esta
Que impudente na gaacutevea tripudia
Silecircncio Musa chora chora tanto
Que o pavilhatildeo se lave no seu pranto
Auriverde pendatildeo de minha terra
Que a brisa do Brasil beija e balanccedila
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperanccedila
Tu que da liberdade apoacutes a guerra
Foste hasteado dos heroacuteis na lanccedila
Antes te houvessem roto na batalha
Que servires a um povo de mortalha
Fatalidade atroz que a mente esmaga
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu na vaga
Como um iacuteris no peacutelago profundo
Mas eacute infacircmia demais
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 28
Da eteacuterea plaga
Levantai-vos heroacuteis do Novo Mundo
Andrada arranca este pendatildeo dos ares
Colombo fecha a porta de teus mares
(endereccedilo do viacutedeo para assistir clip da muacutesica)
(httpwwwyoutubecomwatchv=1Osbp0IMYRM)
Trabalhando com poema
Terra roxa e outras terras- Revista de Estudos Literaacuterios
Ana Claudia Duarte Mendes (UEMSUEL)
A literatura do poema ldquoVozes de Mulheresrdquo de Conceiccedilatildeo Evaristo a partir de
uma perspectiva de construccedilatildeo da memoacuteria possibilita-nos observar a existecircncia
de uma literatura adjetivada afro-brasileira A poesia analisada estaacute inserida em
um contexto no qual o poeta assume o ponto de vista negro Ao narrar a trajetoacuteria
de mulheres negras preservada na memoacuteria coletiva revela a ancestralidade que
se projeta no presente e prepara o futuro
O poema pertence a um tempo e lugar histoacuterico no mesmo instante transcende
essa condiccedilatildeo supera-a ldquoO poema eacute tempo arquetiacutepico e por secirc-lo eacute tempo que
se encarna na experiecircncia concreta de um povo um grupo ou uma seitardquo (Paz
1972 54) A contradiccedilatildeo ndash essecircncia do poema- que ao se encarnar revela-se
histoacuterico ao mesmo tempo em que eacute presente a cada nova leitura atualiza-se e
se projeta enquanto futuro Ao poeta eacute impossiacutevel fugir da histoacuteria mesmo quando
compotildee algo completamente diverso desta pois suas palavras satildeo sociais e
histoacutericas A revelaccedilatildeo poeacutetica consagra a experiecircncia humana (Paz 1972 55)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 29
por ser a poesia imagem A palavra poeacutetica ao se compor enquanto imagem
conforma o isto e o aquilo no mesmo instante Diz o indiziacutevel
O poeta consagra sempre umas experiecircncias histoacutericas que pode ser pessoal
sociais ou ambas as coisas ao mesmo tempo Mas ao falar-nos de todos estes
sucessos sentimentos experiecircncias e pessoas o poeta nos fala de outra coisado
que estaacute fazendo diante de noacutes e em noacutes E mais ainda leva-nos a repetir a
recriar seu poema a nomear aquilo que nomeia e ao fazecirc-lo revela-nos o que
somos (Paz 1972 57)
Como o poema surge na construccedilatildeo a partir da memoacuteria nos atrevemos a
dialogar com a obra de Gizecirclda Melo do nascimento Feitio de viver memoacuterias de
descendentes de escravos de 2006 O livro registra e interpreta a narrativa de
mulheres negras fortes e determinadas a contarem suas trajetoacuterias memoacuterias
individuais e coletivas O olhar para o presente na esperanccedila do futuro sem
alijarem-se do passado ancestral Esta perspectiva nos permitiraacute iluminar o
poema siacutentese do vivido
Vozes-Mulheres de Conceiccedilatildeo Evaristo
A voz da minha bisavoacute ecoou
crianccedila
nos porotildees do navio
Ecoou lamentos
de uma infacircncia perdida
A voz de minha avoacute
ecoou obediecircncia
aos brancos-donos de tudo
A voz de minha matildee
ecoou baixinho revolta
no fundo das cozinhas alheias
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 30
debaixo das trouxas
roupagens sujas dos brancos
pelo caminho empoeirado
rumo agrave favela
A minha voz ainda
ecoa versos perplexos
com rimas de sangue
e
fome
A voz de minha filha
recolhe todas as nossas vozes
recolhe em si
as vozes mudas caladas
engasgadas nas gargantas
A voz de minha filha
recolhe em si
a fala e o ato
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1- Comente a partir do seu proacuteprio olhar o poema da referida autora O
comentaacuterio pode ser tanto teacutecnico (observacircncia da estrutura do poema) quanto
conteudiacutestico (como vocecirc avalia o poema a partir de suas impressotildees pessoais)(A
obra de Conceiccedilatildeo Evaristo eacute facilmente encontrada na Internet) Trabalhar com
os alunos outros poemas
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 31
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno(a)
1- Analisar o poema e reescrever em cada
verso seu significado
A voz de minha bisavoacute
A voz de minha avoacute
A voz de minha matildee
A minha voz
A voz da minha filha
2- Fazer comentaacuterios sobre o poema em sala
de aula professor (a) e alunos
3- Ilustrar o poema usando sua
criatividade
4-Com os desenhos prontos formar grupos
com trecircs alunos e criar uma histoacuteria em
quadrinhos sobre o que entendeu do poema
estudado
A escola e os educandos precisam se organizar para demonstrar a
importacircncia da pluralidade racial na sociedade A fim de contemplar discussotildees
sobre a diversidade racial discutir os problemas sociais Para possibilitar que os
educandos construam suas proacuteprias ideacuteias e entendimento sobre o outro que lhe eacute
diferente O preconceito no cotidiano escolar tem que ser combatido Eacute necessaacuterio
que todos digam natildeo ao preconceito racial Os agentes transformadores da
educaccedilatildeo precisam unir forccedilas para promover o respeito muacutetuo e a possibilidade
de conversar sobre diferenccedilas sem melindres e sem preconceitos Na educaccedilatildeo
infantil tempo dos primeiros passos da vida social da crianccedila eacute importante
possibilitar atitudes positivas estimular o contanto com a esteacutetica e pelo
imaginaacuterio afro e afrodescendente Trazer a verdadeira histoacuteria do negro africano
no Brasil para romper com as barreiras dos preconceitos (Perrucci 1999 p 7)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 32
httpwwwwebartigoscomarticles380941INCLUSAO-NO-TRIBUNAL-DE-JUSTICApagina1html
Trabalhando com imagens
Sugestatildeo de atividades para o aluno
1 Ver as figuras abaixo e responder as questotildees
2 Vocecirc acha que existe preconceito entre essas crianccedilas Justifique
3 A crianccedila jaacute nasce com preconceito Comente
4 Como a crianccedila adquire o preconceito
5 Vocecirc como adolescente jaacute sofreu preconceito Em que fase de sua vida
Comente
Sites das imagens
almazendemensagensblogspotcom uniblogcombr
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 33
agenciaaldensblogspotcom sociologiacienciaevidauolcombr
Trabalhando com viacutedeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1 Assistir o viacutedeo Analisar as imagens e o depoimento
2 Promover um debate sobre o viacutedeo junto com os alunos
Por uma infacircncia sem racismo ver
wwwyoutubecomwatchv=_aPYuKiKFMg
1 Assistir o viacutedeo Analisar os depoimentos reais das pessoas
2 Vocecirc concorda com esses depoimentos Justifique
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 34
Onde vocecirc guarda o seu racismo ver
httpwwwyoutubecomwatchv=ojg07xOt8CY
Trabalhando com entrevista
Histoacuteria Oral - Como fazer uma entrevista
A pesquisa histoacuterica natildeo se baseia apenas em documentos escritos ou imagens mas
tambeacutem na narraccedilatildeo de fatos por parte das pessoas que presenciaram ou que tecircm
maior conhecimento dos mesmos Neste caso outra ferramenta pode ser utilizada
pelo pesquisador para adquirir novas informaccedilotildees acerca do objeto de estudo
Trata-se da entrevista um recurso da Histoacuteria Oral
Na Histoacuteria Oral podem-se fazer duas divisotildees em se tratando de relatos segundo o
historiador Gwyn Prins Existe uma tradiccedilatildeo Oral - a qual representa um
testemunho oral transmitido de uma geraccedilatildeo para a seguinte ou as demais -
Existe tambeacutem uma Reminiscecircncia Pessoal Evidecircncia oral especiacutefica das
experiecircncias de vida do informante (Wikipedia 2007)
Segundo Olga Rodrigues de Moraes Von Simson do Centro de Memoacuteria da
Unicamp a Histoacuteria Oral possibilita que indiviacuteduos pertencentes a categorias
sociais geralmente excluiacutedas da histoacuteria oficial possam ser ouvidos - deixando
registradas para anaacutelises futuras sua proacutepria visatildeo de mundo e aquela do grupo
social ao qual pertencem Apesar de ser um meacutetodo praacutetico e cada vez mais usado
a entrevista apresenta algumas deficiecircncias mas que podem de certa forma serem
superadas o entrevistado pode ter uma falha de memoacuteria pode criar uma
trajetoacuteria artificial se autocelebrar fantasiar omitir ou mesmo mentir O que
poderia ser percebido como um problema acaba se transformando em um recurso
uma vez que o proacuteprio entrevistador no ato de produccedilatildeo da narrativa histoacuterica natildeo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 35
deixa de produzir uma versatildeo do que entendeu ter acontecido Mesmo quando o
pesquisador tenha certeza de que o entrevistado esteja mentido conscientemente
cabe a ele entrevistador tentar entender as razotildees da mentira ou seja quais os
motivos que estatildeo levando a pessoa a mentir podendo ser aplicado o mesmo no
caso da ilusatildeo biograacutefica quando o indiviacuteduo faz uma produccedilatildeo artificial de si
mesmo No caso de esquecimento para ajudar suprir essa falha podem-se usar os
chamados apoios de memoacuteria como fotografias objetos e outras coisas que
possam ajudar o entrevistado a se recordar melhor dos fatos em pesquisa (op
cit)
Se formos analisar a credibilidade dos recursos de pesquisa histoacuterica sejam
documentos ou oralidade iremos nos deparar sempre com a interpretaccedilatildeo ou a
criacutetica pessoal de quem o fez cabendo ao pesquisador saber aproveitar as
informaccedilotildees que lhe conveacutem e criar suas proacuteprias consideraccedilotildees nenhum
documento pode nos dizer mais do que aquilo que o autor pensava ndash o que ele
pensava que havia acontecido queria que os outros pensassem que ele pensava ou
mesmo apenas o que ele proacuteprio pensava pensar Nada disso significa alguma
coisa ateacute que o historiador trabalhe sobre esse material e decifre-o eacute o que
comenta Edward Hallet Carr citado no site Wikipedia
A entrevista possibilita um contato direto com o atorautor da Histoacuteria Esse
envolvimento pode resultar num trabalho dinacircmico abrangente e ateacute mais realista
trazendo assim o passado para o presente
Agora vejamos os passos baacutesicos para realizar uma boa entrevista
COMO FAZER UMA ENTREVISTA
1 Preparar antes da entrevista um roteiro com alguns dos assuntos
importantes a abordar Ao partir para a entrevista eacute fundamental saber
o que vamos perguntar
2 Conversar com o entrevistado sobre nossos objetivos e descobrir se
realmente deseja colaborar conosco Natildeo se obriga ningueacutem a ser
entrevistado
3 Escolher local e hora apropriados para que a entrevista se decirc sem
interrupccedilotildees Num ambiente ou momento onde entrevistado ou
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 36
entrevistador estejam com pressa torna-se impossiacutevel agrave realizaccedilatildeo da
entrevista
4 Em lugar de apenas anotar o que o entrevistado diz eacute melhor e mais
adequado se possiacutevel levar um gravador para ficar tudo registrado de
tal forma que natildeo se perca parte alguma daquilo que o entrevistado
disse
5 A entrevista natildeo deve ser interrogatoacuterio e sim diaacutelogo
6 O entrevistador deve respeitar as opiniotildees do entrevistado mesmo
quando natildeo concordar com elas
7 O entrevistador deve dar oportunidade para que o entrevistado fale
tudo o que desejar no tempo que quiser
8 Nunca fazer nova pergunta enquanto o entrevistado ainda natildeo tiver
terminado de expor seu pensamento em relaccedilatildeo agrave pergunta anterior
Natildeo interromper desnecessariamente a fala do outro
professor-josimarblogspotcom200908historia-oral
REFEREcircNCIAS
SIMSON Olga Rodrigues de Moraes Von O que eacute Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
wwwcentrodememoriaunicampbrlahoindexhtm Acesso em 23 mai 2007
WIKIPEDIA Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
httpptwikipediaorgwikiHistAtildesup3ria_OralsearchInputsearchInput Acesso
em 23 mai 2007
httpwwwfeunbbrpieComo20fazer20uma20entrevistahtm
Professor Josimar Pais de Almeida
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 37
Sugestatildeo de Roteiro para realizar a entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistador
Nome do entrevistador
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Onde trabalha
Data local da entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistado
Nome
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Questionamento
Onde trabalha
Grau de escolaridade
Religiatildeo que frequumlenta
Tempo que mora na cidade de Rolacircndia
De onde veio sua famiacutelia
Vocecirc gosta de morar aqui
Porque vieram morar aqui
Do que sente saudades
Como era essa cidade quando vocecirc chegou aqui
Como vocecirc considera essa cidade hoje
Fale como era o lazer quando vocecirc era adolescente Como eacute seu lazer hoje
Fale sobre o namoro de antigamente As pessoas tinham um lugar para ldquopaquerarrdquo
Qual era a principal alimentaccedilatildeo das pessoas
Havia violecircncia Como era
Como eram as escolas Usava-se uniforme
Como eram as roupas Onde as comprava ou quem as confeccionava
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 38
Como era a educaccedilatildeo dos filhos
Havia igrejas Frequentava alguma no passado E hoje
O que era cultivado nas lavouras
Muitas pessoas moravam na zona rural
Como eram as habitaccedilotildees
Vocecirc se sente discriminado
O que vocecirc acha da escravidatildeo na eacutepoca da colonizaccedilatildeo do Brasil
Hoje ainda existe escravidatildeo
A fotografia na construccedilatildeo do material didaacutetico
Paulo Freire na ldquopedagogia do oprimidordquo pregava a liberdade atraveacutes da educaccedilatildeo e para
isso educava a partir de estiacutemulos retirados do cotidiano dos alunos aumentando
gradativamente o inverso dos mesmos Os estiacutemulos servem portanto como forma de
despertar a criatividade e o intelecto dos alunos Levando-se em consideraccedilatildeo que a
percepccedilatildeo visual eacute a forma mais objetiva de interaccedilatildeo do homem com o meio que o cerca
os estiacutemulos visuais atendem perfeitamente aos objetivos da educaccedilatildeo Antes mesmo da
escrita as comunicaccedilotildees visuais valendo-se de percepccedilatildeo visual ajuda a escrever a histoacuteria
da humanidade Associando-se aos seus conhecimentos o homem absorve a imagem
processa-a e retira dela suas proacuteprias conclusotildees A imagem dinacircmica ou estaacutetica eacute
portanto uma forma contumaz na divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo quer seja ela educacional
cientifica ou cultural difundindo conhecimentos desenvolvendo ideacuteias e formando
opiniotildees Jaacute em 1888 George Eastman referindo-se agrave fotografia afirmava ldquouma imagem
vale mais que mil palavrasrdquo e desde entatildeo a imagem fotograacutefica estaacute cada vez mais
presente no processo ensino aprendizagem de forma cada vez mais interativa A fotografia
e a questatildeo ambiental estatildeo relacionadas desde sua descoberta em1826 No inicio o
objetivo da fotografia era fazer um registro fiel da natureza Nas suas atividades os
cientistas utilizam cada vez mais a fotografia como instrumentaccedilatildeo de pesquisa registro de
dados apoio didaacutetico e principalmente na divulgaccedilatildeo dos resultados cientiacuteficos
introduzindo o conceito da fotografia cientiacutefica A fotografia eacute uma forma objetiva de
suporte para o ensino e a pesquisa eacute uma forma objetiva de documentaccedilatildeo ela tem o poder
de capturar nuances que muitas vezes passam despercebidas ao olho nu e isso aumenta o
aspecto de observaccedilatildeo do pesquisador A fotografia cientiacutefica tem que retratar o real
aparente a imagem como um instrumento de uma memoacuteria documental da realidade
Muitas vezes diante da dificuldade de deslocamento os professores lanccedilam matildeo da
fotografia para exemplificar e fixar conceitos educacionais tirando-os do imaginaacuterio e
trazendo para suas aulas de forma mais concreta wwwabedorgbrcongresso2007tc552007125857PMpdf
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 39
Trabalhando com fotografias e Histoacuteria Local
FIGURA 1
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 40
FIGURA 2
httpjornalrolandianetblogspotcom201105familia-farina-fotografando-rolandiahtml
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 41
FIGURA 3
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 42
FIGURA 4
httpwwwpanoramiocomphoto9865842
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 43
FIGURAS 5 E 6
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 44
FIGURA 7
httpwwwgooglecombrimgresq=FOTOS+ESCOLA+PADRE+JOSE+HERIONS+ROLANDIA
LEMBRETE AO (Agrave) PROFESSOR (A) Nossa proposta significa trabalhar com FONTE DOCUMENTAL As respostas das entrevistas consistem tambeacutem em FONTES DOCUMENTIAS E como tal devem ser interpretadas em sala de aula Qualquer material como fotos muacutesicas poemas imagens etc devem ser tratadas como FONTES u seja pergunta-se a estas QUEM FEZ QUANDO ONDE PARA QUEM POR QUEcirc OQUE QUER COMUNICAR E todos estes materiais necessitam de referecircncia como qualquer texto livro reportagem etc
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 45
Sugestatildeo de atividades para o aluno
Analise as fotografias (1-2-3-4-5-6-7) o Vocecirc conhece esses lugares que estatildeo representados nas fotos o Qual lugar da foto estaacute localizado mais perto de sua casa o Quais fotos representam lugar de lazer o Vendo as fotos onde podemos fazer nossas reflexotildees o O que estaacute na foto que incomoda a comunidade o Vocecirc conhece algumas pessoas das fotos Escreva os nomes das mesmas o Com qual foto vocecirc mais se identificou Justifique sua resposta o Escreva uma frase para cada fotografia o Essas fotos fazem parte da Histoacuteria de Rolacircndia Faccedila comentaacuterios
Sugestatildeo de atividades para o professor
1-Trabalhe com fotografias o Peccedila para seu aluno trazer fotos antigas da famiacutelia da comunidade etc o Faccedila perguntas para obter respostas o Dar oportunidade para um debate sobre as fotos trazidas pelos alunos o Formar grupo com trecircs alunos para eles escreverem sobre as fotos o Colocar em cartazes os resultados obtidos natildeo esquecer de registrar a eacutepoca e
lugar em que foi tirada a foto o Expor na escola para que outros alunos possam ler e analisar os trabalhos
realizados
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 46
Referecircncia bibliograacutefica do texto explicativo
BAUMAN Z Modernidade e ambivalecircncia Rio de Janeiro Jorge Zahar 1999
CAVALLEIRO E S Do silecircncio do lar ao silecircncio escolar racismo preconceito e discriminaccedilatildeo na educaccedilatildeo infantil 4 ed Satildeo Paulo Contexto 2005
FERREIRA Ricardo Franklin O brasileiro o racismo silencioso e a identidade afro-descendente Psicologia e Sociedade Belo Horizonte v 14 n 1 p 69-86 janjun 2002
FIGUEIREDO Luis Claudio Mendonccedila Revisitando as psicologias da epistemologia agrave eacutetica das praacuteticas e discursos psicoloacutegicos 3 ed Petroacutepolis Vozes 2004
FREITAS Patriacutecia de Sobre a Lei 10639 o ensino de histoacuteria e a cultura afro-brasileira OPSIS Catalatildeo v 10 n 1 p15-28 janjun 2010
GONCcedilALVES Rita de Caacutessia LISBOATeresa Kleba Sobre o meacutetodo de Histoacuteria oral em sua modalidade trajetoacuteria de vida Revista Kataacutel Florianoacutepolis v 10 n especial p 83-92 2007
REIS Faacutetima A implementaccedilatildeo da Lei 1063903 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwwebartigoscomarticles39841A-Implementacao-Da-Lei-1063903pagina1htmlgt Acesso em 20 abr 2011
RODRIGUES N Os africanos no Brasil 5 ed Satildeo Paulo Nacional 1977
SCHMIDT Maria auxiliadora CAINELLI Marlene Ensinar histoacuteria Satildeo Paulo Scipione 2004
- Paacutegina em branco
-
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 20
Dinacircmicas para os Proacuteximos Anos do Ensino Fundamental Comeccedilando com jovens do 4ordm e 5ordm anos do Ensino Fundamental o projeto eacute basicamente trocar ideacuteias debater e discutir para se chegar a uma mudanccedila de atitude
1- Discutindo preconceito de gecircnerosexismo
2- Discutindo as diferenccedilas (porte de deficiecircncia obesidade etc)
3- Discutindo preconceito racial e eacutetnico
1- Discutindo preconceito de gecircnerosexismo Questione os alunos ldquoMenino brinca de bonecardquo Peccedila previamente aos alunos para trazerem de casa figuras de diversos profissionais Sente-se em roda com eles e analise as figuras Que profissotildees satildeo mais retratadas Essas profissotildees estatildeo mais ligadas a homens ou a mulheres Haacute profissotildees predominantemente masculinas ou femininas Por quecirc Faccedila cartazes com frases comumente ouvidas como por exemplo ldquoMenino natildeo chorardquo ldquoEsta brincadeira natildeo eacute para meninasrdquo ldquoMenino natildeo usa cor-de-rosardquo ldquoMenina eacute mais fraacutegil que meninordquo ldquoMenina natildeo senta de perna abertardquo ldquoMenino natildeo deve danccedilar baleacuterdquo etc Mostre os cartazes aos alunos e pergunte que outras frases eles jaacute ouviram Questione por que dizem que meninos e meninas natildeo podem fazer tais coisas Quem determinou isso Se possiacutevel traga gravuras que mostrem o contraacuterio do que estaacute escrito nos cartazes Peccedila que as crianccedilas levem histoacuterias em quadrinhos para a sala de aula (Turma da Mocircnica Walt Disney etc) Leia as histoacuterias com eles e chame sua atenccedilatildeo para o papel que eacute reservado agraves meninas (Satildeo sempre as fofoqueiras Satildeo choronas Satildeo consideradas fraacutegeis) E os meninos como satildeo retratados (ativos liacutederes espertos) Leia com eles alguns contos de fadas e analise o papel das mulheres (princesas esperando serem salvas cuja realizaccedilatildeo eacute casar e ser feliz para sempre) Peccedila-lhes que reescrevam um conto de fadas invertendo os papeacuteis masculinos e femininos Se possiacutevel dramatize o novo conto de fadas com a inversatildeo de papeacuteis
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 21
httpcaixinhadecoresblogspotcom200810meninos-e-bonecas-por-que-nohtml
2- Discutindo as diferenccedilas (porte de deficiecircncia obesidade etc) Alunos portadores de deficiecircncia (fiacutesica ou mental) alunos obesos de baixa estatura ou que usam oacuteculos enfim que possuem caracteriacutesticas fiacutesicas que chamam a atenccedilatildeo tambeacutem costumam sofrer algum tipo de discriminaccedilatildeo e comumente satildeo alvo de piadas e comentaacuterios geralmente ofensivos por parte dos colegas e de alguns adultos Veja abaixo algumas atividades para trabalhar esse tema bull Montar um mural com personalidades que apresentem caracteriacutesticas fiacutesicas que fogem aos padrotildees e questionar o conceito de feio e bonito bull Promover a leitura de livros que abordem agrave temaacutetica do preconceito bull Fazer dramatizaccedilatildeo dos livros lidos bull Organizar a turma em grupos e encarregar cada um de elaborar uma histoacuteria sobre uma crianccedila com uma caracteriacutestica fiacutesica ou mental especial Terminadas as histoacuterias organizaacute-las em um livro e se possiacutevel providenciar uma coacutepia para cada aluno bull Montar na sala de aula um mural onde a crianccedila possa desabafar Se durante o dia algueacutem disser algo que a ofenda ou magoe ela escreve o que aconteceu e quem foi o autor e deixa ali uma mensagem de desagravo para o ofensor Acompanhe o teor do que aparece escrito e converse com os conflitantes Esse tipo de atitude poderaacute ajudar caso vocecirc tenha alunos comumente alvo de discriminaccedilatildeo (seja por raccedila cor tamanho porte de alguma deficiecircncia etc)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 22
3- Discutindo preconceito racial e eacutetnico Peccedila que cada aluno monte a sua histoacuteria (e a da famiacutelia) falando do brinquedo preferido da comida de que mais gosta da famiacutelia etc Monte um livro com todas as histoacuterias dos alunos e pergunte ldquoComo seria o mundo se todos fossem iguaisrdquo Confecccedilatildeo de bonecos eacute raro encontrar no mercado bonecas negras orientais e indiacutegenas o que contribui para reforccedilar a exclusatildeo das crianccedilas desses grupos Se houver possibilidade envolva matildees pais parentes das crianccedilas e confeccionem juntos marionetes e bonecos que representem pessoas negras Evite estereoacutetipos (por exemplo negros sempre pobres ou sempre jogadores de futebol) Monte com as crianccedilas um teatrinho em que haja personagens brancas negras e amarelas em papeacuteis de igual valor (evite dar sempre os papeacuteis de destaque para alunos brancos) Monte um mural com os personagens preferidos das crianccedilas Verifique se haacute algum negro ou oriental Crie com os alunos personagens de diferentes etnias e envolva as crianccedilas na elaboraccedilatildeo de uma histoacuteria em quadrinhos (HQ) Aproveite o momento para trabalhar com a turma os diferentes povos que formaram a atual populaccedilatildeo brasileira Qual a ascendecircncia de cada um Divida a classe em grupos e encarregue cada um de pesquisar um povo e sua contribuiccedilatildeo para a formaccedilatildeo da cultura brasileira na liacutengua na alimentaccedilatildeo nos costumes etc Depois de estudar os diferentes povos que colonizaram o Brasil e contribuiacuteram para a formaccedilatildeo do povo brasileiro monte com as crianccedilas uma feira das naccedilotildees Cada grupo pode usar trajes tiacutepicos fazer performances cantar enfim o que a sua criatividade sugerir Se possiacutevel envolva toda a comunidade escolar nessa feira abrindo-a para a participaccedilatildeo dos pais in Construir Notiacutecias por Moacir Pereira Juacutenior (httpserinteiroblogspotcomsearchlabelEducaC3A7C3A3o)
ATENCcedilAtildeO A PARTIR DESTE MOMENTO NAtildeO
MAIS TRANSCREVEMOS O BLOG
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 23
Trabalhando com muacutesica
ldquoA muacutesica eacute uma forccedila geradora de vida uma energia que
envolve o nosso ser inteiro atuando de forma poderosa sobre
o nosso corpo mente e coraccedilatildeo Aleacutem de alegrar unir e
consagrar mensagens e valores disciplinar e socializar a
muacutesica forma o caraacuteter e favorece o desenvolvimento integral
da personalidade o equiliacutebrio emocional e socialrdquo (profordf
compositora e regente Miacuteria Therezinha Kolling)
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Fazer leitura da letra da muacutesica
2-Procurar no dicionaacuterio o significado das palavras
3-Ouvir a muacutesica de Caetano Veloso
4-Cantar a muacutesica
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1-Fazer anaacutelise da muacutesica junto com os alunos
2-Fazer comentaacuterios sobre a muacutesica
3- Escrever um texto coletivo com os alunos sobre o tema ldquoNavio Negreirordquo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 24
O Navio Negreiro
Caetano Veloso
Composiccedilatildeo Castro Alves
O Navio Negreiro
Estamos em pleno mar
Era um sonho dantesco o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho
Em sangue a se banhar
Tinir de ferros estalar do accediloite
Legiotildees de homens negros como a noite
Horrendos a danccedilar
Negras mulheres suspendendo agraves tetas
Magras crianccedilas cujas bocas pretas
Rega o sangue das matildees
Outras moccedilas mas nuas espantadas
No turbilhatildeo de espectros arrastados
Em acircnsia e maacutegoa vatildes
E ri-se a orquestra irocircnica estridente
E da ronda fantaacutestica a serpente
Faz doudas espirais
Se o velho arqueja se no chatildeo resvala
Ouvem-se gritos o chicote estala
E voam mais e mais
Presa dos elos de uma soacute cadeia
A multidatildeo faminta cambaleia
E chora e danccedila ali
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 25
Um de raiva delira outro enlouquece
Outro que de martiacuterios embrutece
Cantando geme e ri
No entanto o capitatildeo manda a manobra
E apoacutes fitando o ceacuteu que se desdobra
Tatildeo puro sobre o mar
Diz do fumo entre os densos nevoeiros
Vibrai rijo o chicote marinheiros
Fazei-os mais danccedilar
E ri-se a orquestra irocircnica estridente
E da ronda fantaacutestica a serpente
Faz doudas espirais
Qual num sonho dantesco as sombras voam
Gritos ais maldiccedilotildees preces ressoam
E ri-se Satanaz
Senhor Deus dos desgraccedilados
Dizei-me voacutes Senhor Deus
Se eacute loucura se eacute verdade
Tanto horror perante os ceacuteus
Oacute mar por que natildeo apagas
Coa esponja de tuas vagas
De teu manto este borratildeo
Astros noite tempestades
Rolai das imensidades
Varrei os mares tufatildeo
Quem satildeo estes desgraccedilados
Que natildeo encontram em voacutes
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fuacuteria do algoz
Quem satildeo Se a estrela se cala
Se a vaga agrave pressa resvala
Como um cuacutemplice fugaz
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 26
Perante a noite confusa
Dize-o tu severa musa
Musa libeacuterrima audaz
Satildeo os filhos do deserto
Onde a terra esposa a luz
Onde voa em campo aberto
A tribo dos homens nus
Satildeo os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidatildeo
Homens simples fortes bravos
Hoje miacuteseros escravos
Sem ar sem luz sem razatildeo
Satildeo mulheres desgraccediladas
Como Agar o foi tambeacutem
Que sedentas alquebradas
De longe bem longe vecircm
Trazendo com tiacutebios passos
Filhos e algemas nos braccedilos
Nalma laacutegrimas e fel
Como Agar sofrendo tanto
Que nem o leite do pranto
Tecircm que dar para Ismael
Laacute nas areias infindas
Das palmeiras no paiacutes
Nasceram crianccedilas lindas
Viveram moccedilas gentis
Passa um dia a caravana
Quando a virgem na cabana
Cisma das noites nos veacuteus
Adeus oacute choccedila do monte
Adeus palmeiras da fonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 27
Adeus amores adeus
Senhor Deus dos desgraccedilados
Dizei-me voacutes Senhor Deus
Se eu deliro ou se eacute verdade
Tanto horror perante os ceacuteus
Oacute mar por que natildeo apagas
Coa esponja de tuas vagas
De teu manto este borratildeo
Astros noite tempestades
Rolai das imensidades
Varrei os mares tufatildeo
E existe um povo que a bandeira empresta
Pra cobrir tanta infacircmia e cobardia
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria
Meu Deus meu Deus mas que bandeira eacute esta
Que impudente na gaacutevea tripudia
Silecircncio Musa chora chora tanto
Que o pavilhatildeo se lave no seu pranto
Auriverde pendatildeo de minha terra
Que a brisa do Brasil beija e balanccedila
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperanccedila
Tu que da liberdade apoacutes a guerra
Foste hasteado dos heroacuteis na lanccedila
Antes te houvessem roto na batalha
Que servires a um povo de mortalha
Fatalidade atroz que a mente esmaga
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu na vaga
Como um iacuteris no peacutelago profundo
Mas eacute infacircmia demais
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 28
Da eteacuterea plaga
Levantai-vos heroacuteis do Novo Mundo
Andrada arranca este pendatildeo dos ares
Colombo fecha a porta de teus mares
(endereccedilo do viacutedeo para assistir clip da muacutesica)
(httpwwwyoutubecomwatchv=1Osbp0IMYRM)
Trabalhando com poema
Terra roxa e outras terras- Revista de Estudos Literaacuterios
Ana Claudia Duarte Mendes (UEMSUEL)
A literatura do poema ldquoVozes de Mulheresrdquo de Conceiccedilatildeo Evaristo a partir de
uma perspectiva de construccedilatildeo da memoacuteria possibilita-nos observar a existecircncia
de uma literatura adjetivada afro-brasileira A poesia analisada estaacute inserida em
um contexto no qual o poeta assume o ponto de vista negro Ao narrar a trajetoacuteria
de mulheres negras preservada na memoacuteria coletiva revela a ancestralidade que
se projeta no presente e prepara o futuro
O poema pertence a um tempo e lugar histoacuterico no mesmo instante transcende
essa condiccedilatildeo supera-a ldquoO poema eacute tempo arquetiacutepico e por secirc-lo eacute tempo que
se encarna na experiecircncia concreta de um povo um grupo ou uma seitardquo (Paz
1972 54) A contradiccedilatildeo ndash essecircncia do poema- que ao se encarnar revela-se
histoacuterico ao mesmo tempo em que eacute presente a cada nova leitura atualiza-se e
se projeta enquanto futuro Ao poeta eacute impossiacutevel fugir da histoacuteria mesmo quando
compotildee algo completamente diverso desta pois suas palavras satildeo sociais e
histoacutericas A revelaccedilatildeo poeacutetica consagra a experiecircncia humana (Paz 1972 55)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 29
por ser a poesia imagem A palavra poeacutetica ao se compor enquanto imagem
conforma o isto e o aquilo no mesmo instante Diz o indiziacutevel
O poeta consagra sempre umas experiecircncias histoacutericas que pode ser pessoal
sociais ou ambas as coisas ao mesmo tempo Mas ao falar-nos de todos estes
sucessos sentimentos experiecircncias e pessoas o poeta nos fala de outra coisado
que estaacute fazendo diante de noacutes e em noacutes E mais ainda leva-nos a repetir a
recriar seu poema a nomear aquilo que nomeia e ao fazecirc-lo revela-nos o que
somos (Paz 1972 57)
Como o poema surge na construccedilatildeo a partir da memoacuteria nos atrevemos a
dialogar com a obra de Gizecirclda Melo do nascimento Feitio de viver memoacuterias de
descendentes de escravos de 2006 O livro registra e interpreta a narrativa de
mulheres negras fortes e determinadas a contarem suas trajetoacuterias memoacuterias
individuais e coletivas O olhar para o presente na esperanccedila do futuro sem
alijarem-se do passado ancestral Esta perspectiva nos permitiraacute iluminar o
poema siacutentese do vivido
Vozes-Mulheres de Conceiccedilatildeo Evaristo
A voz da minha bisavoacute ecoou
crianccedila
nos porotildees do navio
Ecoou lamentos
de uma infacircncia perdida
A voz de minha avoacute
ecoou obediecircncia
aos brancos-donos de tudo
A voz de minha matildee
ecoou baixinho revolta
no fundo das cozinhas alheias
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 30
debaixo das trouxas
roupagens sujas dos brancos
pelo caminho empoeirado
rumo agrave favela
A minha voz ainda
ecoa versos perplexos
com rimas de sangue
e
fome
A voz de minha filha
recolhe todas as nossas vozes
recolhe em si
as vozes mudas caladas
engasgadas nas gargantas
A voz de minha filha
recolhe em si
a fala e o ato
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1- Comente a partir do seu proacuteprio olhar o poema da referida autora O
comentaacuterio pode ser tanto teacutecnico (observacircncia da estrutura do poema) quanto
conteudiacutestico (como vocecirc avalia o poema a partir de suas impressotildees pessoais)(A
obra de Conceiccedilatildeo Evaristo eacute facilmente encontrada na Internet) Trabalhar com
os alunos outros poemas
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 31
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno(a)
1- Analisar o poema e reescrever em cada
verso seu significado
A voz de minha bisavoacute
A voz de minha avoacute
A voz de minha matildee
A minha voz
A voz da minha filha
2- Fazer comentaacuterios sobre o poema em sala
de aula professor (a) e alunos
3- Ilustrar o poema usando sua
criatividade
4-Com os desenhos prontos formar grupos
com trecircs alunos e criar uma histoacuteria em
quadrinhos sobre o que entendeu do poema
estudado
A escola e os educandos precisam se organizar para demonstrar a
importacircncia da pluralidade racial na sociedade A fim de contemplar discussotildees
sobre a diversidade racial discutir os problemas sociais Para possibilitar que os
educandos construam suas proacuteprias ideacuteias e entendimento sobre o outro que lhe eacute
diferente O preconceito no cotidiano escolar tem que ser combatido Eacute necessaacuterio
que todos digam natildeo ao preconceito racial Os agentes transformadores da
educaccedilatildeo precisam unir forccedilas para promover o respeito muacutetuo e a possibilidade
de conversar sobre diferenccedilas sem melindres e sem preconceitos Na educaccedilatildeo
infantil tempo dos primeiros passos da vida social da crianccedila eacute importante
possibilitar atitudes positivas estimular o contanto com a esteacutetica e pelo
imaginaacuterio afro e afrodescendente Trazer a verdadeira histoacuteria do negro africano
no Brasil para romper com as barreiras dos preconceitos (Perrucci 1999 p 7)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 32
httpwwwwebartigoscomarticles380941INCLUSAO-NO-TRIBUNAL-DE-JUSTICApagina1html
Trabalhando com imagens
Sugestatildeo de atividades para o aluno
1 Ver as figuras abaixo e responder as questotildees
2 Vocecirc acha que existe preconceito entre essas crianccedilas Justifique
3 A crianccedila jaacute nasce com preconceito Comente
4 Como a crianccedila adquire o preconceito
5 Vocecirc como adolescente jaacute sofreu preconceito Em que fase de sua vida
Comente
Sites das imagens
almazendemensagensblogspotcom uniblogcombr
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 33
agenciaaldensblogspotcom sociologiacienciaevidauolcombr
Trabalhando com viacutedeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1 Assistir o viacutedeo Analisar as imagens e o depoimento
2 Promover um debate sobre o viacutedeo junto com os alunos
Por uma infacircncia sem racismo ver
wwwyoutubecomwatchv=_aPYuKiKFMg
1 Assistir o viacutedeo Analisar os depoimentos reais das pessoas
2 Vocecirc concorda com esses depoimentos Justifique
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 34
Onde vocecirc guarda o seu racismo ver
httpwwwyoutubecomwatchv=ojg07xOt8CY
Trabalhando com entrevista
Histoacuteria Oral - Como fazer uma entrevista
A pesquisa histoacuterica natildeo se baseia apenas em documentos escritos ou imagens mas
tambeacutem na narraccedilatildeo de fatos por parte das pessoas que presenciaram ou que tecircm
maior conhecimento dos mesmos Neste caso outra ferramenta pode ser utilizada
pelo pesquisador para adquirir novas informaccedilotildees acerca do objeto de estudo
Trata-se da entrevista um recurso da Histoacuteria Oral
Na Histoacuteria Oral podem-se fazer duas divisotildees em se tratando de relatos segundo o
historiador Gwyn Prins Existe uma tradiccedilatildeo Oral - a qual representa um
testemunho oral transmitido de uma geraccedilatildeo para a seguinte ou as demais -
Existe tambeacutem uma Reminiscecircncia Pessoal Evidecircncia oral especiacutefica das
experiecircncias de vida do informante (Wikipedia 2007)
Segundo Olga Rodrigues de Moraes Von Simson do Centro de Memoacuteria da
Unicamp a Histoacuteria Oral possibilita que indiviacuteduos pertencentes a categorias
sociais geralmente excluiacutedas da histoacuteria oficial possam ser ouvidos - deixando
registradas para anaacutelises futuras sua proacutepria visatildeo de mundo e aquela do grupo
social ao qual pertencem Apesar de ser um meacutetodo praacutetico e cada vez mais usado
a entrevista apresenta algumas deficiecircncias mas que podem de certa forma serem
superadas o entrevistado pode ter uma falha de memoacuteria pode criar uma
trajetoacuteria artificial se autocelebrar fantasiar omitir ou mesmo mentir O que
poderia ser percebido como um problema acaba se transformando em um recurso
uma vez que o proacuteprio entrevistador no ato de produccedilatildeo da narrativa histoacuterica natildeo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 35
deixa de produzir uma versatildeo do que entendeu ter acontecido Mesmo quando o
pesquisador tenha certeza de que o entrevistado esteja mentido conscientemente
cabe a ele entrevistador tentar entender as razotildees da mentira ou seja quais os
motivos que estatildeo levando a pessoa a mentir podendo ser aplicado o mesmo no
caso da ilusatildeo biograacutefica quando o indiviacuteduo faz uma produccedilatildeo artificial de si
mesmo No caso de esquecimento para ajudar suprir essa falha podem-se usar os
chamados apoios de memoacuteria como fotografias objetos e outras coisas que
possam ajudar o entrevistado a se recordar melhor dos fatos em pesquisa (op
cit)
Se formos analisar a credibilidade dos recursos de pesquisa histoacuterica sejam
documentos ou oralidade iremos nos deparar sempre com a interpretaccedilatildeo ou a
criacutetica pessoal de quem o fez cabendo ao pesquisador saber aproveitar as
informaccedilotildees que lhe conveacutem e criar suas proacuteprias consideraccedilotildees nenhum
documento pode nos dizer mais do que aquilo que o autor pensava ndash o que ele
pensava que havia acontecido queria que os outros pensassem que ele pensava ou
mesmo apenas o que ele proacuteprio pensava pensar Nada disso significa alguma
coisa ateacute que o historiador trabalhe sobre esse material e decifre-o eacute o que
comenta Edward Hallet Carr citado no site Wikipedia
A entrevista possibilita um contato direto com o atorautor da Histoacuteria Esse
envolvimento pode resultar num trabalho dinacircmico abrangente e ateacute mais realista
trazendo assim o passado para o presente
Agora vejamos os passos baacutesicos para realizar uma boa entrevista
COMO FAZER UMA ENTREVISTA
1 Preparar antes da entrevista um roteiro com alguns dos assuntos
importantes a abordar Ao partir para a entrevista eacute fundamental saber
o que vamos perguntar
2 Conversar com o entrevistado sobre nossos objetivos e descobrir se
realmente deseja colaborar conosco Natildeo se obriga ningueacutem a ser
entrevistado
3 Escolher local e hora apropriados para que a entrevista se decirc sem
interrupccedilotildees Num ambiente ou momento onde entrevistado ou
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 36
entrevistador estejam com pressa torna-se impossiacutevel agrave realizaccedilatildeo da
entrevista
4 Em lugar de apenas anotar o que o entrevistado diz eacute melhor e mais
adequado se possiacutevel levar um gravador para ficar tudo registrado de
tal forma que natildeo se perca parte alguma daquilo que o entrevistado
disse
5 A entrevista natildeo deve ser interrogatoacuterio e sim diaacutelogo
6 O entrevistador deve respeitar as opiniotildees do entrevistado mesmo
quando natildeo concordar com elas
7 O entrevistador deve dar oportunidade para que o entrevistado fale
tudo o que desejar no tempo que quiser
8 Nunca fazer nova pergunta enquanto o entrevistado ainda natildeo tiver
terminado de expor seu pensamento em relaccedilatildeo agrave pergunta anterior
Natildeo interromper desnecessariamente a fala do outro
professor-josimarblogspotcom200908historia-oral
REFEREcircNCIAS
SIMSON Olga Rodrigues de Moraes Von O que eacute Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
wwwcentrodememoriaunicampbrlahoindexhtm Acesso em 23 mai 2007
WIKIPEDIA Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
httpptwikipediaorgwikiHistAtildesup3ria_OralsearchInputsearchInput Acesso
em 23 mai 2007
httpwwwfeunbbrpieComo20fazer20uma20entrevistahtm
Professor Josimar Pais de Almeida
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 37
Sugestatildeo de Roteiro para realizar a entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistador
Nome do entrevistador
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Onde trabalha
Data local da entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistado
Nome
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Questionamento
Onde trabalha
Grau de escolaridade
Religiatildeo que frequumlenta
Tempo que mora na cidade de Rolacircndia
De onde veio sua famiacutelia
Vocecirc gosta de morar aqui
Porque vieram morar aqui
Do que sente saudades
Como era essa cidade quando vocecirc chegou aqui
Como vocecirc considera essa cidade hoje
Fale como era o lazer quando vocecirc era adolescente Como eacute seu lazer hoje
Fale sobre o namoro de antigamente As pessoas tinham um lugar para ldquopaquerarrdquo
Qual era a principal alimentaccedilatildeo das pessoas
Havia violecircncia Como era
Como eram as escolas Usava-se uniforme
Como eram as roupas Onde as comprava ou quem as confeccionava
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 38
Como era a educaccedilatildeo dos filhos
Havia igrejas Frequentava alguma no passado E hoje
O que era cultivado nas lavouras
Muitas pessoas moravam na zona rural
Como eram as habitaccedilotildees
Vocecirc se sente discriminado
O que vocecirc acha da escravidatildeo na eacutepoca da colonizaccedilatildeo do Brasil
Hoje ainda existe escravidatildeo
A fotografia na construccedilatildeo do material didaacutetico
Paulo Freire na ldquopedagogia do oprimidordquo pregava a liberdade atraveacutes da educaccedilatildeo e para
isso educava a partir de estiacutemulos retirados do cotidiano dos alunos aumentando
gradativamente o inverso dos mesmos Os estiacutemulos servem portanto como forma de
despertar a criatividade e o intelecto dos alunos Levando-se em consideraccedilatildeo que a
percepccedilatildeo visual eacute a forma mais objetiva de interaccedilatildeo do homem com o meio que o cerca
os estiacutemulos visuais atendem perfeitamente aos objetivos da educaccedilatildeo Antes mesmo da
escrita as comunicaccedilotildees visuais valendo-se de percepccedilatildeo visual ajuda a escrever a histoacuteria
da humanidade Associando-se aos seus conhecimentos o homem absorve a imagem
processa-a e retira dela suas proacuteprias conclusotildees A imagem dinacircmica ou estaacutetica eacute
portanto uma forma contumaz na divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo quer seja ela educacional
cientifica ou cultural difundindo conhecimentos desenvolvendo ideacuteias e formando
opiniotildees Jaacute em 1888 George Eastman referindo-se agrave fotografia afirmava ldquouma imagem
vale mais que mil palavrasrdquo e desde entatildeo a imagem fotograacutefica estaacute cada vez mais
presente no processo ensino aprendizagem de forma cada vez mais interativa A fotografia
e a questatildeo ambiental estatildeo relacionadas desde sua descoberta em1826 No inicio o
objetivo da fotografia era fazer um registro fiel da natureza Nas suas atividades os
cientistas utilizam cada vez mais a fotografia como instrumentaccedilatildeo de pesquisa registro de
dados apoio didaacutetico e principalmente na divulgaccedilatildeo dos resultados cientiacuteficos
introduzindo o conceito da fotografia cientiacutefica A fotografia eacute uma forma objetiva de
suporte para o ensino e a pesquisa eacute uma forma objetiva de documentaccedilatildeo ela tem o poder
de capturar nuances que muitas vezes passam despercebidas ao olho nu e isso aumenta o
aspecto de observaccedilatildeo do pesquisador A fotografia cientiacutefica tem que retratar o real
aparente a imagem como um instrumento de uma memoacuteria documental da realidade
Muitas vezes diante da dificuldade de deslocamento os professores lanccedilam matildeo da
fotografia para exemplificar e fixar conceitos educacionais tirando-os do imaginaacuterio e
trazendo para suas aulas de forma mais concreta wwwabedorgbrcongresso2007tc552007125857PMpdf
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 39
Trabalhando com fotografias e Histoacuteria Local
FIGURA 1
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 40
FIGURA 2
httpjornalrolandianetblogspotcom201105familia-farina-fotografando-rolandiahtml
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 41
FIGURA 3
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 42
FIGURA 4
httpwwwpanoramiocomphoto9865842
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 43
FIGURAS 5 E 6
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 44
FIGURA 7
httpwwwgooglecombrimgresq=FOTOS+ESCOLA+PADRE+JOSE+HERIONS+ROLANDIA
LEMBRETE AO (Agrave) PROFESSOR (A) Nossa proposta significa trabalhar com FONTE DOCUMENTAL As respostas das entrevistas consistem tambeacutem em FONTES DOCUMENTIAS E como tal devem ser interpretadas em sala de aula Qualquer material como fotos muacutesicas poemas imagens etc devem ser tratadas como FONTES u seja pergunta-se a estas QUEM FEZ QUANDO ONDE PARA QUEM POR QUEcirc OQUE QUER COMUNICAR E todos estes materiais necessitam de referecircncia como qualquer texto livro reportagem etc
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 45
Sugestatildeo de atividades para o aluno
Analise as fotografias (1-2-3-4-5-6-7) o Vocecirc conhece esses lugares que estatildeo representados nas fotos o Qual lugar da foto estaacute localizado mais perto de sua casa o Quais fotos representam lugar de lazer o Vendo as fotos onde podemos fazer nossas reflexotildees o O que estaacute na foto que incomoda a comunidade o Vocecirc conhece algumas pessoas das fotos Escreva os nomes das mesmas o Com qual foto vocecirc mais se identificou Justifique sua resposta o Escreva uma frase para cada fotografia o Essas fotos fazem parte da Histoacuteria de Rolacircndia Faccedila comentaacuterios
