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CMDI – COMUNICAÇÃO MEDIADA POR DISPOSITIVO INDUTOR: ELEMENTO
NOVO NOS PROCESSOS EDUCATIVOS
Mirza Seabra Toschi – [email protected]
“Nunca será demais dizer que na ponta das redes e dos satélites há
homens e sociedades, culturas e civilizações” (WOLTON, 2006, p.12).
TOSCHI, Mirza Seabra. CMDI – Comunicação Mediada por Dispositivo Indutor: elemento
novo nos processos educativos. In: LIBÂNEO, José Carlos e SUANNO, Marilza Vanessa
Rosa (orgs.). Didática e escola em uma sociedade complexa. Goiânia: CEPED, Editora da
PUC-Goiás, 2011.
RESUMO
O conceito de CMDI é apresentado a partir dos termos que o compõem. Em seguida,
analisam-se o conceito de dupla mediação e como os dispositivos tecnológicos provocam
modificações nos processos de ensinar e aprender e na relação que se estabelece com o
conhecimento. O texto ocupa-se também em refletir sobre as tecnologias móveis, em especial
o celular, e da potencialidade que oferecem de tornar a escola um espaço híbrido, que
relaciona o real com o virtual, o espaço físico restrito com a infinitude do digital. Conclui-se
com uma reflexão sobre a relação professor, estudante, conhecimento, num mundo que é
complexo, no qual convivem o real e o virtual e no qual o conhecimento se produz e se
dissemina de forma também complexa, fazendo, ainda, observações sobre a escola nesse novo
tempo e se ela pode se constituir como um espaço híbrido.
INTRODUÇÃO
Quem de nós não tem histórias para contar sobre a dificuldade, há cerca de vinte anos,
de se comunicar com a família, trabalho ou namorados? A comunicação móvel permitida
pelos celulares atualmente chega a apagar das mentes as peripécias que se fazia para tentar
falar com alguém em caso de necessidade ou ausência de comunicação quando se estava em
trânsito.
Desde a descoberta, por Graham Bell, em 1875, do telefone que usava fios metálicos,
até a telefonia móvel que reutiliza frequências de ondas de rádio disponíveis, foram 115 anos,
uma vez que foi no Rio de Janeiro, em 1990, que o celular foi usado pela primeira vez no
Brasil.
Apesar de a comunicação móvel ser conhecida desde o começo do século XX, ela só foi
desenvolvida em 1947 pelo Laboratório Bell, dos EUA, mas, somente no final da década de
70 e início da de 80, o Japão e a Suécia ativam seus serviços com tecnologia própria (78 e
81 respectivamente). E em 1983 a companhia americana AT&T criou tecnologia específica,
implantada pela primeira vez em Chicago. A telefonia celular eclodiu, portanto, na década
de 80; quase todos os países, desde então, a estão adotando. Com a incrível expansão do
mercado, já se partiu para a segunda geração, com a telefonia celular digital, onde o sinal de
voz é digitalizado (MAFFEI, sem data, p. 3).
Maffei (s/d) expõe também sobre a história do celular no Brasil. Observa ela:
No Brasil, no início da década de 70, foi implantado em Brasília um serviço anterior à
tecnologia celular, contando com apenas 150 terminais. E, em 1984, deu-se início à análise
de sistemas de tecnologia celular, sendo definido o padrão americano, analógico AMPS,
como modelo a ser introduzido (foi implantado, também, em todos os outros países do
continente americano e em alguns países da Ásia e Austrália). A primeira cidade a usar o
serviço foi o Rio de Janeiro, em 1990, seguido por Brasília. Em São Paulo, considerado o
último dos grandes mercados do mundo, o serviço móvel celular foi inaugurado em 6 de
agosto de 1993 numa área de concessão que envolveu 620 municípios, sendo 64 em sua
região metropolitana e 556 no Interior. A partir de 31 de janeiro de 1998, o serviço celular
passou a ser operado pela Telesp Celular S.A., na Banda A (MAFFEI, sem data, p.3).
A facilidade de comunicação possibilitada pelo celular móvel mudou a própria
comunicação, como mudou a forma de se relacionar socialmente e profissionalmente, e tenta
mudar a educação e a escola. A aceitação deste tipo de comunicação é tanta que muitos alunos
entendem que ela pode ser continuada na sala de aula, mesmo durante as explanações do
professor. A “mão coça” para dar um ‘toque’ ao colega, à namorada, aos pais. Ou seja, esta
forma nova de comunicação já entrou nas escolas e nas salas de aula. Basta ver no Youtube
(www.youtube.com.br) os inúmeros vídeos sobre a presença desses aparelhos em tais
ambientes.
Não se vive sem comunicação. A comunicação é tão importante na vida humana,
como é o ar que respiramos. Não vivemos sem ar, mas não temos consciência permanente da
sua importância, de que o oxigênio é vital para nossa vida. Só sentimos falta dele quando ele
nos falta. O mesmo ocorre com a comunicação. Não do ponto de vista biológico e individual,
como é o ato de respirar. Mas somos seres sociais que somos, a comunicação impõe-se como
ato fundamental no processo social. Somos comunicativos por natureza e por necessidade.
