Tiago Carvalho Desejoso de voltar ao ativo - Página Inicial · vezes, acabam por denunciar ... que...

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J ANEIRO DE 2014 EDIÇÃO: 328 ANO: XXXI 1,25€ DIRECTOR: RUI RAMA DA SILVA Páginas 30 e 31 Página 40 Página 18 Págins 14 e 15 Páginas 20 e 21 Páginas 12 e 13 Págins 10 e 11 Páginas 28 e 29 VIANA DO CASTELO LINDA-A-PASTORA CABANAS DE VIRIATO CANEÇAS OVAR NOVAS SOLUÇÕES PARA NOVAS REALIDADES Vitor Martins Tiago Carvalho Resgate no poço Desejoso de voltar ao ativo MAI aceita repto do presidente da LBP para reunião com comandantes Página 17

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J a n e i r o d e 2 0 1 4 edição: 328 ano: XXXi 1,25€ director: rui rama da Silva

Páginas 30 e 31 Página 40

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Páginas 20 e 21

Páginas 12 e 13

Págins 10 e 11

Páginas 28 e 29

VIANA DO CASTELO

LINDA-A-PASTORA

CABANAS DE VIRIATO

CANEÇAS

OVAR

NOVAS SOLUÇÕESPARA NOVAS REALIDADES

Vitor Martins

Tiago Carvalho

Resgate no poço

Desejosode voltar ao ativo

MAI aceita repto do presidente da LBPpara reunião com comandantes

Página 17

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2 JANEIRO 2014

Sem mortos como seriaO caldo está entornado, mesmo

que, aqui ou ali, mas sem grande sucesso, reconheça-se, procurem aplicar mezinhas que aplanem o na-tural e justificado desgosto e revolta dos bombeiros contra, como muitos apontam, a “fuga orientada” de infor-mações do relatório preliminar sobre os incêndios florestais do Verão pas-sado.

Com base em tudo o que foi dito e escrito na comunicação social, é lícito questionarmo-nos sobre, caso não ti-vesse havido mortos, de quem seria a culpa? Ou, melhor, porque foram en-contrados esses “culpados”, será que se vai ficar por aqui?

O perigoso culto do mediatismo tem destas coisas, verdadeiros alça-pões e armadilhas que alguns tentam montar mas que, no fundo, muitas vezes, acabam por denunciar os seus próprios autores e propósitos.

Atribuir aos mortos a culpa do seu próprio desfecho tem a enorme “van-tagem” de que não estarão cá para exercer o direito do contraditório. Teve, também, a particularidade de contribuir para o levantar da poeira suficiente que no final do último ano deu para perceber que as primeiras informações do relatório foram apre-sentadas com a mesma postura que um elefante adoptaria no interior de uma loja de vidros e porcelanas.

Produziram-se muitos cacos e da-nos e a memória dos mortos, antes tão enaltecida, afinal, parecia que agora era para denegrir e enlamear.

Até podemos admitir que a inten-ção não fosse essa, como alguns vie-ram à pressa a terreiro dizer, mas a realidade, o resultado inexorável e incontornável foi esse.

O nosso companheiro, presidente

da LBP, comandante Jaime Soares, chamou bem a atenção, no seu “Pon-to de Situação” da nossa edição de Dezembro, para o facto do mal estar feito. Não, por que os bombeiros te-mam o apuro da verdade, mas sim, o receio de verem deturpadas ou mal interpretadas muitas coisas.

Sublinhe-se, a propósito, o distan-ciamento assumido pelo ministro da Administração Interna relativamente às parangonas que foram aparecendo e agora renovado ao apelar à ponde-ração apesar de defender que das conclusões e recomendações do rela-tório terão que ser tiradas conse-quências.

Em abono da verdade, das conclu-sões e recomendações do relatório, que tive a oportunidade de ler, não consigo, reforçadamente, perceber a razão e a lógica das parangonas co-nhecidas e as “acusações” nelas pro-feridas por fontes “desconhecidas”.

Quem não sabe do envelhecimento da população do interior, do abando-no da actividade agrícola, da falta de cultura de autoprotecção? O relatório também fala nisso.

Quem não ouviu já falar do incre-mentar de acções de prevenção es-trutural, de sensibilizar os cidadãos para evitar acções de risco, de me-lhorar a integração e articulação para evitar acções de risco, reformular o uso do fogo como técnica de supres-são, o melhor uso da previsão meteo-rológica à escala local, cuidar-se da vigilância e do rescaldo ou melhorar a coesão nas equipas de combate? O relatório também fala nisso.

O relatório fala ainda noutras coi-sas. Comecemos por, “melhorar a for-mação dos bombeiros em matérias relacionadas com o comportamento

do fogo, em especial em situações extremas”, continuemos em “cuidar o equipamento dos bombeiros, não se poupando no seu preço, na sua quali-dade ou na exigência das suas espe-cificações” e ainda, “melhorar as con-dições de prestação de socorro aos bombeiros em situações críticas”. Se-rão temas novos? Acho que não. São recorrentes. Mas, estes e os anterio-res, tendo sido enunciados ao longo dos anos, uns com mais ênfase que outros, não conseguiram até agora, pelos vistos, ganhar o devido relevo. Pese embora, o especial esforço dos próprios bombeiros nesse sentido.

A formação, como sabemos, nunca é um domínio fechado nem acabado. Todos o sabemos e isso tem sido uma realidade palpável. É necessário evo-luir e, como prova a sua história, os bombeiros têm sido os primeiros nes-sa aposta. Há anos, quem falava em desencarceramento, em intervenção em grande ângulo, em verdadeiro pré-hospitalar, em intervenção cino-técnica, em intervenção em estrutu-ras colapsadas? Foram os bombeiros

e as suas estruturas que descobriram estas e outras disciplinas e defende-ram a formação nesses domínios. Nessa altura, aliás, havia até quem achasse que apenas se tratava de bi-zarrias ou modernices e que os bom-beiros andavam sempre a inventar coisas para gastar mais dinheiro. Será mentira aquilo que afirmo? Ou, quem o disse, já se esqueceu?

Por isso, não se diga que os bom-beiros não têm formação por que não é sério nem justo. Não só têm como querem sempre mais. E, isso, pro-vam-no dia a dia como, aliás, por exemplo, é o caso recente do seminá-rio sobre socorro em parques eólicos promovido pela Liga e pela Juvebom-beiro. Será bom é que outros se lem-brem disso.

Sobre os equipamentos, já muito se disse. As evidências do passado recente só confirmaram tragicamente a realidade de que os bombeiros mui-to têm apontado. Todas as apostas que agora estão em curso para col-matar as principais necessidades e inverter as inexistências de outras já

não irão resolver os problemas pas-sados mas irão, por certo, evitar mui-tos outros futuros.

Melhorar as condições de presta-ção de socorro aos bombeiros em si-tuações críticas é um domínio em que os bombeiros, a meu ver, por excesso de generosidade, não têm sido mais reivindicativos. Quem de direito, ao ler esta recomendação só não poderá ficar indiferente, e o futuro demons-trará isso ou não. Aliás, por maioria de razão, esse tema deveria ter me-recido substituir, isso sim, as paran-gonas ciosas de “crucificar” os bom-beiros falecidos.

No relatório, por fim, “recomenda--se a promoção de um programa na-cional, envolvendo diversas entidades operacionais, autarquias, empresas e a comunidade científica, para imple-mentar soluções do problema dos in-cêndios, florestais, de uma forma in-tegrada e sustentada, por meio de acções de validação, demonstração e aplicação de medidas eficazes ou ino-vadoras das prevenções e segurança”.

Qual a razão, então, para que esta recomendação aqui tão bem formula-da, como já foi avançada noutros anos, com idêntica ou semelhante elaboração, ainda não seja realidade?

O que me dói, com a máxima sin-ceridade, é que apenas os mortos fa-çam este ano a verdadeira diferença, já que as recomendações e conclu-sões, com maior ou menor ênfase, soam sempre ao mesmo.

Se não tivesse havido mortes, po-de-se concluir, então, o relatório iria passar despercebido e não haveria “culpados”. Ou estarei enganado? O futuro o dirá.

Artigo escrito de acordocom a antiga ortografia

António Procópio Batista, sócio

fundador da Asso-ciação Humanitária de Bombeiros Vo-luntários da Mer-ceana e do respeti-vo corpo de bom-beiros, faleceu no dia 30 de dezem-bro.

Ingressou a 1 de junho de 1995 e, desde logo, a motivação e o espírito de voluntariado prevaleceram e resultam numa brilhante carreira de bombeiro até a categoria de chefe, num percurso pontuado de louvores e medalhas dos quais se des-tacam o crachá de ouro da Liga dos Bombeiros Por-tugueses.

No dia da despedida foram muitos os soldados da paz que recordaram o chefe António Batista como uma referência para todos os bombeiros e para a comunidade.

Sérgio Santos

Diz o povo que “a necessida-de aguça o engenho”, máxi-

ma que bem poderia estar ins-crita em muitos dos quartéis de norte a sul do país, assim ao jeito de mensagem motivacio-nal bem elucidativa do exemplo que os homens e mulheres que servem esta causa dão ao Pais.

Na verdade, o trabalho dos bombeiros vai muito para além do socorro e do apoio a todos que em tantas vertentes garan-tem às populações, são eles também uma peça indispensá-vel na engrenagem que mantém em funcio-namento pleno as associações humanitá-rias.

Nos momentos livres, sempre que a ativi-dade operacional o permite, os soldados da paz assumem muitas outras funções. São cozinheiros, pedreiros, carpinteiros, eletri-cistas, marceneiros, pintores, mecânicos, torneiros, decoradores, enfim ajudam no que podem e como podem, garantindo a manutenção ou a beneficiação das instala-

ções, isentando as associações de encargos que, em muitos casos, seriam incomportá-veis.

Percorrer as associações de todo o Portu-gal, sobretudo do designado “mais profun-do”, é descobrir gente pronta, de mangas arregaçadas, sempre disponível a dar um pouco de si em prol da sua família dos bom-beiros, tratando estas casas como se fos-sem os seus próprios lares, com o mesmo cuidado e rigor.

È com brio, vaidade e inco-mensurável orgulho que escan-caram as portas dos quartéis aos visitantes, provando que, muitas vezes, basta juntar um pouco da boa vontade de todos para assegurar obras grandio-sas.

Em tempos marcados pela adversidade, propícios a um egoísmo defensivo, os bombei-ros portugueses dão as mãos e o exemplo, dizem presente, as-sumem-se como ativos solda-dos na luta contra a malfadada

que tantos tem feito tombar, nos mais dis-tintos setores.

Quando há dois ou três anos se perspeti-vava uma onda de despedimentos nas asso-ciações humanitárias, poucos podiam pre-ver a que a bravura, o espírito de sacrifício, a determinação são características inatas dos soldados de paz, determinantes em qualquer ocorrência, dentro ou fora do tea-tro de operações.

Sofia Ribeiro

MERCEANA

Bombeirosperdem referência

JORNAL@LBP

A necessidade aguça o engenho

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3JANEIRO 2014

Importa não parar

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A Liga dos Bombeiros Portugueses tem vindo a manifestar repetidamente junto da tutela

governativa, nomeadamente junto do Ministério da Administração Interna, a importância que o Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) tem desempenhado na obtenção de apoios à aquisição de equipamentos, viaturas, novas infraestruturas ou ampliação e remodela-ção das existentes em muitas associações e corpos de bombeiros.

Foi, aliás, por solicitação da Liga que se tor-nou possível, em muitas candidaturas ao QREN, aumentar a percentagem de comparticipação comunitária, incluindo até de 100 por cento, e, por essa via, diminuir ou anular o encargo res-tante, a assumir pelo Estado, pelos próprios bombeiros ou pelas áreas metropolitanas, co-munidades intermunicipais ou câmaras munici-pais.

No passado, contámos com os chamados pla-nos de re-equipamento, entretanto desapareci-dos, mas cuja manutenção sempre defende-mos, não só pela taxa de esforço financeiro im-portante que representava no apoio aos bom-beiros, mas também pela equidade possível que o seu exercício foi assegurando, em articulação

com a Liga e, desta, com as federações e asso-ciações e corpos de bombeiros.

Durante vários anos não houve, nem os ditos planos, nem quaisquer outros instrumentos de apoio. E, durante todo esse tempo fomos la-vrando o nosso justificado protesto pela ausên-cia de apoios sistemáticos e claros. Então, re-gistou-se um claro atraso no processo de atua-lização e evolução dos parques de viaturas e obtenção de outros equipamentos, nomeada-mente em domínios então em franco desenvol-vimento, casos da proteção individual, do salva-mento e desencarceramento, do mergulho, in-tervenção em grande ângulo, entre outros.

A própria dotação de ambulâncias de socorro pelo Ministério da Administração Interna para as associações e corpos de bombeiros que não dispusessem de protocolo com o INEM para Posto de Emergência Médica (PEM) deixou de acontecer.

Nos últimos anos, em todos estes campos foi-se alargando o fosso entre o necessário e o existente e um défice claro no inevitável e siste-mático processo de substituição de equipamen-tos, após ciclos de esforço e idade que aconse-lham e até exigem precisamente isso na defesa

da eficácia do próprio socorro e da segurança dos bombeiros.

Hoje, o QREN apresenta-se como o instru-mento preferencial para a satisfação de muitas dessas necessidades. Aliás, tenho estado pre-sente em inúmeras cerimónias, ora de distribui-ção de equipamentos, de atribuição de viaturas ou de inauguração de novos quartéis ou amplia-ções e remodelações de outros que comprovam isso.

A propósito, importa sublinhar o esforço fei-to, nomeadamente, pelas associações e pelas federações no desenvolvimento de processos concursais ao QREN minuciosos e rigorosos cujas etapas, inclusive, têm constituído tam-bém verdadeiros testes à estoicidade e persis-tências dessas entidades. Julgo, e tenho defen-dido nos mais diversos momentos, que os pro-cessos de candidatura não perderiam nem em rigor e nem em transparência se fossem mais simplificados e mais claros.

A própria migração do âmbito das comissões regionais para o âmbito nacional, a que somos alheios, não tem corrido também da melhor for-

ma, ora suscitando atrasos nos processos ou até, também, inadmissíveis incongruências da sua gestão.

Os tempos que correm são no sentido da adoção de mudanças, cada vez mais aceleradas e estruturais. Nesse sentido, a evolução das in-fraestruturas e dos meios ao dispor dos bom-beiros, inevitavelmente, deve estar sujeita às adaptações e às alterações necessárias à ga-rantia das mesmas ou de melhores respostas aos desafios.

E, nada sendo definitivo, contudo, importa que se continuem a agilizar os mecanismos, através dos quais, as associações e os corpos de bombeiros possam ir conseguindo satisfazer as suas necessidades. Mas, para tal, não po-dem estar sujeitos, nem aos ventos da oportu-nidade, nem à prova do mais rápido. Importa, por isso, que se continuem a definir claramen-te, quer programas e domínios específicos, quer os montantes significativos necessários, através dos quais se compatibilizem com rigor e equidade as respetivas necessidades e can-didaturas.

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4 JANEIRO 2014

A Liga dos Bombeiros Portu-gueses (LBP) integra o

conselho institucional da “No-bre Casa da Cidadania”. Este projeto institucional foi criado pela empresa de produção e comercialização de produtos alimentares “Nobre” na lógica da responsabilidade social cor-porativa e de relação com a comunidade.

O projeto tem como objeti-vo: identificar, reconhecer e distinguir cidadãos nacionais ou estrangeiros residentes em Portugal que se notabilizem pela realização de feitos, méritos ou ações de excecional nobreza. Para tal, o projeto prevê a atribuição de louvores e o título de “Cidadão Nobre”.

O protocolo de adesão da LBP à iniciativa

como parceiro institucional foi assinado recen-temente na sede da confederação entre o res-ponsável pela “Nobre”, Rui Silva, e o presidente do conselho executivo da LBP, comandante Jai-me Marta Soares.

NOBRE CASA DA CIDADANIA

LBP integra conselho institucional

A convite do Ministério do In-terior de Angola, através do

Serviço Nacional de Proteção Civil e Bombeiros (SNPCB) des-te país, o ex-presidente do Con-selho Executivo e atual Presi-dente da Mesa dos Congressos da Liga dos Bombeiros Portu-gueses, Duarte Caldeira, vai coordenar o projeto “Bombeiros Voluntários em Angola”.

O programa indicativo deste projeto foi assinado em Lisboa, sendo na ocasião o SNPCB de Angola representado por David Calei.

Nos termos do referido docu-mento a missão de Duarte Cal-deira inclui: o levantamento de informação relativa às opções políticas de enquadramento dos futuros bombeiros voluntários de Angola; elaboração de regu-lamentação específica; defini-ção de estrutura operacional; elaboração de normas de fun-cionamento; elaboração de pla-

no de formação; monitorização da execução do projeto, ao lon-go de todo o ano de 2014.

“Este é o projeto da minha vida. Com este convite vejo re-conhecida a validade da expe-riência dos bombeiros portu-gueses e das suas estruturas, que servi com muita convicção e empenho ao longo de 18 anos, como dirigente da LBP, 12

dos quais como presidente do seu órgão executivo, disse Duarte Caldeira ao jornal Bom-beiros de Portugal, acrescen-tando esperar “também contri-buir para o estabelecimento de relações privilegiadas entre os bombeiros portugueses e ango-lanos, fortalecendo os naturais laços de amizade e cooperação que une os nossos dois povos”.

BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS EM ANGOLA

Duarte Caldeira coordena projeto

A Reviver Mais, Associação dos Operacionais e Dirigentes dos Bombeiros Portugueses,

vai incrementar, a partir do início do próximo ano, uma delegação no Alto Alentejo (distrito de Portalegre), em ordem a “ampliar a sua área de influência e de apoio aos sócios mais distanciados geograficamente”. Este objetivo faz parte, entre outros, do Plano de Atividades para 2014 daquela associação, aprovado em assembleia geral reunida no passado dia 30 de novembro, nas instalações dos Bombeiros Voluntários de Cacilhas. Recorde-se que sen-do a Reviver Mais uma IPSS de âmbito nacio-nal, tem já em atividade a delegação de S. João da Madeira, a qual está constituindo uma primeira e bem conseguida experiência no distrito de Aveiro, com o inestimável e gracio-so apoio da associação de bombeiros local.

Entretanto, à luz dos seus objetivos estatu-tários e também na condição de reserva moral dos bombeiros portugueses, a Reviver Mais propõe-se levar a efeito, durante o primeiro trimestre, um fórum nacional subordinado ao tema “A organização dos bombeiros no século XX e seus reflexos no presente”, com a parti-

cipação de vários oradores convidados, no-meadamente, personalidades que desempe-nharam cargos de elevada responsabilidade nas estruturas nacionais dos bombeiros. “Constatamos ser premente a necessidade de se fazer uma séria e profunda avaliação do papel das instituições de bombeiros na socie-dade portuguesa e bem assim questionar o ‘espartilho’ legal que o Estado lhes vem reser-vando”, justifica o Plano de Atividades para 2014.

A mesma assembleia geral, segundo pro-posta da Direcção da Reviver Mais, aprovou, por unanimidade e aclamação, a proclamação, com a qualidade de sócia honorária, de Maria Emília Neto de Sousa, ex-presidente da Câma-ra Municipal de Almada, pelos relevantes servi-ços prestados à associação, ao nível da cons-trução da futura Casa do Bombeiro. De referir, ainda, acerca desta infraestrutura, que está em estudo a possibilidade da sua candidatura, para efeitos de financiamento, ao programa do QREN (2014/2020), processo no qual a Revi-ver Mais conta com o prometido apoio do Exe-cutivo da Liga dos Bombeiros Portugueses.

REVIVER MAIS

Objetividade e planos para o futuro

O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), Jaime Marta

Soares, afirmou publicamente que as corporações têm “centenas” de multas de trânsito para pagar, acusando as autoridades de “excesso de zelo”, em vez de terem uma ação preventiva.

“Há centenas e centenas de coimas a pagar. Se as tivessem de pagar, al-gumas corporações teriam de fechar as portas. As minhas palavras são as de todos os bombeiros e não é contra ninguém, mas há um excesso de zelo por parte de algumas autoridades que têm uma ação repressiva em vez de serem dissuasoras”, lamentou Marta Soares.

Em resposta, o ministro da Adminis-tração Interna, Miguel Macedo, afir-mou que as “forças de segurança atuam sempre no respeito da lei”, mas defendeu que as mesmas devem reali-

zar “ações preventivas” junto das cor-porações de bombeiros. “As forças de segurança atuam sempre no respeito da lei. Percebo as questões que foram colocadas pelo senhor presidente da Liga, mas entendo que esses proble-mas são verdadeiros e que acontecem, não podem ser resolvidos através do apelo à não fiscalização das forças de segurança, no âmbito das suas compe-tências”, defendeu o ministro.

Contudo, Miguel Macedo espera que no futuro estas situações possam ser evitadas. “Mas é possível fazer, por exemplo, através de ações preventivas com as forças de segurança junto das corporações de bombeiros, um con-junto de ações que não ofereçam dúvi-das nem à atuação das forças da segu-rança nem à das corporações de bom-beiros e evitem esse tipo de proble-mas”, sustentou Miguel Macedo.

LIGA ACUSA AUTORIDADES DE EXCESSO DE ZELO

Bombeiros com centenas de multas

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5JANEIRO 2014

Na sequência do falecimento de Eusé-bio da Silva Ferreira, ocorrido em 5

de janeiro último, a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), através do presiden-te do conselho executivo, comandante Jaime Marta Soares, e em nome de to-dos os bombeiros, das suas associações e corpos de bombeiros, “não pode dei-xar de se associar a este momento de dor e tristeza, afirmando o seu profundo respeito e sentidas condolências à famí-lia, ao Sport Lisboa e Benfica e a todos os seus admiradores”. No mesmo comu-

nicado, o presidente da LBP “entende ainda reafirmar que Portugal perdeu um dos seus mais ilustres embaixadores, enquanto desportista de valor mundial e ser humano à dimensão do universo”.

O desaparecimento de Eusébio traz--nos à memória a homenagem recente que lhe foi prestada pelo Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa (RSB) em 19 de maio do ano transato no âm-bito da cerimónia comemorativa do seu 618º aniversário, realizada em Lisboa, em pleno Rossio. Então, Eusébio da Sil-

va Ferreira e Simone de Oliveira apadri-nharam duas novas autoescadas do RSB.

Foi precisamente a autoescada com o nome de Eusébio que marcou presença na homenagem que a Câmara Municipal de Lisboa prestou ao extinto à simbólica paragem do féretro na praça fronteira aos paços do concelho. A autoescada manteve-se arvorada enquanto a for-matura de bombeiros sapadores, em sentido, prestava a devida homenagem protocolar.

EUSÉBIO

LBP associa-se às homenagens

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Em declarações ao ‘BP’, Jai-me Marta Soares, presi-dente do Conselho Execu-

tivo, refere que encontrou um secretário de Estado “informa-do” e “disponível” para um “saudável” relacionamento en-tre a tutela e a Confederação. Neste primeiro encontro foi fei-to um balanço de todos os dos-siês que estão em cima da mesa (seguros, legislação e re-gulamentação de alguns diplo-mas). A Liga fez desde já saber que a questão dos seguros de vida e acidentes pessoais dos bombeiros é “prioritária”, aler-tando para a necessidade de se encontrar uma solução tão “rá-pida” quanto possível.

João Almeida revelou a ma-nutenção da aposta na forma-ção e, já no âmbito das teleco-municações, comprometeu-se a que, “tão cedo quanto possível, sejam entregues os rádios às corporações e essas estejam melhor servidas do que estão neste momento”.

Novo SEAI quer rigor nos dinheiros para os fogos

Doze dias depois de ter to-mado posse, o novo secretá-

LBP JÁ REUNIU COM O NOVO SEAI

Diálogo honesto com os bombeirosA Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP)

reuniu, no início deste mês, com João Almeida, o novo secretário de Estado da

Administração Interna (SEAI). Neste primeiro encontro, que serviu para as

habituas apresentações de cumprimentos, a Liga lembrou o passado recente, para

reforçar a intenção de que quer continuar a manter uma reação “honesta”,

“reivindicativa” e “leal”, nunca esquecendo que as necessidade dos bombeiros estarão

sempre na “primeira linha de ação”.

Texto: Patrícia Cerdeira

Fotos: Marques Valentim

luntários de Vale de Cambra, onde o presidente da autar-quia, José Pinheiro (CDS), apelara minutos antes a que o governante apoiasse a aquisição de uma ambulância para atender “às necessida-des de socorro das popula-ções que vivem nas zonas mais altas do concelho”, fre-

quentemente sujeitas à que-da de neve.

O governante não comen-tou especificamente essa si-tuação, mas declarou: “O país vive dificuldades e constran-gimentos na despesa pública, mas numa área tão importan-te como esta, em que não se pode perder a noção do rigor,

também não se pode perder a noção da prioridade”.

Referindo que está a acom-panhar a realização de um concurso público para aquisi-ção dos equipamentos de proteção individual para os bombeiros portugueses, João Almeida disse que “é preten-são do Governo” proporcio-

nar a esses operacionais as condições mínimas para o seu trabalho. “Se os bombei-ros portugueses forem para o terreno realizar um combate tão difícil como o que sabe-mos que enfrentam”, realçou o governante, “o mínimo é que tenham condições para o fazer com segurança”.

João Almeida que sucede a Filipe Lobo D’ Ávila tem desde logo a responsabilidade de promover e manter o “bom relaciona-

mento” que o anterior secretário de Estado conseguiu junto dos bombeiros. Apesar das dificuldades financeiras que marcaram a sua passagem pelo Governo, a verdade é que o jovem centrista é hoje uma pessoa acarinhada pelo setor da proteção civil e bombeiros e esta conquista acabou por promover a resolução de algumas questões, nem sempre fáceis, nos últimos dois anos. A saída de Filipe Lobo D’Ávila acontece a pedido do próprio por motivos pessoais. Aliás, no último ano, sabe o ‘BP’, Filipe Lobo D’Ávila fez várias tentativas para abandonar o executivo.

O novo SEAI, que é licenciado em Direito, tem 37 anos e era até aqui vice-presidente do grupo parlamentar do CDS-PP e porta-voz do partido. João Almeida desempenhava ainda fun-ções de coordenador do grupo parlamentar na Comissão de Or-çamento, Finanças e Administração Pública.

Filipe Lobo D’Ávila deixa saudades

rio de Estado da Administra-ção Interna, João Almeida, anunciou, na sua primeira intervenção pública, que o ri-gor na distribuição de fundos para a próxima época de in-cêndios não pode prejudicar “a noção da prioridade”.

João Almeida, que presidiu às celebrações do 54º ani-versário dos Bombeiros Vo-

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6 JANEIRO 2014

Em nota enviada às redações, e tornada pública na sitio da inter-net do Centro de Estudos sobre

Incêndios Florestais (CEIF), Domingos Xavier Viegas, coordenador do Curso sobre Segurança Pessoal no Combate aos Incêndios Florestais, fez saber que dada a não divulgação da segunda parte do Relatório dos Incêndios Flo-restais de 2013, uma responsabilidade do “Ministério da Administração Inter-na”, o programa do curso que se reali-zou no passado dia 17 teria de ser “al-terado”. “Desejamos informar todas as pessoas que se inscreveram no curso sobre segurança pessoal no combate aos incêndios florestais, que se vai realizar no próximo dia 17 de janeiro, que a indicação que havíamos dado de que seriam apresentados os casos de acidentes ocorridos durante os incên-dios florestais de 2013, foi baseada na expetativa que tínhamos de que a Se-gunda Parte do Relatório dos Incêndios Florestais 2013 fosse tornada pública

entretanto, o que não se verificou até esta data. Informamos que se esta si-tuação se mantiver, teremos de alterar o programa anunciado, baseando-nos em outros casos que também estudá-mos. Informamos também os partici-pantes já inscritos, que se por algum motivo desejarem desistir da sua par-ticipação, em virtude da eventual alte-ração do programa, poderão solicitar a devolução do pagamento que entre-tanto tenham efetuado”, esclarece a nota tornada pública.

Ao que o ‘BP’ apurou junto de fonte do MAI, esta alteração programática aconteceu depois de Miguel Macedo ter tido conhecimento do programa desta formação e de ter informado Xavier Viegas que a segunda parte do relató-rio, “propriedade do MAI”, não poderia ser divulgada.

Aliás, já no dia 2 de janeiro, o MAI tinha dito que não se comprometia com a sua divulgação pública como aconteceu com o restante documento.

“Como as consequências dessa segun-da parte podem ter uma natureza completamente diferente daquele que foi publicado, essa ponderação tem de ser muito bem feita”, disse Miguel Ma-cedo. Recorde-se que na primeira par-te do relatório encomendado pelo MAI, a equipa do investigador Xavier Viegas, da Faculdade de Ciências e Tecnologia de Coimbra, sublinha, en-tre outros aspetos, que os bombeiros devem ter formação “em especial em situações extremas”. Essa parte do documento foi tornado público pelo Governo a 23 de dezembro e acentua

que mais formação permitirá aos bombeiros “assegurar uma boa avalia-ção das condições de perigo e do cum-primento dos procedimentos de segu-rança no combate ao fogo”. Sobre o restante documento, Miguel Macedo diz que “deve haver sensatez e ponde-ração”, além de “calma” na sua análi-se, escusando-se a especificar a “na-tureza” dessas conclusões, que envol-vem incêndios em que morreram onze pessoas, oito das quais bombeiros, em 2013. “Tem uma sensibilidade, até do domínio pessoal, diferente tam-bém. Portanto, julgo que tem de ser

tratado de uma forma também dife-rente da primeira parte do relatório”, admitiu o ministro, sem se compro-meter com a divulgação pública do do-cumento.

