Tratamento de Agroindústrias

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ISSN 1516-8247 Dezembro, 2010 106 Manual de Operação e Manutenção da Estação de Tratamento de Efluentes da Embrapa Agroindústria de Alimentos

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    ISSN 1516-8247

    Dezembro, 2010106

    Manual de Operao eManuteno da Estaode Tratamento deEfluentes da EmbrapaAgroindstria de Alimentos

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    Documentos 106

    Edmar das Mercs PenhaAndressa Moreira de SouzaManuela Cristina Pessanha de Araujo SantiagoBernardo Ribeiro CendonRosiane Ribeiro de Barros Silva

    Manual de Operao e Manuteno daEstao de Tratamento de Efluentes daEmbrapa Agroindstria de Alimentos

    Embrapa Agroindstria de AlimentosRio de Janeiro, RJ

    2010

    ISSN 1516-8247

    Dezembro, 2010

    Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria

    Embrapa Agroindstria de Alimentos

    Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

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    Exemplares desta publicao podem ser adquiridos na:

    Embrapa Agroindstria de Alimentos

    Av. das Americas, 29501 - Guaratiba.

    Rio de Janeiro, RJ - Brasil - CEP 23020-470Fone: (21) 3622-9600Fax: (21) 3622-9713http://[email protected]

    Comit de Publicaes da Unidade

    Presidente: Virgnia Martins da MattaMembros: Andre Luis do Nascimento Gomes, Daniela de Grandi Castro Freitas,Luciana Sampaio de Arajo, Marcos Jose de Oliveira Fonseca, Marilia PenteadoStephan, Michele Belas Coutinho, Renata Galhardo Borguini, Renata Torrezan

    Superviso editorial: Virgnia Martins da MattaReviso de texto: Edson WatanabeNormalizao bibliogrfica: Luciana Sampaio de ArajoTratamento de ilustraes: Marcos Moulin e Andre Luis do Nascimento GomesEditorao eletrnica: Marcos Moulin e Andre Luis do Nascimento GomesIlustrao da capa: Marcos Moulin

    1a edio

    1a impresso (ano): 50 exemplares

    Todos os direitos reservados

    A reproduo no-autorizada desta publicao, no todo ou em parte, constitui violaodos direitos autorais (Lei no 9.610).

    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)

    Embrapa Agroindstria de Alimentos

    __________________________________________________________________________

    Manual de operao e manuteno da estao de tratamento de efluentes da Embrapa Agroindstria de Alimentos / Edmar das Mercs Penha... [et al.]. Rio de Janeiro : Embrapa Agroindstria de Alimentos, 2010. 24 p. ; 21 cm. (Documentos / Embrapa Agroindstria de Alimentos,

    ISSN 1516-8247 ; 106).

    1. Tratamento de gua residual. 2. Esgoto. 3. Embrapa Agroindstria deAlimentos. I. Penha, Edmar das Mercs. II. Souza, Andressa Moreira de. III.Araujo, Manuela Cristina Pessanha de. IV. Cendon, Bernanrdo Ribeiro. V.Silva, Rosiane Ribeiro de Barros. VI. Arajo, Aline Moreira de. VII. Srie.

    CDD 363.7284 (21. ed.)___________________________________________________________________________ Embrapa 2010

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    Edmar das Mercs Penha

    Engenheiro qumico, D.Sc. em Tecnologia de

    Alimentos, Pesquisador da Embrapa Agroindstriade Alimentos, Rio de Janeiro, RJ,[email protected]

    Andressa Moreira de Souza

    Qumica Industrial, M.Sc. em Qumica Ambiental,Analista da Embrapa Agroindstria de Alimentos,

    Rio de Janeiro, RJ, [email protected]

    Manuela Cristina Pessanha de Araujo Santiago

    Engenheira qumica, M.Sc. em Tecnologia deProcessos Qumicos e Bioqumicos. Analista daEmbrapa Agroindstria de Alimentos, Rio de Janeiro,RJ, [email protected]

    Bernardo Ribeiro Cendon

    Engenheiro Eletricista, MBA em Engenharia deManuteno. Analista da Embrapa Agroindstria deAlimentos, Rio de Janeiro, RJ,[email protected]

    Rosiane Ribeiro de Barros Silva

    Graduanda do Centro Federal de EducaoTecnolgica Celso Suckow da Fonseca, Rio deJaneiro, RJ, [email protected]

    Autores

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    Apresentao

    Este manual descreve as principais caractersticas do sistema de captao

    de efluentes de laboratrios e de esgoto sanitrio da Embrapa Agroindstriade Alimentos, bem como o seu tratamento. O objetivo deste documento orientar os responsveis pela implantao do Sistema de Gesto Ambientalda Unidade e o grupo tcnico que trabalha na operao e manuteno da redede esgoto sanitrio e qumico e da estao de tratamento de efluentes, aestabelecer uma rotina que permita, em mdio prazo, avaliar o desempenhodo processo e a necessidade de aes de melhoria.

