Teleconferências abordam gestão do novo ensino...
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Teleconferências abordamgestão do novo ensino médio
An
o I
- n
º 3
MARÇO / ABRIL / 2000 1
Em março, a Secretaria de Educação
Média e Tecnológica do Ministério da Edu-
cação realiza o ciclo de três teleconfe-
rências NOVO ENSINO MÉDIO – GES-
TÃO, nos dias 14, 21 e 28, sempre às 9 h.
O primeiro tema é a “Gestão do Currí-
culo e da Aprendizagem”, centrado no
professor como gestor da aprendizagem.
O debate procura mostrar como, medi-
ante o uso dos materiais,
do tempo e do espaço, den-
tro e fora da escola, o pro-
fessor põe o currículo em
movimento.
No segundo dia, a dis-
cussão aborda a “Gestão
do Projeto Escolar”, tra-
tando da construção do
projeto pedagógico nas es-
colas, da organização cur-
ricular, da incorporação de
projetos dos próprios alu-
nos ao currículo e do papel do gestor da
escola como dinamizador de todo esse
processo.
Finalizando, será debatida a “Gestão
do Sistema”, com foco nas políticas pú-
blicas desenvolvidas para assegurar a
expansão e a melhoria do ensino médio,
tais como as alternativas de atendimen-
to, o reordenamento da rede pública, a
avaliação institucional e
a formação continuada
dos professores.
As duas primeiras te-
leconferências serão
transmitidas do auditó-
rio da Embratel de Brasí-
lia e a última, de São Pau-
lo. Você pode participar,
sintonizando: transponder
6A1, freqüência 3910
(banda C) ou 1240 (banda
L) polarização horizontal.
Editorial ....................... 2
Contextualização ........ 3
Campo Grande............. 4
Natal ............................. 5
Notícias ........................ 6
Agenda .......................... 6
Fala, professor! ........... 7
Fale conosco ................ 8
Neste número
EDITORIAL
2 NOVO ENSINO MÉDIO
ContextuN
esta edição, você encontra a
programação dos ciclos de
teleconferências sobre o Novo Ensi-
no Médio, programadas para mar-
ço e maio. O primeiro trata da Ges-
tão do Currículo e da Aprendiza-
gem, da Gestão do Projeto Escolar
e da Gestão do Sistema. No segun-
do ciclo, serão abordadas questões
relativas ao currículo, enfocando
as três áreas: Linguagens, Códigos
e suas Tecnologias; Ciências da Na-
tureza, Matemática e suas Tecno-
logias; e Ciências Humanas e suas
Tecnologias.
Acompanhe também as expe-
riências educacionais das Escolas
Estaduais Padre João Greiner, de
Campo Grande (MS), e Prof. José
Fernandes Machado, em Natal (RN),
assim como as novidades da progra-
mação da TV Escola para este ano.
Já que você, professor, é o foco
de nosso trabalho, não deixe de
participar da edição do Boletim do
Novo Ensino Médio. Para fazê-lo,
envie a experiência de sua escola,
sua dúvida e sugestão para a Coor-
denação-Geral de Ensino Médio –
“Educação agora é para a vida.” Este
foi o mote da campanha publicitária com
que o Ministério da Educação lançou os
Parâmetros Curriculares Nacionais para
o Ensino Médio, em setembro de 1999.
Houve quem reagisse negativamente
e até se ofendesse com a idéia: – Então, a
educação era para a morte?! Certamen-
te que não. A expressão ilustra um prin-
cípio fundamental do novo ensino médio:
o currículo escolar precisa ter vida. Pre-
cisa ser algo que reflita a vida real vivi-
da pelos alunos fora da escola e, ao mes-
mo tempo, os prepare para uma vida
autônoma. Educar para a vida requer um
olhar que se projete para fora da escola
e para o futuro.
E isso é cumprir o mandamento le-
gal, que dá como finalidade da educação
“o pleno desenvolvimento do educando,
seu preparo para o exercício da cidada-
nia e sua qualificação para o trabalho”.
Formar indivíduos que se realizem como
pessoas, cidadãos e profissionais exige
da escola muito mais do que a simples
transmissão e acúmulo de informações.
Exige experiências concretas e diversi-
ficadas, transpostas da vida cotidiana
para as situações de aprendizagem. Edu-
car para a vida requer a incorporação
de vivências e a incorporação do apren-
dido em novas vivências.
