TEOLOGIA SISTEMÁTICA 1 - Teontologia

9

Click here to load reader

Transcript of TEOLOGIA SISTEMÁTICA 1 - Teontologia

Page 1: TEOLOGIA SISTEMÁTICA 1 - Teontologia

TEOLOGIA SISTEMÁTICA 1 - Teontologia  INTRODUÇÃO:             Estudaremos nesta parte da Teologia Sistemática a pessoa de Deus e a pessoa do Espírito Santo, sabendo-se que ambos não oferecem matéria para experimento, para um estudo científico, portanto não podemos apresentar definições que revelam a essência absoluta dessas duas pessoas. No entanto, trilharemos no termo como revelação e como produto da nossa fé, respondendo e esclarecendo questões a respeito desses assuntos.

 I - TEONTOLOGIA à CONCEITOS E DEFINIÇÕES:             É o estudo da Teontologia (Estudo de Deus), Théos = Deus, Ontos = Ente, Logos = Estudo. Não supõem – se que seja uma descrição exata do ser de Deus. Apesar de levantar e tentar responder questões a seu respeito. Ela é em sua forma apologética, a defensora das reivindicações do Cristianismo frente aqueles que ainda não crêem, e na sua forma dogmática, a esclarecedora dos conteúdos da fé cristã a respeito de Deus para aqueles que já crêem. ·         Definição de Platão: Deus é o começo, o meio e o fim de todas as coisas. Ele é a mente ou a razão suprema; a causa eficiente de todas as coisas; eterno, imutável, onisciente, onipotente; tudo permeia e tudo controla; é justo, santo sábio e bom; o absolutamente perfeito, o começo de toda verdade, a fonte de toda lei e justiça, a origem de toda ordem e beleza e especialmente a causa de todo o bem. ·         Definição Cristã do breve catecismo de Westminster: “Deus é um espírito infinito, eterno e imutável; sábio, poderoso, santo, justo, bondoso e verdadeiro”. ·         Definição combinada: Deus é um espírito infinito e perfeito em quem todas as coisas têm a sua origem, sustentação e fim, Jó 4.24; Ne 9.6; Ap 1.8,17; Is 48.12. 

 I – A REALIDADE DE DEUS Embora seja e existência de Deus, uma das premissas fundamentais das Escrituras Sagradas, todavia, elas em nenhum momento se preocupam em prová-la formalmente, no entanto, em todas as partes de seu Cânon subtende-se a existência desse ser Supremo e Eterno, Deus. A Bíblia desta forma sagra-se como a base principal para a crença na realidade de Deus. 1- A negação da existência de Deus a)    ATEÍSMO            O Ateísmo consiste na negação absoluta da existência de Deus. Destacam-se do Ateísmo, os Ateus práticos e os teóricos. Os primeiros não reconhecem de forma alguma a pessoa de Deus e vivem na prática como se Deus não existisse; os últimos são em sua maioria uma classe mais intelectual e fundamentam sua negação da existência de Deus no desenvolvimento da raciocínio puramente humano. b)    AGNOSTICISMO            O Agnosticismo nega a capacidade humana de conhecer a Deus. Afirmam que a mente humana não pode conhecer o infinito. No entanto, os agnósticos esquecem ou ignoram a diferença entre “o conhecer absoluto e o conhecer em partes”. Do contrário, compreenderiam o ensinamento das Escrituras, as quais nos ensinam a possibilidade de conhecer à Deus, todavia, corroboram que agora só o conhecemos em parte, Ex 33.20; I Co 13.9-12. c)     POLITEÍSMO            O Politeísmo defende a idéia de que o universo é governado não apenas por uma força, mas por uma multiplicidade, implicando assim, a idéia de um deus para cada setor da vida. Por exemplo, há um deus da água, um deus da fertilidade, um deus da guerra, etc. d)    PANTEÍSMO            O Panteísmo Destarte, árvores, montes, sol, lua. São todos partes integrantes de Deus, e por esse motivo devem ser adorados. e)    MATERIALISMO            A matéria é a única realidade existente, declara o materialista. Homem é apenas um animal, uma máquina que, por conseguinte não é responsável pelos seus atos e atitudes. Afirmam ainda que todas as manifestações da vida e da morte e todas as forças são manifestações da matéria. f)      DEÍSMO            O Deísmo é um sistema de religiões que admite a existência de Deus, mas que, todavia, rejeita inteiramente a sua revelação à humanidade. Alem destes ismos, podemos mencionar:·         ENOTEÍSMO: Essa palavra deriva do grego hem, um adjetivo numeral “um” é a crença em Deus, mas não nega a existência de outros deuses. A Teologia percebe que a mensagem ou a crença primitiva, era dessa forma resultante da forma como Deus se relacionava com eles. Sendo assim esta crença que alcançou os hebreus primitivos precedeu o puro monoteísmo. O enoteísmo é uma combinação de idéias monoteístas e politeístas. Praticamente seria monoteísmo, mas teoricamente seria politeísmo. Também seria uma forma de teísmo. ·         TEÍSMOEsse vocábulo grego théos, “deus”. Assim sendo é a crença em Deus, em algum deus, ou em deuses, assim fazendo contraste com o ateísmo. O teísmo pode defender o monoteísmo e o politeísmo, quase sempre a idéia envolve a crença de que Deus, ou deuses interessam-se pelo homem, com intuito de recompensar ou punir, exercendo influencias sobre o mundo dos homens. Nisso ele contrasta com o deísmo. ·   