Neste texto farei uma reflexão sobre essa temática das tecnologias móveis e dos
desdobramentos que podem ter na vida das escolas. A Comunicação Mediada por Dispositivo
Indutor (CMDI) é ponto central nesta reflexão, tanto na vida social quanto, em especial, na
escola.
Iniciarei trabalhando cada um dos termos que compõem o conceito, quais sejam:
comunicação, mediação, dispositivo, indutor, como também o sentido que assumem quando
se juntam no conceito proposto.
Em seguida, abordo a formação de espaços híbridos, devido às tecnologias móveis, e
das possibilidades de a escola tornar-se um desses espaços. Concluindo, trabalho, mesmo que
brevemente, a relação professor/aluno/conhecimento em um mundo complexo, no qual o real
e o virtual convivem cada dia mais.
A COMUNICAÇÃO COMO ATO SOCIAL – a dupla hélice
Wolton (2006) observa que a “árvore da informação sempre esconde a floresta da
comunicação” (p. 219), numa alusão a um conceito democrático da comunicação que
necessita do reconhecimento do outro. Ou seja, o excesso de informação esconde algo maior,
que é a necessidade de comunicação para os seres humanos. Comunicar é ter o direito de
pensar, de falar, de expor a opinião, de dizer sua palavra. Segundo o autor, entre os séculos
XVII a XX, foi difícil a liberdade de expressão dos sujeitos. No século XXI, diz ele, o
problema principal é o outro: como coabitar com o outro, que é igual a mim e que invade
minha privacidade?
O outro tornou-se mais visível e isso altera as relações sociais, modifica a vida
pessoal, muda processos educativos uma vez que estes são eivados de comunicação. Apesar
de alterar a comunicação, vários processos sociais, o mundo da economia, as tecnologias
digitais não são o mais importante na comunicação. O valor da comunicação na época digital
é justamente ligar as ferramentas cada vez mais performáticas a valores democráticos,
inclusivos (WOLTON, 2006). Assim, não há comunicação sem respeito ao outro. Observa
Wolton (2006), “[...] nada é mais difícil do que reconhecer o outro como seu igual, sobretudo
se não o compreendemos” (p. 11).
Assim, comunicação refere-se à capacidade de reconhecimento do outro. É a busca de
relação e de compartilhamento com o outro. É o direito de cada um de expressar-se. Daí as
tecnologias desta sociedade atual serem também chamadas de tecnologias de informação,
comunicação e expressão. Como seres sociais e comunicadores, temos de aceitar nossa
interdependência com o outro.
Wolton (2006) destaca duas dimensões da comunicação, a normativa e a funcional. Na
dimensão normativa estão os atos de informar, dialogar, compartilhar, compreender. A
dimensão funcional mostra o quanto, nas sociedades modernas, a comunicação é
absolutamente necessária para o funcionamento das relações humanas e sociais. Toda
comunicação humana entrelaça as duas dimensões, como uma dupla hélice (WOLTON, 2006,
p.15), que é dinâmica e contínua. O autor salienta que isso não significa que a comunicação
humana seja ‘normativa’ e a comunicação das técnicas seja ‘funcional’. Explica ele que há
relações humanas e sociais que são funcionais e que técnicas de comunicação como o
telefone, o rádio, a televisão, a Internet podem permitir trocas muito autênticas, democráticas.
Montardo (2006) explica que as dimensões normativas e funcionais são ligadas pela
técnica (tecnologias de comunicação e de informação) e ressalta que, para Wolton, a técnica
também promove uma mistura entre as dimensões, gerando a união delas.
O conceito de dupla hélice remete ainda à diferença entre informação e comunicação.
Wolton ressalta que informaçãoi não é sinônimo de comunicação. Enquanto a informação
significa produzir e distribuir mensagens, a comunicação supõe apropriação da mensagem,
numa relação entre o emissor, a mensagem e a recepção e apropriação dessa mensagem pelo
receptor. A comunicação ocupa-se de como o receptor recebe a mensagem, se a aceita ou a
recusa, se a modifica, como responde a ela, ou seja, que sentidos o receptor dá à mensagem. É
no processo de comunicação que a informação se torna conhecimento.
O grande volume de informação a que se está exposto atualmente dificulta a
comunicação, em especial na sua dimensão social e cultural. Isso é um complicador para a
escola que, de mais importante espaço de divulgação do conhecimento, passa a ser apenas
mais um espaço, embora importante, de divulgação e circulação de saberes, dentre tantos
outros, em especial a Internet. Ocorre, porém, que o progresso técnico facilita a circulação de
mais informações, mas dificulta a comunicação, que exige a intercompreensão. O nível de
comunicação não é proporcional à eficácia das técnicas de informação. “A visibilidade do
mundo não basta para torná-lo mais compreensível”, assevera Wolton (2006, p. 19).