ENB apela ao envolvimento das populações

Ainda na sequência da publicação de parte do relatório elaborado pela equi-pa da Universidade de Coimbra, a Es-cola Nacional de Bombeiros (ENB) veio a público defender a importância do papel das populações para proteger contra fogos os pequenos aglomerados urbanos. Numa nota enviada às reda-ções, a ENB, e tal como os investiga-dores, também reconhece o “papel fundamental” que as populações po-dem desempenhar no que toca à auto-proteção e defesa dos pequenos aglo-merados.

A ENB sublinha ainda o facto do es-tudo apontar o facto da formação dos agentes estar a contribuir, nos últimos anos, para uma redução do número e gravidade dos acidentes, lembrando que este processo formativo “obriga continuamente à introdução de melho-rias”. Para a instituição de ensino, o re-latório vem confirmar “o que se sabe desde há muito tempo”: o problema dos incêndios em Portugal deriva de fatores que se não dominam, como os climatéricos, conjugados com o estado caótico da floresta portuguesa e o pro-gressivo abandono do mundo rural.

MAI CONTRA ACIDENTES NA PRAÇA PÚBLICA

Xavier Viegas obrigado a mudar conteúdo de formação

Numa altura em que se mantém sob sigilo a segunda parte do relatório pedido pelo Governo ao

investigador Domingos Xavier Viegas, o ministro da Administração Interna (MAI) foi obrigado a travar as intenções do professor de Coimbra que se preparava

para analisar os acidentes do verão passado num curso sobre segurança na frente de fogo.

Texto: Patrícia Cerdeira

As trágicas consequências do ano de 2013 para os

Bombeiros Portugueses, ex-pressas em perdas de vidas humanas, em lesões físicas e psicológicas graves, algumas com repercussões para toda a vida, tornam imperiosa a ado-ção de um desígnio nacional de promoção da segurança dos Bombeiros Portugueses.

A Direção Nacional de Bom-beiros da Autoridade Nacional de Protecção Civil, a Liga de Bombeiros Portugueses e a Es-cola Nacional de Bombeiros, unem esforços e têm previsto um conjunto de iniciativas como contributo para este pro-pósito de todos.

A presente rubrica, Alerta Vermelho para a Segurança, será incluída em todas as edi-ções do jornal Bombeiros de

Portugal, apresentando um ar-tigo sobre a segurança nas vá-rias vertentes (operacional, equipamentos, formação, etc.). Esta iniciativa visa contribuir para a promoção da cultura de segurança nos Bombeiros Por-tugueses.

Segundo Duarte Amaro (2009), existem défices de cultura de segurança em todas as tipologias de Corpos de Bombeiros em Portugal, ape-sar do volume assinalável de feridos e mortos dos últimos anos. A Segurança é um valor fundamental para qualquer atividade desenvolvida, em especial para o contexto pro-fissional dos Bombeiros, pelos elevados riscos que lhe estão associados.

Muitas vezes, a coragem agregada a uma elevada dose

de adrenalina faz com que os Bombeiros esqueçam tudo o resto, focando-se apenas e só no objetivo principal, prestar socorro e ajudar quem mais necessita, colocando em se-gundo plano a sua própria se-gurança, desencadeando atos inseguros que conduzem mui-

tas vezes a acidentes ou inci-dentes.

O aumento da cultura de se-gurança é uma missão de cada um de nós na sua esfera de ação (formação, instrução, chefia de equipas, comando de operações, gestão de um Cor-po de Bombeiros, etc.), do

bombeiro estagiário ao Co-mando do Corpo de Bombei-ros, até ao Comandante das Operações de Socorro: colocar a Segurança em primeiro lu-gar.

Afirmar que a segurança é uma prioridade não pode ser apenas um lema, mas sim

uma cultura operacional com reflexo nos comportamentos diários. Em todas as operações de socorro… “A primeira vida a proteger é a tua...!”

[email protected] – Núcleo de Segurança e Saúde

da Direção Nacional de Bombeiros (ANPC)

Cultura de Segurança

ALERTA VERMELHO PARA A SEGURANÇAAUTORIDADE NACIONAL DE PROTECÇÃO CIVIL

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7JANEIRO 2014

ANPC PEDIU PARECER TÉCNICO A ESPECIALISTA DA AFOCELCA

Conclusões apontam para violação de regrasÉ mais uma avaliação ao

desempenho dos bombei-ros portugueses que

aponta para várias fragilidades na abordagem ao teatro de operações. Segundo o parecer técnico operacional da autoria de Orlando Ormazabal, Diretor Executivo Afocelca, foram co-metidos erros que se demons-traram fatais nos cinco incên-dios que registaram vítimas, no verão passado. Neste docu-mento que o ‘BP’ já consultou pode ler-se que foi elaborado com uma distância temporal que permite uma “maior obje-tividade da análise” dos fatos, não pretendendo constituir uma “investigação” nem um “relato dos fatos ocorridos”. Para este parecer “não foram executadas quaisquer entre-vistas ou diligências aos inter-venientes diretos aquando dos

acidentes, tentando assim de-linear um enquadramento das ações e procedimentos toma-dos”. A execução deste docu-mento teve por base: “Análise de documentos preliminares da investigação em curso por parte da ANPC, onde apenas são referenciados os relatos aquando da reconstituição nos locais durante o mês de se-tembro; Análise das fitas de tempo disponibilizadas pela ANPC; Visita aos locais dos acidentes com elementos de comando e, finalmente, Análi-se de imagens dos locais para apreciação dos tipos de com-bustíveis aquando dos aciden-tes, através das plataformas: fotografias aéreas; Google Earth”, lê-se no documento. Os cinco acidentes onde se re-gistaram vítimas mortais fo-

ram analisados um a um sen-do que o parecer técnico con-clui que existem erros comuns a todos os teatros de operação estudados. Numa abordagem geral, foram colocados em causa: 10 Normas de Segu-rança; 18 Situações que aler-tam Cuidado; LACES (Vigias, Pontos de Ancoragem/ Estado de Alerta, Comunicações, Ca-minhos de Fuga e Zonas de Segurança) e, finalmente os requisitos definidos para o combate encosta abaixo.

O parecer técnico de 10 pá-ginas e foi elaborado por Or-lando Ormazabal, Diretor Exe-cutivo da Afocelca (agrupa-mento complementar de em-presas do grupo Portucel

Soporcel e do grupo ALTRI), a pedido de José Moura, Coman-dante Operacional Nacional.

LBP critica quebra de sigilo

A Liga dos Bombeiros Portu-gueses (LBP) repudia veemen-temente a forma e modo como estão a ser lançados para a opinião pública notícias que vi-sam objetivamente “lançar suspeição” sobre as capacida-des e conhecimentos dos bom-beiros portugueses. Num co-municado tornado público de-pois de ter sido noticiado o

conteúdo de mais um parecer técnico, a Liga diz ter a convic-ção da “falta de ética” e “deso-nestidade intelectual” daque-les que antes de fazer uma análise profunda e inequívoca por parte de todas as entida-des com responsabilidade no setor, quebrem o sigilo que de-veria imperar em situações destas. “Também pelo facto do desrespeito pela memória da-queles que deram a sua vida na defesa das vidas e haveres das populações, e hoje infeliz-

mente já não podem participar na análise e discussão do que se passou no momento e ao tempo naqueles fatídicos tea-tros de operações”, acrescen-ta.

A LBP exige que se “apu-rem” todas as responsabilida-des até às últimas consequên-cias, aproveitando também para apelar ao “respeito” pela memória daqueles que deram tudo, até a própria vida, na defesa da sua Pátria.

O ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, as-

sumiu que há “muita pressão” para divulgar a segunda parte do relatório sobre os incêndios florestais de 2013, mas garan-tiu que só o vai tornar público quando assim decidir.

A segunda parte do relatório diz respeito a cada um dos inci-dentes em concreto que resul-taram em perda de vítimas hu-manas. “Sei que há muita pres-são nesse sentido mas quero dizer-vos que essa pressão não vai desviar o ministro da Admi-nistração Interna um milímetro daquilo que eu entendo correto fazer neste domínio”, assegu-rou Miguel Macedo, à margem das comemorações do 82.º aniversário dos Bombeiros Vo-luntários de Azambuja a que presidiu no último fim de se-mana.

O governante referiu que o documento só será divulgado quando, no seu entender, esti-verem reunidos os “critérios” por si considera-dos importantes e que salvaguardem dois aspe-tos que o preocupam. “A proteção das famílias desses bombeiros que morreram e a conclusão atempada dos processos de atribuição de pen-sões de sangue e de recebimento dos seguros a que têm direito; e o tratamento, do ponto de vista do estudo, para aproveitamento na forma-ção de todos os bombeiros feito com cabeça, tronco e membros”, explicou o ministro, que deixou ainda um esclarecimento e uma garan-tia.

“Em primeiro lugar, em relação a cada um desses incidentes, aquela avaliação não é a úni-ca avaliação. Em segundo lugar, prende-se com esse conjunto de questões, matérias muito deli-cadas em relação às quais não pode ser a pres-sa da comunicação social a determinar quando e como daremos conhecimento daquilo que se passou em cada um desses incidentes”, assegu-rou Miguel Macedo.

Para o governante, este assunto “dispensa bem especulações sensacionalistas em relação a cada um dos incidentes”.

RELATÓRIOS SOBRE INCÊNDIOS FLORESTAIS

MAI não vai responder a pressões

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8 JANEIRO 2014

O “Almanach do Bombeiro para 1878”Pesquisa/Texto: Luís Miguel Baptista

O primeiro documento de 2014, que aqui apresenta-

mos, reproduzindo para o efeito a respectiva capa, integra-se no conjunto de raridades bibliográ-ficas do Núcleo de História e Pa-trimónio Museológico da Liga dos Bombeiros Portugueses.

Trata-se do “Almanach do Bombeiro para 1878”, impresso no ano anterior pela tipografia do jornal “O Progresso”, situada na Rua do Alecrim – 89, em Lis-boa, com o preço de capa de 200 réis.

Dado à estampa no alvor do associativismo e do voluntaria-do dos bombeiros no país, a pu-blicação em apreço divide-se entre aspectos de interesse pú-blico e especificidades do servi-ço de incêndios.

Portugal tinha então uma taxa elevadíssima de analfabe-tismo ao nível do ensino básico, correspondente a 80 por cento da população, razão pela qual somos levados a concluir do re-duzido impacto da publicação em apreço, nomeadamente, junto dos efectivos dos corpos de bombeiros, originários, na sua esmagadora maioria, de es-tratos sociais menos favoreci-dos e, por consequência, tam-bém menos beneficiados no acesso à escolaridade.

Não obstante tal contexto, somos de opinião que o “Alma-nach do Bombeiro para 1878” não deixa de reflectir a preocu-pação em fornecer conheci-mento, inclusive de natureza científica, com o propósito de

desenvolver e melhorar a acção dos protagonistas do serviço de incêndios.

Constitui, aliás, um curioso testemunho da época em que foi publicado, marcada pela re-volução industrial e pelos ine-rentes avanços tecnológicos, o que, naturalmente, a dado pas-so, obrigou os bombeiros de todo o mundo a preparem-se e a agir de acordo com o surgi-mento de novos factores de ris-co. É disso exemplo, a combus-tão expontânea nos transportes de carvão, a prevenção contra os fogos nos teatros e os peri-gos do gás de iluminação, te-mas ali abordados de modo su-mário mas com grande interes-se. Neste mesmo contexto, o almanaque dá a conhecer a bem sucedida experimentação de um aparelho portátil para extinção de incêndios, inventa-do por Mr. Dennio, tendo como princípio do respectivo sistema a acção do ar comprimido sobre uma determinada quantidade de água. Ou seja, a célebre bomba manual portátil, vulgar-mente designada, entre nós, por “bombinha de mão”, ante-cessora dos actuais extintores e que, mais tarde, na primeira metade do século XX, veio a ser adaptada para uso de espuma atmosférica.

Não menos curiosa é a abor-dagem feita acerca de diversos casos de asfixia, permitindo--nos destacar, a título de curio-sidade, sobretudo, devido às habituais intoxicações de mo-

Almanach do Bombeiro Gravura inglesa do período da revolução industrial

nóxido de carbono na estação de Inverno, a descrição de um dos antigos processos reco-mendados em 1877:

“Ao asfixiado pelo acido car-bonico, produzido pela combus-tão do carvão, lenha, pela fer-mentação vinhosa e pela altera-ção das materias organicas ac-cumuladas, depois de ser posto ao ar livre e de ter o pescoço e peito desembaraçados, applica--se-lhe fricções, por muito tem-

po com um liquido alcoolico (ál-cool, genebra, agoa de Colonia) depois fricções com flanella secca, irrita-se-lhe o interior das ventas com as barbas de uma penna, agua, fria na cara, e introduz-se-lhe pouco a pouco ar nos pulmões.”

São de destacar, ainda, as in-formações avançadas sobre a organização do serviço de in-cêndios em Lisboa, Porto, Coimbra, Setúbal, Ilha de S. Mi-

guel e Guimarães, com a indi-cação, objectiva, entre outros, dos seus recursos humanos, materiais e de alarme, incluindo os meios ao serviço dos Bom-beiros Voluntários de Lisboa e, tanto quanto supomos, dos ex-tintos Bombeiros Municipais do Concelho de Belém.

De certo modo incompleto, pois, ao tempo, já haviam sido criadas estruturas de socorro noutras localidades, o “Almana-

ch do Bombeiro para 1878” re-presenta, contudo, uma indis-pensável fonte de consulta, em especial, no que tem a ver com o estudo alargado sobre o dis-positivo de luta contra fogo e as suas assimetrias, no Portugal da segunda metade do século XIX.

Artigo escrito de acordo com a antiga ortografia

Site do NHPM da LBP:www.lbpmemoria.wix.com/

nucleomuseologico

A direção da Associação Humanitária dos Bom-beiros Voluntários de Vagos, ofertou uma via-

tura de nove lugares ao Clube de Natação da vila. A ABTM-08 esteve afeta ao transporte de

doentes esteve de 2005 a 2011, mas com a refor-mulação do setor e as novas exigências legais, deixou de reunir condições necessárias para as-segurar essa função, estando desde 2011 a servir

de veículo de apoio ao corpo de bombeiros, e, ultimamente, “pouca utilidade tinha”.

A direção decidiu, assim, “prolongar-lhe a vida cedendo-a a outra associação que dela necessi-tasse”, neste caso o Clube de Natação de Vagos que, certamente, continuar a desempenhar “no-bres tarefas”, conforme salienta fonte dos Volun-tários de Vagos.

VAGOS

Bombeiros cedem viaturaao clube de natação

Com participação de mais de meia centena de convivas, realizou-se recentemente,

sem qualquer vínculo institucional, o V Encon-tro de Antigos Operacionais, Dirigentes e Apoiantes dos Bombeiros Voluntários de Agualva-Cacém, iniciativa que pela primeira vez envolveu, também, elementos do ex-Cor-po Auxiliar Feminino.

O programa compreendeu um almoço, findo o qual foram evocadas duas efemérides: os 30 anos das grandes inundações de 1983 e os 25 anos da inauguração do Monumento ao Bom-beiro Voluntário.

Luís Miguel Baptista, ex-presidente da Di-recção, ao intervir em nome da Comissão Exe-cutiva do V Encontro, evocou a catástrofe de 19 de novembro de 1983, procedendo à leitu-ra do relatório então redigido pelo comandan-te Artur Lage, momento carregado de simbo-lismo, numa homenagem aos bombeiros que colocaram em risco a sua própria vida, que mereceu uma forte ovação, de pé, por parte de todos os presentes.

Entre os intervenientes nas referidas cheias, de sublinhar a presença do 2.º comandante do Quadro de Honra João Reis e do antigo bom-beiro David Martins, que num momento parti-cularmente grave das operações de socorro procedeu ao arriscado salvamento do primeiro, evitando que o seu superior hierárquico mor-resse arrastado por uma corrente caudalosa.

Para 2014 está previsto novo encontro, ten-do Luís Miguel Baptista afirmado a tal propósi-to: “Relançamos, hoje e aqui, a reserva moral que todos juntos personificamos. Com o espí-rito de Servir que sempre nos animou e to-mando como referência os deveres cimeiros dos sócios da Associação onde fizemos escola, consignados estatutariamente, ou seja, hon-rar, zelar e defender o seu bom nome, cerra-mos fileiras e erguemos a nossa voz de ideó-logos da memória. Fazemo-lo, intransigente-mente, em paz e como homens de paz que somos, pelo que serão sempre bem-vindos todos aqueles que assim se pautem na vida cívica e social”.

AGUALVA-CACÉM

Encontro relançareserva moral

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9JANEIRO 2014

DIPLOMA DE EXTINÇÃO EMA JÁ FOI PUBLICADO

Liquidação em 120 diasJá foi publicado em Diário da República o decreto-lei que

estabelece o modelo de liquidação da EMA, um processo que vai decorrer num prazo de 120 dias, prevendo a ma-nutenção da atividade da empresa no período da liquida-ção. Após o processo de liquidação, a gestão dos meios aéreos que integram o património da EMA passa a ser as-sumida pela Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC). Para que tenha inicio este processo, o Ministério da Admi-nistração Interna deverá agora nomear a comissão liqui-datária.

“Com a extinção da EMA, os respetivos meios aéreos próprios serão transferidos para o património do Estado através da ANPC, assumindo esta entidade a gestão de tal dispositivo, bem como a obrigação de locar os meios aé-reos e contratar os demais recursos técnicos e humanos a eles associados que sejam necessários à prossecução das missões do Ministério da Administração Interna (MAI)”, re-fere o decreto-lei.

O diploma adianta que “o esforço de racionalização das estruturas públicas e a situação económica que o país atravessa impõem a adoção de uma solução, para a gestão do dispositivo de meios aéreos para as missões públicas atribuídas ao MAI, que não diminua a capacidade opera-cional aérea deste ministério para a realização de um con-junto alargado de missões de interesse público”.

Nesse sentido, o Governo decidiu extinguir a EMA e con-centrar na ANPC a gestão dos meios aéreos, procurando a “racionalizar a utilização dos meios existentes e não des-perdiçar recursos” e “garantir um acréscimo de rigor e de eficácia no planeamento e na execução de operações”.

A EMA foi criada em 2007 e integra um dispositivo per-

manente de meios aéreos para o combate de incêndios florestais, vigilância de fronteiras, recuperação de sinistra-dos, segurança rodoviária e apoio às forças e serviços de segurança, proteção e socorro.

Patrícia Cerdeira

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10 JANEIRO 2014

O quartel exíguo, com mais de meio século, sem qualquer possibilidade de

expansão, parece não desani-mar os cerca de 100 bombeiros dos Voluntários de Viana do Castelo, que com energia e proatividade insistem em col-matar lacunas, até porque “ape-sar de pequeno o quartel está muito bem aproveitado e ape-trechado”, conforme faz questão de dizer o comandante Cândido de Carvalho, muito embora la-mente que “a maior parte dos veículos de saúde fique na rua”, situação que, aliás, tem como consequência uma conta cor-rente em oficina para “repara-ções a nível de chapa e pintura”. Por outro lado, o mesmo res-ponsável dá conta da inexistên-

cia de um espaço para a forma-ção dos operacionais, o que obriga a recorrer ao improviso.

Inaugurado em 1955, o com-plexo há muito deixou de res-ponder às exigências do corpo de bombeiros, assim sendo a construção um novo quartel é muito mais que um desejo ou capricho, configura uma neces-sidade premente.

O responsável operacional revela que “a câmara municipal tentou com a associação encon-trar uma solução, mas o preço dos terrenos em Viana do Cas-telo é proibitivo” o que a juntar às restrições impostas do plano diretor municipal, tornam cada vez mais ténue a concretização dessa aspiração.

Mas esta é uma adversidade

que não inviabiliza a qualifica-ção do imóvel, pelo contrário, até porque importa garantir condições de trabalho aos ope-racionais, contudo Luciano Moure, vice-presidente dos Vo-luntários de Viana do Castelo faça questão de vincar que to-dos os investimentos são pon-derados.

“Investimos para poupar”, refere, dando conta de uma po-lítica de economia, assente na eficiência energética das insta-

lações que impôs a substituição das lâmpadas incandescentes, a instalação de painéis solares, para o aquecimento de águas, a substituição do telhado e das de janelas.

Na verdade, novas realidades impõem uma gestão rigorosa que permita manter cerca de 30 postos de trabalho.

“Cortámos no que podemos, negociámos com os fornecedo-res, agora até estamos a ven-der energia a EDP”, ajustes fun-damentais para que a associa-ção possa continuar a “cumprir com os colaboradores”. Da mesma forma, também o co-mandante dá conta de uma mais eficiente gestão que per-mitiu “cortar nas horas extraor-dinárias”, sem comprometer a resposta, o socorro prestado às populações. Para tal, a associa-ção investiu no voluntariado que garante quase na totalida-de o serviço “aos fins de sema-na e feriados”, esclarece.

Revela o vice-presidente que o parque de estacionamento construído pela instituição há uns anos “é uma das principais fontes de receita” e que serve para “compensar outras falhas”, nomeadamente as criadas pela alteração da legislação em ma-téria de transporte de doentes.

Ainda assim, “depois de um primeiro impacto negativo” a si-tuação “está a estabilizar”, em-bora direção e comando reco-

nheçam “um acentuado decrés-cimo na faturação, comparati-vamente com um passado recente”.

Os impostos cortes orçamen-tais não podem afetar a quali-dade do serviço e, assim sendo, a direção dá conta do investi-mento “calculado” em ambu-lâncias de transporte de doen-tes e também de socorro.

“Percorremos muitos quiló-metros, até porque no âmbito

VIANA

InvestimosA falta de voluntários e a exiguidade do

quartel são contrariedades que Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Viana do Castelo ultrapassa com trabalho,

inovação e muita imaginação. Da mesma forma, também a

sustentabilidade financeira da instituição é uma preocupação constante da direção e

comando, que, em época de todas as contenções, investem na poupança, um

modelo de gestão que começa a garantir proventos.

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Sérgio Santos

Um incêndio no armazém de enxofre, na Rua do Cais a

23 de abril de 1881, que tanto trabalho e preocupações deu à Companhia de Bombeiros Mu-nicipais e às gentes de Viana do Castelo, terá estado na ori-gem da criação do corpo de vo-luntários da cidade.

A violência das chamas, a di-ficuldades e debelar as chamas, as vítimas e destruição causada terá determinado que “no dia 29 daquele mês, vários cava-lheiros da cidade” se reunissem na Associação Comercial “a fim de combina-rem nos meios a adoptar para a organização de um corpo de bombeiros voluntários”.

Nessa mesma ocasião, “foi nomeada uma comissão encarregue de proceder aos traba-lhos preparatórios, a qual ficou composta”.

A 15 de maio, realizou-se nas instalações do antigo liceu uma reunião, presidida pelo Governador Civil, Boaventura José Vieira, para apresentação do projeto de estatutos, que logo foi aprovado.

Nesse encontro dos homens bons da cida-de foi eleita a direcção, constituída por Boa-ventura José Vieira (presidente); João Tho-maz da Costa (vice-presidente); José Maria Caldeira (1.º secretário); João José de Car-valho (2.º Secretário) e António José Ferreira

(tesoureiro). Para o comando os membros fundadores nomearam Randolpho Rosmiro Correa Mendes (1.º Comandante) e António Adelino de Magalhães Moutinho (2.º Coman-dante).

Nessa ata histórica ficou ainda registado “um voto de louvor a Guilherme Gomes Fer-nandes, comandante da Companhia de Bom-beiros Voluntários do Porto, pela delicadeza e boa vontade inexcedível com que se prestou a auxiliar a comissão instaladora, fazendo--lhe os mais relevantes serviços”.

Quase 133 anos volvidos a determinação e coragem dos fundadores continuam a servir de exemplo e inspiração a todos os que ser-vem na Associação Humanitária dos Bombei-ros Voluntários de Viana do Castelo.

Um pouco de história

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11JANEIRO 2014

de um protocolo com o hospital da cidade, efetuamos o trans-porte medicalizado de muitos doentes para o Porto e para Braga”, diz o comandante dan-do conta da recente aquisição de duas modernas e bem equi-padas viaturas, para responder a esta solicitação.

De resto, o comandante Cân-dido dá conta que a direção tem vindo a atender às solicitações do corpo de bombeiros, tanto a nível de viaturas como de equi-pamento de proteção indivi-dual.

A formação é, obviamente, uma aposta da associação, tal-vez por isso o comandante não esconda desalento por nem sempre a Escola Nacional de Bombeiros dar resposta célere às necessidades das associa-ções.

“Não temos uma Unidade de Formação Local, estamos longe de S. João da Madeira e de Sin-tra, ou seja estamos muito mais

limitados”, denuncia o coman-dante, defendendo a mais-valia dos formadores externos para agilizar a situação.

Da mesma forma, Cândido de Carvalho fala da formação como um atrativo para os mais jovens, indispensável para ga-rantir a renovação dos efetivos.

“Começamos a ter dificulda-des com o voluntariado” diz, re-cordando que “noutros tempos era possível fazer uma escola de bombeiros todos os anos, agora apenas de dois em dois, e mesmo assim de 30 candidatos que possam surgir mas mais de metade não conclui a formação com sucesso”.

Numa estratégia de proximi-dade com as populações, os Vo-luntários de Viana do Castelo reativaram, recentemente, o posto de enfermagem que esta-va encerrado há mais de três anos. Segundo o vice-presiden-te os associados há muito que reclamavam pela reabertura

daquela unidade e tendo em conta o crescente desinteresse da comunidade vianense pelos seus bombeiros, houve necessi-dade de reinvestir num serviço que é, agora, garantido por jo-vens enfermeiros.

Paralelamente a uma campa-nha de angariação de novos as-sociados, a instituição firmou uma série de parcerias, com di-versas entidades que permitem oferecer algumas regalias, no-meadamente um seguro muito abrangente, com prémios men-sais muito atrativos

“Já foram mais de 6 mil asso-ciados, agora cerca de 3 mil, mas acreditamos no sucesso desta campanha”, refere o co-mandante.

Há uns meses a comunicação social alvitrou a hipótese de fu-são dos Bombeiros Municipais da Cidade com os voluntários, questão que comando e direção desta associação afirmam ser apenas uma mero exercício de

DO CASTELO

na poupança

O presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Viana do Castelo acompa-

nhou o jornal Bombeiros de Portugal nesta vi-sita às instalações dos voluntários da cidade, onde vaticinou um futuro “negro” para a maioria das 12 associações do distrito. Luís Brandão Coelho considera que a contínua e crescente perda receitas, está a sufocar mui-tas instituições.

Embora consciente que “a maior parte dos municípios está com problemas financeiros”, considera que os responsáveis autárquicos “não entendem que se as associações decla-rem insolvência vão ter um caso sério para resolver”.

Os milhões investidos todos os anos num corpo municipal, contrastam com os 70 ou 80 mil euros que as autarquias de Ponte de Lima e Ponte da Barca e também Arcos de Valdevez e Melgaço investem nos seus bombeiros, ain-da assim uma verba elevada, tendo conta que “cerca de metade dos corpos dos bombeiros voluntários deste distrito recebem zero”, de-nuncia o responsável federativo.

Luís Brandão Coelho dá conta de sérios pro-blemas tanto “a nível de voluntariado”, como “de administração, de organização, das pró-prias instituições”, considerando serem essen-ciais tanto a partilha de experiências e sabe-res, como a união das instituições.

Os “bombeiros têm que ganhar escala” e esse só pode ser um esforço comum, em que a federação se apresenta como o elo de coe-são.

O mesmo responsável acredita que a proxi-

midade dos bombeiros com a população é fun-damental para garantir o futuro, pois diz que os bombeiros viveram demasiado tempo fe-chados em si próprios”, acreditando ter che-gado a hora de abrirem portas à comunidade “de mostrarem o que têm e o que realmente fazem”, até porque “se não for assim as pes-soas não têm sensibilidade para os apoiar”.

O presidente da federação congratula-se com o facto de algumas associações estejam a seguir esse caminho com bons resultados, dando conta de alguma dinamização de ativi-dades comunitárias em prol dos bombeiros.

Em relação à “crise do voluntariado” diz que o setor tem que conseguir dar a volta e “gerar outros motivos de atração que para os mais jovens podem passar pela qualificação, aven-tura, ou desportos radicais”, sob pena de “pró-ximos anos o distrito não conseguir ter mais do que 600 bombeiros”, ou seja o mesmo nú-mero que na atualidade serve este território.

Palavra de presidente

retórica. Ainda assim, o coman-dante considera que o País tem que “pensar mais com a cabeça do que com o coração”, até por-que “o mundo mudou, os bom-beiros mudaram”, a realidade e as exigências são outras.

