Trabalho Final de Fotografia
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UNIESP
FACULDADES BARDDAL DE ARTES APLICADAS
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
DISCIPLINA DE FOTOGRAFIA
TRABALHO FINAL DE FOTOGRAFIA
Acadmica: Sueme Freitas
Professor: Andr Auler
Florianpolis
2013
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O espelho, so muitos, captando-lhe as feies; todos refletem-lhe o rosto, e o senhor cr-se
com aspecto prprio e praticamente imudado, do qual lhe do imagem fiel. Mas que
espelho? H-os bons" e "maus", os que favorecem e os que detraem; e os que so apenas
honestos, pois no. E onde situar o nvel e ponto dessa honestidade ou fidedignidade? Como
que o senhor, eu, os restantes prximos, somos, no visvel? O senhor dir: as fotografias o
comprovam. Respondo: que, alm de prevalecerem para as lentes das mquinas objees
anlogas, seus resultados apiam antes que desmentem a minha tese, tanto revelam
superporem-se aos dados iconogrficos os ndices do misterioso. Ainda que tirados de imediato
um aps outro, os retratos sempre sero entre si muito diferentes. Se nunca atentou nisso,
porque vivemos, de modo incorrigvel, distrados das coisas mais importantes.
Joo Guimares Rosa
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SUMRIO
INTRODUO ..................................................................................................... 3
1 A ARTE DA FOTOGRAFIA ............................................................................ 4
1.1 Histria da Fotografia .................................................................................. 5
1.1.1 Hrcules Florence: a descoberta isolada da fotografia no Brasil .......... 8
1.1.2 ndice Cronolgico ............................................................................... 9
1.2 Principais Processos .................................................................................. 11
2 FOTOGRAFIA DA BAUHAUS .................................................................. 17
2.1 Lzl Moholy- Nagy ................................................................................. 22
2.2 Lyonel Feininger ....................................................................................... 26
3 CONSTRUTIVISMO RUSSO ..................................................................... 28
4 AGNCIA MAGNUN E ARTISTAS PARTICIPANTES ........................ 31
5 FOTOGRAFIA ESTENOPEICA ................................................................ 37
5.1 Projeto social com Pinhole: o caso do projeto Lata Mgica ..................... 38
6 FOTOGRAMAS ........................................................................................... 40
7 LEMOGRAFIA ............................................................................................ 43
7.1 Cronologia Histrica ................................................................................. 44
7.2 Cmeras ..................................................................................................... 46
8 FOTOMONTAGEM .................................................................................... 51
9 FOTOGRAFIA DE ARQUITETURA ........................................................ 52
10 FOTOGRAFIA DE MODA ......................................................................... 54
10.1 Anlise Fotogrfica ................................................................................. 57
11 FOTOGRAFIA CONTEMPORNEA ....................................................... 59
11.1 Exemplos de fotgrafos na contemporaneidade ...................................... 59
11.1.1 Evgen Bavcar .................................................................................... 60
11.1.2 Barbara Probst .................................................................................. 60
11.1.3 Gilbert Garcin ................................................................................... 62
11.2 Fotografia Contempornea no Brasil ...................................................... 63
REFERNCIAS ................................................................................................... 69
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INTRODUO
O homem sempre tentou reter e fixar movimentos do mundo, comeando com
desenhos na caverna, passando pela pintura em tela e escultura, e, por fim, chegando a
fotografia. Esse um meio de comunicao de massa, sendo muito popular em nossos dias e
nascido na Revoluo Industrial.
A fotografia um processo tcnico ou artstico de produo de imagens atravs da
fixao da luz refletida pelos objetos numa superfcie impregnada com um produto sensvel as
radiaes luminosas; ou seja; uma imagem que se obtm atravs de um processo qumico e
de um jogo com os raios luminosos. Para entender melhor este processo e este conceito
necessrio perceber donde vem este jogo com os raios luminosos e o porqu da importncia
destes.
Neste trabalho iremos, portanto, falar inicialmente como evoluiu o aparelho
fotogrfico, pois, na inveno da fotografia no se pode mencionar apenas um nome, pois
muitos foram os cientistas que procuravam respostas para a fixao de uma imagem num
determinado suporte. Muitos foram os nomes que contriburam para sua evoluo, fazendo
deste modo com que esta inveno fosse evoluindo passo a passo, at se tornar num novo
meio de registo, numa nova maneira para relembrar momentos, num novo meio de imortalizar
ocasies. E em seguida, relacionar alguns temas abordados na disciplina de Fotografia.
[...] hoje [...] quase no mais possvel [...] falar de uma arte em si
e por si s [...]. Ao contrrio, penso que [...] nunca se sente melhor
posicionado para tratar, afinal, de uma forma de imagem dada, a
no ser encarando-a a partir de uma outra, atravs de uma outra,
dentro de uma outra, pelo vis de uma outra, como uma outra.
Essa viso oblqua, deslocada, parece-me, muitas vezes, oferecer
aberturas mais eficazes para se atingir o que existe no corao de
um sistema. Entrar pela grande porta central, prevista para tanto, e
em que tudo j fica organizado para ser visto na frontalidade,
parece-me menos pontiagudo, menos pertinente, menos instigante,
do que imiscuir-se pelo lado, por uma pequena entrada lateral que
permitir ver coisas inditas (nunca vistas desta maneira) e, muitas
vezes, mais significativas e originais. Anamorfosear os territrios de
imagens [...] , na maioria dos casos, mais penetrante e subvertente
que o fato de observ-las recatadamente de frente, l onde elas se
afixam e onde, afinal, se escondem.
Philippe Dubois
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1 A ARTE DA FOTOGRAFIA
Fotografia significa "desenhar com luz e contraste", por definio,
essencialmente a tcnica de criao de imagens por meio de exposio luminosa, fixando-as
em uma superfcie sensvel. A primeira fotografia reconhecida remonta ao ano de 1826 e
atribuda ao francs Joseph Nicphore Nipce. Contudo, a inveno da fotografia no obra
de um s autor, mas um processo de acmulo de avanos por parte de muitas pessoas,
trabalhando, juntas ou em paralelo, ao longo de muitos anos. Se por um lado os princpios
fundamentais da fotografia se estabeleceram h dcadas e, desde a introduo do filme
fotogrfico colorido, quase no sofreram mudanas, por outro, os avanos tecnolgicos tm
sistematicamente possibilitado melhorias na qualidade das imagens produzidas, agilizao das
etapas do processo de produo e a reduo de custos, popularizando o uso da fotografia.
Atualmente, a introduo da tecnologia digital tem modificado drasticamente
os paradigmas que norteiam o mundo da fotografia. Os equipamentos, ao mesmo tempo que
so oferecidos a preos cada vez menores, disponibilizam ao usurio mdio recursos cada vez
mais sofisticados, assim como maior qualidade de imagem e facilidade de uso. A
simplificao dos processos de captao, armazenagem, impresso e reproduo de imagens
proporcionados intrinsecamente pelo ambiente digital, aliada facilidade de integrao com
os recursos da informtica, como organizao em lbuns, incorporao de imagens
em documentos e distribuio via Internet, tm ampliado e democratizado o uso da imagem
fotogrfica nas mais diversas aplicaes. A incorporao da cmera fotogrfica aos aparelhos
de telefonia mvel tm definitivamente levado a fotografia ao cotidiano particular do
indivduo.
Dessa forma, a fotografia, medida que se torna uma experincia cada vez mais
pessoal, dever ampliar, atravs dos diversos perfis de fotgrafos amadores ou profissionais, o
j amplo espectro de significado da experincia de se conservar um momento em uma
imagem.
Assim, a fotografia a escrita da luz, o desenho com traos perfeitos da
realidade. O lpis que desenha as linhas funciona como uma varinha de condo, atravs de um
processo fsicoqumico, ou atualmente tambm pode ser digital. As cmeras so aparelhos que
servem como instrumento de captura do instante e de vises do mundo. Estas imagens so
depois armazenadas em lbuns, porta retratos, jornais, revistas, CDs, etc. e levam consigo o
poder de apropriao daquele pedao de mundo, daquele espao de tempo.
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Um simples aperto de boto eterniza aquele momento nico, interrompe a corrida
dos segundos nos relgios e como uma mquina do tempo registra e transforma o passado e o
presente. A construo daquele passado e presente est registrada, imortalizada. Em um
pedao de papel est impressa a experincia capturada vivenciada pelas pessoas, um registro
que proporciona uma multiplicidade de sentidos para o receptor.
A fotografia no registra s os acontecimentos, mas ela por si s j um.
Interfere, ocupa ou ignora o que est em volta. O sujeito munido da cmera fotogrfica
escolhe o ngulo, o objeto, o enquadramento e dispara contra seu alvo. ele que determina e
dirige o nosso olhar. Vemos e interpretamos de acordo com o que o fotgrafo, com poder
mor, nos permite ver e interpretar, pois ele o fez primeiro.
Toda escrita fornece uma informao e a fotografia no poderia ser diferente, so
mensagens escritas por cores, tons, traos. So mensagens com a credibilidade que a imagem
(como pegada) permite. Elas representam o mundo sob forma de cdigos traduzidos, so uma
interpretao e viso particular do autor, refletidas nessas imagens.
A fotografia tem o poder de denncia, de documentao, de persuaso. Uma foto
jornalstica da guerra do Lbano, por exemplo, no s mostra a cena, mas tambm mostra a
inteno do fotgrafo, possveis relaes de causas e efeitos da guerra, torna-se um discurso.
Os discursos variam o seu nvel de subjetividade, vo desde mensagens polticas e ticas,
reflexivas at as mais diretas, de menor abertura interpretao da mensagem. Normalmente
com alto poder de persuaso e alto grau de exposio, as fotos publicitrias exibem um
discurso de alienao, de leitura fcil e prazerosa, proporcionando ao receptor uma
multiplicidade de sentidos e o desejo e a necessidade de no permanecer na passividade, de
agir na compra do produto anunciado.
1.1 Histria da Fotografia
A fotografia no a obra final de um nico criador, ao longo da histria, diversas
pessoas foram agregando conceitos e processos que deram origem fotografia como a
conhecemos. O mais antigo destes conceitos foi o da cmara escura, descrita pelo
napolitano Giovanni Baptista Della Porta, j em 1558, e conhecida por Leonardo da Vinci que
a usava, como outros artistas nosculo XVI para esboar pinturas.
O cientista italiano Angelo Sala, em 1604, percebeu que um composto
de prata escurecia ao Sol, supondo que esse efeito fosse produzido pelo calor. Foi ento
que, Johann Heinrich Schulzefazendo experincias com cido ntrico, prata e gesso em 1724,
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determinou que era a prata halgena, convertida em prata metlica, e no o calor, que
provocava o escurecimento.
