Tao te King

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 Tao Te King  ______ 1  T T T T T T T T a a a a a a a o o o o o o o  t t t t t t t e e e e e e e  K K K K K K K i i i i i i i n n n n n n n g g g g g g g g  L L L L L L L L a a a a a a a o o o o o o o  T T T T T T s s s s s s é é é é é é  

Transcript of Tao te King

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    TTTTTTTTaaaaaaaaoooooooo tttttttteeeeeeee KKKKKKKKiiiiiiiinnnnnnnngggggggg

    LLLLLLLLaaaaaaaaoooooooo TTTTTTTTssssssss

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    TAO TE KING

    APRESENTAO

    Muitos s vezes no o entendem, por achar que a espiritualidade tenha que ser passiva, derrotada, e fraca. No Tao, ao contrrio, disciplina liberdade, compaixo fortaleza, ter bondade ter coragem.

    Lao Ts escreve o livro para um soldado, como tcnica para obter a vitria do fraco sobre o forte, atravs da candura, do equilbrio e da sabedoria. No foi feito para gerar derrotados resignados. Ao contrrio, o Tao Te King tem a certeza de que o que parece ser bondoso , na verdade, em longo prazo a nica verdadeira fortaleza.Quem cede aqui ganha ali na frente. A gua, persistente e malevel, vence a pedra. Quem anda na ponta dos ps no guarda equilbrio.

    A sabedoria do Tao fala de equilbrio e brandura, sim, e traz ensinamentos que podem tornar o mundo melhor. Entretanto, nada h de resignao ou humilhao nisso. A bondade, a prudncia e a persistncia, mais do que virtudes passivas convertem-se em ferramentas ativas.

    O Tao Te King um livro de sabedoria, mas ao mesmo tempo, um livro de guerra. Uma guerra sem armas. Uma verso filosfica e espiritualista do A Arte da Guerra. Sua oitava superior. preciso ter isso em mente, para compreender o

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    Tao, sem julgamentos da resignao passiva de religies espiritualistas ocidentais. Se um evangelho manda dar a outra face para demonstrar humildade, aqui ele daria a outra face sabendo que isso enfraqueceria o agressor. Buscando a energia do mesmo. No se opondo para na no resistncia para no encontrar atrito, e at por isso, poder agir. No fundo, a mesma coisa, pois no oriente ou ocidente, o brando e pacfico quem o verdadeiramente mais forte, pois muito covarde e fcil ser agressivo e gratuito. Porm, nos livros orientais, isso mais claro, explcito, energtico.

    Sabendo ser um livro que Lao Ts escreveu para um soldado, o ensinando a, mesmo humilde, poder vencer com sabedoria e no com fora, falando uma linguagem para pessoas em tempo de guerra, fica muito mais fcil beber nas fontes de sabedoria desta obra prima mundial. Vale a pena.

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    HISTRIA LAO TSE

    Sabemos muito pouco sobre quem foi Lao-Ts ou Lao-Tzu. O registro mais antigo ainda existente sobre O Velho Sbio, data de cerca do ano 100 antes de Cristo, ou seja, de mais de 300 anos depois da morte de Lao-Tse (muito embora possuamos vrios fragmentos com versos do Tao Te King ainda mais antigos que os textos que versam sobre a vida do Velho Sbio).

    Segundo um velho livro chins chamado "Apontamentos Histricos" (Shi Chi), escrito por um historiador imperial do tempo da dinastia Han, o nome real de Lao Tse seria Erh Dan Li. Ele teria nascido nos confins do sul China, num estado considerado atrasado poca, chamado Ch'u, em cerca de 604 a.C.

    O jovem Erh Li teria desde cedo demonstrado uma personalidade afvel e doce, ao mesmo tempo em que se mostrava muito dedicado aos estudos, tendo recebido do pai, com a ajuda de outros parentes e amigos, meios para entrar em contato com mestres chineses, recebendo uma slida formao clssica com respeito ao pensamento de seu pas.

    Esta bagagem cultural, ao lado de sua personalidade clida e disciplinada, o levaria ao posto de arquivista imperial na corte de Lo-Iang (517 a.C.). Sabemos que foi nesta posio funcional que Lao Tse veio a receber a visita de

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    outro grande mestre da China, Confcio, ainda em fase de amadurecimento para o ministrio que, quela poca, ainda estava dando seus primeiros passos. Mas o contato entre ambos aparentemente no demonstrou ser muito produtivo, ao menos naquele instante.

    Confcio estava por demais dedicado a um ideal coletivo e poltico, procurando estabelecer as regras da convivncia social perfeita, enquanto Dan Li estava mais preocupado com a questo da percepo pessoal da relao entre o homem e o transcendente.

    De fato, como hoje vemos, as duas atitudes so complementares e harmnicas, j que tudo na natureza parece demonstrar vertentes bsicas complementares: tanto a da auto-afirmao e integrao com semelhantes ou seres diversos, como de auto-transcendncia e evoluo (singular e coletiva). Posteriormente as contribuies de Lao Tse e a de Confcio, juntamente com a doutrina de Buda, importada da ndia, iriam se amalgamar e formar os "trs ensinamentos bsicos" que iriam sustentar a cultura chinesa, embora com o predomnio dos ensinos de Confcio.

    Com a chegada dos missionrios cristos China, no sculo XVI, o povo desta terra no teve muita dificuldade em ver pontos de similaridades entre os ensinos de Cristo e os dos outros trs mestres, muito embora o ponto de vista dos missionrios catlicos tivessem sido, como era de se esperar, ordinariamente, outro.

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    O significado do Tao

    O vocbulo Tao tem um sentido muito prprio que Caminho, via, mas ele significa tambm dizer, donde deriva o sentido de doutrina.

    O Tao evoca antes de tudo a imagem de um caminho que se h a seguir e a idia de direo de conduta, de regra moral, mas tambm a arte de pr em comunicao o Cu e a Terra, as foras sagradas e os homens.

    Para o pensamento filosfico e religioso comum, Tao o princpio de ordem em todos os domnios correspondentes ao real, fala-se do Tao Celeste e do Tao da Terra como tambm do Tao do Homem.

    Entre o Tao Celeste e o Tao da Terra existe uma oposio mais ou menos como o yang e o yin. O yang sugere a idia de exposio ao sol e de calor, por seu lado o yin evoca a idia de frio e encoberto, aplicado ao que interior. O Tao do Homem exerce a funo de intermedirio entre o Cu e a Terra.

    Segundo um fragmento cosmognico, o Tao designado como sendo um ser indiferenciado e perfeito, nascido antes do Cu e da Terra.

    O ser indiferenciado e perfeito interpretado por um hermeneuta do sculo II a.C. como a misteriosa unidade do Cu e da Terra, que constitui de uma forma catica (huen - tuen), a condio do bloco de pedra no trabalhado.

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    Sendo assim, o Tao poder ser considerado como a totalidade primordial, viva e criadora, mas sem nome e sem forma.

    O que no tem nome origem do Cu e da Terra, e o que tem nome Me dos dez mil seres, isto est escrito noutro fragmento cosmognico.