O exercício da comunicação é marcado pelas condições sociais e culturais do receptor.
Um bom comunicador deve levar em conta o universo cultural dos receptores. Isso é
particularmente válido na comunicação que acontece nos processos educativos,
especialmente, nos escolares.
As relações comunicativas nos processos escolares têm sido mais de coerção, de
dominação, do que de igualdade, e nem sempre levam em conta as condições e o universo
cultural dos estudantes. Isso se complica devido à familiaridade dos alunos com as
tecnologias e a recusa dos professores de incorporarem as tecnologias digitais em sua vida ou
de aceitarem os jovens com todas as suas ‘esquisitices’, como a dependência das tecnologias,
o prazer de se comunicarem via meios eletrônicos, o boné, o celular, o tênis, o piercing, as
tatuagens.
A despeito de desejarem manter relações amistosas com os estudantes, no cotidiano
escolar acontecem situações pedagógicas nas quais o professor é ainda o único direcionador
do processo pedagógico, com poucas chances de os alunos apresentarem suas dúvidas,
indagações, ansiedades, questionamentos acerca do conteúdo trazido pelos professores e/ou
presentes nos livros didáticos. Além disso, o conhecimento é entendido como imutável e
definitivo.
Transformar essas relações difíceis em oportunidades pedagógicas é o desafio dos
educadores. Ser mediador nas relações que os estudantes estabelecem com as informações
disponíveis na virtualidade via dispositivos eletrônicos é algo ainda novo para os professores.
Enquanto o saber escolar continua sendo o saber durável, que se mantém através dos tempos,
como mediar relações com saberes fluídos, efêmeros, líquidos? Vale refletir sobre isso.
MEDIAÇÃO NA COMUNICAÇÃO – Tô conectado!
Mediar significa estabelecer conexões, por meio de algum intermediário. Tal como o
conceito de relação, a mediação é categoria da dialética. O conceito de relação implica
interdependência entre os polos da relação. Ou seja, só se é mãe quando se tem filho, só se é
professor quando se tem aluno. A existência de um ou outro é interdependente.
A categoria mediação, como toda categoria da dialética, é dinâmica, está em constante
modificação. Mediação indica que nada é isolado, mas ocorre de maneira contextual,
interrelacional, histórica, o que lhe confere complexidade na análise.
No campo da comunicação, o conceito de mediação tomou vulto a partir dos estudos
da recepção. Barbero (1995), importante teórico da área, salienta que a recepção de
mensagens não é apenas uma etapa do processo de comunicação, mas possui diferentes
tempos. Entende a recepção como um lugar novo (p.40), no qual se dá sentido ao processo de
comunicação. Esse lugar é a cultura. Para ele, não há comunicação em abstrato, pois ela está
inscrita e mediada pela cultura (BARBERO apud OROZCO, 1997). E a cultura é a principal
de todas as mediações. Ela manifesta-se em práticas concretas relativas aos sujeitos que se
comunicam e aos cotidianos deles (que é de onde emana a produção de sentidos) e as práticas
relativas às tecnologias de informação, não no seu aspecto instrumental, e sim na perspectiva
de que são elementos que provocam mudanças perceptíveis na realidade (p. 115-116).
Nessa mesma compreensão de Barbero; Orozco Gómez (1997) destaca que toda
relação entre os elementos da comunicação é mediada, ou seja, não se faz de forma direta. Por
isso é importante ver os contextos nos quais se dão as relações e não apenas as relações em si
mesmas. Escreve ele:
Nada está conectado directamente com nada, sino que hay uma serie de mediaciones que
incidem y conformam la interacción entre uno y outro de los componentes (p. 114).
Orozco Gómez (1997) observa que as diferentes tecnologias, com suas diferentes
linguagens e estratégias de comunicação exercem mediação na recepção das mensagens,
influenciando no processo de percepção e interação com a informação (p.117). Ele destaca
que, no nível empírico, essas mediações são múltiplas, variadas, de diferentes fontes, e nos
ajudam a entender mais as relações dos sujeitos com os meios de comunicação.
Analisar a mediação nos processos de ensinar e aprender implica entendê-la na
perspectiva de Barbero e Orozco Gómez. No processo pedagógico a mediação é dupla. Ou
seja, no processo de relação dos alunos com os conteúdos há a mediação do professor e a do
dispositivo a que o estudante tem acesso, na sua relação com as informações disponíveis. Em
se tratando da virtualidade, o universo de informações é imenso, quase infinito, e
complexifica mais a mediação docente.
Daí se falar em dupla mediação no processo de aprender, a mediação do professor e a
mediação do dispositivo conectado à virtualidade. Assim, aos professores cabem tarefas mais
complexas do que a transmissão de saberes. Compete-lhes fazer mediações neste espaço de
relações entre o estudante, o conhecimento e os meios divulgadores do saber, ou que
possibilitam acesso às diferentes informações.