A primeira fotografia reconhecida uma imagem produzida em 1826 pelo
francs Joseph Nicphore Nipce, numa placa de estanho coberta com um derivado
de petrleo fotossensvel chamado Betume da Judeia. A imagem foi produzida com uma
cmera, sendo exigidas cerca de oito horas de exposio luz solar. Nipce chamou o
processo de "heliografia", gravura com a luz do Sol. Paralelamente, outro francs, Daguerre,
produzia com uma cmera escura efeitos visuais em um espetculo denominado "Diorama".
Daguerre e Nipce trocaram correspondncia durante alguns anos, vindo finalmente a
firmarem sociedade.
Imagem da primeira fotografia permanente do mundo feita por Nicphore Nipce, em 1826.
Aps a morte de Nipce, Daguerre desenvolveu um processo
com vapor de mercrio que reduzia o tempo de revelao de horas para minutos. O processo
foi denominado daguerreotipia. Daguerre descreveu seu processo Academia de Cincias e
Belas Artes, na Frana e logo depois requereu a patente do seu invento na Inglaterra. A
popularizao dos daguerretipos, deu origem s especulaes sobre o "fim da pintura",
inspirando o Impressionismo.
O britnico William Fox Talbot, que j efetuava pesquisas com papis
fotossensveis, ao tomar conhecimento dos avanos de Daguerre, em 1839, decidiu apressar a
apresentao de seus trabalhos Royal Institution e Royal Society, procurando garantir os
direitos sobre suas invenes. Talbot desenvolveu um diferente processo
denominado calotipo, usando folhas de papel cobertas com cloreto de prata, que
posteriormente eram colocadas em contato com outro papel, produzindo a imagem positiva.
Este processo muito parecido com o processo fotogrfico em uso hoje, pois tambm produz
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um negativo que pode ser reutilizado para produzir vrias imagens positivas.
poca, Hippolyte Bayard tambm desenvolveu um mtodo de fotografia. Porm, por demorar
a anunci-lo, no pde mais ser reconhecido como seu inventor.
No Brasil, o Francs radicado em Campinas, So Paulo, Hrcules
Florence conseguiu resultados superiores aos de Daguerre, pois desenvolveu
negativos. Contudo, apesar das tentativas de disseminao do seu invento, ao qual
denominou "Photographie" - foi o legtimo inventor da palavra - no obteve reconhecimento
poca. Sua vida e obra s foram devidamente resgatadas em 1976 por Boris Kossoy.
Imagem da primeira fotografia colorida da histria, tirada por James Clerk Maxwell em 1861.
A fotografia ento popularizou-se como produto de consumo a partir de 1888. A
empresa Kodak abriu as portas com um discurso de marketing onde todos podiam tirar suas
fotos, sem necessitar de fotgrafos profissionais com a introduo da cmera tipo "caixo" e
pelo filme em rolos substituveis criados por George Eastman.
Desde ento, o mercado fotogrfico tem experimentado uma crescente evoluo
tecnolgica, como o estabelecimento do filme colorido como padro e o foco automtico, ou
exposio automtica. Essas inovaes indubitavelmente facilitam a captao da imagem,
melhoram a qualidade de reproduo ou a rapidez do processamento, mas muito pouco foi
alterado nos princpios bsicos da fotografia.
A grande mudana recente, produzida a partir do final do sculo XX, foi a
digitalizao dos sistemas fotogrficos. A fotografia digital mudou paradigmas no mundo da
fotografia, minimizando custos, reduzindo etapas, acelerando processos e facilitando a
produo, manipulao, armazenamento e transmisso de imagens pelo mundo. O
aperfeioamento da tecnologia de reproduo de imagens digitais tem quebrado barreiras de
restrio em relao a este sistema por setores que ainda prestigiam o tradicional filme, e
assim, irreversivelmente ampliando o domnio da fotografia digital.
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1.1.1 Hrcules Florence: a descoberta isolada da fotografia no Brasil
Imagem tirada por Hrcules Florence
O francs de Nice, Antoine Hercules Romuald Florence, chegou ao Brasil em
1824, e durante quase 50 anos viveu na Vila de So Carlos. Morreu em 27 de maro de 1879,
na ento j chamada Campinas, e aplicou-se a uma srie de invenes.
Entre 1825 e 1829, participou como 2 desenhista de uma expedio cientfica
chefiada pelo Baro Georg Heirich von Langsdorff, cnsul geral da Rssia no Brasil. De
volta da expedio, Florence casou-se com Maria Anglica lvares Machado e Vasconcelos,
em 1830.
Neste mesmo ano, diante da necessidade de uma oficina impressora, inventou seu
prprio meio de impresso, a Polygraphie, como chamou. Seguindo a meta de um sistema de
reproduo, pesquisou a possibilidade de se reproduzir pela luz do sol e descobriu um
processo fotogrfico que chamou de Photographie, em 1832, como descreveu em seus dirios
da poca anos antes da Daguerre. Em 1833, Florence fotografou atravs da cmara escura
com uma chapa de vidro e usou um papel sensibilizado para a impresso por contato. Enfim,
totalmente isolado e sem conhecimento do que realizavam seus contemporneos europeus,
Nipce, Daguerre e Talbot, Florence obteve o resultado fotogrfico.
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1.1.2 ndice Cronolgico
Entre o sc. XIV at ao sc. XIX prevaleceu a moda das mquinas de desenhar.
Surgindo depois a cmara escura, que viria a ser o primeiro invento importante
para a fotografia
1793- Niepce comea as suas investigaes com o objectivo de conseguir fixar
uma imagem atravs de processos qumicos e da cmara escura
1826- Niepce consegue obter a primeira imagem fixada num suporte a que dar o
nome de heliografia
1832- Joseph Plateau, um cientista belga, criou o fenacistoscpio, primeiro
aparelho a produzir a iluso de movimento num desenho
1833- D-se morte de Niepce e Daguerre continuar com a sua pesquisa
desenvolvendo mais tarde o novo processo de fixao a que dar o nome de Daguerretipo
1838- Surge a primeira mquina fotogrfica que permitia fixar imagens de grande
nitidez em placas metlicas atravs da aplicao de banhos de sal e de mercrio
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1851- O aristocrata Ingls Willian Fox Talbot inventa a tcnica do positivo-
negativo e a revelao hmida, permitindo com isto a reprodutibilidade de um mesmo original
pela primeira vez
1851- Morre Daguerre e ao mesmo tempo organizada na Gr-bretanha a
"Grande Exposio", apresentando os ltimos modelos produzidos
1851- Frederick Scott Archer inventa o processo de coldio hmido.
1880- Georges Eastman descobriu o processo do brometo gelatinoso, que permitiu
a revelao em laboratrio.
1887- Filme base de celulide
1888- apresentada a clebre Kodak, uma cmara simples e acessvel
1888- Eastman desenvolve tambm a pelcula fotogrfica em rolo
1891- Thomas Edison e seu assistente William Dickson inventaram o
cinetoscpio
1894- O cinetoscpio era exibido em Nova York, Londres e Paris
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1895- Foi projectado pela primeira vez publicamente em uma tela
1925- Com o jornalismo fotogrfico d-se o aparecimento da cmara Ermanox, de
Erich Salomon
1925- Aparece tambm a cmara Leica que no tardava em ultrapassar todas as
outras mquinas inventadas at a poca, devido as suas enormes vantagens
1.2 Principais Processos
Fotografia em preto e branco
A fotografia nasceu em preto e branco, mais precisamente como o preto sobre o
branco, no incio do sculo XIX.Desde as primeiras formas de fotografia que se
popularizaram, como o daguerretipo - aproximadamente na dcada de 1823 - at aos filmes
preto e branco atuais, houve muita evoluo tcnica e diminuio dos custos. Os filmes atuais
tm uma grande gama de tonalidade, superior at mesmo aos coloridos, resultando em fotos
muito ricas em detalhes. Por isso, as fotos feitas com filmes PB so superiores as fotos
coloridas convertidas em PB.
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Meio tom
As fotografias em preto e branco destacam-se pela riqueza de tonalidades; a
fotografia colorida no tem o mesmo alcance dinmico.Na fotografia P&B se costuma utilizar
a luz e a sombra de forma mais proeminente para criar efeitos estticos - h quem prefira
fotografar apenas em filme preto e branco, mesmo com a maior facilidade e menor custo do
equipamento digital. Os sensores das cmeras digitais ainda possuem alcance dinmico muito
menor do que a fotografia P&B e mesmo da colorida, estando mais prximo do slide.
Fotografia Colorida
A fotografia colorida foi explorada durante o sculo XIX e os experimentos
iniciais em cores no puderam fixar a fotografia, nem prevenir a cor de enfraquecimento.
Durante a metade daquele sculo as emulses disponveis ainda no eram totalmente capazes
de serem sensibilizadas pela cor verde ou pela vermelha - a total sensibilidade a cor vermelha
s foi obtida com xito total no comeo do sculo XX.16
A primeira fotografia colorida
permanente foi tirada em 1861 pelo fsico James Clerk Maxwell. O primeiro filme colorido,
o Autocromo, somente chegou ao mercado no ano de 1907 e era baseado em pontos tingidos
de extrato de batata.
A fotografia colorida na realidade quase to antiga quanto a fotografia em
branco-e-preto. Para o fotgrafo amador da atualidade, nada mais natural do que tirar
fotografia da sua famlia em cores brilhantes. Este era o sonho dos primeiros fotgrafos. A
foto colorida dos primrdios da fotografia era pintada. O gravador suo Isering desenvolveu
em mtodo, por volta de 1840, mediante o qual coloria daguerreotipias com tintas em p. O
retrato burgus dos anos 60 do sculo XXI objetivava assemelhar-se pintura em miniatura.
O francs Louis du Hauron conseguiu, em 1869, produzir fotos coloridas em papel com base
num processo genuno para fotografias em cores (montagem de lminas de pigmentos
coloridos). Hauron, que na verdade era pianista, j tinha descrito teoricamente todos os
principais mtodos para fotografias em cores em 1869. Entretanto, na prtica, eram
necessrios, inicialmente, trs negativos para a produo de cpias coloridas. Essas fotos eram
tiradas com cmaras especiais. A fotografia principal era obtida atravs da superposio de
trs transparncias nas cores Amarelo, Prpura e Azul-verde. O que proporcionou uma certa
simplificao foram os processos de pelcula com trama granulada, introduzida inicialmente
por Lumire, em 1907, na Frana, e posteriormente pela Agfa A.G. numa forma bastante
aperfeioada.
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O primeiro filme colorido moderno, o Kodachrome, foi introduzido em 1935
baseado em trs emulses coloridas. A maioria dos filmes coloridos modernos, exceto
o Kodachrome, so baseados na tecnologia desenvolvida pela Agfa-color em 1936. O filme
colorido instantneo foi introduzido pela Polaroid em 1963.
