Tcc Aldo Cesar Prigol - Utfpr - Nov 2010
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ALDO CESAR PRIGOL
CARACTERIZAÇÃO DE AGREGADO MIÚDO DE JAZIDA DA REGIÃO DE SÃO
LUIZ DO PURUNÃ EM SUBSTITUIÇÃO AO AGREGADO MIÚDO NATURAL
UTILIZADO EM UMA EMPRESA DE CONCRETO DOSADO EM CENTRAL
Trabalho de Conclusão de Curso de graduação apresentado à disciplina de Trabalho de Diplomação, do Curso Superior de Tecnologia em Concreto do Departamento de Construção Civil – DACOC – da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR, como requisito para obtenção do título de Tecnólogo. - Orientador Profº. M. Engª. Gilberto Walter Gogola. - Coorientadora Prof.ª Drª. Engª. Elizabete Yukiko Nakanishi.
CURITIBA
2010
AGRADECIMENTOS
Inicialmente agradeço meu Avô Alexandre Barbieri e minha Avó Emilia
Barbieri pelos exemplos que me deram e que continuam vivos em minha mente,
mostrando que nossos valores e conquistas refletem-se em todas as etapas de
nossas vidas.
À minha querida Esposa, minhas Filhas, minha Mãe e a toda a minha
família.
Ao Orientador Profº. M. Engª Gilberto Walter Gogola, pela orientação.
À Prof.ª Drª. Engª Elizabete Yukiko Nakanishi, pela orientação e
disponibilidade para me atender durante a realização deste trabalho.
À Luciane Ladeia Pereira da Camargo Corrêa Concretos – Curitiba,
pelo apoio em toda a realização do estudo.
Ao Empreendedor Renato Costa, do Areal Costa, pela oportunidade.
A minha Filha Tais Prigol, futura Engenheira Civil pela grande ajuda
durante todo o processo.
Aos professores e funcionários da Universidade Tecnológica Federal
do Paraná – UTFPR, pelos ensinamentos e apoios recebidos.
Às Empresas Camargo Correa Concretos e Areal Costa, pela
disponibilização de seu “Know-How” e de seus funcionários para realização desse
trabalho.
Ao laboratorista Jeferson Freitas do Laboratório da Camargo Correa
Concretos pelo apoio em toda a realização do estudo.
A todos meus colegas e demais pessoas que, direta ou indiretamente
contribuíram na realização do trabalho.
RESUMO
PRIGOL, Aldo Cesar. Caracterização de agregado miúdo de jazida da região de São Luiz do Purunã em substituição ao agregado miúdo natural utilizado em uma empresa de concreto dosado em central. 2010. 78 p. Trabalho de Conclusão de Curso de graduação apresentado à disciplina de Trabalho de Diplomação, do Curso Superior de Tecnologia em Concreto do Departamento de Construção Civil – DACOC – da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR
O estudo dos agregados envolve muitos aspectos, tais como, o processo geológico de sua formação, o crescimento de sua produção e do seu consumo, os impactos ambientais e econômicos nos ambientes onde é feita a sua exploração, são pontos muito importantes e que nos remetem a entender a importância da procura de novas alternativas para a substituição do agregado atualmente utilizado na construção civil, já que 70% a 80% do volume do concreto é constituído por agregados e o estudo desse componente é imprescindível para a Tecnologia do Concreto. Buscou-se nesse trabalho pesquisar, caracterizar e avaliar a substituição parcial e total do agregado natural utilizado em um traço de concreto convencional padrão, com fck igual a 25 MPa, por um agregado artificial de uma jazida da região de São Luiz do Purunã – Paraná, verificando a resistência à compressão axial do concreto resultante. A partir da composição granulométrica dos agregados miúdos e do agregado graúdo, utilizados na formulação do traço do concreto convencional padrão, bem como, do teor de material pulverulento, massa unitária em estado solto e compactada, massa específica, impurezas, inchamento desses agregados, obteve-se várias tabelas e gráficos para a comparação e análise dos resultados. Foram avaliadas as propriedades do concreto fresco e endurecido. Concluí-se que é possível a utilização do agregado artificial tanto parcial como totalmente, dentro das condições estudadas, e inclusive identificou-se que houve um ganho na resistência à compreensão axial nos concretos onde a substituição foi de 100% e o aditivo plastificante polifuncional foi adicionado com percentuais de 0,8% e 1,0%. Palavras Chaves: Concreto, Substituição, Agregado Natural, Agregado Artificial,
Compressão Axial.
ABSTRACT
PRIGOL, Aldo Cesar. Characterization of tiny aggregate of field from the region of São Luiz do Purunã substituiting the tiny natural agregate used in a concret dosed in the central company. 2010. 78p Completion of course work for graduation submitted to the discipline of graduation work, the Advanced Course in Concrete Technology, Department of Civil Engineering - DACOC - Federal Technological University of Parana - UTFPR The study of aggregates involves many aspects, such as, the geological process of its formation, the growth of its production and its consume, the environmental and economical impacts where its exploration is done, are very important points that bring us to understanding the importance of looking new alternatives to substitute the aggregate used nowadays in construction, since 70% to 80% of the concrete volume is consisting in aggregates and the study of this component is necessary to the Concrete Technology. In this paper, it was meant to research, characterize and evaluate the partial and total substitution of the natural aggregate used in a concrete trace of conventional standard, with fck equal to 25 MPa, by an artificial aggregate of a field on the region of São Luiz do Purunã – Paraná, verifying the resistance to the axial compression of the resultant concrete. Since the granulometric composition of the tiny aggregates and the big aggregates, used in the formulation of the conventional standard concrete trace, as well as the content of powder material, unit mass in loose and compressed state, specific mass, impurities, swelling of this aggregates, it was obtained plenty of tables and graphics to the comparison and analysis of the results. The properties of the fresh and hard concrete were evaluated. It was concluded that it is possible to use the artificial aggregate both partial and totally, within the studied conditions, and, it also was identified that there was a gain on the resistance to the axial compression on the concretes where the substitution was of 100% and the plasticizer polyfunctional additive was added with percentage of 0.8% and 1.0%. Key Word: Concrete, Substitution, Natural Aggregate, Artificial Aggregate, Axial Compression.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................... 11 1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS .............................................................. 11 1.2 OBJETIVOS ........................................................................................ 13 1.2.1 Objetivo Geral ..................................................................................... 13 1.2.2 Objetivo Específico ............................................................................. 14 1.3 JUSTIFICATIVA ................................................................................. 14 1.4 ESTRUTURA DA PESQUISA ............................................................ 15 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................... 16 2.1 TECNOLOGIA DO CONCRETO ........................................................ 16 2.1.1 Características do Agregado .............................................................. 16 2.1.2 Composição Granulométrica .............................................................. 18 2.1.3 Massa Unitária em Estado Solto e Compactada ................................ 19 2.1.4 Massa Específica, Aparente e Absorção do Agregado ...................... 20 2.1.5 Determinação do Inchamento do Agregado Miúdo para Concreto .... 21 2.1.6 Pé de Pedra ........................................................................................ 22 2.2 PROPRIEDADES DO CONCRETO ................................................... 22 2.2.1 Propriedades do Concreto Fresco ...................................................... 22 2.2.2 Propriedades do Concreto Endurecido .............................................. 23 3 MATERIAIS E METODOLOGIA ......................................................... 25 3.1 METODOLOGIA................................................................................... 25 3.1.1 Composição Granulométrica do Agregado Graúdo .......................... 26 3.1.2 Teor de Material Pulverulento ........................................................... 26 3.1.3 Massa Unitária .................................................................................. 27 3.1.4 Massa Específica e Absorção do Agregado e Graúdo....................... 27 3.2 MATERIAIS ......................................................................................... 27 3.2.1 Cimento Portland ............................................................................... 27 3.2.2 Aditivos ................................................................................................ 28 3.2.3 Água .................................................................................................... 28 3.2.4 Traço do Concreto ............................................................................... 29 3.2.5 Parâmetros e Percentual de Substituições no Concreto
Convencional de Referência ............................................................... 30
3.2.6 Betoneira de Eixo Inclinado com Capacidade de 400 Litros .............. 31 3.2.7 Preparo do Concreto .......................................................................... 32 3.2.8 Determinação da Consistência pelo Abatimento do Tronco de Cone. 33 3.2.9 Corpos de Prova ................................................................................ 33 3.2.10 Capeamento ....................................................................................... 34 3.2.11 Desvio Padrão, Desvio Relativo e Desvio Relativo Máximo ............... 36 4 RESULTADO E ANÁLISES ............................................................... 38 5 CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................. 59 5.1 CONCLUSÕES DO ESTUDO ............................................................. 59 5.2 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ....................... 62 5.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................ 62 REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 63
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 01 Agregado Miúdo Artificial – Jazida ................................................ 25 FIGURA 02 Agregado Miúdo Artificial – Pó de Pedra
....................................... 25
FIGURA 03 Agregado Miúdo Natural – Areia ................................................... 25 FIGURA 04 Betoneira Intermitente de Queda Livre com Eixo Inclinado ......... 31 FIGURA 05 Materiais e Forma de Determinação do Ensaio Tronco de Cone . 33 FIGURA 06 Confecção de Corpos de Prova .................................................... 33 FIGURA 07 Corpos de Prova para Ensaio de Compressão Axial .................... 35 FIGURA 08 Prensa EMIC ................................................................................ 35 FIGURA 09 Corpo de Prova ............................................................................ 35 FIGURA 10 Exemplo de Rompimentos de Corpos de Prova Após
Compressão Axial ......................................................................... 36
FIGURA 11 Gráfico Amostra 01 – Distribuição Granulométrica Agregado Miúdo da Jazida ............................................................................
39
FIGURA 12 Gráfico Amostra 02 – Distribuição Granulométrica Agregado Miúdo da Jazida ............................................................................
39
FIGURA 13 Gráfico Amostra 01 – Distribuição Granulométrica Agregado Miúdo Pó de Pedra .......................................................................
40
FIGURA 14 Gráfico Amostra 02 – Distribuição Granulométrica Agregado Miúdo Pó de Pedra .......................................................................
40
FIGURA 15 Gráfico Amostra 01 – Distribuição Granulométrica Agregado Miúdo Areia ...................................................................................
41
FIGURA 16 Gráfico Amostra 02 – Distribuição Granulométrica Agregado Miúdo Areia ...................................................................................
41
FIGURA 17 Comparativo Limites Zonas Inferior e Superior Utilizáveis – Granulometria Agregados .............................................................
42
FIGURA 18 Comparativo Impurezas Orgânicas entre Amostra e Padrões do Agregado Miúdo da Jazida ...........................................................
44
FIGURA 19 Comparativo Impurezas Orgânicas entre Amostra e Padrões do Agregado Miúdo da Areia ............................................................
44
FIGURA 20 Curva de Inchamento – Agregado Miúdo Jazida ......................... 45 FIGURA 21 Curva de Inchamento – Agregado Miúdo Areia ........................... 45 FIGURA 22 Gráfico Amostra 01 – Distribuição Granulométrica Agregado
Graúdo Brita .................................................................................. 48
FIGURA 23 Gráfico Amostra 02 – Distribuição Granulométrica Agregado Graúdo Brita ..................................................................................
48
FIGURA 24 Agregado Graúdo Brita ................................................................ 48 FIGURA 25 Ensaio Agregado Graúdo Brita .................................................... 48 FIGURA 26 Abatimento (Slump) ..................................................................... 48 FIGURA 27 Comparativo do Abatimento dos Traços 49 FIGURA 28 Comparativo Massa Específica do Concreto Fresco .................... 51 FIGURA 29 Tipo de Rompimento no Corpo de Prova ...................................... 51 FIGURA 30 Comparativo das Resistências dos Corpos de Prova dos Traços
aos 07 dias .................................................................................... 52
FIGURA 31 Média das Resistências dos Corpos de Prova dos Traços aos 07 dias ................................................................................................
52
FIGURA 32 Comparativo das Resistências dos Corpos de Prova dos Traços aos 28 dias ....................................................................................
53
FIGURA 33 Média das Resistências dos Corpos de Prova dos Traços aos 28 dias ................................................................................................
54
FIGURA 34 Comparação de Resistência Médias dos Traços aos 07 e 28 dias ................................................................................................
