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Trabalho de Fontes de Informação Sociológica:
O ENVELHECIMENTO EM PORTUGAL E NO MUNDO
Viviana Raquel Dias Monteiro
COIMBRA, 2012
FACULDADE DE ECONOMIA
UNIVERSIDADE DE COIMBRA
O Envelhecimento em Portugal e no Mundo
Trabalho realizado na unidade de Fontes de Informação Sociológica
Docente: Paulo Peixoto
Ano lectivo: 2012/2013
Imagem da capa: A idade do envelhecimento. Fonte: (Rusty)
Viviana Raquel Dias Monteiro
COIMBRA, 2012
INDICE
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 1
2. ENVELHECIMENTO ................................................................................................. 2
2.1 O Envelhecimento da População Mundial.................................................... 4
2.1.1 O Envelhecimento Mundial e as mudanças sociais.................... 6
2.1.2 O Envelhecimento Demográfico e o crescimento económico ... 7
2.2 O Envelhecimento em Portugal.................................................................... 9
3. DESCRIÇÃO DETALHADA DA PESQUISA.................................................................. 15
4. AVALIAÇÃO DA PÁGINA DA INTERNET ................................................................... 16
5. FICHA DE LEITURA .................................................................................................. 20
6. CONCLUSÃO ........................................................................................................... 26
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 27
ANEXO I
Página da internet avaliada
Anexo II
Texto de suporte da ficha de leitura (livro)
O Envelhecimento em Portugal e no Mundo
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1-‐Introdução
Este trabalho é feito com base na cadeira de Fontes de Informação Sociológica, no regime de avaliação continua, em que nos foi dada a opção de escolha dentro de três temas, pelo que a minha escolha recaiu sobre o “Envelhecimento e dinâmicas sociais”, pois é um tema actual, sendo o ano de 2012 considerado o ano europeu do envelhecimento activo e da solidariedade entre gerações, com a realização do plano de acção internacional de Madrid sobre o envelhecimento. Sendo esta uma preocupação actualmente, pois reflecte-‐se não só na sociedade Portuguesa, mas também na conjuntura mundial, sendo que esta problemática tem consequências para todas nós, não só sociais como económicas, etc., pelo que vou abordar estas temáticas ao longo do trabalho. Para iniciar este trabalho baseei-‐me no livro da Dra. Maria João Valente Rosa e na apresentação do projecto de investigação, “As Dinâmicas Demográficas e Envelhecimento da População Portuguesa: Evolução e Perspectivas” da Fundação Francisco Manuel Dos Santos, bem como de alguma formação disponibilizada no CES, pela Dra. Sílvia Portugal. De destacar ainda que, na minha opinião, esta temática do envelhecimento é um tema actual, mas ainda pouco trabalhado, pois como vamos ver com o decorrer do trabalho, as preocupações com o envelhecer das sociedades só surgiram agora, com o desenvolver da crise, pelo que esta problemática já há muito dava os seus primeiros sinais, mas não suscitava preocupação na maioria da população. A página de internet que escolhi para ser avaliada, é a do INE (Instituto Nacional de Estatística), pois é uma das páginas que vou utilizar para a elaboração de gráficos que me permitem a confirmação de dados sobre a problemática em estudo, bem como uma informação mais especializada.
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2-‐Envelhecimento “O envelhecimento pode ser entendido como a consequência da passagem do tempo ou como o processo cronológico pelo qual um individuo se torna mais velho…é uma parte importante de todas as sociedades humanas, reflectindo as mudanças biológicas, mas também as convenções sociais e culturais.”
(wikipedia, 2012)
Fig.1 O envelhecimento. Fonte: (3dmask)
No passado o envelhecimento chegou a ser visto como uma doença.
O envelhecimento, hoje em dia, tem cada vez mais importância nas sociedades mundiais, pois a população está cada vez mais envelhecida. Por um lado, isso significa a evolução das sociedades e da qualidade de vida destas, bem como da melhoria dos cuidados médicos, o que fez com que a mortalidade diminuísse. Mas, por outro lado, está a tornar-‐se uma preocupação, hoje em dia, em conjunto com a baixa da fecundidade.
O “envelhecimento” pode-‐se dividir em envelhecimento individual, que se subdivide em envelhecimento cronológico e em envelhecimento biopsicológico, e divide-‐se em envelhecimento colectivo que se subdivide em envelhecimento demográfico e em envelhecimento societal.
Passando agora a clarificar os conceitos, o envelhecimento cronológico é a evolução da idade, é algo inevitável e mundial, já o envelhecimento biopsicológico é um reflexo do envelhecimento cronológico, mas não tem uma idade fixa, depende dos indivíduos, de quando manifestam os primeiros sinais de “velhice”.
Sendo a “velhice”, também ela ambígua, pois é valorizada por uns e repudiada por outros.
Relativamente aos subconceitos do envelhecimento colectivo, apresenta-‐se o envelhecimento demográfico, que não tem uma idade fixa, ou qualquer outro factor pessoal, mas que consiste numa distinção populacional em faixas etárias (jovem/ activa/ idosa), é a partir destas que obtemos o conceito do envelhecimento
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demográfico, que consiste numa expansão da faixa etária envelhecida e numa diminuição da faixa etária jovem.
Já o envelhecimento societal, que parece resultar do anterior, em nada tem a ver, pois a população pode estar a envelhecer enquanto que a sociedade não, se reagir às alterações dos factores.
“A marca visível do envelhecimento societal é a de uma sociedade deprimida, que se sente “ameaçada” com a sua própria evolução etária e com as mudanças que em si acontecem.” (Rosa, 2012)
Fig.2 Envelhecimento Societal. Fonte: (Arcurs)
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2.1-‐O envelhecimento da população mundial
O envelhecimento da população mundial provocou uma alteração significativa da estrutura populacional.