    A execuo do projeto Implantao de diretrizes para gesto ambiental naEmbrapa Agroindstria de Alimentos (2007-2009), aprovado no mbito doMacroprograma 5, permitiu estruturar uma equipe de trabalho, voltada paraas questes de gerenciamento de resduos dos laboratrios de pesquisa daUnidade, que culminou com a elaborao deste manual.

    Assim, espera-se que este documento possibilite estabelecer uma rotina de

    operao eficaz da Estao de Tratamento de Efluentes e que, por meio dobom gerenciamento do sistema de captao e tratamento dos resduoslquidos da Unidade, sejam efetivamente praticados os princpios daresponsabilidade ambiental com os quais a Embrapa Agroindstria deAlimentos se compromete em sua poltica, fundamentada na sustentabilidadede suas aes de pesquisa, desenvolvimento e inovao.

    Regina Celi Araujo Lago Chefe Geral Embrapa Agroindstria de Alimentos

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    Sumrio

    Objetivo .................................................................... 9

    Descrio do Sistema de Coleta de Esgoto Domstico e deLaboratrios e Plantas-Pilotos ..................................... 10

    Sistema de Tratamento do Esgoto Sanitrio ................................. 11Tratamento Preliminar/Primrio .................................................. 12

    Tratamento Secundrio ........................................................................... 13

    Eficincia do Sistema de Tratamento de Esgoto ............ 15Eficincia do Tratamento Preliminar/Primrio ................................ 15Eficincia do Tratamento Secundrio ........................................... 15

    Eficincia da Ao Conjunta Fossa Filtro Anaerbio........................ 15

    Eficincia da Ao do Sistema de Lodo Ativado ................................16

    Principais Parmetros de Controle do Processo ............. 18Oxignio Dissolvido .................................................................. 18Slidos Suspensos ................................................................... 18Demanda Bioqumica de Oxignio (DBO) ....................................... 19Demanda Qumica de Oxignio (DQO) .......................................... 19

    Operao e Manuteno do Sistema ........................... 19Caixa de Grades da Ete ............................................................ 20Tanque de Neutralizao ........................................................... 20Fossas Spticas ...................................................................... 20Filtros Anaerbios ................................................................... 21Decantador Final ..................................................................... 21Medidor de Vazo .................................................................... 21

    Referncias .............................................................. 22

    Literatura Recomendada ............................................ 23

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    Manual de Operao e

    Manuteno da Estao deTratamento de Efluentes daEmbrapa Agroindstria deAlimentos

    Edmar das Mercs Penha

    Andressa Moreira de Souza

    Manuela Cristina Pessanha de Araujo Santiago

    Bernardo Ribeiro Cendon

    Rosiane Ribeiro de Barros Silva

    Objetivo

    Este Manual tem por objetivo descrever o sistema, a operao, amanuteno e o gerenciamento da estao de tratamento de efluentes(ETE) da Embrapa Agroindstria de Alimentos (CTAA). O efluente doCTAA consiste de uma corrente principal, proveniente do esgoto sanitrioda unidade, e de outra proveniente das atividades de laboratrios eplantas-pilotos.

    A gesto da ETE-CTAA permitir, atravs de um processo permanente deautoavaliao, obter os melhores desempenhos operacionais e ambientaisda infra-estrutura instalada.

    A ETE-CTAA foi concebida para tratar matria orgnica biodegradvel deorigem domstica e industrial. Efluentes orgnicos de origem industrial,provenientes de laboratrios ou plantas-pilotos, devero ser segregados e

    pr-tratados antes de sua conduo ETE ou disposio final.

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    10Manual de Operao e Manuteno da Estao de Tratamento de Efluentes daEmbrapa Agroindstria de Alimentos

    Descrio do Sistema de Coleta deEsgoto Domstico e deLaboratrios e Plantas-Pilotos

    O sistema de esgotamento sanitrio (SES) do CTAA foi dimensionado paraatender a uma populao de projeto de 150 habitantes e est dividido emduas correntes de contribuio, que formam as guas residurias finais doCTAA destinadas estao de tratamento de efluentes (ETE). Essesistema pode ser visualizado na Figura 1.