A imagem a seguir busca sintetizar o processo de mediação vivido pelo professor
nessa época na qual as fontes de informação, de saberes, de conhecimentos, estão disponíveis
além da escola e dos livros didáticos. O esquema tenta mostrar que esse processo não é linear
e nem tem um começo e um fim. A sua expressão por meio de uma espiral, formada numa
grande rede, intenciona justamente mostrar a sua dinâmica multilinear, múltipla, com
diferentes junções, nós, nos quais a relação se estabelece entre os personagens envolvidos no
processo educativo – os alunos e os professores – como ainda relações com os dispositivos –
as mídias armazenadoras das informações e conhecimentos.
A relação dos estudantes com o conhecimento escolar ocorre mediada pelo professor e
pelas mídias, por algum dispositivo. Daí a dupla mediação no processo de aprender. Nesse
processo, pela amplitude que a mediação dos dispositivos midiáticos possuem, pode ocorrer
de também os professores se atualizarem junto aos alunos, vindo os envolvidos no processo a
se denominarem de aprendentes e/ou ensinantes.
Fonte: organizado pela autora, 2011.
Figura 1 – Espiral da dupla mediação na rede de informações
Vale destacar diferenças entre esta compreensão de dupla mediação no processo de
ensinar e aprender e a compreensão de dupla dimensão da mediação de Lenoir (1999, apud
d’ÁVILA, 2001), que implica a mediação cognitiva e a mediação didática. D’Ávila refere-se
então, às duas dimensões da mediação e não à dupla mediação no processo de aprender.
As duas dimensões da mediação são a mediação cognitiva e a mediação didática.
d’Ávila (2001) explica que a mediação didática refere-se à modalidade de ação do professor
que procura tornar o objeto do conhecimento desejável ao aluno. Ou seja, ela é externa,
exercida pelo professor. A mediação cognitiva, por sua vez, é interna ao sujeito, embora seja
social antes de ser internalizada, interiorizada (p.22); além disso, é intrínseca à relação do
sujeito com o objeto (p. 20).
A figura 2 esquematiza as duas dimensões da mediação.
S O
MC
MD
ESTUDANTE CONHECIMENTO
Fonte: d’Ávila, 2001.
Figura 2 – Mediação cognitiva (MC) e Mediação Didática (MD)
Assim, na relação do estudante com o objeto do conhecimento há a dupla mediação:
do professor e do dispositivo usado para acessar o conhecimento. Internamente à mediação há
também duas dimensões, a mediação cognitiva, realizada pelo estudante, e a mediação
didática, que é a intervenção do professor.
CONCEITO DE DISPOSITIVO – Qualquer coisa, me liga!
Em 24 de maio de 1844, Morse transmitiu, de Baltimore a Washington, a primeira
mensagem telegráfica com os seguintes dizeres: “Que é que Deus fez?”. O que diria Morse
hoje se acompanhasse as comunicações sem fio, móveis, como ainda a própria existência da
virtualidade, da cibercultura? O que falaria dos espaços híbridos, no qual se encontram
realidades adjetivadas?
As técnicas já foram consideradas presentes dos deuses, já intrigaram sociedades,
foram enormes, incluíram a ciência e tornaram-se tecnologias. Linguagens foram
desenvolvidas para cada tecnologia (TOSCHI, 2002). Elas se tornaram mídia, foram se
miniaturizando e, aos poucos, foram perdendo sua materialidade, embora essa ainda seja sua
principal referência.
Para apresentar o conceito de dispositivo farei uso de teorias da área de comunicação.
Esta área busca este conceito de dispositivo em Foucault e na teoria triádica de Pierce. Klein
(2007) observa que nenhum fenômeno midiático pode ser compreendido se for abordado
apenas na perspectiva unidimensional de um dos aspectos apontados por Pierce, que são as
operações técnico-tecnólogicas, as semio-linguísticas e as socioantropológicas.
Klein (2007) assevera que:
O dispositivo midiático se compõe de um conjunto de operações (técnico-tecnológicas,
semio-linguísticas e socioantropológicas), que constituem uma rede entre diferentes
elementos, ou uma meada num conjunto multilinear. Os processos midiáticos só podem ser
bem compreendidos em sua complexidade se estudados na perspectiva das diferentes
relações que se estabelecem entre as diversas dimensões em jogo. Nenhum fenômeno
midiático pode ser bem compreendido se somente for abordado na perspectiva
unidimensional, ou seja, olhando apenas para os aspectos e as operações técnico-
tecnológicas, ou unicamente a dimensão sócioantropológica. Também não poderão ser bem
compreendidos os discursos midiáticos, se forem estudados somente na perspectiva da
linguagem (p. 4).