Abrir a escola às vivências indivi-
duais e coletivas é o contrário de apenas
exemplificar. De nada adianta levar uma
ualizaçãoaula inteira “falando grego” e, nos cinco
minutos finais, retirar um coelho da car-
tola. Mas contextualizar é também o con-
trário de banalizar os conteúdos, tratan-
do-os superficialmente. Implica incorpo-
rar ao cotidiano da escola o cotidiano
social e cultural vivido por todos nós e
enriquecer essa vivência, mediante a
construção de um novo modo de olhar e
compreender o mundo que nos cerca.
Educar para a vida requer uma aprendi-
zagem inteligente, que leve o aluno a se
transformar no contato com o mundo e a
se habilitar a transformar, ele próprio, o
mundo em que vive.
A construção de conhecimentos, com-
petências e habilidades na escola impli-
ca recorrer a contextos que tenham sig-
nificado para o aluno e possam mobilizá-
lo a aprender, num processo ativo, em
que ele é protagonista e não mero coad-
juvante. Educar para a vida requer uma
aprendizagem significativa, que envolva
o aluno não só intelectual mas também
afetivamente.
Pode-se aprender Matemática na pro-
gressão geométrica formada pela inci-
dência de juros no preço do eletro-
doméstico que se deseja comprar; Lín-
gua Portuguesa nos artigos de um jornal
e Arte em sua programação visual; Bio-
logia na receita médica e Química na
bula do remédio ou no rótulo do produto
alimentício; Geografia na organização do
espaço urbano e Sociologia nos usos so-
ciais dos diversos lugares da cidade
onde a escola está. Decidir-se por pagar
mais ou economizar até poder comprar;
construir opinião autônoma ante o que
se lê e se vê nos jornais; ter domínio so-
bre o que se passa com o próprio corpo;
saber situar-se no lugar em que se vive
são habilidades que tornam nossa vida
melhor. E educar para a vida é educar
para viver melhor.
Avelino Romero S. Pereira
Coordenador-Geral
de Ensino Médio
3MARÇO / ABRIL / 2000
4 NOVO ENSINO MÉDIO
ACONTECE NAS ESCOLAS
Escola Estadual
Padre João Greiner
4 NOVO ENSINO MÉDIO
Conta
to○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
A Escola Estadual Pa-
dre João Greiner, situada
na periferia de Campo
Grande (MS), no conjunto
Estrela do Sul, está adotan-
do um novo sistema de ava-
liação. Foram abolidas as
provas bimestrais e ado-
tados critérios de produti-
vidade e freqüência para
medir os conhecimentos
do aluno.
Com o Sistema de Ava-
liação Greiner, implanta-
do pelo Colegiado Escolar
e idealizado pelo diretor
Klinger Silva Moura, a re-
provação agora só depen-
de do aluno. O professor
não tem mais essa res-
ponsabilidade, pois é fei-
to um trabalho diário de
conscientização para que
o aluno sedimente e admi-
nistre seu estudo. Pela ava-
liação contínua, o aluno re-
cebe oito pontos referentes
à produtividade – resulta-
do de todas as atividades
propostas pelo professor
em sala de aula, tais como
exercícios, projetos e tra-
balhos – e dois pontos pela
freqüência. Essa medida
tem reduzido o índice de
evasão escolar, que atual-
mente gira em torno de 7%.
Para o diretor Klinger
Silva Moura, houve uma
evolução com o sistema
adotado: “O aluno percebe
que a prova não ensina e ele
acaba fixando o conheci-
mento que pratica. Para
isso, o professor teve que
mudar a metodologia, o
que foi essencial para que
o aluno aprendesse real-
mente.” Geisa Silveira Ar-
guelho, aluna do terceiro
ano, tem a mesma opinião:
“No sistema antigo, eu es-
tudava para as provas e,
logo depois, esquecia me-
tade do que havia aprendi-
do. O importante não é a
nota, mas o que você assi-
mila em sala de aula”. Geisa
acredita também que, ao
avaliar a produtividade do
aluno, “o professor sabe
quem está ali para estudar
e quem não quer nada”.