Sugestatildeo de atividades para o professor
1-Trabalhe com fotografias o Peccedila para seu aluno trazer fotos antigas da famiacutelia da comunidade etc o Faccedila perguntas para obter respostas o Dar oportunidade para um debate sobre as fotos trazidas pelos alunos o Formar grupo com trecircs alunos para eles escreverem sobre as fotos o Colocar em cartazes os resultados obtidos natildeo esquecer de registrar a eacutepoca e
lugar em que foi tirada a foto o Expor na escola para que outros alunos possam ler e analisar os trabalhos
realizados
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 46
Referecircncia bibliograacutefica do texto explicativo
BAUMAN Z Modernidade e ambivalecircncia Rio de Janeiro Jorge Zahar 1999
CAVALLEIRO E S Do silecircncio do lar ao silecircncio escolar racismo preconceito e discriminaccedilatildeo na educaccedilatildeo infantil 4 ed Satildeo Paulo Contexto 2005
FERREIRA Ricardo Franklin O brasileiro o racismo silencioso e a identidade afro-descendente Psicologia e Sociedade Belo Horizonte v 14 n 1 p 69-86 janjun 2002
FIGUEIREDO Luis Claudio Mendonccedila Revisitando as psicologias da epistemologia agrave eacutetica das praacuteticas e discursos psicoloacutegicos 3 ed Petroacutepolis Vozes 2004
FREITAS Patriacutecia de Sobre a Lei 10639 o ensino de histoacuteria e a cultura afro-brasileira OPSIS Catalatildeo v 10 n 1 p15-28 janjun 2010
GONCcedilALVES Rita de Caacutessia LISBOATeresa Kleba Sobre o meacutetodo de Histoacuteria oral em sua modalidade trajetoacuteria de vida Revista Kataacutel Florianoacutepolis v 10 n especial p 83-92 2007
REIS Faacutetima A implementaccedilatildeo da Lei 1063903 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwwebartigoscomarticles39841A-Implementacao-Da-Lei-1063903pagina1htmlgt Acesso em 20 abr 2011
RODRIGUES N Os africanos no Brasil 5 ed Satildeo Paulo Nacional 1977
SCHMIDT Maria auxiliadora CAINELLI Marlene Ensinar histoacuteria Satildeo Paulo Scipione 2004
- Paacutegina em branco
-
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 21
httpcaixinhadecoresblogspotcom200810meninos-e-bonecas-por-que-nohtml
2- Discutindo as diferenccedilas (porte de deficiecircncia obesidade etc) Alunos portadores de deficiecircncia (fiacutesica ou mental) alunos obesos de baixa estatura ou que usam oacuteculos enfim que possuem caracteriacutesticas fiacutesicas que chamam a atenccedilatildeo tambeacutem costumam sofrer algum tipo de discriminaccedilatildeo e comumente satildeo alvo de piadas e comentaacuterios geralmente ofensivos por parte dos colegas e de alguns adultos Veja abaixo algumas atividades para trabalhar esse tema bull Montar um mural com personalidades que apresentem caracteriacutesticas fiacutesicas que fogem aos padrotildees e questionar o conceito de feio e bonito bull Promover a leitura de livros que abordem agrave temaacutetica do preconceito bull Fazer dramatizaccedilatildeo dos livros lidos bull Organizar a turma em grupos e encarregar cada um de elaborar uma histoacuteria sobre uma crianccedila com uma caracteriacutestica fiacutesica ou mental especial Terminadas as histoacuterias organizaacute-las em um livro e se possiacutevel providenciar uma coacutepia para cada aluno bull Montar na sala de aula um mural onde a crianccedila possa desabafar Se durante o dia algueacutem disser algo que a ofenda ou magoe ela escreve o que aconteceu e quem foi o autor e deixa ali uma mensagem de desagravo para o ofensor Acompanhe o teor do que aparece escrito e converse com os conflitantes Esse tipo de atitude poderaacute ajudar caso vocecirc tenha alunos comumente alvo de discriminaccedilatildeo (seja por raccedila cor tamanho porte de alguma deficiecircncia etc)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 22
3- Discutindo preconceito racial e eacutetnico Peccedila que cada aluno monte a sua histoacuteria (e a da famiacutelia) falando do brinquedo preferido da comida de que mais gosta da famiacutelia etc Monte um livro com todas as histoacuterias dos alunos e pergunte ldquoComo seria o mundo se todos fossem iguaisrdquo Confecccedilatildeo de bonecos eacute raro encontrar no mercado bonecas negras orientais e indiacutegenas o que contribui para reforccedilar a exclusatildeo das crianccedilas desses grupos Se houver possibilidade envolva matildees pais parentes das crianccedilas e confeccionem juntos marionetes e bonecos que representem pessoas negras Evite estereoacutetipos (por exemplo negros sempre pobres ou sempre jogadores de futebol) Monte com as crianccedilas um teatrinho em que haja personagens brancas negras e amarelas em papeacuteis de igual valor (evite dar sempre os papeacuteis de destaque para alunos brancos) Monte um mural com os personagens preferidos das crianccedilas Verifique se haacute algum negro ou oriental Crie com os alunos personagens de diferentes etnias e envolva as crianccedilas na elaboraccedilatildeo de uma histoacuteria em quadrinhos (HQ) Aproveite o momento para trabalhar com a turma os diferentes povos que formaram a atual populaccedilatildeo brasileira Qual a ascendecircncia de cada um Divida a classe em grupos e encarregue cada um de pesquisar um povo e sua contribuiccedilatildeo para a formaccedilatildeo da cultura brasileira na liacutengua na alimentaccedilatildeo nos costumes etc Depois de estudar os diferentes povos que colonizaram o Brasil e contribuiacuteram para a formaccedilatildeo do povo brasileiro monte com as crianccedilas uma feira das naccedilotildees Cada grupo pode usar trajes tiacutepicos fazer performances cantar enfim o que a sua criatividade sugerir Se possiacutevel envolva toda a comunidade escolar nessa feira abrindo-a para a participaccedilatildeo dos pais in Construir Notiacutecias por Moacir Pereira Juacutenior (httpserinteiroblogspotcomsearchlabelEducaC3A7C3A3o)
ATENCcedilAtildeO A PARTIR DESTE MOMENTO NAtildeO
MAIS TRANSCREVEMOS O BLOG
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 23
Trabalhando com muacutesica
ldquoA muacutesica eacute uma forccedila geradora de vida uma energia que
envolve o nosso ser inteiro atuando de forma poderosa sobre
o nosso corpo mente e coraccedilatildeo Aleacutem de alegrar unir e
consagrar mensagens e valores disciplinar e socializar a
muacutesica forma o caraacuteter e favorece o desenvolvimento integral
da personalidade o equiliacutebrio emocional e socialrdquo (profordf
compositora e regente Miacuteria Therezinha Kolling)
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Fazer leitura da letra da muacutesica
2-Procurar no dicionaacuterio o significado das palavras
3-Ouvir a muacutesica de Caetano Veloso
4-Cantar a muacutesica
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1-Fazer anaacutelise da muacutesica junto com os alunos
2-Fazer comentaacuterios sobre a muacutesica
3- Escrever um texto coletivo com os alunos sobre o tema ldquoNavio Negreirordquo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 24
O Navio Negreiro
Caetano Veloso
Composiccedilatildeo Castro Alves
O Navio Negreiro
Estamos em pleno mar
Era um sonho dantesco o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho
Em sangue a se banhar
Tinir de ferros estalar do accediloite
Legiotildees de homens negros como a noite
Horrendos a danccedilar
Negras mulheres suspendendo agraves tetas
Magras crianccedilas cujas bocas pretas
Rega o sangue das matildees
Outras moccedilas mas nuas espantadas
No turbilhatildeo de espectros arrastados
Em acircnsia e maacutegoa vatildes
E ri-se a orquestra irocircnica estridente
E da ronda fantaacutestica a serpente
Faz doudas espirais
Se o velho arqueja se no chatildeo resvala
Ouvem-se gritos o chicote estala
E voam mais e mais
Presa dos elos de uma soacute cadeia
A multidatildeo faminta cambaleia
E chora e danccedila ali
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 25
Um de raiva delira outro enlouquece
Outro que de martiacuterios embrutece
Cantando geme e ri
No entanto o capitatildeo manda a manobra
E apoacutes fitando o ceacuteu que se desdobra
Tatildeo puro sobre o mar
Diz do fumo entre os densos nevoeiros
Vibrai rijo o chicote marinheiros
Fazei-os mais danccedilar
E ri-se a orquestra irocircnica estridente
E da ronda fantaacutestica a serpente
Faz doudas espirais
Qual num sonho dantesco as sombras voam
Gritos ais maldiccedilotildees preces ressoam
E ri-se Satanaz
Senhor Deus dos desgraccedilados
Dizei-me voacutes Senhor Deus
Se eacute loucura se eacute verdade
Tanto horror perante os ceacuteus
Oacute mar por que natildeo apagas
Coa esponja de tuas vagas
De teu manto este borratildeo
Astros noite tempestades
Rolai das imensidades
Varrei os mares tufatildeo
Quem satildeo estes desgraccedilados
Que natildeo encontram em voacutes
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fuacuteria do algoz
Quem satildeo Se a estrela se cala
Se a vaga agrave pressa resvala
Como um cuacutemplice fugaz
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 26
Perante a noite confusa
Dize-o tu severa musa
Musa libeacuterrima audaz
Satildeo os filhos do deserto
Onde a terra esposa a luz
Onde voa em campo aberto
A tribo dos homens nus
Satildeo os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidatildeo
Homens simples fortes bravos
Hoje miacuteseros escravos
Sem ar sem luz sem razatildeo
Satildeo mulheres desgraccediladas
Como Agar o foi tambeacutem
Que sedentas alquebradas
De longe bem longe vecircm
Trazendo com tiacutebios passos
Filhos e algemas nos braccedilos
Nalma laacutegrimas e fel
Como Agar sofrendo tanto
Que nem o leite do pranto
Tecircm que dar para Ismael
Laacute nas areias infindas
Das palmeiras no paiacutes
Nasceram crianccedilas lindas
Viveram moccedilas gentis
Passa um dia a caravana
Quando a virgem na cabana
Cisma das noites nos veacuteus
Adeus oacute choccedila do monte
Adeus palmeiras da fonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 27
Adeus amores adeus
Senhor Deus dos desgraccedilados
Dizei-me voacutes Senhor Deus
Se eu deliro ou se eacute verdade
Tanto horror perante os ceacuteus
Oacute mar por que natildeo apagas
Coa esponja de tuas vagas
De teu manto este borratildeo
Astros noite tempestades
Rolai das imensidades
Varrei os mares tufatildeo
E existe um povo que a bandeira empresta
Pra cobrir tanta infacircmia e cobardia
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria
Meu Deus meu Deus mas que bandeira eacute esta
Que impudente na gaacutevea tripudia
Silecircncio Musa chora chora tanto
Que o pavilhatildeo se lave no seu pranto
Auriverde pendatildeo de minha terra
Que a brisa do Brasil beija e balanccedila
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperanccedila
Tu que da liberdade apoacutes a guerra
Foste hasteado dos heroacuteis na lanccedila
Antes te houvessem roto na batalha
Que servires a um povo de mortalha
Fatalidade atroz que a mente esmaga
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu na vaga
Como um iacuteris no peacutelago profundo
Mas eacute infacircmia demais
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 28
Da eteacuterea plaga
Levantai-vos heroacuteis do Novo Mundo
Andrada arranca este pendatildeo dos ares
Colombo fecha a porta de teus mares
(endereccedilo do viacutedeo para assistir clip da muacutesica)
(httpwwwyoutubecomwatchv=1Osbp0IMYRM)
Trabalhando com poema
Terra roxa e outras terras- Revista de Estudos Literaacuterios
Ana Claudia Duarte Mendes (UEMSUEL)
A literatura do poema ldquoVozes de Mulheresrdquo de Conceiccedilatildeo Evaristo a partir de
uma perspectiva de construccedilatildeo da memoacuteria possibilita-nos observar a existecircncia
de uma literatura adjetivada afro-brasileira A poesia analisada estaacute inserida em
um contexto no qual o poeta assume o ponto de vista negro Ao narrar a trajetoacuteria
de mulheres negras preservada na memoacuteria coletiva revela a ancestralidade que
se projeta no presente e prepara o futuro
O poema pertence a um tempo e lugar histoacuterico no mesmo instante transcende
essa condiccedilatildeo supera-a ldquoO poema eacute tempo arquetiacutepico e por secirc-lo eacute tempo que
se encarna na experiecircncia concreta de um povo um grupo ou uma seitardquo (Paz
1972 54) A contradiccedilatildeo ndash essecircncia do poema- que ao se encarnar revela-se
histoacuterico ao mesmo tempo em que eacute presente a cada nova leitura atualiza-se e
se projeta enquanto futuro Ao poeta eacute impossiacutevel fugir da histoacuteria mesmo quando
compotildee algo completamente diverso desta pois suas palavras satildeo sociais e
histoacutericas A revelaccedilatildeo poeacutetica consagra a experiecircncia humana (Paz 1972 55)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 29
por ser a poesia imagem A palavra poeacutetica ao se compor enquanto imagem
conforma o isto e o aquilo no mesmo instante Diz o indiziacutevel
O poeta consagra sempre umas experiecircncias histoacutericas que pode ser pessoal
sociais ou ambas as coisas ao mesmo tempo Mas ao falar-nos de todos estes
sucessos sentimentos experiecircncias e pessoas o poeta nos fala de outra coisado
que estaacute fazendo diante de noacutes e em noacutes E mais ainda leva-nos a repetir a
recriar seu poema a nomear aquilo que nomeia e ao fazecirc-lo revela-nos o que
somos (Paz 1972 57)
Como o poema surge na construccedilatildeo a partir da memoacuteria nos atrevemos a
dialogar com a obra de Gizecirclda Melo do nascimento Feitio de viver memoacuterias de
descendentes de escravos de 2006 O livro registra e interpreta a narrativa de
mulheres negras fortes e determinadas a contarem suas trajetoacuterias memoacuterias
individuais e coletivas O olhar para o presente na esperanccedila do futuro sem
alijarem-se do passado ancestral Esta perspectiva nos permitiraacute iluminar o
poema siacutentese do vivido
Vozes-Mulheres de Conceiccedilatildeo Evaristo
A voz da minha bisavoacute ecoou
crianccedila
nos porotildees do navio
Ecoou lamentos
de uma infacircncia perdida
A voz de minha avoacute
ecoou obediecircncia
aos brancos-donos de tudo
A voz de minha matildee
ecoou baixinho revolta
no fundo das cozinhas alheias
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 30
debaixo das trouxas
roupagens sujas dos brancos
pelo caminho empoeirado
rumo agrave favela
A minha voz ainda
ecoa versos perplexos
com rimas de sangue
e
fome
A voz de minha filha
recolhe todas as nossas vozes
recolhe em si
as vozes mudas caladas
engasgadas nas gargantas
A voz de minha filha
recolhe em si
a fala e o ato
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1- Comente a partir do seu proacuteprio olhar o poema da referida autora O
comentaacuterio pode ser tanto teacutecnico (observacircncia da estrutura do poema) quanto
conteudiacutestico (como vocecirc avalia o poema a partir de suas impressotildees pessoais)(A
obra de Conceiccedilatildeo Evaristo eacute facilmente encontrada na Internet) Trabalhar com
os alunos outros poemas
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 31
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno(a)
1- Analisar o poema e reescrever em cada
verso seu significado
A voz de minha bisavoacute
A voz de minha avoacute
A voz de minha matildee
A minha voz
A voz da minha filha
2- Fazer comentaacuterios sobre o poema em sala
de aula professor (a) e alunos
3- Ilustrar o poema usando sua
criatividade
4-Com os desenhos prontos formar grupos
com trecircs alunos e criar uma histoacuteria em
quadrinhos sobre o que entendeu do poema
estudado
A escola e os educandos precisam se organizar para demonstrar a
importacircncia da pluralidade racial na sociedade A fim de contemplar discussotildees
sobre a diversidade racial discutir os problemas sociais Para possibilitar que os
educandos construam suas proacuteprias ideacuteias e entendimento sobre o outro que lhe eacute
diferente O preconceito no cotidiano escolar tem que ser combatido Eacute necessaacuterio
que todos digam natildeo ao preconceito racial Os agentes transformadores da
educaccedilatildeo precisam unir forccedilas para promover o respeito muacutetuo e a possibilidade
de conversar sobre diferenccedilas sem melindres e sem preconceitos Na educaccedilatildeo
infantil tempo dos primeiros passos da vida social da crianccedila eacute importante
possibilitar atitudes positivas estimular o contanto com a esteacutetica e pelo
imaginaacuterio afro e afrodescendente Trazer a verdadeira histoacuteria do negro africano
no Brasil para romper com as barreiras dos preconceitos (Perrucci 1999 p 7)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 32
httpwwwwebartigoscomarticles380941INCLUSAO-NO-TRIBUNAL-DE-JUSTICApagina1html
Trabalhando com imagens
Sugestatildeo de atividades para o aluno
1 Ver as figuras abaixo e responder as questotildees
2 Vocecirc acha que existe preconceito entre essas crianccedilas Justifique
3 A crianccedila jaacute nasce com preconceito Comente
4 Como a crianccedila adquire o preconceito
5 Vocecirc como adolescente jaacute sofreu preconceito Em que fase de sua vida
Comente
Sites das imagens
almazendemensagensblogspotcom uniblogcombr
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 33
agenciaaldensblogspotcom sociologiacienciaevidauolcombr
Trabalhando com viacutedeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1 Assistir o viacutedeo Analisar as imagens e o depoimento
2 Promover um debate sobre o viacutedeo junto com os alunos
Por uma infacircncia sem racismo ver
wwwyoutubecomwatchv=_aPYuKiKFMg
1 Assistir o viacutedeo Analisar os depoimentos reais das pessoas
2 Vocecirc concorda com esses depoimentos Justifique
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 34
Onde vocecirc guarda o seu racismo ver
httpwwwyoutubecomwatchv=ojg07xOt8CY
Trabalhando com entrevista
Histoacuteria Oral - Como fazer uma entrevista
A pesquisa histoacuterica natildeo se baseia apenas em documentos escritos ou imagens mas
tambeacutem na narraccedilatildeo de fatos por parte das pessoas que presenciaram ou que tecircm
maior conhecimento dos mesmos Neste caso outra ferramenta pode ser utilizada
pelo pesquisador para adquirir novas informaccedilotildees acerca do objeto de estudo
Trata-se da entrevista um recurso da Histoacuteria Oral
Na Histoacuteria Oral podem-se fazer duas divisotildees em se tratando de relatos segundo o
historiador Gwyn Prins Existe uma tradiccedilatildeo Oral - a qual representa um
testemunho oral transmitido de uma geraccedilatildeo para a seguinte ou as demais -
Existe tambeacutem uma Reminiscecircncia Pessoal Evidecircncia oral especiacutefica das
experiecircncias de vida do informante (Wikipedia 2007)
Segundo Olga Rodrigues de Moraes Von Simson do Centro de Memoacuteria da
Unicamp a Histoacuteria Oral possibilita que indiviacuteduos pertencentes a categorias
sociais geralmente excluiacutedas da histoacuteria oficial possam ser ouvidos - deixando
registradas para anaacutelises futuras sua proacutepria visatildeo de mundo e aquela do grupo
social ao qual pertencem Apesar de ser um meacutetodo praacutetico e cada vez mais usado
a entrevista apresenta algumas deficiecircncias mas que podem de certa forma serem
superadas o entrevistado pode ter uma falha de memoacuteria pode criar uma
trajetoacuteria artificial se autocelebrar fantasiar omitir ou mesmo mentir O que
poderia ser percebido como um problema acaba se transformando em um recurso
uma vez que o proacuteprio entrevistador no ato de produccedilatildeo da narrativa histoacuterica natildeo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 35
deixa de produzir uma versatildeo do que entendeu ter acontecido Mesmo quando o
pesquisador tenha certeza de que o entrevistado esteja mentido conscientemente
cabe a ele entrevistador tentar entender as razotildees da mentira ou seja quais os
motivos que estatildeo levando a pessoa a mentir podendo ser aplicado o mesmo no
caso da ilusatildeo biograacutefica quando o indiviacuteduo faz uma produccedilatildeo artificial de si
mesmo No caso de esquecimento para ajudar suprir essa falha podem-se usar os
chamados apoios de memoacuteria como fotografias objetos e outras coisas que
possam ajudar o entrevistado a se recordar melhor dos fatos em pesquisa (op
cit)
Se formos analisar a credibilidade dos recursos de pesquisa histoacuterica sejam
documentos ou oralidade iremos nos deparar sempre com a interpretaccedilatildeo ou a
criacutetica pessoal de quem o fez cabendo ao pesquisador saber aproveitar as
informaccedilotildees que lhe conveacutem e criar suas proacuteprias consideraccedilotildees nenhum
documento pode nos dizer mais do que aquilo que o autor pensava ndash o que ele
pensava que havia acontecido queria que os outros pensassem que ele pensava ou
mesmo apenas o que ele proacuteprio pensava pensar Nada disso significa alguma
coisa ateacute que o historiador trabalhe sobre esse material e decifre-o eacute o que
comenta Edward Hallet Carr citado no site Wikipedia
A entrevista possibilita um contato direto com o atorautor da Histoacuteria Esse
envolvimento pode resultar num trabalho dinacircmico abrangente e ateacute mais realista
trazendo assim o passado para o presente
Agora vejamos os passos baacutesicos para realizar uma boa entrevista
COMO FAZER UMA ENTREVISTA
1 Preparar antes da entrevista um roteiro com alguns dos assuntos
importantes a abordar Ao partir para a entrevista eacute fundamental saber
o que vamos perguntar
2 Conversar com o entrevistado sobre nossos objetivos e descobrir se
realmente deseja colaborar conosco Natildeo se obriga ningueacutem a ser
entrevistado
3 Escolher local e hora apropriados para que a entrevista se decirc sem
interrupccedilotildees Num ambiente ou momento onde entrevistado ou
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 36
entrevistador estejam com pressa torna-se impossiacutevel agrave realizaccedilatildeo da
entrevista
4 Em lugar de apenas anotar o que o entrevistado diz eacute melhor e mais
adequado se possiacutevel levar um gravador para ficar tudo registrado de
tal forma que natildeo se perca parte alguma daquilo que o entrevistado
disse
5 A entrevista natildeo deve ser interrogatoacuterio e sim diaacutelogo
6 O entrevistador deve respeitar as opiniotildees do entrevistado mesmo
quando natildeo concordar com elas
7 O entrevistador deve dar oportunidade para que o entrevistado fale
tudo o que desejar no tempo que quiser
8 Nunca fazer nova pergunta enquanto o entrevistado ainda natildeo tiver
terminado de expor seu pensamento em relaccedilatildeo agrave pergunta anterior
Natildeo interromper desnecessariamente a fala do outro
professor-josimarblogspotcom200908historia-oral
REFEREcircNCIAS
SIMSON Olga Rodrigues de Moraes Von O que eacute Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
wwwcentrodememoriaunicampbrlahoindexhtm Acesso em 23 mai 2007
WIKIPEDIA Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
httpptwikipediaorgwikiHistAtildesup3ria_OralsearchInputsearchInput Acesso
em 23 mai 2007
httpwwwfeunbbrpieComo20fazer20uma20entrevistahtm
Professor Josimar Pais de Almeida
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 37
Sugestatildeo de Roteiro para realizar a entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistador
Nome do entrevistador
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Onde trabalha
Data local da entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistado
Nome
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Questionamento
Onde trabalha
Grau de escolaridade
Religiatildeo que frequumlenta
Tempo que mora na cidade de Rolacircndia
De onde veio sua famiacutelia
Vocecirc gosta de morar aqui
Porque vieram morar aqui
Do que sente saudades
Como era essa cidade quando vocecirc chegou aqui
Como vocecirc considera essa cidade hoje
Fale como era o lazer quando vocecirc era adolescente Como eacute seu lazer hoje
Fale sobre o namoro de antigamente As pessoas tinham um lugar para ldquopaquerarrdquo
Qual era a principal alimentaccedilatildeo das pessoas
Havia violecircncia Como era
Como eram as escolas Usava-se uniforme
Como eram as roupas Onde as comprava ou quem as confeccionava
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 38
Como era a educaccedilatildeo dos filhos
Havia igrejas Frequentava alguma no passado E hoje
O que era cultivado nas lavouras
Muitas pessoas moravam na zona rural
Como eram as habitaccedilotildees
Vocecirc se sente discriminado
O que vocecirc acha da escravidatildeo na eacutepoca da colonizaccedilatildeo do Brasil
Hoje ainda existe escravidatildeo
A fotografia na construccedilatildeo do material didaacutetico
Paulo Freire na ldquopedagogia do oprimidordquo pregava a liberdade atraveacutes da educaccedilatildeo e para
isso educava a partir de estiacutemulos retirados do cotidiano dos alunos aumentando
gradativamente o inverso dos mesmos Os estiacutemulos servem portanto como forma de
despertar a criatividade e o intelecto dos alunos Levando-se em consideraccedilatildeo que a
percepccedilatildeo visual eacute a forma mais objetiva de interaccedilatildeo do homem com o meio que o cerca
os estiacutemulos visuais atendem perfeitamente aos objetivos da educaccedilatildeo Antes mesmo da
escrita as comunicaccedilotildees visuais valendo-se de percepccedilatildeo visual ajuda a escrever a histoacuteria
da humanidade Associando-se aos seus conhecimentos o homem absorve a imagem
processa-a e retira dela suas proacuteprias conclusotildees A imagem dinacircmica ou estaacutetica eacute
portanto uma forma contumaz na divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo quer seja ela educacional
cientifica ou cultural difundindo conhecimentos desenvolvendo ideacuteias e formando
opiniotildees Jaacute em 1888 George Eastman referindo-se agrave fotografia afirmava ldquouma imagem
vale mais que mil palavrasrdquo e desde entatildeo a imagem fotograacutefica estaacute cada vez mais
presente no processo ensino aprendizagem de forma cada vez mais interativa A fotografia
e a questatildeo ambiental estatildeo relacionadas desde sua descoberta em1826 No inicio o
objetivo da fotografia era fazer um registro fiel da natureza Nas suas atividades os
cientistas utilizam cada vez mais a fotografia como instrumentaccedilatildeo de pesquisa registro de
dados apoio didaacutetico e principalmente na divulgaccedilatildeo dos resultados cientiacuteficos
introduzindo o conceito da fotografia cientiacutefica A fotografia eacute uma forma objetiva de
suporte para o ensino e a pesquisa eacute uma forma objetiva de documentaccedilatildeo ela tem o poder
de capturar nuances que muitas vezes passam despercebidas ao olho nu e isso aumenta o
aspecto de observaccedilatildeo do pesquisador A fotografia cientiacutefica tem que retratar o real
aparente a imagem como um instrumento de uma memoacuteria documental da realidade
Muitas vezes diante da dificuldade de deslocamento os professores lanccedilam matildeo da
fotografia para exemplificar e fixar conceitos educacionais tirando-os do imaginaacuterio e
trazendo para suas aulas de forma mais concreta wwwabedorgbrcongresso2007tc552007125857PMpdf
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 39
Trabalhando com fotografias e Histoacuteria Local
FIGURA 1
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 40
FIGURA 2
httpjornalrolandianetblogspotcom201105familia-farina-fotografando-rolandiahtml
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 41
FIGURA 3
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 42
FIGURA 4
httpwwwpanoramiocomphoto9865842
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 43
FIGURAS 5 E 6
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 44
FIGURA 7
httpwwwgooglecombrimgresq=FOTOS+ESCOLA+PADRE+JOSE+HERIONS+ROLANDIA
LEMBRETE AO (Agrave) PROFESSOR (A) Nossa proposta significa trabalhar com FONTE DOCUMENTAL As respostas das entrevistas consistem tambeacutem em FONTES DOCUMENTIAS E como tal devem ser interpretadas em sala de aula Qualquer material como fotos muacutesicas poemas imagens etc devem ser tratadas como FONTES u seja pergunta-se a estas QUEM FEZ QUANDO ONDE PARA QUEM POR QUEcirc OQUE QUER COMUNICAR E todos estes materiais necessitam de referecircncia como qualquer texto livro reportagem etc
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 45
Sugestatildeo de atividades para o aluno
Analise as fotografias (1-2-3-4-5-6-7) o Vocecirc conhece esses lugares que estatildeo representados nas fotos o Qual lugar da foto estaacute localizado mais perto de sua casa o Quais fotos representam lugar de lazer o Vendo as fotos onde podemos fazer nossas reflexotildees o O que estaacute na foto que incomoda a comunidade o Vocecirc conhece algumas pessoas das fotos Escreva os nomes das mesmas o Com qual foto vocecirc mais se identificou Justifique sua resposta o Escreva uma frase para cada fotografia o Essas fotos fazem parte da Histoacuteria de Rolacircndia Faccedila comentaacuterios
Sugestatildeo de atividades para o professor
1-Trabalhe com fotografias o Peccedila para seu aluno trazer fotos antigas da famiacutelia da comunidade etc o Faccedila perguntas para obter respostas o Dar oportunidade para um debate sobre as fotos trazidas pelos alunos o Formar grupo com trecircs alunos para eles escreverem sobre as fotos o Colocar em cartazes os resultados obtidos natildeo esquecer de registrar a eacutepoca e
lugar em que foi tirada a foto o Expor na escola para que outros alunos possam ler e analisar os trabalhos
realizados
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 46
Referecircncia bibliograacutefica do texto explicativo
BAUMAN Z Modernidade e ambivalecircncia Rio de Janeiro Jorge Zahar 1999
CAVALLEIRO E S Do silecircncio do lar ao silecircncio escolar racismo preconceito e discriminaccedilatildeo na educaccedilatildeo infantil 4 ed Satildeo Paulo Contexto 2005
FERREIRA Ricardo Franklin O brasileiro o racismo silencioso e a identidade afro-descendente Psicologia e Sociedade Belo Horizonte v 14 n 1 p 69-86 janjun 2002
FIGUEIREDO Luis Claudio Mendonccedila Revisitando as psicologias da epistemologia agrave eacutetica das praacuteticas e discursos psicoloacutegicos 3 ed Petroacutepolis Vozes 2004
FREITAS Patriacutecia de Sobre a Lei 10639 o ensino de histoacuteria e a cultura afro-brasileira OPSIS Catalatildeo v 10 n 1 p15-28 janjun 2010
GONCcedilALVES Rita de Caacutessia LISBOATeresa Kleba Sobre o meacutetodo de Histoacuteria oral em sua modalidade trajetoacuteria de vida Revista Kataacutel Florianoacutepolis v 10 n especial p 83-92 2007
REIS Faacutetima A implementaccedilatildeo da Lei 1063903 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwwebartigoscomarticles39841A-Implementacao-Da-Lei-1063903pagina1htmlgt Acesso em 20 abr 2011
RODRIGUES N Os africanos no Brasil 5 ed Satildeo Paulo Nacional 1977
SCHMIDT Maria auxiliadora CAINELLI Marlene Ensinar histoacuteria Satildeo Paulo Scipione 2004
- Paacutegina em branco
-
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 22
3- Discutindo preconceito racial e eacutetnico Peccedila que cada aluno monte a sua histoacuteria (e a da famiacutelia) falando do brinquedo preferido da comida de que mais gosta da famiacutelia etc Monte um livro com todas as histoacuterias dos alunos e pergunte ldquoComo seria o mundo se todos fossem iguaisrdquo Confecccedilatildeo de bonecos eacute raro encontrar no mercado bonecas negras orientais e indiacutegenas o que contribui para reforccedilar a exclusatildeo das crianccedilas desses grupos Se houver possibilidade envolva matildees pais parentes das crianccedilas e confeccionem juntos marionetes e bonecos que representem pessoas negras Evite estereoacutetipos (por exemplo negros sempre pobres ou sempre jogadores de futebol) Monte com as crianccedilas um teatrinho em que haja personagens brancas negras e amarelas em papeacuteis de igual valor (evite dar sempre os papeacuteis de destaque para alunos brancos) Monte um mural com os personagens preferidos das crianccedilas Verifique se haacute algum negro ou oriental Crie com os alunos personagens de diferentes etnias e envolva as crianccedilas na elaboraccedilatildeo de uma histoacuteria em quadrinhos (HQ) Aproveite o momento para trabalhar com a turma os diferentes povos que formaram a atual populaccedilatildeo brasileira Qual a ascendecircncia de cada um Divida a classe em grupos e encarregue cada um de pesquisar um povo e sua contribuiccedilatildeo para a formaccedilatildeo da cultura brasileira na liacutengua na alimentaccedilatildeo nos costumes etc Depois de estudar os diferentes povos que colonizaram o Brasil e contribuiacuteram para a formaccedilatildeo do povo brasileiro monte com as crianccedilas uma feira das naccedilotildees Cada grupo pode usar trajes tiacutepicos fazer performances cantar enfim o que a sua criatividade sugerir Se possiacutevel envolva toda a comunidade escolar nessa feira abrindo-a para a participaccedilatildeo dos pais in Construir Notiacutecias por Moacir Pereira Juacutenior (httpserinteiroblogspotcomsearchlabelEducaC3A7C3A3o)
ATENCcedilAtildeO A PARTIR DESTE MOMENTO NAtildeO
MAIS TRANSCREVEMOS O BLOG
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 23
Trabalhando com muacutesica
ldquoA muacutesica eacute uma forccedila geradora de vida uma energia que
envolve o nosso ser inteiro atuando de forma poderosa sobre
o nosso corpo mente e coraccedilatildeo Aleacutem de alegrar unir e
consagrar mensagens e valores disciplinar e socializar a
muacutesica forma o caraacuteter e favorece o desenvolvimento integral
da personalidade o equiliacutebrio emocional e socialrdquo (profordf
compositora e regente Miacuteria Therezinha Kolling)
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Fazer leitura da letra da muacutesica
2-Procurar no dicionaacuterio o significado das palavras
3-Ouvir a muacutesica de Caetano Veloso
4-Cantar a muacutesica
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1-Fazer anaacutelise da muacutesica junto com os alunos
2-Fazer comentaacuterios sobre a muacutesica
3- Escrever um texto coletivo com os alunos sobre o tema ldquoNavio Negreirordquo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 24
O Navio Negreiro
Caetano Veloso
Composiccedilatildeo Castro Alves
O Navio Negreiro
Estamos em pleno mar
Era um sonho dantesco o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho
Em sangue a se banhar
Tinir de ferros estalar do accediloite
Legiotildees de homens negros como a noite
Horrendos a danccedilar
Negras mulheres suspendendo agraves tetas
Magras crianccedilas cujas bocas pretas
Rega o sangue das matildees
Outras moccedilas mas nuas espantadas
No turbilhatildeo de espectros arrastados
Em acircnsia e maacutegoa vatildes
E ri-se a orquestra irocircnica estridente
E da ronda fantaacutestica a serpente
Faz doudas espirais
Se o velho arqueja se no chatildeo resvala
Ouvem-se gritos o chicote estala
E voam mais e mais
Presa dos elos de uma soacute cadeia
A multidatildeo faminta cambaleia
E chora e danccedila ali
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 25
Um de raiva delira outro enlouquece
Outro que de martiacuterios embrutece
Cantando geme e ri
No entanto o capitatildeo manda a manobra
E apoacutes fitando o ceacuteu que se desdobra
Tatildeo puro sobre o mar
Diz do fumo entre os densos nevoeiros
Vibrai rijo o chicote marinheiros
Fazei-os mais danccedilar
E ri-se a orquestra irocircnica estridente
E da ronda fantaacutestica a serpente
Faz doudas espirais
Qual num sonho dantesco as sombras voam
Gritos ais maldiccedilotildees preces ressoam
E ri-se Satanaz
Senhor Deus dos desgraccedilados
Dizei-me voacutes Senhor Deus
Se eacute loucura se eacute verdade
Tanto horror perante os ceacuteus
Oacute mar por que natildeo apagas
Coa esponja de tuas vagas
De teu manto este borratildeo
Astros noite tempestades
Rolai das imensidades
Varrei os mares tufatildeo
Quem satildeo estes desgraccedilados
Que natildeo encontram em voacutes
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fuacuteria do algoz
Quem satildeo Se a estrela se cala
Se a vaga agrave pressa resvala
Como um cuacutemplice fugaz
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 26
Perante a noite confusa
Dize-o tu severa musa
Musa libeacuterrima audaz
Satildeo os filhos do deserto
Onde a terra esposa a luz
Onde voa em campo aberto
A tribo dos homens nus
Satildeo os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidatildeo
Homens simples fortes bravos
Hoje miacuteseros escravos
Sem ar sem luz sem razatildeo
Satildeo mulheres desgraccediladas
Como Agar o foi tambeacutem
Que sedentas alquebradas
De longe bem longe vecircm
Trazendo com tiacutebios passos
Filhos e algemas nos braccedilos
Nalma laacutegrimas e fel
Como Agar sofrendo tanto
Que nem o leite do pranto
Tecircm que dar para Ismael
Laacute nas areias infindas
Das palmeiras no paiacutes
Nasceram crianccedilas lindas
Viveram moccedilas gentis
Passa um dia a caravana
Quando a virgem na cabana
Cisma das noites nos veacuteus
Adeus oacute choccedila do monte
Adeus palmeiras da fonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 27
Adeus amores adeus
Senhor Deus dos desgraccedilados
Dizei-me voacutes Senhor Deus
Se eu deliro ou se eacute verdade
Tanto horror perante os ceacuteus
Oacute mar por que natildeo apagas
Coa esponja de tuas vagas
De teu manto este borratildeo
Astros noite tempestades
Rolai das imensidades
Varrei os mares tufatildeo
E existe um povo que a bandeira empresta
Pra cobrir tanta infacircmia e cobardia
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria
Meu Deus meu Deus mas que bandeira eacute esta
Que impudente na gaacutevea tripudia
Silecircncio Musa chora chora tanto
Que o pavilhatildeo se lave no seu pranto
Auriverde pendatildeo de minha terra
Que a brisa do Brasil beija e balanccedila
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperanccedila
Tu que da liberdade apoacutes a guerra
Foste hasteado dos heroacuteis na lanccedila
Antes te houvessem roto na batalha
Que servires a um povo de mortalha
Fatalidade atroz que a mente esmaga
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu na vaga
Como um iacuteris no peacutelago profundo
Mas eacute infacircmia demais
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 28
Da eteacuterea plaga
Levantai-vos heroacuteis do Novo Mundo
Andrada arranca este pendatildeo dos ares
Colombo fecha a porta de teus mares
(endereccedilo do viacutedeo para assistir clip da muacutesica)
(httpwwwyoutubecomwatchv=1Osbp0IMYRM)
Trabalhando com poema
Terra roxa e outras terras- Revista de Estudos Literaacuterios
Ana Claudia Duarte Mendes (UEMSUEL)
A literatura do poema ldquoVozes de Mulheresrdquo de Conceiccedilatildeo Evaristo a partir de
uma perspectiva de construccedilatildeo da memoacuteria possibilita-nos observar a existecircncia
de uma literatura adjetivada afro-brasileira A poesia analisada estaacute inserida em
um contexto no qual o poeta assume o ponto de vista negro Ao narrar a trajetoacuteria
de mulheres negras preservada na memoacuteria coletiva revela a ancestralidade que
se projeta no presente e prepara o futuro
O poema pertence a um tempo e lugar histoacuterico no mesmo instante transcende
essa condiccedilatildeo supera-a ldquoO poema eacute tempo arquetiacutepico e por secirc-lo eacute tempo que
se encarna na experiecircncia concreta de um povo um grupo ou uma seitardquo (Paz
1972 54) A contradiccedilatildeo ndash essecircncia do poema- que ao se encarnar revela-se
histoacuterico ao mesmo tempo em que eacute presente a cada nova leitura atualiza-se e
se projeta enquanto futuro Ao poeta eacute impossiacutevel fugir da histoacuteria mesmo quando
compotildee algo completamente diverso desta pois suas palavras satildeo sociais e
histoacutericas A revelaccedilatildeo poeacutetica consagra a experiecircncia humana (Paz 1972 55)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 29
por ser a poesia imagem A palavra poeacutetica ao se compor enquanto imagem
conforma o isto e o aquilo no mesmo instante Diz o indiziacutevel
O poeta consagra sempre umas experiecircncias histoacutericas que pode ser pessoal
sociais ou ambas as coisas ao mesmo tempo Mas ao falar-nos de todos estes
sucessos sentimentos experiecircncias e pessoas o poeta nos fala de outra coisado
que estaacute fazendo diante de noacutes e em noacutes E mais ainda leva-nos a repetir a
recriar seu poema a nomear aquilo que nomeia e ao fazecirc-lo revela-nos o que
somos (Paz 1972 57)
Como o poema surge na construccedilatildeo a partir da memoacuteria nos atrevemos a
dialogar com a obra de Gizecirclda Melo do nascimento Feitio de viver memoacuterias de
descendentes de escravos de 2006 O livro registra e interpreta a narrativa de
mulheres negras fortes e determinadas a contarem suas trajetoacuterias memoacuterias
individuais e coletivas O olhar para o presente na esperanccedila do futuro sem
alijarem-se do passado ancestral Esta perspectiva nos permitiraacute iluminar o
poema siacutentese do vivido
Vozes-Mulheres de Conceiccedilatildeo Evaristo
A voz da minha bisavoacute ecoou
crianccedila
nos porotildees do navio
Ecoou lamentos
de uma infacircncia perdida
A voz de minha avoacute
ecoou obediecircncia
aos brancos-donos de tudo
A voz de minha matildee
ecoou baixinho revolta
no fundo das cozinhas alheias
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 30
debaixo das trouxas
roupagens sujas dos brancos
pelo caminho empoeirado
rumo agrave favela
A minha voz ainda
ecoa versos perplexos
com rimas de sangue
e
fome
A voz de minha filha
recolhe todas as nossas vozes
recolhe em si
as vozes mudas caladas
engasgadas nas gargantas
A voz de minha filha
recolhe em si
a fala e o ato
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1- Comente a partir do seu proacuteprio olhar o poema da referida autora O
comentaacuterio pode ser tanto teacutecnico (observacircncia da estrutura do poema) quanto
conteudiacutestico (como vocecirc avalia o poema a partir de suas impressotildees pessoais)(A
obra de Conceiccedilatildeo Evaristo eacute facilmente encontrada na Internet) Trabalhar com
os alunos outros poemas
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 31
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno(a)
1- Analisar o poema e reescrever em cada
verso seu significado
A voz de minha bisavoacute
A voz de minha avoacute
A voz de minha matildee
A minha voz
A voz da minha filha
2- Fazer comentaacuterios sobre o poema em sala
de aula professor (a) e alunos
3- Ilustrar o poema usando sua
criatividade
4-Com os desenhos prontos formar grupos
com trecircs alunos e criar uma histoacuteria em
quadrinhos sobre o que entendeu do poema
estudado
A escola e os educandos precisam se organizar para demonstrar a
importacircncia da pluralidade racial na sociedade A fim de contemplar discussotildees
sobre a diversidade racial discutir os problemas sociais Para possibilitar que os
educandos construam suas proacuteprias ideacuteias e entendimento sobre o outro que lhe eacute
diferente O preconceito no cotidiano escolar tem que ser combatido Eacute necessaacuterio
que todos digam natildeo ao preconceito racial Os agentes transformadores da
educaccedilatildeo precisam unir forccedilas para promover o respeito muacutetuo e a possibilidade
de conversar sobre diferenccedilas sem melindres e sem preconceitos Na educaccedilatildeo
infantil tempo dos primeiros passos da vida social da crianccedila eacute importante
possibilitar atitudes positivas estimular o contanto com a esteacutetica e pelo
imaginaacuterio afro e afrodescendente Trazer a verdadeira histoacuteria do negro africano
no Brasil para romper com as barreiras dos preconceitos (Perrucci 1999 p 7)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 32
httpwwwwebartigoscomarticles380941INCLUSAO-NO-TRIBUNAL-DE-JUSTICApagina1html
Trabalhando com imagens
Sugestatildeo de atividades para o aluno
1 Ver as figuras abaixo e responder as questotildees
2 Vocecirc acha que existe preconceito entre essas crianccedilas Justifique
3 A crianccedila jaacute nasce com preconceito Comente
4 Como a crianccedila adquire o preconceito
5 Vocecirc como adolescente jaacute sofreu preconceito Em que fase de sua vida
Comente
Sites das imagens
almazendemensagensblogspotcom uniblogcombr
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 33
agenciaaldensblogspotcom sociologiacienciaevidauolcombr
Trabalhando com viacutedeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1 Assistir o viacutedeo Analisar as imagens e o depoimento
2 Promover um debate sobre o viacutedeo junto com os alunos
Por uma infacircncia sem racismo ver
wwwyoutubecomwatchv=_aPYuKiKFMg
1 Assistir o viacutedeo Analisar os depoimentos reais das pessoas
2 Vocecirc concorda com esses depoimentos Justifique
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 34
Onde vocecirc guarda o seu racismo ver
httpwwwyoutubecomwatchv=ojg07xOt8CY
Trabalhando com entrevista
Histoacuteria Oral - Como fazer uma entrevista
A pesquisa histoacuterica natildeo se baseia apenas em documentos escritos ou imagens mas
tambeacutem na narraccedilatildeo de fatos por parte das pessoas que presenciaram ou que tecircm
maior conhecimento dos mesmos Neste caso outra ferramenta pode ser utilizada
pelo pesquisador para adquirir novas informaccedilotildees acerca do objeto de estudo
Trata-se da entrevista um recurso da Histoacuteria Oral
Na Histoacuteria Oral podem-se fazer duas divisotildees em se tratando de relatos segundo o
historiador Gwyn Prins Existe uma tradiccedilatildeo Oral - a qual representa um
testemunho oral transmitido de uma geraccedilatildeo para a seguinte ou as demais -
Existe tambeacutem uma Reminiscecircncia Pessoal Evidecircncia oral especiacutefica das
experiecircncias de vida do informante (Wikipedia 2007)
Segundo Olga Rodrigues de Moraes Von Simson do Centro de Memoacuteria da
Unicamp a Histoacuteria Oral possibilita que indiviacuteduos pertencentes a categorias
sociais geralmente excluiacutedas da histoacuteria oficial possam ser ouvidos - deixando
registradas para anaacutelises futuras sua proacutepria visatildeo de mundo e aquela do grupo
social ao qual pertencem Apesar de ser um meacutetodo praacutetico e cada vez mais usado
a entrevista apresenta algumas deficiecircncias mas que podem de certa forma serem
superadas o entrevistado pode ter uma falha de memoacuteria pode criar uma
trajetoacuteria artificial se autocelebrar fantasiar omitir ou mesmo mentir O que
poderia ser percebido como um problema acaba se transformando em um recurso
uma vez que o proacuteprio entrevistador no ato de produccedilatildeo da narrativa histoacuterica natildeo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 35
deixa de produzir uma versatildeo do que entendeu ter acontecido Mesmo quando o
pesquisador tenha certeza de que o entrevistado esteja mentido conscientemente
cabe a ele entrevistador tentar entender as razotildees da mentira ou seja quais os
motivos que estatildeo levando a pessoa a mentir podendo ser aplicado o mesmo no
caso da ilusatildeo biograacutefica quando o indiviacuteduo faz uma produccedilatildeo artificial de si
mesmo No caso de esquecimento para ajudar suprir essa falha podem-se usar os
chamados apoios de memoacuteria como fotografias objetos e outras coisas que
possam ajudar o entrevistado a se recordar melhor dos fatos em pesquisa (op
cit)
Se formos analisar a credibilidade dos recursos de pesquisa histoacuterica sejam
documentos ou oralidade iremos nos deparar sempre com a interpretaccedilatildeo ou a
criacutetica pessoal de quem o fez cabendo ao pesquisador saber aproveitar as
informaccedilotildees que lhe conveacutem e criar suas proacuteprias consideraccedilotildees nenhum
documento pode nos dizer mais do que aquilo que o autor pensava ndash o que ele
pensava que havia acontecido queria que os outros pensassem que ele pensava ou
mesmo apenas o que ele proacuteprio pensava pensar Nada disso significa alguma
coisa ateacute que o historiador trabalhe sobre esse material e decifre-o eacute o que
comenta Edward Hallet Carr citado no site Wikipedia
A entrevista possibilita um contato direto com o atorautor da Histoacuteria Esse
envolvimento pode resultar num trabalho dinacircmico abrangente e ateacute mais realista
trazendo assim o passado para o presente
Agora vejamos os passos baacutesicos para realizar uma boa entrevista
COMO FAZER UMA ENTREVISTA
1 Preparar antes da entrevista um roteiro com alguns dos assuntos
importantes a abordar Ao partir para a entrevista eacute fundamental saber
o que vamos perguntar
2 Conversar com o entrevistado sobre nossos objetivos e descobrir se
realmente deseja colaborar conosco Natildeo se obriga ningueacutem a ser
entrevistado
3 Escolher local e hora apropriados para que a entrevista se decirc sem
interrupccedilotildees Num ambiente ou momento onde entrevistado ou
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 36
entrevistador estejam com pressa torna-se impossiacutevel agrave realizaccedilatildeo da
entrevista
4 Em lugar de apenas anotar o que o entrevistado diz eacute melhor e mais
adequado se possiacutevel levar um gravador para ficar tudo registrado de
tal forma que natildeo se perca parte alguma daquilo que o entrevistado
disse
5 A entrevista natildeo deve ser interrogatoacuterio e sim diaacutelogo
6 O entrevistador deve respeitar as opiniotildees do entrevistado mesmo