    O Tao expressa noes que prolongam a imagem cosmognica. importante referir alguns como: O caos (huen-tuen), o vazio (hsu), o nada (wu), o grande (ta), e o um( i ).

    Lao-Ts cultivava o Tao e o Te, segundo uma doutrina, o homem deve procurar viver escondido no anonimato. O viver distante da via pblica e desprezar honrarias seriam precisamente o contrrio do homem proposto por Confcio.

    No que diz respeito existncia escondida e annima de Lao- Ts explica a falta de qualquer informao em relao sua respectiva biografia.

    Conforme diz a tradio, ele foi durante algum tempo arquivista da corte dos Tcheu, encontrava-se em grande desnimo em relao casa real, por esse motivo fez renncia ao cargo e partiu para Oeste. Quando estava prestes a atravessar o passo Hien -Ku, redigiu, a pedido do Guarda, uma obra de duas partes, na qual expunha as suas idias sobre o Tao e o Te e que continha mais de 5500 palavras, depois partiu e ningum sabe o que foi feito dele.

    O livro que continha mais de 5 mil palavras era o famoso Tao Te King, o texto mais profundo e o mais enigmtico de toda a literatura chinesa, mas

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    no sabemos quem foi o seu autor nem a data que foi escrito, as opinies so contraditrias. O Tao Te King exprime um pensamento coerente e tambm original, contm uma quantidade de conceitos dirigidos aos soberanos e aos chefes polticos e militares.

    Lao Ts afirma que os negcios do Estado s podem ser administrados com sucesso se o princpe seguir o caminho do Tao, ou seja, se praticar o mtodo wu- wei, o no fazer ou o no obrar. Porque Tao permanece sempre inativo e no existe nada que ele faa. por esse motivo que o Taosta jamais intervm no curso das coisas.

    Apesar do Taosmo originalmente ignorar um Deus Criador, os princpios do Tao, eventualmente tem o conceito de Deus. Lao Ts escreveu: Antes do Cu e da Terra existirem, havia algo de nebuloso... Eu no sei o seu nome, eu chamo-o de Tao.

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    1 - Tao O Tao que pode ser expresso no o Tao Absoluto. O nome que pode ser revelado no o nome absoluto. Sem nome, o princpio do Cu e da Terra. Com nome, a Me de todas as coisas. Assim, quem permanece sem desejos contempla o misterioso Princpio. Quem guarda desejos contempla o limite das aparncias. Ambos so idnticos na sua Origem. Diferentes so seus nomes ao Fazerem-se manifestos. Este mistrio chama-se Infinita Profundidade. Profundidade no desvelada pelo homem. A porta de todas as maravilhas do Universo.

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    2 - Encontro dos opostos Quando os homens conhecem que a bondade boa, Ento sabem que a maldade existe. Quando os homens conhecem que a beleza bela, Ento sabem que a fealdade existe. Assim Ser e No Ser engendram-se um ao outro. Difcil e fcil complementam-se um ao outro. Comprido e curto so relativos um ao outro. Alto e baixo acompanham-se um ao outro. Som e tom harmonizam-se um ao outro. Antes e depois sucedem-se um ao outro. Portanto, o Sbio ensina sem palavras e obra sem ao e, No entanto, nada fica sem se realizar. Quando se manifesta a existncia, No se ope a ela. Atua sem se apropriar. Na obra realizada no exige que se lhe reconheam mritos, E porque no pretende o mrito que este no lhe pode ser arrebatado.

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    3 - A Ordem Suprema No exaltando os poderosos mantm-se os homens longe da rivalidade. No falando dos tesouros, mantm-se os homens longe da cobia. No mostrando o desejvel, mantm-se o corao do homem longe das tentaes. Portanto, o Sbio governa os homens esvaziando seus coraes de desejos, e enchendo os seus estmagos. Enfraquecendo a ambio e fortalecendo os ossos. Apartando o homem do desejo e do intelecto ensina-o a no obrar. Quando a prtica de no-ao se realiza, todos encontram paz no viver e a ordem Divina se estabelece.

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    4 - A Fonte Primeira O Tao vazio pleno. Quanto mais produz mais difcil de esgotar-se. como um manancial de onde brotam todas as coisas, mas ele permanece imutvel na sua profundidade essencial. Ele suaviza as asperezas, desata os ns, modera seu brilho e unifica a poeira. Sem embargo continua um mistrio como as guas profundas. Ignora-se sua origem. Parece ser o predecessor de todas as coisas.

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    5 - O Uso do Vazio O Cu e a Terra no mostram apego, tratam as coisas como oferendas de palha. O Sbio no tem apego e trata os homens como oferendas de palha*. O espao entre Cu e Terra assemelha-se a um fole. Seu vazio inesgotvel. Quanto mais se movimenta, mais surgir dele. Quem muito fala, rapidamente se esgota. Por isso melhor conservar o centro de si mesmo. (*Cachorros feitos de palha ricamente ornados eram feitos para oferendas nos rituais. Depois de cumprir a finalidade, eram atirados fora.)

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    6 - Princpio feminino O Esprito do Vale nunca morre, a Me Misteriosa. Seu ventre a porta contnua e Permanente da origem do Cu e da Terra. Sua funo nunca se esgota. Sutil, ininterrupta, perdura eternamente.

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    7 - Desapego O Cu eterno. A Terra permanente. Ambos no buscam a existncia em si mesmos, por isso perduram. Assim o Sbio se mantm por trs e esquecido de si mesmo. Por isso permanece. No por seu desapego que ele logra realizar-se?

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    8 - A No-oposio A Bondade Superior como a gua. A gua favorece todas as coisas e no exclui nenhuma. Permanece nos lugares que outros desprezam. Por isto assemelha-se ao Sbio. No viver encontra a Felicidade. No pensar como o Profundo Abismo. No Amor se harmoniza com todos. Nas palavras verdadeiro. No governo equilibrado. No trabalho, obra com retido. No caminhar encontra o tempo oportuno. Sendo assim no se opem e fica livre das crticas.

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    9 - Negatividade dos Excessos Uma taa demasiado cheia difcil de se carregar. Uma espada continuamente afiada no dura muito tempo. Uma sala repleta de ouro e de pedras preciosas difcil de se guardar. Opulncia e poder conduzem soberba e disto nasce a runa. Acabada a Obra e o mrito cumprido, o oportuno retirar-se. Isto ensina o Tao do Cu.

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    10 - A dualidade misteriosa Podes fazer que o corpo e o esprito se harmonizem, e no possam desligar-se? Podes fazer que a tua respirao seja tenra e fresca como a de uma criana? Podes anular os pensamentos at purificar tua energia? Podes governar o Imprio beneficiando os homens por meio da no-ao? Podes ser passivo no abrir e fechar das portas do cu? Podes penetrar em tudo com clareza e pureza interior, sem necessidade de ao? Compreendendo estas coisas, podes permanecer como se no entendesses nada?