55
LISTA DE TABELAS
TABELA 01 Características do Cimento CPV ARI – Cauê Apiaí ..................... 28 TABELA 02 Quantidades para 1,0 m³ Relação e Características do Traço
Referência ..................................................................................... 30
TABELA 03 Referências de Componentes e Abreviações do Traço ............... 31 TABELA 04 Relação de Produtos em Função do Cimento por Traço
Estudado ....................................................................................... 32
TABELA 05 Granulometria Agregado Miúdo – Jazida ..................................... 38 TABELA 06 Granulometria Agregado Miúdo – Pó de Pedra ........................... 39 TABELA 07 Granulometria Agregado Miúdo – Areia ..................................... 40 TABELA 08 Relação – Peneiras Zona / Utilizável .......................................... 41 TABELA 09 Teor de Material Pulverulento dos Agregados Miúdos ............... 43 TABELA 10 Percentuais Material Pulverulento Proporcional ao Traço
(Agregados Miúdos) ..................................................................... 43
TABELA 11 Massas Unitárias, Massas Específicas e Absorção dos Agregados Miúdos ........................................................................
45
TABELA 12 Coeficientes Relativos ao Inchamento do Agregado Miúdo da Jazida ...........................................................................................
45
TABELA 13 Granulometria Agregado Graúdo - Brita..................................... 47 TABELA 14 Massa Unitária e Massa Específica e Absorção – Agregado
Graúdo .......................................................................................... 48
TABELA 15 Resultado do Abatimento (Slump) por Traço Estudado .................
49
TABELA 16 Massa Específica Concreto Fresco .............................................. 50 TABELA 17 Resistência a Compressão Axial dos Corpos de Prova aos 07
dias ................................................................................................ 52
TABELA 18 Resistência a Compressão Axial dos Corpos de Prova aos 28 dias ................................................................................................
53
TABELA 19 Médias das Resistência a Compressão Axial dos Corpos de Prova aos 07 e aos 28 dias ..........................................................
54
TABELA 20 Validação dos Resultados das Resistências a Compressão Axial dos Corpos de Prova aos 07 dias .................................................
56
TABELA 21 Validação Excluindo Resultados das Resistências com Desvio Relativo Máximo acima de 6% das Resistências a Compressão dos Corpos de Prova aos 07 dias .................................................
56
TABELA 22 Validação dos Resultados das Resistências a Compressão Axial dos Corpos de Prova aos 28 dias .................................................
57
TABELA 23 Validação Excluindo Resultados das Resistências com Desvio Relativo Máximo acima de 6% das Resistências a Compressão dos Corpos de Prova aos 28 dias .................................................
58
TABELA 24 Absorção, Índice de Vazios e Massa Específica da Amostra Seca do Concreto Endurecido ......................................................
58
ABREVIATURAS
ANEPAC Associação Nacional de Entidades de Produtores de Agregados para Construção Civil
% Porcentagem ABCP Associação Brasileira de Cimento Portland cm³ Centímetro Cúbico CPs Corpos de Prova CPV - ARI Cimento Portland com Alta Resistência Inicial DACOC Departamento de Construção Civil DMC Dimensão Máxima Característica g Gramas hab Habitante kg Quilograma m² Metro Quadrado m³ Metro Cúbico MF Módulo de Finura mm Milímetro MPa Mega Pascal N Newton NM NBR Norma Brasileira Registrada - Norma MERCOSUL ppm Partes Por Milhão RCD Resíduo de Construção e Demolição t Tonelada UTFPR Universidade Tecnológica Federal do Paraná y Massa Específica
11
1. INTRODUÇÃO
1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O processo geológico e a forma de produção do agregado influenciam nas
características do agregado miúdo. Essas características são importantes e afetam
consideravelmente nos resultados do concreto produzido com esse agregado
(METHA e MONTEIRO, 2008).
A indústria da construção civil busca, de maneira constante e insistente,
materiais alternativos oriundos de subprodutos que venham a atender à redução de
custos, a agilidade de execução, a durabilidade e a melhoria as propriedades do
produto final, visando principalmente à redução da extração de materiais naturais
mediante o emprego de resíduos recicláveis solucionando também, os problemas de
estocagem do material (BARBOSA, COURA e MENDES, 2008).
Outro aspecto que remete a procura de alternativas que atendam a
substituição do agregado natural é o significativo crescimento do consumo e da
produção dos agregados miúdos.
A utilização de agregado miúdo pelas concreteiras (concreto dosado em
central) com outros materiais não convencionais, pode tornar-se um nicho de
mercado rentável, alternativo e eficiente, na medida em que o agregado miúdo
oferecido a essas empresas atenda as expectativas econômicas e tecnológicas.
Segundo a Associação Nacional de Entidades de Produtores de Agregados
para Construção Civil – ANEPAC (2008) é estimado que o consumo de agregados
no Brasil seja um pouco acima de 2 t/hab/ano. Essa quantidade é bem inferior ao
que consome um cidadão americano que está em torno de 9 t/hab/ano e inferior às
13 t/hab/ano de um cidadão no Canadá. Na Europa Ocidental o consumo per capita
(por habitante) varia entre 5t/hab/ano a 8 t/hab/ano.
A reportagem da 43º. Edição da Revista Areia & Brita (Julho/Agosto/Setembro
- 2008), identifica o crescimento da venda de Areia e a necessidade de investimento
do setor para acompanhar o crescimento da Construção Civil estimada em 10% ao
ano (SANTOS e OLIVEIRA, 2008).
12
Muitos fatores vêm contribuindo para a escassez ou para a dificuldade de
oferta da areia, entre eles o impacto de exploração. A atividade de exploração é por
natureza, causadora de impactos ambientais. Tais impactos são decorrentes da
exploração, muitas vezes desordenada das jazidas e causam grandes e graves
problemas ambientais (BUEST, 2006).
Somam-se a isso os grandes conflitos entre a extração de areia e a expansão
urbana, identificados na dissertação de mestrado de Fabianovicz (1998), onde é
mostrando que a ocupação desenfreada e sem planejamento das áreas urbanas
levam a população a instalar-se em áreas próximas e vizinhas a mineração de areia.
O conflito entre o uso do solo e a proteção ambiental faz com que a mineração tenha
dificuldade em permanecer inserida nas áreas urbanas e como conseqüência há o
deslocamento da mineração para áreas mais afastadas.
Fabianovicz (1998), informa que o consumo e conseqüentemente a produção,
tem ligação próxima com os impactos ambientais que contribuem para o
comprometimento da qualidade dos recursos hídricos e os conflitos entre a
mineração de areia e a expansão urbana na Região Metropolitana de Curitiba que
está localizada na sua maioria nos Municípios de Araucária, Balsa Nova, Curitiba,
Fazenda Rio Grande e São José dos Pinhais.
A urbanização caótica e o crescente aumento na preocupação com a
preservação ambiental na Grande Curitiba provocam o deslocamento da mineração
para áreas com potencial mineral, gerando assim conflitos entre o uso do solo e a
proteção ambiental (FABIANOVICZ, 1998).
Logicamente todas essas alterações são imperceptíveis se observado um
curto espaço de tempo, como exemplo, um período de um ou dois meses, porém ao
analisar a ocupação das regiões metropolitanas em um período de tempo maior
vamos observar mudança drástica na ocupação do solo.
No período de 1986-1997, as regiões metropolitanas que apresentaram
maiores variações no que se referem aos dados de emprego, constituindo-se de
forte indicativo de crescimento e dinamismo foram identificados nas regiões de
Curitiba e Belo Horizonte (SOUZA, 2002).
13
Segundo dados dos Censos Demográficos, entre as décadas de 1970 e 2000
verificam-se que, no período 1970/1980, 65,72% dos domicílios urbanos situavam-
se no pólo da Região Metropolitana de Curitiba, e 31,3% distribuiu-se nos demais
municípios do aglomerado. No período 1991/2000 o pólo reduziu sua participação
para 44,41%, e os demais municípios do aglomerado passaram a receber 52,12%
dos domicílios urbanos (PEREIRA e SILVA, 2007)
Lembrando que, a qualidade dos concretos está diretamente ligada à
qualidade do agregado, merecendo especial atenção os agregados miúdos, que
sofrem com a escassez de reservas localizadas próximas dos grandes centros
consumidores.
A produção de areia e pedra britada caracteriza-se pelo baixo valor unitário e
pela produção de grandes volumes. O custeio com o transporte corresponde cerca
de 67% do custo final do agregado, e a proximidade com o centro consumidor é vital
para a relação custo benefício desse processo.
Em regiões metropolitanas, como as de São Paulo e Rio de Janeiro, quase
toda a areia consumida pela construção civil estão localizadas a grandes distâncias,
conseqüentemente, aumentando sobremaneira o custo com o transporte que chega
cerca de 100 Km de trajeto (RODRIGUES, 2000).
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo Geral
Esta pesquisa tem como objetivo geral caracterizar e avaliar o desempenho e
viabilidade da substituição do agregado natural utilizado em uma empresa de
concreto dosado em central, por um agregado extraído de uma jazida localizada no
Município de Balsa Nova, região de São Luiz do Purunã, demonstrando que a
Tecnologia do Concreto como conhecimento pode agregar valor à sociedade por
meio de estudos que viabilizem a melhoria dos processos com resultado para a
indústria, o meio ambiente, e a sociedade.
14
1.2.2 Objetivo Específico
Para alcançar o objetivo geral é necessário à realização de ensaios de
granulometria, massa unitária e massa específica, absorção e inchamento, sendo
que esses ensaios serão feitos nos agregado artificiais e naturais visando sua
caracterização no sentido de obter informações que possibilitem a avaliação dos
agregados que compõem os traços a serem estudados.
Também é necessário a realização ensaios relativos ao concreto fresco e de
compressão axial para o concreto endurecido para certificar-se da viabilidade
técnica da substituição dos agregados miúdos em um traço de concreto
convencional padrão utilizado atualmente em uma Empresa de concreto dosado em
central instalada na região de Curitiba.
1.3 JUSTIFICATIVA
Existem características do agregado resultantes da composição mineralógica
da rocha fonte, que são relevantes para a composição do concreto e se não
participam das reações químicas podem afetar a qualidade dessas reações no que
se refere às propriedades do concreto fresco e endurecido (MEHTA e MONTEIRO,
2008).
A eventual substituição do agregado natural largamente utilizado na
construção civil poderá trazer consideráveis e importantes benefícios ambientais em
um segmento em que o processo de degradação do meio ambiente que cerca as
jazidas exploradas de agregados naturais é visível e inequívoca.
Todos esses aspectos são motivadores para o desenvolvimento desse
estudo, já que a tecnologia do concreto como conhecimento pode ser inserido e
agregar valor à sociedade por meio de estudos que viabilizem a melhoria dos
processos com resultado para a indústria, o meio ambiente, e a sociedade.
15
1.4 ESTRUTURA DA PESQUISA
O trabalho é composto por seis capítulos, desenvolvidos da seguinte forma:
No Capítulo 1 é feita a introdução da pesquisa com Considerações Gerais,
Objetivo Geral, Objetivo Específico.
No Capítulo 2 é apresentada a Revisão Bibliográfica.
No Capítulo 3 é apresentada a Metodologia Aplicada na Pesquisa.
No Capítulo 4 são apresentados os Resultados e as Análises da Pesquisa.
No Capítulo 5 são apresentadas as Conclusões e Considerações Finais da
Pesquisa assim como as Sugestões para Futuras Pesquisas.
16
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 TECNOLOGIA DO CONCRETO
No Brasil e no resto do mundo, o concreto comum, feito com agregado natural
e artificial tem deficiências no que se refere à relação resistência-peso na
comparação com o aço (MEHTA e MONTEIRO, 2008).
Assim Mehta e Monterio (2008), dedicam o capitulo 12 da 3ª edição de seu
livro, para tratar dessa evolução no tratamento e fabricação do concreto de alta
resistência, auto-adensável, com fibras, com polímeros, para blindagem contra
radiação, concreto massa, compactado a rolo, onde todos esses tipos, podem ser
afetados pela utilização do agregado miúdo das misturas.
Para isso, a melhoria das propriedades do concreto com o objetivo de
aumentar às resistências a compressão levou ao desenvolvimento e a novos tipos
de misturas. Apesar de termos já em várias regiões concretos de alta resistência
disponível para utilização é verificado que o custo dessa produção é proporcional ao
aumento da resistência (MEHTA e MONTEIRO, 2008).
Também se destaca a necessidade de que em longo prazo o
desenvolvimento sustentável da indústria do cimento/concreto se dará apenas com
melhorias efetivas e profundas na produtividade e no uso dos recursos disponíveis
(MEHTA e MONTEIRO, 2008).
2.1.1 Características do Agregado
Segundo Metha e Monteiro (2008), os agregados são comumente tratados
como material de enchimento inerte do concreto. Essa afirmação se deriva da
observação de que o agregado não faz parte das complexas reações químicas com
a água (MEHTA e MONTEIRO, 2008).
O estudo dos agregados deve ser considerado imprescindível em um curso
de tecnologia do concreto, tendo em vista que de 70% a 80% do volume do concreto
é constituído pelos agregados, bem como é o material menos homogêneo com que
se lida na fabricação do concreto e das argamassas (RODRIGUES,2000).