Tendo na sua origem factores como o aumento da esperança de vida e por consequente uma descida acentuada da taxa de mortalidade e uma descida da taxa de fecundidade.
Sendo que a nível mundial em 1950-‐1965, a esperança de vida era apenas de 47 anos e em 2000-‐2005 passou para 65 anos, prevendo-‐se ainda que em 2045-‐2050 atinja os 75 anos.
Fonte: (CES)
Fig.3 População Mundial. Fonte: (Milasan)
Relativamente à fecundidade e à sua descida, em Portugal, a renovação de gerações não se encontra assegurada, pois seriam precisos em média 2,1 filhos por mulher para que a reposição fosse assegurada, actualmente essa taxa encontra-‐se em 1,5 filhos por mulher e prevê-‐se uma descida. Sendo assim este fenómeno apelidado de “Baby Clash” – declínio da fecundidade.
Toda esta alteração na estrutura etária encontra-‐se divida em três fases de transição, sendo a primeira fase a de rejuvenescimento da população, a segunda fase a de baixa da fecundidade e a terceira fase é constituída por um aumento dos idosos, que é acompanhado por uma diminuição da fecundidade e da mortalidade. Sendo que esta última fase é a que predomina actualmente nos países desenvolvidos, pela sua rápida evolução em relação aos países em desenvolvimento, que se encontram ainda na segunda fase.
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É ainda de salientar a composição do “envelhecimento”, que é maioritariamente feminina, pois os homens vivem menos tempo do que as mulheres, o que se denota com o progredir da idade.
O envelhecimento da população não tenderá a diminuir tão proximamente, nem o aumento da fecundidade se denotará, pois as medidas tomadas pelos governos são quase que ineficazes, pois o ritmo de crescimento do envelhecimento e o decréscimo da fecundidade são elevados quando comparados com as medidas em vigor, estas tendem a não ter alterações substanciais no curso da estruturação etária, tendo como única solução o crescimento económico, a fim de garantir a subsistência e o apoio dos mais idosos, bem como de atenuar os índices de dependência que se vão verificar, dos mais idosos, e dos mais jovens em relação às pessoas em idade activa que tendem a ser cada vez menos.
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2.1.1-‐O envelhecimento mundial e as mudanças sociais
Também ao nível das mudanças sociais, se destacam os países desenvolvidos dos países em desenvolvimento, sendo que nos primeiros há um maior número de idosos a viverem sozinhos e há uma maior dificuldade de assistência a estes, enquanto que nos países em desenvolvimento os idosos vivem maioritariamente com os filhos, facilitando assim a assistência a estes. Tendência esta que também já se começa a inverter, o que significa que os países têm de aumentar as infra-‐estruturas de apoio a esta faixa etária e têm de ter um maior financiamento para estes, o que com a crise actual se torna difícil.
De salientar ainda a violência e os maus tractos sob a população idosa, tendência esta a nível mundial e que decorre não só em espaços familiares como em instituições de acolhimento aos idosos. Esta prática está a ter cada vez mais repercussões, em geral devido a factores de pobreza, de má conotação dos idosos, de problemas familiares, da falta de recursos institucionais, do stress das pessoas a trabalhar nas instituições, da sua falta de formação, etc… Sendo que o Estado deveria ser o principal regulador para que estas situações não acontecessem, deveria zelar pelos idosos, pela igualdade e promover medidas de penalização para tais acontecimentos.
Fig.4 A solidão nos idosos. Fonte: (Rusty, unprofound)
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2.1.2-‐O envelhecimento demográfico e o crescimento económico
Com o envelhecimento da população, o contingente em idade activa será cada vez menor, o que terá como consequência uma desaceleração do crescimento económico, pois são cada vez mais os idosos a usufruírem de apoios dos Estados e são cada vez menos os activos a produzirem. Sendo assim, esta tendência só se poderá inverter se houver um aumento da produtividade do trabalho e um possível aumento da idade de reforma, acompanhado de medidas anti quebra da mão-‐de-‐obra.
Como possíveis medidas de combate ao envelhecimento demográfico:
Salienta-‐se o crescimento da produção e o crescimento da mão-‐de-‐obra.
Sendo assim apresentam-‐se algumas medidas, tais como o aumento das migrações internacionais para existir uma oferta suficiente de mão-‐de-‐obra nos países desenvolvidos, o que carece de alguma impossibilidade de realização, pois só a União Europeia teria de receber 13 milhões de imigrantes por ano, durante 50 anos.
Outra medida proposta é a transferência da produção para os países em desenvolvimento, solução esta que mais uma vez carece de realização, pois evitar-‐se-‐ia a falta de mão-‐de-‐obra, mas não haveria uma economia suficiente para garantir a sustentabilidade dos mais idosos.
Uma outra medida seria o aumento da idade de reforma, pois esta é ainda baixa em alguns países e poderia aumentar, bem como poderia existir uma maior entrada da mulher no mundo do trabalho, que em muitos países é ainda pouco significativa. Sendo esta uma medida com alguma viabilidade de implementação, bem como de resultados, em conjunto com uma politica de incentivos ao trabalho pós-‐reforma, o que aumentaria e elevaria a economia, embora que ainda levemente.