quando natildeo concordar com elas
7 O entrevistador deve dar oportunidade para que o entrevistado fale
tudo o que desejar no tempo que quiser
8 Nunca fazer nova pergunta enquanto o entrevistado ainda natildeo tiver
terminado de expor seu pensamento em relaccedilatildeo agrave pergunta anterior
Natildeo interromper desnecessariamente a fala do outro
professor-josimarblogspotcom200908historia-oral
REFEREcircNCIAS
SIMSON Olga Rodrigues de Moraes Von O que eacute Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
wwwcentrodememoriaunicampbrlahoindexhtm Acesso em 23 mai 2007
WIKIPEDIA Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
httpptwikipediaorgwikiHistAtildesup3ria_OralsearchInputsearchInput Acesso
em 23 mai 2007
httpwwwfeunbbrpieComo20fazer20uma20entrevistahtm
Professor Josimar Pais de Almeida
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 37
Sugestatildeo de Roteiro para realizar a entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistador
Nome do entrevistador
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Onde trabalha
Data local da entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistado
Nome
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Questionamento
Onde trabalha
Grau de escolaridade
Religiatildeo que frequumlenta
Tempo que mora na cidade de Rolacircndia
De onde veio sua famiacutelia
Vocecirc gosta de morar aqui
Porque vieram morar aqui
Do que sente saudades
Como era essa cidade quando vocecirc chegou aqui
Como vocecirc considera essa cidade hoje
Fale como era o lazer quando vocecirc era adolescente Como eacute seu lazer hoje
Fale sobre o namoro de antigamente As pessoas tinham um lugar para ldquopaquerarrdquo
Qual era a principal alimentaccedilatildeo das pessoas
Havia violecircncia Como era
Como eram as escolas Usava-se uniforme
Como eram as roupas Onde as comprava ou quem as confeccionava
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 38
Como era a educaccedilatildeo dos filhos
Havia igrejas Frequentava alguma no passado E hoje
O que era cultivado nas lavouras
Muitas pessoas moravam na zona rural
Como eram as habitaccedilotildees
Vocecirc se sente discriminado
O que vocecirc acha da escravidatildeo na eacutepoca da colonizaccedilatildeo do Brasil
Hoje ainda existe escravidatildeo
A fotografia na construccedilatildeo do material didaacutetico
Paulo Freire na ldquopedagogia do oprimidordquo pregava a liberdade atraveacutes da educaccedilatildeo e para
isso educava a partir de estiacutemulos retirados do cotidiano dos alunos aumentando
gradativamente o inverso dos mesmos Os estiacutemulos servem portanto como forma de
despertar a criatividade e o intelecto dos alunos Levando-se em consideraccedilatildeo que a
percepccedilatildeo visual eacute a forma mais objetiva de interaccedilatildeo do homem com o meio que o cerca
os estiacutemulos visuais atendem perfeitamente aos objetivos da educaccedilatildeo Antes mesmo da
escrita as comunicaccedilotildees visuais valendo-se de percepccedilatildeo visual ajuda a escrever a histoacuteria
da humanidade Associando-se aos seus conhecimentos o homem absorve a imagem
processa-a e retira dela suas proacuteprias conclusotildees A imagem dinacircmica ou estaacutetica eacute
portanto uma forma contumaz na divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo quer seja ela educacional
cientifica ou cultural difundindo conhecimentos desenvolvendo ideacuteias e formando
opiniotildees Jaacute em 1888 George Eastman referindo-se agrave fotografia afirmava ldquouma imagem
vale mais que mil palavrasrdquo e desde entatildeo a imagem fotograacutefica estaacute cada vez mais
presente no processo ensino aprendizagem de forma cada vez mais interativa A fotografia
e a questatildeo ambiental estatildeo relacionadas desde sua descoberta em1826 No inicio o
objetivo da fotografia era fazer um registro fiel da natureza Nas suas atividades os
cientistas utilizam cada vez mais a fotografia como instrumentaccedilatildeo de pesquisa registro de
dados apoio didaacutetico e principalmente na divulgaccedilatildeo dos resultados cientiacuteficos
introduzindo o conceito da fotografia cientiacutefica A fotografia eacute uma forma objetiva de
suporte para o ensino e a pesquisa eacute uma forma objetiva de documentaccedilatildeo ela tem o poder
de capturar nuances que muitas vezes passam despercebidas ao olho nu e isso aumenta o
aspecto de observaccedilatildeo do pesquisador A fotografia cientiacutefica tem que retratar o real
aparente a imagem como um instrumento de uma memoacuteria documental da realidade
Muitas vezes diante da dificuldade de deslocamento os professores lanccedilam matildeo da
fotografia para exemplificar e fixar conceitos educacionais tirando-os do imaginaacuterio e
trazendo para suas aulas de forma mais concreta wwwabedorgbrcongresso2007tc552007125857PMpdf
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 39
Trabalhando com fotografias e Histoacuteria Local
FIGURA 1
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 40
FIGURA 2
httpjornalrolandianetblogspotcom201105familia-farina-fotografando-rolandiahtml
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 41
FIGURA 3
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 42
FIGURA 4
httpwwwpanoramiocomphoto9865842
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 43
FIGURAS 5 E 6
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 44
FIGURA 7
httpwwwgooglecombrimgresq=FOTOS+ESCOLA+PADRE+JOSE+HERIONS+ROLANDIA
LEMBRETE AO (Agrave) PROFESSOR (A) Nossa proposta significa trabalhar com FONTE DOCUMENTAL As respostas das entrevistas consistem tambeacutem em FONTES DOCUMENTIAS E como tal devem ser interpretadas em sala de aula Qualquer material como fotos muacutesicas poemas imagens etc devem ser tratadas como FONTES u seja pergunta-se a estas QUEM FEZ QUANDO ONDE PARA QUEM POR QUEcirc OQUE QUER COMUNICAR E todos estes materiais necessitam de referecircncia como qualquer texto livro reportagem etc
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 45
Sugestatildeo de atividades para o aluno
Analise as fotografias (1-2-3-4-5-6-7) o Vocecirc conhece esses lugares que estatildeo representados nas fotos o Qual lugar da foto estaacute localizado mais perto de sua casa o Quais fotos representam lugar de lazer o Vendo as fotos onde podemos fazer nossas reflexotildees o O que estaacute na foto que incomoda a comunidade o Vocecirc conhece algumas pessoas das fotos Escreva os nomes das mesmas o Com qual foto vocecirc mais se identificou Justifique sua resposta o Escreva uma frase para cada fotografia o Essas fotos fazem parte da Histoacuteria de Rolacircndia Faccedila comentaacuterios
Sugestatildeo de atividades para o professor
1-Trabalhe com fotografias o Peccedila para seu aluno trazer fotos antigas da famiacutelia da comunidade etc o Faccedila perguntas para obter respostas o Dar oportunidade para um debate sobre as fotos trazidas pelos alunos o Formar grupo com trecircs alunos para eles escreverem sobre as fotos o Colocar em cartazes os resultados obtidos natildeo esquecer de registrar a eacutepoca e
lugar em que foi tirada a foto o Expor na escola para que outros alunos possam ler e analisar os trabalhos
realizados
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 46
Referecircncia bibliograacutefica do texto explicativo
BAUMAN Z Modernidade e ambivalecircncia Rio de Janeiro Jorge Zahar 1999
CAVALLEIRO E S Do silecircncio do lar ao silecircncio escolar racismo preconceito e discriminaccedilatildeo na educaccedilatildeo infantil 4 ed Satildeo Paulo Contexto 2005
FERREIRA Ricardo Franklin O brasileiro o racismo silencioso e a identidade afro-descendente Psicologia e Sociedade Belo Horizonte v 14 n 1 p 69-86 janjun 2002
FIGUEIREDO Luis Claudio Mendonccedila Revisitando as psicologias da epistemologia agrave eacutetica das praacuteticas e discursos psicoloacutegicos 3 ed Petroacutepolis Vozes 2004
FREITAS Patriacutecia de Sobre a Lei 10639 o ensino de histoacuteria e a cultura afro-brasileira OPSIS Catalatildeo v 10 n 1 p15-28 janjun 2010
GONCcedilALVES Rita de Caacutessia LISBOATeresa Kleba Sobre o meacutetodo de Histoacuteria oral em sua modalidade trajetoacuteria de vida Revista Kataacutel Florianoacutepolis v 10 n especial p 83-92 2007
REIS Faacutetima A implementaccedilatildeo da Lei 1063903 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwwebartigoscomarticles39841A-Implementacao-Da-Lei-1063903pagina1htmlgt Acesso em 20 abr 2011
RODRIGUES N Os africanos no Brasil 5 ed Satildeo Paulo Nacional 1977
SCHMIDT Maria auxiliadora CAINELLI Marlene Ensinar histoacuteria Satildeo Paulo Scipione 2004
- Paacutegina em branco
-
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 23
Trabalhando com muacutesica
ldquoA muacutesica eacute uma forccedila geradora de vida uma energia que
envolve o nosso ser inteiro atuando de forma poderosa sobre
o nosso corpo mente e coraccedilatildeo Aleacutem de alegrar unir e
consagrar mensagens e valores disciplinar e socializar a
muacutesica forma o caraacuteter e favorece o desenvolvimento integral
da personalidade o equiliacutebrio emocional e socialrdquo (profordf
compositora e regente Miacuteria Therezinha Kolling)
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno (a)
1-Fazer leitura da letra da muacutesica
2-Procurar no dicionaacuterio o significado das palavras
3-Ouvir a muacutesica de Caetano Veloso
4-Cantar a muacutesica
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1-Fazer anaacutelise da muacutesica junto com os alunos
2-Fazer comentaacuterios sobre a muacutesica
3- Escrever um texto coletivo com os alunos sobre o tema ldquoNavio Negreirordquo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 24
O Navio Negreiro
Caetano Veloso
Composiccedilatildeo Castro Alves
O Navio Negreiro
Estamos em pleno mar
Era um sonho dantesco o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho
Em sangue a se banhar
Tinir de ferros estalar do accediloite
Legiotildees de homens negros como a noite
Horrendos a danccedilar
Negras mulheres suspendendo agraves tetas
Magras crianccedilas cujas bocas pretas
Rega o sangue das matildees
Outras moccedilas mas nuas espantadas
No turbilhatildeo de espectros arrastados
Em acircnsia e maacutegoa vatildes
E ri-se a orquestra irocircnica estridente
E da ronda fantaacutestica a serpente
Faz doudas espirais
Se o velho arqueja se no chatildeo resvala
Ouvem-se gritos o chicote estala
E voam mais e mais
Presa dos elos de uma soacute cadeia
A multidatildeo faminta cambaleia
E chora e danccedila ali
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 25
Um de raiva delira outro enlouquece
Outro que de martiacuterios embrutece
Cantando geme e ri
No entanto o capitatildeo manda a manobra
E apoacutes fitando o ceacuteu que se desdobra
Tatildeo puro sobre o mar
Diz do fumo entre os densos nevoeiros
Vibrai rijo o chicote marinheiros
Fazei-os mais danccedilar
E ri-se a orquestra irocircnica estridente
E da ronda fantaacutestica a serpente
Faz doudas espirais
Qual num sonho dantesco as sombras voam
Gritos ais maldiccedilotildees preces ressoam
E ri-se Satanaz
Senhor Deus dos desgraccedilados
Dizei-me voacutes Senhor Deus
Se eacute loucura se eacute verdade
Tanto horror perante os ceacuteus
Oacute mar por que natildeo apagas
Coa esponja de tuas vagas
De teu manto este borratildeo
Astros noite tempestades
Rolai das imensidades
Varrei os mares tufatildeo
Quem satildeo estes desgraccedilados
Que natildeo encontram em voacutes
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fuacuteria do algoz
Quem satildeo Se a estrela se cala
Se a vaga agrave pressa resvala
Como um cuacutemplice fugaz
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 26
Perante a noite confusa
Dize-o tu severa musa
Musa libeacuterrima audaz
Satildeo os filhos do deserto
Onde a terra esposa a luz
Onde voa em campo aberto
A tribo dos homens nus
Satildeo os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidatildeo
Homens simples fortes bravos
Hoje miacuteseros escravos
Sem ar sem luz sem razatildeo
Satildeo mulheres desgraccediladas
Como Agar o foi tambeacutem
Que sedentas alquebradas
De longe bem longe vecircm
Trazendo com tiacutebios passos
Filhos e algemas nos braccedilos
Nalma laacutegrimas e fel
Como Agar sofrendo tanto
Que nem o leite do pranto
Tecircm que dar para Ismael
Laacute nas areias infindas
Das palmeiras no paiacutes
Nasceram crianccedilas lindas
Viveram moccedilas gentis
Passa um dia a caravana
Quando a virgem na cabana
Cisma das noites nos veacuteus
Adeus oacute choccedila do monte
Adeus palmeiras da fonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 27
Adeus amores adeus
Senhor Deus dos desgraccedilados
Dizei-me voacutes Senhor Deus
Se eu deliro ou se eacute verdade
Tanto horror perante os ceacuteus
Oacute mar por que natildeo apagas
Coa esponja de tuas vagas
De teu manto este borratildeo
Astros noite tempestades
Rolai das imensidades
Varrei os mares tufatildeo
E existe um povo que a bandeira empresta
Pra cobrir tanta infacircmia e cobardia
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria
Meu Deus meu Deus mas que bandeira eacute esta
Que impudente na gaacutevea tripudia
Silecircncio Musa chora chora tanto
Que o pavilhatildeo se lave no seu pranto
Auriverde pendatildeo de minha terra
Que a brisa do Brasil beija e balanccedila
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperanccedila
Tu que da liberdade apoacutes a guerra
Foste hasteado dos heroacuteis na lanccedila
Antes te houvessem roto na batalha
Que servires a um povo de mortalha
Fatalidade atroz que a mente esmaga
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu na vaga
Como um iacuteris no peacutelago profundo
Mas eacute infacircmia demais
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 28
Da eteacuterea plaga
Levantai-vos heroacuteis do Novo Mundo
Andrada arranca este pendatildeo dos ares
Colombo fecha a porta de teus mares
(endereccedilo do viacutedeo para assistir clip da muacutesica)
(httpwwwyoutubecomwatchv=1Osbp0IMYRM)
Trabalhando com poema
Terra roxa e outras terras- Revista de Estudos Literaacuterios
Ana Claudia Duarte Mendes (UEMSUEL)
A literatura do poema ldquoVozes de Mulheresrdquo de Conceiccedilatildeo Evaristo a partir de
uma perspectiva de construccedilatildeo da memoacuteria possibilita-nos observar a existecircncia
de uma literatura adjetivada afro-brasileira A poesia analisada estaacute inserida em
um contexto no qual o poeta assume o ponto de vista negro Ao narrar a trajetoacuteria
de mulheres negras preservada na memoacuteria coletiva revela a ancestralidade que
se projeta no presente e prepara o futuro
O poema pertence a um tempo e lugar histoacuterico no mesmo instante transcende
essa condiccedilatildeo supera-a ldquoO poema eacute tempo arquetiacutepico e por secirc-lo eacute tempo que
se encarna na experiecircncia concreta de um povo um grupo ou uma seitardquo (Paz
1972 54) A contradiccedilatildeo ndash essecircncia do poema- que ao se encarnar revela-se
histoacuterico ao mesmo tempo em que eacute presente a cada nova leitura atualiza-se e
se projeta enquanto futuro Ao poeta eacute impossiacutevel fugir da histoacuteria mesmo quando
compotildee algo completamente diverso desta pois suas palavras satildeo sociais e
histoacutericas A revelaccedilatildeo poeacutetica consagra a experiecircncia humana (Paz 1972 55)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 29
por ser a poesia imagem A palavra poeacutetica ao se compor enquanto imagem
conforma o isto e o aquilo no mesmo instante Diz o indiziacutevel
O poeta consagra sempre umas experiecircncias histoacutericas que pode ser pessoal
sociais ou ambas as coisas ao mesmo tempo Mas ao falar-nos de todos estes
sucessos sentimentos experiecircncias e pessoas o poeta nos fala de outra coisado
que estaacute fazendo diante de noacutes e em noacutes E mais ainda leva-nos a repetir a
recriar seu poema a nomear aquilo que nomeia e ao fazecirc-lo revela-nos o que
somos (Paz 1972 57)
Como o poema surge na construccedilatildeo a partir da memoacuteria nos atrevemos a
dialogar com a obra de Gizecirclda Melo do nascimento Feitio de viver memoacuterias de
descendentes de escravos de 2006 O livro registra e interpreta a narrativa de
mulheres negras fortes e determinadas a contarem suas trajetoacuterias memoacuterias
individuais e coletivas O olhar para o presente na esperanccedila do futuro sem
alijarem-se do passado ancestral Esta perspectiva nos permitiraacute iluminar o
poema siacutentese do vivido
Vozes-Mulheres de Conceiccedilatildeo Evaristo
A voz da minha bisavoacute ecoou
crianccedila
nos porotildees do navio
Ecoou lamentos
de uma infacircncia perdida
A voz de minha avoacute
ecoou obediecircncia
aos brancos-donos de tudo
A voz de minha matildee
ecoou baixinho revolta
no fundo das cozinhas alheias
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 30
debaixo das trouxas
roupagens sujas dos brancos
pelo caminho empoeirado
rumo agrave favela
A minha voz ainda
ecoa versos perplexos
com rimas de sangue
e
fome
A voz de minha filha
recolhe todas as nossas vozes
recolhe em si
as vozes mudas caladas
engasgadas nas gargantas
A voz de minha filha
recolhe em si
a fala e o ato
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1- Comente a partir do seu proacuteprio olhar o poema da referida autora O
comentaacuterio pode ser tanto teacutecnico (observacircncia da estrutura do poema) quanto
conteudiacutestico (como vocecirc avalia o poema a partir de suas impressotildees pessoais)(A
obra de Conceiccedilatildeo Evaristo eacute facilmente encontrada na Internet) Trabalhar com
os alunos outros poemas
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 31
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno(a)
1- Analisar o poema e reescrever em cada
verso seu significado
A voz de minha bisavoacute
A voz de minha avoacute
A voz de minha matildee
A minha voz
A voz da minha filha
2- Fazer comentaacuterios sobre o poema em sala
de aula professor (a) e alunos
3- Ilustrar o poema usando sua
criatividade
4-Com os desenhos prontos formar grupos
com trecircs alunos e criar uma histoacuteria em
quadrinhos sobre o que entendeu do poema
estudado
A escola e os educandos precisam se organizar para demonstrar a
importacircncia da pluralidade racial na sociedade A fim de contemplar discussotildees
sobre a diversidade racial discutir os problemas sociais Para possibilitar que os
educandos construam suas proacuteprias ideacuteias e entendimento sobre o outro que lhe eacute
diferente O preconceito no cotidiano escolar tem que ser combatido Eacute necessaacuterio
que todos digam natildeo ao preconceito racial Os agentes transformadores da
educaccedilatildeo precisam unir forccedilas para promover o respeito muacutetuo e a possibilidade
de conversar sobre diferenccedilas sem melindres e sem preconceitos Na educaccedilatildeo
infantil tempo dos primeiros passos da vida social da crianccedila eacute importante
possibilitar atitudes positivas estimular o contanto com a esteacutetica e pelo
imaginaacuterio afro e afrodescendente Trazer a verdadeira histoacuteria do negro africano
no Brasil para romper com as barreiras dos preconceitos (Perrucci 1999 p 7)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 32
httpwwwwebartigoscomarticles380941INCLUSAO-NO-TRIBUNAL-DE-JUSTICApagina1html
Trabalhando com imagens
Sugestatildeo de atividades para o aluno
1 Ver as figuras abaixo e responder as questotildees
2 Vocecirc acha que existe preconceito entre essas crianccedilas Justifique
3 A crianccedila jaacute nasce com preconceito Comente
4 Como a crianccedila adquire o preconceito
5 Vocecirc como adolescente jaacute sofreu preconceito Em que fase de sua vida
Comente
Sites das imagens
almazendemensagensblogspotcom uniblogcombr
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 33
agenciaaldensblogspotcom sociologiacienciaevidauolcombr
Trabalhando com viacutedeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1 Assistir o viacutedeo Analisar as imagens e o depoimento
2 Promover um debate sobre o viacutedeo junto com os alunos
Por uma infacircncia sem racismo ver
wwwyoutubecomwatchv=_aPYuKiKFMg
1 Assistir o viacutedeo Analisar os depoimentos reais das pessoas
2 Vocecirc concorda com esses depoimentos Justifique
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 34
Onde vocecirc guarda o seu racismo ver
httpwwwyoutubecomwatchv=ojg07xOt8CY
Trabalhando com entrevista
Histoacuteria Oral - Como fazer uma entrevista
A pesquisa histoacuterica natildeo se baseia apenas em documentos escritos ou imagens mas
tambeacutem na narraccedilatildeo de fatos por parte das pessoas que presenciaram ou que tecircm
maior conhecimento dos mesmos Neste caso outra ferramenta pode ser utilizada
pelo pesquisador para adquirir novas informaccedilotildees acerca do objeto de estudo
Trata-se da entrevista um recurso da Histoacuteria Oral
Na Histoacuteria Oral podem-se fazer duas divisotildees em se tratando de relatos segundo o
historiador Gwyn Prins Existe uma tradiccedilatildeo Oral - a qual representa um
testemunho oral transmitido de uma geraccedilatildeo para a seguinte ou as demais -
Existe tambeacutem uma Reminiscecircncia Pessoal Evidecircncia oral especiacutefica das
experiecircncias de vida do informante (Wikipedia 2007)
Segundo Olga Rodrigues de Moraes Von Simson do Centro de Memoacuteria da
Unicamp a Histoacuteria Oral possibilita que indiviacuteduos pertencentes a categorias
sociais geralmente excluiacutedas da histoacuteria oficial possam ser ouvidos - deixando
registradas para anaacutelises futuras sua proacutepria visatildeo de mundo e aquela do grupo
social ao qual pertencem Apesar de ser um meacutetodo praacutetico e cada vez mais usado
a entrevista apresenta algumas deficiecircncias mas que podem de certa forma serem
superadas o entrevistado pode ter uma falha de memoacuteria pode criar uma
trajetoacuteria artificial se autocelebrar fantasiar omitir ou mesmo mentir O que
poderia ser percebido como um problema acaba se transformando em um recurso
uma vez que o proacuteprio entrevistador no ato de produccedilatildeo da narrativa histoacuterica natildeo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 35
deixa de produzir uma versatildeo do que entendeu ter acontecido Mesmo quando o
pesquisador tenha certeza de que o entrevistado esteja mentido conscientemente
cabe a ele entrevistador tentar entender as razotildees da mentira ou seja quais os
motivos que estatildeo levando a pessoa a mentir podendo ser aplicado o mesmo no
caso da ilusatildeo biograacutefica quando o indiviacuteduo faz uma produccedilatildeo artificial de si
mesmo No caso de esquecimento para ajudar suprir essa falha podem-se usar os
chamados apoios de memoacuteria como fotografias objetos e outras coisas que
possam ajudar o entrevistado a se recordar melhor dos fatos em pesquisa (op
cit)
Se formos analisar a credibilidade dos recursos de pesquisa histoacuterica sejam
documentos ou oralidade iremos nos deparar sempre com a interpretaccedilatildeo ou a
criacutetica pessoal de quem o fez cabendo ao pesquisador saber aproveitar as
informaccedilotildees que lhe conveacutem e criar suas proacuteprias consideraccedilotildees nenhum
documento pode nos dizer mais do que aquilo que o autor pensava ndash o que ele
pensava que havia acontecido queria que os outros pensassem que ele pensava ou
mesmo apenas o que ele proacuteprio pensava pensar Nada disso significa alguma
coisa ateacute que o historiador trabalhe sobre esse material e decifre-o eacute o que
comenta Edward Hallet Carr citado no site Wikipedia
A entrevista possibilita um contato direto com o atorautor da Histoacuteria Esse
envolvimento pode resultar num trabalho dinacircmico abrangente e ateacute mais realista
trazendo assim o passado para o presente
Agora vejamos os passos baacutesicos para realizar uma boa entrevista
COMO FAZER UMA ENTREVISTA
1 Preparar antes da entrevista um roteiro com alguns dos assuntos
importantes a abordar Ao partir para a entrevista eacute fundamental saber
o que vamos perguntar
2 Conversar com o entrevistado sobre nossos objetivos e descobrir se
realmente deseja colaborar conosco Natildeo se obriga ningueacutem a ser
entrevistado
3 Escolher local e hora apropriados para que a entrevista se decirc sem
interrupccedilotildees Num ambiente ou momento onde entrevistado ou
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 36
entrevistador estejam com pressa torna-se impossiacutevel agrave realizaccedilatildeo da
entrevista
4 Em lugar de apenas anotar o que o entrevistado diz eacute melhor e mais
adequado se possiacutevel levar um gravador para ficar tudo registrado de
tal forma que natildeo se perca parte alguma daquilo que o entrevistado
disse
5 A entrevista natildeo deve ser interrogatoacuterio e sim diaacutelogo
6 O entrevistador deve respeitar as opiniotildees do entrevistado mesmo
quando natildeo concordar com elas
7 O entrevistador deve dar oportunidade para que o entrevistado fale
tudo o que desejar no tempo que quiser
8 Nunca fazer nova pergunta enquanto o entrevistado ainda natildeo tiver
terminado de expor seu pensamento em relaccedilatildeo agrave pergunta anterior
Natildeo interromper desnecessariamente a fala do outro
professor-josimarblogspotcom200908historia-oral
REFEREcircNCIAS
SIMSON Olga Rodrigues de Moraes Von O que eacute Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
wwwcentrodememoriaunicampbrlahoindexhtm Acesso em 23 mai 2007
WIKIPEDIA Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
httpptwikipediaorgwikiHistAtildesup3ria_OralsearchInputsearchInput Acesso
em 23 mai 2007
httpwwwfeunbbrpieComo20fazer20uma20entrevistahtm
Professor Josimar Pais de Almeida
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 37
Sugestatildeo de Roteiro para realizar a entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistador
Nome do entrevistador
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Onde trabalha
Data local da entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistado
Nome
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Questionamento
Onde trabalha
Grau de escolaridade
Religiatildeo que frequumlenta
Tempo que mora na cidade de Rolacircndia
De onde veio sua famiacutelia
Vocecirc gosta de morar aqui
Porque vieram morar aqui
Do que sente saudades
Como era essa cidade quando vocecirc chegou aqui
Como vocecirc considera essa cidade hoje
Fale como era o lazer quando vocecirc era adolescente Como eacute seu lazer hoje
Fale sobre o namoro de antigamente As pessoas tinham um lugar para ldquopaquerarrdquo
Qual era a principal alimentaccedilatildeo das pessoas
Havia violecircncia Como era
Como eram as escolas Usava-se uniforme
Como eram as roupas Onde as comprava ou quem as confeccionava
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 38
Como era a educaccedilatildeo dos filhos
Havia igrejas Frequentava alguma no passado E hoje
O que era cultivado nas lavouras
Muitas pessoas moravam na zona rural
Como eram as habitaccedilotildees
Vocecirc se sente discriminado
O que vocecirc acha da escravidatildeo na eacutepoca da colonizaccedilatildeo do Brasil
Hoje ainda existe escravidatildeo
A fotografia na construccedilatildeo do material didaacutetico
Paulo Freire na ldquopedagogia do oprimidordquo pregava a liberdade atraveacutes da educaccedilatildeo e para
isso educava a partir de estiacutemulos retirados do cotidiano dos alunos aumentando
gradativamente o inverso dos mesmos Os estiacutemulos servem portanto como forma de
despertar a criatividade e o intelecto dos alunos Levando-se em consideraccedilatildeo que a
percepccedilatildeo visual eacute a forma mais objetiva de interaccedilatildeo do homem com o meio que o cerca
os estiacutemulos visuais atendem perfeitamente aos objetivos da educaccedilatildeo Antes mesmo da
escrita as comunicaccedilotildees visuais valendo-se de percepccedilatildeo visual ajuda a escrever a histoacuteria
da humanidade Associando-se aos seus conhecimentos o homem absorve a imagem
processa-a e retira dela suas proacuteprias conclusotildees A imagem dinacircmica ou estaacutetica eacute
portanto uma forma contumaz na divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo quer seja ela educacional
cientifica ou cultural difundindo conhecimentos desenvolvendo ideacuteias e formando
opiniotildees Jaacute em 1888 George Eastman referindo-se agrave fotografia afirmava ldquouma imagem
vale mais que mil palavrasrdquo e desde entatildeo a imagem fotograacutefica estaacute cada vez mais
presente no processo ensino aprendizagem de forma cada vez mais interativa A fotografia
e a questatildeo ambiental estatildeo relacionadas desde sua descoberta em1826 No inicio o
objetivo da fotografia era fazer um registro fiel da natureza Nas suas atividades os
cientistas utilizam cada vez mais a fotografia como instrumentaccedilatildeo de pesquisa registro de
dados apoio didaacutetico e principalmente na divulgaccedilatildeo dos resultados cientiacuteficos
introduzindo o conceito da fotografia cientiacutefica A fotografia eacute uma forma objetiva de
suporte para o ensino e a pesquisa eacute uma forma objetiva de documentaccedilatildeo ela tem o poder
de capturar nuances que muitas vezes passam despercebidas ao olho nu e isso aumenta o
aspecto de observaccedilatildeo do pesquisador A fotografia cientiacutefica tem que retratar o real
aparente a imagem como um instrumento de uma memoacuteria documental da realidade
Muitas vezes diante da dificuldade de deslocamento os professores lanccedilam matildeo da
fotografia para exemplificar e fixar conceitos educacionais tirando-os do imaginaacuterio e
trazendo para suas aulas de forma mais concreta wwwabedorgbrcongresso2007tc552007125857PMpdf
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 39
Trabalhando com fotografias e Histoacuteria Local
FIGURA 1
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 40
FIGURA 2
httpjornalrolandianetblogspotcom201105familia-farina-fotografando-rolandiahtml
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 41
FIGURA 3
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 42
FIGURA 4
httpwwwpanoramiocomphoto9865842
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 43
FIGURAS 5 E 6
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 44
FIGURA 7
httpwwwgooglecombrimgresq=FOTOS+ESCOLA+PADRE+JOSE+HERIONS+ROLANDIA
LEMBRETE AO (Agrave) PROFESSOR (A) Nossa proposta significa trabalhar com FONTE DOCUMENTAL As respostas das entrevistas consistem tambeacutem em FONTES DOCUMENTIAS E como tal devem ser interpretadas em sala de aula Qualquer material como fotos muacutesicas poemas imagens etc devem ser tratadas como FONTES u seja pergunta-se a estas QUEM FEZ QUANDO ONDE PARA QUEM POR QUEcirc OQUE QUER COMUNICAR E todos estes materiais necessitam de referecircncia como qualquer texto livro reportagem etc
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 45
Sugestatildeo de atividades para o aluno
Analise as fotografias (1-2-3-4-5-6-7) o Vocecirc conhece esses lugares que estatildeo representados nas fotos o Qual lugar da foto estaacute localizado mais perto de sua casa o Quais fotos representam lugar de lazer o Vendo as fotos onde podemos fazer nossas reflexotildees o O que estaacute na foto que incomoda a comunidade o Vocecirc conhece algumas pessoas das fotos Escreva os nomes das mesmas o Com qual foto vocecirc mais se identificou Justifique sua resposta o Escreva uma frase para cada fotografia o Essas fotos fazem parte da Histoacuteria de Rolacircndia Faccedila comentaacuterios
Sugestatildeo de atividades para o professor
1-Trabalhe com fotografias o Peccedila para seu aluno trazer fotos antigas da famiacutelia da comunidade etc o Faccedila perguntas para obter respostas o Dar oportunidade para um debate sobre as fotos trazidas pelos alunos o Formar grupo com trecircs alunos para eles escreverem sobre as fotos o Colocar em cartazes os resultados obtidos natildeo esquecer de registrar a eacutepoca e
lugar em que foi tirada a foto o Expor na escola para que outros alunos possam ler e analisar os trabalhos
realizados
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 46
Referecircncia bibliograacutefica do texto explicativo
BAUMAN Z Modernidade e ambivalecircncia Rio de Janeiro Jorge Zahar 1999
CAVALLEIRO E S Do silecircncio do lar ao silecircncio escolar racismo preconceito e discriminaccedilatildeo na educaccedilatildeo infantil 4 ed Satildeo Paulo Contexto 2005
FERREIRA Ricardo Franklin O brasileiro o racismo silencioso e a identidade afro-descendente Psicologia e Sociedade Belo Horizonte v 14 n 1 p 69-86 janjun 2002
FIGUEIREDO Luis Claudio Mendonccedila Revisitando as psicologias da epistemologia agrave eacutetica das praacuteticas e discursos psicoloacutegicos 3 ed Petroacutepolis Vozes 2004
FREITAS Patriacutecia de Sobre a Lei 10639 o ensino de histoacuteria e a cultura afro-brasileira OPSIS Catalatildeo v 10 n 1 p15-28 janjun 2010
GONCcedilALVES Rita de Caacutessia LISBOATeresa Kleba Sobre o meacutetodo de Histoacuteria oral em sua modalidade trajetoacuteria de vida Revista Kataacutel Florianoacutepolis v 10 n especial p 83-92 2007
REIS Faacutetima A implementaccedilatildeo da Lei 1063903 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwwebartigoscomarticles39841A-Implementacao-Da-Lei-1063903pagina1htmlgt Acesso em 20 abr 2011
RODRIGUES N Os africanos no Brasil 5 ed Satildeo Paulo Nacional 1977
SCHMIDT Maria auxiliadora CAINELLI Marlene Ensinar histoacuteria Satildeo Paulo Scipione 2004
- Paacutegina em branco
-
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 24
O Navio Negreiro
Caetano Veloso
Composiccedilatildeo Castro Alves
O Navio Negreiro
Estamos em pleno mar
Era um sonho dantesco o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho
Em sangue a se banhar
Tinir de ferros estalar do accediloite
Legiotildees de homens negros como a noite
Horrendos a danccedilar
Negras mulheres suspendendo agraves tetas
Magras crianccedilas cujas bocas pretas
Rega o sangue das matildees
Outras moccedilas mas nuas espantadas
No turbilhatildeo de espectros arrastados
Em acircnsia e maacutegoa vatildes
E ri-se a orquestra irocircnica estridente
E da ronda fantaacutestica a serpente
Faz doudas espirais
Se o velho arqueja se no chatildeo resvala
Ouvem-se gritos o chicote estala
E voam mais e mais
Presa dos elos de uma soacute cadeia
A multidatildeo faminta cambaleia
E chora e danccedila ali
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 25
Um de raiva delira outro enlouquece
Outro que de martiacuterios embrutece
Cantando geme e ri
No entanto o capitatildeo manda a manobra
E apoacutes fitando o ceacuteu que se desdobra
Tatildeo puro sobre o mar
Diz do fumo entre os densos nevoeiros
Vibrai rijo o chicote marinheiros
Fazei-os mais danccedilar
E ri-se a orquestra irocircnica estridente
E da ronda fantaacutestica a serpente
Faz doudas espirais
Qual num sonho dantesco as sombras voam
Gritos ais maldiccedilotildees preces ressoam
E ri-se Satanaz
Senhor Deus dos desgraccedilados
Dizei-me voacutes Senhor Deus
Se eacute loucura se eacute verdade
Tanto horror perante os ceacuteus
Oacute mar por que natildeo apagas
Coa esponja de tuas vagas
De teu manto este borratildeo
Astros noite tempestades
Rolai das imensidades
Varrei os mares tufatildeo
Quem satildeo estes desgraccedilados
Que natildeo encontram em voacutes
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fuacuteria do algoz
Quem satildeo Se a estrela se cala
Se a vaga agrave pressa resvala
Como um cuacutemplice fugaz
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 26
Perante a noite confusa
Dize-o tu severa musa
Musa libeacuterrima audaz
Satildeo os filhos do deserto
Onde a terra esposa a luz
Onde voa em campo aberto
A tribo dos homens nus
Satildeo os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidatildeo
Homens simples fortes bravos
Hoje miacuteseros escravos
Sem ar sem luz sem razatildeo
Satildeo mulheres desgraccediladas
Como Agar o foi tambeacutem
Que sedentas alquebradas
De longe bem longe vecircm
Trazendo com tiacutebios passos
Filhos e algemas nos braccedilos
Nalma laacutegrimas e fel
Como Agar sofrendo tanto
Que nem o leite do pranto
Tecircm que dar para Ismael
Laacute nas areias infindas
Das palmeiras no paiacutes
Nasceram crianccedilas lindas
Viveram moccedilas gentis
Passa um dia a caravana
Quando a virgem na cabana
Cisma das noites nos veacuteus
Adeus oacute choccedila do monte
Adeus palmeiras da fonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 27
Adeus amores adeus
Senhor Deus dos desgraccedilados
Dizei-me voacutes Senhor Deus
Se eu deliro ou se eacute verdade
Tanto horror perante os ceacuteus
Oacute mar por que natildeo apagas
Coa esponja de tuas vagas
De teu manto este borratildeo
Astros noite tempestades
Rolai das imensidades
Varrei os mares tufatildeo
E existe um povo que a bandeira empresta
Pra cobrir tanta infacircmia e cobardia
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria
Meu Deus meu Deus mas que bandeira eacute esta
Que impudente na gaacutevea tripudia
Silecircncio Musa chora chora tanto
Que o pavilhatildeo se lave no seu pranto
Auriverde pendatildeo de minha terra
Que a brisa do Brasil beija e balanccedila
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperanccedila
Tu que da liberdade apoacutes a guerra
Foste hasteado dos heroacuteis na lanccedila
Antes te houvessem roto na batalha
Que servires a um povo de mortalha
Fatalidade atroz que a mente esmaga
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu na vaga
Como um iacuteris no peacutelago profundo
Mas eacute infacircmia demais
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 28
Da eteacuterea plaga
Levantai-vos heroacuteis do Novo Mundo
Andrada arranca este pendatildeo dos ares
Colombo fecha a porta de teus mares
(endereccedilo do viacutedeo para assistir clip da muacutesica)
(httpwwwyoutubecomwatchv=1Osbp0IMYRM)
Trabalhando com poema
Terra roxa e outras terras- Revista de Estudos Literaacuterios
Ana Claudia Duarte Mendes (UEMSUEL)
A literatura do poema ldquoVozes de Mulheresrdquo de Conceiccedilatildeo Evaristo a partir de
uma perspectiva de construccedilatildeo da memoacuteria possibilita-nos observar a existecircncia
de uma literatura adjetivada afro-brasileira A poesia analisada estaacute inserida em
um contexto no qual o poeta assume o ponto de vista negro Ao narrar a trajetoacuteria
de mulheres negras preservada na memoacuteria coletiva revela a ancestralidade que
se projeta no presente e prepara o futuro
O poema pertence a um tempo e lugar histoacuterico no mesmo instante transcende
essa condiccedilatildeo supera-a ldquoO poema eacute tempo arquetiacutepico e por secirc-lo eacute tempo que
se encarna na experiecircncia concreta de um povo um grupo ou uma seitardquo (Paz
1972 54) A contradiccedilatildeo ndash essecircncia do poema- que ao se encarnar revela-se
histoacuterico ao mesmo tempo em que eacute presente a cada nova leitura atualiza-se e
se projeta enquanto futuro Ao poeta eacute impossiacutevel fugir da histoacuteria mesmo quando
compotildee algo completamente diverso desta pois suas palavras satildeo sociais e
histoacutericas A revelaccedilatildeo poeacutetica consagra a experiecircncia humana (Paz 1972 55)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 29
por ser a poesia imagem A palavra poeacutetica ao se compor enquanto imagem
conforma o isto e o aquilo no mesmo instante Diz o indiziacutevel
O poeta consagra sempre umas experiecircncias histoacutericas que pode ser pessoal
sociais ou ambas as coisas ao mesmo tempo Mas ao falar-nos de todos estes
sucessos sentimentos experiecircncias e pessoas o poeta nos fala de outra coisado
que estaacute fazendo diante de noacutes e em noacutes E mais ainda leva-nos a repetir a
recriar seu poema a nomear aquilo que nomeia e ao fazecirc-lo revela-nos o que
somos (Paz 1972 57)
Como o poema surge na construccedilatildeo a partir da memoacuteria nos atrevemos a
dialogar com a obra de Gizecirclda Melo do nascimento Feitio de viver memoacuterias de
descendentes de escravos de 2006 O livro registra e interpreta a narrativa de
mulheres negras fortes e determinadas a contarem suas trajetoacuterias memoacuterias
individuais e coletivas O olhar para o presente na esperanccedila do futuro sem
alijarem-se do passado ancestral Esta perspectiva nos permitiraacute iluminar o
poema siacutentese do vivido
Vozes-Mulheres de Conceiccedilatildeo Evaristo
A voz da minha bisavoacute ecoou
crianccedila
nos porotildees do navio
Ecoou lamentos
de uma infacircncia perdida
A voz de minha avoacute
ecoou obediecircncia
aos brancos-donos de tudo
A voz de minha matildee
ecoou baixinho revolta
no fundo das cozinhas alheias
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 30
debaixo das trouxas
roupagens sujas dos brancos
pelo caminho empoeirado
rumo agrave favela
A minha voz ainda
ecoa versos perplexos
com rimas de sangue
e
fome
A voz de minha filha
recolhe todas as nossas vozes
recolhe em si
as vozes mudas caladas
engasgadas nas gargantas
A voz de minha filha
recolhe em si
a fala e o ato
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1- Comente a partir do seu proacuteprio olhar o poema da referida autora O
comentaacuterio pode ser tanto teacutecnico (observacircncia da estrutura do poema) quanto
conteudiacutestico (como vocecirc avalia o poema a partir de suas impressotildees pessoais)(A
obra de Conceiccedilatildeo Evaristo eacute facilmente encontrada na Internet) Trabalhar com
os alunos outros poemas
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 31
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno(a)
1- Analisar o poema e reescrever em cada
verso seu significado
A voz de minha bisavoacute
A voz de minha avoacute
A voz de minha matildee
A minha voz
A voz da minha filha
2- Fazer comentaacuterios sobre o poema em sala
de aula professor (a) e alunos
3- Ilustrar o poema usando sua
criatividade
4-Com os desenhos prontos formar grupos
com trecircs alunos e criar uma histoacuteria em
quadrinhos sobre o que entendeu do poema
estudado
A escola e os educandos precisam se organizar para demonstrar a
importacircncia da pluralidade racial na sociedade A fim de contemplar discussotildees
sobre a diversidade racial discutir os problemas sociais Para possibilitar que os
educandos construam suas proacuteprias ideacuteias e entendimento sobre o outro que lhe eacute
diferente O preconceito no cotidiano escolar tem que ser combatido Eacute necessaacuterio
que todos digam natildeo ao preconceito racial Os agentes transformadores da
educaccedilatildeo precisam unir forccedilas para promover o respeito muacutetuo e a possibilidade
de conversar sobre diferenccedilas sem melindres e sem preconceitos Na educaccedilatildeo
infantil tempo dos primeiros passos da vida social da crianccedila eacute importante
possibilitar atitudes positivas estimular o contanto com a esteacutetica e pelo
imaginaacuterio afro e afrodescendente Trazer a verdadeira histoacuteria do negro africano
no Brasil para romper com as barreiras dos preconceitos (Perrucci 1999 p 7)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 32
httpwwwwebartigoscomarticles380941INCLUSAO-NO-TRIBUNAL-DE-JUSTICApagina1html
Trabalhando com imagens
Sugestatildeo de atividades para o aluno
1 Ver as figuras abaixo e responder as questotildees
2 Vocecirc acha que existe preconceito entre essas crianccedilas Justifique
3 A crianccedila jaacute nasce com preconceito Comente
4 Como a crianccedila adquire o preconceito
5 Vocecirc como adolescente jaacute sofreu preconceito Em que fase de sua vida
Comente
Sites das imagens
almazendemensagensblogspotcom uniblogcombr
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 33
agenciaaldensblogspotcom sociologiacienciaevidauolcombr
Trabalhando com viacutedeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1 Assistir o viacutedeo Analisar as imagens e o depoimento
2 Promover um debate sobre o viacutedeo junto com os alunos
Por uma infacircncia sem racismo ver
wwwyoutubecomwatchv=_aPYuKiKFMg
1 Assistir o viacutedeo Analisar os depoimentos reais das pessoas
2 Vocecirc concorda com esses depoimentos Justifique
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 34
Onde vocecirc guarda o seu racismo ver
httpwwwyoutubecomwatchv=ojg07xOt8CY
Trabalhando com entrevista
Histoacuteria Oral - Como fazer uma entrevista
A pesquisa histoacuterica natildeo se baseia apenas em documentos escritos ou imagens mas
tambeacutem na narraccedilatildeo de fatos por parte das pessoas que presenciaram ou que tecircm
maior conhecimento dos mesmos Neste caso outra ferramenta pode ser utilizada
pelo pesquisador para adquirir novas informaccedilotildees acerca do objeto de estudo
Trata-se da entrevista um recurso da Histoacuteria Oral
Na Histoacuteria Oral podem-se fazer duas divisotildees em se tratando de relatos segundo o
historiador Gwyn Prins Existe uma tradiccedilatildeo Oral - a qual representa um
testemunho oral transmitido de uma geraccedilatildeo para a seguinte ou as demais -
Existe tambeacutem uma Reminiscecircncia Pessoal Evidecircncia oral especiacutefica das
experiecircncias de vida do informante (Wikipedia 2007)
Segundo Olga Rodrigues de Moraes Von Simson do Centro de Memoacuteria da
Unicamp a Histoacuteria Oral possibilita que indiviacuteduos pertencentes a categorias
sociais geralmente excluiacutedas da histoacuteria oficial possam ser ouvidos - deixando
registradas para anaacutelises futuras sua proacutepria visatildeo de mundo e aquela do grupo
social ao qual pertencem Apesar de ser um meacutetodo praacutetico e cada vez mais usado
a entrevista apresenta algumas deficiecircncias mas que podem de certa forma serem
superadas o entrevistado pode ter uma falha de memoacuteria pode criar uma
trajetoacuteria artificial se autocelebrar fantasiar omitir ou mesmo mentir O que
poderia ser percebido como um problema acaba se transformando em um recurso
uma vez que o proacuteprio entrevistador no ato de produccedilatildeo da narrativa histoacuterica natildeo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 35
deixa de produzir uma versatildeo do que entendeu ter acontecido Mesmo quando o
pesquisador tenha certeza de que o entrevistado esteja mentido conscientemente
cabe a ele entrevistador tentar entender as razotildees da mentira ou seja quais os
motivos que estatildeo levando a pessoa a mentir podendo ser aplicado o mesmo no
caso da ilusatildeo biograacutefica quando o indiviacuteduo faz uma produccedilatildeo artificial de si
mesmo No caso de esquecimento para ajudar suprir essa falha podem-se usar os
chamados apoios de memoacuteria como fotografias objetos e outras coisas que
possam ajudar o entrevistado a se recordar melhor dos fatos em pesquisa (op
cit)
Se formos analisar a credibilidade dos recursos de pesquisa histoacuterica sejam
documentos ou oralidade iremos nos deparar sempre com a interpretaccedilatildeo ou a
criacutetica pessoal de quem o fez cabendo ao pesquisador saber aproveitar as
informaccedilotildees que lhe conveacutem e criar suas proacuteprias consideraccedilotildees nenhum
documento pode nos dizer mais do que aquilo que o autor pensava ndash o que ele
pensava que havia acontecido queria que os outros pensassem que ele pensava ou
mesmo apenas o que ele proacuteprio pensava pensar Nada disso significa alguma
coisa ateacute que o historiador trabalhe sobre esse material e decifre-o eacute o que
comenta Edward Hallet Carr citado no site Wikipedia
A entrevista possibilita um contato direto com o atorautor da Histoacuteria Esse
envolvimento pode resultar num trabalho dinacircmico abrangente e ateacute mais realista
trazendo assim o passado para o presente
Agora vejamos os passos baacutesicos para realizar uma boa entrevista
COMO FAZER UMA ENTREVISTA
1 Preparar antes da entrevista um roteiro com alguns dos assuntos
importantes a abordar Ao partir para a entrevista eacute fundamental saber
o que vamos perguntar
2 Conversar com o entrevistado sobre nossos objetivos e descobrir se
realmente deseja colaborar conosco Natildeo se obriga ningueacutem a ser
entrevistado
3 Escolher local e hora apropriados para que a entrevista se decirc sem
interrupccedilotildees Num ambiente ou momento onde entrevistado ou
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 36
entrevistador estejam com pressa torna-se impossiacutevel agrave realizaccedilatildeo da
entrevista
4 Em lugar de apenas anotar o que o entrevistado diz eacute melhor e mais
adequado se possiacutevel levar um gravador para ficar tudo registrado de
tal forma que natildeo se perca parte alguma daquilo que o entrevistado
disse
5 A entrevista natildeo deve ser interrogatoacuterio e sim diaacutelogo
6 O entrevistador deve respeitar as opiniotildees do entrevistado mesmo
quando natildeo concordar com elas
7 O entrevistador deve dar oportunidade para que o entrevistado fale
tudo o que desejar no tempo que quiser
8 Nunca fazer nova pergunta enquanto o entrevistado ainda natildeo tiver
terminado de expor seu pensamento em relaccedilatildeo agrave pergunta anterior
Natildeo interromper desnecessariamente a fala do outro
professor-josimarblogspotcom200908historia-oral
REFEREcircNCIAS
SIMSON Olga Rodrigues de Moraes Von O que eacute Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