17
É necessário conhecer certas características dos agregados, para a definição
das dosagens de concreto. Em geral, as propriedades do agregado afetam não
apenas as características de dosagem do concreto, mas também o comportamento
do concreto nos estados fresco e endurecido (MEHTA e MONTEIRO, 2008).
Considerando que os Agregados quanto a sua origem são classificados como
Naturais ou Artificiais levando em consideração a sua obtenção
a) Naturais - são aqueles que já são encontrados na natureza sob a forma
de agregado (exemplo: areia de cava, seixo rolado, etc.);
b) Artificiais - são aqueles que necessitam ser trabalhados para chegarem à
condição necessária e apropriada para uso (exemplo: brita, pó de pedra, RCD –
resíduo de construção e demolição (BASÍLIO, 1995).
O agregado artificial miúdo proveniente da britagem do arenito que é uma
rocha sedimentar, se forma a partir de mudanças ocorridas em outras rochas depois
de fragmentadas pelo intemperismo, são transportados pelos ventos ou pela água
da chuva até os rios que, por sua vez, vão se depositando em camadas.
O arenito é composto por quartzo, mineral mais abundante, feldspato ou
outros materiais de origem ígnea e fragmentos líticos. Esses fragmentos ou
sedimentos vão se acumulando ao longo do tempo. As camadas de cima exercem
pressão sobre as camadas de baixo, compactando-as e cimentando os fragmentos,
endurecendo a massa formada. É assim que surgem as rochas sedimentares
(MACHADO, 2010)
Ao contrário das areias de rios, a areia artificial possui como principal
vantagem manter sempre a mesma faixa granulométrica pelo seu beneficiamento.
Além disso, dois aspectos podem ser considerados de grande relevância na
utilização de areia artificial em substituição à areia natural. O primeiro aspecto é de
ordem ambiental, pois o uso dos rejeitos dos agregados graúdos na fabricação de
areia artificial e a diminuição da utilização de areia natural nas construções irão
reduzir a extração deste material do meio ambiente (COSTA, 2005).
18
2.1.2 Composição Granulométrica
Um aspecto importante do conhecimento da composição granulométrica do
agregado se deve a grande influência exercida sobre a qualidade das argamassas e
dos concretos, especialmente sobre a compacidade (Grau de Compactação) e a
resistência aos esforços mecânicos (BASÍLIO, 1995)
Entre os motivos para especificação dos limites granulométricos e a dimensão
máxima do agregado Mehta e Monteiro (2008), definem como importantes a
influência sobre a trabalhabilidade e o custo, já que areias muito grossas produzem
misturas de concreto ásperas e não trabalháveis, e areias muito finas aumentam a
demanda de água e possivelmente o consumo de cimento para uma dada relação
água/cimento. Neville (1923), informa que a granulometria do agregado miúdo é o
ensaio de maior importância.
Assim procurou-se caracterizar e analisar os valores encontrados dos ensaios
realizados com o agregado artificial, originário da jazida de São Luiz do Purunã (PR)
e o agregado natural atualmente utilizado na confecção do traço de concreto
convencional padrão, que servirá como referência nos demais ensaios.
Para material pulverulento, determinado de acordo com a NBR NM 46:2003 ,
no caso de agregados miúdos produzidos pela britagem de rochas (areia
industrializada), os limites para material fino apresentados na tabela acima podem
ser alterados para 10% em concreto submetido a desgaste superficial e para 12%
em concreto protegido de desgaste superficial, desde que se comprove, por
apreciação petrográfica, que o material não interfere nas propriedades do concreto
NBR 7211(2009).
O silte e o pó fino podem revestir o agregado de forma semelhante à argila,
ou podem estar presentes sob a forma de partículas soltas, e devido à finura e
portanto, à grande área superficial, esse materiais aumentam a demanda de água
necessária para molhagem de todas as partículas do concreto (NEVILLE, 1923)
A pasta de um cimento tem como função, envolver os agregados, enchendo
os vazios formados e comunicando ao concreto, possibilidades de manuseio quando
recém misturado, assim como aglutinar os agregados no concreto endurecido,
19
dando um conjunto com certa impermeabilidade, resistência aos esforços mecânicos
e durabilidade frente aos agentes agressivos. Para tudo isto acontecer, a pasta do
cimento tem que envolver os grãos de agregados e necessita-se de mais pasta,
quanto maior for a área da superfície dos grãos (GRIGOLI, 1999).
2.1.3 Massa Unitária em Estado Solto e Compactada
Um dos aspectos importantes para o conhecimento da massa unitária do
agregado é a utilização desse parâmetro para o cálculo do consumo do material
empregado por metro cúbico de concreto.
O fenômeno da massa unitária surge porque não é possível empacotar as
partículas do agregado juntas de forma a não deixar espaços vazios entre elas.
Assim, o termo massa unitária é utilizado uma vez que o volume é ocupado tanto
pelos agregados quanto pelos vazios. A massa unitária aproximada dos agregados
comumente usados para o concreto e peso normal varia de 1.300 a 1.750 Kg/m³
(METHA, 2008).
A maioria dos agregados naturais, tais como areia e pedregulho têm massa
unitária entre 1.520 e 1.680 Kg/m³, e produzem concretos normais com
aproximadamente 2.400 Kg/m³, de massa específica. Para fins especiais, agregados
mais leves ou mais pesados podem ser usados para produzirem respectivamente
concreto leves e pesados. Geralmente, os agregados com massa unitária menor que
1.120 Kg/m³, são chamados leves e aqueles com mais de 2.080 Kg/m³, são
designados pesados (SIQUEIRA, 2008).
PILZ (2010), detalha a classificação dos agregados pela massa unitária como
sendo:
• Leves - Massa Unitária menor que 1 tonelada por m³.
• Médios - Massa Unitária maior que 1 tonelada e menor que 2 tonelada
por m³.
• Pesados - Massa Unitária maior que 2 tonelada por m³.
Em termos médios, uma areia apresenta massa unitária da ordem de 1,5
Kg/dm³.(BASÍLIO, 1995).
20
2.1.4 Massa Específica, Aparente e Absorção do Agregado.
Mehta e Monteiro (2008), citam a “Massa Específica Real” e informa que para
efeitos de dosagem, é necessário que se conheça o espaço ocupado pelas
partículas do agregado, incluindo os poros existentes dentro das partículas. Para
efeitos da dosagem é suficiente determinar a “Massa Específica”, que é definida
como a massa do material, incluindo os poros internos, por unidade de volume.
Em função do agregado geralmente ter poros permeáveis e impermeáveis, o
significado da expressão “Massa Específica” deve ser cuidadosamente definido, e
que existem, diversos tipos de massa específica (NEVILLE, 1923).
Basílio (1995), no Estudo Técnico da ABCP refere-se somente a “Massa
Específica Real” como sendo uma propriedade absoluta e independente do material.
O entendimento do fenômeno da absorção é fundamental para a
compreensão da característica da massa específica, e é determinada medindo-se o
aumento de peso de uma amostra, seca previamente em estufa, e imersa
posteriormente em água.
Após estes procedimentos descritos na norma de execução do ensaio
remoção da umidade superficial tem-se o agregado na condição saturado superfície
seca NBR 9778 (2005). A relação entre esse acréscimo e a massa da amostra seca,
demonstra o quanto de água foi absorvido, ou seja, a absorção que é expressa em
percentual.
A massa específica para muitas rochas comumente utilizadas varia entre
2.600 e 2.700 kg/ m³; valores típicos para granito, arenito e calcário denso são de
2.690, 2.650, e 2.600 Kg/m³, respectivamente (METHA e MONTEIRO, 2008)
Segundo Scandiuzzi e Andriolo (1986), alertam que a presença de poros
internos em suas partículas tem grande influência nas propriedades dos agregados
e, conseqüentemente nas propriedades dos concretos. Assim se o agregado estiver
completamente seco no momento de ser misturado, absorve uma parte de água de
mistura o que acarreta, entre outros efeitos, a sua perda da trabalhabilidade. Tendo
em vista essa situação, é comum na tecnologia do concreto, trabalhar com a massa
específica na condição saturada superfície seca.
21
Outro motivo para se considerar o agregado na condição de saturado
superfície seca, nos cálculos de dosagem, é o fato de que a água contida nos poros
não toma parte nas reações de hidratação do cimento, devendo, portanto, ser
considerada como parte integrante do agregado (MEHTA e MONTEIRO, 2008).
2.1.5 Determinação do Inchamento do Agregado Miúdo para Concreto
Denomina-se inchamento de agregados miúdos ao fenômeno da variação do
seu volume aparente, provocado pela água adsorvida, assim, se variarmos a
quantidade de água contida em um agregado miúdo, seu volume também variará
(BASÍLIO, 1995).
Areias podem sofrer um fenômeno, conhecido como inchamento e
dependendo do teor de umidade e composição granulométrica do agregado, pode
ocorrer um aumento considerável do volume aparente da areia, porque a tensão
superficial da água mantém as partículas afastadas (SIQUEIRA, 2008).
A maioria das areias é despachada para uso na condição saturada, podem
ocorrer grandes variações nos consumos por betonada, se a dosagem for feita em
volume (SIQUEIRA, 2008).
Umidade crítica: é o valor da umidade onde ocorre o inchamento
máximo do agregado; e
• Inchamento médio: é a média dos valores do inchamento no ponto de
umidade crítica e no ponto máximo da curva (Inchamento Máximo).
Normalmente, o inchamento máximo ocorre para teores de umidade entre 4 e
7%. Poderá variar, dependendo da granulometria da areia, para teores entre 15 e
até 35%. Acima desses níveis, o inchamento decresce, chegando praticamente a
anular-se no estado saturado (RODRIGUES, 2000).
22
2.1.6 Pó de pedra
Brita ou pedra britada é produzida pela desintegração em unidade industrial
mineradora da rocha que dá origem à brita (granito, gnaisse, basalto etc.). O
material fino de britagem é um subproduto das pedreiras oriundo da cominuição da
rocha para a produção de agregado graúdo para concreto. No Brasil o material
possui várias denominaçãos, como pó-de-pedra, areia industrial ou areia artificial.
Independentemente da denominação esse agregado é utilizado nas misturas á base
de cimento Portland é utilizada como agregado miúdo, substituindo ao todo ou em
parte a areia extraída de rios (LANG e ROCHA, 2006).
Considerando as zonas granulométricas da NBR 7211(2009), o pó-de-pedra
se enquadra como agregado cujos grãos passam pela peneira com abertura de
malha de 4,75 mm e ficam retidos na peneira com abertura de malha 150 µm.
2.2 PROPRIEDADES DO CONCRETO
Concreto de cimento Portland é o material resultante da mistura, em
determinadas proporções, do aglomerante cimento Portland com um agregado
miúdo, agregado graúdo e água, pode-se usar aditivos. Para efeito de suas
propriedades, o concreto deve então ser analisado nessas duas condições: fresco e
endurecido, levando em consideração que o concreto fresco é assim considerado
até o momento em que tem início a pega do aglomerante e o concreto endurecido é
o material que se obtém, após o fim da pega do aglomerante (ARAUJO,
RODRIGUES e FREITAS, 2000)
2.2.1 Propriedades do Concreto Fresco
Para o concreto fresco, as propriedades desejáveis são as que asseguram a
obtenção de uma mistura fácil de transportar, lançar e adensar, sem segregação. As
principais propriedades do concreto, quando fresco é a consistência, poder de
retenção de água e trabalhabilidade (ARAUJO, RODRIGUES e FREITAS, 2000).
23
Araujo, Rodrigues e Freitas (2000), ainda esclarecem que a consistência é o
maior ou menor grau de fluidez da mistura fresca, relacionando-se com a mobilidade
da massa. Para determinação dessa propriedade utilizamos a determinação da
consistência pelo abatimento do tronco e Cone NBR NM 67 (1998).
A trabalhabilidade é uma propriedade composta, contendo pelo menos dois
componentes principais, onde a primeira delas é a fluidez que pode ser descrita
como a facilidade de mobilidade do concreto e a segunda é a coesão, que pode ser
descrita como a resistência à exsudação e à segregação (MEHTA e MONTEIRO,
2008).
A não retenção de água pelo concreto acarreta a exudação, quando a água
se separa da massa e sobe à superfície da peça concretada.
Pela ASTM C-125 (American Society for Testing and Materials) a
trabalhabilidade é definida como a propriedade que determina o esforço exigido para
manipular uma quantidade de concreto fresco, com perda mínima de
homogeneidade (MEHTA e MONTEIRO, 2008).
