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332 TREINAMENTO PREVENTIVO, ESPECÍFICO E INDIVIDUALIZADO NOS ATLETAS DE BASQUETEBOL SUB-17 PREVENTIVE, SPECIFIC AND INDIVIDUALIZED TRAINING IN SUB-17 BASKETBALL ATHLETES Daikiti Eduardo Tanimoto - [email protected] Phamela Afonso de Oliveira - [email protected] Graduandos do Curso de Educação Física UniSALESIANO Lins Prof. Me. Leandro Paschoali Rodrigues Gomes UniSALESIANO Lins [email protected] RESUMO As lesões acometem a maioria dos atletas, principalmente nos membros inferiores (MMII). Esses acometimentos não se associam entre si, não havendo possibilidade de comparação, por isso, considerar a individualidade biológica é de suma importância. A pesquisa, de caráter experimental teve a finalidade de identificar fragilidades motoras e prescrever um treinamento preventivo, específico e individualizado em atletas de basquetebol de base ou sub-17, com detalhada anamnese e avaliações: Step Down, Landing Error Scoring System, Hop Test e Discinese Escapular. Foram selecionados dois grupos de 7 voluntários cada, do sexo masculino com idade entre 15 ±1,80 anos (Grupo Intervenção - GI) e16 ±1,07 anos (Grupo Controle - GC). Aleatoriamente foram submetidos aos testes para reavaliação após três meses de intervenção, com o intuito de mensurar alguma mudança significativa. No caso, apenas no teste Hop Test encontrou-se alteração positiva realizado pelo T-Student. Notou-se haver melhora no salto em distância dos atletas do GI e não emergir nenhuma lesão durante os treinamentos propostos. Palavras-chave: Basquetebol. Treinamento Preventivo. Lesões ABSTRACT The lesions affect most of the athletes, mainly in the lower limbs (LLL). These occurrences do not associate with each other, and there is no possibility of comparison, so considering biological individuality is of paramount importance. The experimental research was aimed at identifying motor weaknesses and prescribing a specific and individualized preventive training in basic or sub-17 basketball athletes, with detailed anamnesis and evaluations: Step Down, Landing Error Scoring System, Hop Test and Scapular Discinese. Two groups of 7 volunteers, male, aged 15 ± 1.80 years (Intervention Group - GI) and 16 ± 1.07 years (Control Group - GC) were selected. Randomly they were submitted to the tests for reassessment after three months of intervention, in order to measure some significant changes. In the case, only the Hop Test test found a positive change performed by the Student T-test. There was an improvement in the distance jump of the GI athletes and there was no injury during the training sessions proposed. Keywords: Basketball. Preventive Training. Injuries.

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TREINAMENTO PREVENTIVO, ESPECÍFICO E INDIVIDUALIZADO NOS ATLETAS DE BASQUETEBOL SUB-17

PREVENTIVE, SPECIFIC AND INDIVIDUALIZED TRAINING IN SUB-17 BASKETBALL ATHLETES

Daikiti Eduardo Tanimoto - [email protected]

Phamela Afonso de Oliveira - [email protected] Graduandos do Curso de Educação Física – UniSALESIANO Lins

Prof. Me. Leandro Paschoali Rodrigues Gomes – UniSALESIANO Lins [email protected]

RESUMO

As lesões acometem a maioria dos atletas, principalmente nos membros

inferiores (MMII). Esses acometimentos não se associam entre si, não havendo possibilidade de comparação, por isso, considerar a individualidade biológica é de suma importância. A pesquisa, de caráter experimental teve a finalidade de identificar fragilidades motoras e prescrever um treinamento preventivo, específico e individualizado em atletas de basquetebol de base ou sub-17, com detalhada anamnese e avaliações: Step Down, Landing Error Scoring System, Hop Test e Discinese Escapular. Foram selecionados dois grupos de 7 voluntários cada, do sexo masculino com idade entre 15 ±1,80 anos (Grupo Intervenção - GI) e16 ±1,07 anos (Grupo Controle - GC). Aleatoriamente foram submetidos aos testes para reavaliação após três meses de intervenção, com o intuito de mensurar alguma mudança significativa. No caso, apenas no teste Hop Test encontrou-se alteração positiva realizado pelo T-Student. Notou-se haver melhora no salto em distância dos atletas do GI e não emergir nenhuma lesão durante os treinamentos propostos. Palavras-chave: Basquetebol. Treinamento Preventivo. Lesões