    Figura 1. Esquema representativo ETE CTAA.

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    11Manual de Operao e Manuteno da Estao de Tratamento de Efluentes da

    Embrapa Agroindstria de Alimentos

    Sistema de Tratamento do Esgoto Sanitrio

    A corrente de contribuio principal do SES consiste de uma rede de

    esgotamento sanitrio, com cerca de aproximadamente 977 metros. Asegunda corrente de contribuio, com 387 metros, corresponde rede decoleta de efluentes dos laboratrios da central analtica do CTAA (Asas) edas plantas-pilotos de processamento de alimentos e seus laboratrios deapoio.

    A concepo da ETE (Figura 2) tem o enfoque de controle por nveis

    mnimos de remoo de carga orgnica, pois considera que todas asatividades poluidoras industriais, que gerem efluentes contendo matriaorgnica biodegradvel, devero reduzi-la atravs das tecnologias detratamento internacionalmente consagradas e disponveis.

    O esgoto bruto que chega unidade de tratamento passa pelas seguintesfases: tratamento preliminar/primrio e tratamento secundrio.

    Figura 2 Planta baixa da Estao de Tratamento de Esgoto Sanitrio da Embrapa Agroindstria de

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    12Manual de Operao e Manuteno da Estao de Tratamento de Efluentes daEmbrapa Agroindstria de Alimentos

    Alimentos (ETE-CTAA).

    Tratamento Preliminar/Primrio

    a) Caixa de Grades

    O tratamento preliminar visa proteo dos equipamentos do sistema detratamento de efluentes sanitrios e consiste de grades metlicas de 2,5cm de dimetro inclinadas a 45 graus.

    b) Tanque de Equalizao do efluente de laboratrios e de plantas-pilotos

    Neste tanque, sero recebidos os esgotos qumicos dos laboratrios eplantas-pilotos. O esgoto qumico homogeneizado ser, ento, conduzidopara o tanque de neutralizao.

    c) Tanque de Neutralizao

    O efluente laboratorial acumulado, encaminhado para um tanque de

    neutralizao, onde ter seu pH monitorado e, por processo dehomogenizao, ser adicionado lcali ou cido de forma a mant-lo na faixade neutralidade do sistema (6 a 8), para otimizar o processo biolgico.

    O processo de neutralizao consiste na medio do pH do efluente em umtanque de 0,7m3. Quando o pH medido estiver abaixo de 6, deve-seadicionar hidrxido de sdio (NaOH - 10%) atravs de bomba peristltica

    at alcanar a faixa requerida de 6 a 8. Caso contrrio, se o pH estiveracima de 8, deve-se adicionar cido clordrico (HCl - 10%). A mistura doneutralizante adicionado realizada por agitao mecnica, com ps.

    Aps neutralizao, o efluente conduzido ao tanque de equalizao deesgoto sanitrio/caixa elevatria, onde ser misturado ao esgoto sanitrioda unidade para subsequente tratamento biolgico na ETE.

    d) Tanque de Equalizao e Elevatria de Esgoto

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    13Manual de Operao e Manuteno da Estao de Tratamento de Efluentes da

    Embrapa Agroindstria de Alimentos

    O tratamento primrio ser realizado em dois tanques cilndricos depolietileno (volume de 5m3, com dimetro de 1,2m e altura de 2,3m),operando em paralelo. Nestes tanques, o efluente proveniente dos

    laboratrios e plantas-pilotos ser misturado ao esgoto sanitrio, osslidos grosseiros do esgoto sanitrio sedimentaro e o efluente resultanteser distribudo para as fossas spticas, por bombeamento. Portanto,estes tanques funcionam como tanques de equalizao, decantao erecalque. Na parte superior dos tanques, h um conjunto de bombaselevatrias centrfugas submersas de 1 HP controladas por bias de nvel.Devido altura do ponto de suco da bomba elevatria, no h risco de

    slidos grosseiros prejudicarem o funcionamento da bomba.

    Tratamento Secundrio

    a) Fossas Spticas

    O efluente proveniente da elevatria de esgoto seguir para 2 (duas)fossas spticas de cmara nica, que operam em paralelo, e que tm

    capacidade aproximadamente 25m3cada.