A massa específica do concreto fresco será determinado pela norma Massa
Específica e Teor de Ar Pelo Método Gravimétrico NBR 9833 (1987).
2.2.2 Propriedades do Concreto Endurecido
As propriedades que um concreto depois de endurecido deve possuir são
resistência, durabilidade, impermeabilidade e aparência.
A resistência a compressão do concreto é a propriedade mais valorizada por
projetistas e engenheiros de controle de qualidade. Considerada como a capacidade
para resistir à esforços sem se romper, no concreto a resistência está relacionada
aos esforços necessários para causar a ruptura (MEHTA e MONTEIRO, 2008).
A resistência à compressão dos concretos tem sido tradicionalmente utilizada
como parâmetro principal de dosagem e controle da qualidade dos concretos
destinados a obras correntes. Isso se deve, por um lado, à relativa simplicidade do
procedimento de moldagem dos corpos-de-prova e do ensaio de compressão axial,
e, por outro, ao fato de a resistência à compressão ser um parâmetro sensível às
alterações de composição da mistura permitindo inferir modificações em outras
propriedades do concreto. (HELENE & TERZIAN, 1993).
24
A utilização do conceito de relação água/cimento teve início em 1918, após a
demonstração do resultado de 50.000 testes que, para um determinado cimento e
conjunto de agregados, a resistência do concreto a certa idade é dependente
essencialmente da relação água/cimento. Em termos simples o que a Lei de Abrams
diz é que a resistência do concreto é tanto menor quanto maior for a quantidade de
água adicionada à mistura (ARAUJO, RODRIGUES e FREITAS, 2000).
A norma utilizada para essa determinação é a NBR 5739 (2007), Resistência
a Compressão Axial.
A resistência característica do concreto à compressão axial para corpos
cilíndricos (fck), é um dos dados utilizados no cálculo estrutural e sua unidade de
medida é o MPa (Mega Pascal), sendo que o cálculo da resistência à compressão
(fc) se dá pela expressão:
25
3 MATERIAIS E METODOLOGIA
3.1 METODOLOGIA
Todos os insumos foram doados pela Empresa Camargo Corrêa, e os
ensaios foram realizados no Laboratório de Processos Construtivos pertencente ao
Departamento de Construção Civil (DACOC) da Universidade Tecnológica Federal
do Paraná (UTFPR). Os materiais empregados nesta pesquisa serão descritos a
seguir, bem como os procedimentos dos ensaios.
Foram realizados ensaios da determinação granulométrica dos três
agregados miúdos, conforme instruções nas recomendações da NBR 7211 (2009).
Mantiveram-se os mesmos agregados miúdo (Pó de Pedra) e graúdo (Brita)
utilizado no traço do concreto convencional padrão de referência.
Figura 01 – Agregado Miúdo Artificial - Jazida
Fonte: do autor
Figura 02 – Agregado Miúdo Artificial – Pó de Pedra
Fonte: do autor
Figura 03 – Agregado Miúdo Natural – Areia
Fonte do Autor
26
Os agregados foram assim denominados nesta pesquisa:
• Agregado miúdo artificial – pó de pedra;
• Agregado miúdo natural – areia – substituido;
• Agregado miúdo artificial – jazida de São Luiz do Purunã (PR) – substituto;
Agregado graúdo artificial – brita
Foram realizados ensaios da determinação granulométrica dos três
agregados miúdos (Figuras, 01, 02 e 03), realizando-se duas determinações para
cada tipo de agregado, conforme instruções nas recomendações da NBR 7211
(2009).
Manteve-se em todos os traços do ensaio, a mesma quantidade mesmo
agregado miúdo (Pó de Pedra), utilizado pela concreteira e no traço do concreto
convencional padrão de referência.
3.1.1 Composição Granulométrica do Agregado Graúdo
As amostras de agregado graúdo foram submetidas ao ensaio segundo a
NBR NM 248 (2003).
3.1.2 Teor de Material Pulverulento
A NBR NM 46 (2003) é a norma que estabelece os parâmetros para
determinação da quantidade de material , mais fino que a abertura da malha da
peneira de 0,075 mm. Esse material quando em quantidades excessivas pode
prejudicar a aderência entre a pasta de cimento e o agregado, interfere no consumo
de água já que a superfície específica do agregado aumenta consideravelmente,
culminando com a diminuição da resistência de concretos e argamassa NBR NM
46:2003.
A NBR 46 (2003) determina que o material pulverulento são as partículas
minerais com dimensões inferiores a 0,075 mm, inclusive os materiais solúveis em
água presente nos agregados.
27
3.1.3 Massa Unitária
A NBR NM 45 (2006) é a norma que estabelece os procedimentos para
determinação dessa característica que é utilizada para transformar massa em
volume, porém especialmente em obras, deve-se tomar cuidado no sentido de
observar em que condições físicas o agregado está estocado, as condições de
enchimento dos recipientes bem como a forma desses recipientes.
3.1.4 Massa Específica e Absorção do Agregado Miúdo e Graúdo
A NM 52 (2003) é a norma que estabelece os procedimentos para
determinação da Massa Específica, Massa Específica Aparente e Absorção do
Agregado Miúdo, enquanto a NBR NM 53 (2003), refere-se a (Massa Específica,
Massa Específica Aparente e Absorção do Agregado Graúdo. Ambas informam que
a “Massa Específica” é a relação entre a massa do agregado seco e seu volume,
sem considerar os poros permeáveis à água e que a “Massa Específica Aparente” é
a relação entre a massa do agregado seco e seu volume, incluindo os poros
permeáveis por água, referindo-se também à “Massa Específica do Agregado
Saturado Superfície Seca”,
3.2 MATERIAIS
3.2.1 Cimento Portland
O cimento Portland utilizado foi o CPV ARI – Marca cauê Apiaí, é um cimento
utilizado para concretos com resistência inicial acima de 28 MPa, superando valores
mínimos normatizados pela NBR 5733 (1991), para cimentos Portland de alta
resistência inicial, Tabela 01.
Disponível em sacos de 50 kg e, também podendo ser fornecido à granel,
sendo indicado pela empresa par uso em situações que exigem rápida desforma e
alta resistência, tendo assim as seguintes características:
28
Tabela 01 – Características do Cimento CPV ARI – Cauê Apiaí Resistência à Compressão (MPa) Blaine Início de Fim de 24h 3 Dias 7 dias 28 Dias (cm²) pega
(min) pega (min)
NBR 5737 NBR 5733 ≥ 14 ≥ 24 ≥ 34 - ≥ 3000 ≥ 60 ≤ 600
CPV ARI 28* 39* 44* 51* 5100* 160* 270*
* Valores médios obtidos do Mapa da Qualidade do CPV ARI da unidade de Ijaci/MG no período de Janeiro a Novembro de 1009.
Fonte - Cauê - Camargo Corrêa
3.2.2 Aditivos
A norma NBR 11.768 (1992), define aditivo como sendo, “Os produtos que
adicionados em pequenas quantidades a concretos e argamassas de Cimento
Portland modificam algumas das suas propriedades, no sentido de melhor adequá-
las a determinadas condições.”
Denomina-se aditivo os materiais adicionados aos ingredientes normais do
concreto, durante a mistura, para obter propriedades desejáveis, tais como: aumento
da plasticidade, controle do tempo de pega, controle do aumento da resistência,
redução do calor de hidratação, etc. Os aditivos plastificantes têm efeitos benéficos,
pois permitem reduzir a quantidade de água necessária para se obter a plasticidade
desejada (ANDOLFATO, 2002).
O aditivo utilizado no traço do concreto convencional padrão de referência foi
o Mira RT 65 – Segundo as informações da GRACE Construction Products, o
MIRA™ RT 65 é um aditivo redutor de água polifuncional contendo polímeros
modificados de compostos hidroxicarboxílicos, com excelentes resultados em
concretos feitos com areia industrial, pois dispersa os aglomerados de cimento com
maior eficácia.
Pode ser utilizado com uma ampla gama de dosificações, e para se para
conseguir importantes reduções da água de mistura resultando assim relações
água/cimento muito baixas. As dosificações podem variar de acordo com a redução
de água desejada e tempo de pega. normalmente as dosificações se encontram
dentro da faixa de 0,3 a 1,0% em peso de cimento.
29
3.2.3 Água
Para o estudo foi utilizado à água da Universidade Tecnológica Federal do
Paraná, cabendo neste caso o destaque de que esta água é proveniente do poço
artesiano, ou seja, a água utilizada é isenta de qualquer tipo de substância química
nociva ao concreto.
É importante lembrar que, águas suspeitas devem ser ensaidas e atender aos
requisitos da ABNT BR 15900 para serem utilizadas na fabricação do concreto.
3.2.4 Traço do Concreto
A metodologia empregada para este trabalho foi experimental e comparativa,
dos resultados, visando a identificação da possibilidade de substituição de agregado
natural por agregado artificial da jazida encontrado na região de São Luiz do Purunã
no estado do Paraná e o traço padrão utilizado por uma concreteira de Curitiba.
Foram mantido os mesmos agregados pó de pedra e brita utilizados pela concreteira
nas mesmas quantidades em todos os traços estudados onde serão identificados da
seguinte maneira:
1: an1 : an2 : b : a/c : ad
1 = uma parte de cimento Portland (Kg)
an1 = agregado miúdo natural - areia
an2 = agregado miúdo artificial – pó de pedra
b = agregado graúdo
a/c = quantidade de água
ad = aditivo
Para isso o traço do concreto convencional a ser utilizado como referência
nesta pesquisa, é o mesmo utilizado em uma empresa concreteira na região de
Curitiba e embora se tenha o conhecimento dos vários métodos para obtenção de
traço, optou-se por um traço já com parâmetros de resistência identificados.
30
O traço do concreto de referência foi assim adotado e, as quantidades
individuais dos insumos para a produção de 1,0 m³ apresentam as proporções
conforme Tabela 02.
Tabela 02 – Quantidades para 1,0 m³, Relação e Características do Traço Referência
Materiais Kg/m³ Relação Cimento Portland CPV ARI ( Kg )
264 1,00 Agregado Natural Areia ( Kg )
502 1,90 Agregado Artificial Pó de Pedra ( Kg )
350 1,33 Agregado Graúdo Brita ( Kg )
1049 3,97
a/c Água ( Kg ) 183 0,69
Ad Aditivo em ml (Volume) 0,60% Volume
Fonte: Camargo Corrêa Cimentos
O traço de concreto convencional de referência apresenta ainda as seguintes
características:
• - fck : 25,0 MPa
• - Lançamento : convencional;
• - Abatimento : 60 ± 10 mm;
3.2.5 Parâmetros e Percentual de Substituições no Concreto Convencional de
Referência.
Iniciar-se-á a substituição do agregado miúdo natural (an1), pelo agregado
artificial da jazida numa proporção de 50% e 100% e, substituições no
proporcionamento de aditivo em 0,6% 0,8% e 1% em volume do peso do cimento.
As proporções e traços a serem desenvolvidos no estudo foram assim
tabelados para melhor compreensão (Tabela 03).
31
Tabela 03– Referências de Componentes e Abreviações do Traço.
Mistura Componentes Abreviações
1 Traço de Referência
100 % Agregado Normal 0,6 % Aditivo
TR - 0,6%
2 Traço de Referência com 50 % de substituição;
(50 % Agregado Normal, 50 % Agregado Jazida); 0,6 % Aditivo;
TR S 50% - 0,6%
3 Traço de Referência com 100% de substituição;
100% Agregado Jazida; 0,6 % Aditivo;
TR S 100% - 0,6%
4 Traço de Referência com 100% de substituição;
100% Agregado Jazida; 0,8 % Aditivo;
TR S 100% - 0,8%
5 Traço de Referência com 100% de substituição;
100% Agregado Jazida; 1,0 % Aditivo;
TR S 100% - 1,0%
Fonte: do autor
3.2.6 Betoneira de Eixo Inclinado com Capacidade de 400 Litros
Uma betoneira (Figura 04) ou misturador de concreto é o equipamento
utilizado para mistura de materiais, na qual se adicionam cargas de pedra, areia,
cimento e água, na proporção devida, de acordo com a finalidade da mistura. No
estudo foi utilizado uma betoneira que pode ser classificada como intermitente de
queda livre com eixo inclinado.
Figura 04: Betoneira Intermitente de Queda Livre com Eixo Inclinado
Fonte: do autor
32
3.2.7 Preparo do Concreto
Após a pesagem dos materiais conforme tabela de traço a preparação do
concreto seguiu a seguinte seqüência para todas as quatro preparações:
1) A betoneira foi umedecida previamente;
2) Foi colocado toda a quantidade de agregado graúdo;
3) Foi adicionado ¼ da água e acionada a betoneira deixando misturar por 5
minutos;
4) Foi Misturado o aditivo ao restante da água a ser utilizada;
5) Foi adicionado o cimento e mais ¼ de água, misturando por 30 segundos e
desligada betoneira;
6) Foi adicionado os agregados miúdos e o restante da água deixando-se por
mais 10 minutos ligada.