Um factor económico, também, de destaque é o consumo e a poupança, pois as pessoas ao longo da sua vida, direccionam o seu dinheiro para diversos sectores, sendo que actualmente há já uma grande parte direccionado para a reforma. A poupança está a aumentar, sendo que os idosos por vezes são quem detém um maior poder económico, devido à poupança efectuada, pelo que deveria existir um marketing mais direccionado aos idosos. Existindo ainda uma outra vertente, que é a dos idosos em que a reforma não chega para as suas necessidades básicas e que
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mesmo os seus complementos de poupança, aquando da sua existência, não chegam, pelo que essencialmente, para estes, deveria existir um maior número de apoios e de possibilidades de trabalho, no caso de estes necessitarem e ainda estarem capazes para tal. O envelhecimento levanta, também, um novo problema económico que é a subsistência da segurança social, do mecanismo de pagamento das reformas aos idosos e do facto de estas “reformas” não chegarem para as necessidades básicas deste sector, o que leva a níveis de pobreza para determinados idosos, pois com o agravamento da idade e da saúde não têm dinheiro suficiente para subsistirem, o que é um factor cada vez mais preocupante com o aumento do envelhecimento. Sendo que a pobreza também varia consoante o sexo, em que as mulheres são mais afectadas e consoante o nível de instrução, a profissão que desempenharam, bem como o facto de viverem em países desenvolvidos que detêm um regime de reformas, ainda que possa ser baixo, e o facto de viverem em países em desenvolvimento, em que alguns deles não têm um sistema de reformas garantido, fazendo com que as pessoas trabalhem ainda em idosos e em estados de saúde e idades mais avançadas a fim de sobreviverem, o que agrava a pobreza vivida.
Sendo que, como já referi, as reformas correm alguns riscos de desaparecerem, pois a população dependente idosa está a aumentar e a activa a descer, o que faz com que o sistema económico possa não vir a ter possibilidade de pagar as reformas e assegurar as necessidades básicas dos idosos, sendo hoje um problema preocupante das sociedades.
Economicamente e socialmente, outro factor preocupante são os cuidados de saúde e o acesso destes por parte da população envelhecida. Os sistemas de saúde têm de ter uma maior resposta e um maior investimento em equipamentos e recursos, a fim de responderem à classe mais idosa, o que faz com que os Estados também tenham que investir mais, o que significa um maior dispêndio monetário e um maior desgaste das economias, o que não vai ser possível em alguns países, o que acarretará um menor acesso à saúde por parte dos mais idosos e um aumento de determinados serviços de saúde, que grande parte dos idosos não terá condições para os pagar. Onde mais uma vez os países em desenvolvimento terão mais dificuldades na garantia do acesso à saúde do que os países desenvolvidos.
Uma das soluções para que não existam tantas doenças e problemas de saúde na velhice passa por uma melhor qualidade de vida e um menor “consumo de vícios” prejudiciais à saúde, o que baixaria substancialmente os custos de saúde, essencialmente no caso das doenças crónicas, algo que precisaria de uma mudança de mentalidade nas sociedades.
Sendo este o ano do envelhecimento, foram realizados alguns debates e tomadas algumas medidas de combate a este, sendo de destacar o “Plano Internacional de
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Madrid sobre o Envelhecimento”, que tem como objectivo essencial, “Construir uma sociedade para todas as idades”.
2.2-‐O ENVELHECIMENTO EM PORTUGAL
O envelhecimento populacional em Portugal tem acompanhado o resto do mundo, em que mais uma vez vemos o declínio da fecundidade e o aumento da taxa de idosos, bem como da sua longevidade, sendo de realçar que entre 1960 e 2001, a população jovem diminuiu cerca de 36% e a população idosa teve um aumento de 140%, o que em relação aos idosos traduz-‐se num aumento de cerca de um milhão de idosos, até 2001.
Fonte: (INE)
Fonte:INE
De destacar ainda é a repartição do envelhecimento em Portugal, estando o Alentejo à frente com uma maior taxa de idosos, seguido do Algarve e do Centro. Mostrando assim uma faixa litoral, menos envelhecida e mais jovem, sendo que o Norte detém um menor número de idosos, acompanhado pelas Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores.
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Fonte:INE
Se olhar-‐mos para a estrutura idosa, vemos que a sua composição se traduz por baixos níveis de ensino e por mais de metade da população não possuir qualquer tipo de instrução, estando as mulheres com uma taxa superior à dos homens, o que significa também que estas detêm uma menor reforma, o que lhe agrava a qualidade de vida, principalmente aquando estas vivem mais tempo do que o cônjuge.
Fonte: INE
O envelhecimento veio ainda alterar a estrutura da formação das famílias em Portugal, pois segundo os censos de 2001, em 32,5% das famílias reside pelo menos um idoso, sendo que em 17,5% dos casos as famílias são constituídas apenas por idosos. Estes números viram o seu maior aumento a partir de 1991 e 2001, cerca de 23%, tanto nas famílias com idosos como nas só de idosos, passando de 30,8% para 32,5%. De referir ainda que no total das famílias só de idosos, a maioria são constituídas só com um idoso (50,5%) e por dois idosos (48,1%).
Relativamente à estrutura dos idosos é ainda de salientar o facto do aumento dos níveis de pobreza ser maior nos agregados constituídos apenas por idosos, não só no que respeita as condições de alojamento e posse de bens, mas também na taxa de pobreza entre sexos, sendo a situação das mulheres, como já referi, a mais
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desfavorável, pelas menores reformas, fruto da descriminação de sexos e pela sua maior longevidade.
Estimativas recentes revelaram que a população em Portugal é a sétima mais envelhecida do mundo e que este fenómeno terá tendência para se vir a acentuar. Pois entre 1950 e 2009 verificou-‐se uma enorme diminuição da natalidade com um decréscimo de 52% na população portuguesa, sendo que o envelhecimento em Portugal não está ligado, somente ao decréscimo da natalidade, outros factores estão envolvidos neste processo, essencialmente o factor da emigração.
Pois, com este movimento por parte da população activa, deu-‐se uma saída das estruturas etárias intermédias (adultos activos), o que levou a um aumento do envelhecimento da população residente em Portugal. Sendo as regiões mais afectadas pelo envelhecimento, as do interior (tais como: Portalegre, Castelo Branco, Beja e Guarda, denotando-‐se assim que o envelhecimento terá começado no espaço rural), sendo considerada, assim, a primeira fase do processo de envelhecimento.
