Trabalho Asterisk
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1. INTRODUÇÃO
Asterisk e Telefonia IP
Dentre as formidáveis aplicações que apareceram nos últimos anos
para a construção de ambientes de Telefonia IP está inserido, sem dúvida, o
Asterisk. Este aplicativo é uma central telefônica IP que possui uma série de
funcionalidades destinadas a cumprir o papel das antigas centrais de telefonia.
No entanto, oferece muitas outras possibilidades como, por exemplo,
interligar escritórios remotos via VoIP (voz sobre IP) através da Internet ou por
uma rede IP privada. Vale ressaltar que a conexão com a rede de telefonia
pública convencional também é possível.
Por ser uma implementação de código aberto e um aplicativo de
distribuição gratuita, o Asterisk proporciona a construção de sistemas de baixo
custo e de alta disponibilidade, podendo ser utilizado tanto em pequenas
empresas como em grandes corporações com centenas de ramais.
O Asterisk é referência em soluções de telefonia IP e sua comunidade é
a que possui maior contribuições para a evolução da tecnologia VoIP devido à
maneira como se relaciona com outras aplicações de rede.
O intuito deste trabalho é apresentar - de maneira básica, mas
facilmente compreensível - a solução Voip mais comentada no momento
quando o assunto é substituir a velha central telefônica tradicional: o Asterisk.
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2. O ASTERISK
O Asterisk é um software de PABX que usa o conceito de software livre.
Ele é licenciado através de uma licença do tipo GPL – Gnu Public License. A
Digium, empresa que promove o Asterisk investe em ambos: no
desenvolvimento do código fonte e em hardware de telefonia de baixo custo
que funciona com o Asterisk. Este software opera sobre uma plataforma Linux
ou ainda em outras plataformas Unix. Permite conectividade em tempo real
entre a rede pública de telefonia (em inglês PSTN (Public Switched Telephony
Network) e redes VoIP.
Criado e inicialmente desenvolvido por Mark Spencer, responsável pela
empresa Digium, que atualmente recebe contribuições de programadores ao
redor de todo o mundo e promove o desenvolvimento do código fonte e das
placas de telefonia de baixo custo (GONZALEZ, 2007).
2.1 História
Em 1999, Mark Spencer com quase quatro mil dólares de capital, abriu
um empresa prestadora de suporte técnico comercial e livre ao Linux, chamada
Linux Support Services.
Com a grande demanda de chamados técnicos, Mark sentiu a
necessidade de um sistema telefônico que pudesse auxiliar no suporte técnico
24h realizando algumas tarefas, como: atender automaticamente as ligações,
coletar a identificação do cliente, gravar a mensagem de suporte ou dúvida,
localizar um técnico disponível e enviar mensagem. Dessa forma,
conseguiriam, supostamente, atender maior quantidade de chamados, de
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forma ágil e prática. Naquela época, com o baixo capital, Mark não tinha
condições de adquirir um sistema telefônico com as funcionalidades
necessárias.
Mark possuía uma experiência de cinco anos com o Linux, havia
participado no desenvolvimento de diversos programas de código aberto e na
completa ausência de alguma pessoa que pudesse lhe auxiliar e explicar a
complexidade de tal tarefa decidiu que iria projetar e desenvolver o seu próprio
sistema telefônico utilizando equipamentos emprestados. Em alguns meses de
desenvolvimento, Mark possuía uma plataforma livre de telefonia que supria
suas necessidades na Linux Support Services e o disponibilizou na Internet
com o nome de Asterisk. Mark batizou seu projeto de Asterisk (asterisco) por
ser tanto uma tecla do telefone comum, como também um símbolo curinga no
GNU/Linux, por exemplo, rm -rf *(O’REILLY, 2005 apud GONZALES, 2007).
Nessa mesma época um homem chamado Jim Dixon do projeto Zapata
Telephony, sabia que o motivo que elevava os preços das placas de telefonia,
eram os Processadores de Sinal Digital (DSP) e, insatisfeito, realizou algumas
experiências em seu computador pessoal com a placa Mitel39000C "ISDN
Express Development Card", escrevendo um driver para o FreeBSD.
Comprovando seus estudos, Dixon concluiu que a placa utilizou pouco
processamento em um Pentium III 600Mhz, e com aquela máquina conseguiria
gerenciar de 50 a 75 canais e o que limitava era a forma ineficiente de
gerenciar o Entrada/Saída (I/O). Com esses resultados Dixon comprou o
necessário para desenhar uma nova placa que usasse o I/O de forma eficiente.
