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Tema – Introdução à Logística
Projeto Pós-graduação
Curso Engenharia de Produção
Disciplina Logística Empresarial e Cadeia de Suprimentos
Tema Introdução à Logística
Professor Edelvino Razzolini Filho
Introdução
Neste tema faremos uma introdução à Logística, falaremos do conceito
de Logística e a sua evolução histórica, além de apresentarmos a evolução da
Logística no mundo e no Brasil.
Agora, acesse o seu material digital e assista ao vídeo de introdução
com o professor Edelvino.
Introdução à Logística
A Logística Empresarial é uma disciplina em franca evolução e já conta
com sólida base teórico-empírica na formação de seus conceitos e definições
mais usuais.
Desde tempos remotos, as atividades logísticas vêm sendo
desenvolvidas, mesmo que não tenham recebido essa denominação. No
entanto, sempre foi necessário transportar coisas de um lugar para outro,
armazenar para utilização futura, proteger em algum tipo de embalagem e,
ainda, inúmeras outras atividades essencialmente logísticas.
Contudo, ao longo do tempo essa disciplina tem amadurecido e
solidificado os seus conceitos e bases teóricas de sustentação, como veremos
ao longo deste material.
Atualmente, a Logística é percebida como importante ferramental para a
competitividade organizacional, uma vez que consegue agregar valor aos
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produtos por meio da criação de utilidades:
De tempo: colocando o produto na hora certa;
De lugar: o produto no lugar certo;
De condição de uso: garantindo a integridade física dos produtos.
Essa percepção da Logística como um importante ferramental para a
competitividade é decorrência de alguns temas que dominam o cenário da
atuação empresarial, entre os quais estão os pontos citados a seguir.
a. Globalização
O termo “globalização” tem origem na expressão “aldeia global”1. Essa
expressão foi cunhada por Marshal McLuhan2, que, na década de 1960,
afirmou que o mundo era uma aldeia global. A partir daí, constatou-se na
prática que vivemos em um mundo globalizado, onde todos podem interagir
simultaneamente.
A maioria dos brasileiros teve dificuldades em compreender que a
globalização não é uma via de mão única, mas de mão dupla, pois se deve
comprar e vender para outros países, e quanto mais melhor! Precisamos sair
da síndrome de D. João VI, quando o Brasil era colônia de Portugal e tudo o
que era bom deveria vir de outros países. Esse sentimento ainda continua
conosco quando fazemos comércio com o exterior, e não é por acaso que
exportamos muitas commodities, como minérios, cereais e frutas, e poucos
manufaturados de alto valor agregado, como aviões, por exemplo. É preciso
fazer uma opção clara por produtos manufaturados de maior valor agregado
para que o país cresça e ofereça mais empregos e amplie o seu
desenvolvimento.
b. Conectividade, tempo e espaço
1Veja mais sobre o assunto em: < http://www.infopedia.pt/$aldeia-
global;jsessionid=YSkkWnT067aJL1OJrlUvPQ__> 2 Para saber mais sobre o autor:
<http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/glossario/verb_b_marshall_mcluhan.htm>
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A conectividade, ou seja, a possibilidade de utilizar meios de
comunicação que se entrelaçam e se complementam, pode estar em qualquer
lugar a qualquer tempo. Se alguém envia um e-mail, você o lerá quando
possível e poderá responder quando desejar, de forma direta, pois hoje temos
a possibilidade de acessar a internet através dos celulares e de outros
recursos.
c. Responsabilidade social
Desde o discurso de Kofi Annan (ex-Secretário Geral da ONU), em seu
pronunciamento de posse em 1999, denominado Global Compact3, que
chamou a atenção do mundo empresarial sobre as responsabilidades de todos
com as questões sociais, que o respeito às pessoas, principalmente aquelas
que atuam nos processos produtivos, passou a ser prezado por todos.
Sabemos de diversos casos de empresas que utilizavam mão de obra infantil
ou escrava e foram penalizadas, se não pela justiça, pela sociedade de
consumo, ao restringir o uso dos produtos por elas fabricados.
d. Responsabilidade ambiental
Desde a Eco-924, um dos mais importantes fóruns internacionais sobre a
questão ambiental, promovido pela ONU, essa questão está sendo cada vez
mais observada: muitas leis, restrições e regras vêm sendo implementadas.