Outro dos factores que interviram no processo de envelhecimento foi a revolução contraceptiva. Sendo que na década de 1960, o indicador de fecundidade era ainda de 3 filhos por mulher, tendo reduzido acentuadamente no final dos anos 70 e início da década de 80. Em 1986, o indicador conjuntural de fecundidade já se fixava por volta dos 1,6 filhos e em 2007 já se encontrava em 1,3 filhos, o que não assegura o nível médio de reposição da população que é de 2,1 filhos por mulher. Esta evolução deve-‐se em muito, ao ciclo fecundo das mulheres se iniciar mais tarde, relacionando-‐se com o aumento da idade do primeiro casamento, a diminuição do número de casamentos e os níveis de instrução prolongados, bem como a definição de metas a realizar, o aumento da pobreza e da precariedade, o desemprego nos jovens, tudo isto vem como que adiar a entrada na vida adulta. O facto de muitos jovens darem grande importância a sua liberdade e a sua carreira profissional, bem como algum desprestígio social que o casamento adquiriu nos últimos anos vem agravar ainda mais esta situação.
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Fonte: INE
Fonte: INE
Um dos factores que assume um papel principal no envelhecimento é a relação entre o recuo da mortalidade e o envelhecimento. Os riscos da mortalidade em Portugal não são uniformes nos dois sexos, ao longo do tempo. A população masculina tem uma proporção menor que a população feminina, sendo que isto não pode ser só atribuído a emigração, principalmente masculina, mas sim as causas de mortalidade da população masculina. A maior duração média de vida nas mulheres é um factor responsável pelo envelhecimento mais acentuado da população, ao longo do tempo.
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Por outro lado, a mortalidade infantil tem sofrido um decréscimo ao longo dos anos. Actualmente, a taxa de mortalidade infantil situa-‐se numa proporção de 3 em mil, devendo-‐se em muito aos avanços da medicina. Com isto, o aumento da esperança média de vida veio verificar-‐se não só nos nascimentos, mas também em idades avançadas. Sendo assim o aumento da esperança média de vida, desde há 100 anos para cá contribuiu para o envelhecimento da população. O que segundo, alguns demógrafos vai nos obrigar a repensar o conceito de velhice.
Fonte: INE
Portugal sofreu, em termos demográficos, modificações muito importantes nas últimas décadas, traduzindo-‐se num rápido envelhecimento e numa redução da fertilidade. Estes fenómenos não ocorreram só em Portugal, afectaram todos os países, mas com uma ressalva, como alguns países alcançaram um estatuto de riqueza superior ao de Portugal torna-‐se mais fácil lidar com os problemas inerentes. O Governo Português esta ciente que é preciso aumentar a natalidade, para combater o envelhecimento. Para isso várias medidas foram enunciadas e postas em prática, ainda que com um resultado ténue.
Portugal tem vindo a desenvolver medidas para reduzir o envelhecimento e para aumentar a qualidade de vida das populações idosas, promovendo o bem-‐estar e a inclusão social, ao longo da vida. Os vários ministérios e entidades da sociedade civil concretizaram várias medidas e iniciativas, tendo por base fazer face ao impacto das alterações demográficas e promover a inclusão social. Por entre estas medidas e iniciativas destacam-‐se:
Oportunidades de ganhos em saúde ao longo da vida; Acessibilidade para todos/as, dentro e fora de casa; Segurança social perante eventualidades da vida; Conhecer, ganhar mais sabedoria e divertir-‐se; Novas tecnologias de informação e comunicação;
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Informação útil e oportuna; Voluntariado e o diálogo entre gerações.
Fonte: (s.a., 2012)
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3-‐Descrição Detalhada da Pesquisa
No âmbito da cadeira de Fontes de Informação Sociológica, como já referi, escolhi o tema, “Envelhecimento e Dinâmicas Sociais”, pelo que comecei por escolher o livro, “O envelhecimento da Sociedade Portuguesa”, de Maria João Valente Rosa, do qual realizei a minha ficha de leitura. Posteriormente usei este livro como base para o desenvolvimento do trabalho, bem como para outras pesquisas pormenorizadas na internet, onde restringi alguma informação.
Como meio complementar utilizei a internet, sendo que tentei usar sites reconhecidos pela Sociologia, onde retirei informações sobre os estudos efectuados por estes, acerca do Envelhecimento, sendo estes a fundação Francisco Manuel Dos Santos, onde utilizei informações do Projecto: “Dinâmicas Demográficas e Envelhecimento da População Portuguesa: evolução e perspectivas”, o CES, onde retirei informações, embora sucintas, do “Envelhecimento: um desafio ao futuro” da Dra. Sílvia Portugal, ainda no CES, encontrei uma “Síntese”, sobre o envelhecimento, retirei ainda informação do Programa de Acção do AEEASG 2012. Pesquisei ainda, pelas palavras-‐chave: “envelhecimento” numa perspectiva mais geral, para daí fazer uma leitura mais específica, onde pesquisei por “envelhecimento em Portugal”, “envelhecimento activo”; “envelhecimento populacional”; “envelhecimento mundial”; “consequências do envelhecimento”; “políticas de combate ao envelhecimento”; “evolução e perspectivas do envelhecimento”; “medidas de combate ao envelhecimento”; “dinâmicas sociais e envelhecimento”, como complemento da informação daqui retirada utilizei o site do INE, que me permitiu fazer gráficos acerca do envelhecimento e das suas vertentes, a fim de uma melhor percepção e comparação da realidade Portuguesa em relação ao Envelhecimento.
Ainda de destacar, realço o facto de ter utilizado a internet como apoio de pesquisa, e não ter utilizado tanto os livros, mas, como já referi anteriormente, não existem muitos livros actuais acerca desta problemática, pelo que tentei cingir a minha pesquisa essencialmente a sites de credibilidade e a projectos dos mesmos, pretendendo assim realizar um trabalho com uma maior qualidade e segurança de informação, pelo que destaco esta a minha maior dificuldade de pesquisa, o facto de existirem poucos livros actuais sobre esta problemática.