Foto de 1942 de um carpinteiro trabalhando, um exemplo histrico das primeiras fotografias
coloridas.
A fotografia colorida pode formar imagens como uma transparncia positiva,
planejada para uso em projetor de slides (diapositivos) ou em negativos coloridos, planejado
para uso de ampliaes coloridas positivas em papel de revestimento especial. O ltimo
atualmente a forma mais comum de filme fotogrfico colorido (no digital), devido
introduo do equipamento de foto impresso automtico.
Cmara escura (ou mquina fotogrfica)
A cmara escura produz a fotografia a partir da luz que refletida do assunto, ela
passa pela lente indo at o fundo dessa cmara, formando a imagem no material sensvel a
luz, ou seja, o filme. Ele funciona como se fosse o nosso olho.
Ela uma caixa que protege o material sensvel a luz, dos seus raios diretos, e
composta de mecanismos que a ajudam na visualizao e exposio. Os mecanismos so: o
diafragma (abertura de cmara), lente, obturador (velocidade), transportador do filme e o
visor.
Partes de uma mquina fotogrfica
O diafragma a abertura da cmara onde colocada a lente, ela regula a entrada
de luz. indicada pelos nmeros f, e vai do f/1.4 (grande) at f/22 (pequena). Tambm
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determina a profundidade de campo, que a nitidez com que o fundo aparece ou no na
fotografia.
O obturador regula o tempo de penetrao da luz na cmara, para que o assunto
seja devidamente gravado no filme. Ela vai da velocidade B (pose) at 1.000 (instantneo).
Essa numerao pode mudar de mquina para mquina, dependendo do fabricante. O tempo
de exposio medido em segundos, ele se inicia em 1 segundo, sendo dividido conforme o
tempo que dado. O nmero 125 de velocidade 1 segundo dividido por 125, esse ser o
tempo de exposio.
A lente ou objetiva fica na parte da frente da cmara e se resume em um conjunto
de lentes de vidro, com a finalidade de encaminhar os raios do sol na direo exata do filme e
com nitidez suficiente para que a fotografia tenha uma boa qualidade
Ela pode ser cambivel ou no. Cmaras mais simples utilizam lentes fixas de
foco tambm fixo. Cmaras mais sofisticadas utilizam lentes cambiveis, ou seja, elas podem
ser substitudas por outras, e podem focar assuntos a diferentes distncias, dependendo da
utilizao no momento.
Existem vrios tipos de objetivas, que nos ajudam em diversas ocasies:
Angular: utilizada para se ter maior ngulo de viso, ela aumenta o primeiro
plano, diminuindo os outros, deixando os planos mais distanciados. Ela se apresenta, nas
seguintes medidas: 35mm, 28mm, 24mm, 20mm e a 16mm ou menor, tambm chamada de
olho de peixe.
Teleobjetiva: utilizada para aproximar planos distantes, deixando o assunto
mais prximo. Ela usa as seguintes medidas: 80mm, 105mm, 135mm, 200mm, 800mm etc.
Normal: utilizada para fazer fotos com o mximo de proximidade com a
realidade. Ela tem a medida de 50mm.
Zoom: uma lente que pode ter vrias utilidades, pois em uma unida pea ela
carrega as caractersticas das outras lentes e tambm pode ter vrias medidas diferentes.
Macro: ideal para focalizar motivos extremamente prximos cmara, essa
objetiva oferece uma excelente qualidade de imagem, conferida pelo alto custo que apresenta,
utilizada para fazer a macrofotografia (foto onde o assunto fotografado maior do que o
original).
Microfotografia: o tipo de fotografia utilizada registrar imagens de seres
microscpicos.
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Tipos de cmera
Hoje em dia existem alguns tipos de cmaras fotogrficas, como:
Cmara Simples: a cmara mais comum existente no mercado, por ser mais
barata no possuem muitos recursos, normalmente s possuem dois tipos de abertura, pequena
para ser usada no sol e grande para dias nublados. Foco fixo, uma nica velocidade, o avano
do filme feito manualmente e pode ou no vir com flash embutido. Essa cmara tambm
tem um problema que chamamos de Paralaxe que onde o fotgrafo tem um ngulo de viso
diferente do da lente da cmara.
Cmara automtica: uma cmara similar a simples, s que possuem alguns
recursos a mais. Podem ter avano do filme automtico; vrios tipos de foco diferentes;
aberturas diferentes; flash embutido; sistema de sensibilidade DX e vrias outras regulagens.
Tambm tem o problema da paralaxe.
Cmara Ajustvel: tambm conhecida como profissionais ou unireflex,
possuem vrios tipos de recursos. Dispe de regulagens independentes para diafragma e
obturador, avano do filme pode ser automtico ou no, aceita troca de objetivas e possibilita
a focalizao em vrias distncias diferentes, possuem fotmetro e outros mecanismos que
vo ajudar na obteno de melhores fotografias. Neste tipo de cmara o problema da paralaxe
no existe, pois, o fotografo v o assunto a ser fotografado pela lente.
Cmara Digital: normalmente ela tem a mesma funo que as outras cmaras, s
que no usam filmes, gravam suas imagens em meio digital, que sero utilizadas em
computadores, e as cpias em papel podem no ter boa qualidade.
Fotografia panormica
A fotografia panormica, assim como a palavra panorama, refere-se a uma vista
inteira de uma rea circunvizinha. As fotografias panormicas tentam capturar tal vista.
A mquina fotogrfica 360 uma cmera fotogrfica capaz de fazer uma nica
fotografia panormica completa (abrangendo toda a volta) a partir de um determinado ponto.
Fotografia Digital
A fotografia digital uma imagem digital obtida por meio de uma cmera digital.
Sendo um arquivo digital, pode, utilizando um computador, ser editada, impressa, enviada
por e-mail ou armazenada em qualquer dispositivo de armazenamento digital.
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A fotografia tradicional era um fardo considervel para os fotgrafos que
trabalhavam em localidades distantes - como correspondentes de rgos de imprensa - sem
acesso s instalaes de produo. Com o aumento da competio com a televiso, houve um
aumento na urgncia para se transferir imagens aos jornais mais rapidamente.
Fotgrafos em localidades remotas carregariam um minilaboratrio fotogrfico
com eles, e alguns meios de transmitir suas imagens pela linha telefnica. Em 1990, a Kodak
lanou o DCS 100, a primeira cmera digital comercialmente disponvel. Seu custo impediu o
uso em fotojornalismo e em aplicaes profissionais, mas a fotografia digital surgiu neste
momento.
Em 10 anos, as cmeras digitais se tornaram produtos de consumo, e esto, de
modo irreversvel, substituindo gradualmente suas equivalentes tradicionais em muitas
aplicaes, pois o preo dos componentes eletrnicos cai e a qualidade da imagem melhora.
A Kodak anunciou em janeiro de 2004 o fim da produo da cmeras reutilizveis
de 35 milmetros aps o trmino daquele ano. Entretanto, a fotografia "lquida" ir perdurar,
pois os amadores dedicados e artistas qualificados preservam o uso de materiais e tcnicas
tradicionais.
Na fotografia digital, a luz sensibiliza um sensor, chamado de CCD ou CMOS,
que por sua vez converte a luz em um cdigo eletrnico digital, uma matriz de nmeros
digitais (quadro com o valor das cores de todos os pixels da imagem), que ser armazenado
em um carto de memria. Tipicamente, o contedo desta memria ser mais tarde transferido
para um computador. J possvel tambm transferir os dados diretamente para
uma impressora gerar uma imagem em papel, sem o uso de um computador. Uma vez
transferida para fora do carto de memria, este poder ser apagado e reutilizado.
O sensor de CDD que substitui o filme nas cmeras digitais
Revelao de fotos online
Revelao de fotos online o nome vulgarmente dado ao procedimento de envio
eletrnico de arquivos digitais de imagens para processamento e produo de cpias
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impressas por empresas especializadas. O termo no tecnicamente correto, porque este
processo dispensa justamente a etapa tradicionalmente conhecida como revelao fotogrfica
porm, tem sido largamente incorporado ao vocabulrio popular.
lbuns virtuais
Com a popularizao da fotografia digital, surgiram pginas
da Internet especializadas em armazenar fotografias. Desse modo, suas imagens podem ser
vistas por qualquer pessoa do planeta que acesse a rede. Elas ficam organizadas por pastas e
podem ser separadas por assuntos a livre escolha. Os lbuns virtuais podem ser usados com
vrios propsitos, abaixo esto listados alguns exemplos destes:
Portflio: Muito usado por fotgrafos amadores/profissionais para mostrarem seus
trabalhos.
Armazenamento: Quem no deseja ocupar espao em seu HD pode usar o lbum para
armazenar suas fotografias.
Negcios: Outros usam os lbuns para vender seus trabalhos fotogrficos.
2 FOTOGRAFIA DA BAUHAUS
Numa poca de agitao poltica e caos econmico, quando o velho mundo rua,
nascia da catstrofe que fora a Grande Guerra, uma escola de arte que Walter Gropius, o seu
criador denominou de Bauhaus, Casa de Construo. Enquanto oficial na guerra, Gropius
sonhava com uma escola que mudasse o mundo. A experincia do massacre mecanizado da
guerra leva-o a pensar domesticar a mquina em benefcio do homem. Com o armistcio e a
abdicao do Kaiser em Novembro de 1919, era proclamada a Rpublica de Weimar. A pouca
distncia onde era elaborada a nova constituio alem, nascia a Bauhaus, uma escola que ps
em prtica as novas ideias vanguardistas do construtivismo, como Gropius mais tarde viria a
dizer desenvolvi aquilo que gosto de chamar cincia visual. Financiada com dinheiros
pblicos, a Bauhaus repercutia o esprito dos artistas da poca. O mtodo, diferente de todas
as outras escolas de arte, tinha como espinha dorsal as oficinas, onde os alunos aprendiam no
a desenhar mas a fazer objetos, prottipos destinados indstria e consumo de massas.
Vamos criar uma nova guilda de artesos, sem a distino de classes que ergue
uma barreira arrogante entre o arteso e o artista! (Walter Gropius, Manifesto da Bahaus,
1919)
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A Bauhaus (CASA PARA CONSTRUIR, CRESCER, NUTRIR) foi uma
escola sediada em Weimar, Alemanha em abril de 1919, sob a direo de Walter Gropius,
(1883-1969).Foi formada pela cooperao entre a Academia de Belas Artes de Weimar e a
Escola de Artes e Ofcios, visando capacitar os alunos na teoria e na prtica das artes, dado-
lhes condies d e criar produtos que fossem ao mesmo tempo artsticos e comerciais.