    A fossa sptica uma unidade de sedimentao e digesto geralmentefechada, de escoamento horizontal e contnuo. A velocidade e apermanncia do lquido no tanque permitem a deposio das partculas emsuspenso no fundo, onde ficam retidas. Pela decomposio anaerbia,tais partculas se transformam em substncias slidas parcialmentemineralizadas, lquidos e gases.

    b) Filtros Anaerbios

    Aps a fossa, o efluente encaminhado a dois filtros anaerbios de fluxoascendente, com capacidade para aproximadamente de 21m3de efluente.O filtro anaerbio constituido de uma camada de brita-grossa (granitiva),atravs da qual o efluente da fossa sptica escoa no sentido ascendente.

    O esgoto introduzido pelo fundo do filtro e distribuido homogeneamentepor meio de tubos perfurados. O efluente, ento, percola o leito filtrante

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    (brita). No incio do funcionamento do filtro, as bactrias anaerbias soretidas no material filtrante, aderem a ele e ali se desenvolvem, ao invsde sarem com o restante da massa lquida. Em outras palavras, parte do

    lodo adere ao material de enchimento e parte fica retida nos interstciosdesse enchimento. As bactrias, ento, passam a metabolizar a matriaorgnica que passa a fluir por esta camada de brita revestida por estesmicrorganismos. Desta forma, retirado o material poluente e o lquido quedeixa o filtro anaerbio sair com sua carga orgnica reduzida.

    Em seguida, o fluxo encaminhado ao tanque de aerao para

    complementao do tratamento biolgico.

    c) Tanque de Aerao

    Esta unidade consiste de um tanque (16,5m3de capacidade) dotado desistema de aerao mecnica. Neste tanque, o esgoto intimamentemisturado ao lodo ativado (microorganismos aerbios) e submetido a umaoxidao biolgica.

    No tanque de aerao comum ser gerada uma grande quantidade de lodo,devido intensa multiplicao dos microrganismos. Por este motivo, importante que o excesso de microrganismos em suspenso, que deixamesse processo, sejam removidos por decantao.

    O processo de lodos ativados um processo biolgico no qual o esgotoafluente e o lodo ativado so intimamente misturados, agitados e aerados,para logo aps se separar os lodos ativados do esgoto tratado. O lodoseparado retorna para o processo ou eliminado.

    d) Tanque de Decantao

    O tanque de decantao, com capacidade de 16,5 m3, a unidaderesponsvel pela separao dos slidos contidos no efluente que deixa o

    tanque de aerao. O sobrenadante (fase lquida) , ento, denominadoefluente tratado e segue ao corpo receptor. J a fase slida (lodo

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    Embrapa Agroindstria de Alimentos

    depositado no decantador) pode ser retornado aos tanques de aerao oupara o tanque de equalizao/caixa elevatria, para sofrer tratamento.

    Eficincia do Sistema deTratamento de Esgoto

    Um sistema de tratamento anlogo ao da Embrapa Agroindstria deAlimentos tem capacidade de reduzir a carga de poluentes orgnicos emat 95%.

    Eficincia do Tratamento Preliminar/Primrio

    No tratamento preliminar, a capacidade de reduzir a carga de poluentesorgnicos de at 10%, dos slidos em suspenso de at 20% e deremoo de bactrias de at 20%. No tratamento primrio, possvelremover at 50% da matria orgnica, 70% dos slidos em suspenso e75% das bactrias.

    Eficincia do Tratamento Secundrio

    Com o tratamento secundrio, a capacidade de remoo de at 95% dematria orgnica, 95% de slidos em suspenso e 99% de bactrias,deixando o efluente, na maioria das vezes, dentro dos limites legais paraseu lanamento no meio ambiente.

    Eficincia da Ao Conjunta Fossa Filtro Anaerbio

    Do tratamento secundrio de esgoto sanitrio por sistema de ao

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    16Manual de Operao e Manuteno da Estao de Tratamento de Efluentes daEmbrapa Agroindstria de Alimentos

    conjunta fossa sptica e filtro anaerbio, so esperadas as taxas deremoo mostradas no Quadro 1.

    Quadro 1 Eficincia do tratamento de esgoto sanitrio por sistema deao conjunta fossa sptica e filtro anaerbio.

