Surge et ambula

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SURGE ET AMBULA Dormes! E o mundo marcha,ó pátria do misterio Dormes! E o mundo rola, o mundo vai seguindo... O progresso caminha ao alto de um hemisferio E tu dormes no outro o sono teu infinito... Aselva faz de ti sinistro eremiterio Onde sozinha, à noite, a fera anda regindo A terra e a escuridão têm aqui o seu imperio E tu, ao tempo alheia, ó Africa dormindo... Desperta. Já no alto adejam negros corvos Anciosos de agir e de beber aos sorvos Teu sangue ainda quente, em carne de sonâmbula Desperta. O teu dormir ja foi mais que terreno... Ouve a voz do progresso, este outro nazareno Que a mão te estende e diz – ‘’Africa surge et Ambula’’ Rui de Noronha In sonetos.

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SURGE ET AMBULA

Dormes! E o mundo marcha,ó pátria do misterio

Dormes! E o mundo rola, o mundo vai seguindo...

O progresso caminha ao alto de um hemisferio

E tu dormes no outro o sono teu infinito...

Aselva faz de ti sinistro eremiterio

Onde sozinha, à noite, a fera anda regindo

A terra e a escuridão têm aqui o seu imperio

E tu, ao tempo alheia, ó Africa dormindo...

Desperta. Já no alto adejam negros corvos

Anciosos de agir e de beber aos sorvos

Teu sangue ainda quente, em carne de sonâmbula

Desperta. O teu dormir ja foi mais que terreno...

Ouve a voz do progresso, este outro nazareno

Que a mão te estende e diz – ‘’Africa surge et Ambula’’

Rui de Noronha

In sonetos.

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AS DEFINICÕES DE NEGRO

A FILOSOFIA AFRICANA

O povo Africano foi vitima da colonizacão europeia. Com as viagens apelidadas de

<<Descobrimento>>, os Europeus conheceram outros povos, que foram julgados em comparacão

com os usos e costumes da cultura ocidental. por isso,ouve uma série de filosofias concebidas por

ocidentais que se esforcavam por denegrir a personalidade dos negros no mundo. Os estudos da

época, quer antropológicas, quer sociológicos, preocupavam-se em provar, em todos os sentidos, a

superioridade dos povos do ocidente em relacao, aos outros povos, sem que estes ultimos, no

entanto tivessem respostas imediatas escritas para contrapor as teses dos ocidentais.

A teologia, a filosofia e o direito desempenharam um papel fundamental neste processo.

A teologia definiu o povo negro como descendente de cham, um homem que viu a nudez de pai.

Por tanto, o homem negro aparece como símbolo de maldicão. Neste caso, o negro pertenceria à

geracão dos condenados de Deus.

Na filosofia, Voltaire afirma na sua obra história do séc.XIV, que o povo mais elevado é o francês e

o mais baixo é o Africano; jean-jacques Rousseau diz que os Africanos são bons selvagens; para

Hegel, os Africanos são povos sem histórias e, por consquencia, desprovidos de humanidade; Kant

chega à conclusão que os Africanos são povos sem interesse;Lévy Brhul proclama que os Africanos

têm uma mentalidade pré-lógica; por sua vez,Montesquieu afirma que os Africanos são povos sem

leis; os antropólogos Morgan e Tylor sustenta que a Africa é uma sociedade morta.

O Monarca Francês Luis XIV escreveu o códico negro, uma especie de direitos dos senhores sobre

os negros.

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MITO DA CAVERNA

No centro da república, coloca-se o celebre’’Mito da Caverna’’. O mito foi interpretado

sucecivamente como espediente utilizado por Platão para simbolizar a metafisica, gnosiologia, a

dialética e ate mesmo a ética e a mística platônicas. É o mito que expressa Platão na sua totalidade.

Qual o Sentido Simbolico do Mito da Caverna

Os significados do Mito da Cavernan

1. Antes de tudo, o mito da cavernaa traduz os diversos graus em que ontologicamente se divide

a realidade, isto é, os géneros do ser sensivel e supra-sensivel com suas subdivisões: as

sombras da caverna simbolizam as aparencias sensives das coisas, as estátuas as proprias

coisas sensives; o muro representa a divisórias entre as coisas sensives e supra-sensiveis; as

coisas verdadeiras situadas do outro lado do muro sao representacoes simbolicas do ser

verdadeiro e das ideias e o sol simboliza a ideia do bem.

2. Em segundo lugar, o mito simboliza os graus de conhecimento nas duas especies em que ele se

realiza e nos dois graus em que estas especies se dividem: a visao das sombras simbolizam a

eikasia ou imaginacao e a visao das estatuas representam a pistes ou crenca; a passagem da

visao das estatuas para a visao dos objectos verdadeiros e para a visao do sol, antes de forma

mediata, e posteriorimente imediata, simboliza a dialetica em seus varios graus e a intelecao

pura.

3. Em terceiro lugar, o mito da caverna simboliza o aspecto ascetico,mistico e teologico do

platonismo: a vida na dimensao dos sentidos e do sensivel é a vida na caverna, assim como a

vida na pureza e plenitude da luz é a vida na dimensao do espirito. O voltar-se do sensivel para

o inteligivel é expressamente representado com a ‘’libertacao das algemas’’, como

conversao ,em quqnto a visao suprema do sol e da luz em se mesma e a visao do bem e a

contenplacao do divino.

4. O mito daa caverna, entre tanto, expressa tambem a concepcao politica tipicamente platonica.

De facto, platao menciona tambem o ‘’Retorno’’ à caverna por parte daquele que se libertara

das algemas, retorno cuja finalidade consiste na libertacao daqueles em compania dos quqis

eles antes se encontravam como escravo.

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