Obtendo sucesso em seus experimentos e sabendo que o conceito
utilizado era revolucionário, acabou disponibilizando o desenho completo e os
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arquivos da placa na Internet e assim começou a organização Emiliano Zapata
(GONZALEZ, 2007).
Algumas pessoas entraram em contato com Dixon e sempre com a
mesma pergunta: ”Legal, mas você tem para Linux?”. Ele nunca tinha visto um
Linux em funcionamento. Então comprou o Linux Red Hat 6.0 e começou a
estudá-lo para poder portar seu driver do BSD para um módulo do kernel Linux.
Começou com algumas dificuldades, mas mesmo assim disponibilizou na
Internet, pois sabia que em algum lugar do mundo algum guru do Linux iria
ajudá-lo.
Em menos de 48 horas recebeu um e-Mail de Mark Spencer, o qual se
ofereceu para fazer exatamente isto, e falando que tinha algo que seria perfeito
para a coisa toda, o Asterisk.
Até o momento o Asterisk era um conceito funcional, porém não tinha
uma forma real de funcionar de forma prática e útil. A junção do Asterisk de
Mark, a placa de Dixon e o módulo do kernel Linux desenvolvido por ambos era
perfeita e possibilitou o crescimento até se tornar um PABX real que poderia se
comunicar com telefones e linhas reais (GONÇALVES, 2006 apud GONZALEZ,
2007).
Em 2001, com o crescimento da economia, Mark percebeu que seria
mais vantajoso dar continuidade ao desenvolvimento do Asterisk do que
continuar com o suporte técnico na Linux Support Services, que para Mark já
não era mais o melhor nome para uma empresa de telefonia. Assim, ao
alterarem o nome da empresa, nascia a Digium (O’REILLY, 2005 apud
GONZALEZ, 2007).
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2.2 A Digium
A Digium é a criadora e desenvolvedora primária do Asterisk. É hoje a
principal patrocinadora do Asterisk e uma dos líderes na indústria de PABX em
código aberto. Mark Spencer é o criador e principal mantenedor do Asterisk.
Por ser livre, pessoas trabalham no desenvolvimento do Asterisk em
todo mundo contribuindo para seu aperfeiçoamento, atualizações, patches,
correções de bugs e criação de novas aplicações, mas Mark Spencer é o
responsável por testar, aprovar e liberar novas versões do código fonte
(JÚNIOR et. al, 2008).
A Digium oferece o Asterisk em três tipos de licenciamento:
Asterisk GPL (GNU Public License) - A licença GPL é a mais encontrada, ela
permite que qualquer pessoa use e altere o código. A restrição existente é que
quaisquer alterações no código fonte têm de ser redistribuídas.
Asterisk Business Edition - É uma licença comercial do Asterisk. Não possui
recursos adicionais em comparação com a versão GPL, com exceção da
proteção contra cópia. A grande vantagem dessa licença é para
desenvolvedores que não desejam abrir o código fonte de seus produtos e não
podem ou não querem usar a versão GPL.
Asterisk OEM - Criado para fabricantes de centrais telefônicas que não
desejam mostrar aos seus clientes que a central é baseada em Asterisk.
2.3 Caracterísitcas do Asterisk
• Interligação com a rede pública e ramais convencionais através de
hardware relativamente barato (FXS, FXO, T1, E1, etc...);
• Protocolos de Voz sobre IP: SIP, H323, MCGP, IAX;
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• Vários Codecs: G711 (ulaw, alaw), GSM, Speex, G723, iLBC,
• LPC-10;
• Interligação transparente entre a rede pública ou ramais convencionais e
os vários protocolos de voz sobre IP;
• Tradução transparente entre os vários codecs de áudio;
• Filas de atendimento;
• Correio de voz;
• Atendimento automático;
• Plano de discagem flexível;
• Transferência / Música de espera (mp3);
2.4 Aplicações e recursos
O Asterisk é muito mais que um PABX padrão, possui os mais variados
cursos e aplicações desde os básicos até os que são encontrados somente os
de níveis de qualidades elevados, dente os que se destacam, podemos citar:
a) gravação de chamadas;
b) identificador de chamadas;
c) rota de menor custo;
d) identificador da segunda chamada;
e) chamada em espera;
f) estacionamento de chamadas;
g) chamada sem identificação;
h) siga-me interno e externo;
i) salas de conferência;
j) unidade de resposta audível (URA);
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k) mobilidade de ramais interno/externo;
l) restrição de chamadas;
m) controle de ramal pré-pago;
n) senha por ramal;
o) interligação com PSTN e redes Voip;
p) tarifação em banco de dados;
q) funções de Call-Center ;
r) funções de Contact-Center ;
s) multiprotocolo;
t) distribuição automática de Chama
u) agentes locais ou remotos;
v) filas de espera;
w) limite de duração da chamada;
x) recebimento de FAX automatizado;
y) bloqueador de chamadas;
z) caixa Postal (VoiceMail).