“Não digo que, no futuro, esta não seja uma questão a ponderar, desde que a fusão permitisse erigir um quartel

com todas as condições e unir as duas forças”, revela Cândido de Carvalho, salientando que a identidade e o património da associação com quase 133 anos de história não se perderiam.

Mas esta é uma questão que por agora não se coloca e que,

claramente, não desvia a asso-ciação e corpo de bombeiros voluntários de continuar a tri-lhar o futuro, garantindo um serviço de excelência ás popu-lações que servem dentro e fora da sua área de interven-ção.

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12 JANEIRO 2014

Durante quase um mês a Porto Editora colocou a sufrágio a palavra do ano e

os portugueses não hesitaram em votar, de forma expressiva, em “bombeiro”, dei-xando para trás muitas outras que marca-ram o País durante o ano de 2013.

Segundo é anunciado em www.portoe-ditora.pt/palavradoano, “bombeiro” rece-beu 48 por cento dos votos, bem distante de “irrevogável” (17%) e “inconstitucio-nal” (10%).

Nesta votação online estavam também as palavras “grandolada” (8%); “Papa” (6%); “pós-troika” e “swap” (3%); “coa-doção”, “piropo” e “corrida” (2%).

Registe-se que todos os anos o Depar-tamento de Dicionários da Porto Editora seleciona um conjunto de palavras que submete a votação. Assim, “bombeiro” entra na corrida porque a entidade promo-tora tomou em consideração “o facto de, neste verão, os bombeiros terem demons-trado uma enorme coragem no combate aos violentos incêndios que destruíram florestas e roubaram vidas”, desta forma a Porto Editora considera que “pela votação esmagadora obtida, os portugueses terão querido prestar uma homenagem aos bombei-ros”.

Depois de um ano complicado, de mortes feri-dos e inúmeros prejuízos materiais, mas também de onda de apoio sem precedentes, os bombeiros vêm uma vez mais o reconhecidos o trabalho, a

entrega e a abnegação que emprestam à sua missão.

Registe-se que “bombeiro” sucede à palavra “entroikado” vencedora de 2012. Deste quadro de honra fazem ainda parte “austeridade” (2011), “vuvuzela” (2010) e “esmiuçar” (2009).

COM VOTAÇÃO EXPRESSIVA

“Bombeiro” palavra do ano

Os Sapadores de Setúbal es-tão “nas bocas do mundo”,

tudo porque ousaram neste iní-cio do ano surpreender o País com um calendário, que está a ser um enorme sucesso de ven-das e cujos fundos se destinam a patrocinar causas sociais, no-meadamente, instituições de apoio a crianças, nomeadamen-te o Jardim de Infância “O Pa-lhacinho” situado no Faralhão. Refira-se que esta unidade é gerida pela LATI, um Instituição de Solidariedade Social e de Utilidade Pública (IPSS), com sede em Setúbal, que presta apoio aos mais carenciados, em diversas valências.

Doze operacionais deixaram--se fotografar por Rita Ribeiro, de forma mais descontraída, num trabalho sério marcado pelo bom gosto que só poderia estar condenado ao êxito. Em poucos dias, o calendário esgo-tou e página de Facebook criada para promoção da iniciativa já reúne cerca 50 mil “gostos”.

O calendário pode ser adqui-rido na Companhia de Bombei-ros Sapadores de Setúbal e em vários pontos de venda em Lisboa, da mesma forma que pode ser solicitado em www.facebook.com/calendario-bombeirossapadores.

Refira-se que esta é uma campanha da respon-

sabilidade do Fundo Social Cultural e Desportivo da Companhia de Bombeiros Sapadores de Setú-bal, de cariz solidário que visa divulgar e dar a conhecer o trabalho destes profissionais no auxí-lio e socorro à população.

SETÚBAL

Calendário solidário

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É sabido que estes não são tempos de bonança para as associações humanitá-

rias e corpos de bombeiros, que empurram dirigentes e opera-cionais para uma batalha que não dá tréguas e não permite estratégias de fuga. Isso mes-mo confirma Miguel Antunes, presidente da Associação Hu-manitária dos Bombeiros Volun-tários de Linda-a-Pastora dando conta de “algumas dificuldades” para acautelar a sustentabilida-de da instituição.

Passo a passo, com todas as cautelas, a associação pode or-gulha-se de “fazer esticar” a magra receita, para poder cum-prir com as despesas fixas. O dirigente manifesta uma “enor-me e profunda preocupação”, pelos incumprimentos de enti-dades, pelo facto da instituição “ter muito dinheiro por fora” .

“Apesar de tudo, não deve-

mos nada a ninguém”, sublinha Miguel Antunes.

A prioridade é “manter os 15 postos de trabalho”, porque, conforme salienta o dirigente, “o mais importante são as pes-soas”, ou seja “os homens e mulheres que garantem o fun-cionamento da associação e as suas famílias”.

Miguel Antunes reconhece que “existe a necessidade de reforçar o corpo de bombeiros”, mas este é um investimento “completamente inviável”, até porque há outras prioridades, nomeadamente a aquisição de vários equipamentos, que per-mitem garantir condições de trabalho e segurança aos ope-racionais, mas também quali-dade e eficácia no serviço pres-tado à população.

O comandante Jorge Vicente assegura que todos os 40 ope-racionais “têm o seu equipa-

mento de proteção individual”, no entanto dá conta de “algu-mas” necessidades a nível de viaturas, nomeadamente de uma ABTM, mas, por agora, to-dos os investimentos estão sus-pensos, ou melhor, em ponde-ração.

O presidente faz questão, no entanto, de salientar os “me-lhoramentos efetuados nas ca-maratas femininas”, um enor-me esforço financeiro que asso-ciação não podia adiar, até por-que em causa estava o conforto das operacionais que servem abnegadamente nos Voluntá-rios de Linda-a-Pastora.

“Estas associações devem ter em conta as condições de tra-balho, assegurar áreas de des-canso, de alimentação e até de lazer aos seus bombeiros, da mesma forma que não podem descurar os cuidados de saúde e os imprescindíveis equipa-

FuturoA servir o concelho de Oeiras e o país há 132 anos a Associação de Bombeiros Voluntários de Linda-a-Pastora recusa acomodar-se no

conforto da história e da tradição, a render-se à nostalgia do passado. Comando e direção colocam os olhos no futuro,

desafiando, todos os dias, o presente nem sempre fácil de vencer.

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

O Programa Permanente de Cooperação (PPC) entre o Estado e as associações de bombeiros para 2014 vai garantir, pelo menos, um acréscimo de 3500 euros à dotação anual para cada

uma delas.Essa actualização, tendo como referência o PPC 2011, corresponde ao cumprimento da Por-

taria nº 76/2003, de 18 de Fevereiro.

PPC

A partir de 3500 euros

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13JANEIRO 2014

LINDA-A-PASTORA

exige audácia pró-atividade

mentos”, acrescenta o coman-dante.

O quartel há muito que dei-xou de dar resposta às exigên-cias de um corpo de bombeiros moderno, e embora a Câmara Municipal de Oeiras se tenha mostrado “sempre disponível” para apoiar a instituição na con-cretização dessa antiga aspira-ção, a verdade é que a conjun-tura nacional não permite qual-quer calendarização.

Fundada a 5 de julho de 1891 o então designado

Corpo de Voluntários de Sal-vação Pública do Concelho de Oeiras contou na sua gé-nese com o trabalho, empe-nho e dinamismo dos cida-dãos beneméritos João Wenceslau de Azevedo, Ma-nuel Pereira de Azevedo, Mi-guel Francisco Maurício, João Duarte e António Duar-te, a quem se juntou Júlio Alexandre Silva o primeiro comandante do corpo de bombeiros.

Em 1924 da fusão com a Sociedade União e Capricho de Linda-a-Pastora, nasce então a Associação União e Capricho

de Bombeiros Voluntários de Linda-a-Pastora.

Durante décadas, para além do corpo de bombei-ros, a vetusta instituição era também um importan-te polo de animação e cul-tura do concelho de Oei-ras, um reduto do associa-tivismo espoliado pelo pro-gresso, pela voragem dos novos tempos. Ainda as-sim, para registo futuro fi-cam os tradicionais bailes

de carnaval que levavam centenas de foliões da região da grande Lisboa, ao pacato e discreto lugar do território oei-rense.

Ecos do passado

“Temos o quartel prometido, até temos um terreno em Nova Queijas, com as necessárias aprovações e luz verde da Auto-ridade Nacional de Proteção Ci-vil”, revela o dirigente, sem es-conder desagrado pela localiza-ção.

“Os acessos não são famo-sos”, considera, dando conta que das três alternativas apre-sentadas aos Bombeiros de Lin-da-a-Velha, o Alto da Rocha,

seria a mais apropriada para acolher as novas instalações.

Refira-se que a Câmara Mu-nicipal de Oeiras tem sido “uma excelente parceira” da associa-ção, bem como de todas as congéneres do concelho e, ain-da que nos últimos anos os in-

vestimentos nos corpos de bombeiros tenham sofrido “ajustes”, os apoios “não vão faltando”.

A área de intervenção deste corpo de bombeiros integra Lin-da a Pastora e a freguesia de Queijas, onde residem cerca de 12 mil pessoas, uma espécie de dormitório, mas também um território de passagem de mi-lhares de pessoas, tanto para a capital, como para os vários parques empresariais dos con-celhos de Oeiras e Sintra. Nesse sentido, tanto a A5, como a CREL são pontos sensíveis, que “implicam prontidão de meios”, lembra o comandante. Na ver-tente operacional, Jorge Vicen-te, recorda o trabalho dos Bom-beiros de Linda-a-Pastora no apoio a eventos desportivos no Estadio Nacional, alguns de âmbito internacional e que exi-gem um rigoroso dispositivo,

A formação é, assim, aposta permanente tanto a nível inter-no como nas ações conjuntas que reúne os seis corpos de

bombeiros do concelho de Oei-ras, uma estratégia com bons resultados na preparação dos operacionais de socorro.

Jorge Vicente garante que tem um efetivo “muito competente”salientando que, por ali, o voluntariado “não se perdeu”.

“Os voluntários asseguram as noites, sendo a média de pernoitas grande”, revela, dan-do conta do sucesso “trabalho motivacional” desenvolvido pela direção e pelo comando.

“Não há bombeiros a mais, até porque a missão destes ho-mens e mulheres não se cinge à emergência e transporte de

doentes”, diz-nos o responsável operacional, alertando para a mais-valia do “serviço cívico e humano, do apoio que os bom-beiros prestam às populações”.

Otimista, Jorge Vicente acre-dita que o futuro se assegura com audácia e dinamismo.

“Temos que ser audazes, mais pró-ativos, avançar com parcerias e acordos, para po-dermos continuar a investir no socorro, só desta forma é pos-sível manter os quartéis de portas abertas”, defende o co-mandante Linda a Pastora, em jeito de mensagem para o ex-terior, de mote para reflexão coletiva.

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14 JANEIRO 2014

O presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jar-dim, elogiou a gestão associativa de bombeiros adiantando que

“os custos de certas gestões públicas nas respetivas corporações custaram, em proporção, três vezes o que custaram nas associa-ções de bombeiros voluntários”.

Alberto João Jardim falava numa das cerimónias, a que presidiu, de entrega de seis novas ambulâncias de socorro a associações de voluntários e corpos de bombeiros municipais.

O presidente do Governo Regional adiantou ainda que o atual modelo organizacional dos bombeiros, “com uma corporação em cada concelho, é para manter, acrescentando que a ideia de querer juntar as corporações numa só “vem de pessoas que estão ao ser-viço da Madeira velha”.

MADEIRA

Jardim elogia gestão associativa

Os Bombeiros Voluntários de Caneças são, atual-mente, uma instituição

dinâmica que soube, sempre, derrubar obstáculos, desde logo os impostos pelo rocambolesco processo de construção do quartel sede que se prolongou por seis anos, com prejuízos óbvios, tantos que só 15 anos após o início da obra a direção conseguiu debelar os encargos 20 vezes superiores aos orça-mentados. Esta crise severa que ameaçou a existência da instituição, foi contudo vencida pela persistência e trabalho de um punhado homens bons e rendidos à causa.

“Hoje, mercê das diversas iniciativas para a criação de re-ceita, e apoio ativo da Câmara Municipal de Odivelas, a situa-ção financeira do Associação Humanitária dos Bombeiros Vo-luntários de Caneças (AHBVC) é estável, embora exija uma ges-tão atenta”, segundo faz ques-tão de salientar Domingos

Tomé, presidente da direção da instituição e um decano do as-sociativismo do distrito de Lis-boa, conhecedor e muito crítico das sucessivas alterações legis-lativas que, nos últimos anos, em nada beneficiaram o setor, serviram apenas para provar que o modelo está esgotado.

Domingos Tomé não esconde a “frustração” de não poder atender a todas as necessida-des expostas pelos operacio-nais, porque os recursos são escassos e as despesas muitas, dando conta de uma “luta diá-ria” que não dá tréguas aos di-rigentes. Na mesma linha, de-nuncia a desmotivação de quem, depois de 35 anos de en-trega à causa, verifica que os bombeiros são os parentes po-bres de uma superestrutura de proteção civil que, contudo, se alimenta e sobrevive destes contingentes de voluntários.

“Olho para trás e pergunto--me muitas vezes se valeu a pena”, diz em tom de desabafo,

A bombeira Ana Rita Pereira, dos Voluntários de Alcabideche, e Bruno Nascimento, antigo presidente da Junta de Freguesia de

Alcabideche, Cascais, foram condecorados a título póstumo por aquela autarquia com a medalha de honra da freguesia por ocasião do seu 173.º aniversário.

A sessão decorreu no edifício do Montepio, em Alcabideche, após missa celebrada na igreja matriz local, e contou com as presenças do presidente da Câmara Municipal de Cascais, Carlos Carreiras, do presidente da assembleia de freguesia e do presidente da junta de Alcabideche, respetivamente, Fernando Teixeira Lopes e Rui Costa. Estiveram também presentes diretores, elementos de comando e bombeiros da Associação de Alcabideche bem como muitos autar-cas e outros bombeiros do concelho.

Recorde-se que a bombeira Ana Rita Pereira faleceu em trágicas circunstâncias durante o combate a um incêndio florestal ocorrido no Caramulo no verão transato e o autarca Bruno Nascimento, foi vítima de doença súbita em 21 de dezembro passado.

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Bombeira condecoradaa título póstumo

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“Os bombeiros têm osDinamismo associativo e rigor operacional

são chancelas do Corpo de Bombeiros de Caneças, que depois de ultrapassar

vicissitudes várias, ao longo de mais de três décadas, apresenta-se, agora. como

exemplo de gestão e uma referência de prontidão em matéria de socorro.

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

quem garante não se sentir nem reconhecido, nem recom-pensado pelo trabalho desen-volvido.

“Nós não temos que nos substituir ao Estado, não te-mos”, considera, defendendo que “os dirigentes destas asso-ciações são os melhores gesto-res deste País”, uma certeza de quem todos os dias desafia a imaginação para conseguir sa-tisfazer os compromissos.

Domingos Tomé teme pelo futuro garantindo que esta ge-ração, esta estirpe, de dirigen-tes não tem descendência, alvi-trando para breve mudanças profundas no setor, que podem por em causa o voluntariado e condenar o modelo de funcio-namento dos corpos de bom-beiros.

A gestão de uma instituição, que dá emprego a duas deze-nas de pessoas e mobiliza cer-ca de uma centena de voluntá-rios, implica rigor. Nos últimos tempos, direção e comando acordaram no pacto de pou-pança que obrigou a “uma grande reestruturação” e pas-sou ajustes e cortes, tudo para que o socorro não falte às po-pulações.

É vasta a área de intervenção dos Voluntários de Caneças. Com a recente reorganização territorial e a extinção de juntas

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15JANEIRO 2014

CANEÇAS

os melhores gestores deste País”

de freguesia este corpo de bombeiros passou a contar na esfera de atuação com a popu-losa freguesia da Ramada. Atualmente, os Bombeiros de Caneças garantem socorro a cerca de 43500 pessoas, reali-dade que dita pronta e impõe eficaz resposta.

Este é um corpo de bombei-ros “relativamente” bem ape-trechado, conforme dá conta o comandante Manuel Varela. E, ainda que exista a constante necessidade de renovação de equipamentos, direção e co-

mando fazem contas à vida para avançar com algumas obras no quartel, bem como a modernização da central de co-municações. Numa outra ver-tente, tendo em vista a redução de despesas, continua na calha apenas dependente de apoio da autarquia, a instalação de pai-néis fotovoltaicos.

Apesar do pessimismo, de al-gum desalento, a verdade é o presidente da direção dos Vo-luntários de Caneças e sua equipa não desistem, dão tudo para servir quem afinal tem

como missão servir os outros. Neste sentido, a segurança e as condições de trabalho dos bom-beiros são prioridades.

“Não queremos chegar ao fim do ano e ter lucro, não somos uma empresa, chega-nos não ter dívidas, desde que os opera-cionais tenham o que preci-sam”, afiança o dirigente.

Ainda que sejam muitos os entraves, a verdade é que os Bombeiros de Caneças conti-nuam a ser uma espécie de in-cubadora do voluntariado, mui-to pela dinamização da fanfarra

Curiosamente a, então, Associação dos Bombeiros Voluntários de Caneças, funda-

da a 5 de julho de 1977, não dispunha de cor-po de bombeiros, mas com duas ambulâncias prestava serviços na área da saúde à popula-ção de Caneças.

Á época, por intervenção da Câmara Muni-cipal de Loures, a instituição foi alojada numa loja na Rua Aires Martiniano da Silva, lote 2.

Só em junho de 1980 foi, oficialmente, legali-zada a constituição do corpo de bombeiros, ten-do como primeiro comandante Alberto Fernando da Cunha. Nesse mesmo ano, a instituição rece-be a designação para Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Caneças.

A instituição cresceu e houve então neces-sidade de garantir novas instalações e a asso-ciação, durante anos funcionou em três espa-ços distintos. Em 1983, a Câmara Municipal de Loures, finalmente, cede um terreno para a construção do quartel, mas o processo esba-rou numa série de questões processuais a obra só arrancou em 1991, mas a falta de ver-bas ditam uma paralisação de quatro anos. Os trabalhos recomeçam em 1995 e o quartel foi, finalmente, inaugurado a 24 de novembro de 1996.

A obra teve um custo final vinte vezes supe-rior ao inicialmente previsto e só em dezem-bro de 2007, ficou integralmente pago.

Curiosidades

que, atualmente, conta com 56 elementos.

“A fanfarra é um alfobre para as fileiras do corpo de bombei-ros” revela o comandante Ma-nuel Varela, contando que “de-pois de um período complica-do”, foi possível reativar o gru-po que é, agora, a “coqueluche” da associação.

“Chegamos a ter apenas sete elementos, decidimos então ir às escolas, apresentar a nossa fanfarra e conseguimos captar novos elementos”, diz o coman-dante salientando o trabalho do bombeiro Tiago Santos, “um jo-

vem que tem sido muito impor-tante para agarrar estes miú-dos”. Outros dos incentivos aos mais novos é a participação nos campeonatos de manobras, uma atividade que adoram e os vai familiarizando com o traba-lho do bombeiro, com o manu-seamento dos equipamentos. Nuno Azevedo que tem um dom especial e “fala a linguagem dos miúdos” consegue incutir-lhes o gosto pela competição e a en-trega à causa, revela o coman-dante assegurando que “as classificações não são impor-tantes”, mas que esta é uma

forma saudável de ocupar os mais jovens.

“É com enorme satisfação que assumimos a missão de ti-rar os miúdos da rua, de os des-viar de caminhos perigosos” afiança Domingos Tomé, aler-tando, no entanto. que “as enti-dades deste País, nomeada-mente a câmaras municipais, deveriam fomentar estas ações”. A falta de apoios porém não desmotiva os bombeiros a promover estas iniciativas, en-carando as despesas associados como um investimento no futu-ro dos bombeiros voluntários.

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16 JANEIRO 2014

Por tradição, a quadra natalícia reúne as famílias e os amigos

à mesa para desfrutarem de mo-mentos de união e, também, de degustação das mais diversas iguarias tradicionais. Como sa-bemos, porém, existem homens e mulheres que deixam este conforto para estar ao serviço voluntário do próximo.

Uma equipa do jornal Bombei-ros de Portugal (BP) esteve no quartel dos Bombeiros Voluntá-rios de Camarate na noite de Natal e nos Bombeiros Voluntá-rios da Ericeira na passagem de ano para acompanhar esses operacionais nestas noites espe-ciais.

Ao entrar no piquete de servi-ço nos Voluntários de Camarate, os bombeiros trouxeram consigo os seus familiares mais próxi-mos para uma consoada impro-visada no salão nobre da insti-tuição. Azevias, bacalhau, tron-cos de natal e outros doces ser-viram de ceia para estes operacionais que se iam reve-

zando nas saídas, à medida que os serviços de emergência iam surgindo, para que todos, na medida do possível, pudessem viver o espírito natalício com os familiares presentes.

Ao início da noite e, dada a proximidade da esquadra da PSP do quartel dos bombeiros, o gra-duado de serviço, João Sarama-go, acompanhado de outro agente, veio dar as boas festas aos bombeiros, demonstrando assim um gesto de união e ca-maradagem entre os agentes de proteção civil.

A noite foi considerada cal-ma, não havendo registo de muitos serviços, o que permitiu ao Chefe Moço e aos bombeiros Mário Pessoa, Luís Martins, Tia-go, Sandra, Raquel e Pedro, en-tre outros, apesar de tudo, pas-sar a noite de Natal relativamen-te descansados.

É junto ao mar que muitos portugueses gostam de assistir à passagem de ano, nomeada-mente na Ericeira. Neste caso,

NATAL E FIM DO ANO

Bombeiros atentos à segurança dos outros

por certo, devido ao esperado espetáculo de fogo-de-artifício. Ali, é nas praias que se junta o maior número de pessoas, facto que leva os bombeiros voluntá-rios locais à preparação de um dispositivo de socorro especial nessas zonas, que o “BP” foi acompanhar.

O jantar de piquete dos Vo-luntários da Ericeira também reuniu os familiares e os bom-

beiros escalados, para que pu-dessem passar juntos os últimos momentos do ano. Próximo da hora de passagem de ano o 2º comandante João realizou um breve “briefing” para dar a co-nhecer aos operacionais presen-tes as medidas a tomar. De se-guida, um veículo de combate a incêndios, uma ambulância e um veiculo de comando e respetivas guarnições estacionaram na

Praia dos Pescadores para asse-gurar a prevenção. Felizmente, o fogo de artificio constituiu um belo espetáculo, iluminou os céus durante largos minutos e não houve ocorrências a regis-tar.

De regresso ao quartel, a pri-meira coisa a fazer foi cumpri-mentar os colegas que tinham permanecido no quartel, dese-jando-lhes um bom ano. Entre-tanto, na central de comunica-ções a bombeira Ana Simões co-meçou a receber chamadas de

socorro para as habituais intoxi-cações etílicas na via pública da-quela vila à beira mar.

A noite da Ericeira registou mais de uma dezena de inter-venções dos bombeiros, maiori-tariamente devido às intoxica-ções provocadas pelos abusos da data festiva. E, os operacio-nais dos Bombeiros Voluntários da Ericeira foram respondendo sempre com prontidão e com uma boa gestão dos meios a empenhar.

Sérgio Santos

Cumprindo uma já antiga tradição muitas as associações e corpos de

bombeiros, dirigentes associativos e operacionais, bombeiros e muitas ou-tras entidades e individualidades que partilharam com a redação do jornal Bombeiros de Portugal a quadra na-talícia e a chegada de um novo ano, a todos agradecemos e retribuímos.

Finda a quadra natalícia é hora de centrar atenções na chegada do novo ano, até porque para em 2013 foi um ano trágico para os bombeiros. A chegada de 2014 só pode ser sauda-da com esperanças renovadas

Que as missões falhadas ontem, a todos sirvam de lição para o hoje e de experiência para o amanhã.

Agradecemos e retribuímos os vo-tos de festas felizes que nos chega-ram das direções, comandos, corpos ativos dos bombeiros de Águas de Moura, Albergaria-a-Velha, Albufeira, Alcabideche, Almada, Almoçageme, Mistos de Amora, Arrifana, Avintes, Batalhão de Sapadores do Porto, Bu-celas, Cacilhas, Cadaval, Caneças, Cantanhede, Cernache do Bonjardim, Coimbra, Esmoriz, Estremoz, Espi-nhenses, Estoril, Fafe, Famalicão da Serra, Ferreira do Zêzere, Figueira de Castelo Rodrigo, Figueiró dos Vinhos, Golegã, Lamego, Lixa, Loriga, Marco de Canaveses, Macedo de Cavaleiros, Malveira, Marvão, Mogadouro, Mon-temor-o-Novo, Moscavide-Portela, Óbidos, Odivelas, Pampilhosa, Pare-

de, Penacova, Pernes, Pinhal Novo, Proença-a-Nova, Régua, S. Bartolo-meu de Messines, S. Brás de Alportel, Santarém, Sobral de Monte Agraço, Sul e Sueste, Tondela, Trafaria, Va-gos, Valença, Vieira do Minho, Vila Nova de Cerveira e Municipais de Vi-seu.

Reconhecidos ainda pelas mensa-gens enviadas pelas Federação dos Bombeiros do Distrito de Aveiro, Ju-vebombeiro de Beja, Associação dos Bombeiros Ultramarinos (NABUL), Núcleo dos Antigos Bombeiros Ultra-

marinos (NUCBOMB), Association Portugaise des Pompiers au Portugal. Unidade e Canina de Resgate Busca e Salvamento (França), Comissão Ins-taladora da Liga dos Amigos dos Bombeiros da Lousã, e Serviço Muni-cipal de Proteção Civil de Cascais.

Para além das instituições, várias individualidades nos brindaram com os tradicionais votos da quadra, no-meadamente o comandante José Mo-rais, o comandante Rui Laranjeira e também Clemente Mitra, Eduardo Correia, Marco Martins, Paulo Gil Mar-

tins, Artur Costa, Sérgio Camolas, Jorge Santos.

Um obrigado ainda a Mário David deputado do Parlamento Europeu e vice-presidente do Partindo Popular Europeu, Miguel Portela, Carlos Al-berto Tiago, Emanuel José Roriz Bar-celos, Inês Valentim, Nuno Miguel Leitão, Rui Silva e Sérgio Santos.

Com estima registamos também as mensagens que nos foram enviadas por Fogo & História, Atelier José Car-dia Arquitectos, APCMC, Associação Dr. Manuel Luciano da Silva, Produti-

va, Média XXI, Werk, Associação Vem Vencer, Museu da Miniatura Automó-vel, Bombeiros para Sempre, Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, Câ-mara Municipal de Palmela, Câmara Municipal de Ourém, Município de Porto de Mós, Confederação Portu-guesa das Colectividades, Associação Portuguesa de Imprensa, Rancho Fol-clórico de Benfica do Ribatejo, CIE – Comunicação e Imprensa Especializa-da Lda, Federação Portuguesa de Na-dadores Salvadores, Publicações Eu-ropa América, e Symantec.

BOAS FESTAS

2014, esperanças renovadas

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osFamília dos Voluntários de Camarate na ceia de NatalPassagem de ano no quartel da Ericeira

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17JANEIRO 2014

O verão de 2013 deixa marcas indeléveis nos bombeiros de Portugal.

Os incêndios do ano passado tiveram consequências trági-cas para muitos operacionais,

assinalam um período trágico da vida de outros tantos e “mexeram” com a realidade, as prioridades e as preocupa-ções dos corpos de bombeiros de norte a sul do país.

CELORICO DE BASTO

Depois da recuperação, o regresso

Tiago Carvalho, dos Voluntários de Celorico de Basto, foi mais uma das vítimas dos incêndios de 2013. Não foi apanhado pelas chamas, mas por um veículo pesado do seu quartel, em pleno teatro de operações, quando combatia um fogo, no lugar de Castelo.

Ainda em recuperação, o jovem engenheiro conta os dias para, voluntariamente, voltar a servir nos Celoricenses, porque as “contrariedades” não fizeram esmorecer o entusiasmo

e a abnegação com que sempre serviu o próximo.

Texto: Sofia Ribeiro

Na noite de 13 de agosto, também Tiago Carvalho entrou para a negra “estatística” ao ser abalroado por veículo pe-sado de combate a incêndios que se encontrava aparcado no monte e que, por motivos que continuam por apurar. terá perdido os travões.

Conta o comandante Mari-nho Gomes dos Celoricenses que esta era mais uma missão quase de rotina “um foco de in-cêndio na freguesia de Arnóia, no lugar do Castelo”. Para o lo-cal foram mobilizadas “duas viaturas do quartel-sede e uma outra da seção de Vila da Mata”. A viatura que tinha como chefe de equipa Tiago Carvalho, tentou chegar “o mais próximo possível do fogo, para mais rapidamente debelar as chamas”.

O caminho era sinuoso e o motorista estacionou o carro no monte. Os operacionais dei-xaram a viatura e quando reti-ravam os equipamentos, o veí-culo começou a andar trás. Dois bombeiros tiveram tempo de fugir, mas Tiago foi cilindra-do por uma das rodas do pesa-

do, que lhe provocou lesões muito graves no tronco e ba-cia.