    Eficincia da Ao do Sistema de Lodo Ativado

    Com a complementao do tratamento secundrio por aerao intensivaem tanque com lodo ativo esperado que os valores de slidos emsuspenso sejam < 30 mg/L e que slidos flutuantes estejam ausentes(Quadro 2). As principais caractersticas do esgoto tratado por lodoativado esto descritas no Quadro 3.

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    17Manual de Operao e Manuteno da Estao de Tratamento de Efluentes da

    Embrapa Agroindstria de Alimentos

    Quadro 2 - Eficincia do tratamento de esgoto sanitrio por sistema deao conjunta fossa sptica - filtro anaerbio lodo ativado.

    Quadro 3 Principais parmetros de controle e limites legais dotratamento de efluentes e seus valores mdios obtidos com a utilizao de

    sistema de lodo ativado.

    OBSERVAES:

    Tipo de Coleta: Simples para leos e Graxas e composta de 8h para os demais parmetros.

    No h condies tcnicas para medio de vazo no ponto de amostragem.

    Limites: Segundo Normas Tcnicas INEA NT 202. R10 e DZ 205. R6 (INSTITUTO ESTADUAL DO

    AMBIENTE, 1986, 2007)

    Referncias Metodolgicas: American Public Health Association, American Water Works Association e

    Water Environment Federation (2005); Fundao Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (1983).

    Nas condies normais de tratamento por lodos ativados, a biomassaretirada do sistema contm grande quantidade de matria orgnica,necessitando de uma etapa posterior para sua estabilizao. Em geral, aeficincia do tratamento por lodos ativados depende da quantidade de

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    18Manual de Operao e Manuteno da Estao de Tratamento de Efluentes daEmbrapa Agroindstria de Alimentos

    matria orgnica contida no efluente (DBO), do tempo de contato doefluente com o lodo ativo e do tempo de deteno hidrulico, cujos valores

    normalmente recomendados podem ser vistos no Quadro 4.

    Quadro 4 Principais parmetros de operao do sistema convencional de

    lodos ativados.

    Principais Parmetros de Controledo Processo

    Antes de iniciar uma operao indispensvel o conhecimento bsico dealguns parmetros utilizados na manuteno e controle da Estao detratamento de Efluentes (sistema biolgico por lodo ativado).

    Oxignio Dissolvido

    O sistema adotado no Tanque de Aerao ou reator biolgico conta comsistema de ar difuso com difusores submersos no lquido e tubulaesdistribuidoras de ar. O ar introduzido prximo ao fundo do reator biolgicopara evitar a sedimentao do lodo e fornecer o oxignio necessrio para asobrevivncia dos microorganismos. Este controle importante, pois indica

    a quantidade de oxignio no Tanque de Aerao, de modo que osmicroorganismos possam realizar seguramente sua tarefa.

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    Embrapa Agroindstria de Alimentos

    Slidos Suspensos

    No interior do Tanque de Aerao encontra-se uma quantidade de slidos

    suspensos sob a forma de flocos de lodo ativado. H slidos suspensostotais, slidos suspensos volteis e slidos suspensos fixos ou inorgnicos.

    Demanda Bioqumica de Oxignio (DBO)

    Trata-se da quantidade de oxignio dissolvido necessria para que umcorpo dgua degrade (oxide), pela atividade bacteriana, a matria orgnicaali presente. A DBO proporcional ao tempo, ou seja, quanto maior otempo, mais matria orgnica biodegradvel decomposta pela atividadeaerbica das bactrias. Cinco dias so usados como tempo padro nasmedidas de DBO de uma gua ou efluente.

    A DBO o parmetro tradicionalmente mais usado para a caracterizaode guas residurias brutas e tratadas, como tambm para acaracterizao da qualidade dos corpos dgua. A quantidade de matria

    orgnica presente, indicada pela DBO, importante para se conhecer opotencial poluidor de um efluente, para o dimensionamento do sistema detratamento mais adequado e medir a eficincia desse sistema. Quantomaior o grau de poluio orgnica, maior a DBO do curso dgua.

    Demanda Qumica de Oxignio (DQO)

    ndice que d a quantidade necessria de oxignio, fornecido por um

    agente oxidante, para oxidar totalmente a matria orgnica presente nummeio (gua ou efluente).

    A DQO mede indiretamente a carga de matria orgnica contido noefluente, isto de seu efeito poluidor. Por esta razo, os ndices DQO eDBO so os mais usados na legislao que trata do lanamento deefluentes lquidos em corpos dgua.