Escola Estadual Padre João Greiner
Diretor: Klinger Silva Moura
Rua Macunaima, 199
79013-290 Campo Grande - MS
Telefone: (67) 751-8210
O diretorKlingerMoura e aalunaGeisaArguelho
5MARÇO / ABRIL / 2000 5
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Conta
to
Escola Estadual Prof. José Fernandes Machado
Professora Vera Lúcia Sanches Cerchi
Av. Praia de Muriu s/n - Ponta Negra
52092-390 Natal - RN
Telefone: (84) 236-3318
Escola Estadual Prof. José
Fernandes MachadoUm exemplo de traba-
lho contextualizado e inter-
disciplinar está acontecen-
do na Escola Estadual Prof.
José Fernandes Machado,
em Natal (RN). A profes-
sora Vera Lúcia Sanches
Cerchi realiza com seus
alunos várias experiências
contextualizando o ensino-
aprendizagem da Física.
Uma dessas experiên-
cias tem como objetivo ge-
ral comparar conceitos
teóricos da física moderna
sobre energia com a ener-
gia solar, aproveitando um
protótipo de aquecedor so-
lar instalado na própria es-
cola. São quatro etapas:
1 - Medições de tempe-
ratura de 15 em 15 minu-
tos e elaboração de um
gráfico que relaciona tem-
po e temperatura.
2- Visita a uma empre-
sa de irrigação a fim de
comparar o aquecedor so-
lar profissional com o
protótipo da escola.
3- Elaboração de um
projeto que mostra como a
energia solar pode modifi-
car a qualidade de vida de
uma comunidade de baixa
renda, que não tem os be-
nefícios da energia elétri-
ca. Do projeto, devem cons-
tar dados sobre o cresci-
mento social, econômico e
acesso aos meios de comu-
nicação dessa comunidade.
4- Construção de um
aparelho de energia solar
que atenda às necessida-
des de uma hipotética co-
munidade de 28 famílias,
com cinco membros cada,
morando numa proprieda-
de rural de um hectare
para cada família. Nessa
comunidade não há esco-
la, transporte, posto de
saúde nem orientação pa-
ra os agricultores, que vi-
vem da agricultura de sub-
sistência, criação de pe-
quenos animais e de algu-
mas cabeças de gado.
A execução do projeto
envolve professores de
Língua Portuguesa, Lín-
gua Estrangeira Moderna,
Geografia, Informática,
Desenho, História, Econo-
mia, Matemática, Química
e Artes, além de profissio-
nais e estudantes das áre-
as de Engenharia, Arquite-
tura, Saúde e Agricultura.
A professora Vera Cerchiconduz as experiências
MARÇO / ABRIL / 2000
6 NOVO ENSINO MÉDIO
Em 1999, a TV Escola
acolheu o ensino médio em
sua grade de programa-
ção. Em 2000, os progra-
mas vêm ainda melhores,
agora em novos horários:
das 12h às 13h, das 16h às
17h e das 20h às 21h, de
segunda a sexta-feira. E,
em abril, haverá um novo
horário, das 21 às 22h, em
que serão reprisados os
programas exibidos em
1999. Não perca mais essa
oportunidade de gravá-los.
O Como Fazer?, que
vai ao ar de segunda a
quarta-feira, traz uma no-○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
NOTÍCIASNão perca asteleconferências doNovo Ensino Médio,sempre às 9h:
MARÇOCiclo: Novo Ensino Médio -Gestão
Dia 14 - Gestão do Currículoe da AprendizagemLocal - Auditório daEmbratel em Brasília
Dia 21 - Gestão do ProjetoEscolarLocal - Auditório daEmbratel em Brasília
Dia 28 - Gestão do SistemaLocal - Auditório daEmbratel em São Paulo
MAIOCiclo: Novo Ensino Médio -Currículo
Dia 9 - Linguagens, Códigose suas TecnologiasLocal - Auditório daEmbratel em Brasília
Dia 16 - Ciências daNatureza, Matemática e suasTecnologiasLocal - Auditório daEmbratel em Brasília
Dia 23 - Ciências Humanas esuas TecnologiasLocal - Auditório daEmbratel em Brasília
Para participar dasteleconferências, é sósintonizar: transponder 6 A 1,freqüência 3910 (banda C) ou1240 (banda L), polarizaçãohorizontal.
AGENDAO Novo Ensino Médio na TV Escola
vidade em 2000: após os
comentários de cada pro-
fessor, há um momento de
interdisciplinaridade, em
que eles sugerem ativida-
des conjuntas.