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    11 - A virtude do vazio Trinta raios convergem no crculo da roda, e pelo espao que h entre eles onde reside sua utilidade. A argila modela-se em forma de vasos e no vazio reside sua utilidade. Abrem-se portas e janelas numa casa e pelos espaos vazios que podemos utiliz-la. Assim, do no ser vem utilidade e do ser a possesso.

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    12 - Iluso dos Sentidos As cinco cores cegam os olhos do homem. Os cinco sons ensurdecem os ouvidos do homem. Os cinco sabores estragam o paladar do homem. A concorrncia e a caa embrutecem o homem. Aquilo que embota os sentidos do homem o faz realizar esforos nocivos. Por isso o Sbio ocupa-se do interior e no do exterior. Ele rejeita o superficial e mergulha no profundo.

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    13 - Igualdade dos Extremos O sucesso e o fracasso so acompanhados pelo medo. A grandeza e a dor so como nosso corpo. Que quer dizer: O sucesso e o fracasso so acompanhados pelo medo?. Temos medo do fracasso e quando obtemos o sucesso temos medo de perd-lo. Isto : O sucesso e o fracasso so acompanhados pelo medo. Que significa: A grandeza e a dor so como o nosso corpo? Aquilo onde se sente dor o corpo. Se no tivesse corpo, como existiria a dor? Logo, aquele que considera o mundo como a seu prprio corpo pode governar o Imprio, e aquele que ama o Imprio como a si mesmo pode ser-lhe confiado o mundo aos seus cuidados.

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    14 - O Inacessvel Mistrio Aquilo que no pode ser visto, ns o chamamos de invisvel. Aquilo que no pode ser ouvido, ns o chamamos de inaudvel. Aquilo que tocamos e no sentimos, ns o chamamos de impalpvel. Estes trs no podem ser sondados e se confundem com um s. O que revelado no claro. O que oculto no escuro. Inesgotvel, no pode ser definido. Remonta-se alm de todas as coisas. a forma que carece de forma. a figura que no tem figura. o inacessvel Mistrio. Se o enfrentas no vers seu rosto. Se o segues no vers suas costas. Se o Tao do passado te acompanha, Governars a existncia presente E conhecers a Infinita Origem. Isto guarda o Mistrio do Eterno Princpio.

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    15 - As Virtudes do Sbio Antigamente os homens Sbios eram sutis, penetrantes, profundos. Difcil era compreend-los. porque no podemos entend-los que nos esforamos em descrev-los: Eram cautelosos como quem atravessa um rio no inverno. Prudentes como quem teme os vizinhos. Reservados como hspedes. Indiferentes como o gelo ao derreter-se. Simples como a madeira no trabalhada. Amplos como o vale. Impenetrveis como as guas turvas. Quem pode trazer a claridade antes da hora do amanhecer? Quem pode acalmar as guas do lago antes da tormenta passar? Aquele que segue estes princpios no guarda desejos. Quem guarda desejos permanece pequeno. Sendo pequeno no se criam novas coisas.

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    16 - Retorno Origem Quem conserva o Vazio Absoluto permanece na Paz Perfeita. Todas as coisas tm uma mesma origem. Contemplamos sua evoluo e seu retorno. Depois que as coisas florescem retornam a sua Origem. Retornar ao Princpio repousar. Repousar encontrar o Novo Destino. Voltar ao Destino conhecer o Permanente. Conhecer o Permanente a iluminao. Quem no conhece o Permanente no chega a bons resultados. O conhecimento disto torna o homem tolerante e magnnimo, por isso se assemelha a um Rei. Sendo um rei se assemelha ao Supremo. Pois seguiu o caminho Perfeito e uniu-se ao Tao. Alcanando o Tao ter Vida Eterna e, embora seu corpo desaparea, ele nunca perecer.

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    17 - A Influncia Pura Na Antigidade, os Grandes Soberanos passavam despercebidos. Os sucessores, menores, eram adulados e respeitados e os sucessores destes, menores ainda, eram temidos e os sucessores destes eram desprezados. No existindo a confiana surge a desconfiana. Como era um Grande Soberano? Suas palavras eram calmas e cuidadosas e, sem ele interferir, as pessoas viviam em livre harmonia. Parecia no governar e, ao mesmo tempo, o povo sentia-se realizado porque as coisas eram feitas de acordo com eles mesmos.

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    18 - Decadncia Quando o Tao se perde, fala-se de humanidade e justia. Quando aparecem a instruo e as regras de etiqueta, h grandes hipcritas. Quando as relaes familiares no so harmoniosas, fala-se de amor filial e amor paterno. Quando h desordem e confuso no pas, fala-se de amor ptria. Onde reina a harmonia est o Tao. Quando o Tao se perde aparece a falsidade.

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    19 - Volta Pureza Descarta o intelecto e rejeita o conhecimento externo, e o povo ganhar cem vezes mais. Suprime o moralismo e anula o dever, e o povo voltar Justia e Compaixo. Anula a astcia e joga fora o lucro, e no haver mais ladres nem bandidos. Para que estes preceitos no sejam como letra morta, cuida para que os homens possam confiar em alguma coisa. S simples, abraa o natural. Restringe os interesses prprios e anula os desejos. Suprime o conhecimento externo de todas as coisas e acabaro tuas preocupaes.

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    20 - A Humildade Entre "sim" e "por certo" que diferena h? Qual a diferena entre o Bem e o Mal? O que os homens temem e honram deve ser temido e honrado, mas, que distante est o amanhecer do despertar! Os homens parecem magnficos e radiantes como nos dias das Grandes Cerimnias, ou como se subissem aos jardins de uma torre em primavera. S eu permaneo sem desejos como uma criana que ainda no aprendeu a sorrir. Caminhando abandonado como quem no tem para onde voltar. Todos os homens parecem opulentos. S eu pareo necessitado como um mendigo. Minha mente est confusa, parecida a de um louco. Os homens do mundo do opinies e parecem iluminados. S eu pareo intil, como quem no conhece ocupao. Todos os homens parecem ter algo para fazer. S eu pareo tonto e ocioso. Mas eu me diferencio dos demais porque encontro a Paz na Me que me nutre.

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    21 - O Corao do Vazio As Grandes Virtudes so manifestaes do Tao. Mas a origem do Tao evasiva e inatingvel. Mesmo assim apresenta alguma imagem vaga. Na sua profundidade, incompreensvel e misterioso, e no mais profundo guarda sua essncia. Nesta Essncia genuna acha-se o fluxo da Vida, e desde os dias mais antigos permanece imaculada, sendo a Origem de todas as coisas. Como eu sei que a Origem de todas as coisas? Pela prpria Essncia.

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    22 - Ceder para Crescer O incompleto ser pleno. O torto ser endireitado. O vazio ser preenchido. O consumido ser renovado. Possuir pouco grande aquisio. Possuir muito grande erro. Por isto, Sbio, abraa a unidade e esquece de si mesmo. Sua presena modelo para todos os homens. No se exibe, por isso resplandece. No se vangloria, por isso sobressai. No se jacta, por isso lhe dado o mrito. No se glorifica, por isso enaltecido. Porque no rivaliza com ningum, ningum pode lutar com ele. Os antigos disseram: "O que metade deve retornar a totalidade. S humilde e permanecers inteiro". Podem, estas palavras, considerar-se vazias?