2.5 Organização no sistema de arquivos
Em uma instalação padrão do Asterisk é criado uma estrutura de
diretórios com o objetivo de organizar e dividir por categoria os arquivos de
áudio, módulos, aplicações, banco de dados, configurações entre outros,
conforme Tabela 1.
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Tabela 1: Estrutura de arquivos e diretórios
DIRETÓRIO DESCRIÇÃO
/etc/asteriskArquivos de configurações zaptel.conf e
digivoice.conf
/usr/sbin Executáveis
/usr/lib/asterisk/modules Módulos dos aplicações, codec, drivers
/var/lib/asterisk/agi-bin Diretório das aplicações AGI
/var/lib/asterisk/astdb Banco de dados
/var/lib/asterisk/mohmp3Arquivos de áudio utilizados para música de
espera
/var/lib/asterisk/sounds Arquivos de áudio
/var/spool/asterisk/
outgoing
Diretório das gravações de ligações saíntes
/var/spool/asterisk/vm Diretório das Caixas Postais
Fonte: GONZALEZ, 2007
A arquitetura do Asterisk se compõe basicamente de:
- Canais: que podem ser analógicos, digitais ou VoIP;
- Protocolos de Comunicação como o SIP, H323, MGCP e IAX que são
responsáveis pela sinalização das chamadas. Na implementação a qual será
citada neste trabalho, este foi protocolo utilizado. O SIP é um tipo de protocolo
TCP/IP apropriado para a comunicação VoIP; é também conhecido como
Protocolo de Sinal ou Controle ou ainda Protocolo de Iniciação de Sessão
(Session Initiation Protocol). Padronizado pela Internet Engineering Task Forc
(IETFRFC 3261), o Protocolo SIP é o responsável por estabelecer, modificar,
manter e finalizar sessões multimídia, chamadas telefônicas e conferências
entre 2 participantes ou mais através da Internet (rede IP).
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- Codecs: responsáveis por transformar a voz humana (sinal analógico) em
uma seqüência de bits (sinal digital) para transmissão em uma rede de dados.
O codec (Coder/Decoder) é utilizado para compactar e descompactar dados
como voz e vídeo, uma vez que sem compressão, esses dados na sua
forma natural utilizariam grandes quantidades de taxas para sua
transmissão pela rede de dados, impossibilitando o uso em tempo real.
Permitem a transmissão com compressão de até oito vezes (G729a), além de
permitir geração de ruído de conforto e uma maior robustez a perda de
pacotes;
- Aplicações: responsáveis pela funcionalidade do PABX. Alguns exemplos
são Voicemail e Conferência. O Asterisk pode ser usado em inúmeras
aplicações, desde um PABX para uma pequena empresa até sistemas de
resposta automática de alta densidade. (GONÇALVES, 2006)
2.6. Funcionamento do Asterisk
O Asterisk interliga-se com a rede de dados através de uma porta
Ethernet de 100Mbps, com a possibilidade de ativar um firewall e fazer o
controle de banda para os telefones IPs, caso seja necessário.
Figura 1: Esquema de funcionamento do Asterisk
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Para interligar-se com o PABX Analógico ou STFC, o Asterisk possui
diversos tipos de modelos de placas, com interfaces FXS, FXO, E1, T1 e PRI.
É possível também utilizar qualquer produto VoIP padrão de mercado, como
por exemplo do fabricante Sipura, Linksys, Grandstream, Mediatrix, Micronet ou
outro qualquer, tanto para portas FXS como para portas FXO.