As fichas com os co-
mentários e sugestões da
programação de 1999 já
se encontram disponíveis
na Internet. O endereço é
www.mec.gov.br. Clique em
Ensino Médio e depois em
O Ensino Médio na TV Es-
cola. Em breve, estaremos
enviando o material im-
presso às escolas públicas
do país.
ENEM 2000
O Exame Nacional do
Ensino Médio – ENEM será
realizado no dia 27 de ju-
lho, com início às 13 h (ho-
rário de Brasília). As ins-
crições poderão ser feitas
em todas as agências dos
Correios, em data a ser
divulgada em breve.
O ENEM vem tendo gran-
de aceitação junto aos alu-
nos, professores e institui-
ções de ensino superior. Já
contamos com 94 institui-
ções que estão utilizando os
resultados do ENEM em seus
processos seletivos e o nú-
mero de participantes tam-
bém tem crescido muito.
Contamos com você,
professor, para nos ajudar
a divulgar corretamente o
ENEM junto aos alunos e
seus familiares. Para maio-
res informações, consulte
www.inep.gov.br/enem ou
telefone para (61) 321-5201
ou (61) 410-9044.
7MARÇO / ABRIL / 2000
Fala, professor!Esta seção responde, nesta edição,
às perguntas enviadas à Coordena-
ção-Geral de Ensino Médio e que tra-
tam de temas que certamente interes-
sarão a você .
Os PCNEM serão igualmente os
PCN para educação de jovens e adul-
tos? (Secretaria de Estado de Educação
de Mato Grosso)
Os objetivos são os mesmos, tanto
na educação regular como na de jovens
e adultos. Portanto, os PCNEM são os
mesmos. O importante na educação de
jovens e adultos é levar em conta a rea-
lidade específica dos alunos e suas
experiências de vida, tanto no plano pes-
soal quanto profissional. O ideal é fazer
uma avaliação diagnóstica, para saber
que competências o aluno já adquiriu
em seu trajeto de vida, e depois adaptar
o currículo.
As escolas terão liberdade para
montar suas grades curriculares?
(C. E. João Guimarães - Italva - RJ)
Pela LDB, as escolas serão responsá-
veis por seus projetos pedagógicos. A
construção do novo ensino médio vai
muito além da mera reforma de grades
curriculares, pois as disciplinas e seus
conteúdos poderão ser trabalhados de
diversas maneiras: por projetos, ativida-
des, módulos ou outras formas escolhi-
das pela escola. O importante é que a
construção do projeto pedagógico se faça
através de estudos e discussões com toda
a equipe escolar, incluindo-se os alunos
em algumas etapas.
Como professor de Educação Físi-
ca, solicito informações sobre a obri-
gatoriedade da criação de Grêmio Es-
tudantil ou Associação de Represen-
tação de alunos em escolas de ensino
médio.
(Prof. Ronaldo Martins - via e-mail)
Os Grêmios são uma das formas de
participação dos alunos e não são obri-
gatórios. Há outras que podem ser esco-
lhidas e estimuladas, de acordo com o
projeto pedagógico da escola.
Existe um conteúdo já recomen-
dado para as disciplinas diversi-
ficadas?
(Prof. Márcia - Itarará - BA)
A Parte Diversificada do currículo deve
estar integrada à Base Nacional Comum.
Ela não deve ser apenas um conjunto de
disciplinas eletivas. Também não tem con-
teúdo obrigatório, uma vez que sua esco-
lha dependerá do projeto escolar. Na ver-
dade, nem as disciplinas que vierem a
compor a Base Nacionas Comum têm
conteúdo obrigatório. O que é obrigató-
rio são as competências estabelecidas
para cada área.
O ideal é que ela possa abrigar proje-
tos e atividades, de livre escolha para os
alunos, como aqueles normalmente cha-
mados de “extracurriculares”.
Para saber mais sobre o Novo Ensino Médio:
Ministério da Educação
Secretaria de Educação Média e Tecnológica - SEMTEC
Coordenação-Geral de Ensino Médio
Esplanada dos Ministérios – Bloco “L”
Edifício Sede – 4º andar – sala 421
CEP: 70047-900
Fala Brasil: 0800 616161
Fax: (61) 225-6674
e-mail: [email protected]
http://www.mec.gov.br
Fale Conosco
MINISTÉRIODA EDUCAÇÃO