Esse alerta de Klein de que as múltiplas dimensões de um dispositivo, a sociedade, a
linguagem e a tecnologia se acoplam e expressam o significado de dispositivo, contribui para
compreensão de que as tecnologias compreendidas como dispositivos vão muito além da sua
compreensão como aparato tecnológico. Ir além significa identificar movimentos dialéticos e
interações entre diferentes dimensões do dispositivo (KLEIN, 2006). Continua o mesmo
autor:
A dimensão socioantropológica do dispositivo midiático significa estar atento a tudo que é
humano e social na comunicação midiática e que participa do processo produtivo. Por um
lado, estão os sujeitos que são midiatizados, sua cultura, sua vida, suas ações e suas
instituições..., mas por outro, estão os agentes midiáticos, sua formação, sua cultura e as
instituições midiáticas envolvidas. Na dimensão semio-linguística do dispositivo, são
destaque, as operações de linguagem que participam da midiatização, as quais oferecem
múltiplas possibilidades de articulação ou desarticulação, bem como regras que criam
significados por meio da utilização de códigos e símbolos que são organizados a partir dos
enunciadores. O dispositivo enquanto dimensão técnico-tecnológica é o mais destacado nos
estudos comunicacionais, especialmente quando se refere à produção e circulação de
imagens. O dispositivo, enquanto técnica, diz respeito às operações realizadas, e enquanto
tecnologia, aos suportes tecnológicos, ou seja, as máquinas, os equipamentos e
instrumentos utilizados nos processos de comunicação (KLEIN, 2006, p. 6).
Desta forma, considera-se dispositivo um suporte material e processual, portador de
linguagens, conteúdos e símbolos, que os sujeitos usam em sua vida, em sua cultura. Em
síntese, não é a materialidade que define um dispositivo, em especial o dispositivo
comunicacional que é, em grande medida, simbólico. O que o delineia, na sua essência, são os
processos variados que seu suporte permite que ocorram e também os conteúdos que
perpassam por ele.
Continuando a apresentação de cada um dos termos que compõem a CMDI, vejamos
brevemente o termo indutor. O adjetivo indutor refere-se àquilo que incita, instiga ou sugere.
É o que produz indução, no sentido de manter uma relação constante entre dois ou mais
fenômenos. Assim, um indutor é algo que é vetor, que conduz, que orienta.
Desse modo, conforme Pellanda (2003), a liberação dos fios, que servem de cordões
umbilicais dos usuários com os computadores, e a união do computador com a banda larga
estão possibilitando uma nova maneira de comunicação, induzida por mídias novas, a nova
mídia, novos dispositivos que, mesmo múltiplos, convergem numa “mistura digital online”
(PELLANDA, 2003, p. 2), que inclui a Internet. Na nova mídia, estão em simbiose os
computadores, as telecomunicações, os meios tradicionais de comunicação, como o rádio, a
TV, o vídeo, as imagens fixas e em movimento, os textos, etc. Completa Pellanda (2003):
Além disto, a forma de interagirmos com o conteúdo não é somente texto e fotos, já
podemos contar com áudio, vídeo e gráficos animados convergindo linguagens em uma
nova grande mídia. Isso é possível graças às tecnologias de conexão a rede sem fio (p. 5).
O que se vê é que a portabilidade de celulares e palmtops multimídia permite ao
usuário buscar informação em todas as horas e em todos os lugares (PELLANDA, 2003).
Explica melhor o mesmo autor:
A convergência de mídias se dá quando em um mesmo ambiente estão presentes elementos
da linguagem de duas ou mais mídias interligados pelo conteúdo. O que se pretende
mostrar é que as linguagens originais de uma determinada mídia convencional como o
rádio quando entra no ambiente como o da Internet, em que já existem outras, há uma
interação natural entre elas. Está interação de várias linguagens pode ser a origem de uma
nova que seria uma das inovações comunicacionais e definiria melhor a Internet como
mídia (p. 3).
Quando se unem, em um mesmo aparelho, as funções de escrever, tocar, executar e
gravar áudio e vídeo e, ao mesmo tempo, estar conectado na Internet sem fios é porque temos
dispositivos móveis capazes de suportar a convergência de mídias, ressalta Pellanda (2003) e,
concomitantemente, eles podem ficar conectados o tempo todo.
Devido à expansão dessa realidade, Pellanda (2003) observa que temos uma mídia
“invisível”, que está em todas as partes, que nem é percebida como mídia, e isso pode criar
um novo ambiente de comunicação. Devido a este caráter “invisível”, o que passa a ter
importância é a mensagem (p.8).
Assim, apresentado os conceitos dos termos que explicam o significado de
Comunicação Mediada por Dispositivo Indutor (CMDI), é possível apresentar o que entendo
por CMDI.
