Sociologia Da Arte
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RESENHA SOBRE A SOCIOLOGIA DA ARTE
Do livro “A Sociologia da Arte” de Nathalie Heinich. Resenha feita a partir da leitura da
Introdução e da primeira parte que se denomina A “História da Disciplina”.
NOME: HELEN CLARA DIEB ABREU
MATRÍCULA: 2009-3-2011
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Sociologia da Arte – Resenha
A sociologia é uma disciplina jovem, cuja evolução, em pouco mais de um século, foi muito rápida. Esse fenômeno é ainda mais significativo no que se refere à sociologia da arte. Por essa razão não teria nenhum sentido apresentá-la hoje, do modo global, como disciplina homogênea. (HEINICH, 2001, p.19)
Introdução
Para melhor entendimento do que se trata quando se fala de qualquer
conceituação de palavras, é sempre aconselhável procurar a fonte da mesma, ou seja, a
sua etimologia. O termo “sociologia” significa: estudo científico das sociedades
humanas e dos fatos sociais. Definição que revela um dos interesses principais da
disciplina, que é a busca do aprofundamento do estudo relacionado à arte e à sociedade,
e as suas diversas maneiras e ângulos de observar a trajetória do setor artístico na
sociedade.
Na introdução do livro, a autora procura desenvolver uma linha de pensamento
entre as definições de sociologia e arte para uma melhor compreensão do conteúdo
discutido. Por sua vez, ela revelou em estatísticas a realidade dessa pesquisa na Europa,
que até os dias de hoje é um modelo de referência para o estudo de arte no Brasil.
Principalmente se tratando do ramo acadêmico.
Foi apontada uma problemática que revela que, desde os anos 60 os sociólogos
que estudam arte não se diferenciavam de historiadores sociais, dos historiadores de arte
e dos críticos de arte. Foi detectado que os profissionais que se dedicam ao estudo da
Sociologia da Arte em instituições de pesquisa é pouco explorado o fator documental
histórico. É utilizada apenas uma metodologia “essencialmente estatística”. O que vem
a ser tal definição? Uma exploração dos valores artísticos e sociais de uma maneira
plenamente horizontal, sem perspectiva de aprofundamento com os valores que o estudo
artístico das obras propriamente dito necessita. Voltados apenas ais públicos,
instituições, financiamentos, mercados e produtores.
A problemática do termo “sociologia” ainda está em vigência partindo do
princípio que os sociólogos de artes ainda buscam por definições de suas próprias fontes
de pesquisa, ainda não conseguem encontrar se suas pesquisas são fontes de história da
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arte ou se é sociologia da cultura. O conceito dessa disciplina por vezes, revela uma
confusão sobre os teóricos, os pesquisadores e aos artistas pela seguinte explicação da
autora:
Pois se a sociologia da arte tem como missão compreender melhor a natureza da experiência e dos fenômenos artísticos, ela deve também, como conseqüência, levar a Sociologia a refletir sobre suas definições e seus limites. (HEINICH, 2001, p. 14, 15)
A História da Disciplina
A sociologia da arte é considerada uma disciplina mais voltada à questão
estética, um lugar que à visão da autora é considerada marginal. Por se tratada por
filósofos e pesquisadores apenas a questões pequenas de estudos de outros fenômenos
sociais. Como por exemplo, Émile Durkhein abordou o conteúdo da arte apenas para
dar uma condição de materialidade na mudança da visão em relação à religião.
Essa tendência colocou uma barreira entre a sociologia da arte e a história da
arte. No qual a fronteira entre essas duas disciplinas foi considerada como A História
Cultural da Arte, que dessa definição começaram a surgir trabalhos e pesquisas que hoje
podemos considerar como ponto de partida para a Sociologia da Arte. A disciplina
passou por diversas contribuições com a tradição da história cultural, que foi difundida
e desenvolvida principalmente no século XX na Alemanha e na Áustria na época do
entre guerras.
A Tradição da História Cultural tomou seus sentidos nas análises propriamente
ditas entre o artista e sua obra, em alguns momentos dando enfoque a um ou a outro: a
obra e sua imagem ou o artista e sua originalidade (excepcionalidade). O mestre deste
estudo foi considerado Erwin Panofsky, que não se considerava um sociólogo, porem
trouxe grandes ganhos para o desenvolvimento da disciplina. Com o estudo que
evidencia a identidade das obras para ser mais especifico com a realidade da época.
Como ele fez estudando a arquitetura na Idade Média ou as visões estéticas de Galileu
em relação ao mundo.
