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2015
1
Dedico esta monografia a ....................,
........................., pelo incentivo e paciência.
2
RESUMO
A
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
.
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........................................................................................................................................
Palavras-chave: Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.
3
ABSTRACT
The
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
.
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
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........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
Keywords: Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 5
2 DESENVOLVIMENTO ......................................... Erro! Indicador não definido.
2.1 REVISÃO BIBLIOGRAFICA .......................................................................... 8
2.1.1 Historico. ............................................................ Erro! Indicador não definido.
2.1.2 Tendências ........................................................ Erro! Indicador não definido.
2.2 ESTUDO DE CASO ............................................ Erro! Indicador não definido.
2.2.1 Pesquisa . ........................................................... Erro! Indicador não definido.
2.2.2 Resultados ........................................................ Erro! Indicador não definido.
3 CONCLUSÃO...................................................... Erro! Indicador não definido.
REFERENCIAS ......................................................................................................... 22
ANEXOS .................................................................................................................. 22
APENDICE ............................................................................................................... 22
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1 INTRODUÇÃO
A construção civil, importante segmento da economia devido ao fato de gerar
dividendos e oportunidades de trabalho para diversas classes sociais, nos últimos
anos esteve entre os setores com maior crescimento. Segundo o IBGE, ao final de
2010 o ramo teve maior taxa de crescimento (11,6%) comparado a setores como
indústria (10,4%), agropecuária (6,3%) e serviços (5,5%). No Rio Grande do Sul,
segundo matéria publicada no site da Câmara Brasileira da Indústria da Construção
(2011) o Índice de Atividade da Construção Civil Gaúcha (IAC/RS) teve alta de
8,73% em
do Trabalho, disponível no site do Ministério da Previdência Social, o setor
teve 62.874 sinistros somente no ano de 2012. A figura 1 apresenta gráfico que
comprova o aumento do número de acidentes ao longo dos anos. Este gráfico
mostra o número de acidentes do trabalho para cada atividade econômica (segundo
divisão do CNAE2.0) e o valor total para o ramo da construção (que compreende as
três atividades citadas) no período de 2006 a 2012.
Figura 1 – Gráfico de número de acidentes do trabalho por atividade econômica. Fonte: Ministério da Previdência Social (2014).
Conforme publicação do SESI sobre segurança e saúde na indústria da
construção civil, de Barbosa et al. (2013) o número de óbitos e o coeficiente de
mortalidade por acidentes de trabalho, no Brasil, vem decaindo, reduzindo 57,2% em
10 anos (período de 2000 a 2009). No entanto, na construção, o número absoluto de
óbitos no mesmo período oscila, reduzindo a taxa de mortalidade em 43%, mas
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aumentando o percentual da participação de óbitos deste ramo no número de
acidentes totais da nação, com 13,9% em 2009 contra 11,3% no ano 2000. Afirma
ainda que as causas de mortes mais comuns são acidentes envolvendo veículos
automotores (abrangendo também acidentes de trajeto) com 33% das causas e
quedas (acidentes mais típicos da atividade) com 16%.
Somente no Rio Grande do Sul, segundo artigo publicado pelos auditores
fiscais Branchtein e Souza (2009), a taxa de mortalidade da industria da construção
em relação ao numero de acidentes analisados do período de 2002 a 2009 chega a
61%, enquanto nas demais atividades o valor é de 47%. No mesmo artigo é
apresentado que dos 140 acidentes analisados 73 estão relacionados a quedas de
altura, sendo 44 destes fatais.
Conforme Santana et al. (2011 citado por Barbosa et al.,2013 p. 32), dos
acidentes fatais de trabalhadores do sexo masculino envolvendo quedas, cerca de
35,5% envolviam caídas de lajes de edificações e 25% de andaimes. Acidentes
envolvendo quedas com grande diferença de nível quase sempre são fatais, e
quando não, e em muitos casos impossibilitando o trabalhador de voltar a exercer
sua profissão.
Além do trabalhador, sua família e dependentes, a empresa que o empregava
também é prejudicada, pois acidentes, fatais ou não, resultam em custos
indesejados através de gastos com autos de infração e embargos das obras
emitidos pelo Ministério do Trabalho e Emprego, ações do Ministério Público do
Trabalho e da Previdência social, além das indenizações que são pagas aos
funcionários ou suas famílias.