ABSTRACT The lesions affect most of the athletes, mainly in the lower limbs (LLL). These occurrences do not associate with each other, and there is no possibility of comparison, so considering biological individuality is of paramount importance. The experimental research was aimed at identifying motor weaknesses and prescribing a specific and individualized preventive training in basic or sub-17 basketball athletes, with detailed anamnesis and evaluations: Step Down, Landing Error Scoring System, Hop Test and Scapular Discinese. Two groups of 7 volunteers, male, aged 15 ± 1.80 years (Intervention Group - GI) and 16 ± 1.07 years (Control Group - GC) were selected. Randomly they were submitted to the tests for reassessment after three months of intervention, in order to measure some significant changes. In the case, only the Hop Test test found a positive change performed by the Student T-test. There was an improvement in the distance jump of the GI athletes and there was no injury during the training sessions proposed.

Keywords: Basketball. Preventive Training. Injuries.

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INTRODUÇÃO

O basquetebol é uma modalidade esportiva, segundo Cohen e Abdalla

(2003), que se originou nos Estados Unidos, em meados de 1891, no Instituto de

Springfield, Massachusetts. No Brasil, tal esporte se difundira apenas por volta de

1896 com o missionário americano Augusto F. Shaw. No entanto, foi somente no

ano de 1912 que o basquetebol seria praticado como esporte na Associação Cristã

de Moços do Rio de Janeiro.

Atualmente essa modalidade esportiva cresce na receptividade popular de

crianças e adolescentes, no entanto, com a crescente aceitação é preciso analisar o

esporte profundamente, levando em consideração os impactos positivos e negativos

no atleta. Moreira, Gentil e Oliveira (2003) destacam que o basquetebol impõe alta

exigência física, técnica e tática fazendo com que os treinamentos se tornem mais

fatigáveis e extenuantes. Dessa forma, disputas mais acirradas, altas cargas de

treinamento e aumento de contato entre adversários predispõem a alto nível de

lesões.

Segundo Moreira (2006), uma enorme variedade de movimentos do

basquetebol permite entender a manifestação de determinadas lesões. Fatores

extrínsecos e intrínsecos são importantes nesse entendimento, tais como o

condicionamento físico, preparação técnica, sexo, caráter de confronto (jogo ou

treino), posição do jogador, superfície, tipo de tênis, uso de órteses, presença de

doenças ou lesões pré-existentes e fatores psicológicos.

Mediante a isso, é importante para um treinamento preventivo, específico e

individualizado, buscar eficiência em amenizar e prolongar a vida no basquetebol

para atletas de base, principalmente para condicionar, melhorar ação motora,

capacidades físicas (flexibilidade, força e equilíbrio) e automatizar movimentos

característicos. Essas mudanças de acordo com Alves e Lima (2008) acarretam

outros inúmeros benefícios físicos: melhora no desenvolvimento corpóreo,

prevenção da obesidade, aumento da sensibilidade à insulina, aspectos psicológicos

e sociabilidade. Concomitantemente, para auxiliar nessa intervenção preventiva,

uma minuciosa anamnese e testes ao atleta de base são capazes de apontar suas

fragilidades e limitações que, conforme Moreira (2006) é maior em membros

inferiores, tendo amparo de uma equipe multidisciplinar.

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Diante da importância de tais fatos o presente artigo busca, fidedignamente,

responder o seguinte problema: uma intervenção personalizada (visando prevenção

esportiva no basquetebol de base) realmente ameniza fatores predisponentes à

lesão?

Hipótese: melhora significativa em um dos testes (hop test) e sem nenhuma

lesão durante os treinamentos.

Desse modo, a presente pesquisa tem por objetivo analisar, explanar e

buscar respostas ao problema citado acima por meio de uma pesquisa experimental,

auxiliando e instigando novos trabalhos para esta temática pouco abordada

cientificamente.