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    23 - Identificao Falar pouco natural. Um forte vento no pode durar um dia inteiro. Um aguaceiro no dura todo um dia. De onde provm estas coisas seno do Cu e da Terra? Se o Cu e a Terra no podem fazer coisas permanentes, muito menos poder o homem. Quem segue o caminho do Tao se identifica com o Tao Quem pratica a Virtude se identifica com a Virtude. Quem adere aos defeitos se identifica com os defeitos. Quem se identifica com o Tao ser acolhido pelo Tao. Quem se identifica com a Virtude ser acolhido pela Virtude. Quem se identifica com os defeitos ser acolhido pelos defeitos. Quem carece de F no poder exigi-la dos demais.

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    24 - Complacncia Nociva Quem est sobre a ponta dos ps no guarda equilbrio. Quem quer dar longos passos no pode avanar muito. Quem se mostra a si mesmo no chega a ser luminoso. Quem aprova a si mesmo no encontra mrito. Quem se jacta de si mesmo no encontra reconhecimento. Quem se vangloria de si mesmo no alcana a vitria. Comparado com o Tao este ser como lixo, pois so coisas que a todos aborrecem e que so tidas como desprezveis. Por isto quem segue o Tao fica longe dessas coisas.

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    25 - Imagens do Mistrio H algo natural e perfeito que existe antes do Cu e da Terra. Imvel e insondvel, solitrio e imutvel. Est em toda parte e nunca se esgota. Pode ser considerada a Origem de todas as coisas. No conhecendo seu nome, o chamo de Tao. Obrigado a dar-lhe um nome o chamaria de Transcedente. Transcende, significa avanar. Avanar chegar alm. Alm como retornar. Por isto o Tao Supremo. O Cu Supremo. A Terra Suprema e o homem Sbio tambm Supremo. No Universo h quatro Coisas Supremas e o Sbio uma delas. O homem acata as leis da Terra. A Terra acata as leis do Cu. O Cu acata as leis do Tao. O Tao acata sua prpria Lei.

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    26 - Virtude da Seriedade O pesado a raiz da leveza. A quietude domina o movimento. Por isto o Sbio, embora viaje todo o dia, nunca abandona o Princpio do Caminho. Embora viva rodeado de Glria e Esplendor nunca perde a Paz. Como possvel que um governante, dono de dez mil carros de guerra, tome com leviandade sobre si todo um Imprio? Se for leviano, perder o Centro. Se for impetuoso, perder o domnio de si mesmo.

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    27 - O Caminho sem Rastros O Bom caminhante no deixa rastros. O Bom orador no ofende ningum. O Bom contador no precisa de um baco. O Bom guardio no precisa de fechaduras nem chaves. Entretanto, impossvel abrir o que ele fechou. Quem sabe amarrar no precisa de cordas nem de fitas. No entanto, impossvel desatar o que ele atou. Por isto o Sbio sempre est disposto a ajudar os homens, e no encontra motivos para rejeitar ningum. Est sempre disposto a consertar as coisas, por isso no rejeita nenhuma. Isto "viver na lucidez". Assim, o homem de bem Mestre do homem de no-bem (mal), e o mal (no-bem) a prova do homem de bem. Quem no honra seus Mestres nem ama suas provas, por mais instrudo que seja, est no caminho errado. Nisto consiste o Segredo do Essencial.

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    28 - Simplicidade Original Quem tem conscincia do Princpio Masculino mas atua dentro do Princpio Feminino como um leito de um rio. Sendo um leito profundo, a Virtude Primordial no se escorre e torna-se como uma criana. Quem conhece a luz mais vive ocultamente, se converte no modelo do mundo. Sendo o modelo do mundo, possui a Virtude Primordial e retorna ao Estado Perfeito. Quem conhece a Glria mas conserva a sua humildade, torna-se o Vale do Mundo. Sendo o Vale do Mundo a Eterna Virtude, nele brota e regressa Simplicidade Original. Este Princpio, ao dispersar-se, dar incio a numerosas manifestaes que, nas mos do Sbio, ter cada uma sua funo, portanto governar em conjunto e no em detalhes.

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    29 - Ao na No-Ao Quem intenta manipular o mundo, decerto no o conseguir. O Mundo um recipiente espiritual que no se pode manipular. Quem o manipula o destri Quem o retm o perde. Entre as coisas algumas vo frente, outras no; algumas irradiam calor, outras so geladas; algumas so fortes, outras so fracas. Algumas flutuam, outras caem. Por isto o Sbio rejeita o excesso, a extravagncia e a auto-complacncia.

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    30 - Advertncia contra Guerra Quem governa por meio do Tao no utiliza o poder das armas, porque o retorno das armas a violncia. Onde os exrcitos acamparam, s espinhos e ervas secas. Depois das grandes batalhas, seguem-se anos de fome. O Verdadeiro Guerreiro guiado pelo desejo de Servir e depois de logrado o propsito ele se retira, pois no obra para estender seus domnios e no tem tempo a perder. Uma vez cumprido seu propsito, ele no se vangloria por isso, nem se orgulha por isso. Vence porque no pode menos, mas, nunca para engrandecer-se. Reina porque no tem desejos de dominar. O domnio e a violncia so contrrios ao Tao. O que contrrio ao Tao caminha rapidamente para o seu fim.

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    31 - Aquietar a guerra Armas so instrumentos do Mal. Sendo assim, todos os homens as detestam. Quem segue o Tao no as usa. O sbio na Paz utiliza como stio de Honra a esquerda. Mas, na guerra, o lugar de honra direita. J que as armas so instrumentos do mal, no so instrumentos do Sbio. Usa-as em casos inevitveis, pondo a "calma" antes de tudo. Na vitria no acha prazer. Se achasse prazer significaria que se alegra com a matana dos homens. Quem se alegra por isso no pode governar o Imprio. Em ocasies faustas, a esquerda o lugar de honra. Em ocasies infaustas, o lugar a direita. O segundo chefe se coloca esquerda, e o general direita. As grandes matanas deveriam ser choradas com pesar e evitadas. Na vitria o vencedor dever ter a mesma atitude de quem assiste a um funeral.

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    32 - A Sbia Virtude O Tao sendo eterno carece de nome. Sua simplicidade embora pequena no pode ser dominada. Se Prncipes e Reis pudessem seguir seu Caminho todas as coisas por si mesmas se submeteriam. O Cu e a Terra se uniriam para destilar um doce orvalho. O povo, "aparentemente" sem governo, viveria em absoluta harmonia. No princpio, houve a necessidade de dar nomes para que tudo funcionasse. Mas nunca se deve esquecer que existe o Inominvel Conhecendo isso, se conhece "o que no perece". Os leitos e vales so o caminho por onde correm as guas para o mar. Da mesma forma o mundo corre para repousar no Mar do Tao.

