Slide - Brasil Urbano

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1 Brasil: a questão urbana Travessia de pedestres – Avenida Paulista – São Paulo - SP

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Geo do Brasil

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  • 1 Brasil: a questo urbana

    Travessia de pedestres Avenida Paulista So Paulo - SP

  • A questo urbana

    O crescimento urbano consiste na expanso das cidades e pode existir sem que, necessariamente, haja urbanizao. Esta s ocorre quando o crescimento urbano superior ao rural;

    Este crescimento est intimamente ligado ao processo de industrializao;

    No Brasil ele comea a se configurar a partir da dcada de 1950 quando, de fato, o pas iniciou a expanso industrial;

    Sendo assim, a industrializao brasileira foi tardia comparada aos pases europeus na qual esta ocorreu - meados do sculo XVIII. Ela caracterizou-se como dependente, pois ocorreu graas importao acarretando endividamento;

    2

    A origem da urbanizao brasileira

  • Segundo Santos (1993), o Brasil deixou o sculo XIX

    com proximadamente 10%

    da sua populao residindo em cidades.

    As razes da urbanizao brasileira so encontradas na

    sua histria colonial. Os

    primeiros centros urbanos surgiram no sculo XVI, ao

    longo do litoral nordestino em

    razo da produo do acar, nos sculos XVII e

    XVIII, a descoberta de ouro

    fez surgir vrios ncleos urbanos no interior do

    territrio e no sculo XIX a

    produo de caf foi importante no processo de

    industrializao.

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    Caractersticas das Primeiras Cidades do

    Brasil

  • foi a partir da virada do sculo XIX que o processo de

    urbanizao da sociedade

    brasileira comea realmente a se consolidar.

    Essa urbanizao foi impulsionada por vrios

    fatores, dentreeles: a

    libertao dos escravos em 1888, proclamao da

    Repblica 1889 e a expanso

    da indstria, que, ainda incipiente, se desenrolava na

    esteira das atividades ligadas

    cafeicultura e s necessidades bsicas do mercado interno

    (MARICATO, 2001).

    Podemos dizer que s a partir de 1930, o Estado passa a investir de

    fato nas cidades,dotando-as de

    uma melhor infra-estrutura urbana e de melhores condies fsicas

    para odesenvolvimento industrial, visando atender as demandas

    locais, mas, sobretudo, a

    substituio de importaes. Assim, pouco a pouco, a burguesia

    industrial assume a hegemonia

    poltica,

    sem que se verificasse, no entanto,

    uma ruptura com os interesses das

    oligarquias rurais ecom os interesses hegemnicos estabelecidos at

    ento.

  • Entre 1940 e 1980, d-se verdadeira inverso quanto ao lugar de residncia da populao brasileira. H meio sculo atrs (1940), a taxa de urbanizao era

    de 26,35%, em 1980 alcana 68,86%. Nesses quarenta anos, triplica a

    populao do Brasil, ao passo que a populao urbana se multiplica por sete vezes e meia(SANTOS, 1996, p. 29).

  • 6

  • 7

    (SANTOS, 1993, P. 36)

  • 8

    SANTOS, 1993,P.36

  • 9

  • Populao 11

  • Migraes internas no Brasil

    migraes inter-regionais.

    migraes inter-regionais no Brasil ocorrem desde o perodo colonial e

    estiveram associadas aos ciclos econmicos da cana-de-acar (sculos

    XVI e XVII), da minerao (sculo XVIII), do caf (fi m do sculo XIX e

    incio do sculo XX) e da borracha (1870 a 1910).

    Entre 1940 e 1950, a mobilidade espacial no territrio brasileiro foi

    assinalada pelo incio da marcha para o Centro-Oeste e a ocupao do

    norte do Paran. Nos anos de 1940, quando teve incio a marcha para o

    Centro-Oeste, as principais regies fornecedoras de migrantes foram o

    Sudeste (95.505 pessoas) e o Nordeste (103.047 migrantes), que

    responderam por 44,6% e 48% da emigrao total para essa regio. A

    maioria dos migrantes do Sudeste, oriunda de Minas Gerais, Esprito

    Santo e So Paulo, buscava terras para o desenvolvimento da agricultura.

  • Entre 1950 e 1960, expressivos fluxos migratrios foram direcionados para o

    Sudeste,especialmente para o municpio de So Paulo e seu entorno.

    Sudeste, se encontrava em pleno processo de industrializao, atraindo tambm

    imigrantes estrangeiros.

    Nesse decnio, o Nordeste foi a regio que registrou o maior nmero de migrantes

    para o Sudeste.