wwwcentrodememoriaunicampbrlahoindexhtm Acesso em 23 mai 2007
WIKIPEDIA Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
httpptwikipediaorgwikiHistAtildesup3ria_OralsearchInputsearchInput Acesso
em 23 mai 2007
httpwwwfeunbbrpieComo20fazer20uma20entrevistahtm
Professor Josimar Pais de Almeida
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 37
Sugestatildeo de Roteiro para realizar a entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistador
Nome do entrevistador
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Onde trabalha
Data local da entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistado
Nome
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Questionamento
Onde trabalha
Grau de escolaridade
Religiatildeo que frequumlenta
Tempo que mora na cidade de Rolacircndia
De onde veio sua famiacutelia
Vocecirc gosta de morar aqui
Porque vieram morar aqui
Do que sente saudades
Como era essa cidade quando vocecirc chegou aqui
Como vocecirc considera essa cidade hoje
Fale como era o lazer quando vocecirc era adolescente Como eacute seu lazer hoje
Fale sobre o namoro de antigamente As pessoas tinham um lugar para ldquopaquerarrdquo
Qual era a principal alimentaccedilatildeo das pessoas
Havia violecircncia Como era
Como eram as escolas Usava-se uniforme
Como eram as roupas Onde as comprava ou quem as confeccionava
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 38
Como era a educaccedilatildeo dos filhos
Havia igrejas Frequentava alguma no passado E hoje
O que era cultivado nas lavouras
Muitas pessoas moravam na zona rural
Como eram as habitaccedilotildees
Vocecirc se sente discriminado
O que vocecirc acha da escravidatildeo na eacutepoca da colonizaccedilatildeo do Brasil
Hoje ainda existe escravidatildeo
A fotografia na construccedilatildeo do material didaacutetico
Paulo Freire na ldquopedagogia do oprimidordquo pregava a liberdade atraveacutes da educaccedilatildeo e para
isso educava a partir de estiacutemulos retirados do cotidiano dos alunos aumentando
gradativamente o inverso dos mesmos Os estiacutemulos servem portanto como forma de
despertar a criatividade e o intelecto dos alunos Levando-se em consideraccedilatildeo que a
percepccedilatildeo visual eacute a forma mais objetiva de interaccedilatildeo do homem com o meio que o cerca
os estiacutemulos visuais atendem perfeitamente aos objetivos da educaccedilatildeo Antes mesmo da
escrita as comunicaccedilotildees visuais valendo-se de percepccedilatildeo visual ajuda a escrever a histoacuteria
da humanidade Associando-se aos seus conhecimentos o homem absorve a imagem
processa-a e retira dela suas proacuteprias conclusotildees A imagem dinacircmica ou estaacutetica eacute
portanto uma forma contumaz na divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo quer seja ela educacional
cientifica ou cultural difundindo conhecimentos desenvolvendo ideacuteias e formando
opiniotildees Jaacute em 1888 George Eastman referindo-se agrave fotografia afirmava ldquouma imagem
vale mais que mil palavrasrdquo e desde entatildeo a imagem fotograacutefica estaacute cada vez mais
presente no processo ensino aprendizagem de forma cada vez mais interativa A fotografia
e a questatildeo ambiental estatildeo relacionadas desde sua descoberta em1826 No inicio o
objetivo da fotografia era fazer um registro fiel da natureza Nas suas atividades os
cientistas utilizam cada vez mais a fotografia como instrumentaccedilatildeo de pesquisa registro de
dados apoio didaacutetico e principalmente na divulgaccedilatildeo dos resultados cientiacuteficos
introduzindo o conceito da fotografia cientiacutefica A fotografia eacute uma forma objetiva de
suporte para o ensino e a pesquisa eacute uma forma objetiva de documentaccedilatildeo ela tem o poder
de capturar nuances que muitas vezes passam despercebidas ao olho nu e isso aumenta o
aspecto de observaccedilatildeo do pesquisador A fotografia cientiacutefica tem que retratar o real
aparente a imagem como um instrumento de uma memoacuteria documental da realidade
Muitas vezes diante da dificuldade de deslocamento os professores lanccedilam matildeo da
fotografia para exemplificar e fixar conceitos educacionais tirando-os do imaginaacuterio e
trazendo para suas aulas de forma mais concreta wwwabedorgbrcongresso2007tc552007125857PMpdf
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 39
Trabalhando com fotografias e Histoacuteria Local
FIGURA 1
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 40
FIGURA 2
httpjornalrolandianetblogspotcom201105familia-farina-fotografando-rolandiahtml
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 41
FIGURA 3
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 42
FIGURA 4
httpwwwpanoramiocomphoto9865842
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 43
FIGURAS 5 E 6
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 44
FIGURA 7
httpwwwgooglecombrimgresq=FOTOS+ESCOLA+PADRE+JOSE+HERIONS+ROLANDIA
LEMBRETE AO (Agrave) PROFESSOR (A) Nossa proposta significa trabalhar com FONTE DOCUMENTAL As respostas das entrevistas consistem tambeacutem em FONTES DOCUMENTIAS E como tal devem ser interpretadas em sala de aula Qualquer material como fotos muacutesicas poemas imagens etc devem ser tratadas como FONTES u seja pergunta-se a estas QUEM FEZ QUANDO ONDE PARA QUEM POR QUEcirc OQUE QUER COMUNICAR E todos estes materiais necessitam de referecircncia como qualquer texto livro reportagem etc
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 45
Sugestatildeo de atividades para o aluno
Analise as fotografias (1-2-3-4-5-6-7) o Vocecirc conhece esses lugares que estatildeo representados nas fotos o Qual lugar da foto estaacute localizado mais perto de sua casa o Quais fotos representam lugar de lazer o Vendo as fotos onde podemos fazer nossas reflexotildees o O que estaacute na foto que incomoda a comunidade o Vocecirc conhece algumas pessoas das fotos Escreva os nomes das mesmas o Com qual foto vocecirc mais se identificou Justifique sua resposta o Escreva uma frase para cada fotografia o Essas fotos fazem parte da Histoacuteria de Rolacircndia Faccedila comentaacuterios
Sugestatildeo de atividades para o professor
1-Trabalhe com fotografias o Peccedila para seu aluno trazer fotos antigas da famiacutelia da comunidade etc o Faccedila perguntas para obter respostas o Dar oportunidade para um debate sobre as fotos trazidas pelos alunos o Formar grupo com trecircs alunos para eles escreverem sobre as fotos o Colocar em cartazes os resultados obtidos natildeo esquecer de registrar a eacutepoca e
lugar em que foi tirada a foto o Expor na escola para que outros alunos possam ler e analisar os trabalhos
realizados
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 46
Referecircncia bibliograacutefica do texto explicativo
BAUMAN Z Modernidade e ambivalecircncia Rio de Janeiro Jorge Zahar 1999
CAVALLEIRO E S Do silecircncio do lar ao silecircncio escolar racismo preconceito e discriminaccedilatildeo na educaccedilatildeo infantil 4 ed Satildeo Paulo Contexto 2005
FERREIRA Ricardo Franklin O brasileiro o racismo silencioso e a identidade afro-descendente Psicologia e Sociedade Belo Horizonte v 14 n 1 p 69-86 janjun 2002
FIGUEIREDO Luis Claudio Mendonccedila Revisitando as psicologias da epistemologia agrave eacutetica das praacuteticas e discursos psicoloacutegicos 3 ed Petroacutepolis Vozes 2004
FREITAS Patriacutecia de Sobre a Lei 10639 o ensino de histoacuteria e a cultura afro-brasileira OPSIS Catalatildeo v 10 n 1 p15-28 janjun 2010
GONCcedilALVES Rita de Caacutessia LISBOATeresa Kleba Sobre o meacutetodo de Histoacuteria oral em sua modalidade trajetoacuteria de vida Revista Kataacutel Florianoacutepolis v 10 n especial p 83-92 2007
REIS Faacutetima A implementaccedilatildeo da Lei 1063903 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwwebartigoscomarticles39841A-Implementacao-Da-Lei-1063903pagina1htmlgt Acesso em 20 abr 2011
RODRIGUES N Os africanos no Brasil 5 ed Satildeo Paulo Nacional 1977
SCHMIDT Maria auxiliadora CAINELLI Marlene Ensinar histoacuteria Satildeo Paulo Scipione 2004
- Paacutegina em branco
-
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 25
Um de raiva delira outro enlouquece
Outro que de martiacuterios embrutece
Cantando geme e ri
No entanto o capitatildeo manda a manobra
E apoacutes fitando o ceacuteu que se desdobra
Tatildeo puro sobre o mar
Diz do fumo entre os densos nevoeiros
Vibrai rijo o chicote marinheiros
Fazei-os mais danccedilar
E ri-se a orquestra irocircnica estridente
E da ronda fantaacutestica a serpente
Faz doudas espirais
Qual num sonho dantesco as sombras voam
Gritos ais maldiccedilotildees preces ressoam
E ri-se Satanaz
Senhor Deus dos desgraccedilados
Dizei-me voacutes Senhor Deus
Se eacute loucura se eacute verdade
Tanto horror perante os ceacuteus
Oacute mar por que natildeo apagas
Coa esponja de tuas vagas
De teu manto este borratildeo
Astros noite tempestades
Rolai das imensidades
Varrei os mares tufatildeo
Quem satildeo estes desgraccedilados
Que natildeo encontram em voacutes
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fuacuteria do algoz
Quem satildeo Se a estrela se cala
Se a vaga agrave pressa resvala
Como um cuacutemplice fugaz
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 26
Perante a noite confusa
Dize-o tu severa musa
Musa libeacuterrima audaz
Satildeo os filhos do deserto
Onde a terra esposa a luz
Onde voa em campo aberto
A tribo dos homens nus
Satildeo os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidatildeo
Homens simples fortes bravos
Hoje miacuteseros escravos
Sem ar sem luz sem razatildeo
Satildeo mulheres desgraccediladas
Como Agar o foi tambeacutem
Que sedentas alquebradas
De longe bem longe vecircm
Trazendo com tiacutebios passos
Filhos e algemas nos braccedilos
Nalma laacutegrimas e fel
Como Agar sofrendo tanto
Que nem o leite do pranto
Tecircm que dar para Ismael
Laacute nas areias infindas
Das palmeiras no paiacutes
Nasceram crianccedilas lindas
Viveram moccedilas gentis
Passa um dia a caravana
Quando a virgem na cabana
Cisma das noites nos veacuteus
Adeus oacute choccedila do monte
Adeus palmeiras da fonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 27
Adeus amores adeus
Senhor Deus dos desgraccedilados
Dizei-me voacutes Senhor Deus
Se eu deliro ou se eacute verdade
Tanto horror perante os ceacuteus
Oacute mar por que natildeo apagas
Coa esponja de tuas vagas
De teu manto este borratildeo
Astros noite tempestades
Rolai das imensidades
Varrei os mares tufatildeo
E existe um povo que a bandeira empresta
Pra cobrir tanta infacircmia e cobardia
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria
Meu Deus meu Deus mas que bandeira eacute esta
Que impudente na gaacutevea tripudia
Silecircncio Musa chora chora tanto
Que o pavilhatildeo se lave no seu pranto
Auriverde pendatildeo de minha terra
Que a brisa do Brasil beija e balanccedila
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperanccedila
Tu que da liberdade apoacutes a guerra
Foste hasteado dos heroacuteis na lanccedila
Antes te houvessem roto na batalha
Que servires a um povo de mortalha
Fatalidade atroz que a mente esmaga
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu na vaga
Como um iacuteris no peacutelago profundo
Mas eacute infacircmia demais
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 28
Da eteacuterea plaga
Levantai-vos heroacuteis do Novo Mundo
Andrada arranca este pendatildeo dos ares
Colombo fecha a porta de teus mares
(endereccedilo do viacutedeo para assistir clip da muacutesica)
(httpwwwyoutubecomwatchv=1Osbp0IMYRM)
Trabalhando com poema
Terra roxa e outras terras- Revista de Estudos Literaacuterios
Ana Claudia Duarte Mendes (UEMSUEL)
A literatura do poema ldquoVozes de Mulheresrdquo de Conceiccedilatildeo Evaristo a partir de
uma perspectiva de construccedilatildeo da memoacuteria possibilita-nos observar a existecircncia
de uma literatura adjetivada afro-brasileira A poesia analisada estaacute inserida em
um contexto no qual o poeta assume o ponto de vista negro Ao narrar a trajetoacuteria
de mulheres negras preservada na memoacuteria coletiva revela a ancestralidade que
se projeta no presente e prepara o futuro
O poema pertence a um tempo e lugar histoacuterico no mesmo instante transcende
essa condiccedilatildeo supera-a ldquoO poema eacute tempo arquetiacutepico e por secirc-lo eacute tempo que
se encarna na experiecircncia concreta de um povo um grupo ou uma seitardquo (Paz
1972 54) A contradiccedilatildeo ndash essecircncia do poema- que ao se encarnar revela-se
histoacuterico ao mesmo tempo em que eacute presente a cada nova leitura atualiza-se e
se projeta enquanto futuro Ao poeta eacute impossiacutevel fugir da histoacuteria mesmo quando
compotildee algo completamente diverso desta pois suas palavras satildeo sociais e
histoacutericas A revelaccedilatildeo poeacutetica consagra a experiecircncia humana (Paz 1972 55)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 29
por ser a poesia imagem A palavra poeacutetica ao se compor enquanto imagem
conforma o isto e o aquilo no mesmo instante Diz o indiziacutevel
O poeta consagra sempre umas experiecircncias histoacutericas que pode ser pessoal
sociais ou ambas as coisas ao mesmo tempo Mas ao falar-nos de todos estes
sucessos sentimentos experiecircncias e pessoas o poeta nos fala de outra coisado
que estaacute fazendo diante de noacutes e em noacutes E mais ainda leva-nos a repetir a
recriar seu poema a nomear aquilo que nomeia e ao fazecirc-lo revela-nos o que
somos (Paz 1972 57)
Como o poema surge na construccedilatildeo a partir da memoacuteria nos atrevemos a
dialogar com a obra de Gizecirclda Melo do nascimento Feitio de viver memoacuterias de
descendentes de escravos de 2006 O livro registra e interpreta a narrativa de
mulheres negras fortes e determinadas a contarem suas trajetoacuterias memoacuterias
individuais e coletivas O olhar para o presente na esperanccedila do futuro sem
alijarem-se do passado ancestral Esta perspectiva nos permitiraacute iluminar o
poema siacutentese do vivido
Vozes-Mulheres de Conceiccedilatildeo Evaristo
A voz da minha bisavoacute ecoou
crianccedila
nos porotildees do navio
Ecoou lamentos
de uma infacircncia perdida
A voz de minha avoacute
ecoou obediecircncia
aos brancos-donos de tudo
A voz de minha matildee
ecoou baixinho revolta
no fundo das cozinhas alheias
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 30
debaixo das trouxas
roupagens sujas dos brancos
pelo caminho empoeirado
rumo agrave favela
A minha voz ainda
ecoa versos perplexos
com rimas de sangue
e
fome
A voz de minha filha
recolhe todas as nossas vozes
recolhe em si
as vozes mudas caladas
engasgadas nas gargantas
A voz de minha filha
recolhe em si
a fala e o ato
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1- Comente a partir do seu proacuteprio olhar o poema da referida autora O
comentaacuterio pode ser tanto teacutecnico (observacircncia da estrutura do poema) quanto
conteudiacutestico (como vocecirc avalia o poema a partir de suas impressotildees pessoais)(A
obra de Conceiccedilatildeo Evaristo eacute facilmente encontrada na Internet) Trabalhar com
os alunos outros poemas
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 31
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno(a)
1- Analisar o poema e reescrever em cada
verso seu significado
A voz de minha bisavoacute
A voz de minha avoacute
A voz de minha matildee
A minha voz
A voz da minha filha
2- Fazer comentaacuterios sobre o poema em sala
de aula professor (a) e alunos
3- Ilustrar o poema usando sua
criatividade
4-Com os desenhos prontos formar grupos
com trecircs alunos e criar uma histoacuteria em
quadrinhos sobre o que entendeu do poema
estudado
A escola e os educandos precisam se organizar para demonstrar a
importacircncia da pluralidade racial na sociedade A fim de contemplar discussotildees
sobre a diversidade racial discutir os problemas sociais Para possibilitar que os
educandos construam suas proacuteprias ideacuteias e entendimento sobre o outro que lhe eacute
diferente O preconceito no cotidiano escolar tem que ser combatido Eacute necessaacuterio
que todos digam natildeo ao preconceito racial Os agentes transformadores da
educaccedilatildeo precisam unir forccedilas para promover o respeito muacutetuo e a possibilidade
de conversar sobre diferenccedilas sem melindres e sem preconceitos Na educaccedilatildeo
infantil tempo dos primeiros passos da vida social da crianccedila eacute importante
possibilitar atitudes positivas estimular o contanto com a esteacutetica e pelo
imaginaacuterio afro e afrodescendente Trazer a verdadeira histoacuteria do negro africano
no Brasil para romper com as barreiras dos preconceitos (Perrucci 1999 p 7)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 32
httpwwwwebartigoscomarticles380941INCLUSAO-NO-TRIBUNAL-DE-JUSTICApagina1html
Trabalhando com imagens
Sugestatildeo de atividades para o aluno
1 Ver as figuras abaixo e responder as questotildees
2 Vocecirc acha que existe preconceito entre essas crianccedilas Justifique
3 A crianccedila jaacute nasce com preconceito Comente
4 Como a crianccedila adquire o preconceito
5 Vocecirc como adolescente jaacute sofreu preconceito Em que fase de sua vida
Comente
Sites das imagens
almazendemensagensblogspotcom uniblogcombr
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 33
agenciaaldensblogspotcom sociologiacienciaevidauolcombr
Trabalhando com viacutedeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1 Assistir o viacutedeo Analisar as imagens e o depoimento
2 Promover um debate sobre o viacutedeo junto com os alunos
Por uma infacircncia sem racismo ver
wwwyoutubecomwatchv=_aPYuKiKFMg
1 Assistir o viacutedeo Analisar os depoimentos reais das pessoas
2 Vocecirc concorda com esses depoimentos Justifique
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 34
Onde vocecirc guarda o seu racismo ver
httpwwwyoutubecomwatchv=ojg07xOt8CY
Trabalhando com entrevista
Histoacuteria Oral - Como fazer uma entrevista
A pesquisa histoacuterica natildeo se baseia apenas em documentos escritos ou imagens mas
tambeacutem na narraccedilatildeo de fatos por parte das pessoas que presenciaram ou que tecircm
maior conhecimento dos mesmos Neste caso outra ferramenta pode ser utilizada
pelo pesquisador para adquirir novas informaccedilotildees acerca do objeto de estudo
Trata-se da entrevista um recurso da Histoacuteria Oral
Na Histoacuteria Oral podem-se fazer duas divisotildees em se tratando de relatos segundo o
historiador Gwyn Prins Existe uma tradiccedilatildeo Oral - a qual representa um
testemunho oral transmitido de uma geraccedilatildeo para a seguinte ou as demais -
Existe tambeacutem uma Reminiscecircncia Pessoal Evidecircncia oral especiacutefica das
experiecircncias de vida do informante (Wikipedia 2007)
Segundo Olga Rodrigues de Moraes Von Simson do Centro de Memoacuteria da
Unicamp a Histoacuteria Oral possibilita que indiviacuteduos pertencentes a categorias
sociais geralmente excluiacutedas da histoacuteria oficial possam ser ouvidos - deixando
registradas para anaacutelises futuras sua proacutepria visatildeo de mundo e aquela do grupo
social ao qual pertencem Apesar de ser um meacutetodo praacutetico e cada vez mais usado
a entrevista apresenta algumas deficiecircncias mas que podem de certa forma serem
superadas o entrevistado pode ter uma falha de memoacuteria pode criar uma
trajetoacuteria artificial se autocelebrar fantasiar omitir ou mesmo mentir O que
poderia ser percebido como um problema acaba se transformando em um recurso
uma vez que o proacuteprio entrevistador no ato de produccedilatildeo da narrativa histoacuterica natildeo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 35
deixa de produzir uma versatildeo do que entendeu ter acontecido Mesmo quando o
pesquisador tenha certeza de que o entrevistado esteja mentido conscientemente
cabe a ele entrevistador tentar entender as razotildees da mentira ou seja quais os
motivos que estatildeo levando a pessoa a mentir podendo ser aplicado o mesmo no
caso da ilusatildeo biograacutefica quando o indiviacuteduo faz uma produccedilatildeo artificial de si
mesmo No caso de esquecimento para ajudar suprir essa falha podem-se usar os
chamados apoios de memoacuteria como fotografias objetos e outras coisas que
possam ajudar o entrevistado a se recordar melhor dos fatos em pesquisa (op
cit)
Se formos analisar a credibilidade dos recursos de pesquisa histoacuterica sejam
documentos ou oralidade iremos nos deparar sempre com a interpretaccedilatildeo ou a
criacutetica pessoal de quem o fez cabendo ao pesquisador saber aproveitar as
informaccedilotildees que lhe conveacutem e criar suas proacuteprias consideraccedilotildees nenhum
documento pode nos dizer mais do que aquilo que o autor pensava ndash o que ele
pensava que havia acontecido queria que os outros pensassem que ele pensava ou
mesmo apenas o que ele proacuteprio pensava pensar Nada disso significa alguma
coisa ateacute que o historiador trabalhe sobre esse material e decifre-o eacute o que
comenta Edward Hallet Carr citado no site Wikipedia
A entrevista possibilita um contato direto com o atorautor da Histoacuteria Esse
envolvimento pode resultar num trabalho dinacircmico abrangente e ateacute mais realista
trazendo assim o passado para o presente
Agora vejamos os passos baacutesicos para realizar uma boa entrevista
COMO FAZER UMA ENTREVISTA
1 Preparar antes da entrevista um roteiro com alguns dos assuntos
importantes a abordar Ao partir para a entrevista eacute fundamental saber
o que vamos perguntar
2 Conversar com o entrevistado sobre nossos objetivos e descobrir se
realmente deseja colaborar conosco Natildeo se obriga ningueacutem a ser
entrevistado
3 Escolher local e hora apropriados para que a entrevista se decirc sem
interrupccedilotildees Num ambiente ou momento onde entrevistado ou
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 36
entrevistador estejam com pressa torna-se impossiacutevel agrave realizaccedilatildeo da
entrevista
4 Em lugar de apenas anotar o que o entrevistado diz eacute melhor e mais
adequado se possiacutevel levar um gravador para ficar tudo registrado de
tal forma que natildeo se perca parte alguma daquilo que o entrevistado
disse
5 A entrevista natildeo deve ser interrogatoacuterio e sim diaacutelogo
6 O entrevistador deve respeitar as opiniotildees do entrevistado mesmo
quando natildeo concordar com elas
7 O entrevistador deve dar oportunidade para que o entrevistado fale
tudo o que desejar no tempo que quiser
8 Nunca fazer nova pergunta enquanto o entrevistado ainda natildeo tiver
terminado de expor seu pensamento em relaccedilatildeo agrave pergunta anterior
Natildeo interromper desnecessariamente a fala do outro
professor-josimarblogspotcom200908historia-oral
REFEREcircNCIAS
SIMSON Olga Rodrigues de Moraes Von O que eacute Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
wwwcentrodememoriaunicampbrlahoindexhtm Acesso em 23 mai 2007
WIKIPEDIA Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
httpptwikipediaorgwikiHistAtildesup3ria_OralsearchInputsearchInput Acesso
em 23 mai 2007
httpwwwfeunbbrpieComo20fazer20uma20entrevistahtm
Professor Josimar Pais de Almeida
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 37
Sugestatildeo de Roteiro para realizar a entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistador
Nome do entrevistador
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Onde trabalha
Data local da entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistado
Nome
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Questionamento
Onde trabalha
Grau de escolaridade
Religiatildeo que frequumlenta
Tempo que mora na cidade de Rolacircndia
De onde veio sua famiacutelia
Vocecirc gosta de morar aqui
Porque vieram morar aqui
Do que sente saudades
Como era essa cidade quando vocecirc chegou aqui
Como vocecirc considera essa cidade hoje
Fale como era o lazer quando vocecirc era adolescente Como eacute seu lazer hoje
Fale sobre o namoro de antigamente As pessoas tinham um lugar para ldquopaquerarrdquo
Qual era a principal alimentaccedilatildeo das pessoas
Havia violecircncia Como era
Como eram as escolas Usava-se uniforme
Como eram as roupas Onde as comprava ou quem as confeccionava
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 38
Como era a educaccedilatildeo dos filhos
Havia igrejas Frequentava alguma no passado E hoje
O que era cultivado nas lavouras
Muitas pessoas moravam na zona rural
Como eram as habitaccedilotildees
Vocecirc se sente discriminado
O que vocecirc acha da escravidatildeo na eacutepoca da colonizaccedilatildeo do Brasil
Hoje ainda existe escravidatildeo
A fotografia na construccedilatildeo do material didaacutetico
Paulo Freire na ldquopedagogia do oprimidordquo pregava a liberdade atraveacutes da educaccedilatildeo e para
isso educava a partir de estiacutemulos retirados do cotidiano dos alunos aumentando
gradativamente o inverso dos mesmos Os estiacutemulos servem portanto como forma de
despertar a criatividade e o intelecto dos alunos Levando-se em consideraccedilatildeo que a
percepccedilatildeo visual eacute a forma mais objetiva de interaccedilatildeo do homem com o meio que o cerca
os estiacutemulos visuais atendem perfeitamente aos objetivos da educaccedilatildeo Antes mesmo da
escrita as comunicaccedilotildees visuais valendo-se de percepccedilatildeo visual ajuda a escrever a histoacuteria
da humanidade Associando-se aos seus conhecimentos o homem absorve a imagem
processa-a e retira dela suas proacuteprias conclusotildees A imagem dinacircmica ou estaacutetica eacute
portanto uma forma contumaz na divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo quer seja ela educacional
cientifica ou cultural difundindo conhecimentos desenvolvendo ideacuteias e formando
opiniotildees Jaacute em 1888 George Eastman referindo-se agrave fotografia afirmava ldquouma imagem
vale mais que mil palavrasrdquo e desde entatildeo a imagem fotograacutefica estaacute cada vez mais
presente no processo ensino aprendizagem de forma cada vez mais interativa A fotografia
e a questatildeo ambiental estatildeo relacionadas desde sua descoberta em1826 No inicio o
objetivo da fotografia era fazer um registro fiel da natureza Nas suas atividades os
cientistas utilizam cada vez mais a fotografia como instrumentaccedilatildeo de pesquisa registro de
dados apoio didaacutetico e principalmente na divulgaccedilatildeo dos resultados cientiacuteficos
introduzindo o conceito da fotografia cientiacutefica A fotografia eacute uma forma objetiva de
suporte para o ensino e a pesquisa eacute uma forma objetiva de documentaccedilatildeo ela tem o poder
de capturar nuances que muitas vezes passam despercebidas ao olho nu e isso aumenta o
aspecto de observaccedilatildeo do pesquisador A fotografia cientiacutefica tem que retratar o real
aparente a imagem como um instrumento de uma memoacuteria documental da realidade
Muitas vezes diante da dificuldade de deslocamento os professores lanccedilam matildeo da
fotografia para exemplificar e fixar conceitos educacionais tirando-os do imaginaacuterio e
trazendo para suas aulas de forma mais concreta wwwabedorgbrcongresso2007tc552007125857PMpdf
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 39
Trabalhando com fotografias e Histoacuteria Local
FIGURA 1
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 40
FIGURA 2
httpjornalrolandianetblogspotcom201105familia-farina-fotografando-rolandiahtml
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 41
FIGURA 3
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 42
FIGURA 4
httpwwwpanoramiocomphoto9865842
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 43
FIGURAS 5 E 6
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 44
FIGURA 7
httpwwwgooglecombrimgresq=FOTOS+ESCOLA+PADRE+JOSE+HERIONS+ROLANDIA
LEMBRETE AO (Agrave) PROFESSOR (A) Nossa proposta significa trabalhar com FONTE DOCUMENTAL As respostas das entrevistas consistem tambeacutem em FONTES DOCUMENTIAS E como tal devem ser interpretadas em sala de aula Qualquer material como fotos muacutesicas poemas imagens etc devem ser tratadas como FONTES u seja pergunta-se a estas QUEM FEZ QUANDO ONDE PARA QUEM POR QUEcirc OQUE QUER COMUNICAR E todos estes materiais necessitam de referecircncia como qualquer texto livro reportagem etc
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 45
Sugestatildeo de atividades para o aluno
Analise as fotografias (1-2-3-4-5-6-7) o Vocecirc conhece esses lugares que estatildeo representados nas fotos o Qual lugar da foto estaacute localizado mais perto de sua casa o Quais fotos representam lugar de lazer o Vendo as fotos onde podemos fazer nossas reflexotildees o O que estaacute na foto que incomoda a comunidade o Vocecirc conhece algumas pessoas das fotos Escreva os nomes das mesmas o Com qual foto vocecirc mais se identificou Justifique sua resposta o Escreva uma frase para cada fotografia o Essas fotos fazem parte da Histoacuteria de Rolacircndia Faccedila comentaacuterios
Sugestatildeo de atividades para o professor
1-Trabalhe com fotografias o Peccedila para seu aluno trazer fotos antigas da famiacutelia da comunidade etc o Faccedila perguntas para obter respostas o Dar oportunidade para um debate sobre as fotos trazidas pelos alunos o Formar grupo com trecircs alunos para eles escreverem sobre as fotos o Colocar em cartazes os resultados obtidos natildeo esquecer de registrar a eacutepoca e
lugar em que foi tirada a foto o Expor na escola para que outros alunos possam ler e analisar os trabalhos
realizados
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 46
Referecircncia bibliograacutefica do texto explicativo
BAUMAN Z Modernidade e ambivalecircncia Rio de Janeiro Jorge Zahar 1999
CAVALLEIRO E S Do silecircncio do lar ao silecircncio escolar racismo preconceito e discriminaccedilatildeo na educaccedilatildeo infantil 4 ed Satildeo Paulo Contexto 2005
FERREIRA Ricardo Franklin O brasileiro o racismo silencioso e a identidade afro-descendente Psicologia e Sociedade Belo Horizonte v 14 n 1 p 69-86 janjun 2002
FIGUEIREDO Luis Claudio Mendonccedila Revisitando as psicologias da epistemologia agrave eacutetica das praacuteticas e discursos psicoloacutegicos 3 ed Petroacutepolis Vozes 2004
FREITAS Patriacutecia de Sobre a Lei 10639 o ensino de histoacuteria e a cultura afro-brasileira OPSIS Catalatildeo v 10 n 1 p15-28 janjun 2010
GONCcedilALVES Rita de Caacutessia LISBOATeresa Kleba Sobre o meacutetodo de Histoacuteria oral em sua modalidade trajetoacuteria de vida Revista Kataacutel Florianoacutepolis v 10 n especial p 83-92 2007
REIS Faacutetima A implementaccedilatildeo da Lei 1063903 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwwebartigoscomarticles39841A-Implementacao-Da-Lei-1063903pagina1htmlgt Acesso em 20 abr 2011
RODRIGUES N Os africanos no Brasil 5 ed Satildeo Paulo Nacional 1977
SCHMIDT Maria auxiliadora CAINELLI Marlene Ensinar histoacuteria Satildeo Paulo Scipione 2004
- Paacutegina em branco
-
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 26
Perante a noite confusa
Dize-o tu severa musa
Musa libeacuterrima audaz
Satildeo os filhos do deserto
Onde a terra esposa a luz
Onde voa em campo aberto
A tribo dos homens nus
Satildeo os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidatildeo
Homens simples fortes bravos
Hoje miacuteseros escravos
Sem ar sem luz sem razatildeo
Satildeo mulheres desgraccediladas
Como Agar o foi tambeacutem
Que sedentas alquebradas
De longe bem longe vecircm
Trazendo com tiacutebios passos
Filhos e algemas nos braccedilos
Nalma laacutegrimas e fel
Como Agar sofrendo tanto
Que nem o leite do pranto
Tecircm que dar para Ismael
Laacute nas areias infindas
Das palmeiras no paiacutes
Nasceram crianccedilas lindas
Viveram moccedilas gentis
Passa um dia a caravana
Quando a virgem na cabana
Cisma das noites nos veacuteus
Adeus oacute choccedila do monte
Adeus palmeiras da fonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 27
Adeus amores adeus
Senhor Deus dos desgraccedilados
Dizei-me voacutes Senhor Deus
Se eu deliro ou se eacute verdade
Tanto horror perante os ceacuteus
Oacute mar por que natildeo apagas
Coa esponja de tuas vagas
De teu manto este borratildeo
Astros noite tempestades
Rolai das imensidades
Varrei os mares tufatildeo
E existe um povo que a bandeira empresta
Pra cobrir tanta infacircmia e cobardia
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria
Meu Deus meu Deus mas que bandeira eacute esta
Que impudente na gaacutevea tripudia
Silecircncio Musa chora chora tanto
Que o pavilhatildeo se lave no seu pranto
Auriverde pendatildeo de minha terra
Que a brisa do Brasil beija e balanccedila
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperanccedila
Tu que da liberdade apoacutes a guerra
Foste hasteado dos heroacuteis na lanccedila
Antes te houvessem roto na batalha
Que servires a um povo de mortalha
Fatalidade atroz que a mente esmaga
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu na vaga
Como um iacuteris no peacutelago profundo
Mas eacute infacircmia demais
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 28
Da eteacuterea plaga
Levantai-vos heroacuteis do Novo Mundo
Andrada arranca este pendatildeo dos ares
Colombo fecha a porta de teus mares
(endereccedilo do viacutedeo para assistir clip da muacutesica)
(httpwwwyoutubecomwatchv=1Osbp0IMYRM)
Trabalhando com poema
Terra roxa e outras terras- Revista de Estudos Literaacuterios
Ana Claudia Duarte Mendes (UEMSUEL)
A literatura do poema ldquoVozes de Mulheresrdquo de Conceiccedilatildeo Evaristo a partir de
uma perspectiva de construccedilatildeo da memoacuteria possibilita-nos observar a existecircncia
de uma literatura adjetivada afro-brasileira A poesia analisada estaacute inserida em
um contexto no qual o poeta assume o ponto de vista negro Ao narrar a trajetoacuteria
de mulheres negras preservada na memoacuteria coletiva revela a ancestralidade que
se projeta no presente e prepara o futuro
O poema pertence a um tempo e lugar histoacuterico no mesmo instante transcende
essa condiccedilatildeo supera-a ldquoO poema eacute tempo arquetiacutepico e por secirc-lo eacute tempo que
se encarna na experiecircncia concreta de um povo um grupo ou uma seitardquo (Paz
1972 54) A contradiccedilatildeo ndash essecircncia do poema- que ao se encarnar revela-se
histoacuterico ao mesmo tempo em que eacute presente a cada nova leitura atualiza-se e
se projeta enquanto futuro Ao poeta eacute impossiacutevel fugir da histoacuteria mesmo quando
compotildee algo completamente diverso desta pois suas palavras satildeo sociais e
histoacutericas A revelaccedilatildeo poeacutetica consagra a experiecircncia humana (Paz 1972 55)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 29
por ser a poesia imagem A palavra poeacutetica ao se compor enquanto imagem
conforma o isto e o aquilo no mesmo instante Diz o indiziacutevel
O poeta consagra sempre umas experiecircncias histoacutericas que pode ser pessoal
sociais ou ambas as coisas ao mesmo tempo Mas ao falar-nos de todos estes
sucessos sentimentos experiecircncias e pessoas o poeta nos fala de outra coisado
que estaacute fazendo diante de noacutes e em noacutes E mais ainda leva-nos a repetir a
recriar seu poema a nomear aquilo que nomeia e ao fazecirc-lo revela-nos o que
somos (Paz 1972 57)
Como o poema surge na construccedilatildeo a partir da memoacuteria nos atrevemos a
dialogar com a obra de Gizecirclda Melo do nascimento Feitio de viver memoacuterias de
descendentes de escravos de 2006 O livro registra e interpreta a narrativa de
mulheres negras fortes e determinadas a contarem suas trajetoacuterias memoacuterias
individuais e coletivas O olhar para o presente na esperanccedila do futuro sem
alijarem-se do passado ancestral Esta perspectiva nos permitiraacute iluminar o
poema siacutentese do vivido
Vozes-Mulheres de Conceiccedilatildeo Evaristo
A voz da minha bisavoacute ecoou
crianccedila
nos porotildees do navio
Ecoou lamentos
de uma infacircncia perdida
A voz de minha avoacute
ecoou obediecircncia
aos brancos-donos de tudo
A voz de minha matildee
ecoou baixinho revolta
no fundo das cozinhas alheias
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 30
debaixo das trouxas
roupagens sujas dos brancos
pelo caminho empoeirado
rumo agrave favela
A minha voz ainda
ecoa versos perplexos
com rimas de sangue
e
fome
A voz de minha filha
recolhe todas as nossas vozes
recolhe em si
as vozes mudas caladas
engasgadas nas gargantas
A voz de minha filha
recolhe em si
a fala e o ato
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1- Comente a partir do seu proacuteprio olhar o poema da referida autora O
comentaacuterio pode ser tanto teacutecnico (observacircncia da estrutura do poema) quanto
conteudiacutestico (como vocecirc avalia o poema a partir de suas impressotildees pessoais)(A
obra de Conceiccedilatildeo Evaristo eacute facilmente encontrada na Internet) Trabalhar com
os alunos outros poemas
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 31
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno(a)
1- Analisar o poema e reescrever em cada
verso seu significado
A voz de minha bisavoacute
A voz de minha avoacute
A voz de minha matildee
A minha voz
A voz da minha filha
2- Fazer comentaacuterios sobre o poema em sala
de aula professor (a) e alunos
3- Ilustrar o poema usando sua
criatividade
4-Com os desenhos prontos formar grupos
com trecircs alunos e criar uma histoacuteria em
quadrinhos sobre o que entendeu do poema
estudado
A escola e os educandos precisam se organizar para demonstrar a
importacircncia da pluralidade racial na sociedade A fim de contemplar discussotildees
sobre a diversidade racial discutir os problemas sociais Para possibilitar que os
educandos construam suas proacuteprias ideacuteias e entendimento sobre o outro que lhe eacute
diferente O preconceito no cotidiano escolar tem que ser combatido Eacute necessaacuterio
que todos digam natildeo ao preconceito racial Os agentes transformadores da
educaccedilatildeo precisam unir forccedilas para promover o respeito muacutetuo e a possibilidade
de conversar sobre diferenccedilas sem melindres e sem preconceitos Na educaccedilatildeo
infantil tempo dos primeiros passos da vida social da crianccedila eacute importante
possibilitar atitudes positivas estimular o contanto com a esteacutetica e pelo
imaginaacuterio afro e afrodescendente Trazer a verdadeira histoacuteria do negro africano
no Brasil para romper com as barreiras dos preconceitos (Perrucci 1999 p 7)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 32
httpwwwwebartigoscomarticles380941INCLUSAO-NO-TRIBUNAL-DE-JUSTICApagina1html
Trabalhando com imagens
Sugestatildeo de atividades para o aluno
1 Ver as figuras abaixo e responder as questotildees
2 Vocecirc acha que existe preconceito entre essas crianccedilas Justifique
3 A crianccedila jaacute nasce com preconceito Comente
4 Como a crianccedila adquire o preconceito
5 Vocecirc como adolescente jaacute sofreu preconceito Em que fase de sua vida
Comente
Sites das imagens
almazendemensagensblogspotcom uniblogcombr
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 33
agenciaaldensblogspotcom sociologiacienciaevidauolcombr
Trabalhando com viacutedeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1 Assistir o viacutedeo Analisar as imagens e o depoimento
2 Promover um debate sobre o viacutedeo junto com os alunos
Por uma infacircncia sem racismo ver
wwwyoutubecomwatchv=_aPYuKiKFMg
1 Assistir o viacutedeo Analisar os depoimentos reais das pessoas
2 Vocecirc concorda com esses depoimentos Justifique
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 34
Onde vocecirc guarda o seu racismo ver
httpwwwyoutubecomwatchv=ojg07xOt8CY
Trabalhando com entrevista
Histoacuteria Oral - Como fazer uma entrevista
A pesquisa histoacuterica natildeo se baseia apenas em documentos escritos ou imagens mas
tambeacutem na narraccedilatildeo de fatos por parte das pessoas que presenciaram ou que tecircm
maior conhecimento dos mesmos Neste caso outra ferramenta pode ser utilizada
pelo pesquisador para adquirir novas informaccedilotildees acerca do objeto de estudo
Trata-se da entrevista um recurso da Histoacuteria Oral
Na Histoacuteria Oral podem-se fazer duas divisotildees em se tratando de relatos segundo o
historiador Gwyn Prins Existe uma tradiccedilatildeo Oral - a qual representa um
testemunho oral transmitido de uma geraccedilatildeo para a seguinte ou as demais -
Existe tambeacutem uma Reminiscecircncia Pessoal Evidecircncia oral especiacutefica das
experiecircncias de vida do informante (Wikipedia 2007)
Segundo Olga Rodrigues de Moraes Von Simson do Centro de Memoacuteria da
Unicamp a Histoacuteria Oral possibilita que indiviacuteduos pertencentes a categorias
sociais geralmente excluiacutedas da histoacuteria oficial possam ser ouvidos - deixando
registradas para anaacutelises futuras sua proacutepria visatildeo de mundo e aquela do grupo
social ao qual pertencem Apesar de ser um meacutetodo praacutetico e cada vez mais usado
a entrevista apresenta algumas deficiecircncias mas que podem de certa forma serem
superadas o entrevistado pode ter uma falha de memoacuteria pode criar uma
trajetoacuteria artificial se autocelebrar fantasiar omitir ou mesmo mentir O que
poderia ser percebido como um problema acaba se transformando em um recurso
uma vez que o proacuteprio entrevistador no ato de produccedilatildeo da narrativa histoacuterica natildeo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 35
deixa de produzir uma versatildeo do que entendeu ter acontecido Mesmo quando o
pesquisador tenha certeza de que o entrevistado esteja mentido conscientemente
cabe a ele entrevistador tentar entender as razotildees da mentira ou seja quais os
motivos que estatildeo levando a pessoa a mentir podendo ser aplicado o mesmo no
caso da ilusatildeo biograacutefica quando o indiviacuteduo faz uma produccedilatildeo artificial de si
mesmo No caso de esquecimento para ajudar suprir essa falha podem-se usar os
chamados apoios de memoacuteria como fotografias objetos e outras coisas que
possam ajudar o entrevistado a se recordar melhor dos fatos em pesquisa (op
cit)
Se formos analisar a credibilidade dos recursos de pesquisa histoacuterica sejam
documentos ou oralidade iremos nos deparar sempre com a interpretaccedilatildeo ou a
criacutetica pessoal de quem o fez cabendo ao pesquisador saber aproveitar as
informaccedilotildees que lhe conveacutem e criar suas proacuteprias consideraccedilotildees nenhum
documento pode nos dizer mais do que aquilo que o autor pensava ndash o que ele
pensava que havia acontecido queria que os outros pensassem que ele pensava ou
mesmo apenas o que ele proacuteprio pensava pensar Nada disso significa alguma
coisa ateacute que o historiador trabalhe sobre esse material e decifre-o eacute o que
comenta Edward Hallet Carr citado no site Wikipedia
A entrevista possibilita um contato direto com o atorautor da Histoacuteria Esse
envolvimento pode resultar num trabalho dinacircmico abrangente e ateacute mais realista
trazendo assim o passado para o presente
Agora vejamos os passos baacutesicos para realizar uma boa entrevista
COMO FAZER UMA ENTREVISTA
1 Preparar antes da entrevista um roteiro com alguns dos assuntos
importantes a abordar Ao partir para a entrevista eacute fundamental saber
o que vamos perguntar
2 Conversar com o entrevistado sobre nossos objetivos e descobrir se
realmente deseja colaborar conosco Natildeo se obriga ningueacutem a ser
entrevistado
3 Escolher local e hora apropriados para que a entrevista se decirc sem
interrupccedilotildees Num ambiente ou momento onde entrevistado ou
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 36
entrevistador estejam com pressa torna-se impossiacutevel agrave realizaccedilatildeo da
entrevista
4 Em lugar de apenas anotar o que o entrevistado diz eacute melhor e mais
adequado se possiacutevel levar um gravador para ficar tudo registrado de
tal forma que natildeo se perca parte alguma daquilo que o entrevistado
disse
5 A entrevista natildeo deve ser interrogatoacuterio e sim diaacutelogo
6 O entrevistador deve respeitar as opiniotildees do entrevistado mesmo
quando natildeo concordar com elas
7 O entrevistador deve dar oportunidade para que o entrevistado fale
tudo o que desejar no tempo que quiser
8 Nunca fazer nova pergunta enquanto o entrevistado ainda natildeo tiver
terminado de expor seu pensamento em relaccedilatildeo agrave pergunta anterior
Natildeo interromper desnecessariamente a fala do outro
professor-josimarblogspotcom200908historia-oral
REFEREcircNCIAS
SIMSON Olga Rodrigues de Moraes Von O que eacute Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
wwwcentrodememoriaunicampbrlahoindexhtm Acesso em 23 mai 2007
WIKIPEDIA Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
httpptwikipediaorgwikiHistAtildesup3ria_OralsearchInputsearchInput Acesso
em 23 mai 2007
httpwwwfeunbbrpieComo20fazer20uma20entrevistahtm
Professor Josimar Pais de Almeida
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 37
Sugestatildeo de Roteiro para realizar a entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistador
Nome do entrevistador
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Onde trabalha
Data local da entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistado
Nome
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Questionamento
Onde trabalha
Grau de escolaridade
Religiatildeo que frequumlenta
Tempo que mora na cidade de Rolacircndia
De onde veio sua famiacutelia
Vocecirc gosta de morar aqui
Porque vieram morar aqui
Do que sente saudades
Como era essa cidade quando vocecirc chegou aqui
Como vocecirc considera essa cidade hoje
Fale como era o lazer quando vocecirc era adolescente Como eacute seu lazer hoje
Fale sobre o namoro de antigamente As pessoas tinham um lugar para ldquopaquerarrdquo
Qual era a principal alimentaccedilatildeo das pessoas
Havia violecircncia Como era
Como eram as escolas Usava-se uniforme
Como eram as roupas Onde as comprava ou quem as confeccionava
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 38
Como era a educaccedilatildeo dos filhos
Havia igrejas Frequentava alguma no passado E hoje
O que era cultivado nas lavouras
Muitas pessoas moravam na zona rural
Como eram as habitaccedilotildees
Vocecirc se sente discriminado
O que vocecirc acha da escravidatildeo na eacutepoca da colonizaccedilatildeo do Brasil
Hoje ainda existe escravidatildeo
A fotografia na construccedilatildeo do material didaacutetico
Paulo Freire na ldquopedagogia do oprimidordquo pregava a liberdade atraveacutes da educaccedilatildeo e para
isso educava a partir de estiacutemulos retirados do cotidiano dos alunos aumentando
gradativamente o inverso dos mesmos Os estiacutemulos servem portanto como forma de
despertar a criatividade e o intelecto dos alunos Levando-se em consideraccedilatildeo que a
percepccedilatildeo visual eacute a forma mais objetiva de interaccedilatildeo do homem com o meio que o cerca
os estiacutemulos visuais atendem perfeitamente aos objetivos da educaccedilatildeo Antes mesmo da
escrita as comunicaccedilotildees visuais valendo-se de percepccedilatildeo visual ajuda a escrever a histoacuteria
da humanidade Associando-se aos seus conhecimentos o homem absorve a imagem
processa-a e retira dela suas proacuteprias conclusotildees A imagem dinacircmica ou estaacutetica eacute
portanto uma forma contumaz na divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo quer seja ela educacional
cientifica ou cultural difundindo conhecimentos desenvolvendo ideacuteias e formando
opiniotildees Jaacute em 1888 George Eastman referindo-se agrave fotografia afirmava ldquouma imagem
vale mais que mil palavrasrdquo e desde entatildeo a imagem fotograacutefica estaacute cada vez mais
presente no processo ensino aprendizagem de forma cada vez mais interativa A fotografia
e a questatildeo ambiental estatildeo relacionadas desde sua descoberta em1826 No inicio o
objetivo da fotografia era fazer um registro fiel da natureza Nas suas atividades os
cientistas utilizam cada vez mais a fotografia como instrumentaccedilatildeo de pesquisa registro de
dados apoio didaacutetico e principalmente na divulgaccedilatildeo dos resultados cientiacuteficos
introduzindo o conceito da fotografia cientiacutefica A fotografia eacute uma forma objetiva de
suporte para o ensino e a pesquisa eacute uma forma objetiva de documentaccedilatildeo ela tem o poder
de capturar nuances que muitas vezes passam despercebidas ao olho nu e isso aumenta o
aspecto de observaccedilatildeo do pesquisador A fotografia cientiacutefica tem que retratar o real
aparente a imagem como um instrumento de uma memoacuteria documental da realidade
Muitas vezes diante da dificuldade de deslocamento os professores lanccedilam matildeo da
fotografia para exemplificar e fixar conceitos educacionais tirando-os do imaginaacuterio e
trazendo para suas aulas de forma mais concreta wwwabedorgbrcongresso2007tc552007125857PMpdf
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 39
Trabalhando com fotografias e Histoacuteria Local