1 MATERIAIS E MÉTODOS

Para o experimento deste projeto utilizou-se os seguintes materiais:

laboratório de avaliação física, bolas (Bobath e Suíça), espaldar, barras paralelas,

aparelhos de musculação (academia), equipamentos para atividades funcionais

(theraband, halter, bola, anilha, peso, tornozeleira) e quadra poliesportiva.

Após leitura da carta de informação ao participante, assinatura do termo de

consentimento e assentimento livres e esclarecidos e consentimento para uso de

fotografias, vídeos e gravações os participantes da pesquisa realizaram os testes

supracitados e, no grupo de intervenção, o treinamento se baseou em microciclos

de: incorporação e ordinário/choque durante três meses, destacando a

especificidade da modalidade e a individualidade biológica de cada sujeito,

baseados na Escala de Borg. Essa, que é usada como frequência durante a

realização de testes e correlaciona-se altamente com a frequência cardíaca e a

intensidade do exercício, respeitando o calendário de competições da equipe.

Essas aquiescências serviram para respaldar o projeto e esclarecer o intuito

do mesmo. Durante o percurso dos treinamentos e, principalmente, de jogos, os

atletas de base podiam estar sujeitos a traumas e lesões, sendo ocasiões inevitáveis

à vida esportiva. No entanto, o experimento foi cautelosamente demonstrado e

aplicado, visando amenizar fatores lesivos. Ambas as ações acontecera após

aprovação do projeto pelo Comitê de Ética, através do parecer: 2.072.029, portanto,

no período de 22 de Maio de 2017 a 22 de Agosto de 2017 no horário fixo de

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atendimento, das 16 horas às 18 horas, de segunda, quarta e sexta-feira.

1.1 Condições Ambientais

Os treinamentos preventivos e as avaliações funcionais foram realizados no

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, no Setor de Ortopedia do Centro

de Reabilitação Física Dom Bosco - Curso de Fisioterapia e Curso de Educação

Física; localizados à Rua Nove de Julho, nº 1010, na cidade de Lins, Estado de São

Paulo.

Para os treinamentos utilizou-se a Quadra Poliesportiva: área com boa

infraestrutura, coberta e adepta para práticas esportivas. Para as avaliações

funcionais utilizou-se o Laboratório de Educação Física: ambiente apropriado,

reservado, refrigerado e com materiais necessários aos procedimentos de –

pesagem e medidas corpóreas.

As avaliações para o grupo controle ocorreram na cidade de Promissão, no

Departamento de Esportes, Cultura, Artes e Recreação, que fica situado na Rua

Érico de Abreu Sodré, nº 477, também com boa infraestrutura, coberta e adepta para

práticas esportivas no período de 22 de Maio de 2017 a 22 de Agosto de 2017 no

horário fixo de atendimento, das 16 horas às 18 horas, de segunda, quarta e sexta-

feira.

1.2 Amostra

Foram avaliados 14 atletas, sendo 7 para grupo controle e 7 com intervenção

de treinamento personalizado, ambos do sexo masculino com idade entre 12 e 17

anos, com experiência na modalidade do basquetebol e que não realizassem algum

tipo de treinamento preventivo. Os testes utilizados para análise foram: Step Down,

Landing Error Scoring System, Hop Test e Discinese Escapular. Foram excluídos do

experimento atletas que praticassem qualquer forma de treinamento preventivo ou

personalizado.

1.3 Protocolos

1.3.1 Step Down Test

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Figura 1 - Step Down Test

Fonte: Elaborado pelos autores, 2017

Tal protocolo visa avaliar funcionalmente a estabilidade dinâmica da pelve,

quadril, joelho e tornozelo e de potência de membros inferiores. Segundo Alves et al.

(2015) o Step Down Test aponta a biomecânica de membros inferiores através do

valgo dinâmico do joelho nas fases concêntrica e excêntrica de flexão e extensão do

joelho em cadeia cinética fechada, avaliando, portanto a força, a estabilidade do

tornozelo, pé e core.