Gropius imaginava uma comunidade em que professores e alunos morariam e
trabalhariam juntos. Esse conceito se reflete no nome do grupo, que alude s choupanas dos
pedreiros medievais (Bauhtten). Por um lado, a inteno de Bahaus era formar artistas,
designers e arquitetos mais responsveis socialmente. Por outro lado, ela pretendia o
progresso da vida cultural da nao e o aperfeioamento da sociedade. Com tais propostas, a
Bauhaus pode ser mais bem entendida no contexto dos debates travados na Alemanha em
outros pases, desde o fim do sculo XIX. No manifesto que acompanhava o programa da
nova escola, Gopius escreveu:
Vamos desejar conceber e criar juntos o novo edifcio do futuro, que combinar
tudo- arquitetura, escultura e pintura- em uma nica forma, a qual, um dia, se erguer em
direo aos cus, das mos de um milho de trabalhadores, como um smbolo cristalino de
uma nova e vindoura f.
Gropius estava muito prximo de pintores expressionistas. No foi toa que para
a capa do manifesto da Bahaus, ele escolheu uma xilogravura de Lyonel Feininger (1871-
1956) pintor associado a O Cavaleiro Azul. Em seu texto Conceito e desenvolvimento da
escola estatal de Bauhaus, publicado em 1912, ele reconheceu as influncias que atuaram
sobre seu pensamento: John Ruskin e Williams Morris, do movimento arts and crafts,
Henry van de Velde e Peter Behrens, descrevendo eles como pessoas que procuraram
conscientemente e encontraram os primeiros caminhos que levaram reunificao do mundo
do trabalho com os artistas criativos. Gropius reuniu um grande grupo de artistas-
professores para a nova escola e toda a didtica era composta por etapas de conhecimentos.
Hohannes Itten (1895-1987) desenvolveu o curso preliminar, obrigatrio para
todos os alunos. Cujo objetivo era livrar os alunos dos conceitos bsicos e preconcebidos de
formao no campo das artes e de libertar seu potencial criativo. O curso inclua estudos sobre
os materiais, utenslios e teoria da cor, anlise da estrutura pictria dos antigos mestres, aulas
em forma de ateli, meditao e exerccios de respirao. Os cursos tericos mais importantes
eram os referentes cor e forma, dados por Kandinski e Klee. A insistncia de Itten na
experincia prtica, que se ligava teoria educacional progressiva do filsofo americano John
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Dewey, aprender fazendo, se tornou um modelo seguido por escolas de arte e design no
mundo inteiro.
Aps completar com sucesso o curso preliminar, os estudantes passavam a
freqentar oficinas, onde recebiam ensinamentos de um artista e de um arteso experiente. Em
1922, apesar dos recursos limitados, existiam oficinas de construo de escritrios (com
Gropius); escultura em madeira e pedra (com Schlemmer), pintura mural (com Kandinsky),
pintura sobre vidro e encadernao (Klee), artefatos de metal (Itten), cermica ( Marcks),
tecelagem (Muche), impresso (Feininger) e teatro ( Schreyer). Era todas asc artes integradas
harmoniosamente. Mas ainda fazia falta Bahaus um departamento de Arquitetura, embora
Gropius lecionasse sobre Espao e seu scio no escritrio de arquitetura e Adolf Meyer
(1881-1919), ensinasse desenho tcnico em meio perodo at 1922.
Apesar desses esforos, pouco s e avanou em direo a um relacionamento mais
ntimo com a indstria. Apenas as oficinas de cermica e tecelagem foram bem-sucedidas no
sentido de receber encomendas de fora. Os recursos foram se esgotando e isso chamou a
ateno. Em 1922, a Bauhaus foi objeto de crticas por parte do peridico holands De Stijl,
que pedia uma mudana na direo.A arte havia se fundido com o artesanato, mas no com a
indstria. Para que a Bahaus florescesse, o artista teria de se transformar, passando de
visionrio mstico e expressionista a engenheiro- tcnico construtivista. Artistas de De Stijl
colocaram todo o peso de sua influncia em favor dessa transformao.
E ento a escola modificou a nfase dada ao curso Preliminar, incentivando aos
alunos a assumir uma abordagem mais prtica de seus trabalhos, testando novas tcnicas e
novas mdias. Modificou tambm o perfil da oficina de artefatos de metal, que produzia
objetos artesanais, peas nicas feitas mo, introduzindo designs prticos de prottipos para
a indstria.
Essa nova orientao foi divulgada por uma importante exposio de Bahaus
organizada em 1923 por Gropius, cujo discurso de inaugurao intitulava-se Arte e
tecnologia-Uma nova unidade. Um dos destaques da exposio foi a Casa Experimental,
projetada por Muche e Meyer, um prottipo de habitao funcional, barata, produzida em
srie, cuja construo se empregariam os materiais mais recentes: ao e concreto e que seria
equipada com tapetes, radiadores, azulejos, luminrias, cozinha e mobilirio projetados e
executados pelas oficinas de Bahaus.
Logo que a escola comeou a prosperar, por razes polticas, que seguia polticas
socialistas, foi prejudicada, pois em 1995, a maioria nacionalista do governo de Weimar,
supriu as dotaes da escola. Assim, no mesmo ano, a academia se mudou para a cidade
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socialista de Dessau, onde recebeu recursos para construir edificaes especialmente
projetadas para a escola, os alunos, professores e funcionrios.
Aps a mudana para Dessau, Gropius esperava que finalmente a Bahaus se
direcionasse tambm para a Arquitetura. Uma declarao, feita naquela poca, resumia os
princpios adotados mais tarde pelo Estilo Internacional:
Queremos criar uma arquitetura clara, orgnica, cuja lgica interna ser radiosa
e despojada, desimpedida de fachadas e truques mentirosos: queremos uma arquitetura
adaptada ao nosso mundo de mquinas, rdios e velozes carros a vapor, uma arquitetura cuja
funo seja claramente reconhecvel na relao de sua forma.
Prdio de Bauhaus, em Dessau.
Outro fator importante em Dessau foi a contratao de seis ex-alunos como
professores em perodo integral. Como primeiro corpo docente formado pela Bahaus, eles
eram versteis, competentes tanto na teoria como na prtica e em inmeras disciplinas e
materiais. A produo de suas oficinas e do novo departamento de arquitetura implantado em
1927 sob a direo do arquiteto suo Hannes Meyer (1889-1957), criou um novo design da
Bahaus, caracterizado pela simplicidade,requinte da linha e da forma, abstrao geomtrica
cores primrias e o emprego de novos matrias e tecnologias. Exemplos disso so a fonte sem
serifa, em caixa alta, usada como estilo da Bahaus criada por Bayer, o mobilirio de ao
tubular e o projeto de casas populares empreendido pelo departamento de arquitetura em
Dessau.
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Cartaz para a exposio, com a tipografia tpica (1923)
Gropius, aps se dedicar nove anos admnistrao e defesa da escola, demite-se
em 1928 e designou Meyer como seu sucessor. Logo, outros se demitiram se queixando que o
esprito comunitrio havia sido substitudo pela competio individual.A partir da, a escola se
transformou numa instituio vocacional voltada para a formao de arquitetos e desenhistas
industriais. Foram criados novos cursos incluindo o planejamento urbano e fotografia.
A orientao marxista de Meyer, no entanto, o distanciou do governo local e ele
se viu forado a se demitir em 1930, sendo substitudo pelo arquiteto Ludwig Mies van der
Rohe (1886-1969). Mies van der Rohe implantou uma disciplina mais rigorosa e se
empenhou em distanciar a escola da poltica.Mas com a vitria do partido Nacional-
Socialista nas eleies locais, em 1931, a escola foi acusada de ser excessivamente
cosmopolita e no suficientemente alem.
Em 1932 as subvenes foram canceladas. Foi feita uma ltima tentativa
desesperada de salv-la, mudando para Berlim e alojando numa instituio privada. Isso
durou at abril de 1993, quando finalmente os nazistas a fecharam, declarando que era um
dos mais bvios refgios do conceito judaico-marxista de arte.
Mas os nazistas, ao mesmo tempo em que fecharam, garantiram, sem querer a
fama da escola. Embora a Bahaus como instituio, chegasse ao fim em 1933, como idia ela
ganhou mpeto. Sua ideologia e reputao j havia alcanado um vasto pblico por meio de
seu peridico Bahaus (1926-31) e da coleo sobre arte e teoria do design organizada por
Gropius e Moholy Nagy entre 1925 e 1930.
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Alm disso, a emigrao forada de muitos de seus professores e alunos
disseminou seus conceitos para o mundo todo. Muitos deles emigraram para os Estados
Unidos e l foram bem acolhidos. Gropius e Breuer integraram o corpo docente da
Universidade de Harvard; Moholy-Nagy abriu a Nova Bahaus em Chicago, Mies Van de
Rohe se tornou diretor do Departamento de Arquitetura do Instituto Armour de Chicago (mais
tarde Instituto de Tecnologia de Illinois) e Albers lecionou no Black Mountain College, em
Carolina do Norte.
2.1 Lzl Moholy- Nagy
Cronologia
1895 Nasce na Hungria.
1915-1918 Na guerra, serve no exrcito austro-hngaro.
1920 Vai para Berlim.
1922 Faz seus primeiros fotogramas e continua a fazer fotografias.
1923 Muda-se para Weimar, onde convidado por Gropius para professor na
Bauhaus. Amplia as experincias com os fotogramas.
1924 Comea a trabalhar com fotomontagens: as montagens originais so
fotografadas e depois reproduzidas dos negativos.
1925 Muda-se para Dessau, junto com a escola Bauhaus.
1928 Sai da Bauhaus juntamente com Gropius.
1928-1934 Trabalha como freelancer projectando exposies, cenrios e figurinos,
capas de livro e revistas, layouts. Viaja muito e publica trabalhos de fotografia em jornais
e revistas.
1929 Monta a exposio Film und Foto em Stuttgart; faz seu primeiro documentrio.
1929-1936 Produz diversos curtas metragens, entre elas o seu filme mais
conhecido:Lightplay Black-White-Grey.
1934 Muda-se para Amsterdo, onde continua o trabalho freelancer. Comea a
trabalhar com fotografia colorida e publicidade.
1935 Muda-se para Londres.
1937 convidado a dirigir a New Bauhaus, em Chicago.
1939 Dirige a Escola de Design de Chicago.
1939-1946 Concentra-se nas atividades de ensino, alm de escrever o seu ltimo livro,
Vision in Motion, afirmao definitiva da sua filosofia de vida e da sua vocao
pedaggica.
1946 Morre de leucemia, em Chicago.
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Lszl Moholy-Nagy (Bcsborsd, Hungria, 20 de Julho de 1895 Chicago, 24
de Novembro de 1946) foi designer, fotgrafo, pintor e professor de design pioneiro,
conhecido por ter leccionado na Bauhaus.