FIGURA 1
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 40
FIGURA 2
httpjornalrolandianetblogspotcom201105familia-farina-fotografando-rolandiahtml
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 41
FIGURA 3
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 42
FIGURA 4
httpwwwpanoramiocomphoto9865842
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 43
FIGURAS 5 E 6
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 44
FIGURA 7
httpwwwgooglecombrimgresq=FOTOS+ESCOLA+PADRE+JOSE+HERIONS+ROLANDIA
LEMBRETE AO (Agrave) PROFESSOR (A) Nossa proposta significa trabalhar com FONTE DOCUMENTAL As respostas das entrevistas consistem tambeacutem em FONTES DOCUMENTIAS E como tal devem ser interpretadas em sala de aula Qualquer material como fotos muacutesicas poemas imagens etc devem ser tratadas como FONTES u seja pergunta-se a estas QUEM FEZ QUANDO ONDE PARA QUEM POR QUEcirc OQUE QUER COMUNICAR E todos estes materiais necessitam de referecircncia como qualquer texto livro reportagem etc
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 45
Sugestatildeo de atividades para o aluno
Analise as fotografias (1-2-3-4-5-6-7) o Vocecirc conhece esses lugares que estatildeo representados nas fotos o Qual lugar da foto estaacute localizado mais perto de sua casa o Quais fotos representam lugar de lazer o Vendo as fotos onde podemos fazer nossas reflexotildees o O que estaacute na foto que incomoda a comunidade o Vocecirc conhece algumas pessoas das fotos Escreva os nomes das mesmas o Com qual foto vocecirc mais se identificou Justifique sua resposta o Escreva uma frase para cada fotografia o Essas fotos fazem parte da Histoacuteria de Rolacircndia Faccedila comentaacuterios
Sugestatildeo de atividades para o professor
1-Trabalhe com fotografias o Peccedila para seu aluno trazer fotos antigas da famiacutelia da comunidade etc o Faccedila perguntas para obter respostas o Dar oportunidade para um debate sobre as fotos trazidas pelos alunos o Formar grupo com trecircs alunos para eles escreverem sobre as fotos o Colocar em cartazes os resultados obtidos natildeo esquecer de registrar a eacutepoca e
lugar em que foi tirada a foto o Expor na escola para que outros alunos possam ler e analisar os trabalhos
realizados
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 46
Referecircncia bibliograacutefica do texto explicativo
BAUMAN Z Modernidade e ambivalecircncia Rio de Janeiro Jorge Zahar 1999
CAVALLEIRO E S Do silecircncio do lar ao silecircncio escolar racismo preconceito e discriminaccedilatildeo na educaccedilatildeo infantil 4 ed Satildeo Paulo Contexto 2005
FERREIRA Ricardo Franklin O brasileiro o racismo silencioso e a identidade afro-descendente Psicologia e Sociedade Belo Horizonte v 14 n 1 p 69-86 janjun 2002
FIGUEIREDO Luis Claudio Mendonccedila Revisitando as psicologias da epistemologia agrave eacutetica das praacuteticas e discursos psicoloacutegicos 3 ed Petroacutepolis Vozes 2004
FREITAS Patriacutecia de Sobre a Lei 10639 o ensino de histoacuteria e a cultura afro-brasileira OPSIS Catalatildeo v 10 n 1 p15-28 janjun 2010
GONCcedilALVES Rita de Caacutessia LISBOATeresa Kleba Sobre o meacutetodo de Histoacuteria oral em sua modalidade trajetoacuteria de vida Revista Kataacutel Florianoacutepolis v 10 n especial p 83-92 2007
REIS Faacutetima A implementaccedilatildeo da Lei 1063903 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwwebartigoscomarticles39841A-Implementacao-Da-Lei-1063903pagina1htmlgt Acesso em 20 abr 2011
RODRIGUES N Os africanos no Brasil 5 ed Satildeo Paulo Nacional 1977
SCHMIDT Maria auxiliadora CAINELLI Marlene Ensinar histoacuteria Satildeo Paulo Scipione 2004
- Paacutegina em branco
-
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 27
Adeus amores adeus
Senhor Deus dos desgraccedilados
Dizei-me voacutes Senhor Deus
Se eu deliro ou se eacute verdade
Tanto horror perante os ceacuteus
Oacute mar por que natildeo apagas
Coa esponja de tuas vagas
De teu manto este borratildeo
Astros noite tempestades
Rolai das imensidades
Varrei os mares tufatildeo
E existe um povo que a bandeira empresta
Pra cobrir tanta infacircmia e cobardia
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria
Meu Deus meu Deus mas que bandeira eacute esta
Que impudente na gaacutevea tripudia
Silecircncio Musa chora chora tanto
Que o pavilhatildeo se lave no seu pranto
Auriverde pendatildeo de minha terra
Que a brisa do Brasil beija e balanccedila
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperanccedila
Tu que da liberdade apoacutes a guerra
Foste hasteado dos heroacuteis na lanccedila
Antes te houvessem roto na batalha
Que servires a um povo de mortalha
Fatalidade atroz que a mente esmaga
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu na vaga
Como um iacuteris no peacutelago profundo
Mas eacute infacircmia demais
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 28
Da eteacuterea plaga
Levantai-vos heroacuteis do Novo Mundo
Andrada arranca este pendatildeo dos ares
Colombo fecha a porta de teus mares
(endereccedilo do viacutedeo para assistir clip da muacutesica)
(httpwwwyoutubecomwatchv=1Osbp0IMYRM)
Trabalhando com poema
Terra roxa e outras terras- Revista de Estudos Literaacuterios
Ana Claudia Duarte Mendes (UEMSUEL)
A literatura do poema ldquoVozes de Mulheresrdquo de Conceiccedilatildeo Evaristo a partir de
uma perspectiva de construccedilatildeo da memoacuteria possibilita-nos observar a existecircncia
de uma literatura adjetivada afro-brasileira A poesia analisada estaacute inserida em
um contexto no qual o poeta assume o ponto de vista negro Ao narrar a trajetoacuteria
de mulheres negras preservada na memoacuteria coletiva revela a ancestralidade que
se projeta no presente e prepara o futuro
O poema pertence a um tempo e lugar histoacuterico no mesmo instante transcende
essa condiccedilatildeo supera-a ldquoO poema eacute tempo arquetiacutepico e por secirc-lo eacute tempo que
se encarna na experiecircncia concreta de um povo um grupo ou uma seitardquo (Paz
1972 54) A contradiccedilatildeo ndash essecircncia do poema- que ao se encarnar revela-se
histoacuterico ao mesmo tempo em que eacute presente a cada nova leitura atualiza-se e
se projeta enquanto futuro Ao poeta eacute impossiacutevel fugir da histoacuteria mesmo quando
compotildee algo completamente diverso desta pois suas palavras satildeo sociais e
histoacutericas A revelaccedilatildeo poeacutetica consagra a experiecircncia humana (Paz 1972 55)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 29
por ser a poesia imagem A palavra poeacutetica ao se compor enquanto imagem
conforma o isto e o aquilo no mesmo instante Diz o indiziacutevel
O poeta consagra sempre umas experiecircncias histoacutericas que pode ser pessoal
sociais ou ambas as coisas ao mesmo tempo Mas ao falar-nos de todos estes
sucessos sentimentos experiecircncias e pessoas o poeta nos fala de outra coisado
que estaacute fazendo diante de noacutes e em noacutes E mais ainda leva-nos a repetir a
recriar seu poema a nomear aquilo que nomeia e ao fazecirc-lo revela-nos o que
somos (Paz 1972 57)
Como o poema surge na construccedilatildeo a partir da memoacuteria nos atrevemos a
dialogar com a obra de Gizecirclda Melo do nascimento Feitio de viver memoacuterias de
descendentes de escravos de 2006 O livro registra e interpreta a narrativa de
mulheres negras fortes e determinadas a contarem suas trajetoacuterias memoacuterias
individuais e coletivas O olhar para o presente na esperanccedila do futuro sem
alijarem-se do passado ancestral Esta perspectiva nos permitiraacute iluminar o
poema siacutentese do vivido
Vozes-Mulheres de Conceiccedilatildeo Evaristo
A voz da minha bisavoacute ecoou
crianccedila
nos porotildees do navio
Ecoou lamentos
de uma infacircncia perdida
A voz de minha avoacute
ecoou obediecircncia
aos brancos-donos de tudo
A voz de minha matildee
ecoou baixinho revolta
no fundo das cozinhas alheias
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 30
debaixo das trouxas
roupagens sujas dos brancos
pelo caminho empoeirado
rumo agrave favela
A minha voz ainda
ecoa versos perplexos
com rimas de sangue
e
fome
A voz de minha filha
recolhe todas as nossas vozes
recolhe em si
as vozes mudas caladas
engasgadas nas gargantas
A voz de minha filha
recolhe em si
a fala e o ato
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1- Comente a partir do seu proacuteprio olhar o poema da referida autora O
comentaacuterio pode ser tanto teacutecnico (observacircncia da estrutura do poema) quanto
conteudiacutestico (como vocecirc avalia o poema a partir de suas impressotildees pessoais)(A
obra de Conceiccedilatildeo Evaristo eacute facilmente encontrada na Internet) Trabalhar com
os alunos outros poemas
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 31
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno(a)
1- Analisar o poema e reescrever em cada
verso seu significado
A voz de minha bisavoacute
A voz de minha avoacute
A voz de minha matildee
A minha voz
A voz da minha filha
2- Fazer comentaacuterios sobre o poema em sala
de aula professor (a) e alunos
3- Ilustrar o poema usando sua
criatividade
4-Com os desenhos prontos formar grupos
com trecircs alunos e criar uma histoacuteria em
quadrinhos sobre o que entendeu do poema
estudado
A escola e os educandos precisam se organizar para demonstrar a
importacircncia da pluralidade racial na sociedade A fim de contemplar discussotildees
sobre a diversidade racial discutir os problemas sociais Para possibilitar que os
educandos construam suas proacuteprias ideacuteias e entendimento sobre o outro que lhe eacute
diferente O preconceito no cotidiano escolar tem que ser combatido Eacute necessaacuterio
que todos digam natildeo ao preconceito racial Os agentes transformadores da
educaccedilatildeo precisam unir forccedilas para promover o respeito muacutetuo e a possibilidade
de conversar sobre diferenccedilas sem melindres e sem preconceitos Na educaccedilatildeo
infantil tempo dos primeiros passos da vida social da crianccedila eacute importante
possibilitar atitudes positivas estimular o contanto com a esteacutetica e pelo
imaginaacuterio afro e afrodescendente Trazer a verdadeira histoacuteria do negro africano
no Brasil para romper com as barreiras dos preconceitos (Perrucci 1999 p 7)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 32
httpwwwwebartigoscomarticles380941INCLUSAO-NO-TRIBUNAL-DE-JUSTICApagina1html
Trabalhando com imagens
Sugestatildeo de atividades para o aluno
1 Ver as figuras abaixo e responder as questotildees
2 Vocecirc acha que existe preconceito entre essas crianccedilas Justifique
3 A crianccedila jaacute nasce com preconceito Comente
4 Como a crianccedila adquire o preconceito
5 Vocecirc como adolescente jaacute sofreu preconceito Em que fase de sua vida
Comente
Sites das imagens
almazendemensagensblogspotcom uniblogcombr
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 33
agenciaaldensblogspotcom sociologiacienciaevidauolcombr
Trabalhando com viacutedeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1 Assistir o viacutedeo Analisar as imagens e o depoimento
2 Promover um debate sobre o viacutedeo junto com os alunos
Por uma infacircncia sem racismo ver
wwwyoutubecomwatchv=_aPYuKiKFMg
1 Assistir o viacutedeo Analisar os depoimentos reais das pessoas
2 Vocecirc concorda com esses depoimentos Justifique
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 34
Onde vocecirc guarda o seu racismo ver
httpwwwyoutubecomwatchv=ojg07xOt8CY
Trabalhando com entrevista
Histoacuteria Oral - Como fazer uma entrevista
A pesquisa histoacuterica natildeo se baseia apenas em documentos escritos ou imagens mas
tambeacutem na narraccedilatildeo de fatos por parte das pessoas que presenciaram ou que tecircm
maior conhecimento dos mesmos Neste caso outra ferramenta pode ser utilizada
pelo pesquisador para adquirir novas informaccedilotildees acerca do objeto de estudo
Trata-se da entrevista um recurso da Histoacuteria Oral
Na Histoacuteria Oral podem-se fazer duas divisotildees em se tratando de relatos segundo o
historiador Gwyn Prins Existe uma tradiccedilatildeo Oral - a qual representa um
testemunho oral transmitido de uma geraccedilatildeo para a seguinte ou as demais -
Existe tambeacutem uma Reminiscecircncia Pessoal Evidecircncia oral especiacutefica das
experiecircncias de vida do informante (Wikipedia 2007)
Segundo Olga Rodrigues de Moraes Von Simson do Centro de Memoacuteria da
Unicamp a Histoacuteria Oral possibilita que indiviacuteduos pertencentes a categorias
sociais geralmente excluiacutedas da histoacuteria oficial possam ser ouvidos - deixando
registradas para anaacutelises futuras sua proacutepria visatildeo de mundo e aquela do grupo
social ao qual pertencem Apesar de ser um meacutetodo praacutetico e cada vez mais usado
a entrevista apresenta algumas deficiecircncias mas que podem de certa forma serem
superadas o entrevistado pode ter uma falha de memoacuteria pode criar uma
trajetoacuteria artificial se autocelebrar fantasiar omitir ou mesmo mentir O que
poderia ser percebido como um problema acaba se transformando em um recurso
uma vez que o proacuteprio entrevistador no ato de produccedilatildeo da narrativa histoacuterica natildeo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 35
deixa de produzir uma versatildeo do que entendeu ter acontecido Mesmo quando o
pesquisador tenha certeza de que o entrevistado esteja mentido conscientemente
cabe a ele entrevistador tentar entender as razotildees da mentira ou seja quais os
motivos que estatildeo levando a pessoa a mentir podendo ser aplicado o mesmo no
caso da ilusatildeo biograacutefica quando o indiviacuteduo faz uma produccedilatildeo artificial de si
mesmo No caso de esquecimento para ajudar suprir essa falha podem-se usar os
chamados apoios de memoacuteria como fotografias objetos e outras coisas que
possam ajudar o entrevistado a se recordar melhor dos fatos em pesquisa (op
cit)
Se formos analisar a credibilidade dos recursos de pesquisa histoacuterica sejam
documentos ou oralidade iremos nos deparar sempre com a interpretaccedilatildeo ou a
criacutetica pessoal de quem o fez cabendo ao pesquisador saber aproveitar as
informaccedilotildees que lhe conveacutem e criar suas proacuteprias consideraccedilotildees nenhum
documento pode nos dizer mais do que aquilo que o autor pensava ndash o que ele
pensava que havia acontecido queria que os outros pensassem que ele pensava ou
mesmo apenas o que ele proacuteprio pensava pensar Nada disso significa alguma
coisa ateacute que o historiador trabalhe sobre esse material e decifre-o eacute o que
comenta Edward Hallet Carr citado no site Wikipedia
A entrevista possibilita um contato direto com o atorautor da Histoacuteria Esse
envolvimento pode resultar num trabalho dinacircmico abrangente e ateacute mais realista
trazendo assim o passado para o presente
Agora vejamos os passos baacutesicos para realizar uma boa entrevista
COMO FAZER UMA ENTREVISTA
1 Preparar antes da entrevista um roteiro com alguns dos assuntos
importantes a abordar Ao partir para a entrevista eacute fundamental saber
o que vamos perguntar
2 Conversar com o entrevistado sobre nossos objetivos e descobrir se
realmente deseja colaborar conosco Natildeo se obriga ningueacutem a ser
entrevistado
3 Escolher local e hora apropriados para que a entrevista se decirc sem
interrupccedilotildees Num ambiente ou momento onde entrevistado ou
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 36
entrevistador estejam com pressa torna-se impossiacutevel agrave realizaccedilatildeo da
entrevista
4 Em lugar de apenas anotar o que o entrevistado diz eacute melhor e mais
adequado se possiacutevel levar um gravador para ficar tudo registrado de
tal forma que natildeo se perca parte alguma daquilo que o entrevistado
disse
5 A entrevista natildeo deve ser interrogatoacuterio e sim diaacutelogo
6 O entrevistador deve respeitar as opiniotildees do entrevistado mesmo
quando natildeo concordar com elas
7 O entrevistador deve dar oportunidade para que o entrevistado fale
tudo o que desejar no tempo que quiser
8 Nunca fazer nova pergunta enquanto o entrevistado ainda natildeo tiver
terminado de expor seu pensamento em relaccedilatildeo agrave pergunta anterior
Natildeo interromper desnecessariamente a fala do outro
professor-josimarblogspotcom200908historia-oral
REFEREcircNCIAS
SIMSON Olga Rodrigues de Moraes Von O que eacute Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
wwwcentrodememoriaunicampbrlahoindexhtm Acesso em 23 mai 2007
WIKIPEDIA Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
httpptwikipediaorgwikiHistAtildesup3ria_OralsearchInputsearchInput Acesso
em 23 mai 2007
httpwwwfeunbbrpieComo20fazer20uma20entrevistahtm
Professor Josimar Pais de Almeida
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 37
Sugestatildeo de Roteiro para realizar a entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistador
Nome do entrevistador
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Onde trabalha
Data local da entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistado
Nome
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Questionamento
Onde trabalha
Grau de escolaridade
Religiatildeo que frequumlenta
Tempo que mora na cidade de Rolacircndia
De onde veio sua famiacutelia
Vocecirc gosta de morar aqui
Porque vieram morar aqui
Do que sente saudades
Como era essa cidade quando vocecirc chegou aqui
Como vocecirc considera essa cidade hoje
Fale como era o lazer quando vocecirc era adolescente Como eacute seu lazer hoje
Fale sobre o namoro de antigamente As pessoas tinham um lugar para ldquopaquerarrdquo
Qual era a principal alimentaccedilatildeo das pessoas
Havia violecircncia Como era
Como eram as escolas Usava-se uniforme
Como eram as roupas Onde as comprava ou quem as confeccionava
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 38
Como era a educaccedilatildeo dos filhos
Havia igrejas Frequentava alguma no passado E hoje
O que era cultivado nas lavouras
Muitas pessoas moravam na zona rural
Como eram as habitaccedilotildees
Vocecirc se sente discriminado
O que vocecirc acha da escravidatildeo na eacutepoca da colonizaccedilatildeo do Brasil
Hoje ainda existe escravidatildeo
A fotografia na construccedilatildeo do material didaacutetico
Paulo Freire na ldquopedagogia do oprimidordquo pregava a liberdade atraveacutes da educaccedilatildeo e para
isso educava a partir de estiacutemulos retirados do cotidiano dos alunos aumentando
gradativamente o inverso dos mesmos Os estiacutemulos servem portanto como forma de
despertar a criatividade e o intelecto dos alunos Levando-se em consideraccedilatildeo que a
percepccedilatildeo visual eacute a forma mais objetiva de interaccedilatildeo do homem com o meio que o cerca
os estiacutemulos visuais atendem perfeitamente aos objetivos da educaccedilatildeo Antes mesmo da
escrita as comunicaccedilotildees visuais valendo-se de percepccedilatildeo visual ajuda a escrever a histoacuteria
da humanidade Associando-se aos seus conhecimentos o homem absorve a imagem
processa-a e retira dela suas proacuteprias conclusotildees A imagem dinacircmica ou estaacutetica eacute
portanto uma forma contumaz na divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo quer seja ela educacional
cientifica ou cultural difundindo conhecimentos desenvolvendo ideacuteias e formando
opiniotildees Jaacute em 1888 George Eastman referindo-se agrave fotografia afirmava ldquouma imagem
vale mais que mil palavrasrdquo e desde entatildeo a imagem fotograacutefica estaacute cada vez mais
presente no processo ensino aprendizagem de forma cada vez mais interativa A fotografia
e a questatildeo ambiental estatildeo relacionadas desde sua descoberta em1826 No inicio o
objetivo da fotografia era fazer um registro fiel da natureza Nas suas atividades os
cientistas utilizam cada vez mais a fotografia como instrumentaccedilatildeo de pesquisa registro de
dados apoio didaacutetico e principalmente na divulgaccedilatildeo dos resultados cientiacuteficos
introduzindo o conceito da fotografia cientiacutefica A fotografia eacute uma forma objetiva de
suporte para o ensino e a pesquisa eacute uma forma objetiva de documentaccedilatildeo ela tem o poder
de capturar nuances que muitas vezes passam despercebidas ao olho nu e isso aumenta o
aspecto de observaccedilatildeo do pesquisador A fotografia cientiacutefica tem que retratar o real
aparente a imagem como um instrumento de uma memoacuteria documental da realidade
Muitas vezes diante da dificuldade de deslocamento os professores lanccedilam matildeo da
fotografia para exemplificar e fixar conceitos educacionais tirando-os do imaginaacuterio e
trazendo para suas aulas de forma mais concreta wwwabedorgbrcongresso2007tc552007125857PMpdf
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 39
Trabalhando com fotografias e Histoacuteria Local
FIGURA 1
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 40
FIGURA 2
httpjornalrolandianetblogspotcom201105familia-farina-fotografando-rolandiahtml
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 41
FIGURA 3
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 42
FIGURA 4
httpwwwpanoramiocomphoto9865842
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 43
FIGURAS 5 E 6
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 44
FIGURA 7
httpwwwgooglecombrimgresq=FOTOS+ESCOLA+PADRE+JOSE+HERIONS+ROLANDIA
LEMBRETE AO (Agrave) PROFESSOR (A) Nossa proposta significa trabalhar com FONTE DOCUMENTAL As respostas das entrevistas consistem tambeacutem em FONTES DOCUMENTIAS E como tal devem ser interpretadas em sala de aula Qualquer material como fotos muacutesicas poemas imagens etc devem ser tratadas como FONTES u seja pergunta-se a estas QUEM FEZ QUANDO ONDE PARA QUEM POR QUEcirc OQUE QUER COMUNICAR E todos estes materiais necessitam de referecircncia como qualquer texto livro reportagem etc
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 45
Sugestatildeo de atividades para o aluno
Analise as fotografias (1-2-3-4-5-6-7) o Vocecirc conhece esses lugares que estatildeo representados nas fotos o Qual lugar da foto estaacute localizado mais perto de sua casa o Quais fotos representam lugar de lazer o Vendo as fotos onde podemos fazer nossas reflexotildees o O que estaacute na foto que incomoda a comunidade o Vocecirc conhece algumas pessoas das fotos Escreva os nomes das mesmas o Com qual foto vocecirc mais se identificou Justifique sua resposta o Escreva uma frase para cada fotografia o Essas fotos fazem parte da Histoacuteria de Rolacircndia Faccedila comentaacuterios
Sugestatildeo de atividades para o professor
1-Trabalhe com fotografias o Peccedila para seu aluno trazer fotos antigas da famiacutelia da comunidade etc o Faccedila perguntas para obter respostas o Dar oportunidade para um debate sobre as fotos trazidas pelos alunos o Formar grupo com trecircs alunos para eles escreverem sobre as fotos o Colocar em cartazes os resultados obtidos natildeo esquecer de registrar a eacutepoca e
lugar em que foi tirada a foto o Expor na escola para que outros alunos possam ler e analisar os trabalhos
realizados
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 46
Referecircncia bibliograacutefica do texto explicativo
BAUMAN Z Modernidade e ambivalecircncia Rio de Janeiro Jorge Zahar 1999
CAVALLEIRO E S Do silecircncio do lar ao silecircncio escolar racismo preconceito e discriminaccedilatildeo na educaccedilatildeo infantil 4 ed Satildeo Paulo Contexto 2005
FERREIRA Ricardo Franklin O brasileiro o racismo silencioso e a identidade afro-descendente Psicologia e Sociedade Belo Horizonte v 14 n 1 p 69-86 janjun 2002
FIGUEIREDO Luis Claudio Mendonccedila Revisitando as psicologias da epistemologia agrave eacutetica das praacuteticas e discursos psicoloacutegicos 3 ed Petroacutepolis Vozes 2004
FREITAS Patriacutecia de Sobre a Lei 10639 o ensino de histoacuteria e a cultura afro-brasileira OPSIS Catalatildeo v 10 n 1 p15-28 janjun 2010
GONCcedilALVES Rita de Caacutessia LISBOATeresa Kleba Sobre o meacutetodo de Histoacuteria oral em sua modalidade trajetoacuteria de vida Revista Kataacutel Florianoacutepolis v 10 n especial p 83-92 2007
REIS Faacutetima A implementaccedilatildeo da Lei 1063903 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwwebartigoscomarticles39841A-Implementacao-Da-Lei-1063903pagina1htmlgt Acesso em 20 abr 2011
RODRIGUES N Os africanos no Brasil 5 ed Satildeo Paulo Nacional 1977
SCHMIDT Maria auxiliadora CAINELLI Marlene Ensinar histoacuteria Satildeo Paulo Scipione 2004
- Paacutegina em branco
-
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 28
Da eteacuterea plaga
Levantai-vos heroacuteis do Novo Mundo
Andrada arranca este pendatildeo dos ares
Colombo fecha a porta de teus mares
(endereccedilo do viacutedeo para assistir clip da muacutesica)
(httpwwwyoutubecomwatchv=1Osbp0IMYRM)
Trabalhando com poema
Terra roxa e outras terras- Revista de Estudos Literaacuterios
Ana Claudia Duarte Mendes (UEMSUEL)
A literatura do poema ldquoVozes de Mulheresrdquo de Conceiccedilatildeo Evaristo a partir de
uma perspectiva de construccedilatildeo da memoacuteria possibilita-nos observar a existecircncia
de uma literatura adjetivada afro-brasileira A poesia analisada estaacute inserida em
um contexto no qual o poeta assume o ponto de vista negro Ao narrar a trajetoacuteria
de mulheres negras preservada na memoacuteria coletiva revela a ancestralidade que
se projeta no presente e prepara o futuro
O poema pertence a um tempo e lugar histoacuterico no mesmo instante transcende
essa condiccedilatildeo supera-a ldquoO poema eacute tempo arquetiacutepico e por secirc-lo eacute tempo que
se encarna na experiecircncia concreta de um povo um grupo ou uma seitardquo (Paz
1972 54) A contradiccedilatildeo ndash essecircncia do poema- que ao se encarnar revela-se
histoacuterico ao mesmo tempo em que eacute presente a cada nova leitura atualiza-se e
se projeta enquanto futuro Ao poeta eacute impossiacutevel fugir da histoacuteria mesmo quando
compotildee algo completamente diverso desta pois suas palavras satildeo sociais e
histoacutericas A revelaccedilatildeo poeacutetica consagra a experiecircncia humana (Paz 1972 55)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 29
por ser a poesia imagem A palavra poeacutetica ao se compor enquanto imagem
conforma o isto e o aquilo no mesmo instante Diz o indiziacutevel
O poeta consagra sempre umas experiecircncias histoacutericas que pode ser pessoal
sociais ou ambas as coisas ao mesmo tempo Mas ao falar-nos de todos estes
sucessos sentimentos experiecircncias e pessoas o poeta nos fala de outra coisado
que estaacute fazendo diante de noacutes e em noacutes E mais ainda leva-nos a repetir a
recriar seu poema a nomear aquilo que nomeia e ao fazecirc-lo revela-nos o que
somos (Paz 1972 57)
Como o poema surge na construccedilatildeo a partir da memoacuteria nos atrevemos a
dialogar com a obra de Gizecirclda Melo do nascimento Feitio de viver memoacuterias de
descendentes de escravos de 2006 O livro registra e interpreta a narrativa de
mulheres negras fortes e determinadas a contarem suas trajetoacuterias memoacuterias
individuais e coletivas O olhar para o presente na esperanccedila do futuro sem
alijarem-se do passado ancestral Esta perspectiva nos permitiraacute iluminar o
poema siacutentese do vivido
Vozes-Mulheres de Conceiccedilatildeo Evaristo
A voz da minha bisavoacute ecoou
crianccedila
nos porotildees do navio
Ecoou lamentos
de uma infacircncia perdida
A voz de minha avoacute
ecoou obediecircncia
aos brancos-donos de tudo
A voz de minha matildee
ecoou baixinho revolta
no fundo das cozinhas alheias
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 30
debaixo das trouxas
roupagens sujas dos brancos
pelo caminho empoeirado
rumo agrave favela
A minha voz ainda
ecoa versos perplexos
com rimas de sangue
e
fome
A voz de minha filha
recolhe todas as nossas vozes
recolhe em si
as vozes mudas caladas
engasgadas nas gargantas
A voz de minha filha
recolhe em si
a fala e o ato
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1- Comente a partir do seu proacuteprio olhar o poema da referida autora O
comentaacuterio pode ser tanto teacutecnico (observacircncia da estrutura do poema) quanto
conteudiacutestico (como vocecirc avalia o poema a partir de suas impressotildees pessoais)(A
obra de Conceiccedilatildeo Evaristo eacute facilmente encontrada na Internet) Trabalhar com
os alunos outros poemas
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 31
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno(a)
1- Analisar o poema e reescrever em cada
verso seu significado
A voz de minha bisavoacute
A voz de minha avoacute
A voz de minha matildee
A minha voz
A voz da minha filha
2- Fazer comentaacuterios sobre o poema em sala
de aula professor (a) e alunos
3- Ilustrar o poema usando sua
criatividade
4-Com os desenhos prontos formar grupos
com trecircs alunos e criar uma histoacuteria em
quadrinhos sobre o que entendeu do poema
estudado
A escola e os educandos precisam se organizar para demonstrar a
importacircncia da pluralidade racial na sociedade A fim de contemplar discussotildees
sobre a diversidade racial discutir os problemas sociais Para possibilitar que os
educandos construam suas proacuteprias ideacuteias e entendimento sobre o outro que lhe eacute
diferente O preconceito no cotidiano escolar tem que ser combatido Eacute necessaacuterio
que todos digam natildeo ao preconceito racial Os agentes transformadores da
educaccedilatildeo precisam unir forccedilas para promover o respeito muacutetuo e a possibilidade
de conversar sobre diferenccedilas sem melindres e sem preconceitos Na educaccedilatildeo
infantil tempo dos primeiros passos da vida social da crianccedila eacute importante
possibilitar atitudes positivas estimular o contanto com a esteacutetica e pelo
imaginaacuterio afro e afrodescendente Trazer a verdadeira histoacuteria do negro africano
no Brasil para romper com as barreiras dos preconceitos (Perrucci 1999 p 7)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 32
httpwwwwebartigoscomarticles380941INCLUSAO-NO-TRIBUNAL-DE-JUSTICApagina1html
Trabalhando com imagens
Sugestatildeo de atividades para o aluno
1 Ver as figuras abaixo e responder as questotildees
2 Vocecirc acha que existe preconceito entre essas crianccedilas Justifique
3 A crianccedila jaacute nasce com preconceito Comente
4 Como a crianccedila adquire o preconceito
5 Vocecirc como adolescente jaacute sofreu preconceito Em que fase de sua vida
Comente
Sites das imagens
almazendemensagensblogspotcom uniblogcombr
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 33
agenciaaldensblogspotcom sociologiacienciaevidauolcombr
Trabalhando com viacutedeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1 Assistir o viacutedeo Analisar as imagens e o depoimento
2 Promover um debate sobre o viacutedeo junto com os alunos
Por uma infacircncia sem racismo ver
wwwyoutubecomwatchv=_aPYuKiKFMg
1 Assistir o viacutedeo Analisar os depoimentos reais das pessoas
2 Vocecirc concorda com esses depoimentos Justifique
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 34
Onde vocecirc guarda o seu racismo ver
httpwwwyoutubecomwatchv=ojg07xOt8CY
Trabalhando com entrevista
Histoacuteria Oral - Como fazer uma entrevista
A pesquisa histoacuterica natildeo se baseia apenas em documentos escritos ou imagens mas
tambeacutem na narraccedilatildeo de fatos por parte das pessoas que presenciaram ou que tecircm
maior conhecimento dos mesmos Neste caso outra ferramenta pode ser utilizada
pelo pesquisador para adquirir novas informaccedilotildees acerca do objeto de estudo
Trata-se da entrevista um recurso da Histoacuteria Oral
Na Histoacuteria Oral podem-se fazer duas divisotildees em se tratando de relatos segundo o
historiador Gwyn Prins Existe uma tradiccedilatildeo Oral - a qual representa um
testemunho oral transmitido de uma geraccedilatildeo para a seguinte ou as demais -
Existe tambeacutem uma Reminiscecircncia Pessoal Evidecircncia oral especiacutefica das
experiecircncias de vida do informante (Wikipedia 2007)
Segundo Olga Rodrigues de Moraes Von Simson do Centro de Memoacuteria da
Unicamp a Histoacuteria Oral possibilita que indiviacuteduos pertencentes a categorias
sociais geralmente excluiacutedas da histoacuteria oficial possam ser ouvidos - deixando
registradas para anaacutelises futuras sua proacutepria visatildeo de mundo e aquela do grupo
social ao qual pertencem Apesar de ser um meacutetodo praacutetico e cada vez mais usado
a entrevista apresenta algumas deficiecircncias mas que podem de certa forma serem
superadas o entrevistado pode ter uma falha de memoacuteria pode criar uma
trajetoacuteria artificial se autocelebrar fantasiar omitir ou mesmo mentir O que
poderia ser percebido como um problema acaba se transformando em um recurso
uma vez que o proacuteprio entrevistador no ato de produccedilatildeo da narrativa histoacuterica natildeo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 35
deixa de produzir uma versatildeo do que entendeu ter acontecido Mesmo quando o
pesquisador tenha certeza de que o entrevistado esteja mentido conscientemente
cabe a ele entrevistador tentar entender as razotildees da mentira ou seja quais os
motivos que estatildeo levando a pessoa a mentir podendo ser aplicado o mesmo no
caso da ilusatildeo biograacutefica quando o indiviacuteduo faz uma produccedilatildeo artificial de si
mesmo No caso de esquecimento para ajudar suprir essa falha podem-se usar os
chamados apoios de memoacuteria como fotografias objetos e outras coisas que
possam ajudar o entrevistado a se recordar melhor dos fatos em pesquisa (op
cit)
Se formos analisar a credibilidade dos recursos de pesquisa histoacuterica sejam
documentos ou oralidade iremos nos deparar sempre com a interpretaccedilatildeo ou a
criacutetica pessoal de quem o fez cabendo ao pesquisador saber aproveitar as
informaccedilotildees que lhe conveacutem e criar suas proacuteprias consideraccedilotildees nenhum
documento pode nos dizer mais do que aquilo que o autor pensava ndash o que ele
pensava que havia acontecido queria que os outros pensassem que ele pensava ou
mesmo apenas o que ele proacuteprio pensava pensar Nada disso significa alguma
coisa ateacute que o historiador trabalhe sobre esse material e decifre-o eacute o que
comenta Edward Hallet Carr citado no site Wikipedia
A entrevista possibilita um contato direto com o atorautor da Histoacuteria Esse
envolvimento pode resultar num trabalho dinacircmico abrangente e ateacute mais realista
trazendo assim o passado para o presente
Agora vejamos os passos baacutesicos para realizar uma boa entrevista
COMO FAZER UMA ENTREVISTA
1 Preparar antes da entrevista um roteiro com alguns dos assuntos
importantes a abordar Ao partir para a entrevista eacute fundamental saber
o que vamos perguntar
2 Conversar com o entrevistado sobre nossos objetivos e descobrir se
realmente deseja colaborar conosco Natildeo se obriga ningueacutem a ser
entrevistado
3 Escolher local e hora apropriados para que a entrevista se decirc sem
interrupccedilotildees Num ambiente ou momento onde entrevistado ou
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 36
entrevistador estejam com pressa torna-se impossiacutevel agrave realizaccedilatildeo da
entrevista
4 Em lugar de apenas anotar o que o entrevistado diz eacute melhor e mais
adequado se possiacutevel levar um gravador para ficar tudo registrado de
tal forma que natildeo se perca parte alguma daquilo que o entrevistado
disse
5 A entrevista natildeo deve ser interrogatoacuterio e sim diaacutelogo
6 O entrevistador deve respeitar as opiniotildees do entrevistado mesmo
quando natildeo concordar com elas
7 O entrevistador deve dar oportunidade para que o entrevistado fale
tudo o que desejar no tempo que quiser
8 Nunca fazer nova pergunta enquanto o entrevistado ainda natildeo tiver
terminado de expor seu pensamento em relaccedilatildeo agrave pergunta anterior
Natildeo interromper desnecessariamente a fala do outro
professor-josimarblogspotcom200908historia-oral
REFEREcircNCIAS
SIMSON Olga Rodrigues de Moraes Von O que eacute Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
wwwcentrodememoriaunicampbrlahoindexhtm Acesso em 23 mai 2007
WIKIPEDIA Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
httpptwikipediaorgwikiHistAtildesup3ria_OralsearchInputsearchInput Acesso
em 23 mai 2007
httpwwwfeunbbrpieComo20fazer20uma20entrevistahtm
Professor Josimar Pais de Almeida
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 37
Sugestatildeo de Roteiro para realizar a entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistador
Nome do entrevistador
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Onde trabalha
Data local da entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistado
Nome
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Questionamento
Onde trabalha
Grau de escolaridade
Religiatildeo que frequumlenta
Tempo que mora na cidade de Rolacircndia
De onde veio sua famiacutelia
Vocecirc gosta de morar aqui
Porque vieram morar aqui
Do que sente saudades
Como era essa cidade quando vocecirc chegou aqui
Como vocecirc considera essa cidade hoje
Fale como era o lazer quando vocecirc era adolescente Como eacute seu lazer hoje
Fale sobre o namoro de antigamente As pessoas tinham um lugar para ldquopaquerarrdquo
Qual era a principal alimentaccedilatildeo das pessoas
Havia violecircncia Como era
Como eram as escolas Usava-se uniforme
Como eram as roupas Onde as comprava ou quem as confeccionava
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 38
Como era a educaccedilatildeo dos filhos
Havia igrejas Frequentava alguma no passado E hoje
O que era cultivado nas lavouras
Muitas pessoas moravam na zona rural
Como eram as habitaccedilotildees
Vocecirc se sente discriminado
O que vocecirc acha da escravidatildeo na eacutepoca da colonizaccedilatildeo do Brasil
Hoje ainda existe escravidatildeo
A fotografia na construccedilatildeo do material didaacutetico
Paulo Freire na ldquopedagogia do oprimidordquo pregava a liberdade atraveacutes da educaccedilatildeo e para
isso educava a partir de estiacutemulos retirados do cotidiano dos alunos aumentando
gradativamente o inverso dos mesmos Os estiacutemulos servem portanto como forma de
despertar a criatividade e o intelecto dos alunos Levando-se em consideraccedilatildeo que a
percepccedilatildeo visual eacute a forma mais objetiva de interaccedilatildeo do homem com o meio que o cerca
os estiacutemulos visuais atendem perfeitamente aos objetivos da educaccedilatildeo Antes mesmo da
escrita as comunicaccedilotildees visuais valendo-se de percepccedilatildeo visual ajuda a escrever a histoacuteria
da humanidade Associando-se aos seus conhecimentos o homem absorve a imagem
processa-a e retira dela suas proacuteprias conclusotildees A imagem dinacircmica ou estaacutetica eacute
portanto uma forma contumaz na divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo quer seja ela educacional
cientifica ou cultural difundindo conhecimentos desenvolvendo ideacuteias e formando
opiniotildees Jaacute em 1888 George Eastman referindo-se agrave fotografia afirmava ldquouma imagem
vale mais que mil palavrasrdquo e desde entatildeo a imagem fotograacutefica estaacute cada vez mais
presente no processo ensino aprendizagem de forma cada vez mais interativa A fotografia
e a questatildeo ambiental estatildeo relacionadas desde sua descoberta em1826 No inicio o
objetivo da fotografia era fazer um registro fiel da natureza Nas suas atividades os
cientistas utilizam cada vez mais a fotografia como instrumentaccedilatildeo de pesquisa registro de
dados apoio didaacutetico e principalmente na divulgaccedilatildeo dos resultados cientiacuteficos
introduzindo o conceito da fotografia cientiacutefica A fotografia eacute uma forma objetiva de
suporte para o ensino e a pesquisa eacute uma forma objetiva de documentaccedilatildeo ela tem o poder
de capturar nuances que muitas vezes passam despercebidas ao olho nu e isso aumenta o
aspecto de observaccedilatildeo do pesquisador A fotografia cientiacutefica tem que retratar o real
aparente a imagem como um instrumento de uma memoacuteria documental da realidade
Muitas vezes diante da dificuldade de deslocamento os professores lanccedilam matildeo da
fotografia para exemplificar e fixar conceitos educacionais tirando-os do imaginaacuterio e
trazendo para suas aulas de forma mais concreta wwwabedorgbrcongresso2007tc552007125857PMpdf
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 39
Trabalhando com fotografias e Histoacuteria Local
FIGURA 1
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 40
FIGURA 2
httpjornalrolandianetblogspotcom201105familia-farina-fotografando-rolandiahtml
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 41
FIGURA 3
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 42
FIGURA 4
httpwwwpanoramiocomphoto9865842
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 43
FIGURAS 5 E 6
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 44
FIGURA 7
httpwwwgooglecombrimgresq=FOTOS+ESCOLA+PADRE+JOSE+HERIONS+ROLANDIA
LEMBRETE AO (Agrave) PROFESSOR (A) Nossa proposta significa trabalhar com FONTE DOCUMENTAL As respostas das entrevistas consistem tambeacutem em FONTES DOCUMENTIAS E como tal devem ser interpretadas em sala de aula Qualquer material como fotos muacutesicas poemas imagens etc devem ser tratadas como FONTES u seja pergunta-se a estas QUEM FEZ QUANDO ONDE PARA QUEM POR QUEcirc OQUE QUER COMUNICAR E todos estes materiais necessitam de referecircncia como qualquer texto livro reportagem etc
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 45
Sugestatildeo de atividades para o aluno
Analise as fotografias (1-2-3-4-5-6-7) o Vocecirc conhece esses lugares que estatildeo representados nas fotos o Qual lugar da foto estaacute localizado mais perto de sua casa o Quais fotos representam lugar de lazer o Vendo as fotos onde podemos fazer nossas reflexotildees o O que estaacute na foto que incomoda a comunidade o Vocecirc conhece algumas pessoas das fotos Escreva os nomes das mesmas o Com qual foto vocecirc mais se identificou Justifique sua resposta o Escreva uma frase para cada fotografia o Essas fotos fazem parte da Histoacuteria de Rolacircndia Faccedila comentaacuterios
Sugestatildeo de atividades para o professor
1-Trabalhe com fotografias o Peccedila para seu aluno trazer fotos antigas da famiacutelia da comunidade etc o Faccedila perguntas para obter respostas o Dar oportunidade para um debate sobre as fotos trazidas pelos alunos o Formar grupo com trecircs alunos para eles escreverem sobre as fotos o Colocar em cartazes os resultados obtidos natildeo esquecer de registrar a eacutepoca e
lugar em que foi tirada a foto o Expor na escola para que outros alunos possam ler e analisar os trabalhos
realizados
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 46
Referecircncia bibliograacutefica do texto explicativo
BAUMAN Z Modernidade e ambivalecircncia Rio de Janeiro Jorge Zahar 1999
CAVALLEIRO E S Do silecircncio do lar ao silecircncio escolar racismo preconceito e discriminaccedilatildeo na educaccedilatildeo infantil 4 ed Satildeo Paulo Contexto 2005
FERREIRA Ricardo Franklin O brasileiro o racismo silencioso e a identidade afro-descendente Psicologia e Sociedade Belo Horizonte v 14 n 1 p 69-86 janjun 2002
FIGUEIREDO Luis Claudio Mendonccedila Revisitando as psicologias da epistemologia agrave eacutetica das praacuteticas e discursos psicoloacutegicos 3 ed Petroacutepolis Vozes 2004
FREITAS Patriacutecia de Sobre a Lei 10639 o ensino de histoacuteria e a cultura afro-brasileira OPSIS Catalatildeo v 10 n 1 p15-28 janjun 2010
GONCcedilALVES Rita de Caacutessia LISBOATeresa Kleba Sobre o meacutetodo de Histoacuteria oral em sua modalidade trajetoacuteria de vida Revista Kataacutel Florianoacutepolis v 10 n especial p 83-92 2007
REIS Faacutetima A implementaccedilatildeo da Lei 1063903 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwwebartigoscomarticles39841A-Implementacao-Da-Lei-1063903pagina1htmlgt Acesso em 20 abr 2011
RODRIGUES N Os africanos no Brasil 5 ed Satildeo Paulo Nacional 1977
SCHMIDT Maria auxiliadora CAINELLI Marlene Ensinar histoacuteria Satildeo Paulo Scipione 2004
- Paacutegina em branco
-
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 29
por ser a poesia imagem A palavra poeacutetica ao se compor enquanto imagem
conforma o isto e o aquilo no mesmo instante Diz o indiziacutevel
O poeta consagra sempre umas experiecircncias histoacutericas que pode ser pessoal
sociais ou ambas as coisas ao mesmo tempo Mas ao falar-nos de todos estes
sucessos sentimentos experiecircncias e pessoas o poeta nos fala de outra coisado
que estaacute fazendo diante de noacutes e em noacutes E mais ainda leva-nos a repetir a
recriar seu poema a nomear aquilo que nomeia e ao fazecirc-lo revela-nos o que
somos (Paz 1972 57)
Como o poema surge na construccedilatildeo a partir da memoacuteria nos atrevemos a
dialogar com a obra de Gizecirclda Melo do nascimento Feitio de viver memoacuterias de
descendentes de escravos de 2006 O livro registra e interpreta a narrativa de
mulheres negras fortes e determinadas a contarem suas trajetoacuterias memoacuterias
individuais e coletivas O olhar para o presente na esperanccedila do futuro sem
alijarem-se do passado ancestral Esta perspectiva nos permitiraacute iluminar o
poema siacutentese do vivido
Vozes-Mulheres de Conceiccedilatildeo Evaristo
A voz da minha bisavoacute ecoou
crianccedila
nos porotildees do navio
Ecoou lamentos
de uma infacircncia perdida
A voz de minha avoacute
ecoou obediecircncia
aos brancos-donos de tudo
A voz de minha matildee
ecoou baixinho revolta
no fundo das cozinhas alheias
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 30
debaixo das trouxas
roupagens sujas dos brancos
pelo caminho empoeirado
rumo agrave favela
A minha voz ainda
ecoa versos perplexos
com rimas de sangue
e
fome
A voz de minha filha
recolhe todas as nossas vozes
recolhe em si
as vozes mudas caladas
engasgadas nas gargantas
A voz de minha filha
recolhe em si
a fala e o ato
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1- Comente a partir do seu proacuteprio olhar o poema da referida autora O
comentaacuterio pode ser tanto teacutecnico (observacircncia da estrutura do poema) quanto
conteudiacutestico (como vocecirc avalia o poema a partir de suas impressotildees pessoais)(A
obra de Conceiccedilatildeo Evaristo eacute facilmente encontrada na Internet) Trabalhar com
os alunos outros poemas
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 31
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno(a)
1- Analisar o poema e reescrever em cada
verso seu significado
A voz de minha bisavoacute
A voz de minha avoacute
A voz de minha matildee
A minha voz
A voz da minha filha
2- Fazer comentaacuterios sobre o poema em sala
de aula professor (a) e alunos
3- Ilustrar o poema usando sua
criatividade
4-Com os desenhos prontos formar grupos
com trecircs alunos e criar uma histoacuteria em
quadrinhos sobre o que entendeu do poema
estudado
A escola e os educandos precisam se organizar para demonstrar a
importacircncia da pluralidade racial na sociedade A fim de contemplar discussotildees
sobre a diversidade racial discutir os problemas sociais Para possibilitar que os
educandos construam suas proacuteprias ideacuteias e entendimento sobre o outro que lhe eacute
diferente O preconceito no cotidiano escolar tem que ser combatido Eacute necessaacuterio
que todos digam natildeo ao preconceito racial Os agentes transformadores da
educaccedilatildeo precisam unir forccedilas para promover o respeito muacutetuo e a possibilidade
de conversar sobre diferenccedilas sem melindres e sem preconceitos Na educaccedilatildeo
infantil tempo dos primeiros passos da vida social da crianccedila eacute importante
possibilitar atitudes positivas estimular o contanto com a esteacutetica e pelo
imaginaacuterio afro e afrodescendente Trazer a verdadeira histoacuteria do negro africano
no Brasil para romper com as barreiras dos preconceitos (Perrucci 1999 p 7)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 32
httpwwwwebartigoscomarticles380941INCLUSAO-NO-TRIBUNAL-DE-JUSTICApagina1html
Trabalhando com imagens
Sugestatildeo de atividades para o aluno
1 Ver as figuras abaixo e responder as questotildees
2 Vocecirc acha que existe preconceito entre essas crianccedilas Justifique
3 A crianccedila jaacute nasce com preconceito Comente
4 Como a crianccedila adquire o preconceito
5 Vocecirc como adolescente jaacute sofreu preconceito Em que fase de sua vida
Comente
Sites das imagens
almazendemensagensblogspotcom uniblogcombr
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 33
agenciaaldensblogspotcom sociologiacienciaevidauolcombr
Trabalhando com viacutedeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1 Assistir o viacutedeo Analisar as imagens e o depoimento
2 Promover um debate sobre o viacutedeo junto com os alunos
Por uma infacircncia sem racismo ver
wwwyoutubecomwatchv=_aPYuKiKFMg