O step é posicionado em solo plano com a altura de 10% da altura do

avaliado. O mesmo realiza uma descida unipodal/unilateral do step tocando

levemente o calcanhar no chão, realizando um ensaio prévio e a filmagem com três

execuções em seguida, com descanso de 45 segundos para cada perna. Dessa

maneira, o teste se aplica em ambos os lados individualmente.

1.3.2 Hop Test

Figura 2 - Hop Test

Fonte: Bisaccia, 2011

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Tal protocolo visa avaliar funcionalmente a estabilidade dinâmica da pelve,

quadril, joelho e tornozelo e, principalmente, de potência de membros inferiores.

Bisaccia (2011) traz que o teste deve ser realizado da seguinte maneira: em posição

unipodal o avaliado realiza um salto na vertical visando alcançar maior distância a

partir da posição demarcada, aterrissando com o mesmo pé do salto.

O teste é realizado três vezes para cada perna, alternando em direita e

esquerda, com repouso de 45 segundos.

1.3.3 Landing Error Scoring System (LESS)

Tal protocolo visa avaliar funcionalmente a estabilidade dinâmica da pelve,

quadril, joelho e tornozelo e de potência de membros inferiores. Mariano et al. (2014)

aponta o teste Landing Error Scoring System (LESS) como análise de estabilidade

dinâmica e potência de membros inferiores.

A partir da queda de uma plataforma de 40 centímetros de altura, seguido

imediatamente de um salto vertical com elevação dos braços simulando pegar um

objeto o mais alto possível. O avaliado recebe orientações para se familiarizar com o

teste, podendo realizar três ensaios válidos. Entre cada teste, repouso de 60

segundos.

Figura 3 - Landing Error Scoring System (LESS)

Fonte: autores, 2017

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1.3.4 Discinese Escapular

Tal protocolo visa avaliar estabilidade estática, a posição do tronco, coluna

vertebral e escápula. Pontin et al. (2012) propõem que o teste avalia principalmente

a postura e posição das escápulas. O indivíduo em posição ortostática (de costas

para o avaliador), com os braços relaxados ao lado do corpo e o tronco desnudo. O

avaliador ao fotografar o avaliado marcará um ponto central na coluna torácica,

previamente alinhada com as bordas inferiores (ponta) das escápulas (direita e

esquerda) formando um alinhamento para mensuração.

Figura 4 - Discinese Escapular

Fonte: autores, 2017

Avalia-se, portanto, a posição das escápulas, bem como se existe alguma

disfunção ou incompatibilidade na posição ortostática. É importante salientar

atenção com a postura do corpo, principalmente o tronco. Para essa análise,

utilizou-se o programa de imagens e vídeos Kinovea, sendo este um software de

análises de vídeos especializado em gestos esportivos, voltado principalmente para

treinadores, esportistas e profissionais de saúde.

2 PROCEDIMENTOS

Para a prescrição do treinamento foi utilizado à periodização de microciclo.

Concomitantemente, utilizou-se da escala de Borg para obter a percepção de

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esforço dos atletas visando uma prescrição adequada dos exercícios de força.

Visando melhora do condicionamento e capacidades físicas, os atletas que

receberam intervenção foram submetidos aos seguintes exercícios físicos, com ação

muscular de acordo com Valerius et al. (2013):

Para os membros superiores (microciclo de incorporação):

a) elevação diagonal (músculo de ação: deltoide lateral, deltoide anterior e

posterior, trapézio supraespinal);

b) desenvolvimento Arnold (músculo de ação: deltoide anterior e lateral,

tríceps, trapézio e peitoral superior);

c) prancha (protração e retração) (músculo de ação: oblíquo, deltoides,

transverso do abdômen, romboides; maior e menor);

d) remada (TRX) (músculo de ação: trapézio, latíssimo do dorso, romboides e

deltoide posterior);

e) abdominal simples (músculo de ação: reto abdominal, reto da coxa, oblíquo

externo e tensor da fáscia lata);

f) bíceps (passe lateral com bola) (músculo de ação: bíceps);

g) tríceps (passe de peito com bola) (músculo de ação: tríceps);

h) crucifixo (com bola - step) (músculo de ação: peitoral maior e deltoide

anterior);

i) crucifixo (com theraband) (músculo de ação: peitoral maior);

j) oblíquo ortostático (com halter) (músculo de ação: oblíquos).