Page 2: TEOLOGIA SISTEMÁTICA 1 - Teontologia

      HUMANISMOÉ a posição filosófica que pensa que deus não é alguma força cósmica e final, algum poder supremo, alguma existência absoluta, algum ser supremo e transcendental, pessoal ou impessoal, teísta ou deísta, que não seria um só ou diversos, e nem teria forças como uma energia, a gravidade, etc. Pelo contrário, Deus seria “Lê grande être”, ou “grande ser”. Esse grande ser seria a própria humanidade, o que há de melhor no homem, as suas esperanças e realizações mais excelentes, os seus valores mais altos, a sua suprema bondade. Essa idéia é criação de Augusto Comte. O genitor do positivismo lógico 1759 – 1857, foi esposada por John Dewey, um dos principais representantes do pragmatismo, por Max otto, Roy Wood Sellars, Corliss Lamont e outros filósofos pragmáticos e humanistas. ·         O IDEALISMO IMPESSOALDeus seria o valor ideal. É similar a idéia anterior, chegando a ser uma subcategoria da mesma. Todavia, a ênfase recai sobre os valores. Os valores possuíram uma existência objetiva, “sui generis”. Deus seria, de acordo com esse ponto de vista, os valores ou princípios ideais que seriam válidos e universais.  CETICISMO: É uma espécie de agnosticismo radical. ·         O POSITIVISMO LÓGICODe acordo com essa posição filosófica, Deus transcende todos os limites. Assim sendo, não poderíamos dizer que Deus existe, pois isto é uma forma de ateísmo, porquanto reduz o grande Deus transcendental à categoria das coisas que podemos conhecer com a nossa mentalidade tão limitada. O termo Deus não se refere a uma realidade, nem mesmo a mais alta, mas é antes uma alusão à fonte e ao alicerce de toda vida e existência. Deus é totalmente transcendental e jamais poderá ser descoberto e descrito pela investigação, sempre será o grande mistério perpétuo, sempre haverá de ser o objeto do ser, objeto de uma pesquisa admirada. E assim, quer neste mundo, após a morte, Deus será sempre o grande mistério em direção do qual os homens se movimentam, dando-lhe toda à atenção, sempre procurando, sem jamais encontrá-lo. Por Paul Tillich.            2 – Argumentos que provam a existência de Deusa)    Argumento Ontológico.            A idéia principal deste argumento é que o homem trás a concepção de um ser totalmente perfeito, e que a mesma só pode ter sido colocada na mente humana pelo próprio criador. O homem em toda a parte tem a crença u ser soberano. Legislador e que, por conseguinte só pode ser Deus. b)    Argumento Cosmológico.            “A razão defende que o universo deve ter tido entre si, pois todo efeito deve ter uma causa suficiente”. Assim, tudo o que existe no mundo deve ter uma primária ou uma razão de ser, e esta razão só pode ser Deus. c)     Argumento Teológico.            Apresenta o desígnio do universo como evidência clara da ação da mente suprema de Deus. Argumentam que se há um universo ordenado e que todos os seus movimentos tendem para uma harmonia celeste, é porque o arquiteto que o criou com inteligência superior, continua a legislar. d)    Argumento Moral.            O homem tem por sua natureza uma consciência moral, em que é capaz de distinguir o bem do mal. Quando faz o bem ela o aprova, quando faz o mal ela o condena. A consciência do bem e do mal só pode ser obra de Deus. e)    Argumento Histórico.            A universal história da humanidade dá evidência de uma providência que governa sobre tudo, uma providência divina. E muito mais, tudo o que acontece no mundo como marco importante da história, tem ligação com a religiosidade humana, isto é, com o divino.  II – A REVELAÇÃO DE DEUS 1. Deus revelado na natureza.