O proporcionamento de cada traço do concreto com as respectivas substituições,
para ser confeccionada na betoneira de eixo inclinado (vide tabela 03), ficou assim
definido conforme mostrada na Tabela 04.
Tabela 04 – Relação de Produtos em Função do Cimento por Traço Estudado Traço Traço Traço Traço Traço TR -
06% TR S 50%
0,6% TR S 100%
0,6% TR S 100%
0,8% TR S 100%
1,0%
Cimento Portland CPV ARI ( Kg )
1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
Agregado Natural Areia ( Kg )
1,90 0,95 0,00 0,00 0,00
Agregado Artificial Jazida ( Kg )
0,00 0,95 1,90 1,90 1,90
Agregado Artificial Pó de Pedra ( Kg )
1,33 1,33 1,33 1,33 1,33
Agregado Graúdo Brita ( Kg )
3,97 3,97 3,97 3,97 3,97
Água ( Kg ) 0,69 0,69 0,69 0,69 0,69 Aditivo em ml (Volume) 0,60% 0,60% 0,60% 0,80% 1,00% Fonte: do autor
Obs.: Aditivo em g ( γ = 1,18g/cm³)
33
3.2.8 Determinação da Consistência pelo Abatimento do Tronco de Cone
Foi utilizada a NBR NM 67 (1996), especifica o método de Determinação da
Consistência pelo Abatimento do Troco de Cone, para determinar a consistência do
concreto fresco através da medida de seu assentamento, em laboratório e em obra.
.
Figura 05 – Materiais e Forma de Determinação do Ensaio Tronco e Cone
Fonte – NBR NM 67 (1998)
3.2.9 Corpos de Prova
O método utilizado para o ensaio está descrito na NBR 5738 (2003),
moldagem e cura de corpos-de-prova cilíndricos ou prismáticos de concreto, que fixa
as condições exigíveis para moldagem, desforma, preparação de topos, transporte e
cura de corpos-de-prova cilíndricos, destinados a ensaios para determinação das
propriedades de resistência a compressão axial, massa específica, absorção e
índice de vazios.
Figura 06: Confecção de Corpos de Prova
Fonte Própria
34
Para cada betonada, foi confeccionado 10 corpos de prova (Figura 06), sendo
que 08 desses foram utilizados para os ensaios de Resistência a Compressão Axial,
(4 - para cada idade) de 7 e 28 dias, e 02 serão utilizados para determinação de
Absorção de água por imersão, Índices de Vazios, e Massa Específica aos 28 Dias.
Considerando a quantidade de corpos de prova por ensaio e com base na
NBR 5738 (2003), Moldagem e Cura de Corpos de Prova de Concreto, onde a
dimensão básica dos corpos-de-prova deve ser de 100 mm, 150 mm, 250 mm, ou
450 mm, de forma que obedeça à relação:
• d ≥ 3D
• d = dimensão básica;
• DMC = dimensão máxima característica do agregado, NBR 7211 (2009).
Assim o corpo-de-prova utilizado foi o cilíndrico com diâmetro de 10 cm
levando-se em conta o atendimento à norma e, apresenta ainda, a vantagem
economia de material, facilidade de capeamento, transporte e estocagem.
3.2.10 Capeamento
A NBR 5738 (2003), cita que deve ser utilizado um dispositivo auxiliar,
denominado capeador, que garanta a perpendicularidade da superfície obtida com a
geratriz do corpo-de-prova e que esta superfície deve ser lisa, isenta de riscos ou
vazios e não ter falhas de planicidade superiores a 0,05mm em qualquer ponto, com
o objetivo de garantir uma distribuição uniforme de tensões no que se referem as
faces a serem comprimidas.
A norma destaca ainda que outros processos podem ser empregados, desde
que sejam submetidos à avaliação prévia por comparação estatística com corpos-
de-prova capeados pelo processo tradicional porém a superfície resultante deve ser
lisa, isenta de riscos ou vazios e não ter falhas de planicidade superiores a 0,05 mm
em qualquer ponto, e para a presente pesquisa foi utilizado o capeamento com
enxofre (Figura 07).
35
Figura 07: Corpos de Prova para Ensaio de Compressão Axial
Fonte Própria
O ensaio de resistência à compressão axial foi realizado nas dependências da
UTFPR – Universidade Tecnológica Federal do Paraná e a prensa utilizada é
modelo EMIC, tendo sido calibrada em 26/03/2010 – conforme número de certificado
216/2010, (Figuras, 08 e 09).
Figura 08: Prensa EMIC
Fonte: do autor
Figura 09: Corpo de Prova
Fonte: do autor
36
Atendendo a NBR 05739 (2007), foi identificado, (Figura 10), o tipo de ruptura
do corpo de prova foram de forma colunar para todos os traços.
Figura 10: Exemplo de Rompimentos de Corpos de Prova Após Compressão Axial
Fonte: NBR 05739 (2007)
3.2.11 Desvio Padrão, Desvio Relativo e Desvio Relativo Máximo
Uma característica importante de uma distribuição normal é que, quanto maior
a amostragem, mais uniformemente as ocorrências se distribuem à medida que se
afastam da média central.
O “desvio padrão”, um valor que quantifica a dispersão dos eventos sob
distribuição normal, ou seja, é a média das diferenças entre o valor de cada evento e
a média central. Para calcular o “desvio relativo” de uma série de quatro resultados
de rompimento de corpo de prova, deve-se dividir o valor absoluto da diferença entre
a resistência média e a resistência individual pela resistência média, resultado que
deve ser apresentado como porcentual. O “desvio relativo máximo” é o resultado
que apresente o maior porcentual absoluto, ou seja, o maior valor
independentemente do sinal, positivo ou negativo. Quando o “desvio relativo
máximo” for superior a 6%, deve-se calcular uma nova média, desconsiderando o
valor discrepante. Recalcula-se o “desvio relativo” e o “desvio relativo máximo” para
a nova série identificando se o mesmo encontra-se dentro do parâmetro de 6% para
cima ou para baixo da média. Persistindo o fato, eliminar os corpos de prova de
todas as idades, devendo o ensaio ser totalmente refeito (GOMES e SILVA, 2006).
37
( 01 )
Desvio Relativo
Resistência do Corpo de Prova
Resistência Média da Série
.
Define-se a durabilidade como a capacidade do concreto em resistir à ação
intempéries, ataque químico, abrasão, ou qualquer outro processo de deterioração
(MEHTA e MONTEIRO, 2008)
A maior compacidade do concreto poderá proporcionar uma maior
durabilidade, pois esta propriedade está ligada intimamente a impermeabilidade. A
água enquanto agente deteriorante é veículo de transporte de substâncias
agressivas. Foi utilizada a NBR 9778:2006 para determinação da massa específica,
índices de vazios e absorção de água por imersão do concreto endurecido.
38
4 RESULTADO E ANÁLISES
Apresentar-se-á todas as análises obtidas durante a realização do programa
experimental, conforme metodologia descrita no capitulo 3, cujos resultados serão
apresentados em forma de tabelas, gráficos para elucidar melhor a compreensão. A
granulometria do agregado da jazida, agregado pó-de-pedra, agregado areia, são
apresentadas respectivamente nas Tabelas 05, 06 e 07 e as curvas granulométricas
podem ser observadas conforme Figuras 11, 12, 13, 14, 15 e16.
Tabela 05– Granulometria Agregado Miúdo – Jazida
R E A L I Z A Ç Ã O D E E N S A I O S F I S I C O S D O A G R E G A D O M I Ú D O
JAZIDA
G R A N U L O M E T R I A D O A G R E G A D O M I Ú D O
a) massa inicial seca (gr) = 1.000,0 (Vr) (Mrm) (Mra) Faixas - % retidas acumuladas
b) massa inicial seca (gr) = 1.000,0 % retido % retido % retido Limites Inferiores Limites Superiores
Massa
retida (gr) retida (%) Variações acumulada Zona Zona Zona Zona
Abertura
da malha
das
peneiras
(mm) Ensaio
a
Ensaio
b
Ensaio
a
Ensaio
b + 4 % (%) (%) Utilizável Ótima Utilizável Ótima
9,5 0,00 0,00 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0 0 0 0
6,3 5,39 9,31 0,5% 0,9% 0,4% 0,7% 0,7% 0 0 0 7
4,75 13,41 13,23 1,3% 1,3% 0,0% 1,3% 2,1% 0 0 5 10
2,36 40,73 39,93 4,1% 4,0% 0,1% 4,0% 6,1% 0 10 20 25
1,18 65,69 67,62 6,6% 6,8% 0,2% 6,7% 12,8% 5 20 30 50
0,6 195,47 202,43 19,6% 20,2% 0,7% 19,9% 32,7% 15 35 55 70
0,3 309,80 309,76 31,0% 31,0% 0,0% 31,0% 63,7% 50 65 85 95
0,15 280,25 269,87 28,0% 27,0% 1,1% 27,5% 91,2% 85 90 95 100
Fundo 88,41 87,60 8,8% 8,8% 0,1% 8,8% 100,0% 100 100 100 100
Total S 999,15 999,75 M ó d u l o d e F i n u r a = 2,08 D i â m e t r o m á x. = 4,75
Fonte: do autor
39
Dist. Granulometrica - Amostra 01 - Jazida
0,00% 0,54% 1,88%5,96%
91,15%
100,00%
63,10%
32,10%
12,53%0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
100,00%
9,50mm
6,30 mm
4,75 mm
2,36 mm
1,18 mm
600 µm
300 µm
150 µmFundo
Peneiras
Per
cen
tuai
s
Dist. Granulométrica - Amostra 02 - Jazida
33,26%
64,24%
91,24%
100,00%
13,01%6,25%2,25%0,93%0,00%
0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
100,00%
9,50mm
6,30 mm
4,75 mm
2,36 mm
1,18 mm
600 µm
300 µm
150 µmFundo
Peneiras
Per
cen
tuai
s
Figura 11: Gráfico Amostra 01 – Distribuição
Granulometrica Agregado Miúdo da Jazida
Fonte Própria
Figura 12: Gráfico Amostra 01 – Distribuição
Granulometrica Agregado Miúdo da Jazida
Fonte Própria
Tabela 06 – Granulometria Agregado Miúdo – Pó de Pedra
R E A L I Z A Ç Ã O D E E N S A I O S F I S I C O S D O A G R E G A D O M I Ú D O
PÓ DE PEDRA
G R A N U L O M E T R I A D O A G R E G A D O M I Ú D O
a) massa inicial seca (gr) = 1.000,0 (Vr) (Mrm) (Mra) Faixas - % retidas acumuladas
b) massa inicial seca (gr) = 1.000,0 % retida %
retida % retida Limites
Inferiores Limites
Superiores Massa retida
(gr) retida (%) Variações acumulada Zona Zona Zona Zona
Abertura da malha das peneiras
(mm)
Ensaio a Ensaio b Ensaio a Ensaio b + 4 % (%) (%) Utilizável Ótima Utilizável Ótima
9,5 0,00 0,00 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0 0 0 0
6,3 0,00 0,00 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0 0 0 7
4,75 32,27 31,37 3,2% 3,1% 0,1% 3,2% 3,2% 0 0 5 10
2,36 119,33 116,29 12,0% 11,6% 0,4% 11,8% 15,0% 0 10 20 25
1,18 146,57 148,04 14,7% 14,8% 0,1% 14,8% 29,8% 5 20 30 50
0,6 220,46 217,65 22,1% 21,8% 0,4% 22,0% 51,7% 15 35 55 70
0,3 185,10 189,28 18,6% 18,9% 0,3% 18,8% 70,5% 50 65 85 95
0,15 161,72 168,18 16,2% 16,8% 0,6% 16,5% 87,0% 85 90 95 100
Fundo 130,02 128,72 13,1% 12,9% 0,2% 13,0% 100,0% 100 100 100 100
Total S 995,47 999,53 M ó d u l o d e F i n u r a = 2,57 D i â m e t r o m á x. = 4,75
Fonte: do autor
40
Figura 13: Gráfico Amostra 01 – Distribuição
Granulometrica Agregado Miúdo Pó de Pedra
Fonte Própria
Figura 14: Gráfico Amostra 01 – Distribuição
Granulometrica Agregado Miúdo Pó de Pedra
Fonte Própria
Tabela 07 – Granulometria Agregado Miúdo – Areia
R E A L I Z A Ç Ã O D E E N S A I O S F I S I C O S D O A G R E G A D O M I Ú D O
AREIA
G R A N U L O M E T R I A D O A G R E G A D O M I Ú D O - Areia
a) massa inicial seca (gr) = 1.000,0 (Vr) (Mrm) (Mra) Faixas - % retidas acumuladas
b) massa inicial seca (gr) = 1.000,0 %
retido %
retido % retido Limites
Inferiores Limites
Superiores Massa retida
(gr) retida (%) Variaçõe
s média acumulada Zona Zona Zona Zona
Abertura da malha das peneiras
(mm)
Ensaio a Ensaio b Ensaio a Ensaio b + 4 % (%) (%) Utilizável Ótima Utilizável Ótima
9,5 0,00 0,00 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0 0 0 0
6,3 6,90 6,02 0,7% 0,6% 0,1% 0,6% 0,6% 0 0 0 7
4,75 7,07 7,24 0,7% 0,7% 0,0% 0,7% 1,4% 0 0 5 10
2,36 69,61 68,10 7,0% 6,8% 0,2% 6,9% 8,2% 0 10 20 25
1,18 146,82 166,75 14,7% 16,7% 2,0% 15,7% 23,9% 5 20 30 50
0,6 251,19 249,58 25,1% 25,0% 0,2% 25,0% 49,0% 15 35 55 70
0,3 256,79 249,56 25,7% 25,0% 0,7% 25,3% 74,3% 50 65 85 95
0,15 206,36 199,39 20,6% 19,9% 0,7% 20,3% 94,6% 85 90 95 100
Fundo 55,21 53,26 5,5% 5,3% 0,2% 5,4% 100,0% 100 100 100 100
Total S 999,95 999,90 M ó d u l o d e F i n u r a = 2,51 D i â m e t r o m á x. = 4,75
Fonte: do autor
41
Dist. Granulometrica - Amostra 01 - Traço
0,00% 0,69% 1,40%
8,36%
94,48%
100,00%
73,84%
48,16%
23,04%
0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
100,00%
9,50mm
6,30 m
m
4,75 m
m
2,36 m
m
1,18 mm
600 µm
300 µm
150 µm
Fundo
Peneiras
Per
cen
tuai
s
Dist. Granulometrica - Amostra 02 - Traço
0,00% 0,60% 1,33%
8,14%
94,67%
100,00%
74,73%
49,77%
24,81%
0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
100,00%
9,50m
m
6,30 m
m
4,75 m
m
2,36 m
m
1,18 mm
600 µm
300 µm
150 µm
Fundo
Peneiras
Per
cen
tuai
s
Figura 15: Gráfico Amostra 01 – Distribuição
Granulometrica Agregado Miúdo Areia
Fonte Própria
Figura 16: Gráfico Amostra 01 – Distribuição
Granulometrica Agregado Miúdo Areia
Fonte Própria
Quanto à origem tanto o Agregado da Jazida quanto o Agregado Pó de Pedra
são considerados artificiais, e a Areia é considerado um Agregado Natural.