Para os membros inferiores (microciclo de incorporação):

a) abdução (com theraband – deslocamento lateral) (músculo de ação: glúteo

médio e máximo);

b) coice (4 apoios) (músculo de ação: glúteos, isquiotibiais, dorsais e lombar);

c) elevação do quadril (isométrico) (músculo de ação: glúteos e posteriores da

coxa);

d) afundo (com drible de bola) (músculo de ação: quadríceps, glúteos,

posteriores da coxa e adutores);

e) agachamento com rotação bilateral (pé-pivô) (com bola) (músculo de ação:

quadríceps, glúteos, eretores da espinha e oblíquos);

f) isometria de quadríceps (com caneleira) (músculo de ação: quadríceps);

g) gêmeos (com anilha) (músculo de ação: gastrocnêmico medial e lateral e,

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sóleo);

h) panturrilha unilateral (músculo de ação: gastrocnêmico medial e lateral e,

sóleo);

i) salto com agachamento livre (músculo de ação: quadríceps e glúteos);

j) dorso-flexão – sentado (com theraband) (músculo de ação: fibular terceiro,

curto e longo, gastrocnêmico medial, lateral e sóleo, plantar delgado,

poplíteo e flexores plantar).

Aquecimento: ativação do core com prancha lateral e frontal (protração e

retração) – sendo 3 séries de 20 segundos cada e 30 segundos de descanso.

Complementando com agachamento isométrico (com elevação dos braços e

contração dos dorsais) (3 séries de 20 segundos). Finalizando, ativação do músculo

tríceps com funcional utilizando fundamento de passe de peito com bola de

basquetebol. Ao término dos treinos, trabalho de flexibilidade geral para membros

superiores e inferiores e alongamento induzido.

Para os membros superiores (microciclo ordinário/choque):

a) elevação diagonal com peso (músculo de ação: deltoide lateral, deltoide

anterior e posterior, trapézio supraespinal);

b) desenvolvimento simples (músculo de ação: deltoide anterior e lateral,

tríceps, trapézio e peitoral superior);

c) prancha (flexão) (protração e retração) (músculo de ação: quadríceps,

glúteos, abdômen, deltoides, tríceps e peitoral maior);

d) remada (TRX) (+inclinado) (músculo de ação: trapézio, latíssimo do dorso,

romboides e deltoide posterior);

e) abdominal remador (músculo de ação: reto femoral, reto abdominal,

oblíquo externo, tensor da fáscia lata, trapézio e deltoides);

f) bíceps (passe lateral com bola) (músculo de ação: bíceps);

g) tríceps (passe de peito com bola) (músculo de ação: tríceps);

h) crucifixo (com halter - step) (músculo de ação: peitoral maior);

i) flexão de braço (músculo de ação: abdômen e peitoral maior);

j) oblíquo ortostático (com theraband) (músculo de ação: oblíquos).

Para os membros superiores (microciclo ordinário/choque):

a) abdução (com theraband – deslocamento lateral) (músculo de ação: glúteo

médio e máximo);

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b) glúteo – elevação diagonal (com tornozeleira) (músculo de ação:

quadríceps e glúteos);

c) elevação do quadril (músculo de ação: glúteos e posteriores da coxa);

d) afundo (com passe de bola) (músculo de ação: quadríceps, glúteos,

posteriores da coxa e adutores);

e) agachamento com rotação bilateral (pé-pivô) (com bola) (músculo de ação:

quadríceps, glúteos, eretores da espinha e oblíquos);

f) extensora (com caneleira) (músculo de ação: quadríceps femoral, reto

femoral, vasto medial, vasto lateral e vasto intermédio);

g) gêmeos (com anilha) (músculo de ação: gastrocnêmico medial e lateral e,

sóleo);

h) panturrilha livre (músculo de ação: gastrocnêmico medial e lateral e, sóleo);

i) salto com agachamento livre (músculo de ação: quadríceps e glúteos);

j) dorso-flexão – sentado (com theraband) (músculo de ação: fibular terceiro,

curto e longo, gastrocnêmico medial, lateral e sóleo, plantar delgado,

poplíteo e flexores plantar).