Três costelas partidas, várias fraturas na bacia e algumas outras lesões retiveram o bom-beiros no hospital de Guima-rães 35 longos dias. Entretan-to, a rotina deste jovem, nos últimos cinco meses, fez-se de várias intervenções cirúrgicas e muitos tratamentos. Está a vencer a batalha, mas ainda não obteve alta médica.

Apesar de todas as preocu-pações, comando, corpo ativo e direção, confrontados com a tragédia, souberam confortar--se com as garantias de recu-peração dadas pelos médicos que acompanharam Tiago Car-valho, embora todos tivessem cientes que este era “um pro-cesso muito demorado” con-forme revela Marinho Gomes.

Na memória de todos estava ainda bem presente a tragédia de 24 de junho de 2000, que roubou a vida a um bombeiro celoricense que combatia as chamas, mas, felizmente, este episódio teve um final diferen-te.

Na primeira pessoa, Tiago Carvalho recorda o dia do aci-dente, mas sem qualquer tipo de mágoa, conta que esteve “sempre consciente” e ciente da gravidade das lesões.

“Parece que o Unimog pas-sou no sítio certo, para eu ficar para contar a história”, ironiza, como que afugentando fantas-mas de uma noite sinistra.

Ainda com algumas dificul-dades de locomoção, mas em franca recuperação, o jovem anseia retomar a vida inter-rompida no acidente de agosto do ano passado.

Tiago Carvalho ingressou nos Voluntários Celoricenses com 16 anos, partilhando o lema “vida por vida” com pai e com o irmão. Passou pela es-cola de cadetes, cumpriu toda a carreira e, em 2011, foi re-classificado, sendo um dos quatro oficiais-bombeiros que servem o quartel.

Entretanto, licenciou-se mas nunca ponderou deixar os bombeiros. Empresário e em-preendedor Tiago trabalha em Celorico de Basto e vive em Gaia, o que obriga a percorrer diariamente cerca de 200 qui-lómetros, uma viagem que se torna menos penosa pela von-tade de estar junto da mulher e do pequeno Rodrigo que por estes dias muito tem contribuí-do para mitigar as dores e a ansiedade de voltar ao traba-lho e de poder vestir a farda de bombeiro voluntário.

Depois deste susto, nem a família do jovem bombeiro consegue contrariar a inevita-bilidade do regresso ao ativo, até porque “atropelamentos acontecem em todo o lado e a toda a hora” e os bombeiros sabem isso melhor que nin-guém, tal como sabem “valori-zar todos os episódios bons e esquecer os outros”.

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18 JANEIRO 2014

Os Bombeiros Voluntários do Sul Sueste (Barreiro), em colabo-ração com a Federação dos Bombeiros do Distrito de Setúbal e

com a FEMÉDICA, realizaram no dia 11 de janeiro, no Auditório Municipal Augusto Cabrita, um workshop sobre “Condução de Am-bulâncias em Emergência”, que se inseriu no plano de formação diferenciada do Corpo de Bombeiros para 2014.

O evento contou com a presença do presidente da Câmara Mu-nicipal do Barreiro, Carlos Humberto de Carvalho, que na sessão de

abertura sublinhou a importância da formação dos bombeiros face às cada vez maiores exigências que se impõem à sua atividade de proteção e socorro.

Para além de cerca de 70 elementos dos Bombeiros do Sul e Sueste, o workshop contou ainda com a participação de mais 45 elementos oriundos de outros Corpos de Bombeiros e da Cruz Ver-melha Portuguesa, espelhando dessa forma o interesse e a atuali-dade da matéria em apreço.

BARREIRO

Condução de ambulâncias em workshop

INTERVENÇÃO EM PARQUES EÓLICOS

Novas soluções para novas realidades

A pulverização de parques eólicos no território nacio-

nal e os riscos que lhes estão associados, só por si, justifica-ram plenamente a iniciativa da Juvebombeiro, estrutura da Liga dos Bombeiros Portugue-ses (LBP), para o seminário “Socorro e Emergências em Parques Eólicos”. A sessão so-lene de abertura contou com a presença do presidente da Câ-mara de Ourém, Paulo Fonse-ca, do presidente do conselho executivo da LBP, comandante Jaime Marta Soares, e do pre-sidente da comissão coordena-dora nacional da Juvebombei-ro, Paulo Ferro.

Conforme ficou demonstra-do no final, segundo testemu-nho de muitos presentes, o encontro constituiu uma ala-vanca decisiva para a conver-gência das várias entidades com responsabilidade no setor das energias renováveis no objetivo comum de estudar e responder pela segurança e pela qualidade do socorro na-quelas instalações. Uma apos-ta clara em “novas soluções para novas realidades”.

Tratou-se de uma iniciativa muito participada, não obstan-te o mau tempo que nessa madrugada se fez sentir, e que obrigou muitos bombeiros a intervir nas suas zonas, cance-lando à última hora a presença no cineteatro municipal de Ou-rém, onde decorreu o seminá-rio. Apesar dessa contingên-cia, o encontro foi muito con-corrido, reunindo 258 bombei-ros de 47 corporações de todo o país e 35 convidados de dife-

rentes entidades e empresas da área das energias renová-veis.

O site “Bombeirosparasem-pre” também esteve presente para, com caráter inovador, transmitir via Web as diferen-tes etapas do seminário.

A propósito, também, o pre-sidente da LBP considerou a iniciativa particularmente rele-vante no contributo para a di-fusão da informação no uni-verso dos bombeiros, apon-tando e incentivando as estru-turas da Juvebombeiro na prossecução dos seus fins, no-meadamente, na dinamização do voluntariado jovem que é indiscutivelmente, o futuro dos bombeiros portugueses.

Paulo Ferro, enquanto presi-dente da comissão coordena-dora nacional da Juve, apon-tou a realização do seminário como uma demonstração de uma nova dinâmica de maior abrangência, objetividade e proximidade daquela estrutura aos bombeiros em geral.

O encontro constituiu, sem dúvida, uma oportunidade para as operadoras e outras entidades poderem prestar in-formação técnica sobre as suas atividades e sobre as par-cerias ou simples contactos já estabelecidos com associações de bombeiros vizinhas dos parques. A própria Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) também deu conheci-mento do trabalho desenvolvi-do nesse domínio através dos comandos distritais de opera-ções de socorro.

O primeiro painel, coorde-

nado por Carlos Batista, presi-dente da assembleia-geral da Associação de Bombeiros Vo-luntários de Ourém, contou com as participações, da Asso-ciação Portuguesa de Energias Renováveis, através do seu presidente, professor Sá Cos-ta, da “Gamesa” e da “Ener-con”, representados por José Fernandes e António Esteves, no âmbito da manutenção dos parques, e da ANPC, através de Maria Anderson, chefe do núcleo de gestão e ordena-mento territorial, para a segu-rança nos parques eólicos.

O segundo painel do semi-nário, coordenado pelo presi-dente da Escola Nacional de Bombeiros (ENB), José Ferrei-ra, contou com a participação da “Iberwind”, através de Duarte Carmo Vaz, sobre pro-cedimentos de segurança em caso de emergência, da “Solu-ções Outdoor”, representada por Mário Barroso, sobre iden-tificação dos riscos e procedi-mentos de intervenção e equi-pamentos, e, por fim, a parti-cipação da ENB, através do seu formador Filipe Tavares Pinto, adjunto de comando dos

Voluntários de Algés, no âmbi-to do salvamento em grande ângulo nas operações de res-gate.

Há muitas associações hu-manitárias e corpos de bom-beiros já preparadas para esse tipo de intervenção mas será desejável e necessário que esse número aumente para poderem responder ao cresci-mento em curso e previsto do número e extensão de parques eólicos.

Os Voluntários de Fafe e de Baião, a título de exemplo, são dois dos vários corpos de bom-beiros que já estão preparados para intervir.

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19JANEIRO 2014

Os prémios espanhóis “Batefuegos de Oro 2013” prestaram homenagem aos bom-

beiros portugueses falecidos no ano transacto no combate aos incêndios florestais. Nesse sentido, o júri atribuiu-lhes uma menção es-pecial.

A entrega da distinção à Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) decorreu na Escuela Técni-ca Superior de Ingenieros de Montes de la Universidad Politécnica de Madrid. José Luis Bucho recebeu a distinção em nome da LBP.

O jurí dos prémios da 12ª edição escolheu

“Xarxa Florestal”, como melhor prevenção, Trasel Servicios Ambientales, como melhor extinção, Revista Montes, como melhor divul-gação, Cabildo de Tenerife, como melhor ac-ção educativa, como melhor avanço tecnológi-co (ex aequo), Vicente Mans e Sky Helicópte-ros e, melhor trabalho internacional, Armando González Cabán. As restantes menções espe-ciais foram atribuídas a, Marina Cotelo, Javier Lamas e Domingo Pérez, Raimundo Martín, José Ramón Pan, Juan Roldán e Antonio Are-llano.

“BATEFUEGOS 2013”

Homenagem aos bombeiros falecidosA Escola Nacional de Bombeiros (ENB) e o Cen-

tro de Estudos sobre Incêndios Florestais (CEIF) da Associação para o Desenvolvimento da Aerodinâmica Industrial (ADAI) assinaram um protocolo que estabelece as novas condições de cooperação na formação de formadores de com-bate a incêndios florestais e um novo curso de “Segurança e Comportamento do Fogo Florestal”.

Com estas formações, a ENB pretende dar res-posta às “preocupações” dos bombeiros portu-gueses em matéria de comportamento e segu-rança nos incêndios florestais. O protocolo foi as-sinado no passado dia 11 de dezembro, data em que teve inicio, também por iniciativa da ENB, um curso de condução defensiva. Esta formação de um dia de formação teórica e outro dia de forma-ção prática é o terceiro curso que está a ser mi-

nistrado nesta área. Até maio cerca de mil bom-beiros vão receber este tipo de formação que visa dar resposta à elevada sinistralidade registada em veículos de emergência.

PROTOCOLO

Segurança na frente de fogo

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de

Famalicão da Serra, Guarda, acaba de perder o seu primeiro comandante. Francisco José Ve-nâncio Gonçalves, de 44 anos de idade, vítima de doença sú-bita.

A notícia chegou-nos à hora do fecho da presente edição. Ainda recentemente, o “Bom-beiros de Portugal” teve a oportunidade de visitar aquela instituição e de trocar impres-sões com o comandante Fran-

cisco Gonçalves, o primeiro responsável pelo corpo de

bombeiros voluntários mais jo-vem do país.

FAMALICÃO DA SERRA

CB perde comandante

A “Pelotão Destruidor Rápido - Air-soft Team” organizou no passado

dia 12 de janeiro de 2014 um jogo a favor dos Bombeiros de Óbidos e dos Bombeiros de Peniche, que de-correu no Rio Cortiço, em Óbidos.

Airsoft é uma modalidade que de-safia os participantes em simulações militares, ou de mera recreação com armas de pressão com projéteis plásticos não letais, recorrendo fre-quentemente a táticas militares.

A Pelotão Destruidor Rápido – Air-soft manifestou solidariedade para com os bombeiros, promovendo um evento em que participaram cerca de 80 jogadores vindos de vários pontos do país, também apostados em apoiar causa.

Com este gesto solidário foram angariados cerca de 700 euros, repartidos entre os Bombeiros de Óbidos e os de Peniche.

Os Bombeiros de Óbidos dirigem à entidade promotora “sinceros agradecimentos e reconhe-cimento por este gesto solidário”.

ÓBIDOS

Jogo a favor dos bombeiros

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20 JANEIRO 2014

Embora inaugurado há mais de dois anos o quartel dos Voluntários de Cabanas de

Viriato ainda cheira a novo. Este é um equipamento moder-no e operacional construído à medida das reais necessidades desta associação.

Depois de décadas a funcio-

nar num acanhado espaço que há muito que não respondia às exigências do corpo de bombei-ros, instalado numa artéria do centro da vila, com problemas óbvios para a entrada e saída de viaturas de socorro, esta mudança deu um novo alento aos homens e mulheres que

servem a associação e foi, para dirigentes, comando, corpo ati-vo e associados, a concretiza-ção de um sonho antigo.

O quartel, inaugurado em se-tembro de 2001, resulta de um investimento de cerca de um milhão de euros, foi construído numa zona desafogada da vila, num terreno com mais de 8200 m2. Numa área de construção que ascende aos 1200 m2, num único piso foram, devidamente, “arrumadas” as zonas de par-que de viaturas, oficina e arru-mos; comando, administração e gestão de emergência; aloja-mento e parada. Fundos do Quadro de Referência Estratégi-co Nacional (QREN) e o apoio da autarquia permitiram a con-cretização de uma aspiração partilhada por diversas direções e comandos durante mais de vinte anos.

“Vivíamos numa casa de duas assoalhadas, “aconchega-dinhos”, mas poucas condições operacionais”, recorda José Pe-reira Dias, presidente da as-sembleia geral dos bombeiros de Cabanas, salientando que “foi uma festa em 2011 a inau-guração do novo quartel, um verdadeiro palácio com todas as condições”, Diz o povo que “quanto maior é a embarcação maior é a tormenta” e este res-

CABANAS DE VIRIATO

Igualdade de género antecipa futuroO apoio inequívoco das populações é, sem dúvida, um fator de

desenvolvimento e crescimento da Associação Humanitária dos Bombeiros de Cabanas de Viriato, que pode ainda contar com uma direção e um comando muito ativos, que recusam baixar os braços

perante a adversidade.Neste quartel, as mulheres ombreiam com os homens em número,

iniciativa, trabalho, formação e profissionalismo, uma realidade que confere algum pioneirismo a esta octogenária instituição que

bem pode orgulhar-se de já estar a escrever o futuro.Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

Contrariando receios, sobretudo dos decanos do “mundo os bombeiros”, em muitas asso-

ciações humanitárias de todo o país, o gosto e a entrega à causa ainda perpassam gerações. Avós, pais, filhos e netos abraçam com orgulho uma espécie de tradição, de desígnio familiar.

Em Barcelinhos três famílias são prova dessa “herança genética”. Na direção, no comando, e, também, no corpo ativo, os filhos, por decisão própria, decidiram trilhar os caminhos já percor-ridos pelos progenitores, dando-lhes, contudo, um cunho pessoal. Á sua maneira, continuam a escrever a história desta instituição com mais de nove décadas de existência.

O presidente da direção, José Costa é um dos nove herdeiros do comandante Costa, ainda hoje, uma das mais carismáticas figuras dos bombeiros de Portugal. Os mais velhos, enaltecem a cora-gem deste homem bom, mas também a postura e a forma “impecável” como se apresentava: “sempre muito bem ataviado, exibindo sapatos de verniz, sempre reluzentes”, mesmo no mais adverso dos teatros de operações

Aos 86 anos, o comandante Costa recorda cada um dos momentos que durante 60 anos de-dicou aos bombeiros. Hoje, depois de também ter passado pelos órgãos sociais da instituição, ajuda no que pode os dois filhos e o neto que na direção da associação dão o cunho da família a um novo ciclo da história dos Bombeiros de Barcelinhos.

“Gostaria que os meus filhos tivessem sido bombeiros, mas nunca insisti! Hoje sinto-me feliz por, de alguma forma, terem realizado esse meu sonho… Ainda que não enverguem a farda, estes dois, tal como eu, também são bombeiros”, reve-la o alfaiate que, nos anos 40 do século passado, ousou cumprir o sonho de menino nos Voluntá-rios de Barcelinhos, onde fez toda a carreira de bombeiro.

O atual comandante, José António Beleza Fer-

raz herdou o gosto pela causa da avó Aninha, que muito trabalhou pela causa, mas também as in-sígnias de seu pai, o emblemático comandante Beleza Ferraz que desde muito novo viveu a ati-vidade dos voluntários, onde, curiosamente se iniciou como mascote da instituição. Mais tarde, assumiu vários cargos na direção e, durante duas décadas, foi a figura máxima na estrutura de co-mando. Já com uma saúde débil passou, ainda, pela assembleia-geral e integrou o conselho su-perior da instituição. Faleceu aos 81 anos deixan-do aos Voluntários de Barcelinhos um legado enorme, de mais de meio século.

Da mesma forma, também a família Oliveira tem raízes na associação. O chefe Alfredo serviu durante décadas no quartel de Barcelinhos e foi com enorme vaidade que viu quatro dos seus 10 filhos seguirem-lhe as pegadas. Martinho, Vitor, Fernando e Alfredo são os representantes do clã “Rabasolas”, operacionais de “mão cheia”, que em tudo dignificam o caminho percorrido pelo pai.

Afinal, em Barcelinhos, como em outros quar-téis do País, a tradição familiar ainda é garantia de renovação, de futuro para muitas associações humanitárias e corpos de bombeiros.

Sofia Ribeiro

BARCELINHOS

Quartel guardatradição familiar

O comandante Costa com o seu filho José, presidente da direção dos Voluntários de Barcelinhos

O clã “Rabazolas”

Filho herdou as insígnias do pai

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21JANEIRO 2014

ponsável faz questão de salien-tar isso mesmo, dando conta de “um aumento brutal dos encar-gos”, que só como uma gestão muito rigorosa é possível com-portar, em tempos tão adver-sos.

“Já tivemos problemas, mas neste momento, mercê do tra-balho de todos, foi possível as-segurar a estabilidade financei-ra”, diz Júlio Almeida e Sousa, o presidente da direção.

Crítico. o dirigente dá conta “de um esforço muitíssimo grande da direção para fazer face às despesas” e aponta o dedo “às entidades que não co-laboram como deviam com os bombeiros, não entendem o es-forço que é feito”. “Pedimos apenas o que é justo, mas é preciso andar com a mão esten-dido e o que dão é como se fos-se uma esmola”, afirma o diri-gente.

Mas, em Cabanas de Viriato, as contrariedades são mitiga-das com trabalho, até porque os subsídios mensais “na ordem dos quatro mil euros” ficam muito aquém das necessidades desta instituição que tem en-cargos que “rondam os 13 mil“. A diferença entre o deve e o ha-ver é colmada com a dinamiza-ção das mais variadas iniciati-vas e, também, com apoio dos “mais de mil associados, sem-pre disponíveis para colaborar com a associação”. Por outro lado, salienta o presidente, “as empresas da região também são sua contribuição”.

Numa época que impõe to-dos os cortes, também os Bom-beiros de Cabanas de Viriato foram forçados a proceder a al-

guns acertos, em matéria de gastos, até porque são recor-rentes os incumprimentos ex-ternos.

“Algumas entidades a quem prestamos serviços pagam com nove meses de atraso, mas os nossos sete funcionários tem que ser pagos todos os meses”, enfatiza o comandante Fernan-do Campos, salientando o tra-balho da direção, que tudo faz para ultrapassar estas situa-ções, garantido a viabilidade deste projeto.

São 51 os operacionais, dos quais 25 mulheres, que cum-prem o lema “vida por vida” neste quartel do concelho de Carregal do Sal, um dado curio-so e que, na verdade, confirma uma tendência crescente. Por aqui, efetivamente, bombeiro não tem género.

Ainda assim, o comandante Fernando Campos, recorre ao passado para justificar o que parece ser uma inevitabilidade no futuro, a prova-lo a maioria que “elas” já representam nas escolas de estagiários em asso-ciações do País.

“Tivemos a primeira mulher do distrito na estrutura de co-mando”, uma operacional que deixou marca e terá sido funda-mental para assegurar a “coe-são do grupo”, refere o respon-sável operacional, que sublinha ainda que “elas são excecio-nais, tanto na vertente opera-cional como na promoção reali-zação de eventos”. “Damos-lhe autonomia e elas apoiam em tudo o que podem”, adianta.

Atualmente, a associação serve uma população de cerca de quatro mil pessoas, numa

área de intervenção onde um terço das habitações está deso-cupado, consequência da mal-fadada interioridade, agravada, agora, por uma nova leva de emigração.

Esta realidade que já “rou-bou” ao corpo ativo mais de uma dezena de operacionais, tem também repercussões na necessária renovação do corpo ativo, segundo dá conta Fer-nando Campos:

“Já começámos a sentir al-guns problemas com o volunta-riado, mas não desistimos. Se os mais jovens não vêm ao quartel, nós vamos à procura deles”, uma estratégia ao que tudo indica bem-sucedida, ten-do em conta o entusiasmo e empenho com que os pequenos infantes e os cadetes apreen-dem todos conhecimentos e com o à vontade com que do-minam a central de comunica-ções, mas também as técnicas e os equipamentos usados pe-

los bombeiros nos mais diver-sos teatros de operações.

O comandante dá ainda con-ta que os Voluntários de Caba-nas de Viriato contam nas suas fileiras com muitos licenciados, contudo “operacionais que op-tam por não requer a carreira

de oficial bombeiro, porque consideram que aqui neste quartel todos são iguais, todos são bombeiros”.

A unidade e a união do corpo de bombeiros refletem o mérito de um comandante que, segun-do os presidentes da direção e

assembleia geral, “é um bom condutor de homens, duro quando tem que ser, mas um homem com coração”.

O renovado parque de viatu-ras dá garantias aos bombeiros e constitui uma segurança para as populações, que podem ain-da contar com a formação e preparação do corpo ativo e a prontidão na resposta.

“Temos apenas algumas la-cunas a nível de equipamentos de proteção individual para fo-gos urbanos e industriais, que apesar de todos os esforços, ainda não chegam para todos os elementos… de resto, temos tudo”, garante o comandante.

As estruturas associativas e operacionais falam em unísso-no, uma cumplicidade que tem permitido dignificar e engran-decer o trabalho iniciado na dé-cada de trinta do século passa-do e, certamente, criar as fun-dações para o sucesso da mis-são dos vindouros.

CABANAS DE VIRIATO

Igualdade de género antecipa futuro

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Ca-banas de Viriato nasceu no Edifico do Teatro, quando em

1935 o grupo dramático tentava encontrar uma forma de apli-car os lucros do espetáculo em cena.

O ecos da história dão conta que o consenso ditou a compra de uma bomba manual de incêndios, mas como a verba apura-da era insignificante, as “senhoras do Grupo Dramático” decidi-ram promover várias festas. Um ano depois, mercê destas boas vontades, Cabanas de Viriato recebe a almejada a bomba e al-guns metros de mangueira, equipamentos que acabaram por ser entregues a uma comissão que a 7 de setembro desse mes-mo ano funda a associação de bombeiros.

O grupo dramático cede, mais tarde, o edifico do teatro â instituição que desde sempre soube dinamizar este espaço como palco para as mais diversas iniciativas, afinal, ainda hoje,

uma importante fonte de receita para os Voluntários de Caba-nas de Viriato.

A associação que nasceu no teatro

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22 JANEIRO 2014

A Marina de Albufeira, Algarve, realizou um exercício de socorro para dar cumprimento ao

estabelecido no seu plano de segurança e plano de emergência interno.

O exercício, um simulacro de incêndio numa embarcação atracada com assistência a vítimas, foi realizado conjuntamente com os Bombeiros Voluntários de Albufeira, com a colaboração da Policia Marítima da Delegação Marítima de Albu-feira, sob a observação do capitão do Porto de Portimão, comandante Santos Pereira e dos dele-gados da Proteção Civil de Albufeira.

O objetivo do exercício, para além do cumpri-mento formal do estabelecido nos planos, foi po-tenciar e otimizar a resposta da equipa de primei-ra intervenção local e os restantes colaboradores da marina a situações de emergência. Entre elas, estão casos de incêndio em embarcações atraca-das, feridos e derrame de produtos nocivos para o ambiente, num dos postos de amarração da marina. Por outro lado constituiu também uma oportunidade de treino das equipas de interven-ção dos Bombeiro Voluntários de Albufeira.

O exercício desenvolveu-se num só cenário, numa embarcação amarrada ao cais G da marina, a assistência.

Os bombeiros voluntários do concelho de Alijó, pelo sexto ano consecutivo terminam uma

formação inicial conjunta com um exercício de in-cêndio urbano.

O comandante dos Voluntários de Alijó e co-mandante operacional municipal, José Rebelo, com a colaboração dos comandos de Sanfins e de Favaios conseguiram, mais uma vez, levar a cabo um ano intenso de formação para os estagiários das suas corporações. Segundo o comandante José Rebelo, ”esta modalidade de formação con-junta começou há 6 anos atrás e tem sido um enorme sucesso, pois tem-se conseguido ganhos a nível operacional enormes, com trabalho de equipa e uniformização de procedimentos a nível operacional”. Ainda segundo o mesmo responsá-vel, “ também se têm conseguido grandes vitó-rias ao nível de união entre os bombeiros do con-celho de Alijó que já se começa a refletir clara-mente em diversos teatros de operações”.

Conforme defendem os três corpos de bombei-ros, “mais uma vez fica aqui o trabalho e os para-béns a todos os bombeiros envolvidos, com um

enorme apreço pelos formadores responsáveis pelos diferentes módulos”.

ALIJÓ

Exercício conclui formação conjunta

ALBUFEIRA

Marina testa plano

Os Voluntários do Sul Sueste realizaram, no âmbito do Plano de Emergência Interno da

FISIPE, um simulacro de derrame de acrilonitrilo por colapso do tanque de armazenamento, ação que permitiu testar a operacionalidade para si-tuações de emergência da brigada de emergência

e do órgão de comando da empresa, bem como a capacidade de resposta dos meios externos, no-meadamente do corpo de bombeiros.

O exercício mobilizou 17 operacionais do quar-tel do Sul e Sueste, apoiados por 5 viaturas de socorro.

BARREIRO

Sul e Sueste avalia resposta

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Um acidente de viação com multivítimas, um incêndio num dormitório de uma instituição, o salvamento em estruturas

colapsadas com o apoio de equipas cinotécnicas entre outras simulações de cenários de catástrofe foram criados, recente-mente, pelos Bombeiros Voluntários de Camarate, para testar operacionais, meios e a eficácia da resposta.

Estas ações de treino integram a formação das equipas de apoio psicossocial da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, e contam com a participação de vários agentes de proteção civil nomeadamente elementos da esquadra da Polícia de Segurança Pública de Camarate.

Sérgio Santos

CAMARATE

Treino em cenários de catástrofe

Os Bombeiros Voluntários de Sines participaram, recente-

mente, num simulacro, testar o plano de segurança interno do Hotel Sinerama.

Num cenário de incêndio, re-sultante de uma ignição num dos apartamentos, as equipas de socorro combateram as cha-mas, procederam a ações de busca e salvamento no interior do edifício, bem como à neces-sária ventilação tática do mes-mo.

O simulacro permitiu, aferir o grau de prontidão dos Bombei-ros de Sines, treinar procedi-mentos nomeadamente em ma-téria de evacuação de pessoas, mas também no que toca à co-municação entre os vários agen-tes e intervenientes nesta ação.

Participaram no exercício 14 bombeiros apoiados por quatro viaturas e ainda ele-mentos da Guarda Nacional Republicana e da empresa Dianagás, para além do dele-gado da Proteção Civil Munici-pal e de toda a equipa da uni-dade hoteleira.

SINES

Hotel certifica segurança

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23JANEIRO 2014

Os Voluntários de Sines realizaram um exercí-cio na Setrova, que visou testar os meios da

empresa e, ao mesmo tempo, a capacidade de resposta dos bombeiros no rápido e competente socorro.

Nesta metalomecânica foi criado um cenário de derrocada de uma estrutura que vitimou três fun-cionários, um deles encarcerado e outro atirado para interior de uma grande.

Este exercício teve um cenário bastante atípi-co, no entanto os trabalhos de socorro, planeados para cerca de uma hora e meia, tiveram a dura-

ção de apenas 50 minutos, mercê da “excelente comunicação entre as equipas”.

SINES

Simulacro na metalomecânica

O Largo do Coreto foi o cená-rio escolhido pelos Bombei-

ros Voluntários de Caneças para a realização de um simulacro de acidente de viação, ação que vi-sou para sensibilizar a comuni-dade, mas também, uma vez mais, testar as normas e proce-dimentos dos operacionais.

Desta forma foi simulada co-lisão entre uma viatura ligeira de mercadorias e um ligeiro de passageiros de que resultaram seis vítimas, três delas com al-guma gravidade. Os bombeiros procederam às várias manobras de estabilização, desencarcera-mento e evacuação das vítimas.

Neste exercício estiveram en-volvidos 44 elementos e 7 veí-culos dos Bombeiros Voluntá-rios de Caneças e uma equipa do serviço municipal de prote-ção civil de Odivelas.

Sérgio Santos

CANEÇAS

Sensibilização da comunidade

A avaria de um forno na pada-ria do hipermercado Jumbo,

em Alverca foi o cenário criado para a realização de um exercí-cio de incêndio que decorreu no passado dia 12 de janeiro.

A deflagração do incêndio no

aparelho levou a uma fuga de gás propano que causou dois fe-ridos, com fraturas e queimadu-ras com alguma gravidade. Foi necessário proceder à busca e salvamento das vítimas no inte-rior complexo e proceder à eva-

cuação recorrendo às técnicas de resgate em grande ângulo.

Estiveram envolvidos neste “teatro de operações” 24 opera-cionais e seis veículos dos Bom-beiros Voluntários de Alverca.