Foi influenciado pelo Construtivismo Russo e defendeu a integrao da tecnologia
e indstria no design e nas artes. Para Lszl Moholy-Nagy no existiam divises entre a
fotografia, a pintura, a escultura e a arquitectura. A sua viso global foi fundamental em duas
das mais importantes escolas de artes visuais deste sculo, a Bauhaus e o Chicago Institute of
Design.
Na Hungria, Lszl ingressou no curso de Direito da Universidade de Budapeste
aos 18 anos. Mas a I. Grande Guerra interrompeu os seus estudos no ano seguinte. Foi
mandado para a frente, onde seria gravemente ferido.
Durante sua convalescena, Lszl dedicou-se aos desenhos e s aquarelas. Mais
tarde, com a Repblica Sovitica Hngara derrotada, o marxista Moholy-Nagy exilou-se em
Berlim, onde entrou em contacto com toda as efervescncias culturais do momento, do
Futurismo ao Dadasmo, passando pelo Construtivismo do seu amigo El Lissitzky.
Embora na juventude Lszl Moholy-Nagy tenha sido passageiramente
influenciado pelo Expressionismo, o artista logo se define como abstrato, influenciado pelo
DADA e por Kurt Schwittters: no penas pela sua sintaxe visual de aglomeraes, mas
tambm no imaginrio de mecanismos sem sentido.
Lszl Moholy-Nagy comeou o seu percurso artstico por aderir ao
Construtivismo. A sua primeira exposio individual foi realizada em 1922 na galeria Der
Sturm, em Berlim. A influncia de Malevitch e do Construtivismo russo reflecte-se nas
formas geomtricas, linha e planos das pinturas de Moholy-Nagy.
A partir de 1923 e at 1928, Moholy-Nagy ensinou e trabalhou na Bauhaus: foi
docente na oficina de metal e diretor do Curso Preliminar (Vorkurs). Comeou estas
atividades com a idade de 27 anos.
A partir de 1923, e em estreita cooperao com Walter Gropius, Moholy-Nagy
concebeu e editou a srie de livros chamados bauhausbcher. Deste modo, Moholy-Nagy foi
um importante impulsionador das atividades editoriais e publicistas da Bauhaus.
Casado com a fotgrafa Lucia Moholy, Lszl Moholy-Nagy no demorou a fazer
suas primeiras experincias fotogrficas. Com uma consistente base terica, tratou de inovar:
na composio, nos pontos de vista, misturando tcnicas.
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Trabalhando na Bauhaus como diretor da Oficina de metal, Moholy-Nagy
continuou produzindo fotos, desenhos, esculturas, e ensaios tericos. Em 1924, publicou
Pintura, Fotografia, Filme, dentro da srie de livros que ele editava na Bauhaus.
Na Bauhaus, publicou em parceria com Oskar Schlemmer o livro O teatro na
Bauhaus, no qual desenvolveu as suas idias sobre o teatro do futuro.
Do Material Arquitetura foi escrito em 1928, inaugurando a srie de publicaes
da Bauhaus.Neste livro, Moholy-Nagy, alm de expor o ncleo central de suas concepes
sobre o uso da luz, do movimento, da fotografia, do cinema e dos materiais plsticos, ensina
como manejar os materiais, as ferramentas e as mquinas necessrias para a elaborao
artstica e arquitetnica.
Segundo Walter Gropius, ao longo dos anos, este livro converteu-se numa
gramtica do design moderno.
Ao longo de toda a sua vida, esteve ativo no Design grfico, tendo trabalhado
muito com Tipografia e tambm praticando fotografia e fotomontagem (uma condensao de
mltiplas imagens, fixadas num nico campo).
Ainda na Hungria, participou na revista Ma (Hoje), para a qual fez as capas; na
Bauhaus, concebeu vrios nmeros dos bauhausbcher (livros da Bauhaus); fez tambm
design de publicidade.
Livro Painting Photography Film, desenhado por Moholy-Nagy em 1927.
Em 1923, Moholy-Nagy convidado pelo arquiteto Walter Gropius (1883 - 1969)
para lecionar na escola alem Bauhaus, onde dissemina a ideologia construtivista e utiliza a
fotografia como recurso pedaggico e tcnica criativa de investigao formal. Como
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orientador do curso preliminar bsico da escola, emprega a fotografia em estudos de textura,
massa e estrutura de materiais e em pesquisas sobre noes de escala e ritmo. Instiga a
experimentao dos alunos e trabalha com tcnicas que at ento s haviam sido utilizadas
com fins cientficos, como os raios X, a micro e a macrofotografia. A escola pretende abolir a
hierarquia entre as belas-artes e as artes aplicadas, portanto as experincias fotogrficas
podem servir publicidade, s artes grficas ou ao desenho txtil, por exemplo.
Em seu livro Pintura, Fotografia, Filme, 1925, oitavo volume da srie Bauhaus
Books, Moholy-Nagy classifica oito tipos de "viso fotogrfica" que possibilitam ao homem o
acesso a novas dimenses da realidade:
1. viso abstrata - proporcionada por fotogramas - fotografias feitas sem cmera,
em laboratrio, pela disposio de objetos sobre o papel fotossensvel que, em seguida,
exposto luz;
2. viso exata - registro convencional das aparncias (exemplo.: fotorreportagem);
3. viso instantnea - congelamento do movimento;
4. viso lenta - fixao de movimentos por meio de longos tempos de exposio;
5. viso intensificada - correspondente microfotografia e s imagens feitas com
filtros que permitem o registro de comprimentos de onda invisveis aos olhos humanos
(exemplo: raios infra-vermelhos);
6. viso penetrante - raios X;
7. viso simultnea - mltiplas exposies num mesmo negativo (Moholy-Nagy
considera esse processo como uma fotomontagem automtica);
8. viso distorcida - manipulaes qumicas ou mecnicas da imagem fotogrfica
no laboratrio e uso de lentes equipadas com prismas que provocam deformaes.1
No campo da experimentao, Moholy-Nagy trabalha sobretudo com a tcnica do
fotograma, visto como um instrumento de estudo do fenmeno luminoso. Seu objetivo
observar efeitos de reflexo e refrao, contrastes e sutis gradaes de cinza gravados na
superfcie fotossensvel. Para ele, os objetos colocados sobre o papel so "modeladores de
luz".2
Segundo o artista, em primeiro lugar deve estar a liberdade de experimentao:
"O inimigo da fotografia a conveno, as regras fixas de 'como fazer'. A
salvao da fotografia vem da experimentao. O artista experimental no tem idias
preconcebidas sobre a fotografia, ele no acredita que a fotografia somente como ela
conhecida hoje, exata repetio e representao da viso costumeira. Ele no pensa que os
erros fotogrficos devem ser evitados (...). Ele ousa chamar de 'fotografia' todos os resultados
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que podem ser alcanados com os meios fotogrficos com cmera ou sem, todos os resultados
dos meios fotossensveis a qumicos, luz, calor, frio, presso etc."3
Como os construtivistas russos, acredita na renovao da percepo como forma
de transformar a sociedade e considera a arte abstrata e a nova viso como contrapartidas
visuais de uma sociedade mais justa.4 Desse modo, a nova viso tem como objetivo apresentar
relaes ticas inusitadas com base em objetos comuns e situaes cotidianas.
No entanto, a defesa da investigao constante de formas novas, sem a
necessidade de aplicao prtica imediata, provoca controvrsias em relao ao seu trabalho.
Fotgrafos de vanguarda como Rodchenko e Renger-Patzsch (1897 - 1966) criticam o
experimentalismo de Moholy-Nagy como uma atitude meramente esteticista, sem
compromisso com questes sociais.
2.2 Lyonel Feininger
Lyonel Feininger (1871 1956) comeou somente trabalhar como um artista
com 36 anos, em seguida trabalhou como um caricaturista comercial por vinte anos para
vrios jornais e compartimentos nos Estados Unidos; foi um membro do Berliner
Sezession em 1909, foi associado aos grupos Die Brcke, Novembergruppe, Gruppe 1919,
e Os Quatro Azuis do expressionismo. Ensinou tambm no Bauhaus por diversos anos,
comeando em 1919.
Lyonel Feininger pegou a cmera com a idade de 58 no outono de 1928. Apesar
de seu ceticismo inicial sobre esse meio "mecnico", o pintor foi inspirada pelo entusiasmo de
seus filhos Andreas e Theodore (apelidado Lux), bem como pelo trabalho inovador de Lszl
Moholy-Nagy, um mestre companheiro na Bauhaus em Dessau, na Alemanha.Fotografia
permaneceu um esforo particular para Feininger. Ele nunca exibiu suas impresses,
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publicando apenas um punhado durante a sua vida e compartilh-los apenas com a famlia e
alguns amigos.
Pintor, gravador, fotgrafo e desenhador, o nova-iorquino Lyonel Feininger foi
um dos primeiros professores selecionados para leccionar na Bauhaus e, tal como muitos dos
outros criadores da escola de arte, desenho e arquitetura estabelecida em 1919 em Weimar por
Walter Gropius, acabou por regressar fotografia, aps realizar mltiplas incurses noutros
mbitos artsticos.
Embora Feininger explorou muitas das tcnicas fotogrficas experimentais sendo
praticados na Bauhaus, ele permaneceu isolado e fora de sintonia com o resto da
escola. Trabalhando sozinho e muitas vezes durante a noite, ele criou imagens expressivas,
introspectivo, sobrenaturais que tm pouco em comum com a fotografia ldica aluno mais
tipicamente associado com a escola. Usando uma cmera Bergheil Voigtlnder (em exibio
na exposio), frequentemente com um trip, ele fotografou o bairro em torno das casas dos
mestres, o campus Bauhaus, e da estao ferroviria Dessau, experimentando com imagens
noite, inverteu tonalidades e condies climticas severas.
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3 CONSTRUTIVISMO RUSSO
O Construtivismo Russo foi um movimento esttico-poltico iniciado na Rssia a
partir de 1919, como parte do contexto dos movimentos de vanguarda no pas, de forte
influncia na arquitetura e na arte ocidental. Ele negava uma "arte pura" e procurava abolir a
ideia de que a arte um elemento especial da criao humana, separada do mundo cotidiano.
A arte, inspirada pelas novas conquistas do novo Estado Operrio, deveria se inspirar nas
novas perspectivas abertas pela mquina e pela industrializao servindo a objetivos sociais e
a construo de um mundo socialista. O termo arte construtivista foi introduzida pela primeira
vez por Malevich para descrever o trabalho de Rodchenko em 1917.