As Normas Regulamentadoras (conhecidas como NR), citadas no capítulo V,
título II, da Consolidação das Leis do Trabalho, e periodicamente revisadas pelo
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), regulamentam e orientam sobre os
procedimentos obrigatórios relacionados à segurança e saúde dos trabalhadores.
Para a construção civil deve ser dada atenção especial ao disposto nas normas NR
18, que trata das condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção
e NR 35 que rege sobre as obrigações do trabalho em altura, que é a principal
característica do ramo.
O atendimento às Normas Regulamentadoras é importante fator para reduzir
o número de acidentes, pois obriga ao empregador e trabalhadores a cumprir uma
série de requisitos para manutenção de um ambiente de trabalho sadio e seguro. E
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para isto também é necessária a atuação de profissionais capacitados, com
conhecimento sobre os riscos existentes no ambiente de trabalho e como mitigá-los
ou eliminá-los, motivo pelo qual a Engenharia de Segurança do Trabalho é uma das
ciências mais importantes a serem aplicadas na indústria da construção,
principalmente quanto ao estudo de proteções contra quedas de altura, matéria que
carece de literatura especializada e com demanda crescente de informações sobre
sua aplicação.
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2. DESENVOLVIMENTO
2.1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Esta parte do trabalho tem como objetivo fazer um breve estudo das
peculiaridades da industria da construção civil em relação à prevenção de acidentes,
definir as atividades caracterizadas como trabalho em altura e explicar sobre os
diferentes tipos de sistemas de proteção utilizados na execução destes trabalhos e
finalmente explicando os sistemas de ancoragem utilizados como sistema de
proteção e métodos para seu dimensionamento, que é o tema desta monografia.
2.1.1 Peculiaridades da construção civil
desfavoráveis do ramo, citadas no trabalho, são comentadas na sequência.
2.1.1.1 Tamanho das empresas
No Brasil, o numero de micro e pequenas empresas (MPEs) no ramo da
construção é bastante elevado se comparado ao restante de empresas de mesmo
porte no setor da indústria. Conforme publicação do SEBRAE-SP (2006), 25% das
MPEs deste setor são empresas de construção.
De Cicco (1982) diz que esta proporção acentuada de pequenas empresas,
muitas vezes familiares, dificulta a difusão e a adoção de preceitos sobre prevenção
de acidentes e que por serem pequenas não dispõem de recursos financeiros
suficientes para gastar com a segurança da obra, especialmente para a contratação
de um especialista (engenheiro ou técnico de segurança do trabalho).
2.1.1.2 Curta duração das obras
Conforme de Cicco (1982), um dos grandes obstáculos para a adoção de
medidas de segurança em um canteiro de obras é a sua relativa curta duração e a
velocidade com que as características da obra se alteram.
A curta duração influencia na adaptação dos trabalhadores às características
do seu ambiente de trabalho, convívio com novos colegas e às políticas da empresa,
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influenciando no desenvolvimento da consciência coletiva sobre prevenção de
acidentes.
As alterações frequentes no ambiente de trabalho dos canteiros de obras,
podem criar, de uma hora para outra, uma condição de risco iminente, que também
muitas vezes tem curta duração. Se a obra não possui planejamento que leva em
consideração aspectos de segurança do trabalho é comum a adoção de improvisos,
uma vez que empregados e empregadores caem na tentação de que como o risco é
curto não vale a pena gastar tempo e dinheiro em uma solução mais elaborada.
2.1.1.3 Diversidade das obras
De Cicco (1982) conclui que a prevenção de acidentes é prejudicada pelo fato
das condições de trabalho quase nunca serem idênticas em duas obras de
construção. Topografia do local, tipos de trabalhos a serem executados, máquinas e
ferramentas disponíveis, organização, volume e composição de mão de obra e a
atitude dos empresários e dos trabalhadores são alguns dos fatores que influenciam.
Também afirma que a experiência sobre precauções adquirida pelos
trabalhadores em um canteiro muitas vezes são inadequados e inaplicáveis em outro
(por exemplo obras com métodos construtivos distintos).
2.1.1.4 Rotatividade de mão de obra
A construção civil possui alto índice de rotatividade de mão-de-obra. Segundo
estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócioeconômicos
(DIEESE) publicado pelo MTE, a taxa de rotatividade é a maior na construção civil,
chegando a 92% no ano de 2008. Esse elevado número é explicado pelo fato de que
os obreiros
cabo de aço em metros e L1 é o comprimento do cabo sob ação do peso
próprio em metros.