1 Assistir o viacutedeo Analisar os depoimentos reais das pessoas
2 Vocecirc concorda com esses depoimentos Justifique
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 34
Onde vocecirc guarda o seu racismo ver
httpwwwyoutubecomwatchv=ojg07xOt8CY
Trabalhando com entrevista
Histoacuteria Oral - Como fazer uma entrevista
A pesquisa histoacuterica natildeo se baseia apenas em documentos escritos ou imagens mas
tambeacutem na narraccedilatildeo de fatos por parte das pessoas que presenciaram ou que tecircm
maior conhecimento dos mesmos Neste caso outra ferramenta pode ser utilizada
pelo pesquisador para adquirir novas informaccedilotildees acerca do objeto de estudo
Trata-se da entrevista um recurso da Histoacuteria Oral
Na Histoacuteria Oral podem-se fazer duas divisotildees em se tratando de relatos segundo o
historiador Gwyn Prins Existe uma tradiccedilatildeo Oral - a qual representa um
testemunho oral transmitido de uma geraccedilatildeo para a seguinte ou as demais -
Existe tambeacutem uma Reminiscecircncia Pessoal Evidecircncia oral especiacutefica das
experiecircncias de vida do informante (Wikipedia 2007)
Segundo Olga Rodrigues de Moraes Von Simson do Centro de Memoacuteria da
Unicamp a Histoacuteria Oral possibilita que indiviacuteduos pertencentes a categorias
sociais geralmente excluiacutedas da histoacuteria oficial possam ser ouvidos - deixando
registradas para anaacutelises futuras sua proacutepria visatildeo de mundo e aquela do grupo
social ao qual pertencem Apesar de ser um meacutetodo praacutetico e cada vez mais usado
a entrevista apresenta algumas deficiecircncias mas que podem de certa forma serem
superadas o entrevistado pode ter uma falha de memoacuteria pode criar uma
trajetoacuteria artificial se autocelebrar fantasiar omitir ou mesmo mentir O que
poderia ser percebido como um problema acaba se transformando em um recurso
uma vez que o proacuteprio entrevistador no ato de produccedilatildeo da narrativa histoacuterica natildeo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 35
deixa de produzir uma versatildeo do que entendeu ter acontecido Mesmo quando o
pesquisador tenha certeza de que o entrevistado esteja mentido conscientemente
cabe a ele entrevistador tentar entender as razotildees da mentira ou seja quais os
motivos que estatildeo levando a pessoa a mentir podendo ser aplicado o mesmo no
caso da ilusatildeo biograacutefica quando o indiviacuteduo faz uma produccedilatildeo artificial de si
mesmo No caso de esquecimento para ajudar suprir essa falha podem-se usar os
chamados apoios de memoacuteria como fotografias objetos e outras coisas que
possam ajudar o entrevistado a se recordar melhor dos fatos em pesquisa (op
cit)
Se formos analisar a credibilidade dos recursos de pesquisa histoacuterica sejam
documentos ou oralidade iremos nos deparar sempre com a interpretaccedilatildeo ou a
criacutetica pessoal de quem o fez cabendo ao pesquisador saber aproveitar as
informaccedilotildees que lhe conveacutem e criar suas proacuteprias consideraccedilotildees nenhum
documento pode nos dizer mais do que aquilo que o autor pensava ndash o que ele
pensava que havia acontecido queria que os outros pensassem que ele pensava ou
mesmo apenas o que ele proacuteprio pensava pensar Nada disso significa alguma
coisa ateacute que o historiador trabalhe sobre esse material e decifre-o eacute o que
comenta Edward Hallet Carr citado no site Wikipedia
A entrevista possibilita um contato direto com o atorautor da Histoacuteria Esse
envolvimento pode resultar num trabalho dinacircmico abrangente e ateacute mais realista
trazendo assim o passado para o presente
Agora vejamos os passos baacutesicos para realizar uma boa entrevista
COMO FAZER UMA ENTREVISTA
1 Preparar antes da entrevista um roteiro com alguns dos assuntos
importantes a abordar Ao partir para a entrevista eacute fundamental saber
o que vamos perguntar
2 Conversar com o entrevistado sobre nossos objetivos e descobrir se
realmente deseja colaborar conosco Natildeo se obriga ningueacutem a ser
entrevistado
3 Escolher local e hora apropriados para que a entrevista se decirc sem
interrupccedilotildees Num ambiente ou momento onde entrevistado ou
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 36
entrevistador estejam com pressa torna-se impossiacutevel agrave realizaccedilatildeo da
entrevista
4 Em lugar de apenas anotar o que o entrevistado diz eacute melhor e mais
adequado se possiacutevel levar um gravador para ficar tudo registrado de
tal forma que natildeo se perca parte alguma daquilo que o entrevistado
disse
5 A entrevista natildeo deve ser interrogatoacuterio e sim diaacutelogo
6 O entrevistador deve respeitar as opiniotildees do entrevistado mesmo
quando natildeo concordar com elas
7 O entrevistador deve dar oportunidade para que o entrevistado fale
tudo o que desejar no tempo que quiser
8 Nunca fazer nova pergunta enquanto o entrevistado ainda natildeo tiver
terminado de expor seu pensamento em relaccedilatildeo agrave pergunta anterior
Natildeo interromper desnecessariamente a fala do outro
professor-josimarblogspotcom200908historia-oral
REFEREcircNCIAS
SIMSON Olga Rodrigues de Moraes Von O que eacute Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
wwwcentrodememoriaunicampbrlahoindexhtm Acesso em 23 mai 2007
WIKIPEDIA Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
httpptwikipediaorgwikiHistAtildesup3ria_OralsearchInputsearchInput Acesso
em 23 mai 2007
httpwwwfeunbbrpieComo20fazer20uma20entrevistahtm
Professor Josimar Pais de Almeida
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 37
Sugestatildeo de Roteiro para realizar a entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistador
Nome do entrevistador
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Onde trabalha
Data local da entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistado
Nome
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Questionamento
Onde trabalha
Grau de escolaridade
Religiatildeo que frequumlenta
Tempo que mora na cidade de Rolacircndia
De onde veio sua famiacutelia
Vocecirc gosta de morar aqui
Porque vieram morar aqui
Do que sente saudades
Como era essa cidade quando vocecirc chegou aqui
Como vocecirc considera essa cidade hoje
Fale como era o lazer quando vocecirc era adolescente Como eacute seu lazer hoje
Fale sobre o namoro de antigamente As pessoas tinham um lugar para ldquopaquerarrdquo
Qual era a principal alimentaccedilatildeo das pessoas
Havia violecircncia Como era
Como eram as escolas Usava-se uniforme
Como eram as roupas Onde as comprava ou quem as confeccionava
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 38
Como era a educaccedilatildeo dos filhos
Havia igrejas Frequentava alguma no passado E hoje
O que era cultivado nas lavouras
Muitas pessoas moravam na zona rural
Como eram as habitaccedilotildees
Vocecirc se sente discriminado
O que vocecirc acha da escravidatildeo na eacutepoca da colonizaccedilatildeo do Brasil
Hoje ainda existe escravidatildeo
A fotografia na construccedilatildeo do material didaacutetico
Paulo Freire na ldquopedagogia do oprimidordquo pregava a liberdade atraveacutes da educaccedilatildeo e para
isso educava a partir de estiacutemulos retirados do cotidiano dos alunos aumentando
gradativamente o inverso dos mesmos Os estiacutemulos servem portanto como forma de
despertar a criatividade e o intelecto dos alunos Levando-se em consideraccedilatildeo que a
percepccedilatildeo visual eacute a forma mais objetiva de interaccedilatildeo do homem com o meio que o cerca
os estiacutemulos visuais atendem perfeitamente aos objetivos da educaccedilatildeo Antes mesmo da
escrita as comunicaccedilotildees visuais valendo-se de percepccedilatildeo visual ajuda a escrever a histoacuteria
da humanidade Associando-se aos seus conhecimentos o homem absorve a imagem
processa-a e retira dela suas proacuteprias conclusotildees A imagem dinacircmica ou estaacutetica eacute
portanto uma forma contumaz na divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo quer seja ela educacional
cientifica ou cultural difundindo conhecimentos desenvolvendo ideacuteias e formando
opiniotildees Jaacute em 1888 George Eastman referindo-se agrave fotografia afirmava ldquouma imagem
vale mais que mil palavrasrdquo e desde entatildeo a imagem fotograacutefica estaacute cada vez mais
presente no processo ensino aprendizagem de forma cada vez mais interativa A fotografia
e a questatildeo ambiental estatildeo relacionadas desde sua descoberta em1826 No inicio o
objetivo da fotografia era fazer um registro fiel da natureza Nas suas atividades os
cientistas utilizam cada vez mais a fotografia como instrumentaccedilatildeo de pesquisa registro de
dados apoio didaacutetico e principalmente na divulgaccedilatildeo dos resultados cientiacuteficos
introduzindo o conceito da fotografia cientiacutefica A fotografia eacute uma forma objetiva de
suporte para o ensino e a pesquisa eacute uma forma objetiva de documentaccedilatildeo ela tem o poder
de capturar nuances que muitas vezes passam despercebidas ao olho nu e isso aumenta o
aspecto de observaccedilatildeo do pesquisador A fotografia cientiacutefica tem que retratar o real
aparente a imagem como um instrumento de uma memoacuteria documental da realidade
Muitas vezes diante da dificuldade de deslocamento os professores lanccedilam matildeo da
fotografia para exemplificar e fixar conceitos educacionais tirando-os do imaginaacuterio e
trazendo para suas aulas de forma mais concreta wwwabedorgbrcongresso2007tc552007125857PMpdf
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Trabalhando com fotografias e Histoacuteria Local
FIGURA 1
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 40
FIGURA 2
httpjornalrolandianetblogspotcom201105familia-farina-fotografando-rolandiahtml
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 41
FIGURA 3
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 42
FIGURA 4
httpwwwpanoramiocomphoto9865842
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 43
FIGURAS 5 E 6
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 44
FIGURA 7
httpwwwgooglecombrimgresq=FOTOS+ESCOLA+PADRE+JOSE+HERIONS+ROLANDIA
LEMBRETE AO (Agrave) PROFESSOR (A) Nossa proposta significa trabalhar com FONTE DOCUMENTAL As respostas das entrevistas consistem tambeacutem em FONTES DOCUMENTIAS E como tal devem ser interpretadas em sala de aula Qualquer material como fotos muacutesicas poemas imagens etc devem ser tratadas como FONTES u seja pergunta-se a estas QUEM FEZ QUANDO ONDE PARA QUEM POR QUEcirc OQUE QUER COMUNICAR E todos estes materiais necessitam de referecircncia como qualquer texto livro reportagem etc
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 45
Sugestatildeo de atividades para o aluno
Analise as fotografias (1-2-3-4-5-6-7) o Vocecirc conhece esses lugares que estatildeo representados nas fotos o Qual lugar da foto estaacute localizado mais perto de sua casa o Quais fotos representam lugar de lazer o Vendo as fotos onde podemos fazer nossas reflexotildees o O que estaacute na foto que incomoda a comunidade o Vocecirc conhece algumas pessoas das fotos Escreva os nomes das mesmas o Com qual foto vocecirc mais se identificou Justifique sua resposta o Escreva uma frase para cada fotografia o Essas fotos fazem parte da Histoacuteria de Rolacircndia Faccedila comentaacuterios
Sugestatildeo de atividades para o professor
1-Trabalhe com fotografias o Peccedila para seu aluno trazer fotos antigas da famiacutelia da comunidade etc o Faccedila perguntas para obter respostas o Dar oportunidade para um debate sobre as fotos trazidas pelos alunos o Formar grupo com trecircs alunos para eles escreverem sobre as fotos o Colocar em cartazes os resultados obtidos natildeo esquecer de registrar a eacutepoca e
lugar em que foi tirada a foto o Expor na escola para que outros alunos possam ler e analisar os trabalhos
realizados
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 46
Referecircncia bibliograacutefica do texto explicativo
BAUMAN Z Modernidade e ambivalecircncia Rio de Janeiro Jorge Zahar 1999
CAVALLEIRO E S Do silecircncio do lar ao silecircncio escolar racismo preconceito e discriminaccedilatildeo na educaccedilatildeo infantil 4 ed Satildeo Paulo Contexto 2005
FERREIRA Ricardo Franklin O brasileiro o racismo silencioso e a identidade afro-descendente Psicologia e Sociedade Belo Horizonte v 14 n 1 p 69-86 janjun 2002
FIGUEIREDO Luis Claudio Mendonccedila Revisitando as psicologias da epistemologia agrave eacutetica das praacuteticas e discursos psicoloacutegicos 3 ed Petroacutepolis Vozes 2004
FREITAS Patriacutecia de Sobre a Lei 10639 o ensino de histoacuteria e a cultura afro-brasileira OPSIS Catalatildeo v 10 n 1 p15-28 janjun 2010
GONCcedilALVES Rita de Caacutessia LISBOATeresa Kleba Sobre o meacutetodo de Histoacuteria oral em sua modalidade trajetoacuteria de vida Revista Kataacutel Florianoacutepolis v 10 n especial p 83-92 2007
REIS Faacutetima A implementaccedilatildeo da Lei 1063903 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwwebartigoscomarticles39841A-Implementacao-Da-Lei-1063903pagina1htmlgt Acesso em 20 abr 2011
RODRIGUES N Os africanos no Brasil 5 ed Satildeo Paulo Nacional 1977
SCHMIDT Maria auxiliadora CAINELLI Marlene Ensinar histoacuteria Satildeo Paulo Scipione 2004
- Paacutegina em branco
-
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 30
debaixo das trouxas
roupagens sujas dos brancos
pelo caminho empoeirado
rumo agrave favela
A minha voz ainda
ecoa versos perplexos
com rimas de sangue
e
fome
A voz de minha filha
recolhe todas as nossas vozes
recolhe em si
as vozes mudas caladas
engasgadas nas gargantas
A voz de minha filha
recolhe em si
a fala e o ato
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1- Comente a partir do seu proacuteprio olhar o poema da referida autora O
comentaacuterio pode ser tanto teacutecnico (observacircncia da estrutura do poema) quanto
conteudiacutestico (como vocecirc avalia o poema a partir de suas impressotildees pessoais)(A
obra de Conceiccedilatildeo Evaristo eacute facilmente encontrada na Internet) Trabalhar com
os alunos outros poemas
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 31
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno(a)
1- Analisar o poema e reescrever em cada
verso seu significado
A voz de minha bisavoacute
A voz de minha avoacute
A voz de minha matildee
A minha voz
A voz da minha filha
2- Fazer comentaacuterios sobre o poema em sala
de aula professor (a) e alunos
3- Ilustrar o poema usando sua
criatividade
4-Com os desenhos prontos formar grupos
com trecircs alunos e criar uma histoacuteria em
quadrinhos sobre o que entendeu do poema
estudado
A escola e os educandos precisam se organizar para demonstrar a
importacircncia da pluralidade racial na sociedade A fim de contemplar discussotildees
sobre a diversidade racial discutir os problemas sociais Para possibilitar que os
educandos construam suas proacuteprias ideacuteias e entendimento sobre o outro que lhe eacute
diferente O preconceito no cotidiano escolar tem que ser combatido Eacute necessaacuterio
que todos digam natildeo ao preconceito racial Os agentes transformadores da
educaccedilatildeo precisam unir forccedilas para promover o respeito muacutetuo e a possibilidade
de conversar sobre diferenccedilas sem melindres e sem preconceitos Na educaccedilatildeo
infantil tempo dos primeiros passos da vida social da crianccedila eacute importante
possibilitar atitudes positivas estimular o contanto com a esteacutetica e pelo
imaginaacuterio afro e afrodescendente Trazer a verdadeira histoacuteria do negro africano
no Brasil para romper com as barreiras dos preconceitos (Perrucci 1999 p 7)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 32
httpwwwwebartigoscomarticles380941INCLUSAO-NO-TRIBUNAL-DE-JUSTICApagina1html
Trabalhando com imagens
Sugestatildeo de atividades para o aluno
1 Ver as figuras abaixo e responder as questotildees
2 Vocecirc acha que existe preconceito entre essas crianccedilas Justifique
3 A crianccedila jaacute nasce com preconceito Comente
4 Como a crianccedila adquire o preconceito
5 Vocecirc como adolescente jaacute sofreu preconceito Em que fase de sua vida
Comente
Sites das imagens
almazendemensagensblogspotcom uniblogcombr
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 33
agenciaaldensblogspotcom sociologiacienciaevidauolcombr
Trabalhando com viacutedeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1 Assistir o viacutedeo Analisar as imagens e o depoimento
2 Promover um debate sobre o viacutedeo junto com os alunos
Por uma infacircncia sem racismo ver
wwwyoutubecomwatchv=_aPYuKiKFMg
1 Assistir o viacutedeo Analisar os depoimentos reais das pessoas
2 Vocecirc concorda com esses depoimentos Justifique
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 34
Onde vocecirc guarda o seu racismo ver
httpwwwyoutubecomwatchv=ojg07xOt8CY
Trabalhando com entrevista
Histoacuteria Oral - Como fazer uma entrevista
A pesquisa histoacuterica natildeo se baseia apenas em documentos escritos ou imagens mas
tambeacutem na narraccedilatildeo de fatos por parte das pessoas que presenciaram ou que tecircm
maior conhecimento dos mesmos Neste caso outra ferramenta pode ser utilizada
pelo pesquisador para adquirir novas informaccedilotildees acerca do objeto de estudo
Trata-se da entrevista um recurso da Histoacuteria Oral
Na Histoacuteria Oral podem-se fazer duas divisotildees em se tratando de relatos segundo o
historiador Gwyn Prins Existe uma tradiccedilatildeo Oral - a qual representa um
testemunho oral transmitido de uma geraccedilatildeo para a seguinte ou as demais -
Existe tambeacutem uma Reminiscecircncia Pessoal Evidecircncia oral especiacutefica das
experiecircncias de vida do informante (Wikipedia 2007)
Segundo Olga Rodrigues de Moraes Von Simson do Centro de Memoacuteria da
Unicamp a Histoacuteria Oral possibilita que indiviacuteduos pertencentes a categorias
sociais geralmente excluiacutedas da histoacuteria oficial possam ser ouvidos - deixando
registradas para anaacutelises futuras sua proacutepria visatildeo de mundo e aquela do grupo
social ao qual pertencem Apesar de ser um meacutetodo praacutetico e cada vez mais usado
a entrevista apresenta algumas deficiecircncias mas que podem de certa forma serem
superadas o entrevistado pode ter uma falha de memoacuteria pode criar uma
trajetoacuteria artificial se autocelebrar fantasiar omitir ou mesmo mentir O que
poderia ser percebido como um problema acaba se transformando em um recurso
uma vez que o proacuteprio entrevistador no ato de produccedilatildeo da narrativa histoacuterica natildeo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 35
deixa de produzir uma versatildeo do que entendeu ter acontecido Mesmo quando o
pesquisador tenha certeza de que o entrevistado esteja mentido conscientemente
cabe a ele entrevistador tentar entender as razotildees da mentira ou seja quais os
motivos que estatildeo levando a pessoa a mentir podendo ser aplicado o mesmo no
caso da ilusatildeo biograacutefica quando o indiviacuteduo faz uma produccedilatildeo artificial de si
mesmo No caso de esquecimento para ajudar suprir essa falha podem-se usar os
chamados apoios de memoacuteria como fotografias objetos e outras coisas que
possam ajudar o entrevistado a se recordar melhor dos fatos em pesquisa (op
cit)
Se formos analisar a credibilidade dos recursos de pesquisa histoacuterica sejam
documentos ou oralidade iremos nos deparar sempre com a interpretaccedilatildeo ou a
criacutetica pessoal de quem o fez cabendo ao pesquisador saber aproveitar as
informaccedilotildees que lhe conveacutem e criar suas proacuteprias consideraccedilotildees nenhum
documento pode nos dizer mais do que aquilo que o autor pensava ndash o que ele
pensava que havia acontecido queria que os outros pensassem que ele pensava ou
mesmo apenas o que ele proacuteprio pensava pensar Nada disso significa alguma
coisa ateacute que o historiador trabalhe sobre esse material e decifre-o eacute o que
comenta Edward Hallet Carr citado no site Wikipedia
A entrevista possibilita um contato direto com o atorautor da Histoacuteria Esse
envolvimento pode resultar num trabalho dinacircmico abrangente e ateacute mais realista
trazendo assim o passado para o presente
Agora vejamos os passos baacutesicos para realizar uma boa entrevista
COMO FAZER UMA ENTREVISTA
1 Preparar antes da entrevista um roteiro com alguns dos assuntos
importantes a abordar Ao partir para a entrevista eacute fundamental saber
o que vamos perguntar
2 Conversar com o entrevistado sobre nossos objetivos e descobrir se
realmente deseja colaborar conosco Natildeo se obriga ningueacutem a ser
entrevistado
3 Escolher local e hora apropriados para que a entrevista se decirc sem
interrupccedilotildees Num ambiente ou momento onde entrevistado ou
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 36
entrevistador estejam com pressa torna-se impossiacutevel agrave realizaccedilatildeo da
entrevista
4 Em lugar de apenas anotar o que o entrevistado diz eacute melhor e mais
adequado se possiacutevel levar um gravador para ficar tudo registrado de
tal forma que natildeo se perca parte alguma daquilo que o entrevistado
disse
5 A entrevista natildeo deve ser interrogatoacuterio e sim diaacutelogo
6 O entrevistador deve respeitar as opiniotildees do entrevistado mesmo
quando natildeo concordar com elas
7 O entrevistador deve dar oportunidade para que o entrevistado fale
tudo o que desejar no tempo que quiser
8 Nunca fazer nova pergunta enquanto o entrevistado ainda natildeo tiver
terminado de expor seu pensamento em relaccedilatildeo agrave pergunta anterior
Natildeo interromper desnecessariamente a fala do outro
professor-josimarblogspotcom200908historia-oral
REFEREcircNCIAS
SIMSON Olga Rodrigues de Moraes Von O que eacute Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
wwwcentrodememoriaunicampbrlahoindexhtm Acesso em 23 mai 2007
WIKIPEDIA Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
httpptwikipediaorgwikiHistAtildesup3ria_OralsearchInputsearchInput Acesso
em 23 mai 2007
httpwwwfeunbbrpieComo20fazer20uma20entrevistahtm
Professor Josimar Pais de Almeida
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 37
Sugestatildeo de Roteiro para realizar a entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistador
Nome do entrevistador
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Onde trabalha
Data local da entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistado
Nome
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Questionamento
Onde trabalha
Grau de escolaridade
Religiatildeo que frequumlenta
Tempo que mora na cidade de Rolacircndia
De onde veio sua famiacutelia
Vocecirc gosta de morar aqui
Porque vieram morar aqui
Do que sente saudades
Como era essa cidade quando vocecirc chegou aqui
Como vocecirc considera essa cidade hoje
Fale como era o lazer quando vocecirc era adolescente Como eacute seu lazer hoje
Fale sobre o namoro de antigamente As pessoas tinham um lugar para ldquopaquerarrdquo
Qual era a principal alimentaccedilatildeo das pessoas
Havia violecircncia Como era
Como eram as escolas Usava-se uniforme
Como eram as roupas Onde as comprava ou quem as confeccionava
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 38
Como era a educaccedilatildeo dos filhos
Havia igrejas Frequentava alguma no passado E hoje
O que era cultivado nas lavouras
Muitas pessoas moravam na zona rural
Como eram as habitaccedilotildees
Vocecirc se sente discriminado
O que vocecirc acha da escravidatildeo na eacutepoca da colonizaccedilatildeo do Brasil
Hoje ainda existe escravidatildeo
A fotografia na construccedilatildeo do material didaacutetico
Paulo Freire na ldquopedagogia do oprimidordquo pregava a liberdade atraveacutes da educaccedilatildeo e para
isso educava a partir de estiacutemulos retirados do cotidiano dos alunos aumentando
gradativamente o inverso dos mesmos Os estiacutemulos servem portanto como forma de
despertar a criatividade e o intelecto dos alunos Levando-se em consideraccedilatildeo que a
percepccedilatildeo visual eacute a forma mais objetiva de interaccedilatildeo do homem com o meio que o cerca
os estiacutemulos visuais atendem perfeitamente aos objetivos da educaccedilatildeo Antes mesmo da
escrita as comunicaccedilotildees visuais valendo-se de percepccedilatildeo visual ajuda a escrever a histoacuteria
da humanidade Associando-se aos seus conhecimentos o homem absorve a imagem
processa-a e retira dela suas proacuteprias conclusotildees A imagem dinacircmica ou estaacutetica eacute
portanto uma forma contumaz na divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo quer seja ela educacional
cientifica ou cultural difundindo conhecimentos desenvolvendo ideacuteias e formando
opiniotildees Jaacute em 1888 George Eastman referindo-se agrave fotografia afirmava ldquouma imagem
vale mais que mil palavrasrdquo e desde entatildeo a imagem fotograacutefica estaacute cada vez mais
presente no processo ensino aprendizagem de forma cada vez mais interativa A fotografia
e a questatildeo ambiental estatildeo relacionadas desde sua descoberta em1826 No inicio o
objetivo da fotografia era fazer um registro fiel da natureza Nas suas atividades os
cientistas utilizam cada vez mais a fotografia como instrumentaccedilatildeo de pesquisa registro de
dados apoio didaacutetico e principalmente na divulgaccedilatildeo dos resultados cientiacuteficos
introduzindo o conceito da fotografia cientiacutefica A fotografia eacute uma forma objetiva de
suporte para o ensino e a pesquisa eacute uma forma objetiva de documentaccedilatildeo ela tem o poder
de capturar nuances que muitas vezes passam despercebidas ao olho nu e isso aumenta o
aspecto de observaccedilatildeo do pesquisador A fotografia cientiacutefica tem que retratar o real
aparente a imagem como um instrumento de uma memoacuteria documental da realidade
Muitas vezes diante da dificuldade de deslocamento os professores lanccedilam matildeo da
fotografia para exemplificar e fixar conceitos educacionais tirando-os do imaginaacuterio e
trazendo para suas aulas de forma mais concreta wwwabedorgbrcongresso2007tc552007125857PMpdf
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 39
Trabalhando com fotografias e Histoacuteria Local
FIGURA 1
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 40
FIGURA 2
httpjornalrolandianetblogspotcom201105familia-farina-fotografando-rolandiahtml
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 41
FIGURA 3
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 42
FIGURA 4
httpwwwpanoramiocomphoto9865842
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 43
FIGURAS 5 E 6
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 44
FIGURA 7
httpwwwgooglecombrimgresq=FOTOS+ESCOLA+PADRE+JOSE+HERIONS+ROLANDIA
LEMBRETE AO (Agrave) PROFESSOR (A) Nossa proposta significa trabalhar com FONTE DOCUMENTAL As respostas das entrevistas consistem tambeacutem em FONTES DOCUMENTIAS E como tal devem ser interpretadas em sala de aula Qualquer material como fotos muacutesicas poemas imagens etc devem ser tratadas como FONTES u seja pergunta-se a estas QUEM FEZ QUANDO ONDE PARA QUEM POR QUEcirc OQUE QUER COMUNICAR E todos estes materiais necessitam de referecircncia como qualquer texto livro reportagem etc
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 45
Sugestatildeo de atividades para o aluno
Analise as fotografias (1-2-3-4-5-6-7) o Vocecirc conhece esses lugares que estatildeo representados nas fotos o Qual lugar da foto estaacute localizado mais perto de sua casa o Quais fotos representam lugar de lazer o Vendo as fotos onde podemos fazer nossas reflexotildees o O que estaacute na foto que incomoda a comunidade o Vocecirc conhece algumas pessoas das fotos Escreva os nomes das mesmas o Com qual foto vocecirc mais se identificou Justifique sua resposta o Escreva uma frase para cada fotografia o Essas fotos fazem parte da Histoacuteria de Rolacircndia Faccedila comentaacuterios
Sugestatildeo de atividades para o professor
1-Trabalhe com fotografias o Peccedila para seu aluno trazer fotos antigas da famiacutelia da comunidade etc o Faccedila perguntas para obter respostas o Dar oportunidade para um debate sobre as fotos trazidas pelos alunos o Formar grupo com trecircs alunos para eles escreverem sobre as fotos o Colocar em cartazes os resultados obtidos natildeo esquecer de registrar a eacutepoca e
lugar em que foi tirada a foto o Expor na escola para que outros alunos possam ler e analisar os trabalhos
realizados
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 46
Referecircncia bibliograacutefica do texto explicativo
BAUMAN Z Modernidade e ambivalecircncia Rio de Janeiro Jorge Zahar 1999
CAVALLEIRO E S Do silecircncio do lar ao silecircncio escolar racismo preconceito e discriminaccedilatildeo na educaccedilatildeo infantil 4 ed Satildeo Paulo Contexto 2005
FERREIRA Ricardo Franklin O brasileiro o racismo silencioso e a identidade afro-descendente Psicologia e Sociedade Belo Horizonte v 14 n 1 p 69-86 janjun 2002
FIGUEIREDO Luis Claudio Mendonccedila Revisitando as psicologias da epistemologia agrave eacutetica das praacuteticas e discursos psicoloacutegicos 3 ed Petroacutepolis Vozes 2004
FREITAS Patriacutecia de Sobre a Lei 10639 o ensino de histoacuteria e a cultura afro-brasileira OPSIS Catalatildeo v 10 n 1 p15-28 janjun 2010
GONCcedilALVES Rita de Caacutessia LISBOATeresa Kleba Sobre o meacutetodo de Histoacuteria oral em sua modalidade trajetoacuteria de vida Revista Kataacutel Florianoacutepolis v 10 n especial p 83-92 2007
REIS Faacutetima A implementaccedilatildeo da Lei 1063903 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwwebartigoscomarticles39841A-Implementacao-Da-Lei-1063903pagina1htmlgt Acesso em 20 abr 2011
RODRIGUES N Os africanos no Brasil 5 ed Satildeo Paulo Nacional 1977
SCHMIDT Maria auxiliadora CAINELLI Marlene Ensinar histoacuteria Satildeo Paulo Scipione 2004
- Paacutegina em branco
-
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 31
Sugestatildeo de atividades para o (a) aluno(a)
1- Analisar o poema e reescrever em cada
verso seu significado
A voz de minha bisavoacute
A voz de minha avoacute
A voz de minha matildee
A minha voz
A voz da minha filha
2- Fazer comentaacuterios sobre o poema em sala
de aula professor (a) e alunos
3- Ilustrar o poema usando sua
criatividade
4-Com os desenhos prontos formar grupos
com trecircs alunos e criar uma histoacuteria em
quadrinhos sobre o que entendeu do poema
estudado
A escola e os educandos precisam se organizar para demonstrar a
importacircncia da pluralidade racial na sociedade A fim de contemplar discussotildees
sobre a diversidade racial discutir os problemas sociais Para possibilitar que os
educandos construam suas proacuteprias ideacuteias e entendimento sobre o outro que lhe eacute
diferente O preconceito no cotidiano escolar tem que ser combatido Eacute necessaacuterio
que todos digam natildeo ao preconceito racial Os agentes transformadores da
educaccedilatildeo precisam unir forccedilas para promover o respeito muacutetuo e a possibilidade
de conversar sobre diferenccedilas sem melindres e sem preconceitos Na educaccedilatildeo
infantil tempo dos primeiros passos da vida social da crianccedila eacute importante
possibilitar atitudes positivas estimular o contanto com a esteacutetica e pelo
imaginaacuterio afro e afrodescendente Trazer a verdadeira histoacuteria do negro africano
no Brasil para romper com as barreiras dos preconceitos (Perrucci 1999 p 7)
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 32
httpwwwwebartigoscomarticles380941INCLUSAO-NO-TRIBUNAL-DE-JUSTICApagina1html
Trabalhando com imagens
Sugestatildeo de atividades para o aluno
1 Ver as figuras abaixo e responder as questotildees
2 Vocecirc acha que existe preconceito entre essas crianccedilas Justifique
3 A crianccedila jaacute nasce com preconceito Comente
4 Como a crianccedila adquire o preconceito
5 Vocecirc como adolescente jaacute sofreu preconceito Em que fase de sua vida
Comente
Sites das imagens
almazendemensagensblogspotcom uniblogcombr
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 33
agenciaaldensblogspotcom sociologiacienciaevidauolcombr
Trabalhando com viacutedeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1 Assistir o viacutedeo Analisar as imagens e o depoimento
2 Promover um debate sobre o viacutedeo junto com os alunos
Por uma infacircncia sem racismo ver
wwwyoutubecomwatchv=_aPYuKiKFMg
1 Assistir o viacutedeo Analisar os depoimentos reais das pessoas
2 Vocecirc concorda com esses depoimentos Justifique
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 34
Onde vocecirc guarda o seu racismo ver
httpwwwyoutubecomwatchv=ojg07xOt8CY
Trabalhando com entrevista
Histoacuteria Oral - Como fazer uma entrevista
A pesquisa histoacuterica natildeo se baseia apenas em documentos escritos ou imagens mas
tambeacutem na narraccedilatildeo de fatos por parte das pessoas que presenciaram ou que tecircm
maior conhecimento dos mesmos Neste caso outra ferramenta pode ser utilizada
pelo pesquisador para adquirir novas informaccedilotildees acerca do objeto de estudo
Trata-se da entrevista um recurso da Histoacuteria Oral
Na Histoacuteria Oral podem-se fazer duas divisotildees em se tratando de relatos segundo o
historiador Gwyn Prins Existe uma tradiccedilatildeo Oral - a qual representa um
testemunho oral transmitido de uma geraccedilatildeo para a seguinte ou as demais -
Existe tambeacutem uma Reminiscecircncia Pessoal Evidecircncia oral especiacutefica das
experiecircncias de vida do informante (Wikipedia 2007)
Segundo Olga Rodrigues de Moraes Von Simson do Centro de Memoacuteria da
Unicamp a Histoacuteria Oral possibilita que indiviacuteduos pertencentes a categorias
sociais geralmente excluiacutedas da histoacuteria oficial possam ser ouvidos - deixando
registradas para anaacutelises futuras sua proacutepria visatildeo de mundo e aquela do grupo
social ao qual pertencem Apesar de ser um meacutetodo praacutetico e cada vez mais usado
a entrevista apresenta algumas deficiecircncias mas que podem de certa forma serem
superadas o entrevistado pode ter uma falha de memoacuteria pode criar uma
trajetoacuteria artificial se autocelebrar fantasiar omitir ou mesmo mentir O que
poderia ser percebido como um problema acaba se transformando em um recurso
uma vez que o proacuteprio entrevistador no ato de produccedilatildeo da narrativa histoacuterica natildeo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 35
deixa de produzir uma versatildeo do que entendeu ter acontecido Mesmo quando o
pesquisador tenha certeza de que o entrevistado esteja mentido conscientemente
cabe a ele entrevistador tentar entender as razotildees da mentira ou seja quais os
motivos que estatildeo levando a pessoa a mentir podendo ser aplicado o mesmo no
caso da ilusatildeo biograacutefica quando o indiviacuteduo faz uma produccedilatildeo artificial de si
mesmo No caso de esquecimento para ajudar suprir essa falha podem-se usar os
chamados apoios de memoacuteria como fotografias objetos e outras coisas que
possam ajudar o entrevistado a se recordar melhor dos fatos em pesquisa (op
cit)
Se formos analisar a credibilidade dos recursos de pesquisa histoacuterica sejam
documentos ou oralidade iremos nos deparar sempre com a interpretaccedilatildeo ou a
criacutetica pessoal de quem o fez cabendo ao pesquisador saber aproveitar as
informaccedilotildees que lhe conveacutem e criar suas proacuteprias consideraccedilotildees nenhum
documento pode nos dizer mais do que aquilo que o autor pensava ndash o que ele
pensava que havia acontecido queria que os outros pensassem que ele pensava ou
mesmo apenas o que ele proacuteprio pensava pensar Nada disso significa alguma
coisa ateacute que o historiador trabalhe sobre esse material e decifre-o eacute o que
comenta Edward Hallet Carr citado no site Wikipedia
A entrevista possibilita um contato direto com o atorautor da Histoacuteria Esse
envolvimento pode resultar num trabalho dinacircmico abrangente e ateacute mais realista
trazendo assim o passado para o presente
Agora vejamos os passos baacutesicos para realizar uma boa entrevista
COMO FAZER UMA ENTREVISTA
1 Preparar antes da entrevista um roteiro com alguns dos assuntos
importantes a abordar Ao partir para a entrevista eacute fundamental saber
o que vamos perguntar
2 Conversar com o entrevistado sobre nossos objetivos e descobrir se
realmente deseja colaborar conosco Natildeo se obriga ningueacutem a ser
entrevistado
3 Escolher local e hora apropriados para que a entrevista se decirc sem
interrupccedilotildees Num ambiente ou momento onde entrevistado ou
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 36
entrevistador estejam com pressa torna-se impossiacutevel agrave realizaccedilatildeo da
entrevista
4 Em lugar de apenas anotar o que o entrevistado diz eacute melhor e mais
adequado se possiacutevel levar um gravador para ficar tudo registrado de
tal forma que natildeo se perca parte alguma daquilo que o entrevistado
disse
5 A entrevista natildeo deve ser interrogatoacuterio e sim diaacutelogo
6 O entrevistador deve respeitar as opiniotildees do entrevistado mesmo
quando natildeo concordar com elas
7 O entrevistador deve dar oportunidade para que o entrevistado fale
tudo o que desejar no tempo que quiser
8 Nunca fazer nova pergunta enquanto o entrevistado ainda natildeo tiver
terminado de expor seu pensamento em relaccedilatildeo agrave pergunta anterior
Natildeo interromper desnecessariamente a fala do outro
professor-josimarblogspotcom200908historia-oral
REFEREcircNCIAS
SIMSON Olga Rodrigues de Moraes Von O que eacute Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
wwwcentrodememoriaunicampbrlahoindexhtm Acesso em 23 mai 2007
WIKIPEDIA Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
httpptwikipediaorgwikiHistAtildesup3ria_OralsearchInputsearchInput Acesso
em 23 mai 2007
httpwwwfeunbbrpieComo20fazer20uma20entrevistahtm
Professor Josimar Pais de Almeida
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 37
Sugestatildeo de Roteiro para realizar a entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistador
Nome do entrevistador
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Onde trabalha
Data local da entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistado
Nome
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Questionamento
Onde trabalha
Grau de escolaridade
Religiatildeo que frequumlenta
Tempo que mora na cidade de Rolacircndia
De onde veio sua famiacutelia
Vocecirc gosta de morar aqui
Porque vieram morar aqui
Do que sente saudades
Como era essa cidade quando vocecirc chegou aqui
Como vocecirc considera essa cidade hoje
Fale como era o lazer quando vocecirc era adolescente Como eacute seu lazer hoje
Fale sobre o namoro de antigamente As pessoas tinham um lugar para ldquopaquerarrdquo
Qual era a principal alimentaccedilatildeo das pessoas
Havia violecircncia Como era
Como eram as escolas Usava-se uniforme
Como eram as roupas Onde as comprava ou quem as confeccionava
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 38
Como era a educaccedilatildeo dos filhos
Havia igrejas Frequentava alguma no passado E hoje
O que era cultivado nas lavouras
Muitas pessoas moravam na zona rural
Como eram as habitaccedilotildees
Vocecirc se sente discriminado
O que vocecirc acha da escravidatildeo na eacutepoca da colonizaccedilatildeo do Brasil
Hoje ainda existe escravidatildeo
A fotografia na construccedilatildeo do material didaacutetico
Paulo Freire na ldquopedagogia do oprimidordquo pregava a liberdade atraveacutes da educaccedilatildeo e para
isso educava a partir de estiacutemulos retirados do cotidiano dos alunos aumentando
gradativamente o inverso dos mesmos Os estiacutemulos servem portanto como forma de
despertar a criatividade e o intelecto dos alunos Levando-se em consideraccedilatildeo que a
percepccedilatildeo visual eacute a forma mais objetiva de interaccedilatildeo do homem com o meio que o cerca
os estiacutemulos visuais atendem perfeitamente aos objetivos da educaccedilatildeo Antes mesmo da
escrita as comunicaccedilotildees visuais valendo-se de percepccedilatildeo visual ajuda a escrever a histoacuteria
da humanidade Associando-se aos seus conhecimentos o homem absorve a imagem
processa-a e retira dela suas proacuteprias conclusotildees A imagem dinacircmica ou estaacutetica eacute
portanto uma forma contumaz na divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo quer seja ela educacional
cientifica ou cultural difundindo conhecimentos desenvolvendo ideacuteias e formando
opiniotildees Jaacute em 1888 George Eastman referindo-se agrave fotografia afirmava ldquouma imagem
vale mais que mil palavrasrdquo e desde entatildeo a imagem fotograacutefica estaacute cada vez mais
presente no processo ensino aprendizagem de forma cada vez mais interativa A fotografia
e a questatildeo ambiental estatildeo relacionadas desde sua descoberta em1826 No inicio o
objetivo da fotografia era fazer um registro fiel da natureza Nas suas atividades os
cientistas utilizam cada vez mais a fotografia como instrumentaccedilatildeo de pesquisa registro de
dados apoio didaacutetico e principalmente na divulgaccedilatildeo dos resultados cientiacuteficos
introduzindo o conceito da fotografia cientiacutefica A fotografia eacute uma forma objetiva de
suporte para o ensino e a pesquisa eacute uma forma objetiva de documentaccedilatildeo ela tem o poder
de capturar nuances que muitas vezes passam despercebidas ao olho nu e isso aumenta o
aspecto de observaccedilatildeo do pesquisador A fotografia cientiacutefica tem que retratar o real
aparente a imagem como um instrumento de uma memoacuteria documental da realidade
Muitas vezes diante da dificuldade de deslocamento os professores lanccedilam matildeo da
fotografia para exemplificar e fixar conceitos educacionais tirando-os do imaginaacuterio e
trazendo para suas aulas de forma mais concreta wwwabedorgbrcongresso2007tc552007125857PMpdf
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 39
Trabalhando com fotografias e Histoacuteria Local
FIGURA 1
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 40
FIGURA 2
httpjornalrolandianetblogspotcom201105familia-farina-fotografando-rolandiahtml
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 41
FIGURA 3
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 42
FIGURA 4
httpwwwpanoramiocomphoto9865842
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 43
FIGURAS 5 E 6
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 44
FIGURA 7
httpwwwgooglecombrimgresq=FOTOS+ESCOLA+PADRE+JOSE+HERIONS+ROLANDIA
LEMBRETE AO (Agrave) PROFESSOR (A) Nossa proposta significa trabalhar com FONTE DOCUMENTAL As respostas das entrevistas consistem tambeacutem em FONTES DOCUMENTIAS E como tal devem ser interpretadas em sala de aula Qualquer material como fotos muacutesicas poemas imagens etc devem ser tratadas como FONTES u seja pergunta-se a estas QUEM FEZ QUANDO ONDE PARA QUEM POR QUEcirc OQUE QUER COMUNICAR E todos estes materiais necessitam de referecircncia como qualquer texto livro reportagem etc
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 45
Sugestatildeo de atividades para o aluno
Analise as fotografias (1-2-3-4-5-6-7) o Vocecirc conhece esses lugares que estatildeo representados nas fotos o Qual lugar da foto estaacute localizado mais perto de sua casa o Quais fotos representam lugar de lazer o Vendo as fotos onde podemos fazer nossas reflexotildees o O que estaacute na foto que incomoda a comunidade o Vocecirc conhece algumas pessoas das fotos Escreva os nomes das mesmas o Com qual foto vocecirc mais se identificou Justifique sua resposta o Escreva uma frase para cada fotografia o Essas fotos fazem parte da Histoacuteria de Rolacircndia Faccedila comentaacuterios
Sugestatildeo de atividades para o professor
1-Trabalhe com fotografias o Peccedila para seu aluno trazer fotos antigas da famiacutelia da comunidade etc o Faccedila perguntas para obter respostas o Dar oportunidade para um debate sobre as fotos trazidas pelos alunos o Formar grupo com trecircs alunos para eles escreverem sobre as fotos o Colocar em cartazes os resultados obtidos natildeo esquecer de registrar a eacutepoca e
lugar em que foi tirada a foto o Expor na escola para que outros alunos possam ler e analisar os trabalhos
realizados
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 46
Referecircncia bibliograacutefica do texto explicativo
BAUMAN Z Modernidade e ambivalecircncia Rio de Janeiro Jorge Zahar 1999
CAVALLEIRO E S Do silecircncio do lar ao silecircncio escolar racismo preconceito e discriminaccedilatildeo na educaccedilatildeo infantil 4 ed Satildeo Paulo Contexto 2005
FERREIRA Ricardo Franklin O brasileiro o racismo silencioso e a identidade afro-descendente Psicologia e Sociedade Belo Horizonte v 14 n 1 p 69-86 janjun 2002
FIGUEIREDO Luis Claudio Mendonccedila Revisitando as psicologias da epistemologia agrave eacutetica das praacuteticas e discursos psicoloacutegicos 3 ed Petroacutepolis Vozes 2004
FREITAS Patriacutecia de Sobre a Lei 10639 o ensino de histoacuteria e a cultura afro-brasileira OPSIS Catalatildeo v 10 n 1 p15-28 janjun 2010
GONCcedilALVES Rita de Caacutessia LISBOATeresa Kleba Sobre o meacutetodo de Histoacuteria oral em sua modalidade trajetoacuteria de vida Revista Kataacutel Florianoacutepolis v 10 n especial p 83-92 2007
REIS Faacutetima A implementaccedilatildeo da Lei 1063903 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwwebartigoscomarticles39841A-Implementacao-Da-Lei-1063903pagina1htmlgt Acesso em 20 abr 2011
RODRIGUES N Os africanos no Brasil 5 ed Satildeo Paulo Nacional 1977
SCHMIDT Maria auxiliadora CAINELLI Marlene Ensinar histoacuteria Satildeo Paulo Scipione 2004
- Paacutegina em branco
-
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 32
httpwwwwebartigoscomarticles380941INCLUSAO-NO-TRIBUNAL-DE-JUSTICApagina1html
Trabalhando com imagens
Sugestatildeo de atividades para o aluno
1 Ver as figuras abaixo e responder as questotildees
2 Vocecirc acha que existe preconceito entre essas crianccedilas Justifique
3 A crianccedila jaacute nasce com preconceito Comente
4 Como a crianccedila adquire o preconceito
5 Vocecirc como adolescente jaacute sofreu preconceito Em que fase de sua vida
Comente
Sites das imagens
almazendemensagensblogspotcom uniblogcombr
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 33
agenciaaldensblogspotcom sociologiacienciaevidauolcombr
Trabalhando com viacutedeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1 Assistir o viacutedeo Analisar as imagens e o depoimento
2 Promover um debate sobre o viacutedeo junto com os alunos
Por uma infacircncia sem racismo ver
wwwyoutubecomwatchv=_aPYuKiKFMg
1 Assistir o viacutedeo Analisar os depoimentos reais das pessoas
2 Vocecirc concorda com esses depoimentos Justifique
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 34
Onde vocecirc guarda o seu racismo ver
httpwwwyoutubecomwatchv=ojg07xOt8CY
Trabalhando com entrevista
Histoacuteria Oral - Como fazer uma entrevista
A pesquisa histoacuterica natildeo se baseia apenas em documentos escritos ou imagens mas
tambeacutem na narraccedilatildeo de fatos por parte das pessoas que presenciaram ou que tecircm
maior conhecimento dos mesmos Neste caso outra ferramenta pode ser utilizada
pelo pesquisador para adquirir novas informaccedilotildees acerca do objeto de estudo
Trata-se da entrevista um recurso da Histoacuteria Oral
Na Histoacuteria Oral podem-se fazer duas divisotildees em se tratando de relatos segundo o
historiador Gwyn Prins Existe uma tradiccedilatildeo Oral - a qual representa um
testemunho oral transmitido de uma geraccedilatildeo para a seguinte ou as demais -
Existe tambeacutem uma Reminiscecircncia Pessoal Evidecircncia oral especiacutefica das
experiecircncias de vida do informante (Wikipedia 2007)
Segundo Olga Rodrigues de Moraes Von Simson do Centro de Memoacuteria da
Unicamp a Histoacuteria Oral possibilita que indiviacuteduos pertencentes a categorias
sociais geralmente excluiacutedas da histoacuteria oficial possam ser ouvidos - deixando
registradas para anaacutelises futuras sua proacutepria visatildeo de mundo e aquela do grupo
social ao qual pertencem Apesar de ser um meacutetodo praacutetico e cada vez mais usado
a entrevista apresenta algumas deficiecircncias mas que podem de certa forma serem
superadas o entrevistado pode ter uma falha de memoacuteria pode criar uma
trajetoacuteria artificial se autocelebrar fantasiar omitir ou mesmo mentir O que
poderia ser percebido como um problema acaba se transformando em um recurso
uma vez que o proacuteprio entrevistador no ato de produccedilatildeo da narrativa histoacuterica natildeo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 35
deixa de produzir uma versatildeo do que entendeu ter acontecido Mesmo quando o
pesquisador tenha certeza de que o entrevistado esteja mentido conscientemente
cabe a ele entrevistador tentar entender as razotildees da mentira ou seja quais os
motivos que estatildeo levando a pessoa a mentir podendo ser aplicado o mesmo no