O construtivismo como movimento ativo durou at 1934, tanto na Unio Sovitica
como na Repblica de Weimar, as suas proposies inovadoras influenciam fortemente toda a
arte moderna. A partir do Congresso dos Escritores de 1934 a nica forma de arte admitida na
URSS seria o Realismo socialista e todas as outras tendncias artsticas durante o Stalinismo
seriam consideradas formalistas.
Caracterizou-se, de forma bastante genrica, pela utilizao constante de
elementos geomtricos, cores primrias, fotomontagem e a tipografia sem serifa. O
Construtivismo teve influncia profunda na arte moderna e no design moderno e est inserido
no contexto das vanguardas estticas europeias do incio do Sculo XX. (So considerados
manifestaes influenciadas pelo Construtivismo o De Stijl, a Bauhaus, o Suprematismo,
assim como grande parte da vanguarda russa).
Do ponto de vista das artes plsticas, usando uma acepo mais ampla da palavra,
toda a arte abstrata geomtrica do perodo (dcadas de 1920, 30 e 40) pode ser grosseiramente
chamada de construtivista (o que inclui as experincias artsticas na Bauhaus, o
Neoplasticismo e outros movimentos similares). No teatro, um de seus principais nomes foi o
diretor teatral Meierhold, no cinema o grande nome foi Eisenstein, com suas teorias sobre a
montagem cinematogrfica. Um grande poeta, considerado construtivista, foi o russo Nicolai
Asseiev, tendo Vladimir Maiakovski sofrido grande influncia desta tendncia..
Moholy-Nagy ligado ao construtivismo russo e interessado na explorao
criativa de tcnicas industriais. Na Rssia, artistas de vanguarda engajados na revoluo
socialista, como El Lissitsky (1890 - 1941) e Alexander Rodchenko (1891 - 1956), vem a
fotografia como uma tcnica de produo de imagens adequada ao novo mundo
industrializado e socialista. A adeso fotografia uma maneira de romper com a pintura,
que, por seu carter de obra nica, vista como uma modalidade artstica ultrapassada
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vinculada ao gosto burgus. A fotografia, ao contrrio, produto de uma mquina e poderia
ser reproduzida indefinidamente, chegando s massas. Atuando como desenhista grfico e
fotojornalista, Rodchenko pretende criar uma visualidade distinta daquela oferecida pela
pintura de cavalete. Investe em enquadramentos oblquos e ngulos "de cima" e "de baixo",
pois acredita que assim libertar o espectador de uma viso de mundo estereotipada.
O construtivismo russo foi um movimento esttico-poltico, iniciado em 1919,
influenciou muito a arquitetura e a arte ocidental. Consistia em negar a arte pura, procurava
abolir a ideia de que a arte algo especial da criao humana, parte do mundo cotidiano.
Pelo contrrio, a arte, agora deveria representar as conquistas do estado operrio, revelando a
influencia socialista dessa modalidade artstica. A arte era inspirada nas perspectivas abertas
pela mquina e a industrializao.
O construtivismo russo (a meu ver, o construtivismo russo engloba todas as
formas de surrealismo presentes at ento, e extrapola o uso da arte para o campo da
propaganda), se caracteriza basicamente pela utilizao constante de elementos geomtricos,
o emprego de cores primrias, a photo montage (que nada mais do que recortar e reordenar
elementos dentro de um quadro e re-fotografar o produto final) e a tipografia sem serifa. O
construtivismo influenciou fortemente a arte e o design moderno.
Essa modalidade artsticas revelou dois grandes fotgrafos, o primeiro, Lszl
Moholy Nagy, (1895, 1946) que, mesmo nascido na Hungria, foi muito influenciado pelos
ideais artsticos russos. Acreditava que a tecnologia, a indstria e o design deveriam se
integrar as artes. Dessa forma, Nagy empregou tcnicas de colagem, photo montage e de
fotografia sem cmera, pelo contato do objeto com o papel sensvel luz, esse processo
chama-se photogram.
Nagy criou o termo the New Vision para caracterizar a arte
surrealista/construtivista, para ele, a imagem poderia criar uma nova forma de ver, diferente
daquele que o olho humano era capaz de enxergar. Toda a teoria dessa nova forma de praticar
arte foi registrada no livro The New Vision, from Material to Architecture.
O outro fotgrafo foi Alexander Rodchenko, que nasceu na Rssia, em 1891, foi
um dos principais expoentes dessa forma de arte. Uniu a fotografia aos conceitos de design,
abusando das imagens com forte apelo grfico e alto contraste entre luz e sombras.
Rodchenko buscava fotografar sob uma perspectiva diferente do que era praticado na poca,
subia em prdios para registrar imagens de cima pra baixo, deitava no cho para pontos de
vista de baixo pra cima. Queria retratar o jeito de olhar do homem moderno, do homem
mecnico do ps guerra.
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O fotgrafo trabalhou para o governo e produziu uma revista com a propaganda
do partido russo. A publicao era extremamente moderna para poca, as edies
apresentavam dobraduras no estilo origami e fotografias que extrapolavam os limites do papel
(inclusive em uma delas, uma foto de um soldado paraquedista russo, o paraquedas era feito
de tecido e extrapolava o tamanho da revista, tinha que ser dobrado para caber dentro da
publicao).
As imagens eram manipuladas atravs de photo montage para perpetuar o regime
bolchevique, dessa forma s revelavam aspectos positivos do governo, exaltavam o poderio
militar e a alegria do povo. Rodchenko era um homem com pensamento moderno e
vanguardista, seus trabalhos so caracterizados exatamente por essa modernidade. Sua forma
de pensar acabou por vir de encontro com a filosofia stalinista, que o considerou um artista
formalista (cuja arte se caracteriza pelo uso das formas, o maior expoente Mondrian), o que
no era tolerado pelo governo de Stalin.
Grafismo e formalismo de Alexander Rodchenko
Pioneiro da composio diagonal, Rodtchenko, introduz movimento imagem
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4 AGNCIA MAGNUN E ARTISTAS PARTICIPANTES
Tudo comeou quando Robert Capa que se exilou em Berlim, em 1931, pelas suas
atividades estudantis de esquerda foi trabalhar na agncia de fotografia Dephot com seu
compatriota Simon Guttmann. Ali comeou sua carreira de fotgrafo. Com a ascenso de
Hitler na Alemanha, em 1935, os dois hngaros se exilaram na Frana.Capa, na Frana,
conheceu os fotgrafos Henri Cartier-Bresson e David Seymour (Chim) e comeou uma
grande amizade. O amigo CartierBresson, cujo interesse eram as fotografias surrealistas e
queria que fossem publicadas na imprensa, deu-lhe o seguinte conselho: "Se voc se
considerar um artista, no vai conseguir nenhum trabalho. Considere-se um foto-jornalista e
ento faa aquilo que quiser".
Em 1938, Capa fotografou a resistncia da China invaso japonesa e, por isso,
tornou-se mais conhecido. Simon Guttmann, seu ex-patro da agncia Dephot, exilou-se em
Paris, formou a agncia Pix onde Capa foi trabalhar. Bob Capa, neste perodo, escreveu a um
amigo, desabafando que no agentava mais trabalhar com Guttmann que o considerava
(Capa) como sua propriedade. Foi quando teve a idia de se libertar dos grandes grupos da
imprensa, e de criar uma agncia cooperativa: nasceu uma idia...
Aps Capa cobrir a 2 Guerra Mundial na Europa, em Abril de 1947, essa idia foi colocada
em prtica no restaurante do Museu de Arte Moderna (MOMA), em Nova Iorque. Alm de
Robert Capa, os membros fundadores eram Henri Cartier Bresson, David "Chim" Seymour,
George Rodger, William e Rita Vandivert (os dois ltimos deixaram o grupo, em maio de
1947). Magnum Photos Inc. foi registrada no comrcio em Nova Iorque. O objetivo de Capa,
cujo trabalho j era notrio, foi preservar na cooperativa o negativo na posse do prprio
fotgrafo e no das grandes instituies da imprensa escrita.
A Magnum teve trs scios talentosos, Capa que era a essncia da fotografia, Chim a
conscincia e Cartier-Bresson a cultura esttica da imagem. O dinamismo, a imaginao e o
pioneirismo foram o diferencial na agncia que se tornou a expresso do foto-jornalismo
contemporneo. A importncia da criao da Magnum foi liberar os fotgrafos da tirania da
imprensa ou das agncias, que at aquele momento, dispunham do fotgrafo todo tempo e
ficavam com o principal: a posse dos negativos. Em 2007, a Magnum completar 60 anos de
atividade, os principais fotgrafos do mundo passaram por l ou trabalham ainda l. Como diz
Guy Le Querrec "A Magnum uma big bandmusical e cada um toca um instrumento
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diferente". Martine Frank comenta: "Existe trs geraes que convivem com idias diferentes
mas todos com a mesma preocupao humanitria".
At os dias atuais, a Magnum ainda transmite a mesma natureza da sua formao,
carrega o mesmo idealismo de Capa: a liberdade de ao e criao do fotgrafo. [....]
"Magnum, ns somos uma coletividade de indivduos unidos por nossa diversidade e por
interesses mtuos (Richard Kalvar).
Podemos ver a diversidade e o tom singular nas imagens destes grandes mestres da
fotografia. Segundo Sebastio Salgado: "Existe uma lei que a base desta estrutura, que da
anarquia no sentido da democracia absoluta".
Como o prprio lder e um dos fundadores da Magnum, Robert Capa considerava-se
uma pessoa sem nacionalidade e a agncia possui essa essncia, admitindo membros de vrios
pases e culturas, porm essas diferenas respeitam a individualidade e o talento de cada
profissional; um exemplo que devemos seguir independentemente do que fazemos no mundo.
Robert Capa: Pablo Picasso dans son studio, rue des Grands Augustins, Paris 1944.
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Fotografias de Robert Capa
Henri Cartier-Bresson: le pont de Tancarville, 1955.
Fotografias de Henri Cartier-Bresson
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David Seymour: Franoise Sagan, 1956.
Fotografias de David Seymour
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Guy le Querrec: Le buste du prsident Franois Miterrand ralise par Daniel Druet.
Fotografias de Guy le Querrec
Martine Franck: Harlem Dsir se prparant pour une mission de tlvision, 1989.
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Sebastio Salgado: le tour de France, 1986.
Fotografias de Sebastio Salgado
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5 FOTOGRAFIA ESTENOPEICA
Artistas, no necessariamente fotgrafos, cada qual com uma busca aparentemente
distinta. Motivados talvez pela insatisfao com a excessiva nitidez das imagens da fotografia
com lentes, ou procurando um contraponto ao exagerado formalismo da Fotografia Subjetiva ,
ou ainda por buscar representaes de tempo e de realidade diferentes daquelas da
fotografia tradicional.