Sérgio Santos

ALVERCA

Hipermercado promove exercício

Os Bombeiros da Póvoa de Lanhoso, a convite da GNR local, participaram uma ação conjun-

ta no âmbito da sensibilização para a segurança rodoviária recriando um cenário de acidente na Estrada Nacional 103.

A colisão entre um motociclo e uma viatura li-geira, com um morto e um ferido, e ainda uma colisão frontal de dois outros veículos ligeiros, com vários feridos, serviu para operacionais tes-tarem meios e procedimentos e ao mesmo tempo alertar os automobilistas para a sinistralidade.

Os condutores receberam conselhos de segu-rança de vários Agentes de Proteção Civil que também distribuíram folheto informativos, subor-dinados a esta temática. No local, destinatários desta campanha puderam ainda, assistir às ope-rações de “socorro às vítimas”.

Aos motociclistas foi ainda disponibilizado, pe-los Bombeiros Voluntários da Póvoa de Lanhoso,

o Cartão de Emergência do Motociclista, no qual deve constar o nome, tipo sanguíneo, data de nascimento, historial médico e o número a con-tactar em caso emergência. Este cartão deve ser colocado no interior do capacete, em local apro-priado, e no seu exterior, deve existir um dístico autocolante, que permite alertar os meios de so-corro, que no seu interior, existe informação im-portante referente ao sinistrado.

PÓVOA DE LANHOSO

Alerta para automobilistas

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VILA NOVA DE MILFONTES

Concurso com balanço positivoTrês equipas dos Volun-

tários do Sul Sueste (Barreiro) participaram. no dia 7 de dezembro, em Leiria, com no Trauma Challenge 2013, iniciativa da Associação Nacional de Salvamento e Desencar-ceramento (ANSD), em parceria com os bombei-ros local.

A participação neste evento, que reuniu 20 equipas de vários pontos de país, enquadrou-se na política de formação contí-nua e diferenciada do Cor-po de Bombeiros do Sul e Sueste no domínio da emergência pré hospitalar.

BARREIRO

Sul e Sueste no Trauma Challenge 2013Vila Nova de

M i l f o n t e s acolheu, recen-temente, a pri-meira edição do Concurso de Imobilização e Extração de Ví-timas.

Participaram nesta iniciativa equipas de Vidigueira, Vila Nova de Milfon-tes, Almodôvar, Grândola e Cacilhas, que foram avaliadas em cinco cenários distintos, que obrigaram à utilização de diversas.

Os Voluntários de Grândola venceram este desafio, segui-dos dos Cacilhas (2.º lugar), da Equipa 2 da Vidigueira (3.º), dos Bombeiros Almodôvar (4.º), da Equipa 1 da Vidigueira (5.º) e do grupo de Vila Nova de Milfontes (6.º).

O êxito da iniciativa incentivou a organização a avançar com a promoção da segunda edição do concurso.

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24 JANEIRO 2014

No quartel de Ferreira do Zêzere decorreu mais uma formação em técnicas de salva-

mento em grande angulo, numa inciativa qye reúne cinco elementos do corpo de bombeiros anfitrião e outros tantos dos Voluntários do Beato no total de 10 formandos.

O curso de 50 horas de formação teórica/práti-ca, decorreu aos fins de semanas e teve a orien-tação pedagógica do comandante Mario Ribeiro, dos Bombeiros do Beato, formador da Escola Na-cional de Bombeiros.

FERREIRA DO ZÊZERE

Bombeiros em formaçãoAVEIRO

“Velhos” preparados e equipadosConcluída a formação de alguns operacio-

nais, a Associação Humanitária dos Bom-beiros Voluntários de Aveiro-Velhos avançou com o processo de aquisição de três novos equipamentos completos de mergulho, inves-timento que permite eliminar uma lacuna há muito identificada.

Em declarações a nosso jornal, fonte do quartel salienta que na área de intervenção deste corpo de bombeiros encontram-se “di-versos braços da Ria de Aveiro, bem como ri-beiras e lagoas”, pelo que era necessário pre-parar e equipar devidamente os operacionais para intervenções em meio subaquático.

O grupo de Saúde dos Bombeiros Celoricenses promoveu quartel, no dia 7 de dezembro,

duas sessões de “Mass-training em Suporte Bási-co de Vida”.

A ação dirigiu-se à população local acima dos 16 anos e contou com a participação de 73 pes-soas.

O comandante dos voluntários de Celorico de Basto, António Marinho Gomes, destacou a im-portância desta ação, defendendo que “toda a população deveria estar munida de conhecimen-tos que permitam a intervenção adequada a uma vítima em paragem cardiorrespiratória”.

“Saber como intervir pode salvar vidas”, refere o mesmo responsável operacional, garantindo ainda que “os Bombeiros Celoricenses estão atentos à população e cientes que, quanto maior for o grau de conhecimento do cidadão comum melhor para a população em geral.

Um dos responsáveis pela iniciativa, o bombei-ro Daniel Nazareth, acrescentou ainda que “esta ação, com elevada componente prática, permitirá aos formandos adquirir competências”, adiantan-do que “o Suporte Básico de Vida deveria ser, cada vez mais, do conhecimento de toda a popu-

lação para que possa ser administrado até à che-gada da ajuda diferenciada”.

Esta formação especializada assentou particu-larmente na parte prática, com a realização de vários exercícios de SBV. Foi abordado o Algorit-mo do Suporte Básico de Vida e Posição Lateral de Segurança (PLS). Os formandos ficaram tam-bém a conhecer a forma de funcionamento da emergência em Portugal (Sistema Integrado de Emergência Médica) e como fazer uma chamada de emergência.

A ação contou com a participação voluntária de 12 elementos do grupo de saúde dos bombeiros de Celorico.

CELORICO DE BASTO

SBV dirigido à população

Os Bombeiros Voluntários da Aguda, inaugura-ram no passado dia 20 de dezembro uma am-

bulância de socorro e uma ambulância de trans-porte de doentes, resultado de uma campanha de angariação de fundos, levada a efeito junto da co-munidade empresarial da área de atuação própria daquele corpo de bombeiros.

“Numa altura em que a conjetura financeira é bastante adversa a todos os níveis, e os bombei-ros não são exceção, os apoios recolhidos de-monstraram um espírito de solidariedade e coope-ração dignos de registo, contribuindo com a tota-lidade da verba necessária para a aquisição da ambulância de socorro”, segundo nos referiu uma fonte da Associação.

A cerimónia de inauguração foi presidida pelo presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de

Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, e contou também com a presença do vereador da Proteção Civil e Bombeiros de Vila Nova de Gaia, José Guilherme Aguiar, do presidente da Federação de Bombeiros do Distrito do Porto, Prof. José Miranda, dos presi-dentes das juntas de freguesia de Arcozelo, São Félix da Marinha e Serzedo, entre outras entida-des civis e militares.

O momento mais emotivo da cerimónia de inauguração, foi o descerrar da placa na ambulân-cia de socorro, que homenageia o saudoso chefe Fernando Reis, por parte dos bombeiros Susana Reis, sua filha e Diogo Matos, sobrevivente do aci-dente que o vitimou. Outro dos momentos altos da cerimónia, foi a promoção a bombeiro de 1.ª de 7 novos elementos, que irão assim reforçar o quadro de graduados dos Voluntários da Aguda.

AGUDA

Novas ambulâncias e promoções

Com a construção do novo quartel dos Bombeiros

Voluntários de Porto Santo, cujo início está previsto para meados do próximo ano, fica-rá concluída a rede de quar-téis das corporações de Bom-beiros da Região Autónoma da Madeira (RAM).

A ilha de Porto Santo, com uma área de 43 quilómetros quadrados e uma população de aproximadamente 5.500 habitantes – que mais que duplica nos meses de verão -, dispõe de uma corporação de bombeiros voluntários que presentemente conta com 19 elementos, e está instalada num edifício adaptado para o efeito, mas que claramente não reúne condições para ga-rantir, não apenas as desejá-veis acomodações ao pes-soal, mas também a necessá-ria proteção dos meios auto de que dispõe e que, por esse

fato, vêm apresentando ní-veis de degradação preocu-pantes, se tivermos em conta a sua, relativamente pouca “idade”. A sua localização permite um fácil acesso, quer ao aeroporto quer ao centro da cidade e ainda, uma equi-distância assinalável em rela-ção aos principais pontos da Ilha.

O quartel que está projeta-do para comportar um corpo de bombeiros de tipo 3, com um máximo de 60 elementos no quadro ativo, situação que deverá ser alcançada nos próximos anos já que, no presente, decorre um curso de formação inicial para no-vos bombeiros que conta com cerca de 30 estagiários.

Implantado num espaço com 3.786 m2 e com uma área de construção bruta de 2.975 m2, o quartel está or-ganizado em U, com duas

alas, uma associativa e outra operacional sendo o espaço central destinado a parque de viaturas (372m2) e parada de exercícios 625m2), cobertos e comunicantes.

O quartel dispõe de cama-ratas para ambos os sexos, espaços de convício e salão polivalente.

A solução arquitetónica preconizada permite uma oti-mização dos consumos ener-géticos através do aproveita-mento da iluminação natural, sendo que a eficiência ener-gética do edifício é também conseguida por via da instala-ção de painéis solares que garantem o aquecimento de água para consumo, sobretu-do dos balneários.

O custo total da obra é de 2,3 milhões de euros e será financiada em 85 por cento pelo programa comunitário “Intervir+”.

MADEIRA

Quartel de Porto Santo vai arrancar

A Secção Desportiva dos Voluntários de Macedo

de Cavaleiros, ofereceu ao corpo de bombeiros dois monitores de parâmetros vi-tais, adquiridos com fundos angariados em vários even-tos.

“Tendo em conta que a monitorização de funções vi-tais é uma das mais impor-tantes e essenciais ferra-mentas no socorro a doentes críticos, estes equipamentos serão instalados nas ambu-lâncias, de forma, a melho-rar os cuidados prestados em emergência”, revela fon-te da secção desportiva.

MACEDO DE CAVALEIROS

Secção desportiva oferece monitoresde parâmetros vitais

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25JANEIRO 2014

Direção e comando dos Bom-beiros Voluntários da Trofa

puseram em prática regula-mento para conceder regalias ao corpo ativo dos bombeiros, no dia em que corporação viu reforçada a frota automóvel.

Duas novas ambulâncias, um monitor de sinais vitais, rádios e equipamento de proteção in-dividual. dão aos Bombeiros Voluntários da Trofa, mais con-dições para uma atuação eficaz na proteção de vidas e haveres da população.

No entanto, foi outro anúncio que fez desta cerimónia um acontecimento histórico na vida da associação humanitária. Di-reção e comando aprovaram e puseram em prática um regula-mento interno de conceção de regalias extraordinárias aos sol-dados da paz. Os “elementos do corpo ativo, em situação de ati-vidade no quadro, com o cum-primento de todas as horas exi-gidas por lei e com menos de dez por cento de faltas a pique-tes, representações, instru-

ções, formações, formaturas e demais convocatórias” terão como prémio “um voucher de estadia de uma noite para duas pessoas” numa unidade hotelei-ra do país, informou Pedro Orti-ga, presidente da direção. O responsável considera que “apesar de ser pouco”, é o pré-mio “possível”, mediante as “modestas posses da associa-ção”, para reconhecer “a dedi-cação e a disponibilidade per-manente” dos bombeiros.

Filipe Coutinho, comandante em exercício, foi perentório ao afirmar que o prémio “é uma das medidas mais importantes, ao fim de 15 anos como bom-beiro”. “É bom terem chegado à conclusão que os bombeiros merecem ser recompensados e reconhecidos pelo seu traba-lho”, sublinhou.

Para além disso, a autarquia anunciou a assinatura de um protocolo para a cedência das instalações da academia muni-cipal para os bombeiros, onde podem usufruir da piscina e do

ginásio. Segundo Sérgio Hum-berto, presidente da Câmara, esta era uma medida reivindi-cada “há mais de oito anos”. “O município tem todo o interesse em colaborar com este tipo de instalações e colocar ao serviço dos bombeiros, que têm que estar bem fisicamente para acudir aos problemas que pos-sam surgir”, explicou.

Já a aquisição das viaturas foi possível graças “às ações de an-gariação” desenvolvidas “nos úl-timos meses”, que contaram com “a contribuição da comuni-

dade”, anunciou Pedro Ortiga. A ambulância de socorro veio re-forçar a frota, depois de a corpo-ração ter ficado com uma lacu-na, com um acidente ocorrido em agosto. Já a nova viatura de transporte múltiplo de doentes vai “substituir uma com elevada quilometragem e com custos ex-pressivos de manutenção e con-sumos”, frisou. Ao mesmo tem-po, também vem “dar resposta à utilização crescente da associa-ção para os doentes hemodiali-sados, que este ano estão sob a alçada dos Bombeiros”.

Também os equipamentos foram conseguidos através das doações da população e da poupança feita pela direção da Associação. Com o novo moni-tor de sinais vitais, os Bombei-ros “marcam um novo pata-mar”, porque “todas as ambu-lâncias” da corporação passam a estar munidas com este equipamento. Além dos rá-dios, que “são fulcrais na efi-cácia do trabalho do corpo de bombeiros nos teatros de ope-rações”, também foram ofere-cidas botas ignífugas, que “po-dem fazer, verdadeiramente, a diferença para salvar a vida” dos soldados da paz, destacou Pedro Ortiga. “Ficou compro-vado nas análises de momento aos falecidos e feridos da últi-ma época de fogos florestais que, com um equipamento de proteção mais eficaz, certifica-do e ignífugo, a probabilidade de os bombeiros se salvarem ou sofrerem ferimentos menos graves aumenta de forma ex-ponencial”, afiançou.

Na cerimónia, o presidente da Câmara também anunciou a cedência da propriedade do barco utilizado pelos bombei-ros, que antes pertencia à au-tarquia.

A tradição cumpriu-se e a cave do edifício-sede da Asso-ciação Humanitária dos Bom-beiros Voluntários da Trofa foi decorada a rigor para o jantar de Natal, que reuniu órgãos sociais, funcionários, voluntá-rios e familiares. O Pai Natal, encarnado por António Morei-ra, ajudou a abrilhantar a fes-ta que visa “reconhecer a fa-mília” e “dar-lhe um sinal” que “não é esquecida”, apesar “da ausência de muitas horas, dias e noites”, frisou Pedro Or-tiga. “É importante dar este sinal de reconhecimento àqueles que sofrem com a nossa ausência e com o risco a que estes homens estão ex-postos nos teatros de opera-ções”, concluiu.

Cátia Veloso/“O Noticias da Trofa” (texto e fotos)

TROFA

Frota automóvel renovada

Os Bombeiros Voluntários de Ferreira do Alen-tejo procederam à inaugurarão das suas am-

pliadas e remodeladas instalações, cujas obras importaram em 400 mil euros, 130 mil dos quais custeados pela Câmara Municipal e o restante através de candidatura a verbas comunitárias (QREN).

Tratou-se da concretização, segundo o presi-dente da direção, Joaquim Camacho, de uma “verdadeira ambição de há muitos anos” e, se-gundo o mesmo, “ o sonho tornado realidade” que veio garantir “maior operacionalidade”. Para Joaquim Camacho, mesmo assim,” as obras inau-guradas não foram aquelas pensadas nem inicial-

mente previstas, mas aquelas que pelas mais va-riadas circunstâncias nos foram permitidas fa-zer”.

O presidente da direção dirigiu também pala-vras à Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo. “Sabemos que os dias de hoje são muito mais di-fíceis que eram há dois atrás” e também por isso,

“quero agradecer à CMFA na pessoa do seu presi-dente o valioso contributo para a obra”.

O parque de viaturas remodelado passou a os-tentar o nome do comandante António Guerreiro, homenagem póstuma “ para que os que já cá es-tão se lembrem do homem, do comandante e os que estão para vir possam olhar para a placa e perguntar quem foi”.

A par da inauguração procedeu-se ainda à to-mada de posse do novo segundo comandante, João Marranita, que passa a apoiar o atual coman-dante, António Gomes.

As cerimónias foram presididas pelo diretor na-cional de bombeiros da ANPC, Pedro Lopes, na presença do presidente da edilidade, do presiden-te da Assembleia Municipal, comandante distrital, órgãos sociais da associação, dirigentes e coman-dos de associações congéneres.

FERREIRA DO ALENTEJO

Casa remodelada e ampliada

Integrado no objetivo de melhoria e remo-delação da frota de ambulâncias para

transporte de doentes, chegou no dia 15 de dezembro, ao quartel da Lixa, uma nova viatura que permite melhorar a resposta dada pelos Bombeiros à comunidade e ga-rantir comodidade e o conforto aos doentes.

Para aquisição desta ambulância, que custou cerca 30 mil euros, a associação contou com o apoio da Comissão das Festas das Vitorias 2013 que doou uma verba como “reconhecimento da colaboração gra-tuita de mais de 50 bombeiros, que garan-tiram a segurança e socorro durante o evento”.

Carlos Martins, em nome da direção, faz questão de agradecer “a colaboração da co-missão para a aquisição da nova viatura. Na mesma linha, o comandante José Campos, enaltece o gesto da comissão, que deve ser visto “como exemplo para o futuro e o reco-nhecimento do esforço, e empenho, dos bombeiros”. O responsável operacional dos Voluntários da Lixa manifesta, ainda, enor-me satisfação “por poder contar com mais um veículo moderno e cómodo para os doentes”.

A viatura entrará ao serviço brevemente.

LIXA

Comissão apoia bombeiros

O corpo de Bombeiros da Amadora está introduzir

“tablets” nos serviços opera-cionais, “uma inovação tec-nológica faseada e progressi-va, ainda sujeita a testes”.

Para já, apenas o Piquete a Fogo usa este novo sistema que visa, conforme referem os responsáveis pelo projeto, “ganhar operacionalidade,

rapidez na resposta e uma significativa redução de cus-tos”.

Com a utilização dos ta-blets, os operacionais do pi-quete a fogo recebem, em tempo real, informação sobre as ocorrências, assim como, a sua localização. “Ganham os cidadãos com a rapidez do serviço e o quartel assegura

uma poupança em papel e toner, usados na impressão das guias de serviço”.

Depois de um aprofundado investimento no re-equipa-mento informático nas áreas administrativas de apoio e na re-estruturação da rede de todo o quartel é chegada a hora de “introduzir as TIC nas viaturas operacionais”.

AMADORA

Tablets no quartel

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26 JANEIRO 2014

A função de limpa neve e espalhador de sal no pe-

ríodo de inverno é uma das muitas valências da nova via-tura dos Bombeiros Voluntá-rios da Guarda (Egitanien-ses). O veículo da marca Vol-vo FM 13380, 4x4, foi adqui-rido através do Quadro de Referência Estratégico Nacio-nal (QREN) com um valor fi-nal de 300 mil euros.

Conforme nos referiu o co-mandante do corpo de bom-beiros, Paulo Sequeira, “tem a particularidade de utilizar vários tipos de contentores através de sistema “ampli-roll”, estando em fase de con-clusão o contentor de salva-mento especial, com valên-cias de desencarceramento pesado/ferroviário, escora-mentos, acidentes multivíti-mas, entre outras”.

O comandante Paulo Se-queira adiantou-nos que está já em marcha a formação dos elementos que irão tra-balhar com os novos equipa-

mentos. “É um veículo que fazia falta pelas suas funções e por ser, principalmente, multifunções”, sublinhou a propósito.

GUARDA

Bombeiros com viatura multifunções

Em cerimónia realizada em Constância, no pas-sado mês de dezembro, a Associação Humani-

tária dos Bombeiros Voluntários de Évora recebeu uma nova Viatura de Socorro de Assistência Es-pecial (VSAE), adquirida no âmbito de um candi-datura conjunta a fundos do REN - Programa Operacional Temático Valorização do Território, que envolveu as federações dos bombeiros dos distritos de Portalegre, Évora e Santarém.

A viatura resulta de investimento na ordem dos 386 mil euros, cabendo á associação assumir uma “sem a qual seria impossível avançar com a

candidatura e adquirir este veículo especial que permite equipar e melhorar a operacionalidade do corpo de bombeiros e responder atempada e eficazmente às crescentes necessidades de so-corro e solicitações de apoio à população da cida-de e do concelho de Évora”, conforme sublinha fonte da associação.

ÉVORA

Voluntários recebem VSAE

A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Estremoz adquiriu uma nova viatura todo o terreno (VTTR), no âmbito de uma candidatura das federações dos

bombeiros dos distritos de Portalegre, Évora e Santarém a fundos do Quadro de Referên-cia Estratégica Nacional (QREN).

ESTREMOZ

Quartel tem novo VTTR

Em cerimónia realizada no dia 1 dezembro, na presença do presidente da Câmara Mu-

nicipal do Barreiro, Carlos Humberto de Car-valho, os Voluntários do Sul e Sueste (Barrei-ro) procederam à inauguração, bênção e ba-tismo de um novo Veículo Urbano de Combate a Incêndios (VUCI), adquirido ao abrigo de uma candidatura ao Programa Operacional Te-mático Valorização do Território (POVT), no âmbito do Programa de Apoio aos Equipamen-tos (PAE), no contexto do Quadro de Referên-cia Estratégico Nacional (QREN).

O investimento realizado ascendeu a 187 mil euros, comparticipado a 85% pelo POVT. A componente de investimento próprio (15%), no valor de 28.mil euros, foi integralmente as-segurada pelo Município do Barreiro.

O VUCI, batizado com o nome do Eng. Ma-rius França Pereira, ex administrador da LBC Tanquipor, veio substituir um dos veículos há muito obsoleto, repondo a capacidade opera-

cional que se impõe em termos materiais ao Corpo de Bombeiros do Sul e Sueste, cuja área de atuação própria, de génese urbana e industrial exige meios modernos, eficazes e fiáveis.

Na cerimónia, foram ainda impostas as in-sígnias de Tripulante de Ambulância de Socor-ro (TAS) ao adjunto de comando Bruno Lou-reiro, subchefe Adolfo Silveira, e ainda aos bombeiros de 2.ª Sara Guinot e Filipa Santos e aos bombeiros de 3.ª Melissa Gomes, Sara Mestre e Vanessa Costa. Da mesma forma, foi entregue a insígnia de Formador de Tripulante de Ambulância de Transporte (TAT) e de Su-porte Básico de Vida Desfibrilhador Automáti-co Externo (SBV-DAE) ao bombeiro de 2.ª Da-niel Batista.

Aproveitando a ocasião, num momento de elevada solenidade, foram promovidos à cate-goria de chefes António Dionísio, Pedro Ferrei-ra e Arlindo Silva.

BARREIRO

VUCI reforça resposta

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de

Cantanhede (AHBVC) dispõe de mais uma ambulância para o transporte de doentes não ur-gentes, designadamente hemo-dialisados do concelho.

De modo a melhorar o con-forto dos doentes, a nova am-bulância FIAT Ducato, dispõe de nove lugares ou de sete mais duas cadeiras de rodas, rampa, porta lateral de acesso, barras de apoio, lugares individualiza-dos, ar condicionado e música ambiente.

Segundo o presidente da direção, Rogério Mar-ques, o serviço de transporte dos doentes não deve descurar o bem-estar humano, o cumpri-mento de horários e das normas de segurança.

Este investimento no conforto e segurança aliado ao serviço humanista e profissional dos bombeiros voluntários, tem por base preocupa-ções com a comodidade e a qualidade dos servi-ços prestados.

CANTANHEDE

Investimento no conforto

O sonho e o projeto são anti-gos, mas vicissitudes várias

adiaram a concretização da obra do parque de estaciona-mento de apoio à piscina e à clí-nica dos Bombeiros de Esmoriz.

Ultrapassados impasses vá-rios, bombeiros e amigos da instituição meteram mãos ao trabalho e em cerca de três se-manas puseram operacional o referido equipamento.

ESMORIZ

Novo parque de estacionamento

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27JANEIRO 2014

Os Bombeiros Voluntários de Beato, Lisboa, aca-

bam de receber a oferta de uma ambulância de socorro oferecida por um elemento do próprio corpo de bombei-ros, o chefe António Gentil Martins.

A iniciativa foi muito bem recebida por todos os ele-mentos do corpo de bombeiros, pelo co-mando e pelos órgãos sociais tendo em conta, não só as necessidades conheci-das de novas viaturas, nomeadamente

ambulâncias, mas também o esforço colectivo ali em curso para o relança-mento da própria instituição.

O presidente da direção, José António

Nunes, e o comandante, Má-rio Ribeiro, não escondem a satisfação pela oferta, que agradecem em nome de to-dos.

Os Voluntários de Betão, conforme testemunhámos na reportagem inserida na nossa edição de Novembro último, estão a lutar denodadamente

pela sobrevivência, requalificando a sua própria estrutura e desenvolvendo todos os contactos que lhes permitam vir a dispor de um quartel digno desse nome.

BEATO

Operacional oferece ambulância

O antigo quartel Rodolfo d’Araújo, na Rua Fernandes

Tomás, que os Voluntários Por-tuenses deixaram devoluto há mais de 20 anos, poderá vir a acolher um museu da institui-ção, essa esse é pelo menos o desejo da direção.

Em comunicado fonte da as-sociação explica que, no entan-to, essa intenção esbarra na falta de verbas para aquisição do imó-vel, ainda assim o presidente da direção não desiste do projeto “contando com o apoio de cidadãos a fim de transformar o antigo quartel num espaço museológico”.

PORTO

Associaçãoquer museu

O quartel dos Bombeiros Vo-luntários de Celorico de

Basto (Celoricenses) recebeu obras de ampliação e requalifi-cação. A cerimónia de inaugura-ção das renovadas instalações foi presidida pelo secretário de Estado Adjunto do Ministro da Administração Interna, Fernan-do Alexandre, e contou com a presença do presidente do con-selho executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), comandante Jaime Marta Soa-res.

Trata-se de “uma obra que resulta da disponibilidade e tra-balho com base na parceria en-tre as diferentes instituições” conforme sublinhou o presiden-te da Câmara Municipal de Celo-rico de Basto, Joaquim Mota e Silva o decorrer da cerimónia de inauguração. No mesmo senti-do, o secretário de Estado sa-lientou que “o Estado tem que ser estrutural na sua interven-ção e, em união com a autar-quia tem que ter um papel es-sencial na reabilitação de insta-lações e equipamentos”.

As cerimónias iniciaram com o hastear das bandeiras seguin-do-se a entrega das medalhas de mérito aos bombeiros da cor-poração. Um ato que valoriza o esforço e a generosidade de quem veste a camisola dos bombeiros como referiu o presi-

dente da LBP. “Estes Homens receberam hoje uma medalha, e é desta forma que são pagos pelo esforço, dedicação e empe-nho com que desenvolvem as suas funções. É importante que ninguém se esqueça da impor-tância destes homens para o país, são os “soldados da paz”, os primeiros a intervir e tantas e tantas vezes esquecidos por quem manda. Estes homens precisam de ser mais protegidos e tratados com mais dignidade para poderem executar as suas funções com ainda mais brio,” retorquiu. O presidente da Liga, comandante Jaime Soares, re-cordou ainda as fatídicas perdas dos bombeiros no teatro de operações e o acidente sofrido pelo bombeiro de Celorico de Basto, Tiago Carvalho, que “fe-lizmente está a recuperar”.

Após a entrega das medalhas aos bombeiros voluntários de-correu a bênção do veículo ur-bano de combate a incêndios (VUCI) adquirido com apoio do QREN. Seguiu-se o descerra-mento da placa de inauguração e a visita às instalações do Quartel Sede.

Durante a sessão solene de-correu também a atribuição de várias distinções da LBP. Com o

crachá de ouro foram distingui-dos, o presidente da direção, Fernando Freitas, o comandante António Marinho Gomes, o pre-sidente do conselho fiscal, Antó-nio Bastos, os subchefes, José Carvalho, Carlos Alberto Maga-lhães, José Avelino Pereira, José Pinto Leite e Albino Mesquita, e o bombeiro de 1.ª António Mei-reles. Com a medalha de servi-ços distintos grau ouro, foram

distinguidos, o presidente da Câmara Municipal de Celorico de Basto, Joaquim Mota e Silva, e o vice-presidente da direção, Ca-simiro Magalhães Costa. Na oportunidade, o presidente da Associação, Fernando Freitas, mostrou-se satisfeito com a conclusão das obras porque agora os “seus” bombeiros têm um espaço com as devidas con-dições para os acolher. “Final-mente temos um quartel com condições condignas e satisfató-rias para responder às necessi-

dades do nosso corpo de bom-beiros, mas para chegarmos aqui foi necessária muita persis-tência e luta” salientou.

As obras de ampliação e re-qualificação do quartel sede fo-ram desenvolvidas de forma a tornar o espaço funcional e aco-lhedor como destacou o coman-dante António Marinho Gomes. “Temos um espaço funcional e adequado para que o nosso cor-po ativo possa responder pron-tamente às solicitações da po-pulação”.

CELORICO DE BASTO

Bombeiros ampliam quartel

A Escola Nacional de Bom-beiros (ENB) assinou um

com as respetivas autarquias, associações de bombeiros e a federação distrital de bombei-ros a instalação de unidades locais de formação (ULF) no Algarve, em Vila Real de Santo António e Monchique.

