Sistema nervoso autônomo reduzido

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Fabiano de Oliveira Poswar Coordenador de Informática da Neuroliga Norte Mineira Estudante do 10º período do Curso de Medicina da Unimontes Sistema nervoso autônomo

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Fabiano de Oliveira PoswarCoordenador de Informática da Neuroliga Norte Mineira

Estudante do 10º período do Curso de Medicina da Unimontes

Sistema nervoso autônomo

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Princípios do Sistema Nervoso Autônomo

Tem por finalidade regular a atividade visceral do corpo (músculos involuntários e glândulas).

“A natureza pensou ser prudente remover esses fenômenos importantes dos caprichos de uma vontade ignorante”

Claude Bernard(http://www.asmalldoseof.org/historyoftox/1800s)

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Divisões

Duas divisões: simpática e parassimpática. A divisão simpática envolve os

nervos espinhais toracolombares. A divisão parassimpática envolve

os nervos cranianos e espinhais sacros.

http://www.becomehealthynow.com/images/organs/nervous/autonomic.jpg

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Divisões

Vias aferentes e eferentes. Todos os órgãos viscerais são inervados por quatro

tipos de fibras: Eferentes simpáticas Eferentes parassimpáticas Aferentes simpáticas. Aferentes parassimpáticas

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Sistema Eferente Autonômico

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Sistema eferente autonômico versus sistema eferente somático

http://www.microvet.arizona.edu/Courses/VSC401/autonomicNervous_files/image002.jpg

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Neurotransmissores e receptores nas vias simpáticas e parassimpáticas

Fibras pré-sinápticas: acetilcolina (nicotínicos) Fibras pós sinápticas

Divisão parassimpática: acetilcolina (muscarínicos) Divisão simpática:

Noradrenalina Receptores alfa1 e alfa2. Receptores beta1 e beta2.

Acetilcolina (sudomotores, pilomotores e vasomotores)

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Divisão simpática vs divisão parassimpática

Young & Young, 1998

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Sistema Nervoso Parassimpático

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Sistema Nervoso Simpático

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O nervo pós ganglionar não está necessariamente no gânglio paravertebral do mesmo nível do nervo pré-ganglionar.

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Vias Aferentes Simpáticas e Parassimpáticas

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Princípios das vias aferentes

Principal função: desencadeamento de reflexos viscerais

Alguns impulsos chegam ao nível consciente: Dor visceral Fome Náusea Repleção da bexiga e do reto.

Em geral as fibras associadas aos reflexos de atividade visceral acompanham o parassimpático e as associadas a sensações, o simpático.

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Regulação Central da função visceral

Ocorre em dois pontos: cérebro e tronco cerebral. As respostas produzidas no hemisfério cerebral

tendem a ser canalizadas pelo hipotálamo. Diversos grupos neuronais em diferentes níveis

influenciam a atividade autonômica.

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Neurofisiologia, exame clínico e complementar e correlações clínicas

Funções do Sistema Nervoso Autônomo

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SNA e o sistema cardiovascular

Simpático Coração: β1 e β2 inotropismo e cronotropismo +

aumento da pressão arterial Vasos sanguíneos:

α vasoconstrição. β vasodilatação.

Parassimpático Coração: inotropismo e cronotropismo -. Vasos sanguíneos: dilatação

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Controle da pressão arterial

O sistema nervoso autônomo controla o nível pressórico em função da posição corporal. Baroceptores no seio carotídeo

e arco aórtico: pressão de pulso Receptores nas câmaras

cardíacas direitas e vasos pulmonares: volume

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Pesquisa de hipotensão postural

Mede-se a PA e a FC nas posições deitada e em pé.

Queda de mais do que 20 mmHg na pressão sistólica ou 10 mmHg na diastólica.

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Hipotensão ortostática idiopática

Há duas formas:

Uma pós-ganglionar, sem acometimento do SNC

Uma pré-ganglionar, de origem no corno lateral da medula, que evolui com disfunção dos gânglios da base e do cerebelo (atrofia de múltiplos órgãos; antes chamada de síndrome de Shy-Drager).

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Manobra de Valsalva

Pede-se o paciente para expirar por 10s a 15s contra um manômetro ou a glote fechada.

Falha em aumentar a FC com a Manobra de Valsalva disfunção simpática

Falha em reduzir a FC no período de aumento além do normal da PA disfunção parassimpática.

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Contração isométrica sustentada

O paciente contrai um grupo de músculos por 5 minutos.