caso da ilusatildeo biograacutefica quando o indiviacuteduo faz uma produccedilatildeo artificial de si
mesmo No caso de esquecimento para ajudar suprir essa falha podem-se usar os
chamados apoios de memoacuteria como fotografias objetos e outras coisas que
possam ajudar o entrevistado a se recordar melhor dos fatos em pesquisa (op
cit)
Se formos analisar a credibilidade dos recursos de pesquisa histoacuterica sejam
documentos ou oralidade iremos nos deparar sempre com a interpretaccedilatildeo ou a
criacutetica pessoal de quem o fez cabendo ao pesquisador saber aproveitar as
informaccedilotildees que lhe conveacutem e criar suas proacuteprias consideraccedilotildees nenhum
documento pode nos dizer mais do que aquilo que o autor pensava ndash o que ele
pensava que havia acontecido queria que os outros pensassem que ele pensava ou
mesmo apenas o que ele proacuteprio pensava pensar Nada disso significa alguma
coisa ateacute que o historiador trabalhe sobre esse material e decifre-o eacute o que
comenta Edward Hallet Carr citado no site Wikipedia
A entrevista possibilita um contato direto com o atorautor da Histoacuteria Esse
envolvimento pode resultar num trabalho dinacircmico abrangente e ateacute mais realista
trazendo assim o passado para o presente
Agora vejamos os passos baacutesicos para realizar uma boa entrevista
COMO FAZER UMA ENTREVISTA
1 Preparar antes da entrevista um roteiro com alguns dos assuntos
importantes a abordar Ao partir para a entrevista eacute fundamental saber
o que vamos perguntar
2 Conversar com o entrevistado sobre nossos objetivos e descobrir se
realmente deseja colaborar conosco Natildeo se obriga ningueacutem a ser
entrevistado
3 Escolher local e hora apropriados para que a entrevista se decirc sem
interrupccedilotildees Num ambiente ou momento onde entrevistado ou
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 36
entrevistador estejam com pressa torna-se impossiacutevel agrave realizaccedilatildeo da
entrevista
4 Em lugar de apenas anotar o que o entrevistado diz eacute melhor e mais
adequado se possiacutevel levar um gravador para ficar tudo registrado de
tal forma que natildeo se perca parte alguma daquilo que o entrevistado
disse
5 A entrevista natildeo deve ser interrogatoacuterio e sim diaacutelogo
6 O entrevistador deve respeitar as opiniotildees do entrevistado mesmo
quando natildeo concordar com elas
7 O entrevistador deve dar oportunidade para que o entrevistado fale
tudo o que desejar no tempo que quiser
8 Nunca fazer nova pergunta enquanto o entrevistado ainda natildeo tiver
terminado de expor seu pensamento em relaccedilatildeo agrave pergunta anterior
Natildeo interromper desnecessariamente a fala do outro
professor-josimarblogspotcom200908historia-oral
REFEREcircNCIAS
SIMSON Olga Rodrigues de Moraes Von O que eacute Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
wwwcentrodememoriaunicampbrlahoindexhtm Acesso em 23 mai 2007
WIKIPEDIA Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
httpptwikipediaorgwikiHistAtildesup3ria_OralsearchInputsearchInput Acesso
em 23 mai 2007
httpwwwfeunbbrpieComo20fazer20uma20entrevistahtm
Professor Josimar Pais de Almeida
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 37
Sugestatildeo de Roteiro para realizar a entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistador
Nome do entrevistador
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Onde trabalha
Data local da entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistado
Nome
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Questionamento
Onde trabalha
Grau de escolaridade
Religiatildeo que frequumlenta
Tempo que mora na cidade de Rolacircndia
De onde veio sua famiacutelia
Vocecirc gosta de morar aqui
Porque vieram morar aqui
Do que sente saudades
Como era essa cidade quando vocecirc chegou aqui
Como vocecirc considera essa cidade hoje
Fale como era o lazer quando vocecirc era adolescente Como eacute seu lazer hoje
Fale sobre o namoro de antigamente As pessoas tinham um lugar para ldquopaquerarrdquo
Qual era a principal alimentaccedilatildeo das pessoas
Havia violecircncia Como era
Como eram as escolas Usava-se uniforme
Como eram as roupas Onde as comprava ou quem as confeccionava
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 38
Como era a educaccedilatildeo dos filhos
Havia igrejas Frequentava alguma no passado E hoje
O que era cultivado nas lavouras
Muitas pessoas moravam na zona rural
Como eram as habitaccedilotildees
Vocecirc se sente discriminado
O que vocecirc acha da escravidatildeo na eacutepoca da colonizaccedilatildeo do Brasil
Hoje ainda existe escravidatildeo
A fotografia na construccedilatildeo do material didaacutetico
Paulo Freire na ldquopedagogia do oprimidordquo pregava a liberdade atraveacutes da educaccedilatildeo e para
isso educava a partir de estiacutemulos retirados do cotidiano dos alunos aumentando
gradativamente o inverso dos mesmos Os estiacutemulos servem portanto como forma de
despertar a criatividade e o intelecto dos alunos Levando-se em consideraccedilatildeo que a
percepccedilatildeo visual eacute a forma mais objetiva de interaccedilatildeo do homem com o meio que o cerca
os estiacutemulos visuais atendem perfeitamente aos objetivos da educaccedilatildeo Antes mesmo da
escrita as comunicaccedilotildees visuais valendo-se de percepccedilatildeo visual ajuda a escrever a histoacuteria
da humanidade Associando-se aos seus conhecimentos o homem absorve a imagem
processa-a e retira dela suas proacuteprias conclusotildees A imagem dinacircmica ou estaacutetica eacute
portanto uma forma contumaz na divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo quer seja ela educacional
cientifica ou cultural difundindo conhecimentos desenvolvendo ideacuteias e formando
opiniotildees Jaacute em 1888 George Eastman referindo-se agrave fotografia afirmava ldquouma imagem
vale mais que mil palavrasrdquo e desde entatildeo a imagem fotograacutefica estaacute cada vez mais
presente no processo ensino aprendizagem de forma cada vez mais interativa A fotografia
e a questatildeo ambiental estatildeo relacionadas desde sua descoberta em1826 No inicio o
objetivo da fotografia era fazer um registro fiel da natureza Nas suas atividades os
cientistas utilizam cada vez mais a fotografia como instrumentaccedilatildeo de pesquisa registro de
dados apoio didaacutetico e principalmente na divulgaccedilatildeo dos resultados cientiacuteficos
introduzindo o conceito da fotografia cientiacutefica A fotografia eacute uma forma objetiva de
suporte para o ensino e a pesquisa eacute uma forma objetiva de documentaccedilatildeo ela tem o poder
de capturar nuances que muitas vezes passam despercebidas ao olho nu e isso aumenta o
aspecto de observaccedilatildeo do pesquisador A fotografia cientiacutefica tem que retratar o real
aparente a imagem como um instrumento de uma memoacuteria documental da realidade
Muitas vezes diante da dificuldade de deslocamento os professores lanccedilam matildeo da
fotografia para exemplificar e fixar conceitos educacionais tirando-os do imaginaacuterio e
trazendo para suas aulas de forma mais concreta wwwabedorgbrcongresso2007tc552007125857PMpdf
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 39
Trabalhando com fotografias e Histoacuteria Local
FIGURA 1
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 40
FIGURA 2
httpjornalrolandianetblogspotcom201105familia-farina-fotografando-rolandiahtml
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 41
FIGURA 3
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 42
FIGURA 4
httpwwwpanoramiocomphoto9865842
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 43
FIGURAS 5 E 6
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 44
FIGURA 7
httpwwwgooglecombrimgresq=FOTOS+ESCOLA+PADRE+JOSE+HERIONS+ROLANDIA
LEMBRETE AO (Agrave) PROFESSOR (A) Nossa proposta significa trabalhar com FONTE DOCUMENTAL As respostas das entrevistas consistem tambeacutem em FONTES DOCUMENTIAS E como tal devem ser interpretadas em sala de aula Qualquer material como fotos muacutesicas poemas imagens etc devem ser tratadas como FONTES u seja pergunta-se a estas QUEM FEZ QUANDO ONDE PARA QUEM POR QUEcirc OQUE QUER COMUNICAR E todos estes materiais necessitam de referecircncia como qualquer texto livro reportagem etc
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 45
Sugestatildeo de atividades para o aluno
Analise as fotografias (1-2-3-4-5-6-7) o Vocecirc conhece esses lugares que estatildeo representados nas fotos o Qual lugar da foto estaacute localizado mais perto de sua casa o Quais fotos representam lugar de lazer o Vendo as fotos onde podemos fazer nossas reflexotildees o O que estaacute na foto que incomoda a comunidade o Vocecirc conhece algumas pessoas das fotos Escreva os nomes das mesmas o Com qual foto vocecirc mais se identificou Justifique sua resposta o Escreva uma frase para cada fotografia o Essas fotos fazem parte da Histoacuteria de Rolacircndia Faccedila comentaacuterios
Sugestatildeo de atividades para o professor
1-Trabalhe com fotografias o Peccedila para seu aluno trazer fotos antigas da famiacutelia da comunidade etc o Faccedila perguntas para obter respostas o Dar oportunidade para um debate sobre as fotos trazidas pelos alunos o Formar grupo com trecircs alunos para eles escreverem sobre as fotos o Colocar em cartazes os resultados obtidos natildeo esquecer de registrar a eacutepoca e
lugar em que foi tirada a foto o Expor na escola para que outros alunos possam ler e analisar os trabalhos
realizados
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 46
Referecircncia bibliograacutefica do texto explicativo
BAUMAN Z Modernidade e ambivalecircncia Rio de Janeiro Jorge Zahar 1999
CAVALLEIRO E S Do silecircncio do lar ao silecircncio escolar racismo preconceito e discriminaccedilatildeo na educaccedilatildeo infantil 4 ed Satildeo Paulo Contexto 2005
FERREIRA Ricardo Franklin O brasileiro o racismo silencioso e a identidade afro-descendente Psicologia e Sociedade Belo Horizonte v 14 n 1 p 69-86 janjun 2002
FIGUEIREDO Luis Claudio Mendonccedila Revisitando as psicologias da epistemologia agrave eacutetica das praacuteticas e discursos psicoloacutegicos 3 ed Petroacutepolis Vozes 2004
FREITAS Patriacutecia de Sobre a Lei 10639 o ensino de histoacuteria e a cultura afro-brasileira OPSIS Catalatildeo v 10 n 1 p15-28 janjun 2010
GONCcedilALVES Rita de Caacutessia LISBOATeresa Kleba Sobre o meacutetodo de Histoacuteria oral em sua modalidade trajetoacuteria de vida Revista Kataacutel Florianoacutepolis v 10 n especial p 83-92 2007
REIS Faacutetima A implementaccedilatildeo da Lei 1063903 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwwebartigoscomarticles39841A-Implementacao-Da-Lei-1063903pagina1htmlgt Acesso em 20 abr 2011
RODRIGUES N Os africanos no Brasil 5 ed Satildeo Paulo Nacional 1977
SCHMIDT Maria auxiliadora CAINELLI Marlene Ensinar histoacuteria Satildeo Paulo Scipione 2004
- Paacutegina em branco
-
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 33
agenciaaldensblogspotcom sociologiacienciaevidauolcombr
Trabalhando com viacutedeo
Sugestatildeo de atividades para o (a) professor (a)
1 Assistir o viacutedeo Analisar as imagens e o depoimento
2 Promover um debate sobre o viacutedeo junto com os alunos
Por uma infacircncia sem racismo ver
wwwyoutubecomwatchv=_aPYuKiKFMg
1 Assistir o viacutedeo Analisar os depoimentos reais das pessoas
2 Vocecirc concorda com esses depoimentos Justifique
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 34
Onde vocecirc guarda o seu racismo ver
httpwwwyoutubecomwatchv=ojg07xOt8CY
Trabalhando com entrevista
Histoacuteria Oral - Como fazer uma entrevista
A pesquisa histoacuterica natildeo se baseia apenas em documentos escritos ou imagens mas
tambeacutem na narraccedilatildeo de fatos por parte das pessoas que presenciaram ou que tecircm
maior conhecimento dos mesmos Neste caso outra ferramenta pode ser utilizada
pelo pesquisador para adquirir novas informaccedilotildees acerca do objeto de estudo
Trata-se da entrevista um recurso da Histoacuteria Oral
Na Histoacuteria Oral podem-se fazer duas divisotildees em se tratando de relatos segundo o
historiador Gwyn Prins Existe uma tradiccedilatildeo Oral - a qual representa um
testemunho oral transmitido de uma geraccedilatildeo para a seguinte ou as demais -
Existe tambeacutem uma Reminiscecircncia Pessoal Evidecircncia oral especiacutefica das
experiecircncias de vida do informante (Wikipedia 2007)
Segundo Olga Rodrigues de Moraes Von Simson do Centro de Memoacuteria da
Unicamp a Histoacuteria Oral possibilita que indiviacuteduos pertencentes a categorias
sociais geralmente excluiacutedas da histoacuteria oficial possam ser ouvidos - deixando
registradas para anaacutelises futuras sua proacutepria visatildeo de mundo e aquela do grupo
social ao qual pertencem Apesar de ser um meacutetodo praacutetico e cada vez mais usado
a entrevista apresenta algumas deficiecircncias mas que podem de certa forma serem
superadas o entrevistado pode ter uma falha de memoacuteria pode criar uma
trajetoacuteria artificial se autocelebrar fantasiar omitir ou mesmo mentir O que
poderia ser percebido como um problema acaba se transformando em um recurso
uma vez que o proacuteprio entrevistador no ato de produccedilatildeo da narrativa histoacuterica natildeo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 35
deixa de produzir uma versatildeo do que entendeu ter acontecido Mesmo quando o
pesquisador tenha certeza de que o entrevistado esteja mentido conscientemente
cabe a ele entrevistador tentar entender as razotildees da mentira ou seja quais os
motivos que estatildeo levando a pessoa a mentir podendo ser aplicado o mesmo no
caso da ilusatildeo biograacutefica quando o indiviacuteduo faz uma produccedilatildeo artificial de si
mesmo No caso de esquecimento para ajudar suprir essa falha podem-se usar os
chamados apoios de memoacuteria como fotografias objetos e outras coisas que
possam ajudar o entrevistado a se recordar melhor dos fatos em pesquisa (op
cit)
Se formos analisar a credibilidade dos recursos de pesquisa histoacuterica sejam
documentos ou oralidade iremos nos deparar sempre com a interpretaccedilatildeo ou a
criacutetica pessoal de quem o fez cabendo ao pesquisador saber aproveitar as
informaccedilotildees que lhe conveacutem e criar suas proacuteprias consideraccedilotildees nenhum
documento pode nos dizer mais do que aquilo que o autor pensava ndash o que ele
pensava que havia acontecido queria que os outros pensassem que ele pensava ou
mesmo apenas o que ele proacuteprio pensava pensar Nada disso significa alguma
coisa ateacute que o historiador trabalhe sobre esse material e decifre-o eacute o que
comenta Edward Hallet Carr citado no site Wikipedia
A entrevista possibilita um contato direto com o atorautor da Histoacuteria Esse
envolvimento pode resultar num trabalho dinacircmico abrangente e ateacute mais realista
trazendo assim o passado para o presente
Agora vejamos os passos baacutesicos para realizar uma boa entrevista
COMO FAZER UMA ENTREVISTA
1 Preparar antes da entrevista um roteiro com alguns dos assuntos
importantes a abordar Ao partir para a entrevista eacute fundamental saber
o que vamos perguntar
2 Conversar com o entrevistado sobre nossos objetivos e descobrir se
realmente deseja colaborar conosco Natildeo se obriga ningueacutem a ser
entrevistado
3 Escolher local e hora apropriados para que a entrevista se decirc sem
interrupccedilotildees Num ambiente ou momento onde entrevistado ou
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 36
entrevistador estejam com pressa torna-se impossiacutevel agrave realizaccedilatildeo da
entrevista
4 Em lugar de apenas anotar o que o entrevistado diz eacute melhor e mais
adequado se possiacutevel levar um gravador para ficar tudo registrado de
tal forma que natildeo se perca parte alguma daquilo que o entrevistado
disse
5 A entrevista natildeo deve ser interrogatoacuterio e sim diaacutelogo
6 O entrevistador deve respeitar as opiniotildees do entrevistado mesmo
quando natildeo concordar com elas
7 O entrevistador deve dar oportunidade para que o entrevistado fale
tudo o que desejar no tempo que quiser
8 Nunca fazer nova pergunta enquanto o entrevistado ainda natildeo tiver
terminado de expor seu pensamento em relaccedilatildeo agrave pergunta anterior
Natildeo interromper desnecessariamente a fala do outro
professor-josimarblogspotcom200908historia-oral
REFEREcircNCIAS
SIMSON Olga Rodrigues de Moraes Von O que eacute Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
wwwcentrodememoriaunicampbrlahoindexhtm Acesso em 23 mai 2007
WIKIPEDIA Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
httpptwikipediaorgwikiHistAtildesup3ria_OralsearchInputsearchInput Acesso
em 23 mai 2007
httpwwwfeunbbrpieComo20fazer20uma20entrevistahtm
Professor Josimar Pais de Almeida
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 37
Sugestatildeo de Roteiro para realizar a entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistador
Nome do entrevistador
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Onde trabalha
Data local da entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistado
Nome
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Questionamento
Onde trabalha
Grau de escolaridade
Religiatildeo que frequumlenta
Tempo que mora na cidade de Rolacircndia
De onde veio sua famiacutelia
Vocecirc gosta de morar aqui
Porque vieram morar aqui
Do que sente saudades
Como era essa cidade quando vocecirc chegou aqui
Como vocecirc considera essa cidade hoje
Fale como era o lazer quando vocecirc era adolescente Como eacute seu lazer hoje
Fale sobre o namoro de antigamente As pessoas tinham um lugar para ldquopaquerarrdquo
Qual era a principal alimentaccedilatildeo das pessoas
Havia violecircncia Como era
Como eram as escolas Usava-se uniforme
Como eram as roupas Onde as comprava ou quem as confeccionava
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 38
Como era a educaccedilatildeo dos filhos
Havia igrejas Frequentava alguma no passado E hoje
O que era cultivado nas lavouras
Muitas pessoas moravam na zona rural
Como eram as habitaccedilotildees
Vocecirc se sente discriminado
O que vocecirc acha da escravidatildeo na eacutepoca da colonizaccedilatildeo do Brasil
Hoje ainda existe escravidatildeo
A fotografia na construccedilatildeo do material didaacutetico
Paulo Freire na ldquopedagogia do oprimidordquo pregava a liberdade atraveacutes da educaccedilatildeo e para
isso educava a partir de estiacutemulos retirados do cotidiano dos alunos aumentando
gradativamente o inverso dos mesmos Os estiacutemulos servem portanto como forma de
despertar a criatividade e o intelecto dos alunos Levando-se em consideraccedilatildeo que a
percepccedilatildeo visual eacute a forma mais objetiva de interaccedilatildeo do homem com o meio que o cerca
os estiacutemulos visuais atendem perfeitamente aos objetivos da educaccedilatildeo Antes mesmo da
escrita as comunicaccedilotildees visuais valendo-se de percepccedilatildeo visual ajuda a escrever a histoacuteria
da humanidade Associando-se aos seus conhecimentos o homem absorve a imagem
processa-a e retira dela suas proacuteprias conclusotildees A imagem dinacircmica ou estaacutetica eacute
portanto uma forma contumaz na divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo quer seja ela educacional
cientifica ou cultural difundindo conhecimentos desenvolvendo ideacuteias e formando
opiniotildees Jaacute em 1888 George Eastman referindo-se agrave fotografia afirmava ldquouma imagem
vale mais que mil palavrasrdquo e desde entatildeo a imagem fotograacutefica estaacute cada vez mais
presente no processo ensino aprendizagem de forma cada vez mais interativa A fotografia
e a questatildeo ambiental estatildeo relacionadas desde sua descoberta em1826 No inicio o
objetivo da fotografia era fazer um registro fiel da natureza Nas suas atividades os
cientistas utilizam cada vez mais a fotografia como instrumentaccedilatildeo de pesquisa registro de
dados apoio didaacutetico e principalmente na divulgaccedilatildeo dos resultados cientiacuteficos
introduzindo o conceito da fotografia cientiacutefica A fotografia eacute uma forma objetiva de
suporte para o ensino e a pesquisa eacute uma forma objetiva de documentaccedilatildeo ela tem o poder
de capturar nuances que muitas vezes passam despercebidas ao olho nu e isso aumenta o
aspecto de observaccedilatildeo do pesquisador A fotografia cientiacutefica tem que retratar o real
aparente a imagem como um instrumento de uma memoacuteria documental da realidade
Muitas vezes diante da dificuldade de deslocamento os professores lanccedilam matildeo da
fotografia para exemplificar e fixar conceitos educacionais tirando-os do imaginaacuterio e
trazendo para suas aulas de forma mais concreta wwwabedorgbrcongresso2007tc552007125857PMpdf
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 39
Trabalhando com fotografias e Histoacuteria Local
FIGURA 1
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 40
FIGURA 2
httpjornalrolandianetblogspotcom201105familia-farina-fotografando-rolandiahtml
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 41
FIGURA 3
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 42
FIGURA 4
httpwwwpanoramiocomphoto9865842
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 43
FIGURAS 5 E 6
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 44
FIGURA 7
httpwwwgooglecombrimgresq=FOTOS+ESCOLA+PADRE+JOSE+HERIONS+ROLANDIA
LEMBRETE AO (Agrave) PROFESSOR (A) Nossa proposta significa trabalhar com FONTE DOCUMENTAL As respostas das entrevistas consistem tambeacutem em FONTES DOCUMENTIAS E como tal devem ser interpretadas em sala de aula Qualquer material como fotos muacutesicas poemas imagens etc devem ser tratadas como FONTES u seja pergunta-se a estas QUEM FEZ QUANDO ONDE PARA QUEM POR QUEcirc OQUE QUER COMUNICAR E todos estes materiais necessitam de referecircncia como qualquer texto livro reportagem etc
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 45
Sugestatildeo de atividades para o aluno
Analise as fotografias (1-2-3-4-5-6-7) o Vocecirc conhece esses lugares que estatildeo representados nas fotos o Qual lugar da foto estaacute localizado mais perto de sua casa o Quais fotos representam lugar de lazer o Vendo as fotos onde podemos fazer nossas reflexotildees o O que estaacute na foto que incomoda a comunidade o Vocecirc conhece algumas pessoas das fotos Escreva os nomes das mesmas o Com qual foto vocecirc mais se identificou Justifique sua resposta o Escreva uma frase para cada fotografia o Essas fotos fazem parte da Histoacuteria de Rolacircndia Faccedila comentaacuterios
Sugestatildeo de atividades para o professor
1-Trabalhe com fotografias o Peccedila para seu aluno trazer fotos antigas da famiacutelia da comunidade etc o Faccedila perguntas para obter respostas o Dar oportunidade para um debate sobre as fotos trazidas pelos alunos o Formar grupo com trecircs alunos para eles escreverem sobre as fotos o Colocar em cartazes os resultados obtidos natildeo esquecer de registrar a eacutepoca e
lugar em que foi tirada a foto o Expor na escola para que outros alunos possam ler e analisar os trabalhos
realizados
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 46
Referecircncia bibliograacutefica do texto explicativo
BAUMAN Z Modernidade e ambivalecircncia Rio de Janeiro Jorge Zahar 1999
CAVALLEIRO E S Do silecircncio do lar ao silecircncio escolar racismo preconceito e discriminaccedilatildeo na educaccedilatildeo infantil 4 ed Satildeo Paulo Contexto 2005
FERREIRA Ricardo Franklin O brasileiro o racismo silencioso e a identidade afro-descendente Psicologia e Sociedade Belo Horizonte v 14 n 1 p 69-86 janjun 2002
FIGUEIREDO Luis Claudio Mendonccedila Revisitando as psicologias da epistemologia agrave eacutetica das praacuteticas e discursos psicoloacutegicos 3 ed Petroacutepolis Vozes 2004
FREITAS Patriacutecia de Sobre a Lei 10639 o ensino de histoacuteria e a cultura afro-brasileira OPSIS Catalatildeo v 10 n 1 p15-28 janjun 2010
GONCcedilALVES Rita de Caacutessia LISBOATeresa Kleba Sobre o meacutetodo de Histoacuteria oral em sua modalidade trajetoacuteria de vida Revista Kataacutel Florianoacutepolis v 10 n especial p 83-92 2007
REIS Faacutetima A implementaccedilatildeo da Lei 1063903 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwwebartigoscomarticles39841A-Implementacao-Da-Lei-1063903pagina1htmlgt Acesso em 20 abr 2011
RODRIGUES N Os africanos no Brasil 5 ed Satildeo Paulo Nacional 1977
SCHMIDT Maria auxiliadora CAINELLI Marlene Ensinar histoacuteria Satildeo Paulo Scipione 2004
- Paacutegina em branco
-
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 34
Onde vocecirc guarda o seu racismo ver
httpwwwyoutubecomwatchv=ojg07xOt8CY
Trabalhando com entrevista
Histoacuteria Oral - Como fazer uma entrevista
A pesquisa histoacuterica natildeo se baseia apenas em documentos escritos ou imagens mas
tambeacutem na narraccedilatildeo de fatos por parte das pessoas que presenciaram ou que tecircm
maior conhecimento dos mesmos Neste caso outra ferramenta pode ser utilizada
pelo pesquisador para adquirir novas informaccedilotildees acerca do objeto de estudo
Trata-se da entrevista um recurso da Histoacuteria Oral
Na Histoacuteria Oral podem-se fazer duas divisotildees em se tratando de relatos segundo o
historiador Gwyn Prins Existe uma tradiccedilatildeo Oral - a qual representa um
testemunho oral transmitido de uma geraccedilatildeo para a seguinte ou as demais -
Existe tambeacutem uma Reminiscecircncia Pessoal Evidecircncia oral especiacutefica das
experiecircncias de vida do informante (Wikipedia 2007)
Segundo Olga Rodrigues de Moraes Von Simson do Centro de Memoacuteria da
Unicamp a Histoacuteria Oral possibilita que indiviacuteduos pertencentes a categorias
sociais geralmente excluiacutedas da histoacuteria oficial possam ser ouvidos - deixando
registradas para anaacutelises futuras sua proacutepria visatildeo de mundo e aquela do grupo
social ao qual pertencem Apesar de ser um meacutetodo praacutetico e cada vez mais usado
a entrevista apresenta algumas deficiecircncias mas que podem de certa forma serem
superadas o entrevistado pode ter uma falha de memoacuteria pode criar uma
trajetoacuteria artificial se autocelebrar fantasiar omitir ou mesmo mentir O que
poderia ser percebido como um problema acaba se transformando em um recurso
uma vez que o proacuteprio entrevistador no ato de produccedilatildeo da narrativa histoacuterica natildeo
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 35
deixa de produzir uma versatildeo do que entendeu ter acontecido Mesmo quando o
pesquisador tenha certeza de que o entrevistado esteja mentido conscientemente
cabe a ele entrevistador tentar entender as razotildees da mentira ou seja quais os
motivos que estatildeo levando a pessoa a mentir podendo ser aplicado o mesmo no
caso da ilusatildeo biograacutefica quando o indiviacuteduo faz uma produccedilatildeo artificial de si
mesmo No caso de esquecimento para ajudar suprir essa falha podem-se usar os
chamados apoios de memoacuteria como fotografias objetos e outras coisas que
possam ajudar o entrevistado a se recordar melhor dos fatos em pesquisa (op
cit)
Se formos analisar a credibilidade dos recursos de pesquisa histoacuterica sejam
documentos ou oralidade iremos nos deparar sempre com a interpretaccedilatildeo ou a
criacutetica pessoal de quem o fez cabendo ao pesquisador saber aproveitar as
informaccedilotildees que lhe conveacutem e criar suas proacuteprias consideraccedilotildees nenhum
documento pode nos dizer mais do que aquilo que o autor pensava ndash o que ele
pensava que havia acontecido queria que os outros pensassem que ele pensava ou
mesmo apenas o que ele proacuteprio pensava pensar Nada disso significa alguma
coisa ateacute que o historiador trabalhe sobre esse material e decifre-o eacute o que
comenta Edward Hallet Carr citado no site Wikipedia
A entrevista possibilita um contato direto com o atorautor da Histoacuteria Esse
envolvimento pode resultar num trabalho dinacircmico abrangente e ateacute mais realista
trazendo assim o passado para o presente
Agora vejamos os passos baacutesicos para realizar uma boa entrevista
COMO FAZER UMA ENTREVISTA
1 Preparar antes da entrevista um roteiro com alguns dos assuntos
importantes a abordar Ao partir para a entrevista eacute fundamental saber
o que vamos perguntar
2 Conversar com o entrevistado sobre nossos objetivos e descobrir se
realmente deseja colaborar conosco Natildeo se obriga ningueacutem a ser
entrevistado
3 Escolher local e hora apropriados para que a entrevista se decirc sem
interrupccedilotildees Num ambiente ou momento onde entrevistado ou
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 36
entrevistador estejam com pressa torna-se impossiacutevel agrave realizaccedilatildeo da
entrevista
4 Em lugar de apenas anotar o que o entrevistado diz eacute melhor e mais
adequado se possiacutevel levar um gravador para ficar tudo registrado de
tal forma que natildeo se perca parte alguma daquilo que o entrevistado
disse
5 A entrevista natildeo deve ser interrogatoacuterio e sim diaacutelogo
6 O entrevistador deve respeitar as opiniotildees do entrevistado mesmo
quando natildeo concordar com elas
7 O entrevistador deve dar oportunidade para que o entrevistado fale
tudo o que desejar no tempo que quiser
8 Nunca fazer nova pergunta enquanto o entrevistado ainda natildeo tiver
terminado de expor seu pensamento em relaccedilatildeo agrave pergunta anterior
Natildeo interromper desnecessariamente a fala do outro
professor-josimarblogspotcom200908historia-oral
REFEREcircNCIAS
SIMSON Olga Rodrigues de Moraes Von O que eacute Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
wwwcentrodememoriaunicampbrlahoindexhtm Acesso em 23 mai 2007
WIKIPEDIA Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
httpptwikipediaorgwikiHistAtildesup3ria_OralsearchInputsearchInput Acesso
em 23 mai 2007
httpwwwfeunbbrpieComo20fazer20uma20entrevistahtm
Professor Josimar Pais de Almeida
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 37
Sugestatildeo de Roteiro para realizar a entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistador
Nome do entrevistador
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Onde trabalha
Data local da entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistado
Nome
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Questionamento
Onde trabalha
Grau de escolaridade
Religiatildeo que frequumlenta
Tempo que mora na cidade de Rolacircndia
De onde veio sua famiacutelia
Vocecirc gosta de morar aqui
Porque vieram morar aqui
Do que sente saudades
Como era essa cidade quando vocecirc chegou aqui
Como vocecirc considera essa cidade hoje
Fale como era o lazer quando vocecirc era adolescente Como eacute seu lazer hoje
Fale sobre o namoro de antigamente As pessoas tinham um lugar para ldquopaquerarrdquo
Qual era a principal alimentaccedilatildeo das pessoas
Havia violecircncia Como era
Como eram as escolas Usava-se uniforme
Como eram as roupas Onde as comprava ou quem as confeccionava
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 38
Como era a educaccedilatildeo dos filhos
Havia igrejas Frequentava alguma no passado E hoje
O que era cultivado nas lavouras
Muitas pessoas moravam na zona rural
Como eram as habitaccedilotildees
Vocecirc se sente discriminado
O que vocecirc acha da escravidatildeo na eacutepoca da colonizaccedilatildeo do Brasil
Hoje ainda existe escravidatildeo
A fotografia na construccedilatildeo do material didaacutetico
Paulo Freire na ldquopedagogia do oprimidordquo pregava a liberdade atraveacutes da educaccedilatildeo e para
isso educava a partir de estiacutemulos retirados do cotidiano dos alunos aumentando
gradativamente o inverso dos mesmos Os estiacutemulos servem portanto como forma de
despertar a criatividade e o intelecto dos alunos Levando-se em consideraccedilatildeo que a
percepccedilatildeo visual eacute a forma mais objetiva de interaccedilatildeo do homem com o meio que o cerca
os estiacutemulos visuais atendem perfeitamente aos objetivos da educaccedilatildeo Antes mesmo da
escrita as comunicaccedilotildees visuais valendo-se de percepccedilatildeo visual ajuda a escrever a histoacuteria
da humanidade Associando-se aos seus conhecimentos o homem absorve a imagem
processa-a e retira dela suas proacuteprias conclusotildees A imagem dinacircmica ou estaacutetica eacute
portanto uma forma contumaz na divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo quer seja ela educacional
cientifica ou cultural difundindo conhecimentos desenvolvendo ideacuteias e formando
opiniotildees Jaacute em 1888 George Eastman referindo-se agrave fotografia afirmava ldquouma imagem
vale mais que mil palavrasrdquo e desde entatildeo a imagem fotograacutefica estaacute cada vez mais
presente no processo ensino aprendizagem de forma cada vez mais interativa A fotografia
e a questatildeo ambiental estatildeo relacionadas desde sua descoberta em1826 No inicio o
objetivo da fotografia era fazer um registro fiel da natureza Nas suas atividades os
cientistas utilizam cada vez mais a fotografia como instrumentaccedilatildeo de pesquisa registro de
dados apoio didaacutetico e principalmente na divulgaccedilatildeo dos resultados cientiacuteficos
introduzindo o conceito da fotografia cientiacutefica A fotografia eacute uma forma objetiva de
suporte para o ensino e a pesquisa eacute uma forma objetiva de documentaccedilatildeo ela tem o poder
de capturar nuances que muitas vezes passam despercebidas ao olho nu e isso aumenta o
aspecto de observaccedilatildeo do pesquisador A fotografia cientiacutefica tem que retratar o real
aparente a imagem como um instrumento de uma memoacuteria documental da realidade
Muitas vezes diante da dificuldade de deslocamento os professores lanccedilam matildeo da
fotografia para exemplificar e fixar conceitos educacionais tirando-os do imaginaacuterio e
trazendo para suas aulas de forma mais concreta wwwabedorgbrcongresso2007tc552007125857PMpdf
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 39
Trabalhando com fotografias e Histoacuteria Local
FIGURA 1
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 40
FIGURA 2
httpjornalrolandianetblogspotcom201105familia-farina-fotografando-rolandiahtml
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 41
FIGURA 3
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 42
FIGURA 4
httpwwwpanoramiocomphoto9865842
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 43
FIGURAS 5 E 6
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 44
FIGURA 7
httpwwwgooglecombrimgresq=FOTOS+ESCOLA+PADRE+JOSE+HERIONS+ROLANDIA
LEMBRETE AO (Agrave) PROFESSOR (A) Nossa proposta significa trabalhar com FONTE DOCUMENTAL As respostas das entrevistas consistem tambeacutem em FONTES DOCUMENTIAS E como tal devem ser interpretadas em sala de aula Qualquer material como fotos muacutesicas poemas imagens etc devem ser tratadas como FONTES u seja pergunta-se a estas QUEM FEZ QUANDO ONDE PARA QUEM POR QUEcirc OQUE QUER COMUNICAR E todos estes materiais necessitam de referecircncia como qualquer texto livro reportagem etc
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 45
Sugestatildeo de atividades para o aluno
Analise as fotografias (1-2-3-4-5-6-7) o Vocecirc conhece esses lugares que estatildeo representados nas fotos o Qual lugar da foto estaacute localizado mais perto de sua casa o Quais fotos representam lugar de lazer o Vendo as fotos onde podemos fazer nossas reflexotildees o O que estaacute na foto que incomoda a comunidade o Vocecirc conhece algumas pessoas das fotos Escreva os nomes das mesmas o Com qual foto vocecirc mais se identificou Justifique sua resposta o Escreva uma frase para cada fotografia o Essas fotos fazem parte da Histoacuteria de Rolacircndia Faccedila comentaacuterios
Sugestatildeo de atividades para o professor
1-Trabalhe com fotografias o Peccedila para seu aluno trazer fotos antigas da famiacutelia da comunidade etc o Faccedila perguntas para obter respostas o Dar oportunidade para um debate sobre as fotos trazidas pelos alunos o Formar grupo com trecircs alunos para eles escreverem sobre as fotos o Colocar em cartazes os resultados obtidos natildeo esquecer de registrar a eacutepoca e
lugar em que foi tirada a foto o Expor na escola para que outros alunos possam ler e analisar os trabalhos
realizados
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 46
Referecircncia bibliograacutefica do texto explicativo
BAUMAN Z Modernidade e ambivalecircncia Rio de Janeiro Jorge Zahar 1999
CAVALLEIRO E S Do silecircncio do lar ao silecircncio escolar racismo preconceito e discriminaccedilatildeo na educaccedilatildeo infantil 4 ed Satildeo Paulo Contexto 2005
FERREIRA Ricardo Franklin O brasileiro o racismo silencioso e a identidade afro-descendente Psicologia e Sociedade Belo Horizonte v 14 n 1 p 69-86 janjun 2002
FIGUEIREDO Luis Claudio Mendonccedila Revisitando as psicologias da epistemologia agrave eacutetica das praacuteticas e discursos psicoloacutegicos 3 ed Petroacutepolis Vozes 2004
FREITAS Patriacutecia de Sobre a Lei 10639 o ensino de histoacuteria e a cultura afro-brasileira OPSIS Catalatildeo v 10 n 1 p15-28 janjun 2010
GONCcedilALVES Rita de Caacutessia LISBOATeresa Kleba Sobre o meacutetodo de Histoacuteria oral em sua modalidade trajetoacuteria de vida Revista Kataacutel Florianoacutepolis v 10 n especial p 83-92 2007
REIS Faacutetima A implementaccedilatildeo da Lei 1063903 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwwebartigoscomarticles39841A-Implementacao-Da-Lei-1063903pagina1htmlgt Acesso em 20 abr 2011
RODRIGUES N Os africanos no Brasil 5 ed Satildeo Paulo Nacional 1977
SCHMIDT Maria auxiliadora CAINELLI Marlene Ensinar histoacuteria Satildeo Paulo Scipione 2004
- Paacutegina em branco
-
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 35
deixa de produzir uma versatildeo do que entendeu ter acontecido Mesmo quando o
pesquisador tenha certeza de que o entrevistado esteja mentido conscientemente
cabe a ele entrevistador tentar entender as razotildees da mentira ou seja quais os
motivos que estatildeo levando a pessoa a mentir podendo ser aplicado o mesmo no
caso da ilusatildeo biograacutefica quando o indiviacuteduo faz uma produccedilatildeo artificial de si
mesmo No caso de esquecimento para ajudar suprir essa falha podem-se usar os
chamados apoios de memoacuteria como fotografias objetos e outras coisas que
possam ajudar o entrevistado a se recordar melhor dos fatos em pesquisa (op
cit)
Se formos analisar a credibilidade dos recursos de pesquisa histoacuterica sejam
documentos ou oralidade iremos nos deparar sempre com a interpretaccedilatildeo ou a
criacutetica pessoal de quem o fez cabendo ao pesquisador saber aproveitar as
informaccedilotildees que lhe conveacutem e criar suas proacuteprias consideraccedilotildees nenhum
documento pode nos dizer mais do que aquilo que o autor pensava ndash o que ele
pensava que havia acontecido queria que os outros pensassem que ele pensava ou
mesmo apenas o que ele proacuteprio pensava pensar Nada disso significa alguma
coisa ateacute que o historiador trabalhe sobre esse material e decifre-o eacute o que
comenta Edward Hallet Carr citado no site Wikipedia
A entrevista possibilita um contato direto com o atorautor da Histoacuteria Esse
envolvimento pode resultar num trabalho dinacircmico abrangente e ateacute mais realista
trazendo assim o passado para o presente
Agora vejamos os passos baacutesicos para realizar uma boa entrevista
COMO FAZER UMA ENTREVISTA
1 Preparar antes da entrevista um roteiro com alguns dos assuntos
importantes a abordar Ao partir para a entrevista eacute fundamental saber
o que vamos perguntar
2 Conversar com o entrevistado sobre nossos objetivos e descobrir se
realmente deseja colaborar conosco Natildeo se obriga ningueacutem a ser
entrevistado
3 Escolher local e hora apropriados para que a entrevista se decirc sem
interrupccedilotildees Num ambiente ou momento onde entrevistado ou
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 36
entrevistador estejam com pressa torna-se impossiacutevel agrave realizaccedilatildeo da
entrevista
4 Em lugar de apenas anotar o que o entrevistado diz eacute melhor e mais
adequado se possiacutevel levar um gravador para ficar tudo registrado de
tal forma que natildeo se perca parte alguma daquilo que o entrevistado
disse
5 A entrevista natildeo deve ser interrogatoacuterio e sim diaacutelogo
6 O entrevistador deve respeitar as opiniotildees do entrevistado mesmo
quando natildeo concordar com elas
7 O entrevistador deve dar oportunidade para que o entrevistado fale
tudo o que desejar no tempo que quiser
8 Nunca fazer nova pergunta enquanto o entrevistado ainda natildeo tiver
terminado de expor seu pensamento em relaccedilatildeo agrave pergunta anterior
Natildeo interromper desnecessariamente a fala do outro
professor-josimarblogspotcom200908historia-oral
REFEREcircNCIAS
SIMSON Olga Rodrigues de Moraes Von O que eacute Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
wwwcentrodememoriaunicampbrlahoindexhtm Acesso em 23 mai 2007
WIKIPEDIA Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
httpptwikipediaorgwikiHistAtildesup3ria_OralsearchInputsearchInput Acesso
em 23 mai 2007
httpwwwfeunbbrpieComo20fazer20uma20entrevistahtm
Professor Josimar Pais de Almeida
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 37
Sugestatildeo de Roteiro para realizar a entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistador
Nome do entrevistador
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Onde trabalha
Data local da entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistado
Nome
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Questionamento
Onde trabalha
Grau de escolaridade
Religiatildeo que frequumlenta
Tempo que mora na cidade de Rolacircndia
De onde veio sua famiacutelia
Vocecirc gosta de morar aqui
Porque vieram morar aqui
Do que sente saudades
Como era essa cidade quando vocecirc chegou aqui
Como vocecirc considera essa cidade hoje
Fale como era o lazer quando vocecirc era adolescente Como eacute seu lazer hoje
Fale sobre o namoro de antigamente As pessoas tinham um lugar para ldquopaquerarrdquo
Qual era a principal alimentaccedilatildeo das pessoas
Havia violecircncia Como era
Como eram as escolas Usava-se uniforme
Como eram as roupas Onde as comprava ou quem as confeccionava
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 38
Como era a educaccedilatildeo dos filhos
Havia igrejas Frequentava alguma no passado E hoje
O que era cultivado nas lavouras
Muitas pessoas moravam na zona rural
Como eram as habitaccedilotildees
Vocecirc se sente discriminado
O que vocecirc acha da escravidatildeo na eacutepoca da colonizaccedilatildeo do Brasil
Hoje ainda existe escravidatildeo
A fotografia na construccedilatildeo do material didaacutetico
Paulo Freire na ldquopedagogia do oprimidordquo pregava a liberdade atraveacutes da educaccedilatildeo e para
isso educava a partir de estiacutemulos retirados do cotidiano dos alunos aumentando
gradativamente o inverso dos mesmos Os estiacutemulos servem portanto como forma de
despertar a criatividade e o intelecto dos alunos Levando-se em consideraccedilatildeo que a
percepccedilatildeo visual eacute a forma mais objetiva de interaccedilatildeo do homem com o meio que o cerca
os estiacutemulos visuais atendem perfeitamente aos objetivos da educaccedilatildeo Antes mesmo da
escrita as comunicaccedilotildees visuais valendo-se de percepccedilatildeo visual ajuda a escrever a histoacuteria
da humanidade Associando-se aos seus conhecimentos o homem absorve a imagem
processa-a e retira dela suas proacuteprias conclusotildees A imagem dinacircmica ou estaacutetica eacute
portanto uma forma contumaz na divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo quer seja ela educacional
cientifica ou cultural difundindo conhecimentos desenvolvendo ideacuteias e formando
opiniotildees Jaacute em 1888 George Eastman referindo-se agrave fotografia afirmava ldquouma imagem
vale mais que mil palavrasrdquo e desde entatildeo a imagem fotograacutefica estaacute cada vez mais
presente no processo ensino aprendizagem de forma cada vez mais interativa A fotografia
e a questatildeo ambiental estatildeo relacionadas desde sua descoberta em1826 No inicio o
objetivo da fotografia era fazer um registro fiel da natureza Nas suas atividades os
cientistas utilizam cada vez mais a fotografia como instrumentaccedilatildeo de pesquisa registro de
dados apoio didaacutetico e principalmente na divulgaccedilatildeo dos resultados cientiacuteficos
introduzindo o conceito da fotografia cientiacutefica A fotografia eacute uma forma objetiva de
suporte para o ensino e a pesquisa eacute uma forma objetiva de documentaccedilatildeo ela tem o poder
de capturar nuances que muitas vezes passam despercebidas ao olho nu e isso aumenta o
aspecto de observaccedilatildeo do pesquisador A fotografia cientiacutefica tem que retratar o real
aparente a imagem como um instrumento de uma memoacuteria documental da realidade
Muitas vezes diante da dificuldade de deslocamento os professores lanccedilam matildeo da
fotografia para exemplificar e fixar conceitos educacionais tirando-os do imaginaacuterio e
trazendo para suas aulas de forma mais concreta wwwabedorgbrcongresso2007tc552007125857PMpdf
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 39
Trabalhando com fotografias e Histoacuteria Local
FIGURA 1
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 40
FIGURA 2
httpjornalrolandianetblogspotcom201105familia-farina-fotografando-rolandiahtml
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 41
FIGURA 3
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 42
FIGURA 4
httpwwwpanoramiocomphoto9865842
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 43
FIGURAS 5 E 6
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 44
FIGURA 7
httpwwwgooglecombrimgresq=FOTOS+ESCOLA+PADRE+JOSE+HERIONS+ROLANDIA
LEMBRETE AO (Agrave) PROFESSOR (A) Nossa proposta significa trabalhar com FONTE DOCUMENTAL As respostas das entrevistas consistem tambeacutem em FONTES DOCUMENTIAS E como tal devem ser interpretadas em sala de aula Qualquer material como fotos muacutesicas poemas imagens etc devem ser tratadas como FONTES u seja pergunta-se a estas QUEM FEZ QUANDO ONDE PARA QUEM POR QUEcirc OQUE QUER COMUNICAR E todos estes materiais necessitam de referecircncia como qualquer texto livro reportagem etc
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 45
Sugestatildeo de atividades para o aluno
Analise as fotografias (1-2-3-4-5-6-7) o Vocecirc conhece esses lugares que estatildeo representados nas fotos o Qual lugar da foto estaacute localizado mais perto de sua casa o Quais fotos representam lugar de lazer o Vendo as fotos onde podemos fazer nossas reflexotildees o O que estaacute na foto que incomoda a comunidade o Vocecirc conhece algumas pessoas das fotos Escreva os nomes das mesmas o Com qual foto vocecirc mais se identificou Justifique sua resposta o Escreva uma frase para cada fotografia o Essas fotos fazem parte da Histoacuteria de Rolacircndia Faccedila comentaacuterios
Sugestatildeo de atividades para o professor
1-Trabalhe com fotografias o Peccedila para seu aluno trazer fotos antigas da famiacutelia da comunidade etc o Faccedila perguntas para obter respostas o Dar oportunidade para um debate sobre as fotos trazidas pelos alunos o Formar grupo com trecircs alunos para eles escreverem sobre as fotos o Colocar em cartazes os resultados obtidos natildeo esquecer de registrar a eacutepoca e
lugar em que foi tirada a foto o Expor na escola para que outros alunos possam ler e analisar os trabalhos
realizados
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 46
Referecircncia bibliograacutefica do texto explicativo
BAUMAN Z Modernidade e ambivalecircncia Rio de Janeiro Jorge Zahar 1999
CAVALLEIRO E S Do silecircncio do lar ao silecircncio escolar racismo preconceito e discriminaccedilatildeo na educaccedilatildeo infantil 4 ed Satildeo Paulo Contexto 2005
FERREIRA Ricardo Franklin O brasileiro o racismo silencioso e a identidade afro-descendente Psicologia e Sociedade Belo Horizonte v 14 n 1 p 69-86 janjun 2002
FIGUEIREDO Luis Claudio Mendonccedila Revisitando as psicologias da epistemologia agrave eacutetica das praacuteticas e discursos psicoloacutegicos 3 ed Petroacutepolis Vozes 2004
FREITAS Patriacutecia de Sobre a Lei 10639 o ensino de histoacuteria e a cultura afro-brasileira OPSIS Catalatildeo v 10 n 1 p15-28 janjun 2010
GONCcedilALVES Rita de Caacutessia LISBOATeresa Kleba Sobre o meacutetodo de Histoacuteria oral em sua modalidade trajetoacuteria de vida Revista Kataacutel Florianoacutepolis v 10 n especial p 83-92 2007
REIS Faacutetima A implementaccedilatildeo da Lei 1063903 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwwebartigoscomarticles39841A-Implementacao-Da-Lei-1063903pagina1htmlgt Acesso em 20 abr 2011
RODRIGUES N Os africanos no Brasil 5 ed Satildeo Paulo Nacional 1977