    No entanto, tambm houve mobilidade de nordestinos na prpria regio, como

    ocaso dos fluxos direcionados para o Maranho, em funo da explorao do

    babau e da cultura do arroz, e para outros estados, tais como Mato Grosso e

    Rondnia, atrados pelo garimpo, e Paran, devido cafeicultura.

    Um outro fluxo considervel de nordestinos destinou-se ao Estado de Gois, tendo

    como principal motivao a construo de Braslia, para onde foram em busca de

    trabalho na construo civil.

  • Entre 1960 e 1970, as migraes internas deram continuidade marcha para o

    Centro-

    Oeste e expanso em direo a Amaznia.

    Neste decnio, novamente o Nordeste aparece como rea de repulso populacional,

    tendo em vista que sua estrutura social altamente conservadora no ensejava

    mudanas estruturais e sua economia era incapaz de absorver a mo de obra

    disponvel na regio, que se constitua como um foco de tenses sociais.

    Os fluxos migratrios dos anos de 1960 a 1970 denotaram uma configurao que

    envolve as diferentes regies do pas, sendo notvel a continuao da sada de

    pessoas do Nordeste para o Sudeste, em funo da industrializao, para os estados

    do Paran e Mato Grosso, onde buscavam terras para o cultivo agrcola, e Gois,

    para se dedicar coleta do coco do babau e agricultura de subsistncia. Houve,

    ainda, um aumento da migrao do Nordeste para a Amaznia e a sada de migrantes

    do Rio Grande do Sul, Paran, So Paulo e Minas Gerais com destino a Mato Grosso.

  • Com relao migrao de gachos, catarinenses, paranaenses e paulistas para Mato Grosso, justifica-se a existncia do fl uxo devido grande concentrao da

    propriedade da terra na Regio Sul e no Estado de So Paulo.

  • Na dcada de 1970, as migraes em direo Amaznia

    foram induzidas pelo Governo Federal. Nesse decnio foi

    aprovado o Projeto de Integrao Nacional (PIN), no qual

    figuravam como obras estruturantes a construo das rodovias

    Transamaznica e Cuiab-Santarm, alm de um projeto de

    colonizao ao longo dessas estradas, onde deveriam ser

    fixados os migrantes.

  • Os movimentos populacionais esto mais intensos dentro do prprio estado ou da regio de origem. Contribuem

    para isso: (a) a falta de oportunidades de emprego no

    Sudeste, o que causa o retorno de parte dos migrantes s regies de onde vieram, e (b) o surgimento de novos plos

    de desenvolvimento, o que atrai mo-de-obra de outras

    regies.

  • Segundo os nmeros

    da Pnad (Pesquisa Nacional por

    Amostras de Domiclios) de 2006,

    realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de

    Geografia e Estatstica), 40% da

    populao brasileira

    (ou 74.935 milhes) no vive no

    municpio onde nasceu. Alm disso,

    16% (ou 29.892 milhes) da

    populao no natural do estado

    em que reside.

  • De acordo com os dados

    do IBGE, os deslocamentos

    populacionais no Brasil, no perodo 1995/2000,

    totalizaram 5.196.093 pessoas, cifra que 3,7%

    superior aos 5.012.251 observados entre 1986/1991.

    Cerca de 65% desse total

    composto por

    deslocamentos ocorridos entre as regies brasileiras

    (migrao inter-regional) e

    35% no interior destas regies (migrao intra-

    regional).

  • Deslocamentos pendulares

    O aparecimento de conglomerados de cidades deu origem a um novo tipo de movimento migratrio: um movimento dirio, que podemos chamar de deslocamentos pendulares: pessoas que residem em um municpio e trabalham ou estudam em outro, deslocando-se diariamente.

  • Esses deslocamentos se ampliam e tornam-se mais complexos a cada dia, devido ao surgimento e consolidao de novos plos secundrios de atrao populacional. A incorporao de novas reas residenciais, a busca por emprego ou servios e a oferta de transportes mais eficientes em alguns pontos das metrpoles: todos esses elementos favorecem a consolidao desse

    fenmeno.

    No Brasil, com base nos resultados do Censo de 2000, tnhamos 7,4 milhes de pessoas trabalhando ou estudando fora do municpio de residncia.

  • https://www.youtube.com/watch?v=YfABGBgAzv0#t=87

    https://www.youtube.com/watch?v=Ga9Rjqt81EM

    ENTREVISTA COM DR. JOS EUSTQUIO DINIZ

    DR. ALBERTO JAKOB

  • Referncias

    http://www.geografiaparatodos.com.br

    http://www.google.com

    BRETON, Roland. Geografia das Civilizaes. So Paulo: tica,

    1990.

