Tema da Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos A liturgia da Comemoração dos Fiéis Defuntos...
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Tema da Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos
A liturgia da Comemoração dos Fiéis Defuntos convida-nos a descobrir que o projeto de Deus
para o homem é um projeto de vida. No horizonte final do homem não está a morte, o fracasso, o
nada, mas está a comunhão com Deus, a realização plena do homem, a felicidade definitiva,
a vida eterna.
Dia de silêncio, saudades, esperança e preces. Levamos flores aos túmulos.
Elevamos ao céu muitas preces.Visitamos o cemitério. Certamente em todos esses
gestos e devoções está presente a nossa fé na Ressurreição.
A Liturgia de hoje nos lembra a "Morte", não para nos amedrontar, mas para nos fazer descobrir o
sentido desta vida e a alegre verdade sobre a qual está fundamentada a nossa fé: a Ressurreição.
Pensar na morte não é uma perda de tempo, pelo contrário é uma luz que nos ajuda a
fazer escolhas certas durante a vida.Por isso, a Palavra de Deus de hoje não quer comunicar medo e angústia, mas a alegria de
quem recebeu do alto a luz da Páscoa, que ilumina cada sepultura.
Primeira leitura: Job 19, 1.23-27ªOs amigos de Job tentam consolá-lo, recorrendo a uma
sabedoria superficial, expressa em frases feitas e lugares comuns. É o que tantas vezes acontece quando pretendemos confortar alguém que sofre. As palavras de Job são muito diferentes. No meio do sofrimento,
vendo-se às portas da morte e trespassado pela solidão, compreende que Deus é o seu redentor, aquele
parente próximo que, segundo os costumes hebreus, deve comprometer-se a resgatar, à sua própria custa, ou a vingar, o seu familiar em caso de escravidão, de
pobreza, de assassínio.
Job sente Deus como o seu último e definitivo defensor, como alguém que está vivo e se
compromete em favor do homem que morre, porque entre Deus e o homem há uma espécie de parentesco, um vínculo indissolúvel. Job
afirma-o com vigor: os seus olhos contemplarão a Deus com a familiaridade de quem não é
estranho à sua vida.
Segunda leitura: Romanos 5, 5-11
O homem pode ter esperança diante da morte. Como intuiu Job, Deus é, de verdade, o nosso Redentor, porque nos ama. Empenhou-se em
resgatar-nos da escravidão do pecado e da morte com o preço do sangue do seu Filho (vv. 6-9) e de
modo absolutamente gratuito. De facto, nós éramos pecadores, ímpios, inimigos; mas o
Senhor reconheceu-nos como “seus”, e morreu por nós arrancando-nos à morte eterna.
Acolhemos esta graça por meio do batismo, participando no mistério pascal de Cristo.
A sua morte reconciliou-nos com o Pai, e a sua ressurreição permite-nos viver como salvos.
Quebrando os laços do pecado, e deixando-nos guiar pelo Espírito derramado em nossos corações, atualizamos cada dia a graça do
nosso novo nascimento
Evangelho: João 6, 37-40
O centro deste evangelho é a vontade de Deus, para a qual está totalmente voltada a missão de Jesus (v.
38). Essa vontade é um desígnio de vida e de salvação oferecido a todos os homens, pela
mediação de Cristo, para que nenhum se perca (v. 39). O desígnio de Deus manifesta, pois, a sua ilimitada gratuidade e, ao mesmo tempo, a sua
caridade atenta e cuidadosa por cada um de nós.
Para acolhê-la, é preciso o livre consentimento da fé: quem acredita no Filho tem, desde já, a vida
eterna, porque adere Àquele que é a ressurreição e a vida, o único que pode levar-nos para além do intransponível limite da morte. A morte é um
nascimento, assinala a entrada no mundo de Deus, é o início da festa na casa do Pai. Nada se deve
temer das pessoas que morreram; elas vivem com Deus e só podem fazer o bem aos que
permaneceram neste mundo.
A Morte não nos deve assustar: É o encontro maravilhoso com os amigos e parentes,
que foram na nossa frente. E, sobretudo, vai ser o encontro com o melhor dos
amigos: DEUS.Nossa vida não termina aqui: ressuscitaremos...
Cristo nos garante: "Eu sou a Ressurreição e a Vida. Aquele que crê em mim, ainda que esteja morto,
viverá".
OraçãoSenhor, quero hoje rezar-te por aqueles que
desapareceram no mistério da morte. Dá o descanso àqueles que expiam, luz aos que esperam, paz aos que anseiam pelo teu infinito amor. Descansem em paz: na paz do porto seguro, na paz da meta alcançada, na tua paz, Senhor. Vivam no teu amor aqueles que amaste,
aqueles que me amaram. Não esqueças o bem que me fizeram, o bem que fizeram a outros. Esquece todo o
mal que praticaram, risca-o do teu livro.
Aos que passaram pela dor, àqueles que parecem ter sido imolados por um iníquo destino, revela, com o teu rosto, os segredos da tua justiça, os mistérios do teu
amor. Concede-me aquela vida interior que permite
comunicar com o mundo invisível em que se encontram os nossos defuntos: esse mundo fora do tempo e do espaço, esse mundo que não é lugar, mas estado, e
mundo que não está longe de mim, mas à minha volta, esse mundo que não é de mortos, mas de vivos. Ámem