A criação das ULF no Algar-ve pretende dar resposta às necessidades formativas dos bombeiros da região, colma-tando a inexistência de in-fraestruturas específicas e mi-nimizando deslocações aos centros de formação da ENB. Esta descentralização permiti-rá rentabilizar a formação mi-

nistrada, com menores custos para todos os bombeiros al-garvios no processo formativo. Por outro lado, os operacionais beneficiarão de horários mais compatíveis com as suas ativi-dades profissionais, um fator importante se considerarmos

que a maioria dos soldados da paz dedica-se voluntariamente às missões de proteção e so-corro.

A instalação das ULF é sus-tentada por uma parceria esta-belecida entre a ENB, os muni-cípios de Castro Marim, Mon-

ENB

Algarve vai ter duas ULF

chique e Vila Real de Santo António, as Associações Huma-nitárias dos Bombeiros Volun-tários (AHBV) de Vila Real de Santo António e Monchique, e a Federação dos Bombeiros do Algarve.

As ULF vão funcionar nas

instalações da AHBV de Vila Real de Santo António e no fu-turo Centro de Recursos de Pro-teção Civil de Monchique.

Com estas duas novas unida-

des, a ENB reforça a sua rede nacional passando a contar com 29 unidades estrategicamente distribuídas por todo o território de Portugal Continental.

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28 JANEIRO 2014

Os Bombeiros de Albergaria--a-Velha foram alertados

para uma ocorrência de incên-dio numa habitação com possí-veis vítimas, na Rua da Car-voeira.

Ao chegar ao local, a guarni-ção da primeira viatura depa-rou-se com uma das divisões da habitação em chamas. Na inter-venção imediata permitiu confi-nar as chamas a esse espaço mas o produto da combustão propagou-se pelo resto da habi-tação obrigando, além da ope-ração de extinção, a trabalhos de ventilação que se prolonga-ram.

Este incêndio registou uma vítima do sexo feminino, com cerca de 40 anos, que foi trans-portada para o Centro Hospital do Baixo Vouga Aveiro, devido a intoxicação por inalação de fumo.

A habitação ficou sem condi-ções imediatas de habitabilida-de, tendo a Proteção Civil Muni-cipal organizado o realojamento da família em causa.

No local, estiveram os Bom-

beiros de Albergaria-a-Velha com os veículos de intervenção VECI-15, VTTU-20, ABSC-03 e VCOT-28, num total de 11 ope-racionais, assim como a GNR e a Proteção Civil Municipal.

ALBERGARIA-A-VELHA

Pronta intervenção em incêndio urbano

Os Voluntários da Póvoa de Santa Iria, Vila Franca de Xira, protagonizaram mais um par-

to realizado nas ambulâncias dos bombeiros.Não obstante, este fenómeno tender a tornar-

-se rotina não deixa, sempre, de ser um aconteci-mento festivo para os bombeiros, não só pela de-monstração inequívoca de competência que isso traduz, mas também pela alegria que transmite aos próprios bombeiros-parteiros, aos seus com-panheiros do corpo de bombeiro e ao comando.

Desta feita, no dia 11 transacto os Bombeiros da Póvoa de Santa Iria foram alertados pelas

23h30 para uma situação que poderia implicar parto eminente. E assim aconteceu com mais uma menina nascida numa das ambulâncias de socorro da Associação.

Os seus autores, o subchefe Eugénio Silva e o bombeiro de 2.ª Ivan Costa, demonstraram bem ser conhecedores da matéria. Conforme nos in-formaram, mãe e filha encontram-se bem e, como demonstração da sua felicidade e do reco-nhecimento aos bombeiros, a primeira autorizou desde logo a publicação da foto que reproduzi-mos.

PÓVOA DE SANTA IRIA

Menina nasce em ambulância

Os Bombeiros de Albergaria-a-Velha não po-diam ter entrado de melhor forma no ano

2014. No passado dia 2 foram solicitados para uma “doença súbita” no posto médico da Vila de Angeja, que veio a dar origem a uma paragem cardiorrespiratória numa vítima do sexo masculi-no com cerca de 80 anos.

Ao chegar ao local, os bombeiros Reinaldo Pe-dreira e Sidério Ferreira, iniciaram de imediato as manobras de suporte básico de vida durante 20 minutos, continuando as manobras de suporte avançado de vida com a chegada da Viatura Mé-dica de Emergência e Reanimação de Aveiro, uti-lizando o Desfibrilador Autónomo Externo com sucesso, ou seja, revertendo a paragem. Depois de estabilizada a vítima foi transportada para o CHBV de Aveiro.

Como não existe uma sem duas, no mesmo dia, foram solicitados para outra paragem car-diorrespiratória, desta vez em Calvães, freguesia de Alquerubim. Tratou-se de uma vítima do sexo feminino com cerca de 92 anos. Para o local des-locaram-se os bombeiros Aurélio Ribeiro e Júlio Figueiredo, simultaneamente com a SIV de Águe-da. A vítima foi sujeita a manobras de suporte básico de vida durante 12 minutos e, também

com o auxílio do DAE, a paragem cardiorrespira-tória foi revertida com sucesso. Depois de estabi-lizada, a vítima foi transportada para o CHBV de Águeda.

“Sensação do dever cumprido” foram estas as palavras com que os socorristas descreveram o seu sentimento.

Segundo fonte dos Bombeiros de Albergaria, estes casos são pouco frequentes sendo o suces-so inferior a 10 por cento. Mas, no entanto, como ficou demonstrado no passado “temos no nosso concelho duas situações identificadas, que sofre-ram este tipo de acidente em 2007, e que ainda hoje levam uma vida normal e sem problemas”.

EM INÍCIO DE ANO

Dois casos bem-sucedidos

Nesse domingo 15, de um dezembro frio, Carlos Ví-tor Martins não estava de

serviço nos Bombeiros de Pare-des, mas, cumprindo uma es-pécie de “ritual” antigo, lá foi ao quartel beber um café e “trocar dois dedos de conversa”, com os amigos, fazendo tempo para o tradicional almoço em família.

Contudo, os planos de Carlos Vítor caíram por terra ao soar do alarme com um pedido de socorro “foi só vestir a farda e entrar viatura de desencarcera-

mento”. Estava escrito que o seu “destino” se iria cruzar com o de Carla Neves, da mesma forma que o convívio familiar iria uma vez mais ser adiado, afinal havia uma vida para sal-var.

Uma mulher de 32 anos nos afazeres diários numa antiga propriedade rural em Cristelo teria, acidentalmente, caído a um poço e a sua vida estava agora nas mãos dos bravos 12, 42, 112, 111 e 126 dos Bom-beiros de Paredes.

SALVAMENTO EM

“Não é apenas

Nos escassos quilómetros que separam o quartel do tea-tro de operações, a equipa deli-neou a estratégia de resgate e acordou que seria Carlos “até porque era um dos mais velhos” a descer ao poço. Quando che-garam ao local, e depois de avaliada a situação, decidiram lançar uma escada de corda até porque a vítima, mesmo depois de uma queda de cerca de 10 metros se encontrava, aparen-temente, bem. “Tinha apenas frio e o pé direito dormente”, conforme confidenciou Carla Neves ao jornal Bombeiros de Portugal.

“Falei com a vítima. Comecei por lhe perguntar o nome e dis-se-lhe para se manter calma que eu em cinco minutos estava junto dela e em 10 já estaría-mos os dois cá fora, sãos e sal-vos”, conta Carlos Vitor.

“O senhor Vitor falou e trans-mitiu-me calma, serenidade. Percebi que era uma pessoa muito metódica mas muito afá-vel”. revela Carla Neves, ainda incrédula com acidente.

“Vou ao poço milhentas ve-zes, já moro nesta casa há cer-ca de 20 anos… Por norma a bomba do poço é ligada no ex-terior, mas nessa manhã decidi acelerar o processo, então fui lá dentro, liguei o depósito… uma das tábuas partiu e eu caí lá para baixo.”

A jovem conta ainda que, du-rante longos minutos, tentou sair daquele “sepulcro” pelos próprios meios, mas rapida-mente percebeu que apenas com uma corda não iria conse-guir, até porque a fratura no pé direito não lhe permitia grandes esforços. Carla terá estado cer-ca de meia hora mergulhada na água gelada, até que a irmã deu conta do sucedido e acio-nou os meios de socorro.

Mário Luís Mendes Silva passa-

Carlos Vítor Martins é, por estes dias, o homem de quem se fala.O bombeiro herói de Paredes “devolveu

a vida” a uma mulher de 32 anos que, acidentalmente, caíu a um poço,

em Cristelo, no passado dia 15de dezembro.

O voluntário arriscou a vida numa complexa operação de resgate, mas

assegura que este foi “o aspeto mais positivo” da carreira de bombeiro, mas

também um estímulo para se manter fiel ao compromisso que assumiu há

16 anos, quando ousou realizar um sonho de menino,

ingressando nas fileiras dos soldados da paz.

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

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29JANEIRO 2014

PAREDES

o toque da sirene que nos chama”va junto à casa e percebeu a afli-ção da irmã de Carla, então diri-giu-se ao poço e tentou acalmá--la.

“Estava tão nervoso que nem consegui ligar para os bombeiros, liguei ao Carlos Vítor que me dis-se que os meios estavam a che-gar”, refere esta testemunha, empresário no ramo do mobiliário e patrão deste bombeiro voluntá-rio.

“Ele já era considerado um he-rói lá na empresa”, revela orgu-lhoso Mário Silva, assegurando ter enorme respeito pela ativida-de dos bombeiros.

“Apoio estes homens como posso, aliás já cheguei a levar o Vítor para os incêndios no meu carro e sempre que me é solicita-do liberto-o dos seus afazeres na empresa para que possa cumprir a sua missão enquanto bombei-ro”, adianta.

Bem, de regresso o Cristelo e à manhã de 15 de dezembro, im-porta referir que o “12” iniciou a descida, tentando superar os inú-meros obstáculos de um espaço confinado e contrariar todas as adversidades, optando pela utili-

Contrariando a vontade dos pais, Carlos Vítor

Martins ingressou aos 16 anos nos Bombeiros Vo-luntários de Paredes, com mais de meia centena de outros jovens, numa es-cola que garantiu cerca de 30 novos elementos ao corpo ativo, uma “boa co-lheita” garante o herói de Paredes.

Divide o dia entre o em-prego na empresa de mobiliário, o voluntaria-do no quartel e a família que lá se vai confor-mando com o facto Carlos “passar os dias nos bombeiros”.

Entende a crítica, aliás sabe bem como é difícil aos familiares aceitarem o que apelida de “vício”, mas, garante, que esta é uma de-pendência para toda a vida.

Fala dos laços criados mas, sobretudo, do orgulho que sente por cada um dos elementos

que integram este efetivo de elite, todos “muito pro-fissionais, bem prepara-dos e formados”.

A propósito desta últi-ma missão afirma “este, como todos os outros, foi um trabalho de equipa”.

“Eu só desci ao poço, mas na verdade foram ou-tros que puxaram a se-nhora para cima, que a retiraram do poço. Nesta

casa qualquer um era capaz de o fazer, tinha capacidade e formação para isso”, sublinha.

Voluntário sempre presente no corpo ativo, Carlos Vítor também é um dos responsáveis pela reativação da fanfarra, que desde 2002, abrilhanta todos os eventos da instituição.

Dirigido por Paulo Freitas o grupo conta, atualmente, com 26 elementos, entre eles este seu impulsionador, um distinto trompe-tista.

Perfil de um herói

zação de um cinto conjugado para resgatar Carla, entretanto já a acusar os efeitos de hipotermia.

“Com calma, a senhora lá se segurou à escada, consegui colo-car-lhe o cinto conjugado e de-pois, necessariamente, devagar foi possível retirá-la do poço” re-vela o nosso interlocutor, dando morrer afogada, “apenas” fratu-

rou o pé direito e sofreu peque-nas escoriações na perna esquer-da. Fala de “interceção divina” que a amparou na queda e que depois lhe enviou pessoas como Carlos Vitor que apelida carinho-samente de “o meu Salvador”.

“Este caso foi o que mais mar-cou, tudo acabou bem. Terá sido o aspeto mais positivo da minha carreira de bombeiro”, revela o bombeiro de 1.ª.

Registe-se que nesta operação tudo podia ter corrido mal. Quan-do a irmã da vítima ligou para o 112, o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) mobi-lizou para o local apenas os meios da Cruz Vermelha, ou seja uma

conta que a operação “terá de-morado cerca de 20 minutos”.

“Foi tudo muito rápido”, garan-te a vítima que não obstante a aparatosa queda, o medo de

ambulância e uma tripulação sem equipamento para proceder ao resgate. Felizmente, valeu a prontidão dos Voluntários de Pa-redes.

Ainda assim, esta é uma histó-ria com final feliz. Carla Neves foi transportada ao Centro Hospita-lar de Vale do Sousa, por uma ambulância dos Voluntários de Paredes e, horas depois, estava já no conforto do lar.

“Não me sinto um herói…. Sin-to-me bem… são situações como estas que provam que não é ape-

nas o toque da sirene que nos chama”, confidencia o jovem bombeiro que quando questiona-do sobre o que a família pensa, sorri a atira:

“Acho que ficaram orgulhosos mas, naquele dia 15 de dezembro não me livrei de ouvir umas quantas coisas por ter chegado atrasado ao almoço de família”.

É assim vida de bombeiro!

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30 JANEIRO 2014

Coordenação:Prof. Doutor Jorge Bacelar Gouveia e Dr. Duarte Caldeira

Calendário:Fevereiro-Julho de 2014 – Início a 28 de Fevereiro de 2014

Carga horária:180 horas letivas; 10 horas de visitas; 10 horas de exercícios

Horário:Sextas (18h00-21h00) e Sábados (10h00-13h00/14h00-17h00)

Creditação:42 ECTS, com avaliação por teste em cada UC

U N I D A D E S C U R R I C U L A R E S ( U C )

1ª UC DIREITO DA PROTEÇÃO CIVIL:PROF. DOUTOR JORGE BACELAR GOUVEIA (18H)2ª UC: DIREITO HUMANITÁRIO:PROF.ª DOUTORA HELENA PEREIRA DE MELO (18H)3ª UC: SOCIOLOGIA DA EMERGÊNCIA:PROF. DOUTOR ANTÓNIO DUARTE AMARO (18H)4ª UC: SUPORTE À DECISÃO:MESTRE ARTUR GOMES (21H)5ª UC: RISCOS E VULNERABILIDADES:MESTRE ISABEL SANTOS (21H)6ª UC: SAÚDE PÚBLICA:MESTRE BÁRBARA MATEUS (18)7ª UC: LOGÍSTICA:CORONEL LUÍS PATO (18)8ª UC: GESTÃO DE EMERGÊNCIA:DR. DUARTE CALDEIRA (30H)9ª UC: GESTÃO DE CRISE:MESTRE ARTUR GOMES (18H)

Preço:1200 euros, pagos em três prestações

Inscrições:on line, no site da Nova Direito – www.fd.unl.ptaté 19 de Fevereiro de 2014

I CEUEMPICC U R S O D E E X T E N S Ã O U N I V E R S I T Á R I AE M E M E R G Ê N C I A E P R O T E Ç Ã O C I V I L

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A Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia atribuiu sub-

sídios no valor de 330 mil eu-ros às seis associações huma-nitárias de bombeiros Voluntá-rios do concelho. Cada uma delas, da Aguda, Avintes, Car-valhos, Coimbrões, Crestuma e Valadares vão receber 55 mil euros cada para aquisição de equipamentos e mobiliário e para a realização de obras nas instalações.

Ao justificar a opção orça-mental de apostar nas áreas da educação e ação social, o presidente da edilidade, Eduardo Vitor Rodrigues, su-blinhou que “basta olhar para a maioria das associações hu-manitárias para perceber que, hoje em dia, elas têm uma área de intervenção que as

transforma numa espécie de IPSS, dado que ultrapassam largamente o seu trabalho tra-dicional”. O presidente anun-ciou, a propósito, que a Câma-ra Municipal agiu, entretanto, judicialmente contra as gran-des empresas que se recusa-ram a pagar a taxa municipal de proteção civil, cujo volume global - relativo a três anos de cobrança - ascende já a um milhão de euros.

Quanto aos bombeiros sa-padores, o presidente da Câ-

mara de Gaia anunciou que pretende apostar fortemente na melhoria das condições de trabalho daqueles profissio-nais.

Por outro lado, segundo Eduardo Rodrigues, “é incon-cebível que uma escada magi-rus esteja parada por falta de manutenção, ou que os carros estejam parados por falta de arranjo”.

A autarquia pretende ainda aproximar a comunidade das associações humanitárias de

bombeiros. Está em estudo a criação de benefícios em fatu-ras da água ou no pagamento de taxas municipais, mediante a inscrição dos cidadãos como sócios das referidas associa-ções. “É uma espécie de ato simbólico mas que julgamos ser de extrema importância. Para além dos benefícios asso-ciados, transmitimos uma mensagem muito forte de sen-sibilização em relação ao papel dos bombeiros”, salientou Eduardo Vítor Rodrigues.

GAIA

Autarquia atribui

O peso da história não tra-va o ímpeto de moderni-zação e de adaptação a

novas realidades, pelo menos nos Bombeiros de Ovar, não obstante a conjuntura económi-ca desfavorável aconselhar pru-dência e muitas cautelas.

“Enfim, todos sabemos o que se passa, que a situação não está fácil” diz Dinocrato Formi-gal, presidente da instituição ao jornal Bombeiros de Portugal, para depois valorizar o trabalho de equipa e, sobretudo, “o apoio do conselho fiscal, no controlo das despesas”, um contributo que considera essen-cial para a “saúde financeira da associação”.

Consciente de que “parar é morrer”, o dirigente defende, contudo, “contenção no investi-mento”, para que nesta fase mais complicada, seja possível saldar todos os compromissos,

ainda que “com orçamentos mais curtos”.

As novas regras impostas pela tutela ao serviço de trans-porte programado de doentes, prestado pelos corpos de bom-beiros, criaram graves proble-mas de liquidez às tesourarias das associações, mas a situa-ção parece “estar estabilizada”.

“Depois de cortes drásticas, o hospital de Ovar tem mantido o número serviços”, refere Dino-crato Formigal, que não escon-de receios, tendo em conta não existirem “quaisquer garantias de continuidade”.

Apesar de tudo, no quartel de Ovar “não houve despedimen-tos, foi possível manter os 17 postos de trabalho, incluindo o pessoal afeto ao transporte de doentes”, afiança Manuel Gas-par Valente, vice-presidente da instituição.

O ano de 2014 tem como

prioridade satisfazer algumas das solicitações do comandante Carlos Borges, nomeadamente o “re-equipamento das viaturas socorro” e a formação do pes-soal, investimentos que o res-ponsável operacional, considera importantes para manter a qua-lidade da resposta dada às po-pulações.

“Temos que garantir condi-ções aos utentes e um serviço mais eficaz”, defende o coman-dante. Por outro lado, Carlos Borges dá conta de preocupa-ções em matéria de equipa-mento de proteção individual defendendo que os bombeiros “deveriam estar em pé de igual-dade com outras forças que in-tervêm em cenários de incên-dios”, o que, para já, não passa de uma legítima aspiração, não obstante as avultadas verbas gastas pelas associações na aquisição de fardamento.

O parque de viaturas respon-de às necessidades do corpo de bombeiros e às exigências de uma vasta e diferenciada área de intervenção, assegura o co-mandante, afiançando que “esta direção acompanhou a evolu-ção, também na aquisição de veículos, mas sempre tendo em atenção a polivalência que per-mita a rentabilização de meios”.

A pouco e pouco, na medida do possível, a associação tem, ainda, apostado na requalifica-ção das instalações, nomeada-mente com a recente aquisição de um terreno contíguo ao quartel que permitiu ampliar e renovar o parque de viaturas.

Mas, o presidente da direção considera que o futuro próximo ditará obras de maior enverga-dura.

“O edifício tem 20 anos, mas apresenta vários problemas, nomeadamente infiltrações”, revela Dinocrato Formigal, con-siderando mesmo a hipótese de construção de um novo quartel, tendo em conta os avultados custos de intervenções tão pro-fundas e complexas.

Contudo, este é, por agora, um projeto adiado, enquanto outros avançam, designada-mente a instalação de painéis solares e fotovoltaicos, que per-mite poupanças nos consumos,

mas também alguns proventos para a associação.

Numa política de proximida-de com a comunidade, os Vo-luntários de Ovar voltam-se para as campanhas de angaria-ção de associados, enquanto tentam reatar relações institu-cionais com as empresas da re-gião, na tentativa de assegurar alguns apoios, que têm como contrapartida formação, treinos e simulacros nessas unidades.

“O parque industrial, situado na nossa área de intervenção, merece-nos uma atenção cons-tante, e ainda que as empresas estejam bem equipadas e invis-tam em segurança, importa

OVAR

Em tempo de crise “pararA força e a firme determinação em servir o próximo que, em 1896,

conduziram à criação da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Ovar, não se perderam na voragem do tempo. Hoje, como ontem, dirigentes e operacionais continuam a cumprir a sua

missão com energia e entrega, honrando os pergaminhos desta vetusta instituição.

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

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31JANEIRO 2014

A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de

Serpins comemorou 18.º ani-versário com a inauguração de um veículo florestal de combate a incêndios.

Após a formatura do corpo ativo ladeada por cadetes e in-fantes teve início a sessão sole-ne, no decorrer da qual o presi-dente da direção Fernando Car-valho falou da estabilidade fi-nanceira que a associação atravessa, graças a uma gestão atenta às reais necessidades do corpo de bombeiros e que per-mitiu a aquisição do novo veícu-lo, totalmente custeado pela associação.

Por sua vez, o comandante Rui Costa destacou a importân-cia da união entre todos para que seja possível continuar a construir uma casa coesa e equilibrada, sinal disso foi a chegada da viatura que vem preencher uma lacuna há muito sentida, permitindo aos opera-cionais darem uma resposta ampliada às intervenções numa zona densamente florestal. Este responsável terminou a sua in-tervenção com elogios e agra-decimentos aos bombeiros e seus familiares.

Na ocasião, foi ainda apre-sentada a viatura plataforma recentemente recuperada.

No final da cerimónia, os jo-vens bombeiros realizaram exercícios de combate a incên-dios florestais e de emergência pré-hospitalar, numa ação acompanhada pelo presidente da Câmara Municipal da Lousã, Luís Antunes e por alguns ve-readores.

Sérgio Santos

SERPINS

Inaugurado veículo florestalFo

to: B

VSer

pins

As comemorações dos 117. anos dos Bombeiros Salva-

ção Pública e Cruz Branca de Vila Real arrancaram na noite de 6 janeiro com uma cerimónia vi-sou relembrar a simbologia de mais um aniversário, afinal o primeiro após a inauguração do novo Quartel Moraes Serrão.

No dia 12 de janeiro as cele-brações prosseguiram com o tradicional hastear da bandeira e a apresentação da formatura do corpo ativo aos órgãos so-ciais, e entidades convidadas. A sessão contemplou ainda a ro-magem aos cemitérios Santa Iria e São Dinis, evocativa dos bombeiros falecidos.

O desfile apeado pelas princi-pais artérias da cidade teve iní-cio junto ao edifício que por mais de quatro décadas alber-gou a associação, o quartel Arantes de Oliveira, com passa-gem e paragem obrigatória, no Largo do Pioledo, junto ao Mo-numento do Bombeiro.

Do programa destaque ainda para a celebração religiosa na Capela Nova e a bênção de uma viatura (VTTF), apadrinhada pelo ex-comandante Álvaro Ri-beiro, e de um Unimog U 100,

equipado para o combate a in-cêndios florestais, restaurado pelos bombeiros da Cruz Bran-ca.

A cerimónia prosseguiu junto aos paços do concelho com a apresentação de cumprimentos

à Câmara Municipal de Vila Real.

As comemorações encerra-ram com um almoço convívio oferecido pelo Hotel Miracorgo e que reuniu corpo ativo, dirigen-tes, associados e convidados,

VILA REAL

Cruz Branca celebra 117.º aniversário

apoios aos voluntáriosA assinatura dos protocolos

pretendeu também tranquili-zar as associações e garantir um melhor planeamento das suas atividades para 2014.

“Queremos colaborar ativa-mente com os bombeiros vo-luntários, sempre numa lógica de parceria e proximidade”,

esclareceu José Guilherme Aguiar, Vereador da Proteção Civil.

As verbas disponibilizadas pelos protocolos são caso úni-co no distrito do Porto, e foram definidas para as necessidades de cada associação humanitá-ria em particular.

“No fundo são verbas que fi-cam sempre ao serviço da co-munidade. Caso a caso, po-dem inclusivamente ser alar-gadas para outros investimen-tos”, salientou o comandante José Miranda, presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito do Porto.

é morrer”

testar a articulação e a eficácia de meios”, defende Carlos Bor-ges.

A Câmara Municipal de Ovar tem mantido a parceria com os quatro corpos de bombeiros do município.

“Apesar das restrições e cor-tes noutras áreas, a autarquia tem cumprido o protocolo as

associações de bombeiros”, diz Dinocrato Formigal, dando con-ta, no entanto, que nos últimos dois anos a comparticipação destinada ao investimento tem vindo a ser reduzida, compro-metendo alguns dos projetos destas instituições.

“Teremos que rever esta si-tuação”, diz o comandante re-

velando que pode estar com-prometida a ação de vigilância e socorro nas praias assumida pelo corpo de bombeiros.

“Há anos que dois operacio-nais durante todo o dia, nos três meses de verão, zelam pela segurança dos banhistas, uma iniciativa que tem custos elevados que, sem apoios, são difíceis de comportar”, adianta o dirigente associativo que pon-dera “redimensionar este servi-ço”, que, já próxima época bal-near, poderá apenas ser garan-tido ao fim de semana.

Mais de oito dezenas de ope-racionais integram as fileiras dos Bombeiros de Ovar, um nú-mero que confirma a vitalidade do movimento associativo e vo-luntário, que vai assegurando a entrada de novos elementos, “juventude com muitas capaci-dades e vontade de aprender”, que afinal são garantia de futu-ro desta associação que no pró-ximo mês de maio assinala 118 anos existência.

Conforme faz questão de destacar o comandante Gomes da Costa, presidente da Federa-ção dos Bombeiros do Distrito de Aveiro, no quartel dos Volun-tários de Ovar dias após dia é cumprida a máxima que une as 26 associações humanitárias do distrito: “todos somos um só, para melhor servir a todos”..

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32 JANEIRO 2014

A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de

Vila Verde, celebrou durante o ano de 2013, o centenário da fundação com vários eventos. O programa de encerramento das comemorações, arrancou em 21 de dezembro do ano findo, com um jantar de convívio da corpo-ração em que foram distingui-dos os ex-presidentes da Câma-ra Municipal e o atual, bem como várias personalidades e instituições, a quem foi atribuí-do a medalha e diploma de só-cios beneméritos e honorários.

No dia 22 ocorreu a cerimónia presidida pelo ministro da Admi-nistração Interna, Miguel Mace-do, e que contou com a presen-ça do presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, co-mandante Jaime Marta Soares, do representante da ANPC, do comandante do Regimento da Cavalaria n.º 6, sediado em Bra-ga, do eurodeputado José Ma-nuel Fernandes, do comandante distrital, Hercílio Campos, e do segundo comandante de opera-ções de socorro do distrito de Braga, dos presidentes da dire-ção e comandantes dos corpos de bombeiros do distrito de Bra-ga.

De início, procedeu-se em pa-rada, à condecoração de 36 bombeiros com medalhas de as-siduidade.

No salão nobre, o ministro da Administração Interna condeco-rou o estandarte da Associação com a medalha de mérito, de proteção e socorro, no grau ouro e distintivo azul. O presi-dente da Liga dos Bombeiros Portugueses, comandante Jaime Marta Soares, procedeu tam-bém à condecoração do estan-darte com a Fénix de Honra.

Iniciadas as intervenções, o presidente da direção, Carlos Braga, recordou alguns dos mo-mentos altos da história da ins-tituição centenária.

O comandante Marta Soares lembrou aos presentes que “os soldados da paz não negligen-ciam a vida humana”. Por isso “não pode ser posta em causa a sua honorabilidade”, afirmou em

tom crítico dirigido aos que, re-centemente, apontaram “falhas humanas”, nas mortes verifica-das, no verão, no combate aos incêndios, defendendo que a “história do concelho deve estar interligada com a vida destas instituições que procura dar uma melhor qualidade de vida aos seus concidadãos”.

Seguidamente usou da pala-vra o presidente do município de Vila Verde, António Vilela, enaltecendo esta Instituição com exemplo a seguir no conce-lho de Vila Verde anunciando o empenhamento da edilidade na

concessão de incentivos munici-pais ao voluntariado do corpo ativo. Assim, aqueles que te-nham dois ou mais anos de ser-viço como voluntários e que te-nham excedido em pelo menos 150 horas, o número anual exi-gível, passam a dispor de isen-ção de taxas de construção e de ligação às redes de águas e sa-neamento, acesso ao valor má-ximo da bolsa de estudo para os voluntários que estudam no en-sino superior, acesso gratuito aos equipamentos municipais, de cultura, lazer e desporto.