    DAMIANI, Amlia Luisa. Populao e Geografia. So Paulo:

    Contexto, 1998.

    http://www.slideshare.net

  • 30

  • 31

    Problemas urbanos brasileiros

    A indstria se tornou um forte atrativo

    para as cidades ocasionando um intenso

    xodo rural, que provocou um

    crescimento vertiginoso de cidades como

    So Paulo. A indstria no absorvia toda a

    fora de trabalho gerando grandes

    contingentes de desempregados e tambm

    de subempregados (vendedores

    ambulantes, guardadores e lavadores de

    carro, entre outros).

    Pedro

    Mati

    nelli E

    ditora

    Abri

    l

    Vendedores ambulantes na frente do Mercado Municipal de Manaus - AM

  • 32

    A expanso desordenada e vertiginosa das cidades,

    formando em alguns casos as metrpoles, somada

    concentrao de renda so componentes dos

    principais problemas urbanos brasileiros:

    Alto dficit de moradia: pessoas vivendo nas periferias (longe dos servios essenciais), em cortios e favelas; Violncia; Ocupao irregular do solo urbano;

    Trnsito catico;

    Alm disso, o crescimento urbano no Brasil se deu

    de forma irregular havendo grandes diferenas entre

    as regies e cidades muito mais desenvolvidas do

    que as outras.

    Oscar

    Cabra

    l E

    ditora

    Abri

    l

    Vista parcial da favela da Rocinha Rio de Janeiro RJ

    Ao fundo edifcios modernos evidenciando o contraste, que tambm ocorre em outras cidades brasileiras.

  • A rede urbana no Brasil

    O Brasil possui uma diversificada rede urbana da qual fazem parte desde as grandes metrpoles at as pequenas cidades. Em funo da importncia de algumas cidades e das relaes que estabelecem entre si existe uma classificao e uma hierarquizao para elas.

    Em 2008 o IBGE realizou um estudo no qual as cidades foram reclassificadas em cinco nveis:

    33

    Metrpoles 12 principais centros urbanos: a)Grande metrpole nacional - So Paulo

    b)Metrpole nacional Rio de Janeiro

    c)Metrpole Manaus, Belm, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Curitiba, Goinia e Porto Alegre.

    Em razo de sua importncia no cenrio internacional, So Paulo e Rio de Janeiro tambm so consideradas metrpoles globais.

    Centro de zona 556 cidades de menor porte e com atuao restrita a sua rea imediata

    Capital Regional So 70 centros que tm rea de influncia regional, sendo referidos como destino para um conjunto de atividades por um grande nmero de municpios.

    Centro Sub-regional 169 centros com atividades menos complexas, tm rea de atuao mais reduzida e seus relacionamentos externos sua prpria rede ocorrem, em geral, com trs metrpoles

    Centro local 4.473 cidades cuja centralidade e atuao no extrapolam os limites do seu municpio, servindo apenas aos seus habitantes.

  • 34 O Espao Rural

    O espao rural diz respeito ao campo, e a todas as reas onde no h cidades nem vilas; No se deve confundir rural com agrrio. Rural se refere ao no urbano e agrrio s

    atividades primrias: agricultura, pecuria e extrativismo;

    Neste espao no so realizadas apenas atividades agrrias. Nas ltimas dcadas vem se diversificando as atividades: hotis fazenda, turismo rural e ecolgico, clnicas de repouso, entre outras.

    Ana A

    rajo

    E

    ditora

    Abri

    l

    Capataz da Fazenda Rio Vermelho, tocando berrante - regio do Pantanal Mato-Grossense - MS

  • 35

    A ocupao da terra pela agropecuria

    A agropecuria a atividade fundamental da economia brasileira;

    Praticamente detm o monoplio da produo de alimentos e emprega a maior parte da mo de obra rural;

    As terras produtivas ocupam 27% do territrio brasileiro;

    A subutilizao das terras para a agropecuria torna-se muito grave porque necessria a produo de alimentos.

  • 36

    O agronegcio vem se desenvolvendo muito nas ltimas dcadas confirmando a vocao agropecuria do Brasil. O setor se modernizou e obteve grandes investimentos;

    Os melhores solos, os maiores investimentos e as grandes propriedades esto voltados para o cultivo de exportao ou para matrias-primas para a indstria: soja, laranja, cana-de-acar, entre outros;

    Produtos para o mercado interno de alimentos (feijo, arroz, mandioca, batata, etc.) so cultivados em pequenas propriedades e com mtodos tradicionais;

    Na nova cadeia do agronegcio h uma subordinao do campo cidade.

    Div

    ulg

    ao

    Editora

    Abri

    l

    Campo de soja - Lucas do Rio Verde - MT

    Colheitadeira e a vasta extenso desta cultura

  • 37

    Estrutura fundiria

    Denomina-se estrutura fundiria a forma como

    as propriedades agrrias de uma rea ou pas

    esto organizadas, isto , seu nmero,

    tamanho e distribuio social.