Aquecimento: ativação do core com prancha lateral e frontal (protração e

retração) – sendo 3 séries de 20 segundos cada e 15 segundos de descanso.

Complementando com agachamento isométrico (com elevação dos braços e

contração dos dorsais) (3 séries de 20 segundos). Finalizando, ativação do músculo

tríceps com funcional utilizando fundamento de passe de peito com bola de

basquetebol.

Ao término dos treinos, trabalho de flexibilidade geral. As intensidades e

volumes nos exercícios acima citado foram analisados para cada atleta

individualmente, através do parecer da Escala de Borg. Sabendo disso, Calvo et al.

(2006) traz que o treinamento de força proporciona diversos benefícios para a

saúde, proporcionando melhora significativa na estabilidade articular, aumentando a

força dos tendões e dos ligamentos, fatores importantes no momento de lesão.

3 RESULTADOS

Na tabela 1 através da análise estatística - desvio padrão e média, do grupo

de intervenção, examinam-se idade, peso, estatura e porcentual de gordura.

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Tabela 1 - Características físicas do grupo de intervenção IDADE (anos) PESO (kg) ESTATURA (m) % Gordura

MÉDIA 15 67 1,78 11,2

DP 1,80 13,13 0,12 27,22

Fonte: Elaborado pelos autores, 2017

Na tabela 2 através da análise estatística - desvio padrão e média, do grupo

de controle, examinam-se idade, peso, estatura e porcentual de gordura.

Tabela 2 - Características físicas do grupo controle IDADE (anos) PESO (kg) ESTATURA (m) %Gordura

MÉDIA 16 65,6 1,82 15,26

DP 1,07 29,28 0,11 11,60

Fonte: Elaborado pelos autores, 2017

Nos resultados abaixo se observa uma variância significativa, encontrada na

análise estatística do teste T-student, dentro do teste avaliativo denominado Hop Test.

Tabela 3 - Análise de resultados do grupo de intervenção. DD1 DD2 DE1 DE2 STEP D1 STEP D2 STEP E1 STEP E2

MÉDIA 48,92 50 52,12 50,7 206 190 196 202

DP ± 5,13 ± 5,53 ± 5,38 ± 7,24 ± 13,33 ± 7,24 ± 11,27 ± 12,84

P

Fonte: Elaborado pelos autores, 2017

Tabela: 4 - Análise de resultados do grupo controle

LESS D1 LESS D2 LESS E1 LESS E2 HOPE D1 HOPE D2 HOPE E1 HOPE E2

MÉDIA 177 173 178 182 1,98 2,19 2,11 2,14

DP ± 16,33 ± 25,41 ± 13,67 ± 25,41 ± 0,26 ± 0,21 ± 0,28 ± 0,27

P 0,002285 0,004348

Fonte: Elaborado pelos autores, 2017

Tabela 5 - Análise de resultados do grupo controle

DD1 DD2 DE1 DE2 STEP D1 STEP D2 STEP E1 STEP E2

MÉDIA 60,68 50 66,55 54,08 205 203 209 202

DP ± 13,72 ± 4,59 ± 9,30 ± 7,79 ± 29,72 ± 14,08 ± 18,91 ± 17,05

P

Fonte: Elaborado pelos autores, 2017

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Tabela 6 - Análise de resultados do grupo controle LESS D1 LESS D2 LESS E1 LESS E2 HOPE D1 HOPE D2 HOPE E1 HOPE E2

MÉDIA 145 152 133 145 2,04 2,1 2,27 2,12

DP ± 26,46 ± 18,67 ± 38,49 ± 16,87 ± 22,06 ± 40,55 ± 30,91 ± 28,66

P

Fonte: Elaborado pelos autores, 2017

Para apresentar os resultados acima se usaram as seguintes análises

estatísticas descritivas: Média, Desvio-padrão e teste T-Student, visando

correlacionar os resultados do grupo de intervenção e controle apontando, se

existente, alguma variância consistente no quesito de melhora física que interfira nas

lesões do basquetebol.