Nomes como Paolo Gioli na Itlia, Gottfried Jger na Alemanha Oriental e David
Lebe, Franco Salmoiraghi, Wiley Sanderson e Eric Renner nos Estados Unidos, todos, de
alguma maneira, envolvidos pela experimentao e pela busca por novos resultados visuais.
(RENNER, 2000)
Instigados pelas diferenas na formao da imagem e pela possibilidade de
trabalhar com um aparelho simples, construdo pelo prprio usurio, esses vrios artistas se
aventuraram na construo de cmeras estenopeicas, quase sempre buscando conformaes
diferentes das cmeras convencionais outros formatos, vrios orifcios.
Paralelamente s experimentaes artsticas, dois cientistas tambm trabalharam
com a fotografia estenopeica. Kennet A. Connors, nos Estados Unidos, pesquisou a definio
e a resoluo de imagens formadas atravs de orifcios. Na Inglaterra, Maurice Pirenne
utilizou a ptica da fotografia estenopeica para estudar a perspectiva em seu livro Optics,
Painting and Photography , de 1970.
Aos poucos, a prtica da fotografia estenopeica se popularizou e, no final dos anos
1970, a tcnica passou a ser utilizada associada a processos fotogrficos histricos, como o
ciantipo, a goma-bicromatada, a platinotipia, entre outros. A fotografia estenopeica era o
ponto de partida para qualquer processo de impresso que necessitasse de negativos de
grandes formatos. Uma cmera para acomodar grandes negativos poderia ser feita de qualquer
material. (RENNER, 2000).
A partir da dcada de 1980, com a publicao do livro The Visionary Pinhole
(1985), de Lauren Smith, e a organizao de algumas exposies, a diversidade de
experincias artsticas com a fotografia estenopeica comea a ser divulgada. (RENNER
2000).
Alm de fabricar suas prprias cmeras, ou reaproveitar caixas e latas, ou ainda,
adaptar cmeras fotogrficas convencionais, por meio da substituio da lente pelo orifcio, os
usurios tm a opo de comprar uma cmera estenopeica pronta. Renner (2000) cita pelo
menos seis cmeras diferentes produzidas comercialmente na dcada de 1980.
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A tcnica passa a ser incorporada s prticas experimentais das mais diversas. O
corpo utilizado como cmera, como nos trabalhos de Thomas Bachler , Paolo Gioli e Jeff
Guess . Objetos diversos so transformados em cmera e a prpria cmera passa a fazer parte
da obra.
Os artistas/fotgrafos contemporneos no se utilizam da fotografia estenopeica
em busca apenas dos resultados plsticos que ela pode permitir como as distores de
perspectiva, a dissoluo das imagens pelos longos tempos de exposio, ou a possibilidade
de grande profundidade de campo. O que se percebe que a tcnica tem sido, cada vez mais,
adotada por suas potencialidades em questionar, criticamente, a fotografia tradicional com
lentes e os conceitos que esto nela arraigados. Tendncia esta que pode ser observada atravs
dos trabalhos dos diferentes artistas.
5.1 Projeto social com Pinhole: o caso do projeto Lata Mgica
Enquanto a colheita da parcela maior de benefcios advindos de inovaes
tecnolgicas estiver alinhada a favor de corporaes que ditam o modelo e o ritmo
desenfreado de desenvolvimento, em detrimento de milhes de pessoas alijadas de seus
direitos fundamentais, aes como o Projeto Lata Mgica so vitais para criar zonas de
resistncia contra a destruio dos referenciais de identidade individual e coletiva.
Basta um pouco de ateno para percebermos que a compulso ao consumo
massivo do ganho tecnolgico que assistimos induzida para gerar o lucro fcil, causando
prejuzos incalculveis para a humanidade, como a destruio desses referenciais e a
degradao do meio ambiente.
Mais do que desmistificar o aparato e facilitar o entendimento do processo
fotogrfico, na prtica solidria de aguar a curiosidade e encorajar o exerccio da cidadania
que reside a importncia do Projeto Lata Mgica. nessas prticas que podemos descobrir a
riqueza de uma abordagem multidisciplinar inerente ao processo de aprendizado do fazer
fotogrfico e as inmeras possibilidades de desdobramentos. A descoberta da matria
luminosa e suas possibilidades a essncia que no podemos descartar, pois ela a fonte
inspiradora para o exerccio de construo do conhecimento do que pode vir a ser o fazer
fotogrfico para cada um. O re-conhecimento coletivo dessa fonte sugere um re-olhar para a
luz e para o mundo que nos rodeia atravs de uma abordagem universal e a oportunidade para
o exerccio de construo e expresso de um pensamento crtico capaz de gerar e disseminar
uma conscincia cidad planetria.
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Que o Projeto Lata Mgica, junto com outras tantas aes e projetos
desenvolvidos nos quatro cantos do mundo, continue investindo na inteligncia e
sensibilidade humanas numa perspectiva de ampliar as zonas de esperana no planeta.
As fotos expostas o resultado de oficinas de fotografia pinhole realizadas nos
bairros Partenon, Lomba do Pinheiro, Restinga e Ipanema em Porto Alegre. O Projeto Lata
Mgica desenvolveu essas quatro oficinas com a realizao, ao final de cada edio, de uma
exposio na prpria comunidade e a reunio geral dos trabalhos em uma exposio final.
Esse livro de fotografias, portanto, apresenta os bairros escolhidos para as oficinas e outros
pontos encontrados no percurso dos alunos, retratados em um cruzamento de olhares sobre
diversos lugares. O grupo de fotgrafos Lata Mgica desenvolve projetos com a tcnica
fotogrfica pinhole desde 1999, ministrando oficinas e pesquisando essa linguagem. Em 2003,
o grupo divulgou a tcnica para o grande pblico atravs do projeto O Olhar Passageiro que
fixou uma fotografia pinhole, em forma de adesivo, na janela de cada nibus da frota
metropolitana de Porto Alegre.
A tcnica pinhole consiste na utilizao de cmeras sem lentes que, pelo princpio
da cmara escura, possibilitam a obteno de imagens de uma maneira bastante simplificada.
A tcnica, traduzida para o portugus como buraco de alfinete, permite que se construa, a
partir de qualquer recipiente vedado da entrada da luz, uma cmera fotogrfica, regulando a
passagem dessa luz atravs de um pequeno orifcio feito com uma agulha. A imagem exterior
ao recipiente ser projetada no seu interior de cabea para baixo e invertida horizontalmente
(direita esquerda). Esse o princpio tico fundamental de todas as cmeras fotogrficas,
portanto construir e fotografar utilizando essa tcnica so processos simples em que no
necessrio o domnio de nenhuma mquina extraordinria. No lugar de grandes
parafernlias tecnolgicas e um infindvel nmero de botes, somente uma lata de tinta com o
interior forrado de preto, um minsculo furo em um de seus lados e uma fita isolante
funcionando como obturador. Uma das possibilidades das oficinas de pinhole oferecer a
oportunidade de experimentar um outro olhar, a possibilidade de olhar a prpria cidade sob
um ponto de vista diferente, atravs das fotografias que so produzidas nas latas de tinta
transformadas em cmera.
A fotografia, neste projeto, deve ser vista como uma maneira do aluno/fotgrafo
se inscrever na cidade e inscrever a prpria cidade nesse sujeito a partir da reflexo sobre o
qu e como fotografar. Uma fotografia est impregnada do olhar, de um sentido elaborado por
aquele que a produziu na construo de conhecimento sobre o assunto fotografado. Os alunos,
na produo de imagens da cidade, significam as fotografias produzidas enquanto imagens
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mentais que iro conformar a circularidade de olhares sobre a cidade e a constituio da
prpria memria coletiva dos habitantes de Porto Alegre.
Fotografias Pinhole realizada pelos participantes das oficinas
Fotografias Pinhole realizada pelos participantes das oficinas
6 FOTOGRAMAS
a unidade do filme fotogrfico depois de processado, ou seja, do negativo. Isto
significa que um filme de 36 poses gera portanto 36 fotogramas. Este termo no se aplica aos
diapositivos, que so simplesmente denominados de cromos ou slides. Fotograma serve
igualmente para denominar as fotografias obtidas sem o auxlio da cmara, atravs da
colocao de um objeto opaco ou translcido diretamente sobre o material fotossensvel. Os
primeiros photogenic drawings obtidos por Fox Talbot em 1834, nada mais eram do que
fotogramas, como tambm o eram os schadographs, produzidos na dcada de 1910 pelo suco
Christian Schaad (18994-1982), e os rayographs, criados pelo norte-americano Man Ray
(1890-1976) na dcada seguinte. Outro importante produtor de fotogramas foi o hngaro
Lzsl Moholy-Nagy (1895-1946), que empregou o processo na dcada de 1930, sem no
entanto se preocupar em rebatiz-lo com seu nome.
A prtica do fotograma pode ser bastante diversificada. Os trabalhos produzidos
por Man Ray e Lszl Moholy-Nagy entre 1920/30 so excelentes referncias histricas sobre
a versatilidade do meio.
O Fotograma , sem dvida, a tcnica mais acessvel envolvendo materiais foto-
sensveis. Obtm-se com ele raros e imprevisveis efeitos decorativos. O mtodo mais
vulgarizado consiste em colocar numa prancheta de ampliador uma folha de papel fotogrfico,
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sobre a qual se dispem, de modo aleatrio ou intencional, variadssimos objectos. Se se
pretender um grau de opacidade elevado e, consequentemente, um efeito muito contrastado,
usamos vulgarmente uma placa de vidro para "colar" os objectos o mais possvel ao papel. Se,
por outro lado, desejarmos que os objectos quase se esfumem em leveza, poderemos faz-los
pairar sobre o material foto-sensvel. O feixe de luz do ampliador, com conta, peso e medida,
criar a obra. A partir daqui, tudo fica a cargo da capacidade criativa do autor e da sua
intencionalidade. O processo que se segue um vulgar processo de revelao e fixagem, em
tudo semelhante ao usado na fotografia feita a partir da projeco de negativos. E pronto.
tempo de apreciar os resultados:
A execuo de um fotograma deve ser tomada mais como um procedimento
tcnico do que como um processo fotogrfico, podendo ser realizada com a utilizao de
papis fotogrficos convencionais e toda a grande variedade de
suportes fotossensibilizados pelos processos aqui descritos.