Segundo Ellis (2001) a análise do sistema começa com a definição do
comprimento do cabo sob ação do seu peso próprio, e para isto deve-se determinar
a flecha inicial do cabo ou sua tração tangencial no meio do vão (usualmente se
define primeiro uma flecha inicial para depois calcular a tração tangencial). Também
deve-se escolher um tipo de cabo, pois a resolução das equações dependem de
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diversos parâmetros de construção do mesmo. A análise considera também que os
pontos de ancoragem (de extremidade ou intermediários) do cabo são rígidos e que
o cabo não se desloca nos mesmos. A equação 1 determina a flecha inicial em
função da tensão tangencial e a equação 2 determina a tensão tangencial do cabo
em função de da flecha inicial. A variável w representa o peso específico do cabo de
aço em kg/m.
𝑓1 = 𝑤. 𝑆2 8. 𝑡1 (1)
𝑡1 = 𝑤. 𝑆2 8. 𝑓1 (2)
solda. A inalação dos fumos causam problemas respiratórios, dermatites e
alergias. Foi considerada categoria de frequência E, severidade 2, resultando em
risco médio Deve ser controlado através da utilização de mascara semi facial filtrante
e ventilação no ambiente.
Os riscos identificados de origem mecânica foram queimaduras através da
solda, quedas de materiais e o risco de queda de altura. As queimaduras tem como
trajetória o corpo e a fonte eram as faíscas emitidas durante o trabalho de solda das
fixações do painel pré-moldado. Foi considerada categoria de frequência E,
severidade 2, resultando em um risco médio. Deve ser controlado através da
utilização de luvas e avental de raspa de couro, uniforme de mangas e calça
comprida e máscara de solda. O risco de quedas de materiais é oriundo da falta de
organização do local de trabalho, pode causar luxações, ferimentos e morte. Foi
considerada categoria de frequência D, severidade 3, resultando em um risco crítico.
Deve ser controlado através do isolamento da área abaixo de onde estão sendo
realizadas as atividades e utilizando talabartes para ferramentas. O risco de queda
de altura existe se não há proteção coletiva ou individual para os trabalhadores.
Resulta em graves lesões e morte. Foi considerada categoria de frequência E,
severidade 4, resultando em um risco crítico. Deve ser controlado através da
utilização de proteções coletivas ou individuais contra quedas de altura, além de
treinamento e aptidão dos trabalhadores para trabalho em altura.
2.2.4.2.3 Resultados da análise de riscos
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O risco de quedas de altura e de quedas de materiais são os principais riscos
identificados na atividade, pois foram os únicos classificados como crítico e que
poderiam causar a morte de um obreiro. No entanto ficou entendido que o risco de
queda de materiais e os demais riscos químicos e físicos não influenciam no projeto
do sistema de ancoragem, portanto foram apenas considerados o risco de queda de
altura e as características da obra para execução correta do projeto do novo sistema
de ancoragem
2.2.4.3. Projeto do sistema de ancoragem proposto
Analisando as características e necessidades da obra, o procedimento de
trabalho e a análise de riscos foi definido que o novo sistema de ancoragem
continuaria a ser um sistema de ancoragem do tipo C, constituído por cabos de aço
fixados através de dispositivos de ancoragem nos pilares de periferia da edificação,
montado em trechos distintos, devendo apenas ser feito de modo que atenda aos
requisitos de segurança das normas técnicas e normas regulamentadoras do MTE e
corrigindo as inconformidades levantadas pela fiscalização do trabalho. Também foi
definido, através do procedimento operacional, que seria utilizado simultaneamente
por no máximo dois trabalhadores que usariam como dispositivos de união
talabartes com absorvedor de energia com no máximo 160 cm de comprimento para
conectar-se ao sistema. O dimensionamento deste sistema considerou a queda
simultânea destes dois trabalhadores e que serão utilizados dois cabos de aço. Foi
utilizada a análise apresentada no trabalho para sistemas de ancoragens com cabo
horizontal, com a finalidade de definir os esforços atuantes nos elementos
componentes do sistema de proteção.