    O estatuto da terra, criado em 1964, dividiu os

    imveis rurais do Brasil em quatro categorias:

    Minifndio; Latifndio por dimenso; Latifndio por explorao; Empresa rural.

    Um dos grandes problemas agrrios do

    Brasil a sua estrutura fundiria na qual

    existe extrema concentrao de

    propriedades.

    A maior parte das terras ocupadas e os

    melhores solos esto nas mos de um

    pequeno nmero de proprietrios os

    latifundirios. Muitas dessas terras esto

    improdutivas.

    Essas terras chegam a 73% da rea total

    das propriedades agrrias do pas.

  • 38

    Reforma agrria

    Reforma agrria a redistribuio das propriedades do meio rural efetuada pelo estado que desapropria grandes fazendas improdutivas e distribui lotes de terras a famlias camponesas. Ela foi feita em praticamente todos os pases capitalistas e em alguns foi um dos fatores de seu desenvolvimento;

    No meio rural a concentrao de terras nas mos de poucos proprietrios repete o problema da distribuio social da renda no Brasil;

    A reforma agrria tem impacto sobre a prevalncia da produo de gneros para exportao ou para a indstria sobre os alimentos bsicos, ela pode inverter essa lgica;

    Alm de promover a distribuio de terra e renda ela contribui para o desenvolvimento acelerado e sustentvel.

    Dificuldades para a reforma agrria

    Fortes interesses dos grandes proprietrios rurais;

    Dificuldades jurdicas;

    Custo para manter os assentados.

  • 39

    Relaes de trabalho no espao rural

    No Brasil a maior parte da fora de trabalho no campo formada pelos proprietrios e seus familiares.

    As relaes de trabalho no meio rural podem ser assim classificadas: Pequenos proprietrios lavradores que trabalham na base familiar. Em 1996 eram 11 milhes (61% da fora de trabalho permanente da agropecuria);

    Parceiros trabalham em uma parte das terras de um proprietrio, ficando com uma parcela da produo;

    Arrendatrios arrendam a terra e pagam ao proprietrio em dinheiro;

    Assalariados permanentes empregados que recebem salrios e geralmente trabalham para grandes proprietrios (2 milhes em 1996 11% da mo de obra agrria);

    Assalariados temporrios empregados pelas grandes fazendas apenas em pocas de maior necessidade de mo de obra (2 milhes em 1996 11 % da mo de obra agrria). Entre outros fazem parte deste grupo os boia-fria e os pees da Amaznia.

    Trabalhadores rurais com suas ferramentas

    Am

    ilto

    n V

    ieira

    Editora

    Abril

  • 40 Agricultura e pecuria

    O Brasil se destaca no cenrio econmico mundial pela produtividade e diversidade na

    agricultura e na pecuria.

    o maior produtor mundial de alguns produtos: soja, laranja e caf, entre outros.

    A produo agrcola brasileira pode ser dividida em duas categorias:

    Produo de alimentos pequenas propriedades, cultivo nas piores terras;

    Exportao e transformao industrial ocupam os melhores solos e as mdias e grandes propriedades.

    Nas ltimas dcadas as fronteiras agrcolas esto se expandindo para a Amaznia, com consequncias ambientais por causa do desmatamento.

    Agricultura

    Produto Principais estados produtores Produo nacional

    Caf Minas Gerais, Esprito Santo, So

    Paulo, Paran e Bahia 41.100.000 sacas (2004

    cana-de-acar So Paulo, Paran, Alagoas, Minas

    Gerais e Pernambuco 648.973.981 t (2008)

    Soja

    Mato Grosso, Paran, Gois, Rio

    Grande do Sul e Mato Grosso do

    Sul

    59.034.668 t (2008)

    Laranja So Paulo, Bahia, Sergipe, Minas

    Gerais e Paran 18.6947.719 t (2008)

    Milho Paran, Minas Gerais, So Paulo,

    Gois e Mato Grosso 33.864.085 t (2008)

    Arroz Rio Grande do Sul, Mato Grosso,

    Santa Catarina e Par 12.100.946 t (2008)

    Feijo Paran, Minas Gerais, Bahia, So

    Paulo e Gois 3.460.067 t (2008)

    Trigo Paran e Rio Grande do Sul 5.886.009 t (2008)

    Principais culturas brasileiras

  • 41

    Pecuria

    Tambm na pecuria o Brasil apresenta

    grande diversidade e produtividade.

    Ela um dos exemplos de como a indstria

    domina o meio rural:

    A maior parte da produo controlada pela indstria alimentcia e pelos grandes frigorficos;

    H uma dependncia de produtos industrializados: mquinas, raes, vacinas e outros insumos.

  • 42