Tabela 08 – Relação – Peneiras Zona / Utilizável
Porcentagem, Em Massa, Retida, Acumulada
limites Inferiores Limites Superiores
Peneira com
Abertura de
Malha (ABNT
NBR NM
ISSO 3310-1)
Zona
Utilizável
Zona
Ótima
Zona
Ótima
Zona
Utilizável
Agregado
Jazida
Agregado
Pó de
Pedra
Agregado
Areia
9,50 mm 0 0 0 0 0,00 0,00 0,00
6,30 mm 0 0 0 7 0,70 0,00 0,60
4,75 mm 0 0 5 10 2,10 3,20 1,40
2,36 mm 0 10 20 25 6,10 15,00 8,20
1,18 mm 5 20 30 50 12,80 29,80 23,90
600 µm 15 35 55 70 32,70 51,70 49,00
300 µm 50 65 85 95 63,70 70,50 74,30
150 µm 85 90 95 100 91,20 87,00 94,60
Fundo 8,80 13,00 5,40
Módulo de Finura 2,08 2,57 2,51
Diâmetro Máximo 4,75 4,75 4,75
Fonte: do autor
42
Os três agregados encontram-se dentro das zonas utilizáveis inferior e
superior (Tabela 08).
Agregados jazida, pó de pedra e areia apresentaram o módulo de finura de
2,08, 2,57 e 2,51 respectivamente o que demonstra que o agregado da jazida tem
uma granulometria mais fina que os outros dois.
O diâmetro máximo de todos os três agregados miúdos foram de 4,75.
Na Figura 17 é possível de identificar as zonas correspondentes aos limites
recomendados pela NBR 7211 (2009), e as curvas granulométricas de todos os
agregados miúdos ensaiados.
Figura 17: Comparativo Zonas Inferior e Superior Utilizáveis - Granulometria Agregados
Fonte: do autor
Lembrando que o agregado natural, a areia, será substituído por outro
agregado artificial da Jazida e, o que se espera deste, é que, este apresente
desempenho e características adequadas para garantir a sua substituição já que
essa substituição não pode comprometer o desempenho do concreto convencional
43
No entanto, verifica-se que, a areia artificial da Jazida tem grãos bem mais
finos que a areia natural utilizada pela concreteira, podendo induzir, neste caso, a
um aumento de água de amassamento ou de aditivos, pela maior quantidade de
finos presentes encontrados no ensaio granulométrico (Tabela 09).
Tabela 09: Teor de Material Pulverulento dos Agregados Miúdos
Agregado da Jazida
Agregado Pó-de-Pedra
Agregado Areia
Amostra 01 8,78% 12,50% 2,92%
Amostra 02 9,54% 13,44% 3,04%
Média 9,16% 12,97% 2,98%
Fonte: do Autor
A amostra o agregado da jazida e areia apresentaram de material
pulverulento dentro dos limites aceitáveis da norma. O agregado pó de pedra
apresentou valores de material pulverulento um pouco acima, porém bem próximos
dos limites superiores da norma e em vista de ter sido mantido as mesmas
quantidades desse agregado em todos os traços, esse detalhe não interfere na
validação dos resultados, já que a substituição, objetivo específico desse estudo, é
entre o agregado da jazida e o agregado areia. Na Tabela 10 é apresentado o
material pulverulento dos agregados miúdos proporcionalmente a cada traço, sendo
que nos traços com substituição de 100%, houve um aumento 3,65% na quantidade
de material pulverulento desse material com relação a massa total de agregados
miúdos do traço.
Tabela 10: Percentuais Material Pulverulento Proporcional ao Traço (Agregados Miúdos)
TR TR S 50% 0,6%
TR S 100% 0,6%
TR S 100% 0,8%
TR S 100% 1,0%
Percentual Material Pulverulento 7,08% 8,90% 10,73% 10,73% 10,73%
Fonte: do autor
44
Figura 18: Comparativo Impurezas Orgânicas
entre Amostra e Padrões do Agregado Miúdo
da Jazida
Fonte: do Autor
Figura 19: Comparativo Impurezas Orgânicas entre
Amostra e Padrões do Agregado Miúdo Areia
Fonte: do autor
A matéria orgânica pode prejudicar a pega, o endurecimento e a resistência á
compressão do concreto. O ensaio colorimétrico, de acordo com a NBR NM49
(2001), indica o percentual de impurezas orgânicas nas areias.
Na comparação da amostra da jazida, com duas amostras preparadas a 1% e
0,5% (100 e 50 ppm respectivamente) é possível identificar que nas Figuras 18 e 19
que tanto o agregado miúdo da jazida como o agregado areia apresentam colocação
mais clara que o padrão.
Na Figura 18, a amostra ensaiada encontra-se no meio da amostra com 1%,
lado esquerdo, com coloração mais escura e a amostra 0,5%, a direita, com
colocação mais clara, observa-se que, por comparação visual, a amostra ensaiada,
apresenta uma coloração visual em torno de valores com 0,7% a 0,8% (70 a 80
ppm).
Na Figura 19, a amostra ensaiada da areia, encontra-se à direita das duas
amostras, e por comparação, observa-se que se apresenta uma coloração visual em
torno de valores com 0,3% a 0,4% (30 a 40 ppm). A amostra com 1% é a da
esquerda, com a coloração mais escura e a amostra com 0,5% é a do centro.
1%1%
0,5%
Amostra
0,5% Amostra
45
Tabela 11: Massas Unitárias, Massas Específicas e Absorção dos Agregados Miúdos
Agregado da
Jazida
Agregado
Pó de Pedra
Agregado
Areia
Massa Unitária em Estado Solto 1.582,00 Kg/m³ 1.612,00 Kg/m³ 1.441,67 Kg/m³
Massa Unitária Compactada 1.719,00 Kg/m³ 1.757,00 Kg/m³ 1.564,68 Kg/m³
Massa Específica Aparente (d1) 2,52 g/cm³ 2,79 g/cm³ 2,49 g/cm³
Massa Específica Saturada Superfície
Seca (d2)
2,58 g/cm³ 2,66 g/cm³ 2,51 g/cm³
Massa Específica Real (d3) 2,68 g/cm³ 2,60 g/cm³ 2,54 g/cm³
Absorção 0,11 % 2,12 % 0,40 %
Fonte: do autor
As massas unitárias e específicas encontram-se dentro dos parâmetros
normais para esse tipo de estudo e de resultado (Tabela 11)
A determinação do percentual de absorção se da, depois de identificado o
requisito, agregado saturado superfície seca. Assim os agregados pó de pedra e
areia, apresentaram percentuais diferenciados e normais.
Tabela 12: Coeficientes Relativos ao Inchamento do Agregado Miúdo da Jazida
Agregado da
Jazida
Agregado
Areia
Coeficiente Máximo Vh / Vs 1,38 1,24
Coeficiente para a Umidade Crítica 1,35 1,20
Coeficiente Inchamento Médio 1,36 1,23
Percentual Água no Inchamento Máximo 6,50 % 4,55 %
Fonte: do autor
46
Figura 20 – Curva de Inchamento – Agregado Miúdo Jazida
Fonte : do autor
Figura 21– Curva de Inchamento – Agregado Miúdo Areia
Fonte: do autor
Diante dos valores apresentados na Tabela 12, é possível afirmar que se ao
adicionar 6,5% da massa do agregado miúdo da jazida em água, acontece um
aumento de volume da ordem de 37,46%.
Já o agregado miúdo areia natural, com a introdução 4,5% de sua massa em
água, acontece um aumento de volume da ordem de 24,16%.
47
Tabela 13: Granulometria Agregado Graúdo
R E A L I Z A Ç Ã O D E E N S A I O S F I S I C O S D O A G R E G A D O GRAÚDO
G R A N U L O M E T R I A D O A G R E G A D O GRAÚDO
a) massa inicial seca (gr) = 5.000,0 (Vr) (Mrm) (Mra) Faixas - % retidas acumuladas
b) massa inicial seca (gr) = 5.000,0 % retiro
%
retiro % retiro
Massa retida
(gr)
Massa retida
(%) Variações média acumulada BRITA 0 BRITA 1 BRITA 2 BRITA 3 BRITA 4
Abertura
da malha
das
peneiras
(mm) Ensaio a Ensaio b Ensaio a Ensaio b + 4 % (%) (%) 4,75 -12,5 9,5 - 25 19 - 31,5 25 - 50 37,5 - 75
> 50 mm 0,00 0,00 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 75 - 100
50 mm 0,00 0,00 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0 - 5 90 - 100
37,5 mm 0,00 0,00 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0 - 5 5 - 30 95 - 100
25,0 mm 0,00 0,00 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0 - 5 5 - 25 87 - 100
19,0 mm 554,42 541,81 11,1% 10,8% 0,3% 11,0% 11,0% 2 - 15 65 - 95 95 - 100
12,5 mm 3.794,51 3.821,00 75,9% 76,4% 0,5% 76,2% 87,1% 0 - 5 40 - 65 92 -100
9,5 mm 573,96 565,74 11,5% 11,3% 0,2% 11,4% 98,5% 2 - 15 80 - 100 92 - 100
4,75 mm 74,18 69,24 1,5% 1,4% 0,1% 1,4% 99,9% 40 - 100 92 - 100
< 4,75 mm 2,93 2,21 0,1% 0,0% 0,0% 0,1% 100,0% 80 - 100
Total S 5.000,00 5.000,00 M ó d u l o d e F i n u r a = 6,98 D i â m e t r o m á x. = 19
Fonte: do autor
Os resultados da análise granulométrica do agregado graúdo estão
apresentados na tabela 13, sendo que quanto à origem o agregado é considerado
artificial, de origem basáltica, com colocação entre tons de cinza-claro e cinza-
escurol.