A natureza constitui-se a primeira revelação de Deus, um arauto, um mensageiro que faz manifesta a glória e a majestade divina, Sl 19.1-4; 29.1-5; Rm 1.18-20. 2. Deus revelado a Israel.

Deus escolheu Israel para ser o alvo de sua revelação às nações e o meio pelo qual Deus as abençoaria. Os meios de sua revelação a Israel foram os seguintes:a)    Por visão e sonho, Gn 28.10-17; Is 6.1-13.b)    Pelos profetas, Hb 1.1.

Page 3: TEOLOGIA SISTEMÁTICA 1 - Teontologia

c)     Por Urim e Tumim, Ex 28.30; I Sm 28.6. 3. Deus revelado a Igreja.

Com a rejeição de Israel a Cristo, Deus transfere sua revelação à “um povo para o seu nome” tirado dentre os gentios, a Igreja, At 15.14. A este povo Deus se revela através de seu filho, Jesus, mas o mesmo age por meio de seu substituto, o Espírito da Verdade, que ainda hoje permanece revelando Deus no seio da sua Igreja, JO 14.16,17; 16.14,15. Hoje, Deus também se revela através de sua Palavra.  III – A NATUREZA DE DEUS             O termo natureza nos faz perguntar pelo que Deus é em sua essência. Quem é? E o que é Deus?            A Bíblia afirma que Deus é espírito, Jo 4. 24, que Ele é Luz, 1 Jo 1.5. Estas expressões retratam a natureza essencial de Deus, enquanto que as expressões: Deus é amor, 1 Jo 4. 7,8, e Deus é justiça, expressam a sua personalidade, 1 Tm 6.16. 1. A Vida de Deus.            Vida para a ciência é a perfeita correspondência entre órgão e ambiente, porém, isso não define plenamente este termo. Quando se refere a Deus, o termo significa muito mais que isso, visto que Deus não tem ambiente. A vida de Deus e sua atividade de pensamento, sentimento e vontade. É o movimento total e íntimo do seu Ser que o capacita a formar propósitos sábios, santos e amorosos. A vida de Deus é uma vida apenas no sentido existencial, como o é a da natureza, é uma vida em si mesmo.Em Deus os fatores de força e condição são ilimitados ou infinitos, Jo 5.26. Deus é vida Jo 14.26 e o princípio e a fonte de vida At 25.28. 2. Espiritualidade de Deus.A Bíblia deixa claro e evidente que Deus em seu ser é espírito (Jo 4.24) e, por conseguinte é imaterial e que, portanto não pode ser visto pela visão natural.            à Quanto espírito, Ele é infinito em dois aspectos:a)    Infinito quanto a sua grandeza. Incapaz de ser medido, mensurado, envolvido e etc...b)    Infinito quanto a sua existência. Sem princípio e sem fim.Considerando o supra citado é impossível representá-lo através de figuras, imagens ou qualquer outra coisa material. No AT - Dt 4.15-20. No NT – Lc 24. 39; 1 Tm 1.17; Cl 1.15; At 17.22-19. 3. A Realidade Espiritual de Deus Interrogada.            Que significam os termos físicos ou humanos aplicados a Deus? Is 59.1; Ne 1.6; 1 Rs 8.24; Jó 34.21; 1 Pe 3.12.            São expressões de termos antropomórficos, estas ocorrências são chamadas de antropomorfismo – que é a prática de se referir à Deus dando-lhe características e, ou membros humanos. Há ainda o uso do Antropopatismo que por sua vez se refere a Deus dando-lhe sentimentos humanos, tais como: Arrependimento, ira, tristeza e etc...            Como se conciliam as passagens que afirmam que homens viram a Deus (Ex 24.10; Jz 13.22; Ex 33.18,19, 21-23; Is 6.7), com outras que declaram que Deus jamais foi, e nem pode ser visto por homem algum? (Ex 33.20; Cl 1.15; Jo 1.18).            As primeiras se referem a Deus em suas manifestações (teofania), enquanto que as outras falam de Deus em seu ser essencial.             O termo teofania é empregado para indicar as manifestações visíveis de Deus no transcurso da história bíblica. Vejamos alguns casos:a) Experiência de Agar e Ismael, Gn 16.7-10,13.b) Experiência de Abraão e Isaque Gn 22.11,12c) Experiência Abraão na planice de Manre Gn 18.1-24d) Experiência de Josué e Israel em boquim. 4. A Personalidade de Deus.            Pode-se definir personalidade como existência dotada de Autoconsciência e de autodeterminação. A