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Avaliação da Página Internet
Caracterização Geral
Nome do Sitio: INE
Endereço URL: www.ine.pt
O portal do INE têm como objectivo divulgar a informação estatística, actualizada, oferecendo um acesso universal, directo e gratuito a toda a informação contida no site. É um site apelativo e dinâmico, sendo os seus conteúdos e funcionalidades actualizados.
Está disponível em Português e Inglês.
No que toca a acessibilidade, cumpre os requisitos e as orientações nacionais e internacionais mínimos dos cidadãos com necessidades especiais.
O Portal é constituído por 3 áreas principais:
• Informação Institucional; • Conteúdos Estatísticos; • Apoio ao Utilizador.
A informação destina-‐se a População Portuguesa, tanto a um público vasto como especializado.
Avaliação feita por Viviana Raquel Dias Monteiro.
Número do Aluna, 2011159279.
Data, 27 de Dezembro de 2012.
Autor do Sitio / Tema
O autor é uma instituição pública, “Instituto Nacional de Estatística”. Exprime-‐se em nome institucional e dá informação sobre o INE, a sua actividade, os acontecimentos mais importantes, as novidades e os intervenientes principais na produção estatística.
O tema principal está implícito (no titulo), como é explicitado através de meta-‐informação (Introdução, Apresentação), e corresponde as expectativas criadas bem como à forma como o tema é tratado.
Ainda no que respeita ao tema, o site tem amplitude, retrata bem os aspectos que são tratados, o tratamento é específico e são incluídos tópicos relacionados. O
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aprofundamento do tema é elevado e há uma interacção com o público-‐alvo. A informação disponibilizada é bem seleccionada e disposta cronologicamente.
Os dados estatísticos estão organizados por ordem alfabética (com excepção dos quadros).
Estrutura e Navegação
O endereço URL é intuitivo e curto. O sítio disponibiliza instrumentos de pesquisa e de navegação, motor de pesquisa interna e mapa do sítio, sendo estes bastante eficazes. A navegação é muito acessível, sendo as ligações activas e adequadas. O sítio não tem publicidade, o que torna mais fácil a leitura da informação e a estrutura do sítio é bastante complexa tendo inúmeras ligações.
Por exemplo, na estrutura do site, existem indicadores que são acompanhados de um ícone (meta-‐informação), permitindo, a consulta dos conceitos, classificações, formulas utilizadas, periocidade, fontes e dimensões.
Outras funções como “ Altera Condições de Selecção “ ou “ Visualizador Gráfico “ vem demostrar as inúmeras opções na estrutura do site, bem como demostrar o esforço do INE em satisfazer as necessidades específicas dos seus utilizadores.
Conteúdo e Alcance do Sitio
A informação disponibilizada trata de factos, sendo muito personalizado. A informação é original, outras páginas utilizam este portal através de ligações hipermédia, para ter acesso à informação publicada.
O sítio é perfeitamente sustentável, e não depende de páginas exteriores para complementar a sua informação.
O sítio é suportado por uma organização reputada na área, sendo assinado e tendo as suas fontes de informação bem indicadas. A informação disponibilizada é verificável, sendo possível contactar os responsáveis pela página.
A informação é exacta e precisa, e tem uma grande influência tanto a nível ideológico, comercial e político. O site é actualizado, existindo datas de publicações das informações. As actualizações são feitas com curtos espaços de tempo, mantendo o site actualizado. As datas das actualizações são indicadas e correspondem à informação a que se refere. Verifica-‐se a preocupação da instituição com a constante actualização do site e com a estabilidade do mesmo.
O conteúdo da página é acessível noutros suportes web (Safari, FireFox). Esta página ajuda a complementar outras fontes acrescentando-‐lhes actualizações e uma maior facilidade de acesso.
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No que toca à qualidade da escrita, o conteúdo está correctamente escrito, não havendo erros ortográficos ou gramaticais.
O acesso e a facilidade de uso das informações tanto no site como através do recurso a ligações hipermédia é rápido e fácil, isto sem ter problemas no que toca a direitos de autor. A página é adequada aos objectivos, tem um ambiente informático muito acessível e os serviços fornecidos não exigem qualquer tipo de programa difícil de adquirir pelo utilizador, os programas para acesso são comuns e fáceis de utilizar. De salientar ainda que o INE pode torna-‐se pouco amigável, pois temos tendência a perdermo-‐nos no meio de tanta informação.
A página contém um mecanismo de pesquisa para mais fácil acesso ao conteúdo. Esse motor de pesquisa funciona bem, é eficaz e responde com alguma rapidez. Para facilitar a pesquisa e visualização do site existe um mapa do sítio.
O sítio é de leitura clara e fácil de interpretar, bem organizado, sendo possível descobrir facilmente a informação que se pretende, com o mínimo de clicks possível.
O tempo que demora a página a ser carregada, varia consoante a ligação de internet, mas no âmbito geral, carrega bastante rápido, não sendo necessário, esperar mais do que é normal. As páginas internas também abrem com alguma rapidez.
A página pode ser acedida por toda a gente, sem ser preciso efectuar qualquer registo de utilizador ou uso de palavra passe. A página é acessível com qualquer motor de busca. O URL é sempre o mesmo, sem existirem mudanças. A página pode ser facilmente acedida, não sofrendo grandes sobrecargas ou se desligando. A largura da banda permite que o tempo de carregamento não seja excessivo. Não é preciso nenhum tipo de pagamento para se ter acesso aos conteúdos.
Estão disponibilizados mecanismos de ajuda, para facilitar a movimentação dentro da página, estando convenientemente localizados e sendo acessíveis em todas as páginas internas.