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    33 - Discriminao das Virtudes Quem conhece o outro inteligente. Quem conhece a si mesmo Sbio. Quem vence o outro forte. Quem vence a si mesmo poderoso. Aquele que est satisfeito com o que tem rico. Aquele que mantm firme o seu propsito tem vontade. Aquele que no perde seu centro permanece muito tempo. Aquele que morre, mas no perece, atinge a Imortalidade.

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    34 - A Verdadeira Realizao O Tao flui em todas as direes, para a esquerda e para a direita. Todas as coisas Lhe devem a sua existncia e Ele no as rejeita. Realizada a obra no reclama nada para Si mesmo. Sustm e nutre todas as coisas, mas no Se proclama seu dono. Carecendo de desejos se Lhe pode chamar de pequeno. Todas as coisas retornam a Ele e Ele no exige nada em troca. Por isso podem cham-lo de Grande. Por isso o Sbio no considera a Grandeza e por isso a Grandeza est sempre nele.

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    35 - A Grande virtude Quem conserva em si a Grande Virtude, o mundo vir a ele trazendo Paz, Harmonia e Abundncia. Msica e Iguarias fazem deter o Caminhante por algum tempo. O Tao to puro que parece sem sabor. Se o contemplas, no vs nada de especial. Se o escutas, no ouves seu chamado. Sem embargo, quando bebemos d'Ele nunca encontramos seu Fim. Sua Fonte nunca se esgota.

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    36 - Discernimento dos Opostos Se queres algo contrair, primeiro deves deix-lo expandir. Se queres enfraquec-lo, primeiro deves deix-lo fortalecer. Se queres que algo caia, deves primeiro p-lo alto. Quem quer receber primeiro deve dar. Chama-se isto Sutil Discernimento. O brando vence o duro. O frgil vence o rgido. Os peixes devem ser deixados nas profundezas das guas. As armas cortantes devem ser guardadas onde no possam ser vistas.

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    37 - A Simplicidade Essencial O Tao permanece na no-ao e sem embargo nada fica sem se realizar. Se os Prncipes e Reis pudessem adot-lo, tudo se faria por si mesmo. E se no processo surgissem desejos estes seriam absorvidos pela Simplicidade Essencial. Na Simplicidade Essencial, - no cabem os desejos. Na sua ausncia reina a "serenidade" e o mundo por si mesmo se retifica.

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    38 - Sobre as virtudes O homem de Virtude Superior no est preocupado com sua virtude porque ele virtuoso. O homem comum fica preocupado com suas virtudes porque no virtuoso. O Sbio parece que nada faz, pois permanece na no-ao. Sem embargo nada fica sem ser feito. O homem inferior se movimenta muito e sem embargo deixa de realizar o essencial. A Benevolncia precisa atuar mesmo sem objetivos. A Justia precisa atuar e procura um objetivo. O Dogma precisa atuar atravs da observao e a fora para submeter os homens. Por isso quando o Tao se perde, aparece a virtude. Quando a virtude se perde, aparece a benevolncia. Quando se perde a benevolncia aparece a Justia. Quando a Justia se perde aparecem os dogmas e o moralismo. Os dogmas e o moralismo so a casca da fidelidade e da lealdade e o comeo da confuso. Os adivinhos e falsos profetas so a aparncia do Tao e o comeo da estupidez. Por isso o Sbio conserva-se na Infinita Profundidade e no na superfcie. Habita no fruto e no na flor. Vive no ser e no na aparncia.

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    39 - A Unidade Inmeras so as coisas que atingiram a unidade. O cu pela unidade tornou-se claro. A Terra pela unidade tornou-se estvel. O esprito pela unidade tornou-se ativo. O vale pela unidade tornou-se pleno. Pela unidade todos os seres lograram a existncia. Pela unidade, prncipes e governantes reinaram como modelo do mundo. Todos eles so resultados do Tao. Se o cu no tivesse "aquilo pelo qual se torna claro, escureceria. Se a Terra no tivesse "aquilo pelo qual se torna estvel, se desintegraria. Se os espritos no tivessem "aquilo pelo qual so ativos, a vida cessaria. Se o vale no tivesse "aquilo pelo qual se torna pleno, seria estril. Se todas as coisas no tivessem "aquilo pelo qual permanecem, desapareceriam. Se os prncipes e governantes no tivessem "aquilo que os torna modelos seriam destronados. Por isto, - O Nobre tem sua origem na Humildade. - O Elevado se fundamenta no inferior. - Os prncipes e reis chamam a si mesmos o rfo, o pequeno, o indigno , pois tomam o humilde como sua raiz. E no assim? Os governantes crescem, rebaixando-se e se rebaixam ao tentar crescer.

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    Melhor que o tilintar das jias o ressoar das rochas.

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    40 - Uso dos Meios O movimento do Tao o retorno. O mtodo do Tao a suavidade. Todas as coisas do Universo nascem do Ser. O Ser nasce do No-Ser.

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    41 - Identidade e Diferena Quando o Homem Superior escolta o Tao, trata de segui-lo. Quando o homem mdio escuta o Tao, s vezes o segue, s vezes o perde. Quando o homem inferior ouve falar do Tao, ri-se dele s gargalhadas. Se no risse, o Tao no seria mais o Tao. Assim o provrbio diz: O Tao, sendo luz, parece escurido. O Tao, sendo progresso, parece retrgrado. O Tao, sendo suave, parece spero. A virtude superior parece vazia como um vale. A claridade superior aparece sem resplendor. A virtude mais abundante parece insuficiente. A virtude mais slida parece frgil. A virtude mais reta parece confusa. O Tao como um grande quadrado que no tem ngulos. O Tao como uma grande taa que nunca se enche. O Tao como uma grande msica silenciosa. O Tao como uma imagem sem contorno. O Tao oculto e sem nome. No entanto, ele sustenta e completa todas as coisas. Todas as coisas convergem e realizam-se n'Ele.

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    42 - Multiplicidade do Um O Tao produz o Um. Sendo o Um manifesto produz o Dois. Existindo o Dois aparecem os contrrios que entram na existncia ao manifestar o trs de onde nascem todas as coisas que deixam atrs de si a obscuridade e avanam para a luz harmonizados pelo sopro do Esprito. Os homens detestam ser chamados "rfos, "pequenos, "indignos" e sem embargo, Grandes Reis chamaram-se a si mesmos desta maneira. Aquele que diminui, cresce. Aquele que se engrandece, diminui. O que outros ensinaram, eu tambm ensino: "Que o homem violento no morrer de morte natural". Utiliza este pensamento para seguir o Caminho.

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    43 - Valor da No-Ao O mais macio da Terra vence o mais duro. Aquilo que carece de forma penetra o impenetrvel. Por isso conheo o valor da no-ao. O Ensinamento sem palavras e a eficcia do no agir poucos no mundo chegaram a realiz-lo.