2.2.4.3.1 Determinação da força de parada no sistema de ancoragem proposto
Segundo as normas técnicas da ABNT de EPI utilizados como componentes
de união citadas anteriormente, a força máxima de frenagem que estes EPI devem
passar ao corpo do trabalhador, e consequentemente ao sistema de ancoragem,
deve ser de 611,8 kgf.
No entanto sistemas compostos por cabos horizontais permitem a utilização
por vários trabalhadores, sendo dois no caso proposto. Seguindo o descrito por Ellis
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(2001), para a queda simultânea de dois trabalhadores, a carga de impacto para um
trabalhador deve ser majorada em 20%. Como ficou estipulado que o sistema seria
utilizado simultaneamente por no máximo dois funcionários a força de parada
transmitida ao sistema deve ser de 734,16 kgf.
2.2.4.3.2 Condições iniciais do sistema de ancoragem proposto
Para descobrir as condições iniciais do sistema de ancoragem foi necessário
definir o vão máximo entre apoios do cabo, a flecha inicial do cabo e as suas
características construtivas. É importante ressaltar que se no momento em que é
feita a análise considerando a aplicação da força de parada o resultado não for o
desejado ou resultar em esforços que necessitam de soluções impraticáveis, deve-
se alterar as definições iniciais de projeto, principalmente em relação à flecha inicial
e ao tipo de cabo utilizado.
Foi definido que as ancoragens dos cabos serão feitas através de elementos
fixados nos pilares próximos à periferia em substituição aos parafusos olhais.
Considerando que o trecho mais crítico é o com a maior distância entre apoios, se
utilizou no dimensionamento a medida entre as faces dos pilares mais afastados,
que resultou em aproximadamente 9,88 metros. A flecha inicial foi definida em 4%
do comprimento do vão. Todos os trechos seriam executados baseados no pior
caso.
O tipo de cabo de aço escolhido foi de 13 mm de diâmetro, classe 6x19 EIPS
com alma de fibra, utilizando no sistema dois destes cabos. A especificação
completa do cabo é apresentada no quadro 4, retirada do manual técnico de cabos
de aço do fabricante Cimaf.
Diâmetro 13 mm
Classe 6 x 19 Seale - Alma de fibra
Categoria de resistência EIPS (1770 - 2160 N/mm²)
Módulo de elasticidade 8.500 kgf/mm²
Resistência à ruptura 10.800 kgf
Peso específico 0,608 kg/m
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Fator de construção 0,416
Área metálica da seção 70,30 mm²
Quadro 4 – Especificação do cabo de aço do sistema de ancoragem proposto. Fonte: Cimaf - Manual técnico de cabos (2009).
Como a flecha inicial foi definida como 4% do vão, para o maior vão
considerado tem-se 0,3952 metros de deflexão no centro do cabo. Pode-se então
definir a da tração tangencial t1 no centro do cabo e o comprimento L1 do cabo. A
equação 11 substitui as variáveis descritas na equação 2, e a equação 12 substitui
as variáveis da equação 4.
𝑡1 = (2 × 0,608)9,882 (8 × 0,3952) ∴ 𝑡1 = 37,54 𝑘𝑔𝑓 (11)
𝐿1 = 9,88 1 + 8 0,3952 2 3 9,88 2 ∴ 𝐿1 = 9,92 𝑚 (12)
Com o valor de t1 calculado em 37,54 kgf, podemos definir a tração T1 na
ancoragem dos cabos em função do peso próprio do sistema, mostrada através da
equação 13 que substituiu os valores da equação 3.
𝑇1 = 37,54 2 + 2 × 0,608 9,88 2 2 ∴ 𝑇1 = 38,02 𝑘𝑔𝑓 (13)
Portanto a tração a que está submetida a ancoragem de fixação dos cabos
com o sistema em repouso é de 38,02 kgf. A flecha inicial, definida em 4% do
comprimento do vão foi utilizada também para a determinação do fator de queda.
2.2.4.3.3 Aplicação da força de parada no sistema de ancoragem proposto
Definida as condições iniciais foi feita a análise da aplicação da força de
parada no sistema, considerando um impacto de 735 kgf (arredondamento para os
734,16 kgf calculados) gerado pela queda simultânea de dois operários.
