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A MÚSICA NO CERNE DOS PROCESSOS COMUNICACIONAIS
Lucina Reitenbach Viana - UTP
OBJETIVOS
“Tonal, modal, atonal não significam maisquase nada. Não existe senão a música paraser arte como cosmos e traçar as linhasvirtuais da variação infinita.”
(DELEUZE e GUATTARI, 1995)
� A música discutida de forma separada das artes em geral
� Possibilidade de abordagem direta
FILÓSOFOS FUNDAMENTAIS
PONTO DE PARTIDA
“A música é uma arte tão grandiosa e majestosa queatinge o interior do homem, onde é compreendidacom intensidade e perfeição como se fosse umalinguagem totalmente comum, cuja clarezaultrapassasse mesmo a do próprio mundo intuitivo”(SHOPENHAUER )
HISTÓRICO
� Schöenberg e seu sistema dodecafônico:� liberação de convenções permitindo a transgressão, � que acabou ganhando o status de linguagem musical.
� Amplificação: o músico se ouve: � ao transformar em registros gravados que era só execução
efêmeraefêmera� Passa a avaliar o que faz com distanciamento e pensa sua
própria arte
� A evolução dos sistemas de amplificação � disponibilizou a música gravada a cada vez mais pessoas� Geração de núcleos de identificação por gêneros decorrentes
dessa evolução� Desencadeia processo de consumo, do qual se apropriou a
indústria fonográfica, que passa a ditar uma unificação do que se escuta, para obter mais lucro.
ROMPIMENTO
� Tecnologias digitais:
� rompimento dessa unificação, permitindo novas formas de trabalho acerca da música, tanto na organização quanto na forma de armazenar e distribuir, resultando em outras formas de músicaoutras formas de música
� Terceiro estágio da relação entre a música e a técnica
� o estagio pop
� a música é feita e guardada tecnologicamente
� pode ser resgatada, num processo que “transforma o material da experiência musical: a música pode agora ser ouvida em qualquer lugar; é móvel através das barreiras espaço-temporais.” (FRITH, 2006)
Música
Pensamentohumano
Aparato tecnológico
�A relação entre música e pensamento está no vínculo de ambos com o aparato tecnológico
�A cada giro de inovação, adição de novos elementos
humanotecnológico
MEDIAÇÃO POR COMPUTADOR
� A partir da mediação do computador noprocesso de produção musical comoprocesso de produção musical comoinstrumento de notação direta, o compositoreletrônico simplifica o trabalho de criar,libertando-se ao delegar funções que nãoestão no cerne do processo ao computador, econcentrando-se no que faz diferença noprocesso criativo.
AUTOCONHECIMENTO
“A música desperta sensações. Ela me liberta demim mesmo, torna-me autoconsciente, como seeu pudesse ver-me e sentir-me de longe. Por isso amúsica me fortalece: depois de cada noite musical,vem uma manhã plena de idéias claras e originais.”(NIETZSCHE apud ROOS, 2006)
FACILIDADES
AU
TO
CO
NH
EC
IME
NT
O � Facilidades de composição pela adoção da tecnologia
� pessoas comuns tornam-se produtores
� A virtuosidade não é mais necessária
AU
TO
CO
NH
EC
IME
NT
O
� A virtuosidade não é mais necessária
� Produção musical por notação direta
� Reapropriação da ferramenta de autoconhecimento perdida
� O homem passa a pensar-se novamente
� Retoma o direito de buscar sua significação numa aplicação empírica do pensamento .
FERRAMENTAS
AU
TO
CO
NH
EC
IME
NT
O � As ferramentas tecnológicas devolvem ao homem mais do que se espera:
� possibilidade de se reencontrar consigo mesmo
AU
TO
CO
NH
EC
IME
NT
O
mesmo
� Possibilidade de crescimento e de se melhorar continuamente
� O super-homem de Nietzsche: � O ser humano melhorado
� O artista como um homem que vai além
EVOLUÇÃO
Composição musical
Adoção da tecnologia
Liberação do artista
Autoconheci-mento
Ser humano melhorado
Música eletrônica
Deleuze
Nietzsche
�Vislumbre de Nietzsche sobre o futuro da música
Richard Pinhas – De Nietzsche ao Techno
NIETZSCHE E A MÚSICA
� Nosso ponto sintético vindouro:� Música eletrônica como a música das sínteses
� O Super-homem: � o criador, o artista, o vidente� Música como meio através do qual o homem caminharia � Música como meio através do qual o homem caminharia
em direção ao super-homem� O homem sintético, o artista das sínteses
� Estaria “esfumaçado” na sua diferenciação para com a máquina, tal qual se apresenta a vindoura simbiose do biológico e do silício.