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    44 - Conhecer os Limites Que amas mais: A fama ou o teu corpo? O que mais importante: A vida ou a fortuna? Perder uma ou ganhar outra, qual a pior? Por isso, quem deseja demasiado, demasiado consome, e quem mais acumula, mais perde. Aquele que se contenta com o que tem no padece desgraas. Aquele que conhece os limites evita o perigo. Sendo assim sua vida ser longa.

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    45 - Extenso da Virtude A Suprema Perfeio parece imperfeita, mas seu efeito impecvel. A Suprema Abundncia parece austeridade mas, em seu uso, inesgotvel. A Suprema Retido parece tortuosa. A Suprema Habilidade parece inepta. A Suprema Eloqncia parece gaga. O Movimento vence o frio. A calma vence o calor. Pureza e calma so as medidas do Universo.

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    46 - Moderao dos Desejos Quando o Tao reina no Imprio, os cavalos de guerra so usados para arar os campos. Quando o Tao se perde no Imprio, os cavalos de guerra enchem os arredores da cidade e pastam at nos lugares sagrados. No h pior mal que perseguir os desejos. No h maior infelicidade do quer ser insacivel. No h erro maior que a cobia. Por isso, aquele que no conhece o contentamento jamais se bastar a si mesmo.

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    47 - O longe est Perto Sem ir alm da nossa porta podemos conhecer o mundo. Sem olhar pela janela podemos conhecer os Caminhos do Cu. Quanto mais distante vamos, tanto menos avanamos. Portanto o Sbio sem caminhar alcana sua meta; sem ver, tudo compreende; sem agir, tudo realizado.

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    48 - Esquecendo o que se Sabe Persevera nos estudos e dia-a-dia aumentar-se-o teus conhecimentos intelectuais. Persevera no Tao e dia-a-dia os perder. Pela constante perda chega-se finalmente no-ao. No agindo, tudo realizado. No interferindo, ganhamos o Imprio. Quando interferimos, ele se distancia cada vez mais de ns.

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    49 - A Suprema Benevolncia O Sbio no tem corao prprio, pois ele abarca tambm os coraes dos demais. Ele bom para com os bons e igualmente bom para os que no o so. Porque assim a verdadeira Bondade. sincero com os sinceros e sincero com os falsos. Porque assim a Verdadeira Lealdade. Por isso, na sua simplicidade, o Sbio permanece em paz. Seu corao equnime para com todos, e o povo volta para ele seus olhos e ouvidos. E ele os considera como uma me a seus prprios filhos.

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    50 - A Conquista da Morte O homem que vive correndo morre demasiadamente cedo. Trs, entre dez, so servidores da vida. Trs, entre dez, so servidores da morte. Trs, entre dez, vivem ansiosamente. Os homens que vivem ansiosamente mexem o ponto de sua morte. Como assim? Porque querem viver intensamente. Mas, o Sbio que sabe governar sua vida, quando caminha pelo deserto no encontra rinocerontes nem tigres e passa atravs das batalhas sem levar couraa nem espada. Mesmo que se encontre frente a eles nem o rinoceronte encontra um lugar onde feri-lo, nem o tigre encontra um lugar onde cravar as garras, nem as armas encontram um lugar onde penetrar a lmina. Porque isto? Porque nenhum lugar nele se abre para a morte.

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    51 - A Misteriosa Virtude O Tao d nascimento a todas as coisas. A Virtude as nutre, a Matria lhe empresta a forma e as circunstncias as aperfeioam. Por isso, todos os seres reverenciam o Tao e honram sua Virtude por natural inclinao. Pois, o Tao que os produz, que os nutre, os engrandece, cuida, conserva e aperfeioa, que os alimenta e protege. Produz sem se apropriar. Age sem esperar recompensa. Guia sem dominar. Quando as coisas chegam sua realizao no as reclama. No as reclamando, no as perde. Esta a Misteriosa Virtude.

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    52 - Retorno Fonte O Princpio da manifestao do Universo pode ser chamado de Me. Conhecendo a Me se conhecem os filhos. Quem conhece os filhos, mas prefere voltar-se para a Me, ficar livre dos perigos da vida. Quem fecha a boca e mantm fechadas as portas no se enfraquecer. Quem abre seu corao ao desejo; quem abre seus lbios e todas as aberturas dos sentidos, e multiplica suas obrigaes , perder energia e no ter ajuda. Quem percebe o pequeno tem olhos penetrantes. Quem se conserva doce e leve permanece forte. Quem usa a prpria luz para voltar sua fonte guarda seu corpo de todo o perigo. Nisto reside o segredo do Tao.

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    53 - Apartar-se do Tao Se eu tivesse a sabedoria suficiente para compreender o Caminho Supremo, evitaria as pequenas trilhas que poderiam extraviar-me. O Caminho Supremo direto mas a maioria prefere as trilhas. Enquanto nos palcios reina a opulncia,os campos esto cheios de ervas daninhas e os celeiros pblicos vazios. A corte corrupta se veste de ouro e roupas bordadas, com armas afiadas na cintura. Excessivos so os vinhos e os manjares e acumulam enormes riquezas. Isto se chama roubo e mentira. No isto se apartar do Tao?

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    54 - Cultivo do Tao Aquilo que est plantado profundamente no pode ser arrancado. Aquilo que est bem unido no pode ser separado. Aquele que possui a Grande Virtude ser honrado pelos filhos dos filhos. Cultivado o Tao em si mesmo, a Virtude ser autntica. Cultivado o Tao na famlia, a Virtude ser abundante. Cultivado o Tao na aldeia, a Virtude ser mltipla. Cultivado o Tao no pas, a Virtude ser florescente. Cultivado o Tao no mundo, a Virtude ser universal. Pela virtude de si mesmo se conhece o outro. Pela virtude da famlia se conhece a famlia. Pela virtude da aldeia se conhece a aldeia. Pela virtude do pas se conhece o pas. Pela virtude do mundo se conhece o mundo. Como sei que assim ? Por tudo o que foi dito.

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    55 - A Perfeita Harmonia Quem possui a Grande Virtude como uma pequena criana. Os insetos venenosos no a picam. Os animais selvagens no a atacam. As aves de rapina no descem sobre ela. Tem ossos frgeis e tendes flexveis, mas segura com firmeza. Ignora seu sexo, mas possui a plenitude do estmulo e a perfeita vitalidade do seu esperma. Pode chorar o dia todo e sua garganta no enrouquece porque est na Perfeita Harmonia. Possuir esta Harmonia conhecer o Eterno. Conhecer o Eterno ser iluminado. Viver intensamente abusar da vida e no traz felicidade. Submeter com a mente o Sopro Vital leva rigidez. Quando as coisas chegam a seu extremo, comeam a decair. Isto contrrio ao Tao. E o que contrrio ao Tao rapidamente encontra seu fim.

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    56 - O Perfeito Mistrio Quem sabe no fala. Quem fala no sabe. O homem sbio mantm os lbios fechados e mantm fechadas as portas dos sentidos. Dessa forma, suprime suas asperezas, seus envolvimentos e seu prprio esplendor, confundindo-se com a pequenez do p. Isto chamado de Perfeito Mistrio. O amor e o dio no podem toc-lo. Os ganhos e perdas no podem afet-lo. A honra e a humilhao no podem danific-lo. Por isto considerado o mais nobre sob o Cu.