Hoje, não basta mais produzir e entregar os produtos. É necessário, em
diversos casos, desenvolver mecanismos de recuperação ou reutilização de
produtos ou embalagens após o uso ou consumo, como é o caso das
embalagens PET, Tetra Pak, pneus, equipamentos eletrônicos e outros.
Para obter mais informações sobre o tema apresentado hoje, leia o livro
“O reverso da logística” de Edelvino Razzolini Filho e Rodrigo Berté, publicado
pela editora Ibpex, em 2009.
e. Ética
3 Disponível em <http://www.unglobalcompact.org/newsandevents/Speeches.html>.
4 Disponível em: <http://www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental/agenda-21/agenda-
21-global>.
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Vem a ser o conjunto de regras de conduta e posturas esperadas por
uma sociedade e seus membros. Agir e respeitar essas regras parece ser
muito óbvio, porém nem sempre elas são respeitadas. É importante lembrar
que aqueles a ocupar cargos importantes são exemplo aos demais.
Esses temas, entre outros, colocam desafios para as organizações a
serem superados, exigindo muito mais dos sistemas logísticos. Assim, vamos
estudar os impactos desses temas sobre a Logística Empresarial
contemporânea e as cadeias de suprimentos.
Para você saber mais sobre as questões éticas e sobre a
sustentabilidade, leia o artigo “Um novo contrato social para o Século XXI”, de
Ignacy Sachs, que está disponível no link a seguir:
<http://www.pagina22.com.br/index.php/2012/03/um-novo-contrato-social-para-
o-seculo-xxi/>.
Conceito de Logística: Evolução Histórica
Historicamente as atividades logísticas sempre existiram, tendo
encontrado a sua maior evolução nas atividades militares. Sun Tzu, no famoso
livro “A arte da guerra”5, apresentou diversos exemplos de atividades logísticas,
recomendadas como essenciais para se vencer batalhas e guerras. Os escritos
de Von Clausewitz6, importante obra de estudos nas academias militares ao
redor do mundo, também são repletos de exemplos de atividades logísticas.
Contudo, o termo “logística” surge pela primeira vez no livro “Précis de l’art de
la guerre”, do barão Antoine Henri Jomini, biógrafo de Napoleão e teórico
militar, uma vez que no exército francês existia o cargo de Major dês Logis, que
era responsável por providenciar suprimentos (alimentos, vestimentas etc.)
para as tropas. Acredita-se que essa expressão tenha derivado do verbo
francês loger, que apresenta o significado de abrigar ou acolher (RAZZOLINI
FILHO, 2006).
5 Texto completo disponível em: <http://portugues.free-ebooks.net/ebook/A-Arte-da-
Guerra/pdf/view> 6 Saiba mais em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Carl_von_Clausewitz>
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Modernamente, ainda segundo Razzolini Filho (2006), o tenente-coronel
da marinha norte-americana, Cyrus Thorpe, publicou um manual de Logística,
que deixou o âmbito militar e disseminou-se, também, no ambiente empresarial
norte-americano no pós-guerra. Assim, a Logística sai do ambiente
estritamente militar e ganha espaço no ambiente organizacional de forma mais
ampla.
No ambiente empresarial, a Logística vicejou e evoluiu rapidamente,
ganhando maior impulso à medida que os recursos da tecnologia da
informação também evoluíam. Atualmente, com o suporte dos recursos
tecnológicos, a Logística Empresarial ocupa papel de destaque nas estratégias
competitivas das organizações.
Conceito de Logística
A logística empresarial viu o seu conceito evoluindo desde a sua saída
do âmbito militar, de forma que acompanhasse a evolução dinâmica dos
mercados e das organizações.
Para entender um pouco mais sobre o conceito de Logística, assista ao
vídeo que está disponível no link a seguir:
<http://www.youtube.com/watch?v=sSivEveLQCs>.