    Operao e Manuteno doSistema

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    O esgotamento de poos de visita, caixas de inspeo, caixas de gordura,do lodo de fossas e filtros, e do processo de aerao prolongada deveroser feitos atravs de caminho limpa fossa a cada 6 meses ou a intervalos

    que se fizerem necessrios, de acordo com a operao do sistema.

    Caixa de Grades da ETE

    Realizar limpeza na grade de entrada duas a trs vezes por semana,acondicionando o lixo removido em sacos plsticos e direcionando omesmo ao aterro sanitrio. A remoo do material retido feita com

    raspadeira manual. Proceder s medies de vazes conforme rotinaestabelecida na licena do Instituto Estadual do Ambiente (INEA).

    Tanque de Neutralizao

    As substncias qumicas manipuladas para neutralizao de pH devem seraveriguadas diariamente. O preparo das solues neutralizantes (hidrxidode sdio 10% e cido clordrico 10%) deve ser feito semanalmente ou nos

    intervalos que se fizerem necessrios, de forma a manter um estoquemnimo de 10 litros de cada soluo.

    Fossas Spticas

    A cada dois meses, dever ser feita a retirada do sobrenadante dasfossas spticas e dos filtros anaerbios a fim de evitar incrustaes emau cheiro.

    O lodo de fundo (lodo digerido) deve ser removido a cada seis meses deuso da fossa sptica, devendo ser deixada uma quantidade residual (50 a100 litros) para acelerao do novo processo. Desta forma, evitam-se osincovenientes da liberao de maus odores, que ocorrem no incio daoperao das fossas spticas.

    A remoo do lodo digerido deve ser realizada de forma rpida e semcontato do operador com o material. Este lodo deve ser disposto ematerros sanitrios ou conduzido para estaes pblicas de tratamento de

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    Embrapa Agroindstria de Alimentos

    esgotos sanitrios.

    Filtros Anaerbios

    Quanto ao filtro anaerbio, a operao resume-se a limpeza de seu leito acada seis ou a cada doze meses. Esta limpeza consiste no esvaziamentodo filtro atravs de mangueiras flexveis, que atinjam seu fundo atravs dotubo de acesso tubulao de distribuio e na retrolavagem da brita.

    Para certificar-se de que o sistema est em perfeito funcionamento (comeficincia), aconselha-se que se faam anlises do efluente a cada seis meses.

    Vale ressaltar que a a falta de manuteno adequada da rede de esgotos edo sistema de tratamento como um todo, acarretar em entupimentos,vazamentos e na diminuio acentuada da eficincia do tratamento.

    Decantador Final

    A retirada do lodo no decantador secundrio dever ser feita atravs daabertura do registro de fundo, descartando estes materiais elevatria delodo. Esse descarte dever ser feito uma vez por dia.

    Um extravasor, situado na borda lateral, possibilita, em caso deentupimentos na sada, o fluxo de esgoto para fora do tanque sem aocorrncia de transbordamento. No fundo do tanque, a retirada ser

    operada por registros de gaveta.

    Este descarte de lodo sedimentado direcionado elevatria de esgoto(retorno de lodo) ou eliminado em aterros sanitrios.

    Medidor de Vazo

    O medidor de vazo permitir conhecer o volume de efluente tratado elanado no corpo receptor. Este equipamento instalado na sada doefluente final e a leitura da vazo feita por meio da visualizao da rgua

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    22Manual de Operao e Manuteno da Estao de Tratamento de Efluentes daEmbrapa Agroindstria de Alimentos

    instalada na parte interna do medidor, que mostra o resultado em metroscbicos por hora (m3/h).

    Referncias

    AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION; AMERICAN WATER WORKSASSOCIATION; WATER ENVIRONMENT FEDERATION. Standard methodsfor the examination of water and wastewater. 21th ed. Washington, DC:American Public Health Association, 2005. 1600 p.

    FUNDAO ESTADUAL DE ENGENHARIA DO MEIO AMBIENTE (Rio deJaneiro). Manual do meio ambiente: mtodos FEEMA. Rio de Janeiro,1983. 134 p.

    INSTITUTO ESTADUAL DO AMBIENTE (Rio de Janeiro).Diretriz - 205. R 6:diretriz de controle de carga orgnica em efluentes lquidos de origemindustrial. Rio de Janeiro, 2007.

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    Literatura Recomendada

    FERREIRA, F. D.; CORAIOLA, M. Eficincia do lodo em fluxo contnuo para

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    Agroindstria de Alimentos