Grafismo
A página tem um aspecto agradável, com poucos efeitos visuais, para não distrair ou substituir o conteúdo. É fácil de navegar na página, e não existem secções “Em Construção”. Os elementos gráficos aumentam o valor da página completando o conteúdo, sendo bastante importantes e úteis.
Utilidade do Sítio Para a Realização do Trabalho
A página cumpre os objectivos propostos, é desenhada para todo o tipo de público, e satisfaz as necessidades dos utilizadores na sua generalidade. A página é interactiva,
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sendo dada a possibilidade dos utilizados se inscreverem na página, e estimulando a participação do público em alguns eventos sobre o tema.
A página tem uma enorme divulgação, sendo muitas vezes enunciada em publicações da especialidade. Possui ainda a possibilidade de guardar os documentos no computador pessoal, bem como poder imprimi-‐los ou envia-‐los por correio electrónico. Podem ser exportados no formato XLS e CSV (Quadros) e JPEG, PNG, PDF (Gráficos).
Por fim, existe um serviço chamado WEBINQ, que se destina aos prestadores de informação que pretendem responder pela internet a inquéritos do INE.
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Ficha de leitura
Título da publicação: O Envelhecimento da Sociedade Portuguesa.
Autor: Maria João Valente Rosa.
Local onde se encontra: comprado pela própria (em casa).
Data de Publicação: Maio de 2012.
Edição: primeira.
Local de edição e Editora: Lisboa – Fundação Francisco Manuel dos Santos.
Nº de Páginas: 86.
Assunto: O envelhecimento na Sociedade Portuguesa.
Palavras-‐Chave: envelhecimento; sociedade; população; faixas etárias; conhecimento; idosos; discriminação; mudança; produtividade; fecundidade; mortalidade; taxa de crescimento natural; imigração; índices sintéticos; Portugal.
Data de Leitura: 25/10/2012
Área científica: Ciências Sociais
Subárea científica: Sociologia – Demografia
Resumo / Argumento: Este livro fala-‐nos do envelhecimento da Sociedade Portuguesa e das consequências deste para a economia e sociedade em Portugal. De destacar, essencialmente o risco da continuidade da segurança social, bem como de um decréscimo da produtividade e de uma culpabilização, de grande parte da população, atribuída aos idosos, pela situação actual, o que este livro nos revela na verdade é que o envelhecimento pode não ser afinal a causa da situação económica em Portugal e ainda nos mostra diversas perspectivas e vertentes do envelhecimento, bem como nos alerta para uma mudança de classificação das faixas etárias e de um maior aproveitamento destas em detrimento de uma evolução da economia e da sobrevalorização de recursos Humanos que actualmente desperdiçamos. Pois como diz a autora, “ o principal problema das sociedades modernas não é o futuro, é o passado”.
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Estrutura: O “envelhecimento” é algo recente na Sociedade Portuguesa, pelo menos enquanto tema de discussão e preocupação.
Este é um tema que pode ter diversas percepções, bem como vertentes, a salientar, essencialmente, duas vertentes; o envelhecimento individual que se subdivide no envelhecimento cronológico que diz respeito à idade, sendo comum a todos, bem como inevitável, e o envelhecimento biopsicológico, sendo que este se pode considerar um reflexo do envelhecimento cronológico, onde perpetuam algumas diferenças, como o facto de este ser menos directo, não tendo uma idade fixa para o seu acontecimento, dependendo assim de cada pessoa, daí que cada um tenha sinais de envelhecimento díspares.
Relativamente à vertente do envelhecimento individual, enquanto um todo, encontra-‐mos o conceito de “velhice”, não tendo este um início demarcado, nem sendo visto por todos da mesma maneira. Para parte da população é algo visto com aceitação, como uma fase de valorização, de privilégio, de chegar a uma idade avançada, enquanto que, para algumas pessoas é visto como um factor de transtorno, que é prejudicial, por vezes associado à morte, à deterioração contínua do individuo ao medo do isolamento. Passando agora à outra vertente do “envelhecimento”, encontra-‐mos o envelhecimento colectivo, também este subdividido em duas categorias; sendo uma, o envelhecimento demográfico (ou da população) em que para o percepcionar-‐mos temos que nos focar na divisão dos indivíduos em categorias etárias (fixas), que se dividem consoante as idades, em idade jovem, activa e idosa.
Assentando assim o envelhecimento demográfico, nestas faixas, é ainda apoiado por indicadores sintéticos, que acabam por transmitir sempre a mesma regra, “a população envelhece quando a população em idade idosa passa a valer mais em termos estatísticos.”
Já a outra subcategoria do envelhecimento colectivo, é o envelhecimento societal, que está interligado com o envelhecimento demográfico, como que resultado deste, o que segundo a autora, não é verídico, pois determinada população pode envelhecer, enquanto que a sociedade não tem de ter o mesmo seguimento, sendo que esta pode reagir “à alteração do curso dos factos”, encontrando soluções para os resolver.
O envelhecimento societal, em simultâneo com o envelhecimento demográfico, pode fazer com que se adquira alterações no sector económico, bem como uma diminuição relativa à inovação, o que implica um aumento dos custos indirectos do trabalho e das despesas em diversos sectores.
O envelhecimento demográfico não aconteceu só em Portugal, também as sociedades europeias, sofreram os efeitos do “duplo envelhecimento”, a partir, principalmente, da
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segunda metade do século XX, sendo que os mais atingidos, foram as regiões de maior desenvolvimento, onde Portugal se apresenta com um envelhecimento cada vez mais acelerado, devido aos baixos níveis de mortalidade, bem como de fecundidade, o que faz de Portugal, um dos países mais envelhecidos da União Europeia. Sendo que Portugal não está a envelhecer, apenas na faixa etária idosa, também a faixa etária activa se encontra num processo de envelhecimento.
A população de Portugal vai continuar a envelhecer e rapidamente.