Por fim, no uso da palavra o

ministro Miguel Macedo, anun-ciou que haverá um “reforço no investimento para aquisição de equipamento de proteção indivi-dual dos bombeiros, bem como a breve prazo, a reposição das viaturas perdidas nos incêndios do passado verão”, tendo ainda assegurado o seu “total empe-nho” para que as obras da am-pliação do quartel da corporação sejam “concluídas já nos próxi-mos meses”.

No final de sessão solene rea-lizou-se o desfile apeado e mo-torizado de todos os corpos de bombeiros do distrito de Braga.

VILA VERDE

Comemorados 100 anos de serviço

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A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de

Cacilhas passa a ostentar no seu estandarte a Fénix de Hon-ra da Liga dos Bombeiros Portu-gueses (LBP). A atribuição des-ta distinção ocorreu no âmbito das comemorações do 123.º aniversário da instituição. A co-locação da medalha no estan-darte, a convite do represen-tante da LBP, foi feita pelo novo presidente da Câmara Municipal de Almada, Joaquim Judas, em dia de estreia em cerimónias de bombeiros.

Durante a sessão solene que se seguiu foram entregues di-plomas de sócios honorários ao presidente da Assembleia Muni-cipal, José Manuel Maia, e à an-tiga presidente da Câmara, Ma-ria Emília de Sousa, e diplomas de agradecimento a diversas entidades e empresas locais.

A Associação distinguiu tam-bém diversos elementos com a medalha de assiduidade de 20

anos. Foram eles, o comandante Miguel Silva, os chefes João Paulo Jesus, Armando Oliveira e José Manuel Moutinho, os sub-chefes Hugo Silva, Florival Mes-tre, Bruno Pinto, António Do-minguinhos, Paulo Carretas, Luís Graça e Pedro Silva, os bombeiros de 1ª Alberto Duarte e Jorge Albernaz, os bombeiros de 2ª Luís Dias, Rui Tavares, Fernando Pereira, Nuno Fonse-ca, Francisco Ramos, Raul Pinto, Carlos Guerra e Pedro Miguel, os bombeiros de 3ª José Manuel Machado, Luís Gil, Fernando No-bre, Manuel Dias, Eduardo Al-ves, Fernando Figueiras, David Pereira (sup), José Borges (sup), e ainda os dirigentes Jor-ge Durão e Ernesto Santos.

No capítulo das promoções, subiram a 1.ª, o Tiago Lopes e o Fernando Pereira, a 2.ª, Ana Rita Germano, André Santos, João Miguel Lopes, Elisa Lisboa e Paulo Surgy. Por fim, de esta-giários a bombeiros de 3.ª fo-

ram promovidos, Paulo Nobre, Paulo Reis, Filipe Cabral, Nuno Oliveira, Ricardo Nova, Mussa Balde, João Henrique Sousa, Ana Marques, Daniela Silva e Ângelo Ventura.

A sessão solene, presidida pelo presidente da Câmara Mu-nicipal de Almada e dirigida pelo presidente da assembleia--geral, Lourenço Batista, con-tou com as presenças do vice--presidente da LBP, Rui Rama da Silva, do presidente da Fe-

deração de Bombeiros do Dis-trito de Setúbal, Eduardo Cor-reia, pela comandante distrital da ANPC, Patrícia Gaspar, pelo vice-presidente da Reviver Mais, comandante França de Sousa, e outros dirigentes e co-mandos de associações congé-neres, anfitreados pelo coman-dante Miguel Silva, pelo presi-dente da direção, comandante Clemente Mitra, e por todos os restantes elementos do coman-do e órgãos sociais.

As comemorações do 123.º aniversário dos Voluntários de Cacilhas tiveram início a 7 de janeiro último, com uma ses-são de quartel aberto, na sede e na Costa da Caparica. No dia 11 ocorreu um seminário mui-to participado alusivo à “Ges-tão de Grandes Sinistros”. Se-guiu-se, no dia 15, o hastear das bandeiras e, no final do dia, a partilha do bolo de ani-versário, no dia 18, a roma-gem aos cemitérios de Azeitão

e Almada, a deposição de flo-res no Monumento ao Bombei-ro e o almoço entre bombeiros, órgãos sociais e funcionários.

No dia 22 realizou-se um si-mulacro de incêndio urbano na Base Naval de Lisboa e no pró-ximo dia 25 uma sessão de dádiva de sangue promovida pelo Grupo Benévolo dos BV Cacilhas e um encontro da “Velha Guarda”, seguido de al-moço de confraternização en-tre todos.

CACILHAS

Fénix de honra no aniversário

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33JANEIRO 2014

Num ano extremamente trágico para os bombeiros de Portugal, a come-

moração de 123 anos de existência de uma Associação Humanitária dos Bom-beiros Voluntários reveste-se de parti-cular significado, ao lembrar todos aqueles que partiram no cumprimento de tão nobre missão que tem por lema “vida por vida”. Entregaram as suas vi-das para salvar muitas outras, não re-gatearam esforços, não olharam para trás, não fugiram, seguiram em frente, soldados da paz determinados em apagar o fogo que pretendia ceifar vi-das, consumir bens de uma vida, des-truir e marcar a natureza num luto profundo.

Como a «Fénix», pássaro lendário da mitologia grega, que morria, mas depois renascia das próprias cinzas, um símbolo de força, da imortalidade e do renascimento, assim são os nossos

Bombeiros de Portugal, a quem agora se presta homenagem e sempre que uma Associação Humanitária comemo-ra mais um aniversário.

Na passagem dos 123 anos de mis-são, a Associação Humanitária dos Bombeiros de Vila Real - Cruz Verde prestou homenagem a todos os opera-cionais e, em particular, aos que ser-vem a instituição e às suas famílias, também aos diretores, associados, amigos e beneméritos que tanto con-tribuem para se dotar o corpo de bom-beiros com os meios necessários para o cumprimento da missão. Nesta oca-sião, foram ainda lembradas todas as empresas, instituições, organismos públicos civis, militares e religiosos que de forma ativa e presente apoiam a instituição.

O aniversário é um momento de ho-menagem, louvor, gratidão, engrande-

cimento da missão e do exemplo, tam-bém de memória por todos os que fun-daram e serviram a instituição. É tam-bém o momento de balanço, de definir novas etapas, abraçar novos desafios, seguir por diante honrando a memória dos que no longínquo primeiro de de-zembro de 1890 aprovaram os estatu-tos da associação e daqueles que pas-sado um mês, no primeiro de janeiro de 1891, se apresentaram a toda a ci-dade de Vila Real. Desde aí e por mais 123 anos cumpre-se a tradição, os Bombeiros Voluntários de Vila Real saem à rua, apresentam-se à cidade, renovando os votos de disponibilidade, de voluntariado, de vontade, de querer salvar, socorrer, de dar a “vida por vida”.

As comemorações deste ano, para além das referidas homenagens, da festa de Natal para os filhos dos bom-

beiros e do jantar de aniversário, fica-ram marcadas pelo batismo de uma nova ambulância cuja madrinha foi Te-resa Moreira, médica do Centro de Saúde n.º 1 e ainda de uma viatura de combate aos incêndios florestais apa-drinhada por Francisco Alcino em re-presentação da Junta de Freguesia de S. Tomé do Castelo.

O tributo ao bombeiro, a celebração de missa na igreja de S. Pedro, a visita aos cemitérios da cidade para honrar a memória de todos os que já partiram e ainda a apresentação de votos ano novo ao presidente da câmara e ve-readores foram também momentos marcantes do programa festivo, que contemplou ainda o convívio que jun-tou bombeiros, associados, beneméri-tos, comando e dirigentes.

A finalizar, decorreu pelas ruas da cidade o desfile noturno, De realçar,

mais uma vez, a brilhante participação nas festividades do coro do e da fan-farra dos bombeiros.

Em época de balanços também im-porta relançar o futuro e nesse sentido está previsto para o corrente ano a construção do centro de instrução, in-fraestrutura considerada “vital” para a formação dos bombeiros e para o apoio a todos os organismos e empre-sas que necessitem formar quadros nas áreas da segurança de instala-ções, equipamento e segurança pes-soal.

Os Voluntários de Vila Real-Cruz Verde preparam também para alargar a oferta de cuidados de saúde no posto médico da associação.

A formação dos bombeiros continua-rá a ser a grande aposta do comando, bem como a eficácia e eficiência na prestação de socorro à população.

VILA REAL

Cruz Verde assinala 123.º aniversário

Os Bombeiros Municipais de Gavião comemoraram no passado mês

de dezembro o 66.º aniversário num ambiente de festa recrudescida. A data é só por si um momento singular para os operacionais de Gavião, no entanto, este aniversário ficou mar-cado por momentos únicos.

Na tradicional cerimónia de entre-ga de condecorações, enfoque para a distinção de Jorge Manuel Martins de Jesus com crachá de ouro, da Liga

dos Bombeiros Portugueses. O ex--presidente da Câmara Municipal de Gavião e por inerência, presidente da direção dos bombeiros acompanhou e decidiu em matérias fundamentais no âmbito da atividade dos bombeiros, contribuindo de forma premente para a sua evolução nos dezoito anos em que foi presidente.

Nesta festa comando e direção apresentaram três novos equipamen-tos, um Veiculo de Salvamentos Es-

peciais (VSAE), um Veiculo Tanque Tático Florestal (VTTF) e um atrelado para o Grupo de Resgate e Salvamen-to em Grande Angulo. O montante to-tal deste investimento ascendeu os quinhentos mil euros, contudo, as aquisições dos dois veículos só foram possíveis graças à uma candidatura a fundos do Quadro Comunitário de Apoio.

Apesar de não ser surpresa para os operacionais, a chegada destes equi-

pamentos ao quartel foi motivo de re-gozijo e grande emoção,, contribuin-do para elevar a autoestima, a abne-gação pela missão e o orgulho de in-tegrar o efetivo dos Municipais de Gavião.

Depois da apresentação os equi-pamentos foram benzidos no Largo da Igreja, pelo pároco de Gavião, após a tradicional missa de homena-gem aos bombeiros. Na presença de mais de uma centena de pessoas,

foram ainda descerradas as placas de referência aos padrinhos de cada veículo, dos quais de o comandante do QH Joaquim Pereira, que deu o seu nome ao VTTF. Registe-se ainda que o VSAE recebeu como padrinho o atual comandante, Francisco Felí-cio Louro.

Segundo fonte do Comando “com estes novos equipamentos os Munici-pais de Gavião deram mais um passo na senda da eficiência operacional”.

GAVIÃO

Aniversário “irrepetível”

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34 JANEIRO 2014

O reforço das parcerias com os bombeiros e com o me-

canismo de apoio ao voluntaria-do marcaram a intervenção do presidente da Câmara Municipal de Condeixa-a-Nova nas come-morações do 36.º aniversário dos bombeiros Voluntários da-quela vila.

A cerimónia que contou com uma imponente formatura do

corpo ativo foi seguida da bên-ção e inauguração de quatro novos veículos, duas ambulân-cias, um veiculo tanque e um atrelado com um compressor.

“Uma maior otimização dos serviços” é para o comandante Fernando Gonçalves um dos objetivos que começam a ser cumpridos com a instalação de um novo sistema informático.

A especificidade da formação dos bombeiros face às realida-des emergentes requer uma atenção contínua, deste res-ponsável que luta diariamente pela qualidade do serviço pres-tado.

Daniel Costa, começou por enaltecer o efetivo do quartel dos Voluntários de Condeixa para depois dar conta e valori-

zar os 220 mil euros de investi-mento da associação na inova-ção e modernização.

Face a um aumento de servi-ços e à crescente complexidade da logística operacional surge a necessidade de efetuar ajusta-mentos no quartel que passam pela ampliação, uma necessida-de que o autarca Nuno Moita se compromete a resolver até ao

final do mandato, garantindo que “as obras serão uma reali-dade”.

O anfiteatro encheu-se de convidados que assistiram à en-trega de distinções e louvores aos bombeiros por vários anos de serviço e à promoção de bombeiros de 3.ª, 1.ª, subche-fes e chefes.

Marcam presença na cerimó-

nia Nuno Moita, presidente da Câmara Municipal de Condeixa--a-Nova, o comandante distrital Carlos Luís, o comandante An-tónio Simões, presidente da fe-deração dos bombeiros de Coimbra, representantes da Guarda Nacional Republicana e de associações congéneres do distrito.

Sérgio Santos

CONDEIXA-A-NOVA

Autarca reforça apoios aos bombeiros

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A distinção dos soldados da paz e de associados beneméritos, constituiu

o ponto alto das comemorações do 121.º aniversário da Associação Hu-manitária de Bombeiros Voluntários de Rio Maior.

Com um vasto programa que in-cluiu, entre outras iniciativas, uma ex-posição dos veículos dos bombeiros em várias zonas da cidade, a habitual

romagem ao cemitério e a sessão sole-ne que encheu o salão nobre da insti-tuição.

Após a atuação da fanfarra tiveram início as intervenções com o presiden-te da direção Francisco Colaço e o co-mandante Paulo Cardoso a proferirem palavras de agradecimento ao corpo ativo, aos familiares dos bombeiros e à autarquia de Rio Maior parcerias que

permitem valorizar a nobre e solidária missão de salvar vidas e bens das co-munidade.

A par de uma análise às questões fi-nanceiras e operacionais, a cerimónia ficou marcada pela distinção dos ho-mens e mulheres que servem ou apoiam a instituição. Foram agraciados ainda Célia Silva, na categoria de “re-cruta do ano 2012”, e Fábio Caetano

que, como bombeiro do ano, recebeu o galardão “Comandante Dr. Eduardo Agostinho”.

Foram ainda distinguidos a empresa “Sumol+Compal”, o professor António Júnior, José Pulquério e Afonso Tomás.

No final da cerimónia os convidados puderam visitar o novo veiculo tanque tático florestal (VTTF) e a auto-escada carinhosamente apelidada de “Adele”.

Entre as entidades presentes desta-cam-se Isaura Morais, presidente da Câmara Municipal de Rio Maior, o co-mandante Adelino Gomes da Liga dos Bombeiros Portugueses, o comandante distrital Mário Silvestre, o presidente da federação dos bombeiros de Santarém, Diamantino Duarte e representantes de associações congéneres do distrito.

Sérgio Santos

RIO MAIOR

Festas marcadas por distinções

As comemorações do 109.º aniversário da As-sociação Humanitária de Bombeiros Voluntá-

rios da Amadora ficaram marcadas pela homena-gem e reconhecimento aos bombeiros, funcioná-rios e associados.

A cerimónia realizada no dia 12 de janeiro con-templou a romagem ao cemitério local, a missa solene seguida da colocação de uma coroa de flo-res no memorial dos bombeiros falecidos.

Já na sessão solene foram proferidas palavras de agradecimento à prestação dos bombeiros da cidade da Amadora. Com persistência, estratégia e dinâmica tem sido possível, continuar a assegu-rar todos os meios e homens para as inúmeras ocorrências para que são solicitados, referiu o co-mandante Mário Conde. A par dessa estratégia, a presidente da direção, Maria Marques, manifes-tou-se satisfeita pela gestão financeira transpa-

rente da instituição que deixa os órgãos sociais descansados. Contudo, a luta é diária na obten-ção de receitas que garantam a estabilidade da uma associação com de enorme dimensão.

No decorrer da cerimónia foram impostos lou-vores de dedicação e medalhas da Liga dos Bom-beiros Portugueses e da instituição e emblemas comemorativos, tanto a bombeiros como a asso-ciados.

Estiveram presentes nesta sessão a presidente da Câmara Municipal da Amadora, Carla Tavares, o presidente da LBP, comandante Jaime Marta Soa-res; o comandante distrital Carlos Mata, o coman-dante Pedro Araújo da Federação dos Bombeiros do Distrito de Lisboa, bem como representantes de instituições militares, polícia de segurança pública e associações congéneres do concelho de Sintra.

Sérgio Santos

AMADORA

Soldados da paz homenageados

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35JANEIRO 2014

Adérito Machado é o novo presidente da direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Cantanhede (AHB-

VC), sucedendo a Rogério Marques. O ex-autarca apresentou-se a sufrágio com uma lista “de continuidade” que foi eleita por unani-midade em assembleia geral ordinária, no passado dia 20 de de-zembro.

A tomada de posse dos novos Órgãos Sociais realizou-se uma semana depois, com a passagem do testemunho de Rogério Mar-ques, que agora preside à Mesa da Assembleia Geral, para Adérito Machado, que passa de 2.º secretário para a presidência da dire-ção).

Na sessão o novo presidente disse pretender dar continuidade “ao excelente trabalho da anterior direção”, mas assumiu projetos para o futuro, nomeadamente a ampliação do quartel e o arranque de uma nova campanha de angariação de associados. Para alcan-çar estas metas Adérito Machado conta com a equipa motivada e com o apoio de todos os bombeiros, colaboradores e voluntários da instituição.

O dirigente na sua alocução dirigiu-se aos elementos da estrutu-

ra de comando para enaltecer o trabalho desenvolvido, salientando ainda a capacidade de liderança, o espírito de entrega e o compro-misso com o benfazer do comandante Jorge Jesus, que o dirigente classificou como “um bombeiro e um ser humano de inegáveis vir-tudes”.

CANTANHEDE

Bombeiros têm nova direção

O Corpo Voluntário de Salvação Pública – Associação Humanitária de Bombeiros

de S. Pedro do Sul elegeu os órgãos sociais que a irão gerir no triénio 2014/2016. A eleição, a que se apresentou uma única lis-ta, decorreu no dia 29 de dezembro do ano transacto e a posse dos dirigentes decorreu em 1 de janeiro último.

Os órgãos sociais serão presididos, no caso da assembleia-geral, por Orlando Moi-ta Correia dos Santos, na direção, por An-tónio Carvalho Almeida Casais, e no conse-lho fiscal, por Francisco José de Matos.

A Associação foi fundada em 2 de feve-reiro de 1925 estando por isso já a preparar as comemorações do 89.º aniversário.

S. PEDRO DO SUL

Órgãos sociais para novo triénio

A posse dos órgãos sociais para o triénio 2014-2016 dos Bombeiros

Voluntários da Régua decorreu no pas-sado dia 11 no salão nobre do quartel da associação, com a presença do vi-ce-presidente da Câmara Municipal do Peso da Régua, José Manuel Gonçal-ves, de todos vereadores da edilidade, do presidente da União das Freguesias Godim-Peso da Régua e alguns diri-gentes de associações locais.

José Alfredo Almeida tomou posse

como presidente da direção, depois de vencer, pela sexta vez consecutiva, as eleições para a Associação de Bombei-ros da Régua. A lista para a direção manteve-se sensivelmente a mesma, tendo como única novidade a inclusão de Adérito Rodrigues. No restante, são todos elementos conhecidos na socie-dade reguense, nomeadamente, o mé-dico José Alberto Marques, como pre-sidente da assembleia-geral e Júlio Mota, para liderar o conselho fiscal.

Na cerimónia usaram da palavra o professor José Manuel Gonçalves que salientou o papel dos dirigentes que se dedicam a servir esta causa pública e ainda a colaboração da autarquia para com os bombeiros, que não se fica só pelo apoio financeiro, mas também pela ajuda permanente ao seu corpo de bombeiros e a acções da direção que valorizem o património da Asso-ciação, nomeadamente garantindo a ajuda na recuperação nas obras de re-

qualificação do Bairro dos Bombeiros da Régua, que é o objectivo principal a realizar de imediato.

Na sua intervenção, José Alfredo Marques, com muita emoção salientou o trabalho exercido pela direcção e os novos projectos já definidos no novo orçamento e plano de actividades para 2014 e ainda do empossado presiden-te da direção, José Alfredo Almeida, que distingui o trabalho de toda a sua equipa, dos funcionários, do comando

e dos bombeiros da Régua, “sem os quais esta mais que centenária asso-ciação não existiria para trabalhar em prol dos reguenses e daqueles que mais precisam de ser ajudados”.

A cerimónia de posse foi antecedida pela atribuição de medalhas da Liga dos Bombeiros Portugueses, não só para distinguir a assiduidade mas também todo trabalho de dedicação à causa pública de benfazer, a vários di-rigentes dos órgãos associativos.

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Paredes de Coura elegeu pela primeira vez uma mulher

para presidente da direção. A eleita, Iolanda Pereira, apesar da novidade sublinha que “espero que o meu mandato não seja apenas conhecido por isso mas pelas obras que consiga fazer”. Os novos órgãos sociais contam ainda com mais qua-tro mulheres, uma na assembleia-geral, mais duas na dire-ção e uma como suplente do conselho fiscal.

Iolanda Pereira preside à direção composta, ainda, com o vice, José Manuel Alves, a tesoureira Maria da Conceição Al-ves, a secretária Lúcia Barbosa, o secretário adjunto Paulo Castro, e os vogais, Carlos Barbosa (1.º) e José Filipe Este-ves (2.º). Os suplentes são, José Cândido Nogueira, Osvaldo Machado e Carlos Peixoto.

A assembleia-geral é presidida por João Paulo Alves, ten-do, como vice, Manuel Veiga, e como secretária, Luísa Cas-tro.

No conselho fiscal, a presidência cabe a Adão Braga, a vi-ce-presidência a Maximiano Costa e a função de secretário relator a Alcides Barreiro. Como suplente figura Amaro Al-meida e Paula Sousa.

PAREDES DE COURA

Primeira mulher presidente

RÉGUA

Associação aposta na continuidade

Vítor Hugo Teixeira Meireles, é o novo

adjunto de comando dos Bombeiros Voluntá-rios da Lixa.

Nomeado pela dire-ção, por proposta do comandante José Cam-pos, o adjunto assume, brevemente, funções.

Formado no quartel da Lixa, Vitor Meireles, é também funcioná-rio da associação há vários anos. Formador da ENB, o adjunto, é, por isso, conhecedor de várias matérias, conhecimentos que no entanto aprofundou com o Curso de Quadros de Comando, que, recentemente, terminou com êxito.

Desta forma, os Voluntários da Lixa, veem, assim, estrutura de comando ampliada e reforçada, o que permitirá, certamente, me-lhorar a resposta e a qualidade de socorro prestado à população.

LIXA

Estrutura reforçada

José Carlos Baptista Pinto assumiu no passado dia 08 de Dezem-bro as funções de comandante dos Bombeiros de Lourosa, tendo

recebido as insígnias do presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Lourosa, Joaquim Cardoso e pelo ex--Comandante Operacional Distrital de Aveiro, António Machado.

O novo responsável operacional dos Voluntários de Lourosa nas-ceu em 24 de agosto de 1977 e ingressou neste corpo de bombei-ros a 26 de novembro de 1991 como cadete. Bombeiro de carreira, com a categoria de subchefe, José Carlos Baptista Pinto, exercia o cargo de 2.º comandante desde 2008 e de comandante em regime de substituição desde o dia 11 de julho de 2011. Do seu cadastro figuram um conjunto alargado de formações e de condecorações, com especial destaque para o prémio “Bombeiro de Mérito” atribuí-do pela Liga dos Bombeiros Portugueses em 2002.

A cerimónia de tomada de posse contou com as presenças, entre outras individualidades, do vereador da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, Vítor Marques; do presidente da Junta de Freguesia de Lourosa, Armando Teixeira; do Comandante de Agrupamento Distrital Centro Norte, António Ribeiro; do Comandante Operacio-nal Distrital de Aveiro José Ricardo Bismarck; do vogal da Liga dos Bombeiros Portugueses, comandante QH José Gomes da Costa, e do representante da Federação de Bombeiros do Distrito de Aveiro, comandante Miguel Sá.

LOUROSA

Comandante toma posse

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36 JANEIRO 2014

Decorreu em ambiente de grande animação e com a participação de muito público a festa de Natal dos Bombeiros Voluntários de

Fafe. O cartaz era atrativo, a apresentadora bem conhecida, Elsa Lima, num evento que contou com a presença especial de Raúl Cunha, presidente da Câmara Municipal de Fafe, que deu início à festa juntamente com o presidente da direção da instituição.

Os anfitriões proferiram palavras elogiosas ao trabalho desem-

penhado pelo corpo de bombeiros e apelaram ao apoio aos bom-beiros.

No âmbito da iniciativa “arredonda em favor dos BVF”, iniciada em meados do ano, a Papelaria Netbook’s ofertou um cheque no valor de 600 euros.

A fafense Ju abriu o espetáculo musical, antecedendo Emanuel que cantou e encantou com os seus inúmeros famosos sucessos. Atuaram

de seguida os Maxi, os fafenses Progeto Aparte e os Infantes e Cade-tes dos Voluntários de Fafe surpreenderam com um número de dança.

A animação prosseguiu com os palhaços e a tão esperada chega-da do Pai Natal. A fechar o espetáculo, os ritmos populares do Gru-po de Cavaquinhos dos bombeiros.

A festa terminou com a a entrega de presentes aos filhos dos Bombeiros e aos Infantes e um lanche convívio.

FAFE

Festa grande com cartaz atrativo

A ceia de Natal os Voluntários de Cantanhede reuniram na cole-

tividade 1.º maio da Tocha, cerca de 250 convivas, num encontro que teve como ponto alto a rece-ção de 11 novos bombeiros no quadro ativo.

A este animado evento não fal-

tou o Pai Natal carregado de pren-das para todos os filhos dos bom-beiros e elementos da fanfarra.

Direção e comando unem-se nos agradecimentos a todos os que contribuíram para om suces-so do evento, à comissão organi-zadora liderada pela bombeira de

1.ª Helena Martinho, que contou com a colaboração de alunos do serviço de restauração e mesa da Escola Secundária de Oliveira do Bairro e da Escola C+S da Tocha, coordenados pelo docente Paulo Saraiva, voluntário nesta associa-ção.

CANTANHEDE

Ceia junta cerca de 250

No âmbito do projeto “Conhecer a Cidade”, 42 alunos do 2.º ano da EB 1 de Penaco-

va, acompanhados pelos respetivos profes-sores, visitaram o quartel dos bombeiros.

Foi sem dúvida uma manhã diferente marcada pela alegria, entusiasmo e a muita curiosidade das crianças que quiseram ob-servar tudo. Os carros de incêndio, as ambu-lâncias, o material de desencarceramento, as camaratas, a sala da fanfarra, a central rádio tudo mereceu a atenção dos mais pe-

quenos que tiveram ainda direito a uma atuação ao vivo de um dos pequenos músi-cos da instituição e um lanche servido no bar do quartel.

Antes das despedidas uma conversa com o comandante que os alunos seguiram com muito interesse. As questões foram tantas que não houve tempo para responder a tudo e, assim sendo, o responsável operacional dos Voluntários de Penacova deixou a pro-messa de, em breve, visitar a escola.

PENACOVA

Crianças vão ao quartel

PINHÃO

Uma vida dedicada à causa

No passado dia 21 de dezembro de 2013, no âmbito das festividades de

Natal, os Bombeiros do Pinhão, homena-gearam Manuel Damásio, o comandante cessante, por limite de idade, com o cra-chá de ouro da Liga dos Bombeiros Portu-gueses, galardão entregue pelo presidente da direção Jose Teixeira e por Paulo Ma-chado, o novo responsável operacional da instituição.

Desta forma, pretendeu a direção pres-tar tributo e “um eterno agradecimento ao comandante Manuel Damásio pelo que soube fazer durante os 36 anos da sua vida dedicados à causa dos bombeiros”.

Também o corpo ativo se associou à ho-menagem com o descerramento de uma placa no hall da zona operacional e evoca-tiva da figura de Manuel Damásio.

Este foi um dia em cheio para esta asso-

ciação, que promoveu ainda várias ativi-dades com as Escolas de Estagiários, Ca-detes e Infantes, demonstrativas de que “o futuro está a ser acautelado e que exis-te uma grande preocupação na renovação do corpo ativo, apesar das grandes dificul-dades em cativar a juventude para estas lides, numa zona onde não há empregos e as escolas tendem em fechar”, conforme salientou Paulo Damásio.

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37JANEIRO 2014

No âmbito do programa escolar, os alunos dos estabelecimentos de ensino básico de Albufeira já começaram a cumprir visitas

de estudo às instalações dos bombeiros locais. Os Voluntários de Albufeira, para o efeito, preparam uma ação

de sensibilização e educação que visa para dar a conhecer aos mais novos não só a missão dos soldados da paz, mas também a impor-tante papel do cidadão, enquanto elemento de proteção civil.

Entre as várias atividades desenvolvidas, destaca-se a utilização do número de emergência 112, bem como “o que fazer, na escola ou em casa, perante uma situação de emergência, quando não esta nenhum adulto presente”.

Esta iniciativa, que se prolonga até meados de março, levará ao quartel mais de 450 alunos.

ALBUFEIRA

Escolas visitam bombeiros

A Companhia de Sapadores Bombeiros de Vila Nova de Gaia deu por concluída a

presente fase de sensibilização da popula-ção escolar do ensino básico do concelho para conceitos simples de prevenção e se-gurança, incluindo a divulgação do número telefónico municipal de emergência.

As várias ações de sensibilização centra-ram-se em material de apoio muito apelati-

vo, seja a apresentação multimédia, seja o conjunto de 13 panfletos alusivos aos 13 riscos identificados.

Entre 12 de novembro e o presente rea-lizaram-se 13 ações em outras tantas esco-las envolvendo 2.332 crianças.