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    57 - A Simplicidade Genuna O Imprio governa-se pela retido. Uma guerra se conduz pela astcia. Mas, pela no-ao que se conquista o mundo como sei que isto assim? Por isto: Quanto mais proibies houver no mundo, mais miservel ser o povo. Quanto mais armas tiver o pas, mais desordem e confuso existiro. Quanto mais indstrias tiverem o povo, mais coisas inteis haver. Quanto mais leis e decretos forem publicados, mais ladres e corruptos haver. Por isso o Sbio. Sem obrar ensina que as pessoas por si mesmas evoluam. Sem violncia, as pessoas por si mesmas encontraro a Paz. Sem interferir nos negcios o povo prosperar por si mesmo. Sem desejos as pessoas por si mesmas encontraro a Simplicidade.

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    58 - A Disciplina Discreta Quando o governo pacfico e discreto o povo prspero e reto. Quando o governo astuto e intransigente o povo torna-se descontente. No sofrimento floresce a felicidade. Na felicidade espreita o sofrimento. Quem conhece os limites? Num mundo sem ordem, a justia torna-se obsessiva e a verdade se confunde com superstio. Faz muito tempo que os homens no compreendem isto. Por isto, o Sbio disciplina sem castrar, purifica sem ferir, retifica sem constranger, brilhante sem ofuscar.

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    59 - A Moderao No governo dos homens e no servio aos Cus, o melhor a moderao, pois quem pratica a moderao percebe os atributos do Tao. Com os atributos do Tao nada fica sem ser realizado. Se nada fica sem se realizar, no h limites; portanto, pode-se possuir o Imprio, e, se seus atos identificam-se com a Me do Mundo, poder-se- conserv-lo muito tempo. Assim o Tao. De raiz profunda e base firme de existncia eterna e contemplao permanente.

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    60 - Virtude da Unidade Um Estado deve ser governado como quem frita um pequeno peixe* Quando se governa o mundo de acordo com o Tao as entidades invisveis no prejudicam os homens, no porque sejam desprovidas de poder, seno porque seu poder no pode fazer mal a quem est em perfeita harmonia. Da mesma forma, o Sbio nunca prejudicar ningum, e se todos esto na mesma direo conseguiro a Virtude da Unidade. (* No se deve mexer muito.)

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    61 - O Atributo da Humildade Um Grande Reino sabe manter-se embaixo e, entretanto, ser o Centro do Mundo. Faz como a mulher no mundo. Com a calma sabe manter-se embaixo. Com a calma a mulher vence o homem. Assim um grande reino se humilha ante um pequeno para possu-lo. Um pequeno reino se humilha diante de um grande para se tornar mais extenso. Uns se humilham para serem mais poderosos, e outros para serem maiores. O desejo do grande reino governar sobre muitos homens e aliment-los. O desejo do pequeno reino unir-se e ser maior. Ambos conseguem seus desejos, mais maior quem mais se humilha.

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    62 - O Verdadeiro Tesouro O Tao a Fonte de todas as coisas, o Tesouro dos homens bons e o refgio daqueles que no o so. Com belas palavras pode-se comprar honrarias. Com belas aes podemos elevar-nos, mas por que rejeitar aqueles que no o conseguem? Quando o Imperador coroado e nomeado, os trs ministros oferecem pedras preciosas e se avana em grandes cortejos, mas nada pode comparar-se grandeza do Tao. Por que os Antigos estimaram tanto o Tao? Porque, graas a ele, quem procura acha e quem est errado se emenda. Por isso o Tao o Tesouro do Mundo.

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    63 - Atuao da Inatividade Pratica a no-ao. Pratica o no-fazer. Deixa atuar a inatividade. Encontra o gosto onde no h sabor. V o grande no pequeno. V o muito no pouco. Corresponde ao dio com a Virtude. Trata o difcil pelos ngulos mais fceis. Aproxima do grande por atos mnimos. O mais difcil comeou sendo fcil. As coisas maiores do mundo comearam sendo pequenas. Por isto o Sbio no empreende grandes coisas e assim alcana a grandeza. Quem promete com muita facilidade dificilmente manter o prometido. Aquele que acha que tudo fcil encontrar grandes dificuldades. Por isto o Sbio considera tudo difcil e assim no encontra dificuldades.

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    64 - Cuidando do Pequeno O que est em repouso fcil de conservar. O que ainda no aconteceu fcil de prevenir. O frgil fcil de quebrar. O pequeno fcil de dispersar. Trata de todas as coisas que antes se manifestem. Ordena tudo antes que o caos chegue. Uma rvore que no se pode abraar nasceu de uma minscula semente. Uma torre de nove andares comeou por um montculo de terra. Uma longa viagem comea a nossos ps. Quem age fracassa, quem retm, perde. Assim, o Sbio no atua, por isso no fracassa. Nada segura, por isso nada perde. Os humanos nos negcios freqentemente fracassam no momento de triunfar. Por isso o Sbio prudente tanto no princpio, como no final. Deseja no ter desejos, no d valor aos tesouros cobiados difceis de conseguir. Aprende a esquecer o aprendido e se interessa por coisas que o humano comum nem suspeita. Facilita a evoluo natural de todos os seres, sem agir sobre eles.

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    65 - A Suprema Eficcia Na Antiguidade aqueles que praticavam o Tao no o utilizavam para intelectualizar os homens, apenas para mant-los naturais na sua Simplicidade Essencial. O povo difcil de governar quando sabe demasiado. Quem governa o Estado pelo intelecto ser seu malfeitor. Quem governa o Estado sem excesso de conhecimentos trar prosperidade. Quem segue estes princpios ter compreendido o Caminho. Ter conscincia do Caminho possuir a Suprema Virtude. A Suprema Virtude infinitamente profunda e extensa, o inverso de todas as coisas. Atravs dela retorna-se ao "natural" onde se encontra a Suprema Eficcia, a Harmonia Universal.

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    66 - Colocando-se no ltimo Lugar Os mares e os rios so os soberanos do vale porque sendo os senhores do vale sabem como se manter embaixo. Por isto o Sbio, estando acima da mdia dos homens quando fala coloca-se por baixo deles. Pode estar frente de um povo aquele que sabe colocar-se por ltimo na fila. Por isso o Sbio fica acima dos homens e ningum sente seu peso. Ele manda, e ningum se sente ferido. por isso que tudo sob o cu o enaltece e no se cansa dele. Porque no rivaliza com ningum, ningum pode rivalizar com ele.

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    67 - As Trs Pedras Preciosas Todos conhecem a grandeza do Tao: sendo grande, carece de contornos e por no ter contornos grande. Se tivesse uma forma definida, teria perdido sua grandeza. O Tao possui trs pedras preciosas: A primeira, com palavras, chama-se Amor a segunda, com palavras, chama-se Sobriedade a terceira, com palavras, chama-se Humildade. Pelo Amor, o homem torna-se corajoso. Pela Sobriedade, torna-se generoso Pela Humildade, transforma-se num lder. Quem pretende ser corajoso sem Amor, ser generoso sem Sobriedade, ser lder sem Humildade caminha para sua destruio. Quem luta com Amor vencer. Quem se defende com o Amor estar seguro e o Cu o proteger.