Evolução da Logística no Mundo
Existe uma entidade, com sede nos Estado Unidos da América, que
congrega profissionais, pesquisadores, organizações e todos os demais
interessados no tema Logística Empresarial7. Em um primeiro momento, o
conceito de Logística estava mais relacionado a questões operacionais, já que
o então CLM definia a Logística como um conjunto de atividades voltadas para
7 Essa entidade chamava-se CLM – Council of Logistics Management e, atualmente,
denomina-se CSCMP – Council of Supply Chain Management Professionals, ou seja, é o
Conselho dos Administradores de Cadeias de Suprimentos. É o CSCMP que periodicamente
realiza grandes encontros para discutir a situação da Logística ao redor do mundo e, ainda,
estabelecer os conceitos que são adotados pelos profissionais e organizações.
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a movimentação eficiente de produtos acabados, desde a linha de produção de
uma organização até os seus clientes finais.
Em alguns casos, o conceito também admitia a movimentação de
materiais desde um fornecedor até o início do processo produtivo. Esse
“conjunto de atividades” a que se referia o CLM incluía as atividades de
armazenagem, transporte, gerenciamento de materiais, embalagens protetoras
aos produtos ou materiais, o controle de inventários, previsões de vendas e
serviço a clientes.
Ou seja, em um estágio inicial o conceito de Logística era
essencialmente operacional, implicando um conjunto de atividades a ser
desempenhadas para garantir que o produto saísse da organização e
chegasse aos seus clientes. No entanto, com a evolução dos mercados e das
organizações o conceito de Logística foi evoluindo, passando por estágios que
permitem perceber essa evolução.
Ballou (1993), em um dos primeiros livros estrangeiros traduzidos e
publicados no Brasil, assim define Logística:
A Logística empresarial trata de todas as atividades de movimentação e armazenagem, que facilitam o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto de consumo final, assim como dos fluxos de informação que colocam os produtos em movimento, com o propósito de providenciar níveis de serviço adequados aos clientes a um custo razoável.
Pelo conceito de Ballou (cujo original em inglês é de 1989), percebe-se
que não ocorre uma evolução significativa em relação ao conceito original do
CSCMP, continuando a enfatizar as atividades operacionais.
Por outro lado, Christopher (1997), autor britânico, define Logística
como:
o processo de gerenciar estrategicamente a aquisição, movimentação e armazenagem de materiais, peças e produtos acabados (e os fluxos de informações correlatas) através da organização e seus canais de marketing, de modo a poder maximizar as lucratividades presente e futura através do atendimento dos pedidos a baixo custo.
Pode-se perceber uma evolução no conceito, uma vez que o autor fala
em “gerenciamento estratégico”. Ou seja, Christopher confere à Logística um
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novo papel: o de contribuir com a estratégia organizacional.
Mais recentemente, o CSCMP (2014) redefiniu a Logística da seguinte
forma:
a parte do processo da cadeia de suprimentos que planeja, implementa e controla o fluxo e armazenamento, à jusante
8 e reverso,
eficientes e eficazes dos bens e serviços, bem como as informações relacionadas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender às exigências dos clientes
9.
Esse conceito acompanha, uma vez mais, a evolução dos mercados,
pois, atualmente, se discute a necessidade de as organizações competirem em
redes. Ou seja, não são mais organizações isoladas que concorrem entre si, e
sim as cadeias produtivas (ou redes de empresas) que concorrem umas com
as outras. Sendo assim, o conceito atualmente em voga admite que a Logística
seja uma parte de um processo mais abrangente dentro de uma cadeia de
suprimentos, de forma que se entende a necessidade de envolvimento com as
demais áreas funcionais da organização.
Entretanto, por mais paradoxal que possa parecer, o conceito de
Logística não descarta a necessidade de se desempenhar atividades para que
ela atinja os seus objetivos. Ou seja, as atividades operacionais continuam
existindo, assim como no passado, embora tenham adquirido uma conotação
estratégica. Assim, é necessário compreender quais são e como interagem as
atividades logísticas para atingir os objetivos desse importante sistema
organizacional. A evolução do conceito de Logística é decorrência das
modificações que acontecem no ambiente empresarial, conforme se percebe
no quadro apresentado a seguir.