A Comunicação Mediada por Dispositivo Indutor refere-se a processos democráticos
de relação com o outro, que incluem o reconhecimento do outro em sua completude, e da
forma como ele dá significado às mensagens que recepciona, ou seja, pressupõe a
intercompreensão dos agentes do processo comunicativo. Inclui um processo de relação
dialética interdependente e de mediação que é dinâmica, mutável, que não se realiza
isoladamente, mas ocorre de maneira contextual, interrelacional, histórica, o que explica seu
caráter mutável. O CMDI pressupõe a existência de um dispositivo que induz, possibilita,
facilita a comunicação, visto que possui um suporte físico, que permite o trânsito da
mensagem, tem conteúdo decodificado em linguagem compreensível pelos que estão
inseridos nela, ou seja, inclui pessoas que se intercomunicam.
Deste modo, a CMDI não é uma técnica, nem uma tecnologia, nem uma mídia,
embora possua um suporte material. Não é pura mensagem, ou linguagem, ou algo que se diz
ou se escreve, embora inclua isso também. Nem são apenas pessoas que conversam, que
dialogam sobre algo qualquer, mas é isso também.
ESPAÇOS HÍBRIDOS E OS CELULARES – Se liga, ó meu!
O acesso digital com dispositivos móveis, como celular, segundo Souza e Silva
(2006), já não é mais ação solitária como as que se realizam com os computadores de mesa,
que impedem a mobilidade física. A autora considera o celular como uma interface
(mediação) social, como meio digital que intermedeia relações entre dois ou mais usuários (p.
23). O celular tornou-se meio de comunicação coletiva, uma tecnologia social, e os
internautas tornaram-se móveis, como o dispositivo que medeia a relação entre a realidade
virtual e a realidade concreta. Isso faz perder sentido o receio de que, para se navegar na
Internet, seja preciso se isolar das relações presenciais. O virtual convive com o real e o
potencializa.
O celular já excedeu número de computadores pessoais no mundo e a comunicação via
voz tem sido a função do celular menos utilizada pelos jovens (SOUZA e SILVA, 2006, p.
25) em grande parte dos países, em especial no Japão, o que aponta para isso também ocorrer
no Brasil. “O celular tornou-se um meio de comunicação coletiva” (p. 26), uma tecnologia
social, um dispositivo indutor. Isso se tornará corriqueiro na compreensão do que seja celular.
O acesso à Internet no celular tem vindo nos modelos novos como uma função comum neles.
No Brasil, o SMSii, depois da voz, é a funcionalidade mais utilizada nos celulares e
86,84% dos celulares já têm a tecnologia GSMiii
, que possibilita acesso à Internet. Este padrão
de telefonia atende mais de dois bilhões de pessoas no mundo em mais de duzentos países.
A possibilidade de conexão constante, possibilitada pelo celular e por outros
dispositivos, transforma a experiência de espaço e inclui tanto interações sociais físicas,
quanto as conexões ao espaço informacional, à virtualidade.
Estes aparelhos estão cada vez mais presentes em forma de celulares, computadores de
mão, computadores para carros, pequenos laptops e computadores portáteis em forma de
pranchetas com reconhecimento de escrita (Tablet PC). Todos este aparatos tecnológicos
usam tecnologias como o WI-FI 1, GPRS1 ou Bluetooth1 que permitem que se conectem
na Internet ou uns com os outros sem fio (PELLANDA, 2003, p.8).
É crescente o número de aparelhos celulares no Brasil. Se em 2005, eram 55,8
milhões, o país encerrou o ano de 2010 com quase duzentos milhões de celulares ativos.
Conforme informações da Agência Nacional e Telecomunicações (Anatel), em fevereiro de
2011, este número subiu para 207, 6 milhões de celulares contra 205,15 milhões em janeiro
do mesmo ano. Foram mais de dois milhões de celulares em apenas um mês. Com este
número a teledensidade do país, qual seja, o número de celulares para cada cem habitantes,
passou de 100,44 pontos em outubro de 2010, para 105,74 em janeiro de 2011, e 106,91 em
fevereiro de 2011. Há um ano, ou seja, em fevereiro de 2010, a teledensidade era de 91,87
celulares em cem habitantes.
Pesquisa realizada pela Wireless World Forum (www.wireless-world-research.org/)
sobre o uso de telefones celulares revelou que os jovens de hoje gastam oito vezes mais com
telefonia celular do que com música, dedicando até 20% de seu dinheiro para comunicação e
serviços associados, o que levaria ao declínio na venda de CDs, chocolate e cigarros
(http://tecnologia.terra.com.br/interna/0,,OI1558661-EI4796,00.html).
No Brasil, de acordo com pesquisa divulgada pelo Ibope, jovens de 16 a 24 anos
representam um quarto dos usuários nas 11 maiores capitais do Brasil.
Várias outras pesquisas sobre o uso de celulares são frequentemente divulgadas e
numa delas, sobre o perfil do usuário de celular, há resultados que surpreendem, tais como: a)
o Nordeste é a segunda maior região em número de celulares; b) o Norte é a região onde
existe maior penetração de acesso à internet pelo celular; c) a penetração de celular no Centro-
Oeste é superior à do Sudeste, provavelmente por sediar o Distrito Federal; d) mais de 30%
dos jovens entre 10 e 14 anos têm celulares (http://www.mobilepedia.com.br/noticias/perfil-
do-usuario-de-celular-no-brasil).