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    68 - A Verdadeira Batalha O verdadeiro general no belicoso. O verdadeiro guerreiro no violento. O verdadeiro vencedor no luta. O verdadeiro lder no precisa levantar a voz para comandar. Esta a virtude da no-rivalidade: a capacidade de conduzir os homens. Tudo em perfeita harmonia com a Lei do Cu.

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    69 - Prudncia da Conquista A antiga estratgia ensina: " melhor defender-se que iniciar uma guerra, melhor retroceder um p que avanar uma polegada". Isto significa. Sem se mover saber avanar. Sem usar os braos saber reagir. Ser usar armas saber conquistar. No h pior mal que subestimar o inimigo. Quem subestima o inimigo arrisca perder o tesouro. Por isso, na batalha, aquele dos exrcitos que subestime o outro, esse perder.

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    70 - O Diamante Escondido Minhas palavras so fceis de compreender e fceis de pr em prtica. Sem embargo ningum as compreende ou pratica. As palavras tm uma origem antiga e as aes um objetivo. No sendo compreendida eu permaneo desconhecido para os homens. Sendo pouqussimos os que seguem minhas palavras eu estou alm de qualquer louvor. Por isto o sbio veste-se com roupas rsticas, mas ele leva um diamante no corao.

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    71 - Doena do Saber que se Sabe Saber que no se sabe o bem supremo. No saber que no se sabe como padecer um mal. Quem toma conscincia deste padecimento fica livre dele. O sbio no sofre este mal porque j padeceu com ele. Assim ele pode evit-lo.

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    72 - Amar a Si Mesmo Quando as pessoas deixam de temer o que deve ser temido, o medo da morte as domina. Ningum deve encontrar estreita a sua morada nem deve sobrecarregar-se para no esgotar as suas energias. Ningum deve aborrecer-se com as exterioridades da vida. Por isto o Sbio conhece a si mesmo e no se exibe. Ama-se, mas no se envaidece. Desta forma, sabe porque escolhe uma coisa e rejeita a outra.

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    73 - Virtude da No-Ao Quem quer ser corajoso e atrevido perece. Quem tem a coragem de no se atrever, sobrevive. Saber distingui-las saber que a primeira prejudicial e a segunda, proveitosa. Quem conhece os mandatos do Cu? At o Sbio observa tudo com prudncia antes de tomar uma atitude. Assim, o Tao do Cu no combate, e assim mesmo vence. No fala, mas sempre tem resposta. No chama, mas tudo lhe vem ao encontro. No anseia, por isso concretiza seus projetos. Extensa a rede do Cu e largas so suas malhas, porm nada escapa delas.

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    74 - A Justia Se as pessoas no temessem a morte, como a pena de morte lhes inspiraria temor? Mesmo acreditando nela e enviando para a morte todos os que violam gravemente as leis, quem ousaria fazer justia tomando o lugar do carrasco? O homem que pretende tomar o lugar da Justia Divina como aquele que quer tomar o lugar do carpinteiro sem nunca ter usado seus instrumentos. Acabar machucando sua prpria mo.

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    75 - A Separatividade do Egosmo O povo est faminto porque seus governantes esmagam-no com impostos. O povo difcil de governar por que os governantes s pensam em si mesmos. O povo d demasiada importncia a vida para no pensar na morte. Assim aquele que no corre ansiosamente atrs da vida a vida est nele como algo valioso.

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    76 - O Triunfo da Suavidade Quando nasce, o homem tenro e frgil. Quando chega a morte, torna-se rgido e duro. rvores e ervas quando brotam so flexveis e macias, mas quando morrem, so duras e secas. Por isso o rgido e o duro so companheiros da morte e o frgil e o flexvel so companheiros da vida. Um exrcito muito rgido perder a batalha. De uma rvore dura e seca, ser feito lenha. O stio da dureza e rigidez embaixo. O lugar da delicadeza e suavidade no alto.

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    77 - O Caminho do Cu O Tao do Cu semelhante ao retesar de um arco: O extremo superior desce, o extremo inferior sobre. A distncia diminui e amplia a sua largura. O Caminho do Cu retira o excessivo para compensar onde h carncias. O Caminho do Homem no assim. Tira de quem no tem e d a quem tem de sobra. Quem oferece tendo o suficiente? S aquele que possui o Tao. Por isso o Sbio age sem esperar coisa nenhuma. Realiza sua obra sem apego e nunca se mostra. Por isso ningum pode tirar-lhe o mrito.

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    78 - O ltimo o Primeiro Nada no mundo mais delicado e frgil do que a gua. No entanto ningum a supera quando ataca o duro e o forte. Assim o fraco vence o forte o flexvel vence o que duro. Todos os homens o sabem, mas parecem ignor-lo pois ningum o pe em prtica. Por isto o sbio ensina. Quem se torna o p da terra o Senhor dos altares do solo.* Quem suporta sobre si todos os infortnios de um imprio esse o soberano! Estas palavras so verdadeiras embora no paream.

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    79 - A No Exigncia Ainda, depois de uma reconciliao, fica algum ressentimento na mente de quem est errado. Como fazer para que no seja assim? O Sbio nunca discute, embora esteja com razo. Preocupa-se com sua parte sem exigir nada dos outros. Quem possui a Virtude cumpre os seus compromissos. Quem no tem Virtude s pensa nas suas exigncias. O Tao do Cu no tem parentes prediletos. Acompanha aquele que obra de acordo com a Suprema Virtude.

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    80 - As Pequenas Grandes Coisas Num reino muito pequeno onde os habitantes fossem poucos e embora entre os poucos houvesse homens capazes no encontrariam como demonstr-lo. Aprenderiam melhor a considerar a morte com seriedade e no a sair em busca dela. Embora existissem carruagens e barcos, ningum viajaria. Embora possussem armadura e espadas, ningum lutaria. Voltariam a usar cordas e ns para lembrar-se dos fatos. Achariam boas suas comidas, belas suas vestes, tranqilos seus lares e alegres seus costumes. Se dois reinos vizinhos estivessem to perto como para ouvir os ces latindo e os galos cantando, mesmo assim, no desejariam sair do seu pequeno reino.

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    81 - Abundncia do Essencial

    As palavras verdadeiras no so agradveis.

    As palavras agradveis no so verdadeiras.

    O homem que fala muito no diz coisa de valor.

    O homem de bem fala pouco e s palavras boas.

    Inteligncia no sabedoria.

    Sabedoria no inteligncia.

    O Sbio no acumula posses.

    O que possui, o d para os demais.

    Quanto mais d aos outros, mais possui para si.

    O Tao do Cu beneficia sem prejudicar jamais.

    O Tao do Sbio atua sem interferir jamais.