Foi realizado duas determinações, conforme recomendações da NBR 7211
(2009), onde se identificou diâmetro máximo característico (DMC) do agregado
graúdo, obtendo o valor é 19 mm.
Manteve-se o mesmo agregado graúdo utilizado pela concreteira no traço do
concreto convencional padrão de referência, que segundo a NBR 7211 (2009),
podemos classificar o agregado graúdo como brita 01.
Pode-se visualizar melhor a granulometria das duas amostras através dos
gráficos das Figuras 22 e 23.
48
Dist. Granulometrica - Amostra 01 - Agregado Graúdo
0,00% 0,00% 0,00%0,00%
99,96%
100,00%98,57%
87,26%
10,84%0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
100,00%
> 50mm
50mm
37,5mm
25,0mm
19,0mm
12,5mm
9,5mm
4,75mm
< 4,75mm
Peneiras
Per
cen
tuai
s
Dist. Granulometrica - Amostra 01 - Agregado Graúdo
0,00% 0,00% 0,00%0,00%
99,94%
100,00%98,46%
86,98%
11,09%
0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
100,00%
> 50mm
50mm
37,5mm
25,0mm
19,0mm
12,5mm
9,5mm
4,75mm
< 4,75mm
Peneiras
Per
cen
tuai
s
Figura 22: Gráfico Amostra 01 – Distribuição
Granulometrica Agregado Graúdo Brita
Fonte: do auto
Figura 23: Gráfico Amostra 02 – Distribuição
Granulometrica Agregado Graúdo Brita
Fonte: do autor
Figura 24: Agregado Graúdo - Brita
Fonte: do autor Figura 25: Ensaio Agregado Graúdo - Brita
Fonte: do autor
Tabela 14: Massa Unitária e Massa Específica e Absorção– Agregado Graúdo
Massa Unitária em Estado Solto 1.346,33 Kg/m³
Massa Unitária Compactada 1.462,00 kg/m³
Massa Específica Aparente – d 2,67 g/cm³
Massa Específica Saturada Superfície Seca – ds 2,68 g/cm³
Massa Específica do Agregado Seco – da 2,67 g/cm³
Absorção – a 0,33 %
Fonte: do autor
49
As propriedades físicas do agregado graúdo (Figuras 24 E 25), massa
unitárias e específica bem como a absorção encontram-se dentro dos parâmetros
normais para esse tipo de estudo e de resultado (Tabela 14).
Analisando a Tabela 15 e a Figura 26, verifica-se que, o abatimento do
concreto convencional de referência utilizada pela concreteira foi de 60 mm.
Tabela 15: Resultado do Abatimento (Slump) por Traço Estudado
TRAÇO SLUMP ( mm ) TR - 06% 60 TR S 50% 0,6% 60 TR S 100% 0,6% 50 TR S 100% 0,8% 80 TR S 100% 1,0% 110 Fonte: do autor
Figura 26: Abatimento (Slump)
Fonte: do autor
Figura 27: Comparativo do Abatimento dos Traços
Fonte: do autor
50
Substituindo 50% da areia natural de referencia pela areia artificial da Jazida
verificou-se que não houve nenhuma interferência no resultado do abatimento, aliás,
mantendo-se os mesmos valores de referência de 60 mm.
Substituindo-se totalmente a areia natural (100%) pela areia artificial e,
mantendo-se a mesma quantidade de aditivo, o abatimento encontrado no ensaio foi
menor, ou seja, com 50 mm. Isto se deve, ao fato, de que, a areia artificial da Jazida
tem uma quantidade maior de grãos mais finos que a areia natural, e
conseqüentemente, para manter o mesmo abatimento de referência, nestas
condições, deve-se aumentar a quantidade de água de amassamento.
No entanto, não é objetivo desta pesquisa manter o abatimento do concreto
convencional de referência devidas às substituições propostas e, sim, analisar as
conseqüências ou alterações comportamentais nos resultados devidas as
substituições.
Verifica-se que, ao acrescentar uma maior quantidade de aditivo (0,8% e
1,0%) na massa do concreto com 100% de areia artificial, o abatimento é muito
maior em relação ao concreto convencional de referencia.
O aditivo utilizado no traço do concreto convencional padrão de referência foi
o Mira RT 65, que age como redutor de água, pois dispersa os aglomerados de
cimento com maior eficácia. No entanto, manteve-se a mesma quantidade de água
de amassamento para todos os cinco traços adotados e que, conseqüentemente, há
aumento do abatimento do tronco de cone, ou seja, ocorre maior fluidez da massa
do concreto.
Tabela 16: Massa Específica do Concreto Fresco
TR TR S 50% 0,6%
TR S 100% 0,6%
TR S 100% 0,8%
TR S 100% 1,0%
Massa Específica do Concreto
Fresco (Kg/dm³) 2,355 2,366 2,376 2,389 2,398
Fonte: do autor
A massa especifica do concreto fresco (Tabela 16), apresenta um resultado
dentro da normalidade, observando uma proximidade entre todos os resultados,
também uma tendência de crescimento (Figura 28), a medida que se aumentou o
percentual de substituição, e o percentual de aditivo foi crescendo.
51
Figura 28: Comparativo Massa Específica do Concreto Fresco
Fonte: do autor
Figura 29: Tipo de Rompimento no Corpo de Prova
Fonte Própria
Na figura 29 é possível verificar que em comparação com aos tipos de
rompimento mencionados no item (Capeamento), todos os corpos de prova
rompidos nesta pesquisa, apresentaram o mesmo tipo de rompimento apresentado
pelo corpo de prova (e) da figura 10, ou seja colunar.
52
Tabela 17 – Resistência a Compressão Axial dos Corpos de Prova aos 07 dias.
TR TR S 50% 0,6%
TR S 100% 0,6%
TR S 100% 0,8%
TR S 100% 1,0%
Resistência 7 dias CP 1 25,04 24,88 24,60 32,78 30,24
Resistência 7 dias CP 2 27,21 25,50 26,01 32,98 28,92
Resistência 7 dias CP 3 24,84 23,83 23,37 34,67 28,46
Resistência 7 dias CP 4 26,71 26,59 27,48 30,46 29,77 Fonte: do autor
Figura 30: Comparativo das Resistências dos Corpos de Prova dos Traços aos 07 dias
Fonte: do autor
Média das Resistências - 07 Dias
25,95 25,20 25,37
32,7229,35
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
TR
TR S 50
% 0,
6%
TR S 10
0% 0,6%
TR S 10
0% 0,8%
TR S 10
0% 1,0%
Traços
Res
istê
nci
a (M
Pa)
Média dasResistências(Mpa)
Figura 31 – Média das Resistências dos Corpos de Prova dos Traços aos 07 dias
Fonte: do autor
53
A primeira idade a ser rompida dos corpos de prova foi aos 07 dias. Na
substituição de 50% e 100% do agregado miúdo, as resistências praticamente
mantiveram-se no mesmo patamar do traço de referência.
Já nos traços onde a substituição foi de 100% com alteração no percentual do
aditivo, houve um aumento da resistência em relação ao traço de referência, sendo
o traço “TR S 100% - 0,8%” aquele que apresentou uma resistência maior (Tabela
17) e (figura 30). Esse mesmo padrão pode ser verificado no gráfico das médias das
resistências (Figura 31).
Tabela 18 – Resistência a Compressão Axial dos Corpos de Prova aos 28 dias. TR TR S 50%
0,6% TR S 100%
0,6% TR S 100%
0,8% TR S 100%
1,0%
Resistência 28 dias CP 1 32,15 32,58 30,13 36,62 35,82
Resistência 28 dias CP 2 31,15 31,10 35,56 37,92 34,12
Resistência 28 dias CP 3 32,67 33,74 30,08 39,83 34,28
Resistência 28 dias CP 4 33,38 32,49 32,14 39,06 33,45
Fonte: do autor
Figura 32: Comparativo das Resistência dos Corpos de Prova dos Traços aos 28 dias
Fonte: do autor
54
Média das Resistências - 28 Dias
32,34 32,48 31,98
38,3634,42
0,005,00
10,0015,0020,0025,0030,0035,0040,0045,00
TR
TR S 50
% 0,
6%
TR S 10
0% 0,6%
TR S 10
0% 0,8%
TR S 10
0% 1,0%
Traços
Res
istê
nci
a (M
Pa)
Média dasResistências(Mpa)
Figura 33 - Média das Resistências dos Corpos de Prova dos Traços aos 28 dias
Fonte: do autor
A exemplo do que aconteceu com as resistências dos corpos de prova com
idade aos 07 dias, os valores de resistências os 28 dias na substituição de 50% e
100% do agregado miúdo as resistências ficaram nos mesmos patamares da
resistência dos corpos de prova do traço de referência.
Os traços onde a substituição foi de 100% com alteração no percentual do
aditivo, houve um aumento da resistência em relação ao traço de referência, sendo
o traço “TR S 100% - 0,8%” aquele que apresentou uma resistência maior. (Tabela
18) e (Figura 32). Esse mesmo padrão pode ser verificado no gráfico das médias
das resistências (Figura 33).
Tabela 19 – Média das Resistências a Compressão Axial dos Corpos de Prova aos 07 e aos 28 dias.
TR TR S 50% 0,6%
TR S 100% 0,6%
TR S 100% 0,8%
TR S 100% 1,0%
Média das Resistência aos 7 dias
25,95 25,2 25,37 32,72 29,35
Média das Resistência aos 28 dias
32,34 32,48 31,98 38,36 34,42
Percentual 24,62% 28,89% 26,05% 17,24% 17,27%
Fonte Própria
55
Verifica-se que a variação percentual da resistência à compressão axial dos
corpos de prova ensaiados aos 07 e aos 28 dias, tiveram um aumento de 24,62%,
28,89% e 26,06% respectivamente nos traços de referência, substituição de 50% e
substituição de 100% com 0,6% de aditivo (Tabela 19) e (Figura 34).
Já nos traços com substituição de 100% da areia natural pela areia da jazida,
com o aditivo em 0,8% e 1,0% a variação percentual da resistência à compressão
axial dos corpos de prova ensaiados ficou na casa dos 17%.
Figura 34 – Comparação das Resistência Médias dos Traços aos 07 e 28 dias
Fonte: do autor
56
Tabela 20 – Validação dos Resultados das Resistências a Compressão Axial dos Corpos de Prova aos 07 Dias. TR TR S 50% 0,6% TR S 100% 0,6% TR S 100% 0,8% TR S 100% 1,0%
Resist. MPa
Desvio Relativo
Resist. MPa
Desvio Relativo
Resist. MPa
Desvio Relativo
Resist. MPa
Desvio Relativo
Resist. MPa
Desvio Relativo
Res. 7 dias CP 1 25,04 -3,51% 24,88 -1,27% 24,60 -3,02% 32,78 0,18% 30,24 3,04%
Res. 7 dias CP 2 27,21 4,86% 25,50 1,19% 26,01 2,54% 32,98 0,79% 28,92 -1,46%
Res. 7 dias CP 3 24,84 -4,28% 23,83 -5,44% 23,37 -7,87% 34,67 5,95% 28,46 -3,02%
Res. 7 dias CP 4 26,71 2,93% 26,59 5,52% 27,48 8,34% 30,46 -6,91% 29,77 1,44%
Média 25,95 25,20 25,37 32,72 29,35
Desvio Padrão 1,187 1,155 1,775 1,730 0,805
D R M 4,86% 5,44% 8,34% 6,91% 3,04%
Fonte: do autor
Nos resultados do rompimento dos corpos de prova com 07 dias, verifica-se
ma Tabela 20, que os CPs de nº 4 do traços (TR S 100% 0,6%) e (TR S 100%
0,8%), apresentaram o desvio relativo respectivamente de 8,34% e 6,91, ou seja,
ambos os percentuais estão acima do parâmetro de 6%. No traço (TR S 100% 0,6%)
destacamos o CP3 com o percentual do desvio relativo em valor absoluto de 7,87%.
Os outros CPs mantiveram o desvio relativo abaixo do percentual de 6%.
Tabela 21 – Validação Excluindo Resultados com Desvio Relativo Máximo acima de 6% das Resistências a Compressão Axial dos Corpos de Prova aos 07 Dias.