Espera-se aumento da FC e da PAS e PAD por pelo menos 15 mmHg.

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Teste aritmético mental

Solicita-se ao paicente a realizar cálculos aritméticos em ambiente barulhento e distrator.

Aumento pequeno, mas mensurável na FC e PA.

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Controle vasomotor

O sistema simpático através das fibras colinérgicas estimula a vasoconstrição periférica e redução da temperatura da pele.

Paralisia vasomotora resulta em vasodilatação e aumento da temperatura da pele.

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Medida da temperatura da pele

Permite comparar áreas afetadas e não afetadas.

Temperatura normal: 31°C a 33°C em uma temperatura ambiente de 26°C a 27°C.

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Teste pressor ao frio

Imersão de uma mão em água com gelo por 1 a 5 min

Normal: aumento de 15 a 20 mmHg na PAS e de 10 a 15 na PAD.

Reduzido nas lesões do arco reflexo simpático, particularmente no membro afetado.

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Controle da sudorese

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Resposta galvânica da pele

Aplicação de dois eletrodos .

Mensuração da resistência a uma corrente fraca.

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Hiperidrose localizada

Presumidamente de origem congênita

Excisão de gânglios T2 e T3 pode ser considerada em casos mais graves.

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Distrofia simpático reflexa

Eritema

Sudorese

Fluxo sanguíneo cutâneo

Alodínia

Hiperalgesia

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Controle da função intestinal

Simpático: α1: contração de

esfíncteres(geralmente) α1, α2, β1: reduz motilidade

(geralmente) α2: inibe a secreção.

Parassimpático: Relaxa os esfíncteres Aumenta a motilidade Estimula a secreção

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Estudos radiológicos contrastados

Permitem avaliar o funcionamento intestinal.

Em condições disautonômicas: dilatação do esôfago, atonia e distensão gástrica, retardo do esvaziamento gástrico

Padrão de intestino delgado: aumento da frequencia e amplitude de ondas peristálticas; trânsito rápido.

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Controle da função vesical

Parassimpático: contração do músculo detrusor Relaxamento do esfíncter e do trígono

Simpático: β2: Relaxamento do detrusor (geralmente) α1: Contração do esfíncter e do trígono

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Cistometrograma

Mede a pressão vesical em função do volume de solução salina.

São medidas as contrações do detrusor, o volume no qual o paciente relata sensação de bexiga cheia, entre outros dados.

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Medida da urina residual

Pode ser feita através de cateter urinário ou ultrassonografia.

Descartada a distensão excessiva ou obstrução prostática, sugere bexiga atônica.

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Incontinência urinária por Destruição do cone medular

Caracteriza-se por paralisia da atividade reflexa e voluntária.

Não há consciência sobre a repleção da bexiga.

Iniciação da micção é impossível

Tônus do detrusor abolido: incontinência por transbordamento

Anestesia em sela.

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Incontinência urinária por lesão da medula espinhal, acima de T12

Incontinência por transbordamento inicialmente (fase de choque medular).

Resulta em bexiga espástica, posteriormente.

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Controle da função sexual masculina

Composta de: libido, ereção e ejaculação. Parassimpático:

NO2 - Vasodilatação e ereção.

Simpático: Vasoconstrição e perda da ereção.

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Registro da tumescência peniana noturna

Realizada em laboratórios de sono.

Avalia integridade da inervação sacral autonômica.

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Disfunção erétil por neuropatia

Tumor de medula; neuropatia diabética; tabes; ressecção de tumor de próstata.

Disfunção erétil.

Abolição da tumescência noturna.

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Controle da função lacrimal

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Teste de Schirmer

Insere-se um papel de filtro fino no saco conjuntival inferior.

As lágrimas molham o papel de filtro.

A área molhada após 5 minutos é normalmente de 15 mm.

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Controle da abertura pupilar

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Testes farmacológicos da inervação pupilar.

Baseiam-se na “lei de Cannon”: hipersensibilidade após desnervação em 2 a 3 semanas.

Epinefrina 1:1000

* Hipersensibilidade, especialmente em lesões pós-ganglionares.

Cocaína 4 a 10% - Inibe recaptação de NE:

* Ausência de resposta na desnervação simpática.

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Síndrome de Bernard-Horner

Enoftalmia unilateral

Miose

Ptose palpebral

Anidrose

Causas:

Lesão do gânglio cervical estrelado;

Interrupção das fibras pre-ganglionares na coluna intermediolateral

Trauma cervical

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Pupila de Adie

Degeneração do gânglio ciliar e fibras parassimpáticas.