2.7 Benefícios do Asterisk (além dos serviços tradicionais de telefonia)
- Plano unificado de numeração entre vários escritórios distribuídos em várias
localidades;
-Interligação de centrais PABX, permitindo que os ramais de 2 ou mais PABX
falem entre si com custo zero;
- Possibilidade de capturar uma linha remota de um outro PABX, fazendo com
que a ligação DDI ou DDD seja tarifada como ligação local;
- Possibilidade de conexão simultânea com diversas redes VoIP;
- Arquitetura distribuída e gerenciamento centralizado;
- Facilidade de administração via Web;
- Mensagem unificada;
- Média de economia de 50% para ligações DDD e DDI;
- Provê funcionalidades de PABX de grande porte com custo acessível também
para as pequenas e médias empresas;
- Permite a criação de ramais para clientes, fornecedores e parceiros,
facilitando a comunicação sem que haja custo na ligação;
- Integração da empresa, aumentando a produtividade dos funcionários em
deslocamento: vendedores, executivos em viagem, “presença virtual” (SOBRE
O ASTERISK, 2008).
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3. IMPLEMENTAÇÃO
3.1 Baixando e Instalando o Asterisk
O Asterisk funciona em muitas plataformas e sistemas operacionais,
porém no referido trabalho a distribuição usada é o Fedora em uma máquina
virtual Vimeware. As instruções abaixo podem funcionar com outras
distribuições do Linux, substituindo a parte de instalação das dependências. O
Asterisk funciona na maioria das distribuições populares como SuSe, Fedora,
Red Hat, Ubuntu e Slackware.
3.2 Hardware Mínimo
O Asterisk usa de forma intensiva o processador, principalmente para
fazer o processamento dos canais de voz. Para construir um PABX,
recomenda-se um processador compatível com i386 que seja melhor que um
Pentium 300Mhz com 256 MB RAM. O Asterisk não requer muito espaço em
disco, cerca de 100 MB com o Asterisk compilado, mais o código fonte, o
correio de voz e possivelmente alguns prompts customizados.
Se for usado apenas VoIP, nenhum outro hardware é necessário.
Sugere-se o uso de softfones como os da Counterpath (X-Lite) ou da SJLABS
e entroncar com operadoras de voz sobre IP.
3.3 Montando o sistema
O hardware exigido para o Asterisk é o mínimo necessário. Placa de
vídeo sofisticada ou periféricos, portas seriais, paralelas e USB podem ser
completamente desabilitadas para evitar consumo de CPU tratando
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interrupções de hardware não utilizadas, porém uma boa placa de rede é
essencial. Para placas da Digium recomenda-se verificar as instruções da
motherboard para que se determine se os Slots PCI suportam tais placas, pois
existem placas de 5 e 3.3 Volts. Conflito de interrupção é uma fonte potencial
de problemas de qualidade de áudio no Asterisk. Uma maneira de liberar IRQs
é desabilitar na BIOS todo o hardware que não for utilizado, como placas de
som on-board por exemplo.
3.4 Questões de compartilhamento de IRQ
Muitas placas de telefonia como a X100P podem gerar grandes
quantidades de interrupções, atendê-las toma tempo. Os drivers podem não
conseguir fazê-lo em tempo se outro dispositivo estiver processando a mesma
IRQ compartilhada e a linha de IRQ não puder receber outra interrupção.
Recomenda-se evitar o compartilhamento de interrupções de hardware, pois a
entrega precisa de IRQs é uma necessidade primária em telefonia.
3.5 Instalando o Asterisk
Foram feitas 2 implementações simples do servidor Asterisk ao todo. Usamos o
Linux Fedora na máquina virtual Vimeware e para esta 1ª implementação
utilizamos o AsteriskNOW, uma distribuição Linux dentre outras voltadas para a
aplicação de um servidor de telefonia IP.