Conforme citado durante a revisão bibliográfica, os parâmetros do sistema
são calculados em função do valor da tração tangencial do cabo (chamada de t2),
sendo que os resultados somente são válidos quando é achado o valor de t2 que faz
com que os valores de L2 e L2' das duas equações que calculam o comprimento do
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cabo sob ação da força de parada (equações 8 e 9) serem iguais. Seguindo a
recomendação de Ellis (2001), foi feita planilha de cálculo no software Microsoft
Excel e utilizada a função Solver para determinar automaticamente o valor de t2 que
satisfaz a igualdade entre L2 e L2'. Os demais parâmetros, como a distância s entre o
ponto de ancoragem o centro do cabo sob tensão, o angulo θ formado pelo cabo sob
tração em relação ao plano horizontal, a flecha final f2 e a tração final T2 no cabo sob
a ação da força de parada também são calculados automaticamente. A figura 26
apresenta a planilha de cálculo utilizada, mostrando os valores resultantes das
equações do sistema em função da aplicação da força de parada no cabo.
Figura 26 – Planilha de cálculo para o sistema de ancoragem proposto. Fonte: O autor (2013).
Portanto a tração no cabo em função do seu peso próprio e da força de
parada gerada para a queda de dois trabalhadores no maior vão existente é de
3.174,38 kgf, e todos os elementos componentes do sistema de ancoragem (cabos e
fixações) devem suportar esta carga. Também foi definida a flecha final para o maior
vão, de 58,1 cm, que deve ser considerada para o dimensionamento da ZLQ.
2.2.4.3.4 Validação do cabo de aço do sistema de ancoragem proposto
Com a tração do sistema definida foi feita a verificação quanto à carga
admissível dos dois cabos de aço utilizados. A NR-18 determina que a carga de
ruptura dos cabos de aço utilizados seja de no mínimo cinco vezes a carga de
trabalho e a resistência a tração de seus fios (ou arames) deve ser de no mínimo
160 kgf/mm² e, como foi prevista a utilização de laços fixados com grampos pesados
nas ancoragens do cabo, a carga admissível fica em 80% da nominal.
Foram considerados nos cálculos dois cabos de 13 mm 6x19 AF EIPS. A
resistência dos seus fios, por ser EIPS, é de no mínimo 180 kgf/mm² (1770 N/mm²),
atendendo à um dos requisitos da NR-18. A carga nominal de trabalho de cada cabo
é de 10.800 kgf, totalizando para dois cabos carga de 21.600 kgf, porém reduzindo a
carga nominal dos dois cabos para 80% obteve-se o total de 17.280 kgf.
Multiplicando em cinco vezes a tração calculada obtemos 15.871,89 kgf, valor
15
inferior à tração máxima permissível, validando então a utilização dos dois cabos
com as características escolhidas.
2.2.4.3.5 Escolha do dispositivo de fixação dos cabos
Foi necessária a escolha de um novo dispositivo, ou elemento, de ancoragem,
em substituição aos parafusos olhais, proibidos pelo auditor-fiscal. Este elemento,
segundo a NBR 16325-2 (2014) deve possuir fator de segurança no mínimo dois.
Para o sistema proposto o elemento devia, portanto, suportar carga mínima de
6.348,75 kg.
Pela dificuldade em se achar no mercado elemento substituto que suportasse
a carga calculada, optou-se por projetar um dispositivo de ancoragem para atender
as necessidades do sistema de ancoragem proposto. Foi feito contato com um
engenheiro mecânico que desenhou o novo dispositivo de ancoragem, que era
composto por chapa metálica de 1/4" de espessura feita de aço SAE 8640 e pino de
30 mm de diâmetro de aço SAE 8640 beneficiado para 100 a 110 kgf/mm² com a
extremidade com rosca para permitir a fixação por porcas. Este dispositivo foi
dimensionado para suportar cargas de até 10.000 kgf em qualquer direção segundo
o seu projetista. A figura 27 mostra foto retirada do protótipo que foi testado no
canteiro.
Figura 27 – Protótipo do dispositivo de ancoragem. Fonte: O Autor (2013).
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Também foi efetuada a substituição da fixação mecânica (chumbador
mecânico) por fixação através de resina química (chumbador químico), que permite
cargas muito maiores de trabalho. Foram utilizadas barras de aço ASTM A36 M20
aderidas no concreto através de resina química do fabricante Fischer, modelo FIS V
360 S. As cargas de trabalho desta fixação são de 12.740 kgf para tração (esforço
no sentido de arrancamento da barra) e de 7.640 kgf para cisalhamento (esforço
transversal à barra), também atendendo ao fator de segurança determinado pelas
normas técnicas de sistemas de ancoragem.