8 Jusante = sentido em que vaza a maré ou que um curso d’água flui desde a sua nascente.
9 Tradução livre do autor.
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Outra forma de se perceber a evolução por que passou (e passa) a
Logística, é acompanhar suas diferentes fases evolutivas, propostas por Wood
Jr. e Zuffo (1998), no quadro a seguir.
Para que os sistemas logísticos funcionem a contento, é necessária a
execução de atividades essenciais, sobre as quais irá se discorrer na
sequência.
Atividades logísticas
Todos os conceitos de Logística vistos no tópico anterior reportam-se à
existência de “fluxos” (físicos e de informações) logísticos. Ora, os fluxos
existem dentro de processos e, por sua vez, os processos pressupõem a
existência de atividades. Assim, são com as atividades logísticas que ocorrem
as interfaces com as diferentes áreas organizacionais e é com os clientes que
a Logística consegue atingir os seus objetivos e auxiliar a organização a atingir
os objetivos maiores de lucratividade.
Quando falamos em atividades logísticas, queremos nos referir àquelas
atividades operacionais que colocam em funcionamento efetivo o sistema
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logístico. É pela realização de atividades complexas e integradas que as
organizações fazem movimentar seus processos operacionais para atingirem
os objetivos que estabelecem. Com isso, as atividades logísticas, para efeitos
didáticos, podem ser divididas em dois grandes grupos: a) atividades primárias;
e b) atividades de apoio ou secundárias.
Segundo Ballou (1993, p. 24-27), são as atividades logísticas que
sustentam o sistema logístico. Para entendermos essas atividades, vamos
apresentá-las individualmente e, na sequência, apresentaremos o inter-
relacionamento entre elas.
Atividades primárias
As atividades ditas primárias são aquelas que apresentam interface com
outras áreas funcionais da organização e/ou de outras organizações, se inter-
relacionam com o ambiente externo organizacional e são mais facilmente
percebidas pelos clientes. Essas atividades são: o processamento de pedidos,
a armazenagem e o transporte.
Processamento de pedidos: é a atividade que dá início a todo o
processo logístico na organização. Significa receber o pedido do cliente,
analisar os dados do pedido e do cliente, conferir as questões
relacionadas ao crédito, entre outras coisas, e encaminhar o pedido para
o sistema de armazenagem, onde ocorrerão as demais atividades.
Armazenagem: também denominada manutenção de estoques, é a
atividade em que ocorrerá a separação, o faturamento e a entrega dos
pedidos aos clientes. Os sistemas de armazenagem atuais são
modernos, altamente informatizados e preparados para a agilidade e a
flexibilidade necessárias aos processos integrados.
Transporte: entendido como a atividade logística responsável por
deslocar os materiais e/ou produtos acabados ao longo da cadeia de
suprimentos, o transporte constitui-se em um sistema à parte, que
depende de infraestrutura disponibilizada, geralmente, pelo poder
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público, como estradas, terminais portuários e aeroportuários, entre
outros recursos.
Contudo, as atividades primárias, embora fundamentais, não acontecem
isoladamente, pois elas dependem de outras atividades que suportam o seu
funcionamento. Essas atividades são chamadas de apoio, ou secundárias,
conforme veremos na continuação.
Atividades secundárias
As atividades secundárias são aquelas que oferecem suporte às
atividades primárias (por isso, também denominadas de apoio) e garantem a
eficiência dos sistemas logísticos. Essas atividades são: o armazenamento (na
entrada), a aquisição (compras), a embalagem de proteção, o manuseio, a
manutenção de informações e a programação do produto.
Armazenamento (na entrada): essa atividade está relacionada com os
estoques de entrada na organização, como matérias-primas e insumos,
além de embalagens e produtos em processo.
Aquisição (compras): é a atividade responsável por tornar os materiais
disponíveis ao sistema logístico, responsabilizando-se pela seleção, pelo
desenvolvimento e pela manutenção de fornecedores devidamente
qualificados. Para atingir os seus fins, a atividade deve realizar a
programação das compras, negociar as condições comerciais com os
fornecedores e, ainda, realizar o necessário acompanhamento (follow-
up).
Embalagem de proteção: é a atividade responsável por garantir a
integridade física dos materiais e/ou produtos. Assim, o sistema logístico
deve preocupar-se em garantir projetos de embalagens que assegurem
o manuseio e a movimentação sem danos físicos aos
materiais/produtos.