3.5.1. A 1ª implementação
1. Executamos o download do arquivo imagem (iso) do AsteriskNow no site:
http://www.asterisknow.org/files/downloads/asteriskNOW-beta5-x86.iso;
2. Após o download, foi feita a gravação do arquivo em um cd para usá-lo como
um cd boot. Em seguida iniciamos a instalação;
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3. Durante a instalação algumas janelas de configuração aparecem e também
foi necessário criar uma senha e um usuário. Ao fim da instalação, nos foi
fornecido um IP que, inscrito no browser do Firefox (para o Internet Explorer é
necessário a instalação de alguns plugins), nos redimensionaria para a página
(interface) do servidor na internet onde aí sim se poderia interagir com ele;
4. Com o servidor “no ar”, fizemos as primeiras configurações: inserimos 2
ramais na página (interface) do AsteriskNow e depois partimos para a 2ª parte
que foi a instalação dos clients ou softfones em 2 PCs Virtual Microsoft de 2
estações de trabalho. Nesta implementação, por sugestão, optamos pelo
softfone X-Lite. O softfone X-Lite é um programa capaz de realizar ligações
através de um computador, que pode ser utilizado com um headset ou com
microfone e caixas de som, porém recomenda-se a utilização do headset para
obter maior qualidade na comunicação. Foi escolhido também por ser de
distribuição “free” (www.counterpath.com), fácil configuração e por utilizar o
protocolo SIP;
5. Devido à falta de conexão com o host não conseguimos fazer os primeiros
testes. Numa segunda tentativa optamos por instalar os softfones em máquinas
físicas ao invés de máquinas virtuais e, por fim, estabelecemos a conexão com
o host; a 1ª comunicação aconteceu, porém devido a uma microfonia optamos
por instalar os softfones em máquinas que estavam a uma distância maior
entre si.
6. Os testes seguintes não foram bem sucedidos: os ramais não “se falavam”,
foi perdida a conexão com o servidor e o serviço se tornou indisponível.
Optamos por trocar o AsteriskNow por outra aplicação: o Trixbox. A partir daí
começava a 2ª implementação.
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3.5.2. A 2ª implementação
1. Iniciamos a instalação do Trixbox a partir de um cd boot também
obtido da mesma forma que o AsterisNow (a partir do download do arquivo no
site geralmente próprio) em uma outra máquina virtual, ambiente Linux também
Fedora, que seguiu a mesma rotina de instalação do AsteriskNow. Após inserir
o cd e, depois de alguns minutos após pressionar o ENTER inicial,
selecionamos o tipo de teclado e o fuso horário, além de digitar a senha do root
do sistema. Em seguida o HD foi formatado e diversos arquivos foram
instalados. Ao todo o sistema reiniciou 3 vezes, sendo que no primeiro reboot
retira-se o cd do Trixbox do CD-ROM. O tempo de instalação varia de acordo
com a velocidade do computador. Em média demora em torno de 15 a 20
minutos. Após todo este processo, efetuamos o login no Trixbox com a conta
root e a senha criada durante a instalação.
2. Com o servidor “no ar”, inserimos o IP 172.16.3.53 (o qual nos foi
fornecido na instalação do Trixbox) no browser do Internet Explorer que
redimensionou para a página (interface) do Tribox e a partir de lá, com uma
conta e uma senha com perfil de administrador também obtidas na instalação,
pudemos criar os ramais. Após criar a conexão e, com instalação pronta e os
ramais reconfigurados, os mesmos ainda não “se falavam”. Era necessário
configurar o Trixbox com os mesmos parâmetros definidos dentro do arquivo
de configuração sip.conf para que ele efetueasse o registro no servidor
SIP. Constatou-se que a configuração dos codecs não tinha sido feita e que, ao
contrário do AsteriskNow, deveria ser feita manualmente, mas não ofereceu
nenhuma dificuldade;
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3. Criados e reconfigurados os ramais, reiniciamos os testes nos softfones, os
quais rodaram e permitiram a comunicação entre os ramais fictícios e até uma
simulação de conferência, concluindo, assim, a implementação.
4. O Tribox
O Trixbox é uma distribuição que facilita a instalação e a configuração do
Asterisk. Ele contém todas as bibliotecas necessárias, além de uma interface
Web, o freePBX, para configurar, gerenciar e administrar o Servidor Asterisk.
O projeto anteriormente era conhecido como Asterisk@Home e após a
aquisição do produto pela Fonality, passou a se chamar Trixbox (TRIBOX,
2008). Para nossa implementação o produto do Trixbox que mais nos importa é
o freePBX, pois é ele o responsável por gerenciar o Trixbox e suas
funcionalidades.
4.1 Componentes necessários para a utilização do Trixbox
Um servidor com o Trixbox instalado;
Os ramais (softfones ou equipamentos VoIP);
Portas FXS, FXO ou E1 para interligar-se com a telefonia fixa/celular ou
com um PABX analógico (opcional);
Um acesso a Internet de boa qualidade (banda larga ou link dedicado)
para as ligações VoIP.