Pupila afetada é discretamente dilatada em ambiente luminoso.

Pouca reação a luz.

Reação à proximidade presevada.

Pupila de Adil + anidrose segmentar síndrome de Ross

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Afecções com manifestações generalizadas no sistema nervoso

autônomo

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Paralisia autonômica aguda

Acometimento do parassimpático e simpático

Anidrose, hipotensão ortostática, paralisia dos reflexos pupilares, perda do lacrimejamento e da salivação, impotência, disfunção vesical e intestinal e perda da resposta pilomotora e vasomotora.

Fadiga, aumento de proteínas do líquor.

Idiopático, pós-infecciosa ou paraneoplásica (raro).

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Disautonomia familiar

Neuropatia Sensorial e Autônoma Hereditária Tipo III ou Síndrome de Riley-Day

Mutação em proteína relacionada a IkappaB

Condição congênita com falência da formação de neurônios simpáticos de primeira e segunda ordem.

Preservação do parassimpático, com exceção do gânglio esfenopalatino.

* Hipotensão; Labilidade da pressão arterial; Distúrbio de regulação da temperatura; vômitos cíclicos; denervação pupilar, ausência de lacrimação.

* Hipoacusia; labilidade emocional; insensibilidade a dor; ausência de papilas fungiformes na língua

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Neuropatia autonômica diabética

Afeta indivíduos com Diabetes tipos 1 e 2 de longa evolução.

•Manifestações em todos os sistemas com inervação autonômica.

•Reduz a percepção da hipoglicemia.

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Intoxicações exógenasPodem causar diversos sintomas:

hiperatividade adrenérgica: cocaína, fenilpropanolamina.

Síndrome anticolinérgica:tricíclicos

Hiperatividada parassimpática: organofosforados.

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Caso clínico

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Caso clínico

Homem, 40 anos, procurou atendimento com queixa de episódios de tonteira associados a visão borrada há 1 ano. Nega perda de consciência. Sem outras queixas.

Sem alterações do hábito intestinal; sem sintomas urinários ou sudomotores. Nega dor torácica, palpitação ou dispnéia.

HP: Teve poliomielite aos 12 anos, com resolução completa. HS: Realiza atividade esportiva regular. Trabalha como

bombeiro.

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Caso clínico

Exame Físico: Sem alterações. Eletrocardiograma de 12 derivações: sem alterações. TC de crânio: sem alterações. Angiografia: sem alterações “Exames de sangue de rotina”: sem alterações.

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Caso clínico

O paciente retorna oito meses depois. Relata persistência do quadro. Ao exame:

PA deitado: 124/61 mmHg PA em pé: 92/57 mmHg.

Resposta pressórica ao frio: ausente. Teste aritmético mental, exercício isométrico, manobra de valsalva,

arritmia sinusal durante a inspiração profunda: sem alterações. Resposta a ingestão alimentar (pode acentuar a hipotensão postural):

sem alterações. Solicitado a subir e descer escadas:

PA: 64/32 mmHg. FC: 114 bpm

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Caso clínico

Ureia e eletrólitos: normal Hemograma: normal VHS: normal TSH e T4 livre: normal Glicose: normal Função hepática: normal Sorologia para sífilis: normal Autoanticorpos: normal.

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Caso clínico

Concentração basal de noradrenalina: em posição supina: baixa (0,725 nmol/L; 1,5-2,0) Discreto aumento em 45° (1,38 nmol/L; 2,5-3,0).

Concentração de dopamina beta-hidroxilase plasmática: Baixa (18 nmol/ml/20min; normal > 100 nmol/ml/29min).

Concentração de dopamina Normal (0,107 nmol/L; 0,1-0,16).

Teste de suor termorregulatório: Ausência de sudorese com aumento de 1° na temperatura corporal.

Teste ocular com fenilefrina: Hipersensibilidade adrenérgica em ambas as pupilas.

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Caso clínico

Ressonância magnética: normal. PET com 18-fluorodopa: normal.

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Caso clínico

Diagnóstico: hipotensão ortostática idiopática. Tratamento tentado com fludrocortisona e outros

medicamentos, sem sucesso

Evoluiu 2 anos depois com distúrbio de ejaculação e ereção, noctúria e progressão da disfunção autonômica.

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Obrigado pela atenção.