Page 4: TEOLOGIA SISTEMÁTICA 1 - Teontologia

personalidade é constituída de três elementos: O intelecto (faculdade de pensar), a sensibilidade (faculdade de sentir) e volição (poder de vontade, livre arbítrio). A Bíblia estabelece a personalidade de Deus devido: a)      Por Ele possuir características e propriedade de personalidade.·         Tristeza, Gn 6.6.·         Ira, I Rs 11.9.·         Amor, Ap 3.9.·         Ódio, Pv 6.6. b)    Por ser dado a Ele nomes que revelam personalidades.·           Jeová é um dos nomes mais importantes, pelo qual o senhor se tem feito conhecer. Elohim, è o Deus criador, enquanto que Jeová é o Deus da aliança com a criação. A combinação do nome Jeová com outros, resulta no que se chama títulos Jeovísticos, como:·         Eu Sou, revela autoconsciência, Ex 3.14.·         Jeová Jiré, o Senhor proverá, Gn 22.13,14.·         Jeová Nissi, o Senhor é a nossa Bandeira, Ex 17.15.·         Jeová Rafá, o Senhor que sara, Ex 15.26.·         Jeová Shalom, o Senhor é nossa paz, Jz 6.24.·         Jeová Raá, o Senhor é o meu pastor, Sl 23.·         Jeová Tsidequenu, o senhor justiça nossa, Jr 23.6.·         Jeová Sabaot, o Senhor dos exércitos, I Sm 1.3.·         Jeová Sama, o Senhor esta presente, Ex 48.35.·         Jeová Mikadiskim, o Senhor que santifica, Ex 31.13. c)     Pelas revelações que Ele mantém com a criação:·         Como criador de tudo, Gn 1.1,26; Jo 1.1-3; Ap 4.11.·         Como preservador de tudo, Hb 1.3; Cl 1.15-17.·         Como benfeitor de todas as vidas, Mt 10.29,30; Sl 24.27-30.·         Como governador e dominador da vida, Rm 8.28; Sl 76.10; Gn 39.10.  IV – OS ATRIBUTOS DE DEUS 1.   Atributos Naturais: Também chamados de intransitivos, incomunicáveis, absolutos e imanentes. São eles: a) Eternidade: Sem principio nem fim de dias. Sl 90.2,12; Ef 3.21. Não significa apenas início e fim de todas as coisas, mas sim, que Ele transcende todas as limitações temporais, II Pe 3.8, não há divisão, tempo ou espaço perante Ele e têm totalidade de sua existência num único presente indivisível, Is 57.15. b) Imensidão: A infinidade de Deus em relação ao espaço é assim denominada. Deus é imenso, majestoso, Jô 36.5,26; 37.22,23; Jz 22.18; Sl 145.3. É a perfeição de Deus pela qual Ele ultrapassa todas as limitações espaciais e, contudo está presente em todos os pontos do espaço com todo o seu ser pessoal. A imensidão de Deus é intensifica e não extensiva, isto é, não significa extensão ilimitada no espaço como no Panteísmo. A imensidão de Deus é transcendente no espaço (intramundano), Sl 139.7-12; Jr 23.24 e fora do espaço (supramundano), I Rs 8.27; Is 57.15. c) Imutabilidade: Não significa imobilidade, pois nosso Deus é um Deus de ação, Is 43.13, na muda em sua natureza, nem para melhor e nem para pior, Ml 3.6; em seus atributos Ele não adquire mais poder ou mais conhecimento, na faz descobertas nem experimentos; e em seus conselhos Deus planejou os fatos conforme a sua vontade, nada poderá se opor a Ele, jamais mudará de opinião, mas fará conforme o seu plano pré determinado, Is 46.9,10; Sl 33.11; Hb 6.17. d) Onisciência: Atributo pelo qual Deus de maneira inteiramente única conhece a si próprio e a todas as coisas possíveis e reage num só ato eterno e simples. O conhecimento de Deus tem suas características:·      É Arquétipo: Deus conhece o universo como ele existe em sua própria idéia anterior à sua existência como realidade finita no tempo e no espaço. Esse conhecimento não é obtido de fora como o nosso, Rm 11.33,34.·      É inato e imediato: Não resulta de reação ou de processo de raciocínio, Jô 37.16.·      É simultâneo: Não é sucessivo, pois Deus conhece as coisas de uma vez em sua totalidade e não de forma fragmentada, uma após a outra, Is 40.28.