4.2 Requisitos de hardware mínimos e recomendados
Para testes pode até ser um Pentium III 500 MHz com 128Mb de RAM,
com um mínimo de 5Gb de HD. Para empresas de pequeno porte, o ideal seria
de pelo menos um Pentium IV com 512Mb de RAM, com um mínimo de 40Gb
de HD. A velocidade do processador e a quantidade de memória necessária
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variam muito em função da quantidade de ligações simultâneas, do tipo de
protocolo e codec utilizados, se haverá conversões entre protocolos e codecs,
se existe algum hardware de telefonia instalado, além da quantidade de
serviços configurados (gerenciamento de filas, URAs, gravação das ligações,
etc.)
Para uso profissional recomenda-se adquirir um hardware com um bom
processador e pelo menos 1Gb de RAM e ir monitorando o consumo da CPU e
memória. É possível configurar para que 2 ou mais servidores Asterisk
trabalhem em paralelo, como se fossem um único servidor.
Figura 2: Tela inicial da instalação do Trixbox.
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4.3 Configurando o endereço IP do Trixbox
Com um servidor DHCP na rede, o Trixbox irá automaticamente receber
um IP e o mesmo será mostrado assim que logar no sistema. Entretanto, o
ideal é sempre utilizar com um endereço IP estático e de preferência com um
endereço IP público (válido na Internet), principalmente se alguns ramais forem
logar no Trixbox através da Internet, utilizando o protocolo SIP.
Para mudar o endereço IP, digite o seguinte comando e siga as
instruções:
netconfig
Reinicie o servidor ou apenas a interface ethernet para assumir os
parâmetros configurados.
reboot (para reiniciar o servidor) ou /etc/init.d/network restart (para
reiniciar a interface Ethernet).
4.4 Utilizando o freePBX para configurar o Trixbox
FreePBX é uma interface gráfica para configurar o Asterisk. Esta
interface facilita muito para configurar diversos recursos do PABX IP, evitando
que a pessoa conheça os arquivos e os procedimentos de configuração do
Asterisk.
Os principais recursos do FreePBX são:
Extensions - manutenção dos ramais e correio de voz
Trunks - configuração de troncos para conectar-se com outros sistemas
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Outbound Routes - gerencia quais troncos devem ser utilizados para
realizar chamadas
Inbound Routes - especifica o destino das chamadas recebidas pelos
troncos
DID Routes - especifica o destino de chamadas identificadas (DID)
Digital Receptionist - definição da URA (Unidade de Resposta Audível)
Queues - gerenciamento de filas para atendimento
On Hold Music - configuração da música de espera
System Recordings - para gravação das mensagens do sistema
Backup and Restore - para realizar backup e restauração
General Settings - configuração dos parâmetros gerais do sistema.
Para abrir a interface gráfica do Trixbox, digite o endereço IP num navegador
Web. Clique no item [switch] no User mode, no canto superior direito para “se
logar” no sistema. A conta padrão é maint e a senha é password.
Figura 3: Tela de administração do Trixbox
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Figura 4: Barra vermelha para atualizar o Asterisk e aplicar as configurações.
Para configurar ramais, clica-se no menu Setup - Extensions do
freePBX. A partir daí cria-se todos os ramais com o protocolo SIP, que são os
mais utilizados. Deve selecionar a opção Generic SIP Device e clicar em
“Submit”. Existem diversos parâmetros, porém os mais importantes são esses:
User Extension: 2000 (exemplo de número do ramal)
Display Name: Antonio (exemplo de usuário do ramal)
Secret: 12345 (exemplo de senha do ramal)
Figura 5: Exemplo de configuração dos ramais no menu Extensions do
Trixbox
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Clica-se em “Submit” para criar o ramal e por fim na barra vermelha para
reconhecer as novas configurações e atualizar o Asterisk. Em nossa
implementação foram criados os seguintes ramais:
6001 Márcia - Softfone X-Lite;
6002 Michel – idem;
6003 Aluno – idem.
Se o ramal se está configurando irá se conectar pela Internet, configura-
se o parâmetro NAT = Yes, senão o ramal não conseguirá registrar-se no
Asterisk.
4.5 Configurando o Softfone X-Lite
O X-Lite é o client utilizado em nossa implementação. Pode-se fazer o
download gratuitamente pelo site do X-Lite: http://www.counterpath.com. Após
o download, executa-se o arquivo para instalá-lo. O menu de configurações
pode ser acessado no botão direito em cima da X-Lite(ver figura) para que se
configure os seguintes campos :
Display Name - nome que aparecerá no display do Softphone;
User name - nome do usuário;
Password - senha do usuário;
Domain - endereço de IP da instalação Asterisk (o IP fornecido na
instalação do Trixbox, no nosso caso);
Register with domain and receive incoming calls - checar esta opção;
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Proxy Address - endereço da instalação do Asterisk (se for usar o
Domain, é opcional preencher este campo).