Sua linha de análise e interpretação das imagens era baseada na diferenciação de
três níveis: icônico (a dimensão propriamente plástica), iconográfico (as convenções
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pictóricas, que permitem sua identificação) e iconológico (a visão do mundo
subentendido pela imagem).
Três Gerações
Depois de todas as suas explanações e tentativas de entendimento do que seria a
Sociologia da Arte, não foi exatamente da sociologia ou da história cultural que se
identificou o verdadeiro objeto da disciplina. Nasceu com especialistas de estética e da
hist´ria da arte, preocupados em romper com a tradicionalidade entre o entendimento
artistas/obras. Trazendo a arte para uma outra categoria, a sociedade.
E para chegar a essa conclusão eles desenvolveram uma cronologia inspirada em
3 gerações, que são tendências intelectuais. Que passa por gerações intelectuais, origens
geográficas, afiliações disciplinares e princípios epistemológicos.
Primeira Geração- Estética Sociológica
Se preocupa prioritariamente com a cadeia de idéias considerada pela autora
como: A Arte e A Sociedade. Surgida na primeira metade do século XX, com inspiração
na idéia marxista e de historiadores da arte da Segunda Guerra Mundial. Passando por
várias escolas dessa época, alem da tradição marxista com suas teses materialistas, não
generalizando as idéias gerais de Karl Marx, apenas alguns capítulos de um de seus
livros que aborda a questão estética denominada “eterno charme”.
A primeira geração percorreu também pela Escola de Frankfurt, que é paralela à
corrente marxista, mas que envolve outros filósofos e estudiosos alemães, revelando a
arte e a vida social. A sociologia de Pierre Francastel foi a ultima corrente desta geração
entre os historiadores e os filósofos alemães, que defende a arte como reveladora da
sociedade. “A análise sociológica da obra de arte não é mais uma sociologia-fim, mas
uma sociologia-método" (”HEINICH APUD FRANCASTEL, 2001, p. 37)
Essa primeira geração foi considerada apenas uma preposição do que viria a ser
a sociologia da arte. Apenas uma abordagem estética do conceito, com um
distanciamento que deveria permitir uma melhor da Sociologia da Arte.
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Segunda Geração- História Social
Trazendo historiadores de arte em visões mais empíricas. Buscando colocar a
arte na sociedade. Podendo-se denominar de História Social da Arte, sem pretensões
ideológicas, esta geração trouxe consigo a falta da pretensão de teorizar a arte, apenas
buscando fatos sociais que a arte no decorrer da historia contribuiria para a sociedade.
Trazendo diversos resultados concretos e duradouros para a disciplina.
Esta geração compartimentou setores de pesquisa para obterem seus resultados:
Mecenato (que analisava as relações ente as grandes encomendas, a organização
corporativa, a demografia, os públicos, o mercado ou ainda o estatuto da religião;
Instituições (em relação ao artista e a sociedade); Contextualização (o fato ocorrido na
época e a visão do artista sobre o acontecido); Amadores (espaço voltado à sociologia
dos colecionadores e dos públicos de arte, história do gosto, história social e da
percepção estética) e os Produtores (espaço distanciado da perspectiva das obras, mais
aproximado a analisar o estatuto do artista).
Terceira Geração – Sociologia da Pesquisa
Por fim, a Arte como Sociedade, desenvolveu-se dos métodos modernos
provenientes da estatística e da etnometodologia. Essa geração não busca tendências
ideológicas e nem contexto histórico social. Ela trabalha especificamente com o tempo
presente. Procurando avaliar a visão da arte ao tempo atual.
Bem mais do que as diferenças de gerações, de disciplinas ou de objetos, é o recurso à enquete que faz a especificidade e a força da sociologia da arte atualmente. Medidas estatísticas, debates sociológicos, observações etnológicas vão não apenas trazer novos resultados, mas, sobretudo, renovar as problemáticas, enquanto o dialogo com outros campos da sociologia – sociologia das organizações, da decisão, do consumo, das profissões, das ciências e das técnicas, dos valores – vai permitir à sociologia da arte compartilhar os progressos de uma disciplina em evolução muito rápida. (HEINICH, 2001, p.62)
Apresentando dessa maneira, a autora deste livro quis revelar que a disciplina
Sociologia da Arte teve que passar por diversas perspectivas e ultrapassar barreiras para
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ser avaliada e estudada com responsabilidade ao termo “Sociologia da Arte”. A arte é
uma forma, entre outras, de atividade social, possuindo suas próprias características.
(HEINICH, 2001, p.63)
E não deixando engessado o estudo relacionado a essa disciplina. Afirmou-se
que tanto a sociedade, quanto a arte podem ser transformadas a qualquer momento.
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