Foi também eliminado do sistema a utilização de esticadores para regular a
flecha nos cabos de aço, pois esticadores que suportariam a carga mínima são de
dimensões muito grandes e muito pesados, tornando sua aplicação impraticável. O
ajuste da flecha inicial deveria ser feito no momento da montagem do sistema de
ancoragem, alterando o comprimento do cabo de aço durante a fixação dos laços
com grampos pesados.
2.2.4.3.6 Desenho do sistema de ancoragem proposto
Confirmada a utilização dos dois cabos escolhidos e da utilização do novo
dispositivo de ancoragem fixado com resina química, foi iniciado o desenho do
sistema de ancoragem nas plantas da edificação. Foi identificada nas plantas baixas
da estrutura da edificação a posição dos dispositivos (ou elementos) de ancoragem
em relação aos pilares. A decisão da posição foi tomada fazendo que a linha de vida
ficasse o mais afastado possível da periferia sem que fosse prejudicada a realização
das atividades. Também foi possível determinar a distância exata entre os
dispositivos de ancoragem, permitindo conhecer a flecha inicial exata para cada vão
do sistema de ancoragem. A figura 28 contém excerto do projeto do sistema de
ancoragem na planta baixa da torre residencial.
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Figura 28 – Excerto do projeto do sistema de ancoragem proposto. Fonte: O Autor (2013).
Nota-se que o sistema é constituído por trechos independentes, sem
compartilhamento de dispositivos de ancoragem entre cabos de diferentes vãos.
Também os dispositivos de ancoragem foram numerados em todas as pranchas
para facilitar a identificação de cada trecho durante a montagem. Foi colocada nas
pranchas tabela identificando a flecha inicial correta para cada vão, conforme
mostrado na figura 29.
Figura 29 – Tabela das flechas iniciais do sistema de ancoragem proposto. Fonte: O Autor (2013).
Foi desenhado corte esquemático, apresentado na figura 30, dos vãos da
linha de vida, determinando a altura de instalação em relação à laje em 1,90 metros,
contendo também detalhes como o tipo de cabo de aço e a necessidade de união
dos mesmos com abraçadeiras plásticas, evitando que por acidente o trabalhador
conecte o mosquetão de seu talabarte em apenas um dos cabos.
18
Figura 30 – Corte esquemático do sistema de ancoragem proposto. Fonte: O Autor (2013).
Também foi feito detalhe mostrando a correta fixação dos grampos pesados
nos laços dos cabos para fixação nos dispositivos de ancoragem. O lado do
parafuso em "u" do grampo deve sempre estar voltado para a extremidade do cabo e
o afastamento entre grampos, para cabos de 13 mm, deve ser de 7,6 centímetros. A
figura 31 mostra o detalhe de fixação dos grampos.
Figura 31 – Detalhe de fixação dos grampos. Fonte: O Autor (2013).
2.2.4.3.7 Zona livre de queda necessária no sistema de ancoragem proposto
Para determinar a zona livre de queda, além da utilização dos parâmetros
calculados do sistema, foi averiguado o pictograma existente no absorvedor de
energia do modelo de talabarte que seria utilizado, mostrado na figura 32, que
apresentava como dado o comprimento do absorvedor de energia quando
estendido.
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Figura 32 – Pictograma da ZLQ do talabarte utilizado. Fonte: O Autor (2013).
Sabendo que o talabarte possuía 1,60 m de comprimento e o pictograma no
informa que o absorvedor de energia completamente estendido possuía 1,75 m, seu
comprimento total após a captura da queda seria de 3,35 m. Somando isto com a
distância entre o elemento de engate do cinturão paraquedista e os pés do
trabalhador, padronizada em 1,5 m, a distância de segurança de um metro e a flecha
final calculada para o pior caso, de 0,58 m, a zona livre de queda mínima deve ser
de 6,43 metros.