Como causas do envelhecimento das populações, encontram-‐se a redução da mortalidade, devido, em parte, aos melhores cuidados de saúde prestados e à redução da fecundidade, que se encontra hoje com uma taxa inferior a 1,4 filhos por mulher, o que não assegura a renovação de gerações, pois para tal seria necessário o nascimento, em média, de 2,1 filhos para que a reposição de gerações fosse assegurada.
Sendo assim podemos verificar, uma população cada vez mais envelhecida em Portugal, que naturalmente dá enfoque a alguns dos seus medos, tais como a falta de saúde, a solidão e o isolamento familiar, a pobreza, entre outros.
Segundo a autora, quando se fala em envelhecimento demográfico, as três causas negativas associadas são o facto de a população estagnar e não existir renovação de gerações, o facto de a produtividade diminuir e pôr em risco a sustentabilidade financeira da Segurança Social.
Relativamente à renovação de gerações, podemos concluir uma menor taxa de nascimentos que não assegura a renovação e um número de óbitos homogéneos, sendo que a faixa idosa está a aumentar, mas os óbitos não, acontecem em número igual, o que faz com que o saldo natural esteja, actualmente, próximo de zero, ou até mesmo, com valores negativos, o que significa uma diminuição da população e um constante envelhecimento, de forma natural.
A produtividade em conjunto com o envelhecimento, é importante pois Portugal já possui níveis baixos de produtividade económica, relativamente ao que seria de esperar em detrimento dos níveis populacionais que detém, o que com o envelhecimento, receia-‐se que piore, pois os indivíduos aquando de alguma perda da capacidade de trabalho, deixam de produzir por completo, o que ajudaria mais se produzissem, ainda que parcialmente, sendo que a esperança média de vida aumentou e o tempo de produção é cada vez mais pequeno.
A complementar a situação de envelhecimento, encontra-‐se um modelo do ciclo de vida, que se baseia na exclusão dos mais novos, pois estão em fase de formação e os mais idosos, pois já trabalharam e agora estão numa fase de descanso, o que deixa uma pequena fatia da população no activo.
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Segundo a autora, como método de atenuação do envelhecimento, Portugal deveria aproveitar a imigração, pois em geral, estes estão em idade activa e possuem alguns um grau de formação e evolução tecnológica, que seria benéfico para a nossa sociedade, devido à inovação tecnológica, que cada vez tem um maior impacto na actualidade, factor que também contribui para um maior afastamento dos mais idosos, por não terem uma percepção tecnológica benéfica.
Como um dos principais receios aparece, também a segurança social e as reformas, bem como a subsistência destas. Aquando do envelhecimento populacional, assiste-‐se a um aumento das despesas sociais, o que levanta a questão, se a segurança social terá capacidade para defrontar este acontecimento, sem que a sua existência possa estar em causa, pois se a faixa etária em idade activa está a diminuir, que é quem, com os seus descontos pagam as reformas à idade idosa, que por sinal está em expansão, o que segundo os princípios de “repartição” não se encontra distribuído de forma igualitária, pois quem desconta encontra-‐se em menor número, do que os reformados, que é quem recebe, o que pode provocar uma ruptura na segurança social e uma falta de dinheiro para pagar à faixa idosa, podendo assim gerar-‐se um conflito social entre gerações.
Para que situações como esta não aconteçam é necessário “transformar as ameaças em oportunidades”, ou seja o que pode ser visto como um aspecto negativo, em alturas de crise, tem de ser repensado, para que se possa retirar o lado positivo deste e se consiga passar de algo negativo para algo benéfico.
Sendo que esta mudança do visionamento das coisas, é algo que ainda falta na nossa sociedade, essencialmente envelhecida, que por exemplo, vê hoje muito mal o envelhecimento populacional, devido, essencialmente, à falta de mudança de mentalidade, dum “pensar diferente”, daí que o envelhecimento demográfico seja repudiado, em parte, por uma generalização da população. Facto este que se deve, em parte, à maneira como as pessoas são divididas, por faixas etárias, ou seja cada pessoa é mais ou menos importante consoante a sua idade, bem como a sua nacionalidade e não pelo grau de competência e conhecimento que detêm, o que se traduz, num enorme desperdício de conhecimentos e recursos humanos.
Segundo a autora, é a partir do conhecimento, que se deve pensar o envelhecimento, dividindo-‐o em três áreas de mudança do pensamento e da organização, sendo estas; o ciclo de vida, o relacionamento cultural e a situação no trabalho, que podem ser vistos em duas perspectivas a da “lógica da participação” (vigora actualmente), que é uma situação de decomposição, de fracção, em que as diversas divisórias estão isoladas e não se complementam, nem interagem, já a outra perspectiva, a é a “lógica da interligação” (modelo alternativo defendido pela autora), que se opõe à lógica de partição.
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A interligação pressupõe que não haja uma separação tao rígida quanto a actual, mas uma conciliação, neste caso, do conhecimento, que acompanharia assim a sociedade actual e o modo de interligação entre si, bem como deveriam estar as faixas etárias, em pró da evolução económica do país e de cada um.
Sintetizando agora as três abordagens do envelhecimento, atrás referidas, iniciam-‐se com a proposta do ciclo de vida, que é algo comum a tudo o que existe, é composto por fases, em que umas são de maior valorização e outras nem tanto, como é o caso dos “idosos”.