Manuseio: ocorre dentro do sistema de armazenagem, no processo
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produtivo e, ainda, ao longo da cadeia de suprimentos nas diferentes
interfaces existentes. O manuseio deve ser cuidadosamente planejado
para, também, garantir a integridade física dos materiais sob a sua
responsabilidade.
Manutenção de informações: é a atividade responsável pela geração,
análise e disseminação de informações relacionadas com os custos e o
desempenho do sistema logístico, visando assegurar a sua eficiência.
Serve para alimentar o processo de planejamento e o controle logístico
como forma de garantir a eficiência e a efetividade no gerenciamento
das atividades logísticas (primárias e secundárias).
Programação do produto: significa que é necessário gerenciar
adequadamente o fluxo de saída dos produtos acabados da organização
em direção ao mercado. Portanto, a programação do produto está
intimamente relacionada com o fluxo de distribuição.
Essas atividades se inter-relacionam com o objetivo de oferecer um
determinado nível de serviço aos clientes da organização, o que veremos na
continuação.
Nível de serviço
O nível de serviço deve ser entendido como todos os atos praticados
pela organização para conseguir que um produto, ou grupo de produtos,
satisfaça as necessidades, os desejos e as expectativas dos clientes. Também
pode ser entendido como um indicador da eficácia do estoque no atendimento
às demandas dos clientes.
Nesse entendimento é possível depreender duas coisas essenciais: a) a
demanda de serviço, que é a definição das características desejadas pelo
cliente para o serviço que atenda às suas demandas conforme a sua
expectativa em termos de pagamento por isso; e b) a meta de serviço
entendida como os valores e características relevantes estabelecidos como
objetivo para o conjunto de parâmetros que caracterizam o serviço oferecido
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aos clientes. Isso permite concluir que o nível de serviço pode ser entendido
como o grau em que se cumpre a meta de serviço estabelecida.
Como as atividades logísticas são exercidas para oferecer um nível de
serviço elevado aos clientes da organização, é preciso compreender que essas
atividades se inter-relacionam de forma a garantir níveis de serviço elevados.
Esse inter-relacionamento das atividades logísticas é a forma como
essas atividades se integram e como cada uma delas oferece suporte à outra.
Por exemplo, o transporte precisa de embalagens protetoras adequadas e
manuseio cuidadoso para garantir a integridade física dos materiais
transportados. Isso pode ser percebido na figura a seguir:
A figura permite perceber que existem duas atividades secundárias para
apoiar cada uma das atividades primárias. Assim, a obtenção (ou aquisição) e
a armazenagem de matérias-primas e produtos em processo são responsáveis
por garantir um processamento de pedidos rápido e com qualidade. A
manutenção de informações e a programação do produto suportam a
armazenagem dos produtos acabados, como o manuseio e a embalagem
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sustentam transportes eficientes.
No vídeo a seguir, disponível em seu material digital, o professor
Edelvino irá falar um pouco mais sobre a evolução do conceito de Logística no
mundo.
A Logística no Brasil
Objetivos da Logística
De forma resumida, é possível afirmar que o escopo da Logística é
assegurar disponibilidade: de materiais e/ou de produtos acabados, no
momento em que sejam necessários, onde forem necessários, com a
qualidade e o custo corretos.
Isso significa que os objetivos dos sistemas logísticos são, em essência,
os seguintes:
Os objetivos da Logística podem ser definidos como um “conflito”, uma
vez que são contraditórios entre si, pois por um lado se pretende oferecer o
mais alto nível de serviço aos clientes e, por outro, apresentar o mais baixo
custo operacional possível. Isso significa que a organização precisa equilibrar
esses dois objetivos em termos de garantir que, pelos menores custos totais,
ofereça um nível de serviço que satisfaça as necessidades, os desejos e/ou as
expectativas dos clientes.
Como é fácil concluir, isso é extremamente difícil de ser conseguido,
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uma vez que, ao aumentar os níveis de serviço (aquele “ato ou conjunto de
atos”), sempre se incorre em aumento de custos. Assim, é preciso adequar os
níveis de serviços a preços que os clientes estejam dispostos a pagar, uma vez
que as decisões desses clientes sempre acontecem a partir de uma relação
custo-benefício. O nível de serviço é oferecido pelas diferentes áreas da
Logística, que também podem ser entendidas como subsistemas dentro do
sistema logístico.