Page 5: TEOLOGIA SISTEMÁTICA 1 - Teontologia

·      É completo: Deus não conhece apenas parcialmente, mais plenamente, Sl 147.5.·      Conhecimento necessário: È assim chamado porque não é determinado por uma ação da vontade divina. Por exemplo, o conhecimento do mal é m conhecimento necessário, Hc 1.3. Deus não quer ver o mal, mais o conhece, não por experiência que envolve uma ação da sua vontade, mais por simples inteligência, por ser ato do intelecto divino, II Cr 5.21 onde o termo grego “Ginosco” é usado.·      Conhecimento livre: É aquele que Deus tem de todas as coisas reais, isto é, das coisas que existiram no passado que existem no presente e existirão no futuro. É também chamado “visionis”, conhecimento de vista.·      Presciência: Significa conhecimento prévio. Deus decretou todas as coisas com suas causas e condições na exata ordem em que ocorre, portanto sua presciência de coisas contingentes, I Sm 23.13; II Rs 13.19; Jr 38.17-20; Ez 3.6; Mt 11.2, apóiam-se em seu decreto. Deus não originou o mal, mas o conheceu nas ações livres dos seres dotados de personalidades (conhecimento necessário), o decretou e pré conheceu os seres.Portanto a ordem é: conhecimento necessário, decreto, presciência. A presciência de Deus é muito mais de que saber o futuro, e seu uso no Novo Testamento é empregado como na LXX que inclui sua escolha efetiva, Rm 16.5; Jz 9.6; Am 3.2. Veja Rm 8.19; I Pe 1.2; Gl 4.9; como se processou o conhecimento de Deus nas ações livres dos homens antes mesmo que Ele decretasse a liberdade humana não é uma coisa inteiramente indeterminada, solta no ar, que pende numa ou noutra direção, mas é determinada por nossas próprias considerações intelectuais e caráter (Lubentia Rationalis = Auto – determinação racional). Liberdade não é arbitrariedade, em toda ação racional há um por que, uma razão que decide a ação. Portanto o homem livre não o incerto e imprevisível, mas o homem seguro. A liberdade tem suas leis espirituais e a mente onisciente sabe quais são (Jo 2.24,25). Em síntese, a presciência é um conhecimento livre (scientia liberal) e logicamente procede do decreto “... segundo o decreto de sua vontade”, Ef 1.11. e) Onipresença: presença permanente em todos os lugares ao mesmo tempo. É de se concordar que Deus não esta em todos os lugares num mesmo sentido e com o mesmo propósito, Sl 139. f) Onipotência: Poder absoluto, possuidor de todo poder. Deus é superior a todas as forças existentes, Is 41.13. g) O Conselho de Deus: São os seus propósitos, seus planos eternos e seus decretos, inclusive a criação e a redenção, levando em conta a livre atuação de homem. h) A Soberania de Deus: Consiste na soma de seus atributos naturais. Todas as coisas lhe são subordinadas e todas necessitam dEle, Ele não depende de ninguém, Ele determina a finalidade de cada uma delas. 2. Os Atributos Morais de Deusa) Santidade: Absoluta pureza moral b) Justiça: É santidade ativa (em ação), zelando pela moral, assim ela se manifesta no seu trato com suas criaturas. A saber:Ø Livra o inocente e condena o ímpio, Is 11.3-5.Ø Perdoa o penitente, I Jo 1.9; Hb 6.10.Ø Castiga e julga o seu povo, Am 3.2; Is 8.17.Ø Salva o seu povo, Is 46.13; 45.24,25.Ø Faz triunfar os seus servos, Is 50.4-9. c) Veracidade e Fidelidade: Nm 23.19, Ele é real, Ele é fiel, Dt 4.31; Lc 18.7; Jr 4.28; Rm 3.4. d) Bondade: Quando Jesus disse que “ninguém é bom, se não um só que é Deus”, Ele referia-se ao sentido absoluto e metafísico da bondade, que é o “sumo bem”, Mc 10.18; Sl 25.8; Rm 2.4. e) Misericórdia: É a bondade de Deus agindo em favor dos miseráveis espirituais e provendo o seu alívio, Tt 3.5; Lm 3.22; Is 49.13; Sl 32.5. f) Longanimidade: Ligada à bondade e a misericórdia. É o atributo pelo qual Deus torna-se tardio em julgar e condenar o ímpio, Ex 34.6; Sl 86.15; Rm 9.22. g) Amor: O amor de Deus possui caráter eterno, ilimitado, imutável e inesgotável. É a razão pela qual Cristo morreu por nós, para fazer expiação pelos nossos pecados. É a fonte permanente de estimação, bondade e