Pelo que a sua faixa etária é responsabilizada por grande parte dos problemas actuais, bem como acarreta uma falta de interesse e de conhecimento desta, que não se vê nas outras faixas etárias. Isto denomina-‐se de discriminação, não do sexo, nem da nacionalidade, mas da idade. Esta discriminação está associada a uma desvalorização dos idosos, que em parte, acontece devido à organização da sociedade e à sua mentalidade, que têm de mudar para que esta visão seja alterada. Como exemplo desta desvalorização, a autora, salienta o facto de cada individuo programar a sua vida em função de uma só actividade profissional que chegado a uma idade mais avançada, acaba por (com a reforma) deixar de dar destaque a determinado individuo idoso, passando a destacar um individuo no activo, retomando, assim, novamente o mesmo ciclo, daí que, se os indivíduos apostassem numa diversificação na formação de actividades profissionais, bem como numa conciliação entre as três faixas etárias, os idosos, não teriam que parar de produzir, ainda que se encontrassem a tempo parcial e os “activos” não estariam tão sobrecarregados, o que faria com que os mais velhos não passassem a ser vistos como “fardos” prejudiciais à economia e à sociedade, dando assim um maior contributo à produtividade, bem como à economia e alcançando assim uma maior valorização da população mais envelhecida.
Uma outra abordagem do envelhecimento é o relacionamento cultural, pois tanto o envelhecimento demográfico, como a imigração, são algo de preocupante para a população Portuguesa. Isto em parte pela sua mentalidade, como já referi relativamente ao envelhecimento, mas também com principal destaque, no nível de preocupação, encontra-‐se a imigração, que não é bem vista pela população, é como que uma ameaça, algo prejudicial, tanto que se reparar-‐mos, denota-‐mos o modo como são excluídos na sociedade Portuguesa, principalmente na vertente laboral, em que os imigrantes dos países considerados de terceiro mundo, mesmo que com qualificação acabam por ocupar os lugares que os Portugueses não querem. O que mais uma vez é um desperdício de recursos Humanos, só porque a sociedade os vê como uma ameaça não só ao nível laboral, mas também, como uma ameaça à identidade cultural, algo que na sociedade actual não deveria ser um factor de maior importância. Daí que a interacção esteja mais uma vez em foque, para uma evolução da sociedade, bem como da economia, outra abordagem do envelhecimento passa
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pela situação do trabalho, que é caracterizada por uma maior importância das finanças do que da economia, o que é uma lógica errada, daí que Portugal, por não ter conseguido evoluir economicamente esteja actualmente dependente do controlo financeiro.
Outra marca da economia e da sociedade Portuguesa passa pelo pouco empreendedorismo e pelo cada vez maior número de trabalhadores por conta de outrem, situação esta que se deveria passar de uma forma contrária, pois a economia Portuguesa necessita de cada vez mais empreendedorismo para que a sua produtividade aumente, bem como a sua evolução e economia.
Para finalizar temos a vertente da “meritocracia” que consiste na atribuição de determinado cargo consoante o mérito que a pessoa teve para o obter, ou seja a obtenção dos cargos por mérito, por competência, encontram-‐se em oposição à teoria de que determinado cargo pertence aquela pessoa, pelo facto de ter chegado primeiro, ou porque está há mais tempo em determinada organização.
A meritocracia deve ser o método aplicado actualmente, a fim de obter uma maior evolução das sociedades e uma maior produtividade, sem que exista qualquer discriminação por idade, sexo, ou nacionalidade, deve existir uma mudança de pensamento das sociedades em pró do bem comum.
Autores / Personagens (citados): INE; Cícero; Platão; Jeanne Calment; Maria de Jesus.
Recursos de Estilo e Linguagem: A linguagem é acessível, cuidada, de fácil percepção, salvo alguns termos associados ao estudo, que procurei desvendar o seu significado, em pró de uma melhor compreensão do texto.
Conceitos/ problemáticas: Envelhecimento individual; envelhecimento colectivo; envelhecimento demográfico; meritocracia; fecundidade; mortalidade; crescimento natural; “idosos”; faixas etárias; fraca produtividade; envelhecimento da sociedade Portuguesa; sustentabilidade da segurança social; imigração.
Disciplina: Fontes de Informação Sociológica
Professor: Paulo Peixoto
Aluna: Viviana Raquel Dias Monteiro
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Nº 2011159279
Conclusão
Com este trabalho obtive novas informações sobre o envelhecimento, bem como sobre o que é esta realidade e quais as suas consequências para todos nós, não só a nível nacional, como a nível mundial e todas as repercussões que daí advêm, bem como a falta de aproveitamento de recursos humanos, com mais de 65 anos, o que se denota num evidente desperdício de mão-‐de-‐obra, algo que deveria mudar, pois é uma necessidade de todos os países, principalmente com a descida da população em idade activa e dos nascimentos, que actualmente não asseguram a renovação de gerações.
É ainda de realçar o facto de o envelhecimento da população há muito ter dado os seus sinais e só agora se ter começado a percepcionar a dimensão e a tentativa de resolução destes, sendo que, como vimos no trabalho, é muito difícil uma redução súbita do envelhecimento populacional, apenas se conseguirá uma atenuação do mesmo, com as medidas estabelecidas, como as que vemos no plano de acção internacional de Madrid sobre o envelhecimento, que retoma o lema do ano de 1999, de “Uma Sociedade para todas as idades”, pois actualmente denota-‐se uma estratificação de idades e uma separação das mesmas, em que acabando determinada fase se inicia outra, não existindo interligação, o que actualmente é um dos problemas, do desemprego, da interajuda, da economia, do envelhecimento, da solidão dos idosos, etc. pelo que a interligação geracional seria uma das mudanças a aplicar na sociedade actual.
Este trabalho dá nos a percepção de como se encontra a sociedade actualmente, envelhecida e com tendência a agravar-‐se, sendo este um factor nacional e mundial, pelo que é uma das maiores preocupações actualmente, em conjunto com a crise europeia que se interliga com esta problemática.
É ainda de realçar a chamada de atenção para a falência de alguns sectores, como a segurança social e para a falta de cuidados aos mais idosos, bem como as dificuldades de acesso à saúde e o isolamento destes, algo que se tem vindo a agravar com a conjuntura mundial.
Faço assim um balanço positivo deste trabalho, pois conheci melhor as dificuldades que o envelhecimento tem para os próprios e para a sociedade pelo mau aproveitamento e discriminação deste.
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