TR TR S 50% 0,6% TR S 100% 0,6% TR S 100% 0,8% TR S 100% 1,0%
Resist. MPa
Desvio Relativo
Resist. MPa
Desvio Relativo
Resist. MPa
Desvio Relativo
Resist. MPa
Desvio Relativo
Resist. MPa
Desvio Relativo
Res.7 dias CP 1 25,04 -3,51% 24,88 -1,27% 24,60 -0,24% 32,78 -2,08% 30,24 3,04%
Res. 7 dias CP 2 27,21 4,86% 25,50 1,19% 26,01 5,47% 32,98 -1,48% 28,92 -1,46%
Res. 7 dias CP 3 24,84 -4,28% 23,83 -5,44% 23,37 -5,23% 34,67 3,56% 28,46 -3,02%
CP - Excluído 26,71 2,93% 26,59 5,52% 27,48 30,46 29,77 1,44%
Média 25,95 25,20 24,66 33,48 29,35
Desvio Padrão 1,31 1,15 1,32 1,04 0,81
D R M 4,86% 5,44% 5,47% 3,56% 3,04%
Fonte: do autor
57
Para validação dos resultados foi retirado os dois CPs com o maior valor
absoluto de cada traço acima dos 6% (Tabela 21). Verifica-se agora que não há
percentual de desvio relativo acima dos 6%, inclusive o CP 3 do traço (TR S 100%
0,6%) que apresentava anteriormente um desvio relativo de 7,87% teve seu
percentual de desvio relativo definido em 5,23%.
Tabela 22 – Validação dos Resultados das Resistências a Compressão Axial dos Corpos de Prova aos 28 Dias.
TR TR S 50% 0,6% TR S 100% 0,6% TR S 100% 0,8% TR S 100% 1,0%
Resist. MPa
Desvio Relativo
Resist. MPa
Desvio Relativo
Resist. MPa
Desvio Relativo
Resist. MPa
Desvio Relativo
Resist. MPa
Desvio Relativo
Resi. 28 dias CP 1
32,15 -0,58% 32,58 0,32% 30,13 -5,78% 36,62 -4,53% 35,82 4,07%
Res. 28 dias CP 2 31,15 -3,67% 31,10 -4,24% 35,56 11,20% 37,92 -1,14% 34,12 -0,86%
Res. 28 dias CP 3
32,67 1,03% 33,74 3,89% 30,08 -5,93% 39,83 3,84% 34,28 -0,40%
Res. 28 dias CP 4
33,38 3,22% 32,49 0,04% 32,14 0,51% 39,06 1,83% 33,45 -2,81%
Média 32,34 32,48 31,98 38,36 34,42
Desvio Padrão 0,94 1,08 2,57 1,40 1,00
D R M 3,67% 4,24% 11,20% 4,53% 4.07%
Fonte Própria
Nos resultados do rompimento dos corpos de prova com 28 dias (Tabela 22),
verifica-se que o CP de nº 2 do traço (TR S 100% 0,6%), apresentou o desvio
relativo de 11,2, percentual está acima do parâmetro de 6%. Todos os outros CPs
mantiveram o desvio relativo abaixo do percentual de 6%.
Para validação dos resultados foi retirado o CP com o maior valor absoluto do
traço acima dos 6%. Verifica-se agora que não há percentual de desvio relativo
acima dos 6% (Tabela 23).
58
Tabela 23 – Validação Excluindo Resultados com Desvio Relativo Máximo acima de 6% das Resistências a Compressão Axial dos Corpos de Prova aos 28 Dias.
TR TR S 50% 0,6% TR S 100% 0,6% TR S 100% 0,8% TR S 100% 1,0%
Resist. MPa
Desvio Relativo
Resist. MPa
Desvio Relativo
Resist. MPa
Desvio Relativo
Resist. MPa
Desvio Relativo
Resist. MPa
Desvio Relativo
Resistência 28 dias CP
1 32,15 -0,58% 32,58 0,32% 30,13 -2,12% 36,62 -4,53% 35,82 4,07%
Resistência 28 dias CP
2 31,15 -3,67% 31,10 -4,24% 30,08 -2,28% 37,92 -1,14% 34,12 -0,86%
Resistência 28 dias CP
3 32,67 1,03% 33,74 3,89% 32,14 4,41% 39,83 3,84% 34,28 -0,40%
CP - Excluído
33,38 3,22% 32,49 0,04% 35,56 39,06 1,83% 33,45 -2,81%
Média 32,34 32,48 30,78 38,36 34,42
Desvio Padrão 0,94 1,32 1,18 1,61 1,00
D R M 3,67% 4,24% 4,41% 4,53% 4,07%
Fonte Própria
Tabela 24 – Absorção, Índice de Vazios e Massa Específica da Amostra Seca do Concreto
Endurecido
ABSORÇÃO ÍNDICE DE
VAZIOS MASSA ESPECÍFICA
SECA MASSA ESPECÍFICA
SATURADA
TR 5,98% 13,23% 2,213 kg/dm³ 2,550 kg/dm³ TR S 50% 0,6% 5,36% 12,25% 2,285 kg/dm³ 2,603 kg/dm³ TR S 100% 0,6% 5,34% 12,10% 2,265 kg/dm³ 2,577 kg/dm³ TR S 100% 0,8% 4,97% 11,47% 2,309 kg/dm³ 2,609 kg/dm³ TR S 100% 1,0% 5,35% 12,07% 2,256 kg/dm³ 2,565 kg/dm³
Fonte : do autor
Verifica-se que os valores absorção, índice de vazios, massas específica seca
e saturada (Tabela 24), dos traços estudados, estão muito próximos dos valores do
traço referência.
59
5 CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste capítulo, serão apresentadas as conclusões observadas na realização
dessa pesquisa e também sugerir temas ligados a pesquisa que podem ser
avaliados de forma mais específica em trabalhos futuros.
5.1 CONCLUSÕES DO ESTUDO
Após a realização de todas as etapas propostas no programa experimental,
no que se refere a caracterização de agregado miúdo de jazida da região de sSão
Luiz do Purunã em substituição ao agregado miúdo natural (substituto) utilizado em
uma empresa de concreto dosado central, e levando-se em conta as condições
desta pesquisa verifica-se que:
Em relação às propriedades dos agregados conclui-se que:
• Embora o agregado da jazida apresente um módulo de finura menor e um
percentual de material pulverulento maior que o agregado natural da jazida, o
material substituto possui todas as características físicas necessárias à sua
utilização como agregado miúdo em concretos, e com os números de sua
granulometria e sua curva granulométrica pode-se classificá-lo como areia
fina segundo a NBR 7211 (2009).
• O caráter fino da granulometria do agregado da jazida, nos remete a
viabilidade de utilização desse agregado em traços de concretos aparentes
que normalmente utilizam areias com granulometria menor além da
possibilidade de utilização em traços convencionais.
• As massas unitárias e específicas de ambos os agregados, substituído e
substituto, mantiveram-se próximas e dentro da normalidade dos agregados
miúdos utilizados na confecção de concretos normais dosados em central. A
absorção do agregado substituto se mostrou menor que a absorção do
agregado substituído, porém essa propriedade não se refletiu totalmente na
absorção identificada nos corpos de prova (concreto endurecido).
• Ambos os agregados demonstraram estarem aptos a serem utilizados no que
se referem a impurezas orgânicas, uma vez praticamente não apresentaram
índice de contaminação.
60
• É possível destacar que o inchamento do agregado da jazida apresentou
índice acima a do agregado natural, porém dentro dos padrões e referências
bibliográficas que apresentamos no presente estudo.
• A comparação do abatimento do tronco de cone dos traços estudados
demonstrou que não deve haver dificuldades de estabelecer os limites de
abatimento (Slump) em novos traços confeccionados com o agregado da
jazida, já que os resultados do abatimento nos traços onde não houve
variação de aditivo redutor de água permaneceram muito próximo ou iguais
ao do traço referência, e a variação do abatimento nos traços onde houve
aumento do percentual de aditivo teve variação pequena.
Em relação às do concreto fresco e endurecido conclui-se que:
• A massa específica do concreto fresco de todos os traços estudados,
apresentaram números muito próximos ao traço de referência, o que
demonstra que por esse aspecto o agregado da jazida também está apto a
seu utilizado.
• Nos dois primeiros traços onde houve substituição de agregado de 50% e
100% com a manutenção do percentual do aditivo em 0,6%, as resistências à
compressão axial para 07 dias de idade do concreto demonstraram um
quadro de normalidade e padronização com o traço de referencia onde o
agregado era a areia, ficando a resistência a compressão axial desses três
traços em 25 MPa.
• Nos traços onde a substituição da areia natural foi de 100% e houve alteração
no percentual do aditivo redutor de água para 0,8% e 1,0%, é possível
verificar um aumento de resistência para a idade de 07 dias, na ordem de
26% no traço com 0,8% de aditivo e de 13%, traço com 1% de aditivo em
comparação com relação ao traço de referencia onde o agregado era a areia.
O mesmo padrão do diferencial da resistência desses dois traços e a
resistência dos corpos de prova do traço de referência ocorreu no concreto
aos 28 dias, aonde a média das resistências a compressão axial dos traços
com 100% de substituição chegaram a 38,36 MPa (TR 100% 0,8% ) e 34,42
MPa (TR 100% 1,0% ) enquanto a média dos corpos de prova do traço de
referência foi de 32,24 (MPa).
61
• Vale salientar que entre o crescimento das resistências a compressão axial
dos 07 aos 28 dias se mostraram diferentes entre os traços com percentual
de 0,6% e os outros dois traços com adição de 0,8% e 1,0%. Nos três
primeiros traços que continham aditivo com o mesmo percentual (0,6%) a
variação da resistência de 07 para 28 dias, ficou na casa de 25% enquanto
nos outros dois traços o crescimento da resistência de 07 para 28 dias ficou
na casa de 17%.
• No que se refere a resistência a compressão axial, a possibilidade da
substituição do agregado natural pelo agregado da jazida está comprovada.
• As propriedades como absorção, índice de vazios, massa específica seca e
massa específica saturada, do concreto endurecido apresentaram valores
próximos e dentro dos parâmetros das referências citadas no presente
estudo.
Pode-se concluir que o Agregado Artificial da Jazida de São Luiz do Purunã é
um material alternativo à areia natural, apresentou os requisitos necessários a um
agregado miúdo, e os resultados dos estudos demonstraram que as propriedades do
concreto mantiveram-se ou tiveram uma melhora. Nesta conclusão é relevante
enfatizar a contribuição que essa substituição pode vir a fazer com a redução de
impactos ambientais no processo de produção do concreto.
62
5.2 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
Mediante a determinação por este estudo da viabilidade de utilização e
substituição no traço de concreto convencional de agregado natural pelo agregado
da jazida, recomenda-se a análise de estudo específica sobre a influência da
variação do percentual de aditivo na resistência à compressão axial em concretos
confeccionados com esse agregado.
Efetuar estudos voltados a utilização do presente agregado em traços de
concreto convencional destinados a concreto aparente, onde a coloração e a
granulometria do agregado miúdo é diferenciada.
Efetuar estudos voltados a utilização do presente agregado em concretos
auto adensáveis e em argamassas de assentamento.
Efetuar estudos para a substituição da areia natural é utilizada em traços
diversos.
Efetuar estudos petrográficos e geológicos do agregado artificial da jazida.
5.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerando os objetivos propostos para a pesquisa, acredita-se que
obteve-se êxito, uma vez que ficou comprovado que a viabilidade da substituição da
areia natural pelo agregado miúdo da jazida de São Luis do Purunã – PR, na
produção de concreto dosado em Central.
63
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBRNM 23 – Determinação da massa específica do cimento Portland (2001); _____. NBRNM26 – Agregados – Amostragem(2001); _____.NBRNM27 – Agregados – Redução da amostra de campo para ensaios de laboratório (2001); _____.NBRNM30 – Agregado miúdo – Determinação da absorção de água (2001); _____.NBRNM45 – Agregados – Determinação da massa unitária e do volume de vazios (2006); _____.NBRNM46 – Agregados – Determinação do material fino que passa através da peneira 75 micrometro, por lavagem (2003); _____.NBRNM49 – Agregado fino – Determinação de impurezas orgânicas (2001); _____.NBRNM51 – Agregado graúdo – Ensaio de abrasão “Los Angeles” (2001); _____.NBRNM52 – Agregado miúdo – Determinação de massa específica e massa específica aparente (2003); _____.NBRNM53 – Agregado graúdo – Determinação de massa específica, massa específica aparente e absorção de água (2003); _____.NBRNM 67 - Determinação da consistência pelo abatimento do tronco de cone (1998); _____.NBRNM102 – Concreto – Determinação da exsudação (1996); _____.NBRNM248 – Agregados – Determinação da composição granulométrica (2003); _____.NBR 5733 – Cimento Portland de alta resistência inicial (1991). _____.NBR5739 – Concreto – Ensaio de compressão de corpos-de-prova cilíndricos (2007);
_____.NBR 6467 – Agregados – Determinação do inchamento de agregado miúdo – Método de Ensaio (2006);
_____. NBR NBR7211 – Agregados para concreto – Especificação (2009); _____. NBR7221 – Agregados – Ensaio de qualidade de agregado miúdo (1987);
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