Page 6: TEOLOGIA SISTEMÁTICA 1 - Teontologia

misericórdia. Os demais atributos decorem do amor de Deus, Jo 3.16; Ef 2.4; Jr 31.3; Rm 9.11-13.  V – A TRIUNIDADE DE DEUS             “A Trindade, são três pessoas eternamente inter – constituídas, inter – relacionadas, inter – existente, e, por conseguinte inseparáveis dentro de uma única substância”, Champion, “Adoramos um Deus em trindade e a trindade em unidade sem confundir as pessoas e sem dividir a substância”. 1 – Unidade do ser.            A unidade de Deus significa não que Ele seja uma única pessoa, mas que Ele seja uma divindade uma e única, a palavra hebraica que significa “um” no sentido absoluto é “yechaeed”, Gn 22.2; Jesus faz menção de sua unidade com o Pai usando um termo que designa uma unidade composta, Jo 10.30; 17.11,21-23; I Jo 5.7. A palavra hebraica que tem esse significado é “echad” e é usada em, Dt 4.35; 6.4; 32.39; Gn 2.24; Zc 14.9; I Cr 29.1; I Rs 8.60; Is 43.10; 46.10; I Co 8.5,6; Gl 3.20; Mt 28.19; I Jo 5.7. 2 – A Trindade de personalidade.            Nesse aspecto, Deus é dotado de três distinções pessoais, que se revelam como Pai, Filho e Espírito Santo. A Bíblia apresenta provas dessa verdade.a)    No nome hebraico, Elohim, Gn 1.1.b)    No plural dos pronomes e verbos, Gn 1.26; 3.22; 11.6,7.c)     No termo, Yecheed “único”, Dt 6.4.d)    Na menção das três pessoas, Sl 2.6-9; Ag 2.4-7.e)    Nas teofanias, Gn 22.11,12.f)      Nas declarações de... Is 48.16; 61.1,2.g)    Na encarnação de Jesus, Lc 1.35; Mt 1.20-23.h)    No batismo do Senhor, Lc 3.21,22.i)      No ensino de Jesus, Jo 14.16; 16.7-10.j)      Na redenção, Tt 2.4-6; Hb 9.14.k)     Na missão da Igreja, Mt 28.19.l)      Na benção apostólica, II Co 13.14. 3 – Síntese do ensino da Trindade.Ø Cada uma das três pessoas recebe o título de Deus.a) O Pai é Deus, Rm 1.7.b) O Filho é Deus, Mt 1.23; Rm 9.5; Hb 1.8.c) O Espírito Santo é Deus, At 5.3,4; Ef 2.22.Ø Cada um recebe o título de Senhor.a) O Pai, Mt 11.25.b) O Filho, At 2.36.c) O Espírito Santo, II Co 3.17.Ø Cada um possui atributo divino.Atributos Pai Filho Espírito Santo

Onisciência At 15.18 Jo 21.17 I Co 2.10

Onipresença Jr 23.24 Ef 1.20,23 Sl 139.9

Onipotência Gn 17.1 Ap 1.8 Rm 15.19

Eternidade Rm 16.16 Ap 3.16 Hb 9.14

Santidade Ap 4.8 At 3.16 I Jo 2.20 @Nota 1: Há um só Deus, Tg 2.19; I Co 9.4, mas nessa unidade existem três pessoas que é Deus... As três pessoas divinas têm individualmente, inteligência, emoções e vontade própria. A divindade das pessoas é igual, porém, o Pai não é o Filho, o Filho não é o Pai o Filho não é o Espírito Santo e... @Nota 2: A doutrina da trindade como foi aqui apresentada é a forma pregada pelo trinitarianismo, que muito difere do triteísmo, essa é uma forma de teísmo fazendo contraste com o deísmo. De acordo com o triteísmo existem três deuses todos eles interessados no homem intervindo na história humana, compensando e punindo. Naturalmente é uma forma de politeísmo, o mormonismo é abertamente triteísta concebe três deuses distintos, chamados de Pai, Filho e Espírito Santo. Isso é um triteísmo prático, contudo