No sistema de ancoragem do estudo, o risco de impactos com obstáculos
inferiores, no caso a plataforma principal de proteção, existia apenas para
pavimentos abaixo do quarto, incluindo este. No entanto, no momento do embargo,
já existiam painéis pré-moldados instalados nestes andares, ficando apenas
necessária a utilização de sistemas de ancoragem nos locais onde iriam ser
instaladas as peles de vidro. Para estes casos foram utilizadas soluções similares à
apresentadas anteriormente na figura 8, com tubos metálicos portáteis, instalados
mais afastados da periferia, porém somente até o quarto pavimento, pois não era
desejada a execução de furos nas lajes devido ao risco de danificar as cordoalhas
de protenção.
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2.2.4.3.8 Fator de queda do sistema de ancoragem proposto
Conhecida a altura de instalação dos dispositivos de ancoragem dos cabos e
a flecha inicial para cada vão foi determinado o fator de queda. Como cada trecho
possui vãos de comprimentos distintos o fator de queda é variável nos diferentes
trechos.
No menor vão existente, de 4,38 m, a flecha inicial era de 18 cm. Como os
cabos estão fixados a 1,90 m de altura, no meio deste vão a altura de ancoragem
(altura dos cabos de aço) é de 1,72 m. Considerando que o ponto de conexão dorsal
do cinturão de segurança fica em média a 1,40 m de altura e que o talabarte
utilizado possui 1,60 m, a distância de queda livre é de 1,28 m (a distância percorrida
de queda livre nesta situação é o comprimento do talabarte, 1,60 m, menos os 32 cm
de diferença de altura entre o cabo de aço e o ponto de conexão do cinturão de
segurança). Logo o fator de queda para o menor vão é de 0,8.
No maior vão, que possuía 9,88 m, a flecha inicial era de aproximadamente
40 cm, logo, no meio deste vão a altura de ancoragem era de 1,50 m, resultando em
uma queda livre de 1,50 m (considerando os 10 cm de diferença de altura entre o
cabo de aço e o ponto
componentes feitos sob medida e da necessidade da colocação de dois
cabos de aço, possui custo muito elevado e também foi encontrada dificuldade em
achar metalúrgicas que podiam fabricar o dispositivo de ancoragem dos cabos
utilizados em canteiros de obras do estado foram apresentados, fazendo
relação das soluções adotadas com as normas técnicas e normas
regulamentadoras, caracterizando estes modelos em sistemas pontuais e
ancoragem, sistemas de ancoragem com cabo vertical e sistemas de ancoragem
com cabo horizontal. Observou-se também a precariedade destes sistemas
encontrados nas obras, em função das desfavoráveis características do ramo da
construção civil citadas.
O trabalho mostrou os requisitos legais e técnicos para a realização de um
projeto de sistema de ancoragem, citando a necessidade de observar o disposto
pela NR-35, obrigando a elaboração de análise de riscos e de procedimentos de
trabalho, e a necessidade de dimensionar o sistema de ancoragem corretamente,
seguindo o determinado pelas normas técnicas e normas regulamentadoras. Foi
ensinado como determinar a força gerada no sistema em função da queda de um
21
trabalhador e como esta força deve ser tratada no dimensionamento de sistemas
pontuais, com cabo vertical e com cabo horizontal, dando ênfase à este último,
devido a alta complexidade e elevado número de variáveis encontradas para se
determinar os esforços atuantes no sistema.
Foi realizado estudo de caso relatando a situação de uma obra que foi
embargada em função das diversas irregularidades apontadas pelo auditor-fiscal
que emitiu a notificação. Dentre estas não conformidades foi escolhida para análise
um sistema de ancoragem composto por cabo de aço instalado horizontalmente,
utilizado para proteção dos trabalhadores durante as atividades realizadas na
periferia da edificação, em especial a instalação de painéis de concreto pré
moldados. A análise compreendeu a apresentação e comprovação das faltas
apontadas pela fiscalização e o método utilizado para a adequação do sistema de
ancoragem. Definiu-se o procedimento operacional da atividade e a análise de riscos
da atividade para justificar a escolha do modelo de sistema de ancoragem proposto
e foi feito seu dimensionamento, baseado no estudo apresentado na revisão
bibliográfica e foi apresentado como foi realizado o projeto. Foi destacada a
necessidade do sistema proposto ser mais resistente que o adotado anteriormente
através da comprovação dos grandes esforços que poderiam surgir neste tipo de
proteção ativa citados pelos autores referenciados.