Materiais
Papis fotogrficos industrializados de todos os tipos e marcas; revelador
interruptor e fixador convencionais (disponveis em qualquer estabelecimento comercial de
material fotogrfico e, geralmente, acondicionados em embalagens que contm as instrues
de diluio); 4 bandejas plsticas de laboratrio fotogrfico ordenadas convencionalmente
(revelador, interruptor,fixador, e gua corrente ) para o processamento; lanterna de segurana
de filtro vermelho ; objeto a ser copiado ( sugiro, a princpio, a utilizao de um objeto plano,
como uma folha de planta ); 1 chapa de vidro polido de 4mm de espessura e de dimenso
ligeiramente maior do que a do papel suporte, podendo ser utilizada como substituta uma
frma para a execuo de provas contato; 1 colcho de espuma de nylon , de dimenso maior
do que a do papel suporte; fonte de luz (a mais adequada a luz proveniente de um ampliador
fotogrfico. Luminriais de prancheta * ou mesmo lanternas do tipo flash light, de pouca
intensidade, podem oferecer bons resultados e efeitos diversos.
*As luminrias de prancheta de luz fria no so adequadas a esta prtica.
Procedimentos
Devido rpida sensibilidade do papel fotogrfico convencional, isto , o tempo
que necessita para gravar uma imagem, preciso que se trabalhe sob lanterna de segurana.
Um laboratrio fotogrfico amador bastante adequado para essa prtica, porm no
essencial. Uma sala escura e um flash light comum, ou mesmo uma luminria usada em
pranchetas, podem proporcionar bons resultados.
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A inveno, nessa prtica, palavra de ordem. Procure descobrir seus prprios
mtodos.
1. O objeto a ser copiado colocado em contato com a superfcieemulsionada do
papel fotogrfico. A face brilhante do papel fotogrfico a face emulsionada. Complemente
esse sanduche colocando uma chapa de vidro de forma a exercer uma leve presso sobre o
conjunto, mantendo-o fixo. Esse conjunto, formado pelo objeto, papel e chapa de vidro, deve
ser acomodado sobre um colcho de nylon. Essa arrumao deve processar-se logo abaixo da
fonte de luz escolhida.
2. O sanduche , ento, exposto luz. O tempo de exposio luz deve ser
determinado de acordo com a densidade do material que se deseja copiar, bem como de
acordo com o grau de contraste que se deseja obter no resultado final. Para tanto, voc dever
ter elaborado um teste indicativo dos resultados possveis.
3. Revele o fotograma durante o mesmo tempo utilizado na execuo do teste.
4. Interrompa a revelao, fixe a imagem e finalize essa etapa, colocando a
imagem em banho de gua corrente durante os mesmos tempos utilizados no teste e segundo
as caractersticas do papel, geralmente contidas na embalagem do produto.
5. A imagem dever ser secada sobre uma esteira ou pendurada em um varal, em
ambiente livre de poeira, isso quando no se dispe de uma secadora mecnica. Um outro
recurso para secagem pode ser o uso de telas de nylon esticadas num bastidor ou de um bloco
de papel mata borro branco e limpo.
Fotograma O beijo- Man Ray
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Auto retrato
7 LEMOGRAFIA
A Lomografia um movimento fotogrfico que utiliza cmeras automticas de
baixo custo. O processo consiste na recepo contnua de luz que feito atravs do sistema de
exposio automtico, chegando a durar 30 segundos. Outro efeito, dependendo do modelo e
da lente, o olho de peixe, no qual a fotografia fica com uma moldura circular. O nome uma
referncia ao modelo LOMO LC-A, uma cmera compacta da marcaLOMO. A LOMO
baseada na Cosina CX-1 e comeou a ser produzida em 1980.
As lentes das mquinas Lomo so de plstico e produzem efeitos artsticos.
Cmara lomogrfica tipo "olho de peixe"
Os lomgrafos convivem com um conjunto de dez regras bsicas:
1. Leve a sua Lomo para onde for.
2. Fotografe a qualquer hora do dia ou da noite.
3. A Lomografia no interfere na sua vida, parte dela.
4. Aproxime-se o mais possvel do objeto a ser fotografado.
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5. No pense.
6. Seja rpido.
7. Voc no precisa de saber antecipadamente o que vai fotografar...
8. ...Nem posteriormente.
9. No fotografe com os olhos.
10. No se preocupe com as regras.
7.1 Cronologia Histrica
1982: Nascimento da LOMO Kompakt
No ano de 1982 o mundo ainda estava em plena Guerra Fria. Na URSS, o general
Igor Petrowitsch Kornitzky, do Ministrio da Indstria e da Defesa Sovitico, ordenou ao
director da empresaLOMO, Michael Pantiloff, em So Petersburgo, a produo macia de
mquinas fotogrficas pequenas, robustas e fceis de usar. O general amante da fotografia,
tinha-se deixado encantar por uma pequena mquina japonesa, muito resistente e cujas lentes
eram de qualidade excepcional. A ideia era produzir Lomos baratas para que estas se
tornassem verdadeiros instrumentos de propaganda, com todas as famlias da URSS a
documentarem amplamente, graas a elas, o estilo de vida sovitico. A Lomo Kompact
Automat foi produzida em srie e vendida no s na Unio Sovitica, mas tambm em pases
como o Vietname, a Alemanha de Leste e Cuba.
1991: Descoberta
A "Lomomania" propriamente dita comea em Praga em 1991, quando dois
jovens vienenses, de frias na capital da Repblica Checa, descobriram a mquina Lomo.
Comearam ento a fotografar tudo, muitas vezes sem sequer olhar atravs da objectiva. De
regresso a casa, o fascnio dos dois fotgrafos pela cor, a luz e a qualidade das imagens
(focadas ou desfocadas) foi to contagioso que rapidamente a moda das Lomo se espalhou
entre os jovens da cidade. Em 1995 nascia em Viena, na ustria, a Sociedade Lomogrfica e a
primeira LomoEmbaixada, com o objectivo de impedir o desaparecimento das pequenas
mquinas fotogrficas russas, uma vez que a fbrica de So Petersburgo tinha acabado com a
produo. A Sociedade Lomogrfica organizou uma srie de vendas de Lomos no mbito de
diversos eventos culturais, que serviram para afirmar o valor artstico da Lomografia.
A arte de fotografar com uma Lomo consiste em fotografar ao acaso, de forma
imprevisvel. A Lomografia no uma fotografia encenada, produzida; uma fotografia do
cotidiano.
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Um dos grandes projectos da Sociedade Lomogrfica em colaborao com as
vrias embaixadas espalhadas por mais de 50 cidades em todo o mundo, a constituio do
LomoWordArchive, um registo visual, escala mundial, graas s fotografias do lomgrafos
de todo o mundo.
1994: Lanamento
Durante os ltimos anos, uma comunidade superior a 500 mil lomgrafos
estabeleceu uma reputao internacional para a Lomografia. Deste modo, aquilo que comeou
espontaneamente como uma abordagem artstica fotografia em certos meios de Viena,
tomou as propores de um movimento internacional sociocultural. A Lomografia ganhou
uma expresso que vai para alm dos limites da fotografia. Este desenvolvimento tem vindo a
ser suportado pela venda de produtos (com novidades frequentes) e tambm por uma
diversidade de actividades culturais, tais como exposies, festas, espectculos, publicaes,
projectos internacionais e locais, e colaboraes em projectos na rea do Cinema, Msica e
Novos-Media, regularmente organizadas pela Sociedade Lomogrfica e pelos Embaixadores
Lomogrficos em vrios pases do mundo. O mito social e visual da Lomografia teve uma
forte influncia na esttica da fotografia dos anos 90.
2010: Sucesso na Photokina
O ano de 2010 ficar marcado na lembrana de todos os Lomgrafos do mundo.
A Lomo invadiu a Photokina, em Colnia, na Alemanha, e espalhou a paixo pela fotografia
analgica anunciando as Profecias para o Futuro Analgico. Durante a feira, trs novas
cmeras foram lanadas: A Spinner 360, que faz fotos girando em torno de seu prprio eixo,
e duas edies limitadas, de novas cores, celebrando a Lomo LC-A+, precursora do sucesso
da marca Lomo. Alm do lanamento das cmeras, de novos modelos de filmes e de
acessrios da marca, a Lomography relanou seu website, com novos recursos e melhor
experincia online. Alm disso, foram criadas verses localizadas do website no Canad,
Taiwan, Tailndia, Coria, China, UK e Itlia.
Comunidade
Hoje, a comunidade de Lomgrafos incontvel, ganhando novos membros,
curiosos e entusiastas todos os dias, em todo o mundo. Entre estes famosas individualidades
como Brian Eno,Laurie Anderson, David Byrne, Pulp, Underworld, Helmut
Lang, Moby, Robert Redford, apenas para nomear alguns.A idia bsica da Lomografia s
rpido, no penses, no tenhas preconceitos em relao ao teu ambiente, absorve tudo,
colecciona e diverte-te a ser comunicativo difundiu-se, cresceu e deu lugar a uma cultura de
comunicao que partilhada por todos.
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7.2 Cmeras
H muitos apaixonados por lomografia. Tem aqueles que so membros antigos,
com cmeras produzidas na ex-URSS ainda. Tem outros que compraram suas cmeras
recentemente. E todos esto unidos pela mesma paixo: as cmeras analgicas.
Uma cmera LOMO LC-A de 1988
1 Diana F+: a popular da lomography usa filmes 120mm. A Diana foi criada
em 1960, mas adaptada e renovada para os lomgrafos e apaixonados de planto. Tem a
opo da Diana Mini, que usa filme 35mm, as edies especiais (como a CMYK ou a El
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Toro) e a opo de comprar com ou sem o flash. H tambm a possibilidade de comprar o kit
completo, com todas as lentes disponveis e o adaptador para filmes 35mm ao invs de
120mm. Valores de R$ 129 a R$299.
Duas velocidades de disparo: N para fotos diurnas ou B para fotos
noturnas
Dois formatos de imagem disponiveis: 12 quadros full-
frame (5,25,2cm) ou 16 quadros menores (4,24,2cm)
Exposies multiplas ou parciais
D pra trocar/tirar as lentes e usa-la como pinhole
Filme: 120mm (ou 35mm com adaptador).
2- ActionSampler: a colorida da Lomography tambm a cmera mais barata
disponvel na loja. Simples e com um visual alegre, ela agrada por tirar quatro fotos em
uma. A ActionSampler da famlia das cmeras multi lentes, que tem tambm a Oktomat,
a SuperSampler e a Pop9. A mais comprada a verso sem flash, mas caso voc decida tirar
essas fotos em ambientes escuros, vale a pena conferir a verso dela com flash. Valores de
R$ 99 a R$189.
Acompanha manual de uso e ala de pulso vermelha
Filme: 35mm
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3 Spinner: essa cmera tira fotos em 360 graus. Voc clica, e ela gira em torno
do seu eixo, e captura tudo. Infelizmente, um filme de 36 poses no rende muito apenas 8
fotos panormicas. Muito provavelmente voc tambm sair na foto, j que estar segurando a
cmera na sua frente. Ela bem pesada e grande (no site parece que relativamente pequena),
e funciona sem pilhas s puxar e fotografa