As ações decorreram nas EB de Megide, de Ribes, Curro, Lagarteira, Serpente, La-borim de Baixo, Loureiro 1, Brandariz, Lou-

reiro 2, Alquebre e Monte, todas do Agru-pamento de Escolas de Canelas. Decorre-ram também nas EB de Leirós, Alheiras, Carvalhos, e Padre António Luís Moreira, do Agrupamento de Escolas de Carvalhos.

Por fim, realizaram-se mais duas ações no Agrupamento de Escola de Vila d´Este, na sede do agrupamento e na EB de S. Lou-renço.

VILA NOVA DE GAIA

Ação envolve mais de 2300

Na sequência da campanha de apelo ao voluntariado, “Vem

fazer da nossa equipa”, o Corpo de Bombeiros de Óbidos deu início,

no passado dia 3 de janeiro, a uma nova escola de recrutas, com 21 estagiários prontos a cumprir as 250 horas de formação.

Os Bombeiros de Óbidos assu-mem o objetivo de dotar estes novos elementos de competên-cias que após a conclusão da for-mação e aproveitamento em es-tágio, lhes permitam desenvolver um papel ativo no quartel e na comunidade e assumir papel de destaque pelo espírito de missão e responsabilidade.

Registe-se que esta ação de-senvolvida com o apoio da em-presa da área da fotografia “ADO-RO” e a CH Consulting – Monstros

e Companhia, uma agência de co-municação e design, visou captar voluntários, indo ao encontro de pessoas disponíveis, solidárias e com elevado espírito de missão.

A colocação de cartazes e a dis-tribuição de postais em vários pontos do concelho e a apresenta-ção e dinamização nas redes so-ciais foram as apostas para o êxito desta iniciativa.

Os promotores da campanha salientam a importância deste pro-jeto “marcado pela atitude e pela determinação, que acabou por contagiar e trazer ao corpo de bombeiros pessoas muito positi-vas”.

ÓBIDOS

Apelo ao voluntariado

Voluntários Por-tuenses e Lisbo-

nenses assinalaram, recentemente, o Dia do Quadro de Honra, iniciativa que permi-tiu aprofundar rela-ções já especiais, as-sentes num acordo de geminação firma-do há longos anos.

O programa festi-vo teve início na Igreja Matriz do Bon-fim, no Porto, onde foi celebra-da missa em memória os bom-beiros falecidos. O encontro contemplou ainda um almoço no antigo quartel Rodolfo

d’Araújo, marcado pela boa dis-posição e convívio, bem como pela intervenção de vários ora-dores.

Um dos pontos mais altos do

dia foi a homenagem prestada a Telmo da Fonseca, o associa-do mais antigo dos Bombeiros Portuenses.

Em final de festa, os Lisbo-

nenses presentearam os “ir-mãos” do Porto com uma lem-brança que simboliza a união entre dois corpos de bombeiros.

Cláudia Pereira

PORTO

Dia do QH reúne “irmãos”

No âmbito o projeto “JuveBombeiro Solidária”, a Coordenação Distrital de Beja desafiou os núcleos locais a recolherem bens

alimentares de modo a poderem ofertar um bem recheado cabaz a um cidadão de cada dos concelhos.

A esta iniciativa que teve como lema “Todos a ajudar, um dia podemos precisar” responderam os núcleos de Moura, Cuba e Fer-reira do Alentejo, certamente que estas famílias irão ter um Natal mais feliz.

BEJA

Juve solidária

Os Bombeiros Celoricenses promoveram, no dia 16 de dezem-bro, uma Recolha de Sangue. A iniciativa levou ao quartel mais

de uma centena de pessoas, o que resultou em 84 dádivas.“A população de Celorico de Basto está cada vez mais recetiva a

este género de iniciativas, zela pelo seu bem-estar e não descura ajudar quem mais precisa” salienta o comandante António Marinho Gomes, sublinhando que “doar sangue é definitivamente, uma ati-tude nobre que salva vidas”.

Esta iniciativa foi levada a efeito em colaboração com o Instituto Português do Sangue e da Transplantação.

CELORICO DE BASTO

População mais sensibilizada

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38 JANEIRO 2014

ANIVERSÁRIOS2 de FevereiroBombeiros Voluntários de Cascais#128Bombeiros Voluntários S. Pedro do Sul#89Bombeiros Voluntários de Valpaços#78Bombeiros Voluntários de Aljustrel#653 de FevereiroBombeiros Voluntários Flavienses#125Bombeiros Voluntários de Vila Nova de Cerveira#796 de FevereiroBombeiros Voluntários de Moreira da Maia#887 de FevereiroBombeiros Voluntários Celoricenses#778 de FevereiroBombeiros Voluntários de Sernancelhe#5610 de FevereiroBombeiros Voluntários de Mondim de Basto#90Bombeiros Voluntários de Baltar#8612 de FevereiroBombeiros Voluntários de Vieira do Minho#74

15 de FevereiroBombeiros Voluntários de Vialonga#3718 de FevereiroBombeiros Voluntários de São Mamede de Infesta#9620 de FevereiroBombeiros Voluntários de Crestuma#1921 de FevereiroBombeiros Sapadores de Setúbal#228Bombeiros Voluntários de Montemor-o-Velho#8224 de FevereiroBombeiros Voluntários de Penacova#84Bombeiros Voluntários de Fronteira#1926 de FevereiroBombeiros Voluntários de Vila Franca do Campo#2628 de FevereiroBombeiros Voluntários de Melo#78

Fonte: Base de Dados LBP

Hirta e firme, arvore tão bela,O mundo contempla o teu pedestal,Símbolo eterno na luz desta vela,

Espirito fraterno neste natal!

Sabes, em tempos de verão,É só desenganos, que triste amargura,

Cinzas na alma, prostrada no chão, Ninguém acalma a eterna loucura.

Brada ao mundo, mais pobre ficou,Mais um imundo que o fogo causou,

Apagou-se o bombeiro teu fiel amigo!

Amigo que foste em ti me revejo,Quadra de paz o nosso desejo…Arvore tão bela chora comigo!

Carlos Pereira

Foi esta a forma encontrada pelos bombeiros Pinhelenses para homenagearem o Pedro, o An-tónio, o Bernardo Cardoso, o Daniel, a Ana Rita, a Cátia, o Bernardo Figueiredo, o Fernando e tantos outros heróis que lutam sem nada espe-rarem receber em troca.

O Eterno Retorno

“Exulta por existires, como és, único e diferente.”

(Carlos Zorrinho, Ordem, Caos e Utopia)

Todos fomos, na pretérita se-mana, alertados para a mor-

te desse gigante do futebol que foi Eusébio.

Os “meninos e moços” do meu tempo ficaram tristes e pesaro-sos, pelo fim desse homem sim-ples, simpático, humilde, que durante anos e anos nos encheu de alegria sempre que o Clube que representava jogava onde quer que fosse, ou a Selecção Portuguesa.

Quem começou a gostar do futebol a partir da década de sessenta, do século anterior, de-ve-o muito àquilo que foi o de-sempenho, tantas vezes des-lumbrante, desse mito do fute-bol que foi Eusébio. E se alguém tinha dúvidas, mesmo os mais jovens, conquistados pelas exí-mias qualidades de outros ídolos deste tempo novo, reconheceu, através dos filmes a preto e branco, dos tempos idos, e ago-ra emitidos até à exaustão pelos mais diversos órgãos de comuni-cação social, sem qualquer dúvi-da, que o “velho Eusébio”, o “Pantera Negra”, era um “fora de série”.

As diversas manifestações, clubística, popular, e até institu-cional, foram prova inequívoca da grandeza, consideração e respeito, a pedir meças às figu-ras mais marcantes da nossa história. Face ao que se viu, sou levado a concluir que Eusébio, foi uma personalidade que uniu os Portugueses, ao contrário de muitos escolhidos, por nós, que apenas nos dividem, massa-cram, castigam e nos esquecem, quando chegados ao poder.

Apesar de Eusébio ter feito da sua profissão futebolística seu mister, alegrou-nos, deu-nos fe-licidade, deu-nos exemplo de dedicação e humildade, melho-rou o nosso orgulho, sendo por isso legítimo que nos associe-mos ao seu elogio e exaltação das suas virtudes.

Porém, o que me espantou e

condoeu, foi o trato dos “nossos” diversos poderes públicos, para com o ídolo Eusébio, em contra-ponto com o tido com os “8 he-róis bombeiros” e um autarca, mortos ao serviço da pátria e dos Portugueses indefesos, nos incêndios florestais ocorridos no verão do terminado ano de 2013.

Não se viram declarações, em directo na TV, do Sr. Presidente da Republica, em qualquer um dos vários dias em que houve morte.

Não se viu o Conselho de Mi-nistros decretar, um minuto que fosse, luto, pelos heróis bombei-ros, e autarca, falecidos em combate.

Não se viu os representantes dos diversos partidos políticos, a apresentar condolências, às fa-mílias e corpos de bombeiros.

Nem, a vistosa presidente da Assembleia da República se dig-nou fazer referência aos custos tidos com a perda de vidas e pa-trimónio ardido dos bombeiros.

É caso para afirmarmos, sem qualquer tipo de rebuço, que es-tivemos, face a estes factos e procedimentos, perante um exemplo da maior hipocrisia e aproveitamento político que urge criticar, e sobretudo repu-diar.

O nosso ídolo Eusébio, que deve ser o nosso orgulho, era profissional de futebol, foi res-peitado, tratado e considerado da forma, e bem, como o foi.

Os “nossos heróis” bombei-ros, voluntários por um ideal, morreram no cumprimento da sua missão, e foram esquecidos.

Os “nossos” governantes es-queceram-nos!

Os “poderes” diversos não pronunciaram nunca os seus no-mes.

Ao contrário dos encómios de-dicados ao ídolo Eusébio, a im-prensa fartar-se-á de publicar excertos de relatórios ínvios e amesquinhadores das qualida-des, competências e saberes dos nossos heróis, e não teremos a oportunidade de os, e nos, de-fender.

A pátria será, assim injusta.A pátria será madrasta para

os seus melhores filhos.Concordemos ou não, tenho

para mim que o orgulho de ser bombeiro foi abalado por aque-les que, mais que ninguém, ti-nham, e têm, o dever de des-trinçar o que é um ídolo e um herói.

Sim, porque se há ídolos, ou se julgam ídolos, porque ale-gram pouco tempo e desapare-cem. Os heróis, e quando már-tires, ficam para sempre, como ficarão os Bombeiros que mor-reram.

Eusébio mereceu, e bem, a homenagem prestada, pelo que representou para vária ge-rações e projecção do país.

Mas os Bombeiros mereciam e merecem muito mais, por tudo aquilo que fizeram ao ser-viço da Pátria, que através dos seus mais altos responsáveis, os esqueceu, e ignorou até hoje, não enaltecendo o seu sacrifício até à morte, com o reconhecimento público, pela sua dedicação aos outros e à causa do voluntariado. E mes-mo que alguém um dia o venha a fazer, convenhamos, será tar-de.

Apetece-me recordar aqui, para os poderes vários com quem lidamos, uma frase elo-quente dita num Congresso dos Bombeiros Portugueses pelo saudoso Comandante Dionísio, dos Bombeiros de Tavira, num momento difícil porque passa-vam os bombeiros e que foi: “Caros companheiros e cama-radas, não “acordemos” o “Zé Bombeiro”, porque se o “Zé Bombeiro” acordar, o país fica-rá mais pobre, e as populações entregues à sua sorte.”

Reflictamos então!..Obrigado Eusébio pelas ale-

grias que nos deste.Obrigado heróis Bombeiros

pelo vosso exemplo de doação à causa pública e a este país que é Portugal.

Lixa, 11-01-2014José Campos

(Comdte B. V. Lixa)

O trato ao ídolo (Eusébio)e aos heróis (bombeiros)

A Associação Esganados TT promoveu, com o apoio da câmara municipal e bombeiros de

Vila de Rei e Junta de Freguesia de São João do Peso, mais uma edição do passeio todo-o-terreno do município.

A iniciativa voltou a bater o seu recorde de par-ticipantes, contabilizando 366 pessoas que, em motos ou em quads, percorreram cerca de 65 quilómetros, pelos mais belos trilhos do concelho.

Parte dos lucros obtidos neste 8.º passeio re-verteram a favor da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila de Rei.

VILA DE REI

Mais de 350 apoiam bombeiros

Os Bombeiros de Penacova têm vindo a apostar na formação e

sensibilização nas escolas, quer para os alunos quer para o pessoal não do-cente, com ações concretas de for-mação em sala, e atividades práticas, sobretudo ao nível da utilização de meios de primeira intervenção.

A Secundária de Penacova e na Es-cola de S. Pedro de Alva já acolheram esta iniciativa.

PENACOVA

Aposta na formação e sensibilização

CANTANHEDE

Troféu Português do VoluntariadoA Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de

Cantanhede (AHBVC) participou na cerimónia de entrega do Troféu Português do Voluntariado, promovida pela Confe-deração Portuguesa do Voluntariado (CPV), que decorreu no passado mês de dezembro no auditório da FIL, em Lisboa.

A AHBVC participou no concurso, na qualidade de entidade recetora do Banco de Voluntariado do Município de Canta-nhede, através do seu gabinete de saúde e dos seus volun-tários protocolados denominados “bombeiros sem farda”.

Este ano a CPV recebeu 23 candidaturas de todo o país, sendo o Troféu Português do Voluntariado premiado o trabalho desenvolvido pela Casa de Saúde S. João de Deus em Barcelos no âmbito do projeto “Fora de Portas com S. Rafael”.

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39JANEIRO 2014

em janeiro de 1994

Escrevo este e-mail, num mo-mento de pura reflexão so-

bre os meus 25 anos de bom-beiro.

Após ler o relatório dos in-cêndios florestais de 2013, não posso deixar de tecer uns quan-tos comentários, acerca do mesmo.

Seria importante perceber o contexto de toda esta dinâmica, um país completamente aban-donado, sem cadastro e sem ordenamento do território, polí-ticas pouco honestas e negli-gentes no que diz respeito à flo-resta e ordenamento do territó-rio.

Também a confusão de enti-dades, ministérios e direções gerais, legislação avulsa e em quantidade exagerada com difí-cil aplicação.

Uma ANPC pesada e com muitos chefes e poucos “ín-dios”, militarizada na sua cúpu-la, com consequências para a

legislação emanada referente aos Corpos de Bombeiros, refle-tindo falta de sensibilidade e conhecimento da realidade dos bombeiros.

Uma Escola Nacional de Bombeiros, que todos sabem, forma mais civis do que bom-beiros e com um modelo que precisa de ser revisto.

Juntando a isto tudo, proble-mas no funcionamento dos Cor-pos de Bombeiros em Portugal, como falta de equipamento, formação a precisar de ajustes que não é necessário esconder de ninguém.

Com estes factos, que todos conhecemos, no final a “ponte” cai e o culpado é o servente de pedreiro, peço desculpa Senhor Ministro pela frase, mas adap-ta-se perfeitamente para este tema.

Sabendo que foram cometi-dos erros e que os mesmos de-vem ser resolvidos e assumi-

dos, não deixo de achar estra-nho a divulgação de um relató-rio como este, na véspera de natal, com milhões de Portu-gueses a assistir na televisão à crucificação dos Bombeiros Por-tugueses, com muitas entida-des e responsáveis das mesmas em “bicos” de pés para aplaudir tamanha sangria pública.

Sabemos que os bombeiros cometeram erros, mas esta crucificação pública, denota o respeito que as entidades públi-cas têm pelos bombeiros e aci-ma de tudo é representativo de qual a opinião da cúpula acerca dos mesmos.

Sabendo que quase toda a estrutura é militarizada, fica a pergunta, qual é o general que numa batalha não defende os seus homens? Aquele que não se interessa por eles!

Fica também uma questão para o MAI, este mesmo tema, mas que envolva outra entida-

Muitos chefes e poucos “índios”

Se há matérias que recolhem um significativo consenso no nosso universo, a institucionali-

zação de um comando próprio dos bombeiros é uma delas.

Igual consenso, mas de sinal contrário, de puro repúdio, encontra-se na rejeição espontânea da ideia da criação de equipas de sapadores flores-tais nas AHBVs/CBs.

O SIOPS, como se sabe, comporta 2 dimen-sões: a da coordenação institucional e a do co-mando operacional.

Sobre ambas assenta o princípio do comando único.

O comando operacional é garantido pela estru-tura de comando da ANPC, que assume o coman-do operacional das operações de socorro e ainda o comando operacional integrado de todos os corpos de bombeiros.

Como se constata, não existe um comando na-cional/distrital dos bombeiros, o que existe é um comando nacional/distrital da proteção civil, que estende o seu braço sobre os bombeiros e captu-ra o seu movimento operacional

Os bombeiros estão, deste modo, diluídos na estrutura operacional da ANPC e submetidos à sua cadeia de comando.

Acontece, porém, que a ANPC não assume o comando de mais nenhum outro agente. Só o faz com os CBs.

Precisamente com o agente mais presente, mais determinante, mais decisivo e o único que incorpora na sua matriz a natureza privatística.

Os bombeiros são, assim, o único agente de pro-teção civil sem um comando/ direção nacional pró-prio e autónomo.

As forças de segurança, as forças armadas, as autoridades marítima e aeronáutica, o INEM, os de-mais serviços de saúde têm, e mantêm, os seus comandos/direções nacionais autónomos.

A direção nacional de bombeiros que existe, não é autónoma, integra a organização interna dos ser-viços da ANPC, está esvaziada de quaisquer pode-res substantivos e esbulhada de competências ope-racionais, assumindo outras, que são muito limita-das e quase residuais, face ao peso e importância que os bombeiros têm no sistema de proteção civil.

Enquanto agente, e face aos demais, os bombei-ros estão grosseiramente desvalorizados e flagran-temente menorizados.

Faz todo o sentido, e não se questiona, que a ANPC tenha como missão “planear, coordenar e executar a política de protecção civil”, mas não faz sentido nenhum, e deve-se questionar, que a ANPC tenha a superintendência da actividade dos bom-beiros.

Faz todo o sentido, e não se põe em causa, que a ANPC coordene o agente bombeiros em opera-ções, mas não faz sentido nenhum, e é obrigató-rio que se questione, que a ANPC comande os bombeiros, quando não o faz com mais nenhum outro agente.

Enfim, o que faz sentido é que a ANPC coorde-ne todos os agentes, por igual, e reconheça a to-dos o seu comando, replicando, aliás, o que acon-tece em outros países, com um histórico mais sustentado, e mais resolvido, de intervenção do Estado nesta área.

Admitir excepções a este princípio é acentuar atritos, cavar divergências e promover instabili-dades.

Insistir, e persistir, no modelo organizativo em vigor, é tumorizar o relacionamento e a coopera-ção institucionais.

Tenho a profunda convicção que estamos, no tempo, e a tempo, de colocar esta questão na agenda de prioridades para que, com tempo, possamos, sem precipitações, encontrar soluções equilibradas e duradouras.

É urgente a criação de um comando próprio dos bombeiros, claramente separado e autono-mizado da cadeia de comando da ANPC e a quem os CBs reportem, concentrando-se nele as atri-buições genéricas de orientação, coordenação e fiscalização das actividades exercidas pelos CBs.

As dimensões - coordenação institucional e co-mando operacional - e o princípio do comando único, que envolvem e caracterizam o SIOPS, não constituirão obstáculo a esta mudança estrutu-rante, e também em nada ficarão prejudicados por ela.

Afastadas as razões técnicas, restarão o inte-resse corporativo (bombeiros) e a vontade políti-ca (governo) para que o objectivo possa vir a ser alcançado, a curto prazo.

E estejamos todos tranquilos e confiantes: com esta mudança, alcançaremos uma reforma equi-librada, porque recoloca os bombeiros no mesmo patamar dos demais agentes, coerente, porque restitui aos bombeiros a sua identidade, autênti-ca, porque interpreta o sentimento genuíno dos bombeiros e inteligente, porque é capaz de mobi-lizar os bombeiros para os desafios e oportunida-des do futuro.

Este é o caminho, e para ele todos nos deve-mos sentir convocados.

Impulsionados pela história, inspirados pela memória, confortados pela glória.

Joaquim Rebelo MarinhoPresidente da Federação de Bombeiros do

Distrito de Viseu

O comando próprio dos bombeiros

de, teria o mesmo tratamento? Penso que não, sem qualquer tentativa de vitimização dos bombeiros, não deixa de ser in-teressante o impacto que a ins-tituição tem e que o nome Bom-beiros tem perante a sociedade, e é esta projeção e confiança

nos bombeiros que assusta al-guns gabinetes de imagem!

Seria também pertinente, efetuar um relatório e apurar culpados do desordenamento do território, dos responsáveis pelas leis avulsas e mal feitas, do material comprado com pés-

sima qualidade. Seria bom ver o nome destas pessoas na vés-pera de natal do próximo ano.

Que os nossos colegas des-cansem em paz, pois tinham a profissão certa no país errado.

Manuel NunesCarregal do Sal

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40 JANEIRO 2014

FICHA TÉCNICA: Administrador: Presidente do Conselho Executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses – Director: Rui Rama da Silva – Redacção: Patrícia Cerdeira, Sofia Ribeiro – Fotografia: Marques Valentim – Publicidade e Assinaturas: Maria Helena Lopes – Propriedade: Liga dos Bombeiros Portugueses – Contribuinte: n.º 500920680 – Sede, Redacção e Publicidade: Rua Eduardo Noronha, n.º 5/7 – 1700-151 Lisboa – Telefone: 21 842 13 82 Fax: 21 842 13 83 – E-mail: [email protected] e [email protected] – Endereço WEB: http://www.bombeirosdeportugal.pt – Grafismo/Paginação: QuarkCore.pt – Edifício Malhoa Plaza – Av.ª José Malhoa, n.º 2 – 1.º – Escr. 1.1 – 1070-325 Lisboa – Telef.: 211 951 109 – Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA – Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Morelena – 2715-029 Pêro Pinheiro – Depósito Legal N.º 1081/83 – Registo no ICS N.º 108703 – Tiragem: 11000 Exemplares – Periodicidade: Mensal

A Crónicado bombeiro Manel

Senhor diretor li outro dia no nosso jornal a tal história que

aconteceu com os Bombeiros de Cacilhas a quem o INEM entendeu não dar o número CODU quando saíram em força para uma inter-venção urbana grave. Olhe, essas histórias repetem-se vezes de mais. Alguns senhores do CODU parecem mais mangas-de-alpaca do que operacionais. Se calhar faz--lhes falta vir mais vezes para rua ver como é a realidade e não o mundo dos papéis onde parecem andar. É evidente que tem que ha-ver regras e todos sabemos que nem tudo é urgência e socorro. Mas o que acontece muitas vezes é o contrário. Mandam-nos sair para

algumas situações que até nem justificam e quando é a sério, e as situações são graves, mas como somos nós a informá-los depois de sairmos do quartel, então tudo pa-rece mudar de figura. Que diabo, haja quem ponha ordem nisto. Di-zem-nos que trabalhamos todos para o mesmo mas depois a reali-dade diz o contrário.

Houve agora semanas em que cada vez que aqui queríamos o apoio da viatura médica VMER já sabíamos que levávamos nega e, pelo que li, noutros sítios aconte-ceu o mesmo. Para não saírem com as viaturas já tinham desculpas. Para não darem números CODU aos bombeiros em situações espe-

ciais só sabem dizer o não. Todos defendemos que o primeiro con-tacto deve ser para o 112. Mas quando não é possível no momento e só acontece depois os senhores do CODU vão continuar a dizer não e a obrigar-nos a dar-lhes borlas? Fazem isso por que também sabem que não vamos negar o socorro a ninguém. Mas isto tem que ter um fim, que diabo.

Outro dia vieram-me mostrar um artigo escrito pelo jornalista Miguel Sousa Tavares em que diz que somos bombeiros “voluntá-rios” e que os bombeiros “acham que o material nunca chega e que não têm nada a aprender, só a rei-vindicar”. Que diabo, oh amigo não

percebo essa história das aspas. Eu não as tenho e muitos de nós tam-bém não temos. Mas diga-nos onde estão para percebermos. Sempre vivi do meu trabalho, fui sempre voluntário e quando antes fiz alguns GPIS no verão e recebi uns tostões entreguei-os à minha associação para comprar material.

O senhor sabe pouco dos bom-beiros mas tenho gosto em apre-sentá-lo ao nosso comando e à nossa direção para vir cá passar umas horas connosco e ver o que é trabalhar no duro. Quando escreve que o material nunca nos chega, na tal visita que fizer vai ver o que é. O material chega quando é subs-tituído mas como passam tantos

anos até que volte outro novo o que se passa é que há sempre al-guma coisa em falta. Mas, repito, quando nos visitar vai ver a verda-de sem aspas. E quanto à forma-ção, olhe, temos e ainda queremos mais, muita mais.

[email protected]

Os bombeiros não têm aspas

Ao Arcebispo Primaz de Braga, D. Jorge Ortiga, pela dedicação que tem demonstrado pelos bombeiros portugueses, elogiando o seu esforço e incentivando-os repetidas ve-zes.

Excesso de zelo das autoridades na aplica-ção imediata e indiscriminada de multas às associações e corpos de bombeiros, sem qualquer atitude prévia no sentido de facilitar a resolução dos problemas que conduziram às irregularidades apontadas.

LOUVOR/REPREENSÃO

O ministro da Administra-ção Interna, Miguel Ma-cedo, aceitou o repto que

lhe foi lançado pelo presidente do conselho executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), comandante Jaime Marta Soares, para um encontro dire-to com os comandantes de bombeiros. O encontro, defen-deu o comandante Marta Soa-res, deverá ter lugar no final das sessões de balanço previs-tas decorrer até final de março, no âmbito do combate aos in-cêndios do verão passado. Mi-guel Macedo, não só aceitou o desafio, como confirmou a in-tenção de aprovar o dispositivo especial de combate do próxi-mo verão em meados de mar-ço, à semelhança do que acon-teceu em 2013.

O ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, aceitou o repto durante a sessão solene comemorativa dos 82 anos de vida da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Azambuja.

O comandante Marta Soares pediu ao ministro que presida a esse encontro de comandantes, no qual “todos os presentes se pronunciarão sobre os proble-mas e dificuldades que sen-tem”.

Em resposta, Miguel Macedo confirmou que “ estarei, depois em módulos que acertaremos, evidentemente disponível para

fazer essa discussão, para ou-vir, porventura muitas críticas, mas também para dizer aquilo que entendo sobre essa maté-ria”, sublinhou o ministro.

O presidente da LBP questio-nou ainda Miguel Macedo acer-ca dos atrasos verificados na entrega dos equipamentos de proteção individual (EPI), “im-prescindíveis para que os bom-beiros possam estar protegidos e sem segurança quando em teatro de operações”.

Em resposta, Miguel Macedo esclareceu que o Governo dis-ponibilizou, ao todo, desde o ano passado, 11 milhões de eu-ros para a aquisição dos equi-pamentos formulando o desejo de “que possamos ter até junho deste ano, o fornecimento para muitos milhares de bombeiros portugueses dos equipamentos que são indispensáveis à sua melhor proteção em operação”, apontou.

Miguel Macedo mostrou-se ainda esperançado de que até maio possam ser entregues mais equipamentos ao nível das comunicações.

Perante a formatura na zona fronteira ao quartel procedeu--se à inauguração de duas no-vas viaturas, uma ambulância de socorro e um autotanque (VTTU) apadrinhados, respeti-vamente, por José Armando Fernandes e pelo comandante Elísio Oliveira (CADIS Sul).

AZAMBUJA

MAI aceita repto do presidente da LBP

No decorrer da sessão solene comemorativa do aniversário dos Voluntários da Azambuja foram entregues três crachás de ouro da LBP, ao estandarte da Associação, à Câmara Muni-cipal e ao chefe Lourenço Mar-ques Simões.

Com a medalha de coragem e abnegação da LBP foram distin-guidos quatro bombeiros inter-venientes numa operação de socorro registada em 16 de de-zembro último. São eles, os bombeiros de 2ª, Rodrigo Mon-teiro, Pedro Cardoso, Marina

Jardim e subchefe Aida Jardim. O presidente da LBP convidou o ministro e o presidente da Au-tarquia, Luís Abreu de Sousa, a acompanhá-lo na entrega das distinções.

Com a medalha de serviços distintos, ouro, da LBP foi dis-tinguida a Companhia de Logís-tica de Combustíveis e, com a mesma distinção, grau cobre, a Sociedade Portuguesa de Desi-dratação e a empresa Batistas – Reciclagem de Sucatas.

Durante a sessão solene de-correu também a posse do novo

segundo comandante, Hélder Simões Santos. Seguiram-se várias promoções nas catego-rias de subchefe, bombeiro de 2ª e a passagem a bombeiros de 3.ª de nove estagiários.

Os galardões da Associação, “Bombeiro 2013” e “Excelência 2013” foram atribuídos respeti-vamente, ao bombeiro de 3.ª

Ricardo Neves e ao bombeiro de 2.ª António Leal.

Além dos já citados, estive-ram também presentes, o dire-tor nacional de recursos da ANPC, José Teixeira, o coman-dante distrital Carlos Mata e o vice-presidente da federação de bombeiros de Lisboa, coman-dante Manuel Varela.