O sistema de ancoragem proposto atendeu às necessidades do canteiro,
substituindo o utilizado anteriormente, aumentando a segurança dos trabalhadores
sem prejuízo da realização de suas atividades. No entanto foram destacadas
dificuldades, como a necessidade de elementos não disponíveis no mercado,
devendo os mesmos serem fabricados sob encomenda e do alto custo do sistema,
em função da inevitável robustez destes componentes, dado o alto esforço aplicado
nos mesmos, e da dificuldade de sua instalação.
Por fim foi apresentada uma possível solução para diminuir o custo e facilitar
a montagem do sistema de ancoragem: a utilização de absorvedores de energia
fixados entre o cabo de aço a sua ancoragem. A adoção deste componente limitaria
os esforços gerados no sistema durante a retenção de uma queda, permitindo a
utilização de elementos mais esbeltos, menor custo e facilidade na instalação, porém
esta não é uma prática ainda adotada nos canteiros de obras e carece de ensaios
para sua validação.
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REFERÊNCIAS
introdução
http://www.cbic.org.br/sala-de-imprensa/noticia/cresce-indice-de-atividade-da-construcao-civil-no-rio-grande-do-sul tabela_02.A.09 site da previdencia Base de Dados Históricos de Acidentes do Trabalho Segurança e saúde na Indústria da construção no Brasil: Diagnóstico e Recomendações para a Prevenção dos Acidentes de Trabalho / Vilma Sousa Santana, organizadora; [autores] Andrea Maria Gouveia Barbosa...[et al.]. – Brasília : SESI/DN, 2012. 60p.: il. (Programa Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho para a Indústria da Construção)
ANÁLISE DE ACIDENTES DO TRABALHO NA INDÚSTRIA DA
CONSTRUÇÃO NO RIO GRANDE DO SUL ENTRE 2002 E 20091
Autores:
Miguel Coifman Branchtein, Auditor-fiscal do trabalho, MTE/SRTE-RS/SEGUR, Eng.
civil e de segurança, miguel.branchtein@ mte.gov.br
Giovani Lima de Souza, Auditor-fiscal do trabalho, MTE/SRTE-RS/SEGUR, Físico,
Instituição: Ministério do Trabalho e Emprego – Superintendência Regional do
Trabalho e Emprego no Rio Grande do Sul referencial teorico DE CICCO, Francesco M.G.A.F. et al, Segurança e higiene do trabalho na construção civil - nível superior. 2. ed. São Paulo, Fundacentro, 1982. 216p. Onde estão as Micro e Pequenas Empresas no Brasil, sebrae 2006 Estudo sobre a Rotatividade de Mão de Obra (http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812D0A02C0012D0A2802AB3852/relatorio_anual2007.pdf acessado 22/03/2015 NR-35 Engenharia de Segurança do trabalho na Indústria da Construção 2001 fundacentro Engenharia de segurança do trabalho na indústria da construção / Maria Christina Felix (coord.) ; revisão técnica de Jófilo Moreira Lima Júnior ... [et al.]. – 2. ed. – São Paulo : Fundacentro, 2011. 70 p Ellis, J nigel introduction to fall protection 2001 G. L. Souza and M. C. Branchtein, Dimensionamento de sistema de cabo de aço sujeito a uma ação transversal, presented in VI CMATIC – National Congress on
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Work Environment and Conditions in the Construction Industry, Belém do Pará, Brasil, December 6th to 9th, 2009. Available in http://wikitrabalho.agitra.org.br/sst/arquivos, accessed on 2013-06-14. NR-18 NBR 15834-2010 - Talabarte de segurança ABNT NBR 15835:2010 ABNT NBR 15836:2011 ABNT NBR 16325-1 (2014) ABNT NBR 16325-2 (2014) ABNT NBR 14626 2010 trava quedas deslizante NBR 11099-1989 - Grampo pesado para cabo de aco
M. C. Branchtein Orientação sobre sistemas de proteção individual contra quedas
(SPIQ) com linha de vida horizontal flexível
http://wikitrabalho.agitra.org.br/sst/arquivos/OrientacaoLinhaVida.pdf
estudo de caso http://qualityfix.com.br/produtos/cabos-de-aco-e-acessorios/esticadores/esticador-forjado-manilha-x-manilha/
http://www.cimafbrasil.com.br/adm/publicacoes/espec_rev250110.pdf http://ancora.com.br/site/wp-content/uploads/2014/03/catalogo2014.pdf