� “como hoje toda a música é a das sínteses modulares, analógicas ou digitais, sínteses do silêncio e do tempo com o mundo da eletrônica: o ruído de fundo do choque dos elétrons é literalmente a matéria primária de toda a produção sonora.” (PINHAS, 2002)
DELEUZE E A MÚSICA
� O rizoma
� Sistema aberto, onde os conceitos são relacionados com as circunstancias e não com as essências
� Ritornelo � Ritornelo � Um pequeno território capaz de se organizar com
outros territórios, num imenso ritornelo cósmico, numa comunhão
� “é essa comunhão dos pequenos ritornelos com o grande ritornelo que, para mim, parece definir a música” (DELEUZE, 1988-1989)
SINTETIZADORES
� “suspendem literalmente as células musicais dentro da captura de forças sonoras até então dentro da captura de forças sonoras até então desconhecidas e inaudíveis que compõem um ambiente cósmico puramente acústico” (PINHAS,
2002)
� “ o músico(...) torna audíveis forcas que não são audíveis (...) ele não representa o que é audível, torna audível o que não é.”(DELEUZE, 1998-1999)
PINHAS
“O homem integral, o homem sintético é aquele que agita o novo futuro das forças, o aquele que agita o novo futuro das forças, o artista: o homem das vibrações e das oscilações: todos nós nos tornamos seres ondulatórios e eletrônicos. O technoeletrônico e sintético, o riso do cérebro e as lágrimas de silício. As crianças do puro simultaneísmo e das sincronicidades.” (PINHAS, 2002)
MÚSICA ELETRÔNICA
� a “verdadeira grande música” como uma “operação artista da música”, dos músicos mais abstratos que partem do ritornelo, cada um com um ritornelo próprio (DELEUZE, 1988-1989)
� definindo o grande músico como aquele que “não � definindo o grande músico como aquele que “não coloca um ritornelo depois do outro, mas aquele que funde ritornelos num ritornelo mais profundo. (DELEUZE, 1988-1989)
� Foi só a partir da tecnologia dos sintetizadores que foi permitido ao homem ouvir o ritornelo para partir dele e construir outros ritornelos, num fundir infinito, próprio da construção da música eletrônica.
CONCLUSÃO
� pontos relacionados por Nietzsche são previsões sobre o futuro da música, desembocando na relação desta com a tecnologia.
� a tecnologia estaria para a música como a mais importante das coisas, ao permitir que ela desvende o que importante das coisas, ao permitir que ela desvende o que antes não era audível, que é o que faz o sintetizador na produção eletrônica.
� Trazer ao plano audível aquilo que já existia, mas não podia ser apreciado, encoberto num todo nuclear do som representado pelo silencio.
� Mudança do foco de questões como a pirataria (questão mercadológica) para questões essenciais: dar ao homem (e a muitos deles) o controle sobre uma ferramenta de autoconhecimento
BIBLIOGRAFIA
� DANTAS, Danilo Fraga. A dança invisível. In FREIRE FILHO e JANOTTI JUNIOR (orgs). Comunicação e Música Massiva. Salvador, EDUFBA, 2006.
� DELEUZE, Gilles e GUATTARI, Felix. Mil Platôs. São Paulo, Ed. 34, 1995,
� ________, Gilles e PARNET, Claire. O ABC de Deleuze. 1998-1999. Disponível em http://www.oestrangeiro.net - Acessado em 20 de junho de 2006
� ________, Gilles. Conversações. São Paulo, Ed 34, 1992
DIAS, Rosa Maria. Nietzsche e a Música. São Paulo: Discurso Editorial, 2005� DIAS, Rosa Maria. Nietzsche e a Música. São Paulo: Discurso Editorial, 2005
� FILHO, João Freire e JUNIOR, Jeder Janotti. Comunicação e Música Popular Massiva. Salvador: EDUFBA, 2006
� FOUCALT. Estética: Literatura e Pintura, Música e Cinema. RJ: Ed. Forense, 2001.
� MAFFESOLI, Michael. O Ritmo da vida. Rio de Janeiro: Record, 2007
� MARTINS, Francisco Menezes e SILVA, Juremir Machado da. A Genealogia do Virtual. Porto Alegre: Sulina, 2004
� NIETZSCHE, Frederic. Assim falava Zaratustra. São Paulo: Hemus, 1985
� PINHAS, Richard. De Nietzsche ao Techno. Paris, 2002. Disponível em: http://www.rizoma.net/interna.php?id=153&secao=esquizofonia - Acessado em 12 de junho de 2006