Tem sido cada dia mais comum vermos crianças portando celulares. Estes telefones
móveis vão junto com eles às escolas. Se for proibido, como tem sido, seu uso durante o
período das aulas, é liberado no intervalo do lanche e ao final das aulas. Isso já basta para ser
considerado como um dispositivo que já chegou às escolas. Se a escola tem proibido seu uso é
porque já está presente nela, incomoda os professores, dificulta o andamento das aulas,
porque os estudantes burlam as regras e o usam independentemente das proibições.
Estes dados nos autorizam a inferir que as escolas são espaços híbridos? Poderia,
então, a escola ser um espaço híbrido? Pelo conceito de Souza e Silva sim. Diz ela:
Um espaço híbrido, então, é um espaço conceitual criado pela fusão das bordas entre
espaços físicos e digitais, devido ao uso de tecnologias móveis com interfaces sociais.
Entretanto, um espaço híbrido NÃO é construído por tecnologia. É, sim, criado pela
conexão da mobilidade e comunicação, e materializado por redes sociais desenvolvidas
simultaneamente em espaços físicos e digitais (2006, p. 32).
Para Souza e Silva (2006), os fluxos de informação que aconteciam no ciberespaço
podem ser percebidos agora com os celulares que possibilitam acesso à Internet, como fluxos
para dentro e para fora do espaço físico, esvanecendo as bordas de ambos (p. 31). Os
aparelhos móveis criam relação mais dinâmica com a Internet, incluindo-a em atividades
cotidianas que acontecem ao ar livre.
“Celulares transgridem relação tradicional com a Internet, porque se permite ter
acesso a ela em espaços públicos” (SOUZA e SILVA, 2006, p. 47), tal como é a escola. A
escola é espaço físico público e, assim, a escola pode também ser espaço híbrido. Segundo
Silva (2006), a mudança de interface transforma as relações sociais que medeia, mas também
os espaços onde está embutida.
Está em processo de implantação nas escolas, o Programa Um Computador por Aluno
(PROUCA). Este Programa objetiva ser um projeto educacional, utilizando tecnologia,
inclusão digital e adensamento da cadeia produtiva comercial no Brasil. Para este fim, coloca-
se um computador com conexão à Internet nas mãos de cada aluno e de cada professor das
escolas que fazem parte do Programa.
O PROUCA teve início, em 2007, como experimentos iniciais, em cinco escolas
representativas de cinco estados: em São Paulo-SP, Porto Alegre-RS, Palmas-TO, Piraí-RJ e
Brasília-DF.
Em 2010, perto de 150 mil laptops foram distribuídos a trezentas escolas públicas
previamente selecionadas. Em seis municípios, todas as escolas receberam os computadores.
A partir de 2011 novos municípios ingressarão no Programa.
O laptop possui configuração exclusiva e requisitos funcionais únicos: tela de cristal
líquido de sete polegadas, bateria com autonomia mínima de três horas, capacidade de
armazenamento de 4 gigabytes, 512 megabytes de memória e peso de até 1,5 kg. As escolas
receberam infraestrutura para rede sem fio para conexão da Internet.
Como têm sido as aulas nas escolas que fazem parte do Programa? Como os
professores estão agindo pedagogicamente? Os alunos estão gostando? E os professores? E os
gestores? Por que o projeto optou por pequenos computadores e não por celulares?
Inúmeras questões estão sem respostas. Faltam pesquisas. Precisamos saber o que está
acontecendo nessas escolas. No entanto, de antemão, sabemos que muitas mudanças devem
ter ocorrido, sem saber se foram positivas ou negativas. Será que a escola vai mudar?
ESCOLA COMO ESPAÇO HÍBRIDO – construir uma nova escola!
Gilberto Alves (2005), no livro A produção da escola pública contemporânea, seu
estudo de pós-doutorado, pesquisou a escola pública a partir da sua produção material, de um
ponto de vista histórico. Para isso, reestudou os clássicos, como a Didática Magna de
Comenius. Concluiu que a escola ainda mantém o modelo manufatureiro do trabalho didático,
apesar de todas as transformações vividas pelo sistema capitalista.
Como resultado do estudo propõe a produção de uma nova instituição escolar, no que
diz respeito à organização do trabalho didático, aos materiais de trabalho, e de um novo
profissional da educação; enfim, de uma nova didática. Observa Alves (2005) que esta
iniciativa tem recebido pouca atenção dos educadores e assevera:
Torna-se inadiável, em nosso tempo, radicalizar a discussão teórica dessa questão, primeiro
passo para historicizá-la e colocá-la no patamar de importância que merece, bem como para
nortear iniciativas visando levá-la à prática. A análise retrospectiva revelou que a
organização do trabalho didático vigente nos estabelecimentos educacionais de nosso
tempo foi fundada por Comenius no século XVII, sob a inspiração da organização
manufatureira do trabalho. No âmbito do trabalho didático, arraigado às suas origens,
continuam a ser utilizados os mesmos instrumentos preconizados pelo autor de Didáctica
Magna, em especial o manual didático, que domina e dá a tônica à atividade de ensino
(grifos do autor, p. 230-1).