Figura 6: O X-Lite e seu menu de configuração.
O teste para verificar se o softfone está funcionando é apenas discar do
X-Lite para um outro ramal configurado. (TRIBOX.ORG, 2008)
Figura 7: Esquema de funcionamento do Asterisk
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Fonte: GONÇALVES, 2006.
5. Conclusão
A telefonia convencional está mudando e PABXs baseados em
comutação de circuitos estão se tornando produtos obsoletos. A tecnologia
VoIP expandiu muito nos últimos anos e está começando a se tornar o padrão
de comunicação das empresas corporativas e até das pequenas/médias
empresas e residências.
Os novos equipamentos IP-PBXs permitem uma verdadeira
convergência na área de telecomunicações, integrando voz e dados na mesma
rede, proporcionando a unificação de mensagens, o aumento de produtividade
e fornecendo todos esses elementos e muito mais num único produto, fácil de
gerenciar.
Baseada em uma solução software, esta arquitetura assegura uma
grande escalabilidade, redução de custos, flexibilidade, confiabilidade,
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facilidade de administrar e gerenciar, suporte para equipamentos legados, tudo
isso num sistema que opera no mesmo ambiente heterogêneo da rede de
dados. Sem dúvida, uma grande evolução nas telecomunicações.
O objetivo deste trabalho através da implementação do gerenciador de
voz (Linux) Asterisk foi, além de simular uma pequena central telefônica capaz
de discar entre 2 ramais, explanar alguns conceitos particulares à tecnologia
VoIP a qual concluiu-se ser desejável deter um pouco além do que o
conhecimento básico, visto que o mercado já sofre com a falta de especialistas
nesta área, além do próprio conhecimento que ainda é escasso.
Conclui-se também que a tecnologia VoIP não causará o fim da utilização
da telefonia convencional, mas certamente será responsável por uma fatia
considerável em ligações de longa distância e na interligação de matriz, filiais e
parceiros através da Internet, uma vez que o Asterisk possui pontos positivos
tais como sistema estável, aparentemente o software é bem escrito, robusto e
escalável, muito flexível e facilmente customizável mas também negativos
como difícil configuração (arquivos de texto); é necessário desenvolver uma
interface (existem vários projetos GPL de interfaces, mas nenhuma madura o
suficiente); fones em software (muitas alternativas, a maioria paga e ruim),
fones em hardware são caros demais; interfaces para relatórios e controle
precisam ser desenvolvidas (também há vários projetos, mas não maduros o
suficiente para produção).
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6. Referências Bibliográficas
1) GONZALEZ, Felipe Nogaroto Estudo e Implantação de Solução de Voz
sobre IP baseadas em Softwares Livres. Joinville: SOCIESC, 2007. In:
<http://suicide.bunghole.com.br/monografia.pdf/ >
2) GONÇALVES, F. E. A. Asterisk PBX: Como construir e configurar um
PABX com software livre. Florianópolis - SC, 2005. In:
<http://site.asteriskguide.com/FreeChapters123pt.htm>
3) JÚNIOR, Heron, Almeida de, L.; SOUZA, Job Medeiros; PACHECO, Juliano
Anderson Asterisk Embarcado. Florianóplois - SC, 2008. In:
<revista.ctai.senai.br/index.php/edicao01/article/viewDownloadInterstitial/35/20/
4) COUNTERPATH. X-Lite. 2007. Free SoftPhone. Disponível em:
24
<http://www.counterpath.com/> Acesso em: 22/out/2008.
5) TRIBOX. Disponível em: <http://www.trixbox.org/>. Acesso em 29/Out/2008
6) SOBRE O ASTERISK. Disponível em:
<http://dicasasterisk.asteriskonline.com.br/sobre-o-asterisk/>. Acesso em
22/out/2008.
7) ASTERISK. Disponível em: <http://www.asterisk.org/>. Acesso em
29/out/2008.
8) ASTERISK. Disponível em:< http://dicasasterisk.asteriskonline.com.br/>.
Acesso em 29/out/2008.
Outras Referências:
• www.digium.com
• www.asterisknow.org/files/downloads
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