4 DISCUSSÃO

Tassitano et al. (2007) correlacionam a prática física adequada na

adolescência com benfeitorias a saúde física, psicológica e esquelética, contribuindo

também para a prevenção da obesidade, doenças cardiovasculares,

desenvolvimento da socialização e da capacidade de trabalho em equipe, portanto,

entende-se que na fase da iniciação esportiva deva existir maior cuidado com o

atleta. Sabendo disso, é essencial prescrever um treinamento de prevenção e que

potencialize as capacidades físicas.

De acordo com Amadio e Serrão (2011), o alcance de resultados máximos

depende da preparação de um bom treinamento capaz de potencializar as

capacidades e habilidades envolvidas na atuação da modalidade esportiva. No

entanto, é preciso sempre respeitar os limites do corpo de cada indivíduo. As cargas

utilizadas para um melhor desempenho devem respeitar a individualidade biológica.

Hernandez (2006) ressalta que as lesões não estão apenas associadas ao

treinamento inadequado, mas também à falta de amparo científico e estrutura

apropriada, com profissionais dotados de conhecimento na área. Além disso, é de

suma valia que o atleta ao sofrer uma lesão, não retorne às atividades competitivas

antes da sua recuperação completa (fisioterapia).

Desse modo, Aleixo (2015) traz um importante estudo, em que relata que o

Comitê Olímpico do Brasil (COB) decidira enfatizar uma preparação específica que

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previna lesões (exercícios antes dos treinos técnicos e táticos que supram as

necessidades de cada atleta). Trata-se de um programa existente desde 2012 e, de

acordo com a entidade, na última edição dos Jogos Olímpicos, em Londres, 37%

dos atletas brasileiros tinham algum tipo de lesão. Um número ainda alto, porém

bastante inferior aos registrados em Pequim 2008 (60%) e Atenas 2004 (53%).

Chaskel, Preis, e Bertassoni (2013) indicam que o sistema proprioceptivo do

corpo humano pode condicionar-se através de exercícios específicos para responder

com maior eficácia de forma a melhorar a força, a coordenação motora, o equilíbrio,

tempo de reação a determinadas situações e compensar a perda de sensações

ocasionadas por uma lesão articular para evitar o risco de que esta volte a se

reproduzir. Essa condicionante, portanto, tende a ser eficaz no trabalho de

prevenção. O treinamento proprioceptivo específico é condição obrigatória para a

recuperação cinética funcional de lesões, prevenção de reincidências e também

pode ser utilizado como treinamento básico para evitar futuras lesões.

São diversos os fatores (extrínsecos e intrínsecos) que afetam o cotidiano do

atleta, além do tempo de intervenção (três meses), não havendo comparações em

potencial. No entanto, em um dos testes (hop test) houve melhora nos dados

coletados em que fora aplicado aos atletas do grupo de intervenção, sugerindo que,

no salto em distância os atletas se demonstraram mais evoluídos, tanto em força de

impulsão quanto propriocepção, fatores que estudiosos afirmam ser essenciais para

o bom desempenho físico e de fortalecimento ligamentar e articular para amenizar

lesões no esporte.

Vale ressaltar também que nos treinamentos aplicados em ambos os grupos,

tanto de intervenção quanto no controle não houve nenhum tipo de lesão, outra

vertente a se pensar, pois estudiosos apontam que o maior índice lesivo ocorra nos

treinamentos sem amparo que vise o bem-estar e saúde, apenas buscando

resultados/vitórias e o alto rendimento do atleta ainda em desenvolvimento.

CONCLUSÃO

Conclui-se com este estudo que a intervenção teve um valor estatístico pouco

significativo para afirmar, irrefutavelmente, que um treinamento preventivo, individual

e específico realmente seja uma vertente eficaz na prevenção de lesões no

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basquetebol de base. Porém, no teste aplicado – “hop test” houve melhora nos

dados coletados no grupo de intervenção. Além disso, não houve nenhum caso de

lesão durante os treinamentos. Desse modo, esses fatores abrem ramificações para

outros estudos, aprofundando a correlação de um treinamento personalizado com

outras variantes e os fatores lesivos no basquetebol de base.

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