Saiba mais sobre a Logística no Brasil assistindo ao vídeo a seguir,
disponível em seu material digital.
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Síntese
Hoje, vimos um pouco da introdução à Logística e falamos do conceito
de Logística e a sua evolução histórica. Além disso, também apresentamos a
evolução da Logística no mundo e no Brasil.
Na sequência, acesse o seu material digital e assista ao vídeo de
síntese com o professor Edelvino.
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Referências
BALLOU, R. H. Logística empresarial: transportes, administração de
materiais, distribuição física. São Paulo: Atlas, 1993.
CHRISTOPHER, M. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos:
estratégias para a redução de custos e melhoria dos serviços. São Paulo:
Pioneira, 1997.
COUNCIL OF SUPPLY CHAIN MANAGEMENT PROFESSIONALS – CSCMP.
Glossário de Logística. Disponível em: (http://cscmp.org/resources-
research/glossary-terms). Acesso em: 23 abr. 2014.
RAZZOLINI FILHO, E. Logística – evolução na administração: desempenho e
flexibilidade. Curitiba: Juruá, 2006.
RAZZOLINI FILHO, E; BERTÉ, R. O reverso da Logística e as questões
ambientais no Brasil. Curitiba: Ibpex, 2009.
WOOD JR, T.; ZUFFO, P. K. Supply chain management. RAE – Revista de
Administração de Empresas, São Paulo, v. 38, p. 55-63, 1998.
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Atividades
É possível afirmar que existe um paradoxo quando se fala em Logística. 1.
Esse paradoxo contempla um conceito antigo e um conceito moderno de
Logística. Por que afirmamos ser paradoxal a comparação entre os dois
conceitos?
a. Porque ambos os conceitos contemplam as atividades de
gerenciamento de estoques, armazenamento e transportes.
b. Porque os dois conceitos contemplam a movimentação de bens e a
circulação de divisas entre os países.
c. Porque é um paradoxo e paradoxos são inexplicáveis.
d. Porque são atividades essenciais para um bom desempenho dos
sistemas logísticos.
O conceito de Logística encontra-se sempre evoluindo. Por que ocorre 2.
essa evolução?
a. Pela evolução das tecnologias da informação e da infraestrutura de
transportes.
b. Pela evolução do ambiente onde as organizações se inserem e da
evolução natural das próprias organizações.
c. Pela globalização, a Logística reversa e a infraestrutura de Logística.
d. Pelo comportamento das pessoas e a evolução dos processos
operacionais e de negócio.
Quais os principais aspectos a serem focados pela Logística no atual 3.
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cenário organizacional?
a. Flexibilidade, agilidade e suporte das Tecnologias da Informação e da
Comunicação (TICs).
b. Globalização, logística reversa e suprimentos globais.
c. Logística reversa, fontes de suprimentos e transportes.
d. Comportamento das pessoas, processos operacionais e de negócio.
Quais são as principais funções ou atividades logísticas? 4.
a. Atividades primárias e secundárias, que são: transportes; armazenagem;
processamento de pedidos; estocagem; reversão ou reciclagem; e
distribuição física.
b. Atividades estratégicas e operacionais, que são: transportes;
estocagem; processamento de pedidos; obtenção e distribuição;
reversão ou reciclagem; e revisão de processos.
c. Atividades estratégicas e operacionais, que são: transportes;
estocagem; manutenção de informações; obtenção e distribuição;
reversão ou reciclagem; e revisão de processos.
d. Atividades primárias e secundárias, que são: processamento de
pedidos, gerenciamento de estoques (armazenagem de entrada) e
transportes; obtenção e armazenagem, manuseio e embalagem,
manutenção de informações e programação de pedidos.
Qual o foco das principais funções ou atividades logísticas? 5.
a. Suportar a atividade de logística reversa.
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b. Atender às atividades de compra de suprimentos.
c. Suportar um determinado nível de serviço aos clientes.
d. Atender às demandas do mercado concorrencial.