SCHMIDT Maria auxiliadora CAINELLI Marlene Ensinar histoacuteria Satildeo Paulo Scipione 2004
- Paacutegina em branco
-
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 36
entrevistador estejam com pressa torna-se impossiacutevel agrave realizaccedilatildeo da
entrevista
4 Em lugar de apenas anotar o que o entrevistado diz eacute melhor e mais
adequado se possiacutevel levar um gravador para ficar tudo registrado de
tal forma que natildeo se perca parte alguma daquilo que o entrevistado
disse
5 A entrevista natildeo deve ser interrogatoacuterio e sim diaacutelogo
6 O entrevistador deve respeitar as opiniotildees do entrevistado mesmo
quando natildeo concordar com elas
7 O entrevistador deve dar oportunidade para que o entrevistado fale
tudo o que desejar no tempo que quiser
8 Nunca fazer nova pergunta enquanto o entrevistado ainda natildeo tiver
terminado de expor seu pensamento em relaccedilatildeo agrave pergunta anterior
Natildeo interromper desnecessariamente a fala do outro
professor-josimarblogspotcom200908historia-oral
REFEREcircNCIAS
SIMSON Olga Rodrigues de Moraes Von O que eacute Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
wwwcentrodememoriaunicampbrlahoindexhtm Acesso em 23 mai 2007
WIKIPEDIA Histoacuteria Oral Disponiacutevel em
httpptwikipediaorgwikiHistAtildesup3ria_OralsearchInputsearchInput Acesso
em 23 mai 2007
httpwwwfeunbbrpieComo20fazer20uma20entrevistahtm
Professor Josimar Pais de Almeida
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 37
Sugestatildeo de Roteiro para realizar a entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistador
Nome do entrevistador
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Onde trabalha
Data local da entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistado
Nome
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Questionamento
Onde trabalha
Grau de escolaridade
Religiatildeo que frequumlenta
Tempo que mora na cidade de Rolacircndia
De onde veio sua famiacutelia
Vocecirc gosta de morar aqui
Porque vieram morar aqui
Do que sente saudades
Como era essa cidade quando vocecirc chegou aqui
Como vocecirc considera essa cidade hoje
Fale como era o lazer quando vocecirc era adolescente Como eacute seu lazer hoje
Fale sobre o namoro de antigamente As pessoas tinham um lugar para ldquopaquerarrdquo
Qual era a principal alimentaccedilatildeo das pessoas
Havia violecircncia Como era
Como eram as escolas Usava-se uniforme
Como eram as roupas Onde as comprava ou quem as confeccionava
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 38
Como era a educaccedilatildeo dos filhos
Havia igrejas Frequentava alguma no passado E hoje
O que era cultivado nas lavouras
Muitas pessoas moravam na zona rural
Como eram as habitaccedilotildees
Vocecirc se sente discriminado
O que vocecirc acha da escravidatildeo na eacutepoca da colonizaccedilatildeo do Brasil
Hoje ainda existe escravidatildeo
A fotografia na construccedilatildeo do material didaacutetico
Paulo Freire na ldquopedagogia do oprimidordquo pregava a liberdade atraveacutes da educaccedilatildeo e para
isso educava a partir de estiacutemulos retirados do cotidiano dos alunos aumentando
gradativamente o inverso dos mesmos Os estiacutemulos servem portanto como forma de
despertar a criatividade e o intelecto dos alunos Levando-se em consideraccedilatildeo que a
percepccedilatildeo visual eacute a forma mais objetiva de interaccedilatildeo do homem com o meio que o cerca
os estiacutemulos visuais atendem perfeitamente aos objetivos da educaccedilatildeo Antes mesmo da
escrita as comunicaccedilotildees visuais valendo-se de percepccedilatildeo visual ajuda a escrever a histoacuteria
da humanidade Associando-se aos seus conhecimentos o homem absorve a imagem
processa-a e retira dela suas proacuteprias conclusotildees A imagem dinacircmica ou estaacutetica eacute
portanto uma forma contumaz na divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo quer seja ela educacional
cientifica ou cultural difundindo conhecimentos desenvolvendo ideacuteias e formando
opiniotildees Jaacute em 1888 George Eastman referindo-se agrave fotografia afirmava ldquouma imagem
vale mais que mil palavrasrdquo e desde entatildeo a imagem fotograacutefica estaacute cada vez mais
presente no processo ensino aprendizagem de forma cada vez mais interativa A fotografia
e a questatildeo ambiental estatildeo relacionadas desde sua descoberta em1826 No inicio o
objetivo da fotografia era fazer um registro fiel da natureza Nas suas atividades os
cientistas utilizam cada vez mais a fotografia como instrumentaccedilatildeo de pesquisa registro de
dados apoio didaacutetico e principalmente na divulgaccedilatildeo dos resultados cientiacuteficos
introduzindo o conceito da fotografia cientiacutefica A fotografia eacute uma forma objetiva de
suporte para o ensino e a pesquisa eacute uma forma objetiva de documentaccedilatildeo ela tem o poder
de capturar nuances que muitas vezes passam despercebidas ao olho nu e isso aumenta o
aspecto de observaccedilatildeo do pesquisador A fotografia cientiacutefica tem que retratar o real
aparente a imagem como um instrumento de uma memoacuteria documental da realidade
Muitas vezes diante da dificuldade de deslocamento os professores lanccedilam matildeo da
fotografia para exemplificar e fixar conceitos educacionais tirando-os do imaginaacuterio e
trazendo para suas aulas de forma mais concreta wwwabedorgbrcongresso2007tc552007125857PMpdf
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 39
Trabalhando com fotografias e Histoacuteria Local
FIGURA 1
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 40
FIGURA 2
httpjornalrolandianetblogspotcom201105familia-farina-fotografando-rolandiahtml
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 41
FIGURA 3
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 42
FIGURA 4
httpwwwpanoramiocomphoto9865842
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 43
FIGURAS 5 E 6
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 44
FIGURA 7
httpwwwgooglecombrimgresq=FOTOS+ESCOLA+PADRE+JOSE+HERIONS+ROLANDIA
LEMBRETE AO (Agrave) PROFESSOR (A) Nossa proposta significa trabalhar com FONTE DOCUMENTAL As respostas das entrevistas consistem tambeacutem em FONTES DOCUMENTIAS E como tal devem ser interpretadas em sala de aula Qualquer material como fotos muacutesicas poemas imagens etc devem ser tratadas como FONTES u seja pergunta-se a estas QUEM FEZ QUANDO ONDE PARA QUEM POR QUEcirc OQUE QUER COMUNICAR E todos estes materiais necessitam de referecircncia como qualquer texto livro reportagem etc
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 45
Sugestatildeo de atividades para o aluno
Analise as fotografias (1-2-3-4-5-6-7) o Vocecirc conhece esses lugares que estatildeo representados nas fotos o Qual lugar da foto estaacute localizado mais perto de sua casa o Quais fotos representam lugar de lazer o Vendo as fotos onde podemos fazer nossas reflexotildees o O que estaacute na foto que incomoda a comunidade o Vocecirc conhece algumas pessoas das fotos Escreva os nomes das mesmas o Com qual foto vocecirc mais se identificou Justifique sua resposta o Escreva uma frase para cada fotografia o Essas fotos fazem parte da Histoacuteria de Rolacircndia Faccedila comentaacuterios
Sugestatildeo de atividades para o professor
1-Trabalhe com fotografias o Peccedila para seu aluno trazer fotos antigas da famiacutelia da comunidade etc o Faccedila perguntas para obter respostas o Dar oportunidade para um debate sobre as fotos trazidas pelos alunos o Formar grupo com trecircs alunos para eles escreverem sobre as fotos o Colocar em cartazes os resultados obtidos natildeo esquecer de registrar a eacutepoca e
lugar em que foi tirada a foto o Expor na escola para que outros alunos possam ler e analisar os trabalhos
realizados
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 46
Referecircncia bibliograacutefica do texto explicativo
BAUMAN Z Modernidade e ambivalecircncia Rio de Janeiro Jorge Zahar 1999
CAVALLEIRO E S Do silecircncio do lar ao silecircncio escolar racismo preconceito e discriminaccedilatildeo na educaccedilatildeo infantil 4 ed Satildeo Paulo Contexto 2005
FERREIRA Ricardo Franklin O brasileiro o racismo silencioso e a identidade afro-descendente Psicologia e Sociedade Belo Horizonte v 14 n 1 p 69-86 janjun 2002
FIGUEIREDO Luis Claudio Mendonccedila Revisitando as psicologias da epistemologia agrave eacutetica das praacuteticas e discursos psicoloacutegicos 3 ed Petroacutepolis Vozes 2004
FREITAS Patriacutecia de Sobre a Lei 10639 o ensino de histoacuteria e a cultura afro-brasileira OPSIS Catalatildeo v 10 n 1 p15-28 janjun 2010
GONCcedilALVES Rita de Caacutessia LISBOATeresa Kleba Sobre o meacutetodo de Histoacuteria oral em sua modalidade trajetoacuteria de vida Revista Kataacutel Florianoacutepolis v 10 n especial p 83-92 2007
REIS Faacutetima A implementaccedilatildeo da Lei 1063903 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwwebartigoscomarticles39841A-Implementacao-Da-Lei-1063903pagina1htmlgt Acesso em 20 abr 2011
RODRIGUES N Os africanos no Brasil 5 ed Satildeo Paulo Nacional 1977
SCHMIDT Maria auxiliadora CAINELLI Marlene Ensinar histoacuteria Satildeo Paulo Scipione 2004
- Paacutegina em branco
-
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 37
Sugestatildeo de Roteiro para realizar a entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistador
Nome do entrevistador
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Onde trabalha
Data local da entrevista
Identificaccedilatildeo do entrevistado
Nome
Data de nascimento local
Endereccedilo
Profissatildeo
Questionamento
Onde trabalha
Grau de escolaridade
Religiatildeo que frequumlenta
Tempo que mora na cidade de Rolacircndia
De onde veio sua famiacutelia
Vocecirc gosta de morar aqui
Porque vieram morar aqui
Do que sente saudades
Como era essa cidade quando vocecirc chegou aqui
Como vocecirc considera essa cidade hoje
Fale como era o lazer quando vocecirc era adolescente Como eacute seu lazer hoje
Fale sobre o namoro de antigamente As pessoas tinham um lugar para ldquopaquerarrdquo
Qual era a principal alimentaccedilatildeo das pessoas
Havia violecircncia Como era
Como eram as escolas Usava-se uniforme
Como eram as roupas Onde as comprava ou quem as confeccionava
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 38
Como era a educaccedilatildeo dos filhos
Havia igrejas Frequentava alguma no passado E hoje
O que era cultivado nas lavouras
Muitas pessoas moravam na zona rural
Como eram as habitaccedilotildees
Vocecirc se sente discriminado
O que vocecirc acha da escravidatildeo na eacutepoca da colonizaccedilatildeo do Brasil
Hoje ainda existe escravidatildeo
A fotografia na construccedilatildeo do material didaacutetico
Paulo Freire na ldquopedagogia do oprimidordquo pregava a liberdade atraveacutes da educaccedilatildeo e para
isso educava a partir de estiacutemulos retirados do cotidiano dos alunos aumentando
gradativamente o inverso dos mesmos Os estiacutemulos servem portanto como forma de
despertar a criatividade e o intelecto dos alunos Levando-se em consideraccedilatildeo que a
percepccedilatildeo visual eacute a forma mais objetiva de interaccedilatildeo do homem com o meio que o cerca
os estiacutemulos visuais atendem perfeitamente aos objetivos da educaccedilatildeo Antes mesmo da
escrita as comunicaccedilotildees visuais valendo-se de percepccedilatildeo visual ajuda a escrever a histoacuteria
da humanidade Associando-se aos seus conhecimentos o homem absorve a imagem
processa-a e retira dela suas proacuteprias conclusotildees A imagem dinacircmica ou estaacutetica eacute
portanto uma forma contumaz na divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo quer seja ela educacional
cientifica ou cultural difundindo conhecimentos desenvolvendo ideacuteias e formando
opiniotildees Jaacute em 1888 George Eastman referindo-se agrave fotografia afirmava ldquouma imagem
vale mais que mil palavrasrdquo e desde entatildeo a imagem fotograacutefica estaacute cada vez mais
presente no processo ensino aprendizagem de forma cada vez mais interativa A fotografia
e a questatildeo ambiental estatildeo relacionadas desde sua descoberta em1826 No inicio o
objetivo da fotografia era fazer um registro fiel da natureza Nas suas atividades os
cientistas utilizam cada vez mais a fotografia como instrumentaccedilatildeo de pesquisa registro de
dados apoio didaacutetico e principalmente na divulgaccedilatildeo dos resultados cientiacuteficos
introduzindo o conceito da fotografia cientiacutefica A fotografia eacute uma forma objetiva de
suporte para o ensino e a pesquisa eacute uma forma objetiva de documentaccedilatildeo ela tem o poder
de capturar nuances que muitas vezes passam despercebidas ao olho nu e isso aumenta o
aspecto de observaccedilatildeo do pesquisador A fotografia cientiacutefica tem que retratar o real
aparente a imagem como um instrumento de uma memoacuteria documental da realidade
Muitas vezes diante da dificuldade de deslocamento os professores lanccedilam matildeo da
fotografia para exemplificar e fixar conceitos educacionais tirando-os do imaginaacuterio e
trazendo para suas aulas de forma mais concreta wwwabedorgbrcongresso2007tc552007125857PMpdf
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 39
Trabalhando com fotografias e Histoacuteria Local
FIGURA 1
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 40
FIGURA 2
httpjornalrolandianetblogspotcom201105familia-farina-fotografando-rolandiahtml
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 41
FIGURA 3
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 42
FIGURA 4
httpwwwpanoramiocomphoto9865842
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 43
FIGURAS 5 E 6
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 44
FIGURA 7
httpwwwgooglecombrimgresq=FOTOS+ESCOLA+PADRE+JOSE+HERIONS+ROLANDIA
LEMBRETE AO (Agrave) PROFESSOR (A) Nossa proposta significa trabalhar com FONTE DOCUMENTAL As respostas das entrevistas consistem tambeacutem em FONTES DOCUMENTIAS E como tal devem ser interpretadas em sala de aula Qualquer material como fotos muacutesicas poemas imagens etc devem ser tratadas como FONTES u seja pergunta-se a estas QUEM FEZ QUANDO ONDE PARA QUEM POR QUEcirc OQUE QUER COMUNICAR E todos estes materiais necessitam de referecircncia como qualquer texto livro reportagem etc
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 45
Sugestatildeo de atividades para o aluno
Analise as fotografias (1-2-3-4-5-6-7) o Vocecirc conhece esses lugares que estatildeo representados nas fotos o Qual lugar da foto estaacute localizado mais perto de sua casa o Quais fotos representam lugar de lazer o Vendo as fotos onde podemos fazer nossas reflexotildees o O que estaacute na foto que incomoda a comunidade o Vocecirc conhece algumas pessoas das fotos Escreva os nomes das mesmas o Com qual foto vocecirc mais se identificou Justifique sua resposta o Escreva uma frase para cada fotografia o Essas fotos fazem parte da Histoacuteria de Rolacircndia Faccedila comentaacuterios
Sugestatildeo de atividades para o professor
1-Trabalhe com fotografias o Peccedila para seu aluno trazer fotos antigas da famiacutelia da comunidade etc o Faccedila perguntas para obter respostas o Dar oportunidade para um debate sobre as fotos trazidas pelos alunos o Formar grupo com trecircs alunos para eles escreverem sobre as fotos o Colocar em cartazes os resultados obtidos natildeo esquecer de registrar a eacutepoca e
lugar em que foi tirada a foto o Expor na escola para que outros alunos possam ler e analisar os trabalhos
realizados
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 46
Referecircncia bibliograacutefica do texto explicativo
BAUMAN Z Modernidade e ambivalecircncia Rio de Janeiro Jorge Zahar 1999
CAVALLEIRO E S Do silecircncio do lar ao silecircncio escolar racismo preconceito e discriminaccedilatildeo na educaccedilatildeo infantil 4 ed Satildeo Paulo Contexto 2005
FERREIRA Ricardo Franklin O brasileiro o racismo silencioso e a identidade afro-descendente Psicologia e Sociedade Belo Horizonte v 14 n 1 p 69-86 janjun 2002
FIGUEIREDO Luis Claudio Mendonccedila Revisitando as psicologias da epistemologia agrave eacutetica das praacuteticas e discursos psicoloacutegicos 3 ed Petroacutepolis Vozes 2004
FREITAS Patriacutecia de Sobre a Lei 10639 o ensino de histoacuteria e a cultura afro-brasileira OPSIS Catalatildeo v 10 n 1 p15-28 janjun 2010
GONCcedilALVES Rita de Caacutessia LISBOATeresa Kleba Sobre o meacutetodo de Histoacuteria oral em sua modalidade trajetoacuteria de vida Revista Kataacutel Florianoacutepolis v 10 n especial p 83-92 2007
REIS Faacutetima A implementaccedilatildeo da Lei 1063903 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwwebartigoscomarticles39841A-Implementacao-Da-Lei-1063903pagina1htmlgt Acesso em 20 abr 2011
RODRIGUES N Os africanos no Brasil 5 ed Satildeo Paulo Nacional 1977
SCHMIDT Maria auxiliadora CAINELLI Marlene Ensinar histoacuteria Satildeo Paulo Scipione 2004
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Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 38
Como era a educaccedilatildeo dos filhos
Havia igrejas Frequentava alguma no passado E hoje
O que era cultivado nas lavouras
Muitas pessoas moravam na zona rural
Como eram as habitaccedilotildees
Vocecirc se sente discriminado
O que vocecirc acha da escravidatildeo na eacutepoca da colonizaccedilatildeo do Brasil
Hoje ainda existe escravidatildeo
A fotografia na construccedilatildeo do material didaacutetico
Paulo Freire na ldquopedagogia do oprimidordquo pregava a liberdade atraveacutes da educaccedilatildeo e para
isso educava a partir de estiacutemulos retirados do cotidiano dos alunos aumentando
gradativamente o inverso dos mesmos Os estiacutemulos servem portanto como forma de
despertar a criatividade e o intelecto dos alunos Levando-se em consideraccedilatildeo que a
percepccedilatildeo visual eacute a forma mais objetiva de interaccedilatildeo do homem com o meio que o cerca
os estiacutemulos visuais atendem perfeitamente aos objetivos da educaccedilatildeo Antes mesmo da
escrita as comunicaccedilotildees visuais valendo-se de percepccedilatildeo visual ajuda a escrever a histoacuteria
da humanidade Associando-se aos seus conhecimentos o homem absorve a imagem
processa-a e retira dela suas proacuteprias conclusotildees A imagem dinacircmica ou estaacutetica eacute
portanto uma forma contumaz na divulgaccedilatildeo de informaccedilatildeo quer seja ela educacional
cientifica ou cultural difundindo conhecimentos desenvolvendo ideacuteias e formando
opiniotildees Jaacute em 1888 George Eastman referindo-se agrave fotografia afirmava ldquouma imagem
vale mais que mil palavrasrdquo e desde entatildeo a imagem fotograacutefica estaacute cada vez mais
presente no processo ensino aprendizagem de forma cada vez mais interativa A fotografia
e a questatildeo ambiental estatildeo relacionadas desde sua descoberta em1826 No inicio o
objetivo da fotografia era fazer um registro fiel da natureza Nas suas atividades os
cientistas utilizam cada vez mais a fotografia como instrumentaccedilatildeo de pesquisa registro de
dados apoio didaacutetico e principalmente na divulgaccedilatildeo dos resultados cientiacuteficos
introduzindo o conceito da fotografia cientiacutefica A fotografia eacute uma forma objetiva de
suporte para o ensino e a pesquisa eacute uma forma objetiva de documentaccedilatildeo ela tem o poder
de capturar nuances que muitas vezes passam despercebidas ao olho nu e isso aumenta o
aspecto de observaccedilatildeo do pesquisador A fotografia cientiacutefica tem que retratar o real
aparente a imagem como um instrumento de uma memoacuteria documental da realidade
Muitas vezes diante da dificuldade de deslocamento os professores lanccedilam matildeo da
fotografia para exemplificar e fixar conceitos educacionais tirando-os do imaginaacuterio e
trazendo para suas aulas de forma mais concreta wwwabedorgbrcongresso2007tc552007125857PMpdf
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 39
Trabalhando com fotografias e Histoacuteria Local
FIGURA 1
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 40
FIGURA 2
httpjornalrolandianetblogspotcom201105familia-farina-fotografando-rolandiahtml
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 41
FIGURA 3
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 42
FIGURA 4
httpwwwpanoramiocomphoto9865842
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 43
FIGURAS 5 E 6
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 44
FIGURA 7
httpwwwgooglecombrimgresq=FOTOS+ESCOLA+PADRE+JOSE+HERIONS+ROLANDIA
LEMBRETE AO (Agrave) PROFESSOR (A) Nossa proposta significa trabalhar com FONTE DOCUMENTAL As respostas das entrevistas consistem tambeacutem em FONTES DOCUMENTIAS E como tal devem ser interpretadas em sala de aula Qualquer material como fotos muacutesicas poemas imagens etc devem ser tratadas como FONTES u seja pergunta-se a estas QUEM FEZ QUANDO ONDE PARA QUEM POR QUEcirc OQUE QUER COMUNICAR E todos estes materiais necessitam de referecircncia como qualquer texto livro reportagem etc
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 45
Sugestatildeo de atividades para o aluno
Analise as fotografias (1-2-3-4-5-6-7) o Vocecirc conhece esses lugares que estatildeo representados nas fotos o Qual lugar da foto estaacute localizado mais perto de sua casa o Quais fotos representam lugar de lazer o Vendo as fotos onde podemos fazer nossas reflexotildees o O que estaacute na foto que incomoda a comunidade o Vocecirc conhece algumas pessoas das fotos Escreva os nomes das mesmas o Com qual foto vocecirc mais se identificou Justifique sua resposta o Escreva uma frase para cada fotografia o Essas fotos fazem parte da Histoacuteria de Rolacircndia Faccedila comentaacuterios
Sugestatildeo de atividades para o professor
1-Trabalhe com fotografias o Peccedila para seu aluno trazer fotos antigas da famiacutelia da comunidade etc o Faccedila perguntas para obter respostas o Dar oportunidade para um debate sobre as fotos trazidas pelos alunos o Formar grupo com trecircs alunos para eles escreverem sobre as fotos o Colocar em cartazes os resultados obtidos natildeo esquecer de registrar a eacutepoca e
lugar em que foi tirada a foto o Expor na escola para que outros alunos possam ler e analisar os trabalhos
realizados
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 46
Referecircncia bibliograacutefica do texto explicativo
BAUMAN Z Modernidade e ambivalecircncia Rio de Janeiro Jorge Zahar 1999
CAVALLEIRO E S Do silecircncio do lar ao silecircncio escolar racismo preconceito e discriminaccedilatildeo na educaccedilatildeo infantil 4 ed Satildeo Paulo Contexto 2005
FERREIRA Ricardo Franklin O brasileiro o racismo silencioso e a identidade afro-descendente Psicologia e Sociedade Belo Horizonte v 14 n 1 p 69-86 janjun 2002
FIGUEIREDO Luis Claudio Mendonccedila Revisitando as psicologias da epistemologia agrave eacutetica das praacuteticas e discursos psicoloacutegicos 3 ed Petroacutepolis Vozes 2004
FREITAS Patriacutecia de Sobre a Lei 10639 o ensino de histoacuteria e a cultura afro-brasileira OPSIS Catalatildeo v 10 n 1 p15-28 janjun 2010
GONCcedilALVES Rita de Caacutessia LISBOATeresa Kleba Sobre o meacutetodo de Histoacuteria oral em sua modalidade trajetoacuteria de vida Revista Kataacutel Florianoacutepolis v 10 n especial p 83-92 2007
REIS Faacutetima A implementaccedilatildeo da Lei 1063903 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwwebartigoscomarticles39841A-Implementacao-Da-Lei-1063903pagina1htmlgt Acesso em 20 abr 2011
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Trabalhando com fotografias e Histoacuteria Local
FIGURA 1
httpwikimapiaorg758186ptIgreja-CatC3B3lica-Jardim-Novo-Horizonte
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FIGURA 2
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FIGURA 3
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FIGURA 4
httpwwwpanoramiocomphoto9865842
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FIGURAS 5 E 6
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
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FIGURA 7
httpwwwgooglecombrimgresq=FOTOS+ESCOLA+PADRE+JOSE+HERIONS+ROLANDIA
LEMBRETE AO (Agrave) PROFESSOR (A) Nossa proposta significa trabalhar com FONTE DOCUMENTAL As respostas das entrevistas consistem tambeacutem em FONTES DOCUMENTIAS E como tal devem ser interpretadas em sala de aula Qualquer material como fotos muacutesicas poemas imagens etc devem ser tratadas como FONTES u seja pergunta-se a estas QUEM FEZ QUANDO ONDE PARA QUEM POR QUEcirc OQUE QUER COMUNICAR E todos estes materiais necessitam de referecircncia como qualquer texto livro reportagem etc
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 45
Sugestatildeo de atividades para o aluno
Analise as fotografias (1-2-3-4-5-6-7) o Vocecirc conhece esses lugares que estatildeo representados nas fotos o Qual lugar da foto estaacute localizado mais perto de sua casa o Quais fotos representam lugar de lazer o Vendo as fotos onde podemos fazer nossas reflexotildees o O que estaacute na foto que incomoda a comunidade o Vocecirc conhece algumas pessoas das fotos Escreva os nomes das mesmas o Com qual foto vocecirc mais se identificou Justifique sua resposta o Escreva uma frase para cada fotografia o Essas fotos fazem parte da Histoacuteria de Rolacircndia Faccedila comentaacuterios
Sugestatildeo de atividades para o professor
1-Trabalhe com fotografias o Peccedila para seu aluno trazer fotos antigas da famiacutelia da comunidade etc o Faccedila perguntas para obter respostas o Dar oportunidade para um debate sobre as fotos trazidas pelos alunos o Formar grupo com trecircs alunos para eles escreverem sobre as fotos o Colocar em cartazes os resultados obtidos natildeo esquecer de registrar a eacutepoca e
lugar em que foi tirada a foto o Expor na escola para que outros alunos possam ler e analisar os trabalhos
realizados
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Referecircncia bibliograacutefica do texto explicativo
BAUMAN Z Modernidade e ambivalecircncia Rio de Janeiro Jorge Zahar 1999
CAVALLEIRO E S Do silecircncio do lar ao silecircncio escolar racismo preconceito e discriminaccedilatildeo na educaccedilatildeo infantil 4 ed Satildeo Paulo Contexto 2005
FERREIRA Ricardo Franklin O brasileiro o racismo silencioso e a identidade afro-descendente Psicologia e Sociedade Belo Horizonte v 14 n 1 p 69-86 janjun 2002
FIGUEIREDO Luis Claudio Mendonccedila Revisitando as psicologias da epistemologia agrave eacutetica das praacuteticas e discursos psicoloacutegicos 3 ed Petroacutepolis Vozes 2004
FREITAS Patriacutecia de Sobre a Lei 10639 o ensino de histoacuteria e a cultura afro-brasileira OPSIS Catalatildeo v 10 n 1 p15-28 janjun 2010
GONCcedilALVES Rita de Caacutessia LISBOATeresa Kleba Sobre o meacutetodo de Histoacuteria oral em sua modalidade trajetoacuteria de vida Revista Kataacutel Florianoacutepolis v 10 n especial p 83-92 2007
REIS Faacutetima A implementaccedilatildeo da Lei 1063903 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwwebartigoscomarticles39841A-Implementacao-Da-Lei-1063903pagina1htmlgt Acesso em 20 abr 2011
RODRIGUES N Os africanos no Brasil 5 ed Satildeo Paulo Nacional 1977
SCHMIDT Maria auxiliadora CAINELLI Marlene Ensinar histoacuteria Satildeo Paulo Scipione 2004
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FIGURA 2
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FIGURA 3
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FIGURA 4
httpwwwpanoramiocomphoto9865842
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FIGURAS 5 E 6
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 44
FIGURA 7
httpwwwgooglecombrimgresq=FOTOS+ESCOLA+PADRE+JOSE+HERIONS+ROLANDIA
LEMBRETE AO (Agrave) PROFESSOR (A) Nossa proposta significa trabalhar com FONTE DOCUMENTAL As respostas das entrevistas consistem tambeacutem em FONTES DOCUMENTIAS E como tal devem ser interpretadas em sala de aula Qualquer material como fotos muacutesicas poemas imagens etc devem ser tratadas como FONTES u seja pergunta-se a estas QUEM FEZ QUANDO ONDE PARA QUEM POR QUEcirc OQUE QUER COMUNICAR E todos estes materiais necessitam de referecircncia como qualquer texto livro reportagem etc
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 45
Sugestatildeo de atividades para o aluno
Analise as fotografias (1-2-3-4-5-6-7) o Vocecirc conhece esses lugares que estatildeo representados nas fotos o Qual lugar da foto estaacute localizado mais perto de sua casa o Quais fotos representam lugar de lazer o Vendo as fotos onde podemos fazer nossas reflexotildees o O que estaacute na foto que incomoda a comunidade o Vocecirc conhece algumas pessoas das fotos Escreva os nomes das mesmas o Com qual foto vocecirc mais se identificou Justifique sua resposta o Escreva uma frase para cada fotografia o Essas fotos fazem parte da Histoacuteria de Rolacircndia Faccedila comentaacuterios
Sugestatildeo de atividades para o professor
1-Trabalhe com fotografias o Peccedila para seu aluno trazer fotos antigas da famiacutelia da comunidade etc o Faccedila perguntas para obter respostas o Dar oportunidade para um debate sobre as fotos trazidas pelos alunos o Formar grupo com trecircs alunos para eles escreverem sobre as fotos o Colocar em cartazes os resultados obtidos natildeo esquecer de registrar a eacutepoca e
lugar em que foi tirada a foto o Expor na escola para que outros alunos possam ler e analisar os trabalhos
realizados
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 46
Referecircncia bibliograacutefica do texto explicativo
BAUMAN Z Modernidade e ambivalecircncia Rio de Janeiro Jorge Zahar 1999
CAVALLEIRO E S Do silecircncio do lar ao silecircncio escolar racismo preconceito e discriminaccedilatildeo na educaccedilatildeo infantil 4 ed Satildeo Paulo Contexto 2005
FERREIRA Ricardo Franklin O brasileiro o racismo silencioso e a identidade afro-descendente Psicologia e Sociedade Belo Horizonte v 14 n 1 p 69-86 janjun 2002
FIGUEIREDO Luis Claudio Mendonccedila Revisitando as psicologias da epistemologia agrave eacutetica das praacuteticas e discursos psicoloacutegicos 3 ed Petroacutepolis Vozes 2004
FREITAS Patriacutecia de Sobre a Lei 10639 o ensino de histoacuteria e a cultura afro-brasileira OPSIS Catalatildeo v 10 n 1 p15-28 janjun 2010
GONCcedilALVES Rita de Caacutessia LISBOATeresa Kleba Sobre o meacutetodo de Histoacuteria oral em sua modalidade trajetoacuteria de vida Revista Kataacutel Florianoacutepolis v 10 n especial p 83-92 2007
REIS Faacutetima A implementaccedilatildeo da Lei 1063903 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwwebartigoscomarticles39841A-Implementacao-Da-Lei-1063903pagina1htmlgt Acesso em 20 abr 2011
RODRIGUES N Os africanos no Brasil 5 ed Satildeo Paulo Nacional 1977
SCHMIDT Maria auxiliadora CAINELLI Marlene Ensinar histoacuteria Satildeo Paulo Scipione 2004
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FIGURA 3
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Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 42
FIGURA 4
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FIGURAS 5 E 6
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httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 44
FIGURA 7
httpwwwgooglecombrimgresq=FOTOS+ESCOLA+PADRE+JOSE+HERIONS+ROLANDIA
LEMBRETE AO (Agrave) PROFESSOR (A) Nossa proposta significa trabalhar com FONTE DOCUMENTAL As respostas das entrevistas consistem tambeacutem em FONTES DOCUMENTIAS E como tal devem ser interpretadas em sala de aula Qualquer material como fotos muacutesicas poemas imagens etc devem ser tratadas como FONTES u seja pergunta-se a estas QUEM FEZ QUANDO ONDE PARA QUEM POR QUEcirc OQUE QUER COMUNICAR E todos estes materiais necessitam de referecircncia como qualquer texto livro reportagem etc
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 45
Sugestatildeo de atividades para o aluno
Analise as fotografias (1-2-3-4-5-6-7) o Vocecirc conhece esses lugares que estatildeo representados nas fotos o Qual lugar da foto estaacute localizado mais perto de sua casa o Quais fotos representam lugar de lazer o Vendo as fotos onde podemos fazer nossas reflexotildees o O que estaacute na foto que incomoda a comunidade o Vocecirc conhece algumas pessoas das fotos Escreva os nomes das mesmas o Com qual foto vocecirc mais se identificou Justifique sua resposta o Escreva uma frase para cada fotografia o Essas fotos fazem parte da Histoacuteria de Rolacircndia Faccedila comentaacuterios
Sugestatildeo de atividades para o professor
1-Trabalhe com fotografias o Peccedila para seu aluno trazer fotos antigas da famiacutelia da comunidade etc o Faccedila perguntas para obter respostas o Dar oportunidade para um debate sobre as fotos trazidas pelos alunos o Formar grupo com trecircs alunos para eles escreverem sobre as fotos o Colocar em cartazes os resultados obtidos natildeo esquecer de registrar a eacutepoca e
lugar em que foi tirada a foto o Expor na escola para que outros alunos possam ler e analisar os trabalhos
realizados
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 46
Referecircncia bibliograacutefica do texto explicativo
BAUMAN Z Modernidade e ambivalecircncia Rio de Janeiro Jorge Zahar 1999
CAVALLEIRO E S Do silecircncio do lar ao silecircncio escolar racismo preconceito e discriminaccedilatildeo na educaccedilatildeo infantil 4 ed Satildeo Paulo Contexto 2005
FERREIRA Ricardo Franklin O brasileiro o racismo silencioso e a identidade afro-descendente Psicologia e Sociedade Belo Horizonte v 14 n 1 p 69-86 janjun 2002
FIGUEIREDO Luis Claudio Mendonccedila Revisitando as psicologias da epistemologia agrave eacutetica das praacuteticas e discursos psicoloacutegicos 3 ed Petroacutepolis Vozes 2004
FREITAS Patriacutecia de Sobre a Lei 10639 o ensino de histoacuteria e a cultura afro-brasileira OPSIS Catalatildeo v 10 n 1 p15-28 janjun 2010
GONCcedilALVES Rita de Caacutessia LISBOATeresa Kleba Sobre o meacutetodo de Histoacuteria oral em sua modalidade trajetoacuteria de vida Revista Kataacutel Florianoacutepolis v 10 n especial p 83-92 2007
REIS Faacutetima A implementaccedilatildeo da Lei 1063903 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwwebartigoscomarticles39841A-Implementacao-Da-Lei-1063903pagina1htmlgt Acesso em 20 abr 2011
RODRIGUES N Os africanos no Brasil 5 ed Satildeo Paulo Nacional 1977
SCHMIDT Maria auxiliadora CAINELLI Marlene Ensinar histoacuteria Satildeo Paulo Scipione 2004
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FIGURA 4
httpwwwpanoramiocomphoto9865842
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FIGURAS 5 E 6
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httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 44
FIGURA 7
httpwwwgooglecombrimgresq=FOTOS+ESCOLA+PADRE+JOSE+HERIONS+ROLANDIA
LEMBRETE AO (Agrave) PROFESSOR (A) Nossa proposta significa trabalhar com FONTE DOCUMENTAL As respostas das entrevistas consistem tambeacutem em FONTES DOCUMENTIAS E como tal devem ser interpretadas em sala de aula Qualquer material como fotos muacutesicas poemas imagens etc devem ser tratadas como FONTES u seja pergunta-se a estas QUEM FEZ QUANDO ONDE PARA QUEM POR QUEcirc OQUE QUER COMUNICAR E todos estes materiais necessitam de referecircncia como qualquer texto livro reportagem etc
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 45
Sugestatildeo de atividades para o aluno
Analise as fotografias (1-2-3-4-5-6-7) o Vocecirc conhece esses lugares que estatildeo representados nas fotos o Qual lugar da foto estaacute localizado mais perto de sua casa o Quais fotos representam lugar de lazer o Vendo as fotos onde podemos fazer nossas reflexotildees o O que estaacute na foto que incomoda a comunidade o Vocecirc conhece algumas pessoas das fotos Escreva os nomes das mesmas o Com qual foto vocecirc mais se identificou Justifique sua resposta o Escreva uma frase para cada fotografia o Essas fotos fazem parte da Histoacuteria de Rolacircndia Faccedila comentaacuterios
Sugestatildeo de atividades para o professor
1-Trabalhe com fotografias o Peccedila para seu aluno trazer fotos antigas da famiacutelia da comunidade etc o Faccedila perguntas para obter respostas o Dar oportunidade para um debate sobre as fotos trazidas pelos alunos o Formar grupo com trecircs alunos para eles escreverem sobre as fotos o Colocar em cartazes os resultados obtidos natildeo esquecer de registrar a eacutepoca e
lugar em que foi tirada a foto o Expor na escola para que outros alunos possam ler e analisar os trabalhos
realizados
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 46
Referecircncia bibliograacutefica do texto explicativo
BAUMAN Z Modernidade e ambivalecircncia Rio de Janeiro Jorge Zahar 1999
CAVALLEIRO E S Do silecircncio do lar ao silecircncio escolar racismo preconceito e discriminaccedilatildeo na educaccedilatildeo infantil 4 ed Satildeo Paulo Contexto 2005
FERREIRA Ricardo Franklin O brasileiro o racismo silencioso e a identidade afro-descendente Psicologia e Sociedade Belo Horizonte v 14 n 1 p 69-86 janjun 2002
FIGUEIREDO Luis Claudio Mendonccedila Revisitando as psicologias da epistemologia agrave eacutetica das praacuteticas e discursos psicoloacutegicos 3 ed Petroacutepolis Vozes 2004
FREITAS Patriacutecia de Sobre a Lei 10639 o ensino de histoacuteria e a cultura afro-brasileira OPSIS Catalatildeo v 10 n 1 p15-28 janjun 2010
GONCcedilALVES Rita de Caacutessia LISBOATeresa Kleba Sobre o meacutetodo de Histoacuteria oral em sua modalidade trajetoacuteria de vida Revista Kataacutel Florianoacutepolis v 10 n especial p 83-92 2007
REIS Faacutetima A implementaccedilatildeo da Lei 1063903 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwwebartigoscomarticles39841A-Implementacao-Da-Lei-1063903pagina1htmlgt Acesso em 20 abr 2011
RODRIGUES N Os africanos no Brasil 5 ed Satildeo Paulo Nacional 1977
SCHMIDT Maria auxiliadora CAINELLI Marlene Ensinar histoacuteria Satildeo Paulo Scipione 2004
- Paacutegina em branco
-
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 43
FIGURAS 5 E 6
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
httpwwwgooglecombrimgresq=DANC387A+OKTOBERFEST+ROLANDIA
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 44
FIGURA 7
httpwwwgooglecombrimgresq=FOTOS+ESCOLA+PADRE+JOSE+HERIONS+ROLANDIA
LEMBRETE AO (Agrave) PROFESSOR (A) Nossa proposta significa trabalhar com FONTE DOCUMENTAL As respostas das entrevistas consistem tambeacutem em FONTES DOCUMENTIAS E como tal devem ser interpretadas em sala de aula Qualquer material como fotos muacutesicas poemas imagens etc devem ser tratadas como FONTES u seja pergunta-se a estas QUEM FEZ QUANDO ONDE PARA QUEM POR QUEcirc OQUE QUER COMUNICAR E todos estes materiais necessitam de referecircncia como qualquer texto livro reportagem etc
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 45
Sugestatildeo de atividades para o aluno
Analise as fotografias (1-2-3-4-5-6-7) o Vocecirc conhece esses lugares que estatildeo representados nas fotos o Qual lugar da foto estaacute localizado mais perto de sua casa o Quais fotos representam lugar de lazer o Vendo as fotos onde podemos fazer nossas reflexotildees o O que estaacute na foto que incomoda a comunidade o Vocecirc conhece algumas pessoas das fotos Escreva os nomes das mesmas o Com qual foto vocecirc mais se identificou Justifique sua resposta o Escreva uma frase para cada fotografia o Essas fotos fazem parte da Histoacuteria de Rolacircndia Faccedila comentaacuterios
Sugestatildeo de atividades para o professor
1-Trabalhe com fotografias o Peccedila para seu aluno trazer fotos antigas da famiacutelia da comunidade etc o Faccedila perguntas para obter respostas o Dar oportunidade para um debate sobre as fotos trazidas pelos alunos o Formar grupo com trecircs alunos para eles escreverem sobre as fotos o Colocar em cartazes os resultados obtidos natildeo esquecer de registrar a eacutepoca e
lugar em que foi tirada a foto o Expor na escola para que outros alunos possam ler e analisar os trabalhos
realizados
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Referecircncia bibliograacutefica do texto explicativo
BAUMAN Z Modernidade e ambivalecircncia Rio de Janeiro Jorge Zahar 1999
CAVALLEIRO E S Do silecircncio do lar ao silecircncio escolar racismo preconceito e discriminaccedilatildeo na educaccedilatildeo infantil 4 ed Satildeo Paulo Contexto 2005
FERREIRA Ricardo Franklin O brasileiro o racismo silencioso e a identidade afro-descendente Psicologia e Sociedade Belo Horizonte v 14 n 1 p 69-86 janjun 2002
FIGUEIREDO Luis Claudio Mendonccedila Revisitando as psicologias da epistemologia agrave eacutetica das praacuteticas e discursos psicoloacutegicos 3 ed Petroacutepolis Vozes 2004
FREITAS Patriacutecia de Sobre a Lei 10639 o ensino de histoacuteria e a cultura afro-brasileira OPSIS Catalatildeo v 10 n 1 p15-28 janjun 2010
GONCcedilALVES Rita de Caacutessia LISBOATeresa Kleba Sobre o meacutetodo de Histoacuteria oral em sua modalidade trajetoacuteria de vida Revista Kataacutel Florianoacutepolis v 10 n especial p 83-92 2007
REIS Faacutetima A implementaccedilatildeo da Lei 1063903 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwwebartigoscomarticles39841A-Implementacao-Da-Lei-1063903pagina1htmlgt Acesso em 20 abr 2011
RODRIGUES N Os africanos no Brasil 5 ed Satildeo Paulo Nacional 1977
SCHMIDT Maria auxiliadora CAINELLI Marlene Ensinar histoacuteria Satildeo Paulo Scipione 2004
- Paacutegina em branco
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Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 44
FIGURA 7
httpwwwgooglecombrimgresq=FOTOS+ESCOLA+PADRE+JOSE+HERIONS+ROLANDIA
LEMBRETE AO (Agrave) PROFESSOR (A) Nossa proposta significa trabalhar com FONTE DOCUMENTAL As respostas das entrevistas consistem tambeacutem em FONTES DOCUMENTIAS E como tal devem ser interpretadas em sala de aula Qualquer material como fotos muacutesicas poemas imagens etc devem ser tratadas como FONTES u seja pergunta-se a estas QUEM FEZ QUANDO ONDE PARA QUEM POR QUEcirc OQUE QUER COMUNICAR E todos estes materiais necessitam de referecircncia como qualquer texto livro reportagem etc
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 45
Sugestatildeo de atividades para o aluno
Analise as fotografias (1-2-3-4-5-6-7) o Vocecirc conhece esses lugares que estatildeo representados nas fotos o Qual lugar da foto estaacute localizado mais perto de sua casa o Quais fotos representam lugar de lazer o Vendo as fotos onde podemos fazer nossas reflexotildees o O que estaacute na foto que incomoda a comunidade o Vocecirc conhece algumas pessoas das fotos Escreva os nomes das mesmas o Com qual foto vocecirc mais se identificou Justifique sua resposta o Escreva uma frase para cada fotografia o Essas fotos fazem parte da Histoacuteria de Rolacircndia Faccedila comentaacuterios
Sugestatildeo de atividades para o professor
1-Trabalhe com fotografias o Peccedila para seu aluno trazer fotos antigas da famiacutelia da comunidade etc o Faccedila perguntas para obter respostas o Dar oportunidade para um debate sobre as fotos trazidas pelos alunos o Formar grupo com trecircs alunos para eles escreverem sobre as fotos o Colocar em cartazes os resultados obtidos natildeo esquecer de registrar a eacutepoca e
lugar em que foi tirada a foto o Expor na escola para que outros alunos possam ler e analisar os trabalhos
realizados
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 46
Referecircncia bibliograacutefica do texto explicativo
BAUMAN Z Modernidade e ambivalecircncia Rio de Janeiro Jorge Zahar 1999
CAVALLEIRO E S Do silecircncio do lar ao silecircncio escolar racismo preconceito e discriminaccedilatildeo na educaccedilatildeo infantil 4 ed Satildeo Paulo Contexto 2005
FERREIRA Ricardo Franklin O brasileiro o racismo silencioso e a identidade afro-descendente Psicologia e Sociedade Belo Horizonte v 14 n 1 p 69-86 janjun 2002
FIGUEIREDO Luis Claudio Mendonccedila Revisitando as psicologias da epistemologia agrave eacutetica das praacuteticas e discursos psicoloacutegicos 3 ed Petroacutepolis Vozes 2004
FREITAS Patriacutecia de Sobre a Lei 10639 o ensino de histoacuteria e a cultura afro-brasileira OPSIS Catalatildeo v 10 n 1 p15-28 janjun 2010
GONCcedilALVES Rita de Caacutessia LISBOATeresa Kleba Sobre o meacutetodo de Histoacuteria oral em sua modalidade trajetoacuteria de vida Revista Kataacutel Florianoacutepolis v 10 n especial p 83-92 2007
REIS Faacutetima A implementaccedilatildeo da Lei 1063903 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwwebartigoscomarticles39841A-Implementacao-Da-Lei-1063903pagina1htmlgt Acesso em 20 abr 2011
RODRIGUES N Os africanos no Brasil 5 ed Satildeo Paulo Nacional 1977
SCHMIDT Maria auxiliadora CAINELLI Marlene Ensinar histoacuteria Satildeo Paulo Scipione 2004
- Paacutegina em branco
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Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 45
Sugestatildeo de atividades para o aluno
Analise as fotografias (1-2-3-4-5-6-7) o Vocecirc conhece esses lugares que estatildeo representados nas fotos o Qual lugar da foto estaacute localizado mais perto de sua casa o Quais fotos representam lugar de lazer o Vendo as fotos onde podemos fazer nossas reflexotildees o O que estaacute na foto que incomoda a comunidade o Vocecirc conhece algumas pessoas das fotos Escreva os nomes das mesmas o Com qual foto vocecirc mais se identificou Justifique sua resposta o Escreva uma frase para cada fotografia o Essas fotos fazem parte da Histoacuteria de Rolacircndia Faccedila comentaacuterios
Sugestatildeo de atividades para o professor
1-Trabalhe com fotografias o Peccedila para seu aluno trazer fotos antigas da famiacutelia da comunidade etc o Faccedila perguntas para obter respostas o Dar oportunidade para um debate sobre as fotos trazidas pelos alunos o Formar grupo com trecircs alunos para eles escreverem sobre as fotos o Colocar em cartazes os resultados obtidos natildeo esquecer de registrar a eacutepoca e
lugar em que foi tirada a foto o Expor na escola para que outros alunos possam ler e analisar os trabalhos
realizados
Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 46
Referecircncia bibliograacutefica do texto explicativo
BAUMAN Z Modernidade e ambivalecircncia Rio de Janeiro Jorge Zahar 1999
CAVALLEIRO E S Do silecircncio do lar ao silecircncio escolar racismo preconceito e discriminaccedilatildeo na educaccedilatildeo infantil 4 ed Satildeo Paulo Contexto 2005
FERREIRA Ricardo Franklin O brasileiro o racismo silencioso e a identidade afro-descendente Psicologia e Sociedade Belo Horizonte v 14 n 1 p 69-86 janjun 2002
FIGUEIREDO Luis Claudio Mendonccedila Revisitando as psicologias da epistemologia agrave eacutetica das praacuteticas e discursos psicoloacutegicos 3 ed Petroacutepolis Vozes 2004
FREITAS Patriacutecia de Sobre a Lei 10639 o ensino de histoacuteria e a cultura afro-brasileira OPSIS Catalatildeo v 10 n 1 p15-28 janjun 2010
GONCcedilALVES Rita de Caacutessia LISBOATeresa Kleba Sobre o meacutetodo de Histoacuteria oral em sua modalidade trajetoacuteria de vida Revista Kataacutel Florianoacutepolis v 10 n especial p 83-92 2007
REIS Faacutetima A implementaccedilatildeo da Lei 1063903 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwwebartigoscomarticles39841A-Implementacao-Da-Lei-1063903pagina1htmlgt Acesso em 20 abr 2011
RODRIGUES N Os africanos no Brasil 5 ed Satildeo Paulo Nacional 1977
SCHMIDT Maria auxiliadora CAINELLI Marlene Ensinar histoacuteria Satildeo Paulo Scipione 2004
- Paacutegina em branco
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Gelza Maria Giuliangeli Brogiato 46
Referecircncia bibliograacutefica do texto explicativo
BAUMAN Z Modernidade e ambivalecircncia Rio de Janeiro Jorge Zahar 1999
CAVALLEIRO E S Do silecircncio do lar ao silecircncio escolar racismo preconceito e discriminaccedilatildeo na educaccedilatildeo infantil 4 ed Satildeo Paulo Contexto 2005
FERREIRA Ricardo Franklin O brasileiro o racismo silencioso e a identidade afro-descendente Psicologia e Sociedade Belo Horizonte v 14 n 1 p 69-86 janjun 2002
FIGUEIREDO Luis Claudio Mendonccedila Revisitando as psicologias da epistemologia agrave eacutetica das praacuteticas e discursos psicoloacutegicos 3 ed Petroacutepolis Vozes 2004
FREITAS Patriacutecia de Sobre a Lei 10639 o ensino de histoacuteria e a cultura afro-brasileira OPSIS Catalatildeo v 10 n 1 p15-28 janjun 2010
GONCcedilALVES Rita de Caacutessia LISBOATeresa Kleba Sobre o meacutetodo de Histoacuteria oral em sua modalidade trajetoacuteria de vida Revista Kataacutel Florianoacutepolis v 10 n especial p 83-92 2007
REIS Faacutetima A implementaccedilatildeo da Lei 1063903 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwwebartigoscomarticles39841A-Implementacao-Da-Lei-1063903pagina1htmlgt Acesso em 20 abr 2011
RODRIGUES N Os africanos no Brasil 5 ed Satildeo Paulo Nacional 1977
SCHMIDT Maria auxiliadora CAINELLI Marlene Ensinar histoacuteria Satildeo Paulo Scipione 2004
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