Alves mostra que é um paradoxo a escola ignorar, e não deixar penetrar nela, o
conhecimento culturalmente significativo que circula fora dela. Mostra que, pelos mais
variados recursos, o homem pode ter acesso ao conhecimento produzido nos centros
científicos mais avançados, consultar bibliotecas e arquivos de expressivas instituições
culturais do mundo.
Alves afirma também que “a materialidade escolar impõe aos educadores uma prática
que reproduz a superada forma comeniana de organização do trabalho didático” (p. 233).
Propõe assim a construção de uma nova didática, que incorpore as condições contemporâneas
da humanidade.
Alves menciona, e concordo com ele, que o desafio de mudar radicalmente a relação
professor-aluno, subtraindo do professor a simples reprodução e transmissão dos conteúdos
do livro didático, leva à valorização das funções docentes de planejamento, direção do
processo didático e avaliação das atividades dos estudantes.
Os novos materiais que ainda são subterrâneos à escola e à sala de aula, como a
Internet, espaço pleno de informações, que é acessada por meio do computador, de um
celular, Iphone, ou de um outro dispositivo tecnológico múltiplo que se organiza em múltiplas
linguagens (a escrita, a oral, a da imagem fixa e em movimento, na música, nos sons os mais
variados), são acessados pelos jovens – e eles gostam muito disso – independentemente das
orientações docentes.
Os jovens que estão nas escolas hoje, tanto na educação básica como na superior,
vivenciam essa situação há tempos e essa familiaridade com as tecnologias alterou sua
sociabilidade, afetividade e forma de aprender. A partir dessas análises podemos dizer que tais
dispositivos, meios de acesso a conteúdos, alteram estes conteúdos e tornam-se mediação no
processo de aprender.
Depois desta reflexão, é possível entender que há uma possibilidade de a escola se
tornar um espaço híbrido, na concepção anteriormente exposta. No entanto, ela ainda não é
esse espaço. Muita coisa há para ser mudada. Necessário se faz discutir e atuar sobre a
materialidade dos seus instrumentos, a organização do trabalho pedagógico, a concepção de
conhecimento, as metodologias de ensino, a formação de professores. Com certeza, intervir
nisso tudo é muito mais difícil e trabalhoso do que adquirir dispositivos midiáticos.
REFERÊNCIAS
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SP: Autores Associados, 2005.
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comunicação social. In: SOUZA, Mauro Wilton de. Sujeito, o lado oculto do receptor. São
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aprender. Salvador: UFBA, 2001. (tese – cap.2).
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<www.ec.ubi.pt/.../klein-otavio-genese-do-conceito-de-dispositivo.pdf> Capturado em: 26 de
março de 2011.
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entre a comunicação e a Cibercultura. Disponível em:
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SOUZA E SILVA, Adriana de. Do ciber ao híbrido: tecnologias móveis como interfaces de
espaços híbridos. In: ARAUJO, Denize Correa (org.). Imagem (ir) realidade – comunicação e
cibermídia. Porto Alegre: Sulina, 2006.
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um novo processo de pensamento. Intercom - XXVI Congresso Anual em Ciência da
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ensino: interfaces com diferentes saberes e lugares formativos. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.
WOLTON, Dominique. É preciso salvar a comunicação. Tradução Vanise Pereira Dresch.
São Paulo: Paulus, 2006.
i Há de se discutir também a diferença entre informação e conhecimento. Enquanto a informação é o dado sem
análise, o conhecimento é a informação teorizada, analisada, compartilhada. ii SMS são as iniciais de Short Message Service, um serviço de transmissão de mensagens curtas de/para
telefones móveis, fax e endereços IP. Cada mensagem não pode conter mais que 160 caracteres e não admitem
imagens. É popularmente conhecida como torpedo. Uma vez enviada, a mensagem é recebida por um centro
SMSC (Short Message Service Center), que, então, a retransmite ao dispositivo móvel de destino. Se o destino
estiver fora da área ou desligado a mensagem é armazenada até que possa ser enviada. Disponível em:
(http://www.babooforum.com.br/forum/index.php?/topic/131986-glossario-de-termos-de-celular/). Acesso em
05.04.2011. iii GSM - Global System for Mobile communications. É o mais popular padrão para redes de telefonia celular no
mundo, com mais de 82% do mercado em 212 países, atendendo 2 bilhões de pessoas. No Brasil é usado por
todas as principais operadoras de telefonia celular: TIM, Vivo, Claro, Oi e Brasil Telecom. Disponível em:
(http://tecnologia.uol.com.br/ultnot/2007/12/13/ult4213u231.jhtm). Acesso em 05.04.2011.